centro universitÁrio ibmr laureate international ... · ponto de vista nutricional e garantidas...

29
CENTRO UNIVERSITÁRIO IBMR LAUREATE INTERNATIONAL UNIVERSITIES CURSO DE NUTRIÇÃO FATOR DE CORREÇÃO EM CARNES DE UMA UNIDADE DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO NO RIO DE JANEIRO TATIANA FIGUEIREDO ALVES TIBELLIO RIO DE JANEIRO 2017

Upload: others

Post on 12-Jul-2020

0 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: CENTRO UNIVERSITÁRIO IBMR LAUREATE INTERNATIONAL ... · ponto de vista nutricional e garantidas sob o ponto de vista higiênico-sanitário, visando manter e/ou recuperar a saúde

CENTRO UNIVERSITÁRIO IBMR – LAUREATE

INTERNATIONAL UNIVERSITIES

CURSO DE NUTRIÇÃO

FATOR DE CORREÇÃO EM CARNES DE UMA UNIDADE DE

ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO NO RIO DE JANEIRO

TATIANA FIGUEIREDO ALVES TIBELLIO

RIO DE JANEIRO

2017

Page 2: CENTRO UNIVERSITÁRIO IBMR LAUREATE INTERNATIONAL ... · ponto de vista nutricional e garantidas sob o ponto de vista higiênico-sanitário, visando manter e/ou recuperar a saúde

CENTRO UNIVERSITÁRIO IBMR – LAUREATE

INTERNATIONAL UNIVERSITIES

CURSO DE NUTRIÇÃO

FATOR DE CORREÇÃO EM CARNES DE UMA UNIDADE DE

ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO NO RIO DE JANEIRO

TATIANA FIGUEIREDO ALVES TIBELLIO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado

ao Curso de Nutrição do Centro Universitário

IBMR/Laureate International Universities,

como parte dos requisitos para obtenção do

Título de Bacharel em Nutrição

Orientadora: Profa. Teresa Cristina Miglioli

RIO DE JANEIRO

2017

Page 3: CENTRO UNIVERSITÁRIO IBMR LAUREATE INTERNATIONAL ... · ponto de vista nutricional e garantidas sob o ponto de vista higiênico-sanitário, visando manter e/ou recuperar a saúde

TATIANA FIGUEIREDO ALVES TIBELLIO

FATOR DE CORREÇÃO EM CARNES DE UMA UNIDADE DE

ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO NO RIO DE JANEIRO

Banca examinadora composta para defesa de Trabalho de

Conclusão de Curso para obtenção do grau de Bacharel em

Nutrição

Aprovada em: ________ de ________________ de _______

Presidente e Orientador: __________________________________________

Membro Avaliador: ____________________________________________

RIO DE JANEIRO

2017

Page 4: CENTRO UNIVERSITÁRIO IBMR LAUREATE INTERNATIONAL ... · ponto de vista nutricional e garantidas sob o ponto de vista higiênico-sanitário, visando manter e/ou recuperar a saúde

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, por não me deixar perder a fé, e me ouvir nas

horas difíceis, me dando força e saúde para que eu pudesse seguir em frente, por

mais longo que o caminho pudesse parecer ser.

Agradeço a minha mãe Marisa, ao meu pai Roberto (por me mandar forças lá de

cima) e a minha irmã Rafaela por nunca desistirem de mim e sempre me apoiarem e

me incentivarem em todas as minhas decisões.

Aos meus amigos, meus familiares, meus cachorros e meu namorado pela força e

apoio incondicionais.

Agradeço por fim, mas não menos importante, a minha orientadora Teresa Cristina

Miglioli pelo incentivo e horas perdidas para que esse trabalho se apresentasse da

melhor forma e a todo o corpo docente da faculdade IBMR por esses longos anos de

dedicação e aprendizado.

Page 5: CENTRO UNIVERSITÁRIO IBMR LAUREATE INTERNATIONAL ... · ponto de vista nutricional e garantidas sob o ponto de vista higiênico-sanitário, visando manter e/ou recuperar a saúde

“Suba o primeiro degrau com fé.

Não é necessário que você veja toda a escada,

apenas dê o primeiro passo.”

(Martin Luther King)

Page 6: CENTRO UNIVERSITÁRIO IBMR LAUREATE INTERNATIONAL ... · ponto de vista nutricional e garantidas sob o ponto de vista higiênico-sanitário, visando manter e/ou recuperar a saúde

TIBELLIO. Tatiana Figueiredo Alves. Fator de correção em carnes de uma unidade de alimentação e nutrição no Rio de Janeiro . Rio de Janeiro, 2017, 21p. Trabalho de Conclusão do Curso de Graduação em Nutrição, Centro Universitário IBMR/Laureate International Universities.

RESUMO

Atualmente observa-se uma preocupação crescente em relação a utilização máxima do alimento, a fim de diminuir desperdícios. O fator de correção é um importante indicador de desperdício em uma Unidade de Alimentação e Nutrição (UAN), pois avalia a quantidade do produto a ser comprado, com a prevenção média das perdas inevitáveis, que acontecem durante a fase de pré preparo. Este trabalho teve como objetivo determinar e avaliar os fatores de correção de três tipos de carnes bovina (alcatra, patinho e contra filé) de uma Unidade de Alimentação e Nutrição (UAN) do município do Rio de Janeiro, fazendo comparação com a literatura. O estudo foi realizado nos meses de Abril e Maio de 2017, com cinco pesagens em dias alternados a fim de se obter o Fator de Correção de cada carne. Os resultados encontrados na UAN estudada foram comparados com os fatores de correção encontrados na literatura, concluindo que houve uma oscilação dos fatores de correção. No patinho o fator de correção encontrado variou de 1,10 a 1,13 obtendo uma média de 1,11; A alcatra teve uma variação de 1,14 a 1,17 obtendo a média de 1,16; e o contra file de 1,21 a 1,27 com média de 1,24. Pode se concluir que a fase de pré-preparo é de suma importância para obtenção do fator de correção, sendo necessário que cada UAN estabeleça sua tabela. Ficou evidenciado também a importância do treinamento periódico com os manipuladores. Afim que se usem os utensílios adequados e em bom estado de conservação e para que haja uma padronização no serviço. Palavras-chave: Unidade de Alimentação e Nutrição, Fator de correção, Custos.

Page 7: CENTRO UNIVERSITÁRIO IBMR LAUREATE INTERNATIONAL ... · ponto de vista nutricional e garantidas sob o ponto de vista higiênico-sanitário, visando manter e/ou recuperar a saúde

LISTA DE SIGLAS

FC - Fator de correção

FTP - Ficha técnica de preparação

PB - Peso bruto

PL - Peso líquido

UAN - Unidade de alimentação e nutrição

Page 8: CENTRO UNIVERSITÁRIO IBMR LAUREATE INTERNATIONAL ... · ponto de vista nutricional e garantidas sob o ponto de vista higiênico-sanitário, visando manter e/ou recuperar a saúde

SUMÁRIO

1 Introdução ............................................................................................................... 1

2 Objetivos ................................................................................................................. 3

2.1 Objetivo geral ..................................................................................................... 3

2.2 Objetivos específicos ......................................................................................... 3

3 Revisão de literatura .............................................................................................. 4

3.1 Unidades de alimentação e nutrição .................................................................. 4

3.2 Alimentação fora o lar ........................................................................................ 5

3.3 Gestão de custos ............................................................................................... 6

3.4 Fichas técnicas de preparação – FTP ................................................................ 8

3.5 Fator de Correção – FC .................................................................................... 9

4 Material e métodos ............................................................................................... 11

5 Resultados e discussão ........................................................................................ 13

6 Conclusão ............................................................................................................. 17

7 Referências Bibliográficas ..................................................................................... 18

Page 9: CENTRO UNIVERSITÁRIO IBMR LAUREATE INTERNATIONAL ... · ponto de vista nutricional e garantidas sob o ponto de vista higiênico-sanitário, visando manter e/ou recuperar a saúde

1

1 INTRODUÇÃO

Durante as décadas de 50 e 60, o processo de urbanização e industrialização

que ocorreu no Brasil, refletiu em uma significativa mudança nos hábitos alimentares

e estilo de vida das pessoas, gerando um consequente crescimento no consumo de

alimentos fora do domicílio (DANIELE 2010; DUARTE et al., 2013).

O setor alimentício passou a ser responsável pela produção e prestação do

serviço de alimentação, tendo como finalidade reestabelecer as necessidades

alimentares dos indivíduos que precisam se alimentar fora de suas residências por

diversas razões, como o trabalho, a educação, o lazer e a qualificação profissional.

(DUARTE et al., 2013).

Desde a produção até o produto final, quando chega na mesa do consumidor,

cerca de 20% a 60% de toda refeição produzida é jogada fora. O desperdício de

alimentos no Brasil está entre um dos maiores do mundo (CORRÊA et al., 2006).

Em Unidades de Alimentação e Nutrição (UAN’s) observa-se a perda

frequente de alimentos que reflete no custo da empresa, tendo impacto diretamente

em sua lucratividade (WELFE,2007).

Uma importante etapa do controle de qualidade de uma UAN é o

armazenamento de mercadorias, onde as matérias primas devem ser guardadas em

condições que permitam o controle e garanta proteção contra contaminação, a

redução ao mínimo das perdas nutricionais e a não deterioração do produto

(ABERC, 2003). As áreas de armazenamento que precisem de refrigeração devem

ser planejadas e dimensionadas, a fim de reduzir o risco de contaminação e perda

dos alimentos. Os produtos devem ser estocados respeitando suas características

de perecibilidade. (LIPPEL, 2002)

Dentre os principais problemas encontrados no armazenamento de alimentos,

pode-se destacar a falta de ventilação, temperatura inadequada de freezers,

geladeiras e câmaras, presença de insetos e roedores e a falta de treinamento dos

funcionários (CASTRO, 2002). Tendo uma refrigeração adequada, diminuem-se os

custos de produção, reduzindo o desperdício (RICARTE et al, 2008).

Outro fator importante na diminuição do desperdício são as fichas técnicas de

preparação (FTP, as quais possibilita o cálculo das quantidades de calorias,

rendimento, tempo de preparo, além de dinamizar a preparação diária. Outro

Page 10: CENTRO UNIVERSITÁRIO IBMR LAUREATE INTERNATIONAL ... · ponto de vista nutricional e garantidas sob o ponto de vista higiênico-sanitário, visando manter e/ou recuperar a saúde

2

aspecto positivo é garantir ao cliente que as preparações tenham sempre os

mesmos aspectos físicos e sensoriais (VASCONCELOS, 2002).

Mesmo com tantas vantagens, ainda existe resistência a utilização da ficha

técnica de preparação devido a falta de compatibilidade, uma vez que os

funcionários apresentam sua forma mais prática de realizar tal atividade e acabam

tendo dificuldade em seguir uma forma já pré-estabelecida (MARTINS, 2003).

O sucesso das UAN´s está na definição clara de seus objetivos, na sua

estrutura administrativa, nas suas instalações físicas e recursos humanos, e

principalmente na padronização das operações desenvolvidas que indicam os meios

e fins para execução das atividades (TEIXEIRA et al., 2004).

O conhecimento e a análise dos fatores que interferem no custo das refeições

são de suma importância para que se obtenha êxito no serviço. É preciso conhecer

todas as atividades para depois analisar o valor de cada uma, para a garantia da

qualidade do serviço prestado e um desempenho financeiro sem prejuízos, que deve

ser evitado através de um planejamento detalhado e estruturado sobre as perdas

ocorridas nas etapas da produção das refeições (ABREU et al., 2013; VAZ, 2003).

Segundo Ornellas (2007) as perdas durante o pré-preparo de carnes é um

dos fatores relevantes para o desperdício, podendo ser controladas através do fator

de correção (FC), o qual é uma constante, calculado pela relação entre o peso bruto

e o peso líquido, depois que o alimento é limpo e se torna pronto para ser utilizado.

Cada serviço de alimentação deve possuir sua tabela de fator de correção, a

fim de possibilitar o reconhecimento de algum tipo de desperdício no momento do

preparo dos alimentos, facilidade para elaborar a lista de compras e aprimorar o

cardápio (BARROS et al., 2010).

Este trabalho teve como objetivo determinar e avaliar os fatores de correção

de carnes de uma Unidade de Alimentação e Nutrição no município do Rio de

Janeiro.

Page 11: CENTRO UNIVERSITÁRIO IBMR LAUREATE INTERNATIONAL ... · ponto de vista nutricional e garantidas sob o ponto de vista higiênico-sanitário, visando manter e/ou recuperar a saúde

3

2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo geral

Determinar e avaliar os fatores de correção de diferentes tipos de carnes

bovinas de uma Unidade de Alimentação e Nutrição (UAN) do município do

Rio de Janeiro.

2.2 Objetivos específicos

• Calcular os fatores de correção de diferentes tipos de carnes bovinas;

• Elaborar tabela com os fatores de correção para padronização das perdas no

pré-preparo;

• Analisar as perdas ocorridas no processo de pré-preparo em comparação

com a literatura.

Page 12: CENTRO UNIVERSITÁRIO IBMR LAUREATE INTERNATIONAL ... · ponto de vista nutricional e garantidas sob o ponto de vista higiênico-sanitário, visando manter e/ou recuperar a saúde

4

3 REVISÃO DE LITERATURA

3.1 Unidades de alimentação e nutrição

De acordo com a Associação Brasileira de Indústrias de Alimentos – ABIA

(2009), o mercado de alimentação vem tendo um constante crescimento em virtude

da geração de empregos e do consequente aumento de renda da população, o que

restringe o tempo de permanência dos indivíduos em suas residências, aumentando

a necessidade e a procura por alimentação nos estabelecimentos distribuídos pelo

país (CAMPOS et al., 2012).

As UANs são destinadas para o preparo e fornecimento de refeições com

adequação de nutrientes, de acordo com o perfil da clientela. São compostas pelos

estabelecimentos que estão envolvidos diretamente na produção e na distribuição

de refeições (ABREU, et al., 2013), na figura 1 pode ser observado o processo

produtivo de refeições em Unidades de Alimentação e Nutrição.

Figura 1. Processo produtivo de refeições em Unidades de Alimentação e Nutrição.

Fonte: LIPPEL, 2002.

Page 13: CENTRO UNIVERSITÁRIO IBMR LAUREATE INTERNATIONAL ... · ponto de vista nutricional e garantidas sob o ponto de vista higiênico-sanitário, visando manter e/ou recuperar a saúde

5

O principal objetivo de uma UAN é oferecer refeições saudáveis sob o

ponto de vista nutricional e garantidas sob o ponto de vista higiênico-sanitário,

visando manter e/ou recuperar a saúde do consumidor e tendo em vista auxiliar no

desenvolvimento de hábitos alimentares saudáveis (LANZILOTTI et al., 2004;

TRANCOSO, 2004).

Com o intuito de sempre melhorar os serviços prestados, as unidades de

alimentação e nutrição devem ter um planejamento competente, excelência nos

processos executados e disseminação do conceito de alimentação saudável. Para

que se obtenha sucesso, é necessário que haja planejamento e controle das etapas

executadas, afim de que seja estabelecida uma padronização e a qualidade final da

produção das refeições. A padronização coopera para qualidade e favorece o

trabalho do profissional, retirando a necessidade de ordens frequentes durante a

execução das tarefas (AKUTSU et al., 2005).

Segundo Ricarte et al. (2008), é essencial que haja a padronização de

processos e serviços, por meio da elaboração de rotinas e procedimentos técnicos

operacionais, treinamento da equipe, monitoramento das atividades através de

checklist, análises microbiológicas, conferência de temperaturas dos alimentos e

equipamentos e manutenção de registros.

A resolução nº 380/2005 do Conselho Federal de Nutricionistas – CFN no

artigo 2º define a alimentação coletiva como uma das áreas de atuação do

nutricionista:

“atividades de alimentação e nutrição realizadas nas Unidades de

Alimentação e Nutrição (UAN), como tal entendidas as empresas

fornecedoras de serviços de alimentação coletiva, serviços de alimentação

de autogestão, restaurantes comerciais e similares, hotelaria marítima,

serviços de Buffet e de alimentos congelados, comissárias e cozinhas dos

estabelecimentos assistenciais de saúde; atividades próprias da

Alimentação Escolar e da Alimentação do trabalhador”.

3.2 Alimentação fora do lar

O crescimento do consumo de alimentos fora do domicílio está em

expansão e pode ser explicado pela inserção da mulher no mercado de trabalho, os

grandes centros comerciais com alta concentração populacional, a dificuldade de

locomoção para casa, o aumento e a variedade de estabelecimentos que produzem

e comercializam alimentos ou mudanças no estilo de vida dos indivíduos

Page 14: CENTRO UNIVERSITÁRIO IBMR LAUREATE INTERNATIONAL ... · ponto de vista nutricional e garantidas sob o ponto de vista higiênico-sanitário, visando manter e/ou recuperar a saúde

6

(BENEVIDES et al., 2004). Esses fatores levam a população a buscar uma

alternativa mais prática, fácil, rápida e de baixo custo para a realização de suas

refeições (RODRIGUES et al., 2007).

Em relação às mudanças relacionadas ao mercado de trabalho, de

acordo com dados publicados pela Fundação Carlos Chagas (2009), entre 1976 e

2002, houve um acréscimo de 25 milhões de trabalhadoras no mercado de trabalho.

As mulheres passaram a desempenhar um papel mais relevante do que os homens

no crescimento da população economicamente ativa. No ano de 1976, 28,8% das

mulheres eram economicamente ativas, representando 30,3% entre os empregados

e em 2002, a proporção alcançava 42,5%, o que representava 35,8% entre os

empregados. Nos últimos 25 anos as mulheres alcançaram um maior nível de

escolaridade se comparadas com os homens e a associação entre a escolaridade e

a participação das mulheres não empregadas é forte.

A Pesquisa de Orçamento Familiar – POF/ 2008-2009 revelou que a

população brasileira apresenta elevado consumo alimentar fora de seu domicílio,

sendo a maior frequência (42,8 %) nas áreas urbanas. Na comparação que

considera as classes extremas de rendimento mensal familiar, registrou-se que as

famílias com rendimentos mais baixos (até R$ 830,00) apresentaram uma proporção

de 17,2% de despesa com alimentação fora do domicílio. Já as famílias com

rendimentos acima de R$ 10.375,00, a proporção da despesa com alimentação fora

do domicílio foi de 49,3% (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E

ESTATÍSTICA, 2011).

3.3 Gestão de custos

Gestor é o profissional responsável por satisfazer as partes envolvidas no

negócio, e otimizar a utilização de recursos na produção ou nos produtos e serviços

que negocia (VAZ, 2003, p. 71).

O controle financeiro constitui um dos grandes desafios, o que torna

essencial o conhecimento do que acontece com o capital nos negócios para um

melhor controle da empresa (VAZ, 2003).

Para Abreu et al. (2013), custo é a soma dos valores de bens e serviços

consumidos para obtenção de novos bens ou serviços, cujos componentes básicos

são: valor das matérias primas adquiridas de outras empresas; valor dos serviços

prestado por pessoas físicas; valor dos serviços prestados por outras empresas:

Page 15: CENTRO UNIVERSITÁRIO IBMR LAUREATE INTERNATIONAL ... · ponto de vista nutricional e garantidas sob o ponto de vista higiênico-sanitário, visando manter e/ou recuperar a saúde

7

empresas de transportes, empresas fornecedoras de luz, água, gás, seguros,

bancos, entre outros gastos gerais, conforme classificado no quadro a seguir.

Quadro 1. Classificação dos custos

Classificação dos custos

Econômicos Origem Natureza Contábeis

Fixos: aluguel,

seguros, impostos,

salários.

Rateados: sempre

indiretos realizados

mediante critérios e

taxas decorrentes

na divisão da

proporção de um

montante global

comum.

Produção:

transformação de

matéria prima em

produtos

acabados.

Diretos ou

controláveis:

produtos

alimentícios, de

limpeza,

descartáveis e mão

de obra.

Variáveis: matéria

prima, combustível,

água, luz.

Comuns: quando

uma fase da

produção e seus

custos é comum a

um ou mais

produtos.

Comercial: gastos

para a colocação

do produto no

mercado.

Indiretos: aluguel,

telefone, energia,

água.

Padrão: gerados

pela própria

produção de bens

ou serviços.

Administrativo:

intrínseco à

administração da

unidade.

Fonte: Abreu et al;. 2013

Unidades de alimentação e nutrição possuem um funcionamento

complexo, embora tenham uma estrutura administrativa simples. Sendo

desenvolvidas nelas, atividades técnicas, administrativas, financeiras, contábeis e de

recursos humanos (TEIXEIRA et al., 2007).

Para que a UAN tenha um bom desempenho é necessário que se faça o

planejamento adequado e o controle das etapas de produção, visando, entre outros

Page 16: CENTRO UNIVERSITÁRIO IBMR LAUREATE INTERNATIONAL ... · ponto de vista nutricional e garantidas sob o ponto de vista higiênico-sanitário, visando manter e/ou recuperar a saúde

8

fatores, diminuir o desperdício de alimentos, desde a fase do pré preparo até a

distribuição dos mesmos (PARISOTO, 2013).

De acordo com a Lei nº 8.234/91, que regulamenta a profissão de

nutricionista, compete ao profissional, no exercício de suas atribuições em Unidades

de Alimentação e Nutrição, planejar, organizar, dirigir, supervisionar e avaliar os

serviços de alimentação e nutrição (BRASIL, 1991).

3.4 Fichas técnicas de preparação – FTP

A FTP é “um instrumento gerencial de apoio operacional, pelo qual se

fazem o levantamento dos custos da matéria prima, a ordenação do preparo e o

cálculo do valor nutricional da preparação”, (AKUTSU et al., 2005).

Para que se possa assegurar a padronização de receitas, uma das

modalidades é a utilização das fichas técnicas, a fim de aperfeiçoar os processos de

produção e estabelecer um padrão para as preparações, garantindo assim a

qualidade do serviço. (PROENÇA et al., 2010.; CASTRO et al., 2013).

Com a ficha técnica de preparo é possível obter dados como: per capita,

fator de correção e cocção, composição centesimal em macro e micronutrientes da

preparação, rendimento e número de porções, o que permite o controle financeiro e

a determinação da composição nutricional. Além disso, contém nas FTP a descrição

de cada equipamento e ingredientes utilizados no processo, auxiliando no

planejamento do cardápio, facilitando a aquisição de compras e avaliando a

necessidade de treinamento para os funcionários no que diz respeito ao controle do

desperdício (AKUTSU et al., 2005)

Os problemas em desperdícios de alimentos, em sua maioria, se dão

devido a funcionários que trabalham em turnos diferentes executando a mesma

tarefa, porem de forma diferente, o que acarreta variabilidade no processo de

produção e consequentemente gera perdas no que diz respeito a qualidade e

produtividade. A descrição das etapas, contida na ficha técnica pode assegurar que

as ações sejam executadas em tempo hábil, assim como a eficácia do trabalho.

(AKUTSU et al., 2005)

Desde que concebida de forma adequada, fornecem informações e

instruções claras, que orientam a forma e o uso dos produtos, equipamentos e

utensílios, o que permite a racionalização na área de produção. (VACONCELLOS,

2010)

Page 17: CENTRO UNIVERSITÁRIO IBMR LAUREATE INTERNATIONAL ... · ponto de vista nutricional e garantidas sob o ponto de vista higiênico-sanitário, visando manter e/ou recuperar a saúde

9

Com a implementação das FTP todas as categorias envolvidas no

processo de produção são beneficiadas, pois facilita o trabalho do nutricionista,

aperfeiçoa os funcionários e controla o valor energético total e os nutrientes

fornecidos em cada preparação, promovendo a melhoria da saúde da população

atendida (AKUTSU et al. 2005).

3.5 Fator de Correção - FC

Segundo Vanin et al. (2008) o desperdício é um item relevante no

gerenciamento de uma UAN; deste modo, um planejamento adequado deve ser

considerado a fim de que perdas sejam minimizadas no decorrer do processamento

das refeições.

O desperdício está relacionado com perdas dos alimentos que não são

usados, preparos prontos que não chegam a ser vendidos e/ou servidos e ainda

abrange as sobras dos pratos dos clientes, cujo destino é o lixo. Surge a partir dai a

necessidade de uma educação nutricional apropriada, objetivando não só a

elaboração de pratos nutricionalmente equilibrados, mas também o rígido controle

em relação aos desperdícios (CASTRO, 2002).

O fator de correção (FC), ou indicador de parte comestível é um dos

índices empregados para o acompanhamento do desperdício de alimentos, tendo

como serventia determinar a quantidade de alimento a ser comprado, já avaliando o

que será perdido no decorrer de todas as etapas do processo de produção,

antevendo as perdas inevitáveis que acontecem durante a fase de pré preparo,

quando os alimentos são limpos, descascados, desossados ou cortados (ARAÚJO

et al., 2007)

Na definição de Ornellas (2007):

“o fator de correção é uma constante para um determinado alimento da

mesma qualidade e é decorrente da relação entre o peso bruto (PB) do

alimento, conforme adquirido, e peso líquido (PL) do alimento depois de

limpo e preparado para utilizar”.

A avaliação do FC contribui para medir a qualidade dos gêneros

adquiridos, qualidade dos utensílios e aparelhos utilizados no processo e eficácia no

treinamento da mão de obra. (ABREU et al.; 2013)

Page 18: CENTRO UNIVERSITÁRIO IBMR LAUREATE INTERNATIONAL ... · ponto de vista nutricional e garantidas sob o ponto de vista higiênico-sanitário, visando manter e/ou recuperar a saúde

10

É importante que toda UAN tenha sua tabela de Fator de Correção com a

descrição da qualidade do alimento, mão de obra do serviço, utensílios e

equipamentos, uma vez que a faca amolada impede o desperdício visto que o

colaborador tem maior controle para retirar apenas a parte desejada do alimento,

empregando maior segurança no que se refere as quantidades necessárias a

comprar (ORNELLAS, 2007).

Toda UAN deve oferecer treinamento aos funcionários na produção, pois

é um dos passos importantes para controlar FC da unidade, quando este depende

da manipulação dos alimentos. Porém para a obtenção de um bom resultado apenas

treinamento não é suficiente, é necessária a associação do treinamento dos

funcionários com a temperatura dos produtos, a forma do pedido da compra (que

deve ser detalhado), observação das características dos alimentos, a estocagem, o

prazo de validade, entre outros. Uma unidade que não tem controle sobre o seu

desperdício se sujeita a elevar o custo da produção e, por conseguinte, o valor das

refeições, levando, dessa forma, à redução de lucro (ARAÚJO et al., 2007).

O percentual ideal de sobras não está totalmente definido e se contradiz

na literatura, porém é consenso que o percentual de sobras limpas varia de

restaurante para restaurante (SPEGIORIN, 2009).

Uma vez consciente que o desperdício é um dos graves problemas

enfrentados no dia a dia de uma UAN, o que se espera é que o nutricionista esteja

vigilante quanto aos diversos fatores que rodeiam a ocorrência dessas perdas,

fazendo-se, portanto, necessário o investimento em treinamento pessoal, calibragem

de equipamentos, troca de utensílios e seleção acertada dos fornecedores (VANIN

et al., 2008).

Page 19: CENTRO UNIVERSITÁRIO IBMR LAUREATE INTERNATIONAL ... · ponto de vista nutricional e garantidas sob o ponto de vista higiênico-sanitário, visando manter e/ou recuperar a saúde

11

Fator de correção = Peso bruto (PB)

Peso líquido (PL)

4 MATERIAL E MÉTODOS

O trabalho foi realizado em um estabelecimento comercial situado na

zona sul do município do Rio de Janeiro/RJ.

A coleta de dados aconteceu nos meses de abril a maio de 2017.

A etapa da pesagem deu-se em dois momentos, os alimentos analisados

foram aferidos inicialmente para obtenção do peso bruto, em seguida submetidos à

etapa de pré-preparo onde os mesmos foram aparados e cortados conforme a

necessidade para a obtenção do peso líquido, segunda fase do processo.

Foi utilizada uma balança da marca Ramuzza, modelo DP-50, ano de

fabricação 2014, com capacidade máxima para 50 Kg.

As carnes bovinas analisadas foram: alcatra, contra filé e patinho;

compradas do mesmo fornecedor e utilizadas nas preparações servidas para

funcionários e clientes da UAN estudada.

O pré preparo foi sempre realizado pelo mesmo funcionário, que no caso

da UAN era o chefe de cozinha.

As carnes são recebidas na UAN estudada em perfeito estado de

conservação, seguindo um critério constante de qualidade de seus fornecedores,

onde são observados a forma como a carne é transportada, sendo imprescindível

que o veículo seja refrigerado e em condições higiênicas sanitárias adequadas,

aparência e higiene dos entregadores e o cuidado com as embalagens no momento

do recebimento.

O peso, a quantidade dos produtos, validade e suas características

sensoriais são conferidas no ato do recebimento das mercadorias visto que a

maioria dos produtos é adquirida de grandes fornecedores.

As carnes são recebidas refrigeradas e logo após colocadas em câmaras

frigoríficas para congelamento até o envio para o setor de pré preparo onde é feito o

descongelamento. Após o descongelamento foram realizadas as pesagens dos

pesos brutos e dos líquidos para cálculo dos fatores de correção através da fórmula:

Page 20: CENTRO UNIVERSITÁRIO IBMR LAUREATE INTERNATIONAL ... · ponto de vista nutricional e garantidas sob o ponto de vista higiênico-sanitário, visando manter e/ou recuperar a saúde

12

Os resultados foram apresentados em tabelas, e foi feito a média dos

fatores de correção encontrados nas cinco pesagens aleatórias, a fim de facilitar a

comparação com os fatores descritos na literatura.

Page 21: CENTRO UNIVERSITÁRIO IBMR LAUREATE INTERNATIONAL ... · ponto de vista nutricional e garantidas sob o ponto de vista higiênico-sanitário, visando manter e/ou recuperar a saúde

13

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foram analisados cinco dias aleatórios de amostras das carnes utilizadas na

unidade de alimentação e nutrição do presente estudo. Após a avaliação dos dados,

obtiveram-se os resultados descritos na tabela 2.

A quantidade bruta de carnes utilizadas nos dias analisados, se manteve

praticamente constante (em torno de 50kg), sendo portanto necessário apenas um

funcionário a executar esta tarefa.

Observou-se que praticamente não houve alteração dos fatores de correção

nas amostras analisadas, o que pode ser atribuído ao fato de ser sempre o mesmo

manipulador responsável pelo setor de carnes (tabela 2)

Na carne patinho, o fator de correção encontrado variou de 1,10 e 1,13,

obtendo uma média de 1,11. Esta pequena variação entre os dias analisados,

também foi observado no pré preparo da alcatra, com uma variação, de 1,14 e 1,17,

obtendo-se a média de 1,16.

O contra filé apresentou uma variação mais elevada nos cinco dias, que foi

calculada de 1,21 e 1,27, com média de 1,24.

Encontrou - se fator de correção médio de 1,11 para o patinho, 1,16 para a

alcatra e 1,24 para o contra filé.

É importante relatar que nas aparas, uma pequena parcela, em torno de 15%,

é utilizada para fazer strogonoff, como forma de aproveitamento dos alimentos e

evitando assim o desperdício. No total de 114,09kg de aparas produzidas dos três

tipos de carnes, este percentual representaria 15 quilos de aproveitamento. Nos

valores médios atuais do quilo das carnes (R$25,00) representaria no mês uma

economia de R$375,00.

Este percentual de aparas é pequeno pelo fato desta unidade trabalhar

somente com carnes bem limpas, pelo padrão de qualidade e de clientes

Page 22: CENTRO UNIVERSITÁRIO IBMR LAUREATE INTERNATIONAL ... · ponto de vista nutricional e garantidas sob o ponto de vista higiênico-sanitário, visando manter e/ou recuperar a saúde

14

Tabela 1. Fator de correção de carnes em uma Unidade de Alimentação e Nutrição.

Rio de Janeiro, 2017.

PATINHO

Pesagens Peso bruto (Kg) Aparas (Kg) Peso líquido (Kg) Fator de Correção

1ª 50,47 5,20 45,27 1,11

2ª 43,80 4,10 39,70 1,10

3ª 49,92 5,10 44,82 1,11

4ª 50,80 5,20 45,60 1,11

5ª 55,60 6,41 49,19 1,13

Média 1,11

ALCATRA

Pesagens Peso bruto (Kg) Aparas (Kg) Peso líquido (Kg) Fator de Correção

1ª 60,48 8,60 51,88 1,16

2ª 55,10 7,09 48,01 1,14

3ª 49,80 7,70 42,10 1,18

4ª 42,51 6,35 36,16 1,17

5ª 56,60 8,43 48.17 1,17

Média 1,16

CONTRA FILÉ

Pesagens Peso bruto (Kg) Aparas (Kg) Peso líquido (Kg) Fator de Correção

1ª 50,98 10,82 40,16 1,26

2ª 51,60 11,02 40,58 1,27

3ª 49,82 9,66 40,16 1,24

4ª 45,56 8,95 36,61 1,24

5ª 52,64 9,46 43,18 1,21

Média 1,24

Page 23: CENTRO UNIVERSITÁRIO IBMR LAUREATE INTERNATIONAL ... · ponto de vista nutricional e garantidas sob o ponto de vista higiênico-sanitário, visando manter e/ou recuperar a saúde

15

Observou-se que praticamente não houve alteração dos fatores de correção

nas amostras analisadas, o que pode ser atribuído ao fato de ser sempre o mesmo

funcionário a executar esta tarefa.

Na tabela 3 encontram-se os resultados comparados com a literatura. Os

dados apresentados na tabela 2.

De acordo com a tabela de fator de correção proposta por Anjos (2017) pela

Universidade Federal do Paraná (UFPR), como também pela tabela sugerida por

Ornellas (2007), os quais utilizaram os mesmos tipos de carnes, os fatores de

correção do presente estudo se encontram dentro da média dos autores.

No estudo feito por Barros et al (2010) só foi possível comparar alcatra e

patinho, visto que o autor não analisou contra filé. Os fatores de correção da alcatra

e do patinho encontravam-se abaixo do presente estudo.

Ferreira (2015) realizou uma pesquisa em um hospital privado da zona oeste

da cidade do Rio de Janeiro, com dados colhidos de maio a junho de 2015, onde

foram estudados patinho e alcatra. O patinho apresentou fator de correção médio de

1,11 exatamente o mesmo resultado e a alcatra de 1,18. O valor do fator de

correção do patinho foi exatamente o mesmo do presente estudo e a alcatra oscilou

pouco. A autora relatou que a alcatra apresentou em duas amostras analisadas,

fatores de correção mais elevados (1,20 e 1,21), podendo ser explicado pelo fato do

estudo ter sido realizado em um hospital, onde a carne foi usada para a dieta de

pacientes, quando é exigido que esteja totalmente limpa e em um padrão acima do

usual.

O estudo de Martins (2003), que verificou a padronização das preparações de

restaurantes do tipo self service, encontrou fator de correção de 1,06 para o patinho.

Esse número está abaixo do fator de correção do patinho no presente estudo, mas

está próximo a tabela de Barros et al (2010), que encontrou o valor de 1,04.

Page 24: CENTRO UNIVERSITÁRIO IBMR LAUREATE INTERNATIONAL ... · ponto de vista nutricional e garantidas sob o ponto de vista higiênico-sanitário, visando manter e/ou recuperar a saúde

16

Tabela 2. Comparação dos fatores de correção com dados da literatura.

Alimentos FC

(2017)

ORNELLAS

(2007)

ANJOS

(UFPR)

BARROS

(2010)

FERREIRA

(2015)

MARTINS

(2003)

Alcatra 1,16 1,12 - 1,20 1,12 – 1,20 1,08 1,18 -

Patinho 1,11 1,10 - 1,13 1,10 – 1,13 1,04 1,11 1,06

Contra Filé 1,24 1,25 1,25 - - -

FC = PB/ PL * Resultados expressos como média

Os estudos comparados não mencionam as metodologias utilizadas para

chegar a tal resultado, assim como se os utensílios utilizados possuem o mesmo

nível de eficiência e eficácia, não sendo encontrado na literatura estudos mais

detalhados sobre o tema, o que leva a acreditar que esse comparativo poderia

render novas bases para novas tabelas de fatores de correção baseados em

metodologias atuais e melhores do que as propostas até o presente momento pelos

autores usados como comparação.

Page 25: CENTRO UNIVERSITÁRIO IBMR LAUREATE INTERNATIONAL ... · ponto de vista nutricional e garantidas sob o ponto de vista higiênico-sanitário, visando manter e/ou recuperar a saúde

17

6 CONCLUSÃO

Foi observado no presente estudo a importância da fase de pré-preparo

para a obtenção do fator de correção, sendo a padronização tanto da qualidade do

produto quanto da mão de obra, um aspecto relevante para evitar o desperdício. É

necessário que cada UAN estabeleça sua tabela de fator de correção, uma vez que

a mesma é essencial para uma avaliação mais precisa do desperdício de alimentos

e quais os possíveis fatores que interferem nessas perdas.

É importante que a UAN promova treinamento periódico com

manipuladores no intuito de que sejam utilizados os utensílios adequados e em bom

estado de conservação e também, para a padronização do serviço, uma vez que a

falta de conscientização e habilidade dos colaboradores envolvidos no processo

pode gerar prejuízos financeiros ao estabelecimento. Para uma maior otimização

devem aproveitar ao máximo os alimentos e quando possível, utilizá-los para outras

finalidades, a fim de reduzir a perda.

O nutricionista, em uma UAN, deve acompanhar, monitorar e orientar

cada etapa da produção, para a devida correção dos pontos críticos. Somente com o

planejamento adequado e efetivo, com conscientização e monitoramento será

possível reduzir o desperdício.

As informações contidas neste trabalho foram disponibilizadas para

auxiliar o gestor nas medidas cabíveis para aprimorar o funcionamento da UAN, bem

como contribuir para a elaboração do planejamento.

Page 26: CENTRO UNIVERSITÁRIO IBMR LAUREATE INTERNATIONAL ... · ponto de vista nutricional e garantidas sob o ponto de vista higiênico-sanitário, visando manter e/ou recuperar a saúde

18

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABERC – Associação Brasileira das Empresas de Refeições Coletivas. Manual de

práticas de elaboração e serviço de refeições para coletividades. 8.ed. São

Paulo: ABERC, 2003. 120p.

ABREU, E.S.; SPINELLI, M.G.N.; PINTO, A.M.S. Gestão de unidades de

alimentação e nutrição: um modo de fazer. 4. ed. São Paulo, 2013.

AKUTSU, R.C.; BOTELHO, R.A.; CAMARGO, E.B.; SÁVIO, K.E.O; ARAUJO, W.C.

A ficha técnica de preparação como instrumento de qualidade na produção de

refeições. Revista Nutrição de Campinas, v. 18, n. 2, p. 277-279, 2005.

ANJOS, M. C. R. Relação de fatores de correção e índice de conversão (cocção) de

alimentos. Universidade Federal do Paraná – UFPR. Departamento de Nutrição.

Disponível em: <https://docs.ufpr.br/~monica.anjos/Fatores.pdf>. Acesso em: 4 de

abril de 2017.

ARAÚJO, W.M.C. et al. Alquimia dos alimentos. v. 2. Brasília: Editora SENAC,

2007.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS INDÚSTRIAS DE ALIMENTOS (ABIA). Alimentos

fora do lar, 2009. Disponível em: <http://www.abia.org.br/sp> Acesso em 22 de Abril

de 2017.

BARROS, R.M.; GARCIA, P.P.C.; ALMEIDA, S.G. Análise e elaboração dos fatores

de correção e cocção de alimentos. Anuário da Produção de Iniciação Científica

Discente, v. 13, n. 16, p. 103-113, 2010.

BENEVIDES, C. M. J.; LOVATTI, R. C. C. Segurança alimentar em estabelecimentos

processadores de alimentos. Revista Higiene Alimentar, v.18, n. 125, p. 24-27,

2004.

BORGES RF. Panela Furada: O incrível desperdício de alimentos no Brasil. São

Paulo (SP). Columbus, 1991.

BRASIL. Lei nº 8.234, de 17 de setembro de 1.991 Regulamenta a profissão de

nutricionista e determina outras providências. Diário Oficial da União 18 de

setembro de 1991.

Page 27: CENTRO UNIVERSITÁRIO IBMR LAUREATE INTERNATIONAL ... · ponto de vista nutricional e garantidas sob o ponto de vista higiênico-sanitário, visando manter e/ou recuperar a saúde

19

CAMPOS, J.R; IKEDA, V.; SPINELLI, M.G.N. Otimização de espaço físico em uma

unidade de alimentação e nutrição (UAN) considerando avanços tecnológicos no

segmento de equipamentos. Revista Univap, v.18, n. 32, p. 31-41, 2012.

CASTRO, M.H.C.A. Fatores determinantes de desperdício de alimentos no

Brasil: Diagnóstico da situação. 2002. 93p. Monografia (Especialização em

Gestão de Qualidade em Serviços de Alimentação) – Universidade Estadual do

Ceará, Fortaleza, 2002.

CONSELHO FEDERAL DE NUTRICIONISTAS. Resolução CFN Nº 380/2005.

Disponível em <www.cfn.org.br> Acesso em 15 de abril de 2017.

CORRÊA, T. A. F.; SOARES, F. B. S.; ALMEIDA, F. Q. A. Índice de resto-ingestão

antes e durante a campanha contra o desperdício, em uma unidade de alimentação

e nutrição. Revista Higiene Alimentar, v. 21, n. 140. Abril. 2006.

FERREIRA, Luciene Crespo. Fator de Correção de Carnes e Legumes em

Unidade de Alimentação e Nutrição. 36p. 2015. (Graduação em Nutrição) –

Instituto Brasileiro de Medicina e Reabilitação – IBMR.

FUNDAÇÃO CARLOS CHAGAS <Disponível em www.fcc.org.br> Acesso em 21 de

Maio de 2017

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA <Disponível em

www.ibge.org.br> Acesso em 20 de Maio de 2017

LANZILLOTTI, H.S. Aplicação de um modelo para avaliar projetos de unidades de

alimentação e nutrição. Nutrição Brasil. v. 3, n. 1, p. 11-17, 2004.

LIPPEL, I.L. Gestão de custos em restaurantes – Utilização do método ABC.

2002. 179p. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) – Universidade

Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2002.

MARTINS, CARLA CAMARGOS. Padronização de restaurantes do tipo self

service. 2003. 66p. Monografia (Especialização em qualidade dos alimentos) –

Universidade de Brasília, 2003.

ORNELLAS, L.H. Técnica dietética: seleção e preparo de alimentos. 8. ed. São

Paulo: Atheneu, 2007.

Page 28: CENTRO UNIVERSITÁRIO IBMR LAUREATE INTERNATIONAL ... · ponto de vista nutricional e garantidas sob o ponto de vista higiênico-sanitário, visando manter e/ou recuperar a saúde

20

PARISOTO, D. F.; HAUTRIVE, T. P.; CEMBRANEL, F. M. Redução do desperdício

de alimentos em um restaurante popular. Universidade Tecnológica Federal do

Paraná– UTFPR. v. 7, n. 2, p.1106-1117, 2013.

PROENÇA, R.P.C.; CAVALLI, S.B.; BORJES, L.C. Proposta de classificação de

vegetais considerando características nutricionais, sensoriais e de técnicas de

preparação. Revista de Nutrição. v. 23, n. 4, p.645-654, 2010.

RICARTE, M. P. R.; FÉ, M. A. B. M.; SANTOS, I. H. V. S.; LOPES, A. K. M.

Avaliação do desperdício de alimentos em uma unidade de alimentação e nutrição

institucional em Fortaleza-CE. Saber Científico, Porto Velho, v. 1, n. 1, p.158-175,

2008.

RODRIGUES, T.C.et al. Mudanças no padrão de consumo alimentar no município

de Viçosa-MG. In: CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ECONOMIA,

ADMINISTRAÇÃO E SOCIOLOGIA RURAL, 45, 2007, Londrina. Anais

Conhecimentos para Agricultura do Futuro. Londrina: Editora da SOBER, 2007.

p. 1-15.

SCOTTON, V; KINASZ, T. R; COELHO, S. R. M. Desperdício de alimentos em

Unidades de Alimentação e Nutrição: a contribuição do resto-ingestão e da sobra.

Revista Higiene Alimentar, v. 24, n. 186/187, p. 19-24. jul., ago., 2010.

SILVA, A. M; SILVA, C. P. PESSINA, E. L. Avaliação do índice de resto – ingesta

após campanha de conscientização dos clientes contra o desperdício de alimentos

em um serviço de alimentação hospitalar. Revista Simbio – logias, v. 3, n. 4, p. 43-

56. jun., 2010.

SPEGIORIN L. A; MOURA P.N. Monitoramento de sobras limpas: um passo para a

redução do desperdício em unidades de alimentação e nutrição (UAN’S). Revista

Salus-Guarapuava. Paraná – PR. Jan /Jun 2009.

TEIXEIRA, S. M. F. G. et al. Administração aplicada as unidades de alimentação

e nutrição. Rio de Janeiro: Atheneu Editora, 2007. 219 p.

TEIXEIRA, S. Milet Z, F. Carvalho J, Biscontini TM. Administração aplicada as

unidades de alimentação e nutrição. São Paulo: Atheneu Editora, 2004. 219 p.

Page 29: CENTRO UNIVERSITÁRIO IBMR LAUREATE INTERNATIONAL ... · ponto de vista nutricional e garantidas sob o ponto de vista higiênico-sanitário, visando manter e/ou recuperar a saúde

21

TRANCOSO, S.C.; TOMASIAK, F.S. Estruturação de uma unidade de alimentação e

nutrição. Nutrição Brasil, v. 3, n. 1, 2004.

VANIN, M.; NOVELLO, D. Avaliação do desperdício no pré-preparo de saladas em

uma unidade de alimentação e nutrição. Revista Salus-Guarapuava.; v. 2, n. 2, p.

52-62, 2008.

VASCONCELLOS, F.; CAVALCANTI, E.; BARBOSA, L. Menu: como montar um

cardápio eficiente. São Paulo: Roca; 2002.70p.

VAZ, C. Alimentação de coletividade: uma abordagem gerencial. Brasília, 2003.

WELFE, C.; PEREIRA, E. L. Análise de desperdício em uma Unidade de

Alimentação e Nutrição (UANs) Industrial na cidade de Quedas do Iguaçu.

2007. 12 f. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Nutrição), Faculdade

Assis Gurgacz, Cascavel – PR, 2007.