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Catarina Oliveira Fernandes
Documentação e Avaliação do Processo Clínico em
Cuidados Intensivos
Dissertação de Mestrado
Mestrado em Engenharia e Gestão de Sistemas de
Informação
Trabalho efetuado sob a orientação de:
Professor Doutor Carlos Filipe da Silva Portela
Professor Doutor António Carlos Silva Abelha
fevereiro de 2018
II
Resumo
Em qualquer contexto hospitalar é fundamental o acesso em tempo útil a toda a informação
clínica do utente. Os dados clínicos são bastante heterogéneos relativamente à sua natureza
(podem incluir informações biométricas, prescrições, resultados de exames laboratoriais, entre
outros) e quanto ao sistema de informação onde são gerados. O Processo Clínico Eletrónico
(PCE) permite a agregação de toda a informação clínica do utente, disponibilizando-a de forma
transversal aos diferentes sistemas hospitalares. No serviço de Cuidados Intensivos do Centro
Hospitalar do Porto (CHP), o PCE encontra-se integrado numa plataforma de interoperabilidade
hospitalar designada de Agência para a Integração, Difusão e Arquivo de Informação Médica e
Clínica (AIDA), que facilita a integração e a disseminação da informação clínica gerada. A
implementação de sistemas de informação deve ser sempre acompanhada pelo estudo e
compreensão do comportamento dos utilizadores, uma vez que, a resistência à utilização dos
sistemas é um dos fatores que mais contribui para o insucesso da sua implementação. O
propósito da presente dissertação é avaliar a aceitação da tecnologia associada ao sistema PCE
no serviço de Cuidados Intensivos do CHP com base na metodologia Technology Acceptance
Model 3 (TAM3) e no método Delphi. Tendo em conta as metodologias selecionadas, a avaliação
deve ser realizada através da aplicação de questionários aos profissionais cuja atividade é
suportada pelo PCE. A análise dos resultados da aplicação dos questionários deve permitir a
identificação dos fatores que influenciam a resistência dos profissionais de saúde e a sugestão
de um conjunto de melhorias que incrementem a aceitabilidade do sistema PCE. O projeto tem
ainda como objetivo o desenvolvimento de um manual com a documentação do sistema. Este
documento encontra-se dividido em seis capítulos estruturados da seguinte forma: inicialmente
são descritos o enquadramento, as motivações, os objetivos e os resultados esperados do
projeto; de seguida são apresentadas a revisão da literatura relacionada com o tema e uma visão
crítica do estado da arte; posteriormente são descritas as abordagens metodológicas utilizadas,
o planeamento das atividades e a gestão de riscos; por fim são apresentadas as principais
conclusões e a listagem das referências.
Palavras-Chave: Modelo de Aceitação de Tecnologia, Avaliação de Tecnologia, Processo Clínico
Eletrónico, Cuidados Intensivos
III
Abstract
Being able to access a patient’s clinical data in due time is critical to any clinical setting. Clinical
data is very diverse both in content and in terms of which system produces it. This data can
include biometric data, prescriptions, test results, along with others. The Electronic Health
Record (EHR) aggregates a patient’s clinical data and makes it available across different systems.
In the Intensive Care Unit (ICU) of Centro Hospitalar do Porto (CHP), a EHR system is integrated
in a clinical interoperability platform – Agência para a Integração, Difusão e Arquivo de
Informação Médica e Clínica (AIDA) – that allows for the integration and divulgation of clinical
information across different systems. Considering that user’s resistance is a critical factor in
system implementation failure, the understanding of user behaviour remains a relevant object of
investigation. The purpose of this paper is to assess the technology acceptance of the EHR in the
ICU of CHP using the Technology Acceptance Model 3 (TAM3) and the Delphi methodology. The
paper intends to identify which factors influence health professionals’ resistance to the system, to
put forward a set of improvements which will increase acceptance and to create a system
documentation manual. The assessment’s findings are based on the results of a questionnaire
answered by health professionals whose activities are supported by the EHR technology. This
document is structured as follows: the first chapter defines the project’s context, motivations,
goals and expected results; chapter two includes a review of literature and a critical view of the
state of the art; the next chapter describes the methodological approaches used; chapter four
contains the project planning and risk management; finally, the last two chapters include the
project’s findings and a list of references.
Keywords: Technology Acceptance Model, Technology Assessment, Electronic Health Record,
Intensive Care
IV
Índice
Lista de Figuras ........................................................................................................................ VI
Lista de Tabelas ...................................................................................................................... VII
Siglas, Acrónimos e Abreviaturas ............................................................................................ VIII
1 – Introdução .......................................................................................................................... 1
1.1 – Enquadramento .......................................................................................................... 1
1.2 – Motivação ................................................................................................................... 2
1.3 – Objetivos e Resultados Esperados ................................................................................ 2
1.3.1 – Objetivos Gerais e Específicos .............................................................................. 2
1.3.2 – Resultados Esperados .......................................................................................... 3
1.4 – Estrutura do Documento ............................................................................................. 3
2 – Revisão de Literatura .......................................................................................................... 5
2.1 – Estratégia de Pesquisa ................................................................................................ 5
2.2 – Medicina Intensiva e Cuidados Intensivos .................................................................... 6
2.3 – Processo Clínico Eletrónico .......................................................................................... 7
2.4 – Modelo de Aceitação da Tecnologia ............................................................................. 9
2.4.1 – Tecnhology Acceptance Model .............................................................................. 9
2.4.2 – Technology Acceptance Model 2 ........................................................................ 10
2.4.3 – Technology Acceptance Model 3 ........................................................................ 12
2.5 – Casos de Estudo em Avaliação da Aceitação de Tecnologia ........................................ 15
2.6 – Visão Crítica do Estado da Arte .................................................................................. 16
3 – Abordagem Metodológica ................................................................................................. 17
3.1 – Metodologias de Investigação .................................................................................... 17
3.2 – Metodologias Práticas ............................................................................................... 18
3.2.1 – TAM3 ................................................................................................................ 18
3.2.2 – Delphi ................................................................................................................ 19
3.2.3 – Aplicação das Metodologias Práticas ao Caso de Estudo ..................................... 20
4 – Plano de Atividades .......................................................................................................... 21
4.1 – Planeamento ............................................................................................................. 21
4.2 – Gestão de Riscos ....................................................................................................... 24
5 – Conclusão ........................................................................................................................ 26
V
6 – Referências ...................................................................................................................... 27
VI
Lista de Figuras
Figura 1 - Technology Acceptance Model ................................................................................. 10
Figura 2 - Technology Acceptance Model 2 .............................................................................. 11
Figura 3 - Determinantes da Perceção da Facilidade de Utilização ........................................... 12
Figura 4 - Technology Acceptance Model 3 .............................................................................. 14
Figura 5 - Work Breakdown Structure ...................................................................................... 22
Figura 6 - Diagrama de Gantt .................................................................................................. 23
VII
Lista de Tabelas
Tabela 1 - Construtos do TAM3 ............................................................................................... 19
Tabela 2 - Lista de Riscos ....................................................................................................... 25
VIII
Siglas, Acrónimos e Abreviaturas
AIDA – Agência para a Integração, Difusão e Arquivo de Informação Médica e Clínica
BI – Behavioural Intention
CHP – Centro Hospitalar do Porto
CU – Comportamento na Utilização
EHR – Electronic Health Record
FAA – Folha de Admissão e Alta
IC – Intenção Comportamental
ICU – Intensive Care Unit
PCE – Processo Clínico Eletrónico
PEOU – Perceived Ease of Use
PFU – Perceção da Facilidade de Utilização
PU – Perceived Usefulness / Perceção da Utilidade
TAM – Technology Acceptance Model
TRA – Theory of Reasoned Action
UB – Use Behaviour
UCI – Unidade de Cuidados Intensivos
WBS – Work Breakdown Structure
1
1 – Introdução
1.1 – Enquadramento
A quantidade de informação a circular a qualquer momento num cenário hospitalar é bastante
vasta e pode incluir informações pessoais do utente, registos frequentes de todos os seus sinais
vitais, resultados de exames e de análises, entre outros. Estes são alguns exemplos de
informação que deve ser registada e disponibilizada com a maior brevidade possível aos
diferentes profissionais de saúde. A importância crítica destas informações, a grande afluência
de utentes e a escassez de recursos tornam o processo de gestão de um hospital numa tarefa
altamente complexa. Existe, portanto, a necessidade de sistematizar e automatizar todo este
fluxo de informação de forma a apoiar a atividade dos profissionais de saúde.
O Processo Clínico Eletrónico (PCE) é um dos sistemas de agregação de dados clínicos mais
utilizados atualmente no âmbito da saúde, tendo por objetivo reunir toda a informação relativa a
um utente (dados biométricos, prescrições, resultados de exames, entre outros) e disponibilizá-la
de forma transversal aos diferentes serviços ou unidades hospitalares (Marinho et al., 2010).
O PCE é também utilizado na organização proponente para a presente dissertação – o Centro
Hospitalar do Porto (CHP). Este é um hospital geral, central e universitário que tem como
objetivo principal a prestação de serviços de saúde à população e como objetivos
complementares diversas atividades de ensino, formação e investigação. Esta instituição visa a
excelência em todas as suas atividades, numa perspetiva global e integrada da saúde, e
privilegia o ensino pré e pós-graduado, incentivando a investigação com o objetivo de contribuir
para o desenvolvimento da ciência e tecnologia da saúde.
A avaliação da aceitação de tecnologia proposta nesta dissertação incide sobre o sistema PCE no
contexto do serviço de Cuidados Intensivos do CHP. Este serviço encontra-se localizado no
Hospital de Santo António e é constituído por três unidades: Unidade de Cuidados Intensivos I –
SCI 1, Unidade de Cuidados Intensivos II – UCIP e Unidade de Cuidados Intermédios Médico-
cirúrgicos1.
No contexto do CHP encontra-se também instalada uma plataforma de interoperabilidade
hospitalar, designada de Agência para a Integração, Difusão e Arquivo de Informação Médica e
1 Fonte: http://www.chporto.pt/servicos.php?id=25, acesso a 5/02/2018.
2
Clínica (AIDA), que garante a interoperabilidade dos vários sistemas de informação em
funcionamento no CHP, facilitando a integração e a disseminação da informação clínica gerada
na unidade hospitalar (Cardoso, 2013). A integração é feita através de agentes eletrónicos e pró-
ativos que comunicam com os sistemas heterogéneos e cujas tarefas incluem receber, gerir,
guardar e enviar informação como relatórios clínicos, imagens, prescrições, entre outros2.
1.2 – Motivação
Como referido anteriormente, a complexidade do ambiente hospitalar, a heterogeneidade dos
fluxos de informação gerados e a urgência quanto à sua disponibilidade em tempo útil levam à
necessidade da existência de sistemas de informação que auxiliem o trabalho dos profissionais
de saúde. Por este motivo, torna-se essencial que os profissionais aceitem e utilizem
devidamente os sistemas para que estes suportem as suas tarefas e maximizem a sua
produtividade, melhorando assim o seu desempenho no trabalho.
De forma a investigar a utilização do sistema PCE no serviço de Cuidados Intensivos do CHP, a
presente dissertação visa realizar uma avaliação da aceitação desta tecnologia por parte dos
profissionais de saúde, principalmente médicos e enfermeiros. A avaliação deverá permitir a
perceção dos fatores que mais influenciam a resistência dos profissionais relativamente ao PCE
e a identificação das potenciais melhorias que reduzam e otimizem o tempo de utilização do
sistema. Espera-se que os resultados obtidos auxiliem na incrementação da aceitabilidade do
sistema PCE e na redução do tempo despendido pelos profissionais na sua utilização.
1.3 – Objetivos e Resultados Esperados
1.3.1 – Objetivos Gerais e Específicos
O objetivo essencial deste projeto de dissertação é a avaliação da aceitação da tecnologia
associada ao Processo Clínico Eletrónico (PCE) em Cuidados Intensivos do Centro Hospitalar do
2 Fonte: http://www.cienciaviva.pt/semanact/edicao2004/index.asp?accao=listeventosentidade&id_entidade=395,
acesso a 5/02/2018.
3
Porto (CHP). Tendo em conta a sua finalidade, o projeto de dissertação deverá responder à
seguinte questão de investigação:
▪ Com base na metodologia Techonlogy Accptance Model 3 (TAM3), qual é aceitação da
tecnologia associada ao Processo Clínico Eletrónico (PCE) em Cuidados Intensivos do
Centro Hospitalar do Porto (CHP), por parte dos profissionais de saúde?
Para responder a esta questão, devem ser atingidos os seguintes objetivos:
▪ Avaliar a tecnologia associada ao PCE com base na metodologia TAM3 e no método
Delphi, nomeadamente através da aplicação de questionários desenhados pela
estudante e respondidos pelos profissionais de saúde;
▪ Identificar as potenciais melhorias que reduzam e otimizem o tempo de utilização do
sistema PCE no suporte à atividade dos profissionais de saúde, principalmente médicos
e enfermeiros;
▪ Identificar os fatores que mais influenciam a resistência dos profissionais e encontrar
medidas que aumentem a sua aceitação do sistema.
1.3.2 – Resultados Esperados
Tendo por base a questão de investigação e os objetivos especificados anteriormente, os
resultados esperados desta dissertação podem ser sintetizados pelos seguintes pontos:
▪ Manual com a documentação do sistema PCE em contexto de cuidados intensivos;
▪ Desenho e aplicação de questionários para avaliação da tecnologia associada ao PCE
em contexto dos Cuidados Intensivos;
▪ Perceção dos fatores que influenciam a resistência dos profissionais na utilização do
PCE em contexto dos Cuidados Intensivos;
▪ Proposta de melhorias por forma a incrementar a aceitabilidade do sistema PCE no
contexto dos Cuidados Intensivos.
1.4 – Estrutura do Documento
Este documento encontra-se estruturado em seis capítulos distintos que são descritos nos
seguintes pontos:
4
▪ Capítulo 1 – Introdução: é descrito o contexto do trabalho, a área e problemática em que
se enquadra, as motivações subjacentes ao seu desenvolvimento, os objetivos gerais e
específicos e os resultados esperados após a sua conclusão;
▪ Capítulo 2 – Revisão de Literatura: inclui a revisão da literatura existente acerca do tema,
a definição de todos os conceitos relevantes e uma visão crítica do estado da arte;
▪ Capítulo 3 – Abordagem Metodológica: são descritas as abordagens metodológicas
utilizadas no decorrer do trabalho, incluindo as metodologias de investigação e as
metodologias práticas;
▪ Capítulo 4 – Plano de Atividades: são apresentados o planeamento temporal das
atividades a realizar e a listagem dos riscos identificados;
▪ Capítulo 5 – Conclusão: inclui a sumarização do trabalho realizado;
▪ Capítulo 6 – Referências: são apresentadas todas as referências relativas aos
documentos citados ao longo do projeto.
5
2 – Revisão de Literatura
Segundo Webster e Watson (2002), a revisão da literatura existente e relevante ao tema de um
projeto é essencial para o seu desenvolvimento. Este processo permite obter o estado da arte e
definir todos os conceitos teóricos relativos ao tema em questão. Neste capítulo será descrita a
estratégia de pesquisa utilizada e apresentados os seus resultados com a definição de todos os
conceitos relevantes.
2.1 – Estratégia de Pesquisa
A primeira etapa de qualquer processo de pesquisa deve incluir a seleção das fontes de
informação e as palavras-chave a utilizar. A revisão de literatura deste projeto foi inicializada com
a pesquisa de um conjunto de palavras-chave nas ferramentas Google Académico, B-on –
Biblioteca do Conhecimento Online e ScienceDirect. Para a pesquisa foram utilizadas as
seguintes palavras-chave:
▪ Modelo de Aceitação de Tecnologia;
▪ Technology Acceptance Model;
▪ Processo Clínico Eletrónico;
▪ Electronic Health Record;
▪ Healthcare Information Systems;
▪ Technology Acceptance in Healthcare;
▪ Medicina Intensiva;
▪ Intensive Medicine;
▪ Cuidados Intensivos;
▪ Intensive Care;
▪ Agência para a Integração, Difusão e Arquivo de Informação Médica e Clínica.
Após a pesquisa, foi criada uma listagem de todas as referências relevantes ao trabalho. A
seleção dos artigos foi realizada de modo a garantir a sua relevância quanto ao conteúdo, isto é,
que se relacionavam com a problemática desta dissertação, e quanto à data de publicação,
nomeadamente se as afirmações eram adequadas ou não à atualidade. O conjunto de
6
referências foi atualizado ao longo da escrita deste documento devido ao surgimento de novas
necessidades de pesquisa.
2.2 – Medicina Intensiva e Cuidados Intensivos
A Medicina Intensiva teve as suas principais origens em três contextos: na utilização de suporte
respiratório em doentes com insuficiência respiratória durante uma epidemia de poliomielite em
Copenhaga em 1952; na necessidade de resposta a lesões traumáticas e infeções graves
resultantes da II Grande Guerra, da Guerra do Camboja e da Guerra do Vietname; e, finalmente,
no surgimento dos primeiros sistemas de emergência de resposta rápida pré-hospitalar no Reino
UnidoErro! A origem da referência não foi encontrada.. Em Portugal, as primeiras Unidades de
Cuidados Intensivos (UCI) surgiram no final da década de 50 do século passado (Paiva et al.,
2016).
Atualmente, a Medicina Intensiva está presente em quase todos os hospitais e é considerada
uma área multidisciplinar da Medicina que trata especificamente a prevenção, o diagnóstico e o
tratamento de situações de doença aguda potencialmente reversíveis, em doentes que
apresentam falência eminente ou estabelecida de uma ou mais funções vitais (Paiva et al.,
2016).
Os doentes de Medicina Intensiva, geralmente designados por doentes críticos, são admitidos
em unidades especiais – as UCI – preparadas para a monitorização contínua das funções vitais
através de equipamentos de suporte de vida (Braga et al., 2015). O tratamento destes doentes é
um processo complexo, uma vez que, várias funções vitais podem ser afetadas em simultâneo
(Apostolakos & Papadakos, 2001) e os doentes podem ser admitidos a partir de diferentes
serviços hospitalares, o que implica conhecimento e experiência multidisciplinares dos
profissionais de saúde (Bennett & Bion, 1999). Assim, o serviço de Cuidados Intensivos deve ter
uma visão integradora do doente crítico e abordar doentes graves e complexos de uma forma
global, integrada e multidisciplinar (Paiva et al., 2016).
Segundo Paiva et al. (2016), o serviço de Medicina Intensiva de um hospital pode conter uma ou
mais UCI, mas deve sempre abranger as seguintes áreas:
▪ Enfermaria com camas de nível III, camas de nível II com disponibilidade instalada ou
acesso fácil e rápido a equipamento que possibilite uma tipologia de nível III e canais de
comunicação e deslocação fácil, rápidos e seguros com o Serviço de Urgência;
7
▪ Áreas de apoio como sala de espera, sala de reuniões, gabinetes médicos e de
enfermagem, secretariado clínico, áreas de armazenamento de material e equipamento,
entre outras;
▪ Definição clara das áreas e dos fluxos de circulação de doentes, profissionais de saúde e
visitas;
▪ Definição clara dos canais de acesso fácil a outras áreas funcionais, nomeadamente
patologia clínica, imagiologia, bloco operatório, serviço de urgência e unidades de nível I.
Relativamente a profissionais de saúde, uma UCI deve incluir médicos especialistas em Medicina
Intensiva, enfermeiros e assistentes operacionais e administrativos, podendo ainda incluir
recursos humanos adicionais qualificados noutras áreas como técnicos de diagnóstico, gestores,
fisioterapeutas, coordenadores de estudo de investigação, entre outros (Paiva et al., 2016).
Devido à complexidade e gravidade dos casos tratados no contexto de uma UCI, os profissionais
de saúde devem garantir que a tomada de decisão é, simultaneamente, bem ponderada e
fundamentada e o mais célere possível. O momento da tomada de decisão torna-se ainda mais
complicado em consequência da grande quantidade de informação com que os profissionais se
deparam, sendo necessária a existência de tecnologias como os sistemas de informação para
apoiar este processo (Aguiar et al., 2013).
2.3 – Processo Clínico Eletrónico
A atividade diária de um profissional de saúde envolve a documentação de todas as informações
clínicas e cuidados de saúde prestados ao utente no seu processo clinico. Segundo Tan (2005),
o processo clínico contém informação crítica a todos os indivíduos associados ao planeamento,
organização, fornecimento, gestão ou receção de cuidados de saúde.
Na legislação, o processo clínico é definido como “qualquer registo, informatizado ou não, que
contenha informação de saúde sobre doentes ou seus familiares” que “deve conter toda a
informação médica disponível que diga respeito à pessoa”3.
O processo clínico tem como finalidade permitir a prestação de cuidados de saúde de forma
mais eficiente através da disponibilização oportuna das informações necessárias à tomada de
3 Fonte: https://dre.pt/web/guest/pesquisa/-/search/624463/details/maximized, acesso a 14/02/2018.
8
decisão dos profissionais de saúde. A título de exemplo, um processo clínico de internamento
pode incluir os seguintes dados: Folha de Admissão e Alta (FAA), folha de urgência, nota de
entrada, diário clínico e de enfermagem, registo de sinais vitais, prescrições, pedidos e
resultados de exames, folha de anestesia, entre outros4.
A evolução da tecnologia e a necessidade de acesso rápido à informação necessária à tomada
de decisão dos profissionais de saúde foram os principais fatores impulsionadores da
digitalização dos processos clínicos (Tan, 2005). No Centro Hospitalar do Porto (CHP), assim
como em muitos outros hospitais, a necessidade de uma solução transversal que permitisse o
uso eficaz da informação clínica para gerar conhecimento adequado à tomada de decisão levou
à implementação do Processo Clínico Eletrónico (PCE), com o objetivo de substituir os registos
tradicionais em papel em registos eletrónicos (Portela et al., 2010).
O PCE é um sistema que reúne toda a informação clínica e administrativa de um utente, como
por exemplo dados biométricos, prescrições correntes e resultados de exames imagiológicos e
laboratoriais, agregando-a num registo de saúde informatizado. Segundo (Neves, Santos,
Machado, & Abelha, 2008), o PCE define-se como um registo eletrónico agregado da informação
clínica de um indivíduo, que pode ser gerido e consultado por profissionais de saúde e cujos
dados são criados e acumulados em diversas organizações de cuidados de saúde.
A tomada de decisões dos profissionais de saúde é guiada pelas informações reunidas no PCE,
pelo que, este sistema tem um forte impacto nas suas atividades. Além da agregação de
informações clínicas, o PCE tem ainda como finalidade disponibilizar esses dados de forma
transversal a diferentes serviços e unidades médicas (Marinho et al., 2010).
Além do armazenamento e disponibilidade da informação, o PCE apresenta ainda outros
benefícios comparativamente aos registos tradicionais pois facilita, por exemplo, a gestão da
informação, a análise descritiva, gráfica e estatística dos dados, a análise quantitativa do risco de
doenças e tratamentos e a implementação de políticas de garantia da qualidade e de gestão de
custos (Tan, 2005).
4 Fonte: http://portalcodgdh.min-saude.pt/index.php/Processo_cl%C3%ADnico, acesso a 14/02/2018.
9
2.4 – Modelo de Aceitação da Tecnologia
2.4.1 – Tecnhology Acceptance Model
O Modelo de Aceitação da Tecnologia (TAM) foi proposto em 1986 por Fred Davis e motivado
pela necessidade de definir novas medidas para a previsão e compreensão da utilização de
sistemas.
O autor pretendia desenvolver um modelo que proporcionasse uma base teórica para o melhor
entendimento da aceitação dos utilizadores e possibilitasse testar a aceitação de um novo
sistema antes da sua implementação. O modelo criado fornece uma explicação da aceitação de
tecnologia suficientemente generalizada para ser aplicada a diversas tecnologias e diferentes
populações de utilizadores (Davis et al., 1989). Um dos objetivos principais deste modelo é
explicar o impacto de fatores externos nas atitudes e intenções dos utilizadores, tendo por base
estudos anteriores acerca dos fatores determinantes da aceitação de tecnologia (Davis et al.,
1989).
Assim, o TAM foi adaptado a partir da Theory of Reasoned Action (TRA), desenvolvida em 1980
por Ajzen e Fishbein, utilizando-a como uma base teórica para explicar a relação entre os
conceitos de perceção da utilidade (PU) e perceção da facilidade de utilização (PFU) (Davis et al.,
1989). Segundo o TAM, estes dois constructos teóricos são os fatores determinantes quanto aos
comportamentos de aceitação da tecnologia (Davis et al., 1989).
A PU refere-se à escolha do utilizador em utilizar ou não um sistema conforme a sua perceção
de que este vai melhorar ou não o seu desempenho no trabalho. Pode ser definida como “the
degree to which a person believes that using a particular system would enhance his or her job
performance” (Davis, 1989).
Por outro lado, a PFU define-se como “the degree to which a person believes that using a
particular system would be free of effort” (Davis, 1989), isto é, se o utilizador acredita ou não
que os benefícios da utilização do sistema superam o esforço que despende para o utilizar.
Como se pode verificar na Figura 1, a PU e a PFU são influenciadas por variáveis externas. Estas
variáveis podem estar relacionadas com fatores sociais (linguagem, competências, condições
facilitadoras), culturais e políticos (impacto do uso de tecnologia nas políticas) (Surendran,
2012). Segundo Silva (2008), podem ainda considerar-se como variáveis externas as
características funcionais do sistema, a sua interface, a formação e manuais de utilizador, entre
10
outros. Verifica-se ainda que a PFU influencia a PU uma vez que, se tudo o resto se mantiver
igual, quanto mais fácil de utilizar for o sistema maior será a sua utilidade (Venkatesh & Davis,
2000).
Figura 1 - Technology Acceptance Model (adaptado de Davis et al. (1989))
A atitude para com a utilização entende-se como a avaliação do utilizador quanto à conveniência
da utilização do sistema enquanto que a intenção comportamental representa a probabilidade de
o utilizador usar o sistema (Surendran, 2012). A utilização real do sistema é determinada pela
intenção comportamental do utilizador, que, por sua vez, é determinada pela atitude do utilizador
para com o uso do sistema e pela PU (Davis et al., 1989).
2.4.2 – Technology Acceptance Model 2
Venkatesh & Davis (2000) apresentaram uma nova versão do TAM, designada por TAM2, que
complementa o modelo anterior ao definir com maior especificidade as variáveis externas que
determinam a PU. Como se pode verificar no modelo apresentado na Figura 2, estas variáveis
determinantes da PU podem ser categorizadas relativamente a processos de influência social
(normas subjetivas) e processos cognitivos instrumentais (imagem, relevância no trabalho,
qualidade do output e demonstrabilidade dos resultados).
11
Figura 2 - Technology Acceptance Model 2 (adaptado de Venkatesh & Davis (2000))
O TAM2 identifica ainda duas variáveis moderadoras quanto à influência das normas subjetivas.
O aumento da experiência do utilizador ao longo do tempo poderá diminuir a influência dessas
normas na PFU e na intenção em utilizar. A variável voluntariedade permite fazer a distinção
entre contextos de utilização obrigatória e de utilização voluntária do sistema (Venkatesh & Davis,
2000).
Além da definição das variáveis que determinam a PU apresentada no TAM2, um outro modelo
teórico foi proposto no mesmo ano com o objetivo de definir as variáveis determinantes da PFU.
Este modelo visa ainda a integração de construtos relacionados com o controlo, a motivação
intrínseca e a emoção no TAM. Como se pode verificar na Figura 3, as variáveis determinantes
são divididas em duas categorias: âncoras e ajustes. Relativamente às âncoras, a autoeficácia
computacional e as perceções de controlo externo dizem respeito ao construto controlo, a
ansiedade computacional é referente à emoção e a diversão computacional relaciona-se com a
motivação intrínseca. Estas variáveis exercem uma maior influência na PFU durante a fase inicial
de utilização de um novo sistema enquanto que os ajustes influenciam essa perceção com o
aumento da experiência do utilizador (Venkatesh, 2000).
12
Figura 3 - Determinantes da Perceção da Facilidade de Utilização (adaptado de Venkatesh (2000))
2.4.3 – Technology Acceptance Model 3
Uma nova versão do TAM, designada de TAM3, foi desenvolvida em 2008 por Viswanath
Venkatesh e Hillol Bala. Como se pode verificar na Figura 4, este é um modelo integrado que
combina as variáveis determinantes de ambos os construtos (PU e PFU) e propõe novos
relacionamentos relativos à experiência (Venkatesh & Bala, 2008).
A PU é determinada pela PFU e por outros cinco construtos: normas subjetivas, imagem,
relevância no trabalho, qualidade do output e demonstrabilidade dos resultados. A perceção do
individuo de que as pessoas mais importantes para ele consideram ou não que este deve utilizar
o sistema está relacionada com o construto das normas subjetivas. A imagem refere-se ao grau
em que o indivíduo considera que o uso de uma inovação irá melhorar o seu estatuto social. A
relevância no trabalho é relativa ao grau em que indivíduo acredita que o sistema é aplicável ao
seu trabalho. O construto da qualidade do output está relacionado com o grau em indivíduo
acredita que o sistema executa as suas tarefas de forma adequada. Finalmente, a
demonstrabilidade dos resultados indica o grau em que um indivíduo acredita que os resultados
da utilização do sistema são tangíveis, observáveis e comunicáveis (Venkatesh & Bala, 2008).
13
A PFU é determinada por duas categorias de construtos: as âncoras, que incluem a autoeficácia
computacional, as perceções de controlo, a ansiedade computacional e a diversão
computacional, e os ajustes, que incluem as perceções da satisfação e a usabilidade objetiva.
O TAM3 propõe ainda que a experiência é um construto moderador das seguintes relações: PFU
e PU, ansiedade computacional e PFU e PFU e intenção comportamental em utilizar. Na
primeira relação, o aumento da experiência fortifica a influência da PFU na PU. Por outro lado,
nas restantes relações o aumento da experiência deve reduzir a influência da ansiedade
computacional na PFU e a influência da PFU a intenção comportamental (Venkatesh & Bala,
2008).
14
Figura 4 - Technology Acceptance Model 3 (adaptado de Venkatesh & Bala (2008))
15
2.5 – Casos de Estudo em Avaliação da Aceitação de Tecnologia
O TAM tem sido bastante utilizado para avaliar a aceitação de diferentes sistemas de informação
e perceber e explicar o comportamento dos utilizadores (Surendran, 2012). O modelo foi
aplicado com sucesso em vários estudos, como por exemplo:
▪ Koufaris (2002) aplicou os construtos do TAM, integrando-os com construtos de outras
áreas como o marketing e a psicologia, para examinar o comportamento dos
consumidores em compras online;
▪ Pikkarainen et al. (2004) desenvolveram, com base nas variáveis PU e PFU do TAM, um
modelo de aceitação de online banking na Finlândia;
▪ A aplicação do TAM ao sistema de informação de uma biblioteca virtual nas escolas de
medicina da Região Metropolitana do Recife (Brasil), por Silva (2008), revelou que a
utilização era determinada pela PU;
▪ Silva et al. (2012) aplicaram o TAM ao estudo do uso de computadores na educação em
duas cidades do Brasil, verificando que a PU foi o construto mais relevante na avaliação
da aceitação do computador em ambas as cidades.
Os exemplos apresentados de seguida são os mais relevantes a esta dissertação por terem sido
realizados em unidades hospitalares portuguesas.
A avaliação da aceitação da tecnologia INTCare de Aguiar (2012) pretendia identificar as
perceções dos utilizadores e o impacto no comportamento da utilização do sistema de apoio à
decisão INTCare, com base nos construtos do TAM. O objetivo foi alcançado com a combinação
do TAM e do método Delphi na aplicação de questionários a enfermeiros da UCI do CHP,
nomeadamente no Hospital de Santo António. De uma maneira geral, os quatro construtos do
TAM apresentaram uma aceitação positiva, sendo que os construtos com maior e menor
aceitação foram a PFU e o CU, respetivamente, o que significa que os enfermeiros estão
satisfeitos com a tecnologia implementada em termos de inovação e funcionalidade, mas
queixam-se do desempenho em tempo real e da menor capacidade de resposta dos
equipamentos na UCI. O sucesso da avaliação permitiu ainda identificar aspetos positivos do
sistema e sugestões para mitigar aspetos menos positivos e tornar o sistema mais vantajoso.
A avaliação de sistemas de informação no serviço de Anatomia Patológica de Novo et al. (2015)
tinha como objetivo medir a satisfação dos utilizadores quanto ao sistema AIDA, através da
16
avaliação dos quatro construtos do TAM. O questionário criado para a avaliação foi aplicado a
médicos, assistentes operacionais e assistentes técnicos, sendo obtidos resultados
maioritariamente positivos para todos os construtos. No entanto, a análise mais detalhada das
respostas permitiu concluir que os utilizadores estavam insatisfeitos com algumas das
características e funcionalidades do sistema, o que diminuía a sua intenção em utilizá-lo. O
estudo refere ainda que o trabalho realizado contribuiu para o melhor entendimento da perceção
dos utilizadores e deve ser aplicado a outros sistemas de informação no contexto da saúde.
2.6 – Visão Crítica do Estado da Arte
Segundo Holden & Karsh (2010), a aplicação de teorias para prever e explicar a aceitação e
utilização de sistemas de informação na área da saúde é cada vez mais importante. Os autores
avaliaram 20 estudos acerca da utilização de sistemas de informação nos cuidados de saúde.
Os resultados obtidos demonstram que o TAM prevê uma parte significativa da utilização e
aceitação dos sistemas, mas que a teoria carece ainda de algumas modificações,
nomeadamente quanto à sua adaptação específica ao contexto da saúde.
Apesar destas limitações, e como podemos verificar no ponto 2.5 – Casos de Estudo em
Avaliação da Aceitação de Tecnologia, existem diversos casos de sucesso da aplicação do TAM
na saúde.
A presente dissertação pretende avaliar a aceitação do PCE em Cuidados Intensivos de forma
semelhante ao que foi feito nos trabalhos referidos anteriormente. Verifica-se que continua a ser
relevante e importante realizar este tipo de avaliação no âmbito dos sistemas de informação na
saúde, uma vez que, o propósito máximo destes sistemas deve ser sempre o auxílio à atividade
dos profissionais de saúde, o que depende muito da sua aceitação.
17
3 – Abordagem Metodológica
Neste capítulo são definidas e descritas as abordagens metodológicas utilizadas no decorrer da
dissertação. Estas incluem metodologias e métodos no contexto da investigação e no contexto
prático.
3.1 – Metodologias de Investigação
Para este projeto foi selecionada uma das metodologias de investigação qualitativa mais
utilizadas – o Case Study. Segundo Yin (1981), esta metodologia de natureza empírica tem
como objetivo examinar um fenómeno contemporâneo no seu contexto real, especialmente
quando os limites entre esse fenómeno e o seu contexto não são claramente evidentes.
Por outras palavras, o Case Study envolve o estudo detalhado e em profundidade de um
determinado caso ou entidade (um indivíduo, um grupo, uma organização, entre outros) no seu
contexto real e com recurso a métodos apropriados (Coutinho Pereira & Chaves, 2002).
Segundo Coutinho Pereira & Chaves (2002), as características fundamentais de um Case Study
resumem-se nos seguintes pontos:
▪ Definição clara e precisa das fronteiras do caso em estudo;
▪ Identificação do foco da investigação;
▪ Preservação do carácter holístico do caso;
▪ Realização da investigação em ambiente natural;
▪ Recurso a métodos de recolha de dados diversificados e a múltiplas fontes de dados.
Relativamente ao último ponto, deve ter-se em atenção de que podem ser utilizados dados de
vários tipos, nomeadamente do tipo qualitativo e/ou quantitativo, bem como diversas formas de
recolher esses dados (Yin, 1981).
Neste projeto, a metodologia será aplicada através de uma extensa pesquisa e um estudo
detalhado da literatura relevante ao tema da aceitação de tecnologia. O foco da investigação é a
avaliação da aceitação de tecnologia no âmbito da saúde, mais precisamente a avaliação do
Processo Clínico Eletrónico (PCE) em Cuidados Intensivos. A investigação será realizada num
contexto real sendo relativa ao PCE do Centro Hospitalar do Porto (CHP). Finalmente, os
18
métodos de recolha de dados são diversificados pois incluem observações, entrevistas,
inquéritos, entre outros.
3.2 – Metodologias Práticas
Quanto às metodologias práticas, o desenvolvimento do projeto tem por base o Modelo de
Aceitação de Tecnologia (TAM3) e o método Delphi.
3.2.1 – TAM3
O TAM 3, descrito em maior detalhe no 2 – Revisão de Literatura, é um modelo teórico utilizado
para avaliar a aceitação de um sistema de informação por parte de um utilizador. De acordo
com este modelo, os dois fatores que mais influenciam o comportamento dos utilizadores de
sistemas de informação são a Perceção da Utilidade (PU) e a Perceção da Facilidade de
Utilização (PFU), sendo estes construtos determinantes para a utilização real do sistema
(Surendran, 2012).
A seleção do TAM3 para o desenvolvimento desta dissertação detém-se no facto de ser um dos
modelos de aceitação de tecnologia mais utilizados para explicar a utilização de sistemas de
informação (Surendran, 2012), tendo sofrido várias atualizações ao longo do tempo por parte de
diversos autores. Além disso, apesar de não ter sido desenvolvido especificamente para esse
contexto, este modelo é cada vez mais utilizado para prever e explicar a utilização de sistemas
de informação em saúde (Holden & Karsh, 2010).
Na Tabela 1 são apresentados os quatro principais construtos relevantes à aplicação do TAM3, a
sua tradução correspondente em inglês e a uma descrição sucinta. A relação entre os construtos
pode ser entendida da seguinte forma: a PU e a PFU determinam a intenção do indivíduo em
utilizar o sistema, ou seja, a Intenção Comportamental (IC), e essa intenção irá mediar a
utilização real do sistema, isto é, o Comportamento na Utilização (CU) (Novo et al., 2015). Esta
metodologia deve guiar o desenho dos questionários que serão respondidos pelos profissionais
de saúde cuja atividade é suportada pelo sistema PCE.
19
Tabela 1 - Construtos do TAM3
Construto
Construto
correspondente
em inglês
Descrição
Perceção da
Utilidade (PU)
Perceived
Usefulness (PU)
O grau em que o utilizador acredita que a utilização do
sistema melhora o seu desempenho.
Perceção da
Facilidade de
Utilização (PFU)
Perceived Ease
of Use (PEOU)
O grau em que o utilizador acredita que a utilização do
sistema é livre de esforço.
Intenção
Comportamental
(IC)
Behavioural
Intention (BI) Intenção do utilizador em usar o sistema.
Comportamento
na Utilização
(CU)
Use Behaviour
(UB) Utilização real do sistema.
3.2.2 – Delphi
O método Delphi é um processo iterativo de aplicação de questionários utilizado para obter
consensos de opinião e para determinar e prever atitudes, necessidades e prioridades de um
grupo (Santos & Amaral, 2004). Este método, desenvolvido na década de 1950, tem como
princípios básicos a comunicação estruturada e a garantia de anonimato dos participantes
(Zackiewicz & Salles-Filho, 2010).
A utilização do método Delphi na área dos sistemas de informação tem sofrido um crescimento,
verificando-se a existência de diversos estudos de investigação que incluem o uso do método.
Um dos benefícios deste método é a produção de uma boa base de conhecimento acerca dos
fatores identificados pelos participantes (Santos & Amaral, 2004).
Depois de criado, o questionário deve ser respondido por um grupo de especialistas. A seleção
dos participantes deve garantir que estes têm níveis culturais e cognitivos semelhantes para que
a interpretação das questões seja idêntica. Devem estar também representados diferentes
20
pontos de vista dentro da área em estudo (Zackiewicz & Salles-Filho, 2010) de modo a abranger
todo o espetro de opiniões (Santos & Amaral, 2004).
O método Delphi supõe a realização dos questionários por rondas, isto é, em cada ronda, os
participantes respondem ao questionário, os resultados são recolhidos e analisados e um novo
questionário é aplicado. O número total de rondas pode depender do tempo disponível e da
forma como o método foi iniciado (com ou sem preparação prévia), mas o mais comum são
duas a três rondas (Santos & Amaral, 2004). O processo deve terminar quando um nível
aceitável de consenso entre os participantes é atingido.
3.2.3 – Aplicação das Metodologias Práticas ao Caso de Estudo
Os objetivos do TAM, ou seja, a avaliação dos construtos que determinam a aceitação da
tecnologia, podem ser atingidos através de uma metodologia de aplicação de questionários
(Aguiar et al., 2013). No caso de estudo desta dissertação, os quatro construtos do TAM (PU,
PFU, IC e CU) serão avaliados através da aplicação de questionários segundo o método Delphi. A
combinação das duas metodologias é importante para reduzir o nível de incerteza inerente ao
estudo e para garantir que estão incluídas perspetivas complementares. Isto é possível devido à
integração de métodos quantitativos (TAM) e qualitativos (Delphi), o que deverá aumentar a
qualidades dos resultados obtidos (Aguiar et al., 2013).
Os questionários são compostos por itens e devem ser desenhados de forma a que cada item
avalie pelo menos um construto. De acordo com o método Delphi, devem ser realizadas, no
mínimo, duas rondas de questionários. Após o desenho da primeira ronda, os questionários
devem ser validados e disponibilizados aos profissionais de saúde cuja atividade é suportada
pelo PCE, nomeadamente médicos e enfermeiros. De seguida, deve realizar-se a análise dos
resultados e verificar o nível de consenso entre as respostas. Com base nos resultados da
primeira ronda, O desenho dos questionários da segunda ronda deve ser feito com base nos
resultados da ronda anterior e deve focar-se nos aspetos onde existe mais falta de consenso.
21
4 – Plano de Atividades
4.1 – Planeamento
Um dos fatores críticos ao sucesso de um projeto passa por planear o conjunto de atividades a
realizar. Por essa razão, torna-se essencial a descrição das tarefas gerais necessárias à
realização do trabalho, a sua decomposição em tarefas mais específicas e a definição da
duração de cada uma delas. Este planeamento foi realizado através da construção de uma Work
Breakdown Structure (WBS) apresentada na Figura 5.
Como se pode verificar, a dissertação está dividida em seis componentes: plano de trabalho,
projeto de dissertação, implementação, relatório de dissertação, reuniões com o orientador e
visitas ao hospital. Cada um dos componentes foi subdivido em várias tarefas às quais estão
associados as datas de início e fim e os seus predecessores, isto é, as tarefas que já devem ter
sido concluídas anteriormente.
Relativamente a reuniões presenciais foram definidas reuniões quinzenais com o orientador e
duas visitas ao Centro Hospitalar do Porto (CHP), uma visita inicial para recolha de informação e
uma visita final para apresentação de resultados.
De modo a evitar atrasos, deve ser mantido um esforço constante no decorrer do projeto para
garantir que, sempre que possível, as tarefas são realizadas de acordo com o planeado.
22
ID Task Name Start Finish Predecessors
1 Dissertação Mon 02/10/17 Mon 22/10/182 Plano de Trabalho Mon 02/10/17 Thu 30/11/173 Analisar e reunir referências Mon 02/10/17 Mon 30/10/174 Descrever enquadramento Wed 01/11/17 Mon 27/11/175 Definir objetivos e resultados esperados Wed 01/11/17 Mon 27/11/176 Definir abordagens metodológicas Wed 01/11/17 Mon 27/11/177 Rever plano de trabalho Tue 28/11/17 Tue 28/11/17 68 Entregar plano de trabalho Thu 30/11/17 Thu 30/11/17 79 Projeto de Dissertação Fri 01/12/17 Mon 19/02/18 210 Estudar o problema Fri 01/12/17 Fri 15/12/1711 Estudar as metodologias adotadas Fri 01/12/17 Fri 15/12/1712 Reunir referências adicionais Fri 01/12/17 Fri 15/12/1713 Realizar a revisão de literatura Mon 18/12/17 Mon 08/01/1814 Escrever projeto de dissertação Fri 01/12/17 Fri 09/02/1815 Rever projeto de dissertação Mon 12/02/18 Fri 16/02/18 1416 Entregar projeto de dissertação Mon 19/02/18 Mon 19/02/18 1517 Implementação do Projeto de Dissertação Mon 19/02/18 Tue 31/07/18 918 Estudar os sistemas (PCE e AIDA) em detalhe Mon 19/02/18 Wed 28/02/1819 Analisar o ambiente Mon 19/02/18 Wed 28/02/1820 1ª ronda de questionários Thu 01/03/18 Thu 31/05/18 1921 Desenhar questionários Thu 01/03/18 Fri 16/03/1822 Validar questionários Mon 19/03/18 Fri 23/03/18 2123 Aplicar questionários Mon 26/03/18 Mon 16/04/18 2224 Analisar resultados da aplicação dos questionários Tue 17/04/18 Thu 31/05/18 2325 2ª ronda de questionários Fri 01/06/18 Tue 31/07/18 2026 Desenhar questionários Fri 01/06/18 Mon 11/06/1827 Validar questionários Tue 12/06/18 Mon 18/06/18 2628 Aplicar questionários Tue 19/06/18 Mon 09/07/18 2729 Analisar resultados da aplicação dos questionários Tue 10/07/18 Tue 31/07/18 2830 Realizar documentação do sistema Mon 02/04/18 Tue 31/07/1831 Relatório de Dissertação Mon 19/02/18 Mon 22/10/1832 Escrita do relatório de dissertação Mon 19/02/18 Mon 01/10/1833 Escrita de artigo científico Mon 19/02/18 Mon 01/10/1834 Revisão do relatório de dissertação Tue 02/10/18 Fri 19/10/18 3235 Entrega do relatório de dissertação Mon 22/10/18 Mon 22/10/18 3436 Reuniões com Orientador Tue 09/01/18 Tue 16/10/1837 Reunião 1 Tue 09/01/18 Tue 09/01/1838 Reunião 2 Tue 23/01/18 Tue 23/01/1839 Reunião 3 Tue 06/02/18 Tue 06/02/1840 Reunião 4 Tue 20/02/18 Tue 20/02/1841 Reunião 5 Tue 06/03/18 Tue 06/03/1842 Reunião 6 Tue 20/03/18 Tue 20/03/1843 Reunião 7 Tue 03/04/18 Tue 03/04/1844 Reunião 8 Tue 17/04/18 Tue 17/04/1845 Reunião 9 Tue 01/05/18 Tue 01/05/1846 Reunião 10 Tue 15/05/18 Tue 15/05/1847 Reunião 11 Tue 29/05/18 Tue 29/05/1848 Reunião 12 Tue 12/06/18 Tue 12/06/1849 Reunião 13 Tue 26/06/18 Tue 26/06/1850 Reunião 14 Tue 10/07/18 Tue 10/07/1851 Reunião 15 Tue 24/07/18 Tue 24/07/1852 Reunião 16 Tue 04/09/18 Tue 04/09/1853 Reunião 17 Tue 18/09/18 Tue 18/09/1854 Reunião 18 Tue 02/10/18 Tue 02/10/1855 Reunião 19 Tue 16/10/18 Tue 16/10/1856 Visitas ao Hospital Mon 05/02/18 Tue 31/07/1857 Visita inicial Mon 05/02/18 Mon 05/02/1858 Visita final Tue 31/07/18 Tue 31/07/18
Figura 5 - Work Breakdown Structure
O mesmo planeamento pode ainda ser visualizado sob a perspetiva de um Diagrama de Gantt
apresentado na Figura 6.
23
Figura 6 - Diagrama de Gantt
24
4.2 – Gestão de Riscos
Um outro fator crítico ao sucesso de um projeto é a antecipação e mitigação da ocorrência de
riscos que o poderão afetar de forma negativa. Assim, a gestão do risco, ou seja, o processo de
identificar e quantificar os potenciais riscos e, posteriormente, definir ações para a sua
mitigação, é uma componente essencial para qualquer projeto.
Na Tabela 2 é apresentada a lista dos principais riscos que se poderão verificar no decorrer
desta dissertação. Além da identificação do risco, a lista inclui a quantificação da sua
probabilidade, impacto e seriedade e as respetivas sugestões de mitigação.
Os riscos aqui identificados são apenas uma previsão baseada nos objetivos e requisitos inicias
do projeto e na experiência em projetos anteriores, pelo que, a preocupação com a ocorrência
de outros potenciais riscos deve ser mantida ao longo de todo o trabalho.
25
Tabela 2 - Lista de Riscos
Risco Probabilidade
(P) [1 - 5]
Impacto
(I) [1 - 5]
Seriedade
[P * I] Estratégia de Mitigação
Incumprimento de prazos
de entrega e/ou datas
planeadas.
2 4 8
Revisão contínua do plano
de atividades e
reajustamento de datas
quando necessário.
Interpretação inadequada
dos requisitos/objetivos. 2 3 6
Contacto frequente com o
orientador.
Falta de conhecimentos
teóricos e/ou técnicos. 3 4 12
Estudo extenso acerca da
problemática do projeto e
das metodologias
adotadas.
Disponibilidade insuficiente
dos intervenientes no
projeto.
3 4 12
Marcação de reuniões
com a devida
antecedência.
Escassez de respostas aos
questionários. 3 5 15
Esforços para a
divulgação e motivação
junto dos profissionais de
saúde.
Respostas pouco claras ou
inválidas nos questionários. 4 5 20
Desenho de questões
claras, precisas e de fácil
entendimento.
Problemas técnicos que
resultem na perda de
informação.
2 5 10
Criação regular de
backups do projeto e
armazenamento
simultâneo em diferentes
dispositivos.
26
5 – Conclusão
A finalidade deste projeto de dissertação é a avaliação da aceitação do Processo Clínico
Eletrónico (PCE) em Cuidados Intensivos do Centro Hospitalar do Porto (CHP), com base na
metodologia Technology Acceptance Model 3 (TAM3). Os resultados desta avaliação devem
incluir os fatores que mais influenciam a resistência dos profissionais de saúde à utilização do
PCE, medidas que aumentem a sua aceitação e potenciais melhorias que reduzam e otimizem o
tempo de utilização do sistema no suporte à atividade dos profissionais, principalmente médicos
e enfermeiros.
Numa fase inicial, foi realizada uma revisão da literatura dos temas relevantes ao projeto. Esta
revisão inclui a descrição do sistema PCE e a evolução do Technology Acceptance Model (TAM)
ao longo do tempo. Com o estudo do TAM verificou-se que os construtos Perceção da Utilidade
(PU) e Perceção da Facilidade de Utilização (PFU) são determinantes para a intenção de
utilização de um sistema por parte dos utilizadores. Foram ainda apresentados alguns casos de
estudo já realizados na área da aceitação de tecnologia, nos quais o TAM foi aplicado com
sucesso. A última secção da revisão de literatura inclui uma visão crítica do estado da arte
relativamente à avaliação da aceitação de tecnologia na saúde.
A seleção das abordagens metodológicas a serem utilizadas no projeto foram descritas,
nomeadamente a metodologia de investigação Case Study e as metodologias práticas TAM e
Delphi. O TAM e o método Delphi serão utilizados em simultâneo no desenho e aplicação de
questionários que deverão avaliar os construtos do TAM.
Finalmente, foram ainda apresentados o planeamento do projeto, através da construção de uma
Work Breakdown Structure e do respetivo Diagrama de Gantt, e a lista de potenciais riscos que
poderão ocorrer.
Após a conclusão do projeto de dissertação, o trabalho deve ser continuado com a
implementação dos questionários, a recolha e análise dos resultados e a escrita do relatório de
dissertação. A realização das fases seguintes deve ser guiada pelas questões de investigação
definidas neste documento, tendo por base os conceitos, objetivos, metodologias e planos
detalhados anteriormente.
27
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