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CENTRO UNIVERSITÁRIO IBMR – LAUREATE
INTERNATIONAL UNIVERSITIES
CURSO DE NUTRIÇÃO
EFEITOS DA CAFEÍNA NA ATIVIDADE FÍSICA
IGOR LAMIM SODRÉ DE MELLO RAMOS
RIO DE JANEIRO
2016
CENTRO UNIVERSITÁRIO IBMR – LAUREATE
INTERNATIONAL UNIVERSITIES
CURSO DE NUTRIÇÃO
EFEITOS DA CAFEÍNA NA ATIVIDADE FÍSICA
IGOR LAMIM SODRÉ DE MELLO RAMOS
Orientador: Prof. Nicolas Machado Tebaldi
RIO DE JANEIRO
2016
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado ao Curso de Nutrição do
Centro Universitário IBMR/Laureate
International Universities, como parte
dos requisitos para obtenção do Título
de Bacharel em Nutrição
IGOR LAMIM SODRÉ DE MELLO RAMOS
EFEITOS DA CAFEÍNA NA ATIVIDADE FÍSICA
Banca examinadora composta para defesa de Trabalho de
Conclusão de Curso para obtenção do grau de Bacharel em
Nutrição
Aprovado em: ______ de __________________________ de ________
Presidente e Orientador: _____________________________________________
Membro Avaliador: __________________________________________________
RIO DE JANEIRO
2016
AGRADECIMENTOS
Agradeço aos amigos acadêmicos e não acadêmicos, Andressa Silva, Patrícia
Cabral, Jéssica Santos, Márcia Egypto, Renan Aragão, Luan Ribeiro, Lucas Padilha,
João Carvalho e Yuri Cardoso, pelo apoio e por não me deixar desistir.
À minha família e aos orientadores Nicolas Tebaldi e Teresa Miglioli, por todo
incentivo e paciência.
Todos sendo responsáveis por conseguir finalizar este Trabalho de Conclusão
de Curso.
“O período de maior ganho em conhecimento e experiência
é o período mais difícil da vida de alguém”.
Tenzin Gyatso
RESUMO
A cafeína faz parte do grupo de compostos lipossolúveis denominados metilxantinas e sua composição química é 1,3,7-trimetilxantina. Seu uso provoca uma série de efeitos no corpo humano, como a estimulação do sistema nervoso central, a interferência no sistema músculo esquelético e cardíaco e também a liberação e atuação de diferentes hormônios. Devido a seus efeitos na atividade física, a cafeína vem sendo usada com frequência como substância ergogênica previamente à pratica de exercícios físicos com a intenção de melhorar a performance. Objetivando analisar os principais efeitos da cafeína na atividade física, foi realizada uma revisão bibliográfica através da busca de dados e informações em artigos científicos de revistas e jornais, e conteúdos informativos e legislativos de órgão internacional. O principal efeito da cafeína é a ação estimulante do sistema nervoso central, ela atua bloqueando os efeitos da adenosina no cérebro, potencializando a força contrátil no músculo esquelético, aumentando o estado de alerta e reduzindo a sensação de fadiga, possibilitando uma melhor performance em diversas atividades físicas. A sensibilidade à cafeína muda de uma pessoa para outra, porém, em diversos estudos a dosagem de 3 a 6 mg/kg de peso corporal obteve resultados satisfatórios. Pessoas com maior sensibilidade a cafeína e consumidores que usam a substância em excesso, estão vulneráveis aos seus efeitos colaterais. Dentre estes, pode-se citar: insônia, nervosismo, irritabilidade, dependência, ansiedade, aumento da temperatura corporal, taquicardia, dores de cabeça, tensão muscular crônica, náuseas e desconforto gastrintestinal. É possível afirmar que a cafeína é um eficiente recurso ergogênico, entretanto, mais estudos são necessários para que se possa definir os exatos efeitos que essa substância exerce sobre a performance durante os exercícios físicos.
Palavras-chave: cafeína, atividade física, exercício físico e recurso ergogênico.
RAMOS, Igor Lamim Sodré de Mello. Efeitos da cafeína na atividade física. Rio de Janeiro, 2016, 36 p. Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação em Nutrição, Centro Universitário IBMR/Laureate International Universities.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Fórmulas estruturais da xantina e de seus três derivados naturais............18
Figura 2. Metabolização da cafeína...........................................................................20
Figura 3. Mecanismo pelos quais a cafeína pode aumentar a mobilização de ácidos
graxos livres...............................................................................................................25
LISTA DE QUADROS
Quadro 1. Estudos sobre os efeitos ergogênicos da cafeína em exercícios físicos..27
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Concentração de cafeína em alimentos e outras substâncias...................17
Tabela 2. Classificação do usuário em relação a ingestão diária de cafeína............30
LISTA DE SIGLAS
AMPc - Monofosfato cíclico de adenosina
Ca+ - Cálcio
CHO - Carboidrato
COI - Comitê Olímpico Internacional
EUA - Estados Unidos da América
g - Grama
GABA - Ácido gama-aminobutírico
K+ - Potássio
Kg - Quilograma
L - Litro
mg - Miligrama
Na+ - Sódio
SNC - Sistema nervoso central
WADA - Agência Mundial Antidoping (World Anti-Doping Agency)
SUMÁRIO
1. Introdução...............................................................................................................12
2. Objetivos.................................................................................................................14
2.1. Objetivo geral..................................................................................................14
2.2. Objetivos específicos......................................................................................14
3. Material e Métodos..................................................................................................15
4. Revisão de literatura...............................................................................................16
4.1. Descoberta e início da utilização da cafeína....................................................16
4.2. Descrição........................................................................................................17
4.3. Administração e absorção...............................................................................18
4.4. Metabolização e excreção..............................................................................19
4.5. Mecanismos de ação da cafeína a nível celular...............................................21
4.5.1. Mobilização intracelular de cálcio do retículo sarcoplasmático.............21
4.5.2. Inibição da enzima fosfodiesterase......................................................22
4.5.3. Antagonismo dos receptores de adenosina.........................................22
4.5.4. Ação na bomba de sódio e potássio.....................................................23
4.6. Atuação...........................................................................................................23
4.6.1. Sistema nervoso central.......................................................................23
4.6.2. Sistema respiratório, sistema circulatório e músculo cardíaco.............24
4.6.3. Ação lipolítica.......................................................................................24
4.6.4. Outras ações........................................................................................25
4.7. Efeitos sobre o desempenho...........................................................................26
4.8. Dosagem........................................................................................................29
4.9. Habituação ao uso e tolerância.......................................................................29
4.10. Efeitos colaterais...........................................................................................30
4.11. Doping e liberação em esportes profissionais...............................................31
5. Considerações Finais.............................................................................................32
6. Referências Bibliográficas......................................................................................33
12
1. INTRODUÇÃO
Buscando a melhora nos resultados dos esportes profissionais e amadores, os
praticantes e suas equipes de treinamento vem buscando recursos ergogênicos no
intuito de potencializar a performance ou atenuar os mecanismos geradores de fadiga
no atleta (ALTIMARI et al., 2005).
Recursos ergogênicos são todos mecanismos que atuam na melhora do
desempenho no exercício físico, a palavra ergogênico vem do grego, onde ergo é
trabalho e gen significa produção de, sendo definida como melhora do potencial de
trabalho (ALTERMANN et al., 2008; SILVA; GUIMARÃES, 2013). Esses recursos
podem ser biomecânicos, psicológicos ou nutricionais. Nos recursos ergogênicos
nutricionais estão os macronutrientes (carboidratos, proteínas e lipídios), os
micronutrientes (vitaminas e minerais) e os não nutrientes. (AZEVEDO et al., 2004;
ALTERMANN et al., 2008).
Dentre esses recursos nutricionais está a cafeína, não nutriente presente em
bebidas e alimentos com consumo significativo da população por ter uma boa relação
quanto à sua oferta e seu preço. Pode-se dizer que 80% da população mundial utiliza
essa substância diariamente, embora seja difícil quantificar seu consumo (AZEVEDO
et al., 2004; ALTERMANN et al., 2008).
A cafeína, pertencente ao grupo de bases da purina, faz parte do grupo de
compostos lipossolúveis denominados metilxantinas e sua composição química é
1,3,7-trimetilxantina. Seu uso provoca uma série de efeitos no corpo humano, como a
estimulação do sistema nervoso central (SNC), a interferência no sistema músculo
esquelético e cardíaco e também a liberação e atuação de diferentes hormônios.
Fatores como dieta, sexo, peso corporal, genética, estado de hidratação e frequência
de utilização podem alterar sua atuação e afetar o metabolismo da substância
(AZEVEDO et al., 2004; ALTERMANN et al., 2008; LEITÃO et al., 2010; SILVA;
GUIMARÃES, 2013).
13
Sendo considerada uma droga estimulante, a cafeína, quando ingerida em altas
dosagens ou por indivíduos sensíveis a substância, pode ocorrer efeitos colaterais
como nervosismo, insônia, ansiedade, irritabilidade, tremores, desidratação, náuseas
e até desconfortos gastrintestinais (AZEVEDO et al., 2004; ALTERMANN et al., 2008;
LEITÃO et al., 2010; SILVA; GUIMARÃES, 2013).
Devido a seus efeitos na atividade física, a cafeína vem sendo usada com
frequência como substância ergogênica previamente à pratica de exercícios físicos,
com a intenção de retardar a fadiga e, consequentemente, melhorar a performance.
Seu uso se tornou tão abusivo por atletas profissionais que chegou a ser proibida sua
utilização pelo Comitê Olímpico Internacional (COI). No ano de 2004 a cafeína foi
retirada da lista de substâncias proibidas e incluída numa lista de substâncias que
serão monitoradas (ALTIMARI et al., 2005; SILVA; GUIMARÃES, 2013).
Os mecanismos de ação e o efeito ergogênico da cafeína ainda causam
controvérsias, embora se tenha bons resultados com o uso da substância nos
esportes, abrindo uma necessidade de maiores analises em sua atuação no
organismo humano e seus efeitos na atividade física.
14
2. OBJETIVOS
2.1. Objetivo geral
Analisar os principais efeitos da cafeína no exercício físico.
2.2. Objetivos específicos
Descrever a substância;
Definir os mecanismos de ação da cafeína a nível celular;
Apresentar os efeitos da cafeína no corpo humano;
Analisar seu efeito ergogênico na atividade física.
15
3. MATERIAL E MÉTODOS
Este trabalho configura uma revisão de literatura, através da busca de dados e
informações em artigos científicos de revistas e jornais, e conteúdos informativos e
legislativos de órgão internacional, referentes a cafeína e esporte, nos idiomas
português, espanhol e inglês, publicados entre os anos de 2000 e 2016.
A coleta de dados foi realizada através de busca eletrônica de estudos, por
meio do uso da base de dados do SciELO - Scientific Electronic Library Online,
ResearchGate, Capes, Dialnet, Latindex e IBICT - Instituto Brasileiro de Informação
em Ciência e Tecnologia, além de dados da World Anti-Doping Agency (WADA).
As palavras-chave utilizadas foram: cafeína, recurso ergogênico, atividade
física, exercício físico e doping. Os filtros instituídos para seleção das publicações
foram o título do artigo e o conteúdo do resumo. Após o levantamento bibliográfico,
realizou-se um estudo exploratório do material encontrado e, em seguida, efetuou-se
uma leitura seletiva sobre o tema abordado.
16
4. REVISÃO DE LITERATURA
4.1. Descoberta e início da utilização da cafeína
A descoberta da cafeína é contada em duas versões, na primeira, teria sido
descoberta pelo homem paleolítico por utilização das plantas e, posteriormente,
passou a ingeri-la através de bebidas. Na segunda versão, no ano 800 depois de
Cristo, um monge da Etiópia ao cuidar do seu rebanho de cabras observou que
quando seus animais comiam grãos de café, estes permaneciam em um estado de
alerta e inquietação. Após essa observação, mandou preparar uma bebida feita a
partir da infusão dos grãos de café para todos os monges da abadia onde morava,
para que pudessem permanecer acordados em suas orações (ALMEIDA et al., 2009;
SILVA; GUIMARÃES, 2013).
Na parte esportiva, o uso da cafeína foi notado em 1879, quando participantes
da “corrida de seis dias” utilizaram produtos estimulantes para suportar o esforço da
prova, dentre estes produtos estava a cafeína (ALTIMARI et al., 2001; SILVA;
GUIMARÃES, 2013).
A cafeína pode ser encontrada em alimentos e bebidas que consumimos
diariamente, como café, chá, refrigerantes, chocolate, semente de cacau, pó de
guaraná e bebidas energéticas. Sendo classificada como uma droga por causa de
seus efeitos farmacológicos de ação estimulante, também pode ser encontrada em
medicamentos como agente antagonizador do efeito calmante de certos fármacos.
Apesar de poder ser produzida sinteticamente, geralmente seu preparo é feito a partir
do chá, do pó das folhas do chá ou de seus restolhos; também pode ser retirada
através de máquinas de torrefação de café (ALTIMARI et al., 2005; MELLO et al.,
2007; ANNUNCIATO et al., 2009; SILVA; GUIMARÃES, 2013).
Devido a quantidade de produtos que contém cafeína, presente em mais de 60
espécies de plantas, essa substância é a droga psicoativa mais popular no mundo
(MELLO et al., 2007; ALMEIDA et al., 2009).
17
A tabela 1 apresenta a concentração de cafeína em alguns alimentos e
substâncias:
Tabela 1. Concentração de cafeína em alimentos e outras substâncias
Fonte: SILVA; GUIMARÃES, 2013
4.2. Descrição
A cafeína é um composto químico lipossolúvel de fórmula C8H10N4O2, ela
pertence ao grupo das trimetilxantinas, as quais costumam ser designadas derivados
da xantina. Desse grupo também fazem parte a teofilina, a teína, o guaraná e a
teobromina (figura 1). As metilxantinas são alcalóides relacionados por sua
constituição química, que se diferenciam pela potência na ação estimulante sobre o
SNC (ALTIMARI et al., 2001; ALTIMARI et al., 2005; AYRES; ARRUDA, 2010; SILVA;
GUIMARÃES, 2013).
18
Figura 1. Fórmulas estruturais da xantina e de seus três derivados naturais
Fonte: ALTIMARI et al., 2001
A cafeína (1,3,7 trimetilxantina) é uma substância capaz de excitar ou restaurar
as funções cerebrais e bulbares, sem ser considerada uma droga terapêutica.
Podendo ser livremente comercializada por apresentar uma pequena capacidade de
indução à dependência (ALTIMARI et al., 2001; ALTIMARI et al., 2005; AYRES;
ARRUDA, 2010).
4.3. Administração e absorção
A administração da cafeína pode ser feita de diversos modos, dentre as quais
destacam-se as vias intraperitoneal, subcutânea ou intramuscular. Administra-se
também mediante supositórios e via oral, sendo esta última a mais utilizada e aceita
pela sua fácil aplicabilidade. Por ser uma substância lipossolúvel, aproximadamente
100% de sua ingestão oral é rapidamente absorvida pelo trato gastrointestinal. Sua
atuação em nível fisiológico é atingida entre 15 e 45 minutos após sua ingestão, com
19
efeito máximo entre 30 e 60 minutos no SNC, seu pico plasmático máximo é alcançado
entre 30 e 120 minutos e sua meia-vida plasmática é de 3 a 7 horas (BRAGA; ALVES,
2000; ALTIMARI et al., 2001; RIBAS, 2010; SILVA; GUIMARÃES, 2013).
Os níveis de absorção da cafeína são similares quando a ingestão oral é de
bebidas, cápsulas ou barras de chocolate. Entretanto pode ocorrer uma variação na
velocidade de absorção, por causa do tempo requerido para o esvaziamento gástrico
(MELLO et al., 2007).
4.4. Metabolização e excreção
A metabolização da cafeína ocorre em maior parte no fígado, local onde há
maior produção de citocromo P450 1A2, enzima responsável pelo metabolismo desta
substância. Sua degradação começa pela remoção dos grupos metila 1 e 7, o que
permite a formação de três grupos metilxantina (figura 2), que fica dividida em 84% de
paraxantina (1,7-dimetilxantina), 12% em teobromina (3,7-dimetilxantina) e 4% em
teofilina (1,3-dimetilxantina). Os três metabólitos são considerados ativos
biologicamente (ALTIMARI et al., 2006; SILVA; GUIMARÃES, 2013).
Embora o fígado seja o maior responsável pela metabolização da cafeína,
outros tecidos, como o cérebro e os rins, também produzem o citocromo P450 1A2,
consequentemente, contribuindo para o metabolismo da mesma (MELLO et al., 2007).
20
Figura 2. Metabolização da cafeína. Valores expressos em termos percentuais. Os
valores entre parênteses representam as quantidades metabolizadas de cada
composto (CYP 1A2 – citocromo P450; NAT2 – N-acetiltransferase; XO – xantina
oxidase; AFMU – 5-acetillamina-6-formilamina-3-metiluracil)
Fonte: ALTIMARI et al., 2001
Apenas uma pequena quantidade da cafeína consumida é excretada sem
alteração na sua constituição química (0,5 a 3%), entretanto sua detecção na urina é
relativamente fácil. Além de estarem presentes na urina, seus metabólitos também
são encontrados na saliva, no esperma e no leite materno (ALTIMARI et al., 2006;
MELLO et al., 2007; ALTERMANN et al., 2008; SILVA; GUIMARÃES, 2013).
As mulheres, quando comparada com os homens, apresentam uma maior
eliminação de cafeína durante a execução de exercícios físicos intensos, seja através
da transpiração ou da diurese. Outros fatores como genética, dieta, o uso de alguma
21
droga, peso corporal, estado de hidratação, o tipo de exercício físico praticado e o
consumo habitual de cafeína, podem afetar seu metabolismo, influenciando a
quantidade total excretada na urina (ALTIMARI et al., 2006; MELLO et al., 2007;
SILVA; GUIMARÃES, 2013).
4.5. Mecanismos de ação da cafeína a nível celular
São encontrados na literatura científica, diversos mecanismos que procuram
explicar os efeitos ergogênicos da cafeína. Acredita-se que essa substância tenha
mecanismos de ação central e periférica, podendo desencadear alterações
metabólicas e fisiológicas, possibilitando uma melhor performance atlética. Seus
efeitos ergogênicos ainda são controversos, visto que outros mecanismos podem
estar associados à sua atuação durante diferentes tipos de exercício físico (ALTIMARI
et al., 2001; MENDES; BRITO, 2007).
4.5.1. Mobilização intracelular de cálcio do retículo sarcoplasmático
In vitro, a cafeína diminui o limiar de excitabilidade e prolonga a duração do
período ativo da contração muscular, por ter a capacidade de aumentar a liberação
de íons de cálcio (Ca2+) do retículo sarcoplasmático para o sarcoplasma e por inibir o
mecanismo de recaptação de Ca2+ pelo próprio retículo, tornando o íon mais
disponível para a contração muscular (AZEVEDO et al., 2004).
O aumento da força da contração muscular, induzido pela cafeína, está
associado com o aumento na concentração intracelular de Ca2+ e com uma maior
sensibilidade das miofibrilas (actina e miosina) ao Ca2+. As fibras de contração lenta
(tipo I) são mais sensíveis à ação da cafeína do que as fibras musculares de contração
rápida (tipo II) (AZEVEDO et al., 2004; ANNUNCIATO et al., 2009).
Esse mecanismo de ação só foi detectado em experimentos in vitro, usando
altas dosagens de cafeína, cujas concentrações sanguíneas causariam efeitos tóxicos
para o organismo (AZEVEDO et al., 2004).
22
4.5.2. Inibição da enzima fosfodiesterase
Elevadas doses de cafeína inibem a ação da enzima fosfodiesterase, enzima
responsável pela degradação do mediador químico intracelular, denominado
adenosina monofosfato-cíclico (AMPc). Sem a degradação, o tempo de meia-vida da
AMPc é aumentado e, consequentemente, seus níveis também. O aumento na
concentração da AMPc no meio intracelular estimula a lipólise e, provavelmente, a
capacidade de desempenho em provas de longa duração. Essa ação foi observada
em experimentos in vitro, administrando doses consideradas suprafisiológicas
(BRAGA; ALVES, 2000; MENDES; BRITO, 2007).
4.5.3. Antagonismo dos receptores de adenosina
Esse mecanismo é considerado a melhor explicação para os efeitos
ergogênicos da cafeína. A cafeína tem uma ação inibitória sobre os receptores da
adenosina, neurotransmissor que produz sedação por inibir a liberação de outros
neurotransmissores, como noradrenalina, dopamina, acetilcolina, glutamato e ácido
gama-aminobutírico (GABA). A adenosina possui dois tipos de receptores (A1 e A2), a
cafeína ao interagir com os receptores A1 inibe a enzima adenilciclase. Esta inibição
causa uma redução do monofosfato cíclico de adenosina (AMPc), um segundo
mensageiro intracelular, resultando numa série de respostas orgânicas como: maior
liberação de catecolaminas (adrenalina e dopamina), aumento da pressão arterial
sistêmica, aumento da lipólise, aumento das secreções gástricas, aumento da diurese
e ativação do SNC (BRAGA; ALVES, 2000; ANNUNCIATO et al., 2009; MATTOS et
al., 2014).
23
4.5.4. Ação na bomba de sódio e potássio
A cafeína exerce um efeito sobre a atividade da bomba de sódio (Na+) e
potássio (K+), influenciando na regulação das concentrações de K+ no meio
extracelular e intracelular, deixando as concentrações altas no meio intracelular e
baixas no meio extracelular, contribuindo para o retardamento da fadiga. Sabendo que
baixas concentrações de K+ no plasma ajudam a manter a excitabilidade das
membranas celulares nos músculos contráteis, possibilita que esta possa ser mais um
mecanismo de ação a nível celular, capaz de explicar os efeitos ergogênicos da
cafeína nos exercícios físicos (ANNUNCIATO et al., 2009; CARDOSO et al., 2013;
SILVA et al., 2014).
4.6. Atuação
4.6.1. Sistema nervoso central
O principal efeito da cafeína é a ação estimulante do SNC, ela atua bloqueando
os efeitos da adenosina no cérebro, potencializando a força contrátil no músculo
esquelético, aumentando o estado de alerta e reduzindo a sensação de fadiga,
possibilitando uma melhor performance em diversas atividades físicas (ANNUNCIATO
et al., 2009; RIBAS, 2010).
Ocorre um aumento, próximo de 93%, da excitabilidade cortical com o uso da
cafeína. Porém, o aumento constante da atividade neuronal não pode ser considerado
como algo ideal, pois os neurônios precisam descansar para trabalhar efetivamente
(SILVA; GUIMARÃES, 2013).
24
4.6.2. Sistema respiratório, sistema circulatório e músculo cardíaco
No sistema respiratório e circulatório, a cafeína atua como um vasodilatador
estimulando a broncodilatação dos alvéolos, causando o aumento da frequência e da
intensidade da respiração (ANNUNCIATO et al., 2009; SILVA; GUIMARÃES, 2013).
No músculo cardíaco, a cafeína exerce uma estimulação direta sobre o
miocárdio, provocando uma melhora no rendimento ao aumentar a força de contração
e a frequência cardíaca (SILVA; GUIMARÃES, 2013).
4.6.3. Ação lipolítica
A cafeína aumenta a liberação de epinefrina (adrenalina) da medula adrenal,
uma catecolamina que age como antagonista dos receptores de adenosina existentes
nos adipócitos, responsáveis pela inibição da lipólise. Esse antagonismo resulta em
um aumento dos níveis celulares de AMPc, ativando as lipases hormônio sensíveis
que promovem a lipólise, acelerando a liberação e penetração de ácidos graxos livres
no plasma sanguíneo (figura 3) (MELLO et al., 2007; ALTERMANN et al., 2008;
HELOU et al., 2013).
Com o aumento da disponibilização de ácidos graxos livres, acredita-se que o
corpo seja capaz de oxidar uma maior quantidade de gordura, poupando glicogênio
hepático e muscular e carboidrato (CHO). Essa ação possibilitaria um melhor
desempenho em exercícios prolongados de alta intensidade, postergando o
aparecimento da fadiga muscular (SILVEIRA et al., 2004; MELLO et al., 2007;
ALTERMANN et al., 2008).
25
Figura 3. Mecanismo pelos quais a cafeína pode aumentar a mobilização de ácidos
graxos livres
Fonte: ALTERMANN et al., 2008
4.6.4. Outras ações
Nos outros sistemas corpóreos a cafeína exerce os seguintes efeitos:
Músculo esquelético - Redução do limiar de excitabilidade e maior duração do
período ativo da contração muscular;
Sistema digestivo - Aumento da secreção gástrica do ácido clorídrico;
Sistema urinário - Aumento da diurese.
(AZEVEDO et al., 2004; ANNUNCIATO et al., 2009).
26
A cafeína também é capaz de modificar a percepção da dor em exercícios
físicos, por elevar a concentração plasmática de ß - endorfinas, cujas propriedades
analgésicas ajudam a diminuir essa sensação, permitindo prolongar a atividade
(RIBAS, 2010; RODRIGUES, 2014).
4.7. Efeitos sobre o desempenho
Ayres e Arruda (2010) notaram um aumento significativo da força muscular
dinâmica durante o exercício de supino reto, fazendo um teste de 10 repetições
múltiplas. Eles utilizaram uma simples dose de 225 miligramas (mg) de cafeína, sendo
ingerida uma hora antes do exercício. Materko e Santos (2011) fizeram um teste
parecido, dando uma cápsula de 250 mg de cafeína uma hora antes do treino de força.
O resultado foi o aumento médio de 10,3% da carga absoluta. Foi utilizado o teste de
10 repetições máximas nos seguintes exercícios: supino sentado - pegada aberta;
puxada pela frente no pulley - pegada aberta; cadeira extensora; mesa flexora. Já para
Annunciato et al. (2009) a suplementação de cafeína não causou uma diferença
significante nos exercícios de força.
Em um estudo sobre a influência da cafeína em corridas de 200 metros rasos,
Cardoso et al. (2013) concluiu que a ingestão de 6 mg por quilograma (kg) de peso
corporal melhorou consideravelmente o desempenho na prova. Foram avaliados
sujeitos fisicamente ativos, porém não especificamente treinados. Leitão et al. (2010)
avaliou o efeito ergogênico da cafeína sobre o desempenho físico em exercício
progressivo máximo em ciclistas. Os indivíduos receberam doses de cafeína ou
placebo (amido) de 5 mg/kg de peso corporal 60 minutos antes do teste. O grupo que
recebeu cafeína melhorou 131% em relação aos próprios tempos, e quando
comparados com o grupo placebo, houve uma melhoria de 157% no desempenho
físico.
Azevedo et al. (2004) analisou os efeitos da cafeína em corridas de 3.200
metros, dividindo o teste em dois dias com intervalo de uma semana entre eles para
os atletas fazerem um período de abstinência total da substância. No primeiro teste
não houve suplementação e todos foram orientados e monitorados para haver a
27
abstinência. No segundo teste foi administrado 5 mg/kg de peso corporal, sob a forma
de cápsulas, dando uma média de 344,8 mg de cafeína por atleta. Após os testes,
observou-se que 11 dos 12 atletas avaliados melhoraram seus tempos com a
suplementação, chegando a reduzir 8 segundos do tempo total de prova.
No quadro 1 observa-se outros estudos sobre o efeito da cafeína no
desempenho físico:
Quadro 1. Estudos sobre os efeitos ergogênicos da cafeína em exercícios físicos
28
Fonte: ALMEIDA et al., 2009
29
4.8. Dosagem
A sensibilidade à cafeína muda de uma pessoa para outra, porém, em diversos
estudos a dosagem de 3 a 6 mg/kg de peso corporal obteve resultados satisfatórios
(ALVES; LIMA, 2009; LONGO et al., 2010; SILVA; GUIMARÃES, 2013). Graham e
Spriet (1995) fizeram um estudo em que indivíduos ingeriram cápsulas de cafeína de
3, 6 e 9 mg/kg de peso corporal, previamente a um exercício de corrida até a exaustão.
Notou-se que a concentração de cafeína no plasma sanguíneo aumentou a cada
dose, entretanto, seu principal metabólito, a paraxantina, não aumentou quando se
comparou as dosagens de 6 e 9 mg/kg de peso corporal, demostrando que o
metabolismo hepático da cafeína havia chegado em um estado de saturação
(GRAHAM; SPRIET, 1995, apud, SILVA; GUIMARÃES, 2013).
4.9. Habituação ao uso e tolerância
O consumo da cafeína por pessoas que não fazem uso regular da substância,
mostram um aumento nos níveis de hormônios, como a renina, as catecolaminas e
também da insulina e do hormônio da paratireoide. Estes efeitos não ocorrem em
quem faz uso constante, pois há uma adaptação do organismo, deixando de haver
estas elevações nessas taxas (MELLO et al., 2007; MENDES et al., 2013).
A habituação é atingida a partir de uma ingestão superior a 100 mg/dia (tabela
2). Quando ingerida diariamente, essa quantidade neutraliza as respostas metabólicas
desencadeadas pela ingestão comum da cafeína (MELLO et al., 2007).
30
Tabela 2. Classificação do usuário em relação a ingestão diária de cafeína
Fonte: SILVA; GUIMARÃES, 2013
A eficácia da cafeína é acentuada com a abstinência da mesma por quatro dias,
tempo necessário para perder a adaptação a substância (ALVES, 2002; ALTERMANN
et al., 2008).
4.10. Efeitos colaterais
Pessoas com maior sensibilidade a cafeína e consumidores que usam a
substância em excesso, estão vulneráveis aos seus efeitos colaterais. Dentre estes,
pode-se citar: insônia, nervosismo, irritabilidade, dependência, ansiedade, aumento
da temperatura corporal, taquicardia, dores de cabeça, tensão muscular crônica
(tremor, trepidez e palpitações), náuseas e desconforto gastrintestinal. Este último
pode ser agravado caso o indivíduo tenha tendência para úlcera ou gastrite, devido
ao aumento da secreção gástrica causada pela cafeína, em certos casos, pode
resultar em sangramento gastrintestinal. Por ter a capacidade de aumentar a
temperatura corporal, a cafeína pode vir a prejudicar a performance em exercícios
realizados sob elevadas temperaturas (ALVES, 2002; ALTIMARI et al., 2005; HELOU
et al., 2013).
A utilização da cafeína acima do seu limite de consumo pode causar uma
inversão do seu potencial ergogênico para um potencial ergolítico (diminuição do
desempenho em exercícios) (AYRES; ARRUDA, 2010). A dose letal para o ser
humano é próxima de 10 gramas (g), uma xícara de café contém cerca de 125 mg de
cafeína (MELLO et al., 2007).
31
4.11. Doping e liberação em esportes profissionais
Na década de 1980, atletas iniciaram um uso abusivo da cafeína visando
melhorar o desempenho atlético, isso fez com que esta substância fosse incluída na
lista de substâncias proibidas do COI, que determinou um valor limítrofe de 15 mg de
cafeína por litro (L) de urina para caso positivo de doping. Nos Jogos Olímpicos de
Los Angeles, em 1984, foi onde realmente se constatou o uso de cafeína para melhora
de resultados de provas, quando membros da equipe de ciclismo dos Estados Unidos
da América (EUA) declararam terem feito uso desse alcaloide como estimulante
durante as competições, o que motivou o COI a reduzir o valor limítrofe de doping para
12 mg/L de cafeína na urina (SILVA, 2003; ALTIMARI, 2010).
A cafeína manteve-se incluída na lista de substâncias proibidas pela Agência
Mundial Antidoping (WADA), na categoria de estimulantes (A), até o final do ano 2003.
Seu limite de concentração na urina, até aquele momento, continuava em 12 mg/L. O
motivo da sua liberação foi a dificuldade encontrada para estabelecer um valor
limítrofe definitivo, passando a ser uma substância permitida desde o ano de 2004. A
WADA ao liberar a utilização da cafeína, passou essa substância para um programa
de monitoramento, sendo feito por meio de acompanhamento na incidência de seu
consumo pelos atletas (ALTIMARI, 2010; RODRIGUES, 2014; WADA, 2016).
32
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conforme apresentado, a cafeína vem sendo utilizada há mais de 30 anos por
atletas profissionais para melhorar o desempenho em competições. Sua ação a nível
celular é feita através de seu antagonismo aos receptores de adenosina e de sua
atuação na bomba de sódio e potássio, sendo capaz de agir no corpo humano em
locais como o sistema nervoso central, sistemas respiratório, circulatório, digestivo e
urinário e músculos cardíaco e esquelético. Sua ação permite uma maior liberação de
catecolaminas, aumento da lipólise e maior força de contração muscular.
A ingestão de doses entre 3 e 6 mg/kg de peso corporal uma hora antes da
atividade física apresentou melhora de resultados tanto em exercícios de curta
duração, quanto em longa duração, assim como em exercícios de força. Essa
dosagem é considerada segura para a saúde e longe da dose letal próxima de 10 g.
Estudos que não obtiveram melhoria de desempenho podem estar
relacionados a fatores como: dosagem inadequada, habituação ao uso (tolerância) da
substância pelo indivíduo, estado nutricional e alimentação pré-exercício.
Pode-se afirmar que a cafeína é um eficiente recurso ergogênico para
atividades físicas, porém, mais estudos são necessários para que se possa definir os
exatos efeitos que essa substância exerce sobre a performance durante os exercícios
físicos.
33
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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