garantias impugnatórias dos contribuintes no procedimento e processo tributário

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Garantias Impugnatórias dos contribuintes no procedimento e processo tributário Procedimento de Reclamação Graciosa Recurso Hierárquico Impugnação Judicial João Queirós

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Garantias Impugnatórias dos contribuintes no procedimento e processo tributário. Procedimento de Reclamação Graciosa Recurso Hierárquico Impugnação Judicial João Queirós. Garantias impugnatórias no procedimento e processo tributário. Mandato tributário Artº 5 CPPT - PowerPoint PPT Presentation

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Page 1: Garantias Impugnatórias dos contribuintes no procedimento e processo  tributário

Garantias Impugnatórias dos contribuintes no procedimento e processo tributário

Procedimento de Reclamação GraciosaRecurso HierárquicoImpugnação Judicial

João Queirós

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Garantias impugnatórias no procedimento e processo tributário

Mandato tributárioArtº 5 CPPT

1 - Os interessados ou seus representantes legais podem conferir mandato, sob a forma prevista na lei, para a prática de actos de natureza procedimental ou processual tributária que não tenham carácter pessoal.

2 - O mandato tributário só pode ser exercido, nos termos da lei, por advogados, advogados estagiários e solicitadores quando se suscitem ou discutam questões de direito perante a administração tributária em quaisquer petições, reclamações ou recursos.

3 - A revogação do mandato tributário só produz efeitos para com a administração tributária quando lhe for notificada.

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Garantias impugnatórias no procedimento e processo tributário

Lei n.º 13/2002, de 19.02 - ESTATUTO DOS TRIBUNAIS ADMINISTRATIVOS E FISCAIS - ETAF (versão actualizada Lei nº 55-A/2010, de 31.12)

Artigo 6.º

Alçada 1 - Os tribunais da jurisdição administrativa e fiscal têm alçada.

2 - A alçada dos tribunais tributários corresponde a um quarto da que se encontra estabelecida para os tribunais judiciais de 1.ª instância.

3 - A alçada dos tribunais administrativos de círculo corresponde àquela que se encontra estabelecida para os tribunais judiciais de 1.ª instância.

4 - A alçada dos tribunais centrais administrativos corresponde à que se encontra estabelecida para os tribunais da Relação.

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Garantias impugnatórias no procedimento e processo tributário

Lei de Organização e Funcionamento dos Tribunais Judiciais Lei n.º 52/2008 de 28 de Agosto

Artigo 31.ºAlçadas

1 - Em matéria cível, a alçada dos tribunais da Relação é de (euro) 30.000 e a dos tribunais de 1.ª instância é de (euro) 5.000.

2 - Em matéria criminal não há alçada, sem prejuízo das disposições processuais relativas à admissibilidade de recurso.

3 - A admissibilidade dos recursos por efeito das alçadas é regulada pela lei em vigor ao tempo em que foi instaurada a acção.

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Código de Procedimento e de Processo TributárioArtigo 6.º

Mandato judicial 1 - É obrigatória a constituição de advogado nas causas judiciais cujo valor exceda o décuplo da alçada do tribunal tributário de 1.ª instância, bem como nos processos da competência do Tribunal Central Administrativo e do Supremo Tribunal Administrativo. 2 - …3 - …

No processo judicial tributário o Solicitador pode ser constituído mandatário nos processos cujo valor não exceda € 12.500,00.

(alçada Trib. Judicial 1ª Inst. – 5.000 : 4 = 1.250 x 10 = 12.500)

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Garantias impugnatórias no procedimento tributário

Reclamação Graciosa

• Princípio e prazo para a decisão da AT (4meses - artºs 56º, 57º LGT)• Princípio da participação – Audição prévia à decisão (artº 60º LGT)• Princípio do duplo grau de decisão da AT (Artºs 47º CPPT) • Procedimento de Reclamação Graciosa (artºs 68º a 77º CPPT)

• Reclamação Graciosa Prévia nos actos de Autoliquidação (artº 131º CPPT); Retenção na fonte (artº 132º CPPT); Pagamento por conta (artº 133º CPPT); Actos fixação valores patrimoniais e incorrecções inscrições matriciais (artº 134º CPPT).

• Admissibilidade de reclamação, recurso hierárquico e impugnação de IVA (artº 97º, 78º e 88º CIVA)

• Reclamações e Impugnações de IRS (artº 140º CIRS)• Reclamações e Impugnações IRC (artº 137º CIRC)• Anulação do IMT por acto ou facto que não se realizou e anulação proporcional (artºs 43º a 44º CIMT)• Reclamação das matrizes e impugnação valores patrimoniais tributários (artºs 130º a 134º CIMI)

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Garantias impugnatórias no procedimento e processo tributário

Procedimento de Reclamação GraciosaFinalidade/Objecto e Fundamentos:

Finalidade/objecto:Anulação total ou parcial dos actos tributários, por iniciativa dos contribuintes, incluindo os substitutos e os responsáveis legais (artº 68º/1 CPPT);São fundamentos (artº 99º, “ex vi” artº 70º/1, CPPT), designadamente:

• a) Errónea qualificação e quantificação dos rendimentos, lucros, valores patrimoniais e outros factos tributários;

• b) Incompetência; • c) Ausência ou vício da fundamentação legalmente exigida; • d) Preterição de outras formalidades legais;

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Garantias impugnatórias no procedimento e processo tributário

PrazosPrazo geral 120 dias, a contar:

• do termo do prazo para pagamento voluntário• da notificação do acto tributário que não dê origem a qualquer liquidação ou• de outros momentos fixados no artº 102º/1 do CPPT, “ex vi” artº 70º/1 do CPPT (Ex:

citação dos responsáveis subsidiários em processo de execução fiscal, formação da presunção de indeferimento tácito);

• Se os fundamentos invocados na reclamação constarem em documento ou sentença superveniente (bem como de qualquer outro facto que não tivesse sido possível invocar no prazo geral), este conta-se a partir da data em que se tornou possível ao reclamante obter o documento ou conhecer o facto (artº 70º/4).

• Se os fundamentos da reclamação graciosa constarem de documento público ou sentença, o prazo suspende-se entre a solicitação e a emissão do documento e a instauração e a decisão da acção judicial (artº 70º/5).8

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Garantias impugnatórias no procedimento e processo tributário

Prazos especiais

Imposto S/ o Valor Acrescentado – IVA• Não será admitida reclamação graciosa, enquanto as liquidações forem

susceptíveis de rectificação ou enquanto não for entregue a declaração periódica a que respeita a liquidação oficiosa. (artº 97º/1 e 2 CIVA).

• Facturas inexactas (já registadas – artº 45º) a rectificação é obrigatória quando houver imposto liquidado a menos, podendo ser efectuada sem qualquer penalidade até ao final do período seguinte àquele a que respeita a factura a rectificar, e é facultativa, quando houver imposto liquidado a mais, mas apenas pode ser efectuada no prazo de dois anos;

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Garantias impugnatórias no procedimento e processo tributário

Prazos Especiais – IVA (continuação)

- Correcção de erros materiais ou de cálculo no registo a que se referem os artigos 44.º a 51.º e 65.º, nas declarações mencionadas no artigo 41.º e nas guias ou declarações mencionadas nas alíneas b) e c) do n.º 1 do artigo 67.º é facultativa quando resultar imposto a favor do sujeito passivo, mas só pode ser efectuada no prazo de 2 anos, que, no caso do exercício do direito à dedução, é contado a partir do nascimento do respectivo direito nos termos do n.º 1 do artigo 22.º (o direito à dedução nasce no momento em que o imposto dedutível se torna exigível – período da declaração de imposto – emissão de factura, vide artº 29º/ 1 b) e 36º/ 1 CIVA) …

Assim, o prazo para deduzir a reclamação graciosa será de 120 dias contados do dia imediato ao final do prazo de 2 anos em que o SP pode proceder à correcção - artº 78º CIVA, nºs 3 (facturas inexactas) e nº 6 (correcção de erros materiais ou de cálculo). 10

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Garantias impugnatórias no procedimento e processo tributário

Imposto s/ as Transmissões Onerosas de Imóveis – IMT• Anulação da liquidação de imposto pago por acto ou facto translativo de

bens que não se realizou (artº 44º/1 CIMT):Pode ser deduzida a todo o tempo, respeitando porém o limite de 1 ano após o termo de validade da liquidação por que se pagou o respectivo imposto - nos termos do artº 22º/ 4 do CIMT a validade é de 2 anos (Não se realizando dentro de dois anos o acto ou facto translativo por que se pagou o IMT, fica sem efeito a liquidação);

• Anulação proporcional do imposto, antes de decorridos 8 anos, se vier a verificar-se a condição resolutiva ou se der a resolução do contrato, pode obter-se, por meio de reclamação (ou de impugnação judicial), a anulação proporcional do IMT nos termos do artº 45º/1 do CIMT)Prazo: 120 dias, a contar da ocorrência do facto (artº 45º/2 CIMT).

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Garantias impugnatórias no procedimento e processo tributário

Prazos a observar (para deduzir reclamação graciosa) quando a reclamação graciosa é condição prévia à Impugnação Judicial

Nos casos de:• Autoliquidação,

no prazo de 2 anos, contados da data de apresentação da declaração (artº 131º/1 CPPT);

• Retenção na fonte (por substituição tributária ), no prazo de 2 anos, contados do ano do pagamento indevido (artº 132º/2 e 3 CPPT);

• Pagamento por conta, 30 dias contados do pagamento indevido. (Vide artº 133º/2 CPPT – nesta situação específica, decorridos 90 dias após a apresentação da reclamação graciosa sem que a AT se tenha pronunciado pelo seu indeferimento, considera-se a reclamação tacitamente deferida – artº 133º/4 CPPT). 12

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Garantias impugnatórias no procedimento e processo tributário

A petição inicial (PI) do procedimento de reclamação graciosa deve ser :

• dirigida ao Orgão Periférico Regional da AT, • por escrito e apresentada no Serviço Periférico local da área do

domicílio fiscal ou sede do contribuinte, da situação dos bens ou da liquidação ;

• Pode ainda ser apresentada oralmente, mas reduzida a termo, em caso de manifesta simplicidade (artº 70º/6 CPPT);

• Deve identificar o contribuinte (nome, morada e número de identificação fiscal);

• Descrevendo-se de forma clara e precisa os factos que deram origem à reclamação;

• Invocando-se os fundamentos que se considerem ocorridos para anulação total ou parcial do acto tributário. 13

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Garantias impugnatórias no procedimento e processo tributário

É possível a cumulação de pedidos e coligação de vários reclamantes desde que:• ocorra identidade do tributo e do órgão competente para a decisão e dos fundamentos

de facto e de direito invocados (artº 71º CPPT) e ainda desde que o órgão instrutor entenda, fundamentadamente, não haver prejuízo para a celeridade da decisão (artº 72º CPPT)..

TramitaçãoO órgão periférico local instaura o processo e,

• Se o valor não ultrapassar o quíntuplo da alçada dos Tribunais Administrativos e Fiscais - € 6.250,00 - este órgão da AT decidirá de imediato após a instrução;

• Se o valor do processo for superior a € 6.250,00, o órgão periférico local elaborará uma proposta fundamentada de decisão que remeterá para o dirigente do órgão periférico regional, entidade competente para decidir (artº 75º/1 CPPT).(O nº 2 do artº 75 foi revogado pelo DL nº 6/2013, de 17.01) 14

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Garantias impugnatórias no procedimento e processo tributário

• O dirigente do órgão periférico regional da área do órgão de execução fiscal é competente para a decisão sobre a reclamação apresentada no âmbito da responsabilidade subsidiária efetivada em sede de execução fiscal. (artº 75º/3 CPPT, na redação da Lei n.º 66-B/2012, de 31 de dezembro).

Regras fundamentais do procedimento da reclamação graciosa (artº 69º CPPT)

• Simplicidade de termos e brevidade das resoluções,• Dispensa de formalidade essenciais,• Inexistência de caso decidido ou resolvido,• Isenção de custas (vide artº 77º/1 e 2 CPPT),• Inexistência de efeito suspensivo, salvo prestação de garantia (requerimento junto à

petição inicial e garantia a apresentar no prazo de 10 dias, após notificação), • Limitação dos meios probatórios à forma documental e aos elementos oficiais que

os serviços disponham, (sem prejuízo do direito que assiste ao órgão instrutor ordenar outras diligências complementares, em sintonia com o princípio do inquisitório e em ordem à satisfação do interesse público e à descoberta da verdade material). 15

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Garantias impugnatórias no procedimento e processo tributário

Notificação ao contribuinte do projecto de decisão (audição prévia)

• Se o projecto de decisão é desfavorável: Notificação por carta registada, para exercício do direito de audição (artº 60º/1 al. b) LGT), no prazo 15 dias, prorrogável até 25, em função da complexidade do assunto (artº 60º/6);

• Contribuinte invocará os argumentos que entenda pertinentes, nomeadamente novos elementos relevantes para uma decisão favorável.

Notificação do indeferimento (expresso) – abre-se possibilidade para:• Recurso hierárquico:

Prazo de 30 dias contados da data da notificação do indeferimento, dirigido ao mais elevado superior hierárquico do autor do acto recorrido – Ministro das Finanças ePerante o autor do acto recorrido (artº 66º/2 CPPT) que poderá, no prazo de 15 dias, revogar total ou parcialmente o acto praticado (nº 4);

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Indeferimento expresso: (continuação)

• Impugnação Judicial:

Dirigida ao Tribunal Administrativo e Fiscal territorialmente competente (domicílio ou sede contribuinte, situação dos bens ou liquidação),

A apresentar no serviço periférico local ou no TAF (artº 103º/1 CPPT);

Prazo: - de 15 dias contados da data da notificação do indeferimento da reclamação graciosa (artº 102º/2 CPPT).

- de 30 dias contados do indeferimento de reclamação graciosa prévia (quando constitui condição prévia para a impugnação - casos de erro na autoliquidação, na retenção na fonte ou em pagamentos por conta).

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Garantias impugnatórias no procedimento e processo tributário

Indeferimento tácito• Ocorre se: a AT não se pronunciar sobre a reclamação graciosa no prazo de 4 meses

(prazo do procedimento – artº 57º/1 LGT), contados a partir da data da entrada da petição inicial nos respectivos

serviços, fazendo a lei presumir o indeferimento tácito, (artº 57º/5 da LGT).

Abre-se a possibilidade para deduzir recurso hierárquico - prazo de 30 dias (artº 76º/1 e 66º/2) ou impugnação judicial - prazo de 3 meses (artº 102º/1) .- A reclamação graciosa relativa aos pagamentos por conta (reclamação prévia à impugnação judicial), que não for indeferida no prazo de 90 dias após a sua apresentação, considera-se tacitamente deferida (deferimento tácito - artº 133º/4 CPPT).18

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Garantias impugnatórias no procedimento e processo tributário

A reclamação graciosa não tem efeito suspensivo:

- Salvaguarda-se a hipótese da prestação de garantia (artº 69º/ al. f) CPPT), a constituir (termos e efeitos previstos nos artºs 169º, 195º e 199º CPPT - garantia bancária, caução, seguro-caução, penhora ou qualquer outro meio susceptível de assegurar os créditos do exequente – como garantia idónea será aceite penhor ou hipoteca voluntária).

- A garantia prestada para suspender o processo executivo caduca se a reclamação graciosa não estiver decidida no prazo de 1 ano contado da data da sua interposição (artº 183º-A/1 CPPT, Lei nº 40/2008, de 11.08, em vigor em 01.01.2009), cabendo ao reclamante apresentar requerimento ao órgão competente que proferirá decisão no prazo de 30 dias (nº3), considerando-se tacitamente deferido o requerimento se tal prazo não for observado (nº4). O órgão da execução fiscal promove o cancelamento da respectiva garantia no prazo de 5 dias, em caso de deferimento expresso ou tácito (nº5). 19

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Isenção de Custas

A isenção de custas (artº 69º al. f) CPPT), é afastada se a reclamação graciosa:- Não for condição prévia de impugnação judicial e, depois de decidida, for considerada destituída de fundamento, caso em que a entidade competente para a decisão aplicará um agravamento que poderá ascender até 5% da colecta objecto do pedido, que será liquidado adicionalmente a título de custas (artº 77º/1 CPPT). - Se a reclamação for condição prévia de impugnação judicial, o agravamento só será exigível caso tenha sido julgada improcedente a impugnação judicial (artº 77º/2 CPPT).

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Garantias impugnatórias no procedimento tributário

Recurso Hierárquico

• Princípio da decisão – artº 56º/1 LGT• Princípio da participação – artº 60º LGT• Princípio da decisão – fundamentação e eficácia – artº 77º LGT• Decisão da AT susceptível de recurso para o mais elevado superior hierárquico – artº 80º LGT

• Duplo grau de decisão da AT – artº 47º CPPT• Prazo para deduzir o recurso, natureza e efeito e prazo para a decisão – artºs 66º e 67º CPPT• Excepções ao efeito suspensivo - Fixação de elementos pela AT por discordar dos declarados pelo contribuinte nas suas declarações (mudança de regime, obrigações declarativas ou usufruição de vantagens ou prejuízos injustificados) – artº 35º/4, 58º/4 e 56º/1 CIVA.

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Recurso HierárquicoObjecto/finalidade:

• contestar uma decisão proferida pelos órgãos da AT em matéria tributária desfavorável ao contribuinte, no todo ou em parte (artº 66º/1 CPPT).

• Notificado o contribuinte de uma decisão, em sede de procedimento tributário, não conforme com a sua pretensão (Ex: em sede de procedimento de reclamação graciosa ou outros actos de do procedimento tributário) pode continuar a discutir a questão controvertida pela via administrativa (em opção à impugnação judicial).

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Garantias impugnatórias no procedimento e processo tributário

O requerimento de interposição do recurso hierárquico: É dirigido ao mais elevado superior hierárquico do autor do respectivo acto.

(Princípio do duplo grau de decisão, não pode a mesma pretensão do contribuinte – identidade do autor e dos fundamentos de facto e de direito invocados - ser apreciada sucessivamente por mais de 2 órgãos da mesma AT – artº 47º CPPT - Vide artº 66º/2 CPPT e artº 80º LGT, ).

Identificar a decisão da AT que se pretende por em causa e indicar, de forma precisa e clara, - os fundamentos sobre os quais pretende uma decisão que lhe seja favorável, - juntando todos os elementos que repute por necessários para a defesa da sua pretensão, observando alguns pressupostos, nomeadamente, ser interposto para o órgão competente, o acto que se pretende por em causa ser susceptível de recurso, o contribuinte ter legitimidade e ser interposto no prazo legalmente previsto.

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Garantias impugnatórias no procedimento e processo tributário

Requerimento (continuação)• Apresentado perante o órgão da AT recorrido (que praticou o acto), • No prazo de 30 dias a contar da notificação legalmente efectuada que

transmite a decisão desfavorável ao contribuinte (artº 66º/2 CPPT).Tramitação

A entidade recorrida analisa recurso e deve faze-lo subir para a entidade que o apreciará, no prazo de 15 dias, acompanhado de informação sucinta ou parecer e do processo a que respeite o acto ou, se o recurso tiver efeito meramente devolutivo (a regra geral), com um seu extracto (artº 66º/3 CPPT).

• Se o autor do acto recorrido, reconhecer razão às alegações constantes do recurso, deve ordenar, oficiosamente a revisão, no todo ou em parte, revogando-o total ou parcialmente, no mesmo prazo de 15 dias (artº 66º/4 CPPT).

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Garantias impugnatórias no procedimento e processo tributário

• Caso o projecto de decisão do recurso hierárquico seja desfavorável à pretensão do contribuinte, deve ser-lhe notificado, por carta registada, para exercício do direito de audição (artº 60º/1 al. b) LGT) no prazo fixado de 15 dias, prorrogável até 25 em função da complexidade co caso (artº 60º/6 LGT), possibilitando a participação do contribuinte na formação da decisão.

• A entidade com competência para decidir do recurso pode, antes de tomada da decisão, ordenar diligências complementares destinadas à obtenção de outros elementos que não constem do procedimento do recurso.

• Os recursos hierárquicos serão decididos no prazo de 60 dias (artº 66º/5 do CPPT). 25

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Garantias impugnatórias no procedimento e processo tributário

• Se o indeferimento for expresso (confirmação da decisão recorrida), Recorrente pode recorrer contenciosamente para os Tribunais Administrativos e Fiscais, como prevê o artº 76º/2 CPPT, salvo se tiver deduzido, anteriormente, impugnação judicial com o mesmo objecto. N.B.- Este recurso contencioso, após a reforma do contencioso administrativo de 2002, reveste a forma de impugnação judicial, sendo esta impugnação o meio processual adequado para impugnar contenciosamente actos administrativos em matéria tributária que comportem a apreciação da legalidade do acto de liquidação (artº 97º/1 al.s d) e p) do CPPT e artº 101º/ al. j) LGT).

• O prazo para deduzir impugnação judicial do indeferimento expresso do recurso hierárquico será de 3 meses (artº 103º/1), contados da notificação da decisão (artº 102º/1 al. e) CPPT).26

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Garantias impugnatórias no procedimento e processo tributário

• Se ocorrer o indeferimento tácito do recurso hierárquico:

o prazo para deduzir impugnação judicial será de 3 meses, a contar do momento em que o recurso se considera indeferido, mais concretamente, depois do decurso do prazo de 60 dias (contado a partir da remessa do processo ao órgão competente para dele conhecer), sem que o órgão da AT tenha proferido a respectiva decisão (artºs 66º/5 e 102º/ 1 al. d) do CPPT).

• O recurso hierárquico, salvo disposição em contrário das leis tributárias, tem natureza meramente facultativa e efeito devolutivo (artº 67º/1 CPPT) e

• Não suspende a eficácia do acto recorrido.

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Garantias impugnatórias no procedimento e processo tributário

Casos em que ocorre a suspensão de eficácia do acto recorrido : Recursos hierárquicos referidos no artº 83º/2 do CIVA:

artº 56º/ 1 CIVA - AT toma medidas no sentido de evitar que o sujeito passivo usufrua de vantagens injustificadas ou sofra prejuízos injustificados com a passagem de regimes de isenção a regimes de tributação ou inversamente (caso em que a AT notifica os SP’s para apresentar, no prazo de 15 dias, as declarações previstas nos artºs 31º -início de actividade - ou artº 32º - declaração de alterações, ambos do CIVA);

art. 58º/ 4 CIVA - sempre que a AT disponha de indícios seguros para supor que um sujeito passivo isento ultrapassou, em determinado ano, o limite de isenção, notifica o SP para apresentar declaração, em 15 dias, com base no volume de negócios que considerou realizado;

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Garantias impugnatórias no procedimento e processo tributário

No recurso hierárquico da decisão de indeferimento de reclamação graciosa (artº 76º/1 CPPT), que tenha por objecto a legalidade da dívida exequenda,

está-se perante um prolongamento do procedimento da reclamação graciosa,

pelo que poderá dizer-se que, para efeitos de suspensão da execução,

deverá interpretar-se extensivamente a referência feita no artº 169º/ 1 CPPT (suspensão da execução – garantias) por forma a abranger também o recurso hierárquico. Aliás, a manutenção do efeito suspensivo até à decisão definitiva, encontra apoio expresso neste último preceito legal, em que se estabelece a suspensão da execução até à “decisão final do pleito”. 29

Page 30: Garantias Impugnatórias dos contribuintes no procedimento e processo  tributário

Garantias impugnatórias no procedimento e processo tributário

• Por outro lado, o artº 52º/ 1 da LGT, prevê a aplicação do regime de suspensão da cobrança coerciva nos casos de “recurso”, sem fazer restrição ao caso de recurso judicial expressamente previsto no artº 169º/1 CPPT, pelo que a aplicação deste regime impõe-se aos recursos hierárquicos por força da prevalência das regras da LGT sobre as do CPPT (artº 51º/ 1 al. c) da Lei 87-B/98, de 31.12 – Lei de autorização legislativa, que impõe a compatibilização das normas CPT/CPTT com as da LGT e não a derrogação destas). (Jorge Lopes Sousa, CPPT, anotado, 2ª edição comentário artº 169º, pp. 802, Vislis, Lisboa).

• Poderá daqui inferir-se que, deduzido recurso hierárquico e constituída ou prestada garantia, nos termos dos artºs 195º e 199º CPPT, ou efectuada a penhora que garanta a totalidade da quantia exequenda e acrescido, suspender-se-á a execução fiscal. 30

Page 31: Garantias Impugnatórias dos contribuintes no procedimento e processo  tributário

CPA

Artigo 175.º CPAPrazo para a decisão

1 - Quando a lei não fixe prazo diferente, o recurso hierárquico deve ser decidido no prazo de 30 dias contado a partir da remessa do processo ao órgão competente para dele conhecer.

2 - O prazo referido no número anterior é elevado até ao máximo de 90 dias quando haja lugar à realização de nova instrução ou de diligências complementares.

3 - Decorridos os prazos referidos nos números anteriores sem que haja sido tomada uma decisão, considera-se o recurso tacitamente indeferido.

Aplicável “ex vi” artº 2º/ al. d) CPPT (direito subsidiário, aplicação supletiva)31

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Garantias impugnatórias no processo tributário

Impugnação Judicial

• Forma de processo tributário (artºs 101º/ al. a) LGT)• Mandato tributário e mandato judicial (artº s 5º e 6º CPPT)• Fundamentos (artº 99ª)• Prazo, local apresentação e efeito suspensivo da impugnação judicial (artº 99º, 103º CPPT)• Efeito do indeferimento tácito da reclamação (artº 106º CPPT)• Requisitos petição inicial (artº 108º CPPT)• Impugnação em casos de autoliquidação, retenção na fonte e pagamento por conta (artºs 131º, 132º e 133º CPPT)• Impugnação fixação valores patrimoniais e incorrecções matriciais de valores patrimoniais (artº 134º CPPT)• Artº 90º CIVA - Liquidação com base em presunções e métodos indiciários•Artº 140º CIRS – Reclamações e Impugnações•Artº 128º CIRC – Reclamações e impugnações•Impugnação para anulação de IMT por acto ou facto que não se realizou e anulação proporcional do imposto (artºs 43º a 45º CIMT)

Page 33: Garantias Impugnatórias dos contribuintes no procedimento e processo  tributário

Garantias impugnatórias no processo tributário

Impugnação Judicial

Processo judicial tributário (artº 96º/1 da CPPT), tem por função:a tutela plena, efectiva e em tempo útil dos direitos e interesses legalmente protegidos em matéria tributária.

Visa atacar, nomeadamente:um acto tributário com o qual o contribuinte não concorde, no todo ou em parte, por ter ocorrido uma ilegalidade,um acto, ou um acto relativo a uma situação de que depende a determinação de imposto, matéria colectável ou valores patrimoniais,

O contribuinte/impugnante poderá, desde logo, interpor uma impugnação judicial (não seguindo a via administrativa da reclamação graciosa), pretendendo obter a anulação total ou parcial dos actos tributários que considera ilegais, conseguindo a “imediata e plena reconstituição da legalidade do acto ou situação objecto do litígio”.33

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Garantias impugnatórias no processo tributário

São fundamentos da impugnação judicial (artº 99º CPPT), nomeadamente:

a) Errónea qualificação e quantificação dos rendimentos, lucros, valores patrimoniais e outros factos tributários;

b) Incompetência;

c) Ausência ou vício da fundamentação legalmente exigida;

d) Preterição de outras formalidades legais.

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Garantias impugnatórias no processo tributário

A petição inicial da impugnação judicial é formulada em triplicado, • reveste a forma articulada, • é dirigida ao Juiz do Tribunal Administrativo e Fiscal e deve (artº 108º CPPT):

- Identificar correctamente o acto impugnado e a entidade que o praticou,- Expor os factos e as razões de direito que fundamentam o pedido,- Oferecer documentos para prova dos factos alegados,- Arrolar testemunhas e requeridas outras provas, - Indicar o valor do processo.

É apresentada no TAF competente ou no serviço periférico local onde haja ou deva legalmente considerar-se praticado o acto tributário (artº 103º/1 CPPT). Os actos tributários consideram-se praticados na área do domicílio ou sede do contribuinte, da situação dos bens ou da liquidação efectuada (artº 103º/2 CPPT). 35

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Garantias impugnatórias no processo tributário

Só é obrigatória a constituição de advogado em causas judiciais cujo valor exceda o décuplo da alçada do Tribunal Administrativo e Fiscal (anterior Tribunal Tributário de 1ª Instância)- Artº 6º/1 do CPPT.

O Estatuto dos Tribunais Administrativos e Fiscais (ETAF – Lei nº 13/2002, de 19.02), no seu artº 6º/2, refere que a alçada dos TAFs corresponde a um quarto da que se encontra estabelecida para os Tribunais Judiciais de 1ª Instância.A alçada dos Tribunais Judiciais de 1ª Instância segundo o artº 31º/1 da Lei de Organização e Funcionamento dos Tribunais Judiciais (LOFTJ, Lei nº 52/2008, de 28.08) é de € 5.000,00.

Logo, a alçada dos TAFs é de € 1.250,00.

Assim, só é obrigatória a constituição de advogado em causas judiciais (no processo judicial tributário) de valor superior a € 12.500,00.36

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Garantias impugnatórias no processo tributário

PRAZOS: Os prazos da impugnação judicial, previstos no artº 102º CPPT, contam-se

nos termos do artº 279º do Código Civil, conforme referência expressa no artº 20º/1 do CPPT:

• Correm continuamente, sem qualquer interrupção ou suspensão.• Na contagem destes prazos não se inclui o dia em que ocorrer o

evento a partir do qual o prazo começa a correr (notificação, citação ou formação de indeferimento tácito).

• Quando o prazo termine em domingo ou dia feriado ou dia feriado ou em férias judiciais transfere-se o seu termo para o primeiro dia útil subsequente.

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Garantias impugnatórias no processo tributário

Prazos (continuação)

O Supremo Tribunal Administrativo (STA) tem entendido, uniformemente, que o prazo da impugnação judicial que termine em férias se transfere para o 1º dia útil seguinte ao termo destas, não obstando a tal transferência o facto de a petição respectiva poder/dever ser efectuada junto da AT (possibilidade de apresentação da PI no serviço periférico local - artº 103º/1 CPPT).

Nos casos em que o prazo se inicia com uma notificação ou citação, o início do prazo para a impugnação judicial depende da regularidade destas, pois só com esta comunicação ao interessado ela produz efeitos em relação a este (artº 77º/6 LGT – a eficácia da decisão depende da notificação – e artº 36º/1 CPPT).

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Garantias impugnatórias no processo tributário

Prazos (continuação)

Nos casos de: comunicação ou notificação insuficiente, por falta de indicação da fundamentação ou dos meios de reacção contra o

acto notificado, ou outros requisitos previstos nas leis tributárias,

pode o interessado, dentro de 30 dias ou dentro do prazo para reclamação, recurso ou impugnação ou outro meio judicial que desta decisão caiba, se inferior,

requerer a notificação dos requisitos que tenham sido omitidos ou a passagem de certidão que os contenha (artº 37º/1 CPPT), isenta de qualquer pagamento, e se o fizer, o prazo para a impugnação (reclamação, recurso, ou outro meio judicial) conta-se a partir da notificação ou da entrega da certidão que tenha sido requerida (artº 37º/2 CPPT). 39

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Garantias impugnatórias no processo tributário

Prazos (continuação)

O prazo geral (artº 102º/1 CPPT) para apresentação da impugnação judicial é de 3 meses, contado:

• Do termo do prazo para pagamento voluntário das prestações tributárias legalmente notificadas ao contribuinte (a);

• Da notificação dos restantes actos tributários, mesmo quando não dêem origem a qualquer liquidação (b);

• Da citação dos responsáveis subsidiários em processo de execução fiscal (c); • Da formação da presunção de indeferimento tácito (d);

• Da notificação dos restantes actos que possam ser objecto de impugnação autónoma nos termos deste Código (e);

• Do conhecimento dos actos lesivos dos interesses legalmente protegidos não abrangidos nas alíneas anteriores (f). 40

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Garantias impugnatórias no processo tributário

Prazos (continuação)

Em caso de indeferimento de reclamação graciosa, o prazo de impugnação será de 15 dias após a notificação da decisão (nº2).

Se se tratar de indeferimento tácito, ou seja, se a AT não apreciou a reclamação graciosa no prazo estabelecido para o procedimento tributário – 4 meses contados da entrada da petição no serviço competente da AT, artº 57º/5 LGT – o prazo para a impugnação judicial é de 3 meses, contados do final dos 4 meses.

Se o fundamento for a nulidade, a impugnação pode ser deduzida a todo o tempo (nº3).

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Garantias impugnatórias no processo tributário

Prazos (continuação)

Outros prazos especiais fixados no CPPT ou noutras leis tributárias:

- Quando na impugnação judicial se invocar como prova de um dos fundamentos alegados, um documento ou sentença superveniente, o prazo de 3 meses conta-se a partir da data em que se tornar possível obter o documento ou do trânsito em julgado da sentença (artº 43º/2 CIMT);

- Se a impugnação visar uma liquidação de IMT paga por acto ou facto translativo de bens que não chegou a verificar-se (artº 44º/1 CIMT), o prazo para deduzir impugnação judicial é de 1 ano, contado do termo do prazo de 2 anos da validade da liquidação (artº 22º/4 CIMT);

- Se a impugnação visar a anulação proporcional do IMT liquidado, face à ocorrência (antes de decorridos 8 anos) de condição resolutiva ou resolução do contrato, o prazo de 3 meses inicia-se a partir da ocorrência dos factos (artº 45º/ 1 e 2 CIMT); 42

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Garantias impugnatórias no processo tributário

Prazos (continuação)

Se a impugnação versar sobre liquidações que ainda sejam susceptíveis de correcção no

âmbito do CIVA (artº 90º/2 CIVA), o prazo só começa a decorrer a partir do dia imediato

ao final do período (ex: correcção de erros materiais nas DPs de IVA é facultativa quando

resultar imposto a favor do SP, mas só pode efectuar-se no praxo de 2 anos);

A impugnação judicial nos casos de autoliquidação (artº 133º/2 CPPT), retenção na

fonte (artº 132º/5 CPPT) ou pagamentos por conta (artº 133º/3 CPPT), tem de ser

interposta no prazo de 30 dias, a contar da data da decisão proferida na reclamação

graciosa (previa e obrigatoriamente deduzida à impugnação). Se, nos casos de

autoliquidação e retenção na fonte, não for proferida decisão expressa em sede de

reclamação graciosa, no prazo previsto para o procedimento tributário - 4 meses

contados da entrada da petição no serviço competente da AT, artº 57º/5 LGT – presume-

se o indeferimento tácito, iniciando-se o prazo de 30 dias para deduzir a impugnação

judicial. 43

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Garantias impugnatórias no processo tributário

(Prazos – continuação)

• No caso de pagamentos por conta, decorridos 90 dias da apresentação da reclamação graciosa prévia sem que tenha havido indeferimento, considera-se tacitamente deferida a reclamação (artº 133º/4 CPPT).

• É de 15 dias o prazo para deduzir impugnação judicial (artº 143º CPPT), quando estiver em causa um acto de apreensão de bens praticados pela AT, contado a partir do levantamento do respectivo auto (por exemplo, a apreensão de uma veículo e respectiva mercadoria transportada por não terem sido exibidos os documentos exigidos pela lei fiscal – artº 16º DL nº 147/2003, de 11.07).

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Garantias impugnatórias no processo tributário

Prazos (continuação)

A impugnação das incorrecções nas inscrições matriciais dos valores patrimoniais (artº 134º/3, 4, 5 e 6 CPPT), deve ser deduzida no prazo de 30 dias contados da notificação da recusa ou não pronúncia na apreciação do pedido (considera-se não pronúncia se a AT não se pronunciar no prazo de 90 dias a partir do pedido), pela entidade competente.

A impugnação dos actos de fixação de valores patrimoniais (a deduzir no prazo de 90 dias) não tem efeito suspensivo e só pode ser deduzida depois de esgotados os meios graciosos previstos no procedimento de avaliação (artº 134º/1 e 7 CPPT).

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Garantias impugnatórias no processo tributário

Tramitação Recebida a petição, o juiz ordena a notificação do representante da

fazenda pública para, no prazo de 90 dias, contestar e solicitar a produção de prova adicional (artº 110º/1 CPPT).

O Representante da Fazenda Pública, no prazo de 3 dias, (artº 110º/3 CPPT), deve solicitar ao serviço periférico local, a organização do processo administrativo e a remessa do mesmo, devidamente instruído, no prazo de 30 dias (incluindo todos os elementos disponíveis, informação da inspecção tributária sobre a matéria de facto – se for o caso - informação sobre os elementos oficiais respeitantes à matéria impugnada e sobre a matéria do pedido, a apensação da reclamação graciosa e/ou recurso hierárquico, relativa ao mesmo acto e apresentada antes da impugnação que se encontre pendente de apreciação ou já apreciada - artº 111º/1,2, 3 e 5 CPPT).

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Garantias impugnatórias no processo tributário

Se: o valor do processo não exceder o quíntuplo da alçada do TAF (Tribunal Tributário 1ª Instância) - € 6.250,00, o dirigente do órgão periférico regional da AT tem competência para revogar, total ou parcialmente, o acto impugnado - artº 112º/1 (redação Lei nº 66-B/2012, de 31.12);

Se:o valor do processo exceder o quíntuplo da alçada do TAF (Tribunal Tributário 1ª Instância) - € 6.250,00, o dirigente máximo do serviço da AT tem competência para revogar, total ou parcialmente, o acto impugnado – artº 112º/2 (redação Lei nº 66-B/2012, de 31.12);

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Garantias impugnatórias no processo tributário

• Se a revogação for total o Representante da Fazenda Pública deve ser notificado nos 3 dias subsequentes, promovendo o mesmo a extinção do processo (artº 112º/4 CPPT).

• A revogação parcial do acto impugnado obriga o órgão que proferir a decisão a notificar o impugnante, nos 3 dias seguintes,

• para este se pronunciar, no prazo de 10 dias, prosseguindo o processo se o contribuinte nada disser ou declarar que mantém a impugnação (artº 112º/3 CPPT).

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Garantias impugnatórias no processo tributário

Junta a posição do representante da fazenda pública ou decorrido o respectivo prazo,

O juiz faz vista ao Ministério Público, e

conhece logo do pedido sea questão for apenas de direito ou sendo a questão também de facto,

o processo tiver os elementos suficientes que permitam a decisão desde logo (artº 113º/1 CPPT).49

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Garantias impugnatórias no processo tributário

Se o juiz não conhecer logo do pedido, - ordenará as diligências para a produção de prova que considerar necessárias (artºs 114º, 115º, 116º, 118º e 119º CPPT, prova testemunhal, pericial, documental, etc).

Finda a produção de prova, o juiz manda notificar os interessados para alegarem por escrito, em prazo não superior a 30 dias (artº 120º CPPT).

Findas as alegações ou decorrido o respectivo prazo, o juiz dá vista ao Ministério Público (artº 121º CPPT).

Seguidamente serão os autos conclusos para decisão do juiz, que proferirá sentença (artº 122º/1 CPPT), que será notificada, no prazo de 10 dias, ao Ministério Público, ao impugnante, e ao representante da fazenda pública (artº 126º CPPT). 50

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Garantias impugnatórias no processo tributário

Da decisão do TAF cabe recurso, no prazo de 10 dias, para o Tribunal Central Administrativo - TCA. Se a matéria for exclusivamente de direito, o recurso é para o Supremo Tribunal Administrativo (Secção do Contencioso Tributário – recurso “per saltum”, artº 280º/1 CPPT).

Das decisões do TCA cabe recurso, com base em oposição de acórdãos, para o STA (artº 280º/2 CPPT). Porém, as decisões proferidas pelos TAFs, em processo de impugnação judicial, não são passíveis de recurso se o valor da causa não ultrapassar um quarto da alçada dos tribunais judiciais de 1ª. Instância, € 1.250,00 (artº 280º/4 CPPT).

A impugnação judicial só tem efeito suspensivo quando (artº 103º/4 CPPT), a requerimento do impugnante, for prestada garantia adequada, no prazo de 10 dias após a notificação para o efeito pelo tribunal, com respeito pelos critérios e termos referidos no nºs 1 a 6 e 10 do artº 199º do CPPT (garantia bancária, caução, seguro caução ou qualquer outro meio susceptível de assegurar os créditos do exequente, sendo garantia idónea o penhor ou hipoteca voluntária aceite pela AT e ainda a penhora já efectuada sobre bens necessários para garantir a dívida exequenda e acrescido). 51

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Garantias impugnatórias no processo tributário

Situação específica que prevê o efeito suspensivo da impugnação judicial, independentemente da prestação de garantia.

Solicitado o procedimento de revisão da matéria tributável fixada por métodos indirectos (artº 91º e 92º LGT) – onde se discutem questões de quantificação de matéria tributável e dos pressupostos de aplicação de métodos indirectos de tributação – o parecer do perito independente ser conforme ao do perito do contribuinte e a AT resolver sem sentido diferente. Neste caso concreto, a impugnação judicial deduzida contra a fixação resultante daquele procedimento, tem efeito suspensivo, independentemente da prestação de garantia, quanto à parte da liquidação controvertida em que o perito independente e o perito do contribuinte estiveram de acordo (artº 92º/8 LGT).

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Garantias impugnatórias no processo tributário

Outras garantias no processo tributário

Oposição à Execução Fiscal Artºs 189º, 203º a 213º e 280º CPPT…………….. (outros) …..………. …………………………………….

Recurso de actos de aplicação de coimas e sanções acessórias

Artºs 52º, 80º a 86º RGITDL nº 433/82, artºs 59º a 75º

Recurso de actos praticados no processo de Execução Fiscal

Artº 103º LGT e artºs 276º a 278º CPPT