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ÉTICA (TÉC. BANCÁRIO) 15-2-2012 APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos Ética A Opção Certa Para a Sua Realização 1 1. CONCEITO DE ÉTICA O Conceito de Ética O que ética? O que é moral? O que ela estuda? Estas são perguntas rotineiras, feita por muitos, e de suma importância para as relações huma- nas. Todo dia ouvimos falar de ética e falta de ética, mas o que isso significa afinal? A ética faz parte de uma das três grandes áreas da filosofia, mais es- pecificamente , é o estudo da ação – práxis. Ao lado do estudo sobre o “conhecimento” – como a ciência, ou a lógica – e do estudo sobre o “valor” – seja ele artístico, moral, ou científico – o estudo sobre a ação engloba a totalidade do saber e da cultura humana. Está presente no nosso cotidia- no o tempo todo, seja nas decisões familiares, políticas, ou no trabalho por exemplo. A palavra ética tem origem no termo grego ethos, que significava “bom costume”, “costume superior”, ou “portador de caráter”. Impulsionado pelo crescimento da filosofia fora da antiga Grécia o conceito de ethos se proliferou pelas diversas civilizações que mantiveram contato com sua cultura. A contribuição mais relevante se deu com os filósofos latinos. Em Roma o termo grego foi traduzido como “mor-morus” que também signifi- cava “costume mor” ou “costume superior”. É dessa tradução latina que surge a palavra “moral” em português. No decorrer da história do pensamento a ética se tornou cada vez mais um assunto rico, complexo e abrangente. Com a expansão da filoso- fia, e em especial o pensamento sobre a ação, foi preciso distinguir os termos ética e moral. No século XX o filósofo espanhol Adolfo Sánches Vásquez cria uma famosa diferenciação entre os dois conceitos. Para ele o termo moral se refere a uma reflexão que a pessoa faz de sua própria ação. Já o termo ética abrange o estudo dos discursos morais, bem como os critérios de escolha para valorar e padronizar as condutas numa famí- lia, empresa ou sociedade. Definir o que é um agir ético, moral, correto ou virtuoso é se inscrever numa disputa social pela definição legítima da boa conduta. Da conduta verdadeira e necessária. Avaliar a melhor maneira de agir pode ser visto de pontos de vista totalmente diversos. Marxistas, liberais, mulçumanos, psicanalistas, jornalistas e políticos agem e valoram as ações de maneira diferente. Porém todos eles lutam pela definição mais legitima de uma “boa ação” ou da “ação correta”. Sem pretensões de impor uma definição legítima sobre a conduta mo- ral, nós, do Espaço Ética, deixaremos os filósofos falarem por eles mes- mos. Elencamos o que cada um dos principais pensadores têm a dizer sobre o assunto. Aristóteles (384 a.C. – 322 a.C.) “Ética a Nicomacos” A excelência moral se relaciona com as emoções e ações, e somente as emoções e ações voluntárias são louvadas e censuradas, enquanto as involuntárias são perdoadas, e às vezes inspiram piedade; logo, a distin- ção entre o voluntário e o involuntário parece necessária aos estudiosos da natureza da excelência moral, e será útil também aos legisladores com vistas à atribuição de honrarias e à aplicação de punições. (…) Mas há algumas dúvidas quanto ás ações praticadas em conseqüên- cia do medo de males maiores com vistas a algum objetivo eleva- do[1097b] (por exemplo, um tirano que tendo em seu poder os pais e filhos de uma pessoa, desse uma ordem ignóbil a esta, tendo em vista que o não cumprimento acarretasse na morte dos reféns); é discutível se tais ações são involuntárias ou voluntárias. (…) Tais ações, então, são mistas mas se assemelham mais as voluntárias, pois são objeto de escolha no momento de serem praticadas, e a finalidade de uma ação varia de acor- do com a oportunidade, de tal forma que as palavras “voluntário” e “invo- luntário” devem ser usadas com referência ao momento da ação; com efeito, nos atos em questão as pessoas agem voluntariamente, portanto são voluntárias, embora talvez sejam involuntárias de maneira geral, pois ninguém escolheria qualquer destes atos por si mesmos. Immanuel Kant (1724-1804) “Fundamentação da Metafísica dos Costumes” Neste mundo, e se houver um fora dele, nada é possível pensar eu que possa ser considerado como bom sem limitação, a não ser uma só coisa: uma boa vontade. Discernimento, argúcia de espírito, capacidade de julgar, e como quer que possam chamar-se os demais talentos do espírito, ou ainda coragem, decisão constância de propósito, como quali- dades do temperamento, são sem dúvida, a muitos respeitos, coisas boas e desejáveis; mas também podem tornar-se extremamente más e prejudi- ciais se a vontade, que haja de fazer uso destes dons naturais, constituin- tes do caráter, não for boa. (…) Na constituição natural de um ser organizado para a vida, admitimos, por princípio, que nele não haja nenhum órgão destinado à realização de um fim que não seja o mais adequado e adaptado a este fim. Ora, se num ser dotado de razão e de vontade a natureza tivesse por finalidade última sua conservação, seu bem-estar ou, em uma palavra, sua felicidade, ela teria se equivocado ao escolher a razão para alcançá-la. Isto porque, todas as ações que este ser deverá realizar nesse sentido, bem como a regra completa de sua conduta, ser-lhe-iam indicadas com muito maior precisão pelo instinto. (…) Uma vez que despojei a vontade de todos os estímulos que lhe pode- riam advir da obediência a qualquer lei, nada mais resta do que a confor- midade a uma lei universal das ações em geral que possam servir de único princípio à vontade, isto é: devo proceder sempre da mesma manei- ra que eu possa querer também que a minha máxima se torne uma lei universal. Aqui é pois a simples conformidade a lei em geral, o que serve de princípio à vontade, o também o que tem de lhe servir de princípio, para que o dever não seja por toda parte uma vã ilusão e um conceito quimérico.; e com isto está perfeitamente de acordo com a comum ação humana nos seus juízos práticos e também sempre diante dos olhos este princípio. Jeremy Bentham (1748 – 1832) “Uma Introdução aos Princípios da Moral” Pode-se dizer que uma pessoa é partidária de uma ética utilitarista quando afirma que a aprovação ou desaprovação de alguma conduta foi determinada pela tendência de tal conduta a aumentar ou diminuir a felicidade da comunidade e a sua própria. Augusto Comte (1798-1875) “Catecismo Positivista” Sacerdote: – É verdade que o positivismo não reconhece a ninguém outro direito senão o de sempre cumprir seu dever. Em termos mais corretos, nossa religião (positivista) impõe a todos a obrigação de ajudar cada um a preencher sua própria função. A noção de direito deve desapa- recer do campo político, como a noção de causa do campo filosófico. Porque ambas se reportam a vontades indiscutíveis. Assim, quaisquer direitos supõem necessariamente uma fonte sobrenatural, única que pode subtraí-los á discussão humana. (…) O positivismo não admite nunca senão deveres de todos em relação a todos. Porque seu ponto de vista sempre social não pode comportar nenhuma noção de direito, constante- mente fundada na individualidade. Em que fundamento humano deveria, pois, se assentar a idéia de direito, que suporia racionalmente uma eficá- cia prévia? Quaisquer que sejam nossos esforços, a mais longa vida bem empregada não nos permitirá nunca devolver senão uma porção imper- ceptível do que recebemos. Não seria senão, contudo, só depois de uma restituição completa que estaríamos dignamente autorizados a reclamar a reciprocidade de novos serviços. Todo direito humano é, pois, tão absurdo quanto imoral. Posto que não há mais direitos divinos, esta noção deve se apagar completamente, como puramente relativa ao regime preliminar, e diretamente incompatível com o estado final, que só admite deveres segundo as funções. Simone de Beauvoir (1909 – 1986) “Moral da Ambigüidade”

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ÉTICA (TÉC. BANCÁRIO) 15-2-2012

APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Ética A Opção Certa Para a Sua Realização 1

1. CONCEITO DE ÉTICA

O Conceito de Ética

O que ética? O que é moral? O que ela estuda? Estas são perguntas rotineiras, feita por muitos, e de suma importância para as relações huma-nas. Todo dia ouvimos falar de ética e falta de ética, mas o que isso significa afinal?

A ética faz parte de uma das três grandes áreas da filosofia, mais es-pecificamente , é o estudo da ação – práxis. Ao lado do estudo sobre o “conhecimento” – como a ciência, ou a lógica – e do estudo sobre o “valor” – seja ele artístico, moral, ou científico – o estudo sobre a ação engloba a totalidade do saber e da cultura humana. Está presente no nosso cotidia-no o tempo todo, seja nas decisões familiares, políticas, ou no trabalho por exemplo.

A palavra ética tem origem no termo grego ethos, que significava “bom costume”, “costume superior”, ou “portador de caráter”. Impulsionado pelo crescimento da filosofia fora da antiga Grécia o conceito de ethos se proliferou pelas diversas civilizações que mantiveram contato com sua cultura. A contribuição mais relevante se deu com os filósofos latinos. Em Roma o termo grego foi traduzido como “mor-morus” que também signifi-cava “costume mor” ou “costume superior”. É dessa tradução latina que surge a palavra “moral” em português.

No decorrer da história do pensamento a ética se tornou cada vez mais um assunto rico, complexo e abrangente. Com a expansão da filoso-fia, e em especial o pensamento sobre a ação, foi preciso distinguir os termos ética e moral. No século XX o filósofo espanhol Adolfo Sánches Vásquez cria uma famosa diferenciação entre os dois conceitos. Para ele o termo moral se refere a uma reflexão que a pessoa faz de sua própria ação. Já o termo ética abrange o estudo dos discursos morais, bem como os critérios de escolha para valorar e padronizar as condutas numa famí-lia, empresa ou sociedade.

Definir o que é um agir ético, moral, correto ou virtuoso é se inscrever numa disputa social pela definição legítima da boa conduta. Da conduta verdadeira e necessária. Avaliar a melhor maneira de agir pode ser visto de pontos de vista totalmente diversos. Marxistas, liberais, mulçumanos, psicanalistas, jornalistas e políticos agem e valoram as ações de maneira diferente. Porém todos eles lutam pela definição mais legitima de uma “boa ação” ou da “ação correta”.

Sem pretensões de impor uma definição legítima sobre a conduta mo-ral, nós, do Espaço Ética, deixaremos os filósofos falarem por eles mes-mos. Elencamos o que cada um dos principais pensadores têm a dizer sobre o assunto.

Aristóteles (384 a.C. – 322 a.C.) “Ética a Nicomacos”

A excelência moral se relaciona com as emoções e ações, e somente as emoções e ações voluntárias são louvadas e censuradas, enquanto as involuntárias são perdoadas, e às vezes inspiram piedade; logo, a distin-ção entre o voluntário e o involuntário parece necessária aos estudiosos da natureza da excelência moral, e será útil também aos legisladores com vistas à atribuição de honrarias e à aplicação de punições. (…)

Mas há algumas dúvidas quanto ás ações praticadas em conseqüên-cia do medo de males maiores com vistas a algum objetivo eleva-do[1097b] (por exemplo, um tirano que tendo em seu poder os pais e filhos de uma pessoa, desse uma ordem ignóbil a esta, tendo em vista que o não cumprimento acarretasse na morte dos reféns); é discutível se tais ações são involuntárias ou voluntárias. (…) Tais ações, então, são mistas mas se assemelham mais as voluntárias, pois são objeto de escolha no momento de serem praticadas, e a finalidade de uma ação varia de acor-do com a oportunidade, de tal forma que as palavras “voluntário” e “invo-luntário” devem ser usadas com referência ao momento da ação; com

efeito, nos atos em questão as pessoas agem voluntariamente, portanto são voluntárias, embora talvez sejam involuntárias de maneira geral, pois ninguém escolheria qualquer destes atos por si mesmos.

Immanuel Kant (1724-1804) “Fundamentação da Metafísica dos Costumes”

Neste mundo, e se houver um fora dele, nada é possível pensar eu que possa ser considerado como bom sem limitação, a não ser uma só coisa: uma boa vontade. Discernimento, argúcia de espírito, capacidade de julgar, e como quer que possam chamar-se os demais talentos do espírito, ou ainda coragem, decisão constância de propósito, como quali-dades do temperamento, são sem dúvida, a muitos respeitos, coisas boas e desejáveis; mas também podem tornar-se extremamente más e prejudi-ciais se a vontade, que haja de fazer uso destes dons naturais, constituin-tes do caráter, não for boa.

(…)

Na constituição natural de um ser organizado para a vida, admitimos, por princípio, que nele não haja nenhum órgão destinado à realização de um fim que não seja o mais adequado e adaptado a este fim. Ora, se num ser dotado de razão e de vontade a natureza tivesse por finalidade última sua conservação, seu bem-estar ou, em uma palavra, sua felicidade, ela teria se equivocado ao escolher a razão para alcançá-la. Isto porque, todas as ações que este ser deverá realizar nesse sentido, bem como a regra completa de sua conduta, ser-lhe-iam indicadas com muito maior precisão pelo instinto.

(…)

Uma vez que despojei a vontade de todos os estímulos que lhe pode-riam advir da obediência a qualquer lei, nada mais resta do que a confor-midade a uma lei universal das ações em geral que possam servir de único princípio à vontade, isto é: devo proceder sempre da mesma manei-ra que eu possa querer também que a minha máxima se torne uma lei universal. Aqui é pois a simples conformidade a lei em geral, o que serve de princípio à vontade, o também o que tem de lhe servir de princípio, para que o dever não seja por toda parte uma vã ilusão e um conceito quimérico.; e com isto está perfeitamente de acordo com a comum ação humana nos seus juízos práticos e também sempre diante dos olhos este princípio.

Jeremy Bentham (1748 – 1832) “Uma Introdução aos Princípios da Moral”

Pode-se dizer que uma pessoa é partidária de uma ética utilitarista quando afirma que a aprovação ou desaprovação de alguma conduta foi determinada pela tendência de tal conduta a aumentar ou diminuir a felicidade da comunidade e a sua própria.

Augusto Comte (1798-1875) “Catecismo Positivista”

Sacerdote: – É verdade que o positivismo não reconhece a ninguém outro direito senão o de sempre cumprir seu dever. Em termos mais corretos, nossa religião (positivista) impõe a todos a obrigação de ajudar cada um a preencher sua própria função. A noção de direito deve desapa-recer do campo político, como a noção de causa do campo filosófico. Porque ambas se reportam a vontades indiscutíveis. Assim, quaisquer direitos supõem necessariamente uma fonte sobrenatural, única que pode subtraí-los á discussão humana. (…)O positivismo não admite nunca senão deveres de todos em relação a todos. Porque seu ponto de vista sempre social não pode comportar nenhuma noção de direito, constante-mente fundada na individualidade. Em que fundamento humano deveria, pois, se assentar a idéia de direito, que suporia racionalmente uma eficá-cia prévia? Quaisquer que sejam nossos esforços, a mais longa vida bem empregada não nos permitirá nunca devolver senão uma porção imper-ceptível do que recebemos. Não seria senão, contudo, só depois de uma restituição completa que estaríamos dignamente autorizados a reclamar a reciprocidade de novos serviços. Todo direito humano é, pois, tão absurdo quanto imoral. Posto que não há mais direitos divinos, esta noção deve se apagar completamente, como puramente relativa ao regime preliminar, e diretamente incompatível com o estado final, que só admite deveres segundo as funções.

Simone de Beauvoir (1909 – 1986) “Moral da Ambigüidade”

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Ética A Opção Certa Para a Sua Realização 2

Existir é fazer-se carência de ser, é lançar-se no mundo: pode-se considerar como sub-humano os que se ocupam em paralisar esse movi-mento original; eles têm olhos e ouvidos, mas fazem-se desde a infância cegos e surdos, sem desejo. Essa apatia demonstra um medo fundamen-tal diante da existência, diante dos riscos e da tensão que ela implica; o sub-homem recusa essa paixão que é a sua condição de homem, o dilaceramento e o fracasso deste impulso em direção do ser que nunca alcança seu fim; mas com isso, é a existência mesma que ele recusa.(…) A má-fé do homem sério provém de que ele é obrigado, sem cessar, a renovar a renegação dessa liberdade. Ele escolhe viver num mundo infantil, mas à criança, os valores são realmente dados. O homem sério deve mascarar esse movimento através do qual se dá os valores, tal como a mitômana, que lendo uma carta de amor, finge esquecer que essa lhe foi enviada por si mesma. http://www.meucci.com.br/?page_id=98

ÉTICA

A finalidade dos códigos morais é reger a conduta dos membros de uma comunidade, de acordo com princípios de conveniência geral, para garantir a integridade do grupo e o bem-estar dos indivíduos que o consti-tuem. Assim, o conceito de pessoa moral se aplica apenas ao sujeito enquanto parte de uma coletividade.

Ética é a disciplina crítico-normativa que estuda as normas do com-portamento humano, mediante as quais o homem tende a realizar na prática atos identificados com o bem.

Interiorização do dever. A observação da conduta moral da humani-dade ao longo do tempo revela um processo de progressiva interiorização: existe uma clara evolução, que vai da aprovação ou reprovação de ações externas e suas consequências à aprovação ou reprovação das intenções que servem de base para essas ações. O que Hans Reiner designou como "ética da intenção" já se encontra em alguns preceitos do antigo Egito (cerca de três mil anos antes da era cristã), como, por exemplo, na máxima "não zombarás dos cegos nem dos anões", e do Antigo Testa-mento, em que dois dos dez mandamentos proíbem que se deseje a propriedade ou a mulher do próximo.

Todas as culturas elaboraram mitos para justificar as condutas mo-rais. Na cultura do Ocidente, são familiares a figura de Moisés ao receber, no monte Sinai, a tábua dos dez mandamentos divinos e o mito narrado por Platão no diálogo Protágoras, segundo o qual Zeus, para compensar as deficiências biológicas dos humanos, conferiu-lhes senso ético e capa-cidade de compreender e aplicar o direito e a justiça. O sacerdote, ao atribuir à moral origem divina, torna-se seu intérprete e guardião. O víncu-lo entre moralidade e religião consolidou-se de tal forma que muitos acreditam que não pode haver moral sem religião. Segundo esse ponto de vista, a ética se confunde com a teologia moral.

História. Coube a um sofista da antiguidade grega, Protágoras, rom-per o vínculo entre moralidade e religião. A ele se atribui a frase "O ho-mem é a medida de todas as coisas, das reais enquanto são e das não reais enquanto não são." Para Protágoras, os fundamentos de um sistema ético dispensam os deuses e qualquer força metafísica, estranha ao mundo percebido pelos sentidos. Teria sido outro sofista, Trasímaco de Calcedônia, o primeiro a entender o egoísmo como base do comporta-mento ético.

Sócrates, que alguns consideram fundador da ética, defendeu uma moralidade autônoma, independente da religião e exclusivamente fundada na razão, ou no logos. Atribuiu ao estado um papel fundamental na manu-tenção dos valores morais, a ponto de subordinar a ele até mesmo a autoridade do pai e da mãe. Platão, apoiado na teoria das ideias trans-cendentes e imutáveis, deu continuidade à ética socrática: a verdadeira virtude provém do verdadeiro saber, mas o verdadeiro saber é só o saber das ideias. Para Aristóteles, a causa final de todas as ações era a felicida-de (eudaimonía). Em sua ética, os fundamentos da moralidade não se deduzem de um princípio metafísico, mas daquilo que é mais peculiar ao homem: razão (logos) e atuação (enérgeia), os dois pontos de apoio da ética aristotélica. Portanto, só será feliz o homem cujas ações sejam sempre pautadas pela virtude, que pode ser adquirida pela educação.

A diversidade dos sistemas éticos propostos ao longo dos séculos se compara à diversidade dos ideais. Assim, a ética de Epicuro inaugurou o hedonismo, pelo qual a felicidade encontra-se no prazer moderado, no

equilíbrio racional entre as paixões e sua satisfação. A ética dos estóicos viu na virtude o único bem da vida e pregou a necessidade de viver de acordo com ela, o que significa viver conforme a natureza, que se identifi-ca com razão. As éticas cristãs situam os bens e os fins em Deus e identi-ficam moral com religião. Jeremy Bentham, seguido por John Stuart Mill, pregou o princípio do eudemonismo clássico para a coletividade inteira. Nietzsche criou uma ética dos valores que inverteu o pensamento ético tradicional e Bergson estabeleceu a distinção entre moral fechada e moral aberta: a primeira conservadora, baseada no hábito e na repetição, en-quanto que a outra se funda na emoção, no instinto e no entusiasmo próprios dos profetas, santos e inovadores.

Até o século XVIII, com Kant, todos os filósofos, salvo, até certo pon-to, Platão, aceitavam que o objetivo da ética era ditar leis de conduta. Kant viu o problema sob novo ângulo e afirmou que a realidade do conhecimen-to prático (comportamento moral) está na ideia, na regra para a experiên-cia, no "dever ser". A vontade moral é vontade de fins enquanto fins, fins absolutos. O ideal ético é um imperativo categórico, ou seja, ordenação para um fim absoluto sem condição alguma. A moralidade reside na máxima da ação e seu fundamento é a autonomia da vontade. Hegel distinguiu moralidade subjetiva de moralidade objetiva ou eticidade. A primeira, como consciência do dever, se revela no plano da intenção. A segunda aparece nas normas, leis e costumes da sociedade e culmina no estado.

Objeto e ramos da ética. Três questões sempre reaparecem nos di-versos momentos da evolução da ética ocidental: (1) os juízos éticos seriam verdades ou apenas traduziriam os desejos de quem os formula; (2) praticar a virtude implica benefício pessoal para o virtuoso ou, pelo menos, tem um sentido racional; e (3) qual é a natureza da virtude, do bem e do mal. Diversas correntes do pensamento contemporâneo (intuici-onismo, positivismo lógico, existencialismo, teorias psicológicas sobre a ligação entre moralidade e interesse pessoal, realismo moral e outras) detiveram-se nessas questões. Como resultado disso, delimitaram-se os dois ramos principais da ética: a teoria ética normativa e a ética crítica ou metaética.

A ética normativa pode ser concebida como pesquisa destinada a es-tabelecer e defender como válido ou verdadeiro um conjunto completo e simplificado de princípios éticos gerais e também outros princípios menos gerais, importantes para conferir uma base ética às instituições humanas mais relevantes.

A metaética trata dos tipos de raciocínio ou de provas que servem de justificação válida dos princípios éticos e também de outra questão inti-mamente relacionada com as anteriores: a do "significado" dos termos, predicados e enunciados éticos. Pode-se dizer, portanto, que a metaética está para a ética normativa como a filosofia da ciência está para a ciência. Quanto ao método, a teoria metaética se encontra bem próxima das ciências empíricas. Tal não se dá, porém, com a ética normativa.

Desde a época em que Galileu afirmou que a Terra não é o centro do universo, desafiando os postulados ético-religiosos da cristandade medie-val, são comuns os conflitos éticos gerados pelo progresso da ciência, especialmente nas sociedades industrializadas do século XX. A sociolo-gia, a medicina, a engenharia genética e outras ciências se deparam a cada passo com problemas éticos. Em outro campo da atividade humana, a prática política antiética tem sido responsável por comoções e crises sem precedentes em países de todas as latitudes. ©Encyclopaedia Bri-tannica do Brasil Publicações Ltda.

MORAL

Conjunto de regras e prescrições a respeito do comportamento, esta-belecidas e aceitas por determinada comunidade humana durante deter-minado período de tempo.

ÉTICA E MORAL

Uma distinção indistinta

Desidério Murcho

A pretensa distinção entre a ética e a moral é intrinsecamente confusa e não tem qualquer utilidade. A pretensa distinção seria a seguinte: a ética seria uma reflexão filosófica sobre a moral. A moral seria os costumes, os hábitos, os comportamentos dos seres humanos, as regras de comporta-

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Ética A Opção Certa Para a Sua Realização 3

mento adaptadas pelas comunidades. Antes de vermos por que razão esta distinção resulta de confusão, perguntemo-nos: que ganhamos com ela?

Em primeiro lugar, não ganhamos uma compreensão clara das três áreas da ética: a ética aplicada, a ética normativa e a metaética. A ética aplicada trata de problemas práticos da ética, como o aborto ou a eutaná-sia, os direitos dos animais, ou a igualdade. A ética normativa trata de estabelecer, com fundamentação filosófica, regras ou códigos de compor-tamento ético, isto é, teorias éticas de primeira ordem. A metaética é uma reflexão sobre a natureza da própria ética: Será a ética objetiva, ou subje-tiva? Será relativa à cultura ou à história, ou não?

Em segundo lugar, não ganhamos qualquer compreensão da nature-za da reflexão filosófica sobre a ética. Não ficamos a saber que tipo de problemas constitui o objeto de estudo da ética. Nem ficamos a saber muito bem o que é a moral.

Em conclusão, nada ganhamos com esta pretensa distinção.

Mas, pior, trata-se de uma distinção indistinta, algo que é indefensável e que resulta de uma confusão. O comportamento dos seres humanos é multifacetado; nós fazemos várias coisas e temos vários costumes e nem todas as coisas que fazemos pertencem ao domínio da ética, porque nem todas têm significado ético. É por isso que é impossível determinar à partida que comportamentos seriam os comportamentos morais, dos quais se ocuparia a reflexão ética, e que comportamentos não constituem tal coisa. Fazer a distinção entre ética e moral supõe que podemos determi-nar, sem qualquer reflexão ou conceitos éticos prévios, quais dos nossos comportamentos pertencem ao domínio da moral e quais terão de ficar de fora. Mas isso é impossível de fazer, pelo que a distinção é confusa e na prática indistinta.

Vejamos um caso concreto: observamos uma comunidade que tem como regra de comportamento descalçar os sapatos quando vai para o jardim. Isso é um comportamento moral sobre o qual valha a pena refletir eticamente? Como podemos saber? Não podemos. Só podemos determi-nar se esse comportamento é moral ou não quando já estamos a pensar em termos morais. A ideia de que primeiro há comportamentos morais e que depois vem o filósofo armado de uma palavra mágica, a "ética", é uma fantasia. As pessoas agem e refletem sobre os seus comportamentos e consideram que determinados comportamentos são amorais, isto é, estão fora do domínio ético, como pregar pregos, e que outros comporta-mentos são morais, isto é, são comportamentos com relevância moral, como fazer abortos. E essas práticas e reflexões não estão magicamente separadas da reflexão filosófica. A reflexão filosófica é a continuação dessas reflexões.

Evidentemente, tanto podemos usar as palavras "ética" e "moral" co-mo sinônimas, como podemos usá-las como não sinônimas . É irrelevan-te. O importante é saber do que estamos a falar se as usarmos como sinônimas e do que estamos a falar quando não as usamos como sinôni-mas . O problema didático, que provoca dificuldades a muitos estudantes, é que geralmente os autores que fazem a distinção entre moral e ética não conseguem, estranhamente, explicar bem qual é a diferença — além de dizer coisas vagas como "a ética é mais filosófica".

Se quisermos usar as palavras "moral" e "ética" como não sinônimas , estaremos a usar o termo "moral" unicamente para falar dos costumes e códigos de conduta culturais, religiosos, etc., que as pessoas têm. Assim, para um católico é imoral tomar a pílula ou fazer um aborto, tal como para um muçulmano é imoral uma mulher mostrar a cara em público, para não falar nas pernas. Deste ponto de vista, a "moral" não tem qualquer conte-údo filosófico; é apenas o que as pessoas efetivamente fazem e pensam. A ética, pelo contrário, deste ponto de vista, é a disciplina que analisa esses comportamentos e crenças, para determinar se eles são ou não aceitáveis filosoficamente. Assim, pode dar-se o caso que mostrar a cara em público seja imoral, apesar de não ser contrário à ética; pode até dar-se o caso de ser anti-ético defender que é imoral mostrar a cara em público e proibir as mulheres de o fazer.

O problema desta terminologia é que quem quer que tenha a experi-ência de escrever sobre assuntos éticos, percebe que ficamos rapidamen-te sem vocabulário. Como se viu acima, tive de escrever "anti-ético", porque não podia dizer "imoral". O nosso discurso fica assim mais contor-cido e menos direto e claro. Quando se considera que "ética" e "moral"

são termos sinônimos (e etimologicamente são sinônimos, porque são a tradução latina e grega uma da outra), resolve-se as coisas de maneira muito mais simples. Continuamos a fazer a distinção entre os comporta-mentos das pessoas e as suas crenças morais, mas não temos de intro-duzir o artificialismo de dizer que essas crenças morais, enquanto crenças morais, estão corretas, mas enquanto preferências éticas podem estar erradas. Isto só confunde as coisas. É muito mais fácil dizer que quem pensa que mostrar a cara é imoral está pura e simplesmente enganado, e está a confundir o que é um costume religioso ou cultural com o que é defensável. Peter Singer, James Rachels, Thomas Nagel, e tantos outros filósofos centrais, usam os termos "ética" e "moral" como sinônimos. Para falar dos costumes e códigos religiosos, temos precisamente estas ex-pressões muito mais esclarecedoras: "costumes" e "códigos religiosos".

Ética no Serviço Público

Jorge Teixeira da Silva; Letícia Clara Ribeiro; Antonio Carlos Mene-gon; Joyce de Castro Nunes; Vanderlei Dandrea; Ana Paula Rodrigues; Francisca Dantas; Polliane Tenório Neto; Márcia de Jesus silva; Rogério Chagas Pozo. Alunos do Curso de Direito da UMESP.

Este artigo, fruto de uma intensa atividade de reflexão escrita de to-dos nós, alunos do Curso de Direito da UMESP, surgiu da discussão que esteve presente no decorrer do semestre na disciplina: Cidadania, ética pública e ação cultural. Resolvemos escrever sobre os Serviços prestados ao público, devido aos abusos relatados pelos meios de comunicação presentes em nosso cotidiano pelo que Milton Santos chama de funcioná-rios sem mandato, é sabido que muitas pessoas que confiaram no traba-lho se decepcionaram. O presente texto pretende trabalhar estas ideias, de modo que possamos olhar através da perspectiva do direito, o desres-peito que vem ocorrendo as regra de conduta e da ética que requer o trabalho que os serviços públicos visam prestar.

O Direito que os cidadãos vêm adquirindo aos poucos, e que levou muito tempo para ser construído e respeitado vem, como sabemos, so-frendo com a grande dificuldade que a população enfrenta no dia a dia para fazer valer seus direitos que às vezes desaparecem porque não são postos em prática. A princípio, achamos que isto ocorra por falta de cons-ciência dos próprios cidadãos seja por normas e desculpas de resolução posta por nossos governantes trazendo um efeito de omissão do papel de um cidadão e seus direitos. Estes efeitos citados são objetivados pelos governantes que enriquecem justamente através da ignorância em relação aos direitos conquistados pela população o que gera um grande desres-peito para com os cidadãos e uma cultura que se perpetua.

Milton Santos, em seu trabalho: O espaço do cidadão mostra-nos que estes atos de desrespeito aos direitos e à representação que alguns dos funcionários públicos em relação à população, viola a moral, os direitos e principalmente, ataca a cultura dos cidadãos, dando a impressão de que os serviços públicos podem ser algo negociável, quando o mesmo é inalienável.

Para que possamos esclarecer melhor nossas ideias, chegamos à questão da ética no serviço público. Mas, o que é "ética"?

Contemporaneamente e de forma bastante usual, a palavra ética é mais compreendida como disciplina da área de filosofia e que tem por objetivo a moral ou moralidade, os bons costumes, o bom comportamento e a boa fé, inclusive. Por sua vez, a moral deveria estar intrinsecamente ligada ao comportamento humano, na mesma medida, em que está o seu caráter, personalidade, etc; presumindo portanto, que também a ética pode ser avaliada de maneira boa ou ruim, justa ou injusta, correta ou incorreta.

Num sentido menos filosófico e mais prático podemos entender esse conceito analisando certos comportamentos do nosso dia a dia, quando nos referimos por exemplo, ao comportamento de determinados profissio-nais podendo ser desde um médico, jornalista, advogado, administrador, um político e até mesmo um professor; expressões como: ética médica, ética jornalística, ética administrativa e ética pública, são muito comuns.

Podemos verificar que a ética está diretamente relacionada ao padrão de comportamento do indivíduo, dos profissionais e também do político, como falamos anteriormente. O ser humano elaborou as leis para orientar seu comportamento frente as nossas necessidades (direitos e obrigações) e em relação ao meio social, entretanto, não é possível para a lei ditar

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nosso padrão de comportamento e é aí que entra outro ponto importante que é a cultura, ficando claro que não a cultura no sentido de quantidade de conhecimento adquirido, mas sim a qualidade na medida em que esta pode ser usada em prol da função social, do bem estar e tudo mais que diz respeito ao bem maior do ser humano, este sim é o ponto fundamen-tal, a essência, o ponto mais controverso quando tratamos da questão ética na vida pública, á qual iremos nos aprofundar um pouco mais, por se tratar do tema central dessa pesquisa.

A questão da ética no serviço Público.

Quando falamos sobre ética pública, logo pensamos em corrupção, extorsão, ineficiência, etc, mas na realidade o que devemos ter como ponto de referência em relação ao serviço público, ou na vida pública em geral, é que seja fixado um padrão a partir do qual possamos, em seguida julgar a atuação dos servidores públicos ou daqueles que estiverem envolvidos na vida pública, entretanto não basta que haja padrão, tão somente, é necessário que esse padrão seja ético, acima de tudo .

O fundamento que precisa ser compreendido é que os padrões éticos dos servidores públicos advêm de sua própria natureza, ou seja, de cará-ter público, e sua relação com o público. A questão da ética pública está diretamente relacionada aos princípios fundamentais, sendo estes compa-rados ao que chamamos no Direito, de "Norma Fundamental", uma norma hipotética com premissas ideológicas e que deve reger tudo mais o que estiver relacionado ao comportamento do ser humano em seu meio social, aliás, podemos invocar a Constituição Federal. Esta ampara os valores morais da boa conduta, a boa fé acima de tudo, como princípios básicos e essenciais a uma vida equilibrada do cidadão na sociedade, lembrando inclusive o tão citado, pelos gregos antigos, "bem viver".

Outro ponto bastante controverso é a questão da impessoalidade. Ao contrário do que muitos pensam, o funcionalismo público e seus servido-res devem primar pela questão da "impessoalidade", deixando claro que o termo é sinônimo de "igualdade", esta sim é a questão chave e que eleva o serviço público a níveis tão ineficazes, não se preza pela igualdade. No ordenamento jurídico está claro e expresso, "todos são iguais perante a lei".

E também a ideia de impessoalidade, supõe uma distinção entre aqui-lo que é público e aquilo que é privada (no sentido do interesse pessoal), que gera portanto o grande conflito entre os interesses privados acima dos interesses públicos. Podemos verificar abertamente nos meios de comuni-cação, seja pelo rádio, televisão, jornais e revistas, que este é um dos principais problemas que cercam o setor público, afetando assim, a ética que deveria estar acima de seus interesses.

Não podemos falar de ética, impessoalidade (sinônimo de igualdade), sem falar de moralidade. Esta também é um dos principais valores que define a conduta ética, não só dos servidores públicos, mas de qualquer indivíduo. Invocando novamente o ordenamento jurídico podemos identifi-car que a falta de respeito ao padrão moral, implica portanto, numa viola-ção dos direitos do cidadão, comprometendo inclusive, a existência dos valores dos bons costumes em uma sociedade.

A falta de ética na Administração Publica encontra terreno fértil para se reproduzir , pois o comportamento de autoridades públicas estão longe de se basearem em princípios éticos e isto ocorre devido a falta de prepa-ro dos funcionários, cultura equivocada e especialmente, por falta de mecanismos de controle e responsabilização adequada dos atos anti-éticos.

A sociedade por sua vez, tem sua parcela de responsabilidade nesta situação, pois não se mobilizam para exercer os seus direitos e impedir estes casos vergonhosos de abuso de poder por parte do Pode Público. Um dos motivos para esta falta de mobilização social se dá, devido á falta de uma cultura cidadã, ou seja, a sociedade não exerce sua cidadania. A cidadania Segundo Milton Santos " é como uma lei", isto é, ela existe mas precisa ser descoberta , aprendida, utilizada e reclamada e só evolui através de processos de luta. Essa evolução surge quando o cidadão adquire esse status, ou seja, quando passa a ter direitos sociais. A luta por esses direitos garante um padrão de vida mais decente. O Estado, por sua vez, tenta refrear os impulsos sociais e desrespeitar os indivíduos, nessas situações a cidadania deve se valer contra ele, e imperar através de cada pessoa. Porém Milton Santos questiona, se "há cidadão neste pais"? Pois para ele desde o nascimento as pessoas herdam de seus pais

e ao longa da vida e também da sociedade, conceitos morais que vão sendo contestados posteriormente com a formação de ideias de cada um, porém a maioria das pessoas não sabem se são ou não cidadãos.

A educação seria o mais forte instrumento na formação de cidadão consciente para a construção de um futuro melhor.

No âmbito Administrativo, funcionários mal capacitados e sem princí-pios éticos que convivem todos os dias com mandos e desmandos, atos desonestos, corrupção e falta de ética tendem a assimilar por este rol "cultural" de aproveitamento em beneficio próprio.

Se o Estado, que a principio deve impor a ordem e o respeito como regra de conduta para uma sociedade civilizada, é o primeiro a evidenciar o ato imoral, vêem esta realidade como uma razão, desculpa ou oportuni-dade para salvar-se, e , assim sendo, através dos usos de sua atribuição publica.

A consciência ética, como a educação e a cultura são aprendidas pelo ser humano, assim, a ética na administração publica, pode e deve ser desenvolvida junto aos agentes públicos ocasionando assim, uma mudan-ça na administração publica que deve ser sentida pelo contribuinte que dela se utiliza diariamente, seja por meio da simplificação de procedimen-tos, isto é, a rapidez de respostas e qualidade dos serviços prestados, seja pela forma de agir e de contato entre o cidadão e os funcionários públicos.

A mudança que se deseja na Administração pública implica numa gradativa, mas necessária "transformação cultura" dentro da estrutura organizacional da Administração Pública, isto é, uma reavaliação e valori-zação das tradições, valores, hábitos, normas, etc, que nascem e se forma ao longo do tempo e que criam um determinado estilo de atuação no seio da organização.

Conclui-se, assim, que a improbidade e a falta de ética que nascem nas máquinas administrativas devido ao terreno fértil encontrado devido à existência de governos autoritários, governos regidos por políticos sem ética, sem critérios de justiça social e que, mesmo após o advento de regimes democrático, continuam contaminados pelo "vírus" dos interesses escusos geralmente oriundos de sociedades dominadas por situações de pobreza e injustiça social, abala a confiança das instituições, prejudica a eficácia das organizações, aumenta os custos, compromete o bom uso dos recursos públicos e os resultados dos contratos firmados pela Admi-nistração Pública e ainda castiga cada vez mais a sociedade que sofre com a pobreza, com a miséria, a falta de sistema de saúde, de esgoto, habitação, ocasionados pela falta de investimentos financeiros do Gover-no, porque os funcionários públicos priorizam seus interesses pessoais em detrimento dos interesses sociais.

Essa situação vergonhosa só terá um fim no dia em que a sociedade resolver lutar para exercer os seus direitos respondendo positivamente o questionamento feito por Milton Santos "HÁ CIDADÃOS NESTE PAÍS?" e poderemos responder em alto e bom som que " SIM. Há cidadão neste pais. E somos todos brasileiros.".

Finalizando, gostaríamos de destacar alguns pontos básicos, que ba-seado neste estudo, julgamos essenciais para a boa conduta, um padrão ético, impessoal e moralístico:

1 - Podemos conceituar ética, também como sendo um padrão de comportamento orientado pelos valores e princípio morais e da dignidade humana.

2 - O ser humano possui diferentes valores e princípios e a "quantida-de" de valores e princípios atribuídos, determinam a "qualidade" de um padrão de comportamento ético:

Maior valor atribuído (bem), maior ética. Menor valor atribuído (bem), menor ética. 3 - A cultura e a ética estão intrinsecamente ligadas. Não nos referi-

mos a palavra cultura como sendo a quantidade de conhecimento adquiri-do, mas sim a qualidade na medida em que esta pode ser usada em prol da função social, do bem estar e tudo mais que diz respeito ao bem maior do ser humano

4 - A falta de ética induz ao descumprimento das leis do ordenamento jurídico.

5 - Em princípio as leis se baseiam nos princípios da dignidade hu-mana, dos bons costumes e da boa fé.

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6 - Maior impessoalidade (igualdade), maior moralidade = melhor pa-drão de ética.

O conceito de valor tem sido investigado e conceituado em diferentes áreas do conhecimento. A abordagem filosófica descreve-o como nem totalmente subjetivo, nem totalmente objetivo, mas como algo determina-do pela interação entre o sujeito e o objeto.

Nas ciências econômicas, a noção de valor tem uma interpretação predominantemente material. Smith propõe a analise de valor como a habilidade intrínseca de um produto oferecer alguma utilidade funcional. Já no conceito moderno, dado pelo marketing, isto é uma função dos atributos dados ao produto ou ao conjunto formado por ele e que o envol-ve, quando necessitamos obter-lo.

Na visão da sociologia, embora a sociologia não seja uma ciência va-lorativa,ela reconhece os valores como fatos sociais. No campo de análi-se, os valores podem surgir como um estatuto fundamental na explicação da estabilidade e coerência das sociedades ou das mudanças sociais ( Max Weber, T. Parsons ) ou podem surgir como “fenômenos reflexos” das infra-estruturas da sociedade. O valor exprime uma relação entre as necessidades do indivíduo (respirar, comer, viver, posse, reproduzir, prazer, domínio, relacionar, comparar) e a capacidade das coisas e de seus derivados, objetos ou serviços, em as satisfazer. É na apreciação desta relação que se explica a existência de uma hierarquia de valores, segundo a urgência/prioridade das necessidades e a capacidade dos mesmos objetos para as satisfazerem, diferenciadas no espaço e no tempo.

Reconhecer um certo aspecto das coisas como um valor, consiste em hierarquiza-los para tê-los em conta na tomada de decisões, ou, por outras palavras, em estar inclinado a usá-los como um dos elementos a ter em consideração na escolha e na orientação que damos às decisões sobre nós próprios e aos outros. Há os que vêem os valores como subjeti-vos e consideram esta situação em termos de uma posição pessoal, adotada como uma espécie de escolha (desejo) e imune ao argumento racional.

Os que concebem os valores como algo objetivo supõem que, por al-guma razão – exigências da racionalidade, da natureza humana, de Deus, de outra autoridade ou necessidade - a escolha possa ser orientada e corrigida a partir de um ponto de vista independente. Os valores fornecem o alicerce oculto dos conhecimentos e das práticas que constantemente construímos nas nossas vidas. Os valores humanos são os fundamentos éticos e espirituais que constituem a consciência humana. São os valores que tornam a vida algo digno de ser vivido, definem princípios e propósitos valiosos e objetiva fins grandiosos.

Valor é um conceito que faz parte do estudo da Filosofia, Sociologia, Economia, Psicologia, Antropologia e Política.

O valor cultural, por sua vez, é objeto de estudo da filosofia, da psi-cologia e da sociologia. Do ponto de vista filosófico, sociológico e psicoló-gico, o valor cultural recebeu as mais variadas definições e promoveu inúmeras discussões paralelas (tal como a da neutralidade dos valores na pesquisa científica, a relação valores e gosto, etc.). Na filosofia, os filóso-fos que se dedicam ao estudo da ética ou da axiologia vão ser aqueles que irão contribuir mais intensamente com a discussão sobre o conceito e características dos valores, produzindo várias concepções, algumas chamadas subjetivistas e outras objetivistas. Na Psicologia, o estudo dos valores vai estar relacionado mais com a questão do comportamento e das atitudes dos indivíduos. Na sociologia, os valores vão ser abordados com produto das relações sociais e relacionados com "normas", "repre-sentações", etc.

Para o antropólogo Clide Kluckhon, valor é "uma concepção do dese-jável explícita e implícita, característica de um indivíduo ou grupo, e que influencia a seleção dos modos, meios e fins da ação".

Para a filósofa Agnes Heller, o valor é um "modo de preferência cons-ciente".

Para o psicólogo Alpport, "um valor é uma crença em que o homem se baseia para atuar por referência" (apud Viana, 2007).

Para o sociólogo Nildo Viana, "o valor é algo significativo, importante, para um indivíduo ou grupo social". Este sociólogo distingue entre valores

fundamentais (ligados a valoração primária) e valores derivados (valora-ção derivada) e entre valores dominantes (axiologia) e valores autênticos (axionomia).

Virtude (latim: virtus; em grego: ἀρετή) é uma qualidade moral parti-

cular. Virtude é uma disposição estável em ordem a praticar o bem; revela mais do que uma simples característica ou uma aptidão para uma deter-minada ação boa: trata-se de uma verdadeira inclinação.

Virtudes são todos os hábitos constantes que levam o homem para o bem, quer como indivíduo, quer como espécie, quer pessoalmente, quer coletivamente.

A virtude, no mais alto grau, é o conjunto de todas as qualidades es-senciais que constituem o homem de bem. Segundo Aristóteles, é uma disposição adquirida de fazer o bem,e elas se aperfeiçoam com o hábito.

2. ÉTICA APLICADA: NOÇÕES DE ÉTICA EMPRESARI-AL E PROFISSIONAL

Ética empresarial

Uma empresa ou entidade tem que ser, obrigatoriamente, percebida com um elemento ativo do contexto social (cultural, político, econômico etc) e esse fato remete, obrigatoriamente, a compromissos e responsabi-lidades que elas (empresa ou entidade) devam ter com a sociedade como um todo.

O conceito de ética empresarial ou organizacional (ou ainda de ética nos negócios) tem a ver com este processo de inserção. A empresa ou entidade devem estar presentes de forma transparente e buscando sempre contribuir para o desenvolvimento comunitário, praticando a cidadania e a responsabilidade social. Se atentam contra a cidadania, ferem a ética empresarial.

A ética social se pratica internamente, recrutando e formando profissionais e executivos que compartilham desta filosofia, privilegiando a diversidade e o pluralismo, relacionando-se de maneira democrática com os diversos públicos, adotando o consumo responsável, respeitando as diferenças, cultivando a liberdade de expressão e a lisura nas relações comerciais.

Ainda que se possa, filosofica, doutrinaria e ideologicamente, conceber conceitos distintos para a ética social, há algo que não se pode ser contrariado jamais: a ética social é um atributo indispensável para as organizações que querem manter-se vivas no mercado e a sociedade está cada vez mais alerta para os desvios de conduta das organizações. Valer-se do abuso econômico, constranger adversários que exprimem idéias distintas, desrespeitar os funcionários, impondo-lhes condições adversas de trabalho, agredir o meio ambiente, não priorizar a qualidade na fabricação de produtos ou na prestação de serviços e usar procedi-mentos escusos para obter vantagens a todo custo (corrupção, manipula-ção de balanços, formação de cartéis etc) são alguns destes desvios que afastam a empresa de sua verdadeira função social.

A literatura nesta área, já importante em outros países, começa a ganhar vulto no Brasil, mas, de imediato, pode-se apontar 4 textos bási-cos, editados recentemente: o livro Ética empresarial: responsabilidade global e gerenciamento moderno, de Klaus M. Leisinger e Karin Schmitt, Petrópolis, Vozes, 2.001, e o trabalho A ética nas organizações, da Coleção Reflexão, Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, de março de 2.001; Ética nas empresas, de Laura Nash, São Paulo, Makron Books, 2.001 e A Ética Empresarial no Brasil, de Joaquim Manhães Moreira, São Paulo, Pioneira. Mas não deixe de ler também o trabalho exemplar de Russel Mokhiber, Crimes corporativos. O poder das grandes empresas e o abuso da confiança pública, Editora Página Aber-ta, 1.995. Nele, a evidência da irresponsabilidade de algumas organiza-ções que, desrespeitando o consumidor e privilegiando unicamente os seus lucros, provocaram prejuízos e mortes, violentando os princípios básicos da responsabilidade social e da cidadania.

Do trabalho do Instituto Ethos, anteriormente citado, retiramos o seguinte extrato, que acrescenta elementos importantes ao conceito de ética empresarial e o define precisamente:

" A ética não é um valor acrescentado, mas intrínseco da ativida-de econômica e empresarial, pois esta atrai para si uma grande quantida-

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de de fatores humanos e os seres humanos conferem ao que realizam, inevitavelmente, uma dimensão ética. A empresa, enquanto instituição capaz de tomar decisões e como conjunto de relações humanas com uma finalidade determinada, já tem, desde seu início uma dimensão ética.

Uma ética empresarial não consiste somente no conhecimento da ética, mas na sua prática. E este praticar concretiza-se no campo comum da atuação diária e não apenas em ocasiões principais ou excepcionais geradoras de conflitos de consciência. Ser ético não significa conduzir-se eticamente quando for conveniente, mas o tempo todo". (p.12)

http://www.comunicacaoempresarial.com.br/

A ÉTICA EMPRESARIAL COMO PILAR DA ECONOMIA GLOBALIZADA E OS ATOS INTERNACIONAIS SOBRE A MA-

TÉRIA.

Joaquim Manhães Moreira

SUMÁRIO :1. Ética empresarial. 1.1 Conceito e breve relato

da evolução histórica. 1.2 Preceitos éticos aplicáveis às relações com clientes. 1.3 Preceitos éticos aplicáveis às relações com fornecedores. 1.4 Preceitos éticos aplicáveis às relações com concorrentes. 1.5 Preceitos éticos aplicáveis às relações com empregados. 1.6 Preceitos éticos aplicáveis às relações com governantes. 1.7 Preceitos éticos aplicáveis às relações com a sociedade em geral. 2. Imposições econômicas internacionais. 3. Imposições jurídicas internacionais. 3.1 A ética nas cláusulas de contratos internacionais privados. 3.2 A Lei norte-americana (FCPA). 3.3 A Convenção de Caracas de 29.3.96. 3.4 A Resolução da ONU de 28/1/97. 4. A Convenção da OECD em vigor desde 15.02.1999. 4.1 Países signatários 4.2 Conceitos acordados. 5. Conclusões.

1. Ética Empresarial

1.1 Conceito e breve relato da evolução históri-ca

A expressão “ética empresarial” está sendo cada vez mais aceita e utilizada na acepção de conjunto de preceitos morais e de responsabilida-de social a serem observados pelas organizações conhecidas como empresas.

Em cada uma dessas organizações alguém (denominado empresário) reúne os três fatores técnicos da produção – a natureza, o capital e o trabalho – para produzir um bem ou um serviço. Esse bem ou serviço é oferecido pela organização ao mercado, que o adquire. A organização obtém, então, da diferença entre o preço de venda e o custo de produção, o proveito monetário denominado “lucro”. Portanto, o desenvolvimento de uma atividade visando o lucro integra o conceito de “empresa”.

Essa característica de organização lucrativa, gerou sempre a descon-fiança da eventual impossibilidade de se conciliar as suas práticas com os conceitos éticos.

No século XVII Adam Smith conseguiu demonstrar na sua obra “A ri-queza das nações” que o lucro poderia ser aceito como uma justa remu-neração ao empreendedor e que essa parcela de valor acrescido acabava resultando em investimentos ou consumo, os quais por sua vez eram responsáveis por mais empregos remunerados. O lucro acabava operan-do, assim, uma função social de melhoria do bem-estar geral, através da geração de empregos e das correspondentes remunerações. Essa foi a primeira demonstração da possibilidade de conciliação entre o lucro e a ética e, portanto, também entre esta última e a empresa.

Outros atos de grande repercussão foram ajudando a consolidar a noção de que o lucro poderia e deveria se submeter a princípios éticos. São exemplos: a encíclica “Rerum Novarum” do Papa Leão XIII; a lei norte-americana denominada “Sherman Act” de 1890; a lei norte-americana denominada “Foreign Corrupt Practices Act (FCPA), de 1977, proibindo a corrupção de autoridades estrangeiras.

Em todos os países do mundo tem sido crescente a pressão social no sentido de que as empresas adotem práticas éticas.

No Brasil, embora a preocupação específica com o tema seja recente, muitos textos legais e regulamentares já foram promulgados, principal-mente durante as últimas três décadas, visando conter práticas antiéticas em diversos aspectos dos relacionamentos das empresas.

Os agentes que se relacionam internacionalmente têm sentido mais que os outros as imposições econômicas e jurídicas para que se compor-tem de acordo com os preceitos éticos, sejam eles decorrentes da aplica-ção dos princípios morais, sejam eles informados pelo ideal de justiça, ou sejam determinados pelos princípios legais.

1.2 Preceitos éticos aplicáveis às relações com clientes.

As relações com clientes iniciam-se com as atividades de formulação de um plano de marketing, e abrangem também a publicidade e propa-ganda do produto ou serviço, a negociação e obtenção da vontade do cliente em adquirir esse produto ou serviço, a contratação, o cumprimento do contrato de venda (seja ele escrito ou verbal) e as chamadas relações pós-vendas.

Durante todas essas fases deve a empresa empenhar-se em identifi-car e praticar os princípios éticos aplicáveis.

Para ser ética nas relações com clientes durante as fases de negoci-ação e obtenção da sua decisão de comprar, a empresa deve fazer com que os seus prepostos utilizem apenas argumentos técnicos e verdadeiros a respeito do produto ou serviço oferecido e sobre as condições da venda.

Portanto, será antiética a venda que for feita mediante o suborno de alguém com poder de influenciar a decisão de compra do adquirente.

O suborno pode se materializar sob diversas formas. O mais comum é o suborno patrimonial direto, no qual a empresa vendedora faz um pagamento a uma pessoa da organização adquirente, para que esta influencie ou tome a decisão de comprar. A sofisticação da economia e a crescente pressão social, têm gerado outras formas de suborno. Em termos patrimoniais, além do suborno direto há o indireto, feito através de terceiros ou sob “títulos legitimadores” (serviços, prêmios, viagens, etc). Há, ainda o suborno extra patrimonial, que é uma vantagem imensurável, conferida a alguém. Pode ser uma vantagem social, acadêmica, política, sexual, ou qualquer outra.

O mandamento fundamental da empresa ética é o de usar a verdade e não subornar para vender.

1.3 Preceitos éticos aplicáveis às relações com fornecedores.

A ética determina que a empresa seja justa com os seus fornecedo-res. Para isso precisará fazer com que o fornecedor seja corretamente informado de todos os dados e fatos relevantes ao formular uma cotação. Assim sendo, não deve a empresa ética se utilizar da prática comum hoje em dia, de solicitar cotações para grandes quantidades e posteriormente confirmar a compra apenas de uma parte ínfima.

O mais importante preceito ético aplicável ao relacionamento com os fornecedores é o de pagar o justo preço pelo produto ou serviço fornecido. O justo preço não é simplesmente aquele aceito pelo fornecedor. A ciên-cia econômica poderá fornecer os dados para fixá-lo. O mais importante é que a empresa ética não imponha ao fornecedor, fazendo uso do seu poder econômico, um preço que ela própria (a compradora) não aceitaria caso estivesse fornecendo.

A empresa ética deve tomar todas as cautelas para que a concorrên-cia entre os seus fornecedores não seja fraudada por práticas antiéticas da parte de qualquer deles, principalmente através de suborno.

1.4 Preceitos éticos aplicáveis às relações com concorrentes.

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Esses preceitos éticos são os que se encontram mais amplamente regulamentados pela legislação brasileira. A Lei 8884/94 discrimina detalhadamente as condutas vedadas às empresas nos seus relaciona-mentos com os concorrentes. A empresa ética tem o dever de defender o princípio da livre concorrência. Deve se abster, portanto, de entrar em qualquer tipo de acordo que possa reduzir ou eliminar a livre concorrência. Esse acordo pode se referir a preços, condições de venda, disponibilidade de mercadoria e sua oferta a determinado segmento de mercado, ou qualquer outro.

1.5 Preceitos éticos aplicáveis às relações com empregados.

A empresa ética deve se preocupar em oferecer ampla oportunidade de trabalho às pessoas de todas as camadas, origens e segmentos soci-ais. Não poderá, portanto, permitir que preconceitos, sejam de raça, sexo, idade ou qualquer outro, possam influenciar as decisões de contratação, remuneração, promoção ou demissão dos empregados.

Constituem também deveres éticos da empresa: garantir o acesso ao empregado a todas as informações relativas a sua pessoa; assegurar que o ambiente de trabalho esteja livre de práticas deturpadoras, como a arrogância, o abuso de poder e o assédio sexual.

1.6 Preceitos éticos aplicáveis às relações com governantes.

Os preceitos da ética empresarial não permitem que a empresa no seu relacionamento com os Governantes pratique suborno, qualquer que seja a sua forma (vide item 1.3 deste artigo), a fim de obter uma decisão favorável aos pleitos que formular. Deve a empresa ética valer-se apenas de argumentos verdadeiros. As contribuições a campanhas políticas só devem ser feitas dentro dos limites e formas previstos na legislação eleito-ral, e, mesmo assim, nunca visando a obtenção de uma decisão futura ou a premiação por uma decisão passada, a seu favor.

Integra o rol de preceitos éticos aqui comentados o dever da empresa de se abster de utilizar informações privilegiadas, a que tenha acesso qualquer autoridade ou funcionário público.

Constitui, ainda, um dever ético o de observar a “fila” do atendimento, nos processos e procedimentos administrativos e judiciais, de acordo com as preferências permitidas por leis e regulamentos.

1.7 Preceitos éticos aplicáveis às relações com a sociedade em geral.

A empresa ética não interfere na autodeterminação dos povos. Não permite que seus registros, livros e documentos sejam usados pelo governo de um país para obter dados sobre outro governo. A ética empre-sarial aplicável a esse assunto exige que a empresa se comporte com responsabilidade social em qualquer local em que atue e, que portanto: (a) observe as leis e os regulamentos relativos à proteção da saúde e segu-rança das pessoas e à preservação do meio ambiente; (b) somente de-senvolva atividades que envolvam perigo para a coletividade mediante controle dos riscos, nas circunstâncias em que essa coletividade aprovar a sua assunção, à vista das vantagens que obterá; (c) não participe de práticas ilícitas e colabore com as autoridades no combate a elas, como, por exemplo, na luta contra a lavagem de dinheiro.

2. Imposições econômicas internacionais.

As primeiras imposições econômicas surgiram já há alguns anos, através dos requisitos dos organismos internacionais de crédito, como condições para a concessão de apoio financeiro a certos projetos. De início essas imposições ocorreram por vias indiretas. Pelo seu significado é importante lembrar as concorrências públicas para aquisição de bens ou serviços com fundos oriundos do Banco Mundial. Esse organismo, mesmo antes da Lei 8666/93, já exigia regras tão claras e julgamentos tão objeti-

vos nos certames licitatórios, que praticamente impedia a ocorrência de corrupção.

O fenômeno da globalização da economia, por outro lado, gerou a necessidade para as empresas, de se relacionarem com parceiros estabe-lecidos em outros países. Esses parceiros, ou por determinação legal do país que sobre ele tem jurisdição, ou por determinação própria, cada vez mais exigem o compromisso de comportamento ético.

Há diversas causas para isso. A primeira delas é a convicção de que o envolvimento do seu nome em um escândalo relativo à corrupção, mesmo através do ato de um parceiro estabelecido em outro país, causa-rá sério dano às imagens dos envolvidos, com repercussão e custo impre-visíveis. A segunda é que os parceiros internacionais que não têm com-promisso com a ética fatalmente estarão expostos a riscos, que os impedi-rão de permanecer como agentes econômicos por muito tempo e, portan-to, de garantir compromissos de longo prazo, que são as bases das novas parcerias.

Rapidamente os detentores de tecnologia e de recursos financeiros para investir perceberam que de nada adiantaria poder oferecer a melhor técnica, o melhor serviço e o menor preço, se suas empresas concorres-sem em mercados nos quais a corrupção pudesse a qualquer momento viciar a escolha do cliente e “quebrar as regras do jogo”.

Assim sendo, depois das imposições dos organismos financeiros in-ternacionais, as empresas estabelecidas no Brasil têm hoje, como motiva-ção adicional para a observância do comportamento ético, as exigências dos seus investidores, clientes, fornecedores e demais parceiros de outros países.

3. Imposições jurídicas internacionais.

3.1 A ética nas cláusulas dos contratos internacionais priva-dos.

As primeiras imposições internacionais de ordem jurídica às empre-sas estabelecidas no Brasil, relativamente à ética, surgiram nos contratos privados.

As empresas norte-americanas foram as pioneiras a inserir cláusulas relativas ao comportamento ético nas suas contratações com parceiros comerciais estabelecidos no Brasil.

Inicialmente essas cláusulas apareceram em contratos de represen-tação comercial, ou de distribuição de mercadorias, nos quais a empresa representada encontrava-se sediada nos Estados Unidos. Nesses contra-tos eram comuns cláusulas dispondo expressamente que o representante ou distribuidor concordava em cumprir as suas obrigações com total observância da Lei e dos princípios éticos aplicáveis. Algumas cláusulas eram mais específicas, e continham disposições no sentido de que o representante ou distribuidor não faria e nem ofereceria qualquer paga-mento, contribuição ou outro item de valor, a qualquer pessoa ou organi-zação, com o objetivo de obter uma decisão favorável, e que além disso, observaria rigidamente a legislação que reprime o abuso de poder eco-nômico.

A colocação do Brasil no mapa dos investidores internacionais, a par-tir de 1994, gerou o período das associações ou “joint ventures” entre estrangeiros, detentores de tecnologia e capital, e empresas sediadas no Brasil, também possuidoras de tecnologia e conhecimento do mercado.

Com as “joint ventures” as cláusulas contratuais sobre ética passaram a se refletir também nos acordos societários (acordos de acionistas, acordos de associação) e nos estatutos e contratos sociais das novas empresas.

As empresas vinculadas às disposições contratuais aqui referidas já se achavam e se acham, portanto, sujeitas a disposições internacionais sobre a conduta ética. Estão conscientes de que a violação desses princí-pios gerará também a configuração da inadimplência contratual, com sérias conseqüências comerciais que incluem ruptura de relacionamentos e pagamentos de multas.

3.2 A Lei norte-americana FCPA

O pioneirismo das empresas norte-americanas nessa matéria não foi fruto do acaso. Conforme já assinalado, desde 1977 encontram-se elas

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sujeitas a uma Lei específica denominada “Foreign Corrupt Practices Act” (“FCPA”).

A FCPA surgiu como uma resposta da sociedade americana às prá-ticas de empresas que se valiam de expedientes irregulares para obter negócios. Na exposição de motivos da FCPA consta a informação do Governo norte-americano de que mais de quatrocentas empresas confes-saram haver feito pagamentos ilegais ou questionáveis, em um total de mais de US$ 300 (trezentos milhões de dólares). Esses pagamentos foram feitos a autoridades e governantes estrangeiros, durante os anos que antecederam a promulgação da FCPA, com o objetivo de obter ou reter negócios.

A FCPA é uma lei penal. Ela define como crime a seguinte conduta: alguém (o agente) fazer ou comprometer-se a fazer um pagamento proibi-do para qualquer autoridade ou funcionário público estrangeiro, com o objetivo de obter ou contratar um negócio.

O agente pode ser qualquer pessoa que tenha cidadania norte-americana, ou qualquer organização sujeita à jurisdição norte-americana. Essas pessoas ou organizações podem ser responsabilizadas tanto pelo seus atos diretamente cometidos, como por aqueles cometidos por tercei-ros. O agente será responsável pelos atos de terceiros (exemplo: um representante comercial) quando tiver autorizado, expressa ou implicita-mente; quando tiver participado da decisão; quando tiver sabido do ato e tiver se omitido em interrompê-lo ou impedi-lo; e até quando agir com omissão deliberada.

O pagamento proibido abrange qualquer forma direta ou indireta: mo-eda corrente, cheque, ordem de pagamento, transferências financeiras ou qualquer outra vantagem mensurável (despesas de viagens, por exem-plo).

O negócio obtido ou retido pode ser ou não com o Governo ao qual pertence a autoridade subornada. Para que haja crime basta que esteja presente, no caso, o efeito de obter ou reter qualquer negócio.

Os infratores da FCPA recebem penas civis e criminais. As penalida-des civis são multas de até US$ 250,000, que podem ser elevadas para até duas vezes o valor do ganho obtido pela organização infratora.

As penalidades criminais podem ser impostas tanto às pessoas físi-cas como às pessoas jurídicas. As penas para as pessoas físicas que tenham tido participação direta ou indireta no ato são multas de US$ 10,000 a US$ 100,000 (que não podem ser pagas pelas empresas) e prisão de até cinco anos. As penalidades para as pessoas jurídicas são multas de US$ 1 milhão a US$ 2 milhões.

Da maneira como se encontra redigida, a FCPA tem uma aplicação extraterritorial. Desse modo se um representante comercial de uma em-presa norte-americana, atuando no Brasil, participar de um ato de corrup-ção em território brasileiro, poderá gerar conseqüências civis e penais para a sua empresa representada nos Estados Unidos e para os seus dirigentes, observadas as regras expostas acima.

Parece uma evolução natural dos acontecimentos o fato de que, ten-do de conviver com uma legislação tão rígida nas suas atuações no mercado internacional, as empresas daquele país começassem a pressi-onar o seu governo, para que influenciasse os governos de outros países a adotarem igual padrão de procedimento.

O Governo norte-americano revelou-se sensível a essas pressões, e tem buscado há muitos anos estabelecer tratados que coíbam a prática da corrupção no mundo dos negócios.

3.3 A Convenção de Caracas de 29/3/96

Essa Convenção é considerada o primeiro grande ato internacional destinado ao combate à corrupção no mundo dos negócios. Foi ela cele-brada na cidade de Caracas, Venezuela, em 29/3/96, no âmbito da Orga-nização dos Estados Americanos. Praticamente todos os países membros da OEA assinaram a Convenção (incluindo o Brasil, Argentina, Chile, Paraguai, Uruguai, México, e Estados Unidos). O Brasil ainda não proce-deu à ratificação, que depende da aprovação do Congresso Nacional. Não

obstante, o Brasil possui diversas leis que de forma direta ou indireta, atendem aos objetivos maiores do Tratado.

Os objetivos da Convenção são os de reforçar e desenvolver em cada país os mecanismos para prevenir, detectar, combater e erradi-car a corrupção, e ainda, promover e facilitar a cooperação entre eles, para o alcance desses mesmos objetivos.

Em essência as Partes Signatárias acordaram em adotar medidas preventivas, consistentes na promulgação de padrões de conduta por parte das autoridades públicas e proibição clara do conflito de interesses. Essas medidas devem ser complementadas por mecanismos efetivos de controle, que vão desde sistemas de registros dos patrimônios das autori-dades antes e após o término da gestão, a elevação da figura do enrique-cimento ilícito de autoridade à condição de crime, até a implantação de sistemas de proteção a pessoas que desejem apresentar denúncias de corrupção contra os homens públicos.

As Partes Signatárias comprometeram-se também a formular novas leis ou a adequar a sua legislação para punir os atos de corrupção. Esses atos foram definidos como a solicitação ou aceitação de qualquer coisa de valor, por parte de uma autoridade, para praticar (ou ser compensada pela prática) de uma decisão ou omissão.

Cada Parte comprometeu-se ainda a modificar sua legislação de forma a assegurar que será considerado crime o oferecimento de suborno por parte de um nacional sob sua jurisdição, para uma autoridade de outro país.

3.4 A Resolução da ONU de 28/1/97.

Em 28 de janeiro de 1997 a Assembléia Geral das Nações Uni-das aprovou uma Resolução, recomendando aos Estados Membros a adoção de providências no combate à corrupção. Essas providências sugeridas, em essência são as mesmas constantes da Convenção de Caracas.

A Convenção da OECD em vigor desde 15.02.1999

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (“OECD”) é uma instituição internacional composta por 29 estados sobe-ranos que desde a sua fundação tem devotado uma atenção especial ao combate à corrupção de autoridades públicas. Em 21 de novembro de 1997 foi assinada no âmbito da OECD a Convenção sobre Combate ao Suborno de Autoridades Públicas nas Operações Comerciais Internacio-nais (doravante “Convenção OECD”). A Convenção OECD encontra-se em vigor desde fevereiro de 1999.

Países signatários

A Convenção foi assinada pelos 29 países membros e por cinco con-vidados. Entre os seus membros estão, além de outros, Austrália, Bélgica, Canadá, Itália, Japão, Coréia, México, Holanda, Noruega, Portugal, Espa-nha, Suíça, Turquia, Reino Unido e Estados Unidos. Os países convida-dos que também assinaram a convenção são Argentina, Brasil, Bulgária, Chile e República da Eslovênia.

Conceitos acordados

O principal conceito acordado é o de que as Partes Signatárias toma-rão as medidas necessárias para fazer com que sejam classificados como crimes e punidos como tal, os atos de quaisquer pessoas de dar, prome-ter ou oferecer qualquer vantagem pecuniária indevida a uma autoridade pública de outro país, com o objetivo de obter um negócio pela ação ou omissão desse governante. Cada uma das Partes se comprometeu,

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também, a punir as ações de cumplicidade, acobertamento, ajuda ou autorização na prática do ato ou omissão da autoridade.

Os Estados membros da Convenção comprometeram-se a estabele-cer igual responsabilidade criminal por parte das pessoas jurídicas, obser-vados os princípios constantes de cada ordenamento jurídico.

As penas a serem adotadas como punições por esses atos deverão ser, no mínimo iguais àquelas com que cada país pune a corrupção interna dos seus governantes.

As Partes adequarão as suas legislações para garantir que terão a ju-risdição para processar os autores dos crimes cometidos dentro dos seus respectivos territórios e fora deles: (a) quando eles forem cometidos pelo menos parcialmente dentro deles; e, (b) quando retiverem a autoridade para processar e julgar seus nacionais (por tratados) que cometam esses crimes em outros países. No caso de mais de um Estado-membro da Convenção desejar processar e punir o mesmo criminoso, deverá consul-tar-se com o outro Estado pretendente para, por mútuo acordo, determinar em qual jurisdição será mais apropriado fazê-lo, tendo em vista os princí-pios e objetivos gerais do tratado.

Os Estados-membros cooperarão entre si no combate à corrupção, principalmente através do fornecimento de informações, as quais, quando solicitadas pelo Governo de um País membro, não podem deixar de ser fornecidas pelo de outro, nem mesmo sob a alegação de sigilo bancário.

As Partes comprometeram-se, também a extraditar os criminosos vio-ladores dos princípios da Convenção. O dever de extradição assumido nos termos da Convenção OECD deve sobrepor-se ao dever constante de qualquer outra Convenção de extradição.

É importante notar que a OECD congrega países que são res-ponsáveis por mais de 70% do comércio internacional.

Conclusões

O presente trabalho demonstra que a pressão internacional pela observância da ética no mundo dos negócios é crescente. No nível governamental essas pressões são representadas pelos Tratados e Convenções Internacionais, que se propagam a cada ano, quer no âmbito dos organismos regionais (como a OEA), quer setoriais (como a OECD), quer globais, como a Organização das Nações Unidas.

Os Estados que interagem no âmbito do comércio internacional estão com-prometidos a adotar leis rigorosas e claras punindo a corrupção e a fazer com que tais leis sejam cumpridas.

Os agentes econômicos não têm mais escolha. A sobrevivência em uma eco-nomia globalizada baseia-se, fundamentalmente, na possibilidade de cada empresa estabelecer alianças e parcerias duradouras com clientes, fornecedores, emprega-dos e outros. Mas em uma sociedade globalizada, cada vez mais consciente dos seus direitos, só o respeito aos princípios éticos pode garantir a longevidade das organizações empresariais.

Até bem pouco tempo muitos desses potenciais parceiros podiam ignorar par-cialmente o anseio popular, porque os seus países de origem não estavam com-prometidos com esses princípios. Depois da assinatura dos dois tratados aqui comentados e da prolatação da decisão da Assembléia Geral das Nações Unidas, ficou muito difícil, senão impossível, encontrar algum deles que ainda possa se declarar neutro quanto ao combate à corrupção.

BIBLIOGRAFIA

Antunes, José Pinto. A Produção Sob o Regime da Empresa, São Paulo, Bu-chatsky, 1973.

Cheeseman, Henry R. Contemporary Business Law, New Jersey, Estados Unidos da América, Prentice Hall,1997.

“Department of Justice (USA)”. Site na Internet www.doj.gov.

Moreira, Joaquim Manhães, A Ética Empresarial no Brasil, São Paulo, Pionei-ra, 1999.

Teixeira, Nelson Gomes. A Ética no Mundo da Empresa, São Paulo, Pionei-ra,1998.

Atos Internacionais:

Deliberação da Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas, de 28/1/97 (www.um.org).

Convenção Interamericana Contra a Corrupção, de 26/3/96, firmada no âmbito da OEA (www.oas.org).

Convenção sobre o Conbate ao Suborno de Autoridades Estrangeiras nas Operações Comerciais Internacionais. (www.oecd.org).

Sobre o Autor:

Joaquim Manhães Moreira é advogado, graduado pela Faculdade de Direito da USP em 1976. Sócio de escritório de advocacia com atuação internacional. Há mais de vinte anos estuda e pesquisa a ética empresarial, e profere palestras sobre o assunto. Autor do livro “A Ética Empresarial no Brasil”, editado pela Pioneira em 1999.

Ética empresarial

A ética empresarial pode ser entendida como um valor da organiza-ção que assegura sua sobrevivência, sua reputação e, consequentemen-te, seus bons resultados. Para Moreira, a ética empresarial é "o compor-tamento da empresa - entidade lucrativa - quando ela age de conformida-de com os princípios morais e as regras do bem proceder aceitas pela coletividade (regras éticas)."

Importância

A ética profissional e consequentemente das organizações é conside-rada um fator importantíssimo para a sobrevivência delas,tanto das pe-quenas quanto das grandes empresas.

As organizações estão percebendo a necessidade de utilizar a ética, para que o "público" tenha uma melhor imagem do seu "slogan", que permitirá, ou não, um crescimento da relação entre funcionários e clientes.

Desse modo, é relevante ter consciência de que toda a sociedade vai se beneficiar através da ética aplicada dentro da empresa, bem como os clientes, os fornecedores, os sócios, os funcionários, o governo… Se a empresa agir dentro dos padrões éticos, ela só tende a crescer, desde a sua estrutura em si, como aqueles que a compõem.

Observações importantes

Quando a empresa tira vantagem de clientes, abusando do uso dos anúncios publicitários, por exemplo, de início ela pode ter um lucro em curto prazo, mas a confiança será perdida, forçando o cliente a consumir produtos da concorrência. Além disso, recuperar a imagem da empresa não vai ser fácil como da primeira vez;

A ética na empresa visa garantir que os funcionários saibam lidar com determinadas situações e que a convivência no ambiente de trabalho seja agradável. De forma ética.

A ética do lucro

O lucro é a parte sensível de uma organização, por isso exige cuidado no momento do planejamento para sua obtenção. Isto significa que ser antiético, enganando seus clientes, não é uma boa conduta para a empre-sa que almeja se desenvolver e crescer perante à concorrência.

Assim, pode-se deduzir que a obtenção do lucro é um dos fatores ad-vindos as satisfação dos clientes, pois é objetivo do negócio, que a em-presa desenvolve para cumprir suas metas, tendo como retorno o resulta-do dos serviços prestados.

Valores éticos

São um conjunto de ações éticas que auxiliam gerentes e funcioná-rios a tomar decisões de acordo com os princípios da organização. Quan-do bem implementado, os valores éticos tendem a especificar a maneira como a empresa administrará os negócios e consolidar relações com fornecedores, clientes e outras pessoas envolvidas.

Código de ética

É um instrumento criado para orientar o desempenho de empresas em suas ações e na interação com seu diversificado público. Para a concretização deste relacionamento, é necessário que a empresa desen-volva o conteúdo do seu código de ética com clareza e objetividade, facilitando a compreensão dos seus funcionários.

Se cada empresa elaborasse seu próprio código, especificando sua estrutura organizacional, a atuação dos seus profissionais e colaboradores poderia orientar-se através do mesmo. O sucesso da empresa depende das pessoas que a compõe, pois são elas que transformam os objetivos, metas, projetos e até mesmo a ética em realidade. Por isso é importante o

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comprometimento do indivíduo com o código de ética.

Ética profissional

Muitos autores definem a ética profissional como sendo um conjunto de normas de conduta que deverão ser postas em prática no exercício de qualquer profissão. Seria a ação "reguladora" da ética agindo no desem-penho das profissões, fazendo com que o profissional respeite seu seme-lhante quando no exercício da sua profissão.

A ética profissional estudaria e regularia o relacionamento do profissi-onal com sua clientela, visando a dignidade humana e a construção do bem-estar no contexto sócio-cultural onde exerce sua profissão.

Ela atinge todas as profissões e quando falamos de ética profissional estamos nos referindo ao caráter normativo e até jurídico que regulamenta determinada profissão a partir de estatutos e códigos específicos.

Assim temos a ética médica, do advogado, do biólogo, etc.

Acontece que, em geral, as profissões apresentam a ética firmada em questões muito relevantes que ultrapassam o campo profissional em si. Questões como o aborto, pena de morte, sequestros, eutanásia, AIDS, por exemplo, são questões morais que se apresentam como problemas éticos - porque pedem uma reflexão profunda - e, um profissional, ao se debru-çar sobre elas, não o faz apenas como tal, mas como um pensador, um "filósofo da ciência", ou seja, da profissão que exerce. Desta forma, a reflexão ética entra na moralidade de qualquer atividade profissional humana.

Sendo a ética inerente à vida humana, sua importância é bastante evidenciada na vida profissional, porque cada profissional tem responsabi-lidades individuais e responsabilidades sociais, pois envolvem pessoas que dela se beneficiam.

A ética é ainda indispensável ao profissional, porque na ação humana "o fazer" e "o agir" estão interligados. O fazer diz respeito à competência, à eficiência que todo profissional deve possuir para exercer bem a sua profissão. O agir se refere à conduta do profissional, ao conjunto de atitudes que deve assumir no desempenho de sua profissão.

A Ética baseia-se em uma filosofia de valores compatíveis com a na-tureza e o fim de todo ser humano, por isso, "o agir" da pessoa humana está condicionado a duas premissas consideradas básicas pela Ética: "o que é" o homem e "para que vive", logo toda capacitação científica ou técnica precisa estar em conexão com os princípios essenciais da Ética. (MOTTA, 1984, p. 69)

Constata-se então o forte conteúdo ético presente no exercício profis-sional e sua importância na formação de recursos humanos.

INDIVIDUALISMO E ÉTICA PROFISSIONAL

Parece ser uma tendência do ser humano, como tem sido objeto de referências de muitos estudiosos, a de defender, em primeiro lugar, seus interesses próprios e, quando esses interesses são de natureza pouco recomendável, ocorrem seríssimos problemas.

O valor ético do esforço humano é variável em função de seu alcance em face da comunidade. Se o trabalho executado é só para auferir renda, em geral, tem seu valor restrito. Por outro lado, nos serviços realizados com amor, visando ao benefício de terceiros, dentro de vasto raio de ação, com consciência do bem comum, passa a existir a expressão social do mesmo.

Aquele que só se preocupa com os lucros, geralmente, tende a ter menor consciência de grupo. Fascinado pela preocupação monetária, a ele pouco importa o que ocorre com a sua comunidade e muito menos com a sociedade.

Para ilustrar essa questão, citaremos um caso, muito conhecido, po-rém de autor anônimo.

Dizem que um sábio procurava encontrar um ser integral, em relação a seu trabalho. Entrou, então, em uma obra e começou a indagar. Ao primeiro operário perguntou o que fazia e este respondeu que procurava ganhar seu salário; ao segundo repetiu a pergunta e obteve a resposta de que ele preenchia seu tempo; finalmente, sempre repetindo a pergunta, encontrou um que lhe disse: "Estou construindo uma catedral para a

minha cidade".

A este último, o sábio teria atribuído a qualidade de ser integral em face do trabalho, como instrumento do bem comum.

Como o número dos que trabalham, todavia, visando primordialmente ao rendimento, é grande, as classes procuram defender-se contra a dilapidação de seus conceitos, tutelando o trabalho e zelando para que uma luta encarniçada não ocorra na disputa dos serviços. Isto porque ficam vulneráveis ao individualismo.

A consciência de grupo tem surgido, então, quase sempre, mais por interesse de defesa do que por altruísmo.

Isto porque, garantida a liberdade de trabalho, se não se regular e tu-telar a conduta, o individualismo pode transformar a vida dos profissionais em reciprocidade de agressão.

Tal luta quase sempre se processa através de aviltamento de preços, propaganda enganosa, calúnias, difamações, tramas, tudo na ânsia de ganhar mercado e subtrair clientela e oportunidades do colega, reduzindo a concorrência. Igualmente, para maiores lucros, pode estar o indivíduo tentado a práticas viciosas, mas rentáveis.

Em nome dessas ambições, podem ser praticadas quebras de sigilo, ameaças de revelação de segredos dos negócios, simulação de paga-mentos de impostos não recolhidos, etc.

Para dar espaço a ambições de poder, podem ser armadas tramas contra instituições de classe, com denúncias falsas pela imprensa para ganhar eleições, ataque a nomes de líderes impolutos para ganhar prestí-gio, etc.

Os traidores e ambiciosos, quando deixados livres completamente li-vres, podem cometer muitos desatinos, pois muitas são as variáveis que existem no caminho do prejuízo a terceiros.

A tutela do trabalho, pois, processa-se pelo caminho da exigência de uma ética, imposta através dos conselhos profissionais e de agremiações classistas. As normas devem ser condizentes com as diversas formas de prestar o serviço de organizar o profissional para esse fim.

Dentro de uma mesma classe, os indivíduos podem exercer suas ati-vidades como empresários, autônomos e associados. Podem também dedicar-se a partes menos ou mais refinadas do conhecimento.

A conduta profissional, muitas vezes, pode tornar-se agressiva e in-conveniente e esta é uma das fortes razões pelas quais os códigos de ética quase sempre buscam maior abrangência.

Tão poderosos podem ser os escritório, hospitais, firmas de engenha-ria, etc, que a ganância dos mesmos pode chegar ao domínio das entida-des de classe e até ao Congresso e ao Executivo das nações.

A força do favoritismo, acionada nos instrumentos do poder através de agentes intermediários, de corrupção, de artimanhas políticas, pode assumir proporções asfixiantes para os profissionais menores, que são a maioria.

Tais grupos podem, como vimos, inclusive, ser profissionais, pois, nestes encontramos também o poder econômico acumulado, tão como conluios com outras poderosas organizações empresariais.

Portanto, quando nos referimos à classe, ao social, não nos reporta-mos apenas a situações isoladas, a modelos particulares, mas a situações gerais.

O egoísmo desenfreado de poucos pode atingir um número expressi-vo de pessoas e até, através delas, influenciar o destino de nações, partindo da ausência de conduta virtuosa de minorias poderosas, preocu-padas apenas com seus lucros.

Sabemos que a conduta do ser humano pode tender ao egoísmo, mas, para os interesses de uma classe, de toda uma sociedade, é preciso que se acomode às normas, porque estas devem estar apoiadas em princípios de virtude.

Como as atitudes virtuosas podem garantir o bem comum, a Ética tem sido o caminho justo, adequado, para o benefício geral.

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VOCAÇÃO PARA O COLETIVO

Egresso de uma vida inculta, desorganizada, baseada apenas em ins-tintos, o homem, sobre a Terra, foi-se organizando, na busca de maior estabilidade vital. Foi cedendo parcelas do referido individualismo para se beneficiar da união, da divisão do trabalho, da proteção da vida em co-mum.

A organização social foi um progresso, como continua a ser a evolu-ção da mesma, na definição, cada vez maior, das funções dos cidadãos e tal definição acentua, gradativamente, o limite de ação das classes.

Sabemos que entre a sociedade de hoje e aquela primitiva não exis-tem mais níveis de comparação, quanto à complexidade; devemos reco-nhecer, porém, que, nos núcleos menores, o sentido de solidariedade era bem mais acentuado, assim como os rigores éticos e poucas cidades de maior dimensão possuem, na atualidade, o espírito comunitário; também, com dificuldades, enfrentam as questões classistas.A vocação para o coletivo já não se encontra, nos dias atuais, com a mesma pujança nos grandes centros.

Parece-me pouco entendido, por um número expressivo de pessoas, que existe um bem comum a defender e do qual elas dependem para o bem-estar próprio e o de seus semelhantes, havendo uma inequívoca interação que nem sempre é compreendida pelos que possuem espírito egoísta.

Quem lidera entidades de classe bem sabe a dificuldade para reunir colegas, para delegar tarefas de utilidade geral.

Tal posicionamento termina, quase sempre, em uma oligarquia dos que se sacrificam, e o poder das entidades tende sempre a permanecer em mãos desses grupos, por longo tempo.

O egoísmo parece ainda vigorar e sua reversão não nos parece fácil, diante da massificação que se tem promovido, propositadamente, para a conservação dos grupos dominantes no poder.

Como o progresso do individualismo gera sempre o risco da trans-gressão ética, imperativa se faz a necessidade de uma tutela sobre o trabalho, através de normas éticas.

É sabido que uma disciplina de conduta protege todos, evitando o ca-os que pode imperar quando se outorga ao indivíduo o direito de tudo fazer, ainda que prejudicando terceiros.

É preciso que cada um ceda alguma coisa para receber muitas outras e esse é um princípio que sustenta e justifica a prática virtuosa perante a comunidade.

O homem não deve construir seu bem a custa de destruir o de outros, nem admitir que só existe a sua vida em todo o universo.

Em geral, o egoísta é um ser de curta visão, pragmático quase sem-pre, isolado em sua perseguição de um bem que imagina ser só seu.

CLASSES PROFISSIONAIS

Uma classe profissional caracteriza-se pela homogeneidade do traba-lho executado, pela natureza do conhecimento exigido preferencialmente para tal execução e pela identidade de habilitação para o exercício da mesma. A classe profissional é, pois, um grupo dentro da sociedade, específico, definido por sua especialidade de desempenho de tarefa.

A questão, pois, dos grupamentos específicos, sem dúvida, decorre de uma especialização, motivada por seleção natural ou habilidade pró-pria, e hoje constitui-se em inequívoca força dentro das sociedades.

A formação das classes profissionais decorreu de forma natural, há milênios, e se dividiram cada vez mais.

Historicamente, atribui-se à Idade Média a organização das classes trabalhadoras, notadamente as de artesãos, que se reuniram em corpora-ções.

A divisão do trabalho é antiga, ligada que está à vocação e cada um para determinadas tarefas e às circunstâncias que obrigam, às vezes, a assumir esse ou aquele trabalho; ficou prático para o homem, em comuni-dade, transferir tarefas e executar a sua.

A união dos que realizam o mesmo trabalho foi uma evolução natural e hoje se acha não só regulada por lei, mas consolidada em instituições fortíssimas de classe.

VIRTUDES PROFISSIONAIS

Não obstante os deveres de um profissional, os quais são obrigató-rios, devem ser levadas em conta as qualidades pessoais que também concorrem para o enriquecimento de sua atuação profissional, algumas delas facilitando o exercício da profissão.

Muitas destas qualidades poderão ser adquiridas com esforço e boa vontade, aumentando neste caso o mérito do profissional que, no decorrer de sua atividade profissional, consegue incorporá-las à sua personalidade, procurando vivenciá-las ao lado dos deveres profissionais.

Em recente artigo publicado na revista EXAME o consultor dinamar-quês Clauss MOLLER (1996, p.103-104) faz uma associação entre as virtudes lealdade, responsabilidade e iniciativa como fundamentais para a formação de recursos humanos. Segundo Clauss Moller o futuro de uma carreira depende dessas virtudes. Vejamos:

O senso de responsabilidade é o elemento fundamental da empre-gabilidade. Sem responsabilidade a pessoa não pode demonstrar lealda-de, nem espírito de iniciativa [...]. Uma pessoa que se sinta responsável pelos resultados da equipe terá maior probabilidade de agir de maneira mais favorável aos interesses da equipe e de seus clientes, dentro e fora da organização [...]. A consciência de que se possui uma influência real constitui uma experiência pessoal muito importante.

É algo que fortalece a auto-estima de cada pessoa. Só pessoas que tenham auto-estima e um sentimento de poder próprio são capazes de assumir responsabilidade. Elas sentem um sentido na vida, alcançando metas sobre as quais concordam previamente e pelas quais assumiram responsabilidade real, de maneira consciente.

As pessoas que optam por não assumir responsabilidades podem ter dificuldades em encontrar significado em suas vidas. Seu comportamento é regido pelas recompensas e sanções de outras pessoas - chefes e pares [...]. Pessoas desse tipo jamais serão boas integrantes de equipes.

Prossegue citando a virtude da lealdade:

A lealdade é o segundo dos três principais elementos que compõe a empregabilidade. Um funcionário leal se alegra quando a organização ou seu departamento é bem sucedido, defende a organização, tomando medidas concretas quando ela é ameaçada, tem orgulho de fazer parte da organização, fala positivamente sobre ela e a defende contra críticas.

Lealdade não quer dizer necessariamente fazer o que a pessoa ou organização à qual você quer ser fiel quer que você faça. Lealdade não é sinônimo de obediência cega. Lealdade significa fazer críticas construti-vas, mas as manter dentro do âmbito da organização. Significa agir com a convicção de que seu comportamento vai promover os legítimos interes-ses da organização. Assim, ser leal às vezes pode significar a recusa em fazer algo que você acha que poderá prejudicar a organização, a equipe de funcionários.

No Reino Unido, por exemplo, essa ideia é expressa pelo termo "Oposição Leal a Sua Majestade". Em outras palavras, é perfeitamente possível ser leal a Sua Majestade - e, mesmo assim, fazer parte da oposi-ção. Do mesmo modo, é possível ser leal a uma organização ou a uma equipe mesmo que você discorde dos métodos usados para se alcançar determinados objetivos. Na verdade, seria desleal deixar de expressar o sentimento de que algo está errado, se é isso que você sente.

As virtudes da responsabilidade e da lealdade são completadas por uma terceira, a iniciativa, capaz de colocá-las em movimento.

Tomar a iniciativa de fazer algo no interesse da organização significa ao mesmo tempo, demonstrar lealdade pela organização. Em um contexto de empregabilidade, tomar iniciativas não quer dizer apenas iniciar um projeto no interesse da organização ou da equipe, mas também assumir responsabilidade por sua complementação e implementação.

Gostaríamos ainda, de acrescentar outras qualidades que considera-mos importantes no exercício de uma profissão. São elas:

Honestidade:

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A honestidade está relacionada com a confiança que nos é deposita-da, com a responsabilidade perante o bem de terceiros e a manutenção de seus direitos.

É muito fácil encontrar a falta de honestidade quanto existe a fascina-ção pelos lucros, privilégios e benefícios fáceis, pelo enriquecimento ilícito em cargos que outorgam autoridade e que têm a confiança coletiva de uma coletividade. Já ARISTÓTELES (1992, p.75) em sua "Ética a Nicô-manos" analisava a questão da honestidade.

Outras pessoas se excedem no sentido de obter qualquer coisa e de qualquer fonte - por exemplo os que fazem negócios sórdidos, os proxe-netas e demais pessoas desse tipo, bem como os usurários, que empres-tam pequenas importâncias a juros altos. Todas as pessoas deste tipo obtêm mais do que merecem e de fontes erradas. O que há de comum entre elas é obviamente uma ganância sórdida, e todas carregam um aviltante por causa do ganho - de um pequeno ganho, aliás. Com efeito, aquelas pessoas que ganham muito em fontes erradas, e cujos ganhos não são justos - por exemplo, os tiranos quando saqueiam cidades e roubam templos, não são chamados de avarentos, mas de maus, ímpios e injustos.

São inúmeros os exemplos de falta de honestidade no exercício de uma profissão. Um psicanalista, abusando de sua profissão ao induzir um paciente a cometer adultério, está sendo desonesto. Um contabilista que, para conseguir aumentos de honorários, retém os livros de um comercian-te, está sendo desonesto.

A honestidade é a primeira virtude no campo profissional. É um prin-cípio que não admite relatividade, tolerância ou interpretações circunstan-ciais.

Sigilo:

O respeito aos segredos das pessoas, dos negócios, das empresas, deve ser desenvolvido na formação de futuros profissionais, pois trata-se de algo muito importante. Uma informação sigilosa é algo que nos é confiado e cuja preservação de silêncio é obrigatória.

Revelar detalhes ou mesmo frívolas ocorrências dos locais de traba-lho, em geral, nada interessa a terceiros e ainda existe o agravante de que planos e projetos de uma empresa ainda não colocados em prática pos-sam ser copiados e colocados no mercado pela concorrência antes que a empresa que os concebeu tenha tido oportunidade de lançá-los.

Documentos, registros contábeis, planos de marketing, pesquisas ci-entíficas, hábitos pessoais, dentre outros, devem ser mantidos em sigilo e sua revelação pode representar sérios problemas para a empresa ou para os clientes do profissional.

Competência:

Competência, sob o ponto de vista funcional, é o exercício do conhe-cimento de forma adequada e persistente a um trabalho ou profissão. Devemos buscá-la sempre. "A função de um citarista é tocar cítara, e a de um bom citarista é tocá-la bem." (ARISTÓTELES, p.24).

É de extrema importância a busca da competência profissional em qualquer área de atuação. Recursos humanos devem ser incentivados a buscar sua competência e maestria através do aprimoramento contínuo de suas habilidades e conhecimentos.

O conhecimento da ciência, da tecnologia, das técnicas e práticas profissionais é pré-requisito para a prestação de serviços de boa qualida-de.

Nem sempre é possível acumular todo conhecimento exigido por de-terminada tarefa, mas é necessário que se tenha a postura ética de recu-sar serviços quando não se tem a devida capacitação para executá-lo.

Pacientes que morrem ou ficam aleijados por incompetência médica, causas que são perdidas pela incompetência de advogados, prédios que desabam por erros de cálculo em engenharia, são apenas alguns exem-plos de quanto se deve investir na busca da competência.

Prudência:

Todo trabalho, para ser executado, exige muita segurança.

A prudência, fazendo com que o profissional analise situações com-plexas e difíceis com mais facilidade e de forma mais profunda e minucio-sa, contribui para a maior segurança, principalmente das decisões a serem tomadas. a prudência é indispensável nos casos de decisões sérias e graves, pois evita os julgamentos apressados e as lutas ou discussões inúteis.

Coragem:

Todo profissional precisa ter coragem, pois "o homem que evita e te-me a tudo, não enfrenta coisa alguma, torna-se um covarde" (ARISTÓTE-LES, p.37). A coragem nos ajuda a reagir às críticas, quando injustas, e a nos defender dignamente quando estamos cônscios de nosso dever. Nos ajuda a não ter medo de defender a verdade e a justiça, principalmente quando estas forem de real interesse para outrem ou para o bem comum. Temos que ter coragem para tomar decisões, indispensáveis e importan-tes, para a eficiência do trabalho, sem levar em conta possíveis atitudes ou atos de desagrado dos chefes ou colegas.

Perseverança:

Qualidade difícil de ser encontrada, mas necessária, pois todo traba-lho está sujeito a incompreensões, insucessos e fracassos que precisam ser superados, prosseguindo o profissional em seu trabalho, sem entre-gar-se a decepções ou mágoas. É louvável a perseverança dos profissio-nais que precisam enfrentar os problemas do subdesenvolvimento.

Compreensão:

Qualidade que ajuda muito um profissional, porque é bem aceito pe-los que dele dependem, em termos de trabalho, facilitando a aproximação e o diálogo, tão importante no relacionamento profissional.

É bom, porém, não confundir compreensão com fraqueza, para que o profissional não se deixe levar por opiniões ou atitudes, nem sempre, válidas para eficiência do seu trabalho, para que não se percam os verda-deiros objetivos a serem alcançados pela profissão.

Vê-se que a compreensão precisa ser condicionada, muitas vezes, pela prudência. A compreensão que se traduz, principalmente em calor humano pode realizar muito em benefício de uma atividade profissional, dependendo de ser convenientemente dosada.

Humildade:

O profissional precisa ter humildade suficiente para admitir que não é o dono da verdade e que o bom senso e a inteligência são propriedade de um grande número de pessoas.

Representa a auto-análise que todo profissional deve praticar em fun-ção de sua atividade profissional, a fim de reconhecer melhor suas limita-ções, buscando a colaboração de outros profissionais mais capazes, se tiver esta necessidade, dispor-se a aprender coisas novas, numa busca constante de aperfeiçoamento. Humildade é qualidade que carece de melhor interpretação, dada a sua importância, pois muitos a confundem com subserviência, dependência ? quase sempre lhe é atribuído um sentido depreciativo. Como exemplo, ouve-se frequentemente, a respeito determinadas pessoas, frases com estas: Fulano é muito humilde, coitado!

Muito simples! Humildade está significando nestas frases pessoa ca-rente que aceita qualquer coisa, dependente e até infeliz.

Conceito errôneo que precisa ser superado, para que a Humildade adquira definitivamente a sua autenticidade.

Imparcialidade:

É uma qualidade tão importante que assume as características do de-ver, pois se destina a se contrapor aos preconceitos, a reagir contra os mitos (em nossa época dinheiro, técnica, sexo...), a defender os verdadei-ros valores sociais e éticos, assumindo principalmente uma posição justa nas situações que terá que enfrentar. Para ser justo é preciso ser imparci-al, logo a justiça depende muito da imparcialidade.

Otimismo:

Em face das perspectivas das sociedades modernas, o profissional precisa e deve ser otimista, para acreditar na capacidade de realização da pessoa humana, no poder do desenvolvimento, enfrentando o futuro com

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Ética A Opção Certa Para a Sua Realização 13

energia e bom-humor.

CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL

Cabe sempre, quando se fala em virtudes profissionais, mencionar-mos a existência dos códigos de ética profissional.

As relações de valor que existem entre o ideal moral traçado e os di-versos campos da conduta humana podem ser reunidos em um instru-mento regulador.

É uma espécie de contrato de classe e os órgãos de fiscalização do exercício da profissão passam a controlar a execução de tal peça magna.

Tudo deriva, pois, de critérios de condutas de um indivíduo perante seu grupo e o todo social.

Tem como base as virtudes que devem ser exigíveis e respeitadas no exercício da profissão, abrangendo o relacionamento com usuários, colegas de profissão, classe e sociedade.

O interesse no cumprimento do aludido código passa, entretanto a ser de todos. O exercício de uma virtude obrigatória torna-se exigível de cada profissional, como se uma lei fosse, mas com proveito geral.

Cria-se a necessidade de uma mentalidade ética e de uma educação pertinente que conduza à vontade de agir, de acordo com o estabelecido. Essa disciplina da atividade é antiga, já encontrada nas provas históricas mais remotas, e é uma tendência natural na vida das comunidades.

É inequívoco que o ser tenha sua individualidade, sua forma de reali-zar seu trabalho, mas também o é que uma norma comportamental deva reger a prática profissional no que concerne a sua conduta, em relação a seus semelhantes.

Toda comunidade possui elementos qualificados e alguns que trans-gridem a prática das virtudes; seria utópico admitir uniformidade de condu-ta.

A disciplina, entretanto, através de um contrato de atitudes, de deve-res, de estados de consciência, e que deve formar um código de ética, tem sido a solução, notadamente nas classes profissionais que são egres-sas de cursos universitários (contadores, médicos, advogados, etc.)

Uma ordem deve existir para que se consiga eliminar conflitos e es-pecialmente evitar que se macule o bom nome e o conceito social de uma categoria.

Se muitos exercem a mesma profissão, é preciso que uma disciplina de conduta ocorra. http://tpd2000.vilabol.uol.com.br/

3. A GESTÃO DA ÉTICA NAS EMPRESAS PÚBLICAS E PRIVADAS.

Ética na administração Pública.

Por SHEILA RODRIGUES CARDOZO CARACAS

1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

A questão ética é um fator imprescindível para uma sociedade e por isso sempre encontramos diversos autores tentando definir o que vem a ser ética e como ela se interfere em uma sociedade, a seguir veremos algumas dessas definições:

A ética pode ser compreendida como “...teoria, investigação ou expli-cação de um tipo de experiência humana ou forma de comportamento dos homens...” (VÁZQUEZ 2005), e possui como função fundamental estudar a essência do comportamento moral e é diferente da moral propriamente dita. Ainda segundo esse autor:“A ética estuda uma forma de comportamento humano que os homens julgam valioso e, além disto, obrigatório e inescapável” (VÁZQUES, 2005).

Para Chauí, todo ser ético é sujeito moral, para sermos éticos preci-samos ter consciência e responsabilidade sobre os nossos atos, precisa-mos agir conforme a nossa razão de forma ativa e sem se deixar levar pelos impulsos ou opinião dos outros (CHAUÍ, 2004).

2. METODOLOGIA

O método de pesquisa escolhido para compor esse estudo foi o qua-litativo, sendo que a estratégia de pesquisa escolhida foi à bibliográfica. Na acepção de Marconi e Lakatos (2006), a pesquisa bibliográfica é um procedimento reflexivo sistemático, controlado e crítico, que permite descobrir novos fatos e dados, relações ou leis, em qualquer campo do conhecimento. De acordo com essa temática a pesquisa bibliográfica trata-se de um levantamento da bibliografia já publicada, em forma de livros, revistas científicas, anais de congressos e imprensa escrita. Os autores corroboram afirmando que a referida técnica de pesquisa coloca o pesquisador em contato direto com tudo aquilo que foi publicado acerca da temática em questão.

3. A Ética na administração Pública.

O tema: Ética é por si só polêmico, entretanto causa ainda mais in-quietação quando falamos sobre a ética na administração pública, pois logo pensamos em corrupção, extorsão, ineficiência, etc., mas na realida-de o que devemos ter como ponto de referência em relação ao serviço público, ou na vida pública em geral, é que seja fixado um padrão a partir do qual possamos em seguida julgar a atuação dos servidores públicos ou daqueles que estiverem envolvidos na vida pública, entretanto não basta que haja padrão, tão somente, é necessário que esse padrão seja ético, acima de tudo. A questão da ética pública está diretamente relacio-nada aos princípios fundamentais, sendo estes comparados ao que chamamos no Direito, de "Norma Fundamental", uma norma hipotética com premissas ideológicas e que deve reger tudo mais o que estiver relacionado ao comportamento do ser humano em seu meio social, aliás, podemos invocar a Constituição Federal. Esta ampara os valores morais da boa conduta, ou seja, na Administração Pública contém princípios como a: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.

A boa fé acima de tudo também pauta-se como princípios básicos e essenciais a uma vida equilibrada do cidadão na sociedade, lembrando inclusive o tão citado, pelos gregos antigos, "bem viver". Outro ponto bastante controverso é a questão da impessoalidade. Ao contrário do que muitos pensam, o funcionalismo público e seus servidores devem primar pela questão da "impessoalidade", deixando claro que o termo é sinônimo de "igualdade", esta sim é a questão chave e que eleva o serviço público a níveis tão ineficazes, não se preza pela igualdade. No ordenamento jurídico está claro e expresso, "todos são iguais perante a lei”. E também a idéia de impessoalidade, supõe uma distinção entre aquilo que é públi-co e aquilo que é privada (no sentido do interesse pessoal), que gera deste modo o grande conflito entre os interesses privados acima dos interesses públicos.

Vemos constantemente nos meios de comunicação que a corrupção no Brasil é um dos principais problemas que cerca o setor público, afe-tando assim, a ética. Não podemos falar de ética, impessoalidade (sinô-nimo de igualdade), sem falar de moralidade.

A moralidade também é um dos principais valores que define a con-duta ética, não só dos servidores públicos, mas de qualquer indivíduo. O princípio moralidade na administração pública deve abranger a idéia de que o fim é sempre o bem comum, ou seja, compreender que não deve limitar-se às motivações individuais ou particulares e sim da sociedade como um todo. Em algumas situações existe a legalidade mas pode não haver a moralidade, um bom exemplo está na inexigibilidade de licitação, onde em algumas situações permite-se contratar empresas de forma mais livre, mas será que é moral comprar produtos sem licitação (mesmo a legislação facultando) em empresas de parentes de um prefeito? Pois é, nem tudo que é legal é moral.

Podemos verificar que a ética está diretamente relacionada ao pa-drão de comportamento do indivíduo, dos profissionais e também do político.

O ser humano elaborou as leis para orientar seu comportamento frente as nossas necessidades (direitos e obrigações) e em relação ao meio social, entretanto, não é possível para a lei ditar nosso padrão de comportamento e é aí que entra outro ponto importante que é a cultura, ficando claro que não a cultura no sentido de quantidade de conhecimen-to adquirido, mas sim a qualidade na medida em que esta pode ser usada em prol da função social, do bem estar e tudo mais que diz respeito ao bem maior do ser humano, este sim é o ponto fundamental, a essência, o

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ponto mais controverso quando tratamos da questão ética na vida públi-ca.

Freqüentemente constatamos a opinião pública desabonar o compor-tamento ético no serviço público. A crítica feita pela sociedade, decerto, como todo senso comum é imediatista e baseada em uma visão superfi-cial da realidade, que entre outras coisas, trabalha com generalizações, colocando no mesmo “rol” servidores, gerentes e políticos. De fato, sabe-se que essa é uma realidade complexa e que precisa ser analisada com cautela e visão histórica, recomendando-se tratar cada situação separa-damente, dentro de seu contexto e não de forma simplista e apressada.

É verdade que aquilo que a sociedade fala sobre o serviço público é o que se vê na prática através da morosidade, do descaso, do empre-guismo, improbidade administrativa, má conservação dos bens públicos é motivo de descrédito da sociedade. A sociedade não tem condições de saber de quem é a responsabilidade, na ausência de tais esclarecimentos faz generalizações distorcidas, impregnadas por preconceitos que defi-nem os funcionários públicos como preguiçosos, incompetentes e pro-crastinadores, quando, de fato, existem pessoas que agem dessa forma, assim como em qualquer empresa, mas existem também pessoas alta-mente qualificadas e preocupadas com o serviço público e com o bem comum.

Diferente do que vem sendo posto em prática, as empresas éticas devem estimular e oportunizar o advento da consciência crítica de seus colaboradores, clientes e parceiros, e não impor que eles aceitem o que lhes é apresentado. É um ato humano e ético não aceitar verdades prontas, de forma imposta, mas aquelas que a consciência crítica aponta como aceitáveis. É o ser humano quem deve decidir em quem acreditar. As organizações éticas buscam na prática, se tornar honestas, justas, verdadeiras e democráticas, por uma questão de princípio e não de conveniências na maioria das vezes muito embora esse tipo de agir também traga sucesso e reconhecimento. As empresas éticas devem escolher seus líderes e colaboradores considerando tanto suas qualida-des técnicas, quanto éticas. Mesmo sabendo-se que o ser humano está suscetível à falhas, uma boa política de Recursos Humanos, ou uma ótima empresa e banca examinadora no caso dos órgãos públicos dimi-nuem os riscos de práticas lesivas ao patrimônio público. Além da ética individual a empresa que almeja ser ética deverá refletir seu modo de ser, pois quando se conquista a consideração e a confiança dos colaboradores desenvolve a lealdade e compromisso necessários ao crescimento e estabilidade da organização.

Quando a empresa conquista a confiança e o respeito de seus em-pregados desenvolve a lealdade e o compromisso com ela. Estudos confirmam que as empresas mais éticas são as mais bem-sucedidas, pois nas últimas décadas elas vêm tomando consciência disso e desco-brindo que o ser humano, ou seja, os clientes, colaboradores, sociedade, fornecedores, etc., são as coisas mais importantes na organização, portanto devem agir de forma a fazer com que eles as admire, respeite, ame e não queira substituí-las por outras empresas. Em meio a tantas altercações em relação à ética na política, a generali-zação da corrupção tornou-se evidente no setor público, um exemplo recente é a máfia das sanguessugas, mas não se deve esquecer que existem pessoas muito éticas e conscientes em todas as organizações. Como se percebe, há uma cobrança cada vez maior nos últimos anos por parte da sociedade por transparência e probidade, tanto no trato da coisa pública, como no fornecimento de produtos e serviços ao mercado. A legislação constitucional e a infraconstitucional têm possibilitado um acompanhamento mais rigoroso da matéria, permitindo que os órgãos de fiscalização e a sociedade em geral adotem medidas judiciais necessá-rias para coibir os abusos cometidos pelas empresas, espera-se que a impunidade não impere nas investigações de ilicitudes.

A falta de ética nasce nas estruturas administrativas devido ao terre-no fértil encontrado ocasionado pela existência de governos autoritários, no qual são regidos por políticos sem ética, sem critérios de justiça social e que, mesmo após o aparecimento de regimes democrático, continuam contaminados pela doença da desonestidade, dos interesses escusos geralmente oriundos de sociedades dominadas por situações de pobreza e injustiça social, abala a confiança das instituições, prejudica a eficácia das organizações, aumenta os custos, afeta o bom uso dos recursos públicos e compromete a imagem da organização e ainda castiga cada

vez mais a sociedade que sofre com a pobreza, com a miséria, a falta de sistema de saúde, de esgoto, habitação, ocasionados pela falta de inves-timentos financeiros do Governo, porque os funcionários públicos priori-zam seus interesses pessoais em detrimento dos interesses sociais.

A mudança que se deseja na Administração pública sugere numa gradativa, mas necessária transformação cultural dentro da estrutura organizacional da Administração Pública, isto é, uma reavaliação e valori-zação das tradições, valores morais e educacionais que nascem em cada um de nós e se forma ao longo do tempo criando assim um determinado estilo de atuação no seio da organização baseada em valores éticos.

Considerações finais:

A sociedade por sua vez, tem sua parcela de responsabilidade nesta situação, pois não se mobiliza para exercer os seus direitos e impedir estes casos vergonhosos de abuso de poder por parte do Pode Público. Um dos motivos para esta falta de mobilização social se dá devido à falta de uma cultura cidadã, ou seja, a sociedade não exerce sua cidadania.

De acordo com o ordenamento jurídico percebemos que a falta de respeito ao padrão moral, implica, por conseguinte numa violação dos direitos do cidadão, comprometendo inclusive, a existência dos valores dos bons costumes em uma sociedade. A aética na Administração Públi-ca encontra terreno fértil para se proliferar, pois o comportamento de autoridades públicas estão longe de se basearem em princípios éticos e isto ocorre devido a falta de preparo dos funcionários, cultura equivocada e especialmente, por falta de mecanismos de controle e responsabiliza-ção adequada dos atos antiéticos. A educação seria o mais forte instru-mento na formação de cidadão consciente para a construção de um futuro melhor. No âmbito Administrativo, funcionários mal capacitados e sem princípios éticos que convivem todos os dias com mandos e des-mandos, atos desonestos, corrupção e falta de ética tendem a assimilar por este rol "cultural" de aproveitamento em beneficio próprio. Se o Esta-do, que a princípio deve impor a ordem e o respeito como regra de com-portamento para uma sociedade civilizada, é o primeiro a evidenciar o ato imoral, vêem esta realidade como uma razão, desculpa ou oportunidade para salvar-se, e, assim sendo, através dos usos de sua atribuição públi-ca. A consciência ética, como a educação e a cultura são assimiladas pelo ser humano, assim, a ética na administração pública, pode e deve ser desenvolvida junto aos agentes públicos ocasionando assim, uma mudança na gestão pública que deve ser sentida pelo contribuinte que dela se utiliza diariamente, seja por meio da simplificação de procedimen-tos, isto é, a celeridade de respostas e qualidade dos serviços prestados, seja pela forma de agir ou de contato entre o cidadão e os funcionários públicos.

Ética, ao menos para obter a lealdade do cliente

Empresas privadas devem tomar a iniciativa e estabelecer códi-gos de ética entre seus funcionários e clientes, o primeiro passo para uma empresa dizer–se responsável socialmente.

Por Guilherme Bova

O pressuposto básico de Ética para Sócrates era de que basta o ho-mem conhecer o que é bom para que seja bom e que este conhecimento seria por si só capaz de tornar o homem mais sábio e melhor. Contudo, Sócrates afirmava que os homens não sabem o que realmente é a bonda-de e, infelizmente, nada nos faz pensar o inverso.

Para nós que trabalhamos diretamente com interesses econômicos de clientes, visando sempre resultados lucrativos, despreocupando–nos muitas vezes com as conseqüências de nossos atos, fazendo com que esta “noção de bondade” esteja cada vez mais escassa.

Confrontamos circunstâncias novas a cada dia e nossa conduta ética é colocada a teste em vários momentos, sendo muito freqüente nosso despreparo perante tais circunstâncias. Também pudera! Se os códigos de ética não são esclarecidos nem estabelecidos em nossas empresas ou em nossas vidas em sociedade, como saber qual seria uma conduta ética para determinada circunstância?

Tomemos como exemplo os escândalos políticos recentes em que empresas privadas viabilizaram o esquema de corrupção envolvendo o governo. Como será o código de ética regente nas agências dos publicitá-rios envolvidos? Mas não são exceções; muitas agências agem de manei-

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ra duvidosa pagando propinas e abrindo concorrência desleal. Todos nós sabemos que isso acontece com uma freqüência nada saudável para nosso mercado. Entretanto, devemos nos esforçar para não nos confor-marmos com tal cenário, proferindo frases como: “Este mercado é assim mesmo!”.

Portanto, é certo que as empresas privadas devem tomar iniciativa e estabelecer códigos de ética entre seus funcionários e clientes, pois este é o primeiro passo (se não o mais fundamental) para uma empresa dizer–se responsável socialmente. Porém, antes disso é preciso repensar como os profissionais são educados até o momento em que ocupam seus cargos nas empresas.

Lembremos do grande educador Paulo Freire que defendia a educa-ção como ação cultural e o desenvolvimento da consciência crítica como conhecimento. Sua proposta pedagógica, onde professores e alunos aprendem juntos não só teorias, mas também valores, ensina a pensar corretamente sobre nossa presença no mundo do outro e com o outro, incluindo sempre o ético como um dos principais elementos da prática educativa.

As escolas em geral e principalmente as universidades devem incen-tivar este tipo de conduta em seus programas pedagógicos, pois são estas instituições que formam os funcionários e proprietários de negócios e empresas que afetam direta ou indiretamente a vida de muita gente.

Assim, as organizações devem entender a ética como ponto de parti-da, tanto quanto o lucro, pois é com ela que se assume o progresso como compromisso. E, no final das contas. Quem constrói a lealdade dos clien-tes é a honestidade, a confiança e a integridade.

A Ética nas Empresas

Há, entre os economistas e cientistas sociais, a convicção de que o aumento do estado, e por conseqüência o aumento da burocracia, gera corrupção e impede a economia de estimular um ambiente adequado ao empreendedorismo, ou seja, quanto mais estado mais obstáculos à inicia-tiva privada e mais corrupção. No entanto, como agora vemos no caso do “Mensalão”, isto não quer dizer que o setor privado prime pela ética. Impossível não constatar que no meio dos escândalos públicos há sempre as impressões digitais de empresas privadas. E, por mais que venham sendo criados mecanismos para reforçar o comportamento social e ético das empresas, não se pode esconder que, no cotidiano, na maioria das vezes, estão envolvidas grandes empresas, empresas que faturam mi-lhões e preferem investir recursos em propinas e em campanhas eleitorais a desenvolver melhorias em inovação e aumento da produtividade. No Brasil, onde os mecanismos de acompanhamento e punição de tais práticas são frouxos, há empresas, como ficou patente com as de Marcos Valério, que crescem numa rápidez impressionante graças as suas liga-ções políticas. Esta a razão pela qual numa pesquisa realizada, em 2000, pelo Instituto Ethos, especializado em responsabilidade social, todas as 442 empresas consultadas responderam os questionários se autoavalian-do, em termos de ética nas suas práticas, com notas abaixo de 5, numa pesquisa com notas no máximo de 10, numa evidente confissão de que suas relações com seu público não se pautam propriamente pela ética. O problema parece ser que, quando se alcança um determinado tamanho, é impossível não se entrar em guerra por espaços comerciais nos quais, em geral, o estado possui uma participação relevante seja como compra-dor, seja como concessionário ou meramente como facilitador de certas questões. Daí é um passo para que se estabeleça algum tipo de relação que acaba sendo espúria. Segundo o diretor executivo da Transparência Brasil, Cláudio Weber Abramo, de todas as empresas que participam de licitações no país, em pesquisa realizada pela ONG, 62% receberam pedidos de propinas ou outros tipos de pagamentos para conquistar contratos. Ou seja, quando se fala em corrupção é impossível dissociar o público do privado. A visão que se tem de que o setor público é muito mais corrompido vem de que, em geral, os processos atingem os gestores de recursos públicos que são, imediatamente, execrados publicamente sem que se dê maior atenção aos corruptores. Como ensina Abramo: “O setor privado sempre tem mais força para se manter distante dos escân-dalos, em geral as estratégias de investigação evitam agredir as empre-sas, são questões táticas”. A recente exposição das conexões do publici-tário Marcos Valério com o Partido dos Trabalhadores tem de incomum

uma mistura entre o público e o privado que inverteu os tramites normais de investigação: não se sabe ao certo o que é público ou privado. O episódio, no entanto, é uma lição para empresas que abandonam as boas práticas e entram no canto de sereia dos políticos na busca de enriqueci-mento fácil. È impossível passar pela lama sem se sujar ou, como no caso atual, se atolar nela. Mostra também que é indispensável criar mecanis-mos e controles éticos na gestão do próprio negócio até para evitar as tentações. Afinal se, no mundo dos negócios, os santos não prosperam, não se deve dar espaço para ultrapassar limites que põem em risco o próprio nome e patrimônio duramente construído.

http://silviopersivo.blogspot.com/ Empresas públicas têm mais ética do que as privadas? Off-topic: em um país assolado pelo crime, a essência da discus-

são sobre Ética nas empresas não remonta ao setor privado ou ao público. Mas ao ser humano e, especialmente, ao cidadão brasileiro.

A respeito do oportuno artigo “Ética, ao menos para obter a lealdade do cliente”, de Guilherme Bova, gostaria de comentar alguns poucos pontos.

Quando o colega o intitula, anunciando que cabe às empresas priva-das a iniciativa do estabelecimento de códigos de ética entre seus funcio-nários e clientes, entoa aos leitores a ideia de que são as empresas privadas as grandes responsáveis pela ausência da conduta ética – problema que tem assolado nosso país – face à inexistência de códigos de ética em seus âmagos.

Em igual proporção, estimula a crença de que se a iniciativa privada é ineficiente neste aspecto, a pública já não o é. Citamos o parágrafo quarto do artigo: “(...) Tomemos como exemplo os escândalos políticos recentes em que empresas privadas viabilizaram o esquema de corrupção envol-vendo o governo. (...)”.

Todavia, a essência dessa discussão não remonta ao setor privado ou ao público. E sim ao ser humano e, especialmente, ao cidadão brasilei-ro.

Não faltam códigos de moral e ética universais, a citar o primeiro de-les, a Bíblia Sagrada, que apregoa e reafirma, aos crentes e ateus, a existência da consciência, dos princípios, da moral e da própria ética.

Destarte o cunho religioso do código exemplificado, anunciamos ape-nas alguns de tantos outros que normalizam o princípio de isonomia entre os indivíduos e em prol da coletividade: Global Compact; Declaração Universal dos Direitos Humanos; Carta Geral das Nações Unidas; Estatuto da Corte Internacional de Justiça; Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos; Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Cultu-rais; Princípios Orientadores para a Prevenção e Repressão do Crime Organizado; Declaração sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento; Declaração sobre o Uso do Progresso Científico e Tecnológico no Interes-se da Paz e em Benefício da Humanidade; Declaração dos Direitos da Criança.

Como se observa, ao longo da história da humanidade, muitos foram os instrumentos utilizados para o alcance do propósito de unicidade de padrões de conduta morais e éticos.

Assimilando-se aos padrões universais, cada um dos povos e nações adota os seus próprios, como é o caso da Constituição Federal, leis, dos códigos, estatutos, regulamentos etc.

Paralelamente, outros grandes formadores da conduta moral e ética dos povos são as famílias, os centros religiosos, as escolas, as organiza-ções e os demais grupos sociais dos quais participamos ao longo de nossas vidas.

É neste aspecto que chamo atenção para a realidade vivenciada em nosso país.

A iniciativa pública, historicamente, é a antecessora na implementa-ção de regras e códigos administrativos, até para que essas regras e códigos possam balizar ou motivar a iniciativa privada a segui-los.

Sendo assim, não deveriam ser os seus próprios funcionários os pri-meiros a dar o exemplo da assimilação desses documentos e de sua

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efetiva prática? Então, esclareça-me, caro Guilherme, o porquê dos mais recentes escândalos, que macularam nosso país, serem advindos exata-mente da iniciativa pública envolvendo agentes, funcionários ou servidores públicos?

Eles não deveriam servir de exemplo à população? E, o que pensar, então, acerca dos agentes públicos (os deputados e senadores), eleitos para o grandioso propósito de auxiliar na gestão do país e de seu povo?

Todo cidadão que tenha sido concebido em qualquer sociedade, com os mínimos princípios de civilidade, possui consciência e discernimento entre aquilo que é o “bem” e o “mal”.

Resultados lucrativos em nada têm correlação com ilicitude de ações; ao contrário, a cada vez que nos apresentarmos, seja em nosso ambiente profissional, familiar ou social, enquanto pessoas íntegras mais e mais nos afeiçoaremos e atrairemos àquelas outras que estão, em meio a esse grande caos ético, clementes e ansiosas por recobrar a dignidade e justiça públicas!

Afinal, como o autor Tenório sabiamente assevera: não há justiça sem a ética (e vice-versa). (TENÓRIO, F.G. Responsabilidade Social Empresa-rial: Teoria e Prática. Rio de Janeiro: FGV, 2004.) Patrícia Cauceglia.

4. CÓDIGO DE ÉTICA DA CAIXA (DISPONÍVEL NO SÍTIO DA CAIXA NA INTERNET).

CONSCIÊNCIA ÉTICA

Respeito, Honestidade, Compromisso, Transparência, Respon-sabilidade

A conjuntura em que vivemos exige uma profunda reflexão em torno dos caminhos percorridos, com o objetivo de se delinear ações que favo-reçam a prosperidade, a sustentabilidade, a segurança e a cidadania para todos, por meio de um esforço conjunto de todas as sociedades e cultu-ras.

Do contrário, as gerações futuras estarão comprometidas.

Nesse contexto, delineia-se o papel da CAIXA como um espaço de promoção de melhores condições de vida, em todos os sentidos, e de formação de pessoas socialmente responsáveis.

A consciência ética surge como um elemento fundamental desse pro-cesso e se revela na prática cotidiana por meio da ação alicerçada na responsabilidade sócio-ambiental.

Revela-se, portanto, como instrumento de natureza imprescindível pa-ra a CAIXA, o seu Código de Ética, por sistematizar os valores éticos que devem nortear a condução dos negócios, orientar as ações e o relaciona-mento com os interlocutores internos e externos.

CÓDIGO DE ÉTICA DA CAIXA

MISSÃO E VALORES

MISSÃO

Atuar na promoção da cidadania e do desenvolvimento sustentável do País, como instituição financeira, agente de políticas públicas e parceira estratégica do Estado brasileiro.

VALORES

Sustentabilidade econômica, financeira e sócio-ambiental Valorização do ser humano

Respeito à diversidade

Transparência e ética com o cliente

Reconhecimento e valorização das pessoas que fazem a CAIXA

Eficiência e inovação nos serviços, produtos e processos

VALORES DO CÓDIGO DE ÉTICA DA CAIXA

RESPEITO

As pessoas na CAIXA são tratadas com ética, justiça, respeito, corte-sia, igualdade e dignidade.

Exigimos de dirigentes, empregados e parceiros da CAIXA absoluto respeito pelo ser humano, pelo bem público, pela sociedade e pelo meio ambiente.

Repudiamos todas as atitudes de preconceitos relacionadas à origem, raça, gênero, cor, idade, religião, credo, classe social, incapacidade física e quaisquer outras formas de discriminação.

Respeitamos e valorizamos nossos clientes e seus direitos de con-sumidores, com a prestação de informações corretas, cumprimento dos prazos acordados e oferecimento de alternativa para satisfação de suas necessidades de negócios com a CAIXA.

Preservamos a dignidade de dirigentes, empregados e parceiros, em qualquer circunstância, com a determinação de eliminar situações de provocação e constrangimento no ambiente de trabalho que diminuam o seu amor próprio e a sua integridade moral.

Os nossos patrocínios atentam para o respeito aos costumes, tradi-ções e valores da sociedade, bem como a preservação do meio ambiente.

HONESTIDADE

No exercício profissional, os interesses da CAIXA estão em 1º lugar nas mentes dos nossos empregados e dirigentes, em detrimento de interesses pessoais, de grupos ou de terceiros, de forma a resguardar a lisura dos seus processos e de sua imagem.

Gerimos com honestidade nossos negócios, os recursos da socieda-de e dos fundos e programas que administramos, oferecendo oportunida-des iguais nas transações e relações de emprego. Não admitimos qual-quer relacionamento ou prática desleal de comportamento que resulte em conflito de interesses e que estejam em desacordo com o mais alto pa-drão ético.

Não admitimos práticas que fragilizem a imagem da CAIXA e com-prometam o seu corpo funcional.

Condenamos atitudes que privilegiem fornecedores e prestadores de serviços, sob qualquer pretexto.

Condenamos a solicitação de doações, contribuições de bens materi-ais ou valores a parceiros comerciais ou institucionais em nome da CAI-XA, sob qualquer pretexto.

COMPROMISSO

Os dirigentes, empregados e parceiros da CAIXA estão comprometi-dos com a uniformidade de procedimentos e com o mais elevado padrão ético no exercício de suas atribuições profissionais.

Temos compromisso permanente com o cumprimento das leis, das normas e dos regulamentos internos e externos que regem a nossa Insti-tuição.

Pautamos nosso relacionamento com clientes, fornecedores, corres-pondentes, coligadas, controladas, patrocinadas, associações e entidades de classe dentro dos princípios deste Código de Ética.

Temos o compromisso de oferecer produtos e serviços de qualidade que atendam ou superem as expectativas dos nossos clientes.

Prestamos orientações e informações corretas aos nossos clientes para que tomem decisões conscientes em seus negócios.

Preservamos o sigilo e a segurança das informações.

Buscamos a melhoria das condições de segurança e saúde do ambi-ente de trabalho, preservando a qualidade de vida dos que nele convivem.

Incentivamos a participação voluntária em atividades sociais destina-das a resgatar a cidadania do povo brasileiro.

TRANSPARÊNCIA

As relações da CAIXA com os segmentos da sociedade são pautadas no princípio da transparência e na adoção de critérios técnicos.

Como empresa pública, estamos comprometidos com a prestação de contas de nossas atividades, dos recursos por nós geridos e com a inte-gridade dos nossos controles.

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Aos nossos clientes, parceiros comerciais, fornecedores e à mídia dispensamos tratamento equânime na disponibilidade de informações claras e tempestivas, por meio de fontes autorizadas e no estrito cumpri-mento dos normativos a que estamos subordinados.

Oferecemos aos nossos empregados oportunidades de ascensão pro-fissional, com critérios claros e do conhecimento de todos.

Valorizamos o processo de comunicação interna, disseminando in-formações relevantes relacionadas aos negócios e às decisões corporati-vas.

RESPONSABILIDADE

Devemos pautar nossas ações nos preceitos e valores éticos deste Código, de forma a resguardar a CAIXA de ações e atitudes inadequadas à sua missão e imagem e a não prejudicar ou comprometer dirigentes e empregados, direta ou indiretamente.

Zelamos pela proteção do patrimônio público, com a adequada utili-zação das informações, dos bens, equipamentos e demais recursos colocados à nossa disposição para a gestão eficaz dos nossos negócios.

Buscamos a preservação ambiental nos projetos dos quais participa-mos, por entendermos que a vida depende diretamente da qualidade do meio ambiente.

Garantimos proteção contra qualquer forma de represália ou discrimi-nação profissional a quem denunciar as violações a este Código, como forma de preservar os valores da CAIXA.

CÓDIGO DE CONDUTA DA ALTA ADMINISTRAÇÃO PÚ-BLICA.

EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS Nº 37, DE 18.8.2000

APROVADO EM 21.8.2000

Excelentíssimo Senhor Presidente da República,

Submeto à elevada consideração de Vossa Excelência a anexa pro-posta de Código de Conduta da Alta Administração Federal, elaborado tendo em conta os trabalhos e a importante contribuição da Comissão de Ética Pública - CEP, criada pelo Decreto de 26 de maio de 1999, que, por seus ilustres membros, os Drs. João Geraldo Piquet Carneiro, que a preside, Célio Borja, Celina Vargas do Amaral Peixoto, Lourdes Sola, Miguel Reale Júnior e Roberto Teixeira da Costa, prestou os mais relevan-tes e inestimáveis serviços no desenvolvimento do tema.

Este Código, antes de tudo, valerá como compromisso moral das au-toridades integrantes da Alta Administração Federal com o Chefe de Governo, proporcionando elevado padrão de comportamento ético capaz de assegurar, em todos os casos, a lisura e a transparência dos atos praticados na condução da coisa pública.

A conduta dessas autoridades, ocupantes dos mais elevados postos da estrutura do Estado, servirá como exemplo a ser seguido pelos demais servidores públicos, que, não obstante sujeitos às diversas normas fixado-ras de condutas exigíveis, tais como o Estatuto do Servidor Público Civil, a Lei de Improbidade e o próprio Código Penal Brasileiro, além de outras de menor hierarquia, ainda assim, sempre se sentirão estimulados por de-monstrações e exemplos de seus superiores.

Além disso, é de notar que a insatisfação social com a conduta ética do governo – Executivo, Legislativo e Judiciário – não é um fenômeno exclusivamente brasileiro e circunstancial. De modo geral, todos os países democráticos desenvolvidos, conforme demonstrado em recente estudo da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico - OCDE, enfrentam o crescente ceticismo da opinião pública a respeito do compor-tamento dos administradores públicos e da classe política. Essa tendência parece estar ligada principalmente a mudanças estruturais do papel do Estado como regulador da atividade econômica e como poder concedente da exploração, por particulares, de serviços públicos antes sob regime de monopólio estatal.

Em consequência, o setor público passou a depender cada vez mais

do recrutamento de profissionais oriundos do setor privado, o que exacer-bou a possibilidade de conflito de interesses e a necessidade de maior controle sobre as atividades privadas do administrador público.

Nesse novo cenário, é natural que a expectativa da sociedade a res-peito da conduta do administrador público se tenha tornado mais exigente. E está claro que mais importante do que investigar as causas da insatisfa-ção social é reconhecer que ela existe e se trata de uma questão política intimamente associada ao processo de mudança cultural, econômica e administrativa que o País e o mundo atravessam.

A resposta ao anseio por uma administração pública orientada por va-lores éticos não se esgota na aprovação de leis mais rigorosas, até por-que leis e decretos em vigor já dispõem abundantemente sobre a conduta do servidor público, porém, em termos genéricos ou então a partir de uma ótica apenas penal.

Na realidade, grande parte das atuais questões éticas surge na zona cinzenta – cada vez mais ampla – que separa o interesse público do interesse privado. Tais questões, em geral, não configuram violação de norma legal mas, sim, desvio de conduta ética. Como esses desvios não são passíveis de punição específica, a sociedade passa a ter a sensação de impunidade, que alimenta o ceticismo a respeito da licitude do proces-so decisório governamental.

Por essa razão, o aperfeiçoamento da conduta ética do servidor pú-blico não é uma questão a ser enfrentada mediante proposição de mais um texto legislativo, que crie novas hipóteses de delito administrativo. Ao contrário, esse aperfeiçoamento decorrerá da explicitação de regras claras de comportamento e do desenvolvimento de uma estratégia específica para sua implementação.

Na formulação dessa estratégia, partiu-se do pressuposto de que a base ética do funcionalismo de carreira é estruturalmente sólida, pois deriva de valores tradicionais da classe média, onde ele é recrutado. Rejeita-se, portanto, o diagnóstico de que se está diante de um problema "endêmico" de corrupção, eis que essa visão, além de equivocada, é injusta e contraproducente, sendo capaz de causar a alienação do funcio-nalismo do esforço de aperfeiçoamento que a sociedade está a exigir.

Dessa forma, o ponto de partida foi a tentativa de prevenir condutas incompatíveis com o padrão ético almejado para o serviço público, tendo em vista que, na prática, a repressão nem sempre é muito eficaz. Assim, reputa-se fundamental identificar as áreas da administração pública em que tais condutas podem ocorrer com maior frequência e dar-lhes trata-mento específico.

Essa tarefa de envergadura deve ter início pelo nível mais alto da Administração – ministros de estado, secretários-executivos, diretores de empresas estatais e de órgãos reguladores – que detem poder decisório. Uma vez assegurado o cumprimento do Código de Conduta pelo primeiro escalão do governo, o trabalho de difusão das novas regras nas demais esferas da administração por certo ficará facilitado.

Outro objetivo é que o Código de Conduta constitua fator de seguran-ça do administrador público, norteando o seu comportamento enquanto no cargo e protegendo-o de acusações infundadas. Na ausência de regras claras e práticas de conduta, corre-se o risco de inibir o cidadão honesto de aceitar cargo público de relevo.

Além disso, buscou-se criar mecanismo ágil de formulação dessas regras e de sua difusão e fiscalização, além de uma instância à qual os administradores possam recorrer em caso de dúvida e de apuração de transgressões – no caso, a Comissão de Ética Pública.

Na verdade, o Código trata de um conjunto de normas às quais se su-jeitam as pessoas nomeadas pelo Presidente da República para ocupar qualquer dos cargos nele previstos, sendo certo que a transgressão dessas normas não implicará, necessariamente, violação de lei, mas, principalmente, descumprimento de um compromisso moral e dos padrões qualitativos estabelecidos para a conduta da Alta Administração. Em consequência, a punição prevista é de caráter político: advertência e "censura ética". Além disso, é prevista a sugestão de exoneração, depen-dendo da gravidade da transgressão.

A linguagem do Código é simples e acessível, evitando-se termos ju-rídicos excessivamente técnicos. O objetivo é assegurar a clareza das

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regras de conduta do administrador, de modo que a sociedade possa sobre elas exercer o controle inerente ao regime democrático.

Além de comportar-se de acordo com as normas estipuladas, o Códi-go exige que o administrador observe o decoro inerente ao cargo. Ou seja, não basta ser ético; é necessário também parecer ético, em sinal de respeito à sociedade.

A medida proposta visa a melhoria qualitativa dos padrões de conduta da Alta Administração, de modo que esta Exposição de Motivos, uma vez aprovada, juntamente com o anexo Código de Conduta da Alta Adminis-tração Federal, poderá informar a atuação das altas autoridades federais, permitindo-me sugerir a publicação de ambos os textos, para imediato conhecimento e aplicação.

Estas, Excelentíssimo Senhor Presidente da República, as razões que fundamentam a proposta que ora submeto à elevada consideração de Vossa Excelência.

Respeitosamente,

CÓDIGO DE CONDUTA DA ALTA ADMINISTRAÇÃO FEDERAL

Art. 1o Fica instituído o Código de Conduta da Alta Administração Fe-deral, com as seguintes finalidades:

I - tornar claras as regras éticas de conduta das autoridades da alta Administração Pública Federal, para que a sociedade possa aferir a integridade e a lisura do processo decisório governamental;

II - contribuir para o aperfeiçoamento dos padrões éticos da Adminis-tração Pública Federal, a partir do exemplo dado pelas autoridades de nível hierárquico superior;

III - preservar a imagem e a reputação do administrador público, cuja conduta esteja de acordo com as normas éticas estabelecidas neste Código;

IV - estabelecer regras básicas sobre conflitos de interesses públicos e privados e limitações às atividades profissionais posteriores ao exercício de cargo público;

V - minimizar a possibilidade de conflito entre o interesse privado e o dever funcional das autoridades públicas da Administração Pública Fede-ral;

VI - criar mecanismo de consulta, destinado a possibilitar o prévio e pronto esclarecimento de dúvidas quanto à conduta ética do administra-dor.

Art. 2o As normas deste Código aplicam-se às seguintes autoridades públicas:

I - Ministros e Secretários de Estado;

II - titulares de cargos de natureza especial, secretários-executivos, secretários ou autoridades equivalentes ocupantes de cargo do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores - DAS, nível seis;

III - presidentes e diretores de agências nacionais, autarquias, inclusi-ve as especiais, fundações mantidas pelo Poder Público, empresas públi-cas e sociedades de economia mista.

Art. 3o No exercício de suas funções, as autoridades públicas deve-rão pautar-se pelos padrões da ética, sobretudo no que diz respeito à integridade, à moralidade, à clareza de posições e ao decoro, com vistas a motivar o respeito e a confiança do público em geral.

Parágrafo único. Os padrões éticos de que trata este artigo são exi-gidos da autoridade pública na relação entre suas atividades públicas e privadas, de modo a prevenir eventuais conflitos de interesses.

Art. 4o Além da declaração de bens e rendas de que trata a Lei no 8.730, de 10 de novembro de 1993, a autoridade pública, no prazo de dez dias contados de sua posse, enviará à Comissão de Ética Pública - CEP, criada pelo Decreto de 26 de maio de 1999, publicado no Diário Oficial da União do dia 27 subsequente, na forma por ela estabelecida, informações sobre sua situação patrimonial que, real ou potencialmente, possa suscitar conflito com o interesse público, indicando o modo pelo qual irá evitá-lo.

Art. 5o As alterações relevantes no patrimônio da autoridade pública

deverão ser imediatamente comunicadas à CEP, especialmente quando se tratar de:

I - atos de gestão patrimonial que envolvam:

a) transferência de bens a cônjuge, ascendente, descendente ou pa-rente na linha colateral;

b) aquisição, direta ou indireta, do controle de empresa; ou

c) outras alterações significativas ou relevantes no valor ou na nature-za do patrimônio;

II - atos de gestão de bens, cujo valor possa ser substancialmente al-terado por decisão ou política governamental. (Redação dada pela Exm nº 360, de 17.9.2001)

§ 1o É vedado o investimento em bens cujo valor ou cotação possa ser afetado por decisão ou política governamental a respeito da qual a autoridade pública tenha informações privilegiadas, em razão do cargo ou função, inclusive investimentos de renda variável ou em commodities, contratos futuros e moedas para fim especulativo, excetuadas aplicações em modalidades de investimento que a CEP venha a especificar. (Reda-ção dada pela Exm nº 360, de 17.9.2001)

§ 2o Em caso de dúvida, a CEP poderá solicitar informações adicio-nais e esclarecimentos sobre alterações patrimoniais a ela comunicadas pela autoridade pública ou que, por qualquer outro meio, cheguem ao seu conhecimento. (Redação dada pela Exm nº 360, de 17.9.2001)

§ 3o A autoridade pública poderá consultar previamente a CEP a res-peito de ato específico de gestão de bens que pretenda realizar. (Parágra-fo incluído pela Exm nº 360, de 17.9.2001)

§ 4o A fim de preservar o caráter sigiloso das informações pertinentes à situação patrimonial da autoridade pública, as comunicações e consul-tas, após serem conferidas e respondidas, serão acondicionadas em envelope lacrado, que somente poderá ser aberto por determinação da Comissão. (Parágrafo incluído pela Exm nº 360, de 17.9.2001)

Art. 6o A autoridade pública que mantiver participação superior a cin-co por cento do capital de sociedade de economia mista, de instituição financeira, ou de empresa que negocie com o Poder Público, tornará público este fato.

Art. 7o A autoridade pública não poderá receber salário ou qualquer outra remuneração de fonte privada em desacordo com a lei, nem receber transporte, hospedagem ou quaisquer favores de particulares de forma a permitir situação que possa gerar dúvida sobre a sua probidade ou hono-rabilidade.

Parágrafo único. É permitida a participação em seminários, congres-sos e eventos semelhantes, desde que tornada pública eventual remune-ração, bem como o pagamento das despesas de viagem pelo promotor do evento, o qual não poderá ter interesse em decisão a ser tomada pela autoridade.

Art. 8o É permitido à autoridade pública o exercício não remunerado de encargo de mandatário, desde que não implique a prática de atos de comércio ou quaisquer outros incompatíveis com o exercício do seu cargo ou função, nos termos da lei.

Art. 9o É vedada à autoridade pública a aceitação de presentes, salvo de autoridades estrangeiras nos casos protocolares em que houver reci-procidade.

Parágrafo único. Não se consideram presentes para os fins deste ar-tigo os brindes que:

I - não tenham valor comercial; ou

II - distribuídos por entidades de qualquer natureza a título de corte-sia, propaganda, divulgação habitual ou por ocasião de eventos especiais ou datas comemorativas, não ultrapassem o valor de R$ 100,00 (cem reais).

Art. 10. No relacionamento com outros órgãos e funcionários da Ad-ministração, a autoridade pública deverá esclarecer a existência de even-tual conflito de interesses, bem como comunicar qualquer circunstância ou fato impeditivo de sua participação em decisão coletiva ou em órgão

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colegiado.

Art. 11. As divergências entre autoridades públicas serão resolvidas internamente, mediante coordenação administrativa, não lhes cabendo manifestar-se publicamente sobre matéria que não seja afeta a sua área de competência.

Art. 12. É vedado à autoridade pública opinar publicamente a respei-to:

I - da honorabilidade e do desempenho funcional de outra autoridade pública federal; e

II - do mérito de questão que lhe será submetida, para decisão indivi-dual ou em órgão colegiado.

Art. 13. As propostas de trabalho ou de negócio futuro no setor priva-do, bem como qualquer negociação que envolva conflito de interesses, deverão ser imediatamente informadas pela autoridade pública à CEP, independentemente da sua aceitação ou rejeição.

Art. 14. Após deixar o cargo, a autoridade pública não poderá:

I - atuar em benefício ou em nome de pessoa física ou jurídica, inclu-sive sindicato ou associação de classe, em processo ou negócio do qual tenha participado, em razão do cargo;

II - prestar consultoria a pessoa física ou jurídica, inclusive sindicato ou associação de classe, valendo-se de informações não divulgadas publicamente a respeito de programas ou políticas do órgão ou da entida-de da Administração Pública Federal a que esteve vinculado ou com que tenha tido relacionamento direto e relevante nos seis meses anteriores ao término do exercício de função pública.

Art. 15. Na ausência de lei dispondo sobre prazo diverso, será de quatro meses, contados da exoneração, o período de interdição para atividade incompatível com o cargo anteriormente exercido, obrigando-se a autoridade pública a observar, neste prazo, as seguintes regras:

I - não aceitar cargo de administrador ou conselheiro, ou estabelecer vínculo profissional com pessoa física ou jurídica com a qual tenha manti-do relacionamento oficial direto e relevante nos seis meses anteriores à exoneração;

II - não intervir, em benefício ou em nome de pessoa física ou jurídica, junto a órgão ou entidade da Administração Pública Federal com que tenha tido relacionamento oficial direto e relevante nos seis meses anterio-res à exoneração.

Art. 16. Para facilitar o cumprimento das normas previstas neste Có-digo, a CEP informará à autoridade pública as obrigações decorrentes da aceitação de trabalho no setor privado após o seu desligamento do cargo ou função.

Art. 17. A violação das normas estipuladas neste Código acarretará, conforme sua gravidade, as seguintes providências:

I - advertência, aplicável às autoridades no exercício do cargo;

II - censura ética, aplicável às autoridades que já tiverem deixado o cargo.

Parágrafo único. As sanções previstas neste artigo serão aplicadas pela CEP, que, conforme o caso, poderá encaminhar sugestão de demis-são à autoridade hierarquicamente superior.

Art. 18. O processo de apuração de prática de ato em desrespeito ao preceituado neste Código será instaurado pela CEP, de ofício ou em razão de denúncia fundamentada, desde que haja indícios suficientes.

§ 1o A autoridade pública será oficiada para manifestar-se no prazo de cinco dias.

§ 2o O eventual denunciante, a própria autoridade pública, bem assim a CEP, de ofício, poderão produzir prova documental.

§ 3o A CEP poderá promover as diligências que considerar necessá-rias, bem assim solicitar parecer de especialista quando julgar imprescin-dível.

§ 4o Concluídas as diligências mencionadas no parágrafo anterior, a

CEP oficiará a autoridade pública para nova manifestação, no prazo de três dias.

§ 5o Se a CEP concluir pela procedência da denúncia, adotará uma das penalidades previstas no artigo anterior, com comunicação ao denun-ciado e ao seu superior hierárquico.

Art. 19. A CEP, se entender necessário, poderá fazer recomenda-ções ou sugerir ao Presidente da República normas complementares, interpretativas e orientadoras das disposições deste Código, bem assim responderá às consultas formuladas por autoridades públicas sobre situações específicas.

DECRETO Nº 1.171, DE 22 DE JUNHO DE 1994

Aprova o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe confere o art. 84, incisos IV e VI, e ainda tendo em vista o disposto no art. 37 da Constituição, bem como nos arts. 116 e 117 da Lei n° 8.112, de 11 de dezembro de 1990, e nos arts. 10, 11 e 12 da Lei n° 8.429, de 2 de junho de 1992,

DECRETA:

Art. 1° Fica aprovado o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, que com este baixa.

Art. 2° Os órgãos e entidades da Administração Pública Federal direta e indireta implementarão, em sessenta dias, as providências neces-sárias à plena vigência do Código de Ética, inclusive mediante a Constitui-ção da respectiva Comissão de Ética, integrada por três servidores ou empregados titulares de cargo efetivo ou emprego permanente.

Parágrafo único. A constituição da Comissão de Ética será comuni-cada à Secretaria da Administração Federal da Presidência da República, com a indicação dos respectivos membros titulares e suplentes.

Art. 3° Este decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 22 de junho de 1994, 173° da Independência e 106° da República.

ANEXO Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder

Executivo Federal

CAPÍTULO I Seção I

Das Regras Deontológicas

I - A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a consciência dos princípios morais são primados maiores que devem nortear o servidor público, seja no exercício do cargo ou função, ou fora dele, já que refletirá o exercício da vocação do próprio poder estatal. Seus atos, comportamen-tos e atitudes serão direcionados para a preservação da honra e da tradi-ção dos serviços públicos.

II - O servidor público não poderá jamais desprezar o elemento ético de sua conduta. Assim, não terá que decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno, mas principalmente entre o honesto e o desonesto, consoante as regras contidas no art. 37, caput, e § 4°, da Constituição Federal.

III - A moralidade da Administração Pública não se limita à distinção entre o bem e o mal, devendo ser acrescida da ideia de que o fim é sem-pre o bem comum. O equilíbrio entre a legalidade e a finalidade, na condu-ta do servidor público, é que poderá consolidar a moralidade do ato admi-nistrativo.

IV- A remuneração do servidor público é custeada pelos tributos pagos direta ou indiretamente por todos, até por ele próprio, e por isso se exige, como contrapartida, que a moralidade administrativa se integre no Direito, como elemento indissociável de sua aplicação e de sua finalidade, erigindo-se, como consequência, em fator de legalidade.

V - O trabalho desenvolvido pelo servidor público perante a comuni-dade deve ser entendido como acréscimo ao seu próprio bem-estar, já

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que, como cidadão, integrante da sociedade, o êxito desse trabalho pode ser considerado como seu maior patrimônio.

VI - A função pública deve ser tida como exercício profissional e, portanto, se integra na vida particular de cada servidor público. Assim, os fatos e atos verificados na conduta do dia-a-dia em sua vida privada poderão acrescer ou diminuir o seu bom conceito na vida funcional.

VII - Salvo os casos de segurança nacional, investigações policiais ou interesse superior do Estado e da Administração Pública, a serem preservados em processo previamente declarado sigiloso, nos termos da lei, a publicidade de qualquer ato administrativo constitui requisito de eficácia e moralidade, ensejando sua omissão comprometimento ético contra o bem comum, imputável a quem a negar.

VIII - Toda pessoa tem direito à verdade. O servidor não pode omiti-la ou falseá-la, ainda que contrária aos interesses da própria pessoa interes-sada ou da Administração Pública. Nenhum Estado pode crescer ou estabilizar-se sobre o poder corruptivo do hábito do erro, da opressão ou da mentira, que sempre aniquilam até mesmo a dignidade humana quanto mais a de uma Nação.

IX - A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo dedicados ao serviço público caracterizam o esforço pela disciplina. Tratar mal uma pessoa que paga seus tributos direta ou indiretamente significa causar-lhe dano moral. Da mesma forma, causar dano a qualquer bem pertencente ao patrimônio público, deteriorando-o, por descuido ou má vontade, não constitui apenas uma ofensa ao equipamento e às instalações ou ao Estado, mas a todos os homens de boa vontade que dedicaram sua inteligência, seu tempo, suas esperanças e seus esforços para construí-los.

X - Deixar o servidor público qualquer pessoa à espera de solução que compete ao setor em que exerça suas funções, permitindo a forma-ção de longas filas, ou qualquer outra espécie de atraso na prestação do serviço, não caracteriza apenas atitude contra a ética ou ato de desuma-nidade, mas principalmente grave dano moral aos usuários dos serviços públicos.

XI - 0 servidor deve prestar toda a sua atenção às ordens legais de seus superiores, velando atentamente por seu cumprimento, e, assim, evitando a conduta negligente. Os repetidos erros, o descaso e o acúmulo de desvios tornam-se, às vezes, difíceis de corrigir e caracterizam até mesmo imprudência no desempenho da função pública.

XII - Toda ausência injustificada do servidor de seu local de trabalho é fator de desmoralização do serviço público, o que quase sempre conduz à desordem nas relações humanas.

XIII - 0 servidor que trabalha em harmonia com a estrutura organiza-cional, respeitando seus colegas e cada concidadão, colabora e de todos pode receber colaboração, pois sua atividade pública é a grande oportuni-dade para o crescimento e o engrandecimento da Nação.

Seção II Dos Principais Deveres do Servidor Público

XIV - São deveres fundamentais do servidor público:

a) desempenhar, a tempo, as atribuições do cargo, função ou empre-go público de que seja titular;

b) exercer suas atribuições com rapidez, perfeição e rendimento, pondo fim ou procurando prioritariamente resolver situações procrastinató-rias, principalmente diante de filas ou de qualquer outra espécie de atraso na prestação dos serviços pelo setor em que exerça suas atribuições, com o fim de evitar dano moral ao usuário;

c) ser probo, reto, leal e justo, demonstrando toda a integridade do seu caráter, escolhendo sempre, quando estiver diante de duas opções, a melhor e a mais vantajosa para o bem comum;

d) jamais retardar qualquer prestação de contas, condição essencial da gestão dos bens, direitos e serviços da coletividade a seu cargo;

e) tratar cuidadosamente os usuários dos serviços aperfeiçoando o processo de comunicação e contato com o público;

f) ter consciência de que seu trabalho é regido por princípios éticos

que se materializam na adequada prestação dos serviços públicos;

g) ser cortês, ter urbanidade, disponibilidade e atenção, respeitando a capacidade e as limitações individuais de todos os usuários do serviço público, sem qualquer espécie de preconceito ou distinção de raça, sexo, nacionalidade, cor, idade, religião, cunho político e posição social, absten-do-se, dessa forma, de causar-lhes dano moral;

h) ter respeito à hierarquia, porém sem nenhum temor de representar contra qualquer comprometimento indevido da estrutura em que se funda o Poder Estatal;

i) resistir a todas as pressões de superiores hierárquicos, de contra-tantes, interessados e outros que visem obter quaisquer favores, benes-ses ou vantagens indevidas em decorrência de ações imorais, ilegais ou aéticas e denunciá-las;

j) zelar, no exercício do direito de greve, pelas exigências específicas da defesa da vida e da segurança coletiva;

l) ser assíduo e frequente ao serviço, na certeza de que sua ausência provoca danos ao trabalho ordenado, refletindo negativamente em todo o sistema;

m) comunicar imediatamente a seus superiores todo e qualquer ato ou fato contrário ao interesse público, exigindo as providências cabíveis;

n) manter limpo e em perfeita ordem o local de trabalho, seguindo os métodos mais adequados à sua organização e distribuição;

o) participar dos movimentos e estudos que se relacionem com a melhoria do exercício de suas funções, tendo por escopo a realização do bem comum;

p) apresentar-se ao trabalho com vestimentas adequadas ao exercí-cio da função;

q) manter-se atualizado com as instruções, as normas de serviço e a legislação pertinentes ao órgão onde exerce suas funções;

r) cumprir, de acordo com as normas do serviço e as instruções superiores, as tarefas de seu cargo ou função, tanto quanto possível, com critério, segurança e rapidez, mantendo tudo sempre em boa ordem.

s) facilitar a fiscalização de todos atos ou serviços por quem de direito;

t) exercer com estrita moderação as prerrogativas funcionais que lhe sejam atribuídas, abstendo-se de fazê-lo contrariamente aos legítimos interesses dos usuários do serviço público e dos jurisdicionados adminis-trativos;

u) abster-se, de forma absoluta, de exercer sua função, poder ou autoridade com finalidade estranha ao interesse público, mesmo que observando as formalidades legais e não cometendo qualquer violação expressa à lei;

v) divulgar e informar a todos os integrantes da sua classe sobre a existência deste Código de Ética, estimulando o seu integral cumprimento.

Seção III Das Vedações ao Servidor Público

XV - E vedado ao servidor público;

a) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades, tempo, posição e influências, para obter qualquer favorecimento, para si ou para outrem;

b) prejudicar deliberadamente a reputação de outros servidores ou de cidadãos que deles dependam;

c) ser, em função de seu espírito de solidariedade, conivente com erro ou infração a este Código de Ética ou ao Código de Ética de sua profissão;

d) usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o exercício regular de direito por qualquer pessoa, causando-lhe dano moral ou material;

e) deixar de utilizar os avanços técnicos e científicos ao seu alcance ou do seu conhecimento para atendimento do seu mister;

f) permitir que perseguições, simpatias, antipatias, caprichos, paixões

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ou interesses de ordem pessoal interfiram no trato com o público, com os jurisdicionados administrativos ou com colegas hierarquicamente superio-res ou inferiores;

g) pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber qualquer tipo de ajuda financeira, gratificação, prêmio, comissão, doação ou vantagem de qualquer espécie, para si, familiares ou qualquer pessoa, para o cumpri-mento da sua missão ou para influenciar outro servidor para o mesmo fim;

h) alterar ou deturpar o teor de documentos que deva encaminhar para providências;

i) iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que necessite do atendimento em serviços públicos;

j) desviar servidor público para atendimento a interesse particular;

l) retirar da repartição pública, sem estar legalmente autorizado, qualquer documento, livro ou bem pertencente ao patrimônio público;

m) fazer uso de informações privilegiadas obtidas no âmbito interno de seu serviço, em benefício próprio, de parentes, de amigos ou de tercei-ros;

n) apresentar-se embriagado no serviço ou fora dele habitualmente;

o) dar o seu concurso a qualquer instituição que atente contra a moral, a honestidade ou a dignidade da pessoa humana;

p) exercer atividade profissional aética ou ligar o seu nome a empre-endimentos de cunho duvidoso.

CAPÍTULO II DAS COMISSÕES DE ÉTICA

XVI - Em todos os órgãos e entidades da Administração Pública Federal direta, indireta autárquica e fundacional, ou em qualquer órgão ou entidade que exerça atribuições delegadas pelo poder público, deverá ser criada uma Comissão de Ética, encarregada de orientar e aconselhar sobre a ética profissional do servidor, no tratamento com as pessoas e com o patrimônio público, competindo-lhe conhecer concretamente de imputação ou de procedimento susceptível de censura.

XVIII - À Comissão de Ética incumbe fornecer, aos organismos encarregados da execução do quadro de carreira dos servidores, os registros sobre sua conduta ética, para o efeito de instruir e fundamentar promoções e para todos os demais procedimentos próprios da carreira do servidor público.

XXII - A pena aplicável ao servidor público pela Comissão de Ética é a de censura e sua fundamentação constará do respectivo parecer, assi-nado por todos os seus integrantes, com ciência do faltoso.

XXIV - Para fins de apuração do comprometimento ético, entende-se por servidor público todo aquele que, por força de lei, contrato ou de qualquer ato jurídico, preste serviços de natureza permanente, temporária ou excepcional, ainda que sem retribuição financeira, desde que ligado direta ou indiretamente a qualquer órgão do poder estatal, como as autar-quias, as fundações públicas, as entidades paraestatais, as empresas públicas e as sociedades de economia mista, ou em qualquer setor onde prevaleça o interesse do Estado.

DECRETO Nº 6.029, DE 1º DE FEVEREIRO DE 2007.

Institui Sistema de Gestão da Ética do Poder Executivo Federal, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe con-fere o art. 84, inciso VI, alínea “a”, da Constituição,

DECRETA:

Art. 1o Fica instituído o Sistema de Gestão da Ética do Poder Execu-tivo Federal com a finalidade de promover atividades que dispõem sobre a conduta ética no âmbito do Executivo Federal, competindo-lhe:

I - integrar os órgãos, programas e ações relacionadas com a ética pública;

II - contribuir para a implementação de políticas públicas tendo a

transparência e o acesso à informação como instrumentos fundamentais para o exercício de gestão da ética pública;

III - promover, com apoio dos segmentos pertinentes, a compatibiliza-ção e interação de normas, procedimentos técnicos e de gestão relativos à ética pública;

IV - articular ações com vistas a estabelecer e efetivar procedimentos de incentivo e incremento ao desempenho institucional na gestão da ética pública do Estado brasileiro.

Art. 2o Integram o Sistema de Gestão da Ética do Poder Executivo Federal:

I - a Comissão de Ética Pública - CEP, instituída pelo Decreto de 26 de maio de 1999;

II - as Comissões de Ética de que trata o Decreto no 1.171, de 22 de junho de 1994; e

III - as demais Comissões de Ética e equivalentes nas entidades e ór-gãos do Poder Executivo Federal.

Art. 3o A CEP será integrada por sete brasileiros que preencham os requisitos de idoneidade moral, reputação ilibada e notória experiência em administração pública, designados pelo Presidente da República, para mandatos de três anos, não coincidentes, permitida uma única recondu-ção.

§ 1o A atuação no âmbito da CEP não enseja qualquer remuneração para seus membros e os trabalhos nela desenvolvidos são considerados prestação de relevante serviço público.

§ 2o O Presidente terá o voto de qualidade nas deliberações da Co-missão.

§ 3o Os mandatos dos primeiros membros serão de um, dois e três anos, estabelecidos no decreto de designação.

Art. 4o À CEP compete:

I - atuar como instância consultiva do Presidente da República e Mi-nistros de Estado em matéria de ética pública;

II - administrar a aplicação do Código de Conduta da Alta Administra-ção Federal, devendo:

a) submeter ao Presidente da República medidas para seu aprimo-ramento;

b) dirimir dúvidas a respeito de interpretação de suas normas, delibe-rando sobre casos omissos;

c) apurar, mediante denúncia, ou de ofício, condutas em desacordo com as normas nele previstas, quando praticadas pelas autoridades a ele submetidas;

III - dirimir dúvidas de interpretação sobre as normas do Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal de que trata o Decreto no 1.171, de 1994;

IV - coordenar, avaliar e supervisionar o Sistema de Gestão da Ética Pública do Poder Executivo Federal;

V - aprovar o seu regimento interno; e

VI - escolher o seu Presidente.

Parágrafo único. A CEP contará com uma Secretaria-Executiva, vin-culada à Casa Civil da Presidência da República, à qual competirá prestar o apoio técnico e administrativo aos trabalhos da Comissão.

Art. 5o Cada Comissão de Ética de que trata o Decreto no 1171, de 1994, será integrada por três membros titulares e três suplentes, escolhi-dos entre servidores e empregados do seu quadro permanente, e desig-nados pelo dirigente máximo da respectiva entidade ou órgão, para man-datos não coincidentes de três anos.

Art. 6o É dever do titular de entidade ou órgão da Administração Pú-blica Federal, direta e indireta:

I - assegurar as condições de trabalho para que as Comissões de Éti-

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ca cumpram suas funções, inclusive para que do exercício das atribuições de seus integrantes não lhes resulte qualquer prejuízo ou dano;

II - conduzir em seu âmbito a avaliação da gestão da ética conforme processo coordenado pela Comissão de Ética Pública.

Art. 7o Compete às Comissões de Ética de que tratam os incisos II e III do art. 2o:

I - atuar como instância consultiva de dirigentes e servidores no âmbi-to de seu respectivo órgão ou entidade;

II - aplicar o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, aprovado pelo Decreto 1.171, de 1994, deven-do:

a) submeter à Comissão de Ética Pública propostas para seu aperfei-çoamento;

b) dirimir dúvidas a respeito da interpretação de suas normas e deli-berar sobre casos omissos;

c) apurar, mediante denúncia ou de ofício, conduta em desacordo com as normas éticas pertinentes; e

d) recomendar, acompanhar e avaliar, no âmbito do órgão ou entida-de a que estiver vinculada, o desenvolvimento de ações objetivando a disseminação, capacitação e treinamento sobre as normas de ética e disciplina;

III - representar a respectiva entidade ou órgão na Rede de Ética do Poder Executivo Federal a que se refere o art. 9o; e

IV - supervisionar a observância do Código de Conduta da Alta Admi-nistração Federal e comunicar à CEP situações que possam configurar descumprimento de suas normas.

§ 1o Cada Comissão de Ética contará com uma Secretaria-Executiva, vinculada administrativamente à instância máxima da entidade ou órgão, para cumprir plano de trabalho por ela aprovado e prover o apoio técnico e material necessário ao cumprimento das suas atribuições.

§ 2o As Secretarias-Executivas das Comissões de Ética serão chefia-das por servidor ou empregado do quadro permanente da entidade ou órgão, ocupante de cargo de direção compatível com sua estrutura, alo-cado sem aumento de despesas.

Art. 8o Compete às instâncias superiores dos órgãos e entidades do Poder Executivo Federal, abrangendo a administração direta e indireta:

I - observar e fazer observar as normas de ética e disciplina;

II - constituir Comissão de Ética;

III - garantir os recursos humanos, materiais e financeiros para que a Comissão cumpra com suas atribuições; e

IV - atender com prioridade às solicitações da CEP.

Art. 9o Fica constituída a Rede de Ética do Poder Executivo Federal, integrada pelos representantes das Comissões de Ética de que tratam os incisos I, II e III do art. 2o, com o objetivo de promover a cooperação técnica e a avaliação em gestão da ética.

Parágrafo único. Os integrantes da Rede de Ética se reunirão sob a coordenação da Comissão de Ética Pública, pelo menos uma vez por ano, em fórum específico, para avaliar o programa e as ações para a promoção da ética na administração pública.

Art. 10. Os trabalhos da CEP e das demais Comissões de Ética de-vem ser desenvolvidos com celeridade e observância dos seguintes princípios:

I - proteção à honra e à imagem da pessoa investigada;

II - proteção à identidade do denunciante, que deverá ser mantida sob reserva, se este assim o desejar; e

III - independência e imparcialidade dos seus membros na apuração dos fatos, com as garantias asseguradas neste Decreto.

Art. 11. Qualquer cidadão, agente público, pessoa jurídica de direito

privado, associação ou entidade de classe poderá provocar a atuação da CEP ou de Comissão de Ética, visando à apuração de infração ética imputada a agente público, órgão ou setor específico de ente estatal.

Parágrafo único. Entende-se por agente público, para os fins deste Decreto, todo aquele que, por força de lei, contrato ou qualquer ato jurídi-co, preste serviços de natureza permanente, temporária, excepcional ou eventual, ainda que sem retribuição financeira, a órgão ou entidade da administração pública federal, direta e indireta.

Art. 12. O processo de apuração de prática de ato em desrespeito ao preceituado no Código de Conduta da Alta Administração Federal e no Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal será instaurado, de ofício ou em razão de denúncia fundamenta-da, respeitando-se, sempre, as garantias do contraditório e da ampla defesa, pela Comissão de Ética Pública ou Comissões de Ética de que tratam o incisos II e III do art. 2º, conforme o caso, que notificará o investi-gado para manifestar-se, por escrito, no prazo de dez dias.

§ 1o O investigado poderá produzir prova documental necessária à sua defesa.

§ 2o As Comissões de Ética poderão requisitar os documentos que entenderem necessários à instrução probatória e, também, promover diligências e solicitar parecer de especialista.

§ 3o Na hipótese de serem juntados aos autos da investigação, após a manifestação referida no caput deste artigo, novos elementos de prova, o investigado será notificado para nova manifestação, no prazo de dez dias.

§ 4o Concluída a instrução processual, as Comissões de Ética proferi-rão decisão conclusiva e fundamentada.

§ 5o Se a conclusão for pela existência de falta ética, além das provi-dências previstas no Código de Conduta da Alta Administração Federal e no Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Execu-tivo Federal, as Comissões de Ética tomarão as seguintes providências, no que couber:

I - encaminhamento de sugestão de exoneração de cargo ou função de confiança à autoridade hierarquicamente superior ou devolução ao órgão de origem, conforme o caso;

II -- encaminhamento, conforme o caso, para a Controladoria-Geral da União ou unidade específica do Sistema de Correição do Poder Executivo Federal de que trata o Decreto n o 5.480, de 30 de junho de 2005, para exame de eventuais transgressões disciplinares; e

III - recomendação de abertura de procedimento administrativo, se a gravidade da conduta assim o exigir.

Art. 13. Será mantido com a chancela de “reservado”, até que esteja concluído, qualquer procedimento instaurado para apuração de prática em desrespeito às normas éticas.

§ 1o Concluída a investigação e após a deliberação da CEP ou da Comissão de Ética do órgão ou entidade, os autos do procedimento deixarão de ser reservados.

§ 2o Na hipótese de os autos estarem instruídos com documento acobertado por sigilo legal, o acesso a esse tipo de documento somente será permitido a quem detiver igual direito perante o órgão ou entidade originariamente encarregado da sua guarda.

§ 3o Para resguardar o sigilo de documentos que assim devam ser mantidos, as Comissões de Ética, depois de concluído o processo de investigação, providenciarão para que tais documentos sejam desentra-nhados dos autos, lacrados e acautelados.

Art. 14. A qualquer pessoa que esteja sendo investigada é assegura-do o direito de saber o que lhe está sendo imputado, de conhecer o teor da acusação e de ter vista dos autos, no recinto das Comissões de Ética, mesmo que ainda não tenha sido notificada da existência do procedimento investigatório.

Parágrafo único. O direito assegurado neste artigo inclui o de obter cópia dos autos e de certidão do seu teor.

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Art. 15. Todo ato de posse, investidura em função pública ou cele-bração de contrato de trabalho, dos agentes públicos referidos no parágra-fo único do art. 11, deverá ser acompanhado da prestação de compromis-so solene de acatamento e observância das regras estabelecidas pelo Código de Conduta da Alta Administração Federal, pelo Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal e pelo Código de Ética do órgão ou entidade, conforme o caso.

Parágrafo único . A posse em cargo ou função pública que submeta a autoridade às normas do Código de Conduta da Alta Administração Fede-ral deve ser precedida de consulta da autoridade à Comissão de Ética Pública acerca de situação que possa suscitar conflito de interesses.

Art. 16. As Comissões de Ética não poderão escusar-se de proferir decisão sobre matéria de sua competência alegando omissão do Código de Conduta da Alta Administração Federal, do Código de Ética Profissio-nal do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal ou do Código de Ética do órgão ou entidade, que, se existente, será suprida pela analogia e invocação aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.

§ 1o Havendo dúvida quanto à legalidade, a Comissão de Ética com-petente deverá ouvir previamente a área jurídica do órgão ou entidade.

§ 2o Cumpre à CEP responder a consultas sobre aspectos éticos que lhe forem dirigidas pelas demais Comissões de Ética e pelos órgãos e entidades que integram o Executivo Federal, bem como pelos cidadãos e servidores que venham a ser indicados para ocupar cargo ou função abrangida pelo Código de Conduta da Alta Administração Federal.

Art. 17. As Comissões de Ética, sempre que constatarem a possível ocorrência de ilícitos penais, civis, de improbidade administrativa ou de infração disciplinar, encaminharão cópia dos autos às autoridades compe-tentes para apuração de tais fatos, sem prejuízo das medidas de sua competência.

Art. 18. As decisões das Comissões de Ética, na análise de qualquer fato ou ato submetido à sua apreciação ou por ela levantado, serão resu-midas em ementa e, com a omissão dos nomes dos investigados, divul-gadas no sítio do próprio órgão, bem como remetidas à Comissão de Ética Pública.

Art. 19. Os trabalhos nas Comissões de Ética de que tratam os inci-sos II e III do art. 2o são considerados relevantes e têm prioridade sobre as atribuições próprias dos cargos dos seus membros, quando estes não atuarem com exclusividade na Comissão.

Art. 20. Os órgãos e entidades da Administração Pública Federal da-rão tratamento prioritário às solicitações de documentos necessários à instrução dos procedimentos de investigação instaurados pelas Comis-sões de Ética .

§ 1o Na hipótese de haver inobservância do dever funcional previsto no caput, a Comissão de Ética adotará as providências previstas no inciso III do § 5o do art. 12.

§ 2o As autoridades competentes não poderão alegar sigilo para dei-xar de prestar informação solicitada pelas Comissões de Ética.

Art. 21. A infração de natureza ética cometida por membro de Comis-são de Ética de que tratam os incisos II e III do art. 2o será apurada pela Comissão de Ética Pública.

Art. 22. A Comissão de Ética Pública manterá banco de dados de sanções aplicadas pelas Comissões de Ética de que tratam os incisos II e III do art. 2o e de suas próprias sanções, para fins de consulta pelos órgãos ou entidades da administração pública federal, em casos de no-meação para cargo em comissão ou de alta relevância pública.

Parágrafo único. O banco de dados referido neste artigo engloba as sanções aplicadas a qualquer dos agentes públicos mencionados no parágrafo único do art. 11 deste Decreto.

Art. 23. Os representantes das Comissões de Ética de que tratam os incisos II e III do art. 2o atuarão como elementos de ligação com a CEP, que disporá em Resolução própria sobre as atividades que deverão de-senvolver para o cumprimento desse mister.

Art. 24. As normas do Código de Conduta da Alta Administração Fe-

deral, do Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal e do Código de Ética do órgão ou entidade aplicam-se, no que couber, às autoridades e agentes públicos neles referidos, mesmo quando em gozo de licença.

Art. 25. Ficam revogados os incisos XVII, XIX, XX, XXI, XXIII e XXV do Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Execu-tivo Federal, aprovado pelo Decreto no 1.171, de 22 de junho de 1994, os arts. 2o e 3o do Decreto de 26 de maio de 1999, que cria a Comissão de Ética Pública, e os Decretos de 30 de agosto de 2000 e de 18 de maio de 2001, que dispõem sobre a Comissão de Ética Pública.

Art. 26. Este Decreto entra em vigor na data da sua publicação.

Brasília, 1º de fevereiro de 2007; 186o da Independência e 119o da

República.

PROVA SIMULADA

Nos testes que se seguem, assinale: C – se a proposição estiver correta E – se a mesma estiver incorreta Considerando os preceitos do Código de Ética Profissional do Servi-dor Público Civil do Poder Executivo Federal, julgue o item que se segue. 01. As ordens de superiores hierárquicos devem ser sempre atendidas, sem questionamento, em respeito à hierarquia nas relações de trabalho. Julgue os itens a seguir, acerca de trabalho em equipe. 02. Mesmo que todas as barreiras tenham sido ultrapassadas e o grupo seja muito coeso e homogêneo, ainda assim existe a possibilidade de esse grupo tornar-se resistente a mudanças e a opiniões discordantes. 03. No que se refere ao trabalho em equipe, é correto afirmar que quanto mais cooperativos forem os membros de um grupo, maior será a efetivi-dade deste grupo. 04. As equipes são vantajosas porque rompem a rigidez hierárquica das empresas baseadas em compartimentos, facilitam o processo de comuni-cação interna e reúnem pessoas com conhecimentos de várias áreas, aproximando-as. 05. O trabalho em equipe sempre gera maior produtividade, pois pessoas trabalhando em grupo são mais eficazes que indivíduos trabalhando isoladamente. As diversas situações que se apresentam no atendimento ao público requerem do servidor, cada vez mais, múltiplas competências. Acer-ca desse assunto, julgue os itens subseqüentes. 06. O percentual de atendimentos completos no primeiro contato e o tempo gasto nesse atendimento são as principais medidas técnicas para avaliação da qualidade do atendimento ao público. 07. No atendimento ao público, o tratamento das informações baseia-se predominantemente no diagnóstico das exigências da situação apoiado nos critérios estabelecidos pela instituição, os quais orientam a tomada de decisão. 08. Em virtude da variabilidade de opções, um servidor efetivo que atende ao público deve atuar preponderantemente como executor de rotinas, o que implica identificar situações e seguir instruções. 09. No atendimento ao público, a omissão voluntária de informação ao cidadão que dela necessite constitui falta ética e comportamento negativo no relacionamento entre atendente e cidadão. 10. A atividade de atendimento ao público compreende, entre outras, ações rotineiras como as de solicitação, identificação, cotejamento, pes-quisa, registro, emissão, orientação e arquivamento de informações, o que requer do atendente paciência, tolerância e presteza.

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Quanto ao Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, julgue os itens a seguir. 11. Compete ao Sistema de Gestão da Ética do Poder Executivo Federal contribuir para a implementação de políticas públicas, tendo a transparên-cia e o acesso à informação como instrumentos fundamentais para o exercício de gestão da ética pública. 12. A moralidade da administração pública não se limita à distinção entre o bem e o mal, devendo ser acrescida da ideia de que o fim é sempre a manutenção da ordem constitucional. 13. É o equilíbrio entre a legalidade e a finalidade, na conduta do servidor público, que consolida a moralidade do ato administrativo. 14. Tanto no exercício do cargo ou função quanto fora dele, a dignidade, o pudor, a eficácia, o zelo e a consciência dos princípios morais são prima-dos maiores que devem nortear o servidor público, já que refletirão a ideologia do próprio poder estatal. Seus atos, comportamentos e atitudes devem ser direcionados para a preservação da honra e da tradição dos serviços públicos. 15. O referido código de ética criou o Tribunal de Ética, incumbindo-o de fornecer, aos organismos encarregados da execução do quadro de carrei-ra dos servidores, os registros sobre sua conduta ética, para o efeito de instruir e fundamentar promoções e para todos os demais procedimentos próprios da carreira do servidor público. Acerca da qualidade no atendimento ao público, julgue os itens a seguir. 16. A qualidade do atendimento ao público fundamenta-se na prestação da informação correta, na cortesia do atendimento, na brevidade da resposta e na adequação do ambiente para a realização do atendimento. 17. A avaliação de satisfação do usuário deriva da mesma premissa que orienta o estabelecimento de padrões de qualidade pelas organizações públicas, ou seja, da necessidade de envolver a ótica do cidadão sobre as demandas de atendimento. 18. Para planejar um programa de atendimento ao público por um órgão público, é necessário investigar as experiências bem-sucedidas em orga-nizações privadas e tentar reaplica-las na realidade da administração pública. 19. O trabalho desenvolvido pelo funcionário que exerça a função de atendimento ao público deve ser considerado mera reprodução de proce-dimentos padronizados. 20. O atendente, ao desempenhar seu trabalho, cria uma possibilidade de relação interpessoal que possibilita a aproximação entre a satisfação do cliente/cidadão e os objetivos da organização. A busca da gestão socialmente responsável tem exigido maior trans-parência das instituições, sejam públicas, sejam privadas, nas rela-ções com seus fornecedores, funcionários e clientes. Tal atributo tem sido fundamental para a reputação das organizações, que devem explicitar à sociedade seus valores e a seu corpo funcional os pa-drões éticos e de conduta considerados adequados. Nesse contexto e à luz do Código de Ética Profissional do Servidor Público do Poder Executivo Federal, julgue os itens seguintes. 21. O agente público tem o dever de buscar o equilíbrio entre a legalidade e a finalidade na tentativa de proporcionar a consolidação da moralidade do ato administrativo praticado. 22. O trabalho desenvolvido pelo servidor público perante a comunidade deve ser entendido como acréscimo ao seu próprio bem-estar, já que, como cidadão, integrante da sociedade, o êxito desse trabalho pode ser considerado como seu maior patrimônio.

23. De acordo com o referido código de ética, tratar mal uma pessoa que paga seus tributos direta ou indiretamente significa causar-lhe dano moral. 24. Um servidor que permite que um processo não seja solucionado a contento pode ser acusado de usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o exercício regular de direito por qualquer pessoa. 25. O referido código serve primordialmente para punir o comportamento não-ético do servidor público, já que possui caráter de obrigatoriedade.

26. O Decreto n. 1.171 de 1994 prevê a) a constituição de uma comissão de ética no âmbito da administração pública estadual. b) a constituição de comissões de ética em órgãos e entidades da admi-nistração pública federal. c) que a comissão fica constituída de membros do poder público. d) que as comissões sejam constituídas paritariamente. e) que o objetivo da comissão é instaurar processos de punição.

27. O Decreto nº. 1.171 de 22 de junho de 1994, que aprova o Código de Ética do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, traz em seu Anexo o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal. Sobre as questões éticas contidas nesse Código, julgue as afirmativas como verdadeiras (V) ou falsas (V): I. É dever fundamental do servidor público ser probo, reto, leal e justo, demonstrando toda a integridade do seu caráter, escolhendo sempre, quando estiver diante de duas opções, a melhor e mais vantajosa para o bem comum; II. É dever fundamental do servidor público ser cortês, ter urbanidade, disponibilidade e atenção, respeitando a capacidade e as limitações individuais de todos os usuários do serviço público, sem qualquer espécie de preconceito ou distinção de raça, sexo, nacionalidade, cor, idade, religião, cunho político e posição social, abstendo-se, dessa forma, de causar-lhe dano moral; III. É dever fundamental do servidor público manter limpo e em perfeita ordem o local de trabalho; IV. O servidor permitir a formação de longas filas caracteriza-se como atitude contra a ética. Está correta a alternativa: a) V–V–V–V. b) V–V–F–F. c) V–V–V–F. d) F–F–F–F. 28. De acordo com o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, aprovado pelo Decreto n. 1.171, de 22.6.1994, são deveres fundamentais do servidor público: I. abster-se de exercer as prerrogativas funcionais do cargo de forma contrária aos legítimos interesses dos usuários do serviço público. II. quando estiver diante de mais de uma opção, escolher aquela que melhor atenda aos interesses do governo. III. exigir de seus superiores hierárquicos as providências cabíveis relati-vas a ato ou fato contrário ao interesse público que tenha levado ao conhecimento deles. IV. facilitar a fiscalização de todos os atos ou serviços por quem de direito. V. materializar os princípios éticos mediante a adequada prestação dos serviços públicos. Estão corretas a) as afirmativas I, II, III, IV e V. b) apenas as afirmativas I, III, IV e V c) apenas as afirmativas I, II, IV e V. d) apenas as afirmativas I e IV. e) apenas as afirmativas I, IV e V.

29. A autoridade submetida ao Código de Conduta da Alta Administração, durante o exercício do cargo, não pode: I. realizar investimento em bens cujo valor possa ser afetado por decisão governamental a respeito da qual tenha informação privilegiada. II. gerir os próprios bens cujo valor possa ser afetado por decisão própria, do órgão ou do setor de atuação.

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III. prestar assessoria a empresa do setor de sua atuação. IV. exercer encargo de mandatário, mesmo que não remunerado e não implique a prática de atos de comércio ou quaisquer outros incompatíveis com o exercício do cargo. V. participar de congresso, com despesas pagas pelo promotor do evento, se este tiver interesse em decisão a ser tomada pela autoridade partici-pante. Estão corretas a) as afirmativas I, II, III, IV e V. b) apenas as afirmativas I, II, IV e V. c) apenas as afirmativas I, II, III e IV. d) apenas as afirmativas II, III, IV e V. e) apenas as afirmativas I, II, III e V.

30. O Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, aprovado pelo Decreto n. 1.171, de 22.6.1994, exalta alguns valores que devem ser observados no exercício da função pública, a saber: I. verdade, como um direito do cidadão, ainda que contrária aos seus interesses ou da Administração. II. dignidade, que deve estar refletida em comportamentos e atitudes direcionados à preservação da honra e da tradição dos serviços públicos. III. moralidade, representada pelo equilíbrio entre a legalidade e a finalida-de do ato. IV. decoro, que deve ser mantido pelo servidor não apenas no local de trabalho, mas, também, fora dele. V. cortesia, boa vontade e respeito pelo cidadão que paga os seus tribu-tos. Estão corretas a) apenas as afirmativas II, III, IV e V. b) as afirmativas I, II, III, IV e V. c) apenas as afirmativas I, II, III e V. d) apenas as afirmativas I, III, IV e V. e) apenas as afirmativas III, IV e V.

31. Acerca das situações de conflito de interesse a que podem estar sujeitos os servidos públicos, em razão da função ou cargo público exerci-do, foram feitas as afirmativas a seguir. I - O servidor público deve comunicar a ocorrência de conflito de interesse ao seu superior hierárquico. II - O servidor público, para resolver o conflito de interesse existente, pode transferir a propriedade dos bens relacionados ao referido conflito a sua esposa ou filhos. III - Haverá conflito de interesse quando o servidor público mantiver víncu-lo de negócio com pessoa física ou jurídica que tenha interesse em sua decisão individual. IV- Haverá conflito de interesse quando o servidor público exercer ativida-de na iniciativa privada que, pela sua natureza, implique utilização de informação inerente ao cargo público ocupado. Estão corretas as afirmativas a) I e III, apenas. b) II e IV, apenas. c) I, II e IV, apenas. d) I, III e IV, apenas. e) I, II, III e IV.

Quanto ao Decreto nº 1.171/94, assinale C = certo ou E = errado 32. Das Regras Deontológicas I - A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a consciência dos princípios morais são primados maiores que devem nortear o servidor público, seja no exercício do cargo ou função, ou fora dele, já que refletirá o exercício da vocação do próprio poder estatal. Seus atos, comportamentos e atitu-des serão direcionados para a preservação da honra e da tradição dos serviços públicos. II - O servidor público não poderá jamais desprezar o elemento ético de sua conduta. Assim, não terá que decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno e o inopor-tuno, mas principalmente entre o honesto e o desonesto, consoante as regras contidas no art. 37, caput, e § 4°, da Constituição Federal. III - A moralidade da Administração Pública não se limita à distinção entre o bem e o mal, devendo ser acrescida da ideia de que o fim é sem-

pre o bem comum. O equilíbrio entre a legalidade e a finalidade, na condu-ta do servidor público, é que poderá consolidar a moralidade do ato admi-nistrativo. IV- A remuneração do servidor público é custeada pelos tributos pagos direta ou indiretamente por todos, até por ele próprio, e por isso se exige, como contrapartida, que a moralidade administrativa se integre no Direito, como elemento indissociável de sua aplicação e de sua finalidade, erigin-do-se, como consequência, em fator de legalidade. V - O trabalho desenvolvido pelo servidor público perante a comunidade deve ser entendido como acréscimo ao seu próprio bem-estar, já que, como cidadão, integrante da sociedade, o êxito desse trabalho pode ser considerado como seu maior patrimônio. VI - A função pública deve ser tida como exercício profissional e, portan-to, se integra na vida particular de cada servidor público. Assim, os fatos e atos verificados na conduta do dia-a-dia em sua vida privada poderão acrescer ou diminuir o seu bom conceito na vida funcional. VII - Salvo os casos de segurança nacional, investigações policiais ou interesse superior do Estado e da Administração Pública, a serem preser-vados em processo previamente declarado sigiloso, nos termos da lei, a publicidade de qualquer ato administrativo constitui requisito de eficácia e moralidade, ensejando sua omissão comprometimento ético contra o bem comum, imputável a quem a negar. VIII -Toda pessoa tem direito à verdade. O servidor não pode omiti-la ou falseá-la, ainda que contrária aos interesses da própria pessoa interessa-da ou da Administração Pública. Nenhum Estado pode crescer ou estabili-zar-se sobre o poder corruptivo do hábito do erro, da opressão ou da mentira, que sempre aniquilam até mesmo a dignidade humana quanto mais a de uma Nação. IX - A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo dedicados ao serviço público caracterizam o esforço pela disciplina. Tratar mal uma pessoa que paga seus tributos direta ou indiretamente significa causar-lhe dano moral. Da mesma forma, causar dano a qualquer bem pertencente ao patrimônio público, deteriorando-o, por descuido ou má vontade, não constitui apenas uma ofensa ao equipamento e às instalações ou ao Estado, mas a todos os homens de boa vontade que dedicaram sua inteligência, seu tempo, suas esperanças e seus esforços para construí-los. X -Deixar o servidor público qualquer pessoa à espera de solução que compete ao setor em que exerça suas funções, permitindo a formação de longas filas, ou qualquer outra espécie de atraso na prestação do serviço, não caracteriza apenas atitude contra a ética ou ato de desumanidade, mas principalmente grave dano moral aos usuários dos serviços públicos. XI - 0 servidor deve prestar toda a sua atenção às ordens legais de seus superiores, velando atentamente por seu cumprimento, e, assim, evitando a conduta negligente. Os repetidos erros, o descaso e o acúmulo de desvios tornam-se, às vezes, difíceis de corrigir e caracterizam até mesmo imprudência no desempenho da função pública. XII - Toda ausência injustificada do servidor de seu local de trabalho é fator de desmoralização do serviço público, o que quase sempre conduz à desordem nas relações humanas. XIII - 0 servidor que trabalha em harmonia com a estrutura organizacional, respeitando seus colegas e cada concidadão, colabora e de todos pode receber colaboração, pois sua atividade pública é a grande oportunidade para o crescimento e o engrandecimento da Nação. 33. São deveres fundamentais do servidor público: a) desempenhar, a tempo, as atribuições do cargo, função ou emprego público de que seja titular; b) exercer suas atribuições com rapidez, perfeição e rendimento, pondo fim ou procurando prioritariamente resolver situações procrastinatórias, principalmente diante de filas ou de qualquer outra espécie de atraso na prestação dos serviços pelo setor em que exerça suas atribuições, com o fim de evitar dano moral ao usuário; c) ser probo, reto, leal e justo, demonstrando toda a integridade do seu caráter, escolhendo sempre, quando estiver diante de duas opções, a melhor e a mais vantajosa para o bem comum; d) jamais retardar qualquer prestação de contas, condição essencial da gestão dos bens, direitos e serviços da coletividade a seu cargo; e) tratar cuidadosamente os usuários dos serviços aperfeiçoando o processo de comunicação e contato com o público; f) ter consciência de que seu trabalho é regido por princípios éticos que se materializam na adequada prestação dos serviços públicos; g) ser cortês, ter urbanidade, disponibilidade e atenção, respeitando a

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capacidade e as limitações individuais de todos os usuários do serviço público, sem qualquer espécie de preconceito ou distinção de raça, sexo, nacionalidade, cor, idade, religião, cunho político e posição social, absten-do-se, dessa forma, de causar-lhes dano moral; h) ter respeito à hierarquia, porém sem nenhum temor de representar contra qualquer comprometimento indevido da estrutura em que se funda o Poder Estatal; i) resistir a todas as pressões de superiores hierárquicos, de contratan-tes, interessados e outros que visem obter quaisquer favores, benesses ou vantagens indevidas em decorrência de ações imorais, ilegais ou aéticas e denunciá-las; j) zelar, no exercício do direito de greve, pelas exigências específicas da defesa da vida e da segurança coletiva; l) ser assíduo e frequente ao serviço, na certeza de que sua ausência provoca danos ao trabalho ordenado, refletindo negativamente em todo o sistema; m) comunicar imediatamente a seus superiores todo e qualquer ato ou fato contrário ao interesse público, exigindo as providências cabíveis; n) manter limpo e em perfeita ordem o local de trabalho, seguindo os métodos mais adequados à sua organização e distribuição; o) participar dos movimentos e estudos que se relacionem com a melhoria do exercício de suas funções, tendo por escopo a realização do bem comum; p) apresentar-se ao trabalho com vestimentas adequadas ao exercício da função; q) manter-se atualizado com as instruções, as normas de serviço e a legislação pertinentes ao órgão onde exerce suas funções; r) cumprir, de acordo com as normas do serviço e as instruções supe-riores, as tarefas de seu cargo ou função, tanto quanto possível, com critério, segurança e rapidez, mantendo tudo sempre em boa ordem. s) facilitar a fiscalização de todos atos ou serviços por quem de direito; t) exercer com estrita moderação as prerrogativas funcionais que lhe sejam atribuídas, abstendo-se de fazê-lo contrariamente aos legítimos interesses dos usuários do serviço público e dos jurisdicionados adminis-trativos; u) abster-se, de forma absoluta, de exercer sua função, poder ou autoridade com finalidade estranha ao interesse público, mesmo que observando as formalidades legais e não cometendo qualquer violação expressa à lei; v) divulgar e informar a todos os integrantes da sua classe sobre a existência deste Código de Ética, estimulando o seu integral cumprimento.

34. E vedado ao servidor público; a) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades, tempo, posição e influências, para obter qualquer favorecimento, para si ou para outrem; b) prejudicar deliberadamente a reputação de outros servidores ou de cidadãos que deles dependam; c) ser, em função de seu espírito de solidariedade, conivente com erro ou infração a este Código de Ética ou ao Código de Ética de sua profissão; d) usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o exercício regular de direito por qualquer pessoa, causando-lhe dano moral ou material; e) deixar de utilizar os avanços técnicos e científicos ao seu alcance ou do seu conhecimento para atendimento do seu mister; f) permitir que perseguições, simpatias, antipatias, caprichos, paixões ou interesses de ordem pessoal interfiram no trato com o público, com os jurisdicionados administrativos ou com colegas hierarquicamente superio-res ou inferiores; g) pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber qualquer tipo de ajuda financeira, gratificação, prêmio, comissão, doação ou vantagem de qual-quer espécie, para si, familiares ou qualquer pessoa, para o cumprimento da sua missão ou para influenciar outro servidor para o mesmo fim; h) alterar ou deturpar o teor de documentos que deva encaminhar para providências; i) iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que necessite do atendimento em serviços públicos; j) desviar servidor público para atendimento a interesse particular; l) retirar da repartição pública, sem estar legalmente autorizado, qualquer documento, livro ou bem pertencente ao patrimônio público; m) fazer uso de informações privilegiadas obtidas no âmbito interno de seu serviço, em benefício próprio, de parentes, de amigos ou de terceiros; n) apresentar-se embriagado no serviço ou fora dele habitualmente; o) dar o seu concurso a qualquer instituição que atente contra a moral, a

honestidade ou a dignidade da pessoa humana; p) exercer atividade profissional aética ou ligar o seu nome a empreendi-mentos de cunho duvidoso. 35. Das Comissões De Ética - Em todos os órgãos e entidades da Administração Pública Federal direta, indireta autárquica e fundacional, ou em qualquer órgão ou entida-de que exerça atribuições delegadas pelo poder público, deverá ser criada uma Comissão de Ética, encarregada de orientar e aconselhar sobre a ética profissional do servidor, no tratamento com as pessoas e com o patrimônio público, competindo-lhe conhecer concretamente de imputação ou de procedimento susceptível de censura. - À Comissão de Ética incumbe fornecer, aos organismos encarregados da execução do quadro de carreira dos servidores, os registros sobre sua conduta ética, para o efeito de instruir e fundamentar promoções e para todos os demais procedimentos próprios da carreira do servidor público. - A pena aplicável ao servidor público pela Comissão de Ética é a de censura e sua fundamentação constará do respectivo parecer, assinado por todos os seus integrantes, com ciência do faltoso. - Para fins de apuração do comprometimento ético, entende-se por servi-dor público todo aquele que, por força de lei, contrato ou de qualquer ato jurídico, preste serviços de natureza permanente, temporária ou excepcio-nal, ainda que sem retribuição financeira, desde que ligado direta ou indiretamente a qualquer órgão do poder estatal, como as autarquias, as fundações públicas, as entidades paraestatais, as empresas públicas e as sociedades de economia mista, ou em qualquer setor onde prevaleça o interesse do Estado.

Nas questões que se seguem, assinale: C – se a proposição estiver correta E – se a proposição estiver incorreta

36. A finalidade dos códigos morais é reger a conduta dos membros de uma comunidade, de acordo com princípios de conveniência geral, para garantir a integridade do grupo e o bem-estar dos indivíduos que o consti-tuem. Assim, o conceito de pessoa moral se aplica apenas ao sujeito enquanto parte de uma coletividade.

37. Ética é a disciplina crítico-normativa que estuda as normas do compor-tamento humano, mediante as quais o homem tende a realizar na prática atos identificados com o bem.

38. Moral -Conjunto de regras e prescrições a respeito do comportamento, estabelecidas e aceitas por determinada comunidade humana durante determinado período de tempo.

39. A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a consciência dos princípios morais são primados maiores que devem nortear o servidor público, seja no exercício do cargo ou função, ou fora dele, já que refletirá o exercício da vocação do próprio poder estatal. Seus atos, comportamentos e atitu-des serão direcionados para a preservação da honra e da tradição dos serviços públicos.

40. A moralidade da Administração Pública não se limita à distinção entre o bem e o mal, devendo ser acrescida da idéia de que o fim é sempre o bem comum. O equilíbrio entre a legalidade e a finalidade, na conduta do servidor público, é que poderá consolidar a moralidade do ato administra-tivo.

41. A remuneração do servidor público é custeada pelos tributos pagos direta ou indiretamente por todos, até por ele próprio, e por isso se exige, como contrapartida, que a moralidade administrativa se integre no Direito, como elemento indissociável de sua aplicação e de sua finalidade, erigin-do-se, como conseqüência, em fator de legalidade.

42. O trabalho desenvolvido pelo servidor público perante a comunidade deve ser entendido como acréscimo ao seu próprio bem-estar, já que, como cidadão, integrante da sociedade, o êxito desse trabalho pode ser considerado como seu maior patrimônio.

43. A função pública deve ser tida como exercício profissional e, portanto, se integra na vida particular de cada servidor público. Assim, os fatos e atos verificados na conduta do dia-a-dia em sua vida privada poderão acrescer ou diminuir o seu bom conceito na vida funcional.

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44. Salvo os casos de segurança nacional, investigações policiais ou interesse superior do Estado e da Administração Pública, a serem preser-vados em processo previamente declarado sigiloso, nos termos da lei, a publicidade de qualquer ato administrativo constitui requisito de eficácia e moralidade, ensejando sua omissão comprometimento ético contra o bem comum, imputável a quem a negar.

45. Toda pessoa tem direito à verdade. O servidor não pode omiti-la ou falseá-la, ainda que contrária aos interesses da própria pes-soa interessada ou da Administração Pública. Nenhum Estado pode crescer ou estabilizar-se sobre o poder corruptivo do hábito do erro, da opressão ou da mentira, que sempre aniquilam até mesmo a dignidade humana quanto mais a de uma Nação.

No trabalho em equipe, normas básicas asseguram a qualidade dos resultados e o bom clima entre os integrantes. Acerca desse tema, julgue os próximos itens.

46. A comunicação deve ser assertiva, o que significa, por exemplo, que uma pessoa pode falar algo muito desagradável para a outra, mas de maneira que não seja ameaçadora nem ofensiva.

47. Se, em um grupo de trabalho, quando um membro fala, outro habitu-almente o interrompe com piadas acerca do assunto ou com relato de caso irrelevante, a possibilidade de que esse grupo venha a funcionar como equipe eficaz será diminuída.

48. Um trabalho em equipe será tanto menos produtivo quanto mais o chefe do serviço definir os objetivos e metas, porque essa conduta reduz a criatividade do grupo.

No lindo e charmoso GP noturno de Cingapura, Felipe Massa poderia assumir a ponta do campeonato, caso ficasse à frente do adversário direto ao título da temporada 2008, o inglês Lewis Hamilton. No entanto, aconte-ceu uma falha na equipe. Na situação que se está ilustrando, a alegação de muitos foi de que a falha teria sido do mecânico-chefe da Ferrari, Federico Uguzzoni. O automobilismo é um dos maiores exemplos do trabalho de equipe bem-sucedido. O que é feito no pit-stop é um modelo de sincronia total e resultado de aperfeiçoamento permanente. A equipe sabe que muitas vezes é no pitstop que o piloto garante a sua vitória. Mesmo sendo modelo de trabalho de equipe, o automobilismo, como todos os esportes, pode errar. Além da parte emocional, também uma competência a ser constantemente trabalhada, é importante aceitar que a tecnologia está no top, mas não é infalível. O sistema eletrônico falhou nos boxes da equipe italiana, como pode ocorrer no sistema da empresa, do banco etc. Recentemente, a cidade de São Paulo e algumas outras do estado entraram em pânico, porque a Internet saiu do ar. O jovem piloto brasileiro Felipe Massa foi campeão ao chamar a responsabilidade para toda a equipe e, principalmente, ao convocar a energia de todos para a próxima corrida. Independentemente do resultado da prova, ele já mostrou que é vitorioso como líder, como parte de um time e como piloto que sabe do esforço de muitos para que ele possa subir no pódio. Internet: <www.ativo.com> (com adaptações).

Tendo o texto acima como referência inicial e considerando a multiplicida-de de aspectos que ele suscita, julgue os seguintes itens.

49. Uma equipe de trabalho é reconhecida como um conjunto de relações dinâmicas e complexas que envolvem pessoas que são vistas e se veem como membros de um grupo relativamente estável, que interagem e compartilham técnicas, regras, procedimentos e responsabilidades, utili-zadas para desempenhar tarefas e atividades com a finalidade de atingir objetivos mútuos. Tal situação é ilustrada no caso relatado no texto.

50. Para que uma equipe de trabalho funcione adequadamente, é neces-sário que o poder seja exercido de forma desigual entre os membros do grupo, como ilustrado no caso em tela.

51. Fatores psicológicos, como cortesia, presteza e tolerância, influenciam negativamente a produtividade do grupo.

52. Nas equipes de trabalho, a responsabilidade é individual, apesar de o autor do texto argumentar o contrário.

53. O desempenho não é igual quando se está sozinho e quando se faz parte de uma equipe. Como ilustrado no texto em apreço, o desempenho na equipe, em qualquer circunstância, é sempre superior.

54. O trabalho em equipe se tornou parte essencial do modo como as organizações de hoje realizam suas atividades. Sobre equipes, é INCORRETO afirmar: a) Superam os indivíduos quando as tarefas realizadas exigem aptidões múltiplas, discernimento e experiência. b) São mais sensíveis e flexíveis a eventos variáveis do que os departa-mentos tradicionais ou outras formas de agrupamentos permanentes. c) Possuem capacidade para a rápida formação, deslocamento, mudança de objetivos e dissolução. d) Equipes pequenas, com menos de doze membros, tendem a desenvol-ver a coesão, o comprometimento e a responsabilidade mútua, em níveis inferiores aos necessários para alcançar um desempenho elevado. e) Os estágios iniciais da formação de uma equipe demandam muito tempo em seu desenvolvimento, enquanto seus membros aprendem a trabalhar com a diversidade e a complexidade. FUNAPE UFPB/PRG/COPERVE CONCURSO PÚBLICO CAGEPA-2008 55. Sobre o estabelecimento de metas para as equipes de trabalho, é INCORRETO afirmar que as metas a) levam os indivíduos a um melhor desempenho. b) dissociam indivíduos que têm competências distintas. c) facilitam a comunicação no desenvolvimento do trabalho. d) mantêm as equipes concentradas em torno do foco. e) norteiam a obtenção de resultados a serem alcançados. 56. Sobre as equipes de trabalho no âmbito das organizações, é correto afirmar: a) Membros de equipes bem sucedidas dedicam pouco esforço e pouco tempo discutindo, definindo e estabelecendo um acordo em torno de uma missão, devido à harmonia e à sinergia elevada existente entre seus membros. b) Equipes eficazes possuem uma missão comum. c) A missão relevante não provê aos membros de uma equipe direção e comprometimento. d) Equipes de trabalho bem sucedidas não dispõem de pessoas para ocupar papéis-chave selecionadas segundo suas habilidades e preferên-cias, embora alguns indivíduos possam desempenhar múltiplos papéis. e) Os gerentes, ao harmonizar as preferências individuais com os papéis demandados pela equipe, limitam as chances de que seus membros trabalhem bem em conjunto. Acerca da qualidade no atendimento ao público, julgue os itens a seguir. Assinale: C = certo; E = errado 57. O trabalho desenvolvido pelo funcionário que exerça a função de atendimento ao público deve ser considerado mera reprodução de proce-dimentos padronizados. 58. O atendente, ao desempenhar seu trabalho, cria uma possibilidade de relação interpessoal que possibilita a aproximação entre a satisfação do cliente/cidadão e os objetivos da organização. 59. A qualidade do atendimento ao público fundamenta-se na prestação da informação correta, na cortesia do atendimento, na brevidade da resposta e na adequação do ambiente para a realização do atendimento. 60. A avaliação de satisfação do usuário deriva da mesma premissa que orienta o estabelecimento de padrões de qualidade pelas organizações públicas, ou seja, da necessidade de envolver a ótica do cidadão sobre as demandas de atendimento.

A qualidade do serviço de atendimento ao público, no contexto da realida-de brasileira, tanto no âmbito estatal quanto no da iniciativa privada, apresenta-se como um desafio institucional que parece exigir transforma-ções urgentes. Essa necessidade tem múltiplas facetas e a visibilidade de uma delas se expressa nas queixas freqüentes de usuários-consumidores. Basta visitar os espaços dedicados aos leitores dos jornais para encontrar uma fonte empírica abundante de reclamações concernentes aos serviços de atendimento em instituições públicas e privadas.

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Mário César Ferreira. Serviço de atendimento ao público: o que é? Como analisá-lo? Esboço de uma abordagem teórico-metodológica em ergonomia. Internet: <www.unb.br> (com adaptações). Tendo o texto acima como referência inicial, julgue os itens a seguir. 61 Uma empresa que, no intuito de melhorar a qualidade do serviço de atendimento ao público, encaminhe os clientes a setores específicos, em função do tipo de produto/serviço que buscam, utiliza uma abordagem de departamentalização funcional. 62 Um procedimento que pode permitir a identificação de fatores críticos de sucesso para o atendimento ao público com qualidade é descobrir o que distingue uma organização bem-sucedida, no atendimento ao público, de uma mal-sucedida, nesse aspecto, e analisar as diferenças entre elas. 63 O trabalho desenvolvido pelo funcionário na situação de atendimento pode ser considerado atividade de mediação entre as finalidades da instituição e os objetivos do usuário. 64 O bom estado de saúde, a competência profissional e o perfil adequa-do do atendente tornam o serviço de atendimento mais eficiente e, desse modo, contribuem para aumentar a satisfação dos usuários dos produtos ou serviços da instituição. 65 Uma ação que pode ser efetiva no fomento ao melhor atendimento do usuário-consumidor é a descentralização da autoridade, visto que esta passa a ficar mais dispersa na base da organização, o que possibilita maior agilidade no processo decisório. Acerca de aspectos relacionados à ética e à cidadania, julgue os itens que se seguem. 66 A responsabilidade social de uma corporação restringe-se aos funcio-nários de suas empresas. 67 Suponha-se que uma empresa tenha conseguido a certificação SA 8.000, norma internacional que garante a responsabilidade trabalhista. Nesse caso, é correto afirmar que esse fato não garante que a empresa seja ética, pois a ética não se limita a aspectos isolados da conduta em-presarial. 68 Considere-se que uma empresa prestadora de serviços na área de turismo e hotelaria tenha incluído, em seu plano de expansão, o propósito de contratar pessoas portadoras de necessidades especiais e igual pro-porção de homens e mulheres. Nessa situação, ao oferecer igualdade de oportunidades de emprego, a empresa demonstra ter preocupações éticas. Acerca do processo administrativo, julgue os itens subseqüentes. 69 Suponha-se que Francisca, servidora do INSS, ao atender um segura-do e receber dele um requerimento de benefícios, tenha constatado que ele não havia incluído um item a que tinha direito. Suponha-se, ainda, que ela tenha decidido não lhe dizer nada a esse respeito. Nessa situação, a atitude de Francisca não pode ser reprovada, pois o servidor do INSS pode omitir de segurado a existência de direito a verba de benefício que não tenha sido explicitamente requerida. 70 Para que sejam efetivas, as funções administrativas de planejamento, direção, organização e controle devem ser impessoais. 71 Um plano que abranja o procedimento de recepção de segurados do INSS e as programações de tempo de espera para cada caso, visando à melhoria da qualidade do serviço de atendimento, é exemplo de planejamento estratégico. 72 O balanço e o relatório financeiro são exemplos de controle estratégi-co. Quem, nos dias de hoje, não teve de enfrentar uma fila no banco, em um supermercado, em uma repartição pública? Quantas vezes não “roeu as

unhas” na expectativa de que a fila andasse rápido, pois outro compro-misso urgente estava a sua espera? E quantos, ao chegar o momento tão esperado do atendimento, depararam-se com a informação do funcionário: “O senhor entrou na fila errada...”? Mas, se tais situações são fonte de irritação e de problemas para o usuário, a cada dia mais exigente, elas o são também para os sujeitos encarregados do atendimento ao público. Idem. Ibidem (com adaptações). Lendo o texto acima como referência inicial, julgue os itens subse-qüentes. 73 Em virtude da variabilidade de opções, é necessário que o servidor que atende ao público seja preponderantemente um executor de rotinas, o que envolve identificar situações e seguir instru-ções. 74 A atividade de atendimento implica um conjunto de ações rotineiras, que incluem solicitação, identificação, cotejamento, pesquisa, registro, emissão, orientação e arquivamento de informações. 75 O atendimento ao público pode ser visto como uma atividade rotineira complexa de tratamento de informações, marcada por procedimentos administrativos habituais, que podem, em muitas situações, ser estrutura-dos em raciocínio do tipo Se... (tal situação ou evento se apresenta), então... (executa-se tal procedimento). 76 No atendimento ao público, o tratamento de informações é embasado predominantemente no diagnóstico das exigências da situação, com base em critérios prescritos pela instituição, que orientam a tomada de deci-sões. RESPOSTAS

01. E 02. C 03. E 04. C 05. E 06. C 07. C 08. E 09. C 10. C

11. C 12. E 13. C 14. E 15. E 16. C 17. C 18. E 19. E 20. C

21. C 22. C 23. C 24. C 25. E 26. B 27. A 28. B 29. E 30. B

31. D 32. C 33. C 34. C 35. C 36. C 37. C 38. C 39.C 40. C

41. C 42. C 43. C 44. C 45. C 46. C 47. C 48. E 49. C 50. C

51. E 52. E 53. E 54. D 55. B 56. B 57. E 58. C 59. C 60. C

61. C 62. C 63. E 64. C 65. C 66. C 67. C 68. E 69. E 70. C

71. E 72. E 73. C 74. C 75. E 76. C