caracterÃ-sticas de algumas espÃ-cies de frutÃ-feras

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C C A A R R A A C C T T E E R R Í Í S S T T I I C C A A S S D D E E A A L L G G U U M M A A S S E E S S P P É É C C I I E E S S D D E E F F R R U U T T Í Í F F E E R R A A S S

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Page 1: CARACTERÃ-STICAS DE ALGUMAS ESPÃ-CIES DE FRUTÃ-FERAS

CCAARRAACCTTEERRÍÍSSTTIICCAASS DDEE

AALLGGUUMMAASS EESSPPÉÉCCIIEESS DDEE

FFRRUUTTÍÍFFEERRAASS

Page 2: CARACTERÃ-STICAS DE ALGUMAS ESPÃ-CIES DE FRUTÃ-FERAS

CARACTERÍSTICAS DE ALGUMAS ESPÉCIES DE FRUTÍFERAS

CULTURA DO ABACAXI1 - Ananas comosus L. Merril.

Aspectos Gerais O abacaxizeiro é cultivado em mais de 60 países e o seu fruto um dos mais consumidos por suas

qualidades sensoriais. No Brasil, é a terceira fruteira tropical mais plantada, sendo encontrado em,

praticamente, todos os Estados da Federação, onde tem experimentado expressivos aumentos, tornando o

País o terceiro maior produtor mundial dessa fruta.

A produtividade nacional de abacaxi também aumentou de modo considerável, desde que se passou a

investir mais em pesquisa agrícola e transferência de tecnologia, saindo de apenas 8.800 frutos/ha, em 1970,

para cerca de 24.000 frutos/ha, em 2002, o que representa 277% de aumento da produção e corresponde a

33,6 t/ha, se o peso médio do fruto for considerado de 1,4 kg. Este desempenho está acima da média dos

principais países produtores mundiais de abacaxi. Para isso, têm contribuído o aumento da área plantada e as

tecnologias geradas e adaptadas pela pesquisa, com destaque para as da Embrapa. Porém, produtividades de

40 a 60 t/ha têm sido atingidas por agricultores brasileiros e estrangeiros, que utilizam tecnologias mais

desenvolvidas. Isso é um indicador potencial de crescimento da produtividade brasileira, do que depende,

dentre outros aspectos, de um melhor treinamento dos técnicos e agricultores nacionais, na sua maioria

pequenos produtores.

A cultura do abacaxi destaca-se, dentre outros aspectos, também por oferecer um número

significativo de empregos no meio rural, estimando-se a ocupação de mais de um homem para cada hectare

cultivado, além da mão de obra usada nas etapas de pós-colheita, distribuição, comercialização e

industrialização de produtos de abacaxi, destinados tanto para o mercado interno como para a exportação.

Originário das Américas o abacaxizeiro é cultivado na Ásia, África, América (Norte, Central, Sul).

Tailândia, Filipinas, Brasil, China e Índia destacam-se como países principais produtores (1994).

Botânica/Descrição da Planta/ Variedades

O abacaxizeiro (Ananas comosus L., Merrill) é uma planta monocotiledônea, da família

Bromeliácea, que possui, aproximadamente, 50 gêneros e 2.000 espécies. Algumas dessas espécies têm valor

ornamental, outras produzem fibras para fabricação de material rústico (sacos, cordões), tecidos finos etc. A

maioria dessas espécies é encontrada em condições naturais de regiões tropicais das Américas, sendo que

apenas algumas são observadas em áreas de clima temperado. Os indígenas brasileiros chamavam-no de

ibacati (fruta cheirosa). Em língua espanhola é conhecido como "piña", no inglês "pineapple" e "ananás" por

franceses, italianos, holandeses, alemães.

O abacaxi é uma planta perene, arbusto baixo, tem raízes profusas pequenas que alcançam até 15 cm

de profundidade, caule (haste) com gemas (cicatrizes de folhas) que garantem a reprodução da planta. Folhas

planas, esverdeadas, com parte superior em calha dispostas em espiral em torno da haste central que, no

término do desenvolvimento, dá origem a 150 a 200 flores brancas ou branco-roxas em espigas. Estas

1 Fonte: Disponível em: http://www.seagri.ba.gov.br/Abacaxi.htm#Aspectos%20Gerais. Acesso 10/04/2008.

Page 3: CARACTERÃ-STICAS DE ALGUMAS ESPÃ-CIES DE FRUTÃ-FERAS

Figura – Fruto e mudas do tipo filhote de abacaxizeiro ‘Pérola’

Figura – Fruto e parte superior da planta de abacaxi cv. Smooth Cayenne (Caiena Lisa, Havaiano).

originam 100-200 frutos pequenos (bagas), com pontas na casca, colados entre si e dispostos em torno do

eixo central (coração).

O fruto inteiro (infrutescência) tem forma cilíndrica ou cônica (frutos maiores na base), com rebentos

na base e coroa de folhas no ápice. A polpa do fruto é sucosa, aromática, saborosa, com leve acidez, cor

amarela ou amarelo-pálida (branca). É rica em açucares (75% peso fresco), em sais minerais (cálcio, fósforo,

magnésio, potássio, sódio, cobre, iodo) em vitaminas (C, A, B1, B2, Niacina); 100 g de polpa contêm 52

calorias; tem valor alimentar, portanto, ainda o fruto contém a enzima bromelina.

Todas as variedades de abacaxi de interesse comercial pertencem à espécie Ananas comosus (L.)

Merrill. No Brasil, especialmente na Região Amazônica, diversas cultivares de abacaxi são plantadas em

pequena escala para o consumo e comercialização locais. A mais cultivada é a Smoth Cayenne, por suas

características agro-industriais.

- Smooth Cayenne: porte baixo, folha verde-escuro com 1 m de comprimento, fruto grande, forma cilíndrica

com até 2,5 kg de peso, com 9-10 rebentos na base, com polpa amarela. Sensível às doenças fusariose e

fasciação.

- Pérola: planta de crescimento ereto, folhas com 65 cm de comprimento, fruto cilíndrico (levemente cônico

no ápice) com cor verde-amarelada, 3-8 rebentos na base, polpa amarelo-pálida com baixa acidez. Sensível à

fusariose e à fasciação.

Perolera: planta com folhas verde-escuras sem espinhos, fruto com peso médio de 1,78 kg, forma cilíndrica,

cor externa amarela, polpa amarela. Apresenta resistência à fusariose e menor sensibilidade à fasciação.

Primavera: fruto cilíndrico, peso 1,25 kg, polpa branca, folha verde-claro sem espinhos. Apresenta

resistência à fusariose e menor sensibilidade à fasciação.

Utilidade do Abacaxizeiro

Page 4: CARACTERÃ-STICAS DE ALGUMAS ESPÃ-CIES DE FRUTÃ-FERAS

Planta - motivo ornamental para a Pintura, Arquitetura e Escultura e usada sobre pilares de alvenaria, na

entrada de casas, vilas e jardins. O caule é matéria prima para obtenção de álcool etílico, gomas e matéria

para indústrias alimentares. Restos do abacaxizeiro podem ser usados na alimentação animal (material fresco

ou ensilado).

Fruto - consumido ao natural, fresco, cortado em fatias (rodelas) ou em cubos, sob forma de sorvetes, doces,

picolés, refrescos, sucos caseiros. Industrializado o fruto apresenta-se como polpa, xarope, geléia, doces em

calda, suco engarrafado. Em regiões secas e quentes obtém-se vinho do fruto doce e fermentado. Em alguns

países o suco do fruto verde é tido como vermífugo. Ainda o fruto contém a enzima bromelina de

propriedades digestivas e tidas como amaciante de carne.

NECESSIDADES PARA O CULTIVO As regiões que mais se prestam ao cultivo do abacaxizeiro estão situadas entre os paralelos 25º N e

25º S embora a planta adapte-se à vários ambientes.

Clima - Têm grande influência sobre crescimento, desenvolvimento e produção do abacaxizeiro. A

temperatura media anual mais adequada situa-se em torno de 24ºC (limites em 21ºC e 32ºC). A planta requer

temperaturas altas (29-30ºC) para produção de raízes e folhas.

Chuvas (pluviosidade) - Sua ausência na frutificação atrasa o desenvolvimento do fruto e reduz produção de

mudas além de causar problemas na floração, reduzindo rendimento da cultura. Em áreas com boa

distribuição de chuvas o total de 1.000 mm a 1.500 mm anuais satisfaz as necessidades da planta.

Umidade Relativa do Ar - A umidade relativa média está em torno de 75%. Mudanças bruscas no nível de

umidade podem causar fendilhamento do fruto e altos níveis de umidade propiciam a incidência de doenças.

Luminosidade (radiação solar) - Atua no crescimento vegetativo e na qualidade do fruto (composição,

coloração); luminosidade intensa pode queimar o fruto interna e externamente. A insolação requerida

aceitável para desenvolvimento e produção do abacaxizeiro é de 1.200 - 1.500 horas/ano e ótima entre 2.500

a 3.000 horas/ano. Por fim o abacaxizeiro é tido como planta de dias curtos, em dias curtos a floração da

planta dá-se mais rapidamente.

Ventos - Quando fortes e secos podem danificar a planta (ressecamento). Ainda ventos fortes podem

provocar tombamento da planta e dificultar tratos sanitários.

Solos - Com sistema radicular relativamente superficial e frágil o abacaxizeiro só explora a profundidade de

15 a 20 cm no solo. Assim fatores como aeração e drenagem são importantes na seleção de área para

implantação da cultura, pois, a planta não tolera encharcamento do terreno. Solos de textura média a leve,

que assegurem boa drenagem, ainda que argilosos, são indicados para a implantação do abacaxizal. O pH

ideal situa-se na faixa 4,5 a 5,5. Deve dar preferência a terrenos planos a ligeiramente declivosos (5% de

declividade).

OBTENÇÃO DE MUDAS

O abacaxizeiro é propagado via mudas que podem advir de:

Filhote ou “muda de cacho”: Muda de vigor e ciclo intermediários entre a coroa e o rebentão, menos

uniforme que as coroas, porém mais uniforme que os rebentões, de fácil colheita e grande disponibilidade, no

caso da variedade Pérola, a mais cultivada no Brasil.

Rebentos - filhotes-rebentos (encontrado preso ao pedúnculo na base do fruto);

Page 5: CARACTERÃ-STICAS DE ALGUMAS ESPÃ-CIES DE FRUTÃ-FERAS

Figura – Planta da cv. Smooth Cayenne com mudas dos tipos filhote (as menores) e rebentão (a maior) Figura – Mudas do tipo filhote em fase de ceva

Filhote-rebentão – Muda de produção limitada, apresenta características intermediárias entre filhote e

rebentão, podendo ser usada indistintamente para plantio junto com os dois últimos tipos. Encontrado no

ponto de união do pedúnculo do fruto com o caule e rebentão encontrado na parte inferior do caule.

Coroa - roseta de folhas situada na parte superior do fruto.

Secções do caule (talo) - provém do caule seccionado e estimulado a brotar e enraizar.

Em qualquer dos casos a muda deve ter origem em plantas sadias, vigorosas, de boa produção. A

muda deve ser também sadia, vigorosa, tamanho uniforme (nunca abaixo de 25 cm de comprimento). As que

apresentarem sinais de ataque de pragas e doenças, podres, com goma, devem ser sumariamente eliminadas

pelo fogo. Para plantio as mudas devem ser separadas por tamanho e tipo (filhote, filhote rebentão e coroa).

Obtenção de mudas e rebentos

Para melhorar a qualidade dos rebentos e prepará-los para o plantio destacam-se as operações de

ceva e cura.

Ceva - consiste em deixar o rebento preso a planta-mãe pós colheita do fruto durante o tempo necessário para

que ele alcance o tamanho adequado para o plantio, em período de 2,5 a 3,0 meses, sob irrigação.

Cura - objetiva a cicatrizar tecidos feridos da muda na sua colheita, a eliminar excesso de umidade do

material e melhorar a eficiência da seleção de mudas. O processo consiste em expor as mudas - com base

para cima - à ação dos raios solares durante o período de 7 a 15 dias.

Após ser efetuada a seleção por sanidade, tipo e tamanho, as mudas podem ser

armazenadas/conservadas em local fresco, seco e sob sombra apoiadas umas as outras, na posição vertical

com base para baixo elas são preservadas por meses. Em geral usa-se muda tipo filhote.

Obtenção de mudas por seccionamento de caule (plântula)

Page 6: CARACTERÃ-STICAS DE ALGUMAS ESPÃ-CIES DE FRUTÃ-FERAS

Muda produzida em viveiro (Figura), a partir de pedaços do talo (caule) de plantas que já foram

colhidas (o processo será descrito no capítulo seguinte). Trata-se de uma muda de melhor sanidade, livre de

fusariose, com vigor e demais características (ciclo, grau de uniformidade etc.) semelhantes às da coroa.

Figura: Mudas de abacaxi (plântulas) em formação no viveiro, produzidas a partir de pedaços do talo da planta

As secções tratadas são plantadas em canteiros de terra com dimensões 120 cm (largura) x 10 cm

(altura) e comprimento variável. O espaçamento de plantio é 10 cm x 10 cm (100 secções por m2).

Adubações, capinas e tratos sanitários (mesma calda acima) e irrigações fazem-se necessários. Quando a

plantinha atingir a 25 cm de altura estará apta ao plantio em campo. Este processo pode proporcionar um

rendimento de 85% de mudas sadias.

ESCOLHA DA ÁREA PARA PLANTIO Deve-se levar em conta a disponibilidade e custo da mão-de-obra, vias de acesso à área e para

escoamento da produção, existência de mananciais de água, proximidade de centros consumidores (mercados

e indústrias). Além disso, a área deve satisfazer às necessidades da cultura.

Preparo do solo Em áreas não cultivadas, se necessário, efetuar as operações de roçagem, destoca ,encoivaramento e

queima da coivara. Em áreas anteriormente cultivadas com abacaxi o resto de cultura deve ser eliminado,

com boa antecedência ao plantio, mediante sua incorporação ao solo e sua queima (caso de pequenos

produtores).

SISTEMA DE PLANTIO

O abacaxizeiro pode ser plantado em sistemas de filas simples, de filas duplas, triplas, quádruplas e

quíntuplas. Os mais comuns são fileiras simples e fileiras duplas. A escolha do sistema condiciona-se à

disponibilidade da área, à característica física da variedade a plantar, à disponibilidade de mão-de-obra, ao

tipo de solo, à topografia do terreno e entre outros.

Fileira simples facilita tratos culturais em abacaxizais com variedades de folhas espinhosas. O de

fileiras duplas abriga maior número de plantas por unidade de área, melhor sustentação das plantas e evita

Page 7: CARACTERÃ-STICAS DE ALGUMAS ESPÃ-CIES DE FRUTÃ-FERAS

tombamentos na frutificação. As plantas das duas fileiras juntas devem ser plantadas em espaços

desencontrados (plantio em quincôncio).

Figura – Plantio de abacaxi em covas

Os espaçamentos utilizados na cultura do abacaxi variam bastante de acordo com a cultivar, o

destino da produção, o nível de mecanização, o uso da irrigação e outros fatores. Altas densidades de plantio

favorecem a obtenção de elevadas produtividades. Por outro lado, baixas densidades de plantio geralmente

permitem a produção de maior percentagem de frutos grandes, os quais tem preços mais altos. Os

espaçamentos preconizados, em geral, são os seguintes:

Fileiras simples: 80 cm -120 cm entre filas e 30 cm a 40 cm entre plantas, o que proporciona populações

entre 48 mil a 20 mil plantas por hectare.

Fileiras duplas: 70 cm a 90 cm entre filas duplas, 30 cm a 40 cm entre filas simples e 22 cm a 35 cm entre

plantas na fila, o que proporciona populações em torno de 75 mil a 40 mil plantas/hectare.

As plantas sem espinhos nas folhas - variedades Smooth Cayenne (recomendam-se os espaçamentos

de 1,00 x 0,50 x 0,40 m), Perolera e Primavera - permitem utilização de espaços menores. A Pérola (1,10 x

0,40 x 0,40 m) e Jupi - com espinhos nas folhas - só admitem espaçamento mais largo.

Quando a produção destina-se a fins industriais - espaçamentos maiores (para frutos acima de 1,5 kg

de peso) - e para consumo in natura - espaçamentos menores (para frutos com peso 1,0 - 1,5 kg).

Figura - Sistemas de plantio em filas simples e filas duplas

Page 8: CARACTERÃ-STICAS DE ALGUMAS ESPÃ-CIES DE FRUTÃ-FERAS

Época de Plantio

A escolha da melhor época de plantio é crucial para o cultivo de abacaxi de sequeiro. A época mais

indicada é, em geral, o período de final da estação seca e início da estação chuvosa, podendo estender-se

durante o ano todo. Todavia a depender da disponibilidade de mudas, das condições de umidade no solo e

época em que se deseja colher o fruto. Em meses muito chuvosos não se deve plantar o abacaxi.

CONSORCIAÇÃO DE CULTURAS COM O ABACAXIZEIRO

A consorciação do abacaxi com outras culturas é uma opção viável, sobretudo, para pequenos

agricultores, que façam uso muito limitado da mecanização na propriedade, e que tenham interesse em ter

uma produção adicional visando subsistência ou o mercado. No entanto, as culturas consortes devem ser de

baixo porte para evitar o sombreamento excessivo do abacaxi, ter ciclo curto, não superior a 120 dias, e

devem ser cultivadas nas entrelinhas, de preferência em filas alternadas e apenas na fase inicial do ciclo do

abacaxizeiro, restrita aos primeiros três a cinco meses. Feijão Phaseolus, feijão Vigna e amendoim são

algumas culturas adequadas ao consórcio com abacaxi.

Por outro lado, o plantio do abacaxi nas entrelinhas de pomares de citros, manga, coco, abacate,

guaraná, cupuaçu e de outras fruteiras de porte arbóreo, de ciclo longo ou perene, é uma boa opção para a

exploração mais intensiva da terra disponível, servindo para custear a instalação da cultura principal. Um

cuidado importante neste tipo de consórcio é manter uma distância adequada entre as fruteiras perenes e as

linhas adjacentes do abacaxi, a qual não deve ser inferior a 1,50 m no caso da laranjeira. Além disso, o

manejo do abacaxi tem que seguir as recomendações técnicas para esta cultura, inclusive em relação ao

suprimento de água ajustado à cultura no caso de seu cultivo em consórcio com irrigação.

Plantio propriamente dito

Pode ser feito em covas, fendas ou em sulcos. Preferem-se sulcos (quando dispõe-se do sulcador para

áreas grandes) e covas (pode-se usar coveador mecânico ou pá) - (sulcos ou covas devem ter profundidade

para evitar tombamento da muda). A fenda é aberta com enxadeta (enxadeco) e a muda é colocada inclinada

nela.

Em cova ou sulco a muda é colocada na posição vertical, chega-se terra a ela (sem deixar cair terra

no centro da roseta foliar).

As mudas são plantadas em quadras ou talhões separados segundo seu tipo, peso ou tamanho. Nos

terrenos planos, sulcos ou covas são abertos no sentido do maior comprimento de área (aumenta rendimento

das máquinas). Em terrenos com declive o plantio deve ser feito usando curvas de nível ou outro método

conservacionista. Também planta-se em camalhões com 100 cm de largura na base, 70 cm de largura no topo

e 15 cm de altura.

Análise do Solo

Depois de escolher o terreno, devem-se retirar amostras do solo e enviá-las ao laboratório para serem

analisadas (analise química e física). Isso deve ser feito 4 (quatro) meses antes do plantio para receber, em

tempo, as recomendações para calagem e adubação

Correção da acidez do solo/adubações

Através da análise de solo são determinados os níveis de alumínio trocável, cálcio, magnésio,

nitrogênio, fósforo e potássio além do pH do solo. As recomendações decorrentes indicam as quantidades de

Page 9: CARACTERÃ-STICAS DE ALGUMAS ESPÃ-CIES DE FRUTÃ-FERAS

calcário dolomitico a aplicar ao solo, (com antecedência mínima de 60 dias ao plantio) para seu objetivo

maior que é elevar os teores de cálcio e magnésio mantendo o pH entre 4,5 e 5,5 (faixa adequada para o

cultivo).

ADUBAÇÃO DO ABACAXIZEIRO A utilização de adubos na cultura do abacaxi constitui uma prática quase que obrigatória, nos

plantios com fins comerciais, devido ao elevado grau de exigência da planta. No entanto, uma parte das

necessidades nutricionais da planta pode ser suprida pelo próprio solo. Esta contribuição do próprio solo para

a nutrição da planta só pode ser adequadamente determinada mediante a análise do solo da área destinada ao

plantio, a qual fornece informações valiosas para a orientação do programa de adubação. As amostras de solo

devem ser coletadas e enviadas ao laboratório antes da implantação da cultura.

Além das exigências nutricionais da planta e da capacidade de suprimento de nutrientes pelo solo,

fatores como: nível tecnológico adotado no cultivo, destinação da produção e rentabilidade da cultura devem

ser considerados para a definição sobre as quantidades de fertilizantes a serem aplicadas na cultura. As

variações que podem ocorrer neste conjunto de fatores, quando se examinam as características de produção

de diferentes regiões, evidenciam que as recomendações de adubação devem ter, como situação ideal,

abrangências regionais, dentro de cada Estado.

Grande parte dos estados brasileiros produtores de abacaxi dispõe de recomendações para a

adubação da cultura, baseadas em resultados analíticos de solo. Na maioria das situações, considerando-se

inclusive outros países produtores de abacaxi no mundo, verifica-se que a adubação nitrogenada tem variado

de 6 a 10g N/planta, a fosfatada de 1 a 4g P2O5/planta e a potássica de 4 a 15 g K2O/planta.

CONTROLE DE ERVAS DANINHAS

Planta de crescimento lento e de sistema radicular superficial, o abacaxizeiro ressente-se bastante da

concorrência de plantas daninhas, que contribuem para atrasar o desenvolvimento da cultura e reduzir sua

produção. Por isso, recomenda-se manter a cultura sempre no limpo, principalmente nos primeiros cinco a

seis meses após o plantio.

As plantas daninhas devem ser controladas por meio de capinas manuais (enxada), o método mais

comum, ou de herbicidas. Uma outra alternativa, ainda pouco empregada, é a cobertura morta (“mulch”).

Desde que disponível na propriedade ou na região, a palha seca de diversos produtos (milho, feijão, capins

etc.) ou os restos culturais (folhas) do próprio abacaxi, devem ser uniformemente distribuídos sobre a

superfície do solo, sobretudo nas linhas de plantio. Esta cobertura morta, além de reduzir o aparecimento de

plantas daninhas, minimiza a erosão, diminui a perda de nutrientes por lixiviação, aumenta o teor de matéria

orgânica e conserva a umidade do solo, evitando ou reduzindo as perdas por evaporação.

Dependendo da intensidade de infestação e do tipo de plantas daninhas, são necessárias de oito a

doze capinas manuais, durante o ciclo da cultura, o que exige bastante mão-de-obra. Durante as capinas

manuais e logo após as adubações, deve-se chegar terra às plantas (amontoa), o que ajuda a sustentá-las e

aumentar a área de absorção de nutrientes. Evitar que caia terra no “olho” das plantas.

O controle de plantas daninhas com herbicidas é boa alternativa, especialmente em plantios grandes

e períodos chuvosos, quando o mato cresce rapidamente, além de exigir menos mão-de-obra. Entretanto, a

aplicação tem que ser feita com cuidado para evitar que o abacaxizeiro sofra os eventuais efeitos tóxicos dos

Page 10: CARACTERÃ-STICAS DE ALGUMAS ESPÃ-CIES DE FRUTÃ-FERAS

produtos químicos. O pulverizador tem que ser calibrado para garantir a aplicação da dose correta de

herbicida na área de plantio. Siga as instruções apresentadas no final deste capítulo e/ou procure o serviço de

assistência técnica para a devida orientação.

IRRIGAÇÃO O abacaxizeiro é tido como uma planta com necessidades hídricas comparativamente pequenas, se

comparado com outras plantas cultivadas. A sua adaptação a condições de deficiência hídrica decorre de uma

série de características morfológicas e fisiológicas típicas de plantas xerófilas, tais como: a) a capacidade de

armazenar água na hipoderme das folhas; b) capacidade de coletar água de modo eficiente, inclusive o

orvalho, por suas folhas em forma de canaleta; c) capacidade de reduzir consideravelmente as perdas de água

(transpiração) por meio de vários mecanismos.

A demanda de água do abacaxizeiro varia ao longo do ciclo da planta e a depender do seu estádio de

desenvolvimento e das condições de umidade do solo, pode ser de 1,3 a 5,0 mm/dia. Um cultivo comercial

de abacaxi exige em geral uma quantidade de água equivalente a uma precipitação mensal de 60 a 150 mm.

A faixa de precipitação anual tida como ideal para a cultura do abacaxi situa-se entre 1000 e 1500 mm bem

distribuídos, tornando-se relevante a irrigação nos locais onde tal situação não é alcançada.

INDUÇÃO FLORAL A floração natural do abacaxizeiro ocorre, em geral, em períodos de dias mais curtos e temperaturas

noturnas mais baixas, portanto, principalmente nos meses de junho a agosto, na maioria das regiões

produtoras. Períodos de alta nebulosidade, baixa radiação solar e estresse hídrico, podem, às vezes,

desencadear a diferenciação floral natural em outras épocas do ano, a exemplo do outono (abril e maio) e da

primavera (outubro e novembro). A floração natural ocorre mais cedo em plantas mais desenvolvidas.

Plantas da cv. Pérola tendem a florescer mais precocemente que as da cv. Smooth Cayenne.

Florações naturais precoces são indesejáveis, pois ocorrem de maneira bastante desuniforme nas plantações

comerciais, dificultando o manejo da cultura e a colheita, encarecendo o custo de produção. Podem, também,

inviabilizar a exploração da soca (segundo ciclo) e afetar a comercialização do produto, devido à diminuição

do tamanho médio dos frutos e à coincidência da maturação dos mesmos com o período de safra (novembro

a janeiro), quando a grande oferta causa a redução dos preços.

Para antecipar o início da floração e mais tarde a colheita aplica-se substâncias químicas-

fitoreguladoras como carbureto de cálcio, acetileno e etephon na roseta foliar ou em pulverizações foliares.

As dosagens são 1 a 2 gramas de carbureto na roseta foliar em dias chuvosos, ou 50 ml de solução de

etephon (de solução com 20 ml do etephon, 30 g de cálcio virgem e 2% de uréia diluídos em 100 l de água)

pulverizados sobre a planta. As aplicações devem ser feitas em horas frescas do dia ou à noite (entre 20 horas

e 5 horas). Entre 7 e 14 meses as plantas podem sofrer indução floral.

PRAGAS Cochonilha do abacaxi - Dysmicoccus brevipes (Cockerell, 1939), Homoptera, Pseudococcidae. Também

conhecida como piolho-branco é um inseto pequeno, sem asas, coberto por camada pulverulenta branca.

Também encontrada na batatinha, amendoim, bananeira, milho, soja, outras. É responsável pela transmissão

da doença murcha-do-abacaxi (causa sérios danos à variedade Smooth Cayeime). Vivem em colônias nas

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raízes e axilas das folhas sugando a seiva. Com aumento populacional o inseto ataca flores e frutos. Vivem

em simbiose com formigas doceiras, atacam o abacaxizeiro a partir do 2º mês de vida.

Controle - pode ser feito pela aplicação de produtos químicos à base de paration etílico ou metílico (Folidol

ou Rhodiatox na dosagem de 90 ml/100 l água) ou dimetoato (60 ml/100 l água). Aplica-se pulverização

preventiva - 60 ml da calda por planta - entre 60 a 150 dias pós plantio.

Em períodos chuvosos usar inseticidas granulados sistêmicos de solo na dose de 0,5 a 1 g por planta

(dissulfoton, aldicarbe) do produto comercial no solo junto à planta.

Tratamento de mudas, com dosagens acima de paratiom ou diazinom ( 90 ml/100 l água) podem ser feitos

mergulhando as mudas por 3-5 minutos.

Broca-do-fruto - Thecla basilides (Geyer, 1837) Lepidoptera, Leycaenidae. Causa grandes danos em várias

regiões produtoras com nível de in

festação em 80%. Adulto é uma pequena borboleta cinzenta-escuro brilhante, com manchas circulares

alaranjadas nas asas posteriores. A larva (forma jovem) é uma lagarta que, desenvolvida, tem cor amarelo-

escuro, corpo ligeiramente achatado com aspecto de lesma. As borboletas põem ovos brancos na parte

superior e média da inflorescência e no pedúnculo. A lagarta ataca a inflorescência, flores, mudas, folhas e

frutos. O fruto atacado exsuda resina líquida que se solidifica com o ar. A lagarta empupa na parte inferior da

folha.

Controle - pulverizações com os produtos químicos carbaryl 85 M(260 g em 100 l de água) paration

metílico ou diazinom (90 ml em 100 l de água) ou Bacilus thuringiensis ( Dipel PM -600 g/hectare)

aplicando-se 30 a 50 ml da calda por inflorescência. As pulverizações devem ser feitas no "olho" da planta

desde o aparecimento da inflorescência - 45 dias pós indução floral até 40 dias depois em intervalos de

aplicações de 15 dias (10 dias para o Dipel).

DOENÇAS

Entre as principais estão a fusariose e a podridão-negra-do-fruto.

Fusariose - causada pelo fungo Fusarium subglutinans, responsável pela perda de 30% da produção

brasileira. O fungo infecta todas as partes da planta provocando exsudação de substância gomosa na área

afetada. A planta atacada exibe encurtamento e curvatura do caule (lado da lesão). Fruto exsuda goma

através da cavidade floral e a polpa apodrece.

Controle - emprego de mudas sadias, nos novos plantios (mudas de seccionamento do caule), de plantas que

geraram frutos sadios. Em áreas de incidência de fusariose, proceder seleção rigorosa de mudas e eliminação

de restos de antigas culturas e inspeções permanentes com eliminação de plantas doentes concorrem para

diminuir a infecção.

Pulverizações, com início aos 45 dias pós indução floral e com intervalos de 10 dias (quatro vezes), com

produtos químicos à base de benomyl (Benlate), thiabendazol (Tecto), tiofanato metílico (Cerconil) na

dosagem de 250 a 300 g/100 l de água.

Podridão-negra-do-fruto - Causada pelo fungo Thielaviopsis paradoxa provoca perdas significativas a

frutos destinados à exportação. Essas perdas dão-se entre colheita e processamento. Podridão mole na polpa

cor amarela-intenso evolui para decomposição da polpa que se liquefaz, externamente há exsudação do suco

que resulta em fruto ôco.

Page 12: CARACTERÃ-STICAS DE ALGUMAS ESPÃ-CIES DE FRUTÃ-FERAS

Controle - Colher frutos com um segmento de pedúnculo (2 cm), evitar ferimentos no fruto, armazenar

frutos a 8°C e manter essa temperatura no transporte e eliminar restos de antigas culturas nas proximidades

de área de estocagem/manuseio de frutos.

Imergir pedúnculo numa calda fungicida para proteger corte de colheita em caldas de benomyl (Benlate a

0,8%) e triadimefon (Bayleton a 0,4%).

COLHEITA/RENDIMENTO/EMBALAGEM/TRANSPORTE

Colheita A maturação é avaliada pela coloração da casca que passa do verde ao amarelo, progressivamente.

Com aproximação da maturação a cor passa a bronzeado, os "olhos" passam de pontiagudos a achatados e o

espaço entre "olhos" estendem-se, superfície do fruto fica mais lisa.

Fruto para indústria é colhido maduro e para consumo in natura é colhido "de vez". A colheita é feita

com facão, e os frutos são acondicionados em cestas e balaios.

Frutos de plantas que sofreram indução são colhidos entre 12 e 14 meses pós plantio e frutos de

plantas sem indução são colhidos aos 18 meses.

Rendimento O rendimento médio de uma colheita está em torno de 80%. No espaçamento 0,8 m x 0,3 m, 41.600

plantas/hectare, com rendimento de 80% obtêm-se 33.200 frutos comercializáveis (75% frutos de 1ª

qualidade e 25% frutos inferiores).

Embalagem/Transporte Colhidos os frutos são levados a galpões, selecionados quanto qualidade e sanidade, classificados por

tamanho/peso (segundo destino). Após tratamento contra podridões são embalados em caixa de papelão ou

de madeira (520 mm x 290 mm x 290 mm) para exportação ou a granel para mercados ou indústrias.

No transporte para exterior os porões de navio devem estar com 85 - 90% de umidade e 8 - 12°C de

temperatura em seu ambiente.

CULTURA DA MANGA2 - Mangifera indica L.

Aspectos Gerais A mangueira - Mangifera indica L. Dicotyledonae, Anacardiaceae - é originária da Ásia, (Índia). Foi

trazida ao Brasil pelos portugueses, tornando-se uma das principais frutíferas cultivadas no Nordeste

brasileiro.

A produção brasileira em 1993, foi de 563.511 toneladas destacando-se as regiões Nordeste (47%) e

Sudeste (43%) como maiores produtoras de manga (IBGE).

Botânica/Descrição da Planta/ Variedades

A mangueira é originada do continente asiático, nativa de regiões de clima tropical. No entanto,

devido à sua grande adaptação, encontra-se distribuída por todos os continentes, sendo cultivada na maioria

dos países de clima tropical e subtropical. Pertencente a família Anacardeaceae, que compreende também

outras fruteiras de grande valor comercial, como o cajueiro. 2 Cultura da Manga. Disponível em: http://www.seagri.ba.gov.br/manga.htm#Aspectos%20Gerais acesso 10/04/2008.

Page 13: CARACTERÃ-STICAS DE ALGUMAS ESPÃ-CIES DE FRUTÃ-FERAS

A mangueira é uma planta perene, de grande porte, com copa densa, folhagem sempre verde e

sistema radicular vigoroso. Sua longevidade pode ultrapassar 100 anos, principalmente quando propagado

por sementes. Sua inflorescência é do tipo panícula, desenvolvida de brotação terminal do ramo, com

comprimento geralmente superior a 60 cm, reunido de 400 a 1700 flores, distribuídas entre masculinas e

hermafroditas, na mesma panícula, em proporções variáveis, de acordo com a variedade.

O fruto (manga) é uma drupa carnosa, mais ou menos achatada lateralmente, de forma, tamanho e

cor bastante variável.

As variedades predominantes em cultivo comercial no Brasil são aquelas de origem da Florida –

EUA, a maioria introduzida em São Paulo. São elas a Tommy Atkins, Keitt, Palmer, Haden e Van Dyke.

USOS DA MANGUEIRA Fruto: a polpa é consumida ao natural chupada em pedaços, em refrescos ou processada em sorvetes, sucos

concentrados, geléias, gelatina, compotas, doces, sorvetes, polpas congeladas, purês. O fruto verde presta-se

a confecção de molhos, temperos - chutney - para ingleses.

Árvore: caule produz resina de uso medicinal contra desinteria e a madeira é aproveitada em marcenaria. A

árvore pode ser usada como ornamental. Casca da árvore, folhas, polpa do fruto, são usadas na medicina

caseira.

NECESSIDADES DA PLANTA

Clima - deve ser tropical quente embora a planta tolere grande variação climática.

Temperatura - a temperatura baixa na floração impede a abertura das flores, alta temperatura pode antecipar

a época de colheita. Temperatura elevada só prejudica se acompanhada de vento e baixa umidade relativa na

frutificação. A planta desenvolve-se bem e frutifica em temperaturas entre 21 e 27ºC (ótimo 24ºC).

Chuvas - a planta vegeta e frutifica em área com chuvas anuais entre 450 mm. e 2.500 mm. com ideal em

torno de 1.000 mm., regiões com período chuvoso e seco bem definido são ideais para o cultivo da

mangueira desde que o período seco inicie-se antes da floração e o chuvoso reinicie-se pós frutificação,

imprescindivelmente.

Umidade relativa - não deve estar acima de 60%; umidade alta interfere na polinização e induz proliferação

de doenças como oídio e antracnose que reduzem a produção dos frutos.

Luz - a mangueira requer radiação solar abundante para entrar em floração e frutificar com pelo menos,

2.000 horas/luz/ano. As exposições soalheiras são as mais favoráveis e o plantio deve ser orientado no

sentido norte e nordeste.

Vento - ventos constantes com temperatura elevada e baixa umidade relativa causam queda de frutos

(excesso de transpiração); ventos fortes causam queda de flores e de frutos. Recomenda-se uso de quebra

ventos.

Solos - devem ser profundos, permeáveis e ligeiramente ácidos (pH entre 5,0 e 6,0) e leves; evitar solos

alcalinos (induzem cloroses), os excessivamente argilosos e os sujeitos à encharcamento.

Os solos mais favoráveis à mangueira são os areno-argilosos ricos em matéria ôrganica e nutrientes,

profundos, planos a ligeiramente ondulados.

PROPAGAÇÃO DA MANGUEIRA

Page 14: CARACTERÃ-STICAS DE ALGUMAS ESPÃ-CIES DE FRUTÃ-FERAS

A mangueira pode ser propagada por sementes (plantios domésticos) e por enxertia (borbulha,

garfagem) em viveiro para plantios comerciais visando-se obter pomares mais uniformes, precoces e

produtivos. De ordinário a muda obtida via enxertia de garfagem estará apta ao plantio em campo 10 meses

após semeio da semente para formação do porta-enxerto. Sugere-se a obtenção de enxertos, quer para

plantios caseiros quer para plantios comerciais, em viveiristas credenciados por organizações oficiais

interessadas em agricultura.

FORMAÇÃO DO POMAR Preparo da área - as operações consistem de roçagem, queima de mato, encoivaramento e destoca, limpeza

da área.

Espaçamento/alinhamento - com bons resultados tem-se usado espaçamento de 10 m. x 10 m . (100

plantas/hectare) e até 10 m. x 8 m. (125 plantas por hectare) para plantios comerciais; o plantio de culturas

intercalares, até a mangueira entrar em franca produção, é recomendável como cereais anuais, mamão,

abacaxi, tangerinas.

Os formatos de plantios podem ser do tipo retângulo, quadrado ou quinconcio e o alinhamento pode

ser quadrangular, retangular, triangular e em nível (curvas em terreno declivoso).

Coveamento / adubação - as covas poderão ter as dimensões de 50 cm. x 50 cm. x 50 cm. ou 60 cm. x 60

cm. x 60 cm. (solo leve ou pesado); devem ser abertas 30 dias antes do plantio separando-se a terra dos

primeiros 15-20 cm. Em seguida mistura-se 15-20 l. de esterco de curral curtido + 300 gramas de

superfosfato simples + 200 gramas de cloreto ao solo separado. Caso necessário aplica-se 1.000g. de calcário

dolomítico ao fundo da cova e cobre-se ligeiramente com terra e em seguida joga-se a metade da mistura

adubos + terra separada à cova.

Plantio - remove-se envoltório plástico da muda, coloca-se torrão com muda na cova de modo que a sua

superficie fique ligeiramente acima do solo; com resto da mistura terra + adubos enche-se a cova, faz-se

bacia em torno da muda, irriga-se com 15-20 l. de água e cobre-se a bacia com palha ou capim seco sem

sementes. A melhor época de plantio é no início do período chuvoso e em dia nublado.

TRATOS CULTURAIS Eliminação de ervas daninhas – manter o pomar livre de ervas daninhas através do roçagem no período

chuvoso (roçadeiras) e de capinas no período seco (grades, capina manual ou herbicidas). Cultivos em coroa

(em torno da planta) podem ser feitos a enxada. Em pomares novos (notadamente em terrenos frescos), pode-

se cultivar leguminosas. A capina em coroamento é imprescindível.

Poda - plantas jovens (Keitt e Palmer) requerem podas leves de formação. Poda de formação consiste em

deixar a muda com 3 ramos laterais que se originem na planta, a 1m. do solo (de pontos diferentes).

A poda de planta adulta é feita após a colheita dos frutos com corte de ramos apicais, rebentos do porta-

enxerto e tronco, eliminação de ramos doentes, mortos ou baixos para reduzir o porte da planta, permitir

maior penetração de luz na copa, facilitar tratos sanitários e a colheita.

Indução artificial de floração - pode-se antecipar a floração com uso de ethephon ou nitratos (de potássio

ou de amônio) pulveriza-se plantas a partir de 4 anos de idade (entre o final da estação chuvosa a início da

estação seca, em ramos com 7 meses e em horas menos quentes do dia) com 200 ppm de ethephon repetindo-

Page 15: CARACTERÃ-STICAS DE ALGUMAS ESPÃ-CIES DE FRUTÃ-FERAS

se a aplicação por 2 vezes com intervalos de uma a duas semanas. Um mês após término do tratamento

ocorre a floração.

Irrigação - a irrigação é importante, desde pouco depois do plantio até o início da produção, nos períodos de

estiagem; a partir do quarto/quinto ano de vida irrigar durante o período de escassez de chuvas e interromper

2-3 meses antes da floração. Voltar a irrigar na formação/desenvolvimento do fruto com regas semanais ou

quinzenais, irrigar também nas épocas de adubação.

A escolha do sistema de irrigação está condicionada aos recursos hídricos do local, topografia do

terreno, característica do solo, fatores climáticos, aspectos econômicos e fatores humanos. Sob sistemas de

irrigação por gotejamento, microaspersão, aspersão, sulcos e microbacias a cultura da mangueira pode ser

explorada.

Quebra-ventos - em regiões onde há ventos fortes e constantes quebra-ventos devem ser instalados antes da

implantação do pomar usando-se espécies arbustivas/arbóreas e de crescimento rápido plantadas a 10-12 m.

da primeira fileira de mangueiras. Evita-se queda de flores e frutos, quebra de galhos, ressecamento (folhas,

galhos novos) diminuição da polinização (por insetos).

Calagem/adubação de manutenção - recomenda-se adubação, via foliar com micronutrientes como cobre,

zinco e manganês.

Consorciação de Culturas

Consorciar o mangueiral com culturas temporárias, de porte médio a baixo (feijões, amendoim, milho,

abóbora, melancia, melão) ou com outras fruteiras (mamão, goiaba, maracujá, abacaxi); essas consorciadas

devem ser plantadas a 1,5 m. de distância da linha de plantio da mangueira.

PRAGAS

Mosca-das-frutas - Anastrepha sp., Ceratitis capitata. Diptera, Tephritidae. Causa grandes prejuízos

econômicos a cultura da mangueira com perdas de até 50%, na produção. A fêmea põe ovos embaixo da

casca do fruto ainda imaturo, as larvas (lagartas afiladas, brancas, sem patas) alimentam-se da polpa do fruto.

Desenvolvida a lagarta abandona o fruto, enterra-se no solo de onde emerge o adulto para acasalar-se.

Controle - Isca tóxica atrativa: melaço de cana ou proteína hidrolisada associadas (7:l melaço ou 1:l de proteína) a um

inseticida (malathion - 200 ml) em 100 litros de água. Pulverizar a intervalos de 10 dias (100 ml de

calda/planta) a cada 5 fileiras de plantas, procurando-se atingir a face inferior da folhagem no fim da tarde.

- Evitar permanência de frutos maduros na planta ou caídos no chão (devem ser enterrados a 70 cm de

profundidade).

- Tratamento pós colheita: imersão do fruto em água quente (46,1ºC) por 75 minutos (frutos até 425 g. de

peso) e por 90 minutos (frutos entre 426 e 650 g.)

Cochonilha - Aulacaspis tubercularis, (New, 1906), Homoptera, Diaspididae.

Fêmea possui carapaça circular convexa e branco acinzentada; suga a seiva da planta em todas as partes

verdes provocando queda das folhas e secamento de ramos e aparecimento de fumagina (cobertura preta das

folhas).

Controle - Pulverizações de óleo mineral para agricultura associado a inseticidas fosforados (diazinom,

malathion, paratiom).

Page 16: CARACTERÃ-STICAS DE ALGUMAS ESPÃ-CIES DE FRUTÃ-FERAS

Ácaro - Eriophyes mangiferae, Sayed, 1946 - Acari, Eriophyidae. Adulto tem aspecto vermiforme, cor

branca. Infesta gemas terminais e inflorescências causando atrofiamento e morte de brotos terminais de

mudas e plantas adultas.

Controle - Deve ser rigoroso em viveiros e pomares em formação. Podar e queimar inflorescencias mal

formadas. Pulverizar com produtos, a base de dicofol, quinomethionato.

DOENÇAS

Antracnose - agente: fungo Colletotrichum gloeosporioides (Penz). De grande importância econômica por

danos que causa ramos novos, folhas, flores e frutos. Folhas com manchas escuras, flores enegrecidas que

caem, frutos com lesões irregulares, deprimidas são alguns sintomas.

Controle - Plantio com maior espaçamento, podas leves de limpeza e abertura da copa, plantio em regiões com baixa

umidade do ar.

- Pulverizações preventivas (iniciadas antes da floração até alguns dias antes da colheita) quinzenais com

benomyl (0,03%), ou semanais com mancozeb (0,16%); a partir da formação dos frutinhos usar fungicidas

cúpricos.

- Plantio de variedades medianamnente resistentes como Tommy Atkins, Keitt.

Seca-da-mangueira - Provocada pelo fungo Ceratocistis fimbriata é das doenças mais graves que afetam a

mangueira e pode provocar sua morte em pouco tempo. Amarelecimento seguido de murcha e seca das

folhas do ramo atacado, formação de bolsas de seiva com exsudação são sintomas. Dizem que a broca-da-

mangueira abre caminho para a infecção.

Controle

- Inspecionar pomar com freqüência e podar ramos atacados a 40 cm do ponto de infecção e queimá-lo.

Desinfetar ferramenta com hipoclorito. Pincelar parte cortada com pasta cuprica.

- Pulverizar planta afetada e adjacentes com calda contendo oxicloreto de cobre (50%) acrescida de 0,4% de

carbaryl (para controle da broca-da-mangueira).

- Usar cultivares (copas e porta-enxertos) resistentes (Tommy Athins, Keitt). Colapso Interno - Distúrbio

fisiológico que produz amolecimento da polpa e pode atingir todo o fruto. Indícios apontam para

desequilíbrio nutricional como causador do problema.

Oidio - Doença proveniente do fungo Oidium mangiferae que causa danos graves a ramos novos, folhas,

inflorescência, flores e frutos. Pó branco-acinzentado que se deposita sobre o órgão da planta é o sintoma

clássico. Há perda de folhas e flores e até frutos.

Controle - Pulverizações preventivas com fungicidas a base de enxofre (antes da abertura das flores, na

queda das pétalas e após formação do fruto).

COLHEITA / RENDIMENTO Mangueira enxertada e bem conduzida inicia produção no 3º ano pós plantio; a produção econômica

começa no 4º ano, e 5 a 6 meses pós floração inicia-se a colheita. No Nordeste a colheita ocorre,

normalmente, entre outubro e fevereiro e entre agosto e outubro (plantas induzidas).

Page 17: CARACTERÃ-STICAS DE ALGUMAS ESPÃ-CIES DE FRUTÃ-FERAS

Frutos são colhidos desenvolvidos "de-vez" para comercialização e colhidos maduros para consumo

imediato; em planta de pequeno porte, colhe-se à mão torcendo o fruto; em plantas de alto porte utiliza-se da

vara de colheita (bambu ou madeira flexível com aro de ferro cilíndrico de ¼" ao qual prende-se um saco).

Nas grandes plantações usa-se colhedeira motorizada (triciclo hidráulico).

Na colheita deve-se evitar cortes, abrasões e choques que afetem o fruto. Os frutos colhidos são

colocados em caixas coletoras que permanecem à sombra (evitar transpiração, respiração e queimaduras).

Obtem-se 500 a 700 frutos/ano/mangueira adulta; no Nordeste brasileiro tem sido relatados rendimentos de

20-30 t/ha/ano.

CULTURA DO MARACUJÁ3 - Passiflora edulis S.

A cultura do maracujazeiro ganhou destaque no Brasil a partir do início da década de 70, embora nos

anos 50 já existissem indústrias processadoras e envasadoras de suco de maracujá.

A crescente importância deste cultivo seja pelo incremento de área plantada como pela abertura de

novos mercados, tem sido acompanhada, nos últimos 10 anos, pela divulgação de resultados de experimentos

e destinação de novas verbas para pesquisas, possibilitando ao fruticultor, a obtenção de um cabedal de

conhecimentos que diminuam o risco desta atividade produtiva, tornando-a mais previsível, obedecidas às

leis de mercado. Ainda assim muitas perguntas permanecem sem respostas, pois não são muitos os grupos de

pesquisadores que se dedicam a essa Passiflorácea, além do que as conhecidas e enormes diferenças

regionais, necessitam de tratamentos diferenciados, o que significa a formação de grupos locais visando à

adaptação e a criação de novas tecnologias.

Aspectos Gerais

Tem como origem a América Tropical. "Maracujá" é uma denominação indígena de origem tupi, que

significa "alimento em forma de cuia". Onze países do mundo (1993) são responsáveis por 80 a 90% da

produção dentre eles Brasil, Peru, Venezuela, África do Sul, Sri Lanka, Austrália. Mais da metade da

produção mundial é exportada sob a forma de suco concentrado. Quênia e outros países africanos exportam

fruta "in natura" (fresca). Sulcos e polpas são produzidos pelo Brasil, Colômbia. Peru, Equador, Venezuela,

Costa Rica, entre outros.

Atualmente, os cerca de 26.000 hectares cultivados com o maracujazeiro, estão espalhados por quase

todos os estados brasileiros, sendo os mais importantes São Paulo (4.300 ha.), Minas Gerais (4.000 ha.),

Bahia (3.500 ha.), Pará (8.000 ha.), Rio de Janeiro (2.500 ha.), Santa Catarina, Espírito Santo, Ceará e Goiás.

Outro aspecto que chama a atenção é o fato de que na maioria das regiões brasileiras, o

maracujazeiro esteja sendo cultivado em pequenas áreas, cerca de 2 hectares, e em pequenas propriedades,

sendo importante gerador de renda, dado o elevado valor, além de propiciar um período longo de colheita, e

faturamento, dentro do ano. O período produtivo pode variar de 6 meses por ano nas regiões mais ao Sul dos

pais, até o ano todo nas regiões ao Norte. A vida útil do pomar tem variado muito, de acordo com a

produtividade, condições climáticas e tratos culturais, mas dificilmente tem superado 2 anos.

3 Cultura do maracujá. Disponível em: http://www.seagri.ba.gov.br/maracuja.htm#Aspectos%20Gerais acesso

10/04/2008.

Page 18: CARACTERÃ-STICAS DE ALGUMAS ESPÃ-CIES DE FRUTÃ-FERAS

Botânica/Descrição/Espécies Importantes

O maracujazeiro é planta dicotiledônea da família Passifloraceae onde destaca-se o gênero

Passiflora com três espécies importantes economicamente: Passiflora edúlis Sims f. flavicarpa Deg - o

maracujá amarelo ou azedo ou peroba -, P. edúlis Sims - a maracujá roxo e o P. alata Ait - o maracujá doce.

É uma planta trepadeira, sub lenhosa, de crescimento vigoroso continuo; sistema radicular é pouco profundo,

caule trepador, folhas lobadas e verdes com gavinhas (órgão de sustentação) gema florífera e gema

vegetativa (origina rama) na axila da folha.

Entra em floração com 4-5 meses de vida. A flor é hermafrodita com estigmas localizados acima das

anteras (dificultando a polinização). O fruto (maracujá) tem formato variado - globoso, ovóide oblongo,

piríforme, peso 30 a 300g, 9cm de diâmetro, cor variada - amarela roxa, esverdeada, avermelhada. Quando

maduro, o fruto desprende-se e cai ao chão. A polpa do fruto, de cor amarela à laranja, envolve sementes

numerosas, ovais, pretas, em número de 200 por fruto; 1g de semente contém 45 sementes. O fruto murcha

após 6 dias de caído. O suco do fruto tem acidez, elevada (maracujá amarelo), acidez, média (maracujá roxo

e acidez baixa (maracujá doce), e sabor e aroma agradáveis. É rico em vitaminas e possui propriedades

sedativas.

A composição química do suco é (por 100 gramas): Brix (13 a 15º), calorias (54 a 90), glicidios (92,2g),

proteínas (2,2g), lipídios (0,7g), cálcio (13g), fósforo (17g), ferro (1,6g), potássio (360mg), vit. A (70mcg),

vit. B1 (150mcg), vit. B2 (100mcg), vit. C (15,6mcg).

No Brasil são três as espécies consideradas principais e responsáveis por praticamente 100% da área

plantada, sendo elas o P. alata Dryand., popularmente chamado de maracujá doce, P. edulis Sims.,

conhecido como maracujá roxo e P. edulis Sims f. flavicarpa Degener., conhecido como maracujá amarelo

ou azedo, e responsável por 95% da área cultivada comercialmente no Brasil.

Maracujá Amarelo: é a espécie de maior interesse comercial, é a mais cultivada (95% da área) no Brasil, a

mais vigorosa, mais adaptada aos dias quentes. Planta com caule circular, apresenta polinização cruzada,

predominantemente (responsável por frutificação tamanho do fruto e % de suco). Fruto completa

desenvolvimento em 18 dias e amadurece em 80 dias (pós-abertura da flor); tem formato ovóide (alguns

oblongos), peso de 70-130g. O fruto maduro possui casca fina, cor amarelo-canário, polpa ácida, suco

amarelo a amarelo-alaranjado. A planta tem produção entre 12-15t/ha mas tem potencial para produções de

30-35t./ha. Fruto com 30% de rendimento em suco.

Maracujá Roxo: espécie mais indicada para regiões de altitude maior e climas frios. Frutos ovóides ou

globosos, coloração purpúrea quando maduros, peso de 60 a 100 gramas, com rendimento e qualidade do

suco semelhantes aos do maracujá amarelo e suco com maior % de açúcar e maior teor em sólidos solúveis

(brix), acidez menor (suco mais "doce"), potencialidade de produção 30-40 t/ha.

Maracujá Doce: Planta trepadeira, vigorosa, com caule quadrangular, as flores permanecem abertas durante

o dia (abrem-se pela manhã e fecham-se à noite). Frutos ovais ou periformes, peso 80 a 300g, polpa com

sabor "doce acidulado" (enjoativo se tomado como refresco), próprio para consumo como fruto fresco. O

rendimento em suco é menor que o do amarelo (14-20%), possui baixa acidez. É muito apreciado pelos

consumidores europeus por boas características (tamanho, cor externa e aroma).

Page 19: CARACTERÃ-STICAS DE ALGUMAS ESPÃ-CIES DE FRUTÃ-FERAS

Existem cerca de 530 variedades tropicais e sub-tropicais de maracujazeiro sendo 150 nativas do

Brasil e 60 delas produzem frutos que podem ser aproveitados na alimentação.

Floração/Polinização/Frutificação A flor do maracujá tem cinco estames e três estigmas em plano superior aos estames o que dificulta a

polinização; a autofecundação é rara (autoincompatibilidade) e produz frutos menores com poucas sementes,

A polinização predominante é feita por insetos (mamangavas) com pólen de outra flor (polinização cruzada).

A produção de flores sempre se da em ramos novos do ano que favorece podas). Em regiões quentes não há

paralização de emissão de flores no inverno. As flores (maracujá amarelo) abrem-se depois das 12 horas e

fecham-se em torno das 18 horas e maracujá-doce entre 5 horas e 18 horas. O mais importante agente

polinizador é a mamangava (abelha grande cor preta e amarela) insetos não sociais, com ninhos na madeira

mole; a preservação da mamangava e incremento da sua população é feito pela construção de abrigos usando

tocos secos de bambu e pelo plantio de plantas que produzem flores atrativas como hibriscus, corriola

(Ipomoea) e cássia (Cássia sp).

Figura: Flor do maracujá

Paralelamente os defensivos agrícolas só devem ser aplicados cedo, pela manhã. Em áreas acima de

dez hectares recomenda-se a polinização artificial; o homem utiliza-se de dedeiras de flanela para a

polinização nas épocas de maior floração em um dos lados da fileira de maracujazeiro (plantio orientado,

sentido norte-sul) entre as 13 e 15 horas.

Irrigação via aspersão e pivot central devem ser feitas pela manhã ou final da tarde ou a noite; em

períodos de chuvas intensa espera-se redução no índice da frutificação.

O rendimento da polinização artificial é de 50 flores por minuto, 2 a 3 pessoas polinizam 1 hectare

por tarde. Obtêm-se valores de 60-80% de rendimento (frutificações). Deve-se efetuar a polinização cruzada

desde o início da floração (e não concentrá-la nos picos da florada) e saber que a flor do maracujá amarelo

permanece disponível por 4 horas para a polinização. A safra dura 10 meses no Nordeste.

Page 20: CARACTERÃ-STICAS DE ALGUMAS ESPÃ-CIES DE FRUTÃ-FERAS

Após a abertura da flor o fruto alcança máximo desenvolvimento no 18º dia, maturação completa no

80º dia e ponto de colheita entre 50º e 60º dia (máximo de peso). Plantas eleitas para colheita de frutos para

sementes devem ter flores com alta percentagem de estiletes curvos (flores TC).

Usos do Maracujazeiro - Folhas e raízes contêm uma substância semelhante à morfina - a passiflorina - muito usada como calmante.

As folhas são usadas, também, para combater as febres intermitentes, as inflamações cutâneas e a erisipela.

- Casca do fruto e sementes prestam-se à alimentação animal.

- A polpa que envolve sementes presta-se ao preparo de refrescos, pudins, sucos, sorvetes, batidas, musse e

molhos (para acompanhar carnes, aves e peixes); industrialmente produz-se sucos concentrados.

- Com polpa branca (aderente a casca) e o suco prepara-se maracujada, geléia de maracujá, compota de

maracujá.

- A composição do suco do maracujá é a seguinte: calorias (51 a 53), proteínas (0,39 a 0,67g), carboidratos

(13,6 a 13,7g), gordura (0,05g), cálcio (3,6-3,8 mg), fósforo (12,4-24,6 mg), Vit. A (717 a 2.410 mg).

O uso medicinal, já bastante defundido, baseia-se nas propriedades calmantes da passiflorina, um

sedativo natural encontrado nos frutos e nas folhas. Outras propriedades do maracujazeiro, menos conhecidas

na medicina caseira, como vermífugo e febrífugo, mas também são atribuídas efeitos diuréticos e

antiblenorrágicos, além de abortivo para o gado.

NECESSIDADES DA PLANTA Clima - o maracujazeiro é planta de clima quente e úmido medrando bem em regiões de clima tropical e sub-

tropical. A planta não resiste à geadas notadamente o maracujá amarelo e não frutifica sob temperaturas

baixas.

Temperatura - é ideal para desenvolvimento frutificação em 25-26ºC, para frutificação a temperatura de

26ºC é ideal.

Chuvas - precipitação pluviométrica ideal entre 1.200 mm a 1.400 mm bem distribuída ao longo do ano é

adequada para o maracujazeiro (limites 800 mm a 1.700 mm / ano); precipitações intensas em picos de

floração dificultam a polinização por romper-se o grão de pólen e por afastar os insetos polinizadores. De

ordinário a água é fator importante para a frutificação.

Umidade relativa do ar - deve ser baixa; a luminosidade deve ser alta (planta necessita de 11 horas de luz /

dia para entrar em floração para produção de frutos com ótimo aspecto, sobor e aroma; ventos não devem ser

fortes ou frios ou quentes e secos. Planta de dias longos.

Solos - A planta desenvolve-se em diferentes tipos de solos - preferencialmente os areno-argilosos com bom

teor de matéria orgânica – desde que sejam profundos, férteis e com boa drenagem, com pH entre 5,0 e 6,5.

Evitar solos arenosos e argilosos de baixa fertilidade e com pH abaixo de 5. Medra bem em regiões com

altitude entre 100 e 900 m e em terrenos planos a ligeiramente ondulados.

Em locais sujeitos a ventos fortes estabelecer barreira quebra-ventos; ela proteger, a área de plantio

equivalente a 15 a 20 vezes a altura da planta adulta. Bambu, eucaliptos, hibiscos, capim napier são algumas

espécies que podem constituir barreiras quebra-ventos.

PROPAGAÇÃO DO MARACUJAZEIRO/FORMAÇÃO DE MUDAS

Page 21: CARACTERÃ-STICAS DE ALGUMAS ESPÃ-CIES DE FRUTÃ-FERAS

Propagação - A propagação utilizando-se sementes (produção de pé de franco) é o método usual para

atender ao estabelecimento de pomares comerciais. Os métodos de propagação vegetativa são: estaquia

(estacas lenhosas maduras com 20-25 m de comprimento e diâmetro igual ao lápis, enraízam bem);

mergulhia e enxertia, ainda não bem estudadas, não são utilizadas para plantios comerciais.

Obtenção de sementes

Frutos - os frutos fornecedores de sementes devem ser grandes ovalados, casca fina, cor amarelo-intensa,

bem conformados, sadios, maduros com grande quantidade de polpa alaranjada; esses frutos devem ser

oriundos e plantas sadias (sem pragas / doenças), de alta produtividade, precoces, vigorosas. Deve-se colher

poucos frutos em várias plantas selecionadas (nunca abaixo de 20 plantas).

Sementes - coletados os frutos são cortados em duas metades donde retira-se a polpa (com sementes) que é

depositada em recipiente de vidro ou louça e deixada a fermentar ( sem adição de água) por 2 a 4 dias à

sombra. Fermentada a polpa é lavada em água corrente sobre uma peneira o que separa semente da

mucilagem; coloca-se as sementes em recipiente com água mexendo-se para que fiquem em suspensão e

elimina-se as que boiarem após 25 minutos. Escoa-se a água, coloca-se as sementes, em camadas finas sobre

papel absorvente (jornal) ou tecido para secar á sombra por 2 a 3 dias.

Se não utilizadas após sua obtenção as sementes podem ser armazenadas em sacos plásticos (donde

retira-se a maior parte do ar) por três meses em condições ambientais; para armazenamento por até 12 meses

as sementes são colocadas em sacos de papel, estes colocados em sacos plásticos e mantidos na parte inferior

de geladeira doméstica (5ºC-10ºC).

Um quilo de sementes é suficiente para formar 15.000 mudas (colocando-se 3 sementes por

recipiente). A germinação da semente pode dar-se entre 15 a 30 dias pós semeio (2 a 4 semanas).

Formação de mudas via sementes Mudas em sacolas de plástico:

- O viveiro deve ser instalado em local de fácil acesso, em terreno com boa drenagem, arejado, exposto ao

sol, próximo a fontes de água de boa qualidade, em terrenos planos a levemente ondulados livre de plantas

adultas. A maior dimensão do viveiro deve acompanhar o sentido Norte-Sul; a altura mínima da cobertura do

viveiro deve ser 1,5 m (ideal 2,0 m) e ela deve deixar passar 50% da insolação. O viveiro deve estar

protegido de animais domésticos.

- Os recipientes são sacolas de plástico de coloração preta com furos no terço inferior com dimensões 14 cm

X 28 cm X 0,02 cm (espessura) ou próximas com capacidade para 8 a 12 litros. Essas sacolas são enchidas

com mistura (substrato) de terra, esterco, areia, outros. As sacolas cheias são dispostas em canteiros

(encanteiradas) com máximo de 1,2 m de largura; cada metro quadrado de canteiro deve comportar, em

média, 120 sacolas. Entre os canteiros deve haver espaços (ruas com 0,5 m de largura) para facilitar tratos e

retirar sacolas.

- O substrato para enchimento das sacolas pode ser constituído por: terra de barranco (2 partes), esterco de

curral bem curtido (2 partes) uma parte de material volumoso curtido (serragem) ou três partes de terra (de

mata), 1 parte de esterco de curral e 1 parte de areia; a cada metro cubico de substrato, adicionar 2 quilos de

calcário dolomítico, 1,0 Kg de superfosfato simples e 0,5 Kg de cloreto de potássio . A mistura deve ser

peneirada e disposta em camada, ser levemente umedecida e disposta em canteiro de 20cm. de altura sobre

Page 22: CARACTERÃ-STICAS DE ALGUMAS ESPÃ-CIES DE FRUTÃ-FERAS

superfície cimentada para ser submetida ao tratamento de esterilização com brometo de metila, sob lona, com

dose de 150cm3 do brometo para cada m3 de substrato em exposição por 72 horas, deixando-o o canteiro

exposto ao ar por 24 horas pós tratamento.

Cada m3 de substrato é suficiente para encher 580 sacolas de plástico; o enchimento deve ser feito 30

dias antes do plantio.

- O enchimento da sacola é feito manualmente; no ato deve se bater levemente com a sacola no chão para

compactar o substrato e manter a sacola de pé. Deixar os sacos em repouso por 30 dias molhando-os

regularmente, para assentamento natural do substrato.

- A semeadura é feita colocando-se 3 sementes por sacola a 1cm. de profundidade cobrindo-as com o

substrato. Dependendo da temperatura rega-se 2 vezes/dia até a emergência das plantinhas; depois rega-se só

uma vez por dia, passando a dias alternados ou mais segundo desenvolvimento da muda. Tenha-se o cuidado

de não encharcar o substrato.

- As regas devem ser efetuadas se necessárias em duas ocasiões, cedo pela manhã e no fim da tarde; a partir

de 15 dias antes do plantio em campo espacejar a irrigação.

- A cobertura deve ser retirada gradativamente, a partir do aparecimento da 1ª folha verdadeira; uma semana

antes do plantio as mudas deverão estar em pleno sol. Efetuar desbaste cortando com tesoura, plantinhas

mais fracas, quando as plantinhas tiverem 2 folhas verdadeiras, deixando a mais vigorosa.Capinas manuais

devem ser feitas e as plantinhas devem ser conduzidas em haste única.

- Entre 60/80 dias (verão/inverno) pós-emergência, planta com 15/25 a 30cm. de altura, entre a formação da

7ª folha verdadeira e emissão da 1ª gavinha, a muda estará apta ao plantio em campo.

EXIGÊNCIAS NUTRICIONAIS/ADUBAÇÕES As raízes do maracujazeiro concentram-se num raio de 50cm. em torno do caule e até 30/40cm. de

profundidade. A absorção de nutrientes intensifica-se a partir de 250º dia de vida (estádio de pré-

frutificação).

Além de nitrogênio, fósforo e potássio (NPK) a planta necessita de cálcio, fósforo e enxofre além

dos micronutrientes manganês, ferro, boro, zinco e cobre (por ordem de importância).

IMPLANTAÇÃO DO POMAR

Escolha da área/trabalhos iniciais:

- De preferência terrenos planos a levemente ondulados; em terrenos com declividade suave a moderada usar

plantios em nível; para os acidentados usar banquetas individuais para as mudas.

- Plantar em áreas protegidas de ventos ou alinhar plantio na direção do vento dominante para reduzir danos

à planta. Usar, se possível, áreas já trabalhadas para outras lavouras.

- Coletar amostras de solo a 0-20cm. e 20-40cm. de profundidade com antecedência hábil (150 dias antes

plantio) e enviar a laboratório.

Espaçamento/Condução/Coveamento/Adubação

- O espaçamento está condicionado ao plantio em grandes áreas - que indicam uso de mecanização e em

pequenas áreas - uso de tratos manuais. Para grandes áreas usa-se espaçamento de 5 ou 3m. entre plantas por

3m. entre fileiras; para pequenas áreas 3m., entre plantas por 2,5 a 2,0m. entre fileiras. A densidade de

Page 23: CARACTERÃ-STICAS DE ALGUMAS ESPÃ-CIES DE FRUTÃ-FERAS

plantas é, respectivamente, 666 plantas (5x3), 1.111 plantas (3x3), 1.333 plantas (3,0 x 2,5) e 1.666 plantas

(3,0 x 2,0). Orientar plantio sentido Norte-Sul.

- Condução: planta semi-lenhosa, o maracujazeiro precisa de suporte para vegetar e produzir

satisfatoriamente. Para tal pode-se construir espaldadeira vertical (com 1 a 3 fios de arame), espaldadeira em

T (com 2 a 3 fios de arame) e caramanchão ou latada. Fácil de construir, de custo mais baixo, e por propiciar

boas condições para tratos na planta, a espaldadeira vertical é eleita.

Espaldadeira vertical: é uma cerca formada por postes (mourrões, estacas) com 2,5m. de comprimento,

enterrados 50cm. no solo espaçados de 5 em 5m. (4a6), com 1,2,3 fios de arame liso nº 12 - superior deve

ficar a 2,0m. de altura do solo e os outros 40cm. espaçados entre si -. Para regiões onde há ventos fortes usar

2 fios de arame em vez de um. As linhas de plantio devem ter 60m. de comprimento deixando espaço de 3-

4m. para movimentação do pomar. Mourões devem ter a parte superior chanfrada (para escorrer água) e a

parte a ser enterrada descascada e tratada com pixe.

Os mourões de calibre maior devem ser colocados no meio e nas extremidades da espaldadeira. O

arame superior deve ser fixado 10cm. abaixo do topo do poste.

- As covas devem ser abertas nas filas entre as estacas da espaldadeira, com dimensões 40cm. x 40cm. x

40cm.. Na sua abertura separa-se terra retirada dos primeiros 15cm. de profundidade. Essa terra é misturada

ao esterco, calcário e adubos químicos, lançada no fundo da cova. Enche-se a cova; essa operação deve ser

efetuada 30 dias antes do plantio.

PLANTIO

Deve ser feito no início da estação chuvosa em horas frescas do dia; retirar envoltório de plástico

colocar torrão no centro da cova com sua superfície nivelada à superfície da cova.

Irrigar com 15 litros de água e colocar tutor - vara fina de bambu ou barbante - fixada para conduzir

o ramo principal até o arame mais elevado da espaldadeira. Se possível colocar capim seco (sem sementes)

ou palha em volta da muda.

TRATOS CULTURAIS Indica-se controle de ervas daninhas através de capinas à enxada ou química na linha e uso da

roçadeira na entrelinhas; para evitar danos a planta fazer arranquio manual de ervas invasora num raio de

50cm em volta da planta; a planta deve ser conduzida em haste única – deve-se eliminar periodicamente as

brotações laterais. Ao atingir altura de 10 cm acima do último fio de arame, deve ser eliminado o broto

terminal para estimular o crescimento de brotos laterais. Esses brotos são conduzidos em sentido contrários

Page 24: CARACTERÃ-STICAS DE ALGUMAS ESPÃ-CIES DE FRUTÃ-FERAS

na posição horizontal em direção aos fios sendo aí fixados. Na espaldadeira vertical tem-se 2 brotações

opostas laterais por fio.

Posteriormente estes brotos deverão ser despontados para forçar o desenvolvimento de gemas

laterais que formarão os ramos produtivos; as ramificações que surgem em direção ao solo devem ficar livres

(elimine-se as gavinhas que aparecem na haste e ramos descendentes) para facilitar o arejamento e

penetração de luz importantes na produção e redução do ataque de pragas/doenças.

- No período da entressafra deve ser feita uma poda de limpeza quando retira-se todos os ramos secos e/ou

doentes para melhor aração da folhagem e diminuição do risco de contaminação de novas brotações:

- A poda de renovação tem sido recomendada com restrições, pois não aumenta a produção mas facilita

penetração de luz, ar e defensivos, melhores frutos, permitir renovação dos ramos (elimina ramos velhos e

doentes); a planta deve estar bem adubada e com solo úmido. Poda-se os ramos produtivos próximo a haste

horizontal; A poda elimina a ramagem 40 cm abaixo do arame.

IRRIGAÇÃO

- Na região Nordeste, sem limitações de luminosidade e temperatura, o déficit hídrico é fator limitante; a

irrigação pode antecipar o início do período produtivo. A irrigação pode ser feita por métodos como

gotejamento (4 gotejadores por planta espaçados de 50cm.), aspersão (por pivot existente para

sementes/grãos), e em sulcos (por queda natural). Gotejamento e sulcos tem sido as melhores opções.

É importante que a lavoura não seja submetida a nenhum stress hídrico.

PRAGAS Lagartas das folhas - Dione juno juno, Agraulis vanillae vanillae – Lepidoptera.

Dione - adulto é borboleta amarelada com margens das asas pretas; a lagarta é escura, com 30 a 35mm. de

comprimento e corpo coberto de espinho. Vive de forma gregaria (em grupos). O adulto coloca ovos

agrupadamente (70-130) na face inferior da folha.

Agraulis - adulto é borboleta cor alaranjada com manchas pretas nas asas; adulto põe ovos, isoladamente na

face inferior das folhas e no caule. A lagarta madura (30 mm.) tem cor amarelada com corpo coberto por

espinhos.As lagartas alimentam-se das folhas, retardam o crescimento da planta o que afeta a produção;

desfolhamento sucessivos causam morte da planta. As lagartas da Dione pode raspar a casca dos ramos,

também.

Controle - em áreas pequenas catar e destruir ovos e lagartas; em áreas extensas há recomendação de

pulverizações de calda contendo Bacillus thuringiensis (Dipel PM, Thuricide) na dosagem de 100g do

produto comercial/100l água – 300 a 600g por hectare em aplicações semanais. A lagarta morre 3 a 5 dias

depois.

Outros lagarticidas indicados são carbaryl 85 PM (Carvim, Sevin) Triclorfom 50 S (Dipterex).

Broca da haste (broca do maracujazeiro) - Philonis passiflorae, Cooleoptera. Adulto é besouro cerca de

5mm. de comprimento e coloração marrom com manchas amareladas no dorso; a fêmea ovipõe no ramo. A

lagarta é branca, sem pernas, desenvolve-se no interior da planta formando galerias na haste e nos ramos.

Externamente nota-se, na planta, aparecem dilatações nos ramos que podem partir-se longitudinalmente.

Ataque à haste principal causa morte da planta.

Page 25: CARACTERÃ-STICAS DE ALGUMAS ESPÃ-CIES DE FRUTÃ-FERAS

Controle - a ocorrência mais freqüente dá-se em plantios novos localizados em áreas recém-desbravadas, na

periferia da plantação. Vistorias periódicas podem identificar focos iniciais de infestação quando se

recomenda poda e queima de ramos atacados. Em infestação da haste principal utilizar fosfeto de alumínio

(Gastoxim pasta) ou injeção com paration metilico (2ml.). Pode-se, também, pincelar haste principal com

inseticida (ação de contato ou de profundidade).

Percevejos - Diactor bilineatus, Holumenia clavigera, Leptoglossus gonagra, Hemiptera.

Diactor: cor verde-escuro com manchas alaranjadas e pernas traseiras com expansão em forma de folha.

Holymenia: bastante ágil, tem cor escura com manchas alaranjadas, antenas pretas com extremidade branca.

Leptoglossus: percevejo do melão-de-São-Caetano, cor marrom, ultimo par de patas com expansões laterais.

Percevejos sugam a seiva de todas as partes da planta ocasionando queda de botões florais e frutos novos

além de murchamento dos frutos desenvolvidos.

Controle: em áreas pequenas com catação de ovos, formas jovens e adultos, manutenção do mato roçado,

eliminação de melão-de-S. Caetano.

Mosca das frutas - Anastrepha spp., Ceratitis capitata, Diptera, Tephridae. Adultos da Anastrepha são

amarelos com 2 (duas) manchas amareladas nas asas, 6,5 a 8mm. de comprimento; adultos da Ceratitis são

amarelados com asas de tonalidade rosada e medem 4-5mm. de comprimento. As fêmeas ovipõe em frutos

ainda verdes causando seu murchamento antes da maturação ou com destruição da polpa e queda de frutos.

Controle - catação e enterrio de frutos atacados, plantio em áreas distante de cafezais; aplicar de 15 em 15

dias 100 a 200ml/planta, uma calda contendo 5kg. de melaço, 250ml de Malatol em 100L de água

pulverizando de um lado da planta 100 a 200ml da calda em 1 m2.

Outras Pragas - lagarta-da-teia, pulgões (Myzus, Aphis), abelhas (Irapuá e Apis mellifera), besouro de

flores que podem ser controlados com carbaryl (lagarta, besouro) malatiom, diazinom (abelhas e pulgões).

Além desses ácaros (plano, branco, vermelhos) atacam folhas e ramos tenros sugando a seiva; para seu

controle indica-se enxofre molhável (Kumulus, Thiovit) triazofós (Hostathion 400) em pulverizações em

ambas as faces da folha.Nematoides (Metoidogyne, Pratylenchus) atacam o sistema radicular.

DOENÇAS Tombamento (damping-aff) ou mela - Doença causada por fungos; caracteriza-se por lesão no colo da

plantinha provocando seu tombamento e morte. Excesso de água e sombreamento na sementeira favorecem a

doença.

Controle - manejo adequado da sementeira.

Antracnose - Doença por fungo que ataca folhas causando manchas pequenas que juntam-se e tornam-se

pardo-avermelhadas ; os ramos podem mostrar manchas alongadas que evoluem a cancros e morte dos

ponteiros.

Controle - aplicação em pulverização, de caldas contendo exicloreto de cobre + mancozeb ou benomyl.

Verrugose ou Cladosporiose - Doença por fungo com maior incidência em temperaturas amenas (15 –

22ºC) ataca frutos, brotações, ramos, gavinhas, pecíolo de folha geralmente em tecidos novos. Manchas

circulares de 5mm. que se cobrem com tecido corticoso, áspero, de cor parda que podem deformar o fruto e

enrugar a folha.

Page 26: CARACTERÃ-STICAS DE ALGUMAS ESPÃ-CIES DE FRUTÃ-FERAS

Controle - doença não atinge a polpa do fruto; indica-se pulverizações com caldas fungicidas a base de

cobre em aplicações semanais sob chuvas e quinzenais em épocas de chuvas esparsas.

Podridão do colo - Doença no solo causada por fungo, que afeta o colo da planta e lesionando a parte

interna do caule, pode penetrar para cima e em direção das raízes. Folhas tornam-se murchas, amareladas e

há morte da planta.

Controle - não plantar em solos compactados, sem aeração, e em solos contaminados pelo fungo. Evitar

ferimento do caule nas capinas.Retirar lesões iniciais, raspar a área afetada e aplicar pasta bordaleza. No

plantio mergulhar as raízes até 20cm. acima do colo em solução contendo o produto metalaxil (200g./100L.

água).Ainda podem acontecer as doença; bacteriose, definhamento precoce, murcha (fusariose).

COLHEITA/RENDIMENTO O período de colheita dos frutos varia de 6 a 9 meses após o plantio definitivo no primeiro ano

(segundo a região e condições climáticas). O ponto de colheita é caracterizado pela coleta dos frutos no chão;

antes da coleta efetuar passagem entre as filas e derrubar frutos maduros que não caírem ou presos entre os

ramos da planta. A coleta de frutos e feita 2-3 vezes por semana ou 1 vez por semana. Após colheita os frutos

perdem peso rapidamente a medida que permanecem no chão ficam murchos dificultando a

comercialização.O rendimento médio é de 8 a 10t. (1º ano), 15 a 20t.;ha (2ºano) e 12 a 14t./ha (3º ano).

A comercialização do fruto dá-se através da fruta fresca para CEASAS, mercados municipais,

atacadistas, para indústria de sucos e para exportação.

OBS. Fruto caído no solo tem idade acima de 80 dias; ele está maduro com 75 a 80 dias de idade. Para

mercado de frutas frescas colha frutos ainda presos à planta e com 50 a 70 dias pós abertura da flor; o fruto

deve ter preso a ele 1 a 2cm. de pecíolo.Frutos coletados no solo devem ser destinados a indústria.

CULTURA DO ABACATE4 - Persea americana L.

Aspectos Gerais O abacateiro (Persea americana L.) é uma árvore elegante, de caule pouco reto e que, em estado

silvestre, chega-se até 20 m de altura. Quando cultivada, sua altura é bem menor. Do fruto comestível

também se pode extrair um óleo semelhante ao azeite de oliva. Curiosamente, o abacateiro é considerado

legume na maior parte do mundo, sendo consumido como salada, sopa e sob a forma de conserva.

Botânica/Descrição da Planta/ Variedades

O abacateiro pertence à família Lauraceae, que engloba cerca de 150 espécies. De grande

importância mundial, é uma frutífera originária da América tropical (México, Antilhas, Guatemala).

Em estado silvestre, o abacateiro chega a 20 m de altura. Quando cultivada, sua altura é bem menor.

Seus frutos são verdes, carnosos, com semente grande em seu interior. Algumas variedades possuem a polpa

muito ricas em óleos, semelhantes ao azeite de oliva, próprios para industrialização. No Brasil, são preferidas

as variedades com polpa amanteigada, menos oleosa.

4 Cultura do Abacate. http://www.seagri.ba.gov.br/abacate.htm#Aspectos%20Gerais. Acesso em: 10/04/2008.

Page 27: CARACTERÃ-STICAS DE ALGUMAS ESPÃ-CIES DE FRUTÃ-FERAS

O abacateiro começa produzir frutos no terceiro ano após plantio, sendo que uma planta adulta

produz de 200 a 800 frutos por ano, conforme variedade e os tratos culturais a ela dispensados. Nenhuma

delas tolera geadas e ventos frios.

A biologia da flor é a característica mais importante para a produção de abacates. O abacateiro

apresenta flores completas, mas a planta não se autofecunda porque apresenta dicogamia. Este fenômeno

consiste na maturação dos órgãos reprodutivos (estima e antera, feminino e masculino respectivamente) em

tempos diferentes, o que faz com que muitas espécies hermafroditas reproduza-se por fecundação cruzada.

Solo e Clima O abacateiro desenvolve-se melhor em solos, leves, profundos e bem drenados, ligeiramente ácidos.

As melhores condições climáticas são encontradas em regiões com chuvas em torno de 1 200 mm anuais,

razoavelmente distribuídas, e que não sejam sujeitas a ventos fortes e frios. A temperatura média preferida

oscila em torno de 20ºC, a mínima não deve ser inferior a 6ºC. As variedades do abacateiro dividem-se, de

acordo com suas características, nos grupos A e B. Dentro dessa divisão, as mais recomendadas são: pollock

(B), simonds (A), fortuna (A), e quintal (B). Para o bom desenvolvimento do abacateiro, é fundamental

conhecer as características de cada variedade.

Polinização As flores do abacateiro apresentam o fenômeno chamado dicogamia protogínica, que consiste na

maturação do órgão feminino anteriormente à do masculino, em horas diferentes do dia. Portanto, para que

ocorram a polinização e conseqüentemente a frutificação, há necessidade da presença de abacateiros

diferentes quanto ao comportamento sexual (Grupo A e Grupo B).

Para obter uma boa polinização, é preciso que no mesmo pomar existam variedades de abacateiro A

e B. Nos abacateiros de variedades A, a primeira abertura da flor ocorre de manhã, quando o estigma (parte

que recebe o pólen) está aberto, pronto para ser polinizado. Mas as anteras, que contêm os grãos de pólen, só

vão abrir-se na tarde do dia seguinte, quando o estigma não tem mais condições de receber o seu pólen. Nos

abacateiros do grupo B, a abertura do estigma e da antera tem alternância diferente, complementando as

aberturas das flores dos abacateiros do grupo A. Assim, o pólen saído das anteras das flores de um grupo de

abacateiros vai para os estigmas das flores do outro grupo e ocorre o que se chama de polinização cruzada. O

pólen é levado de uma planta para outra por insetos, principalmente abelhas. Por isso é aconselhável que as

plantas polinizadoras não estejam a mais de 15 m de distância das que devem ser polinizadas, e que haja

duas colméias por hectare e plantação de abacateiros. Caso o agricultor queira colher abacates de uma só

variedade, é preciso que haja no mínimo 10% de plantas polinizadoras do outro grupo.

Propagação

As plantas propagadas por sementes dificilmente darão frutos idênticos aos da matriz. Assim, o

melhor método de obtenção de mudas é o de enxertia por garfagem em fenda cheia. No preparo das mudas,

utilizam-se sacos de polietileno de 18 x 30 cm.

Espaçamento e Coveamento

A distância entre as plantas pode variar de 8 x 9 m a 10 x 12 m. As covas devem ter 0,50 x 0,50 x

0,50 m.

Plantio

Page 28: CARACTERÃ-STICAS DE ALGUMAS ESPÃ-CIES DE FRUTÃ-FERAS

Deve ser feito no período das chuvas, deixando-se o colo da planta cerca de 5 cm acima do nível do

solo, depois de retirar os sacos plásticos das mudas. É importante interplantar variedades dos grupos A e B

que floresçam no mesmo período, para aumentar a fecundação. Plantada a muda, é necessário fazer uma

espécie de bacia ao seu redor, com terra retirada na abertura da cova, para permitir a retenção de água.

Aconselha-se ainda colocar sobre essa bacia uma cobertura morta como a palha de arroz, ou capim seco, para

diminuir a evaporação da água.

Tratos Culturais No abacateiro normalmente só se faz poda de limpeza. Na fase de formação do pomar recomenda-se

o plantio intercalar de culturas ance uais ou de leguminosas para adubação verde.

Adubação A análise do solo é fundamental para determinar a necessidade e as quantidades de calcário e adubos.

Assim procedendo, economizam-se adubo, mão-de-obra, etc. A calagem e a adubação devem ser feitas de

acordo com a análise do solo, repetida, pelo menos, a cada quatro anos.

Combate às Pragas e Doenças As pragas e doenças mais freqüentes são as lagartas, a podridão-das-raízes, a verrugose e a

antracnose. As lagartas são controladas com calda de fumo ou biofertilizante. A podridão-das-raízes exige

um controle preventivo, fazendo-se o plantio em solos leves e bem drenados. Já a verrugose e a antracnose

podem ser controladas com pulverizações de oxicloreto de cobre.

Colheita O abacateiro começa a produzir no terceiro ano após o plantio, e a produção de uma planta adulta

oscila entre 200 a 800 frutos por ano. A variedade margarida, desenvolvida pelo Iapar, é considerada das

mais lucrativas, porque seus frutos amadurecem tarde e alcançam melhores preços. Plantando-se espécies

precoces, de meia-estação e tardias, com polinizadoras que floresçam na mesma época, podem-se colher

frutos o ano todo.

Não se deve deixar os frutos amadurecerem na planta, pois isso poderá favorecer a queda, causando

danos, e dificultar o manuseio e transporte, tornando-os impróprios para a comercialização.

A colheita do abacate é feita manualmente, devendo-se ter os seguintes cuidados:

- corte do pedúnculo deixando uma porção de 0,8 a 1,0 cm;

- não formar camadas de frutos, ou seja, não colocar frutos sobre frutos em várias camadas;

- uso de escadas;

- uso de sacolas de colheita;

- uso de varas de colheitas.

Composição por 100 g do fruto - em 100g do fruto são encontrados 162 calorias, 13 mg de cálcio, 47 mg de

fósforo, 0,07 mg de ferro, 0,07 mg de vitamina B1, 0,24 mg de vitamina B2 e 12 mg de vitamina C.

Como planta medicinal, utiliza-se a infusão da semente torrada e moída, o chá de suas folhas e a

polpa consumida fresca para combater disenterias, os males do aparelho respiratórios e dos rins, além de ser

considerado afrodisíaco moderado.

Page 29: CARACTERÃ-STICAS DE ALGUMAS ESPÃ-CIES DE FRUTÃ-FERAS

CULTURA DO MAMÃO5 - Carica papaya L.

Aspectos Gerais

O mamoeiro - Carica papaya L. Dicotyledonae, Caricaceae - tem como origem provável uma região

entre noroeste da América do Sul e sul do Mexico (América Tropical). A produção mundial de mamão foi de

6.200.000 toneladas em 1994, sendo Ásia (46%), América do Sul (33%) e Africa (12%) principais

responsáveis pela produção mundial. O Brasil destacou-se como maior produtor com 29% da oferta mundial,

seguido pela Índia (24%), Tailandia (8,8%), Nigéria (8,1%) (FAO).

Caracterização botânica O mamoeiro cultivado comercialmente (Carica papaya L.) é planta nativa da América Tropical,

pertencente à seguinte classificação botânica:

Reino: Vegetal Divisão: Embryophita siphonogama Sub-divisão: Angiospermae Classe: Dicotyledoneae Sub-classe: Archiclamydeae Ordem: Violales Sub-ordem: Caricaceae Família: Caricaeae Gênero: Carica Espécie: (Carica papaya L.).

Descrição / Variedades O mamoeiro é uma planta herbácea, altura entre 2 e 10 m., podendo viver até os 20 anos. Sistema

radicular superficial com raízes brancas e pouco abundantes, caule geralmente único, fibro-esponjoso, verde

a cinza-claro, fácil de quebrar e encimado por coroa de folhas terminal (em capitel). Folhas grandes, alternas,

lobadas com pecíolo longo (25-100 cm.), ôco e frágil. As flores são masculinas ou femininas ou

hermafroditas (em indivíduos distintos), cor branco-amarelada a amarela com ovário com formato

arredondado ou alongado (cilíndrico).

Fruto é uma baga, nasce do caule ou de pendúculo longo (macho) é arredondado, cilíndrico ou

periforme e amarelo ou alaranjado quando maduro. A polpa é de consistência suave e sucosa, cor salmão,

vermelha e até amarela com até 1.000 sementes negras que se inserem na cavidade interna do fruto.

Nas principais regiões produtoras de mamão no Brasil predominam o cultivo de populações da raça

ginóica-andromonóica, notadamente de variedades do grupo ‘Solo’ havaiano e de híbridos do grupo

‘Formosa’ devido à sua grande aceitação tanto no mercado nacional quanto internacional.

A composição por 100g. de polpa é: calorias 32, água 90g., carboidratos totais 8,3g., fibra 0,6g., proteínas

0,5g. gorduras 0,1g., calcio 20 mg., ferro 0,4 mg., fósforo 13 mg., caroteno 110 mg., Vit. B1 0,03 mg., Vit.

B2 0,04 g., Vit. C 46 mg.

Tipos florais O mamoeiro apresenta basicamente três tipos de flores que se distribuem, separadamente, em plantas

do sexo masculino, feminino e hermafrodita.

Plantas masculinas - com flores distribuídas por inflorescências de pendúculos longos e pendentes

(pendulas); órgão reprodutor masculino existente, ativo e órgão reprodutor feminino rudimentar, mas que 5 Cultura do Mamão. Disponível: http://www.seagri.ba.gov.br/mamao.htm#Aspectos%20Gerais acesso 10/04/2008.

Page 30: CARACTERÃ-STICAS DE ALGUMAS ESPÃ-CIES DE FRUTÃ-FERAS

pode tornar-se funcional produzindo mamões deformados - mamão-macho, mamão-de-calo ou mamão-de-

corda - sem valor comercial.

Figura – A - Flor masculina fechada; B - Flor masculina aberta, com tubo da corola terminando em 5 pétalas livres; C - Corte

longitudinal de uma flor masculina, mostrando-se: a - órgão masculino com 5 pares de estames dispostos em duas séries e b - órgão

feminino com ovário muito rudimentar.

Plantas femininas: Apresentam flores femininas, amarelas, isoladas ou em grupo de 2 a 3 que se inserem

diretamente no caule. Os frutos decorrentes são arredondados a ligeiramente ovais. Um pomar com plantas

femininas necessita de mamoeiros masculinos - em 10-12% dos indivíduos - uniformemente distribuídos no

pomar para assegurar a produção.

Figura – A - Flor feminina fechada; B - Flor feminina aberta com as pétalas totalmente livres até a base; C - Corte longitudinal de

uma flor feminina mostrando-se: a - ovário grande e arredondado e b - estigma em forma de leque.

Plantas hermafroditas: Apresentam flores com órgãos masculinos e femininos na mesma flor e não

dependem de outras para a fecundação. Tem forma alongada (elongata) ou arredondada (pentandrica) e seus

frutos podem ser cilíndricos (preferidos comercialmente) ou arredondados.

Page 31: CARACTERÃ-STICAS DE ALGUMAS ESPÃ-CIES DE FRUTÃ-FERAS

Figura – A - Flor hermafrodita fechada; B - Flor hermafrodita aberta com as pétalas soldadas até quase a metade do seu

comprimento; C - Corte longitudinal de uma flor hermafrodita mostrando-se: a - órgão masculino constituído de estames e b - órgão

feminino constituído de ovário alongado.

Vários fatores induzem variabilidade nas flores ao longo do ciclo da planta. Os frutos em decorrência

podem apresentar-se em formas diversas. Assim flores hermafroditas podem tornar-se femininas, e

masculinas tornarem-se hermafroditas (produzindo o mamão-macho); as flores femininas são mais estáveis.

O sexo da planta é identificado após a emissão das flores.

A variedade comercial é caracterizada por haste vigorosa com pequena distancia entre nós, entra em

floração 3 a 6 meses após semeio, precoce, porte baixo e maturação do fruto em 5-6 meses pós floração,

ausência de ramificação lateral. Algumas variedades de interesse comercial são:

Sunrise Solo: procedente do Havaí é planta precoce, frutos periformes ou arredondados, com peso de 400-

600 g, polpa laranja-avermelhada de excelente sabor indicada para consumo in natura e pode produzir 37

t/ha/ano.

Formosa: híbrida de origem chinesa, frutos com peso de 0,8 a 2,5 kg, polpa amarela ou avermelhada, com

produção acima de 70 t/ha/ano.

Tainung nº 1: Híbrido altamente produtivo (mamão da Costa Rica X Sunrise Solo), frutos redondos ou

alongados, polpa laranja-avermelhada, de ótimo sabor, produtividade média 60 t/ha/ano.

Improved Sunrise Solo CV. 72/12: Precoce (8 meses pós plantio), produtivo, inserção das primeiras flores

a 60 cm de altura, fruto periforme a ovalado com 450 g de peso, polpa vemelho-alaranjada, produção abaixo

da Sunrise Solo.

Usos do Mamoeiro Planta - produz látex que contém papayna (enzima proteolítico) com propriedades digestivas. O látex é

extraído, principalmente, do fruto verde e contém 0,15 a 3,75% de papayna empregada em culinária

(digestão, amaciamento de carnes), em indústria (de cerveja, queijo, chicletes, couro) e em farmacêutica

(produtos para dispepsias). Da semente, folha e fruto extrai-se um alcalóide - a carpaina - empregado em

medicina como ativador do músculo cardíaco.

Fruto - a polpa suave, saborosa e aromática é consumida, ao natural, só ou em mistura com polpas de outros

frutos, sob forma de purês, cremes gelados, cubos cristalizados, sucos. Processada a polpa compõe doces,

geléias, compotas, polpa congelada, aguardente.

A polpa do fruto desenvolvido e ainda verde é utilizada como legume em culinária doméstica.

A semente é usada na propagação comercial do mamoeiro (formação de mudas).

Necessidades da planta Clima - temperatura entre 22 e 26ºC (21 a 33ºC), chuvas entre 1.500 a 1.800 mm (1.200 a 2.000 mm) anuais,

umidade relativa do ar entre 60% e 80%, luminosidade acima de 2.000 horas/luz/ano, ventos moderados,

brandos e altitude ideal de 200 m. (nunca acima de 800 m).

Solos - De preferência areno-argilosos, planos a levemente ondulados, porosos, profundos (2 m a mais), sem

impedimentos na sub-superfície, ricos em matéria orgânica, e com pH 5,5 a 6,7. Evitar solos em baixadas ou

sujeitos a encharcamento e os pedregosos.

Propagação

Page 32: CARACTERÃ-STICAS DE ALGUMAS ESPÃ-CIES DE FRUTÃ-FERAS

Propagação/Sementes - O mamoeiro pode ser propagado por sementes, estaquia e enxertia (a propagação

vegetativa do mamoeiro, embora possível, não é economicamente viável até o momento. Pode ser utilizada

através de enxertia de brotos laterais do caule, por estaquia, no verão ou, ainda, através da produção sintética,

em laboratório, a partir do cultivo de plantas. O uso deste último processo visa a manutenção do domínio da

patente de cultivares hibridas). Comercialmente é viável a multiplicação por sementes. As plantas

fornecedoras de sementes devem ser hermafroditas, em plantações distantes das outras variedades, plantas

com bom estado sanitário, baixa altura de inserção das primeiras flores, precocidade, alta produtividade,

entre outras características.

Frutos fornecedores das sementes devem ser colhidos maduros, cortados superficialmente e sementes

retiradas com colher. Elas são lavadas em peneira sob jato de água (eliminar mucilagem) e dispostas em

camadas finas sobre jornal para secar à sombra por 2 a 3 dias. Em seguida são tratadas com fungicidas

PCNB 75 PM13 g/kg de semente ou Thiram 70 S -2,5 g/kg ou Captan 3,0 g/kg. Por fim a semente é

ensacada e armazenada na parte inferior da geladeira (6ºC), se necessário.

Formação de mudas Característica do viveiro - a céu aberto, com cobertura a 2 m de altura, ou a 80 cm de altura (bambu, folhas

de palmeira, etc...). As ripas ou a maior dimensão do viveiro devem estar orientadas no sentido Norte-Sul. A

cobertura deve permitir que as mudas recebam, inicialmente, 50% de sol e gradualmente permite-se mais e

mais entrada de luz solar até o transplantio.

Os canteiros devem ter 1 m a 1,2 m de largura e comprimento variável; entre os canteiros deve

exister rua com 50-60 cm de largura.

O viveiro deve estar em local de fácil acesso, em terreno de boa drenagem, longe de plantio de

mamoeiros, próximo a fonte de água e em terreno plano a levemente ondulado.

Preparo das mudas

Como recipientes a receber as sementes são utilizados sacos de polietileno preto com furos, tubetes,

bandejas de isopor, outras. Muito usado, o saco de polietileno deve ter dimensões 7 cm x 18,5 cm x 0,06 cm

ou 15 cm x 25 cm x 0,06 (largura x altura x espessura). O substrato - mistura para enchimento do saco - deve

conter terra de mata (terriço): areia lavada; esterco de curral bem curtido na proporção 3:1:1.

- Com sementes de flores hermafroditas lança-se 3 sementes por recipiente (6 a 8 sementes de origem

desconhecida) e 2 sementes da variedade Formosa; lançadas ao recipiente as sementes devem estar distantes

entre si por 1 cm e serem cobertas com 1 - 1,5 cm de terra peneirada; irriga-se sem encharcar e cobre-se

levemente a superfície com palha (arroz, outra). A germinação deve dar-se após 10 a 20 dias.

- Em viveiros cobertos as irrigações devem ser diárias; para os descobertos 2 vezes por dia (micro-aspersão);

após o desbaste aumentar o volume de água e espacejar os turnos de rega. Quando as plantinhas alcançarem

5cm. de altura desbasta-se deixando a mais vigorosa.

Preparo do solo Uma aração a 60 dias antes do plantio e uma a duas gradagens 20 a 30 dias após consistem no

preparo do solo. Antes da aração deve-se efetuar o controle de formigas e grilos e antes e depois da aração a

calagem.

Espaçamentos/Coveamento/Adubação

Page 33: CARACTERÃ-STICAS DE ALGUMAS ESPÃ-CIES DE FRUTÃ-FERAS

O mamoeiro pode ser plantado em fileiras simples e fileiras duplas. No sistema simples os

espaçamentos podem ser 3,6m x 1,8m ou 4m x 2,5m;

Em terreno declivoso as linhas de plantio devem seguir as curvas de nível; em terreno plano a linha

de plantio são marcadas no sentido da maior dimensão (comprimento).

- As covas devem ter 30cm x 30cm x 30cm a 40cm x 40cm x 40cm e os sulcos 30 a 40cm de profundidade

(grandes plantações).

- Recomenda-se que a adubação básica na cova pode ser constituída pela mistura de 6,5 kg de esterco de

curral bem curtido ou 1,2 kg de torta de mamona + 50g de cloreto de potássio + 400g. de superfosfato

simples + 70g. de FTE Br-8; essa mistura é adicionada à terra retirada dos primeiro 10-15cm. (na abertura da

cova) e lançada no fundo da cova. Usando tortas aplicar adubo 30-40 dias antes do plantio. Sem

recomendação, de análise do solo aplicar 300g. de calcario dolomitico no fundo da cova.

Plantio O plantio deve ser efetuado no início do período chuvoso, em dia fresco e nublado, com solo úmido.

No plantio retira-se o envoltório plástico e o torrão é plantado ao nível do solo. Plantios da variedade

Formosa, recebem 1 muda/cova; para as outras variedades 3 mudas por cova. Cobrir o solo, em volta da

muda, com palha ou capim seco (sem sementes).

Tipos de plantio:

a) Na cova - consiste no plantio das mudas provenientes do viveiro, em covas, com as seguintes dimensões:

a.1) em solos mais profundos e férteis, abrir covas com 30 x 30 x 30 cm (comprimento x largura x

profundidade) para plantio de duas mudas por cova e 50 x 30 x 30 cm para plantio de três mudas por cova;

a.2) em solos menos profundos, mais secos, compactados e de baixa fertilidade, abrir covas com 50 x 50 x 50

cm.

b) No sulco - tem a vantagem de ser mais eficiente e de menor custo. Utilizar, de preferência, um sulcador

com boa capacidade de penetração no solo. O preparo do sulco compreende de duas ou três passagens com o

sulcador, até atingir a profundidade média de 40 a 60 cm. A seguir, adicionam-se os adubos químico e

orgânico, de acordo com o espaçamento que vai ser usado dentro da linha do plantio. Para evitar que as

mudas sejam plantadas abaixo do nível do solo, deve-se fazer banquetas de 60 cm de comprimento, dentro

sulco, ao longo da linha de plantio.

c) Em camalhão - prática recomendada para solos excessivamente argilosos, pouco profundos e com

adensamento no subsolo. O preparo de solo consiste de uma a duas passagens com o sulcador, à

profundidade de 20 a 30 cm, no sentido das linhas de plantio. Sobre os sulcos formados, mediante o uso de

arado de três discos, terraceadores ou entaipadeiras, constroem-se camalhões com, aproximadamente, 20 a

40 cm de altura. Nestes, pode-se fazer plantio tanto em fileiras duplas quanto simples.

Época de plantio - deve ser efetuado no início do inverno (abril, maio e junho), para que a inserção das

primeiras flores ocorra a uma altura entre 0,70 a 0,90 m do nível do solo e para que o início da produção

coincida com o próximo período de inverno. Nesta época, os preços do mamão alcançam as maiores

cotações no mercado interno, devido à baixa oferta de frutos com tamanho e qualidade de polpa mais

desejável para comercialização.

Tratos Culturais

Page 34: CARACTERÃ-STICAS DE ALGUMAS ESPÃ-CIES DE FRUTÃ-FERAS

Controle de ervas daninhas

Manual - pode ser utilizado durante todo o ciclo da cultura e sua principal desvantagem é o baixo

rendimento, visto que um homem capina 300 plantas por dia, em média.

Manual e mecanizado - consiste de capinas manuais com enxada, entre as plantas, associada ao uso da

roçadeira entre as fileiras de plantas. Neste caso a capina deve ser efetuada deixando-se, no mínimo, uma

faixa de 1,00 m distante das plantas “no limpo” e a roçagem, periodicamente, mantendo-se uma faixa de

vegetação com altura máxima de 20 cm entre as fileiras de plantio (“carreadores”).

Irrigação Deve ser uma prática usual, em locais com deficiência hídrica acentuada, devido à elevada exigência

do mamoeiro em água. Até 60 dias após o plantio pode-se utilizar um método prático e de resultados

satisfatórios que é a irrigação por “gravidade motorizada”. Neste caso utiliza-se de tanque com capacidade

para 2.000 litros, de onde saem duas mangueiras de duas polegadas que são levadas até às covas por dois

homens (um para cada fileira). Este tanque deve ser movimentado, lentamente, por um trator de modo a

possibilitar a irrigação contínua das plantas ao longo das linhas de plantios.

Após 60 dias do plantio, ou mesmo no início deste, deve-se utilizar conjuntos ou sistemas de

irrigação mecanizados do tipo aspersão convencional, autopropelido ou pivot central ou, ainda, sistemas

localizados como gotejamento e microaspersão. Recomenda-se nesses caso consultar um engenheiro agrícola

ou empresas especializadas para elaboração e acompanhamento do projeto de irrigação.

Desbaste de Plantas - no início da floração 3-5 meses pós plantio, efetuar desbaste deixando 1 planta por

cova, sempre com flores hermafroditas. Para mamoeiros do grupo Formosa desbasta-se plantas masculinas.

Desbrota - brotação lateral que nasce na axila das folhas deve ser eliminadas quando ainda pequena. Iniciar

essa prática 30 dias pós-plantio.

Sexagem - Iniciar três a quatro meses após o plantio, quando é possível distinguir com facilidade, o sexo do

mamoeiro, observando-se suas flores. Deve-se eliminar as plantas femininas, deixando apenas uma planta

hermafrodita por cova. Caso ocorra mais de uma planta hermafrodita ou feminina, eliminar a menos

vigorosa.

Desbaste de Frutos - no início da frutificação desbasta-se frutos defeituosos e de pequeno tamanho; é uma

operação períodica (uma vez por mês) em frutos pequenos e verdes; Deixar 1 a 2 frutos por axila da folha.

Rejuvenescimento - o mamoeiro produz bem durante quatro a cinco anos. Poderá ser rejuvenescido,

cortando-se o tronco a uns 30 cm do solo. O corte será perfeitamente plano para evitar a acumulação de água

das chuvas e realizado um pouco antes do início da estação chuvosa. Conserva-se o broto mais rigoroso e

podam-se os outros.

Erradicar plantas atacadas de viroses e outras doenças, de modo sistemático.

Consórcios O milho, feijão, arroz, batata-doce, amendoim, adubos verdes consorciam-se com mamoeiro (este

cultura principal). Evitar abóbora, melão, melancia, pepino. O mamoeiro é usado como cultura intercalar em

culturas de macadamia, café, abacate, manga, citros, coco, goiaba, entre outras.

Pragas

Page 35: CARACTERÃ-STICAS DE ALGUMAS ESPÃ-CIES DE FRUTÃ-FERAS

A cultura do mamoeiro é atacada por um significativo número de insetos e ácaros, sendo a maioria

de importância secundária. Dentre as espécies de ocorrência mais freqüente e de maior importância para o

mamoeiro, destacam-se os ácaros (rajado e branco) e a cigarrinha verde do mamoeiro. Entretanto, algumas

outras espécies, mesmo consideradas de importância secundária, em certas condições, podem causar danos

consideráveis à cultura.

Ainda associados ao mamoeiro encontram-se algumas espécies de pulgões e de mosca branca que

são consideradas um fator de risco à cultura por atuarem como vetores de vírus de doenças importantes do

mamoeiro. As moscas-das-frutas, embora não se constituam como praga do mamão em condições normais

de cultivo, apresentam grande importância quando a produção se destina à exportação, por serem

consideradas por vários países, como pragas de importância quarentenária.

Ácaro branco - Polyphagotarsonemuis latus Banks., Tarsonemidae. Conhecido como ácaro tropical ou

ácaro da queda do chapéu. Ataca a superfície inferior de folhas novas e brotações laterais. A folha torna-se

amarelada, pálida, coriacea e por fim a lamina rasga-se. Há perda do ponteiro (queda do chapéu), paralização

do crescimento e até morte da planta. Controle - desbastar brotações laterais, aplicar acaricidas visando

ponteiros e brotações laterais.

Ácaro rajado - Tetranychus urticae, ácaro vermelho - Tetranychus desertorum e Acari, Tetranychidae

vivem nas folhas mais velhas, face inferior, nas nervuras mais próximas ao pecíolo onde tecem teias, efetuam

posturas. Provocam amarelecimento, necrose e perfuração na folha. Há desfolha da planta afetando o

desenvolvimento e estragos nos frutos por ação direta dos raios solares. Controle - aplicar acaricidas

indicados para ácaro branco visando face inferior das folhas e a eliminação de focos iniciais da praga.

Cochonilha - Coccus hesperidum Linnaeus, 1758 - Hemiptera: Coccidae e Aonidiella comperei McKenzie,

1937 - Hemíptera: Diaspididae. Ao se alimentarem das diferentes partes da planta, as cochonilhas causam o

amarelecimento das folhas, desfolhamento, redução do vigor da planta, depreciação do fruto atacado e

diminuição da produtividade. Em ataque severo a secreção, oriunda de sua alimentação, serve de substrato

para o desenvolvimento de fungos saprófitas, denominados comumente de “fumagina”. Na região produtora

de Ceará Mirin, RN, esta praga, ocasionou em alguns pomares, no período de junho/1998 a março/1999,

redução da atividade fotossintética da planta além da depreciação total da casca do fruto, causando prejuízos

da ordem de 70 a 100 % na comercialização dos mesmos. As cochonilhas são insetos fitófagos, de ampla

distribuição geográfica, que possuem grande número de hospedeiros. Das oito espécies já registradas no

mamoeiro no País, as cochonilhas de carapaça Coccus hesperidum e Aonidiella comperei tem sido,

atualmente, as de ocorrência mais comum, onde, nos últimos anos, os seus danos tema tingido níveis

preocupantes. A espécie A. comperei possui tamanho menor que C. hesperidum, e devido o alto potencial

biótico que apresenta, se dispersa rapidamente, causando sérios prejuízos para a cultura.

Outras pragas - Cigarrinha (Empoasca sp.): ao sugarem a seiva causam amarelecimento e encurvamento

das folhas mais velhas que podem cair sob ataques severos. Controla-se cigarrinha com pulverizações de

triclofrom 50 S (240 ml./100 l. de água).

Lagarta de folhas - infestações severas são controladas com Bacillus thuringuensis 3,2 PM (250-500g./ha).

Lagarta rosca - controle idêntico ao acima.

Page 36: CARACTERÃ-STICAS DE ALGUMAS ESPÃ-CIES DE FRUTÃ-FERAS

Mosca-das-folhas - monitoramento com frascos caça-moscas e pulverização com iscas toxicas (produtos a

base de malatiom, fentiom, triclorfom).

Doenças Podridões de Phytophthora - palmivora P. parasita

Em solos argilosos e mal-drenados e em condições de umidade e temperatura elevadas há o apodrecimento

do colo e raízes, amarelecimento de folhas e queda de frutos. Controle - erradicar plantas afetadas, evitar

plantio em solos pesados e controle químico com Fosetyl-Al.

Viroses: Mosaico - caracterizada pelo amarecimento das folhas mais novas que se tornam rugosas seguindo-

se clareamento das nervuras; posteriomente a lamina da folha apresenta porções amarelas misturadas com

verdes (mosaico). Controle preventivo - treinar pessoal para reconhecimento da doença, localizar viveiros

em áreas bem distantes de mamoais, erradicar e ou evitar o plantio de solanaceas (beringela, pimenta, fumo),

brassicaceae (repolho, couve), abobora, melão, melancia, pepino, próximo de áreas com momoeiros, vistoriar

plantio 2-3 vezes por semana erradicarndo plantas doentes.

Antracnose - causada pelo fungo Colletotrichum gloesosporioides, ocorre em frutos em qualquer fase do seu

crescimento (tem preferência por frutos maduros). Pontos negros aparecem e transformam-se em lesões

deprimidas com até 5cm. de diâmetro. Lesões velhas produzem esporulação rósea intensa. Controle: enterrar

frutos atacados, colhé-los ainda verdoengos, desinfetar galpões e vasilhames de transporte e pulverizar frutos

quinzenalmente com fungicidas à base de cobre ou mancozeb (3-8l. calda/planta).

Ainda cita-se doenças: tombamento (sementeira), varíola (folhas, frutos), oidio.

Colheita

O mamão completa a maturação 4 a 6 meses após a abertura da flor; todavia os frutos devem ser

colhidos antes da maturação total. Para comercialização os frutos devem ser colhidos quando apresentam

estrias ou faixas com 50% de coloração amarela. Destinados a exportação ou armazenamento por período

longos devem ser colhidos no momento em que a coloração da casca passa do verde escuro para o verde

claro (sementes negras, início de coloração rósea da polpa).

O mamão é colhido manualmente (torção) até ruptura do pedúnculo; para indivíduos de porte alto

utiliza-se o "canguru" (equipamento ligado ao hidráulico do trator) ou a vara de colheita (de bambu com

copo de borracha - pressionado contra ápice do fruto até a ruptura do pedúnculo - semelhante a desentupidor

de pia).

Para evitar vias de penetração de fungos cortar o pedúnculo do fruto à faca sem torcer o fruto.

Operários devem usar luva e blusa com mangas compridas (prevenir contato com o látex).

Beneficiamento dos Frutos

Tratamento dos frutos pós-colheita visando prevenção contra doenças fungicas e mosca-das-frutas

(tratamento termico a 47ºC por 20 minutos e rapido resfriamento) para mosca - e de thyabendazol ou

benomyl para fungos.

- Classificação pelo tamanho em pequenos, médios e grandes, etiquetagem (nome/endereço do produtor)

embalagem em caixa de madeira ou de papelão (exportação).

- Frigoconservação entre 13ºC e 16ºC.

Page 37: CARACTERÃ-STICAS DE ALGUMAS ESPÃ-CIES DE FRUTÃ-FERAS

CULTURA GRAVIOLA6 - Anona muricata L.

Aspectos Gerais

Tem-se como origem da gravioleira as terras baixas da América Tropical e vales peruanos;

conhecida como guanábano (língua espanhola), soursop (língua inglesa) e corossolier (língua francesa) é

fruta tropical importante nos mercados da América Tropical sendo a Venezuela o maior produtor sul-

americano. A sua importância comercial no Brasil é pequena apesar da demanda crescente pela polpa do

fruto no país, no Oriente Médio e na Europa (Alemanha e Espanha).

Botânica/Descrição/Variedades A gravioleira é conhecida como Anona muricata L., Dicotiledonea, Anonaceae. Tem hábito de

crescimento ereto, pode alcançar 4 a 8 m. de altura quando adulta, abundante sistema radicular, caule único

com ramificação assimétrica. As flores são perfeitas, hermafroditas, verde-escuras a verde-claras. O fruto -

graviola - também conhecido como jaca-de-pobre, jaca-do- pará, coração-de-rainha, araticum manso, é uma

baga composta (sincarpo) com peso oscilando entre 0,4 Kg. a 10 Kg, comprimento médio em 30 cm. e

formato de coração; a casca tem espículas carnosas moles e é verde-clara na colheita. A polpa é branca

sucosa. A semente com 1 a 2 cm. de comprimento, peso 0,59 g. (170 sementes/100 g.) é preta na sua retirada

do fruto passando a marrom dias após; de ordinário encontra-se 100 sementes por fruto.

Figura: Flor e fruto da graviola

A composição de 100 g. de polpa é: 60 calorias, 1 g. de proteina, 24 mg. de cálcio, 28 mg. de fósforo, 0,5

mg. de ferro, 20 mg. Vit. A, 0,07 mg. Vit. B1, 0,05 mg. Vit. B2, 26 mg. Vit. C.

- No Nordeste brasileiro predomina o tipo de graviola nordestina ou crioula (com frutos cordiformes,

pesando entre 1,5-3,0 Kg., polpa mole, doce a sub-ácida).

6 Cultura da Graviola. http://www.seagri.ba.gov.br/graviola.htm#Aspectos%20Gerais acesso 10/04/2008. REBOUÇAS, São José Abel. Cultivo e mercado da graviola / Abel Rebouças São José. – Fortaleza: Instituto Frutal, 2003. 36 p.

Page 38: CARACTERÃ-STICAS DE ALGUMAS ESPÃ-CIES DE FRUTÃ-FERAS

A EMBRAPA/CPAC (Cerrado) introduziu no país gravioleiras colombianas (1981); dentre elas

sobressae-se a Morada (que produz 40 Kg. de polpa/planta/ano, frutos grandes - 3 a 10 Kg. - redondo a

cordiforme, polpa firme, sabor sub-ácido; a planta é tolerante ao ataque de brocas).

Usos da Gravioleira Planta: Alcalóides, como a anonina e a muricuna, são extraídos da casca do tronco, das folhas e das

sementes; são destinados à produção de inseticidas.

Fruto: A polpa é consumida ao natural, com açúcar ou compondo refrescos, sucos e sorvetes apesar de ser

de difícil digestão (1,8% de celulose).

Prestando-se bem ao processamento a polpa é utilizada na indústria para produção de sucos concentrados,

polpas congeladas, néctar, geléias, cremes, bebidas (Cuba), diuréticos e xaropes anti-escorbuticos.

Necessidades da Planta Planta originária de regiões de clima tropical a gravioleira também desenvolve-se em regiões de

clima sub-tropical e tem boa adaptabilidade ao Nordeste brasileiro.

Clima - Requer temperatura média anual entre 25ºC a 28ºC (21-30ºC sem quedas abaixo de 12ºC), chuvas

acima de 1.000 mm./ano bem distribuídos (100 mm./mês), com período seco na frutificação, umidade

relativa do ar entre 75 e 80%. A região quente do semi-árido nordestino, com irrigação artificial, induz boa

vegetação e produção à gravioleira.

Solos - A planta adapta-se a diferentes tipos de solo mas prefere aqueles profundos, bem drenados, ricos em

materia organica, ligeiramente ácidos - Ph entre 6,0-6,5 - não sujeitos a encharcamento e argilo-arenosos. Os

solos de aluvião, bem drenados, prestam-se bem à graviola.

Propagação/Formação de Mudas

Propagação por sementes: Para formação das mudas pode-se optar em produzir mudas para um pomar de

pé franco, isto é, sem realização da enxertia, neste caso haverá uma variação entre as plantas, frutos, etc. As

sementes são extraídas de frutos maduros lavados e secados à sombra por 3 a 4 dias e a seguir podem ser

semeadas ou armazenadas por um período não superior a dois meses em condições ambientais ou em

refrigerador doméstico (5-10ºC) por período de até 6 meses, devidamente acondicionadas em sacos plásticos.

Propagação por enxertia: Para produzir mudas enxertadas de gravioleira, pode-se eleger a própria graviola

ou Biribá (Rollinia mucosa) como porta-enxertos ou cavalos. Para produzir estes porta-enxertos deve-se

seguir os mesmos passos descritos para formação de mudas por sementes. Em vez da muda ser plantada no

campo definitivo, ela é transportada para canteiros formados por apenas duas fileiras de sacos plásticos com

mudas, permanecendo aí por mais 2 a 3 meses até o momento da enxertia. O tipo de enxertia mais utilizado é

a borbulhia, que é feita abrindo-se uma janela no caule do cavalo a 20 cm de altura (acima do colo da muda).

O melhor pegamento é obtido quando utiliza-se porta-enxertos ou cavalos com diâmetro de cerca de 1,5 a 2

cm na região da enxertia. O corte no cavalo é feito com um canivete afiado, cortando-se transversalmente a

casca do caule com cerca de 0,5cm de largura na parte superior e inferior da janela e mais dois cortes

paralelos com cerca de 1-2 cm de forma a unir os quatros cortes realizados. A seguir retira-se a casca

(retângulo) do caule e introduz-se na abertura, uma placa contendo uma gema (borbulha) obtida de ramo da

planta matriz desejada, que deverá também possuir um diâmetro igual ou superior a 1,5 cm. A seguir com o

auxílio de um fitilho plástico, amarra-se fortemente a placa na janela aberta no cavalo de forma a promover a

Page 39: CARACTERÃ-STICAS DE ALGUMAS ESPÃ-CIES DE FRUTÃ-FERAS

melhor justaposição entre as superfícies cortadas. Após 21 dias da enxertia, retira-se o fitilho plástico e, após

constatado o pegamento da enxertia, poda-se o cavalo a cerca de 10 cm acima da gema enxertada para

promover a brotação e o desenvolvimento desta. Após cerca de 45 a 60 dias, a muda poderá ser levada para o

plantio no campo definitivo.

Essa operação de enxertia poderá também ser realizada diretamente das mudas após o seu plantio no

campo definitivo, quando apresentarem cerca de 2cm de diâmetro a 20cm do solo. O procedimento de

enxertia é o mesmo relatado para enxertia no viveiro.

Preparo de mudas via sementes Vinte quatro horas antes do semeio a semente é colocada em água fria para quebra de dormência.

Sacos de polietileno com 35 cm de altura X 22 cm de largura e 0,2 mm de espessura, recebem 6 a 8 L de

mistura formada de 2 partes de terra areno-argilosa e uma de esterco de curral bem curtido. Para cada m3 da

mistura adicionar 200 g de calcário dolomítico, 200 g de cloreto de potássio e 250 g de superfosfato simples.

A 2 cm de profundidade coloca-se 2 a 3 sementes por saco e irriga-se; entre 20 e 35 dias (até 60 dias) dá-se a

germinação. Os sacos são dispostos em fileiras duplas distantes de 60 cm entre si e cobertos com sombrite ou

folha de palmeira (50% de luz). Plantinhas com 5 a 10 cm de altura são desbastadas deixando-se a mais

vigorosa. 4 a 5 meses pós semeio, muda com 30 a 40 cm de altura estará apta ao plantio definitivo. Para

controle de pragas e doenças pode-se utilizar maeatiom 50 CE e oxicloreto de cobre 50 PM, em

pulverizações de 10 em 10 ou de 15 em 15 dias. A partir do 3o mês permitir paulatinamente, a entrada de

mais luz no viveiro. Manter solo no saco úmido, sem exagero.

Instalação do Pomar Preparo do solo - passa por derrubada, destoca, encoivaramento e queima (se área de mata); controle de

cupins e formigas completam 3 meses antes do plantio efetuar aração (30 cm de profundidade) e uma a duas

gradagens. Em caso de correção de solo, aplicar calcário antes da aração (metade da dose) e antes da 1o

gradagem (outra metade).

Espaçamento/densidade - O espaçamento varia de 4 m x 4 m (625 plantas/há), a 8 m a 8 m(156 plantas/há).

A variação deve-se do porte da planta, topografia do terreno, fertilidade, plantio consorciado ou não,

definitivo ou temporário, condições climáticas. Em terreno plano utiliza-se 6 m x 6 m (quadrado), em área

pouco acidentada 6 m x 6 m (triângulo); em solo fértil, rico em matéria orgânica 8 m x 8m e sob clima

trópical úmido 6 m x 6 m ou 7 m x 7m.

Coveamento/ adubação básica: Covas devem ter dimensões 60 cm X 60 cm e ser abertas 60 dias antes do

plantio separando terra dos primeiros 20 cm. No fundo da cova coloca-se mistura de parte da terra separada

com 20 l de esterco de curral curtido e, 200 g de calcário; enche-se a cova com outra metade da terra

separada mais 600 g de superfosato triplo, 200 g de cloreto de potássio e 200 g de calcário dolomítico.

Plantio: Deve ser feito em terrenos com altitude abaixo de 1.200 m, próximos a estradas, em áreas planas a

levemente onduladas. No início da estação chuvosa efetua-se o plantio. Retira-se o fundo do saco, leva-se a

muda à cova onde retira-se o resto do saco ao tempo em que se chega terra ao torrão comprimindo-a; a

superfície do torrão deve ficar 2 cm acima do solo. Prepara-se uma bacia com 10 cm de altura a 30 cm do

caule com 20 cm de palha seca. Irriga-se com 20 L de água e, em caso de ventos, tutora-se a muda (estaca

enterrada ao lado que amarra a muda).

Page 40: CARACTERÃ-STICAS DE ALGUMAS ESPÃ-CIES DE FRUTÃ-FERAS

Tratos Culturais

- Manter cultura livre de ervas invasoras roçando as ruas de plantio e capinando em coroamento (projeção da

copa da planta).

- Poda de formação: cortar broto terminal a 60 cm do solo e selecionar 3-4 brotos bem distribuídos nos

últimos 20 cm de altura do caule para formação da copa (não permitir altura acima de 2,2 m).

- Poda de limpeza - Eliminar ramos indesejáveis, ramos secos, doentes ou praguejados.

- Adubação em cobertura: No início das chuvas aplica-se 15 litros de esterco de curral. A cada 3 meses

aplicar 1 Kg da fórmula 10-13-15/planta, incorporando a 10 cm de profundidade numa área com limites 1/3

para dentro a 1/3 para fora do limite da copa.

- Crê-se que a necessidade de água/dia da gravioleira está entre 3,5 e 4,0 mm:

Consorciação Cultivos consorciados são sempre interessantes, especialmente para pequenos produtores.

Considerando o largo distanciamento entre as plantas e fileiras da gravioleira e, visando reduzir os custos de

implantação e formação da cultura pode-se adotar cultivos intercalares de ciclo médio para curto como:

maracujá, mamão, abacaxi, feijão, arroz, milho, hortaliças, etc. Esse consórcio poderá ocorrer apenas durante

o primeiro e segundo ano da implantação. Deve-se evitar o consórcio com bananeiras, em função da

ocorrência de nematóides nestas e possível transferências às gravioleiras, as quais apresentam grande

sensibilidade a determinadas espécies.

Pragas As principais pragas que afetam as anonáceas são: Cerconota anonella (broca do fruto),

Bephratelloides pomorum (broca da semente), Cratossomos spp (broca do tronco), Philonis sp (broca do

ponteiro dos ramos), cochonilhas, pulgões, dentre outros.

Broca-do-Tonco - Cratosomus Sp. Coleoptera, Curculionidae; O inseto adulto é um besouro convexo de cor

quase preta; a forma jovem, lagarta (broca), é branca, com cabeça escura, sem patas. A fêmea ovipõe em

orifício que faz na casca; a lagarta, saindo do ovo, penetra na madeira abre galeria no tronco e expele

dejeções pelo orifício. O sinal do ataque é a presença de excrementos e exsudação pegajosa no tronco.

Controle - injeção via orifício, de inseticida DDVP (10 ml. /10 litros de água).

Broca-do-Fruto - Cerconata anonella (Sepp.1830) Lepidoptera, Stenomidae. - O adulto é mariposa branca-

acinzentada com 25 mm. de envergadura que põe ovos sobre flores e pequenos frutos. O jovem (lagarta), cor

de rosa ou verde-pardo, roe a casca do fruto penetrando para seu centro, destroe a polpa e aloja-se na

semente. Frutos atacados apodrecem e caem. Controle - queimar frutos atacados (planta e chão), pulverizar

frutos com inseticida triclorfom 50 SC (Dipterex a 0,2%) ou fentiom 50 CE (Lebaycia a 0,15%) a cada 10

dias. Ainda usa-se ensacamento do fruto com saco de papel parafinado.

Com outras pragas cita-se vespa-da-semente (Bephrateloides), moscas-das-frutas (Ceratitis,

Anastrepha), lagarta-das-flores (Thecla) e tripes-do-fruto (Heliothrips) que podem ser controlados com

paratiom, carbaryl, malatiom e fentiom.

Doenças

As principais doenças que atacam a gravioleira são: antracnose (Colletotrichum gloesporioides),

podridão da casca (Lasiodiplodia theobromae), podridão parda (Rhizopus stolonifer), Phomopsis sp. O

Page 41: CARACTERÃ-STICAS DE ALGUMAS ESPÃ-CIES DE FRUTÃ-FERAS

controle dessas doenças pode ser obtido com pulverizações a base de cobre (oxicloreto de cobre), benomyl,

mancozeb , tebuconazole, dentre outros. As pulverizações podem ser realizadas 2 vezes ao mês alternando os

produtos e quando se observa a ocorrência de podridão de frutos, pode-se pulverizar diretamente os frutos

com os mesmos produtos. Em regiões com elevada umidade relativa do ar, como ocorre nas zonas litorâneas,

o uso de sacos plásticos incrementam a ocorrência da antracnose em frutos verdes e maduros, provocando

uma queda significativa dos frutos afetados. Isso se deve ao fato do saco plástico aumentar a umidade

relativa e temperatura no seu interior e favorecer os patógenos. Essa mesma condição favorece fortemente a

ocorrência de Rhizopus, importante na pré e pós colheita dos frutos.

Em Viveiro:

Tombamento de Plantinha - (fungos Rhizoctonia, Fusarium) - Agentes atacam colo e raízes das plantinhas

tombando-as.

Controla-se, preventivamente, tratando a terra para enchimento dos sacos com brometo de metila.

Como tratamento pós germinação, pulverizar colo das plantinhas com benomyl 50 PM (Benlate a 0,1%).

Em Campo Antracnose - Amplamente disseminada em áreas produtoras, essa doença é também a mais destrutiva,

chegando a afetar drasticamente as anonáceas desde o estádio de mudas até a fase produtiva, causando sérias

perdas na produção. A doença é causada pelo fungo (Colletotrichum gloeosporioides Penz). Os sintomas

mais característicos da antracnose se manifestam na forma de lesões inicialmente pardas, nas folhas jovens.

Essas lesões escurecem, podendo recobrir todo o limbo, provocando a distorção e queda das folhas. Nos

ramos afetados verifica-se acentuada queda foliar e seca descendente. Nos frutos jovens a doença causa

escurecimento e mumificação, causando queda na produção. A antracnose é mais severa nos períodos

chuvosos ou quando a umidade relativa permanece durante alguns dias acima de 80%. Gotículas de chuva

levadas pelo vento podem disseminar facilmente o fungo entre as plantas. Controle - oxicloreto de cobre 50

PM (200 g. / 100 l. água) ou benomyl 50 PM (150 g. / 100 l. água) em pulverizações intercaladas de 10 em

10 dias.

Podridão Parda - Esta enfermidade é causada pelo fungo Rhizopus stolonifer Sac. Que sobrevive de um ano

para o outro em frutos secos, caídos ou remanescentes. É considerada uma doença de pré e pós-colheita. A

disseminação do patógeno pode ser feita pelo vento, respingos de chuva, pela ação do homem e de insetos. O

patógeno pode penetrar através do pedúnculo, mas os orifícios no fruto, feitos pela ação da broca-da-

semente, são as principais portas de entrada para o fungo. A infecção no fruto inicia pelo pendúnculo, depois

atingindo a parte central do fruto, promovendo a sua podridão a medida que o fruto atinge sua maturação.

Internamente a polpa pode adquirir uma coloração rosada. Externamente a casca apresenta uma podridão

parda e após o seu avanço pode apresentar micélios característicos na superfície da casca, que são

disseminados pelo vento e chuva principalmente. Controle: Pulverizações dirigidas ao fruto com

tebuconazole (Folicur) apresentam bom controle em alternância com cúpricos. Deve-se ainda eliminar do

pomar todos os frutos afetados pois é a principal fonte de disseminação. O uso de sacos plásticos perfurados

ou tipo mosquiteiro, ajuda a diminuir a ocorrência da doença. Uma vez não há forte formação de umidade

interna, como ocorre nos sacos totalmente fechados. Este patógeno necessita de umidade relativa do ar muito

elevada (>90%) para seu desenvolvimento.

Page 42: CARACTERÃ-STICAS DE ALGUMAS ESPÃ-CIES DE FRUTÃ-FERAS

Colheita / Rendimento

Os frutos de graviola chegam a maturação em 5 a 6 meses após a polinização, dependendo da época

do ano. A colheita de graviola deve ser feita manualmente e com todo o cuidado para evitar danos aos frutos.

A Gravioleiras provenientes de sementes iniciam a floração no 3º ou 4º ano pós-plantio e as enxertadas já no

1º ano de vida. A produção comercial aos 3 e 5 anos; ela permanece por 10 a 15 anos

As gravioleiras devem ser colhidas quando a coloração verde-escura da casca dos frutos passar para

verde-claro brilhante e as espículas (espinhos) se quebrarem com facilidade. A colheita pode ser realizada 2 a

3 vezes por semana. A colheita comercial de um pomar de graviola inicia-se após o terceiro ano de vida, a

depender das condições de manejo, clima e solo.

Os frutos para mercado in natura devem ser embalados em caixa de 7kg, de madeira ou papelão,

tendo o cuidado de envolvê-los individualmente com papel jornal branco até a metade e a parte superior

completamente exposta. O número de frutos por caixa é variável em função do tamanho do fruto. As caixas

podem conter entre três as sete frutos. Frutos muito grandes não são desejáveis para o mercado de fruta

fresca, sendo preferíveis aqueles com peso variando entre 1,0 a 2,0 kg. O número de frutos por caixa deverá

estar entre quatro a seis frutos. A melhor cotação é obtida com frutos sem deformação ou manchas.

CULTURA DA GOIABA7 - Psidium guajava L.

Aspectos Gerais Planta originária da América Tropical (sul da América Central e norte da América do Sul). O Brasil

é o o terceiro produtor mundial de goiaba, atrás da China e da Índia, produz cerca de 30 milhões de toneladas

de frutas, o que representa 7,5% da produção mundial. São Paulo, Minas Gerais e Pernambuco responderam,

juntos, por 74% da produção anual. Hoje há uma área acima de 3.000 ha plantados com goiabeira no Vale do

São Francisco (Ba).

Botânica/Descrição/Variedades A goiabeira pertence a família Myrtaceae, gênero Psidium com a espécie Psidium guajava L.

destacando-se comercialmente. A goiabeira (Psidium guajava L.) é originária da região tropical da América

do Sul. Atualmente, esta Mirtaceae encontra-se amplamente difundida por todas as áreas tropicais e

subtropicais do mundo (Medina, 1988), visto sua habilidade em se adaptar a diferentes condições

adafoclimáticas, o que lhe confere reputação de planta rústica (Rey,1987). Chitarra (1994) cita que a goiaba é

um dos frutos com grande importância, não só pelo elevado valor nutritivo, mas também pela excelente

aceitação in natura, pela possibilidade de uso industrial, além da capacidade que as plantas têm de se

desenvolver em condições diversas.

A planta é um arbusto ou árvore de pequeno porte que pode atingir 3 a 6 m de altura, tronco tortuoso,

folhas opostas que se desprendem do ramo quando amadurecem. A casca é típica de muitas mirtáceas, sendo

lisa quando nova e de cor marron-esverdeada quando adulta. Ao adquirir uma certa idade, porém, forma

ritidoma, que descama, mostrando a nova casca que a substituirá. As brotações são quadrangulares, mas à

medida em que engrossam e lignifica-se, tornam-se cilíndricas. As flores são brancas, hermafroditas, isoladas

7 Cultura da Goiaba. http://www.seagri.ba.gov.br/goiaba.htm#Aspectos%20Gerais acesso 10/04/2008.

Page 43: CARACTERÃ-STICAS DE ALGUMAS ESPÃ-CIES DE FRUTÃ-FERAS

ou em grupos de 2 ou 3, situando-se nas axílas das folhas e nas brotações de ramos maduros. A fecundação

provém de polinização cruzada (abelha/Apis principal polinizador). Fruto é baga com tamanho, forma e

coloração de polpa variada. Verdoengo o fruto tem poder adstringente.

Figura: Flor da Goaibeira

- A composição por 100 g de polpa é: calorias (58), proteína (1 mg), cálcio (15 mg), Fe (1 mg), Vit. A (0,06

mg), Tiamina (0,05 mg), Vit. C (200-300 mg), Fósforo (26 mg).

Variedades White Selection of Florida (IPA-PE) - frutos arredondados, com 130 g de peso e polpa coloração branca.

Pentecostes (IPA-PE) - frutos piriformes, peso médio 196 g e polpa de coloração amarelada.

Ogawa Branca - planta vigorosa, de boa produtividade, frutos com 300-700 g de peso, ovalados, polpa

espessa muito doce.

Usos da Goiabeira

Folhas - o chá preparado com elas é utilizado para combater desinteras em medicina caseira.

Fruto (goiaba) - in natura e maduro é saboreado fresco, sob forma de refrescos, de sucos, sorvetes.

Processada a polpa entra na confecção de doces (de corte, em calda, em pasta), sucos concentrados, polpa

congelada, geléias, compotas. O fruto tem grande importância alimentar e elevado teor em ácido ascórbico.

Dizem que a polpa dos frutos vermelhos é apropriada para a indústria mas também, é consumida fresca pelo

homem. A goiaba é dos bons fornecedores de Vitamina C.

Necessidades da Planta Clima - nativa de região tropical a goiabeira vegeta e produz bem desde o nível do mar até 1.700 m de

altitude.

Temperatura - abaixo de 12ºC a planta não vegeta; a temperatura ideal para vegetação e produção situa-se

entre 25 e 30º C. Em clima frio, nublado ou chuvoso os botões florais não se abrem.

Chuvas - a goiabeira requer precipitação anual bem distribuída de 1.000 mm embora medre com chuvas 800

mm e 1.500 mm/anuais. Em regiões onde a estação seca prolonga-se por 5 meses ou mais a goiabeira produz

uma só safra.

Umidade Relativa - a relativa do ar é outro fator de grande importância, podendo influir tanto no aspecto

fisiológico quanto nas condições fitossanitarias dos frutos produzidos. A faixa mais favorável está entre 50%

e 80% de umidade relativa do ar.

Page 44: CARACTERÃ-STICAS DE ALGUMAS ESPÃ-CIES DE FRUTÃ-FERAS

Solos - rústica, a goiabeira adapta-se aos mais variados tipos de solo, evitando-se os solos pesados e mal-

drenados e excessivamente argilosos ou arenosos, rasos ou muito ácidos. A planta não prospera em terras

pantanosas, encharcadas ou úmidas, que provocam o aparecimento de arbustos raquíticos e doentes. Os

areno-argilosos profundos, bem drenados, ricos em matéria-orgânica, pH 5,5-6,0 e protegidos de ventos ou

do frio são preferidos pela a goiabeira.

Propagação/Formação de Mudas

A goiabeira pode ser propagada por sementes (para pomares domésticos) e por enxertia - borbulhia

de placa em janela aberta - para formação de pomares comerciais e por estaquia.

As sementes devem ser obtidas de frutos fisiologicamente maduros e autofecundados. As plantas

fornecedoras dos frutos devem ser sadias, produtivas e com raízes vigorosas. Descartar frutos fora de padrão

e com problemas físicos ou fitossanitários. Frutos selecionados são seccionados ao meio para separar a polpa

das sementes; em seguida as sementes são lavadas em água corrente e colocadas a secar sombra sobre jornal

por 48 horas. Secas podem ser tratadas com fungicida para plantio em seguida ou serem acondicionadas em

saco plástico para armazenamento em até 12 meses (refrigeradas). Um grama pode conter sessenta sementes

(média).

A semeadura pode ser feita em canteiro de terra - sulcos rasos espaçados de 15 cm. - ou sacos de

polietileno preto com furos, com dimensões 18 cm. x 30 cm; o substrato para enchimento dos sacos deve ser

mistura de terra, esterco bem curtido e areia lavada na proporção de 5:3:1. Em cada saco colocar 3 a 4

sementes; quando as plantas apresentarem 3 a 4 pares de folhas devem ser desbastadas deixando aquela mais

vigorosa. Quando a muda tiver 2 5cm de altura pode ser levada ao campo (pé franco) ou para enxertia em

viveiro.

A enxertia é feita em tempo quente e chuvoso em porta-enxertos com 1 ano de idade, com 1cm de

diâmetro, feito a 15cm de altura. Alcançando 35cm de altura a muda enxertada é lavada para plantio em

campo. Sugere-se aquisição de mudas enxertadas a viveiristas credenciados por órgãos oficiais.

As estacas de madeira verde são plantadas 2cm. de profundidade, enraízam em 60 a 70 dias. São

transferidas para saco plástico com 3,5l de volume (sob repado) até o plantio em campo - 6 meses pós

estaqueamento.

Formação do Pomar

Preparo do Solo - compreende roçagem, destoca. Em caso de necessidade de calcário aplicar metade antes e

metade após a aração.

Marcação do terreno, coveamento, adubação básica - os traçados de plantio em retângulo e em

quinconcio são os mais usados; em áreas irrigadas e em retângulo, os espaçamentos de plantio são 8m. x 5m.

ou 6m. x 5m. ou com maior densidade. De um modo geral utiliza-se espaçamento de 7m. x 7m. e as covas

devem ter 60cm. x 60cm. x 60cm., abertas com ferramentas manuais ou trados tratorizados.

A adubação básica é feita pela aplicação de mistura contendo 15 litros de esterco de curral bem

curtido, 500 gramas de superfosfato simples e 100 gramas de cloreto de potássio 30 dias antes do plantio

misturar, esses ingredientes à terra de superfície separada na abertura da cova. Colocar 300g. de calcário

dolomitico no fundo da cova.

Page 45: CARACTERÃ-STICAS DE ALGUMAS ESPÃ-CIES DE FRUTÃ-FERAS

Plantio: O plantio deve ser feito no início da estação chuvosa, em dias nublados e frescos; retirar envoltório

de plástico e colocar torrão na cova de tal forma que o colo fique ligeiramente acima do solo. Efetuar rega

abundante se não tiver ocorrido chuvas e amarrar a planta, com fita plástica larga, a um tutor. Fazer bacia em

torno da muda e cobrir com palha ou maravalha.

Tratos Culturais

Controle de ervas: Prática cultural indispensável que pode ser praticada por meio de capina manual

(mediante coroamento com enxada notadamente na fase de formação do pomar) ou por capina mecânica

(feita cuidadosamente a evitar que as raízes sofram lesões).

Podas

De formação - o objetivo da poda de formação é orientar a goiabeira no sentido da arquitetura desejável da

copa. Para apresentar copa funcional que permita tratos e facilidade na colheita a goiabeira necessita de poda

de formação desde cedo. A planta deve ser conduzida com uma só haste até altura de 60cm quando retira-se

a gema terminal. Até 25 cm abaixo do ápice da planta deixa-se 4 ramos opostos 2 a 2 e orientados para os

pontos cardeais e entrando desencontradamente no caule para formação da copa; após amadurecimento da

planta esses ramos primários são podados para ficarem com 45cm de comprimento, daí em diante a copa

deve-se formar à vontade.

Corretivas - deve-se eliminar brotações que se dirigirem para o solo bem como ramos entrelaçados para ter-

se copa aberta e arejada.

De limpeza - após a produção anual deve-se eliminar ramos secos, doentes e entrelaçados raquíticos,

atacados por pragas e os que estejam comprometendo a boa arquitetura da planta. Os ramos inferiores da

goiabeira devem estar a uma altura mínima de 45cm. do solo.

De frutificação-raleio dos frutos - em caso de frutificação excessiva procede-se o raleio (eliminação) de

frutos deixando-se os frutos mais centralizados. A poda de frutificação (ramos maduros com gema aptas à

brotação) só deve ser feita em culturas irrigadas. Flores localizadas entre o meio e a base do ramo tem

maiores probabilidades de frutificar.

Irrigação - com irrigação a goiabeira apresenta boa produção de frutos e até 2 safras/ano; irrigação + poda

adequada podem orientar a safra para épocas economicamente desejáveis.

Consorciações: A consorciação deve ser feita no período das chuvas na fase de formação do goiabal com

culturas como caupi, milho, tomate rasteiro, melancia. Restrições são feitas para consorciações em goiabal

maduro.

Pragas Broca-da-goiabeira - Timocrata albella Zeler 1939 - Lepidoptera. A lagarta violeta-amarela depreda tronco

e ramos como resultado formam-se aglomerados de excrementos ligados por fios de seda à pedaços de casca.

O adulto é uma mariposa. Controle - ao primeiro sinal de ataque ou pulverizações preventivas são feitas

com inseticidas fosforados (paratiom, malatiom). Em infestação mais intensa a superfície do tronco ou ramo

deve ser raspada (escova, luva) para expor o inseto - que é destruido - e em seguida pincela-se a área afetada

com calda de carbaryl e oxicloreto de cobre.

Gorgulho-das-goiabas - Conotrachelus psidii, Marshall - Coleoptera. Ataca frutos, tornando-os

imprestaveis para consumo; adulto é besouro pardo escuro e forma jovem é lagarta creme, cabeça parda, sem

Page 46: CARACTERÃ-STICAS DE ALGUMAS ESPÃ-CIES DE FRUTÃ-FERAS

patas. A fêmea do besouro faz postura em frutos verdes e no local de postura assemelha-se a um ponto preto

que torna-se cicatriz deprimida. A lagarta alimenta-se das sementes e induz a uma podridão seca no fruto.

Combate: pulverizações preventivas dos frutos - a partir do tamanho de azeitona - com inseticidas organo-

fosforados; ensacamento do fruto nesse estadio, com papel resistente à umidade, também é forma de

controle.

Mosca-das-frutas - Anastrepha sp., Ceratítis capitata - Diptera. As moscas que ovipõem dentro do fruto,

daí saem lagartas afiladas, cremes, sem patas, que se alimentam da polpa. "Maduras" abandonam o fruto e

deixam entrada para podridões. Controle - determinação da intensidade de ataque (frascos caça-moscas) e

pulverização do pomar (produtos fentiom 50 CE, triclorfom 50 S, malatiom, 50 E); enterrio, a 70cm. de

profundidade de frutos caídos ao chão.

Outros: Besouros de folhas, psilideo das folhas, percevejos também atacam a goiabeira.

Doenças Ferrugem - fungo Puccinia psidii, Vent. Agente causal ataca tecidos novos de vários órgãos (folhas, gemas,

flores, frutos). Os sintomas são lesões necróticas, arredondadas, com formação de pústulas pulverulentas

amarelo-alaranjadas. Controle - poda de limpeza (maior aeração da copa), controle de ervas daninhas,

aplicação preventiva e curativa em pulverização de produtos químicos à base de triadimefom, mancozeb,

oxicloreto de cobre, chlorotholonil.

Seca-bacteriana - (bacteriose). Agente causal bactéria Erwinia psidii, apresenta-se nas extremidades do

ramo provocando murchamento repentino dos brotos terminais (ficam avermelhados). Ocorre também em

flores e frutos até metade do desenvolvimento.Controle - evitar podas ou colheita quando planta estiver

umedecida por orvalho, chuva ou irrigação, podas de limpeza (aeração da copa) eliminar - queimar - ramos

atacados, desinfetar ferramentas (água sanitária - 1:3 em água) pulverização com produtos cuprícos (da

brotação do fruto até 3cm. de diâmetro).

Outras: Verrugose, antracnose também afetam a goiabeira.

Colheita

Efetuar colheita nas horas mais amenas do dia, evitar pancadas ou danos mecânicos no fruto. Colher

fruto plenamente desenvolvido e no estágio de "de vez", no máximo. Deve colher 2-3 vezes por semana.

Goiabas redondas são classificadas em: extra (15-21 frutos/caixa), especial (24-32 frutos por caixa) e

primeira (35-45 frutos por caixa).

Produção/Rendimento Em áreas irrigadas a produção alcança níveis superiores a 120 Kg/planta/ano e 10-15 toneladas de

fruto/hectare.

CULTURA DA LARANJA8 - Citrus sinesis L.

Aspectos Gerais A planta tem origem provável na Ásia - Índia, China, países vizinhos de clima subtropical úmido -

daí foi para a Europa e para o Brasil trazida por portugueses no século XVI.

8 Cultura da Larnja. Disponivel em: http://www.seagri.ba.gov.br/laranja.htm#Aspectos%20Gerais acesso 10/04/2008.

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O cultivo da laranjeira está disseminado por mais de 60 países e, na produção mundial de cítricos, a

laranja participa com 69%. Em 1994 foram produzidas 58.731.000 toneladas participando o Brasil com

31,6%, E.U.A com 16,2%, China com 10,5%, Espanha com 4,42% e México com 4,4% (FAO). Em 1993/94,

no mercado internacional, a laranja in natura ofertou 4,4 milhões de toneladas; a Espanha (33%) e E.U.A

(14%) lideram esse mercado. No de processados de citros o Brasil destaca-se como maior exportador

mundial de suco concentrado suprindo 80% da demanda mundial.

No Brasil a citricultura é significativa para os estados de São Paulo (80% da oferta nacional), Sergipe

(4,8%), Bahia (3,8%) e Minas Gerais (3,8%); em 1994, o país produziu 17.420.377 toneladas de frutos em

área próxima a 900.000 hectares (IBGE).

Botânica/Descrição/Variedades Cientificamente a laranja-doce é conhecida como Citrus sinesis e a laranja-azeda como Citrus

aurantium, ambas Dicotyledonae, Rutaceae. Na laranja-doce destacam-se as variedades Pêra (maturação

semi-tardia), Natal (tardia), Valencia (tardia), Bahia (semi-precoce), Baianinha (semi-pecoce); Lima,

Piralima, Hamlim (semi-precoce), a espécie laranja-azeda é representada pelas laranjas-da-terra.

A laranja doce tem porte médio, folhas tamanho médio com ápice pontiagudo base arredondada,

pecíolo pouco alado, flores com tamanho médio, solitárias ou em racimos, com 20-25 estames, ovário com

10-13 lóculos. Sementes ovóides, levemente enrugadas e poliembrionicas.

A laranja azeda tem porte médio a grande, folha com lâmina estreita, pontiaguda, base arredondada,

flores grandes, completas; fruto ácido e amargo, de difícil consumo. Dos brotos, folhas e casca do fruto

retira-se uma série de óleos essenciais, aromáticos, de alto valor em perfumaria e farmacopéia.

Composição por 100 g. da fruta fresca é: calorias (63), glicídios (9,9 g), proteína (0,6 g), lipídios (0,1),

calcio (45 mg), fósforo (28 mg), ferro (0,2 mg), magnésio (26 mg), Vitamina A (14 mcg), Vitamina B (40

mcg), Vitamina B2 (21 mcg), Vitamina C (40,9 mcg), potássio.

Utilização da laranjeira Folhas - Contém óleo essencial utilizado em indústria.

Flores - Procuradas para ornamentação diversa; é melífica.

Fruto - O sumo da laranja-doce é utilizado, em nível caseiro, para preparo de sucos, refrescos e sorvetes; na

indústria o sumo compõe sucos concentrados e refrigerantes. A casca da laranja-da-terra é utilizada para o

preparo de geléias, doces (em calda, cristalizados), bebidas.

Necessidades da Planta Clima - a faixa de temperatura para vegetação está entre 22ºC e 33ºC (nunca acima de 36ºC e nunca abaixo

de 12ºC) com média anual em torno de 25ºC; sob altas temperaturas a laranjeira emite, ao longo do ano,

vários surtos vegetativos seguidos de fluxos florais que possibilitam maturação de frutos em várias épocas. O

ideal anual de chuvas está em 1.200 mm bem distribuidos ao longo do ano; deficit hídrico deve ser corrigido

com irrigação artificial. A umidade do ar deve estar em 80%.Clima influe na qualidade e composição do

fruto (teor de suco, de sólidos, maturação, volume de frutos, outros).

Solos - embora possa desenvolver-se em vários tipos de solos- de arenosos a argilosos desde que sejam

profundos e permeáveis - a laranjeira prefere os solos areno-argilosos e até argilosos porosos, profundos e

bem drenados. Evitar solos rasos e sujeitos a encharcamentos; pH na faixa 6,0 a 6,5.

Page 48: CARACTERÃ-STICAS DE ALGUMAS ESPÃ-CIES DE FRUTÃ-FERAS

Formação do Pomar

A muda de laranjeira - deve ser obtida a viveiristas credenciados por órgãos oficiais. Deve ser enxerto (por

borbulhia) maduro vigoroso, enxertia a 20 cm de altura do solo, com 3 a 4 brotações (ramos) a 60cm. de

altura (espaçados para formação da copa) distribuídos em espiral em torno do caule e sistema radicular

abundante. As mudas raíz nua devem ter raízes barreadas (com barro) para transporte. Para compor o pomar:

sugere-se plantio de variedades Lima e Hamlin (10%), Baianinha (15%), Valencia e/ou Natal (15%) e Pera

(para sucos), com 60%.

Localização do pomar - próximo a estradas e mercado consumidor, de fácil acesso. O terreno deve ser

plano a ligeiramente ondulado; em áreas com declividade até 5% alinhar plantas em nível e em terrenos com

declividade superior usar outras práticas conservacionistas além das curvas de nível. O plantio, em terreno

plano, deve ser feito em retângulo.

Preparo do solo - se possível retirar amostras de solo e enviar a laboratório de análises, com boa

antecedência ao plantio (150 dias) para recomendações para corretivos e adubos. As operações de preparo de

solo passam por desmatamento, destoca, queima, controle de formigas e cupins, aplicação de corretivo,

aração e gradagens. A destoca pode ser feita em período de 2 a 5 anos (segundo extensão da área de plantio)

e o produtor poderá cultivar lavouras de ciclo curto entre os tocos. A aplicação do corretivo (calcário

dolomítico) deve ser feita antes da aração (metade da dose) e antes da primeira gradagem (segunda metade) a

60 a 90 dias antes do plantio. Os espaçamentos recomendados para o plantio são: 6 m x 4 m (Baianinha,

Valencia) que proporciona 416 plantas/hectare e 6 m x 3 m (Pera, Natal e Rubi) o que proporciona 555

plantas por hectare.

Covas/adubação básica: as covas devem ter dimensões de 60 cm x 60 cm x 60 cm e na sua abertura separar

a terra dos primeiros 15-20 cm de altura. A abertura deve ser feita 30 dias antes do plantio. Em plantios

extensos sulcos podem ser feitos com sulcador de cana segundo as linhas de nível (terrenos acidentados).

Caso não haja recomendação de análise de solo colocar 1 kg de calcário dolomítico no fundo da cova e

cobrir com um pouco de terra logo após a abertura da cova em seguida misturar 200 g de superfosfato

simples, 15-20 litros de esterco de curral curtido à terra separada e lançar na cova.

Plantio: No período chuvoso típico da região ou em qualquer época, com auxílio da irrigação, efetuar o

plantio; escolher dias nublados, sem ventos e com temperatura amena. No plantio colocar colo da muda 5 cm

acima da superfície do solo; as raízes das mudas nuas devem ficar estendidas (sem dobras) e os espaços entre

as raízes cheios com terra. Comprime-se a terra a medida que se enche a cova, faz-se "bacia" com terra e

cobre-se a bacia com palha ou maravalha ou capim seco (sem sementes); se houver ventos fortes tutora-se a

muda.

Tratos Culturais

- Caso não haja chuvas no pós-plantio irrigar a cova com 20 l. de água por semana.

- Eliminar brotações (ainda novas) que se apresentem abaixo do ponto de enxertia notadamente nos

primeiros 2 anos de vida.

- Podar ramos secos, doentes, ramos ladrões vegetativos; efetuar limpeza do tronco e ramos grossos (com

escova) caiando em seguida com calda bordalesa a 3%.

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- Capinar, nas ruas de plantio e na época seca, com grade de disco e com ceifadeira no período chuvoso. Em

coroamento sob copa da planta, capinar com enxada (época seca) ou com foice ou estrovenga no período

chuvoso.

- Se o custo permitir plantar leguminosas (mangalô, feijão-de-corda, feijão-de-porco) nas ruas.

Consorciação

O uso de culturas intercalares é indicado; sugere-se culturas de amendoim, batata-doce, inhame,

feijão, abóbora, abacaxi, mamão e maracujá. Deve-se preferir culturas de baixo porte e de curta duração; a

linha mais externa do seu plantio deve ficar a 1,5 a 2,0m. da linha de plantio da laranjeira. O seu plantio deve

ser orientado no sentido leste-oeste e a cultura deve ser adubada.

Tratamento Sanitário Tratos culturais adequados (para equilíbrio populacional entre pragas x inimigos naturais), idade das

plantas no pomar (até 4 anos exige aplicação de químicos), inspeção periódica do laranjal (verificar presença

de pragas, grau de infestação, presença de inimigos) aplicações de químicos em focos, período do dia a

efetuar tratamento, dentre outros, são procedimentos imprescindíveis para eficiência do controle de

pragas/doenças.

Pragas Inúmeras pragas atacam a laranjeira a saber:

Ácaros - da falsa ferrugem, das gemas e da leprose e que podem ser controlados com produtos a base de

enxofre, de quinometionato e de dicofol.

Coleobrocas - que podem ser controladas com fosfina pasta, paratiom, DDVP em injeção (orifício do caule).

Pulgões - controlados com paratiom ou acefato ou pirimicarb.

Mosca-das-frutas - controlar com fentiom ou tricloform ou malatiom.

Cochonilhas - de placas (Orthezia), de escamas (farinha, virgula) cabeça-de-prego, são controladas por

aplicação de óleo mineral + inseticidas fosforados (paratiom, malatiom, diazinom).

Principais pragas:

Broca-da-laranjeira - Cratosomus flavofosciatus (Guerim, 1844) Coleoptera, Curculionidae. O adulto é

besouro com forma convexa, tem 22 mm de comprimento e faixas e manchas amarelas no dorso; a fêmea faz

orifício no tronco da planta e aí deposita um ovo. Eclodindo o ovo libera larva (lagarta) volumosa,

esbranquiçada e sem patas que broqueia o tronco e ramos grossos abrindo galerias longitudinais. Os sinais de

ataque são galerias e orifícios que expelem serragem em forma de pelotas.

Controle: - Limpeza do(s) orifício(s) e destruição mecanica (com arame da larva).

- Desobstrução do orifício e aplicação através dele de fosfina pasta (1cm.) ou de paratiom metil (2cm3.) em

injeção. Vedar orifício com argila ou cera-de-abelha. Iniciar controle logo que apareça serragem no solo.

- Plantio no pomar (evitar excesso de população) da planta Maria Preta que atrai os besouros.

- Capturar o inseto na Maria Preta e exterminá-lo.

Cochonilhas - Cabeça-de-prego: Chrysomphalus ficus (Ashmead. 1880)

Escama farinha - Pinnaspis aspidistrae (Signoret, 1869)

Escama vírgula - Mytilococcus beckii (Newman, 1869) Homoptera, Diaspididae.

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De placas - Orthezia praelonga (Douglas, 1891), Homoptera, Ortheziidae.Todas alimentam-se da seiva da

laranjeira e podem eliminar secreções açucaradas que atraem formigas e fungos (fumagina).

Cabeça-de-prego - inseto provido de escama circular, cor violácea escura, que ataca folhas e frutos.

Escama farinha - inseto com carapaça alongada que vive no tronco, haste e folhas que tomam aspecto

esbranquiçado.

Escama vírgula - carapaça de forma em vírgula, cor marrom claro, vivendo em folhas e frutos.

De placas - corpo provido de placas ou laminas cereas, esbranquiçadas, com cauda alongada (ovisaco); vive

em folhas e ramos.

Controle

- Capinar sob-copa da planta e aplicar aldicarb a 1,5cm. de profundidade no solo; pulverizar plantas

infestadas com fosalone ou dicrotofos para a cochonilhas de placas.

Para as outras escovar tronco e ramos e aplicar calda, contendo óleo mineral e inseticidas dimetoato ou

malatiom ou metidatiom.

- OBS: não misturar enxofre e óleo mineral, não aplicar óleo em horas quentes do dia e sobre frutos com

menos de 5 cm. de diâmetro e a menos de 50 dias de colheita.

Doenças Estiolamento - (Damping-off) - Sementeira (fungos). Sementes apodrecem sem germinar plantas novas

ficam amareladas (colo apodrecido), tombam e morrem.

Controle - aplicação de PCNB (regar superfície de canteiro com 2 l. de calda/M2), ou aplicar benomyl ou

quintozene preventivamente, semeando-se 48 horas depois.

Verrugose - Sementeira e viveiro (fungo). Lesões em folhas e brotos impedem o crescimento apical da

planta; afeta alguns porta enxertos.

- Aplicar benomyl, logo no aparecimento dos sintomas; 15 dias após aplicar mancozeb ou oxicloreto de

cobre.

Gomose - Pomar (fungo). Afeta casca e parte externa do lenho nas raízes, tronco (colo) e até ramos. A região

afetada apresenta goma marrom; planta pode morrer. Pulverizar com Fosetyl ou Metalaxil em intervalos de

20 dias; raspar parte doente e pincelar com pasta bordalesa.

Melanose - Pomar (fungo). Pequenas lesões arredondadas, coloração escura, recobrem grandes áreas de

frutos, folhas e ramos. Podar galhos secos e pulverizar, pós florada, com benomyl ou oxicloreto de cobre.

Colheita - Evitar machucar o fruto, romper a sua casca e o apodrecimento.

- Usar escada (madeira leve e arredondada) sacolas de colheita (de lona, com fundo falso) com capacidadede

20Kg., tesoura ou alicate de colheita, (lâminas curtas e pontas arredondadas) e cestos ou caixas plásticas com

capacidade de 27Kg.

- No ato de colher rejeitar frutos orvalhados ou molhados, evitar derrubar fruto ao solo, colher frutos no

mesmo estágio de maturação e evitar exposição do fruto ao sol. Um homem pode colher 10 mil frutos/dia.

Rendimento - Considerando-se início de produção aos 4 anos de vida colhe-se 100 frutos por laranjeira/ano,

150 frutos (5º ano), 200 frutos (6º ano), 250 frutos (7º ano), 300 frutos ( 8º ano), em geral. Pés safreiros (10

anos), podem produzir 350 frutos (Bahia), 420 frutos (Baianinha) e 580 frutos (Pera).

Page 51: CARACTERÃ-STICAS DE ALGUMAS ESPÃ-CIES DE FRUTÃ-FERAS

Comercialização - Há forte presença de agente intermediário com poucos produtores vendendo diretamente

ao consumidor; empresas fornecem, sob contrato, laranjas à rede de supermercados. A laranja Pera deteve

em 1990, 82,24% dos frutos comercializados na Bahia; a oferta cresce de maio a setembro quando alcança o

pico (69% do total anual colhido).

CULTURA DA TANGERINA9 - Citrus reticulata.

Aspectos Gerais Árvore de porte médio, copa arredondada ou mais ou menos piramidal, com folhas aparentemente

simples, coriáceas, de coloração verde, com glândulas de óleo essencial na forma de pontos translúcidos,

variando um pouco na forma e em tamanho. As flores são normalmente solitárias, com cinco pétalas brancas,

numerosos estames e um pistilo.

Variedade ou cultivares As espécies mais cultivadas são: mexerica, Ponkan, Dancy, Cravo, Montenegrina. Murcott: híbridos

de tangerina e laranja.

As frutas cítricas em geral são originárias da Ásia, provavelmente da Índia, China e países vizinhos

de clima sub-tropical e tropical úmido. Cultivadas nos pomares da Babilônia e da Palestina, entre outros

locais do Oriente Médio, foram daí levadas para a Europa bem antes do desenvolvimento da América, e

trazidas para o Brasil pêlos portugueses.

Propagação Por enxertia - o enxerto com as copas escolhidas se faz seis a oito meses depois do transplante dos cavalos.

Os tipos de enxertia mais usados são: T normal ou T invertido, a 10 ou 15 cm do solo. As borbulhas deverão

ser triangulares ou redondas. A amarração, com fita plástica, deverá ser cortada quinze a vinte dias depois da

enxertia. Como principais porta-enxerto são indicados, o limão "Cravo", as tangerinas "Cleopatra" e "Sunki".

Plantio As mudas são plantadas sempre no início do período chuvoso de cada região ou quando exista água

suficiente para irrigar ou regar as mudas. Deve-se dar preferência aos dias nublados e de temperaturas mais

amenas, sem ventos.

O espaçamento recomendado é de 6 m x 4 m x 5 m x 4 m. As covas devem ter dimensões de 60 cm x

60 cm.

A correção da acidez do solo (calagem) e adubação devem ser feitas com base em análises de solo

efetuadas por laboratórios competentes, que emitirão as devidas orientações.

Procede-se ao plantio dispondo-se a muda de modo que seu colo fique um pouco acima do nível do

solo (mais ou menos 5 cm). Faz-se, em seguida, uma bacia em torno da muda e rega-se, e finalmente cobre-

se com palha ou capim-seco. Deve-se tutorar a muda se houver ventos fortes.

As podas são práticas imprescindíveis na cultura do citros. A poda lateral é conveniente em caso de

superpopulação, quando os espaçamentos adotados tornam-se insuficientes para as plantas, que se tocam,

sombreando abordo da árvore e impedindo a frutificação em maior área.

9 Cultura da Tangeria. http://www.seagri.ba.gov.br/tangerina.htm#Aspectos%20Gerais acesso 10/04/2008.

Page 52: CARACTERÃ-STICAS DE ALGUMAS ESPÃ-CIES DE FRUTÃ-FERAS

A capina dos pomares pode ser manual, mecânica ou química, desde se que tenha cuidado para não

danificar o sistema radicular das plantas.

Pragas e doenças Broca do tronco e ramos, ácaros, nematóides, cochonilhas, mosca das frutas. Doenças: Tristeza,

sorose, exocorte e xiloporose (são as mais comuns) outros importantes são: estiolamento, verrugose, cancro

cítrico, podridão-parda, podridão-das-raízes, antracnose, leprose, declínio e clorose-variegada-dos-citris.

Colheita - consiste na prática mais onerosa do pomar e é a que maiores cuidados exige. Os sistemas de

colheita dependem do método de comercialização, variando de uma região para outra. Contudo, predomina

na Bahia a colheita efetuada pelo produtor, para posterior venda da fruta a intermediários ou à indústria de

suco. Devem ser armazenados a 7,2ºC, sob umidade relativa de 85-90%, resistindo ao transporte e

armazenagem durante 1 a 8 semanas.

CULTURA DO CUPUAÇU10 - Theobroma grandiflorum Schum.

Aspectos Gerais Também chamado de cupu o cupuaçuzeiro é originário da Amazônia; a planta foi domada pelos

japoneses a partir de 1980 e, nos últimos cinco anos, iniciou-se o plantio de cupuaçuzeiro em escala

comercial. O estado do Pará é considerado a "terra do cupuaçuzeiro".

A denominação cupuaçu, tem com origem o tupi, sendo comum e bastante difundida no interior na

abreviação de "cupu".

Botânica/Descrição da Planta/ Variedades É uma planta dicotiledonae, da família Sterculiaceae e conhecida como Theobroma grandiflorum

Schum. O cupuaçuzeiro pode viver 80 anos, alcança 20-30 m. de altura (estado silvestre) e 8 m. (cultivado),

copa com 7 m. de diâmetro. Fruto considerado dentre os melhores da flora amazônica, tem 12 a 25cm. de

comprimento, 10-12cm. de largura e 1,2 a 4,0Kg. de peso; casca dura, lenhosa, quebrável, polpa amarela ou

esbranquiçada, tem sabor acido e cheiro agradável. O fruto tem 30 a 40 sementes e se desprende com

facilidade da planta.

Entre as variedades do cupuaçuzeiro encontram-se:

Cupuaçu-redondo - frutos arredondados com peso médio de 1,5Kg sendo mais comum na região.

Cupuaçu -mamorana - frutos com extremidades alongadas e 2,5 Kg. de peso. É a variedade que produz os

frutos de maior tamanho e peso. Sua denominação deriva de sua semelhança com o fruto de mamorana

(Bombax aquatica Schum);

Cupuaçu-mamaú - fruto arredondado sem sementes, peso de 1,5Kg. (cupuaçu de massa). Fala-se ainda nas

variedades - de-colares - casca fina - marmorama. Variedades encontrada na localidade de Pacajá, município

de Cametá, no Rio Tocantins-PA.

A composição por 100g de polpa é: 72 calorias, 1,76g. proteínas, 23mg. cálcio, 26mg. fósforo, 2,6mg.

ferro, 30mg. Vit. A, 33mg. Vit. C, 0,04mg. Vit.B1.

10 Cultura do Cupuaçu. http://www.seagri.ba.gov.br/cupuacu.htm#Aspectos%20Gerais acesso 10/04/2008.

Page 53: CARACTERÃ-STICAS DE ALGUMAS ESPÃ-CIES DE FRUTÃ-FERAS

O Cupuaçuzeiro: A polpa do fruto é matéria - prima para sucos, doces, néctares, compotas, geléias,

sorvetes, cremes, tortas, licores, biscoitos e bolos. A polpa também é consumida ao natural e exportada para

Japão e Suécia.

A semente contém 48% de substância gordurosa comestível - semelhante à manteiga de cacau -

sementes, mais o conteúdo da semente é matéria - prima - cupulate - para preparo de chocolate claro de

qualidade "fina".

A casca do fruto pode ser usada como adubo orgânico e como ração animal.

Necessidades para o cultivo Clima - temperatura média anual entre 22 e 27ºC, umidade relativa do ar média entre 77 e 88%, chuvas

anuais entre 1.900mm. e 3.100mm.

Solos - solos de terra firme, profundos; com boa retenção de água, boa fertilidade, com boa constituição

física e pH entre 6,0 e 6,5.

Mudas

O cupuaçuzeiro pode ser multiplicado via vegetativa (enxertia por borbulhia ou garfagem de topo) e

por sementes.

Via sementes - estas devem vir de plantas de boa produção, de porte baixo, de frutos grandes e plantas

sadias. Escolhem-se as sementes maiores e mais pesadas (formam mudas mais robustas), devem ser

esfregadas com serragem fina e seca, lavadas e postas a secar em local ventilado por 24 horas. No fruto a

semente não deve permanecer por mais de 10 dias. Um kg. de semente contém 200 unidades; o plantio de um

hectare (179 plantas) requer 200 sementes. No semeio trata-se a semente com fungicida à base de cobre

(oxicloreto, óxido) e coloca-se em local úmido cobertas com aniagem até aparecer ponto branco na semente

(raiz). Semeia-se em sacos furados de polietileno preto, dimensão 17cm x 28cm, cheios com mistura

composta por terra da mata + esterco de curral curtido + areia lavada + cinza na proporção 4:3:1:1. Enche-se

o saco até 3cm abaixo da parte superior, coloca-se 10g de superfosfato e, pós semeio, completa-se com

serragem curtida úmida. Sacos em canteiros com 1,2m de largura. O viveiro deve estar sob 50% de luz solar,

deve-se eliminar manualmente as ervas, irrigação sem encharcar e adubação foliar a cada 15 dias. Vassoura-

de-bruxa controlada por eliminação (queima) de plantas atacadas e pulverizações preventivas quinzenais

com agroquímicos à base de oxicloreto de cobre (calda a 0,3%) e triadimefon (calda a 0,1%). Muda com

80cm. de altura apta ao plantio.

Via borbulhia ou garfagem - as mudas devem ser obtidas de viveiros credenciados por órgãos oficiais. A

muda deve ter 80cm. de altura.

Plantio

A planta jovem requer sombreamento parcial e a adulta sombreamento relativo; pode-se cultivá-la

em sub-bosque.

Para plantas pé-franco recomenda-se espaçamento de 8m x 8m (179 plantas/ha em triângulo

equilátero) e para enxertos 6 x 6 m. (319 plantas/ha). A cova deve ter dimensões 0,4m x 0,4m x 0,4m; na

abertura separar terra dos primeiros 15cm. Para enchimento misturar 50g de superfosfato triplo + 10l de

esterco de curral, misturar à terra separada e colocar no fundo da cova até 15 cm de altura; não colocar terra

de baixo.

Page 54: CARACTERÃ-STICAS DE ALGUMAS ESPÃ-CIES DE FRUTÃ-FERAS

Retirar fundo do saco, colocar muda sobre a terra dentro da cova, retirar saco e colocar resto da terra

de superfície deixando o colo da planta 5cm. acima da superfície. Irrigar com 10 litros de água e cobrir com

capim seco (sem sementes) ao redor da muda.

Tratos culturais Roçagem - nas linhas e entrelinhas do plantio; nas linhas a roçagem precede o coroamento (a cada 3 meses)

e nas entrelinhas a cada 6 meses.

Coroamento - feito à enxada, sem cavar, em volta da muda, num raio de 0,75m. á 1,0m..

Podas - são duas as podas recomendadas em cupuaçuzeiro, sendo uma de formação do fuste que visa a

retirada de ramos muito baixo, que dificulta os tratos culturais (com retirada de ramos secos, frutos

mumificados, superbrotaçramos baixos e brotações abaixo de 1,5m) e de limpeza planejada para o fim de

safra (com retirada das vassoura-de-bruxa).

Pragas

Besouro - (Costalimaita sp.). Amarelo-queimado, ataca mudas pequenas perfurando folhas severamente.

Controlar notadamente na época chuvosa.

Gafanhotos, saúva, pulgão, broca-do-tronco também atacam o cupuaçuzeiro.

O controle é feito através pulverizações periódicas com agroquímicos à base de malatiom, paratiom e

carbaryl.

Doenças Vassoura-de-bruxa - (fungo Crinipellis perniciosa). A doença causa superbrotamento dos ramos levando-os

à morte. Poda e queima dos ramos atacados por 2 vezes/ano, podem controlar a vassoura.

Antracnose e queima-do-fio - são doenças controladas por pulverizações quinzenais com agroquímicos à

base de cobre.

Produção/colheita/rendimento

- As plantas iniciam a floração com 2,5 anos (enxertos) e 3 anos pós plantio (pé-franco). Flores aparecem em

junho e desaparecem em março (pico novembro a janeiro).

- Frutificação entre novembro e março (pico em fevereiro).

- O rendimento do fruto, em polpa, é de 30% e em sementes, 21%.

- Cada planta pode produzir até 40 frutos -média 12 frutos. Um hectare com 179 plantas (2.148 frutos)

renderia 644kg. de polpa e 451 de sementes frescas e limpas.

Quatro a quatro meses e meio após a floração, o fruto está maduro e cai da planta. A colheita é

feita apanhando-se os frutos caídos.

Beneficiamento - o beneficiamento do cupuaçu consiste na retirada da polpa que envolve as sementes,

podendo esta tarefa ser manualmente, com auxílio de tesoura, ou mecanizada com máquina despolpadora.

CULTURA DO LIMÃO TAHITI – Citrus limon L.

Aspectos Gerais

O limão Taihti tornou-se conhecido em 1875 na Califórnia (EUA) com origem provável em Tahiti;

estabeleceu-se, definitivamente, no sul do estado da Flórida.

Page 55: CARACTERÃ-STICAS DE ALGUMAS ESPÃ-CIES DE FRUTÃ-FERAS

Entre os principais produtores mundiais de limas ácidas encontram-se o México, Estados Unidos da

América, Egito, Índia e Brasil.

No Brasil, com plantios acima de 40 mil hectares, o limão Tahiti tem grande importância comercial; os

estados maiores produtores são: São Paulo com 70% e Rio de Janeiro com 8% da produção nacional.

São tantas as aplicações do limão (várias variedades) na vida doméstica que fica difícil enumerá-las. Tudo

nele é aproveitável. Com seu suco, preparam-se refrigerantes, sorvetes, molhos e aperitivos, bem como

remédios, xaropes e produtos de limpeza. Da casca, retira-se uma essência aromática usada em perfumaria e

no preparo de licores e sabões. Enfim, muitas são as utilidades deste cítrico fácil de achar durante o ano todo,

nas suas diversas variedades.

Botânica/Descrição/Composição O limão Tahiti é propriamente uma limeira ácida conhecida por Citrus latifolia, (Tanaka), Dicotyledonae,

Rutaceae.

Com porte médio a grande a planta é expansiva, curvada, vigorosa. As folhas adultas têm cor verde e são

lanceoladas e as folhas novas e brotos tem cor purpurea. A floração ocorre ao longo do ano (principalmente

setembro e outubro). O suco representa 50% do peso do fruto; tem teores médios de 9% (brix), acidez em

6%, 20 a 40 mg de ácido ascórbico (Vit. C).

O limão tahiti trata-se de um híbrido da lima da pérsia com o limão cravo, motivo pelo qual recebe também o

nome de lima ácida. Fruto robusto, de formato arredondado, casca lisa ou ligeiramente rugosa, de coloração

verde, polpa esbranquiçada, muito suculenta e qualidade menos ácida. As sementes são raras ou ausentes

nesta variedade, porque propaga-se por enxertia, tendo como base (cavalo), no brasil, o limão cravo.

Mais adaptado ao clima tropical, necessita de sol e umidade para gerar frutos suculentos e graúdos. Devido à

sua robustez, é uma variedade que praticamente não necessita o uso de agrotóxicos. Forte e saudável, mesmo

cercado pela cultura da laranja, não se contamina, distribui ou dissemina pragas. Tal característica,

juntamente com a ausência de sementes, o torna mais adequado ao consumo "in natura".

É o limão de maior valor comercial no Brasil, tendo excelente potencial de exportação. O seu valor de

mercado está relacionado à ausência de sementes, cor e aroma exóticos (na Europa) e à sua capacidade de

produzir o ano inteiro, apesar de ser mais produtivo de dezembro a maio.

Outras variedades conhecidas, de menos valor comercial:

Limão Galego - trata-se fruto redondo, pequeno e muito suculento. Apresenta casca fina e lisa, de cor verde

ou amarela-clara. A polpa tem de cinco a seis sementes, é rica em suco e de sabor ácido, porém agradável.

Bastante comum nos quintais do nordeste e centro-oeste brasileiro, onde a produtividade de frutos por pé é

exuberante. A planta é de porte médio e produz muito o ano inteiro. Até recentemente era um limão muito

popular, mas seu consumo foi substituído pelo limão Tahiti.

Limão Cravo - trata-se de uma variedade bem rústica, motivo pelo qual é conhecido por vários nomes

regionais: limão rosa, limão capeta, limão vinagre, entre outros. Disseminado pelos passarinhos é comum de

ser encontrado no campo e quintais do interior brasileiro, porém difícil de ser encontrado nas grandes

cidades. Parecido com uma tangerina, por ter a casca levemente solta da polpa, além de casca e polpa na cor

laranja-avermelhado.

Page 56: CARACTERÃ-STICAS DE ALGUMAS ESPÃ-CIES DE FRUTÃ-FERAS

Tem sabor e aroma bem característicos, abundante em sementes e suco ácido, por ser a variedade com menor

teor de frutose.

Tem sido usado com sucesso no Brasil como porte (cavalo) para o enxerto do limão Tahiti.

Usos do Limão ‘Tahiti’ O suco do limão Tahiti é usado em culinária, na limpeza e preparo de alimentos (carnes, massas, bolos,

confeitos) e no preparo de refresco - limonada. Em medicina caseira o fruto é utilizado como auxiliar no

tratamento de gripes e deficiência de Vit. C.Óleo da casca do fruto é aromático.

Necessidades da Planta

Clima - Temperatura deve estar entre 26 e 28ºC (25 a 31ºC) as chuvas em torno de 1.200 mm anuais (1.000 -

2.000) bem distribuídos (120 mm mensais), a umidade relativa do ar entre 70% e 80%. Em locais com ventos

fortes tutorar a planta.

Solos - Solos mais adequados para o limão Tahiti são os leves, bem drenados, arejados, profundos, sem

impedimento para penetração da raízes. Solos areno-argilosos (de arenoso a levemente argiloso) são

preferidos, pH entre 5,5 e 6,5. Topografia plana a levemente ondulada.

Implantação do Pomar

Mudas - Devem resultar de enxertos sobre limão Cravo ou limão Rugoso que proporcionam crescimento

rápido, boa produção, frutos de qualidade e maior tolerância à seca embora sensíveis à podridão radicular.

Os enxertos sobre tangerina Cleopatra são aceitáveis. A muda, de indiscutível qualidade, deve ter

procedência e sanidade garantidas, enxertia feita a 25-30 cm de altura, possuir três a quatros ramos (galhos) a

60 cm do solo e raízes desenvolvidas, sem estarem enoveladas.

Preparo da área

Consiste na roçagem destoca e enleiramento do mato; essas operações devem ser feitas 5-6 meses antes do

plantio. Em seguida efetuar aração e gradagens; em caso de aplicação de corretivo do solo em área total

aplicar metade da dose antes da aração e a segunda metade antes da 1ª gradagem.

Plantio

No plantio definitivo, a abertura das covas pode ser feita manualmente ou utilizando-se trados, e estas devem

ter 60 x 60 x 60cm. Separar a terra da camada superficial e da inferior e inverter sua posição no enchimento,

utilizando primeiro a camada superficial misturada com adubos e calcários dolomítico (a utilização do

calcário é feita somente se for necessário corrigir o pH do solo, o que geralmente ocorre) e completando o

enchimento com a terra retirada da parte inferior da cova. É recomendado que se prepare a cova com

bastante antecedência para que o calcário possa agir.

O Plantio deve ser efetuado no período chuvoso ou em outra época desde que exista água suficiente para

irrigar. Deve-se evitar o plantio nos dias de muito sol. Um outro cuidado que deve-se ter é deixar o colo da

muda em torno de 5 cm acima do nível do solo. Comprimir a terra sobre as raízes e ao redor das plantas para

dar maior fixação a planta e maior contato das raízes com o solo. Para os limoeiros var. taiti e galego usa-se

o espaçamento de 6 x 8m ou 9 x 5m.

Coveamento/Adubação

As covas podem ser abertas à mão ou com implementos, devem ter dimensões 40 cm x 40 cm x 40 cm a 60

cm x 60 cm x 60 cm; na abertura separar a terra dos primeiros 15-20 cm de altura.

Page 57: CARACTERÃ-STICAS DE ALGUMAS ESPÃ-CIES DE FRUTÃ-FERAS

Em caso de não haver recomendações (decorrentes de análises de solo) para calagem e adubação, aplicar 1

kg de calcário dolomitico ao fundo de cada cova cobrindo-o com um pouco de terra; misturar 50 g de cloreto

de potássio com 200 g de super fosfato simples e 10 litros de esterco de curral bem curtido à terra separada e

lançar em cada cova.

Plantio

O plantio deve ser feito em horas frescas do dia ou em dias nublados com o solo úmido. Deve -se usar régua

de plantio para bom alinhamento. Ajusta-se a muda na cova de modo que o colo da planta fique ligeiramente

acima do nível do solo e os espaçamentos entre raízes cheios com terra. Após plantio fazer uma "bacia" em

torno da muda regar com abundância sem encharcar e cobrir solo com capim seco (sem sementes) ou com

palha.

Tratos Culturais Controle de Ervas Daninhas - O cultivo do solo, controle de ervas pode ser feito com grade (2

operações/ano) na época seca e com ceifa do mato na época de chuvas. Em cultivos irrigados no semi-árido

usa-se roçadeira nas entrelinhas e herbicidas na projeção da copa. As plantas devem ser "coroadas" sempre

que houver mato alto (com enxada).

Irrigação

A irrigação aumenta a produção e eleva a qualidade do fruto; no semi-árido a irrigação é indispensável. Os

sistemas de irrigação mais utilizados são os de aspersão e o de irrigação localizada (gotejamento,

microaspersão) que aplica água em geral abaixo da copa da planta. Sulcos, bacia de inundação temporária

são outros métodos. Nos cerrados maiores produtividades foram obtidas utilizando-se sistema de gotejo a

cada metro (120 l água/planta em turnos de rega de 4 dias). Em regiões úmidas a irrigação pode elevar a

produção em 35% a 75%.

Culturas intercalares

Cultivo intercalar é prática em pequenas/médias propriedades; pode-se usar leguminosas (feijão de porco,

leucena, crotalaria) ou abacaxi, amendoim, batata doce, feijão, mandioca, milho, no pomar jovem do limão

Tahiti.

As culturas intercalares devem ter baixo porte e ciclo curto, e situar-se a distância de 1,5 - 2 m da linha de

plantio do limoeiro.

Podas - Devem reduzir-se à eliminação de galhos secos, doentes ou praguejados e nascidos abaixo do

ponto de enxertia. Pragas

Orthezia - Orthezia praelonga (Doug., 1991) Homoptera, Ortheziiae.Também chamada cochonilha de

placas; tem corpo provido de placas ou lâminas cereas com cauda alongada que acumula ovos; eficiente

sugador o inseto injeta toxina na planta ao sugar a seiva e sua excreção estimula aparecimento da "fumagina"

(cobertura escura) nas folhas. Mudas, vento, vestimentas disseminam o inseto. A praga é mais prejudicial no

período seco e expolia a planta, atacando folhas e frutos.

Controle - é efetuado pela aplicação de inseticidas sistêmicos granulados aplicados ao solo em torno da

planta a 10 - 15 cm de profundidade. Observar o período de carência do produto químico. Entre os indicados

cita-se aldicarb, dissulfoton, carbofuran.

Page 58: CARACTERÃ-STICAS DE ALGUMAS ESPÃ-CIES DE FRUTÃ-FERAS

Escama-Farinha - Pinnaspis aspidistrae (Sing, 1869) Homoptera, Diaspididae.Cochonilha com carapaça,

ataca tronco e ramos que apresentam coloração esbranquiçada. A sucção da seiva da planta pelo inseto causa

rachadura na casca e facilita a penetração de agentes de doenças (gomose).

Controle - o controle é via pincelamento de tronco e ramos com o seguinte preparo: 1 Kg (enxofre

molhável), 2 Kg de cal, 0,5 Kg de sal de cozinha, 15 g. de diazinom ou 35 g. de malatiom e 15 litros de água.

Ácaro-da-Ferrugem - Phyllocoptruta oleivora (Aslm. 1879), Acari, Eriophyidae.Infesta folhas, ramos e

frutos causando nestes cor prateada à casca além de àspecto aspero; os frutos apresentam tamanho, peso e

percentagem de suco reduzidos. As folhas podem desenvolver doença (mancha de graxa). Em infestação

severa há queda acentuada de folhas e frutos.

Controle - efetuar controle quando 10% de frutos apresentarem 30 ou mais acaros. Acariciadas à base de

dicofol, quinometionato ou enxofre molhável são indicados para o controle.

Coleobroca - Cratosomus flavofasciatus (Guerin, 1844) Coleoptera, Curculionidae.Inseto adulto é besouro

preto com faixas amarelas no tórax e asas. Ovos são depositados no tronco e ramos; a lagarta esbranquiçada

penetra, cava galerias no sentido longitudinal e expele serragem, em forma de petalas, pelo orifício de

entrada.

Controle - éfeito pela injeção de calda inseticida via orifício utilizando-se formicida liquido, gasolina,

querosene, ou pasta de fosfeto de alumínio (que libera gás). Após aplicação fechar orifício com cera de

abelha, argila ou sabão.

Cochonilha Cabeça de Prego - Crysomphalus ficus (Aslmd., 1880) Homoptera, Diaspididae.Importante na

fase jovem do pomar a cochonilha tem forma circular, convexa, cor violácea. Períodos secos com alta

temperatura favorecem a multiplicação do inseto. Localiza-se na face inferior das folhas e nos frutos, suga

seiva e liquídos e deprecia os frutos comercialmente.

Controle - é feito por pulverizações com produtos químicos à base de óleo mineral a 1% ou óleo mineral +

inseticidas fosforados (diazinom, malatiom, paratiom).

Doenças

Causadas por vírus, fungos, bacterias e distúrbios fisiológicos.

Tristeza - (Vírus). A planta apresenta redução no crescimento já nos viveiros. Em galhos ou ramos,

retirando-se sua casca, observa-se caneluras (riscos). Folhas novas com nervuras polidas e frutos com

diametro reduzido (coquinhos).

Controle - uso de borbulhas vindas de plantas imunizadas.

Exocorte - (Vírus). Crescimento limitado, vegetação esparsa e folhas com coloração de pouco brilho.

Doença transmitida por enxertia ou ferramentas contaminadas (canivete, tesoura de poda).

Controle - uso de borbulhas comprovadamente sadias.

Gomose - (fungo). Doenças das mais prejudiciais em regiões tropicais úmidas; lesões pardas aparecem na

base ou colo da planta, nas raízes e galhos baixos, com exsudação de goma pelo fendilhamento. Mais adiante

ocorre apodrecimento dos tecidos.

Controle - usar variedades resistentes, enxertia alta, facilitar aeração da base da planta e drenagem do

terreno, usar de fungicidas sistémicos (fosetyl-Al) em pulverizações ou pincelamento do tronco.

Page 59: CARACTERÃ-STICAS DE ALGUMAS ESPÃ-CIES DE FRUTÃ-FERAS

Declínio - (distúrbio fisiológico). Murchamento irreversível da folhagem, demonstração de deficiência de

manganês e zinco em níveis elevados, sem brotações; depois há queda de folhas, morte de ponteiros.

Controle - uso de porta-enxertos diversificados.

Colheita

O material deve ser de sacola de colheita (20 kg), feita de lona com fundo falso, cestos e caixas plásticas para

27 kg. Evitar retirar frutos com varas ou ganchos, frutos molhados ou orvalhados, derrubar frutos ao solo,

frutos excessivamente maduros ou verdes. Usar tesoura cortando o pedúnculo, rente ao cálice. Não machucar

os frutos na colheita e transporte.

Produção

Precoce, a limeira ácida Tahiti apresenta produção significativa a partir do 3º ano de vida; no Recôncavo

Baiano um pomar aos 4 anos produz produz 107.000 frutos hectare (300 frutos por planta). Aos 11 anos de

vida a produção alcança 1.128 frutos/planta (113 kg) ou 403.000 frutos/hectare.Pomares paulistas produzem

8-15 kg/planta (3º ano), 64 a 86 kg/planta (5º ano) e 98-117 kg/planta (7º ano).

http://www.todafruta.com.br/ Acesso 22/04/2008.

http://www.emater-rondonia.com.br/Limao.htm Acesso 22/04/2008.

http://www.seagri.ba.gov.br/LimaoTahiti.htm Acesso 22/04/2008.

http://frutasefloresexoticas.blogspot.com/2008/04/cultura-limo-tahiti.html Acesso 22/04/2008.

http://www.docelimao.com.br/limao-origem-variedades.htm Acesso 22/04/2008.

CULTURA DA BANANEIRA - Musa spp

Aspectos Gerais

Alguns pesquisadores consideram a bananeira oriunda do quente úmido Sudeste asiático, onde já a

cultivavam milhares de ano antes de Cristo. Ainda se discute a origem da bananeira.

O Brasil é o maior produtor de banana, contribuindo com um terço da produção mundial.

Botânica/Descrição da Planta/ Variedades

As bananeiras pertencem à família botânica Musácea. São tipicamente de tropicais, tem crescimento

continuo em regiões úmidas, hibernando somente em condições de temperatura ou umidade desfavorável. O

gênero Musa, que inclui as bananeiras, caracteriza-se pela diversidade. Tipo de frutos, resistência a pragas,

doenças e frio, porte das plantas, assim como as exigências em tratos culturais e insumos, variam muito entre

as cultivares. Dada a característica de emitir sempre novos rebentos, o bananal é permanentemente na área,

porém com as plantas renovando-se ciclicamente.

A bananeira é uma planta herbácea, de raízes fibrosas, cujo verdadeiro caule é o rizoma, órgão

subterrâneo de formato aproximadamente esférico, que serve de apoio as demais partes da planta. O rizoma é

o órgão de reversa da planta e possui varias gemas, que dão origem a ovos rebentos. As folhas originam-se

do cilindro central, em forma de vela. São longas e largas, com nervura central bem desenvolvida. Quando

emergem, as folhas tem posição vertical, a seguir inclinada, passando para a horizontal, e finalmente,

inclinada para baixo.

Em condições normais, a planta produz um cacho por ano. Suas flores encontra-se dentro de uma

estrutura volumosa em forma de coração, que se reduz à medida em que as flores vão se abrindo, e se

Page 60: CARACTERÃ-STICAS DE ALGUMAS ESPÃ-CIES DE FRUTÃ-FERAS

mantêm presa a planta até a maturação do cacho de bananas. Os frutos não necessitam de polinização, pois

se formam por partenocarpia.

Clima - A bananeira é uma planta que exige calor e umidade constantes e não tolera geada. Os locais sujeitos

a baixas temperaturas e geadas devem ser evitados, pois podem ocasionar a "queima" da planta, ou dos frutos

em crescimento ("chilling" ou "friagem") impedindo que o fruto atinja o seu máximo crescimento.

Chuva bem distribuída (100 - 180 mm / mês ) durante o ano, favorece o desenvolvimento da bananeira,

principalmente na época da inflorescência ou no início da frutificação. Com relação a altitude e latitude,

estas quando maiores, aumentam os ciclos de produção, principalmente para os cultivares Nanica e Nanicão.

A luminosidade é importante para o desenvolvimento da bananeira, sendo desejável que receba entre 1000-

2000 horas de luz / ano, pois afeta o ciclo, o tamanho do cacho, a qualidade e conservação dos frutos.

Solo - A maior porcentagem (70 %) das raízes da bananeira encontram-se nos primeiros 30 cm do solo,

entretanto o solo ideal deve favorecer a penetração das raízes, no mínimo, 60 a 80 cm de profundidade. Os

solos preferidos são os ricos em matéria orgânica, bem drenados, argilosos ou mistos, areno-argilosos ou

franco-argilosos, que possuam boa disponibilidade de água e topografia favorável.

Cultivares - Para o mercado interno: Prata, Maçã, Nanicão, Nanica e Ouro.

- Para o mercado externo: Nanicão e Grande Naine.

Características de algumas cultivares: Grande Naine - possui grande semelhança com a cultivar Nanicão, porém o porte é um pouco mais baixo.

Tem sido a cultivar mais plantada no mercado externo. Possui alta capacidade de resposta em

condição de alta tecnologia, porém não tem a mesma rusticidade da cultivar Nanicão.

Page 61: CARACTERÃ-STICAS DE ALGUMAS ESPÃ-CIES DE FRUTÃ-FERAS

Maçã - apresenta ótima qualidade e excelente aceitação no mercador consumidor, porém com séria limitação

para seu cultivo devido ao mal-do-panamá

Nanica - semelhante à ‘ Nanicão ’, de porte mais baixo, frutos menores e mais curvos e apresenta problema

de "engasgamento" no lançamento dos cachos no inverno.

Nanicão - cultivar que apresenta a melhor conformação de cachos e de frutos, dominando o mercado interno

e de exportação.

Prata-anã enxerto ou Prata-de-Santa-Catarina - porte médio /baixo, planta vigorosa e frutos idênticos aos

do cultivar Prata. É tolerante ao frio e mediamente tolerante a nematódeos.

Prata - com limitação de cultivo devido ao mal-do-panamá. Ouro da Mata ( ENCAPA 602 ) apresenta

plantas vigorosas, altura de 3 a 5 m, com folhas ligeiramente arqueadas. Resistente ao mal-do-panamá.

Frutos com polpa ligeiramente amarela, doce e macia com sabor semelhante ao da banana-prata.

Preparo do Solo, Calagem e Adubação Para se usarem calcário e adubos nas quantidades certas, é preciso analisar a terra. Retire as amostras

para análise, nas profundidades de 0–20 e 20 – 40 cm, 3 a 4 meses antes do plantio. Fazer aração e

gradagem, procurando incorporar o calcário dolomítico, 60 dias antes do plantio, se necessário.

Propagação Mudas: dá-se o nome de muda de bananeira a um parte dessa planta provida de uma ou mais gemas

vegetativas, cujo desenvolvimento dará formação a uma nova bananeira.

Tipos de Mudas: os vários tipos de mudas podem ser classificados em apenas 3 tipos: rizomas inteiros,

pedaços de rizoma e mudas micropropagadas.

Obtenção das Mudas: estes tipos de mudas são obtidos geralmente de bananais comerciais em produção, de

preferência os que já sofreram a primeira colheita.

Mudas Pedaços de Rizoma: os rizomas com mais de 5,0 kg são arrancados. Faz-se a limpeza destes rizomas,

eliminando-se as raízes e os rebentos que ele possuir, assim como toda a sua parte escura (região cortical

externa), até eliminar por completo todos os tecidos necrosados. O pseudocaule é eliminado através de um

corte transversal à altura de 5 a 10cm do colo do rizoma. A seguir retalha-se radialmente o rizoma obtendo-

se pedaços com forma de cunha. Deve-se cuidar para que a gema lateral de brotação mais visível, fique no

centro da parte externa da cunha. As mudas tipos pedaços de rizoma podem ter de 800gr a 4000gr.

Mudas de Rizoma Inteiro: é o arranquio de brotações laterais da bananeira. Estes rebentos, com folhas

lanceoladas, são arrancados com o auxílio de uma vanga. Estas mudas sofrem o mesmo processo de limpeza,

Page 62: CARACTERÃ-STICAS DE ALGUMAS ESPÃ-CIES DE FRUTÃ-FERAS

citado anteriormente, sendo que o pseudocaule é cortado a uma altura de 20cm. Conforme o

desenvolvimento desta brotação lateral, recebe denominações diferentes.

- Chifrinho - rebento recém brotado, com 20 cm de altura, com 2 a 3 meses de idade e com aproximadamente

1 kg; chifre rebentos: em estádio médio de desenvolvimento, medindo de 50-60 cm de altura, pesando entre

1-2 kg;.

Figura: Muda tipo “chifrinho”, brotação lateral, com folhas lanceoladas, ligada a planta mãe.

- Chifrão - rebento apresentado a primeira folha normal, pesando entre 2-3 kg;

Figura: Muda tipo chifrão. Brotação lateral, com folhas lanceoladas, apresentando a emissão floral normal.

Page 63: CARACTERÃ-STICAS DE ALGUMAS ESPÃ-CIES DE FRUTÃ-FERAS

muda alta ( muda replante ) - rebento bem desenvolvido, com mais de 1 metro de altura e pesando entre 3-

5 kg, utilizado como replante das falhas em bananais formadas ou em formação.

Figura: Muda tipo guarda-chuva. Brotação apresntando fohas largas, desligadas da planta mãe

Obs.:. os rebentos que não possuem folhas lanceoladas, ou seja, que já de início apresenta folhas largas, são

chamados de mudas guarda-chuva. Este tipo de muda não é a preferida para o plantio.

- Micropropagadas - Mudas obtidas em laboratórios ou biofábricas. Apresentam grande uniformidade e

estão isentas de nematóides, da broca da bananeira e de fungos patogênicos . São vendidas embaladas em

envoltórios plásticos e regeneradas a partir da gema apical.

Figura: Muda por micropropagação

Page 64: CARACTERÃ-STICAS DE ALGUMAS ESPÃ-CIES DE FRUTÃ-FERAS

O tratamento das mudas visa controlar a broca e evitar apodrecimento após o plantio. Deve-se

efetuar a limpeza do rizoma e mergulha-los em uma solução contendo fungicida e inseticida, deixando-o

imerso durante 5 minutos. A seguir coloca-lo para secar á sombra. O plantio deverá ser efetuado no máximo,

dentro de 2 dias após o tratamento. Recomenda-se o uso de mudas provenientes de viveiro registrado.

Espaçamento, porte e peso do cacho.

Espaçamento de plantio e desbaste

Uma das principais técnicas da cultura da banana é a escolha de um espaçamento adequado e de uma

forma de condução adequada para cada situação. Atualmente a grande maioria dos bananais, é plantada em

espaçamento muito amplo e conduzida com um grande número de "famílias" por touceira. A cultivar enxerto

é plantada, em espaçamentos de 4x4 até 6x6 metros, não se utilizando o desbaste ou utilizando-o

ocasionalmente. A cultivar Branca é plantada em espaçamentos de 4x4 até 6x6 metros, raramente efetuando-

se o desbaste. As variedades banana Nanicão e Grand Naine recebem uma condução um pouco melhor,

sendo plantada em espaçamentos de 2x2 até 3x3 metros, as vezes superior e conduzida com uma ou mais

"famílias" por touceira.

A escolha do espaçamento torna-se difícil, já que está intimamente relacionada com o clima, a

fertilidade do solo, a adubação utilizada e o controle de pragas e doenças, além da cultivar utilizada.

Em diversos trabalhos consultados, nota-se que os espaçamentos densos tem as seguintes vantagens:

a) aumento da produção por área; b) maior número de cachos colhidos por área (principalmente na primeira

safra); c) controle de ervas daninhas, pelo sombreamento; d) redução no número de filhos (sombreamento),

com menor mão-de-obra no desbaste; e) até um certo limite, facilita os tratos culturais; f) formação de um

microclima (quente e úmido) favorável ao desenvolvimento da planta e uniformidade dos cachos.

As desvantagens dos espaçamentos densos são os seguintes: a) diminuição no peso médio do cacho

(agravado no ciclo dos seguidores); b) diminuição na percentagem de cachos colhidos; c) aumento na altura

das plantas; d) diminuição no diâmetro do pseudocaule (juntamente com o fator anterior, aumenta o

problema de tombamento); e) atraso no desenvolvimento dos filhos; f) entrelaçamento de raízes (competição

por água e nutrientes); g) aumento do ciclo de produção do bananal (agravado no ciclo dos seguidores); h)

sobreposição de folhas (competição por luz e dificuldade nas pulverizações); i) desuniformidade nos filhos e

na época de colheita; j) prejuízo na qualidade do fruto. Desclassificação ou perda de classe, devido ao menor

tamanho do fruto; l) a partir de certo limite prejudica a execução de práticas culturais; m) necessidade de

renovar os bananais, num espaço de tempo menor.

No caso de plantio em morro este filho, se seguidas as orientações recomendadas para o plantio,

deverá estar localizado em posição superior na encosta, em relação a planta "mãe". Na prática, a escolha

deste filho às vezes é difícil. Neste caso a escolha deve recair sobre o filho mais desenvolvido, localizado na

posição desejada (dentro da linha de plantio, no sentido da condução do bananal, no caso de várzeas e acima

da planta "mãe", no caso de encosta).

Observações

O termo planta "mãe" é aqui utilizado para a planta mais velha da touceira, em qualquer idade do

bananal. Levando-se em conta os fatores considerados, os espaçamentos mais indicados para as diversas

cultivares, estariam em torno dos relacionados a seguir:

Page 65: CARACTERÃ-STICAS DE ALGUMAS ESPÃ-CIES DE FRUTÃ-FERAS

•2x2 metros ou 1,5x2 metros para bananeiras de porte baixo, como a "Nanica".

•2x2 metros, 2x2,5 metros ou 2,5x2,3 metros para cultivares de porte médio, como a "Nanicão" e

a "Enxerto".

•2x3 metros, 3x3 metros e 4x4 metros para cultivares de porte alto, como a "Branca", a "Prata" e

a "Mysore".

Adubação

As adubações em cobertura devem ser feitas a 50 cm das plantas; em terrenos inclinados faze-las em

meia-lua do lado de cima; em bananal adulto distribuir os adubos em meia-lua em frente à planta-neta ou em

faixa de 50 cm de largura nas entrelinhas. Aplicar anualmente 20 litros de esterco de curral curtido por cova.

Época de Plantio Iniciar o plantio com as primeiras chuvas ou em qualquer época com o uso de irrigação. Levar em

consideração o período em que se pretende colocar o produto no mercado.

Tratos Culturais

Capinas - mantenha o bananal livre de mato. As capinas podem ser com enxadas, máquinas ou herbicidas.

Não se deve gradear ou passar rotativa devido a superficialidade das raízes.

Desbaste – Consiste na eliminação da brotação existente em excesso no bananal. Deixar crescer junto à

planta-mãe apenas uma única brotação (filho), eliminando-se todas as demais. O primeiro desbaste, que irá

eleger a planta mãe, deve ser realizado quando os brotos atingirem 60 cm. O desbaste deverá ser realizado

periodicamente, visando manter mãe e filho, até o lançamento da inflorescência pela planta-mãe. Nesta fase

escolhe-se um novo broto junto ao filho que passará a ser o "neto". O número de desbastes varia de 3 a 5

vezes/ano.

Para que serve - É usado para se ter no bananal o numero ideal de plantas, com o objetivo de se obter uma

produção econômica. A brotação deixada tem um melhor desenvolvimento e será responsável pela produção

da nova safra. Permite colheitas em épocas de melhor cotação do produto no mercado.

Época de desbaste - Inicia-se o desbaste quando o filhote (rebento) este ainda bem novo, com

aproximadamente 20 a 30 cm de altura. É feito após a desfolha, portanto, geralmente aos 4, 6 e 10 meses no

bananal em formação e, em agosto, dezembro e abril, em pomares já formados.

Como fazer o desbaste - Com o facão ou outro instrumento semelhante cortam-se, rente ao solo, todas as

brotações (filhotes) considerados indesejáveis. No local do corte, coloca-se a ponta da ‘lurdinha’, fazendo-se

em seguida pressão para baixo ate sentir que a rigidez do rizoma dificulte a penetração da ferramenta.

Inclinar o aparelho para o lado (+ ou - 45º ) para quebrar a gema. Ao retirar a lurdinha do interior do rebento,

junto sai a gema de crescimento, que é responsável pelo desenvolvimento do filhote.

Condução do bananal - Com a lurdinha, pode-se conduzir tecnicamente o bananal, deixando-se em cada

cova apenas uma geração: "mãe, filho e neta". O "filho" escolhido para a produção da próxima safra será

aquele com melhor desenvolvimento. Para a seleção do "neto", usa-se o mesmo critério.

Corte do pseudocaule ou da bananeira – depois de colher o cacho, corte as folhas no alto da bananeira

(roseta ) , no ponto em que elas se separam. Corte o resto da bananeira rente ao solo 40 dias depois.

Pique a bananeira cortada e espalhe os pedaços nas entrelinhas do bananal, deixando o solo próximo (40 cm)

da touceira no limpo.

Page 66: CARACTERÃ-STICAS DE ALGUMAS ESPÃ-CIES DE FRUTÃ-FERAS

Desfolha ou retirada das folhas secas – retire as folhas secas logo depois de cada adubação de crescimento;

cortando-as junto ao pecíolo, de baixo para cima; ajunte-as em leiras nas entrelinhas do

bananal.

Corte do coração ou umbigo – faça o corte do umbigo 15 dias depois que se formou a ultima penca.

Quebra-se a ráquis masculina ("rabo-do-cacho") junto ao botão floral, quando houver entre ele e a última

penca, cerca de 10 - 12 cm. Este procedimento acelera o desenvolvimento ("engordamento") das bananas,

aumenta o comprimento dos últimos frutos, aumenta o peso do cacho (cerca de 5% no peso do cacho) e

provoca a diminuição de trips e traça-da-bananeira.

Ensacamento do cacho com plástico polietileno – pratica que melhora a qualidade dos frutos, protegendo-

os contra atritos, ataque de pragas e de produtos utilizados no tratamento fitossanitário.

Irrigação

A irrigação deverá ser feita nos períodos de seca prolongada, porem, sempre verificando as

condições de umidade do solo. Na cultura irrigada a produção é maior e de melhor qualidade, devendo-se

executar bom manejo da irrigação.

Pragas principais Broca-da-bananeira - também conhecida como moleque-da-bananeira. O inseto adulto é um besouro preto,

de movimentos lentos e hábitos noturnos. As larvas destroem os tecidos internos dos rizomas, produzindo

galerias. As folhas amarelecem, os cachos ficam pequenos e as plantas ficam sujeitas ao tombamento.

Controle: seleção das mudas, tratamento das mudas e das covas com inseticidas e o emprego de iscas de

pseudocaule ou rizomas, envenenados ou não.

Nematódeos causam lesões nas raízes; por isso, as plantas ficam com o crescimento prejudicado e sujeitas

ao tombamento. Controle: plantio em áreas livres de nematódeos, rotação de culturas, utilização de mudas

sadias, descorticamento do rizoma, tratamento das mudas com nematicidas, e uso de cultivares resistente.

Doenças principais

Mal-do-panamá – os sintomas começam com amarelecimento nas folhas mais velhas, que depois murcham,

secam e se quebram ficando pendentes, dando á planta um aspecto de guarda-chuva fechado. Nas variedades

sem resistência, como a prata e a maçã, a doença reduz bastante a produção e pode destruir todo o bananal.

Controle - uso de cultivares tolerantes, plantio de mudas sadias, implantação de viveiros com mudas isentas

da doença, plantio em solos não infectados, queima dos restos de cultura, uso de ferramentas esterilizadas;

uso de pedilúvio e rodolúvio no acesso à lavoura, no caso de regiões onde é comum a ocorrência desta

doença.

Sigatoka Amarela ou Cercosporiose – provoca desfolhamento precoce, enfraquecimento da planta, cachos

com poucas pencas e frutos pequenos. Nas folhas, aparecem manchas de cor amarela nas bordas e

acinzentadas no centro. Traz também maturação precoce de frutos isolados no cacho. Controle:

pulverizações com produtos á base de óleos minerais, a cada 15 ou 21 dias nos períodos chuvosos.

Fungicidas sistêmicos diluídos em óleo mineral, também são recomendados.

Sigatoka Negra: Mycosphaerella fijiensis Morelet (Paracercospora fijiensis (Morelet) Deighton. Sinonímia:

Mycosphaerella fijiensis var. difformis Mulder & Stover; Cercospora fijiensis Morelet; Pseudocercospora

fijiensis (Morelet) Deighton). É considerada a mais grave doença da cultura. Sintomas: As manchas

Page 67: CARACTERÃ-STICAS DE ALGUMAS ESPÃ-CIES DE FRUTÃ-FERAS

produzidas pelas duas Sigatokas são bastante semelhantes, mas, à primeira vista, predomina a cor escura na

Sigatoka negra, enquanto na Sigatoka amarela predomina o amarelo, como os próprios nomes sugerem.

Outros aspectos diferenciais incluem: maior concentração de lesões ao longo da nervura principal (Prancha

13.5) e, observando-se as lesões pela parte inferior da folha, principalmente em estádios intermediários de

desenvolvimento, a cor prevalecente é o marrom. Os conhecimentos adquiridos até então permitiram definir

seis estádios de desenvolvimento para as lesões de Sigatoka negra:

Estádio Descriminação

1. Pequena descoloração ou despigmentação, só observada na página inferior da folha. Inclui uma

pequena estria de cor café dentro da área descolorida. Não é visível através da luz.

2. Pequena estria de cor café, visível nas faces superior e inferior da folha. 3. A estria aumenta em diâmetro e comprimento, mantendo-se de cor café.

4. A estria muda da cor café para prelo, sendo considerada como mancha.

5. A mancha negra está rodeada por um halo amarelo

6. A mancha novamente muda de cor, deprime-se e nas áreas mais claras (cinza-claro) observam-se os

peritécios (pontos negros).

Colheita As bananas são colhidas o ano todo. Se as distancias são longas, e os dias, quentes, colhe-se a fruta

mais atrasada em seu desenvolvimento. Para as distancias curtas e dias frios, as bananas podem ser colhidas

com grau de maturação mais avançado.

Comercialização

As caixas comumente utilizadas são a do tipo torito (to), com peso médio de 18 kg e a caixa mineira

(mi) com 20 kg; produtores mais tecnificados já estão usando também caixa de plástico e de papelão, com

peso definido do conteúdo.

CULTURA DO COCO - Cocus nucífera, L.

Aspectos Gerais

Originário do sudeste da Ásia o coqueiro foi introduzido no Brasil através da Bahia (daí côco-da-

Baia) donde disseminou-se pelo litoral nordestino que é responsável por 90% da produção nacional. Bahia,

Sergipe, Rio Grande do Norte, são os maiores produtores.

O Brasil, participando com menos de 15% na produção mundial, não satisfaz às suas necessidades; a

produtividade é baixíssima - 25 cocos pé/ano - (material cultivado, manejo inadequado). Os continentes Ásia

e Oceania são responsáveis por 90% da produção mundial (Filipinas, Indonésia, Índia, Papua, Nova Guiné).

Botânica/Descrição da Planta/ Variedades

O coqueiro é uma planta monocotiledônea, da família Palmae, conhecido como Cocus nucífera, L.

Planta arbórea, altura em torno de 25m. (coqueiro gigante) copa densa e elegante. Raiz fasciculada (vai a

1,8m. para lados e até 0,6m. para baixo), caule indiviso chamado estipe ou espique, com tufo de folhas (30-

35) bem verdes na extremidade. Folha constituída de pecíolo curto e por vários pseudo - folíolos, com 6m de

comprimento e 1-2 anos de vida; inflorescência axilar em forma cacho com flores femininas globosas. A

Page 68: CARACTERÃ-STICAS DE ALGUMAS ESPÃ-CIES DE FRUTÃ-FERAS

planta é monóica (órgãos masculinos e femininos na mesma planta). Fruto é drupa com casca (epiderme)

lisa, camada fibrosa (mesocarpo) e parte dura (endocarpo). Na sua parte interna encontra-se a amêndoa e a

"água-de-coco". O fruto também é conhecido como noz-semente, semente.

As variedades de coqueiro são:

Gigante - também chamado de típico, é predominante, tem grande altura, polinização cruzada, fruto verde,

cocos destinados à industrialização;

Anão - representado por tipos com frutos verdes, vermelhos e amarelos, tem autofecundação e frutos

destinados ao consumo da água-de-coco e híbrido - proveniente do cruzamento natural ou artificial gigante x

anão, não tem informações conclusivas sobre seu material.

Importância / Uso do coqueiro Cultivado em mais de 80 países tropicais o coqueiro oferece mais de 360 modalidades diferentes de

aproveitamento com 200 deles constituindo-se em alimentos (água-de-coco, coco ralado, leite de coco, doce,

sorvete, outros). População, indústrias e fabricas são atendidas pelas modalidades. Dentre os usos do

coqueiro destacam-se segundo o órgão: raízes: fabricação de balaios; caule: lenho de indivíduos idosos para

marcenaria e ornamentação, esteios, pisos de pontes, jangada mourões, palmito (broto terminal comestível);

folha: como forragem (folhas novas), matéria para balaios, esteiras, peneiras, chapéus; fruto: fibras para

cordas, tapetes, escovas, amêndoa para copra, para alimentos, para sabões, óleos, farinhas, leite de coco e

água de coco. Em alguns países bebe-se a seiva da inflorescência (toddy).

O coco gigante seco é adquirido por intermediários para consumo como coco seco para culinária ou

para indústrias; o coco verde (anão) é levado para consumo in natura. Cidades grandes e de porte médio da

Bahia (Feira de Santana, Juazeiro, Itabuna, Vitória da Conquista) e agroindústrias (Sergipe, Alagoas, outras)

de transformação (grande mercado) são destino do produto.

O albúmen do coco tem seguinte composição: água (46%), substâncias albuminoides (5,41%), óleos

(35,9%), substâncias azotadas (8,06%), celulose (2,9%), cinzas (0,97%).

Condições de cultivo

Clima - O coqueiro é típico de regiões quentes, úmidas e ensolaradas; a água é o fator mais importante para

o coqueiro e depois temperatura e radiação solar.

Chuvas - Precipitação média anual superior a 1.600mm. (ótimo entre 1.700 e 2.200mm.) com mínimo de

130 mm./mensais (ótimo em 150 mm.). Em locais com chuvas abaixo de 1.000mm./ano lançar mão da

irrigação.

Temperatura - o coqueiro requer temperatura média anual acima de 22ºC. Ótimo em 27-28ºC; temperatura

elevada com baixa umidade é condição danosa para a planta.

Luminosidade - a radiação solar ou insolação acima de 2.000 horas/ano é ideal para o coqueiro; 1.800

horas/ano já é nível critico.

Umidade relativa do ar - o coqueiro exige saturação do ar igual ou superior a 80% sem ultrapassar 90% as

mínimas mensais não devem cair abaixo de 60%.

Ventos - se excessivos podem tombar a planta; além de influenciar na evapo-transpiração o vento

desempenha papel importante na polinização do coqueiro.

Obs.: em relação a altitude a planta encontra seus limites (comercialmente) aos 600 metros.

Page 69: CARACTERÃ-STICAS DE ALGUMAS ESPÃ-CIES DE FRUTÃ-FERAS

Solos - o coqueiro exige solos profundos (profundidade efetiva entre 1 e 2m.), é tolerante a solos arenosos,

argilosos e silico-argilosos, requer solos bem drenados, com lençol freático entre 1 a 4m. de profundidade,

com fertilidade média a alta, ricos em matéria orgânica, potássio, fósforo, cálcio e magnésio e com pH entre

6,0 e 6,5.

A planta é tolerante, ligeiramente, à presença de sais solúveis e de sódio no solo.

Os terrenos para coqueirais devem ser planos a ligeiramente ondulados (até 3%).

Produção de mudas Planta matriz - fornece a noz semente. Deve ser vigorosa, ereta, com copa verde intenso, idade entre 15 e

30 anos, com bom número de folhas e sem pragas. A semente deve ter 11 a 12 meses de idade, pesada,

arredondada, casca sem indícios de pragas, deve descansar de 10 a 21 dias após colhida.

Germinador - canteiro com 15cm. profundidade, 1 a 2m. de largura por comprimento variável (irrigação).

As nozes devem receber entalhe na protuberância mais alta do lado que se prende à inflorescência;

entalhadas as nozes são colocadas lado a lado, com entalhe para cima e para a mesma direção. Cada m2 de

canteiro recebe 22 a 24 nozes. A irrigação deve proporcionar 6 a 7mm./dia ( 6 a 7l/m2 /dia).

Viveiro - como no germinador o terreno é arado gradeado e limpo convenientemente; quando a plantinha da

noz alcançar 15cm. de altura deve-se fazer a repicagem para viveiro em terra firme ou em sacolas plásticas.

Deve selecionar mudas com um só broto (reto, na vertical) forte, bem fixado na casca. Rejeitar nozes com

brotos raquíticos, duplos ou triplos, retorcidos, esbranquiçados. Retira-se a muda do germinador (com

gancho de ferro) e corta-se as raízes a 1-2cm. da casca. Situado próximo ao germinador o viveiro deve

receber 60% das mudas germinadas.

Viveiro em terra firme - deve ter solo escarificado, com matéria orgânica ou pó-de-serra incorporado

(facilitar arranquio); evitar solos ácidos ou com muito alumínio. Mudas que permanecerão 6 meses são

plantadas no espaçamento de 60cm. x 60cm. em triângulo equilátero; as que permanecerão de 7 a 9 meses o

espaçamento será de 80cm. x 80cm. em triângulo. A irrigação será de 10l/m2 (até 2 meses), 12l/m2//dia (2-4

meses), 14l/ m2//dia (4 a 6 meses) e 16l/ m2//dia de 6 meses em diante. Pode-se regar em dias alternados.

Viveiro em sacolas - os sacos devem ser de polietileno preto, com 0,2mm. de espessura, dimensões de

40cm. x 40cm. (anão), a 50cm. x 50cm. (gigante) e furos no terço inferior (3 fileiras espaçadas de 5cm.). Os

sacos são cheios até 2/3 de sua capacidade, com terra peneirada de superfície com matéria orgânica (10

litros); coloca-se o material proveniente do germinador e completa-se o enchimento do saco. O espaçamento

é igual ao do viveiro terra firme.

Controle de ervas dentro e ao redor (10m.) da área do viveiro, a proteção fitossanitária é feita

utilizando-se os químicos carbaryl 85 M, paratiom 60 E, dimetoado 50 E, mancozeb,. Se aparecer podridão

do olho queimar plantas doentes e aplicar TEMIK 10 g na área.

Um mês após repicagem efetuar adubação em cobertura com mistura de uréia (1 parte), superfosfato

simples (2 partes) e cloreto de potássio (3 partes) aplicando 18g. (planta 1 mês), 24g. (2 meses), 30g. (3

meses), 36g. (4 meses), 36g. (a partir de 5 meses). O adubo é colocado ao redor da noz incorporado à terra de

superfície e procede-se a uma irrigação.

Preparo da área

Page 70: CARACTERÃ-STICAS DE ALGUMAS ESPÃ-CIES DE FRUTÃ-FERAS

Quando se tratar de área não cultivada, deve-se proceder ao desmatamento, que pode ser executado

mecanicamente e/ou manualmente, com auxílio de foice e machado, e, posteriormente, o destocamento.

Após a limpeza da área, deve-se proceder à retirada de amostras do solo para análise química. Quando for

necessário o uso de calagem, essa deve ser feita com calcário dolomítico, recomendando-se aplicar metade

antes da aração e o restante após, porém, antes da gradagem.

Plantio

Proveniente do viveiro a muda ideal deve ter 1m. de altura (da noz à folha mais nova aberta em

posição normal), com 5 a 7 folhas vivas, coleto com 15-18cm. de circunferência, a planta livre de pragas e

doenças. Entre a retirada da muda do viveiro e o plantio não deve permear muito tempo; a muda de raiz viva

deve estar abrigada, sob sombra, nesse período.

Os espaçamentos, com traçado de triângulo equilátero , indicados são 9,0m. x 9,0m. (143 plantas

para o gigante), 8,5m. x 8,5m. (160 plantas / ha para o híbrido) e 7,5m. x 7,5m. (204 plantas / ha para o

anão). As covas podem ter dimensões de 0,8m. x 0,8m, x 0,8m. (ou 0,6m. x 0,6m. x 0,6m.) para coqueiro

anão e 1,0m. x 1,0m. x 1,0m. para coqueiro gigante.

Do fundo para a superfície enche-se a cova com casca de coco (voltada para cima) com altura de

30cm., segue-se camada de 20cm. de mistura de terra de superfície e matéria orgânica (15l. de esterco curral

ou 3Kg. de torta de mamona), 800 gramas de superfósfato simples e por fim terra de superfície.

No ato do plantio se a muda tiver raiz longa deve ser podada, centraliza-se a muda na cova,

deixando-se a parte externa do coleto (início do caule) voltada para os ventos dominantes. O coleto deve

ficar ao nível do solo e a terra ao redor da muda deve ser bem socada mantendo-o na posição vertical. Deve-

se colocar terra sobre a noz somente para recobri-la sem que o coleto fique enterrado.Em seguida irriga-se a

cova com 15 litros de água e cobre-se em volta da noz, com cobertura morta num raio de 80cm.

Obs.: Se a análise do solo recomendar calagem o calcário deve ser colocado no fundo da cova.

Tratos culturais:

Controle de ervas daninhas

Coroamento - é a eliminação de ervas em circulo de tamanho variável em torno do coqueiro. Em algumas

áreas de plantio faz-se 4 coroamentos por ano; do 1º ao 4º ano do plantio efetua-se o coroamento com raio de

1m., a partir do 5º ano, com raio de 1,5m. ou de acordo com tamanho da projeção da copa. A operação é

efetuada com enxada ou com aplicação de herbicidas ( mistura de paraquat e diuron ).

Roçagem - da vegetação nativa das entrelinhas do plantio.

Gradagem: se necessária uma vez por ano no final da estação chuvosa, em caracter superficial.

Limpeza da planta - folhas mais velhas, amareladas e secas devem ser eliminadas; as folhas são cortadas a

20-25cm. da base, após 3-4 meses o pé do pecíolo apodrecido é retirado. Evitar cortar folhas verdes ou

arrancar pecíolo amarelado.

Uso da cobertura - protege o solo em torno da planta, mantém umidade do solo, evita crescimento de ervas

daninhas, conserva o solo, fornece matéria orgânica ao solo.

Culturas intercaladas - o uso de culturas intercaladas pode ser feito nos primeiros anos de vida do coqueiro;

deve-se optar por culturas de ciclo curto a serem plantadas no período chuvoso do ano e a 2m. da linha de

plantio do coqueiro. Indica-se amendoim, feijões, milho, sorgo, entre outras.

Page 71: CARACTERÃ-STICAS DE ALGUMAS ESPÃ-CIES DE FRUTÃ-FERAS

Calagem e adubação: Deve ser feita com base na análise química de amostras do solo, a cada dois anos. A

coleta de solo para a amostragem deve ser realizada sempre sob a copa das plantas, na região do coroamento,

quando se deseja recomendar adubação, e nas entrelinhas, quando se objetiva recomendar a calagem. As

amostras de solo devem ser colhidas próximo do final da estação seca, seguindo-se todas as recomendações

do Laboratório de Análises.

Adubação em cobertura: O potássio é o elemento de maior importância para o coqueiro bem como o

enxofre e o magnésio. As adubações em cobertura são: no mesmo ano do plantio no final da estação chuvosa

efetua-se uma adubação com 200g. de uréia e 200g. de cloreto de potássio, por planta a lanço ao redor da

planta, numa faixa de 30cm. a partir do pé incorporando-se levemente, em seguida,as adubações seguintes

obedecem ao quadro I (no início da estação chuvosa e próximo do seu fim).

Figura - Preparo da cova e plantio da muda de coqueiro

Pragas

Entre as pragas que atacam o coqueiro no Brasil, as que se apresentam em maior freqüência e com

prejuízos significativos são: as coleobrocas, entre essas, a broca-do-olho (Rhinchophorus palmarum) e a

broca-do-estipe (Rhinostomus barbirostris); a traça da inflorescência (Hyalospila ptychis); o ácaro

(Eriophyes guerreronis); as lagartas-das-folhas (Brassolis sophorae e Automeris sp), além das formigas

cortadeiras, durante os três primeiros anos do plantio. As principais pragas e seu controle serão descritos a

seguir:

Broca-do-olho - (Rhynchophorus palmarum L.) O adulto é um besouro de cor preta, com 4,5 a 6,0 cm de

comprimento. Possui um "rostro" comprido e recurvado, recoberto por pêlos pretos na parte superior nos

machos. A fêmea põe os ovos no 'olho' da planta, com um total de aproximadamente 250 ovos. Desses, saem

as larvas brancas, que medem cerca de 7,5 cm de comprimento. As larvas alimentam-se da parte interna do

tronco, destruindo o meristema apical da planta e provocando a morte do coqueiro. Controle - Como o

controle químico é caro e de difícil aplicação em virtude do porte do coqueiro, sugere-se o emprego de um

controle cultural preventivo mediante a eliminação das plantas atacadas e o monitoramento da praga. Esse

último é feito com o uso de iscas atrativas para a broca-do-olho, com emprego de baldes de 20 litros com

funil acoplado na tampa, e colocando-se, no seu interior, pedaços da planta de coqueiro ou porções de cana-

de-açúcar e melaço na proporção de um litro de melaço para quatro litros de água. A mistura tem o objetivo

de manter a isca sempre úmida, atraindo o inseto para a armadilha. A cada 15 dias deve se proceder à

substituição da isca, bem como destruir os insetos capturados.

Page 72: CARACTERÃ-STICAS DE ALGUMAS ESPÃ-CIES DE FRUTÃ-FERAS

Broca-do-estipe - (Rhinostomus barbirostris Fabricius) O adulto é um besouro preto de 1,1 a 5,3 cm

comprimento, com rostro recoberto por pêlos avermelhados. A fêmea difere do macho por apresentar rostro

mais curto e sem pêlos. Ela põe os ovos no tronco do coqueiro, onde faz perfurações com o rostro, colocando

os ovos e, posteriormente, cobrindo-os com uma camada cerosa para protegê-los do ressecamento. Dos ovos,

surgem larvas de cor esbranquiçada que podem atingir até 5 cm de comprimento. Após o nascimento, as

larvas penetram no tronco, destruindo o sistema vascular da planta e formando galerias, que aumentam de

diâmetro à medida que a larva cresce. Quando o ataque é intenso e ocorre próximo à copa do coqueiro, pode

ocorrer a quebra do estipe pela ação de ventos fortes. Mesmo não havendo a quebra da planta, poderá ocorrer

uma redução na capacidade produtiva em até 75%. Controle - Em função das dificuldades de controle

químico, como mencionado para a broca-do-olho, sugere-se o controle mediante inspeções constantes e

periódicas no coqueiral visando a detectar a postura e raspá-las com facão para destruição dos ovos.

Ácaro - (Eriophyes guerreronis Keif.) Normalmente o ácaro desenvolve-se sob as brácteas dos frutos novos,

sugando a seiva da epiderme e provocando cloroses que se estendem longitudinalmente por todo o fruto .

Posteriormente, a área danificada torna-se marrom-escura, com aspectos ásperos e freqüentemente

apresentando rachaduras. Os frutos danificados se deformam, perdem peso e, às vezes, caem antes de atingir

o ponto ideal de colheita, além de tornarem-se pouco atrativos para o consumidor de "coco-verde". Controle

- Em razão de os ácaros se encontrarem protegidos pelas brácteas dos frutos, o controle com a utilização de

produtos químicos de ação por contato fica comprometido, podendo ser usados apenas produtos de ação

sistêmica. Entretanto, esses produtos devem ser recomendados com restrições, uma vez que podem deixar

resíduos nos frutos.

Traça da inflorescência - (Hyalospila ptychis Dyar) O adulto é uma mariposa pequena, que faz a postura na

inflorescência. Dos ovos, surgem lagartas brancas, com pigmento no dorso e cabeça amarelada. As lagartas

desenvolvem-se nas inflorescências recém-abertas do coqueiro, danificando os carpelos da flores femininas e

perfurando os frutos novos na região das brácteas. Instalam-se sob as mesmas, onde se alimentam dos

tecidos e abrem galerias, provocando a queda dos frutos atacados ainda pequenos. Controle - Sugere-se

proceder à eliminação das inflorescências atacadas pela traça e queimá-las como forma de diminuir a fonte

de inóculo, visto que o controle químico somente deve ser empregado em casos de alta infestação.

Lagarta-das-folhas - (Brassolis sophorae e Automeris cinctistriga Felder) O adulto é uma borboleta grande

(Brassolis sophorae) medindo de 6 a 10 cm, de hábito diurno, a qual faz a postura na base do pecíolo das

folhas e folíolos. As lagartas surgidas dos ovos chegam a medir de 6 a 8 cm de comprimento, possuem

cabeça avermelhada e listras longitudinais marrons -escuras no dorso. As lagartas fazem ninhos unindo

vários folíolos com fio de seda no interior, onde passam o dia e só saem à noite para se alimentarem. Se

alimentam do limbo foliar dos folíolos, provocando o desfolhamento total das plantas. O adulto da lagarta

Automeris é uma mariposa. As lagartas são verdes e urticantes, podendo atingir 9 cm. São de hábito diurno,

de ocorrência esporádica e apresentam-se dispersas nas folhas. Se alimentam do limbo foliar e provocam o

desfolhamento do coqueiro, podendo ocorrer desde o período do viveiro até a fase adulta no campo.Controle

- Sugere-se a derrubada das lagartas com o emprego de varas e destruição mecânica das mesmas.

Formigas - As formigas saúvas causam sérios danos nos três primeiros anos de plantio da muda e também

no viveiro, podendo levar a um desfolhamento total da planta. Controle - Devem ser controladas com o

Page 73: CARACTERÃ-STICAS DE ALGUMAS ESPÃ-CIES DE FRUTÃ-FERAS

emprego de formicidas adequados, tendo-se o cuidado de controlar os formigueiros tanto dentro quanto fora

da propriedade.

Doenças Entre as doenças, destacam-se como de maior importância o anel-vermelho do coqueiro

(Bursaphelenchus cocophilus), a lixa (Phyllachora torrendiella) e a queima-das-folhas ( Botryosphaeria

cocogena):

Anel-vermelho - Tem como agente causal um nematóide do sistema vascular (Bursaphelenchus cocophilus)

e sua disseminação ocorre principalmente pela broca-do-olho do coqueiro, que é o inseto vetor. A doença é

de natureza letal, caracterizando-se externamente por uma coloração amarelo-ouro das folhas basais, que se

inicia na ponta da folha e avança em direção à ráquis. As folhas arreiam em torno do estipe, conferindo um

aspecto de guarda-chuva. Internamente, por meio de um corte transversal do estipe, observa - se uma

coloração avermelhada em forma de anel no cilindro central do estipe. A doença só ocorre após a

exteriorização do estipe. Controle - Pelo fato de a doença ser letal ao coqueiro e ser disseminada

principalmente pela broca-do-olho, o controle é efetuado pelo do controle do inseto, ou seja, com o uso de

armadilhas, como recomendado anteriormente, em conjunto com o arranquio, remoção da planta atacada

para uma área fora do coqueiral e queima do coqueiro doente. Deve -se ter o cuidado de abrir o estirpe ao

meio antes de se efetuar a queima para destruir as larvas da broca que se encontram no interior do estirpe e,

dessa forma, reduzir a população do inseto vetor.

Lixa - (Phyllachora torrendiella – Lixa-pequena; Sphaerodothis acrocomiae – Lixa-grande) e Queima-das-

folhas ( Botryosphaeria cocogena). A lixa e a queima-das-folhas são doenças fúngicas e geralmente ocorrem

de forma associada, acreditando-se que a lixa seja a porta de entrada para o fungo causador da queima-

dasfolhas. Essa última manifesta-se nas folhas mais velhas, sendo caracterizada por uma coloração marrom-

avermelhada em forma de "V", iniciando na extremidade da folha e caminhando em direção a ráquis. Com a

evolução da doença, ocorrem a seca e morte da folha que serve de sustentação para o cacho, antes que esse

se encontre no ponto de colheita. Isso leva à queda prematura dos cocos em função do penduramento do

cacho e obstrução do transporte de nutrientes para os frutos. Além desses danos, ocorre uma redução na área

foliar da planta com queda significativa na produtividade. Controle - Em função da indisponibilidade de

material genético resistente, a “Queima-das-folhas” deve ser controlada culturalmente pela da eliminação da

fonte de inóculo, por meio de corte das partes atacadas das folhas, com posterior remoção da área e queima

do material. O controle químico só deve ser efetuado quando se verificar elevados índices de ocorrência da

doença, em função do elevado custo do controle, o qual consiste de três aplicações de Benomyl a 0,1% +

Carbendazim a 0,1%, a intervalos de 15 dias, sendo aplicado em conjunto com a eliminação das folhas

atacadas, e repetindo-se a aplicação dos mesmos produtos após três meses. O controle químico para a lixa

ainda não apresentou resultados satisfatórios definitivos. Em caso de suspeita da doença, o ideal é que se

procure um engenheiro agrônomo.

Colheita/Rendimento/Beneficiamento

Colhe-se coco para fornecimento da água-de-coco (coco imaturo), para uso doméstico ou industrial

(coco maduro seco) e para multiplicação (semente, coco tendendo a secar). A colheita é feita a cada 60 ou 75

ou 90 dias (segundo costumes da região ou da propriedade). Para água de coco colhe-se entre o 6º e 8º mês

Page 74: CARACTERÃ-STICAS DE ALGUMAS ESPÃ-CIES DE FRUTÃ-FERAS

de vida do fruto, para copra ou semente colhe-se o fruto em plena maturação e não antes do 11º mês de vida.

Colhe-se cocos caídos (maduros) ou apanha-se cocos verdes e maduros subindo no coqueiro (através de

"peia"). Na colheita aproveita-se para efetuar limpeza da copa (eliminação de restos florais secos, folhas

secas).

O coqueiro anão começa a produzir no 2º ano pós plantio e o coqueiro gigante no 4º-5º ano de vida.

Em média são colhidos 12 cachos/ano/planta do coqueiro gigante e 14 cachos/planta/ano do coqueiro anão.

Aos 10 anos de vida um coqueiro gigante pode produzir 80 frutos/ano e o coqueiro anão 120 frutos/ano.

Satisfeitas as necessidades climáticas e com bom manejo (adubações e tratos fitossanitarios) as variedades de

coqueiros podem duplicar a produção acima. Um tirador de coco (gigante) é capaz de colher 60 plantas/dia.

Como o coco-anão é destinado basicamente para o mercado de coco-verde, em razão do consumo da água, os

frutos devem ser colhidos com idade que variam entre oito e nove meses após a abertura da inflorescência,

quando a água se encontra com sabor mais agradável. Caso o objetivo seja a industrialização ou utilização da

semente para a produção de mudas, a colheita deve ser feita entre 11 e 12 meses.

Quando as plantas apresentarem porte elevado, recomenda-se a colheita dos frutos por meio do corte

do cacho com um golpe de facão, tendo-se cuidado de amarrá-lo com uma corda e segurá-lo para diminuir o

impacto dos mesmos com o solo, reduzindo, assim, a perda de frutos por rachaduras.

Em áreas irrigadas, são colhidos, em média, de 180 a 250 cocos por planta/ano, podendo-se chegar a

250. Normalmente, a variedade Anão mantém-se produtiva por um período de 40 anos.

O coco-verde é comercializado em cachos ou a granel, devendo ser mantido protegido do sol, de

forma que sua longevidade não seja afetada. Na maioria dos casos, a comercialização ocorre por meio de

agentes intermediários, os quais, algumas vezes, se responsabilizam pela colheita e respectivas despesas,

podendo os frutos ser também comercializados em feiras-livres, centrais de abastecimento, lanchonetes, etc.

Os preços recebidos pelos produtores são sensivelmente afetados pela intensa intermediação ocorrida

no processo. Normalmente, o coco-verde é objeto de uma média de quatro transações comerciais até chegar

ao consumidor. Evidentemente, os preços pagos ao produtor são baixos, ao passo que os consumidores

compram o produto a preços mais altos. A organização de produtores em grupos, principalmente pequenos e

médios, é a melhor alternativa para diminuição dos custos de colheita e transporte e aumento do seu poder de

barganha diante dos compradores. Assim, recomenda-se que antes do período de preparo da produção para a

colheita, é importante entrar em contato com possíveis compradores em diversos locais para se obter

informações sobre a evolução dos preços e intenção de compra.

O beneficiamento primário do coco seco é o descascamento manual com uma barra de ferro

firmemente encravada no solo tendo uma lamina cortante na extremidade superior ajuda um operário a

descascar (bate o coco na lamina para tirar a fibra; deixa-se proteção perto dos "olhos"). Um homem

descasca 1.500 frutos num dia.

http://www.seagri.ba.gov.br/coqueiro.htm acesso 15/04/2008

http://www.editora.ufla.br/BolExtensao/pdfBE/bol_95.pdf acesso 15/04/2008

http://www.emater-rondonia.com.br/Murici.htm acesso 15/04/2008 - cultura do murici

Page 75: CARACTERÃ-STICAS DE ALGUMAS ESPÃ-CIES DE FRUTÃ-FERAS

CULTURA DA ACEROLEIRA - Malpiglia glabra L.

Aspectos Gerais

A aceroleira, também conhecida como cerejeira das Antilhas, é uma planta rústica, de porte

arbustivo. O Brasil ocupa o primeiro lugar na produção e exportação da acerola, em razão da existência de

condições bastante favoráveis de clima e solo em grande área do país. Outro fator é a grande importância

nutricional dos frutos, que fez da acerola uma fruta altamente requisitada no mercado mundial para o preparo

de sucos e consumo “in natura”.

Entre seus componentes, destaca-se o teor de vitamina C (ácido ascórbico). Em 100 g de polpa pode

haver até 5000 mg dessa vitamina, o que corresponde a até 80 vezes a quantidade encontrada em limões e

laranjas.

Uma das grandes vantagens do cultivo dessa frutífera é o elevado número de safras/ano, sendo

geralmente quatro/ano, podendo chegar a 7 safras, no caso de cultivos irrigados.

Botânica/Descrição da Planta/ Variedades

A aceroleira é uma planta ainda pouco conhecida, tanto que há divergências quanto à sua correta

classificação botânica.

A maioria dos autores supõe-se tratar de Malpighia glabra L., mas há aqueles que julgam que a

espécie cultivada é Malpighia punicifolia L. ou mesmo Malpighia emarginata D.C. Pela grande variação

encontrada na arquitetura das plantas, disposição das folhas, coloração das flores e também pela presença de

acúleos urticantes nas folhas de algumas plantas em pomares comerciais dessa frutífera, infere-se que

existam indivíduos de mais de uma espécie sendo cultivados no Brasil.

Malpighia glabra é um arbusto glabro, de tamanho médio, com 2 a 3 m de altura, com os ramos densos e

espalhados. As folhas são ovatas a elítico-lanceoladas, com 2,5 a 7,5 cm de comprimento, opostas, com

pecíolo curto, pequenas, de coloração verde-escura e brilhante na face superior e verde pálida na face

inferior. As flores são perfeitas, com pedúnculo longo e pouco mais de 1 cm de diâmetro, de coloração rosa-

esbranquiçada a vermelha. São dispostas em cachos de 3 a 5 flores nas axilas dos ramos em crescimento.

O fruto da aceroleira é uma drupa de tamanho, forma e peso variáveis. A forma pode ser oval ou

subglobosa, com formato trilobado. A casca é fina e delicada, o tamanho varia de 1 a 2,5 cm de diâmetro e o

peso de 3 a 15 g. Quanto à cor, os frutos maduros podem apresentar diferentes tonalidades, que vão do

amarelo ao vermelho intenso ou roxo. Possuem normalmente três sementes protegidas por invólucro com

consistência de pergaminho.

O sabor varia de levemente ácido a muito ácido, sendo a polpa conhecida pelo seu teor de

vitamanina C. Análises recentes feitas em São Paulo indicam, no entanto, que esses teores variam muito de

planta para planta, sendo encontradas variações dentro dos limites de 30 a 1800 mg de ácido ascórbico por

100 g de polpa, havendo alguns pés que produzem frutas com 2000 mg/100 g de polpa.

A aceroleira possui baixo índice de pegamento natural dos frutos, apesar da abundância de flores,

indicando falta de eficiência na polinização aberta (vento, abelhas, e outros insetos). Assim, a porcentagem

de pegamento é maior quando a autopolinização e a polinização cruzada são feitas artificialmente. A abertura

da flor é observada aproximadamente dos 15 aos 17 dias após o aparecimento dos botões, e, no total, até o

amadurecimento dos frutos, leva-se de 22 a 32 dias.

Page 76: CARACTERÃ-STICAS DE ALGUMAS ESPÃ-CIES DE FRUTÃ-FERAS

Observa-se a importância da escolha do material que será utilizado para a formação de novos

plantios, sendo necessário dispor-se de plantas selecionadas, aceroleiras matrizes que reúnam o maior

número possível de características desejáveis (porte, tamanho do fruto, cor do fruto, rendimento,

produtividade, além de outros atributos). Há uma grande variabilidade de plantas com características bastante

heterogêneas. A variedade ideal para o cultivo deve propiciar um alto nível de produtividade (mínimo de 100

Kg de frutos/planta/ano), frutos de coloração vermelha quando maduras, com peso superior a 6 g e teor de

vitamina C acima de 2000 mDge/1 a0c0o grd doe c poomlp ao. s abor e teor de vitamina C existente na

polpa, a acerola é dividida em 2 grupos:

Variedades doces:

Manoa Sweet: Apresenta copa ereta e estendida. É vigorosa, prolífica e tem tendência a produzir muita

ramagem, líder, atingindo até 5m de altura. Seus frutos são de coloração amarelo avermelhada quando

completamente maduros. São doces, de bom sabor. É recomendada para plantios caseiros.

Tropical Ruby: O hábito de crescimento lembra a anterior, necessitando de controle para desenvolver

tronco único. Não podada, pode atingir 5m de altura. Boa produtora, seus frutos são idênticos aos da Manoa

Sweet.

Hawaiian Queen: Seu hábito de crescimento é ereto, esparramado e aberto. Igualmente, deve ser conduzida

de maneira a formar tronco único, o que pode ser praticado cem menor esforço que as anteriores.

Variedades ácidas: J.H.Beaumont: Este clone é compacto, baixo, com ramagens densas e hábitos de crescimento que pode ser

facilmente conduzido para formar arbusto de tronco único. Tanto a produção de frutos como a de ácido

ascórbico são boas. Fruto grande, com coloração laranja avermelhada quando completamente maduros.

C.F.Rehnborg: A planta é de formação compacta, densamente ramificada, podendo ser facilmente

conduzida para formar tronco único. Embora altamente produtiva, comparativamente seu teor em ácido

ascórbico é baixo. Apresenta fruto grande com coloração laranja avermelhada, passando a vermelho-escuro

quando completamente maduro.

F. Haley: Forma boas árvores para pomares, sendo facilmente conduzida para formar tronco único, e tem

hábito de crescimento ereto. Seus ramos são alongados, com ramagem lateral não esparramada. Os frutos, de

tamanho médio, têm coloração vermelho-púrpura quando plenamente maduros. Esta variedade adapta-se

melhor às áreas mais secas.

Red. Jumbo: Possui tronco único e crescimento compacto; ramagem bem distribuída e hábito de

crescimento baixo. Embora seja arbusto baixo, a porcentagem de frutificação é relativamente alta e o fruto

grande, pesando 9,3g, em média; é de coloração atrativa, passa do vermelho-cereja para o vermelho-púrpura

quando em plena maturação.

Maunawili: Embora não se destaque quanto ao conteúdo de ácido ascórbico, demonstrou superior

performance nas áreas bastante chuvosas e seu fácil e manejável crescimento fizeram dela um clone

desejável. Desenvolve tronco único e exige pouca ou nenhuma posa; seus ramos são eretos e ao mesmo

tempo compactos. As folhas geralmente pequenas e estreitas. Seus frutos são pequenos, vermelho-cereja e

até vermelho-púrpura quando bem maduros.

Page 77: CARACTERÃ-STICAS DE ALGUMAS ESPÃ-CIES DE FRUTÃ-FERAS

Uma das grandes vantagens do cultivo dessa frutífera (acerola) é o elevado número de safras/ano, sendo

geralmente quatro/ano, podendo chegar a 7 safras, no caso de cultivos irrigados. Em pomares irrigados na

região do Submédio São Francisco, é possível ter produção o ano inteiro.

Condições cultivos Clima - os climas que favorecem o desenvolvimento e a produção da aceroleira são os tropicais e

subtropicais. O florescimento ocorre apenas na época em que a temperatura se eleva e as chuvas se iniciam;

durante o período seco e frio, a planta permanece em repouso.

Temperatura - as temperaturas médias ideais para o cultivo da aceroleira são de 26°C. As geadas podem ser

prejudiciais à cultura, que não resiste a baixas temperaturas. Uma árvore adulta resiste a uma temperatura de

até –2°C por um curto período.

Pluviosidade - o excesso de chuvas durante o ano deve variar de 1200 a 1600 mm. A quantidade excessiva

de chuvas favorece o ataque de doenças e provoca a formação de frutos aquosos, com menores teores de

açúcares e vitamina C.

Solo - quanto ao solo, os mais recomendados são os argilo-arenosos. Também deve ser observado se o solo é

isento de nematóides, já que a aceroleira é muito suscetível a essa praga.

Propagação

Propagação via sementes

A propagação via sementes ainda é a forma mais comum no estabelecimento de plantios comerciais

de aceroleiras no Brasil. Os “caroços” são selecionados de plantas bem conformadas e nutridas, extraídos de

frutos senescentes (totalmente maduros) através da maceração em peneira em água corrente ou por

fermentação. Deve-se lavar bem os “caroços” e deixar secar à sombra por dois dias, podendo semeá-los

imediatamente ou armazená-los em geladeira por até quatro meses.

Para selecionar os “caroços” ideais, deve-se colocá-los em um balde com água limpa, descartando-se

assim os “caroços” que boiarem. A semeadura deve ser realizada em sulcos distanciados de 10 cm, com

profundidade de 0,5 a 1,0 cm, em canteiros com dimensões de 1,0 m de largura e 1,5 m de comprimento,

contendo substrato constituído de terra + matéria orgânica na proporção de 2:1. Deve-se efetuar regas diárias

com regador, sendo que a germinação ocorre de 20 a 30 dias após a semeadura. Em seguida, deve-se repicar

as mudas para saquinhos de dimensões de 16 X 25 cm (volume de 2 litros) com substrato constituído de terra

+ matéria orgânica na proporção de 3:1, misturando-se 600 g de superfosfato simples por m3 de substrato.

Quando as mudas atingirem 25-30 cm de altura, elas devem ser transplantadas para as covas. Esse

tipo de propagação tem causado prejuízos consideráveis aos produtores, por causa da grande variabilidade de

plantas e frutos, gerando desuniformidade na produção e na qualidade dos frutos. Outro grande problema é a

baixa taxa de germinação, que normalmente varia de 25 a 30 %, em virtude da incompatibilidade na

polinização, gerando ausência ou problemas na formação do embrião (“caroços” chochos).

Propagação por estaquia A propagação por estaca é um método que permite a obtenção de plantas uniformes; porém, é mais

difícil de ser executado e de custo de produção mais elevado. Recomenda-se a utilização de estacas

semilenhosas contendo um par de folhas medindo de 15 a 20 cm de comprimento e 3 a 6 cm de diâmetro. As

estacas devem ser coletadas antes do período de floração. Após a coleta, coloca-se a base da estaca em

Page 78: CARACTERÃ-STICAS DE ALGUMAS ESPÃ-CIES DE FRUTÃ-FERAS

solução hormonal de 6000 ppm de AIB (Ácido Indolbutírico) em pó por 15 segundos, colocando-se as

estacas para enraizar em bandejas de polietileno com 72 células, contendo como substrato areia lavada ou

substrato comercial vermiculita.

Essa etapa deve ser realizada em casa-de-vegetação com sistema de irrigação por nebulização

intermitente e temperatura controlada. Após 60 dias, realiza-se a transferência das estacas enraizadas para

saquinhos de dimensões de 16 X 25 cm (volume de 2 litros) contendo substrato composto de terra + matéria

orgânica na proporção de 3:1, misturando-se 600 g de superfosfato simples por m de substrato. Quando as

mudas atingirem 25-30 cm de altura, a partir do colo da planta, deve-se transplantá-las para as covas.

A enxertia propicia como vantagens a redução do porte da planta, o que facilita os tratos culturais e a

colheita, a manutenção das características desejáveis da variedade utilizada como matriz, a precocidade no

início da produção e uniformidade.

Implantação do pomar e tratos culturais

Preparo do solo e correção

Para o estabelecimento do pomar, as primeiras operações a serem feitas são a roçagem, destoca,

aração, gradagem e preparo da rede de drenagem, quando necessário. A análise do solo deve ser feita

baseada em amostras obtidas nas profundidades de 0 a 20 cm e de 20 a 40 cm. Com base nos resultados, é

possível concluir sobre as necessidades de calagem, fosfatagem ou adubações.

No caso da calagem, a aplicação do calcário deve ser seguida de aração e gradagem a uma

profundidade de 15 a 30 cm, para que ocorra a incorporação. Em caso de baixo teor de fósforo, recomenda-

se uma fosfatagem para elevar o teor de P a um valor acima de 12 ppm.

Espaçamento

O espaçamento recomendado é de 4 x 4 (625 plantas/ha), pois uma alta densidade de plantas gera

uma maior produtividade nos primeiros anos. Entretanto, o espaçamento pode variar, adequando-se da

melhor forma às técnicas de manejo e tratos culturais aplicados.

Marcação e abertura das covas

Deve ser feito alinhamento quadrado, marcando-se com piquetes rústicos o local das covas. Em

terrenos com declive acentuado, é recomendado alinhar em curva de nível. As covas devem ser de 40 x 40 x

40 cm de largura, comprimento e profundidade, respectivamente. Na retirada da terra durante a abertura das

covas, é necessário separar a camada mais superficial de solo (0 a 20 cm) da mais profunda (20 a 40cm). Isso

é recomendado, pois, no fechamento da cova, essas camadas de terra devem ser invertidas, sendo misturados

a elas calcário, esterco e fertilizantes químicos.

Adubação de plantio

Nutrição, Adubação e Calagem

Apesar de o cultivo da aceroleira envolver uma planta rústica facilmente adaptável aos mais variados

tipos de solo, requer manejo correto quanto à adubação e nutrição das plantas, principalmente nos pomares

orientados para a exportação.

A fertilização é de suma importância em termos percentuais, para o aumento da produtividade. Feita

uma aplicação correta o retorno de investimentos realizados reflete-se no aumento da produção por unidade

Page 79: CARACTERÃ-STICAS DE ALGUMAS ESPÃ-CIES DE FRUTÃ-FERAS

de nutriente aplicado. A ineficiência de fertilizantes significa baixa produtividade e baixo lucro, resultado

que pode inviabilizar o retorno dos investimentos.

Para a exportação o manejo racional, dos fertilizantes é fundamentalmente necessário, estas técnicas

de manejo básico e essencial, estão a seguir:

Análise de solo – É um excelente meio de se diagnosticar, com maior precisão, o fertilizante e a quantidade

a ser aplicada.

Análise foliar – Tornou-se um importante recurso para a diagnose de problemas nutricionais, principalmente

em culturas perenes. Se associada à análise de solo proporciona orientação segura no manejo dos nutrientes

ao longo do ciclo fenológico da cultura.

Testes de tecidos – Os testes rápidos ou testes de tecidos são muito conhecidos nos Estados Unidos e

Europa. No Brasil o seu uso ainda é muito limitado. São utilizados na avaliação nutricional das plantas,

sobretudo no que diz respeito a nitrogênio, fósforo e potássio. Feitos no campo, dão uma idéia imediata da

situação nutricional do pomar.

Observação dos sintomas de deficiência de nutrientes – Permite a identificação visual da deficiência de

nutrientes em plantas, com vistas ao diagnóstico e à previsão dos problemas do pomar.

Conhecimento dos fatores que afetam a disponibilidade de nutrientes – É fundamental para a tomada de

decisões a cerca da aplicação de micronutrientes. Esses fatores, entre outros, o nível do pH do solo e a

presença do alumínio em níveis tóxicos.

As covas para plantio devem ser preparadas com, pelo menos, 60 dias de antecedência, e a adubação da cova

deve ser feita de acordo com os resultados da análise de solo.

Podas

As podas na cultura da acerola são fundamentais, em regiões tropicais a planta chega até 9

safras/ano, com colheitas diárias. Podas de formação, limpeza e drásticas bem executadas facilitarão os tratos

culturais e na colheita.

Após o pegamento da muda no local definido, serão necessárias podas de formação para conduzi-las

em haste única até a altura de 30-40 cm do solo. Esta haste após podada a gema apical, deverá ficar entre 50

a 60 cm de altura, sendo com isto estimulada a brotação das gemas laterais. Estas gemas originarão ramos

laterais dos quais serão escolhidos 3 ou 4 ramos eqüidistantes, com alturas diferentes na metade superior da

haste permitindo simetria e equilíbrio físico entre os ramos.

Também é importante podas corretivas a fim de eliminar as brotações que surgem nos três ou quatro

ramos principais, especialmente os que se dirigem para o solo. Esta poda é para evitar que os ramos cubram

o solo na área da projeção da copa e atrapalhe na prática de cultura – irrigação, adubação e cobertura morta.

A poda de ramos indesejáveis deve ser feita assim que necessária para evitar que a planta gaste

energia com ramos que mais tarde terão que ser podados. Se feito isto tardiamente, poderá determinar a

formação de uma copa defeituosa.

Quando cultivada em boas condições de manejo, a aceroleira é uma planta de crescimento rápido. A

copa deve ser conduzida visando a arquitetura semelhante a uma taça, para propiciar melhor aproveitamento

da luminosidade. Dessa forma, em plantios comerciais, recomenda-se que sejam feitos três tipos de podas: de

formação, de limpeza e de limpeza drástica.

Page 80: CARACTERÃ-STICAS DE ALGUMAS ESPÃ-CIES DE FRUTÃ-FERAS

A poda de formação deve ser iniciada logo após o pegamento da muda. A planta deverá ser

conduzida em haste única, e todas as brotações laterais deverão ser eliminadas. Mais tarde, quando a planta

atingir uma altura de aproximadamente 70 cm, deverá ser podada na porção apical. Esse processo irá

favorecer as brotações laterais, que definirão a copa da planta. Dessas brotações, devem ser escolhidos os

ramos laterais acima de 50 cm de altura em relação ao nível do solo, situadas em diferentes pontos, com

inserção em diferentes alturas e bem distribuídas diametralmente.

A poda de limpeza drástica deve ser feita em torno do segundo ano de plantio ou de acordo com

parecer técnico, quando o diâmetro atingido pela copa dificultar os tratos culturais, fitossanitários, aeração ou

luminosidade. Essa poda deve retornar o diâmetro da copa da aceroleira para 1,5 a 2 m.

A poda corretiva deverá ser feita após cada ciclo fenológico de produção ou quando necessária, de

modo a manter as plantas na altura padrão do pomar. Não se recomenda as podas destinadas a estimular a

frutificação, pois ainda carece de estudos, e pesquisas antes que tal prática possa ser implementada em

pomares orientados para a produção comercial. É de forma generalizada, que as aceroleiras com maior

volume de copa são mais produtivas. Daí a necessidade de agir com cautela no que concerne às podas de

frutificação, pois geralmente diminuem o volume da copa da planta o que em algumas espécies prejudicam a

produção.

A poda de limpeza é feita durante toda a vida útil das aceroleiras e torna indispensável a manutenção

da conformação desejada. Devendo ser feita quando a planta estiver se flores e frutos, sempre que necessário.

A poda de limpeza deve ser utilizada para retirar ramos com anomalias, secos ou que atrapalhem o

arejamento da copa.

Irrigação

A irrigação na cultura da acerola tem sido usada especialmente em regiões com problemas de

insuficiência e/ou má distribuição de chuvas (abaixo de 1.600mm anuais). Á medida que se reduz a

disponibilidade de água, diminui o crescimento do sistema radicular e da parte aérea da planta, porém a água

em excesso provoca diminuição da qualidade do fruto, reduzindo os teores de vitamina C. o uso da irrigação

de forma racional permiti no mínimo a duplicação da produção e o aumento no número de safras.

O manejo da água é muito importante em plantios de aceroleira. A variação no tamanho do fruto, por

exemplo, está diretamente relacionada com suprimento de água no solo. Em plantios comerciais, observa-se

que sob irrigação abundante os frutos se avolumam, chegando até a dobrar de peso. Entretanto, o excesso de

água no fruto prejudica a qualidade, tornando-os aquosos e reduzindo seus teores de açúcar.

Observa-se também que o volume de copa está diretamente relacionado com a quantidade de água

colocada. As aceroleiras de copa globosa, volumosa e de porte mais baixo, em torno de dois metros de altura,

são consideradas ideais para o processo de colheita, pois o mesmo é manual, gerando um maior custo de

produção.

O sistema de irrigação mais utilizado tem sido o de gotejamento, mas a irrigação também pode ser

feita por aspersão convencional, microaspersão ou por superfície (sulcos). Os sistemas de irrigação por

sulcos e gotejamento são indicados para solos argilo-arenosos; já os sistemas de aspersão e microaspersão se

prestam melhor aos solos arenosos e areno-argilosos.

Pragas

Page 81: CARACTERÃ-STICAS DE ALGUMAS ESPÃ-CIES DE FRUTÃ-FERAS

Pulgão - (Aphis spiraecola) - Estes insetos destacam-se na estação seca. Atacam geralmente a extremidade

tenra dos ramos - a sua preferida - após um surto de crescimento. Os pulgões podem causar sérios prejuízos à

planta. Ao sugarem a parte final dos ramos, provocam seu murchamento e morte, o que força a planta a gerar

brotos laterais. É comum o pulgão atacar flores e frutos em formação, prejudicando a produtividade geral da

cultura. Controle - Como medida de controle, recomendam-se pulverizações com inseticidas biológicos

durante os períodos de frutificação. Em casos de necessidade de inseticidas químicos, o produtor deverá

consultar um engenheiro agrônomo.

Bicudo - (Anthomonus flavus Boheman) - Este inseto faz a sua oviposição no ovário das flores e nos frutos

em desenvolvimento, que serve como alimento a eles. Quase sempre os frutos atacados pelo bicudo se

deformam. Controle - Recolher e enterrar todos os frutos caídos no chão; Eliminar as outras espécies do

gênero Malpighia existentes próximas ao pomar.

Nematóides - De todas as pragas que atacam a aceroleira, o nematóide é a de maior importância econômica.

A aceroleira é muito sensível ao ataque dessa praga. Estes parasitos atacam as raízes, induzindo-as a

formação de galhas. As plantas ficam enfraquecidas e se desenvolvem menos na parte aérea e nas raízes que

encurtam e engrossam. A infecção das raízes, atrapalha na absorção da água e nutrientes do solo, e isso se

reflete no crescimento da copa da planta. Controle - obter mudas sadias, produzidas em solos não infetados

por fitonematóides; utilizar leguminosas como Crotalaria spectabilis e Crotalaria paulinea para posterior

incorporação no solo.

Percevejos - Atacam principalmente os frutos, alterando seu aspecto e desqualificando-os para a

comercialização. Controle - cultural, biológico e químico. O maior problema dessa cultura é quanto ao

controle químico, pois ocorre uma grande desuniformidade da floração e, conseqüentemente, da colheita.

Uma mesma planta pode apresentar flores e frutos em diferentes fases de desenvolvimento, podendo a

aplicação de produtos químicos provocar danos às flores, aos insetos polinizadores e aos próprios frutos, por

não ser possível ocorrer a degradação de resíduos durante o curto período de tempo de sua formação e

colheita diária. Assim, o produtor deve ficar muito atento ao intervalo de segurança ou carência do produto

químico que utilizar.

Mosca-das-frutas - Seu dano é causado pela fêmea adulta e pela larva, unicamente em frutos. Causa um

apodrecimento interno, ficando a área atacada decomposta, úmida e escurecida. Como a mosca das-frutas é

uma praga nômade, seu controle fica difícil e restrito a uma diminuição no pico da praga, o que pode ser

feito mediante medidas de controle cultural, biológico e químico. Dentre as medidas de controle cultural,

destaca-se a coleta de frutos atacados e posterior eliminação, como, por exemplo, o enterrio ou a queima.

Controle - químico, o uso de armadilhas ou iscas tem sido o mais eficiente, que consiste no uso de frascos

caçamoscas. O controle biológico ainda não é uma medida amplamente conhecida e explorada; entretanto,

sabe-se que ocorre o controle da mosca-das-frutas pela mortalidade causada por parasitóides, predadores e

patógenos.

Doenças

Mancha de cercosporidium - É uma doença que deprecia totalmente o fruto na sua aparência. Provoca

lesões profundas, regulares e com coloração escura, atingindo frutos de qualquer idade. O controle deve ser

Page 82: CARACTERÃ-STICAS DE ALGUMAS ESPÃ-CIES DE FRUTÃ-FERAS

feito com fungicidas à base de oxicloreto de cobre a 250g/100 L ou benomil a 60g/100 L de água, a cada dez

dias. É importante lembrar que, na opção por benomil, o período de carência deve ser respeitado.

Podridão seca dos ramos - É uma doença muito comum em plantios não irrigados. Os fungos podem

penetrar nos tecidos através de aberturas naturais (axilas dos ramos) e, principalmente, por ferimentos

provocados por ventos, chuva de pedras, enxadas, facões, tratores e outros. Os sintomas são, inicialmente,

lesões escuras sob a casca do tronco e ramos, levando ao secamento de galhos e à morte da planta. Controle

- A forma de controlar a doença é a eliminação de ramos e plantas mortas. Em seguida, deve-se tentar

descobrir a causa primária da doença, fornecendo às plantas os tratos culturais adequados.

Antracnose - É uma doença que ataca principalmente os frutos, provocando nesses lesões profundas e

regulares. Os frutos atingidos apodrecem rapidamente após a colheita. Controle - é feito com aplicações

semanais de oxicloreto de cobre.

Verrugose - É uma doença bastante comum, e pode atacar botões florais, flores e frutos. Os frutos atingidos

tornam-se inviáveis para o mercado, pois o fungo provoca deformações e a formação de um tecido corticoso

na casca. Controle - deve ser feito com pulverizações à base de oxicloreto de cobre.

Produção e produtividade A planta oriunda de sementes ou estacas, começam a produzir cedo, ou seja, 2 a 2,5 ou 1,5 anos após

o plantio.e frutifica três a quatro vezes ao ano.

No que se refere ao rendimento alcançado por planta e por hectare, pode-se dizer que este apresenta

grandes diferenças entre as áreas cultivadas, dependendo principalmente da variedade ou clone explorado,

dos tratos culturais adotados e do manejo da irrigação, entre outros fatores.

É importante salientar que o potencial genético das plantas, ateado às condições edafoclimáticas da

região, poderá influir fortemente na produção e produtividade da aceroleira. Plantas conduzidas em áreas de

sequeiro em regime de dependência das chuvas, com precipitação anual média em torno de 1.480mm,

apresentaram produções entre 2,01 e 27,11kg, com quatro safras ao ano (Batista e outros, 1989).

É importante frisar que, no caso dos pomares de aceroleira orientados para a exportação a

importância do fator quantidade, o peso total dos frutos produzidos é apenas relativa. O produtor de acerola –

para consumo in natura ou produção de suco – que estiver interessado em abastecer os grandes centros

consumidores interno e o mercado externo, deverá estabelecer, sua meta de produção e um programa rígido e

sistemático de controle de qualidade dos frutos produzidos pra que possa conquistar e permanecer num

mercado externo altamente exigente e competitivo, é importante que o produtor implante em seu pomar uma

plantação de aceroleiras com maior conteúdo possível de ácido ascórbico.

Colheita e manejo da fruta

A colheita dos frutos da aceroleira destinados ao consumo in natura ou de sucos para fins de

exportação deve ser feita de maneira criteriosa, pões o sucesso na comercialização do produto. Por isso os

frutos devem ser colhidos, sempre nas horas de temperatura mais amena.

Os colhedores devem ser treinados e conscientizados da importância de evitar que as acerolas sofram

pancadas ou danos mecânicos, uma vez machucados ou lesionados terão o processo de deterioração

acelerado.

Page 83: CARACTERÃ-STICAS DE ALGUMAS ESPÃ-CIES DE FRUTÃ-FERAS

O fator determinante do ponto de colheita é o destino que se pretende dar aos frutos. No caso de

congelamento ou processamento, os frutos deverão ser colhidos com coloração vermelho intensa, mas ainda

firmes para suportar o manuseio. Neste estádio o fruto apresenta elevado teor de açúcar, baixa acidez e

menos teor de vitamina C, entretanto ainda supera cerca de 20 a 30 vezes os frutos cítricos tidos como ricos

em vitaminas C.

Os frutos podem ser colhidos no inicio da maturação (verde, verde amarelado ou até o início da

pigmentação vermelha) quando se destina a fabricação de produtos em pó, cápsulas, concentrados para o

enriquecimento de outros alimentos; deve ser efetuada duas a três vezes por semana, ou diariamente,

dependendo do pique de produção, para evitar que caiam depois de determinado ponto de maturação.

As acerolas destinadas a mercados consumidores distantes devem ser colhidas “de vez”, já as

vendidas aos mercados locais e indústrias processadoras devem ser colhidas maduras.

Os frutos, principalmente maduros, devem ser acondicionados nas caixas de colheita em poucas

camadas, pois o peso das camadas superiores pode provocar o rompimento da casca dos frutos colocados em

posição inferior. Deve-se utilizar caixa de PVC de tamanho pequeno, que permitam coluna de frutos até

15cm. No caso de utilizar caixas de PVC tradicionais, preferir as com aberturas laterais ou então protegê-las

com plástico esponjoso para evitar injúrias mecânicas no transporte e fissuras provocadas pela grade da

caixa.

Seu congelamento deverá ser após a seleção e lavagem, levados para câmara ou túnel de

congelamento em recipientes que permitem a passagem uniforme de fluxo de ar frio pelos frutos. O

congelamento deve ser realizado no menor espaço de tempo possível. No processo de congelamento lento

ocorrem alterações físicas muito drásticas no produto, principalmente formação de cristais de gelo, que

podem perfurar as células, liberando enzimas responsáveis pela degradação dos principais constituintes

(açúcares, vitaminas, entre outros) e provocam alterações indesejáveis na cor (amarelecimento).

A conservação dos frutos dura algum tempo quando armazenados em recipientes hermeticamente

fechados e em temperaturas de refrigeração de 7ºC.

Comercialização A acerola pode ser explorada comercialmente na forma de produtos processados ou “in natura”. Por

causa de sua perecibilidade, os frutos não têm sido normalmente comercializados como produto fresco.

Entretanto, o mercado tem crescido cada vez mais para os processados, que podem ser utilizados na

fabricação de polpa, purê, concentrado, geléia, suco, xarope, compota, conserva, cápsulas de vitamina C pura

e produtos liofilizados.

Dentre outros, o suco é utilizado principalmente para acrescentar vitamina C aos sucos de outras

frutas. Os principais produtos obtidos da acerola são: polpa/suco congelado e fruta congelada.

Os países produtores de acerola que, juntamente com o Brasil, disputam o mercado internacional são

a Colômbia, Venezuela, Ilhas do Caribe, Filipinas, Vietnã e EUA. Pelo grande número de formas de

aproveitamento da acerola, prevê-se para um prazo muito longo, o equilíbrio entre a oferta e a demanda do

produto.

http://www.editora.ufla.br/BolExtensao/pdfBE/bol_26.pdf ACESSO 15/04/2008

http://www.editora.ufla.br/BolExtensao/pdfBE/bol_95.pdf ACESSO 15/04/2008

Page 84: CARACTERÃ-STICAS DE ALGUMAS ESPÃ-CIES DE FRUTÃ-FERAS

CULTURA DO MURICI - Byrsonima crassifolia (L.) Rich.

Aspectos Gerais

O murici Byrsonima crassifolia (L.) Rich. é uma planta nativa do norte/nordeste brasileiro.

Geralmente é encontrado no litoral, numa faixa que se inicia no Ceará e se estende até o Acre, sendo

apreciado pela população privilegiada com a ocorrência desta deliciosa fruteira nativa em suas matas e nas

zonas praianas, sendo inclusive muito utilizada pelos índios amazonenses como fonte de alimentação.

Os muricis do Brasil são muitos e variados, sendo, em sua maioria, plantas da família botânica das

Malpiguiáceas, à qual também pertence a reputada acerola. Originárias da terra, essas plantas podem ser

encontradas por todo o continente e são designadas popularmente, em suas regiões, pelo mesmo nome de

murici.

Apesar de grande importância nas regiões de origem, esta frutífera ainda não foi devidamente

pesquisada, desconhecendo-se as técnicas agronômicas adequadas para seu cultivo e propagação, não sendo

ainda devidamente domesticado, desconhecendo-se seu valor nutricional e o potencial de utilização do fruto

por parte das indústrias especializadas.

Botânica/Descrição da Planta/ Variedades As características da planta: Fruteira arbustiva da família Malpighiaceae, o muricí é uma planta

nativa do norte/nordeste brasileiro, de porte médio, podendo chegar a 5 metros de altura. Possui tronco

cilíndrico, casca escura, áspera e copa estreita. Suas folhas são rígidas e brilhantes. As flores são amareladas

formando cachos de 10 a 15 cm.

Em suas diferentes variedades, os muricis distinguem-se, também, por suas cores e locais de

ocorrência Assim, são conhecidos o murici-amarelo, o murici-branco, o murici-vermelho, o murici-de-flor-

branca, o murici-de-flor-vermelha, o murici-da-chapada, o murici-da-mata, o murici-da-serra, o murici-das-

capoeiras, o murici-do-campo, o murici-do-brejo, o murici-da-praia, entre outros.

Mas os muricis não são exclusivos da floresta, sendo, alguns deles, freqüentes nas regiões serranas

do sudeste, nos cerrados do Mato Grosso e Goiás e no litoral do norte e do nordeste do pais.

Aqui, duas espécies de muricizeiros estão sendo destacados. Um deles, o de maior dispersão, o mais

conhecido e o que fornece os frutos mais apreciados é o Byrsonima crassifolia. Trata-se de uma pequena

árvore de no máximo 5 metros de altura, cujo fruto, pequeno e amarelo, é saborosíssimo e suavemente

perfumado.

A espécie conhecida como murici-do-campo (Byrsonima basiloba) difere da anterior, basicamente,

por seu porte. Arvore de tamanho médio, de galhos retorcidos e típica da região dos cerrados, chega a

alcançar cerca de 10 metros de altura. Suas folhas são, também, maiores do que a outra e revestidas de finos

pêlos, dando ao tato a sensação do velado. Seus frutos e seus usos, porém, são bastante semelhantes aos do

murici mais comum.

O fruto possui em média 2 cm de diâmetro e, quando maduro, possui a casca e a polpa de um

amarelo intenso, tendo sabor e cheiro característico e é muito rico em Vitamina "C". A polpa é carnosa e

pode ser consumida "in natura", mas é mais apreciada na forma de sucos, sorvetes, licores, néctares, geléias

e doces.

Variedades

Page 85: CARACTERÃ-STICAS DE ALGUMAS ESPÃ-CIES DE FRUTÃ-FERAS

Existe no Estado do Pará um grande interesse em desenvolver pesquisas sobre o muricizeiro, devido

ao grande consumo desta fruta pela população. Em virtude dessa grande procura, já existe naquele Estado

alguns produtores cultivando esta frutífera de modo racional, com todas as dificuldades existentes em

culturas que ainda não possuem dados agronômicos seguros. Existem três variedades conhecidas, o "Muricí

da praia", o "Muricí do campo" e o "Muricí do mato", estas denominadas apenas pelo local de ocorrência,

não sendo definidas por diferenças agronômicas específicas. O início da floração ocorre no final de agosto e

a frutificação começa do final de setembro e se estende até meados de janeiro, podendo se estender até março

em algumas regiões, dependendo da incidência de chuvas. A colheita ainda é efetuada de maneira

rudimentar, devido a grande incidência de queda dos frutos maduros e até mesmo dos que ainda estão "de

vez", dificultando sobremaneira a colheita, feita com a mão de obra familiar dos produtores.

Condições de cultivo Solos - a planta se desenvolve bem em solos areno-argilosos, mas já foram encontrados exemplares

vegetando normalmente em solos arenosos e em solos muito argilosos e até mesmo em piçarras. No entanto,

sabe-se que a planta não tolera solos encharcados, preferindo aqueles que possuem uma boa drenagem.

Clima - o clima deve ser quente e úmido, possuindo uma pluviosidade mínima de aproximadamente 600

mm, com ventilação constante. Ainda não foram detectadas pragas nem doenças que atingem o muricizeiro,

sendo portanto uma cultura, até agora, livre da utilização de defensivos agrícolas, o que além de baratear os

custos de produção tornam o muricí uma fruta de consumo seguro, no que diz respeito às contaminações por

parte desses defensivos.

Espaçamento Apesar da falta de conhecimento desta fruteira por parte dos produtores paraenses, existem naquele

Estado plantios racionais com o espaçamento de 6 X 6 m contendo desta forma em torno de 280 plantas por

ha. Como cada planta pode produzir em média 15 kg/ano de frutos, a produtividade alcançada nestes plantios

chega a ser de certa forma muito boa, ficando em torno de 4.200 kg de frutos por ano, trazendo um retorno

razoável para aqueles produtores que queiram introduzir a cultura em suas terras.

Cultivo - as sementes germinam em substrato argiloso necessitando de local sombreado. O desenvolvimento

é lento. Espécie também utilizada como ornamental.

Comercialização

A comercialização ocorre em grande parte com a fruta "in natura" nas feiras livres e mercados

públicos das cidades e capitais nordestinas litorâneas. As outras diversas formas, manufaturadas ou

industrializadas, são comercializadas nas lanchonetes, sorveterias e supermercados dessas cidades. Na época

da safra do muricí, torna-se uma fruta de grande procura pela população devido a sua grande aceitação pelo

seu delicioso sabor.

http://www.emater-rondonia.com.br/Murici.htm acesso 15/04/2008 - 18/05/2008

CULTURA DO AÇAÍ - Euterpe oleracea Mart.

A lenda

Segundo a lenda, há muitos e muitos anos vivia uma tribo indígena, onde, hoje, está situada a cidade

de Belém. Numa determinada época a escassez de alimentos se tornou um problema para seus habitantes,

Page 86: CARACTERÃ-STICAS DE ALGUMAS ESPÃ-CIES DE FRUTÃ-FERAS

levando o cacique a decretar a proibição de nascimentos. Por ironia do destino, porém, a filha do cacique,

que se chamava Iaça, ficou grávida. O cacique não voltou atrás em sua decisão e mandou matar seu próprio

neto. Iaça chorava dia e noite a perda do filho, até que uma noite ouviu o choro do filho vindo da direção de

uma árvore que tinha umas frutinhas cor de vinho. No dia seguinte a índia Iaça foi encontrada morta,

abraçada ao tronco dessa árvore. O cacique pediu, então, que os cachos da fruta fossem apanhados, tirando

daí o vinho para alimentar os índios da tribo. Às frutinhas ele chamou Açaí, em homenagem à sua filha Iaça

(Açaí ao contrário), e acabou revogou o decreto que proibia o nascimento de crianças, pois o açaí bastava

para alimentar a todos.

O açaí é um fruto consumido há muito tempo pelos indígenas e moradores da região amazônica,

devido as suas qualidades nutritivas. É também largamente utilizado para a produção de um refresco

(“vinho” de açaí). Nas regiões sul e sudeste vem sendo popularizado e consumido como complemento

alimentar, principalmente pelas pessoas que buscam vigor físico.

O açaizeiro, Euterpe oleracea Mart., é palmeira tropical, perene, nativa da Amazônia oriental,

predominante ao longo dos igarapés, terrenos de baixada e áreas com umidade permanente. Possuindo farto

perfilhamento desde 2 a 3 anos de idade possibilita, teoricamente, uma exploração sustentada de suas

populações nativas para palmito. A exploração do palmito açaizeiro no estuário amazônico teve início a

partir dos anos 60 devido à escassez de palmito na Região Sudeste do País, gerada pela extração

indiscriminada e predatória. Atualmente esta espécie é responsável por cerca de 90% da produção nacional.

Possui palmito do tipo doce, mas de consistência e textura mais rígida do que o das espécies E. edulis, E.

precatória e E. espiritosantensis.

MANEJO DOS AÇAIZAIS NATIVOS

PRODUÇÃO DE PALMITO A melhor forma de exploração de palmito de açaizais nativos é o sistema de manejo sustentado, que

exige atenção aos seguintes itens:

Inventário

Estimar o número de açaizeiros por área nas diferentes classes de desenvolvimento, definindo

estoque imediato para corte, número de palmeiras para reposição das plantas cortadas, número e tipo de

intervenções necessárias para aumentar ou regular o estoque.

Colheita seletiva

Partindo de uma área não explorada, realizar a extração do palmito dos estipes (troncos) grandes

(com diâmetro à altura do peito superior a 10cm), para estimular o perfilhamento e fornecer melhores

condições de insolação e menor competitividade com os perfilhos intermediários. A prática de deixar um

estipe grande por touceira aumenta a regeneração natural via sementes, permitindo ainda a colheita de frutos

juntamente com a produção de palmito na mesma touceira. Deixar 50 ou mais plantas com um estipe adulto

(em pleno florescimento e frutificação) por hectare para assegurar a preservação da espécie.

Intervalo de corte

É estimado em 4 anos, na mesma área. No manejo sustentado, a produção, a curto prazo e por área, é

menor do que no sistema predatório. Porém, garante, a longo prazo, a produção contínua das fábricas

beneficiadoras de palmito e a qualidade do produto (apenas em relação a diâmetro e textura).

Page 87: CARACTERÃ-STICAS DE ALGUMAS ESPÃ-CIES DE FRUTÃ-FERAS

Recuperação de açaizais degradados

Procedimentos são indicados:

1 - Raleamento da touceira deixando 2 a 3 perfilhos mais desenvolvidos por planta. Deixar a área em

descanso (sem cortes) por 4 anos procedendo-se após, à colheita seletiva.

2 - Para açaizais muito degradados fazer ainda semeaduras sucessivas, a cada dois anos, utilizando-se

sementes de outras localidades. Plantio por mudas pode ser usado em áreas com má distribuição de plantas.

Usar adubos orgânicos e minerais mediante análise de solo. Seguir os procedimentos indicados para o

cultivo.

CULTURA DO CAJÚ - Anacardium occidentale L.

Aspectos gerais da cultura Originário da América Tropical, o cajueiro (Anacardium occidentale L.) pertence à família

Anacardiaceae, que inclui árvores e arbustos tropicais e subtropicais, encontrando-se disperso numa extensa

faixa compreendida entre os paralelos 27o N, no Sudeste da Flórida, e 28o S, na África do Sul (Frota &

Parente, 1995).

A maior diversidade de cajueiro, única espécie cultivada e a de maior dispersão do gênero, encontra-

se no Nordeste brasileiro, em diversos ecossistemas, especialmente nas zonas costeiras, compondo a

vegetação de praias, dunas e restingas. Além disso, é provável que o seu cultivo tenha origem no Nordeste,

onde toda uma tradição de exploração pelas tribos indígenas da região é descrita pelos primeiros

colonizadores.

Mais de 98% da área ocupada com cajueiro no Brasil se encontra na Região Nordeste. Deste total,

80% são cultivados nos Estados do Piauí, Ceará e Rio Grande do Norte. A expansão da cultura nesses três

estados, na segunda metade da década de 60, deveu-se, principalmente, às condições climáticas favoráveis,

ao baixo preço das terras, à maior concentração de indústrias de beneficiamento de castanhas e pedúnculos e

ao grande incentivo proporcionado pelo governo federal, através da Sudene.

De grande variabilidade genética, o cajueiro vem sendo estudado em dois grupos, comum e anão,

definidos, basicamente, em função do porte das plantas. O tipo comum, também conhecido como gigante, é o

mais difundido, apresentando porte elevado, altura entre 8 e 15 m e envergadura (medida da expansão da

copa) que pode atingir até 20 m.

A capacidade produtiva individual é muito variável, com plantas que produzem abaixo de 1 kg até

próximo de 180 kg de castanha por safra. O tipo anão caracteriza-se pelo porte baixo, altura inferior a 4 m,

copa homogênea, diâmetro do caule e envergadura de copa inferiores ao do tipo comum, precocidade etária,

iniciando o florescimento entre 6 e 18 meses.

Botânica/Descrição da Planta/ Variedades O cajueiro pertence a família Anacardeaceae, constituído por árvores e arbustos tropicais e

subtropicais que apresentam ramos sempre providos de canais resiníferos e folhas alternadas, coriáceas, sem

estipulas sendo composta por mais de 60 gêneros e 400 espécies.

O gênero Anacardium apresenta um pequeno número de espécies, todas elas originárias da América

Central e do Sul à exceção de Anacardiumencardium provavelmente procedente da Malásia. A espécie mais

Page 88: CARACTERÃ-STICAS DE ALGUMAS ESPÃ-CIES DE FRUTÃ-FERAS

importante é a Anarcadium occidentale L, o cajueiro comum, devido ser a única cultivada em escala

comercial e que apresenta o maior grau de dispersão em todo o mundo.

O cajueiro é uma planta brasileira, amplamente distribuída pelo litoral nordestino. Desde a época do

descobrimento, os índios já consumiam o caju como fruta fresca ou bebida fermentada. Pertence à família

Anacardiceae, é perene e apresenta crescimento contínuo, podendo atingir até 20m de altura. O pedúnculo

(falso fruto) é o que se consome ao natural. De coloração amarela ou vermelha, possui de 180 a 230mg de

vitamina C por 100g de suco.

É rico também em cálcio, ferro e fósforo, sendo utilizado para sucos concentrados, doces em massa,

compota e desidratados. A amêndoa do caju (fruto verdadeiro), quando torrada, tem alto valor no mercado

internacional. Da castanha (amêndoa e casca), extrai-se o fino óleo de amêndoas, de uso cosmético,

medicinal e culinário.

Cultivares: Comum (Amarelo, Vermelho ou Mesclado) e Anão Precoce.

Clima e solo

Planta tipicamente tropical. Prefere regiões de alta temperatura e elevadas precipitações. A

temperatura média ideal é de 27ºC, com mínimas superiores a 22ºC. É sensível ao frio e a geadas,

principalmente quando jovem; plantas adultas apresentam redução de floração/frutificação nessas condições.

É favorecido por precipitações anuais de 800 a 1.500mm, distribuídos de 5 a 7 meses, mais uma estação seca

para florescimento. O vento é prejudicial; mesmo sendo o principal agente polinizador, quando intenso,

causa queda de flores. Os solos mais indicados são os leves, profundos e bem drenados.

Práticas e conservação do solo: Plantio em nível. Manter cobertura vegetal rasteira no período chuvoso, sempre roçada. Em

declividades superiores a 6%, fazer terraços. Se superiores a 15%, fazer patamares.

Plantio e espaçamento

Semeadura direta no início da estação chuvosa. Realizar o desbaste após 60 a 90 dias, deixando-se a

muda mais sadia e vigorosa. Quando necessário, o replantio é feito por meio de mudas preparadas em sacos

plásticos e de mesma idade das plantas no campo. Para aumentar a uniformidade das plantas, podem-se

utilizar mudas enxertadas.

Espaçamento é de 7 x 7m para o cajueiro-anão e 10 x 8m para o cajueiro-comum. São necessárias

204 mudas por hectare (anão) e 125 por hectare (cajueiro-comum). As covas são feitas nessas dimensões de

40 x 40 x 40cm, preparadas 1 mês antes do plantio.

Calagem e adubação Elevar o índice de saturação por bases a 60%. A calagem e a adubação estão sendo realizadas com

base em um sistema de análise de solo que apresenta algumas inovações em relação ao que vinha sendo

utilizado anteriormente. Assim, a calagem passa a ser feita visando aumentar a saturação por bases do solo e

garantir um teor mínimo de magnésio. A adubação fosfatada leva em conta a determinação de fósforo no

solo pelo método da resina, que é um processo que simula a ação das raízes e, assim, é mais eficiente na

avaliação da disponibilidade do nutriente no solo.

Tratos culturais

Page 89: CARACTERÃ-STICAS DE ALGUMAS ESPÃ-CIES DE FRUTÃ-FERAS

Os principais tratos culturais recomendados para o cajueiro são: desbrota, retirada de panículas,

poda, controle de plantas daninhas e coroamento. Essas operações são fundamentais para que a planta

expresse todo o seu potencial produtivo, assegurando o retorno econômico do investimento.

Desbrota Consiste na retirada das brotações laterais inferiores da planta, próximas aos cotilédones ou

desenvolvidas no porta-enxerto. Efetua-se logo após o período chuvoso, no ano de instalação do pomar. As

principais vantagens são: menor desgaste da planta no período seco pela redução da área foliar, equilíbrio

entre o sistema radicular e a parte aérea e redução dos custos da póda nos anos subseqüentes .

Retirada de panículas

No cultivo de cajueiro anão em função de sua precocidade, não pode emitir panículas imediatamente

após o plantio. Estas devem ser removidas até o oitavo mês de idade da planta, já que nessa fase constituem-

se numa fonte de desvio de energia, que deve estar direcionada para o seu crescimento vegetativo.

Poda

Os pomares jovens devem ser conduzidos de modo a formar uma copa compacta, com ampla

superfície produtiva, livre de entrelaçamento e da concorrência de plantas daninhas e, ainda, facilitar a

mecanização dos cultivos, as operações de adubação de manutenção e calagem, roçagem (manual e

mecânica), além da inspeção do sistema de irrigação, quando o cultivo é irrigado.

Controle de plantas daninhas e coroamento As entrelinhas da cultura devem ser roçadas para minimizar a concorrência com plantas daninhas.

Essa prática reduz substancialmente os efeitos nocivos das erosões hídrica e eólica. O controle das plantas

daninhas pode ser realizado via capina mecânica. Caso necessário, efetua-se mais de uma roçagem mecânica

no período chuvoso. No período seco, realiza-se o coroamento, que consiste na capina mecânica, seguida de

capina manual ou química na área sob a copa do cajueiro.

Doenças O cajueiro (Anacardium occidentale L., ) é considerado uma planta rústica extremamente adaptada

as condições do litoral do Nordeste Brasileiro, onde ocorre espontaneamente na forma de pomares nativos.

Assim, o desenvolvimento da cultura trás, como conseqüência a ampliação dos problemas fitossanitários,

exigindo esforços crescentes no aprofundamento do conhecimento dos mesmos e na busca de meios eficiente

para combate-los.

Antracnose - Dentre as doenças que afetam o cajueiro, é a mais amplamente disseminada, tendo sido

constatada em praticamente todos os Países onde se cultiva o caju. A doença torna-se particularmente severa

nos anos de maior pluviosidade, principalmente com a ocorrência da das "chuvas do caju", durante a

floração, possibilitando o ataque mais intenso às inflorescências, com maiores prejuízos para a produção. O

agente causal da doença ‚ Glomerella cingulata Ston., que ataca folhas, ramos, inflorescência, pedúnculos e

frutos. Nas folhas surgem manchas necróticas pardo-avermelhadas, de tamanho e forma variável, isoladas ou

confluentes, determinando áreas mortas ou contorcidas nas margens, o ápice ou qualquer ponto do limbo.

Nos ramos, as lesões são deprimidas e alongadas, inicialmente de coloração parda, depois negra. Os frutos

jovens (maturis), quando atacados, sofrem danos severos desde deformações até a seca e queda agravando

mais inda quando associados ao ataque de tripes e pulgão. Controle - afim de reduzir o potencial de inóculo

Page 90: CARACTERÃ-STICAS DE ALGUMAS ESPÃ-CIES DE FRUTÃ-FERAS

do fungo, recomenda-se uma poda de limpeza, no início do período chuvoso e antes do fluxo foliar, colhendo

e queimando as partes mais afetadas. O plantio de “variedades” resistentes a doença seria a forma de controle

mais viável e econômica como também o controle do patógeno por métodos biológicos, empregando-se

microorganismo antagônicos.

Fumagina - Embora não seja propriamente uma doença parasitária, a fumagina merece referência em razão

de sua elevada incidência. A doença é comumente encontrada nas áreas de cajucultura, onde prevalecem

condições favoráveis ao complexo do fundo que a compõem, apresentando maior incidência nas épocas em

que ocorrem maiores infestações de insetos excretores de substâncias açucaradas, tais como pulgão,

cochinilha e mosca-branca. A fumagina geralmente apresenta-se recobrindo total ou parcialmente a

superfície das folhas, na forma de uma película de cor negra e aspecto veludoso, facilmente destacável,

constituída pelas próprias estruturas vegetativas e reprodutivas dos fungos. Controle - o uso de inseticidas

adequados para controle da praga (pulgão, cochinilha e mosca-branca) é, normalmente, suficiente para a

eliminação da fumagina.

Oídio - O agente causal é o fungo ectoparasita Oidium anacardii Noack. A incidência da doença e detectada

pela presença, nas folhas, de um revestimento ralo, branco-acinzentado e pulverulento, resultante do intenso

desenvolvimento do micélio e estruturas reprodutivas do patógeno. As folhas fortemente afetadas secam

prematuramente e as novas retardam seu crescimento. Ocasionalmente atacam as inflorescências, com graves

conseqüências para a produção. Controle - em casos de manifestação muito severa, ou ataque as

inflorescências, justifica-se a adoção de medidas de controle, mediante a aplicação de fungicidas a base de

enxofre ou específicos para o oídio como: Dinocap, Binapacryl e Quinometionato.

Outras doenças sem menor importância atacam o cajueiral como: Mancha de Alga; Mancha de Cercóspora

ou Cercosporiose; Mofo Preto; Bolor Verde etc.

Pragas

O cajueiro Anacardium occidentale L. apresenta problemas de ordem fitossanitária que crescem a

cada ano nas diferentes áreas produtoras. Os levantamentos sistemáticos de praga e inspeções realizadas

periodicamente vem mostrando um aumento sensível da ocorrência de insetos e ácaros nessa cultura, alguns

dos quais apresentando alta potencialidade como praga.

Outros insetos que ocorrem sobre o cajueiro, constatados em diferentes regiões do País porém sem

expressão econômica como pragas da cultura. Abaixo relacionamos as pragas mais comum e áreas de ataque.

Lepiddoptera, Gelechiidae - A Broca das pontas afeta diretamente a produção, pois abre galerias nas pontas

dos ramos e nas inflorescências, provocando sua murcha.

Larva do Broto Terminal - Díptera, Cecidomyiidae. As larvas atacam as gemas terminais e com a morte

dos brotos a planta emite novas brotações laterais, as quais são também atacadas, imediatamente.

Tripes - Selenothrips rubrocinctus Giard. Os tripes atacam a face inferior das folhas, ponteiros,

inflorescências e frutos. As partes afetadas tornam-se cloróticas a princípio passando depois para uma cor

prateada.

Pulgão da inflorescência - Aphis gossypii Glover. As inflorescências atacadas ficam murchas ou secas,

como se fossem prejudicadas pela antracnose; os maturis ficam deformados; há o aparecimento do “mela’,

Page 91: CARACTERÃ-STICAS DE ALGUMAS ESPÃ-CIES DE FRUTÃ-FERAS

substância excretada pelos insetos e que servem de substrato para o aparecimento do fungo “fumagina”, que

recobre as folhas c as inflorescências.

Mosca-Branca - Aleurodiclis cocois Curtis. - Localizam-se na face inferior das folhas. agrupadas em

colônias numerosas, protegidas por secreção pulverulenta branca.

Cigarrinha – Homoptera, Cercopidae. A cigarrinha ataca a base das inflorescências e frutos novos, sugando

a seiva, onde produz uma espuma caracteri5tica para a proteção das ninfas.

Besouro vermelho - Crimissa cruralis stal, 1858 - Tanto a larva como o adulto são fitófagos, destroem o

limbo foliar causando séries prejuízos. As larvas são mais vorazes que os adultos, provocando maiores

prejuízos.

Lagarta saia justa - Cicinnus callipius Sch. - As lagartas nos primeiros estágios ficam agrupadas nas folhas

do cajueiro, passando os últimos instares separadas, envolvidas em uma folha, que lhe serve como abrigo.

Esse invólucro apresenta na parte central um diâmetro maior, semelhante a uma saia justa, daí seu nome

vulgar, sendo também conhecida como mini-saia.

Cochonilha - Pseudaonídia trilobitiformis Breen. As cochonilhas sugam intensamente a seiva das plantas,

localizando-se ao longo das nervuras, principalmente na nervura central. As folhas apresentam

amarelecimento nas partes atacadas dando posterior ressecamento, iniciando pela área das nervuras, dando

um péssimo aspecto a arvore.

Ácaro-amarelo - Tenuipalpus anacardii De Leon, 1965 - Habitam na face interior das folhas, destruindo as

células, provocando ressecamento no local afetado. Tais danos. embora de pouco monta, são parcialmente

reconhecidos.

Traça das castanhas - Anacampsis Spp - A larva é quem causa prejuízos ao cajueiro, atacando a castanha,

destruindo-lhe toda a amêndoa e tornando-a imprestável para a comercialização.

Colheita

Colher os frutos caídos e retirar as castanhas. Se o caju se destina à industrialização, colher frutos

maduros nas próprias plantas.

Produtividade normal - Cajueiro Comum: 900 kg/ha de castanha e 9 t/ha de frutos;

- Cajueiro Anão: 1.300 kg/ha de castanha e 13 t/ha de frutos, ambos após estabilização da produção; início

de produção: 3º ao 5º ano para cajueiro comum e 10 a 18 meses para cajueiro anão precoce.

Culturas Intercalares

Culturas anuais, até o 5º ano, para o cajueiro comum; preferir leguminosas.

Comercialização

Frutos para mercado interno, em gavetas de papelão; polpa congelada e castanha de caju torrada.

http://www.ceinfo.cnpat.embrapa.br/arquivos/artigo_2600.pdf Acesso 20/04/2008.

http://www.emater-rondonia.com.br/Caju.htm Acesso 20/04/2008.

http://www.todafruta.com.br/todafruta/mostra_conteudo.asp?conteudo=13900 Acesso 20/04/2008.

CULTIVO DO AÇAIZEIRO

Cultivares

Page 92: CARACTERÃ-STICAS DE ALGUMAS ESPÃ-CIES DE FRUTÃ-FERAS

A própria espécie botânica (com variações morfológicas e de desenvolvimento marcantes

dependendo do local de coleta) ou híbridos entre essa espécie e o palmiteiro (Euterpe edulis). Esses híbridos

são plantas rústicas, que perfilham, precoces e com boa qualidade de palmito.

Clima - o clima tropical úmido (temperatura média anual acima de 22ºC e precipitação acima de 1.600mm

por ano). Não tolera geadas, especialmente quando jovem (até 60cm de altura).

Solo - o açaí não é exigente em solos, crescendo mesmo em solos pobres e ácidos. No entanto, desenvolve-se

mais rapidamente em solos com maior fertilidade. A produção de palmito em áreas de baixa fertilidade deve-

se basear na reposição de nutrientes através de adubações anuais parceladas.

Propagação Por sementes colhidas de palmeiras selecionadas (diâmetro, número de folhas e sanidade), que

devem estar em conjunto com outras da mesma espécie e no mesmo estádio de desenvolvimento, para evitar

a autofecundação forçada. Marcá-las de modo permanente, porém sem afetá-las, para fácil reconhecimento.

Colheita de sementes Colher frutos pretos e opacos, quase cerosos, na estação seca (agosto a dezembro), em sua região de

origem. Colher somente os frutos que estão no cacho, que possui de duas a cinco mil sementes. Colocar um

plástico ou encerado embaixo da palmeira e derrubar os cachos maduros sobre ele, recolhendo apenas os

frutos que caírem sobre o encerado.

Armazenamento das sementes As sementes do açaizeiro perdem rapidamente o poder germinativo, porém, é possível armazená-las

por até cinco meses, desde que acondicionadas em sacos plásticos bem fechados e mantidos sob refrigeração

(temperatura entre 5 a 10ºC).

Germinação

Leva de 3 a 11 meses para se completar. Despolpar os frutos para acelerar o processo germinativo e

permitir a obtenção de lotes homogêneos de mudas (germinação em 2 a 5 meses). Para isso, acondicionar os

frutos recém-colhidos em sacos plásticos e umedecer. Fechar o saco, mantendo-o à sombra e à temperatura

ambiente. Depois de 3 ou 4 dias, atritar os frutos sobre as malhas de peneiras grossas (de café ou de feijão),

em água corrente, para separação da polpa, ou imergir totalmente os frutos em água, trocando-a diariamente,

para não fermentar. Após três a quatro dias, despolpar.

Semeadura direta É mais econômico do que o de plantio de mudas. Para evitar ataque de insetos, roedores e outros animais,

enterrar as sementes entre 3 a 4cm. Semear de 2 a 3 sementes por cova, com o auxílio de um chuço, e cobrir

com terra. Não desbastar as mudas. Efetuar semeaduras na mesma área a cada dois anos para manter um

povoamento de plantas em diferentes idades ou estádios. Semear de agosto até dezembro.

Transplante de mudas A utilização de plântulas com raiz nua de 15 a 20cm, retiradas de açaizeiros nativos, deve ser

recomendada apenas para plantio em área adjacente.

Formação de mudas de viveiro

Page 93: CARACTERÃ-STICAS DE ALGUMAS ESPÃ-CIES DE FRUTÃ-FERAS

Ganham-se 2 a 3 anos em desenvolvimento, no campo, comparado com a semeadura direta. Colocar

uma semente despolpada por saco plástico de polietileno preto (20 a 25cm de altura x 20cm de boca x 8 a

12mm de espessura e com 6 a 8 frutos) cheio com 2 a 3,5kg de terra de boa qualidade, rica em matéria

orgânica, retirada da superfície da própria mata. Na falta, utilizar mistura de 3 partes de solo e 1 de matéria

orgânica bem curtida (vide adubação do substrato). Irrigar diariamente. O sombreamento do viveiro deve ser

semelhante àquele que a muda receberá quando estiver no local definitivo. Plantar as mudas no campo, com

20 a 30cm de altura e com 3 a 4 folhas vivas (entre o décimo e o décimo quarto mês após a semeadura).

Adubação do substrato Usar solo de boa qualidade, acrescido de uma fonte de matéria orgânica curtida (esterco de curral, ou

composto de lixo, ou composto de usina de beneficiamento de algodão, ou palha de café) na proporção de

3:1, em volume. Acrescentar calcário para elevar a saturação por bases a 60%, e mais 500g de P2O5 e 100g

de K2O por m3 do substrato (terra + esterco).

Preparo da área para semeadura ou plantio

Sob mata nativa, fazer antes uma roçada da vegetação mais baixa, poupando-se as essências nativas

de valor econômico; em áreas sem cobertura vegetal fazer antes um sombreamento temporário com guandu,

tefrósia ou leucena. Em consórcio com seringueiras ou outras plantas perenes, seguir o mesmo preparo de

solo da cultura principal.

Plantio de mudas Deve ser feito no período das águas, com cuidado para não danificar a palmeira. Cortar o saco

plástico na altura de 2cm da base, podando as raízes e, em seguida, cortar e retirar o saco e colocar a muda na

cova com o torrão inteiro, preenchendo os espaços vazios com terra de superfície, comprimento para manter

a muda firme.

Densidade de plantio ou semeadura

Para o cultivo solteiro: 2,5 x1,5m. Em áreas de mata nativa, efetuar a semeadura direta (três

sementes novas por cova) a cada um ou dois passos, cada linha separada das outras por dois ou três passos.

Repetir a operação a cada dois anos, sempre com o cuidado de não pisar as plântulas de açaizeiros, nativas

ou não, já existentes. No cultivo consorciado, plantar duas a três linhas de açaizeiros na faixa central da

entrelinha do cultivo principal, com o espaçamento entre as plantas de 2,5 ou 1,5m. É comum o consórcio

com seringueiras (Hevea brasiliensis).

Tratos culturais Roçadas periódicas para apressar o desenvolvimento, poupando as essências nativas de valor. Não

capinar, devido ao sistema radicular superficial.

Manejo de perfilhos

Para aumentar o desenvolvimento da touceira e permitir corte de palmito a curto prazo, manejar os

perfilhos deixando 3 a 4 bem distribuídos por touceira, e um perfilho novo por ano, a partir do terceiro ano

de plantio. Assim, é possível iniciar o corte para palmito entre o quarto e o quinto ano.

Colheita do palmito

Colher somente em palmeiras que apresentem DAP (diâmetro à altura do peito) acima de 10cm,

poupando um estipe por planta para a produção de sementes, quando a densidade for baixa. Evitar queda

Page 94: CARACTERÃ-STICAS DE ALGUMAS ESPÃ-CIES DE FRUTÃ-FERAS

brusca do palmito, pois isso causa escurecimento interno e rápida decomposição. Fazer o corte alto (50 a

80cm) para reciclar os nutrientes para os perfilhos na touceira.

Intervalo ou ciclo de corte: Em torno de 2 a 4 anos, na mesma touceira, para palmito de primeira qualidade.

Adubação

Normalmente as áreas de distribuição natural do açaizeiro são ricas em nutrientes, não devido às

condições de solo, mas sim à rápida decomposição da matéria orgânica (“litter”) em sua superfície. Em áreas

muito degradadas (mata e açaizal) fazer adubação para recuperação após análise do solo.

Doenças e pragas

A principal doença do açaizeiro é a antracnose. Ela só é limitante em condições de viveiro e em

regiões frias e úmidas. Em condições de campo, não há nenhuma doença séria que mereça controle. Já com

relação a insetos, temos os de viveiro (gafanhotos, cigarrinhas, cochonilhas, pulgões e ácaros) e os de campo

(especialmente o coleóptero Rhyncophorus), que em culturas e explorações bem manejadas, não chegam a

ser problema.

Duração e pós-colheita do palmito Após colhido, dura no máximo 5 a 7 dias, quando mantido com 4 capas (bainhas externas). Escurece e

apodroce devido à ação de fungos, comuns em matéria em decomposição. O tombo e o corte acidental de

partes do palmito aceleram a decomposição.

PRODUÇÂO DE FRUTOS - VINHO O manejo é o mesmo descrito anteriormente para a produção de palmito, diferindo apenas na

densidade de plantio, pois visa a produção de frutos.

Os Benefícios do Açaí O fruto originário de uma palmeira que cresce nas várzeas do Rio Amazonas, o açai é uma frutinha

arredondada e muito roxa, quase preta, lembrando uma jaboticaba pequena. Tem uma caroço

proporcionalmente grande e pouca polpa.

O Açaí é uma palmeira típica da Região Amazônica. Além de ter um sabor delicioso e refrescante, é

rico em lipídios e vitamina E, que ajuda a combater os radicais livres. A alta concentração de fibras melhora

as funções intestinais, percebidas em duas semanas de consumo. A presença de vitamina B1 e o teor elevado

de pigmentos anticianianos que são antioxidantes, favorece a circulação sanguínea. Mas, seu componente

mais importante é o ferro, indicado no tratamento de anemias e fortalecimento muscular.

Por ser rico em ferro, fibras, fósforo, minerais, gordura vegetal, cálcio, potássio e vitaminas, a fruta

parece ter saído do laboratório dos nutricionistas de encomenda para geração saúde.

Por suas características microbiológicas o açaí é considerado uma das mais nutritivas frutas da Amazônia,

perdendo apenas para a castanha-do-pará. Colhe-se açaí abundantemente durante todo o ano, especialmente

no outono.

Seu consumo é feito in natura, em sucos, como doces e sorvetes, entre várias outras formas, que são

muito apreciadas, sobretudo no Norte e Nordeste do Brasil, regiões de origem da fruta. A colheita de açaí é

abundante durante o ano inteiro, especialmente no outono.

http://www.todafruta.com.br/todafruta/mostra_conteudo.asp?conteudo=13988 Acesso em 20/04/2008.

Page 95: CARACTERÃ-STICAS DE ALGUMAS ESPÃ-CIES DE FRUTÃ-FERAS

CULTURA DA PUPUNHA - Bactris Gasipaes H.B.K.

Aspectos Gerais

A pupunha (Bactris Gasipaes H.B.K.), da família das palmáceas, foi cultivada pelos ameríndios pré-

colombianos na região neotropical úmida. Hoje essa espécie encontra-se distribuída desde Honduras até a

Bolívia. Ocorre na costa atlântica das Américas Central e do Sul, até São Luiz, no Maranhão, e também ao

longo da costa do Pacífico, do sul da Costa Rica até o norte do Peru. Seus frutos, de sabor muito apreciado,

estão definitivamente integrados nos hábitos alimentares da área que cobre os estados do Acre, Amapá,

Amazonas, Pará, Maranhão, Mato Grosso, Rondônia e Roraima. Na região ainda predomina o consumo do

fruto, mas a produção de palmito a partir de cultivos da pupunheira começa a se dinamizar, com plantios em

escalas consideráveis no Pará, Acre, Rondônia e Mato Grosso. A cultura também passa por intenso processo

de disseminação fora da Amazônia, principalmente no Sudeste. Em São Paulo, atualmente, a pupunheira está

sendo plantada em praticamente todo o estado, num processo semelhante ao que ocorreu com a seringueira

anos atrás. Todo esse impulso que a cultura vem recebendo é motivado pelas boas perspectivas do mercado

de palmito.

Botânica/Descrição da Planta/ Variedades A pupunha (Bactris Gasipaes H.B.K.), da família das palmáceas.

Caule - a pupunha é uma palmeira caespitose (multi-caule) que pode atingir até 20 m de altura. O diâmetro

do caule varia de 15 a 30 cm e o comprimento dos entrenós de 2 a 30 cm. Os entrenós apresentam numerosos

espinhos rígidos e pretos ou marrom escuro, porém, algumas espécies são desprovidas de espinhos.

Folhas - o ápice do estipe sustenta uma coroa de 15 a 25 folhas do tipo pinadas, cujos folíolos inseridos em

diferentes ângulos. As folhas tenras não expandidas, localizadas no centro da coroa, formam o palmito, um

importante produto econômico.

Inflorescência - a inflorescência monóica aparece nas axilas das folhas senescentes. Após a polinização, os

cachos podem conter entre 50 e 1000 frutos. Diversos fatores, tais como nutrição ou polinização deficiente,

estiagem, competição, e ataque de insetos e doenças podem causar o aborto e contribuir para o baixo peso

médio do cacho.

Fruto - são frutos de forma, tamanho e cor variáveis; quando maduros podem ter o epicarpo (casca)

vermelho, amarelo, alaranjado ou totalmente verde; quanto à forma podem ser globosos, ovóides ou cônico-

globosos, tendo a base mais ou menos aplanada, cálice persistente; o tamanho varia de 1 a 1,5 cm de

diâmetro nos frutos sem caroço (partenocárpicos) a até 7 cm nos frutos normais; o mesocarpo é amarelo-

alaranjado, espesso, carnoso-amiláceo, as vezes mais ou menos fibroso, oleoso ou não. Característica

importante desta planta é a sua capacidade de perfilhamento, sendo comum encontrar exemplares com 5

perfilhos.

Os ameríndios começaram a realizar, empírica e instintivamente, um melhoramento das características

genéticas da pupunha através da seleção de plantas com frutos de bom tamanho ou sem espinhos na estipe (o

que facilitava o manejo). Deste modo, hoje é possível encontrar populações de pupunheiras com

características bastante diversas, constituindo diferentes variedades.

VARIEDADES

Possibilidades comerciais e industriais da pupunha

Page 96: CARACTERÃ-STICAS DE ALGUMAS ESPÃ-CIES DE FRUTÃ-FERAS

A pupunheira pode ser aproveitada totalmente: sua palmeira é empregada em paisagismo; sua raiz

como vermicida; seu estipe (tronco) como madeira para construção de casas, fortificações, arcos, flechas,

arpões e varas de pescar; suas flores masculinas, depois de caírem, como tempero; suas folhas, na coberturas

para habitações, teceduras de cestas e outros objetos; seus frutos, motivo principal do cultivo praticado pelos

índios, são comidos cozidos. Além do consumo direto dos frutos, após cozimento em água e sal, podem eles

gerar uma série de subprodutos após industrializados. Depois do cozimento dos frutos pode ser obtida uma

farinha seca, similar às farinhas de mandioca, milho e trigo, cereais que a região amazônica importa em

grande quantidade. Este produto pode ser consumido junto com outros alimentos e na elaboração de bolos e

pizzas; pode ser utilizado em panificação, pastelaria e outros alimentos à base de farinha. A massa oriunda

dos frutos também produz um sorvete muito saboroso. Além disso, os frutos de aparência inferior podem ser

aproveitados na fabricação de ração para animais.

Todo o processo para elaboração desses produtos é realizado de forma artesanal, em nível

experimental, sem uma escala industrial convencional. Os caules secundários, de alto valor para alimentação,

podem ser consumidos como palmito. Atualmente o palmito é extraído principalmente do açaí, de ocorrência

na região norte, e de outras palmáceas nativas da Mata Atlântica. Estas últimas, anteriormente abundantes,

estão quase dizimadas pela exploração predatória. Assim, o palmito é hoje produzido sobretudo a partir das

grandes concentrações naturais de açaizeiros do estuário amazônico. Embora dando mostras de

abrandamento nos últimos anos, o processo de exploração dos açaizais nativos tem usado os mesmos

métodos que levaram à quase dizimação das palmáceas da Mata atlântica. Nesse contexto surge, como

alternativa complementar à exploração extrativista, o cultivo da pupunheira, visando à produção de palmito.

Existem na região Amazônica inúmeras plantações de pupunha sem espinhos, que perfilham e oferecem

condições de corte no segundo ano de vida, apresentando maior diâmetro do que o açaí, com palmito de

excelente qualidade.

Atualmente, sua importância como alimento e o seu potencial tecnológico têm sido incentivado

através de pesquisas realizadas no Brasil, Colômbia, Peru e Costa Rica.

Solo e Clima A planta está adaptada a uma ampla faixa de condições ecológicas nos trópicos. Originária das

regiões tropicais, com altas precipitações pluviais e solos pobres, cresce melhor quando a chuva é abundante

(1.900 á 6.000mm) e pode ser cultivada desde o nível do mar, até 800metros de altitude. Floresce quase o

ano inteiro, porém com maior intensidade durante os meses de agosto a dezembro. A maturação de seus

frutos ocorre principalmente nos meses de dezembro a julho.

Produção de mudas

A produção de mudas é feita normalmente por meio de sementes. Gastam-se em media 17 quilos de

sementes para formar mudas para o plantio de um hectare. A germinação é de 50 a 60 % e ocorre em 30 a

100 dias, estendendo-se ate 180 dias. Um quilo de sementes contem cerca de 500 sementes. Para obtenção de

sementes, é importante colher frutos de plantas matrizes sadias, vigorosas e que tenham muitos perfilhos. As

plantas assim escolhidas na lavoura são reservadas para a produção de sementes. Na colheita, os frutos

devem estar maduros, mas não passados.

O ponto ideal para colheita é quando eles começam a modificar a coloração de verde para amarela.

Page 97: CARACTERÃ-STICAS DE ALGUMAS ESPÃ-CIES DE FRUTÃ-FERAS

Preparo das sementes

As sementes devem ser separadas da polpa e deixadas de molho em água limpa por 1 a 3 dias,

trocando-se a água uma vez por dia, para evitar a fermentação. Caso haja resíduos aderidos às sementes,

esses podem ser retirados facilmente, friccionando as sementes com areia grossa. Eliminar as sementes com

defeitos (perfuradas ou com fungos) ou aquelas que boiarem.

Depois de limpas, as sementes devem ser desinfetadas, mergulhando-as em uma mistura com um

litro de hipoclorito de sódio para 9 litros de água, durante 2 a 5 minutos. Secar à sombra por 3 a 4 horas.

Guardar em saco plástico duplo, para plantio posterior, ou semear direto no canteiro.

Semeadura

Em regiões muito chuvosas, é recomendável que a semeadura da pupunha seja feita em canteiros

elevados, contidos por paredes de tijolos.

Sobre um terreno nivelado e em pleno sol, constroi-se uma caixa de tijolos sem rejunte com altura de

40 centímetros, largura de 1 metro ou 1 metro e vinte e comprimento variável, conforme a quantidade de

mudas desejadas.

No fundo dessa caixa, colocam-se uma camada de areia de 20 centímetros de altura e, por cima

desta, uma camada de serragem de 10 a 15 centímetros.

A semeadura é feita sobre a camada de serragem, espalhando-se, uniformemente, 4 quilos de

sementes por metro quadrado de canteiro. Depois de distribuídas, as sementes são cobertas com 2 a 3

centímetros de serragem, devendo o canteiro ser bem irrigado diariamente. Feita a semeadura, cobre-se o

canteiro com plástico transparente, deixando-se, para ventilação, uma abertura de 20 a 30 centímetros entre a

superfície do leito e a cobertura de plástico. Consegue-se, assim, aumentar a temperatura ambiente e, com

isso, diminuir o tempo necessário para a germinação.

Observações

1. Em regiões pouco chuvosas e em terrenos de fácil drenagem, os canteiros podem ser construídos

diretamente sobre o solo, com uma altura de 20 a 30 centímetros, usando-se uma mistura de areia e serragem

em partes iguais.

2. A semeadura também pode ser feita em sulcos de 3 centímetros de profundidade distanciados de 5

centímetros entre si. Neste caso, as sementes são distribuídas nos sulcos com espaço mínimo entre elas e

cobertas com a mesma mistura do leito.

Repicagem

Usar saco plástico de 18 por 22 centímetros, tipo sanfona, ou saco de dois quilos de capacidade.

Encher o seco com uma mistura contendo duas partes de terra, uma parte de esterco e 12 quilos de

superfosfato simples por mil litros da mistura. A repicagem pode começar quando as mudas estiverem

emitindo a segunda folha. As mudas com espinhos devem ser eliminadas nesta fase.

As mudas devem ficar no viveiro à meia - sombra, cobertas com folhas de palmeira, ripado ou

sombrite, ate a chegada do período chuvoso, quando é feito o plantio definitivo no campo. No caso de

lavoura irrigada, o plantio definitivo poderá ser feito em qualquer época. A primeira adubação pode ser feita

vinte dias depois da repicagem, utilizando-se de uma solução com uréia ( um copinho de café para 10 litros

de água ). A aplicação pode ser repetida a cada 10 dias. As plantas daninhas devem ser controladas. 0 tempo

Page 98: CARACTERÃ-STICAS DE ALGUMAS ESPÃ-CIES DE FRUTÃ-FERAS

da muda no viveiro é de seis a sete meses. Um mês antes de as mudas irem para o campo, a sombra devera

ser retirada gradualmente, para adaptação das plantas ao sol. As mudas devem ser regadas diariamente.

Observação

Os filhotes produzidos pela pupunheira também poderiam ser aproveitados para o plantio. Mas o uso

desse tipo de muda não é recomendável. Alem de sua dificuldade em lançar raízes para se desenvolver, os

filhotes podem ser portadores de nematódeos e fungos, que se espalhariam por diversos pontos do terreno

quando transplantados.

Controle de ervas daninhas - manter a cultura livre de plantas daninhas, com o uso de cobertura morta,

roçagem ou herbicidas.

Irrigação É uma operação necessária quando se objetiva precocidade, produtividade e qualidade da produção,

pois a pupunheira paralisa o seu crescimento no período seco.

Pragas e doenças

A cultura deve ser protegida contra a ataque da saúva, combatendo-se essa praga com os inseticidas

usuais. O controle da lagartas e doenças que atacam as folhas torna-se problemático em seu aspecto legal. Os

defensivos experimentalmente eficientes não estão registrados para uso na cultura. No caso de incidência de

helmintosporiose nas folhas, sugere-se suspender temporariamente a adubação nitrogenada, diminuir a

irrigação e manter maior ventilação entre as mudas.

Plantio O tamanho das covas são 30 a 40 centímetros, nas três dimensões. A abertura de sulcos nas linhas de

plantio, onde serão marcadas as covas, facilita a operação de adubação e plantio. O replantio deve ser feito 3

meses após o plantio.

Espaçamentos

Produção de palmito Os espaçamentos mais utilizados para produção de palmito dependem da topografia da área,

fertilidade do solo, disposição da plantação, tipo de mecanização, manejo e outras condições que a

propriedade possa ter. Para solos férteis ou bem adubados, recomenda-se o espaçamento 2 x 1 m

(5000plantas/ha) ou 1,5 x 1,5 m. Em solo pobre ou não adubado, recomenda- se 2,0 x 1,5 m (3330

plantas/ha). Para lavouras mecanizadas, recomenda-se o 3 x 1 m.

Produção de fruto Se o objetivo for a produção de frutos, deve-se utilizar espaçamentos bem maiores, uma vez que a

pupunha atinge até 20 m de altura. Na Costa Rica, recomenda-se para solos pobres, 5 x 5 m (400 plantas/ha).

Para solos férteis ou bem adubados, 6 x 6 m (278 plantas/ha) ou plantar em fileiras duplas de 4 x 4 x 8 m

(416 plantas/ha).

Calagem e Adubação Os estudos sobre nutrição da pupunheira ainda não estão totalmente concluídos, mas pode-se

recomendar uma calagem na área toda, de forma a elevar o pH para 5,0 a 5,5 e a saturação de bases para

60%. Devem ser feitas análises de solo a cada três anos, aplicando-se calcário sempre que a saturação de

bases for inferior a 50 %.

Page 99: CARACTERÃ-STICAS DE ALGUMAS ESPÃ-CIES DE FRUTÃ-FERAS

Adubação de Plantio

Caso haja disponibilidade, pode-se utilizar esterco de curral curtido (5 a 20 t/ha ou 5 a 10 kg/cova),

compostos ou tortas. A adubação química é feita em função da fertilidade do solo. Utilizando adubos

formulados, recomenda-se dividir as doses em três vezes. Se optar por adubos simples, parcelar apenas a

uréia e o cloreto de potássio. O superfosfato simples deve ser aplicado de uma só vez no plantio.

Manejo de Perfilhos

Não se recomenda manejo de perfilhos em função da falta de informações sobre o assunto, exigência

de mão-de-obra habilitada (para não danificar a planta) e transmissão de doenças.

Acredita-se que cada planta estabelece sua própria dinâmica de crescimento, não havendo

necessidade de desbaste de perfilhos. Entretanto, o excesso de perfilhos (mais que 8) pode prejudicar o

desenvolvimento da planta-mãe, e caso resolva-se pelo desbaste, recomenda-se que, por ocasião da colheita

da planta-mãe, eliminem-se os mais fracos, deformados e mal localizados deixando-se 4 a 6 perfilhos, com

mais de 25 a 30 cm de altura e bem distribuídos na touceira.

Quando o objetivo é a produção de frutos ou sementes, o manejo de perfilhos não é feito. Deixa-se a planta

crescer sem desbaste, cortando-se eventualmente alguns estipes em excesso e utilizando-os para produção de

palmito.

Colheita

O clima, fertilidade do solo, adubação e espaçamento irão determinar o início da colheita do palmito

de pupunha. De uma maneira geral, a colheita ocorre entre 18 e 36 meses após o plantio em campo. Por

ocasião do primeiro corte, nota-se freqüentemente o formato cônico tanto do estipe quanto do palmito. Essa

ocorrência é normal e tende a desaparecer com os cortes subseqüentes, pois os perfilhos apresentam-se com

o formato mais cilíndrico. O primeiro corte é o menos produtivo.

A produtividade esperada é de 1500 a 1700 kg de palmito inteiro/ha e 2500 kg de picadinho e

rodelas/ha. De acordo com o diâmetro desejado para o palmito, efetua-se de 1 a 3 cortes/planta/ano.

Estarão prontas para serem colhidas as plantas que possuírem diâmetro entre 7 e 9 cm, medido a 80

cm do solo, o que garante palmitos com o diâmetro ideal (2,5 cm). Estipes mais grossos normalmente

possuem palmitos também mais grossos, o que dificulta o envasamento do palmito inteiro em vidros

pequenos, mas não causam problema quando utilizam-se embalagens destinadas à comercialização no

atacado ou quando o palmito for cortado em rodelas ou picadinho.

A colheita deve ser feita por pessoal treinado, visando principalmente a não danificar os perfilhos e a

aumentar o rendimento. Primeiramente efetua-se um corte abaixo da terceira folha aberta, contando-se de

cima para baixo e retirando-se a copa da pupunheira. Em seguida, mede-se 70 cm abaixo do ponto cortado,

secionando-se pela segunda vez, obtendo-se o tolete. Descasca-se então o palmito, deixando-se as duas

últimas bainhas.

Os toletes devem ser arrumados em feixes e levados à fábrica. O intervalo entre a colheita do palmito

e o seu processamento deve ser o mais curto possível, sendo o armazenamento feito em local fresco, seco e

arejado.

Page 100: CARACTERÃ-STICAS DE ALGUMAS ESPÃ-CIES DE FRUTÃ-FERAS

O resíduo do corte deve, de preferência, permanecer no próprio local, cobrindo o solo das

entrelinhas. Esse material irá se decompor naturalmente, protegendo o solo do sol e chuva diretos e

devolvendo os nutrientes para os perfilhos.

A colheita deve ser escalonada com base no diâmetro da planta (entre 10 e 14 cm, a 50 cm de altura).

Em condições normais, plantas em primeiro corte alcançam esse diâmetro quando a haste principal está entre

160 a 180 cm. Nos cortes subseqüentes, o diâmetro de corte será alcançado quando a haste do perfilho a ser

colhido tiver de 180 a 210 cm de altura. A periodicidade de colheita por planta é variável, e em nossas

condições e para o tipo de palmito de maior aceitação (acima de 2,5 cm de diâmetro), corta-se um palmito na

mesma touceira a cada 8 meses.

http://www.emater-rondonia.com.br/Pupunha.htm Acesso 22/04/2008.

http://www.ceplac.gov.br/radar/CULTIVO%20DA%20PUPUNHEIRA.pdf Acesso em 23/04/2008.

http://www.editora.ufla.br/BolExtensao/pdfBE/bol_29.pdf Acesso em 23/04/2008.

BACABA (Oenocarpus bacaba Mart)

Família: Arecaceae

Nome comum: Bacaba, bacaba-açu, bacaba verdadeira (Brasil)

A bacaba é uma palmeira nativa da Amazônia. Distribui-se por toda Bacia Amazônica, com maior

freqüência no Amazonas e Pará. Possui como habitat a mata virgem alta de terra firme.

É uma palmeira monocaule de porte alto, estirpe liso. Pode atingir até 20 metros de altura e 20 a 25

cm de diâmetro.

O fruto é uma drupe subalongado quando jovem, subglobosa quando adulto podendo atingir até 3,0

gramas. A propagação é feita por sementes que germinam entre 60 e 120 dias, apresentando crescimento

lento.

A produção inicia após os seis anos de idade, quando a planta está com 3 m a 4 m de altura. Os

cachos pesam normalmente 6 a 8 quilos, podendo ocorrer acima de 20 quilos.

A polpa do fruto é utilizada no preparo do "vinho de bacaba". As amêndoas e os restos de macerado

da polpa são utilizados na alimentação de suinos e aves.

As folhas são usadas pela populaçao do interior como cobertura de moradias, enquanto o tronco

serve como esteio,viga e cabo de ferramentas.

http://www.todafruta.com.br/ Acesso em 23/04/2008.

BACABA–DE–LEQUE Origem: Região Amazônica – É mais encontrada no Maranhão, Tocantins e Mato Grosso.

Outros nomes: Bacaba, bacaba-açu, bacaba- verdadeira.

Característica: Altura - A árvore, uma palmeira, pode atingir até 20 metros.

Folhas: Podem chegar a medir 5 metros de comprimento.

Flores: Quando jovens, têm coloração entre branca e amarela; depois, ficam mais vermelhas e formam

cachos parecidos com "rabo-de- galo".

Fruto: É pequeno e arredondado, tem coloração roxo-escura e a sua polpa é comestível, contendo uma

semente. Dele se faz um vinho de sabor agradável, leitoso, muito semelhante ao vinho do açaí, inclusive em

Page 101: CARACTERÃ-STICAS DE ALGUMAS ESPÃ-CIES DE FRUTÃ-FERAS

termos nutricionais (ver matéria já publicada – Açaí). A população, com muita criatividade, mistura esse

vinho a farinhas diversas e produz uma espécie de papa, ou então fazem suco ou refresco.

Polpa: Tem coloração branco-amarelada e produz um óleo comestível adocicado, de uso culinário e equivale

a cerca de 25% do conteúdo da polpa.

http://www.todafruta.com.br/ Acesso em 23/04/2008.

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