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Celeiro de Redenção_divulgacao

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Page 1: Celeiro de Redenção_divulgacao2
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Aíla Pinheiro - Alexandre Caroli Rocha - Aluizio Elias - Gladston Lage -

Gisella Amorim - Haroldo Dutra Dias - João Romário Filho - José Otávio Aguiar.

Coordenação: Aluizio Elias.

1ª Edição

2014

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1ª Edição1º milheiro

Copyright 2014 byInstituto SER

AV. Manoel Ribas, 8552, loja 04. ButiatuvinhaCuritiba/PR - CEP: 82320-750 - Brasil

Emblemas / ilustrações: Marina ReisCapa: Adhemar Ribeiro, Julio Corradi e Marina Reis

Ilustração da capa: Giacomo GastaldiDiagramação: Adhemar Ribeiro

Revisão: Christiane Ruffier e Melissa DinizCoordenação editorial: Aluizio Elias

Catalogação na fonte do Departamento Nacional do Livro

AGUIAR, José Otávio - AMORIM, Gisella - DIAS, Haroldo Dutra -

ELiAS, Aluizio - FILHO, João Romário - LAGE, Gladston -

PINHEIRO, Aíla - ROCHA, Alexandre Caroli

Celeiro de Redenção / Aíla Pinheiro, Alexandre Caroli Rocha, Aluízio Elias, Glads-ton Lage, Gisella Amorim, Haroldo Dutra Dias, João Romário Filho, José Otávio Aguiar - Belo Horizonte: EDITORA, 2014

150p.; 16x23cm

1.Celeiro de Redenção. 2.Brasil coração do mundo, pátria do evangelho. 3.Hum-berto de Campos. 4. Irmão X. 5. Francisco Cândido Xavier.

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Sumário

Apresentação ........................................................................................................................8

Carta para Maria - Irmã Aíla Pinheiro

Querida princesa, mãe e amiga... .............................................................................12

Capítulo 1 - Aluizio Elias

A paisagem dilatada do Tiberíades.........................................................................16

As aves de um mesmo bando .....................................................................................16

A lição da Palestina .........................................................................................................18

Os sedentos da justiça divina ......................................................................................20

Os humildes e os aflitos ................................................................................................22

Os simples de coração ..................................................................................................24

Os homens da nova geração .......................................................................................26

Capítulo 2 - Alexandre Caroli

Humberto de Campos: sua obra mediúnica sob uma perspectiva acadêmica. ..28

Capítulo 3 - José Otávio Aguiar

Entre a pena e o infinito: ensaios de associação entre as historiografias da Terra e as crônicas de além-túmulo ...................................................................................40

Carta de Intenções .........................................................................................................40

De Emmanuel a Marc Bloch: reflexões sobre os julgamentos, a história e o método ....41

Dos limites e liberdades do ofício de historiar .......................................................42

Das historiografias às mediunidades psicográficas...............................................43

As Terras de Santa Cruz ................................................................................................46

Manuel da Nóbrega .......................................................................................................47

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José de Anchieta ..............................................................................................................49

Índios Tupis .......................................................................................................................50

Etnias Africanas ...............................................................................................................50

O Reformismo Ilustrado ................................................................................................52

A Inconfidência Mineira .................................................................................................53

A transferência da Corte Portuguesa ........................................................................56

A nação e sua forja .........................................................................................................57

A abdicação de Dom Pedro I e suas repercussões ...............................................58

Entrelaçamentos: ............................................................................................................59

Capítulo 4 - Gisella Amorim

Dimensões simbólicas cristãs em algumas fontes históricas refe-rentes ao Brasil ................................................................................................................64

Introdução ........................................................................................................................64

Uma carta, uma origem. ...............................................................................................66

Alguns nomes, uma missão. ........................................................................................69

Algumas considerações ................................................................................................75

Capítulo 5 - Haroldo Dutra Dias

Árvore do Evangelho .......................................................................................................78

Introdução ........................................................................................................................78

O jardim e suas árvores ................................................................................................87

Em busca da árvore da vida .........................................................................................92

A Árvore do Evangelho ..................................................................................................94

De volta ao Éden .............................................................................................................98

Capítulo 6 - Gladston Lage

Caravela ...............................................................................................................................102

Capítulo 7 - João Romário Filho

Assim na Terra, como no Céu... .............................................................................. 108

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Textos Especiais

A mensagem do Espírito da Verdade ......................................................................114

Brasil Coração do Mundo Pátria do Evangelho? ...................................................118

Humberto de Campos por Elias Barbosa ..............................................................124

Salve, Salve! ....................................................................................................................128

O Brasil no concerto das nações ..............................................................................132

Fragmentos oportunos

I - Brasileiros e os irmãos de outras terras. ...........................................................138

II - O Brasil dos dias atuais .........................................................................................143

III - Um retrato futurista do Brasil ........................................................................... 144

IV - Poema de Castro Alves .......................................................................................145

V - Poema de Pedro D Alcântara ............................................................................ 148

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Celeiro de Redenção

AApresentação

As plantinhas do sertão, mesmo as mais miúdas, fixam-se ao solo por um mun-daréu de raízes. O capim-barba-de-bode, a canela-de-ema, a arnica e o tu-cum-rasteiro espalham sob a terra verdadeira renda radicular. Nos meses de estiagem, sobretudo, as raízes de um arbustozinho do cerrado podem descer a uma profundidade de dez metros em busca de água.

Quem vem de longe e desconhece o lugar não suspeita dos emaranhados sob os corpos das árvores. Só os mateiros sabem disso. Os filhos dos índios, caboclos raizeiros, desenterram a rama da planta e dela fazem remédio para sarampão, maleita e mal de amor. Aprenderam com seus antepassados que a vista, por si só, não consegue abraçar toda a inteireza de um ipê. É preciso cutucar a carne da terra até descobrir a parte oculta do vegetal.

Para escrever sobre o propósito intrínseco em Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho, seguimos essa tradição sertaneja. Mobilizamo-nos para alcançar a trama subterrânea do livro psicografado por Chico Xavier. Importava achar as raízes do escrito e a partir destas obter um caldo bento, remedinho santo para os males da ignorância.

Ainda hoje, muitos só sabem da obra em questão o que as expressões mais superficiais do texto-árvore lhes revelaram: a forma e o estilo. É preci-so, contudo, volver às bases bíblicas – profundamente espirituais – em que se assenta a narrativa de Humberto de Campos. Palmos abaixo, no encoberto de Brasil, Coração do Mundo..., repousa a espiritualidade radiosa que poucos viram. Lá, nosso grupo reconheceu os componentes que acabaram estrutu-rando o presente trabalho: Celeiro de Redenção.

As primeiras páginas escritas foram assinadas por Aíla Pinheiro. Nossa maninha balbucia – quase a posso ouvir – uma prece linda dirigida a Maria de

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Nazaré. Vê-se, então, acender uma flama. Lume exemplar. Quando Aíla roga à Rainha dos Anjos que derrame sua misericórdia sobre o Brasil, a candeia da fé vem clarear o tino de nossa casa mental.

Em meu texto abordo os processos de amálgama civilizatória e a composi-ção espiritual que singulariza o povo brasileiro. Em tudo isso, enxergo as enxer-tias espirituais presentes nos movimentos de transmigração reencarnatória.

Com Alexandre Caroli Rocha temos uma prosa agradável. A conversa se dá em torno dos frutos literários que pendem da parceria Chico Xavier/Hum-berto de Campos. Especialista no assunto, ele evidencia o que há de mais pe-culiar na relação entre o médium mineiro e o autor desencarnado.

José Otávio Aguiar escreve sobre as especificidades que tornam a narrati-va histórica de Humberto de Campos um caso tão singular dentro da literatura mediúnica. Essencialmente, pergunta: como a narrativa do espírito Humberto de Campos se comporta, explorando temas que são, geralmente, objeto de estudo da historiografia praticada pelos encarnados?

Gisella Amorim busca compreender as fontes documentais sobre a Histó-ria do Brasil a partir de suas referências bíblicas. Processo que implica apreen-dê-las numa dupla dimensão: histórica, mas também simbólica.

Haroldo Dutra Dias analisa a profundidade espiritual da expressão “árvore do Evangelho”, buscando-a na própria estrutura literária das Sagradas Escrituras. Entende essa expressão como uma palavra-mestra, ou palavra-chave, que reto-ma o eixo temático central da Bíblia: “Criação, Aliança, Exílio, Êxodo e Redenção”.

O poeta Gladston Lage pondera as atribuições e responsabilidades, ações e procedimentos relativos à governadoria espiritual da nação brasileira. Recor-re às metáforas “mar” e “navegação” para problematizar a relação entre a mis-são espiritual outorgada à nação brasileira e as escolhas morais dos espíritos vinculados a essa comunidade.

A constelação do Cruzeiro do Sul foi o tema confiado a João Romário Filho. Jornalista e educador, Romário explora a significação espiritual atribuída ao Cruzei-ro e sua movimentação astronômica.

Findamos o trabalho apresentando duas seções: Textos Especiais e Frag-mentos Oportunos. Alguns são publicações raras da revista Reformador, gen-tilmente cedidos pela Federação Espírita Brasileira. Os demais pertencem a

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Celeiro de Redenção

uma coletânea de mensagens mediúnicas que chegaram até nós durante a ela-boração do livro. Além desse material, disponibilizamos alguns depoimentos e entrevistas pouco conhecidas e relativas à temática Missão espiritual do Brasil.

Agradecemos a generosidade e dedicação dos queridos amigos: Melissa Diniz e Christiane Ruffier, pela revisão atenta; ao grupo de pesquisa das redes sociais pelo impressionante levantamento de dados sobre o livro, em especial Eleonora Escobar e André Pena; Marina Reis, pela arte sensível; Adhemar Ribei-ro, pela diagramação precisa e Julio Corradi, pela gestão dinâmica e responsá-vel de todo o projeto.

“Celeiro de Redenção” é, por assim dizer, o nosso “óbolo da viúva”. A oferta melhor que o nosso esforço pôde depositar no gazofilácio da vida. São os pou-cos pães e peixes que a você, estimado leitor, entregamos de coração. Quanto à dádiva do milagre multiplicador... Só a podemos esperar de Jesus e sua bondade.

Aluizio Elias

SER

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A Capítulo 5Haroldo Dutra Dias1

Árvore do Evangelho

“Em essência, poética é a gramática da literatura. Devemos, primeira-mente, saber como um texto significa antes de podermos saber o que ele significa” (WALTKE, 2010).

IntroduçãoA narrativa bíblica desvela, ao leitor atento e treinado, propósitos históricos, teo-lógico-didáticos e estéticos, ao longo de uma tessitura artisticamente elaborada com o emprego de técnicas típicas, utilizadas com maestria pelo narrador.

É literatura, na medida em que narra, conta histórias - persuadindo, pres-crevendo e comunicando significado - sem perder o senso estético. Ao mesmo tempo é obra teológico-didática que não oculta suas intenções religiosas, peda-gógicas, selecionando e conectando eventos para construir personagens que se tornem inspiradores da crença, ética e mensagem que pretende comunicar.

Os leitores são convidados a interagirem com a história, experimentando os sentimentos, ideias, perplexidades e desafios dos personagens-tipo.

Em suma, é exortação engenhosamente destilada na narrativa.

A abordagem literária da Bíblia é responsável por importantes contribui-ções ao trabalho dos seus exegetas e hermeneutas. Os estudos críticos da poé-tica e da narrativa evidenciam como o narrador estrutura sua composição, sua narrativa-histórica de maneira que a peça artística possa comunicar significado.

1 Haroldo Dutra Dias, de Belo Horizonte-MG: Estudioso das Escrituras e literatura rabínica. Conhece as línguas hebraica, grega e aramaica. Tradutor do Novo Testamento editado pela Federação Espírita Brasileira. Orador espírita conhecido no Brasil e no mundo.

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Haroldo Dutra Dias

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Em seu conjunto, ela é desconcertante, como os demais livros proféticos da Bíblia, ao falar de “mundo espiritual”, “governo espiritual da Terra”, “dirigentes espirituais de nações, comunidades, instituições e pessoas”, “falanges de espíritos dedicados a determinadas atividades”, bem como ao retomar promessas de Je-sus, feitas nos evangelhos, em especial aquelas descritas nas “Bem-aventu-ranças”, com respeito à definitiva implantação do Reino de Deus no mundo.

A obra desafia, sutilmente, interpretações puramente alegóricas, espiritu-ais e morais que costumam negligenciar os aspectos sociais dessas promessas, tais como: “o comando do mundo nas mãos dos mansos, pacíficos e pacifica-dores”, “a supremacia dos humildes” “a religiosidade dos puros de coração”, “a exaltação da misericórdia”.

E para acrescentar nitroglicerina à mistura, localiza um espaço geográfico - Brasil - para ser o palco dessas ações espirituais, sob o comando do Messias Jesus, com vistas à concretização dos propósitos anunciados no Evangelho.

Nesse cenário complexo, elegemos apenas uma expressão - “árvore do evangelho” - para demonstrar nossa tese central: a afirmação de que a obra psicografada retoma o eixo temático central da Bíblia.

Para tanto, adotaremos as premissas da abordagem literária, já explicita-das, bem como as ferramentas da filologia, visando estudar de maneira metó-dica as ocorrências da referida expressão, tanto nos livros bíblicos, quanto na obra do autor espiritual.

Enfim, “árvore do evangelho” será nossa “Leitwort ” (“palavra-mestra” ou “palavra-chave”).

O jardim e suas árvoresRepetiremos inúmeras vezes que o eixo temático central da Bíblia, capaz de expressar com vivacidade a ““visão de mundo” dos hebreus, pode se resumir nesta sequência temática: Criação, Aliança, Exílio, Êxodo e Redenção.

Do ponto de vista da análise literária, examinando o nível composicional, pode-se afirmar que o Plano Unitário do livro Gênesis gira em torno dos dois primeiros elementos desse conjunto temático: Criação e Aliança.

No desdobramento desse plano geral da obra, são explicitados na nar-rativa dois graves problemas, um deles referente à criação do mundo - o mal, outro relacionado à aliança de Deus com o povo hebreu - a infidelidade.

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Celeiro de Redenção

Vale lembrar igualmente que a segmentação da unidade textual, deline-ada no Plano Unitário, em grandes subdivisões lógicas e artísticas dão origem às Seções da Obra, ou Ciclos da Narrativa. Essa Seções/Ciclos representam a formatação de blocos textuais, configurando ciclos de desenvolvimento do enredo no espaço e no tempo.

No caso de Gênesis, WALTKE propõe a divisão do livro em 10 tôledot (re-latos de linhagem ou genealogias), precedidas de um prólogo, e intercaladas por transições, consoante o quadro:

Prólogo - Criação do Cosmos 1:1 - 2:3

Linhagem dos Céus, da Terra e do Homem 2:4 - 4:26

Linhagem de Adão 5:1 - 6:8

Linhagem de Noé 6:9 -9:29

Linhagem dos Filhos de Noé 10:1 - 11:9

Linhagem de Sem 11:10-26

Linhagem de Tera 11:27 - 25:11

Linhagem de Ismael 25:12-18

Linhagem de Isaque 25:19 - 35:29

Linhagem de Esaú 36:1 - 37:1

Linhagem de Jacó 37:2 - 50:26

RENDSBURG (RENDSBURG, Gary. The Redaction of Genesis), por sua vez, divide o mesmo material em quatro partes, levando em conta as semelhanças na estrutura formal (paralela - ABCA’B’C’, quiasmática - ABCB’A’ e concêntrica - ABCC’B’A’). Nesse caso, os primeiros cinco tôledot, que pertencem à história da humanidade como um todo, são organizados numa estrutura paralela, ao passo que as últimas três em uma estrutura concêntrica, intercaladas por ma-teriais de ligação, no seguinte esquema:

História Primeva 1:1-11:26 Paralela

Ciclo de Abraão 11:27- 22:24 Concêntrica

Material de Ligação 23:1 - 25:18 Paralela

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Ciclo de Jacó 25:19 - 35:22 Concêntrica

Material de Ligação 35:23 - 36:43 Paralela

Ciclo de José 37:2 - 50:26 Concêntrica

No prólogo, o redator explicita que o Deus responsável pela Aliança com o povo Hebreu é o mesmo Criador do Cosmos. Esse Ser Supremo é transcen-dente, mas também imanente, visto que provê a criação, estabelece a ordem e comissiona todos os agentes executores do seu plano de gestão.

O palco onde se desenvolverá toda a trama bíblica é descrito minuciosamen-te, dando-se destaque para a ideia de que a Providência Divina fornece todos os elementos de sustentação (ar, água, terra, vida vegetal e animal em abundância).

É exatamente no prólogo que surge pela primeira vez o termo “árvore” (Gn 1:11-12, 29), com referência a uma ampla variedade de plantas que dão fruto e se-mentes, servindo de mantimento para as criaturas vivas, em especial o homem.

Estabelecido o grande cenário da história bíblica, inicia-se a narrativa-pa-drão da criação do homem e do jardim do Éden, que inaugura o drama huma-no, o chamado enredo principal - o problema do mal e do sofrimento.

Desnecessário ressaltar que essa constitui a narrativa controladora de todas as demais.

A Seção/Ciclo denominada Linhagem dos Céus, da Terra e do Homem (Gn 2:4 - 4:26) se subdivide em três Atos, cada qual com suas respectivas Cenas, como pode ser constatado no esquema abaixo, inspirado em WALTKE:

ATO 1 - Humanidade em Prova/Teste 2:4-25

Cena 1 O Homem, o Jardim e o Mandamento 2:4-17

Cena 2 A Mulher e o Matrimônio 2:18-23

Epílogo 2:24-25

ATO 2 - A Queda e o Mal 3:1-24

Cena 1 A Serpente e a Queda 3:1-7

Cena 2 O Mal e o Juízo 3:8-19

Epílogo 3:20-24

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Celeiro de Redenção

ATO 3 - A progressão do Mal 4:1-26

Cena 1 Caim e Abel 4:1-16

Cena 2 Lameque 4:17-24

Epílogo 4:25-26

Nessa Seção/Ciclo percebe-se o destaque conferido a duas “árvores”, en-tre todos os demais elementos naturais do Jardim do Éden - A Árvore da Vida e a Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal. Elas representam o conteúdo do primeiro “mandamento” (Gn 2:16) dado ao homem.

“E o Senhor Deus lhe deu essa ordem: De toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não come-rás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás”

O vocábulo “árvore” é tradução do termo hebraico ‘ets, substantivo mas-culino que ocorre cerca de 329 vezes na Bíblia Hebraica. O significado básico do termo hebreu diz respeito ao vegetal e suas partes (árvore, madeira, tronco, vara, ramo), como também se aplica a todas as coisas feitas com esse material (tora, vara, madeiro, cruz, forca).

Além do uso denotativo do vocábulo, é comum o emprego metafórico para expressar o Justo e suas ações, como em Salmos 1:1-3. Em Provérbios 11:30 encontramos a impactante afirmação: “o fruto do Justo é árvore de vida”.

No DITAT encontramos a expressiva e reveladora correlação:

“Não é por acaso que a solução para o pecado humano, que teve início aos pés de uma ‘ets, a “árvore do conhecimento do bem e do mal” (Gn 2:9), está aos pés de outra ‘ets, o madeiro que foi a cruz do calvário”.

Na Nova Jerusalém (Ap 22:2) a “árvore da vida” é transplantada do Éden (Gn 3:22-24), onde se encontrava protegida por querubins com espadas, para ficar ao alcance dos moradores no mundo vindouro.

A análise, porém, não pode se deter apenas no nível fonético-morfológico, e deve explorar outras camadas.

BEALE (BEALE, G. K. Comentário do Uso do AT no NT) nos fornece uma pista sugestiva para a compreensão dessa Seção, quando assevera:

“Ao criar Adão e Eva, Deus os equipou com atributos internos (e.g., moral, espiritual, volitivo e racional), a fim de que fossem funcionalmente capazes de “sujeitar”, “dominar” e “encher” a terra com a presença e a glória de

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