catalisadores de níquel e cobalto obtidos a partir de óxidos do tipo

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Eurico Yuji Tanabe CATALISADORES DE NÍQUEL E COBALTO OBTIDOS A PARTIR DE ÓXIDOS DO TIPO PEROVSKITA PARA REAÇÕES DE REFORMA A VAPOR DE ETANOL Orientadora: Profa. Dra. Elisabete M. Assaf São Carlos 2010 Tese apresentada ao Instituto de Química de São Carlos, da Universidade de São Paulo, para obtenção do título de Doutor em Ciências – Físico- Química

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  • Eurico Yuji Tanabe

    CATALISADORES DE NQUEL E COBALTO OBTIDOS A PARTIR DE XIDOS DO TIPO PEROVSKITA PARA REAES DE REFORMA A VAPOR DE ETANOL

    Orientadora: Profa. Dra. Elisabete M. Assaf

    So Carlos 2010

    Tese apresentada ao Instituto de Qumica de So Carlos, da Universidade de So Paulo, para obteno do ttulo de Doutor em Cincias Fsico-Qumica

  • Dedicatria

    Eurico Y. Tanabe Tese de Doutorado IQSC - USP

    D e d i c a t r i a

    minha famlia e especialmente ao meu Pai (saudades...)

    No precipite na primeira oportunidade que surgir ou que lhe oferecerem. Pense....

    Tanabe

    "A cincia se compe de erros que, por sua vez, so os passos at a verdade."

    (Julio Verne)

  • Dedicatria

    Eurico Y. Tanabe Tese de Doutorado IQSC - USP

    AAAA gggg rrrr aaaa dddd eeee cccc iiii mmmm eeee nnnn tttt oooo ssss

    Professora Dra. Elisabete M. Assaf pela orientao, dedicao, ensinamento, incentivo pesquisa e oportunidade de apresentar parte do trabalho desenvolvido durante o doutorado em diversos congressos no Brasil e exterior.

    Karina pelo apoio, amor e compreenso em todos os momentos.

    Prof. Jorge Peruano pelo happy-hour e pela grande amizade.

    Grupo de catlise heterognea Alessandra, Baixinho-tranka, Yvan-malucw, Thaisa, Camila, Amanda, Silvia, Vivian, Kariny, Andressa e Orlando.

    Ceclia Tavares, pelo auxlio no laboratrio e pela amizade.

    Amigos Adriano Morte (1), Paulo, Tiago, Professora Josy, Alessandra (Burur), Professor Haruo, Professor Lafon, Professor Evandro, Ana Paula, Alessandra, Lisbete, Miriam, que sempre estiveram e esto ao meu lado.

    Professor Dr. Jos Mansur Assaf e ao Departamento de Engenharia Qumica da UFSCar, pela execuo das anlises de DRX e RTP.

    Laboratrio Nacional de Luz Sncrotron (LNLS) pelas nalises de XANES.

    Instituto de Qumica de So Carlos, USP

    CNPq pelo apoio Financeiro

    voc, annimo, que est lendo e possivelmente interessado nos resultados deste trabalho !

  • RESUMO

    Neste trabalho foram avaliadas as atividades de catalisadores do tipo

    perovskita LaNi1-xCoxO3 frente reao de reforma a vapor de etanol. Devido

    baixa rea superficial, caracterstica de xidos do tipo perovskita, esses foram

    suportados em SiO2, Al2O3 e ZrO2, a fim de verificar o efeito do suporte na atividade

    cataltica.

    Os catalisadores foram preparados pelo mtodo da co-precipitao e

    caracterizados por espectrometria de emisso atmica por plasma induzido, difrao

    de raios X pelo mtodo do p, adsoro de nitrognio pelo mtodo B.E.T, reduo a

    temperatura programada e espectroscopia de absoro de raios X.

    Para estudar o processo de reduo e a possibilidade de oxidao durante a

    reao cataltica, foram realizados estudos in situ da reao de reforma a vapor,

    atravs da espectroscopia de absoro de raios X. Estes dados foram comparados

    com os resultados de aplicao das tcnicas de RTP e DRX s amostras parcial e

    totalmente reduzidas e foi proposto um mecanismo de reduo do xido do tipo

    perovskita durante o processo de ativao do catalisador.

    Todos os catalisadores mostraram-se ativos nas reaes de reforma a vapor

    de etanol e a seletividade dos produtos foi dependente do tipo do catalisador

    avaliado. De acordo com os resultados obtidos, destaca-se o catalisador no

    suportado LaNiO3, com converso de etanol de 99% e seletividade para H2, CO e

    CO2 de 4,8; 1,1 e 1,3, respectivamente. Alm disso, o ensaio com dois catalisadores

    simultneos (LaNiO3 + LaCoO3) foi o que apresentou melhor estabilidade na reao,

    com 100% de converso de etanol e seletividade semelhante obtida pelo

    catalisador LaNiO3.

  • Abstract

    Eurico Y. Tanabe Tese de Doutorado IQSC - USP

    ABSTRACT

    In this work, the catalytic activity of perovskite oxides, LaNi1-xCoxO3, was

    evaluated in the ethanol steam reforming. Due to the low surface area, characteristic

    of perovskite oxides, these catalysts were supported on SiO2, Al2O3 and ZrO2 and the

    effect of the support was evaluated. The catalysts were prepared by the co-

    precipitation method and characterized by Atomic Induced Plasma Spectroscopy, X-

    Ray Powder Diffraction (XRD), Nitrogen adsorption by B.E.T. method, Temperature

    Programmed Reduction (TPR) and X-ray Absorption Near Edge Structure (XANES).

    The catalytic process was accompanied by XANES in situ to verify changes in

    the oxidation state of the active phase during the activation process with H2 and also

    during the process of steam reforming of ethanol. By relation of these results with

    TPR and XRD, for samples partially and fully reduced, it was proposed a mechanism

    for the reduction of the perovskite oxides during the conditions of activation.

    All catalysts showed activity for the ethanol steam reforming with the selectivity

    dependent of the catalyst evaluated. Summarizing, the results showed that the

    unsupported catalyst LaNiO3 presented the better performance, with the ethanol

    conversion of 99% and selectivity for H2, CO and CO2 of 4.8; 1.1 and 1.3,

    respectively. Moreover, the test using two simultaneous catalysts (LaNiO3 +

    LaCoO3), showed better stability in the reaction, presenting ethanol conversion of

    100% and selectivity to H2, CO and CO2 similar to the LaNiO3 catalyst.

  • Lista de Figuras

    Eurico Y. Tanabe Tese de Doutorado IQSC - USP

    Lista de Figuras

    Figura 1: Produtores de etanol a nvel mundial 2008. 15

    Figura 2: xidos do tipo perovskita ABO3 28

    Figura 3: xido do tipo perovskita A2BO4 28

    Figura 4: Difratograma do LaNiO3 (a) e (b) Padro JCPDS PDF 792448 46

    Figura 5: Difratograma do LaCoO3 e respectivo padro PDF:251060 (b) 56

    Figura 6: Difratograma do: (a) LaNi0,25Co0,75O3 (b) LaNi0,5Co0,5O3

    (c) LaNi0,75Co0,25O3 e (d)Padro LaNi0,6Co0,4O3 (PDF:320296) ()La2O3

    57

    Figura 7: Difratograma do pico principal (a) LaCoO3 (b)LaNi0,25Co0,75O3

    (c) LaNi0,5Co0,5O3 (d) LaNi0,75Co0,25O3 (e) LaNiO3

    58

    Figura 8: Difratogramas dos catalisadores suportados em ZrO2.

    (): Fase perovskita; () Suporte

    61

    Figura 9: Difratogramas dos catalisadores suportados em SiO2 62

    Figura 10: Difratogramas dos catalisadores suportados em Al2O3 63

    Figura 11: Perfil de RTP para o catalisador LaNiO3 66

    Figura 12: DRX do catalisador LaNiO3 reduzido por H2 a 400 oC

    comparado com o DRX padro La2NiO4 PFD 340984(b)

    NiO La2NiO4 La4Ni3O10 LaNiO3 La2Ni2O5

    68

    Figura 13: (a) DRX do catalisador LaNiO3 reduzido por H2 a 650 oC/1h

    La2O3 (pdf 831344t) Ni -cubico (pdf 031051)

    68

    Figura 14: (a) DRX do catalisador LaCoO3 reduzido por H2 a 400 oC

    comparado com o DRX padro LaCoO4.

    71

    Figura 15: Difratogramas dos catalisadores LaNiO3 reduzidos em H2/He

    e LaCoO3 reduzido em H2/He e H2 concentrado

    73

    Figura 16: Perfil de RTP para o catalisador LaCoO3 74

    Figura 17: Perfil de RTP para o catalisador LaNi0,75Co0,25 O3 76

    Figura 18: Perfil de RTP para o catalisador LaNi0,50Co0,50O3 77

    Figura 19: Perfil de RTP para o catalisador LaNi0,25Co0,75O3 78

    Figura 20: Perfis de RTP para os catalisadores LaNi1-xCoxO3

    suportados em ZrO2

    81

    Figura 21: Perfis de RTP para os catalisadores LaNi1-xCoxO3 suportados 82

  • Lista de Figuras

    Eurico Y. Tanabe Tese de Doutorado IQSC - USP

    em SiO2

    Figura 22: Perfis de RTP para os catalisadores LaNi1-xCoxO3

    suportados em Al2O3

    84

    Figura 23: Espectros XANES padres de Nio e NiO na borda K do

    nquel.

    85

    Figura 24: Espectros XANES padres de Coo, CoO e Co3O4 na borda K

    do cobalto.

    86

    Figura 25: Espectros de RTP-XANES do catalisador LaNiO3 na borda do

    nquel. (A): Perfil do espectro ao longo da temperatura de reduo e

    reao in situ a 600 oC. (B): Formao da pr-borda em diferentes

    temperaturas.

    87

    Figura 26: Espectros de RTP-XANES do catalisador LaNiO3 na borda do

    nquel. (a): Espectro a 700 oC; (b) Espectro a 100 oC; (c) Espectro

    padro de Ni0.

    88

    Figura 27: Espectros de RTP-XANES do catalisador LaNi0,25Co0,75O3 na

    borda K do nquel. (A): Perfil do espectro ao longo da temperatura de

    reduo e reao in-situ a 600oC. (B): Formao da pr-borda em

    diferentes temperaturas.

    89

    Figura 28: Espectros de RTP-XANES do catalisador LaNi0,75Co0,25O3 na

    borda do nquel. (a): Espectro a 700 oC; (b) Espectro a 100 oC; (c)

    Espectro padro de Nio

    90

    Figura 29: Espectros de RTP-XANES do catalisador LaCoO3 na borda K

    do cobalto. (A): Perfil do espectro ao longo da temperatura de reduo e

    reao in situ a 600 oC. (B): Formao da pr-borda em diferentes

    temperaturas

    91

    Figura 30: Espectros de RTP-XANES do catalisador LaCoO3 na borda do

    cobalto. (a): Espectro a 100 oC; (b) Espectro a 800 oC; (c) Espectro

    padro de Coo

    92

    Figura 31: Espectros de RTP-XANES do catalisador LaCoO3 na borda K

    do cobalto. (A): Perfil do espectro ao longo da temperatura de reduo e

    reao in-situ a 600 oC. (B): Formao da pr-borda em diferentes

    teperaturas.

    93

    Figura 32: Espectros de RTP-XANES do catalisador LaNi0,75Co0,25O3 na 94

  • Lista de Figuras

    Eurico Y. Tanabe Tese de Doutorado IQSC - USP

    borda K do cobalto. (a): Espectro a 250 oC; (b) Espectro a 800 oC; (c)

    Espectro padro de Coo

    Figura 33: Espectros de RTP-XANES do catalisador suportado em SiO2

    na borda K do cobalto. (a): Perfil do catalisador LC-S longo da

    temperatura de reduo e reao in-situ e diminuio da intensidade em

    100 oC, 400 oC e 800 oC (a1). (b): Perfil do catalisador LNC-S longo da

    temperatura de reduo e reao in-situ e sua diminuio da intensidade

    em 100 oC, 400 oC e 800 oC (b1).

    95

    Figura 34: Espectros de RTP-XANES do catalisador suportado em SiO2

    na borda K do nquel. (a): Perfil do catalisador LN-S longo da

    temperatura de reduo e reao in-situ e diminuio da intensidade em

    1000C e 8000C (a1). (b): Perfil do catalisador LNC-S longo da

    temperatura de reduo e reao in-situ e sua diminuio da intensidade

    em 1000C e 8000C (b1).

    96

    Figura 35: Espectros de RTP-XANES do catalisador suportado em Al2O3

    na borda K do cobalto. (a): Perfil do catalisador LC-A longo da

    temperatura de reduo e reao in-situ e diminuio da intensidade em

    1000C e 8000C (a1). (b): Perfil do catalisador LNC-A longo da

    temperatura de reduo e reao in-situ e sua diminuio da intensidade

    em 1000C e 8000C (b1).

    98

    Figura 36: Espectros de RTP-XANES do catalisador suportado em Al2O3

    na borda K do nquel. (a): Perfil do catalisador LN-A longo da

    temperatura de reduo e reao in-situ e diminuio da intensidade em

    1000C e 8000C (a1). (b): Perfil do catalisador LNC-A longo da

    temperatura de reduo e reao in-situ e sua diminuio da intensidade

    em 1000C e 8000C (b1).

    99

    Figura 37: Ensaios de reforma a vapor de etanol com reator em branco

    nas razes etanol gua: Decomposio direta de etanol (a); 1:1 (b) e 3:1

    (c).( H2, CH4, CO, CO2, C2H4)

    100

    Figura 38: Reao de decomposio direta de etanol. (a): LaNiO3/600oC;

    (b) LaNiO3/700oC (c) LaNi0,75Co0,25O3/600

    oC( CH4, H2, CO, CO2,

    C2H4)

    103

    Figura 39: Ensaios catalticos na razo etanol:gua = 1:1. (a1) LaNiO3 106

  • Lista de Figuras

    Eurico Y. Tanabe Tese de Doutorado IQSC - USP

    (500oC); (a2) LaNiO3 (600oC); (b1) LaNi0,5Co0,5O3 (500

    oC); (b2)

    LaNi0,5Co0,5O3 (600oC); (c1) LaCoO3 (500

    oC); (c2) LaCoO3 (600oC); (c3)

    LaCoO3 (700oC).( CH4, H2, CO, CO2, C2H4)

    Figura 40. Exemplo do ensaio cataltico via dois leitos fixos e leito

    simples.

    107

    Figua 41: Ensaios catalticos a 500oC na razo etanol:gua = 3:1.

    (a)LaNiO3; (b)LaNi0,75Co0,25O3; (c)LaNi0,50Co0,50O3; (d)LaNi0,25Co0,75O3;

    (e)LaCoO3 ( CH4, H2, CO, CO2, C2H4)

    111

    Figua 42: Ensaios catalticos a 600oC na razo etanol:gua = 3:1.

    (a)LaNiO3; (b)LaNi0,75Co0,25O3; (c)LaNi0,50Co0,50O3; (d)LaNi0,25Co0,75O3;

    (e)LaCoO3 ( CH4, H2, CO, CO2, C2H4)

    112

    Figua 43: Ensaios catalticos a 600oC na razo etanol:gua = 3:1 dos

    catalisadores suportados em Al2O3 ( CH4, H2, CO, CO2, C2H4)

    113

    Figua 44: Ensaios catalticos a 600oC na razo etanol:gua = 3:1 dos

    catalisadores suportados em SiO2 ( CH4, H2, CO, CO2, C2H4

    117

    Figua 45: Ensaios catalticos a 600oC na razo etanol:gua = 3:1 dos

    catalisadores suportados em ZrO2 ( CH4, H2, CO, CO2, C2H4)

    118

    Figua 46: Ensaios catalticos a 600oC na razo etanol:gua = 3:1 dos

    catalisadores suportados em ZrO2( CH4, H2, CO, CO2, C2H4)

    120

    Figura 47: Comparao entre a seletividade de H2 (A) e razo CO2/CO

    (B) para os catalisadores nas reaes de reforma a vapor de etanol (3:1)

    a 500oC.

    121

    Figura 48: Comparao entre a seletividade de H2 (A) e razo CO2/CO

    (B) para os catalisadores nas reaes de reforma a vapor de etanol (3:1)

    a 600oC

    121

    Figura 49: Comparao entre a seletividade de H2 (A) e razo CO2/CO

    (B) para os catalisadores suportados nas reaes de reforma a vapor de

    etanol (3:1) a 600oC

    122

    Figura 50: Reaes in situ/XANES. (a) LC-S/borda Co; (b) LC-A/borda

    Co; (c) LC-A/borda Ni;(I) incio da reao; (I) final da reao

    125

  • Lista de Tabelas

    Tabela 01: Exemplos de ons A e B dos xidos do tipo perovskita

    (Tejuca et al. 1989)

    29

    Tabela 2: Nomenclatura adotada dos respectivos xidos do tipo

    perovskta suportado

    40

    Tabela 3: Concentrao de sdio na gua de lavagem 51

    Tabela 4: rea Superficial Especfica dos catalisadores 52

    Tabela 5: Anlises de espectrometria de emisso atmica 55

    Tabela 6: Mtodo B.E.T. rea Superficial Especfica 52

    Tabela 7: Dados obtidos a partir da anlise de RTP para o catalisador

    LaNiO3

    70

    Tabela 8: Dados obtidos a partir da anlise de RTP para o catalisador

    LaCoO3

    75

    Tabela 9: Dados obtidos a partir da anlise de RTP para o catalisador

    LaBO3 (B=Ni0,75Co0,25)

    76

    Tabela 10: Dados obtidos a partir da anlise de RTP para o catalisador

    LaBO3 (B=Ni0,50Co0,50)

    78

    Tabela 11 Dados obtidos a partir da anlise de RTP para o catalisador

    LaBO3 (B=Ni0,50Co0,50)

    79

    Tabela 12: Grau de reduo dos catalisadores suportados 84

    Tabela 13: Anlises dos efluentes lquidos formado aps os ensaios

    cataltico das reaes de decomposio direta do etanol.

    102

    Tabela 14: Analises dos efluentes lquidos formado aps os ensaios

    cataltico.

    104

    Tabela 15: Analises dos efluentes lquidos formado aps os ensaios

    cataltico.

    108

    Tabela 16:Formao de carbono durante as 6 horas de ensaio cataltico 114

    Tabela17: Analises dos efluentes lquidos formado aps os ensaios

    cataltico.(6 horas), razo etanol:gua = 3:1.

    116

    Tabela 18: Catalisadores que apresentaram mudanas na intensidade

    dos espectros XANES durante as reaes.

    124

  • SUMRIO

    CAPITULO I

    1 - Introduo 12

    CAPITULO II

    2 - Reviso Bibliogrfica 14

    2.1 - Etanol e suas vantagens para gerao de hidrognio 14

    2.2 - Reaes da reforma a vapor de etanol 16

    2.3 - Desativao dos catalisadores 19

    2.3.1 - Sinterizao e formao de carbono 19

    2.4 Catalisadores 21

    2.4.1 - Perovskitas e xidos do tipo Perovskitas 27

    2.4.2 - xido do tipo Perovskita como catalisador 30

    2.5 - Mtodos de preparao dos xidos do tipo Perovskitas 32

    2.5.1 - Mistura de xidos 32

    2.5.2 - Mtodo de Co-precipitao 33

    2.5.3 - Mtodo do Precursor Polimrico 33

    CAPTULO III

    3 - Objetivos 35

    CAPTULO IV

    4 - Materiais e Mtodos 36

    4.1 - Reagentes e gases utilizados 36

    4.2 Preparao dos Catalisadores 37

    4.2.1 Catalisadores mssicos 37

    4.2.2 - Preparao dos suportes 38

    4.2.3 - Preparao dos catalisadores suportados 39

    4.3 Caracterizao dos catalisadores 40

    4.3.1 - Espectrometria de Emisso Atmica por Plasma Induzido 40

    4.3.2 - Fisissoro de Nitrognio 41

  • 4.3.3 - Difratometria de Raios X pelo Mtodo do P (DRX) 42

    4.3.4 - Reduo a Temperatura Programada (RTP) 43

    4.3.5 - Espectroscopia de Absoro de Raios-X (XAS - XANES) 44

    4.3.6 - Avaliao Cataltica 48

    4.3.6.1 - Clculo da converso, seletividade e rendimento 49

    CAPTULO V

    5 - Resultados e Discusses 51

    5.1 - Preparao dos catalisadores 51

    5.2 Fisissoro de Nitrognio B.E.T. 52

    5.3 Anlise Qumica 54

    5.4 Difrao de Raios-X 56

    5.4.1 Catalisadores mssicos 56

    5.4.2 Catalisadores suportados 60

    5.5 - Reduo a Temperatura Programada com H2 (RTP-H2) 64

    5.5.1 Catalisadores mssicos 64

    5.5.1.2 - Catalisador LaNiO3 65

    5.5.1.3 - Catalisador LaCoO3 71

    5.5.1.4 - Catalisador LaNi(1-x)CoxO3 ( x = 0,25; 0,50 e 0,75) 75

    5.5.2 RPT dos catalisadores suportados 80

    5.5.2.1 - suporte: ZrO2 80

    5.5.2.2 - Suporte SiO2 81

    5.5.2.3 - Suporte Al2O3 83

    5.6 - Espectroscopia de Absoro de Raios X Dispersivo (DXAS) 85

    5.6.1 - XANES - catalisadores do tipo perovskita mssicos. 87

    5.6.1.1 - Borda K do nquel para catalisadores mssicos 87

    5.6.1.2 - Borda K do cobalto para catalisadores mssicos 91

    5.6.2 - XANES: Catalisadores suportados 94

    5.7 Avaliao Cataltica 100

    5.7.1 - Teste cataltico na ausncia de catalisador (branco) 100

    5.7.2 - Reaes com os catalisadores mssicos - LaNi(1-x)CoxO3 101

    5.7.2.1 - Reaes de decomposio direta do etanol

    101

  • 5.7.2.2 - Razo molar de alimentao etanol:gua = 1:1 103

    5.7.2.3 - Razo molar de alimentao etanol:gua = 3:1 107

    5.7.3 - Catalisadores suportados na razo molar 3:1 115

    5.7.3.1 - Catalisadores suportados em Al2O3 116

    5.7.3.2 - Catalisadores suportados em SiO2 117

    5.7.3.3 - Catalisadores suportados em ZrO2 119

    5.8 - Reaes catalticas com anlise de XANES in situ 124

    CAPTULO VI

    6 - Concluses 127

    CAPTULO VII

    7 Referncias Bibliogrficas 129

    ANEXOS 137

  • I n t r o d u o

    Eurico Y. Tanabe Tese de Doutorado IQSC - USP 12

    CAPTULO I

    1 - Introduo

    A poluio do ar, decorrente da atual frota veicular e das indstrias em geral,

    vivenciada diariamente pelos moradores das grandes cidades. Segundo o relatrio

    de qualidade do ar no estado de So Paulo, publicado em 2009 pela Companhia de

    Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb, 2009), os veculos so responsveis

    por 97% das emisses de monxido de carbono, 97% de hidrocarbonetos, 96% de

    xidos de nitrognio, 40% de material particulado e 35% de dixido de enxofre.

    O problema da poluio provocada pelos gases automotivos levou

    necessidade de criao de um programa nacional de controle destas emisses e,

    assim, foi institudo, em 1986, o Proconve - Programa de Controle de Poluio do Ar

    por Veculos Automotores. Este programa fixou os limites mximos de emisso de

    poluentes e estabeleceu algumas exigncias tecnolgicas para veculos, como o uso

    obrigatrio de catalisadores automotivos. Atualmente, os limites em vigor esto

    estabelecidos na Resoluo Conama, 2002, (Comisso Nacional do Meio Ambiente).

    Em nvel mundial, a 15a Conferncia das Partes (COP-15), realizada em

    dezembro de 2009 em Copenhagen, Dinamarca, foi considerada o encontro mais

    importante dos acordos multilaterais ambientais, pois teve por objetivo estabelecer o

    tratado que substituir o Protocolo de Quioto, vigente desde 2008 at 2012. Nesta

    conferncia foram discutidas as mudanas climticas que vm ocorrendo no mundo

    e as metas para reduo das emisses. Para o Brasil, as metas incluem reduo de

    36,1% a 38,9%, at 2020, dos gases de efeito estufa (Isto, 2009).

  • I n t r o d u o

    Eurico Y. Tanabe Tese de Doutorado IQSC - USP 13

    Em 2009, com o objetivo de melhorar o transporte pblico e o bem-estar das

    futuras geraes, a Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de So Paulo

    deu incio ao Projeto nibus Brasileiro a Hidrognio. Esta iniciativa poder colocar

    o Brasil na vanguarda mundial do uso de energia limpa e renovvel nos transportes.

    Uma desvantagem do veculo movido a hidrognio est relacionada aos acidentes

    envolvendo batidas e capotagem, pois a estocagem do gs atravs de cilindros,

    que podem causar vazamentos e, como conseqncia, a exploso. Assim, o

    armazenamento de hidrognio em combustveis lquidos pode ser considerado uma

    alternativa para o fornecimento do hidrognio para as clulas a combustvel (Fierro

    et al. 2005). Os combustveis lquidos, tais como lcoois e hidrocarbonetos, so

    convenientes para esse propsito.

    Os processos de produo de hidrognio a partir de combustveis lquidos

    incluem as reaes de reforma a vapor de hidrocarbonetos e alcois. Entre os

    hidrocarbonetos encontram-se a nafta, subproduto do refino do petrleo, e o metano,

    principal componente do gs natural e responsvel pela maior parte do hidrognio

    produzido atualmente. Entre os alcois, destaca-se o metanol e, mais recentemente,

    o etanol e o glicerol. O etanol poder ser um substituto do metanol e do metano na

    produo de hidrognio, visto que ele provm de fonte renovvel e o Brasil detm as

    tcnicas de produo a partir da cana de acar.

  • Reviso Bibliogrfica

    Eurico Y. Tanabe Tese de Doutorado IQSC - USP 14

    CAPTULO II

    2 - Reviso Bibliogrfica

    2.1 - Etanol e suas vantagens para gerao de hidrognio.

    O Brasil reconhecido mundialmente como o pas do etanol proveniente de

    cana de acar, visto que ele o nico pas que substituiu parte do uso da gasolina

    por uma fonte renovvel de energia. O uso do etanol de cana permitiu que So

    Paulo reduzisse a participao do petrleo na matriz energtica estadual de 60%

    para 33% nos ltimos 30 anos. (Revista Fapesp 2009).

    A produo de etanol no Brasil teve incio no ano de 1975, juntamente com o

    programa Pr-lcool, criado pelo governo federal (Nogueira 2008). Efetivamente, o

    ganho de produtividade tem sido maior do que 3% ao ano nos ltimos 30 anos,

    resultado de melhoramento gentico da cana com o desenvolvimento de variedades

    mais adaptadas a cada localidade, do aumento da eficincia industrial da converso

    de acar em lcool e da melhoria dos processos de fermentao e destilao.

    Atualmente, o maior produtor mundial de etanol so os Estados Unidos e em

    seguida o Brasil (Figura 1) (Bio-energy 2008).

    O crescente interesse mundial pelo uso de biocombustveis, motivado tanto

    pelas dificuldades decorrentes do fornecimento de petrleo, quanto pela crescente

    preocupao com a emisso de gases de efeito estufa, criou a expectativa de um

    intenso aumento na produo de bioetanol. A reduo das emisses de carbono

    um dos maiores desafios para a humanidade no sculo XXI. O efeito final que o

  • Reviso Bibliogrfica

    Eurico Y. Tanabe Tese de Doutorado IQSC - USP 15

    uso de etanol, em substituio a gasolina, reduz as emisses em 2181 kg de gs

    carbnico para cada 1000 litros de etanol usado.

    Figura 1: Produtores de etanol em nvel mundial (Bio-energy 2008)

    O H2 possui a maior quantidade de energia por unidade de massa do que

    qualquer outro combustvel conhecido (120,7 kJ/g), cerca de trs vezes mais calor

    por grama que o petrleo ou gasolina e duas vezes mais que o gs natural, podendo

    ser aplicado na clula a combustvel, na qual acontece a eletrlise invertida, ou seja,

    reao de hidrognio com oxignio formando gua e gerando corrente eltrica. As

    clulas a combustvel possuem alta eficincia (25% a mais que os motores a

    combusto interna) e ausncia de poluentes quando se utiliza o H2 puro como

    combustvel (Portal, 2010). A energia eltrica gerada por uma clula eletroqumica

    pode ser aplicada em fontes mveis, como veculos automotivos, e em fontes

    estacionrias, como indstrias e residncias, devido a sua eficincia e flexibilidade

    energtica (Fierro et al., 2005).

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    Eurico Y. Tanabe Tese de Doutorado IQSC - USP 16

    2.2 - Reaes de reforma a vapor de etanol

    A reao de reforma a vapor do etanol (RVE) para produo de H2

    representada pela reao 1 (Auprtre et al., 2002):

    C2H5OH + 3H2O(vapor) 6H2 + 2CO2 Hf (298K) = +171 kJmol-1

    (reao 1) Gf (298K) = +65 kJmol-1

    Geralmente, esta reao ocorre em duas etapas: na primeira, uma reao

    endotrmica entre o etanol e vapor dgua produz quatro molculas de H2 e duas de

    CO, de acordo com a reao 2 (Wanat et al., 2004).

    C2H5OH + H2O(vapor) 4H2 + 2CO Hf (298K) = +255 kJmol

    -1

    (reao 2) Gf (298K) = +122 kJmol-1

    E, na segunda ocorre a reao de deslocamento gs-gua (reao shift ou WGSR,

    water gas shift reaction), onde o CO produzido na primeira etapa reage com vapor

    dgua, produzindo CO2 e H2, reao 3.

    CO + H2O CO2 + H2 Hf (298K) = -41 kJmol

    -1

    (reao 3) Gf (298K) = -28 kJmol-1 ,

    No entanto, pode haver formao de outros produtos gasosos, a partir das reaes

    4, 5 e 6.

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    Eurico Y. Tanabe Tese de Doutorado IQSC - USP 17

    CO + 3H2 CH4 + H2O Hf (298K) = -205 kJ.mol

    -1

    (reao 4) Gf (298K) = -142 kJ.mol-1

    C2H5OH C2H4 + H2O Hf (298K) = +44 kJ.mol

    -1

    (reao 5) Gf (298K) = +8 kJ.mol-1

    C2H5OH CH4 + CO + H2 Hf (298K) = +49 kJ.mol

    -1

    (reao 6) Gf (298K) = -20 kJ.mol-1

    Alm dos produtos gasosos H2, CO2, CO, CH4 e C2H4, pode ocorrer a

    formao de produtos lquidos, como CH3CHO (acetaldedo), CH3CH2OCH2CH3

    (ter etlico), CH3COCH3 (acetona), CH3COOCH2CH3 (acetato de etila) e CH3COOH

    (cido actico), como mostram as reaes 7 a 11, respectivamente (RECHE, 2004).

    C2H5OH CH3CHO + H2 Hf (298K) = +68 kJmol-1

    (reao 7) Gf (298K) = +35 kJmol-1

    2C2H5OH CH3COCH3 + CO2 + H2O Hf (298K) = +18 kJmol-1

    (reao 8) Gf (298K) = -23 kJmol-1

    2C2H5OH CH3CH3OCH2CH3 + H2O Hf (298K) = -14 kJmol-1

    (reao 9) Gf (298K) = -11 kJmol-1

    C2H5OH + CH2COOH CH3COOCH2CH3 + H2O Hf (298K)= -14 kJ/mol

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    Eurico Y. Tanabe Tese de Doutorado IQSC - USP 18

    (reao 10) Gf (298K) = -11 kJ/mol

    CH3CHO + CO CH2COOH + C Hf (298K) = -158 kJmol-1

    (reao 11) Gf (298K) = -106 kJmol

    Um dos desafios na produo de hidrognio a partir da reforma de etanol,

    para posterior uso na clula a combustvel, a reduo significativa do CO, visto

    que este pode se ligar ao centro reativo do catalisador de platina da clula,

    reduzindo drasticamente a sua atividade cataltica. Portanto, a busca por

    catalisadores que sejam altamente seletivos para a reao global de RVE (reao 1)

    e que transformem rapidamente o CO em CO2, (reao 3) tem sido intensificada.

    Entre os requisitos exigidos por estas tecnologias catalticas encontram-se

    uma alta taxa de converso e uma alta seletividade e estabilidade para os produtos

    desejados. Como a desativao por deposio de carbono um problema geral das

    reaes de reforma a vapor, evitar ou minimizar esta deposio durante a reao

    um dos fatores mais importantes a fim de manter as taxas de reao.

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    Eurico Y. Tanabe Tese de Doutorado IQSC - USP 19

    2.3 - Desativao dos catalisadores

    2.3.1 - Sinterizao e formao de carbono

    Durante o processo reacional os catalisadores podem sofrer modificaes na

    sua estrutura devido participao de seus constituintes em reaes qumicas

    paralelas ou devido a sua sinterizao. O processo de sinterizao dependente da

    temperatura e da metodologia de preparao do catalisador e conduz ao

    crescimento das partculas, levando a uma diminuio na rea superficial do

    catalisador (Figueiredo et al., 1989).

    O suporte tambm desempenha um papel importante nas reaes de

    reforma, promovendo uma maior estabilidade trmica, reduzindo os processos de

    sinterizao e auxiliando na remoo do coque. Suportes bsicos favorecem a

    reao entre vapor e carbono (Trimm et al., 1999) e baixa acidez pode minimizar a

    formao do coque (Figueredo et al., 1989).

    Coque uma descrio de vrios tipos de depsitos carbonceos formados

    diretamente sobre o catalisador e uma das principais causas de desativao,

    podendo ter origem piroltica ou cataltica.

    Segundo Figueiredo et al. (1989), a formao de coque piroltico em

    catalisadores metlicos se origina a partir da quebra trmica de metano em

    temperaturas acima de 600 oC. A formao de coque em superfcies de nquel

    bem estudada, todavia nem todos os aspectos do processo so esclarecidos.

    Dependendo da razo entre as velocidades de formao e de gaseificao do

    coque, este pode acumular na superfcie ou difundir no nquel, precipitando na

    interface metal/suporte. Este processo contnuo leva formao de filamentos de

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    Eurico Y. Tanabe Tese de Doutorado IQSC - USP 20

    carbono, os quais deslocam o nquel da superfcie do suporte, levando inicialmente a

    uma maior exposio do sitio ativo. Porm, o crescimento contnuo leva a

    fragmentao do filamento, com perda da fase ativa e entupimento do leito

    reacional.

    A deposio de carbono durante a reforma do metano pode ser originada

    tanto pela decomposio do metano (Reao 12), favorvel acima de 600 oC, quanto

    pelo desproporcionamento do CO, segundo a reao de Boudouard (reao 13), a

    qual favorecida em temperaturas abaixo de 700 oC. E para as reaes envolvendo

    reforma a vapor de etanol, de acordo com Bellido et al. (2008), o eteno um dos

    principais precursores de carbono. O meio mais eficaz de evitar a formao de

    carbono trabalhar com excesso de vapor de gua, de modo a promover a reao

    de gaseificao do carbono (14), a qual favorvel em temperaturas acima de

    700oC.

    Outra forma de minimizar a formao de coque a partir do uso de suportes

    bsicos de terras raras que diminuem a formao de coque devido ao favorecimento

    da gaseificao do coque. (Souza et. al., 2006). O mecanismo apresentado por

    Fatsikostas et. al., (2002) sugere que a presena do suporte bsico, por exemplo,

    La2O3, promove a ativao do CO2 via a formao de carbonato (La2O3 + CO2

    La2O2CO3), que por sua vez reage com o carbono superficial, formando CO

    (La2O2CO3 + C La2O3 + CO).

    CH4 C + 2H2 Hf (298K) = 75 kJmol

    -1

    (reao 12) Gf (298K) = 51 kJmol-1

    2CO C + CO2 Hf (298K) = -172 kJmol

    -1

    (reao 13) Gf (298K) = -120 kJmol-1

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    Eurico Y. Tanabe Tese de Doutorado IQSC - USP 21

    C + H2O H2 + CO Hf (298K) = 131,3 kJmol-1

    (reao 14) Gf (298K) = 91,4 kJmol-1

    2.4 Catalisadores

    Entre os diferentes catalisadores aplicados nas reaes de reforma

    encontram-se aqueles baseados em metais nobres, como Pt, Ir, Rh, Pd, Ru e

    tambm aqueles baseados em metais no nobres, como Co, Cu, Fe e Ni.

    Catalisadores baseados em nquel tm demonstrado sua aplicao prtica

    nas reaes de reforma e nos ltimos anos, foram testados sobre diferentes

    suportes, como Al2O3, SiO2, ZrO2, entre outros.

    Aparcio et al. (1997) e Ermakova et al. (2003) estudaram catalisadores

    formados por metais do grupo VIII (Co, Ni, Pt, Ir, Rh e Ru) suportados em SiO2 e

    Al2O3. Os autores verificaram que o suporte pode afetar a atividade de

    desidrogenao do CH4 e o tipo de espcies de carbono formado. Os catalisadores

    que apresentaram melhor desempenho foram os suportados em slica e verificou-se

    que o aumento na interao entre metal e suporte diminui o acmulo de carbono a

    partir da decomposio do metano. E, de acordo com Ermakova et al. (2002), a

    presena de silicatos pode ter efeito positivo ou negativo dependendo da proporo

    de silicato no catalisador.

    O uso da zircnia como suporte cataltico tem despertado interesse devido as

    suas propriedades como alta condutividade inica, estabilidade trmica e baixa

    acidez. Estas propriedades tm flexibilidade e podem ser alteradas em funo da

    adio de ctions lantandeos e alcalinos terrosos. Bitter et al. (1996) em estudos

    envolvendo reaes de reforma seca de metano sobre catalisadores de platina em

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    suportes -Al2O3, TiO2 e ZrO2, verificaram que a melhor atividade cataltica foi

    apresentada pelo suporte de ZrO2, alm de ser mais resistente formao do

    coque.

    Para a reao de reforma a vapor de etanol, Liguras, et al. (2003) estudaram

    catalisadores de metais nobres, tais como Rh, Ru, Pt, Pd, suportados em Al2O3,

    MgO e TiO2, variando a temperatura de reao entre 600oC e 850C, com razo

    molar H2O/C2H5OH igual a 3. Eles observaram que catalisadores com baixos teores

    de metal foram ativos e seletivos para formao de H2, mas o desempenho

    melhorou com o aumento do teor metlico. O catalisador 1%Rh/Al2O3 teve alta

    converso a 600C, a qual aumentou continuamente at 800C, quando atingiu

    converso completa e seletividade para H2 de 95%. Os autores concluram que

    aumentando o teor metlico, 0,5; 1 e 2% de Rh/Al2O3, a seletividade para H2 e CO2

    aumentava substancialmente.

    Catalisadores suportados em solues slidas de xidos do tipo fluorita vm

    sendo investigados. Srinivas et al. (2003) estudaram catalisadores NiO-CeO2-ZrO2 e

    encontraram alta estabilidade e atividade para a reforma a vapor de etanol,

    atribudas as propriedades redox do suporte, provenientes das vacncias de

    oxignio formadas durante os processos redutivos.

    Os catalisadores contendo metais nobres, tal como Rh/CeO2, foram

    investigados por Yee et al. (2000) na reao de reforma a vapor de etanol. De

    acordo com os autores, o mecanismo reacional, estudado a partir de ensaios de

    espectroscopia no infravermelho e dessoro a temperatura programada, foi

    atribudo a propriedade do metal rdio de facilitar a quebra da ligao C-C da

    molcula de etanol. Neste processo houve a presena de crotonaldedo

    (CH3CH=CHCHO) sobre o catalisador Rh/CeO2. Foi proposto um mecanismo

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    reacional onde ocorre a dissociao da ligao C-C, formando etxido e hidrognio

    adsorvido, com posterior formao de acetaldedo ou um intermedirio (OCH2CH2),

    que sofre decomposio formando CH3 adsorvido e crotonaldedo, que se

    decompem levando a CO e CH4.

    Reche (2004) realizou estudos termodinmicos da reao de reforma a vapor

    do etanol. De acordo com o autor, a converso de etanol e gua em gs carbnico e

    hidrognio termodinamicamente espontnea somente acima de 200 oC, enquanto

    que sua decomposio para metano ou eteno pode ocorrer em temperaturas

    menores. Verificou tambm que a decomposio do etanol em gs carbnico

    maior com o aumento da temperatura, portanto de se esperar que o aumento da

    temperatura de reao ocasione uma maior converso do etanol, como tambm

    uma maior formao de hidrognio. O autor tambm mostrou que, durante a reao

    cataltica, os gases formados pela decomposio do etanol podem reagir, como, por

    exemplo, a decomposio do metano para produo de hidrognio. Dentre os

    produtos lquidos formados, o acetaldedo, que ocorre pela oxidao do etanol,

    possvel somente acima de 320 C, a formao de acetona espontnea para

    temperaturas superiores a 400 C, a formao de ter etlico ocorre a partir da

    desidratao do etanol e o cido actico formado atravs da oxidao do

    acetaldedo, sendo essa reao espontnea at 600oC.

    Sanchez et al. (2007) estudaram a influncia dos catalisadores de nquel

    suportados em MxOy-Al2O3 (M= La, Ce, Zr e Mg) para a produo de hidrognio,

    atravs da reao de reforma a vapor de etanol. Os autores verificaram que a

    presena desses xidos diminuiu a acidez da alumina e que a presena de lantnio

    e/ou crio evitou a formao de filamentos de carbono, responsveis pela mudana

    na seletividade do produto com o tempo de reao.

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    Auprtre et al. (2002) estudaram a reao de reforma de etanol, visando

    minimizar a formao de CO, com catalisadores de Ni, Rh, Pt, Cu, Zn e Fe

    suportados em -Al2O3, CeO2, CeO2-ZrO2 e CeO2-Al2O3. Eles indicaram que o CO2

    formado como produto primrio da reao de reforma a vapor do etanol para

    catalisadores de Rh e Ni. J os catalisadores de Pt, Cu, Fe e Zn, conhecidos como

    eficientes para a reao de deslocamento gs-gua, apresentaram eficincia

    limitada para a reao de reforma a vapor e o CO2 transformado em CO via reao

    reversa da shift at alcanar o equilbrio termodinmico. Dessa maneira, os autores

    concluram que metais altamente ativos para a reao de reforma a vapor de etanol

    e pouco ativos para reao de deslocamento gs-gua se apresentaram como

    catalisadores ativos e seletivos para a reao de reforma a vapor de etanol, e

    metais ativos para a reao de deslocamento gs-gua resultaram em catalisadores

    pouco seletivos para formao de CO2 via reao de reforma a vapor de etanol.

    Batista et al. (2003) realizaram estudos visando verificar a estabilidade e

    atividade de catalisadores 8%Co/Al2O3, 8%Co/SiO2 e 18%Co/MgO aplicados a

    reforma a vapor de etanol. Os autores observaram que as espcies xidas de

    cobalto no so ativas para a reforma a vapor de etanol, mas aps a etapa de

    reduo todos os catalisadores apresentaram uma converso maior do que 90% e a

    produo de hidrognio atingiu um patamar prximo a 70%. Alm da formao de

    hidrognio, foram observados CO, CO2 e CH4 em quantidades que dependeram do

    suporte. Alm disso, foi verificado para o catalisador Co/Al2O3 a formao de eteno,

    causada pela desidratao do etanol sobre os stios cidos da alumina. A

    decomposio do etanol levou formao de metano para todos os catalisadores.

    Tambm houve formao de carbono sobre todos os catalisadores aps 8 a 9h de

    reao, sendo a maior quantidade para o Co/Al2O3, provavelmente devido ao

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    mecanismo de formao de carbono via eteno. Essa formao de carbono levou a

    diminuio da eficincia dos catalisadores durante a reao. Os mesmos autores em

    outro trabalho (2004) estudaram a reao de reforma a vapor de etanol com

    catalisadores de cobalto suportados em Al2O3 e SiO2 (com teor metlico de 8 e 18%

    em massa) na temperatura de 400 oC. Observaram um aumento na converso de

    etanol e diminuio na quantidade de lquidos para catalisadores com maior

    quantidade de cobalto e ainda que o CO produzido reagiu com gua (reao gs-

    gua) ou hidrognio (metanao) apresentando alta converso.

    Visando verificar o efeito do teor do cobalto no suporte Al2O3, Santos et al.

    (2005) estudaram catalisadores de Co/Al2O3 (4, 10 e 20% em massa de Co)

    aplicados reforma a vapor de etanol a 400 oC com razo molar gua/etanol de 3:1.

    A converso mdia de etanol em produtos, aps 8 h de reao, foi de 47%, 74% e

    99%, para os catalisadores com 4%, 10% e 20% de cobalto, respectivamente. Os

    autores verificaram que sobre o catalisador com 4% de metal ocorreu um menor

    recobrimento sobre a superfcie e que o aumento do teor de cobalto para 20% levou

    a um recobrimento praticamente total do suporte Al2O3, no mais ocorrendo a

    reao de desidratao do etanol em seus stios cidos. Verificaram tambm, que

    este catalisador promoveu a reao de reforma a vapor combinada com a reao de

    deslocamento gs-gua. Este comportamento foi indicado pelo baixo teor de CO

    presente nos efluentes e, conseqentemente, pela maior produo de H2 e CO2.

    Kaddouri et al. (2004) estudaram condies de sntese de catalisadores de

    Co/SiO2 e Co/Al2O3 com 8% de metal para reao de reforma a vapor de etanol. Os

    catalisadores foram preparados pelos mtodos da impregnao, mtodo sol-gel e a

    combinao dos dois mtodos. Atravs dos testes catalticos foi observado que a

    natureza do suporte afeta fortemente a distribuio dos produtos nos catalisadores

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    Eurico Y. Tanabe Tese de Doutorado IQSC - USP 26

    preparados por impregnao. Com Al2O3, alta seletividade para H2 e produtos

    oxigenados (lquidos) foi detectada. Com SiO2, ao contrrio, no se verifica a

    formao de produtos oxigenados, mas a formao de H2 menor e a formao de

    CO e CH4 permanecem altas. Para os catalisadores Co/SiO2, o mtodo de

    preparao combinado impregnao/sol-gel foi superior aos mtodos sol-gel e

    impregnao, mostrando melhor desempenho na produo de H2 acompanhada de

    pequena formao de CH4. Os autores observaram tambm o desempenho dos

    catalisadores Co/Al2O3 preparados pelos mtodos impregnao, impregnao/sol-

    gel e sol-gel e verificaram que o catalisador obtido pelo mtodo impregnao/sol-gel

    no produz CO e, apesar da alta seletividade para eteno, esse catalisador se

    mostrou promissor para a reao de reforma a vapor de etanol.

    A reao de reforma a vapor de etanol, como j apresentado, uma rota

    alternativa para a produo de hidrognio para diferentes fins industriais. Os

    catalisadores utilizados nesta reao so aqueles geralmente aplicados a reforma

    de metano, principalmente baseados em metais nobres (Cavallaro et al. 2003),

    nquel (Kugai et al. 2006) e cobalto (Batista et al. 2004). De acordo com esses

    estudos, os mecanismos das reaes de reforma, de modo geral, dependem do

    metal utilizado e da temperatura de reao. Cita-se que o cobalto pode apresentar

    uma melhor converso para temperaturas prximas ou at 500 oC, favorecendo a

    reao shift. E, quando investigaram o nquel, como fase ativa para as reaes, a

    temperatura prxima ou acima de 600oC favoreceu as reaes de reforma.

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    Eurico Y. Tanabe Tese de Doutorado IQSC - USP 27

    2.4.1 - Perovskitas e xidos do tipo Perovskitas

    No sculo XIX, o gelogo russo Dr. Count L. A. Perovski (Borg et al. 1981)

    classificou um mineral encontrado na natureza, de frmula molecular CaTiO3,

    nomeando-o de Perovskite ou Perovskita.

    Devido a alguns xidos de frmula geral ABO3 ou A2BO4 (Figuras 2 e 3)

    encontrados na natureza ou sintetizados, tais como BaTiO3 BaMnO3 CaTiO3,

    La2CuO4, apresentarem semelhanas na sua estrutura, quando comparados com a

    perovskita, foram classificados como xidos do tipo perovskita (Tejuca et al. 1989).

    Porm, para que um xido possa ser classificado como xido do tipo

    perovskita deve apresentar um fator de tolerncia (t), segundo a Equao 1, entre

    0,8 e 1,0.

    t = ( RA + RB ) / [(21/2)( RB + RO )] (Equao 1)

    onde, R o raio do on A, B ou oxignio.

    O on A pode ser um metal terras raras, alcalino, alcalino terroso ou outros

    ons de maior tamanho como Pb2+ e Bi2+, que se encaixam dentro do stio

    dodecadrico da estrutura. Os ons B podem ser ons metlicos de transio 3d, 4d

    e 5d que se encaixam na estrutura octadrica. Os exemplos dos ons A e B esto

    apresentados na Tabela 1.

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    Eurico Y. Tanabe Tese de Doutorado IQSC - USP 28

    Figura 2: xidos do tipo perovskita ABO3

    Figura 3: xido do tipo perovskita A2BO4

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    Uma das caractersticas desses tipos de xidos que ambos os ctions A e B

    podem ser substitudos parcialmente, levando a uma grande classe de materiais de

    frmula geral A1-xAxB1-yByO3+. Na frmula representa o excesso ou deficincia de

    oxignio devido a no estequiometria destas espcies.

    Em muitos casos, quando ocorre uma substituio parcial dos ons, (ou

    dopagem do material), onde o nmero de oxidao do on a ser substitudo

    parcialmente diferente do nmero de oxidao do on presente, h a formao de

    vacncias de oxignio devido diferena de cargas ocasionada por essa

    substituio, favorecendo, por exemplo, o transporte de ons dentro da estrutura,

    provocando interessantes diferenas na conduta cataltica (Tejuca et al. 1989).

    Tofan et al., 2002 e Ladavos et al., 1997, avaliaram a relao entre o grau de

    substituio parcial dos ons A e B com a atividade cataltica e verificaram que a

    Tabela 1: Exemplos de ons A e B dos xidos do tipo perovskita (Tejuca et al., 1989)

    stio A - Dodecadro stio B - Octadro Li+2 Cu+2

    Na+ Mg+2 K+ Ti+3 Rb+ V+3

    Ag+ Cr+3 Ca+2 Mn+3 Sr+2 Fe+3 Ba+2 Co+3 Pb+2 Ni+3 La+3 Rh+3 Pr+3 Ti+4 Nd+3 Mn+4 Bi+3 Ru+4 Ce+4 Pt+4 Th+4 Nb+5 Ta+5 W+6

    Mo+6

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    Eurico Y. Tanabe Tese de Doutorado IQSC - USP 30

    substituio do ction A pode estar relacionada com a estabilidade cataltica,

    enquanto que a substituio do on B pode estar relacionada com a atividade

    cataltica.

    2.4.2 - xido do tipo Perovskita como catalisador

    Nos ltimos anos os xidos do tipo perovskita tm sido reconhecidos como

    catalisadores ativos para uma variedade de reaes, especialmente em catlise

    ambiental, como reforma de metano (Choi et al. 2009), reduo de NO com CO

    para produzir CO2 e N2 (Tanabe et al. 2009), reforma do biodiesel (Navarro et al.

    2007), oxidao do tolueno (Alifante et al. 2005), combusto de etanol (Bialobok et

    al. 2007), reaes de NO com CH4 (Hueso et al. 2007) e reaes com propano (Rida

    et al. 2008),

    Os xidos do tipo perovskita apresentam vrias vantagens em relao aos

    xidos simples, devido possibilidade de acomodar uma variedade de ons de

    diferentes valncias, levando a uma alta condutividade eletrnica e alta mobilidade

    de oxignio, fazendo com que esses xidos sejam classificados como xidos no

    estequiomtricos ou xidos com oxignio no estequiomtrico, alm de

    apresentarem melhor estabilidade trmica que os xidos de metais de transio.

    O uso de xidos do tipo perovskita como catalisadores para a reao de

    reforma a vapor de etanol um estudo recente e com citaes limitadas. Um dos

    primeiro trabalhos foi publicado por Urasaki et al. (2008) e teve como objetivo

    verificar a produo de hidrognio pela reforma de etanol atravs dos metais cobalto

    e nquel suportados em xido do tipo perovskita, especificamente LaAlO3, SrTiO3 e

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    BaTiO3. Inicialmente os xidos do tipo perovskita foram preparadas pelo mtodo

    sol-gel e, aps a sntese, as perovskitas foram utilizadas como suporte dos xidos

    de nquel e cobalto, preparados pelo mtodo da impregnao. De acordo com os

    resultados, os catalisadores suportados nas matrizes contendo lantnio e estrncio

    foram os que apresentaram os melhores desempenhos frente produo de

    hidrognio, quando comparados com o suporte BaTiO3. A alta resistncia ao coque

    tambm foi verificada, quando se compararam os suportes perovskitas com os

    suportes tradicionais Co/MgO, Ni/MgO e Co/Al2O3.

    Esse mesmo grupo em 2005 (Urasaki et al., 2005) estudaram catalisadores

    de NiO suportados em perovskitas, incluindo LaAlO3, LaFeO3, BaTiO3 e

    La0,4Ba0,6Co0,2Fe0,8O3, nas reaes de reforma de metano e compararam os

    resultados com o catalisador convencional Ni/Al2O3. Os catalisadores suportados em

    LaAlO3 demonstraram ser mais ativos e estveis quando comparados com outros

    suportes e quando comparados com o catalisador convencional.

    De acordo com Natile et al. (2008), nos xidos do tipo perovskita, devido a

    combinao de dois ou mais metais na sua estrutura cristalina, aps o processo de

    ativao/reduo pode ocorrer uma disperso homognea de um dos metais,

    comportando-se como um catalisador suportado e, de acordo com os estudos, as

    perovskitas reduzidas apresentam vantagens quanto a homogeneidade na

    disperso, quando comparados aos catalisadores suportados preparados atravs do

    mtodo da impregnao.

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    2.5 - Mtodos de preparao dos xidos do tipo Perovskitas

    As principais propriedades dos catalisadores tais como atividade, seletividade,

    estabilidade, resistncia mecnica e condutividade trmica esto intimamente

    ligadas sua composio e tecnologia de preparao.

    Os catalisadores do tipo perovskita so classificados como catalisadores

    mssicos e podem ser obtidos por diferentes mtodos de sntese, atravs do

    preparo por reaes no estado slido (por mistura de xidos) ou preparao por via

    mida. Dentre os mtodos de sntese por via mida, destaca-se a co-precipitao,

    processo sol-gel e mtodo Pechini (Imeliki et al. 1994).

    2.5.1 - Mistura de xidos

    O mtodo de mistura de xidos (Kakihana et al. 1999) considerado como

    uma tradicional reao no estado slido. amplamente empregado devido ao seu

    baixo custo, porm apresenta algumas caractersticas insatisfatrias, pois necessita

    de queimas a altas temperaturas (acima de 1273K), apresenta produtos de carter

    multifsico, exibe grande distribuio de tamanho de partculas e perda de

    estequiometria devido volatilizao dos reagentes em temperaturas elevadas.

    Assim sendo, a reprodutibilidade do mtodo dificultada. O mtodo cermico

    embora apresente a nomenclatura mistura de xidos, utiliza como reagentes de

    partida, xidos metlicos, carbonatos ou ainda outros sais. Os reagentes iniciais so

    misturados e modos para reduzir o tamanho de suas partculas, aumentando-se as

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    reas superficiais especficas. A mistura ento calcinada em temperaturas

    elevadas para permitir a interdifuso dos ctions.

    2.5.2 - Mtodo de Co-precipitao

    O mtodo de coprecipitao (Liu et al. 2002) baseia-se na preparao

    de solues homogneas contendo os ctions desejados e na precipitao

    simultnea e estequiomtrica desses ctions em soluo, na forma de hidrxidos,

    oxalatos e carbonatos. No processo de precipitao, um slido insolvel formado a

    partir de uma soluo. A precipitao de um sistema multicomponente origina os

    xidos mistos. O precipitado gerado deve ser filtrado, lavado e calcinado.

    Para a obteno de produtos de alta qualidade, efetua-se um rgido

    controle do pH, temperatura, tipo e concentrao de reagentes. A precipitao

    simultnea exige das espcies em soluo uma concentrao suficiente para

    exceder o produto de solubilidade (Kps). Mudanas do pH, do solvente ou a adio

    de um nion formador de sal insolvel favorecem a precipitao simultnea. Com o

    intuito de diminuir a formao de aglomerados, os precipitados normalmente so

    submetidos a tratamentos de lavagem com lquidos orgnicos, pois reduzem as

    foras capilares presentes nos precipitados durante a secagem.

    2.5.3 - Mtodo do Precursor Polimrico (mtodo Citrato)

    O mtodo dos precursores polimricos ou mtodo Pechini tem sido

    investigado para a sntese de nanopartculas. Utiliza-se amplamente o cido ctrico e

  • Reviso Bibliogrfica

    Eurico Y. Tanabe Tese de Doutorado IQSC - USP 34

    o etilenoglicol. O cido ctrico, com trs grupos cido carboxlico e um grupo

    alcolico na molcula, forma quelatos bastante estveis com vrios ons metlicos e,

    juntamente com o etilenoglicol, sofre facilmente esterificao em temperaturas

    moderadas (~100C). O sistema polimrico resultante tem uma distribuio uniforme

    de ctions por toda a rede. Assim, o polmero retm homogeneidade na escala

    atmica e deve ser calcinado em temperaturas controladas para produzir xidos de

    finas partculas (Hiratsuka 1995). O mtodo Pechini se destaca em relao aos

    outros mtodos de sntese qumica, pois garante uma composio qumica

    reprodutvel, com granulometria controlada, estrutura cristalina estvel e alta pureza.

    Entretanto, um problema encontrado neste mtodo a remoo efetiva de grandes

    quantidades de orgnicos e a grande perda de massa durante o tratamento trmico.

  • Objetivos

    Eurico Y. Tanabe Tese de Doutorado IQSC - USP 35

    CAPTULO III

    3 - Objetivos

    A partir das consideraes acima e no sentido de contribuir para a

    busca de uma fonte alternativa para produo de hidrognio, o objetivo deste

    trabalho foi desenvolver, caracterizar e aplicar catalisadores metlicos de cobalto e

    nquel, obtidos via precursores do tipo perovskita baseados em lantnio, na reao

    de reforma a vapor do etanol.

    Os catalisadores metlicos oriundos dos xidos do tipo perovskita

    suportados em Al2O3, SiO2 e ZrO2 tambm foram investigados a fim de avaliar o

    efeito das diferentes propriedades texturais, relativas aos diferentes suportes, sobre

    o comportamento cataltico.

  • Materiais e Mtodos

    Eurico Y. Tanabe Tese de Doutorado IQSC - USP 36

    CAPTULO IV

    4 - Materiais e Mtodos

    4.1 - Reagentes e gases utilizados

    Os reagentes utilizados na obteno e caracterizao dos

    catalisadores e nas reaes catalticas foram:

    (reagente / frmula molecular / fabricante)

    Nitrato de Lantnio La(NO3)3 5H2O Vetec

    Nitrato de Nquel Ni(NO3)2 6H2O Aldrich

    Nitrato de Cobalto Co(NO3)2 6H2O Alfa Aesar

    Nitrato de Alumnio Al(NO3)3 9H2O Alfa Aesar

    Carbonato de Zircnio Zr(CO3)2 1,5H2O Aldrich

    xido de Silcio SiO2 Alfa Aesar

    Carbonato de sdio Na2CO3 Synth

    Hidrxido de sdio NaOH Synth

    Ar Sinttico O2/N2 AGA

    Hidrognio/Argnio (1,96%v/v) H2/Ar AGA

    Hidrognio (99,995%) H2 AGA

    Nitrognio (99,997%) N2 AGA

    Helio (99,995%) He AGA

    Etanol C2H5OH Synth

  • Materiais e Mtodos

    Eurico Y. Tanabe Tese de Doutorado IQSC - USP 37

    4.2 Preparao dos Catalisadores

    Inicialmente, os catalisadores LaNiO3, LaNi0,75Co0,25O3, LaNi0,50Co0,50O3

    LaNi0,25Co0,75O3, e LaCoO3, foram preparados atravs do mtodo da co-precipitao

    descrito por Liu et al. (2002).

    Os catalisadores LaNiO3, LaNi0,50Co0,50O3 e LaCoO3 foram suportados em

    Al2O3, ZrO2 e SiO2 atravs do mtodo da co-precipitao. O suporte Al2O3 foi obtido

    tambm pelo mtodo da co-precipitao, enquanto que a ZrO2 foi atravs do mtodo

    Pechini e a SiO2 utilizada foi a comercial.

    4.2.1 Catalisadores mssicos

    Inicialmente foram preparadas duas solues: uma de Na2CO3/NaOH; [Na+]=

    3,0 molL-1, chamada de soluo (A), e outra de metais nitratos [metal] = 1,0 molL-1,

    chamada de soluo B. Em seguida, simultaneamente e gota a gota, as duas

    solues foram adicionadas em um bquer contendo 100 mL de gua destilada em

    constante agitao. Durante essa adio, o pH da soluo foi mantido constante e

    igual a 10.

    Aps a adio da soluo dos nitratos dos respectivos metais, o precipitado

    gelatinoso foi lavado com gua destilada durante 4 h e, em seguida, com etanol (trs

    vezes com 50 mL). O tempo de lavagem foi determinado a partir de anlises de

    absoro atmica de forma a garantir a eliminao dos ons sdio.

  • Materiais e Mtodos

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    O precipitado foi ento seco em estufa a 75 oC, durante 15 h, e calcinado em

    duas etapas:

    i) Pr-calcinao a 350 oC durante 2 h, com fluxo de ar de 15 mLmin-1 e

    velocidade de aquecimento de 5 oCmin-1, com o objetivo de eliminar compostos

    orgnicos.

    ii) Calcinao a 800 oC durante 4 h, com fluxo de ar de 15 mLmin-1 e

    velocidade de aquecimento de 5 oC min-1, para obter o xido do tipo perovskita.

    4.2.2 - Preparao dos suportes.

    i) Al2O3

    O mesmo procedimento descrito no item 4.2.1, foi utilizado para a sntese

    do suporte Al2O3, porm, neste caso usou-se apenas o sal Al(NO3)39H2O (mtodo

    da precipitao) e a calcinao foi a 800 oC durante 3 h.

    ii) ZrO2

    A sntese do suporte ZrO2 foi realizada atravs do mtodo da

    polimerizao, o qual patenteado e conhecido como mtodo Pechini

    (SPRAGUE ELECTRIC, 1963). Ele baseado na formao de quelatos entre os

    ctions metlicos. Nesta metodologia introduzido um percursor catinico, por

    exemplo, um sal orgnico, numa mistura com lcool polidroxilado (etilenoglicol) e

    um cido hidroxicarboxlico (cido ctrico) (Marcos e Gouva, 2004).

    Inicialmente adicionou-se o cido ntrico concentrado no sal de zircnio

    (Zr(CO3)2.1,5H2O), at a sua completa solubilizao. Em seguida, adicionou-se a

  • Materiais e Mtodos

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    essa soluo, cido ctrico concentrado e etileno glicol. A proporo de etileno

    glicol e cido ctrico utilizada foi de 1 mol de ctions de zircnio para 3 mols de

    cido ctrico, e uma relao de massa de 60:40 entre cido ctrico e etileno glicol

    para a formao da resina polimrica. Essa resina foi ento colocada em banho

    de areia a temperatura constante de 120 oC durante 24 h para iniciar o processo

    de polimerizao. O polmero formado foi levado estufa para a total eliminao

    da gua remanescente por 12 h a 80 oC. A decomposio qumica do polmero foi

    feita a 500 oC por 3 h, com uma velocidade de aquecimento de 2 oC.min-1, e,

    finalmente, a 800 oC por 3 h, a 2 oC.min-1 para a formao do cristal.

    iii) SiO2

    Para o suporte SiO2 foi realizado apenas o tratamento trmico a 800 oC

    durante 3 h.

    4.2.3 - Preparao dos catalisadores suportados.

    Aps a preparao dos suportes, a metodologia adotada para obter os

    xidos do tipo perovskita suportados foi similar descrita no item 4.2.1, porm

    neste procedimento o suporte desejado foi adicionado ao bquer que continha os

    100 mL da gua destilada. A proporo em massa perovskita/suporte foi de 1:9.

    Foram preparados nove catalisadores e a nomenclatura adotada para cada

    catalisador est apresentada na Tabela 2.

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    Tabela 2: Nomenclatura adotada para os xidos do tipo perovskita suportados.

    Catalisador suportado Nomenclatura adotada

    LaNiO3/ZrO2 LN-Z

    LaNi0,50Co0,50O3/ZrO2 LNC-Z

    LaCoO3/ZrO2 LC-Z

    LaNiO3/SiO2 LN-S

    LaNi0,50Co0,50O3/SiO2 LNC-S

    LaCoO3/SiO2 LC-S

    LaNiO3/Al2O3 LN-A

    LaNi0,50Co0,50O3/Al2O3 LNC-A

    LaCoO3/Al2O3 LC-A

    4.3 Caracterizao dos catalisadores

    4.3.1 - Espectrometria de Emisso Atmica por Plasma Induzido

    O plasma produzido pelo efeito do campo magntico de radiofreqncia no

    gs fluente. Argnio flui atravs de um tubo de quartzo, envolto por uma espiral de

    cobre. A espiral energizada por um gerador de radiofreqncia criando um campo

    magntico no gs dentro do tubo. Isso produz uma corrente circular no gs condutor,

    que o aquece. Argnio no condutor a temperatura ambiente, mas pode se tornar

    condutor eltrico se aquecido. O argnio rapidamente aquecido pela descarga da

    espiral de cobre, produzindo um plasma bastante estvel, com temperatura entre

    9000 e 10000K.

    A amostra levada para dentro do plasma por argnio e pode estar na forma

    de aerossol, vapor ou um p fino.

    O aquecimento promove nos tomos da amostra, a passagem dos eltrons

    mais externos (mais distantes do ncleo) do seu estado fundamental para estados

  • Materiais e Mtodos

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    excitados. Depois de um microssegundo ou menos, os tomos excitados retornam a

    seu estado fundamental e liberam essa energia como ftons de radiao visvel ou

    ultravioleta.

    Para a abertura das amostras dos catalisadores mssicos e do suportado em

    ZrO2 utilizou-se uma soluo concentrada de cido ntrico com cido clordrico na

    proporo 1:2. Para a abertura das amostras suportadas em SiO2 e Al2O3,

    primeiramente utilizou-se cido fluordrico, com o objetivo de dissolver o suporte, e

    em seguida, a mesma soluo anterior (cido ntrico e cido clordrico) a fim de

    garantir a abertura do xido do tipo perovskita.

    Todavia, devido a dificuldade na abertura da amostra com o suporte Al2O3,

    mesmo que o Al2O3 no fosse solubilizado, foi necessrio deixar em soluo cida

    durante 24 h a fim de garantir a solubilizao dos demais metais presentes no

    catalisador.

    4.3.2 - Fisissoro de Nitrognio

    Atravs da tcnica de fisissoro de nitrognio, pelo mtodo de B.E.T., e

    utilizando-se o equipamento Quantachrome Nova 2.0, foi possvel determinar a rea

    superficial especfica dos catalisadores.

    Este mtodo baseia-se na equao de B.E.T. (Equao 2) , descrita como:

    0mm0 P

    P*

    CV

    )1C(

    CV

    1

    )PP(V

    P +=

    (Equao 2)

    onde:

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    V= volume de N2 adsorvido a presso relativa P/P0;

    Vm= volume de N2 para cobrir o adsorbato com uma monocamada;

    Po = presso de saturao do N2 liquido;

    C = constante do sistema gs-slido.

    O mtodo consiste em obter-se o volume da monocamada Vm, a partir da

    isoterma da adsoro fsica, determinada experimentalmente, e baseia-se na

    quantidade de nitrognio adsorvido, por meio de adsores e dessores a

    diferentes presses relativas p/po.

    Com os valores de (1/V)*[P/(P0-P)] em funo de P/P0 obtm-se uma reta que

    permite determinar os valores de Vm e C, a partir dos coeficientes linear e angular.

    Uma vez que Vm representa a quantidade adsorvida necessria para cobrir a

    superfcie com uma camada monomolecular, a rea especifica (Equao 3) do

    slido ser:

    SBET= n. . Vm / Ma (Equao 3)

    onde: n = 414,22

    10x023,6 23;

    Ma = massa de amostra (g);

    = rea de cobertura de uma molcula de N2 adsorvido (162)

    4.3.3 - Difratometria de Raios X pelo Mtodo do P (DRX)

    A relao entre a radiao utilizada com comprimento de onda e o material

    composto de tomos com distribuio prpria (Equao 4), cujos planos cristalinos

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    com distncia d funcionam como rede de difrao, produzem mximos de

    interferncia de ordem n para os ngulos que satisfaam a relao de Bragg.

    n = 2dsen( ) (Equao 4)

    Com esta equao, pode-se conhecer a distncia entre planos do cristal e sua

    orientao em relao ao feixe incidente e o tipo de tomo ou molcula responsvel

    pelo espalhamento do feixe

    As anlises foram realizadas em um Difratmetro de Raios X, marca

    Rigaku Multiflex, operando com radiao Cu-K (=1,542 ), tenso de 30 kV,

    corrente de 10 mA, velocidade de varredura de 2 omin-1, desde 5o at 80o. A

    identificao das fases foi realizada por comparao com os dados padres do

    banco de dados JCPDS (Joint Committee on Powder Diffraction Standards).

    4.3.4 - Reduo a Temperatura Programada (RTP)

    A tcnica consiste basicamente na reduo de um xido metlico atravs da

    passagem de uma mistura gasosa contendo gs redutor e um diluente sobre a

    amostra, enquanto a temperatura do sistema variada com uma velocidade de

    aquecimento constante. Acoplado ao equipamento est um detector de

    condutividade trmica que mede a variao da concentrao do gs redutor na

    corrente. Por meio da integrao das curvas geradas, consumo de gs redutor por

    temperatura, chega-se a um valor de rea que pode ser transformado em nmero de

    mols de H2 consumido para a reduo dos xidos metlicos. Para a anlise

    introduziu-se a amostra em um reator tubular de quartzo, o qual foi colocado em um

    forno com mdulos de programao de rampas e de aquecimento e de controle de

    temperatura. As anlises foram realizadas em um equipamento Multipropsito

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    utilizando 80mg de catalisador mssico e 350mg para os catalisadores suportados,

    com temperatura variando desde 25 at 1000 C com uma velocidade de

    aquecimento de 10 C/min e um fluxo de 30 mLmin-1 da mistura padro 1,96%H2/Ar.

    4.3.5 - Espectroscopia de Absoro de Raios-X (XAS - XANES)

    Na Espectroscopia de Absoro de Raios X (X-Ray Absorption Spectroscopy

    XAS), um feixe monocromtico de radiao X (com energia igual energia

    caracterstica de absoro do elemento em anlise) incide sobre a amostra. O

    espectro de absoro ento obtido e sua anlise fornece informaes a respeito

    do estado de oxidao de elementos componentes da amostra, bem como da

    estrutura atmica em torno do elemento em anlise. Estas informaes so muito

    importantes no estudo de catalisadores, em que o conhecimento da estrutura do

    stio ativo ao nvel atmico essencial ao entendimento da atividade cataltica

    destes materiais.

    A absoro de raios X se d quando parte da energia dos ftons incidentes

    absorvida, com a correspondente excitao energtica de eltrons da amostra. As

    energias necessrias para a excitao dos eltrons localizados em nveis mais

    internos so peculiares ao elemento qumico sendo, portanto possvel o estudo de

    tomos de um determinado elemento componente de uma amostra composta por

    uma complexa mistura de diferentes elementos qumicos.

    Em uma condio imaginria na qual houvesse apenas um tomo absorvendo

    radiao X, na ausncia de tomos vizinhos, o grfico da absorbncia em funo da

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    energia da radiao incidente apresentaria um salto (borda), seguida por uma queda

    suave.

    A queda suave no valor de (E) coerente com o fato de que a probabilidade

    de perda de energia por coliso e espalhamento da radiao incidente entre os

    tomos da amostra diminui com a diminuio do comprimento de onda da radiao.

    A borda correspondente excitao de eltrons de camadas internas at

    nveis mais externos no tomo. Mas, como na realidade, o tomo absorvedor est

    cercado por outros tomos, em energias mais elevadas que a da borda, os eltrons

    ejetados do tomo absorvedor interagem com os tomos distribudos nas diferentes

    esferas de coordenao vicinais e o espectro de absoro de raios X assumir uma

    forma genrica como ilustrada na Figura 4.

    De acordo com a regio do espectro de absorbncia, diferentes tipos de

    informao podem ser obtidos. Na regio de energia imediatamente acima da borda

    de absoro (energias at 50 eV da borda), eltrons do tomo absorvedor so

    promovidos at orbitais desocupadas em nveis energticos mais elevados, ou no

    caso de um slido, at o nvel de Fermi. Como estes nveis correspondem camada

    de valncia do elemento em estudo, nesta regio do espectro so obtidas

    informaes sobre o estado de oxidao do tomo absorvedor (Bart, 1986).

    Variaes nas absortividades nesta regio do espectro em relao ao padro

    significam que o tomo absorvedor apresenta estado de oxidao diferente do

    observado nos tomos da amostra-padro. A anlise desta regio do espectro

    prxima borda de absoro denominada XANES (X-Ray Absorption Near Edge

    Spectroscopy).

    O espectro de absoro dividido em trs regies, como pode ser observado

    pela Figura 4. A primeira regio abaixo da borda de absoro chamada de pr-

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    borda. Em alguns metais de transio, nesta regio podem ocorrer transies

    proibidas (1s3d). Na segunda regio, o espectro chamado de XANES que se

    caracteriza por um salto no espectro de absoro. Isso acontece quando a energia

    do fton incidente suficiente para excitar um eltron dos nveis mais internos do

    tomo (nveis K ou L). Esse salto chamado de borda de absoro (no caso

    particular, a transio 1s4p). A regio XANES est localizada entre o final da

    pr-borda at aproximadamente 50 eV alm da borda de absoro. J a terceira

    corresponde regio EXAFS que so oscilaes variando de aproximadamente 50

    eV aps a borda at 800 eV (ou mais). Essas oscilaes nos fornecem informaes

    estruturais do material, destacando-se a distncia e o nmero de tomos vizinhos

    em torno do tomo absorvedor, e a desordem local.

    Figura 4: Exemplo de um espectro de absoro de raios-X na borda K do Ni. Pr-borda: regio 1, espectro XANES: regio 2 e oscilaes EXAFS: regio 3.

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    Normalmente, variaes na estrutura ou estado de oxidao do elemento em

    estudo so analisadas por XANES atravs da comparao de espectros de

    absoro na regio do XANES da amostra com espectros obtidos de padres.

    Assim, a espectroscopia de absoro de raios X apresenta seletividade

    atmica, visto que a energia de ligao dos eltrons mais internos caracterstica de

    cada elemento qumico, permitindo assim o estudo do ambiente qumico ao redor do

    tomo de interesse do material investigado.

    A borda de absoro refere-se emisso fotoeltrica de um eltron contido

    em um nvel de energia interno do tomo absorvedor, resultante da transferncia de

    energia do fton de raios X absorvido para o eltron. As informaes estruturais e

    eletrnicas contidas nos espectros de absoro de raios X podem ser encontradas

    na regio XANES (que se estende at ~50 eV acima da borda de absoro), como

    informaes estreo-qumicas, podendo-se avaliar o estado de oxidao, e na

    regio EXAFS (compreende a faixa de energia de 50 a 1000 eV acima da borda de

    absoro), como distncias atmicas precisas e nmero de coordenao do tomo

    absorvedor (Souza et al., 2006; Riberito et al., 2003).

    Os experimentos foram realizados no Laboratrio Nacional de Luz Sncrotron

    (LNLS) na linha de absoro de Raios X DXAS-06 no modo de transmisso

    utilizando um monocromador de Si(111).

    O preparo das amostras para a obteno dos espectros consistiu na

    prensagem de uma mistura contendo 150 mg de amostra e 40 mg de nitreto de boro

    formando uma pastilha de 2,5 cm2. Para os experimentos nas bordas de absoro

    do Ni e Co, o monocromador foi calibrado utilizando-se folhas metlicas dos

    respectivos elementos.

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    O sistema de aquisio de dados para o XAS foi composto por trs detectores

    de ionizao (incidncia Io, transmitido It, referncia Ir). O canal de referncia foi

    empregado primeiramente para a calibrao interna da posio da borda usando

    uma folha do metal puro. Nitrognio foi usado nas cmaras Io, It e Ir . A anlise dos

    dados de XAS foi feita utilizando o pacote WinXAS (Ressler et al., 1997).

    4.3.7 Avaliao Cataltica

    Os ensaios de avaliao da atividade cataltica foram realizados em

    microreator tubular de leito fixo construdo em quartzo, contendo l de quartzo e

    quartzo modo sobre o qual foram depositados 60 mg do catalisador mssico a ser

    analisado e, para os catalisadores suportados foram depositados 180 mg.

    Primeiramente foi feita reduo dos catalisadores in situ 750 C por 60 min para

    os catalisadores mssicos, e a 800 C por 60 min para os catalisadores suportados,

    ambos utilizando um fluxo de 30 mL.min-1 de H2 e taxa de aquecimento de 10 C.min-

    1. Este procedimento realizado para transformar a fase xida em fase metlica,

    pois esta a fase ativa. Aps a reduo, o sistema era limpo com fluxo de 30

    mL.min-1 de N2 durante 10 min e em seguida iniciava-se o ensaio cataltico.

    Para a RVE, as temperaturas de reao estudadas foram 600 oC. Utilizou-se

    uma vazo constante de 2,5 mL.h-1 da mistura gua/etanol nas razes molares 3:1,

    1:1, e somente etanol. A anlise dos reagentes e produtos foi realizada por

    cromatgrafo a gs, com a coleta de amostras em linha atravs de vlvula

    pneumtica de injeo e com estao de trabalho para armazenar e processar os

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    cromatogramas. A linha de reao utilizada para os testes catalticos apresentada

    no Anexo.

    4.3.7.1 - Clculo da converso, seletividade e rendimentos

    A converso do etanol foi calculada a partir da Equao 4:

    XEtanol = [ ( ntotal nresidual ) / ntotal ] x 100 (Equao 4)

    onde: ntotal = nmero de mol de etanol alimentado

    nresidual = nmero de mol de etanol no reagido

    Para os produtos gasosos foram feitas curvas analticas utilizando padres de

    hidrognio, monxido de carbono, dixido de carbono, metano e eteno. A

    seletividade para os produtos gasosos foi determinada considerando a razo entre

    mols de produto formado e os mols de etanol convertido (Equao 5).

    Si (seletividade) = ( mol produzido i / mol etanol convertido ) (Equao 5)

    A determinao do nmero de mols de cada produto lquido formado foi

    atravs da tcnica de cromatografia gasosa. Utilizando-se padres externos foram

    preparadas vrias solues de concentraes conhecidas para obter as curvas

    analticas para cada um dos produtos do efluente lquido, dentre eles, o etanol, ter

    etlico, acetaldedo, acetona, acetato de etila e cido actico. Com base na curva

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    analtica, determinou-se a concentrao dos produtos contidos nas amostras em

    mol.L-1. Multiplicando esta concentrao pelo volume de lquido condensado e

    dividindo pelo tempo de reao determinou-se o nmero de mols de cada produto

    lquido na unidade de tempo. O clculo de rendimento em produtos lquidos (mol de

    produto por mol de etanol alimentado) est apresentado na Equao 6.

    Rendimentoi = ( mol produto liquido i / mol etanol alimentado) (Equao 6)

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    CAPTULO V

    5 - Resultados e Discusses

    5.1 - Preparao dos catalisadores

    Durante a lavagem dos precipitados com gua destilada (1L.h-1), a gua de

    lavagem das amostras LaNiO3, LaCoO3 e LNC-S foi continuamente analisada, pela

    tcnica de absoro atmica, a fim de garantir que a concentrao de ons sdio

    fosse a menor possvel. Os resultados das anlises de acordo com o tempo de

    lavagem esto apresentados na Tabela 3. Verificou-se que aps 4 h de lavagem, a

    concentrao de sdio na gua de lavagem estava prxima contida na gua

    destilada (branco). Sendo assim, para os demais catalisadores, adotou-se 4 h de

    lavagem.

    Tabela 3: Concentrao de sdio na gua de lavagem Concentrao de sdio (ppm) Tempo de

    Lavagem LaNiO3 LaCoO3 LNC-S 1h 1,21 1,48 3,61 2 h 0,35 0,44 1,75 3 h 025 0,22 0,55 4 h 0,22 0,21 0,24 5 h 0,22 0,23 0,25

    Branco (gua destilada)

    0,22 0,24 0,22

    Aps a lavagem, os precipitados foram secos a 75 oC durante 3 h e observou-

    se a formao de aglomerados, que foram quebrados manualmente at a formao

    de p para ento serem calcinados.

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    5.2 Fisissoro de Nitrognio B.E.T.

    Atravs da tcnica de fisissoro de nitrognio, pelo mtodo de B.E.T., foram

    determinadas as reas superficiais especficas dos catalisadores.

    A Tabela 4 apresenta os resultados da rea superficial dos catalisadores

    preparados neste trabalho, pelo mtodo da co-precipitao, e os resultados de reas

    superficiais obtidos por outros autores, utilizando-se diferentes mtodos.

    As reas superficiais obtidas a partir do mtodo da co-precipitao foram

    maiores do que atravs dos outros mtodos, demonstrando assim sua eficcia. De

    Tabela 4: rea Superficial Especfica dos catalisadores

    rea Superficial (m2g-1) Catalisador Co-precipitado

    Outros mtodos

    LaNiO3 2,3 1,4(a)

    LaNi0,75Co0,25O3 2,5 - LaNi0,50Co0,50O3, 3,6 - LaNi0,25Co0,75O3 6,5 6,0 (b)

    LaCoO3 7,8 7,8 (c); 2,7 (d); 5,1(e) suporte A: Al2O3 152,3 - suporte S: SiO2 176,1 - suporte Z: ZrO2 13,2 -

    LN-A 144,7 - LNC-A 141,5 - LC-A 146,7 65 (f) LN-S 145,8 81 (g) LNC-S 154,8 - LC-S 166,9 204 (i) LN-Z 12,3 - LNC-Z 12,1 - LC-Z 14,3 70 (h)

    (a) Citrato/800oC, Garcia J.S. (2003); (b) Sol-gel/750oC, LaNi0,4Co0,6O3 Valderrama et al. (2010); (c) citrato/600oC, Huang et al. (2005); (d) citrato/800oC, Merino et al. (2005); (e) co-precipitao/800oC, Xiulan et al. (2000); (f) Impregnao/800oC, Ladavos et al. (1993); (g) Sol-gel/700oC, Rivas et al. (2010); (h) Citrato/800oC, Colonna et al. (2002). (i) Citrato/ 700oC Nan et al. (2005)

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    acordo com os autores Liu et al. (2002) e Xiulan et al. (2000), um fator importante

    que pode ter contribudo para a maior rea superficial a utilizao do sdio

    presente no carbonato e no hidrxido, solues necessrias para a precipitao dos

    metais. Durante a preparao dos catalisadores atravs do mtodo da co-

    precipitao, aps a adio das solues de hidrxido de sdio e carbonato de sdio

    na soluo contendo os metais desejados, ocorre a precipitao, e no interior do

    precipitado os carbonatos e hidrxidos ficaro agregados. Aps a lavagem, com

    gua destilada, todo o sdio removido e, em seguida, os slidos so secos,

    aumentando a porosidade no interior do precipitado.

    Outro fator importante o tempo e a temperatura de calcinao. Alguns

    autores como Lee et al. (2001) e Dai et al. (2004), utilizaram 10 a 12 h de calcinao

    900 oC, porm, de acordo com Mizuno et al. (1989) e Liu et al. (2002), sob

    condies mais brandas, como o nosso caso, 800 oC por 4 h, foi possvel obter

    xidos do tipo perovskita.

    Huang et al. (2005), prepararam catalisadores de LaCoO3 pelo mtodo citrato,

    usando temperatura de calcinao de 600 oC e obtendo rea superficial especfica

    de 7,8 m2g-1. Essa mesma rea foi obtida em nosso trabalho, porm a temperatura

    de calcinao aqui utilizada foi de 800 oC. De acordo com Merino et al. (2005), os

    catalisadores LaCoO3 ou catalisadores do tipo perovskita em geral, quando

    submetidos a tratamento trmico acima de 700oC, sofrem uma diminuio

    significativa das reas superficiais. As temperaturas de calcinao adotadas por

    Merino et al., a fim de observar essas diferenas das reas, foram 600 oC, 700 oC,

    800 oC e 900 oC, obtendo-se 7,9; 7,3; 2,7 e 2,0 m2/g de reas superficiais,

    respectivamente.

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    Para os xidos do tipo perovskita suportados em Al2O3 e SiO2, os

    catalisadores apresentaram um aumento significativo nas reas superficiais devido a

    prpria caracterstica do suporte. A mesma tendncia de diminuir a rea superficial

    do catalisador mssico quando ocorreu a substituio parcial do nquel pelo cobalto,

    foi observada para os catalisadores suportados.

    O catalisadores suportados em ZrO2 (LC-Z, LNC-Z e LN-Z) apresentaram

    uma baixa rea devido a baixa rea do suporte.

    5.3 Anlise Qumica

    Os valores nominais e os resultados da anlise qumica quantitativa de

    lantnio, nquel e cobalto, obtidos por Espectrometria de Emisso Atmica por

    Plasma Induzido, so apresentados na Tabela 5. Os valores expressos em

    concentrao (ppm) mostram que a quantidade real dos metais contida nos

    catalisadores est prxima aos valores nominais.

    Para os todos os catalisadores suportados observaram-se diferenas

    significativas nos resultados da concentrao terica, quando comparada com a

    concentrao real. Porm, nota-se que o valor da razo entre a concentrao dos

    metais (La:Ni:Co) similar tanto para os valores nominais, quanto para os reais.

    A formao de mistura de xidos, tais como La2O3, NiO e CoO, foi descartada

    devido aos resultados da anlise qumica obedecerem a proporo relativa dos

    metais na estrutura perovskita.

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    Para os catalisadores suportados em Al2O3, mesmo com a dificuldade

    encontrada na abertura da amostra, foi possvel verificar a mesma proporo relativa

    Tabela 5: Anlises de espectrometria de emisso atmica

    Catalisador / Elemento Concentrao terica (ppm)

    Concentrao real(ppm)

    La 11,3 11,7 LaNiO3 Ni 4,8 4,5 La 11,3 10,9 Ni 3,6 3,7 LaNi0,75Co0,25O3

    Co 1,2 1,3

    La 11,3 10,2 Ni 2,4 2,2

    LaNi0,50Co0,50O3,

    Co 2,4 2,5 La 11,3 12,1

    Ni 1,2 0,9 LaNi0,25Co0,75O3

    Co 3,6 3,5

    La 11,3 12,0 LaCoO3 Co 4,8 5,4

    La 5,8 2,7 Ni 2,4 1,2 LN-S

    Si 42,8 57,3 La 5,7 8,7 Ni 1,2 1,8 Co 1,2 1,7

    LNC-S

    Si 42,0 31,1 La 5,8 8,7 Co 2,5 3,5 LC-S

    Si 42,8 29,7 La 12,5 9,3 Ni 5,3 4,2 LN-Z

    Zr 146,5 163,7 La 10,6 14,8 Ni 2,2 3,2 Co 2,2 2,9

    LNC-Z

    Zr 124,5 95,1 La 12,4 5,2 Co 5,3 1,9 LC-Z

    Zr 146,3 88,6 La 10,4 15,8 Ni 4,4 6,8 LN-A

    Al 87,4 - La 10,4 12,5 Ni 2,2 2,8 Co 2,2 2,5

    LNC-A

    Al 87,4 - La 10,4 8,4 Co 4,39 3,5 LC-A

    Al 87,4 -

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    dos metais da perovskita. A formao da fase perovskita, posteriormente, foi

    comprovada pelos resultados de DRX, que sero discutidos a seguir.

    A diferena entre os valores nominais e reais, para os catalisadores

    suportados, pode ser atribuda ao xido do tipo perovskita no estar distribudo

    homogeneamente sobre o suporte.

    5.4 Difrao de raios X

    5.4.1 Catalisadores mssicos

    O difratograma para o catalisador LaNiO3 est apresentado na Figura 5 e os

    picos de maior intensidade encontram-se em 2 = 32,8o; 47,4o; 58,8o; 23,3o; 40,8o

    41,3o; 67,4o e 79,2o. Comparando-se o perfil do difratograma do LaNiO3 (a) com o

    seu respectivo padro (b) notam-se semelhanas tanto nos valores de 2, como nas

    suas intensidades, indicando assim a obteno do produto desejado.

    Figura 5: Difratograma do LaNiO3 (a) e (b) Padro PDF: 34-1181

    (a)

    (b)

    2 0 2 5 3 0 3 5 4 0 4 5 5 0 5 5 6 0 6 5 7 0 7 5 8 0

    1 5 2 0 2 5 3 0 3 5 4 0 4 5 5 0 5 5 6 0 6 5 7 0 7 5 8 0

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    O difratograma do catalisador LaCoO3 pode ser visto na Figura 6 e,

    comparando-se com o padro (b), identifica-se a estrutura da perovskita como nica

    fase presente com simetria rombodrica. Este mesmo difratograma foi observado

    por Radovic et al. (2008), porm, eles utilizaram temperatura de reduo de 1350 oC

    durante 2 h. Comparando-se o difratograma do catalisador obtido em nosso trabalho

    com o apresentado por Radovic et al., nota-se que no necessrio, para obteno

    do xido cristalino, um tempo e uma temperatura de calcinao maiores do que as

    aqui propostas.

    Comparando o difratograma do LaNiO3 com o do LaCoO3, Figuras 5 e 6,

    respectivamente, nota-se uma diferena em relao a cristalinidade das perovskitas,

    evidenciada pela maior intensidade dos picos de difrao, e/ou picos mais estreitos,

    apresentada pelo xido do tipo perovskita LaCoO3.

    Figura 6: Difratograma do LaCoO3 e respectivo padro PDF:251060 (b)

    2 0 2 5 3 0 3 5 4 0 4 5 5 0 5 5 6 0 6 5 7 0 7 5 8 0

    2 0 2 5 3 0 3 5 4 0 4 5 5 0 5 5 6 0 6 5 7 0 7 5 8 0

    2

    (a)

    (b)

    Os difratogramas dos catalisadores parcialmente substitudos

    LaNi0,75Co0,25O3, LaNi0,5Co0,5O3 e LaNi0,25Co0,75O3 esto mostrados na Figura 7,

    juntamente com a referncia LaNi0,6Co0,4O3 (PDF: no 320296), onde observa-se a

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    formao da fase xido do tipo perovskita e para o catalisador LaNi0,5Co0,5O3 h

    presena de picos relativos ao La2O3.

    Figura 7: Difratograma do: (a) LaNi0,25Co0,75O3 (b) LaNi0,5Co0,5O3 (c) LaNi0,75Co0,25O3 e (d)Padro LaNi0,6Co0,4O3 (PDF: 320296)

    ()La2O3

    2 0 3 0 4 0 5 0 6 0 7 0 8 0

    2 0 3 0 4 0 5 0 6 0 7 0 8 0

    2 0 3 0 4 0 5 0 6 0 7 0 8 0