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Tabalho Final de Graduação 2010 FEC Unicamp Memorial

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universidade estadual de campinas | unicampfaculdade de engenharia civil, arquitetura e urbanismo | fec

|re|integração social na favela de paraisópolismecanismos de inclusão da cidade informal

trabalho final de graduaçãoaluna eliane roberto ferreira_ra032399 | orientador prof dr paulo sérgio scarazzato

campinas, dezembro de 2010

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“Se houvesse uma única verdade não seria possível pintar cem telas com o mesmo tema.”Pablo Picasso

Imagem: Favela Paraisópolis atrás do muroacervo pessoal

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agradecimentos

Agradeço aos meus pais, Francisco e Gorete e, aos meus irmãos, Daniel e Elaine. Com os primeiros, aprendi a ser o que sou hoje. Ao lado dos se-gundos, pude pôr em prática tudo aquilo que aprendemos com os nossos pais.

Agradeço aos meus amigos, em especial, à turma 04, o tempo passou muito rápido ao lado de vocês. Cíntia e Ricardo, além da grande amizade, pelo desprendimento, mesmo estando no mesmo barco, o apoio de vocês sobrepujou todo o cansaço nesta quase insanidade; Raphael e Juliano por acredi-tarem em mim mais do que eu mesma; Giulia, Paula, Luciane e Mariela, pela amizade e companheirismo; Giovana Feres e Gabriela, por serem minhas quase irmãs, pelas risadas, lágrimas e companhia em todos os trabalhos que nos deixaram sem dormir ao longo destes sete anos.

A alguns professores, aqueles que incentivam, acreditam e nos inspiram a continuar estudando arquitetura e urbanismo. Em particular ao professor Paulo Sérgio Scarazzato, pelo apoio, acompanhamento e superação, por encarar o desafio de me ajudar a realizar um trabalho numa área tão diferente da sua e, ao professor Lauro Luiz Francisco, que com uma única conversa me mostrou que eu seria capaz de realizar este trabalho.

Aos meus primos Claudio e Ana Paula e a minha tia Maria José.

Ao meu amigo Flávio, o melhor amigo que pude ter na vida, eu sei que você estará sempre me iluminando, esteja onde estiver.

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dedicatória

Aos quase sete milhões de brasileiros moradores de favela.

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sumário

Abreviaturas - 8

Apresentação - 10 Resumo - 11 Estrutura do trabalho - 13 Urbanização de favelas - 14 1 - Introdução - 15

2 - Objetivos - 19

3- Considerações Gerais - 21 3.1 - Favelas no Brasil: Ocorrência e estabelecimento - 25 3.2 - Tipologias e Parâmetros de Intervenção em favelas - 32 3.2.1 - Favelas - 32 3.2.2 - Tipologias de intervenção em favelas - 32 3.3 - Programas de Intervenção em Favelas - 33 3.3.1 - Programa Favela Bairro - 35

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Imagem: imagens da favela Paraisópolis, 2010 acervo pessoal

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4 - São Paulo - 38 4.1 - Cidade de São Paulo: Considerações Gerais - 39 4.2 - Intervenções em favelas : Experiência na Cidade de São Paulo - 41 4.2.1 - Programas de urbanização no governo de Luiza Erundina - 41 4.2.2 - Programa Guarapiranga - 42 4.2.3 - Programa Cingapura - 44

5 - Local de Estudo - 45 5.1 - Favela do Paraisópolis - 46 5.2 - Os setores que formam Paraisópolis - 51 5.3 - Perfil dos moradores - 52 5.4 - Projetos de urbanização na Favela de Paraisópolis - 54 5.5 - A escolha do local: Paraisópolis - 56 5.6 - Área de intervenção e sítio escolhido - 63 5.7 - Legislação Vigente - 68

6 - Estratégias Projetuais - 71 6.1 - Escolha do local: Paraisópolis - 72 6.2 - Diagnóstico do tipo de favela que é Paraisópolis - 74 6.3 - Diagnóstico do perfil dos moradores - 74 6.4 - Intervenções urbanas - 79 6.5 - Sobre os projetos de intervenção - 83 6.5.1 - Habitação - 83 6.5.2 - Trabalhar os graus de urbanização para integrar - 84 6.5.3 - Transformação do problema em solução - 88

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6.6 - Creche - 906.7 - Posto de saúde - 906.8 - Consolidação do espaço informal: Centro de [re]integração social - 906.9 - Etapas de implantação - 93

7 - [re]Integração Social - 97

Parque Regina: mandiocal I - 101 Parque Regina: mandiocal II - 103Parque Regina: mandiocal III - 105Jardim Catanduva - 107Jardim Rebouças - 109Jardim Olinda - 111Vila Praia - 113Pullman II - 115Jardim Colombo - 117Porto Seguro - 118Convênios - 120Senais - 121Senac Santo Amaro - 122Novas rotas - 124Terminal João Dias - 128Terminal Capelinha - 129Programa de necessidades - 133Ficha técnica do projeto 139

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8 - Referências Projetuais - 141

8.1 - Book Hill - 1438.2 - Prags Boulevard - 1468.3 - Projeto urbano para o Córrego do Antonico - 1498.4 - Intervenção urbana: morro do Socó e Portal - 1528.5 - União de moradores e comércio de Paraisópolis - 155

9 - Referências Bibliográficas 157

10 - Anexos 161anexo I: plano diretor da subprefeitura do Campo Limpo - anexo II: processo de projeto -anexo III: vegetação para estabilização de taludes -anexo IV: levantamento planialtimétrico -

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abreviaturas

AEIS – Área de Especial Interesse SocialAPM – Área de Proteção de MananciaisBID – Banco Interamericano de Reconstrução e Desenvolvimento BNH – Banco Nacional de HabitaçãoCDHU – Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São PauloCEF – Caixa Econômica FederalCEPAM – Centro de Pesquisas de Administração MunicipalCHISAM – Coordenação de Habitação de Interesse SocialCMO – Conselho Municipal de Orçamento ParticipativoCODESCO – Companhia de Desenvolvimento de ComunidadesCOMUL – Comissão de Urbanização e LegalizaçãoCUT – Central Única dos TrabalhadoresFCP – Fundação Casa PopularFGTS – Fundo de Garantia por Tempo de ServiçoGRAPROAHAB – Grupo de Análise de Projetos HabitacionaisHABISP - Sistema de Informações para Habitação Social na Cidade de São PauloHBB – Habitar Brasil/BIDIBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e EstatísticaLABHAB – Laboratório de Habitação e Assentamento Humano da FAUSPMDDF – Movimento de Defesa dos Direitos dos Favelados

MPO – Ministério do Planejamento e OrçamentoOGU – Orçamento Geral da UniãoONG – Organização Não GovernamentalONU – Organização das Nações UnidasPAIH – Programa de Ação Imediata em HabitaçãoPAR – Programa de Arrendamento ResidencialPASS – Programa de Ação Social em SaneamentoPCRJ – Prefeitura da Cidade do Rio de JaneiroPIIS – Programa Integrado de Inclusão SocialPMSP – Prefeitura Municipal de São PauloPREZEIS – Programa de Regularização de ZEIS*PROFAVELA – Programa Municipal de Regularização de Favelas (Lei 3995/85)PROFILURB – Programa de Financiamento de Lotes UrbanizadosPRÓ-MORADIA – Programa de Atendimento HabitacionalPRÓ-MORAR – Programa de Erradicação de Sub-moradiaPRÓ-SANEAMENTO – Programa de Saneamento para População de Baixa RendaRMSP – Região Metropolitana de São PauloRMRJ – Região Metropolitana do Rio de Janeiro

____________________* ZEIS: Zonas Especiais de Interesse Social

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SEAC – Secretaria de Ação ComunitáriaSEHAB - Secretaria Municipal de HabitaçãoSEDU – Secretaria Especial de Desenvolvimento Urbano – Presidência da RepúblicaSEBRAE - Serviço Brasileiro de Apoio às micros e pequenas EmpresasSENAC - Serviço Nacional de Aprendizagem ComercialSENAI - Serviço Nacional de Aprendizagem IndústrialSERFHA – Serviço Especial de Recuperação das Favelas e Habitações Anti-higiênicas SFH – Sistema Financeiro de HabitaçãoSFI – Sistema Financeiro ImobiliárioSPTRANS - São Paulo Tranportes S AZC – Zona CentralidadesZCPp – Zona Centralidade Polar de Proteção AmbientalZCLp – Zona Centralidade Linear de Proteção AmbientalZEIS – Zonas Especiais de Interesse SocialZEPAM – Zonas Especiais de Proteção AmbientalZM – Zonas MistasZER – Zonas Exclusivamente Residenciais

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apresentação

"If humanity is to have a recognizable future, it cannot be by prolonging the past or the present ... social distribution and not growth would dominate the politics of the new millennium."HOBSBAWN, the age of extremes (1994)

Imagem: Favela ParaisópolisFonte: caderno urbanístico da PMSP

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resumo

O avanço da mecanização do campo e a demanda da mão-de-obra pelas indústrias resultou no êxodo populacional para os centros urbanos, pelo menos, metade da população mundial, hoje, vive nas cidades.

Cidades sem infra-estrutura capaz de acompanhar o crescimento populacional, com a quase ausência de políticas habitacionais e planejamento urbano ineficaz, a população de baixa renda é impelida a ocupar áreas ambientalmente frágeis, vivendo em condições de risco e degradação.

Para desenvolvimento deste trabalho foi escolhida como estudo de caso a favela Paraisópolis, segunda maior da cidade de São Paulo. A proposta consiste em uma intervenção urbana pautada em uma linha condutora dividida em três hierarquias: condicionantes do projeto, onde foi feito o reconheci-mento das restrições físicas e legais do lugar; deficiências, onde são elencados os maiores problemas e, por último, o levantamento das potencialidades urbanísticas locais, aquelas que podem ser incorporadas ao projeto . Em seguida, já estabelecidas as intervenções necessárias, a proposta é dividida em etapas de implantação, reconhecendo a inviabilidade de se fazer todas as intervenções concomitantemente e, a medida que a intervenção se sucede, se irradia pela comunidade como um processo de produção do espaço*.

O projeto está inserido nas diretrizes dos planos de urbanização de favelas, estabelecidos pela Prefeitura Municipal da cidade de São Paulo, o qual “busca oferecer aos moradores das comunidades carentes o direito à cidade, trabalhando em prol das funções sociais e do bem-estar da população”.

A tática de intervenção estabelece-se na oferta de um programa que contemple os equipamentos de que a comunidade é mais carente, inseridos no setor mais degradado, conferindo uma nova centralidade local, a seguir a irradiação desse programa por todo o assentamento, aumentando o alcance da população atendida até extrapolar os limites da comunidade, permitindo a integração com o bairro.

_____________________* Ver Maricato (2009).

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Para viabilizar a proposta, inicialmente é feita a remoção das moradias sob condições de alto risco de desabamento e risco de inundação e implan-tação de um parque linear nas imediações do córrego do Grotão; redesenho do viário, através da abertura de novas ruas possibilitando o acesso veicular e peatonal em áreas onde o acesso praticamente inexiste, além disso, a reorganização das vias que muito estreitas são incapazes de receber o fluxo de mão dupla. Considerando que o espaço público formal do local estabelece-se, principalmente, através das vias de acesso e passeio, propõe-se o trabalho nas calçadas através de sua criação onde ela inexiste, aumento de suas dimensões quando possível, implantação de mobiliário urbano, conferindo a es-ses espaços uma nova identidade e através do tratamento diferenciado, hierarquias entre as ruas que estabelecerão conexões entre os novos edifícios implantados. É sugerida a construção de edifícios educacionais, uma unidade básica de saúde, plataforma de embarque e desembarque, áreas de lazer e unidades habitacionais.

A metodologia de projeto foi desenvolvida através de estudos sobre a crise habitacional, instalação e consolidação das favelas no Brasil, as tipo-logias e parâmetros de intervenção pública, com enfoque na cidade de São Paulo; análise do crescimento da favela Paraisópolis, além das visitas de campo na favela e no seu entorno para entendimento do lugar, das relações com os bairros vizinhos e levantamento das necessidades mais latentes. Em seguida, estabelecido um programa de necessidades fundamentado nesses levantamentos e, por último, o desenvolvimento de uma proposta urbana que busca o crescimento local, a inclusão social e a inserção da favela, como área permeável e participativa no contexto urbano.

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estrutura do trabalho

ver gráfico - pag 13 - pasta avulsos

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novos assentamentos = mais áreas degradadas

crescimentocrescimento erradicação | reurbanização

favelas

o que é urbanização de favelas?áreas informalmente assentadas são gradualmente melhoradas, formalizadas e incorporadas à cidade | dotar comunidades precárias de infra-estrutura básica, equipamentos públicos e áreas de lazer “construir a cidade onde já existe habitação”

porque urbanizar favelas?

para quem urbanizar favelas?Segundo o IBGE são aproximadamente 6,5 milhões de favelados no Brasil ou 51 milhões de pessoas distribuídas em assentamentos irregulares | 3 milhões de pessoas morando em favelas na cidade de São Paulo | as favelas surgem como alternativa àqueles que não têm condições de pagar pela moradia | sem perspectiva de emprego formal e de outras oportunidades

para integrar a favela à cidade através de infra-estrutura, serviços, equipamentos públicos e políticas sociais, de desenvolvimento e planejamento urbano | estender o acesso à terra e cidadania à todos | complementar e oferecer condições ambientais

a construção das habitações não acompanhou o ritmo acelerado de urbanização das cidades

miséria e degradação | teorias e métodos em defasagem diante do constante crescimento

urbanizar favelassolução mais eficaz

transporte

mobiliário e u p m nq i a e to acessibilidade dança

ginástica

habitação

energia

inclusão

biblioteca

sustentabilidade restaurante ciclovia hortas lazer infra-estrutura lixo

saúde música

educação

redes regularização fundiária

profissionalizar

iluminação

cinema e teatro

lazer

lazer

malha viária área de riscovegetação de contenção

agravante do problema

ruas

participação popular

serviços trabalho com água

utilização dos vazios

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processo de produção do espaço

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introdução

“A arquitetura não pode ambicionar soluções que excedam o âmbito dos seus problemas, mas já no seu âmbito a responsabili-dade do arquiteto se não esgotada na correta execução do trabalho atinge a corresponsabilidade na iniciativa política ou social de que aquela faz parte.” (PORTAS, 1964)

1Imagem: Peteca, 2003 Bronze75 x 13 x 23,5 cmSandra Guinle

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introdução

“As grandes cidades dos países em desenvolvimento enfrentam um desafio pro-porcional ao seu tamanho: oferecer condições dignas de moradia e serviços a milhões de pessoas que vivem em favelas e áreas degradadas. Para isso, é necessária a intervenção decidida do Estado na oferta de políticas públicas eficazes na alocação dos recursos e capazes de articular as comunidades beneficiadas em consensos que permitam a superação definitiva da situação de precariedade.”Prefeitura da Cidade de São Paulo (2008)

É necessária a intervenção estatal e federal para que a questão habitacio-nal e das favelas possa ser solucionada, uma vez que essa problemática está relacionada a uma série de fatores, tais como: políticas ambientais, de transporte e de emprego. Essas discussões serão resolvidas através de subsídios para população de baixa renda, estabelecimento de uma gestão urbana inclusiva, programas comple-mentares de produção de novas moradias.

Este trabalho parte do princípio de que a cidade é construída através do enten-dimento e convivência das diferenças; da busca da inclusão social; do envolvimento integrado dos governos, das instituições e da sociedade, movendo não apenas as barreiras físicas mas, especialmente as ideológicas.

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Na década de 1990 o tema da inclusão social entrou de fato na agenda pública nacional e é nesse momento que os projetos de intervenção nas favelas ganham grande importância, principalmente aqueles que valorizam as soluções integradas. Todavia, as reflexões sobre a construção da identidade de ex-clusão e inclusão são bem mais antigas.

Em 1830, por exemplo, tanto para Marx como para Hegel o heterogêneo podia ser aceito como uma marginalidade contingente, na medida em que não assumisse dimensões excessivas. Se não ultrapassasse as dimensões, a história pareceria dominada por essa lógica interna unificada; o que começou a ocorrer, no entanto na Europa, foi que os elementos residuais1 começaram a tomar dimensões alarmantes. Até então a visão tradicional da sociedade euro-péia era a de uma unidade dentro da qual cada setor representava uma função específica e, aqueles que estavam fora de toda classificação. Essa visão pode ser comparada nos dias de hoje com a reação e relação que existe entre a cidade formal e a cidade informal. Para o marxismo clássico a homogeneidade era resultado do desaparecimento da heterogeneidade.2 Atualmente essa situação pode ser revertida, isto é, o multiculturalismo pode ser o avanço rumo a uma sociedade mais democrática, “na medida em que esses pontos individuais de ruptura possibilitem um novo discurso emancipatório”.(DENALDI, 2003)

A discussão da produção habitacional para promover urbanização traz em seu cerne a questão do custo da habitação e da renda populacional; de um lado existe a produção de habitação para um segmento da população que não tem renda suficiente para pagar o financiamento; de outro, a ‘permissão’ que as favelas se consolidem, implicando na ausência de moradia adequada, na falta de promoção de integração da favela ao bairro.

DANIEL (2001) afirma que “o fenômeno tem caráter estrutural e seria equivocado imaginar que um programa de inclusão social local, por mais sólido que fosse, pudesse debelar, no interior das fronteiras de um município isolado, um processo de exclusão social que, além de fruto de uma herança histórica - agravada no período recente, possui raízes que vão além das fronteiras locais. No entanto, tal argumento jamais poderá servir de pretexto para a falta de ação.”

As intervenções não podem se ater apenas aos limites da área ocupada pela favela; quando há incitação aos projetos que consideram a favela e o seu entorno é desencadeado um processo de recuperação urbanística-ambiental e, a perspectiva de integração da favela com a cidade reforça o conhecimento do direito mais amplo à cidade e busca soluções que respondam simultaneamente aos problemas ambientais e urbanos.3

____________________1 Antes dos fenômenos da transição ao industrialismo o termo proletariado era empregado para designar os pobres ‘espetáculo passivo da pobreza’. Após o surto industrial, Marx faz uma espécie de divisão entre o proletariado industrial e o lumpen-proletariado, aqueles que não tinham um trabalho definido, vivendo na escória da sociedade. A partir disso, Marx começa a defrontar-se com o problema da marginalização daquilo que está fora das relações de produção.

2 Esse debate é feito por AMARAL, 2006.3 Ver MARICATO (2001) e BONDUKI (2000).

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Figura 1: Gravura de Gustave Doré: Bairro pobre na Inglaterra em 1872

Fonte: BENEVOLO, 1999

Figura 2: Cortiço em São Paulo na década de 70

Fonte: www.cetesp.org.br - acesso em abril/2010.

Figura 3: Favela de Paraisópolis 2002

Fonte: www.prefeitura.sp.gov.br - acesso em abril/2010.

1 2 3

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objetivos

“ Tal como é, tal o homem organiza o seu espaço; a um indivíduo e a uma sociedade em equilíbrio correspondem a um espaço harmônico; a um indivíduo e a uma sociedade em desequilíbrio corresponde a desarmonia do espaço organizado. A forma criada pelo homem é prolongamento dele - com as suas qualidades e com o seus defeitos.” (TÁVORA, 1996)

Imagem: Telefone de Lata, 2003 Bronze75 x 13 x 23,5 cmSandra Guinle 2

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objetivos

O objetivo geral deste Trabalho Final de Graduação é o desenvolvimento de uma proposta urbana para a Favela de Paraisópolis na cidade de São Paulo.

As cidades não tiveram infra-estrutura capaz de acompanhar o crescimento po-pulacional, resultando em segregação, incongruência e dualidade, embora essas situ-ações coexistentes sejam conscientes de sua dependência, uma é estranha à outra. Partindo dessa observação, busca-se refletir a construção da cidade através da con-vivência das diferenças e por intermédio de um viés de inclusão social, vislumbra-se a possibilidade de se estimular a reflexão sobre o papel da educação, da cultura e da cidadania como promotoras de dignidade a uma classe excluída da sociedade.

Considerando as três áreas supracitadas, esse trabalho tem como objetivo es-pecífico a consolidação do espaço informal propondo tratamento das áreas de risco, implantação de habitação, áreas de convívio e equipamentos, além da busca por ex-trapolar os limites da comunidade, ou seja, a interligação da favela e conexão da mesma com a cidade.

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considerações gerais

3 “ A invasão das ruas e dos arredores no exterior da casa tornou esse exterior habitável e próprio ao uso e à estadia do homem. Observamos para breve a concretização do fenômeno: A cidade é toda ela a casa do homem. (...) O mundo será todo ele a casa do homem.” (CARVALHO, 1938)

Imagem: Sombrinha, 2003 Bronze75 x 13 x 23,5 cmSandra Guinle

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considerações gerais

A demanda da mão-de-obra pelas indústrias e o avanço da mecanização do campo resultou no êxodo das pessoas para os centros urbanos, a- tualmente a população mundial é de 6,5 bilhões de habitantes e metade desse contingente vive nas cidades4. Cidades que não têm infra-estrutura capaz deacompanhar esse crescimento, sem políticas públicas adequadas ao atendimento de todos, com um mercado imobiliário inacessível por uma população cuja renda familiar é muito baixa. Resultando em miséria e degradação, em teorias e métodos, medidas que parecem sempre estar em defasagem diante do constante crescimento.

Não obstante, a sociedade diferenciada e cada vez mais individualizada não mantém coesa a democracia. Com os avanços tecnológicos na comunicação e na informação ela passou a ser global e concomitantemente, fragmentada, e sob essa ótica assistimos a uma cidade contraditória “(...) uma paisagem cheia de disparates e incongruências, formada por arranhacéus ‘inteligentes’ implantados em avenidas sem esgoto, barracos com antenas parabólicas, malabaristas diante de carros blindados (...)” (ARANTES e FIX, 2008)5.

A pobreza está intrinsecamente ligada à riqueza, a maior prova disso é a existência do maior número de assentamentos informais nas cidades maisricas6. As favelas surgem como alternativa àqueles que não têm condições de pagar pela moradia, que não têm perspectiva de emprego formal ou de oportuni-dades, seguindo a ordem da especulação imobiliária, delineando assim, as formas das cidades de hoje. Segundo Koolhaas (2006), “a cidade contemporânea, aquela que é constituída por essas periferias, deveria gerar uma espécie de manifesto, uma homenagem prematura a uma forma de modernidade que, con-frontada com as cidades do passado, talvez parecesse desprovida de qualidades, mas na qual um dia haveremos de reconhecer ao mesmo tempo vantagens e desvantagens.”

Através da consolidação do regime de exclusão permanente a cidade passa a ser redefinida, ela é truncada, desigual e injusta. Enquanto observamos que para a construção de uma ponte com o intuito de desafogar o trânsito ou para conferir à cidade um novo cartão postal centenas de famílias são flageladas7, configurando o caráter dualista da cidade, embora as situações coexistentes sejam conscientes de sua dependência, uma é estranha à outra.8

____________________4 Fonte: DAVIS, 1998.5 Pedro Arantes e Mariana Fix: São Paulo: metrópole ornitorrinco, 2008.6 Das 3000 favelas existentes no Brasil, cerca de 1600 estão localizadas na cidade de São Paulo. Dados da PMSP (2008).7 Ponte Estaiada Otávio Frias de Oliveira: As famílias que ainda residiam nas adjacencias da ponte foram removidas recentemente.8 VIGLIECCA (2006), sobre o projeto de urbanização da favela de Paraisópolis. Fonte: www.vitruvius.com.br - acesso em maio/2010.

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4

5

Figura 4: População urbana vivendo em favelasDados: UN-Habitat - consulta em abril/2010.Fonte: acervo pessoal

de 0 - 20%

de 20 - 40%

de 40 - 50%

de 50 - 60%

de 60 - 70%

de 70 - 80%

de 80 - 90%

de 90 - 100%

sem informação

Figura 5: Representação das 30 maiores favelas do MundoDados: Davis, 1998Fonte: acervo pessoal

4.02.51.51.00.6

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Figura 6: Favelas no Brasil, destaque para a região metropolitana da cidade de São PauloDados: IBGE e EMBLASAFonte: acervo pessoal

6

Brasil - 183 milhões de habitantes;6,5 milhões de faveladosou 51 milhões de pessoas distribuí-das em assentamentos irregulares

Estado de São Paulo -41,4 milhões de habitantes34% do PIB nacional

Região Metropolitana de São Paulo -19,8 milhões de habitantes9% do PIB nacional

Cidade de São Paulo -10.9 milhões de habitantes;mais de 3 milhões morando em favelas;1567 favelas;1152 loteamentos irregulares;1885 cortiços;

Paraisópolis -2°maior favela de São Paulo;60 mil moradores residindo em aproximadamente 20 mil casas;

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3.1 - Favelas no Brasil: Ocorrência e Estabelecimento Através da especulação financeira e imobiliária a moradia virou um bem de consumo. Como no Brasil existe a obrigatoriedade de comprar ou alugar a casa, uma vez que o Estado não desenvolve uma solução à questão habita-cional, as favelas, cortiços e assentamentos irregulares se tornaram o meio para aqueles, incapazes de acessar o mercado imobiliário formal, de ingres-sar à moradia.

O mercado formal de habitação é incapaz de atender à demanda po-pulacional, cuja renda familiar é incompatível com os valores dos terrenos oferecidos e a oferta de terrenos, a preços e localizações conciliáveis devido ao nível de exigência das normas urbanísticas vigentes, é escassa. Existe, ainda, a imposição de padrões de infra-estrutura e serviços que encarecem os terrenos, levando ainda mais a população de baixa renda para as áreas mais informais da cidade; essa população menos favorecida não encontra alternativa a não ser ocupar terras de baixo interesse comercial ou então de uso restrito pela legislação urbana. A ocupação dessas áreas coloca em risco a integridade física dos moradores e causa danos ambientais comprome-tendo a qualidade de vida na cidade como um todo.

A ocupação de áreas sujeitas a restrições ambientais, de risco com declives, áreas próximas a aterros sanitários, sujeitas a inundações, solos contaminados, além da ocupação irregular de terrenos destinados a obras públicas, ainda não executadas, resulta em assentamentos informais concentrando uma grande quantidade de problemas sociais vinculados às condições de insalubridade decorrente da ausência de infra-estrutura básica,

que se acentuam diante da vulnerabilidade dos grupos que ai vive. “Esses grupos são caracterizados geralmente por informalidade no emprego, aban-dono e evasão escolar, gravidez precoce, violência doméstica, tráfico de dro-gas, etc.” (DENALDI, 2003)

O mercado residencial legal não atende a maioria da popula-ção brasileira.9 Pela falta de alternativas habitacionais para a popu-lação menos favorecida, cuja renda familiar não ultrapassa três salári-os mínimos,10 a ‘cidade ilegal’ assume proporções sempre crescentes. Numa cidade como São Paulo, por exemplo, que tem 10,9 milhões de habitantes, existem 1567 favelas, 1060 loteamentos irregulares, 523 conjuntos habitacionais, 236 núcleos urbanizados e 1698 cortiços.11

Segundo MARICATO (2001) a ‘favelização’ das cidades está rela-cionada com as características excludentes do mercado imobiliário for-mal e com a ‘urbanização desigual’ da metrópole, relacionada com as características históricas do desenvolvimento do capitalismo nos países periféricos, identificadas como ‘desenvolvimento desigual combinado’.

O Estado de países como o Brasil, que não conseguiu incorporar e operacionalizar os fundamentos básicos de uma “economia política da so-cial-democracia”12 , assistiu ao crescimento da ‘cidade ilegal’ sem intervir com

____________________9 MARICATO (2001) afirma que “o mercado residencial privado legal é restrito a uma parcela da população que em algumas cidades não ultrapassa 30%”.10 Dados da PMSP (2008).11 Dados da PMSP: Urbanização de Favelas (2008).12 OLIVEIRA (1998) apud DENALDI (2003), caracteriza a economia política da social-de-mocracia como papel estratégico do chamado fundo público, que cria um padrão de financia-mento voltado para a reprodução dos custos da força do trabalho.

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uma política habitacional que atendesse à população excluída, o modelo brasileiro consistiu em “chegar aos mesmos limites superiores do capitalismo desenvolvido, sem ter atingido seus patamares mínimos” (OLIVEIRA, 1998 apud DENALDI, 2003). De acordo com DENALDI (2003) a política habitacional entrou como elemento residual e marginal na elaboração de uma estratégia geral de de-senvolvimento para o país, assim o crescimento das favelas é, portanto, resultado também da ausência e conivência do Estado. “Ou é preciso, de qualquer modo que esse modo absurdo de proceder tenha um fim, ou a sim-patia pública (!) deve despertar para o que podemos chamar sem exagero de um dever nacional. Trata-se de dar um abrigo a pessoas que não podem consegui-lo por falta de capital, mas que não deixam de remunerar seus pro-prietários mediante pagamentos periódicos.” 13

Após a consolidação das favelas com ou sem intervenção, como es-paços permanentes de moradias, a urbanização passou a ser o tipo de in-tervenção mais praticado. No início da década de 1980 as políticas de urbanização de favelas começam a ser institucionalizadas como parte in-tegrante da política municipal de habitação, promovendo em algum grau a melhoria das condições de habitabilidade da população. Todavia os resulta-dos não são os mais satisfatórios, uma vez que, as favelas se adensam e

____________________13 MARX (1866) sobre a superpopulação de operários expulsos pela demolição de suas antigas moradas serve como referência aos debates atuais. Em países periféricos os gastos com a moradia não foram incorporados aos salários pagos pela indústria e nem assumidos pelo Estado.

se consolidam, os barracos são substituídos por construções de alvenaria e com a provisão, em alguma medida, de saneamento e infra-estrutura, mui-tas vezes estabelecidos sem o equacionamento dos problemas ambientais.

No Brasil a política habitacional pode ser dividida em três períodos: o primeiro período indo do início do século passado até a implantação do BNH; o segundo, período de existência do BNH (1964 a 1986); e o terceiro, o período pós-BNH.14

O crescimento das cidades nacionais foi concomitante ao crescimen-to de habitações precárias, cortiços, favelas, loteamentos periféricos, que surgiram como alternativas habitacionais para a população mais carente, “‘naufrágos da competitividade’ mundial”15, historicamente excluída do mer-cado imobiliário formal.

Na cidade imperial os escravos ou trabalhadores livres moravam nos locais de trabalho e não tinham moradia própria, dessa forma a propriedade imobiliária era pouco valorizada. Com o advento do trabalho livre, assegurou-se que a propriedade fosse transformada em mercadoria e a atividade imo-biliária regulamentada.

____________________14 DENALDI (2003) divide a política habitacional nos três períodos supracitados.15 De acordo com ARANTES (1998), só no Brasil, 70% da população pobre reside nas cidades.

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Ademais, pode-se interligar a esse acontecimento a proibição do tráfico de escravos e conseqüente abolição, e acentuação do quadro devido a imi-gração estrangeira. Os trabalhadores livres, afastados da possibilidade de tornarem-se proprietários de terra, são levados a ocupar morros e várzeas e a habitar cortiços.

BONDUKI (1998) aponta que a intervenção estatal da Primeira Repúbli-ca se deu através do controle sanitário das habitações, do estabelecimento de legislação urbanística e da participação direta na execução de obras de saneamento. Para eliminar os problemas habitacionais foram decretadas medidas legais de controle e eliminação de cortiços. No Rio de Janeiro foi proibida a construção de novos cortiços sem licença da Câmara Municipal da cidade. Em São Paulo, posturas semelhantes foram adotadas, primei-ramente mediante a determinação de padrões para sua construção e mais tarde mediante a proibição de sua construção.

No início do século XX, com as intervenções sanitárias e conseqüen-tes demolições de cortiços temos a expulsão da população de áreas cen-trais. As favelas surgem como alternativa à população menos favorecida, embora haja indícios de seu surgimento ainda no século XIX.16 A partir de então foram muitas as ações governamentais para eliminar e inibir a con-strução de novas favelas; criação dos ‘Parques Proletários Provisórios’ para abrigar famílias removidas de núcleos de favelas, Fundação da Casa Popu-lar, BNH e os programas mais atuais como os de Urbanização de Favelas.

____________________16 TASHNER (1997) apud DENALDI (2003): Segundo as autoras, no Rio de Janeiro registra-se que uma das grandes favelas teria surgido em 1897, quando soldados vindos da guerra de Canudos ocuparam um morro da região portuária, ‘Morro da Favela’, onde construíram moradias precárias.

Figura 7: Plano de remodelação urbana da cidade do Rio de Janeiro. Alfred Agache , 1920.Fonte: www. urbanidades.arq.br - consulta em abril/2010.

Figura 8: Plano Policromático, destinava-se à reformulação das linhas do urbanismo da cidade do Rio de Janeiro, programando-se para o crescimento da cidade. Constantino Dioxiadis, 1965.Fonte: www.urbanidades.arq.br - acesso em abril/2010.

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Esquema sintetizando o processo de periferização das metrópoles.Fonte: Dados do IBGE: www.ibge.gov.br - consulta em abril/2010.

Expansão das favelas no Brasil

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Esquema sintetizando a forma como ocorre o surgimento e ocupação de uma favela. Fonte: Dados do IBGE: www.ibge.gov.br - consulta em abril/2010.

Expansão das favelas no Brasil

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Figura 9: Estrutura urbana no Brasil em 1940 e 1960. Migração e pontos urbanos.Fonte: Architectes des favelas (1981).

Figura 10: Favelas no Rio de Janeiro em 1940 e 1960. Fonte: Architectes des favelas (1981).

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Figura 11: Favela do Morro dos Cabritos, Rio de Janeiro em processo de expansão em 1980.Fonte: www.arcoweb.com.br - consulta em abril/2010.

Figura 12: Favela de Paraisópolis. Pontos de estabelecimento e expansão, anos 90.Fonte: www.arcoweb.com.br - consulta em abril/2010.

Expansão das favelas no Brasil

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Figura 13: Ilustração de como ocorre a formação da favela.Fonte: acervo pessoal

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3.2 – Tipologias e parâmetros de intervenção em favelas

3.2.1 - Favela

“As definições de favela traduzem duas de suas principais ca-racterísticas: a ilegalidade fundiária e urbanística.” (DENALDI, 2003). O IBGE (2000) conceituou favela como: “Conjunto constituído por no mínimo 50 domicílios, ocupando ou tendo ocupado, até o período recente, terrenos de propriedade alheia (pública ou particular) dispostos, em geral, de forma desordenada, densa e carente, em sua maioria de serviços públicos essenciais. O que caracteriza um aglomerado subnormal é a ocupação des-ordenada e que, quando da sua implantação, não houvesse posse da terra ou título da propriedade.”

O fenômeno favela é metropolitano. No Brasil aproximadamente 78% dos domicílios em favela estão localizados em nove regiões metropolitanas.No estado de São Paulo, por exemplo, quase 76% desses domicílios estão na RMSP e no Rio de Janeiro, cerca de 92% na RMRJ. 17

O crescimento das favelas além de associado aos processos de mi-gração está intrinsecamente ligado ao processo de surgimento de outras favelas, seja como extensão física das existentes ou principalmente adensa-mento delas. Ademais os municípios periféricos vêm crescendo e com isso o incremento populacional das metrópoles.

_____________________17 Dados TASHNER (1999) apud DENALDI (2003).

Com esse crescimento observa-se que o estereótipo da favela como invasão repentina e gradual com autoconstrução de moradias com materiais provisórios como madeira e habitada pelos menos favorecidos dá lugar para adensamentos que se verticalizam e passam a ser construídos de alvenaria, além da diversidade social. A condição de vida nas favelas melhorou devi-do ao aumento de cobertura dos serviços públicos. Todavia as favelas são heterogêneas social e espacialmente e não é apenas nela que residem os indivíduos mais humildes. “O que deve ser lembrado é que a favela é local de moradia também de proporção – embora pequena – da classe média e da pequena burguesia. Assim habitam nela alguns setores não tão pobres” (TASHNER, 2001 apud DENALDI, 2003). Dessa forma, observa-se na favela espaços diferenciados e ocupados por pessoas de diferentes rendas. Diante desse quadro podemos, ainda, citar a existência de um mercado imobiliário informal. 18

3.2.2 – Tipologias de intervenção em favela

São três tipos de intervenção estatal em favelas: erradicação, reur-banização e urbanização.

Erradicação: A erradicação (remoção ou desfavelamento) foi ‘aban-donada’ na década de 80. Tal prática é usada pelo governo apenas quando não é possível consolidar a favela, isto é, quando a favela localiza-se em áreas com rede de alta tensão ou aterros, todavia a erradicação também é praticada quando há interesse do mercado imobiliário, como no complexo de favelas Águas Espraiadas em 2001.

____________________18 Em visitas realizadas na Favela de Paraisópolis foram observados anúncios de vendas e alugueis de casas dentro da comunidade caracterizando o mercado imobiliário informal.

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Reurbanização: A reurbanização tem como prática a demolição das moradias (na maioria das vezes barracos) e reparcelamento da área ocu-pada e a reconstrução de novas moradias. No entanto, nem sempre es-ses projetos de reurbanização realizam as intervenções necessárias naexecução de saneamento e serviços. Mas apenas as que interessam às mo-radias propostas. Todavia, a escolha desse partido não significa que existe a não aceitação da favela, mas depende de outras condicionantes como econômicas, sociais, de adensamento ou até de segurança.

Urbanização: A urbanização pode denominar um conjunto de interven-ções pontuais para melhorar as condições de saneamento e acessibilidade das favelas, projetos que a integrem com o bairro, de recuperação ambien-tal, complementação da urbanização de áreas mais amplas ou, ainda, ao que se insere no âmbito de estratégias mais amplas de combate à exclusão social.

Existem dois tipos de urbanização: programas de regularização de pro-priedade e programas integrados de melhoramentos de bairro. Os progra-mas de regularização estão voltados para a regularização da propriedade da terra nos assentamentos informais, além de promover a melhoria da infra-estrutura urbana e da moradia. Os programas de melhoramento de bairros combinam a melhoria da infra-estrutura dos assentamentos informais com a prestação de serviços sociais por meio de ação integrada e multissetorial. O programa de melhoramento de bairros é recomendado como uma das estra-tégias de superação da pobreza urbana, uma vez que busca além da melho-ria habitacional a solução integrada às múltiplas carências enfrentadas pelos pobres” (BRAKARZ, 2002).

Segundo DENALDI (2003), pode-se identificar três padrões de quali-

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dade de urbanização (padrão urbanístico):- padrão mínimo de urbanização: implantação de redes de água e de esgoto, drenagem e eletrificação, com soluções de coleta de lixo e melhoria da aces-sibilidade, além de recuperação das áreas de risco; - padrão intermediário de urbanização: somado à iluminação de situações de risco e à implantação de infra-estrutura a provisão de equipamentos urbanos (praças, centro comunitário, escola, creche), a readequação do viário e inter-venção no entorno, quando necessário, buscando solucionar questões ambi-entais ou deficiências de estrutura urbana;

- padrão alto de urbanização: soma-se à adequação da densidade com definição de parcelamento dos lotes, a eliminação de situações de insalubri-dade e insegurança das moradias, a readequação do viário para permitir aces-sibilidade a todas as moradias, adotando o padrão de vias com largura superior a dois metros, ou vias de pedestre que distem menos de 60 metros de uma via de veículos, e a promoção da regularização fundiária. 3.3 - Programas de Urbanização de Favelas

A problemática habitacional no Brasil sempre padeceu da falta de definição de uma política nacional de habitação e serviços que pudesse ameni-zar os efeitos do processo de urbanização, a partir dos anos 50. Nas décadas de 60 e 70 as estratégias apresentam-se de forma ambígua, ou seja, convivem juntas a CODESCO e a CHISAM, a primeira com o intuito de urbanizar as fave-las e a segunda voltada para a sua remoção, assim, as políticas de erradicação são concomitantes às intervenções pontuais. O Sistema Financeiro de Hab-itação (SFH), de 1964 não correspondeu às necessidades, cada vez maiores, das populações de baixa renda.

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No início da década de 1980, Recife e Belo Horizonte, foram pioneiras no estabelecimento de legislação municipal visando promover a urbanização e a regularização de favelas, com ênfase na regularização da posse de terra. Es-sas legislações de parcelamento e uso do solo passam a reconhecer a existên-cia das favelas e a prever sua consolidação mediante a adoção de padrões urbanísticos diferenciados dos aplicados à cidade formal. Diante disso foi cri-ada a CDRU (Concessão de Direito Real de Uso) e o Usocapião coletivo. Em 1983, em Belo Horizonte foi instituído o PROFAVELA (Programa Municipal de Regularização de Favelas) logo após foram instituídas as ZEIS (Zonas Espe-ciais de Interesse Social) e o PREZEIS (Plano de Regularização das ZEIS). No mesmo período no Rio de Janeiro surgiu o ‘Projeto Rio’ para promover a urbanização das favelas da área da Maré. Com a crise de 1980 que culmi-nou no fim do BNH (1986), houve a paralisação dos programas habitacionais existentes, agravando ainda mais a situação daqueles que eram incapazes de acessar os sistemas do mercado imobiliário. A política adotada pelo SFH/BNH tinha como foco central a construção de grandes conjuntos habitacio-nais localizados, em geral, em áreas distantes da área central todavia trazia consigo a idéia da casa própria. Com essa ideologia, esperava-se alcançar a ‘ordem’ e a ‘estabilidade social’ e a favela passa a ser tratada como o déficit de moradia (foco de subversão ao regime). 19

Paralelamente ao modelo oficial, surgiram outros programas como o PROFILURB e PROMORAR, instituídos para atender a popu-lação de menor renda, o primeiro viabilizando a criação de lotes ur-banizados e o segundo como o primeiro programa habitacional promo-vido pelo Governo Federal que admitiu consolidar a ocupação (favela);

____________________19 Fonte: DENALDI (2003), a autora cita sobre o SFH e BNH autores como ANDRADE e AZEVEDO (1982), BOLAFFI (1977), CASTRO (1999).

o programa viabilizava a manutenção da população no local, mediante fi-nanciamento para substituição do barraco por casas de alvenaria e para a execução de intra-estrutura urbana. Esses programas não alcançaram re-sultados expressivos mas começaram a ser implantados no Rio de Janeiro onde o problema das favelas aparecia com maior destaque.

Segundo MARICATO (2001), esses programas não consideraram a escala e os números relativos à demanda. O SFH ampliou a provisão de habitação no Brasil, mas não atingiu expressivamente os setores de baixa renda e o BNH não conseguiu atingir a população de renda mais baixa. Quase metade das unidades financiadas foi destinada aos setores de classe média.

O governo do Estado de São Paulo com apoio do PMSP, no final da década de 1980, buscou apoio do Banco Mundial para implantar um pro-grama cujo objetivo central era o saneamento ambiental da bacia hidrográ-fica do Guarapiranga e esse pode ser considerado o primeiro programa de urbanização de favelas em larga escala na cidade de São Paulo, servindo como modelo para os programas estabelecidos subseqüentemente.

Na década de 1990, cresceu o número de favelas e de governos municipais que passaram a desenvolver programas de urbanização e regularização. No entanto, “os fundos sociais dependem dos ciclos macroeconômicos para garantir o fluxo estável. Com o colapso do cres-cimento da economia formal, acentuou-se a fragilidade do pa-drão de financiamento das políticas sociais.” (PMSP, 2008)

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Em 1996 foi criado o programa ‘Pós-Urbanização’, objetivando integrar ao bairro os núcleos de favela, urbanizados ou em processo de urbanização; tais decisões representaram marcos históricos para a afirmação de novos conceitos que hoje constituem a base para a elaboração das políticas públicas.A partir de então, estabeleceu-se o conceito de urbanização de favelas como parte estrutural componente das políticas habitacionais utilizadas em grande parte das cidades. No mesmo ano aconteceu a Segunda Conferência das Nações Unidas sobre Assentamentos Humanos – Habitat II em Istambul, Turquia, onde foi consolidado um plano internacional de ações centrado na busca do desenvolvimento social e da erradicação da pobreza.

3.3.1 - Programa Favela Bairro

O programa Favela Bairro foi desenvolvido pelo governo municipal do Rio de Janeiro em 1993. No Rio de Janeiro existem cerca de 1200 assentamentos populares, entre favelas e loteamentos populares. Segundo a SH/PCRJ (Secretaria de Habitação da Cidade do Rio de Janeiro), existem 580 favelas com cerca de um milhão de habitantes. A população favelada está pulverizada em favelas menores ou concentrada em grandes complexos de favela como a Rocinha, com cerca de quarenta mil moradores ou Rio das Pedras de Jacarepaguá com aproximadamente sessenta mil moradores.20

Antes da implantação do programa Favela Bairro, outros projetos desenvolvidos na cidade propiciaram um acúmulo de experiências que contribuíram para criar condições para a formação e implementação do programa em questão. Em 1984 a SMDS (Secretaria Municipal de De-senvolvimento Social) iniciou o desenvolvimento do ‘Projeto Multirão’.____________________20 Fonte: DENALDI, 2003.

Este projeto promovia melhoria nas favelas por meio da execução de obras pontuais de saneamento e de contratação de mão-de-obra dos própri-os moradores, evoluindo para a execução de acessos, drenagem, reflores-tamento e programas de educação ambiental. Em 1992 foi aprovado o Plano Diretor que recomendava que as favelas fossem urbanizadas respeitando a sua tipicidade de ocupação e integrando-as ao bairro, esse plano previa que elas fossem integradas como AEIS. Logo após é criado o GEAP (Gru-po Executivo de Assentamentos Populares), que instituiu seis programas habitacionais estruturadores da política habitacional, entre eles o ‘Favela Bairro, o ‘Programa de Regularização Fundiária’ e o ‘Morar sem Risco’.

Mais tarde, em função da diversidade e do tamanho das favelas, a atuação foi organizada institucionalmente em três subprogramas: o ‘Favela Bairro’, atendendo os núcleos que possuiam de 500 a 2500 domicílios, o ‘Favela Bairrinho’ atendendo favelas com até 500 domicílios e o ‘Grandes Favelas’, atendendo favelas com mais de 2500 domicílios.21

As principais características do programa são:

- O reassentamento da população e a sua transferência para novos conjuntos apenas será admitido para eliminar situações de risco ou quan-do se fizerem muito necessários, para viabilizar a abertura de vias ou a construção de equipamentos.

- a moradia não é foco. A urbanização de favelas é pensada como um problema de urbanismo e não só de provisão habitacional ou saneamento. “Trata-se de construir a cidade onde já existe habitação”;

___________________21 Fonte: DENALDI, 2003.

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- o esforço de integrar a favela ao bairro introduzindo valores urbanísti-cos (saneamento, equipamentos e serviços públicos) da cidade formal;

- intervenção nos espaços livres ou de uso comum (ruas, vielas, pra-ças, equipamentos) sem promover grandes transformações nas áreas ocupadas por moradias. Não se objetiva viabilizar um parcelamento adotando lote mínimo ou fração mínima de terra por família;

- buscar uma ação interinstitucional e o desenvolvimento de outros programas sociais simultaneamente;

- manter a PCRJ e outras instituições dentro do núcleo já urbanizado, atuando na manutenção, controle urbano e prestação de ser-viço;22

O programa ‘Favela Bairro’ é o programa municipal brasileiro de maior abrangência, em menos de dez anos a PCRJ urbanizou cerca de 50% de seus núcleos de favela. Sua maior inovação é a mudança de enfoque. Trata o problema da favela como problema da cidade e do urbanismo e busca integrar a favela à cidade por meio das intervenções urbanísticas e agregar componentes de geração de renda e políticas sociais, numa estratégia de buscar também a integração sócioeconômica de seus moradores.

__________________ 22 Fonte: DENALDI, 2003.

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Figura 14: Favela do Vidigal, Rio de Janeiro, após a intervenção doPrograma Favela Bairro.Fonte: www.arcoweb.com.br - consulta em abril/2010.

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Figura 15: Vista aérea da Quinta do Caju, Rio de Janeiro, após intervenção do programa Favela Bairro.Fonte: www.urbanidades.arq.br - consulta em abril/2010.

Figura 16: Favela carioca antes e depois da intervenção do programa Favela Bairro. Fonte: www.urbanidades.arq.br - consulta em abril/2010.

Figura 17: Vista aérea do Canal das Taxas, Rio de Janeiro, após intervenção do programa Favela Bairro.Fonte: www.urbanidades.arq.br - consulta em abril/2010.

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Figura 18: Vista aérea da Favela do Fubá, Rio de Janeiro, após intervenção do programa Favela Bairro.Fonte: www.arcoweb.com.br - consulta em abril/2010.

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são paulo

“ Todas as forças técnicas da economia capitalista devem ser compreendidas como fatores de separações. No caso do urbanismo, o que está em jogo é o equipamento da base geral dessas forças, do tratamento do solo que convém a seu desenvolvimento, à propria técnica da separação.” (DEBORD, 1997)

Imagem: Pai com casal, 2003 Bronze45 x 34 x 30 cmSandra Guinle 4

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são paulo

4.1 - Cidade de São Paulo: Considerações Gerais

Com uma história de pouco mais de quatro séculos e meio, a Cidade de São Paulo com a aproximação do século XX sofreu um surto de expan-são tornando-se uma das maiores metrópoles do mundo.

Como conseqüência do dinamismo que fez da cidade a grande força propulsora da economia brasileira - um núcleo de produção in-dustrial, de negócios, de emprego, de estudo, de conhecimento cientí-fico, cultural e artístico - ocorreram rápidas e drásticas transformações físicas em sua extensão. Mas o explosivo crescimento territorial e de-mográfico ocorreu em grande medida à margem dos planos urbanísti-cos. Sem a necessária infra-estrutura, a metrópole foi incapaz de li-dar com incessantes fluxos migratórios e crescente déficit habitacional. A isso se somaram a poluição, as dificuldades de transporte e de trânsito e a violência. Em tempo relativamente curto sua fisionomia se atualizou substituindo os traços do assentamento colonial por um perfil mais moderno. 23

___________________23 FAUSTO (2002) cita o salto espetacular da urbanização na cidade de São Paulo e o atribui, principalmente, ao afluxo de imigrantes espontâneos.

A partir da década de 1920, pressões de crescimento, exacerbadas pela industrialização, esgotavam os modelos urbanísticos da Primeira Repúbli-ca. O incremento populacional ainda era muito grande, entretanto, a fun-cionalidade urbana sofria com a insuficiência dos padrões de intervenção.

As décadas de 1930 e 1940 trouxeram a consolidação e o aprofundamento do processo de industrialização e com isso uma aceleração no processo de urbanização. Outro traço importante desse período foi o grande processo de metropolização. Na São Paulo des-sa época dois grandes traços da urbanização brasileira já estavam delineados: o crescimento extensivo e a verticalização, naquele mo-mento ainda em pequena escala e concentrada na área central. 24

Segundo Silva (2007), “em São Paulo o padrão extensivo de desen-volvimento urbano tomou forma mais avançada implicando numa ex-plosão na demanda por serviços públicos, por infra-estrutura e pela im-plantação e manutenção de um extenso sistema viário. A atividade de ocupação das periferias deu-se articuladamente à implantação de um sistema de transportes baseado principalmente nos veículos automotivos.

___________________24 SILVA, 2007: A constituição das bases para a verticalização na cidade de São Paulo. Fonte: www.vitruvius.com.br - acesso em março /2010.

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Há que se ressaltar, também, que esses dois elementos se articularam a um sistema de acesso à moradia popular baseado na casa própria e na auto-construção.”

Com o crescimento desenfreado e a falta de políticas de intervenção a cidade começou a sofrer com os assentamentos informais os quais sempre concentraram uma grande quantidade de problemas sociais. Desde então são elaboradas políticas de contenção e qualificação cujo sucesso é parcial. Atualmente, está em pauta na cidade projetos tais como, a requalifi-cação do centro e planos nos setores de transportes, habitação, inclusão social, saúde, meio ambiente e educação; esses programas trazem novas perspectivas para o urbanismo, tecnologia, cultura e cidadania. Essas medi-das devem ser inseridas num esforço coletivo de redirecionamento das ini-ciativas de transformação urbanística, no sentido de corrigir desigualdades históricas, universalizando o acesso aos serviços, equipamentos, oportuni-dades e condições de vida que definem a qualidade do espaço urbano.25

A partir de 2001 o governo municipal implantou uma estraté-gia integrada e articulada de inclusão social, composta de nove pro-gramas sociais, distribuídos de acordo com três eixos programáticos.

No primeiro eixo estão os programas de natureza redistributiva, que fornecem uma complementação da renda familiar de pessoas que vivem abaixo da linha de pobreza. Esse eixo programático engloba o programa

____________________25 Fonte: Silva (2007).

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Figura 19: Distribuição de favelas na cidade de São Paulo. Fonte: PMSP (2008).

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Favelas

Legenda

N

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40 41

De acordo com MARICATO (2001), “das 135.482 famílias moradoras de favelas em áreas públicas que constituíam a demanda da prefeitura, foi possível atender 20% do total durante os quatro anos”. As obras foram executadas pela prefeitura (administração direta), empreiteira e por multi-rão, no âmbito do subprograma FUNAPS_FAVELA (Fundo de Atendimento à População Moradora em Habitação Subnormal). Para coordenar o programa de urbanização, foi criado o GEUFAVELAS (Grupo Executivo de Urbanização de Favelas), ligado à Superintendência de Habitação Popular da SEHAB (Secretaria de Habitação).

O destaque para os programas era a preocupação com o estabeleci-mento de diretrizes para o projeto e execução da obra em favelas que con-siderassem a diversidade das situações físicas encontradas. O governo municipal inovou, permitindo a autogestão popular dos empreendimentos, através do subprograma FUNAPS-FAVELA. Os moradores de uma favela or-ganizados em uma associação comunitária legalmente constituída, podiam firmar convênio com a PMSP-FUNAPS para a execução das obras no núcleo desde que contratassem uma assessoria técnica qualificada. Por meio do convênio, eram repassados os recursos financeiros necessários para pro-mover a urbanização da favela e a assossiação gerenciava a execução das obras e mobilizava os moradores para a execução de parte dos serviços em regime de multirão. Ainda na mesma gestão foram construídos edifícios de apartamentos em favelas muito densamente ocupadas, para viabilizar a manutenção da maioria de seus moradores no próprio local. Essa alternativa estava integrada a um plano global e só era proposta quando a urbanização se mostrava inviável e quando o diagnóstico técnico urbanístico e econômico o recomendava. Segundo MARICATO (2001) apud DENALDI (2003) “a gestão ficou restrita aos aspectos institucionais, adminstrativos e de infra-estrutura urbana e ambiental.”

Renda Mínima e o Bolsa Trabalho. No segundo, localizam-se os programas emancipatórios, que procuram retirar as pessoas da condição de pauper-ização e fornecer-lhes novas possibilidades de reinserção na vida social. Por fim, no terceiro eixo situam-se os programas de desenvolvimento local (Programa de desenvolvimento local e São Paulo inclui), especialmente nos distritos em que se localizam os beneficiados pelos programas de redistri-buição.26

4.2 - Intervenções em favelas: Experiência na cidade de São Paulo

Segundo DENALDI (2003), na década de 1990 pôde-se observar duas tendências: o crescimento da intervenção municipal, com a institucio-nalização de programas de urbanização como parte integrante da política municipal de habitação, e o aprimoramento dessas políticas.

Na cidade de São Paulo pode-se destacar experiências como a re-alizada no governo de Luiza Erundina (1989 - 1992), o Programa Guarapir-anga e o Projeto Cingapura.

4.2.1 - Programa de urbanização de favelas no governo de Luiza Erun-dina

A primeira vez em que se estruturou na cidade de São Paulo um pro-grama municipal de urbanização de favelas como parte integrante da política habitacional foi no governo de Luiza Erundina (1989 - 1992).

____________________ 26 Fonte: PMSP (2008).

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42

4.2.2 - Programa ‘Guarapiranga’

Esse programa foi concebido como compontente do Programa de Sa-neamento Ambiental da Bacia do Guarapiranga na RMSP. A grande inovação do programa foi propor a bacia hidrográfica como unidade de planejamento e modelo de gestão.

O Programa Guarapiranga foi elaborado em 1992, como parte do Pro-grama de Qualidade da Água e Controle da Poluição Hídrica em Áreas Met-ropolitanas, e contou com recursos do Banco Mundial. Como objetivos prin-cipais:

- a recuperação sanitária e ambiental do manancial através da melho-ria das condições de saneamento e habitação; - implantação de um sistema de gestão integrada da bacia, com a participação do Estado, administrações municipais e sociedade; - controle da qualidade da água; Para cumprir esses objetivos foram criados cinco subprogramas:27

1 - Serviços de Água e Esgoto; 2 - Coleta e Disposição do Lixo; 3 - Recuperação Urbana; 4 - Proteção Ambiental; 5 - Gestão;

20

Figura 20: Favela das Imbuias - Intervenção do Programa Guarapiranga. Projeto de Urbanização e Paisagismo.Fonte: www.urbanidades.arq.br

____________________27 Fonte: PMSP (2008)

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As intervenções ocorreram no âmbito do subprograma 3 - ‘Recuperação Urbana’, executado pelo CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacio-nal e Urbano do Estado de São Paulo) e PMSP; esse subprograma previa a urbanização e a adequação da infra-estrutura nas favelas e loteamentos irregulares ou clandestinos, buscando diminuir a carga de esgoto aportado à represa e o transporte de sólidos para os cursos d’água responsáveis pelas poluição dos mananciais.

De acordo com autoras como UEMURA e DENALDI até 2000 a ex-ecução desse programa não havia alcançado resultados. O custo médio das obras realizadas pelo CDHU foi estimado em R$ 14.155,00 por família28 e o custo médio de obras realizadas pela PMSP foi de R$ 11.936,00 por família. Esses valores superaram os valores estimados de investimentos por família, que eram de R$ 6.900,00 por família pela PMSP e de R$ 5.966,00 por família pela unidade de gestão do programa. 29

Ademais, as duas autoras destacam a falta de integração entre os agen-tes e os setores de governo que deveriam construir um novo modelo de ger-enciamento de recursos hídricos, baseado na descentralização e integração. Constatam a fragilidade da articulação dos órgãos envolvidos, que não atuam em regime de cooperação, e conclui que o papel mais importante do modelo de gerenciamento proposto é cumprir exigências impostas pela agência inter-nacional para a obtenção de financiamento.

___________________28 Nesse valor está incluso a construção de novas unidades habitacionais nas favelas, ger-enciamento e projeto.29 Fonte: UEMURA, 2000.

Figura 22: Favela das Imbuias, São Paulo, após a intervenção do Programa Guarapiranga.Fonte: www.urbanidades.arq.br - acesso em abril/2010.

Figura 21: Favela no Jd Esmeralda, São Paulo, após a intevenção do Programa Guarapiranga. Fonte: www.urbanidades.arq.br - acesso em abril/2010.

43

21

22

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4.2.3 - Programa Cingapura

O Programa Cingapura foi iniciado no munícipio de São Paulo em 1993, no governo de Paulo Maluf. Na gestão de Marta Suplicy passou a ser chama-do de projeto PROVER (Programa de Verticalização de Favelas) Trata-se de um programa de reurbanização e verticalização de favelas sem o desloca-mento das famílias da favela.

Os critérios estabelecidos para atendimento das famílias, segundo a PMSP (1996), foram: - Favelas localizadas em áreas públicas; - Favelas com maior nível de adensamento por m²; - Locais onde os habitantes já haviam consolidado sua ocupação; - Onde havia grande número de barracos em áreas de risco; - Possibilidade de integração com a vizinhança; - Não constituíam obstáculos para a execução de alguma obrapública, - Possibilidade de atendimento da infra-estrutura;

O grande desafio do programa é a ‘imposição’ da mudança no com-portamento e na relação que os moradores passam a ter entre si. Isto é, morar nessas unidades verticais exige um entendimento de divisão dos espaços e a aceitação das diferenças não exigido na moradia horizon-tal. Outra característica desse projeto é a inexistência de áreas destina-das ao comércio, o que pode ser apontado como aspecto negativo, já que o uso misto (habitação e comércio) é muito comum nos assentamen-tos e consiste em um meio de sustento dos moradores. Todavia, quando oassentamento é muito denso e bem localizado, não havendo área para de-sadensá-lo e viabilizar a urbanização, a opção é a edificação de um conjunto vertical. (BONDUKI, 2000)

23

24

Figura 23: Vista aérea de um conjunto do Programa Cingapura - São Paulo.Fonte: www.urbanidades.arq.br - acesso em abril/2010.

Figura 24: Conjunto do Programa Cingapura em construção - São Paulo.Fonte: www.urbanidades.arq.br - acesso em abril/2010.

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local de estudo

5 “ Integração significa, inicialmente, levar a cidade informal às mesmas matérias e elementos urbanos que circulam pela cidade for-mal: infra-estrutura e serviços públicos de educação, saúde, limpeza e segurança. O desafio consiste, portanto, em romper as barreiras que isolam certas áreas e construir leitos de circulação.” (RIO DE JANEIRO, 1999)

Imagem: Pulando corda, 2003 Bronze80 x 24 x 20 cmSandra Guinle

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local de estudo

5.1 – Favela de Paraisópolis A Favela de Paraisópolis localiza-se na zona sudoeste de São Paulo, na Sub-Prefeitura de Campo Limpo e é considerada a segunda maior favela da capital. Com, aproximadamente, 60 mil moradores, ocupa uma área de 798.695 m² e tem cerca de 18.000 domicílios ocupados por famílias com renda média de R$ 558,00. Aproximadamente dois mil imóveis foram regu-larizados pelo governo municipal em 192 lotes, onde aproximadamente 100 proprietários foram beneficiados com o usocapião.30

O conjunto formado pelas comunidades de Paraisópolis, do Jardim Co-lombo e Porto Seguro é denominado de Complexo Paraisópolis. Localizada em uma das regiões mais ricas de São Paulo, a antiga fazenda que hoje é chamada de Paraisópolis, em 1921 foi dividida em 2.200 lotes e começou a ser invadida na década de 1950 por trabalhadores, atraídos para o bairro com a construção de casas de alto padrão. Por não serem terrenos pú-blicos, o que compromete a regularização, a Prefeitura incentivou que os donos dos terrenos trocassem as dívidas com o governo pelas terras invadi-das.31 Em 2002, o Plano Diretor do município criou mecanismos legais para permitir a urbanização e legalização da favela.32

___________________

46

25

Figura 25: Localização da Favela de Paraisópolis na Sub-prefeitura de Campo Limpo. Fonte: PMSP (2008).

30 Dados da Secretaria Municipal de Habitação retirados do livro da PMSPUrbanização de Favelas: Experiência em São Paulo (2008).31 Para fomentar a regularização fundiária, foram publicadas a Lei n°14.062/2005 e os Decretos n°47.144/2006 e n°47.272/2006. Fonte: PMSP (2008).32 Fonte: www.prefeitura.sp.gov.br – consulta em fev/2010.

Subprefeitura de Campo Limpo

Legenda

Favela de Paraisópolis

N

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Figura 26: Entrada da Favela Paraisópolis pela Rua Melquior Giola.Fonte: acervo pessoal.

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O surto de crescimento populacional ocorrido nas décadas de 60 e 70 fez com que migrantes vindos de diversas partes do Brasil, em sua maio-ria do Nordeste, para trabalhar no mercado da construção civil, aumentas-sem a população de Paraisópolis. Esse crescimento foi acentuado com o desfavelamento de áreas mais nobres nas gestões dos governos de Paulo Malluf e Celso Pitta, ocasionando a mudança dos moradores de uma favela erradicada para um assentamento em processo de consolidação. Atual-mente, a maioria dos moradores trabalham na região, no próprio comércio local ou prestando serviços domésticos para o bairro vizinho.

26

A favela sempre foi assolada por problemas como a falta de infra-estrutura básica, falta de escola, posto de saúde, água encanada, rede de coleta de esgoto, luz elétrica, segurança, transportes e ruas asfaltadas; mas hoje, Paraisópolis adquire o perfil de um bairro, através da realização de ob-ras públicas e privadas, como a instalação de redes de água e de esgoto; fornecimento de energia elétrica, o alargamento e nivelamento de ruas; os habitantes passam a dispor de um endereço.33 As obras como a de um Centro Educacional Unificado (CEU); escola técnica, escolas de ensino fundamental e médio; e até mesmo a inauguração de uma loja das Casas Bahia, ajudaram a valorizar os imóveis na favela.

Para a arquiteta Maria Teresa Diniz, coordenadora do Programa de Urbanização do Paraisópolis, “a transformação de Paraisópolis em bairro é um processo irreversível”. A população que vive em áreas de risco, estimada em 2,4 mil pessoas, será levada pela Secretaria Municipal de Habitação para conjuntos habitacionais em construção em Paraisópolis ou para apartamen-tos construídos pela CDHU, do governo estadual.34

Todavia, para Secchi (2010), “estão fazendo muitos projetos que estão avançando na hipótese de que essa favela possa se transformar em um bairro normal, moderno. Acho que não é possível. Não temos dinheiro, meios nem tempo para fazer isso. O que vi hoje é importante, como escolas, creches e es-portes. Aquelas pessoas não são tão pobres assim. Se os ajudarmos a melhorar a situação em que vivem, elas conseguem. A arquitetura tem de fazer algumas sugestões claras, mas, se quisermos mudar radicalmente todas as favelas, não teremos sucesso.”

___________________33 As pessoas não possuem registros de suas casas e para conseguirem um comprovante de residência precisam ir até a Associação de Moradores.34 Fonte: www.prefeitura.sp.gov.br – consulta em fev/2010.

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Figura 27: Foto de satélite Fonte: Google - consulta em março/2010.

Complexo Paraisópolis, formado pela favela de Pa-raisópolis, favela do Jd. Colombo e favela Porto Seguro; Estádio Cícero Pompeu de Toledo (Estádio do Morumbi) e Av. Giovanni Gronchi.

Estádio Cícero Pompeu de Toledo

Av. Giovanni Gronchi

Favela Jd Colombo

Favela Porto Seguro

Favela Paraisópolis

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27

N

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Complexo Paraisópolis

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49

28 30

29 31

1954

2004 2008

1994

Av. Giovanni Gronchi

Córrego do Antonico

Av. Giovanni Gronchi

Av. Giovanni Gronchi

Av. Giovanni Gronchi

Processo de crescimento da favela

Figura 28: Foto de satélite Fonte: PMSP

Figura 30: Foto de satélite Fonte: PMSP

Figura 31: Foto de satélite Fonte: google - acesso em maio/2008

Figura 29: Foto de satélite Fonte: PMSP

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Figura 32: Foto de satéliteDivisão das áreas em ParaisópolisFonte: Google - consulta em abril/2010.

Grotão - 15% da populaçãoGrotinho - 10% da populaçãoCentro - 20% da populaçãoAntonico - 40% da populaçãoBrejo - 15% da populaçãoFazendinha - área incorporada à ZEIS

50

AntonicoCentro Brejo

Grotão

GrotinhoFazendinha

perímetro da favela

32Setores de Paraisópolis

N

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5.2 - Os setores que formam Paraisópolis35

- Grotão: Situação atual: topografia acidentada, apresenta risco de desabamento para as casas que se encontram na encosta do morro cuja arquitetura é precária. Existência de moradias de madeiritProposta da Prefeitura: readequação do desenho do campo, provisão de out-ras áreas de lazer e áreas verdes.Nível de degradação: alto

- Grotinho:Situação atual: topografia acidentada. Proposta da Prefeitura: abertura de vias e vielas, implantação de infra-estru-tura, áreas de lazer e mobiliário urbano. Cerca de 100 unidades habitacionais foram construídas nessa área para atender a população moradora da área de risco.Nível de degradação: alto

- Centro: Situação atual: região menos acidentada, nela está localizado o Córrego do Brejo. Muitas famílias foram removidas durante o processo de canalização do córrego.Proposta da Prefeitura: Atualmente acontece a construção de unidades ha-bitacionais.Nível de degradação: baixo

___________________35 Fonte: PMSP (2008)

- Fazendinha:Área que se encontrava vazia e a PMSP incorporou à ZEIS. Destinada à moradias e construção da Via Perimetral.Área não degradada

- Antonico: Situação atual: região cortada pelo córrego Antonico, subafluente do Ri-beirão Pirajussara. Concentração do comércio.Proposta da Prefeitura: canalização do córrego, implantação de infra-es-trutura, arborização, lazer e mobiliário urbano.Nível de degradação: médio

- Brejo: Situação atual: concentração de residências. Proposta da Prefeitura: implantação de infra-estrutura, mobiliário urbano e áreas de lazer integradas ao campo de futebol.Nível de degradação: médio

Para análise do nível de degradação foram consideradas as condições de insalubridade, risco ligado à precariedade das casas, acesso veicular e peatonal, pavimentação das ruas e redes de esgoto, água e luz elétrica.

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5.3 - Perfil dos moradores

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Gráfico 1: distribuição dos chefes de família por sexo Gráfico 2: idade dos chefes de família

Gráfico 3: média salarial das famílias moradoras Gráfico 4: distribuição das famílias por tempo de moradia

Fonte: www.prefeitura.sp.gov.br - consulta em abril/2010.

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___________________* os dados são conflitantes nas diversas fontes consultadas.36 a tabela foi baseada na estrutura proposta pela SEHAB, todavia, os dados são da SEHAB (2008), HABISP (2010) e IBGE (2008);

Tabela 1: Perfil da comunidade

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densidade média (por área líquida)* de acordo com a SEHAB, temos: 508 hab / ha; de acordo com o IBGE (2008), temos: 1000 hab / ha.

loteamento aprovado em 1922 - a gleba pertence a particulares diversos, com presença de grileiros, processos de usocapião e de reintegração de posse.

situação fundiária

localização

acesso

zoneamento

extensão (em hectares)

de acordo com a SEHAB, temos: Censo 2000: 37.127; Lideranças: 65.000; Fórum Multientidades: 50.000; de acordo com a HABISP, temos: aproximadamente, 80.000 moradores

população*

zona especial de interesse social - ZEIS I - situa-se entre a Z1 (Av. Morumbi) a leste, e a oeste Z2 (Av. Giovanni Gronchi).

área do loteamento aprovado em 1922: 158 ha; área ocupada por Paraisópolis: 84 ha, ocupada por Jd. Colombo: 15 ha e área ocupada por Porto Seguro: 2,5 há.

a comunidade de Paraisópolis está localizada no distrito de Vila Andrade região sudoeste do município de São Paulo.

o acesso se dá através da Av. Giovanni Gronchi e Av. Morumbi.

saúde: Centro de Saúde II (local), Distrito de Saúde do Camp Limpo (entorno); educação: EMEF Prof Paulo Freire (local), EMEF Paraisópolis II (entorno), EMEF Francisco Rebolo (entorno).

organizações / empresasidentificadas e cadastradas: 53 - sendo 28 locais e 25 no entorno; identificadas e não-cadastradas: 37 - sendo 21 locais e 16 no entorno.

inst

ituiç

ões

sítio acidentado, no entanto, não apresentando grandes condições de risco; na área próxima ao centro geográfico, existe um platô, com baixa declividade.

morfologia do sítio

União dos Moradores de Paraisópolis (1983), SABAPE - Sociedade Amigos do Bairro de Paraisópolis (1988), FENAB - Federação Brasileira de Bairros (1989), Associação de Moradores de Paraisópolis (1980).

organizações comunitárias

órgãos públicos estaduaiseducação: EE Prof Homero dos Santos Forte (local); EE Etelvinda de Góes Marcucci (local); EE Paraisópolis III.

perfil da comunidade

o índice de abastecimento é de 100%, no entanto, cerca de 20% desse abastecimento acontece de forma clandestina (domicílios localizados no interior das quadras); apenas os domicílios adjacentes às vias principais contam com rede de distribuição de água e micromedição individual implantada pela SABESP.

abastecimento de água

as vias oficiais possuem rede coletora de esgoto, no entanto, os barracos localizados no interior das quadras são atendidos por canais e tubulações precárias, instaladas pelos próprios moradores.esgotamento sanitário

usospredominantemente, uso residencial, o uso misto e comercial encontra-se, geralmente, próximo ao viário estruturante; o uso institucional é marcado pela presença de escolas, igrejas e instituições de saúde.cerca de 10% da comunidade tem suas habitações construídas com material provisório; 25% com alvenaria precária, as demais, com alvenaria considerada boa para sua consolidação.

tipologia das habitações

constitui-se um conjunto de quadras organizadas como uma malha ortogonal, a partir do loteamento original. Paraisópolis está localizada à sudeste da Av. Giovanni Gronchi, eixo estruturante do bairro do Morumbi

estrutura do assentamento

unidades familiares predominantemente, pequenas unidades familiares - média por domicílio de 3,7 pessoas.

órgãos públicos municipais

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5.4 – Projetos de Urbanização na Favela de Paraisópolis

Existe uma série de projetos para a urbanização de Paraisópolis, a maioria está voltado para a melhoria das habitações. Com a canalização do Córrego do Brejo, por exemplo, as famílias que moravam nas margens foram realocadas para áreas menos adensadas dentro da favela. Existe, ainda, o projeto Paraisópolis, que visa integrar os núcleos Paraisópolis, Jardim Co-lombo e Porto Seguro à cidade formal por meio da regularização urbanística e fundiária, com acesso à infra-estrutura, à inclusão social e à melhoria de suas condições ambientais, de habitabilidade e saúde.

De acordo com a PMSP (2008), após a superação de barreiras legais, que impossibilitavam o investimento de recursos públicos em áreas de pro-priedade particular, a partir de 2006 foram inciadas as obras de intervenção “prevendo a universalização do acesso aos serviços públicos”. A implanta-ção do projeto acontece de forma coletiva e conta com a criação de novos espaços urbanos destinados ao convívio. Os moradores são integrados ao trabalho através de uma rede de organizações não-governamentais atuantes na favela (Fórum Multientidades); “eles são conscientizados do processo de urbanização para que entendam os benefícios da mudança trazida pelas ob-ras”.

O governo estadual, atualmente, também realiza um projeto que será dividido em três etapas: 37

- 1ª Etapa: conta com investimentos de R$ 1,2 milhões, serão 2,8 quilô-metros de redes de abastecimento e interligações de água; 2,7 quilômetros de redes e coletores-tronco e 600 ligações de água. A previsão de execução é de 8 meses.

- 2ª Etapa: conta com investimentos de R$ 2,9 milhões, serão 3,7 quilômetros de redes de abastecimento e interligações de água; 4,8 quilô-metros de redes e coletores-tronco e 800 ligações de água. A previsão de execução é de 13 meses.

- 3ª Etapa: conta com investimentos estimados de R$ 15,3 milhões. As obras, prazos e valores serão definidos conforme estudos previstos e a execução das etapas anteriores.

___________________37 Fonte: www.prefeitura.sp.gov.br – consulta em março/2010.

33

34

Figura 34: Proposta de habitação para Paraisópolis.Fonte: Revista AU - ano 24 n° 186 - set 2009.

Figura 33: Construção de habitações pela PMSP em Paraisópolis.Fonte: www.prefeitura.sp.gov.br - consulta em março/2010.

[re]integração social na favela de paraisópolis | mecanismos de inclusão da cidade informal54

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55

___________________Fonte: PMSP (2010)

Tabela 2: Obras em Paraisópolis

[re]integração social na favela de paraisópolis | mecanismos de inclusão da cidade informal

Em andamento ou a executar Concluídas

Implantação de escadarias para facilitar o acesso dos pedestres; Canalização do Córrego do Brejo;

Melhoria das redes de esgoto sanitário, redes de abastecimento de água e drenagem;

Estruturação de vias internas melhorando o percurso interno para possibilitar o fluxo de veículos de emergência;

Execução de taludes e estruturação de arrimos para contenção; Construção de unidades habitacionais no Grotinho;Construção de unidades habitacionais do CDHU - Vila Andrade; 260 unidades habitacionais nas proximidades da Via Perimetral;

Arborização de calçadas e inclusão de áreas verdes;Adequação de algumas moradias que se encontravam em condição de precariedade;

Construção de um edifício para a União dos Moradores;Via Perimetral;Construção de um AMA;Construção de unidades habitacionais e comerciais na Fazendinha - adjacencia da Via Perimetral;

Regularização fundiária;Canalização dos córregos do Antonico e Grotinho;Construção de uma ETEC;Construção do aterro sanitário no Grotão;

Obras em Paraisópolis

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5.5 – A escolha do local: Paraisópolis

Apesar dos atuais projetos de urbanização de favelas, durante muitos anos esses assentamentos foram vistos sob a ótica de que a ‘cidade oculta’ não passava de uma espécie de degeneração da cidade. Foram ‘ignoradas’ as características excludentes do mercado imobiliário, a falta de uma política habitacional que atendesse a essa parcela excluída da população ou ainda, após as tentativas sem sucesso de intervenção, o emprego de soluções que agravavam o problema, como a remoção das famílias e em troca o pagamento de uma quantia irrisória pela desapropriação de seus barracos, passagem de volta à terra natal ou uma ‘casa’ muito longe daquele lugar onde estavam insta-lados; sobrecarregando outros problemas, como a locomoção para o local de trabalho.38 Atualmente, na Favela de Paraisópolis essa situação se repete, com a criação de uma avenida para amenizar o trânsito na Giovanni Gronchi.39

Paraisópolis é a segunda maior favela do estado e está localizada numa região privilegiada da cidade de São Paulo, característica não mui-to comum desses assentamentos. Fora dela, nas avenidas adjacentes que contornam seu perímetro, o acesso ao transporte público é fácil, além disso, existe uma relação quase que simbiótica entre a favela e o bairro do morumbi. Muitos dos moradores de Paraisópolis trabalham em casas do bairro; ademais, dentro da própria comunidade existe um grande núme-ro de serviços capaz de absorver parte do contingente de trabalhadores. ___________________38 Esse quadro pôde ser observado em 1995 com a remoção das favelas do córrego Água Espraiada, na Avenida Luis Carlos Berrini.39 cerca de 600 barracos serão desapropriados e as famílias receberão R$ 5000,00 e uma bolsa mensal para ajudar a custear o aluguel. De acordo com o depoimento da líder comunitária ao jornal Estado de São Paulo (março de 2008), Helena Santos, “há pessoas que deixaram casas que valiam R$ 20 mil, R$ 30 mil e ainda não receberam pelo imóvel”. A Secretaria Municipal de Habitação não se manifestou sobre esse assunto. No entanto, está em execução a construção de unidades habitacionai nas adjacencias desta via.

Mas, apesar desses fatores, a comunidade é carente, os equipamentos exis-tentes não são suficientes. Na maioria dos casos essas pessoas não querem sair da favela, a não ser que as condições financeiras sofram uma mudança bastante significativa; ali foram criados vínculos e a saída, muitas vezes, im-plica na mudança para um lugar ainda pior do que o anterior. Os moradores querem que as condições de habitabilidade sejam melhoradas e a comuni-dade passe a ser um lugar digno para se viver.

É necessário fazer o reconhecimento das diferenças e eliminar o choque em relação à elas, ou seja, usá-las como matéria-prima para eleva-ção local e integração com o todo.

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5.5.1 – Tipo de Ocupação dentro da favela

A ocupação é predominantemente residencial mas, também, existem construções de uso misto (comercial e residencial) e institucionais; – alta den-sidade.

Serviços e Equipamentos: - 1 posto de saúde local e 1 na região do Campo Limpo que os moradores utilizam;- 1 Centro de Educação Unificado (CEU) localizado no entorno;- 2 creches- 6 escolas - 4 locais e 2 localizadas no entorno; 40

- Nenhuma biblioteca;- Campo de futebol;- 1 unidade de base policial móvel;- Coleta de lixo: tem; 41

- Ruas asfaltadas: quase todas;- Ponto final de ônibus: atendida por micro-ônibus. São 7 pontos finais que atendem as extremidades da favela.- Abastecimento de água: cerca de 80% da favela é atendida de maneira regular (rede da SABESP);425

- Abastecimento de energia elétrica: casas adjacentes às ruas principais;

5.5.2 – Gabaritos

As construções não ultrapassam 4 andares;____________________40 Segundo os dados da PMSP não são suficientes para atender a todos. Cerca de 5000 estudantes saem da favela para estudar.41 A coleta de lixo não atende a demanda, em muitos pontos são encontrados amontoa-dos de lixo nas ruas, as ruas sem acesso veicular não são atendidas.42 Fonte: PMSP (2008).

5.5.3 – Tipo de vegetação existente

Escassa;

5.5.4 - Galerias de águas pluviais

Existente na região do Córrego do Brejo, Grotão e Antonico.

5.5.5 – Largura do passeio

- Calçadas: menos de 1m de largura;- Ruas: as dimensões, considerando a largura do passeio, variam entre 6 e 10m;

5.5.6 – Mobiliário urbano

Apenas postes de iluminação: insuficientes;

5.5.7 – Considerações adicionais

Alto grau de poluição visual e sonora.

5.5.8 – Elementos geográficos43

- Latitude: 23°39’S- Longitude: 46°37’W- Temperatura média anual: 19,3° - 19,6°- Ventos predominantes: do sudeste para noroeste.

____________________43 Fonte: www.geografia.fflch.usp.br – acesso março/2010.

57[re]integração social na favela de paraisópolis | mecanismos de inclusão da cidade informal

Page 62: Centro de [re]Integração Social na Favela de Paraisópolis, mecanismos de inclusão da cidade informal

58

Figura 35: Infográfico: Condições de insalubridadeDados: Sobreposição dos dados fornecidos pela PMSP (2010) e dados colhidos pelo autor (2010)Fonte: Acervo pessoal

35Infográfico: condições de insalubridade

N

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Page 63: Centro de [re]Integração Social na Favela de Paraisópolis, mecanismos de inclusão da cidade informal

59

Infográficos: diagnóstico de isolamento e degradação

36 37

zonas isoladas sem acesso veicular e acesso peatonal dificultado associado à precariedade das casas

conjuntos habitacionais precários - alvenaria ou chapas de madeira

perímetro da favela de Paraisópolis

córrego em função de vala negra

vetores de expansão da área degradada

redes de água e esgoto informais

rede de esgoto informal

perímetro da favela de Paraisópolis

passeio obstruído por construção

local onde aconteceu o incêndio em 2002 - 60 casas destruídas

Figuras 36 e 37: Infográficos: Diagnóstico de isolamento e degradaçãoDados: Sobreposição dos dados fornecidos pela PMSP (2010) e dados colhidos pelo autor (2010)Fonte: Acervo pessoal

N N

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ruas sem pavimentação

Page 64: Centro de [re]Integração Social na Favela de Paraisópolis, mecanismos de inclusão da cidade informal

60

Infográfico: densidade

39 38

áreas cuja densidade ultrapassa 650 hab/h

perímetro da favela de Paraisópolis

Risco médio: situações onde podem ocorrer processos de instabilização em virtude das características das construções, des-matamento e acúmulo de lixo; podendo implicar em desabamento das moradias precárias, que não promovem contenção adequada, sem probabilidade de eventos destrutivos durante episódios de chuvas intensas e prolongadas.

perímetro da favela de Paraisópolis

encostas

E B

E B Risco baixo: situações onde não foram identificados processos de instabilização. Comprometimento devido à precariedade das casas.

E B Risco alto: situações onde os processos de instabilização encontram-se em estágio inicial ou com potencial desenvolvimento, correndo risco de desabamento das moradias precárias.

E

baixadasB

Infográfico: risco ligado à precariedade das casas

Figura 38: Infográfico: DensidadeDados: Sobreposição dos dados fornecidos pela PMSP (2010) e dados colhidos pelo autor (2010)Fonte: Acervo pessoal

Figura 39: Infográfico: áreas de risco ligado à precariedade das casasDados: Sobreposição dos dados fornecidos pela PMSP (2010) e dados colhidos pelo autor (2010)Fonte: Acervo pessoal

N N

[re]integração social na favela de paraisópolis | mecanismos de inclusão da cidade informal

Page 65: Centro de [re]Integração Social na Favela de Paraisópolis, mecanismos de inclusão da cidade informal

Levantamento fotográfico geral

61

40

41

42 45

44

43Figura 40: Entrada da favela: contraste

Figura 41: Biblioteca da comunidade

Figura 42: Micro-ônibus estacionados nas ruas

- entrada da favela

Figura 43: R. Hebert Spencer: sem pavimentação

Figura 44: Circulação estreita entre campo de

futebol (Palmeirinha) e habitações

Figura 45: Casas Bahia

Fotos: Acervo pessoalmarço/2010

[re]integração social na favela de paraisópolis | mecanismos de inclusão da cidade informal

Page 66: Centro de [re]Integração Social na Favela de Paraisópolis, mecanismos de inclusão da cidade informal

62

46

49

48

47 50

51

52

Levantamento fotográfico geralFigura 46: Casas de madeira em estado precário

no Grotinho

Figura 47: Espaço para armazenamento de lixo

reciclável

Figura 48: Chapa de madeira fazendo contenção

Figura 49: Construção da ETEC - Governo Es-

tadual

Figura 50: Construção no Setor Grotinho

Figura 51: Habitações precárias

Figura 52: Escadaria

Fotos: Acervo pessoalmaio/2010

[re]integração social na favela de paraisópolis | mecanismos de inclusão da cidade informal

Page 67: Centro de [re]Integração Social na Favela de Paraisópolis, mecanismos de inclusão da cidade informal

5.6 - Áreas de intervenção

A favela surge da necessidade de onde e como morar; é a conjugação de vários processos: da expropriação dos pequenos proprietários rurais e da superexploração da força de trabalho; se não é possível comprar uma casa ou um terreno a solução acaba sendo a favela, seja, principalmente como estratégia de sobrevivência ou como iniciativa contra uma ordem segregadora.44 Não é a primeira opção morar em assentamentos irregulares, vulneráveis às intempéries e à margem da sociedade, mas a expansão da cidade feita com base no pro-cesso segregador, do ponto de vista social é caótico45 e o problema sem uma solução tangível faz com os assentamentos se concentrem de maneira irregular causando problemas ambientais. O mapa é construído através das relações so-ciais entre os moradores e está em constante construção e expansão.

Os setores Grotão e Grotinho são as áreas cujo solo é o mais aciden-tado, dessa maneira, foram as últimas no processo de formação, a serem ocupadas, mas a medida que a favela cresceu, adensaram-se. As casas existentes nessas áreas não foram construídas de maneira adequada, al-gumas ainda são de chapas de madeira e ausentes de técnica apropriada capaz de conter possíveis deslizamentos. Com a incidência de chuvas, no ano de 2008, parte da encosta cedeu, comprometendo alguns barracos e destruíndo outros, dessa forma, implicando em remoção e realocação.

____________________44 RODRIGUES, 2001. Discute o processo de formação e consolidação das favelas.45 CALDEIRAS, 1984. Segundo a autora, o resultado do crescimento urbano resultou no espaço claramente diferenciado e na exarcebação das marcas sociais.

Nessa região o acesso veicular e peatonal ficou impossibilitado com a expansão, as casas avançaram os limites da calçada e depois, da rua, fa-zendo com que as ruas das Jangadas, Ernest Renan e Luis Lopes Coelho, por exemplo, desaparecesse nessa parte da comunidade. Nas áreas cuja topografia é mais acentuada o acesso é menos flexível e o acréscimo de infra-estrutura pode ser transformador.

A área do Grotão foi considerada de maior interesse por ser ocupa-ção de risco, de insalubridade e com acesso comprometido, uma vez que a PMSP, atualmente tem implantado inúmeras intervenções na região do Grotinho. Essa escolha permite que aqueles que atualmente estão mal as-sistidos passem a morar em melhores condições e ter acesso aos benefícios realizados na comunidade. A intervenção passa a ser um catalizador de me-lhorias, eliminando as condições de risco e o avanço das áreas degradadas.

A partir do setor Grotão outros sítios foram escolhidos para receber equipamentos diversos. O critério para escolha foram as suas localizações dentro da favela, principalmente a existência de espaços intersticiais, o que reduz o número de remoções; situação de risco; características do setor e proximidade com os equipamentos existentes.

63[re]integração social na favela de paraisópolis | mecanismos de inclusão da cidade informal

Page 68: Centro de [re]Integração Social na Favela de Paraisópolis, mecanismos de inclusão da cidade informal

64

53

Figura 53: Foto de satélitePontos importantes dentro de Paraisópolis e sítiosescolhidosFonte: Google - consulta em setembro/2010.

1 - Unidade Educacional de Ensino Fundamentale Médio;2 - Centro de Educação Unificada - CEU3 - Campo de Futebol4 - Área da Fazendinha - incorporada à ZEIS5 - Córrego do Grotão6 - Posto de Saúde7 - Córrego do Antonico8 - Av. Giovanni Gronchi9 - Loja das Casas Bahia10 - Córrego do Brejo

3

1

2

4

9

8

71

10

N

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6

5

sítios escolhidos para implantação de equipamentos

setor grotão

perímetro da favela Paraisópolis

córregos

perímetro das áreas incorporadas à ZEIS

Page 69: Centro de [re]Integração Social na Favela de Paraisópolis, mecanismos de inclusão da cidade informal

65

Levantamento fotográfico: Grotão

54 56

55

Figuras 54 a 56: Casas no setor Grotão,

em condições precárias e entulhos sobre

a área onde ocorreu o incêndio em 2008.

Fotos: Pedro SmithAcervo pessoalmarço/2010

[re]integração social na favela de paraisópolis | mecanismos de inclusão da cidade informal

55

56

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Levantamento fotográfico: Grotão

57 59

58

Figuras 57 e 58: Casas no setor Grotão,

algumas em condições precárias

Figura 59: Construção da Via Perimetral

Fotos: Pedro SmithAcervo pessoalmarço/2010

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59

58

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67

60

61

62

63

64

Figuras 60 à 63: Casas no setor, algumas em

condições precárias

Figura 64: Construções na Fazendinha

Fotos: Pedro SmithAcervo pessoalmarço/2010

Levantamento fotográfico: Grotão

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63

61

60

6264

Page 72: Centro de [re]Integração Social na Favela de Paraisópolis, mecanismos de inclusão da cidade informal

5.7 - Legislação Vigente (ANEXO I)

A Favela do Paraisópolis pertence ao distrito de Vila Andrade localizada na subprefeitura de Campo Limpo. A subprefeitura de Campo Limpo conta com uma população de 553.362 habitantes e ocupa a área de 36.70 km², é composta pelos distritos de Campo Limpo, Capão Redondo e Vila Andrade.46

O Plano Diretor Estratégico do munícipio de São Paulo, do Plano Ur-banístico-Ambiental - Capítulo II - Seção IV - Subseção IV - Artigo 167, insere Paraisópolis numa Zona Especial de Interesse Social (ZEIS).

De acordo com o anexo XVII do livro XVII do Plano Regional Estratégico da Subprefeitura do Campo Limpo – Capítulo II: do Zoneamento, a área esta compreendida na Zona Especial de Interesse Social (ZEIS).

Dentro da área compreendida pela favela tem-se uma ZEPAM: Zona Especial de Proteção Ambiental:

- ZEPAM/01 – ParaisópolisComeça na confluência da Rua Treze de Maio com a Rua Italegre, segue pela Rua Treze de Maio, Segmento 13-12, Segmento 12-11, Avenida Dona Maria Mesquita de Mota e Silva, Rua Italegre até o ponto inicial.47

____________________46 Fonte: www.prefeitura.sp.gov.br – acesso em março/2010.47 Plano Regional Estratégico da Subprefeitura Campo Limpo – PRE – CLQuadro 04B do Livro XVII – Anexo à Lei nº 13.885, de 25 de agosto de 2004Zonas Especiais – Descrição Perimétrica.

68

A Zona Especial de Interesse Social a qual pertence é a ZEIS 1. Ade-mais é uma Área de Intervenção Urbana (AIU) e de acordo com o Plano Regional pertence à AIU – 4: Vila Andrade/Paraisópolis. Anexos seguem os quadros com as características de aproveitamento, dimensionamento e ocu-pação de lotes em ZEIS e de condições a serem observadas na instalação do uso. (Quadros nas páginas 65 e 66)

As Zonas Especiais de Interesse Social - ZEIS, de acordo com o Plano Diretor Estratégico do município de São Paulo, são porções do território desti-nadas, prioritariamente, à recuperação urbanística, à regularização fundiária e produção de Habitações de Interesse Social - HIS ou do Mercado Popular - HMP, incluindo a recuperação de imóveis degradados, a provisão de equi-pamentos sociais e culturais, espaços públicos, serviço e comércio de caráter local.

Os objetivos48da ZEIS são:- incorporar a cidade clandestina à cidade legal;- reconhecer a diversidade local no processo de desenvolvimento urbano;- estender o direito à cidade e à cidadania;- associar de desenvolvimento urbano à gestão participativa;- estimular a produção de Habitação de Interesse Social;- estimular a produção fundiária;- estimular a ampliação da oferta de serviços e equipamentos urbanos;

- ZEIS 1: são áreas compostas geralmente por favelas, loteamentos irregulares e conjuntos habitacionais de interesse social, nos quais podem ser feitas intervenções de recuperação urbanística, regularização fundiária, produção e manutenção de habitações de interesse social.

_____________________48 Fonte: www.fau.usp.br/depprojeto - acesso em abril/2010.

[re]integração social na favela de paraisópolis | mecanismos de inclusão da cidade informal

Page 73: Centro de [re]Integração Social na Favela de Paraisópolis, mecanismos de inclusão da cidade informal

Quadro I - De acordo com o Plano Diretor do Munícipio de São Paulo, Paraisópolis é uma Zona Especial de Interesse Social. Abaixo segue o quadro com as características de aproveitamento, dimensionamento e ocupação dos lotes. No capítulo 5 - item 5.7, foram tratadas as lesgislações vigentes.

69[re]integração social na favela de paraisópolis | mecanismos de inclusão da cidade informal

Page 74: Centro de [re]Integração Social na Favela de Paraisópolis, mecanismos de inclusão da cidade informal

Quadro 2 - De acordo com o Plano Diretor do Munícipio de São Paulo, Paraisópolis é uma Zona Especial de Interesse Social. Abaixo segue o quadro com a Instalação de Atividades não Residenciais nas ZEIS: Condições a serem observadas na questão do uso.

A via estrutural N1, conforme o quadro acima - item c, não faz parte da subprefeitura do Campo Limpo, dessa forma não implicando na implantação do projeto.

70[re]integração social na favela de paraisópolis | mecanismos de inclusão da cidade informal

Page 75: Centro de [re]Integração Social na Favela de Paraisópolis, mecanismos de inclusão da cidade informal

estratégias projetuais

6 “A exclusão social é, antes de mais nada, um fenômeno produzido pela própria dinâmica social, manifestando-se através da in-existência de condições para a cidadania plena. A inclusão social, por oposição, supõe o acesso de indivíduos e famílias a um conjunto de mínimos sociais, na qualidade de direitos. Trata-se, em outras palavras, da garantia de igualdade de oportunidades para a conquista do direito à cidade.” (DANIEL, 2001)

Imagem: Peraltice na gangorra, 2003bronze30 x 37 x 15 cmSandra Guinle

Page 76: Centro de [re]Integração Social na Favela de Paraisópolis, mecanismos de inclusão da cidade informal

estratégias projetuais

6.1 - Escolha do local: Paraisópolis

A escolha da Favela de Paraisópolis se mostra adequada por ser a maior da sub-prefeitura de Campo Limpo e estar localizada na Avenida Giovanni Gronchi.

Além da Av. Giovanni Gronchi existe a proximidade com a Estrada de Itapecerica e Av. João Dias nas quais a Av. Giovanni Gronchi termina. Na Av. João Dias estão localizados o Terminal de Ônibus João Dias e a Estação Giovanni Gronchi do metrô - linha Lilás.

Apesar das intervenções realizadas nos últimos anos em Paraisópolis o quadro apresentado ainda é de extrema carência de infra-estrutura e equi-pamentos, habitações localizadas em áreas insalubres; falta de acesso am-bulatorial; defasagem entre as necessidades da população e incapacidade de atendimento dos serviços ofertados.

Foi estabelecida uma hierarquia na intervenção, dessa forma permite-se propor as intervenções mais adequadas de acordo com o perfil da comu-nidade e carência de cada setor.

Os sítios escolhidos para implantação dos equipamentos, se mostram apropriados para comportar as atividades propostas, cada um de acordo com sua localização dentro da comunidade, existência ou não de equipamentos próximos, áreas degradadas e espaços com vazios residuais.

O ponto de partida é o setor Grotão, área mais inóspita da comunidade para as moradias nas condições em que se encontram, precárias, sem acesso e insalubres. Partindo desse ponto a intervenção se expande para outros pon-tos, também degradados. Dentro do assentamento é notável o contraste entre setores, as melhorias em relação à pavimentação e abastecimento de água e luz elétrica vieram conforme foram implantados projetos como os edifícios edu-cacionais, creche, etc.

A elevação de Paraisópolis a bairro exige que outros tipos de infra-estrutura sejam inseridos na comunidade. Dessa forma, é ne-cessário que haja um equilíbrio entre moradia, comércio e educação.49

_____________________49 Ver BONDUKI, 2000.

72[re]integração social na favela de paraisópolis | mecanismos de inclusão da cidade informal

Page 77: Centro de [re]Integração Social na Favela de Paraisópolis, mecanismos de inclusão da cidade informal

72

1

23

56

7

8

9

Figura 65: Foto de satéliteParaisópolis, assentamentos vizinhos, viasprincipais da região e equipamentos.Fonte: Google - consulta em abril/2010.

1 - Paraisópolis2 - Jd. Colombo3 - Jd Porto Seguro4 - Real Parque5 - Jd Rebouças6 - Jd Olinda7 - Pq Regina8 - Morro do Pullman9 - Terminal João Dias e Est. Giovanni Gronchi10 - AV. Giovanni Gronchi11 - Estrada de Itapecerica12 - Av. João Dias13 - Marginal Pinheiros14 - Cemitério do Morumbi15 - Parque Burle Marx

65

10

1211

73

13

4

1413

14

15

N

[re]integração social na favela de paraisópolis | mecanismos de inclusão da cidade informal

Page 78: Centro de [re]Integração Social na Favela de Paraisópolis, mecanismos de inclusão da cidade informal

6.2 – Diagnóstico do tipo de favela que é Paraisópolis

Para BUENO (2000) “a urbanização de uma favela deve fazer parte de um conjunto de intervenções visando complementar a urbanização de áreas mais amplas.”Após o levantamento e análise da Favela de Paraisópo-lis pôde-se concluir que trata-se de um núcleo consolidável, isto é, apresenta condições favoráveis para a recuperação urbanística, ambiental e de orde-namento urbano; tais como a abertura ou readequação de sistema viário, implantação de infra-estrutura básica, regularização urbanística, etc; e por-tanto, deve ser objeto de uma intervenção de urbanização integrada.50

A urbanização integrada tem como objetivo a integração da favela ao bairro, através da regularização fundiária, da implantação de infra-estrutura e de equipamentos sociais; da consolidação geotécnica, da construção de unidades comerciais e da promoção de melhorias habitacionais. As intervenções são estabelecidas através de ações integra-das buscando tratar dos múltiplos aspectos da exclusão social através do desenvolvimento de programas sociais, de educação, saúde, geração de trabalho e renda.51

Segundo o IBGE (2000), a densidade em Paraisópolis era de aproxi-madamente 520 hab/ha. Atualmente, a densidade é de quase 1000 hab/ha, enquanto que no bairro do Morumbi a densidade é de 30 hab/ha. De acordo com o Plano Diretor do Município de São Paulo, a densidade máxima, permi-tida é de 1000 hab/ha.____________________50 A classificação das favelas como núcleos não consolidáveis ou consolidáveis foi criado pela PSA (Prefeitura Municipal de Santo André) na ocasião das intevenções de urbanização em algumas favelas do município. Fonte: DENALDI, 2003.51 Fonte: DENALDI, 2003.

74

6.3 – Diagnóstico do perfil dos moradores de Paraisópolis

Através do entendimento do perfil dos moradores, da diversidade do uso dentro da comunidade e da própria tipologia da favela é possível esta-belecer programas sustentáveis, isto é, que organizem a interação e garanta as trocas permanentes, característica muito intrínseca no assentamento.

De acordo com o IBGE (2000), cerca de 15% dos moradores, chefes de família, são analfabetos.

Segundo o SUS (Sistema Unificado de Saúde) (2001), a taxa de inter-nação de moradores de Paraisópolis foi de 419/10000 hab, enquanto que a taxa de internação correspondente a todo o município de São Paulo, excetu-ando Paraisópolis, foi de 394/10000 hab. Os motivos mais freqüentes são broncopneumonia e/ou alergias, todos fatores relacionados, principalmente, às condições insalubres do lugar, uma vez que, de acordo com pesquisas realizadas sobre as condições do ar dentro da favela, foi constatado que as taxas de poluição não ultrapassam o permitido.

Além desses dados ou, daqueles mencionados no capítulo 5 deste trabalho, é imprescindível a compreensão isolada, ou seja, em uma única residência podem coabitar mais de uma família, enquanto que, várias famí-lias podem englobar inúmeras construções (OFICINA DE IDÉIAS, 2008). Isto, multiplicado pelos quase 20.000 domicílios existentes em Paraisópo-lis, resulta em um grupo extremamente diversificado, exigindo intervenções, também, diversificadas.

[re]integração social na favela de paraisópolis | mecanismos de inclusão da cidade informal

Page 79: Centro de [re]Integração Social na Favela de Paraisópolis, mecanismos de inclusão da cidade informal

75[re]integração social na favela de paraisópolis | mecanismos de inclusão da cidade informal

Hierarquia de intervenção

Page 80: Centro de [re]Integração Social na Favela de Paraisópolis, mecanismos de inclusão da cidade informal

reconhecimentodo local e levantamento das

maiores necessidades

programa de necessidades

processo de projeto

reconhecimentodo entorno e identificação

da relação com a comunidade

transportetrabalho

PMSP

PMSP

análise dos índices de degradação

existência de atuação da PMSP

catalisadores de degradação

esquema simplificadoANEXO II: croquis e imagens do processo

áreas de risco espaços intersticiais

espaços utilizados

expansão pelo assentamento

irradiaçãode infra pela

quadra

expansão para as quadras

vizinhas

espaços a serem utilizados

1. espaços escolhidos para implantação dos edifícios

2. processo de produção do espaço

melhoria por contagio melhoria por contagio melhoria por contagio melhoria por contagio melhoria por contagio

Page 81: Centro de [re]Integração Social na Favela de Paraisópolis, mecanismos de inclusão da cidade informal

reconhecimentodo local e levantamento das

maiores necessidades

programa de necessidades

processo de projeto

reconhecimentodo entorno e identificação

da relação com a comunidade

transportetrabalho

PMSP

PMSP

análise dos índices de degradação

existência de atuação da PMSP

catalisadores de degradação

esquema simplificado

áreas de risco espaços intersticiais

espaços utilizados

expansão pelo assentamento

irradiaçãode infra pela

quadra

expansão para as quadras

vizinhas

espaços a serem utilizados

1. espaços escolhidos para implantação dos edifícios

2. processo de produção do espaço

melhoria por contagio melhoria por contagio melhoria por contagio melhoria por contagio melhoria por contagio

Page 82: Centro de [re]Integração Social na Favela de Paraisópolis, mecanismos de inclusão da cidade informal

estrutura de intervenção

1. reconhecimento

2. relação com o entorno

4. implantação de equipamentosqualificadores urbanos

- áreas de influência- potencialidades

- av. giovanni gronchi | comunidades vizinhas - acesso aos transportes | trabalho

5. habitação

5. espaço público

3. participação da comunidade

Page 83: Centro de [re]Integração Social na Favela de Paraisópolis, mecanismos de inclusão da cidade informal

estrutura de intervenção

1. reconhecimento

2. relação com o entorno

4. implantação de equipamentosqualificadores urbanos

- áreas de influência- potencialidades

- av. giovanni gronchi | comunidades vizinhas - acesso aos transportes | trabalho

5. habitação

5. espaço público

3. participação da comunidade

6.4 - Intervenções Urbanas

Figura 66:Intervenções urbanasFonte: mapa base - pmsp

1 - Setor Antonico

2 - malha viária - redefinição proposta

3 - Setor Centro

4 - Setor Grotão

5 - Setor Grotinho

6 - Fazendinha

1 - Antonico

7 - Brejo

2 - malha viária3 - Centro

6 - Fazendinha

4 - Grotão

5 - Grotinho

córrego do Antonicocórrego do brejo

espaços incorporados ao projeto

66N

Via Perimetral e Av. Giovanni Gronchi

[re]integração social na favela de paraisópolis | mecanismos de inclusão da cidade informal

A

C

B

D

J

I

K

H

E

F

Gespaços residuais - tratamento e praças

A - APP - criação de área de lazer na adjacência do córregoB - horta comunitáriaC - edifícios habitacionaisD - centro comunitário 1 - inclusão socialE - restaurante popular integrado com feiraF - creche IG - centro de esportesH - centro comunitário 2 - atendimento emergencialI - creche IIJ - unidade básica de saúdeK - plataforma de embarque e desembarqueL - unidades habitacionais

Propostas

7 - Setor Brejo

L

K

L

L

L

L

L

L

L

Page 84: Centro de [re]Integração Social na Favela de Paraisópolis, mecanismos de inclusão da cidade informal

6.4 – Intervenções Urbanas - propostas As intervenções físicas apontadas para o perímetro da favela são:

1 - Setor Antonico

Área da comunidade que apresenta alto grau de insalubridade liga-do, principalmente, à ocorrência de vala negra e de lixo jogado na ad-jacência do córrego, causando assoreamento e poluição do canal, “fato que pode contriubuir para a ocorrência de doenças de veiculação hídrica, nas condições normais ou nos episódios de inundações em que os ris-cos são maiores, ou pelo contato direto com as águas poluídas e com o lodo que resta após os evento.” (DAEE, 1999). Ademais, existem ha-bitações consideradas de risco ligado à precariedade das construções.

Todavia é um setor onde a maioria das ruas são pavimenta-das e possuem acesso veicular e peatonal e a tipologia da ocu-pação predominante é de uso misto (comércio e habitação).

Para esse setor a intervenção proposta é a construção de um cen-tro de esportes na adjacência do córrego, integrando-se com a inter-venção implantada pela PMSP. Além dele, a implantação de um cen-tro comunitário de caráter emergencial, cujo programa inclui oficinas, salas de aula e estadia para moradores em situação de desabrigo em virtude de ocorrências como : incêndio, desabamento ou inundação. Além disso, propõe-se que os graus de urbanização sejam trabalhados, isto é, conferir melhoria na acessibilidade, utilização dos espaços residuais e im-plantação de sistemas capazes de aproveitar o lixo residual, água da chuva, etc.

2 - Malha viária

Com a expansão das construções algumas ruas ficaram obstruídas, sem acesso veicular e/ou peatonal. Através da redefinição da malha será conferido o estabelecimento das conexões dentro da favela e a partir disso, será feita a conexão com a cidade. O desenho procurou respeitar a malha antiga, identificada nos mapas; a malha atual, a topografia e as vielas.

A conexão com a cidade, sozinha, não caracteriza a inclusão de uma à outra, no entanto, com a redefinição da malha, a favela passa a ser per-meável e transitável, penetrando na rede da cidade.

As vielas serão mantidas e submetidas à infra-estrutura como pavi-mentação, e saneamento, com a utilização dos espaços residuais entre as casas será conferida uma nova utilidade a essas vielas.

80

[re]integração social na favela de paraisópolis | mecanismos de inclusão da cidade informal

Page 85: Centro de [re]Integração Social na Favela de Paraisópolis, mecanismos de inclusão da cidade informal

81

malha viária antiga e atual

via perimetral

67

Figura 67: Foto de satéliteRedefinição de malha viáriaFonte: Google - consulta em abril/2010.

original atual

[re]integração social na favela de paraisópolis | mecanismos de inclusão da cidade informal

proposta

N

Legenda:

malha viária existente

via perimetral e av. giovanni gronchi

Legenda:

proposta de abertura da pmsp - incorporação

malha proposta - aberturas

córrego do grotão

áreas incorporadas à ZEIS pela PMSP

Page 86: Centro de [re]Integração Social na Favela de Paraisópolis, mecanismos de inclusão da cidade informal

3 - Setor Centro

A área central tem suas ruas pavimentadas e vias que respeitam o tra-çado original, as casas não apresentam risco ligado à precariedade e não há fortes indícios de insalubridade. É um setor onde o uso é predominante-mente misto (comércio e moradia) e atendido por equipamentos como escola e creche. Dessa forma, optou-se nesse setor, por não fazer intervenções que implicam em remoções.

A proposta é, trabalhar os graus de urbanização através da provisão de mobiliário urbano, unidades habitacionais, sistemas de coleta de água da chuva, melhoria dascondições de acessibilidade e utilização dos espaços residuais para usos variados.

4 - Setor Grotão

Esse é o setor mais comprometido da comunidade e ainda, apresentan-do vetores de expansão da área degradada.

Dentro de Paraisópolis existe uma ‘espécie’ de centralidade conferida ao Antonico e ao Centro, dessa maneira, a maioria das intervenções propos-tas têm como foco esses dois setores. A implantação de projetos no setor do Grotão implicaria na implementação da infra-estrutura necessária para be-neficiar os moradores dessa área, bem como os moradores do setor vizinho: Setor Grotinho.

Para essa área são propostos: centro comunitário com ênfase educa-cional e formação profissional, unidades habitacionais, abertura da área do córrego - APP e criação de área de lazer mesclada com hortas comunitárias.

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Nessa região o acesso veicular desapareceu e o acesso peatonal é bastante comprometido a implantação de equipamentos nessa área seria condicionante à reestruturação da malha viária, e da urbanização através da provisão de mobiliário, coleta de água pluvial, praças e etc.

5 - Setor Grotinho

Esse setor, assim como o Grotão é uma área insalubre, com acesso bastante comprometido e incidência de áreas de risco, principalmente ligado à precariedade das casas. Todavia, a PMSP atualmente realiza um número significativo de intervenções, o que eleva o setor e diminui o seu índice de degradação.

Para esse setor, a proposta está ligada à provisão de mobiliário, cria-ção de calçadas e mudança no fluxo viário.

6 - Fazendinha

Em casos de remoções excedentes e onde a construção de unidades habitacionais no mesmo lugar seja inviável, os moradores serão realocados em unidades habitacionais instaladas na área da fazendinha.

7 - Setor Brejo

Para esse setor é proposta uma creche integrada com praça nas a-djacências da via Perimetral, restaurante popular integrado com mercado.

[re]integração social na favela de paraisópolis | mecanismos de inclusão da cidade informal

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6.5 - Sobre os projetos de intervenção | diretrizes gerais

6.5.1 - Habitações

Na comunidade existem fundamentalmente três tipologias de construção: habitação, comércio e mista. Dessa forma, optou-se por sugerir dois tipos de edifícios habitacionais, um contemplando apenas habitação e a integração de seus moradores e outro, considerando a moradia e o comér-cio, estimulando a coexistência da moradia-comércio e a manutenção da identidade local.

Além disso, as moradias podem ser oferecidas no caráter de locação social, ou seja, garantindo moradia mas sem tornar os moradores os propri-etários. Este sistema esvazia o valor de troca da unidade, ou seja, impede sua comercialização, o que garante, em partes, a não expulsão da comuni-dade. Ademais, muitos moradores, após a implantação de infra-estrutura na favela, optam por venderem seus barracos, pois o valor agregado passa a ser maior e vão morar em outros assentamentos, e a situação se torna cí-clica. O aluguel social garante que o subsídio do governo atenda as camadas mais carentes. Para esse estudo não foi considerado o modelo padrão utilizado pela PMSP uma vez que ele impõe uma forma de relação divergente daquela em como o assentamento foi se conformando e se estabilizou. É importante ressaltar que a maneira como a favela foi consolidada é diferente da es-tabilização da cidade formal, assim, necessitando de intervenções também distintas. A imposição de um modelo padrão que não considera as caracte-rísticas inerentes acarreta outros problemas.

83[re]integração social na favela de paraisópolis | mecanismos de inclusão da cidade informal

área de uso comum semi público

área de expansão

varanda

unid. habitacional

pavimento térreo: serviços *

pavimento térreo: estacionamento

pavimento tipo 1: habitação

pavimento tipo 2: habitação

pavimento tipo 1: habitação

pavimento tipo 2: habitação

circulação vertical

* algumas edifícios terão unidades habitacionais no térreo para atender deficientes físicos e idosos

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Figura 68: esquema representativo do edifício habitacional

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6.5.2 - Trabalhar os graus de urbanização para integrar

Inserir dentro da favela os valores urbanísticos da cidade formal. Essa escolha pode ajudar a diluir as fronteiras urbanísticas e simbólicas entre a favela e o bairro.

A urbanização será trabalhada através das seguintes intervenções: - saneamento básico: segundo a PMSP cerca de 20% da favela ainda não é atendida por água encanada e energia elétrica, dessa forma propor o abastecimento dessas áreas remanscentes;

- pavimentação das ruas não atendidas: pavimentação porosa/per-meável para melhor absorção da água da chuva, contribuindo com a redução/ eliminação das enchentes;;

- provisão de mobiliário e equipamentos urbanos: como creche, posto de saúde, pontos de coleta e reciclagem de lixo;

- trabalho com a vegetação: a utilização de plantas para inspiração de espaços públicos, contenção de encosta, hortas, etc; a conscientização dos moradores deverá ser feita através do ensino do plantio nas hortas e palestras realizadas no Centro de [re]Integração Social.

- criação e melhoria das condições de acessibilidade: oferecer condições favoráveis de mobilidade dentro da favela;

KLEIMAN (1998) apud DENALDI (2003) diz que “a integração da favela ao bairro é também a integração pelo viés das redes de serviço de água e es-goto. Trata-se de integrar a cidade das redes com a cidade fora das redes”.

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70Figura 69: Rua sem pavimentação, antes da intervenção.Fonte: acervo pessoal

Figura 70: Rua após a intervenção - pavimento poroso - controle de água pluvial. Fonte: acervo pessoal

84[re]integração social na favela de paraisópolis | mecanismos de inclusão da cidade informal

Page 89: Centro de [re]Integração Social na Favela de Paraisópolis, mecanismos de inclusão da cidade informal

A conteção dos taludes poderá ser realizada através do uso da vegeta-ção incorporada às tecnologias atuais. De acordo com Pereira (2005), os fatores a serem levados em consideração para escolha da vegetação são: “edáficos, climáticos e ambientais. Além disso, o reforço do solo pode ser feito através da utilização de raizes que podem promover o ancoramento de grandes massas de solo.” (ANEXO III) É importante ressaltar que o emprego deve ser variado devido ao plano de ruptura do talude, dessa forma as raízes alcançarão profundidades dife-rentes e deverão ser plantados sebes transversais à encosta (ao longo das curvas de nível), de modo a impedir que a água da chuva escorra rapidam-ente, arrastando o solo. Levando em consideração os fatores supracitados e atentando para o tipo de solo: médio, a seguir a vegetação escolhida para colaborar na contenção.

Além da vegetação escolhida para contenção de encostas existem os métodos auxiliares que poderão ser empregados, tais como: gabião, solo en-velopado verde, biomantas antierosivas e sistemas de drenagem do solo.52

______________________________

52 Fonte: Pereira, 2005.

85[re]integração social na favela de paraisópolis | mecanismos de inclusão da cidade informal

De acordo com a Defesa Civil as diretrizes para evitar possíveis desliza-mento de terra nas áreas de encostas, são:

- Preservação da vegetação; - Projeto de drenagem; - Evitar vazamentos; - Não amontoar lixo em locais inclinados; - Não jogar lixo em vias públicas; - Barreiras de morros devem ser protegidas por drenagem de calhas e canaletas para o escoamento da água da chuva; - Não fazer cortes no terreno sem licença da prefeitura; - Em caso de deslizamento colocar lonas nas áreas atingidas; - As barreiras devem ser protegidas com vegetação de raízes profun-das, gramas e capim que possam sustentar a terra; - Não plantar bananeiras e plantas de raízes curtas em morros e encos-tas;

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Figura 71: Croqui: vegetação na encosta e canaletas para captação de águaFonte: acervo pessoal

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panilha de vegetação

ver gráfico - pag 86 - pasta avulsos

Page 91: Centro de [re]Integração Social na Favela de Paraisópolis, mecanismos de inclusão da cidade informal

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Figura 72: Infra-estruturaFonte: acervo pessoal

87[re]integração social na favela de paraisópolis | mecanismos de inclusão da cidade informal

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6.5. 3 - Transformação do problema em solução53

6.5.3.1 - Lixo ... vira energia O serviço de coleta não consegue atender a demanda de produção de lixo dentro da favela, o que implica em ruas sujas e amontoados de lixo es-palhados por toda a comunidade.

Para resolver o problema do acúmulo de lixo serão disponibilizadas má-quinas de biogás capazes de transformar lixo de cozinha e materiais orgâni-cos em energia aproveitável; ocasionando a redução do potencial de po-luição do meio ambiente. Como têm tamanho compacto, podem ser distribui-das em vários pontos da favela.

Para solucionar a questão do lixo inorgânico, móveis descartados, etc; será criado um posto de coleta e reciclagem de lixo. Para incentivo dos mora-dores, serão distribuidos tickets que ofereçam algum tipo de benefício, como latas de leite ou outros mantimentos, em troca do lixo levado até o posto de coleta.

__________________53 OFICINA DE IDÉIAS, 2008: propõe uma série de transformações dentro da comuni-dade.

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74

75

Figura 74: Rua Ernest RenanFonte: acervo pessoal

Figura 75: Rua IririFonte: acervo pessoal

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Essa medida além de contribuir com a diminuição da insalubridade, colabora com a contenção das encostas e diminuição de enchentes.

[re]integração social na favela de paraisópolis | mecanismos de inclusão da cidade informal

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6.5.3.2 - Água ... da chuva pode ser utilizada para diversos fins

Com a criação de coletores de água pluvial, a água da chuva deixa de representar um risco para a comunidade54, essa água, tratada nos poços de coleta (cisternas de coleta e filtragem da água da chuva) pode ser servida à comunidade, ajudando a reduzir os custos domésticos55 (utilização em vasos sanitários, hortas, limpeza das ruas, etc.)

A introdução desses coletores pode ser feita em espaços vazios desti-nados à praças e hortas, inseridas no mobiliário urbano e nas residências. Além disso, outros mecanismos de controle das águas pluviais podem ser inseridos para minimizar problemas relacionados à enchentes, tais como calçadas drenantes, vegetação e pavimentação porosa.

___________________54 Segundo a PMSP (2008), as pesquisas revelam que “chove em São Paulo o suficiente para suprir em seis vezes a atual necessidade.” Fonte: OFICINA DE IDÉIAS, 2008.55 A OFICINA DE IDÉIAS (2008), propôs cisternas comunitárias para coleta de água da chuva. Além da introdução de outros tipos de coletores distribuídos pela favela.

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Figura 76: Croqui: esquema de captação e encaminhamento da água para reser-vatório.Fonte: acervo pessoal

Figura 77: Croqui: esquema do encaminhamento da água da casa para cisterna e equema de cister-na comunitária entre as casas - interligar os dutos de captação individual das casas e encaminhar a água para uma cisterna comunitária.Fonte: acervo pessoal

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Figura 78: Croqui: esquema de captação e encaminhamento da água para reservatório.Fonte: acervo pessoal

[re]integração social na favela de paraisópolis | mecanismos de inclusão da cidade informal

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6.5.3.3 - Espaços de risco

... para moradia, viram espaços dissipadores de infra-estrutura

Muitas das moradias espalhadas no assentamento apresentam riscos ligados às condições precárias de arquitetura e de irregularidade no desenho urbano . A inclusão de programas diversos, bem como, a criação de novos modelos habitacionais, cuja infra-estrutura seja adequada, além de elevar as condições internas da comunidade servirá como um meio de eliminar as condições de risco.

6.5.3.4 - Espaços residuais

... viram espaços multifuncionais

A formação do assentamento se dá de maneira irregular e o resultado é o estabelecimento de vazios entre as estruturas. Uma série de espaços, com usos variados, podem ser propostos como: praças, hortas, feirinhas, etc.

6.6 - Creche

As duas creches existentes não são capazes de atender a população de Paraisópolis. Atualmente, são aproximadamente 3500 crianças sem acesso à creche e impossibilitadas de se matricularem em creches fora da favela, devido à distância e custo da passagem.

6.7 - Posto de Saúde

O serviço de atendimento de saúde dentro da comunidade é precário, o posto de saúde existente é pequeno e o centro de atendimento do Campo Limpo, além de distante deve atender à população de toda a Subprefeitura.

6.8 - Consolidação do espaço informal: Centro Comunitário de |re|integração social

Dentro da comunidade de Paraisópolis, muitas atividades estão es-palhadas pela favela. Inexiste um local apropriado para atendimento so-cial, centros comunitários, cursos pré-vestibular são distribuidos entre as residências.

A criação de um espaço público multifuncional é necessária para agru-par as pessoas, fortalecer a organização político-comunitária, proporcionar alívio à fragmentação e reunir diversos recursos que “complementam o signficado espacial do informal” (OFICINA DE IDÉIAS, 2008). As atividades passam a ser encaixadas, sobrepostas e agrupadas. 79

Figura 79: Esquema de sobreposição de atividades90

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6.9 - Extrapolar os limites da favela: Plataforma de embarque e desembarque

“A favela é diferente mas faz parte da cidade.” (SECCHI, 2010) Distinta sob o aspecto físico e jurídico mas, acima de tudo, segregada através de barreiras sociais. As barreiras, físicas ou não, devem desaparecer para que a ela seja levada e elevada à cidade legal.

Embora a urbanização traga para dentro do assentamento característi-cas da cidade formal , muitas vezes a integração não acontece. A criação de uma nova rede de transportes permite, além da interconexão da favela, a sua conexão com a cidade.

As redes de ônibus existentes ligam a cidade à favela, reforçando, ainda mais, a fragmentação, ou seja, leva o morador até o lugar, mas não permite que esse lugar faça parte do trajeto. Além disso, sob esse aspecto, a comunidade também é fragmentada, a medida que não é interligada. Com a criação de uma nova rota, a favela penetra na rede da cidade e a nova rota proporciona maior permeabilidade, é uma maneira de levar a cidade formal para dentro da cidade informal.

Paraisópolis é atendida por micro-ônibus, uma vez que a entrada de ônibus na comunidade é dificultada pelas características topográfi-cas e ausência de acesso veicular . Entretanto, esses veículos ficam es-tacionados pelas ruas e espalhados pelo assentamento, dificultando o percurso interno. A criação de uma parada de apoio além de benefici-ar a favela doaria maior mobilidade à cidade, uma vez que o percurso é alterado, o veículo sai da Avenida Giovanni, entra na favela, como cami-nho alternativo, e sai pela Avenida Perimetral em direção ao destino final.

Através da instalação dessa plataforma, outras conexões poderiam ser estabelecidas, os micro-ônibus teriam um lugar mais apropriado para parada e curta permanência e, assim, não obstruir as ruas impedindo o tráfego. Além disso, dela, partiriam as linhas que já atendem Paraisópolis, e passariam as linhas que seguem para o Terminal João Dias através da Ave-nida Giovanni Gronchi e servem as imediações da favela.

Não obstante, foram identificados assentamentos próximos à Pa-raisópolis, alguns deles atendidos de maneira precária pelo transporte pú-blico, implicando em grandes deslocamentos. Em alguns casos, a distância entre eles e o Terminal João Dias - terminal integrado mais próximo - é maior do que a distância até Paraisópolis , sendo necessárias baldiações, etc. Ade-mais, da Estação de Apoio partiriam linhas que levariam os moradores à instituições conveniadas, cujo programa o Centro de Integração Social não conseguiu contemplar, como SENAI, SENAC, etc; permitindo que as opções de cursos profissionalizantes e serviços sejam ampliadas e, dessa maneira, atendendo não apenas os residentes de Paraisópolis, como também, os moradores dos bairros vizinhos.

Em um primeiro momento, foi cogitada a criação de um Terminal, uma vez que o Terminal João Dias está longe e a Avenida Giovanni Gronchi serviria como uma espécie de tronco na articulação das linhas mas com a futura inauguração da Estação Vila Sônia do metrô - linha amarela, esse terminal se tornaria secundário, uma vez que os fluxos passarão a convergir para essa nova estação.

No capítulo seguinte são expostos mapas de fluxo, rotas propostas no caso de instalação de um novo terminal e localização dos terminais próxi-mos em relação à Paraisópolis.

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Figura 80: Extrapole os limites: Esquema da integração dos sete núcleos consolidados com Paraisópolis e a integração do núcleo unificado com a cidade formal Fonte: acervo pessoal

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6.10 - Etapas de implantação

O setor Grotão foi aquele que apresentou o maior nível de degrada-ção e, com isso, a necessidade do maior número de intervenções, o que resultaria em um programa concentrado e atendendo um raio limitado da comunidade. Assim, optou-se por criar uma espécie de rede de conexão estabelecido através do tratamento das ruas, culminando em hierarquias e identidades.

Com a impossibilidade de implantar todas as intervenções concomitan-temente, a implantação deverá ser feita em fases, o que diminue o número de ruas interditadas e permite uma mudança gradativa na relação dos usuários com o lugar.

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Figura 81: Explosão do programa de necessidades

Figura 82: Ruas de conexões dos equipamentosmapa base: PMSP

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Figura 83: Etapas de implantação da intervenção e mapa de remoções

94[re]integração social na favela de paraisópolis | mecanismos de inclusão da cidade informal

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etapas de implantaçao

ver gráfico - pag 95- pasta avulsos

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o pq de cada etapa

ver gráfico - pag 96 - pasta avulsos

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7 “ (...) cidade fragmentária é em grande parte isso, é o resultado de uma nova “ordem” mundial, em que a grande maioria das pessoas não tem mais nem mesmo a infelicidade de ser explorada ... Estamos diante de uma rede transnacional que interliga alguns nichos de desenvolvimento espalhados pelo mundo, que por sua vez vão escasseando em virtude do ímpeto destrutivo da competição capitalista atual: essa, a fonte da nova marginalidade urbana, muito diversa da que conhecemos no auge do antigo processo de mo-dernização... o modelo urbano mundial se desfaz: um modelo que prometia desenvolvimento produz a mais implacável exclusão.” (ARANTES, 1998)

Imagem: Trepa-trepa 1, 2003 56 x 25 x 25 cmSandra Guinle

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Através da abertura de ruas, conferindo permeabilidade e acesso aos lugares, tratamento dessas ruas como espaço público e de uso comunitário e implantação de moradias e equipamentos que atendam as parcelas mais carentes da comunidade, as características da cidade formal serão implan-tadas em Paraisópolis, bem como, a dissipação de estratégias de combate à exclusão social e eliminação das condições de risco.

A proposta é a de que os moradores desse assentamento participem da construção da cidade, no entanto, devido a uma série de fatores discutidos anteriormente permanecem segregados, todavia “revelam uma intencionali-dade espontânea de compromisso com a cidade”(VIGLIECCA, 2007).56

Segundo Bonduki (2000), “é preciso integrar as favelas às cidades, com transporte, geração de renda e educação”. Partindo desse princípio o pro-grama de necessidades foi pensado e estruturado de forma a contemplar as atividades que possibilitassem a inclusão de Paraisópolis na cidade.

__________________56 Esse discurso foi feito pelos urbanistas Bernardo SECCHI e Sérgio MAGALHÃES em abril de 2010, na palestra realizada no Museu da Casa Brasileira sobre a Cidade Formal e Cidade Informal do Século XXI.

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Figura 84: Interligação e participação na cidadeFonte: acervo pessoal

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Figura 84: Interligação e participação na cidadeFonte: acervo pessoal

Vislumbra-se, através dessa proposta, oferecer a esses núcleos con-solidados benefícios advindos da urbanização de Paraisópolis e garantir a in-teiração de camadas sociais distintas. Através da criação de linhas de ônibus (micro-ônibus) que a conecte internamente, que saem dela atendendo as comunidades vizinhas, da integração de Paraisópolis com outros terminais de ônibus e estações de metrô, através da Plataforma de Apoio, garante-se que novas rotas sejam criadas dentro da cidade e seja desencadeado um processo de integração da favela ao bairro e da cidade à favela.

Ademais, objetiva-se que as intervenções propostas sejam utilizadas não apenas pelos moradores de Paraisópolis, ou pelos beneficiados dos as-sentamentos vizinhos, mas que seja um lugar amplo, dissipador de cultura, educação e cidadania; utilizado por todos, independente do perfil sócio-eco-nomico.

Os núcleos consolidáveis escolhidos foram: - Parque Regina: Mandiocal I, II e III; - Jd. Catanduva; - Jd. Rebouças; - Jd. Olinda; - Vila Praia; - Pullman II; - Jd. Colombo; - Porto Seguro;

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Para estimular a integração com a cidade, notou-se que uma das for-mas mais viáveis seria através da permeabilidade, ou seja, extrapolando os limites da favela e estabelecendo, a partir dela, novas rotas na cidade da qual a favela passa a fazer parte. A implantação de um programa que oferecesse educação e acesso à cursos profissionalizantes subsidiando fu-turos empregos, ou que estabelecesse um centro comunitário, possibilitaria o acesso à cidade legal, no entanto, o assentamento continuaria isolado.

Paraisópolis localiza-se num bairro com características extremamente diversificadas, dessa forma, a integração direta, através de espaços abertos, tais como praças, seria praticamente inviável e sem resultado, como algumas intervenções semelhantes, realizadas pelo governo, em outros bairros. Com a implantação de um espaço que oferecesse programas variados, é possível atrair um contingente maior de pessoas, ademais, o bairro do Morumbi fica distante de lugares como o centro cultural ou biblioteca pública, dessa forma, o Centro de [re]Integração Social conferiria ao bairro uma opção adicional de lazer e cultura.

Pensando, ainda, na integração da favela com o bairro, observou-se que no bairro do Morumbi, bem como na Subprefeitura de Campo Limpo, existem inúmeros assentamentos irregulares, alguns não atendidos por transporte público e caracterizados por condições de precariedade. Diante disso, foram selecionados alguns núcleos para se integrarem à Paraisópolis, através do transporte público. As considerações que nortearam essa escolha foram a distância, a tipologia do assentamento e a renda média dos mora-dores.

[re]integração social na favela de paraisópolis | mecanismos de inclusão da cidade informal

Page 104: Centro de [re]Integração Social na Favela de Paraisópolis, mecanismos de inclusão da cidade informal

Núcleo Jd. Colombo

Núcleo Porto Seguro

Núcleo Vl Praia

Núcleo Paraisópolis

Núcleo Jd. Catanduva

Núcleo Jd. Olinda

Núcleo Parque Regina: mandiocal I, II e III

Núcleo Jd. Rebouças

Núcleo Pullman II

Figura 85: Foto de satéliteNúcleos consolidáveis da região.Fonte: Google - consulta em abril/2010.

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Term. João Dias

Estrada de ItapecericaAv. João Dias

Av. Giovanni Gronchi

Marginal Pinheiros

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Page 105: Centro de [re]Integração Social na Favela de Paraisópolis, mecanismos de inclusão da cidade informal

parque regina: mandiocal I

Tipologia: Núcleo consolidadoAno do Início da Ocupação: 01/01/1977Total de Domicílios: 300Propriedade do Terreno: MunicipalConselho Gestor: inexistenteRenda Média: R$ 505,00Distrito: Campo LimpoSubprefeitura: Campo LimpoRegional: SulÁrea total: 18895,62 m²Latitude: 7.385.007,70Longitude: 321.178,71Abastecimento de água: 1Esgotamento Sanitario: 0,90Rede Elétrica domiciliar: 1Iluminação pública: 1Drenagem Pluvial: ParcialVias Pavimentadas: 0,90Coleta de lixo: TotalÍndice de Infra-Estrutura Urbana: 0,90Regularização Fundiária: PrefeituraSituação: Assentamento irregular - ativoDados: www.habisp.inf.br - acesso em abril/2010

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Figura 86: Foto de satélite - Mandiocal I do Pq Regina (Leitão da Cunha)Fonte: www.habisp.inf.br

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Rua Prof. Leitão da Cunha

Figura 87: Rua Prof. Leitão da CunhaFonte: acervo pessoal

Figura 88: Rua Bernardo Correia Leitão - entrada pela viela cincoFonte: acervo pessoal

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Rua Bernardo Correia Leitão2

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88 Atendimento por transporte público: é atendida por ônibus e micro-ônibusDos núcleos visitados é o melhor atendido por transporte público

Linhas:- 6404 - 10 - Jd. Ingá - Terminal João Dias;(ônibus)Percurso: 30 min

- 6811/10 - Jd. Ingá - Santo Amaro;(micro-ônibus)Percurso: 50 min

Tempo de espera: cerca de 10 minEm horários de pico a espera chega em até 40 minPercurso até o centro da cidade - tempo aproximado: 80 min

102[re]integração social na favela de paraisópolis | mecanismos de inclusão da cidade informal

Page 107: Centro de [re]Integração Social na Favela de Paraisópolis, mecanismos de inclusão da cidade informal

parque regina: mandiocal II

Tipologia: Núcleo consolidadoAno do Início da Ocupação: 01/01/1977Total de Domicílios: 105Propriedade do Terreno: MunicipalConselho Gestor: inexistenteRenda Média: R$ 670,00Distrito: Campo LimpoSubprefeitura: Campo LimpoRegional: SulÁrea total: 4527,58 m²Latitude: 7.384.794,32Longitude: 321.021,47Abastecimento de água: 0,90Esgotamento Sanitario: 0,40Rede Elétrica domiciliar: 0,50Iluminação pública: 0,40Drenagem Pluvial: ParcialVias Pavimentadas: 0,90Coleta de lixo: TotalÍndice de Infra-Estrutura Urbana: 0,57Regularização Fundiária: PrefeituraSituação: Assentamento irregular - ativoDados: www.habisp.inf.br - acesso em abril/2010

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Figura 89: Foto de satélite - Mandiocal II do Pq Regina (Bernardo Correia Leitão)Fonte: www.habisp.inf.br

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Page 108: Centro de [re]Integração Social na Favela de Paraisópolis, mecanismos de inclusão da cidade informal

Rua Bernardo Correia Leitão

Figura 90: Rua Bernardo Correia LeitãoFonte: acervo pessoal

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Rua Nelson Brissac2

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91 Atendimento por transporte público: é atendida por ônibus e mi-cro-ônibusDistância até o ponto de ônibus mais próximo - 300m

Linhas:- 6404 - 10 - Jd. Ingá - Terminal João Dias;(ônibus)Percurso: 30 min- 6811/10 - Jd. Ingá - Santo Amaro;(micro-ônibus)Percurso: 50 minTempo de espera: Tempo de espera: cerca de 10 minEm horários de pico a espera chega em até 40 minPercurso até o centro da cidade - tempo proximado: 80 min

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Figura 91: Rua Nelson BrissacFonte: acervo pessoal

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Page 109: Centro de [re]Integração Social na Favela de Paraisópolis, mecanismos de inclusão da cidade informal

Rua Nelson Brissac

parque regina: mandiocal III

Tipologia: Núcleo consolidadoAno do Início da Ocupação:01/01/1983Total de Domicílios: 135Propriedade do Terreno: MunicipalConselho Gestor: inexistenteRenda Média: R$ 518,00Distrito: Campo LimpoSubprefeitura: Campo LimpoRegional: SulÁrea total: 7279,8 m²Latitude: 7.385.121,21Longitude: 321.382,75Abastecimento de água: 0,75Esgotamento Sanitario: 0,50Rede Elétrica domiciliar: 0,50Iluminação pública: 0,20Drenagem Pluvial: nenhumVias Pavimentadas: 0,25Coleta de lixo: TotalÍndice de Infra-Estrutura Urbana: 0,44Regularização Fundiária: PrefeituraSituação: Assentamento irregular - ativoDados: www.habisp.inf.br - acesso em abril/2010

1

Figura 92: Foto de satélite - Mandiocal III do Pq Regina (Cipolândia)Fonte: www.habisp.inf.br

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Rua Cipolândia1 93

Atendimento por transporte público: é atendida por ônibus e mi-cro-ônibusDistância até o ponto de ônibus mais próximo - 300m

Linhas:- 6404 - 10 - Jd. Ingá - Terminal João Dias;(ônibus)Percurso: 30 min- 6811/10 - Jd. Ingá - Santo Amaro;(micro-ônibus)Percurso: 50 minTempo de espera: Tempo de espera: cerca de 10 minEm horários de pico a espera chega em até 40 minPercurso até o centro da cidade - tempo aproximado: 80 min

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Figura 93: Rua CipolândiaFonte: acervo pessoal

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jardim catanduva

Tipologia: Núcleo consolidadoAno do Início da Ocupação: 01/01/1967Total de Domicílios: 912Propriedade do Terreno: Particular / MunicipalConselho Gestor: inexistenteRenda Média: R$ 359,00Distrito: Campo LimpoSubprefeitura: Campo LimpoRegional: SulÁrea total: 36095,7 m²Latitude: 7.384.892,55Longitude: 320.557,71Abastecimento de água: 0,70Esgotamento Sanitario: 0,0Rede Elétrica domiciliar: 0,80Iluminação pública: 0,40Drenagem Pluvial: ParcialVias Pavimentadas: 0,50Coleta de lixo: TotalÍndice de Infra-Estrutura Urbana: 0,50Regularização Fundiária: PrefeituraSituação: Favela ativaDados: www.habisp.inf.br - acesso em abril/2010

2

1

Figura 94: Foto de satélite - Jardim CatanduvaFonte: www.habisp.inf.br

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Rua Prof. Nina Stocco

Figura 95: Rua Prof. Nina StoccoFonte: acervo pessoal

Figura 96: Rua Nina Stocco - escadãoFonte: acervo pessoal

1

Escadão2

95

96 Atendimento por transporte público: é atendida por micro-ôni-bus, mas as linhas não saem de terminais.

Distância até o ponto mais próximo - cerca de 600mTempo de espera: cerca de 20 min

Percurso até Sto Amaro - tempo aproximado: 55 minPercuso até o centro da cidade - tempo aproximado: 90 min

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jardim rebouças

Tipologia: Núcleo consolidadolAno do Início da Ocupação: 01/01/1976Total de Domicílios: 690Propriedade do Terreno: Particular / MunicipalConselho Gestor: inexistenteRenda Média: R$ 347,00Distrito: Campo LimpoSubprefeitura: Campo LimpoRegional: SulÁrea total: 4527,58 m²Latitude: 7.384.794,32Longitude: 321.021,47Abastecimento de água: 0,90Esgotamento Sanitario: 0,10Rede Elétrica domiciliar: 1Iluminação pública: 0,55Drenagem Pluvial: ParcialVias Pavimentadas: 0,65Coleta de lixo: TotalÍndice de Infra-Estrutura Urbana: 0,63Regularização Fundiária: PrefeituraSituação: Favela ativa Dados: www.habisp.inf.br - acesso em abril/2010

1

Figura 97: Foto de satélite - Jadim RebouçasFonte: www.habisp.inf.br

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97

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Rua Diogo Maritns

Figuras 98: Rua Diogo MartinsFonte: acervo pessoal

1 98

Atendimento por transporte público: é atendida por micro-ôni-bus, mas as linhas não saem dos terminais.

Distância até o ponto mais próximo - cerca de 800mTempo de espera: cerca de 20 min

Percurso até Sto Amaro - tempo aproximado: 60 minPercurso até o centro da cidade - tempo aproximado: 90 min

110[re]integração social na favela de paraisópolis | mecanismos de inclusão da cidade informal

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jardim olinda

Tipologia: Núcleo consolidadoAno do Início da Ocupação:01/01/1983Total de Domicílios: 1.819Propriedade do Terreno: MunicipalConselho Gestor: inexistenteRenda Média: R$ 402,00Distrito: Campo LimpoSubprefeitura: Campo LimpoRegional: SulÁrea total: 90886,05 m²Latitude: 7.385.611,75Longitude: 320.814,06Abastecimento de água: 0,60Esgotamento Sanitario: 0,60Rede Elétrica domiciliar: 0,60Iluminação pública: 0,50Drenagem Pluvial: parcialVias Pavimentadas: 0,60Coleta de lixo: TotalÍndice de Infra-Estrutura Urbana: 0,60Regularização Fundiária: em processoSituação: Favela ativa Dados: www.habisp.inf.br - acesso em abril/2010

1

Figura 99: Foto de satélite - Jardim OlindaFonte: www.habisp.inf.br

2

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Rua Hugo Lacorte Vitale

Figura 100: Rua Hugo Lacorte VitaleFonte: acervo pessoal

Figura 101: Rua Andrea de FirenzeFonte: acervo pessoal

1 100

Atendimento por transporte público: é atendida por micro-ôni-bus, mas as linhas não saem de terminais.

Distância até o ponto mais próximo - cerca de 800mTempo de espera: cerca de 20 min

Percurso até Sto Amaro - tempo aproximado: 60 minPercurso até o centro da cidade - tempo aproximado: 90 min

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Rua Andrea de Firenze 1012

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vila praia

Tipologia: Núcleo consolidadoAno do Início da Ocupação: 01/01/1962 Total de Domicílios: 250Propriedade do Terreno: Particular / MunicipalConselho Gestor: inexistenteRenda Média: R$ 835,00Distrito: Vila AndradeSubprefeitura: Campo LimpoRegional: SulÁrea total: 9672,61 m²Latitude: 7.386.971,26Longitude: 322.157,43Abastecimento de água: 0,20Esgotamento Sanitario: 0,20Rede Elétrica domiciliar: 0,20Iluminação pública: 0,05Drenagem Pluvial: parcialVias Pavimentadas: 0,10Coleta de lixo: ParcialÍndice de Infra-Estrutura Urbana: 0,23Regularização Fundiária: irregularSituação: Favela ativa Dados: www.habisp.inf.br - acesso em abril/2010

1

Figura 102: Foto de satélite - Vila PraiaFonte: www.habisp.inf.br

2

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Rua Dr Luiz Migliano

Figura 103: Rua Dr. Luiz MigllianoFonte: acervo pessoal

Figura 104: Rua José ArzãoFonte: acervo pessoal

1 103

Rua José Arzão 1042Atendimento por transporte público: é atendida por micrô-ônibus

Linha:746C/10 - Jd. Taboão - Sto AmaroPercurso: 40 min

Tempo de espera: cerca de 15 minDistância até o ponto mais próximo - cerca de 500mPercurso até o centro - aproximadamente: 90min

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pullman II

Tipologia: Núcleo consolidadoAno do Início da Ocupação: 01/01/1967Total de Domicílios: 890Propriedade do Terreno: Particular / MunicipalConselho Gestor: inexistenteRenda Média: R$ 315,00Distrito: Vila AndradeSubprefeitura: Campo LimpoRegional: SulÁrea total: 31706,07 m²Latitude: 7.385.611,75Longitude: 321.814,06Abastecimento de água: 1Esgotamento Sanitario: 0,60Rede Elétrica domiciliar: 1Iluminação pública: 0,25Drenagem Pluvial: parcialVias Pavimentadas: 0,30Coleta de lixo: Total Índice de Infra-Estrutura Urbana: 0,63Regularização Fundiária: em processoSituação: Favela ativa Dados: www.habisp.inf.br - acesso em abril/2010

1

Figura 105: Foto de satélite - Pullmann IIFonte: www.habisp.inf.br

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Rua Alexandre Archipenko

Figura 106: Rua Alexandre ArchipenkoFonte: acervo pessoal

1 106

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Atendimento por transporte público: é atendida ônibus. pelas linhas passam na Av. Giovanni Gronchi

Linhas:647A/10 - Valo Velho - Pinheiros - 35 min647P/10 - Cohab Adventista - Pinheiros - 50 min648P/10 - Term. Capelinha - Pinheiros - 60 min

Tempo de espera: cerca de 10 minDistância até o ponto mais próximo - cerca de 2 km

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jardim colombo

Tipologia: Núcleo consolidadoAno do Início da Ocupação:01/01/1942Total de Domicílios: 3.244,00Propriedade do Terreno: Particular / MunicipalConselho Gestor: simRenda Média: R$ 887,00Distrito: Vila SôniaSubprefeitura: Campo LimpoRegional: SulÁrea total: 142816,61 m²Latitude: 7.388.133,61Longitude: 323.704,55Abastecimento de água: 0,60Esgotamento Sanitario: 0,15Rede Elétrica domiciliar: 0,15Iluminação pública: 0,80Drenagem Pluvial: parcialVias Pavimentadas: 0,80Coleta de lixo: ParcialÍndice de Infra-Estrutura Urbana: 0,48Regularização Fundiária: IrregularSituação: Favela ativa Dados: www.habisp.inf.br - acesso em abril/2010

1

Figura 107: Foto de satélite - Jardim ColomboFonte: www.habisp.inf.br

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porto seguro

Tipologia: Núcleo consolidadoAno do Início da Ocupação 01/01/1967 Total de Domicílios: 465Propriedade do Terreno: ParticularConselho Gestor: SimRenda Média: R$ 558,00Distrito: MorumbiSubprefeitura: ButantâRegional: SulÁrea total: 13807,36 m²Latitude: 7.388.142,37Longitude: 324.228,50Abastecimento de água: 0,60Esgotamento Sanitario: 0,10Rede Elétrica domiciliar: 0,40Iluminação pública: 0,50Drenagem Pluvial: parcialVias Pavimentadas: 0,50Coleta de lixo: ParcialÍndice de Infra-Estrutura Urbana: 0,42Regularização Fundiária: irregularSituação: Favela ativa Dados: www.habisp.inf.br - acesso em abril/2010

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Figura 108: Foto de satélite - Porto SeguroFonte: www.habisp.inf.br

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Observações:

- As favelas de Jardim Colombo e Porto Seguro são atendidas pelas mesmas linhas que atendem Paraisópolis:

Atendimento por transporte público: é atendida por ônibus, pelas linhas passam na Av. Giovanni Gronchi

Linhas:647A/10 - Valo Velho - Pinheiros - 35 min647P/10 - Cohab Adventista - Pinheiros - 50 min648P/10 - Term. Capelinha - Pinheiros - 60 min

Tempo de espera: cerca de 10 minDistância até o ponto mais próximo - cerca de 500mPercurso até o centro - aproximadamente: 90minPercurso até Santo Amaro - aproximadamente: 40min

A Região Central e Santo Amaro são as duas localizações de maior convergência de fluxo da região (SPTrans, 2010). Ademais, com a proposta de convênio entre os SENAIs e SENAC, que estão localizados em Santo Amaro, devido à distância mais próxima, esse trajeto se torna ainda mais importante. Dessa forma, foram calculados os tempos de realização desses percursos.

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convênios

Com a impossibilidade de oferecer um número maior de cursos é proposto um convênio com instituições como SENAI, SENAC e SEBRAE. Através desse convênio a oferta de cursos será significativamente ampliada, ademais, as atividades no Centro de [re]Integração Social podem ser imple-mentadas com a disponibilização de cursos a distância (EAD), realizadas nas salas de informática, proporcionando, assim, a redução do custo com trans-porte e flexibilidade de horário.

Para viabilização desse convênio será disponibilizada uma linha de ôni-bus que sairá do Terminal Paraisópolis com destino ao Terminal Santo Amaro passando pelos SENAIS e SENAC selecionados.

A escolha das unidades a serem conveniadas foi feita de acordo com a proximidade, atualmente existem cerca de 696 unidades operacionais do SENAI e 485 unidades operacionais do SENAC espalhadas pelo Brasil.57 Nas proximidades de Paraisópolis existem duas unidades do SENAI: Escola Se-nai Ary Torres e Escola Senai Suiço-Brasileira e uma unidade do SENAC: Campus Santo Amaro

___________________57 Fonte: www.sp.senai.br - acesso em maio/2010.www.sp.senac.br - acesso em maio/2010.

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109

Senac Santo Amaro

Senai Ary Torres

Senai Suiço-Brasileira

Figura 109: Foto de satélite Paraisópolis e SENAI e SENACFonte: Google

Terminais

Estrada de Itapecerica

Av. Giovanni Gronchi

Av. João Dias

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120

senais

Senai Ary Torres

- Localização: R. Amador Bueno, 504- Site: www.sp.senai.br/santoamaro- Cusos oferecidos na unidade: Aprendizagem industrial: - Área tecnológica: eletro-eletrônico e mecânica metal-mecânica; Curso técnico: Eletrônica: - Área tecnológica: técnico eletrônico; Formação continuada: - Área tecnológica: adm. industrial; alimentos e bebidas; construção civil; elétrica automotiva; elétrica eletroeletrônica; eletrônica; eletrônica embargada; gestão da produção; gestão de rh; gestão de financeiro; informática; mecânica automotiva;_____________________Fonte: www.sp.senai.br/santoamaro - acesso em maio/2010.

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mecânica metal-mecânica; saúde e segurança no trabalho;

Senai Suiço-Brasileira

- Localização: R. Bento Branco de Andrade Filho, 379.- Site: www.sp.senai.br/suiçobrasileira- Cusos oferecidos na unidade: Curso técnico: Informática - Área tecnológica: técnico em informática; técnico em redes de computadores; Curso técnico: Metal-mecânica - Área tecnológica: técnico em mecânica de precisão; técnico em desenho de projetos; Formação continuada: - Área tecnológica: adm. industrial; elétrica eletroeletrônica; eletrônica; informática; mecânica metal-mecânica; qualidade; saúde e segurança no trabalho;_________________Fonte: www.sp.senai.br/suiçobrasileira - acesso em maio/2010

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senac santo amaro

- Localização: R. Dr. Antonio Bento, 393.- Site: www.sp.senac.br/santoamaro- Cusos oferecidos na unidade: Cursos técnicos: Administração; Contabilidade; Logística; Recursos humanos; Secretariado; Publicidade; Comunicação visual; Multimídia; Enfermagem; Auxiliar em enfermagem do trabaho; Processos fotográficos; Cursos livres: Adm de negócios; Empreendedorismo; Gestão estratégica em negócios; Gestão em segmentos específicos;

Rotinas administrativas; Técnicas secretariais; Aplicativos avançados; Artes cênicas; Artes visuais; Produção cultural; Beleza; Computação gráfica; Design por computador CAD; Editoração eletrônica; Modelagem 3D e animação; Tratamento de imagem; Jornalismo; Publicidade e propaganda; Comércio exterior; Desenvolvimento social; Gestão de organizações sociais; Responsabilidade social e desenvolvimento sustentável; Banco de dados; Design gráfico; Enfermagem;

122[re]integração social na favela de paraisópolis | mecanismos de inclusão da cidade informal

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Eventos; Finanças e contabilidade; Fotografia; Recursos humanos; Gestão; Lazer; Inglês; Iniciação em informática; Programas de uso geral; Internet; Logística; Marketing; Marketing para segmentos específicos; Vendas; Hardware; Redes e infra-estrutura; Enfermagem do trabalho; Estética; Massoterapia; Podologia;

__________________Fonte: www.sp.senac.br/santoamaro - acesso em maio/2010

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senac santo amaro

Podologia; Saúde pública; Terapias complementares; Segurança e saúde no trabalho; Turismo;

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novas rotas

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Vislumbrando estabelecer novas rotas pela cidade foi pensado, inicial-mente, na implantação de um terminal urbano de transporte coletivo em Para-isópolis, explorando o potencial, principalmente pela proximidade com a Av. Giovanni Gronchi, importante via da região, mas que serve de rota para ap-enas três linhas urbanas e nos horários de pico, os pontos que atendem aos moradores de Paraisópolis, Jardim Colombo e Porto Seguro ficam cheios e o embarque dificultado. Além disso, com a eminente inauguração da Via Perim-etral essas rotas poderiam ser implementadas e, dessa forma, não compro-meter, ainda mais, o trânsito na Av. Giovanni Gronchi. Não obstante, com a reestruturação da malha viária de Paraisópolis parte do fluxo de veículos par-ticulares poderão percorrer as novas vias abertas para o tráfego do transporte público, ‘redefinindo’ o desenho da cidade e tornando-a mais permeável.

Com a criação da Via Perimetral, projeto em execução, a PMSP obje-tivou a transferência de parte da demanda de veículos da Av. Giovanni Gron-chi e a otimização dos fluxos visando a Copa de 2014. A via partirá do Estádio Cícero Pompeu de Toledo (Estádio do Morumbi) e se ligará ao Terminal João Dias. Assim, novos trajetos poderão se apropriar dessa via, uma vez que a Av. João Dias é muito importante, a partir dela é possível acessar a Avenida Santo Amaro e a Marginal Pinheiros, através das quais é exequível chegar em outros pontos estratégicos da cidade.

Dessa forma, foram estabelecidas novas rotas, levando em con-sideração o trajeto realizado e os pontos atendidos pelas linhas que alimentam a região, saídas do Terminal João Dias e Termi-nal Capelinha. Assim, além da oferta de novas rotas seria pos-sível a oferta de novos destinos, ou seja, além de oferecer um caminho al-ternativo para um lugar cujos ônibus desses terminais atendessem, po-der-se-ia propor outros destinos não atendidos por eles, como por exemplo a estação de metrô Saúde, localizada na Av. Jabaquara, ou a Praça da Sé. Para os moradores da região, é necessária, além da baldiação dentro de ter-minais, a parada em vários pontos para troca de ônibus.

A Av. Giovanni Gronchi continuaria sendo a via principal de acesso da região e, dessa forma, para parte dos trajetos propostos ela foi considerada. Não obstante, o objetivo da criação dessas rotas seria proporcionar caminhos alternativos, reduzindo a distância e o tempo para realização do percurso, porém, chegando nos mesmos lugares de interesse: trabalho, escolas, hos-pitais, etc., na maioria das vezes, situados em ruas e avenidas bastante con-gestionadas mas estratégicas no desenho urbano. 58 As ruas utilizadas para o desenho das rotas são ruas capazes de acomodar o tráfego, a maioria já participa de algum trajeto de linha urbana.

__________________58 De acordo com a SpTrans (2010), atualmente, são aproximadamente 6 milhões de usuários de ônibus por dia na cidade de São Paulo.

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Observando a região, os fluxos e os destinos, foi feito um estudo inicial e propostas 15 novas rotas (linhas fixas) e 3 linhas de passagem (partem do Terminal Capelinha e Terminal João Dias) consideradas importantes para atendimento da região, capazes de amenizar o tempo de percurso, respei-tando as ruas passíveis de receber o fluxo,considerando as avenidas com corredor urbano e os destinos mais comuns dentro da cidade. Além de propor o atendimento dos assentamentos próximos que são atendidos de maneira crítica, com a inclusão dessas áreas seria possível viabilizar o acesso às regiões mais importantes da cidade.

No entanto, após o desenho dessas rotas, concluiu-se que um Terminal Integrado em Paraisópolis seria, de fato, viável e importante, porém, com a inauguração da Estação do metrô Vila Sônia, prevista para até o final de 2012, o fluxo passará a ser convergido para ela, e o Terminal Paraisópolis se tor-naria secundário. E por isso, optou-se por instalar apenas uma Plataforma de apoio e transferência, capaz de promover a integração desejada, com função que não será desvalorizada após a inauguração da estação vizinha, como um local de convergência para os veículos que ficam espalhados pelo assenta-mento e articulador do transporte na região uma vez que é complementar aos terminais vizinhos, evitando que as pessoas façam percursos adicionais ao necessário, bem como a obrigatoriedade de ir até um terminal, otimizando, dessa forma, o tempo e a distância nos trajetos. Ademais, será dotado de todos os equipamentos necessários, tais como bancos para espera, posto de venda de passagens, piso podotátil, mapa dos arredores, iluminação e sina-lização.

125

111

Figura 111 Avenida Giovanni Gronchi - 17:30Fonte: acervo pessoal

Figura 110: Via PerimetralFonte: acervo pessoalDados: PMSP (2008)

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Centro da cidade

Marginal Pinheiros

Estádio Cícero Pompeu de Toledo

Paraisópolis

Terminal João Dias

Av. João Dias

112Paraisópolis em relação ao centro da cidade

Segundo a Sptrans, diariamente 3,4 milhões de pessoas usam o metrô, 6 milhões usam ônibus coletivo, sendo que 1,7 desse contingente des-

loca-se à área central da cidade.

Figura 112: Foto de satélite Paraisópolis e o Centro da cidadeFonte: Google

N

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Paraisópolis

Av. Giovanni Gronchi

Via Perimetral

Marginal Pinheiros

Term. João Dias

Estrada de Itapecerica

Term. Capelinha

Av. João Dias

Paraisópolis em relação aos terminais próximos e fluxos

Figura 113: Foto de satélite Paraisópolis, os terminais próximose o fluxo na regiãoFonte: Google

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Terminais

Fluxo intenso

Fluxo médio

Via Perimetral

Fluxo intenso

Fluxo muito intenso

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terminal joão dias

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_________________Localização: Av. João Dias, 3589 - Jd. Monte AzulSite: http://sptransporte.kit.net/SPTrans/Terminais/joaodias

linhas fixas

É atendido por 14 linhas fixas e 13 linhas de passagem.

Tabela 3: Linhas do Terminal João Dias

Em horários de pico, o tempo médio de espera pelos ônibus que atendem o centro da cidade e estações de metrô é de aproximadamente 40 min.

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código linha código linha

609F-10 chácara santana 6040-10 terminal capelinha

609F-10 praça princesa isabel via marginal 6040-10 circular itaim bibi via marginal - berrini

647A-10 chácara santa maria via term. Capelinha 6048-10 capão redondo

647A-10 pinheiros via morumbi 6048-10 santo amaro

647C-10 hospital das clínicas 6400-10 terminal bandeira via av. sto amaro

647P-10 cohab adventista 6403-10 terminal pq dom pedro II via marginal

647P-10 pinheiros via morumbi 6450-10 terminal bandeira via av. sto amaro

648P-10 terminal capelinha 6455-10 terminal capelinha

648P-10 pinheiros via marginal - berrini 6455-10 lgo são francisco via 23 de maio

675-10 metrô são judas - via aeroporto 6801-10 jd. Ibirapuera

695T-10 terminal capelinha 6803-10 jd. capelinha

695T-10 metrô vila mariana via ibirapuera/sta cruz 6804-10 jd. Ingá

695V-10 terminal capelinha 6805-10 terminal capelinha via pq sto antonio

695V-10 metrô ana rosa via av. ibirapuera 6806-10 jd. novo oriente via pq arariba

5118-10 lgo são francisco via morumbi 6814-10 campo limpo via pq ipê

5119-10 terminal capelinha 6829-10 jd. vaz de lima / term. Capelinha

5119-10 terminal sto amaro via av. joão dias 6832-10 pq. arariba / term. capelinha

6001-21 terminal sto amaro - expresso 6836-10 capão redondo via cem. São luiz / pq sto antonio

linhas terminal joão dias

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terminal capelinha

_________________Localização: Estr. de Itapecerica, 3222 - Jd. Atlântico.Site: http://sptransporte.kit.net/SPTrans/Terminais/capelinha

É atendido por 39 linhas.Tabela 4: Linhas do Terminal Capelinha

129[re]integração social na favela de paraisópolis | mecanismos de inclusão da cidade informal

código linha código linha

648P/10 Pinheiros via Terminal João Dias - Marginal - Berrini 6820/31 Jardim das Rosas via Parque do Engenho

675V/10Metrô Jabaquara via Jardim Vaz de Lima - Chácara

Flora6821/10 Jardim Jangadeiro via Capão Redondo

675V/31Metrô Jabaquara via Chac. Santana - Estr. M'Boi Mirim

- Chác. Flora6822/10 Jardim Macedônia

695T/10Metrô Vila Mariana via Term. João Dias - Moema -

Santa Cruz6823/10 Jardim Guarujá

695V/10 Metrô Ana Rosa via Term. João Dias - Moema 6824/10 Parque Fernanda

5119/10Lgo. S. Francisco via Term. João Dias - Morumbi -

Brigadeiro6825/10 Valo Velho via Estrada de Itapecerica

5119/21 Circular Semi Expresso Itaim Bibi 6825/21 Valo Velho via Estrada de Itapecerica

6001/10 Terminal Santo Amaro via Terminal e Av. João Dias 6826/10 Jardim Dom José via Jardim Santo Eduardo

6040/10 Itaim Bibi via Term. João Dias - Av. Sto. Amaro - Berrini 6827/10 Valo Velho

6450/10Terminal Bandeira via Term. João Dias - Corredor

Santo Amaro6829/10 Jardim Vaz de Lima via Term. João Dias

6451/10 Terminal Bandeira via Marginal 6830/10 Jardim Irene

6455/10 Lgo.S.Francisco via Terminal João Dias - 23 de Maio 6831/10 Jardim Guarujá via Terminal Jardim Ângela

6805/10 Terminal João Dias via Parque Santo Antônio 6832/10 Parque Arariba via INOCOOP Campo Limpo

6805/31 Terminal João Dias via Rua Nova do Tuparoquera 6835/10 Valo Velho via Capão Redondo

6813/10 Jardim Lídia 6835/31 Valo Velho via Chácara Santa Maria

6815/10 Jardim Comercial 6837/10Shopping Portal via Jardim das Palmas / Estr. do

Campo Limpo

6816/10 Jardim Mitsutani via Vale das Virtudes 6840/10 Jardim Jacira via Capão Redondo / Jardim Ângela

6816/31 Jardim Mitsutani via Av. Sabin 7081/10 Terminal Campo Limpo via Avenida Carlos Lacerda

6817/10 Jardim São Bento 6820/10 Jardim das Rosas via Jardim Irene

6818/10 Jardim Vale das Virtudes via Inocoop Campo Limpo

linhas terminal capelinha

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Vila Praia Paraisópolis

Jd. Rebouças

Jd. Olinda

Term. Campo Limpo

Pullman

Term. João Dias

Pq. Regina

Jd. Catanduva

Pq. Arariba

Linha 0002 - 10: Term. João Dias via Vila Praia

Linha 0004 - 10: Pq. Regina

Linha 0005 - 10: Jd. Rebouçasvia Pullman

Linha 0006 - 10: Term. Campo Limpo via Jd. Olinda

Linha 0007 - 10: Jd. Catanduva via Pq. Arariba

114Percursos e destinos propostos

Figura 114: Foto de satéliteRotas Fonte: Google - consulta em abril/2010.

130

N

Observa-se que a Av. Giovanni Gronchi funciona com uma via

tronco, concentrando grande parte das rotas propostas, pois a partir dela é viável chegar nos destinos

com economia na distância.

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Linha 0001 - 10: Term. Sto Amaro via Senais e Senac

Linha 0003 - 10: Shopping Morumbivia Ter. João Dias e Av. Sto Amaro

Linha 0008 - 10: Vila Sônia

Linha 0012 - 10: Pinheiros

Figura 115: Foto de satéliteRotas Fonte: Google - consulta em abril/2010.

Paraisópolis

Metrô Vila Sônia

Pinheiros

Metrô Vila Mariana

Metrô Saúde

Metrô Brigadeiro

Anhangabau Pq. Dom Pedro II

Shopping Morumbi

Terminal João Dias

Terminal Sto Amaro

115Percursos e destinos propostos

131

Linha 0009 - 10: Anhangabau

Linha 0010 - 10: Pq. Dom Pedro II

Linha 0011 - 10: Metrô Vila Mariana

Linha 0015 - 10: Praça da Sé

Linha 0013 - 10: Metrô Saúde

Linha 0014 - 10: Metrô Brigadeiro N

Av. Giovanni Gronchi concen-trando grande parte das rotas

propostas

Convergência para a Estação Vila Sônia

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Com a definição em implantar a Plataforma de Apoio e Transferência essas linhas propostas não serão implementadas, uma vez que esse tipo de plataforma destina-se à paradas curtas e não espaço de permanências demoradas, como os terminais convencionais. Todavia, para que os assentamen-tos vizinhos passem a ser melhor atendidos pelo transporte público, serão consideradas as linhas propostas para eles, dessa forma, essas linhas serão ofertadas com o caráter circular.

Linhas 0004 - 10, 0005 - 10, 0006 - 10, 0007 - 10: Parque Regina, Jd. Rebouças, Campo Limpo e Jd. Catanduva, respectivamente. Além de atenderem aos núcleos consolidáveis da região, integrados ao Terminal Paraisópolis. A linha que passa pelo Jd. Catanduva atenderá, também ao Parque Arariba, que de acordo com o Plano Diretor da Sub-Prefeitura do Campo Limpo é uma zona de centralidade, além desse trajeto percorrer a Av. Carlos Caldeira Filho, importante avenida de conexão entre Campo Limpo, Vila Andrade e Estrada de Itapecerica. A linha que se dirige ao Campo Limpo atenderá ao Jd. Olinda, núcleo consolidável e urbanizado pela PMSP recentemente. Observando as linhas de ônibus na região central, notou-se que embora várias linhas com destino Campo Limpo nenhuma atende ao distrito de Vila Andrade, implicando em baldiações e trajetos demorados, a criação dessa linha além de viabilizar esse trajeto, permitiria fácil acesso até o município de Taboão da Serra. Essa região é foco atrativo comercial.

Além das linhas circulares propostas, abaixo segue quadro com as três linhas que passam pela Avenida Giovanni Gronchi.

132

Tabela 5: Linhas circulares existentes

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Através da contemplação de atividades e funções que possibilitem o de-senvolvimento social e a inclusão, nas diversas formas que possa ser com-preendida e estabelecida no âmbito da sociedade, estruturou-se o programa de necessidades em 5 (cinco) setores: educação e cultura, inclusão social e saúde, lazer, habitação e cidadania. Cada um desses setores é composto pelas atividades competentes a ele.

- Educação e Cultura:

“... a educação é um processo de socialização e, por essa razão, varia segundo o tempo e o meio. Embora supondo que a educação não apenas integra o indivíduo ao meio social, mas também lhe proporciona uma maior capacidade de autonomia e, por isso mesmo, de interferência no meio social, é relevante mostrar que a educação sempre tem uma importância eminente-mente social.” (SOBRAL, 2000)59

Setor composto pelas creches e centro comunitário de caráter educa-cional e profissional, que engloba programas como aulas de música, teatro, auditório e cinema.

__________________59 Fernanda A. da Fonseca Sobral é professora do Departamento de Sociologia da Univer-sidade de Brasília

programa de necessidades

133

- Inclusão Social e Saúde:

Setor composto pelo centro comunitário de caráter emergencial e unidade básica de saúde. Vislumbra-se oferecer assistência comunitária, através de parceria com instituições de ensino e trabalho, buscando o de-senvolvimento social.

[re]integração social na favela de paraisópolis | mecanismos de inclusão da cidade informal

- Habitações

Setor composto pelas habitações que serão construídas na pré-etapa e nas etapas seguintes, para atender a população em risco e a população removida.

- Lazer:

Setor composto pelas áreas abertas de lazer e praças e o centro esportivo que contemplará atividades como: ginástica olímpica, quadra po-liesportiva, ginástica ao ar livre e splash pad. Através da oferta de atividades físicas procura-se estimular o exercício da cidadania e a reflexão dessas atividades como promotoras de melhoria na vida dos usuários, uma vez que, educação, saúde e integração social se complementam.

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- Cidadania:

Espaço composto pela plataforma de apoio e restaurante comunitário.

- Plataforma de apoio e transferência: Espaço público responsável pela integração da favela como parte da cidade. Comportará as plataformas de embarque e desembarque, jardim, venda de bilhetes e pequenos qui-osques destinados ao comércio.

- Restaurante comunitário e mercado popular: Espaço público des-tinado à comunidade, objetiva oferecer refeições a preço popular aos mora-dores e trabalhadores locais, além de espaço aberto para comércio.

- Estruturas de conexão

- Abertura de ruas: Proporcionar tráfego peatonal e veicular.

- Tratamento das calçadas: garantir o espaço de uso público consoli-dado.

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ficha técnica do projeto1. transporte e fluxo

- 02 plataformas de embarque e desembarque- 1,7 km de ruas abertas- 3,5 km de ruas desobstruídas- 22,86 km de vias peatonais tratadas- 12,89 km de vias veiculares tratadas- 0,8 km de ciclovia proposta- reordenação do fluxo: vias locais com mão únicae vias coletoras com fluxo de mão dupla

asfaltamento, saneamento, iluminação e mobiliário

2. equipamentos e tratamento das áreas de risco

- 02 creches- 01 unidade básica de saúde nível 1- 01 restaurante comunitário- 01 centro de lazer- 01 centro comunitário atendimento educacional- 01 centro comunitário atendimento especial- eliminação da situação de risco nível 3 - risco alto hortas comunitárias, abertura do córrego, vegetação de contenção

3. áreas verdes e de lazer

- 40000 m² de áreas de uso público consagrado ruas, áreas de lazer e espaços interstíciais

4. habitações e remoções

- 20 edifícios- 463 remoções- 546 unidades habitacionais

15 edifícios com serviços no térreo, 05 edifícios com habitação no térreo

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ficha técnica do projeto1. transporte e fluxo

- 02 plataformas de embarque e desembarque- 1,7 km de ruas abertas- 3,5 km de ruas desobstruídas- 22,86 km de vias peatonais tratadas- 12,89 km de vias veiculares tratadas- 0,8 km de ciclovia proposta- reordenação do fluxo: vias locais com mão únicae vias coletoras com fluxo de mão dupla

asfaltamento, saneamento, iluminação e mobiliário

2. equipamentos e tratamento das áreas de risco

- 02 creches- 01 unidade básica de saúde nível 1- 01 restaurante comunitário- 01 centro de lazer- 01 centro comunitário atendimento educacional- 01 centro comunitário atendimento especial- eliminação da situação de risco nível 3 - risco alto hortas comunitárias, abertura do córrego, vegetação de contenção

3. áreas verdes e de lazer

- 40000 m² de áreas de uso público consagrado ruas, áreas de lazer e espaços interstíciais

4. habitações e remoções

- 20 edifícios- 463 remoções- 546 unidades habitacionais

15 edifícios com serviços no térreo, 05 edifícios com habitação no térreo

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infográfico: áreas verdes e de lazer infográfico: transportes e ciclovias

infográfico: habitações infográfico: equipamentos e estruturas de conexão

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referências projetuais

8 “ Uma sociedade não pode existir sem crise habitacional, quando a maioria dos trabalhadores só tem seu salário, ou seja, o in-dispensável para sua sobrevivência e reprodução; quando melhorias mecânicas deixam sem trabalho massas operárias; quando crises industriais determinam, de um lado, a existência de um forte exército de desempregados e, de outro, jogam repeditamente na rua grande massa de trabalhadores,; quando o ritmo da urbanização é tanto que o ritmo das construções de habitação não a acompanha; quando, enfim, o proprietário de uma casa, na sua qualidade de capitalista, tem o direito de retirar de sua casa, os aluguéis mais elevados. Em tal sociedade a crise habitacional não é um acaso, é uma instituição necessária”. (ENGELS, 1872)

Imagem: Telefone de Lata, 2003 Bronze75 x 13 x 23,5 cmSandra Guinle

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referências projetuais

As obras apresentadas nesta sequência foram selecionadas, principalmente, pela forma como abordaram a intervenção no local.

No caso da primeira, através da busca por um caráter unificado e prolongamento do pré-existente, todavia trazendo os elementos contemporâneos, as intervenções conferiram ao conjunto final o enriquecimento da antiga situação, explorando as po-tencialidades e reorganizando o programa.

No caso das seguintes, percebe-se que, além da busca pela valorização das rela-ções pessoais, existe o respeito pela cultura e identidade local.

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referências projetuais

Nova Biblioteca Pública de EstocolmoEstocolmo, Suécia

imagem: www.archdaily.com

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8.1 - Book Hill60

- Ficha TécnicaPrograma: Biblioteca - extensão da Biblioteca Pública de EstocolmoÁrea: 17.000 m2 (9.000 m2 de construção existente)Localização: Estocolmo, SuéciaTipo: Concurso de 2 fases: - pré-selecionados entre 1.176 propostas.Arquitetura: Jakob Christensen e Jan Tanaka - JaJa ArchitectsAno: 2007Situação: 4 lugar no concurso - não construída

A Biblioteca Municipal de Estocolmo, inagurada em 1928, está alojada num edifício em estilo clássico sueco dos anos 20, projetado pelo arquiteto Gunnar Asplund.

Até então, o local era caracterizado pela programação não-funcional e pelo potencial não explorado do edifício. O observatório e a biblioteca fun-cionavam como uma ilha verde perfurando o tecido urbano. Localizam-se em um dos pontos mais altos da cidade, todavia, com a inclinação da encosta a exploração visual se tornava inacessível e o observatório era sub-utilizado.

Em 2007, através da realização do Concurso, foi inaugurada a extensão da biblioteca. Revelando o potencial do edifício existente e do sítio, a inter-venção criou uma composição coerente e funcional, que garante uma clara organização interna e doa à área externa uma identidade unificada.

___________________60 Fonte: www.archdaily.com - acesso em março/2010.

144

A “nova” biblioteca propõe uma extensão da programação da ‘antiga’ biblioteca, organizada através de um boulevard contínuo a partir do nível da rua, em seguida, subindo para a Rotunda Asplund e, finalmente, ligando-a ao topo do observatório, criando assim, uma transição entre a paisagem e o tecido urbano.

A abordagem dessa intevenção funciona como prolongamento daquilo já existente, dialogando com a arquitetura do edifício antigo e, embora traga elementos contemporâneos, confere ao conjunto um caráter unificado. Além disso, funciona como um elemento organizador e capaz de explorar as po-tencialidades subsistentes, mas que eram inacessíveis.

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Figura 120: ImplantaçãoFonte: www.archdaily.com - acesso em março/2010.

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Figura 123: Vista área da Biblioteca de Estocolmo após a intervençãoFonte: www.archdaily.com - acesso em março/2010.

Figura 124: CoberturaFonte: www.archdaily.com - acesso em março/2010.

Figura 122: MaqueteFonte: www.archdaily.com - acesso em março/2010.

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Figura 121: Corte Longitudinal.Fonte: www.archdaily.com - acesso em março/2010.

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referências projetuais

PRAGS BOULEVARDCopenhagen, Dinamarca

Imagem: www.kristinejensen.dk

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8.2 - Prags Boulevard61

- Ficha TécnicaPrograma: Intervenção Urbana: passeio, praças e áreas de lazerÁrea: 2 km do percurso da Avenida de PragaLocalização: Copenhagen, DinamarcaArquitetura: Kristine JensenAno: 2003 - 2008Situação: ConstruídaCapacidade: ---

A intervenção na Avenida de Praga e criação do Boulevard faz parte do projeto de regeneração urbana da cidade. Em um bairro densamente povoado o projeto é concebido como uma extensão das áreas de lazer e acessível a todos.

A rua que se transformou num parque estreito e longo consiste em umasérie de elementos implantados de maneira continua: desenhos no piso, postes de iluminação, 700 cadeiras verdes que vão se mesclando com as áreas de lazer. O grande destaque do projeto é a participação dos moradores na suaexecução e a forma como eles aceitaram e incorporaram essa modificação no cenário urbano como agente transformador de suas vidas e da relação que passaram a estabelecer com o bairro.

___________________61 Fonte: www.kristinejensen.dk - acesso em outubro/2010.

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Figura 125: Área verde mesclada com bairroFonte: www.kristinejensen - acesso em outubro/2010.

Figura 126: Desenho nas ruasFonte: www.kristinejensen - acesso em outubro/2010.

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Figura 127: implantaçõesFonte: www.kristinejensen - acesso em outubro/2010.

Figura 128: mobiliário urbanoFonte: www.kristinejensen - acesso em outubro/2010.

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referências projetuais

Projeto Urbano Córrego do AntonicoParaisópolis, São Paulo, BrasilImagem: www.mmbb.com.br

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8.3 - Projeto Urbano Córrego do Antonico62

- Ficha TécnicaPrograma: Variado - projeto urbano, habitação, edifício de serviços;Área: Córrego do Antonico - ParaisópolisLocalização: São Paulo, BrasilArquitetura: Fernando de Mello Franco, Marta Moreira e Milton BragaAno: 2008Situação: Em desenvolvimento

Segundo o MMBB, o trabalho é resultado da articulação entre a redefin-ção do paradigma da infraestrutura urbana e da construção de formas de imaginário popular atuantes sobre o uso do espaço.

O projeto tem como estratégia a distinção de fluxos, isto é, mantém na superfície as vazões de cheia que são controladas e compatíveis com a densidade do tecido urbano. O fluxo das grandes chuvas é direcionado para uma galeria extravasora. O córrego, uma vez reprogramado, se configura em uma das principais estruturas locais, potencializado por dinâmicas de uso.

De acordo com os arquitetos responsáveis, “o intuito é promover a construção do domínio público. A estratégia é associar os espaços livres aos usos que a cultura da praia urbana nos evoca, uma vez que, na praia, as formas expontâneas de negociação do uso do espaço tornam a coexistência ativa e desejável.”

___________________62 Fonte: www.mmbb.com.br - acesso em maio/2010.

129

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Figura 129: Área de intervençãoFonte: www.mmbb.com.br - acesso em maio/2010.

Figura 130: intervençãoFonte: www.mmbb.com.br - acesso em maio/2010.

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Figura 131: Vista aérea da intervenção - praçaFonte: www.mmbb.com.br - acesso em maio/2010.

Figura 134: corte - duto coletor, ciclovia e praçaFonte: www.mmbb.com.br - acesso em maio/2010.

Figura 133: Edifício de serviços e de habitação, duto coletor de águaFonte: www.mmbb.com.br - acesso em maio/2010.

Figura 132: Perspectiva da intervençãoFonte: www.mmbb.com.br - acesso em maio/2010.

[re]integração social na favela de paraisópolis | mecanismos de inclusão da cidade informal

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referências projetuais

Morro do Socó e PortalOsasco, SP, Brasil

Imagem: www.arcoweb.com.br

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8.4 - Intervenção Urbana: Morro do Socó e Portal 63

- Ficha TécnicaPrograma: Variado - projeto urbano, habitação, edifício de serviços;Área: Morro do Socó e PortalLocalização: Osasco - SP, BrasilArquitetura: Vigliecca & AssociadosAno: 2006Situação: Em desenvolvimento O Morro do Socó e Portal são duas áreas ocupadas por grandes favelas no município de Osasco. A intervenção urbanística, proposta pelo escritório Vi-gliecca & Associados, procura ajustar-se à realidade dos recursos disponíveis . A previsão é de dotar a área de infraestrutura urbana mínima e retirar as ca-sas situadas às margens do córrego, o qual será canalizado e sobre seu leito será implantada uma avenida, ao longo da qual se edificarão diversos blocos de apartamentos. Trata-se de conjuntos de gabarito reduzido, com plantas semelhantes e os pavimentos térreos serão destinados à instalação de pontos de comércio.

Além disso, é proposta a implantação de um centro com auditório, salas para cursos e oficinas, instalação de rádio comunitária e local para atendimen-to público. Além da população do Socó e moradores do Menck e Campo, ele deve atender à população do entorno. Foram também projetados uma creche e um centro esportivo, com quadra, arquibancadas e vestiário. Praças arbori-zadas entre as edificações residenciais funcionarão como áreas de lazer. __________________63 Fonte: Revista Projeto Design: Intervenção transformará megafavelas em bairro - Ed. 348 - Fev / 2009.

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Figura 135: área de intervenção - vista aéreaFonte: www.arcoweb.com.br - acesso em maio/2010.

Figura 136: vista aérea da área com a intervenção propostaFonte: www.arcoweb.com.br - acesso em maio/2010.

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Figura 137: ImplantaçãoFonte: www.arcoweb.com.br - acesso em maio/2010.

Figuras 138, 139 e 140: PerspectivasFonte: www.arcoweb.com.br - acesso em maio/2010.

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referências projetuais

União de Moradores e Comércio do Centro ParaisópolisParaisópolis, SP, Brasil

Imagem: www.revistaau.com.br

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8.5 - União de Moradores e Comércio do Centro Paraisópolis 64

- Ficha TécnicaPrograma: VariadoÁrea: Setor Antonico - Escadaria Manuel Antônio Pinto - ParaisópolisLocalização: São Paulo, SP, BrasilArquitetura: SUBdv Ano: 2008/2009Situação: Captação de recursos O projeto busca centralizar algumas atividades numa nova sede, es-truturada em áreas verdes e construções. Segundo Franklin Lee, arquiteto responsável, “Pretendeu-se desenvolver o que é inexistente ou pouco en-fatizado: o solo, ou o chão, tomado como sistema circulatório principal e manipulador das organizações culturais.”

Para execução do projeto foram utilizados sistemas paramétricos, con-ceitos que: “sincronizam múltiplas seqüências espaciais contorcidas, com jogos sensoriais de luz e sombras difusas, breezes de ventilação e correntes de água”.

Foram desenvolvidos seis projetos através de simulações do ambiente usando ferramentas diversas, além de modelo físico extensivo para aval-iar todos os efeitos espaciais interativos possíveis. Mas o que confere um caráter excepcional ao projeto é a forma como é feita a integração entre o interno e o externo e, a capacidade dessa relação em explorar áreas degra-dadas que passam a ser dissipadoras de infra-estrutura, lazer e cidadania.________________64 Fonte: Revista AU: Democratização Paramétrica - Ano 24 - Ed. 181 - Abril / 2009.

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Figura 141: modelos paramétricos distintos para o projetoFonte: www.revistaau.com.br - acesso em junho/2010.

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bibliografia

9 “A classe dominante dira que ‘a cidade’ crescerá de forma caótica, sem o zoneamento a regulamentação dos loteamentos. Ao mesmo tempo, entretanto, e contraditoriamente, será forçada a reconhecer que se, o lote dos pobres for produzido segundo os requisitos da lei, ele será caro demais para os pobres”. (VILLAÇA, 1986)

Imagem: Roda-roda menina, 2003 Bronze37 x 27 x 27 cmSandra Guinle

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bibliografia

9.1 - Livros:

ABUJAMRA, W. A realidade sobre o problema da favela. São Paulo: Ben-tivegna Editora, 1967.

AMARAL Jr., A, Org.; BURITY, J de A. Organização social, identidade e diferença: perspectivas pós-estruturalistas de análise social. São Pau-lo: Annablume, 2006.

ARANTES, O B F D. Urbanismo em Fim de Linha e Outros Estudos So-bre o Colapso da Modernização Arquitetônica. São Paulo: EDUSP, 1998.

BONDUKI, N. Habitar São Paulo: Reflexões sobre a gestão urbana. São Paulo: Estação Liberdade, 2000.

_______. Origens da habitação social no Brasil – Arquitetura Moderna, Lei do Inquilinato e Difusão da Casa Própria. São Paulo: Estação Liber-dade/ FAPESP, 1998.

BRAKARZ, J. Cidades para todos: a experiência recente com programas de melhoramento de bairros. Washington, DCBID 2002.

BUENO, L M de M. Política habitacional e Favelas. São Paulo, FAUUSP, 1998. Trabalho Programado.

_______. Projeto e Favela: metodologia para projetos de urbanização de favelas, 2000. Tese de doutorado - FAUUSP, São Paulo.

_______. O tratamento especial de fundos de vale em projetos de ur-banização de assentamentos precários como estratégia de recupera-ção das águas urbanas. PUC - Campinas, 2004.

CALDEIRA, T P do R. Cidades de muros: crime, segregação e cidadania em São Paulo. Edusp, SP, 1984.

CARVALHO, F. A casa do homem do século XX, in: XAVIER, A. (Org). De-poimentos de uma geração: arquitetura moderna brasileira. São Paulo: Cosac & Naify, 2003.

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9.2 - Revistas:

Revista AU – ano 22 n°161 – ago 2007: Cidade e Oportunidade. (pag. 72 – 75).

Revista AU - ano 23 n° 166 - jan 2008: FDE Jardim Angélica, São Paulo, Sp. Núcleo de Arquitetura. (pag. 44 - 49)

Revista AU - ano 24 n° 181 - abril 2009: Democratização Paramétrica. (pag. 44 - 49).

Revista AU - ano 24 n° 186 - set 2009: Elemental Paraisópolis. (pag. 44 - 49).

Revista AU - ano 24 n° 187 - out 2009: A integração da favela é desejada pela cidade? (pag. 16 - 17).

Revista Projeto Design - n° 348 - fev 2009: Intervenção transformará megafavelas em bairro. (pag. 100)

MARICATO, E. É preciso repensar o modelo. Revista AU - ano 24 n° 186 - set 2009 (pag. 62 - 64).

ROLNIK, R. Regularização urbanística e exclusão territorial. Revista Po-lis n°32. São Paulo, 1999.

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9.3 - Legislações e Normas:

Plano Regional Estratégico da Subprefeitura do Campo Limpo.

Plano Regional Estratégico do Município de São Paulo.

Manual de projeto geométrico de travessias urbanas - 2010.

NBR 9050 - Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamen-tos urbanos

9.4 - Sítios consultados na internet:

http://www.prefeitura.sp.gov.br – acessos em março e setembro de 2010.

http://www.geografia.fflch.usp.br – acesso março de 2010.

http://www.vitruvius.com.br/revistas/arquitextos - acesso abril de 2010.

http://www.archdaily.com - acessos em abril e setembro de 2010.

http://www.usp.br/fau/depprojeto/.../fix_metropoleornintorrinco.pdf - acesso abril de 2010.

http://www.habisp.inf.br - acessos em abril e setembro de 2010.

http://www.mmbb.com.br - acesso maio de 2010.

http://www.arcoweb.com.br - acesso maio de 2010.

http://sptransporte.kit.net/SPTrans/Terminais - acesso maio de 2010.

http://www.sp.senai.br - acesso maio de 2010.

http://www.sp.senac.br - acesso maio de 2010.

http://www.kristinejensen.dk/pragsboulevard.html - acesso outubro de 2010.

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anexos

10“ As cidades do futuro, em vez de feitas de vidro e aço, como fora previsto por gerações anteriores de urbanistas, serão construídas em grande parte de tijolo aparente, palha, plástico reciclado, blocos de cimento e restos de madeira. Em vez das Cidades de luz arrojando-se aos céus, boa parte do mundo urbano do século XXI instala-se na miséria, cercada de poluição, excrementos e deterio-ração.” (DAVIS, 2006)

Imagem: Pulando Carniça 2, 2003 Bronze37 x 27 x 27 cmSandra Guinle

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anexo 1: plano regional estratégico da subprefeitura do campo limpo

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anexo 2: processo de projeto

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Anexo II: Processo de projetomaquetes

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terreno para implantação do centro comunitário 1

implantações concentradas no setor grotão

terreno para implantação de centro comunitário

implantações distribuídas pelo assentamento

estudo preliminar

setor grotão

desenvolvimento

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desenvolvimento

estudo preliminar

Anexo II: Processo de projetodesenhos

tratamento dos espaços intersticiais

edifício prisma incrustado com serviços no térreo

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Anexo II: Processo de projetodesenhos

mapas

croquis e estudo de áreas

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anexo 3: vegetação para estabilização de taludes

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anexo 4: levantamento planialtimétrico

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esc 1:7500

N

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perímetro da favela

curvas de nível de 5m em 5m

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