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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIFBV - WYDEN MESTRADO PROFISSIONAL EM GESTÃO EMPRESARIAL Cristiane de Brito Leite Souza OS DESAFIOS E AS OPORTUNIDADES DA INSERÇÃO DA GERAÇAO Y NO MERCADO DE TRABALHO: um estudo na empresa Acumuladores Moura R ECIFE, 2018

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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIFBV - WYDEN

MESTRADO PROFISSIONAL EM GESTÃO EMPRESARIAL

Cristiane de Brito Leite Souza

OS DESAFIOS E AS OPORTUNIDADES DA INSERÇÃO DA GERAÇAO Y NO

MERCADO DE TRABALHO: um estudo na empresa Acumuladores Moura

R ECIFE, 2018

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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIFBV – WYDEN

MESTRADO PROFISSIONAL EM GESTÃO EMPRESARIAL - MPGE -

CLASSIFICAÇÃO DE ACESSO A DISSERTAÇÕES

Considerando a natureza das informações e compromissos assumidos com suas fontes, o

acesso à dissertação do Mestrado Profissional em Gestão Empresarial - do Centro

Universitário UniFBV é definido em três graus:

Grau 1: livre (sem prejuízo das referências ordinárias em citações diretas e

indiretas);

Grau 2: com vedação a cópias, no todo ou em parte, sendo, em conseqüência, restrita

a consulta em ambientes de bibliotecas com saída controlada;

Grau 3: apenas com autorização expressa do autor, por escrito, devendo, por isso, o

texto, se confiado a bibliotecas que assegurem a restrição, ser mantido em local sob chave ou

custódia;

A classificação desta dissertação se encontra, abaixo, definida por seu autor.

Solicita-se aos depositários e usuários sua fiel observância, afim de que se preservem as

condições éticas e operacionais da pesquisa científica na área de administração.

Título da Dissertação: OS DESAFIOS E AS OPORTUNIDADES DA INSERÇÃO DA

GERAÇAO Y NO MERCADO DE TRABALHO: um estudo na empresa Acumuladores

Moura

Nome do(a) autor(a): Cristiane de Brito Leite Souza

Data da Aprovação: 15 de junho de 2016

Classificação conforme especificação acima:

Grau 1

Grau 2

Grau 3

Recife, ____/__________/______

__________________________

Assinatura do (a) Autor(a)

x

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CRISTIANE DE BRITO LEITE SOUZA

OS DESAFIOS E AS OPORTUNIDADES DA INSERÇÃO DA GERAÇAO Y NO

MERCADO DE TRABALHO: um estudo na empresa Acumuladores Moura

Dissertação apresentada como requisito

complementar para obtenção do grau de Mestre

em Gestão Empresarial da UNIFBV- Wyden

Brasil.

Orientadora: Prof.ª. Drª Hajnalka Halász Gati

RECIFE, 2018

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Catalogação na fonte -

Biblioteca do Centro Universitário UniFBV | Wyden, Recife/PE

S729 Souza, Cristiane de Brito Leite.

Os desafios e as oportunidades da inserção da geração Y no

mercado de trabalho : um estudo na empresa Acumuladores

Moura / Cristiane de Brito Leite Souza. – Recife : UniFBV |

Wyden 2018.

113 f. : il.

Orientador (a): Prof.ª. Drª Hajnalka Halász Gati.

Dissertação (Mestrado) Gestão Empresarial -- Centro

Universitário UniFBV | Wyden.

1. Geração Y. 2. Cultura Empresarial. 3. Liderança. I.

Título. DISS

658[18.1]

Ficha catalográfica elaborada pelo setor de processamento técnico da Biblioteca.

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Dedico o presente trabalho ao meu filho, João

Lucas. Você foi toda a esperança e toda luz

que veio para iluminar meus dias. Eu te amo e

muito obrigada, meu filho, por você existir.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, Pai Criador e a Jesus, mestre, irmão, amigo de todas as horas que não me deixou

abater diante das dificuldades e esteve comigo no leme desta jornada que tanto desejei.

Aos meus pais e irmãos, que torcem pela minha conquista e acreditam que o conhecimento

abre caminhos. Obrigada por fazerem parte desta caminhada.

Ao meu filho Gabriel (in memorian), com certeza eu sei que sempre esteve torcendo por mais

essa conquista minha. Um dia iremos nos reencontrar e com certeza irei sentir o seu abraço.

Hajnalka Gati, mais que mestra, uma pessoa especial, com a ternura materna, a preocupação e

o carinho para que eu pudesse dar o melhor de mim nesta jornada. Gratidão por ser minha

orientadora, que adotou e acompanhou meus bons e maus momentos, mas principalmente não

me deixou esmorecer, seja presencialmente ou nas mensagens via WhatsApp.

Meus agradecimentos estendem-se ainda, ao Centro Universitário Boa Viagem, aos estimados

professores Diogo Helal, coordenador do mestrado, à professora Maria Auxiliadora, que

compartilha a banca juntamente com à professora Mônica Gueiros. Foi uma honra tê-las em

minha banca.

Aos companheiros de sala, especialmente à turma do Bha-foi que compartilhamos via

aplicativo de celular às alegrias, os desafios, os aprendizados e as conquistas uns com os

outros. Vocês nem imaginam o quanto cada um, com seu jeito, me fortaleceu.

À minha amiga de todas as horas, Karla Manuela, que sempre esteve comigo em todos os

momentos da minha vida, torce muito pelas conquistas e sempre quer o meu melhor.

Obrigada pelo apoio encorajador.

A Adriana Franklin, você me conhece tão bem quanto a mim mesma, sabe quanto este

mestrado tem significado para mim. Obrigada por me acompanhar neste momento também.

A Moacy Freitas e Kelly Santos, da Acumuladores Moura, que autorizaram para que eu

pudesse realizar a pesquisa nessa empresa, obrigada pela confiança e reconhecimento desse

estudo.

A Dione Juvino, que cuidou tão bem do meu filho nos momentos que precisei me isolar para

concluir minha dissertação. Gratidão pelo cuidado amoroso com João Lucas e por se

preocupar tanto com o meu bem-estar.

A Marinete Candido, que eu chamava de “co-orientadora”, você foi mais que colega de sala.

Seu jeito meigo e acolhedor me fortaleceu nos momentos mais difíceis e, juntas, demos boas

risadas com nossas trocas de ideias e aprendizados.

Aos respondentes desta pesquisa, agradeço por compartilhar suas experiências comigo. Pude

sentir, mesmo por telefone, a emoção e o sentido de vocês fazerem parte da Acumuladores

Moura.

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“O propósito da nossa vida é acrescentar valor

à vida das pessoas desta geração e das

gerações seguintes”.

Buckminster Fuller

Inventor americano (1895-1983)

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RESUMO

Esse estudo buscou identificar características que a geração Y possui, consideradas relevantes

para a inserção na empresa Acumuladores Moura. Com o crescente número de jovens da

geração Y ocupando postos de trabalho, as lideranças e a área de gestão de pessoas precisam

gerenciar equipes heterogêneas e administrar possíveis conflitos. Desse modo, o processo de

seleção busca utilizar ferramentas para atração e promoção dos indivíduos geração Y, além de

acompanhar como os líderes dessa geração disseminam a cultura da empresa. Foi realizado

um estudo envolvendo uma indústria de peças do ramo automotivo, natural de Belo Jardim,

estado de Pernambuco. De abordagem qualitativa, a pesquisa descritiva usou a entrevista

semiestruturada e documentos, submetidos a análise de conteúdo. Participaram, como sujeitos

da pesquisa, 15 funcionários, todos eles pertencentes à geração Y. Desses, 11 locados na

unidade de Jaboatão dos Guararapes e 4 na unidade de Belo Jardim. Os dados indicaram que

elementos da cultura organizacional, tais como valores e crença, influem no processo de

seleção de pessoas, no conjunto das características e na forma como a geração Y encara os

desafios e oportunidades existentes na organização.

Palavras-chave: Geração Y. Cultura empresarial. Liderança.

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ABSTRACT

This study sought to identify characteristics that the Y generation has, considered relevant for

the insertion in the company Acumuladores Moura. With the growing number of Y generation

youth occupying jobs, leadership and the people management area need to manage

heterogeneous teams and manage possible conflicts. Thus, such selection processes seeks to

use tools to attraction and promotion of the individual Ygeneration, further to follow how the

leaders of this generation disseminate the culture of the company. A study was carried out

involving an automotive parts industry, from Belo Jardim, state of Pernambuco. From a

qualitative approach, the descriptive research used the semistructured interview and

documents, submitted to content analysis. Fifteen employees, all belonging to Y generation,

participated as subjects of the survey. Of these, 11 leased in the unit of Jaboatão dos

Guararapes and 4 in the unit of Belo Jardim. The data indicated that elements of the

organizational culture, such as values and beliefs, influence the process of selection of people,

the set of characteristics and the way in which the Y generation faces the challenges and

opportunities that exist in the organization.

Keywords: Y Generation. Business culture. Leadership.

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Quantitativo de pesquisas nos portais e periódicos................................................22

Quadro 2 – Concentração da geração Y nas regiões do Brasil.................................................24

Quadro 3- Ranking da concentração da geração Y por cidades brasileiras.............................24

Quadro 4 – Síntese do contexto vivenciado pela geração Y de acordo com referencial

teórico.......................................................................................................................................28

Quadro 5 - Principais oportunidades que a geração Y oferece ao mercado de

trabalho......................................................................................................................................30

Quadro 6 – Principais desafios em relação à geração Y no mercado de

trabalho......................................................................................................................................32

Quadro 7 – Definições de liderança..........................................................................................34

Quadro 8- Perfil individual dos entrevistados...........................................................................55

Quadro 9 –. Objetivos específicos e instrumentos para coleta de

dados.........................................................................................................................................58

Quadro 10- Organização da análise..........................................................................................62

Quadro 11- Objetivos específicos, categorias e subcategorias

analisadas..................................................................................................................................63

Quadro 12- Etapas de recrutamento e seleção- Acumuladores

Moura........................................................................................................................................74

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Foto da fundação da Moura... .................................................................................50

Figura 2- Foro da Metalúrgica Moura em Belo Jardim............................................................52

Figura 3- Foto do escritório: Jaboatão dos Guararapes.............................................................52

Figura 4- Campanha de lançamento de nova bateria moura automotiva..................................53

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Distribuição das gerações na Acumuladores Moura (sem cargos de

liderança)..................................................................................................................................20

Gráfico 2 – Distribuição das gerações na Acumuladores Moura (com cargos de

liderança)..................................................................................................................................20

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CEM Cultura Empresarial Moura

GPM Gestão de Pessoas Moura

PADI Plano de Ação e Desenvolvimento Individual

PIB Produto Interno Bruto

PMCE Programa Moura de Consolidação Estratégica

RBM Rede de Baterias Moura

RDM Rede de Depósitos Moura

RH Recursos Humanos

SMG Sistema Moura de Gestão

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................17

1.1 Contextualização do problema ............................................................................... ............17

1.2 Objetivos.............................................................................................................................21

1.2.1 Objetivo geral ...................................................................................................... ............21

1.2.2 Objetivos específicos ........................................................................................... ............21

1.3 Justificativas ........................................................................................................... ............22

1.3.1 Justificativas teóricas ........................................................................................... ............22

1.3.2 Justificativas prática.........................................................................................................23

1.4 Estrutura da dissertação......................................................................................................25

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .......................................................................... ............26

2.1 Gerações ................................................................................................................. ............26

2.2 Geração Y................. .............................................................................................. ............28

2.3 Liderança............................................................................................................................33

2.4 Cultura empresarial.............................................................................................................36

2.5 Recrutamento e seleção.......................................................................................................40

2.5.1.1 Recrutamento interno....................................................................................................42

2.5.1.2 Recrutamento externo...................................................................................................43

2.5.2 Seleção.............................................................................................................................44

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ......................................................... ............48

3.1 Delineamento da pesquisa ...................................................................................... ............48

3.2 Locus........ .............................................................................................................. ............49

3.2.1 História de como a empresa nasceu.................................................................................49

3.3 Sujeitos da pesquisa............................................................................................................53

3.4 Instrumentos de coleta de dados ............................................................................. ............57

3.5 Tratamento e análise dos dados .............................................................................. ............62

3.6 Limites .................................................................................................................... ............64

3.7 Limitações da pesquisa.......................................................................................................64

4 APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS.......................................65

4.1 Perfil da geração Y..............................................................................................................65

4.2 Recrutamento e seleção.......................................................................................................73

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4.3 Desafios e oportunidades....................................................................................................79

4.4 Jeito Moura Cultura Empresarial Moura

(CEM).......................................................................................................................................84

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS..............................................................................................95

5.1 Sugestões para a empresa pesquisada...............................................................................100

5.1 Sugestões para estudos futuros.........................................................................................101

REFERÊNCIAS....................................................................................................................103

APÊNDICE A – Roteiro de entrevista................................................................................110

APÊNDICE B – Roteiro de entrevista- a ser aplicado para funcionários da área de gestão de

pessoas....................................................................................................................................111

APÊNDICE C – Roteiro de entrevista- a ser aplicado para funcionários que ocupam cargo

de liderança.............................................................................................................................112

APÊNDICE C– Termo de ciência e consentimento...........................................................113

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1. INTRODUÇÃO

Este capítulo introdutório contextualiza o tema, apresentando o problema de pesquisa, os

objetivos (geral e específicos), bem como as justificativas teóricas e práticas para a realização

do estudo, finalizando com a estruturação da dissertação.

1.1 Contextualização do problema

As inúmeras transformações econômicas e tecnológicas pelas quais o mundo vem passando

produziram mudanças significativas em vários meios da sociedade. Entre eles, o meio do

trabalho e o das diferentes gerações inseridas nesse mesmo ambiente. É possível verificar que

as discrepâncias existentes no mundo corporativo, tais como o acesso a novas tecnologias e

novas formas de trabalho, fazem com que as diferentes gerações necessitem conviver lado a

lado e saibam conviver com linguagens, hábitos, valores, ideais e visão de mundo distintos,

em prol dos resultados esperados pela organização.

Em função do aumento da quantidade de jovens que estão inseridos nas organizações, é

natural que o tema gerações desperte a curiosidade no mercado de trabalho, nos profissionais

de recursos humanos e nos gestores de pessoas. Dessa forma, emergem estudos como os de

Comazzetto, Perrone, Vasconcellos e Gonçalves (2016) acerca das diferenças, semelhanças

entre as gerações e como influenciam os locais de trabalho. E, de acordo com esses autores,

“para compreender como uma geração difere da outra, é preciso que se perceba como cada

uma delas forma um conjunto de crenças, valores e prioridades” (p.146). Corroboram Clegg,

Kornberger e Pitsis (2011) sobre as transformações que a inserção das diferentes gerações

podem ocasionar no ambiente corporativo, afirmando: “tais mudanças trazem implicações

importantes para a forma como as organizações atraem, selecionam, retêm, e tratam os

funcionários” (CLEGG; KORNBERGER; PITSIS, 2011, p.70).

As características trazidas por cada geração não devem ser descartadas do contexto

econômico, social, político e tecnológico em que surgiram, como cita Branco (2013), que a

geração Baby Boomers (BBS) foi uma geração pós-guerra, a geração X vivenciou a destruição

pós-guerra, a crise do comunismo e o surgimento da economia neoliberal, e a geração Y ou

millennials veio com o advento da inserção tecnológica e da globalização, e foi considerada a

primeira geração digital. Segundo Comazzetto, Perrone, Vasconcellos e Gonçalves (2016),

um dos desafios atuais dos gestores de pessoas é administrar as diferenças entre as gerações, a

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fim de que tenham eficácia sobre todas essas. Sendo assim, é comum que duas ou até mais

gerações tenham que interagir, cada qual com suas peculiaridades e expectativas no mundo

corporativo, fazendo com que as lideranças e a área de gestão de pessoas saibam gerenciar

equipes heterogêneas, administrar possíveis conflitos que possam surgir e receber a geração Y

que começa a ocupar uma maior quantidade de postos de trabalho.

Carvalho (2017) afirma que os membros da geração Y nasceram na era da tecnologia e,

consequentemente, possui mais acesso à informação. Por esse motivo eles querem saber a

história, os valores e a relevância das empresas no meio econômico, ambiental, cultural e

social com os quais se relacionam. Trabalhar com o que apreciam, realizar tarefas múltiplas, e

poder vivenciar novas experiências são questões importantes para essa geração conectada.

Segundo Branco (2013), a geração Y representa, nas empresas, mais de 35% da força de

trabalho e, nos cargos de liderança, essa geração já ocupa em torno de 20% dos postos de

trabalho. Trata-se de uma geração que ingressa no mercado de trabalho com conhecimentos

diferentes das gerações anteriores. Corroborando tal informação, Lipkin e Perrymore (2010)

ressaltam que, com o crescente número da geração Y inserida no mercado de trabalho,

começam a ser pleiteadas mudanças nas organizações que reflitam seus valores e sua forma

de se relacionar com o trabalho.

E, de acordo com dados da Geofusion (2016), em parceria com a Serasa Experian Marketing

Services, revelam que a geração Y brasileira tem 8,3 milhões de pessoas, e 30% dessa geração

vive em cidades onde estão as sedes de grandes empresas, além de sedes das principais feiras

e eventos do mundo corporativo. O nordeste concentra 14% da geração Y, é a segunda região

onde mais vivem esses jovens, atrás apenas da região sudeste.

A empresa Acumuladores Moura, objeto do estudo, é uma indústria de peças do ramo

automotivo, da região nordeste, natural de Belo Jardim, estado de Pernambuco, é a maior

empresa no segmento elétrico da América Latina, e está no mercado há mais de 60 anos. A

ousadia, desejo antigo do fundador Edson Mororó, elevou a empresa ao patamar de

oferecer solução de bateria para as mais diversas aplicações: empilhadeiras, uso em

telecomunicações, tratores, trens, metrôs, barcos, motocicletas, entre outros. Esse

constante desejo de inovar, é algo que se assemelha a alguma das características da

geração Y, conforme afirma Pisoni (2015), que “a geração Y tem as competências

necessárias para inovar: se arriscam, são criativos, dominam a tecnologia, são ousados, enfim,

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estão reinventando a forma tradicional do trabalho, influenciando a estrutura laboral”

(PISONI, 2015, p. 87).

É uma empresa que valoriza o conhecimento e a aprendizagem, e busca resgatar e disseminar

continuamente uma herança deixada pelo fundador, que é o desejo de cultivar e fortalecer

vínculos, a fim de consolidar a sua cultura empresarial, ou seja, o “Jeito Moura”, e perenizar

o negócio. Tem como missão, produzir e entregar as melhores soluções em baterias com um

time coeso, gerando riquezas, fazendo o novo, bem feito e com paixão. É uma empresa que

não teme as transformações que o avanço tecnológico vem trazendo e busca fazer o novo para

perpetuar o negócio.

Em mais de 60 anos de trajetória, a Acumuladores Moura cresceu muito. Hoje é composta

por seis fábricas – quatro em Belo Jardim (PE), uma em Itapetininga (SP) e outra no

distrito de Pilar (Argentina). Fornece o produto para as maiores montadoras do mundo,

tanto no Brasil como na Argentina. Responde atualmente por cerca de 50% das vendas de

baterias para as principais montadoras do país.

Gera aproximadamente 4 mil empregos diretos, dos quais quase 2 mil em Belo Jardim.

No tocante à tecnologia, a Moura continua investindo em parcerias com outros

fabricantes de baterias de referência mundial, que possibilitam a inovação pioneira no

mercado brasileiro. Muito dos resultados conquistados na empresa é fruto de

investimentos estruturais e em tecnologia.

A Acumuladores Moura possui diversos programas para desenvolvimento dos seus

profissionais, principalmente no tocante aos cargos de liderança, tais como Programa de

Liderança Moura-PLM, que visa desenvolver ou otimizar as habilidades das lideranças por

meio de módulos de conteúdo programático e desenvolvimento pessoal com o intuito de

consolidar a estratégia da empresa.

A empresa pesquisada também possui o Programa Moura de Consolidação Estratégica-PMCE

que existe desde 2014, e tem como um dos principais objetivos, promover a

profissionalização da estrutura organizacional futura da empresa, onde é abordado o Plano de

Ação e Desenvolvimento Individual- PADI que consiste na criação de ações de atuação e

desenvolvimento ligadas às estratégias da área e da empresa. O público alvo do PMCE são

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diretores, gerentes e coordenadores. O ciclo é de 1 ano, e os treinamentos oferecidos são de

acordo com os gaps identificados durante o ciclo.

Esses programas continuados de desenvolvimento que a Acumuladores Moura pratica,

investindo em seus funcionários, faz com que se torne cada vez mais exigente nos processos

de recrutamento e seleção, principalmente para a seleção dos jovens da geração Y que

almejam crescimento rápido e constante aperfeiçoamento profissional. Selecioná-los para a

empresa é analisar essas e outras expectativas que precisam estar alinhados com a crença,

missão, valores e princípios que regem os passos da organização.

Num levantamento preliminar, realizado no mês de setembro/17, a empresa pesquisada

ratifica os dados citados por Branco (2013). A empresa possui 4.715 funcionários, e foi

verificado que, no seu quadro funcional, como em cargos de liderança, a geração Y atinge o

maior quantitativo de funcionários e desses conforme gráficos abaixo:

Gráfico 1– Distribuição das gerações na Acumuladores Moura (colaboradores sem cargos de liderança)

Fonte: Gestão de Pessoas da Acumuladores Moura (2017)

Gráfico 2– Distribuição das gerações na Acumuladores Moura (colaboradores com cargos de liderança)

Fonte: Gestão de Pessoas da Acumuladores Moura (2017)

Percebe-se, nesses dois gráficos acima, a crescente inserção da geração Y na Acumuladores

Moura e, consequentemente, ocupando cargos de liderança. Diante desse cenário, a área de

4,0%

21,0%

69,0%

Geração Boomers

Geração x

Geração y

2,6%

46,3% 51,1,%

Geração Boomers

Geração x

Geração y

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gestão de pessoas da empresa considera que as principais demandas que eles recebem em

relação à temática sobre gerações e trabalho, referem-se à necessidade de atuar para o

desenvolvimento da liderança de todas as gerações, principalmente no tocante à geração Y,

para o alinhamento com a cultura empresarial, e também conseguir administrar os anseios de

rápido crescimento profissional que essa geração almeja.

Esses números, além de evidenciar a expansão na força de trabalho dessa geração, consegue

revelar uma empresa que tende a crescer e consegue diversificar o negócio mesmo num

contexto de crise econômica no país. E assim, apresenta um maior número de cargos de

liderança sendo ocupado por uma geração que traz para o local do trabalho muitas ideias

inovadoras, um desejo de crescimento rápido e de aprendizado constante, forte senso de

urgência e, que será responsável pela formação do novo cenário corporativo determinante

para o negócio e para perpetuação da cultura da empresa.

Perante a contextualização apresentada, esta pesquisa busca identificar características que a

geração Y possui para inserção na Acumuladores Moura, uma vez que compõem, atualmente,

o maior quantitativo de funcionários, ocupando diferentes cargos. Para compreender essa

problemática, formulou-se seguinte questão de pesquisa: quais características da geração Y

são consideradas relevantes para a inserção na Acumuladores Moura? Tendo em vista

responder à pergunta acima, foram estabelecidos alguns objetivos, descritos a seguir.

Objetivos

1.1.1 Objetivo geral

Analisar características que a geração Y possui consideradas relevantes para a inserção na

Acumuladores Moura.

1.2.2 Objetivos específicos

Identificar o perfil da geração Y inserida na empresa pesquisada.

Identificar quais os critérios de recrutamento e seleção são praticados na empresa pesquisada

para atração e promoção da geração Y.

Verificar os principais desafios e oportunidades que os jovens da geração Y almejam na

organização pesquisada.

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Analisar de que forma os líderes da geração Y convergem com a cultura empresarial Moura

(Jeito Moura).

1.3 Justificativas

A escolha do tema e dos constructos tem como base do estudo cada tema individualmente

verificado e a interdependência identificada entre eles. O interesse da escolha desta pesquisa

será apresentado em dois aspectos: justificativa teórica e justificativa prática.

1.3.1 Justificativas teóricas

O estudo se valerá de cinco constructos: gerações, geração Y, recrutamento e seleção,

liderança e cultura organizacional. Foi inicialmente pesquisado o termo gerações.

Posteriormente, sobre geração Y e, em seguida, liderança, com objetivo de compreender os

diversos conceitos sobre liderança e a importância do estudo para as organizações. Por fim, a

pesquisa foi realizada pelos temas de recrutamento e seleção e cultura empresarial. A

relevância da união de conhecimentos distintos origina a temática desta pesquisa.

As justificativas apresentadas neste estudo visam identificar lacuna onde o tema gerações se

relaciona com os demais construtos, acima citados, no âmbito organizacional. Dada à

relevância do tema, a área de gestão de pessoas da empresa pesquisada foi consultada para

fazer a triagem do perfil da geração Y existente na empresa de acordo com os respectivos

anos de formação, baseado no estudo de autores brasileiros, para que a pesquisadora pudesse

realizar as entrevistas individuais, bem como, realizar a análise de dados a partir das

entrevistas realizadas.

Dentro do universo teórico, foram feitas consultas nos seguintes portais: CAPES, SciELo e

Spell. Foram encontrados vários trabalhos que tratam dos temas relacionados com a pesquisa,

conforme Quadro 1. O acesso a todos os bancos de dados eletrônicos que formam o Quadro 1,

são de conteúdo público e acesso gratuito.

Quadro 1- Quantitativo de pesquisas nos portais e periódicos

Tema CAPES SciELO SPELL

Cultura organizacional 3127 10 67

Liderança 2064 60 94

Geração Y 1807 5 17

Gerações 1983 43 23

Recrutamento e seleção 195 3 6

Geração Y e liderança 175 0 0

Fonte: elaboração da autora. Acesso em: 5 maio 2018.

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De acordo com os dados pesquisados, percebe-se uma quantidade considerável de pesquisas

relacionadas com os principais construtos tratados nesta pesquisa, a triagem levou em conta o

período das publicações nos portais e periódicos do período de janeiro de 2013 a maio de

2018. Em relação aos temas pesquisados e apresentados no Quadro 1, cultura organizacional

foi o que gerou um maior número de publicações, totalizando, até a data da busca nos portais

e periódicos citados, 3.204 trabalhos científicos publicados.

Em seguida, o tema liderança, com um total de 2.218, porém, ao verificar o estudo desse

fenômeno com a geração Y, só encontramos, ao todo, 175 trabalhos científicos. A

investigação revela, por meio do grande número de produções, uma forte preocupação da

academia com o tema Liderança, no entanto, para a temática Geração Y e Liderança não são

observados os mesmos esforços. Posteriormente, o tema geração Y, com um total de 1.829

trabalhos científicos publicados, e o tema gerações, com 2.049 trabalhos científicos

publicados respectivamente. E, em relação ao tema sobre recrutamento e seleção totaliza

nesses portais e periódicos 204 publicações, e nenhuma dessas publicações é direcionada a

recrutamento e seleção para geração Y até o período pesquisado.

Desta maneira, este estudo poderá mostrar sua relevância com o amparo da literatura

acadêmica, para verificar características típicas da geração Y que compõem uma fração cada

vez mais representativa da força de trabalho e, consequentemente, vêm assumindo cargos de

liderança nas organizações, além de verificar quais os critérios de recrutamento e seleção que

são utilizados para atração dessa mão-de-obra. Sendo assim, é possível inferir que são

necessárias pesquisas que abranjam o universo da geração Y nas organizações atuais, nos

demais construtos pesquisados, contribuindo com o corpo teórico existente e empenhando-se

em minimizar a lacuna constatada.

1.3.2 Justificativas práticas

A proposta deste estudo fundamenta-se no fato de que poderá contribuir para as organizações,

públicas ou privadas, de diversos segmentos, bem como, provocar a sociedade, a ficarem

atentas para uma geração que se insere no mercado de trabalho e demandam ajustes nas

esferas sociais, culturais, econômicas e políticas, já que é uma geração que se tornou o

público-alvo das ofertas de novos serviços e da difusão de novas tecnologias.

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Em termos práticos, o estudo pode ser relevante para empresas de segmentos diferentes que

possuem em seu quadro de funcionários um percentual considerável da geração Y, e que

buscam compreender características dessa geração, para uma melhor adequação entre sujeito

e organização e vice-versa.

Segundo o estudo sobre a Geração Y no Brasil, realizado em 2016 pela Geofusion, em

parceria com a Serasa Experian Marketing Services, apresenta a concentração dessa geração

dividida por regiões no Brasil, conforme Quadro 2

Quadro 2 – Concentração da geração Y nas regiões do Brasil.

Região %

Sudeste 63,4%

Nordeste 14%

Sul 11,7%

Centro-oeste 6,7%

Norte 4,2%

Fonte: site da Geofusion [http://www. blog.geofusion.com.br/geracao-y-renda-moradia-millenials-aspiracionais]

Ainda neste estudo, ao ser analisado o ranking das dez cidades que possuem maior quantidade

da geração Y, foi verificado que essas dez cidades brasileiras concentram 43% da geração Y e

23 % do Produto Interno Bruto (PIB). São as seguintes cidades, conforme Quadro 3.

Quadro 3 – Ranking da concentração da geração Y por cidades brasileiras.

Cidade Rankig

São Paulo 1

Rio de Janeiro 2

Brasília 3

Belo Horizonte 4

Fortaleza 5

Curitiba 6

Manaus 7

Recife 8

Belem 9

Salvador 10 Fonte: site da Geofusion [http://www. blog.geofusion.com.br/geracao-y-renda-moradia-millenials-aspiracionais]

Com os dados apresentados nos quadros acima, é possível evidenciar a relevância econômica

e social deste trabalho para a empresa pesquisada, pois, além de ser uma empresa cuja matriz

fica sediada na região nordeste, ela possui distribuidores localizados nas demais regiões

brasileiras, inclusive em todas as cidades citadas nesse ranking.

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Sendo assim, poderá subsidiar informações que possam contribuir para a área de gestão de

pessoas para aprofundar-se em questões relacionadas ao construto gerações, e verificar de que

forma características da geração Y podem ser analisadas como desafios e oportunidades para

a empresa, principalmente no que tange à atração, à retenção de pessoas dessa geração, ao

desenvolvimento de novos líderes, e à disseminação da cultura empresarial.

A sociedade também será beneficiada com a tendência do surgimento de postos de trabalho

para uma geração que é voltada para inovação, aprecia a aprendizagem contínua e que

valoriza trabalhar em organizações que apoiem causas ambientais, econômicas e sociais, e

isso reforça que as empresas precisam ser transparentes e com uma cultura que pretendem

deixar como legado para a seus clientes e funcionários.

1.4 Estrutura da dissertação

Esse estudo está dividido nos seguintes capítulos, a fundamentação teórica, que contempla os

construtos estudados de acordo com os objetivos geral e específicos, o procedimento

metodológico estruturado no delineamento da pesquisa, locus, sujeitos, instrumentos de coleta

de dados, tratamento de dados e limites de pesquisa. Posteriormente, segue a análise de dados

que consiste em apresentar os dados coletados da pesquisa, analisar e discutir com o

referencial teórico pesquisado, e conclui com as considerações finais que tecem comentários,

percepções e sugestões da autora, as sugestões para a empresa pesquisada e para estudos

futuros.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Neste capítulo são discutidos conceitos, estudos científicos e as contribuições dos mais

diversos autores sobre os seguintes construtos: 2.1gerações, 2.2 geração Y, 2.3 liderança, 2.4

recrutamento e seleção e 2.5 cultura empresarial. Conceitos que visam promover as reflexões

necessárias e embasamento às respostas que demandam os objetivos específicos.

2.1 Gerações

As organizações lidam cada vez mais, com grupos heterogêneos em seu ambiente de trabalho

e isso se refere também a conseguir lidar com as diferentes gerações nelas inseridas. Ladeira;

Costa e Costa ressaltam que:

a presença das diferentes gerações no mesmo ambiente

organizacional, por um lado, carrega a positividade em função da

diversidade, da integração e vivência de diversas perspectivas, mas

por outro também pode ser criadora de desequilíbrios e conflitos, dado

que cada geração estabelece um tipo de relação com o seu contexto

(LADEIRA; COSTA; COSTA, 2013, p. 6).

Algumas das características de cada geração são descritas por Cavazotte, Lemos e Viana

(2012) da seguinte forma: Tendência a preocupar-se com equilíbrio da vida pessoal e

profissional e também com os seus objetivos pessoais, além de ser mais propenso a mudanças

são características da denominada geração X. Buscam condições de trabalho com maior

flexibilidade, ansiosos por novos desafios, vivenciam grande número de informações e

querem crescimento profissional rápido, são caracteríticas da geração Y.

Vale salientar que, para uma boa gestão, é importante considerar quais valores trazem à vida

organizacional as novas gerações que vão ocupando os postos de trabalho, pois isso implica

no contrato psicológico entre o funcionário e a organização referente às obrigações de cada

um. (CODEÇO; COSTA; BOUZADA, 2013). Conciliar os valores pessoais com objetivos

organizacionais é um dos grandes desafios da gestão de pessoas, uma vez que as diferentes

gerações inseridas no contexto de trabalho, além de possuirem características distintas,

carregam sua subjetividade e expectativas como indivíduos na organização em que atuam.

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Nesse sentido, cabe ressaltar a importância da área de gestão de pessoas e da atuação dos

profissionais com cargo de liderança dentro das organizações para o bom desenvolvimento

dos colaboradores e da capacidade da inter-relação entre as diferentes gerações em prol da

sustentabilidade da empresa.

Percebe-se que as pessoas nascidas num mesmo período conseguem vivenciar experiências

comuns em processos sociais, culturais e econômicos, e que essas experiências podem afetar

de forma idêntica o padrão de resposta a situações e organizações, tais como a ética de

trabalho, a ambição profissional, os valores sobre as organizações e o comportamento no

trabalho (CAVAZOTTE; LEMOS; VIANA, 2012). Calliari e Motta (2012) afirmam que

buscar compreender as influências de uma geração exige desprendimento, pois

comportamentos e atitudes são diretamente influenciados pelo contexto social, econômico,

tecnológico, familiar e cultural, político da época em que esses sujeitos se desenvolveram.

E, segundo Oliveira (2016), não é muito simples identificar uma geração apenas pelo período

de nascimento. O tema sobre gerações não deve ser restrito se comparado apenas a um

período determinado, mas sim ao conjunto de fatores vivenciados pelo indivíduo que

influencia na sua formação, modo de pensar e agir, tais como, o ambiente familiar, cultural,

financeiro e social que cada pessoa de uma geração vivencia (OLIVEIRA, 2016). Corroboram

Codeço, Costa, Bouzada, 2013, p.3: “às diferentes gerações são atribuídas características

próprias, muitas vezes sem se levar em conta os contextos socioeconômicos e culturais

específicos, ou mesmo aspectos psicológicos”.

A literatura não é uniforme em relação à divisão temporal que delimita as duas gerações: é

possível encontrar intervalos semelhantes, porém em outros momentos não (NASCIMENTO

et al., 2016). Porém, não é possível pensar em contemplar uma política de gestão de pessoas

semelhante em cada geração, pois viveram em momentos específicos, passaram por mudanças

ou transformações locais ou globais singulares.

Assim, identificar as diferenças que essas gerações trazem, de acordo com a história

vivenciada em cada época, é também verificar o que as une quando se fala de trabalho, de

perspectivas e de possibilidades de crescimento e de desenvolvimento profissional.

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2.2 Geração Y

A característica mais presente da geração Y é o fato de que nasceram no mesmo período em

que foi dado o início à evolução tecnológica. Sendo assim, também são conhecidas como

geração millennials ou geração Net. Embora haja pequenas variações no período de

nascimento informado pelos autores (conforme Quadro 4), será utilizada, neste estudo, a

delimitação usada por Oliveira (2016) para considerar os anos iniciais e o contexto que levou

em conta os principais eventos vivenciados pela geração Y.

Quadro 4- Síntese do contexto vivenciado pela geração Y de acordo com o referencial teórico

Referencial

teórico

Geração Períodos- Nascidos

na década

Contexto vivenciado

Branco (2013)

Geração Y

ou

Millennials

Nascidos entre 1980

a 2000

Época de prosperidade econômica e

muitas oportunidades;

Época dos avanços tecnológicos na era

digital.

Perrone et al.,

(2013)

Nascidos entre 1980

a 1990

Globalização;

Guerra ao terrorismo;

Consumismo.

Oliveira (2016) Nascidos entre 1980

a 2000

Popularização da internet;

Informação tornou-se irrestrita e ilimitada.

Nascimento et al.,

(2016)

Nascidos entre 1978

a 1989

Presenciaram o terrorismo como

fenômeno mundial;

Evolução Tecnológica.

Fonte: elaboração da autora (2017)

A consideração a ser destacada é o fato de que o principal contexto vivenciado pela geração Y

foi marcado pela evolução tecnológica e popularização da internet, donde se pode inferir que

a tecnologia é algo que acompanha esses jovens desde cedo e os tornam conectados a mundo

globalizado de forma mais rápida e dinâmica.

Segundo Cappi e Araujo (2012), a geração Y cresceu em um ambiente de rápido e fácil acesso

à informação, conseguindo conectar-se a culturas diversas, o que a torna menos

preconceituosa e mais justa. Em relação ao trabalho, consegue enxergar uma forma de não ser

apenas uma fonte de renda, mas que também proporcione equilíbrio entre trabalho e vida,

além da possibilidade de constante aprendizado. Contribuem os estudos sobre a geração Y

Costa, Neto, Bazzoli (2014), no qual afirmam:

os membros da geração Y são especialistas em redes sociais, gostam

de mudanças e possuem forte senso ético no trabalho, espírito

empreendedor e sentido de responsabilidade, além de abrir caminho

para uma sociedade mais tolerante e aberta. Tendo uma educação de

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maior nível do que as gerações anteriores, os membros da geração Y

são autoconfiantes e otimistas em relação ao futuro, valorizam o

desenvolvimento de habilidades e são bem-sucedidos em mentoring e

coaching (COSTA, NETO, BAZOLLI, 2014, p. 81).

Autores como Lipkin e Perymore (2010) destacam que representa um desafio para o mercado

global a forma como as organizações promovem a atração ou retenção dos profissionais da

geração Y. Diante disso, descobrir o que motiva a Geração Y é indispensável para a

gestão e retenção desses talentos nas empresas.

Para Barbosa (2012), conhecer os valores, as expectativas e os desejos que acompanham os

indivíduos dessa geração é essencial para o desenvolvimento de programas e políticas

organizacionais ajustados a esses grupos. Corrobora Blasco et al. (2016), essa geração será a

mais difícil de recrutar, reter e gerir, no entanto, será a com maior capacidade de performance

para os que souberem liderá-los adequadamente.

Rudge et al. (2017), afirmam que aspectos como: remuneração, flexibilidade no trabalho e

oportunidades de crescimento profissional, precisam ser repensados, principalmente no que se

refere à remuneração, uma vez que não pode ser restrita apenas ao tempo de empresa ou

senioridade, pois, para a geração Y, tem que estar associado diretamente com a perfomance

no emprego, em relação à flexibilidade no trabalho.

O importante para os profissionais da geração Y é obter a integração entre vida pessoal e

profissional, já que esses jovens conseguem estar presentes e acessíveis no trabalho mesmo à

distância. Referente às perspectivas de crescimento profissional, a geração Y consegue usar

sua habilidade para criar redes de relacionamento (networking) que gerem oportunidades

futuras, seja dentro ou fora da organização em que atuam.

Essa geração possui alta expectativa e impaciência pela espera de uma ascensão profissional,

o que gera uma percepção nas gerações anteriores de certa imaturidade por parte desses

jovens profissionais. Outra característica, que se torna um desafio para as outras gerações está

relacionada a assumir cargo de liderança. Segundo Lancaster e Stillman (2011), trata-se de

uma geração que mesmo ocupando cargo de nível hierárquico menor, almeja fazer parte da

sua gestão, pois consideram que um estilo de liderança mais colaborativo no qual as equipes

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tenham algo a dizer torna o ambiente de trabalho mais produtivo e menos individualista, o que

diverge das opiniões das gerações anteriores no qual o estilo de liderança tende a ser mais

impositivo.

Os estudos sobre a geração Y têm uma maior abragência nacional, visto que a realidade

pesquisada é de nível nacional. E, conforme Quadro 5, que abaliza, segundo autores

brasileiros, as principais oportunidades que essa geração oferece ao ingressar no mercado de

trabalho.

Quadro 5- Principais oportunidades que a geração Y oferece no mercado de trabalho

Autores Oportunidades da geração Y em relação ao trabalho

Oliveira (2009,

p.191)

“A geração Y é motivada por desafios que promovam o próprio crescimento. Quando não

identifica esta possibilidade, rapidamente se mobiliza na direção de outros desafios”.

Calliari e Motta

(2012, p.62)

“Alias, existe uma crença de que esses jovens indivíduos não gostem de trabalhar. Mas não é

verdade. Ele se esforça bastante e mostra disposição, mas o produto do seu trabalho precisa ter a

sua participação desde o nascedouro. Lembremos: tudo aquilo em que não houve participação do

ípsilon em sua concepção não lhe concerne - e, portanto, não merece seu comprometimento

incondicional”.

Flink, Ferreira,

Honorato,

Araújo e

Proença

(2012, p.9)

“Para a Geração Y o trabalho é fonte de satisfação e aprendizado, muito mais do que fonte de

renda. Assim, a importância de aspectos, até então muito valorizados (carreira, promoção,

estabilidade e vínculo profissional) pelas gerações anteriores, estão sendo menosprezados no

ponto de vista da Geração Y.”

Martins e Flink

(2013, p.5)

“A geração Y desenvolveu o pensamento sistêmico, estimulados pelo mundo virtual, de modo a

olhar para o local e para o global, sendo essa competência relevante para o ambiente de trabalho.

Contudo necessitam de apoio dos gestores para desenvolverem a inteligência emocional. Destaca-

se o comportamento de abertura à diversidade, ou seja, as diferenças de sexo, raças,

nacionalidades, crenças e religiões são bem aceitas por essa geração”.

Branco (2013,

p.46-47)

“São pessoas voltadas para a inovação, são rápidos, confiantes, criativos, pensam fora da caixa, e

adoram receber tarefas desafiadoras e ter responsabilidades, mesmo quando ainda não estão

preparados para recebê-las. Costumam dizer o que pensam. Gostam de ter autonomia e de fazer o

trabalho do seu próprio jeito”.

Ladeira; Costa;

Costa (2013, p.

13)

“A geração Y não está acostumada à hierarquia e ambientes autoritários e, muitas vezes, trabalha

por estímulo, gosta de ser reconhecida pelo que faz e de utilizar seus conhecimentos para atingir

as metas da empresa, além de necessitar feedback constante por parte dos seus líderes. São

polivalentes e sabem administrar bem o tempo. Trabalham para viver, mas não colocam o

trabalho em primeiro lugar”.

Pisoni (2015,

p.87)

“A geração Y tem as competências necessárias para inovar: se arriscam, são criativos, dominam a

tecnologia, são ousados, enfim, estão reinventando a forma tradicional de trabalho, influenciando

a estrutura laboral, essas características, aliadas, a liderança e gestão podem auxiliar as

organizações a enfrentar o competitivo mundo dos negócios”.

Blasco et al.,

(2016, p.6)

“As expectativas desses jovens são muito altas, não só sobre eles mesmos, mas também por seus

empregadores e superiores imediatos. Neste ponto, os Y estão mais propícios a discordar

abertamente das missões, politicas e decisões da empresa, questionar as condições de desafios do

seu emprego e do sistema de recompensas estabelecidos pelo empregador”.

Rudge et al.,

(2017, p.410)

“A geração Y também busca ter experiências profissionais significativas, o que se relaciona

principalmente com a reputação da organização em que trabalha e às oportunidades de

crescimento pessoal mediante a expatriação para outros países, contato com funcionários de

outras culturas ou viagens”.

Fonte: elaboração da autora (2018)

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O Quadro 5, formado por uma grande variedade de autores brasileiros e formatos de

publicações, pesquisas, artigos e livros, demonstram a popularidade e relevância do tema, e

complementam-se dentro do conhecimento científico desde 2009. É possível verificar, na

produção dos autores citados no Quadro 5, palavras como: inovadores, criativos, desafio,

crescimento profissional, satisfação no trabalho e aprendizado consideradas as palavras-chave

que mais se destacam.

E que são essas características que as empresas precisam se adequar para a atração e a

retenção da geração Y, pois elas tendem a contribuir para os resultados das organizações, no

entanto, se não bem acolhidas, pode gerar conflitos com as gerações anteriores e a cultura

empresarial. Por esse motivo, é preciso primeiro considerar se essas características

consideradas como oportunidades que a geração Y oferece para o mercado de trabalho, as

empresas estão preparadas para absorver e consequentemente se adequar em prol da

sustentabilidade do negócio.

Assim, espera-se que essa geração contribua com aspectos positivos para o mercado de

trabalho, desde que as organizações estejam preparadas e se adequem às novas demandas que

poderão surgir para atender ou alinhar a geração Y ao universo corporativo. As inúmeras

oportunidades citadas por diversos autores no Quadro 5, que a geração Y oferece ao mercado

de trabalho, denotam que a forma de enxergar o trabalho difere das gerações anteriores

(FLINK; FERREIRA; HONORATO; ARAÚJO; PROENÇA, 2012), mas que ao mesmo

tempo, essa geração Y necessita de reconhecimento dos seus líderes pelo trabalho que realiza,

o quê provavelmente, podem vir por parte das gerações anteriores.

Vale então, considerar, conforme Quadro 6, a partir da análise acima apresentada, quais

seriam então, os principais desafios que as organizações enfrentam em relação à geração Y no

mercado de trabalho, segundo autores brasileiros.

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Quadro 6- Principais desafios em relação à geração Y no mercado de trabalho

Autores Desafios da geração Y em relação ao trabalho

Perrrone et al.,

(2013, p.553)

“Tornou-se um desafio para as empresas lidar com essa geração que escapa aos fatores

ambientais restritivos. A imagem para as organizações é a de que os jovens Y têm algo de

não domesticável e altamente inventivo e inovador, paradoxalmente, por serem

trabalhadores relacionais, imersos em fluxos de todas as ordens, com uma inteligência

associada ao coletivo, engendrando constantemente novas figuras de subjetividade”.

Ladeira et al.,

(2013, p. 13)

“Em algumas organizações, a geração Y já se encontra exercendo cargos de liderança.

Geralmente, a geração Y é composta por jovens que apresentam uma vontade de aprender e

não se adaptam a situações de hierarquias, mas tendem a valorizar os trabalhos em grupos.

Mostram-se individualistas quando o assunto é alcançar os seus objetivos se, principalmente,

têm pressa em ascender e consolidar-se profissionalmente”.

Carrara; Nunes;

Sarsur (2013, p.5)

...”por ser uma geração mais ansiosa e criada na era de rápidas e constantes mudanças, tende

a necessitar de avanços rápidos na carreira, diferentemente das demais gerações, e essa

inquietação impulsiona-os a mudar de organização”.

Codeço; Costa;

Bouzada (2013,

p.4)

“Essa nova geração, representada pelos novos entrantes do mercado de trabalho, chegaria

com novas aspirações e um nível de comprometimento com a empresa não tão grande como

os das gerações anteriores, fazendo com que as organizações precisem rever suas politicas e

práticas, sob o risco de não conseguirem gerir adequadamente o capital humano”.

Branco (2013,

p.51)

“Ao ingressarem no mercado de trabalho, é considerada a primeira geração que no momento

de escolher a empresa em que pretende trabalhar valoriza as organizações que também

apoiam estas causas (ambientais, econômicas e sociais) e desenvolvem políticas voltadas

para área de responsabilidade social e ambiental”.

Costa; Neto;

Bazzoli (2014,

p.81)

“A chegada da geração Y a postos de liderança nas empresas apresenta um novo desafio,

pois os responsáveis pela gestão dos jovens executivos não sabem muito bem como lidar

com eles. O resultado é a alta rotatividade de novos talentos. Essa geração domina as

tecnologias da informação como nenhuma das outras anteriores”.

Oliveira (2016,

p.191)

“A globalização, que tornou o mundo mais acessível para todos os profissionais, e o avanço

da tecnologia de comunicação criaram um novo universo de relacionamentos, em que o

jovem tem mais habilidade além de um ritmo maior na capacidade de adaptação quando

comparado aos profissionais mais velhos”.

Moreira; Araújo

(2018, p.627) “A geração Y é composta por indivíduos que almejam trabalhar em instituições com bons planos de carreira e que reconheçam e valorizem seus profissionais. Os integrantes dessa geração preocupam-se com o equilíbrio entre a vida profissional e a pessoal; com a flexibilidade nas relações de trabalho; com os bons relacionamentos interpessoais em ambientes cooperativos; com as questões socioambientais que os cercam e mostram repúdio à competição exacerbada do mundo atual”.

Fonte: elaboração da autora (2018)

O primeiro item a ser destacado é o fato de uma análise mais preocupante em relação aos

desafios das organizações para a geração Y, tais como saber conciliar com a resistência e

criação que essa geração carrega. Rever políticas e práticas e, isso engloba políticas voltadas

para aspectos ambientais, sociais e econômicos, que é uma geração que questiona e quer

transparência das empresas quanto às práticas desses aspectos, assim como saber lidar com a

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chegada da geração Y em cargos de liderança, pois, ao mesmo tempo surgem oportunidades

no mercado de trabalho trazidas por essa geração, conforme o Quadro 6.

Entretanto, é possível observar uma maior demanda de desafios para que as organizações

consigam lidar com esse perfil que é atualmente uma tendência, pois é preciso considerar

também que as organizações precisam se adequar às características que a geração Y conduz, e

não somente essa geração tem que se enquadrar ao estilo da organização. Trata-se de um

processo de adaptação na qual os percursos subjetivos dessa nova geração alteram as

estruturas organizacionais.

Segundo dados da Geofusion em parceira com Serasa Experian Markenting Services (2016), a

Geração Y está gerando diversas transformações sociais e econômicas, seja no mercado de

trabalho ou nas estruturas familiares. Por esse motivo, representam grandes oportunidades e

também desafios para empresas de todos os portes e segmentos.

Sendo assim, cabe considerar as considerações de Flink, Ferreira, Honorato, Araújo e Proença

(2012): “Os prós e contras aqui elencados podem ser considerados relativos, porque algumas

características e/ou comportamento das pessoas da geração Y, dependendo da empresa,

possivelmente seriam positivos, enquanto para outra e com cultura organizacional diferente,

os mesmos pontos seriam considerados negativos.” (FLINK; FERREIRA; HONORATO;

ARAÚJO; PROENÇA, 2012, p.7).

2.3 Liderança

Os estudos sobre liderança existem há mais de um século e sofreram diversas modificações

até os dias atuais. Stogdill (1974) pontua que a liderança é o fenômeno mais pesquisado no

mundo. A palavra liderança é abordada por diferentes ângulos, e o grande interesse pelo tema

propiciou o surgimento de inúmeros conceitos dentre os pesquisadores na área de

desenvolvimento humano e organizacional.

Os mais diversos estudos sobre o tema liderança não conseguem dirimir todas as dúvidas

acerca do fenômeno, devido à grande complexidade do tema. Abaixo, apresentamos um

quadro com algumas definições sobre a temática:

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Quadro 7- Definições de liderança

Autores Definições

Stogdill (1974, p. 411) “Liderança é o início e a manutenção da estrutura em termos de expectativa e

interação”.

França; Arellano (2002,

p. 259)

“A liderança é um processo social no qual se estabelecem relações de

influência entre as pessoas. O núcleo desse processo de interação humana é

composto do líder ou líderes, seus liderados, um fato e um momento social”.

Charan (2008, p.55) “Outro sinal claro do potencial para a liderança, e um especialmente

importante no ambiente atual de mudanças tumultuosas, é a busca apaixonada

do líder pelo aprendizado e crescimento contínuos”,

George e MC Lean

(2008, p.13)

“A liderança autêntica é transmitida àqueles que assumem responsabilidades

por erros”.

Bergamini (2009, p.

139)

“Além do autoconhecimento caracterizar-se como um instrumento-chave de

desenvolvimento do potencial da liderança, outro aspecto tem mostrado

indiscutível relevância na prática diária. Trata-se do próprio interesse daquele

a quem se está atribuindo a atividade de dirigir pessoas”.

Robins; Judge; Sobral

(2010, p. 359)

“Definimos liderança como a capacidade de influenciar um conjunto de

pessoas para alcançar metas e objetivos”.

Oliveira et al., (2013,

p.33)

“Liderança implica influência, e, por isso, jamais pode ocorrer por coerção ou

força, deve surgir por vontade própria movida por sentimentos de confiança,

segurança e inspiração. Para influenciar deve-se possuir bons atributos que

inspirem esta influência”.

Bendassolli;

Magalhães; Malvezzi

(2014, p.422)

“A liderança é cotidianamente construída, compartilhada, tecida em uma rede

de interdependências, visando o alcance de objetivos interpretados como

comuns. Objetivos comuns são a essência das trocas entre líderes-liderados”.

McSanhe, Von Glinow

(2014, p. 319)

“Liderança, é influenciar, motivar e capacitar as outras pessoas a contribuírem

como a eficácia e o sucesso das organizações das quais são membros”.

Fonte: Elaborado pela autora (Janeiro, 2018)

Por meio dessas definições, vê-se que, para os autores citados, o conceito de liderança é algo

amplo, que passa pela capacidade do autoconhecimento, de assumir seus erros, de aprender a

liderar, de querer alcançar os mesmos objetivos dos liderados e, principalmente, da

capacidade de conseguir influenciar pessoas. Esse quadro também mostra que o conhecimento

científico não é estático, o contexto e o tempo moldam as reflexões e o saber.

Segundo Gil (2016), os primeiros estudos sobre liderança procuraram vinculá-la a disposições

inatas. Para Kotter (1997, p.6): “há pessoas que nasceram líderes e há outras que aprendem a

desenvolver sua capacidade de liderança ao longo de décadas”. Na visão de Drucker (2013), a

liderança deve e pode ser aprendida, corroboram Wich, Pollock; Jefferson (2011, p. 337) “a

liderança, como toda competência que vale a pena ser adquirida, pode ser aprendida- e precisa

ser praticada”. Entretanto, Bergamini (2008, p.125) afirma “é temerário afirmar que o líder

nasce como tal ou que possa formá-lo”.

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De acordo com Vergara (2005), a liderança está associada a incentivos e motivações que

impulsionam as pessoas para realização da missão, da visão e dos objetivos empresariais.

Desse modo, os estudos voltados a estudar a liderança buscam respostas de como o líder pode

contribuir com os resultados das organizações.

Cappi e Araujo (2015) ressaltam que a liderança da geração Y que surge nas organizações é

de jovens recém-graduados que facilmente se adaptam à tecnologia e à inovação. Eles se

sobressaem pela versatilidade e vigor intelectual, procuram soluções positivas, são alegres, e

prezam a relação interpessoal. (OLIVEIRA, 2013).

Assim, essa geração que entra o mercado de trabalho tem muito mais cedo acesso as

informações, e vem com o crescimento tão rápido que já começa a liderar profissionais de

gerações anteriores, o que deve ser considerado como ganho para organização, pois uma

geração deve complementar a outra.

Corrobora Charam (2008), afirmando que os líderes em potencial tendem a se estimular com

os desafios e as oportunidades de elevar a base de conhecimento sobre o negócio, as pessoas e

o mundo externo, condições que condizem com o perfil da geração Y que possui sede

insaciável pelo aprendizado e tende a fazer com que sejam mais atualizados do que seus

gestores e mais conectados com as últimas tendências do mercado e da tecnologia.

Lipink e Perrymore (2010) recomendam que as organizações devem dedicar tempo, energia e

dinheiro em planos de desenvolvimento pessoal e profissional para os líderes da geração Y,

pois trata-se de uma geração que cresce com oportunidades contínuas de treinamento e estão

abertos para o aprendizado.

Vale considerar que a geração y é composta, em sua maioria, por líderes peculiarmente

inovadores e quase impacientes e, apesar de toda inovação e versatilidade que essa geração

costuma apresentar, essa lado “inquietos” pode desregular certos processos de liderança e de

investimento das organizações nos planos de carreira ou de sucessão. Perrone et al., (2013)

afirmam que

como trabalhadores e gestores, eles têm uma postura colaborativa,

colocando em colapso a hierarquia rígida e forçando as organizações a

repensar como recrutam, compensam, desenvolvem e supervisionam

os seus talentos. A própria ideia de gestão e liderança é posta em

xeque, pois eles realizam um êxodo das corporações para start-ups

recém-iniciados (PERRONE et al., 2013, p.552).

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Vale considerar que, em tempos de crise, a inserção de jovens profissionais, principalmente

da geração Y, ocupando cargos de liderança, deve-se ao fato da viabilidade de redução de

custos nas empresas, visto que pode ser feito a permuta do profissional mais experiente e que

provavelmente pertence a uma geração anterior, bem como, poder oferecer condições de

salário mais baixo para os jovens da geração Y que não ingressam com a chamada “bagagem”

profissional, mas possuem a motivação para a função.

Branco (2013) afirma que o papel dos líderes que formam essa geração Y é dar oportunidade

para que eles possam aprender com os erros, pois assim estarão ajudando com seu processo de

desenvolvimento pessoal e profissional, e não direcionar ações apenas para protegê-los das

dificuldades. Outro aspecto para que as lideranças estejam atentas a essa nova geração é

buscar manter o equilíbrio entre o acesso livre ao uso da tecnologia e o controle rígido.

Esses líderes que têm o desafio ou a oportunidade de formar essa nova geração, podem atuar

como mentores, ou seja, “é um funcionário sênior que patrocina e apoia um funcionário

menos experiente” (ROBINS; JUDGE; SOBRAL, 2010, p. 382) e tem como papel contribuir

para preservar e desenvolver a cultura empresarial e a transmissão do conhecimento.

E, para que isso aconteça de uma forma que gere menos conflitos entre as diferentes gerações,

Flink, Ferreira, Honorato, Araújo e Proença (2012, p.12) afirmam: “uma forma de motivar os

Y é diminuir a distância dos líderes, o que é fator de satisfação e faz com que se sintam parte

importante do trabalho”. Isso representa uma maior aproximação entre líderes e liderados,

para que o profissional da geração Y se sinta mais confiante para emitir suas opiniões,

perceber que suas ideias estão sendo ouvidas e, enxergar seu líder como aliado.

2.4 Cultura empresarial

Os estudos sobre o conceito de cultura para o âmbito empresarial ocorrem em meados da

década de 1930, mas o termo só surge a partir de 1951. Silva, Zanelli e Tolfo (2014) afirmam

que foi a partir dos estudos do psicólogo Elton Mayo sobre o possível uso do método

antropológico, especificamente o etnográfico, para descobrir o sistema de crenças e a

estrutura das sociedades tribais, e assim conseguir obter o melhor entendimento das crenças

que prevalecem em uma organização.

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Segundo Schein (2009), a cultura organizacional pode ser percebida por meio dos símbolos,

linguagem, histórias, hábitos, valores e dos objetivos, e que Silva (2003) complementa:

“assim, a cultura é compreendida como uma forma mais suave de controle organizacional que

seria adaptada às necessidades de flexibilidade e descentralização que as novas condições

ambientais impõem às organizações (SILVA, 2003, p.808).

E essa opinião é compartilhada por Fleury (1996, p.22) que considera que os componentes da

cultura organizacional “tanto agem como elemento de comunicação e consenso, como

ocultam e instrumentalizam as relações de dominação”. Assim como a cultura determina a

identidade de um grupo, também pode representar um conjunto de mecanismos de controle

para modelar comportamentos.

Dois elementos importantes da cultura organizacional serão considerados neste estudo, pois

ao serem colocados em prática, são produzidos modos de pensar, sentir e agir, que se tornam

típicos dos grupos sociais, são eles: a crença e os valores. Por meio desses elementos são

confrontados sentidos à realidade socialmente construída.

Para Silva, Zanelli e Tolfo (2014). “os pressupostos, os valores e as crenças são expressos por

meio de estruturas, sistemas, símbolos, mitos e padrões de recompensa existentes nas

organizações” (SILVA; ZANELLI; TOLFO, 2014, p. 501). Segundo Silva, Castro e Dos

Santos (2017), é através de seus valores e crença, que a cultura organizacional reproduz

normas sociais que informam o desejo de como os funcionários de uma organização devem

portar-se.

As crenças e pressupostos têm sua validação firmada com o tempo. As experiências,

principalmente vivenciadas pelos fundadores ou dirigentes, sejam elas individuais ou

coletivas, possibilitam o surgimento de crenças e refletem o comportamento das pessoas bem

como aquilo que a organização utiliza como sendo sua verdade. Para Dias (2013), as crenças

permitem desenvolver a consciência das pessoas pertencerem ao interior da organização.

Em relação aos valores, segundo Deal e Kennedy (1982), "é pano de fundo de qualquer

cultura organizacional, eles servem de senso de direção comum para todos os funcionários e

cartilha de comportamento para o seu dia-a-dia.

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Afirmam McShane e Glinow (2013, p.375): “a força da cultura de uma empresa se refere à

amplitude e profundidade com as quais os funcionários detêm os valores e pressupostos

dominantes da empresa”. Segundo Pires e Macêdo (2006, p.88): “a cultura organizacional é

um conceito essencial à construção das estruturas organizacionais. Percebe-se então que a

cultura de uma organização será um conjunto de características que a diferencia em relação a

qualquer outra”.

Segundo Larentis, Antonello e Slongo (2018) “uma cultura organizacional não é um conjunto

sólido e bem formado ou um conjunto estável de subculturas, que é fácil de compreender”

(LARENTIS; ANTONELLO; SLONGO, 2018, p.40).

Segundo Schein (2009, p. 21), “cultura e liderança são dois lados da mesma moeda, quê

significa dizer que os líderes primeiro criam culturas quando criam grupos e organizações”.

Corroboram Fleury e Sampaio (2002, p. 291): “em um diagnóstico de cultura, é necessário

sempre trabalhar com uma perspectiva histórica, observando o contexto em que a organização

foi criada e o papel do fundador”. Sendo assim, os fundadores da empresa são responsáveis

por estabelecer uma visão de como a empresa deve ser.

A cultura organizacional é importante para todos, entretanto, se torna essencial para quem for

liderar. Pois, os valores e modo de pensar dessas pessoas são influenciados pelas experiências

que compartilharam na organização ao longo do tempo. (SILVA; ZANELLI e TOLFO, 2014).

Sendo assim, segundo Schein (1999), um dos fatores mais importantes do papel do líder seria

investir na gestão da cultura da organização.

Nessa perspectiva, Schein (1999) declara que a função dos líderes é criar a cultura desejada,

bem como valores e objetivos comuns, sendo este o caminho para o surgimento da chamada

“cultura forte” e que para isso, objetivos estratégicos e cultura devem estar alinhados.

Afirmam Silva, Zanelli e Tolfo (2014, p. 505) “a cultura é, em parte, produto da imposição da

visão de mundo dos fundadores ou de outras pessoas importantes no momento da criação da

organização”. Corrobora Bryman (2004) ao afirmar que os líderes tem o papel de manter e

reforçar a cultura inicial deixada pelos fundadores das organizações. Segundo Robbins;

Judge; Sobral (2010) as atitudes dos líderes têm um grande impacto sobre a cultura

empresarial.

por suas palavras maneira de se comportar, os altos executivos

estabelecem normas que se difundem pela organização acerca de

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aspetos como: quais riscos devem ser assumidos, quanta liberdade

deve ser concedida aos funcionários, qual a forma correta de se vestir,

que ações podem reverter em recompensas, e assim por diante

(ROBINS; JUDGE; SOBRAL, 2010, p.509).

Sendo assim, cabe enxergar esses pontos comuns sobre liderança e cultura construídos pelos

autores acima citados, e também pesquisar de que forma às organizações percebem que o

processo de desenvolvimento de liderança precisa ser contínuo e necessário para disseminar a

cultura da empresa deixada pelo seu fundador, principalmente para novas gerações que

assumem cargos de gestão.

Corroboram Barreto et al., (2013) que existem uma interdependência entre esses dois

construtos, e cabe ao líder criar, manter ou alterar algumas particularidades da cultura

empresarial na sua gestão, bem como, ele é moldado em seu pensamento, atos e sentimentos

pela cultura da empresa. “É possível afirmar, assim, que o indivíduo recebe influência da

cultura em diversas dimensões e tal influência o torna capaz de absorver aquilo que lhe é

apresentado, sejam costumes, crenças, valores”. (MAGALHÃES, 2014 p. 191).

Vale considerar que, a cultura de uma empresa reflete a personalidade do fundador, e esse

fundador fornece um legado a ser seguido. “Os fundadores da empresa tradicionalmente são

responsáveis pelo principal impacto sobre a cultura inicial dessa organização, eles têm uma

visão daquilo que a organização deve ser” (VIEIRA et al., 2013 p.283). É pelas características

do fundador e as informações que ele detém que são transmitidos os valores, as crenças e a

visão da empresa e também é, a partir dele, que será determinada qual será a cultura de um

grupo. (CARDOZO, 2018).

Por esse motivo, cabe aos dirigentes das empresas, agirem de acordo com o que professam, de

modo a estimular que os demais funcionários da organização pratiquem o modelo de cultura

deixada pelo fundador. E, conforme cita (BANOV, 2012, p.8), "a cultura organizacional é

produto daquilo que os seus dirigentes valorizam e acreditam que norteará suas regras,

normas e procedimentos, criando uma maneira de ser (calma, discreto, agitado etc.) e uma

maneira de se fazer (organizada, desorganizada etc.) na organização".

Entretanto, os líderes conseguem adaptá-la e acompanhar essas transformações com a

mudança organizacional ou com suas práticas de gestão (McShane e Glinow, 2013). Mas,

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segundo Vieira et al., (2013) três forças importantes tem o papel relevante na manutenção da

cultura empresarial, são elas: o processo de seleção, os próprios líderes e o processo de

socialização, porém, é o papel da diretoria e dos demais líderes que são essenciais para manter

ou ajustar a cultura de uma empresa.

Em relação aos processos de seleção alinhados com a cultura organizacional, cabe o papel da

área de gestão de pessoas transmitir aos funcionários às normas da empresa e o que foi

deixado pelo seu fundador (CARDOZO et al., 2018), pois, para selecionar um indivíduo além

de ser observado a aptidão para realizar às atividades que lhe é designada, precisa ser

analisado a adesão do sujeito a cultura da empresa antes mesmo do seu ingresso, para uma

melhor congruência com o que a empresa espera dos seus funcionários e vice-versa.

Já no processo de socialização, a responsabilidade da área de gestão de pessoas e dos líderes

tem pesos importantes, pois se refere a uma etapa na qual são introduzidas as informações

sobre a empresa, para exercer o cargo e para as aprendizagens necessárias ao sujeito recém-

admitido na empresa, mas cabe a responsabilidade do líder no que tange a cultura

organizacional, harmonizar a comunicação da cultura empresarial, acolher os novos

funcionários e repassar os conhecimentos necessários para o bom desempenho das atividades.

Ainda sobre adaptação e mudanças no que tange a cultura de uma empresa, Barreto et al.,

(2013), afirmam que “os líderes precisam estar atentos aos conservadorismos refletidos em

crenças, valores, preposições, rituais, e cerimoniais impregnados na cultura, que podem

atrapalhar os esforços para mudar a organização” (BARRETO et al., 2013, p. 40). Por esse

motivo é importante considerar que a cultura da empresa também seja compatível com o

estilo de liderança, já que são eles os grandes disseminadores desse legado.

2.5 Recrutamento e Seleção

O recrutamento pode ser considerado um processo que procura atrair ou indicar candidatos

para ocupar as vagas existentes, de acordo com o perfil estabelecido na descrição de cargos e

da função.

Alguns meios de divulgação das vagas podem ser utilizados nas empresas para os dois

formatos de recrutamento, o interno e o externo são esses: cartazes, indicação de funcionários,

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agências de emprego/consultorias de seleção, universidades/escolas, headhunters (caça-

talentos), redes sociais, meio de comunicação (jornal, televisão, rádio). Nesse estudo será

descrito de forma sintetizada o objetivo de cada meio desse.

Os cartazes são recursos geralmente utilizados dentro da empresa, às vezes colocado nos

quadros de avisos ou divulgado para um e-mail onde todos os funcionários recebem o

informativo, é de baixo custo e pode atrair tanto funcionários da organização para participar

do processo, como eles indicarem colegas para participarem. Outro formato é o de indicação

ou recomendação de funcionários, que segundo Gil (2016) é preciso que à área de gestão de

pessoas trate com muito profissionalismo essas indicações, deixando claro que a avaliação do

candidato indicado será semelhante aos que não são indicados.

Em relação às agencias de emprego ou consultorias de seleção, são prestadoras de serviço que

a empresa poderá contratar para realizar o processo de recrutamento e seleção como um todo,

seja porque queira algum cargo mais específico ou estratégico, ou que à área de gestão de

pessoas não consegue suprir a demanda de vagas para iniciar e concluir o processo, ou porque

queira terceirizar esse serviço.

É importante considerar que mesmo que esse meio de recrutamento seja terceirizado cabe

algum profissional da área de gestão de pessoas realizar o acompanhamento para garantir

agilidade e qualidade no processo.

As universidades e escolas como meio de divulgação de vagas são um elo importante entre os

estudantes e as empresas, principalmente, aquelas que buscam por jovens da geração Y e que

precisam no seu quadro funcional, aprendizes, estagiários, técnicos ou mestres. Segundo Gil

(2016), as instituições de ensino superior são meios de recrutamento importantes para a

atração de estagiários, pessoas especialistas, mestres ou doutores.

Já os headhunters atuam mais para recrutar candidatos de nível executivo, por se tratar de um

cargo bastante estratégico dentro de uma organização, geralmente essas vagas não são

anunciadas por outros meios citados. “Isso porque esses headhunters estão constantemente

contatando executivos empregados, com vista em verificar seu interesse em mudar de

emprego”. (GIL, 2016, p. 118).

Com avanço da tecnologia, as organizações começam a investir em outro meio de

recrutamento, que é o uso das redes sociais para atrair candidatos, a área de gestão de pessoas

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passa a utilizar essa ferramenta que encantar públicos de todas as idades, principalmente os da

geração Y.

Segundo Gil (2016) o Linkedin, é uma das redes sociais que veio com o objetivo de

estabelecer contatos profissionais e auxiliar potenciais candidatos para às vagas que as

empresas divulgam nessa rede, diferentemente do Facebook e o Twitter que são mais

utilizados parar as relações sociais, hobbies e exposição de fotos ou vídeos, mas que também

os profissionais de gestão de pessoas podem fazer uso de visualizar o perfil do candidato por

esse meio. Vale considerar que Gomes (2011) defende que o recrutamento pelas redes socais

deve funcionar como complemento das ferramentas de recrutamento e seleção tradicionais.

E, as vantagens desse meio refere-se à agilidade no retorno, a diminuição nos custos com

anúncios em jornais, rádios ou outros meios de comunicação que cobravam valores elevados

para divulgação de uma vaga e a amplitude que a informação pode acessar. No entanto, o uso

das redes sociais para recrutamento se não bem administrado pode atrasar o processo, ocorrer

plágio de informações que pode expor a empresa ou as informações contidas na divulgação

podem não condizer com a realidade do cargo ou da empresa.

E, por fim, os meios de comunicação (jornal, televisão, rádio) são meios que nos dias atuais,

não conseguiram concorrer com a chegada das redes socais, a depender da localidade da

empresa e do meio de recrutamento que mais gera retorno, os profissionais de gestão de

pessoas ainda fazem uso da divulgação via rádio, mais comumente usados em cidades do

interior, e a televisão, como forma de divulgar a empresa e despertar atenção do candidato em

diversas cidades brasileiras, a desvantagem desse último é o custo elevado de divulgação.

As duas formas de recrutamento mais utilizadas nas empresas é o recrutamento interno e o

externo, cabe a empresa escolher o mais adequado e assertivo, e verificar e os meios que

possui para a divulgação das vagas. Vale considerar que o recrutamento é apenas uma parte

de todo um processo que se estende até que se haja a contratação propriamente dita.

2.5.1.1 Recrutamento interno

No recrutamento interno, como o próprio nome sugere, a empresa dá prioridade aos

funcionários existentes para participarem do processo seletivo e se forem aprovados, poderão

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assumir novos cargos ou atuar em áreas diferentes, segundo Pontes e Serrano (2005) esse

formato valoriza os profissionais que estão inseridos na organização.

Mazo e Trevisan (2000) afirmam que “o primeiro passo na procura de pessoal é o

recrutamento dentro da empresa, que não deve ser confundido como o recrutamento através

dos funcionários”. (MAZO e TREVISAN, 2000, p. 84). Afirma Gil (2016) que esse formato

se torna econômico para a empresa, além de evidenciar que essa está comprometida em

promover seus funcionários.

2.5.1.2 Recrutamento externo

Para o recrutamento externo, conforme nome indica, é uma forma de renovar o quadro

funcional da empresa e pode ser divulgada a vaga em diversas fontes para atração de

candidatos. Cabe ressaltar que um fator importante e necessário que antecede essas duas

formas de atrair candidatos, é o levantamento das principais exigências da empresa em

relação ao cargo proposto, ou seja, a descrição do cargo. (ALMEIDA; CAVALCANTE,

2014).

Segundo Banov (2012), o recrutamento externo tem como vantagem atrair sangue novo para a

empresa porque são candidatos com novos talentos, habilidades e expectativas e, muitas

vezes, já adquiriram experiências em outras empresas, renova o quadro de pessoal e a cultura

da empresa.

É importante considerar que nem sempre o sucesso do recrutamento pode ser mensurado pela

relação candidatos-vaga, pois apesar de ter uma maior quantidade de candidatos para

abastecer o processo seletivo dentro de uma organização. Se atração de candidatos não estiver

compatível com a descrição do cargo, provavelmente terá quer ser reiniciado o processo e isso

demandará de mais tempo para atender à solicitação de gestores e dos clientes internos e

externos. Entretanto, se essa boa quantidade de candidatos estiver alinhado com a descrição

do cargo, maior a possibilidade de que um desses esteja próximo ao perfil da vaga requerida e

torne o processo mais eficaz.

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2.5 2 Seleção

A seleção consiste em uma função que identifica o candidato mais qualificado entre aqueles

recrutados, através da aplicação de testes, entrevistas, dinâmicas em grupos, provas práticas,

entre outras ferramentas, conforme o perfil do cargo. Segundo Reinert et al., (2012), o

processo seletivo vai além da análise do candidato de acordo com o perfil do cargo.

o processo de seleção é importante, pois a adequação do candidato não

é apenas ao cargo, mas à organização também, o que implica incluir

não apenas critérios baseados em habilidades e capacidade de

realização de tarefas e atividades específicas, mas também critérios

relacionados à congruência de valores entre a organização e o

indivíduo. (REINERT et al., 2012, p. 30).

Segundo Robbins; Judge; Sobral (2010) quanto mais próxima as características individuais

estiverem dos requisitos do cargo, maior será a eficácia do processo seletivo e

consequentemente o desempenho e satisfação do funcionário selecionado, pois caso ocorra de

realizar a admissão de um profissional e esse ter um potencial além do demandado do cargo

poderá levar a desmotivação do mesmo, e por esse motivo as expectativas devem ser

gerenciadas de ambos (FRANÇA; ARELLANO In: FLEURY, 2002).

Corrobora Cardozo et al., (2018), afirmando que “o processo de seleção contribui para a

comparação entre as necessidades da organização para preenchimento do cargo e o perfil dos

candidatos disponíveis após o recrutamento, visando atingir o perfil procurado pela

organização” (CARDOZO et al., 2018, p. 97).

Assim, se faz necessário que a área de gestão de pessoas das organizações busque obter o

máximo de informações sobre as descrições das atividades relacionadas ao cargo em aberto,

bem como, as habilidades e competências necessárias para realização da função, para se ter o

candidato mais próximo ao desejado pela empresa, pois, conforme afirmam Pontes e Serrano

(2005), “ a seleção é um processo de comparação: de um lado temos o perfil da posição e, de

outro, candidatos diferentes entre si (PONTES e SERRANO, 2005, p. 60).

Outro fator importante para considerar um processo seletivo assertivo é o conhecimento da

cultura empresarial, Banov (2012) afirma que esse conhecimento é primordial para o sucesso

de uma admissão, porque é a cultura que determina os comportamentos que o candidato deve

ter para ser contratado pela empresa. O mesmo continua afirmando que em um processo

seletivo, além da cultura, devem ser consideradas as diferenças individuais, as competências,

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o cargo e os objetivos organizacionais, que quando combinados tendem a ajustar a pessoa à

empresa.

Corrobora Faissal (2209) que tanto a cultura da empresa quanto as características do

candidato devem estar alinhadas e ambos devem buscar uma melhoria contínua não se

esquecendo do objetivo da estratégia da organização.

Por isso as diferentes técnicas de seleção, tais como, entrevistas, dinâmica de grupos,

aplicação de testes, entre outras técnicas auxiliam para verificar o grau de aderência à cultura

da empresa e do cargo proposto. (GOMES; GRUCHINKI; RIBEIRO, 2012), assim como

permite o conhecimento não somente das habilidades do candidato, mas também a

possibilidade de prever seu comportamento.

Cabe à empresa verificar qual ferramenta é mais adequada para ser usada de acordo com o

perfil do cargo, os recursos disponíveis e o tempo necessário para ser concluído o processo

seletivo. Algumas dessas técnicas de seleção podem ser utilizadas nas empresas para seleção

interna e externa. Nesse estudo será descrito de forma resumida o objetivo de cada técnica

desta.

- Entrevistas

A entrevista é uma das etapas inquestionavelmente mais importante do processo seletivo, e

permite obter informações sobre o comportamento do candidato (PONTES e SERRANO,

2005), Corrobora Faissal (2009) quando afirma que “a entrevista é um dos instrumentos de

seleção mais utilizados para fundamentar as decisões relativas à contratação de um novo

empregado" (FAISSAL, 2009, p.121).

Por esse motivo, a habilidade de saber conduzir uma boa entrevista, é um requisito primordial

para um selecionador, Ela pode ser aplicada de várias formas: “individualmente ou por um

painel de entrevistadores, sequencialmente ou todas de uma só vez, pessoalmente ou por

meios eletrônicos”. (GIL, 2006, p. 123). Mas, que vale salientar que é a partir da referida

entrevista que se torna possível esclarecer melhor as dúvidas que porventura ainda ficaram

sem respostas no andamento do processo seletivo em geral.

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Há mais de 10 anos tem se falado e praticado nas empresas a seleção por competências, que

consiste em “um conjunto de ferramentas práticas, consistentes, objetivas e mensuráveis que

torna possível às empresas instrumentalizar o recursos humanos (RH) e gestores para fazerem

gestão e desenvolvimento de pessoas com foco, critério e clareza” (RABLAGIO, 2005, p.45).

Podemos pensar competência como os conhecimentos, habilidades e atitudes que possibilitam

desempenhar determinada função na busca de resultados concretos.

A base da seleção por competências consiste em prever comportamentos futuros através do

comportamento passado, por esse motivo é usado o termo entrevista por competência, que

tem como método de uma entrevista baseada em um perfil de competências definido pela

empresa, essencial para o sucesso da pessoa no cargo e propõe a investigação de

comportamentos passados numa situação similar ao da competência investigada.

Segundo Almeida (2009, p.39), "Comparar os perfis dos candidatos com os perfis de

competências necessárias, permite avaliar se os candidatos possuem os conhecimentos,

habilidades, atitudes e valores que estão relacionados com a cultura da organização e com as

suas futuras atividades”.

Desse modo, utilizar da entrevista por competências, é poder verificar se a informação

relevante equivale a comportamentos indicadores das competências que a empresa busca (seja

do cargo ou do negócio), e poder reunir exemplos durante a entrevista de realizações do

candidato no passado e como ele conseguiu isso para verificar se atende a competência da

função em questão.

- Dinâmica de grupos

A dinâmica de grupo possui, como principal objetivo, a análise comportamental do candidato

quando este é submetido a realizar determinadas atividades coletivas, por meio de um cenário

controlado, situações semelhantes aos existentes na empresa, a fim de constatar se esse

candidato possui as habilidades necessárias para a empresa e o cargo proposto.

Pontes e Serrano (2005, p.79), registram as vantagens da dinâmica de grupo ao dizer que:

“uma das vantagens da dinâmica de grupo é a flexibilidade para adaptar as atividades à

cultura e ao contexto da empresa. Outra vantagem é a possibilidade de observar as pessoas em

ação, favorecendo a objetividade na avaliação”.

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- Aplicação de testes

Os testes que podem ser de conhecimento, de capacidade, e psicológicos têm por finalidade

verificar o nível de conhecimento do candidato em relação ao cargo que o mesmo está a

almejar. “E, somente serão utilizados quando se adequarem às competências a serem

analisadas”. (PONTES; SERRANO, 2005, p. 78).

Vale considerar que a escolha desse recurso precisa estar congruente, com as seguintes

condições da empresa: capacidade técnica do avaliador, tempo disponível para realização

dessa etapa recurso financeiro, estrutura da empresa (sala, material para uso do candidato) e

quantidade de candidatos a serem avaliados, para assim pode verificar a real necessidade do

uso de uma dessas ferramentas e se a empresa possui condições para prover o uso dessas.

Por isso, é importante considerar que a área de gestão de pessoas não considerem essas

técnicas como ferramenta única, mas sim como recurso auxiliar. E, que tenha o conhecimento

que a decisão final sobre a escolha do candidato será sempre por quem solicitou à vaga, cabe

ao profissional dessa área demandar a participação do solicitante da vaga em alguma etapa do

processo seletivo e, oferecer informações necessárias dos candidatos selecionados para a área

solicitante com objetivo de ter a escolha do que mais se adeque ao perfil do cargo, e

consequentemente a seleção ser o mais assertiva possível.

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3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Este capítulo apresenta os procedimentos metodológicos que foram utilizados para responder

à pergunta de pesquisa e os objetivos específicos. Assim, foi estruturado nos seguintes

tópicos: delineamento da pesquisa, locus, sujeitos, instrumento de coleta de dados, tratamento

e análise dos dados e limites da pesquisa.

3.1 Delineamento da pesquisa

Esta pesquisa é de natureza qualitativa, com o propósito de responder à seguinte pergunta:

“quais características típicas da geração Y são consideradas relevantes para a inserção na

Acumuladores Moura”?, bem como, responder aos objetivos específicos. A abordagem

qualitativa é construtivista, sendo um constante vir a ser, e objetiva alcançar o escopo

proposto, uma vez que propõe

descrever a complexidade de um determinado problema, analisar a

interação de certas variáveis, compreender e classificar processos

dinâmicos vividos por grupos sociais, contribuir no processo de

mudança de determinado grupo e, possibilitar em maior nível e

profundidade, o entendimento das particularidades dos

comportamentos dos indivíduos (RICHARDSON, 1999, p.80).

Tal modelo investigativo, segundo Minayo (2009), trabalha a partir de valores, crenças,

hábitos, atitudes, opiniões e adequa-se perfeitamente no aprofundamento das complexidades

de grupos e indivíduos. Desse modo, permite a realização de procedimentos interpretativos,

contribuindo para a valorização dos dados obtidos, e o que se busca é entender a natureza do

problema, representando situações complexas ou particulares a serem estudadas e que, se

fossem quantificáveis, se tornariam pobres em seu significado. O objetivo da pesquisa

qualitativa é explorar não só as opiniões, mas o que elas representam para cada um dos

respondentes (BAUER; GASKELL, 2015).

Nesta pesquisa, foi utilizado o método descritivo. De acordo com Richardson (1999), o uso do

método descritivo ajuda na generalização dos estudos qualitativos e na revelação das relações

sociais subjacentes. O estudo descritivo, para tanto, se propõe a registrar e comparar os dados,

analisando e classificando os aspectos sobre gerações sob a compreensão e interpretação dos

funcionários e da área de gestão de pessoas da empresa pesquisada. Assim, a abordagem

qualitativa empregada neste estudo, é estruturada sob a forma de uma pesquisa descritiva.

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3.2 Locus

A escolha de um adequado locus de pesquisa é aspecto relevante para o método qualitativo, e

deve ser fruto de um processo investigativo, seguido de um metódico processo decisório.

A empresa foi escolhida como cenário de investigação, primeiro pela acessibilidade da

pesquisadora. Por reconhecer a inviabilidade de estender a pesquisa para a esfera nacional, já

que a empresa possui mais de 80 distribuidores no Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai,

foram eleitas as duas unidades de negócios localizadas no estado de Pernambuco como locus

da pesquisa. Uma das unidades é localizada no munícipio de Jaboatão dos Guararapes (PE), e

a outra na cidade de Belo Jardim (PE) e, em ambas a pesquisadora já atuou como funcionária

lotada nesses locais. E, segundo, por ser um grupo empresarial pernambucano, que possui em

seu quadro funcional o percentual maior da geração Y trabalhando, que representa 69% de

funcionários sem cargos de liderança e 51,1% com cargos de liderança (conforme gráficos 1 e

2, p. 16).

3.2.1 História de como a empresa nasceu

A Baterias Moura nasceu no quintal de uma casa, na cidade de Belo Jardim, no agreste

pernambucano (a 186 km do Recife). É uma história de muita energia que relata a saga do

pernambucano Edson Mororó Moura (in memoriam) que, ao lado de sua esposa, Maria da

Conceição Moura, desafiou todas as adversidades para realizar um sonho aparentemente

enlouquecido: fabricar e vender baterias de qualidade em uma cidadezinha perdida no

agreste pernambucano.

No ano de 1957, em meio à insuficiência de todo tipo de recursos, o jovem químico industrial

Edson Mororó Moura lançou-se ao desafio de produzir baterias num município onde só havia

um carro. Nessa época, o setor de autopeças no país era incipiente. Surge então, nesse ano, a

Indústria e Comércio de Acumuladores Moura Ltda., empresa fundada por Edson Mororó

Moura; seu pai, seu cunhado, seu primo, um ex-funcionário da Mariola; e outro cunhado. Ao

todo, seis sócios e o capital total de 1,1 milhão de cruzeiros. No ano anterior à instalação das

Baterias Moura, 1956, a indústria automobilística foi estabelecida e começou a construir os

primeiros veículos. Então, bateria era uma mercadoria pouco vendida em Belo Jardim

naqueles tempos.

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Para alguns, um sonho inalcançável, para outros, uma ousadia sem tamanho ou apenas

loucura. Afinal, à época, Recife – cidade mais desenvolvida do estado de Pernambuco –

tinha menos de quinhentos veículos em circulação e, em Belo Jardim, onde a fábrica foi

montada, a frota de carros se resumia a um veículo. Conforme sua metáfora do besouro:

“Dizem que o besouro voa porque não conhece as leis da aerodinâmica. Ele tem uma

forma totalmente imprópria para voar, tem asas delicadas e um corpo grande para o

tamanho delas”, Edson seguiu em frente e deu um passo adiante.

A constituição de uma fábrica em Belo Jardim para fazer baterias automotivas era um fato que

se antepunha a todas as leis da lógica empresarial. Era uma cidade pequena, sem expressão

política, onde tudo que se relacionava com o saber era muito escasso. E o porquê do fundador

querer ter uma empresa nessa cidade? Pela motivação ao desafio de fazer uma peça muito

difícil para os conhecimentos do nordeste naquela época, com a ajuda de familiares e de

amigos. Foi verificado que fabricar placas de baterias era um bom negócio, mas o mercado

era muito restrito.

Figura 1 – Foto da fundação da Moura em 1957

Fonte: Site da Moura

As baterias, depois de 1967, eram boas, porém fabricadas por uma equipe que não tinha um

conhecimento generalizado, como deve acontecer em uma organização industrial. Por isso, os

filhos de Edson, começaram a estudar as técnicas japonesas de Administração. Em 1985,

visitaram o Japão por duas semanas e voltaram ao Brasil, certos de que teriam que ter aquele

tipo de gerenciamento, a fim de poder assegurar o patamar da qualidade difundida pelo nosso

pessoal.

Quando a primeira crise financeira ocorreu na empresa como resultado de vendas muito

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malfeitas no Sudeste, acabou com o todo capital circulante. Foi o conhecimento para fabricar

caixas de ebonite e separadores de PVC que salvou a empresa, que estava sem crédito para

comprar chumbo puro. Depois da forte crise do início dos anos 1970, a Moura passou por um

período, cerca de oito anos, com dificuldades financeiras, mas houve um acontecimento

significativo: constituir uma rede própria de baterias, a Rede de Depósitos Moura (RDM). Os

gerentes das filiais tornaram-se sócios das empresas distribuidoras, que foi denominado de

depósitos.

Na década de 1980, o fato de a Moura ter sido a empresa pioneira na fabricação de baterias

para carro a álcool valorizava a marca. Esses veículos demandavam uma bateria com uma

densidade de carga muito elevada, o que a Moura sabia fazer muito bem, graças à

tecnologia obtida por meio de parceiros tecnológicos – parcerias em que a empresa investe

até os dias atuais.

A partir desse marco de uniformização de atuação, começou a surgir o sucesso da

combinação do livre, criativo, ousado e persistente espírito de empreendedor de Edson

com o sensato, focado e competente espírito gestor dos integrantes da segunda geração da

família Moura – os filhos e o genro. Uma fórmula indispensável para deixar claro o

objetivo comum de todos: manter o negócio funcionando com uma fonte permanente e

inesgotável de energia. Iniciou-se, então, o investimento em processos voltados para uma

gestão equilibrada. No intuito de galgar desenvolvimento e profissionalizar os gestores, a

Moura implementou o Programa de Qualidade Total nas fábricas. Posteriormente, foi

implantado o Sistema Moura de Gestão (SMG).

Com a implantação da Rede de Depósitos Moura (RDM), com um padrão de distribuição

diferenciado, que funcionava agregando sociedade aos gerentes das filiais, que

distribuíam os produtos da marca. Com isso, os empresários conseguiram aumentar a

motivação e o comprometimento dos gestores dessas unidades. Em apenas dois anos, a

companhia estava equilibrada financeiramente. Durante os anos seguintes, a RDM foi

crescendo e ampliando a capilaridade da marca Moura pelo Brasil. Nos dias atuais, a

Rede de Baterias Moura (RBM) ainda é um marco para o negócio, com mais de 80

distribuidores tanto no Brasil como na Argentina, Paraguai e Uruguai.

A partir de então, a Moura se transformou numa bateria de Primeiro Mundo, com mais de 60

anos no mercado. Atualmente, o Grupo Moura é a principal fornecedora de baterias para a

frota de veículos em circulação na América do Sul, conquistando importantes prêmios de

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qualidade das montadoras líderes da indústria automobilística. Tem certificações nacionais e

internacionais de qualidade, sistema de gestão e técnico de baterias. E, ainda, possui seis

plantas industriais e mais e oitenta distribuidores localizados no Brasil Argentina, Paraguai e

Uruguai. Produz baterias automotivas, estacionárias, náuticas e tracionárias e está em franca

expansão.

Figura 2 – Foto da Metalúrgica Moura em Belo Jardim

Fonte: Site da Moura

Figura 3 – Foto do escritório: Jaboatão dos Guararapes

Fonte: Site da Moura

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Figura 4 – Campanha de lançamento de nova bateria moura automotiva

Fonte: Site da Moura

Sua cultura empresarial é focada na relação entre as pessoas, seja interna ou externamente, e

sua crença é: fortalecer vínculos garante futuro melhor. Existe uma busca intermitente por

reunir pessoas talentosas, processos disciplinados, trabalhar com muita ética e

comprometimento, buscando sempre inovar e fazendo dos desafios um grande aprendizado.

Além disso, a Moura criou, ao longo dos anos, uma identidade da marca bastante forte: todas

as suas baterias pertencem à Moura e são produzidas seguindo seu padrão de qualidade e

características tecnológicas. A preocupação com as causas ambientais e o desenvolvimento

sustentável também rende reconhecimento dos consumidores.

As informações referentes ao histórico da empresa foram disponibilizadas pela área de gestão

de pessoas da empresa, juntamente com a cartilha da Cultura Empresarial Moura (CEM) e

documento sobre a Baterias Moura: a saga de uma empresa pernambucana. Trata-se de

arquivo público sobre a história da empresa e do seu fundador. Organizado em 11 páginas, em

configuração virtual e salvo em formato.pdf, de acesso público e gratuito através do site:

oficial do bndes/biblioteca digital, pelo acervo pessoal da pesquisadora, e também foram

coletadas informações constantes no site da empresa.

3.3 Sujeitos da pesquisa

A empresa possui, em seu quadro funcional, 4.715 funcionários, desses 454 ocupam cargos de

liderança considerados formais, ou seja, aqueles registrados na carteira de trabalho, bem

como, todos esses possuem equipe de trabalho (liderados), são esses: coordenador, supervisor,

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chefe, gerente e diretor, no qual se concentra a maior parte da geração Y (230)., E, conforme

Tabela 1 abaixo, podemos verificar os cargos de liderança que a geração Y ocupa na

organização.

Tabela 1- cargos de liderança ocupados pela geração Y no Grupo Moura

Cargos de liderança Quantidade Percentual (%)

Supervisor 119 51,2%

Coordenador 43 18,5%

Gerente 36 15,5%

Chefe 23 10%

Líder 6 2,6%

Diretor 3 1,3%

Total 230 -

Fonte: Elaborado pela autora (2017)

Pode-se verificar que a maior quantidade de profissionais que ocupa cargo de liderança na

organização está no nível de supervisão (51,2%), seguido da posição de coordenação (18,5%).

A presença em menor quantidade está no cargo de Diretor (1,3%), infere-se que existem

possibilidades de crescimento profissional para a geração Y que almeja chegar aos outros

cargos mais elevados de liderança existentes na organização, mas que no entanto, podemos

inferir que para conseguir um cargo de diretoria provavelmente o critério de seleção interna

deva ser muito mais rigoroso e demanda maior tempo de empresa do profissional.

A escolha dos sujeitos da pesquisa foi estabelecida a partir dos respectivos períodos de

nascimento da geração Y, conforme o referencial teórico de Oliveira (2016). De início,

adotou-se a estratégia de seleção intencional de acordo com essas datas de nascimento (faixa

etária), e que pudessem mesclar em relação aos cargos ocupados na empresa, podendo ser

profissionais que ocupam algum cargo de liderança formal (conforme Tabela 1), os

profissionais da área de gestão de pessoas, que atuam diretamente com recrutamento e seleção

na empresa, e os que ocupam os demais cargos existentes (exceto estagiário).

Assim, foram considerados os sujeitos que se enquadravam nos critérios acima. Ao todo foram

15 profissionais entrevistados da empresa pesquisada (12 mulheres e 3 homens), dos quais 9

ocupam cargo de liderança e 6 são funcionários de diversos cargos e departamentos da

empresa. Esses sujeitos atendem ao critério da faixa etária pertencente à geração Y, segundo

os estudos. Foi identificado que a média de idade é de 30 anos, e 10 dos profissionais

entrevistados trabalham na unidade de Jaboatão dos Guararapes e 5 na unidade de Belo de

Jardim.

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Conforme informações obtidas através da entrevista (Apêndices A, B e C), está descrito o

perfil individual dos sujeitos entrevistados, a saber: faixa etária, gênero, cargo ocupado da

empresa, tempo de atuação na empresa, tempo de atuação no cargo e unidade de atuação,

compõe-se obedecendo a ordem que as entrevistas foram realizadas, conforme Quadro 8.

Quadro 8- Perfil individual dos entrevistados

Fonte: Elaborado pela autora (2018)

Inicialmente, foram selecionados 27 funcionários pela área de gestão de pessoas, de acordo

com os seguintes requisitos enviados previamente via e-mail à gerente da área: “A intenção é

entrevistar entre 10 (mínimo) a 12 (máximo) profissionais na unidade localizada em Jaboatão

dos Guararapes e entre 10 (mínimo) a 12 (máximo) na unidade de Belo Jardim. Desses

Idade Gênero Cargo

Tempo de

empresa

Tempo no

cargo Unidade

Sujeito 1 27 anos F Analista financeiro 06 anos 03 anos Belo Jardim

Sujeito 2 32 anos F Analista desenvolvimento

humano 06 meses 06 meses Escritório

Sujeito 3 23 anos F Assistente contábil 1 ano 4 meses Escritório

Sujeito 4 38 anos F Gerente desenvolvimento

humano e organizacional 14 anos e 4 meses 2 anos Escritório

Sujeito 5 32 anos F Coordenador comercial

de exportação 7 anos 3 anos Escritório

Sujeito 6 28 anos F Supervisor de

investimento 2 anos e 6 meses 5 meses Escritório

Sujeito 7 32 anos F Advogada 3 anos e 6 meses 3 anos e 6

meses Escritório

Sujeito 8 31 anos F Analista desenvolvimento

humano 2 anos e 6 meses 2 meses Belo Jardim

Sujeito 9 28 anos M Supervisor gestão de

negócios 1 ano 1 ano Escritório

Sujeito 10 28 anos F Analista financeiro 5 anos 2 anos Escritório

Sujeito 11 28 anos M Supervisor de orçamento 3 anos e 8 meses 1 ano e 8 meses Escritório

Sujeito 12 37 anos M Gerente de pessoas 1 ano e 2 meses 1 ano e 2 meses Belo Jardim

Sujeito 13 29 anos F

Coordenador

desenvolvimento humano

e organizacional

6 anos e 7 meses 4 anos e 7

meses Belo Jardim

Sujeito 14 27 anos F

Supervisor

desenvolvimento humano 2 anos e 7 meses 1 ano

Escritório

Sujeito 15 37 anos F

Coordenadora de recursos

humanos 19 anos 8 anos Belo Jardim

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profissionais, todos a serem entrevistados devem possuir a faixa etária entre 18 até 38 anos e

devem mesclar em relação aos cargos ocupados na empresa, podendo ser de profissionais que

ocupam algum cargo de liderança formal (supervisor, chefe, coordenador, líder, gerente ou

diretor), e os que ocupam os demais cargos existentes (exceto estagiário); dos entrevistados, 3

ou no máximo 5 profissionais que atuassem na área de gestão de pessoas de cada unidade e

que, se possível, lidam diretamente com o recrutamento e seleção da empresa”.

Durante o trabalho de contato com os selecionados, as dificuldades foram sendo apresentadas,

de forma que estavam previstas pela pesquisadora, tais como, a dificuldade de agendar com

alguns entrevistados devido a constantes viagens a trabalho, pessoas que tinham sido

agendadas, e no dia não atenderam a ligação, ou estavam ocupadas para realizar a entrevista, e

também, as pessoas que foram descartadas da relação inicial pelo fato de ter chegado à

saturação dos dados ou que estavam fora do perfil solicitado via e-mail para realizar as

entrevistas.

No Quadro 8, é possível verificar as seguintes faixas etárias dos entrevistados: 8 deles na

faixa etária de 23 a 29 anos, 4 na faixa etária de 30 a 35 anos, e 3 na faixa etária de 35 a 38

anos. Esses dados demonstram que a empresa concentra em uma determinada faixa etária da

geração Y (23 a 29 anos), o que leva a inferir que esses entrevistados já tenham uma certa

maturidade profissional.

Dos 15 respondentes, 12 identificaram-se como pertencentes ao gênero feminino e 3 ao

gênero masculino e, nesta investigação, buscou-se ambas as percepções, contudo,

numericamente, as respondentes se sobrepuseram aos respondentes, o que significa que as

percepções terão uma base maior das respondentes mulheres.

Os cargos estão distribuídos entre assistente, analista, advogada, supervisor, coordenador e

gerente e dos 15 entrevistados se concentra em quantidade semelhante e de maior número os

cargos de analista e de supervisor (8), 3 possuem o cargo de coordenador, 2 com cargo de

gerente e 1 possui o cargo de assistente, e 1 entrevistado possui cargo de advogado. Quando é

feita a soma da quantidade entrevistados em cargos de liderança formal na empresa, a

quantidade, apesar de ser a maioria (9), fica próximo aos demais cargos (6).

Referente ao tempo de empresa dos sujeitos entrevistados, juntamente a outros fatores, pode

refletir o grau de adesão à cultura empresarial, bem como o conhecimento do negócio cada

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vez mais aprofundando. É possível observar que a maioria dos entrevistados (9) tem o tempo

de empresa médio de 6 meses a 4 anos, o que revela que existem pessoas novas chegando na

empresa e que outras, acima de 4 anos (6 entrevistados) já possuem um bom nível de

informação e experiência com a organização.

Quanto ao tempo no cargo, a maioria dos entrevistados enquadrou-se na faixa de 6 meses a 2

anos. Desses, 8 entrevistados estão no cargo de liderança há mais de 1 ano e, apenas 1

entrevistado ocupando cargo de liderança com menos de 1 ano. Com o tempo acima de 6 anos

no cargo de liderança foi encontrado apenas 1 entrevistado.

Vale considerar que para os cargos de liderança, apenas 2 entrevistados possuem o mesmo

tempo de empresa com o mesmo tempo no cargo, ou seja, ingressaram na organização com

cargo de liderança. Com esses dados, podemos inferir que o tempo no cargo relacionado com

o tempo de experiência na empresa, possibilita a empresa realizar movimentações

profissionais dos funcionários a cargos de liderança, valorizando os profissionais da “casa” e

desenvolvendo seus talentos, já que a empresa ciente das características da geração Y busca

promover o crescimento contínuo dos seus funcionários.

Destaca-se a concentração dos entrevistados (10) locados na unidade de Jaboatão dos

Guararapes, devido à disponibilidade de acesso aos entrevistados ter sido maior. Esse dado

poderá indicar que as percepções relacionadas ao estudo serão baseadas mais fortemente pelos

profissionais que atuam apenas nessa unidade.

3.4 Instrumentos de coleta de dados

De acordo com os 4 objetivos específicos da pesquisa, foram usados os seguintes

instrumentos de coleta: entrevista semiestruturada e análise de documentos, verifica-se

conforme Quadro 9, a seguir.

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Quadro 9 – Objetivos específicos e instrumentos para coleta de dados

Objetivos específicos Questões norteadoras Instrumento de

coleta de dados Tipo de documento

O.E 1- Identificar qual é o

perfil da geração Y inserida

na empresa pesquisada?

- Quais características você

acredita que possui para ter

ingressado na empresa?

- Quais características você

acredita que possui para ter

sido promovido na empresa?

Entrevista

individual.

Roteiro de

entrevista.

O.E 2- Identificar quais os

critérios de recrutamento e

seleção são praticados na

empresa pesquisada para

atração e promoção da

geração Y.

- Quais as fontes de

recrutamento utilizadas na

empresa que visam atrair a

geração Y?

- Quais os critérios são

considerados na seleção para

escolha do profissional da

geração y?

Análise

documental

Entrevista

individual.

Roteiro de

entrevista.

Fluxo de

recrutamento e

seleção

O.E 3 - Identificar principais

desafios e oportunidades que

os jovens da geração Y

enxergam na organização

pesquisada.

- Quais oportunidades você

enxerga na organização?

- Quais desafios você enxerga

na organização?

Entrevista

individual.

Roteiro de

entrevista.

O.E 4- Analisar de que forma

os lideres da geração Y

convergem com a cultura

empresarial Moura (Jeito

Moura).

- O que você considera o Jeito

Moura?

- Caso ocupe cargo de

liderança, de que forma você

dissemina a Cultura

empresarial Moura (CEM)

com a sua equipe?

Análise

documental

Entrevista

individual.

Cartilha da cultura

empresarial

Roteiro de

entrevista.

Fonte: elaboração da autora (2017)

Segundo Garcia et al. (2016), a pesquisa documental consegue trazer informações que não são

encontradas em livros, como também não poderiam ser obtidas por outros métodos, e que

contêm informações sobre o fenômeno que se almeja estudar. E, em relação à entrevista,

Bogdan e Biklen (2010) afirmam que serve para recolher os dados descritivos na linguagem

do próprio sujeito, possibilitando ao pesquisador elaborar intuitivamente uma ideia sobre a

maneira como os sujeitos interpretam aspetos do mundo. Ambos os instrumentos de coleta,

têm como objetivo oferecer informações que sejam capazes de proporcionar a compreensão

de quais são às características típicas que a geração Y possui para inserção no mercado

trabalho, principalmente, na empresa pesquisada.

Pesquisa documental

Referente à pesquisa documental, afirma Gil (2009) que é um instrumento necessário e

complementar para o pesquisador no ambiente da organização, pois pode ajudá-lo tanto na

elaboração de roteiro para as entrevista, como também para confrontar os dados obtidos com

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os entrevistados. Corrobora Richardson (1999) que os diversos documentos que possuem

valor documental são fontes que podem oferecer informações referentes aos fenômenos

sociais.

Os documentos escolhidos foram: o fluxo de recrutamento e seleção da empresa que está

relacionada ao objetivo específico 2, e a Cartilha da Cultura Empresarial Moura (CEM) que

está relacionada ao objetivo específico 4. O fluxo de recrutamento e seleção é um documento

que serve como norteador para os profissionais da área de gestão de pessoas usarem ao iniciar

os processos seletivos da empresa, bem como, orientar os gestores de pessoas nas etapas que

um processo de seleção segue até a data de admissão do futuro candidato a ser escolhido.

Já a Cartilha da Cultura Empresarial Moura (CEM) é um documento descritivo de cunho

institucional. Trata-se de um tema prioritário para a alta gestão da empresa. Documento

devidamente formalizado, explicita a crença, missão, valores e princípios que regem os

passos da empresa. Para todos, é um guia de gestão e tem entre suas funções nortear

atitudes, pensamentos e tomadas de decisão, fomentando um comportamento único e

sustentável.

A cartilha é entregue a todos os funcionários da empresa, assim como todas as práticas de

gestão de pessoas e dos líderes referente ao alinhamento com a cultura empresarial são

baseadas no que rege essa cartilha. Vale salientar, que um dos papéis dos líderes, e também

dos profissionais da área de gestão de pessoas, é ser o guardião e disseminador dessa cartilha.

A partir dos documentos recebidos da empresa, foram analisadas e descritas as perguntas de

entrevista correspondentes a cada documento para sistematizar conceitos e identificar relações

no tratamento dos dados. Em ambos os documentos investigados, foram identificadas

categorias e trechos dos conceitos que contribuem com a discussão e associações realizadas

na análise dos dados.

Entrevistas

A entrevista semiestruturada permite que o sujeito exponha seus pensamentos e suas reflexões

a partir de um esquema básico, não aplicado rigidamente, consentindo adaptações necessárias,

além de favorecer a coleta imediata das informações desejadas (LÜDKE; ANDRÉ, 1986).

Trata-se de uma técnica muito poderosa, particularmente para detectar motivações e opiniões

dos entrevistados. A entrevista semiestruturada é conceituada como

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... aquela que parte de certos questionamentos básicos, apoiados em teorias e

hipóteses, que interessam à pesquisa, e que, em seguida, oferecem amplo

campo de interrogativas, fruto de novas hipóteses que vão surgindo à medida

que se recebem respostas do informante. Desta maneira, o informante,

seguindo espontaneamente a linha de seu pensamento e de suas experiências

dentro do foco principal colocado pelo investigador, começa a participar na

elaboração do conteúdo da pesquisa (TRIVINOS, 1987, p.146).

Como recomenda Yin (2010), a entrevista não segue um padrão rígido, mas, o modo

conversacional, a qual se transformou em um relacionamento social. Assim, o entrevistador

estabeleceu uma conexão mais empática com o entrevistado e esse, por sua vez, conseguiu

agir com maior naturalidade possível.

As entrevistas foram estruturadas em três formatos: um formato direcionado aos profissionais

com os cargos de assistentes, analistas e consultores, outro direcionado aos profissionais com

cargo de liderança, e o último formato dirigido para os funcionários que trabalham na área de

gestão de pessoas. Todos os entrevistados estavam na faixa etária dos 18 aos 38 anos que

corresponde aos estudos nacionais sobre geração Y.

Em relação ao método da entrevista realizada, foi feita via telefone. Segundo Yin (2010), a

entrevista telefônica é uma alternativa a investigações que demandam cobertura de ampla

extensão territorial. Corrobora Creswell (2014): “uma entrevista por telefone oferece a melhor

fonte de informação quando o pesquisador não tem acesso direto aos indivíduos”.

(CRESWELL, 2014, p. 153).

Apesar das unidades selecionadas para a realização das entrevistas estarem localizadas a 186

km da capital (Belo Jardim) e a outra no Munícipio de Jaboatão de Guararapes na Grande

Recife, a escolha dessa alternativa foi adotada por questões de dificuldades de acesso às salas

de reuniões em ambas as unidades, assim como a tentativa inicial por vídeo conferência ter

sido falha por mais de duas vezes.

Não foi executado o pré-teste, pela dificuldade da empresa disponibilizar mais pessoas para

realização dessa fase e intercorrências e atrasos para ser dado início às entrevistas. Segundo

Creswell (2014), esse instrumento serve para aperfeiçoar e desenvolver os instrumentos de

pesquisa, aperfeiçoar as perguntas, coletar informações básicas e adaptar os procedimentos da

pesquisa.

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As entrevistas foram realizadas individualmente e garantido o anonimato dos participantes

para que ocorresse maior descontração e espontaneidade nas respostas. Esses dois

instrumentos de coleta de dados contribuem para dar suporte aos objetivos da pesquisa e

levantar as informações necessárias para responder à pergunta de pesquisa.

Todos os contatos referentes ao agendamento e formato das entrevistas foram previamente

acordados com a gerente de desenvolvimento humano e organizacional, e a mesma solicitou

que fosse enviada uma carta da instituição acadêmica para apresentação aos elegíveis da

entrevista. Após essa etapa, a gerente enviou por e-mail relação com os nomes, telefones e e-

mails para que a pesquisadora realizasse o agendamento das entrevistas via Skype, já que

estavam com dificuldades de ser realizado presencialmente (nas salas de reunião da empresa).

Como nas primeiras tentativas via Skype ocorreram falhas na comunicação, foi feita a opção

pela pesquisadora realizar via fone e todas as entrevistas foram realizadas do telefone pessoal

da pesquisadora.

Antes de iniciar cada entrevista, a pesquisadora iniciou a conversa de maneira informal, se

apresentou e esclareceu o objetivo da pesquisa, e todos afirmaram que foram informados

previamente pela área de gestão de pessoas sobre a realização do contato pela pesquisadora, e

que alguns sabiam o objetivo da pesquisa e outros não. Também foi informado sobre o sigilo

das contribuições feitas durante a entrevista e que essas seriam gravadas, para posterior

análise detalhada por parte da pesquisadora.

Com o objetivo de manter a confidencialidade dos entrevistados, a pesquisadora organizou

uma planilha na qual foi colocando a abreviação do nome e a data realizada da entrevista e,

posteriormente, salvou com códigos para cada participante, de forma que os sujeitos não

fossem identificados. Os códigos foram com postos pela letra “S”, de sujeito, e o número

sequencial, de 1 a 15. Desse modo, os sujeitos serão identificados por “S1”, “S2”, “S3”, de

forma sucessiva até chegar ao “S15”.

O critério considerado para finalização desta etapa foi o da saturação, como recomenda a

literatura, com o objetivo de limitar a quantidade de entrevistas (RICHARDSON et al., 1999).

Identificou-se que respostas semelhantes e sem novidade de conteúdos começaram a surgir

por volta da décima quarta entrevista, Assim, a pesquisa registra um total de 15 entrevistas

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realizadas entre o período de 20 de fevereiro a 09 de março, protocoladas, e transcritas para

posterior análise dos dados.

3.5 Tratamento e análise dos dados

Neste estudo, todos os dados foram tratados utilizando a técnica de análise do conteúdo com

objetivo de alcançar os resultados esperados, possibilitando investigar o sentido do conteúdo

trazido dos profissionais das gerações Y e da área de gestão de pessoas.

Quando se trata da análise do conteúdo, Bardin (2016, p.44) afirma: “a análise de conteúdo

aparece como um conjunto de técnicas de análise das comunicações, que utiliza

procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição de conteúdos das mensagens”. De acordo

com Richardson (1999), a análise de conteúdo tem como objetivo compreender melhor um

discurso e extrair os momentos mais importantes, além de basear-se em uma definição exata

dos objetivos da pesquisa.

Segundo Bardin (2016), as diferentes fases da análise de conteúdo dos dados, seguem três

etapas: a pré-análise; a exploração do material e o tratamento dos dados, que estão descritos

conforme Quadro 10:

Quadro 10 – Organização da análise

Etapas da análise Conceito

Pré-análise

Refere-se à fase de sistematizar ideias e tem como principal objetivo a organização.

Essa etapa contempla a escolha dos documentos, a formulação das hipóteses e/ou

objetivos e a elaboração de indicadores.

Exploração do material

Trata-se dos recortes e da organização das categorias estabelecidas, é a fase que

consiste em codificar os dados coletados.

Tratamento dos dados

É a fase de lapidar os resultados brutos, e assim, torná-los válidos. È com essa

informação que o pesquisador poderá inferir a respeito dos objetivos previstos e

resgatar o contexto teórico, e assim conseguir definir as categorias.

Fonte: elaboração da autora (2018), com base em Bardin (2016).

Sendo assim, para este estudo, foram dados tratamentos categoriais descritivos. Bardin (2016)

afirma que a categorização tem como principal objetivo oferecer uma representação

simplificada dos dados brutos, para que assim possam ser feitas as devidas inferências, com o

intuito de dar um significado às proposições, baseados em dados e na teoria estudada.

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De acordo com o fluxo de análise e tratamento dos dados, o estudo foi dividido em categorias

de forma sistemática e progressiva. Sendo que a primeira categoria foi criada a partir dos

objetivos específicos, e as subcategorias resultaram do processo de codificação das entrevistas

transcritas referentes a cada objetivo, tendo sido analisado se os temas tinham relação com

esses, conforme demonstra Quadro 11. E, na análise final, foi avaliado se as subcategorias se

relacionam com os dados coletados, criando assim a unidade de análise, a partir dos discursos.

Quadro 11 – Objetivos específicos, categorias e subcategorias analisadas

Objetivos específicos Categorias

iniciais

Subcategorias

OE1- Identificar o perfil da

geração Y inserida na empresa

pesquisada

Perfil da geração

Y

Aprendizado

Senso de dono

Comprometimento

Lidar com pessoas

Inovar

OE2-Identificar quais os critérios

de recrutamento e seleção são

praticados na empresa pesquisada

para atração e promoção da

geração Y na empresa.

Recrutamento e

Seleção

Redes sociais

Aderência das competências comportamentais com

a Cultura Empresarial Moura (CEM)

OE3-Verificar principais desafios

e oportunidades que os jovens da

geração Y almejam na

organização pesquisada.

Desafios e

oportunidades

Liderar

Cultura Empresarial Moura (CEM)

OE4- Analisar de que a forma os

líderes da geração Y convergem

com a Cultura Empresarial

Moura (Jeito Moura).

Jeito Moura e

Cultura

Empresarial

Moura (CEM)

Vínculo

Inquietação

Inovação

Humildade

Valores

Princípios de gestão

Exemplo

Reuniões e cumbucas

Fonte: elaboração da autora (2018)

Assim, a pesquisadora definiu quatro categorias de acordo com as respostas dos entrevistados

e que tinham relação com os objetivos específicos previamente definidos. A partir das

respostas das entrevistas, foi possível comparar e confrontar os dados com a do referencial

teórico pesquisado, assim como possibilitou a descoberta de novos conhecimentos embasados

na teoria.

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3.6 Limites

A escolha dos sujeitos da pesquisa foi um dos limites da pesquisa. A acessibilidade aos dados

foi autorizada pela empresa pesquisada que, nesse caso, foram selecionadas as duas unidades

localizadas no estado de Pernambuco (Jaboatão dos Guararapes e Belo Jardim). Dentre os

sujeitos entrevistados, a escolha seguiu o seguinte critério: 1. Sujeitos com a faixa etária entre

18 a 38 anos de qualquer cargo, exceto estagiário, ocupando, ou não, cargo de liderança

formal na empresa; 2. Sujeitos que atuassem na área de gestão de pessoas e tivessem contato

com atividades de recrutamento e seleção da empresa.

Esses critérios permitiram que a área de gestão de pessoas identificasse previamente os

sujeitos a serem entrevistados, o que não permitiu à pesquisadora solicitar aos anteriormente

entrevistados indicações de sujeitos no perfil previamente definido. Isso representou o total de

15 entrevistados.

3.7 Limitações da pesquisa

Nesta seção, são descritos algumas limitações encontradas no decorrer desta pesquisa:

Entrevista via skype: o formato previamente definido seria via ferramenta skype, já

que foi anteriormente informado a dificuldade de ser realizado presencialmente.

Entretanto, as tentativas nesse formato foram frustradas devido a problemas

recorrentes de conexão, levando a pesquisadora a optar realizar por telefone.

Agenda de trabalho dos entrevistados: as dificuldades de agendar as entrevistas com

os sujeitos previamente escolhidos, assim como ter sido agendada a entrevista via

telefone e, no dia, o entrevistado não poder realizar, contribuíram para prorrogação do

prazo previsto pela pesquisadora de finalização dessa etapa.

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4 APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS

Este capítulo apresenta a análise dos dados coletados da pesquisa, através dos documentos

solicitados previamente pela pesquisadora e enviados pela área de gestão de pessoas e da

entrevista semiestruturada. Desse modo, nesta seção analisaremos e discutiremos os dados

referentes às quatro categorias previamente estabelecidas: 4.1 – Perfil da geração Y, 4.2 –

Recrutamento e seleção, 4.3 – Desafios e oportunidades, 4.4- Jeito Moura e Cultura

Empresarial Moura (CEM).

A análise das categorias foi criada a partir dos objetivos específicos, e as subcategorias

resultaram do processo de codificação das entrevistas. Para responder as questões referentes

às cinco categorias, foram analisados os conteúdos dos documentos (caso fosse necessário) e

das respostas das perguntas abertas na realização das entrevistas para os profissionais da

geração Y dos diversos cargos da empresa, para os sujeitos da geração Y que ocupavam cargo

de liderança, e para os que atuam na área de gestão de pessoas também pertencentes a essa

geração.

Feita a transcrição das entrevistas e sua organização através de agrupamento de respostas

coincidentes, foi feito um quadro organizando as falas dos sujeitos na coluna correspondente a

cada objetivo, a pergunta de pesquisa, o método de análise e, por último, foram definidas

categorias e subcategorias. Mesmo tendo feito recortes das entrevistas, não houve perda

quanto à exatidão da informação gravada, extraída dos entrevistados.

4.1 Perfil da geração Y

Para atender à demanda do primeiro objetivo específico que foi identificar qual é o perfil da

geração Y inserida na empresa pesquisada. Foi utilizado o instrumento de coleta: entrevista

semiestruturada, e foram identificadas algumas respostas com aspectos positivos, grande parte

vinda dos profissionais com cargos de liderança e os demais cargos da empresa, e outras

respostas com percepções negativas, oriundas dos sujeitos que atuam na área de gestão de

pessoas, diretamente com recrutamento e seleção dos sujeitos dessa geração e, no tocante ao

desenvolvimento e carreira da mesma. Os dados coletados nesse quesito foram divididos de

acordo com as percepções dos funcionários com cargos de nível assistentes ou analistas de

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diferentes setores da empresa, dos funcionários da área de gestão de pessoas e por último dos

que ocupam cargo de liderança, todos da geração Y.

Em relação à percepção dos funcionários com cargos de nível assistentes ou analistas de

diferentes setores da empresa, os depoimentos foram:

“... o que eu tenho (...) é a vontade de aprender, de me desenvolver,

sou uma pessoa mais analítica e para o que a gente faz é uma

característica valorizada no que faço aqui.” (S6)

... “acho que mostrar meu propósito, meu entusiasmo, e ter força de

vontade para dar resultado e aprender.” (S11)

...”é a determinação, busca de melhoria contínua, busca pelo

aprendizado e transmitir aprendizado em equipe.” (S10)

“eu tenho uma (...) tenho facilidade para aprender e de ter visão

ampla das coisas (...). Eu tenho muito senso de dono do negócio, as

vezes até demais.” (S5)

“é.. acho que é meu relacionamento com as pessoas, e... domínio

técnico...”. (S14)

...”é o meu senso de dono, não tenho medo de trabalho (...) tenho

comprometimento com as metas (...). E sei lidar com pessoas...“(S9)

... “as características que eu tenho que me fizeram entrar aqui foram...

o comprometimento, a busca de melhoria (...) e o fato de eu ser muito

organizada." (S1)

“prontidão, resiliência, facilidade para me adaptar às mudanças (...) e

um outro aspecto, é a sensibilidades com as pessoas...” (S4)

“creio que me adequei à cultura da empresa... e tem a questão da

persistência’. (S3)

Em relação às percepções dos profissionais da área de gestão de pessoas referente ao perfil

que observam da geração Y, verificam-se os seguintes comentários:

...”eles trazem muito essa sede de inovar, o espírito criativo, de querer

mudar processo, otimizar recursos, eles têm o espírito de dono...”

(S2)

“acho que principalmente a visão de dono do negócio... de ser mais

inovador (...) ter visão de futuro...”(S8)

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“olhando a Moura, quando a gente vai promover alguém olha muito o

comprometimento, a gente olha a questão relacional, de se

relacionar com as pessoas...” (S13)

As percepções negativas relacionadas à geração Y foram trazidas unicamente pelos

profissionais que trabalham nessa área, conforme abaixo:

...”é que são mais agitados, que às vezes não esperam muito o

tempo da empresa, mas por outro lado é um pessoal que não vem se

preparando tanto (...) estão deixando a desejar....”(S13)

...”são pessoas inquietas (...) mas, essa nova geração tem muito

querer dar certo, mas se não traz satisfação profissional vai buscar

onde possa ter isso”. (S8)

“a nossa área costuma sempre sinalizar em momentos estratégicos,

passar para esse público que precisam ter paciência, acalmar a

ansiedade e informar que, no momento certo, vai acontecer (...) essa

promoção...” (S2)

Observa-se pelos depoimentos tanto dos profissionais da geração Y, como os do que

trabalham na área de gestão de pessoas (e também fazem parte da geração Y), a repetição de

palavras como: aprender ou aprendizado (4), lidar/relacionar com pessoas (4), senso de dono

(3), comprometimento (3) e inovador (2), como aspectos positivos mais percebidos pela

geração Y inserida na organização pesquisada.

Em relação à subcategoria aprendizado, foi percebido pela pesquisadora que. apesar dos

entrevistados serem de áreas e cargos diferentes, foi verificado que existe um alinhamento

grande no entendimento que o aprendizado deve ser buscado, e que a geração Y tem essa sede

de querer aprender. Para Ladeira et al (2013) geralmente, a geração Y é composta por jovens

que apresentam uma vontade de aprender.

Uma resposta referente ao aprendizado está relacionada a transmitir aprendizado para

equipe (S10) do que podemos inferir que esse sujeito provavelmente ocupe um cargo de

liderança na organização, mas que mesmo, ocupando esse cargo, antes de transmitir

aprendizado, ele se preocupa em buscar aprendizado. Ou seja, para a geração Y o trabalho é

fonte de satisfação e aprendizado, muito mais do que fonte de renda e, independente do cargo

que ocupa na empresa (FLINK, FERREIRA, HONORATO, ARAÚJO; PROENÇA, 2012).

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O que os respondentes dessa geração transparece é, o quanto é importante o contínuo

aprendizado, e poder estar inserido em uma organização que permite aprender e oferece

condições para isso. Para Codeço; Costa; Bouzada (2013) a busca pelo aprendizado é algo

constante da geração Y e corroboram Rudge et al., (2017), que afirmam que o contato com

funcionários de outras culturas ou viagens a trabalho é para essa geração uma forma de

aprendizado dentro das organizações.

E, essa condição é vivenciada pelos profissionais da geração Y da empresa pesquisada, já que

eles precisam lidar em grande parte com os funcionários de outras regiões do Brasil onde a

Moura tem os distribuidores e na fábrica na Argentina, inclusive alguns departamentos da

empresa, como o comércio exterior, comercial, entre outros que precisam ter contato com

fornecedores ou clientes de outros países.

Trata-se também de membros de uma geração que teve uma educação de maior nível do que

as gerações anteriores (COSTA; NETO; BAZOLLI, 2014), e essa informação é ratificada

pelo perfil dos sujeitos entrevistados, já que a concentração desses (10) está locada na unidade

de Jaboatão dos Guararapes, região onde tem mais ofertas de cursos de graduação e pós-

graduação, e que o grau de escolaridade requerida, no mínimo, para ingresso nessa unidade, é

o nível superior cursando.

Partindo do pressuposto que lidar com pessoas, relacionar com pessoas e ter sensibilidade

com pessoas tenham o mesmo sentido nas respostas obtidas pela pesquisadora, foi possível

verificar que isso é um fator importante para organização, e é avaliado também para processos

de promoção, conforme cita S14: “quando a gente vai promover alguém...a gente olha a

questão relacional, de se relacionar com as pessoas”.

É compreendido nessa fala, que esse aspecto tem a ver com a capacidade que a geração Y tem

de criar redes de relacionamentos, que tanto os ajudam no emprego atual ou para futuras

oportunidades. Para Perrone et al. (2013) a geração Y é formada por trabalhadores relacionais

com uma inteligência associada ao coletivo. Ou seja, pensar em uma geração que vive

conectada e com acesso rápido à informação, é pensar também que são sujeitos que prezam e

se preocupam pelas relações saudáveis e harmoniosas dentro do ambiente organizacional.

Essa preocupação é ratificada por Moreira; Araújo (2018) que afirmam que os integrantes da

geração Y dão importância a flexibilidade nas relações de trabalho, com bons relacionamentos

interpessoais em ambientes cooperativos e mostram repúdio à competição do mundo atual.

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Analisando a subcategoria, senso de dono, é percebido pela pesquisadora como um

sentimento de pertencimento à empresa e ao que realiza muito forte, e que vai além de

executar as atividades necessárias para o cargo, isso é verificado na fala do S9, que associa o

senso de dono a não ter medo de trabalho e o S5 que afirma que “tenho muito senso de dono

do negócio, às vezes até demais”. É como se fosse um plus que o profissional da empresa

possui e que o diferencia dos demais, além de uma condição divulgada na cartilha da CEM

em um dos princípios de gestão que diz: somos todos donos do nosso negócio.

Nos literatura acadêmica pesquisada sobre a geração Y, não foi encontrada a palavra senso ou

espírito de dono como um dos perfis dessa geração. Apesar de Calliari e Motta (2012)

afirmarem que essa geração se esforça bastante e mostra disposição, porém o produto do seu

trabalho precisa ter sua colaboração desde o início; E para Branco (2013) que os jovens dessa

geração gostam de fazer o trabalho do seu próprio jeito, ou seja, podemos inferir que o

sentimento de participação dessa geração nas atividades laborais precisa vir desde a

concepção para se perceberem donos daquilo que executam ou gerenciam.

Para a subcategoria comprometimento, é interessante verificar que em uma das respostas essa

condição está atrelada ao processo de promoção na empresa, conforme a fala do S14:“quando

a gente vai promover alguém, olha muito o comprometimento” vale considerar que um dos

sujeitos refere que essa condição foi a que fez ingressar na organização: “as características

que me fizeram entrar aqui foram...o comprometimento” (S1).

Ou seja, podemos supor que se refere a uma condição percebida pelos sujeitos como

condições de entrada ou de promoção na empresa. Esse senso de responsabilidade, que se

assemelha ao comprometimento, é visto como uma das características da geração Y, segundo

Costa, Neto, Bazolli (2014), no entanto, Codeço, Costa, Bouzada (2013) afirmam que essa

geração chegaria ao mercado de trabalho com um nível de comprometimento não tão grande

como os das gerações anteriores, o que pode correr o risco das organizações não conseguirem

gerir adequadamente o capital humano.

Em relação à subcategoria, inovar, é interessante observar que essa percepção veio dos

profissionais da área de gestão de pessoas e nenhum dos profissionais de outras áreas ou

cargos da empresa, pode-se inferir que por serem profissionais que lidam desde o

recrutamento e seleção de candidatos até o processo de treinamento e desenvolvimento das

diversas gerações inseridas na organização, eles percebem essa característica como sendo uma

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das marcantes da geração Y e que provavelmente não encontrem como destaque dos

profissionais das demais gerações.

Comazzetto et al. (2016) consideram essa geração com perfil inovador, e com uma

inteligência associada ao coletivo, Branco (2013) identifica uma geração direcionada para a

inovação, para a criatividade e que consegue pensar fora da caixa e Pisoni (2015) afirma que

a geração Y tem as competências necessárias para inovar, e que essas competências, aliadas, a

liderança podem ajudar as organizações a se manter competitiva no ambiente corporativo.

É interessante considerar que os perfis que mais sobressaíram da geração Y percebidos pelos

funcionários da empresa, tem muito a ver com o que está escrito na cartilha da Cultura

Empresarial Moura (CEM), que é focada na relação entre as pessoas, no cuidado para

trabalhar com muita ética e comprometimento, buscando sempre inovar e fazendo dos

desafios um grande aprendizado.

Podemos inferir que existe aderência dos perfis dessa geração com a história da empresa, seus

valores e crença e o que ela reconhece nos seus funcionários. E que segundo Barbosa (2012),

conhecer os valores, desejos e também as características que acompanham os indivíduos dessa

geração é essencial para o desenvolvimento de programas e políticas organizacionais

ajustados a esse grupo.

Na percepção dos profissionais da área de gestão de pessoas, os aspectos negativos da geração

Y são representados por uma necessidade de analisar a inquietude e ansiedade dessa geração,

atrelado a questões de carreira, de ver logo o resultado e de aprendizado. Esse aspecto é

verificado por Oliveira (2009) ao afirmar que essa geração, quando não se sente desafiada

para o crescimento profissional, rapidamente se mobiliza em direção de novas possibilidades.

Uma das falas dos entrevistados remete que apesar de perceber esses jovens com o perfil mais

agitado, entretanto, observa um falta de preparo profissional O que podemos inferir que essa

preparação destina-se a carreira na empresa, conforme a fala do S13: ...”é que são mais

agitados, que às vezes não esperam muito o tempo da empresa, mas por outro lado é um

pessoal que não vem se preparando tanto (...) estão deixando a desejar....”. Essa percepção é

reforçada por Branco (2013) ao afirmar que os jovens dessa geração gostam de receber tarefas

desafiadoras, mesmo quando ainda não estão preparados para recebê-las.

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É interessante considerar que as percepções negativas sobre o perfil da geração Y vieram

apenas dos profissionais da área de gestão de pessoas, mesmo eles pertencentes à geração Y, o

que implica inferir que esses sujeitos que têm como responsabilidade recrutar, selecionar e

oferecer suporte no desenvolvimento das pessoas tende a ter uma visão mais critica e

direcionada ao que rege a CEM para tomada de decisões, fator esse que tem seu lado positivo,

pela preocupação em ter profissionais cada vez mais alinhados com a cultura empresarial e

que não tenha rotatividade na empresa, mas, por outro lado, podemos supor estar perdendo

profissionais com grandes contribuições e com potencial para assumir novas posições na

empresa no denominado “momento certo”.

Para Carrara, Nunes, Sarsur (2013), a ansiedade verificada nos indivíduos da geração Y é

direcionada para a necessidade de avanços rápidos na carreira, o que difere das gerações

anteriores, e que essa inquietação impulsiona-os a mudar de organização, caso percebam que

não podem ser atendidos nesse aspecto. Uma das soluções encontradas para administrar a

ansiedade dos jovens dessa geração, no tocante a carreira, trata-se da fala do sujeito

entrevistado, pertence à área de gestão de pessoas: “a nossa área costuma sempre sinalizar em

momentos estratégicos, passar para esse público que precisam ter paciência, acalmar a

ansiedade e informar que, no momento certo, vai acontecer (...) essa promoção...” (S2)

Podemos inferir que, para os profissionais dessa área, a ansiedade de querer rapidamente

novos desafios e de se sentir preparado para tal, faz com que esses profissionais sejam mais

cautelosos para promover um funcionário com essas características, mas que há também uma

preocupação desses profissionais para fazer um alinhamento sobre carreira na empresa para

minimizar as frustações e expectativas.

No entanto, cabem algumas reflexões a partir do depoimento do S2: qual seria esse momento

certo para o jovem da geração Y que se sente preparado para uma promoção? E para um

profissional da área de gestão de pessoas, quando seria o momento certo para assumir novas

posições estratégicas na empresa? Será que ambos têm consciência de quando seria esse

momento ou o que precisa ser feito para ser alcançada uma promoção?

E, por último em relação ás percepções dos profissionais da geração y com cargos de

liderança relacionados ao perfil necessário para ocupar esse cargo, verificam-se os seguintes

depoimentos:

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...”é focar em resultado. Liderança tem que dar resultados para a

empresa....outra questão é de envolver essa veia para o lado das

pessoas, o líder não só deve dar resultados mas, ter essa veia forte

para as pessoas, e outro é conhecer o negócio a fundo da empresa”.

(S12)

...”o líder Moura tem que ter determinação por resultados,

comprometimento, paixão pelo que faz, ser inspirador, ser liderança

pelo exemplo e ser persistente”. (S15)

“acho que o líder tem que estar alinhado com o objetivo estratégico

da diretoria... trabalhar para que os seus liderados tragam os

resultados”.. (S6)

“acho que é ter um bom relacionamento, você querer servir ao

outro, o trabalho em equipe. A humildade são valores que a Moura

preza e, na hora de uma promoção observam”. (S15)

“deve ter como valores, a humildade, sentimento de dono...

capacidade de gestão...é importante...então, o que é necessário, é

pensar nas pessoas, ser simples, ter senso de propriedade e ser

comprometido”. (S9)

Acho que mostrar meu propósito, meu entusiasmo, e ter força de

vontade para dar resultado a partir disso”...(S11)

As declarações acima evidenciam, segundo a percepção dos sujeitos entrevistados com cargo

de liderança, que a palavra resultado é a que está mais associada ao perfil do líder da geração

Y na empresa pesquisada, apesar da palavra não estar isolada nas falas dos entrevistados. Um

dos sujeitos, S12, repete essa palavra em uma frase por três vezes, revelando o quanto o foco

em resultados é importante para quem assume o cargo de liderança, no entanto, na mesma

frase ele considera que: “...somente dar resultados não é o suficiente, mas ter a veia forte

para as pessoas..” (S12).

Essa percepção que o líder precisa dar resultados tem semelhança com a afirmativa de Robins,

Judge, Sobral (2010) que a liderança é a capacidade de influenciar um conjunto de pessoas

para alcançar metas e objetivos.

Essa condição percebida do papel do líder, pode ser consequência da implantação e execução

do Sistema Moura de Gestão (SMG), que está explicitado em dois princípios de gestão da

cartilha da CEM, o princípio 2 que afirma: queremos ser os melhores naquilo que

fazemos e no princípio 6 que diz: somos focados em resultado. Vale considerar que a

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percepção sobre dar resultados é vista apenas pelos profissionais que ocupam cargo de

liderança, o que nos leva a inferir que eles sejam diretamente cobrados durante o

processo de seleção ou de promoção para terem o perfil com essa habilidade, já que é

algo que faz parte da CEM, e a empresa valoriza.

Outra habilidade percebida por quem ocupa cargo de liderança é a capacidade de lidar

com pessoas, de ser exemplo, e da preocupação com o outro, seja pelo liderado ou não.

Um contraponto da habilidade citada acima, mas que se complementam. A capacidade de

lidar com pessoas, é verificada por Oliveira (2013) ao considerar que o líder da geração Y

procuram soluções positivas e prezam a relação interpessoal.

Lancaster e Stillman (2011) afirmam que a geração Y procura um estilo de liderança mais

colaborativo, que possa escutar e perceber sua equipe, e assim tornar o ambiente de trabalho

mais produtivo. E França, Arellano (2002), consideram que liderança é um processo social no

qual se estabelecem relações de influência entre as pessoas. Corroboram Oliveira et al. (2013)

que a liderança implica influência, e que para influenciar deve-se possuir bons atributos que

inspirem esta influência.

4.2 Recrutamento e seleção

Com o intuito de responder ao segundo objetivo específico que é: identificar quais os critérios

de recrutamento e seleção são praticados na empresa pesquisada para atração e promoção da

geração Y, foram utilizados a análise do documento (fluxo de recrutamento e seleção)

recebido pela área de gestão de pessoas da empresa, conforme Quadro 12, e a análise da

entrevista semiestruturada realizada com os profissionais que atuam na área de gestão de

pessoas.

A organização sistematizou um fluxo de recrutamento e seleção que é realizado para todos os

processos seletivos da empresa, conforme quadro a seguir. É possível verificar que esse

quadro é dividido nas seguintes etapas: recrutamento, seleção e admissão, e cada uma dessas

desdobradas em ações a serem realizadas pela área de Gestão de Pessoas Moura (GPM), que

ocupa maior quantidade de atividades a serem executadas durante as três fases, pelo gestor

área e os participantes do processo seletivo.

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Quadro 12- Etapas de recrutamento e seleção- Acumuladores Moura

Etapas GPM* Gestor da

Vaga

Participantes

Recrutamento

1 Entrega da Requisição de Pessoal,

Alinhamento do Perfil e Abertura da Vaga X

2 Divulgação da Vaga X

3 Triagem de Currículos X

Seleção

4 Aplicação de Testes On-line (comportamentais

/ técnicos) X

* Retorno aos candidatos reprovados na etapa

anterior X

5 Análise de Vídeo (Apresentação Pessoal e

Profissional)* X

* Retorno aos candidatos reprovados na etapa

anterior X

6 Painel / Dinâmica de Grupo / Testes

Específicos X X

X

* Retorno aos candidatos reprovados na etapa

anterior X

7 Entrevista Individual por Competências com o

GPM X

* Retorno aos candidatos reprovados na etapa

anterior X

8 Elaboração do Parecer de Seleção X

9 Pesquisa Social X

* Retorno aos candidatos reprovados na etapa

anterior X

10 Entrevista Individual com o Gestor X X

* Retorno aos candidatos reprovados na etapa

anterior X

11 Validação do Salário e Benefícios X

Admissão

12 Comunicação ao Candidato Aprovado e

Proposta Salarial X

13 Entrega da Lista de Documentos e Exames

Admissionais X

14 Contratação do Colaborador X

15 Integração X

Fonte: Gestão de Pessoas Moura (GPM)*, Acumuladores Moura, 2018.

A etapa de recrutamento tem início com a entrega de um formulário denominado requisição

de pessoal feito pelo gestor da área, depois é feito o alinhamento do perfil da vaga e solicitado

a sua abertura para área de gestão de pessoas, as ações de divulgar vaga e triar currículos

ficam sob responsabilidade da área de gestão de pessoas Moura (GPM).

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A partir da análise documental e da entrevista semiestruturada, foram coletados, dos

entrevistados que atuam na área de gestão de pessoas algumas respostas relacionadas aos

critérios de recrutamento e seleção da geração Y na empresa pesquisada, que estão transcritas

abaixo:

“Depende do cargo, quando falo da área operacional (...) é mais

simples, não divulgamos (...) sempre temos currículos em banco de

talentos para operação e a manutenção. Quando é mais para área

administrativa (...) usamos quadro de aviso e boca a boca (...),

internamente não é feito grande esforço pra divulgar, e para cargo

liderança usamos linkedin, site do vagas.com, grupos de whatsApp

de RH”. (S13)

“para o recrutamento na empresa, usamos mais as redes sociais da

própria empresa, o facebook, o linkedin (...). Também tem o site:

vagas.com, o contato com instituições de ensino, núcleo de estágio, e

até grupos de RH no whatsApp e tem retorno bem rápido.” (S2).

“são as redes sociais (...) aqui em Belo Jardim ainda tem essa coisa

voltada para a divulgação boca a boca, recrutar via rádio, mas (...) a

rede social é mais forte, usamos também o site da empresa, site do

vagas.com.” (S8)

Assim (...) o processo de seleção aqui é longo, tem etapas, mas acho

assim, que a gente faz a dinâmica de grupo, ferramenta que

utilizamos é o DISC, motivadores de carreira e dominância

cerebral, e a entrevista, uma etapa que nunca deixa de ser feita(...)

mas, a entrevista sempre é o ponto principal do processo.” (S143

..” na seleção, fazemos o painel (...), depois fazemos uso das

ferramentas comportamentais ou testes psicológicos e (...) depois

fazemos o parecer...” (S8)

“...os critérios principais são a aderência das competências

comportamentais das pessoas com a nossa CEM, avalia isso como

critério inicial e para público jovem dessa geração, ainda mais, que

não tem experiência profissional, e foca mesmo nesse alinhamento

com a cultura empresarial, com jeito de ser da Moura.” (S2)

Em relação às respostas apresentadas sobre a categoria recrutamento de candidatos, é possível

verificar que a rede social é o meio de divulgação mais utilizado pela área de gestão de

pessoas para captar profissionais da geração Y. Para Oliveira (2016) e Nascimento et al.,

(2016), o principal contexto vivenciado pela geração Y foi marcado pela evolução tecnológica

e popularização da internet, o que condiz o fato dessa forma de recrutamento ter dado um

retorno em maior quantidade para atração dessa geração, pois trata-se de uma geração que

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vive conectada.

A referência de redes sociais mais citadas é o linkedin e, segundo S13, esse meio de

divulgação “é utilizado apenas para cargos de lideranças”, do que podemos inferir que é um

recurso que as pessoas que ocupam esse cargo visualizam e se candidatam com maior

frequência que os demais e o retorno seja melhor. Gil (2016) afirma que o linkedin tem como

um dos objetivos, auxiliar potenciais candidatos para as vagas que as empresas divulgam

nessa rede.

Para Clegg, Kornberger e Pitsis (2011), a geração Y veio com advento da inserção

tecnológica e da globalização, e foi considerada a primeira geração digital, o que significa

considerar que esse meio de recrutamento é o que provalvemente tem uma adesão maior de

candidatos a visualizarem o perfil das vagas divulgadas e faz com que os profissionais da área

de gestão de pessoas a utilizem como um recurso mais assertivo para atração dos jovens dessa

geração.

Outro meio usado para o recrutamento é o site da empresa e um site denominado: vagas.com,

que é específico para anúncio das vagas e tem um custo anual para a empresa. O aplicativo

via celular whatsApp também é uma outra forma e que, segundo fala de um entrevistado: “...e

até grupos de RH no whatsApp e tem retorno bem rápido...” (S2). O uso desse aplicativo

visa atrair os jovens da geração Y que vivem mais conectados com a tecnologia do que as

gerações anteriores. Nos estudos realizados, não foi encontrado esse recurso como forma de

recrutar candidatos. Talvez por ser algo mais recente, e que as pessoas foram verificando a

utilidade da ferramenta para expandir uma informação, e para atingir um público maior.

É importante considerar que uma das formas de recrutamento usado pelos entrevistados é o

chamado “boca a boca” S8 diz: “..aqui em Belo Jardim ainda tem essa coisa voltada para

divulgação boca a boca”, complementa em outro depoimento de S13 “..quando é mais para

área administrativa...usamos quadro de aviso e boca a boca” . Podemos inferir que essa

forma de captar seja realizada exclusivamente na unidade de Belo Jardim, por se tratar de

cidade de interior e que a proximidade entre as pessoas seja maior e de mais fácil acesso. Para

Gil (2016), cabe à área de gestão de pessoas, usar com profissionalismo essas indicações e

assim deixar claro que os candidatos passarão pelo processo seletivo semelhante aos demais.

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A empresa, adotando essa prática, converge com as fontes de recrutamento interno e externo,

definidas por Pontes e Serrano (2005), ao ser citado o quadro de avisos para divulgação de

vagas, pode-se deduzir que é uma forma dos funcionários existentes conseguirem participar

do processo seletivo, já que esse meio de divulgação é realizado apenas dentro do ambiente da

empresa, apesar de nenhum dos entrevistados ter exposto que, ao ser aberta uma vaga na

empresa eles priorizavam o recrutamento o interno.

Um dos entrevistados citou as universidades e escolas como forma de recrutar, ainda mais que

a concentração da geração Y encontra-se nessas instituições. Trata-se de uma fonte que

contribui ainda mais com o recrutamento de candidatos na empresa pesquisada. Para Gil

(2016), as instituições de ensino superior são meios de recrutamento importantes para atração

de estagiários, pessoas especialistas, mestres ou doutores.

Alguns dos meios de recrutamento encontrados na literatura acadêmica pesquisada, não foram

citados nas falas dos sujeitos entrevistados, tais como: as agências de emprego, os

headhunters e os meios de comunicação como jornal ou televisão. Podemos inferir que esses

meios não são com frequência usados pelos profissionais da área de gestão de pessoas para

recrutar, ou então, as formas de recrutamento citadas nos depoimentos suprem a necessidade

de captar candidatos para as devidas vagas divulgadas.

Na categoria seleção, existe uma preocupação para ser dado retorno aos candidatos que forem

reprovados em cada fase. Ao todo são oito etapas percorridas no processo seletivo da empresa

pesquisada: 1. Aplicação de testes on-line (comportamentais ou técnicos); 2. Análise de vídeo

(apresentação pessoal e profissional); 3. Painel ou dinâmica de grupo ou testes específicos;

4. Entrevista individual por competências com à área de gestão de pessoas 5. Elaboração do

parecer de seleção; 6. Pesquisa social; 7. Entrevista individual com o Gestor; 8. Validação do

salário e benefícios.

A gestão de pessoas utiliza sete dessas para chegar à etapa final que é admissão do candidato

selecionado, e duas dessas etapas são realizadas pelo gestor da área solicitante da vaga, a

etapa seis, que corresponde à seleção por meio de painel/dinâmica de grupo/testes específicos,

e a etapa dez, que refere-se a entrevista com o gestor. Compreende-se, com esses dados, a

exigência e os critérios para se chegar à escolha de um candidato no processo seletivo para

contratação desse novo colaborador. Para Gomes, Gruchinki, Ribeiro (2012) as diferentes

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técnicas de seleção colaboram para verificar o grau de aderência à cultura da empresa e do

cargo em questão.

Algumas das etapas verificadas no documento recebido da empresa pesquisada, são

confirmadas pelos sujeitos entrevistados que dizem: “...na seleção, fazemos o painel..., depois

fazemos o uso das ferramentas comportamentais ou testes psicológicos e... depois fazemos

o parecer...”. (S8). Complementa o outro entrevistado “...a gente faz a dinâmica de grupo...

e a entrevista” (S13). Para Pontes e Serrano (2005), o uso dos testes, seja psicológico, de

conhecimento ou de capacidade, têm por finalidade identificar o nível de conhecimento em

relação ao cargo que o candidato está concorrendo, já a dinâmica de grupos, segundo os

mesmos autores, possibilitam observar as pessoas em ação, favorecendo a objetividade na

avaliação.

Vale considerar que para um entrevistado, as demais etapas de seleção estão em detrimento à

etapa da entrevista, conforme considera: “a entrevista, uma etapa que nunca deixa de ser

feita(...) mas, a entrevista sempre é o ponto principal do processo.” (S13) condição essa

ratificada por Faissal (2009) ao afirmar que a entrevista é um das formas de seleção mais

usada para embasar as decisões referentes à contratação de um novo funcionário, e por Gil

(2206) ao considerar que a entrevista serve para esclarecer melhor as dúvidas que as demais

etapas porventura tenham ficado sem respostas no andamento da seleção..

Outra subcategoria percebida pelos entrevistados como critério para seleção na empresa

pesquisada é a aderência das competências comportamentais com a cultura da empresa. Um

dos entrevistados, afirma que o alinhamento do candidato com a cultura empresarial é um

fator determinante para o sucesso do processo seletivo: “os critérios principais são a

aderência das competências comportamentais das pessoas com a nossa Cultura

Empresarial Moura (CEM)” (S2). Condição essa que, para ocorrer, tem que ser realizada a

entrevista por competências que serve para comparar os perfis dos candidatos com os perfis

de competências necessárias, e que permite avaliar se os candidatos possuem os

conhecimentos, habilidades, atitudes e valores que estão relacionados com a cultura da

empresa (ALMEIDA, 2009).

Para Banov (2012), o conhecimento da cultura de uma organização é indispensável para o

sucesso de uma contratação profissional. Contribui Reinert et al. (2012) que o processo

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seletivo não implica incluir apenas critérios baseados em habilidades para realizar tarefas e

atividades específicas, mas também critérios relacionados à congruência de valores entre a

organização e o indivíduo.

Em Cardozo et al. (2018), o papel da área de gestão de pessoas é transmitir aos funcionários

as normas da empresa e o que foi deixado pelo seu fundador para ser verificado antes mesmo

do seu ingresso, a adesão do sujeito à cultura da empresa, para uma melhor congruência com

o que a empresa espera dos seus funcionários e vice-versa.

As etapas como, análise de vídeo, pesquisa social, entrevista individual com o gestor da área,

e validação do salário e benefícios relacionada ao documento recebido (conforme Quadro 12),

apesar de estarem contidas no documento como etapas de recrutamento e seleção da empresa

pesquisada, não foram citadas por nenhum entrevistado.

Podemos inferir algumas condições para não realização dessas etapas: que esse documento

possa não ter sido repassado para todos que atuam na área de gestão de pessoas, que os

profissionais não utilizam todas as etapas contidas no fluxo de recrutamento e seleção da

empresa, que alguns dos profissionais entrevistados que atuam na área de gestão de pessoas

não consideram essas etapas relevantes para o processo, ou que não tenham sido priorizado

esses critérios no momento da entrevista realizada pela pesquisadora.

4.3 Desafios e oportunidades

Para atender ao terceiro objetivo específico, que é verificar quais os principais desafios e

oportunidades que os jovens da geração Y almejam na organização pesquisada, foram

utilizados dois instrumentos de coleta de dados: a análise de documentos e a entrevista

semiestruturada.

Essas oportunidades e desafios descritos nesse estudo referem-se à percepção da geração Y

em relação à organização em que atua, assim como a percepção da área de gestão de pessoas e

dos que ocupam cargo de liderança do que a empresa oferece de oportunidades para essa

geração que ingressa na organização, bem como, desafios que eles precisam lidar na empresa

e no cargo que ocupam.

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Em relação à categoria oportunidades, a maioria dos sujeitos reconhece essa categoria

associada ao crescimento profissional, podendo estar relacionado à carreira vertical ou

horizontal, assim como as possíveis oportunidades de movimentação para outras áreas ou

demais empresas do Grupo. Rudge et al. (2017) afirmam que a geração Y também busca ter

experiências profissionais significativas, assim como, buscar oportunidades de crescimento

pessoal nas empresas em que trabalham. Essas oportunidades são verificadas da seguinte

forma:

“hoje é muito abrangente, podemos percorrer qualquer área, tem

oportunidades de outros cargos, coordenação, gerência,..” (S14)

“aqui sempre existe oportunidade (...) e a empresa preza por reter o

máximo dos funcionários, e oportunidade de sair de um setor para

outro...” (S10)

“vejo o grupo dar diversas oportunidades de crescimento, seja em

um novo negócio, vejo diversas iniciativas nesse sentido e até de

empresas novas que surgem.” (S6)

´”é oportunidade de crescer, de ter cargo de liderança (...) inclusive

em outros departamentos.” (S7)

“a Moura é uma empresa (...) que vejo que tende a crescer e, com isso,

vêm as oportunidades, a empresa expandindo, e a empresa promove

essa movimentação lateral, esse intercâmbio com outras áreas..”

(S9)

“as oportunidades são variadas, inúmeras, tem casos de pessoas

que têm posição de liderança e iniciaram como aprendizes ou no

programa de estágio na empresa.” (S2)

“...a empresa me vê com potencial, basta eu trabalhar para melhorar e

chegar a esse cargo de gerente que existe.” (S5)

“como ocupo um cargo gerencial, consigo ver muitas possibilidades,

não só no setor em que atuo, mas no Grupo como um todo.” (S4)

É possível verificar nas respostas dos entrevistados que as oportunidades percebidas estão

associadas tanto a cargos maiores, principalmente para cargos de liderança, como

possibilidades de mudança de área ou transferência para outros setores ou outras empresas do

Grupo. Para Lancaster e Stillman (2011), os indivíduos da geração Y mesmo ocupando cargo

de nível hierárquico menor, almejam ocupar cargo de gestão.

Os aspectos relacionados às oportunidades para geração Y que necessitam ser repensados nas

organizações, se referem às possibilidades de crescimento profissional, à flexibilidade no

trabalho, e à remuneração (RUDGE et al.,2017). O primeiro aspecto é algo que na empresa

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pesquisada, e de acordo com os dados obtidos nas entrevistas, já existe e é vista com bons

olhos pelos funcionários dessa geração, como por exemplo S6: “vejo o grupo dar diversas

oportunidades de crescimento, e S9: a Moura é uma empresa (...) que vejo que tende a

crescer e, com isso, vêm as oportunidades. Os demais aspectos não foram citados por

nenhum respondente como oportunidade ou desafio encontrado na empresa. Podemos inferir

que seja algo sem relevância, no momento, para os sujeitos entrevistados, ou que não se

sentiram confortáveis para expor durante a entrevista.

Em relação a subcategoria aprendizado, a geração Y vê o trabalho como desafio e que busca

aprendizado constante nas organizações em que estão inseridos (CODEÇO; COSTA;

BOUZADA, 2013). Essas informações são observadas nas seguintes falas dos sujeitos

entrevistados, que atrelam o conceito de aprendizado com desenvolvimento e treinamento na

organização:

“oportunidades de aprendizado (...) um exemplo disso é o sistema

novo que vai mudar e vou aprender com isso.” (S1)

“estamos trocando agora o sistema ERP e está sendo o momento de

(...) entender nossos acertos e erros do passado (...) e isso é uma

oportunidade gigantesca de trabalhar com isso. (S2)

“temos programa forte de treinamento e desenvolvimento, temos o

programa de estágio (inclusive está mudando a roupagem). (...). Hoje

o jovem pensa muito em satisfação, reconhecimento, já mostra que

eles estão buscando por isso (...). O programa nosso de

desenvolvimento é muito bom...” (S2)

“temos os programas de desenvolvimento, inúmeros treinamentos,

e capacitação, o Programa de Liderança Moura( PLM) com vários

públicos de liderança, tem muita grade de treinamento focado para

novos líderes.” (S13)

É interessante verificar que outra forma de oportunidades verificadas nas falas dos

entrevistados, está relacionada ao conhecimento adquirido na empresa e aos programas de

desenvolvimento para os diferentes cargos existentes (estágio e liderança). Esses dados são

confirmados por Costa, Neto, Bazolli (2014) que afirmam que os membros da geração Y

valorizam o desenvolvimento de habilidades.

A respeito da categoria desafios relacionada à geração Y, foi dividida por pontos de vista

distintos: um percebido pela geração Y, que considera quais são os desafios que eles

enfrentam na empresa pesquisada, e outro da área de gestão de pessoas e dos profissionais

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com cargos de liderança, que percebem quais os principais desafios com que precisam lidar

com a inserção em maior quantidade dessa geração na empresa. Assim se posicionaram:

“...principal desafio é gestão de pessoas, primeiro cargo de liderança,

mas ser líder de fato é completamente diferente. Meu conhecimento

técnico é muito exigido, como habilidade de gestão, gerenciar

conflitos, gerenciar expectativa, ver o nível de maturidade de cada

um.... “ (S9)

“de aprender a liderar..” (S7)

“...tornar uma equipe de excelência..., queremos crescer... além do

desafio de crescimento em si... ainda tenho o desfio de tornar minha

equipe possível de realizar isso, de ser uma equipe de excelência.” (S5)

...na minha posição, os desafios são estruturar uma equipe

madura... ter pessoas capacitadas, com foco...” (S14)

“...outro desafio é aumentar o nível de maturidade da equipe.

Temos pessoas boas, experientes, e outras em que falta um pouco de

maturidade... para mim mesmo, o desafio é conhecer profundamente

o negócio da empresa, estar mais próximo do cliente interno..” (S12)

“é sempre estar nessa busca de melhoria contínua, de estar sempre

aprendendo, e ter essa mobilidade.” (S10)

“...às vezes, meu principal desafio é encontrar melhoria dentro das

atividades que exerço.” (S3)

“tem alguns desafios que estão relacionados a ter que acalmar essa

geração diante de tanta ansiedade e vontade que as coisas

acontecem rapidamente, e os gestores têm que entender que são

características típicas dessa geração, e ter sabedoria para gerenciar

essa expectativa e para desacelerar um pouco esse profissional....

eles vêm com muita vontade de replicar o que viram na faculdade,

na empresa, sem levar em consideração o contexto, a história da

empresa, a cultura empresarial, os procedimentos internos... os

gestores têm esse trabalho de explicar e contextualizar... o papel é de

orientar.” (S2)

“..eles têm em um perfil mais agoniado, e querer que as coisas

aconteçam mais depressa, e nem sempre é fácil... querem que as

coisas aconteçam muito rápido, a gente tem esse desafio, e de lidar

com a questão da maturidade...” (S13)

“... hoje é tudo muito rápido, porque essa geração novinha que

chega, chega meio diferente daquilo que já construímos ao longo do

tempo e temos que nos adequar aos que chegam.. e de manter a

CEM.. e tirar melhor equação disso...” (S15)

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Os depoimentos demonstram concordância nas percepções de que um dos principais desafios

da geração Y está relacionado à questão de saber liderar, principalmente com as equipes de

trabalho e de elevar a maturidade dessas equipes. Vale considerar que, na categoria

oportunidades, foi verificada, nas respostas, a questão da possibilidade, do crescimento

horizontal ou vertical, esse último para cargos de liderança como oportunidade de carreira,

mas que, ao analisarmos as respostas na categoria desafio, esse quesito também foi visto

como desafio.

Esses dados confirmam o que Costa, Neto, Bazzoli (2014) reconhecem: a chegada da geração

Y a postos de liderança nas empresas apresenta um novo desafio, assim como essa geração

impulsiona a necessidade das empresas modificarem seus processos de gestão de pessoas,

para, além de atrair candidatos as suas posições funcionais, retê-los na empresa e,

principalmente, saber utilizar seus talentos. (FLINK; FERREIRA; HONORATO; ARAÚJO;

PROENÇA, 2012).

É interessante verificar que, nas respostas, os sujeitos que atuam na área de gestão de pessoas

ou os que possuem cargo de liderança se colocam como pessoas fora dessa geração e a

percepção fica restrita ao cargo ou área que assumem, como por exemplo, no depoimento de

S2: “ter sabedoria para gerenciar essa expectativa e para desacelerar um pouco esse

profissional”, e de S13: “eles têm em um perfil mais agoniado, e querer que as coisas

aconteçam mais depressa, e nem sempre é fácil...”.

Quanto ao desejo de querer que as coisas aconteçam rapidamente, Ladeira et al. (2013)

afirmam que quando o assunto é alcançar os objetivos de carreira, essa geração tem pressa em

ascender e consolidar-se profissionalmente. E Perrone et al. (2013) compreendem que tornou-

se um desafio para as empresas lidar com a geração Y que escapa a fatores restritivos. Lipink

e Perrymore (2010) corroboram que, as organizações precisam dedicar tempo, energia e

dinheiro em planos de desenvolvimento pessoal e profissional para os membros dessa

geração.

Em relação à subcategoria CEM, na percepção dos entrevistados trata-se de um desafio, pois

remete ao cuidado dos que ocupam cargo de liderança precisam ter para a manutenção e a

disseminação da CEM com a geração Y, conforme fala do S2: “eles vêm com muita vontade

de replicar o que viram na faculdade na empresa, sem levar em consideração o contexto, a

história da empresa, a cultura empresarial, os procedimentos internos”, e a resposta de S15:

“a preocupação existe: ”temos que nos adequar aos que chegam.. e de manter a CEM.”

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Para Vieira et al. (2013) é essencial que um dos papeis da diretoria e dos demais líderes da

empresa seja manter ou ajustar a cultura. Em Robbins, Judge, Sobral (2010), o papel da

liderança ao formar essa nova geração, é contribuir para desenvolver e preservar a cultura

empresarial e a transmissão do conhecimento Corrobora Schein (1999) que um dos fatores

mais importantes do papel do líder seria investir na gestão da cultura da organização.

4.4 Jeito Moura e Cultura Empresarial Moura (CEM)

Atendendo à demanda do quarto objetivo específico, que é analisar de que a forma os líderes

da geração Y convergem com a cultura empresarial Moura (Jeito Moura), foram utilizados

dois instrumentos de coleta de dados: a análise de documentos e a entrevista semiestruturada.

O termo é usado comumente pelos profissionais da empresa, principalmente pela área de

gestão de pessoas, no tocante a selecionar um candidato que mais se aproxime ao “Jeito

Moura” de ser, e também como uma forma de aproximar os funcionários a história de criação

da empresa e do seu fundador.

Considera-se, neste estudo, o “Jeito Moura” como parte principal da cultura organizacional.

O termo cultura, nesta análise, se refere à Cultura Empresarial Moura (CEM), instituída e

disseminada por meio de uma cartilha que os profissionais de todos os cargos e áreas da

empresa recebem e são treinados e cobrados quando assumem cargos de liderança para esse

constante trabalho de disseminar e ser exemplo do que rege essa cartilha.

A estrutura do documento que contempla a CEM é composta pelo subtítulo: CEM: isto é ser

Moura, e segue com a crença; missão e valores. Em relação aos valores, foram eleitos 7 com a

respectiva descrição sintetizada do que representa cada um, por fim, constam os 15 princípios

de gestão, totalizando um documento com 6 páginas.

Os 7 valores e os 15 princípios de gestão foram dispostos estruturalmente enumerados e

seguidos individualmente de uma breve descrição do que representa cada temática e de sua

aplicação para a organização. Na sequência, e em síntese, identificam-se o que rege cada valor

e cada princípio na empresa investigada.

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Valores:

1- Pessoas: Acreditamos nas pessoas.

2- Qualidade: Somos comprometidos em fazer bem-feito.

3- Inovação: Fazemos o novo para perpetuar o nosso negócio.

4- Sustentabilidade: Buscamos o crescimento sustentável e a longevidade do nosso negócio

5- Clientes: Acreditamos que nosso sucesso depende do sucesso dos nossos clientes.

6- Integridade: Agimos conforme nossos valores e princípios.

7- Persistência: Somos incansáveis na superação dos desafios.

Princípios de gestão:

1. Construímos vínculos fortes por meio de uma conduta íntegra e condizente com o

nosso desejo de longevidade- Esse principio reforça a crença da empresa e pode-se

inferir que não por acaso que seja o primeiro. Nesse princípio, é abordado a transparência,

honestidade, integridade e ética nas relações.

2. Queremos ser os melhores naquilo que fazemos- Remete à melhoria contínua e o

aprendizado constante, além dos profissionais buscarem por melhores e desafiantes

resultados, o uso de um sistema de gestão é citado nesse princípio como forma de

obtenção e manutenção dos resultados.

3. Pensamos grande. Executamos de acordo com a nossa capacidade de realização-

Trata-se de encarar os desafios e ter constância de propósito, além de incentivar a ousadia

(legado deixado pelo fundador), mas com responsabilidade e ser inquieto para busca do

crescimento da empresa.

4. O desenvolvimento das pessoas é a base do nosso sucesso- A constante busca por

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conhecimento e qualificação é um dos pilares desse princípio, a empresa oferece essa

oportunidade de desenvolvimento e também cabe ao funcionário ser responsável pelo seu

próprio desenvolvimento para o alto desempenho.

5. Pessoas excelentes fazem toda a diferença- Fala da paixão e dedicação pelo que é feito,

além de conhecer muito bem o que fazem para produzir excelentes resultados. Nesse

princípio também é citado a atenção em ter as pessoas certas nos lugares certos e no

momento certo, que está atrelado ao cuidado no processo seletivo que a empresa tem na

entrada dos novos funcionários.

6. Somos todos donos do nosso negócio- é reforçado o “espírito de dono” seja nas

atividades ou no negócio como um todo. Conhecer as metas é citado nesse princípio como

forma de direcionar os responsáveis para trabalhar para alcançar e superar.

7. Acreditamos fortemente no trabalho em equipe- Apresenta que a interação e a

cooperação entre áreas são essenciais para os bons resultados da empresa, além de

estimular o trabalho em equipe encorajando a diversidade, humildade e simplicidade.

8. A liderança é a chave para obtenção dos nossos resultados- Para esse princípio, a

liderança está associada a ser exemplo, e algumas das características esperadas que os

líderes da empresa possuam ou busquem desenvolver são: promover o diálogo e saber

ouvir e se comunicar, inspirar a equipe e dedicar tempo para o desenvolvimento de suas

equipes e à formação de seus sucessores, não fugir de situações difíceis, estar onde as

coisas acontecem e buscar pessoas melhores do que eles.

9. Somos focados em resultado- A crença no trabalho duro, de não desistir facilmente e

entregar o que promete são alguns dos tópicos que rege esse princípio. O resultado aqui

também é orientado e acompanhado pelo Sistema Moura de Gestão e o método PDCA.

10. Fazemos mais com menos- a preocupação e o cuidado com a aplicação dos recursos

financeiros da empresa, e não ostentar o que já se fez, são a base desse princípio.

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11. Somos uma empresa orientada para a qualidade- Para esse princípio, qualidade está

atrelada a sustentação do vínculo; a busca pela qualidade é constante seja na relação entre

clientes interno e externos e com fornecedores.

12. Acreditamos que inovar é explorar novas ideias com sucesso- Estar sintonizado com as

tendências do negócio, praticar a gestão da inovação e promover ambiente que estimule a

inovação são alguns dos itens desse principio. A crença na inovação para estar mais

competitivo no mercado e ser inquieto para o constante desenvolvimento da empresa.

13. Nossas ações são pautadas em uma visão sustentável de longo prazo- Esse princípio

apresenta uma empresa que também se preocupa em ser uma empresa de referência e

vanguarda e as tomadas de decisão em grande parte são compartilhadas. A busca pela

segurança, bem-estar e integridade dos funcionários é responsabilidade de todos, além da

preocupação com a comunidade.

14. Temos prontidão para servir. O nosso sucesso está condicionado à completa

satisfação de nossos clientes- Esse princípio é o mais extenso e contempla 8 tópicos.

Refere-se à manutenção dos vínculos a longo prazo com os clientes, trabalhando com foco

no foco deles e valorizar as relações duradouras. Para esse princípio, o cliente é a razão de

ser da empresa.

15. Valorizamos a nossa cultura- Ter orgulho da história da empresa e valorizar que a CEM

é o maior patrimônio, é o que rege esse princípio. E saber que todos são guardiões e

promotores dessa cultura.

Assim sendo, para verificar de que forma as lideranças e os profissionais da área de gestão de

pessoas buscam fortalecer e disseminar a CEM, foram verificados os seguintes comentários:

“a gente dissemina é pelo exemplo, e suas ações têm que estar

pautadas nessa CEM e que as pessoa vejam isso, a gente sempre

conduz assim...” (S15)

“através do exemplo, viu? eu tento liderar a CEM pelo exemplo,

exemplos que disseminem de forma clara e assertiva com todo

mundo, também procuro nas minhas reuniões tá falando sobre a

CEM, é comum comigo”.. (S12)

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“com minha equipe, em cumbucas, nos programas que a gente faz

nos treinamentos.... fazendo happy hour, momento de integração,

sair para comemorar, isso é nossa CEM..” (S14)

“hoje temos um departamento que faz toda a gestão dos programas de

desenvolvimento da empresa. Eles gerenciam os programas para

esses novos lideres... e um dos módulos que tem no programa é o da

Cultura Empresarial. Nesse módulo tem abordagem tradicional,

(via palestra) e existem atividades práticas (realizar estudo de caso

para identificar os profissionais se estão apresentando perfil aderente à

cultura ou não), eles têm a missão de disseminar CEM com a equipe

de diversas formas: reuniões, gincanas, estudo da cartilha sobre a

CEM. Um viés é a participação no programa de desenvolvimento

como aluno e outro viés como líder, ele tem a missão de promover a

CEM com a equipe e garantir que a equipe esteja alinhada com a

CEM.” (S2)

“periodicamente fazemos reunião, chamamos de cumbuca, e nada

mais é que juntar a equipe e ler um texto, ver um vídeo ou Tedx, e

debater à luz da CEM, é assim que a gente dissemina e trabalha... é o

método que encontrei... de tentar disseminar nesse sentido...” (S9)

“que o novo líder passa por programa de novos líderes, e tem

treinamento da CEM... o líder precisa tá muito engajado e

provocamos muito como está sendo esse alinhamento da CEM

com o liderado... quando fala do conteúdo da CEM, temos várias

ações, ações lúdicas e ações mais palpáveis, como cumbuca, eventos,

gincanas para trabalhar o conteúdo da cartilha da CEM, mas

reforçamos que é modelo cascata de disseminar e sentir a prática da

CEM. Se sou líder e recebo outros lideres, é fazer pelo exemplo...”

(S13)

Diante desses depoimentos, verifica-se que o processo de disseminar e fortalecer a CEM é

uma prática existente e recorrente, tanto por parte da liderança como dos profissionais da área

de gestão de pessoas. Através das falas, percebe-se a preocupação, o cuidado e a motivação

para que isso ocorra na empresa de forma leve e prática.

Ser exemplo é uma das formas mais encontradas pelos respondentes que assumem cargo de

liderança na empresa ou que atuam na área de gestão de pessoas para disseminar a CEM. Para

explicitar, recorrem-se aos sujeitos S15, S12e S13, que demonstram em suas falas a satisfação

e o orgulho em disseminar a cultura da empresa pelo exemplo: “a gente dissemina é pelo

exemplo, e suas ações têm que estar pautadas nessa CEM...” (S15); “eu tento liderar a

CEM pelo exemplo, exemplos que disseminem de forma clara e assertiva com todo mundo

(S13); “se sou líder e recebo outros lideres, é fazer pelo exemplo..”. (S13).

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Essa ação citada como prática dos sujeitos entrevistados para disseminar a CEM, está contida

em um dos tópicos do oitavo princípio de gestão da cartilha da CEM, que afirma: atitudes são

mais importantes do que as palavras. Acreditamos na liderança pelo exemplo. Essa frase

denota um senso de dever a quem ocupa cargo de liderança a ser exemplo, dessa forma, é

perceptível a importância desse elemento na relação líder e liderado.

A literatura indica que a função dos líderes é criar a cultura desejada, que eles têm o papel de

manter e reforçar a cultura inicial deixada pelos fundadores da organização, e que é a partir do

que os dirigentes das organizações valorizam que a cultura irá criar uma maneira de ser e

fazer na empresa (SCHEIN, 1999; BRYMAN, 2004; BANOV, 2012).

Levando em consideração, os relatos das entrevistas e as contribuições dos autores

pesquisados, é possível inferir que o caminho escolhido e praticado pelos líderes da empresa

pesquisada para disseminar a CEM seja, talvez, um dos mais eficazes para atingir o objetivo

desejado, que está contido no décimo quinto princípio de gestão da cartilha da CEM:

valorizamos a nossa cultura.

E um dos conceitos para garantir essa valorização remete que: “somos todos guardiões e

promotores da CEM”. Entende-se então, que promover a CEM para os funcionários

entrevistados vai além de comunicar, apresentar, divulgar, mas, que o essencial é exemplificar

pelas atitudes Robbins; Judge; Sobral (2010) afirma que as atitudes dos líderes têm um grande

impacto sobre a cultura empresarial.

Reuniões e cumbucas são alguns outros recursos realizados pelos funcionários entrevistados

para fortalecer e disseminar a CEM. Afirma S9 que ambos têm o mesmo objetivo:

“periodicamente fazemos reunião, chamamos de cumbuca, e nada mais é que juntar a

equipe e ler um texto, ver um vídeo ou Tedx, e debater à luz da CEM.” Esse sentimento de

criar uma “cultura forte” são percebidos nas falas dos respondentes que buscam realizar ações

que atraiam a equipe para o conteúdo da cartilha da CEM.

Uma forma diferente para a disseminação da cultura organizacional, e que não foi encontrado

nos estudos realizados pela pesquisadora, é a gincana, considerada como forma lúdica para

instituir nos funcionários os conteúdos que regem a cartilha da CEM. Considera-se que esse

recurso é mais frequentemente utilizado pela área de gestão pessoas e pela as lideranças,

conforme S2 e S13 afirmam: ...”têm a missão de disseminar a CEM com a equipe de diversas

formas: reuniões, gincanas, estudo da cartilha sobre a CEM (S2); “...temos várias ações,

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ações lúdicas e ações mais palpáveis, como cumbuca, eventos, gincanas para trabalhar o

conteúdo da cartilha da CEM..” (S14). Podemos inferir que seja um formato que atraia a

participação da geração Y para assimilar o conteúdo da cartilha da CEM de forma divertida e

criativa.

Em relação à categoria “Jeito Moura”, foram obtidas as seguintes percepções os

entrevistados, obtendo as seguintes respostas

“..é um jeito de construir vínculos fortes e duradouros que trazem

para você enquanto profissional, valores que você enxerga que não é

só para vida profissional, mas também para o pessoal.. e estar numa

empresa com vínculos fortes e aprender com os valores, e o

cuidado com as pessoas. ..” (S4)

“é o jeito de você se socializar com pessoas da empresa, de criar

vínculos, é uma coisa muita forte...” (S6)

..”o Jeito Moura é um jeito.. (risos) simples de ser, de estreitar

vínculos. Aqui as pessoas são muito simples, passar e conversar desde

o presidente ao faxineiro, preza pelo vínculo, pela equipe, o todo é

mais importante que a soma das partes..” (S15)

“é um jeito diferente, é um jeito de família, de orgulho, mistura de

sentimento, bate aquele frio na barriga, aquele clima que tem que é

diferente, não é feito uma mãe, mas trata você de uma forma.... “ (S7)

“é valorizar as pessoas, é colocar a pessoas em primeiro lugar,

qualquer decisão, qualquer atitude, analisar as origens ou os impactos

nas pessoas, a Moura por sua CEM vai pensar primeiro nas

pessoas,...” (S11)

“é um jeito diferente, é uma maneira de trabalhar diferente, onde essa

questão de vínculo é muito disseminada na empresa, o vínculo

gera laços de amizade e companheirismo dentro da empresa, os

colaboradores têm paixão muito forte pela empresa....” (S12)

As falas dos entrevistados são muito claras quanto à palavra vínculo como parte de ser e

perceber o “Jeito Moura”. A subcategoria vínculo está relacionada com a crença da empresa

contida na Cartilha da CEM, que é: “fortalecer vínculos garante um futuro melhor” e com o

primeiro princípio de gestão que afirma: construímos vínculos fortes por meio de uma

conduta íntegra e condizente com o nosso desejo de longevidade.

A história da empresa é uma prova de que relacionamentos de confiança são essenciais para

crescer e superar as dificuldades, herança deixada pelo fundador, e que a empresa deseja

cultivar e fortalecer a fim de consolidar esse “Jeito Moura” e perenizar o negócio. Para Silva,

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Zanelli e Tolfo (2014), a cultura de uma empresa é um produto da visão do mundo dos

fundadores. Cardozo (2018) considera que: são pelas características do fundador que os

valores, as crenças e a visão da empresa são transmitidos, e que a partir dele, que será

determinada qual será a cultura de um grupo.

Os comentários, percebidos como relevantes demonstram que o vínculo perpassa pelo aspecto

profissional: “o vínculo gera laços de amizades e companheirismo dentro da empresa”

(S12); “o jeito de construir vínculos fortes e duradouros que trazem para você enquanto

profissional, valores que você enxerga que não é só para vida profissional, mas também

como pessoal” (S4).

Quando indagados sobre o que consideram ter e que se assemelha ao “Jeito Moura” e o que

eles percebem de características que a geração Y possui que são compatíveis ao “Jeito

Moura”, as respostas coletadas estão transcritas abaixo:

“O que eu tenho? a determinação, a inquietude, a gente nunca pode

se satisfazer com o primeiro não, e a Moura tem muito disso, ela não

desiste, cresceu por causa disso.” (S7)

“eu tenho uma facilidade de lidar com pessoas... de ajudar as outras

pessoas, eu gosto de ser uma pessoa multidisciplinar... gosto de

entender como é a estrutura física de uma bateria, do operacional e

isso me faz entender da Moura...” (S11)

“...talvez esse lado humano que tenho para as pessoas, trabalhar na

linha de simplicidade e humildade, de conversa, e de ouvir..” (S12)

“...eu tenho a questão do vínculo muito forte, não consigo trabalhar

só, a humildade, a questão de querer fazer mais e melhor, inovar,

criar..” (S14)

“eu tenho amor pelo que faço, e acredito muito no que pode ser feito,

a persistência...”(S1)

“inovação! Essa geração Y é muito criativa de ideias, pensar fora da

caixa... e a Moura está indo muito por essa linha, a velocidade que a

mudança traz, a Y consegue, com muita facilidade aprender e acaba

tendo acesso ao mundo de informação que os mais tradicionais

acabam não tendo.” (S5)

“uma coisa que vejo na geração nova é a vontade de desbravar,

procurar novas possibilidades, é a disposição de fazer o novo, de

questionar...é a inquietação..” (S6)

“acho que é muito da inquietação, que sempre tá querendo melhorar,

inovar, está sempre se modificando, sempre crescendo, sempre

trabalhando essa parte de se inovar...” (S7)

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“a humildade, simplicidade, vejo nesse pessoal jovem que está

entrando é a questão de inovação, eles vêm com uma sede de querer

inovar, de fazer diferente e isso meio que fortalece a empresa, pela

rapidez que querem que coisas aconteçam...”(S12)

“geração inquieta, que eles são multitarefas, criativos, inovadores e

têm muito a ver com o que a gente prega...é muito questionadora, e

aceita fácil as diferenças. (S15)

“vontade de fazer... inovação, trazer o novo, querem fazer diferente...

vontade de melhorar processos, humildade.” (S14)

“inovação”. (S3)

As respostas revelam a recorrência da palavra inovação (8 vezes) que se assemelha ao “Jeito

Moura” para a geração Y, isso é um fato que para S12, “contribui para fortalecer a

empresa”, além de ser um dos valores da empresa contido na Cartilha da CEM e que seu

conceito se refere a: fazemos o novo para perpetuar o negócio. Em Pisoni (2015), a geração Y

está reinventando a forma tradicional do trabalho e que ela tem as competências

indispensáveis para inovar, tais como, criatividade, ousadia, se arriscam, e dominam a

tecnologia.

Características essas que condizem com as falas de S12: ..”nesse pessoal jovem que está

entrando é a questão de inovação, eles vêm com uma sede de querer inovar, de fazer

diferente e isso meio que fortalece a empresa”... e de S5: ...” Essa geração Y é muito criativa

de ideias, pensar fora da caixa”.

Essa perpetuação do negócio que é conceito definido na Cartilha da CEM referente à

inovação, sugere que trata-se de algo que a geração Y transfere para a organização e está

alinhado ao valor em que acredita. Para Cappi e Araújo (2015), a liderança da geração Y que

surge nas empresas é aquela que se adapta facilmente à tecnologia e à inovação, e concordam

Comazzetto, Perrone, Vasconcellos e Gonçalves (2016) ao afirmarem que os jovens dessa

geração são altamente inventivos e inovadores.

A subcategoria, inquietação, pode ser vista mais recorrente nas respostas dos entrevistados

que ocupam cargos de liderança e da área de gestão de pessoas, enquanto apenas 1

respondente se percebe com essa característica. A inquietação para os respondentes tem a ver

com questionar, de se sentir desafiado. Ambas as percepções coincidem nas falas desses

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entrevistados. Para S7: ...”: a inquietude, a gente nunca pode se satisfazer com o primeiro

não. Na fala de S6: “de questionar...é a inquietação..” e, para S15: “geração inquieta,... e

tem muito a ver com que a gente prega...é muito questionadora”.

Essa geração está mais favorável a discordar das políticas e decisões da empresa, questionar

as condições de desafios do seu emprego (BLASCO, et al. 2016), ou seja, é motivada por

desafios que possibilitem o crescimento (OLIVEIRA, 2009). Para Perrone (2013), isso pode

representar para a empresa um desafio na retenção desses profissionais, e também ao

assumirem cargos de liderança (COSTA; NETO; BAZZOLLI, 2014), e caso percebam que os

avanços na carreira não são rápidos, essa inquietação impulsiona-os a mudar de organização

(CARRARA; NUNES; SARSUR, 2013).

Diante das declarações, percebe-se que alguns dos respondentes se posicionam com outras

características positivas que se assemelham ao “Jeito Moura”. Uma dessas é a humildade,

respondida pelos entrevistados sem usarem definições dessa palavra, e que podemos inferir

que seja algo percebido e praticado no ambiente da empresa, desde o presidente até o

motorista e relacionado ao trato com as pessoas, como por exemplo S12 responde: “ trabalhar

na linha de simplicidade e humildade, de conversar, e de ouvir...”.

Demonstração de humildade é o sentimento percebido na história do fundador, ao ser contado

da sua origem e do sonho que o movia e virou uma realidade. Para Vieira et al. (2013), os

fundadores da empresa são responsáveis pelo principal impacto sobre a cultura inicial da

organização, pois eles têm uma visão daquilo que eles acreditam e de como a empresa deveria

ser.

A humildade, é referenciada também na cartilha da CEM como um dos conceitos do segundo

princípio de gestão: “queremos ser os melhores naquilo que fazermos” e, o item que simboliza

a prática da humildade é: “celebramos com os acertos e aprendemos com os erros. A

humildade é um estado de espírito superior, fundamental para que possamos ouvir

adequadamente, aprender e nos desenvolver”. Vale ressaltar que, na literatura estudada,

nenhum dos autores pesquisados remete essa característica como pertencente à geração Y,

pelo contrário, alguns citam como individualistas, inquietos e questionadores (LADEIRA et

al., 2013; CARRARA; NUNES; SARSUR, 2013; BLASCO et al. 2016; BRANCO, 2013).

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Essas características citadas, são percebidas pelos entrevistados como semelhantes ao “Jeito

Moura”, e que, para as lideranças e área de gestão de pessoas, tanto podem ser consideradas

um desafio como uma oportunidade nas organizações, mas, que já é uma tendência que as

empresas precisam cada vez mais se adequar às características que essa geração conduz, já

que, segundo dados da Geofusion (2016), a geração Y brasileira tem 8,3 milhões de pessoas, e

o nordeste concentra 14% dessa geração Y, sendo a segunda região onde mais vivem esses

jovens.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A proposta deste estudo foi analisar características que a geração Y possui consideradas

relevantes para a inserção na Acumuladores Moura como sendo norteadora do processo

investigativo, bem como o seu desdobramento em objetivos específicos.

Em relação ao primeiro objetivo especifico da pesquisa que buscou identificar, mediante a

percepção dos profissionais da geração Y, o perfil que os faz estar inseridos na empresa

pesquisada, os posicionamentos e pontos de vista dos respondentes convergiram em grande

parte com os autores estudados sobre tema gerações e geração Y.

É possível identificar que não houve um consenso quanto a um único perfil que caracteriza a

geração Y, mas sim, um conjunto que oferece mais pontos positivos, que podem contribuir

para o cenário da empresa pesquisada. Palavras como vontade/facilidade de aprender,

lidar/sensibilidade com as pessoas, senso de dono e comprometimento, destacam-se como

percebidas por esses entrevistados da geração Y.

Interessante considerar que o perfil inovador, tão citado nos estudos sobre geração Y, foi

percebido integralmente apenas pelos profissionais da área de gestão de pessoas, do que os

demais que ocupam diversos cargos e de outras áreas da empresa. Podemos inferir que esse

seja um perfil relevante que essa área considera na contratação de candidatos no processo de

promoção, ou então, que a percepção desse perfil pela área de gestão de pessoas tem a ver

com quebrar alguns paradigmas existentes na empresa, que segundo os autores pesquisados

são valorizados por essa geração que busca a inovação, tais como: a flexibilidade de horários

de trabalho, tende a pensar no curto prazo, reinventar a forma tradicional do trabalho, poder

discordar mais facilmente das políticas e decisões da empresa e integração entre vida pessoal

e profissional.

A despeito do perfil que podemos considerar contrário do que se espera, surgem palavras

como: agitados, inquietos, falta de preparo e ansiosos, também percebidos apenas pelos

profissionais da área de gestão de pessoas. Talvez por estarem na execução dos processos

seletivos e precisam ter uma análise mais crítica dos perfis que possam atender às demandas

da organização e do cargo.

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Outro fator a ser considerado sobre esse perfil podem ser os questionamentos que recebem

mais frequentemente da geração Y no tocante à carreira (crescimento profissional na empresa)

e que eles sozinhos, provavelmente, não podem ou não conseguem dar esse retorno aos

funcionários dessa geração. E, conforme visto na literatura pesquisada, a questão da carreira

sobressaiu sendo mais percebida como desafios do que como oportunidades em relação a

geração Y no mercado de trabalho, ou seja, há muito o quê a gestão de pessoas e as lideranças

das organizações e da empresa pesquisada possam trabalhar para suprir essa necessidade e

dirimir essa ansiedade, alinhada com os objetivos estratégicos e a cultura da empresa.

Em relação ao segundo objetivo que busca responder quais os critérios de recrutamento e

seleção são praticadas na empresa pesquisada para atração e promoção da geração Y, as

respostas foram consideradas analisando o fluxo de recrutamento e seleção e os relatos das

entrevistas. Em ambos, foi percebido que esses critérios são utilizados para todos os cargos,

áreas da empresa, bem como para todas as gerações que concorrem às vagas, não existindo

um fluxo específico para atender a geração Y nas etapas de recrutamento e seleção.

Por terem sido entrevistados profissionais da área de gestão de pessoas que atuam na unidade

de Belo Jardim e na unidade de Jaboatão dos Guararapes, observou que alguns dos meios de

recrutamento são mais usados pelos profissionais que atuam em Belo Jardim, como por

exemplo, a divulgação “boca a boca” e via rádio, por se tratar de uma cidade de interior, o

retorno tende a ser maior, além de ser comum às pessoas se conhecerem de forma mais

próxima para indicar outra pessoa à vaga e, por último, que não pode deixar de ser

considerado, trata-se de uma empresa instalada na cidade há mais de 60 anos e que os

moradores dessa cidade a expõe como referência.

Referente às redes sociais, existem semelhanças do uso dessa ferramenta para auxiliar no

recrutamento de candidatos em ambas as unidades. Nada mais coerente já que a geração Y é

uma geração conectada e o contexto principal vivenciado pelos jovens dessa geração refere-se

à popularização da internet.

Um critério novo de recrutar e não encontrado na literatura pesquisada, trata-se dos grupos de

RH do whatsApp como meio de divulgação de vagas usado pela empresa pesquisada. Essa

fonte que é uma forma de comunicação rápida e eficiente para atração da geração Y, pode

também ser um meio não tão seguro, caso a empresa não queira que a divulgação seja

ampliada.

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Referente ao processo seletivo foi verificado que o documento que a empresa possui para que

sejam cumpridas às etapas de seleção, não convergem com os relatos dos respondentes.

Percebe-se que é um fluxo de seleção extenso com total de 8 fases, informação ratificada por

um dos entrevistados. Infere-se que, dessas etapas, 3 provavelmente precisam da presença

física do candidato para participar, são essas: as etapas 6, 7 e 10, que se referem à entrevista

individual e participação em dinâmica de grupo, entrevista painel ou em testes específicos. O

quê significa que demanda tempo, recursos, e disponibilidade dos profissionais de gestão de

pessoas e o gestor da área para também estarem presentes nessas etapas, e que poderiam ser

utilizados critérios para quais cargos a empresa irá considerar para que o candidato realize as

8 fases e, quais não existe essa necessidade.

Uma consideração referente à etapa 11 (validação de salário e benefícios) do fluxo do

processo seletivo, trata-se de uma fase que, como sugestão, poderia ser feita na etapa 1 do

recrutamento, quando é colocado que é feito o alinhamento do perfil, pois é nesse momento

com o gestor da área, que o profissional de gestão de pessoas pode ratificar e validar todas as

informações referente ao cargo, as atividades, e o que agrega, tais como a validação do salário

e benefícios. Pois, poderá ocorrer caso essa etapa seja deixada para última fase da seleção, ao

ser fornecido o retorno ao candidato selecionado, o mesmo não tenha interesse pelo salário ou

benefícios propostos, o que irá gerar um recomeço de todo processo seletivo, demandando

tempo e custos para os profissionais de gestão de pessoas.

Uma das condições citadas por um entrevistado para validar se as características do candidato

atendem ao perfil da vaga, é a aderência das competências comportamentais com a CEM. Isso

reforça que a cultura organizacional é investigada desde a entrada do profissional à empresa,

para estar com o perfil mais próximo da crença, valores e princípios de gestão da empresa,

bem como das competências requeridas do cargo e, consequentemente terá mais chances de

permanecer na organização.

A proposta do terceiro objetivo foi a verificação dos principais desafios e oportunidades que

os jovens da geração Y percebem na organização pesquisada. Dentro desse objetivo, foram

divididas às categorias desafios e oportunidades, no qual foi possível identificar semelhanças

e diferenças sobre o assunto.

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Na categoria oportunidades é verificado que grande parte dos entrevistados associam a

questão de crescimento na empresa, principalmente para os cargos de liderança, fator esse que

quando a área de gestão de pessoas foi questionada, antes de serem realizadas as entrevistas

(verificado qual demanda a organização tinha mais forte em relação a temática gerações e

trabalho), veio a necessidade de trabalhar no desenvolvimento das lideranças, precisamente

para os líderes da geração Y.

Essa informação sugere que, por mais que a geração Y observe na empresa pesquisada às

oportunidades de assumir cargos de liderança, ao mesmo tempo, a área de gestão de pessoas

precisa se preocupar com a formação/desenvolvimento desses novos líderes, provavelmente,

para consolidar a estratégia da empresa e fomentar a CEM. Assim, a empresa investe em

contínua formação dos seus profissionais, e possui programas de liderança estruturados,

mesmo assim é percebido que ainda precisa ser feito um trabalho mais personalizado e

continuado para essa geração, que habitualmente traz características que diferem das gerações

anteriores e que a empresa tem a preocupação do alinhamento com a CEM, já que serão eles

futuros multiplicadores da cultura da empresa.

Comparando as percepções dos profissionais de gestão de pessoas com o primeiro objetivo

especifico e nesse terceiro, infere-se uma relação entre às falas dos sujeitos. Pois,

considerando a geração Y com o perfil de serem mais inquietos, ansiosos e agitados no

tocante à carreira na visão da gestão de pessoas, a percepção dos entrevistados referente a

desafios e oportunidades dentro da organização, se refere à questão da possibilidade do

crescimento horizontal ou vertical, esse último para cargos de liderança.

Trata-se de uma geração que almeja crescimento dentro da organização na qual está inserida e

que, talvez, possa começar a questionar as políticas e práticas de gestão de pessoas no tocante

às promoções, movimentações e principalmente para ascender a cargos de liderança, já que

atualmente, é o maior quantitativo no quadro funcional da empresa.

Ainda sobre liderança, é comum para os profissionais das diversas áreas entrevistadas querer

desenvolver essa habilidade. Com isso, podemos considerar que os programas de liderança na

empresa precisam ser continuados, e que os profissionais de gestão de pessoas possam

oferecer suporte no que for necessário para os novos lides, pois, percebe-se que o liderar

pessoas, para alguns, trata-se de ser a primeira vez e, para outros, refere-se a uma

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necessidade de desenvolver uma equipe com maior maturidade, ou seja, é os profissionais de

gestão de pessoas trabalhar no coletivo, mas atento às demandas, e acolhendo cada novo líder

que assume esse posto.

Na intenção de analisar de que forma os lideres da geração Y convergem com a cultura

empresarial Moura (Jeito Moura), foi elaborado o quarto objetivo específico, e que analisou a

Cartilha da CEM e os comentários das entrevistas realizadas. Partindo dessa premissa, que o

Jeito Moura tem a ver com cultura organizacional, foram divididos em duas categorias o quarto

objetivo específico: Jeito Moura e Cultura Empresarial Moura (CEM).

Ter o Jeito Moura é possuir o perfil que a empresa espera e valoriza dos funcionários.

Verificou-se que a crença da empresa é o principal fio condutor que faz com que os

entrevistados percebam como detentor desse perfil, que é o vínculo. Isso remete que os

estudos realizados sobre cultura organizacional valorizam que a personalidade do fundador

oferece um legado a ser seguido e, ao ler sobre a história de como a empresa nasceu remete

que o fundador buscou criar e fortalecer vínculos na construção e manutenção do seu sonho,

que foi a constituição de uma fábrica.

Características como: inovadores, inquietos e humildes, foram as mais percebidas pelos

entrevistados, referente à semelhança da geração Y com o Jeito Moura, tais características

têm a ver com a literatura pesquisada, em exceto a humildade que, em nenhum dos autores

pesquisados remete essa característica como pertencente à geração Y. Uma possível

consideração, é que a humildade é o sentimento difundido na história do fundador, desde o

momento de integração dos funcionários, até nas reuniões ou cumbucas da cartilha da CEM.

Ao ser analisada a Cartilha da CEM, é notório observar que todas as falas dos respondentes

remetem a algum valor ou princípio de gestão da empresa, como se isso fosse internalizado

por eles, percebidos pelos colegas e praticados pela maioria. Condição essa que merece ser

reconhecida para uma empresa que esta há mais de 60 anos no mercado e consegue manter

uma cultura que vai apenas se aperfeiçoando com o passar dos anos para se adequar à nova

geração que chega e também para os que chegam possam se adequar o que preza a empresa.

Este trabalho buscou identificar características da geração Y na empresa pesquisada,

instigando desde o formato que a empresa recruta e seleciona os candidatos dessa geração, o

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perfil que consideram necessário para compor o quadro de funcionários, os desafios e

oportunidades na inserção desses jovens na empresa e, por último, verificando características

se aproximam ou se assemelham ao Jeito Moura.

Assim, considerar apenas 2 ou 3 características como principais da geração Y na empresa

pesquisada, seria injusto e errôneo, pois trata-se de uma geração que vem mais para agregar

do que dispersar nas empresas e, que essas características precisam estar bem mais alinhadas

com a cultura da empresa para que se transformem em resultados positivos e, para

perpetuação do negócio.

As organizações, principalmente, os profissionais de gestão de pessoas da empresa pesquisada

devem extrair ao máximo o que essa geração possui, para conseguir tornar o negócio

sustentável e adequado à realidade do mundo corporativo e, para criar e praticar mecanismos

efetivos para a atração e retenção dos talentos da geração Y. Vale salientar que, todas as gerações

contribuem a seu tempo e precisam umas das outras. Parafraseando Bono Vox (cantor e

músico irlandês da banda U2 e ativista), “toda geração tem a chance de mudar o mundo”.

Para finalizar, estrutura-se esse capítulo final em 2 subdivisões: 5.1 sugestões para empresa

pesquisada e 5.2 sugestões para estudos futuros.

5.1 Sugestões para a empresa pesquisada

A partir do objetivo geral e dos objetivos específicos elencados neste estudo, foram utilizados

dois instrumentos de coleta de dados: a análise de documentos e a entrevista semiestruturada,

como norteadores de todo o processo investigativo.

Para identificar as etapas de recrutamento e seleção existentes na empresa, foi analisado o

documento referente às etapas de recrutamento e seleção da Acumuladores Moura elaborado

pela área de gestão de pessoas. A documentação investigada permitiu estabelecer uma visão

geral do que é desenhado para que os processos de recrutamento e seleção cumpram as etapas

propostas, bem como, comparar as etapas com as entrevistas realizadas.

Verificou-se que o documento indica que algumas etapas descritas não foram citadas durante

as entrevistas pelos profissionais de gestão de pessoas, o quê como sugestão, as lideranças da

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101

área de gestão de pessoas poderia nivelar o conhecimento para verificar se todos que atuam

direta ou indiretamente com recrutamento e seleção tem acesso a esse fluxo.

Em relação a oportunidades e desafios percebidos pela geração Y, foi recorrente a temática

sobre liderança, como sugestão à área de gestão de pessoas pode elaborar uma política com

critérios para promoção e, caso já exista esse documento, desenhar um formato de

comunicação interna para conhecimento dos líderes da empresa e àqueles funcionários que se

candidatam ao cargo de liderança, bem como a cada módulo dos programas de liderança

existentes na empresa divulgar o que se espera dos futuros líderes da empresa e qual o papel

deles no tocante a auto-gestão da carreira e na formação de sucessores.

A segunda documentação examinada permitiu conhecer uma visão detalhada da CEM, que é

uma cartilha entregue aos funcionários, que contem a crença, missão, valores e princípios de

gestão da empresa. Questões contextuais foram apresentadas, com objetivo de identificar de

que forma a liderança e área de gestão de pessoas da empresa realiza para disseminar e

fortalecer a CEM.

Foi possível verificar que essa cartilha tem a prática por parte da liderança e da área de gestão,

e que o formato escolhido por eles para disseminar o conteúdo da cartilha, foi algo mais

lúdico e principalmente na prática (pelo exemplo), transformado as afirmativas em ações para

que todos da empresa, principalmente os que não têm cargo de liderança pudesse enxergar na

prática como o líder faz uso da CEM.

Como sugestão referente à cartilha da CEM, poderiam ser usados recursos tecnológicos para

constantes acesso a esse documento e criar formato lúdico também virtualmente para

aprendizado e disseminação da cultura da empresa por parte dos funcionários, principalmente,

os que pertencem à geração Y, pois são eles que vivem mais conectados com esses recursos, e

podem ser um meio de atingir ainda mais essa geração no tocante ao tema CEM, tais como:

aplicativo de celular, por exemplo- WhatsApp, redes sociais, jogos virtuais ou gamification.

5.2 Sugestões para estudos futuros

Por se tratar de estudo descritivo, realizada a pesquisa em uma empresa, esse tipo de estudo

não incorre em um ponto final nos resultados, uma vez que os dados podem ser analisados por

empresas de diferentes ramos de atuação e que podem ter localidades em outros estados além

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102

de Pernambuco. Para as possibilidades de continuidade de estudos sobre a geração Y, seguem

algumas sugestões:

- Propagar a pesquisa para outros estados, regiões onde existem unidades da organização;

- Avaliar a percepção de diretores e presidentes acerca da geração Y;

- Aplicar a proposição desta pesquisa em uma organização de um segmento diferente;

- Aplicar a pesquisa em quantitativos distribuídos igualmente por estado ou região;

- Preparar e validar com a empresa pesquisada a escolha dos sujeitos a serem entrevistados

podendo ser por indicação de outros sujeitos entrevistados previamente;

- Aplicar a proposição desta pesquisa a um fenômeno;

- Propor um estudo sobre a percepção da geração Y por parte de outras gerações, por exemplo

a geração X e Baby Boomers.

- Avaliar a possibilidade de realizar estudos sobre a geração Z na empresa.

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110

APÊNDICE A – Roteiro de entrevista

Faculdade Boa Viagem – DeVry

Pesquisa Mestrado Profissional em Gestão Empresarial

Prezada (o)

Este questionário faz parte da pesquisa da aluna Cristiane de Brito Leite Souza para obtenção

do certificado no mestrado profissional em gestão empresarial a FBV-Faculdade Boa

Viagem/Devry. Todas as informações contidas aqui serão de uso exclusivo para a pesquisa, e

portanto, sigilosas.

1. Cargo e setor que ocupa na empresa:

2. Unidade (local) em que atua:

3. Tempo na empresa

4. Tempo no cargo:

5. Idade:

6. Quais as características típicas que você acredita que possui para ter ingressado na

Acumuladores Moura?

7. Quais principais oportunidades que você almeja em relação à organização?

8. Quais principais desafios que você enxerga que possui na organização?

9. O que você considera ser o Jeito Moura? E o que você tem que se assemelha a isso?

10. Quais as características você acredita que a geração Y possui que se adequa ao Jeito

Moura?

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111

APÊNDICE B – Roteiro de entrevista a ser aplicado para funcionários da área de gestão de

pessoas.

Faculdade Boa Viagem – DeVry

Pesquisa Mestrado Profissional em Gestão Empresarial

Prezada (o)

Este questionário faz parte da pesquisa da aluna Cristiane de Brito Leite Souza para obtenção

do certificado no mestrado profissional em gestão empresarial a FBV-Faculdade Boa

Viagem/Devry. Todas as informações contidas aqui serão de uso exclusivo para a pesquisa, e

portanto, sigilosas.

1. Cargo que ocupa na empresa:

2. Unidade (local) em que atua:

3. Tempo na empresa:

4. Tempo no cargo:

5. Idade:

6. Quais as fontes usadas no recrutamento de candidatos na empresa que visam atrair a

geração Y?

7. Quais etapas são realizadas no processo seletivo para à escolha do profissional da geração

y?

8. O que você considera como relevante para o profissional da geração Y ser promovido para

o cargo de liderança no Grupo Moura?

9. O que você considera que um candidato da geração Y tem o Jeito Moura?

10. Qual o perfil que procuram da geração Y que consideram relevantes para a inserção na

Acumuladores Moura?

11. Quais oportunidades você enxerga que são oferecidas para os jovens da geração Y que

ingressam na Acumuladores Moura?

12. Quais desafios que a área de gestão de pessoas tem que lidar com a inserção da geração Y

na empresa?

13. Quais as principais ações a área de gestão de pessoas promove para fortalecer a Cultura

Empresarial Moura (CEM) com os jovens líderes da empresa?

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112

APÊNDICE C – Roteiro de entrevista a ser aplicado para funcionários que ocupam cargo de

liderança

Faculdade Boa Viagem – DeVry

Pesquisa Mestrado Profissional em Gestão Empresarial

Prezada (o)

Este questionário faz parte da pesquisa da aluna Cristiane de Brito Leite Souza para obtenção

do certificado no mestrado profissional em gestão empresarial a FBV-Faculdade Boa

Viagem/Devry. Todas as informações contidas aqui serão de uso exclusivo para a pesquisa,

portanto, sigilosas.

1. Cargo que ocupa na empresa:

2. Unidade (local) em que atua:

3. Tempo na empresa:

4. Tempo no cargo

5. Idade:

6. Quais as características típicas que você acredita que possui para ter sido promovido a

cargo de liderança (caso tenha ocorrido) na Moura?

7. Quais oportunidades você enxerga que são oferecidas para esses jovens da geração Y que

ingressam na Moura?

8. Quais principais desafios que os líderes têm com a inserção dos jovens da geração Y na

organização?

9. O que você considera ser o Jeito Moura? E o que você tem que se assemelha a isso?

10. Qual o perfil o líder da geração Y deve ter para a função?

11. De que forma você dissemina a cultura da empresa com a sua equipe de trabalho?

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113

APÊNDICE D – Termo de ciência e concordância

Prezada (o) participante,

A Universidade Boa Viagem, através do Curso de Mestrado Profissional em Gestão

Empresarial (MPGE) vem, por meio dos seus alunos, desenvolvendo diversas

pesquisas nas diversas áreas relacionadas às organizações.

Antecipadamente, agradeço a sua participação em querer contribuir com esta

pesquisa que tem como objetivo analisar características típicas que a geração Y

possui consideradas relevantes para inserção na empresa pesquisada.

A sua identificação não será necessária, as respostas serão mantidas em total sigilo,

sem quaisquer divulgações individuais para a empresa, outros participantes ou

terceiros, e os dados obtidos serão tratados de forma agregada (não individualizada).

A sua participação se dará por meio de uma entrevista telefônica com duração média

de 30 min, que servirá de base de dados para a elaboração da pesquisa.

As conclusões farão parte do trabalho final e, eventualmente, poderão ser

apresentadas em congressos ou em artigos acadêmicos.

Obrigada pela sua contribuição, que será de grande valor para a compreensão de

importantes acontecimentos nas organizações no momento atual.

Por gentileza, assine o documento dando amplo conhecimento da natureza e propósito do

estudo.

Nome: