cartazes para o painel exposição malditos

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  • 8/17/2019 Cartazes Para o Painel Exposição Malditos

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    m francês: poète maudit é umtermo utilizado para referir ospoetas que mantêm um estilo devida que pretende demarcar -sedo resto da sociedade, conside-rada como meio alienante e queaprisiona os indivíduos nas suas

    normas e regras, excluindo-semesmo dela ao adotar hábitos

    considerados autodestrutivos,como o abuso de drogas.Sob este conceito está o mito deque o gênio criador tem terrenoespecialmente fértil entre indiví-duos mergulhados num ambientede insanidade, crime, violência,miséria e melancolia, frequente-mente resultando no suicídio ououtro gênero de morte prematu-ra. A rejeição de regras manifes-

    ta-se também, geralmente, com arecusa em pertencer a qualquerideologia instituída.Os escritores do Romantismoutilizaram o termo, aplicando-o aFrançois Villon (1431-c. 1474),considerado, por isso, como sen-do o primeiro poeta maldito dahistória da literatura.O autor da expressão foi Alfredde Vigny, que a utilizou em 1832na sua peça dramática “Stello”,onde se refere aos poetas como

    "la race toujours maudite par lespuissants de la terre" ("a raçapara sempre maldita entre ospoderosos da terra"). O termo popularizou-se a partirda sua utilização para referir -se aum grupo de poetas, emprestadode uma série de artigos dos anosde 1884-1888 de Paul Verlaineintitulado "Les poètes mau-dits" (Os poetas reprovados), no"Boletim Lutèce", no qual poetascomo Tristan Corbière, Rimbaud

    e Mallarmé eram enfatizados. Charles Baudelaire, Paul Verlai-ne, Arthur Rimbaud e Lautréa-mont são considerados exemplostípicos.

    O termo é relevante para as vanguardasdo século XX, não apenas porque algunsdos seus precursores foram qualificadoscomo malditos, mas porque estas, comsua postura polemista, iconoclasta, tendi-am a sofrer grande resistência nos meiosculturais. Em diversas ocasiões na história, normal-mente por razões políticas, grupos de poe-tas precisaram se colocar à margem dos

    meios tradicio-nais de difusãode cultura, afim de manterviva a sua arte.Isto se deu noBrasil, com achamada“Poesia margi-nal”, por exem-plo. De certa for-ma, o termopoderia seraplicado e, defato, é, a poe-tas indepen-dentes, comum estilo nãoaceito pela mí-dia, tal como o

    compositor e poeta brasileiro JorgeMautner que, por suas referências literá-rias e seu trabalho majoritariamente musi-cal, não ocupa um grande espaço nas pre-ocupações, nem do meio literário, nem domeio musical.

    nome com-pleto do Mar-quês de Sadeera Donatien AlphonseFrançois deSade. Nasci-do em Parisno dia dois de

    junho do anode 1740,Sade foi um escritor prolífico e um aristo-crata controverso para os padrões sociaisvigentes na época em que viveu. Diversoslivros de sua autoria foram escritos en-quanto estava preso na Prisão de Bastilha.

    Lá, o escritor foi encarcerado por mui-tas vezes, até mesmo por NapoleãoBonaparte.Para se ter uma ideia de sua importân-cia, seu nome deu origem ao termosadismo, definido como perversão da-quele que procura aumentar a intensi-dade do prazer sexual produzindo sofri-mento em outros. O aristocrata foi perseguido por diver-sas castas francesas, tanto os revoluci-onários de 1789 quanto a monarquia eNapoleão queriam degustar sua cabe-ça num almoço regado a champanhe ecaviar. Segundo o filósofo e psicanalis-ta Luiz Felipe Pondé, “Sade era umfilósofo que achava que a natureza émá, incluindo a natureza humana e suahistória. O ‘divino’ marquês se inscrevenuma tradição (dos trágicos, gnósticos,maniqueus, cátaros) que se perguntase a natureza (ou Deus) não seria emsi má, cruel e perversa. Não seria ocosmo uma câmara de torturas?”. Aos 74 anos, após publicar diversasobras, Sade morre no hospício, amadopor duas mulheres com as quais plane- java produzir peças teatrais pornográfi-cas.

    dgar Allan Poe(1809-1849) foium poeta, escritor,romancista, crítico

    literário e editornorte-americano. Autor do famosopoema “O Corvo”.Escreveu contossobre mistério,

    inaugurando um novo gênero e estilona literatura. Edgar Allan Poe (1809-1849) nasceuem Boston, nos Estados Unidos, no dia19 de janeiro de 1809. Filho dos atoresde teatro, David Poe e Elizabeth Ar-nold, ficou órfão de mãe e seu pai

    abandonou a família. Foi acolhido, masnunca foi formalmente adotado, poruma família de ricos comerciantes deBaltimore, na Virgínia, que lhe proporci-onaram uma educação de qualidade,dos melhores professores da época.

    “Não convém que qualquer um leia as páginas a seguir; só alguns conseguirão saborear este fruto amar-

    go sem maiores riscos.” Trecho de Cantos de Maldoror, Lautréamont , 1869.

    NO 1 Num. 1/ pág. 1 Biblioteca Central da UFSC, Florianópolis, maio de 2015

    A Biblioteca Central da UFSC convida a comunidade a conhe-

    cer uma pequena mostra dos“Poetas Malditos”

    Livro Les poètes maudits.

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    ascido em Parisno dia nove de abrilde 1821, foi um poe-ta e teórico das ar-tes em geral. Naopinião de especia-listas e críticos dearte, foi o criador datradição moderna napoesia junto a Walt Whitman.

    Aos seis anos, perdeu seu pai, que foisubstituído pelo general Aupick, se-gundo marido de sua mãe. Baudelaireodiava Aupick e sua infância foi ator-mentada por diversas brigas com opadrasto. Devido ao mal estar familiar,Baudelaire abandona os estudos emLyon e vai para a Índia. Regressa em1848, ano em que participa da sériede revoluções na Europa central eoriental que acabaram eclodindo emfunção de regimes governamentaisautocráticos. Depois disso, dissipa todos seus bense vive na boemia e na jogatina de Pa-ris. Perdido pelas ruas parisienses,acaba conhecendo uma infinidade deartistas que o influenciaram: Mme.Sabatier, Marie Daubrun. sua musa, aatriz Jeanne Duval, entre outras perso-nalidades. Quebrado e cheio de dívi-das, Baudelaire foi submetido a umconselho familiar e foi decidido queseu tutor, Ancelle, controlaria seusgastos. Em 1857 um episódio marcaria suavida. Assim que publicou a obra “AsFlores do Mal” (Les Fleurs du Mal), otítulo mais consagrado de sua carreira,tomou um processo do tribunal de Se-na. A alegação era de que Baudelaireera um subversivo e atentava contraos bons costumes e à moral. O poetafoi obrigado a retirar seis poemas ori-ginais. Apesar disso, teve seu trabalhopublicado sem cortes em 1911, após asua morte. Passou os dias derradeiros de suavida atormentado por doenças nervo-sas. Acabou morrendo em Paris, suacidade natal, no dia 31 de agosto de1867. Foi vítima de uma paralisia gerale deu seu último suspiro nos braçosde sua mãe.

    o final do século 19, os críticos in-cluíram Verlaine entre os chamados"poetas malditos", como Arthur Rim-baud. A expressão, aliás, é do próprioVerlaine, eleito em 1894 o "Príncipedos Poetas", ao final de uma vidadesregrada por Paris, Rethel, Bruxe-las e Londres.Em agosto de 1862, Verlaine comple-

    tou os estudos secundários em Paris,onde seus pais se instalaram em1851, e foi morar com a família ma-terna no norte da França. Ali, entre apaisagem melancólica que corres-pondia a seu estado depressivo e oslivros de Baudelaire, apaixonou-sepela prima Elisa Moncomble. O amorimpossível o levou a beber em dema-sia. De volta a Paris, ele se habituou aoabsinto. Começou então a estudardireito. Empregou-se numa compa-

    nhia de seguros e, em seguida, naPrefeitura. Mas nada lhe interessavae ele passou sete anos entediando -se nos cafés, onde escreveu versos econheceu os parnasianos. Em 1866, sua coletânea "PoemasSaturninos", editada graças a suaprima Elisa, fez com que ele fossenotado pela crítica. Em sua poesia demusicalidade lírica e singular, Verlai-ne expressava os arrebatamentos daalma, transpondo seus sentimentos

    em impres-

    sões, atravésde paisagensnostálgicas erefinadas. Em 11 deagosto de1870, o poetase casou comMathilde Mau-té de Fleurvil-le, que nãotinha mais do

    que dezesseis anos, numa tentativa

    de acomodar -se a uma vida familiar,simples e tranquila. Escreveu "A BoaCanção" inspirado na esposa. Masem setembro de 1871, o jovem que ofascinava, Arthur Rimbaud lhe escre-veu e dias mais tarde, chegou a Pa-ris.

    Os dois se tornaram amantes. Emfevereiro de 1872, Mathilde pediu aseparação. Para acalmar a esposaultrajada, o poeta afastou Rimbaud.De volta ao continente, Verlaine tra-balhou em "Romances sem Pala-vras". Depois de várias rupturas ereconciliações, em 1873, Verlaine deuum tiro de pistola em Rimbaud, emBruxelas. O poeta foi preso e conde-nado, passando dois anos na prisão.Em 1874 "Romances sem Palavras"foi lançado. Verlaine, em seu cárcerede Mons, compôs poemas místicos,marcas de arrependimento, que forampublicados posteriormente em"Sabedoria" (1881) e "Outrora e re-centemente" (1884), mas tambémpoemas eróticos, como em"Parallèlement" (1889). Ao sair daprisão em 1875, Verlaine foi para aInglaterra, onde deu aulas durantedois anos. Em 1880 fixou-se em umafazenda perto de Rethel, com seunovo amante Lucien Létinois, um ex-aluno da instituição em que Verlaineensinou durante dois anos e de ondeeles foram expulsos por causa de sua"amizade particular". Mais uma vez oamor se rompeu e o poeta naufragouno álcool. No ano seguinte, Verlainevoltou a viver com sua mãe em Paris,onde morreu aos 52 anos.

    “ À volta da mesa”, por Henri Fantin-Latour, 1872, Rimbaud é o segundo àesquerda, tendo ao seu lado direitoPaul Verlaine.

    “Não convém que qualquer um leia as páginas a seguir; só alguns conseguirão saborear este fruto amargo sem maiores riscos.”

    Trecho de Cantos de Maldoror, Lautréamont , 1869.

    NO 1 Num. 1/ pág. 2 Biblioteca Central da UFSC, Florianópolis, maio de 2015

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    asceu em An-dernach, na Ale-manha, a 16 deagosto de 1920,filho de um solda-do americano ede uma jovemalemã. Aos trêsanos de idade, foi

    levado aos Esta-dos Unidos pelos pais. Criou-seem meio à pobreza de Los Ange-les, cidade onde morou por cin-quenta anos, escrevendo e embri-agando -se. Publicou seu primeiroconto em 1944, aos 24 anos deidade. Só aos 35 anos é que co-meçou a publicar poesias. Foi in-ternado diversas vezes com crisesde hemorragia e outras disfunçõesgeradas pelo abuso do álcool e docigarro. Durante a vida, ganhou

    certa notoriedade com contos pu-blicados pelos jornais alternativosOpen City e Nola Express, masprecisou buscar outros meios desustento: trabalhou 14 anos nosCorreios. É considerado o últimoescritor “maldito” da literatura norte-americana, uma espécie de autor“beat * honorário”, embora nuncatenha se associado com outrosrepresentantes beat, como JackKerouac e Allen Ginsberg. Sua literatura é de caráter extre-mamente autobiográfico, e nelaabundam temas e personagensmarginais, como prostitutas, sexo,alcoolismo, ressacas, corridas decavalos, pessoas miseráveis eexperiências escatológicas. Deestilo extremamente livre e imedia-tista, na obra de Bukowski nãotransparecem demasiadas preocu-pações estruturais. Dotado de umsenso de humor ferino, auto irôni-co e cáustico, ele foi comparado aHenry Miller, Louis-Ferdinand Céli-ne e Ernest Hemingway. Bukowski morreu de pneumonia,decorrente de um tratamento deleucemia, na cidade de San Pedro,Califórnia, no dia 9 de março de1994, aos 73 anos de idade, pou-co depois de terminar “Pulp”.

    asceu a 27 de maio de 1894, em Pa-ris, filho de um funcionário pobre e umarendeira. Depois de receber uma educa-ção primária, Destouches trabalhou emvárias ocupações até 1912, quando in-gressou na cavalaria. Logo no início daPrimeira Guerra Mundial, foi ferido nacabeça e adquiriu neurose de guerranuma ação pela qual foi condecoradopor bravura. O sofrimento, físico e men-tal, provocado por esses ferimentos per-seguiu-o até o fim de sua vida. Após ser dispensado por invalidez, obte-ve um diploma médico; tornou-se entãocirurgião assistente na fábrica Ford emDetroit. A seguir foi para a África, e aí,após um período na Liga das Nações,decidiu-se pelo trabalho médico extre-mamente mal remunerado entre os po-bres de Paris.O primeiro romance de Céline foi“Voyage au bout de la nuit” (1932), quelogo se tornou um sucesso internacional.Seu segundoromance, “Mort àcrédit” (1936),consolidou suareputação. Seuuso da lingua-gem coloquial,suas visões davida nos estratosmais baixos dasociedade, seusarcasmo - alia-dos à compaixão - influenciaram Sartre,Queneau e Bernanos e, entre os norte -americanos, Henry Miller, Burroughs,Ginsberg e Kerouac.No fim dos anos 30, Céline começou atender politicamente para o fascismo eproclamou seu antissemitismo.Durante a ocupação alemã, seu compor-tamento foi ambíguo. Depois da liberta-ção, teve que fugir para a Dinamarca,com a identidade disfarçada sob seuverdadeiro nome.Foi julgado in absentia, mas o veredictofoi posteriormente anulado e lhe permiti-ram retomar à França, onde passouseus últimos anos - parcialmente parali-sado e à beira da loucura.

    Céline, entretanto, continuou a escrever,produzindo dois romances - “D'un châte-au à l'autre” (1957) e “Nord” (1960)- considerados por alguns críticos comoequivalentes aos seus dois grandes li-vros dos anos 30. Morreu em Paris, a1.° de julho de 1961.

    oeta francês (18/3/1842-9/9/1898).Stéphane Mallarmé é um importantenome do simbolismo na poesia france-sa. Influenciado por Charles Baudelaire,valoriza o artifício de inverter a sintaxedas frases para ressaltar a dificuldadecomo elemento principal. Nasce em Paris e, em 1862, vai paraLondres especializar -se em inglês. Voltaa Paris um ano depois e funda, em1874, a revista “A Última Moda”, na qualescreve sobre estética literária. Colabo-ra no jornal “Le Parnasse Contempo-rain”, criando os poemas da primeirafase de sua carreira, influenciado por“As Flores do Mal”, de Baudelaire, edita-do na mesma época. No “Parnasse” mostra poemas que setornam famosos, como “A Tarde de umFauno”, cuja inversão sintática atinge aincompreensão, na opinião de editoresque se recusam a lançar a obra. Em1897 publica na revista “Cosmopolis” opoema “Um Lance de Dados Jamais Abolirá o Acaso”, considerado seu tra-balho mais importante, que ocupa o es-paço de uma página dupla e é compos-to em caracteres e tamanho de letrasdiferentes, podendo ser lido de inúme-ras formas simultaneamente. A obra éuma metáfora da consciência e suasdúvidas e indaga-ções. Embora brevee inacabada, a suaobra apresenta -sehoje como uma dasque determinaram aevolução da literatu-ra no século XX.Sem ter chegado aconcluir a sua gran-de obra, morreu noano de 1898, emParis.

    “Não convém que qualquer um leia as páginas a seguir; só alguns conseguirão saborear este fruto amargo sem maiores riscos.”

    Trecho de Cantos de Maldoror, Lautréamont , 1869.

    NO 1 Num. 1/ pág. 3 Biblioteca Central da UFSC, Florianópolis, maio de 2015

    ovimento literário, vanguarda artística com ramificações na música e na fotografia, a geração beat manifestou -se por meio de u m grupo de jovens escritores que extrapolaram a arte eda em busca de experiências transcendentais na cultura norte -americana dos anos 50.

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    oeta francês, nascido em 20 deoutubro de 1854. Considerado pós -romântico e precursor do surrealis-mo, é uma das maiores influênciasda poesia moderna. Jean Nicolas Arthur Rimbaud nasce em Charle-ville e revela vocação para os ver-sos ainda no colégio. Foge de casadiversas vezes durante a adoles-cência. Muda-se para Paris aos 17 anos,financiado pelo poeta Paul Verlai-ne, a quem enviara seu “Sonetodas Vogais” (1871). Um ano depoisVerlaine deixa a família para vivercom Rimbaud em Londres. A tem-pestuosa relação amorosa entre osdois termina quando Rimbaud éferido por Verlaine com um tiro nopulso. As obras “Uma Estação no Infer-no” (1873) e “Iluminações” (1886)revelam uma consciência estéticanova, uma linguagem libertária, aideia de que a poesia nasce deuma alquimia do verbo e dos senti-dos. Quando termina Iluminações,aos 20 anos, desiste da literatura eretoma a vida errante que o carac-terizara na adolescência. Comercializa peles e café na Etió-pia, alista-se no Exército colonialholandês, para desertar logo de-pois, trafica armas em Ogaden, vaipara o Chipre e para Alexandria.Em 1891 tem a perna amputada,em decorrência de um câncer no joelho. Morre em Marselha, em 10de novembro de 1891, depois dedemorada agonia.

    oi um poeta simbolista francês, nas-cido em 1845 na região da Bretanha,filho de Antoine-Édouard Corbière,autor do romance best -seller “Le Né-grier”, Tristan teve uma vida atormen-tada por uma relação angustiada comos pais, pelo sistema educativo, a so-lidão, a depressão e a péssima saúde(que lhe rendeu um reumatismo desfi-gurador).Mestre no estilo coloquial irônico, foium desajustado à sociedade, costu-mava vestir -se com roupas de mari-nheiro,fumarcachim-bo epregarpeçasna vizi-nhança. Amantedo mar,viveuboapartede suavida nacostabritâni-ca. Além de poeta era também pintor.Não foi reconhecido em vida; publicouum único livro, "Os Amores Amare-los" (1873). Após sua morte aos 29anos por tuberculose, seu trabalho foiresgatado na coletânea “Os PoetasMalditos”, organizada por Paul Verlai-ne em 1884. Mais tarde foi reconheci-do por críticos e poetas importantescomo Edmund Wilson e Ezra Pound.

    uruguaio Isidore Ducasse(Lautreamónt) nasceu em 04 de abrilde 1846, perdeu a mãe aos 2 anos deidade e quase não conviveu com opai, que prestava serviços ao consula-do da França em Montevidéu.

    Aos 13 anos, foi enviado para o Liceude Tarbes, na região dos Pirineus(França), onde estudou também noLiceu de Paus, situado na mesmaregião. Suas leituras fazem referência a es-critores como Byron, Musset e Bau-delaire, além de Eugéne Sue - autorde "Os Mistérios de París", de onderetirou o pseudônimo "Conde de Lau-tréamont" inspirado em uma de suaspersonagens. "Os Cantos de Maldoror" foram lança-dos na íntegra em meados de 1969,mas permaneceu oculta pelo editorLacroix, por temer represálias e pro-cessos que poderiam decorrer dolançamento de uma obra com tama-nho teor de perversão. Parte da cor-respondência de Lautréamont comseus editores e uma notificação dePoulet-Malassis, editor de "As Floresdo Mal", são as únicas evidências daexistência efêmera de Ducasse, alémdo atestado de óbito declarando oseu falecimento em 24 de novembrode 1870, às oito horas da manhã, emseus 24 anos de idade. Quem se atrever adentrar por um bre-ve momento em suas páginas de ero-são psíquica, encontrará zoofilia, pe-dofilia, homossexualismo, sadomaso-quismo e, principalmente, uma visãodíspar das próprias margens da insa-nidade.

    “Não convém que qualquer um leia as páginas a seguir; só alguns conseguirão saborear este fruto amargo sem maiores riscos.”

    Trecho de Cantos de Maldoror, Lautréamont , 1869.

    NO 1 Num. 1/ pág. 4 Biblioteca Central da UFSC, Florianópolis, maio de 2015

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    “Não convém que qualquer um leia as páginas a seguir; só alguns conseguirão saborear este fruto amargo sem maiores riscos.”

    Trecho de Cantos de Maldoror, Lautréamont , 1869.

    NO 1

    Torquato Neto Letrista, poeta e jornalista,Torquato Neto nasceu emTeresinha, em 1944. De tem-peramento complexo, cominternações psiquiátricas eproblemas profissionais, sui-cidou-se em 1972, no Rio.

    llen Ginsberg win Allen Ginsberg, nasceuo ano de 1926, e faleceu em997. Poeta norte -americanoo movimento Beat, que cha-

    mou a atenção do públicoraças às acusações de obs-enidade que pesaram sobreeu famoso poema, Howl.

    Jack Kerouac

    (1922-1969) foi um escritor norte-americano. Porta voz da gera-ção beat, que marcou o final dosanos 50 nos Estados Unidos.

    William Burroughs

    Nasceu em 1914, em St.Louis, Estados Unidos. Nadécada de 1940 mudou -separa Nova York, onde inicia-ria sua carreira literária efaria amizade com Jack Ke-rouac e Allen Ginsberg, en-tre outros escritores beat. Morreu, em agosto de1997.

    William BlakeNasceu em Lon-dres, 28 de novem-bro de 1757. Morreuem Londres, 12 deagosto de 1827.

    Foi um poeta, tipó-grafo e pintor inglês,sendo sua pinturadefinida como pintu-ra fantástica.

    Paulo LeminskiNasceu em Curitiba, em1944. Poeta de vanguarda,letrista de música popular,escritor, tradutor, professor

    e, pode parecer inusitado, mas ele também eraaixa-preta de judô. Era um boêmio inveterado.

    Em 1989, por causa de problemas com o álcool,ele acabou falecendo.

    John FanteNasceu em Denver, 8 de

    Abril de 1909. Morreu em

    Woodland, 8 de Maio de1983. Foi um romancistaestadunidense, contista eroteirista de ascendência italiana. Ele é maisconhecido por seu trabalho "Pergunte ao Pó",um romance semi-autobiográfico ambientadona década de 1930, que conta a história doaspirante a escritor Arturo Bandini.

    João Antônio Nasceu em SãoPaulo, em 27 dejaneiro de 1937.Morreu no Rio deJaneiro, em 31 deoutubro de 1996.Foi um jornalista e escritor brasileiro,criador do conto-reportagem no jor-nalismo brasileiro e contista que setornou conhecido por retratar osproletários e marginais que habitamas periferias das grandes cidades.

    Ana Cristina César Nasceu na cidade do Rio de Janeiro, no dia 2 de

    junho de 1952, foi uma poetisa e tradutora brasi-leira, conhecida como Ana C. É considerada umdos principais nomes da geração mimeógrafo dadécada de 1970, e tem o seu nome muitas vezesvinculado ao movimento de Poesia Marginal. Nodia 29 de outubro de 1983 em um ato suicida, selança da janela do apartamento de seus pais.

    Sousândrade

    Joaquim de Sousa Andrade, mais conhecidopor Sousândrade foi um escritor e poeta bra-sileiro. Nascido na vila de Gui-marães, no Maranhão, em 9 de julho de 1832. Morre em SãoLuís, abandonado, na miséria econsiderado louco, em 21 deabril de 1902.

    Alejandra Pizarnik Nasceu em Buenos Aires, 29 deabril de 1936. Morreu em 25 desetembro de 1972. Foi uma escri-tora e poeta argentina. Estudoufilosofia e letras na Universidadede Buenos Aires e posteriormentepintura com Juan Batlle Planas.

    Alice Ruiz

    Alice Ruiz Scherone, nas-ceu em Curitiba PR 1946.

    Poeta,compo-sitora,tradutorae publici-tária.

    Num. 1/ pág. 5

    Leopold Riter von Sacher -Masoch

    Nasceu em Lviv, Ucrânia, 27 de janeiro de 1836. Morreu

    em9 de março de 1895. Foi um escritor e jornalista austría-

    co, cujo nome esteve na base da criação, pelo psiquiatra

    alemão Richard von Kra -Ebing, do termo masoquismo. Otermo deriva de seu nome graças ao seu romance “A Vênus

    das peles” (1870) onde um dos personagem a nge o gozo

    após ser surrado pelo amante da sua esposa. “A Vênus das

    peles”, foi a obra que o imortalizou, exatamente por abor-

    dar, de modo direto e corajoso, em um aspecto tão misteri-

    oso e intrigante da alma humana que é o prazer sensual que

    se pode extrair do sofrimento. O

    masoquismo, como cou conhe-

    cida essa tendência, é algo que

    desa a toda lógica u litarista ou

    biológica, oferecendo -se comoum dos enigmas mais formidá-

    veis dos aspectos trágico e sim-

    bólico da condição humana.

    Biblioteca Central da UFSC, Florianópolis, maio de 2015

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    NO 1

    Expediente

    Jornal Amostra Maldita Execução diagramação e arte final

    Gleide B. J. OrdovásSetor de Coleções Especiais BC/UFSC

    ColaboraçãoFelipe Côrte Real

    Giovanni Fiorenzano Joana Carla Felício

    Jury Antonio Dall Agnol

    Leonardo Ripoll Ricardo Chagas

    Os conteúdos expostos nas obras são de inteira responsa-ilidade de seus autores. O Jornal Amostra Maldita não seesponsabiliza por ideias, opiniões ou conceitos expressoselas. Leia por sua conta e risco.

    Fernando Pessoa Fernando António NogueiraPessoa (Lisboa, 13 de Junhode 1888 - Lisboa, 30 de No-vembro de 1935), foi um poeta,filósofo e escritor português.Em 1915, liderou um grupo deintelectuais. Fundou a revista Orfeu, ondepublicou poemas que escandalizaram a so-ciedade conservadora da época. FernandoPessoa foi chamado de louco.

    Antonin Artaud

    Antoine Marie Jo-seph Artaud nas-ceu em Marselha,em 4 de setembrode 1896. Morreuem Paris, em 4 de março de 1948. Foi umpoeta, ator, escritor, dramaturgo, roteirista ediretor de teatro francês de aspirações anar-quistas. Ligado fortemente ao surrealismo,foi expulso do movimento por ser contrário afiliação ao partido comunista.

    Anais Nin Nasceu em 21 de fevereiro de1903, Neuilly, perto de Paris.Morreu em 14 de janeiro de1977, Los Angeles. Foi umaescritora francesa que tornou -sefamosa pela publicação de diá-rios pessoais, que medem umperíodo de quarenta anos, co-meçando quando tinha doze

    anos. Foiamante deHenry Miller esó permitiuque seusdiários fos-

    sem publicados após a mortede seu marido Hugh Guiler.

    Horacio Quiroga

    Horacio Silvestre Quiroga Forteza. Nasceu emSalto, em 31 de dezembro de 1879. Morreu emBuenos Aires, em 19 de feve-reiro de 1937. Foi um escritoruruguaio famoso por seuscontos, que geralmente trata-vam de eventos fantásticos emacabros. Em 1937, após tersido diagnosticado com cân-cer, Quiroga cometeu suicí-dio, ingerindo uma dose letal de cianureto.

    Henry MillerNascido em Yorkville (Nova York) no dia 26 dedezembro de 1891 e filho de pais alemães,Henry Valentine Miller viveu no Brooklyn duran-

    te seus anos escolares. Considerado o prede-cessor do estilo de escritores como John Fan-tee Charles Bukowksi, Millerfoi um grande subversivo desua época. Escreveu litera-tura libertária e pornográficaem plenos anos 30. Morreuem Los Angeles no dia 7 de

    junho de 1980.

    LawrenceFerlinghetti É um poeta americano, maisconhecido como co-fundador da City Lights Bo-okstore e editora de mesmonome, que publicou obrasliterárias dos poetas da Ge-ração Beat, incluindo JackKerouac e Allen Ginsberg.

    “Não convém que qualquer um leia as páginas a seguir; só alguns conseguirão saborear este fruto amargo sem maiores riscos.”

    Trecho de Cantos de Maldoror, Lautréamont , 1869.

    Num. 1/ pág. 6 Biblioteca Central da UFSC, Florianópolis, maio de 2015

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    NO 1

    “Não convém que qualquer um leia as páginas a seguir; só alguns conseguirão saborear este fruto amargo sem maiores riscos.”

    Trecho de Cantos de Maldoror, Lautréamont , 1869.

    Num. 1

    A Biblioteca Central da UFSC convida a comunidade a conhecer uma pequena “Mostra dos

    Poetas Malditos”

    ara identificar os autores que tem suas obrascensuradas em sua época e obtêm reconheci-mento muitos anos após sua publicação, foi cri-ado o termo escritores ou poetas "malditos".

    Com a censura de seus pensamentos, algumasobras ficam muito tempo sem chegar a umgrande número de leitores. A maioria delas,quando descoberta pelos críticos e público emgeral, são consideradas inovadoras e influentes.O termo “poetas malditos” ganhou maior notori-edade quando, nos anos de 1884 e 1888, oamigo de Rimbaud, Paul Verlaine, publicou aobra "Les Poètes Maudits" (Os Poetas Maldi-tos). Assim eram apresentados ícones comoRimbaud e Tristan Corbière.

    Ao lado da máquina de escrever, algum escritor descuidado deixou espalhado suas anotações. Éproibido, mas levem! Leiam, se inspirem, instiguem–se a conhecê-los melhor. Porém, como bemalerta Lautréamont , saboreiem o fruto amargo gerado em mentes transgressoras, contudo, não

    convém a qualquer um...

    termo maldito também pode ser aplicado em auto-res do fim do século XIX que passaram pelo mesmoprocesso como William Blake e Baudelaire.

    Outros escritores que ganharam a alcunha foramHenry Miller, que teve suas obras proibidas nos Esta-dos Unidos dos anos 30, os beat dos anos 50 como Allen Ginsberg, Jack Kerouac, William Burroughs eLawrence Ferlinghetti. Também houve a época dosescritores beberrões como Charles Bukowski e JohnFante, ambos obtiveram reconhecimento após anoslutando com as palavras e a pobreza. Todos estesautores são associados pelos críticos literários comotransgressores, escritores que romperam e se rebela-ram contra as tradições e costumes da época em queiniciaram seus trabalhos.O maldito é o contrário do que se chama de olímpicona crítica literária. Por exemplo, Victor Hugo foi oolímpico, majestoso e sublime de sua época, já Bau-delaire foi o maldito, pois sua principal obra "Flores doMal" ganhou um processo no tribunal de Sena. Os escritores considerados malditos no Brasil são:Sousândrade, João Antônio, Paulo Lemisnki, AliceRuiz, Ana Cristina César, dentre outros.

    Fonte: http://www.infoescola.com/literatura/escritores-malditos/

    Expediente

    Jornal Amostra Maldita

    Execução diagramação earte final

    Gleide B. J. OrdovásSetor de Coleções

    Especiais BC/UFSC

    ColaboraçãoFelipe Côrte Real

    Giovanni Fiorenzano Joana Carla Felício

    Colaboração Jury Antonio Dall Agnol

    Leonardo Ripoll Ricardo Chagas

    Biblioteca Central da UFSC, Florianópolis, maio de 2015

  • 8/17/2019 Cartazes Para o Painel Exposição Malditos

    8/8

    NO 1

    “Não convém que qualquer um leia as páginas a seguir; só alguns conseguirão saborear este fruto amargo sem maiores riscos.”

    Trecho de Cantos de Maldoror, Lautréamont , 1869.

    Num. 1

    A Biblioteca Central da UFSC convida a comunidade a conhecer uma pequena “Mostra dos

    Poetas Malditos”

    ara identificar os autores que tem suas obrascensuradas em sua época e obtêm reconheci-mento muitos anos após sua publicação, foi cri-ado o termo escritores ou poetas "malditos".

    Com a censura de seus pensamentos, algumasobras ficam muito tempo sem chegar a umgrande número de leitores. A maioria delas,quando descoberta pelos críticos e público emgeral, são consideradas inovadoras e influentes.O termo “poetas malditos” ganhou maior notori-edade quando, nos anos de 1884 e 1888, oamigo de Rimbaud, Paul Verlaine, publicou aobra "Les Poètes Maudits" (Os Poetas Maldi-tos). Assim eram apresentados ícones comoRimbaud e Tristan Corbière.

    termo maldito também pode ser aplicado em auto-res do fim do século XIX que passaram pelo mesmoprocesso como William Blake e Baudelaire.

    Outros escritores que ganharam a alcunha foramHenry Miller, que teve suas obras proibidas nos Esta-dos Unidos dos anos 30, os beat dos anos 50 como Allen Ginsberg, Jack Kerouac, William Burroughs eLawrence Ferlinghetti. Também houve a época dosescritores beberrões como Charles Bukowski e JohnFante, ambos obtiveram reconhecimento após anoslutando com as palavras e a pobreza. Todos estesautores são associados pelos críticos literários comotransgressores, escritores que romperam e se rebela-ram contra as tradições e costumes da época em queiniciaram seus trabalhos.O maldito é o contrário do que se chama de olímpicona crítica literária. Por exemplo, Victor Hugo foi oolímpico, majestoso e sublime de sua época, já Bau-delaire foi o maldito, pois sua principal obra "Flores doMal" ganhou um processo no tribunal de Sena. Os escritores considerados malditos no Brasil são:Sousândrade, João Antônio, Paulo Lemisnki, AliceRuiz, Ana Cristina César, dentre outros.

    Fonte: http://www.infoescola.com/literatura/escritores-malditos/

    Expediente

    Jornal Amostra Maldita

    Execução diagramação earte final

    Gleide B. J. OrdovásSetor de Coleções

    Especiais BC/UFSC

    ColaboraçãoFelipe Côrte Real

    Giovanni Fiorenzano Joana Carla Felício

    Colaboração Jury Antonio Dall Agnol

    Leonardo Ripoll Ricardo Chagas

    Biblioteca Central da UFSC, Florianópolis, maio de 2015

    Ao lado da máquina de escrever, algum escritor descuidado deixou espalhado suas anotações. Éproibido, mas levem! Leiam, se inspirem, instiguem–se a conhecê-los melhor. Porém, como bemalerta Lautréamont , saboreiem o fruto amargo gerado em mentes transgressoras, contudo, não

    convém a qualquer um...