cartilha cenoura passo a passo

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Page 1: Cartilha cenoura passo a passo
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ExpedienteExpediente

REALIZAÇÃO

SEBRAE – SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS

Presidente do Conselho Deliberativo NacionalROBERTO SIMÕES

Diretor-PresidenteLUIZ BARRETTO

Diretor TécnicoCARLOS ALBERTO DOS SANTOS

Diretor de Administração e FinançasJOSÉ CLAUDIO DOS SANTOS

Gerente da Unidade de AgronegóciosENIO QUEIJADA

Gerente da Unidade de Marketing e ComunicaçãoCÂNDIDA BITTENCOURT

Coordenadora da Carteira de Orgânicos, PAIS e HorticulturaNEWMAN COSTA

APOIO TÉCNICO

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS ENTIDADES ESTADUAIS DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL

(ASBRAER)

EMPRESA DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL DO DISTRITO FEDERAL

(EMATER-DF)

SEBRAE SGAS 604/605 – Módulos 30 e 31 – Asa Sul

Brasília – Distrito FederalCEP: 70200-645 – Telefone: (61) 3348 7100

www.sebrae.com.brwww.sebrae.com.br/setor/horticultura

Central de Relacionamento Sebrae0800 570 0800

Page 3: Cartilha cenoura passo a passo

Sumário

Page 4: Cartilha cenoura passo a passo

Editorial

Série Agricultura Familiar Coleção Passo a Passo Cenoura Produção Editorial

PLANO MÍDIA COMUNICAÇÃO([email protected])(61) 3244 3066/67 e 9216 5879

Supervisão editorialNEWMAN COSTA (SEBRAE)

EdiçãoABNOR GONDIM (PLANO MÍDIA)

Responsável técnicoFRANCISCO ANTONIO CANCIO DE MATOS, Eng. Agr., M. Sc. AutoresFRANCISCO ANTONIO CANCIO DE MATOS, Eng. Agr., M. Sc., Fitotecnia *ANTONIO DANTAS COSTA JÚNIOR, Engenheiro Agrônomo

*DESIRÉE DUARTE SERRA, Eng. Agr., M. Sc., Ciência do Solo

*EUGÊNIO CARDOSO BOAVENTURA, Técnico em Agropecuária

*RENATO DE LIMA DIAS, Eng. Agr., M. Sc. Economia Rural

*SÔNIA MARIA F. CASCELLI, Economista Doméstica, nível superior (*) EMATER-DF

Projeto Gráfi co e DiagramaçãoBRUNO EUSTÁQUIO RevisãoELIANA SILVA

FotosGABRIEL JABUR NETO, NAIANA ALVES e FELIPE BARRA

AgradecimentoAos produtores rurais LUÍS PEDRO HORN e CARME-LITA BRITO LEITE HORN, da Colônia Agrícola Cana do Reino (DF) (foto da capa)

Ao consultor técnico SILVIO CALAZANS ([email protected]) pela cessão das fotos da modali-dade Plantio em Túnel Baixo

© Copyright 2011, SEBRAE, Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas EmpresasÉ PERMITIDA A REPRODUÇÃO TOTAL OU PARCIAL MEDIANTE A CITAÇÃO DA FONTE.Distribuição gratuita O arquivo dessa publicação está disponível em www.sebrae.com.br/setor/horticulturaNão são permitidas reproduções para fi ns comerciais

ISBN

Page 5: Cartilha cenoura passo a passo

HORTALIÇA: CENOURAAgricultura FamiliarCultive Renda e Sustentabilidade

A produção de hortaliças é a atividade que mais se identifi ca como opção de agronegócio para os produtores rurais familiares. As informações aqui contidas destinam-se para produtores rurais que já cultivam ou estão interessados na cultura da cenoura de forma lucrativa e sustentável.

Nesta publicação, o Sebrae busca oferecer informações que possibilitem o aumento da ren-da e de competividade dos negócios produzidos na pequena propriedade rural. Traz orientações tecnológicas e de mercado baseadas nos princípios das Boas Práticas Agrícolas, ou seja, tornar a agricultura menos dependente de produtos químicos, menos agressiva ao meio ambiente, mais socialmente correto e, por conseguinte, mais sustentável.

A principal fi nalidade da Coleção Passo a Passo, da série Agricultura Familiar, é oferecer infor-mações sobre o que, quando, quanto e como produzir hortaliças. Isso tudo por meio de ações que gerem renda sem comprometer o aproveitamento da natureza pelas futuras gerações.

A presente cartilha da cenoura há informações tais como: • Modalidade de cultivo;• Análise de solo;• Preparo e correção do solo;• Adubação organomineral de plantio;• Escolha da cultivar/híbrido;• Semeadura;• Irrigação;• Desbaste;• Controle de plantas Invasoras;• Adubação complementar;• Controle de pragas e doenças;• Colheita e pós- colheita;• Comercialização e agregação de valor;• Comportamento de mercado;• Levantamento de dados para orçamento;

As informações aqui contidas destinam-se para produtores rurais que já cultivam ou estão interessados na cultura de cenoura.

Boa Leitura. Bom plantio. Bons lucros

Apresentação

Page 6: Cartilha cenoura passo a passo

Série Agricultura Familiar - Coleção Passo a Passo - Cenoura6

1º PASSO

Lavoura de cenoura irrigada pelo sistema de irrigação convencional

O produtor precisa defi nir a modalidade de cultivo para obter ganhos de produtividade e produtos mais competitivos no mercado

MODALIDADES DE CULTIVO

A cenoura é cultivada em todo território nacional, com uma área plantada aproximadamente de 30 mil hectares anualmente, resultando numa produção de 900 mil toneladas de raízes, fi cando entre as 10 hortaliças mais plantadas. É conhecida cientifi camente como Daucus carota L.

Entre os diferentes sistemas de produção de cenoura utilizados no Brasil, o mais apropriado para agricultura familiar, é o de plantio a campo aberto em canteiro com o uso de sistema de irrigação por aspersão convencional.

1. Plantio a campo aberto em canteiro com o uso de sistema de irrigação por aspersão conven-cional realizado em canteiros de 0,80 – 1,0 m de largura, 15 – 20 cm de altura e devem estar distan-ciados uns dos outros em aproximadamente 30 cm. Em solos argilosos, no período das chuvas, a altura dos canteiros devem ser maiores para facilitar a drenagem. A produtividade da cultura varia de acordo com o clima, ou seja, no inverno, fi ca em torno 30 a 40 toneladas por hectare e no verão, fi ca em torno de 20 a 30 toneladas por hectare.

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Série Agricultura Familiar - Coleção Passo a Passo - Cenoura 7

2º PASSO

Levantamento de canteiros com uso da encanteiradora acoplada ao trator

ANÁLISE, PREPARO, CORREÇÃO E ADUBAÇÃO DO SOLO

Após a escolha da modalidade de cultivo, deve-se adotar as seguintes operações para o bom uso da terra:

Análise do Solo Método usado para avaliar as propriedades químicas e físicas do solo. Com base nos seus resul-

tados, é possível conhecer a quantidade de nutrientes, de matéria orgânica e o nível de acidez do solo, bem como sua textura. Isto possibilita determinar as limitações, necessidades de corretivos e fertilizantes orgânicos e minerais do solo, a fi m de proceder corretamente a calagem e a adubação organomineral de plantio.

É importante considerar, ainda, (outros parâmetros da análise do solo) as informações de equilíbrio de bases da capacidade de trocas catiônicas (CTC), relação entre cálcio/magnésio, cálcio/potássio e magnésio/potássio e condutividade elétrica do solo, que são componentes essenciais para o equilíbrio solo/planta.

Preparo e Correção do SoloProceder a operação de limpeza da área, a aração, gradagem e levantamento dos canteiros. Na

operação do encanteiramento, deve-se evitar o uso excessivo do rotoencateirador, por causar a des-truição da estrutura do solo e propiciar a compactação do subsolo, que deformam e prejudicam o desenvolvimento e crescimento das raízes. Caso seja necessário realizar a descompactação do solo com equipamento escarifi cador ou subsolador. É importante, também, que todas as operações no

Para recomendação sobre análise de solo, procurar o Serviço de Extensão Rural ou um profi ssional especializado

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Série Agricultura Familiar - Coleção Passo a Passo - Cenoura8

Adubação orgânica disponibiliza nutriente e água do solo para as plantas

solo sejam feitas no sentido do nível do terreno para diminuir erosões, conservando o solo e a água. A calagem consiste na aplicação de corretivo agrícola, preferencialmente o calcário, com a fi nalidade de corrigir a acidez do solo e fornecer cálcio e magnésio, às plantas. Com base na análise do solo, se recomenda a quantidade de calcário necessário, haja vista, que o excesso de calcário por elevar inade-quadamente o pH, cálcio e magnésio, e causar desordens nutricionais (diminuir a disponibilidade de micronutrientes do solo para a planta), diminuindo a produtividade da cenoura. A calagem deve ser feita, no mínimo, três meses antes do plantio, preferentemente, com o calcário dolomítico e distribuir e incorporá-lo, metade da dosagem pela ocasião da aração e a outra metade na gradagem.

Recomendamos que seja feito a subsolagem, visando a descompactação e a análise do solo, a cada 2 anos.

Adubação Organomineral de PlantioConsiste na aplicação de adubos orgânicos e minerais no solo, antes da semeadura, e deve ser

baseada na análise de fertilidade do solo e em decorrência da exigência da cultura.

Adubação orgânicaA cenoura responde à adubação orgânica, especialmente em solos de baixa fertilidade e/ou com-

pactados. É fundamental que o adubo esteja bem curtido. Recomenda-se em geral, o esterco de ga-linha na dosagem de 10 toneladas por hectare, além de ser mais rico em nutrientes, principalmente cálcio e não contamina o solo com sementes de plantas invasoras. Caso utilize esterco de gado, recomenda-se 30 toneladas por hectare.

Caso tenha condições de tempo, outra opção de adubação com material orgânico/vegetal é o

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Série Agricultura Familiar - Coleção Passo a Passo - Cenoura 9

plantio de plantas denominadas adubos verdes que proporcionam muitos benefícios ao sistema solo. O principal benefício é o condicionamento do solo gerando economia quando as plantas leguminosas são utilizadas, pois fornecem nutrientes, principalmente o nitrogênio. Alguns exemplos de plantas adubos verdes: crotalarias, mucunas, feijão de porco, feijão-quandú, nabo-forrageiro, dentre outras.

Adubação mineralA adubação mineral para

fósforo e potássio dependerá do nível de fertilidade do solo: o fósforo pode variar 100 até 600 kg/ha de P205; o potássio de 50 até 300 kg/ha de K20. Com relação ao nitrogênio, de modo geral recomenda no plantio 40 kg/ha de N. Os mi-cronutrientes, principalmente o boro e o zinco, fi cam na de-pendência do histórico da área e da exigência da planta.

Tabela 1. Recomendação de adubação mineral da cultura para produção de cenoura em latossolos da região Centro-Oeste (kg por hectare).

Fósforo Potássio

P (ppm) P2O5 (kg/ ha) K (ppm) K2O (kg/ ha)

menos de 10 400 – 600 menos de 10 200 – 300

de 10 a 60 200 – 400 de 60 a 120 100 – 200

de 30 a 30 100 – 200 de 120 a 240 50 – 100

Mais de 60 50 Mais de 240 0

Fonte: EMATER-DF/EMBRAPA/CNPH

Para solos de baixa fertilidade, em geral, recomenda-se como adubação de plantio: 3,0 toneladas/ha do fertilizante mineral 4-14-8 e 20 kg/ha de bórax e 20 kg/ha de sulfato de zinco.

Distribuição da adubação organomineral O sistema mais utilizado consiste em fazer a distribuição do adubo orgânico e posteriormente

dos fertilizantes minerais, seguido da incorporação destes, com a utilização de enxadão ou enxada rotativa do micro trator. O levantamento dos canteiros pode ser realizado manualmente ou com o uso do sulcador acoplado ao microtrator ou ao trator. Usando a encanteiradeira acoplada a tratores, os processos de incorporação dos adubos e levantamento dos canteiros são realizados simultaneamente, possibilitando uma grande redução nos custos.

verdes: crotalarias, mucunas, feijão de porco, feijão-quandú, nabo-forrageiro, dentre outras.

Adubação mineral disponibiliza nutrientes essenciais para a formação e desenvolvimentos das plantas

Para interpretação da análise de solo e recomendação da adubação mineral, procurar o serviço de Extensão Rural ou um Profi ssional Especializado.

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Série Agricultura Familiar - Coleção Passo a Passo - Cenoura10

3º PASSO

Cultivar Brasília a 1ª desenvolvida para o plantio de verão Características determinantes para escolha da cultivar

ESCOLHA DA CULTIVAR

O mercado/consumidor brasileiro tem preferência por raízes de cenoura bem desenvolvidas, colo-ração alaranjada intensa, lisas, uniformes, comprimento e diâmetro variando respectivamente, de 15 – 20 cm e 3 – 4 cm, com ausência de defeitos.

Época de maiores preços no mercadoCada cultivar tem características próprias quanto ao formato das raízes, resistência às doenças e,

principalmente, quanto à época de plantio. Esta última característica permite que se produza cenoura durante o ano todo na mesma região, desde que se plante a cultivar apropriada às condições de clima predominantes em cada época.

No cenário atual, o uso de cultivares híbridas, pela exi-gência de tecnologias de altos custos, somente recomen-damos para grandes áreas de plantio, tendo em vista, que este sistema de plantio, preferentemente utiliza sementes peletizadas e semeadeira de alta precisão, em virtude de gastar menos sementes por área, diminuindo o alto custo de sementes. As vantagens competitivas das sementes hí-bridas é a padronização das raízes aliada a ganhos de pro-dutividades na cultura da cenoura.

Cultivar Planalto desenvolvido pela Embrapa/Hortaliças, além de alta produti-vidade detém ótimas características comerciais e competitivas para o mercado diferenciado

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Série Agricultura Familiar - Coleção Passo a Passo - Cenoura 11

Tabela 2. Principais cultivares de cenoura no mercado e suas características

CultivarFormato das

raízesCiclo (dias)

Comprimento das raízes (cm)

Resistência (R) ou Tolerância (T) à

doenças

Clima mais favorável para

cultivo

Brasília Cilíndrica 90-100 15-22R - queima das folhas T - nematóide

ameno para quente

Alvorada Cilíndrica 100-105 15-20R - queima das folhas R - nematóides

ameno para quente

Planalto Cilíndrica 100-105 15 - 20R - queima das folhas R - nematóides

ameno para quente

Esplanada Cilíndrica 100-105 20 cmR - queima das folhas R - nematóides

ameno para quente

KuronanLigeiramente cônica

100-120 15-25R - queima das folhas

ameno para quente

Nova KurodaLigeiramente cônica

100 15-18 R- alternária ameno para quente

Prima Cilíndrica 90-100 16-18R - queima das folhas

ameno para quente

Nova Carandaí Cilíndrica 80-90 18-20 R - alternáriaameno para quente

Nantes Cilíndrica 90-110 13-15 - frio

Harumaki Kinko Gossum

Ligeiramente cônica

85-110 16-18T- queima das folhas

ameno

TropicalLigeiramente Cônica

80-90 20-25R - queima das folhas

ameno para quente

Juliana Cilíndrica 90 - 110 18 -22

excelente comportamento à “queima das folhas”

primavera - verão

Invicto Cilíndrica 115-130 18 - 20

boa performance em relação à “queima das folhas”

outono - inverno

Fonte: Embrapa-Hortaliças e sites/catálogos de companhias produtoras de sementes

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4º PASSO

Semeadeira de cenoura, que propicia além de economia de sementes e mão-de-obra, melhora a uniformidade do estande de plântulas da cultura

SEMEADURA

O cultivo da cenoura dispensa a produção de mudas. A semeadura é realizada por sementes distribuídas diretamente nos canteiros, em linha continua, nos sulcos de (1 – 2 cm) de profundidade e distanciados 20 cm, um dos outros. A distribuição das sementes pode ser feita manualmente ou com o emprego de semeadeira manual ou mecânica.

A semeadura manual é mais trabalhosa, menos efi ciente e implica em maior gasto de sementes, ou seja, em torno de 6,0 quilos por hectare. Por outro lado, as semeadeiras mecânicas apresen-tam as vantagens, simultaneamente, abrir os sulcos, distribuir as sementes e cobrir os sulcos com grande efi ciência, propiciando um menor gasto de sementes, ou seja, em torno de 3,0 quilos por hectare.

Qualquer que seja o método, atenção especial deve ser dada à profundidade do semeio, haja vista, se o semeio foi muito profundo (maior que 2,0 cm), as plântulas podem não emergir. Por outro lado, se o semeio for muito superfi cial (menor que 1,0 cm), poderá ocorrer falhas na germi-nação, devido ao secamento da camada superfi cial do solo ou por ocasião de chuvas pesadas ou irrigação em excesso.

Semeadeira de cenoura, que propicia além de economia de sementes e mão-de-obra, melhora a uniformidade do estande de plântulas da cultura

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5º PASSO

TRATOS CULTURAISConjuntos de operações realizadas após a semeadura, visando à formação e desenvolvimento das plantas.

Irrigação

A cultura da cenoura é extremamente exigente em água, em todo seu ciclo produtivo, tendo em vis-ta que a qualidade e a produtividade das raízes são infl uenciadas pelas condições de umidade do solo.

Após o levantamento dos canteiros, deve ser instalado o sistema de irrigação e o mais utilizado é o de aspersão convencional. A irrigação por aspersão geralmente é montada no espaçamento 12x12 m entre aspersores. Fazer vistorias freqüentes, elimina os vazamentos nas conexões, com isso, aumenta--se a efi ciência e uniformidade da irrigação e reduz-se o consumo de água e energia elétrica.

Utilizar para monitoramento da umidade do solo com o objetivo de determinar quando e quanto

Teste de uniformidade e efi ciência, aliado ao manejo da irrigação através do IRRIGÁS, reduzem o gasto da água e energia

Trato cultural desbaste propicia o espaçamento correto entre plantas, que asseguram a produção de raízes sem defeitos e ganhos na produtividade

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Série Agricultura Familiar - Coleção Passo a Passo - Cenoura14

irrigar. Recomendamos a utilização do Irrigás, desenvolvido pela Embrapa Hortaliças, por ser um equi-pamento de baixo custo e de fácil instalação e utilização.

Recomenda-se o serviço da extensão rural ofi cial ou um profi ssional habilitado para elaboração do projeto do sistema de irrigação. Um projeto bem elaborado permitirá a redução de custos de implan-tação e manutenção durante toda a vida útil do sistema.

DesbasteO desbaste tem a fi nalidade de reduzir a densidade de população de plantas, com o objetivo de

diminuir a concorrência pela água, luz e nutrientes. Deve ser feito de uma só vez, aos 25 ou 30 dias após a semeadura, deixando 5 – 10 cm entre plantas. Esta variação de espaçamento deve-se levar em consideração a cultivar, época de plantio e o clima.

Controle de plantas invasorasEm geral, as plantas invasoras adaptam-se melhor no meio ambiente do que as plantas de cenoura,

crescendo mais vigorosas, principalmente nos primeiros estágios de crescimento. Assim, é necessário manter as áreas de cultivo livres da interferência de plantas invasoras, pelo menos durante o período crítico, ou seja, até que a cultura se desenvolva, cubra sufi cientemente a superfície do solo, e não sofra mais a interferência negativa delas. O período crítico de interferência das plantas invasoras na cultura ocorre, em geral, da terceira até a sexta semana após a emergência, variando basicamente de acordo com o banco de sementes no solo, condições edafoclimáticas e o sistema de cultivo.

O controle das plantas invasoras pode ser feito por métodos culturais, manuais ou mecânicos, ou químico com o uso de herbicidas. A escolha e a efi ciência do uso de cada um desses métodos depen-dem da natureza e interação das plantas invasoras, da época de execução do controle, das condições

O desbaste propicia mais espaço, água, luz e nutrientes por planta

lavoura de cenoura após o desbaste

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Série Agricultura Familiar - Coleção Passo a Passo - Cenoura 15

climáticas, do tipo de solo, dos tratos culturais, do programa de rotação de culturas, da disponibilidade de herbicidas e da disponibilidade de mão-de-obra e equipamentos.

Os métodos culturais consistem de aração e gradagem da área com antecedência em relação ao plantio, de modo a favorecer a emergência das plantas invasoras e assim facilitar a sua eliminação pela capina ou incorporação por ocasião do levantamento dos canteiros.

O método manual ou mecanizado consiste em eliminar as plantas invasoras, por ocasião do des-baste, com o emprego de sacho ou enxada estreita entre as linhas de plantas. Entretanto, o cultivo mecânico apresenta o inconveniente de não eliminar as plantas invasoras entre plantas nas fi leiras e, muitas vezes, danifi car as raízes da cenoura.

O controle químico das plantas invasoras destaca-se como um dos métodos de controle mais efi cientes, possibilitando cultivar áreas relativamente maiores com gasto reduzido de mão-de-obra. Quanto ao emprego de herbicidas, vários produtos podem ser utilizados. A escolha deve ser feita de acordo com as espécies de plantas daninhas presentes e as características do produto (princípio ativo, seletividade, época de aplicação e efeito residual).

Adubação Complementar A adubação complementar de cenoura, comumente denominada de adubação de cobertura, visa

fornecer nutrientes principalmente à base de nitrogênio e potássio nos estágios da planta que mais ne-cessita, uma vez que este nutriente facilmente sai do alcance das raízes. Recomenda-se aplicar 40 kg/ha de nitrogênio (N), aos 30 e 60 dias após a emergência da cultura. Nos plantios em épocas chuvosas, recomenda-se aplicar 60 kg/ha de nitrogênio (N) e 60 kg/ha de potássio (K2O), aos 30 e 60 dias após a emergência da cultura. Quanto se aplica o esterco de galinha, na dosagem recomendada na adubação de plantio, as dosagens de adubações de cobertura poderão ser dispensadas ou reduzidas, fi cando na dependência do estágio nutricional das plantas.

Planta invasora - Folha Estreita - Brachiaria decumben (conhecido com Brachiaria)

A cultura da cenoura tem de fi car livre da 3ª a 6ª semana da concorrência das plantas invasoras. (conhecido como ponto crítico de interferência)

Plantas invasoras - Folha Larga - Bidens pilosa L. (conhecida como Picão Preto)

Na aplicação de herbicidas, procurar orientações no Serviço de Extensão Rural ou um profi ssional especializado.

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Série Agricultura Familiar - Coleção Passo a Passo - Cenoura16

6º PASSO

CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS

A cultura da cenoura é suscetível as doenças causadas por fungos, bactérias, vírus e nematóides. No entanto, graças ao controle integrado, com medidas tais como: resistência de plantas, culturais, formação do ambiente, químicas e outras, não é fator limitante para sua produção no Brasil, embora prejudique a qualidade e a produtividade da cenoura.

Tabela. 3 – Principais doenças, agentes causais e controle integradoDoença Agente causal Controle Integrado

Tombamento de plântulas

Alternaria dauci, Alternaria radicina, Pythium sp., Rhizoc-tonia solani e Xanthomonas compestris pv. Carotae

Sementes sadias e de boa procedência, rotação de culturas (por 02 anos), adequada profundidade de plantio, manejo correto da irrigação e o controle químico.

Queima das folhasAlternaria dauci, Cercospora carotae Xanthomonas com-pestris pv. Carotae

Cultivares/Híbridos resistentes ou tolerantes e o controle químico.

Podridãodas raízes

Sclerotium rolfsii , Sclerotio-rum e Erwinia carotovora

Evitar solos que acumulam água, período chuvoso, levan-tar mais os canteiros, manejo de irrigação adequado, na colheita/lavagem das raízes, as mesmas deverão fi car se-cas antes da embalagem e o controle químico.

Nematóides

Meloidogyne incógnita, Me-loidogyne javanica, Meloido-gyne arenaria e Meloidogyne hapla

Rotação de cultura (o método mais efi ciente), Em áreas in-fectadas, recomenda-se fazer arações profundas, em dias quentes e secos, para expor as larvas e adubo insolação. Após esta operação a área deve ser deixada em repouso no mínimo dois meses e caso necessário o controle químico.

Controle integrado com o uso de sementes sadias, cultivares resistentes, rotação de cultura e outras, minimizam ou até mesmo elimina o uso de agrotóxicos, por exemplo a doença Queima das Folhas

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Série Agricultura Familiar - Coleção Passo a Passo - Cenoura 17

Com relação as principais pragas da cultura da cenoura, são as lagartas, principalmente a lagarta rosca (Agrotis ssp.). Recomenda-se o controle cultural (incorporação dos restos culturais e eliminação das plantas invasoras, especialmente gramíneas) e químico (as pulverizações devem ser feitas prefe-rencialmente no período da tarde, e dirigidas à base das plantas porque as larvas se escondem no solo durante o dia e saem a noite para se alimentar) e com relação aos pulgões (Dysaphis ssp e Caariella aegopodii), o controle é o químico.

Para recomendação sobre controle químico, procurar o Serviço de Extensão Rural ou um profi ssional especializado.

Lagarta Rosca (foto – Eliane Dias - Embrapa

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Série Agricultura Familiar - Coleção Passo a Passo - Cenoura18

7º PASSO

COLHEITA E PÓS-COLHEITA

A colheita da cenoura inicia-se aos 80-110 dias após a semeadura, dependendo da cultivar/híbrido e época de plantio. O ponto de colheita, é quando ocorre o amarelecimento e secamento das folhas mais velhas e o arqueamento para baixo das folhas mais novas.

O arrancamento das raízes da cenoura pode ser feito de modo manual ou semi-mecanizado. Após esta operação, a parte aérea da planta da cenoura é destacada da raiz. Em seguida as raízes devem ser lavadas, selecionadas, padronizadas, classificadas, de acordo com as portarias oficiais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA ou através das legislações de cada unidade da Federação e acondicionadas em diferentes embalagens. A embalagem conven-cional é de madeira ou de plástico, que comporta (20-25 kg).

Produtor com o produto colhido

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Série Agricultura Familiar - Coleção Passo a Passo - Cenoura 19

Cenoura embalada em bandejas de isopor coberta com película de plástico

Cenoura minimamente processada Cenoura processada em Cenourete, transformando em mini- cenoura

COMERCIALIZAÇÃO E AGREGAÇÃO DE VALOR

A comercialização de cenoura é realizada em diferentes canais, podendo ser vendida na porteira a intermediários, feiras livres, nas associações ou cooperativas de produtores, na Ceasa, no atacado e varejo, em sacolões e supermercados. É importante alertar, que o produtor obterá maior margem de remuneração do seu produto, quando diminuir a intermediação na sua co-mercialização.

A cultura da cenoura, além de apresentar significativos ganhos de produtividade, é um pro-duto de alto valor agregado, que permite retornos econômicos pela sua segmentação de merca-do. A cenoura in natura é vendida em embalagem de isopor (bandeja) com 3 raízes, coberta com película de plástico, cenoura minimamente processada e cenoura processada, conhecida como cenourete e catetinho, tecnologia desenvolvida pela Embrapa/Hortaliças.

8º PASSO

O produtor terá maior margem de remumeração do seu produto quando buscar diferentes canais de comercializações

Page 20: Cartilha cenoura passo a passo

Série Agricultura Familiar - Coleção Passo a Passo - Cenoura20

9º PASSO

Estudos mostram preços altos nos meses quentes e úmidos (chuvosos) e preços baixos, nos meses secos e frios

COMPORTAMENTO DE MERCADO

O cenário atual exige, de técnicos e produtores, cada vez mais informações para a tomada de decisão. Já não é sufi ciente a informação sobre como produzir. Muitas são as variáveis que devemos dominar para reduzir os riscos inerentes às atividades agropecuárias. É preciso reciclar nossos co-nhecimentos, agregando informações importantes e que contribuam para melhorar a rentabilidade das atividades agrícolas.

Para auxiliar na tomada de decisão de plantio de pimentão, estudos de variação estacional, de margem bruta e de preços, elaborados pelos serviços de pesquisa e extensão rural, nas diferentes regiões do Brasil, têm mostrados comportamentos de preços altistas, nos meses quentes e úmidos (chuvosos), e preços baixistas, nos meses secos e frios. Acresce a estes estudos, os calendários de comercialização elaborados pelas Ceasas existentes no Brasil, que demonstram as épocas de baixa, média e alta oferta de hortigranjeiros.

Estudos elaborados pela EMATER-DF, de Margem Bruta, (representa rentabilidade no negócio) e de Curva Estacional de Preços (mostra o comportamento de preços no período), demonstraram que de dezembro a abril (meses quentes e chuvosos), margem de preços mais lucrativos em com-paração aos meses secos e frios (clima ameno).

Page 21: Cartilha cenoura passo a passo

Série Agricultura Familiar - Coleção Passo a Passo - Cenoura 21

Cultura: Cenoura (1.200 cx 20 kg) 1) Unidade para comercialização: Cx 20 kg 2) Período médio para início de Colheita: 100 dias 3) Período de colheita: 30 dias

Gráfico 1- Margem Bruta Média x Época Recomendada de Plantio

Fonte: Dados para a elaboração da curva estacional fornecidos pela Ceasa. Preços médios de 2002 a 2009 corrigidos.

Figura 2. Curva estacional de preços (R$/caixa – 20 kg.).Preços Médios (R$/cx) x Condições Climáticas

Fonte: EMATER-DFFonte: Dados para a elaboração da curva estacional fornecidos pela Ceasa. Preços médios de 2002 a 2009 corrigidos.

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Série Agricultura Familiar - Coleção Passo a Passo - Cenoura22

10º PASSO

O sucesso do empreendedor rural no empreendimento é saber quanto vai gastar desde o plantio a comercialização do produto fi nal

Levantamentos de Dados para orçamento

Depois de obter as informações de modalidades de cultivo e sobre o quê, como, quando e onde plantar, o produtor rural deve colocar na ponta do lápis para discriminar todas as etapas e quantidade dos insumos e serviços com o intuito de saber quanto vai gastar no hectare de cenoura.

Tabela 4.

INSUMOSDescrição Unidade Quantidade

Adubo Mineral (04 – 14 -08) t 3,00

Adubo Mineral (20 – 20) t 0,20

Adubo Mineral (Bórax) kg. 20,00

Adubo Mineral (Sulfato de Zinco) kg. 20,00

Adubo Orgânico (Esterco de Galinha) t 10,00

Agrotóxicos (herbicidas) l 3,00

Agrotóxicos (fungicidas) kg. 8,00

Espalhante Adesivo l 2,00

Energia Elétrica para irrigação kwh. 1310,00

Sementes kg. 6,00

Cultura Cenoura no Plantio Convencional Área (ha): 1,00 Produtividade: (24.000 kg/ha) ou (1200 cx 20,0 kg)

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Série Agricultura Familiar - Coleção Passo a Passo - Cenoura 23

SERVIÇOSDescrição Unidade Quantidade

Preparo do solo (aração) h/m 3,00

Preparo do solo (gradagem) h/m 2,00

Preparo do solo (Levantamento de canteiro/rotoencanteirador) h/m 2,00

Abertura do sulco (manual de cobertura) d/h 3,00

Adubos (Distribuição manual) d/h 2,00

Adubos (Incorporação mecânica) h/mtr 20,00

Irrigação (Aspersão) d/h 5,00

Desbaste d/h 40,00

Agrotóxico (Aplicação) d/h 4,00

Colheita/Lavagem/Classificação/Acondiciomamento d/h 40,00

Fonte: EMATER-DF

Observações: 1) d/h: dia/homem, h/mt : hora/microtrator: h/m: hora/máquina;2) Coeficientes Técnicos podem variar conforme a região, o clima e o sistema de produção a ser

adotado pelo produtor rural.

PronafPara financiar suas plantações, o produtor rural pode solicitar

nas agências do Banco do Brasil crédito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar, conhecido como PRONAF.

Trata-se da principal política pública do Governo Federal para apoiar os agricultores familiares. Executado pelo Ministério do De-senvolvimento Agrário (MDA), tem como objetivo o fortalecimento das atividades produtivas geradoras de renda das unidades fami-liares de produção, com linhas de financiamento rural adequadas à sua realidade.

Mais informações sobre o Pronaf podem ser obtidas em car-tilha sobre o Pronaf produzida pelo SEBRAE em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). O material está dis-ponível na Biblioteca On Line do Sebrae. O endereço completo é: http://www.biblioteca.sebrae.com.br/bds/BDS.nsf/F8D5FB4FAB47

89938325771C0068DA07/$File/NT00044052.pdf

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INSTRUÇÕES TÉCNICAS DA EMBRAPA HORTALIÇAS. Brasília: Embrapa, n. 13, dez. 1997. 19 p.REVISTA HF CAMPO & NEGÓCIO. Uberlândia, MG: AgroComunicação, ano V, n.50. Jul. 2009. 90 p. ZIMBOLIM, LAÉRCIO; VALE, Francisco Xavier Ribeiro do. Costa, Hélcio (Ed.). Cenoura, In: ____. Controle de doenças de plantas hortaliças: Vol. 2. Viçosa, MG, 2000, p. 446.

Referências bibliográficas

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