cessão de posição contratual -...
TRANSCRIPT
Cessão de Posição
Contratual
ou Cessão de Contrato
Conceito
Para Silvio Rodrigues:
“a cessão de contrato, ou melhor, a
cessão de posições contratuais,
consiste na transferência da inteira
posição ativa e passiva do
conjunto de direitos e obrigações
de que é titular uma pessoa,
derivados de um contrato bilateral
já ultimado, mas de execução ainda
não concluída”.
Não é o contrato que é cedido, mas
os direitos e deveres emergentes da
posição contratual.
Ex: Cedendo a locação a terceiro, o
locatário não transfere ao cessionário
apenas o direito de usar e fruir
temporariamente do imóvel, mas
também, além do mais, a obrigação
de pagar o aluguel.
Diferenças
Cessão de Crédito – transfere só o
crédito
Assunção de dívida – transfere só o
débito
Cessão de Contrato – transfere o
crédito e o débito
Partes:
Cedente: que transfere a sua
posiçãpo contratual;
Cessionário: que adquire a posição
transmitida ou cedida;
Cedido: o outro contraente, que
consente na cessão realizada;
Contratos base de natureza bilateral;
Obrigações de Execução Diferida e de
Trato Sucessivo – relações duradouras;
É um contrato atípico – pois não está
regulamentado pelas normas brasilerias;
Direito dispositivo das partes - liberdade;
Concordância do Cedido – existe
exceções em lei – compra e venda de
imóvel loteado (extensão da
jurisprudência)
Exemplos: Nos contratos de duração, como “contratos de fornecimento, empreitada, locação, compra e venda, madato sem reservas, ”;
Previsão Legal:
Art. 425. É lícito às partes estipular contratos atípicos, observadas as normas gerais fixadas neste Código.
EFEITOS
COM OU SEM LIBERAÇÃO DO
CEDENTE PERANTE O CONTRAENTE
CEDIDO;
REGRA GERAL: CEDENTE NÃO TEM
RESPONSABILDIADE – LIBERAÇÃO
EXCEÇÃO: CONTINUA COMO
RESPONSÁVEL – EXPRESSO -
SOLIDARIEDADE
EFEITOS ENTE CEDENTE
E CESSIONÁRIO
APLICA-SE AS REGRAS DA CESSÃO DE
CRÉDITO;
O CEDENTE RESPONDE, NA CESSÃO POR
TÍTULO ONEROSO, PELA EXISTÊNCIA DA
RELAÇÃO CONTRATUAL CEDIDA, E NA
REALIZAÇÃO POR TÍTULO GRATUITO, SE
TIVER PROCEDIDO DE MÁ-FÉ, MAS NÃO
PELA SOLVÊNCIA D CONTRAENTE CEDIDO,
SALVO ESTIPULAÇÃO EM CONTRÁRIO
EXPRESSA OU TÁCITA ENTRE AS PARTES;
DO ADIMPLEMENTO E
EXTINÇÃO DAS
OBRIGAÇÕES Do pagamento
De quem deve pagar
Daqueles a quem se deve pagar
Do objeto do pagamento e sua prova
Do lugar do pagamento
Do tempo do pagamento
Do Pagamento
Introdução
As obrigações têm um ciclo vital:
nascem de diversas fontes (lei,
contratos, declarações de vontade e
atos ilícitos), vivem e desenvolve-se por
meio de várias modalidades (dar, fazer,
não fazer), e finalmente extinguem-se.
Noções sobre pagamento
As obrigações em regra se extinguem
pelo seu cumprimento.
Os romanos chamavam de solutio
(palavra derivada de solvere).
O código civil brasileiro denomina tal
cumprimento de “pagamento”. Assim,
pagamento significa cumprimento ou
adimplemento da obrigação.
Princípios a observar
Para o cumprimento das obrigações:
O da boa fé: comportamento de forma correta pelas partes, durante a formação do vínculo e também em seu cumprimento. Art. 422 CC
O da pontualidade: exige o cumprimento da obrigação em tempo, lugar e modo devidos, bem como de forma integral.
Natureza Jurídica do
Pagamento
Nas obrigações de dar: tradição da coisa;
Nas obrigações de fazer: sob a forma de prestação do fato;
Nas obrigações de não fazer: na forma de abstenção.
A natureza do pagamento, depende da qualidade da prestação e de quem o efetua.
Requisitos de Validade do
Pagamento
A) existência de vínculo obrigacional;
B) a intenção de solvê-lo (animus
solvendi);
C) o cumprimento da prestação;
D) a pessoa que efetua o pagamento
(solvens);
E) a pessoa que o recebe (accipens).
CONDIÇÕES
SUBJETIVAS DO
PAGAMENTO
-Quem deve pagar
-A quem se deve pagar
Quem deve Pagar
Código Civil – art. 304 e seguintes
Quem deve pagar
Art. 304. CC
Devedor: deve pagar
Interessado: fiador, sublocatário, avalista; - recusa: consignação em nome próprio;
Parágrafo único. Terceiro não interessado: ex:Pai que paga a dívida dos filhos – terceiro paga em nome do devedor, conjuge, etc. recusa: consignação em nomedo devedor;
Quem deve pagar
Art. 305. CC
EX. pagamento de fiança criminal –
direito de ser ressarcido
Ex. um comerciante paga a dívida do
outro para tê-lo subordinado
Parágrafo único. Se pagar antes de
vencida a dívida, só terá direito ao
reembolso no vencimento.
Quem deve pagar
Art. 306
EX:pagamento de dívida prescrita
Art. 307
Só terá eficacácia se a entrega for realizada por quem tem o direito real da propriedade.
Daqueles a quem se
deve pagar
• Código Civil – art. 308 e seguintes
Daqueles a quem se deve pagar
* Art. 308
-Ao credor
-Ao representante legal do credor (Legal: lei :
Tutor, Curador, Pais; Judicial: Nomeado pelo
Juiz, ex: inventariante, síndico da falência; ou
Convencional: quem recebe mandato
outorgado com poderes para receber e dar
quitação)
-Tanto o credor originário, como a quem o
substituir;
Validade de Pagto
efetuado a terceiro
QUEM PAGA MAL PAGA DUAS
VEZES.
Porém, o artigo 308 segunda parte,
considera válido o pagamento feito a
terceiro se for ratificado pelo credor, ou
seja, se este confirmar seu recebimento por
via do referido terceiro ou fornecer recibo
ou ainda se o pagamento reverter em seu
proveito.
Pagamento a credor putativo
-Válido – teoria da aparência – Art.
309
-Ex: herdeiro aparente
- Boa fé do devedor e
Escusabilidade do erro –
Exoneração do Devedor
Ex. pagamento dos Impostos ao
Filho do dono do escritório
contábil
Art. 310. Não vale o pagamento
cientemente feito ao credor
incapaz de quitar, se o devedor
não provar que em benefício dele
efetivamente reverteu.
- Será o pagamento invalido se sabia e
válido se provar erro escusável ou dolo
do credor;
Daqueles a quem se deve pagar
Art. 312 – Pagamento efetuado ao credor cujo crédito foi penhorado;
A deve para B 100,00.
B deve para C 100,00
C penhora o crédito de B
A só poderá pagar para C
Quem paga mal paga 2 vezes
ATIVIDADE 2 Passo 1 – DUPLAS
Ler e refletir sobre as decisões abaixo, bem como sobre a seguinte
situação hipotética, a qual está vinculada com Transmissão de
Obrigações e responder às seguintes perguntas:
Comumente, os Tribunais têm compreendido que:
“1. A cessão da posição contratual, embora inoponível em relação ao
credor fiduciário que a ela não anuiu, é valida entre as partes. 2. Por
consequência, sobrevindo o descumprimento do quanto pactuado pelo
cessionário e não sendo possível o retorno das partes ao status quo
ante, posto o veículo se encontrar em poder de terceiro desconhecido
do cedente, é caso de converter a obrigação específica em perdas e
danos, mediante condenação do acionado ao pagamento do saldo
devedor da obrigação assumida, o que compreende a somatória das
parcelas pendentes, vencidas e vincendas. 3. Recurso provido.” (35ª
Câmara de Direito Privado - TJ-SP - Apelação APL
00033376620098260168. Des. Rel. Arthur Marques; 013)
“1. Cinge-se a quaestio iuris na possibilidade do autor, em nome
próprio, discutir cláusulas contratuais do contrato de financiamento de
veículo realizado por terceiro, bem como na licitude da prática de
anatocismo e cobrança de comissão de permanência com outros
encargos e tarifas bancárias. 2. Da análise do contrato de
financiamento do veículo acostado aos autos, nota-se que o automóvel
fora adquirido por Paulo Mario Mendonça Viveiros, pessoa estranha à
relação jurídica processual, e, em regra, titular da pertinência subjetiva
ativa para propor a presente ação. 3. O negócio jurídico pactuado entre
o autor e o arrendatário possui natureza jurídica de uma verdadeira
cessão de posição contratual, necessitando assim, com base em
renomada doutrina e pacífica jurisprudência, da anuência do apelado,
por se tratar acessão de contrato de um típico negócio jurídico
plurilateral. Precedentes STJ, TJRJ e TJSP. 4. Ademais, o contrato de
financiamento adunado proíbe expressamente acessão de direitos e
obrigações sem a anuência expressa do banco apelado. 5. Assim, a
extinção do processo sem julgamento de mérito, por ausência de
legitimidade ativa é medida que se impõe, uma vez que o demandante
não é titular da relação jurídica de direito material discutida na presente
demanda. 6. Recurso não provido.” (APL 03476109720118190001 RJ
0347610-97.2011.8.19.0001, DES. JOSE CARLOS PAES; 25/09/2013,
DÉCIMA QUARTA CAMARA CIVEL TJRJ)
João “proprietário” de um veículo alienado fiduciariamente ao Banco XYZ
cedeu a sua posição contratual para Carlos, sem a anuência do Banco. Todo
mês Carlos efetuava o pagamento diretamente em uma das agências,
conforme previsão contratual e não por boleto.
Em certo momento, Carlos viajou para o exterior a negócios, contudo, para não
deixar de pagar as derradeiras 20 parcelas de 160 entrou em contato com o
gerente, explicou a situação e recebeu vinte boletos para quitação.
Por conta disto, João foi comunicado (notificado) pelo Banco informando que
as derradeiras 20 parcelas estavam em aberto e, caso o pagamento não fosse
efetuado, João teria o seu nome inscrito nos órgãos de proteção ao crédito,
bem como sofreria as consequências jurídicas cabíveis. João, desesperado,
entra em contato com Carlos e explica o ocorrido. Diante da situação, Carlos
envia para João os comprovantes de pagamentos das 20 parcelas
(representadas pelo boleto), comprovando a quitação.
Assim, João procura o Banco e apresenta os comprovantes de pagamento.
Contudo, a instituição financeira em questão não reconhece o pagamento pelo
fato de ele ter sido realizado de maneira diversa à prevista no contrato; mesmo
que com a autorização do gerente.
Por derradeiro, diante da situação, o Banco informa a João que ocorreu, então,
uma novação entre João e Carlos, por isso, os dois seriam processados.
1. Quais são as hipóteses de transmissões das
obrigações?
2. Explicar a cessão de crédito?
3. Explicar a assunção de dívida?
4. Explicar a cessão de posição contratual?
Passo 2 (Equipe)
Com base nos conceitos trazidos, o grupo dever
solucionar o problema apontando quais as obrigações
estão presentes no caso.
Na qualidade de advogado e diante de todas a
considerações disserte sobre qual seria a solução do
caso apontando os conceitos inerentes ao caso e as
consequências jurídicas.
Entregar HOJE.