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INSTITUTO DE ZOOTECNIA PROGRAMA DE PS-GRADUA˙ˆO EM PRODU˙ˆO ANIMAL SUSTENT`VEL CARACTER˝STICAS AGRONMICAS E ESTRUTURAIS DE BRACHIARIA SPP SUBMETIDAS A DOSES E FONTES DE NITROG˚NIO EM SOLO DE CERRADO MÆrcia Atauri Cardelli de Lucena NOVA ODESSA JANEIRO - 2011

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INSTITUTO DE ZOOTECNIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO ANIMAL SUSTENTÁVEL

CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS E ESTRUTURAIS DE

BRACHIARIA SPP SUBMETIDAS A DOSES E FONTES DE NITROGÊNIO

EM SOLO DE CERRADO

Márcia Atauri Cardelli de Lucena

NOVA ODESSA

JANEIRO - 2011

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ii

GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

SECRETARIA DE AGRICULTURA E ABASTECIMENTO

AGÊNCIA PAULISTA DE TECNOLOGIA DOS AGRONEGÓCIOS

INSTITUTO DE ZOOTECNIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO ANIMAL SUSTENTÁVEL

CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS E ESTRUTURAIS DE

BRACHIARIA SPP SUBMETIDAS A DOSES E FONTES DE

NITROGÊNIO EM SOLO DE CERRADO

Márcia Atauri Cardelli de Lucena

Orientador: Dr. Valdinei Tadeu Paulino

Nova Odessa Janeiro, 2011

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação do Instituto de Zootecnia,

APTA/SAA, como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Produção

Animal Sustentável.

iii

Ficha elaborada pelo

Núcleo de Informação e Documentação do Instituto de Zootecnia Bibliotecária responsável � Ana Paula dos Santos Galletta - CRB8/7166

L968c Lucena, Márcia Atauri Cardelli de

Características agronômicas e estruturais de Brachiaria spp

submetidas a doses e fontes de nitrogênio em solo de cerrado. /

Márcia Atauri Cardelli de Lucena. Nova Odessa - SP, 2010.

101p. : il.

Dissertação (Mestrado) - Instituto de Zootecnia. APTA/SAA. Orientador: Dr. Valdinei Tadeu Paulino.

1. Plantas forrageiras. 2. Gramineas forrageiras. 3. Capim-

braquiaria. 4. Nutrição animal. I. Paulino, Valdinei Tadeu. II. Título.

CDD 633.2

iv

GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

SECRETARIA DA AGRICULTURA E ABASTECIMENTO

AGÊNCIA PAULISTA DE TECNOLOGIA DOS AGRONEGÓCIOS

INSTITUTO DE ZOOTECNIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO ANIMAL SUSTENTÁVEL

CERTIFICADO DE APROVAÇÃO

CARACTERISTICAS AGRONOMICAS E ESTRUTURAIS DE

BRACHIARIA SPP SUBMETIDAS A DOSES E FONTES DE NITROGÊNIO

EM SOLO DE CERRADO

MARCIA ATAURI CARDELLI DE LUCENA

Orientador: Valdinei Tadeu Paulino

Aprovado como parte das exigências para obtenção de título de MESTRE em Produção Animal

Sustentável, pela Comissão Examinadora:

Prof. Dr. Valdinei Tadeu Paulino

Dr. José Lavres Junior

Dra. Gunta Gutmanis

Data da realização: 14 de Janeiro de 2011.

Presidente da Comissão Examinadora

Prof. Dr. Valdinei Tadeu Paulino

v

vi

DEDICATÓRIA

A Deus, Grandioso Pai, que a tudo nos ouve e acolhe-nos com Seu

Imenso Amor.

Aos meus pais José Márcio �in memorian� e Maurícia que me

proporcionaram a oportunidade de vir ao mundo e pelo exemplo, força e

amor permitiram que eu chegasse até aqui.

Ao José Everaldo, meu companheiro que sempre esteve ao meu

lado. As minhas três estrelas Renata, Daniela e Fátima, que iluminaram o

meu caminho, para alcançar o êxito nesse trabalho.

vii

AGRADECIMENTOS

Ao Instituto de Zootecnia, pela disponibilidade do curso de Mestrado em Produção Animal

Sustentável e a todos os professores do programa.

Ao Professor Dr. Valdinei Tadeu Paulino, pela orientação, paciência, esforço, dedicação e

força em todos os momentos.

Ao Dr. Paulo Bardauil Alcântara que na época foi Diretor Geral do Instituto de Zootecnia,

empreendedor que permitiu e ajudou na concretização de um sonho, que permitirá a evolução de

muitos.

À empresa Wolf Seeds, em especial ao Sr. Pereira e ao Sr. Adílson Cresta, por dar condições

e apoio para o desenvolvimento deste trabalho.

À pesquisadora Dra. Eliana Aparecida Schammas pelas análises estatísticas.

À pesquisadora Dra. Keila Maria Roncato Duarte e à Marta Joana Paiva Perissinoto pelas

explicações e soluções durante este período.

À pesquisadora Dra. Valquíria de Bem Gomes Alcântara, pela amizade, apoio e sugestões

valiosas.

A todos do setor �Escolinha�, a Paula, a Elza, a Iraci, ao Guilherme, ao Zé Carlos, ao Valmir,

ao Srs. Wadih, Antonio, Lordelino e ao Sr. Paulo.

A todos do Laboratório de Botânica, e em especial à Suleize e ao Thiago Granato que

cooperaram no trabalho.

Agradeço sinceramente ao Flavio Rocha, amigo de turma, que sempre me ajudou em tudo e

em todos os momentos, tanto bons quanto maus.

Muito Obrigado!

viii

SUMÁRIO

RESUMO ............................................................................................................. xi

ABSTRACT ......................................................................................................... xiii

LISTA DE TABELAS ......................................................................................... xv

LISTA DE FIGURAS .......................................................................................... xxi

1. INTRODUÇÃO .............................................................................................. 1

2. REVISÃO DE LITERATURA ....................................................................... 3

2.1 Brachiaria : histórico das principais espécies e híbridos ........................ 3

2.2 Adubação nitrogenada em forrageiras ........................................................ 6

2.3 Fontes e doses de nitrogênio ....................................................................... 7

2.4 Nitrogênio e características estruturais ....................................................... 9

3. MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................ 13

3.1 Localização e período experimental ........................................................... 13

3.2 Solo estudado ............................................................................................. 13

3.3 Delineamento experimental e tratamentos .................................................. 15

3.4 Correção da acidez e adubação básica ........................................................ 16

3.5. Avaliações .................................................................................................. 17

3.5.1 Altura ................................................................................................. 17

3.5.2 Densidade populacional de perfilhos (DPP) ...................................... 18

ix

3.5.3 Produção de fitomassa seca ......................................................... 18

3.5.4 Concentração de nitrogênio total ....................................................... 18

3.5.5 Área Foliar ........................................................................................ 19

3.5.6 Estimativa do teor de clorofila através de unidades SPAD ................ 19

3.5.7 Determinação da taxa fotossintética ................................................... 19

3.5.8 Estimativa da eficiência de uso do nitrogênio .................................... 19

3.6 Análises estatísticas ..................................................................................... 20

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................... 21

4.1 Fitomassa seca da parte aérea ..................................................................... 21

4.1.1 Fitomassa seca das lâminas foliares .................................................. 22

4.1.2 Fitomassa seca dos pseudocolmos ..................................................... 23

4.1.3 Proporções das lâminas foliares e colmos ......................................... 25

4.1.4 Fitomassa seca total .......................................................................... 28

4.2 Fitomassa seca das raízes ............................................................................ 36

4.3 Taxa de crescimento cumulativo ................................................................. 38

4.4 Densidade populacional de perfilhos .......................................................... 42

4.4.1 Perfilhamento � primeiro corte............................................................... 42

4.4.2 Perfilhamento � segundo corte ............................................................... 45

4.4.3 Perfilhos basilares ............................................................................... 45

x

4.4.4 Perfilhos aéreos ................................................................................. 49

4.4.5 Perfilhos mortos ................................................................................. 50

4.4.6 Perfilhamento total ............................................................................. 52

4.4.7 Proporção de perfilhos aéreos e perfilhos basilares ........................... 54

4.4.8 Fitomassa dos perfilhos ..................................................................... 58

4.4.9 Contribuição das lâminas foliares na fitomassa seca do perfilho ... 57

4.5 Relação folhas/pseudocolmos (haste) ......................................................... 58

4.6 Estimativa do teor de clorofila através de unidades SPAD ........................ 61

4.7 Altura das plantas ........................................................................................ 63

4.8 Área foliar ................................................................................................... 64

4.9 Fotossíntese e radiação solar incidente ....................................................... 66

4.10 Concentração de nitrogênio nas lâminas foliares e pseudocolmos ........... 69

4.11 Quantidades de nitrogênio extraídas .......................................................... 73

4.12 Eficiência de uso de nitrogênio ................................................................. 83

4.13 Composição química do solo ..................................................................... 85

4.13.1 Efeito do nitrogênio na acidificação do solo ........................................ 86

5. CONCLUSÕES ............................................................................................... 90

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................. 91

xi

RESUMO

Características agronômicas e estruturais em Brachiaria spp submetidas a fontes e

doses de nitrogênio em solo de cerrado

O manejo do suprimento (adubação) com nitrogênio (N) é um fator muito importante quando se

considera o crescimento de plantas e a conservação ambiental. Conhecer o quanto a planta requer

de N possibilita a aplicação de quantidades apropriadas de fertilizantes nitrogenados,

maximizando o uso deste insumo. A disponibilidade de N tem sido apontada como um dos

principais fatores limitantes, como também, uma ferramenta de manejo na produção de

gramíneas. O nitrogênio apesar de presente no solo, como constituinte de material orgânico ou na

forma inorgânico (amônio e nitrato), tem seu suprimento limitado, podendo ser esgotado

rapidamente por alguns cultivos. Diante disso, este trabalho teve como objetivo avaliar os efeitos

de fontes e de doses de nitrogênio sobre características produtivas, fisiológicas e nutricionais em

duas cultivares de Brachiaria brizantha e em dois híbridos e os atributos químicos do solo. O

solo estudado foi um Neossolo Quartzarënico, oriundo de uma pastagem de Brachiaria

decumbens, com baixo teor de matéria orgânica. O experimento foi conduzido em casa-de-

vegetação, em Nova Odessa, Estado de São Paulo, no período de outubro de 2009 a abril de

2010. Utilizou-se o esquema fatorial 4 x 2 x 4, sendo dois cultivares de Brachiaria brizantha cv.

Marandu e Brachiaria brizantha cv Piatã e dois híbridos múltiplos, intra e interespecíficos

apomíticos de Brachiaria spp. denominados de H69 e H12, duas fontes de N (ureia e nitrato de

amônio) e quatro doses (0, 150, 300 e 450 kg ha-1

de N). Os tratamentos foram dispostos em

delineamento experimental de blocos ao acaso, com cinco repetições. Foram realizados dois

cortes nas plantas, após o segundo corte foi coletada uma amostra de solo de cada unidade

experimental. Os resultados mostraram que a adubação nitrogenada é uma ferramenta que

contribui positivamente para aumento das variáveis relacionadas ao crescimento, como fitomassa

seca total, fitomassa seca das lâminas foliares, fitomassa seca dos pseudocolmos, altura, numero

de perfilhos, leituras SPAD e área foliar. Os maiores acumulos de fitomassa, extração de

nitrogênio e maior perfilhamento foram obtidos com o fornecimento de nitrato em relação à

ureia. Os híbridos H69 e H12 apresentaram características morfológicas, estruturais e produção

de fitomassa seca que os validam positivamente como opções para as pastagens.

Palavras-chave: Adubação nitrogenada, fitomassa, híbridos, nitrato de amônio, perfilho, ureia

xii

xiii

ABSTRACT

Agronomic characteristics and structural of Brachiaria spp submitted to sources and doses

of nitrogen in cerrado soil

The right management of nitrogen supply (N) is a very important issue concerned to plant growth

and the environment healthy. For farmers, to know how much the plant requires N enables the

application of appropriate amounts of nitrogen fertilizer, maximizing the use of this material. The

availability of N has been identified as one of the main limiting factors, but also a management

tool in the production of grasses. The nitrogen in the soil either, as a constituent of organic

material or mineral form (ammonium and nitrate), has limited supply and can be depleted rapidly

for a few crops. Thus, this study aimed to evaluate the effects of nitrogen and rates sources on

yield characteristics, physiological and nutritional conditions in two cultivars of Brachiaria

brizantha and two hybrids and soil chemical properties. The soil was a Entisol - Psament, coming

from a pasture of Brachiaria decumbens with low organic matter content. The experiment was

conducted in a greenhouse, in Nova Odessa, Sao Paulo, from October 2009 to April 2010. A

factorial 4 x 2 x 4, with two cultivars of Brachiaria brizantha cv. Brizantha and Brachiaria

brizantha cv Piata two hybrids and multiple intra-and inter apomictic Brachiaria spp. H69 and

H12 named, two N sources (urea and ammonium nitrate) and four rates (0, 150, 300 and 450 kg

ha-1 N). Treatments were arranged in randomized blocks, with five replicates. Two cuts were

performed in plants after the second cut a soil sample was collected from each experimental unit.

The results showed that nitrogen is a good tool which in turn contributes positively to increases

the growth-related variables, such as total dry mass, leaf dry weight, dry weight of pseudostems,

height, number of tillers in effect with hight doses of nitrogen. The ammonium nitrate was more

effective than urea, to provide larger accumulations of biomass and nitrogen extraction and

tillering. The hybrids H69 and H12 showed morphological, structural and production of dry

matter that validate it as positive options for the pasture.

Key words: ammonium nitrate, hybrid, dry weight, nitrogen fertilization, tiller, urea

xiv

xv

LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Nutrientes, quantidades e fontes utilizadas como adubação básica...... 19

Tabela 2- Fitomassa seca das lâminas foliares e dos pseudocolmos (g vaso-1) de

Brachiaria spp, em função de fontes de nitrogênio, dados do primeiro corte.

24

Tabela 3- Fitomassa seca das lâminas foliares (g vaso-1) e coeficientes de

regressão de Brachiaria spp, em função das doses de nitrogênio, dados do

primeiro corte......................................................................................................

25

Tabela 4- Fitomassa seca dos pseudocolmos (g vaso-1) e equações de regressão

de Brachiaria spp, em função das doses de nitrogênio, dados do primeiro corte

26

Tabela 5- Fitomassa seca das lâminas foliares e dos pseudocolmos (g vaso-1) e

coeficientes de regressão de Brachiaria spp, em função das doses e fontes de

nitrogênio, dados do primeiro corte.....................................................................

27

Tabela 6- Fitomassa seca das lâminas foliares (g vaso-1) em função das fontes e

doses de nitrogênio para as variedades de Brachiaria spp, dados do segundo

corte .....................................................................................................................

31

Tabela 7- Fitomassa seca dos pseudocolmos (g vaso-1) em função das fontes e

doses de nitrogênio para as variedades de Brachiaria spp, dados do segundo

corte......................................................................................................................

33

Tabela 8- Fitomassa seca total (g vaso-1) e valores de coeficientes de regressão

de Brachiaria spp, em função das doses de nitrogênio, dados do primeiro

corte ......................................................................................................................

35

Tabela 9- Fitomassa seca total (g vaso-1) em função das fontes e doses de

nitrogênio para as variedades de Brachiaria spp, dados do segundo corte..........

37

xvi

Tabela 10- Fitomassa seca das raízes (g vaso-1) de Brachiaria spp, em função de

fontes de nitrogênio..........................................................................................

38

Tabela 11- Fitomassa seca das raízes (g vaso-1) e equações de regressão de

Brachiaria spp, em função das doses de nitrogênio............................................

39

Tabela 12- Taxa de crescimento cumulativo (mg vaso-1.dia) de Brachiaria spp,

em função de fontes de nitrogênio, dados do primeiro corte.................................

41

Tabela 13- Taxa de crescimento cumulativo (mg vaso-1.dia) de Brachiaria spp,

em função das doses de nitrogênio, dados do primeiro corte...............................

42

Tabela 14- Taxa de crescimento cumulativo (mg vaso-1.dia) de Brachiaria spp,

em função de fontes de nitrogênio, dados do primeiro e do segundo cortes........

42

Tabela 15- Taxa de crescimento cumulativo (mg vaso-1.dia), em função das

fontes e doses de nitrogênio para as variedades de Brachiaria spp, dados do

segundo corte........................................................................................................

43

Tabela 16- Número de perfilhos de Brachiaria spp, em função de fontes de

nitrogênio, dados do primeiro corte......................................................................

45

Tabela 17- Número de perfilhos e coeficientes de regressão de Brachiaria spp,

em função das doses de nitrogênio, dados do primeiro corte..............................

45

Tabela 18- Perfilhos basais em função das fontes e doses de nitrogênio para as

variedades de Brachiaria spp, dados do segundo corte........................................

49

Tabela 19- Perfilhos aéreos em função das fontes e doses de nitrogênio para as

variedades de Brachiaria spp, dados do segundo corte.........................................

50

Tabela 20- Número de perfilhos totais e coeficientes de regressão de Brachiaria

spp, em função das doses de nitrogênio, dados do segundo corte.......

53

xvii

Tabela 21- Perfilhos mortos em função das fontes e doses de nitrogênio para as

variedades de Brachiaria spp, dados do segundo corte........................................

54

Tabela 22- Fitomassa seca de perfilhos (g.perfilho-1) e coeficientes de regressão

de Brachiaria spp, em função das doses de nitrogênio, dados do primeiro

corte.........................................................................................................................

59

Tabela 23- Relação folha/pseudocolmo de Brachiaria spp em função de fontes

de nitrogênio, dados do primeiro corte...........................................................

60

Tabela 24- Relação folha/pseudocolmo em função das doses de nitrogênio e

coeficientes de regressão de Brachiaria spp, dados do primeiro corte..................

61

Tabela 25 - Relação folha/pseudocolmo em função das doses de nitrogênio e

coeficientes de regressão de Brachiaria spp, dados do segundo corte...................

62

Tabela 26 - Leituras do valor SPAD das variedades de Brachiaria spp, em

função das fontes de nitrogênio, dados do primeiro corte.....................................

63

Tabela 27- Leituras do valor SPAD e coeficientes de regressão das variedades

de Brachiaria spp, em função das doses de nitrogênio, dados do primeiro corte.

64

Tabela 28 - Leituras do valor SPAD e coeficientes de regressão das variedades

de Brachiaria spp, em função das fontes e doses de nitrogênio, dados do

primeiro corte..........................................................................................................

65

Tabela 29 - Alturas das plantas (cm) para as espécies de Brachiaria spp, em

função das doses de nitrogênio, dados do primeiro corte ....................................

66

Tabela 30 - Fotossíntese ( mol.m-2s-1 de CO2 fixado) para as variedades de

Brachiaria spp, em função das doses de nitrogênio, dados do primeiro corte....

69

xviii

Tabela 31- Fotossíntese ( mol.m-2s-1 de CO2 fixado) para as variedades de

Brachiaria spp, em função das fontes de nitrogênio, dados do primeiro corte...

69

Tabela 32- Radiação solar incidente ( mol.m-2s-1 de fótons) para as variedades

de Brachiaria spp, em função das doses de nitrogênio, dados do primeiro corte.

70

Tabela 33- Radiação solar incidente ( mol.m-2s-1 de fótons) para as variedades

de Brachiaria spp, em função das fontes de nitrogênio, dados do primeiro corte

71

Tabela 34- Concentração de nitrogênio (g.Kg-1) nas lâminas foliares em função

das fontes e doses de nitrogênio para as variedades de Brachiaria spp, dados do

primeiro corte........................................................................................................

78

Tabela 35- Concentração de nitrogênio (g.Kg-1) de pseudocolmos em função das

fontes e doses de nitrogênio para as variedades de Brachiaria spp, dados do

primeiro corte........................................................................................................

79

Tabela 36- Concentração de nitrogênio (g.kg-1) nas lâminas foliares em função

das fontes e doses de nitrogênio para as variedades de Brachiaria spp, dados do

segundo corte.........................................................................................................

80

Tabela 37- Concentração de nitrogênio (g.kg-1) de pseudocolmos em função das

fontes e doses de nitrogênio para as variedades de Brachiaria spp, dados do

segundo corte.........................................................................................................

81

Tabela 38- Quantidades extraídas de nitrogênio (mg vaso-1) em lâminas foliares

em função das fontes e doses de nitrogênio para as variedades de Brachiaria

spp, dados do primeiro corte..................................................................................

82

Tabela 39- Quantidades extraídas de nitrogênio (mg vaso-1) em pseudocolmos

em função das fontes e doses de nitrogênio para as variedades de Brachiaria

spp, dados do primeiro corte.................................................................................

83

xix

Tabela 40- Quantidades extraídas de nitrogênio (mg vaso-1) em lâminas foliares

e pseudocolmos em função das fontes e doses de nitrogênio para as variedades

de Brachiaria spp, dados do segundo corte...........................................................

84

Tabela 41- Composição química do solo original, após incubação e antes da

semeadura, e após o cultivo das Brachiaria spp...................................................

88

xx

xxi

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1- Principais áreas de ocorrência de Neonossolo no Brasil................ 16

FIGURA 2- Vista geral do experimento em condições controladas de casa-de-

vegetação...............................................................................................................

17

FIGURA 3- Proporção (%) de lâminas foliares e pseudocolmos na massa seca

total, de variedades de Brachiaria em função de fontes de nitrogênio...............

28

FIGURA 4- Fitomassa seca das lâminas foliares (g vaso-1) em função das fontes

e doses de N para as variedades de Brachiaria spp, dados do segundo

corte........................................................................................................................

32

FIGURA 5- Massa seca total (g vaso-1) para as variedades de Brachiaria spp,

em função das fontes de nitrogênio, dados do primeiro corte...............................

34

FIGURA 6- Massa seca total (g vaso-1) das variedades de Brachiaria spp, em

função das doses e fontes de nitrogênio, dados do primeiro corte........................

35

FIGURA 7- Massa seca das raízes (g vaso-1) em função das doses e fontes de

nitrogênio...............................................................................................................

40

FIGURA 8- Número de perfilhos em função das doses e fontes de nitrogênio.

Média das variedades de braquiárias. Dados do primeiro corte............................

47

FIGURA 9- Proporção de perfilhos aéreos e basilares nas variedades de

Brachiaria spp, para as fontes de nitrogênio, dados do segundo corte..................

56

FIGURA 10- Fitomassa dos perfilhos e comportamento das fontes de nitrogênio

dentro das variedades e vice versa.......................................................

58

FIGURA 11- Contribuição percentual das lâminas foliares na fitomassa seca de

cada perfilho em Brachiaria spp, para as doses e fontes de nitrogênio...............

59

xxii

FIGURA 12- Área foliar (cm2) das variedades de Brachiaria spp...................... 67

FIGURA 13- Área foliar (cm2) das variedades de Brachiaria spp em função das

doses de nitrogênio.........................................................................................

67

FIGURA 14- Eficiência de uso (g de fitomassa seca acumulada por g de N

aplicado), em Brachiaria spp, para as doses e fontes de nitrogênio, primeiro

corte........................................................................................................................

85

FIGURA 15- Eficiência de uso (g de fitomassa seca acumulada por g de N

aplicado), em Brachiaria spp, para as doses e fontes de nitrogênio, segundo

corte.........................................................................................................................

85

FIGURA 16- pH do solo para as variedades de Brachiaria spp em função das

doses e fontes de nitrogênio..................................................................................

90

FIGURA 17- Variação da saturação por bases em função das doses e fontes de

nitrogênio, para as variedades de Brachiaria spp.................................................

91

1. INTRODUÇÃO

As pastagens representam a forma mais prática e econômica de alimentação de

bovinos, constituindo a base de sustentação da pecuária do Brasil, ocupam cerca de 172

milhões de hectares (IBGE, 2009), assumindo posição de destaque no cenário agrícola

brasileiro, representando somente no Estado de São Paulo em torno de 8,07 a 8,6 (IBGE,

2009) milhões de hectares. Em torno de 95% dos animais abatidos no Brasil utilizam o pasto

como a base da alimentação do rebanho, implicando em redução no custo de produção ao

longo da atividade pecuária em comparação a sistemas baseados na utilização de grãos.

Estima-se que as plantas do gênero Brachiaria ocupam cerca de 85% da área de

pastagens do território brasileiro. O gênero Brachiaria tem sido considerado como um

instrumento de inclusão do cerrado no processo produtivo. Esta gramínea é uma das

forrageiras mais cultivadas no cerrado, indicada para solos de baixa fertilidade e com elevada

acidez com sérias restrições químicas naturais, acidez e topografia.

O gênero Brachiaria possui cerca de cem espécies. No Brasil, foram encontradas 15

espécies deste gênero, sendo sete de introdução recente: B. brizantha, B. decumbens, B.

dictyoneura, B. humidicola, B. arrecta, B. ruziziensis e B. vittata (SOARES FILHO, 1994).

Considerando a difusão e a importância econômica, destacam-se a B. brizantha, B.

decumbens, B. ruziziensis e B. humidicola (RODRIGUES, 2004).

2

Os avanços na pecuária brasileira fundamentam-se no uso de espécies de braquiárias

internacionalmente aceitas, abrindo novos horizontes e rompendo barreiras adaptativas com

novos patamares em produção, desempenho e de produtividade animal. O uso de novos

cultivares, com maior capacidade de adaptação às condições de solos e clima, integrado a uma

exploração não extrativista dessas espécies, com reposição de nutrientes ao solo e manejo

adequado proporcionam uma exploração animal mais rentável e com sustentabilidade.

Os fatores ambientais como a disponibilidade de luz, temperatura, água e nutrientes

são importantes para a perenização e sustentabilidade das pastagens. A recuperação do solo

por meio da reposição dos nutrientes dele extraídos ao longo dos anos representa menor risco

ao produtor, e reais possibilidades de adoção pela maior parte dos pecuaristas (BALIEIRO

NETO, 2007).

De todos os nutrientes, o nitrogênio é quantitativamente o mais importante para o

crescimento das plantas forrageiras (ENGELS e MARSCHNER, 1995), e o segundo fator

mais limitante para o desenvolvimento das forrageiras, perdendo apenas para a água,

(JARVIS et al., 1995). O nitrogênio induz processos metabólicos, que resultam em efeitos

marcantes na produção de matéria seca e energia para gramíneas e leguminosas forrageiras,

provocando o crescimento diferenciado de órgãos e sistemas (CECATO et al., 2000).

O nitrogênio promove alterações nas emissões de perfilhos e folhas e na área foliar, e

consequentemente modifica a produção de massa seca, além de ser o nutriente que mais

favorece alterações no comprimento, na superfície e na matéria seca do sistema radicular

(NASCIMENTO JÚNIOR e ADESE, 2004). Aspectos como o número de perfilhos e de

folhas, área foliar e morfologia da planta necessitam de maior conhecimento, especialmente

quanto ao fornecimento de nitrogênio.

Na busca de soluções para uma produção animal sustentável tanto o nitrogênio como

novas alternativas de forrageiras assumem importância fundamental na produção e qualidade

das pastagens. O comportamento dessas novas plantas submetidas a fontes e doses de

nitrogênio difere entre si como opções viáveis, para incrementar a produção de forragem e

qualidade, podendo ou não ser melhor que as variedades conhecidas e comercialmente

utilizadas pelos pecuaristas. O presente trabalho teve por objetivo avaliar o efeito de fontes e

doses de nitrogênio sobre atributos produtivos em quatro espécies de Brachiaria spp.,

cultivadas em um solo Neossolo Quartzarênico.

3

2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Brachiaria : histórico das principais espécies e híbridos

O gênero Brachiaria foi descrito primeiramente por Trinius (1834) como uma

subdivisão de Panicum e depois elevado a gênero por Grisebach (1853). Alguns autores como

Morrone e Zuloaga (1992) e Gouveia-Santos (2001) seguem a proposta de Webster (1987) e

Filgueiras (1995) transferindo algumas espécies forrageiras de Brachiaria ao gênero

Urochloa. Este gênero apresenta cerca de 100 espécies distribuídas em regiões tropicais e

subtropicais, sendo o centro de origem das principais espécies a África oriental. A adaptação

dessas espécies é ampla, abrangendo várzeas inundáveis, margens de florestas ralas e até

regiões semidesérticas. No entanto, a ocorrência mais comum é em vegetação de savana.

Existem espécies de Brachiaria que são reconhecidamente adaptadas a solos de baixa

fertilidade e mal-drenados (BOGDAN, 1977).

As espécies mais utilizadas como plantas forrageiras na América tropical são:

Brachiaria arrecta, B. brizantha, B. decumbens, B. dictyoneura, B. humidicola, B. mutica e B.

ruziziensis (KELLER-GREIN et al., 1996). Algumas espécies como B. plantaginea e B.

mutica foram introduzidas como cama para os escravos em navios negreiros durante o período

colonial (PARSONS, 1972; SENDULSKY, 1978). Em 1952, em Belém-PA, a Brachiaria

decumbens foi introduzida pelo Instituto de Pesquisas Agropecuárias do Norte (Ipean) com o

nome errôneo de B. brizantha, sendo chamada de cv. Ipean (SERRÃO e SIMÃO NETO,

4

1971). Em 1930, um outro ecótipo de B. decumbens originário de Uganda, foi levado para a

Austrália e registrado como cv. Basilisk (MACKAY, 1982), sendo trazido de lá na década de

1960 e introduzido no Brasil pelo Instituto de Pesquisas Internacionais (IRI). No final da

década de 1960 e início de 1970, houve intensa importação de sementes da Austrália da

cultivar Basilisk, formando-se extensas áreas de pastagem nos Cerrados brasileiros. Os

problemas com esta braquiária começaram a surgir, como com as cigarrinhas-das-pastagens,

insetos estes, que dizimaram com as pastagens na Amazônia. Outros problemas como a

fotossensibilização em bezerros desmamados, extensas áreas de pastagens degradadas são

outros exemplos. Por volta de 1965 houve a introdução da Brachiaria brizantha e da B.

ruziziensis (LAPOINTE e MILES, 1992). Brachiaria brizantha é uma espécie cosmopolita e

apresenta grande diversidade de tipos. É descrita como planta perene, cespitosa, muito

robusta, lâminas foliares linear-lanceoladas, com colmos iniciais prostrados, mas produzindo

perfilhos predominantemente eretos (SOARES FILHO, 1994).

A Brachiaria brizantha cv. Marandu foi lançada pela Embrapa em 1984, e substituiu

gradativamente as áreas com B. decumbens (DA SILVA e NASCIMENTO JÚNIOR, 2006;

NUNES et al., 1984). A cultivar é originária de uma região vulcânica da África, e procedente

da Estação Experimental de Forrageiras de Marandellas, no Zimbábue. Tem hábito de

crescimento cespitoso, colmos iniciais prostrados, mas produzindo perfilhos cada vez mais

eretos ao longo do crescimento da touceira, apresentando intenso perfilhamento nos nós

superiores dos colmos floríferos, presença de pêlos na porção apical dos entrenós, bainhas

pilosas e lâminas largas e longas, com pubescência apenas na face inferior (VALLE et al.,

2001). Foi cultivada por vários anos em Ibirarema-SP, de onde foi distribuída para várias

regiões do Estado de São Paulo. Em 1976, foi cedida ao International Research Institute (IRI)

em São Paulo, que a incorporou à sua coleção sob o número IRI-822. Em 1977 foi fornecida à

Embrapa Gado de Corte (CNPGC)- Campo Grande, MS, onde foi incluída no processo de

avaliação de forrageiras da Unidade. Este germoplasma foi registrado na Embrapa - Recursos

Genéticos e Biotecnologia sob o código de acesso BRA 000591, (NUNES, 1984). Tem sido

muito utilizada em função das suas características, como adaptabilidade a solos de média

fertilidade, resistência à cigarrinha das pastagens, elevada produtividade quando devidamente

adubada e manejada (ANDRADE, 2003). Conhecida popularmente no Brasil como capim-

marandu, é uma gramínea extremamente responsiva a adubações, principalmente a

nitrogenada. Esse cultivar é o mais comercializado no Brasil, e ocupa cerca de 50-60 milhões

5

de hectares, em várias regiões brasileiras, tem apresentado problemas como a morte súbita dos

pastos no Norte do Brasil, decorrente do excesso de umidade, não tolera solos encharcados.

A BRS Piatã foi selecionada após 16 anos de avaliações pela Embrapa, a partir de

material coletado na década de 1980, na região de Welega, na Etiópia, África, sendo lançada

em maio de 2007. Ela não é um híbrido, mas uma variedade resultante de um processo de

seleção. O nome foi escolhido como forma de homenagear o povo indígena tupi-guarani e

significa fortaleza. É uma planta de crescimento ereto e hábito cespitoso de porte médio, com

colmos verdes e finos. As bainhas foliares têm poucos pêlos e a lâmina foliar é glabra. A

lâmina é áspera na face superior, tem bordas serrilhadas e cortantes. Sua inflorescência se

diferencia das atuais cultivares disponíveis de Brachiaria brizantha por apresentar maior

número de racemos (até 12), quase horizontais, com pêlos longos e claros nas bordas,

espiguetas sem pêlos e arroxeadas no ápice. A cultivar apresenta florescimento precoce e

resistência à cigarrinha das pastagens. É recomendada em vários ambientes de cultivo,

incluindo o Estado de São Paulo, como alternativa a cultivar Marandu (BRASIL, 2010).

No Brasil existe grande demanda por variedades melhoradas e adaptadas aos diversos

ecossistemas pastoris. Nos Cerrados brasileiros as pastagens cultivadas baseiam-se no uso de

poucos cultivares forrageiros das espécies B. brizantha e B. decumbens, caracterizando um

monocultivo, portanto com baixa variabilidade genética, em função de cultivares que ocupam

extensas áreas de plantio. Além disso, são conhecidas várias deficiências qualitativas e

adaptativas em algumas delas, as quais podem ser corrigidas por complementação de

caracteres por meio do melhoramento genético. Comercialmente são poucas as variedades de

braquiária conhecidas e por serem exóticas e se reproduzirem essencialmente por apomixia,

uma nova variedade não é criada naturalmente. Até o momento, através da superação da

barreira de ploidia, foi possível gerar híbridos interespecíficos férteis do complexo agâmico,

que compreende as espécies Brachiaria brizantha, Brachiaria decumbens e Brachiaria

ruziziensis (VALLE et al., 2008).

A situação da pecuária brasileira, com a exploração extrativista, tem incrementado as

áreas degradadas de pastagens. Com baixa produtividade e com a composição botânica

alterada, as pastagens degradadas proporcionam desempenho animal muito baixo. As

principais causas da degradação tem sido a queda da fertilidade do solo, por falta de reposição

e ou manutenção de nutrientes extraídos e o manejo inadequado (COSTA et al., 2009). Desse

modo, a adição de nutrientes, em quantidades e proporções adequadas, particularmente o

6

nitrogênio, assume importância fundamental no processo produtivo de pastagens.

Normalmente, o nitrogênio do solo, proveniente da mineralização da matéria orgânica, não é

suficiente para atender à demanda de gramíneas com potencial produtivo (FAGUNDES et al.,

2006).

2.2 Adubação nitrogenada em forrageiras

A adubação nitrogenada exerce um papel chave na sustentabilidade dos sistemas

agropecuários. Esse nutriente, apesar de presente no solo, como constituinte de material

orgânico ou na forma mineral (amônio e nitrato) tem seu suprimento limitado, podendo ser

esgotado rapidamente por alguns cultivos. Como a maior área de pastagens cultivadas está

localizada no cerrado, as condições de temperatura e de umidade predominantes neste bioma

aceleram os processos de decomposição da matéria orgânica cerca de cinco vezes mais rápido

que sob um clima frio. Assim, precisa-se produzir muita matéria orgânica para se manter o

solo produtivo dependendo, para isso, de bom suprimento de nitrogênio (KLUTHCOUSKI e

AIDAR, 2003).

A adubação nitrogenada, além de integrar a recuperação direta, tem se mostrado

uma técnica promissora para aumentar a produção de forragem, sendo que a produtividade

das plantas forrageiras é estimulada e, por isso, tem sido motivo de estudo em inúmeros

trabalhos (ANDRADE et al. 2003; GARCEZ NETO et al., 2002; ALEXANDRINO et al.

2004; FAGUNDES et al. 2005; MARTUSCELLO et al. 2005; BALIEIRO NETO, 2007;

SILVA e QUEIROZ, 2009).

Fagundes et al. (2005) verificaram que o suprimento de nitrogênio no solo

normalmente não atende à demanda das gramíneas que podem ser mais exploradas na questão

de produção, porém, quando há adubação nitrogenada, são observadas grandes alterações na

taxa de acúmulo de matéria seca da forragem da Brachiaria ao longo das estações do ano.

Alexandrino et al. (2004) encontraram resposta linear crescente na produção de

matéria seca total do capim Marandu, que foi incrementada em 200% na maior dose de

nitrogênio utilizada que foi de 360 kg ha-1 ano-1, quando comparado com a testemunha,

tendendo a um platô de estabilização. Batista e Monteiro (2006) relataram que para o capim

Brachiaria decumbens houve efeito significativo para doses de nitrogênio. Entretanto, as

produções máximas de massa seca total foram atingidas utilizando as doses de 300 a 400 kg

7

ha-1 ano-1. Magalhães et al. (2007) verificaram efeito linear das doses de nitrogênio sobre a

produção de matéria seca da folha e efeito quadrático sobre a produção de matéria seca da

haste do capim Brachiaria decumbens, sendo os valores 5,301 kg ha-1 de matéria seca de

folhas e 4.900 kg ha-1 de matéria seca da haste na dose de 300 kg ha-1.

Há espaços para melhorias, pois os resultados econômicos obtidos pela maioria

dos pecuaristas do nosso país com a produção de bovinos em pastagem, são considerados

muito modestos tendo em vista o seu grande potencial. O uso de adubação nitrogenada no

manejo de pastagens tem proporcionado aumento nos índices de produtividade, na

propriedade e melhoria no desempenho econômico, exercendo efeito positivo sobre a

produção e a qualidade da forragem (ANDRADE et al., 2003).

2.3 Fontes e doses de nitrogênio

A ureia é uma das principais fontes de fertilizantes nitrogenados usados na agricultura

(RAIJ, 1991) devido a maior concentração e geralmente menores preços por quilograma do

nutriente (CORSI, 1984). A ureia é produzida pela reação de amônia e gás carbônico, em altas

temperaturas e pressão, com um catalisador, tem composição de aproximadamente 45% de N,

solubilidade de 119 g.100-1 ml de água (MALAVOLTA, 1981).

Assim que é aplicada, a ureia é hidrolisada pela ação da urease e sofre amonificação, o

que eleva o pH do solo próximo aos locais da reação e podendo ocorrer perdas de nitrogênio

por volatilização da amônia.

A principal ocorrência da volatilização de amônia (NH3) é com a ureia, que se

decompõe segundo a equação:

urease

CO(NH2)2 + H2O (NH4)2CO3 CO2 + 2 NH3

Perdas por volatilização de amônia ocorrem, também, com fertilizantes nitrogenados

amoniacais, quando aplicado em solos alcalinos, o que é explicado pela equação:

NH4+ H+ + NH3

solo ácido solo alcalino

Após, o nitrogênio, se transforma na forma amoniacal (MELLO, 1987). O cátion

amônio fica retido temporariamente e na superfície do complexo coloidal, passando depois

para a solução do solo, onde poderá ser absorvido pela planta ou sofrer nitrificação

8

(MALAVOLTA, 1981; RAIJ, 1991). A transformação do amônio em nitrito é feita

probactérias dos gêneros Nitrosomonas e Nitrosococcus, e depois em nitrato pelas bactérias

do gênero Nitrobacter (MELLO, 1987). Esse processo ocorre em velocidade relativamente

rápida no solo, dentro de cinco semanas cerca de 60 a 70% do nitrogênio aplicado sofre

nitrificação (MALAVOLTA, 1981). Portanto, o nitrogênio além de ter elevado custo precisa

ser eficientemente aproveitado na absorção pelas plantas, devido à facilidade de perdas do

elemento. É importante o estudo da melhor dose com diagnósticos precisos, visando atender

as necessidades reais da planta no momento em que está sendo cultivada.

A melhor maneira de reduzir as perdas por volatilização de amônia é por incorporação

dos fertilizantes nitrogenados amoniacais ou amídicos em solos alcalinos ou calcários,

associada à posterior e imediata irrigação. A simples incorporação em profundidade,

entretanto, pode ser suficiente para reduzir substancialmente estas perdas (LOPES e

GUILHERME, 2000).

Fatores relacionados ao clima, solo e manejo do solo atuam sobre as perdas de amônia

por volatilização em pastagens. Resumidamente, 1) favorecem as perdas, incrementos na

temperatura, chuvas inferiores a 5 mm até três dias depois da adubação, elevação do pH

(principalmente quando a ureia é utilizada) e solos alcalinos (naturalmente ou como resultado

de doses elevadas de calagem) e 2) reduzem as perdas, incrementos na matéria orgânica

(M.O.) por possibilitarem o aumento da CTC do solo, porém com o aumento nos teores de

M.O., ocorre, concomitantemente, o aumento na quantidade e na atividade da enzima urease,

favorecendo as perdas de N-ureia; incorporação do adubo, reduz as perdas (MARTHA

JUNIOR, et al., 2003).

.

Na redução das perdas por volatilização de amônia figuram uma série de novos

produtos tais como, fertilizantes nitrogenados de solubilidade lenta (ureia formaldeido,

isobutilene diureia, cronilidene diureia, ureia recoberta com polímeros) e produtos com

inibidores da nitrificação ou inibidores da urease. Cantarella (2007) realizando uma série de

experimentos avaliou as perdas de N em pastagens adubadas com ureia em 37 % ao passo que

o uso de ureia revestida com NBPT (tiofosfafo de N � n butil triamida) as perdas foram

reduzidas para 15%. O preço desses produtos diferenciados tem sido uma das limitações ao

incremento de sua utilização.

Dois aspectos são fundamentais no manejo da adubação nitrogenada: a fonte e o

parcelamento das doses para diminuir principalmente as perdas por volatilização e lixiviação.

9

Com isso, tem-se melhor aproveitamento do nitrogênio pela planta, redução das perdas e

manutenção de taxas de acúmulo mais uniforme de massa seca pela planta (WERNER et al.,

2001).

Os efeitos benéficos do N na produção da forrageira não estão limitados com a

quantidade de N adicionada ao solo, mas com as formas (amônio ou nitrato) que são

promotores de importantes mudanças na morfogênese das plantas (WALCH-LIU et al., 2000

e RAHAYU et al., 2005).

Estudando os efeitos de doses e fontes de nitrogênio sobre a produção de matéria seca,

perfilhamento e teores de proteína bruta no capim tifton 85, Paulino et al. (1997), obtiveram

resposta crescente até a dose de 150 kg ha-1 de N, dentre as fontes de N a ureia mostrou-se

menos recomendável que nitrocálcio e que sulfato de amônio.

2.4 Nitrogênio e características estruturais

O perfilho é a unidade básica de produção das gramíneas forrageiras. De uma semente se

forma inicialmente uma planta que constitui um único perfilho. Com o seu desenvolvimento

ela se torna composta por muitas gerações de perfilhos (HODGSON, 1990). O perfilho

completo é constituído por folhas (bainha e lâmina foliar), entrenó, nó, gema axilar, e uma ou

mais raízes adventícias, e é formado por unidades de crescimento denominadas fitômeros, que

são provenientes do meristema apical (ou ponto de crescimento) e originados segundo uma

sucessão linear. Desta forma, cada perfilho possui fitômeros em diferentes estádios de

desenvolvimento (MATTHEW et al., 2001).

A densidade populacional de perfilhos aumenta por meio do maior aparecimento de

perfilhos, cujo número de gemas axilares cresce e o N estimula os pontos de crescimento

(JEWISS, 1972). Há situações em que não é identificado o aumento da densidade

populacional de perfilhos, mesmo com incrementos nas doses de N, que ocorre quando o

intervalo de corte ou pastejo é longo, resultando em competição por luz e por outros fatores

ambientais (HENNESSY et al., 2008). O peso dos perfilhos representa o componente

principal do aumento de produção de matéria seca do capim-marandu (ALEXANDRINO et

al., 2004).

O entendimento ecofisiológico de plantas forrageiras tem sido preocupação constante

da pesquisa no Brasil há muitos anos, juntamente com a introdução e avaliação de novos

cultivares de gramíneas e leguminosas. No entanto, foi durante a última década que ocorreram

grandes mudanças e avanço significativo na compreensão de fatos e processos da fisiologia,

10

determinantes da correta utilização das plantas forrageiras tropicais em pastagens.

Atualmente, objetiva-se descentralizar conhecimentos e identificar áreas em que o

conhecimento é limitado, no qual precisa ser trabalhado, estimulando o debate na comunidade

científica nacional no sentido de estipular metas de ação e rumos para a pesquisa com

pastagens e promover a conscientização sobre a importância de adotar uma pesquisa de

caráter mais sistêmico e integrado, conhecendo as respostas das plantas forrageiras e animais

experimentais inseridos na pastagem experimental com base em sua ecologia e ecofisiologia

(DA SILVA e NASCIMENTO JÚNIOR, 2006).

Abordam-se hoje, temas como dinâmica e estabilidade de comunidades de plantas,

influência da fenologia dos perfilhos, estrutura do dossel forrageiro, características

nutricionais, estruturais e morfogênicas. Dentre estes aspectos, destacam-se as características

estruturais e a morfogênese, que pode ser definida como a dinâmica de geração e expansão da

forma da planta no espaço, podendo ser expressa em termos de aparecimento (organogênese)

e expansão de novos órgãos e de sua senescência (LEMAIRE, 1997).

A reposição de área foliar e de tecido fotossintetizante na planta forrageira é feita

através de características morfogenéticas em associação às características estruturais do pasto.

A morfogênese das gramíneas forrageiras pode ser descrita por três importantes

características: taxa de aparecimento, taxa de alongamento e taxa de senescência foliares,

sendo elas as características morfogênicas que se destacam, pois descrevem a pastagem de

clima temperado em condição vegetativa. Dentre as características estruturais destacam-se o

comprimento médio de folhas, o número de folhas vivas por perfilho, o peso médio de

perfilhos e a densidade de perfilhos (CHAPMAN e LEMAIRE, 1993). O conhecimento

dessas taxas torna-se fundamental, uma vez que determinam as características estruturais do

pasto descritas acima e, apesar de serem determinadas geneticamente, podem ser

influenciadas pelos fatores do meio ambiente, como luminosidade, temperatura e

disponibilidade de água e nutrientes (CHAPMAN e LEMAIRE, 1993).

Alexandrino et al. (2004) em experimento com Brachiaria brizantha cv. Marandu sob

doses crescentes de nitrogênio verificaram que houve efeito significativo nas taxa de

aparecimento foliar e a taxa de alongamento foliar para as diferentes doses de nitrogênio,

provocando incremento linear positivo sendo este aumentado em 264% na dose de 40 Mg dm-

3. Esse aumento no alongamento foliar ocorre porque, principalmente, ao incremento da

produção das células do tecido vegetal (divisão celular), sem efeito no tamanho final da célula

ou na taxa de alongamento da célula epidérmica (MacADAM et al., 1989).

11

Martuscello et al. (2005) observaram que na Brachiaria brizantha cv. Xaraés adubada

com quatro doses de nitrogênio (0, 40, 80 e 120 mg dm-3) e submetida a três regimes de

desfolhação (três, quatro e cinco folhas completamente expandidas), sendo a taxa de

aparecimento foliar linear e respondeu positivamente às doses de nitrogênio conforme

Alexandrino et al. (2004), citado anteriormente, sendo obtidos valores de 0,096 (sem

adubação nitrogenada) e 0,12 folhas dia-1 (120 Mg dm-3) com o aumento de 25% na dose de

nitrogênio em comparação à ausência de nitrogênio. Para a taxa de alongamento foliar houve

aumento de até 37% na utilização da maior dose de nitrogênio. A duração de vida da folha

(DVF) sofreu influência linear negativa, ou seja, as plantas na ausência de nitrogênio

permaneceram mais tempo vivas em detrimento da expansão de novas folhas. Assim, os

resultados de decréscimo na DVF com as doses de nitrogênio são explicados pela maior

renovação de tecidos em plantas adubadas com nitrogênio, acelerando o ciclo da planta. A

estimativa para DVF variou de 41,5 dias para as plantas sem adubação nitrogenada e 36,1 dias

para as plantas supridas com 120 Mg dm-³ de nitrogênio. Verificou-se que o número de folhas

vivas (NFV) variou de 4,1 plantas na situação de ausência de adubação nitrogenada e com

cinco folhas, até 5,5 plantas, as quais receberam 120 Mg dm-³ de nitrogênio e colhidas com

duas folhas. Nos tratamentos com menores doses de nitrogênio , ocorreu maior DVF e menor

NFV.

A preocupação de alguns pesquisadores ao abordarem a fisiologia do crescimento

de plantas forrageiras, enfatizaram a importância do conceito de Índice de Área Foliar (IAF),

do perfilhamento, dos carboidratos de reserva e da intensidade e freqüência de desfolhação

(DA SILVA e NASCIMENTO JÚNIOR, 2006). Recentemente tem se avaliado as plantas

forrageiras em caráter mais criterioso em que se pode explorar os resultados e detectar através

desses o comportamento mais detalhado da planta forrageira, através das características

morfogênicas e estruturais submetida a adubações ou não, e ao pastejo ou cortes sendo

contínuo ou intermitente (ALEXANDRINO et al., 2004; MARTUSCELLO et al., 2005;

DIFANTE et al., 2009).

O maior benefício do nitrogênio (N) vem principalmente de seu efeito positivo sobre o

peso dos perfilhos, unidade vegetativa básica, que apresentam folhas maiores, de maior área

foliar específica (WILMAN e PEARSE, 1984; WHITEHEAD, 1995).

A disponibilidade de N é o fator dominante que controla os processos de crescimento e

desenvolvimento da planta, traduzido, sobretudo pela maior rapidez de formação das gemas

axilares e de iniciação dos perfilhos correspondentes, mas esta iniciação só se manifesta

12

enquanto o índice de área foliar não passar de um valor crítico, alterando a quantidade de luz

que chega às gemas mais tardias (NABINGER e MEDEIROS, 1995). Desta forma, os fatores

do meio que podem ser favoráveis ao perfilhamento, quando a cobertura vegetal está pouco

desenvolvida, podem ter efeito negativo quando a cobertura vegetal está bem desenvolvida

porque o índice de área foliar aumenta e consequentemente a competição pela luz entre

perfilhos. Um déficit de N aumenta o número de gemas dormentes enquanto o nível de

nutrição nitrogenada permite o máximo perfilhamento.

O nitrogênio é o principal nutriente para manutenção da produtividade das gramíneas

forrageiras, sendo essencial na formação das proteínas, cloroplastos e outros compostos que

participam ativamente na síntese dos compostos orgânicos constituintes da estrutura vegetal;

portanto, responsável por características ligadas ao porte da planta, tais como o tamanho das

folhas, tamanho do colmo, formação e desenvolvimento dos perfilhos (WERNER, 1986). Na

maioria das pesquisas realizadas, o N tem proporcionado aumento imediato e visível na

produção de forragem, isso ocorre porque a quantidade de N disponibilizada pelo solo, a

partir da MO, não tem sido suficiente para suprir adequadamente a necessidade das plantas

forrageiras (KLUTHCOUSKI e AIDAR, 2003).

Foram constatados resultados positivos da adição de nitrogênio com incrementos na

taxa de alongamento das folhas da ordem de 185 a 265% por Alexandrino et al. (2004) em

capim-Marandu (Brachiaria brizantha cv. Marandu), da ordem de 37% por Martuscello et al.

(2005) com capim-Xaraés (Brachiaria brizantha cv. Xaraés).

A baixa disponibilidade de nitrogênio (N) é um fator limitante à produção forrageira,

já que as pastagens de gramíneas necessitam elevadas quantidades de N para que sejam

obtidas altas produções de massa vegetal (SOARES e RESTLE, 2002). Em adição, a

disponibilidade deste nutriente também afeta a persistência e a qualidade da forragem

produzida.

13

3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Localização e período experimental

O experimento foi conduzido em condições controladas de casa de vegetação em área

pertencente ao Instituto de Zootecnia, localizado no município de Nova Odessa/SP, a 528 m

de altitude, 22o42� latitude Sul e 47o18� longitude Oeste. O período experimental foi de agosto

de 2009 a setembro de 2010.

3.2 Solo estudado

O solo estudado foi classificado como Neossolo Quartzarênico distrófico

(EMBRAPA, 1999), pertencente à Unidade de Pesquisa e Desenvolvimento de Brotas-SP.

Os Neossolos quartzarênicos (RQ) se concentram na região do Cerrado, ocupando área

de 15% da área do cerrado (Figura 1). Estes solos eram anteriormente chamados de Areias

quartzosas. Os Neossolos quartzarênicos são muito profundos, tendo como principal

característica serem constituídos completamente por areia. O mineral da fração areia destes

solos é o quartzo, que é um mineral extremamente resistente ao intemperismo e dos poucos

nutrientes que possuem, eles estão concentrados na matéria orgânica. A cor avermelhada dos

RQ é dada por um pouco de hematita (um óxido de ferro) que também está presente. Os RQ

14

são solos muito homogêneos, e a diferença que ocorre refere-se à presença de matéria

orgânica nos primeiros 10 ou 15 cm. O horizonte A é seguido diretamente pelo horizonte C, já

que o alto teor de areia não permite formação de horizonte B (DCS/UFLA,

www.dcs.ufla.br/Cerrados/Portugues/CNeossolo.htm)

Figura 1. Principais áreas de ocorrência de Neossolo no Brasil. Fonte: (DCS/UFLA, 2004).

Localização geográfica do local de coleta do solo, Brotas-SP, Brasil.

Em geral, os RQ são solos originados de depósitos arenosos, apresentando textura

areia ou areia franca ao longo de pelo menos 2 m de profundidade. Abrange as Areias

Quartzosas não-hidromórficas descoloridas, apresentando também coloração amarela ou

vermelha. A granulometria da fração areia é variável e, em algumas situações, predominam

diâmetros maiores e, em outras, menores. O teor máximo de argila chega a 15%, quando o

silte está ausente. Os Neossolos quartzarênicos (RQ) são consideradas solos de baixa aptidão

agrícola, e são muito suscetíveis à erosão, e tem grande limitação quanto à capacidade de

armazenamento de água disponível (SOUSA e LOBATO, 2007; CRUZ, 2008).

Lat. 220 16�S Long.48070�W

15

Figura 2. Vista geral do experimento em condições controladas de casa-de-vegetação.

O solo foi coletado a uma profundidade de 0-20 cm, seca à sombra, peneirada e

homogeneizada. Com a seguinte composição granulométrica: 9% de argila, 33% de areia fina,

57% de areia grossa e 1% de limo. Quanto às propriedades químicas, possui na camada de 0 a

20 cm, 4 mg dm-3 de Presina, 6 mmolc dm-3 de Ca, 6 mmolc dm-3 de Mg, 1,0 mmolc dm-3 de K,

25 mmolc dm-3 de H+Al, 15 g dm-3 de matéria orgânica, saturação por bases (V) de 34% e pH

(CaCl2) igual a 4,4 e quanto aos micronutrientes, 0,11 mg dm-3 de B, 0,4 mg dm-3 de Cu, 46 mg

dm-3 de Fe, 1,3 mg dm-3 de Mn e 0,4 mg dm-3de Zn.

3.3 Delineamento experimental e tratamentos

O experimento foi desenvolvido num delineamento experimental de blocos completos

casualizados, em esquema fatorial 4 x 2 x 4, com quatro doses de nitrogênio (0, 75, 150 ou

225 mg/dm3, corrrespondente a 0, 150, 300 e 450 kg/ha) e duas fontes (ureia e nitrato de

amônio) e quatro cultivares de braquiária: Brachiaria brizantha cv. Marandu, Brachiaria

brizantha cv. Piatã e dois híbridos múltiplos, intra e interespecíficos apomíticos de

Brachiaria spp., com cinco repetições, totalizando 160 vasos de cerâmica com capacidade

para 3,34 dm3 de terra (Figura 2).

16

Inicialmente, os dados foram submetidos à análise exploratória, sendo que as variáveis

que não atenderam às pressuposições da análise da variância foram transformadas. O modelo

matemático segue, abaixo:

Yijkl = ì + Vi + Fj + Dk + Bl + (VF)ij + (VD)ik + (FD)jk + (VFD)ijk + eijkl

Onde:

Yijkl = variável dependente;

ì = média geral do experimento para a variável;

Vi = efeito do i-ésimo nível do fator Variedades ( i=1,2,3, 4 );

Fj = efeito do j-ésimo nível do fator Fontes ( j = 1,2 );

Dk = efeito do k-ésimo nível do fator Doses ( k= 1, 2, 3, 4 );

Bl = efeito do l-ésimo nível do fator bloco ( l = 1, 2, 3, 4, 5 );

(VF)ij = efeito da interação entre o i-ésimo nível do fator variedades e o j-ésimo nível do fator

fontes;

(VD)ik = efeito da interação entre o i-ésimo nível do fator variedades e o k-ésimo nível do

fator doses;

(FD)jk = efeito da interação entre o j-ésimo nível do fator fontes e o k-ésimo nível do fator

doses;

(VFD)ijk = efeito da interação entre o i-ésimo nível do fator variedades , j-ésimo nível do fator

fontes e k-ésimo nível do fator doses;

eijkl = erro experimental associado a Yijkl , eijk ~N( o .

3.4 Correção da acidez e adubação básica

A saturação por bases, foi o método utilizado para a determinação da necessidade de

calagem. Esse método tem a importante característica de levar em consideração as exigências

das culturas na definição da quantidade de corretivo a ser adicionado ao solo, além de ter a

vantagem da facilidade dos cálculos e na flexibilidade de adaptação para diferentes culturas,

de acordo com suas exigências (RAIJ, 1991).

NC = T (V2 - V1)/100, onde:

T = CTC a pH 7,0 = CTC potencial = SB + (H + Al) em cmolc /dm3

17

SB = soma de bases = Ca 2+ + Mg 2+ + K+ + Na+;

V1 = saturação de bases atual do solo = (SB/T) x 100;

V2 = saturação de bases desejada para a cultura a ser implantada.

De acordo com os resultados da análise do solo a acidez foi corrigida para elevação da

saturação por bases do solo a 60%, com calcário dolomítico, contendo 26,6% de CaO, 19,1%

de MgO, 80% de poder relativo de neutralização total (PRNT), em quantidade equivalente à

1,24 tonelada ha-1. Baseado nos resultados da na fertilidade química do solo foi efetuada uma

adubação básica com fósforo, potássio, enxofre e micronutrientes, de acordo com

recomendação de WERNER et al., (1997) como apresentado na Tabela 1.

Tabela 1. Nutrientes, quantidades e fontes utilizadas como adubação básica.

Nutrientes Quantidades (mg kg-1

de solo) Fontes

P 28 KH2PO4

K 35 KH2PO4

S 18 Na2SO4

B 0,2 H3BO3

Cu 0,7 CuSO4.5H2O

Mo 0,1 NaMoO4.2H20

Zn 2,0 ZnSO4.7H2O

A semeadura foi realizada diretamente nos vasos, deixando-se após desbastes

periódicos cinco plantas por vaso. As doses de nitrogênio foram aplicadas 20 dias após a

semeadura.

3.5. Avaliações

O primeiro corte foi realizado aos 55 dias de idade após semeadura, à altura de 10 cm

do nível do solo, e o segundo corte aos 56 dias após o primeiro corte.

3.5.1 Altura

A altura das plantas foi determinada por ocasião do primeiro corte. Utilizando uma

régua graduada em centímetros, altura foi mensurada na planta no nível do solo até a folha

mais jovem totalmente expandida (com lígula exposta).

18

3.5.2 Densidade populacional de perfilhos (DPP)

A densidade populacional de perfilhos (DPP) foi determinada por meio de contagem

total de perfilhos por vasos, contendo cinco plantas. Para as contagens, em uma primeira

avaliação os perfilhos foram marcados com fios plásticos coloridos. Após o primeiro corte

os perfilhos foram diferenciados a cada geração e quanto a localização da gema de

crescimento: classificados em perfilhos novos basilares � originários das gemas localizadas na

base da coroa das plantas e aéreos � originários das gemas localizadas nos nós acima da

coroa das plantas e perfilhos mortos. Semanalmente eram recontados os perfilhos novos

marcados com cores diferentes das empregadas anteriormente. Foram considerados mortos os

perfilhos secos ou em estado avançado de senescência. No material vegetal do segundo corte

foi contabilizada a produção de matéria seca da parte aérea (folhas e colmos) provenientes dos

perfilhos basais e dos aéreos.

3.5.3 Produção de fitomassa seca

O material vegetal da parte aérea foi separado em lâminas foliares e pseudocolmos

(colmos mais bainhas), e após o corte final, o sistema radicular foi separado do solo em água

corrente utilizando-se duas peneiras com malhas de 1,0 mm e 0,25 mm. Os materiais foram

pré-secados em estufa de circulação forçada de ar a 55ºC por 72 horas. Posteriormente foi

determinada a massa seca de cada componente e do total da parte aérea e das raízes. As

amostras foram moídas em moinho tipo Willey, com peneira contendo crivos de 1 mm,

segundo Silva e Queiroz (2009).

3.5.4 Concentração de nitrogênio total

Foi realizada, no Laboratório de Bromatologia do Instituto de Zootecnia, Nova

Odessa-SP, a determinação do N-total na parte aérea (folhas e colmos) e nas raízes efetuando-

se a digestão sulfúrica e empregando-se o método analítico Micro Kjeldhal, conforme descrito

por Silva e Queiroz (2009).

19

3.5.5 Área Foliar

A área foliar foi estimada através da coleta da lâmina foliar completamente expandida,

separada em secções de área constante, conforme Peterson (1970).

A= P (a / p),

onde:

A = área foliar

P = peso total da folhagem

a = área total das secções

p =peso das secções (a)

3.5.6 Estimativa do teor de clorofila através de unidades SPAD

A determinação da concentração de clorofila foi efetuada de forma indireta,

utilizando-se o aparelho Clorophyll meter SPAD 502 (Soil and Plant Analysis Development

Section, Minolta Co. Osaka, Japan) para tomada de leituras de valor SPAD no terço médio da

lâmina da segunfa folha recem expandida a partir do ápice de cada planta (SANTOS, 1997).

Esse aparelho forneceu resultados imediatos da estimativa do teor de clorofila por meio de

leituras realizadas no limbo foliar, sendo realizadas 10 leituras em cada vaso.

3.5.7 Determinação da taxa fotossintética

A taxa fotossintética foi determinada por meio da medição da fluorescência da

clorofila nas plantas, utilizando o aparelho EARS PPM, medida entre as 8 e ás 11 horas da

manhã, foram medidas as taxas na porção mediana em dez folhas totalmente expandidas, com

as lígulas expostas, aos 50 dias após a semeadura (GRACE et al., 1995).

3.5.8 Estimativa da eficiência de uso do nitrogênio

A estimativa da eficiência de uso do nitrogênio foi obtida dividindo-se a fitomassa

seca total da parte aérea por vaso pela quantidade de nitrogênio aplicada por vaso, valores

expressos em g de fitomassa seca por g de N adicionado.

20

3.6 Análises estatísticas

Os dados foram analisados estatisticamente pelo procedimento GLM do programa

SAS V. 9.1, médias de tratamentos de natureza qualitativa foram comparadas pelos Testes de

Tukey a 5 % de probabilidade. Os graus de liberdade referentes às doses de N (tratamentos

quantitativos), foram decompostos em polinômios ortogonais, para obtenção da melhor

equação de ajustes dos dados. Interações significativas foram desdobradas de acordo com os

fatores envolvidos.

21

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Fitomassa seca da parte aérea

Primeiro corte

Dentre os componentes que formam a biomassa total da forragem estudaram-se as

variações e contribuições das lâminas foliares e dos pseudocolmos.

A análise de variância dos dados revelou valores significativos (P < 0,05) para os

genótipos, fontes, doses e as interações genótipos x fontes, variedades x doses e para a

fitomassa das lâminas foliares e dos pseudocolmos e fontes x doses para as lâminas foliares,

dados do primeiro corte. Os valores de massa seca das lâminas foliares e dos pseudocolmos

(colmos mais bainhas) para os genótipos em função das fontes de N são mostrados na Tabela

2. A fonte de N nitrato de amônio proporcionou maiores acúmulos (P < 0,05) de fitomassa da

lâmina foliar em relação ao emprego da ureia como fonte de N em todos os genótipos

estudados. Esse fato também foi observado para a fitomassa dos pseudocolmos, com exceção

ao híbrido H69 para o qual os valores foram similares para as fontes de N.

Analisando o comportamento dos genótipos dentro das fontes constatou-se que,

mediante o uso de nitrato de amônio, a fitomassa das lâminas foliares, para o híbrido H12 e o

Marandu foram obtidos valores mais elevados, que foram similares entre si e superiores ao

22

H69 e Piatã. Por outro lado quando a fonte de N foi a ureia o híbrido H12 superou os demais,

vindo a seguir o Marandu, depois o H69 e finalmente o Piatã. A comparação das fontes de N

revelou valores mais elevados de fitomassa da lâmina foliar com uso de nitrato de amônio que

quando empregada a ureia.

Maiores valores de fitomassa seca de pseudocolmos, em presença de nitrato de amônio

foram registrados para Marandu, Piatã e H12, que foram similares entre si e superiores ao

H69. De modo similar quando a fonte de N empregada foi a ureia somente o H69 apresentou

fitomassa de pseudocolmos inferior as demais, que foram semelhantes entre si (Tabela 2). A

fitomassa dos pseudocolmos foi menor com uso de ureia que com a aplicação de nitrato de

amônio, exceto para o H69 no qual os valores foram similares para ambas fontes (Tabela 2).

Tabela 2. Fitomassa seca das lâminas foliares e dos pseudocolmos (g vaso-1) de Brachiaria

spp., em função fontes de nitrogênio, dados do primeiro corte. Médias de cinco

repetições por tratamento.

Lâminas foliares Pseudocolmos1

Genótipos Nitrato de amônio Ureia Nitrato de

amônio

Ureia

H69 10,67 bA 9,33 bcB 4,46 bA 4,91 bA H12 14,77aA 11,42 aB 9,36 aA 7,36 aB Piatã 10,75 bA 9,00 cB 9,83 aA 7,14 aB Marandu 14,12 aA 10,60 bB 10,40 aA 7,63 aB Médias 12,58 10,09 8,51 6,76 Médias seguidas de letras distintas (minúsculas na coluna comparam os genótipos e maiúsculas na linha

comparam as fontes) diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% e F (P < 0,05). Coeficiente de Variação de

11,41% para lâminas foliares e 5,91% para pseudocolmos. Dados transformados para análise estatística em √x .

4.1.1 Fitomassa das lâminas foliares

Na ausência de adubação o Marandu apresentou menores valores de fitomassa das

lâminas foliares, comparado ao Piatã e o híbrido H12. Comparando as fitomassas das lâminas

foliares em ausência de aplicação de N e a dose inicial de 150 kg ha-1 houve um destaque para

Marandu e H12, cujas acumulações incrementaram com uso dessa dose de N em 266,0 % e

156,0 %, respectivamente. Sob doses mais elevadas Marandu e H12 continuaram se

destacando. Por outro lado Piatã e H69, em doses mais elevadas (300 ou 450 kg ha-1 de N)

23

apresentaram menores acumulações de fitomassa foliar. Baseando-se nas equações

quadráticas, resultantes da aplicação de doses de N (Tabela 3), as máximas acumulações de

fitomassa das lâminas foliares foram estimadas com adição de 366,0; 400,7; 452,0 e 468,7 kg

ha-1 de N, para H12, H69, Marandu e Piatã, respectivamente.

Tabela 3. Fitomassa seca das lâminas foliares (g vaso-1) e coeficientes de regressão de

Brachiaria spp., em função das doses de nitrogênio, dados do primeiro corte.

Médias de cinco repetições por tratamento.

Genótipos Doses de Nitrogênio (kg ha-1

)

0 150 300 450 Médias

H69 4,21 ab 10,67bc 12,36 b 12,75 b 9,99 H12 5,16 a 13,25 a 16,39 a 17,58 a 13,09 Piatã 5,20 a 10,47 c 10,73 c 13,12 b 9,88 Marandu 3,27 b 11,98 ab 16,14 a 18,04 a 12,36 Médias 4,46 11,59 13,91 15,37 Estimativas de coeficientes de regressão

âo â1 â2 R2

H69 4,38 0,049 0,000067 0,99** H12 5,32 0,049 0,000067 0,99** Piatã 5,56 0,030 0,000032 0,92** Marandu 3,38 0,066 0,000073 0,99**

Médias seguidas de letras distintas na mesma coluna diferem entre si (P< 0,05) pelo teste Tukey a

5%.. Para regressão ** (P0,01), CV = 11,41%, representa o efeito de nitrogênio para cada

genótipo, sendo âo � intecepto da regressão, â1 � coeficiente linear, â2 coeficiente quadrático e R

2 � coeficiente de determinação.

O emprego de nitrato de amônio resultou em maiores fitomassas foliares que o uso de

ureia, sendo os efeitos das doses de N ajustados ao modelo de regressão quadrático (Tabela

3).

4.1.2 Fitomassa dos pseudocolmos

Para a fitomassa dos pseudocolmos com dados do primeiro corte, constatou-se

interação genótipos x doses significativa. Na ausência de adição de N, o Piatã apresentou

maiores rendimentos que o H69. Com aplicação de N, o H69 produziu menos pseudocolmos

que os outros genótipos. De um modo geral os demais genótipos mostram acréscimos com

adição de doses de N, com produções similares. Os ajustes as doses obedeceram ao modelo

quadrático de regressão, com o máximo de rendimento obtidos em 372, 329 e 383 kg ha-1 de

24

N para os genótipos H12, H69 e marandu. Para o capim-piatã os efeitos das doses de N foram

linear (Y = 5,19 + 0,015X, R2 = 0,91) até a maior dose de N aplicada (Tabela 4).

Tabela 4. Fitomassa seca dos pseudocolmos (g vaso-1) e equações de regressão de Brachiaria

spp., em função das doses de nitrogênio, dados do primeiro corte. Médias de cinco

repetições por tratamento.

Genótipos Doses de Nitrogênio (kg ha

-1)

0 150 300 450 Médias

H69 1,33 c 5,26 b 6,25 c 5,91 c 4,69 H12 3,46 ab 8,24 a 10,97 a 10,76 b 8,36 Piatã 4,73 a 8,53 a 8,69 b 11,99 ab 8,48 Marandu 1,69 bc 9,12 a 12,38 a 12,88 a 9,01 Médias 2,80 7,78 9,57 10,39 Estimativas dos coeficientes de regressão

âo â1 â2 R2

H69 1,41 0,041 0,000055 0,99**

H12 3,42 0,041 0,000055 0,99**

Piatã 5,19 0,015 - 0,91**

Marandu 2,91 0,037 0,000046 0,99** Médias seguidas de letras distintas na mesma coluna diferem entre si (P< 0,05) pelo teste Tukey a 5%. Para regressão ** (P0,01), CV = 11,41%, representa o efeito de doses para as fontes de nitrogênio, sendo âo � intercepto da regressão, â1 � coeficiente linear, â2

- coeficiente quadrático e

R2 � coeficiente de determinação.

A massa das lâminas foliares e dos pseudocolmos em função das fontes de N variaram

significativamente (P < 0,05) com as doses de N (Tabela 5). Os rendimentos tanto de lâminas

foliares como dos pseudocolmos foram maiores em presença de nitrato de amônio que

mediante o uso de ureia. Os máximos valores de fitomassa das lâminas foliares foram

registrados mediante a aplicação de 410 kg ha-1 de N, para ambas fontes de N. Entretanto, em

relação aos pseudocolmos os valores máximos foram registrados com emprego de 418 e 383

kg ha-1 de N, para nitrato de amônio e ureia, repectivamente. Tais resultados são decorrentes

de menores valores de fitomassa dos pseudocolmos mediante o uso de ureia e menor a

eficiência de uso que será discutida em outro item.

25

Tabela 5. Fitomassa seca das lâminas foliares e dos pseudocolmos (g vaso-1) e coeficientes de

regressão de Brachiaria spp., em função doses e fontes de nitrogênio e

coeficientes de regressão, dados do primeiro corte. Médias de cinco repetições por

tratamento.

Médias seguidas de letras distintas na mesma coluna diferem entre si (P< 0,05) pelo teste Tukey a 5%. Para regressão ** (P0,01), CV = 11,41%(lâminas foliares), CV = 5,91% (pseudocolmos), representa o efeito de

doses de nitrogênio para cada fonte, sendo âo � intecepto da regressão, â1 � coeficiente linear, â2 - coeficiente

quadrático e R2 � coeficiente de determinação.

4.1.3 Proporções das lâminas foliares e colmos

As maiores contribuições das lâminas foliares na massa seca total foram registrados no

híbrido H69 (70,5 %) e os menores valores para o Piatã (50,6%). Enquanto que as

encontradas para o H12 e o marandu foram similares, com valores de 60,5 % e 58,5 %,

respectivamente (Figura 3). Não houve diferenças entre as fontes, nem para as doses e/ou

interações para as proporções lâminas e pseudocolmos. Essa é uma característica genética das

espécies estudadas. Os fatores ambientais como o uso de nitrogênio, o clima, a época do ano e

o manejo das pastagens podem afetar parcialmente essa proporção. GIMENES (2010)

estudando o capim-marandu verificou que alturas de pastejo de 35 cm/50 kg de N/ha/ano

resultou em maior proporção de colmos que 25 cm/200 kg de N/ha/ano.

Fontes de N Doses de Nitrogênio (kg ha-1

)

0 150 300 450

Lâminas foliares Nitrato de amônio

4,73 a

12,74 a

15,73 a

17,11 a Ureia 4,19 a 10,44 b 12,08 b 13,63 b Estimativas de coeficientes de regressão para lâminas foliares

âo â1 â2 R2 Nitrato de amônio 4,90 0,05988 0,000073 0,99** Ureia 4,42 0,043 0,00005 0,98** Pseudocolmos Nitrato de amônio 3,10 a 8,37 a 10,88 a 11,70 a Ureia 2,50 a 7,20 b 8,26 b 9,07 b Estimativas de coeficientes de regressão para pseudocolmos

âo â1 â2 R2 Nitrato de amônio 3,15 0,041 0,000049 0,99** Ureia 2,67 0,033 0,000043 0,98**

26

Figura 3. Proporção (%) de lâminas foliares e pseudocolmos na massa seca

total, de variedades de Brachiaria em função de fontes de nitrogênio.

A maior participação do componente lâmina foliar é desejável, pois é a porção

preferencialmente selecionada pelos animais em pastejo, além de ser reconhecidamente de

maior valor nutritivo (CÂNDIDO et al., 2005). Além disso, as folhas são os órgãos das

plantas forrageiras que acusam menor decréscimo no valor nutritivo com a maturidade e

apresentam maior concentração de nutrientes digestíveis na matéria seca (PEDREIRA e

BOIN, 1969; SILVEIRA, 1971). CAMARGO (2010) trabalhando com Brachiaria brizantha

cv. Marandu na Amazônia, observou valores de 56,7 % de participação das lâminas foliar no

período de pré-pastejo, similares aos encontrados no presente trabalho, enquanto, no pós-

pastejo a participação dos componentes lâminas foliares foi de 34,65 %. Esse autor destacou

que além da redução da massa seca do pasto com o pastejo da área, ocorre simultaneamente

alteração morfológica do dossel forrageiro.

Segundo corte

Para os dados do segundo corte, a análise de variância mostrou efeitos significativos

para as variedades, fontes, doses e para as interações genótipos x fontes, genótipos x doses,

fontes x doses e a interação tripla genótipos x fontes x doses para as fitomassas das lâminas

foliares e dos pseudocolmos (Tabela 6 e Tabela 7).

Na ausência de fertilização nitrogenada as acumulações foram baixas e similares entre

os genótipos, pois o N do solo oriundo da matéria orgânica foi insuficiente para incrementar

0

20

40

60

80

100

120

H69

H12

Pia

Mara

ndu

H69

H12

Pia

Mara

ndu

Co

ntr

ibu

içã

o p

erc

en

tua

l UréiaNitrato de amônio

Pseudocolmos

Lâminas foliares

27

os rendimentos. Com aplicação de 150 kg ha-1 de N na forma de nitrato de amônio, valores

mais elevados (P < 0,05) de fitomassa foliar foram encontrados em H69, vindo a seguir o

H12, e finalmente similares e inferiores Marandu e Piatã. Incrementando a dose de N (300 kg

ha-1 de N) aumentaram as acumulações de lâmina foliar, sendo o H69 similar ao H12 que foi

superior ao Marandu, e o menor de todos o Piatã. Para a maior dose de N estudada (450 kg ha-

1 de N) as acumulações de fitomassa foliar continuaram a aumentar atingindo valores

semelhantes para os genótipos H12, H69 e Marandu que superaram o Piatã.

Para a fonte de N ureia, na dose de 150 kg ha-1 N não houve diferenças significativas

(P > 0,05) entre as variedades. Com o emprego de 300 kg ha-1 N a massa da lâmina foliar de

H69, H12 e Marandu foram similares, sendo que somente o H69 superou os valores do Piatã.

Mediante o uso de 450 kg ha-1 N houve acréscimos nas lâminas foliares, entretanto somente

para o Piatã os valores foram inferiores ao do H12, os demais foram similares entre si.

As fitomassas das lâminas foliares foram superiores mediante a aplicação de nitrato de

amônio em relação a ureia para o H69 com 150 kg ha-1 de N, e para H69, H12 e Marandu,

mediante a aplicação de 300 ou 450 kg ha-1 N, com exceção da Piatã cujas massas foram

semelhantes para as duas fontes (Tabela 6).

A aplicação de nitrato de amônio resultou em maiores fitomassas das lâminas que o

uso de ureia. Os valores de fitomassa das lâminas foliares do segundo corte, para as doses de

N aplicadas na forma de ureia, ajustaram-se ao componente linear para todos os genótipos

estudados, indicando que valores máximos de rendimentos de fitomassa da lâmina foliar não

foram atingidos até a maior dose empregada. Por outro lado, quando a fonte de N foi o nitrato

os efeitos das doses de N foram ajustados ao modelo quadrático, com exceção ao Piatã com

ajuste linear (Figura 4).

Tal resposta pode ser atribuída a maiores perdas por volatilização de N- NH3 pela

ureia, devido à elevação inicial do pH mediante a calagem, as altas temperaturas nas

condições de casa de vegetação, condições concordantes as indicadas por LOPES e

GUILHERME (2000) e MARTHA JUNIOR (2003), favoráveis à volatilização. Por outro

lado, CANTARELLA (2007) realizando uma série de experimentos avaliou as perdas de N

em pastagens adubadas com ureia em 37 % ao passo que o uso de ureia revestida com NBPT

(tiofosfafo de N � n butil triamida) as perdas foram reduzidas para 15%.

A fitomassa dos pseudocolmos na ausência de fertilização nitrogenada foi baixa e não

houve diferenças (P <0,05) entre os genótipos. Mediante a aplicação de 150 kg ha-1 de N na

28

forma de nitrato de amônio, H69 apresentou maiores fitomassas, vindo a seguir H12 e

Marandu que foram similares, enquanto o Piatã apresentou menores valores que os híbridos

H12 e H69. Nas doses de 300 ou 450 kg ha-1 de N os híbridos apresentaram a massa dos

pseudocolmos superiores e similares entre si, e com valores menores posicionaram-se Piatã e

Marandu (Tabela 7).

Para a ureia não foram observadas diferenças significativas (P < 0,05) entre os

genótipos estudados até a dose de 300 kg ha-1 de N. Porém com o uso de 450 kg ha

-1 de N

somente a massa dos colmos de H69 foi superior as de Piatã, para os demais genótipos foram

similares entre si.

Comparando-se as fontes, a fitomassa dos pseudocolmos foram superiores mediante a

aplicação de nitrato de amônio em relação a ureia para o H69 com 150 kg ha-1 de N, e para

H69 e H12, mediante a aplicação de 300 ou 450 kg ha-1 N, entretanto para o Piatã e para o

Marandu as massas foram semelhantes para as duas fontes (Tabela 7).

4.1.4 Fitomassa seca total

Primeiro corte

O valor de massa seca total (lâminas mais pseudocolmos) no primeiro corte variou

significativamente (P < 0,05) para os genótipos , fontes, doses, para as interações genótipos x

fontes, genótipos x doses, fontes x doses estudadas. Os maiores valores foram registrados para

o H12 e para o capim-marandu, em presença de ambas fontes de N (nitrato de amônio e

ureia). Os menores valores foram encontrados para o híbrido H69. Em uma posição

intermediária situaram-se as massas secas totais obtidas para o capim-piatã (Figura 5 e

Tabela 8).

29

Tabela 6 . Fitomassa das lâminas foliares (g vaso-1) em função das fontes e doses de nitrogênio para os genótipos de

Brachiaria spp., dados do segundo corte. Média de cinco repetições.

Médias seguidas de letras distintas (minúsculas na vertical comparam genótipos dentro de cada fonte e dose, e letras maiúsculas na horizontal Comparam fontes dentro dos genótipos e doses), diferem entre si pelos testes de Tukey e F (P < 0,05). Para regressão ** (P < 0,01), CV = 13,64% sendo âo � intercepto de regressão, â1 � coeficiente linear, â2 coeficiente quadrático e R

2 � coeficiente de determinação.

Genótipos Doses de nitrogênio (kg ha-1)

0 150 300 450 NA U NA U NA U NA U H69 3,06aA 3,16 aA 9,23 aA 6,37 aB 13,35 aA 8,47aB 15,96aA 11,40 abB H12 2,62 aA 2,26 aA 7,22 bA 6,27 aA 13,54 aA 7,65 abB 16,27 aA 11,75 aB Piatã 1,99 aA 2,35 aA 4,71 cA 5,10 aA 7,25 cA 6,62 bA 10,94 bA 9,69 bA Marandu 1,49 aA 1,66 aA 5,19 cA 4,76 aA 9,64 bA 7,83 abB 15,86 aA 10,36 abB

Estimativas de coeficientes de regressão

Gen/Fonte âo â1 â2

R2

H69/ NA 3,08 0,046 0,000039 0,99**

H69/Ureia 3,33 0,0179 - 0,99** H12/NA 2,35 0,0909 0,000020 0,99** H12/ Ureia 2,50 0,0199 - 0,97** Piata/ NA 1,81 0,00195 - 0,99**

Piata/Ureia 2,41 0,00157 - 0,98**

Mar/NA 1,54 0,019 0,000028 0,99**

Mar/ Ureia 1,78 0,0194 - 0,99**

29

30

Yureia = 0,0179x + 3,325

R2 = 0,99

Yna = 0,000039x2 + 0,046x + 3,087

R2 = 0,99

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

0 100 200 300 400 500Fit

om

as

sa

da

s lâ

min

as

fo

lia

res

( g

/va

so

)

Doses de N (kg/ha)

H 69

Yna = 0,000020x2 + 0,0909x + 2,35

R2 = 0,99

Yureia = 0,0199x + 2,50

R2 = 0,97

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

0 100 200 300 400 500

Doses de N (kg/ha)

Fitom

assa d

as lâm

inas foliare

s ( g

/vaso)

H12

Yna = 0,0196x + 1,814

R2 = 0,99

Yureia = 0,0157x + 2,409

R2 = 0,98

0

2

4

6

8

10

12

0 100 200 300 400 500

Doses de N (kg/ha)

Fit

om

as

sa

da

s lâ

min

as

fo

lia

res

( g

/va

so )

Piatã

Yna = 0,000028x2 + 0,019x + 1,54

R2 = 0,99

Yureia = 0,0194x + 1,78

R2 = 0,99

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

0 100 200 300 400 500Fit

om

as

sa

da

s lâ

min

as

fo

lia

res

(g

/va

so

)

Doses de N (kg/ha)

Figura 4. Fitomassa das lâminas foliares (g vaso-1), em função das fontes e doses de nitrogênio para os genótipos de Brachiaria spp.,

dados do segundo corte.

Marandu

30

31

Tabela 7. Fitomassa dos pseudocolmos (g vaso-1) em função das fontes (nitrato de amônio � NA e ureia � U) e doses de

nitrogênio para os genótipos de Brachiaria spp, dados do segundo corte. Média de cinco repetições.

Médias seguidas de letras distintas (minúsculas na vertical comparam genótipos dentro de cada fonte e dose, e letras maiúsculas na horizontal Comparam fontes dentro do genótipo e doses), diferem entre si pelos testes de Tukey e F (P < 0,05). Para regressão ** (P < 0,01), CV = 24,00% sendo âo � intercepto de regressão, â1 � coeficiente linear, â2 coeficiente quadrático e R

2 � coeficiente de determinação.

Genótipos Doses de nitrogênio (kg ha-1)

0 150 300 450 NA U NA U NA U NA U H69 3,24 aA 3,22 aA 10,28 aA 5,63 aB 10,96 aA 7,10aB 12,87aA 10,31 abB H12 2,12 aA 2,12 aA 6,47 bA 5,06 aA 12,25 aA 6,78 aB 13,32 aA 8,63 abB Piatã 1,37 aA 1,37 aA 3,12 cA 3,41 aA 5,65 bA 5,00 aA 8,28 bA 7,81 bA Marandu 1,27 aA 1,04 aA 4,79 bcA 4,86 aA 5,57 bA 6,15 aA 10,18 bA 8,35 abA Estimativas de coeficientes de regressão

Gen/Fonte âo â1 â2 R2

H69/ NA 3,62 0,045 0,000057 0,94**

H69/Ureia 3,15 0,015 - 0,98** H12/NA 2,63 0,026 - 0,94** H12/ Ureia 2,45 0,0141 - 098** Piata/ NA 1,12 0,0155 - 0,99**

Piata/Ureia 1,26 0,014 - 0,99**

Mar/NA 1,32 0,018 - 0,94**

Mar/ Ureia 1,62 0,015 - 0,96**

31

32

Figura 5. Massa seca total (g vaso-1) para os genótipos de Brachiaria spp., em

função das fontes de nitrogênio, dados do primeiro corte.

Na Tabela 8 são mostrados os dados de fitomassa seca dos genótipos estudados

em função das doses de N aplicadas. Verificou-se que na ausência de adubação

nitrogenada os maiores valores de fitomassa foram registrados para Piatã e H12, vindo a

seguir com valores menores H69 e Marandu. No solo cultivado arenoso e com limitação

de suprimento natural de N oriundo da matéria orgânica fica evidenciado o

comportamento diferenciado do H12 e do Piatã. Mediante o fornecimento de N (150 kg

por hectare) houve resposta positiva com incrementos na fitomassa seca em todos os

genótipos de braquiária, sendo que nessa condição somente o H69 apresentou

rendimentos inferiores, enquanto para as demais forrageiras foram semelhantes. Para as

doses de N mais elevadas, as respostas foram positivas sendo mais produtivas Marandu

e H12 e menos produtiva H69, enquanto que a Piatã ocupou uma posição intermediária.

0

5

10

15

20

25

30

Nitrato de amônio Uréia

H69

H12

Piatã

Marandua

bab

c

a

b

a

c

Fontes de Nitrogênio

Ma

ss

a s

ec

a t

ota

l (

g/v

as

o)

33

Tabela 8. Fitomassa seca seca total (g. vaso-1) e valores dos coeficientes de regressão

em Brachiaria spp., em função das doses de nitrogênio, dados do primeiro

corte. Médias de cinco repetições por tratamento.

Resposta

1 Genótipos Doses de Nitrogênio (kg ha

-1)

0 150 300 450 Médias âo â1 â2

R2

H69 5,54 b 15,44 b 18,0 b 18,66 c 14,41 8,51 0,074 0,0001 0,99** H12 8,63 a 21,48 a 27,35 a 28,34 a 21,45 8,73 0,10 0,00013 0,99** Piatã 10,53 a 19,72 a 19,42 b 25,11 b 18,69 12,18 0,029 - 0,86** Marandu 4,96 b 21,10 a 28,52 a 30,92 a 21,37 5,14 0,12 0,00015 0,99** Médias 7,41 19,44 23,32 25,76 Médias seguidas de letras distintas na mesma coluna diferem entre si (P< 0,05) pelo teste Tukey a 5%. 1 Representa o efeito de nitrogênio para cada genótipo, sendo âo � intercepto da regressão, â1 � coeficiente linear, â2

- coeficiente quadrático e R2 � coeficiente de determinação.

Os valores máximos de fitomassa seca estimados pelas equações de regressão

indicam 384, 370 e 418 kg ha-1 de N, para H12, H69 e Marandu, respectivamente. Para

o Piatã os rendimentos foram incrementados linerarmente até a maior dose de N

estudada.

A fonte nitrato de amônio resultou em acumulações de fitomassa mais elevadas

que o uso de ureia. Entretanto os valores de máximos foram muito próximos em torno

de 417 kg ha-1 de N para ambas fontes de N (Figura 6).

Figura 6. Massa seca total (g vaso-1) dos genótipos de Brachiaria spp., em

função das doses e fontes de nitrogênio, dados do primeiro corte.

0

5

10

15

20

25

30

35

0 100 200 300 400 500

Doses de nitrogênio (kg/ha)

Ma

ss

a s

ec

a t

ota

l (g

/va

so

)

Yuréia = 7,10 + 0,74X � 0,00089X² (R² = 0,99)

Ynitrato de amônio= 8,39 + 0,10X � 0,00012X² (R² = 0,99)

34

Segundo corte

Houve diferenças significativas entre os genótipos, doses, fontes, interação

genótipos x fontes, genótipos x doses, fontes x doses e genótipos, fontes e doses, para a

massa seca total acumulada no segundo corte (Tabela 9).

A fitomassa de massa seca total acumulada no segundo corte foi, na ausência de

adubação nitrogenada, maior para H12 em comparação com Marandu, para os demais

genótipos foram semelhantes entre si (P>0,05).

Em presença de nitrato de amônio na dose de 150 kg de N por ha , o híbrido

H69 se sobressaiu, vindo a seguir H12, que apresentam maiores valores que o capim-

marandu e capim-piatã. Com aumento da dose de N (300 kg ha-1) estes mesmos híbridos

tiveram maiores acumulações de fitomassa superando as demais. Mediante a aplicação

de 450 kg de N, a fitomassa continua aumentando e foram similares entre si (H12, H69

e Marandu) e superiores a Piatã.

Para ureia houve diferenças entre os genótipos somente a partir da dose de 300

kg de N, quando os rendimentos para o Piatã foram menores que o do H69. Em relação

à fonte de N aplicada verificou-se que não houve diferenças entre as fontes para o

Piatã, porém para o H69 o nitrato de amônio foi mais eficiente desde a menor dose de

N, e para H12 a partir da dose de 300 kg de N e para o marandu na dose de 450 kg N

quando comparados ao emprego de ureia. Confirmando, na presença de nitrato de

amônio os rendimentos de massa seca para os híbridos (H69 e H12) foram superiores

aos resultantes com o emprego de ureia.

As doses de N incrementaram em acúmulos de fitomassa seca no segundo

corte(P < 0,05). Para a fonte ureia os ajustes foram lineares para todos as forrageiras

estudadas, indicando que para essa de fonte de N os valores correspondentes aos

máximos rendimentos não foram atingidos até a dose máxima empregada. Um dos

motivos para essa resposta pode ser atribuído a menor eficiência ou maiores perdas de N

por volatilização de N, oriundo dessa fonte. Por outro lado, com o emprego de nitrato de

amônio os efeitos ajustaram-se ao modelo quadrático para H69 e H12 e linear para o

Piatã e Marandu (Tabela 9).

35

Tabela 9. Fitomassa total (lâminas foliares mais pseudocolmos), g vaso-1, em função das fontes e doses de nitrogênio para os

genótipos de Brachiaria spp, dados do segundo corte. Média de cinco repetições.

Médias seguidas de letras distintas (minúsculas na vertical comparam genótipos dentro de cada fonte e dose, e letras maiúsculas na horizontal comparam fontes dentro do genótipo e doses), diferem entre si pelos testes de Tukey e F (P < 0,05). Para regressão ** (P < 0,01), CV = 15,7% sendo âo � intercepto de regressão, â1 � coeficiente linear, â2 coeficiente quadrático e R

2 � coeficiente de determinação

Genótipos Doses de nitrogênio (kg ha-1)

0 150 300 450 Fontes Fontes Fontes Fontes NA U NA U NA U NA U H69 6,39 aA 6,30 aA 19,51 aA 12,0 aB 24,31 aA 15,58 aB 28,83 aA 21,70 aB H12 4,74 abA 4,38 bA 13,68 bA 11,33 aA 25,79 aA 14,43 abB 29,59 aA 20,38 abB Piatã 3,72 abA 3,37 cA 8,51 cA 7,83 aA 12,90 bA 11,62 bA 19,22 bA 17,49 bA Marandu 2,75 bA 2,70 cA 9,98 cA 9,62 aA 15,98 bA 13,98 abA 26,83 aA 18,71 abB Estimativa dos coeficientes de regressão Gen/Fonte âo â1 â2 R2

H69/ NA 6,70 0,092 0,000097 0,92**

H69/Ureia 6,49 0,033 - 0,99** H12/NA 4,17 0,083 0,000057 0,97** H12/ Ureia 4,96 0,034 - 0,98** Piata/ NA 2,93 0,035 - 0,99**

Piata/Ureia 3,67 0,0296 - 0,99**

Mar/NA 2,15 0,052 - 0,98**

Mar/ Ureia 3,40 0,0349 - 0,98**

35

36

As fitomassas secas totais do segundo corte com aplicação de doses de N mais

nitrato, ajustou-se ao modelo quadrático para os híbridos H69 e H12. Para os demais

genótipos (com nitrato ou ureia) os efeitos das doses ajustaram-se ao modelo linear de

regressão. Essa resposta linear até a maior dose evidencia que para atingir um ponto de

máximo maiores quantidades de N deveriam ser aplicadas após o primeiro corte, que

elevariam ainda mais a acumulação de biomassa.

As massas das lâminas e dos pseudocolmos foram incrementadas pelas doses de

N e resultaram em maiores acumulações totais de massa seca.

4.2 Fitomassa seca das raízes

A biomassa seca das raízes apresentou diferenças significativas entre a interação

genótipos e fontes (Tabela 10). A massa radicular com uso de ureia foi inferior para

todos os genótipos de Brachiaria em comparação com o uso de nitrato de amônio. Em

presença de nitrato de amônio a Piatã mostrou valores menores de massa radicular, ao

passo que Marandu e H12 foram superiores e H69 valores intermediários, menor que

Marandu porém similar a H12. Em presença de ureia os valores de Marandu superaram

as demais que foram similares entre si.

Tabela 10. Fitomassa seca das raízes (g. vaso-1) de Brachiaria spp., em

função fontes de nitrogênio. Médias de cinco repetições por tratamento.

Médias seguidas de letras distintas (minúsculas na coluna -

genótipos e maiúsculas na linha - fontes ) diferem entre si pelo

teste de Tukey a 5% e F (P < 0,05).

Fontes de Nitrogênio

Genótipos Nitrato de amônio Ureia

H69 19,50 bA 14,10 bB

H12 20,88 abA 14,01 bB

Piatã 13,22 cA 11,41 bA

Marandu 24,04 aA 21,56 aB

Médias 20,87 14,00

37

Na ausência de fornecimento de nitrogênio a fitomassa radicular foi baixa. Isto

ressalta a importância de um suprimento adequado de nitrogênio para um bom

desenvolvimento do sistema radicular (Tabela 11). Entretanto foram observadas

respostas significativas para os genótipos x doses, com ajustes quadráticos para os

híbridos H69 e H12, com massa seca das raízes com valores máximos em torno de 386

e 354 kg ha-1 de N, respectivamente. Os aumentos para o Piatã e Marandu foram

lineares até a maior dose de N aplicadas (Tabela 11).

Na Figura 7 são apresentados valores da biomassa radicular em função das

fontes e das doses de N, confirmando maiores acumulações com uso de nitrato de

amônio em relação a ureia.

Tabela 11. Fitomassa das raízes (g. vaso-1) e equações de regressão de Brachiaria spp.,

em função das doses de nitrogênio. Médias de cinco repetições por tratamento.

Genótipos Doses de Nitrogênio (kg ha-1

)

0 150 300 450 Médias

Fitomassa das raízes (g vaso-1)

H69 8,69 a 16,32 ab 22,44 b 19,75 bc 16,80 H12 6,73 a 18,14 a 21,72 b 23,17 b 17,44 Piatã 6,58 a 11,94 b 12,87 c 17,89 c 12,32 Marandu 7,86 a 18,23 a 28,84 a 35,27 a 22,79 Médias 7,46 16,40 21,47 24,01 Estimativas de coeficientes de regressão

âo â1 â2

R2

H69 8,32 0,078 0,00011 0,98**

H12 7,01 0,085 0,00011 0,99**

Piatã 7,09 0,023 - 0,94**

Marandu 9,03 0,061 - 0,99** Médias seguidas de letras distintas, na vertical comparam genótipos dentro da dose, diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%, sendo âo � intercepto de regressão, â1 � coeficiente linear, â2 coeficiente quadrático

e R2 � coeficiente de determinação.

38

Figura 7. Massa seca das raízes (g vaso-1), em função das doses e fontes

de nitrogênio.

4.3 Taxa de crescimento cumulativo

Foi observado efeito significativo (P < 0,05) para interação fontes x genótipos

para a taxa de acúmulo de massa seca (mg vaso-1 dia-1) no primeiro corte. A fonte

nitrato de amônio resultou em taxas mais elevadas de acúmulo de massa seca diária que

o emprego de ureia. Destacando-se H12 e Marandu, vindo a seguir Piatã e finalmente

H69 (Tabela 12).

0

5

10

15

20

25

30

0 100 200 300 400 500

Doses de Nitrogênio

Y nitrato de amônio = 7,53 + 0,09X � 0,000099X²

(R²= 0,99)

Y ureia = 7,54 + 0,05X� 0,000042X²

(R²= 0,99)

Ma

ss

a s

ec

a d

as

ra

íze

s (

g/v

as

o)

39

Tabela 12. Taxa de crescimento cumulativo (mg vaso-1 dia) de Brachiaria spp, em

função fontes de nitrogênio, dados do primeiro corte. Médias de cinco

repetições por tratamento.

Médias seguidas de letras distintas (minúsculas na coluna � genótipos e maiúsculas na linha - fontes) diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% e F (P < 0,05).

As taxas de crescimento cumulativo das espécies de Brachiaria spp. foram

incrementadas com as doses de nitrogênio aplicadas. Os valores de taxa de crescimento

cumulativo obedeceram a efeitos quadráticos, com máximos encontrados para os

genótipos H12, H69, Piatã e Marandu foram de 398, 358, 568 e 405 kg ha-1 de N,

respectivamente (Tabela 13).

As taxas de crescimento cumulativo mostraram diferenças significativas para a

interação doses x fontes (Tabela 14). Os efeitos das doses mostraram ajustes

quadráticos, no primeiro corte. Na ausência de aplicação nitrogênio as acumulações

foram mais baixas. Maiores acumulações foram registradas mediante o uso de nitrato de

amônio.

Fontes de Nitrogênio

Genótipos Nitrato de amônio Ureia

H69 298,3 cA 268,5 cB

H12 473,0 aA 372,2 aB

Piatã 416,6 bA 316,6 bB

Marandu 480,8 aA 353,9 abB

Médias 417,2 327,8

40

Tabela 13. Taxa de crescimento cumulativo (mg vaso-1 dia) de Brachiaria spp., em

função das doses de nitrogênio. Dados do primeiro corte. Médias de cinco

repetições por tratamento.

Genótipos Doses de Nitrogênio (kg ha-1

)

0 150 300 450 Médias

Primeiro corte H69 112,0 b 302,8 b 353,0 b 365,9 b 283,4 H12 169,1 a 421,2 a 536,3 a 563,9 a 422,65 Piatã 206,5 a 386,7 a 380,9 b 492,3 b 366,6 Marandu 90,4 b 413,7 a 559,2 a 606,2 a 417,35 Médias 144,5 381,1 457,3 507,1 Estimativas de coeficientes de regressão

âo â1 â2

R2

H69 117,2 1,43 0,002 0,99** H12 171,59 1,99 0,0025 0,99** Piatã 221,6 0,91 0,0008 0,89** Marandu 94,3 2,51 0,0031 0,99** Médias seguidas de letras distintas, na vertical comparam genótipos dentro da dose, diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%, sendo âo � intercepto de regressão, â1 � coeficiente linear, â2 coeficiente quadrático e R2 � coeficiente de determinação.

Tabela 14 . Taxa de crescimento cumulativo (mg vaso-1 dia) de Brachiaria spp., em

função das fontes de nitrogênio. Dados do primeiro e do segundo cortes.

Médias de cinco repetições por tratamento

Médias seguidas de letras distintas, na vertical comparam fontes dentro da dose, diferem entre si pelo

teste de Tukey a 5%, sendo âo � intercepto de regressão, â1 � coeficiente linear, â2 coeficiente quadrático e R

2 � coeficiente de determinação.

Fontes de N Doses de Nitrogênio (kg ha-1

)

0 150 300 450

Primeiro corte Nitrato de amônio 161,2 a 420,9 a 521,8 a 564,9 a Ureia 127,8 b 341,3 b 392,9 b 449,3 b Segundo corte Nitrato de amônio 71,48 a 212,58 a 329,10 a 435,33 a Ureia 71,64 a 172,77 b 231,73 b 326,20 b Estimativas de coeficientes de regressão Primeiro corte

âo â1 â2

R2 Nitrato de amônio 166,2 1,9 0,002 0,99** Ureia 136,2 1,50 0,002 0,98** Segundo corte

âo â1 â2

R2 Nitrato de amônio 72,19 0,98 0,002 0,99** Ureia 77,19 0,55 - 0,99**

41

Tabela 15 . Taxa de crescimento cumulativo em função das fontes (nitrato de amônio � NA e ureia � U) e doses

de nitrogênio para os genótipos de Brachiaria spp., dados do segundo corte. Média de cinco repetições.

Médias seguidas de letras distintas (minúsculas na vertical comparam genótipos dentro de cada fonte e dose, e letras maiúsculas na horizontal comparam fontes dentro do genótipo e doses), diferem entre si pelos testes de Tukey e F (P < 0,05). Para regressão ** (P < 0,01), CV = 7,58%, sendo âo � intercepto de regressão, â1 � coeficiente linear, â2 coeficiente quadrático e R

2 � coeficiente de determinação.

Genótipos Doses de nitrogênio (kg há-1)

0

150 300 450

Fontes Fontes Fontes Fontes NA U NA U NA U NA U H69 106,1aA 104,5 aA 321,1 aA 199,4 aB 403,6 aA 254,8 aB 479,6 aA 360,5 aB H12 78,7 abA 72,2 abA 226,6 bA 188,4 aA 428,6 aA 238,9 abB 492,7 aA 338,0 abB Piatã 61,7 bA 55,7 bA 141,1 cA 129,3 bA 214,5 bA 191,6 bA 318,6 bA 288,4 bA Marandu-Mar 45,9 bA 45,1 bA 166,3 cA 160,4 abA 266,3 bA 233,1 abA 447,2 aA 233,0 abB Estimativa dos coeficientes de regressão Gen/Fonte

âo â1 â2

R2

H69/ NA 111,7 1,53 0,0016 0,99**

H69/Ureia 108,1 0,55 - 0,99**

H12/NA 69,5 1,39 -0,00095 0,98**

H12/ Ureia 82,7 0,57 - 0,98**

Piata/ NA 48,9 0,50 - 0,99**

Piata/Ureia 61,2 0,49 - 0,99**

Mar/NA 35,8 0,87 - 0,98**

Mar/ Ureia 56,6 0,58 - 0,99**

41

42

Para as taxas de crescimento cumulativo (TCC) referente ao segundo corte, a interação

genótipos x doses e fontes foi significativa (P < 0,05), Tabela 15. Na ausência de aplicação de

N, os valores obtidos para o H69 foi superior ao Piatã e ao Marandu, sendo que o H12

apresentou TCC similar aos três genótipos. O H69 se sobressaiu com rendimentos elevados

em todos as doses de N, mediante a aplicação de 300 kg de N ha-1 o H12 se igualou ao H69,

comportamento semelhante foi constatado para o Marandu com uso de 450 kg de N ha-1. Para

o Piatã a intensificação da adubação nitrogenada também incrementa a TCC, porém numa

magnitude menor.

Para o H69, a fonte nitrato de amônio já na dose 150 kg de N ha-1 a TCC foi maior

quando comparado ao uso de ureia, esse mesmo efeito ocorreu com H12 somente a partir da

dose 300 kg de N ha-1. Por outro lado para o Piatã e Marandu não foram observadas

diferenças nas taxas de crescimento cumulativo entre as duas fontes nas doses estudadas.

As taxas de crescimento cumulativo no segundo corte mostraram efeitos lineares com

as doses de N, para o Piatã, Marandu, em ambas fontes de N e para H69 e H12 em presença

de ureia. Apenas para os híbridos fertilizados com nitrato de amônio as TCC mostraram

efeitos quadráticos com as doses de N.

4.4 Densidade populacional de perfilhos

4.4.1 Perfilhamento - primeiro corte

Verificou-se que, no primeiro corte, praticamente 100% dos perfilhos eram basilares.

O número de perfilhos por vaso para as quatro espécies de capim-braquiária mostrou

diferenças significativas (P < 0,05) para a interação genótipos x fontes (Tabela 16). Ao

analisar o comportamento dos genótipos dentro das fontes de nitrogênio estudadas verificou-

se que em presença de nitrato de amônio, foi obtido o maior valor para o número de perfilhos

para o híbrido H12, vindo a seguir o capim-marandu que foi similar ao híbrido H69, enquanto

que o capim-piatã apresentou menor valor. Por outro lado com o uso de ureia como fonte de

N, somente para o cultivar Piatã foi verificado menor valor no número de perfilhos, que os

demais genótipos (H12, H69 e Marandu), onde os números de perfilhos foram similares entre

si. Comparando as fontes de N verificou-se que somente para o genótipo H12 o número de

perfilhos foi maior com emprego de nitrato de amônio em relação a ureia.

43

Tabela 16. Número de perfilhos de Brachiaria spp., em função fontes de nitrogênio,

dados do primeiro corte. Médias de cinco repetições por tratamento.

Médias seguidas de letras distintas (minúsculas na coluna � genótipos

e maiúsculas na linha - fontes ) diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%

e F (P < 0,05).

A interação genótipos x doses foi significativa para o número de perfilhos no primeiro

corte. Sem adição de N, o H12 apresentou maiores números de perfilhos que as demais

forrageiras que foram similares entre si. Em presença de fertilização nitrogenada em todas as

doses empregadas o Piatã mostrou menor número de perfilhos, que os genótipos que não

diferiram entre si (Tabela 17).

Tabela 17. Número de perfilhos e coeficientes de regressão de Brachiaria spp., em função

das doses de nitrogênio, dados do primeiro corte. Médias de cinco repetições por tratamento. Genótipos Doses de Nitrogênio (kg ha

-1)

0 150 300 450 Médias

H69 11,8 b 20,5 a 26.8 a 29.0 a 22,02 H12 14.3 a 21,4 a 26.4 a 30.6 a 23,18 Piatã 11,9 b 15,4 b 15,2 b 14,6 b 14,28 Marandu 11,2 b 21,6 a 26,2 a 28,4 a 21,85 Médias 12,80 14,40 13,60 13,80 Estimativas de coeficientes de regressão

âo â1 â2

R2

H69 11,72 0,071 0,000072 0,98 H12 14,37 0,05 0,000032 0,98 Piatã 12.07 0,026 0,000046 0,98 Marandu 11,37 0,08 0,000091 0,93 Médias seguidas de letras distintas, na vertical comparam genótipos dentro da dose, diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%, CV= 10,3 %, sendo âo � intercepto de regressão, â1 � coeficiente linear, â2 coeficiente quadrático e

R2 � coeficiente de determinação.

Fontes de nitrogênio

Genótipos Nitrato de amônio Ureia

H69 21,4 b A 22,7 a A H12 24,2 a A 22,2 a B Piatã 14,9 c A 13,7 b A

Marandu 22,0 b A 21,7 a A Médias 20,63 20,04

44

O número de perfilhos emitido pelas plantas de capim-braquiária aumentou de

maneira quadrática com as doses de nitrogênio. As doses de 283, 439, 493 e 781 foram

responsáveis pelo máximo perfilhamento para o capim-piatã, marandu, H69 e H12,

respectivamente. Efeito de doses de nitrogênio ajustados ao modelo quadrático de regressão

para o número de perfilhos também foi observado por BATISTA (2002; 2006), trabalhando

com capim-marandu.

O nitrogênio figura junto com outros fatores ambientais que alteram a densidade de

perfilhos, as taxas de aparecimento, alongamento, a senescência foliar e o tamanho de folhas

(CHAPMAN e LEMAIRE, 1993).

Alexandrino et al. (2004) também observaram incremento no perfilhamento da B.

brizantha à medida que aumentaram a dose de nitrogênio.

Na Figura 8 são mostrados os efeitos médios das fontes e doses de N sobre ao número

de perfilhos. Inicialmente não houve diferença entre as fontes de N, entretanto a partir da

aplicação de 300 kg ha-1 o nitrato de amônio resultou em valores mais elevados que a ureia.

Na ausência de adubação nitrogenada o número de perfilhos foi baixo. Já em presença da

maior dose de N aplicada os incrementos no perfilhamento foram de 130% e 88%, para

nitrato de amônio e ureia, respectivamente, quando comparado com a testemunha. Não

ocorreram interações para doses x fontes x genótipos. Outro fato interessante é que maior

número de perfilhos por planta proporciona maior cobertura do solo pela planta forrageira.

Portanto, a adubação nitrogenada, além de aumentar a produção de matéria seca, contribui

para a redução da degradação do solo, pois diminui a exposição ao impacto da chuva e a

exposição ao sol. Também evita uma maior infestação de plantas daninhas e possibilita uma

formação mais rápida do pasto.

45

Figura 8. Número de perfilhos em função das doses e fontes de nitrogênio. Média

dos genótipos de braquiária. Dados do primeiro corte.

4.4.2 Perfilhamento - segundo corte

No segundo crescimento, os perfilhos nas rebrotações foram classificados em

perfilhos basilares, aéreos e mortos.

4.4.3 Perfilhos basilares

Para o número de perfilhos basilares as interações genótipos x doses e genótipos x

fontes x doses foram significativas (P>0.05). O cultivo de Brachiaria no solo Neonossolo

Quartzarênico, com conteúdos baixos de matéria orgânica, como fonte natural de N (sem

aplicação de N) apresentou um número de perfilhos basilares foi bastante baixo e não houve

diferenças entre os genótipos (Tabela 18). Com a aplicação de N (150 kg ha-1), na forma de

nitrato de amônio o Marandu apresentou maior número de perfilhos basais que H69, sendo os

demais genótipos similares entre si. Enquanto que em presença de ureia os valores foram

similares entre si (P < 0,05). Para dose de 300 kg ha-1 de N, também não foram registradas

diferenças entre os genótipos para as fontes de N. Entretanto na dose de 450 kg ha-1 de N, em

presença de nitrato de amônio, o Marandu apresentou valores similares ao Piatã e foi superior

aos híbridos H69 e H12, que também não diferiram da Piatã. Nessa dose para a fonte de N

0

5

10

15

20

25

30

0 100 200 300 400 500

N kg/ha

me

ro d

e p

erf

ilh

os

/va

so

Ynitrato de amônio= 11,77 + 0,061X - 0,000061X²

( R²=0,99)

Yureia= 12,99 + 0,052X - 0,000059X²

( R²=0,99)

46

ureia o número de perfilhos foi similar entre os genótipos estudados. A comparação entre as

fontes mostrou que em presença da dose mais baixa de N aplicada, somente para o Marandu a

fonte nitrato de amônio foi superior a ureia. Para doses superiores (300 e 450 kg ha-1 de N) a

aplicação de nitrato de amônio em Marandu e Piatã resultou em maior número de perfilhos

basais que o emprego de ureia.

De um modo geral, o capim-marandu apresentou valores mais elevados de perfilhos

basais que o híbrido H12, os demais foram similares entre si. A maior amplitude de resposta à

aplicação de N (150 kg ha-1) foi obtida para o híbrido H12. Essa característica pode ser

altamente interessante quando o sistema de exploração e manejo preconiza uma fertilização

nitrogenada moderada e mais econômica. Porém Marandu foi mais responsiva a doses mais

elevadas em termos de emissão de perfilhos basais.

O número de perfilhos basilares com as doses de nitrogênio obedeceu a ajustes

lineares, cujos coeficientes de equações de regressão para as fontes de N são apresentadas na

Tabela 18, apenas para o híbrido H12 adubado com nitrato de amônio o efeito foi quadrático:

Y= = 8,42 + 0,093 X � 0,00015X2 e para Piatã + ureia não foi significativo.

47

Tabela 18 . Perfilhos basais em função das fontes (nitrato de amônio � NA e ureia � U) e doses de nitrogênio para os

genótipos de Brachiaria spp., dados do segundo corte. Média de cinco repetições.

Médias seguidas de letras distintas (minúsculas na vertical comparam genótipos dentro de cada fonte e dose, e letras maiúsculas na horizontal comparam fontes dentro do genótipo e doses), diferem entre si pelos testes de Tukey e F (P < 0,05). Para regressão ** (P < 0,01), CV = 32,04%, sendo âo � intercepto de regressão, â1 � coeficiente linear, â2 coeficiente quadrático e R

2 � coeficiente de determinação.

Genótipos Doses de nitrogênio (kg ha-1)

(Gen) 0

150 300 450

Fontes Fontes Fontes Fontes NA U NA U NA U NA U H69 8,60 aA 5,20 aA 13,40 bA 12,80 aA 19,80 aA 17,20 aA 19,40 bA 15,60 aA H12 8,40 aA 6,00 aA 19,20 abA 17,80 aA 23,20 aA 17,40 aA 20,80 bA 20,00 aA Piatã 9,60 aA 10,60 aA 16,00 abA 15,00 aA 24,60 aA 14,20 aB 26,60 abA 17,00 aB Marandu 5,00 aA 9,20 aA 23,20 aA 10,80 aB 26,60 aA 18,00 aB 33,80 aA 22,00 aB Estimativa dos coeficientes de regressão Gen/Fonte âo â1 â2 R2

H69/ NA 9,48 0,026 - 0,88**

H69/Ureia 7,36 0,024 - 0,75** H12/NA 8,42 0,093 0,00015 0,98**

H12/ Ureia 9.06 0,028 - 0,73** Piata/ NA 10,26 0,04 0,95**

Piata/Ureia - - - -

Mar/NA 4,98 012 - 0,96**

Mar/ Ureia 9,00 0,028 - 0,92**

47

48

Tabela 19 . Perfilhos aéreos em função das fontes (nitrato de amônio � NA e ureia � U) e doses de nitrogênio para os

genótipos de Brachiaria spp., dados do segundo corte. Média de cinco repetições.

Médias seguidas de letras distintas (minúsculas na vertical comparam genótipos dentro de cada fonte e dose, e letras maiúsculas na horizontal comparam fontes dentro do genótipo e doses), diferem entre si pelos testes de Tukey e F (P < 0,05). Para regressão ** (P < 0,01), CV = 30,2%, sendo âo � intercepto de regressão, â1 � coeficiente linear, â2 coeficiente quadrático e R

2 � coeficiente de determinação.

Genótipos Doses de nitrogênio (kg ha-1)

0

150 300 450

Fontes Fontes Fontes Fontes NA U NA U NA U NA U H69 8,20 aA 9,20 aA 17,60 aA 14,00 aA 18,80 aA 14,40 aB 19,40 aA 17,00 abA H12 5,60 aA 6,20 aA 11,80 bA 9,40 abA 16,80 abA 13,20 aA 18,40 aA 13,00 bB Piatã 4,20 aA 5,60 aA 2,60 cA 4,40 bA 7,40 cA 5,40 bA 5,40 bA 7,60 cA Marandu - Mar 6,40 aA 4,90 aA 9,40 bB 13,80 aA 11,80bcA 15,20 aA 9,40 bB 18,40 aA Estimativa dos coeficientes de regressão Gen/Fonte âo â1 â2 R2

H69/ NA 8,58 0,067 0,0000098 0,97**

H69/Ureia 10,08 0,016 _ 0,89** H12/NA 6,64 0,94 - 0,88**

H12/ Ureia 6,82 0,016 - 0,88** Piata/ NA - - - -

Piata/Ureia - - - -

Mar/NA - - - - Mar/ Ureia 3,56 0,07 0,000084 0,95**

48

49

4.4.4 Perfilhos aéreos

Para o número de perfilhos aéreos a interação genótipos x doses x fontes foi

significativo (P<0,05). Na ausência de adubação nitrogenada não houve diferenças entre

os genótipos e nem entre as fontes de N. Mediante a aplicação de N (150 kg ha-1 de N)

na forma de nitrato de amônio o híbrido H69 resultou em maior brotação de perfilhos

aéreos vindo a seguir H12, que foi igual ao Marandu e com menor valor o Piatã. Com o

emprego de nitrato de amônio em 300 kg ha-1 de N com nitrato de amônio os híbridos

H69 e H12 apresentaram mais perfilhos que o Piatã, já o Marandu foi similar ao H12 e

ao Piatã. Com a maior dose de N, fonte nitrato de amônio, os híbridos foram superiores

a Marandu e Piatã, e similares entre si. A aplicação de ureia (150 kg ha-1 de N) resultou

em maior número desse tipo de perfilho para H69 e Marandu em relação ao capim-

piatã, enquanto que o H12 foi similar aos demais genótipos. Para o emprego de ureia, na

dose de 300 kg ha-1 de N, o Piatã foi inferior aos demais que não diferiram entre si. Na

dose de 450 kg ha-1 de N e fonte de N - ureia Marandu e H69 foram superiores ao Piatã

e similares entre si, enquanto os híbridos H12 e H69 foram iguais entre si (Tabela 19).

A comparação dos genótipos dentro das fontes de N aplicadas evidenciou, em

presença de nitrato de amônio um maior perfilhamento para o híbrido H69 vindo a

seguir em ordem decrescente H12>Marandu> Piatã. Já, em presença de ureia os

genótipos tiveram a seguinte classificação H69 similar a Marandu que não diferiu do

H12 e foram superiores ao Piatã.

A comparação das fontes evidenciou que para o Marandu a ureia foi maior que o

nitrato de amônio nas doses de 150 e 450 kg ha-1 de N. Entretanto o nitrato de amônio

superou a ureia, na dose 300 kg ha-1 de N para o H69 e na dose 450 kg ha-1 de N para o

H12 (Tabela 19)

Os efeitos das doses e fontes de N sobre o numero de perfilhos aéreos variaram

bastante para os genótipos, sendo os aumentos com ajustes lineares para H12 em ambas

fontes de N e para H69 mais ureia. Os ajustes foram quadráticos para H69 com nitrato

de amônio e Marandu com ureia. Não houve significância para Piatã em ambas fontes e

Marandu com nitrato de amônio (Tabela 19).

50

4.4.5 Perfilhos mortos

Foram significativas (P > 0,05) as diferenças entre o número de perfilhos mortos

após o primeiro corte para a interação genótipos x fontes e doses. Para o corte das

plantas executada a 10 cm do nível do solo, sem adição de fertilizante nitrogenado não

houve diferenças entre os genótipos. Com adição de N na forma de nitrato de amônio

para todas as doses o menor número de perfilhos mortos foi para o híbrido H12, os

demais genótipos apresentaram um número maior de perfilhos mortos, e foram

semelhantes entre si (Tabela 20) com valores relativos maiores para Piatã e Marandu. Já

com adição de ureia , nas doses de 150 e 450 kg ha-1 de N o número de perfilhos mortos

foi menor para H12 e Marandu, e sendo mais elevados para H69 e Piatã.

Os dados indicam que o capim-piatã mostrou uma tendência em apresentar um

maior número de perfilhos mortos, vindo a seguir o híbrido H69 e marandu e com

menores índices de mortalidade de perfilhos o H12.

A comparação para o efeito de fontes evidenciou que o nitrato de amônio em

relação a ureia resultou em incrementos significativos do número de mortos em

Marandu, em todas doses de N estudadas, sendo esse mesmo efeito também verificado

para o Piatã na dose de 450 kg ha-1 de N. Não foram constatadas diferenças

significativas para as fontes de N para os híbridos H12 e H69. Pode-se especular que a

fonte nitrato proporciona um crescimento mais rápido acarretando na elevação do

meristema apical de Marandu e Piatã que sob a altura de corte de 10 cm resulta em

maior morte de perfilhos.

O número de perfilhos mortos para H69 em ambas as fontes de N, Piatã e

Marandu (ureia) não foram significativamente (P< 0,05) afetados pela adição de N,

entretanto para H12 (ureia) e Piatã (nitrato de amônio) os acréscimos foram lineares e

para Marandu (nitrato de amônio) foi quadrático. Além da resposta morfofisiológica das

plantas ao manejo de corte, ocorre morte e senescência natural durante o ciclo de vida

dessas forrageiras, com aparecimento e morte de perfilhos.

51

Tabela 20 . Perfilhos mortos em função das fontes (nitrato de amônio � NA e ureia � U) e doses de nitrogênio para os

genótipos de Brachiaria spp., dados do segundo corte. Média de cinco repetições.

Médias seguidas de letras distintas (minúsculas na vertical comparam genótipos dentro de cada fonte e dose, e letras maiúsculas na horizontal comparam fontes dentro do genótipo e doses), diferem entre si pelos testes de Tukey e F (P < 0,05). Para regressão ** (P < 0,01), CV = 6,1% sendo âo � intercepto de regressão, â1 � coeficiente linear, â2 coeficiente quadrático e R

2 � coeficiente de determinação.

Genótipos Doses de nitrogênio (kg ha-1) 0

150 300 450

Fontes Fontes Fontes Fontes NA U NA U NA U NA U H69 3,4 aA 2,8 aA 7,2 aA 6,0 aA 5,6 aA 6,0 Aa 5,2 abA 7,4 aA H12 1,8 aA 1,2 aA 1,0 bA 2,2 bA 0,8 bA 3,6 aA 1,0 bA 1,0 bA Piatã 3,8 aA 4,0 aA 9,8 aA 6,8 aA 7,8 aA 6,2 aA 9,40 aA 3,8 abB Marandu - Mar 0,0 aA 2,6 aA 7,4 aA 1,6 bB 9,2 aA 4,6 aB 8,0 aA 2,4 bB Estimativa dos coeficientes de regressão Gen/Fonte âo â1 â2 R2

H69/ NA - - - -

H69/Ureia - - - - H12/NA - - - - H12/ Ureia 3,48 0,0092 - 0,90** Piata/ NA 5,48 0,0098 - 0,70**

Piata/Ureia - - - -

Mar/NA 0,13 0,06 0,000095 0,99**

Mar/ Ureia - - - -

51

52

4.4.6 Perfilhamento total

O número total de perfilhos (perfilhos aéreos, basilares e mortos) do crescimento

da rebrota são apresentados na Tabela 21.

Tabela 21. Número de perfilhos totais e coeficientes de regressão de Brachiaria

spp., em função das doses de nitrogênio, dados do segundo corte.

Médias de cinco repetições por tratamento.

Genótipos Doses de Nitrogênio (kg ha-1

)

0 150 300 450 Medias

H69 17,10 a 30,50 ab 37,30 ab 36,70 bc 30,4 H12 16,20 a 35,70 a 41,10 a 42,40 ab 33,85 Piatã 19,20 a 27,30 b 32,80 b 35,10 c 28,8 Marandu 13,70 a 33,10 ab 42,70 a 47,00 a 34,12 Médias 16,55 31,65 38,48 44,4 Estimativa dos coeficientes de regressão

âo â1 â2

R2

H69 17,06 0,11 0,00016 0,99**

H12 16,70 0,15 0,00020 0,99**

Piatã 20,62 0,035 - 0,94**

Marandu 13,93 0,14 0,00017 0,99** Médias seguidas de letras distintas na mesma coluna diferem entre si (P< 0,05) pelo teste Tukey a 5%. Representa o efeito de nitrogênio para cada genótipo, sendo âo � intercepto da regressão, â1 � coeficiente linear, â2

- coeficiente quadrático e R2 � coeficiente de determinação.

Não houve diferenças na ausência da adubação nitrogenada, entre os genótipos

estudados para o perfilhamento total. Na dose 150 kg ha-1 de N, somente o Piatã teve

um número menor de perfilhos que o híbrido H12, as demais foram similares entre si. Já

na dose 300 e 450 kg ha-1 de N, H12 e Marandu superaram o Piatã, enquanto o H69 foi

similar ao Piatã nessas doses de N (Tabela 21).

Os valores de perfilhamento totais máximos foram obtidos mediante o

equivalente à aplicação de 344,0; 375,0 e 410,0 kg ha-1 de N, para os genótipos H69,

H12 e Marandu, respectivamente. Para o capim-piatã, na faixa de N estudada os

aumentos foram lineares, e indicam a produção de 5,25 perfilhos por vaso para cada 150

kg ha-1 de N aplicados.

Para as fontes de nitrogênio estudadas, o perfilhamento total aumentou com as

doses de nitrogênio segundo as equações: Ynitrato de amônio= 16,39 + 0,15X �

0,00019 X2 (R2 = 0,99) e Yureia= 17,04 + 0,09X -0,0001X2 (R2 = 0,99), que

53

correspondeu a valores máximos de perfilhamento para as doses de 394 e 450 kg ha-1 de

N.

O perfilhamento é uma forma de crescimento que as gramíneas desenvolveram

em seu processo evolutivo como mecanismo de produção e sobrevivência em situações

de desfolha (CARVALHO et al., 2007), onde cada perfilho é um clone exato da planta

a qual lhe deu origem. As gramíneas são constituídas por uma agregação de diversos

perfilhos (LANGER, 1963). A densidade populacional de perfilhos é o componente do

índice de área foliar que possibilita maior flexibilidade de ajuste por parte da planta aos

diferentes regimes de desfolhação (SBRISSA e DA SILVA, 2001). O processo de

aparecimento e morte de perfilhos é um processo dinâmico e variável durante o ano, e

dependente de ações de manejo (MATTHEW et al., 2000).

Os genótipos com altas taxas de aparecimento de folhas apresentam alto

potencial de perfilhamento e determinam uma pastagem com uma densidade

populacional de perfilhos mais elevada do que aquelas com baixas taxas de surgimento

de folhas (NABINGER e PONTES, 2001). Segundo esse autor, o potencial de

perfilhamento é determinado pela velocidade de emissão de folhas, pois na formação de

cada folha há correspondência com a geração de uma ou mais gemas axilares. No

presente trabalho os dois híbridos avaliados e o capim-marandu apresentaram maior

perfilhamento que o capim-piatã.

Vários estudos com plantas forrageiras tropicais têm mostrado a influência do

estado nutricional no perfilhamento (LAVRES JÚNIOR, 2001). O N é apontado como o

nutriente que mais influencia e incrementa o perfilhamento (WERNER e HAAG,1986;

ZIMMER et al., 1994).

Já Lavres Júnior (2001) encontrou efeito quadrático positivo no número de

perfilhos em função das doses de N aplicadas. Embora o aumento no suprimento de N

eleve o número de perfilhos, tal efeito tende a diminuir, devido à vida curta de

perfilhos pois ocorre uma competição no dossel em virtude do aumento do índice de

área foliar, que acarreta paralisação precoce do perfilhamento (NABINGER e

MEDEIROS, 1995).

54

4.4.7 Proporção de perfilhos aéreos e perfilhos basilares

Para o crescimento da rebrota, os perfilhos aéreos corresponderam de 20 a 52% do

total de perfilhos, essa participação variou com os cultivares estudados. O capim-piatã

apresentou as menores proporções de perfilhos aéreos, ou seja houve para esse genótipo uma

rebrota de origem basilar maior, enquanto que para o híbrido H69 houve um equilíbrio entre a

proporção de perfilhos aéreos e basilares situando-se em torno de 50%. Para o capim-marandu

e o híbrido H12, cerca de 60% dos perfilhos foram de origem basilar e 40% de rebrotas de

perfilhos aéreos (Figura 9). A proporção de perfilhos aéreos e basilares não diferiu

significativamente para as doses, fontes de nitrogênio e interações.

A origem dos perfilhos basais ou aéreos pode influir sobre as taxas de crescimento e

acúmulo de forragem. Assim, CAMARGO (2010) sugeriu que os perfilhos aéreos podem

prover potencial para rápida regeneração da área foliar, particularmente na primavera, pois

deles há emissão de folhas na área superior do dossel, com menor investimento em

alongamento de colmos.

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

80,0

90,0

100,0

NA UREIA NA UREIA NA UREIA NA UREIA

H12 H69 Piata MARANDU

Aéreos

Basilares

Tip

os

de

pe

rfilh

os

(%

)

Fontes de nitrogênio/variedades

Figura 9. Proporção de perfilhos aéreos e basilares nos genótipos de Brachiaria spp.,

para as fontes de N (NA, nitrato de amônio e ureia), dados do segundo corte.

55

4.4.8 Fitomassa dos perfilhos

A análise de variância indicou efeitos significativos para os genótipos, fontes, doses e

interação genótipos x doses em relação à fitomassa dos perfilhos, no primeiro corte. As

fitomassas das plantas foram superiores com emprego de nitrato de amônio em relação a ureia

(Tabela 22).

O desdobramento da interação genótipos x doses mostrou que na ausência de

adubação nitrogenada a massa dos perfilhos foi mais elevada para o Marandu e Piatã e menor

para o H69. Mediante a aplicação de N, em todas as doses, o Piatã apresentou massa de

perfilhos mais elevadas que os demais genótipos. Sendo que para dose de 150 kg ha-1

de N,

as massas de perfilhos para os demais genótipos foram similares entre si (P >0,05), para doses

superiores de N aplicadas, excetuando-se Piatã, as massas secas obedeceram a seguinte ordem

decrescente H12>Marandu>H69 (Tabela 22). A massa seca dos perfilhos no primeiro corte

obecederam efeitos quadráticos para H69, H12 e Piatã, porém para o Marandu os efeitos das

doses de nitrogênio reduziram linearmente, a massa seca dos perfilhos, as equações de

regressão também são apresentadas na Tabela 22. Além de um número maior de perfilhos

mortos, a Marandu teve maior número de perfilhos menos pesados.

Tabela 22. Fitomassa seca de perfilhos (g perfilho-1) e coeficientes de regressão de

Brachiaria spp.,em função das doses de nitrogênio dados do primeiro corte.

Médias de cinco repetições por tratamento.

Genótipos Doses de Nitrogênio (kg ha-1

)

0 150 300 450 Médias

Primeiro corte H69 0,48 c 0,77 b 0,68 c 0,64 c 0,64 H12 0,61 bc 1,00 b 1,04 b 0,93 b 0,90 Piatã 0,75 ab 1,41 a 1,83 a 1,96 a 1,49 Marandu 0,97 a 0,89 b 0,78 c 0,77 c 0,85 Estimativas de coeficientes de regressão

âo â1 â2 R2

H69 0,50 0,0019 0,0000037 0,79** H12 0,62 0,0013 0,0000056 0,98** Piatã 0,74 0,0054 0,000006 0,99** Marandu 0,96 -0,00047 - 0,93**

Médias seguidas de letras distintas na mesma coluna diferem entre si (P< 0,05) pelo teste Tukey a 5%. Representa o efeito de nitrogênio para cada genótipo, sendo âo � intercepto da regressão, â1 � coeficiente linear, â2

- coeficiente quadrático e R2 � coeficiente de determinação.

56

A análise de variância mostrou efeitos significativos (P <0,05) para genótipos, doses e

interação genótipos x fontes, no segundo corte. Os híbridos H12 e H69 em presença de nitrato

de amônio resultaram em perfilhos com maior massa que Piatã e Marandu. Quando a ureia foi

a fonte de N, somente o H69 apresentou maiores fitomassa de perfilho que Marandu, as

demais foram similares entre si (Figura 9). Analisando o comportamento das fontes, registrou-

se com aplicação de nitrato de amônio, maiores valores de massa de perfilho, em comparação

a ureia apenas para H12 para os demais genótipos não houve diferenças entre as fontes de N

(Figura 10).

0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7

0,8

H69 H12 Piatã Marandu

Nitrato de amonio

Ureia

Fit

om

assa d

o p

erf

ilh

o (

g/p

erf

ilh

o)

a

a

a

ba

a

aa

B

Figura 10. Fitomassa dos perfilhos comportamento das fontes de N dentro dos

genótipos (A) e dos genótipos dentro das fontes de N (B).

0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7

0,8

Nitrato de amonio Ureia

H69

H12

Piatã

Marandu

Fit

om

as

sa

de

pe

rfil

ho

a

a

bb

a

ab ab

b

A

57

4.4.9 Contribuição das lâminas foliares na fitomassa seca do perfilho

As lâminas foliares (do ápice da folha até o ponto de inserção de lígula) representam,

quando o N foi omitido na adubação de 15 a 24 % da fitomassa total de cada perfilho. Nessas

condições não houve diferenças entre os genótipos, e os pseudocolmos calculados por

subtração representam de 66 a 85 % do peso do perfilho.

A adição de N (150 kg/ha) incrementou a contribuição das lâminas foliares no peso

seco do perfilho com valores mais elevados para H12 com nitrato de amônio (30 %) e Piatã

(26%). O uso de doses crescentes de N aumentou ainda mais as contribuições das lâminas

foliares, na fitomassa seca do perfilho, resultanto em valores para a dose de 450 kg de N/ha de

49,4 % , 42,3 %, 42,9% e 38,0 % para H69, H12, Marandu e Piatã. Não houve diferença

significativa entre as fontes de N para contribuição das lâminas foliares sobre a produção de

fitomassa de cada perfilho (Figura 11).

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

0 150 300 450

H69

H12

PIA

MARANDU

NA U NA U NA U NA U

%d

as l

am

inas

fo

liare

s n

o

peso

p

erf

ilh

o

Figura 11. Contribuição percentual das lâminas foliares na fitomassa seca de cada

perfilho em Brachiaria spp., para as doses e fontes de N (NA- nitrato de amônio e U � ureia).

A estratégia de intensificar o uso de N representa uma ferramenta de manejo que

possibilita alterações morfogênicas e/ou estruturais das plantas de modo a oferecer aos

animais um alimento com maiores proporções de frações de melhor qualidade, no caso mais

lâminas foliares que pseudocolmos.

58

4.5 Relação folhas/pseudocolmos (haste)

A relação folha/pseudocolmo (F/C) variou significativamente com as forrageiras x

fontes de N, no primeiro corte. Analisando o comportamento dos genótipos dentro das fontes

de N, em presença de nitrato de amônio ou de ureia, o híbrido H69 superou os demais, vindo a

seguir o híbrido H12 e Marandu com valores similares e com menores valores o Piatã. Para o

H69 o uso de nitrato de amônio mostrou valores superiores ao uso de ureia, enquanto que para

o Piatã foi o inverso, sendo para os genótipos H12 e Marandu as relações folha/pseudocolmo

foram similares, para as ambas fontes (Tabela 23). Os maiores valores da relação F/C foram

registrados, em presença de nitrato de amônio para o híbrido H69, ou de ureia para o Piatã

decorrente das maiores contribuições das lâminas foliares e menor porcentagem de

pseudocolmos, resultantes em maiores F/C.

Tabela 23. Relação folha/ pseudocolmos de Brachiaria spp.em função fontes de nitrogênio, dados do primeiro corte.

Médias de cinco repetições por tratamento.

Médias seguidas de letras distintas (minúsculas na coluna - genótipos e maiúsculas na linha - fontes ) diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% e F (P < 0,05).

A relação folha/haste tem grande importância para a nutrição animal e para o manejo

das plantas forrageiras, pois a maior participação de folhas ou hastes na composição da

matéria seca altera o valor nutritivo da forragem consumida. A alta relação folha/haste

representa forragem de elevado teor de proteína, digestibilidade e consumo (MAGALHÃES

et. al., 2007).

Foi observada uma interação significativa de genótipos x doses de nitrogênio para a

relação F/C. O híbrido H69 tanto na ausência ou mediante a aplicação de N apresentou uma

relação F/C superior aos demais genótipos em todas as doses de N estudadas. Sem adubação

nitrogenada, após o H69 que se destacou, foi observada a seguinte ordem decrescente de

relação F/C: Marandu>H12>Piatã. Mediante a aplicação de 150 kg de N ha-1, em H12 foi

verificado maior F/C que Piatã, que foi similar ao Marandu. Para adubação de 300 ou 400 kg

Genótipos Nitrato de amônio Ureia

H69 2,57 aA 2,37 aB H12 1,60 bA 1,58 bA Piatã 1,10 cB 1,31 cA Marandu 1,51 bA 1,66 bA Médias 1,69 A 1,73 B

59

ha-1 de N somente o H69 superou os demais que apresentaram valores similares. Os resultados

mostram um destaque para a maior participação das lâminas foliares para o híbrido H69, e

uma maior participação dos pseudocolmos para Piatã. Embora a relação F/C seja diminuída

pela maior participação dos pseudocolmos, os rendimentos em termos de biomassa para

alimentação animal é maior, sendo os pseudocolmos uma porção também bem aproveitada

para alimentação animal. Houve efeito quadrático significativo e negativo das doses de N para

H69 e Marandu (Tabela 24), com uma produção maior de pseudocolmos, embora a massa

seca total acumulada foi maior, a relação folha/pseudocolmo foi menor.

Esse comportamento resulta em pastos com diferentes estruturas em função da

aplicação de N. A aplicação de nitrato de amônio resultou em decréscimos lineares nessa

relação Y = 1,77 � 0,00036X (R2 = 0,87**) e quadráticos para ureia: Y = 2,09 + 0,0036X �

0,0000057X2 (R2 = 0,91**).

Este fato em termos gerais poderá refletir negativamente no comportamento ingestivo

dos animais em pastejo, com redução na ingestão de matéria seca no final do período de

pastejo. Contudo, a redução na massa seca de material remanescente no pós-pastejo contribui

positivamente com a estrutura do pasto, e é o resultado do aumento da longevidade dos

tecidos vegetais com a adubação nitrogenada (CAMARGO, 2010).

Tabela 24. Relação folha/ pseudocolmos em função das doses de nitrogênio e coeficientes de

regressão de Brachiaria spp,. dados do primeiro corte. Médias de cinco repetições por

tratamento. Genótipos Doses de Nitrogênio (kg ha

-1)

0 150 300 450 Médias

Primeiro corte1 H69 3,09 a 2,31 a 2,27 a 2,22 a 2,47 H12 1,52 c 1,64 b 1,52 b 1,66 b 1,59 Piatã 1,11 d 1,21 c 1,30 b 1,21 b 1,20 Marandu 2,16 b 1,40 bc 1,35 b 1,43 b 1,58 Médias 1,97 1,64 1,61 1,63 Estimativas de coeficientes de regressão

âo â1 â2 R2 H69 3,05 -0,0054 0,0000081 0,94** H12 - - - - Piatã - - - - Marandu 2,12 -0,0024 0,0000092 0,96** Médias seguidas de letras distintas, na vertical comparam genótipos dentro da dose, diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%, CV= 15,7 %, sendo âo � intercepto de regressão, â1 � coeficiente linear, â2 coeficiente quadrático e

R2 � coeficiente de determinação.

60

Gontijo Neto et al. (2006) observaram que em capim-tanzânia para maximizar o

consumo de matéria seca de forragem de animais em pastejo com base no peso vivo a relação

folha/haste deve ser de, no mínimo, 1,15. Assim, considerando-se os valores nesse estudo, os

genótipos estudados atenderam a essa recomendação (Tabela 24).

Tabela 25. Relação folha/pseudocolmos em função das doses de nitrogênio e coeficientes de

regressão de Brachiaria spp,. dados do segundo corte. Médias de cinco repetições por

tratamento. Genótipos Doses de Nitrogênio (kg ha

-1)

0 150 300 450 Médias

H69 0,98 c 1,05 b 1,28 a 1,19 a 1,50 H12 1,21 bc 1,24 b 1,13 a 1,31 a 1,39 Piatã 1,72 a 1,63 a 1,33 a 1,32 a 1,22 Marandu 1,53 ab 1,16 b 1,51 a 1,36a 1,12 Médias 1,36 1,27 1,31 1,29 Estimativas de coeficientes de regressão

âo â1 â2 R2 H69 - - - - H12 - - - - Piatã 1,73 -0,001 - 0,89** Marandu - - - -

Médias seguidas de letras distintas, na vertical comparam genótipos dentro da dose, diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%, CV= 15,7 %, sendo âo � intercepto de regressão, â1 � coeficiente linear, â2 coeficiente quadrático e

R2 � coeficiente de determinação.

Para relação F/C para os dados do segundo corte somente a interação genótipos x

doses foi significativa (P < 0,05). Na ausência de adubação nitrogenada as maiores relações

foram encontradas para o Piatã e para Marandu, que superaram o H69. Os valores

encontrados para os híbridos foram similares. Mediante a aplicação de 150 kg ha-1 de N

somente para o Piatã os valores foram maiores que as demais que não diferiram entre si.

Incrementando ainda mais o suprimento de N as relações F/C foram similares entre os

genótipos (Tabela 25). Ressalta-se a alteração morfogênica diversificada entre as forrageiras,

onde o Piatã após o primeiro corte emitiu muitos perfilhos basilares resultando maior

proporção de lâminas foliares em relação aos colmos. Já para os híbridos os valores foram

menores no segundo corte, entretanto a aplicação intensa de N beneficiou uma melhor relação

F/C, tanto para híbridos como para o marandu. Os dados do presente trabalho apontam a

necessidade de mais estudos relativos a alturas e freqüências de corte para esses novos

61

híbridos, que demonstraram potencial promissor, tanto em condições controladas como

avaliações a campo sob pastejo para validação de produção animal.

Somente para o Piatã o efeito de doses de N na relação F/C foi significativo, com

redução linear, indicando também para esse genótipo aumentos na contribuição dos

pseudocolmos e menor relação F/C.

4.6 Estimativa do teor de clorofila através de unidades SPAD

A análise de variância revelou significância para as interações genótipos x fontes,

genótipos x doses e fontes x doses para os valores de SPAD do primeiro corte. Constatou-se

mediante a aplicação de nitrato de amônio os valores foram superiores aos encontrados com

uso de ureia. A comparação dos genótipos verificou-se, para a fonte nitrato de amônio valores

mais elevados para H12 e Piatã que foram similares entre si e superiores aos obtidos com

Marandu e H69, em presença de ureia valores mais elevados foram registrados com Piatã,

vindo a seguir H12 e Marandu e finalmente o H69 com valores menores (Tabela 26).

Tabela 26. Leituras do valor SPAD das variedades de Brachiaria spp. em função das

fontes de nitrogênio, dados do primeiro corte.

SPAD Genótipos Fontes de nitrogênio Nitrato de amônio Ureia H69 29,84 bA 27,78 cB H12 32,53 aA 29,63 bB Piatã 33,67 aA 36,88 aB Marandu 30,66 bA 28,16 bcB Médias 31,68 30,61

Pode-se observar que na ausência de adubação nitrogenada, o valor SPAD mais

elevado foi obtido para o Piatã vindo a seguir o H12 e H69 que não diferiu da Marandu. Em

todas as doses de N, o Piatã continuou com valores mais altos que os demais genótipos que

foram similares entre si. As respostas a doses de N foram significativas com ajustes ao

modelo quadrático de regressão (Tabela 27), sendo que para o Piatã o ajuste foi linear. As

doses de N 450, 390 e 454 kg de N/ha foram correspondentes aos valores máximos de SPAD,

para H69, H12 e Marandu. O valor SPAD variou entre 15,7 a 40,9 desde a não aplicação de N

até a dose que proporcionou os maiores valores de leitura. Esses valores estão dentro da faixa

obtida por BATISTA (2002), que encontrou para Marandu valores SPAD na faixa de 17,3 a

62

44,3 e são inferiores aos descritos por ABREU (1994). SANTOS (1997) encontrou valores

máximos, no primeiro corte de 17 e 50,2 e no segundo corte de 23,9 e 52,5 para lâminas

recém expandidas, para condição de omissão e a dose de nitrogênio para o máximo valor de

SPAD. Os valores máximos de SPAD foram correspondentes as doses de 330 e 442 mg L-1 no

primeiro e segundo crescimento de capim-Braquiária.

Sabe-se que as leituras do clorofilômetro expressam indiretamente a quantidade de

clorofila nos tecido vegetal, e como o nitrogênio é componente da molécula de clorofila, a

concentração desse nutriente no tecido correlaciona-se positivamente com os valores SPAD,

vários estudos já comprovaram esse fato. Os valores de SPAD situaram-se na faixa de 17,4 a

36,0 para H69, de 24,2 a 36,6 para H12, de 28,2 a 40,89 para o Piatã e de 15,7 a 38,0 para

Marandu. Nota-se que na condição de omissão de N naturalmente as folhas de Piatã registram

maiores valores de SPAD, com uma distribuição da clorofila mais intensa e uniforme, vindo a

seguir o híbrido H12, e finalmente H69 e Marandu, Para a dose de N mais elevada os valores

de SPAD foram bastante próximos para os genótipos estudados, oscilando entre 36,0 a 40,89.

Tabela 27. Leituras do valor SPAD e coeficientes de regressão dos genótipos de Brachiaria

spp. em função das doses de nitrogênio, dados do primeiro corte. Genótipos

Doses de Nitrogênio (kg ha

-1)

0 150 300 450 Médias

H69 17,45 c 28,22 b 33,51 b 36,05 b 28,81 H12 24,28 b 30,44 b 35,01 b 36,57 b 31,08 Piatã 28,21 a 34,19 a 37,81 a 40,89 a 35,28 Marandu 15,69 c 28,34 b 35,56 b 38,05 b 29,41 Estimativa de coeficientes de regressão 0 1 2 R2 H69 17,59 0,082 0,000091 0,99** H12 24,11 0,057 0,000073 0,99** Piatã 29,03 0,028 - 0,97** Marandu 15,73 0,100 0,00011 0,99** Médias seguidas de letras distintas, na vertical comparam genótipos dentro da dose, diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%, CV= 10,3 %, sendo âo � intercepto de regressão, â1 � coeficiente linear, â2 coeficiente quadrático e

R2 � coeficiente de determinação.

Os valores de SPAD com a fonte nitrato de amônio foram superiores aos com ureia a

partir da dose 150 kg ha-1de N, com valores máximos estimados para 447 e 463 kg ha-1 de N,

para as fontes nitrato de amônio e ureia, respectivamente. Pode-se observar que a dose de N

para o valor máximo de SPAD, nesse experimento para o Marandu, excedeu a maior dose do

intervalo experimental. Tais resultados concordam com os de BATISTA (2002) e BONFIM-

63

DA SILVA (2005) que trabalhando com capim-Marandu, também obsevaram os máximos

valores de leitura SPAD em dose de N que também excederam a maior dose experimental.

Tabela 28. Leituras do valor SPAD e coeficientes de regressão dos genótipos de Brachiaria

spp. em função das fontes e doses de nitrogênio, dados do primeiro corte.

Fontes Doses de Nitrogênio (kg ha-1)

0 150 300 450

Nitrato de amônio 21,26 a 30,55 a 36,65 a 38,25 a Ureia 21,56 a 30,05 a 34,30 b 36,54 b Estimativa de coeficientes de regressão 0 1 2 R2 Nitrato de amônio 21,19 0,077 0,000086 0,99** Ureia 21,67 0,064 0,000069 0,99**

Médias seguidas de letras distintas na mesma coluna diferem entre si (P< 0,05) pelo teste Tukey

a 5%. Representa o efeito de doses de nitrogênio para cada fonte, sendo âo � intercepto da regressão, â1 � coeficiente linear, â2

- coeficiente quadrático e R2 � coeficiente de determinação.

4.7 Altura das plantas

Os valores de altura das espécies de braquiárias estudadas situaram-se entre 14,75 a

43,0 cm para um período de crescimento de 52 dias de idade. O Piatã apresentou em todas as

doses de N, valores mais elevados (P < 0,05) de altura de plantas. Na dosagem de 150 kg ha-1

de N as alturas de Marandu e Piatã foram similares. Para o crescimento inicial os híbridos

H69 e H12 apresentaram alturas menores que Piatã (Tabela 29).

A altura das plantas ou do dossel nas pastagens é um indicador do início do manejo do

pastejo, que orienta o manejo a ser adotado. Essa característica estrutural correlaciona-se com

a interceptação luminosa e serve de referência para os intervalos de pastejo, que determinam a

oferta e o consumo das forrageiras.

CARVALHO et al. (2007) correlacionando a altura do pasto e o consumo de forragem

de animais em pastejo, verificaram ajustes ao modelo quadrático e negativo de regressão. Até

o ponto de máximo, o consumo é incrementado, pois há o aumento do bocado em função do

incremento em sua profundidade, mas a partir do ponto de inflexão da curva, o aumento da

profundidade do bocado não consegue compensar a baixa densidade de forragem e dispersão

das lâminas foliares do topo da planta, reduzindo o tamanho de bocado. CAMARGO (2010),

trabalhando com capim-Marandu, estimou que a altura média geral do pasto no pré-pastejo

de 41 cm seja um ponto apropriado para a formação do bocado do animal.

64

A altura sofreu incrementos com as doses de N. A resposta à aplicação de N ajustou-se

ao modelo quadrático para H69, Piatã e Marandu e não houve significância de doses de N

para H12. Os valores máximos de altura obtidos foram de 33.6, 41.0 e 27.9 cm para H69,

Piatã e Marandu.

CARNEVALLI (2003), trabalhando com o capim Marandu avaliou as alturas de

entrada de 20, 30, 40 e 50 cm, e recomendou com base nas respostas morfofisiológicas e no

comportamento ingestivo do animal, que a altura de 25 cm, pois foi onde o IAF crítico foi

atingido, e a partir do qual a altura do pasto foi elevada em função do alongamento de haste

(ZEFERINO, 2006).

Tabela 29. Alturas das plantas (cm) para os genótipos de Brachiaria spp., em função das doses

de nitrogênio, dados do primeiro corte. Média de cinco repetições.

Genótipos Doses de Nitrogênio (kg ha

-1) 0 150 300 450 Médias

H69 14,75 b 24,36 b 26,73 c 26,65 b 23,12 H12 15,35 b 17,00 c 17,40 d 17,05 c 16,70 Piatã 26,59 a 26,55 ab 43,00 a 35,89 a 33,01 Marandu 17,66 b 31,53 a 34,00 b 27,68 b 27,72 Médias 18,59 24,86 30,28 26,82

Estimativa de coeficientes de regressão â0 â1 â2 R2

H69 14,99 0,0074 0,00011 0,98**

H12 - - - -

Piatã 24,59 0,065 0,00079 0,58**

Marandu 17,79 0,0123

0,00022 0,99**

Médias seguidas de letras distintas, na vertical comparam genótipos dentro das doses, diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%, CV= 25,13 %, sendo âo � intercepto de regressão, â1 � coeficiente linear, â2 coeficiente quadrático e R

2 � coeficiente de determinação.

4.8 Área foliar

A área foliar total por vaso foi influenciada (P < 0,05) pelos genótipos estudados e

pelas doses de N. Os dados foram avaliados somente para o crescimento inicial. A maior área

foliar foi verificada para H12, vindo a seguir o Marandu, que foi similar ao Piatã. Os menores

valores de área foliar foram diagnosticados para H69 que foi igual aos do Piatã (Figura 12). O

comportamento frente a doses de N foi quadrático (AF = 208,8 + 2,96 X � 0,00378 X2,

R2=0,99), Figura 13. É relatada a importância da adubação nitrogenada para a área foliar em

gramíneas forrageiras tropicais por WERNER (1986) e LAVRES JÚNIOR (2001).

65

Figura 12. Área foliar (cm2) dos genótipos de Brachiaria spp.

Os valores de área foliar para Marandu encontrados nesse experimento foram similares

aos descritos por RODRIGUES et al., (2006) empregando a mesma metodologia. Os valores

máximos de área foliar foram estimados com a dose de 391 kg ha-1 de N.

Figura 13. Área foliar (cm2), médias dos genótipos de Brachiaria, em função das doses de

nitrogênio.

0

100

200

300

400

500

600

700

800

900

H69 H12 PIATÃ MARANDU

c

a

bc

b

Variedades

Are

a f

oli

ar

(cm

²)

0

100

200

300

400

500

600

700

800

900

0 100 200 300 400 500

Doses de Nitrogênio (kg haˉ¹)

Áre

a f

oli

ar

(cm

²)

Y= 208,8 + 2,96X - 0,00378X² (R² = 0,99)

66

4.9 Fotossíntese e radiação solar incidente

A taxa fotossintética e a radiação fotossinteticamente ativa (PAR) foram medidas por

meio da medição da fluorescência da clorofila nas plantas utilizando o aparelho EARS PPM.

Verificou-se que a adubação nitrogenada incrementando a área foliar, a fitomassa das

lâminas foliares e dos pseudocolmos resultou em maiores taxas fotossintéticas (µmol.m-2s-1).

De fato os teores estimados de clorofila pelas leituras SPAD evidenciam que plantas melhores

nutridas com N tem mais clorofila (pigmento fotossintético para captação de fótons de luz) o

que possivelmente resulta também em maior número de estômatos (maiores trocas gasosas

entre o meio ambiente e a folha) e portanto maior possibilidade de fixação fotossintética de

CO2.

A taxa fotossintética e a radiação PAR quando o N foi omitido foram maiores (P <

0,05) para o hibrido H69 (Tabela 30 e Tabela 31), sendo que a falta de N foi limitante para as

demais variedades. Com a aplicação de N (150 kg de N ha-1) houve melhora na nutrição e que

refletiu na síntese de clorofila e na melhoria da radiação PAR e na taxa fotossintética de

Marandu, H12 que foi similar ao H69. Embora o emprego de N também tenha melhorado a

taxa fotossintética de Piatã, essa cultivar apresentou os menores valores em todas as doses de

N. Outro fato que chama a atenção é que para o hibrido H69 os valores de radiação PAR e as

taxas fotossintéticas praticamente não variaram com as doses de N (Tabelas 30 e 31), esta é

uma característica genética da planta que precisa ser estudada melhor para uso como

ferramenta em condições de estresse ou mesmo em programas de melhoramento de plantas

em condições naturais a campo. Estas diferenças se devem a características de cada capim

(arquitetura e fisiologia) assim como à quantidade e a qualidade de luz incidente, uma vez que

o experimento foi conduzido em casa-de-vegetação, onde há uma filtragem da radiação

fotossinteticamente ativa que chega até os capins, assim como a reflexão das mesmas em

diferentes direções. Para H12 e Marandu os efeitos das doses de N foram ajustados ao modelo

de regressão quadrático tanto para a radiação PAR como para as taxas, porém para o Piatã foi

linear, enquanto que para o H69 não foi significativo (Tabelas 30 e Tabela 31).

67

Tabela 30. Fotossíntese (µmol.m-2s-1 de CO2

fixado), para os genótipos de Brachiaria spp.,

em função das doses de N, dados do primeiro corte. Média de 10 repetições.

Genótipos

Doses de Nitrogênio (kg ha-1

)

0 150 300 450 Médias

H69 22,08 a 21,25 a 23,91 a 19,45 a 21,68 H12 10,19 b 20,57 a 20,31 ab 20,81 a 17,97 Piatã 8,49 b 9,22 b 13,98 c 11,48 b 10,79 Marandu 12,43 b 21,24 a 17,63 bc 19,06 a 17,59 Estimativa de coeficientes de regressão 0 1 2 R2 H69 - - - - H12 10,77 0,70 0,00109 0,92** Piatã 8,73 0,091 - 0,51** Marandu 13,30 0,48 0,00082 0,64**

Médias seguidas de letras distintas, na vertical comparam genótipos dentro da dose, diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%, CV= 10,3 %, sendo âo � intercepto de regressão, â1 � coeficiente linear, â2 coeficiente quadrático e

R2 � coeficiente de determinação.

A comparação das fontes revelou taxas fotossintéticas e radiação PAR mais elevada

para a ureia, a partir de 300 kg ha-1 de N quando comparada com nitrato de amônio. Não

houve significância para doses de N em presença de nitrato de amônio, porém com ureia os

aumentos ajustaram-se ao modelo quadrático (Tabela 30 e Tabela 31).

Tabela 31. Fotossíntese (µmol.m-2s-1 de CO2 fixado), para os genótipos de Brachiaria spp.,

em função das fontes de N, dados do primeiro corte. Média de 10 repetições.

Fontes Doses de Nitrogênio (kg ha

-1)

0 150 300 450 Médias

Nitrato de amônio 13,67 a 18,37 a 17,34 b 15,67 b 16,26 Ureia 12,93 a 17,77 a 20,58 a 19,73 a 17,75 Estimativa de coeficientes de regressão 0 1 2 R2 Nitrato de amônio - - - - Ureia 12,84 0,44 0,00063 0,99**

As gramíneas forrageiras tropicais são plantas C4 assim denominadas por formarem

como primeiro produto da fotossíntese o ácido oxalacético (4C), que é rapidamente reduzido a

ácido málico e ácido aspártico, ambos com 4C, porém estáveis. Estruturalmente, uma das

68

diferenças entre as plantas C3 e C4 é a presença nestas últimas de uma camada proeminente

de células clorofiladas envolvendo os feixes condutores da folha (�anatomia Kranz�ou

�síndrome de Kranz�). Nestas plantas além da presença de Rubisco, confinada às células da

bainha de Kranz, são encontradas nas células do mesófilo foliar as fosfoenolpirúvico

carboxilase (PEPcase), uma enzima com uma afinidade muito maior pelo CO2 do que a

primeira. A compartimentação espacial das duas enzimas faz com que o CO2 fixado pela

PEPcase se transloque, via malato e aspartato, até a bainha dos feixes vasculares, onde ocorre

a descarboxilação com a entrada do carbno no ciclo de Calvin-Benson (RAVEN, 2001).

Pequeno (2010) obteve taxas fotossintéticas para pastos de capim-xaraés entre 29 e 44

µmol.m-2s-1, bem próximos aos medidos por PEDREIRA e PEDREIRA (2007) (média de 45

µmol.m-2s-1 em condição pré-pastejo) e das reportadas por LARA (2007) (médias de 37

µmol.m-2s-1) em pastos de brizantha cv. Xaraés. O manejo mais adequado deve priorizar a

otimização do uso da luz pelo dossel, resultando em taxas fotossintéticas mais elevadas

(PEDREIRA e PEDREIRA, 2007).

Os valores encontrados no presente experimento foram inferiores aos descritos por

PEQUENO (2010) e por PEDREIRA e PEDREIRA (2007), que trabalharam em condições de

campo. Possivelmente, em condições de casa de vegetação valores menores de radiação

fotossinteticamente ativa (PAR) resultaram em taxas fotossintéticas menores.

Tabela 32. Radiação solar incidente (µmoles.m-2s-1 de fótons), para os genótipos de

Brachiaria spp., em função das doses de N, dados do primeiro corte. Média de 10 repetições

Genótipos Doses de Nitrogênio (kg ha-1

)

0 150 300 450 Médias

H69 370,45 a 356,35 a 352,70 a 350,24 a 357,44 H12 150,76 bc 313,20 a 301,12 ab 304,09 a 267,29 Piatã 101,77 c 105,78 b 159,22 c 175,76 b 135,63 Marandu 201,02 b 330,65 a 260,80 b 258,37 b 262,71 Estimativa de coeficientes de regressão 0 1 2 R2 H69 - - - - H12 160,24 1,10 0,0018 0,90** Piatã 94,32 0,18 - 0,90** Marandu 214,36 0,73 0,0015 0,58**

Médias seguidas de letras distintas, na vertical comparam genótipos dentro da dose, diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%, CV= 10,3 %, sendo âo � intercepto de regressão, â1 � coeficiente linear, â2 coeficiente quadrático e

R2 � coeficiente de determinação.

69

De um modo geral, o comportamento da radiação PAR foi muito similar à taxa

fotossintética confirmando o real aproveitamento dessa radiação. Os valores de radiação PAR

foram similares aos descritos por GUTMANIS (2004), cultivando gramíneas na sombra de

pinheiros.

Tabela 33. Radiação solar incidente (µmol.m-2s-1 de fótons), para os genótipos

de Brachiaria spp., em função das fontes de N, dados do primeiro corte. Média

de 10 repetições

Fontes Doses de Nitrogênio (Kg ha

-1)

0 150 300 450

Nitrato 219,56 a 266,77 a 246,37 b 225,08 b Ureia 192,44 a 286,23 a 290,56 a 319,15 a Estimativa de coeficientes de regressão 0 1 2 R2 Nitrato - - - - Ureia 214,42 0,26 - 0,81**

4.10 Concentração de nitrogênio nas lâminas foliares e pseudocolmos

Primeiro corte

Para as concentrações de nitrogênio nas lâminas foliares do primeiro corte, verificou-

se que a interação genótipos x fontes x doses foi significativa (Tabela 34). A omissão de

fertilização nitrogenada resultou em concentrações de N entre 8,2 a 11,3 g kg-1, tais valores

são descritos por WERNER et al., (1997) como abaixo nos níveis adequados para o bom

crescimento de Brachiaria brizantha. Foram observados nesse tratamento sintomas típicos de

deficiência de nitrogênio, tal clorose e amarelecimento geral, e secamento das folhas do ápice

para a base. Chamou a atenção que para o híbrido H69 apareceram pontos cloróticos

distribuídos na superfície das lâminas foliares, anteriormente a clorose e amarelecimento.

A baixa fertilidade desse solo e os baixos conteúdos de matéria orgânica são

insuficientes para manter a sustentabilidade do sistema. Percebe-se a grande importância da

função nutricional do nitrogênio nesse sistema, uma vez que os demais nutrientes foram

adicionados mesmo na ausência de aplicação de N. O manejo sustentável do solo deve atender

as exigências animais e oferecer um aporte de material vegetal na forma de matéria orgânica

ao solo.

70

Com a adição de 150 kg ha-1 de N o híbrido H69 apresentou maiores concentrações de

N nas lâminas foliares, sendo somente para esse híbrido a ureia mais eficiente que nitrato de

amônio. Esse comportamento inicial se deve a redução de perdas de N da ureia que foi

adicionada tal qual o nitrato na forma de solução nutritiva. Nessa dose não houve entre os

genótipos diferenças significativas entre as fontes de N. Em presença de nitrato de amônio, o

híbrido H69 superou Piatã e Marandu e foi similar ao H12. Quando a fonte de nitrogênio foi a

ureia o H69 apresentou concentrações de N mais elevadas que os outros genótipos.

O aporte de mais N no sistema continuou incrementando as concentrações de N. Com

uso de 300 kg ha-1 de N, concentrações mais elevadas de N foram obtidas para o híbrido H69,

sendo que somente com o uso de ureia sua concentração foi semelhante a do capim Piatã.

Nota-se que para essa dose de N, o nitrato de amônio foi superior a ureia para acumulação de

N nas lâminas foliares para os híbridos H69 e Marandu.

Para a maior dose de N estudada 450 kg ha-1, nitrato de amônio possibilitou maiores

concentrações de N em H69, H12 e Marandu, que a ureia. Na comparação de genótipos

verificou-se que em ambas fontes o H69 superou os demais, que em presença de nitrato ou de

ureia foram inferiores e similares entre si.

Embora as concentrações de N na lâmina foliar para o H69 mostrem valores

ligeiramente superiores, deve-se destacar que o híbrido H12 também apresentou valores

relativamente elevados. Ocorre que o H69 tem uma maior proporção de lâminas foliares,

entretanto a fitomassa das lâminas foliares de H12 superaram as do H69 e os demais. Sendo

bastante provável que no caso do H69 houve um efeito de maior concentração de N, enquanto

nos demais o maior crescimento provocou uma diluição nas concentrações de N.

Com aplicação de N as concentrações de N (g kg-1 de N) oscilaram entre 11,4 a 33,1

para fonte nitrato de amônio e de 10,7 a 28,6 para a ureia. Segundo Werner et al., (1997)

concentrações de 12 a 25 g kg-1 seriam adequadas para o cultivo de B. brizantha e B.

decumbens. Pode-se inferir que a concentração de N no primeiro corte, a partir da dose de

150 kg ha-1 de N, seriam não limitantes ao crescimento das plantas. Isso corresponde a

leituras SPAD nas lâminas foliares acima de 32,0.

A relação entre o valor SPAD e a concentração de nitrogênio pode ser linear, até que o

nitrogênio não seja mais assimilado e seja acumulado na forma de nitrato, tendendo formar

uma estabilização da intensidade, de forma a refletir o acúmulo de nitrato (ABREU, 1994).

71

As concentrações de N, no primeiro corte, obedeceram a ajustes lineares para a

maioria dos cultivares nas duas fontes, os melhores ajustes foram quadráticos somente para

H69 com nitrato de amônio e Piatã com ureia (Tabela 34). A análise dos valores de â1 �

coeficiente linear, para H12 e Marandu comprovam a maior eficiência de nitrato de amônio

em relação a ureia para as concentrações de N no primeiro corte (Tabela 34 ).

Multiplicando as concentrações de N nas lâminas foliares por 6,25 estimaram-se

conteúdos de proteína bruta na faixa de 5,1 a 20,68 % sem adição de N e na maior dose de N

aplicada 450 kg ha-1. Esses valores oscilam entre muito baixo para a nutrição da planta e de

animais em crescimento, até valores muito altos. MINSON (1990) relata que para mantença e

para o crescimento de animais, os conteúdos de proteína bruta na forragem devem ser

superiores a 7,2 % e de 12,0 a 13,0 %, respectivamente. Os valores obtidos nesses genótipos

são decorrrentes do crescimento em condições adequadas de temperatura, umidade e nutrição.

A interação genótipos x doses x fontes foi significativa para as concentrações de

nitrogênio nos pseudocolmos. Com a omissão de fertilização nitrogenada os híbridos H69 e

H12 apresentaram maiores concentrações de N que o Piatã, que não diferiu de Marandu. A

adição de 150 ou 300 kg ha-1 de N incrementou as concentrações desse nutriente. Em

presença de nitrato de amônio, as concentrações de N foram mais elevadas para os híbridos

H69 e H12, em comparação as do Piatã e Marandu. Quando a fonte de N foi a ureia as

concentrações de N nos pseudocolmos foram maiores e semelhantes entre H69 e Piatã que

superaram H12, sendo as mais baixas obtidas com Marandu. A comparação de fontes

evidenciou para as doses de 150 e 300 kg ha-1 de N, a concentração de N nos pseudocolmos

para ureia superou a do nitrato no capim Piatã, enquanto que para os demais genótipos, as

fontes não diferiram para essa variável estudada (Tabela 35).

Para a maior dose de N estudada 450 kg ha-1, nitrato de amônio possibilitou maiores

concentrações de N nos pseudocolmos em H69, H12 e Marandu, que a ureia. Na comparação

de genótipos verificou-se que em ambas fontes o H69 superou as demais, que em presença de

nitrato ou de ureia foram inferiores e similares entre si.

A concentração de nitrogênio dos pseudocolmos, no primeiro corte, incrementaram

linearmente com as doses de N aplicadas, cujas equações de regressão são apresentadas na

Tabela 5. Somente para Piatã com ureia os ajustes as doses de N foram quadráticos com

valores máximos estimados mediante aplicação de 275 kg de N ha-1.

72

O conteúdo de proteína bruta dos pseudocolmos no primeiro corte, estimado a partir

da concentração de N, variaram na faixa de 2,9 a 10,18 % nos tratamentos sem adição de N

até a dose mais elevada.

Segundo corte

Para a concentração de nitrogênio nas lâminas foliares no segundo corte também foi

observado um efeito significativo da interação genótipos x fontes x doses. A concentração de

nitrogênio quando foi omitido o N foi maior para o capim-marandu, não mostrando diferenças

(P>0,05) entre os demais genótipos. Constatou-se que sem a aplicação de N, as concentrações

desse nutriente nas lâminas foliares foram inferiores às obtidas no primeiro corte,

possivelmente houve uma redução na disponibilidade do N do solo oriundo da matéria

orgânica cujos teores já eram baixos. Sem adição de N foram acentuados os sintomas de

deficiências com sérias limitações a produção de fitomassa seca. Em presença de 150 kg ha-1

de N tendo como fonte a ureia o híbrido H69 apresentou maior concentração de N nas lâminas

foliares que o H12, sendo os demais iguais entre si. Na dose 300 kg ha-1 de N não houve

diferenças entre os genótipos, entretanto na maior dose de N, 450 kg ha-1 de N, em presença

de nitrato de amônio as lâminas foliares dos híbridos H69 e H12 apresentaram valores

superiores ao do Piatã. Já em presença de ureia a concentração de N para o híbrido H69 e

Marandu foram superiores as encontradas para o hibrido H12 (Tabela 36).

A comparação dos efeitos das fontes evidenciou que somente na dose mais elevada

450 kg ha-1 de N, houve diferenças significativas entre elas, sendo o nitrato de amônio para o

híbrido H12 superior a ureia, o inverso foi constatado para o Piatã, ou seja com ureia as

concentrações de N foram significativamente (P<0,05) maiores.

A concentração de nitrogênio nas lâminas foliares no segundo corte, em função do

fornecimento de nitrogênio, apresentou ajuste à equação de primeiro grau para H69, H12 e

Marandu mediante a aplicação de nitrato de amônio e para H12 e Piatã com ureia (Tabela 36).

Com aplicação de ureia os ajustes as doses de N obececeram efeitos quadráticos para H69,

Marandu e para Piatã mediante emprego de nitrato de amônio.

A concentração de nitrogênio foi 2,18 vezes mais elevada na maior dose em relação ao

não fornecimento de nitrogênio. Resultados semelhantes foram observados por Bonfim-da-

Silva (2005). A concentração de N no tecido vegetal aumentou com o maior suprimento de N,

considerando a faixa de teores adequados em B. brizantha e B. decumbens de 12 a 25 g kg-1

(WERNER et al., 1997) a partir de 150 kg ha-1 de N as concentrações estariam dentro dessa

73

faixa. Entretanto o crescimento da rebrota nessa dose ou na ausência de N foram limitados

pela deficiência de N (Tabela 36).

Os conteúdos de proteína bruta para as lâminas foliares no segundo corte variaram de

4,3 a 11,9 %, mostrando redução acentuada em relação aos valores encontrados no primeiro

corte.

Na ausência de adubação nitrogenada as concentrações de N nos pseudocolmos na

rebrota foram muito baixas e não diferiram entre os genótipos estudados (Tabela 37). Com a

aplicação de 150 kg ha-1 de N as concentrações de N foram aumentadas, porém não houve

diferenças significativas entre os genótipos e entre as fontes de N. Porém, com a aplicação de

ureia (300 kg ha-1), Marandu e os híbridos H69 e H12 apresentaram maiores concentrações de

N nos pseudocolmos que Piatã, sendo que nessa dose não houve diferenças entre as fontes de

N estudadas. Entretanto, para a dose de 450 kg ha-1 de N, as concentrações de N nos

pseudocolmos do crescimento da rebrota foi mais elevado para os híbridos H69 e H12 com

uso de nitrato de amônio que com ureia. Para o Piatã o uso de ureia foi melhor que nitrato de

amônio. A comparação dos genótipos dentro das fontes mostrou com uso de nitrato de amônio

as concentrações de N para os híbridos H69 e H12 foram maiores que as obtidas em Piatã ou

Marandu. Por outro lado, em presença de ureia o capim-marandu foi superior as demais que

não diferiram entre si.

Os efeitos das doses de N aplicadas sobre a concentração de N nos pseudocolmos do

segundo corte, evidenciam com uso de nitrato de amônio incrementos lineares para os

híbridos H69, H12 e Piatã e para Marandu mais ureia. Os valores se ajustaram ao componente

quadrático de regressão quando a fonte de N foi a ureia para H69, H12 e Piatã, e para

Marandu mais nitrato de amônio (Tabela 37).

Os conteúdos de proteína bruta nos pseudocolmos do segundo corte estimados a partir

das concentrações de N situaram-se na faixa de 1,9 a 8,5 % e foram menores que os obtidos

no segundo corte.

4.11 Quantidades de nitrogênio extraídas

O produto das produções de fitomassa seca pelas concentrações de N resulta nas

quantidades de N extraídas na parte aérea das plantas. Na Tabela 38 são apresentados os

74

resultados obtidos para as quantidades acumuladas pelas lâminas foliares no primeiro corte.

As menores quantidades de N foram extraídas por Marandu, quando o N não foi adicionado

ao sistema, e para os demais genótipos as extrações foram maiores e semelhantes entre si. A

adição de nitrogênio incrementou a acumulação de fitomassa e as concentrações de N,

resultantes em consequentes maiores acumulações de N.

Com adição do equivalente a 150, 300 ou 450 kg de N por hectare, os híbridos H12 e

H69 se destacaram na extração de N, comparado com Marandu e Piatã. Ressalta-se ainda que,

para as doses de 300 e 450 kg de N, o de emprego de nitrato de amônio, resultou em extrações

de N mais elevadas para todos os genótipos de braquiária estudados, que com uso de ureia.

A comparação dos efeitos doses x fontes resultaram em incrementos lineares para as

extrações de N mediante o uso de nitrato de amonio para todos as variedades e para Piatã

com ureia. Por outro lado os ajustes foram quadráticos com emprego de ureia para H69, H12

e Marandu para as extrações de N, quando a fonte foi ureia.

As quantidades de N extraídas pelos pseudocolmos das braquiárias, para os dados do

primeiro corte são apresentadas na Tabela 39. Sem adição de N as extrações de nitrogênio

foram baixas e semelhantes para as braquiárias estudadas. A fertilização do solo com 150 kg

ha-1 de N incrementou as quantidades extraídas, porém não houve diferenças nem entre as

fontes para os genótipos estudados. O emprego de 300 kg ha-1 de N evidenciou valores mais

elevados, em presença de nitrato de amônio para H12 e Marandu, quando ureia foi à fonte de

N os valores encontrados para todos os genótipos foram semelhantes entre si. Entretanto

somente para H12 e Marandu o nitrato de amônio foi mais eficiente em promover maiores

extrações de N. Incrementando ainda mais a adubação nitrogenada o Piatã apresenta taxas

mais elevadas de extração de N, essa é uma característica notável dessa espécie que alonga os

colmos ou pseudocolmos (apresentando maior perfilhamento de gemas basilares) que

corresponde a uma proporção elevada da fitomassa seca da parte aérea, enquanto os híbridos

expandem mais as lâminas foliares e resultam em fitomassas com maiores contribuições das

lâminas que dos pseudocolmos. Outro fato que chama a atenção, são os menores valores de

extração de N em presença de ureia e similares entre os genótipos, enquanto que o uso de

nitrato de amônio resultou em maiores extrações de N para quase todos os genótipos, com

exceção somente ao híbrido H69, pode-se especular que a eficiência da fonte de N nítrica e

amoniacal resulta em melhor aproveitamento do N e melhor redistruição na planta.

Os dados das extrações de nitrogênio do segundo corte foram computados somando-se

as quantidades extraídas nas lâminas foliares e nos pseudocolmos (Tabela 40). Os efeitos das

75

interações triplas genótipos x fontes x doses foi significativo (P < 0,05). As quantidades de N

extraídas em ausência de adubação nitrogenada foram semelhantes entre os genótipos. A

aplicação de 150 kg ha-1 de N, na forma de nitrato de amônio resultou em maiores extrações

de N para o híbrido H69, que foi similar a H12, porém superior a Piatã e Marandu. Por outro

lado, quando a fonte de N foi ureia os genótipos mostraram extrações de N similares entre si.

Nessa dose de adubação nitrogenada a fonte nitrato foi superior a ureia, somente para o

híbrido H69.

O comportamento dos genótipos para as extrações de N com 300 kg ha-1 de N (nitrato

de amônio) mostrou que os híbridos extraíram maior quantidades que Marandu ou Piatã.

Porém para fonte de N, ureia o comportamento foi similar. A comparação das fontes revelou

que para os híbridos o nitrato de amônio foi melhor que a ureia.

A adição de N até a maior dose estudada continuou incrementando a extração de N,

sendo que com nitrato de amônio os híbridos H69 e H12 superaram Marandu que foi maior

que Piatã. Verificou-se que para essa dose de 450 kg ha-1 de N (ureia), houve diferenças entre

os genótipos, com destaque para os híbridos frente ao Piatã, embora fossem similares ao

Marandu. Nessa dose o uso de nitrato de amônio também foi mais eficiente que a ureia, com

exceção para o Piatã que foram semelhantes. Na Tabela 40 são apresentados os coeficientes

de regressão e os ajustes para as quantidades de N extraídas em função das doses e fontes de

N.

76

Tabela 34. Concentração de nitrogênio (g. kg-1) nas lâminas foliares em função das fontes (nitrato de amônio � NA e ureia � U)

e doses de nitrogênio para genótipos de Brachiaria spp., dados do primeiro corte. Média de cinco repetições.

Médias seguidas de letras distintas (minúsculas na vertical comparam genótipos dentro de cada fonte e dose, e letras maiúsculas na horizontal

comparam fontes dentro do genótipo e doses), diferem entre si pelos testes de Tukey e F (P < 0,05). Para regressão ** (P < 0,01), CV = 8,87% sendo âo � intercepto de regressão, â1 � coeficiente linear, â2 coeficiente quadrático e R

2 � coeficiente de determinação.

Genótipos Doses de nitrogênio (kg ha-1) 0

150 300 450

Fontes Fontes Fontes Fontes NA U NA U NA U NA U H69 10,3aA 11,3aA 15,8aB 18,5aA 23,7aA 20,8aB 33,1aA 28,6aB H12 10,7aA 10,8aA 14,2abA 13,3bA 18,1bA 16,2bA 24,6bA 18,6bB Piatã 9,8aA 9,9aA 12,5bA 12,8bA 19,1bB 23,1aA 22,7bA 20,4bA Marandu - Mar 8,3aA 8,2aA 11,4bA 10,7bA 17,3bA 12,5cB 21,8bA 15,3cB Estimativa dos coeficientes de regressão Gen/Fonte âo â1 â2 R2

H69/ NA 10,3 0,031 0,000044 0,99**

H69/Ureia 11,7 0,036 - 0,96** H12/NA 10,1 0,030 - 0,97** H12/ Ureia 10,8 0,018 - 0,99** Piata/ NA 9,2 0,030 - 0,97**

Piata/Ureia 8,8 0,056 0,000062 0,82**

Mar/NA 7,7 0,031 - 0,98** Mar/ Ureia 8,2 0,015 - 0,99**

76

77

Tabela 35. Concentração de nitrogênio (g kg-1) de pseudocolmos em função das fontes (nitrato de amônio � NA e ureia � U)

e doses de nitrogênio para genótipos de Brachiaria spp., dados do primeiro corte. Média de cinco repetições.

Médias seguidas de letras distintas (minúsculas na vertical comparam genótipos dentro de cada fonte e dose, e letras maiúsculas na horizontal comparam fontes dentro do genótipo e doses), diferem entre si pelos testes de Tukey e F (P < 0,05). Para regressão ** (P < 0,01), CV = 12,83% sendo âo � intercepto de regressão, â1 � coeficiente linear, â2 coeficiente quadrático e R

2 � coeficiente de determinação.

Genótipos Doses de nitrogênio (kg ha-1)

0

150 300 450

Fontes Fontes Fontes Fontes NA U NA U NA U NA U H69 6,7Aa 7,3 aA 8,4 aA 9,4 abA 12,3 aA 10,6 aA 16,3 aA 13,2 aB H12 6,1 aA 6,1 abA 7,8 aA 7,3 bA 9,9 aA 8,0 bA 12,3 bA 9,5 bB Piatã 4,7 bA 4,9 bA 5,4 bB 9,9 aA 8,0 bB 11,6 aA 10,2 bA 8,7 bA Marandu - Mar 5,0 abA 5,3 abA 5,2 bA 4,8 cA 7,9 bA 6,2 bA 11,2 bA 7,4 bB Estimativa dos coeficientes de regressão Gen/Fonte âo â1 â2 R2

H69/ NA 6,0 0,022 - 0,97**

H69/Ureia 7,3 0,013 - 0,98** H12/NA 5,9 0,014 - 0,99** H12/ Ureia 6,1 0,0072 - 0,98** Piata/ NA 4,2 0,013 - 0,95**

Piata/Ureia 4,9 0,048 0,000087 0,99**

Mar/NA 4,1 0,014 - 0,99** Mar/ Ureia 4,8 0,0051 - 0,74**

77

78

Tabela 36. Concentração de nitrogênio (g kg-1) de lâminas foliares em função das fontes (nitrato de amônio � NA e ureia � U)

e doses de nitrogênio para genótipos de Brachiaria spp., dados do segundo corte. Média de cinco repetições.

Médias seguidas de letras distintas (minúsculas na vertical comparam genótipos dentro de cada fonte e dose, e letras maiúsculas na horizontal comparam fontes dentro do genótipo e doses), diferem entre si pelos testes de Tukey e F (P < 0,05). Para regressão ** (P < 0,01), CV = 8,15%, sendo âo � intercepto de regressão, â1 � coeficiente linear, â2 coeficiente quadrático e R

2 � coeficiente de determinação.

Genótipos Doses de nitrogênio (kg ha-1)

0

150 300 450

Fontes Fontes Fontes Fontes NA U NA U NA U NA U H69 7,1 bA 7,0 bA 11,2 aA 12,2 aA 15,3 aA 15,6 aA 18,7 aA 18,5 aA H12 7,2 bA 6,9 bA 10,4 aA 10,3 bA 14,0 aA 14,5 aA 19,0 aA 16,5 bB Piatã 7,0 bA 7,4 bA 10,7 aA 10,7 abA 14,9 aA 14,3 aA 16,0 bB 17,8 abA Marandu - Mar 8,8 aA 9,1 aA 11,1 aA 10,9 abA 14,9 aA 14,3 aA 17,4 abA 18,5 aA Estimativa dos coeficientes de regressão Gen/Fonte âo â1 â2 R2

H69/ NA 7,2 0,026 - 0,99**

H69/Ureia 7,0 0,037 0,000025 0,99** H12/NA 6,8 0,026 - 0,98** H12/ Ureia 7,1 0,022 - 0,98** Piatã/ NA 6,8 0,034 0,000029 0,98**

Piatã/Ureia 7,3 0,023 - 0,99**

Mar/NA 8,6 0,020 - 0,99** Mar/ Ureia 9,1 0,0086 0,000028 0,99**

78

79

Tabela 37. Concentração de nitrogênio (g kg

-1) de pseudocolmos em função das fontes (nitrato de amônio � NA e ureia � U) e doses de nitrogênio para genótipos de Brachiaria spp., dados do segundo corte. Média de cinco repetições.

Médias seguidas de letras distintas (minúsculas na vertical comparam genótipos dentro de cada fonte e dose, e letras maiúsculas na horizontal comparam fontes dentro do genótipo e doses), diferem entre si pelos testes de Tukey e F (P < 0,05). Para regressão ** (P < 0,01), CV = 9,09%, sendo âo � intercepto de regressão, â1 � coeficiente linear, â2 coeficiente quadrático e R

2 � coeficiente de determinação.

Genótipos Doses de nitrogênio (kg ha-1)

0

150 300 450

Fontes Fontes Fontes Fontes NA U NA U NA U NA U H69 3,5 aA 3,1 aA 7,2 aA 7,3 aA 9,5 aA 9,9 abA 13,6 aA 10,9 bB H12 3,6 aA 3,9 aA 7,8 aA 7,6 aA 9,2 aA 9,7 abA 13,2 aA 10,5 bB Piatã 4,2 aA 4,3 aA 7,5 aA 7,7 aA 9,0 aA 8,9 bA 11,1 bA 10,5 bA Marandu � Mar 4,0 aA 4,3 aA 7,1 aA 6,5 aA 9,8 aA 10,2 aA 10,8 bB 13,9 aA Estimativa dos coeficientes de regressão Gen/Fonte âo â1 â2 R2

H69/ NA 3,6 0,022 - 0,99**

H69/Ureia 3,1 0,034 0,00004 1,00** H12/NA 3,9 0,020 - 0,96** H12/ Ureia 3,9 0,029 0,000033 1,00** Piatã/ NA 4,6 0,015 - 0,97**

Piatã/Ureia 4,4 0,022 0,00002 0,98**

Mar/NA 3,9 0,026 0,000024 0,99** Mar/ Ureia 3,9 0,022 - 0,98**

79

80

Tabela 38. Quantidade extraídas de nitrogênio (mg vaso-1) em lâminas foliares em função das fontes (nitrato de amônio �

NA e ureia � U) e doses de nitrogênio para genótipos de Brachiaria spp., dados do primeiro corte. Média de

cinco repetições.

Médias seguidas de letras distintas (minúsculas na vertical comparam genótipos dentro de cada fonte e dose, e letras maiúsculas na horizontal comparam

fontes dentro do genótipo e doses), diferem entre si pelos testes de Tukey e F (P < 0,05). Para regressão ** (P < 0,01), CV = 6,91% sendo âo � intercepto de regressão, â1 � coeficiente linear, â2 coeficiente quadrático e R

2 � coeficiente de determinação.

Genótipos Doses de nitrogênio (kg ha-1)

0

150 300 450

Fontes Fontes Fontes Fontes NA U NA U NA U NA U H69 47,7 aA 43,1 aA 183,2 bA 179,6 aA 332,7 abA 245,5 aB 432,0 bA 262,4 bB H12 62,3 Aa 61,4 aA 216,2 aA 152,4 aB 356,3 aA 247,6 aB 482,9 aA 301,8 aB Piatã 49,2 aA 58,2 aA 136,5 cA 122,3bA 241,4 cA 182,3 bB 309,7 cA 233,3 bcB Marandu - Mar 30,8 bA 21,6 bA 153,9 bcA 106,7 bB 319,8 bA 175,1 bB 447,3 bA 221,9cB Estimativa dos coeficientes de regressão Gen/Fonte âo â1 â2 R2

H69/ NA 53,59 0,87 - 0,99**

H69/Ureia 44,19 1,08 0,0013 0,99** H12/NA 69,13 0,93 - 0,99** H12/ Ureia 59,18 0,73 0,00041 0,99** Piata/ NA 51,27 0,59 - 0,99**

Piata/Ureia 61,23 0,39 - 0,99**

Mar/NA 25,28 0,94 - 0,99**

Mar/ Ureia 21,36 0,64 0,00043 0,99**

80

81

Tabela 39. Quantidades extraídas de nitrogênio (mg vaso-1) em pseudocolmos em função das fontes (nitrato de amônio � NA e ureia

� U) e doses de nitrogênio para genótipos de Brachiaria spp., dados do primeiro corte. Média de cinco repetições.

Médias seguidas de letras distintas (minúsculas na vertical comparam genótipos dentro de cada fonte e dose, e letras maiúsculas na horizontal

comparam fontes dentro do genótipo e doses), diferem entre si pelos testes de Tukey e F (P < 0,05). Para regressão ** (P < 0,01), CV = 25,01%

sendo âo � intercepto de regressão, â1 � coeficiente linear, â2 coeficiente quadrático e R2 � coeficiente de determinação.

Genótipos Doses de nitrogênio (kg ha-1)

0

150 300 450

Fontes Fontes Fontes Fontes NA U NA U NA U NA U H69 10,6 aA 9,7 aA 42,02 aA 53,79 aA 69,5cA 75,3 aA 78,3 cA 80,4 aA H12 23,9 aA 18,2 aA 70,83 aA 50,57 aA 130,5 aA 70,6 aB 142,3 bA 93,3 aB Piatã 24,6 aA 22,7 aA 53,10 aA 61,68 aA 88,9 bcA 61,5 aA 227,8 aA 85,9 aB Marandu - Mar 10,8 aA 7,0 aA 53,88 aA 35,34 aA 111,7 abA 69,3 aB 162,9 bA 75,3 aB Estimativa dos coeficientes de regressão Gen/Fonte âo â1 â2 R2

H69/ NA 15,53 0,15 - 0,95**

H69/Ureia 19,79 0,16 - 0,87** H12/NA 29,70 0,28 - 0,94** H12/ Ureia 21,42 0,16 - 0,98** Piata/ NA 29,41 0,12 - 0,89**

Piata/Ureia 29,56 0,13 - 0,87**

Mar/NA 7,75 0,34 - 0,99**

Mar/ Ureia 10,90 0,16 - 0,94**

81

82

Tabela 40. Quantidades de nitrogênio (mg vaso-1) de lâminas foliares e pseudocolmos em função das fontes (nitrato de amônio � NA

e ureia � U) e doses de nitrogênio para genótipos de Brachiaria spp., dados do segundo corte. Média de cinco

repetições.

Médias seguidas de letras distintas (minúsculas na vertical comparam genótipos dentro de cada fonte e dose, e letras maiúsculas na horizontal

comparam fontes dentro do genótipo e doses), diferem entre si pelos testes de Tukey e F (P < 0,05). Para regressão ** (P < 0,01), CV = 16,9 %, sendo âo � intercepto de regressão, â1 -coeficiente linear, â2 coeficiente quadrático e R

2 � coeficiente de determinação.

Genótipos Doses de nitrogênio (kg ha-1)

0

150 300 450

Fontes Fontes Fontes Fontes NA U NA U NA U NA U H69 32,9 aA 32,0 aA 176,2 aA 117,7 aB 308,7 aA 200,3 aB 487,8 aA 322,0 aB H12 26,3 aA 24,0 aA 124,5 abA 102,5 aA 301,1aA 176,0 aB 472,7 aA 283,3 abB Piatã 19,6 aA 23,2 aA 73,1 bA 80,2 aA 159,9 bA 139,9 aA 270,5 cA 253,2 bA Marandu - Mar 18,8 aA 19,7 aA 77,0 bA 83,4 aA 186,1 bA 173,7 aA 360,8 bA 307,4abB Estimativa dos coeficientes de regressão Gen/Fonte âo â1 â2 R2

H69/ NA 29,9 0,97 - 0,98**

H69/Ureia 25,1 0,64 - 0,99** H12/NA 22,8 0,60 0,00098 0,98** H12/ Ureia 18,8 0,57 - 0,99** Piatã/ NA 19,25 0,27 0,00064 0,99**

Piatã/Ureia 25,1 0,21 0,00063 0,99**

Mar/NA 18,7 0,18 0,00034 0,99**

Mar/ Ureia 20,5 0,28 0,00077 0,99**

82

83

4.12 Eficiência de uso de nitrogênio

Na Figura 14 e na Figura 15 são apresentados os valores de eficiência de uso de

nitrogênio (g de fitomassa seca acumulada por g de N adicionado), dados referentes ao

primeiro e ao segundo cortes.

Figura 14. Eficiência de uso (g de fitomassa seca acumulada por g de N aplicado), em

Brachiaria spp., para as doses e fontes de N (NA- nitrato de amônio e U � ureia),

dados do primeiro corte.

0

1020

3040

50

6070

8090

100

NA U NA U NA U NA U

H69 H12 PIATA MARANDU

150 kg/ha N

300 kg/ha N

450 kg/ha N

Efi

ciê

ncia

de u

so

(

g d

e m

ate

ria s

eca g

Nˉ¹

)

Figura 15. Eficiência de uso (g de fitomassa seca acumulada por g de N aplicado), em

Brachiaria spp., para as doses e fontes de N (NA- nitrato de amônio e U � ureia),

dados do segundo corte.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

NA U NA U NA U NA U

H69 H12 PIATA MARANDU

150 kg/ha N

300 kg/ha N

450 kg/ha N

Efi

ciê

ncia

de

us

o

(g

de

ma

teri

a s

ec

a g

Nˉ¹

)

84

De modo geral, a eficiência de uso de nitrogênio para conversão em fitomassa seca é

mais elevada na dose inicial de N (150 kg ha-1) e diminui com as doses de N aplicadas. Estes

dados concordam com os obtidos por Primavesi et al. (2002), que avaliando a eficiência da

utilização do nitrogênio na Brachiaria brizantha cv. Marandu, verificaram que os melhores

índices ocorreram quando se aplicaram as menores doses de N, ocorrendo redução nos valores

desses índices com o aumento das doses de N.

No primeiro corte, para as doses de 150 e 300 kg ha-1 de N com emprego de nitrato,

os valores de eficiência de uso para Marandu e para o híbrido H12 foram similares entre si e

superiores aos encontrados para H69 e Piatã, que não diferiram entre si. Para a fonte de N

ureia os valores de eficiência de uso foram semelhantes entre si para todos os genótipos

estudados.

A comparação dos efeitos das fontes evidenciou que o nitrato de amônio foi mais

eficiente que o emprego da ureia para o acúmulo de fitomassa seca, para Marandu, H12 e

Piatã, nas doses de 150 e 300 kg ha-1 de N.

No segundo corte, a eficiência de uso de N na dose de 150 kg ha-1 com a fonte nitrato

foi maior para H12, em seguida para H69, sendo inferiores para Piatã e Marandu, que foram

semelhantes entre si. Na dose de 300 kg ha-1 de N, H69 e H12 obtiveram valores semelhantes

e superiores aos de Marandu e Piatã, que não diferiram entre si. Na dose mais elevada (450 kg

ha-1 de N) para todos os genótipos, os valores de eficiência de uso de N foram semelhantes

entre si. A comparação das fontes evidenciou valores de eficiência de uso mais elevados para

o nitrato em relação a ureia, somente para o híbrido H12, nas doses de 150 e 300 kg ha-1 de N.

De um modo geral, as eficiências de uso de N foram maiores no primeiro corte que no

segundo corte. Este fato foi atribuído às perdas por volatilização, denitrificação e as extrações

de N do primeiro corte, resultando, para o crescimento no segundo corte, em menor

disponibilidade de N e consequentemente baixas taxas de utilização de N.

A maior parte do nitrogênio presente naturalmente no solo está associada à matéria

orgânica, devido à baixa taxa de mineralização, de 10 a 40 kg ha-1 ano-1 de N, para cada 1%

de matéria orgânica presente no solo, é insuficiente para sustentar elevadas produções

(GUILHERME et al., 1995). Fato este também observado no presente trabalho, com

acumulações de fitomassa seca no tratamento testemunha baixas. Observou-se uma melhoria

no acúmulo de fitomassa com maior eficiência de uso de N, mediante o fornecimento dos

85

demais nutrientes ao solo Neossolo quartzarênico, adequando a fertilidade do solo com adição

concomitante de nitrogênio e os demais nutrientes ao sistema.

A eficiência de utilização do nitrogênio depende de vários fatores, dentre eles, a fonte

de nitrogênio, as condições do solo e climáticas, grau de fracionamento e dose aplicada,

potencial de resposta da planta, presença do animal, entre outros (LUPATINI et al., 1998).

Esses fatores que influem na taxa de acúmulo da planta e também influenciam a eficiência de

utilização deste nutriente (SOARES e RESTLE, 2002).

Baseando-se na eficiência de uso de N, estima-se que a dose de nitrogênio mais

eficiente a ser aplicada no solo situou-se em torno de 150 kg ha-1 ano-1 de N, resultando em

acúmulos de fitomassa seca com menor investimento em adubação das forrageiras.

A estratégia de maximizar o uso de N e minimizar seu impacto ambiental, em sistemas

pastagens manejadas intensivamente, mitigando o excesso de nitrato para o lençol freático, ou

a emissão de óxido nitroso na atmosfera, é recomendável em um sistema de produção animal

com sustentabilidade.

A eficiência de uso do N da ureia representou em média 79,3 e 77,1 % da obtida com

o nitrato de amônio, para o primeiro e segundo cortes, respectivamente.

4.13 Composição química do solo

Na Tabela 41 são apresentados os resultados da composição química do solo Neossolo

Quartazarênico logo após a coleta do solo, após a incubação com calcário dolomítico antes do

plantio e após o cultivo da Brachiaria. A correção do solo elevou os valores de pH, Ca, Mg,

saturação por bases, CTC, índice de saturação por bases, e reduziu a saturação por Al, a

acidez potencial (H + Al). Após o cultivo das gramíneas forrageiras devido à extração de

nutrientes houve uma diminuição nos conteúdos de K, Ca, Mg, soma das bases, CTC e índice

de saturação por bases e pequenas elevações na acidez potencial, Al e saturação por Al

(Tabela 41).

86

Tabela 41. Composição química do solo original, após a incubação e antes da semeadura,

após o cultivo das Brachiaria spp.

Condições

do solo pH M.O. P K Ca Mg Al H+Al SB T V m

CaCl2 g kg-1

mg kg -1

---------------------------mmolc kg-1

-------------------------------- % %

Original 4,4 15,0 4,0 1,0 6,0 6,0 2,0 25,0 13,0 38,0 34,0 13,3 Após

incubação 1 5,0 15,8 4,0 2,2 9,8 10,3 0,8 14,3 22,2 36,4 60,0 2,7

Após cultivo 4,5 16,0 6,5 0,7 5,8 3,3 2,3 17,5 11,7 29,2 38,3 6,0

1 Após a incubação com calcário dolomítico

4.13.1 Efeito do nitrogênio na acidificação do solo

Os valores de pH para os genótipos de braquiária estudados em função das doses e

fontes de N são apresentados na Figura 16. Houve redução no pH do solo determinado em

cloreto de cálcio, com incremento nas doses de N aplicadas, sendo o efeito do nitrato de

amônio mais acentuado que ureia para todos genótipos com exceção da Piatã. Sabe-se que

tanto para fertilizantes amoniacais e a ureia que, durante sua transformação no solo pelos

microorganismos, liberam H+ no solo que gera a acidez.

As reações dos fertilizantes nitrogenados podem ser resumidas de uma maneira geral, como

se segue:

Fertilizantes amoniacais: 2NH4+ + 3O2 2NO2

- + 2H2O + 4H+

Ureia: CO(NH2)2 + 2H2O (NH4)2CO3, o amônio reage no solo como descrito

acima.

O H+ produzido libera um cátion trocável para a solução do solo, que pode ser

lixiviado com o ânion acompanhante, intensificando a acidificação do solo. A decomposição

da matéria orgânica aumenta a acidez por ser a amônia um dos primeiros produtos formados.

Quando a amônia é convertida a nitrato, H+ é liberado, aumentando, assim a acidez,

semelhante ao que acontece com a adição de fertilizantes nitrogenados.

2NH3 + 3O2 Bactérias� > 2NO3- + 6H+

O nitrogênio adicionado ao solo está prontamente disponível para a planta, visto que o

mesmo apresenta baixos conteúdos de matéria orgânica e de argila. Porém esse solo não é

capaz de reter umidade o que pode se constituir num fator de incremento da volatilização de

amônia.

87

Ocorreram aumentos na acidificação em função dos níveis de N, os valores de pH

situaram-se nas faixas de ocorrência de 5,0 a 3,8 para o nitrato de amônio e de 5,0 a 4,2 para

a ureia (Figura 16). As reduções nos valores de pH mediante o uso de ureia foram de 0,0015 a

0,0023 para cada kg de N aplicado, enquanto que para nitrato de amônio posicionaram entre

0,0011 a 0,0024. Tais valores foram similares aos relatados por CRUZ (2008) que trabalhou

com capim-xaraés cultivada em um solo Neossolo quartzarênico com até 150 kg de N ha-1,

tendo como fonte a ureia.

Os valores da saturação por bases do solo foram incrementados com a prática da

calagem. Após o cultivo das braquiárias houve significativas (P<0,05) reduções da saturação

por bases dos solos, em função das doses de N aplicadas. Essas diminuições obedeceram a

efeitos lineares para H12 e Marandu em ambas fontes de N, para H69 com ureia e Piatã com

nitrato de amônio, porém para Piatã com ureia ou H69 com nitrato os ajustes foram

quadráticos (Figura 17). As maiores produções de fitomassa mediante a aplicação de N,

resultaram em maiores extrações de cátions trocáveis tais como cálcio, magnésio e potássio

com conseqüente redução no índice de saturação por bases. Maiores reduções mediante o uso

de nitrato de amônio advém justamente de produções de fitomassa e maiores extrações com

uso dessa fonte quando comparada a ureia.

88

Yuréia = -0,0022x + 5,07

R2 = 0,8963

Ynitrato = -0,0021x + 4,74

R2 = 0,8467

3,5

3,7

3,9

4,1

4,3

4,5

4,7

4,9

5,1

5,3

0 100 200 300 400 500

MARANDU

Doses de N (KG/HA)

Va

lore

s d

e p

H

Ynitrato = -0,0011x + 4,99

R2 = 0,98

Yureia = -0,0023x + 5,26

R2 = 0,98

3,5

3,7

3,9

4,1

4,3

4,5

4,7

4,9

5,1

5,3

5,5

0 100 200 300 400 500

PIATA

Doses de N (KG/HA)

Va

lore

s d

e p

H

Yureia = -0,0015x + 4,93

R2 = 0,71

Ynitrato amonio = -0,0021x + 4,89

R2 = 0,76

3,5

3,7

3,9

4,1

4,3

4,5

4,7

4,9

5,1

5,3

0 100 200 300 400 500

Doses de N (KG/HA)

Va

lore

s d

e p

H

H69

Ynitrato = -0,0024x + 4,84

R2 = 0,87

Yureia= -0,0015x + 4,88

R2 = 0,83

3,5

3,7

3,9

4,1

4,3

4,5

4,7

4,9

5,1

0 100 200 300 400 500

H12

Va

lore

s d

e p

H

Doses de N (KG/HA)

Figura 16. pH do solo para os genótipos de Brachiaria spp. em função das doses e fontes de nitrogênio.

88

89

Yureia = -0,0733x + 51,5R2 = 0,94

Ynitrato = -0,0607x + 37,9R2 = 0,93

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

0 100 200 300 400 500

Marandu

Doses de N (kg/ha)

Sa

tura

çã

o p

or

ba

se

s (

%)

Ynitrato = -0,0613x + 60,8R2 = 0,9404

Yureia = 0,0002x2 - 0,0943x + 59,85R2 = 0,9954

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

0 100 200 300 400 500

Sa

tura

çã

o p

or

ba

se

s (

%)

Piatã

Doses de N (kg/ha)

Yureia = -0,0447x + 46,8R2 = 0,91

Ynitrato = 0,0002x2 - 0,1683x + 51,75R2 = 0,95

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

0 100 200 300 400 500

Doses de N (kg/ha)

Sa

tura

çã

o p

or

ba

se

s (

%)

H69

Yureia= -0,0493x + 53,6R2 = 0,91

Ynitrato = -0,0927x + 54,6R2 = 0,76

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

0 100 200 300 400 500

Doses de N (kg/ha)

Sa

tura

çã

o p

or

ba

se

s (

%)

H12

Figura 17. Variação da saturação por bases em função das doses e fontes N, para os genótipos de Brachiaria spp.

89

90

5. CONCLUSÕES

A adubação nitrogenada é uma ferramenta que contribui positivamente para

aumento das variáveis relacionadas ao crescimento, fitomassa seca total, fitomassa seca

das lâminas foliares, fitomassa seca dos pseudocolmos, altura, número de perfilhos, com

efeito intensificador com as doses de nitrogênio.

O nitrato de amônio foi mais eficiente que a ureia, para proporcionar maiores

acumulações de fitomassa, extração de nitrogênio e perfilhamento.

Os híbridos H69 e H12 apresentaram características morfológicas, estruturais e

acúmulo de fitomassa seca e eficiência de uso de nitrogênio que os validam

positivamente como novas opções para as pastagens.

O acúmulo de fitomassa, perfilhamento e extração de N para os cultivares

Marandu e Piatã foram potencializadas em presença das doses mais elevadas de N.

Novos trabalhos em condições ambientais e adotando-se alturas de manejo e

parcelamento do N devem ser considerados no futuro para auxiliar no monitoramento e

no incremento dos efeitos de N em todo o ciclo de pastejo.

91

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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