carta à nova administração alunos de teatro
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São Caetano do Sul, 06 de fevereiro de 2013
Prezado Diretor da Fundação das Artes de São Caetano do Sul, Sr.Vagner Perton,
Diante do ocorrido no dia 04 de fevereiro de 2013, data do reinício das aulas, quando os
alunos dos cursos profissionalizantes de Teatro e Música solicitaram à Coordenadora
Pedagógica, Sra. Noemi, um posicionamento oficial sobre mudanças no funcionamento dos
programas de bolsas de projetos educacionais; e, entendendo que as explicações oferecidas
não se mostraram suficientes para esclarecer nossas dúvidas e angústias, solicitamos respostas
para as seguintes incertezas:
1) Bolsas de estudo: Fomos informados pela referida coordenadora que as bolsas de
estudo destinadas aos alunos que prestam serviços sob regime de estágio foram
destituídas da escola. Esse fato causa grandes complicações do ponto de vista
financeiro para um número significativo de alunos (munícipes ou não) que estão
matriculados no curso graças ao programa de bolsas. Além disso, uma vez canceladas
as bolsas, haverá um incalculável prejuízo pedagógico, dada a natureza de cursos
artísticos calcados no trabalho coletivo, com o desmantelamento das turmas. Isto
posto, apresentamos as seguintes questões:
Sendo a instituição em questão uma fundação, não teria ela autonomia para
gerenciar seus próprios recursos, de modo a garantir a continuidade de um
programa que propicia a um número significativo de alunos (munícipes ou
não) o acesso a um ensino de qualidade? Acrescentamos ainda, o fato de os
alunos contemplados, como contrapartida ao benefício, dedicarem tempo
extra na realização de serviços gerais, pesquisa e criação artística, que
viabilizam o bom funcionamento da escola e são fundamentais para uma
instituição desta natureza e para o fomento da Cultura na cidade.
Quais seriam, portanto, as justificativas plausíveis para o corte do programa de
bolsas dirigido aos alunos (munícipes ou não), tendo em vista o potencial
impacto negativo na qualidade dos projetos desenvolvidos?
Uma vez constatada a ilegalidade das bolsas oferecidas para os alunos, o que
pretende ser feito para colocá-las dentro da legalidade? Caso contrário, o que
a Fundação das Artes e, conseqüentemente, a Secretaria da Cultura e a
Prefeitura Municipal, pretendem fazer para ressarcir os alunos que
trabalharam na prestação de serviços, pesquisa acadêmica e espetáculos
artísticos?
2) Projetos: Considerando o exímio trabalho da Fundação das Artes, desenvolvido há
décadas na cidade, projetando o nome do município em importantes festivais através
das ações culturais dos diferentes eixos artísticos (Teatro, Música, Dança e Artes
Visuais), julgamos fundamental a continuidade dos projetos desenvolvidos com
sucesso pela escola. Isto posto, apresentamos as seguintes questões:
A administração atual pretende manter e zelar pela realização dos seguintes
projetos:
- Festival Anual Cena de Teatro.
- Mostras semestrais das quatro escolas.
- Financiamento dos projetos de montagem de formatura das turmas de
Teatro.
- Programa Viva Arte Viva.
- Julho Cultural.
- Núcleos de Pesquisa Teatral.
- Festival de Teatro Estudantil.
3) Espaços: Tem sido objeto de nossa preocupação os espaços destinados e cedidos para
as aulas e apresentações dos nossos resultados de pesquisa. Temos enfrentado
inúmeras dificuldades com espaços deficientes e impróprios para o uso. Fazemos
votos de que nossos apelos por novas estruturas sejam ouvidos e as ações de melhoria
executadas nessa nova gestão política. Isto posto, apresentamos as seguintes
questões:
Poderemos utilizar de forma contínua o pólo cultural Casa de Vidro, situado na
Praça do Professor s/n, ao lado do teatro Santos Dumont? Esse espaço tem
sido utilizado para aulas e espetáculos, sobretudo após a interdição do teatro
TImochenco Wehbi.
Existe um projeto para a reforma teatro TImochenco Wehbi, interditado pelo
IPT, desde o 2º semestre de 2012, causando uma perda lastimável para
alunos e comunidade?
Existe um projeto de adequação do prédio das FASCS às reais necessidades do
curso, visto que sofremos com o número insuficiente de salas de aula,
ausência de espaços adequados para ensaios e o referido problema
estrutural do teatro TImochenco Wehbi?
4) Coordenadores de área: A Fascs, constituída de quatro diferentes escolas, possui
necessidades específicas para cada eixo artístico e, portanto, conta com o trabalho
especializado de coordenadores que dominem as linguagens e demandas de cada
escola. Na conversa com a coordenadora pedagógica ficou entendido que até o
momento a Escola de Teatro e a Escola de Música ainda não contam com a figura
desse profissional, comprometendo significativamente os processos pedagógicos da
instituição. Sendo assim:
A escola pretende eleger ou indicar os coordenadores de área?
Para quando estão previstas as eleições internas para o cargo, caso seja essa a
forma de obter o profissional em pauta?
Em face de todas as colocações feitas aqui, com o intuito primário de requerer
esclarecimentos e respostas quanto às questões levantadas, queremos deixar claro
que nossa motivação se baseia, primordialmente, no orgulho e no amor de pertencer a
uma instituição histórica, renomada e com altos níveis de qualidade. Índices que
devem ser mantidos e continuamente melhorados, razão pela qual abrimos esse
diálogo e insistimos em uma devolutiva clara e contundente da direção o mais breve
possível.
Comissão de alunos do curso técnico em Arte Dramática
TAD
Daniele Máximo (P1)
Caroline Amaral (P2)
Danilo Oliveira (P3)
Amanda Furlan (P4)
Carlos Fonseca (P5)
Sarah Galvano (P6)
André Felix (P7)