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CEPPE Centro de Pós-Graduação e Pesquisa MESTRADO EM ENFERMAGEM ESTELA MARA NICOLAU ESTUDO DA CONTAMINAÇÃO MICROBIOLÓGICA DOS BRINQUEDOS UTILIZADOS NO ENSINO DO BRINQUEDO TERAPÊUTICO NO HOSPITAL GUARULHOS 2014

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CEPPE

Centro de Pós-Graduação e Pesquisa

MESTRADO EM ENFERMAGEM

ESTELA MARA NICOLAU

ESTUDO DA CONTAMINAÇÃO MICROBIOLÓGICA DOS

BRINQUEDOS UTILIZADOS NO ENSINO DO BRINQUEDO

TERAPÊUTICO NO HOSPITAL

GUARULHOS 2014

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ESTELA MARA NICOLAU

ESTUDO DA CONTAMINAÇÃO MICROBIOLÓGICA DOS

BRINQUEDOS UTILIZADOS NO ENSINO DO BRINQUEDO

TERAPÊUTICO NO HOSPITAL

Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado

em Enfermagem da Universidade Guarulhos para a

obtenção do título de Mestre em Enfermagem.

Orientador (a): Profa. Dra. Ana Llonch Sabatés

GUARULHOS 2014

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DEDICATÓRIA

Às minhas mães Zélia e Cleide, (in memoriam) por serem mulheres extraordinárias e responsáveis diretas por minhas

realizações.

À minha família, como estímulo, mas também como pedido de desculpas pela ausência em vários momentos.

Ao Dr. Arthur Bittes Junior, que sempre me incentivou, e esteve comigo em todos os momentos....

À Rita, minha companheira, fiel, menina tímida, mas que em nenhum momento deixou de estar comigo.

E a todos aqueles que conhecem meu caminho e andaram junto a mim, nos piores trechos .....

¨Nos tornamos responsáveis por tudo e por todos aqueles que cativamos¨

Antoine de Sant-Exupéry.

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AGRADECIMENTOS

Ao universo por todas as suas influências benéficas e que mesmo nas interpéries, me ensinou o caminho do meio.

Aos meus pais, por terem me dado à oportunidade de ser uma pessoa diferente e consequentemente uma pessoa melhor.

Zélia, Cleide, Helena, Ditinha, Iracy,... Meu agradecimento é tão forte que com certeza atravessa a camada dimensional que nos separa, vocês tinham tanto orgulho da minha profissão, de como eu cuidava das minhas crianças que eu não podia decepcionar, nunca....A cada coisa boa que presencio em minha vida, sinto a energia de cada um de vocês, como uma brisa suave.

A minha família em geral, que entendam que sou diferente, mas a minha diferença, não diminue meu amor. Aprendi a dizer Eu te amo¨ com nossas perdas.

Aos Amigos.....

Em meu caminho encontrei várias pedras, algumas serviram como obstáculos, outras eu tropecei feio, outras eram bonitas e brilhantes, mas com o tempo desgastaram, mas tive a grande sorte de ter pedras preciosas que guardei com muito carinho, e que hoje são diamantes preciosos da minha vida.

Obrigado a todos que participaram desta jornada, a vida com vocês é sempre melhor.

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Em especial ao meu irmão astral Arthur Bittes Júnior, afinal somos mais que isto!!!! Somos ímpares.... Te amo.

Paula Adriani, Denize Marroni, Marcolino, Yara Padalino, Iara Silva, Andressa Nicolau, Profª Silvia Toledo e se eu esquecer alguém me perdoe talvez a idade me salve. rsrs.... Vocês são demais...

Dra. Ana, não adianta, não consigo falar diferente... mas foi um prazer te conhecer e olha que eu conheci muita gente na Pediatria...

Dra. Arlete e Dra. Júlia foi uma honra ter vocês em minha banca...

Aos meus Coordenadores, obrigado pela compreensão, afinal o perfil do Enfermeiro não muda, fazemos muitas coisas junto.

Ao Centro Universitário Ítalo-Brasileiro, nas pessoas do Dr. Ibrahim e Dra. Denize Marroni, por conceder o laboratório de Microbiologia para a realização deste estudo.

Enfim a todos os professores e colegas do Mestrado em Enfermagem da UNG, foi muito prazeroso estar cm vocês e compartilhar o conhecimento.

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Quando uma Criança Brinca....

Quando uma criança brinca, um montinho de areia pode se transformar em um

imenso castelo com muitas torres, e governado por um rei e uma rainha.

Quando uma criança brinca, ela utiliza algumas panelinhas e tigelas e se torna uma

grande cozinheira e um pouco de barro se transforma em um maravilhoso bolo de chocolate.

Uma piscina de bolinhas de plástico se torna um oceano, repleto de peixes de todos os

tamanhos e quem sabe até surja uma sereia ou um tesouro perdido no fundo do mar.

Quando uma criança brinca, um jardim pode se transformar em uma selva com muitos

lugares para serem explorados.

Quando uma criança brinca, um lençol e umas cadeiras se tornam uma barraca de

acampamento. Alguns bichinhos de pelúcia se transformam em um zoológico inteiro.

Quando as crianças brincam, elas se tornam mamães e papais com a difícil tarefa de

criar e educar suas bonecas. Um controle remoto de televisão se torna microfone e elas se

tornam grandes cantoras.

Quando uma criança brinca, ela se torna uma engenheira e uns simples monoblocos se

transformam em um enorme edifício com muitos andares.

Quando uma criança brinca, ela se torna médica que precisa curar um bonequinho

doente. Uma simples vassoura se transforma num cavalo alado que poderá levá-la a terras

distantes.

Quando uma criança brinca, um pedaço de pano amarrado em seu pescoço se torna

uma capa e ela está pronta para salvar o mundo com seus superpoderes. Quando uma criança

brinca uma caixa de papelão se transforma em uma nave espacial e de repente ela pode pisar

na lua.

Então toda criança tem o direito de brincar e deve ter sempre este direito respeitado.

Quando brinca aprende, desenvolve, cria, se expressa e se prepara para o futuro

Joyce Toré.

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LISTA DE FIGURAS

PÁGINAS

Figura 1 Principais sítios de infecção e seus possíveis Microrganismos.

25

Figura 2 Composição da Amostra do Estudo. 30

Figura 3 Os Brinquedos embalados e esterilizados, utilizados

Na primeira sessão do BT.

32

Figura 4 Meio de cultura BHI, estéril pronto para semeadura. 33

Figura 5 Culturas positivas em BHI, após 24 h na Estufa. 33

Figura 6

Figura 7

Placas de petri em meio específico, com resultados

Positivos e negativos.

Fluxo dos meios de diferenciação das culturas.

34

34

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Distribuição das amostras segundo o crescimento de

microrganismos nas culturas BHI em 24 h. São Paulo, 2014..........................................................................................

38

Tabela 2 - Distribuição das amostras segundo as colônias isoladas no meio Ágar Manitol. São Paulo, 2014...........................

41

Tabela 3 - Distribuição das amostras segundo os resultados

obtidos nos diferentes meios de cultura. São Paulo, 2014..................................................................................

43

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RESUMO

Nicolau EM. Estudo da contaminação microbiológica dos brinquedos utilizados no

ensino do Brinquedo Terapêutico no hospital. [Dissertação]. Guarulhos (SP):

Universidade Guarulhos; 2014.

Trata-se de um estudo descritivo, de laboratório com abordagem quantitativa,

que teve como objetivo identificar os microrganismos presentes nos brinquedos

utilizados no ensino do Brinquedo Terapêutico no hospital. A população foi

constituída por 117 brinquedos acondicionados em três caixas (A, B, C) contendo 39

brinquedos cada. Dos 39 brinquedos, 29 eram de plástico e 10 de pano. Foram

avaliados 90 brinquedos que compuseram a amostra final, 63 de plástico e 27 de

pano. O procedimento de coleta foi realizado com a utilização de swab, o qual foi

introduzido em meios de cultura com caldo BHI. Os isolados bacterianos foram

identificados mediante a semeadura das culturas positivas em meio Ágar Manitol,

Ágar MacConkey e Ágar Cetrimida. Os brinquedos utilizados na sessão do

brinquedo terapêutico foram contaminados pelas bactérias Staphylococcus aureus e

Staphylococcus coagulase negative e por fungos não especificados.

.

Palavras-chave: enfermagem pediátrica, jogos e brinquedos, infecção hospitalar.

.

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ABSTRACT

Nicolau EM. Study of microbiological contamination of toys used for

therapeutic toy teaching in the hospital. [Dissertation]. Guarulhos (SP): Guarulhos

University; 2014.

This is a descriptive study of laboratory that has been done based on

quantitative approach. Its aim was identify present microorganisms in toys used for

therapeutic toy appliance in the hospital. The population was composed by 117

toys packed in three boxes containing 39 pieces each. Among the 39 toys, 29

were made of plastic and 10 were rag dolls filled with cotton. Ninety toys were

evaluated for the final sample, 63 made of hard plastic and 27 rag dolls. The

sample collection process was performed by swab use, which was introduced into

growing environments containing BHI broth. The sowing of positive growing in

Agar Manitol, Agar MacConkey and Agar Cetrimida environments identified

bacterial isolates. Most of the toys used at the therapeutic toy section were

contaminate for the Staphylococcus aureus and Staphylococcus coagulase

negative bacteria, and by non-specified types of fungi.

Key words: pediatric nursing, games and toys, hospital infection.

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RESUMEN

Nicolau EM. Estudio de la contaminación microbiológica de los juguetes utilizados

en juegos terapéuticos en hospital universitario. [Disertación]. Guarulhos (SP):

Universidad Guarulhos; 2014.

Se trata de un estudio descriptivo, de laboratorio, enfoque cuantitativo, que tuvo

como objetivo identificar los microorganismos presentes en los juguetes utilizados

en el juego terapéutico de un hospital universitario. La población fue constituida

por 117 juguetes acondicionados en tres cajas (A, B, C) conteniendo 39 juguetes

cada. De los 39 juguetes, 29 eran de plástico y 10 de paño. Fueron evaluados 90

juguetes que se compusieron la muestra final, 63 y 27 de plástico de tela. El

procedimiento de recolección fue realizado con la utilización de hisopo, que fue

introducido en medios de cultivo con caldo BHI. Los aislados bacterianos fueron

identificados mediante la siembra de las culturas positivas en medio Agar Manitol,

MacConkey Agar y Cetrimida. Los juguetes utilizados en la sesión del juguete

terapéutico fueron contaminados por las bacterias Staphylococcus aureus y

Staphylococcus coagulase negative y por hongos no especificados.

Palabras clave: pediátricos de enfermería, juegos y juguetes, infección

hospitalaria.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.................................................................................................................................................... 16

1.1 Revisão da literatura.................................................................................................................................. 19

2. OBJETIVO ............................................................................................................................................................ 27

3. MÉTODO............................................................................................................................................................... 29

3.1 Tipos de estudo. ........................................................................................................................................... 29

3.2 Locais de estudo .......................................................................................................................................... 29

3.3 População e amostra................................................................................................................................. 29

3.4 Coletas de dados ......................................................................................................................................... 31

3.4.1 Instrumentos de coleta de dados ....................................................................................................... 31

3.4.2 Procedimentos de coleta de dados .................................................................................................. 31

3.5 Apresentação e análise dos dados.................................................................................................. 36

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO................................................................................................................. 38

5. CONCLUSÃO...................................................................................................................................................... 44

REFERÊNCIAS ....................................................................................................................................................... 46

APÊNDICE A ............................................................................................................................................................ 49

ANEXO A .................................................................................................................................................................... 50

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Introdução

Quando a gente fala de um amigo novo, as pessoas grandes

jamais se interessam em saber como ele realmente é . Não

perguntam nunca : Qual é o som da sua voz? Quais

brinquedos que prefere? Será que ele coleciona borboletas¨?...

Antoine de Saint Exupéry.

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16

1. INTRODUÇÃO

A hospitalização é permeada de experiências estressantes para a criança

e família, que podem determinar agravos emocionais caso não haja um

atendimento adequado por parte da equipe de saúde.

Neste sentido, é de fundamental importância o atendimento das

necessidades emocionais e sociais da criança, por meio de técnicas de

comunicação adequadas, entre as quais se destaca o brinquedo terapêutico

(BT)1.

O BT é um brinquedo estruturado para a criança aliviar a ansiedade

gerada por experiências atípicas à sua idade, que podem ser ameaçadoras e

requerem mais que um brinquedo recreacional para minimizar a ansiedade

associada2.

A criança brinca para valorizar o mágico, divertir-se, distrair-se, entender

o mundo, desvelar mistérios, construir-se enquanto ser. Enquanto brinca, a

criança conhece e explora o mundo, aumentando o poder de comunicação,

interação, compreensão do que está ao seu redor. O ato de brincar em sua

simplicidade ajuda a criança na adaptação à realidade, bem como serve de

escape para as exigências reais, pois no mundo da fantasia tudo é permitido3.

E por ser o brincar um mecanismo que pode minimizar o estresse da

hospitalização, o brinquedo no hospital devolve, em parte, aspectos normais da

vida diária e previne maiores perturbações. Além disso, proporciona à criança a

oportunidade de reorganizar sua vida, diminuindo assim sua ansiedade e dando-

lhe um sentido de perspectiva4.

O brinquedo permite ainda, liberar a raiva por meio da expressão de

sentimentos, repetir experiências dolorosas a fim de compreendê-las,

restabelecer um elo entre o lar e o hospital e possibilitar que a criança readquira o

controle5.

Desde 1984 já se comentava que as Enfermeiras que trabalhavam em

unidades de internação pediátrica tinham a responsabilidade e o desafio de

aprender, compreender e utilizar o brinquedo terapêutico6.

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No Brasil o BT como estratégia de intervenção na assistência de

enfermagem à criança teve início na década de 60 com a Drª Ester de Moraes, na

época docente da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo, que

buscou fundamentação teórica para explicar a mudança de comportamento que

observou nas crianças em situações traumáticas, demonstrando menos

sofrimento e mais cooperação nos tratamentos quando tinham a oportunidade de

repetir os procedimentos nos bonecos ou conversar com estes sobre a ação a ser

realizada e incorporou este conhecimento na disciplina de Enfermagem

Pediátrica7.

Hoje, a abordagem desta temática no ensino de graduação em

enfermagem é recomendada pelos órgãos profissionais: o Conselho Federal de

Enfermagem (COFEN), pela Resolução N.º 295/2004 e o Conselho Regional de

Enfermagem-SP (COREN-SP), pela PRCI N.º 5.1669, a fim de assegurar ao

profissional enfermeiro, em sua prática, o emprego da técnica do brinquedo/BT na

assistência à criança e sua família8, 9.

Neste contexto, um estudo que teve como um dos objetivos caracterizar o

ensino do brinquedo/brinquedo terapêutico nas Escolas de Graduação em

Enfermagem no Estado de São Paulo revelou que das 40 instituições que

participaram do estudo, 38 abordavam a temática na disciplina de Enfermagem

Pediátrica e que a maioria dos docentes (69,1%) a ensinava, tanto na teoria como

na prática10.

Na minha vivencia profissional o conteúdo teórico-prático sobre o BT é

ministrado na disciplina de Saúde da criança e envolve o referencial teórico

discutido em sala de aula e sua aplicação em crianças hospitalizadas durante o

Estágio Supervisionado.

Para o ensino prático levam-se para o hospital (campo de ensino),

brinquedos recomendados para a aplicação do BT, entre eles panelinhas, copos,

pratinhos, fogão, telefone, alimentos, bonecos que representam a família e

profissionais da saúde além de material hospitalar estéril (seringas agulhas,

termômetro, equipo de soro, etc.). Esse material é levado até a criança na qual o

aluno irá aplicar o BT. Após a brincadeira, que leva de 15 a 45 minutos, os

brinquedos são recolhidos para a realização de outra sessão ou retornam para o

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professor. Assim os brinquedos usados no ensino prático do BT são manipulados

varias vezes pelas crianças hospitalizadas.

A análise dessa prática e a importância do BT como estratégia de cuidado

de enfermagem despertaram em mim preocupações com a segurança da criança

hospitalizada em relação à contaminação dos brinquedos usados na aplicação do

BT no hospital.

Agentes infecciosos podem entrar em contato com o organismo humano

por diversas formas. Uma delas envolve a presença de artigos contaminados

(fômites)11.

O BT pode constituir uma fonte potencial de contaminação hospitalar em

semelhança com os fômites; no entanto, ainda não há evidencias da relação

causal entre os brinquedos e a infecção hospitalar12.

Neste sentido, conhecer a ocorrência ou não da transmissibilidade de

microrganismos patogênicos por meio dos brinquedos é um cuidado de

enfermagem que visa à segurança da criança hospitalizada13.

Os brinquedos podem se tornar reservatórios de agentes infecciosos e

veículos de transmissão de infecção para crianças em unidades de cuidados à

saúde, devido a maior fragilidade em suas barreiras e defesas, favorecendo a

ocorrência de processos infecciosos13. Além disso, a imaturidade no

desenvolvimento cognitivo e psicológico propicia práticas de higiene inadequadas

e o compartilhamento de objetos e brinquedos entre as crianças. Assim, a criança

hospitalizada ao brincar com brinquedos dela ou já manuseados por outras

crianças pode-se expor ao risco de uma infecção cruzada14, 15.

Chacon e Marin14 afirmam que os brinquedos podem ser considerados

como fômites e sua contaminação pode ocorrer por presença de microrganismos

na pele ou secreções das crianças como muco, saliva, fezes e urina .

Neste sentido, o enfermeiro deve estar atento sobre a importância do

brinquedo como possível fonte de infecção e tomar medidas necessárias de

proteção à criança durante a sua permanência no hospital.

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19

Essas considerações e a inexistência de estudos sobre a contaminação

dos brinquedos utilizados no ensino do BT fortaleceram ainda mais a minha

inquietação e suscitaram o seguinte questionamento:

Quais os microrganismos que contaminam os brinquedos utilizados no

ensino prático do BT no hospital?

1.1 Revisão da literatura

Os poucos estudos encontrados na literatura sobre a contaminação de

brinquedos no hospital objetivaram conhecer e discutir a presença ou não de

microrganismos patogênicos nos brinquedos utilizados nas brinquedotecas ou

junto à própria criança durante o período de hospitalização.

Estudo publicado por Hughes; Willian; Persons16, intitulado “The

Nosocomial Colonization of Teddy Bear” utilizou 39 ursos de pelúcia como

provável vetor de infecções. Esses ursos foram oferecidos para crianças

hospitalizadas brincarem durante uma semana, e após esse período foi

identificado a presença de Staphylococcus epidermidis, Staphylococcus aureus,

alpha Streptococcus, Corynebacterium acnes, Micrococcus sp, Klebsiella

pneumoniae, Pseudomonas aeruginosa, Escherichia coli, Bacillus sp, e fungos

como Cândida albicans, Cryptococcus, Trichosporum, Aspergillus, em todas as

amostras coletadas nos ursos. Este estudo tornou-se pioneiro na análise de

microrganismos nos brinquedos em unidades infantis.

Davies et al17 analisaram brinquedos colocados, dentro de berços e

incubadoras de uma unidade de terapia intensiva neonatológica, e constataram

que das 86 culturas analisadas, 34 apresentaram microrganismos potencialmente

patogênicos, 84(98%) de Staphylococcus Coagullase negative, 50(58%)

apresentaram Micrococcus sp., 21(24%) Bacillus sp, 16(19%) Staphylococcus

áureos, 12(14%) Diphtheroides, 4(5%) colônias de Streptococcus B, 3(4%)

Streptococcus não hemolíticos e 2(2%) coliformes. Apesar desse resultado os

autores afirmam que não houve evidencias de que as bactérias encontradas nos

brinquedos foram a causa das infecções encontradas nos neonato. Entretanto,

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20

chamam a atenção para a infectibilidade dos microrganismos encontrados nos

brinquedos em crianças imunodeprimidas.

Buttery et al.18 isolaram Pseudomonas aeruginosas em brinquedos

utilizados durante o banho de pacientes oncológicos, que tiveram infecção de pele

e infecções em seus cateteres. Os autores correlacionaram esse resultado com

as infecções das crianças, tanto da pele como do cateter e verificaram a mesma

característica microbiológica de alta infectividade.

No estudo intitulado “Toys in a Pediatrics hospital: Are they a bacterial

source?” os autores realizaram análises de 70 brinquedos trazidos ao hospital

pelos pacientes no 1°, 2°, 5º, 7º, 10º e 15º dias após a internação. Os resultados

constataram contaminação por Staphylococcus coagulase negativo (78%),

Bacillus sp. (37%), Staphylococcus aureus (11%), Streptococcus α hemolítico

(9%), Pseudomonas sp (3%), Stenotrophomonas malthophilia (11%) e

Enterococcus fecalis (2,3%). Os brinquedos de plástico apresentaram maior

número de amostras contaminadas (92/122), seguido pelos brinquedos

confeccionados com fibras têxteis (10/22)19.

Randle, Fleming20 ao estudarem os microrganismos encontrados em

brinquedos que estavam nos leitos de crianças internadas em unidades de

internação, leitos de UTI e berçários, identificaram a presença de Staphylococcus

epidermidis, Enterococcus spp, Bacillus spp, coliformes fecais e difteróides. Os

brinquedos analisados em sua maioria eram de pelúcia e tecido.

Avaliar a presença de bactérias em brinquedos utilizados por crianças

hospitalizadas foi o objetivo de um estudo que analisou 30 amostras de 10

brinquedos de plástico duro por um período de seis semanas em uma

brinquedoteca. A maioria das bactérias encontradas foram do gênero bacillus

(48%), Staphylococcus Warneri (17,4%), Staphylococcus haemoliticus ((10%)

além dos Acinectobater Iwffi e Enterobacter cloacae, presentes em 4,1% das

amostras. Neste estudo os microrganismos, em sua maioria, pertenciam à

microbiota ambiental e humana, não trazendo nenhum risco potencial para

pacientes hígidos, porém poderiam ser potencialmente patogênicas para crianças

hospitalizadas21.

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21

Outro estudo que avaliou a prática de colocar brinquedos nas incubadoras

e berços de recém-nascidos, em unidade de terapia Intensiva neonatal, verificou

altas taxas de colonização (92%)22.

A análise bacteriológica de brinquedos utilizados em unidade de

internação pediátrica é um estudo que avaliou a contaminação dos brinquedos e

das mãos das crianças, segundo idade e sexo. Os resultados mostraram a

prevalência de Staphylococcus Coagulase Negativa nas mãos e nos brinquedos.

Em relação aos brinquedos o estudo revela que houve maior crescimento

bacteriano após a manipulação imediata das crianças quando comparado ao

crescimento anterior a manipulação (P<0,001)12.

Nos resultados apresentados nos estudos aqui referidos observa-se que

alguns dos microrganismos identificados são coincidentes em vários deles e

outros aparecem apenas em determinados estudos (Quadro 1).

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22

Quadro 1 – Microrganismos identificados nos estudos apresentados na literatura.

Hughes;

Willian;

Persons16

Staphylococcus

epidermidis,

Staphylococcus

aureus,

Alpha Streptococcus

Corynebac- terium acnes,

Micrococcus

sp,

Klebsiella

pneumoniae

Pseudo-

mona

aeruginosa

Bacillus

sp, Fungos Diphtheroides

Coliformes

Escherichia coli

Davies et

al17

Staphylococcus

Coagullase negative

Staphylococcus

áureus

Estrepto-coccus β Streptococcus não

hemolíticos

Micrococcus

sp.,

Buttery et

al.18

Pseudo-

mona

aeruginosa

Ávila-

Aguero,

German,

Paris,

Herrera19

Staphylococcus

coagulase negative

Staphylococcus

aureus

Streptococcus α hemolítico

Pseudo-

mona

aeruginosa

Bacillus

sp.

Stenotropho-

monas

malthophilia

Enterococcus

fecalis

Randle,

Fleming20

Staphylococcus

epidermidis, Bacillus sp Diphtheroides

Enterococcus

sp,

coliformes

Freitas,

Silva,

Carvalho,

Perdigone

21

Staphylococcus

haemoliticus

Staphilococcus

Warneri

Bacillus

sp Acinecto-bater

Lwffi

Enterobacter

cloacae

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23

Em relação aos microrganismos apresentados no Quadro 1 considera-

se importante destacar algumas das suas características:

- os Staphylococcus são bactérias não esporuladas resistentes ao meio

ambiente. O gênero Staphylococcus apresenta 32 espécies, 14 subspéscies,

sendo que somente 15 espécies são encontradas em amostras humanas,

sendo os de maior importância clinica o S. Aureus, S. epidermidis, S.

Haemolyticus. S. Saprophyticus.25 . É uma espécie agressiva que pode causar

abcessos com formações pustulosas alcançar a corrente sanguínea com

facilidade e gerar quadros de septicemia. No entanto, apesar das melhoras das

condições sanitárias este microrganismo continua sendo um dos mais

importantes patógenos para o homem. A partir de sítios de albergue dos

Staphylococcus aureus, este pode contaminar a pele, membranas e mucosas

das pessoas além de objetos inanimados23, 25:

- o Staphylococcus Coagulase Negative (SNC) é considerado um

patógeno de grande relevância para o ambiente hospitalar, tanto pela

capacidade de causar infecções quanto pela capacidade de desenvolver

resistência aos antimicrobianos, constituindo o principal membro da microbiota

cutânea. Sua importância tem recebido especial destaque nos serviços de

cuidados intensivos em razão de sua facilidade de disseminação pelas mãos

dos profissionais de saúde e do uso de materiais contaminados. Quando

adquirido do ambiente por indivíduos imunologicamente competentes,

permanecem em equilíbrio e raramente desenvolvem doenças. Porém, em RNs

e crianças internadas em unidades de terapia intensiva (UTIs), estes agentes

são responsáveis por infecções23, 25,26.

Os Streptococcus pertencente à uma vasta família de Streptococcaceae,

com 98 espécies e 17 subespécies, geralmente se albergam nas mucosas do

trato respiratório superior, genital, e quase todo o sistema digestório. Desta

família os mais conhecidos são os enterococcus. Normalmente estão presentes

na febre reumática e glomérulo nefrites e é muito comum em crianças na

presença de faringotonsilites desenvolvendo sinusites, otites, meningites e

septicemias. Foram descobertos por ações e reações diversas em meios ágar

sangue, daí o termo β hemolítico e α hemolítico. O homem é o reservatório

natural desta espécie (microbiota Humana)24.

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24

- As Enterobactérias são as principais componentes da flora intestinal

normal do homem, e mesmo no reino animal, na água no solo e em vegetais

são responsáveis pela maioria das infecções intestinais e feridas do trato

urinário. Nas infecções hospitalares as enterobactérias que predominam são:

Escherichia coli, Klebsiela sp, Enterobacter sp. em menor intensidade o

Proteus sp. que é mais comumente encontrado nas comunidades do que no

próprio hospital25;

- A Pseudomona Aeruginosa é um bacilo Gram (-) patogênico

oportunista que pode causar doenças como: infecções do trato urinário,

infecções do sistema respiratório, pele e tecidos moles, infecções

oftalmológicas, ósseas e sitêmicas25. É relevante em afecções mucóticas e

raramente causa doença em um sistema imunológico saudável, mas explora

eventuais fraquezas do organismo para estabelecer um quadro de infecção26.

- a Escherichia coli, comum em crianças nas infecções do trato

gastrintestinal25.

- os fungos, a maioria caracterizada por Cândida albicans, tem

preferências por pele e mucosas. São encontrados no solo, plantas e animais,

inclusive no homem, com preferência pela pele e mucosas27.

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25

A Figura 1 ilustra os principais microrganismos e seus locais preferidos

para o desenvolvimento de infecções.

Fonte: xgerms.wordpress.com

Figura 1 - Principais sítios de infecções e seus possíveis microrganismos.

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26

Só se vê bem com o coração. O essencial é

invísivel aos olhos.

Antoine de Saint-Exupéry

Objetivo

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27

2. OBJETIVO

Identificar os microrganismos presentes nos brinquedos

utilizados no ensino do brinquedo terapêutico no hospital.

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28

Método

É preciso exigir de cada um o que cada um

pode dar. A autoridade se baseia na razão.

Antoine de Saint-Exupéry

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29

3. MÉTODO.

3.1 Tipos de estudo.

Estudo descritivo, de laboratório com abordagem quantitativa.

3.2 Locais de estudo

O presente estudo foi realizado no laboratório de microbiologia de um

Centro universitário localizado na zona sul do município de São Paulo.

3.3 População e amostra

A população foi constituída por 117 brinquedos acondicionados em três

caixas (A, B, C) contendo 39 brinquedos cada. Dentre os 39 brinquedos, 13

eram de plástico e imitavam os utensílios domésticos (panelinhas, pratinhos,

copos, talheres, fogão), 10 eram bonecos de pano, com enchimento de

algodão, que representavam a família e os profissionais de saúde, quatro (04),

de plástico, imitando instrumentos dos profissionais de saúde (seringa,

estetoscópio, termômetro), 10 de plástico, imitando alimentos, um (01) um

imitando um revolver e outro um telefone, ambos de plástico.

A amostra, composta por 90 brinquedos, foi calculada a partir de uma

fórmula estatística com uma precisão de 5% e intervalo de confiança de 95%

(Decision analyst STATS 2.0)28 que foram retirados das três caixas em três

sessões de BT,conforme demonstrado na Figura 2.

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30

Figura 2 – Composição da amostra do estudo.

Caixa A

10 Brinquedos

Caixa C

10 Brinquedos

Caixa B

10 Brinquedos

Caixa A

10 Brinquedos

Caixa A

10 Brinquedos

Caixa B

10 Brinquedos

Caixa B

10 Brinquedos

Caixa C

10 Brinquedos

Caixa C

10 Brinquedos

Caixa A

39

Brinquedos

Caixa C

39

Brinquedos

Caixa B

39

Brinquedos

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31

3.4 Coletas de dados

3.4.1 Instrumentos de coleta de dados

Para a coleta de dados foi elaborado uma Ficha (APÊNDICE A)

estruturada para o registro dos resultados das culturas das amostras nas

diferentes etapas realizadas.

3.4.2 Procedimentos de coleta de dados

A coleta de dados foi iniciada após a autorização do laboratório da

instituição de ensino (ANEXO A)

Os 90 brinquedos, encaminhados ao laboratório para estudo foram

procedentes da aplicação do BT utilizado no ensino teórico prático da disciplina

da Saúde da Criança, de um hospital governamental que recebia crianças com

intercorrências clínicas e cirúrgicas. Durante as aplicações do BT foram

identificados os brinquedos mais manipulados, dos quais foram extraídos 10

amostras em cada caixa.

Os brinquedos foram submetidos a três seções de BT. Na primeira

sessão os brinquedos estavam embalados e esterilizados (Figura 3). Os

brinquedos de plástico foram esterilizados em Peróxido de Hidrogênio, que

utiliza uma combinação de plasma e vapor de peróxido de hidrogênio (H2O2), a

baixa temperatura sem deixar resíduos tóxicos26 e os de pano foram

esterilizados em autoclave (calor úmido) a 121°C por 20 min26. Na segunda

sessão os brinquedos foram higienizados com álcool a 70% e recolocados nas

mesmas caixas. Após esta sessão foram novamente higienizados com álcool a

70%, recolocados nas caixas e disponibilizados para a realização da terceira e

última sessão de BT.

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Figura 3 – Os Brinquedos embalados e esterilizados, utilizados na primeira

sessão de BT.

Depois de cada sessão de BT as caixas com os brinquedos eram

encaminhadas para o laboratório, em separado os 10 brinquedos mais

manipulados embalados em invólucros estéreis e manipulados com luvas

também estéreis, obedecendo a um tempo máximo de 6h, período limite para

impedir a formação do biofilme (colônias de microrganismos diversos) que

impede a obtenção de material correto para a cultura ou mesmo para

inativação dos microrganismos25. Das caixas, recém-chegadas ao laboratório

os brinquedos eram encaminhados para análise.

A seguir eram feitos os esfregaços nos brinquedos selecionados com

swabs embebidos em solução fisiológica 0,9% estéril. As hastes dos swabs

foram cortadas e colocadas em cultura de Caldo Brain Heart Infusion (BHI)25

(Figura 4), que permaneceram em estufa bacteriológica por 24h a 37°C. Estes

procedimentos, bem como a manipulação das amostras foram feitos próximo à

chama do bico de Bunsen com a finalidade de inibir provável contaminação do

ambiente.

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Figura 4 –Meio de cultura BHI, estéril pronto para semeadura.

Decorridas às 24 horas das culturas na estufa observou-se a presença

de sedimentos ou turvação dessas culturas (positiva), indicativo de crescimento

de microrganismos (Figura 5). As culturas que não apresentaram mudanças

(negativas) foram recolocadas em estufa por mais 24 h, para efetivação da

ausência de crescimento de microrganismos.

Figura 5 – Culturas positivas em BHI, após 24 horas na estufa.

Presença de fungos

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As culturas que apresentaram crescimento de microrganismos em

caldo BHI (24 ou 48 horas) foram semeadas em Ágar Manitol para o

isolamento seletivo de Staphylococcus aureus e Estafilococus coagulase-

negative (Figura 6) , as semeadas em Ágar MacConkey para o isolamento da

Escherichia coli e as semeadas em Ágar Cetrimida para o isolamento de

Pseudômonas aeruginosas.

Figura 6 – Placas de Petri em meio especifico, com resultados positivos e

Negativos.

No Ágar Manitol, o Staphylococcus aureus, produz colônias médias a

grandes com zonas amarelas devido à fermentação do manitol, enquanto que

os Staphylococcus coagulase-negative produzem colônias pequenas e sem

mudança de coloração do meio ao redor25,26,29.

O Ágar MacConkey, é um meio de cultura destinado ao crescimento de

bactérias Gram negativas (Escherichia coli). Indica a fermentação de lactose

que tornam o meio rosa choque e as bactérias que não são fermentadoras de

lactose tornam o meio amarelo claro. São colônias grandes, róseo-intensas,

secas e opacas com odor de fermento25,29;

O Ágar Cetrimida, para identificação de Pseudômonas aeruginosas

(colônias esverdeadas, com fluorescência). É utilizado para obter uma inibição

da microbiota acompanhante. A leitura do crescimento acontece com o

aparecimento de pigmento verde azulado, fluorescente26,29.

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O fluxo das culturas das amostras positivas colocadas nos meios de

diferenciação para identificação de colônias está apresentado na Figura 7.

Figura 7 – Fluxo dos meios de diferenciação das culturas

Amostra

BHI/24 h

Ágar Cetrimide

Pseudomonas

Ágar MacConkey

E. Coli

Ágar Manitol

S. Aureus

Ágar Manitol

S coagulase negativo

BHI positivo

Fungos

Caldo BHI negativo

+ 24 h em estufa

Caldo BHI positivo

Caldo BHI positivo

Repique

Repique

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36

3.5 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS

Os dados das variáveis do estudo foram inseridos no programa

Microsoft Excel®, Office 2010 e estão apresentados em frequências (absolutas

e relativas) sob forma de Tabelas.

O teste de qui-quadrado foi utilizado para comparar a incidências de

contaminação microbiana entre os brinquedos de plástico e os de pano. Em

todas as análises foi considerado o nível de significância estatística de 5%

(p ≤ 0,05).

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Resultados e discussão

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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foram investigados 90 brinquedos sendo 63 de plástico rígido e 27

bonecos de pano.

Tabela 1 - Distribuição das amostras segundo o crescimento de microrganismos nas

culturas BHI em 24 h. São Paulo, 2014.

AMOSTRAS

BRINQUEDOS

Plástico n (%)

Pano n (%)

Plástico n (%)

Pano n (%)

Caixa A, Sessão 1, *Cald24h

Culturas + e - Presença de Fungos

Positivo 2 (28,57) 3 (100) - 1 (33,33)

Negativo 5 (71,43) - 7 (100) 2 ( 66,67

Caixa A, Sessão 2, *Cald24h

Positivo 1 (14,29) 2 (66,67) 2 (28,57) 1 (33,33)

Negativo 6 (85,71) 1 (33,33) 5 (71,43) 2 (66,67)

Caixa A, Sessão 3, *Cald24h

Positivo 2 (28,57) - 2 (28,57) -

Negativo 5 (71,43) 3 (100) 5 (71,43) 3 (100)

Caixa B, Sessão 1, *Cald24h

Positivo 4 (57,14) 3 (100) 2 (28,57) 2 (66,67)

Negativo 3 (42,86) - 5 (71,43) 1 (66,67)

Caixa B, sessão 2, *Cald24h

Positivo 6 (85,71) 3 (100) - -

Negativo 1 (14,29) - 7 (100) 3 (100)

Caixa B, Sessão 3, *Cald24h

Positivo 5 (71,43) 1 (33,33) 2 (28,57) -

Negativo 2 (28,57) 2 (66,67) 5 (71,43) 3 (100)

Caixa C, Sessão 1, *Cald24h

Positivo 5 (71,43) 3 (100) - -

Negativo 2 (28,57) - 7 (100) 3 (100)

Caixa C, Sessão 2, *Cald24h

Positivo 5 (71,43) 1 (33,33) 1 (14,29) 1 (33,33)

Negativo 2 (28,57) 2 (66,67) 6 (85,71) 2 (66,67)

Caixa C, Sessão 3, *Cald24h

Positivo 4 (57,14) 1 (33,33) - -

Negativo 3 (42,86) 2 (66,67) 7 (100) 3 (100)

* Caldo Brain Heart Infusion

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Observa-se na Tabela 1 a separação dos brinquedos por tipo de

material, plástico (sete) e pano (três), Ressalta-se que esta diferença na

quantidade advém do maior número de brinquedos de plástico disponíveis

(panelinhas, pratinhos, copos, talheres, fogão, seringa, estetoscópio,

termômetro, imitação de alimentos, revolver e telefone,) e menor número de

brinquedos de pano (bonecos representantes de familiares e profissionais de

saúde), limitado pela própria representatividade (pai, mãe, vô, vó, três crianças,

duas Enfermeiras e um médico).

Estudo que avaliou a presença de bactérias em brinquedos da

brinquedoteca, de uma unidade pediátrica hospitalar, mostrou que da totalidade

dos brinquedos presentes na brinquedoteca 83% eram de plástico e 7% de

pano30.

Os dados da Tabela 1 mostram que os brinquedos de plástico, contidos

nas Caixas A, B e C apresentaram culturas positivas, no caldo BHI, em todas

as sessões de BT num percentual mínimo de 14,29% e máximo de 85,71%. Já

os de pano apresentaram 100% de culturas positivas nas três sessões do BT

das Caixas A, B e C e na sessão 2 da caixa B.

Observa-se também na Tabela 1, que os brinquedos de plástico

apresentaram maior percentuais de contaminação. Corrobora esses resultados

estudos que também verificaram maior contaminação bacteriana em

brinquedos de plástico (75% a 92%). Para esse autor o tipo de material pode

influenciar na contaminação. 19,30

Os fungos presentes na contaminação dos brinquedos apareceram em

menor percentual em relação às outras bactérias, tanto nos brinquedos de

plástico quanto nos bonecos de pano (de 14,29% a 28,57%),(Tabela 1).

Comparando os resultados entre as Caixas A, B e C verifica-se, na

Tabela 1, que:

- os brinquedos da Caixa A, utilizados na sessão de BT 1, 2 e 3, cinco

(05) de plástico e oito (08) bonecos de pano tiveram as culturas positivas.

Destaca-se que essa contaminação aconteceu durante a brincadeira uma vez

que todos os brinquedos foram esterilizados antes do uso;

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- nos brinquedos da Caixa B, observa-se, que as amostras de 15

brinquedos de plástico e sete (07) bonecos de pano apresentaram-se positivas

para o crescimento de microrganismos;

- nos brinquedos da Caixa C, das 10 amostras coletadas em cada uma

das três sessões de BT constatou-se que 14 brinquedos de plásticos e cinco

(05) de pano tiveram suas culturas positivas.

Dentre os brinquedos analisados, os de plástico (63) foram os mais

contaminados.

No presente estudo as amostras positivas discutidas na Tabela 1 foram

semeadas nos meios Ágar Manitol, Ágar MacConkey e Ágar Cetrimida. Destes

apenas no Ágar Manitol foram isoladas colônias de Staphylococcus aureus e

Staphylococcus coagulase negative conforme apresentado na Tabela 2.

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Tabela 2 - Distribuição das amostras segundo as colônias isoladas no meio Ágar

Manitol. São Paulo, 2014.

AMOSTRAS

BRINQUEDOS

Plástico

n (%)

Pano

n (%)

Plástico

n (%)

Pano

n (%)

Caixa A, Sessão 1, *Agman24h

Staphylococcus aureus Staphylococcus coagulase

negative

Positivo 4 (57,14) 3 (100) - -

Negativo 3 (42,86) - 7 (100) 3 (100)

Caixa A, Sessão 2, *Agman24h

Positivo 4 (57,14) 2 (66,67) 1 (14,29) 1 (33,33)

Negativo 3 (42,86) 1 (33,33) 6 (85,71) 2 (66,67)

Caixa A, Sessão 3, *Agman24h

Positivo 4 (57,14) 1 (33,33) 1 (14,29) -

Negativo 3 (42,86) 2 (66,67) 6 (85,71) 3 (100)

Caixa B, Sessão 1, *Agman24h

Positivo 4 (57,14) 1 (33,33) - -

Negativo 3 (42,86) 2 (66,67) 7 (100) 3 (100)

Caixa B, Sessão 2, *Agman24h

Positivo 5 (71,43) 1 (33,33) 1 (14,29) 2 (66,67)

Negativo 2 (28,57) 2 (66,67) 6 (85,71) 1 (33,33)

Caixa B, Sessão 3, *Agman24h

Positivo 4 (57,14) 3 (100) - 1(33,33)

Negativo 3 (42,86) - 7 (100) 2 (66,67)

Caixa C, Sessão 1, *Agman24h

Positivo 5 (71,43) 1 (33,33) - -

Negativo 2 (28,57) 2 (66,67) 7 (100) 3 (100)

Caixa C, Sessão 2, *Agman24h

Positivo 6 (85,71) 1 (33,33) 2 (28,57) -

Negativo 1 (14,29) 2 (66,67) 5 (71,43) 3 (100)

Caixa C, Sessão 3, *Agman24h

Positivo 5 (71,43) 2 (66,67) 2 (28,57) -

Negativo 2 (28,57) 1 (33,33) 5 (71,43) 3 (100)

* Ágar Manitol

A Tabela 2 mostra que a maioria dos brinquedos de plástico das caixas

A, B e C foi contaminada com Staphylococcus aureus nas três sessões do BT.

Já nos brinquedos de pano a maioria foi contaminada pela mesma bactéria na

primeira e segunda sessão do BT da caixa A e terceira sessão da caixa C,

apesar de todas as amostras estarem contaminadas, a semelhança dos

brinquedos de plástico.

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A contaminação dos brinquedos de plástico pela bactéria

Staphylococcus coagulase negative foi menos frequente com 14,29% e 28,57%

na segunda e terceira sessões, respectivamente, das caixas B e C e os de

pano com 33,33% na segunda sessão da caixa A e segunda (66,66%) e

terceira (33,33%) da caixa B.

Resultado oposto foi encontrado em estudo que apesar de evidenciar

alta porcentagem de contaminação microbiana por bactérias do gênero

Staphylococcus nos brinquedos analisados houve prevalência de espécies

coagulase negative (71,2%) 30.

Outro estudo que teve como objetivo descrever as condições

bacteriológicas do brinquedo de plástico, utilizados na unidade de internação

pediátrica, destacou o isolamento de: Staphylococcus coagulase negativa,

Staphylococcus aureus nos mesmos12.

Os estudos apresentados na revisão da literatura sobre a contaminação

de brinquedos no ambiente hospitalar apresentados no Quadro 1, também

identificaram o Staphylococcus coagulase negativa e Staphylococcus aureus

na maioria de suas culturas(16,17,19-20).

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Tabela 3 - Distribuição da amostra segundo o resultado obtidos nos diferentes

meios de cultura. São Paulo, 2014.

Brinquedos

p-valor

Plástico Pano

Amostras n (%) n (%)

*Cald24h Positivo 34 (53,97) 17 (62,96)

Negativo 29 (46,03) 10 (37,04 0,43

**Agman-Staphylococcus aureus Positivo 43 (68,25) 16 (59,26)

Negativo 20 (46,03) 11 (40,47) 0,34

***Agmc24h

Positivo ─ ─ Negativo 63 (100) 27 (100) ─

****Agctm24h

Positivo ─ ─

Negativo 63 (100) 27 (100) ─

Fungos Positivo 9 (14,29) 5 (18,52)

Negativo 54 (85,71) 22 (81,48) 0,84

Staphylococcus coagulase negative Positivo 13 (20,63) 7 (25,93)

Negativo 50 (79,37) 20(74,07) 0,78

* Caldo Brain Heart Infusion; ** Ágar Manitol; *** Ágar MacConkey; ****Ágar Cetrimida

Verifica-se na Tabela 3 que 68,25% dos brinquedos de plástico e

59,26% de pano foram contaminados com o Staphylococcus aureus e que o

Staphylococcus coagulase negative contaminou 20,63% dos brinquedos de

plástico contra 25,93% dos de pano. Chama a atenção a pequena participação

dos fungos na contaminação dos brinquedos 14,29% e 18,52%,

respectivamente, plástico e pano. O p-valor não mostrou significância

estatística nesses resultados.

A literatura mostra que o Staphylococcus aureus e o Staphylococcus

coagulase negative estão sempre presentes em estudos que objetivam

conhecer os microrganismos presentes em objetos e materiais hospitalares31,

32.

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5. CONCLUSÃO

Com base nos resultados deste estudo que teve como objetivo identificar

os microrganismos presentes nos brinquedos utilizados no ensino do brinquedo

terapêutico no hospital pode-se concluir que os brinquedos foram contaminados

por bactérias e fungos sendo:

- Staphylococcus aureus, presente em 68,25% nos brinquedos de plástico

e 59,26% nos de pano);

- Staphylococcus coagulase negative presente em 20,63% nos brinquedos

de plástico e 25,93% no de pano;

- fungos não especificados em 14,29% dos brinquedos de plástico e

18,52% nos de pano.

A pesquisadora reconhece a necessidade de outros estudos para

aprofundar e ampliar o conhecimento sobre a contaminação dos brinquedos

utilizados no Brinquedo terapêutico muito importante para o cuidado de

enfermagem à criança hospitalizada e de medidas eficazes para sua

descontaminação.

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APÊNDICE A

Instrumento de coleta de dados

Cx BT ___

Sessão___

LOTE DE AMOSTRAS

Caldo BHI

(24h)

Caldo BHI

(48h)

Agár Manitol (24h)

Agár Manitol (48h)

Ágar MacConkey

(24h)

Ágar MacConkey

(48h)

Ágar Cetrimide

(24h)

Ágar Cetrimide

(48h)

Plástico 1 Plástico 2 Plástico 3 Plástico 4 Plástico 5 Plástico 6 Plástico 7

Pano 1 Pano 2 Pano 3

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ANEXO A

Autorização do laboratório