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Geral | Educação Central de Notícias Edição 8° Abril/Maio/Junho de 2014 Comunicação Social - Jornalismo - 6° semestre P aís com cerca de 4,47 mi- lhões de habitantes, vem se tornando um dos mais procurados destinos para inter- câmbio, segundo pesquisa feita pela Student Travel Bureau, a Ir- landa está em 7°lugar no ranking com outros nove. Com diversos atrativos para chamar a atenção dos jovens, o país tem como uma das principais capitais Dublin, sua moeda é o euro, suas línguas ociais são o irlandês e o inglês, e cerca de 91,6% da população é católica. Para quem gosta de fazer passeios turísticos a capital Dublin é o des- tino mais indicado, na cidade es- tão situados, o Museu Irlandês de Arte Moderna, o Castelo Mala- hide, a Catedral St. Patrick’s, que trazem em seus traços arqueoló- gicos as historias locais. Um dos motivos que vem aumen- tando essa procura são as facilida- des que o país proporciona para quem pretende ir estudar o idio- ma, diferente de outros destinos que ainda são lideres na procura para intercâmbio. Para obtenção do visto o país exige que se tenha comprado um curso de idioma, seguro saúde, indicação de onde irá morar mesmo que seja tem- porário, passagens aéreas de ida e volta, e possuir cerca de 3 mil euros em conta, que seria apro- ximadamente 9 mil reais, o valor terá variações pois dependem da cotação do euro no dia. Outro forte atrativo é a oportunidade de trabalhar legalmente mesmo com visto de estudante, esse processo é valido para cursos com duração superior a 6 meses e carga de 20 horas semanais, podendo traba- lhar até 40 horas semanais. O fato de ser um integrante da União Europeia permite que o estudante com visto irlandês transite livremente por outros países como: França, Inglaterra, Alemanha, Espanha, Itália entre outros. Uma das grandes capitais bra- sileiras sediou um dos maiores eventos do salão do estudante, a 19° feira de intercâmbio e cursos no exterior da América Latina. O evento foi realizado nos dias 15 e 16 de março, e recebeu cerca de 30 mil estudantes, no shopping Frei Caneca, região da Avenida Paulista, São Paulo. Os Países que participam da fei- ra: África do Sul, Alemanha, Argen- tina, Austrália, Canadá, Chile, China, Colômbia, Espanha, EUA, França, Irlanda, Israel, Itália, Li- tuânia, Malásia, Nova Zelândia, Peru, Polônia, Reino Unido, Suí- ça, Uruguai. No estande da agência de inter- câmbio brasileira CI (central de Intercâmbio) a representante comercial explicava sobre qual país vem sendo mais procurado para estudos de línguas, “Hoje o país que mais estamos enviando Alessandra Teófilo Irlanda é o destino mais procurado para intercâmbio Irlanda se torna cada vez mais o destino preferido pelos jovens alunos é a Irlanda, devido à e- xibilidade nas leis, lá os estudan- tes ainda tem a permissão para trabalhar e estudar, diferente de outros países”, disse Vanessa Cos- ta. O intuito é esclarecer dúvidas de quem pretende realizar estudos no exterior. A feira conta com representantes de 22 países de destino prestando atendimento e oferecendo roteiros de viagem, conta também com palestras so- bre quais são os países mais pro- curados, orientações sobre emis- são de passaporte, cursos em universidades no exterior, e leis em vigor de cada país. Os estudantes Julia Souza (19) e André Braga (23), tinham mui- tas dúvidas de qual país queriam ir, como é o serviço de hospeda- gem, o estudo lá no exterior, até onde iria o suporte por parte das escolas, e retirada de passapor- te. Os jovens resolveram assistir apresentações que estavam sen- do ministradas pela Associação Alumni, que é uma entidade - lantrópica e trabalha em conjun- to com o consulado americano no Brasil, que ajuda a direcionar um pouco na escolha do país e como é a estrutura para estu- dos no exterior tanto com agên- cias de intercâmbio quanto para quem pretende participar de al- gum programa de ingresso nas universidades. Para facilitar aos estudantes inte- ressados fomos fazer o levanta- mento da documentação exigida. O interessado deve preencher um formulário eletrônico de solici- tação e agendamento no site da Policia Federal e posteriormente apresentar- se no posto de aten- dimento escolhido, na data e horário agendados, portando os seguintes documentos originais: com foto ( RG, CNH, Carteira de trabalho) menores de 12 anos poderão apresentar certidão de nascimento. que comprove quitação com o serviço militar. documento de identidade. Essas são informações que cons- tam no site da Policia Federal, dú- vidas ligue 194 ou acesse os links: http://goo.gl/GfAsbB http://goo.gl/GIbWTk ... Créditos:Descubra o mundo Créditos:Wikipedia Créditos:world-adventurer Castelo de Malahide, localizado em um vilarejo irlandês, proximo a capital A St.Patrick’s é a catedral mais jovem de Dublin

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Geral | Educação

Central de Notícias Edição 8° Abril/Maio/Junho de 2014

Comunicação Social - Jornalismo - 6° semestre

País com cerca de 4,47 mi-lhões de habitantes, vem se tornando um dos mais

procurados destinos para inter-câmbio, segundo pesquisa feita pela Student Travel Bureau, a Ir-landa está em 7°lugar no ranking com outros nove. Com diversos atrativos para chamar a atenção dos jovens, o país tem como uma das principais capitais Dublin, sua moeda é o euro, suas línguas oficiais são o irlandês e o inglês, e cerca de 91,6% da população é católica.Para quem gosta de fazer passeios turísticos a capital Dublin é o des-tino mais indicado, na cidade es-tão situados, o Museu Irlandês de Arte Moderna, o Castelo Mala-hide, a Catedral St. Patrick’s, que trazem em seus traços arqueoló-gicos as historias locais.Um dos motivos que vem aumen-tando essa procura são as facilida-des que o país proporciona para quem pretende ir estudar o idio-ma, diferente de outros destinos que ainda são lideres na procura para intercâmbio. Para obtenção do visto o país exige que se tenha comprado um curso de idioma, seguro saúde, indicação de onde irá morar mesmo que seja tem-porário, passagens aéreas de ida e volta, e possuir cerca de 3 mil euros em conta, que seria apro-ximadamente 9 mil reais, o valor terá variações pois dependem da cotação do euro no dia. Outro

forte atrativo é a oportunidade de trabalhar legalmente mesmo com visto de estudante, esse processo é valido para cursos com duração superior a 6 meses e carga de 20 horas semanais, podendo traba-lhar até 40 horas semanais.O fato de ser um integrante da União Europeia permite que o estudante com visto irlandês transite livremente por outros países como: França, Inglaterra, Alemanha, Espanha, Itália entre outros.Uma das grandes capitais bra-sileiras sediou um dos maiores eventos do salão do estudante, a 19° feira de intercâmbio e cursos no exterior da América Latina. O evento foi realizado nos dias 15 e 16 de março, e recebeu cerca de 30 mil estudantes, no shopping Frei Caneca, região da Avenida Paulista, São Paulo.Os Países que participam da fei-ra:África do Sul, Alemanha, Argen-tina, Austrália, Canadá, Chile, China, Colômbia, Espanha, EUA, França, Irlanda, Israel, Itália, Li-tuânia, Malásia, Nova Zelândia, Peru, Polônia, Reino Unido, Suí-ça, Uruguai.No estande da agência de inter-câmbio brasileira CI (central de Intercâmbio) a representante comercial explicava sobre qual país vem sendo mais procurado para estudos de línguas, “Hoje o país que mais estamos enviando

Alessandra Teófilo

Irlanda é o destino mais procurado para intercâmbio

Irlanda se torna cada vez mais o destino preferido pelos jovens

alunos é a Irlanda, devido à fle-xibilidade nas leis, lá os estudan-tes ainda tem a permissão para trabalhar e estudar, diferente de outros países”, disse Vanessa Cos-ta.O intuito é esclarecer dúvidas de quem pretende realizar estudos no exterior. A feira conta com representantes de 22 países de destino prestando atendimento e oferecendo roteiros de viagem, conta também com palestras so-bre quais são os países mais pro-curados, orientações sobre emis-são de passaporte, cursos em universidades no exterior, e leis em vigor de cada país.Os estudantes Julia Souza (19) e André Braga (23), tinham mui-tas dúvidas de qual país queriam ir, como é o serviço de hospeda-gem, o estudo lá no exterior, até onde iria o suporte por parte das escolas, e retirada de passapor-te. Os jovens resolveram assistir apresentações que estavam sen-do ministradas pela Associação Alumni, que é uma entidade fi-lantrópica e trabalha em conjun-to com o consulado americano no Brasil, que ajuda a direcionar um pouco na escolha do país e como é a estrutura para estu-dos no exterior tanto com agên-cias de intercâmbio quanto para quem pretende participar de al-gum programa de ingresso nas universidades.

Para facilitar aos estudantes inte-ressados fomos fazer o levanta-mento da documentação exigida.O interessado deve preencher um formulário eletrônico de solici-tação e agendamento no site da Policia Federal e posteriormente apresentar- se no posto de aten-dimento escolhido, na data e horário agendados, portando os seguintes documentos originais:

com foto ( RG, CNH, Carteira de trabalho) menores de 12 anos poderão apresentar certidão de nascimento.

que comprove quitação com o serviço militar.

documento de identidade.Essas são informações que cons-tam no site da Policia Federal, dú-vidas ligue 194 ou acesse os links:

http://goo.gl/GfAsbB

http://goo.gl/GIbWTk

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Créditos:Wikipedia

Créditos:world-adventurer

Castelo de Malahide, localizado em um vilarejo irlandês, proximo a

capital

A St.Patrick’s é a catedral mais jovem de Dublin

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Ger

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duca

ção

Central de Notícias Edição 8° Abril/Maio/Junho de 2014

Universidade de Santo Amaro - UNISA

O Sisutec ofereceu nes-ta edição 291.338 vagas em 122 cursos técnicos de 937 insti-

tuições de ensino públicas e pri-vadas, além das escolas do Ser-viço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Co-mercial (Senac). No caso da rede particular, o aluno terá bolsa de estudo. Para concorrer, o candi-dato não pode ter tirado zero na redação do Enem.O jovem Marcos Nascimento (24) terminou o ensino médio há sete anos e desde então bus-ca uma oportunidade de cur-so técnico. Para ele, cursar uma universidade não seria a melhor escolha, uma vez que a empresa onde ele trabalha oferece opor-tunidades no setor de segurança do trabalho. Este foi o curso mais procurado neste ano, pois se en-

contra em expansão. A pequena divulgação do pro-grama foi uma dos pontos nega-tivos. Poucas pessoas sabiam da existência do Sisutec, por isso, as próprias instituições de ensi-no estavam enviando mensagens de texto para possíveis alunos. A candidata ao curso de Produção de Moda, Beatriz Santana (17), recebeu até uma ligação para rea-lizar sua inscrição, mas perdeu a oportunidade por burocracia do programa. “Estou me sentindo perdida, o governo exige o histó-rico escolar para realizar a matrí-cula, mas a escola diz que no mo-mento só pode me fornecer um comprovante de conclusão do ensino médio”, relatou a jovem. O Sisutec é uma oportunidade para aqueles que querem realizar um curso de especialização e, por algum motivo, não podem fre-quentar uma universidade. Cabe

Segurança do Trabalho é eleito o curso mais procurado pelos jovens

Cada vez mais jovens procuram iniciar a carreira de Segurança do 7UDEDOKR�SHOR�6LVWHPD�GH�6HOHomR�8QLÀFDGD�SDUD�&XUVRV�7pFQLFRV

Bruno Alves

ao governo melhorar o suporte aos candidatos do programa e intensificar a divulgação de da-tas para inscrições e matrícula. A impressão que passa, é de que as instituições de ensino estão mais preocupadas com a presença dos alunos do que o próprio criador do projeto. A burocracia está pre-sente em tudo no Brasil, desde uma simples transação bancária, quem dirá então, em um projeto disponibilizado pelo governo.

A Segurança do Trabalho pode ser entendida como os conjuntos de medidas que são adotadas visan-do minimizar os aciden-tes de trabalho, doenças ocupacionais, bem como proteger a integridade e a capacidade de trabalho do trabalhador.2� VDOiULR� PpGLR� p� GH� 5������PLO�� 2� SURÀVVLRQDO� ID]�a análise de possíveis aci-dentes e recomenda me-GLGDV� GH�SUHYHQomR�� DOpP�de elaborar políticas de saúde.

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Créditos:archimedes

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Curso mais procurado entre os participantes do Sisutec, segurança do trabalho oferece várias oportunidades para os jovens

Unidade do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial

O Exame Nacional do Ensino médio é a porta de entrada para os

candidatos ao sisutec

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eio-Ambiente

Central de Notícias Edição 8° Abril/Maio/Junho de 2014

Comunicação Social - Jornalismo - 6° semestre

Achei que estava ao lado da barraca de peixe na feira” relata Antonio Souza Ju-

nior, morador do Parque Resi-dencial Cocaia. Grande parte dos bairros do extremo sul da cidade de São Paulo nasceu no entorno da represa Billings. Esse cresci-mento desenfreado trouxe di-versos problemas no quesito pre-servação, Hoje a represa que há alguns anos servia para passeios em família e pescarias nos finais de semana, está tomada pela su-jeira. O entulho depositado em suas margens e o esgoto despeja-do diretamente na água sem ne-nhum tipo de tratamento acabou destruindo muito do que já exis-tiu ali. No ano passado, a prefeitura ini-ciou a obra de captação da rede de esgoto da região para tentar “sal-var” a represa, porém, isso é um trabalho para mais alguns anos e que vai depender de que cada um faça sua parte, tanto na economia de água quanto na preservação das áreas de mananciais.O Parque Residencial Cocaia, por exemplo, tem 33 anos, e nessa fase

de desenvolvimento do bairro muitos moradores despejavam os esgotos de suas casas diretamente na represa Billings. Ivan Borges é jornalista e mora no bairro há mais de 20 anos. Para ele a falta de educação dos próprios mora-dores é uma das causas do pro-blema de preservação ambiental na área. “Conforme as pessoas foram construindo suas casas às margens da represa, fizeram dela sua lata pública de lixo. Jogam nela fraldas sujas, sofás, geladei-ras, peças de carro e tudo o que não serve mais.” Relata o mora-dor.No último verão tivemos várias situações atípicas relacionadas a um dos maiores reservatórios de água de São Paulo. O período de seca, o maior já registrado nos úl-timos dez anos, fez com que os ní-veis de água caíssem muito. Além disso, foram registrados recordes de calor responsáveis por outro triste episódio, os moradores da Zona Sul dos bairros Parque re-sidencial Cocaia, Grajaú, Canti-nho do Céu, entre tantos outros da região, sofreram com o mau

BRUNO BORGES

fizeram da represa sua lata pública

de lixo

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A falta de preservação das áreas de mananciais

A falta de consciência e descaso com a natureza causa problemas aos moradores da zona sul

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cheiro forte vindo da represa. A EMAE (Empresa Metropolitana de Águas e Energia S.A) explica que o mau cheiro se espalha de-vido ao calor excessivo, aos bai-xos níveis de água e o acúmulo de matéria orgânica vinda do esgoto despejado sem tratamento....

A cor verde da água é efeito da decomposição de matérias ôrganicas

Seca revela parte da sujeira escondida na Billings

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Central de Notícias Edição 8° Abril/Maio/Junho de 2014

Universidade de Santo Amaro - UNISA

CAMILA LOPES

Itinerário LollapaloozaTrem, carro, ônibus, bicicleta... opções não faltaram para o deslo-

camento do público ao Autódromo de Interlagos

Acesso ao local: erros e acertos

Um dia atípico para os usuários da CPTM: quem op-tou pela Linha 9 – Esmeralda para ir ao evento, aguardavam apenas de 2 a 3 minutos para embarcar. Ao chegar à Estação Autódromo, uma caminhada de 15 a 20 minutos os espera-va até o local. Alguns recla-maram da distância, mas um ponto positivo para a organi-zação foi a sinalização durante o trajeto. Em todo o caminho

havia placas de orientações para os pedestres até a entra-da. Havia guardas da CET or-ganizando o trânsito, que foi bem afetado pela multidão de pedrestes a todo momento. O estacionamento com vagas para 4 mil veículos tinha gran-des faixas para auxiliar quem ia de carro, no entanto a entra-da era justamente onde estava uma parte da fila com pessoas na frente o tempo todo. “Fui caminhado até o local. Entre-tanto, observei que o trânsito na região do Autódromo foi

As expectativas para co-nhecer as mudanças pre-paradas para a terceira

edição do Lollapalooza Brasil eram grandes, a começar pelo lo-cal do evento, o Autódromo de Interlagos, localizado no extremo Sul da cidade de São Paulo. Após duas edições realizadas no Jockey Club, o ano de 2014 marcou a mudança do festival e suas atra-ções para o que é também palco da Fórmula 1 e outros eventos automobilísticos. Desde o anún-cio sobre o novo lugar, e também da nova empresa organizadora, agora a Time For Fun, a repercus-são girou em torno da distância, sua infraestrutura e a dificulda-de de acesso. E quem lembra da visita de Perry Farrell, fundador do festival, ao Brasil em outubro do ano passado? Farrel esteve em São Paulo e realizou o trajeto da estação Morumbi da CPTM, até a Autódromo junto com a impren-sa, já que a maioria das pessoas usariam esse percurso. Entre os moradores de capital paulista, 63% disseram ir ao evento de Metrô/CPTM, segundo a pesqui-sa realizada pelo Central de Notí-cias Unisa. Nesse sentido, a organiza-ção do evento prometeu traba-lhar para facilitar o acesso não só pela estação de trem, como também colocando mais ôni-bus e vagas de estacionamento para carros à disposição do pú-blico, além de um bicicletário, já que há uma ciclofaixa dire-to para a estação Autódromo. Ainda assim, as pessoas ainda temiam problemas no trajeto, como contou Pedro Cavalcan-ti, 22 anos, analista de suporte. Ele já foi ao evento em 2013 e observou diferenças para a nova edição. “Notei que o fes-tival no Autódromo ganhou em espaço e estrutura. Temo apenas que o acesso para os

demais paulistanos tenha pio-rado por conta do novo local”, disse. A intenção da organização era facilitar o uso de qualquer meio de transporte para que chegassem sem transtornos ao autódromo e pudessem curtir o festival. Houve até incentivo à carona solidária: quem esti-vesse com quatro pessoas no carro, ganhava tíquete de ali-mentação para o festival. Mas será que tudo correu como Farrell esperava? A equipe da Unisa foi conferir!

A PREFERÊNCIA DO PÚBLICO

Enquete realizada pela equipe do Central de Notícias

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Cidade | Comportam

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bastante comprometido. Ape-sar da boa oferta de ônibus, muita gente decidiu ir ao fes-tival de carro, fazendo da Ave-nida Interlagos um verdadeiro tormento”, contou Cavalcanti. Cerca de 36 linhas de ôni-bus que passavam próximos ao Autódromo estavam sinalizadas com uma placa vermelha escrito Lollapalooza. Em um período de 10 minutos em um ponto próxi-mo, a equipe da Unisa contou 7 veículos que passaram com a sinalização. O bicicletário, por sua vez, não foi a opção escolhi-da pela galera que foi ao evento. Era possível contar nos dedos o número de bicicletas no local. No entanto, nem tudo foi como o planejado. Se a ida ao festival foi tranquila, a volta foi em meio ao caos das lotações de ônibus, trens e o trânsito. “Toda aquela multidão que es-tava no Lolla foi para o trem e faltava pouco tempo para fechar. Os guardas liberavam grande grupos de pessoas para aos poucos pegar o trem. Isso demorou cerca de 40 minu-tos”, relatou Milena Mantovani Buzzinaro, 16 anos, estagiá-ria de Biblioteca. No segundo dia, as coisas foram melhores para quem resolveu voltar pela CPTM, segundo a estudante de teatro, Amara Hartmann, 19 anos. “No primeiro dia uti-lizar o trem para voltar estava péssimo, totalmente desorga-nizado e sem preparo. Mas no segundo dia a CPTM se orga-nizou e ficou bem melhor - a pena é que deveriam ter se or-ganizado antes”, disse. Apesar de todos os problemas, quem foi conta que a experiência do festival valeu a pena mes-mo com os imprevistos e es-pera com ansiedade por 2015.

Público do Lollapalooza desembarca na Estação Autódromo, linha 9 - Esmeralda da CPTM

Placas de orientação foram espalhadas no trajeto da estação ao local do festival

SPTrans sinalizou todas as linhas de ônibus que passavam no local

Bicicletário vazio mostra que esse não foi o meio preferido do público

Filas se formavam também na en-trada para o estacionamento

Muitas pessoas desembarcavam de ônibus e vans fretados

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Cidade | Comportam

entoCentral de Notícias Edição 8° Abril/Maio/Junho de 2014

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jéssica fernanda teodoro

um show de lucratividadeMesmo com a crise de mercado, o Brasil é um dos dez países mais

procurados como rotas de show em todo o mundo

O Brasil possui muitos palcos para shows inter-nacionais, assim como

o autódromo de interlagos que recebeu esse ano o Lollapalooza. Mas não só se tornou nos últimos anos uma rota para esses eventos, mas também palco para grandes nomes do rock alternativo, heavy metal, punk rock. Outro exem-plo disso é Rock in Rio, o maior festival de música do mundo que foi realizado pela primeira vez em 1985, originalmente no Rio de Janeiro, onde deu o nome ao evento. E ao longo de 13 edições o Rock in Rio já teve cinco no Brasil, cinco em Portugal e três na Espanha. Em 2008, foi realiza-do pela primeira vez em dois lo-cais diferentes, Lisboa e Madrid.Toda essa repercussão mundial que o Rock in Rio teve fez com que o jornalista Luiz Felipe Car-neiro em 2011 lancasse A história do festival contada no livro “Rock in Rio - A História do Maior Festival de Música do Mundo”.A T4F (Time for Fun) depois de conquis-tar um r e l a c i o -n a m e n -to com a g e n t e s i nt e r n a -cionais e g r a n d e s ícones da música se tornou uma das em-presas mais procuradas para a negociação de patrocínios e pro-motora de festivais nacionais e in-ternacionais. E no caso da edição do Lollapalooza esse ano, a TIME FOR FUN foi escolhida para so-mar forças com o festival e anun-ciaram parceria de longo prazo.Desde 2010 O Brasil é um dos pa-íses mais procurados para sediar grandes eventos, como shows, feiras e congressos. O mercado dos megaeventos já movimentou mais de R$ 100 bilhões de reais no País. Segundo Marcelo Flo-res, diretor da Playcorp, empresa especializada em grandes even-

tos, que realiza há 15 anos o Re-veillon na Paulista e o Skol Sen-sation, uma das maiores festas da música eletrônica do Brasil, todo planejamento, sofisticação, tec-nologia e organização que a T4F, a Playcorp e empresas especiali-zadas adquirem como experiên-

cia nesses eventos se torna dife-rencial para que grandes ícones da música in-ternacional b u s q u e m

o Brasil como palco e rota des-ses festivais e shows. Pesquisas feitas anualmente são realizadas para entender o que o público daquele festival busca, quais são suas expectativas, desejos, an-siedades. Todos os eventos são trabalhados e realizados um le-vantamento geral desde produ-tos que ele irá consumir dentro evento até a comida que ele gos-ta. Segundo dados da Playcorp, empresas patrocinadoras e mar-cas investem de 150 a 550 mil reais nesses eventos. Obviamente isso movimenta muito dinhei-ro e o retorno econômico que as empresas têm é muito grande.

Por outro lado, enquanto o Bra-sil se tornou um dos países mais procurados nos últimos quatro anos, passou por um tempo com a crise de mercado. O Brasil é responsável por 76% dos mer-cados de shows internacionais. Mas a causa de toda a crise é a inflação de ingressos, e cancela-mentos de shows. Enquanto isso, empresas de shows fazem seus ajustes para que essa crise venha regredindo. E tem dado certo. Karla Fernandes, 29 anos, é fã de vários festivais que aconte-cem no Brasil, e esteve no último show da banda Metallica reali-zado em 22 de Abril. Para ela, a apresentação foi fantástica e a sensação que teve pós-show foi indescritível. “O show foi sensa-

não vejo crise nenhuma de shows aqui

karla fernandes

“cional, a banda é muito simpática e o público muito receptivo, foi uma combinação perfeita” disse.Quando questionado o que ela acha sobre a crise de mercados disse: “Não vejo crise de shows aqui. As bandas tem escolhido o Brasil justamente pelos pre-ços abusivos dos ingressos, sa-bendo que nós fãs vamos pagar o valor que for pra ver nossas bandas favoritas, vai saber quan-do elas vão voltar” afirma. Mesmo diante dessa situação, os fãs dos festivais afirmam que enquanto estiverem dispostos a comparecer nesses shows, não haverá crise que poderá des-truir o sonho de em cada show poder conhecerem seus ídolos....

Rock in Rio se tornou um dos festivais maisfamosos do mundo inteiro

Créditos: Site Rock in Rio Oficial

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Cidade | SegurançaCentral de Notícias Edição 8° Abril/Maio/Junho de 2014

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O Coronel Carlos Pimen-tel, faz parte da policia militar a 38 anos e afirma

quando questionado se ser poli-cial no Brasil vale a pena diz:“Sim e não. Sim pela satisfação pessoal de poder estar ajudando aos ou-tros e o não pela falta de reconhe-cimento, principalmente quanto ao grau de importância na socie-dade”.Há diversas opiniões sobre os policiais, sua conduta, e o que os levam em determinado momen-to a não ter uma postura politi-camente correta. Em um tempo não tão distante os policiais eram conhecidos como os heróis da população, aqueles em que se de-viam confiar sua segurança e até mesmo a sua própria vida, mas em contraparwtida o que se pode observar por parte da população é medo, falta de respeito e indife-rença, Mas os policiais nem sempre têm um espaço aberto para expor as suas opiniões, pensamentos, difi-culdades e até mesmo seus medos - sim eles também têm medo! Até porque são pessoas comuns que

apenas vestem uma “roupa espe-cial” e tem a difícil missão de ten-tar defender as pessoas dos males do dia-a-dia. Alega que em mui-tas vezes não é possível separar o lado pessoal do profissional, mas, que em algum momento as coisas se confundem, principalmente quando os problemas domésticos se avolumam e por culpa da sua condição de policial. E quanto ao medo ele é atribuí-do pela sensação de abandono pelo Estado quando um policial está trabalhando ele o represen-ta mas quando está respondendo criminalmente por qualquer ato o Estado vira as costas e ele pre-cisa arcar com tudo sozinho, tan-to que o que deveria ser motivo de orgulho acaba se revertendo em insegurança, os policiais só se sentem seguros com a farda quando se está em serviço, mas quando se vê sozinho ou a pé por exemplo se sentem bastante desconfortáveis pela incerteza do que se pode encontrar ao virar uma esquina. O Coronel Pimen-tel menciona algo que também é bastante questionado pela popu-

Elida Rocha

Até onde conhecemos os policiaisOs recentes ataques aos Policiais evidenciaram

o lado humano dos PM’s

lação que é a remuneração dos policiais. Afirma que não é justa e que o seu salário não paga nem as despesas do mês de sua famí-lia mas que depende do objetivo de cada um. O salário ainda pode variar conforme seu estado base; por exemplo, um profissional que trabalha em Brasília ganha apro-ximadamente R$ 7 mil, já um policial de São Paulo, ganha em torno de R$ 2 mil, na opinião do

Coronel o que falta para melho-rar os problemas existentes den-tro da policia é uma ação do Esta-do que proteja o policial, dê a ele uma casa para morar, apoio ju-rídico necessário, o treinamento mais constante e com meios mais modernos de ensino e instrução um salário que possa proporcio-nar uma condição financeira me-lhor.

Principais pré-requisitos para entrar na Policia Militar:

>Ser brasileiro >Ter 18 a 30 anos >Ter concluído ensino médio , estar em dia com suas obrigações eleitorais e exercer seus direitos políticos e também em dia com suas obrigações militares >Ter posse de CNH gategoria A e E>Possuir altura não inferior a 1,65 m (um metro e sessenta e cinco centímetros) para ambos os sexos.> Possuir peso proporcional à altura, conforme preconiza-do pela Organização Mundial de Saúde (OMS) por meio do índice de massa corporal

Há diversas opiniões sobre os policiais e o seu lado humanizado

Créditos da Imagem

: Fotos públicas.com

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Economia

Central de Notícias Edição 8° Abril/Maio/Junho de 2014

Comunicação Social - Jornalismo - 6° semestre

Próximo do centro de comér-cio têxtil do bairro do Brás, na cidade de São Paulo, an-

tigo bairro operário do Brás uma edificação de tijolos aparentes se destaca diante de um batalhão de lojas. O velho prédio assemelha-do a um castelo localizado na Rua Joli data do início do século XX e é uma das construções que teste-munham a antiga vocação indus-trial da cidade. Toco a campainha que fica em um portão de ferro verde e logo adentro em um salão aonde destaca um grande tacho dourado que era utilizado para fabricar banha e que remonta as origens da empresa. Do edifício são administrados bens, imóveis e a última fábrica ainda em ati-vidade daqui-lo que já foi cons i -d e r a -do o m a i o r g r u p o empre-s a r i a l do Bra-sil, as Indústrias Reunidas Fábri-cas Matarazzo-IRFM. Há cerca de 40 anos, ainda no auge e quando a Matarazzo se mudou para a sede da Rua Joli, de lá eram decidido boa parte da economia do país, já que até 1979 a Matarazzo figurava como a maior empresa privada brasilei-ra nas principais publicações des-tinadas a análise de empresas. O tamanho da IRFM era tão gigante quanto suas atividades; alimen-tos, usinas, cabotagem, banco, química, papel, têxtil, cimento, cerâmica, café e por aí vai... Che-gou se há um tempo que Mata-razzo era sinônimo de riqueza, já que famílias pouco afortunadas quando reclamavam de altos gas-tos soltavam o velho jargão “Pen-sa que sou Matarazzo?!” Sérgio Garbatti Gross é

uma das testemunhas que viram o auge da empresa e acompanha desde então sua decadência. En-trou na Matarazzo em 1981 como estagiário de marketing, viu a empresa passar pela primeira de duas concordatas e é um dos poucos funcionários que sobra-ram dos tempos mais alegres. Sua tarefa é basicamente apagar os incêndios, como ele mesmo diz que tem que conviver diariamen-te, já que a empresa detém um imenso passivo trabalhista e tri-butário e o velho casarão do Brás mais parece um grande escritório de advocacia, “Pegamos o final da festa, estamos apenas fazendo faxina e comendo as migalhas” declarou Gross.

Acostu-m a d o s a vive-rem na riqueza, a famí-lia Ma-t a r a z z o começou prat ica-mente do zero no

país e construiu com muito esfor-ço o grupo de empresas. O fun-dador, o Conde Francesco Mata-razzo, italiano, chegou ao Brasil em 1881 e desde então montou diversos negócios até abrir o pri-meiro moinho de trigo de São Paulo, o Moinho Matarazzo em 1900, empreendimento este con-siderado a mola para o sucesso dos seus negócios. Com a expansão dos negó-cios, assumiria no fim da década de 1930 o Conde Francisco Ma-tarazzo Júnior, ou Conde Chi-quinho. Em sua gestão a empresa que já era a maior do país expan-diria seus negócios para a área química, tornando- se uma das pioneiras dessa indústria no país. Na década de 1970 com a morte do Conde Chiquinho, assumiria a gestão dos negócios

Bermudes, Sérgio e Nery: juntos mais de 100 anos na mesma empresa

everton calício

Sede da empresa no bairro do brás, se assemelha a um

castelo e já foi uma das fábricas

de matarazzo

“ “

CHAMINÉS DA HISTÓRIA&RPR�XP�GRV�PDLRUHV�JUXSRV�LQGXVWULDLV�GR�SDtV�ÀFRX�SDUD�WUiV�H�

é apenas sombra do que foi.

Tacho onde os Matarazzo fabricava banha em sua primeira fábrica exposto no saguão de entrada da

empresa

Busto dos Condes Francesco e Francisco Matarazzo Júnior, pioneiros da indústria no país

créditos Everton Calíciocréditos Everton Calício

créditos Everton Calício

Page 9: Central Piloto - 1 sem 2014

Econ

omia

Central de Notícias Edição 8° Abril/Maio/Junho de 2014

Universidade de Santo Amaro - UNISA

a atual comandante das empresas e sua filha, Mariah Pia Esmeralda Matarazzo. Em uma época que o machismo ainda imperava nas empresas, assumir um grupo do tamanho da Matarazzo era uma tarefa um tanto quanto pesada para Mariah Pia, que inclusive sofreu com diversas bri-gas familia-res para per-manecer no comando da empresa. A p ó s assumir o c o m a n d o , Mariah Pia impôs uma pesada re-forma administrativa para trazer o balanço das empresas de volta ao azul, porém a economia brasi-leira da época não favorecia mui-to os seus planos já que a maior parte da dívida da Matarazzo es-tava em dólar e essas eram épocas que o câmbio da nossa moeda es-tava todo irregular. Pouco a pou-co, empresas e produtos como Petybon, Cimento Zebu, fábri-cas têxteis e outros eram fecha-dos ou vendidos para fazer caixa ao combalido grupo, com isso à Matarazzo ganhou fôlego para chegar até a virada do milênio e ainda continuar suas atividades. Gross lembra com tristeza como foi à venda de negócios altamen-te lucrativos da Matarazzo para fazer caixa “Tínhamos empre-sa líderes de setor e com grande expertise, como a Cocam (café

A última sede da Matarazzo localizada na rua Joli. De lá é administrado bens e imóveis do grupo

Fábrica da Matarazzo localizada no bairro de Erme-lino Matarazzo na Zona Leste e que produz tecido

não tramado; última unidade em operação

Dentro da sede da Rua Joli é notório o abandono das instalações. Parte do conjunto virou estaciona-

mento e a outra foi demolida.

empresa mantém hoje

grandes terre-nos e proprie-

dades

“ “

créditos Everton Calíciocréditos Everton Calício

créditos Everton Calício

solúvel), a Petybon (macarrão) e a Trificel (tripas celulósicas), foi muito difícil vender esses ati-vos já que eram a jóia da coroa pondera o executivo”, completa Gross. Olhando para uma cole-ção de jornais antigos da empresa,

Gross cha-ma um dos seus colegas de trabalho e que tem mais tempo de casa, Jor-ge Nery, que se orgulha de dizer que tem com-

pletados 50 anos de dedicação à Casa Matarazzo. Jorge é o típico funcioná-rio de uma empresa só, entrou na Matarazzo com 19 anos de idade e acompanhou pratica-mente mais da metade dos 100 anos de história da Matarazzo, para ele a empresa foi vítima de seu gigantismo e por isso enfren-tou problemas, “A Matarazzo ti-nha negócios em várias empresas nunca fomos especializados em algo, e depois que vieram as mul-tinacionais isso virou um proble-ma, analisa Nery. Com olhares para os tempos atuais, hoje Gross e Nery ocupam uma das salas do prédio da Joli e acompanham como testemunhas, o que os anos levaram da grandeza da Mata-razzo e tocam a vida, cientes que essa história não acaba aqui....

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CulturaCentral de Notícias Edição 8° Abril/Maio/Junho de 2014

Comunicação Social - Jornalismo - 6° semestre

A internet deixou de ser apenas uma platafor-ma de uso pessoal e virou ferramenta in-

dispensável para empresas, insti-tuições e até Museus. Foi através das redes sociais que o Museu de Arte de São Paulo (MASP) divul-gou que as quintas-feiras o local ficará aberto até às 20h. A Casa das Rosas seguiu a mesma linha e no dia 09 de maio publicou que atriz Gisela Millás participaria do encontro “Lucidez Alucina – Poemas de Orides Fontela” Dirceu Rodrigues é um exemplo de quem utiliza esses meios. Ele trabalha como assessor da POIESIS, Organização Social que administra parte das atra-ções culturais do Estado de São Paulo, e é responsável por fazer a divulgação dessas programações. “Mais de 30% das inscrições de

oficinas que nos ofereceremos às pessoas ficam sabendo através do Facebook”, explica. O motivo que levou a dife-rentes instituições a aderir a esse novo meio de comunicação são os números da internet no Bra-sil: mais de 118 milhões possuem um computador, 83 milhões es-tão conectadas à internet, desses mais 90% estão cadastrados em algum tipo de rede social. No Fa-cebook, rede de maior influência no mundo, o país é o segundo em número de usuários ativos. Os museus, que para mui-tas pessoas têm sinônimo de ve-lhice, não ficaram de fora e tam-bém estão no mundo web. O Facebook do Museu da Imagem e Som (MIS) tem mais de 80 mil curtidas na sua página oficial, a Casa das Rosas passou os 30 mil e, além disso, conta com um bom

número de compartilhamentos em seu posts, só o do Sarau As-troPoético foram 203. “Vejo com antecedência quais exposições futuras estarão no museu”, explica a assistente de redação Tábatha Alves que costu-ma acompanhar páginas de Mu-seus em redes sociais assim como Tatiane da Costa. “A vantagem da programação ser divulgada na rede é que ela realmente chega no público”, diz a estudante que futu-ramente pretende ir na exposição do Castelo Rá Tim Bum, série de TV exibida pela TV Cultura des-de 1994, prevista para o mês de julho no MIS.

Fernando Gomes

Web vira meio de divulgação para Museus

Mídias sociais são as principais plataformas para informar ao público do que será realizado nesses espaços

Casa das Rosas, museu administrado pelo POIESIS e curtido por mais 30 mil pessoas no Facebook

...

Crédito da imagem

: Lua Nucci

Para saber mais:

Museus somam quase 200 mil curtidas em suas fanpages no Facebook.

Casa das Rosas: facebook.com/casadas-rosas + 30 mil curtidas

MIS: facebook.com/museu-daimagemedosom + 80 mil curtidas

MASP: facebook.com/maspmu-seu + 80 mil curtidas

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Cultu

raCentral de Notícias Edição 8° Abril/Maio/Junho de 2014

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Diogo Marcondes

Museus de grandes novidadesLocais recebem grande público ao aliar história, cultura e tecnologia

No século passado, vi-sita a museu signifi-cava algo monótono e sem nenhuma in-

teração. Os tempos mudaram. O avanço tecnológico colocou es-tes locais na era dos museus 2.0 – termo usado em referência à internet. Um era em que a tecno-logia permite a interação entre as obras e o público e atrai um nú-mero cada vez maior de visitantes para os museus. Na cidade de São Paulo, onde está 132 dos 517 museus de todo o estado – o Brasil abriga pouco mais de três mil – 3,3 milhões de pessoas compareceram a museus no ano passado. Na rabeira da disputa pelo maior número de vi-sitantes, disputando espaço com museus consagrados e históricos, como o Masp e o Museu do Ipi-ranga, estão três novatos: os mu-seus da Língua Portuguesa, do Futebol e o Catavento Cultural. Estes três locais usam a tecno-logia como arma principal para angariar curiosos e interessados na história de nossa língua, do nosso esporte mais popular e das ciências. Ao contrário do Museu do Ipiranga – hoje fechado para reforma – que fora fundado em 1895, os museus da era tecnoló-gica são bem mais recentes. Nas-ceram em uma época em que o público já não quer mais ficar passível em frente à uma obra de arte, mas quer participar dela.Edson Ignácio, orientador do Museu da Língua Portuguesa desde que o local foi aberto, em 2006, acredita que o público faz parte do museu. “O público é

acervo”, diz. “Se vocês fizerem 20 visitas ao museu, uma seguida da outra, ou em dias diferentes, se-rão 20 visitas diferentes”, acres-centa. Localizado na centenária Esta-ção da Luz, o Museu da Língua Portuguesa custou 37 milhões de reais para ser construído e ocupa uma área de pouco mais de 4 mil metros quadrados, divididos em três andares. A tecnologia está em todas as partes, mas não é a parte fundamental do museu.“A gente tem um trabalho aqui de mostrar que a tecnologia neste museu é só uma forma de a gente apresentar o nosso real objeto: a história, a cultura, a sociedade”, afirma Ignácio. “Caso quebre um computador, o museu continua. Caso acabe a luz, o museu conti-nua”, explica.O Museu da Língua Portuguesa é um dos mais visitados na cidade, mas em 2013 foi desbancado pelo Catavento Cultural, museu de-dicado a ciência. Localizado no Palácio das Indústrias – antigo prédio da prefeitura de São Pau-lo –, no Parque Dom Pedro II, o Catavento foi fundado em março de 2010 e está próximo da mar-ca de dois milhões de visitantes. No ano passado, o local foi o mais visitado da cidade, alcançando a marca de 520 mil pessoas.No Catavento há quatro seções (Universo, Vida, Engenho e So-ciedade) divididas em 4.000m². Isabella Chueco, de sete anos, se sentiu em casa com as atrações que viu. “Ela amou e sempre pede para voltar”, diz sua mãe, a coor-denadora de convênios do Ma-

ckenzie, Cindy Veloso, que gos-tava de frequen-tar Masp, MAM e Pinacoteca na infância.Hoje, Cindy acredita que os museus se transformaram e estão no ca-minho certo ao fazerem uso da tecnologia. “Eu acredito que nos dias de hoje você difi-cilmente conse-gue prender a atenção de uma criança se não houver a tec-nologia”. Ela já levou sua filha Isabella ao Museu do Futebol. Localizado no Estádio do Pa-caembu, o Museu do Futebol ocupa uma área de 6.900m² e é administrado pela Organiza-ção Social de Cultura IDBrasil Cultura, Educação e Esporte em parceria com Secretaria do Esta-do da Cultura. O local é bastante frequentado por quem ama fute-bol, mas também por quem não é muito fã do esporte mais popular do país. Em seu site, o museu é descrito como mais do que sobre

O PÚBLICO É ACERVO NO MUSEU DA LÍNGUA

PORTUGUESA“ “

Museu da Língua Portuguesa, na Estação da Luz, é um dos 132 museus da cidade de São Paulo

Crédito da imagem

: Diogo M

arcondes

Serviço:

Museu da L. PortuguesaPraça da Luz, s/nº

Terça a domingo, das 10h às 18hInteira: R$ 6 / Meia: R$ 3

Museu Catavento CulturalPraça Cívica Ulisses Guimarães, s/n º

Terça a domingo, das 9h às 16hInteira: R$ 6 / Meia: R$ 3

Museu do FutebolPraça Charles Miller, s/nº

Terça a domingo das 9h às 17hInteira: R$ 6 / Meia: R$ 3

esporte. “Antes de tudo um mu-seu sobre a história do povo bra-sileiro”.A tecnologia, as atrações diver-sificadas e o preço popular do ingresso, o que deixa as idas aos museus mais em conta do que ir ao cinema ou ao teatro, por exemplo, colocou estes locais de vez na rota cultural dos paulis-tanos. Museu da Língua, do Fu-tebol e Catavento cobram R$ 6 a entrada inteira e funcionam de terça-feira a domingo. ...

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EsporteCentral de Notícias Edição 8° Abril/Maio/Junho de 2014

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Diogo Marcondes

Álbum da Copa é a sensação no país do futebol

Colecionadores assumem vício por livro de colantes e encontros S~EOLFRV�WRUQDP�VH�FRPXQV�SDUD�WURFD�GH�ÀJXULQKDV

A cada quatro anos, os álbuns de figurinhas da Copa do Mundo invadem as bancas de

jornal e revistas de todo o Brasil e entram no cotidiano de grande parte da população que gosta de futebol. De crianças a adultos, de homens a mulheres, todos se di-vertem com a missão de comple-tar o livro de colantes.O álbum oficial da Copa, impres-so pela empresa italiana Panini, tem 639 espaços reservados para as figurinhas do Mundial - mais nove de três patrocinadores (Li-berty Seguros, Johnson & Jo-hnson e Wise Up), o que gerou reclamações por parte de colecio-nadores. Cada pacote com cinco figuri-nhas é vendido a R$ 1. São ne-cessários 128 pacotes para com-pletar o álbum – incluindo nesta conta as repetidas que poderão ser trocadas. “Gastei no máximo R$ 150”, diz o estudante Rodrigo Calado, 37, que já completou o li-vro. “Gastei uns R$ 100”, explica a designer Ana Diniz, 27, em busca

das 77 figurinhas que lhe faltam. No Brasil, a Panini imprimiu 8,5 milhões de álbuns e estima supe-rar as 220 milhões de figurinhas vendidas no Mundial passado.

Troca-se

Rodrigo Calado coleciona álbuns desde a Copa de 1990. “Mas só guardei os de 2006 e 2010”, ex-plica. Para completar o livro de colantes deste ano, a tática foi simples: “(Troquei figurinhas) com amigos de banca de jornal, futebol e faculdade”, diz. A troca de figurinhas é um dos momentos mais importantes para os colecionadores. Em São Paulo, diversos locais viraram points para troca de cromos. “Os encontros são fixos, no MASP sempre tem perto de 500 pessoas no vão livre”, afirma o publicitário Gustavo Passi, idealizador do site “Encontro Figurinhas da Copa”.O estudante Igor Neumann, 27, coleciona álbuns desde o Mun-dial de 2002. Ele ainda não com-pletou o deste ano, mas compa-

...

1

2

3

����ÉOEXP�GH�ÀJXULQKDV�GD�Copa do Mundo.

2) Pacote de cromos é ven-dido a R$ 1 em bancas de

jornal. 3) Figurinhas da seleção do México, Bernanrd e atletas

de Camarões, Coréia do Sul, Alemanha, entre outros.

Tecnologia

A Panini disponibilizou um aplicativo para controle das ÀJXULQKDV��3RU�PHLR�GHOH��R�XVXiULR�ÀFD�VDEHQGR�TXDQ-tos cromos e quais os nú-meros que faltam para que R� iOEXP� VHMD� ÀQDOL]DGR��Ana Diniz utiliza o aplica-tivo e vai além. “Uso tam-bém uma planilha no excel e uma impressa, para ano-tar com caneta mesmo”.

“O álbum é meu”

Rodrigo Calado é pai de Henrique, 7, mas deixa cla-ro quem é o dono do ál-bum que comprou na ban-ca próxima a sua casa. “É meu mesmo”, diz. Calado evitava até mesmo deixar o ÀOKR� FRP�iOEXP�� ´(X� QHP�deixava ele ver para não estragar”.

receu a encontros para trocar figurinhas com desconhecidos. “Fui ao Shopping Eldorado”, diz.O shopping da zona sul é um dos mais de 30 pontos fixos de encontros, entre mercados, par-ques, praças e bares, listados no site de Passi, cuja ideia de orga-nizar encontros e aproximar co-lecionadores de todo o Brasil sur-giu em 2010, ainda no Orkut, e se transferiu para o Facebook, onde a página de encontros conta com milhares de participantes.“O site nasceu da necessidade de organizar melhor as cidades, pois em nosso grupo no Facebook fica complicado reunir tudo sem que as pessoas não percam informa-ções importantes”, explica. Devi-do ao sucesso da página, Passi re-cebeu da Panini kits para sortear entre colecionadores. Para quem ainda não completou o álbum, o grupo no Facebook e a página na internet trazem dicas importantes.

Números

8,5 milhõesÁlbuns impressos no Brasil

5,5 bilhõesFigurinhas necessárias para

preencher todos eles

R$ 1 Valor de cada pacote com

FLQFR�ÀJXULQKDV

128 pacotes Quantidade necessária para

completar um álbum

Créditos das imagens: Diogo Marcondes

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PolíticaCentral de Notícias Edição 8° Abril/Maio/Junho de 2014

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O mês de junho de 2013 entrou para a história e foi o cenário de diversas manifestações e movi-mentos populares que repercuti-ram o mundo. Uma grande mul-tidão abraçou a causa motivados por seus ideais, e foram ás ruas, munidos de cartazes que reivin-dicavam inúmeras questões so-ciais.O início das manifestações se deu por conta de um pronunciamento do Prefeito Haddad, que previu o aumento nas tarifas dos trans-portes públicos, que passariam de R$3,00 para R$3,20. Na mes-ma semana a UNE (União Nacio-nal dos Estudantes) se mobilizou, para reunir o maior número de jovens possíveis, para reivindica-rem o ajuste, essa reivindicação seria feita nas ruas, por meio de protestos e caminhadas á favor do reajuste e de uma mobilidade urbana com qualidade.As Redes Sociais, foram a ferra-menta principal para que se des-se o encontro desses jovens, por meio dela foi divulgado, horário e local das manifestações, que iriam a princípio, fazer uma pas-seata nas principais vias contra o aumento . As Manifestações co-meçaram em Salvador, e foram se erradicando para outros Estados, como Recife, Belo Horizonte, Porto Alegre, São Paulo e Rio de Janeiro.A Conquista foi alcançada, em resposta o governo brasileiro anunciou várias medidas para atender todo o leque de reivindi-cações que foram feitas, exclusi-vamente a redução das tarifas de ônibus e metrô, que voltaram ao seu preço normal R$3,00 em São Paulo. Mas as manifestações não cederam por ai, após o rejuste , diversos grupos surgiram com ‘’novas’’ propostas , que prezam por melhorias na saúde, seguran-ça pública, transporte , e atual-mente, contra a Copa do Brasil.Vale ressaltar, um ponto impor-

tante que gerou grande polêmi-ca em torno das manifestações, a participação da Polícia Militar de São Paulo nos atos , e a gran-de violência, que se deu em tor-no dela, um cenário de terror que por muitas vezes se instalou nas televisões. Isso tudo, fez com que mais pessoas fossem as ruas, para contestar e garantir os direitos de livre manifestação.O Movimento trouxe as ruas, cerca de 300 mil brasileiros e foi um marco para a história do Brasil, não se via uma multidão dessas desde a época dos ‘’ Dire-tas Já’’. Segundo dados do Ibope realizados em meados das ma-nifestações, 75% dos brasileiros são favoráveis às manifestações públicas.

por adla charanek

‘’Vem pra rua, VEM ‘’!Hino dos manifestantes, que virou um marco para os protestos no

Brasil que se iniciaram em 2013

Créditos da imagem

: Adla Charanek

Colagem digital de imagens das Manifestações de Junho de 2013,contra o aumento da tarifa, e a mais recente deste ano ‘‘Não vai ter Copa’’

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PolíticaCentral de Notícias Edição 8° Abril/Maio/Junho de 2014

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Manifestantes contra a Copa seguem sentido Centro de São Paulo

fonte legenda - MINION PRO 12 alinhada para o lado reto

flavia silva

copa pra

quem?“ “

“não vai ter copa”O grito que tomou conta das manifestações usado pelos Black

Blocs os “BB”

Corrente feita pelos Black Blocs , que fica à frente dos atos das manifestações.

crédito da imagem

Black Bloc, os “BB” são pessoas que se vestem de preto e cobrem o rosto e vão às ruas para pro-testarem em busca de mudanças onde não se consideram um gru-po e muito menos um partido, eles saem em prol de algo que nem sempre é a mesma coisa que todos querem ali de primeiro

plica Satoru. Onde eles não su-portam e não aceitam o capita-lismo. Essas pessoas foram ás ruas em busca de defenderem suas ideologias, tentando traçar um novo mundo ou então um pouco melhor, sem governo, onde eles destacam que não pre-cisão de alguém que esteja no

momento. Satoru Vândalo (23), estudante que participa de al-guns atos, mas que não se con-sidera um BB, mas sim adepto desta “tática” distinguiu isso em uma frase: “Você não é, você está Blac Bloc”.Entre as décadas de 80 á 90 na Alemanha surge uma “tática”, ex-

poder, se esquecendo dos princí-pios básicos que a população pre-cisa, saúde e educação.Satoru destacou pontos impor-tantes em sua rede social, um de-les foi sobre os baderneiros. “Você entende que qualquer pessoa que se vista de preto e coloque uma camiseta na cara pode ser cha-

mado de Black Bloc? Mas isso não quer dizer que ela siga a ideia Black Bloc. Mas parece que as pessoas não entendem isso”.Eles vão às ruas em protesto con-tra a Copa, queimam álbuns de figurinhas da FIFA e bandeiras do Brasil em manifesto da sua indignação com tanto dinheiro investido em tal evento em tão pouco tempo, enquanto a saúde publica continua precária há tan-tos anos e não existe uma educa-ção de qualidade e um transporte público descente aos seus usuá-rios. Em seus manifestos eles gri-tam fortemente ”NÃO VAI TER COPA”.

E que tal evento esta sendo feita para a “burguesia” do País, mos-trando que vestem a camisa do anarquismo e pouco se impor-tam com tão grande evento que venha acontecer, e se perguntam constantemente nos atos de ma-nifestação:

FLÁVIA SILVA

FLÁVIA SILVAFL

ÁVIA

SILV

A

Black Blocs na Avenida Paulista, cobre seus rostos e deixam sua marca

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EntrevistaCentral de Notícias Edição 8° Abril/Maio/Junho de 2014

Comunicação Social - Jornalismo - 6° semestre

Uma dose de autocrítica e transparência

Suzana Singer, 10ª ombudsman da Folha de S. Paulo, fala sobre a importância do cargo para transformar sugestões e reclamações em melhorias para o jornalismo, além de ajudar na construção da

FRQÀDQoD�GR�OHLWRU

Reportagem: Camila Lopes e Meriangela Farias Colaboração: Adla Charanek, alesssandra teofilo, Bruno Alves,

Flavia Silva e Jéssica Teodoro

Não há sequer uma empresa de comunicação ou de outras áreas, que não receba críticas, suges-tões, comentários negativos e positivos sobre o trabalho que é realizado. No jornalismo, isso acontece frequentemente. Os veí-culos são, basicamente, forma-dores de opiniões, mas nem tudo o que fazem agrada o leitor. Isso porque, com as novas tecnologias e uma nova realidade colaborati-va, houve uma mudança no com-portamento do consumidor de notícias. Agora, o leitor não acei-ta tudo que lhe é imposto, mas critica, reivindica e, mais do que isso, quer ser ouvido. Pensando nisso, foi criado o car-go de “ombudsman”. O nome,

com origem sueca, diz respeito a alguém que ouve as pessoas, e é representante do leitor no veículo de comunicação. A Folha de S. Paulo foi o primeiro jornal a ado-tar essa função no país em 1989 e, nesse tempo, foi ocupada por nomes como Caio Túlio Costa e Marcelo Leite. A 10ª jornalista a exercer o cargo foi Suzana Singer, no veículo há mais de 20 anos. No mês de abril, Suzana anunciou o fim de seu mandato, que será ocupado por Vera Guimarães. Suzana exerceu durante quatro anos o cargo de ombudsman, pu-blicava em sua coluna autocriti-cas sobre a publicação e levava as sugestões, reclamações e comen-tários dos leitores para conheci-

mento da redação. Em entrevista exclusiva à equipe da Central de Notícias da Unisa, a ex-ombuds-man e atual editora de treina-mento da Folha, fala sobre sua atuação no cargo, a importân-cia de ouvir o leitor, o momento atual do jornalismo no Brasil e as críticas que tiveram grande re-percussão na imprensa. Confira:

Central de Notícias - Em um texto de 89, do Caio Túlio, o primeiro ombudsman, ele de-fine o cargo como uma espécie de “advogado do leitor”. Você, como a 10ª ombudsman, como definiria esse cargo, já que mui-ta gente não compreende muito bem qual é a função?

Suzana Singer - A função do om-budsman é zelar pela ética, pelas boas práticas do jornalismo, e de-fender algumas posições como se fosse um leitor. Então, muitas de-mandas que chegam para o jor-nal, chegam pelo ombudsman e ele é quem encaminha para a re-dação. Pode ser desde uma infor-mação básica, como alguém que quer um contato com alguém que foi entrevistado, até uma coisa mais “nós achamos que a cobertura política de vocês está enviesada, pró tal partido”, o om-budsman faz uma análise disso e ele submete à redação ou publica no jornal. Faz uma crítica públi-ca à empresa onde ele está traba-

Créditos:Arquivo pessoal

Page 16: Central Piloto - 1 sem 2014

Entr

evist

aCentral de Notícias Edição 8° Abril/Maio/Junho de 2014

Universidade de Santo Amaro - UNISA

lhando.

E essa proximidade com o lei-tor, em decorrência do cargo, aumenta a intimidade e identi-ficação do leitor com o veículo?

Eu não sei se aumenta a identifi-cação, mas acho que cria uma re-lação de confiança. Porque quan-do uma empresa decide ter um ombudsman, ela dá um passo em direção à transparência, ela está dizendo que vai responder ao que for perguntado e vai estar aberta a criticas. Então aumenta o grau de confiança do leitor naquele veículo.

E em algum momento você sen-tiu receio de ameaçar a reputa-ção do jornal com alguma críti-ca sua?

Não, eu nunca cheguei a esse ponto. Nunca tive nenhum caso tão grave que pudesse ameaçar a reputação de um jornal como a Folha, como um grande jor-nal, com muito prestígio. Mas eu também nunca me censurei. Todos os casos que eu achei que mereciam ser criticados e publi-cados, eu publiquei.

Você já passou por vários cargos no jornalismo antes de ser om-budsman. Como e quando você optou pelo jornalismo como sua profissão?

Quando eu fui escolher a faculda-de e fazer o vestibular, não tinha ideia do que eu queria. Prestei coisas diferentes, e como eu gos-tava de algumas coisas ligadas à área de comunicação, eu fui fazer o Jornalismo, mas não tinha essa ideia “quero ser jornalista”. Fiz ao mesmo tempo Ciências Sociais. Acabei a faculdade também sem muita ideia se eu ia ser jornalista ou não. Então comecei a traba-lhar como freela, fazia matérias de turismo na Folha. Então eu fui gostando e logo depois abriu uma vaga temporária para um caderno que era sobre vestibular. Eu era jovem, era uma coisa para jovem, eu me identifiquei rápido com aquilo e depois fui trabalhar na área de educação, que também era uma coisa que eu conhecia mais ou menos, já que tinha saí-do da faculdade há pouco tempo. Aí eu realmente comecei a gostar

muito do fazer jornalismo, fui gostar da profissão mesmo, fa-zendo. Sei que tem muita gente que sonha desde criança em ser jornalista e caminha para isso, mas para mim foi diferente, foi um pouco por acaso.

Em uma entrevista ao Observa-tório da Imprensa, você comen-tou que antes tinha um certo preconceito com a função de Ombudsman. Por que você de-cidiu aceitar o cargo?

Eu sempre gostei muito do dia a dia de redação, gosto muito de edição, de reportagem também, mesmo a parte gráfica, que é uma coisa que eu não sei fazer, mas gosto de participar das discussões e tal. E quando eu pensava em Ombudsman, eu pensava “poxa, vou parar de fazer para ficar cri-ticando o que os outros fazem?”. Tinha uma coisa minha que fa-lava “é muito fácil você criticar a obra feita” e é verdade. O jorna-lismo é feito sempre em condi-ções adversas, sempre correndo contra o tempo, você não tem todas as informações que preci-sa para fazer aquela reportagem naquele momento. Então eu via com um pouco de ceticismo essa coisa da crítica. Eu nunca duvidei da importância de um ombuds-man, sempre achei superimpor-tante, sempre valorizei muito as críticas que eram feitas no jornal, mas não me via nesse cargo. Aí depois de ter feito vinte e tantos anos na Folha, eu já estava na secretaria de redação, que é um dos postos mais altos que tem, e me convidaram para assumir a função de ombudsman quando o Carlos Eduardo saiu. Aí eu falei “ah, vou fazer essa experiência”. E acabei gostando muito mais do que imaginei.

E quais os pontos negativos e positivos da função de ombuds-man?

Negativo é que é uma função solitária, e no jornalismo quase tudo é em grupo. Você fica mui-to sozinho e não participa mais das grandes coberturas e não faz mais nada. Tirando sua própria coluna, você não participa da produção do jornal. De negati-vo, também é desagradável essa coisa criticar trabalho de colegas.

Agora de positivo, você tem um distanciamento que te permi-te ler o jornal com muito mais calma, com muito mais neutra-lidade. Porque uma coisa é você ser editor e fazer aquilo, e no dia seguinte você vai ler e já tem um viés do que você leu ou ouviu o outro falar na redação. Eu não sei de nada, pego o jornal sem saber nada que vai ter lá dentro. A fun-ção me permitiu também entrar em muitas discussões sobre o que é fazer jornalismo e o futuro da mídia, eu aprendi muito nessa função. Além do contato grande com o leitor, que é uma coisa que a gente não tinha.

E para você quais as caracterís-ticas e qualidades que uma pes-soa deve ter para assumir essa função?

Eu acho que é importante ter um pouco de experiência, porque te ajuda a entender como é que al-gumas coisas chegam ao jornal, como é que uma denúncia che-ga ao repórter, como é o proces-so de produção. Por exemplo, eu sei que teve o terremoto no Chi-le ontem à noite, mas eu sei que o jornal do dia seguinte não vai poder dar uma grande cobertura porque não dá tempo. Então, essa experiência te ajuda a fazer análi-se do que tem ali. Precisa ser uma pessoa paciente, porque você tem que lidar com o mau humor às vezes da redação e dos leitores, porque dos leitores que procuram o ombudsman, 95% é para recla-mar. É difícil o cara ligar ou man-dar um e-mail para elogiar. Então você precisa ter calma e paciên-cia. Tem que ter neutralidade e, como um juiz, analisar alguns ca-sos sem envolvimento pessoal ou ideológico. É basicamente isso.

Muitos veículos têm resistên-cia em colocar esse cargo. Você defende que o ombudsman seja um cargo fixo em um veículo?

Eu acho que nos grandes veículos, não só em um jornal, mas na tele-visão, no rádio e na internet, de-via ser obrigatório. Obrigatório não por lei, mas seria muito im-portante que todo mundo tivesse um ombudsman, um cargo fixo, mesmo que com outros nomes. O ombudsman tem uma inde-pendência em relação à redação,

à chefia, então ele tem total liber-dade de crítica.

E qual o processo até a coluna chegar ao leitor? Passa por al-guma edição ou você pede a opi-nião de alguém?

Não, eu nem comunico para a di-reção qual vai ser o tema, eu não falo nada. Tenho total liberdade.

A intervenção do ombudsman gera algum retorno da redação?

Não é todo ombudsman que faz isso, mas eu faço diariamente uma critica da edição do dia, só que tem o formato de um blog, mas que é interno, as pessoas que estão fora da redação não tem acesso. E nesse blog eles podem responder. Por exemplo, se eu escrever lá “foi muito boa a en-trevista que o Estadão fez com a deputada venezuelana”, aí al-guém da redação pode escrever lá “ah, eu achei a entrevista um pouco fraca, eles não pergunta-ram nada.” Ou eu falo “olha isso aqui está errado”, aí a pessoa me explica “não está errado, por isso e isso”. Então tem uma troca por meio dessa crítica diária.

Pesquisando sobre textos anti-gos de ombudsman anteriores da Folha, a Junia Nogueira de Sá, disse que “O jornal tem que ter coragem para ter ombuds-man”. Você concorda com isso?

Eu acho que sim. No caso da Fo-lha já faz muitos anos, já está fá-cil. Mas eu acho que tem que ter coragem sim, se for fazer a sério. Você tem que encontrar uma pessoa que tenha capacidade crí-tica, dar liberdade para ela fazer a crítica que ela quiser e dar um es-paço para ela criticar. Porque, por exemplo, a TV Cultura teve por um bom tempo ombudsman, só que ele não tinha nenhum espaço na programação para falar o que ele queria. Então tudo que ele di-zia ficava, muitas vezes, perdido dentro da própria emissora. Ele fazia as críticas dele dos progra-mas, se quisessem respondiam, se não quisessem não respondiam, algumas coisas usaram, outras não, mas ele não tinha essa vitri-ne para você expor a sua opinião para o público, e isso é essencial, porque é daí que vem o poder, a

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EntrevistaCentral de Notícias Edição 8° Abril/Maio/Junho de 2014

Comunicação Social - Jornalismo - 6° semestre

sua força.

O colunista da Veja, Reinaldo Azevedo, criticou você recen-temente ao expor a sua opinião sobre o rolezinho. Com relação às criticas que você faz, existe al-guma resistência dos jornalistas que foram criticados ou alguma hostilização por parte deles?

No caso do Reinaldo, ele é um co-lunista e eu não discuto opinião. Então se um colunista quiser escrever lá o que ele quiser, por exemplo, “toda mulher é feia ou não sei o que”, eu não vou discutir se a mulher é feia ou não. Mas o que eu discuto, e já aconteceu, é o colunista usar aquele espaço para fazer propaganda dos próprios negócios, dos próprios interes-ses. Ou ele agredir os leitores, e isso também já aconteceu, ou abaixar o nível do debate. Nesse tipo de coisas eu critico e, em ge-ral, a reação não é boa, eles não gostam de ser criticados. Mas é importante distinguir se um co-lunista erra ou alguma coisa nes-se ponto, o que ele diz, a opinião dele não é um problema meu. Só para dar um exemplo para vocês: há uns anos teve um colunista da Ilustrada, o João Pereira Couti-nho, que escreveu sobre as mu-lheres amamentarem em público, ele dizia que era um absurdo uma mulher amamentar em público. Muitas leitoras escreveram para ele falando que ele era um ma-chista etc. Eu não me meti nisso, até que ele escreveu outra coluna dizendo “quem me chamou de machista é porque é burro e não entende”, aí eu falei “não, não dá para chamar os leitores de bur-ros”. Então, meu problema não é com o colunista.

Durante a entrevista do ano passado no Roda Viva, de bas-tante repercussão, com os repre-sentantes do Mídia Ninja e do Fora do Eixo, você questionou a parcialidade que eles declaram assumidamente que têm, e to-mam um lado durante as cober-turas deles. Qual a sua opinião sobre esse midiativismo que tem sido praticado principal-mente em manifestações?

Eu acho que não é jornalismo. É superinteressante, válido, impor-tante, e mostrou em vários mo-

mentos injustiças feitas contra manifestantes. Têm um monte de qualidades, mas não acho que o que eles façam é jornalismo. Pri-meiro que eles têm essa coisa do ativismo mesmo. Eles ficam ho-ras transmitindo aquilo ao vivo, não há edição nenhuma, então eu acho difícil chamar aquilo de jor-nalismo. Volto a dizer, não tiro o valor do que é feito, mas não acho que seja jornalismo.

Você acha que é possível o jor-nalista ser imparcial?

Eu acho não existe imparciali-dade total, mas tem que ter um valor a ser buscado, um objetivo. Então você pode errar, mas você está tentando ser o mais verda-deiro e objetivo possível. Se você está reportando só um lado in-tencionalmente, você está fazen-do militância, o que é ótimo, tem que fazer militância mesmo, mas isso não é jornalismo.

Hoje os blogs e as redes sociais muitas vezes pautam os veículos convencionais, um exemplo dis-so são as manifestações que teve início nas redes sociais. Para você, qual o papel do jornalista tradicional com essa realidade colaborativa onde todo mundo está produzindo o seu próprio conteúdo?

Para mim tem duas coisas aí. A primeira é que a mídia tradi-cional aproveita mal esse jorna-lismo colaborativo. Deveria ter uma forma de você selecionar algumas dessas pessoas e fazer uma rede de informantes, usan-do essa força. Agora eu acho que esse tipo de colaboração ao jor-nalismo no digital, não substitui o jornalismo tradicional. Porque em um protesto você pode ter 100 pessoas tuitando, colocando em blog, informando, contando etc., e como é que você vai tirar disso uma unidade, como leitor? Eu posso ver o que estão falan-do, mas eu quero saber quantos manifestantes tinha, o que a po-lícia falou, quantos feridos, e isso quem vai dar é a mídia tradicio-nal.

E qual a sua opinião sobre o fu-turo do impresso?

Eu não sei se ele vai morrer ou

não, eu acho que ele vai diminuir, sem dúvidas já está diminuindo. Mas eu nem me preocupo mui-to se ele vai continuar existindo no papel, acho que essa não é a questão mais complicada. O mais difícil é saber se o jornalismo que é feito em papel hoje, não só de papel, mas um bom jornalismo de televisão, que é um jornalis-mo de qualidade, que custa caro, porque você tem que mandar um jornalista para o Irã, tem que bancar um bom jornalista que entenda de saúde, e essas coisas, se ele vai conseguir sobreviver nesse mundo da internet, nesse ambiente onde as pessoas pagam muito pouco pela informação. Então, minha maior preocupa-ção é essa. Se vai ser no papel ou tudo on-line, não é isso que faz a diferença. A diferença é que tipo de jornalismo on-line a gente vai ter, se vai ser qualificado.

Você pode dar um conselho para quem está começando a carreira de jornalismo?

Primeiro, na medida do possível, quem puder não começar a traba-lhar já imediatamente no primei-ro ano da faculdade, sei que para muita gente é difícil, mas às vezes é bom porque você ganha tempo para estudar. O trabalho em geral de jornalistas, mesmo de estagiá-rios, é uma pauleira. Então quan-do você entra no trabalho, em ge-ral, mal você consegue assistir as aulas, ler as coisas que você pre-cisa etc. A grande maioria preci-sa trabalhar, mas muitas vezes a pessoa quer, tem uma ansiedade, e isso é um ponto. É importantíssimo ler jornal, atualmente ainda no impresso. É chato, é monótono, mas ainda é o melhor jornalismo que tem. Não importa se você quer ser repórter da Globo, da Rádio Bandeirantes ou do Ig, o importante é que você tenha uma boa formação, então você tem que ler os melhores jornais, porque ali estão as infor-mações mais contextualizadas. Então, crie esse hábito para você mesmo.Na medida do possível, tentar co-meçar em trabalhos não por as-sessoria de imprensa. Nada con-tra as assessorias e sei que elas são as que mais empregam, mas às vezes você começar em veículo te dá uma experiência diferente.

Começar por assessoria às vezes é desanimador.Acho que tem que ter um ideal de querer mudar a realidade e influir, porque se você vai para o jornalismo por dinheiro ou por vida tranquila, você escolheu er-rado. Então tem que ter essa ideia de querer mudar o mundo, aju-dar a participar disso ou aquilo, é muito importante, e é isso que te ajuda a aguentar o tranco, porque é um trabalho difícil, cansativo.

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