caserna do cimo do lugar - edição nº 12 - dez08 -

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CASERNA DO CIMO DO LUGAR Directores: José Rachado & António Gomes Paginação: Mário Pinto Propriedade: União Des- portiva de Felgar Redação: Felgar Quadrimestral nº12 Dezembro de 2008 ESPECIAL NATAL Destaques Barragem do Baixo Sabor (pág. 2/3) Capela de S.Lourenso (pág. 4/5) Felgarenses no mundo (pág. 8/9) Os nossos produtos (pág. 10/11) Desporto (pág.12) “Edificada nos inícios do século XX no seu local actual, a capela de S. Lourenço estava anteriormente edificada a uns 150 metros, mais propriamente, pensamos que junto ou no pequeno laranjal, sito a nor- deste, que é hoje dos herdeiros do Ernes- to Filipe.”

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O jornal "A Caserna do Cimo do Lugar" - Felgar - Torre de Moncorvo - Edição n.º 12 http://felgar-online.pt.vu/

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Page 1: Caserna do Cimo do Lugar -  Edição nº 12 - DEZ08 -

CASERNADO CIMO DO LUGAR

Directores: José Rachado & António Gomes

Paginação: Mário PintoPropriedade: União Des-

portiva de FelgarRedação: FelgarQuadrimestral nº12

Dezembro de 2008

ESPECIAL NATALDestaques

Barragem do Baixo Sabor (pág. 2/3)

Capela de S.Lourenso (pág. 4/5)

Felgarenses no mundo (pág. 8/9)

Os nossos produtos(pág. 10/11)

Desporto(pág.12)

“Edificada nos inícios do século XX no seu local actual, a capela de S. Lourenço estava anteriormente edificada a uns 150 metros, mais propriamente, pensamos que junto ou no pequeno laranjal, sito a nor-deste, que é hoje dos herdeiros do Ernes-to Filipe.”

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DO CIMO DO LUGAR

A Caserna do Cimo do Lugar é uma publicação que visa disponibilizar informação geral indepen-dente dos acontecimentos, preocupações, histórias e tradições do nosso Felgar. Fundada em Agosto de 1993 por um grupo de adolescentes e depois de dois períodos de interregno, a Caserna reapareceu no último Verão, remodelada e com a ideia de criar um novo dinamismo nos temas e pessoas nela en-volvidas. Com um maior número de colaboradores pretende-se dar continuidade ao trabalho.Assim surge também a primeira publicação on-line por intermédio do site www.felgar.pt.vu, de modo a permitir que esta chegue a todos os felgarenses espalhados pelo mundo e não deixar a sua leitura condicionada ao reduzido número de exemplares editados em cada número.Foram criadas também novas secções das quais destaco a destinada aos nossos emigrantes, uma destinada a reportagens sobre acontecimentos tradicionais a ocorrer no Felgar e outra para arti-gos mais técnicos, mas fazendo sempre a ponte com

Editoriala nossa realidade. Espero que esta nova imagem seja do agrado de todos e que os nossos leitores se mantenham sempre na perspectiva de aumentar o nosso público. Relembro ainda que estamos abertos a ideias que permitam inovar quer a imagem quer mesmo os conteúdos.Por fim quero agradecer a todos os que colabora-ram para que este número fosse publicado dentro dos prazos previstos.Não posso no entanto acabar sem deixar uma mensa-gem de Feliz Natal na presença daqueles que fazem a nossa vida ter sentido e que o sapatinho traga a alegria, saúde e felicidade para um Ano de 2009 re-cheado de sorte, sucesso e sobretudo com força para vencer todas as barreiras que se atravessam no nos-so di-a-dia.

José Rachado

Pontos de Vista

Barragem do Baixo SaborDepois de largos anos controvérsia e

muita luta de ambas as partes, deram ini-cio os trabalhos para a construção da bar-ragem do Baixo Sabor. Aqui ficam dois pontos de vista relativamente à constru-ção da Barragem do Baixo Sabor.

Numa primeira abordagem, apresen-ta-se a visão daqueles que são contra a construção da Barragem.

Todos concordamos que o Baixo Sa-bor possui um valor ecológico único e in-substituível, trata-se de uma zona onde ocorre uma flora e vegetação de caracte-rísticas ímpares em Portugal, destacando-se em particular comunidades associadas

aos leitos de cheias. Apresenta ainda uma ele-vada diversidade de habitats, ocorre uma im-portante comunidade de aves rupículas, donde se destaca a presença de espécies como a águia de Bonelli, a águia-real, o abutre do Egipto e a cegonha-preta. E constitui um importante refú-gio e corredor ecológico para uma comunidade faunística muito diversificada, onde se salien-tam espécies como o lobo, o corço, o gato-bra-vo, a toupeira-de-água e a lontra, e representa o principal local de desova da comunidade piscí-cola de uma vasta área

A construção de uma barragem, implica im-pactes ambientais, alguns dos quais irreversí-veis, pode levar a destruição de ecossistemas de grande valor e consequente extinção de es-pécies, contaminação de reservas de água entre

muitos outros.

Deixando agora a visão ambientalis-ta um pouco de parte e focando os aspec-tos negativos dos que realmente vão ser afectados directamente pela barragem, as perdas culturais vão ser enormes. A cons-trução da barragem do Baixo Sabor sig-nifica a destruição irreversível de culturas prioritárias, como o vale de Felgar (uma das zonas mais férteis de toda a província de Trás-os-Montes) onde se produz anu-almente cerca de 80.000 litros de azeite de elevada qualidade, e importantes valo-res naturais e culturais da região, promo-vendo o abandono progressivo dos terri-tórios rurais.

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União Desportiva de Felgar Fundada em 24 de Julho de 2000

A barragem trará movimento mas só a curto prazo, podendo haver alternati-vas melhores com custos menores. Duran-te a construção vai haver movimento, gen-te e até emprego, o pior virá no período pós-barragem quando o trabalho voltar a escassear.

A importância natural do vale do rio Sabor justifica amplamente a sua classi-ficação como área protegida de interes-se nacional. Além disso, numa conjuntu-ra internacional cada vez mais favorável a um desenvolvimento local e regional inte-grado, respeitando e valorizando todas as valências do território, as paisagens úni-cas deste vale, a sua rica fauna e flora, as excelentes condições do rio para a prática de desportos de águas bravas e o patrimó-nio histórico e cultural associado, consti-tuem recursos valiosos para um turismo de contacto com a natureza e para uma aposta inovadora e inteligente no desenvolvimen-to sustentável.

Um outro ponto de vista, aponta uma solução para a maioria dos aspectos nega-tivos, como por exemplo, para compen-sar o facto de a barragem impedir a deso-va dos peixes, irá ser construído um canal de rega para o Vale da Vilariça aumen-tando os caudais das ribeiras. No que diz respeito à Avifauna, embora haja alguma perturbação no acto de construção da Bar-ragem, os impactes são praticamente po-

sitivos pelo aumento de espécies nidifican-tes e visitantes. Os locais de nidificação de aves como abutres do egipto, águias reais, águias de bonnelli e falcões não serão afec-tados uma vez que a albufeira formada não chega a ocupar um terço da altura das escar-pas, as cegonhas pretas irão beneficiar com melhores possibilidades de alimentação ao longo dos recortes das futuras margens, e vai verificar-se um aumento do aparecimento da Cegonha branca.

Em relação à Flora, algumas comunida-des florísticas importantes vão desaparecer, principalmente as ripícolas, no entanto veri-fica-se a existência das mesmas a montante da área alagada, e que não serão afectadas, mas sim beneficiadas pelo aumento da hu-midade e consequente melhoria da precipita-ção. O mesmo acontece com a comunidade de Bucho existente no leito de cheia do rio Sabor, na sua maioria vai desaparecer mas continuará a existir no próprio rio Sabor e seus afluentes.

A grande maioria das áreas florestadas naturalmente com espécies autóctones, tais como Zimbrais, Sobreirais, Azinhais, Carva-lhais de Quercus faginea e Quercus Pyrenai-ca e florestas mistas destas mesmas espécies, acrescentando-lhes ainda o Lobão (Celtis australis), e o Pinheiro bravo, ficarão fora da área alagada, e que também iram ser benefi-ciadas pelo aumento da humidade.

Pela existência de uma albufeira des-ta dimensão, poderá ocorrer algum bene-

fício e desenvolvimento das activida-des agrícolas, pela possibilidade de rega nas principais culturas da região (olival e amendoal).

A Barragem trará também uma maior dinamização do concelho, vai trazer mais gente a nossa terra, e durante os cinco anos de construção, vão ser gerados pos-tos de trabalho.

São, sem dúvida, dois pontos de vis-ta que precisam ser conhecidos e comen-tados, esta é uma questão polémica e com importância para o país a nível nacional, sob vários pontos de vista (energia, orde-namento do território, conservação da na-tureza, sócio-economia, etc). Depois de analisar os dois lados da questão, cada um é digno de tirar as suas próprias conclu-sões, no entanto e uma vez que a constru-ção da Barragem já começou vamos tirar proveito do que ela nos possa trazer e ten-tar que os riscos sejam minimizados.

Élia Felício

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CASERNA

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DO CIMO DO LUGAREM DESTAQUE

A Capela de São Lourenço

Por Carlos Seixas

À memória do felgarense António Mª. Dionísio, vulgo Litó [1934-2006] grande impulsionador da 1ª festividade ao S. Lourenço em 1979

I. A empreitada geral da construção do Aproveitamento Hi-droeléctrico do Baixo Sabor será um empreendimento que, para o bem ou para o mal, vai, qual Requiem de finados ou Te Deum de louvor, trazer profundas alterações ao modus vivendi do Fel-gar com pressupostos e consequências que ninguém, de boa fé e nesta hora, poderá garantir que seja o rumo certo ou atinja os efeitos desejados.

Independentemente dos juízos de valor que se possam formular, seguro é que, num pacote de benesses prometidas pela EDP, encontramos a inerente promessa da transladação da Cape-la de S. Lourenço, cabendo então aos felgarenses, ou a quem nos representa, a ingrata tarefa de deliberar sobre o local mais apro-priado para onde se efectuará a mudança, a qual será a sua 2ª, e as condições da mesma.

Por ser um património da freguesia que o local de Si-lhades terá de abandonar e por ter uma história interessante a ela subjacente, resolvemos publicar este artigo sobre tão singelo edifício.

II. Edificada nos inícios do século XX no seu local actual, a capela de S. Lourenço estava anteriormente edificada a uns 150 metros, mais propriamente, pensamos que junto ou no peque-no laranjal, sito a nordeste, que é hoje dos herdeiros do Ernes-to Filipe.

Sobre a antiga capela de S., Lourenço sabemos que, nos meados do séc. XVIII, estava localizada no cima do caminho que ia para a Cabreira, tendo um rocio de 12 varas de largo (13,20 metros). Mas, o terreno da antiga capela, do adro e de 1 oliveira que este continha, em 1901, quando o terreno estava inculto, sem muro e tendo sido aforado ao José Benedito Pires [1862-1905], media há volta de 30 metros quadrados, o que claramente indicia que a capela antiga era também uma edificação relativamente pe-quena, com uma área semelhante à capela actual.

Curiosamente, à data do óbito do aforador, no seu in-ventário foi relacionado, sob a verba nº 5, “ um pomar com laran-jeiras no sitio de São Lourenço (Cilhades) confronta de nascente e norte com Abel Pires, poente com Augusto Carvalho e sul com o caminho público ” que é, precisamente, o prédio actual dos her-deiros do Ernesto Filipe.

III. Atento os documentos compulsados, sabemos, por re-querimento de 27/04/1892 dirigido ao Exmo. Bispo de Bragan-ça, que o Mártir São Lourenço “ haverá trinta e cinco annos, sahio de sua casa arruinada pela acção destruidora do tempo e que hoje os moradores desta freguesia, cheios de enthusiasmo religioso, pretendem restaurar ”.

Assim, terá sido por volta de 1857 que da capela an-tiga saiu, por estar arruinada, o Santo S. Lourenço pretenden-do agora a Junta da Paróquia levar a cabo a obra projectada, ali-ás, já no seguimento de uma provisão do Arcebispo de Braga, D. José Joaquim de Azevedo e Moura, de 10/06/1871 e que ti-nha a circunscrição religiosa do Felgar, a qual dizia : “ … con-cedemos licença para se proceder a transferência da dita capella arruinada, devendo os seus materiais ser empregados na nova edificação da capella que terá a conveniente capacidade e segu-rança, observando-se o disposto nas constituições deste arce-bispado a respeito das capellas, sendo-lhe garantido o patrimó-nio existente …”.

Por estar muito arruinada a antiga capela sob a mes-ma invocação, permitiu-se a sua transferência para outro local “ muito mais conveniente aos povos ”. De facto, o local actual era muito mais soalheiro e, em especial, tinham-se aí começa-do a edificar todas aquelas casas que actualmente circundam a capela, tendo-se aproveitado o espaço entre as 2 filas das casas para aí edificarem a actual capela, até porque também defron-te passou a circular a barca de Silhades, pois, anteriormente a dita barca fazia a ligação entre as 2 margens do rio Sabor mais a montante, precisamente entre o local da Capela de S. João Ba-tista (edificada aí nos barrais do Vale Remacho pelo Padre João Evangelista Salgado, natural do Felgar, falecido com 78 anos em 1871) e o espaço que lhe fica defronte, conhecido na topo-nímia como Canada da Barca.

IV. Pedidas e obtidas as necessárias licenças, logo aos 13/11/1892 a Junta da Paróquia procedeu à arrematação da construção da Capela de S. Lourenço, a qual foi adjudicada, pelo preço de 33.800 réis, ao empreiteiro José Joaquim Baptis-ta tendo-se comprometido a edificar uma capela que devia “ ter por dentro trinta palmos de cumprimento e vinte palmos de lar-gura…e uma porta de cantaria para a sacristia…com cumpri-

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mento de quinze palmos e doze de largura… uma sineira de can-taria com um metro de altura e uma cruz no cimo da sineira…alicerces abertos e pedra à mão e barro por conta da Junta…”.

Com tanto empenho e vontade manifestada em se edifi-car a capela de S. Lourenço até poder-se-ia pensar que passados 1/2 anos a mesma já estaria edificada.

Só que, a realidade foi mais cruel e, apesar de não ter-mos visto qualquer documentação que tal narrasse, a construção, por qualquer motivo, encalhou e sabemos que, em 1905, a dita capela ainda não estava edificada.

V. Mas, é altura de abrirmos um pequeno parêntesis, prestan-do a devida homenagem e trazendo à colação a figura do grande mentor ou autor, tendo sido a pessoa que mais contribuiu para a edificação da capela de S. Lourenço, o então pároco e natural do Felgar, o Padre Manuel Joaquim da Silva Leal [ 1837 – 1912 ], membro da rica e poderosa família Silva Leal e de cuja descen-dência não resta actualmente ninguém no Felgar, a qual, só no séc. XIX, forneceu ao Felgar os 3 padres : os Padres Manuel José, José Joaquim e o dito Manuel Joaquim, que exerceram o seu mú-nus e paroquiaram o Felgar durante tal centúria, até fins de 1897, altura em que o Padre Manuel Joaquim foi arrogantemente sus-penso de exercer a sua actividade pastoral pelo Bispo de Bra-gança, D. José Alves Mariz, num episódio extremamente interes-sante de narrar, mas que limitações de espaço nos impedem de o fazer, por ter sido o Padre Manuel Joaquim o único padre do Dis-trito de Bragança que teve a coragem de enfrentar a arrogância do Bispo em questão e não se dobrou servilmente à sua vontade. Se calhar terá sido também por força de tal suspensão, que a ca-pela de S. Lourenço levou tantos anos a edificar ?

O Padre Manuel Joaquim, além de ser herdeiro de uma família rica, ele próprio tinha e granjeou um grande património e riqueza, o que lhe deu coragem para mandar passear o Bispo de Bragança, veio a falecer em 16/05/1912 na sua casa da Rua das Poças, tendo deixado um acervo hereditário composto de 114 nú-meros e com um altíssimo valor matricial de 9.121.500 escudos, o qual foi dividido pelos seus irmãos consanguíneos, entre os quais podemos destacar o Dr. Francisco Augusto da Silva Leal, então Juiz na Relação do Porto e pai do Luís Augusto Pavão Sil-va Leal [1885-1946] o grande impulsionador da colocação em 1940 do antigo cruzeiro no alto do cabeço da Mua e que foi o ma-rido da Porfíria Pires [1894-1976], filha do comendador Francis-co António Pires.

VI. Deixou o Padre Manuel Joaquim no seu testamento cer-rado, elaborado por si aos 09/01/1905, um legado que consistia em “ se ao tempo do meu fallecimento não estiverem ainda con-cluídas as obras da capella de São Lourenço no sitio de Silhade

e ella exposta ao culto e na impossibilidade de poder eu dar an-damento a essas obras como desejava e havia promettido, lego à junta de paróchia desta freguesia a quantia de cincoenta mil reis para custeamento das despesas dessas obras, especialmente para a construção do altar da mesma capella. Se porém as referidas obras se acharem paralisadas e votadas ao abandono, como es-tão presentemente e não foram concluídas no prazo de dous an-nos a contar do dia do meu fallecimento, perde a junta de pa-róchia o direito aos cincoenta mil reis e fica para ela sem efeito este legado ”.

Diga-se, em abono da verdade, que a Junta da Paróquia nenhum direito teve ao legado que lhe foi deixado, visto que o Padre Manuel Joaquim, antes de falecer, tinha completado a obra da edificação da capela de S. Lourenço, a que esse legado era des-tinado. A esta luz, seguro é que a capela de S. Lourenço foi edifi-cada entre os anos de 1905 e 1912, altura em que ficou habilitada canonicamente e aberta ao culto.

VII. Estamos assim perante um irremediável desafio e num processo de contagem final no que, em especial, à capela de S. Lourenço concerne e no que, em geral, ao rico vale de Silhades diz respeito. Por certo, todos os felgarenses continuarão a recor-dar as tantas vivências, ensinamentos e memórias que dali colhe-ram. Se foi local de trabalho árduo e até de tragédia, igualmente se passaram em redor da dita capela momentos e serões ines-quecíveis que intemporalmente sempre os felgarenses recordarão com saudade ou nostalgia.

Oxalá que, quem de direito, saiba acertadamente escolher o local mais apropriado para esta nova mudança imposta por factor exógeno e que se avizinha, não se olvidando de que as recorda-ções e as raízes continuam espraiadas lá naquela margem direita.

Quero ainda, nesta quadra natalícia, desejar a todos os felga-renses, presentes e da diáspora, Votos de um Feliz e Santo Na-tal de 2008.

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DO CIMO DO LUGAR Reportagem fotográfica

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DO CIMO DO LUGARFelgarenses no mundo

Convidado que fui para participar deste numero do Jornal Caserna do Cimo do Lugar, e que sentindo-me muito honrado com esse convite, veio-me logo, o que escrever? Sou um fi-lho do Felgar sim, e com muito orgulho disso. Nasci na rua da águadeira n.9 a 15 de Junho do ano de 1944, Filho de Artur Ca-milo natural do Felgar e Zulmira Cardanha natural do Larinho. Com 11 meses de idade fui levado para o Larinho onde fui cria-do pelos meus avós Alípio (Grande) Cardanha, e Maria Graça (Marquinhas).

Emigrei para o Brasil em 1959 com 15 anos, onde conheci a Fátima minha esposa que é natural de Vimioso. Desse enlace nasceram três filhos, um homem e duas mulheres, Alípio, Rita e Paula, que já me proporcionaram um lucro de mais três netos, o Guilherme o Gustavo e o Felipe.

Em janeiro de 2000, depois de 41 anos, passei numa agên-cia de passagens e comprei dois bilhetes para viajar em agosto. Ao chegar em casa disse a Fátima: prepara-te, pois em agosto vamos a Portugal. Achou que estava brincando, quando lhe en-treguei os bilhetes. Claro, chorou de contente e medo. Contente porque iria ver a terra dela, que deixou com cinco anos de idade e não tinha lembrança nenhuma, e medo, porque achava que não valia a pena, visto que não tinha-mos lá uma família próxima para visitar e eu confesso que também cheguei a pensar nisso, afinal saímos tão crianças, quem se iria lembrar-se de nós?.......

Saudades de meu Felgar

Eu disse-lhe; Fátima, podemos passar pelas nossas terras, olhar tudo com carinho, descansar debaixo de alguma arvore que ainda exista, e que outrora tenha me emprestado sua sombra para des-cansar, agradecê-la, beijá-la, talvez chorar de saudade por aqueles que nos deram tanto e já se foram, enfim, voltar para o Brasil com mais saudade ainda. Aconteceu tudo isso, mas erramos com rela-ção à família e aos amigos. Voltamos em 2004.

Não vou citar nomes porque posso esquecer alguém, e não gostaria de cometer injustiça nenhuma, mas quero agradecer a to-dos aquele que nos acolheram com tanto carinho em suas casa.

Como estamos no mês de dezembro, e é aniversário do ho-mem Deus, aquele que dividiu o mundo em dois, antes e depois, e que nunca deveria ser trocado por pai natal nenhum, desejamos a todos os felgarenses Um Feliz e Santo Natal e que o menino Deus, nasça e renasça nos corações de todos nós. Muito Obrigado a to-dos por esta oportunidade.

Serafim e Fátima Camilo.

Na sequência da vontade de abrir o nosso jornal a todos os Felgarenses espalhados pelo mundo foi criado este espaço dedicado aos nossos conterrâneos emigrados. Felgarenses, que por diversas razões, deixaram a sua terra amada para se estabelecer numa outra região ou nação, muitas vezes saindo numa aventura sem qualquer apoio e destino incerto, mas sempre com a vontade de ano para regressar.

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União Desportiva de Felgar Fundada em 24 de Julho de 2000

É com prazer que respondo a vossa solici-tação sempre conscien-te de minhas carências redaccionais actuais, em Dezembro 2007 fez 38 anos que não escre-via Português “viva a internet”.

Vou aqui recordar algo relacionado com a minha infância, uma no-bre profissão que se veio perdendo ao longo dos anos na nossa aldeia.

Na minha mais tenra infância havia no Felgar um senhor que fabricava pipas de madeira, esse senhor chamava-se Ra-beca, penso que não era seu verdadeiro nome, ti-

nha como aprendiz o muito meu amigo Ciri-neu Rebouta, “Reberto” por alcunha, irmão da Cármen,

Paulo, Manuel e Lu-cília, habitantes do Povo-ado da Fonte Nogueira.

Era eu garoteco e acompanhava meu bi-savô António Lourei-ro, que já quase não po-dia andar e recordo-me de sempre que ali passa-va parava a admirar es-ses artistas trabalhado-res da madeira e do ferro

Fez 38 anos que não escrevia Português “viva a internet”

nessa tarefa tão nobre e que tão belas e úteis pe-ças produziu ajudan-do a dinamizar o Felgar que na altura era prati-camente auto-suficien-

te com um dinamismo que vale a pena recordar e recuperar.

A oficina onde eles “actuavam”, sim porque o que eles faziam era

pura arte digna de se ver como qualquer espectá-culo de magia ou teatro que se assiste nos gran-des palcos ou mesmo de sessões de cinema, situ-ava-se no Cabo do Lu-gar, no sítio onde é hoje a forge dos Branquinhos, eu costumava andar por aí porque meus avôs pa-ternos habitavam na Rua Nova a 100 metros mais ou menos dessa dita ofi-cina que tão belas recor-dações me trás.

da Queija

Não e fácil começar, seja o assunto que for, mas para tudo há uma primeira vez.

Segundo fui informado, esta pági-na é dedicada a todos os emigrantes e eu, como um deles, também tenho mui-to a dizer. A palavra Emigrante, é uma palavra mágica, que para mim quer di-zer, Aventura, Saudade, Trabalhos e Lá-grimas, e que tantas se têm arramado na minha terra, e que todos ou quase todos, têm sido afectados, mas nem para todos igual.

Jornal de caserna é centro de novidadesLembra-me que nos meus tempos de crian-

ça a emigração para o Brasil estava em moda, era o único lugar na altura para onde os felga-renses podiam fugir atrás de uma vida melhor e o mais triste, a maioria deles era para sem-pre, acabavam por perder os contactos, com a família. Muitos gritos ouvi pelo caminho da estação abaixo, as famílias já sabiam que iam perder os familiares para sempre, como de facto aconteceu com algumas delas.

Mais tarde outra porta foi aberta, para as antigas colónias, que acabou em desgraça para muitos Felgarenses, em virtude das políticas do Mundo, e à vergonhosa descolonização le-vada a cabo pelos políticos Portugueses.

Como também todos sabemos, nos anos sessenta, o General Degaule decidiu abrir as portas aos emigrantes Portugueses, eu e ou-tros, lá consegui-mos entrar, através de mui-tos sacrifícios, mas claro só nós os que os pas-sámos sabemos compreender. Foi bom para a maioria, mas para os que não se adaptaram, também foi porque viram que o Mundo, em tempos onde nem se imaginava que um ins-trumento como a internet nos abria as portas do conhecimento global, não é só o Felgar.

Mas hoje também sei que há outros luga-

res, para onde os Felgarenses emigram, no entanto desses pouco sei falar.

Vivo num país onde há emigrantes de todo o Mundo, e que andam a fazer barrei-ras para impedir a entrada dos clandestinos, não vêem porém que também eles procu-ram uma vida melhor noutras nações, dei-xando para trás as suas raízes, família e ami-gos, trazendo consigo a esperança e angústia e saudade.

Pode ser que algum dia o Mundo, atra-vés destas deslocações dos povos, seja me-lhor, mas só quando um dia estes desacordos entre religiões acabar, mas tenho as minhas dúvidas.

Estamos às portas de outra Festa, que também é muito Especial, para os emigran-tes, o NATAL, milhares se deslocam para passar este dia com as famílias. Para os que vêm de longe desejo-vos boa viagem e não queirais chegar depressa, para os que estão mais perto, não é preciso dizer nada, mas fi-cam a todos votos de um feliz Natal, junto dos que vos são queridos, são os desejos des-te Felgarense Amigo da Terra,

ANTÓNIO GINJA,E BOAS FESTAS.

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DO CIMO DO LUGAROs nossos produtos

Nesta página vamos apresentar a marca que os nossos produtos deixaram na história, bem como algumas sug-estões que ajudem a melhorar os mesmos, para que a qualidade seja um factor cada vez mais presente. Espe-ramos desta forma estimular os nossos leitores a com-bater o abandono que é cada vez mais evidente neste sector.

A origem do vinho, é relatada de diferentes modos pelas dife-rentes culturas, o que leva a pensar que a sua verdadeira origem está de facto perdida no tempo. Os primeiros povos a marcar a utilização de uvas para vinificação, em pinturas e documentos, foram os egípcios que datam de (1000 a 3000 a.C.). O vinho dos egípcios começou a ser exportado para a Europa Mediterrânea, África Central e reinos asiáticos, impulsionando o comércio e a expansão daquela que seria a bebida mais apreciada por todas as classes dos povos mais desenvolvidos da época.

Em Portugal a história das uvas e produção de vinho é tam-bém uma aventura de várias datas, na qual se encontra a passa-gem dos Tartessos (Tartécios) pela Península Ibérica (2000 a.C.) que se pensa terem plantado as primeiras vinhas nos vales dos rios Tejo e Sado, mas a colheita não era ainda pensada para pro-dução de vinho, mas sim para servir de alimento para o gado que era a principal cultura de um povo com fortes marcas da sua des-cendência nómada. O legado Tartesso foi então explorado pelos Fenícios aquando da sua passagem pela península Ibérica (por volta do X século. a.C.), que introduziram novas castas e utili-zavam já as uvas para a obtenção de vinho. Por fim os Romanos chegaram à nossa Península (cerca do século II a.C.) e contribu-íram para a modernização da cultura da vinha e para a fixação da nossa vinicultura.

No Felgar é muito mais difícil definir datas e pioneiros na tra-dição e arte de fazer fermentar as uvas de modo a obter vinho, visto não haver muita documentação disponível que nos possa ajudar a apurar certezas. Facto é, que hoje, não é uma cultura com grandes prioridades mercantis, como a nossa vizinha Região De-marcada do Douro (a primeira região demarcada do mundo); é sim, para um consumo local, não estando por isso a plantação de vinha a ocupar uma percentagem muito significativa na área de produção agrícola. No entanto a nossa aldeia conseguiu em tem-pos deixar a sua marca na história dos vinhos de Portugal, tendo sido atribuído o 3º prémio da Junta Nacional do Vinho em 1969 ao senhor Gualdino Augusto Carqueija, a um vinho branco que marcava pela frescura, limpidez e valor citrino que eram os atri-

butos mais desejados nos vinhos brancos dessa época. Na Junta Na-cional do Vinho vivia-se a 8ª Presidência, a qual era composta por:

Presidente – Dr. Manuel Artur Cotta Agostinho Dias;Vice-Presidente – Sr. Luís José Braamcamp Cardoso Menezes;Vice-Presidente – Dr. Dinis Ribeiro Soares da Costa

Esta é a única atribuição de prémios a um vinho da nossa aldeia da qual a redacção d’ A CASERNA do CIMO do LUGAR teve co-nhecimento; agradecemos o contributo do Sr. Manuel Vieira que nos cedeu alguma da documentação que nos possibilitou escrever este artigo.

A produção de vinho branco na nossa aldeia, bem como em mui-tas das aldeias que nos rodeiam, caiu em desuso, muito por causa da pequena produção que não justifica a separação das uvas brancas das tintas tanto na plantação como na colheita (vindima); no entan-to começam agora a surgir novos adeptos da vinificação de brancos que se têm revelado entusiastas de algum sucesso, num produto em que a qualidade é obtida apesar da dificuldade do processo.

O vinho Branco tal como o conhecemos hoje é obtido, de uma forma sucinta, de uvas desengaçadas ou não, rapidamente prensa-das e esgotadas (separar o mosto das películas) para uma cuba ou barrica de modo a evitar a oxidação; a sulfitação é também funda-mental podendo ser nesta fase igual ou pouco superior a 0,5mL/L se o SO2 for a 6% (o mais comum no mercado), não sendo porem algo obrigatório mas completamente recomendável, faz-se uma trasfe-ga para separar as borras mais pesadas e aguarda-se o arranque da fermentação alcoólica que pode ser espontâneo ou induzido, o pro-cesso fermentativo recomenda-se que seja efectuado a temperatu-ras inferiores a 16°C, no final da fermentação alcoólica faz-se nova trasfega e sulfitação para assegurar a limpidez e estabilidade do vi-nho. Este processo de vinificação apresenta lacunas, aparece so-mente como uma dica para quem se quiser divertir e recriar numa micro-vinificação.

Tiago Rachado

VITIVINICULTURADa Vinha à Pipa

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Dezembro de 2008

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União Desportiva de Felgar Fundada em 24 de Julho de 2000

A água...Certamente todos nós sabemos o que é água. Estamos habitu-

ados a chegar a casa, ou a qualquer local público, abrir uma tor-neira e aí vem ela. O interessante disto é que muitos de nós nunca pararam para reflectir como ela aparece, como é captada, qual o processo que a leva até nossas casas, para onde vai quando escor-re pia abaixo e principalmente que é um bem indispensável à vida e que na sua forma potável poderá faltar a qualquer momento.

A água, H2O, é uma substância que, nas condições normais de temperatura se encontra no estado líquido, sendo que facilmente se pode ver na natureza no seu estado sólido (gelo) e gasoso (va-por de água). Visualmente e no seu estado puro é incolor, inodo-ra e insossa, essencial a todas as formas de vida conhecidas na terra.

É uma substância abundante na Terra, cobrindo cerca de três quartos da superfície do planeta, sendo encontrada principalmen-te nos oceanos e calotas polares, também está presente na atmos-fera sob a forma de nuvens, e ainda nos continentes em rios, la-gos, glaciares e aquíferos, para além da que está contida em todos os organismos vivos. Apesar da sua abundância, que cobre cer-ca de dois terços da superfície da Terra, mais de 97% encontra-se nos cinco oceanos, sendo que apenas 2 % de toda a água disponí-vel é doce. Destes o gelo do Antártico contém 90% de toda a água potável existente (região inferior do globo). Da restante quantida-de ínfima há ainda a que se encontra poluída através da constante rejeição não cuidada de efluentes domésticos e industriais, o des-perdício nas regas e tantos outros factores que condicionam a sua disponibilidade. Assim sobra uma quantidade ignóbil para distri-buir por cerca de 7 mil milhões de habitantes no planeta, o que fa-zendo bem as contas é muito pouco.

Diariamente ouvem-se relatos de pessoas que morrem à sede, desidratadas e que lutam por uma gota de água, meninos a beber água que fica em charcas depois das chuvas e que está sujeita a agentes poluentes. E nós que podemos fazer? Na prática pouco, mas que somado por todos será muito. Podemos e devemos ver a água como um bem cada vez mais escasso e evitar o desperdício, controlar a água como um bem valioso, tão valioso como a nossa vida, porque é disso mesmo que se trata, da nossa vida.

Os nossos antepassados viveram sem petróleo, sem automó-vel, sem internet, sem aquecimento central, mas certamente nin-guém conhece histórias de quem conseguiu viver sem água, até porque estima-se que o homem pode sobreviver cerca de 30 dias sem comer, mas perece após 4 dias sem água. Os romanos foram pioneiros na arte de bem gerir a água, com a implementação de projectos para garantir o melhor aproveitamento possível da água disponível com grandes investimentos em infra-estruturas. Sendo eles um povo tão visionário trouxe ao mundo a ideia do valor da água e da sua importância na sociedade.

Hoje os investimentos feitos para garantir o aproveitamento,

tratamento e transporte de água é essencial para garantir o con-forto da sua disponibilidade, no entanto quem nos fornece água não tem a obrigação de nos abastecer de quanto nós quisermos e bem apetecer, porque mesmo sendo paga a um preço irrisó-rio comparado com o petróleo, o valor não garante que ela esteja disponível, principalmente com a falta de chuvas e nevadas que se tem verificado nos últimos anos e com tendência a agravar. A legislação relativa ao abastecimento de água (Decreto-Lei n.º 306/2007, de 27 de Agosto) apenas refere que a água tem de ser fornecida em qualidade que respeite os valores paramétricos de-finidos pelas normas de segurança para a saúde humana mas nada refere quanto à quantidade disponibilizada, nada refere que tem de ser fornecida em quantidade suficiente que colmate os desper-dícios de cada um de nós.

Lembrem-se sempre que a água não é reproduzível em labora-tório como muitas comidas que hoje comemos sem questionar.

Tudo isto para chegar ao caso do Felgar, aldeia “rica” em água como muitos se orgulham de dizer. Esta premissa foi verdadeira no tempo dos nossos pais e avós, mas cada vez se aplica menos à realidade dos nossos dias. A população da nossa aldeia diminuiu para números impensáveis à 30 anos atrás, no entanto e por incrí-vel que parece de ano para ano o consumo de água aumenta, pon-do a cada Verão em causa a disponibilidade de água das nossas nascentes. Não é por acaso que de Verão para Verão vemos o Xa-fariz e a Fonte do Vale com menos caudal, pois é, essa água é des-viada para garantir que ela continue a chegar a nossas casas para satisfação dos nossos desperdícios diários, para a podermos be-ber e saciar nossa sede, para cozinhar, para lavar a loiça e a rou-pa, para a nossa higiene diária, para a rega das nossas hortas e jar-dins, ou simplesmente para a ver correr porque nos dá prazer.

Praticamente tudo o que fazemos em nossas casas implica o gasto de água, não podemos nem devemos deixar de gastar água, devemos sim controlar a água que gastamos, parando uns segun-dos antes de abrir uma torneira e vendo qual a melhor solução para evitar ter a torneira aberta por muito tempo, ou pelo menos fechá-la enquanto não é necessária.

Eu como Felgarense e orgulhoso que sou da água que corre na nossa terra não quero correr o risco de um dia mais tarde um des-cendente meu não ter o prazer de ver os regos a correr em pleno Verão, quero voltar a ver o Xafariz e a Fonte do Vale com as bi-cas a correr quase cheias mesmo no Verão, quero ver abundância de água, não em minha casa que aí sei como poupá-la, mas sim na rua para todos os forasteiros verem e ficarem impressionados com tal fenómeno.

José Rachado

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CASERNA

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DO CIMO DO LUGARDesporto

Na semana que antecedeu a nossa querida festa foram realiza-das, pela União Desportiva de Felgar, provas desportivas de fut-sal, paintball e sueca. Fi-nalizadas as festividades em honra de N. Sra. Do Amparo, a União Desportiva de Felgar, continuou a sua actividade no bar junto da fonte do vale até princípios de Setembro.

Nesta mesma data começou-se a formar a equipa de senio-res constituída maioritariamente por jovens e de gente da nossa terra. Esta jovem equipa e constituída por: Tiago Menino (cap.), Jorge Abrunhosa, Tiago Teixeira, Sérgio Gomes, António Go-mes, José Rachado, Ruben Leal, Victor Cabaço, Bruno Martins, Mário Pinto, Pedro Martins, Artur Rodrigues e José Cavalheiro. O treinador desta mesma equipa é o Luís Custódio

A pré-época foi inicializada na 2ª semana de Setembro, com treinos à segunda-feira, terça-feira e quinta-feira, treinos estes que começaram por ser no polidesportivo do prado e depois em Moncorvo. Seguem-se os jogos amigáveis a fim de se verificar a evolução da equipa. O 1º foi com o Santo Cristo Moncorvo, no polidesportivo do prado, o resultado final foi de 1-7 a favor dos visitantes. O 2º foi feita uma deslocação ao campo do Carvi-çais com o resultado final de 4-2. O 3º foi de novo contra o Santo Cristo Moncorvo (a convite dos mesmos) no pavilhão municipal de Moncorvo, tendo o marcador registado um empate a 2 bolas. Estes amigáveis serviram não só para a equipa se conhecer me-lhor mas também para cimentar conhecimentos adquiridos nos treinos. Tem como táctica o 3-1 que consiste num losango cons-tituído por um fixo, dois alas e um pivot, abrindo no ataque e fe-chando na defesa.

Acabado o tempo da pré-época eis que chega o aguardado campeonato distrital de seniores masculinos com uma desloca-ção até ao pavilhão do Vila Flor, seguida a recepção do Torre D. Chama e nova deslocação, desta vez, ao pavilhão de Freixo de

Crónica desportiva

Espada a Cinta para defrontar o Poiares. Um mau arranque de cam-peonato por parte da UD Felgar registando três derrotas seguidas. No fim-de-semana seguinte a equipa recebe o Sto Cristo Moncor-vo, desloca-se a Macedo a fim de defrontar com o A.C.R.D.Chacim. Voltando a jogar em casa com o G.D.C.Rois conseguindo assim três vitórias consecutivas no campeonato e arrecadando assim os primei-ros pontos da época.

A participação da equipa na Taça AFB foi muito curta, ficando-se pela primeira eliminatória, que jogando em casa na 1ª mão e fora na 2ª, foi eliminado com os resultados de 2-2 na 1ª mão e de 7-1 na 2ª mão frente ao Sto Cristo Moncorvo.

António Gomes

Última horaVindo directamen-

te da azenha, local terri-velmente afectado pelas geadas que devastaram as oliveiras o ano pas-sado, eis que chegou o homem que vai revolu-cionar o cultivo de pe-tróleo no vale do Sabor, com técnicas novas de fertilização e métodos manuais de apanha que

garantem uma melhor qualidade do produto fi-nal, com um estágio de vários anos na Ferrado-sa e com altos conheci-mentos tecnológicos, so-bretudo na manipulação do Magalhães, eis que está de regresso ti Manel Papa Grelos.

Por motivos de or-dem imprevista foi emi-tido um despacho con-junto do Ministro dos Trabalhos Já Feitos e Obras Afins e do Secre-tário de Estado da Edu-cação da Produção de Asnos, no qual orde-nam a paragem urgente

dos trabalhos da Barra-gem da Curceira, os mo-tivos não foram ainda desvendados, mas cogi-ta dentro das hostes apó-crifas e néscias do litoral do país que o evento de-ve-se à aparição de gra-vuras ao que tudo indica realizadas por uma espé-

cie de eruditos da capi-tal. Estando esta espécie debelada há vários sécu-los pretende-se recons-tituir os seus hábitos e cultura. O despacho tem efeitos imediatos.

Alteração na construção à barragem