código de procedimento e de processo tributário anotado

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Carla Jobling (Advogada) | Luís Figueira (Jurista) JurIndex3 Código de Procedimento e de Processo Tributário Anotado com jurisprudência do STA Outubro de 2014

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Page 1: Código de Procedimento e de Processo Tributário Anotado

Carla Jobling (Advogada) | Luís Figueira (Jurista)

JurIndex3

Código de Procedimento

e de Processo Tributário

Anotado

com

jurisprudência do STA

Outubro de 2014

Page 2: Código de Procedimento e de Processo Tributário Anotado

CPPT Anotado | Carla Jobling | Luís Figueira

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Contém as seguintes alterações:

- Lei n.º 3-B/2000, de 04 de Abril

- Lei n.º 30-G/2000, de 29 de Dezembro

- Lei n.º 15/2001, de 05 de Junho

- Lei n.º 109-B/2001, de 27 de Dezembro

- Lei n.º 32-B/2002, de 30 de Dezembro

- DL n.º 38/2003, de 08 de Março

- DL n.º 160/2003, de 19 de Julho

- Lei n.º 55-B/2004, de 30 de Dezembro

- Lei n.º 60-A/2005, de 30 de Dezembro

- DL n.º 76-A/2006, de 29 de Março

- DL n.º 238/2006, de 20 de Dezembro

- Lei n.º 53-A/2006, de 29 de Dezembro

- Lei n.º 67-A/2007, de 31 de Dezembro

- DL n.º 34/2008, de 26 de Fevereiro

- Lei n.º 40/2008, de 11 de Agosto

- Lei n.º 64-A/2008, de 31 de Dezembro

- Lei n.º 3-B/2010, de 28 de Abril

- Lei n.º 55-A/2010, de 31 de Dezembro

- Lei n.º 64-B/2011, de 30 de Dezembro

- Lei n.º 66-B/2012, de 31 de Dezembro

- DL n.º 6/2013, de 17 de Janeiro

- Lei n.º 83-C/2013, de 31 de Dezembro

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CPPT Anotado | Carla Jobling | Luís Figueira

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ÍNDICE

DL n.º 433/99, de 26 de Outubro

Código de Procedimento e de Processo Tributário

TÍTULO I

Disposições gerais

CAPÍTULO I

Âmbito e direito subsidiário

Artigo 1.º - Âmbito

Artigo 2.º - Direito subsidiário

CAPÍTULO II

Dos sujeitos procedimentais e processuais

SECÇÃO I

Da personalidade e da capacidade tributárias

Artigo 3.º - Personalidade e capacidade tributárias

Artigo 4.º - Intervenção das sucursais

Artigo 5.º - Mandato tributário

Artigo 6.º - Mandato judicial

Artigo 7.º - Curador especial ou provisório

Artigo 8.º - Representação das entidades desprovidas de personalidade jurídica mas

que dispõem de personalidade tributária e das sociedades ou pessoas colectivas sem

representante conhecido

SECÇÃO II

Da legitimidade

Artigo 9.º - Legitimidade

SECÇÃO III

Da competência

Artigo 10.º - Competências da administração tributária

Artigo 11.º - Conflitos de competência

Artigo 12.º - Competência dos tribunais tributários

Artigo 13.º - Poderes do juiz

Artigo 14.º - Competência do Ministério Público

Artigo 15.º - Competência do representante da Fazenda Pública

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CPPT Anotado | Carla Jobling | Luís Figueira

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Artigo 16.º - Incompetência absoluta em processo judicial

Artigo 17.º - Incompetência territorial em processo judicial

Artigo 18.º - Efeitos da declaração judicial de incompetência

Artigo 19.º - Deficiências ou irregularidades processuais

SECÇÃO IV

Dos actos procedimentais e processuais

SUBSECÇÃO I

Dos prazos

Artigo 20.º - Contagem dos prazos

Artigo 21.º - Despacho e sentenças. Prazos

Artigo 22.º - Promoções do Ministério Público e do representante da Fazenda

Pública. Prazo

Artigo 23.º - Prazos fixados

Artigo 24.º - Passagem de certidões e cumprimento de cartas precatórias. Prazos

Artigo 25.º - Cumprimento dos prazos

SUBSECÇÃO II

Do expediente interno

Artigo 26.º - Recibos

Artigo 27.º - Processos administrativos ou judiciais instaurados

Artigo 28.º - Arquivo

Artigo 29.º - Modelo dos impressos processuais

Artigo 30.º - Consulta dos processos administrativos ou judiciais

Artigo 31.º - Editais

Artigo 32.º - Restituição de documentos

Artigo 33.º - Processos administrativos ou judiciais concluídos

Artigo 34.º - Valor probatório dos documentos existentes nos arquivos da

administração tributária

SUBSECÇÃO III

Das notificações e citações

Artigo 35.º - Notificações e citações

Artigo 36.º - Notificações em geral

Artigo 37.º - Comunicação ou notificação insuficiente

Artigo 38.º - Avisos e notificações por via postal ou telecomunicações endereçadas

Artigo 39.º - Perfeição das notificações

Artigo 40.º - Notificações aos mandatários

Artigo 41.º - Notificação ou citação das pessoas colectivas ou sociedades

Page 5: Código de Procedimento e de Processo Tributário Anotado

CPPT Anotado | Carla Jobling | Luís Figueira

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Artigo 42.º - Notificação ou citação do Estado, das autarquias locais e dos serviços

públicos

Artigo 43.º - Obrigação de participação de domicílio

TÍTULO II

Do procedimento tributário

CAPÍTULO I

Disposições gerais

Artigo 44.º - Procedimento tributário

Artigo 45.º - Contraditório

Artigo 46.º - Proporcionalidade

Artigo 47.º - Duplo grau de decisão

Artigo 48.º - Cooperação da administração tributária e do contribuinte

Artigo 49.º - Cooperação de entidades públicas

Artigo 50.º - Meios de prova

Artigo 51.º - Contratação de outras entidades

Artigo 52.º - Erro na forma de procedimento

Artigo 53.º - Arquivamento

Artigo 54.º - Impugnação unitária

CAPÍTULO II

Procedimentos prévios de informação e avaliação

Artigo 55.º - Orientações genéricas

Artigo 56.º - Base de dados

Artigo 57.º - Informações vinculativas

Artigo 58.º - Avaliação prévia

CAPÍTULO III

Do procedimento de liquidação

SECÇÃO I

Da instauração

Artigo 59.º - Início do procedimento

SECÇÃO II

Da decisão

Artigo 60.º - Definitividade dos actos tributários

Page 6: Código de Procedimento e de Processo Tributário Anotado

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SECÇÃO III

Dos juros indemnizatórios

Artigo 61.º - Juros indemnizatórios

SECÇÃO IV

Procedimentos próprios

Artigo 62.º - Acto de liquidação consequente

Artigo 63.º - Aplicação de disposição antiabuso

Artigo 64.º - Presunções

CAPÍTULO IV

Do reconhecimento dos benefícios fiscais

Artigo 65.º - Reconhecimento dos benefícios fiscais

CAPÍTULO V

Dos recursos hierárquicos

Artigo 66.º - Interposição do recurso hierárquico

Artigo 67.º - Recurso hierárquico. Relações com o recurso contencioso

CAPÍTULO VI

Do procedimento de reclamação graciosa

Artigo 68.º - Procedimento de reclamação graciosa

Artigo 69.º - Regras fundamentais

Artigo 70.º - Apresentação, fundamentos e prazo da reclamação graciosa

Artigo 71.º - Cumulação de pedidos

Artigo 72.º - Coligação de reclamantes

Artigo 73.º - Competência para a instauração e instrução do processo

Artigo 74.º - Apensação

Artigo 75.º - Entidade competente para a decisão

Artigo 76.º - Recurso hierárquico. Relações com o recurso contencioso

Artigo 77.º - Agravamento da colecta

Artigo 77.º-A - Reclamação graciosa em matéria de classificação pautal, origem ou

valor aduaneiro das mercadorias

Artigo 77.º-B - Relação com a impugnação judicial

Page 7: Código de Procedimento e de Processo Tributário Anotado

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CAPÍTULO VII

Da cobrança

SECÇÃO I

Disposições gerais

Artigo 78.º - Modalidades da cobrança

Artigo 79.º - Competência

SECÇÃO II

Das garantias da cobrança

Artigo 80.º - Citação para reclamação de crédito tributários

Artigo 81.º - Restituição do remanescente nas execuções

Artigo 82.º - Trespasse de estabelecimento comercial ou industrial

Artigo 83.º - Sujeitos passivos inactivos

SECÇÃO III

Do pagamento voluntário

Artigo 84.º - Pagamento voluntário

Artigo 85.º - Prazos. Proibição da moratória e da suspensão da execução

Artigo 86.º - Termo do prazo de pagamento voluntário. Pagamentos por conta

Artigo 87.º - Dação em pagamento antes da execução fiscal

Artigo 88.º - Extracção das certidões de dívida

Artigo 89.º - Compensação de dívidas de tributos por iniciativa da administração

tributária

Artigo 90.º - Compensação com créditos tributários por iniciativa do contribuinte

Artigo 90.º-A - Compensação com créditos não tributários por iniciativa do

contribuinte

SECÇÃO IV

Das formas e meios de pagamento

Artigo 91.º - Condições da sub-rogação

Artigo 92.º - Sub-rogação. Garantias

Artigo 93.º - Documentos, conferência e validação dos pagamentos

Artigo 94.º - Prova de pagamento

Artigo 95.º - Cobrança de receitas não liquidadas pela administração tributária

CAPÍTULO VIII

Do procedimento de correcção de erros da administração tributária

Artigo 95.º-A - Procedimento de correcção de erros da administração tributária

Artigo 95.º-B - Legitimidade, prazo e termos de apresentação do pedido

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Artigo 95.º-C - Competência

TÍTULO III

Do processo judicial tributário

CAPÍTULO I

Disposições gerais

SECÇÃO I

Da natureza e forma de processo judicial tributário

Artigo 96.º - Objecto

Artigo 97.º - Processo judicial tributário

Artigo 97.º-A - Valor da causa

SECÇÃO II

Das nulidades do processo judicial tributário

Artigo 98.º - Nulidades insanáveis

CAPÍTULO II

Do processo de impugnação

SECÇÃO I

Disposições gerais

Artigo 99.º - Fundamentos da impugnação

Artigo 100.º - Dúvidas sobre o facto tributário e utilização de métodos indirectos

Artigo 101.º - Arguição subsidiária de vícios

SECÇÃO II

Da petição

Artigo 102.º - Impugnação judicial. Prazo de apresentação

Artigo 103.º - Apresentação. Local. Efeito suspensivo

Artigo 104.º - Cumulação de pedidos e coligação de autores

Artigo 105.º - Apensação

Artigo 106.º - Indeferimento tácito

Artigo 107.º - Petição dirigida ao delegante ou subdelegante

Artigo 108.º - Requisitos da petição inicial

Artigo 109.º - Despesas com a produção de prova

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SECÇÃO III

Da contestação

Artigo 110.º - Contestação

Artigo 111.º - Organização do processo administrativo

SECÇÃO IV

Do conhecimento inicial do pedido

Artigo 112.º - Revogação do acto impugnado

Artigo 113.º - Conhecimento imediato do pedido

SECÇÃO V

Da instrução

Artigo 114.º - Diligências de prova

Artigo 115.º - Meios de prova

Artigo 116.º - Pareceres técnicos. Prova pericial

Artigo 117.º - Impugnação com base em mero erro na quantificação da matéria

tributável ou nos pressupostos de aplicação de métodos indirectos

Artigo 118.º - Testemunhas

Artigo 119.º - Depoimento das testemunhas

Artigo 120.º - Notificação para alegações

Artigo 121.º - Vista do Ministério Público

SECÇÃO VI

Da sentença

Artigo 122.º - Conclusão dos autos. Sentença

Artigo 123.º - Sentença. Objecto

Artigo 124.º - Ordem de conhecimento dos vícios na sentença

Artigo 125.º - Nulidades da sentença

Artigo 126.º - Notificação da sentença

SECÇÃO VII

Dos incidentes

Artigo 127.º - Incidentes

Artigo 128.º - Processamento e julgamento dos incidentes

Artigo 129.º - Incidente de assistência

Artigo 130.º - Admissão do incidente de habilitação

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CPPT Anotado | Carla Jobling | Luís Figueira

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SECÇÃO VIII

Da impugnação dos actos de autoliquidação, substituição tributária e

pagamentos por conta

Artigo 131.º - Impugnação em caso de autoliquidação

Artigo 132.º - Impugnação em caso de retenção na fonte

Artigo 133.º - Impugnação em caso de pagamento por conta

Artigo 133.º-A - Impugnação com fundamento em matéria de classificação pautal,

origem ou valor aduaneiro das mercadorias

Artigo 134.º - Objecto da impugnação

CAPÍTULO III

Dos processos de acção cautelar

SECÇÃO I

Disposições gerais

Artigo 135.º - Providências cautelares

SECÇÃO II

Do arresto

Artigo 136.º - Requisitos do arresto

Artigo 137.º - Caducidade

Artigo 138.º - Competência para o arresto

Artigo 139.º - Regime do arresto

SECÇÃO III

Do arrolamento

Artigo 140.º - Requisitos do arrolamento

Artigo 141.º - Competência para o arrolamento

Artigo 142.º - Regime do arrolamento

SECÇÃO IV

Da apreensão

Artigo 143.º - Impugnação da apreensão

SECÇÃO V

Da impugnação das providências cautelares adoptadas pela administração

tributária

Artigo 144.º - Impugnação das providências cautelares adoptadas pela administração

tributária

Page 11: Código de Procedimento e de Processo Tributário Anotado

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CAPÍTULO IV

Acção para o reconhecimento de um direito ou interesse legítimo em matéria

tributária

Artigo 145.º - Reconhecimento de um direito ou interesse legítimo em matéria

tributária

CAPÍTULO V

Dos meios processuais acessórios

Artigo 146.º - Meios processuais acessórios

Artigo 146.º-A - Processo especial de derrogação do dever de sigilo bancário

Artigo 146.º-B - Tramitação do recurso interposto pelo contribuinte

Artigo 146.º-C - Tramitação do pedido de autorização da administração tributária

Artigo 146.º-D - Processo urgente

CAPÍTULO VI

Da intimação para um comportamento

Artigo 147.º - Intimação para um comportamento

TÍTULO IV

Da execução fiscal

CAPÍTULO I

Disposições gerais

SECÇÃO I

Do âmbito

Artigo 148.º - Âmbito da execução fiscal

SECÇÃO II

Da competência

Artigo 149.º - Órgão da execução fiscal

Artigo 150.º - Competência territorial

Artigo 151.º - Competência dos tribunais tributários

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CPPT Anotado | Carla Jobling | Luís Figueira

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SECÇÃO III

Da legitimidade

SUBSECÇÃO I

Da legitimidade dos exequentes

Artigo 152.º - Legitimidade dos exequentes

SUBSECÇÃO II

Da legitimidade dos executados

Artigo 153.º - Legitimidade dos executados

Artigo 154.º - Legitimidade do cabeça-de-casal

Artigo 155.º - Partilha entre sucessores

Artigo 156.º - Falência do executado

Artigo 157.º - Reversão contra terceiros adquirentes de bens

Artigo 158.º - Reversão contra possuidores

Artigo 159.º - Reversão no caso de substituição tributária

Artigo 160.º - Reversão no caso de pluralidade de responsáveis subsidiários

Artigo 161.º - Reversão da execução contra funcionários

SECÇÃO IV

Dos títulos executivos

Artigo 162.º - Espécies de títulos executivos

Artigo 163.º - Requisitos dos títulos executivos

Artigo 164.º - Elementos que acompanham o título executivo

SECÇÃO V

Das nulidades processuais

Artigo 165.º - Nulidades. Regime

SECÇÃO VI

Dos incidentes e impugnações

Artigo 166.º - Incidentes da instância e impugnações

Artigo 167.º - Incidente de embargos de terceiros

Artigo 168.º - Incidente de habilitação de herdeiros

SECÇÃO VII

Da suspensão, interrupção e extinção do processo

Artigo 169.º - Suspensão da execução. Garantias

Page 13: Código de Procedimento e de Processo Tributário Anotado

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Artigo 170.º - Dispensa da prestação de garantia

Artigo 171.º - Indemnização em caso de garantia indevida

Artigo 172.º - Suspensão da execução em virtude de acção judicial sobre os bens

penhorados

Artigo 173.º - Suspensão da execução nos órgãos da execução fiscal deprecado

Artigo 174.º - Impossibilidade da deserção

Artigo 175.º - Prescrição ou duplicação de colecta

Artigo 176.º - Extinção do processo

Artigo 177.º - Prazo de extinção da execução

CAPÍTULO II

Do processo

SECÇÃO I

Disposições gerais

Artigo 178.º - Coligação de exequentes

Artigo 179.º - Apensação de execuções

Artigo 180.º - Efeito do processo de recuperação da empresa e de falência na

execução fiscal

Artigo 181.º - Deveres tributários do liquidatário judicial da falência

Artigo 182.º - Impossibilidade da declaração de falência

Artigo 183.º - Garantia. Local da prestação. Levantamento

Artigo 183.º-A - Caducidade da garantia em caso de reclamação graciosa

Artigo 184.º - Registo das execuções fiscais

Artigo 185.º - Formalidades das diligências

Artigo 186.º - Carta precatória extraída de execução

Artigo 187.º - Carta rogatória

SECÇÃO II

Da instauração e citação

Artigo 188.º - Instauração e autuação da execução

Artigo 189.º - Efeitos e função das citações

Artigo 190.º - Formalidades das citações

Artigo 191.º - Citações por via postal

Artigo 192.º - Citações pessoal e edital

Artigo 193.º - Penhora e venda em caso de citação por via postal ou transmissão

electrónica de dados

Artigo 194.º - Citação no caso de o citando não ser encontrado

Page 14: Código de Procedimento e de Processo Tributário Anotado

CPPT Anotado | Carla Jobling | Luís Figueira

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SECÇÃO III

Garantias especiais

Artigo 195.º - Constituição de hipoteca legal ou penhor

SECÇÃO IV

Do pagamento em prestações

Artigo 196.º - Pagamento em prestações e outras medidas

Artigo 197.º - Entidade competente para autorizar as prestações

Artigo 198.º - Requisitos do pedido

Artigo 199.º - Garantias

Artigo 200.º - Consequências da falta de pagamento

SECÇÃO V

Da dação em pagamento

Artigo 201.º - Dação em pagamento, requisitos

Artigo 202.º - Bens dados em pagamento

SECÇÃO VI

Da oposição

Artigo 203.º - Prazo de oposição à execução

Artigo 204.º - Fundamentos da oposição à execução

Artigo 205.º - Duplicação de colecta

Artigo 206.º - Requisitos da petição

Artigo 207.º - Local da apresentação da petição da oposição à execução

Artigo 208.º - Autuação da petição e remessa ao tribunal

Artigo 209.º - Rejeição liminar da oposição

Artigo 210.º - Notificação da oposição ao representante da Fazenda Pública

Artigo 211.º - Processamento da oposição. Alegações. Sentença

Artigo 212.º - Suspensão de execução

Artigo 213.º - Devolução da oposição ao órgão da execução fiscal

SECÇÃO VII

Da apreensão de bens

SUBSECÇÃO I

Do arresto

Artigo 214.º - Fundamentos do arresto. Conversão em penhora

Page 15: Código de Procedimento e de Processo Tributário Anotado

CPPT Anotado | Carla Jobling | Luís Figueira

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SUBSECÇÃO II

Da penhora

Artigo 215.º - Penhora, ocorrências anómalas, nomeação de bens à penhora

Artigo 216.º - Execução contra autarquia local ou outra pessoa de direito público

Artigo 217.º - Extensão da penhora

Artigo 218.º - Levantamento da penhora. Bens penhoráveis em execução fiscal

Artigo 219.º - Bens prioritariamente a penhorar

Artigo 220.º - Coima fiscal e responsabilidade de um dos cônjuges. Penhora de bens

comuns do casal

Artigo 221.º - Formalidade de penhora de móveis

Artigo 222.º - Formalidades da penhora de veículos automóveis de aluguer

Artigo 223.º - Formalidade da penhora de dinheiro ou de valores depositados

Artigo 224.º - Formalidades da penhora de créditos

Artigo 225.º - Formalidades da penhora de partes sociais ou de quotas em sociedade

Artigo 226.º - Formalidades de penhora de títulos de crédito emitidas por entidades

públicas

Artigo 227.º - Formalidades da penhora de quaisquer abonos ou vencimentos

Artigo 228.º - Penhora de rendimentos periódicos

Artigo 229.º - Formalidades da penhora de rendimentos

Artigo 230.º - Penhora de móveis sujeita a registo

Artigo 231.º - Formalidades de penhora de imóveis

Artigo 232.º - Formalidades da penhora do direito a bens indivisos

Artigo 233.º - Responsabilidade dos depositários

Artigo 234.º - Penhora de direitos

Artigo 235.º - Levantamento da penhora

Artigo 236.º - Inexistência de bens penhoráveis

SUBSECÇÃO III

Dos embargos de terceiro

Artigo 237.º - Função do incidente dos embargos de terceiro. Disposições aplicáveis

Artigo 238.º - Eficácia do caso julgado

SECÇÃO VIII

Da convocação dos credores e da verificação dos créditos

Artigo 239.º - Citação dos credores preferentes e do cônjuge

Artigo 240.º - Convocação de credores

Artigo 241.º - Citação do órgão da execução fiscal

Artigo 242.º - Citação edital dos credores desconhecidos e sucessores não habilitados

dos preferentes

Artigo 243.º

Artigo 244.º - Realização da venda

Artigo 245.º - Verificação e graduação de créditos

Page 16: Código de Procedimento e de Processo Tributário Anotado

CPPT Anotado | Carla Jobling | Luís Figueira

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Artigo 246.º - Disposições aplicáveis à reclamação de créditos

Artigo 247.º - Devolução do processo de reclamação de créditos ao órgão da

execução fiscal

SECÇÃO IX

Da venda dos bens penhorados

Artigo 248.º - Regra geral

Artigo 249.º - Publicidade da venda

Artigo 250.º - Valor dos bens para venda

Artigo 251.º - Local de entrega das propostas e de realização da venda. Equiparação

da concessão mineira a imóvel

Artigo 252.º - Outras modalidades de venda

Artigo 253.º - Adjudicação dos bens na venda por proposta em carta fechada

Artigo 254.º - Arrematação

Artigo 255.º - Inexistência de propostas

Artigo 256.º - Formalidades da venda

Artigo 257.º - Anulação da venda

Artigo 258.º - Remição

SECÇÃO X

Da extinção da execução

SUBSECÇÃO I

Da extinção por pagamento coercivo

Artigo 259.º - Levantamento da quantia necessária para o pagamento

Artigo 260.º - Cancelamento de registos

Artigo 261.º - Extinção da execução pelo pagamento coercivo

Artigo 262.º - Insuficiência da importância arrecadada. Pagamentos parciais

Artigo 263.º - Guia para pagamento coercivo

SUBSECÇÃO II

Da extinção por pagamento voluntário

Artigo 264.º - Pagamento voluntário. Pagamento por conta

Artigo 265.º - Formalidades do pagamento voluntário

Artigo 266.º - Pagamento havendo carta precatória

Artigo 267.º - Pagamento no órgão da execução fiscal deprecante

Artigo 268.º - Pagamento no órgão da execução fiscal deprecada

Artigo 269.º - Extinção da execução pelo pagamento voluntário

Artigo 270.º - Extinção da execução por anulação da dívida

Artigo 271.º - Levantamento da penhora e cancelamento do registo

Page 17: Código de Procedimento e de Processo Tributário Anotado

CPPT Anotado | Carla Jobling | Luís Figueira

17

SUBSECÇÃO III

Da declaração em falhas

Artigo 272.º - Declaração de falhas

Artigo 273.º - Eliminação do prédio da matriz

Artigo 274.º - Prosseguimento da execução da dívida declarada em falhas

Artigo 275.º - Inscrição do prédio na matriz

SECÇÃO XI

Das reclamações e recursos das decisões do órgão da execução fiscal

Artigo 276.º - Reclamações das decisões do órgão da execução fiscal

Artigo 277.º - Prazo e apresentação da reclamação

Artigo 278.º - Subida da reclamação. Resposta da Fazenda Pública e efeito

suspensivo

TÍTULO V

Dos recursos dos actos jurisdicionais

Artigo 279.º - Âmbito

Artigo 280.º - Recursos das decisões proferidas em processos judiciais

Artigo 281.º - Interposição, processamento e julgamento dos recursos

Artigo 282.º - Forma de interposição do recurso. Regras gerais. Deserção

Artigo 283.º - Alegações apresentadas simultaneamente com a interposição do

recurso

Artigo 284.º - Oposição de acórdãos

Artigo 285.º - Recursos dos despachos interlocutórios na impugnação

Artigo 286.º - Subida do recurso

Artigo 287.º - Distribuição do recurso

Artigo 288.º - Conclusão ao relator. Conhecimento de questões prévias

Artigo 289.º - Vistos

Artigo 290.º - Marcação do julgamento

Artigo 291.º - Ordem dos julgamentos

Artigo 292.º - Elaboração da conta

Artigo 293.º - Revisão da sentença

Page 18: Código de Procedimento e de Processo Tributário Anotado

CPPT Anotado | Carla Jobling | Luís Figueira

18

DL n.º 433/99, de 26 de Outubro

Preâmbulo

1 - A lei geral tributária, aprovada pelo artigo 1.º do Decreto-Lei n.º 398/98, de 17 de

Dezembro, exige uma extensa e profunda adaptação às suas disposições dos vários códigos

e leis tributárias, designadamente do Código de Processo Tributário, aprovado pelo artigo

1.º do Decreto-Lei n.º 154/91, de 23 de Abril.

Na verdade, aquela lei chamou a si a regulamentação directa de aspectos essenciais da

relação jurídico-tributária e do próprio procedimento tributário, que constavam até então do

Código de Processo Tributário e de outras leis tributárias. Impõe-se agora a modificação da

sistematização e disciplina deste Código, que ficará essencialmente a ser um código de

processo judicial tributário e das execuções fiscais, sem prejuízo de complementar a

regulamentação do procedimento tributário efectuada pela lei geral tributária, o que é feito

no título II.

2 - A reforma do Código de Processo Civil efectuada pelos Decretos-Leis n.os 329-A/95, de

12 de Dezembro, e 180/96, de 25 de Setembro, impõe também a harmonização com as suas

disposições do Código de Processo Tributário.

O processo tributário é processo especial, mas a evolução do processo civil não podia

deixar de reflectir-se na evolução do processo tributário, que não é qualquer realidade

estática nem enclave autónomo do direito processual comum.

3 - As modificações agora introduzidas no Código de Processo Tributário (agora definido,

de acordo com a nova terminologia da lei geral tributária, como sendo também código do

procedimento tributário) visam também objectivos gerais de simplicidade e eficácia.

Simplicidade e eficácia não são, no entanto, incompatíveis com os direitos e garantias dos

contribuintes. Pelo contrário, sem eficácia e simplicidade do procedimento e processo, esses

direitos e garantias não passarão de proclamações retóricas, sem conteúdo efectivo.

Pretende-se que a regulamentação do procedimento e processo tributários assegure não só a

certeza, como a celeridade na declaração e realização dos direitos tributários, que é

condição essencial de uma melhor justiça fiscal.

O presente Código de Procedimento e de Processo Tributário não se aplica apenas aos

impostos administrados tradicionalmente pela Direcção-Geral dos Impostos (DGCI). Fica

também claro que se aplica ao exercício dos direitos tributários em geral, quer pela DGCI,

quer por outras entidades públicas, designadamente a Direcção-Geral das Alfândegas e dos

Impostos Especiais sobre o Consumo (DGAIEC), quer inclusivamente por administrações

tributárias não dependentes do Ministério das Finanças. Foram eliminadas todas as

referências ao Código de Processo Tributário que inviabilizavam ou dificultavam a sua

aplicação por parte das referidas entidades, sem prejuízo de se salvaguardar o disposto no

direito comunitário ou em lei especial que pontualmente aponte para soluções diferentes das

consagradas no presente Código. Paralelamente, introduziram-se no Regulamento das

Custas dos Processos Tributários, aprovado pelo artigo 1.º do Decreto-Lei n.º 29/98, de 11

de Fevereiro, as adaptações destinadas a viabilizar a sua efectiva aplicação aos processos

aduaneiros.

4 - A opção por novas sistematização e ordenação das disposições que integravam o Código

de Processo Tributário resulta da amplitude das modificações exigidas pela lei geral

tributária e pela reforma do Código de Processo Civil. É o resultado, no entanto, de meras

opções de técnica legislativa, não representando qualquer alteração substancial do actual

quadro das relações Fisco-contribuinte, que é considerado equilibrado, e mantendo-se

rigorosamente no âmbito da autorização legislativa concedida pelo n.º 1 do artigo 51.º da

Lei n.º 87-B/98, de 31 de Dezembro.

5 - O título I do presente Código mantém, na medida do possível, a estrutura do título I do

Código de Processo Tributário, expurgada das matérias substantivas, incluindo as normas

sobre responsabilidade tributária, que passaram entretanto a constar da lei geral tributária.

Page 19: Código de Procedimento e de Processo Tributário Anotado

CPPT Anotado | Carla Jobling | Luís Figueira

19

Assinalam-se em especial nesse título a adaptação das normas sobre a personalidade e

capacidade tributárias, prazos e notificações às alterações do Código de Processo Civil e à

lei geral tributária e a definição de um quadro claro de resolução de conflitos de

competências, incluindo entre administrações tributárias diferentes.

6 - No título II registam-se a adaptação das normas de procedimento tributário que não

foram incluídas na lei geral tributária aos princípios e disposições desta, a consagração do

princípio do duplo grau de decisão no procedimento tributário, que é uma garantia da sua

celeridade e eficácia, a possibilidade de, em caso de erro na forma de procedimento, este ser

convolado na forma adequada, o desenvolvimento dos deveres de informação dos

contribuintes previstos na lei geral tributária, a regulamentação de subprocedimentos de

especial importância, como os da declaração de abuso de direito ou de elisão de presunções

legais, e a simplificação do processo de decisão das reclamações. São igualmente integradas

no Código as normas de natureza procedimental do Estatuto dos Benefícios Fiscais que não

devam caber na lei geral tributária.

7 - No processo judicial tributário, que integra o título III, anotam-se especialmente, além

da simplificação do processo de decisão, incluindo na fase da preparação do processo pela

administração tributária, a regulamentação, pela primeira vez, da impugnação das

providências cautelares adoptadas pela administração tributária e da possibilidade de

reacção dos contribuintes contra omissões lesivas da administração tributária, dando-se

assim consagração a inovações da última revisão constitucional obviamente acolhidas pela

lei geral tributária.

8 - Na execução fiscal, que integra o título IV, avulta essencialmente a sua adequação ao

modelo do novo processo civil, acentuando-se a ideia de uma execução não universal, mas

simultaneamente ampliando-se as garantias do executado e de terceiros, sem prejuízo das

necessárias eficácia e celeridade do processo.

9 - No título V regressa-se ao modelo do Código de Processo das Contribuições e Impostos,

reconhecido como mais adequado, da autonomização da matéria dos recursos jurisdicionais

e esclarecem-se algumas das soluções legislativas do Código de Processo Tributário à luz

da experiência concreta da sua aplicação. Procede-se também, de acordo com o balanço

feito da aplicação do Código de Processo Tributário, a uma simplificação e harmonização

do sistema de recursos.

10 - Finalmente, a aprovação do presente Código insere-se na linha da Resolução do

Conselho de Ministros n.º 119/97, de 14 de Julho, na medida em que reforça e aperfeiçoa o

sistema de garantias dos contribuintes e imprime maior eficácia e celeridade à justiça

tributária.

Foi ouvida a Associação Nacional de Municípios Portugueses.

Assim:

No uso da autorização legislativa concedida pelos n.os 1 e 6 do artigo 51.º da

Lei n.º 87-B/98, de 31 de Dezembro, e nos termos das alíneas a) e b) do n.º 1 do

artigo 198.º da Constituição, o Governo decreta, para valer como lei geral da

República, o seguinte:

Artigo 1.º

Aprovação

É aprovado o Código de Procedimento e de Processo Tributário, que faz

parte integrante do presente decreto-lei.

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Artigo 2.º

Revogação

1 - É revogado a partir da entrada em vigor do Código de Procedimento e de

Processo Tributário o Código de Processo Tributário, aprovado pelo artigo 1.º

do Decreto-Lei n.º 154/91, de 23 de Abril, bem como toda a legislação contrária

ao Código aprovado pelo presente decreto-lei, sem prejuízo das disposições que

este expressamente mantenha em vigor.

2 - Ficam também revogados a partir da entrada em vigor do presente Código

os artigos 14.º a 17.º do Estatuto dos Benefícios Fiscais, aprovado pelo artigo

1.º do Decreto-Lei n.º 215/89, de 1 de Julho.

Artigo 3.º

Continuação em vigor

1 - Até à revisão do Regime Jurídico das Infracções Fiscais não Aduaneiras,

aprovado pelo artigo 1.º do Decreto-Lei n.º 20-A/90, de 15 de Janeiro,

continuarão em vigor os artigos 25.º a 30.º, 35.º, 36.º e 180.º a 232.º do Código

de Processo Tributário.

2 - Manter-se-á em vigor o disposto nos n.os 1 e 2 do artigo 49.º do Código

de Processo Tributário, na parte relativa à contagem do prazo de interposição do

recurso das decisões de aplicação das coimas.

Artigo 4.º

Entrada em vigor

O Código de Procedimento e de Processo Tributário entra em vigor a 1 de

Janeiro de 2000 e só se aplica aos procedimentos iniciados e aos processos

instaurados a partir dessa data.

Artigo 5.º

Unidade de conta

Para efeitos do código aprovado pelo presente decreto-lei, considera-se

unidade de conta a unidade de conta processual a que se referem os n.os 5 e 6

do Decreto-Lei n.º 212/89, de 30 de Junho.

Artigo 6.º

Disposições especiais

1 - Consideram-se órgãos periféricos locais, para efeitos do código aprovado

pelo presente decreto-lei, os serviços de finanças, alfândegas, delegações

aduaneiras e postos aduaneiros da Autoridade Tributária e Aduaneira.

Page 21: Código de Procedimento e de Processo Tributário Anotado

CPPT Anotado | Carla Jobling | Luís Figueira

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2 - Na execução fiscal consideram-se órgãos periféricos locais os serviços de

finanças ou quaisquer outros órgãos da administração tributária a quem lei

especial atribua as competências destas no processo.

3 - Consideram-se órgãos periféricos regionais, para efeitos do código

aprovado pelo presente decreto-lei, as direções de finanças da Autoridade

Tributária e Aduaneira, bem como as alfândegas de que dependam os postos

aduaneiros ou delegações aduaneiras, sempre que estejam em causa atos por

estes praticados.

4 - As competências que o código aprovado pelo presente decreto-lei atribui

aos órgãos periféricos regionais da administração tributária para o procedimento

e processo tributário são exercidas, relativamente às pessoas singulares ou

coletivas que, nos termos da lei, sejam qualificadas como grandes contribuintes,

pelo órgão do serviço central da Autoridade Tributária e Aduaneira a quem,

organicamente, seja cometida, como atribuição específica, o respetivo

acompanhamento e gestão tributárias, com exceção dos impostos aduaneiros e

especiais de consumo.

5 - Na dependência hierárquica do órgão a que se refere o número anterior,

podem ser criados órgãos periféricos de competência específica que exercerão,

relativamente aos grandes contribuintes, as competências para o procedimento e

processo tributários atribuídas, pelo código aprovado pelo presente decreto-lei,

aos órgãos periféricos locais, com exceção dos impostos aduaneiros e especiais

de consumo.

6 - Nos tributos, incluindo parafiscais, não administrados pelas entidades

referidas nos n.os 1 e 3, consideram-se órgãos periféricos locais os

territorialmente competentes para a sua liquidação e cobrança e órgãos

periféricos regionais os imediatamente superiores.

Artigo 7.º

Tributos administrados por autarquias locais

1 - As competências atribuídas no código aprovado pelo presente decreto-lei

a órgãos periféricos locais serão exercidas, nos termos da lei, em caso de

tributos administrados por autarquias locais, pela respectiva autarquia.

2 - As competências atribuídas no código aprovado pelo presente decreto-lei

ao dirigente máximo do serviço ou a órgãos executivos da administração

tributária serão exercidas, nos termos da lei, pelo presidente da autarquia.

3 - As competências atribuídas pelo código aprovado pelo presente decreto-

lei ao representante da Fazenda Pública serão exercidas, nos termos da lei, por

licenciado em Direito desempenhando funções de mero apoio jurídico.

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Artigo 8.º

Constituição de fundo

Será constituído na DGAIEC, no prazo de 180 dias a contar da entrada em

vigor do presente decreto-lei, um fundo da mesma natureza e fins do previsto

para a DGCI no artigo 3.º do Decreto-Lei n.º 29/98, de 11 de Fevereiro.

Artigo 9.º

Processos aduaneiros

1 - O artigo 24.º do Regulamento das Custas dos Processos Tributários,

aprovado pelo artigo 1.º do Decreto-Lei n.º 29/98, passa a ter a seguinte

redacção:

"Artigo 24.º

Processos aduaneiros

O presente Regulamento aplica-se aos processos aduaneiros, com as

seguintes adaptações:

a) Consideram-se feitas à Direcção-Geral das Alfândegas e dos Impostos

Especiais sobre o Consumo (DGAIEC) as referências efectuadas à DGCI;

b) Consideram-se feitas às alfândegas, delegações e postos aduaneiros da

DGAIEC as referências feitas às repartições de finanças;

c) Consideram-se feitas às alfândegas de que dependam os postos aduaneiros

ou delegações aduaneiras as referências efectuadas às direcções de finanças."

2 - Quando estiverem em causa receitas administradas pela DGAIEC,

consideram-se feitas a esta as referências efectuadas à DGCI nos artigos 3.º e

4.º do decreto-lei referido no n.º 1.

Artigo 10.º

Remissões

Consideram-se feitas para as disposições correspondentes do Código de

Procedimento e de Processo Tributário todas as remissões efectuadas nos

códigos e leis tributárias, bem como em legislação avulsa, para o Código de

Processo Tributário.

Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 18 de Agosto de 1999. -

António Manuel de Oliveira Guterres - António Luciano Pacheco de Sousa

Franco - João Cardona Gomes Cravinho - José Manuel de Matos Fernandes.

Promulgado em 24 de Setembro de 1999.

Publique-se.

O Presidente da República, JORGE SAMPAIO.

Referendado em 13 de Outubro de 1999.

O Primeiro-Ministro, António Manuel de Oliveira Guterres.

Page 23: Código de Procedimento e de Processo Tributário Anotado

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Código de Procedimento e de Processo Tributário

TÍTULO I

Disposições gerais

CAPÍTULO I

Âmbito e direito subsidiário

Artigo 1.º

Âmbito

O presente Código aplica-se, sem prejuízo do disposto no direito

comunitário, noutras normas de direito internacional que vigorem directamente

na ordem interna, na lei geral tributária ou em legislação especial, incluindo as

normas que regulam a liquidação e cobrança dos tributos parafiscais:

a) Ao procedimento tributário;

b) Ao processo judicial tributário;

c) À cobrança coerciva das dívidas exigíveis em processo de execução fiscal;

d) Aos recursos jurisdicionais.

Jurisprudência - STA - Secção do CT:

I - As regras do CPC só supletivamente, perante a verificação de uma lacuna na lei

processual tributária, podem lograr aplicação ao processo de execução fiscal, como

resulta inequivocamente do disposto nos arts. 1.º, alínea c), e 2.º, alínea e), do CPPT.

II - Porque o CPPT regula expressamente, proibindo-a, a dispensa do depósito do

preço nos casos em que o adquirente do bem vendido seja credor do executado (cfr.

art. 256.º, alínea h), do CPPT), não há caso omisso que sustente a aplicação

subsidiária das regras do CPC, designadamente o disposto no art. 887.º

III - O princípio da igualdade, consagrado no art. 13.º da CRP, não proíbe que o

legislador ordinário estabeleça distinções, proibindo-lhe apenas a adopção de medidas

ou soluções discriminatórias, que integrem desigualdades de tratamento materialmente

infundadas, sem qualquer fundamento razoável ou sem qualquer justificação objectiva

e racional.

IV - Apesar de o art. 256.º do CPPT prever regimes jurídicos diversos para os

adquirentes, consoante sejam particulares (alínea h)) ou sejam o Estado, os institutos

públicos e as instituições de segurança social (alínea i)), essa diversidade está

plenamente justificada pela diferente natureza dos credores, que implica diferente nível

de risco financeiro e, consequentemente, diferente risco na cobrança do preço da

aquisição.

V - A diversidade de soluções jurídicas consagradas na execução fiscal e na execução

comum no que respeita à dispensa do depósito do preço nos casos em que o adquirente

do bem vendido seja credor particular com garantia sobre o bem adquirido encontra

justificação, quer na necessidade de que o pagamento das dívidas em cobrança na

execução fiscal fique mais eficazmente assegurado (evitando a eventualidade de, após

a graduação de créditos, vir a ter que notificar o adquirente para depositar parte do

Page 24: Código de Procedimento e de Processo Tributário Anotado

CPPT Anotado | Carla Jobling | Luís Figueira

24

preço que deixou de depositar ou, inclusive, de ter que o executar por esse montante),

quer na celeridade requerida pela execução fiscal (evitando os atrasos que nela

introduziria necessariamente a constituição de hipoteca ou a prestação de caução,

previstas para a execução comum).

(Acórdão do STA, 2.ª SECÇÃO, de 28-09-2011, proc. n.º 0791/11, em

http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/b8434001db3f052a8

0257921004ea33c?OpenDocument)

I – Nos termos do artigo 2.º do Código de Procedimento e de Processo Tributário, as

normas do CPC só serão subsidiariamente aplicáveis se houver uma lacuna, de

natureza adjectiva, na regulamentação do CPPT e dos diplomas a que se refere o seu

artigo 1.º.

II – O legislador fiscal preceituou integral e imperativamente no CPPT o regime da

venda no processo de execução fiscal, excluindo, ao contrário do que acontece na

execução comum, a audição do credor com garantia sobre a modalidade da venda (e

consequente notificação da decisão do agente de execução) e a necessária aceitação, do

dito credor, no caso de negociação particular, do comprador ou do preço proposto pelo

exequente.

III - O que se compreende se se atender à natureza e características da execução

fiscal: uma vez que está em causa a cobrança de receitas tributárias que visam “a

satisfação das necessidades financeiras do Estado e de outras entidades públicas” e a

promoção da justiça social, da igualdade de oportunidades e das necessárias correcções

das desigualdades na distribuição da riqueza e do rendimento – artigo 5.º, n.º 1, da Lei

Geral Tributária -, a execução fiscal caracteriza-se pela sua celeridade.

IV - Falecendo o requisito da omissão previsto no artigo 2.º do CPPT, as normas do

Código de Processo Civil relativas à notificação da decisão sobre a venda ao credor

com garantia sobre os bens a vender – artigo 886.º-A, n.º 4 – e à audição do credor

com garantia real sobre o comprador e o preço de venda por negociação particular –

artigo 904.º, alínea a) - não são subsidiariamente aplicáveis ao processo de execução

fiscal.

(Acórdão do STA, 2.ª SECÇÃO, de 28-03-2007, proc. n.º 026/07, em

http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/824594ba746469e58

02572b9004bac84?OpenDocument)

Artigo 2.º

Direito subsidiário

São de aplicação supletiva ao procedimento e processo judicial tributário, de

acordo com a natureza dos casos omissos:

a) As normas de natureza procedimental ou processual dos códigos e demais

leis tributárias;

b) As normas sobre a organização e funcionamento da administração

tributária;

c) As normas sobre organização e processo nos tribunais administrativos e

tributários;

d) O Código do Procedimento Administrativo;

e) O Código de Processo Civil.

Page 25: Código de Procedimento e de Processo Tributário Anotado

CPPT Anotado | Carla Jobling | Luís Figueira

25

Jurisprudência - STA - Secção do CT:

I – No regime dos recursos jurisdicionais aplicável aos meios processuais comuns à

jurisdição administrativa e tributária é aplicável o regime previsto no CPTA como

legislação subsidiária, por força do disposto na alínea c) do art. 2.º do CPPT.

II – O recurso per saltum previsto no art. 151.º do CPTA só é admitido desde que se

encontrem preenchidos os requisitos seguintes: (i) o fundamento do recurso consista

apenas na violação de lei substantiva ou processual; (ii) o valor da causa, fixado

segundo os critérios estabelecidos nos arts. 32.º e segs., seja superior a três milhões de

euros ou seja indeterminável (n.º 1 do art. 151.º); (iii) incida sobre decisão de mérito;

(iv) o processo não verse sobre questões de funcionalismo público ou de segurança

social (n.º 2 do art. 151.º).

III – A tal não obsta o disposto nos arts. 26.º e 38.º do ETAF, pois, sendo certo que a

repartição de competências entre o Supremo Tribunal Administrativo e os tribunais

centrais administrativos, em regra, se efectua nos termos daqueles preceitos, nada

obsta a que outros preceitos, contidos em diploma legal com igual posição hierárquica,

regulem de modo que conduza a resultado diverso (como sucede, v.g., no art. 151.º do

CPTA, quando aplicável no contencioso tributário por remissão do n.º 2 do art. 279.º

do CPPT).

(Acórdão do STA, 2.ª SECÇÃO, de 01-10-2014, proc. n.º 0382/14, em

http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/8d9a8454bbf5c7528

0257d69003065e9?OpenDocument)

(Acórdão do STA, 2.ª SECÇÃO, de 10-09-2014, proc. n.º 0604/14, em

http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/4b6e39d297b0f97a8

0257d5600481542?OpenDocument)

(Acórdão do STA, 2.ª SECÇÃO, de 10-09-2014, proc. n.º 0486/14, em

http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/2dcceb83abba1f6b8

0257d56004d09fb?OpenDocument)

(Acórdão do STA, 2.ª SECÇÃO, de 10-09-2014, proc. n.º 01283/13, em

http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/84ec7f788bc769658

0257d57004f2aaf?OpenDocument)

(Acórdão do STA, 2.ª SECÇÃO, de 10-09-2014, proc. n.º 01267/13, em

http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/52cd7d9a9fd617d28

0257d57005009e1?OpenDocument)

(Acórdão do STA, 2.ª SECÇÃO, de 09-07-2014, proc. n.º 0165/14, em

http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/db5bc5a9ca12ede98

0257d1800476220?OpenDocument)

(Acórdão do STA, 2.ª SECÇÃO, de 09-07-2014, proc. n.º 01007/12, em

http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/5733a8f214f79fd080

257d160047d8c0?OpenDocument)

I – Embora não haja norma legal que preveja a coligação de oponentes, não haverá

obstáculo a que ela ocorra, se se verificarem os requisitos em que a coligação é

admitida pelo CPC, que é de aplicação subsidiária, nos termos do art. 2.º, alínea c),

do CPPT.

II – Ou seja, é permitida a coligação de autores quando seja a mesma e única a causa

de pedir, quando os pedidos estejam entre si numa relação de prejudicialidade ou de

dependência, ou quando a procedência dos pedidos principais dependa essencialmente

da apreciação dos mesmos factos ou da interpretação e aplicação das mesmas regras de

direito, nos termos do art. 30.º do CPC.

Page 26: Código de Procedimento e de Processo Tributário Anotado

CPPT Anotado | Carla Jobling | Luís Figueira

26

III – Não se verificando qualquer dos referidos requisitos, a coligação de oponentes

constitui excepção dilatória, nos termos do art. 494.º, alínea f), do CPC, pelo que o juiz

deve abster-se de conhecer do pedido e absolver o réu da instância [alínea e) do n.º 1

do artigo 288.º do CPC].

IV – Tendo os oponentes deduzido oposição com uma causa de pedir comum e outras

próprias de cada um deles, não se justifica que a oposição prossiga para conhecimento

daquela, motivo por que não há que notificar os oponentes nos termos do art. 31.º-A

do CPC.

(Acórdão do STA, 2.ª SECÇÃO, de 09-07-2014, proc. n.º 0194/13, em

http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/bffb0357414c12e98

0257d17003a0530?OpenDocument)

I – Após as alterações introduzidas no CPPT pela Lei n.º 55-A/2010, de 31 de

Dezembro, os Tribunais Tributários continuam a ter competência para conhecer da

matéria relativa à verificação e graduação de créditos, tendo ocorrido apenas uma

alteração da via ou forma processual adequada ao seu conhecimento, que deixou de ser

o processo judicial de verificação e graduação de créditos, para ser o processo judicial

de reclamação da decisão proferida pelo órgão da execução sobre a matéria, passando,

assim, esta reclamação a constituir a forma processual de exercer a tutela jurisdicional

no que toca à verificação e graduação de créditos.

II – Quanto à aplicação no tempo da lei processual civil e tributária, a regra é a

mesma que vale na teoria geral do direito: a lei nova é de aplicação imediata aos

processos pendentes, mas não possui eficácia retroactiva – art. 12.º, n.º 2, do CC e art.

12.º, n.º 3 da LGT. Porém, da submissão a esta regra geral exceptua-se o caso de a lei

nova ser acompanhada de normas de direito transitório ou de para ela valer uma norma

especial, como é o caso da norma contida no n.º 2 do art. 142.º do CPC, que determina

que a forma de processo aplicável se determina pela lei vigente à data em que a acção

é proposta.

III – Por força dessa norma contida no n.º 2 do art. 142.º do CPC, que é

subsidiariamente aplicável ao contencioso tributário por força do art. 2.º, alínea e), do

CPPT, a nova lei não pode ser aplicada aos processos de verificação e graduação de

créditos pendentes nos Tribunais Administrativos e Fiscais em 1 de Janeiro de 201.º1,

os quais continuam a seguir a forma processual vigente à data da sua instauração.

IV – À mesma conclusão se chegaria pela aplicação da norma contida no n.º 3 do art.

12.º da LGT, na medida em que a aplicação imediata da lei nova aos processos

pendentes é susceptível de afectar os direitos e interesses legítimos anteriormente

constituídos das partes.

(Acórdão do STA, 2.ª SECÇÃO, de 02-07-2014, proc. n.º 0447/14, em

http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/11b90581d9fff1b18

0257d0e00463b52?OpenDocument)

A circunstância de o acto expresso de indeferimento do pedido de transmissibilidade

de prejuízos fiscais ter sido emitido depois do seu deferimento tácito, confere-lhe uma

dimensão revogatória implícita, por substituição, pelo que o prazo para essa revogação

não é ilimitado, mas sim um prazo limitado de um ano contado da data em que se

formou o deferimento tácito, em conformidade com o disposto nos arts. 140.º e 141.º

do CPA, subsidiariamente aplicáveis por força do preceituado nos arts. 2.º, alínea c),

da LGT e 2.º, alínea d), do CPPT, em conjugação com o disposto no art. 58.º do

CPTA.

(Acórdão do STA, 2.ª SECÇÃO, de 28-05-2014, proc. n.º 0274/12, em

http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/6e1c72936121baa38

0257ceb004bfc20?OpenDocument)

Page 27: Código de Procedimento e de Processo Tributário Anotado

CPPT Anotado | Carla Jobling | Luís Figueira

27

I - O adquirente pode pedir na própria execução fiscal a entrega do bem imóvel que

lhe foi adjudicado em processo de execução fiscal, mediante requerimento endereçado

ao chefe do órgão de execução fiscal e com base no despacho de adjudicação,

seguindo-se os termos adaptados do processo para entrega de coisa, previsto nos arts.

930.º e seguintes do CPC, aplicável ex vi do art. 901.º do mesmo Código (na redacção

aplicável).

II - Era assim ainda antes da Lei n.º 55-A/2010, de 31 de Dezembro, ter aditado o n.º

2 ao art. 256.º do CPPT, sendo então a aplicação subsidiária do CPC feita ex vi da

alínea e) do art. 2.º do CPPT.

(Acórdão do STA, 2.ª SECÇÃO, de 09-04-2014, proc. n.º 01869/13, em

http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/142bb0c6fcc2fe0980

257cc30037d936?OpenDocument)

I - Nos termos do disposto no art. 234.º-A, n.º 2, do CPC, aplicável subsidiariamente

por força dos arts. 2.º, alínea e), e 281.º, do CPPT, admite-se a possibilidade de

recorrer do despacho de indeferimento liminar proferido em processo de oposição à

execução fiscal, ainda que o processo tenha valor inferior à alçada.

II - O indeferimento liminar só terá lugar quando for de todo em todo impossível o

aproveitamento da petição inicial, isto tendo em atenção que o princípio da pronúncia

sobre o mérito se sobrepõe a questões formais que não interfiram e ponham em causa

o mesmo.

III - Assim, o despacho de indeferimento liminar só é admissível quando a

improcedência da pretensão do autor for tão evidente e, razoavelmente, indiscutível,

que torne dispensável assegurar o contraditório (art. 3.º, n.º 3, do CPC) e inútil

qualquer instrução e discussão posterior.

(Acórdão do STA, 2.ª SECÇÃO, de 06-03-2014, proc. n.º 0509/13, em

http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/7b9529c61f9bfd4f80

257c9a0032711e?OpenDocument)

I - No regime dos recursos jurisdicionais aplicável aos meios processuais comuns à

jurisdição administrativa e tributária é aplicável o regime previsto no CPTA como

legislação subsidiária, por força do disposto na alínea c) do art. 2.º do CPPT.

II - O recurso per saltum previsto no art. 151.º do CPTA só é admitido desde que se

encontrem preenchidos os requisitos seguintes: (i) o fundamento do recurso consista

apenas na violação de lei substantiva ou processual; (ii) o valor da causa, fixado

segundo os critérios estabelecidos nos arts. 32.º e segs., seja superior a três milhões de

euros ou seja indeterminável (n.º 1 do art. 151.º); (iii) incida sobre decisão de mérito;

(iv) o processo não verse sobre questões de funcionalismo público ou de segurança

social (n.º 2 do art. 151.º).

(Acórdão do STA, 2.ª SECÇÃO, de 12-02-2014, proc. n.º 01847/13, em

http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/3da6692a0400989f8

0257c85005199a4?OpenDocument)

I - O despacho de convite ao suprimento de irregularidades da petição inicial não é

recorrível, como resulta claramente do disposto no art. 508.º n.º 6 do CPC (a que

corresponde o art. 590.º n.º 7 do actual CPC), aplicável ao processo judicial tributário

por força do disposto no art. 2.º, alínea e), do CPPT.

Page 28: Código de Procedimento e de Processo Tributário Anotado

CPPT Anotado | Carla Jobling | Luís Figueira

28

II - Por força do princípio da impugnação unitária, plasmado no art. 54.º do CPPT, só

é possível, em princípio, impugnar o acto final do procedimento tributário, dado que só

esse acto atinge ou lesa, de forma imediata, a esfera jurídica do contribuinte.

III - Esta solução legal em nada contende com os princípios constitucionais ínsitos no

art. 18.º conjugado com os arts. 20.º, 266.º e 268.º da Lei Fundamental, maxime no que

se refere ao direito à tutela jurisdicional efectiva, já que o art. 54.º do CPPT prevê

expressamente a impugnabilidade autónoma dos actos imediatamente lesivos e a

possibilidade de, na impugnação do acto final de liquidação, serem invocados todos os

vícios de que padeçam os actos interlocutórios.

IV - O acto de fixação do rendimento colectável não representa a prática de um acto

imediatamente lesivo, por não ser susceptível de provocar efeitos jurídicos negativos

imediatos na esfera jurídica do contribuinte.

(Acórdão do STA, 2.ª SECÇÃO, de 13-11-2013, proc. n.º 0897/13, em

http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/ddcedae527b7acf58

0257c2900451f6d?OpenDocument)

I - Nos termos do disposto no art.º. 30.º do CPC, subsidiariamente aplicável em

processo tributário “ex vi” art.º 2.º, alínea e) do CPPT, é permitida a coligação de

oponentes quando seja a mesma e única a causa de pedir, quando os pedidos estejam

entre si numa relação de prejudicialidade ou de dependência, ou quando a procedência

dos pedidos principais dependa essencialmente da apreciação dos mesmos factos ou da

interpretação e aplicação das mesmas regras de direito.

II – Não ocorre a existência da mesma e única causa de pedir quando ambos os

oponentes invocam a inexistência de culpa na insuficiência do património da

executada originária, mas um deles invoca ainda a ausência de gerência de facto no

período a que se reportam as dívidas.

III- Neste contexto essa coligação de oponentes viola o disposto no art.º 30.º do CPC,

pelo que ocorre excepção dilatória, nos termos da alínea f) do art.º 494.º do CPC,

devendo o juiz abster-se de conhecer do pedido e absolver a Fazenda Pública da

instância (al. e) do n.º 1 do art.º. 288.º do CPC).

(Acórdão do STA, 2.ª SECÇÃO, de 30-10-2013, proc. n.º 0979/12, em

http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/3de90ad0fa3775048

0257c1a004fb01a?OpenDocument)

A circunstância de o acto expresso de indeferimento do pedido de transmissibilidade

de prejuízos fiscais ter sido emitido depois do seu deferimento tácito, confere-lhe uma

dimensão revogatória implícita, por substituição, pelo que o prazo para essa revogação

não é ilimitado, mas sim um prazo limitado de um ano contado da data em que se

formou o deferimento tácito, em conformidade com o disposto nos arts. 140.º e 141.º

do CPA, subsidiariamente aplicáveis por força do preceituado nos arts. 2.º, alínea c),

da LGT e 2.º, alínea d), do CPPT, em conjugação com o disposto no art. 58.º do

CPTA.

(Acórdão do STA, 2.ª SECÇÃO, de 18-09-2013, proc. n.º 01180/11, em

http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/d7fb14bd501b5bf18

0257bf20032a45a?OpenDocument)

Nos termos do disposto no art. 234.º-A, n.º 2, do CPC, aplicável subsidiariamente ex

vi dos arts. 2.º, alínea e), e 281.º, do CPPT, admite-se a possibilidade de recorrer do

despacho de indeferimento liminar, ou de valor equivalente, proferido em processo de

reclamação de acto do órgão da execução fiscal, ainda que o processo tenha valor

inferior à alçada.

Page 29: Código de Procedimento e de Processo Tributário Anotado

CPPT Anotado | Carla Jobling | Luís Figueira

29

(Acórdão do STA, 2.ª SECÇÃO, de 11-09-2013, proc. n.º 01356/13, em

http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/6acea4a6bf999e5a80

257beb00319374?OpenDocument)

I - Embora não haja norma legal que preveja a coligação de oponentes, não haverá

obstáculo a que ela ocorra, desde que verificados os requisitos do art. 30.º do CPC, que

é de aplicação subsidiária, nos termos do art. 2.º, alínea c), do CPPT.

II - Ou seja, é permitida a coligação de autores quando seja a mesma e única a causa

de pedir, quando os pedidos estejam entre si numa relação de prejudicialidade ou de

dependência, ou quando a procedência dos pedidos principais dependa essencialmente

da apreciação dos mesmos factos ou da interpretação e aplicação das mesmas regras de

direito, nos termos do art. 30.º do CPC.

III - Verificando-se os requisitos da coligação relativamente ao pedido principal, não

pode sustentar-se que a falta desses requisitos com referência ao pedido formulado

subsidiariamente – ou seja, para ser considerado pelo tribunal apenas no caso de

decaimento do pedido formulado a título principal (cfr. art. 469.º, n.º 1, do CPC) –

determine a abstenção do conhecimento do mérito e a absolvição da Fazenda Pública

da instância, nos termos do disposto nos arts. 494.º, alínea f), e 288.º, n.º 1, alínea e),

do CPC.

(Acórdão do STA, 2.ª SECÇÃO, de 18-06-2013, proc. n.º 0551/13, em

http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/ee087bb668e2e1698

0257ba90048cd84?OpenDocument)

I - Após as alterações introduzida no CPPT pela Lei n.º 55-A/2010, de 31 de

Dezembro, os Tribunais Tributários continuam a ter competência para conhecer da

matéria relativa à verificação e graduação de créditos, tendo ocorrido apenas uma

alteração da via ou forma processual adequada ao seu conhecimento, que deixou de ser

o processo judicial de verificação e graduação de créditos, para ser o processo judicial

de reclamação da decisão proferida pelo órgão da execução sobre a matéria, passando,

assim, esta reclamação a constituir a forma processual de exercer a tutela jurisdicional

no que toca à verificação e graduação de créditos.

II - Quanto à aplicação no tempo da lei processual civil e tributária, a regra é a

mesma que vale na teoria geral do direito: a lei nova é de aplicação imediata aos

processos pendentes, mas não possui eficácia retroactiva – art. 12.º, n.º 2, do CC e art.

12.º, n.º 3 da LGT. Porém, da submissão a esta regra geral exceptua-se o caso de a lei

nova ser acompanhada de normas de direito transitório ou de para ela valer uma norma

especial, como é o caso da norma contida no n.º 2 do art. 142.º do CPC, que determina

que a forma de processo aplicável se determina pela lei vigente à data em que a acção

é proposta.

III - Por força dessa norma contida no n.º 2 do art. 142.º do CPC, que é

subsidiariamente aplicável ao contencioso tributário por força do art. 2.º, alínea e), do

CPPT, a nova lei não pode ser aplicada aos processos de verificação e graduação de

créditos pendentes nos Tribunais Administrativos e Fiscais em 1 de Janeiro de 201.º1,

os quais continuam a seguir a forma processual vigente à data da sua instauração.

IV - À mesma conclusão se chegaria pela aplicação da norma contida no n.º 3 do art.

12.º da LGT, na medida em que a aplicação imediata da lei nova aos processos

pendentes é susceptível de afectar os direitos e interesses legítimos anteriormente

constituídos das partes.

(Acórdão do STA, 2.ª SECÇÃO, de 22-05-2013, proc. n.º 0527/13, em

http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/70592f76d1d823bb8

0257b91004c95eb?OpenDocument)

Page 30: Código de Procedimento e de Processo Tributário Anotado

CPPT Anotado | Carla Jobling | Luís Figueira

30

(Acórdão do STA, 2.ª SECÇÃO, de 22-05-2013, proc. n.º 0524/13, em

http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/9454067a5053d8e88

0257b91003deb95?OpenDocument)

(Acórdão do STA, 2.ª SECÇÃO, de 22-05-2013, proc. n.º 0416/13, em

http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/ffed7ec93de8f35180

257b91003d89fe?OpenDocument)

(Acórdão do STA, 2.ª SECÇÃO, de 10-04-2013, proc. n.º 0280/13, em

http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/f9ad1230c6a1fd678

0257b5d00574916?OpenDocument)

Ultrapassada a fase liminar, verificada a caducidade do direito de acção, por

extemporaneidade da petição de oposição à execução fiscal apresentada, impõe-se a

absolvição da Fazenda Pública do pedido e não da instância, uma vez que a caducidade

do direito de acção obsta à produção do efeito jurídico dos factos articulados pelo

oponente (cfr. art. 493.º, n.º 3, do CPC, ex vi do art. 2.º, alínea e) do CPPT).

(Acórdão do STA, 2.ª SECÇÃO, de 22-05-2013, proc. n.º 0340/13, em

http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/45350fa3ccedafd780

257b82003fd29b?OpenDocument)

I – Na determinação das consequências jurídicas da invalidade de acto administrativo

em matéria tributária de concessão de benefício fiscal, no conspecto da possibilidade

legal da sua revogação, há que aplicar as normas do CPA em conformidade com o que

dispõe o art. 2.º do CPPT.

II – O acto de revogação de benefício fiscal de isenção de tributo, que produz efeitos

ex tunc e ocorre mais de um ano depois do acto concedente da isenção, é ilegal por

violação do disposto no art. 141.º do CPA.

(Acórdão do STA, 2.ª SECÇÃO, de 15-05-2013, proc. n.º 0566/12, em

http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/a437af9c4891a3768

0257b8000507c74?OpenDocument)

I - O recurso excepcional de revista, previsto no art. 150.º do CPTA, é admissível no

contencioso tributário, não por via da interpretação analógica ou extensiva do art. 24.º,

n.º 2, do ETAF de 2002, mas antes por aplicação da norma contida no art. 26.º, alínea

h), do mesmo diploma legal, e atenta a expressa remissão contida nas alíneas c) e e)

do art. 2.º, do CPPT. Razão por que a admissão deste recurso no contencioso

tributário não envolve uma inconstitucionalidade de natureza orgânica.

II - Não se justifica, à luz do artigo 150.º, n.º 1 do CPTA, a admissão de revista

excepcional de um acórdão do TCA que sufraga uma interpretação juridicamente

plausível e que tem sido acolhida pela jurisprudência sobre a questão de saber se a

garantia oferecida através de fiança é susceptível de assegurar o pagamento dos

créditos exequendos e a questão de saber que critério deve o julgador utilizar para,

casuisticamente, aferir a idoneidade da fiança oferecida.

III - Além de que se trata de questões que contendem com matéria de facto e juízos

de facto não sindicáveis pelo tribunal de revista, o que lhes confere um cunho

casuístico, circunscrito às condições e particularidades do caso concreto.

(Acórdão do STA, 2.ª SECÇÃO, de 30-04-2013, proc. n.º 0378/13, em

http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/435afdf4def140ba80

257b730035b7ac?OpenDocument)

Page 31: Código de Procedimento e de Processo Tributário Anotado

CPPT Anotado | Carla Jobling | Luís Figueira

31

Nos termos do disposto no art. 234.º-A, n.º 2, do CPC, aplicável subsidiariamente ex

vi dos arts. 2.º, alínea e), e 281.º, do CPPT, admite-se a possibilidade de recorrer do

despacho de indeferimento liminar proferido em processo de oposição à execução

fiscal, ainda que o processo tenha valor inferior à alçada.

(Acórdão do STA, 2.ª SECÇÃO, de 03-04-2013, proc. n.º 01308/12, em

http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/77b6e5583a1ff82b8

0257b4e00380d49?OpenDocument)

I – As nulidades da sentença previstas no n.º 1 do artigo 668.º do CPC são igualmente

aplicáveis a quaisquer outras decisões judiciais por força do estipulado no n.º 3 do seu

artigo 666.º (subsidiariamente aplicáveis no domínio tributário, ex vi do disposto no

artigo 2.º, alínea e) do CPPT).

II – Só a absoluta falta de fundamentação, e não também a fundamentação medíocre,

constitui causa de nulidade da sentença.

(Acórdão do STA, 2.ª SECÇÃO, de 03-04-2013, proc. n.º 01223/12, em

http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/e7d47c4933f74cb08

0257b4e00314587?OpenDocument)

(Acórdão do STA, 2.ª SECÇÃO, de 13-03-2013, proc. n.º 0210/13, em

http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/d3e4ac6c1457869b8

0257b42004723b9?OpenDocument)

Atento o pedido formulado na providência cautelar requerida – o de ser decretado o

impedimento do Chefe do Serviço de Finanças da Maia e da B……… de procederem à

escritura pública e registo do imóvel da C.R. Predial da Maia bem como à venda do

mesmo a um terceiro -, e o estabelecido no probatório fixado - de que por escritura

pública de compra e venda celebrada a 09 de Março de 201.º2, com o respectivo

registo definitivo lavrado na Conservatória do Registo Predial de Matosinhos, foi o

imóvel referido em 2) vendido e tal venda registada -, impunha-se ao tribunal “a quo”

julgar extinta a instância por impossibilidade/inutilidade superveniente da lide, ex vi

do disposto na alínea e) do artigo 287.º do Código de Processo Civil, aplicável ex vi do

disposto na alínea e) do artigo 2.º do CPPT, pois que a providência cautelar

antecipatória perdeu o objecto.

(Acórdão do STA, 2.ª SECÇÃO, de 20-02-2013, proc. n.º 0159/13, em

http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/8ddeaac92eae08a28

0257b2b003bda8f?OpenDocument)

I - Nos termos do disposto no art.º. 30.º do CPC, subsidiariamente aplicável em

processo tributário “ex vi” art.º 2.º, alínea e) do CPPT, é permitida a coligação de

oponentes quando seja a mesma e única a causa de pedir, quando os pedidos estejam

entre si numa relação de prejudicialidade ou de dependência, ou quando a procedência

dos pedidos principais dependa essencialmente da apreciação dos mesmos factos ou da

interpretação e aplicação das mesmas regras de direito.

II – Não ocorre a existência da mesma e única causa de pedir quando ambos os

oponentes invocam a inexistência de culpa na insuficiência do património da

executada originária, mas um deles invoca ainda a ausência de gerência de facto no

período a que se reportam as dívidas.

III- Deste modo, violando essa coligação de oponentes o art.º 30.º do CPC, ocorre

exceção dilatória, nos termos da alínea f) do art.º 494.º do CPC, pelo que o juiz deve

abster-se de conhecer do pedido e absolver a Fazenda Pública da instância (al. e) do n.º

1 do art.º. 288.º do CPC).

Page 32: Código de Procedimento e de Processo Tributário Anotado

CPPT Anotado | Carla Jobling | Luís Figueira

32

(Acórdão do STA, 2.ª SECÇÃO, de 14-02-2013, proc. n.º 01067/12, em

http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/ae2800364a54e7be8

0257b2d004d0e4a?OpenDocument)

I – A inutilidade superveniente da lide ocorre quando, por facto ocorrido na

pendência da instância, a solução do litígio deixe de ter todo o interesse e utilidade,

conduzindo, por isso, à extinção da instância (art.º 287.º, al. e), do Código de Processo

Civil).

II – Tendo sido proferida decisão expressa do órgão de execução fiscal Tributária

sobre o requerimento de arguição de nulidade, na mesma data da apresentação de

reclamação nos termos do art.º 276.º, n.º 1 do Código de Procedimento e Processo

Tributário, ficou sem objecto aquela reclamação, que tinha como principal desiderato

suscitar a intervenção do tribunal, para, em face da inércia da Administração Fiscal,

apreciar desde logo os invocados vícios em substituição do órgão de execução fiscal.

(Acórdão do STA, 2.ª SECÇÃO, de 09-01-2013, proc. n.º 01208/12, em

http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/8fbc8f2f5e5e495580

257af400507bcb?OpenDocument)

A intempestividade do meio impugnatório utilizado implica a não pronúncia do

tribunal relativamente ao mérito das questões suscitadas na respectiva petição inicial,

ainda que de conhecimento oficioso.

(Acórdão do STA, 2.ª SECÇÃO, de 28-11-2012, proc. n.º 01038/12, em

http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/594e163e42a18c038

0257acc0041f8e3?OpenDocument)

Não se encontrando definidas no CPPT as consequências processuais da atribuição

do carácter de urgência, em matéria de recursos jurisdicionais, designadamente no que

toca aos prazos processuais a observar, impõe-se a aplicação da regra da redução a

metade desses prazos, como decorre do disposto no artigo 147.º do CPTA, por força

do disposto no artigo 2.º, alínea c) do CPPT.

(Acórdão do STA, 2.ª SECÇÃO, de 31-10-2012, proc. n.º 0740/12, em

http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/f3e8985bb45530698

0257ab4005508ba?OpenDocument)

I - Após a declaração de insolvência, pode prosseguir contra o insolvente uma

execução fiscal por crédito vencido anteriormente, ainda que apenas relativamente a

bens adquiridos posteriormente à declaração de insolvência e sem prejuízo das

obrigações contraídas pela Fazenda Pública no âmbito do processo de insolvência e da

prescrição.

II - Assim, não pode o juiz, sem indagar de quaisquer dessas circunstâncias e apenas

em face da declaração de insolvência, julgar extinta por inutilidade superveniente da

lide a oposição à execução fiscal deduzida pelo insolvente.

(Acórdão do STA, 2.ª SECÇÃO, de 31-10-2012, proc. n.º 0374/12, em

http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/c148274ca69adda18

0257ab50039c96d?OpenDocument)

Não se encontrando definidas no CPPT as consequências processuais da atribuição

do carácter de urgência, em matéria de recursos jurisdicionais, designadamente no que

toca aos prazos processuais a observar, impõe-se a aplicação da regra da redução a

Page 33: Código de Procedimento e de Processo Tributário Anotado

CPPT Anotado | Carla Jobling | Luís Figueira

33

metade desses prazos, como decorre do disposto no artigo 147.º do CPTA, por força

do disposto no artigo 2.º, alínea c) do CPPT.

(Acórdão do STA, 2.ª SECÇÃO, de 31-10-2012, proc. n.º 0740/12, em

http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/f3e8985bb45530698

0257ab4005508ba?OpenDocument)

(Acórdão do STA, 2.ª SECÇÃO, de 31-10-2012, proc. n.º 0374/12, em

http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/c148274ca69adda18

0257ab50039c96d?OpenDocument)

Não é nulo, por omissão de pronúncia, o acórdão que não apreciou questão suscitada

na contestação por entender que o conhecimento de tal questão ficou prejudicado pela

solução encontrada.

(Acórdão do STA, 2.ª SECÇÃO, de 24-10-2012, proc. n.º 0699/11, em

http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/7601a0d5474e57e18

0257aa80039c050?OpenDocument)

Tendo sido deduzidos pedidos principal e subsidiário e concluindo-se que a ambos

cabe a mesma forma de processo, não há lugar a indeferimento liminar da Petição,

ainda que se considerem incompatíveis, já que não é necessário que o pedido primário

e o subsidiário sejam compatíveis (apenas se exigem os requisitos previsto no art.

469.º do CPC), embora seja indispensável que um e outro pedido estejam sujeitos à

mesma forma, ou melhor, ao mesmo tipo de processo, e que para os dois pedidos seja

competente, em razão da matéria e da hierarquia, o mesmo tribunal (cfr. Alberto dos

Reis, CPC anotado, Vol. I, anotação ao art. 273.º, pag. 373.º).

(Acórdão do STA, 2.ª SECÇÃO, de 24-10-2012, proc. n.º 0747/12, em

http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/d28da6bed6bfe6e48

0257aa800404442?OpenDocument)

I - Embora não haja norma legal que preveja a coligação de oponentes, não haverá

obstáculo a que ela ocorra, se se verificarem os requisitos em que a coligação é

admitida pelo CPC, que é de aplicação subsidiária, nos termos do art. 2.º, alínea c),

do CPPT.

II - Ou seja, é permitida a coligação de autores quando seja a mesma e única a causa

de pedir, quando os pedidos estejam entre si numa relação de prejudicialidade ou de

dependência, ou quando a procedência dos pedidos principais dependa essencialmente

da apreciação dos mesmos factos ou da interpretação e aplicação das mesmas regras de

direito, nos termos do art. 30.º do CPC.

III - Não se verificando qualquer dos referidos requisitos, a coligação de oponentes

constitui excepção dilatória, nos termos do art. 494.º, alínea f), do CPC, pelo que o juiz

deve abster-se de conhecer do pedido e absolver o réu da instância [alínea e) do n.º 1

do artigo 288.º do CPC].

IV - Tendo os oponentes deduzido oposição com uma causa de pedir comum e outras

próprias de cada um deles, não se justifica que a oposição prossiga para conhecimento

daquela, motivo por que não há que notificar os oponentes nos termos do art. 31.º-A

do CPC.

(Acórdão do STA, 2.ª SECÇÃO, de 17-10-2012, proc. n.º 0702/12, em

http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/faa4c2690c913d908

0257aa1003dece2?OpenDocument)

Page 34: Código de Procedimento e de Processo Tributário Anotado

CPPT Anotado | Carla Jobling | Luís Figueira

34

I - Reagindo a recorrente contra a ordem, proferida pelo órgão da execução fiscal, de

entrega de prédios vendidos no processo judicial de execução sob a cominação de

entrega coerciva, visando, assim, evitar uma diligência processual susceptível de

afectar o direito a que se arroga de arrendatária e titular do estabelecimento nele

instalado, torna-se inquestionável que a peça que apresentou como providência

cautelar pode ser convolada para embargos de terceiro (embargos com função

preventiva, regulados no artigo 359.º do CPC, subsidiariamente aplicável ao processo

judicial tributário por força do disposto no artigo 2.º, alínea e), do CPPT.

II - Aos embargos de função preventiva não é aplicável o prazo de caducidade

previsto no n.º 3 do artigo 237.º do CPC para embargos de função repressiva, onde se

estipula o prazo de 30 dias «contados desde o dia em que foi praticado o acto ofensivo

da posse ou direito ou daquele em que o embargante teve conhecimento da ofensa» e

que os embargos nunca podem ser deduzidos «depois de os respectivos bens terem

sido vendidos», pelo que se mostra viável a convolação ainda que a petição inicial

tenha sido apresentada em momento posterior à venda do prédio.

III - No caso, não é manifesta e incontroversa a falta de legitimidade da embargante

para deduzir tais embargos pelo facto de a ordem de entrega do prédio não lhe ter sido

directamente dirigida o que também reforça e determina a decisão de convolação.

(Acórdão do STA, 2.ª SECÇÃO, de 10-10-2012, proc. n.º 0933/12, em

http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/f45f70c1387aa17d8

0257aa00045c5bc?OpenDocument)

I - O indeferimento liminar tem de ser cautelosamente decretado, só devendo ter

lugar quando da simples apreciação da petição resulte, com força irrecusável e sem

margem para dúvidas, que o processo é manifestamente inviável ou extemporâneo, que

não tem razão alguma de ser ou que a improcedência da pretensão é tão notória e

evidente que torna inútil qualquer instrução e discussão posterior.

II - Vindo os embargos de terceiro dirigidos contra a ordem, proferida pelo órgão da

execução fiscal, de entrega do prédio vendido no processo judicial de execução sob a

cominação de arrombamento das portas, e não contra o acto da penhora ou da venda

desse bem, visando, assim, evitar uma diligência processual susceptível de afectar o

direito a que se arroga a embargante (arrendatária e titular do estabelecimento nele

instalado), torna-se inquestionável que se trata de embargos com função preventiva,

regulados no artigo 359.º do CPC, subsidiariamente aplicável ao processo judicial

tributário por força do disposto no artigo 2.º, alínea e), do CPPT.

III - Sendo controverso que a tais embargos de função preventiva seja aplicável o

prazo de caducidade previsto no n.º 3 do artigo 237.º do CPC para embargos de função

repressiva, onde se estipula o prazo de 30 dias «contados desde o dia em que foi

praticado o acto ofensivo da posse ou direito ou daquele em que o embargante teve

conhecimento da ofensa» e que os embargos nunca podem ser deduzidos «depois de os

respectivos bens terem sido vendidos», não podia a petição inicial ter sido

liminarmente rejeitada com fundamento na sua manifesta extemporaneidade por ter

sido apresentada em momento posterior à venda do prédio.

IV - E não sendo também manifesta e incontroversa a falta de legitimidade da

embargante para deduzir tais embargos pelo facto de a ordem de entrega do prédio não

lhe ter sido directamente dirigida, não podia a petição inicial ter sido liminarmente

indeferida com fundamento nessa ilegitimidade.

(Acórdão do STA, 2.ª SECÇÃO, de 12-09-2012, proc. n.º 0995/11, em

http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/8dfd76c430e55cb58

0257a7f004c479f?OpenDocument)

Page 35: Código de Procedimento e de Processo Tributário Anotado

CPPT Anotado | Carla Jobling | Luís Figueira

35

I – Nos termos do n.º 4 do art. 22.º da LGT, a fim de permitir aos chamados à

execução fiscal por reversão reclamar graciosamente ou impugnar judicialmente a

liquidação que deu origem à dívida exequenda, a citação daqueles deve incluir os

elementos essenciais da liquidação, incluindo a fundamentação nos termos legais.

II – A irregularidade decorrente da falta de comunicação desses elementos quando da

citação só constituirá nulidade da citação, a conhecer mediante arguição pelos

interessados dentro do prazo da oposição e na execução fiscal (com eventual

reclamação da decisão para o tribunal, nos termos do art. 276.º do CPPT), se puder

prejudicar a defesa do citado (cfr. Art. 198.º do CPC e arts. 165.º, n.º 1, alínea a), e

203.º, n.º 1, do CPPT).

III – O que releva para efeito de saber se deve ser atendida a arguição de nulidade é a

possibilidade de prejuízo para a defesa do executado e não a existência de um prejuízo

efectivo, pelo que uma vez apurada essa possibilidade de prejuízo passa a competir à

exequente demonstrar factos que permitam concluir que o prejuízo acabou por não

ocorrer.

IV – Estando demonstrado (por decisão judicial transitada em julgado) que foi o

revertido que, na qualidade de representante da sociedade originária executada,

procedeu à autoliquidação que deu origem à dívida exequenda (tendo sido ele, nessa

qualidade, quem apresentou a declaração e apurou o montante do imposto a entregar

ao Estado, bem como que, ao invés de proceder à entrega, se apropriou do mesmo), o

que ele bem sabia, não pode proceder a arguição da nulidade da citação em que este

esgrime como fundamento o desconhecimento dos elementos respeitantes à liquidação.

(Acórdão do STA, 2.ª SECÇÃO, de 12-09-2012, proc. n.º 0884/12, em

http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/834da997c239a3d08

0257a83002ebee2?OpenDocument)

I - A reclamação prevista no art. 276.º do CPPT é o meio processual adequado para a

impugnação da generalidade dos actos praticados pelo órgão de execução fiscal no

âmbito da execução, que tenham potencialidade lesiva, independentemente da natureza

que estes possam revestir, visando a anulação dos mesmos com base em ilegalidade

das decisões concretas do órgão de execução, salvo questões de conhecimento

oficioso.

II - Tendo os recorridos sido citados na execução como revertidos, era no âmbito da

oposição à execução que deviam ter invocados quaisquer fundamentos que pudessem

servir para contrariar a pretensão executiva, e não através da reclamação do despacho

que indefere o pedido de suspensão da venda e se limita a marcar a data da realização

da venda judicial.

III - O acto que determina a data da realização da venda é um acto praticado num

processo judicial tributário e não num procedimento tributário naquele enxertado, o

que significa que o regime de notificações previsto no art. 38.º do CPPT não lhe é

aplicável, uma vez que tal norma se reporta apenas ao procedimento tributário e aos

actos em matéria tributária que põem termo àqueles.

IV - Também não lhe é aplicável o regime da fundamentação dos actos

administrativos regulado no CPA e art. 77.º da LGT, mas sim o das sentenças

judiciais, previsto no art. 158.º do CPC, ainda que com as devidas adaptações, devendo

considerar-se fundamentado o despacho que cumpre as funções em que assenta a

fundamentação das decisões judiciais: convencer o destinatário da racionalidade e

ajustada aplicação da lei ao caso concreto e fornecer-lhe os elementos que lhe

permitam uma defesa adequada, através da indicação dos motivos que levaram a

decidir num dado sentido.

Page 36: Código de Procedimento e de Processo Tributário Anotado

CPPT Anotado | Carla Jobling | Luís Figueira

36

(Acórdão do STA, 2.ª SECÇÃO, de 12-09-2012, proc. n.º 0877/12, em

http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/00b6df205b439c308

0257a7f00331133?OpenDocument)

I – Na sequência da rejeição liminar da oposição à execução fiscal por ilegal

cumulação de oposições – dedução de uma só oposição contra execuções fiscais que

não se encontram apensadas entre si – pode o oponente apresentar nova petição nos 10

dias subsequentes à notificação da decisão, tudo nos termos dos arts. 234.º-A, n.º 1, e

476.º do CPC, aplicável ex vi da alínea e) do art. 2.º do CPPT.

II – À apresentação da nova petição não é aplicável o disposto no art. 14.º, n.º 2, do

CPTA, quer porque a situação é de cumulação ilegal de oposições e não de cumulação

ilegal de pedidos, quer porque o art. 2.º do CPPT elege como critério para determinar

a ordem na aplicação da legislação subsidiária a natureza do caso omisso, o que

significa que, em relação à execução fiscal, deve conceder-se a prioridade ao CPC.

(Acórdão do STA, 2.ª SECÇÃO, de 11-07-2012, proc. n.º 0308/12, em

http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/5428bd88af2ab1748

0257a3f0049eb2a?OpenDocument)

Tem-se por sanada, nos termos da parte final do artigo 208.º do CPC, a nulidade

processual por falta de notificação do parecer do Ministério Público, se este veio

depois a ser notificado às partes e, por ausência de qualquer pronúncia sobre o

respectivo teor, a decisão foi depois confirmada.

(Acórdão do STA, 2.ª SECÇÃO, de 11-07-2012, proc. n.º 0534/12, em

http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/ec6ea8c326899adb8

0257a40003ee737?OpenDocument)

I - O executado deve ser notificado do despacho que designa a venda por negociação

particular em processo de execução fiscal na sequência da frustração da venda por

propostas em carta fechada (art. 886.º-A do CPC, aplicável ex vi da alínea e) do art.

2.º do CPPT), constituindo nulidade processual (art. 201.º, n.º 1, do CPC) a omissão

dessa notificação, nulidade esta que determina a anulação de todos os actos praticados

posteriores ao despacho que designou a modalidade de venda, neles se incluindo a

própria venda executiva (art. 909.º, n.º 1, alínea c), do CPC, aplicável ex vi da alínea c)

do art. 257.º do CPPT).

II - Não pode considerar-se que tenha sido omitida a notificação desse despacho ao

executado se o órgão de execução fiscal, em face da devolução da carta registada que

lhe remeteu para o efeito, não observou o disposto no n.º 5 do art. 39.º do CPPT, uma

vez que o regime deste artigo é aplicável às notificações efectuadas nos procedimentos

tributários e não nos processos judiciais tributários.

III - No caso de devolução daquela carta, e não tendo o executado constituído

mandatário judicial, há que considerar a notificação feita por força do disposto no art.

254.º, n.ºs 1, 3.º e 4, aplicável ex vi do n.º 1 do art. 255.º, ambos do CPC.

(Acórdão do STA, 2.ª SECÇÃO, de 20-06-2012, proc. n.º 0161/12, em

http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/53866838ed31b26a8

0257a2c003b3415?OpenDocument)

São as conclusões que fixam o objecto do recurso. As conclusões devem ser uma

síntese das razões porque se pede a alteração ou anulação da decisão recorrida,

devendo indicar-se, se o recurso tiver por fundamento exclusivo matéria de direito, as

normas jurídicas que o recorrente entende terem sido violadas pela decisão recorrida e

o sentido com que, no entender do recorrente, as normas que constituem fundamento

Page 37: Código de Procedimento e de Processo Tributário Anotado

CPPT Anotado | Carla Jobling | Luís Figueira

37

jurídico deviam ter sido interpretada e aplicadas (art.º 685.º-A, n.º 2, als. a) e b) do

Código de Processo Civil e 690.º, n.º 2, als. a) e b) do mesmo diploma legal na

redacção anterior, aplicáveis ex vi art.º 2.º, al. e) do Código de Procedimento e

Processo Tributário).

(Acórdão do STA, 2.ª SECÇÃO, de 14-06-2012, proc. n.º 0816/11, em

http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/719aa594c06ff0c080

257a2b003ac5a3?OpenDocument)

I - A deficiência de gravação da prova, em termos de tornar imperceptíveis os

depoimentos das testemunhas, constitui nulidade secundária, tipificada no n.º 1 do art.

201.º, n.º 1, do CPC, cujo conhecimento depende da arguição da parte.

II - O prazo para arguição da referida nulidade deve ser aquele dentro do qual a parte

pode apresentar as alegações escritas previstas no artigo 120.º do CPPI, caso a parte

opte por as apresentar.

III - O artigo 9.º do DL n.º 39/95 de 15 de Fevereiro não permite a invocação da

referida nulidade a todo o tempo.

(Acórdão do STA, 2.ª SECÇÃO, de 14-06-2012, proc. n.º 01039/11, em

http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/eff6cf1bf4c816af802

57a2b004bfb4f?OpenDocument)

A nulidade da decisão, por omissão de pronúncia ocorre quando o tribunal deixa de

apreciar e decidir uma questão que haja sido chamado a resolver, a menos que o seu

conhecimento tenha ficado prejudicado em face da solução dada ao litígio.

(Acórdão do STA, 2.ª SECÇÃO, de 16-05-2012, proc. n.º 0464/11, em

http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/93885a2ef9a1535b8

0257a07004e91b8?OpenDocument)

I – Se o recorrente considera injustificado o despacho do relator que o convidou, nos

termos do n. 4.º do artigo 690.º do Código de Processo Civil, aplicável por força do

artigo 2.º, alínea e), do CPPT, a sintetizar as conclusões da sua alegação, deve

impugnar esse despacho através de reclamação para a conferência;

II – Justifica-se o não conhecimento do recurso se o recorrente, convidado pelo

relator para sintetizar as conclusões oferecidas, convite esse formulado nos termos e

sob a cominação do art. 690.º, ns.º 1.º e 4, do CPC, não reclamou daquele despacho e

nada fez, mantendo a complexidade assinalada nas conclusões.

(Acórdão do STA, 2.ª SECÇÃO, de 16-05-2012, proc. n.º 01125/11, em

http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/4bd0e1e8552148358

0257a0700416e2f?OpenDocument)

I - Após as alterações introduzida no Código de Procedimento e de Processo

Tributário pela Lei n.º 55-A/2010, de 31.12, os Tribunais Tributários continuam a ter

competência para conhecer da matéria relativa à verificação e graduação de créditos,

tendo ocorrido apenas uma alteração da via ou forma processual adequada ao seu

conhecimento, que deixou de ser o processo judicial de verificação e graduação de

créditos, para ser o processo judicial de reclamação da decisão proferida pelo órgão da

execução sobre a matéria, passando, assim, esta reclamação a constituir a forma

processual de exercer a tutela jurisdicional no que toca à verificação e graduação de

créditos.

II - Quanto à aplicação no tempo da lei processual civil e tributária, a regra é a

mesma que vale na teoria geral do direito: a lei nova é de aplicação imediata aos

Page 38: Código de Procedimento e de Processo Tributário Anotado

CPPT Anotado | Carla Jobling | Luís Figueira

38

processos pendentes, mas não possui eficácia retroactiva - artigo 12.º do C.Civil e

artigo 12.º, n.º 3 da LGT. Porém, da submissão a esta regra geral exceptua-se o caso de

a lei nova ser acompanhada de normas de direito transitório ou de para ela valer uma

norma especial, como é o caso da norma contida no n.º 2 do artigo 142.º do CPC, que

determina que a forma de processo aplicável se determina pela lei vigente à data em

que a acção é proposta.

III - Por força dessa norma contida no n.º 2 do artigo 142.º do CPPT, que é

subsidiariamente aplicável ao contencioso tributário por força do artigo 2.º, alínea e)

do CPPT, a nova lei não pode ser aplicada aos processos de verificação e graduação

de créditos pendentes nos Tribunais Administrativos e Fiscais em 1 de Janeiro de

201.º1, os quais continuam a seguir a forma processual vigente à data da sua

instauração.

IV - À mesma conclusão se chegaria pela aplicação da norma contida no n.º 3 do

artigo 12.º da LGT, na medida em que a aplicação imediata da lei nova aos processos

pendentes é susceptível de afectar os direitos e interesses legítimos anteriormente

constituídos das partes.

(Acórdão do STA, 2.ª SECÇÃO, de 16-05-2012, proc. n.º 0310/12, em

http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/c1723e7830cdddc18

0257a0700336731?OpenDocument)

A ilegitimidade que constitui fundamento de oposição à execução fiscal (al. b) do n.º

1 do art. 204.º do CPPT), é uma ilegitimidade substantiva que se relaciona com a

dívida exequenda e com o respectivo título e não com a incidência do tributo.

(Acórdão do STA, 2.ª SECÇÃO, de 16-05-2012, proc. n.º 0294/12, em

http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/deca23990ef186ef80

257a0600546d6c?OpenDocument)

I – Relativamente aos processos de verificação e graduação de créditos pendentes nos

Tribunais Tributários até à entrada em vigor da Lei n.º 55-A/2010, de 31/12 (OGE de

201.º1) e das consequentes alterações por ela introduzidas no CPPT, aqueles Tribunais

continuam a ser competentes para tramitar e conhecer das matérias relativas à

verificação e graduação de créditos, pois que as ditas alterações se reconduzem apenas

à alteração da via ou forma processual adequada ao conhecimento das ditas matérias (a

forma processual adequada deixou de ser o processo judicial de verificação e

graduação de créditos e passou a ser o processo judicial de reclamação da decisão

proferida pelo órgão da execução sobre a matéria) ficando esta última (reclamação) a

constituir a forma processual de exercer a tutela jurisdicional no que respeita à

verificação e graduação de créditos.

II – Em termos de aplicação no tempo da lei processual civil e tributária, a regra é a

de que a lei nova é de aplicação imediata aos processos pendentes, mas não possui

eficácia retroactiva – art. 12.º, n.º 2 do CCivil e art. 12.º, n.º 3 da LGT – exceptuando-

se o caso de a lei nova ser acompanhada de normas de direito transitório ou de para ela

valer uma norma especial, como é o caso da norma contida no n.º 2 do art. 142.º do

CPC, que determina que a forma de processo aplicável se determina pela lei vigente à

data em que a acção é proposta.

III – Reconduzindo-se, como ficou dito, as alterações introduzidas pela Lei n.º 55-

A/2010, a mera alteração da forma processual adequada ao conhecimento da matéria

de verificação e graduação de créditos, é por força daquela norma especial contida no

n.º 2 do art. 142.º do CPC (subsidiariamente aplicável ao contencioso tributário por

força do art. 2.º, al. e) do CPPT), que a nova lei não pode ser aplicada aos processos

de verificação e graduação de créditos pendentes nos Tribunais Administrativos e

Page 39: Código de Procedimento e de Processo Tributário Anotado

CPPT Anotado | Carla Jobling | Luís Figueira

39

Fiscais em 1/1/2011, os quais continuam a seguir a forma processual vigente à data da

sua instauração.

IV – A idêntica conclusão se chegaria pela aplicação da norma contida no n.º 3 do

art. 12.º da LGT, na medida em que a aplicação imediata da lei nova aos processos

pendentes é susceptível de afectar os direitos e interesses legítimos anteriormente

constituídos das partes.

(Acórdão do STA, 2.ª SECÇÃO, de 09-05-2012, proc. n.º 0323/12, em

http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/3fbd818e7710e3008

0257a00004c9626?OpenDocument)

I - Na sequência da rejeição liminar da oposição à execução fiscal por ilegal

cumulação de oposições – dedução de uma só oposição contra execuções fiscais que

não se encontram apensadas entre si – pode o oponente apresentar nova petição nos 10

dias subsequentes à notificação da decisão, tudo nos termos dos arts. 234.º-A, n.º 1, e

476.º do CPC, aplicável ex vi da alínea e) do art. 2.º do CPPT

II - À apresentação da nova petição não é aplicável o disposto no art. 14.º, n.º 2, do

CPTA, quer porque a situação é de cumulação ilegal de oposições e não de cumulação

ilegal de pedidos, quer porque o art. 2.º do CPPT elege como critério para determinar

a ordem na aplicação da legislação subsidiária a natureza do caso omisso, o que

significa que, em relação à execução fiscal, deve conceder-se a prioridade ao CPC.

(Acórdão do STA, 2.ª SECÇÃO, de 26-04-2012, proc. n.º 0255/12, em

http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/041a41e25ba62deb8

02579f900495577?OpenDocument)

I - Em face da extinção da execução fiscal por prescrição das dívidas exequendas,

ocorre a inutilidade superveniente da lide no concurso de credores, a determinar a

extinção da instância no processo de verificação e graduação de créditos e, não sendo a

prescrição imputável nem ao credor reclamante nem ao executado, a condenação de

ambos nas custas em partes iguais, tudo nos termos dos arts. 287.º, alínea e) e 450.º,

n.ºs 1 e 2, alínea c), do CPC, aplicável subsidiariamente.

II - Com o regime de custas entrado em vigor com o Decreto-Lei n.º 324/2003, de 27

de Dezembro, a Segurança Social deixou de gozar de isenção de custas.

III - Esse regime de custas aplica-se aos processos entrados em vigor após 1 de

Janeiro de 2004, como tal se devendo considerar o processo de verificação e graduação

de créditos que foi apresentado no órgão de execução fiscal após essa data, ainda que a

execução fiscal o tenha sido em data anterior, porque o concurso de credores é um

meio processual autónomo, ou seja, regido por normas adjectivas próprias,

relativamente ao processo de execução fiscal.

(Acórdão do STA, 2.ª SECÇÃO, de 21-03-2012, proc. n.º 052/12, em

http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/b11c30422cbda6938

02579dc00578a2e?OpenDocument)

I - No âmbito de execução fiscal, tal como definido no artigo 103.º da LGT, os órgãos

da administração tributária podem praticar actos administrativos, determinados no

quadro duma realidade substantiva que se forma no decurso do processo e que com ele

tem uma imediata relação, e actos processuais, que se caracterizam por uma natureza

formal ou instrumental, regulados exclusiva ou predominantemente pelo direito

processual.

II -A recusa do adiamento de uma diligência processual, no caso a venda judicial, não

é um acto administrativo, porque não regula ou define uma posição jurídica subjectiva

Page 40: Código de Procedimento e de Processo Tributário Anotado

CPPT Anotado | Carla Jobling | Luís Figueira

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substantiva do executado, mas um acto processual, cujos efeitos se projectam imediata

e exclusivamente no âmbito ou domínio do processo.

III -Embora os artigos 251.º e 253.º do CPPT não prevejam a possibilidade de

adiamento da venda dos bens penhorados feita por meio de propostas em carta

fechada, o órgão de execução fiscal tem o poder de adiar a diligência, por motivos

imprevistos ou atendíveis.

IV -Mas não constitui violação do princípio da colaboração, o acto que recusa a

pretensão dos executados adiarem a data designada para a venda judicial dos bens

penhorados, para efeitos de obtenção de financiamento bancário, se tal pedido é feito a

escassos dias da venda, quando tinham conhecimento dessa data à mais de três meses.

(Acórdão do STA, 2.ª SECÇÃO, de 15-02-2012, proc. n.º 080/12, em

http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/2d9ef8f136bd48998

02579b8005af6de?OpenDocument)

I - O princípio do contraditório, consagrado em termos gerais no art. 3.º, n.º 3, do

CPC, e actualmente entendido como «direito de influir activamente no

desenvolvimento e no êxito do processo», exige que o juiz assegure às partes a

possibilidade de se pronunciarem, quer sobre os documentos por ele solicitados à

Segurança Social e que o levaram a concluir pelo indeferimento dos pedidos de apoio

judiciário, quer sobre o parecer em que o Ministério Público suscita a falta de

pagamento da taxa de justiça como questão obstativa do conhecimento do mérito.

II - A falta de notificação desses documentos e parecer constitui, pois, a omissão de

um acto exigido por lei que, porque susceptível de influir no exame ou na decisão da

causa, constitui nulidade secundária, sujeita ao regime dos arts. 201.º, 203.º e 205.º do

CPC.

III - A nulidade que esteja sancionada, ainda que de modo implícito, por decisão

judicial e que apenas seja conhecida pelo interessado com a notificação da mesma,

deve ser arguida no recurso desta, não perante o tribunal a quo.

(Acórdão do STA, 2.ª SECÇÃO, de 08-02-2012, proc. n.º 0684/11, em

http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/2e4d8d8caeaea58b8

02579a6005497bd?OpenDocument)

I - Após as alterações introduzida no CPPT pela Lei n.º 55-A/2010, de 31 de

Dezembro, os Tribunais Tributários continuam a ter competência para conhecer da

matéria relativa à verificação e graduação de créditos, tendo ocorrido apenas uma

alteração da via ou forma processual adequada ao seu conhecimento, que deixou de ser

o processo judicial de verificação e graduação de créditos, para ser o processo judicial

de reclamação da decisão proferida pelo órgão da execução sobre a matéria, passando,

assim, esta reclamação a constituir a forma processual de exercer a tutela jurisdicional

no que toca à verificação e graduação de créditos.

II - Quanto à aplicação no tempo da lei processual civil e tributária, a regra é a

mesma que vale na teoria geral do direito: a lei nova é de aplicação imediata aos

processos pendentes, mas não possui eficácia retroactiva – art. 12.º, n.º 2, do CC e art.

12.º, n.º 3 da LGT. Porém, da submissão a esta regra geral exceptua-se o caso de a lei

nova ser acompanhada de normas de direito transitório ou de para ela valer uma norma

especial, como é o caso da norma contida no n.º 2 do art. 142.º do CPC, que determina

que a forma de processo aplicável se determina pela lei vigente à data em que a acção

é proposta.

III - Por força dessa norma contida no n.º 2 do art. 142.º do CPC, que é

subsidiariamente aplicável ao contencioso tributário por força do art. 2.º, alínea e), do

CPPT, a nova lei não pode ser aplicada aos processos de verificação e graduação de

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CPPT Anotado | Carla Jobling | Luís Figueira

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créditos pendentes nos Tribunais Administrativos e Fiscais em 1 de Janeiro de 201.º1,

os quais continuam a seguir a forma processual vigente à data da sua instauração.

IV - À mesma conclusão se chegaria pela aplicação da norma contida no n.º 3 do art.

12.º da LGT, na medida em que a aplicação imediata da lei nova aos processos

pendentes é susceptível de afectar os direitos e interesses legítimos anteriormente

constituídos das partes.

(Acórdão do STA, 2.ª SECÇÃO, de 12-01-2012, proc. n.º 0686/11, em

http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/b7ce190f244b26878

025799000587e4d?OpenDocument)

I - Aos actos (necessariamente sem carácter jurisdicional) praticados pela AT no

âmbito da execução fiscal enquanto mera “auxiliar” na prossecução do escopo judicial

da execução – actos que não convocam a sua qualidade de exequente/credora e, por

isso, não têm natureza administrativa tributária –, são aplicáveis, não as regras que

regulam os actos administrativos tributários, mas antes as regras do CPC, que constitui

a lei subsidiária em sede de processo de execução fiscal, como decorre da alínea e) do

art. 2.º do CPPT.

II - Consequentemente, a esses actos não pode aplicar-se nem a doutrina do acto

confirmativo nem as regras que regulam a fundamentação dos actos administrativos,

sem prejuízo de lhe poderem ser aplicáveis as regras que regulam o caso julgado e a

fundamentação das decisões judiciais.

(Acórdão do STA, 2.ª SECÇÃO, de 07-12-2011, proc. n.º 01054/11, em

http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/ce52ce10d3db37f08

025797a0032f902?OpenDocument)

A falta de notificação do parecer final do Ministério Público sobre a reclamação de

um acto do órgão de execução fiscal só constitui nulidade processual se no parecer

forem suscitadas questões novas susceptíveis de influenciar a decisão da reclamação;

(Acórdão do STA, 2.ª SECÇÃO, de 30-11-2011, proc. n.º 0992/11, em

http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/d6a1b3d67858f6a98

025795f0056d8ab?OpenDocument)

I – Não releva para o cômputo do prazo de prescrição a paragem do processo de

impugnação por mais de um ano e por facto não imputável ao sujeito passivo que se

tenha completado em data posterior a 1 de Janeiro de 2007, pois a partir desta data foi

revogado o disposto no n.º 2 do art. 49.º da LGT, nos termos do art. 91.º da Lei n.º 53-

A/2006, de 29 de Dezembro, que determinou também que a revogação «aplica-se a

todos os prazos de prescrição em curso, objecto de interrupção, em que ainda não

tenha decorrido o período superior a um ano de paragem do processo por motivo não

imputável ao sujeito passivo».

II – Naquela circunstância, a interrupção do prazo da prescrição por efeito da

impugnação judicial terá como efeitos a eliminação (incondicional) de todo o prazo já

decorrido e o impedimento do decurso da prescrição (novo prazo idêntico ao primeiro)

até se tornar definitiva a decisão que puser termo ao processo (cfr. arts. 326.º e 327.º

do CC).

III – No processo de impugnação judicial compete ao juiz examinar se é legalmente

permitida a produção da prova testemunhal oferecida pelas partes e, no caso

afirmativo, aferir da relevância da factualidade alegada perante as várias soluções

plausíveis para as questões de direito colocadas, só podendo dispensar essa prova no

caso de concluir que ela é manifestamente impertinente, inútil ou desnecessária.

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CPPT Anotado | Carla Jobling | Luís Figueira

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IV – Porque a liquidação impugnada teve por fundamento factual que o preço real da

venda foi superior ao preço declarado e a demonstração da identidade entre esses

preços pode ser feita por todos os meios de prova admissíveis, não pode recusar-se ao

impugnante a demonstração, através da prova testemunhal por ele oferecida, dessa

factualidade, da qual ele pretende retirar consequências jurídicas.

V – Muito menos pode julgar-se improcedente a impugnação judicial com o

fundamento de que a impugnante não logrou provar essa identidade, se lhe foi

recusada a possibilidade de efectuar essa demonstração.

(Acórdão do STA, 2.ª SECÇÃO, de 16-11-2011, proc. n.º 0289/11, em

http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/52de7b6180550aa78

025795000587998?OpenDocument)

I – Deve entender-se como forma válida de atacar a decisão recorrida que se

pronunciou sobre o mérito da causa a defesa das razões que, no entender do recorrente,

devem levar à sua procedência, ainda que nas conclusões de recurso não se contenham

referências explícitas à decisão recorrida, sendo suficiente que as alegações e

respectivas conclusões, globalmente consideradas, constituam uma crítica perceptível

àquela decisão.

II – Nos termos do art. 824.º, n.ºs 1, alínea b), e 2, do CPC, a pensão de reforma que

não exceda três salários mínimos nacionais à data de cada apreensão apenas é

penhorável na medida de 1/3, mas desde que os 2/3 remanescentes sejam de valor

igual ou superior ao salário mínimo nacional (só se admitindo que este limite mínimo

não seja respeitado se o executado tiver outros rendimentos ou se o crédito exequendo

for por alimentos).

III – No cômputo da parte penhorável não pode incluir-se a quantia que o executado

se obrigou a pagar mensalmente à sua ex-mulher a título de alimentos e que lhe é

descontada directamente da sua pensão, se esse desconto não é feito no âmbito de

penhora, mas em consequência de autorização que foi por ele voluntariamente dada à

entidade pagadora da pensão.

(Acórdão do STA, 2.ª SECÇÃO, de 02-11-2011, proc. n.º 0909/11, em

http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/55d1113cf10216098

025794300558fbb?OpenDocument)

I – Após as alterações introduzida no CPPT pela Lei n.º 55-A/2010, de 31 de

Dezembro, os Tribunais Tributários continuam a ter competência para conhecer da

matéria relativa à verificação e graduação de créditos, tendo ocorrido apenas uma

alteração da via ou forma processual adequada ao seu conhecimento, que deixou de ser

o processo judicial de verificação e graduação de créditos, para ser o processo judicial

de reclamação da decisão proferida pelo órgão da execução sobre a matéria, passando,

assim, esta reclamação a constituir a forma processual de exercer a tutela jurisdicional

no que toca à verificação e graduação de créditos.

II – Quanto à aplicação no tempo da lei processual civil e tributária, a regra é a

mesma que vale na teoria geral do direito: a lei nova é de aplicação imediata aos

processos pendentes, mas não possui eficácia retroactiva – art. 12.º, n.º 2, do CC e art.

12.º, n.º 3 da LGT. Porém, da submissão a esta regra geral exceptua-se o caso de a lei

nova ser acompanhada de normas de direito transitório ou de para ela valer uma norma

especial, como é o caso da norma contida no n.º 2 do art. 142.º do CPC, que determina

que a forma de processo aplicável se determina pela lei vigente à data em que a acção

é proposta.

III – Por força dessa norma contida no n.º 2 do art. 142.º do CPC, que é

subsidiariamente aplicável ao contencioso tributário por força do art. 2.º, alínea e), do

CPPT, a nova lei não pode ser aplicada aos processos de verificação e graduação de

Page 43: Código de Procedimento e de Processo Tributário Anotado

CPPT Anotado | Carla Jobling | Luís Figueira

43

créditos pendentes nos Tribunais Administrativos e Fiscais em 1 de Janeiro de 201.º1,

os quais continuam a seguir a forma processual vigente à data da sua instauração.

IV – À mesma conclusão se chegaria pela aplicação da norma contida no n.º 3 do art.

12.º da LGT, na medida em que a aplicação imediata da lei nova aos processos

pendentes é susceptível de afectar os direitos e interesses legítimos anteriormente

constituídos das partes.

(Acórdão do STA, 2.ª SECÇÃO, de 26-10-2011, proc. n.º 0834/11, em

http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/7a4a6fa2d816e3d38

0257941004cb8e2?OpenDocument)

(Acórdão do STA, 2.ª SECÇÃO, de 26-10-2011, proc. n.º 0826/11, em

http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/d503c277c2f15fff80

257941004aabe9?OpenDocument)

(Acórdão do STA, 2.ª SECÇÃO, de 19-10-2011, proc. n.º 0700/11, em

http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/d002f269d5f7ccda8

025793500315574?OpenDocument)

(Acórdão do STA, 2.ª SECÇÃO, de 12-10-2011, proc. n.º 0703/11, em

http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/ec4ddb4f2edc5acd8

025792f003488d2?OpenDocument)

(Acórdão do STA, 2.ª SECÇÃO, de 14-09-2011, proc. n.º 0588/11, em

http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/c618266934b124de8

0257913004d0245?OpenDocument)

(Acórdão do STA, 2.ª SECÇÃO, de 13-07-2011, proc. n.º 0521/11, em

http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/459d9f89547ab6088

02578e70030a893?OpenDocument)

(Acórdão do STA, 2.ª SECÇÃO, de 28-09-2011, proc. n.º 0704/11, em

http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/77d53cad1f54acd38

02579220031af47?OpenDocument)

(Acórdão do STA, 2.ª SECÇÃO, de 14-09-2011, proc. n.º 0623/11, em

http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/c36b7aca28133a788

02579130053b484?OpenDocument)

(Acórdão do STA, 2.ª SECÇÃO, de 13-07-2011, proc. n.º 0632/11, em

http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/d7e807b5a1f31c988

02578e9004792a9?OpenDocument)

(Acórdão do STA, 2.ª SECÇÃO, de 13-07-2011, proc. n.º 0595/11, em

http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/254f0b07018723ec8

02578e800503220?OpenDocument)

(Acórdão do STA, 2.ª SECÇÃO, de 13-07-2011, proc. n.º 0594/11, em

http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/45d303ec0e47a76f8

02578e80048cffd?OpenDocument)

(Acórdão do STA, 2.ª SECÇÃO, de 13-07-2011, proc. n.º 0561/11, em

http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/918c2df02fd70c238

02578e8002de266?OpenDocument)

(Acórdão do STA, 2.ª SECÇÃO, de 13-07-2011, proc. n.º 0522/11, em

http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/ced880ced14411538

02578e7004cb8ee?OpenDocument)

(Acórdão do STA, 2.ª SECÇÃO, de 13-07-2011, proc. n.º 0511/11, em

http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/2faed91e2e214c4c8

02578e600512e13?OpenDocument)

Page 44: Código de Procedimento e de Processo Tributário Anotado

CPPT Anotado | Carla Jobling | Luís Figueira

44

(Acórdão do STA, 2.ª SECÇÃO, de 13-07-2011, proc. n.º 0500/11, em

http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/6fc9e80057a9bc798

02578e6002e304a?OpenDocument)

(Acórdão do STA, 2.ª SECÇÃO, de 13-07-2011, proc. n.º 0499/11, em

http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/b2f54b19b4272e948

02578e30048e3be?OpenDocument)

(Acórdão do STA, 2.ª SECÇÃO, de 13-07-2011, proc. n.º 0492/11, em

http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/942d14ecb715a9c98

02578e3003ae4d1?OpenDocument)

(Acórdão do STA, 2.ª SECÇÃO, de 13-07-2011, proc. n.º 0445/11, em

http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/afb365f415733bce8

02578df004e5125?OpenDocument)

(Acórdão do STA, 2.ª SECÇÃO, de 13-07-2011, proc. n.º 0394/11, em

http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/47a56f7a5fa974438

02578dc00491b88?OpenDocument)

(Acórdão do STA, 2.ª SECÇÃO, de 13-07-2011, proc. n.º 0392/11, em

http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/65843714c9b6513c8

02578dc003141d0?OpenDocument)

(Acórdão do STA, 2.ª SECÇÃO, de 06-07-2011, proc. n.º 0384/11, em

http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/1892d1e3b388f6c98

02578cb004a9ad1?OpenDocument)

(Acórdão do STA, 2.ª SECÇÃO, de 06-07-2011, proc. n.º 0362/11, em

http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/ed2b6db93f9c37018

02578c700527379?OpenDocument)

I - A pendência de processo cautelar de suspensão de eficácia e de acção

administrativa especial tendo por objecto um acto pressuposto do acto de liquidação,

por si só, não constitui fundamento de oposição à execução fiscal.

II - Nos casos em que a oposição pode ter em vista a suspensão da execução é preciso

demonstrar que a exigibilidade da dívida exequenda está temporariamente afectada,

nomeadamente por suspensão legal, judicial ou administrativa da eficácia da

liquidação.

(Acórdão do STA, 2.ª SECÇÃO, de 19-10-2011, proc. n.º 0280/11, em

http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/b07edb517aec57e78

02579340034174d?OpenDocument)

I - As regras do CPC só supletivamente, perante a verificação de uma lacuna na lei

processual tributária, podem lograr aplicação ao processo de execução fiscal, como

resulta inequivocamente do disposto nos arts. 1.º, alínea c), e 2.º, alínea e), do CPPT.

II - Porque o CPPT regula expressamente, proibindo-a, a dispensa do depósito do

preço nos casos em que o adquirente do bem vendido seja credor do executado (cfr.

art. 256.º, alínea h), do CPPT), não há caso omisso que sustente a aplicação

subsidiária das regras do CPC, designadamente o disposto no art. 887.º

III - O princípio da igualdade, consagrado no art. 13.º da CRP, não proíbe que o

legislador ordinário estabeleça distinções, proibindo-lhe apenas a adopção de medidas

ou soluções discriminatórias, que integrem desigualdades de tratamento materialmente

infundadas, sem qualquer fundamento razoável ou sem qualquer justificação objectiva

e racional.

IV - Apesar de o art. 256.º do CPPT prever regimes jurídicos diversos para os

adquirentes, consoante sejam particulares (alínea h)) ou sejam o Estado, os institutos

Page 45: Código de Procedimento e de Processo Tributário Anotado

CPPT Anotado | Carla Jobling | Luís Figueira

45

públicos e as instituições de segurança social (alínea i)), essa diversidade está

plenamente justificada pela diferente natureza dos credores, que implica diferente nível

de risco financeiro e, consequentemente, diferente risco na cobrança do preço da

aquisição.

V - A diversidade de soluções jurídicas consagradas na execução fiscal e na execução

comum no que respeita à dispensa do depósito do preço nos casos em que o adquirente

do bem vendido seja credor particular com garantia sobre o bem adquirido encontra

justificação, quer na necessidade de que o pagamento das dívidas em cobrança na

execução fiscal fique mais eficazmente assegurado (evitando a eventualidade de, após

a graduação de créditos, vir a ter que notificar o adquirente para depositar parte do

preço que deixou de depositar ou, inclusive, de ter que o executar por esse montante),

quer na celeridade requerida pela execução fiscal (evitando os atrasos que nela

introduziria necessariamente a constituição de hipoteca ou a prestação de caução,

previstas para a execução comum).

(Acórdão do STA, 2.ª SECÇÃO, de 28-09-2011, proc. n.º 0791/11, em

http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/b8434001db3f052a8

0257921004ea33c?OpenDocument)

I - É o processo de oposição à execução fiscal, e não de impugnação judicial, o meio

processual adequado para os executados discutirem em juízo a legalidade do despacho

que determinou a reversão da execução contra si.

II - Não deve operar-se, sob pena da prática de actos inúteis, proibida por lei, a

convolação da impugnação judicial em oposição à execução fiscal se a petição é

intempestiva para o efeito.

(Acórdão do STA, 2.ª SECÇÃO, de 13-07-2011, proc. n.º 0358/11, em

http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/fb3259b7cbaae3ce8

02578da003a7426?OpenDocument)

I - Embora o responsável subsidiário goze do direito de se opor a que a execução dos

seus bens se efectue enquanto não forem penhorados e vendidos todos os bens do

devedor principal (benefício da excussão), a reversão da execução fiscal contra si pode

efectuar-se em momento anterior a essa venda, desde que os bens penhoráveis do

devedor principal (e eventuais responsáveis solidários) sejam fundadamente

insuficientes para o pagamento da dívida exequenda e acrescido (artigos 23.º n.º 2 da

LGT e 153.º n.º 2 do CPPT).

II - Nos casos em que os bens penhorados ao devedor originário têm um valor pré-

determinado e esse valor é inferior ao da dívida exequenda revertida é possível

concluir no sentido na “fundada insuficiência”, pois que apenas neste caso é possível

concluir, em momento anterior ao da venda dos bens, pela insuficiência destes para

pagamento da dívida.

(Acórdão do STA, 2.ª SECÇÃO, de 22-06-2011, proc. n.º 0167/11, em

http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/7ffe2b36a9bf880c80

2578c3004adff8?OpenDocument)

I - A admissibilidade da cumulação de pedidos formulados na reclamação regulada

nos arts. 276.º e sgts. do CPPT pressupõe que seja a mesma a execução fiscal a que

tais pedidos se reportam, ou, tratando-se de execuções instauradas autonomamente,

que elas tenham sido anteriormente apensadas.

II - Cumulando-se reclamações relativas a processos de execução diferentes não

apensadas, deve ordenar-se a notificação do reclamante para proceder à indicação da

Page 46: Código de Procedimento e de Processo Tributário Anotado

CPPT Anotado | Carla Jobling | Luís Figueira

46

reclamação que pretende ver apreciada no processo, sob pena de absolvição da

instância em relação a todos os pedidos formulados.

(Acórdão do STA, 2.ª SECÇÃO, de 18-05-2011, proc. n.º 0424/11, em

http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/e1a31c9854c8d2ca8

025789b003d127f?OpenDocument)

Deduzida, dentro do prazo legal, oposição à execução fiscal e tendo esta sido

liminarmente indeferida com fundamento em ilegal cumulação de oposições, as novas

petições que, separadamente, venham a ser apresentadas no prazo de 30 dias

posteriores ao trânsito em julgado daquela decisão de indeferimento liminar, hão-se

considerar-se apresentadas na data de entrada da primeira, de acordo com o disposto

no n.º 2 do art. 289.º do CPC – e não no n.º 4 do art. 4.º do CPTA – aplicável

subsidiariamente por força do preceituado na al. e) do art. 2.º do CPPT, pois que a

oposição à execução fiscal corresponde à oposição prevista nos arts. 813.º e sgts. do

CPC e na aplicação das normas subsidiárias deve ter-se em conta «a natureza do caso

omisso», independentemente da ordem por que vêm indicadas no art. 2.º do CPPT).

(Acórdão do STA, 2.ª SECÇÃO, de 11-05-2011, proc. n.º 0385/10, em

http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/aa2a4e74308494238

025789300373d33?OpenDocument)

I - Não estando prevista no CPPT a coligação de oponentes, é aplicável nesta matéria

o disposto no art.º 30.º do CPC, "ex vi" art.º 2.º, alínea e) do CPPT.

II - Embora os períodos de responsabilidade subsidiária imputados às oponentes

sejam distintos, deve considerar-se admissível a sua coligação na oposição se invocam

e indicam prova de que nenhuma delas exerceu a gerência de facto, a qual foi exercida

por um terceiro que identificam.

III - E, sendo assim, daí resulta grande ganho de economia processual, pois que,

provado tal facto, é aplicável ao caso a mesma regra de direito - o art.º 24.º da LGT -,

o que significa que estamos perante a mesma causa de pedir e a interpretação e

aplicação das mesmas regras de direito.

(Acórdão do STA, 2.ª SECÇÃO, de 24-02-2011, proc. n.º 0996/10, em

http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/ee3c03cc6c10a0878

0257848004dae88?OpenDocument)

I - Por força do comando ínsito no artigo 660.º n.º 2 do Código de Processo Civil

incumbe ao julgador a obrigação de apreciar e resolver todas as questões submetidas à

sua apreciação, isto é, todos os problemas concretos que haja sido chamado a resolver

no quadro do litígio, independente da sua pertinência ou viabilidade de procedência,

ficando apenas exceptuado o conhecimento das questões cuja apreciação e decisão

tenha ficado prejudicada pela solução dada a outras.

II - A violação dessa obrigação determina a nulidade da sentença por omissão de

pronúncia.

(Acórdão do STA, 2.ª SECÇÃO, de 12-01-2011, proc. n.º 037/10, em

http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/ee0159344cc8cbc58

025781d004ada97?OpenDocument)

I - A nulidade da sentença por falta de fundamentação de facto ou de direito só ocorre

quando haja total omissão dos fundamentos de facto ou de direito em que assenta a

decisão.

Page 47: Código de Procedimento e de Processo Tributário Anotado

CPPT Anotado | Carla Jobling | Luís Figueira

47

E a nulidade por omissão de pronúncia só se verifica quando o Tribunal deixa de se

pronunciar sobre questão que se não mostre prejudicada pelo conhecimento e decisão

porventura dado a outras.

II - De acordo com o disposto no art. 2.º do CPPT as normas processuais dos

códigos e demais legislação tributária e sobre a organização e processo nos tribunais

administrativos e fiscais são aplicáveis subsidiariamente ao processo judicial tributário

e, na falta delas, as normas do processo civil.

(Acórdão do STA, 2.ª SECÇÃO, de 01-09-2010, proc. n.º 0653/10, em

http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/7fb61e643c0f96b78

0257797003e7b43?OpenDocument)

I - A aplicabilidade ao processo de execução fiscal de norma do Código de Processo

Civil, ex vi da alínea e) do artigo 2.º do Código de Procedimento e de Processo

Tributário, impõe a prévia constatação da existência de lacuna, o que se não verifica

em matéria de suspensão da execução fiscal.

II - A suspensão do processo de execução fiscal tem na lei tributária um regime

próprio e específico (artigos 23.º n.º 3, 49.º n.º 3 e 52.º n.º 1 da Lei Geral Tributária e

artigos 69.º, 172.º, 180.º n.º 1, 189.º n.º 6, 200.º n.º 1, 220.º, 224.º n.º 2, 232.º al. c),

239.º n.º 1, 245.º n.º 1 e 262.º n.º 1 CPPT), determinado pelo interesse público

subjacente à cobrança coerciva dos créditos visada, que afasta a possibilidade de

aplicação das causas de suspensão do processo de execução comum, e, por identidade

ou maioria de razão, da causa de suspensão da instância prevista na 2.ª parte do n.º 1

do artigo 279.º do Código de Processo Civil.

III - Acresce que, a suspensão da instância possibilitada ao tribunal pela 2.ª parte do

n.º 1 do artigo 279.º do Código de Processo Civil pressupõe a ocorrência de “motivo

justificado”, não se justificando suspender uma execução fiscal, na qual o ora

recorrente teve oportunidade de se defender, até ao trânsito em julgado da sentença a

proferir numa outra execução em que é executado, sabido que a decisão proferida

nesta nenhum efeito poderá ter naquela.

(Acórdão do STA, 2.ª SECÇÃO, de 18-08-2010, proc. n.º 0558/10, em

http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/9e877748ab4aafdb8

0257796004ad76a?OpenDocument)

I - Nos termos do n.º 2 do artigo 493.º do Código de Processo Civil, aplicável ex vi

da alínea e) do artigo 2.º do Código de Procedimento e de Processo Tributário, as

excepções dilatórias obstam a que o tribunal conheça do mérito da causa, pelo que,

julgada verificada uma excepção desta natureza, o Tribunal tinha apenas de absolver

da instância o recorrido, estando-lhe vedado o conhecimento do mérito da

impugnação.

II - Ao ter também conhecido do mérito da impugnação, conheceu de questão de que

não podia tomar conhecimento (cfr. a parte final da alínea d) do n.º 1 do artigo 668.º

do Código de Processo Civil), o que fere a sentença recorrida de nulidade por excesso

de pronúncia, nulidade cujo suprimento, ex vi do n.º 1 do artigo 731.º do Código de

Processo Civil, impõe que se modifique a decisão recorrida, mantendo-a apenas na

medida da absolvição da instância.

III - Em face do teor na notificação recebida pela recorrente quanto aos meus de

defesa de que dispunha, e em face do disposto no n.º 4 do artigo 37.º do Código de

Procedimento e de Processo Tributário, poderá a ora recorrente ainda deduzir, no

prazo de 30 dias contados do trânsito em julgado da presente decisão, a reclamação

administrativa do acto sindicado de que a Lei n.º 53-E/2006 de 29 de Dezembro faz

depender a respectiva impugnação judicial.

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CPPT Anotado | Carla Jobling | Luís Figueira

48

(Acórdão do STA, 2.ª SECÇÃO, de 02-06-2010, proc. n.º 0154/10, em

http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/aa9621f0003327c18

025773c00562834?OpenDocument)

I - Se nas conclusões das suas alegações de recurso o recorrente manifesta clara

discordância com o decidido no que respeita aos juízos de apreciação da prova

efectuados pelo Tribunal recorrido, assumindo uma clara divergência nas ilações de

facto retiradas do probatório, o recurso versa também matéria de facto.

II - Envolve igualmente apreciação de matéria de facto a comprovação, exigida pelo

artigo 89.º -A, n.º 3 da Lei Geral Tributária, de que correspondem à realidade os

rendimentos declarados pelo sujeito passivo e de que é outra a fonte das manifestações

de fortuna ou do acréscimo de património ou da despesa efectuada.

III - Tendo o recorrido, nas suas contra-alegações de recurso e ao abrigo do disposto

no n.º 2 do artigo 684.º-A do Código de Processo Civil (aplicável ex vi da alínea e) do

artigo 2.º do Código de Procedimento e de Processo Tributário), requerido o

aditamento de novos factos ao probatório fixado na sentença recorrida, factos esses

que são, em abstracto, relevantes para a boa decisão da causa, tem de concluir-se no

sentido da incompetência em razão da hierarquia deste Supremo Tribunal para o

conhecimento do recurso, ex vi dos artigos 280.º, n.º 1 do Código de Procedimento e

de Processo Tributário e 26.º alínea b) e 38.º alínea a) do Estatuto dos Tribunais

Administrativos e Fiscais.

(Acórdão do STA, 2.ª SECÇÃO, de 21-04-2010, proc. n.º 0189/10, em

http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/8445188eb602055b8

0257711005292ba?OpenDocument)

I - Dispõe o art.º 22.º, n.º 4 da LGT que “ As pessoas solidária ou subsidiariamente

responsáveis poderão reclamar ou impugnar a dívida cuja responsabilidade lhes for

atribuída nos mesmos termos do devedor principal, devendo para o efeito, a

notificação ou citação conter os elementos essenciais da liquidação, incluindo a

fundamentação nos termos legais”.

II - Efectuada a citação sem aqueles elementos, verifica-se uma nulidade prevista no

art.º 198.º do CPC (subsidiariamente aplicável ex vi art.º 2.º, alínea e) do CPPT) por

falta de observância de formalidades previstas na lei.

III - Deste modo, deveria o interessado arguir a nulidade da citação perante o órgão

da execução fiscal, no prazo previsto para a oposição à execução fiscal – art.º 203.º, n.º

1, alínea a) do CPPT.

IV - Tendo usado a impugnação judicial, mas tendo esta sido deduzida no prazo de

30 dias referido no artigo 203.º, n.º 1 citado, impõe-se a convolação da petição de

impugnação para requerimento de arguição de nulidade da citação, por aplicação dos

art.ºs 97.º, n.º 3 da LGT e 98.º, n.º 4 do CPPT.

(Acórdão do STA, 2.ª SECÇÃO, de 10-02-2010, proc. n.º 01178/09, em

http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/6ef8e5ef141790498

02576cf00547929?OpenDocument)

I - O acórdão é nulo, por omissão de pronúncia, quando deixe de apreciar questões

que devesse conhecer- artigos 1.º do CPTA, 668.º, n.º 1, alínea d) do CPC e 95.º, n.º 1

do CPTA.

II - Tal não acontece quando o acórdão explicita as razões pelas quais não conhece de

determinada questão.

Page 49: Código de Procedimento e de Processo Tributário Anotado

CPPT Anotado | Carla Jobling | Luís Figueira

49

III - A formação do deferimento tácito de pedido de transmissibilidade de prejuízo

fiscal está dependente da comprovação dos “elementos necessários ou convenientes

para o perfeito conhecimento da operação”, aí não se incluindo a existência ou não de

dívidas à Segurança Social.

IV - Formado deferimento tácito nos termos do artigo 69.º n.º 7 do CIRC, na

redacção da Lei n.º 32-B/2002, de 30 de Dezembro, sobre um pedido de

transmissibilidade dos prejuízos fiscais, na sequência de fusão de sociedades, ele

configura um acto constitutivo de direitos para o requerente, que só pode ser revogado

com fundamento em invalidade e dentro do prazo do respectivo recurso contencioso

ou até à resposta da entidade recorrida (artigo 141.º do CPA, subsidiariamente

aplicável por força do preceituado nos artigos 2.º alínea c) da LGT e 2.º, alínea d) do

CPPT).

V - “Razões económicas válidas” e “inserção numa estratégia de redimensionamento

e desenvolvimento empresarial de médio ou longo prazo, com efeitos positivos na

estrutura produtiva” são conceitos indeterminados cujo preenchimento cabe à

Administração e que, ao contrário do poder discricionário verdadeiro e próprio, como

poder de eleger uma de entre várias soluções igualmente válidas, só admitem uma

solução justa no caso concreto.

VI - No preenchimento dos conceitos indeterminados pode existir, ou não, a chamada

margem de livre apreciação ou discricionariedade técnica. Tanto a questão de saber se

houve “razões económicas válidas” ou se a fusão “se insere numa estratégia de

redimensionamento e desenvolvimento empresarial de médio ou longo prazo, com

efeitos positivos na estrutura produtiva” é matéria de discricionariedade técnica, com

uma longa margem de livre apreciação da Administração.

VII - Nestes casos, o juízo discricionário da administração não pode ser fiscalizado,

no ponto específico, pelos tribunais, salvo erro grosseiro ou manifesta desadequação

ao fim legal, o que não reveste uma dimensão violadora do direito consagrado no n.º 4

do artigo 268.º da CRP.

VIII - Sobre o arguente do vício de desvio de poder recai o ónus de concretizar o fim

prosseguido pelos autos do acto em contradição com o fim visado pela lei na

concessão desse poder discricionário.

IX - Suscitando-se no processo a desconformidade ao Direito comunitário (artigo 11.º

da Directiva n.º 90/434/CEE., de 23 de Julho de 1990) da interpretação que a

Administração Tributária fez do n.º 2 do artigo 69.º do CIRC, justifica-se o reenvio

prejudicial para o TJCE, nos termos do artigo 234.º do Tratado de Roma,

suspendendo-se a instância até à pronúncia deste Tribunal.

(Acórdão do STA, 2.ª SECÇÃO, de 03-02-2010, proc. n.º 0844/09, em

http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/565b5b2489f67ab38

02576c50051b5f2?OpenDocument)

I – Uma vez considerada extemporânea a petição de oposição à execução fiscal, está

vedado ao tribunal o conhecimento de qualquer questão de mérito suscitada, ainda que

de conhecimento oficioso, como é o caso julgado e/ou a prescrição.

II – Verificada a extemporaneidade da petição apresentada, em fase não inicial do

processo, como é o caso, impõe-se ao juiz a absolvição do réu do pedido e não da

instância, como consta da decisão recorrida (artigo 493.º, n.º 3 do CPC ex vi artigo

2.º, alínea e) do CPPT).

(Acórdão do STA, 2.ª SECÇÃO, de 12-11-2009, proc. n.º 0875/09, em

http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/58d7878b0395590b

802576790057fad7?OpenDocument)

Page 50: Código de Procedimento e de Processo Tributário Anotado

CPPT Anotado | Carla Jobling | Luís Figueira

50

Não é admissível recurso cujo valor da causa - indicado pelo impugnante, não

contestado e definitivamente fixado com a prolação da decisão de primeira instância

(artigo 315.º do Código de Processo Civil, na redacção anterior à que lhe foi

introduzida pelo Decreto-Lei n.º 303/2007) - é de € 12,04, pois que, nos termos do n.º

4 do artigo 280.º do CPPT, não cabe recurso das decisões proferidas em processo de

impugnação quando o valor da causa não ultrapassar um quarto das alçadas fixadas

para os tribunais judiciais de 1.ª instância.

(Acórdão do STA, 2.ª SECÇÃO, de 12-11-2009, proc. n.º 0722/09, em

http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/8c79bd004f4180a78

025767700556c6d?OpenDocument)

I - A nulidade de sentença por excesso de pronúncia consiste em o tribunal tomar

conhecimento de questão de que não podia conhecer, o que ocorre quando conheça de

questões não suscitadas pelas partes e que não sejam de conhecimento oficioso.

II - Não enferma de nulidade por excesso de pronúncia a sentença que fixa a data em

que entende ter ocorrido a citação do Impugnante, que foi questão controvertida no

processo e que releva para apreciar a tempestividade da impugnação, que é questão de

conhecimento oficioso.

III - A nulidade de acórdão por omissão de pronúncia ocorre quando o tribunal deixar

de apreciar questão de devia conhecer, mas não quando o mesmo não considerou

provados determinados factos.

IV - O meio processual adequado para reagir contra a ilegalidade de um despacho

que decide a reversão da execução fiscal é a oposição à execução fiscal.

V - O meio adequado para reagir contra a falta de citação no processo de execução

fiscal, é a arguição da nulidade no próprio processo.

(Acórdão do STA, 2.ª SECÇÃO, de 04-11-2009, proc. n.º 0416/06, em

http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/363fcee2140f68d78

025766a0036825b?OpenDocument)

I – Não ocorre nulidade da sentença por omissão de pronúncia (artigos 125.º n.º 1 do

CPPT e 668.º, n.º 1, alínea d) do CPC) se o conhecimento do mérito da impugnação

ficou prejudicado pela decisão do tribunal “a quo” no sentido da existência de erro na

forma de processo, insusceptível de convolação sob pena de violação do caso julgado

(artigo 660.º, n.º 2, primeira parte, do CPC, aplicável ex vi da alínea e) do artigo 2.º

do CPPT).

II – Não é inconstitucional a interpretação segundo a qual a impugnação judicial de

liquidação adicional de IRS não pode ter por fundamento a decisão de avaliação da

matéria tributável por “sinais exteriores de riqueza”, pois que a lei prevê a

impugnabilidade directa e autónoma desta decisão através de recurso com efeito

suspensivo e onde a prova testemunhal se deve ter como aceite quando necessária à

demonstração dos factos.

(Acórdão do STA, 2.ª SECÇÃO, de 09-09-2009, proc. n.º 0334/09, em

http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/167c3dcd93958e228

0257632003b217d?OpenDocument)