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CENTRO UNIVERSITÁRIO IBMR LAUREATE INTERNATIONAL UNIVERSITIES CURSO DE NUTRIÇÃO INFLUÊNCIA DA MÍDIA NA ALIMENTAÇÃO INFANTIL THAÍS RANGEL BARROS MOREIRA RIO DE JANEIRO 2016

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CENTRO UNIVERSITÁRIO IBMR – LAUREATE INTERNATIONAL UNIVERSITIES

CURSO DE NUTRIÇÃO

INFLUÊNCIA DA MÍDIA NA ALIMENTAÇÃO INFANTIL

THAÍS RANGEL BARROS MOREIRA

RIO DE JANEIRO

2016

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CENTRO UNIVERSITÁRIO IBMR – LAUREATE INTERNATIONAL UNIVERSITIES

CURSO DE NUTRIÇÃO

INFLUÊNCIA DA MÍDIA NA ALIMENTAÇÃO INFANTIL

THAÍS RANGEL BARROS MOREIRA

Orientadora: Profª. Omara Machado Araujo de Oliveira

RIO DE JANEIRO

2016

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso de nutrição do Centro Universitário IBMR/ Laureate International Universities, como parte dos requisitos para obtenção do título de Bacharel em Nutrição.

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THAÍS RANGEL BARROS MOREIRA

INFLUÊNCIA DA MÍDIA NA ALIMENTAÇÃO INFANTIL

Banca examinadora composta para defesa de Trabalho de

Conclusão de Curso para obtenção do grau de Bacharel em

Nutrição

Aprovada em: ______de _____________________________de_________

Presidente e Orientador: ______________________________________________

Membro Avaliador: _________________________________________________

RIO DE JANEIRO

2016

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AGRADECIMENTOS

Agradeço em primeiro lugar a Deus, por me capacitar e fortalecer no decorrer

deste trabalho. Porque dEle, por Ele e para Ele são todas as coisas.

Aos meus pais, por acreditarem e investirem em mim, obrigada pelo carinho,

cuidado e dedicação.

Às minhas amigas da faculdade, agradeço pelo incentivo e apoio constantes.

À professora Omara Machado, pela paciência na orientação, suas correções,

incentivo e sua ajuda na conclusão deste trabalho.

À professora Tereza Miglioli, por suas correções e ajuda durante este

trabalho.

Aos professores que desempenharam com dedicação as aulas ministradas.

E a todos que fizeram parte da minha formação, muito obrigada.

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“Sonhos determinam o que você quer. Ação determina o que você conquista.”

Aldo Novak

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MOREIRA, Thaís Rangel Barros. Influência da Mídia na Alimentação Infantil. Rio de Janeiro, 2016, 37p. Trabalho de Conclusão do Curso de Graduação em Nutrição, Centro Universitário IBMR/Laureate International Universities.

RESUMO

A publicidade faz parte do cotidiano das pessoas no mundo, e atualmente isso tem influenciado grande parte da população mundial. A mídia tem o poder de prender a atenção das pessoas, seja com propagandas na televisão ou em rádios, especialmente do público infantil. O objetivo deste trabalho é analisar a influência que a mídia exerce no comportamento alimentar de crianças.Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica realizada nas bases de dados específicas da área da saúde,livros, revistas, artigos científicos e periódicos que discutam sobre a publicidade de alimentos e crianças. O estudo evidencia que o principal fator responsável pelas mudanças na alimentação infantil, gerando um efeito negativo na saúde destes indivíduos tem sido o marketing da indústria de alimentos. Conclui-se que, estratégias devem ser tomadas para ajudar na diminuição de comportamentos prejudiciais à saúde como forma de garantia do direito humano à alimentação adequada, dentre elas a regulamentação da publicidade de alimentos entendida como uma ação de proteção, colaborando com o bom desenvolvimento de trabalhos de promoção da saúde e de prevenção de doenças em crianças.

Palavras-chave: publicidade de alimentos, marketing, televisão, crianças,

alimentação infantil.

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1. Métodos de regulamentação do horário e conteúdo da publicidade

televisiva dirigida às crianças .................................................................................... 28

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

TV – Televisão

PNAE – Programa Nacional de Alimentação Escolar

RJ – Rio de Janeiro

PNS – Pesquisa Nacional de Saúde

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

OPAS – Organização Pan-Americana de Saúde

OMS – Organização Mundial da Saúde

IFBA – International Food and Beverage Alliance

CONAR – Conselho Nacional de Autorregulação Publicitária

ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 9

2. OBJETIVOS .......................................................................................................... 11

2.1 Objetivo geral ................................................................................................. 11

2.2 Objetivos Específicos .................................................................................... 11

3. MATERIAL E MÉTODOS ..................................................................................... 12

4. REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................ 13

4.1 Desenvolvimento do Comportamento Alimentar Infantil ........................... 13

4.2 Inatividade Física e Estilo de Vida ................................................................ 14

4.3 Publicidade Dirigida a Crianças .................................................................... 15

4.4 Influência da Televisão na Escolha Alimentar da Criança ......................... 16

4.5 Hábitos Alimentares e Marketing .................................................................. 19

4.6 Fases do Desenvolvimento do Consumidor Infantil ................................... 21

4.7 A Ilegalidade da Publicidade Voltada ao Público Infantil ........................... 22

4.7.1 Efeitos das políticas sobre o marketing de alimentos para crianças .......... 24

4.7.2 Regulamentação da publicidade de alimentos .......................................... 26

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 30

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 31

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1. INTRODUÇÃO

A alimentação da população brasileira vem se modificando ao longo dos

anos, em virtude das transformações no cotidiano de vida e trabalho das pessoas. A

urbanização, as mudanças na relação entre o tempo e o espaço, a industrialização

crescente, a multiplicidade de atribuições da mulher, que ainda exerce papel central

no cuidado com a saúde e a alimentação da família, o marketing e outros fatores

contribuem para o aumento do consumo de alimentos industrializados (GARCIA,

1997).

As pessoas estão fazendo suas refeições fora do ambiente domiciliar, pela

sua praticidade e economia de tempo. A indústria de alimentos tem “solucionado”

esses problemas através da oferta de alimentos pré-cozidos, congelados e

enlatados (COLLAÇO, 2004).

Hábitos alimentares de crianças, apesar de serem diferentes entre os mais

diversos países, seguem uma tendência global em relação ao aumento do consumo

de alimentos altamente calóricos e de baixo valor nutricional. Diante disto, a

globalização do fast food e outros alimentos processados têm começado a afetar a

alimentação infantil de vários lugares (POPKIN, 2006; ADAIR; POPKIN, 2005).

O público infantil tem sido o mais vulnerável aos apelos promocionais. As

práticas alimentares das crianças são influenciadas, principalmente pela mídia. Com

variedade e forma de acesso à mídia, percebe-se um crescimento na promoção de

alimentos industrializados nos supermercados, que vêm interferindona dieta e no

estado de saúde das crianças (DENNISON, 2004).

A mídia, considerada como o “quarto poder”, assume funções de difusora e

operadora de sentidos e de reafirmação de valores da sociedade globalizada.

Estudos foram feitos destacando o papel essencial das mídias com o

desenvolvimento capitalista e sua difusão na consolidação da sociedade de

consumo (SERRA; SANTOS, 2003; HENRIQUES et al., 2012).

Dentre as mídias veiculadoras de publicidade, a televisão (TV) é a mais

significativa, exercendo desde cedo sua influência socializadora. Após os dois anos

de idade, muitas crianças permanecem cerca de 3 a 4 horas diante de um aparelho

de TV, o que representaria uma exposição de 24 horas semanais aos comerciais

(SOUZA, 2000; MOURA, 2010).

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O grande poder impactante da TV sobre o consumidor está no som, na

imagem e no movimento, captando a atenção do espectador com mais facilidade e

adesão. Presente em 98% das residências brasileiras e preferida por 88% das

crianças que passaram a ocupar o lugar de espectadoras/consumidoras do mercado

publicitário (ISHIMOTO; NACIF, 2001; PEREIRA, 2002).

As crianças têm sido cada vez mais expostas a esses tipos de alimentação

(não saudáveis), seja pela longa jornada de trabalho dos pais ou pelas poucas

opções nas cantinas escolares, ou ainda pelos constantes tipos de propagandas de

produtos alimentícios que influenciam suas escolhas alimentares (HENRIQUES et

al., 2012).

A propaganda de alimentos tem sido foco de discussões entre especialistas

da área da saúde, pois a televisão pode intervir nas escolhas alimentares da

população. Acredita-se que tais propagandas estão contribuindo para um mundo

com pessoas mais obesas, onde estão valorizando cada vez mais alimentos muito

calóricos e pouco nutritivos, prejudicando a opção por alimentos mais saudáveis

(VASCONCELLOS et al., 2009).

Foi feita uma análise das propagandas veiculadas por três emissoras de

televisão brasileira, que em 2001 obteve 90% de audiência, mostrando que 44% das

propagandas voltadas ao público infantil eram de alimentos gordurosos e ricos em

açúcar (LANG; MILLSTONE, 2002).

É necessária a consolidação da regulamentação do marketing de alimentos

pouco nutritivos direcionados às crianças, além disso, estratégias voltadas aos pais

para auxiliá-los a diminuírem os efeitos da TV sobre os hábitos alimentares de seus

filhos (RODRIGUES; FIATES, 2012).

Considerando o aumento de sobrepeso e obesidade infantil, possivelmente

motivado pelo marketing de alimentos, o objetivo deste trabalho é analisar a

influência que a mídia exerce no comportamento alimentar de crianças.

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2. OBJETIVOS

2.1 Objetivo geral

Analisar a influência que a mídia exerce no comportamento alimentar de

crianças.

2.2 Objetivos Específicos

Apresentar dados sobre a relação de consumo e comportamento das

crianças diante da mídia.

Verificar qual a mídia considerada de maior influência pela população.

Analisar os efeitos do marketing de alimentos sobre o comportamento

alimentar infantil.

Descrever os males causados pela ação de algumas mídias para

promover a aquisição de produtos, mesmo sendo considerados não

saudáveis.

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3. MATERIAL E MÉTODOS

Trata-se de um estudo baseado em uma revisão bibliográfica, onde foi

realizada uma revisão de literatura nas bases de dados específicas da área da

saúde, livros, revistas e artigos científicos que discutam sobre a publicidade de

alimentos e crianças.

As buscas foram realizadas nas seguintes bases de dados: Scientific Eletronic

Library Online (SciELO), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da

Saúde (LiLacs), com os idiomas em português, inglês e espanhol no período de

1997 a 2015.

Foram utilizadas as seguintes palavras-chave: publicidade de alimentos,

marketing, televisão, crianças, alimentação infantil.

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4. REVISÃO DE LITERATURA

4.1 Desenvolvimento do Comportamento Alimentar Infantil

Na infância são formados os hábitos alimentares, por isso é importante

entender suas causas determinantes visando estabelecer processos educativos

efetivos para modificar o padrão alimentar da criança, pois um dos fatores que

contribui para o surgimento de doenças crônico-degenerativas nas pessoas é a

alimentação (RAMOS; STEIN, 2000).

A literatura sobre nutrição infantil mostra que o comportamento alimentar do

pré-escolar primeiro é determinado pela família e depois pelas interações

psicossociais e culturais da criança, sendo seu padrão alimentar determinado por

suas escolhas alimentares. A introdução alimentar adequada no primeiro ano de

vida, com uma socialização alimentar correta e também a disponibilidade de

variados alimentos saudáveis em um ambiente alimentar agradável favorece as

preferências alimentares determinando o padrão adequado de consumo alimentar

infantil (RAMOS; STEIN, 2000).

Os alimentos favoritos das crianças promovem ou impedem o consumo de

dietas adequadas nutricionalmente. As crianças exercem influência considerável

sobre as compras da família, desde roupas e acessórios até alimentos,

principalmente cereais matinais e guloseimas. A preferência infantil por doces tem

influência tanto ambiental quanto genética e a habilidade de detectar, discriminar e

aprender associações positivas envolvendo odores e sabor começa no útero,

através do contato com o líquido amniótico e com a ingestão de leite materno

(FIATES et al., 2006).

A responsabilidade pela formação do comportamento alimentar da criança é

da família, através da aprendizagem social, sendo os pais, os primeiros educadores

nutricionais. As escolhas alimentares podem definir a seleção de alimentos e a

qualidade da dieta, portanto um melhor entendimento sobre essas preferências

poderia contribuir para o surgimento de estratégias de intervenção visando à

promoção de dietas saudáveis. É possível que as crianças aprendam a gostar de

alimentos que sejam benéficos a elas, sendo preparadas para isto precocemente

(MOURA, 2010).

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É importante a educação nutricional no contexto escolar, nesta situação o

Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) merece destaque, presente

totalmente nas escolas públicas do país, como um serviço onde poderiam ser

incorporadas estratégias de intervenção visando o reconhecimento e consolidação

de hábitos alimentares saudáveis. Portanto, é importante haver orientação e

treinamento para os locatários das cantinas escolares, objetivando selecionar tipos

de preparações mais saudáveis para os alunos, incluindo alimentos com menor teor

de gorduras, açúcares e sal (DANELON et al., 2006).

4.2 Inatividade Física e Estilo de Vida

A prática da atividade física durante a infância e adolescência é importante

devido a possibilidade desta exercer grande influência na fase adulta.A falta de

locais públicos adequados e seguros e um aumento dos índices de violência nos

grandes centros urbanos são fatores que podem levar uma criança a maior prática

de atividade sedentária, como assistir televisão, jogar vídeo game e jogos de

computador (MOURA, 2010; SILVA; MALINA, 2000).

Dados do Ministério da Saúde revelaram que 60,8% das crianças com menos

de dois anos de idade comem biscoitos, bolachas e bolos e que 32,3% tomam

refrigerantes e suco artificial. Estas informações da Pesquisa Nacional de Saúde

(PNS), feita em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),

traz medidas inéditas da população do país, como peso, pressão arterial e

circunferência da cintura. Destaca-se a importância do incentivo a prática de

exercícios e uma alimentação saudável nas crianças, para que possa ser revertido o

quadro de excesso de peso e obesidade na população. São realizadas ações de

promoção à saúde com mais de dezoito milhões de alunos do ensino fundamental

através do programa Saúde na Escola, cerca de quatro mil municípios, em 2014,

que participam desta iniciativa, adotaram medidas nas creches para avaliação

antropométrica e promoção de alimentação saudável das crianças de até dois anos

(BRASIL, 2015).

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4.3 Publicidade Dirigida a Crianças

Governos e setores da indústria mundial estão tomando iniciativas acerca da

publicidade e promoção de alimentos com alto teor de gordura, açúcar e sal.

Existem indícios claros e sólidos que estes tipos de publicidade são prejudiciais à

saúde das crianças (HASTINGS et al., 2003).

As crianças são extensamente expostas ao marketing de alimentos: a

publicidade e outras formas de comunicação mercadológica são extremamente

utilizadas visando promover o consumo de alimentos por crianças no mundo inteiro.

Na Austrália, as crianças de cinco a doze anos de idade estão expostas a 96

comerciais de alimentos por semana, sendo 63 peças publicitárias de alimentos

ricos em gordura e açúcar (KELLY et al., 2007).

Um estudo feito no México mostrou que as crianças são alvo de uma média

de 14,8 comerciais de alimentos por hora na televisão, o que corresponde a 8,3

minutos de tempo por hora, quase 70% do tempo gasto para anunciar todos os

produtos para o público infantil (PÉREZ-SALGADO et al., 2010).

A publicidade na TV embora seja importante, é apenas uma parte de um mix

de comunicações mercadológicas que possui multifaces, voltado para a construção

de marcas e relacionamentos com os consumidores, envolvendo canais de mídia e

técnicas de marketing; como a internet, celulares, embalagens, marketing nas

escolas, apoio de celebridades, personagens e desenhos animados nas marcas, etc.

Essas estratégias criativas são utilizadas nas mensagens de comunicações para

aumentar a influência das publicidades de alimentos sobre as crianças. Isto

desenvolve vínculos emocionais entre o produto alimentício e a criança (HAWKES,

2002).

No México, o número de crianças e jovens com sobrepeso e obesidade

aumentou significativamente, tornando esta condição um grave problema de saúde

pública. No ano de 1999 a prevalência de sobrepeso e obesidade neste país foi de

19,5% na população escolar. Em 2006, 25,9% eram meninos e 26,8% eram

meninas, ou seja, um aumento de mais de 30% em apenas sete anos. A obesidade

aumenta o risco de doenças, como, diabetes e hipertensão. Dentre os fatores que

podem influenciar a ocorrência de sobrepeso e obesidade está a publicidade de

alimentos veiculados por qualquer tipo de mídia, fazendo com que a criança peça

mais frequentemente produtos que são anunciados, aumentando o consumo de

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lanches e outros alimentos promovidos, refletindo no aumento da ingestão de

energia (PEREZ-SALGADO et al., 2010).

A propaganda foi criada para despertar o desejo de consumir. Para alguns

adultos já é difícil controlar o desejo de consumir certos produtos nos shoppings,

para as crianças é ainda mais, pois elas ainda não estão preparadas para fazerem

suas próprias escolhas e seriam mais propensas aos apelos das propagandas,

tornando-se frustradas por não terem o que desejam. Os pais costumam ficar

preocupados diante dos protestos de seus filhos quando “exigem” ganhar o que

viram na propaganda, uns se sentem decepcionados por não poderem atender,

outros cedem, alguns possuem dificuldade para lidar com a questão. Nesta condição

de sentimentos contraditórios que a publicidade surge como vilã na alimentação de

muitas crianças (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE AGÊNCIAS DE PUBLICIDADE,

2012).

O controle do marketing e da propaganda de alimentos não-saudáveis,

principalmente dirigidas ao público infantil, está entre uma das medidas de proteção

para se alcançar uma alimentação saudável. Olivares, Yáñes e Díaz (2003)

avaliaram a atitude de crianças de três escolas públicas no Chile, em relação à

publicidade de alimentos, onde foi verificado que as mensagens publicitárias

preferidas pelos escolares foram de produtos doces e salgados, como chocolate e

batata frita e outros alimentos ricos em gordura, açúcar e sal (38,5%). Este estudo

pode fundamentar a discussão sobre a fragilidade da população infantil expostas a

peças publicitárias, defendida pelo Conselho Nacional de Autorregulação Publicitária

(CONAR), quando diz que crianças e adolescentes possuem personalidade ainda

em formação, certamente inaptas para responder de forma madura aos apelos de

consumo (CONSELHO NACIONAL DE AUTORREGULAÇÃO PUBLICITÁRIA, 2006;

LANG et al., 2009).

4.4 Influência da Televisão na Escolha Alimentar da Criança

A persuasão dos comerciais veiculados pela televisão pode ser comprovada

pelos altos investimentos publicitários, tendo como objetivo principal causar impacto

nos horários de grande audiência para sua população alvo. Os comerciais reúnem

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imagens, sons, movimentos e cores para chamar a atenção dos consumidores,

influenciando suas escolhas alimentares (SANTOS et al., 2012).

O aumento da obesidade infantil pode ter relação com a influência que a

mídia exerce no comportamento das crianças, especialmente quando se trata da

televisão. Estudos têm mostrado associação entre o hábito de assistir TV e o

sobrepeso, pois muitas crianças gastam horas em frente a televisão e não praticam

atividade física, além de escolherem os produtos que são anunciados nas

propagandas, levando a um consumo maior de energia na dieta (FIATES et al.,

2006).

A Organização Pan-Americana de Saúde - OPAS (2003) confirma que o

desequilíbrio alimentar (dietas hipercalóricas) associado ao sedentarismo ou a

atividade física reduzida são fatores desencadeantes do excesso de peso.

As crianças dedicam mais de duas horas por dia assistindo TV,

comportamento este que demanda baixo gasto energético, podendo levar ao

sedentarismo na infância. As imagens transmitidas pela televisão são capazes de

influenciar as escolhas alimentares do público infantil, já que grande parte da

publicidade alimentícia veicula alimentos de alto teor calórico, sabendo que os

produtos alimentícios perfazem 27% dos comerciais (PIMENTA; PALMA, 2001;

ALMEIDA et al., 2002).

Foi feito um estudo, onde utilizaram gravações e transcrições de 23 grupos

focais pré-realizadas em uma escola particular (2006) e uma escola pública estadual

(2008) de Florianópolis/ SC, com crianças de 7 a 10 anos. A seleção de uma escola

particular e de uma pública se deu para diferenciar os níveis de renda familiar das

crianças, onde verificou-se que na escola particular pertenciam famílias de maior

renda e na escola pública as de menor renda (RODRIGUES; FIATES, 2012).

Foi escolhida esta faixa etária dos participantes do estudo porque neste

período ocorrem diversas etapas do comportamento consumidor, além disto, nesta

fase a criança já realizou de forma independente o ato da compra, sem a

interferência dos pais (JOHN, 1999; MCNEAL, 2000).

Nas duas escolas foram utilizados guias de discussão para conduzir os

grupos focais aos temas comuns. Neste trabalho foram analisados os dados

referentes a ingestão de frutas, legumes, verduras e guloseimas, à aquisição de

alimentos e ao hábito de assistir televisão (RODRIGUES; FIATES, 2012).

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Com base na definição do Guia Alimentar para a População Brasileira, as

frutas, legumes e verduras foram classificados como alimentos saudáveis, e as

guloseimas foram considerados alimentos que, de acordo com a Lei Estadual nº

12.061 de 2001, estão vetados de comercialização nas cantinas escolares de Santa

Catarina. São estes alimentos: Balas, pirulitos, gomas de mascar; refrigerantes e

sucos artificiais; salgadinhos industrializados; salgados fritos e pipocas

industrializadas (BRASIL, 2005; LEI Nº 12.061, 2001).

As crianças disseram gostar das frutas e consumi-las habitualmente,

independente do nível de renda, citando suas favoritas, as que mais consomem e

formas de consumo. Em relação aos legumes e verduras, muitas crianças da escola

pública referiram que gostavam desses alimentos e que os consumia usualmente.

Poucos grupos da escola particular apareceram falas onde as crianças declararam

gostar desses alimentos e consumi-los. Quanto ao costume de consumir

guloseimas, a maioria das crianças citou gostar de doces, salgadinhos, refrigerantes

e biscoitos. Grande parte das crianças da escola particular disse que só consumiam

estes alimentos aos finais de semana, e a maioria dos alunos da escola pública

disseram consumir estes alimentos diariamente (RODRIGUES; FIATES, 2012).

Quando o assunto foi o hábito de assistir a TV, as crianças ficaram bem

interessadas, fazendo comentários entusiasmados, afirmando gostar muito desta

atividade, que é diária. Muitos disseram assistir sempre que possível, nos intervalos

de suas atividades ou à noite por longos períodos. Entre as crianças da escola

particular, algumas disseram que seus pais as proibiam de assistir a TV quando

queriam deixá-las de castigo por terem feito algo de errado, já os alunos da escola

pública disseram que o único problema era quando cada membro da família queria

assistir uma programação diferente. Em relação a comer em frente a televisão, o

único problema para os pais era a sujeira que poderiam fazer enquanto comiam. De

um modo geral as crianças demonstraram ter vontade de comprar os produtos

anunciados na TV (RODRIGUES; FIATES, 2012).

A televisão é um entretenimento comum, podendo levar pessoas ao

sedentarismo e influenciar no comportamento alimentar das mesmas. Considerando

este fato, um estudo mostrou que 22% do total de 432 horas de programação em

dias de semana eram dedicadas à categoria dos alimentos. Observou-se que dos

produtos alimentícios transmitidos pela mídia, 57,8% eram do grupo de gorduras,

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óleos e doces, 21,2% dos pães, cereais e massas, 11,7% eram laticínios e 9,3%

pertenciam ao grupo das leguminosas, ovos e carnes (ALMEIDA et al., 2002).

Foi realizado um estudo em Ponta Grossa/PR, onde a prevalência de

sobrepeso (11,5%) e obesidade (5,8%) é expressiva, 24,5% de uma amostra da

população (n=548) de escolares da rede pública, de crianças entre 6 a 11 anos,

dedicam de 2 a 3 horas diárias semanais a assistir TV. Tal comportamento

apresenta-se preocupante, também entre crianças com desvios nutricionais

observado sob a forma de obesidade. 71,9% das crianças obesas, durante a

semana destinam mais de 3 horas do seu dia assistindo TV, comportamento este

que pode levar a obesidade, devido ao gasto energético ser menor que o consumo

alimentar (BORGES et al., 2007).

Atividades que demandam grande gasto energético foram trocadas pela

televisão, hábito este que pode levar as crianças ao sedentarismo e como

consequência ao sobrepeso. A influência do ambiente familiar (pais sedentários)

também afasta as crianças de praticarem atividade física, que pode se tornar uma

situação grave, pois esses hábitos podem permanecer até a idade adulta

(ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE, 2003; PIMENTA; PALMA, 2001).

Considerando o número de horas diárias que as crianças passam vendo TV e

os produtos alimentícios que são anunciados pela mídia, suspeita-se que há uma

relação direta entre a TV e as escolhas alimentares das crianças (BORGES et al.,

2007).

4.5 Hábitos Alimentares e Marketing

O comportamento consumista de crianças é um processo onde a criança

“adquire capacidade, conhecimento e atitudes necessárias para se tornar

consumidora: ser capaz de sentir vontades e preferências, procurar satisfazê-las,

fazer uma escolha e uma compra e avaliar o produto e suas alternativas”. A

liberalização das relações entre pais e filhos na sociedade tem aumentado, o que

torna a opinião das crianças mais sérias, possibilitando uma participação das

mesmas no processo de tomada de decisão (FIATES et al., 2006).

Nos últimos anos, houve o desenvolvimento de um amplo prenúncio de

estratégias direcionadas ao consumidor infantil. Essas estratégias consideram que

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as crianças da sociedade possuem quantidade considerável de dinheiro para buscar

seus próprios interesses, qualificando-as como um grupo importante do mercado

primário. Elas também constituem um mercado futuro, pois desenvolvem fidelidade a

marcas numa idade precoce e essas relações favoráveis a certas marcas parecem

perdurar até a idade adulta. Portanto entende-se que crianças são influenciadores

importantes, opinando sobre as compras diárias da família (INSTITUTO

BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2004).

As preferências alimentares parecem divergir das recomendações

nutricionais, o que tem agravado o aumento da incidência de sobrepeso e obesidade

no mundo. Um estudo feito em 1999 com mais de 3000 crianças e adolescentes

americanos mostrou que apenas 1% delas estava com a ingestão de acordo com as

normas dietéticas. As predisposições genéticas das pessoas se desenvolveram ao

longo dos anos quando os alimentos de alta densidade energética eram escassos,

um ambiente muito diferente do atual. A prevalência de sobrepeso está se tornando

cada vez maior, mostrando que as predisposições que eram adaptativas em um

ambiente onde o alimento era escasso não são adaptativas no meio atual, onde

alimentos baratos, ricos em açúcar, gordura e sal estão totalmente disponíveis.

Apesar de haverem múltiplas causas do aumento de peso entre crianças e

adolescentes, parece haver uma relação entre adiposidade das crianças e suas

escolhas alimentares (BIRCH, 2001).

Foi realizado um estudo que confirmou o papel importante das preferências

alimentares precoce das crianças, as mães podem influenciar seus filhos por meio

de suas próprias preferências, o que pode limitar os alimentos oferecidos às

crianças (SKINNER, 2002).

Outro estudo verificou existir uma correlação positiva entre a ingestão de

verduras e frutas citada pelos pais e o consumo destes alimentos por seus filhos. Os

pais que consumiam menos vegetais e frutas pressionavam mais seus filhos,

entretanto, estes consumiam quantidades significativamente menores de frutas e

vegetais. De acordo com o estudo, as estratégias de alimentação infantil que

restringem o acesso das crianças a lanches pouco nutritivos acabam tornando estes

alimentos ainda mais atrativos (FISHER, 2002).

Atualmente, existe uma falta de consenso sobre como o marketing influencia

a dieta e saúde das crianças. Algumas pesquisas mostram que o marketing intenso

de fast foods e alimentos de alta densidade energética e pobre em micronutrientes

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seja uma causa provável de ganho de peso e obesidade. Outros estudos mostram

que a publicidade tem efeito sobre as escolhas alimentares, podendo influenciar nos

hábitos alimentares (HAWKES, 2002).

4.6 Fases do Desenvolvimento do Consumidor Infantil

O termo “socialização do consumidor” pode ser definido como um processo

onde pessoas jovens adquirem habilidades, conhecimentos e atitudes importantes

ao seu funcionamento como consumidores no mercado. Tal definição gerou um

campo de estudo emergente sobre o papel da criança como consumidora (FIATES

et al., 2006).

Com o passar dos anos surgiram novas pesquisas sobre o tema, mostrando o

crescimento do papel da criança como consumidora, englobando seu conhecimento

de produtos, marcas, propagandas, compras, abordagens de negociação e

influência sobre os pais (JOHN, 1999).

Ocorreram muitas mudanças no contexto ambiental das crianças, que

certamente modificaram o comportamento consumidor infantil. A comunicação entre

os membros da família está diferente, aumentaram as pressões comerciais sobre as

crianças, devido a tantas mensagens de propagandas destinadas a segmentos

específicos do público infantil, o que torna a criança menos dependente de seus pais

no aprendizado de valores consumidores (VALKENBURG, 2000; VALKENBURG;

CANTOR, 2001).

Entre os 3 e 8 anos de vida as crianças não tem qualquer visão sobre as

coisas que não seja a delas. Elas estão em um estágio de desenvolvimento de

socialização como consumidor somente para aquilo que é imediato e observável. A

fase que vai dos 7 aos 11 anos é considerada como analítica, onde se desenvolvem

os pensamentos, é uma fase mais reflexiva, permitindo uma compreensão mais

ampla do mercado. A partir dos 8 anos que as crianças entendem que os outros

podem ter opiniões diferentes das suas, sendo assim, as propagandas direcionadas

às crianças menores de 8 anos teria um efeito mais prejudicial do que àquelas

maiores de 8 anos. Por volta do oitavo aniversário, as crianças compreendem a

intenção persuasiva do comercial e também reconhecem a existência de interesse e

decepção nos comerciais; passam a não acreditar que os comerciais “sempre dizem

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a verdade”. Com o passar dos anos, o pré-escolar que pensava que os comerciais

eram informativos e divertidos se transforma em um adolescente desacreditado que

sabe que a propaganda existe para persuadir e acredita que eles sejam pouco

verdadeiros no geral. Tal reação é vista como uma defesa mental contra a

propaganda (JOHN, 1999).

Segundo McNEAL (2000) o desenvolvimento do comportamento consumidor

na infância é dividido em 5 estágios:

Observação (2 meses) Normalmente é por volta desta idade que a

criança visita pela primeira vez um estabelecimento comercial.

Pedido (2 anos) A criança pede o produto por meio de gestos e

palavras.

Seleção (3 anos e meio) Pega sozinho os produtos das prateleiras.

Compra assistida (5 anos e meio) Faz a primeira compra do produto

desejado com supervisão dos pais.

Compra independente (8 anos) Independente da presença dos pais,

realiza o ato da compra por sua conta.

Para melhor orientar as crianças na tomada de decisões conscientes como

consumidoras, seria importante um maior número de pesquisas considerando os

agentes ambientais, como: exposição à mídia, influência de pais e colegas, padrões

de comunicação familiar, atitude dos pais em relação ao consumismo. E também os

fatores ligados à criança, como: gênero, estágio de desenvolvimento, interesses e

gostos que motivam a exposição; que juntos interagem para desenvolver o

comportamento consumidor da criança (VALKENBURG, 2000; VALKENBURG;

CANTOR, 2001).

4.7 A Ilegalidade da Publicidade Voltada ao Público Infantil

A maioria das crianças não consegue entender que o principal objetivo da

publicidade, atrás de todos os recursos gráficos, falas sedutoras, personagens

animados, ídolos famosos, dentre outros, é a persuasão para o consumo do produto

ou serviço anunciado (HENRIQUES, 2010).

Crianças até 8 anos de idade não conseguem diferenciar a publicidade do

conteúdo de programação televisiva ou de outro entretenimento, como sites de jogos

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na internet ou histórias em quadrinho. E após conseguirem fazer tal diferenciação,

até os 12 anos não compreendem o caráter sedutor da publicidade e a

complexidade das relações de consumo (BJURSTROM, 2000).

As crianças não possuem ferramentas cognitivas necessárias para

compreensão das mensagens comerciais porque não as diferenciam do conteúdo de

entretenimento nem entendem seu caráter persuasivo. São induzidas mais

facilmente e não escolhem livremente quando são influenciadas pelo marketing,

baseando-se não em seus desejos ou instintos, porém, somente nos dados

recebidos nos anúncios (POSTMAN, 1999).

A publicidade tem maior chance de induzir crianças de até 12 anos ao erro,

pois elas não possuem todas as ferramentas necessárias para compreender o real,

elas não têm a mesma capacidade que um adulto tem de resistência mental e de

compreensão da realidade e não estão em circunstâncias de enfrentar com

igualdade de força a pressão exercida pelo marketing em relação ao consumo

(TAILLE, 2001).

No ordenamento jurídico brasileiro, as crianças são titulares de proteção

especial denominada integral, por se encontrarem em peculiar processo de

desenvolvimento. Esta fase de desenvolvimento biopsicológico, que é quando sua

capacidade de posicionamento crítico frente ao mundo não está completamente

desenvolvida, nas relações de consumo, onde se envolverem serão consideradas,

para fins legais, como hipervulneráveis garantindo uma série de direitos e proteções

(TAVARES, 2001).

Os órgãos governamentais através de legislações criadas esperam

proporcionar a criança e ao adolescente um desenvolvimento saudável e feliz, sem

violência e opressões, por meio da garantia da proteção integral e da primazia do

melhor interesse da criança. A exposição de crianças à mídia deve favorecer o seu

pleno desenvolvimento físico, mental e emocional e não prejudicá-lo. O Código de

Defesa do Consumidor, lei federal, em relação ao público infantil, determina que a

publicidade não deve se aproveitar da incapacidade de julgamento e experiência da

criança, sob pena de ser considerada abusiva, e portanto, ilegal. E também impõe

que “a publicidade deve ser veiculada de tal forma que o consumidor, fácil e

imediatamente a identifique como tal”, sob pena de também ser considerada ilegal

(HENRIQUES, 2010).

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A publicidade dirigida ao público infantil no Brasil não atende o princípio da

fácil e imediata identificação publicitária. Uma criança entre 8 e 12 anos não tem

condições de fazer uma análise crítica da mensagem comercial, logo a publicidade

voltada a este público viola o dispositivo que proíbe o aproveitamento da deficiência

de julgamento e experiência da criança (NUNES JUNIOR, 2008).

Crianças não possuem a plenitude de instrumentos psicológicos para lidar

com igualdade às pressões de sedução que são exercidas pela publicidade, logo,

essa prática se utiliza da vulnerabilidade infantil diante dos apelos publicitários, se

tornando abusiva nos termos da lei, e, portanto, ilegal. Investir tão pesadamente

neste tipo de ações é desonesto e configura prática abusiva, ilegal e antiética. Em

qualquer conflito onde a criança esteja envolvida é importante observar

prioritariamente seus interesses, como estabelece a Constituição Federal, o Estatuto

da Criança e do Adolescente e a Convenção das Nações Unidas Sobre os Direitos

da Criança (HENRIQUES, 2010).

4.7.1 Efeitos das políticas sobre o marketing de alimentos para crianças

O efeito da publicidade televisiva independe de outros fatores que são

conhecidos por influenciar os hábitos alimentares das crianças, como por exemplo, a

influência dos pais, sabendo que a publicidade induz à compra de marcas e

categorias. Os resultados de estudos sobre a publicidade na televisão tendem a

subestimar o efeito geral das comunicações de marketing para o público infantil,

entendendo que estas comunicações avançam muito além dos limites da TV

(MULLIGAN et al., 2013).

Em 2010, a OMS (2010) emitiu um Conjunto de Recomendações sobre

Marketing de Alimentos e Bebidas Não Alcoólicas para Crianças. Tais

recomendações convocam países a tomar ações em relação a publicidade de

alimentos para crianças, como uma maneira de enfrentar os índices crescentes de

obesidade e doenças crônicas não transmissíveis associados a dieta, principalmente

nas nações em desenvolvimento. Em específico, declaram que os governos devem

estabelecer políticas objetivando reduzir o impacto do marketing de alimentos na

saúde das crianças. Segundo as Recomendações, os governos deveriam diminuir

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as formas de marketing infantil, e embora o setor privado possa se envolver na

implementação das restrições, cabe ao governo liderar a ação.

Os governos estão investindo em mais ações para redução da exposição das

crianças à publicidade.Uma revisão das políticas de 59 países mostrou que 26

haviam feito menções explícitas à propaganda de alimentos para crianças em

documentos estratégicos e 20 contam com políticas específicas ou estão

desenvolvendo-as na forma de dispositivos legais, diretrizes oficiais ou modelos

aprovados de autorregulamentação (HAWKES; LOBSTEIN, 2010).

Alguns países exigem advertências ou colocação de mensagens na

publicidade. Informações nutricionais devem ser apresentadas em toda publicidade

de alimentos destinados a adultos e crianças desde 2007, na França. Advertências

nos comerciais de doces e fast food são exigidas na Irlanda. O último país a exigir

advertências foi o Brasil através da publicação do regulamento da ANVISA

(MULLIGAN et al., 2013).

Como resultado da pressão da OMS e dos governos, o setor privado tomou

medidas para modificar o marketing de alimentos para crianças, fabricantes de

alimentos assinaram diretrizes se comprometendo a não anunciar alimentos para

crianças com menos de 12 anos nos mais importantes canais de mídia. Essas

diretrizes de compromisso se originaram na América do Norte e na Europa, mas

foram disseminadas em outros países, como no Brasil, Estados do Golfo, México,

Índia, Filipinas e Tailândia. A IFBA – International Food and Beverage Alliance

(Aliança Internacional de Alimentos e Bebidas) é composta por empresas-membros

que se comprometeram a não anunciar alimentos que não atendam a critérios

nutricionais especificados para crianças menores de 12 anos de idade (MULLIGAN

et al., 2013).

De acordo com Buijzen e Valkenburg (2003) e o Conselho Nacional de Auto-

regulamentação Publicitária (2005) alguns países da Europa, como na Suécia a

regulamentação da propaganda infantil retirou totalmente propagandas dirigidas ao

público menor de 12 anos de idade. Na Grécia, comerciais de brinquedos são

permitidos somente após as 10 horas da noite, na Bélgica é proibido passar

comerciais durante os programas infantis e também 5 minutos antes e depois dos

mesmos. No Brasil, o CONAR (Conselho Nacional de Auto-Regulamentação

Publicitária) é responsável pela regulamentação da propaganda de alimentos, nos

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seguintes termos descritos a seguir: “Além de atender os preceitos gerais deste

Código, os anúncios de produtos alimentícios devem:

Restringir-se às normas de seu licenciamento pelas autoridades

competentes;

Não associar o produto alimentício a produtos fármaco-medicinais ou

dietéticos;

Deixar bem claro, na embalagem, a qualidade, natureza e tipo de

alimento e o emprego de aditivos ou preservativos artificiais, quando

for o caso;

Deixar expressos, quando possível, o valor nutricional e calórico do

produto anunciado;

Indicar claramente, na embalagem, se trata de produto natural ou

artificial.

Entre as estratégias para regulamentar a publicidade e proteger o

consumidor, o Brasil possui a autorregulação publicitária representada pelo

Conselho Nacional de Autorrregulação Publicitária, o CONAR que dispões sobre

diretrizes éticas a serem adotadas pelos anunciantes. É uma organização formada

por empresas anunciantes, por grandes agências publicitárias e por veículos de

comunicação como emissoras de rádio, televisão e jornais. O CONAR constitui-se

em uma “organização não governamental que visa promover a liberdade de

expressão publicitária e defender as prerrogativas constitucionais da propaganda

comercial” (LANG et al., 2009; CONSELHO NACIONAL DE AUTORREGULAÇÃO

PUBLICITÁRIA, 2006).

4.7.2 Regulamentação da publicidade de alimentos

Hawkes (2006) fez um revisão das regulamentações mundiais sobre

publicidade e propaganda de alimentos, especialmente os dirigidos ao público

infantil. 72 países foram analisados, e destes, 85% (62 países) possuem

regulamentações sobre publicidade televisiva referindo-se em especial às crianças.

As regulamentações afirmam que os comerciais não devem: “explorar a credulidade

das crianças, ser prejudicial à saúde física, mental e moral das crianças; fazer as

crianças se sentirem inferiores a outras que possuem o produto; e induzir as

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crianças a pressionarem indevidamente seus pais ou outras pessoas a comprarem

um produto.

O Brasil possui duas leis federais, em relação às regulamentações estatais,

que podem ser utilizadas para proteger a população infanto-juvenil contra o

marketing agressivo de alimentos e bebidas que são prejudiciais à saúde: Estatuto

da Criança e do Adolescente (ECA) e o Código de Defesa do Consumidor (CDC). O

Estatuto da Criança e do adolescente mostra em seu 7º artigo que “a criança e o

adolescente têm direito à proteção à vida e à saúde, mediante a efetivação de

políticas sociais públicas que permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e

harmonioso, em condições dignas de existência” (BRASIL, 1990a).

Sobre a publicidade, o Código de Defesa do Consumidor na seção III diz que:

“é proibida toda publicidade enganosa ou abusiva.” O mesmo conceitua a

publicidade enganosa como: “qualquer modalidade de informação ou comunicação

de caráter publicitário inteira ou parcialmente falso ou por qualquer outro modo,

mesmo por omissão, capaz de induzir em erro o consumidor a respeito da natureza,

características, qualidade, quantidade, propriedades, origem, preço e quaisquer

outros dados sobre produtos e serviços” (BRASIL, 1990b).

A publicidade no Brasil possui regras rígidas, principalmente quando se trata

de anunciar para o público infantil. De acordo com a Associação Brasileira de

Agências de Publicidade (2012) as regras mais importantes que devem ser

observadas na propaganda destinada às crianças são:

Não pode ser apresentada em formato jornalístico.

É proibido o uso do imperativo, como “compre” ou “peça para seus

pais”.

É proibido apresentar produtos que substituem as refeições.

Não pode menosprezar a alimentação saudável.

É proibido associar crianças e adolescentes a situações ilegais,

perigosas ou socialmente condenáveis.

Não podem desmerecer o papel dos pais e educadores como

orientadores para se ter hábitos alimentares saudáveis.

Não pode encorajar o consumo excessivo de alimentos e bebidas.

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Não pode fazer merchandising em programas dirigidos a crianças ou

utilizando personagens do universo infantil para atrair a atenção desse

público.

Não pode difundir o medo nas crianças, expô-la a situações perigosas

ou simular constrangimento por não poder consumir o produto ou

serviço anunciado.

Não pode conter conteúdos que desvalorizem a família, escola, vida

saudável, proteção ambiental, ou que contenha algum tipo de

preconceito racial, religioso ou social.

A publicidade televisiva é a mais extensamente regulamentada de uma série

de técnicas usadas para divulgar produtos alimentícios às crianças.

Regulamentações estatutárias e auto-regulamentações industriais encontram-se em

escala nacional, regional e internacional (HAWKES, 2006).

No quadro 1 estão listados os métodos de restrição do horário e conteúdo da

publicidade televisiva direcionada a crianças encontradas nas regulamentações

estatutárias de alguns países pesquisados.

Quadro 1. Métodos de regulamentação do horário e conteúdo da publicidade televisiva dirigida às crianças (continua)

Tipo de restrição Forma de restrição

Horário Proibir a interrupção de programas

infantis de televisão com publicidade.

Limitar a quantidade de tempo durante a

programação infantil que pode ser

dedicada à publicidade.

Proibir publicidade por um período antes

e depois dos programas infantis de

televisão.

Proibir toda a publicidade dirigida a

crianças na televisão.

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Tipo de restrição Forma de restrição

Conteúdo Proibir publicidade para crianças que

contenha oferta direta.

Proibir o uso de crianças na publicidade.

Proibir o uso de figuras, desenhos e

personalidades que aparecem nos

programas infantis na publicidade para

crianças;

Proibir a publicidade para crianças de

determinadas categorias de produtos

Fonte: HAWKES, 2006

Estratégias devem ser tomadas visando ajudar na diminuição de padrões de

comportamentos nocivos à saúde como forma de garantia do direito humano à

alimentação adequada. Dentre essas estratégias está o desenvolvimento de ações

que inibem ou controlem as propagandas direcionadas ao público infantil de

informações confusas sobre alimentos, dificultando a escolha por opções mais

saudáveis. A regulamentação da publicidade de alimentos destinados para a

população infanto-juvenil deve contribuir com um bom desenvolvimento de trabalhos

de promoção da saúde e de prevenção de doenças em crianças e adolescentes,

consequentemente em adultos (LANG et al., 2009).

O Brasil é um dos países que está numa posição intermediária, com um

código de autorregulamentação muito específico sobre publicidade, destacando as

regras da propaganda voltada ao público infantil e contando com leis, como o

Código de Defesa do Consumidor, que trata do tema de uma forma mais ampla.

Atualmente, o Brasil segue uma tendência mundial, examinando vários projetos que

estabelecem novos tipos de restrições para a publicidade de alimentos e bebidas

destinada as crianças (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE AGÊNCIAS DE

PUBLICIDADE, 2012).

Em 2013 foi proibido o merchandising de qualquer produto ou serviço na

programação infantil, uma decisão que teve um impacto muito grande. Desde 2006,

as propagandas não podem encorajar o consumo excessivo de alimentos e bebidas,

ou menosprezar a alimentação saudável. São essas as decisões do CONAR que

ajudaram a mudar a propaganda direcionada as crianças (ASSOCIAÇÃO

BRASILEIRA DE AGÊNCIAS DE PUBLICIDADE, 2012).

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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A mídia consegue chamar a atenção das pessoas, através de propagandas

na televisão ou em rádios, especialmente quando se trata do público infantil. O

estudo mostrou como é grande a influência que o marketing exerce no

comportamento alimentar de crianças, implicando no ganho de peso e obesidade,

através de anúncios de alimentos ricos em açúcares, gordura e sal associados à

inatividade física, pois a criança fica horas do dia em frente a uma televisão. Os

comerciais que passam na mídia televisiva possuem uma influência mais duradoura,

porque utilizam mensagens persuasivas, atraentes e marcantes. Portanto a

publicidade de alimentos destinada ao público infantil gera um efeito negativo na

saúde destes indivíduos.

Uma estratégia muito interessante visando combater a influência negativa que

o marketing exerce no comportamento alimentar de crianças é a Educação

Nutricional. Também é preciso uma regulamentação das propagandas de alimentos

direcionada às crianças, com o intuito de combater os maus hábitos alimentares e a

inatividade física. As intervenções governamentais que visam proteger a criança de

riscos devem ser entendidas como instrumentos para a garantia do direito a uma

alimentação adequada e saudável.

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