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CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTADUAL DA ZONA OESTE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE MATERAIS
Estudo da Aplicação de Revestimento Duro e Tratamentos Térmicos na Recuperação de uma Polia de Freio
Marcílio Pereira da Silva
Rio de Janeiro 2016
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CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTADUAL DA ZONA OESTE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE MATERAIS
Estudo da Aplicação de Revestimento Duro e Tratamentos Térmicos na Recuperação de uma Polia de Freio
Dissertação apresentada, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre, ao Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Materiais, do Centro Universitário Estadual da Zona Oeste. Área de concentração: Ciência e Tecnologia de Materiais.
Orientador: Prof. Dr. Mauro Carlos Lopes Souza
Rio de Janeiro 2016
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X000Da Silva, Marcílio Pereira. Estudo da Aplicação de Revestimento Duro e Tratamentos Térmicos na
Recuperação de uma Polia de Freio/ Marcílio Pereira da Silva. – 2013. 133f.
Orientador: Mauro Carlos Lopes Souza Dissertação (Mestrado) – Centro Universitário Estadual da Zona Oeste, Rio
de Janeiro. 1. Matéria Condensada – Teses.
XXX 000.000
___________________________ __________________________________
Data Marcílio Pereira da Silva
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Marcílio Pereira da Silva
Estudo da Aplicação de Revestimento Duro e Tratamentos Térmicos na Recuperação de uma Polia de Freio
Dissertação apresentada, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre, ao Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Materiais, do Centro Universitário Estadual da Zona Oeste. Área de concentração: Ciência e Tecnologia de Materiais.
Aprovado em: ….de janeiro de 2016 Banca Examinadora:
_____________________________________________________ Prof. Mauro Carlos Lopes Souza, DSc (Orientador) Centro Setorial de Produção Industrial – UEZO
_____________________________________________________ Profª. Wilma Clemente de Lima Pinto, DSc Centro Setorial de Produção Industrial – UEZO
_____________________________________________________ Prof. Carlos Augusto Martins Ferreira, DSc Centro Setorial de Produção Industrial – UEZO
_____________________________________________________ Prof. Antônio Carlos de Araujo Santos, MSc PPG – Eng. Mecânica – FEN/UERJ _____________________________________________________ Eng. Rodrigo Ribeiro Soarez, MSc Produção Industrial – NUCLEP
Rio de Janeiro 2016
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Dedico a Deus, minha família, amigos,
colegas de trabalho e orientadores pelo
apoio, força, incentivo, companheirismo e
amizade. Sem eles nada disso seria
possível.
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AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus pela conclusão de mais uma etapa.
À minha família por tudo.
Com muita gratidão ao meu orientador Prof. Mauro C.L. Souza, pelo incentivo e toda
orientação dada não somente durante o trabalho, mas também durante todo o
período final do curso.
Agradeço aos meus colegas de trabalho Manoel Neto, Thiago Fernandes, Jhonatan,
Guilherme Tepedino, Pedro Ivo, Sebastião, Edson Tiba, Gilmax, Marcos, Rubens,
Patricia, Vinícius, Rodrigo, Magno, Fernando, André Potascheff, Barçante, Evandro
Monteiro,
Ao nosso Diretor Industrial Liberal Enio Zanelatto que sempre nos incentiva a
colocar em prática os nossos conhecimentos,
Ao nosso Presidente Jaime Wallwitz Cardoso, pelo apoio e incentivo a qualificação
de mão de obra na Nuclep, patrocinando diversos cursos internos do IBMEC, FGV,
etc.
Ao nosso RH e ao CTT, que acreditam que o desenvolvimento da Nuclep esta
fundamentado na qualificação e aperfeiçoamento técnico da sua mão de obra,
Ao Eng. Ítalo de Carvalho Ítalo, da Empresa Brastêmpera, por todo o auxílio, apoio e
dedicação durante os trabalhos experimentais,
Ao Dorival Tecco e ao Cleiton Rossi Souza Oliveira da ITW pelo apoio técnico, ao
Fábio Machado da empresa Alumaq.
A todos que direito ou indiretamente contribuíram para a realização deste trabalho.
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“O único modo de escapar da corrupção
causada pelo sucesso é continuar
trabalhando.”
Albert Einstein
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RESUMO
Este trabalho estudou a aplicação de revestimento duro como material de adição,
utilizando o processo de soldagem MIG/MAG e, posteriormente os tratamentos
térmicos de têmpera e revenido e nitretação líquida para a recuperação de uma polia
de freio de ponte rolante na Nuclep, aproveitando ao máximo as sobras de materiais
na confecção de uma polia nova, com o objetivo de reduzir o custo desnecessário na
aquisição de novas polias, para reposição. Foram realizados os principais ensaios
de qualidade como dureza, desgaste, macro e micrografia. Nesse contexto, foi
utilizado um eletrodo revestido de Megafil MF A730M, com diferentes teores de C,
Cr, Mn e Si, ainda muito pouco utilizado no Brasil, como material de revestimento
duro, em uma amostra de aço ASTM-A516-10-60. Foi feito um estudo da
transferência metálica de forma a selecionar um conjunto dos parâmetros
Amperagem, Corrente e Velocidade de alimentação do arame, que tivessem a
melhor eficiência possível, que posteriormente foi aplicado na soldagem do corpo de
prova. Foram realizados tratamentos térmicos em amostras de ferro fundido GGG
40, que é mesmo material das polias de freios mais antigas e a venda no mercado,
com o objetivo de preservar a dureza superficial das polias, após a recuperação, por
usinagem e retífica, da superfície desgastada. Sendo obtidos resultados dentro e,
também, aquém do esperado. Foi construído um dispositivo para a realização da
avaliação de desgaste em laboratório, aonde foi constatada a perda de massa em
cada um dos processos de tratamentos realizados, perfazendo um total de 230,400
m de comprimento (por amostra) de superfície testada, verificando, quais tiveram os
piores e melhores desempenhos. Foram também realizados, ensaios de dureza e
análises macro e micrográficas, a fim de verificar a qualidade alcançada nos
tratamentos. Por fim, por meio de tabelas, cálculos e dados apurados, constatou-se
que a aplicação do revestimento duro, seria o mais apropriado, levando-se em conta
o custo benefício apresentado.
Palavras-chave: revestimento duro; tratamentos térmicos e desgaste
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ii
ABSTRACT
This paper studies the application of hard coating such as adding material, using the
welding process MIG / MAG and subsequently the heat treatment of quenching and
tempering and liquid nitriding to the recovery of a crane brake pulley in Nuclep,
making the most of the leftover materials in the manufacture of a new pulley, in order
to reduce unnecessary costs to acquire new pulleys for replacement. The main
quality tests were performed as hardness, wear, and macro micrograph. In this
context, we used a coated electrode Megafil MF A730M, with different contents of C,
Cr, Mn and Si, still little used in Brazil, such as hard coating material in a steel
sample ASTM-A516-10-60 . A study of metal transfer was made in order to select a
set of parameters amperage, current and wire feed speed, they had the best possible
efficiency, which was later applied in welding the test piece. Heat treatments were
performed in cast iron samples GGG 40, which is the same material of the oldest
brake pulleys and sale on the market, in order to preserve the surface hardness of
pulleys, after recovery by machining and grinding, surface worn. It is obtained results
within and also below expectations. It was built a device to carry out the evaluation of
wear in the laboratory, where it was found the mass loss in each of the treatments
processes, a total of 230,400 m in length (per sample) tested surface, checking,
which had the worst and best performers. They were also performed, hardness tests
and analyzes macro and micrographs, in order to verify the quality achieved in the
treatments. Finally, by means of tables, calculations, and data gathered, it was found
that the application of the hard coating is the one most appropriate, taking into
consideration the money displayed.
Keywords: hard coating; heat treatment; wear
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SUMÁRIO
RESUMO i ABSTRACT ii SUMÁRIO iii LISTA DE FIGURAS v LISTA DE TABELAS viii LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ix LISTA DE FÓRMULAS x
1. INTRODUÇÃO...................................................................................................... 01
1.1. Justificativa .......................................................................................... 02 1.2. Objetivos ............................................................................................... 03 1.2.1. Objetivo geral ..................................................................................... 03 1.2.2. Objetivo específico............................................................................. 03 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................ 04
2.1. Freios...................................................................................................... 04 2.2. Considerações sobre pressão e desgaste.......................................... 09 2.3. Desgaste uniforme............................................................................... 10 2.4. Pressão uniforme................................................................................. 11 2.5. Considerações sobre energia............................................................. 11 2.6. Considerações sobre temperatura no freio ...................................... 13 2.7. Calor de entrada.................................................................................... 14 2.8. Variação de temperatura...................................................................... 14 2.9. Conceitos gerais de atrito..................................................................... 15 2.10. Tratamentos......................................................................................... 17 2.11. Tratamentos Térmicos........................................................................ 18 2.11.1. Têmpera ............................................................................................ 19 2.11.2. Revenido .......................................................................................... 22 2.11.2.1. Revenimento prensado................................................................. 23 2.12. Tratamento Termoquímico................................................................. 23 2.12.1. Nitretação.......................................................................................... 23 2.12.2. Nitretação Líquida.............................................................................24 2.13. Fundamentos do processo de revestimentos.................................. 26 2.13.1. Revestimentos de aços oxidáveis ("cladding")............................. 26 2.13.2. Revestimentos de reconstrução ("build up")................................ 26 2.13.3. Amanteigamento ("buttering”)........................................................ 26 2.13.4. Revestimentos duros ("hardfacing").............................................. 27 2.14. Princípios e fundamentos do processo de soldagem (MIG/MAG).. 27 2.14.1. Introdução processo de soldagem................................................. 27 2.14.2. Funcionamento................................................................................. 28 2.14.3. Equipamentos................................................................................... 29 2.14.4. Fonte de soldagem........................................................................... 32 2.14.5. Principais vantagens........................................................................ 33
3. MATERIAIS E MÉTODOS.................................................................................... 34 3.1. Material de base do estudo.................................................................. 34 3.2. Tratamentos Térmicos e Termoquímico ............................................ 37
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3.2.1. Tratamento Termoquímico de Nitretação Líquida.......................... 38 3.2.2. Tratamento Térmico de Têmpera e Endurecimento por Chama... 39 3.3. Aplicação de Metal Duro na Superfície da amostra de Aço Carbono ASTM-A516-10-60 ........................................................................................ 41 3.3.1. Seleção da Amostra de Aço Carbono ASTM-A516-10-60 ........... 41 3.3.2. Definição dos Parâmetros de Soldagem......................................... 41 3.3.3. Fabricação do Corpo de Prova (Aço ASTM-516-10-60 com Megafil MF A 730M)................................................................................................... 46 3.4. Teste de Desgaste................................................................................ 52 3.4.1. Fabricação do Dispositivo para Realizar o Teste de Desgaste..... 52 3.4.2. Ensaios de desgaste nas amostras de ferro fundido e na de aço carbono (com recobrimento de metal duro)............................................. 53 3.4.3. Pesagem das Amostras.................................................................... 54 3.4.3.1. Pesagem das Amostras Antes do Ensaios de Desgaste............ 54 3.4.3.2. Pesagem das Amostras Depois do Ensaios de Desgaste.......... 55 3.5. Teste de Dureza Rockwell “C”............................................................. 56
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO........................................................................... 59
4.1. Resultado dos ensaios de dureza na superfície dos corpos de prova...............................................................................................................59 4.2. Resultados gráficos dos tratamentos térmicos e ou termoquímicos............................................................................................. 62 4.3. Resultado dos Testes de Desgaste na superfície dos corpos de prova ........................................................................................................... 65
4.4. Micrografia..............................................................................................65 4.5. Análises Micrográficas das Amostras................................................ 65 4.5.1. Preparação das Amostras para se Fazer as Análises Micrográficas................................................................................................ 66 4.5.2. Resultados das Análises Micrográficas (Microestrutura).............. 67
4.6. Avaliação............................................................................................... 69
5. CONCLUSÃO..................................................................................................... 72
6. SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS................................................. 73
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................... 74
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – A Roda Suméria.
Figura 2 – A Roda na Mesopotâmia.
Figura 3 – A Roda no limiar da história.
Figura 4 – Freio de alavanca com sapata de madeira.
Figura 5 – NUCLEP.
Figura 6 – Ponte Rolante.
Figura 7 – Detalhes do desgaste do tambor de freio e da sapata.
Figura 8 – Sapata externa.
Figura 9 – Sapata onde o pivô esta em simetria.
Figura 10 - Esquema simplificado da têmpera por indução (MSPC, 2014).
Figura 11 – Esquema simplificado da têmpera por chama (MSPC, 2014).
Figura 12 – Processo de soldagem.
Figura 13 – Processo de soldagem.
Figura 14 - Instalações para a soldagem manual
Figura 15 - Tochas de soldagem e acessórios.
Figura 16 – Alimentador de arame.
Figura 17 – Chapa de ferro fundido GGG40 adquirida no mercado e cortada em 5
pedaços.
Figura 18 – Polia adquirida na Tec Tor Ind. Equip. Ltda
Figura 19 – Polia fabricada de chapas de aço carbono soldada de uma ponte rolante
da Nuclep.
Figura 20 – Consumível de solda Megafil MF A 730M da Empresa HOBART Filler
Figura 21 – Amostras identificadas e enviadas para a realização do T.T.
Figura 22 – Laboratório industrial de Qualidade da NUCLEP.
Figura 23 – Forno de banho nº 1 (BRASTÊMPERA).
Figura 24 – Entrada no forno câmara, para tratamento de têmpera.
Figura 25 – Amostras tratadas (Têmpera, Nítretação Líquida e Endurecimento por
Chama) na BRASTÊMPERA.
Figura 26 – Sobras de aço carbono ASTM-516-10-60 e Certificado do material.
Figura 27 – Soldagem de cordões e controle de parâmetros.
Figura 28 – Elaboração de 24 cordões de solda em duas amostras.
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Figura 29 – Fonte Inversora Multiprocesso SMAW, FCAW, GMAW e GTAW
PipeWorx 350 FieldPro.
Figura 30 – Mistura de gás Argônio e Hélio (50% cada).
Figura 31 - Corte ao meio das amostras e ataque com Nital à 1%.
Figura 32 – Ataque com Nital à 1% e posterior secagem.
Figura 33 – Identificação com cordões de solda e escolha do que teve a melhor
performance.
Figura 34 – Teste de dureza (durômetro manual) - 276 HB, realizado nas polias
novas.
Figura 35 – Controle de temperaturas máxima (250°C) e mínima (65°C).
Figura 36 – Definição da quantidade de camadas de cordões de soldas.
Figura 37 – Medição da espessura e teste de dureza do metal duro adicionado na
superfície.
Figura 38 – Codificação no material para facilita a rastreabilidade e posicionamento
para o corte.
Figura 39 – Corte do material de base e ajuste no comprimento da amostra.
Figura 40 – Fresando as superfícies (19 mm de espessura) e retirando as rebarbas.
Figura 41 – Adição de metal duro (Megafil MF A730M) e controle de temperatura.
Figura 42 – Pesagem com balança digital de precisão no laboratório de qualidade da
Nuclep.
Figura 43 – Croqui do corpo de prova após a usinagem e adição de metal duro.
Figura 44 – Descarte de 15 mm de ambos os lados e inicio da limpeza na superfície.
Figura 45 – Conclusão da usinagem e limpeza das superfícies do corpo de prova.
Figura 46 – Padronizando o comprimento dos corpos de provas.
Figura 47 – Pedra de desbaste de carborundum.
Figura 48 – Dispositivo utilizado para fazer o teste de desgaste.
Figura 49 – Ensaios de desgaste nas amostras tratadas.
Figura 50 – Ensaios de desgaste nas amostras tratadas..
Figura 51 – Amostra Nitretada (FF).
Figura 52 – Amostra Endurecida por Chama (FF).
Figura 53 – Amostra Aço carbono c/ revest. duro.
Figura 54 – Amostra Temperada (FF).
Figura 55 – Amostra Nitretada (FF).
Figura 56 – Amostra Endurecida por Chama (FF).
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vii
Figura 57 – Amostra Aço carbono c/ revest. duro.
Figura 58 – Amostra Temperada (FF).
Figura 59 – Durômetro fixo Briro VA.
Figura 60 – Todas as amostras foram cuidadosamente limpas antes do ensaio de
dureza.
Figura 61 – Realização dos ensaios de dureza com a aplicação da pré-carga, carga
e observação.
Figura 62 – Curva de Endurecimento Superficial por Chama (corpo de prova
F.F.GGG40).
Figura 63 – Curva de Tempera (corpo de prova F.F.GGG40).
Figura 64 – Curva de Nitretação Líquida (corpo de prova F.F.GGG40).
Figura 65 – Corte e limpeza, após retífica das amostras para serem atacadas
quimicamente.
Figura 66 – Equipamentos de preparação de análise micrografia da Nuclep.
Figura 67 – Laboratório de qualidade da Nuclep.
Figura 68 – Ataque: Nital 1%. 50x.
Figura 69 – Ataque: Nital 1%. 100x.
Figura 70 – Ataque: Nital 1%. 200x.
Figura 71 – Ataque: Nital 1%.100x.
Figura 72 – Ataque: Nital 1%.200x.
Figura 73 – Ataque: Nital 1%.20x.
Figura 74 – Ataque: Nital 1%.100x.
Figura 75 – Ataque: Nital 1%.200x.
Figura 76 – Metal de Base 100x.
Figura 77 – Metal de Base 200x.
Figura 78 – Metal soldado 200x.
Figura 79 – Zona de transição 100x.
Figura 80 – Zona de transição 200x.
Figura 81 – Zona de transição 200x.
Figura 82 – Orçamento da polia
Figura 83 – Croqui do corpo de prova após a usinagem e adição de metal duro.
Figura 84 – Desenho esquemático da polia de freio da Tec Tor Ind. Equip. Ltda.
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Dados sobre difusão do B, C e Ni no Ferro (NOVIKOV, I., 1994).
Tabela 2 – Composição ferro fundido GGG40.
Tabela 3 – Composição aço ASTM-A516-10-60.
Tabela 4 – Composição do consumível de solda Megafil MF A730M.
Tabela 5 – Distribuição para tratamento das amostras.
Tabela 6 – Especificação técnica do banho de Nitretação Líquida. Adaptado
[Brastêmpera].
Tabela 7 – Parâmetros de soldagem utilizados durante os testes.
Tabela 8 – Parâmetros de soldagem utilizados e controle de temperaturas.
Tabela 9 – Tabela com dados operacionais dos ensaios de desgaste.
Tabela 10 – Resultado dos pesos das amostras antes e depois dos testes de
desgastes.
Tabela 11 – Resultado das durezas encontradas nas amostras tratadas
termicamente e na amostra com metal duro de adição.
Tabela 12 – Relação entre os principais sistemas de dureza existentes.
Tabela 13 – Resultado Geral dos gráficos.
Tabela 14 – Resultado da perda de material nos testes de desgaste.
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ix
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AISI - American Iron and Steel Institute
CTT – Centro de Treinamento Técnico
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LISTA DE FÓRMULAS
Fórmula 01 – Momento de Força. Fórmula 02 – Momento de Força. Fórmula 03 – Força Atuante. Fórmula 04 – Reação Horizontal. Fórmula 05 – Reação Vertical. Fórmula 06 – Reação Horizontal. Fórmula 07 – Reação Vertical. Fórmula 08 – Força Atuante. Fórmula 09 – Reação Horizontal. Fórmula 10 – Reação Vertical. Fórmula 11 – Pressão Máxima. Fórmula 12 – Força Atuante. Fórmula 13 – Torque Obtido. Fórmula 14 – Torque Obtido. Fórmula 15 – Força Atuante. Fórmula 16 – Torque. Fórmula 17 – Torque para a máxima Pressão. Fórmula 18 – Velocidade Instantânea. Fórmula 19 – Velocidade Instantânea. Fórmula 20 – Tempo Requerido. Fórmula 21 – Energia Total Dissipada. Fórmula 22 – Energia Dissipada. Fórmula 23 – Razão de Entrada de Calor. Fórmula 24 – Variação de Temperatura.
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xi
Fórmula 25 – Variação de Temperatura. Fórmula 26 – Temperatura do Freio. Fórmula 27 – Expressão da Força Decorrente da Fricção. Fórmula 28 – Área da Superfície da Polia . Fórmula 29 – Quantidade de Consumível Necessário para Revestir uma Polia. Fórmula 30 – Custo de Fabricação de Uma Polia Nova na NUCLEP.
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1. INTRODUÇÃO
Grande parte do parque industrial brasileiro possui pelo menos mais de 30
anos de idade e seus maquinários e equipamentos necessitam de constantes
manutenções periódicas ou substituições. A Nuclep não é uma exceção a essa
regra, uma indústria que foi criada pelo decreto n° 76805 de 16.12.75, como parte do
plano nuclear brasileiro. Seu objetivo inicial foi projetar, desenvolver, fabricar e
comercializar componentes pesados relacionados a construção das usinas
nucleares brasileiras. Com o passar dos anos foi diversificando suas atividades e
atendendo a outros segmentos da indústria nacional como por exemplos a
construção de vasos de pressão, palhetas de usinas hidroelétricas, módulos de
plataformas de petróleo, cascos resistentes e cavernas para submarinos, etc.
Atualmente a Nuclep esta fazendo diversos retrofitting em vários equipamentos,
aproveitando para modernizar alguns processos de fabricação, como fornos de
tratamento térmico, pontes rolantes, etc. Seguindo esta tendência foi detectada a
necessidade de se efetuar a recomposição dos revestimentos duros das polias de
freios das pontes rolantes, sendo que cada ponte possui um total de 03 polias de
freios, duas para o moitão principal e uma para o moitão auxiliar. Cada vão
estrutural, possui duas pontes rolantes (uma Norte e outra Sul) e somando o galpão
auxiliar com o galpão principal temos um total de 08 vãos e 16 pontes rolantes. Foi
solicitada a aquisição de 03 polias de freios à empresa Tector de Jundiaí São Paulo
e a informação de qual era o material de revestimento, sendo que a mesma só
poderia informar o material de fabricação das polias (ferro fundido GGG 40-Norma),
mas o revestimento seria uma informação de projeto e logo não poderia ser
repassado, pois se tratava de segredo industrial. Como a Nuclep necessita
periodicamente avaliar e substituir essas peças por causa do desgaste decorrentes
do processo, fiquei encorajado e fui estimulado pela minha gerencia a encontrar uma
solução (revestimento duro ou tratamentos térmicos) na qual não fosse necessário
comprar uma polia inteiriça só por causa deste desgaste.
OBS: O ferro fundido GGG40, possui uma classificação similar através da Norma
DIN 1693.
Atualmente existem diversos tipos de tratamentos térmicos e adições de
metal duro em uma superfície metálicas, mostraremos mais a frente os principais
conceitos envolvendo essas técnicas.
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O presente trabalho teve como premissa, a utilização de material (Ferro
Fundido GGG 40) que foi utilizado como metal de base na construção das polias
compradas pela Nuclep, utilizamos também o aço carbono ASTM A516-10-60
fabricado pela Usiminas e muito abundante, devido as sobras de materiais de vários
projetos e contratos já entregues, para testarmos a viabilidade de construção de
uma polia de freio feita pela própria Nuclep.
Foram realizados tratamentos térmicos de Tempera, Nitratação e
Endurecimento superficial através de Aquecimento por Chama nas amostras de
ferro fundido GGG40 e adição de metal duro Megafil MF A730M utilizando o
processo de soldagem (MIG/MAG).
Os tratamentos térmicos visam melhorar as qualidades e resistência do aço
em questão, fornecendo-os qualidades mais especificas para cada tipo de utilização.
Eles apresentam grande importância, pois os mesmos mudam a estrutura do
material e não afetam sua composição química, exceto os tratamentos
termoquímicos que alteram superficialmente as composições químicas, acrescentam
muitas vezes carbonetos (SANTOS, R.R., 2014).
Após os tratamentos termomecânico, termoquímico e adição de metal duro
às amostras foram submetidas a ensaios de dureza e desgaste, nas superfícies
tratadas. Foram feitos estudos metalográficos para visualizar as regiões afetadas e
as mudanças microestruturas ocorridas.
1.1. Justificativa
O envelhecimento natural do parque industrial da Nuclep, forçou a empresa
a encontrar caminhos e alternativas que pudessem recuperar a sua plena
capacidade de produção aliada a uma boa produtividade. Com base neste
panorama, a empresa vem desenvolvendo uma recuperação (mecânica, elétrica e
eletrônica) de varios equipamentos, os chamados retrofitting, além da aquisição de
alguns equipamentos, porém, com a grave crise econômica no qual todo o país se
encontra, esses investimentos foram bastante reduzidos, surgindo desta forma a
necessidade de estudos e pesquisas com a finalidade de encontrar outros meios de
recuperação. Com este cenário, foi sugerido e desenvolvido junto com o corpo
técnico e as gerências do departamento industrial da Nuclep, este trabalho piloto,
visando a recuperação de polias de freio das ponte rolantes, utilizando o máximo
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possível dos recursos internos da própria fabrica, reduzindo desta forma os custos
de aquisição.
1.2. Objetivos
1.2.1. Objetivo geral
Este trabalho visa estudar e avaliar as melhores opções de recuperação ou
construção de uma polia de freio de ponte rolante da Nuclep, utilizando
técnicas de tratamentos térmicos ou adição de material duro através do
processo MIG/MAG, melhorando a resistência superficial ao desgaste com
o melhor custo benefício possível, aproveitando ao máximo os recursos
internos da empresa.
1.2.2. Objetivo específico
Estudar o comportamento metalográfico.
Conhecer algumas técnicas de endurecimento superficial e materiais
utilizados para se fazer o revestimento duro;
Conhecer as propriedades mecânicas, bem como a microestrutura
(camada de revestimento e metal de base), após realizado os tratamentos
superficiais;
Mensurar economia e custo.
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2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1. Freios
História
“Tudo que se move tem que parar”
Iniciando com essa celebre frase, que nos remete a uma das grandes leis da
física reducionista - a Lei da Inércia, veremos que um dos grandes dilemas da
humanidade foi proporcionado pela invenção da roda, que segundo pesquisas
arqueológicas ainda não totalmente confirmadas, remonta o ano 3.000 AC e ligam
sua origem a civilização Suméria. A roda pode igualmente ser encontrada na
Mesopotâmia, junto aos Assírios, aos Egípcios,Hicsos, Romanos, entre outros
(figuras 1, 2 e 3).
Figura 1 – A Roda Suméria (ftp.demec.ufpr.br/freios). Figura 2 – A Roda na
Mesopotâmia (ftp.demec.ufpr.br/freios).
Figura 3 – A Roda no limiar da história (ftp.demec.ufpr.br/freios).
Se por um lado a roda veio para ajudar e facilitar a vida do homem na
locomoção, no transporte de cargas e outros gêneros e ainda, propiciando uma serie
de outros inventos derivados que beneficiaram o desenvolvimento do nosso planeta,
ftp://ftp.demec.ufpr.br/freios
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5
por outro ocasionava o paradoxo citado no inicio, ou seja, assim que um movimento
se iniciava com a facilitação da roda, o que fazer para interrompê-lo.
Os primeiros freios eram constituídos por um dispositivo mecânico simples;
uma alavanca com pivotagem e uma sapata de madeira montada na outra
extremidade junto a roda, proporcionava a ação de frenagem (fig.4).
Figura 4 – Freio de alavanca com sapata de madeira (ftp.demec.ufpr.br/freios).
Depois, com o passar dos anos, vieram os freios de cinta, os freios a
Tambor, os freios a discos e os modernos ABS.
Os freios a tambor, como o conhecemos atualmente, foram os primeiros
freios utilizados em veículos automotores, inventado por Louis Renault em 1902.
Foram primeiramente montados nos eixos traseiros dos veículos, com o passar dos
anos esse sistema foi aprimorado e incorporado a outros seguimentos da indústria,
com varias utilizações como em pontes rolantes, pórticos, etc.
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A Nuclep que é uma fabrica que foi projetada na 2° metade da década de 70
(fig.5), adotou o modelo de pontes rolantes (fig.6) com esse sistema de freios (freio a
tambor),
Figura 5 – NUCLEP.
porém, devido principalmente ao desgaste natural dos componentes de fricção,
Figura 6 – Ponte Rolante.
acelerado pelo meio agressivo, que é bastante impregnado de partículas metálicas
suspensas no ar, ocasionado pelo próprio processo de fabricação, essa troca das
polias de freios (fig.7) se tornaram frequentes e urgentes.
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Figura 7 – Detalhes do desgaste do tambor de freio e da sapata.
Foi visto que os discos de tambor podem ser projetados por auto
energização. Apesar de esse fato ser importante por reduzir o esforço requerido do
freio, tem suas desvantagens. Quando freios de tambor são usados em veículos,
somente uma mudança mínima no coeficiente de fricção causará uma grande
mudança na força do pedal para frear. Uma redução de 30% no coeficiente de
fricção devido à mudança de temperatura ou umidade pode resultar em 50% de
mudança na força requerida pelo pedal para obter o mesmo torque de frenagem. O
disco de freio não tem auto energização e não é susceptível a mudanças no
coeficiente de fricção, podendo com isso ocasionar uma perda significativa da
performance de frenagem.
Mecanismos operacionais podem ser classificados como:
Solenoides;
Alavancas;
Articulações com molas de carga;
Hidráulico e pneumático;
-
8
Figura 8 – Sapata externa.
A rotação para sapatas com contrações externas está mostrada na Fig. 8.
Os momentos das forças normais e de fricção no pino articulado são os mesmos
que para as sapatas internas de expansão. As equações são as mesmas:
1 -
darsensen
brfpM
a
af
2
cos1
2 -
dsensen
brapM
a
aN
2 2
1
Ambas as equações 1 e 2 fornecem valores positivos para momentos no
sentido horário quando usadas para sapatas de contração externa. A força atuante
(eq.3) deve ser grande o bastante para balancear os momentos:
3 - c
MMF
fN
As reações horizontais e verticais no pino articulado são calculadas da
mesma maneira que para as sapatas de expansão interna (equações 4, 5, 6 e 7):
4 - xx FfdNsendNR cos
5 - yy FfdNdNsenR cos
Simplificando:
6 -
xa
ax FfBA
sen
brpR
7 -
ya
ay FfAB
sen
brpR
-
9
Se a rotação é anti-horária, o sinal do termo de fricção em cada equação é
reverso. Assim, a equação para a força atuante (eq. 8) é:
8 - c
MMF
fN
E o auto-energizamento existe para rotações anti-horárias. As reações
horizontais e verticais (equações 9 e 10) são calculadas da mesma maneira que
antes:
9 -
xa
ax FfBA
sen
brpR
10 -
ya
ay FfAB
sen
brpR
Deve ser notado que quando projetos de contração externa são usados
como freios, o efeito da força centrífuga é diminuir a força normal. Assim, quando a
velocidade aumenta, um valor maior é requerido para a força atuante F.
Um caso especial é quando o pivô é simetricamente localizado (fig.9) e
colocado de tal maneira que os momentos das forças de fricção no pivô são iguais a
zero.
Figura 9 – Sapata onde o pivô esta em simetria.
2.2. Considerações sobre pressão e desgaste
Um freio axial é aquele em que os membros de fricção são movidos na
direção paralela ao eixo. Contudo, exceto por instalações relativamente simples, ele
-
10
vem sendo desbancado pelo freio a disco, empregando-se um ou mais discos nos
membros operacionais. As vantagens dos freios a disco estão, à liberdade
proporcionada pelos efeitos centrífugos, a grande área de fricção que pode ser
instalada em um espaço pequeno, as superfícies mais efetivas na dissipação do
calor e a favorável distribuição de pressão.
Supondo um disco de fricção com diâmetro externo D e diâmetro interno d.
Para obter a força F necessária para produzir um torque T e uma pressão p, dois
métodos podem ser usados, dependendo da construção do freio. Se os discos são
rígidos, o maior uso ocorrerá primeiro nas áreas de fora devido ao maior trabalho de
fricção nessas áreas. Após o certo desgaste, a distribuição de pressão irá mudar,
permitindo um uso mais uniforme. Essa é a base do primeiro método. O outro
método de construção emprega molas para obter uma pressão uniforme sobre a
área.
2.3. Desgaste uniforme
Após um primeiro desgaste e um uso dos discos até o ponto em que o uso
uniforme fique possível, a maior pressão deve ocorrer em r = d/2 para que o
desgaste seja uniforme. Para a pressão máxima PA (eq.11), obtém-se:
11 - 2
dppr a
ou r
dpp a
2
No qual é a condição para ter-se a mesma quantidade de trabalho realizado
no raio r e no raio d/2. Considerando um elemento de área de raio r e espessura dr,
a área desse elemento é 2r dr, fazendo com que a força atuante (eq.12) no
elemento seja dF = 2rp dr. Variando r de d/2 a D/2 e integrando F, obtém-se:
12 -
2/
2/
2/
2/ 22
D
d
D
d
aa dD
dpdrdpprF
O torque obtido (equações13 e 14) pela integração do produto da força de fricção e
do raio é:
13 -
2/
2/
2/
2/
222
82
D
d
D
d
aa dD
dfprdrdpfprT
Substituindo:
-
11
14 - DD
FfT
4
A equação que fornece a força atuante para a pressão máxima pa é valida
para qualquer quantidade de pares de fricção ou superfícies. A outra equação
fornece a capacidade de torque para apenas uma superfície de fricção.
2.4. Pressão uniforme
Quando se pode considerar uma pressão uniforme sobre a área do disco, a
força atuante (eq.15) é simplesmente o produto da pressão pela área.
15 - 22
4
2dD
pF a
Como antes, o torque (equações 16 e 17) é obtido integrando o produto da
força de fricção e o raio:
16 - 33
2/
2/
2
24
22 dD
fpdrrfpT
D
d
Para a pressão máxima pa:
17 - 22
33
3 dD
dDFfT
Essas equações são válidas para o torque em um único par de união de
superfícies. Deve-se multiplicar o número de superfícies em contato para o caso de
mais de uma.
2.5. Considerações sobre energia
Quando os membros rotativos de uma máquina são freados, a energia
cinética de rotação deve ser absorvida pelo freio. Essa energia aparece no freio na
forma de calor. Energia cinética é absorvida, durante a mudança de velocidade, pelo
freio, sendo transformada em calor.
Foi visto como a capacidade de torque do freio depende do coeficiente de
fricção do material e de uma pressão normal segura. Entretanto, a carga deve ser tal
que, se o valor do torque for permitido, o freio deve ser destruído pelo seu próprio
calor gerado. A capacidade da engrenagem é limitada por dois fatores: as
-
12
características do material e sua habilidade de dissipar calor. Se o calor é gerado
mais rapidamente que é dissipado, tem-se um problema de aumento da
temperatura.
Para um melhor esclarecimento do que ocorre durante a frenagem, simula-
se um modelo matemático de dois sistemas inerciais conectados por um freio. Os
momentos de inércia I1 e I2 possuem velocidades angulares iniciais w1 e w2.
Durante o acionamento do freio, ambas as velocidades angulares mudam e se
tornam iguais. Assume-se que os dois eixos sejam rígidos e que o torque seja
constante.
Escrevendo a equação de movimento para a inércia 1:
I1”1 = -T Equação (1)
Onde ”1 é a aceleração angular de I1 e T é o torque. Uma equação similar
para I2 é:
I2”2= T Equação (2)
Pode-se determinar as velocidades instantâneas ’1 e ’2 de I1 e I2 depois
de um período de tempo t pela integração das equações (a) e (b) (equações 18 e
19).
(a) 18 - ’1 = 1
1
wtI
T
(b) 19 - ’2 = 2
2
wtI
T
A diferença das velocidades, conhecida como velocidade relativa, é
’= ’1 - ’2 =
tII
IITww
21
21
21
A operação de acionamento da embreagem é completa no instante em que
as duas velocidades angulares ’1 e ’2 se tornam iguais. Considerando o tempo
-
13
requerido pela inteira operação igual a t1. Então ’ = 0 quando ’1 = ’2, então a
equação acima fica:
20 - )(
)(
21
2121
1IIT
wwIIt
Essa equação mostra que o tempo requerido (eq.20) para a operação de
frenagem é diretamente proporcional à diferença de velocidade e inversamente
proporcional ao torque.
Considerando o torque constante, acha-se, através das equações acima, a
razão da dissipação de energia durante a frenagem:
21 - U = T’ =
])([21
21
21 tII
IITwwT
A energia total dissipada (eq.21) durante a ação da embreagem é obtida
integrando a equação acima:
22 -
dttII
IITwwTudtE
tt
])([
1
0 21
21
21
1
0
)(2
)(
21
2
2121
II
wwII
Note que a energia dissipada (eq.22) é proporcional ao quadrado da
diferença de velocidades e é independente ao torque.
2.6. Considerações sobre temperatura no freio
A temperatura atuante na interface rotor-revestimento é fundamental para a
fricção e o desgaste e está associada com os materiais em questão. É nessa
interface que o calor causado pela fricção é gerado e onde atuam as mais altas
temperaturas. A temperatura do material da presilha determina o modo de desgaste
e o filme presente na superfície que influencia no coeficiente de fricção. O equilíbrio
da temperatura é relacionado com o calor de entrada (proporcional ao peso do
veículo, à velocidade inicial e à frequência de parada) e a magnitude do calor
dissipado. O calor é perdido através da condução para o conjunto de freio assim
como por convecção e radiação para a vizinhança.
-
14
2.7. Calor de entrada
A entrada instantânea de calor (eq.23) no freio q é igual a mudança da
energia cinética no veículo:
23 -
2
2
1mv
tKE
tKEq
onde q = razão de entrada de calor no freio, Btu/s
KE = energia cinética do veículo, Btu
m = massa do veículo, peso/32,2 ft/s2
v = velocidade instantânea do veículo, ft/s
O design do sistema de freio irá determinar a porcentagem do total de calor
gerado que irá se dissipar em cada roda.
2.8. Variação de temperatura
O aumento de temperatura no conjunto do freio (equações 24 e 25) pode ser
aproximado pela clássica expressão:
24 - cW
HT
onde T = variação de temperatura, °F
c = calor específico, Btu / (lbm.°F)
W = massa do freio, lbm
H = calor, cal
Uma equação similar pode ser escrita no SI:
-
15
25 - cm
ET
onde T = aumento de temperatura, °C
c = calor específico, J/ kg. °C
m = massa do freio, kg
E = energia, Btu
As equações acima (equações 24 e 25) podem ser usadas para explicar o
que acontece quando o freio opera. Entretanto, existem muitas variáveis envolvidas,
então não é de se esperar que tais análises se aproximem de resultados
experimentais. Por essa razão, tais análises devem ser utilizadas, em ciclos
repetitivos, onde se tem um melhor efeito na performance.
Um objeto aquecido a uma temperatura T1 esfria até uma temperatura
ambiente Ta de acordo com a relação exponencial abaixo (eq.26):
26 - tWCAU
aai eTTTT)/(
1 )(
onde Ti = temperatura instantânea no tempo t, °F;
A = área de transferência de calor, ft2;
U = coeficiente de superfície, Btu/(ft2.s.°F).
A temperatura do freio depois de repetidas frenagens vai depender de
quanto do calor gerado é perdido devido à condução, convecção e radiação. Outro
fator significante será o torque residual no freio. Esse torque residual não gera altas
temperaturas, mas reduz a perda de calor do freio, mudando efetivamente o
equilíbrio da temperatura após múltiplas frenagens.
2.9. Conceitos gerais de atrito
Os conceitos gerais de atrito ou fricção têm sido desenvolvidos ao longo dos
anos. Como aço e ferro fundido são aplicados no revestimento dos freios, as fontes
principais de fricção são:
-
16
Adesão: com o movimento do revestimento sobre o tambor ou a
superfície do rotor, seus constituintes metálicos unem-se ao material do rotor e do
tambor. O cisalhamento dessa junção produz a força friccional.
Deformação por cisalhamento: o coeficiente de fricção cresce à medida
que a temperatura cresce, sugerindo que a deformação seja um fator importante,
pois a resina amacia-se com o crescimento da temperatura. Acredita-se que o efeito
da deformação ocorre a partir da formação de uma onda de deformação e não a
partir de uma perda por histereses.
Sulcos: durante o processo de movimento tangencial entre as
superfícies, protuberâncias no disco do tambor encadeiam-se com partículas dos
ingredientes, desarranjando-as. Quando a tensão última é excedida, ocorre a ruptura
no polímero e as partículas são perdidas. Para que não ocorra a perda dessas
partículas, longos amiantos ou fibras de aço fornecem a tensão mecânica
necessária para evitar perdas excessivas de material durante a abertura dos sulcos.
Histereses: a energia perdida que está envolvida com a tensão elástica
produz uma fonte muito pequena de fricção no freio.
Filmes da superfície: a contaminação da superfície com material de
revestimento decomposto afeta muito o coeficiente de fricção por reduzir a adesão e
a deformação por cisalhamento.
A importância de cada componente de fricção discutido acima variará de
acordo com a vida do revestimento. A operação inicial do sistema pode envolver
grandes ranhuras devido à alta rugosidade original da superfície. À medida que a
rugosidade vai diminuindo com o uso, o efeito positivo do crescimento da adesão vai
ficando mais importante assim como o efeito negativo da contaminação das
superfícies.
O coeficiente de fricção para o material de freios com fricção em ferro
fundido é uma função da carga, velocidade e temperatura. A expressão da força
(eq.27) pode ser escrita como:
27 - F = K(T)Pa(T)
Vb(T)
Onde
K(T) = constante, dependente da temperatura;
-
17
P = carga normal;
a(T) = expoente da carga dependente da temperatura;
V = velocidade de escorregamento;
b(T) = expoente da velocidade dependente da temperatura.
Pela influência da carga, velocidade e temperatura para um material de
fricção como o amianto, percebe-se que o aumento da carga ou da velocidade
causa um decrescimento no coeficiente de fricção. Entretanto, análises como essas
devem ser feitas com cuidado devido à grande influência que a temperatura da
superfície causa no coeficiente de fricção.
2.10. Tratamentos
Como os processos de produção nem sempre fornecem materiais com a
estrutura requerida para determinada utilização, se faz necessário passar por alguns
tratamentos térmicos ou termoquímicos.
“Operações de aquecimento e resfriamento subsequentes dentro de
condições controladas de temperatura, tempo à temperatura, ambiente de
aquecimento e velocidade de resfriamento” (CHIAVERINI, V., 1986,) e “tratamentos
de aquecimento e resfriamento controlados, são destinados a mudar as
características dos aços e das ligas especiais” (SANTOS, R.R., 2014), são
definições básicas para os tratamentos térmicos.
Os tratamentos térmicos têm duas divisões, os tratamentos térmicos
também, conhecido como tratamento termomecânico (quando existem esforços
mecânicos além de sua temperatura), e os tratamentos termoquímicos. Enquanto os
tratamentos térmicos têm por definição: mudar apenas as estruturas dos materiais
sem que se altere de maneira ou forma alguma a sua composição química, temos os
tratamentos termoquímicos que como no nome, são tratamentos que em sua
maioria, altera por princípio similar as estruturas dos materiais, mas com acréscimo
de material químico no processo.
-
18
2.11. Tratamentos Térmicos
Os tratamentos termoquímicos são processos que visam à adição de
Carbono, Nitrogênio e Boro na superfície dos aços e ligas. Como a difusão desses
elementos nos aços só é significativa em temperaturas elevadas (500-1000 oC)
esses tratamentos são chamados de Termoquímicos (VILLARES METALS, 2014).
Essa modificação é dada através da aplicação de calor em um meio
apropriado. A alteração da composição química do aço atinge uma profundidade da
camada que depende da temperatura de aquecimento e do tempo de permanência a
essa temperatura no meio escolhido. Durante a exposição, a peça é enriquecida de
elementos exterior, por difusão. A maioria dos processos industriais de tratamentos
termoquímicos inclui o enriquecimento, por difusão, das camadas superficiais da
peça com metais e não metais do meio exterior ativo (CHIAVERINI, V., 2003).
O objetivo principal é aumentar a dureza e a resistência ao desgaste da
superfície, sem afetar o núcleo do material, que deve ser mantido dúctil. Existem
alguns fatores fundamentais que influenciam o controle do processo. Entre eles
pode ser destacado:
O Potencial do Meio: Sendo esse meio sólido, liquido ou gasoso de fornecer
os elementos químicos, entre eles o carbono, o nitrogênio ou o boro. Além disso,
outro fato muito importante é a capacidade da peça de absorver o elemento químico
que ela foi submetida à reação. Devido à solubilidade e difusão do elemento químico
no aço. .Afinal cada elemento possui uma determinada afinidade com outra
substância (HONEYCOMBE, R.W.K., 1982).
Segundo SARTORI, ao contrário do que muitos pensam o principal objetivo
do tratamento térmico não é aumentar a resistência a desgaste.
De fato o tratamento térmico, afeta o aço como um todo, enquanto que a
questão do desgaste limita-se à superfície. Na realidade, o verdadeiro objetivo do
tratamento térmico é promover uma MODIFICAÇÃO MICROESTRUTURAL.
Também no caso dos aços ferramenta, o grande objetivo do tratamento térmico,
particularmente a têmpera é fazer uma alteração microestrutural, obtendo-se uma
estrutura de alta resistência mecânica, usualmente traduzida por um aumento de
-
19
dureza. Entretanto, o aumento de dureza é apenas uma consequência desta
alteração microestrutural, não devendo, nunca ser considerado um fim em si mesma
(SARTORI, C.H., 2015).
Para garantir o enriquecimento da peça com elementos do exterior existem
três processos que ocorrem simultaneamente. O primeiro processo é a formação do
elemento químico no estado atômico ativo como resultado de vaporização. O
segundo processo é a adsorção dos átomos na superfície da peça. O processo pode
incluir a simples adsorção física onde formam camadas monoatômicas ou
poliatômicas de adsorção em toda a superfície da peça, ou em suas regiões ativas
que formam as camadas pelas forças de Wan der Waals. O terceiro processo seria a
difusão dos átomos adsorvidos desde a superfície para o interior da peça. A
adsorção ocorre muito rápido, e a difusão ocorre lentamente. A concentração do
interior da peça depende da difusão. Por isso a atenção básica é outorgada aos
princípios da difusão (HONEYCOMBE, R.W.K., 1982).
Tabela 1 – Dados sobre difusão do B, C e Ni no Ferro (NOVIKOV, I.,
1994)
Elemento
Ferro α Ferro y
Q Q
Cal/mol /s Cal/mol
Boro 62000 21000
Carbono 19300 3,3x 27000
Nitrogênio 18900 7,8x 40000
Para a engenharia essas possíveis aplicações têm uma grande importância,
pois permite que se empreguem aços com elementos de liga, conseguindo um
núcleo de elevada resistência e com uma superfície dura, o que resulta materiais
que suportam elevados graus de tensões.
2.11.1. Têmpera
Têmpera é um dos processos utilizados no tratamento térmico de metais
para aumentar a dureza e conseqüente resistência dos mesmos. O processo da
-
20
têmpera consiste em duas etapas: aquecimento e esfriamento rápido. O
aquecimento visa obter a organização dos cristais do metal, numa fase chamada
austenitização. O esfriamento brusco visa obter a estrutura martensita (METAL
HARTE, 2014; FERMAC, 2014).
Na têmpera o aquecimento é superior à 50°C em relação à temperatura
crítica, que é de 727°C. O objetivo é conduzir o aço a uma fase, na qual se obtém a
homogeneização da austenita, para obter a futura dureza. Após dessa fase o aço
pode ser submetido a outras fases, dependendo das necessidades. A temperatura
nessa fase é temperatura de austenização. Cada aço tem sua composição à
temperatura que varia de aço para aço. A têmpera é obtida em temperaturas
diferentes, o que depende da composição do aço da peça e dos seus objetivos.
Portanto, a têmpera de uma dada peça leva em consideração muitos fatores
(FERMAC, 2014).
O próprio tempo de exposição da peça na temperatura de austenização é
considerado quando se faz a sua têmpera. Cada aço tem uma temperatura de
austenização, e que é aquela que proporciona o máximo de dureza. Essa
temperatura é obtida dentro de fornos, os quais podem ser por chama ou por
indução elétrica (fig.10). A austenização, e consequentemente a têmpera, pode
ocorrer apenas na superfície da peça ou em toda ela, dependendo do tempo de
exposição.
Figura 10 – Esquema simplificado da têmpera por indução (MSPC, 2014).
A figura 9 exibe um esquema simplificado da têmpera por indução. O
aquecimento é dado por uma bobina de indução à qual se aplica por um
determinado certo tempo, uma corrente alternada cuja freqüência pode ser de
alguns quilohertz a poucos mega-hertz, dependendo das dimensões da peça e da
-
21
profundidade desejada de têmpera. Em geral, a bobina tem algum meio de
refrigeração para prevenir o próprio aquecimento, como tubo com água conforme a
figura 9 (MSPC, 2014).
Figura 11 - Esquema simplificado da têmpera por chama (MSPC, 2014).
Na têmpera por chama (fig.11), o aquecimento é dado pela combustão de
algum gás como acetileno, propano ou outros. A figura 10 exibe um esquema
simplificado. Nos equipamentos práticos, a peça pode girar para obter um
aquecimento uniforme; ou vários outros arranjos podem ser usados de acordo com a
geometria da peça, como aplicações comuns de barramento, dentes de
engrenagens, cames, eixos e outros (MSPC, 2014).
Alguns valores típicos de têmpera por chama são: temperatura 815°C,
profundidade 4,5mm, dureza até 65HRC. Naturalmente, para ambos os processos
(indução e chama), o aço deve ter teor de carbono suficiente para permitir a
têmpera, em geral acima de 0,4%C (MSPC, 2014).
A segunda etapa da têmpera é o resfriamento, o qual deve ser brusco, em
óleo ou água. A rapidez do resfriamento é importante para impedir que o aço mude
para fase diferente daquela que se obteve na temperatura de austenização (obter
estrutura martensítica). Quase sempre, após a têmpera, a peça é submetida ao
Revenimento (FERMAC, 2014).
A têmpera aumenta a dureza do aço e tornar mais elevado seu limite de
escoamento e sua resistência à tração, à compressão e ao desgaste. A resistência
elétrica também se eleva. Em conseqüência da têmpera diminuem, porém, a
resistência ao choque, o alongamento, a estricção, a ductilidade, etc. (COLPAERT,
H., 1974).
-
22
Contudo, dá ainda aos aços duros a faculdade de manter melhor o
magnetismo, isto é, conservar-se imantado mais fortemente, depois de submetido a
um campo magnético. Por isso, são aço temperado os ímãs permanentes, como os
dos magnetos, as agulhas das bússolas, etc. (COLPAERT, H., 1974).
2.11.2. Revenido
O processo térmico de Revenimento tem por objetivo corrigir aços cuja
tenacidade é baixa e a dureza excessiva, resultando em aços de tenacidade
aumentadas (METAL HARTE, 2014), tendo como resultado final uma martensita
revenida.
Revenimento é o reaquecimento das peças temperadas, a temperaturas
abaixo da linha inferior de transformação do aço. Dependendo da temperatura
resulta em pequena ou grande transformação da estrutura martensítica revenida.
(FERMAC, 2014).
Na faixa de 140°C e 200°C não há alterações expressivas num aço, a
dureza cai para 58 a 60RC dependendo da composição do aço. O revenimento,
nesta faixa de temperatura mudou pouco o aço.
Na faixa de 210°C e 260°C as tensões são alteradas, e começa a baixar a
dureza, e não teve nenhuma modificação na estrutura considerável. O revenimento
inicia a alteração da estrutura.
Na faixa de 270°C e 360°C começa a precipitação de carbonetos finos. O
revenimento já faz mudanças maiores na estrutura.
Na faixa 370°C e 730ºC a transformação na estrutura é maior. Conforme a
temperatura de revenimento é maior, a Cementita precipita fica mais grossa e se
tornam visíveis numa matriz férrica. A 730ºC o revenimento pode levar a uma queda
da dureza significativa.
Aços altamente ligados apresentam um comportamento diferente no
revenimento, pois a faixa de 500°C e 600ºC apresenta precipitação de carboneto de
liga (endurecimento secundário).
-
23
2.11.2.1. Revenimento prensado
Este processo é determinado pela necessidade da pela manter suas
dimensões críticas dentro dos limites especificados. Ele é realizado após uma
têmpera ou após um trabalho de estampagem ou usinagem, onde se requerer que
as medidas da peça (planicidade, mais especificamente). Permaneçam ou voltem as
suas condições de desenho. Todo o processo é desenvolvido e acompanhado para
cada tipo de peça em questão, com a fabricação de dispositivos de bloqueio
específicos ao Projeto (METAL HARTE, 2014).
2.12. Tratamento Termoquímico
Os tratamentos termoquímicos são tratamentos que utilizam a temperatura e
mudança química superficial nos materiais. Tem como objetivo aumentar dureza e
resistência ao desgaste de superfície. Mantém o interior da peça intocado, ou seja, o
interior do mesmo não será afetado, já que são tratamentos que chegam até certa
profundidade e nunca ao núcleo.
Os tratamentos termoquímicos mais comuns são:
Nitretação
Cementação
Carbonitretação
Cianetação
Boretação
No presente trabalho, damos ênfase apenas no processo de Nitretação
líquida.
2.12.1. Nitretação
O processo de Nitretação é um processo que a exemplo da Cementação
também altera a composição de uma camada superficial do aço. Entretanto, ao
-
24
contrário da Cementação, a camada Nitretada não necessita ser temperada, tendo
em vista que os Nitretos que se formam já possuem dureza elevada.
A camada Nitretada tem menor espessura do que a Cementada, raramente
ultrapassando 0,8 mm, caso contrário os tempos seriam muito grandes o que torna o
método antieconômico (SANTOS, R.R., 2014; MACHADO, A. L., 2012)
Vantagens do Processo
Entre as vantagens da nitretação podemos citar as seguintes:
Alta dureza com alta resistência ao desgaste.
Alta resistência à fadiga e baixa sensibilidade ao entalhe.
Melhor resistência à corrosão.
Alta estabilidade dimensional.
Aplicação
Os processos de Nitretação são utilizados, por ordem de importância, no
tratamento de metais ferrosos, metais refratários e, mais recentemente, de alumínio.
O processo de Nitretação de superfícies se aplica, entre outras, à indústria
mecânica, automotiva, hidráulica, de deformação de metais, forjaria; siderúrgica,
biomédica e alimentação. O processo é utilizado no tratamento de moldes de injeção
de plásticos, de peças automotivas (válvulas, engrenagens, pistões, etc.), moldes de
extrusão de alumínio, ferramentas de corte e usinagem de metais, punções de
matrizes para corte em geral, tratamento de próteses, etc.
2.12.2. Nitretação Líquida
Na Nitretação liquida o aquecimento é feito na mesma faixa de temperatura
da Nitretação a gás 500 a 570⁰C, utilizando um banho à base de cianeto. Em razão
disso adiciona também um pouco de carbono a peça (CHIAVERINI, V., 2003).
Também conhecida como “Nitretação tenaz” possibilita a Nitretação de
qualquer aço, inclusive aços de baixo carbono, como o 1015 e aços rápidos. Não
-
25
produz camadas espessas como a Nitretação a gás, sendo assim a Nitretação a
gás é preferida quando se quer maior penetração superficial.
Mas nos dois tipos de Nitretação obtém-se igualmente, camadas de boa
resistência à fadiga e com menores tendências ao equipamento (VENDRAMIM, J.
C., 2002).
Um banho comercial de sais de Nitretação consiste na mistura dos seguintes
sais:
Sais de sódio (60%a 70% em peso na mistura),
Sais de potássio (30% a 40%em peso da mistura)
Essa mistura de sais possui uma temperatura de operações correspondente
a 565⁰C.
Um sal empregado na Nitretação e aços para ferramentas apresentam a
seguinte composição:
NaCN -30% no máximo.
C ou -25% no máximo;
Outros ingredientes ativos 4,0%; umidade 2,0% máximo;
KCI- restante
À temperatura de Nitretação, carbono e nitrogênio são liberados, porem
somente essa ultima é mais ativa a essa temperatura, se difundido no ferro e
formando, como já foi mencionado, Nitretos em maior quantidade de carbonetos.
Esses Nitretos e o Fe3C formam inicialmente a camada ou faixa branca de
espessura diminuta. O nitrogênio penetra mais profundamente, formando a “faixa de
difusão”. Nessa faixa de difusão, no caso dos aços carbonos, formam-se Nitretos de
ferro e no caso de aços-liga, formam-se Nitretos especiais (CHIAVERINI, V., 2003;
NOVIKOV, I., 1994).
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2.13. Fundamentos do processo de revestimentos
Habitualmente as operações de revestimento são definidas como a
deposição de metal de aporte sobre a superfície de um metal base, com o propósito
de prover as propriedades elou dimensões requeridas da peça em condições de
serviço. Existem várias categorias de revestimentos que são utilizadas de acordo
com as propriedades que se desejem obter, conforme descrito a seguir:
2.13.1. Revestimentos de aços oxidáveis ("cladding")
São utilizados, geralmente, para depositar uma capa de metal de aporte
sobre um aço ao carbono de baixa liga com o propósito de prover na superfície uma
proteção contra a corrosão ambiental, quando em geral, a resistência do
revestimento não é incluída no projeto do componente. Esse tipo de revestimento
pode ser aplicado para resistir à corrosão localizada Cpffing"), gretas de corrosão,
corrosão intergranular e corrosão de baixas tensões. A resistência à corrosão do
revestimento, em muitos casos, é o fator limitante na vida do componente, sendo,
portanto, a primeira consideração a ser levada em conta para selecionar a liga, o
processo de soldagem e o procedimento a utilizar (Conde, 1986).
2.13.2. Revestimentos de reconstrução ("build up")
Refere-se à adição de metal por soldagem, na superfície do metal base, com
o objetivo de restaurar as dimensões originais no componente. A resistência da
solda é um importante pré-requisito que deve ser considerado no projeto (Conde,
1986).
2.13.3. Amanteigamento ("buttering")
Aplicação de um ou mais passes de solda na face da junta. A diferença do
caso anterior está no fato de ser usado por razões metalúrgicas e não por controle
dimensional. Um exemplo clássico é a deposição de ligas de alto níquel sobre uma
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base de aço de baixa liga. A parte amanteigada pode ser usada na condição como
soldada ou sofrer tratamento térmico posterior para a obtenção de propriedades
especiais (Conde, 1986).
2.13.4. Revestimentos duros ("hardfacing")
Segundo Hutchings (1992), entende-se por revestimento duro, uma liga
homogeneamente depositada por soldagem, na superfície de um material mole,
geralmente um aço de baixo ou médio carbono, com o propósito de aumentar a sua
dureza e resistência ao desgaste, sem provocar perda significativa de ductilidade e
tenacidade do substrato. Conde (1986) afirma que os revestimentos duros são
empregados com o fim de reduzir o desgaste por abrasão, erosão, impacto ou
cavitação.
Usualmente são aplicados pelos processos de soldagem Oxiacetilêníco
(OFW) a Arco Elétrico com Eletrodos Revestidos (SMAW), MIGIMAG (GMAW), Arco
Submerso (SAW) e Arames Tubulares (FCAffi). Os eletrodos revestidos são
utilizados devido ao seu baixo custo e facilidade de aplicação, enquanto os arames
tubulares têm sido preferidos pela alta produtividade aliada à alta qualidade de solda
(Buchely et aí, 2005)
2.14. Princípios e fundamentos do processo de soldagem (MIG/MAG)
2.14.1. Introdução processo de soldagem
O processo de soldagem GMAW - Gas Metal Arc Welding ou MIG/MAG,
como também é conhecido, tem como princípio de funcionamento a utilização de um
arco elétrico para aquecer a superfície a ser soldada e um eletrodo metálico
alimentado continuamente. O calor gerado pelo arco funde a ponta do eletrodo e a
superfície do metal de base para formar a poça de fusão, a qual é protegida dos
efeitos nocivos do ar atmosférico, por intermédio de um gás de proteção,
proveniente de uma fonte externa. A principal característica dos processos
MIG/MAG é a proteção gasosa que envolve a atmosfera adjacente à poça de fusão,
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e que é proporcionada por gases inertes ou mistura de gases ativos e inertes, no
caso do processo MAG. Estes processos (figuras 12 e 13) são utilizados para unir
peças metálicas pelo aquecimento e pela fusão delas a partir de um arco elétrico
estabelecido entre um eletrodo metálico nu e a poça de fusão, como ilustra as
Figuras abaixo.
Figura 12 – Processo de soldagem (www.esab.com.br).
2.14.2. Funcionamento
O processo de soldagem funciona com corrente contínua (CC),normalmente
com o arame no pólo positivo. Essa configuração é conhecida como polaridade
reversa.
São comumente empregadas correntes de soldagem de 50 A até mais que
600 A e tensões de soldagem de 15 V até 32 V. Um arco elétrico autocorrigido e
estável é obtido com o uso de uma fonte de tensão constante e com um alimentador
de arame de velocidade constante.
No processo MIG a proteção gasosa utilizada é constituída de um gás inerte,
ou seja um gás normalmente monoatômico como Argônio ou Hélio, e que não tem
nenhuma atividade física com a poça de fusão.
OBS: Proteção Inerte –Argônio ou Hélio ou misturas de ambos (mais comum 50% ou 75% de Argônio).
No processo MAG a proteção gasosa é feita com um gás dito ativo, ou seja,
um gás que interage com a poça de fusão, normalmente CO2 - dióxido de Carbono.
GMAW, (abreviatura do inglês Gás Metal Arc Welding) que é a designação que
engloba os dois processos.
http://pt.wikipedia.org/wiki/CO2
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OBS: Proteção Ativa -CO2 ou misturas Argônio + CO2 5%, 18% ou 20%, ou misturas Argônio + O2 a 5%, ou misturas Argônio + CO2+ O2.
Figura 13 – Processo de soldagem (guias oxigênio.com).
2.14.3. Equipamentos
Os equipamentos de processo de soldagem MIG/MAG (figuras 14 e 15)
podem ser usados manual ou automaticamente. Veja na figura abaixo o modelo de
um equipamento para a soldagem manual. Equipamentos para soldagem manual
são fáceis de instalar. Como o trajeto do arco é realizado pelo soldador, somente
três elementos principais são necessários:
- tocha de soldagem e acessórios;
- motor de alimentação do arame;
- fonte de energia.
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Figura 14 – Instalações para a soldagem manual (alienstore.com.br).
1. Cabo de solda (negativo)
2. Refrigeração da tocha (água)
3. Gás de proteção
4. Gatilho da tocha
5. Água de refrigeração para a tocha
6. Conduíte do arame
7. Gás de proteção vindo do cilindro
8. Saída de água de refrigeração
9. Entrada de água de refrigeração
10. Entrada de 42 V (CA)
11. Cabo de solda (positivo)
12. Conexão para a fonte primária (220/380/440 V)
Figura 15 – Tochas de soldagem e acessórios (ebah.com.br).
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A tocha guia o arame (fig.15) e o gás de proteção para a região de soldagem.
Ela também leva a energia de soldagem até o arame. Tipos diferentes de
tocha foram desenvolvidos para proporcionar o desempenho máximo na soldagem
para diferentes tipos de aplicações. Elas variam desde tochas para ciclos de
trabalho pesados para atividades envolvendo altas correntes até tochas leves para
baixas correntes e soldagem fora de posição. Em ambos os casos estão disponíveis
tochas refrigeradas a água ou secas (refrigeradas pelo gás de proteção), e tochas
com extremidades retas ou curvas. Geralmente são adicionados sistemas de
refrigeração na tocha para facilitar o manuseio. Nos casos em que são executados
trabalhos com altas correntes é possível usar uma tocha mais robusta. Uma tocha
seca típica MIG/MAG, contem os seguintes acessórios:
- bico de contato;
- bocal;
- conduíte;
- cabo.
O bico de contato é fabricado de cobre eletrolítico é utilizado para conduzir a
energia de soldagem até o arame bem como dirigir o arame até a peça. A tocha (e
também o bico de contato) é conectada à fonte de soldagem pelo cabo de solda.
Como o arame deve ser alimentado facilmente pelo bico de contato e também fazer
um bom contato elétrico, seu diâmetro interno é importante. O folheto de instruções
fornecido com cada tocha relaciona o diâmetro correto do bico de contato para cada
diâmetro de arame. O bico de contato, que é uma peça de reposição, deve ser preso
firmemente à tocha e centrado no bocal. O bocal direciona um fluxo de gás até a
região de soldagem. Bocais grandes são usados na soldagem a altas correntes
onde a poça de fusão é larga. Bocais menores são empregados na soldagem a
baixas correntes. O conduíte é conectado entre a tocha e as roldanas de
alimentação. Ele direciona o arame à tocha e ao bico de contato. É necessária
uma alimentação uniforme para se obter a estabilidade do arco. Quando não
suportado adequadamente pelo conduíte, o arame pode se enroscar. Quando se
usam arames de aço, recomenda-se que a espiral do conduíte seja de aço. Outros
materiais como nylon e outros plásticos devem ser empregados para arames de
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alumínio. A literatura fornecida com cada tocha lista os conduítes recomendados
para cada diâmetro e material do arame.
Figura 16 – Alimentador de arame (www.esab.com.br).
O motor de alimentação de arame e o controle de soldagem (fig.16) são
frequentemente fornecidos em um único módulo — o alimentador de arame —
mostrado na Figura 6. Sua principal função é puxar o arame do carretel e alimentá-lo
ao arco. O controle mantém a velocidade predeterminada do arame a um valor
adequado à aplicação. O controle não apenas mantém a velocidade de ajuste
independente do peso,mas também regula o início e fim da alimentação do arame a
partir do sinal enviado pelo gatilho da tocha. O gás de proteção, a água e a fonte de
soldagem são normalmente enviados à tocha pela caixa de controle. Pelo uso de
válvulas solenóides os fluxos de gás e de água são coordenados com o fluxo da
corrente de soldagem. O controle determina a sequencia de fluxo de gás e
energização do contator da fonte. Ele também permite o pré e pós-fluxo de gás.
2.14.4. Fonte de soldagem
Quase todas as soldas com o processo MIG/MAG são executadas com
polaridade reversa (CC+). O pólo positivo é conectado à tocha, enquanto o negativo
é conectado à peça. Já que a velocidade de alimentação do arame e, portanto, a
corrente, é regulada pelo controle de soldagem, o ajuste básico feito pela fonte de
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soldagem é no comprimento do arco, que é ajustado pela tensão de soldagem. A
fonte de soldagem também pode ter um ou dois ajustes adicionais para uso com
outras aplicações de soldagem (por exemplo, indutância).
2.14.5. Principais vantagens
O processo de soldagem MIG/MAG proporciona muitas vantagens na
soldagem manual e automática dos metais para aplicações de alta e baixa
produção.
• Não há necessidade de remoção de escória;
• Alta taxa de deposição do metal de solda;
• Tempo total de execução de soldas de cerca da metade do tempo se
comparado ao eletrodo revestido;
• Altas velocidades de soldagem; menos distorção das peças;
• Largas aberturas preenchidas ou amanteigadas facilmente, não há
perdas de pontas como no eletrodo revestido.
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3. MATERIAIS E MÉTODOS
3.1. Material de base do estudo
Composição química do ferro fundido GGG40, utilizado nos tratamentos de
Têmpera, Endurecimento por Chama (Revenido) e Nitretação Líquida, Composição
química do aço carbono ASTM-A516-10-60 e a Composição química do Consumível
de solda Megafil MF A730M.
Tabela 2 – Composição ferro fundido GGG40
COMPOSIÇÃO QUÍMICA DO FERRO FUNDIDO GGG40
Carbono Cromo Magnésio Cobre Manganês Silício Fósforo Enxofre
3,8% 0,05% 0,05% 0,05% 0,20% 2,90% 0,054% 0,01%
Tabela 3 – Composição aço ASTM-A516-10-60
COMPOSIÇÃO QUÍMICA DO AÇO ASTM-A516-10-60
Carbono Cromo Molibdênio Cobre Manganês Silício Fósforo Enxofre
0,14% 0,023% 0,003% 0,01% 0,99% 0,208% 0,012% 0,005%
Tabela 3 (Continuação) – Composição aço ASTM-A516-10-60
COMPOSIÇÃO QUÍMICA DO AÇO ASTM-A516-10-60
Alumínio Níquel Nióbio Vanádio Titânio ------------ ------------ -----------
0,040% 0,011% 0,003% 0,002% 0,002% ------------ ------------ -----------
Tabela 4 – Composição do consumível de solda Megafil MF A730M
COMPOSIÇÃO QUÍMICA DO MATERIAL DE REVESTIMENTO
Carbono Cromo Manganês Silício ---------- ------------ ------------ -----------
0,22% 1,3% 1,5% 0,6% ---------- ------------ ------------ -----------
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O ferro fundido GGG 40 foi escolhido para fazer parte desta pesquisa, por se
tratar do mesmo material estrutural que compõe o metal base das polias de freios
mais antigas e das adquiridas recentemente da empresa Tec Tor Ind. Equip. Ltda.
(fig.18). O mesmo foi adquirido junto a Indufer comércio de ferro e aço Ltda. (fig17),
uma empresa de Jundiaí na grande São Paulo. Essa amostra foi dividida a princípio
em 5 pedaços, porém, só fizemos utilização de 03 amostras uma para tratamento de
Nitretação, outra para tratamento de Tempera e a ultima para Endurecimento por
Chama. Todos os tratamentos térmicos foram realizados na empresa
BRASTEMPERA com o objetivo de aumenta a dureza superficial das amostras,
aproximadamente igual ao da superfície da polia analisada.
Figura 17 – Chapa de ferro fundido GGG40 adquirida no mercado e
cortada em 5 pedaços.
Figura 18 - Polia adquirida na Tec Tor Ind. Equip. Ltda.
OBS: Analise de dureza na polia adquirida na Tec Tor Ind. Equip. Ltda, com
durômetro portátil (portable hardness teste mod.9002 + 2007) indicou uma dureza
média superficial da ordem de 276 HB.
Um outro material utilizado foi o aço ASTM A516-10-60 fornecido pela
Usiminas Siderúrgicas de Minas Gerais S.A., é um material muito abundante na
Nuclep devido as sobras de materiais de vários contratos e projetos já realizados e
entregues aos clientes. Ele também é bem similar em termos de resistência ao
material encontrado nas polias mais novas que são soldadas.
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Figura 19 - Polia fabricada de chapas de aço carbono soldada de uma ponte rolante
da Nuclep.
Foram cortados algumas amostras para se fazer os ensaios preliminares e
o teste final, englobando a realização de endurecimento com a adição de metal duro
na superfície e posteriormente como as demais amostras submetidas ao ensaio de
tratamento térmico superficial, o teste de desgaste de fricção.
Um outro material utilizado foi o consumível de solda foi o Megafil MF A
730M da Empresa HOBART Filler Metals (fig.20) que possui uma dureza na faixa de
270 HB à 330HB ideal para esse experimento. A ITW Welding Brasil/ Alumaq /
Miller/ Hobart são grandes fornecedores de máquinas, equipamentos e consumíveis
de solda, no Brasil e também para a NUCLEP, por isso o grande interesse da
realização desse experimento junto aos nossos parceiros comerciais.
Figura 20 – Consumível de solda Megafil MF A 730M da Empresa HOBART
Filler.
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3.2. Tratamentos Térmicos e Termoquímico
As amostras de ferro fundido GGG 40 (fig.21), foram devidamente
identificadas e enviadas para a realização de tratamentos térmicos de Nítretação,
Endurecimento por Chama e Têmpera na empresa BRASTÊMPERA, com o apoio e
a supervisão do nosso colega de Mestrado Engenheiro Ítalo.
Figura 21 – Amostras identificadas e enviadas para a realização do T.T.
Tabela 5 – Distribuição para tratamento das amostras
AMOSTRAS TRATAMENTO SUBMETIDO
1 Nitretação líquida
2 Endurecimento por Chama
3 Têmpera e Revenido
As amostras foram lixadas na lixadeira Politriz da marca Knuth-rotor, feito no
laboratório industrial de metalurgia da NUCLEP (fig.22), com lixas 400, 600, 800 e
1200. Logo em seguida, foram polidas em pasta de diamante 3 mµ, e entregues
para BRASTÊMPERA (figuras 23 e 24) para tratamento químico de Nitretação
Líquida e tratamentos térmicos de Endurecimento por Chama e de Têmpera e
Revenido.
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38
Figura 22 – Laboratório industrial de Qualidade da NUCLEP.
3.2.1. Tratamento Termoquímico de Nitretação Líquida
Figura 23 – Forno de banho nº 1 (BRASTÊMPERA).
Tabela 6 - Especificação técnica do banho de Nitretação Líquida. Adaptado
[Brastêmpera]
ESPECIFICAÇÃO TÉCNICA DO BANHO DE NITRETAÇÃO LÍQUIDA*
DENOMINAÇÃO
ETA 15 ETA 16
SAL PARA NITRETAÇÃO TEC NIT R TEC NIT B
UTILIZAÇÃO
Regeneração do nível de trabalho em
banhos de sal de nitretação Sursulf
Enchimento do nível de trabalho em
banhos de sal de nitretação Sursulf.
ESPECIFICAÇÃO
Cor: branco
Estado físico: sólido (pastilhas)
Cor: branco
Estado físico: pó
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Tri-hidroxi-s-triazina: 96% min
Identificação: produto, data de
validade, lote.
Teor de cianato: 32% a 37%
Identificação: produto, data de
validade, lote.
REFERÊNCIA
Conforme informações técnicas
contidas no boletim técnico (EPA 65)
do fornecedor de 11/10/03 revisão 00.
Conforme informações técnicas
contidas no boletim técnico (EPA 64)
do fornecedor de 11/10/03 revisão 00.
*Cedida pela BRASTÊMPERA. Elaborada pelo Eng. Ítalo de Carvalho Ítalo.
Observação: O material de regeneração e enchimento é misturado para
preparar o banho.
3.2.2. Tratamento Térmico de Têmpera e Endurecimento por Chama
Figura 24 – Entrada no forno câmara, para tratamento de têmpera.
Sistema de têmpera em óleo: o tanque de têmpera possui camisa dupla,
isolada termicamente, e tem capacidade para aproximadamente 2.000 litros de óleo
de têmpera. A recirculação do óleo é feita por dois agitadores com hélices de ferro
fundido e acionamento por motores elétricos de dupla potência e dupla velocidade
(MANUAL DE INSTRUÇÕES COMBUSTOL – Forno elétrico tipo Batch para
tratamento térmico – Modelo T-4E).
OBS: Temperatura máxima = 1000°C (forno câmara: têmpera).
É feito na câmara de resfriamento, a carga a ser temperada é transferida
automaticamente da câmara de aquecimento para a plataforma de mergulho, de
acordo com o programa do CLP e sistema supervisório.
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Têmpera em óleo
A plataforma mergulha a carga no tanque de óleo, onde permanece durante
o tempo determinado no procedimento que está sendo executado.
A agitação do óleo, para homogeneização da temperatura, é feita por dois
agitadores que forçam a passagem do óleo pela carga através dos defletores do
tanque.
Durante a têmpera em óleo o motor bomba permanece ligada, recirculando o
óleo pelo trocador de calor, até que sua temperatura retorne ao setpoint ajustando
no programa. No fim do ciclo a plataforma sobe, após o término do tempo de
drenagem do óleo, a carga deve ser retirada pelo operador (MANUAL DE
INSTRUÇÕES COMBUSTOL – Forno elétrico tipo Batch para tratamento térmico –
Modelo T-4E).
Figura 25 – Amostras tratadas (Têmpera, Nítretação Líquida e Endurecimento
por Chama) na BRASTÊMPERA.
OBS: Não foi desenvolvido nenhum estudo a respeito da aplicação de
revestimento de metal duro em amostra de ferro fundido GGG 40, pois, segundo o
fabricante dos consumíveis, para realizarmos tal procedimento de soldagem, seria
necessário aquecer a amostra a uma temperatura de aproximadamente 750°C e
com um eletrodo especial de níquel e ferro-fundido efetuarmos a aplicação do metal
duro, utilizando, contudo uma técnica de martelamento a cada passe de solda, como
recurso para eliminar as tensões trativas na região da zona fundida. Tal
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procedimento teria um custo muito elevado, que acabaria inviabilizando o
experimento.
3.3. Aplicação de Metal Duro na Superfície da amostra de Aço Carbono ASTM-
A516-10-60
3.3.1. Seleção da Amostra de Aço Carbono ASTM-A516-10-60
Esse material foi selecionado para os ensaios e testes levando-se em conta
principalmente a sua abundancia na fabrica e a similaridade com o aço carbono
utilizada na construção das polias soldadas (fig.26).
Figura 26 – Sobras de aço carbono ASTM-516-10-60 e Certificado do
material.
3.3.2. Definição dos Parâmetros de Soldagem
Utilizado o consumível de s