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CARTILHA DE ORIENTAÇÕES SOBRE COOPERATIVAS Travessa José Pio, nº 534, Bairro: Umarizal, CEP: Travessa José Pio, nº 534, Bairro: Umarizal, CEP: 66050-240, Belém – Pará. 66050-240, Belém – Pará. rodriguesemaia.adv.br / rodriguesemaia.adv.br / [email protected] [email protected] Fone: (91) 3352-4693 / (91) 3352-4624 Fone: (91) 3352-4693 / (91) 3352-4624

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CARTILHA DE ORIENTAES SOBRE COOPERATIVAS

Belm- 2015

CONTATOS

RODRIGUES E MAIA ADVOGADOS ASSOCIADOS

OAB/PA n 504/2011

Endereo: Travessa Jos Pio, n 534, Bairro: Umarizal, CEP: 66050-240, Belm Par.

Email: [email protected]: www.rodriguesemaia.jur.adv.brRedes Sociais: www.facebook.com/rodriguesemaiaSCIOSDr. Fernando Henrique M. Maia

OAB/PA n 18.238

Email: [email protected]: (91)- 98101-8038/ (91) 991616621

Dr. Joo Rogrio da Silva Rodrigues

OAB/PA n [email protected] QUE UMA COOPERATIVA?

A cooperao faz parte da natureza do ser humano. As pessoas se unem para satisfazer suas necessidades: cooperao a unio de esforos entre pessoas que buscam, em uma ao coletiva, a realizao de aes e resultados dificilmente alcanveis individualmente.

Por outro lado, cooperativismo a ferramenta pela qual a sociedade se organiza, por meio da ajuda mtua, para resolver diversos problemas comuns relacionados ao dia a dia. Assim, cooperativa :

Uma associao autnoma de pessoas que se unem, voluntariamente, para satisfazer aspiraes e necessidades econmicas, sociais e culturais comuns, por meio de um empreendimento de propriedade coletiva e democraticamente gerido.

A OCB Organizao das Cooperativas Brasileiras define cooperativa como:

Uma sociedade de, pelo menos, vinte pessoas fsicas, unidas pela cooperao e ajuda mtuas, gerida de forma democrtica e participativa, com objetivos econmicos e sociais comuns, cujos aspectos legais e doutrinrios so distintos das outras sociedades. (X Congresso Brasileiro de Cooperativismo Braslia, 1988)

Basicamente, o que se procura ao organizar uma cooperativa melhorar a situao econmica de determinado grupo de indivduos, solucionando problemas ou satisfazendo necessidades comuns, que excedam a capacidade de cada indivduo realizar isoladamente. A cooperativa , ento, um meio para que um grupo de pessoas atinja objetivos especficos, por meio de um acordo voluntrio para cooperao recproca. Esquematicamente, pode-se representar essa relao como:

Uma cooperativa se diferencia de outros tipos de associaes de pessoas por seu carter essencialmente econmico. A sua finalidade colocar os produtos e servios de seus cooperados no mercado, em condies mais vantajosas do que eles teriam isoladamente. Desse modo, a cooperativa pode ser entendida como uma empresa que presta servios aos seus cooperados.

Embora sobre vrios aspectos uma cooperativa seja similar a outros tipos de empresas e associaes, ela se diferencia daquelas na sua finalidade, na forma de propriedade e de controle, e na distribuio dos benefcios por ela gerados. Essas diferenas definem uma cooperativa e explicam seu funcionamento. Para organizar essas caractersticas e possibilitar uma formulao nica para o sistema, foram estabelecidos os princpios do cooperativismo, pelos quais todas as cooperativas devem balisar seu funcionamento e sua relao com os cooperados e com o mercado.OS PRINCPIOS COOPERATIVISTAS As linhas orientadoras da prtica cooperativista so conhecidas como os princpios cooperativistas. So princpios aceitos no mundo inteiro como a base para o sistema. Sua formulao mais recente foi estabelecida pela Aliana Cooperativa Internacional ACI, responsvel pela elaborao das polticas para o sistema no mundo todo, conforme apresentados a seguir:

Adeso voluntria e livre As cooperativas so organizaes voluntrias, abertas a todas as pessoas aptas para utilizar seus servios, e assumir as responsabilidades como membros, sem discriminaes de sexo, sociais, raciais, polticas e religiosas.

Gesto democrtica As cooperativas so organizaes democrticas, controladas pelos seus membros, que participam ativamente na formulao das suas polticas e na tomada de decises. Os homens e as mulheres, eleitos como representantes dos demais membros, so responsveis perante estes. Nas cooperativas de primeiro grau, os membros tm igual direito de voto (um membro, um voto); as cooperativas de grau superior so tambm organizadas de maneira democrtica.

Participao econmica dos membros Todos contribuem igualmente para a formao do capital da cooperativa, o qual controlado democraticamente. Se, ao final do exerccio, a cooperativa apura sobras (receitas maiores que as despesas), sero divididas entre os scios at o limite do valor da movimentao de cada um, ou destinadas ao fortalecimento da cooperativa (cotas de capital e/ou reservas), sempre por deciso tomada na assembleia.

Autonomia e independncia As cooperativas so organizaes autnomas, de ajuda mtua, controladas pelos seus membros. Se firmarem acordos com outras organizaes, incluindo instituies pblicas, ou recorrerem a capital externo, devem faz-lo em condies que asseguremo controle democrtico pelos seus membros e mantenham a autonomia da cooperativa.

Educao, formao e informao As cooperativas promovem a educao e a formao dos seus membros, dos representantes eleitos e dos trabalhadores, de forma que estes possam contribuir, eficazmente, para o desenvolvimento das suas cooperativas. Informam ao pblico em geral, particularmente aos jovens e aos lderes de opinio, sobre a natureza e as vantagens da cooperao.

Intercooperao As cooperativas servem de forma mais eficaz aos seus membros e do mais - fora ao movimento cooperativo, trabalhando em conjunto, por meio das estruturas locais, regionais, nacionais e internacionais.

Interesse pela comunidade As cooperativas trabalham para o desenvolvimento sustentado das suas comunidades, segundo polticas aprovadas pelos membros. COOPERATIVAS AGROPECURIAS

Renem produtores rurais ou agropastoris e de pesca, que trabalham de forma solidria na realizao das vrias etapas da cadeia produtiva: da compra de sementes e insumos at a colheita, armazenamento, industrializao e venda no mercado da produo. Para assegurar eficincia, a cooperativa pode, tambm, promover a compra em comum de insumos com vantagens que, isoladamente, o produtor no conseguiria. VANTAGENS DE SE CRIAR UMA COOPERATIVA

A primeira vantagem que, normalmente, se pensa em relao a cooperativas est relacionada a benefcios fiscais. E talvez essa seja uma das questes menos preponderantes.

Do ponto de vista fiscal no h diferena entre os impostos que incidem sobre produtos vendidos por uma cooperativa ou por uma empresa mercantil. A diferena principal que o trabalho do cooperado, atravs da cooperativa, no gera vinculo empregatcio com a mesma, e os produtos dos cooperados entregues cooperativa, tambm no geram tributao. o que se chama de atos cooperativos (Lei n 5.764/71, art. 79 e Pargrafo nico), porm, na hora de vender a mercadoria ao consumidor ou o trabalho para uma empresa, h incidncia de impostos. De forma geral, a tributao envolvendo as cooperativas e o ato cooperativo varia de acordo com o tributo, conforme descrito a seguir: A pessoa fsica (cooperado) deve recolher Imposto de Renda da Pessoa Fsica (IRPF) e previdncia social (INSS). PIS As cooperativas esto sujeitas ao pagamento deste tributo de duas formas: - Sobre a folha de pagamento, mediante a aplicao de alquota de 1% sobre a folha de pagamento mensal de seus empregados. - Sobre a receita bruta, calculada alquota de 0,65%, a partir de 01/02/2003, de acordo com a MP 107, com excluses da base de clculo previstas pela Medida Provisria 2113-27/2001, art. 15. COFINS Contribuio para Financiamento da Seguridade Social De acordo com o art. 6 da Lei Complementar n 70/91, as cooperativas esto isentas do recolhimento da COFINS, mas to somente quanto aos atos cooperativos de suas finalidades. O ato cooperativo, assim como definido pelo direito privado, no implica operao de mercado, nem contrato de compra e venda e , a sua prtica no gera faturamento nem receita e, assim sendo, no h porque se falar na incidncia da COFINS. Devendo as sociedades cooperativas observarem ao disposto na legislao especfica, quanto aos atos cooperativos prprios de suas finalidades.

CSSL Contribuio Social sobre o Lucro Lquido Conforme acrdo, o Conselho de Contribuintes decidiu que o resultado positivo obtido pelas sociedades cooperativas nas operaes realizadas com os seus associados, os atos cooperativos, no integra a base de clculo da Contribuio Social. As sociedades cooperativas que obedecerem ao disposto na legislao especfica, relativa aos atos cooperativos, ficam isentas da Contribuio Social sobre o Lucro Lquido CSLL. A contribuio social sobre o lucro, no incide sobre a atividade cooperativista, e a cooperativa no aufere lucros em sua atividade, conforme prev a prpria Lei n 5.764/71 art. 3.

IRRLL Imposto de Renda sobre Lucro Lquido No h incidncia nos atos cooperativos.

IRPJ O regulamento do Imposto de Renda taxativo: nas cooperativas que operam com associados (praticando o ato cooperativo), as sobras existentes no encerramento do balano no so tributadas, levando-se em linha de considerao, que a cooperativa no sociedade comercial. Os resultados (sobras) decorrentes dos atos cooperativos no so tributveis pelo IRPJ, conforme LEI N 5.764 DE 16 de dezembro de. 1971 e tambm, a partir de 1 de janeiro de 2005, as sociedades cooperativas que obedecerem ao disposto na legislao especfica, no que se refere aos atos cooperativos, ficam isentas.

FGTS Fundo de Garantia por Tempo de Servio Somente recolhido para os empregados da cooperativa, sendo certo que no existe o fato gerador para os cooperativados.

INSS Com o aditamento da Lei Complementar n 84/96, passou a incidir o percentual de 15% sobre a retirada de cada cooperante e se os mesmos forem autnomos (inscritos na Previdncia Social); a Contribuio ser de 20% sobre o salrio-base de cada associado. importante ressaltar que a obrigao do recolhimento de exclusiva responsabilidade da cooperativa.

ISS Imposto sobre Servio A maioria dos municpios brasileiros preceitua que a incidncia do imposto em questo sobre o total do faturamento. Entretanto, vrios especialistas entendem que a nica receita operacional da cooperativa de trabalho a taxa de administrao, que se tornaria o fato gerador do ISS.

ICMS Imposto sobre Circulao de Mercadorias e Servios Havendo circulao de mercadorias ou prestao de servios tributveis, a cooperativa estar sujeita ao ICMS, de acordo com a legislao estadual em que efetuar as operaes.

A principal vantagem a organizao do trabalho. possibilitar que indivduos isolados e, por isso mesmo, com menos condies de enfrentar o mercado, aumentem sua competitividade, e, consequentemente, melhorarem sua renda ou sua condio de trabalho. Os possveis benefcios fiscais passam a ser secundrios se o empreendimento coletivo for vivel a partir da unio das pessoas.GESTO DA COOPERATIVA

A cooperativa uma empresa cujos donos so os associados (cooperados). Reunidos em Assemblia Geral, rgo mximo de deciso, definem pelo voto os objetivos e funcionamento do negcio. As decises tomadas nas assemblias atingem a todos, ainda que ausentes ou discordantes.

A gesto da cooperativa est baseada o princpio da autogesto, que uma modalidade de gesto multidimensional (social/econmica/poltica/ tcnica). Os prprios parceiros do processo de trabalho se organizam com o fito de alcanar resultados.

Esta associao entre as partes, por privilegiar o fator trabalho, implica a discusso do poder de deciso pelo grupo governado, que assume a direo de seus destinos.

De forma simplificada, esse modelo autogestionrio est organizado nas cooperativas da seguinte forma:

Assembleia Geral de Cooperados rgo mximo e soberano de deciso dos destinos da cooperativa. Formado exclusivamente por seus cooperados que decidem, por meio de votos, sendo que cada cooperado tem direito a apenas um voto, independente de seu capital ou da sua movimentao econmica ou comercial com a cooperativa.

Conselho de Administrao rgo subordinado Assembleia Geral de Cooperados e formado por cooperados eleitos pela assembleia. responsvel pela administrao diria da cooperativa. Conselho Fiscal rgo responsvel pela fiscalizao de toda a administrao da cooperativa, com poder de convocar assembleias sempre que detectar qualquer assunto que carea da apreciao e da deciso dos cooperados. o conselho que fiscaliza a parte financeira e administrativa da cooperativa, aprova a prestao de contas anual e assegura o cumprimento das decises das Assembleias Geral Ordinria e Extraordinria, orientando o Conselho de Administrao e/ou a diretoria nos procedimentos corretos a serem seguidos. rgo formado por cooperados cuja finalidade garantir que os direitos dos cooperados, e as decises da Assembleia Geral estejam sendo cumpridos. Os dirigentes podem ser remunerados atravs de pr-labore em funo de seu trabalho de gesto/direo, cujo valor definido em assembleia. A cooperativa poder ainda contratar funcionrios, de acordo com as leis trabalhistas, para as diversas funes operacionais, administrativas e gerenciais.FUNCIONAMENTO DE UMA COOPERATIVAAps a constituio da cooperativa, um dos pontos importantes a ser administrado a formao do seu patrimnio. O capital social composto por quotas-partes: valor unitrio do capital social, a ser integralizado por uma pessoa, para que ela possa ingressar em uma sociedade cooperativa. No estatuto social da cooperativa ir constar o nmero mnimo de quotaspartes que devero ser integralizadas, pelo cooperado proponente, no podendo ultrapassar 1/3 do capital social da cooperativa, de acordo com a legislao vigente, ou podendo ser constitudo por prestao de servios, doaes, emprstimos e processos de capitalizao.

Suas operaes dependem do ramo de cooperativismo escolhido. Via de regra, uma cooperativa pode realizar atividades comerciais, industriais e de prestao de servios. Para atingir seus objetivos, uma cooperativa pode adquirir imveis, mquinas, equipamentos, veculos, contrair emprstimos e financiamentos, importar e exportar produtos e servios, enfim, todas as atividades inerentes ao processo econmico de uma empresa.

Como a cooperativa no visa ao lucro, seu resultado denominado sobras, se positivo, ou perdas, se negativo.

Aps deciso em Assembleia Geral, as eventuais sobras lquidas podem ser divididas de acordo com o volume de negcios do associado com a cooperativa. Da mesma forma, as perdas ocorridas na cooperativa sero rateadas entre os cooperados, conforme os mesmos critrios definidos para a distribuio das sobras

obrigatria para as cooperativas a constituio de dois fundos, segundo a Lei n. 5.764/71:

Fundo de Reserva Constitudo por 10%, no mnimo, das sobras lquidas apuradas do exerccio, destinado a reparar perdas e atender ao desenvolvimento de suas atividades (artigos 28 e 55 da Lei n 5.764/71). Ele deve ser contabilizado em uma conta corrente prpria. O Fundo de Reserva indivisvel entre os cooperados, mesmo no caso de dissoluo da cooperativa.

Fundo de Assistncia Tcnica, Educacional e Social FATES destinado prestao de assistncia aos cooperados, seus familiares e, quando previsto nos estatutos, aos empregados da cooperativa, constitudo de, no mnimo, 5% (cinco por cento) das sobras lquidas anuais.

Conforme exposto no tpico sobre vantagens do cooperativismo, o Ato Cooperativo possui tributao diferenciada, embora isso no signifique iseno total de tributos.ROTEIRO PARA CRIAR UMA COOPERATIVA Este roteiro uma sugesto para a criao de cooperativas. Apresenta alguns pontos a serem seguidos e observados, buscando organizar um passo a passo orientador, mas deve sempre ser considerado na perspectiva da realidade de quem est organizando a unio de interessados. Precisa ser adaptado conforme a necessidade de cada grupo. 1 Fase: Sensibilizao

Contato Inicial: Nessa etapa importante que as pessoas envolvidas tenham o maior nmero possvel de informaes sobre o tema: legislao, funcionamento, direitos e deveres dos associados, limites e possibilidades das cooperativas etc.

Essas informaes devero ser suficientes para orientar a escolha das pessoas em seguirem ou no com o processo organizativo da cooperativa. Caso seja positivo o interesse, deixar como tarefa para o grupo, mobilizar um nmero maior de pessoas, considerando que sero necessrias pelo menos 20 cooperados para organizar uma cooperativa. Caso seja possvel, organize uma palestra ou discusso com um especialista no tema ou com pessoas que j fazem parte de alguma cooperativa bem sucedida.

Palestra de Sensibilizao: Como o nome sugere, o objetivo dessa palestra o de sensibilizar as pessoas para o tema. J com o grupo reunido a partir da tarefa da etapa anterior, esse o momento de aprofundar a discusso sobre cooperativismo e a cooperativa em si, explorando, principalmente, aspectos relativos responsabilidade de cada pessoa no processo, e a necessidade de se imprimir um carter empresarial e transparente na gesto da cooperativa.

fundamental nessa etapa nivelar a compreenso de todos sobre o que significa organizar a cooperativa, principalmente as responsabilidades individuais e coletivas de todos os envolvidos.

Considerar sempre que a cooperativa uma organizao baseada na atividade econmica de seus cooperados. Diferente das associaes que podem contar com doaes e outros meios para captar recursos, uma cooperativa pela prpria natureza de seu objetivo, conta basicamente com recursos dos prprios cooperados. So eles que devem aportar os recursos necessrios para o capital inicial e pelo seu trabalho, e dispor dos meios para a cooperativa realizar suas atividades comerciais.

Caso haja concordncia em avanar com o trabalho, importante organizar entre o grupo, pessoas que ficaro responsveis por levantar informaes sobre a legalizao da cooperativa, outras que se responsabilizem por estudar a sua viabilidade econmica e as necessidades de infraestrutura e recursos financeiros para viabiliz-la.

Apresentao dos resultados da etapa anterior: Caso o trabalho tenha transcorrido conforme o acordado na fase anterior, o grupo ter levantado informaes importantes para decidir se organiza ou no a cooperativa. Ter conseguido, tambm, informaes sobre a documentao e tramitao legal para constitu-la e, principalmente, feito um estudo da viabilidade econmica do negcio.

Agora hora de dividir as informaes recolhidas com todos os envolvidos, priorizando uma discusso que possibilite a todos entender a real potencialidade da cooperativa, sua necessidade financeira e os compromissos que cada um dever assumir individualmente para viabilizar o empreendimento coletivo.

Essa etapa fundamental e no deve, em hiptese alguma, ser atropelada. Um estudo de viabilidade econmica debatido e assumido por todos um passo determinante para o sucesso da cooperativa.

Como todo empreendimento coletivo baseado na autogesto, como o caso da cooperativa, debater ideias e chegar a consensos uma habilidade a ser desenvolvida por seus participantes.

Essa etapa inicial funciona como um exerccio e aprendizado dessas habilidades e deve ser explorado ao mximo nessa dimenso.2 Fase: Constituio

Realizao de Assembleia de Constituio: A Assembleia de Constituio uma etapa formal do processo de legalizao. Realizada no ato de constituio da cooperativa, faz-se necessrio um mnimo de 20 pessoas presentes. Nessa Assembleia ser escolhido o nome da cooperativa; sua sede; ser definido, discutido e aprovado seu estatuto social, sendo tambm eleitos os representantes dos rgos de direo (Conselho de Administrao / Diretoria e Conselho Fiscal).

Os estatutos trazem as normas reguladoras, ditados os atos e atividades da cooperativa, podendo estabelecer regras bsicas das relaes dos elementos que a compem. Antes de chegar aqui, o grupo j dever ter discutido o estatuto e definido as pessoas que formaro a diretoria. Aps essa etapa, a documentao encaminhada para registro.

Passos para o Registro da Cooperativa na Junta Comercial e Receita Federal Aps a Assembleia Geral de Constituio, torna se necessrio fazer o registro da cooperativa na Junta Comercial do Estado, sendo necessrios os seguintes documentos:

Quatro vias da Ata de Assembleia Geral de Constituio e do Estatuto. Todas as pginas so rubricadas por todos os associados fundadores.

Cpia da Carteira de Identidade (RG) e do Cadastro de Pessoa Fsica (CPF) do presidente.

Relao nominativa dos presentes.

Cpia do comprovante de residncia do presidente.

Cpia do comprovante do local de funcionamento da instituio.

Visto de advogado na ltima pgina das vias da Ata e do Estatuto.Para Receita Federal sero necessrios, os seguintes documentos:

Ficha cadastral e ficha complementar (CNPJ).

Cpia do CPF, RG e comprovante de residncia de todos os diretores.

Lista dos associados.

3 fase: Incio das atividades da cooperativa A partir daqui comeam os desafios reais da cooperativa. As fases anteriores serviro como forma de levantar informaes para constituir ou no a cooperativa, mas, tambm, como laboratrio para as pessoas experimentarem sua capacidade de trabalhar juntas em torno de um objetivo comum. Por fim, esperamos contribuir para o seu sucesso, ofertando esta cartilha de orientaes.

Cordialmente,RODRIGUES E MAIA- ADVOGADOS ASSOCIADOSTravessa Jos Pio, n 534, Bairro: Umarizal, CEP: 66050-240, Belm Par.

rodriguesemaia.adv.br / [email protected]

Fone: (91) 3352-4693 / (91) 3352-4624