cartola - letras e poesias

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CARTOLA ::::::::::::: Nome artstico - Cartola Nome original - Agenor de Oliveira Data do nascimento - 11-10-1908 - Rio de Janeiro Data da morte - 30-11-1980 (SP) Discos gravados - vinte (20) Angenor de Oliveira(1908-1980), o mestre Cartola considerado por msicos como Nelson Cavaquinho e Paulinho da Viola como maior sambista de todos os tempos. Cartola no s o fundou a escola de samba Estao Primeira de Mangueira, como lhe deu nome e as cores verde e rosa (para quem dizia que as cores no combinavam, ele respondia : "Ora, o verde representa a esperana, o rosa representa o amor, como o amor pode no combinar com a esperana?"). Muito gravado pelos grandes cantores da dcada de 30, ele desapareceu e somente no final dcada de 50 foi encontrado pelo cronista Srgio Porto trabalhando como lavador de carros. Ele sua esposa Zica fundaram na dcada de 60 o bar Zicartola no centro do Rio de Janeiro, que foi um plo irradiador do samba e onde surgiram vrios talentos. Somente aos 65 anos conseguiu gravar seu primeiro disco. Seus dois primeiros discos gravados por Marcus Pereira so marcos da msica brasileira e obrigatrios na discoteca de qualquer um que goste samba. autor de sambas imortais como O Mundo um Moinho, As Rosas no Falam e Autonomia.

Considerado o maior sambista da histria por diversos msicos, Cartola nasceu no Rio e passou a infncia no bairro de Laranjeiras. Dificuldades financeiras obrigaram a famlia numerosa a mudar-se para o morro da Mangueira, onde ento comeava a despontar uma pequena favela. Na Mangueira fez logo amizade com Carlos Cachaa e outros bambas, se iniciando no mundo da malandragem e do samba. Arranjou emprego de servente de obra, e passou a usar um chapu para se proteger do cimento que caa de cima. Era um chapu-coco, mas o apelido Cartola pegou assim mesmo. Com seus amigos do morro criou o Bloco dos Arengueiros, cujo ncleo em 1928 fundou a Estao Primeira de Mangueira, a verde-rosa, nome e cores escolhidos por Cartola, que comps tambm o primeiro samba, "Chega de Demanda". Seus sambas se popularizaram nos anos 30, mas no incio dos anos 40, Cartola desaparece do cenrio. Pouco se sabe sobre essa poca alm de que brigou com os amigos da Mangueira e que ficou mal depois da morte de Deolinda, a mulher com quem vivia. Especulou-se at que houvesse morrido. Cartola s foi reencontrado em 1956 pelo jornalista Srgio Porto, trabalhando como lavador de carros. Porto tratou de promover a volta de Cartola, levando-o a programas de rdio e fazendo-o compor novos sambas para serem gravados. Em 1964 Cartola e a esposa

Zica abriram um bar-restaurante-casa de espetculos na rua da Carioca, o Zicartola, que promovia shows de samba e boa comida, reunindo no mesmo lugar a juventude da Zona Sul carioca e os sambistas do morro. O Zicartola fechou as portas algum tempo depois, e o compositor continuou com seu emprego publico e compondo seus sambas. Em 1974 gravou o primeiro de seus quatro discos solo, e sua carreira tomou impulso de novo com clssicos instantneos como "As Rosas No Falam", "O Mundo um Moinho", "Acontece", "O Sol Nascer" (com Elton Medeiros), "Quem Me V Sorrindo" (com Carlos Cachaa), "Cordas de Ao" e "Alegria". Ainda nos anos 70 mudou-se da Mangueira para uma casa em Jacarepagu, onde morou at a morte. Discografia Cartola (1974) Cartola II (1976) Verde Que Te Quero Rosa (1977) Cartola 70 Anos (1979) Documento Indito (1982) Fala Mangueira! - Carlos Cachaa, Cartola, Clementina de Jesus, Nelson Cavaquinho e Odete Amaral (1968)

LETRAS (As 12 primeiras do disco: CARTOLA 1974) Cartola - Disfara e Chora Chora, disfara e chora Aproveita a voz do lamento que j vem a aurora A pessoa que tanto querias Antes mesmo de raiar o dia Deixou o ensaio por outra , triste senhora Disfara e chora Todo pranto tem hora E eu vejo o seu pranto cair no momento mais certo Olhar, gostar s de longe No faz ningum chegar perto E o seu pranto, , triste senhora, Vai molhar o deserto

Cartola - Sim Sim, deve haver o perdo para mim Seno no sei qual ser o meu fim Para ter uma companheira at promessas fiz

Consegui um grande amor, mas eu no fui feliz E com raiva para os cus, os braos levantei Blasfemei Hoje todos so contra mim (x2) Todos erram neste mundo, no h exceo Quando voltam realidade conseguem perdo Por que que eu, Senhor, que errei pela vez primeira Passo tantos dissabores E luto contra a humanidade inteira

Cartola - Corra e Olhe O Cu Vida, te sinto mais bela Te fico na espera Me sinto to s, mal O tempo que passa Em dor maior, bem maior Vida, no que se apresenta O triste se ausenta Fez-se a alegria Corra e olhe o cu Que o sol vem trazendo bom dia Ai, corra e olhe o cu Que o sol vem trazendo bom dia

Cartola - Acontece Esquece nosso amor, v se esquece Porque tudo na mundo acontece E acontece que j no sei mais amar Vai chorar, vai sofrer, e voc no merece Mas isso acontece Acontece que meu corao ficou frio E o nosso ninho de amor est vazio Se eu ainda pudesse fingir que te amo Ai, se eu pudesse Mas no quero, no devo faz-lo Isso no acontece

Tive Sim (Cartola) Album : Cartola - 1974

Tive sim Outro grande amor antes do teu Tive sim O que ela sonhava eram meus sonhos E assim amos vivendo em paz Nosso lar, em nosso lar sempre houve alegria Eu vivia to contente Como contente ao teu lado estou Tive sim Mas comparar com teu amor seria o fim E vou calar, pois no pretendo, amor, te magoar

Cartola - O Sol Nascer A sorrir eu pretendo levar a vida Pois chorando eu vi a mocidade perdida (2x) Finda a tempestade O sol nascer Finda esta saudade Hei de ter outro algum para amar

Cartola Alvorada Alvorada l no morro que beleza Ningum chora, no h tristeza Ningum sente dissabor O sol colorido to lindo, to lindo E a natureza sorrindo tingindo, tingindo Voc tambm me lembra a alvorada Quando chega iluminando Meus caminhos to sem vida E o que me resta bem pouco Quase nada de que ir assim Vagando numa estrada perdida Alvorada...... (voltar)

Cartola Festa da Vinda

Eu e meu violo Vamos rogando em vo o seu regresso Se soubesses como choro e como peo Para que nosso fracasso se transforme em progresso Apesar de todo erro espero ainda Que a festa a festa do adeus seja a festa da vinda J perdi tantos amores, no notei diferena Pensei que passavam sculos sem a sua presena Misturada entre as pedras preciosas do mundo Com um simples olhar a voc no confundo

Cartola Quem Me V Sorrindo Quem me v sorrindo pensa que estou alegre Meu sorriso por consolao Porque sei conter pra ningum ver O pranto do meu corao O que eu perdi por este amor, talvez No compreendestes que se eu disser no crs Depois de derramado ainda ha soluo Tornei-me alegre, estou cantando Quem me v sorrindo pensa que estou alegre Meu sorriso por consolao Porque sei conter pra ningum ver O pranto do meu corao Compreendi o erro de toda a humanidade Uns choram por prazer e outros por saudade Jurei e a minha jura jamais eu quebrarei Todo o pranto esconderei

Cartola Amor Proibido Sabes que vou partir Com os olhos razos dgua e o corao feliz Quando lembrar de ti, me lembrarei tambm deste amor proibido Fcil demais fui preza Servi de pasto em tua mesa Mas fique certa de que jamais ter o meu amor, porque no tens pudor Fao tudo pra evitar o mal Sou pelo mal perseguido S me faltava era esta, fui trair meu grande amigo Mas vou limpar a mente

Sei que errei, errei inocente

Cartola Ordenes e Farei Meu amor, minha flor Seu olhar reluz, inspira amor, seduz Quando te vejo sinto em mim um calor S por ti sofrerei At condenado a morte serei, meu amor Os teus olhos to lindos da cor do luar Os teus olhos que fazem meus olhar chorar Escravizado para sempre serei Estarei ao teu lado, o que precisares, ordenes, farei

Cartola - Alegria Alegria, era o que faltava em mim Uma esperana vaga eu j encontrei Pelos carinhos que me faz, me deixa em paz No te quero ver para nunca mais Eu sei que teus beijos e abraos Tudo isso no passa de pura hipocrisia J que tu no s sincera, eu vou te abandonar um dia

Cartola - As Rosas No Falam Bate outra vez, com esperana o meu corao Pois j vai terminando o vero, enfim ... Volto ao jardim, na certeza que devo chorar Pois bem sei que no queres voltar, para mim ... Queixo-me as rosas, mas que bobagem As rosas no falam Simplesmente as rosas exalam O perfume que roubam de ti, ai ... Devias vir, para ver os meus olhos tristonhos E quem sabe sonhavas meus sonhos, por

Cartola - Chega de demanda Chega de demanda, chega Com este time temos que ganhar Somos da estaco primeira Salve o morro de mangueira

Cartola - Cordas de Ao Ah ! Estas cordas de ao Este minsculo brao Do violo que os dedos meus acariciam Ah ! Este bojo perfeito Que trago junto ao meu peito S voc violo Compreende porque perdi toda alegria E no entanto meu pinho Pode crer, eu adivinho Aquela mulher At hoje estnos esperando Solte o teu tom da madeira Eu voc e a companheira A madrugada iremos pra' casa cantando

Mais Letras: CARTOLA: Letras e Poesias

Acontece (Cartola) Esquece nosso amor v se esquece Porque tudo no mundo acontece E acontece que j no sei mais amar Vai chorar vai sofrer E voc no merece

Mas isso acontece Acontece que meu corao ficou frio E nosso ninho de amor est vazio Se eu ainda pudesse fingir que te amo Ai se eu pudesse Mas no quero, no devo faz-lo Isso no acontece

Alegria (Cartola) Alegria Era o que faltava em mim Uma esperana vaga Eu j encontrei Pelos carinhos que me faz Me deixa em paz No te quero ver Para nunca mais Eu sei Que teus beijos e abraos Tudo isso no passa De pura hipocrisia J que tu no s sincera Eu vou te abandonar Um dia

Alvorada (Cartola/Carlos Cachaa/ Herminio Bello de Carvalho) Alvorada L no morro que beleza Ningum chora no h tristeza Ningum sente dissabor O sol colorindo to lindo to lindo E a natureza sorrindo Tingindo, tingindo Voc tambm me lembra a alvorada Quando chega iluminando Meus caminhos to sem vida E o que me resta bem pouco Quase nada Do que ir assim vagando Numa estrada perdida

Amor Proibido (Cartola) Sabes que vou partir Com os olhos razos d'gua E o corao ferido Quando lembrar de ti Me lembrarei tambm Deste amor proibido Fcil demais fui presa Servi de pasto em tua mesa Mas fiques certa que jamais Ters o meu amor Porque no tens pudor Fao tudo para evitar o mal Sou pelo mal perseguido S me faltava era esta Fui trair meu grande amigo Mas vou limpar a mente Sei que errei, errei inocente.

Autonomia (Cartola) impossvel nessa primavera eu sei Impossvel pois longe estarei Mas pensando em nosso amor Amor sincero Ai, seu eu tivesse autonomia Se eu pudesse gritaria No vou no quero Escravizaram assim um pobre corao necessrio a nova Abolio Pra trazer de volta a minha liberdade Se eu pudesse gritaria amor Se eu pudesse brigaria amor No vou, no quero

Beijos (Cartola) Beijos, Ainda quero mais beijos teus Beijos,

Para satisfazer os meus Beijos, Nem que sejam de falsidade Beijos, Melhor que se fossem de verdade

Assim no d (Cartola/Evandtro Bia) Assim no d, no d no No vai dar meu irmo doutor presidente Doutor secretrio Doutor tesoureiro S quem no seu doutor aquele pretinho Que varre o terreiro Qem manda na bateria uma madama Filha de magistrado Vai dirigir a harmonia Me disse o compadre Que j est combinado J houve l um concurso Pra quem bate surdo Tamborim e pandeiro Eu fiz tanto esfro Mas acabei perdendo Pra um engenheiro Fiz um samba lindo Botei no concurso Fui desclassificado Por hunanimidade Disseram que os versos Eram de p quebrado

Cadeira Vazia (Cartola/Nuno Veloso) Eu quisera esquecer o passado Eu quisera mas sou obrigado A lembrar o grande Noel Ainda resta a cadeira vazia Da escola de filosofia

No bairro de Vila Isabel Professores trilham seu caminho Dentre eles destaco Martinho Mas nenm todos, nenhum, nem ningum A voc se chegou Eu tambm agora prossigo Esse grande trabalho No sei se o baralho Deu trunfos demais pra voc Nem cartas poucas para mim.

A Cano de Saudade (Cartola) Tudo de alegrias e de tristezas conheci Coisas do amor e do sofrer eu j senti Nada me transforma a alegria de viver Vr a noite vir e sorrir ao sol nascer Vivo esperando o novo dia Que ir trazer a luz que sempre ficar

Catedral do Inferno (Cartola) Herminio Bello de Carvalho) Deus me inventou pra desespero do diabo Eu fiz do samba Catedral do Inferno Louca, muito louca, endoidecida Vou fazendo desta vida Tudo aquilo que bem quero

Chega de Demanda (Cartola) Chega de demanda Chega! Com este time temos que ganhar Somos da Estao Primeira Salve o Morro de Mangueira

Cordas de Ao (Cartola)

Ai essas cordas de ao Este minsculo brao Do violo que os dedos meus Acariciam Ai este bojo perfeito Que trago junto ao meu peito S voc violo Compreende porqu Perdi toda alegria E no entanto meu pinho Pode crer que eu adivinho Aquela mulher at hoje est nos esperando Solta o seu som da madeira Eu voc e a companheira madrugada iremos pra casa Cantando

Como que eu posso (Cartola) Como que eu posso Cozinhar sem banha Sem cebola e alho Sem vinagre e cheiro Como que eu posso Ter bom paladar Sem voc deixar A grana pros temperos Pois fique sabendo Que o jeijo bichado E o arroz quebrado Que algum lhe vendeu J despejei tudinho no terreiro Veja bem o dinheiro Que voc perdeu Ou voc acaba com essa economia Ou ento acaba-se nossa amizade J reclamo isso quase todo dia Voc me responde com simplicidade que a cebola minha filha, est soberba O alho e o vinagre cada vez subindo mais Pea emprestado cada dia a uma vizinha Ou continua fazendo sempre como voc faz

Corra e Olha o Cu (Cartola/Dalmo Castelo) Linda, te sinto mais bela

E fico na espera Me sinto to s Mas o tempo que passa Em dor maior , bem maior Linda no se apresenta O triste se aumenta Fez-se a alegria Oh, corra e olha o cu Que o sol vem nascendo Bom dia

Desfigurado (Cartola) Dizem que estou desfigurado, com razo Estou cansado de pedir a Deus E aos cus enfim Um amor , onde encontrarei, Senhor! Livrai-me desta nostalgia Confiante ainda espero um dia Meu corao pobre e magoado infeliz como um menor abandonado Viveu sempre nesta iluso Procurando um outro corao

Divina Dama (Cartola) Tudo acabado E o baile encerrado Atordoado fiquei Eu dancei com voc Divina Dama Com o corao queimado em chama Fiquei louco Pasmado por completo Quando me vi to perto De quem tenho amizade Na febre da dana Senti tamanha emoo Devorar-me o corao Divina Dama Quando eu vi Que a festa estava encerrada E no restava mais nada de felicidade Vinguei-me nas cordas da lira de um trovador Condenando o teu amor

Tudo acabado.

Estudei demais (Cartola) matria que estudei demais Por isso me formei ainda rapaz Por isso sou professor, sou diretor, sou instrutor Acho muito engraado voc se encarnar Logo em quem , logo em mim que audcia me chamar de pretinho Meu bem o fim se minha mina souber Ai meu Deus, que horror! Vou dormir no poro Continuo cheirando a leo queimado Vai danar twist Procurar sua gente Deixa-me seguir porque estou atrasado Tenho uma mina que de jeito algum por ti trocaria Que d mais petrleo Muito mais petrleo do que tem na Bahia.

Festa da Penha (Cartola/Asobert) Uma camisa e um terno usado Algum me empresta Hoje domingo E, eu preciso ir festa No brincarei Quero fazer uma orao Pedir santa padroeira proteo Entre os amigos Encontrarei algum que tenha Hoje domingo E, eu preciso ir Penha Levarei dinheiro pra comprar Velas de cera Quero levar flores Para a santa padroeira S no subirei A escadaria ajoelhado Pra no estragar O terno que foi emprestado.

Dois Bicudos (Cartola/Aluisio Dias) Eu quando vi voc todo frisado Mudei meu passo e quis andar faceiro Pois eu julguei seres bem empregado Ou que os parentes teus tinham dinheiro Mas entretanto eu errei no golpe Voc no golpe tambm tinha errado Voc julgando que eu desse moleza Atrs de moleza tambm tenho andado Francamente em tua atitude Cheio de pose empertigado Pareceste bem Cheguei at a ficar convencido Ia tirar um bom partido E ia ser algum Mas vejo agora n s o fulano Que h muito tempo Venho procurando Nossas idias so do mesmo pano Dois bicudos no se beijam At a vista, eu vou andando.

Disfara e Chora (Cartola/Dalmo Castelo) Chora, disfara e chora Aproveita a voz do lamento Que j vem a aurora A pessoa que tanto queria Antes mesmo de raiar o dia Deixou o ensaio por outra Oh! triste senhora Disfara e chora Todo o pranto tem hora E eu vejo seu pranto cair No momento mais certo Olhar, gostar s de longe No faz ningum chegar perto E o seu pranto oh! Triste senhora Vai molhar o deserto Disfara e chora

Festa da Vinda

(Cartola/Nuno Veloso) Eu e meu violo Vamos tocando em vo O seu regresso Se soubesses como choro E como peo Para que nosso fracasso Se transforme em progresso Apesar de todo erro Espero ainda Que a festa do adeus Seja a festa da vinda J perdi tantos amores No notei diferena Pensei que passavam sculos Sem a sua presena Misturada entre as pedras preciosas do mundo Com um simples olhar A voc no confundo

Fim de Estrada (Cartola) Infelizmente No iremos ao fim da estrada Eu bem sei que ests cansada E eu tambm cansei S peo que respeites O nome que te dei E pelo amor de Deus No negues que te amei J me onveno Bem melhor no ter partido Veja agora o resultado Ns somos dois perdidos Faz o que te digo, amor V, voltes daqui Eu quero te ver contente Te ver alegre Sempre a sorrir Fita os Meus Olhos (Cartola/Oswaldo Vasques) Fita os meus olhos V como eles falam V como reparam o seu proceder No preciso dizer deve compreender

At mesmo notar s no meu olhar No abuses por eu te convessar Que nascestes s para eu te amar Gosto tanto tanto de voc Que os meus olhos falam o que no v Ainda h de chegar o dia Que eu hei de ter tanta alegria Quando voc souber compreender Num olhar o que eu quero dizer

Ensaboa (Cartola/) Ensaboa mulata, ensaboa Ensaboa T ensaboando Ensaboa mulata, ensaboa Ensaboa T ensaboando T lavando a minha roupa L em casa esto me chamando Dondon Ensaboa mulata, ensaboa Ensaboa T ensaboando Os fio que meu, que meu E que dela Rebenta a goela de tanto chor O rio t seco, o sol no vem no Vortemos pra casa Chamando Dondon

Grande Deus (Cartola) Deus, Grande Deus Meu destino bem sei Foi traado pelos dedos teus Grande Deus De joelhos aqui eu voltei para te implorar Perdoai-me Sei que errei um dia Oh! Perdoai-me pelo nome de Maria Que nunca mais direi o que no devia Eu errei, grande Deus Mas quem que no erra

Quando v seu castelo cair sobre a terra Julguei Senhor, daquele sonho Eu jamais despertaria Se errei, perdoai-me Pelo amor de Maria

Labaredas (Cartola/Herminio Bello de Carvalho) Vou me desacorvardar dizendo no A um corao que fez s desagasalhar Quem o abrigou Profanou, sem se importar E destruiu, sem mais pensar, O essencial de mim Me atiando um fogo em mim... Mas pode um incncio alastrar-se ao corao Que as labaredas nem vo sequer provocar um s perdo Quantas pedras no ter para atirar de novo em mim? Me subestimar, pr qu? No vou! E quando o remorso invadir seu sono, ento, Meu corao no vai nem sequer se vergar sua dor Debelar o incncio vai ser impossvel s porque Quem brincou com o fogo foi Voc

Mangueira (Cartola) Fita os meus olhos V como eles falam V como reparam o seu proceder No preciso dizer deve compreender At mesmo notar s no meu olhar No abuses por eu te confessar Que nascestes s para eu te amar Gosto tanto, tanto de voc Que os meus olhos falam o que no v Ainda h de chegar o dia Que eu hei de ter grande alegria

Quando voc souber compreender Num olhar o que eu quero dizer

Fiz por voc o que pude (Cartola) Todo o tempo que eu viver S me fascina voc, Mangueira Guerreei na juventude Fiz por voc o que pude, Mangueira Continuam nossas lutas, Podam-se os galhos, colhem-se as frutas E, outra vez se semeia Eno fim desse labor Surge outro compositor Com o mesmo sangue na veia

Minha (Cartola) Minha Quem disse que ela foi minha Se fosse seria a rainha Que sempre vinha aos sonhos meus Minha Ela no foi s um instante Como mentiam as cartomantes Como eram falsas as bolas de cristal Minha Repete agora esta cigana Lembrando fatos envelhecidos Que j no ferem mais Os meus ouvidos

Na Floresta (Cartola/Silvio Caldas) Na floresta dei-te um ninho E mostrei-te um bom caminho Mas quando a mulher no tem brio, dizem que malhar em ferro frio

Tudo que fiz por voc No quisestes entender O meu conselho E a minha opinio Algum dia vais ver Como triste sofrer E de joelhos Vens a me pedir perdo

No faz mal amor (Cartola) No faz mal amor, Deixa-me dormir minha flor tenha d de mim Sonhei, acordei assustado, Receioso que tivesse me enganado Eu no vivo sossegado S tens ambio e vaidade No pensas em felicidade E eu no descanso um momento Por pensar que teu amor s fingimento Mas eu vou entrar com meu jogo Eu vou pr prova de fogo A tua sincera amizade Para ver se tu falaste a verdade Amar sem penar bem raro O verbo cumprir custa caro Amor bem fcil achar O que acho mais difcil saber amar O mundo tem suas surpresas Mas ns temos nossas defesas Por isso eu estou prevenido Pra saber se sou ou no trado

No quero mais amar a ningum (Cartola/Carlos Cachaa/Z da Zilda) No quero mais Amar a ningum No fui feliz O destino n quis O meu primeiro amor

Morreu como a flor Ainda em boto Deixando espinhos Que dilaceram meu corao Semente de amor Sei que sou desde nascena Mas sem ter vida e fulgor Eis minha sentena Tentei pela primeira vez um sonho vibrar Foi beijo que nasceu E morreu sem se chegar a dar s vezes dou gargalhada Ao lembrar do passado Nunca pensei em amor, nunca amei nem fui amado Se julgas que estou mentindo jurar sou capaz Foi simples sonho que passou e nada mais.

No Sei (Cartola) Eu no sei se corri Ou se andei em passos lentos Nem senti os ventos Se foram bons ou maus No sei dizer Tinha vontade de novo Os mesmos caminhos percorrer Partindo do ponto inicial De onde a primeira vez parti Talvez sentiria agora Coisas de natureza Que outrora no senti.

Ns Dois (Cartola/) Est chegando o momento De irmos pro altar Ns dois Mas antes da cerimnia Devemos pensar em depois Terminam nossas aventuras Chega de tanta procura Nenhum de ns deve ter Mas alguma iluso

Devemos trocar idias E mudarmos de idias Ns dois E se assim procedermos Seremos felizes depois Nada mais nos interessa Sejamos indiferentes S ns dois, apenas dois, Eternamente

O Inverno do meu tempo (Cartola/Roberto Nascimento) Surge a alvorada Folhas a voar E o inverno do meu tempo Comea a brotar A minar E os sonhos do passado Do passado esto presentes No amor que no envelhece jamais Eu tenho paz E ela tem paz Nossas vidas Muito sofridas Caminhos tortuosos Entre flores e espinhos demais J no sinto saudades Saudades de nada que fiz No inverno do tempo da vida Oh! Deus! Eu me sinto feliz.

O Mundo um moinho (Cartola) Ainda cedo amor Mal comeastes a conhecer a vida J anuncias a hora de partida Sem saber mesmo o rumo que irs tomar Presta ateno querida Embora eu saiba que ests rsolvida Em cada esquina cai um pouco a tua vida E em pouco tempo no sers mais o que s Oua me bem amor Preste ateno o mundo um moinho Vai triturar teus sonhos to mesquinhos Vai reduzir as iluses a p Preste ateno querida

De cada amor tu herdars s o cinismo Quando notares ests beira do abismo Abismo que cavastes com os teus ps.

O que feito de voc (Cartola) O que feito de voc minha mocidade minha fora, A minha vivacidade? O que feito dos meus versos E do meu violo? Troquei-os sem sentir Por um simples basto E hoje quando eu passo A gurizada pasma Horrorizada como quem V um fantasma E um esqueleto humano assim vai Cambaleando quase cai, no cai Ps inchados, passos em falso O olhar embaado Nenhum amigo ao meu lado No h por mim compaixo A tudo vou assistindo A ingratido resistindo S sinto falta dos meus versos Da mocidade e do meu violo.

O Sol nascer (Cartola) A sorrir Eu pretendo levar A vida Pois chorando Eu vi a mocidade Perdida Finda a tempestade O sol nascer Finda esta saudade Hei de ter outro algum Para amar

Palco de Grande Tragdia, ou Interroguei a uma Rosa (Cartola) Aqui beijaram-se Ela e o outro amante Neste jardim juraram um amor constante Interroguei uma rosa A rosa foi desbotando A cada pergunta negando Esse jardim foi palco de uma grande tragdia Mas resolvi transformar tudo em comdia Razes bastante eu tenho para as flores odiar Pois a flor murchou, quedou, mas sem querer falar.

Sala de recepo (Cartola) Por Deus no posso entender Porque vamos chorando Se os nossos cicerones So aves cantando Lateralmente as flres Deitam aromas sorrindo E ouo da natureza Que sejam bem-vindos O vento de quando em quando Num sussurro sereno Obriga a toda floresta A nos fazer acenos E um festival de alegrias Que me ponho a imaginar No sei se devemos rir Ou chorar.

Quem me v sorrindo (Cartola/Carlos Cachaa) Quem me v sorrindo Pensa que estou alegre O meu sorriso por consolao Porque sei conter Para ningum ver O pranto do meu corao O pranto que eu verti por este amor Talvez

No compreendeste E se eu disser, no crs Depois de derramado Ainda soluando Tornei-me alegre Estou cantando Compreendi o erro De toda a humanidade Uns choram por prazer E outros com saudades Jurei e a minha jura Jamais eu quebrarei E todo o pranto esconderei.

Porque vamos chorando ou Sejam Bem-Vindos (Cartola) Por Deus no posso entender Porque vamos chorando Se os nossos cicerones So aves cantando Lateralmente as flres Deitam aromas sorrindo E ouo da natureza Que sejam bem-vindos O vento de quando em quando Num sussurro sereno Obriga a toda floresta A nos fazer acenos E um festival de alegrias Que me ponho a imaginar No sei se devemos rir Ou chorar.

Peito Vazio (Cartola/Elton Medeiros) Nada consigo fazer Quando a saudade aperta Foge-me a inspirao Sinto a alma deserta Um vazio se faz em meu peito E de fato eu sinto em meu peito um vazio Me faltando as tuas carcias As noites so longas E eu sinto mais frio

Procuro afogar no lcool a tua lembrana Mas noto que ridcula a minha vingana Vou seguir os conselhos de amigos E garanto que no beberei nunca mais E com o tempo esta imensa saudade Que sinto se esvai.

Sei Chorar (Cartola) Sei chorar Eu tambm j sei sentir a dor Estou cansado de ouvir dizer Que aprende=se a sofrer no amor Hoje eu choro E a mulher que adoro talvez Cada em braos de outro sorrindo Repete as mesmas promessas mentindo Fui iludido Sim, pela primeira vez no amor E quase sempre seu nome repito Em cada frase um suspiro de dor.

Silncio de um cipreste (Cartola/Carlos Cachaa) Todo mundo tem o direito De viver cantando O meu nico defeito viver pensando Em que no realizei E difcil realizar Se eu pudesse dar um jeito Mudaria o meu pensar O pensamento uma folha desprendida Do galho de nossas vidas Que o vento leva e conduz uma luz vacilante e cega o silncio do cipreste Escoltado pela cruz

Sim (Cartola)

Sim Deve haver o perdo Para mim Seno nem sei qual ser O meu fim Para ter uma companheira At promessas fiz Consegui um grande amor Mas eu no fui feliz E com raiva para os cus Os braos levantei Blasfemei Hoje todos so contra mim Todos erram neste mundo No h exceo Quando voltam realidade Conseguem perdo Por que que eu, Senhor Que errei pela vez primeira Passo tantos dissabores E luto contra a humanidade inteira.

Soldado do Amor (Cartola/Nuno Veloso) Passei a noite inteira esperando Ao tdio perguntando Onde anda minha companheira Nesta viglia triste, selei minha sorte Se ela no voltar Hei de preferir a morte No foi preciso o relgio despertar Pois esta noite no dormi No fui me deitar Como soldado do amor Fiz sentinela A aurora me pilhou Esperando por ela.

Tive Sim (Cartola) Tive sim Outro grande amor Antes do seu Tive sim O que ela sonhava

Eram os meus sonhos E assim amos vivendo em paz Nosso lar, em nosso lar Sempre houve alegria Eu vivia to contente Como contente ao teu lado estou Tive sim Mas comparar com teu amor Seria o fim E vou calar Pois no pretendo, amor Te magoar.

Tempos Idos (Cartola/Carlos Cachaa) Os tempos idos, nunca esquecidos Trazem saudades ao recordar com tristeza que relembro Coisas remotas que no vm mais Uma escola na Praa Onze Testemunha ocular E, perto dela uma balana Onde os malandros iam sambar Depois aos poucos, o nosso samba Sem sentirmos se aprimorou Pelos sales da sociedade Sem cerimnia ele entrou J no pertence mais Praa J no samba de terreiro Vitorioso ele partiu para o estrangeiro E muito bem representado Por inspiraes de geniais artistas O nosso samba, humilde samba Foi de conquistas, em conquistas Conseguiu penetrar no Municipal Depois de percorrer todo o universo Com a mesma roupagem que saiu daqui Exibiu-se para a duquesa de Kent No Itamarati

Tu vais ao Samba (Cartola) Pequena tu vais ao samba Ver as lnguas que falam de mim Sem razo Tu sabes que o mulato sincero

E tem critrio E sabes meu leal procedimento Como Podes perguntar e indagar A quem quiser Eu sou incapaz De amar outra mulher Eu no amo outra mulher Porque eu no quero Porque eu tenho amizade A voc Sabes que o mulato sincero E tem critrio at morrer.

Velho Estcio (Cartola) Muito velho, pobre velho, Vem subindo a ladeira Com a bengala na mo o velho, velho Estcio Vem visitar a Mangueira E trazer recordao Professor chegaste a tempo Pra dizer neste momento Como podemos vencer Me sinto mais animado A Mangueira a seus cuidados Vai cidade descer.

Vou te contar Tintim por Tintim (Cartola) Eu fui to maltratada Foi tanta pancada Que ele me deu Que estou toda doda Estou toda ferida Ningum me socorreu Ningum l em casa apareceu Mas eu vou ao distrito Est mais do que visto Isto no fica assim Vou contar tintim por tintim Tudo nele eu aturo Menos tapas e murros Isto no para mim Ele sai para a orgia

Passa trs ou quatro dias Sem me aparecer Quando vem est zangado Est contrariado E eu no sei porqu Mas eu agora vou saber Eu sou to camarada A ele no falta nada Ganha um terno por ms Ainda agora pancada Eu parei desta vez Vou arranjar um portugus.