cpc anotado

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DIRETAS JÁ A participação histórica da advocacia paranaense na redemocratização. PÁG. 20 CONFERÊNCIA ESTADUAL OAB Paraná prepara-se para o maior evento da gestão. PÁG 5 ENTREVISTA Técio Lins e Silva faz uma radiografia do sistema penal brasileiro. PAG. 8 CPC Anotado é sucesso entre advogados de todo o país O Código de Processo Civil Anotado, lançado pela OAB Paraná em versão eletrônica, teve 90 mil downloads em dois meses. A obra, inédita no Brasil, constitui uma ferramenta moderna, ágil e confiável para a prática jurídica. O PDF está disponível gratuitamente no site da Seccional. PÁG. 14 PUBLICAÇÃO DA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL - PARANÁ | NÚMERO 2 | JAN/FEV DE 2014 w w w . o a b p r . o r g . b r REVISTA DA ORDEM

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Comentários sobre o novo Código de Processo Civil.

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  • DIRETAS JA participao histrica da advocacia paranaense na redemocratizao. PG. 20

    CONFERNCIA ESTADUALOAB Paran prepara-se para o maior evento da gesto. PG 5

    ENTREVISTATcio Lins e Silva

    faz uma radiografia do sistema penal brasileiro. PAG. 8

    CPC Anotado sucesso entre advogados de todo o pasO Cdigo de Processo Civil Anotado, lanado pela OAB Paran em verso eletrnica,

    teve 90 mil downloads em dois meses. A obra, indita no Brasil, constitui uma ferramenta moderna, gil e confivel para a prtica jurdica. O PDF est disponvel gratuitamente no site da Seccional. PG. 14

    P U B L I C A O D A O R D E M D O S A D V O G A D O S D O B R A S I L - PA R A N | N M E R O 2 | j A N / f E V D E 2 0 1 4

    w w w . o a b p r . o r g . b r

    reviStA DA OrDeM

  • 2 | j a n / f e v | 2 0 1 4 | R E V I S T A d A O R d E M

  • 3 | j a n / f e v | 2 0 1 4 | R E V I S T A d A O R d E M

    A Revista da Ordem, que substituiu a partir da ltima edio de 2013 o antigo Jornal da Ordem, chegou

    para ficar, assim como o ms de janeiro chegou para mostrar o quanto este ano ser farto em notcias e novidades. De fato, 2014 iniciou com o sucesso obtido pelo Cdigo de Processo Civil Anotado, obra virtual lanada no ms de dezembro passado. Em menos de 60 dias, o CPC Anotado teve mais de 90 mil downloads, como registramos na matria de capa desta edio. importante notar que esse perodo envolve o recesso forense, durante os quais muitos advogados aproveitam para curtir suas frias. Tamanha repercusso nos leva a pensar, desde j, em outras iniciativas semelhantes, como a edio de um Cdigo de Processo Penal Anotado, que deveremos levar adiante durante os prximos meses.

    Outro fato significativo foi a posse da conselheira estadual Mrcia Helena Bader Maluf Heisler na Secretaria-Geral da OAB Paran, substituindo nos prximos cinco meses o advogado Eroulths Cortiano Jnior, que se licenciou para cursar ps-doutorado no exterior. Pela primeira vez em 82 anos de histria da Seccional, sua diretoria conta com a presena de duas advogadas, incluindo a Secretria-Geral Adjunta, Iverly Antiqueira Dias Ferreira.

    Mas a rotina da Ordem no feita s de notcias boas, fazendo com que sejamos obrigados a intervir em fatos que interferem na vida dos advogados e dos cidados paranaenses. Foi o que ocorreu ao sermos surpreendidos pelos saques indevidos efetuados pelo governo nos depsitos judiciais de aes que no tratam de matria tributria. De pronto, a OAB denunciou

    a irregularidade, fazendo com que a Secretria da Fazenda, Jozlia Nogueira, comparecesse Seccional para esclarecer o caso e comprometer-se a devolver os valores sacados, o que vem ocorrendo.

    Esta edio tambm destaca as comemoraes pela passagem dos 30 anos de realizao do comcio que abriu a campanha pelas eleies diretas, na Boca Maldita, em Curitiba. A Ordem tomou a iniciativa nesse sentido j em 1977, ao exigir o Estado Democrtico de Direito. A campanha pelas Diretas J representa um dos maiores momentos da nossa Histria, viabilizando a posterior eleio de Tancredo Neves, a convocao da Assembleia Nacional Constituinte e, enfim, a promulgao da Constituio da Repblica, que mudou o pas.

    A OAB tem orgulho de ter participado deste momento inesquecvel, inclusive cedendo sua sede, ento localizada na Rua Cndido Lopes, para a organizao do comcio da Boca Maldita. Todas as comemoraes do aniversrio desse momento histrico so fundamentais para reforar nossa democracia.

    Por fim, ressaltamos a importncia do nosso entrevistado, o advogado, professor e ex-Secretrio de Justia do Rio de Janeiro, Tcio Lins e Silva, membro de uma das famlias mais destacadas do cenrio jurdico brasileiro.

    Aproveite e boa leitura!

    Juliano BredaPresidente da OAB Paran

    p a l a v r a d o p r e s i d e n t e

    n d i c e

    19 Seccional ter reunio aberta sobre honorrios advocatcios

    28 Subsees de Londrina e regio ganham novo centro de convivncia

    6 Ordem age em defesa dos depsitos judiciais no tributrios

    12 Pela primeira vez, duas mulheres na diretoria da OAB Paran

  • 4 | j a n / f e v | 2 0 1 4 | R E V I S T A d A O R d E M

    e x p e d i e n t e

    Edio: Ana Luzia Palka (MTb 2189) | Reportagens: Gisele Rossi Ferreira (MTb 2838), Raffaela Ortis (MTb 8121) e Vincius Andr dias (Especial diretas J) | Entrevista: Claudia Regina Gabardo | OABPrev-PR: Marcos Jansson | CAA/PR: Zinho Gomes | Fotografias: NCA Comunicao (Bebel Ritzmann, Helosa Rego e Zinho Gomes) | Diagramao: Ctrl S Comunicao | www.ctrlscomunicacao.com.br |

    Publicidade: Boletim Informativo - Comunicao Institucional | www.boletim.jor.br | Tel.: 41.3668.8127 / 3668.0999 / 9244.6774 | [email protected] | Tiragem: 10.000 exemplares | Impresso: Midiograf | Verso digital: distribuida para todos os advogados inscritos na OAB Paran | OAB Paran - Rua Brasilino Moura, 253 80.540-340 | Telefone: 3250-5700 | www.oabpr.org.br |Para contatos com a reviStA DA OrDeM: [email protected]

    Alexandre Hellender de Quadros Carlos Roberto Scalassara Celso Augusto Milani Cardoso Ccero jos Zanetti de Oliveira Ciro Alberto Piasecki Claudionor Siqueira Benite Daniela Ballo Ernlund Edni de Andrade Arruda Elizandro Marcos Pellin Eunice fumagalli Martins e Scheer Evaristo Arago ferreira dos Santos fbio Luis franco Gabriel Soares janeiro Gilder Cezar Longui Neres Guilherme Kloss Neto Gustavo Souza Netto Mandalozzo Hlcio Silva Orane Ivo Harry Celli junior joo de Oliveira franco junior joo Everardo Resmer Vieira jos Carlos Cal Garcia filho jos Carlos Sabatke Sabia juarez Cirino dos Santos juliana de Andrade Colle Nunes Bretas Lauro fernando Pascoal Lauro fernando Zanetti Lcia Maria Beloni Correa Dias Luiz fernando Casagrande Pereira Mrcia Helena Bader Maluf Heisler Marilena Indira Winter Marlene Tissei So jos Neide Simes Pipa Andre Nilberto Rafael Vanzo Oksandro Osdival Gonalves Paulo Charbub farah Paulo Rogrio Tsukassa de Maeda Rafael Munhoz de Mello Renato Cardoso de Almeida Andrade Rita de Cassia Lopes da Silva Rogel Martins Barbosa

    Rogria fagundes Dotti Rubens Sizenando Lisboa filho Silvio Martins Vianna Vera Grace Paranagua Cunha Wascislau Miguel Bonetti Abner Wandemberg Rabelo Alaim Giovani fortes Stefanello Alberto Rodrigues Alves Alessandro Panasolo Alexandre Salomo Aline Graziele de Oliveira Almir Machado de Oliveira Clodoaldo de Meira Azevedo Debora de ferrante Ling Catani Dicesar Beches Vieira junior Edward fabiano Rocha de Carvalho Emerson Gabardo Emerson Norihiko fukushima Estefnia Maria de Queiroz Barboza fbio Artigas Grillo fernando Previdi Motta Gilberto Tadeu Dombroski Gilvan Antonio Dal Pont Graciela Iurk Marins Henrique Gaede joel Macedo Soares Pereira Neto jlio Martins Queiroga Leila Cuellar Leonardo Ziccarelli Rodrigues Luiz Srgio de Toledo Barros Mariantonieta ferraz Portela Maurcio Barroso Guedes Melissa folmann Paulo Giovani fornazari Pedro da Silva Queiroz Regiane de Oliveira Andreola Rigon Rodrigo Luis Kanayama Rodrigo Pironti Aguirre de Castro Valmir de Souza Dantas Vernica Matulaitis Ratuchenei

    Diretoria OABPresidente: juliano jos BredaVice-presidente: Cssio Lisandro TellesSecretrio-geral: Eroulths Cortiano jnior (licenciado) Mrcia Helena Bader Maluf HeislerSecretria-geral adjunta: Iverly Antiqueira Dias ferreiraTesoureiro: Oderci jos Bega

    COnSElhEIROS SECCIOnAIS

    COnSElhEIROS FEDERAISAlberto de Paula Machado Csar Augusto Moreno jos Lucio Glomb flvio Pansieri Hlio Gomes Coelho junior Manoel Caetano ferreira filho

    MEMBROS nATOS E hOnORRIOS VITAlCIOSEduardo Rocha VirmondNewton jos de SistiAntonio Alves do Prado filhoAlcides Bitencourt Pereirajos Cid CampeloMansur Teophilo MansurAlfredo de Assis Gonalves NetoEdgard Luiz Cavalcanti de AlbuquerqueManoel Antonio de Oliveira francoAlberto de Paula Machadojos Lucio Glomb

    OABPREV-PRDiretor presidente: Maurcio de Paula Soares GuimaresDiretor Financeiro: Braslio Vicente de Castro Neto Diretor Administrativo e de Benefcios: Wellington SilveiraDiretora Adjunta: Majoly Aline dos Santos HardyPresidente do Conselho Fiscal: Rafael Laynes BassilPresidente do Conselho Deliberativo: Mauro Ribeiro Borges

    CAIxA DE ASSISTnCIA DOS ADVOgADOSPresidente: jos Augusto Arajo de Noronha Vice-Presidente: Eliton Arajo Carneiro Secretria-geral: Maria Regina Zarate NisselSecretrio-adjunto: Luis Alberto Kubaski Tesoureiro: fabiano A. P. Baracat Diretores suplentes: Claudia Teixeira, Iolanda Maria Gomes, jos Carlos Dias Neto, Luciana Carneiro de Lara, Mario jorge Sobrinho

    d i r e t o r i a

  • n o t c i a s

    Conferncia Estadual discutir as reformas necessrias ao pas

    Reunio da comisso organizadora da V Conferncia Estadual dos Advogados

    A OAB Paran se prepara para o maior evento da gesto. A comisso organizadora da V Conferncia Estadual dos Advogados j tem praticamente definidas a estrutura e a temtica desse importante frum de debates da advocacia paranaense. Com isso, a Seccional do Paran a primei-ra a lanar as bases da sua conferncia, que ser realizada de 13 a 15 de agosto de 2014, no centro de eventos da Fiep (Federao das Indstrias do Estado do Paran), tendo como tema central As reformas de que o Brasil precisa.

    A proposta discutir as reformas que esto em andamento e necessitam ser concludas reformas no Processo Civil, no Processo Penal, no Direito Co-mercial, do Consumidor, do Trabalho, no Poder Judicirio, as reformas tribu-tria, eleitoral, de mobilidade urbana, de infraestrutura, entre outras. Sero 16 painis e mais de 40 subtemas que garantem uma ampla abordagem das questes mais polmicas e desafiadoras para a advocacia e para a sociedade.

    Vrios nomes esto confirmados. A conferncia de abertura ser feita pelo professor Luiz Edson Fachin, jurista pa-ranaense de expresso nacional, diversas vezes cotado para assumir uma vaga de ministro no Supremo Tribunal Federal. O encerramento ficar a cargo do professor

    Fbio Konder Comparato, outro expoen-te da intelectualidade brasileira, defensor das instituies e dos direitos humanos.

    Muitos paranaenses compem a lista de palestrantes: Romeu Felipe Ba-cellar Filho, Alfredo de Assis Gonalves Neto, Jos Miguel Garcia Medina, Car-los Eduardo Pianovski, Alberto de Pau-la Machado, Jos Lucio Glomb, Carlos Frederico Mars de Souza Filho, Jos Hiplito Xavier da Silva, Gustavo Fruet, Ana Carla Harmatiuk Matos, Jos Anto-nio Peres Gediel, entre outros.

    Alm dos painis, haver a tribuna livre, para que os advogados possam apresentar suas proposies, e uma plenria de onde sairo as concluses finais dos debates. Est prevista uma comemorao de encerramento em alu-so Semana do Advogado.

    Faremos uma grande Conferncia Estadual, com os principais temas jurdi-cos e polticos em debate no pas, e espe-ramos a participao expressiva de toda advocacia paranaense, afirmou o presi-dente da OAB Paran, Juliano Breda.

    De acordo com o vice-presidente Cssio Telles, a prxima Confern-cia Estadual foi concebida de forma a abranger todos os segmentos da ad-vocacia. Procuramos envolver todas as reas em que os advogados atuam. Na definio dos palestrantes, houve a

    preocupao de privilegiar os juristas do Paran, para evidenciar a excelncia dos nossos advogados, disse.

    Ns no estaremos discutindo pro-blemas meramente tcnicos, mas grandes problemas sociais, polticos e econmi-cos. As questes jurdicas so apenas uma formalizao legal das relaes econmi-cas e das relaes de poder. Ns realmen-te vamos tocar nas grandes feridas que afligem o pas. No tenho dvidas de que os debates vo interessar muito aos advo-gados, adiantou o professor e conselhei-ro estadual Juarez Cirino dos Santos, um dos integrantes da comisso temtica.

    A realizao das conferncias esta-duais a cada trs anos est prevista no Estatuto da Advocacia e da OAB. Em 2011, o Paran no realizou uma con-ferncia estadual porque sediou a XXI Conferncia Nacional dos Advogados.

    V Conferncia Estadual dos AdvogadosDe 13 a 15 de agosto de 2014Curitiba-PR

    COMISSO TEMTICA Jos Lucio Glomb, Alfredo de Assis Gonalves Neto

    Eroulths Cortiano Jnior Flvio Pansieri Jos Miguel Garcia Medina Juarez Cirino dos Santos Luiz Edson Fachin Romeu Felipe Bacellar Filho

    COMISSO ExECuTIVA Jos Augusto Arajo de Noronha

    Rogria Fagundes dotti Joo Carlos de Almeida Sabrina Maria Fadel Becue

    Seccional paranaense a primeira a definir estrutura e temas para os debates

    R E V I S T A d A O R d E M | j a n / f e v | 2 0 1 4 | 5

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    O ano comeou com uma atuao de-cisiva da OAB Paran para corrigir os saques irregulares de contas de dep-sitos judiciais no tributrios, feitos pelo governo do Paran. Alguns advogados apresentaram OAB a denncia de que, ao fazer o levantamento de alvars, cons-tataram que suas contas estavam zeradas e que, por informao dada pela Caixa Econmica Federal, os valores haviam sido retirados pelo governo, o que ile-gal. O estado reconheceu que algumas contas haviam sido irregularmente afe-tadas e a secretria da Fazenda, Jozlia Nogueira, foi pessoalmente OAB para prestar esclarecimentos.

    Na OAB, Jozlia Nogueira qualificou as retiradas irregulares como um equvo-co. Os saques s poderiam ter sido feitos sobre contas de depsitos judiciais tribu-trios, conforme autorizao concedida pelo Conselho Nacional de Justia, no ano passado. Segundo ela, a falha atin-

    giu apenas 0,2% das contas relacionadas pelo governo, numa margem de erro con-siderada aceitvel. A Ordem obteve in-formao junto Caixa que um nmero maior de contas pode ter sido prejudica-do, por isso criou em sua pgina na inter-net (www.oabpr.org.br) um espao para que os advogados possam registrar suas reclamaes. (clique aqui). A secretria garantiu que, uma vez detectado o erro, os valores seriam devolvidos em 48 horas. Aps a interveno da OAB, at o dia 31 de janeiro, haviam sido restitudos pelo governo R$ 1.741.620,66.

    No encontro, Jozlia Nogueira tam-bm afirmou que o governo regulariza-r o repasse das parcelas mensais (cor-respondentes a 2% da receita estadual), destinadas ao pagamento de precatrios. Essa transferncia uma obrigao cons-titucional e a Comisso de Precatrios da OAB Paran apurou que as parcelas vinham sendo depositadas com atraso.

    FISCAlIzAO | Os problemas dos depsitos judiciais levaram a diretoria da OAB Paran a marcar uma reunio com o presidente do Tribunal de Justi-a do Paran, Guilherme Luiz Gomes. A OAB pediu que haja uma rigorosa fiscalizao da destinao dos valores dos depsitos judiciais tributrios en-tregues ao governo estadual. Solicitou tambm a destinao imediata dos valores j depositados na conta do Po-der Judicirio. Uma discusso jurdica sobre qual a ordem de preferncia dos pagamentos, se por antiguidade ou por natureza alimentar, tem emperrado o fluxo de pagamentos.

    A atuao da Seccional paranaense em relao aos depsitos judiciais re-cebeu o apoio da OAB do Rio Grande do Sul. O presidente da Ordem gacha, Marcelo Bertoluci, disse que enfrentou o mesmo problema em relao a saques feitos pelo governo do seu estado.

    A Comisso de Estudos Constitu-cionais da OAB Paran elaborou um relatrio sobre a auditoria do Tri-bunal de Contas do Estado que apon-tou irregularidades no transporte cole-tivo de Curitiba. Ao examinar questes centrais apuradas pelo TCE, o advoga-do Ilton Norberto Robl Filho, membro da Comisso e autor do estudo, confir-mou ilegalidades, como direcionamen-to de licitaes, falhas na metodologia

    de clculo da tarifa tcnica, problemas jurdicos e administrativos na Urbs S/A, no Fundo de Urbanizao de Curitiba (FUC) e no Sistema Integrado de Transporte de Curitiba e da Regio Metropolitana. Em seu parecer, entre-tanto, o advogado Ilton Robl discorda do TCE em algumas anlises, como a que prope a responsabilizao dos as-sessores jurdicos da Urbs. O advogado lembra que o Relatrio de Auditoria

    OAB Paran atuou contra saques irregulares de depsitos judiciais A secretria da Fazenda, Jozlia nogueira, foi OAB para prestar esclarecimentos

    Parecer da OAB confirma ilegalidades nas licitaes do transporte coletivo

    Arnaldo Alves/ ANPrn o t c i a s

    Pedro Ribas/Prefeitura de Curitiba

    ainda no passou pelo crivo do contra-ditrio e da ampla defesa, portanto, as concluses no so definitivas.

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    T c i o L i n s e S i l v a

    Priso no resolve o problema da segurana

    e n t r e v i s t a

    Como o senhor avalia o processo de elaborao do novo Cdigo Penal?Ele equivocado na fase atual e, por isso, muito criticado inclusive por mim. Para se ter uma ideia, alguns membros da comisso de elaborao do projeto de lei querem criminalizar o bullyng! uma bobagem porque o problema tem que ser resolvido onde estiver aconte-cendo. uma iluso pensar que o di-reito penal v impedir a prtica. Outro aspecto diz respeito aos crimes econ-micos, em que se pretende aumentar as penas de encarceramento com base em leis estrangeiras ruins. Essa lgica vale, infelizmente, tambm para os pequenos delitos. O anteprojeto, no geral, tem esse vis encarcerador. Discordo que criminalizar uma conduta para encarce-rar seja o caminho.

    O que, ento, seria adequado? preciso repensar a questo dos crimes patrimoniais. Aqui no Brasil, a popula-o carcerria formada iminentemente por condenados por furto simples. As-sim, ajudaria muito no esvaziamento das cadeias se houvesse a extino da punibi-lidade a partir da reparao do dano ma-terial. Isso facilitaria a vida das pessoas e evitaria o encarceramento desnecessrio, que no traz resultado algum para a so-ciedade ou para o indivduo.

    Haveria outras falhas no projeto de lei?Infelizmente h mais problemas. O an-teprojeto, que teve minha participao, previa a descriminalizao do uso de drogas ilcitas em geral, para benefcio do usurio. Tambm o aborto, em cer-tos casos, deixaria de constituir crime. Isso faz parte das melhores coisas do anteprojeto e que, no entanto, foram eliminadas pela comisso do Senado encarregada do projeto de lei.

    O que explica mudanas to radicais?O relator do projeto, que um senador (Pedro Taques, do PDT do Mato Gros-so) descomprometido com essas ques-tes. Ele joga para a plateia, para agra-dar o seu pblico e no se importa com a realidade. No conta, para ele, a des-

    Perturbadora: assim pode ser resumida a entrevista que o criminalista carioca Tcio Lins e Silva concedeu ao Jornal da Ordem. Ex-secretrio da Segurana do Rio de Janeiro e membro da comisso de juristas encarregados da elabo-rao do anteprojeto do futuro Cdigo Penal (CP) e sobrinho do lendrio

    Evandro Lins e Silva, ele advoga na rea h quase meio sculo. Contrrio poltica indiscriminada de encarceramento que se desenha para o con-

    junto de normas que dever substituir as vigentes desde 1940, entende que o problema da lotao do sistema carcerrio brasileiro poderia ser sensivelmente aliviado se o que chama de crimes de bagatela tivessem extinta a punibilidade a partir do ressarci-mento. Precisamos fazer da priso uma coisa sria, diz Tcio, que concorda com o ministro da Justia, Jos Eduardo Cardozo: Nossas prises so medievais.

    A entrevista concedida por Tecio Lins e Silva Revista da Ordem anterior divulgao, no incio do ano, das atrocidades ocorridas no Complexo Penitencirio de Pedrinhas, no Maranho, mas os fatos confirmaram o posicionamento do criminalista a respeito do sistema carcerrio e das prises brasileiras.

  • e n t r e v i s t a

    graa de meio milho de pessoas encar-ceradas - um fato no nosso pas. Tudo porque um fantico, ultraconservador, fundamentalista. Algum que, apesar de egresso do Ministrio Pblico Fede-ral, reacionrio, retrgrado.

    H chances de o novo CP ser aprovado segundo essas diretrizes?O processo de elaborao de um novo cdigo sempre muito doloroso e demorado. No d para saber como ser esse processo legislativo porque tem muita gua pra rolar. O Cdigo Civil, por exemplo, levou 30 anos para se tornar lei.

    O que mais urgente reformar no CP? preciso que as penas restritivas de direitos tenham seu papel aumentado, enquanto as privativas de liberdade se-jam restringidas. Isso porque 60% dos presos um exrcito de desvalidos, fa-mlicos e mal defendidos que cometem crimes de bagatela - poderiam estar em casa, sem que isso mudasse em nada a vida do pas. Mas os pares do relator do projeto do novo CP acham que o Brasil prende pouco! Meio milho de pessoas pouco? So 300 em cada 100 mil brasileiros, quatro vezes mais que os encarcerados na Alemanha.

    Quais as consequncias da poltica carcerria atual e do que se desenha para o novo CP?O custo social das penas muito maior que o do delito. algo a ser debatido com a opinio pblica, que precisa ser devidamente esclarecida sobre o quan-to demaggica a proposta atual. o discurso que, primeira vista, encanta o pblico pouco esclarecido: o da re-presso, que d mdia. Essas pessoas precisam saber que criminalidade no se combate com o encarceramento e o aumento das penas.

    Como atuar para modificar esse quadro? No existe mgica. As mudanas so graduais. A minha gerao, uma pena, no vai ver gente de mais qualida-de como representantes eleitos aque-les que vo atuar em momentos impor-tantes como esse, na elaborao do CP. No conseguimos convencer a socieda-de de que criminalizao no resolve. Reconheo que no um discurso sim-ptico, fcil ao segmento da sociedade

    que prefere ouvir o canto da sereia. Mas ele precisa ser ouvido e despertar a re-flexo da opinio pblica.

    Quais seriam os delitos efetivamen-te passveis de penas restritivas de liberdade?Os que signifiquem violncia contra a pessoa como homicdio, latroc-nio, estupro. Tudo o mais passvel de restrio de direitos, com medidas voltadas para a reeducao. Pequenos furtos, na minha opinio, resolvem-se com o ressarcimento do bem. Nada menos que 60% da populao carcer-ria poderia ser beneficiada com isso. E a sociedade nem perceberia.

    A comutao das penas e as restriti-vas de direitos so eficientes no sen-tido prtico?O problema o preconceito. Tnhamos uma norma, que teve seu alcance limi-tado recentemente, que previa oportuni-dades de sada da priso durante o cum-primento da pena. Era uma alternativa reeducadora. J essa limitao implica mais presso no sistema - um ambien-te medieval em que o condenado um pria, sem condies dignas nem de hi-giene. Retirar essa esperana dos presos, que aliviava a dureza da priso, apa-gar fogo com gasolina.

    Que outras dificuldades a lei e o ambien-te carcerrio impem ao condenado?Em qualquer lugar do mundo civilizado o carter da pena reeducativo - e no de castigo. Mas no Brasil no assim. Em geral no se d emprego depois que o condenado cumpriu pena. Durante a condenao, no h oportunidades in-ternas de trabalho e estudo, impedindo, assim, que ele se beneficie das normas que tratam da progresso da pena.

    Como fica a Lei de execues Penais (LeP) nesse contexto? contraditrio. H quase 30 anos essa lei veio para humanizar o sistema pe-nitencirio. Mas impossvel coloca-l em prtica. Agora, ela est em processo de reviso. Seria necessrio apenas um artigo novo para torn-la exequvel: in-troduzir apenas o cumpra-se.

    Como , hoje, a relao entre os jo-vens advogados e estudantes com o Direito Penal?

    Ajudaria muito no esvaziamento das cadeias se houvesse a extino da punibilidade a partir da reparao do dano material

    No dou mais aulas. Cansei de ser ex-plorado, de ganhar pouco (risos). Mas vejo que os que decidem abraar a ad-vocacia criminal gostam do que esto fazendo. Tecnicamente, inclusive, so superiores aos de antigamente, so mais estudiosos. Entendo que o incio de tudo a vivncia, o entendimento de como se opera aquela realidade, mesmo que o sujeito no venha a se tornar criminalista.

    O senhor se refere aos estgios?No necessariamente. Quando dava au-las, durante o curso promovia de duas a trs visitas s prises. E a prova de que isso funcionava que, h algum tempo, encontrei uma ex-aluna. Ela se tornou

    R E V I S T A d A O R d E M | j a n / f e v | 2 0 1 4 | 9

  • juza e me disse que, toda vez que tem pela frente um processo criminal, lem-bra daquelas visitas e do quanto aqui-lo foi importante para a sua formao geral como magistrada. Aprendi a ver o outro lado, ela me disse. Isso me dei-xou muito feliz.

    Os magistrados precisariam conhecer melhor o sistema prisional?Na verdade, os juzes criminais no conhecem a priso. Do 20, 30 anos de cadeia com a maior tranqulidade. E dormem! Acredito que todo juiz deve-ria ser obrigado, pelo menos uma vez por ano, a passar um final de semana numa cadeia. Eles poderiam at esco-lher a cadeia. (risos)

    Como o senhor avalia o trabalho da Justia Criminal a partir dos direitos garantidos pela Constituio?A sensao mais de frustrao com a Justia. Principalmente pelo desres-

    peito a garantias constitucionais como o habeas corpus, esse instrumento ex-traordinrio em favor da liberdade. E a coisa funciona assim porque h o pre-conceito da prpria Justia sobre tudo o que signifique oportunidade de defe-sa para o acusado. Est cada vez mais difcil exercer a defesa e eu lamento muito por isso. Estamos diante do pe-rigo de vermos prevalecer a ditadura do Judicirio. No bloco que o juiz usa para anotar elementos para a sua sen-tena, deveria estar escrito para ele no esquecer, como aquelas mensagens nos maos de cigarros: condenar faz muito mal sade do pas.

    e como a relao do Poder Judicirio com a Justia Criminal?A situao do meu estado, o Rio de Ja-neiro, fala por si. So 40 mil presos e uma vara com quatro juzos de Execu-o Penal. Ora, a prpria Justia pre-conceituosa com a rea penal. Tambm no Rio, certa feita, houve uma investi-gao sobre juzes. Condenados, eles foram punidos sabe como? Sendo trans-feridos da Vara de Falncias para a Cri-minal. Ir para a rea criminal, segundo a Justia do meu estado, punio! Isso um indicativo de como a rea penal vista pelo Judicirio como algo menor.

    O senhor acompanha o trabalho que os StJ e o StF tm feito ultimamente?Eu me informo mas no tenho interesse especial. Tenho acompanhado algumas barbaridades, retrocessos, avaliaes equivocadas situaes que renegam a tradio do Supremo, rompendo com os dogmas de respeito liberdade. No declinando causas ou pessoas, posso di-zer que vi posies doutrinrias e julga-dos que me fizeram mal no sentido da formao e da experincia de advogado.

    O senhor diria que h problemas com a qualidade do trabalho nos tri-bunais superiores?A qualidade piorou. Advoguei na dita-dura, defendendo presos polticos numa poca em que no se podia contar com o habeas corpus. Numa comparao histrica, diria que, surpreendente-mente, ela andou para trs, enquanto a Constituio trouxe progressos. com-pletamente contraditrio.

    A que se deve essa situao?No sei mas busco a explicao. O fato que o advogado criminalista menos respeitado hoje do que na poca do regime de exceo, quando havia prises arbitrrias e tortura. A classe tem menos prestgio que naque-la poca. Sinto que, como profissio-nal, valho menos hoje.

    Pode exemplificar o que o senhor est dizendo?Advoguei no Tribunal Militar (TM) no final dos anos 60 e na dcada se-guinte. Sem habeas corpus. Nunca um general deixou de receber um memorial e ouvir meu pleito. No Su-premo, agora, no se consegue falar com o presidente. O general presiden-te do TM recebia qualquer advogado. ramos respeitados e poucos de ns foram presos em decorrncia do exer-ccio profissional. Aqui no Paran, defendi um militar punido por fazer uma crtica ao regime durante jantar num clube de servio. Ao final, ele foi absolvido pela Justia Militar. No te-nho certeza se o mesmo se daria hoje, na Justia Comum. Hoje, nem juiz substituto quer receber o advogado. Acho que eles no leram a Constitui-o! (risos)

    Que sentimentos o levaram opo pelo Direito Criminal?A paixo me moveu e me move. o amor liberdade, defesa do persegui-do, o no suportar a injustia. Acho que os advogados criminais tm no sangue genes de Dom Quixote, que deve ter fei-to filhos mundo afora. (risos).

    Por que pequeno o nmero de jovens que permanecem no Direito Penal? A lua-de-mel de todos com a rea criminal. Mas como ela tambm o ramo mais difcil e solitrio do Direi-to, acabam se divorciando e casando novamente com o Direito Civil ou Tri-butrio. Ser criminalista exige empenho fsico, artesanato. Nosso corpo faz parte at da liturgia do exerccio da profisso. Somos obrigados a isso, para convencer. Somos braais e intelectuais. Como o braal trabalho muito duro, os moos que querem sucesso e dinheiro rpido acabam se afastando.

    Acho que os advogados criminais tm no sangue genes de Dom Quixote, que deve ter feito filhos mundo afora

    e n t r e v i s t a T c i o L i n s e S i l v a

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    n o t c i a s

    ESA inicia cursos do 1 semestre

    A Escola Superior de Advocacia da OAB Paran est dando incio sua programao de cursos de 2014. H cursos previstos para o ms de fevereiro. As inscries podem ser feitas pelo site www.oabpr.org.br/esa. Informaes pelo telefone (41) 3250-5750.

    CuRSOS PRESEnCIAIS (Curitiba) Tratados de direitos Humanos e direito Constitucional de 12 a 19/02/14

    Capacitao em Processo Eletrnico 17 a 26/02/14

    Grupo de Estudos decises do STF e Controle de Convencionalidade 26/02/14

    Aspectos Essenciais para Operao do PJe-JT 27/02/14

    CuRSOS TElEPRESEnCIAIS (disponvel para vrias subsees)

    debates sobre temas polmicos de direito do Trabalho 10 a 19/02/14

    Questes polmicas sobre direito Previdencirio 24 a 27/02/14

    Conselheira estadual Mrcia Maluf assume cargo de secretria-geral

    Juliano Breda, Iverly Antiqueira Dias Ferreira, Mrcia Maluf e Eroulths Cortiano Jnior. Pela primeira vez, duas mulheres na diretoria

    Anuidade de 2014 pode ser paga com desconto at 10 de maro

    Est disponvel no site da OAB Paran o boleto bancrio da anuidade 2014 da OAB Paran. O prazo para pagamento vis-ta, com desconto de 12%, vence no dia 10 de fevereiro. Na mesma data, vence a primeira parcela para os advogados que optarem pelo pagamento da anuidade em onze parcelas mensais. Os advogados tm uma segunda opo para pagamento vista, com desconto de 8%, no perodo de 11 de fevereiro at 10 de maro.

    A tabela com os valores e vencimentos da anuidade tambm pode ser consultada no site www.oabpr.org.br. O valor da anuidade para o exerccio de 2014 de R$ 767,80, tendo sido aplicado um reajuste de 6,90% sobre o valor do exerccio anterior. Para advogados inscri-tos a partir de janeiro de 2011 so aplicados descontos em diferen-tes percentuais sobre o valor da anuidade (6% para inscritos aps janeiro de 2011, 8% para inscri-tos aps janeiro de 2012 e 10% para inscritos aps janeiro de 2013). Os profissionais que no receberem o carn pelo correio at o vencimento podem obter a segunda via no site da Seccional.

    O secretrio-geral da OAB Paran Eroulths Cortiano Jr. estar tem-porariamente licenciado do cargo, at 4 de julho deste ano, para estudos de ps-doutorado na Universit degli Studi di Torino, na Itlia. Alm de advogado, Eroulths Cortiano Jnior professor do curso de Direito da Universidade Fe-deral do Paran. Por indicao do pre-sidente da Seccional, Juliano Breda, a funo passou a ser exercida pela conse-lheira estadual e membro da Comisso da Mulher Advogada, Mrcia Helena Bader Maluf Heisler.

    Esta a primeira vez na histria da OAB Paran que duas mulheres esto na composio da diretoria. Alm de Mr-cia Maluf, a advogada Iverly Antiqueira Dias Ferreira integra a direo no cargo de secretria-geral adjunta.

    Formada pela Universidade Federal do Paran, a advogada Mrcia Maluf inscrita na OAB Paran desde 1982 e atua na rea trabalhista. As mulheres representam hoje 42,8% do quadro de advogados ativos no estado do Paran.

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    Iniciativa pioneira da Seccional paranaense, o Cdigo de Pro-cesso Civil Anotado atingiu a marca de 90 mil downloads em fevereiro. A obra, lanada em dezembro de 2013, oferece acesso doutrina de qualidade e ainda jurisprudncia mais re-cente sobre a aplicao da lei processual nos tribunais superiores (STF e STJ), Tribunal de Justia do Paran (TJ-PR) e Tribunal Regional Federal da 4 Regio (TRF4).

    Idealizado com o intuito de democratizar o acesso ao co-nhecimento jurdico em tempo real, o CPC Anotado contou com a participao de 45 juristas do Paran. O projeto foi ela-borado em quatro meses, sob a coordenao dos advogados Sandro Gilbert Martins e Rogria Dotti.

    A revoluo causada pela rede virtual passou a exigir fer-ramentas que permitam o exerccio profissional ao ritmo instan-tneo do processo eletrnico. Nesse sentido que colocamos disposio dos advogados a edio eletrnica do Cdigo Civil Comentado, diz o presidente da OAB Paran, Juliano Breda.

    Segundo Sandro Martins, a ideia da obra foi do prprio presidente da Seccional, a partir da constatao de que os ad-vogados cada vez mais esto utilizando equipamentos como tablets e celulares, alm dos computadores, e de que nesses ambientes tecnolgicos h ainda uma grande carncia de ma-terial especfico para os operadores do Direito. Ele lanou o desafio de criar, em pouco tempo, um material que pudesse servir de fonte de consulta rpida e confivel acerca do Cdi-go de Processo Civil, conta Martins.

    De acordo com Rogria Dotti, uma das prioridades do pro-jeto foi desenvolver formas de busca que facilitassem o acesso. Em pouco tempo, o advogado consegue localizar o que pro-

    cura. O download pode ser feito em menos de 30 segundos e, uma vez obtido, no h a necessidade de novo acesso inter-net. O texto fica disponvel para consulta no celular, no ipad, no notebook. Outra vantagem que como um dos formatos o PDF, o advogado pode tambm imprimir e ter a verso fsica para consulta no escritrio, explica.

    A iniciativa foi inovadora, pois no existe uma obra similar: gratuita e com tantos professores de prestgio. At ento, o que havia eram alguns aplicativos, mas com vis muito mais aca-dmico e sem a envergadura e o contedo agora alcanado. O nosso intuito foi o de abordar questes bem objetivas, tornando a consulta muito mais rpida e eficiente, diz Rogria Dotti.

    FERRAMEnTA | O trabalho reuniu profissionais de todo o Estado do Paran que, alm de advogados, tambm so estu-diosos e professores de Processo Civil. A obra valoriza os co-legas que desenvolvem suas atividades em nosso Estado, mos-trando que o Paran tem hoje um papel de grande relevncia na rea do Processo Civil brasileiro, frisa Martins.

    Outro diferencial da obra, na sua avaliao, foi a reunio de julgados dos tribunais locais e das Cortes Superiores. Isso permite aos operadores do Direito ter uma fotogra-fia atual de como est sendo interpretada a lei processual, admitindo, inclusive, um salutar e, s vezes, necessrio cote-jo entre as diversas posies jurisprudenciais, o que facilita e contribui para o aprimoramento da prestao do servio jurisdicional como um todo, ressalta.

    O texto de apresentao da obra assinado pelo juris-ta Egas Moniz de Arago, um dos maiores processualistas

    CPC Anotado chega a 90 mil downloadsAdvogados e operadores do Direito dispem de ferramenta gil e gratuita para a consulta de doutrina e jurisprudncia da lei processual

    Autores do Cdigo de Processo Civil Comentado organizado pela OAB Paran

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    Os colegas advogados do Paran realizaram um trabalho muito til. Objetiva, sem perder a cientificidade, a obra faz frente s necessidades cotidianas no apenas dos advogados, mas de toda a comunidade jurdica. mesmo um valoroso trabalho, que j chegou s Minas Gerais, e cuja proposta merece ser seguida em todo o pas Tarcisio Vieira gonalves, advogado de Minas Gerais

    Alm da brilhante reunio de comentrios elaborados por juristas de grande renome, acredito que a obra diferencia-se pela facilidade que confere ao acesso das leis, smulas e doutrinas mais recentes que, expostas de forma sucinta e objetiva, podem ser consultadas rapidamente em audincias

    Isabelle Tambara, advogada do Paran

    em linguagem clara, mantendo, porm, a necessria acuidade cientfica, o CPC Anotado apresenta solues seguras para as mais diversas hipteses fticas no campo do Processo Civil. Obra da mais alta utilidade, certamente passar a ser parte integrante do acervo de todos os operadores do Direito

    Osvaldo Canela Jnior, juiz de direito do Paran

    n o t c i a s

    do pas. A obra est disponvel para download gratuito em formato PDF no site da OAB Paran. Em breve tambm estaro disponveis os forma-tos ePUB e Flip.

    O CPC Anotado rene comentrios dos juristas Andr Luiz Bauml Tesser, Claudionor Benites, Cristina Leito, Denise Weiss Machado, Evaristo Ara-go Santos, Eduardo Talamini, Felipe Scripes Wladeck, Fernando De Brito Alves, Flvio Pansieri, Graciela Marins, Helena Coelho Gonalves, Henrique Cavalheiro Ricci, Ivan Aparecido Ruiz, Jos Miguel Garcia Medina, Kleber Ca-zzaro, Letcia De Souza Baddauy, Lilia-ne Maria Busato Batista, Luiz Alberto Pereira Ribeiro, Luiz Fernando Pereira, Luiz Guilherme Marinoni, Luiz Rodri-gues Wambier, Manoel Caetano Fer-reira Filho, Maria De Lourdes Viegas Georg, Maria Lucia Medeiros, Paulo Osternack Amaral, Priscila Kei Sato, Rafael De Oliveira Guimares, Rafael Munhoz De Mello, Rafael Verssimo Siquerolo, Rafael Knorr Lippmann, Renata Paccola Mesquita, Renata Poli-chuk, Renato Rodrigues Filho, Ricardo Alexandre Da Silva, Rita Vasconce-los, Roberto Eurico Schimit, Roberto Nelson Brasil Pompeo Filho, Rodrigo Ramina De Lucca, Rogria Fagundes Dotti, Sandro Gilbert Martins, San-dro Marcelo Kozikoski, Stela Marlene Scwherz, Teresa Arruda Alvim Wam-bier, Thais Amoroso Paschoal e Vin-cius Secafen Mingati.

    Desde o lanamento do CPC Anotado, a Seccional tem recebido muitas ma-nifestaes enaltecendo a iniciativa. So advogados paranaenses e de outros estados, bem como juzes e demais operadores do Direito que adotaram a obra para consulta na sua prtica diria.

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    A OAB Paran est cadastran-do advogados que tenham interesse em atuar como dativos nos processos administrativos disciplinares e em defesa de mu-lheres em situao de violncia. Os interessados em exercer a defesa de advogados sujeitos a punio por infraes de carter tico e disciplinar podem aderir ao programa de advocacia dativa mediante cadastramento pelo site da Seccional (www.oabpr.org.br), firmando termo de adeso. Podem participar advogados re-gularmente inscritos na OAB Pa-ran, em dia com suas obrigaes financeiras com a instituio e que no possuam condenao em processo disciplinar.

    Os participantes recebero certificado, indicando o nmero de processos em que atuaram e o perodo correspondente. Con-siderando que a defesa em pro-cesso administrativo disciplinar ato privativo de advogado, os participantes podem conta-bilizar a atuao como efetivo exerccio da advocacia, neces-srio para ingresso nas carreiras da magistratura e do Ministrio Pblico. Resolues do Con-selho Nacional de Justia e do Conselho Nacional do Minist-rio Pblico estabelecem que se considera atividade jurdica a participao anual mnima em 5 atos privativos de advogado em causas distintas.

    OAB abre cadastro para advogados dativos em processos disciplinares

    Advogados voluntrios podem atuar em casos de violncia domstica

    A OAB Paran tambm disponibilizou o formulrio para cadastro de advogados que tiverem interesse em atuar na defesa dos direitos da mulher em situao de violncia, por meio da advocacia dativa. O projeto, de-senvolvido pela Comisso de Estudos sobre Violncia de Gnero, visa ofertar acompanha-mento, orientao e defesa jurdica s vtimas de violncia domstica e familiar. O cadastro ser disponibilizado para o Poder Judicirio e rgos da Segurana Pblica.

    A medida visa dar atendimento ao dis-positivo da Lei Maria da Penha, que diz que toda mulher deve ter uma assistncia jurdica qualificada atravs de um advogado. A Ordem ir ofertar aos participantes do projeto o curso Atualizao em atendimento mulher em si-tuao de violncia domstica e familiar para operadores do Direito. O curso de aperfeioa-mento ser realizado no final do ms de maro, por meio de uma parceria com a Escola Supe-rior de Advocacia.

    Sero 28 horas de curso com uma equipe de docentes multidisciplinar. A ideia reunir especialistas da rea de psicologia, assistncia social e segurana pblica, advogados e repre-sentantes do Poder Judicirio, explica Sandra Lia Bazzo Barwinski, presidente da comisso. As inscries sero gratuitas para os advoga-dos dativos cadastrados. O cadastro feito pelo site www.oabpr.org.br. (clique aqui)

    Cobrana de contribuio sindical ilegal, confirma OAB

    Por unanimidade, no incio de 2013, o Conselho Pleno da OAB Paran declarou ilegal a cobrana de contribuio sin-dical de advogados e de sociedade de advogados, em conformi-dade com o voto do relator, conselheiro Guilherme Kloss Neto.

    A declarao de ilegalidade da cobrana de contribuio sindical de advogados e sociedade de advogados atendeu a uma consulta feita Seccional. O conselheiro relator Gui-lherme Kloss Neto apresentou parecer considerando indevi-da a cobrana, com fundamento no artigo 47 do Estatuto da Advocacia e da OAB.

    O Estatuto dispe expressamente que o pagamento da con-tribuio anual OAB isenta os inscritos nos seus quadros do pagamento obrigatrio da contribuio sindical, no sendo de-vida, portanto, qualquer quantia a tal ttulo. Por outro lado, o relator manifestou-se no sentido de ser devida a cobrana dos empregados de sociedades que no sejam advogados.

    Sandra lia Bazzo Barwinski, presidente da Comisso de Estudos sobre Violncia de gnero

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    Depsitos judiciais podem ser pagos via boleto

    A Caixa Econmica Federal passou a receber os pa-gamentos dos depsitos judiciais da Justia Esta-dual e da Justia do Trabalho via boleto bancrio. Os boletos podem ser pagos em toda a rede bancria sem limitao de valor e nas casas lotricas somente para valores at R$ 2 mil em dinheiro. Os dados do boleto permitem ainda transferncia eletrnica por TEV ou TED Judicial. O servio atende a um pedido da OAB Paran. No caso dos depsitos da Justia Estadual, o pagamento por boleto ajuda a desafogar o movimento da CEF no Frum Cvel. A impresso do documen-to deve ser realizada no site da CAIXA (www.caixa.gov.br) na aba Judicirio. Mais informaes podem ser consultadas pelo 3004-1104 - opo 7 ou pelo site www1.caixa.gov.br/judiciario.

    Certificao digital com preo reduzido

    Os advogados que precisam emitir ou re-novar a certificao digital tm a oportu-nidade de obt-la com preo reduzido at o prximo dia 28 de fevereiro. Por meio de uma parceria entre a OAB Paran e o Sindicato das Empresas de Servios Contbeis e das Empre-sas de Assessoramento, Percias, Informaes e Pesquisas no Estado do Paran (SESCAP-PR), a certificao digital est com custo de R$ 99,00 para advogados. O valor promocio-nal vlido at o dia 28 de fevereiro de 2014. O preo normal de R$ 115,00. Vale lembrar que o certificado digital tem validade de trs anos, precisando ser renovado aps este perodo.

    Varas da Fazenda: OAB pede providncias urgentes ao TJ

    A situao das Varas da Fazenda Pblica de Curitiba est sen-do acompanhada de perto pela OAB Paran. O atendimento nessas varas est bastante prejudicado, em funo da mudana de endereo para o edifcio no bairro Champagnat (Av. Cndido Hart-mann, 590) e da vacncia nas 1, 2 e 3 Varas, decretada aps a renncia delegao manifestada pelos escrives. Em nota, o Tri-bunal de Justia comunicou que essas varas foram estatizadas.

    O presidente Juliano Breda e o vice Cssio Telles estiveram reu-nidos com o procurador-geral do municpio de Curitiba, Joel Mace-do Soares Pereira Neto, e tambm pretendem se reunir com juzes das Varas da Fazenda Pblica e com a presidncia do TJ para en-contrar solues que permitam o funcionamento pleno de todas as Varas. Tambm esto sendo afetadas as Varas de Execuo Fiscal Estadual e Execuo Fiscal Municipal de Curitiba.

    Conforme informaes repassadas pelo Tribunal, ao assumir as Varas de Fazenda Pblica, foi necessrio deslocar alguns ser-vidores para atuar em regime de planto e recrutar novos tcni-cos judicirios aprovados em concurso anterior. De acordo com o TJ, a estatizao exige a nomeao e treinamento de novos ser-vidores, bem como a completa reestruturao administrativa da unidade judiciria. Isso tudo impe medidas restritivas no s do atendimento ao pblico em geral, mas tambm do regular trmite dos processos, incluindo a a suspenso dos prazos processuais.

    De acordo com o procurador-geral, a situao est causando prejuzos a advogados e ao municpio de Curitiba. Temos preo-cupao no sentido de que haja a regularizao das quatro Varas de Fazenda Pblica de Curitiba o mais rpido possvel, e que se restabelea tambm o funcionamento das duas Varas de Executi-vo Fiscal. Embora instaladas aproximadamente h um ano, at hoje no foram devidamente estruturadas, o que acaba causando um grande prejuzo aos cofres pblicos do municpio de Curiti-ba com relao arrecadao da dvida ativa. A situao atual prejudica no s os advogados pblicos, mas todos advogados, afirmou Joel Macedo.

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    Seccional obtm deciso favorvel no CnJ sobre assistncia judiciria

    O Conselho Nacional de Justia (CNJ) determinou a revogao da portaria n 2/2010 da 1 Vara C-vel de So Jos dos Pinhais, aps pe-dido de providncias instaurado pela OAB Paran. A portaria exigia dos advogados que instrussem pedidos de assistncia judiciria com a apre-sentao de comprovante de rendi-mentos ou a ltima declarao de imposto de renda. A medida contra-ria o art. 4, caput, da lei 1.060/1950, assim como a Constituio Federal, uma vez que exigia a apresentao de documentos como condio para o deferimento do pedido de justia gratuita. A situao foi apresentada Cmara de Direitos e Prerrogativas da Seccional por advogada atuante em So Jos dos Pinhais.

    Na deciso, o Conselho reafir-ma que a concesso de assistncia judiciria no depende de declara-o de imposto de renda ou com-provao de rendimentos, bastando simples afirmao na petio ini-cial. A questo j foi objeto de plei-to anterior na Corregedoria-Geral da Justia do Paran, que tem o mesmo entendimento do CNJ.

    OAB promove reunio sobre honorrios advocatcios

    Maurcio guedes: Advogados podero denunciar casos de aviltamento de honorrios

    Os problemas que os advogados enfrentam na fixao dos hono-rrios contratuais e de sucumbncia sero debatidos numa reunio aberta que a Comisso de Defesa dos Ho-norrios Advocatcios da OAB Para-n promove no dia 19 de fevereiro. Ser uma oportunidade para que os advogados se manifestem, apresen-tem ideias e sugestes sobre o tema e falem sobre casos especficos de avil-tamento de honorrios.

    Durante a reunio, a comisso presidida pelo advogado Maurcio Guedes, vai detalhar aes j adota-das e lanar o Portal dos Honorrios. A comisso pretende fazer deste evento um marco do incio dos tra-balhos em 2014. Servir para definir estratgias, iniciativas de reforo, a correta fiscalizao de honorrios e de apoio aos advogados em suas de-mandas, afirmou Guedes.

    importante a participao dos advogados. Sabemos que todos tem problemas com honorrios. A Ordem, preocupada com as situaes que en-volvem a advocacia, entre suas metas criou essa comisso para atuar objeti-vamente nesta questo. Por isso convi-damos todos a participar desta reunio aberta, que uma oportunidade para aprofundar o tema, salientou.

    A Comisso de Defesa de Ho-norrios Advocatcios composta por advogados de todas regies do estado. Entre seus integrantes esto: Paulo Rogrio Tsukassa de Maeda (vice-presidente), Debora de Fer-rante Ling Catani (secretria), Ali-ne Graziele de Oliveira, Douglas Ramos Vosgerau, Fernando Previdi Motta, Graciela Iurk Marins, Gui-lherme Augusto Bittencourt Corra, Joo Guilherme Duda, Julio Mar-tins Queiroga, Paulo Giovani Forna-zari e Rogel Martins Barbosa.

    A reunio tem incio s 19h, na sede da Seccional. Para participar, s se inscrever pelo site www.oabpr. org.br/eventos.

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    H trs dcadas, Curitiba foi palco do ato inaugural de um dos mais importantes epis-dios da Histria do Brasil: o primeiro grande comcio da campanha Diretas J, no dia 12 de janeiro de 1984, quan-do mais de 40 mil bocas se reuniram na Boca Maldita, centro da capital paranaense, para gritar em unssono Eu quero votar para presidente. Nos meses seguintes, milhes de outras vo-zes em todo o pas uniram-se ao coro, pedindo o restabelecimento de eleies diretas para a Presidncia da Repbli-ca, passo fundamental para a plena retomada democrtica do Brasil que completava duas dcadas sob o regime militar, j em seus ltimos momentos. Histrica defensora da democracia, a Ordem dos Advogados do Brasil parti-cipou ativamente do movimento pelas Diretas J, com pioneira e destacada atuao da Seccional do Paran.

    Alm da vocao democrtica, ou-tra caracterstica institucional legitimou uma posio de liderana da Ordem dos Advogados naquele momento: o apartidarismo da entidade, de modo que coube OAB Paran a presidncia do Comit Estadual Suprapartidrio Pr-Eleies Diretas. o que expli-ca o presidente da Seccional poca (1983-1985), Oto Luiz Sponholz, hoje desembargador aposentado do Tribu-nal de Justia do Paran: A OAB foi escolhida, e ns nos colocamos dis-posio, para ser o rgo oficial para

    a realizao do primeiro comcio das Diretas J, em primeiro lugar, por ser apartidria. Estava havendo muita dis-cusso a respeito dos partidos polticos. Ns, da OAB, entendemos que tnha-mos esse dever, e os partidos polticos, todos os que estavam interessados na restaurao da democracia, apoiaram e estiveram ao lado da OAB. A OAB era o rgo suprapartidrio que, portanto, no iria levar as cores ou bandeiras ide-olgicas ou poltico-partidrias, e por isso ela foi to importante.

    PAPEl AgREgADOR | Essa contri-buio da OAB para que a campanha Diretas J superasse questes parti-drias e se tornasse um movimento amplo e coeso tambm destacada por lideranas polticas que participa-ram daquele momento histrico. o caso do advogado, deputado estadual e Secretrio do Trabalho do Paran, Luiz ClaudioRomanelli (PMDB): Eu integrei o comit suprapartidrio das diretas, sediado na sede da OAB e presidido pelo Oto Sponholz. O co-mit suprapartidrio teve um papel de agregador de todos os partidos polti-cos e da sociedade civil organizada. A OAB Paran teve um papel funda-mental nas Diretas e na restaurao da democracia. Opinio similar do lder da organizao do clebre com-cio, o hoje senador pelo PSDB Alvaro Dias que na poca era senador pelo PMDB, partido que dirigia no Paran

    30 anos das Diretas JA participao da OAB Paran na campanha que abriu caminho para a volta da democracia

    e que comandou a campanha.A parti-cipao da OAB, como instituio, foi inesquecvel, particularmente por um aspecto: ao aderir prontamente nossa iniciativa, ela estimulou outras institui-es igualmente representativas a faze-rem o mesmo. E essas adeses trans-formaram a campanha pelas Diretas J em movimento suprapartidrio. No tenho dvida de que esse carter suprapartidrio que a OAB ajudou a definir contribuiu decisivamente para o sucesso da campanha que lanamos em Curitiba e rapidamente empolgou todo o pas, recorda Alvaro Dias.

    De fato, o sucesso da mobilizao pelas Diretas J em Curitiba empolgou o Brasil afinal, quando os quietos e ca-seiros curitibanos saem s ruas para gri-tar, a causa das melhores. O espelho para o pas foi esse. O Governo do Es-tado do Paran teve uma participao muito grande, a Assembleia Legislativa, a Cmara de Vereadores, todo mundo acabou se aglutinando e ns consegui-mos tornar vivel a manifestao do povo paranaense, que normalmente era tido como muito retrado, muito quieto. No se acreditava que pudes-se haver uma mobilizao do porte da

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    que acabou acontecendo. A partir dali, comeou-se a acreditar. As seccionais de OAB e os partidos polticos diziam: Se em Curitiba conseguimos isso, ns temos condies de fazer muito baru-lho, lembra-se Oto Sponholz.

    CAMPAnhA | Todo o barulho que passou a ecoar pelo Brasil a partir da-quela quinta-feira de janeiro de 1984 em Curitiba teve seus primeiros rudos ou-vidos um ano antes, quando o deputado federal Dante de Oliveira (PMDB-MT) comeou a colher assinaturas para sua proposta de emenda constitucional que previa o restabelecimento das eleies diretas para presidente no final de 1984. Inicialmente, a proposta sofreu resis-tncia dentro da prpria oposio ao regime militar, pois se entendia que o esforo oposicionista deveria se concen-trar na convocao de uma Constituinte para a elaborao de uma Constituio democrtica que pusesse fim definitivo ditadura poca j menos dura, em sua abertura lenta e gradual.

    Em 2 de maro de 1983, Dante de Oliveira apresentou ao Congresso Na-cional sua proposta de emenda, logo encampada por seu partido, que, com o

    apoio de outros partidos e de entidades como a OAB, colocou em andamento a campanha Diretas J.

    Nos meses seguintes, o movimento foi conquistando apoio popular e ga-nhou contornos mais definidos no in-cio de 1984, quando passaram a ocorrer os grandes comcios das Diretas J. De-pois do primeiro comcio, em Curitiba, no dia 12 de janeiro, foram realizadas manifestaes menores no interior do Paran, sempre com o apoio da advoca-cia. Lembro-me da participao de di-versos advogados na mobilizao para o comcio de lanamento da campanha em Curitiba e para os outros que, na sequncia, organizamos nas principais cidades do interior do Paran, afirma o senador Alvaro Dias. As atas das ses-ses do Conselho da OAB Paran na-quele ano tambm registram a atuao da Ordem dos Advogados durante a campanha Diretas J.

    Em 6 de fevereiro de 1984, a OAB Paran obteve aprovao junto ao Con-selho Seccional para ceder o auditrio da entidade para as realizaes das reu-nies do Comit Pr-Diretas, composto por mais de setenta organismos de clas-se e tambm pela subsees da OAB,

    convidadas a participar do movimento pr-diretas. Uma semana depois, em sesso no dia 13 de fevereiro, o Conse-lho da OAB Paran registrou o recebi-mento de ofcios de parlamentares, pre-feitos e de diversas seccionais da OAB, todos cumprimentando e louvando e apoiando a campanha desta entidade pelas eleies diretas.

    VOTAO | Conforme se aproximava a votao da emenda Dante de Oliveira, o movimento ganhava mais fora, che-gando ao seu auge no incio de abril de 1984, quando comcios das Diretas J reuniram milhes de pessoas no Rio de Janeiro e em So Paulo. No dia 23 de abril, o Conselho Federal da OAB e ou-tras entidades emitiram um pronuncia-mento afirmando que as manifestaes do povo, realizadas em todo o territrio nacional, demonstram a convico ge-neralizada da urgncia de mudana na forma de escolha do Presidente da Re-

    A participao da OAB foi inesquecvel. Ao aderir prontamente nossa iniciativa, ela estimulou outras instituies igualmente representativas a fazerem o mesmo

    Alvaro Dias

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    e s p e c i a l

    pblica, colocando-se as eleies diretas como processo indispensvel. E com-pletava: A resposta do Congresso Na-cional, acreditamos, ser corresponder aos anseios populares, restabelecendo imediatamente as eleies diretas para presidente da Repblica, e reafirman-do a autonomia e a independncia do Poder Legislativo. Contudo, a resposta dada pelo Congresso dois dias depois no atendeu aos anseios populares: no dia 25 de abril de 1984, a emenda cons-titucional que previa as eleies diretas para presidente no recebeu os 320 vo-tos necessrios para a sua aprovao na Cmara dos Deputados, de maio-ria governista e cercada pelos militares (foram 298 votos a favor, 65 contra e 3 abstenes, alm de nada menos do que 112 deputados ausentes).

    Apesar da derrota na votao da emenda Dante de Oliveira, a causa democrtica saiu vencedora da cam-panha Diretas J, e no exagero dizer, usando as palavras do jorna-lista e historiador Eduardo Bueno, que tais manifestaes virtualmente marcaram o fim do regime militar. Afinal, toda a comoo popular em

    torno do tema dividiu os governistas e abriu espao para a eleio (ainda indireta) Presidncia de um candi-dato de oposio ao regime: nas elei-es presidenciais de 15 de janeiro de 1985, o colgio eleitoral composto em sua maioria por deputados e se-nadores aliados ao governo elegeu o primeiro presidente civil em duas dcadas, o oposicionista Tancredo

    Neves, que estivera naquele primeiro comcio pelas diretas em Curitiba.

    Aproximadamente trs meses de-pois, no final de abril de 1985, Tancredo morreu sem assumir a Presidncia, que foi ocupada por seu vice, Jos Sarney e somente em 1989 o povo finalmente pde realizar o desejo expresso no slo-gan das Diretas J, Eu quero votar para presidente. O resto Histria.

    Comcio na Boca Maldita reuniu lideranas como Tancredo neves, ulysses guimares e Jos Richa

    Fotos: Rubens Vandresen/Gazeta do Povo

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    e s p e c i a l

    Organizado em menos de duas semanas, o primeiro grande comcio da campanha diretas J, marcado para 12 de janeiro de 1984, na Boca Maldita, centro de Curitiba, tinha tudo para no ser to grande. Afinal, alm de os curitibanos ostentarem a fama de caseiros e de pouco participativos politicamente, parte da populao estava fora da cidade, em frias e muitos tambm temiam o fantasmadeuma represso militar ao movimento.Lembro-me da apreenso do dia, pois ns sabamos da importncia de termos sucesso naquele que seria o primeiro comcio de uma campanha nacional, diz o deputado estadual Luiz ClaudioRomanelli, que participou da organizao do evento.

    Contudo, a vontade de se manifestar depois de duas dcadas de silncio forado falou mais alto, e mais de 40 mil pessoas atenderam ao chamado dos organizadores e compareceram quele comcio histrico na capital paranaense h quem diga que foram menos, h quem garanta que foram mais, mas o nmero mais aceito entre 40 mil e 50 mil manifestantes. Organizamos o comcio em 12 dias. Muitos advogados participaram da mobilizao. Alm da divulgao, inclusive com comercial na TV, a organizao de caravanas do interior foi fundamental, lembra-se o senador Alvaro dias.

    Os milhares de presentes ao comcio na Boca Maldita viram alguns dos principais lderes polticos no palco, bradando por eleies diretas no pas. Entre eles, o governador do Paran, Jos Richa (pai do atual governador, Beto Richa); o prefeito de Curitiba, Maurcio Fruet (pai do atual prefeito, Gustavo Fruet); Franco Montoro, governador de So Paulo; Tancredo Neves, governador de

    Minas Gerais; e o presidente nacional do PMdB, deputado Ulysses Guimares, grande liderana da campanha,o famosoSenhor diretas.Como recorda o deputado Luiz ClaudioRomanelli, em um dos momentos mais marcantes do comcio, Ulysses Guimares recitou os versos da msica Intil, da banda Ultraje a Rigor: A gente no sabemos escolher presidente, a gente somos intil. Pois vamos mostrar que a gente no somos intil. Que ns sabemos escolher presidente. A partir de ento, daquela noite de vero em Curitiba, muita gente descobriu que o povo no era intil e que sabia e queria escolher presidente.

    De Curitiba para o Brasil: o comcio da arrancada

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    n o t c i a s

    A comitiva brasileira em reunio no Comit nacional de Direitos humanos do Sudo

    O grupo brasileiro em visita a regio do deserto sudans onde funciona o mercado de camelos

    Maria Ticiana e estudantes de Direito na universidade de Khartoum

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    Trs semanas foram suficientes para a advogada curitibana Maria Ticiana Campos de Arajo vivenciar a dura realidade de um pas africano assolado por crises humanitrias, pela guerra civil, submetido a um regime poltico autoritrio, sustentado pelo fundamentalismo islmico. Apesar do choque cultural, foi uma das melhores experincias da minha vida, garante a advogada, que esteve entre os cinco bra-sileiros escolhidos pelo Conselho Fede-ral da OAB para representar o Brasil no intercmbio jurdico com o Sudo.

    O grupo viajou em novembro do ano passado para visitar escritrios de advocacia, tribunais, rgos pblicos, empresas, autoridades nacionais e a Ordem dos Advogados do Sudo. A comitiva, formada por trs homens e duas mulheres, tambm ministrou uma palestra na Universidade de Khartoum, capital do pas africano.

    Atuante na rea de Direito Tribut-rio e membro da Comisso OAB Social

    da Seccional, Maria Ticiana embarcou nessa aventura motivada pelo interesse em conhecer outras culturas, especial-mente o sistema jurdico de pases como o Sudo, com tantas deficincias pol-ticas, econmicas e sociais. Tivemos muitas dificuldades quanto discrimi-nao, higiene (todos do grupo foram acometidos por intoxicao alimentar) e ao calor (mesmo as altas temperaturas no autorizavam a utilizao de roupas mais leves). Mas foi muito interessante estar em contato com um realidade to diferente da nossa, diz.

    Alguns aspectos dessa experincia chamaram ateno de Maria Ticiana, entre eles a condio das mulheres su-danesas. O que mais me chocou foi ver aquelas mulheres tolhidas, sem direitos. Elas tm noo disso e no se confor-mam, conta. Apesar de ter o direito de frequentar universidades, poucas vo adiante em suas profisses. As ad-vogadas sudanesas exercem a atividade

    mas s na rea do Direito de Famlia. Segundo Maria Ticiana, outras especia-lizaes so redutos masculinos.

    A Ordem dos Advogados do Su-do um rgo ligado ao Poder Exe-cutivo, portanto tem pouca expresso no que se refere defesa de interesses coletivos e sociais. O nmero de advo-gados pequeno em relao popu-lao, mas eles tambm se submetem, depois de um ano de prtica jurdica, a um exame. O aparelho judicial pa-recido com o brasileiro, com tribunais especializados e, em alguns aspectos, surpreenderam pela organizao. Chamou a ateno dos brasileiros a existncia de uma corte especializada no julgamento de menores.

    Ao retornar da viagem, Maria Ti-ciana e a advogada carioca Olivia Alves Barbosa, tambm integrante da comiti-va, fizeram um relato da viagem, abor-dando a questo do status da mulher su-danesa. Confira aqui o texto completo.

    Advogada relata sua experincia de intercmbio jurdico no Sudo

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    O A B P r e v - P R

    OABPrev-PR reduz taxa de custeio administrativo

    Planos para filhos podem ser contratados diretamente pelo site

    A OABPrev-PR est disponibilizando mais uma facilidade para os participantes. a Proposta Eletrnica de adeso, que poder ser usada pelos pais que desejarem contratar planos de previdncia para os filhos. O formulrio est disponvel na rea restrita do site da entidade e inicialmente s poder ser preenchida pelos associados ao Fundo de Penso.

    Para o diretor administrativo e de benefcios da OABPrev-PR, Wellington Silveira, a Proposta Eletrnica ir permitir que mais crianas possam contar desde cedo com a segurana do investimento feito no Fundo de Pen-so ao longo dos anos. Ns sabemos o quanto vantajoso iniciar um plano de previdncia para uma criana pelo fato dela ter muitos anos para constituir um bom capital, que po-der ser usado para pagar os estudos ou ento para progra-mar a prpria aposentadoria. Acreditamos que a facilidade de contratar o plano por meio da Proposta Eletrnica ir incentivar os advogados a investirem no futuro dos filhos, explica.

    Para efetivar a inscrio do filho ao plano, necessrio in-formar os dados solicitados na proposta e anexar os documentos requeridos. O valor mnimo de contribuio para os planos que forem contratados para crianas de R$ 37,00. Para acessar a Proposta Eletrnica basta cadastrar uma senha no cone rea Restrita, encontrado na pgina principal do site da OABPrev-PR. J dentro da pgina, o participante dever procurar o cone Proposta Eletrnica, localizado no menu ao lado esquerdo da tela. Para mais informaes acesse www.oabprev-pr.org.br

    Fundo de Penso terminou 2013 com timo crescimento

    O Fundo de Penso dos advogados paranaenses (OABPrev-PR) encer-rou 2013 com nmeros que superam a mdia dos ltimos anos. No total, 2.321 novos participantes aderiram ao pla-no de previdncia, o que corresponde a 5% do total de advogados registrados na OAB Paran, que hoje de 46.744. Com isso, a OABPrev-PR terminou o ano com 10.904 associados, que corres-ponde a 23,3% do quadro geral de inscri-tos na Seccional. Outro nmero bastante expressivo foi o patrimnio atingido du-rante os 12 meses do exerccio, chegando a aproximadamente R$ 114 milhes em capital aplicado. Foram realizados 1.423 aportes, num total de cerca de R$ 5,2 mi-lhes em contribuies eventuais. Alm disso, foram feitas 49 transferncias de capital de outros fundos de penso para a OABPrev-PR, no valor total de R$ 1,9 milho em portabilidades.

    A OABPrev-PR comeou 2014 com uma boa notcia para os participantes do Fundo de Pen-so. A taxa de carregamento que incide sobre as contribuies reco-lhidas mensalmente ao plano foi reduzida de 1,5% para 1%. A me-dida foi aprovada pelo Conselho Deliberativo na ltima reunio do colegiado realizada em 2013.

    A reduo tambm valer para as contribuies eventuais, e ser de 0,80% para aportes com valor at R$ 5.000,00 e 0,40% para valo-res que vo de R$ 5.000,01 at R$ 49.000,00. Acima destes valores, no haver cobrana da taxa de carregamento.

    Segundo o presidente do Con-selho Deliberativo, Mauro Borges, a reduo da taxa no comprome-ter o programa administrativo do Fundo de Penso no prximo ano. Aps analisarmos o baixo impac-to que a nova taxa resultar sobre o oramento, decidimos por aprovar

    a reduo com bastante tranquili-dade, explica o presidente

    Borges ainda destaca o impac-to positivo que a reduo da taxa trar para os participantes. Com uma taxa menor incidindo sobre as contribuies vertidas ao plano, automaticamente sobrar mais dinheiro para ser capitalizado e transformado no benefcio a ser pago no futuro, comenta.

    Outra vantagem da reduo da taxa de carregamento de 1,5% para 1% que a OABPrev-PR fica ainda mais competitiva em relao aos planos de previdncia ofertados por bancos e seguradoras. Essa redu-o demonstra o quanto nosso Fun-do de Penso slido e permite este tipo de medida, mas tambm deve ser analisado pelos participantes como uma medida que visa nica e exclusivamente garantir sempre um maior benefcio no futuro, comen-ta o diretor presidente da OABPrev-PR, Maurcio Guimares.

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    Caixa dos Advogados

    CAA-PR entrega em 2014 duas grandes conquistas aos advogados

    Neste incio de ano, a Caixa de Assistncia (CAA-PR) traz boas notcias para os advoga-dos do Paran. Dois grandes projetos, que iro proporcionar benefcios tanto para a vida profissional quanto pessoal dos advogados e de seus dependentes, entram em funcionamento em 2014. J no ms de fevereiro, ser inaugurado o Centro de Convivncia do Advogado em Londrina. Entre os meses de maro e abril, est prevista a inaugurao do Edifcio Maring, em Curitiba.

    O Centro de Convivncia do Ad-vogado, com inaugurao prevista para o dia 22 de fevereiro, ser um es-pao prprio para cuidar do bem-estar dos advogados e de seus dependentes, especialmente os de Londrina e re-gio. Localizado a poucos quilme-tros do centro, no Parque Ouro Bran-co, bairro da regio sul da cidade, o complexo proporcionar momentos de lazer e entretenimento.

    Com cerca de 25 mil m, campo de futebol suo, quadra de areia para vlei, cancha de bocha, churrasqueira e espao gourmet, o Centro vai promover e incentivar o convvio entre os profis-sionais da advocacia e suas famlias, garante o presidente da CAA-PR, Jos Augusto Arajo de Noronha. Ser um espao prprio para congregar a classe, alm de estimular a prtica de esportes, essencial para aliviar o estresse profis-sional, completa Artur Piancastelli, presidente da OAB Londrina.

    J o Edifcio Maring, localizado na Rua Cndido Lopes em frente Biblioteca Pblica, no centro da capi-tal, foi adquirido pela Caixa de Assis-tncia e agora, depois de totalmente revitalizado, deve reabrir as portas entre os meses de maro e abril, para ampliar o atendimento aos advoga-dos do estado em suas mais diversas necessidades profissionais, oferecen-do escritrios compartilhados para os advogados realizarem atendimentos e espao premier, para o conforto dos advogados do interior quando es-tiverem em Curitiba para audincias e julgamentos.

    Teremos espaos para disponi-bilizar servios voltados sade do advogado, salas de reunies para as Comisses da OAB-PR, Centro de Incluso Digital, salas de aula para cursos ministrados pela Escola Supe-rior de Advocacia (ESA), biblioteca do acervo doado pelo professor Egas Dirceu Moniz de Arago; estandes para conveniados disponibilizarem servios nas reas em que h maior demanda, como convnios mdicos, previdncia privada dos advogados (OABPrev), entre outros servios, alm de lanchonete e espao para lan-amentos de livros e eventos profissio-nais, destaca Noronha.

    De acordo com o presidente da CAA-PR, a entrega desses dois gran-des projetos cumpre uma das priori-dades da atual diretoria. Estamos fa-

    Edifcio Maring deve reabrir as portas entre maro e abril, oferecendo diversos servios

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    Com cerca de 25 mil m, Centro de Convivncia proporcionar momentos de lazer e entretenimento

    zendo uma melhor gesto dos recursos humanos e financeiros que permitem entidade trazer mais benefcios em to-das as reas, principalmente as focadas na sade e no bem-estar do advogado e dos seus dependentes, finaliza.

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    Caixa dos Advogados

    JuSFARMA prorroga campanha de descontos em medicamentos

    Benefcios Estatutrios: um direito de todos os advogados

    A CAA-PR tem cinco tipos de au-xlios financeiros para atender os advogados em situaes necessrias. Todos os advogados da OAB Paran, em dia com o pagamento da anuidade, podem pleitear os benefcios estatut-rios junto entidade. Para tanto, basta preencher requerimento disponvel no site www.caapr.org.br e protocolar a solicitao na secretaria da CAA-PR ou nas subsees do estado.

    Segundo o diretor tesoureiro da CAA-PR, Fabiano Augusto Piazza Baracat, os benefcios estatutrios do suporte ao advogado em momen-tos de maior necessidade, seja com o nascimento de um novo filho, com o afastamento do trabalho por motivo de doena ou com gastos mdicos. a instituio retribuindo o apoio rece-bido do advogado por meio da assis-tncia em momentos pontuais de sua vida, alm de auxiliar a famlia em casos de falecimento do advogado,

    destaca Baracat.O diretor tesoureiro explica que

    aps a apresentao de toda a docu-mentao, salvo indispensveis com-plementaes, o processo segue para anlise da diretoria. Estando a do-cumentao em ordem e no havendo nenhum imprevisto, as solicitaes so analisadas em no mximo 30 dias. Em alguns meses, a diretoria tem concen-trado esforos para realizar as reunies de votao colegiada dos processos quinzenalmente, o que resulta na agi-lidade do pagamento do benefcio para o advogado, esclarece.

    Baracat assegura que quanto mais clere for a apresentao de toda a do-cumentao necessria para a anlise do pedido, mais rpida ser a conces-so do benefcio. Quando da forma-lizao do pleito, aconselhamos que o advogado converse com o setor respon-svel, solucionando eventuais dvidas, e apresente todos os documentos que

    A campanha de descontos da JUSFARMA - a farm-cia do advogado, que est com reduo de at 70% no valor de diversos medicamentos, foi prorrogada at o dia 28 de fevereiro. A campanha vlida nas 11 lojas do

    estado ou enquanto durarem os estoques. As farmcias JUSFARMA tm uma linha completa de medicamentos e perfumaria para melhor atender os advogados e seus dependentes estatutrios.

    Fabiano Piazza Baracat, diretor tesoureiro da CAA-PR

    lhe forem solicitados, o que facilita em muito a deliberao do colegiado e agi-liza o processo, assegura.

    No primeiro ano de gesto da atu-al diretoria, no perodo de janeiro a dezembro de 2013, foram liberados R$ 826.718,02 para atender 724 ad-vogados com auxlios financeiros. Foram concedidos 479 Auxlios Ma-ternidade; 94 Auxlios Funeral; 82 Auxlios Peclio; 65 Auxlios Mensal e 4 Auxlios Emergencial, contem-plando advogados de diversas cida-des do estado, alm de advogados de outros estados que possuem inscrio suplementar na OAB Paran.

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    Nos tempos em que Londrina ainda estava em formao, com seus habitantes levando nas botinas o p que deu aos habitan-tes na regio o apelido de ps verme-lhos, a grande maioria da populao no dispunha de automvel. Os carros de praa, como os antigos batizaram os txis, tambm no eram comuns. O servio era prestado por charretes, que aguardavam em pontos pr-esta-belecidos, ou mesmo em casa, as cha-madas de seus respectivos fregueses. Cada famlia tinha seu charreteiro de preferncia, apto a levar as senhoras a fazer uma visita, buscar o mdico para ver alguma criana com febre ou

    levar os donos da casa a algum com-promisso profissional.

    Entre os advogados atuantes da ci-dade estava um jovem profissional que vinha se destacando, com escritrio mo-vimentado, as aes patrocinadas por ele multiplicando-se no frum. Embora casado e com filhos pequenos, nosso advogado apreciava a vida noturna, s vezes demorando-se algumas horas a mais para chegar em casa.

    Em uma daquelas madrugadas, sua esposa acordou assustada. J eram cin-co horas da manh e nenhum sinal do marido. Nervosa, chamou a empregada e pediu que ela fosse sem demora bus-car o charreteiro, que morava perto.

    Ao se apresentar, minutos mais tarde, recebeu ordens de procurar o nosso advo-gado em todos os bares e restaurantes que ainda se encontrassem abertos. O homem chicoteou o cavalo e ps-se a servio. Ba-teu em todas as portas, examinou os ba-res, perguntou aos porteiros dos hotis se tinham visto o doutor aquela noite. Sem notcias, ele voltou casa da patroa.

    - Nenhum sinal, dona Diva.- Voc procurou em todos os luga-

    res, no esqueceu nenhum?- Olha, dona, s no procurei na zona.- E por que voc deixou de ir at

    a zona?- Porque na zona eu ia encontrar o

    seu marido.

    Se voc tem interesse em colaborar com este espao, entre em contato com a OAB pelo e-mail [email protected]

    E r n a n i B u c h m a n n

    O escOnderijO dO advOgadO

    p i t o r e s c o

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  • 3 2 | j a n / f e v | 2 0 1 4 | R E V I S T A d A O R d E M

  • P U B L I C A O D A O R D E M D O S A D V O G A D O S D O B R A S I L - PA R A N | N M E R O 2 | j A N / f E V D E 2 0 1 4

    w w w . o a b p r . o r g . b r

    reviStA DA OrDeM

  • F O l D E R E l E T R n I C O