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CULTIVO DE TILÁPIAS EM GAIOLAS ORGANIZADORA ANA CÉLIA ARAÚJO BARBOSA Governo do Estado Do Rio Grande do Norte 07 ISSN 1983-280 X Ano 2009 Sistemas de Produção

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CULTIVO DE TILÁPIAS EM GAIOLAS

ORGANIZADORAANA CÉLIA ARAÚJO BARBOSA

Governo do EstadoDo Rio Grande do Norte 07

ISSN 1983-280 XAno 2009

Sistemasde Produção

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GOVERNADORA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTEWILMA MARIA DE FARIA

SECRETÁRIO DA AGRICULTURA, DA PECUÁRIA E DA PESCAFRANCISCO DAS CHAGAS AZEVEDO

EMPRESA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA DO RIO GRANDE NORTEDIRETORIA EXECUTIVA DA EMPARN

DIRETOR PRESIDENTEHENRIQUE EUFRÁSIO DE SANTANA JUNIOR

DIRETOR DE PESQUISA & DESENVOLVIMENTOMARCONE CÉSAR MENDONÇA DAS CHAGAS

DIRETOR DE OPERAÇÕES ADM. E FINANCEIRASAMADEU VENÂNCIO DANTAS FILHO

INSTITUTO DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL DO RNDIRETORIA EXECUTIVA DA EMATER-RN

DIRETOR GERAL LUIZ CLÁUDIO SOUZA MACEDO

DIRETOR TÉCNICOMÁRIO VARELA AMORIM

DIRETOR DE ADM. RECURSOS HUMANOS E FINANCEIROSCÍCERO ALVES FERNANDES NETO

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Sistemas de Produção 07

CULTIVO DE TILÁPIAS EM GAIOLAS

Ana Célia Araújo Barbosa

Natal, RN2009

ISSN 1983-280 XAno 2009

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Sistemas de Produção 01CULTIVO DO COQUEIRO NO RIO GRANDE DO NORTE

EXEMPLARES DESTA PUBLICAÇÃO PODEM SER ADQUIRIDOSEMPARN - Empresa de Pesquisa Agropecuária do RN

UNIDADE DE DISPONIBILIZAÇÃO E APROPRIAÇÃO DE TECNOLOGIASAV. JAGUARARI, 2192 - LAGOA NOVA - CAIXA POSTAL: 18859062-500 - NATAL-RNFone: (84) 3232-5858 - Fax: (84) 3232-5868www.emparn.rn.gov.br - E-mail: [email protected]

COMITÊ EDITORIALPresidente: Maria de Fátima Pinto Barreto

Secretária-Executiva: Vitória Régia Moreira LopesMembrosAldo Arnaldo de MedeirosAmilton Gurgel GuerraFrancisco Canindé MacielFrancisco das Chagas Ávila PazLeandson Roberto Fernandes de LucenaMarciane da Silva MaiaMarcone César Mendonça das ChagasTerezinha Lúcia dos Santos Fernandes

Revisor de texto: Maria de Fátima Pinto BarretoNormalização bibliográfi ca: Biblioteca Central Zila Mamede – UFRNEditoração eletrônica: Giovanni Cavalcanti Barros (www.giovannibarros.eti.br)

1ª Edição1ª impressão (2008): tiragem

TODOS OS DIREITOS RESERVADOSA reprodução não-autorizada desta publicação, no todo ou em parte,

constitui violação dos direitos autorais (Lei no 9.610).

Divisão de Serviços TécnicosCatalogação da Publicação na Fonte. UFRN / Biblioteca Central Zila Mamede

Holanda, José Simplício de. Cultivo do coqueiro no Rio Grande do Norte / José Simplício de Holanda, Maria Cléa Santos Alves, Marcone César Mendonça das Chagas. – Natal, RN: EMPARN, 2008. 27 p. – (Sistemas de produção; 1)

ISSN: 1983-280-X

1. Cultura do coco. 2. Produção de coco. 3. Manejo do coco. 4. Sanidade. I. Alves, Maria Cléa Santos. II. Chagas, Marcone César Mendonça das. III. Titulo. IV. Série. CDD 634.6 RN/UF/BCZM CDU 633.528

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EMPARN 2009

ORGANIZADORAAna Célia Araújo Barbosa

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SUMÁRIO

Apresentação......................................................................................................................... 07

1.Introdução ......................................................................................................................... 09

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APRESENTAÇÃO

A água é um bem natural essencial a sobrevivência dos seres vivos. Trata-se de um recurso renovável em seu ciclo natural, mas um bem fi nito, pois suas reservas são limitadas. O uso irracional e irresponsável da água pode comprometer a vida no planeta. Por isso, é imprescindível a conscientização da população sobre a importância do seu uso sustentável.

A agricultura é o setor que mais consome água entre todas as atividades humanas e é imperativo sensibilizar os produtores rurais, os técnicos, multiplicadores, estudantes, extensionistas e pesquisadores em relação ao respeito à utilização correta das reservas de água. Precisamos garantir a preservação das reser-vas aqüíferas para que as gerações futuras não sofram com a escassez de água.

Isso se faz, entre outras ações, levando conhecimento e educação para junto da população, para que desenvolvam uma nova consciência não só da importância da quantidade de água disponível, mas também da sua qualidade. São gestos simples que precisam se transformar em práticas usuais, como evitar o desperdício, não usar venenos nas plantações, armazenar água da chuva corretamente e proteger as nascentes e as matas ciliares.

O Governo do Estado do Rio Grande do Norte através da Em-

presa de Pesquisa Agropecuária do RN – EMPARN e do Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural do RN – EMATER, afi liadas da Secretaria da Agricultura, da Pecuária e da Pesca – SAPE, contando com o apoio de diversos outros parceiros, promovem em 2009 o VI Circuito de Tecnologias Adaptadas para a Agricultura Familiar.

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VI CIRCUITO DE TECNOLOGIAS ADAPTADAS PARA A AGRICULTURA FAMILIAR

O tema desse ano é: Conservar os Recursos Naturais do Semi-árido Gerando Renda e Mais Alimentos. Este Circuito se propõe, além de ações diretamente relacionadas com a conservação da água, disponibilizar tecnologias para a conservação do solo, outro problema para a atividade agropecuária, principalmente para os pequenos agricultores familiares.

Esse tema foi desenvolvido baseado na Declaração Uni-versal dos Direitos da Água, documento de 1992 da ONU, que preconiza: “A água não deve ser desperdiçada, nem poluída, nem envenenada. De maneira geral, sua utilidade deve ser feita com consciência e discernimento para que não se chegue a uma situação de esgotamento ou de deterioração da qualidade das reservas atualmente disponíveis.

Muito obrigado pela sua presença.

Henrique Eufrásio de Santana Júnior

Diretor Presidente da EMPARN

Luiz Cláudio de Souza MacedoDiretor Geral da EMATER

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APRESENTAÇÃO

A criação de peixes é uma atividade há muito praticada em diferentes partes do País. Nos últimos anos, vem se ex-pandindo e despontando como um recurso alternativo im-portante na geração de emprego e renda. Além dos avanços tecnológicos, a reintegração da tilápia, outrora considerada como peixe de má qualidade, vem contribuindo para que a piscicultura de águas interiores tome seu merecido lugar como atividade produtiva. Essa espécie, de origem africana, tem se destacado pela gama de produtos que fazem parte da sua linha de comercialização, pois, além do filé, com alto valor econômico e rendimento da ordem de 35% a 40% em exemplares com peso médio de 0,45g, ressalta-se ainda o seu couro para fabricação de cintos, bolsas e calçados e o aproveitamento dos subprodutos do beneficiamento na preparação de outros produtos comestíveis como iscas, hambúrgueres e embutidos, entre outros, e na formulação de rações. Podem ser cultivadas em diferentes ambientes e modalidades: extensivamente (1.000 a 2.000 peixes/ h a), de forma semi-intensiva (2.000 a 5.000 peixes / ha), de forma intensiva (10.000 a 30.000 peixes / ha) e de forma superin-tensiva (tanques-rede/gaiolas: até 600 peixes/m3).

Contemplado com características climáticas extrema-mente favoráveis e com grande disponibilidade de áreas, o nordeste brasileiro poderá vir a ser, em poucos anos, um grande polo de produção de peixes, não só para con-sumo, como também para comercialização e reposição dos estoques naturais que estão a cada dia mais escas-sos. Além de áreas apropriadas para os cultivos, fatores

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essenciais à exploração da piscicultura como a existência de laboratórios de produção de alevinos, centros de ben-eficiamento, fábricas de gelo, etc., vêm estimulando o crescimento da atividade.

2. IMPORTÂNCIA DAS TILÁPIAS

A tilápia é um peixe de origem africana, que vive em água doce, e que na década de 30 começou a ser introduzido fora do continente africano tendo o seu cultivo se expandido rapidamente ocupando, atualmente, o segundo lugar dentre os peixes de água doce cultivados no mundo. As primeiras espécies de tilápia chegaram ao Brasil nos anos 50, sendo sua introdução ofi cializada somente na década de 70.

As tilápias possuem carne saborosa, de cor branca e com baixo teor de gordura. Têm altas taxas de crescimento, são rús-ticas, muito resistentes a doenças e a baixos níveis de oxigênio na água.

Com hábitos alimentares bem rudimentares, ingerem uma grande variedade de alimentos naturais, tais como o plâncton (pequenos animais e vegetais), folhas verdes, organismos bentônicos (que vivem no fundo dos reservatórios), invertebrados aquáticos, larvas de outros peixes, detritos e matéria orgânica em decomposição. Restos ou subprodutos de atividades agro-pecuárias, como batata doce, mandioca, milho, frutas, etc. são bem aceitos por esses peixes. O esterco animal, frequentemente utilizado na piscicultura como fertilizante, também é aproveitado como alimento. Em geral, o alimento natural é utilizado de ma-neira tão efi caz que em ambientes bem fertilizados, os cultivos podem atingir produtividades acima de 1.500 kg / ha.

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Comercialmente, tem ampla aceitação nos mais diferentes mercados, dentro e fora do País, com um amplo espaço para exportação de seu fi lé.

3. O CULTIVO EM GAIOLAS

A criação de peixes em gaiolas se caracteriza pela alta concentração de indivíduos por unidade de área e pela exigên-cia de renovação contínua da água de cultivo. Como a maioria dos demais tipos de aquicultura, o sistema de cultivo em gaiolas tem sua origem no sul da Ásia, e hoje é praticado em mais de 35 países em todo o mundo. No Brasil, pode ser considerada uma atividade nova, porém está passo a passo tomando seu espaço.

Dentre as grandes vantagens na sua utilização está a possibili-dade que ela oferece de poder ser praticada nos mais diferentes corpos d’água, como açudes, lagoas, rios, canais, entre outros.

Diferentes espécies de peixes vêm sendo cultivadas em gaiolas, entretanto, algumas delas respondem melhor a esse sistema de criação, sobretudo aquelas fi ltradoras-onívoras que aproveitam com muita propriedade o alimento natural, como é o caso das tilápias.

O investimento inicial nesse tipo de cultivo é relativamente baixo, quando comparado com aquele em viveiros convencionais (aproximadamente 60 a 70% menor).

O tempo de cultivo é variável em função do mercado. Peixes com 350g podem ser obtidos em até 3 meses de cultivo, o que permite a realização de até 4 ciclos por ano. Exemplares com peso de 500g são obtidos com 4 a seis meses de cultivo. Em gaiolas de pequeno volume, pode-se produzir até 300 kg de tilápias/m3

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Além de proporcionar altas produtividades, a tecnologia é facilmente assimilável, permitindo a observação constante dos peixes, a movimentação das gaiolas, manuseio dos peixes e despesca rápida. Quando bem conduzidos os cultivos, o impacto ambiental é muito baixo.

O fato dos peixes permanecerem confi nados não podendo explorar o alimento natural disponível no reservatório condiciona essa modalidade de cultivo ao uso de rações nutricionalmente completas, o que se constitui numa desvantagem nessa modali-dade de cultivo.

4. CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS DAS GAIOLAS

As gaiolas são confeccionadas com diferentes tipos de material, como aço inox, alumínio, ferro galvanizado (revestido ou não de PVC) telas niqueladas, nylon e telas plásticas, essas últimas só sendo recomendadas para reservatórios onde não existam predadores, pois são facilmente rasgadas por peixes como piau, piranha, traíra, etc.

Na sua armação são utilizados principalmente o alumínio, o ferro galvanizado, tubos de PVC, e vários tipos de madeira. Dentre esses materiais o alumínio, apesar do seu alto custo, é mais indicado, tanto pela sua durabilidade como por ser um material leve facilitando o manuseio das gaiolas. A madeira, mais barata que os demais materiais, difi cilmente suporta mais que dois ciclos de cultivo, pois normalmente apodrece na água antes desse tempo. Os tubos de PVC também têm pouca durabilidade, ressecam com o tempo e os joelhos que fazem as conexões laterais racham com facilidade com o manuseio ou mesmo com o movimento da água em momentos de ventos mais fortes. O ferro galvanizado tem sido uma opção bastante utilizada, embora seja de durabilidade mediana.

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O tamanho das gaiolas é variável, podendo ser de 1m3 (muito utilizadas na China), até de 1.000m³ ,mais frequentes em países como o Chile e recentemente a Colômbia ( Barbosa, 2000). Gaiolas de pequeno porte, até 4m3 (padrão em quase todo o Brasil), são consideradas como mais vantajosas do ponto de vista produtivo, uma vez que a taxa de renovação de água no seu interior é bem maior, oferecendo mais oxigênio e passagem de mais alimento natural para os peixes ali confi nados ( ASA, 1993)

Com relação ao seu formato, as gaiolas podem ser quadra-das, cilíndricas, retangulares e hexagonais. As gaiolas cilíndricas tendem a desviar parte da água que incide sobre suas laterais, o que as torna mais indicadas para as grandes hidrelétricas onde as correntes d’água são normalmente mais intensas. Por sua vez, gaiolas de formatos retangular e quadrado proporcionam uma passagem mais homogênea da corrente d’água pelo seu interior (ASA, 1993).

Com relação à fl utuação, os materiais mais utilizados são canos de PVC (100mm), bombonas plásticas, tambores de ferro, pneus, etc.

Para contenção e melhor aproveitamento da ração pelos peixes, as gaiolas são providas de comedouros, dessa forma se evita que os “pellets” sejam arrastados pelo movimento da massa d’água.

Diferentes tipos de materiais e disposições são utilizados com esse fim, alguns com maior ou menor eficiência, entre os quais, telas plásticas, cercados plásticos de pedaços de bombonas ou simplesmente mangueiras formando um círculo no centro da gaiola.

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Modelo de gaiola retangular

5. ESCOLHA DO LOCAL

As gaiolas requerem para sua instalação, áreas protegidas de ventos e com baixa velocidade de correntes. Quando muito fortes, as correntes podem causar estresse físico aos peixes e infl uenciar no seu desenvolvimento, pois os mesmos dispendem também energia no processo de natação contra elas. Devem-se evitar igualmente águas barrentas ou muito verdes; estas entopem as malhas prejudicando a circulação da água diminuindo, dessa forma, o oxigênio para os peixes. Águas próximas de esgotos, curtumes e lavagem de roupas, são poluídas e não se prestam para a piscicultura.

A profundidade também é fator primordial na escolha do local. Para gaiolas de pequeno volume, deve-se ter em conta uma profundidade mínima de 2,0 metros no período em que o reservatório esteja com o seu nível mínimo (ASA, 1993).

A posição das gaiolas com relação às correntes e aos ventos é de suma importância para o bom desenvolvimento do cultivo. O posicionamento mais adequado é aquele em que as gaiolas são dispostas em fi leiras, distando uma gaiola da outra de 2 a 4 metros. As gaiolas são presas entre si por meio de cordas de nylon

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e as extremidades da cada fi la são amarradas de lados opostos do reservatório, para evitar deslocamentos. Essas fi leiras devem fi car dispostas em posição perpendicular ao sentido das correntes, o que evita que a água com eventual baixa qualidade que saia de uma gaiola atravesse outra logo em seguida. A instalação das gaiolas em blocos não é recomendada pois impede a boa circu-lação da água, e em consequência, a sua oxigenação.

Posição correta para instalação de gaiolas, perpendicular ao fl uxo da corrente

O número de gaiolas que podem ser colocadas em um reservatório depende, sobretudo, da capacidade de renovação e qualidade da água do mesmo. Estipula-se que uma área máxima de 1% do espelho d’água possa ser utilizada sem que se incorra em riscos de poluição do ambiente.

6.CARACTERÍSTICAS DESEJÁVEIS PARA A ÁGUA DE CULTIVO

Durante os cultivos, são liberados na água, fezes dos peixes e restos de ração (com eventuais antibióticos e hormônios na sua com-posição), que podem gerar, em menor ou maior escala, a poluição do ambiente. Para que não ocorra uma poluição rápida da água, a reco-mendação de Schmittou (1997), de que seja utilizada uma taxa máxima de 8 quilos de ração/ha/dia deve ser levada em consideração.

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Diferentemente do ambiente de cultivo em viveiros, cujas características da água podem ser modifi cadas por meio de trocas, nos grandes reservatórios isso se torna impossível. Entretanto, tais características devem ser acompanhadas rotineiramente, pois isso permite se conhecer a qualidade da água de cultivo.

Desde a escolha do local e durante todo o cultivo, o piscicultor deverá fazer esse acompanhamento, pois isso lhe dará suporte para realizar eventuais trocas, temporárias ou não, da localização de suas gaiolas. Para tanto, existem no mercado kits para análise química da água com preços razoáveis e de fácil operação. A seguir enumeramos as características mais importantes e de maior impacto sobre os peixes, caso suas variações sejam mais acentuadas. Esses parâmetros devem ser verifi cados pelo menos três vezes ao dia (Tabela 1)

6.1. Temperatura

A temperatura é um fator de grande importância para a criação de peixes, e tem infl uência direta sobre o consumo de alimento. Para as tilápias, a faixa de temperatura que favorece melhor ganho de peso está entre 29º C e 31º C.

6.2. Oxigênio dissolvido

O oxigênio dissolvido é um dos componentes da água que mais variam durante o dia. Para um bom desenvolvimento das tilá-pias, são requeridos níveis mínimos de 2mg/l, sendo o ideal acima de 5mg/l. Níveis mais baixos comprometem o desenvolvimento, sobretudo, quando se mantêm por períodos prolongados.

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6.3. pH

As tilápias suportam bem faixas de pH entre 5 e 9; abaixo e acima desses valores, apresentam baixa sobrevivência e menores taxas de desenvolvimento

6.4. Transparência

A transparência da água pode ser utilizada como parâmetro indicativo da riqueza ou não da água em alimento natural (for-mado por animais e vegetais invisíveis a olho nu). É medida com um instrumento chamado disco de Secchi ou qualquer objeto graduado de zero a 100cm, na coluna d’água. Águas muito trans-parentes são pobres; quando muito turvas, impedem a entrada dos raios solares e em consequência a fotossíntese pelas plantas. Águas com transparências entre 40 e 60cm são consideradas boas para cultivos.

Disco de Secchi

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VI CIRCUITO DE TECNOLOGIAS ADAPTADAS PARA A AGRICULTURA FAMILIAR

7. PROCESSO PRODUTIVO

O cultivo em gaiolas pode ser conduzido em duas ou em uma única fase. No primeiro caso, os alevinos são adquiridos com peso entre 0,3 e 1,0g os quais são estocados em tanques-rede berçários (fase de alevinagem) onde permanecem durante 50 a 60 dias (função do tamanho inicial e riqueza do ambiente em alimento natural) e em seguida transferidos para gaiolas (fase de engorda), onde são mantidos até a despesca. No segundo, os peixes são adquiridos já com peso médio mínimo de 30g (alevinões) e cultivados em gaiolas durante todo o cultivo. A escolha de um ou outro método além de se considerar tempo de cultivo e custos, vai depender da disponibilidade dos alevinões, nem sempre disponíveis em muitas regiões.

Em ambos os casos recomenda-se a utilização somente de exemplares machos por estes apresentarem melhor desenvolvi-mento que as fêmeas. A produção de machos de tilápia em labo-ratórios especializados é feita rotineiramente, sendo, portanto, um ponto forte para a atividade.

7.1. Transporte e povoamento

Os peixes são normalmente transportados até o local de cultivo em caminhões contendo tanques de fi bra de vidro e sob atmosfera de oxigênio. Esse transporte deve ser realizado nas horas menos quentes do dia para evitar mortalidade. O povoa-mento nos tanques-rede/gaiolas também segue esse princípio para diminuir o estresse dos animais causado tanto pelo transporte como pelo manuseio no momento da transferência. Nesse mo-mento, é necessário que uma adaptação ao novo ambiente seja efetuada, a qual consiste em misturar gradativamente a água de transporte com aquela do reservatório para evitar, assim, que os

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peixes sofram choque devido a possíveis diferenças nas variáveis físico-químicas das duas águas.

7.2. Densidade populacional

O número de peixes por gaiola é variável. Locais bem are-jados e com água de boa qualidade permitem que se coloque até 300 peixes/m3.. Entretanto, experiências mostram que culti-vos em gaiolas de pequeno volume (até 4m3) com densidades de 300 peixes/m3 produzem peixes com peso fi nal bem mais heterogêneo de que aqueles com densidades de 250 peixes/m3 (Barbosa et al, 2002), o que torna mais difícil sua comercialização. Nas condições descritas acima, recomenda-se até 800 peixes/m3 em tanques-rede.

Para amenizar o problema da heterogeneidade no seu de-senvolvimento, característica intrínseca das tilápias e de maneira mais acentuada em cultivos intensivos, pode-se separar os peixes por faixa de peso agrupando-os em diferentes gaiolas. Esse mé-todo é bastante utilizado quando existe mercado para peixes de diferentes faixas de peso e em períodos diferentes do ano.

Recomenda-se em gaiolas de 4m² uma densidade de 1.000 peixes até os peixes atingirem peso médio de 300g, a partir do qual essa densidade deve diminuir para 700 a 800 até o fi nal do cultivo (Mesquita, 2008)

7.3. Alimentação

A ração recomendada para os cultivos em gaiolas é do tipo extrusada (fl utua na água). Rações peletizadas não são economicamente viáveis, pois possuem baixa estabilidade na água ocasionando perdas, bem como difi cultam a observação do consumo por parte do piscicultor.

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Existem no mercado diversos tipos de ração de variadas marcas e preços, na sua maioria, com garantia da qualidade dos seus insumos. O ponto mais importante relativo às rações, são os níveis de proteína bruta contidos nas mesmas, pois nas difer-entes fases de vida, os peixes requerem níveis protéicos também diferentes para o seu desenvolvimento. Vale ressaltar que níveis de proteína mais altos implicam em custos mais elevados, porém, rações com níveis mais baixos (28 e 24%) e, em consequência, de menor custo, quando usadas em todo o decorrer do cultivo não promovem um crescimento satisfatório dos peixes.

Recomenda-se o uso de rações cujos níveis variem de 40% a 55% de proteína bruta, no caso da alevinagem, e de 35% , 32% e 28% na engorda.

7.3.1. Níveis e frequência de arraçoamento

A frequência de arraçoamento nos cultivos em berçário pode variar de 6 a 8 vezes ao dia, nas proporções de 15% da biomassa, no início, até 8% no fi nal dessa fase.

Nos cultivos em gaiolas, a distribuição da ração pode ser feita de 3 a 5 vezes ao dia, de preferência nos horários com tempera-turas mais elevadas, quando o metabolismo dos peixes é maior, culminando num maior consumo.

A quantidade de ração diária a ser distribuída é calculada com base na porcentagem da biomassa, a qual é calculada multiplicando-se o número de peixes estocados pelo peso médio desses peixes.

Para calcular a quantidade de ração a ser administrada por dia, observa-se o seguinte exemplo:

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Supondo o povoamento de uma gaiola com 1.000 peixes com peso médio de 30 gramas.

A biomassa dessa gaiola será: 1.000 X 30 = 30.000 gramas ou 30 kg de peixe. Estipulando uma taxa inicial de alimentação igual a 5% dessa biomassa, chegaremos a um total de 1.500g/dia ou 1,5kg/dia.

Resultados práticos comprovam que o nível inicial de 5% da biomassa proporciona melhores resultados técnicos e econômicos do que níveis iniciais de 4 e 3%. (Barbosa et al. 2005)

No decorrer da engorda, a taxa inicial é diminuída grad-ualmente a cada mês, chegando ao fi nal de 5 ou 6 meses ao equivalente a 1% (Quadro 1)

Quadro 1. Recomendações para as taxas de alimentação (em % de peso vivo) para tilápias cultivadas em gaiolas

Peso dos peixes (g) Taxa de Alimentação (%)

30 a 100 5

100 a 230 4

230 a 320 3

320 a 420 2

Acima de 420 1

A ração deve ser armazenada em local seco e fresco e deve ser pesada e anotada a cada administração. Dessa forma, é possível acompanhar o consumo, avaliar a taxa de conversão alimentar (discutida no item 7.5) e os custos finais da produção.

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7.4. Pesagem

Para acompanhar o andamento do cultivo, a cada mês uma pesagem de parte dos peixes de cada gaiola deve ser realizada. Esse trabalho permitirá não só acompanhar o desenvolvimento dos peixes, mas também que se faça um reajuste na alimentação ofertada. Para tanto, são retirados de 5 a 10% dos peixes de parte das gaiolas e colocados em baldes ou bombonas com água do reservatório e levados para pesagem.

Nessa operação faz-se uso de uma balança de plataforma na qual se pesa previamente o balde ou bombona com a água. Após a pesagem dos peixes, subtrai-se o valor encontrado para os recipientes só com a água, e o resultado é dividido pelo número de exemplares que foram pesados. Os peixes são devolvidos em seguida para suas gaiolas de origem, para um melhor controle da sobrevivência/gaiola e taxa de conversão alimentar.

Pesagem dos peixes

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7.5. Conversão alimentar

A taxa ou índice de conversão alimentar é um dos principais parâmetros de um cultivo. O piscicultor deve ter total conhecimen-to da mesma, pois ela serve para calcular custos de produção e funciona como indicador da necessidade de eventuais mudanças no manejo.

A taxa de conversão é defi nida como a relação entre a quan-tidade de ração utilizada e a quantidade de peixe produzido. Quando se fala em conversão alimentar de 1,4:1,0, isso signifi ca que foram necessários 1,4 kg de ração para se produzir cada quilo de peixe. Durante um cultivo, fatores como a palatibilidade e es-tabilidade da ração, riqueza da água em alimento natural, níveis de arraçoamento, temperatura e densidade de estocagem têm infl uência direta na taxa de conversão alimentar.

Índices de conversão entre 1,4 e 1,5 são considerados bons para cultivos em gaiolas (Kubitza, 1999).

8. CUIDADOS ESPECIAIS QUE DEVEM SER CONSIDERADOS DURANTE O MANEJO

8.1 Colmatagem das malhas

A troca de água entre o ambiente de cultivo e a gaiola pode ser difi cultada pela colmatação de suas malhas, que é o fecha-mento das mesmas causado pela aderência de algas e outros organismos que vivem na água, que podem obstruir parcialmente a circulação da água. Sempre que necessário, uma limpeza ex-terna deve ser feita com uma escova. O aspecto geral da gaiola deve ser verifi cado diariamente e malhas com furos devem ser reparadas imediatamente para evitar a fuga dos peixes.

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8.2. Comportamento anormal dos animais

A observação do comportamento dos peixes é fundamental para se detectar alguma anormalidade no cultivo. Mudanças na atividade natatória são um alerta de que existe algum fator fora da normalidade e que providências deverão ser tomadas junto a um técnico. Peixes sãos nadam ativamente, alimentam-se bem e reagem a estímulos externos como, por exemplo, a chegada do alimentador.

8.3. Consumo da alimentação

Se forem constatadas sobras de alimentação, ou os peixes estão com problemas ou o cálculo foi superestimado, devendo-se nesse último caso diminuir gradativamente até encontrar um ponto em que o consumo seja total.

8.4. Aspecto externo do cardume

É importante se verifi car se os peixes apresentam alguma deformidade ou necroses sobre o corpo, que indicam a presença de doenças no cardume e nesse caso também é indispensável a presença de um especialista .

8.5. Monitoramento da mortalidade

Diariamente devem ser retirados das gaiolas e registrados os eventuais peixes mortos. Essa operação permite melhor reajuste da ração a cada biometria, e possibilita o cálculo da taxa de sobrevivência.

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9. DESPESCA

A despesca nesse sistema de cultivo é uma operação extremamente fácil e não necessita de grande contingente de mão de obra. O momento ideal para efetuá-la depende do peso com o qual se deseja fazer a comercialização. O processo se inicia com a liberação da primeira gaiola das cordas que a prendem às demais. Em seguida, ela é ligeiramente suspensa pelos opera-dores, retirada da água e levada para a margem do reservatório. Com a ajuda de puçás, os peixes são retirados e pesados na sua totalidade. A sobrevivência esperada nesse tipo de cultivo gira em torno de 90%. Produtividades acima de 120 kg/m3 são facilmente alcançadas.

Os peixes podem ser comercializados no próprio local e de diferentes maneiras (inteiros, eviscerados, resfriados), ou ainda transportados para unidades de benefi ciamento visando agregar valor ao produto, que pode chegar ao consumidor fi nal sob várias formas de apresentação: fi letados, salgados, secos, defumados, embutidos, etc. sendo os fi lés, frescos ou congelados sem a pele, os produtos de maior demanda pelos consumidores. Quando colocados no mercado em embalagens apropriadas, atrativas e com informações aos consumidores, esses fi lés podem alcançar até 4 vezes o preço do peixe in natura.

Retirada de gaiola para despesca

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Peixes acondicionados para comercialização

Exemplares de tilápias cultivadas

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10.REFEREÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BARBOSA, A.C.A. Relatório de Atividades do Treinamento Sobre Cultivo de Tilápias em Gaiolas. Relatório Interno de Viagem, 22pp. 2000.

BARBOSA, A.C.A.; ALMEIDA, L. D.L.; FONSECA, R. B. Cultivo de Tilápia Nilótica em gaiolas fl utuantes na Barragem de Assu-RN- Boletim de Pesquisa EMPARN, nº 27, 22pp. 2000.

BARBOSA, A.C.A.; ALMEIDA, L. D.L.; FONSECA, R. B. Dados não publicados. 2000.

BARBOSA, A.C.A.; ALMEIDA, L. D.L.; FONSECA, R. B. Avaliação de Diferentes Seqüências de Arraçoamento no Desenvolvimento de Tilápias Cultivadas em Gaiolas Boletim de Pesquisa e Desenvolvi-mento EMPARN, nº31 , 14 pp. 2005

KUBITIZA, F. Nutrição e Alimentação dos Peixes Cultivados. 3° Ed. 122pp. 1999.

MESQUITA, P.E.C. Mesa redonda: Efeito das Variações Climáticas e as Medidas Preventivas para a Piscicultura em Tanques-rede – Anais do XII Seminário Nordestino de Pecuária – 1 pp. 2008

SCHMITTOU, H.R. Produção de Peixes em Alta Densidade em Tanques-Rede de Pequeno Volume. ASA – Associação Americana de Soja. 79 pp, 1993.