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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOQUÍMICA: PETRÓLEO E MEIO AMBIENTE OLGA LUCIA VILLARREAL BARRAGAN CARACTERIZAÇÃO GEOQUÍMICA DE ÓLEOS DA AMÉRICA LATINA Salvador 2012

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Page 1: CARACTERIZAÇÃO GEOQUÍMICA DE ÓLEOS DA … BARRAGAN.pdf · Petróleo. 4. Geoquimica ambiental. I. Queiroz, Antônio Fernando de Souza. II. Universidade Federal da Bahia. Instituto

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOQUÍMICA:

PETRÓLEO E MEIO AMBIENTE

OLGA LUCIA VILLARREAL BARRAGAN

CARACTERIZAÇÃO GEOQUÍMICA DE ÓLEOS

DA AMÉRICA LATINA

Salvador

2012

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OLGA LUCIA VILLARREAL BARRAGAN

CARACTERIZAÇÃO GEOQUÍMICA DE ÓLEOS

DA AMÉRICA LATINA

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação

em Geoquímica: Petróleo e Meio ambiente – POSPETRO,

Instituto de Geociências, Universidade Federal da Bahia,

como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre

em Geoquímica do Petróleo e Ambiental.

Orientador: Prof. Dr. Antônio Fernando de Souza Queiroz

Co-orientador: Prof. Dr. Jorge Alberto Trigüis

Salvador

2012

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_________________________________________________________

B268 Barragan, Olga Lucia Villarreal Caracterização geoquímica de óleos da América Latina. /

Olga Lucia Villarreal Barragan. - Salvador, 2012. 109f. : il.

Orientador: Prof. Dr. Antônio Fernando de Souza Queiroz.

Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Geoquímica: Petróleo e Meio ambiente, Universidade Federal da Bahia, Instituto de Geociências, 2012.

1. Derramamento de óleo – America Latina. 2. Cromatografia

Liquida. 3. Petróleo. 4. Geoquimica ambiental. I. Queiroz, Antônio Fernando de Souza. II. Universidade Federal da Bahia. Instituto de Geociências. III. Título.

CDU: 550.46:502(8)

___________________________________________________________________ Elaborada pela Biblioteca do Instituto de Geociências da UFBA

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CARACTERIZAÇÃO GEOQUÍMICA DE ÓLEOS

DA AMÉRICA LATINA

Dissertação apresentada ao Programa de Pós Graduação em Geoquímica: Petróleo e Meio

Ambiente – POSPETRO, Instituto de Geociências, Universidade Federal da Bahia, como

requisito parcial para obtenção do grau de Mestre.

Defesa Pública: 14/03/2012

Banca Examinadora

....................................................................................................................

Prof. Dr. Antônio Fernando de Souza Queiroz (Orientador)

Doutor em Geoquímica do Meio Ambiente: Université Louis Pasteur de Strasbourg, França

Universidade Federal da Bahia (UFBA).

....................................................................................................................

Prof. Dr. Jorge Alberto Trigüis (Co-orientador)

Doutor em Geoquímica Orgânica: University of Newcastle Upon Tyne, Inglaterra

Universidade Federal da Bahia (UFBA).

..................................................................................................................

Prof. Dr. Luiz Carlos Lobato dos Santos

Universidade Federal da Bahia (UFBA), Escola Politécnica

....................................................................................................................

Prof. Dr. Sérgio Luís Costa Ferreira

Doutor em Química pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Brasil

Universidade Federal da Bahia (UFBA).

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Dedico esta vitória, nossa vitória, a meus amores, minha filha, Marianita Guaqueta Villarreal

A Omar Henry Guaqueta, pela sua paciência em todo este tempo,

pelo seu apoio incondicional para construir um melhor futuro para todos nos,

A minha mãe por esse infinito amor que sempre tem para mim e para Marianita,

A minha Irmã “mi flaquis” pelos sorrisos que me fizeram mais forte.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus pela infinita generosidade que sempre tem para comigo, por encher minha

vida de pessoas maravilhosas, de alegrias, de oportunidades, de privilégios, e sei que não sou

as mais católica do mundo, mas ele sabe quanto gosto dele e sabe que todos os dias me

esforço por ser um melhor ser humano.

Agradeço a minha família, a minha mãe por ser o suporte da minha vida, o meu pai pelo seu

amor para minha filha, a meus irmãos porque sempre estão perto nos momentos bons e nos

momentos ruins (amo vocês), a meu sobrinho “Fabi” que não precisa falar que me ama, mas

que me faz sentir que sou importante na vida dele, e toda minha família que sempre esteve

presente tudo este tempo.

Agradeço imensamente ao Professor Trigüis porque acreditou em mim e meu deu esta grande

oportunidade que jamais imaginei ter. Você é um ser que admiro e quero muito, e hoje meu

crescimento profissional é graças a você.

Ao professor Antônio Fernando de Souza Queiroz Coordenador da POSPETRO, pela

disposição que sempre teve para ajudar com que este trabalho seja hoje uma realidade.

Agradeço a Marcos Melo por chegar na minha vida, pelos dias maravilhosos que passamos

juntos por que me mostrou coisas da vida que não conseguia enxergar, pelos cuidados, pelo

amor desinteressado e verdadeiro, só desejo que faça parte de minha vida para sempre.

Agradeço a todos os profissionais do NEA que sempre dão o melhor deles para ajudar nos

trabalhos de pesquisa de todos nós. A Sarinha pela disponibilidade que sempre tem no

laboratório e pelas ideias ótimas que teve para meu trabalho.

A minha turma maravilhosa de mestrado Bomfim, Joana, Tainã, Ana Carol e Eli, pessoas que

levo em meu coração, vocês são os melhores profissionais, inteligentes, comprometidos,

trabalhadores e lutadores e o mais importante: são seres humanos grandes, cheios de virtudes,

sabem que tem uma amiga na Colômbia que sempre vai fazer qualquer coisa por vocês. As

portas da minha casa estarão sempre abertas para vocês.

Obrigada minha Joaninha porque você além de ser minha colega, é minha irmã brasileira,

você abriu as portas da sua casa para mim, e mais que as portas da sua casa as de sua vida.

Você é uma mulher em todo o sentido da palavra, e me sinto honrada de ser sua amiga

(ailoviu).

Agradeço a meus amigos e colegas Diego Fernando Garcia e Vladimir Blanco funcionários do

Instituto Colombiano del Petróleo (ICP) na Colômbia, que me ajudaram não só enviando

amostras de óleo desse país, mas também dando os melhores conselhos para tomar decisões

muito importantes na minha vida.

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Agradeço também a Laurys Duno funcionária de Petróleos de Venezuela S.A. (PDVSA), pela

ajuda para coletar as amostras de óleo desse país.

À professora Eliane Soares de Souza, líder do Laboratório de Engenharia e Exploração de

Petróleo (LENEP) da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF),

pela ajuda nas análises dos biomarcadores das amostras e pela disposição do laboratório para

completar meu trabalho.

À FAPESB e a CAPES pela concessão de bolsa durante o tempo do desenvolvimento do

Mestrado.

A Rede Cooperativa em Recuperação de Áreas Contaminadas por Atividades Petrolíferas –

RECUPETRO, pela disponibilização de recursos para atividades de campo e laboratório.

E a todas aquelas pessoas que de forma direta ou indireta fizeram parte de esta etapa tão

importante da minha vida, com certeza o Brasil fará parte de mim para sempre.

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Haz sólo lo que amas y serás feliz, y el que hace lo que ama, está benditamente condenado al éxito, que llegará cuando deba llegar, porque lo que debe ser será, y llegará naturalmente.

Facundo Cabral

Faça tão somente o que amas e serás feliz. Quem faz o que ama está benditamente condenado ao êxito, que chegará quando deve chegar, porque o que deve ser será e chegará naturalmente.

Facundo Cabral

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RESUMO

O presente trabalho foi desenvolvido no âmbito da Rede Cooperativa em Recuperação de

Áreas Contaminadas por Atividades Petrolíferas – RECUPETRO. Foram examinadas e

caracterizadas geoquimicamente 13 amostras de óleo representativas de algumas das

principais bacias petrolíferas da América Latina. A sequência analítica incluiu Cromatografia

Líquida (coluna aberta), Whole Oil por Cromatografia Gasosa (CG) e biomarcadores por

Cromatografia Gasosa acoplada a Espectrometria de Massas (CG-EM), com o intuito de obter

informações importantes tais como sua classificação com relação ao conteúdo de

hidrocarbonetos (saturados e aromáticos) e não hidrocarbonetos (resinas e asfaltenos); o tipo

de matéria orgânica que originou a sua maturidade; sua rocha fonte possível e os processos

que podem ter sofrido, como alteração e biodegradação. A cromatografia líquida é uma

técnica de separação de mistura e identificação de seus componentes. Esta técnica foi

otimizada no Laboratório de Estudos do Petróleo (LEPETRO) da Universidade Federal da

Bahia (UFBA). A otimização do método foi baseada num planejamento fatorial em dois

níveis 22, onde a melhor resposta das diferentes combinações das variáveis foi a obtida usando

as seguintes proporções: 0,02 g de amostra de óleo da bacia Potiguar no Brasil, com uma

coluna de sílica gel ativada a 400-450 ºC durante 4 horas, a fração saturada foi eluída com 30

mL de n-Hexano, a fração aromática foi eluída com uma mistura de n-Hexano/Diclorometano

(1:1, v/v, 40mL) e por último a fração NSO foi eluída com Diclorometano/Metanol (8:2, v/v,

40mL); estas misturas de solventes e volumes utilizados mostraram que a separação foi

eficaz. A interpretação final dos resultados de Whole Oil e biomarcadores nas amostras,

considerou a análise individual de cada óleo segundo suas características composicionais

gerais e moleculares (estudo de biomarcadores da fração saturada). A composição global das

amostras estudadas é de um óleo parafínico. O grau API dos óleos varia entre 27º e 37º,

classificados como óleos leves e óleos medianos. Observando o ambiente deposicional, a

maioria das amostras sugere origem marinha, mas algumas amostras possuem características

de origem terrestre e lacustre. Os biomarcadores associados à maturação indicaram que as

amostras são pouco maduras ou que estão no início da janela de geração de óleo. Algumas

amostras não apresentam sinais de biodegradação ou um nível muito baixo.

Palavras chaves: Óleo, América Latina, Cromatografia Liquida, Biomarcadores,

Evolução Térmica, Paleoambiente Deposicional.

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RESUMEN

El presente trabajo fue desarrollado con la cooperación de la Red Cooperativa en

Recuperación de Áreas contaminadas por Actividades Petrolíferas – RECUPETRO. Fueron

estudiadas y caracterizadas geoquimicamente 13 muestras de petróleo representativas de

algunas de las principales cuencas de América Latina. La secuencia analítica incluyo

cromatografía líquida (columna abierta), Whole Oil por cromatografía gaseosa (CG) y

biomarcadores por cromatografía gaseosa acoplada a espectrometría de masas (CG-EM), con

el objetivo de obtener informaciones importantes tales como su clasificación con relación al

contenido de hidrocarbonatos (saturados y aromáticos) y no hidrocarbonatos (resinas y

asfaltenos), el tipo de materia orgánica, evolución termal, posible roca fuente y los procesos

que pudieron haber sufrido como alteración y biodegradación. La cromatografía es una

técnica de separación de mezclas e identificación de sus componentes. Esta técnica fue

optimizada en el Laboratorio de Estudios de Petróleo (LEPETRO) en la Universidad Federal

de Bahía (UFBA). La optimización del método se baso en la en un planeación factorial 22,

donde la mejor respuesta de las diferentes combinaciones de las variables fue la obtenida

usando las siguientes proporciones: 0,02 g de muestra de petróleo de la cuenca geológica de

Potiguar-Brasil, 4g de sílica gel activada a 450○C durante 4 horas, la fracción saturada fue

extraída con 30mL de n-Hexano, la fracción aromática con n-hexano/Diclorometano (1:1, v/v,

40mL) y por ultimo la fracción NSO con Diclorometano/Metanol (8:2, v/v. 40mL), estas

mezclas de solventes y los volúmenes usados demostraron que la separación fue efectiva. La

interpretación final de los resultados de Whole Oil y biomarcadores de las muestras

considero un análisis individual de cada de las muestras según sus características

composicionales generales y moleculares (estudio de biomarcadores de la fracción

saturada). La composición global de los crudos es de crudos Parafinicos. El grado API

de las muestras esta entre 27° y 37º clasificándolos como crudos leves y medianos.

Analizando el ambiente deposicional la mayoría de las muestras sugieren un origen

marino, pero algunas poseen características de aportes de origen terrestre y lacustre. Los

biomarcadores asociados a la evolución térmica indicaron que las muestras son pocos

maduras o que se encuentran en el inicio de la ventana de generación de petróleo.

Algunas muestras no presentaron evidencia ninguna de biodegradación o en niveles bajos

de la misma.

Palabras Clave: Petróleo, América Latina, Cromatografía Liquida, Biomarcadores,

Evolución Térmica, Paleoambiente Deposicional.

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ABSTRACT

This work was developed with the support of Cooperative Network Recovery in Areas

Contaminated by Petroleum Activities - RECUPETRO. Thirteen (13) samples of oil were

studied and characterized geochemically, representing some of the major basins of Latin

America. The analytical sequence included liquid chromatography (open column), Whole Oil

by Gas Chromatography (GC) and biomarkers by gas chromatography coupled to mass

spectrometry (GC-MS), in order to obtain important information such as classification with

respect to the content of hydrocarbon (saturates and aromatics) and non-hydrocarbon (resins

and asphaltenes), the type of organic matter, thermal evolution, possible source rocks and the

processes that may have suffered alteration and biodegradation.

The liquid chromatography is a separation technique and blending identification of its

components. This technique was optimized in the Laboratory of Petroleum Studies

(LEPETRO) of the Federal University of Bahia (UFBA). The optimization method was based

on a factorial design on two levels 22, where the best response from different combinations of

the variables was obtained using the following proportions: 0.02 g of oil sample basin

Potiguar in Brazil with a column of silica activated gel 400-450 ° C for 4 hours, saturated

fraction was eluted with 30 ml of n-hexane, the aromatic fraction was eluted with a mixture of

n-Hexano/Diclorometano (1:1, v / v, 40mL) and NSO last fraction was eluted with

dichloromethane / methanol (8:2, v / v, 40mL), these solvent mixtures used and volumes

shown that the separation is effective.

The final interpretation of the results of Whole Oil and biomarkers in the samples, consider

the individual analysis of each oil according to their general compositional characteristics and

molecular (biomarker study of the saturated fraction). The overall composition of the oil was

classified as paraffinic crudes. The API gravity of the samples is between 27° and 37°

classifying them as light and medium crude. Analyzing the depositional environment most of

the samples suggest a marine origin, but some have features contributions from land and

lacustrine. Biomarkers associated with thermal evolution indicated that the samples are semi-

mature or in the beginning of the oil generation window. Some samples showed no evidence

of biodegradation or low levels thereof.

Keywords: Oil, Latin America, Liquid Chromatography, Biomarkers, Thermal Evolution,

Depositional Paleoenvironment.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Os diferentes processos de transformação da matéria orgânica em petróleo. Fonte:

Adaptado de Tissot e Welte, (1984). .................................................................................... 18

Figura 2. Localização das bacias sedimentares estudadas na América do Sul. ...................... 21

LISTA DE FIGURAS ARTIGO 1.

Figura 1. 1. Superfície de resposta do planejamento fatorial completo 22 obtido para a fração

Saturada. .............................................................................................................................. 27

Figura 1. 2. Gráfico de Pareto do planejamento fatorial completo 22

obtido para a fração

Saturada (a linha vertical define 95% do intervalo de confiança). ......................................... 27

Figura 1. 3. Gráfico de Pareto do planejamento fatorial completo 22

obtido para a fração

Aromática (a linha vertical define 95% do intervalo de confiança). ...................................... 28

Figura 1. 4. Superfície de resposta do planejamento fatorial completo 22 obtido para a fração

Aromática. ........................................................................................................................... 29

Figura 1. 5. Gráfico de Pareto do planejamento fatorial completo 22 obtido para a fração NSO

(a linha vertical define 95% do intervalo de confiança). ....................................................... 30

Figura 1. 6. Cromatograma da fração aromática obtida utilizando-se a metodologia otimizada

através da injeção em método de compostos saturados por CG/FID...................................... 31

Figura 1. 7. Cromatograma da fração NSO obtida utilizando-se a metodologia otimizada

através da injeção em método de compostos aromáticos GC-MS. ......................................... 31

LISTA DE FIGURAS ARTIGO 2.

Figura 2. 1. Diagrama Ternário das frações saturadas, aromáticas e NSO da análise SAR,

efetuada nos óleos de Bacias Sedimentares da América Latina. ............................................ 39

Figura 2.2. Cromatograma do óleo total e fingerprint para a amostra #1B, da Bacia do

Recôncavo-Brasil. ................................................................................................................ 40

Figura 2. 3. Cromatograma do óleo total o fingerprint para a amostra #2B, coletada na Bacia

Sedimentar de Sergipe-Brasil. .............................................................................................. 42

Figura 2. 4. Cromatograma do óleo total o fingerprint para a amostra #3B, coletada na Bacia

Sedimentar Potiguar-Brasil. ................................................................................................. 42

Figura 2. 5. Cromatograma do óleo total o whole Oil para a amostra #4B, coletada na Bacia

Sedimentar de Solimões-Brasil. ........................................................................................... 43

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Figura 2. 6. Cromatograma do óleo total o fingerprint para a amostra #5B, coletada na Bacia

Sedimentar de Campos-Brasil. ............................................................................................. 43

Figura 2. 7. Cromatograma do óleo total o fingerprint para as amostras #1C, #2C e #3C,

coletadas na Bacia Sedimentar de Valle Superior del Magdalena-Colômbia......................... 44

Figura 2. 8. Cromatograma do óleo total fingerprint para a amostra #4C, coletada na Bacia

Sedimentar de Valle Medio del Magdalena-Colômbia. ......................................................... 45

Figura 2. 9. Cromatograma representativo do óleo total ou fingerprint para as amostras #1V,

#2V e #3V, coletadas na Bacia Sedimentar do Lago de Maracaibo-Venezuela. .................... 46

Figura 2. 10. Cromatograma do fingerprint do óleo, para a amostra # 1Cuba. ...................... 46

Figura 2. 11. Relações entre n-alcanos e isoprenoides (Ph/nC18 vs. Pr/nC17) e (Pr/Ph vs.

Pr/nC17), para todos os óleos analisados de Bacias Sedimentares da América Latina. .......... 47

Figura 2. 12. Fragmentogramas típicos (ion191) dos óleos coletados no Brasil. Nota-se a

similaridade na distribuição dos terpanos tricíclicos em todas as amostras. ........................... 48

Figura 2. 13. Fragmentogramas típicos (íon 191) dos óleos da Colômbia, da Venezuela e de

Cuba. ................................................................................................................................... 49

Figura 2. 14. Fragmentogramas típicos (íon 217), de óleos estudados nas Bacias

Sedimentares da Colômbia, da Venezuela e de Cuba. ........................................................... 50

Figura 2. 15. Biomarcadores que evidenciam um ambiente marinho para os óleos estudados.

............................................................................................................................................ 51

Figura 2. 16. Correlação dos parâmetros de maturidade térmica (S+R) ββ/(ββ+αα) C29 (m/z

217) e S/(S+R) C29ααα (m/z 217), para as amostras de óleos das Bacias Sedimentares da

América Latina em estudo. ................................................................................................... 52

Figura 2. 17. Correlação dos parâmetros de maturidade térmica S/(S+R) H31 (m/z 191) e

S/(S+R)C29ααα (m/z 217), para as amostras de óleos das Bacias da América Latina estudados.

............................................................................................................................................ 54

LISTA DE FIGURAS ARTIGO 3.

Figura 3. 1. Exemplos de hidrocarbonetos saturados. .......................................................... 63

Figura 3. 2. Estrutura molecular do n-alcano (C16H32) e picos de n-alcanos (C10 até C40). .... 65

Figura 3. 3. Equação de IPC (PETERS; MOLDOWAN, 2005)............................................ 66

Figura 3. 4. Isoprenóides Acíclicos C40. ............................................................................... 66

Figura 3. 5. Unidade isoprênica e estruturas moleculares do Pristano e Fitano. .................... 67

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Figura 3. 6. Estruturas moleculares dos terpanos bicíclicos íon m/z 123. .............................. 69

Figura 3. 7. Estruturas e distribuição dos Terpanos Tricíclicos, m/z 191 (PETERS;

MOLDOWAN, 1993). ......................................................................................................... 69

Figura 3. 8. Estruturas e distribuição dos terpanos tetracíclicos, m/z 191 (PETERS;

MOLDOWAN, 1995). ......................................................................................................... 70

Figura 3. 9. Estruturas e distribuição dos Terpanos Pentaciclicos, m/z 191 (PETERS;

MOLDOWAN, 1995). ......................................................................................................... 71

Figura 3. 10. Estruturas e distribuição dos Hopanos, m/z 191 (PETERS; MOLDOWAN,

1995). .................................................................................................................................. 72

Figura 3. 11. Estruturas e distribuição dos compostos 17α(H)- 22,29,30 - Trisnorhopano (Tm)

e 18α(H)-22,29,30- Trisnorneohopano(Ts), m/z 191. ............................................................ 73

Figura 3. 12. Estruturas e distribuição dos Homohopanos, m/z 191 (PETERS; MOLDOWAN,

1995). .................................................................................................................................. 74

Figura 3. 13. Estrutura molecular e distribuição dos Esteranos, m/z 217. ............................. 75

Figura 3. 14. Estrutura molecular de esteranos de C27 a C30. ................................................ 75

Figura 3. 15. Diagrama ternário mostrando a interpretação dos ambientes a partir da

distribuição dos esteranos, adaptado do original (WAPLES, 1981)....................................... 76

Figura 3. 16. Estrutura molecular e distribuição dos Diasteranos, m/z 259. ......................... 77

LISTA DE TABELAS ARTIGO 1.

Tabela 1. 1. Planejamento Experimental 22 utilizado para a otimização metodologia SAR,

para a fração saturada. .......................................................................................................... 25

Tabela 1. 2. Planejamento Experimental 22 utilizado para a otimização metodologia SAR

para a fração aromática. ...................................................................................................... 25

Tabela 1. 3. Planejamento Experimental 22 utilizado para a otimização metodologia SAR

para a fração NSO. ............................................................................................................... 25

Tabela 1. 4. Resultados para o Planejamento Experimental 22 utilizado para a otimização da

eluição da fração Saturada. ................................................................................................... 26

Tabela 1. 5. Resultados para o Planejamento Experimental 22 utilizado para a otimização da

eluição da fração Aromática. ................................................................................................ 28

Tabela 1. 6. Resultados para o Planejamento Experimental 22 utilizado para a otimização da

eluição da fração NSO (Resinas + Asfaltenos). .................................................................... 30

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LISTA DE TABELAS ARTIGO 2.

Tabela 2.1. Relação das amostras de óleos analisados, obtidos em bacias sedimentares da

América Latina. ................................................................................................................... 36

Tabela 2. 2. Porcentagens das frações constituintes de óleos de Bacias Sedimentares da

América Latina (Hidrocarbonetos Saturados, Hidrocarbonetos Aromáticos, NSO (Resinas e

Asfaltenos). .......................................................................................................................... 39

Tabela 2. 3. Parâmetros geoquímicos obtidos das análises cromatográficas (fingerprint) dos

óleos das Bacias da América Latina avaliados. ..................................................................... 41

Tabela 2. 4. Parâmetros geoquímicos obtidos dos biomarcadores saturados indicadores de

ambientes deposicionais para óleos de Bacias da América Latina estudados. ........................ 50

Tabela 2. 5. Parâmetros geoquímicos obtidos dos biomarcadores saturados indicadores de

maturidade termal para os óleos das Bacias Sedimentares da América Latina caracterizados.

............................................................................................................................................ 53

LISTA DE QUADROS

Quadro A 1. Principais relações dos isoprenoides acíclicos. ................................................ 67

Quadro A 2. Resumo dos principais Biomarcadores Saturados. ........................................... 78

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LISTA DE SIGLAS

ANOVA: Modelo Fatorial

ARO: Aromáticos

CG: Cromatografia Gasosa

CG-EM: Cromatografia Gasosa acoplada a Espectrometria de Massas

DCM: Diclorometano

FAPESB: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia.

ICP: Instituto Colombiano del Petróleo

IPC: Índice Preferencial de Carbono

LENEP: Laboratório de Engenharia e Exploração de Petróleo

MeOH: Metanol

mg: miligramas

mL: mililitros

NEA: Núcleo de Estudos Ambientais

NSO: nitrogênio, enxofre e oxigênio

PDVSA: Petróleos de Venezuela S.A.

POSPETRO: Pós-Graduação em Geoquímica: Petróleo e Meio ambiente

SAT: Saturados

UCM: Unresolved Complex Mixture

UFBA: Universidade Federal da Bahia

UNIFACS: Universidade Salvador

v/v: volume por volume

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 18

2. ARTIGOS SUBMETIDOS ........................................................................................... 22

2.1. PLANEJAMENTO EXPERIMENTAL ESTATÍSTICO COMO FERRAMENTA

PARA OTIMIZAÇÃO DAS CONDIÇÕES CROMATOGRÁFICAS DE SEPARACÃO

DE ÓLEOS BRASILEIROS .....................................................................................................22

2.2. CARACTERIZAÇÃO GEOQUÍMICA DE ÓLEOS DA AMERICA LATINA ..........33

2.3. COMPOSIÇÃO QUÍMICA DO PETRÓLEO E BIOMARCADORES SATURADOS

............................................................................................................... .....................59

3. CONCLUSÕES GERAIS.............................................................................................. 83

4. REFERÊNCIAS ............................................................................................................ 85

ANEXOS ............................................................................................................................ 89

APÊNDICE ........................................................................................................................ 94

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APRESENTAÇÃO

A Dissertação será apresentada em 4 seções. A “Introdução” se constitui na primeira

seção, na qual se realiza uma discussão geral acerca da Geoquímica, conceitos principais, o

papel da geoquímica na exploração e produção de petróleo e os objetivos do presente

trabalho. Em seguida, na seção “Artigos Submetidos”, composta por três (3) artigos

produzidos com os resultados deste trabalho. Esses trabalhos foram submetidos a revistas

científicas (Anexo 1, Anexo 2 e Anexo 3).

O artigo 1, intitulado “Planejamento experimental estatístico como ferramenta

para otimização das condições cromatográficas de separação de óleos

brasileiros”, é apresentado no formato final da submissão para a revista Geociências,

(Qualis B2 - Nacional) (Anexo 1).

O artigo 2, intitulado “Caracterização Geoquímica de Óleos de América Latina”, é

apresentado no formato final da submissão para a revista Organic Geochemistry.

(Qualis A2 - Internacional). Fator de Impacto 2010: 2.375 © Thomson Reuters Journal

Citation Reports 2011

O artigo 3, intitulado “Composição Química do Petróleo e Biomarcadores

Saturados”, é apresentado no formato final da submissão para a revista caderno de

Geociências (Qualis B5 – Nacional) (Anexo 2).

Na seção “Conclusões” são feitas considerações finais do trabalho, seguidas de

algumas sugestões para novos trabalhos nas áreas de Geoquímica Orgânica e de

Caracterização de Óleos. E na última seção, “Referências”, são apresentados todos os autores

citados no trabalho e nos artigos submetidos.

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1. INTRODUÇÃO

O petróleo é o resultado de uma série de transformações biológicas, físicas e químicas,

sofrida pela matéria orgânica, e conhecidas como: diagênese, catagênese e metagênese

(Figura 1).

Proporção relativa

Pro

fun

did

ad

e (

Km

)Vitrinita (%)

Re

fle

cta

ncia

Dia

gên

ese

Cata

gên

ese

Meta

gên

ese

Zo

na im

atu

raZ

on

a ó

leo

Zo

na G

ás

úm

ido

Zo

na G

ás

Seco

0 1

~0,5

~1

~2

~4

0

1

2

3

4

Biodegradação

òleo

Ge

raçã

o d

e

Hid

roca

rbo

ne

tos

Gás

CH4

ÓleoHidrocarbonetos

CO

H2S

N2

H2S

CO2

CH4

T (

‘C)

0 – 80

110

100 – 140

160 - 180

Figura 1. Os diferentes processos de transformação da matéria orgânica em petróleo. Fonte: Adaptado de

Tissot e Welte, (1984).

A diagênese é o processo inicial de alteração química, física ou biológica da matéria

orgânica, onde esta é submetida a condições de baixa temperatura e pressão (<50°C)

(PETERS; MOLDOWAN, 1993). Durante o início da diagênese, um dos principais agentes

da transformação da matéria orgânica é a atividade microbiológica. Com o soterramento

progressivo da matéria orgânica, ocorre a eliminação de grupos funcionais, e, ao final desse

processo, a biomassa original é convertida em querogênio, porção da matéria orgânica

sedimentar insolúvel em solventes orgânicos (TISSOT; WELTE, 1984).

Após um considerável aumento da temperatura e pressão, o querogênio é soterrado

progressivamente e degradado para a formação do petróleo, denominando-se de catagênese

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este estágio de evolução sedimentar. A temperatura pode apresentar-se em torno de 50°C a

150°C e uma pressão de 300 a 1000/1500 bar. A matéria orgânica é submetida a várias

transformações químicas, como por exemplo, através de reações de craqueamento

termocatalítico, reações de isomerização, aromatização, descarboxilação e

desproporcionamento, resultando na devida conversão do querogênio em óleo. Esta zona

madura também é denominada de “janela de geração de óleo”, ou simplesmente “janela de

óleo” (HUNT, 1995; TISSOT; WELTE, 1984; PETERS; MOLDOWAN, 1993). Neste

estágio, o querogênio gera principalmente hidrocarbonetos líquidos (TISSOT; WELTE,

1984).

Sob condições de soterramento ainda maiores, caracteriza-se o estágio denominado de

metagênese, onde mudanças mais severas no material orgânico ocasionam a formação de

hidrocarbonetos gasosos e os resíduos carbonosos. Estas transformações ocorrem em uma

faixa de temperatura entre 150°C a 200°C (TISSOT; WELTE, 1984; PETERS;

MOLDOWAN, 1993).

A composição global do petróleo pode ser definida pelas três maiores classes de

compostos presentes em betumes que são os hidrocarbonetos saturados, os hidrocarbonetos

aromáticos e compostos NSO (WAPLES, 1981). Além dos hidrocarbonetos, outros

compostos fazem parte do petróleo, como aqueles cujo esqueleto básico da molécula é de um

hidrocarboneto, mas que contêm heteroátomos como: nitrogênio, enxofre e oxigênio,

conhecidos como compostos NSO, que formam as classes das resinas e dos asfaltenos.

Adicionalmente, alguns metais como níquel e vanádio, associados às estruturas porfirínicas

também podem ser encontrados no petróleo (TISSOT; WELTE, 1984; HUNT, 1995).

Os biomarcadores, marcadores biológicos ou fósseis geoquímicos, apresentam átomos

de carbono e hidrogênio e outros (EGLINTON; CALVIN, 1967), que podem encontrados em

óleos, rochas e sedimentos. Esses marcadores moleculares são tipicamente analisados usando

cromatografia em fase gasosa/espectrometria de massas (PETERS; MOLDOWAN, 1993).

São usados para correlações óleo-óleo e óleo-rocha geradora, para reconstituição dos

ambientes deposicionais e também na caracterização da alteração do óleo por biodegradação.

A caracterização geoquímica de material fóssil orgânico como óleo cru é uma das

melhores ferramentas de laboratórios da indústria do petróleo, de estudos acadêmicos e de

pesquisas, no intuito de obter informações confiáveis sobre um grande número de

propriedades, como o input de matéria orgânica, paleoambiente deposicional e maturidade

térmica de óleos. A geoquímica do petróleo também ajuda a compreender quando os

sedimentos orgânicos tornam-se mais maduros, ou suficientemente maduros para gerar óleo

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e/ou gás. Adicionalmente, ajuda na localização das acumulações dos hidrocarbonetos e suas

fácies em partes mais profundas das seções geológicas ou zonas não perfuradas de uma bacia.

Em outras palavras, ela permite uma multiplicidade de informações úteis para a exploração de

petróleo e para fins de caracterização (HEGAZI et al., 2007).

As ferramentas da geoquímica na caracterização dos óleos são as medidas técnicas e os

modelos conceituais e numéricos construídos diretamente da extrapolação de dados dos

experimentos laboratoriais. A geoquímica orgânica está basicamente relacionada à evolução

geológica de substâncias orgânicas componentes das rochas sedimentares: a formação do

querogênio (matéria orgânica sedimentar fossilizada), seguida de sua decomposição em

petróleo, migração dos fluidos, e transformações dos óleos e gases nos reservatórios (HUC,

2003).

O objetivo deste trabalho é realizar a caracterização, avaliação e interpretação das

propriedades geoquímicas de 13 amostras de óleos crus que pertencem a alguns dos sistemas

petrolíferos mais representativos da América Latina (Brasil, Colômbia, Venezuela e Cuba)

(Figura 2). As amostras passaram por uma série de análises geoquímicas, como cromatografia

Líquida, Whole Oil por Cromatografia Gasosa (CG) e biomarcadores saturados por

Cromatografia Gasosa acoplada a Espectrometria de Massas (CG-EM). Além dessas análises,

foi realizado também para algumas das amostras a medida da densidade ºAPI, a fim de

permitir que fossem obtidas informações importantes, a exemplo da classificação segundo o

conteúdo de hidrocarbonetos (saturados e aromáticos) e não hidrocarbonetos (resinas e

asfaltenos). Foi determinado o fingerprint e os biomarcadores das amostras analisadas, com o

intuito de se conhecer o tipo de matéria orgânica que originou o óleo, sua maturidade, sua

rocha fonte possível, e os processos que podem ter sofrido como alteração e biodegradação.

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BRASÍLIA

BOGOTÁ

CARACAS

COLOMBIA

VENEZUELA

BRASIL

OCÉANO PACÍFICO

OCÉANO ATLANTICO

40°60°80° 70° 50°

10°

10°

20°

30°

40°

50°

SOLIMOES

CAMPOS

POTIGUAR

SERGIPE - ALAGOAS

RECÔNCAVO

MARACAIBO

VSM

AMERICA DO SUL

Bacias Estudadas

Principais Rios

1500 300 Km

Capitales

MARACAIBO

VSM

VMM

SOLIMOES

CAMPOS

POTIGUAR

RECONCAVO

SERGIPE - ALAGOAS

(3 amostras)

(3 amostras)

(1 amostra)

(1 amostra)

(1 amostra)

(1 amostra)

(1 amostra)

(1 amostra)

VMM

Figura 2. Localização das bacias sedimentares estudadas na América do Sul.

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2. ARTIGOS SUBMETIDOS

2.1. PLANEJAMENTO EXPERIMENTAL ESTATÍSTICO COMO FERRAMENTA PARA

OTIMIZAÇÃO DAS CONDIÇÕES CROMATOGRÁFICAS DE SEPARACÃO DE ÓLEOS

BRASILEIROS

Olga Lucía Villarreal BARRAGAN (1)

, Sarah Adriana do Nascimento ROCHA (1)

, Jorge

Alberto TRIGUIS (1)

.

(1) Núcleo de Estudos Ambientais, Instituto de Geociências, Universidade Federal da Bahia,

Campus de Ondina, Rua Geremoabo, s/n - Ondina - CEP: 40170-290, Salvador-BA, Brasil.

Endereços Eletrônicos: [email protected], [email protected],

[email protected]

Resumo

Introdução

Materiais, métodos e técnicas

Apresentação de dados

Discussões, interpretações e resultados

Conclusões ou considerações finais

Referências Bibliográficas

RESUMO

A cromatografia líquida é uma técnica de separação de mistura e identificação de seus

componentes. Esta separação depende da diferença entre o comportamento dos analitos entre

a fase móvel e a fase estacionária. Entre as técnicas cromatográficas de separação encontra-se

a cromatografia líquida em coluna aberta, utilizada neste caso para fracionar o óleo bruto em

compostos (saturados, aromáticos e NSO) que compõem o petróleo. Esta técnica foi

otimizada no Laboratório de Estudos do Petróleo (LEPETRO) da Universidade Federal da

Bahia (UFBA). A otimização do método foi baseada num planejamento fatorial em dois

níveis 22, onde a melhor resposta das diferentes combinações das variáveis foi a obtida usando

as seguintes proporções: 0,02 g de amostra de óleo da bacia Potiguar no Brasil, com uma

coluna de sílica gel ativada a 400-450 ºC durante 4 horas, a fração saturada foi eluída com 30

mL de n-Hexano, a fração aromática foi eluída com uma mistura de n-Hexano/Diclorometano

(1:1, v/v, 40mL) e por último a fração NSO foi eluída com Diclorometano/Metanol (8:2, v/v,

40mL); estas misturas de solventes e volumes utilizados mostraram que a separação foi

eficaz.

Palavras Chaves: Otimização, Cromatografia Líquida, óleo, Bacia Potiguar, Brasil.

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RESUMEN

La cromatografía es una técnica de separación de mezclas e identificación de sus

componentes. Esta separación depende de la diferencia entre el comportamiento de los

analitos entre la fase móvil y la fase estacionaria. Dentro estas técnicas se encuéntrala la

Cromatografía Líquida en columna, usada en este caso para fraccionar los compuestos

(saturados, aromáticos y NSO) que conforman el Petróleo. Esta técnica fue optimizada en el

Laboratorio de Estudios de Petróleo (LEPETRO) en la Universidad Federal de Bahía

(UFBA). La optimización del método se baso en la en un planeación factorial 22, donde la

mejor respuesta de las diferentes combinaciones de las variables fue la obtenida usando las

siguientes proporciones: 0,02 g de muestra de petróleo de la cuenca geológica de Potiguar-

Brasil, 4g de sílica gel activada a 450○C durante 4 horas, la fracción saturada fue extraída con

30mL de n-Hexano, la fracción aromática con n-hexano/Diclorometano (1:1, v/v, 40mL) y

por ultimo la fracción NSO con Diclorometano/Metanol (8:2, v/v. 40mL), estas mezclas de

solventes y los volúmenes usados demostraron que la separación fue efectiva.

Palabra Claves: Optimización, Cromatografía Líquida, óleo, Potiguar, Brasil.

INTRODUÇÃO

O petróleo pode ser definido como uma mistura de compostos de ocorrência natural que

consiste, predominantemente, de hidrocarbonetos e, em menor quantidade, de derivados

orgânicos sulfurados, nitrogenados, oxigenados (NSO) e organo-metálicos. A alta proporção

de carbono e hidrogênio existente no petróleo mostra que os hidrocarbonetos são seus

principais constituintes, podendo chegar a mais de 90% de sua composição (Zilio e Pinto,

2002).

Existem alguns métodos cromatográficos de separação que são considerados clássicos,

pois possuem uma grande utilização e aplicação na indústria do petróleo. Dentre esses tem-se

o método SAR que consiste na separação dos compostos Saturados, Aromáticos e Resinas que

compõem o óleo.

A análise cromatográfica geralmente envolve três etapas: preparação de amostras,

separação e quantificação do composto. Destas, as etapas de preparação de amostras e

separação de compostos têm sido freqüentemente otimizadas empregando técnicas de

estatística multivariada (Ferreira et al, 2007).

Na cromatografia líquida as substâncias são separadas por partição entre um líquido móvel

e uma fase estacionária “sólida”, finamente dividida. Os componentes de uma mistura a ser

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analisada distribuem-se entre as duas fases, de acordo com a afinidade que têm pelas mesmas

(Aquino Neto e Nunes, 2003).

O planejamento fatorial é empregado para se obter as melhores condições operacionais de

um sistema sob estudo, realizando-se um número menor de experimentos quando comparado

com o processo univariado de otimização do processo. O planejamento fatorial determina que

fatores têm efeitos relevantes na resposta e, também, como o efeito de um fator varia com os

níveis dos outros, permitindo medir as interações entre diferentes fatores. Sem o uso de

planejamentos fatoriais de experimentos, importantes interações de fatores não são detectadas

e a otimização máxima do sistema pode levar mais tempo para ser alcançada (Neto et al.,

2003).

O Principal objetivo deste trabalho é otimizar o análise de cromatografia líquida em coluna

aberta SAR, usando os solventes mais adequados e nas quantidades apropriadas. O trabalho

foi desenvolvido no Laboratório de Estudos do Petróleo -LEPETRO- da Universidade Federal

da Bahia-UFBA.

PARTE EXPERIMENTAL

MATERIAIS E SOLVENTES

Toda a vidraria foi submersa e deixada em solução de Extran 5% (Merck, Rio de Janeiro,

Brasil) por 24 h, para remoção de qualquer contaminante orgânico. Em seguida foram secas

em estufa e lavadas com acetona. Os solventes utilizados, tais como diclorometano, metanol e

n-Hexano, com grau cromatográfico, foram obtidos da Merck (Darmstadt, Alemanha). Para o

empacotamento manual da coluna de vidro (60 cm x 1 cm d.i.), utilizou-se sílica gel 60

(0,063-0,200 mm) adquirida da Merck (Darmstadt, Alemanha), previamente ativada em forno

mufla à 450 °C por quatro horas e armazenada em dessecador até a análise.

AMOSTRA

A amostra de óleo utilizada para fazer a otimização da metodologia de cromatografia líquida

foi coletada na bacia Potiguar localizada no nordeste brasileiro. O grau API deste óleo,

determinado no laboratório de Petróleo e Gás Natural da UNIFACS, apresenta um valor

médio de 27,73º, classificando este óleo como Médio (22,3 – 31,1 ºAPI).

PLANEJAMENTO FATORIAL

Para o processo de otimização da metodologia SAR foram propostos três planejamentos

fatoriais em dois níveis 22, um para cada fração. Avaliaram-se parâmetros como massa de

amostra, volume de n-hexano para eluição da fração saturada, proporção de Diclorometano/n-

hexano para eluição da fração aromática e proporção de diclorometano/metanol para eluição

da fração NSO. Os níveis inferiores e superiores relativos às variações dos parâmetros

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experimentais estão dispostos na Tabela 1.1, Tabela 1.2 e Tabela 1.3, para as frações

saturadas, aromáticas e NSO, respectivamente. Realizaram-se procedimentos em duplicata

para cada planejamento, sendo estes numerados de 5 a 8. Os dados foram processados

empregando-se o software Estatística®.

Tabela 1. 1. Planejamento Experimental 22 utilizado para a otimização metodologia SAR, para a fração

saturada.

Experimentos SATURADOS

Massa (g) Volume de n-Hexano (mL)

1 0,02 (-) 30 (-)

2 0,02 (-) 40 (+)

3 0,03 (+) 30 (-)

4 0,03 (+) 40 (+)

Tabela 1. 2. Planejamento Experimental 22 utilizado para a otimização metodologia SAR para a fração

aromática.

Experimentos AROMÁTICOS

Massa (g) Proporção n-hex/DCM

1 0,02 (-) n-hex/DCM (1:1) (-)

2 0,02 (-) DCM (+)

3 0,03 (+) n-hex/DCM (1:1) (-)

4 0,03 (+) DCM (+)

Tabela 1. 3. Planejamento Experimental 22 utilizado para a otimização metodologia SAR para a fração NSO.

Experimentos NSO

Massa (g) Proporção DCM/MeOH

1 0,02(-) (8:2) (-)

2 0,02 (-) (9:1) (+)

3 0,03 (+) (8:2) (-)

4 0,03 (+) (9:1) (+)

Após a otimização da metodologia cada fração foi injetada em um sistema cromatográfico

a gás como o objetivo de verificar a eficácia da separação de cada umas das frações, ou seja,

identificar a ausência de compostos das frações anteriormente eluidas.

CONDIÇÕES CROMATOGRÁFICAS

Cada uma das três frações foram injetadas num cromatógrafo a gás VARIAN modelo CP-

3800, com detector por ionização de chama (FID), equipado com coluna capilar modelo DB5

de 60 m de comprimento, 0,25 mm de diâmetro interno, fase estacionária de 0,25 μm de

espessura e fluxo de gás de arraste (hélio), com o intuito de comprovar a ausência de

compostos saturados nas frações aromáticos e NSO. A fração NSO também foi encaminhada

para o laboratório do Instituto de Física Nuclear da Universidade Federal da Bahia (UFBA)

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para determinação de compostos aromáticos, utilizando para tal um cromatógrafo à gás

acoplado ao espectrômetro de massa da Shimadzu modelo CG-EM - QP2010 Plus.

DESCRIÇÃO DO MÉTODO

Cada uma das amostras (aproximadamente 20 mg de óleo) foi solubilizada em 0,5 mL de

n-Hexano e transferida para a coluna de vidro previamente empacotada com 4g de sílica gel

ativada e n-Hexano. As colunas foram mantidas na vertical e a amostra foi introduzida no

topo da coluna. Os compostos saturados foram separados por eluição com 30 mL de n-

Hexano em um balão de fundo redondo. A eluição da segunda fração (aromáticos) ocorreu

mediante eluição de 40 mL de uma mistura de n-Hexano/Diclorometano (1:1, v/v). Os

compostos NSO (resinas + asfaltenos) foram eluídos com 40 mL da mistura de

Diclorometano/Metanol (8:2, v/v). Após a eluição as frações foram evaporadas à temperatura

ambiente até a secura e em seguida pesadas para a obtenção das massas.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A significância dos efeitos das variáveis e das possíveis interações entre elas foi checada

com base nos gráficos de Pareto. As informações obtidas após a construção de superfícies de

resposta também foram utilizadas na interpretação dos resultados. Para melhor compreensão

foi feita a interpretação dos resultados de cada planejamento em cada fração eluída.

Inicialmente fez-se a eluição da fração saturada, obtendo-se os resultados em massa em

gramas (g) os quais foram normalizados levando-se em consideração a maior massa (0,03 g)

(Tabela 1.4).

Tabela 1. 4. Resultados para o Planejamento Experimental 22 utilizado para a otimização da eluição da fração

Saturada.

Experimento Massa (g) Volume

Hexano (mL)

Massa normalizada

da fração (g)

1 0,02 (-) 30ml (-) 0,01447

2 0,02 (-) 40ml (+) 0,01470

3 0,03 (+) 30ml (-) 0,01550

4 0,03 (+) 40ml (+) 0,01570

5 0,02 (-) 30ml (-) 0,01572

6 0,02 (-) 40ml (+) 0,01350

7 0,03 (+) 30ml (-) 0,01520

8 0,03 (+) 40ml (+) 0,01440

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Através das informações obtidas após a construção de superfícies de resposta, como

ilustrado na Figura 1.1, observa-se que os maiores valores de massa de saturados eluidas

foram obtidos nas situações em que há maior massa de amostra e menor volume de solvente

de eluição (região mais marrom do gráfico). Fitted Surface; Variable: resposta (g)

2**(2-0) design; MS Residual=,0000006

DV: resposta (g)

0,0154

0,015

0,0146

0,0142

0,0138

Figura 1. 1. Superfície de resposta do planejamento fatorial completo 22 obtido para a fração Saturada.

Segundo a análise do gráfico de Pareto (Figura 1.2), não existe interação entre as variáveis

estudadas e a resposta, indicando, que pode-se utilizar qualquer massa o volume de n-hexano

dentro do domínio estudado.(0,02 g - 0,03 g), (30 mL – 40 mL). Pareto Chart of Standardized Effects; Variable: resposta (g)

2**(2-0) design; MS Residual=,0000006

DV: resposta (g)

0,6485375

1,111779

-1,20443

p=,05

Standardized Effect Estimate (Absolute Value)

1by2

(1)massa (g)

(2)volume (mL)

Figura 1. 2. Gráfico de Pareto do planejamento fatorial completo 22 obtido para a fração Saturada (a linha

vertical define 95% do intervalo de confiança).

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Os resultados obtidos no planejamento de experimentos para a eluição da fração aromática

estão dispostos na Tabela 1.5. Observa-se na Figura 1.3 que há interação entre as variáveis

estudadas e a resposta, sendo esta relação mais intensa com a massa. Existe um efeito

negativo entre a massa de amostra inicial e a reposta, ou seja foi obtida uma melhora resposta

para uma massa inicial de amostra de 0,02 g. Efeito inverso foi observado entre a proporção

de diclorometano e a resposta em que maiores proporções de diclorometano favorecem a

respota.

Pareto Chart of Standardized Effects; Variable: resposta (g)

2**(2-0) design; MS Residual=,0000001

DV: resposta (g)

-0,951288

3,131323

-4,16189

p=,05

Standardized Effect Estimate (Absolute Value)

1by2

(2)proporção (%)

(1)massa (g)

Figura 1. 3. Gráfico de Pareto do planejamento fatorial completo 22 obtido para a fração Aromática (a linha

vertical define 95% do intervalo de confiança).

Tabela 1. 5. Resultados para o Planejamento Experimental 22 utilizado para a otimização da eluição da fração

Aromática.

Experimento Massa (g) Proporção de solvente Massa da fração (g)

1 0,02 (-) HEX/DCM 1:1 (-) 0,00426

2 0,02 (-) DCM (+) 0,00594

3 0,03 (+) HEX/DCM 1:1 (-) 0,00370

4 0,03 (+) DCM (+) 0,00400

5 0,02 (-) HEX/DCM 1:1 (-) 0,00476

6 0,02 (-) DCM (+) 0,00518

7 0,03 (+) HEX/DCM 1:1 (-) 0,00370

8 0,03 (+) DCM (+) 0,00450

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Através da análise da superfície de resposta plotada a partir dos dados do planejamento de

experimentos para a fração aromática (Figura 1.4), observa-se que os maiores valores de

massa da fração aromática foram obtidos nas situações em que há menor massa de amostra e

maior proporção de diclorometano (região mais marrom do gráfico). Fitted Surface; Variable: resposta (g)

2**(2-0) design; MS Residual=,0000001

DV: resposta (g)

0,006

0,0055

0,005

0,0045

0,004

0,0035

Figura 1. 4. Superfície de resposta do planejamento fatorial completo 22 obtido para a fração Aromática.

Devido à maior toxicidade do diclorometano com relação ao n-hexano (ou à mistura

destes), utilizaram-se ferramentas estatísticas para justificar a substituição do uso de

diclorometano puro. Para tanto utilizou-se a hipótese de que as médias das respostas dos dois

conjuntos de dados (maior e menor proporção de diclorometano) para a menor massa

estudada (0,02 g) são iguais utilizando-se teste T de Student. Para um conjunto de dados com

3 graus de liberdade (n=4) o valor de t tabelado é 6,314, sendo o valor de t calculado 0,145,

podendo-se afirmar, com 95 % de confiança, que não existe diferença significativa entre os

dois conjuntos de dados. Assim, sugere-se que para a fração aromática seja utilizado 40 mL

da mistura dos solventes n-Hexano/diclorometano (1:1, v/v) e 0,02 g de massa de amostra.

A terceira e última fração obtida foi a fração de compostos contendo nitrogênio,

enxofre e oxigênio em sua estrutura (NSO), estando os dados dispostos na Tabela 1.6. Na

Figura 1.5, observa-se que não há interação entre as variáveis e a resposta ou interação entre

as duas variáveis estudadas, ou seja, a eluição da fração NSO não é afetada pelas variáveis

estudadas no planejamento de experimentos para o fracionamento por cromatografia líquida

em coluna aberta de óleos cru.

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30

Tabela 1. 6. Resultados para o Planejamento Experimental 22 utilizado para a otimização da eluição da fração

NSO (Resinas + Asfaltenos).

Experimento Massa (g) Proporção DCM/MeoH Massa da fração (g)

1 0,02 (-) (8:2) (-) 0,00411

2 0,02 (-) (9:1) (+) 0,00535

3 0,03 (+) (8:2) (-) 0,00400

4 0,03 (+) (9:1) (+) 0,00440

5 0,02 (-) (8:2) (-) 0,00462

6 0,02 (-) (9:1) (+) 0,00436

7 0,03 (+) (8:2) (-) 0,00440

8 0,03 (+) (9:1) (+) 0,00440

Pareto Chart of Standardized Effects; Variable: resposta (g)

2**(2-0) design; MS Residual=,0000002

DV: resposta (g)

-,490154

-1,04792

1,16623

p=,05

Standardized Effect Estimate (Absolute Value)

1by2

(1)massa (g)

(2)Proporção (%)

Figura 1. 5. Gráfico de Pareto do planejamento fatorial completo 22 obtido para a fração NSO (a linha vertical

define 95% do intervalo de confiança).

Após a avaliação de todos os dados do planejamento de experimento conclui-se que a

eluição da amostra deverá ocorrer conforme o seguinte procedimento: 0,02g de amostra 30mL

de n-Hexano para a fração Saturada, para a fração aromática uma mistura de n-

Hexano/Diclorometano (1:1, v/v, 40mL) e para a fração NSO uma mistura de

Diclorometano/Metanol (8:2, v/v, 40mL).

Com o objetivo de avaliar melhor a separação de óleos segundo a metodologia otimizada,

fez-se injeção de cada fração no cromatógrafo a gás para verificar a presença ou não de

compostos das frações anteriores, por exemplo, a presença de compostos saturados na fração

aromática.

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31

Na Figura 1.6 tem-se o cromatograma da fração aromática. Observa-se que os picos

referentes aos hidrocarbonetos saturados estão presentes em concentrações muito pequenas,

com área de pico próxima ao nível de ruído do equipamento, indicando que não houve co-

eluição da fração saturada para a aromática. Resultado similar pode ser observado na Figura

1.7, em que não são observados picos referentes à presença de compostos aromáticos na

fração NSO.

0

25

50

75

100

mVoltsC

15

C16

C17

PR

IST

AN

O

C18

FIT

AN

O

C19

C20

C21

C22

C23

C24

C25

C26

C27

C28

C29

C30

C31

C32

C33

C34

C35

C36

C37

C40

Fração Aromática

5 10 15 20 25 30 35

TEMPO DE RETENÇÃO (min)

Figura 1. 6. Cromatograma da fração aromática obtida utilizando-se a metodologia otimizada através da injeção

em método de compostos saturados por CG/FID.

0

25

50

75

100

mVolts

5 10 15 20 25 30 35

TEMPO DE RETENÇÃO (min)

Fração NSO (resinas +asfaltenos)

Figura 1. 7. Cromatograma da fração NSO obtida utilizando-se a metodologia otimizada através da injeção em

método de compostos aromáticos GC-MS.

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32

CONCLUSÃO

A utilização do planejamento fatorial para a otimização da técnica de cromatografia líquida

em coluna aberta (SAR) mostrou-se eficiente com relação à outras metodologias já

desenvolvidas em outros laboratórios especializados. A variável volume de solvente foi

significativa para a separação de saturados e a proporção de diclorometano, para a separação

de aromáticos. A eficiência da separação foi verificada através da injeção das frações obtidas

no sistema cromatográfico à gás através do qual foram observadas a ausência de co-eluição

das frações. Os resultados evidenciam uma das principais vantagens da utilização do

planejamento fatorial: a possibilidade de avaliar o sistema de maneira multivariada, buscando

otimizar todas as variáveis que compõem o sistema experimental. Devido à grande

diversidade de compostos presentes na amostra, o que resulta em óleos mais leves ou mais

pesados, deve-se avaliar a metodologia proposta para o tipo de óleo a ser fracionado.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AQUINO-NETO, F.R., NUNES, D.S.S. Cromatografia: Princípios básicos e técnicas

afins. Editora Interciência Ltda. Rio de Janeiro. 2003.

FERREIRA, S.L.C.; BRUNS, E.R.; SILVA, E.G. P da; SANTOS, W.N.L. dos;

QUINTELLA, M.C.; DAVIDA, J.M.; ANDRADE, J.B. de; BREITKREITZ, M.C.; JARDIM,

I.C.S.F.; NETO, B.B. Statistical designs and response surface techniques for the

optimization of chromatographic systems. Journal of Chromatography A, v. 1158 p. 2-14,

2007.

NETO, B.B.; SCARMINIO I.S.; BRUNS, R.E. Como Fazer Experimentos: Pesquisa e

desenvolvimento na ciência e na indústria. Editora Unicamp, 2003.

ESTATISTICA, StatSoft South America-Brazil, Rua Tapajós n.673, Bairro Barcelona, São

Caetano do Sul-SP-09551-280, Versão 7.0, 2004.

ZÍLIO, L.E., PINTO, B.U. Identificação e distribuição dos principais grupos de

compostos presentes nos petróleos brasileiros. Rio de Janeiro: Boletim Técnico Petrobras,

21-25 p., 2002.

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2.2. CARACTERIZAÇÃO GEOQUÍMICA DE ÓLEOS DA AMERICA LATINA

Olga Lucía Villarreal BARRAGAN (1), Jorge Alberto TRIGUIS (1), Antônio

Fernando de Souza QUEIROZ (1).

(1) Núcleo de Estudos Ambientais, Instituto de Geociências, Universidade Federal da Bahia,

Campus de Ondina, Rua Barão de Geremoabo, s/n - Ondina - CEP: 40170-110, Salvador-BA,

Brasil. Endereços Eletrônicos: [email protected], [email protected], [email protected]

RESUMO

Foram examinadas e caracterizadas geoquimicamente 13 amostras de óleos,

representativas de algumas das principais bacias petrolíferas da América Latina.

A sequência analítica incluiu Cromatografia Líquida (coluna aberta), Whole Oil

por Cromatografia Gasosa (CG) e biomarcadores por Cromatografia Gasosa

acoplada a Espectrometria de Massas (CG-EM). O intuito da pesquisa foi de obter

informações importantes, tais como a classificação desses óleos com relação ao

conteúdo de hidrocarbonetos (saturados e aromáticos) e não hidrocarbonetos

(resinas e asfaltenos), o tipo de matéria orgânica que originou a sua maturidade,

sua rocha fonte possível e os processos que podem ter sofrido, como alteração e

biodegradação.

A interpretação final considerou a análise individual de cada óleo, segundo suas

características composicionais gerais e moleculares (estudo de biomarcadores da

fração saturada). A composição global das amostras estudadas é de um óleo

parafínico. O grau API dos óleos varia entre 27º e 37º, classificados como óleos

leves e óleos medianos. Observando o ambiente deposicional, a maioria das

amostras sugere origem marinha, mas algumas amostras possuem características

de origem terrestre e lacustre. Os biomarcadores associados à maturação

indicaram que as amostras são pouco maduras ou que estão no início da janela de

geração de óleo. Algumas amostras não apresentam sinais de biodegradação ou

estão em um nível muito baixo desse processo.

Palavras Chaves: óleos, América Latina, biomarcadores, evolução térmica,

paleoambiente deposicional.

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34

ABSTRACT

Thirteen (13) samples of oil were studied and characterized geochemically,

representing some of the major basins of Latin America. The analytical sequence

included liquid chromatography (open column), Whole Oil by Gas

Chromatography (GC) and biomarkers by gas chromatography coupled to mass

spectrometry (GC-MS), in order to obtain important information such as

classification with respect to the content of hydrocarbon (saturates and

aromatics) and non-hydrocarbon (resins and asphaltenes), the type of organic

matter, thermal evolution, possible source rocks and the processes that may have

suffered alteration and biodegradation.

The final interpretation consider an individual analysis of each of the samples

according to their general compositional characteristics and molecular

(biomarkers study of the saturated fraction). The overall composition of the oil

was classified as paraffinic crudes. The API gravity of the samples is between 27°

and 37° classifying them as light and medium crude. Analyzing the depositional

environment most of the samples suggest a marine origin, but some have

features contributions from land and lacustrine. Biomarkers associated with

thermal evolution indicated that the samples are semi- mature or in the

beginning of the oil generation window. Some samples showed no evidence of

biodegradation or low levels thereof.

Keywords: Oil, Latin America, Biomarkers, Thermal Evolution, Depositional

Paleoenvironment.

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1. INTRODUÇÃO

A caracterização geoquímica de material fóssil orgânico, como óleo cru, é uma das

melhores ferramentas de laboratórios da indústria do petróleo, em pesquisas

acadêmicas e para se obter informações confiáveis sobre um grande número de

propriedades, a exemplo do input de matéria orgânica, paleoambiente

deposicional e maturidade térmica de óleos. A geoquímica do petróleo também

ajuda a compreender quando os sedimentos orgânicos tornam-se mais maduros,

ou suficientemente maduros para gerar óleo e/ou gás. Além disso, ajuda com a

localização das acumulações dos hidrocarbonetos e suas fácies nas partes mais

profundas das seções geológicas ou zonas não perfuradas de uma bacia. Em

outras palavras, ela permite uma multiplicidade de informações úteis para a

exploração de petróleo e para fins de caracterização (Hegazi, 2007).

As ferramentas da geoquímica na caracterização de óleos são medidas técnicas e

modelos conceituais e numéricos construídos diretamente da extrapolação de

dados dos experimentos laboratoriais. A geoquímica orgânica está basicamente

relacionada à evolução geológica de substâncias orgânicas componentes das

rochas sedimentares: a formação do querogênio (matéria orgânica sedimentar

fossilizada), seguida de sua decomposição em petróleo, migração dos fluidos, e

transformações de óleos e gases nos reservatórios (Huc, 2003).

O petróleo é o resultado de transformações biológicas, físicas e químicas, sofridas

pela matéria orgânica, e conhecidas como: diagênese, catagênese e metagênese.

A composição global do petróleo pode ser definida pelas três maiores classes de

compostos presentes em betumes, que são os hidrocarbonetos saturados, os

hidrocarbonetos aromáticos e os compostos NSO, também classificados como

resinas e asfaltenos. Estes últimos, com uma estrutura molecular típica de

hidrocarbonetos, mas contendo heteroátomos como: nitrogênio, enxofre e oxigênio

(Waples, 1981).

Os biomarcadores, marcadores biológicos ou fósseis geoquímicos apresentam

átomos de carbono e hidrogênio (Eglinton, 1967). Estes marcadores orgânicos são

“fósseis moleculares” derivados de substâncias presentes em organismos vivos,

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36

que apresentam pequenas ou nenhuma mudança na estrutura herdada das

moléculas orgânicas originais (Peters, 1993).

O objetivo deste trabalho é realizar a caracterização, avaliação e interpretação

das propriedades geoquímicas de 13 amostras de óleo bruto de algumas das

principais bacias petrolíferas do Brasil, Colômbia, Venezuela e Cuba. As

análises geoquímicas efetuadas foram: Cromatografìa Líquida, Whole Oil por

Cromatografia Gasosa (CG) e biomarcadores saturados por Cromatografia

Gasosa acoplada a Espectrometria de Massas (CG-EM), além da densidade ºAPI

para algumas amostras.

2. MATERIAIS E MÉTODOS

2.1. AMOSTRAS

As amostras de óleos avaliadas neste estudo são em total 13, distribuídas da

seguinte forma, 5 amostras do Brasil, provenientes das bacias de Campos,

Potiguar, Solimões, Recôncavo e Sergipe (amostras fornecidas pelo Núcleo de

Estudos Ambientais, NEA, Brasil), 4 amostras da Colômbia das bacias do Valle

Superior del Magdalena e Valle Medio del Magdalena (amostras fornecidas pelo

Instituto Colombiano del Petróleo, ICP, Colômbia ), 3 amostras da Venezuela, da

bacia de Maracaibo (amostras fornecidas por Petróleos de Venezuela, PDVSA,

Venezuela), e uma amostra de Cuba (amostra fornecida Núcleo de Estudos

Ambientais, NEA, Brasil) (Tabela 2.1).

Tabela 2.1. Relação das amostras de óleos analisados, obtidos em bacias sedimentares da

América Latina.

Amostra Nome Pais Bacia Óleo

M01 #1B

Brasil

Recôncavo Baiano

M02 #2B Sergipe Alagoano

M03 #3B Potiguar Potiguar

M04 #4B Solimões Urucu

M05 #5B Campos Albacora

M06 #1C

Colômbia

VSM

VSM

VSM

Tenax-1

M07 #2C Tempranillo-1

M08 #3C Guando-128

M09 #4C VMM Guariquies

M10 #1V

Venezuela

Lago de Maracaibo

Lago de Maracaibo

Lago de Maracaibo

C-5

M11 #2V C-5

M12 #3V C-2

M13 #1Cuba Cuba - -

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Foram consideradas as características composicionais gerais dos óleos, como a

densidade API, os percentuais de hidrocarbonetos saturados, hidrocarbonetos

aromáticos e compostos NSO, mediante cromatografia líquida em coluna aberta,

e as composições moleculares (análise dos biomarcadores saturados, CG-EM).

2.2. CROMATOGRAFIA LÍQUIDA (COLUNA ABERTA)

A análise de Cromatografia Líquida consiste na separação das amostras de óleos

em três frações. Trabalhou-se com 0,02g de amostra de óleo. Foi usada uma

coluna de vidro de (13 cm x 0,8 cm d.i.) preenchida com sílica gel 60 (0,063-0,200

mm) marca Merck, ativada a 400-450ºC durante 4 horas. A fração saturada foi

eluída com 30 mL de n-Hexano, a fração aromática foi eluída com uma mistura de

n-Hexano/Diclorometano (1:1, v/v, 40mL) e por último a fração NSO foi eluída

com Diclorometano/Metanol (8:2, v/v, 40mL).

2.3. CROMATOGRAFIA GASOSA (WHOLE OIL)

A cromatografia em fase gasosa (CG) consiste numa técnica analítica que permite

a separação altamente refinada dos compostos orgânicos de um extrato de rocha

ou óleo. Os resultados são apresentados em um cromatograma onde se observa a

distribuição das parafinas e outros compostos. A quantificação das parafinas

permite a análise da distribuição das mesmas para avaliar a presença e

abundância relativa de vários compostos, como n-alcanos, isoprenóides

(principalmente Pristano e Fitano). Geralmente, os cromatogramas apresentam

picos predominantes representando as cadeias lineares e picos menores

representando cadeias ramificadas, cíclicas, e compostos aromáticos (Aquino

Neto, 2003; Grob, 1981).

As análises de CG foram feitas no Laboratório de Estudos de Petróleo

(LEPETRO) da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Foi utilizado um

cromatógrafo a gás VARIAN, modelo CP-3800, com detector por ionização de

chama (FID), equipado com coluna capilar modelo DB5 de 15 m de comprimento,

0,25 mm de diâmetro interno, fase estacionária de 0,25 μm de espessura e fluxo

de gás de arraste (hélio).

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2.4. CROMATOGRAFIA GASOSA ACOPLADA A ESPECTROMETRIA DE MASSAS

(CG-EM) – (BIOMARCADORES).

O método consiste em separar os hidrocarbonetos em uma coluna capilar no

cromatógrafo, e carrear os grupos para uma câmara de íons, onde as moléculas

são bombardeadas e formam íons carregados positivamente. O analisador de

massas separa e mede a massa dos íons por suas razões massa/carga (m/z). Como

o modo de fragmentação é característico para cada composto, o espectro contribui

para a identificação (Bordenave, 1993).

Nesta técnica as classes de compostos de maior interesse para a geoquímica

orgânica do petróleo são: hopanos (m/z 191), esteranos (m/z 217-) e metil-

esteranos (m/z 231), os quais fornecem informações sobre a origem, maturidade e

grau de biodegradação do petróleo.

As análises de CG-EM foram feitas no Laboratório de Engenharia e Exploração

de Petróleo (LENEP) da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy

Ribeiro (UENF). Foi utilizado um cromatógrafo a gás Hewlett-Packard, modêlo

HP 6890 com detector de massas 5973N e coluna capilar modelo DB-5 de 30m de

comprimento, 0,25 mm de diâmetro interno e 0,25 μm de espessura de fase

estacionária. A programação de temperatura utilizada foi a seguinte: 60°C (2

min), 60°C (22°C/min) - 200°C (10 min), 200°C (3°C/min) – 320°C (20 min). Foi

utilizado um injetor de 300ºC, com linha de transferência 320°C; SIM: 177, 191,

205, 217, 218, 231, 253, 259, 384, 398 e 412. Todos esses dados compõem o

Sistema Agilent Chemstation MSD Productivity.

3. RESULTADOS E DISCUSSÕES

3.1. CARACTERÍSTICAS DOS ÓLEOS.

A caracterização geoquímica dos óleos, baseada no conteúdo dos componentes

SAR através da cromatografia líquida permitiu identificar a sua composição. Os

porcentuais para as frações de hidrocarbonetos saturados variaram de 43% ate

82% (Figura 2.1 e Tabela 2.2). Os valores dos hidrocarbonetos aromáticos

situaram-se entre 14% e 28%; enquanto que os compostos NSO

(Resinas+Asfaltenos) variaram de 2% a 36%. Segundo a classificação de Tissot

(1984), a composição global das amostras é de parafínicos pelo predomínio de

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hidrocarbonetos saturados (>50%) do total de compostos, com exceção da amostra

2V da Venezuela que apresenta 43% de saturados. O grau API dos óleos variou

entre 27º e 37º, que segundo Tissot (1984) estariam classificados como óleos leves

(valores de grau API maiores a 30°) e óleos medianos (valores de grau API entre

20° e 30°).

0 20 40 60 80 100

NSO

100

80

60

40

20

0

AROMÁTICOS

100

80

60

40

20

0

SATURADOS

1B

2B

3B

4B

5B

1C

2C

3C

4C

1V

2V

3V

1 CUBA

Óleos Parafinicos

Biodegradação

Maturidade

Figura 2. 1. Diagrama Ternário das frações saturadas, aromáticas e NSO da análise SAR,

efetuada nos óleos de Bacias Sedimentares da América Latina.

Tabela 2. 2. Porcentagens das frações constituintes de óleos de Bacias Sedimentares da América

Latina (Hidrocarbonetos Saturados, Hidrocarbonetos Aromáticos, NSO (Resinas e Asfaltenos).

Nome º API % Saturados % Aromáticos % NSO

1B 30º 55 21 24

2B - 78 18 5

3B 27,7 º 62 20 18

4B - 82 16 2

5B 27,8 º 60 25 15

1C 36,7º 66 24 10

2C 35,06 º 60 17 23

3C 26,7º 55 21 24

4C 28,85 º 64 14 22

1V 33 º 55 28 17

2V 33 º 43 21 36

3V 33 º 59 28 13

1Cuba - 51 27 21

Os óleos apresentaram concentrações de hidrocarbonetos saturados e aromáticos

maiores do que 43% e 14% respectivamente, sugerindo-se de que se trata de óleos

sem características de alteração ou biodegradação importantes.

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40

3.2. DISTRIBUIÇÃO DE N-PARAFINAS, ISOPRENOIDES (FINGERPRINT)

Óleos do Brasil

O óleo da bacia de Recôncavo (#1B) mostrou uma distribuição bimodal das n-

parafinas, com maiores abundâncias nos picos (nC14-nC17) e (nC24-nC27),

demostrando um input de matéria orgânica de origem continental e marinha

(Figura 2.2), corroborado também pela relação Pristano/Fitano (Pr/Ph), que

apresenta valores maiores que 1,0 (Pr/Ph=1,440). Pode ser observado um maior

predomínio da matéria orgânica marinha pelo valor da relação nC17/nC29

superior a 1,0 (nC17/nC29=1,090), lembrando que (nC29) é um indicador terrestre

e (n-C17) é um indicador de material marinho de algas (Tabela 2.3).

Recôncavo #1B

n-C

9

n-C

10

n-C

12

n-C

14

n-C

16

n-C

17

PR

IST

AN

O n-C

18

FIT

AN

O

n-C

20

n-C

22

n-C

24

n-C

26

n-C

28

n-C

30

n-C

32

n-C

34

n-C

36

n-C

38

n-C

40

Figura 2.2. Cromatograma do óleo total e fingerprint para a amostra #1B, da Bacia do

Recôncavo-Brasil.

As relações entre os isoprenóides Pristano (Pr) e Fitano (Ph) e os hidrocarbonetos

normais (nC17 e nC18) são consideradas indicadoras de variações de maturidade e

de biodegradação dos óleos. Com o aumento da maturidade ocorre o aumento de

n-parafinas, o que resulta em valores menores do que 1 (<1) para a relação (Pr/n-

C17) e (Ph/n-C18). Como consequência, Pr/n-C17=0,660m e Ph/n-C18=0,51 são

indicativos de maturidade na amostra analisada (Hunt, 1996; Killops, 2005)

(Tabela 2.3).

A relação IPC na amostra é maior que 1,0 (IPC=1,09), sugerindo que o óleo foi

gerado por uma rocha com um nível de maturidade igual ou superior ao da janela

de geração (Tabela 2.3). Não foram observadas evidencias de biodegradação no

óleo.

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Tabela 2. 3. Parâmetros geoquímicos obtidos das análises cromatográficas (fingerprint) dos óleos

das Bacias da América Latina avaliados.

Amostras Pr/Ph Pr/nC17 Ph/nC18 nC17/nC29 IPC

1B 1,440 0,660 0,510 1,090 1,09

2B 1,870 0,450 0,280 1,540 1,10

3B 1,340 0,600 0,470 1,960 1,07

4B 1,880 0,120 0,070 17,800 0,90

5B 1,730 0,700 0,540 2,190 1,07

1C 1,909 0,570 0,350 3,560 1,02

2C 1,640 0,590 0,420 3,850 1,04

3C 1,100 1,230 1,260 2,320 1,101

4C 0,980 0,560 0,610 2,000 1,00

1V 0,710 0,300 0,500 3,970 1,00

2V 0,730 0,300 0,500 3,570 1,01

3V 0,710 0,300 0,500 3,970 1,00

1Cuba 0,770 0,021 0,650 3,590 1,66

Por outro lado o óleo da bacia de Sergipe (#2B), apresenta uma abundância

significativa dos n-alcanos de baixo peso molecular e nC13 e nC17, como compostos

principais, sugerindo um aporte de matéria orgânica marinha (Tissot, 1984)

(Figura 2.3).

Os valores da relação Pr/Ph>1 sugerem um ambiente de deposição em condições

oxidantes (óxidas). A relação nC17/nC29 maior que 1 é também um indicador

importante de aporte de material marinho, e as relações Pr/nC17 e Ph/nC18

menores que 1 são indicativas de maturidade, o que é apoiado também pelo valor

de IPC=1,1 para este óleo (Tabela 2.3). Para esta amostra também não foram

observadas evidências de biodegradação.

O perfil cromatográfico do óleo da bacia Potiguar (#3B) revela uma sequência

completa de n-parafinas com diminuição de intensidade dos picos entre nC10 e

nC15. Isto sugere um estágio inicial de biodegradação (Peters, 1993). As maiores

intensidades se encontram nos picos nC16 e nC19, sugerindo óleos tipicamente

marinhos (Figura 2.4). Os valores da relação Pr/Ph>1 são típicos de um ambiente

de deposição em condições oxidantes. A relação nC17/nC29 maior que um 1 é

também um importante indicador de aporte de material marinho. As relações

Pr/nC17 e Ph/nC18 menores que um 1 e o valor de IPC=1,07 são indicativos de um

nível de maturidade igual ou superior da janela de geração para este óleo (Tabela

2.3).

Page 43: CARACTERIZAÇÃO GEOQUÍMICA DE ÓLEOS DA … BARRAGAN.pdf · Petróleo. 4. Geoquimica ambiental. I. Queiroz, Antônio Fernando de Souza. II. Universidade Federal da Bahia. Instituto

42

n-C

8

n-C

9

n-C

10

n-C

12

n-C

14

n-C

16

n-C

17

PR

IST

AN

O

n-C

18

FIT

AN

O

n-C

20

n-C

22

n-C

24

n-C

26

n-C

28

n-C

30

n-C

32

n-C

34

n-C

36

n-C

38

n-C

40

Sergipe #2B

Figura 2. 3. Cromatograma do óleo total o fingerprint para a amostra #2B, coletada na Bacia Sedimentar de

Sergipe-Brasil.

n-C

8

n-C

9

n-C

10

n-C

12

n-C

14

n-C

16

n-C

17

PR

IST

AN

O

n-C

18

FIT

AN

O

n-C

20

n-C

22

n-C

24

n-C

26

n-C

28

n-C

30

n-C

32

n-C

34

n-C

36

n-C

38

n-C

40

Potiguar #3B

Hump Figura 2. 4. Cromatograma do óleo total o fingerprint para a amostra #3B, coletada na Bacia Sedimentar

Potiguar-Brasil.

O óleo da bacia de Solimões (#4B) configura-se como um óleo bastante leve quase

condensado. Prevalecem os n-alcanos de baixo peso molecular e o perfil

cromatográfico é típico de um óleo altamente evoluído termicamente (Figura 2.5).

O input de matéria orgânica se encontra pouco evidente, pela elevada evolução

térmica que foi alcançada. Os n-alcanos de maiores pesos moleculares são

craqueados favorecendo os de baixos pesos moleculares.

O óleo da bacia de Campos (#5B) apresenta em seu cromatograma um aumento

dos n-alcanos de baixo peso molecular (nC10-nC17), sugerindo óleos tipicamente

marinhos (Figura 2.6). O valor da relação Pr/Ph>1 é indicador de um ambiente

de deposição com condições oxidantes (óxidas). A relação nC17/nC29, maior que 1,

é indicador importante de aporte de material marinho. As relações Pr/nC17 e

Ph/nC18 menores que 1, e o valor de IPC=1,07, são indicativos de maturidade

Page 44: CARACTERIZAÇÃO GEOQUÍMICA DE ÓLEOS DA … BARRAGAN.pdf · Petróleo. 4. Geoquimica ambiental. I. Queiroz, Antônio Fernando de Souza. II. Universidade Federal da Bahia. Instituto

43

para este óleo (Tabela 2.3). Não foram observadas, da mesma forma, evidencias

de biodegradação.

n-C

9

n-C

10

n-C

11

n-C

12

n-C

14

n-C

16

n-C

17

PR

IST

AN

O

n-C

18

FIT

AN

O

n-C

20

n-C

22

n-C

24

n-C

26

n-C

28

n-C

30

n-C

32

n-C

34

n-C

36

n-C

38

n-C

40

Solimões #4B

Figura 2. 5. Cromatograma do óleo total o whole Oil para a amostra #4B, coletada na Bacia

Sedimentar de Solimões-Brasil.

n-C

8

n-C

10

n-C

12

n-C

14

n-C

16

n-C

17

PR

IST

AN

O

n-C

18

FIT

AN

O n-C

20

n-C

22

n-C

24

n-C

26

n-C

28

n-C

30

n-C

32

n-C

34

n-C

36

n-C

38

n-C

40

Campos #5B

Figura 2. 6. Cromatograma do óleo total o fingerprint para a amostra #5B, coletada na Bacia

Sedimentar de Campos-Brasil.

Óleos da Colômbia

As amostras dos óleos #1C, #2C e #3C, fazem parte de uma única bacia

sedimentar (Valle Superior del Magdalena). Os cromatogramas apresentam a

mesma distribuição das n-parafinas, com um aumento dos n-alcanos (nC14-nC17),

típico de um input de matéria orgânica marinha (Figura 2.7).

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44

n-C10

n-C12

n-C14

n-C16

n-C17

PRISTANO

n-C18

FITANO

n-C20

n-C22

n-C24

n-C26

n-C28

n-C30

n-C32

n-C34

n-C36

n-C38

n-C40

Amostra #1C

Amostra #2C

n-C8

n-C9 n-C10

n-C11 n-C12 n-C13

n-C14

n-C15

n-C16

n-C17

PRISTANO

n-C18

FITANO

n-C19

n-C20

n-C21

n-C22

n-C23

n-C24

n-C25

n-C26

n-C27

n-C28

n-C29

n-C30

n-C31

n-C32

n-C33

n-C34

n-C35

n-C36

n-C37

n-C38

n-C39

n-C40

n-C10

n-C12

n-C14

n-C16

n-C17

PRISTANO

n-C18

FITANO

n-C20

n-C22

n-C24

n-C26

n-C28

n-C30

n-C32

n-C34

n-C36

n-C38

n-C40

Amostra #3C

Biodegradação

Hump

Hump

Figura 2. 7. Cromatograma do óleo total o fingerprint para as amostras #1C, #2C e #3C,

coletadas na Bacia Sedimentar de Valle Superior del Magdalena-Colômbia.

A principal característica que marca a diferença cromatográfica entre as

amostras é o aumento da biodegradação, evidenciado pelo acréscimo da UCM e

pela diminuição na abundância relativa dos n-alcanos (Figura 2.7).

Para todas as amostras a relação Pr/Ph>1 sugere um ambiente de deposição em

condições oxidantes. A relação nC17/nC29 maior que 1 é indicadora do aporte de

material marinho de algas, enquanto que o IPC>1 evidencia um nível de

maturidade igual ou superior ao da janela de geração para estes óleos. Por outro

lado, as relações Pr/nC17 e Ph/nC18 maiores que 1 para a amostra #3C, são

devidas a maiores processos de biodegradação sofridos pela amostra.

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45

O óleo #4C faz parte da bacia sedimentar do Valle Medio del Magdalena. O

aumento dos n-alcanos leves ou de baixo peso molecular e a maior abundância

dos picos nC14- nC16, são características típicas de óleos de origem marinha

(Figura 2.8). Os valores da relação Pr/Ph>1 sugerem um ambiente de deposição

em condições oxidantes. A relação nC17/nC29 maior que 1, é uma indicadora de

aporte de material marinho. As relações Pr/nC17 e Ph/nC18 menores que 1, são

indicativas de maturidade termal, apoiadas também pelo valor de IPC=1 (Tabela

3). A biodegradação é evidenciada pela notória diminuição das n-parafinas.

n-C10

n-C11

n-C12 n-C13

n-C14

n-C15

n-C16

n-C17

PRISTANO

n-C18

FITANO n-C19

n-C20

n-C21

n-C22

n-C23

n-C24

n-C25

n-C26

n-C27

n-C28

n-C29

n-C30

n-C31

n-C32

n-C33

n-C34

n-C35

n-C36

n-C37

n-C38

n-C39

n-C40

Amostra #4C

Hump

Figura 2. 8. Cromatograma do óleo total fingerprint para a amostra #4C, coletada na Bacia

Sedimentar de Valle Medio del Magdalena-Colômbia.

Óleos da Venezuela

As três amostras de óleo da Venezuela analisadas, correspondem a exemplares da

bacia sedimentar do Lago de Maracaibo (#1V, #2V e #3V). Trata-se de óleo

bastante leve, que apresenta uma distribuição dos n-alcanos semelhante para as

três amostras (predomínio de n-alcanos de baixo peso molecular).

O perfil é típico de óleo com input de matéria orgânica marinha e evoluído

termicamente (Figura 2.9). Os valores da relação Pr/Ph<1 sugerem um

ambiente de deposição em condições redutoras (Tabela 2.3). Não se evidencia

biodegradação nas amostras estudadas (Escobar, et al., 1985).

Óleo de Cuba

O óleo de Cuba (#1Cuba) apresenta um perfil cromatográfico correspondente ao

de um óleo aparentemente biodegradado (hump da linha base pronunciado), onde

os n-alcanos mais leves estão ausentes. Entretanto, os resultados da

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46

cromatografia líquida deste óleo não comprovam esta biodegradação (SAT 51%)

(Figura 2.10).

n

-C8

n-C

9

n-C

10

n-C

11

n-C

12

n-C

13

n-C

14

n-C

15

n-C

16

n-C

17

PR

IST

AN

O

n-C

18

FIT

AN

O

n-C

19

n-C

20

n-C

21

n-C

22

n-C

23

n-C

24

n-C

25

n-C

26

n-C

27

n-C

28

n-C

29

n-C

30

n-C

31

n-C

32

n-C

33

n-C

34

n-C

35

n-C

36

n-C

37

n-C

38

n-C

39

n-C

40

Amostra #3V

Figura 2. 9. Cromatograma representativo do óleo total ou fingerprint para as amostras #1V,

#2V e #3V, coletadas na Bacia Sedimentar do Lago de Maracaibo-Venezuela.

Os gráficos a seguir reforçam a idéia de que a maioria dos óleos não foram

afetados por processos de biodegradação intensos, e que o input de matéria

orgânica é predominantemente marinho (Figura 2.11).

n-C

10

n-C

11 n-C

14

n-C

16

n-C

17

PR

IST

AN

O

n-C

18

FIT

AN

O

n-C

20

n-C

22

n-C

24

n-C

26

n-C

28

n-C

30

n-C

32

n-C

34

n-C

36

n-C

38

n-C

40

Amostra #1Cuba

Hump

Figura 2. 10. Cromatograma do fingerprint do óleo, para a amostra # 1Cuba.

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47

0.01 0.1 1 10 100

Ph/nC18

0.01

0.1

1

10

100P

r/nC

17

Biodegradação

Maturidade

0 2 4 6

Pr/Ph

0.01

0.1

1

10

100

Pr/

nC

17

1B

2B

3B

4B

5B

1C

2C

3C

4C

1V

2V

3V

1Cuba

Biodegradação

Marinho Mistura Continental

Figura 2. 11. Relações entre n-alcanos e isoprenoides (Ph/nC18 vs. Pr/nC17) e (Pr/Ph vs.

Pr/nC17), para todos os óleos analisados de Bacias Sedimentares da América Latina.

3.3. ANÁLISES DE BIOMARCADORES SATURADOS

Avaliação do Ambiente de Depósito da Rocha Geradora

Para as amostras do Brasil todos os óleos apresentaram características similares

em seus biomarcadores saturados. O fragmentograma de massas do íon 191 se

caracteriza pela presença dos Terpanos Tricíclicos (TR23) em baixas

concentrações, baixos conteúdos ou ausência de Oleanano (OL), baixa a média

abundância relativa do Gamacerano (Gi) e 17α(H)- trisnorhopano C27 maior que

18α(H)-trisnorneohopanos C27 (Tm>Ts). Estes parâmetros são considerados

indicadores de um ambiente deposicional principalmente lacustre para os óleos

(Figura 2.12). A amostra #3B, do Brasil, não apresentou nenhum tipo de

biomarcador.

Todas as amostras da Colômbia, Venezuela e Cuba apresentaram distribuição

muito similar dos biomarcadores saturados. O fragmentograma de massas do íon

191 se caracteriza pela presença de terpanos tricíclicos. A concentração dos

compostos tricíclicos C25 é maior que a dos compostos tricíclicos C26 (C26/C25 <1), e

há predomínio dos compostos tricíclicos C23 sobre os tricíclicos C19 (C19/C23 <1),

17α(H)- trisnorhopano C27 - (Tm), em maiores proporções que 18α(H)-

trisnorneohopanos C27 - (Ts), ou seja (Tm>Ts), com exceção das amostras da bacia

do VSM da Colômbia que apresentaram valores de (Ts/Tm>1) (Figura 2.13).

Estes parâmetros são considerados indicadores de ambiente deposicional e

sugerem um ambiente de tipo marinho, com um aporte de matéria orgânica

Page 49: CARACTERIZAÇÃO GEOQUÍMICA DE ÓLEOS DA … BARRAGAN.pdf · Petróleo. 4. Geoquimica ambiental. I. Queiroz, Antônio Fernando de Souza. II. Universidade Federal da Bahia. Instituto

48

predominantemente de tipo algal, suportado pelas razões Pr/Ph e nC17/nC29

observadas no Whole Oil.

Ion- 191.00 - #1B

TR

-19 T

R-2

0

TR

-23

TR

-24

TR

-25

TR

-26

Ts

Tm

H-2

9

TE

T-2

4

H-3

0

H-3

1S

H-3

1R

H-3

2S

H-3

2R

H-3

3S

H-3

3R

H-3

4S

H-3

4R

H-3

5S

H-3

5R

GA

M

Ion- 191.00 - #3B

Ion-191.00 - #2B

TR

-20

TR

-21

TR

-23

TR

-24

TR

-25

TR

-26

TE

T-2

4

TR

-26

TE

T-2

4

TR

-28

TR

-29

H-2

9

H-3

0

GA

MH

-31S

H-3

1R

H-3

2S

H-3

2R

H-3

3S

H-3

3R

H-3

4S

H-3

4R

H-3

5S

H-3

5RO

L

TR

-20

TR

-21

GA

M

H-3

1S

H-3

1R

H-3

2S

H-3

2R

H-3

3S

H-3

3R

H-3

4S

H-3

4R

H-3

5S

H-3

5R

H-2

9

H-3

0

Ts

Tm

TR

-28

TR

-29

TR

-28

TR

-29

Ts

Tm

Ion-191.00 - #5B

TR

-23

TR

-25

TR

-26

TE

T-2

4

TR

-20

TR

-21

GA

M

H-2

9

H-3

0

TR

-28

TR

-29

Ts

TmT

R-2

4

OL

TR

-30

H-3

1S

H-3

1R

H-3

2S

H-3

2R

H-3

3S

H-3

3R

H-3

4S

H-3

4R

H-3

5S

H-3

5R

Terpanos Tricíclicos

Homohopanos

Oleanano

Gamacerano

Figura 2. 12. Fragmentogramas típicos (ion191) dos óleos coletados no Brasil. Nota-se a

similaridade na distribuição dos terpanos tricíclicos em todas as amostras.

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49

TR

19

TR

20 TR

21

TR

23

TR

24

TR

25

ST

R2

5R

TR

26

ST

R2

6R

TS

TM

H2

9

H3

0

H3

1S

H3

1R

H32S

H3

2R

H3

3S

H3

3R

H3

4S

H3

4R

H3

5S

H3

5R

Ion-191.00 - #4C

TR

19

TR

20 T

R2

1

TR

23

TR

24

TR

25

ST

R2

5R

TR

26

ST

R2

6R

TS

TM

H2

9 H3

0

H3

1S

H3

1R

H3

2S

H3

2R

H3

3S

H3

3R

H3

4S

H3

4R

H3

5S

H3

5R

Ion-191.00 - #3V

TR

19

TR

20

TR

21

TR

23

TR

24

TR

25

ST

R2

5R

TR

26

ST

R2

6R

TS

TM

H2

9

H3

0

H3

1S

H3

1R

H3

2S

H3

2R

H3

3S

H3

3R

H3

4S

H3

4R

H3

5S

H3

5R

Ion- 191.00 - #1Cuba

Terpanos Tricíclicos Homohopanos

Terpanos Tricíclicos

Homohopanos

Terpanos Tricíclicos

Homohopanos

Figura 2. 13. Fragmentogramas típicos (íon 191) dos óleos da Colômbia, da Venezuela e de

Cuba.

A família dos compostos esteranos (fragmentograma de massas íon 217), pode ser

caracterizada de forma geral pelo predomínio dos esteranos regulares sobre os

diasteranos e pela abundância dos esteranos C27 sobre os outros esteranos

regulares (C28 e C29) (Tabela 2.4). Estes resultados indicam origem de matéria

orgânica do tipo algal, depositada em um ambiente redutor (Sofer,1984;

Lewan,1986; Moldowan et al., 1985; Volkman, 1984) (Figura 2.14).

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50

Tabela 2. 4. Parâmetros geoquímicos obtidos dos biomarcadores saturados indicadores de

ambientes deposicionais para óleos de Bacias da América Latina estudados.

Amos. TR19/TR23 TR26/TR25 Ts/Tm C29C25Norhop/

C30Hop

C31(S+R)Hop

/ C30Hop %C27 %C28 %C29

1C 0,56 0,93 3,10 0,07 0,61 44 28 28

2C 0,40 0,76 2,60 0,08 0,62 45 27 28

3C 0,08 0,76 1,26 0,22 0,50 40 30 30

4C 0,11 0,76 0,62 0,15 0,67 36 35 29

1V 0,08 0,88 0,90 0,25 0,73 43 29 28

2V 0,08 0,81 0,60 0,26 0,77 41 29 30

3V 0,75 0,84 0,54 0,23 0,85 42 29 29

1Cuba 0,32 2,65 0,65 0,23 0,66 37 25 38

Ion- 217.00 - #4C

Diasteranos

Esteranos

Ion- 217.00 - #3V

Ion- 217.00 - #1Cuba

D27baS

D27baR

D27ab

SD

27ab

R

S27aa

aS

S27aa

aR

S28aa

aS

S28aa

aR

S29aa

aS

S29aa

aR

D27baS

D27baR

D27ab

SD

27ab

R

S27aa

aS

S27aa

aR

S28aa

aS

S28aa

aR

S29aa

aS

S29aa

aR

D2

7b

aSD

27b

aR

D27ab

SD

27ab

R

S27aa

aS

S27aa

aR

S28aa

aSS

28aa

aR

S29aa

aS

S29aa

aR

Esteranos

Diasteranos

Esteranos

Diasteranos

Figura 2. 14. Fragmentogramas típicos (íon 217), de óleos estudados nas Bacias Sedimentares

da Colômbia, da Venezuela e de Cuba.

Page 52: CARACTERIZAÇÃO GEOQUÍMICA DE ÓLEOS DA … BARRAGAN.pdf · Petróleo. 4. Geoquimica ambiental. I. Queiroz, Antônio Fernando de Souza. II. Universidade Federal da Bahia. Instituto

51

Outros parâmetros suportam o caráter marinho dos óleos avaliados, como os

valores menores a 0,2 da razão C19/C23 e os altos valores da razão C31/C30hopano,

além do predomínio dos Esteranos C27 sobre os C29 (Figura 2.15).

0 0.4 0.8 1.2 1.6 2

C19Tricíclico/C23Tricíclico

0

0.2

0.4

0.6

0.8

1

C31(R

+S

)/C

30H

op

an

o

1C

2C

3C

4C

1V

2V

3V

1Cuba

Marinho

Terrestre

25 30 35 40 45 50

%C29Esterano

25

30

35

40

45

50

%C

27E

stera

no

1C

2C

3C

4C

1V

2V

3V

1Cuba

Querogênio Algal Marinho

Plantas Superiores

Figura 2. 15. Biomarcadores que evidenciam um ambiente marinho para os óleos estudados.

Avaliação da biodegradação nos óleos.

A biodegradação é um processo pós-genético que afeta a composição e as

características originais dos óleos como consequência da ação de bactérias sobre

os óleos (Palmer, 1993). A evidência da baixa biodegradação foi confirmada para

os óleos #3C, #4C e #1Cuba, pela diminuição das n-parafinas e pela linha base

pouco levantada (Hump), que representa uma mistura complexa de compostos

não resolvidos pela coluna cromatográfica - UCM (Figura 2.7, Figura 2.8 e Figura

2.11). Para todas as demais amostras não foi encontrada nenhuma evidência do

efeito da biodegradação atuando sobre elas.

Em todos os fragmentogramas (191 e 127) observa-se a presença do terpanos

pentacíclicos, tricíclicos e esteranos, indicando que os efeitos da biodegradação

nos óleos não alcançaram níveis severos. A presença de C29C25Norhopano em

abundância nos óleos, é aceita como evidência de processos de biodegradação

(Peters, 1993). Portanto, os baixos valores da razão

C29C25NorHopano/C30Hopano (0,07-0,26), confirmam a pouca biodegradação

sofrida pelos óleos (Tabela 2.4).

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52

Avaliação da maturidade nos óleos.

O estado de evolução termal dos óleos pode ser avaliado também pelos

biomarcadores saturados. A abundância relativa de alguns compostos é

modificada quando há um aumento na temperatura durante o soterramento da

rocha geradora.

A razão (S+R)ββ/(ββ+αα)C29Esteranos também aumenta com a evolução termal

apresentando valores próximos de zero a aproximadamente 0,7, sendo que

valores entre 0,67 e 0,71 demonstram que as amostras alcançaram uma fase de

equilíbrio (Seifert, 1980). A razão S/(S+R)C29ααα também aumenta com a

maturidade, e seus valores de equilíbrio são atingidos antes ou durante o início

da “janela de geração do óleo”, podendo variar entre zero até aproximadamente

0,5, sendo que os valores 0,52 e 0,55 são indicadores de uma fase de equilíbrio.

A Figura 2.16 correlaciona os parâmetros de isomerização de centros assimétricos

do C29 esterano, com razões S/(S+R)C29ααα versus (S+R) ββ α /(ββ+αα) C29, que

permitem avaliar o grau de evolução térmica de óleos. Segundo a razão S/(S+R)

C29 ααα, todos os óleos estão abaixo da faixa de equilíbrio, variando de 0,39 a

0,46, sendo então considerados pouco maduros para este parâmetro.

0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8

(S+R)(bb)/bb+aa C29 Esterano

0

0.2

0.4

0.6

S/(

S+

R)C

29

aa

a E

stera

no

1C

2C

3C

4C

1V

2V

3V

1Cuba

0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8

S/(S+R)C29aaa Esterano

0

0.2

0.4

0.6

0.8

1

Ts/

(Ts+

Tm

)

1C

2C

3C

4C

1V

2V

3V

1Cuba

Figura 2. 16. Correlação dos parâmetros de maturidade térmica (S+R) ββ/(ββ+αα) C29 (m/z 217) e

S/(S+R) C29ααα (m/z 217), para as amostras de óleos das Bacias Sedimentares da América Latina

em estudo.

Para a razão (S+R) ββ/(ββ+αα)C29, os resultados de todas as amostras estão

abaixo da faixa de equilíbrio, variando de 0,40 a 0,56 (Tabela 2.5). Com o

aumento da maturidade térmica, a razão Ts/(Ts+Tm) aumenta de 0 a 1,

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53

alcançando seu equilíbrio em torno do final da janela de geração de óleo (Waseda,

1998; Peters, 1993) (Tabela 2.5).

Tabela 2. 5. Parâmetros geoquímicos obtidos dos biomarcadores saturados indicadores de

maturidade termal para os óleos das Bacias Sedimentares da América Latina caracterizados.

Amos. Ts/(Ts+Tm) S/(S+R)C31

Terpano

S/(S+R)C29ααα

Esterano

(S+R)(ββ)/ββ+αα C29

Esterano

1C 0,75 0,60 0,43 0,42

2C 0,70 0,60 0,43 0,40

3C 0,6 0,60 0,49 0,48

4C 0,4 0,58 0,51 0,50

1V 0,5 0,59 0,49 0,56

2V 0,4 0,60 0,49 0,55

3V 0,4 0,61 0,49 0,54

1Cuba 0,4 0,53 0,47 0,53

A razão S/(S+R)C31 é muito apropriada para diferenciar estágios iniciais de

maturidade. Sedimentos depositados em ambientes hipersalinos, por exemplo,

podem apresentar uma série de homohopanos amplamente isomerizados no C22,

ainda num estágio inicial de diagênese (Mello et al., 1988; Peters et al., 2005).

Essa razão varia em sedimentos e óleos de zero a aproximadamente 0,6, com

valores de equilíbrio na faixa de 0,57 a 0,62, durante a maturidade térmica

(Seifert, 1980). Em todas as amostras a razão S/(S+R)H31 se encontra entre 0,57

a 0,62, indicando que a fase principal de geração foi alcançada ou ultrapassada

(Figura 2.17).

Analisando de uma maneira geral os parâmetros de maturidade, pode-se chegar à

conclusão que todas as amostras estão na faixa de equilíbrio de maturidade

(pouco maduras). A maioria das amostras apresenta variação de seus parâmetros

de maturidade dentro de uma faixa muito estreita, indicando que as amostras

encontram-se em níveis de maturidade térmica muito próximos.

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54

0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8

S/(S+R)C31 Terpano

0

0.2

0.4

0.6

S/(

S+

R)C

29

aa

a E

stera

no

1C

2C

3C

4C

1V

2V

3V

1Cuba

Figura 2. 17. Correlação dos parâmetros de maturidade térmica S/(S+R) H31 (m/z 191) e

S/(S+R)C29ααα (m/z 217), para as amostras de óleos das Bacias da América Latina estudados.

4. CONCLUSÕES

A composição global das amostras estudadas é de óleos parafínicos, pelo

predomínio de hidrocarbonetos saturados (>50%) do total de compostos.

O grau API dos óleos varia entre 27º e 37º, permitindo classifica-los como

óleos leves (valores de grau API maiores do que 30°) e óleos medianos (valores de

grau API entre 20° e 30°).

Os cromatogramas (fingerprints) das amostras do Brasil para a bacia do

Recôncavo evidenciou um input de matéria orgânica de origem continental e

marinha, mas com um maior aporte de matéria orgânica marinha. Entretanto, as

amostras das bacias Sergipe, Potiguar, Solimões e Campos sugerem óleos

tipicamente marinhos.

As amostras da Colômbia apresentaram um input de matéria orgânica

exclusivamente marinha. A principal característica que marca a diferença

cromatográfica deste grupo de amostras é o aumento da biodegradação,

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55

evidenciado pelo incremento na UCM, e pela diminuição na abundância relativa

dos n-alcanos.

Os óleos coletados na Venezuela apresentaram um perfil cromatográfico

típico de óleos com aportes de matéria orgânica de origem marinha e evoluídos

termicamente.

A amostra representativa de Cuba faz referência a um óleo aparentemente

biodegradado, mas os resultados da cromatografia líquida deste óleo não

comprovam esta biodegradação. A maior porcentagem de hidrocarbonetos

saturados está configurada por compostos cíclico, inseridos na UCM do

fingerprint (SAT 51%).

Na maioria das amostras as relações Pr/Ph>1 foram típicas de um

ambiente de deposição em condições oxidantes. As relações Pr/nC17 e Ph/nC18

menores do que 1 e os valores de IPC maiores do que 1, são indicativos de um

nível de maturidade igual ou superior ao da janela de geração para todos os óleos.

Os biomarcadores para todas as amostras do Brasil (íon 191, 217 e 218)

apresentaram características similares: a) terpanos tricíclicos (TR23) em baixas

concentrações; b) baixo conteúdo ou ausência de oleanano (OL); c) baixa a média

abundância relativa de gamacerano (Gi); d) 17α(H)- trisnorhopano C27 maior que

18α(H)-trisnorneohopanos C27 (Tm>Ts). Todos esses parâmetros são considerados

indicadores de um ambiente deposicional principalmente lacustre.

Os biomarcadores (íon 191, 217 e 218) para as amostras da Colômbia,

Venezuela e Cuba também apresentaram distribuição muito similar dos

biomarcadores saturados: a) concentração dos compostos tricíclicos C25 é maior

que a dos compostos tricíclicos C26 (C26/C25 <1); b) predomínio dos compostos

tricíclicos C23 sobre os tricíclicos C19 (C19/C23 <1); c) 17α(H)- trisnorhopano C27,

(Tm) em maiores proporções que 18α(H)-trisnorneohopanos C27 (Ts), (Tm>Ts).

Essas configurações permitem sugerir que os óleos analisados provavelmente são

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56

oriundos de um ambiente de tipo marinho, com um aporte de matéria orgânica

predominantemente algal.

Analisando de forma geral os parâmetros de maturidade, pode-se chegar à

conclusão que todas as amostras estão na faixa de equilíbrio de maturidade

(pouco maduras). A maioria das amostras apresenta variações de seus

parâmetros de maturidade dentro de uma faixa muito estreita, indicando um

nível de maturidade térmica muito próximo.

Não se evidenciam fortes processos de biodegradação nos óleos. A

comprovação da baixa biodegradação foi confirmada principalmente para os óleos

#3C, #4C e #1Cuba, em função da diminuição das n-parafinas e pela linha base

pouco levantada (Hump), que representa uma mistura de compostos não

resolvidos pela coluna cromatográfica, UCM.

5. REFERÊNCIAS

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59

2.3. COMPOSIÇÃO QUÍMICA DO PETRÓLEO E BIOMARCADORES

SATURADOS

* Olga Lucía Villarreal BARRAGAN (1)

, Jorge Alberto TRIGUIS (2)

.

(1) Geóloga, Estudande de Mestrado, Programa de Pós-Graduação em Geoquímica:

Petróleo e Meio Ambiente – POSPETRO, Universidade Federal da Bahia.

[email protected],

(2) Doutor em Geoquímica Orgânica: University of Newcastle Upon Tyne, Inglaterra.

Professor do Instituto de Geociências, Universidade Federal da Bahia.

[email protected]

RESUMO

O petróleo é o resultado de transformações biológicas, físicas e químicas, sofridas pela

matéria orgânica, e conhecidas como: diagênese, catagênese e metagênese. Os biomarcadores

são “fósseis moleculares” derivados de substâncias presentes em organismos vivos, que

apresentam pequenas ou nenhuma mudança na estrutura herdada das moléculas orgânicas

originais. Desta maneira, estruturas moleculares dos biomarcadores presentes em diversos

ambientes deposicionais, se correlacionam com a dos compostos precursores sintetizados

pelos organismos vivos.

A caracterização geoquímica é uma das melhores ferramentas usadas em laboratórios da

indústria do petróleo, academias e de pesquisa para obter informações confiáveis sobre um

grande número de propriedades associados à formação do petróleo como o input de matéria

orgânica, paleoambiente deposicional e maturidade térmica dos óleos. Além disso, ajuda com

a localização das acumulações dos hidrocarbonetos e suas fácies nas partes mais profundas

das seções geológicas ou zonas não perfuradas em bacias sedimentares, proporcionando

ferramentas importantes na exploração e produção de petróleo.

Os hidrocarbonetos saturados são os compostos mais estudados do ponto de vista de

biomarcadores. Este artigo apresenta um estado da arte dos principais biomarcadores que

podem ser usados na caracterização geoquímica de óleos.

Palavras chave: Geoquímica, Biomarcadores, Saturados.

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60

RESUMEN

El petróleo es el resultado de transformaciones biológicas, físicas y químicas, sufridas

por la materia orgánica, y conocida como: Diagénesis, Catagénesis y Metagénesis. Los

biomarcadores son fósiles moleculares derivados de substancias presentes en organismos

vivos, que presentan pequeña o ninguna modificación en la estructura heredada de las

moléculas orgánicas originales. De esta manera, estructuras moleculares de los

biomarcadores presentes en diversos ambiente deposicionales se correlacionan con los de los

compuestos precursores sintetizados por los organismos vivos.

La caracterización geoquímica es una de las mejores herramientas en laboratorios

especializados en la industria del petróleo y de investigación para obtener informaciones

confiables sobre un gran número de informaciones sobre un gran número de propiedades

asociadas con la formación de petróleo como el input de materia orgánica, paleoambiente

deposicional e madurez térmica de los crudos. Además de esto ayuda con la localización de

las acumulaciones de hidrocarburos y sus facies en las partes mas profundas de las secciones

geológicas o zonas no perforadas en cuencas sedimentarias, dando grande herramientas en la

exploración y producción de petróleo.

Los hidrocarbonetos Saturados son los compuestos mas estudiados desde el punto de

vista de biomarcadores. Este artículo presenta un estado del arte de los principales

biomarcadores que pueden ser usados en la caracterización geoquímica de crudos.

Palabras Clave: Geoquímica, Biomarcadores, Saturados.

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61

1. INTRODUÇÃO

O petróleo tem origem a partir da matéria orgânica depositada nas bacias sedimentares.

Com o progressivo soterramento, a matéria orgânica passa por uma série de transformações

físico-químicas que podem ser agrupadas de acordo com os seguintes estágios evolutivos:

diagênese, catagênese, metagênese e metamorfismo.

A diagênese é o processo inicial de alteração química, física ou biológica da matéria

orgânica, esta é submetida a condições de baixa temperatura e pressão (<50°C) (PETERS;

MOLDOWAN, 1993). Durante o início da diagênese, um dos principais agentes da

transformação da matéria orgânica é a atividade microbiológica. Com o soterramento

progressivo da matéria orgânica, ocorre à eliminação de grupos funcionais, e, ao final desse

processo, a biomassa original é convertida em querogênio, porção da matéria orgânica

sedimentar insolúvel em solventes orgânicos (TISSOT; WELTE, 1984).

Após um considerável aumento da temperatura e pressão, o querogênio é soterrado

progressivamente e degradado para a formação do petróleo, denominando-se para este estágio

de evolução sedimentar como sendo catagênese. A temperatura pode apresentar em torno de

50°C a 150°C e uma pressão de 300 a 1000/1500 bares. A matéria orgânica é submetida por

várias transformações químicas, como por exemplo, através de reações de craqueamento

termocatalítico, reações de isomerização, aromatização, descarboxilação e

desproporcionamento, resultando na devida conversão do querogênio em óleo. Esta zona

matura também é denominada de “janela de geração de óleo”, ou simplesmente “janela de

óleo” (HUNT, 1995; TISSOT; WELTE, 1984; PETERS; MOLDOWAN, 1993). Neste

estágio, o querogênio gera principalmente hidrocarbonetos líquidos (TISSOT; WELTE,

1984).

Sob condições de soterramento ainda maiores, caracteriza-se ao estágio denominado

metagênese, onde mudanças mais severas no material orgânico ocasionam a formação de

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hidrocarbonetos gasosos e os resíduos carbonosos. Estas transformações ocorrem em uma

faixa de temperatura entre 150°C a 200°C (TISSOT; WELTE, 1984; PETERS;

MOLDOWAN, 1993).

A caracterização geoquímica de material fóssil orgânico como óleo cru é uma das

melhores ferramentas de laboratórios da indústria, academias e de pesquisa para obter

informações confiáveis sobre um grande número de propriedades como o input de matéria

orgânica, paleoambiente deposicional e maturidade térmica dos óleos. A geoquímica do

petróleo também ajuda a compreender quando os sedimentos orgânicos tornar-se mais

maturos, o suficientemente maturos para gerar óleo e/ou gás. Além disso, ajuda com a

localização das acumulações dos hidrocarbonetos e suas fácies nas partes mais profundas das

seções geológicas ou zonas não perfuradas de uma bacia. Em outras palavras, ela dá uma

multiplicidade de informações úteis para a exploração de petróleo e para fins de

caracterização (HEGAZI, 2007).

As ferramentas da geoquímica na caracterização dos óleos são medidas técnicas,

modelos conceituais e numéricos construídos diretamente da extrapolação de dados dos

experimentos laboratoriais. Esta ciência está basicamente relacionada à evolução geológica

de substâncias orgânicas componentes das rochas sedimentares: a formação do querogênio

(matéria orgânica sedimentar fossilizada), seguida de sua decomposição em petróleo,

migração dos fluidos, e transformações dos óleos e gases nos reservatórios (HUC, 2003).

2. ESTADO DA ARTE

Os biomarcadores são de grande importância para a geoquímica aplicada à exploração

do petróleo, principalmente porque são altamente resistentes ao processo de biodegradação.

Proporcionam a possibilidade de compreender melhor a cinética da geração do petróleo e a

história termal das bacias sedimentares. Para que um composto seja considerado um

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63

biomarcador, ele deve apresentar as seguintes características (PETERS; MOLDOWAN,

1993):

O composto deve apresentar uma estrutura indicativa de que foi ou pode ter sido, um

componente de organismos vivos;

O composto precursor deve estar altamente concentrado nos organismos que mostram

uma ampla distribuição;

As principais características estruturais do composto permanecem estáveis

quimicamente durante o processo de sedimentação e soterramento da matéria

orgânica.

2.1. BIOMARCADORES SATURADOS

É o grupo mais abundante e é onde se encontram os biomarcadores (terpanos e

esteranos) e os diamantóides. São compostos orgânicos que apresentam em sua estrutura

átomos de carbono e hidrogênio. Suas ligações carbono-carbono são simples, ou seja, cada

átomo de carbono forma quatro ligações com outro átomo, podendo ser carbono ou

hidrogênio (WAPLES, 1981). Classificam-se em alcanos normais (n-parafinas, n-alcanos),

alcanos ramificados (isoalcanos, isoparafinas) e cicloalcanos (Figura 3.1).

1 3 5 7 9 11 13 15

2 4 6 8 10 12 14 16

17 18 19 20

1 3 5 7 9 11 13 15

2 4 6 8 10 12 14

16 17 18 19

1

2

3

4

9

10

6

5 7

8

12

11 13

14

16

15

17

18

19

20

21 22

23

24

25

26

27

Fitano C20 H42

Pristano C19 H40

1

2

3

4

9

10

6

5 7

8

12

11 13

14

23

15

16

17

18

19 20

21

24

25 26

27

28

22

29

30

22 R ou S

21 ou

17 ou

Figura 3. 1. Exemplos de hidrocarbonetos saturados.

Durante a catagênese da matéria orgânica das rochas geradoras, há uma tendência de

aumento na concentração de n-alcanos com o incremento do processo de evolução térmica.

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64

Óleos que apresentam pouca quantidade de n-alcanos, principalmente os mais leves,

podem ter sofrido processo de biodegradação ou evaporação.

A concentração de hidrocarbonetos saturados no petróleo depende das condições

genéticas, principalmente da natureza e tipo de matéria orgânica do ambiente deposicional e

de sua maturação.

A fração dos hidrocarbonetos saturados obtida do petróleo ou das rochas geradoras

pode conter vários tipos de biomarcadores, onde sua abundância dependerá, dentre outros

fatores, do tipo do óleo caracterizado.

Biomarcadores Acíclicos

Alcanos Lineares ou n-alcanos

São de forma geral os mais abundantes em amostras geológicas. Ocorrem em plantas

e outros organismos e podem ser reduzidos durante a deposição e diagênese da matéria

orgânica. Sua identificação fornece informações acerca da origem e do estado de evolução

térmica da matéria precursora. São hidrocarbonetos acíclicos que formam uma série

homóloga conforme a fórmula geral Cn H2n +2, sendo o metano (CH4) o primeiro da série

(Figura 3.2).

Segundo Tissot e Welte (1984), em amostras de matéria orgânica com contribuição de

plantas terrestres predominam os n-alcanos entre C25 e C33, enquanto nos oriundos de matéria

orgânica marinha predominam aqueles entre C15 e C17. Anda segundo esses autores, a

presença, mesmo em pequena proporção, de matéria orgânica terrestre (~10%), define a

distribuição dos n-alcanos.

Com o aumento da evolução térmica ocorre o craqueamento dos hidrocarbonetos de alta

massa molecular, o que ocasiona um incremento na abundância relativa dos n-alcanos na

faixa de C15 - C17, o que pode comprometer a interpretação ambiental.

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65

n-C

10

n-C

11 n-C

12

n-C

13

n-C

14

n-C

15

n-C

16

n-C

17

PR

IST

AN

O

n-C

18

FIT

AN

O

n-C

19

n-C

20

n-C

21

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24

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n-C

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n-C

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n-C

30

n-C

31

n-C

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n-C

34

n-C

35

n-C

36

n-C

37

n-C

38

n-C

39

n-C

40

N-Alcanos

Figura 3. 2. Estrutura molecular do n-alcano (C16H32) e picos de n-alcanos (C10 até C40).

Os alcanos analisados por (CG-EM) podem ser monitorados através do íon m/z 85.

Seus espectros de massas apresentam como característica a ocorrência de grupos de picos

espaçados de 14 unidades de massa (correspondendo ao acréscimo de CH2), onde os picos

CnH2n+1 são os mais abundantes. Em um grupo de íons relativos a espécies homólogas, as

abundâncias diminuem gradualmente com o aumento das massas e, assim, de um modo geral,

esses compostos apresentam íons moleculares pouco significativos.

Nos processos de biodegradação, os n-alcanos são os primeiros compostos consumidos

pelas bactérias.

O Índice Preferencial de Carbono (IPC) é uma medida da quantidade de

hidrocarbonetos n-alcanos com número ímpar de átomos de carbono em relação aos de

número par (Figura 3.3), inseridos na faixa de C25 até C34 (derivados das ceras vegetais de

plantas superiores e oriundos de material orgânico terrestre). Este índice fornece o grau de

transformação da matéria orgânica e pode ser utilizado como indicativo do grau de maturação,

uma vez que matéria orgânica com baixo grau de maturação apresenta altas concentrações de

n-alcanos com número ímpar de átomos de carbono. Assim, razões >1 indicam matéria

m/z85

n-hexadecano

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66

orgânica imatura e tendem a unidade quando o grau de maturação aumenta (PETERS;

MOLDOWAN, 1993).

C25 + C27 + C29 + C31 + C33 ímpar

IPC = -----------------------------------------------

C26 + C28 + C30 + C32 + C34 par

Figura 3. 3. Equação de IPC (PETERS; MOLDOWAN, 2005).

Isoprenóides Acíclicos

Os isoprenóides pertencem ao grupo dos alcanos ramificados, sendo formados a partir

de diferentes combinações entre unidades de isopreno.

Como resultado dessas combinações, formam-se isoprenóides regulares com ligação

cabeça-cauda (head-to-tail) e isoprenóides irregulares com ligação cabeça-cabeça (head-to-

head) e cauda-cauda (tail-to-tail) (Figura 3.4).

Figura 3. 4. Isoprenóides Acíclicos C40.

Os compostos com ligações do tipo head-to-head são mais abundantes, incluindo, por

exemplo, os compostos Pristano, Fitano e outros membros da série homóloga acima de C40 e

C45 (Figura 3.5).

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n-C

10

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14

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PR

IST

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O

n-C

18

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AN

O

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22

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24

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26

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28

n-C

30

n-C

32

n-C

34

n-C

36

n-C

38

n-C

39

n-C

40

Isoprenóides

Acíclicos

Figura 3. 5. Unidade isoprênica e estruturas moleculares do Pristano e Fitano.

A razão Pristano/Fitano é considerada por Peters and Moldowan (1993), como o melhor

indicador de condições anóxicas, particularmente quando os teores de enxofre e porfirinas são

elevados. Segundo os autores, as variações na razão Pristano/Fitano poderiam indicar

flutuações no processo de oxidação, durante os estágios iniciais de decomposição da clorofila.

A partir daí, sugeriram que a razão poderia ser usada para indicar diferentes tipos de

ambientes. As altas razões indicariam um ambiente oxidante, terrestre, e as baixas, um

ambiente mais redutor, marinho.

A relação entre a concentração dos n-alcanos C17 e C18 em relação aos isoprenóides

Pristano e o Fitano, fornece informações importantes em relação ao grau de maturação da

matéria orgânica, uma vez que os processos de craqueamento térmico da matéria orgânica

proporcionam um aumento na abundância dos n-alcanos (PETERS; MOLDOWAN, 1993)

(Quadro A1).

É importante salientar que não se deve utilizar a razão Pristano/Fitano como parâmetro

único para descrever o potencial redox do ambiente, pois outras fontes destes compostos,

além da clorofila, têm sido constatadas, como os lipídios da Archaebacteria (halofílica ou

metanogência) e o tocoferol (precursor do Pristano). Dessa forma, a razão pode ser afetada

1 3 5 7 9 11 13 15

2 4 6 8 10 12 14 16

17 18 19 20

Fitano C20 H42

1 3 5 7 9 11 13 152 4 6 8 10 12 14

16 17 18 19

Pristano C19 H40

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68

pelas diferenças nas contribuições dos organismos e não apenas pelo efeito redutor ou

oxidante do meio (PETERS; MOLDOWAN, 1993).

Quadro A 1. Principais relações dos isoprenóides acíclicos.

ISOPRENOIDES RELAÇÕES

Pr/Ph > 1 Indica óleo ou extrato de ambiente deposicional óxido. Origem Continental

Pr/Ph < 1 Indica óleo ou extrato de ambiente deposicional redutor. Origem Marinha

Pr/n-C17 e Ph/n-C18 > 1 Indicam óleo ou extrato imaturo ou biodegradação

Pr/n-C17 e Ph/n-C18 < 1 Indicam óleo ou extrato maturo

Biomarcadores Cíclicos

Terpanos bi, Tri, Tetra e Pentacíclicos

Os terpanos constituem uma classe de biomarcadores de grande importância na

geoquímica orgânica. Estes compostos são extensivamente empregados em diversos

parâmetros de maturação, biodegradação, idade geológica e origem da matéria orgânica. Os

terpanos mais comuns em óleos e sedimentos são terpanos bicíclicos (sesquiterpanos),

tricíclicos, tetracíclicos e pentacíclicos.

Terpanos Bicíclicos

Dentre os terpanos bicíclicos destacam-se os drimanos, eudesmanos e cadinanos (Figura

3.6). Os drimanos estão presentes em amostras geológicas desde o período Cambriano, o que

descarta uma origem ligada a vegetais superiores. Acredita-se que esses compostos têm

origem microbiana ou podem resultar da biodegradação de hopanos. Os eudesmanos e o

cadinanos não são constituintes comuns em óleos. São originários de vegetais superiores e

quando presentes em uma amostra são indicadores inequívocos da contribuição destes

organismos (ALEXANDER et al., 1983). Os terpanos bicíclicos são monitorados em CG-EM

através do íon m/z 123.

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69

m/z 123

8(H)Drimano 4(H) Eudesmano 4(H) Cadinano

Figura 3. 6. Estruturas moleculares dos terpanos bicíclicos íon m/z 123.

Terpanos Tricíclicos

Constituem uma classe de compostos vastamente distribuída em óleos e sedimentos,

desempenhando um papel importante no estudo do petróleo. Muitos óleos e extratos de rocha

possuem uma série homóloga de terpanos tricíclicos do tipo cheilanthane (Figura 3.7) na

faixa de C19 a C45 e até mais, embora a maior abundância seja encontrada nos homólogos até

C26.

TR

19

TR

20

TR

21

TR

22

TR

23

TR

24

TR

25S

TR

25R

TE

T24

TR

26S

TR

26R

TR

28S

TR

28R

TR

29S

TR

29R

TS

TM

TR

30S

TR

30R

NO

R25H

H29

C29T

SD

H30

M29

H30

No

r30h

hM

30

H31S

H31R

GA

M

H32S

H32R

H33S

H33R

H34S

H34R

H35S

H35R

Terpanos Tricíclicos

Figura 3. 7. Estruturas e distribuição dos Terpanos Tricíclicos, m/z 191 (PETERS; MOLDOWAN, 1993).

Eles ocorrem predominantemente com configuração 13β(H), 14α(H) e a partir do

homólogo C25, como uma mistura de diastereoisômeros na posição 22R e 22S (PETERS;

MOLDOWAN, 1993). Um precursor proposto para estes compostos é o triciclohexaprenol,

que é formado a partir de um constituinte celular universal, o hexaprenol (OURISSON et al.,

1982). Segundo Simoneit et al. (1990), os terpanos tricíclicos podem ser originários de algas

m/z 191

13(H)14(H) - Queilantano

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tasmanaceas, abundantes no Alasca e na Tasmânia durante o Permiano. Entretanto, essas

associações não comprovam a origem algal destes compostos, uma vez que as bactérias

procarióticas também foram identificadas como possíveis precursores dos terpanos tricíclicos

(AQUINO-NETO et al., 1983; OURISSON et al., 1982; PETERS; MOLDOWAN, 1993).

A razão tricíclicos / pentacíclicos é um indicativo de maturidade, uma vez que com o

aumento da maturação, há um aumento na concentração dos terpanos tricíclicos, podendo

ocorrer a degradação dos pentacíclicos. Devido a sua grande resistência a degradação

bacteriana, estes compostos são utilizados na correlação de óleos intensamente biodegradados

(CONNAN et al., 1985).

Terpanos tetracíclicos

Os terpanos tetracíclicos (Figura 3.8) formam uma série mais restrita em relação aos

tricíclicos, tendo como componentes mais comuns àqueles correspondentes a faixa de C24 a

C27. A presença destes compostos tem sido detectada em amostras de óleos provenientes de

uma variedade de ambientes deposicionais. Philp (1985) sugeriu sua origem como

proveniente da degradação termocatalítica e microbiana dos precursores hopanos.

TR

19

TR

20

TR

21

TR

22

TR

23

TR

24

TR

25S

TR

25R

TE

T24

TR

26S

TR

26R

TR

28S

TR

28R

TR

29S

TR

29R

TS

TM

TR

30S

TR

30R

NO

R25H

H29

C29T

SD

H30

M29

H30

No

r30h

hM

30

H31S

H31R

GA

M

H32S

H32R

H33S

H33R

H34S

H34R

H35S

H35R

T. Tetracíclicos

Figura 3. 8. Estruturas e distribuição dos terpanos tetracíclicos, m/z 191 (PETERS; MOLDOWAN, 1995).

m/z 191

C25 - Terpano Tetracíclico

m/z 191

C24 - Terpano Tetracíclico

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No entanto, segundo Waples (1981), ainda não é claro se existe uma única origem para

o C24 tetracíclico, pois também ocorre associado a alginitas ou a matéria orgânica terrestre. Já

os C25, C26 e C27 têm sido encontrados em rochas carbonáticas e evaporíticas e,

provavelmente, não ocorrem em abundância em outros tipos de ambientes sedimentares

(AQUINO-NETO et al., 1983; WAPLES, 1981). São originados a partir de membranas

procarióticas de bactérias diferentes das que originaram os pentacíclicos e estão presentes em

concentrações inferiores aos pentacíclicos.

Terpanos Pentacíclicos

Nesta classe encontram-se os compostos hopanóides e os não hopanóides. Entre os não

hopanóides destacam-se o gamacerano e o oleanano Figura 3.9. O gamacerano tem sido

encontrado em muitos óleos e sedimentos e, quando presente em elevada abundância, é

considerado um indicador de deposição em um ambiente deposicional hipersalino (PETERS;

MOLDOWAN, 1993). O oleanano tem ocorrência mais restrita e é oriundo de vegetais

superiores (angiospermas), sendo considerado um indicador de matéria orgânica de idade

cretácea ou mais recente.

TR

19

TR

20

TR

21

TR

22

TR

23

TR

24

TR

25S

TR

25R

TE

T24

TR

26S

TR

26R

TR

28S

TR

28R

TR

29S

TR

29R

TS

TM

TR

30S

TR

30R

NO

R25H

H29

C29T

SD

H30

M29

H30

No

r30h

hM

30

H31S

H31R

GA

M

H32S

H32R

H33S

H33R

H34S

H34R

H35S

H35R

Terpanos Pentacíclicos

Figura 3. 9. Estruturas e distribuição dos Terpanos Pentaciclicos, m/z 191 (PETERS; MOLDOWAN, 1995).

m/z 191

Gamacerano

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Os hopanos são os mais comuns e bem estudados. Seus precursores são encontrados em

bactérias e cianobactérias. A cadeia lateral na posição 21 pode ter até oito carbonos,

originando os hopanos C30, os norhopanos (C27 a C29) e os hopanos estendidos, ou

homohopanos, que variam de C31 a C35 (PETERS; MOLDOWAN, 1993).

O hopano (C30) e seus homólogos ocorrem com três diferentes estereoquímicas em

relação aos carbonos C17 e C21: (1) 17β(H),21β(H) ou “ββ”; (2) 17α(H),21β(H) ou “αβ”; e (3)

17β(H),21α(H) ou “βα” (moretanos). A configuração biológica “ββ” é termicamente instável,

sendo convertida às configurações “αβ” e “βα” no processo de diagênese. Consequentemente,

a configuração “ββ” não é encontrada em óleos, a menos que exista alguma contaminação de

matéria orgânica imatura. A configuração “αβ” é a mais estável termodinamicamente, e a

configuração “βα”, que caracteriza os moretanos, apresenta estabilidade intermediária

(PETERS; MOLDOWAN, 1993) (Figura 3.10).

TR

19

TR

20

TR

21

TR

22

TR

23

TR

24

TR

25S

TR

25R

TE

T24

TR

26S

TR

26R

TR

28S

TR

28R

TR

29S

TR

29R

TS

TM

TR

30S

TR

30R

NO

R25H

H29

C29T

SD

H30

M29

H30

No

r30h

hM

30

H31S

H31R

GA

M

H32S

H32R

H33S

H33R

H34S

H34R

H35S

H35R

Hopano

Figura 3. 10. Estruturas e distribuição dos Hopanos, m/z 191 (PETERS; MOLDOWAN, 1995).

Outros compostos com esqueleto semelhante ao hopano (parcialmente modificado) têm

sido detectados em óleos e rochas geradoras. Dentre eles destacam-se o 17α(H)-22,29,30-

trisnorhopano (Tm), o 18α(H)- 22,29,30-trisnorneohopano (Ts), (Figura 3.11). O 18α(H)-

28,30-bisnorhopano e o 17α(H)-25-norhopano.

Os compostos Ts e Tm são usados como indicadores das condições de sedimentação e

do grau de evolução térmica, o bisnorhopano é encontrado principalmente em óleos derivados

m/z 191

Hopano

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73

de matéria orgânica depositada em ambientes anóxicos e o 17α(H)-25-norhopano é

encontrado predominantemente em óleos submetidos a um alto grau de biodegradação

(PETERS; MOLDOWAN, 1993). De acordo com Mello et al. (1988), a presença destes

compostos pode indicar uma grande variedade de ambientes deposicionais, como por

exemplo, lacustres salinos, marinhos carbonáticos e marinhos hipersalinos.

TR

19

TR

20

TR

21

TR

22

TR

23

TR

24

TR

25S

TR

25R

TE

T24

TR

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TR

26R

TR

28S

TR

28R

TR

29S

TR

29R

TS

TM

TR

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TR

30R

NO

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H29

C29T

SD

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M29

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No

r30h

hM

30

H31S

H31R

GA

M

H32S

H32R

H33S

H33R

H34S

H34R

H35S

H35R

Trisnorhopano (Tm)

Trisnorneohopano (Ts)

Figura 3. 11. Estruturas e distribuição dos compostos 17α(H)- 22,29,30 - Trisnorhopano (Tm) e 18α(H)-

22,29,30- Trisnorneohopano(Ts), m/z 191.

A razão dos isômeros hopanóides C27, Ts (18α(H)-trisnorneohopano) em relação ao Tm

(17α(H)-trisnorhopano), também tem sido utilizada para avaliar o grau de maturação da

matéria orgânica, uma vez que com o aumento da maturidade, a concentração de Tm cai

gradualmente, em relação ao Ts, que aumenta. Sabe-se também que a razão Ts/(Tm+Ts) é alta

para ambientes hipersalinos e que baixas concentrações de Ts/(Tm+Ts) têm sido encontradas

em óleos oriundos de rochas carbonáticas. Além disso, a razão Ts/(Tm+Ts) é mais baixa em

sedimentos óxicos que nos anóxicos.

A série dos homohopanos apresenta de C31 a C35 átomos de carbono com configuração

17α(H),21β(H)-hopano e possui epímeros 22S e 22R para cada homólogo, devido a seu centro

assimétrico no C22. No cromatograma de massas m/z 191 é possível observar um dublete para

cada homohopano indicando os epímeros 22R e 22S (PETERS et al., 2005) (Figura 3.12).

m/z 191

Ts

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TR

19

TR

20

TR

21

TR

22

TR

23

TR

24

TR

25S

TR

25R

TE

T24

TR

26S

TR

26R

TR

28S

TR

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TR

29S

TR

29R

TS

TM

TR

30S

TR

30R

NO

R25H

H29

C29T

SD

H30

M29

H30

No

r30h

hM

30

H31S

H31R

GA

M

H32S

H32R

H33S

H33R

H34S

H34R

H35S

H35R

Homohopanos

Figura 3. 12. Estruturas e distribuição dos Homohopanos, m/z 191 (PETERS; MOLDOWAN, 1995).

Esteranos

Os esteranos e outros hidrocarbonetos esteróides (esterenos, diasterenos, e diasteranos)

são derivados de esteróis, ou cetonas esteroidais, sendo originados de vegetais terrestres

superiores e algas. São derivados diageneticamente dos esteróis em organismos eucariotes,

principalmente plâncton e, em menor extensão, em vegetais superiores (DE LEEUW; BASS,

1986). Estes biomarcadores são menos resistentes à degradação bacteriana frente aos hopanos

(PETERS; MOLDOWAN, 1993). A estrutura molecular dos esteranos é mostrada na Figura

3.13.

Os quatro principais precursores dos esteróis contendo C27, C28, C29 e C30 átomos de

carbono têm sido identificados em inúmeros organismos fotossintéticos. Esses esteróis dão

origem a quatro diferentes esteranos regulares durante a diagênese, que podem ser chamados

de homólogos ou membros da série homóloga, pois só diferem pela adição de unidades de

metileno (CH2) na molécula. Estes compostos, de C27, C28, C29, podem ser chamados

colestano, ergostano e sitostano (Figura 3.14).

Page 76: CARACTERIZAÇÃO GEOQUÍMICA DE ÓLEOS DA … BARRAGAN.pdf · Petróleo. 4. Geoquimica ambiental. I. Queiroz, Antônio Fernando de Souza. II. Universidade Federal da Bahia. Instituto

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S21

S22

CH

OL5B

D27baS

D27baR

D27abS

D27abR S

27aaaS

BB

_D

29S

S27abbS S27aaaR

S28aaaS

S28abbR

S28abbS

S28aaaR

S29aaaS

S29abbR

S29abbS

S29aaaR

Esteranos

Figura 3. 13. Estrutura molecular e distribuição dos Esteranos, m/z 217.

m/z 217

m/z 217

m/z 217

m/z 217

Colestano (C27) Ergostano (C28)

Sitostano (C29) 24n-propil-colestano (C30)

Figura 3. 14. Estrutura molecular de esteranos de C27 a C30.

A configuração biológica presente nos esteróis é a 5α(H), 14α(H), 17α(H), 20R.

Durante a diagênese se dá a isomerização para configurações termodinamicamente mais

estáveis, até que seja alcançado o equilíbrio na proporção entre “αααR”, “αααS”, “αββR” e

“αββR” de 1:1:3:3 (PETERS; MOLDOWAN, 1993). O diagrama ternário dos esteranos

regulares C27 (colestano), C28 (metilcolestano) e C29 (etilcolestano) em configuração ααα

(20R) dá informações sobre a origem da matéria orgânica presente nos sedimentos (Figura

m/z 149

1

2

3

4

5

9

10

6

7

8

12

11

14

17

15

16

18

19

20

21 22

23

24

25

27

X

m/z 217

m/z 259

m/z 260+R

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3.15), sendo utilizado como indicador de paleoambientes deposicionais (WAPLES;

MACHIHARA, 1991).

A predominância de C29 é um indicativo de uma forte contribuição de matéria orgânica

de fontes terrestres. Já o predomínio do esterano C27 indicaria matéria orgânica derivada de

plâncton marinho. O esterano C28 é geralmente encontrado em menor abundância e indica

forte contribuição de algas lacustres.

50 50

%C27

% C28 %C29

LacustreTerrestre

Plantas Superiores

Estuarino

Marinho Aberto

Plancton

50

Figura 3. 15. Diagrama ternário mostrando a interpretação dos ambientes a partir da distribuição dos esteranos,

adaptado do original (WAPLES, 1981).

Diasteranos

Os diasteranos (Figura 3.16), também chamados de esteranos rearranjados, são bem

conhecidos na forma das espécies C27, C28, C29 e C30. Estes compostos são formados por meio

da conversão de esteróis durante a diagênese, em reações catalisadas por argilas em ambientes

ácidos (PETERS; MOLDOWAN, 1993).

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77

S21

S22

CH

OL5B

D27baS

D27baR

D27abS

D27abR S

27aaaS

BB

_D

29S

S27abbS S27aaaR

S28aaaS

S28abbR

S28abbS

S28aaaR

S29aaaS

S29abbR

S29abbS

S29aaaR

Diasteranos

Figura 3. 16. Estrutura molecular e distribuição dos Diasteranos, m/z 259.

O significado como biomarcador de fonte desses compostos deve estar mais nas

características da matriz inorgânicas dos sedimentos, do que nas características da fonte de

aporte orgânico (SEIFERT; MOLDOWAN, 1980). Estes compostos são mais estáveis em

relação aos esteranos regulares, portanto são mais resistentes aos processos de biodegradação

e craqueamento térmico. A razão diasteranos/esteranos regulares é utilizada como indicador

de maturidade térmica e de ambiente deposicional. Baixos valores para a razão

diasteranos/esteranos regulares são referentes a óleos de origem carbonática. Esta razão

também pode refletir o grau de biodegradação devido a uma maior estabilidade dos

diasteranos em relação às demais classes de biomarcadores (PETERS; MOLDOWAN, 1993).

Os carbonatos e matéria orgânica de fonte hipersalina têm quantidades menores de

diasteranos do que ambientes deposicionais ricos em folhelhos (lacustre, marinho e deltáico).

m/z 259

R

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78 Quadro A 2. Resumo dos principais Biomarcadores Saturados.

BIOMARCADOR ESTRUTURA PRECURSOR INFORMAÇÃO FORMÚLA REFERÊNCIA

n-alcanos

(alcanos lineares)

C1-C40

Cn H2n+2

Algas Marinhas

Plantas Terrestres

Origem da

Matéria Orgânica

Biodegradação

Paleoambiente

deposicional

Abundância C15 – C19

Matéria Orgânica Marinha

Abundância C25 – C35

Matéria Orgânica Terrestre

IPC = impares/pares >1

Matéria Orgânica Terrestre

IPC = impares/pares <1

Matéria Orgânica Marinha

Os n-alcanos são os primeiros

compostos consumidos pelas bactérias.

Ambiente Lacustre Agua doce IPC = impares/pares >1

Envelope tipo caixote

Presença n-alcanos de baixos e

altos pesos moleculares

Peters and Moldowan,

1993.

Aquino-Neto et al.,

1983.

Killops and Killops, 2005.

Tissot and Welte,

1984.

Page 80: CARACTERIZAÇÃO GEOQUÍMICA DE ÓLEOS DA … BARRAGAN.pdf · Petróleo. 4. Geoquimica ambiental. I. Queiroz, Antônio Fernando de Souza. II. Universidade Federal da Bahia. Instituto

79

BIOMARCADOR ESTRUTURA PRECURSOR INFORMAÇÃO FORMÚLA REFERÊNCIA

Isoprenóides

(A.Ramificados)

Cn H2n+2

Organismo Fototrófico (processo fotossíntese)

Ambiente

deposicional

Grau Maturação.

Biodegradação

Pr/Ph > 1: indica óleo ou extrato

de ambiente deposicional óxico.

Pr/Ph < 1: indica óleo ou extrato

de ambiente deposicional anóxico ou

redutor.

Pr/n-C17 e Ph/n-C18 > 1: indicam

óleo imaturo.

Pr/n-C17 e Ph/n-C18 < 1: indicam

óleo maturo. Relações Pr/n-C17 e Ph/n-C18 elevadas

para um grau do biodegradação

moderada.

Relações Pr/n-C17 e Ph/n-C18 tendem a zero devido à ausência destes

compostos.biodegradação severa. São

mais resistentes à biodegradação que os

n-alcanos

Peters and Moldowan,

1993.

Seifert and Moldowan,

1980.

Philp, R.P. 1985.

1 3 5 7 9 11 13 152 4 6 8 10 12 14

16 17 18 19Pristano C19 H40

1 3 5 7 9 11 13 15

2 4 6 8 10 12 14 16

17 18 19 20

Fitano C20 H42

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80

BIOMARCADOR ESTRUTURA PRECURSOR INFORMAÇÃO FORMÚLA REFERÊNCIA

Biomarcadores

Cíclicos

Terpanos Tricíclicos

(C21 - C40)

Terpanos

Tetracíclicos

(C24 - C27)

Algas Tasmanaceas

(abundantes no Alaska e na Tasmânia durante o

Permiano)

Organismo Procariótico

(bactéria,

Cianobactéria)

provenientes da

degradação

termocatalítica e microbiana dos

precursores hopanos.

Ambiente

deposicional

Biodegradação

Paleoambiente

deposicional

Origem Matéria

Orgânica

Ambiente marinho e lacustre

Resistentes à degradação

bacteriana são utilizados na

correlação de óleos intensamente

biodegradados.

Óleos de origem deltáica.

C24 Associado a Alginitas ou a

matéria orgânica terrestre.

C25 C26 C27, são encontradas em

ambientes deposicionais marinhos

carbonáticos e evaporíticos.

Aquino-Neto et al.,

1983.

Seifert and Moldowan,

1980.

Connan et al., 1985.

Hunt, J.M., 1995.

Brassell et al., 1986.

Palacas et al., 1986.

m/z 191

13(H)14(H) - Queilantano

m/z 191

C24 - Terpano Tetracíclico

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81

BIOMARCADOR ESTRUTURA PRECURSOR INFORMAÇÃO FORMÚLA REFERÊNCIA

Biomarcadores

Cíclicos

Terpanos

Pentacíclicos

Hopanos

Terpanos

Pentacíclicos ou

Homohopano

GAMACERANO

Organismo Procariótico

(bactérias,

Cianobactérias)

OLEANANO

Vegetais Superiores

(angiospermas)

Ts - Tm

Ambiente

deposicional

Idade

Condições sedimentação

Evolução

Térmica

Ambientes hipersalinos.

Forte estratificação de corpo

d’água

Indicador de matéria orgânica de

idade cretácea ou mais recente

Ts/(Tm+Ts) >>

Ambientes Hipersalinos

Ts/(Tm+Ts) <<

Rochas Carbonáticas

<< Tm

Aumento da maturidade

>> Ts Aumento da maturidade

Peters and Moldowan,

1993.

Brassell et al., 1986.

Damsté et al., 1995.

Mello et al., 1988.

m/z 191

Gamacerano

m/z 191

Oleanano

m/z 191

Ts

m/z 191

Tm

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82

BIOMARCADOR ESTRUTURA PRECURSOR INFORMAÇÃO FORMÚLA REFERÊNCIA

Biomarcadores

Cíclicos

Esteranos

Diasteranos

Presentes em membranas

celulares de organismos

eucarióticos

(algas e plantas

terrestres)

Menos resistentes à

degradação bacteriana

frente aos hopanos

Presentes em membranas

celulares de organismos

eucarióticos

(algas e plantas

terrestres)

Mais resistentes à

biodegradação e

craqueamento térmico

Origem Matéria Orgânica

Ambiente

deposicional

Grau de

maturação

Origem Matéria Orgânica

>>> C27

Materia Orgânica Marinha

>>> C29

Materia Orgânica Terrestre

C28 Menor abundancia

Algas lacustres

<< diasteranos

Ambientes Hipersalinos

Rochas Carbonáticas

<< diasteranos / esteranos

Rochas Carbonáticas

Peters and Moldowan,

1993.

Volkman et al., 1984.

Waples and

Michihara, 1991.

m/z 217

Ergostano (C28)

m/z 217

Colestano (C27)

m/z 259

R

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83

3. CONCLUSÕES GERAIS

Foi otimizado o método de cromatografia líquida em coluna aberta baseado em um

planejamento fatorial em dois níveis (22), onde a melhor resposta das diferentes combinações

das variáveis foi a obtida usando as seguintes proporções: 0,02g de amostra de óleo da bacia

Potiguar no Brasil, com uma coluna de sílica gel ativada a 400-450 ºC durante 4 horas; a

fração saturada foi eluída com 30 mL de n-Hexano, a fração aromática foi eluída com uma

mistura de n-Hexano/Diclorometano (1:1, v/v, 40mL) e por último a fração NSO foi eluída

com Diclorometano/Metanol (8:2, v/v, 40mL); estas misturas de solventes e volumes

utilizados mostraram que a separação foi eficaz.

A utilização do planejamento fatorial para a otimização da técnica de cromatografia

líquida em coluna aberta (SAR), mostrou-se eficiente com relação a outras metodologias já

desenvolvidas em outros laboratórios especializados.

A composição global das amostras de óleo estudadas permite classifica-los como óleos

parafínicos, pelo predomínio de hidrocarbonetos saturados (>50%) do total de compostos.

O Grau API dos óleos variou entre 27º e 37º, classificados como óleos leves (valores de

grau API maiores a 30°), para as amostras #1B, #1C, #2C, #1V, #2V e #3V, e óleos

medianos (valores de grau API entre 20° e 30°), para as amostras #3B, #5B e #4C.

Os cromatogramas (fingerprints) das amostras do Brasil a bacia do Recôncavo mostrou

evidência de input de matéria orgânica de origem continental e marinha, predominando um

aporte de matéria orgânica marinha. Entretanto, as amostras das bacias Sergipe, Potiguar, de

Solimões e de Campos sugerem óleos tipicamente marinhos - vide Apêndice 1.

As amostras da Colômbia mostraram um input de matéria orgânica marinha e a principal

diferença cromatográfica deste grupo de amostras é o aumento da biodegradação, evidenciado

pelo incremento na UCM e uma diminuição na abundância relativa dos n-alcanos – vide

Apêndice 1.

As amostras da Venezuela apresentaram um perfil cromatográfico típico de óleos com

aporte de matéria orgânica de origem marinha e evoluídos termicamente.

A amostra de Cuba faz referência a um óleo aparentemente biodegradado, mas os

resultados da cromatografia líquida deste óleo não comprovam esta biodegradação. A maior

porcentagem de hidrocarbonetos saturados está configurada por compostos cíclico, inseridos

na UCM do fingerprint (SAT 51%).

Na maioria das amostras a relação Pr/Ph>1 é típica de um ambiente de deposição em

condições oxidantes. As relações Pr/nC17 e Ph/nC18 menores que 1 e o valor de IPC maior

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84

que 1, são indicativos de um nível de maturidade igual ou superior ao da janela de geração

para todos os óleos.

Os biomarcadores para todas as amostras do Brasil apresentaram características similares,

Terpanos Triciclicos (TR23) em baixas concentrações, baixos conteúdos ou ausência de

Oleanano (OL), baixa a média abundância relativa do Gamacerano (Gi) e 17α(H)-

trisnorhopano C27 maior que 18α(H)-trisnorneohopanos C27 (Tm>Ts) são parâmetros

considerados indicadores de um ambiente deposicional e sugerem um ambiente

principalmente lacustre para os óleos - vide Apêndice 1.

Os biomarcadores para as amostras da Colômbia, Venezuela e Cuba também

apresentaram distribuição muito similar dos biomarcadores saturados. A concentração dos

compostos tricíclicos C25 é maior que a dos compostos tricíclicos C26 (C26/C25 <1), predomínio

dos compostos tricíclicos C23 sobre os tricíclicos C19 (C19/C23 <1), 17α(H)- trisnorhopano C27,

(Tm) em maiores proporções que 18α(H)-trisnorneohopanos C27 (Ts), (Tm>Ts) com são

parâmetros que sugerem um ambiente de tipo marinho, com um aporte de matéria orgânica

predominantemente algal, suportado pelas razões Pr/Ph e nC17/nC29 observadas no Whole Oil

- vide Apêndice 1.

Analisando de forma geral os parâmetros de maturidade pode-se chegar à conclusão que

todas as amostras estão na faixa de equilíbrio de maturidade (pouco maturas). A maioria das

amostras apresenta variações de seus parâmetros de maturidade dentro de uma faixa muito

estreita, indicando que as amostras encontram-se dentro de um nível de maturidade térmica

muito perto.

Não se evidenciam fortes processos de biodegradação nos óleos. A evidência da baixa

biodegradação foi confirmada só para os óleos #3C, #4C e #1Cuba, pela diminuição das n-

parafinas e pela linha base pouco levantada (Hump) que representa uma mistura de complexa

de compostos não resolvidos pela coluna cromatográfica, UCM (Unresolved Complex

Mixture). Para todas as demais amostras não foi encontrada nenhuma evidência de

biodegradação tendo algum efeito sobre elas - vide Apêndice 1.

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85

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89

ANEXOS

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90

ANEXO 1.

CARTA DE SUBMISSÃO REVISTA

GEOCIÊNCIAS

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ANEXO 2.

CARTA DE SUBMISSÃO REVISTA

CADERNO DE GEOCIÊNCIAS

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94

APÊNDICE

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95

APÊNDICE 1.

PRINCIPAIS PARÂMETROS

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96

LE OIL E SATURADOS

Matéria orgânica

Terpanos e Esteranos

C27/C29:218 (S27ABBS8+S27ABBR8)/(S29ABBS8+S29ABBR8)

Hopanes/Steranes

(TS+TM+H28+H29+C29TS+DH30+H30+H31S+H31R+H32S+

H32R+H33S+H33R+H34S+H34R+H35S+H35R)/(D27BAS+

D27BAR+D27ABS+D27ABR+D28BASS+D28BASR+D28BARS+

D28BARR+S27AAAS+BB_D29S+S27ABBS+S27AAAR+D29BAR+

S28AAAS+S28ABBR+S28ABBS+S28AAAR+S29AAAS+S29ABBR+

S29ABBS+S29AAAR)

Tricyclics/Hopanes

(TR19+TR20+TR21+TR22+TR23+TR24+TR25S+TR25R+

TR26S+TR26R+TR28S+TR28R+TR29S+TR29R+TR30S+TR30R)/

(TS+TM+H28+H29+C29TS+DH30+H30+H31S+H31R+H32S+

H32R+H33S+H33R+H34S+H34R+H35S+H35R)

Norneo/H29 (C29TS)/(H29)

H28/H30 (H28)/(H30)

H29/H30 H29/H30

Ol/H30 (OL)/(H30)

GAM/H30 (GAM)/(H30)

H35/H34 (H35S+H35R)/(H34S+H34R)

TET/26Tri (TET24)/(TR26S+TR26R)

19/23Tri (TR19)/(TR23)

26/25Tri (TR26S+TR26R)/(TR25S+TR25R)

aa/bb (S29ABBR8+S29ABBS8)/

(S29AAAS+S29ABBR8+S29ABBS8+S29AAAR)

% 27 Steranes: 218 100*(S27ABBS8) /

(S27ABBS8+S28ABBS8+S29ABBS8)

% 28 Steranes: 218 100*(S28ABBS8)/

(S27ABBS8+S28ABBS8+S29ABBS8)

% 29 Steranes: 218 100*(S29ABBS8)/

(S27ABBS8+S28ABBS8+S29ABBS8)

H31/H30 (H31S+H31R)/H30

Pr/Ph (ppm-Height) Campo WholeOil

Tricyclics Terpanes (Height) (TR19+TR20+TR21+TR22+TR23+TR24+TR25S+TR25R+

TR26S+TR26R+TR28S+TR28R+TR29S+TR29R+TR30S+TR30R)

Tetraciclycs Terpane24/H30 C24 tetracyclic terpane (TET)

Triterpanes (TS+TM+H28+NOR25H+H29+C29TS+M29+H30+M30+H31S+

H31R+H32S+H32R+H33S+H33R+H34S+H34R+H35S+H35R)

C29Hop/C30Hop H29/H30

C30LIN C30 Linear Hopane

C29Ts/C30Hop (H29+C29TS)/(H30)

C30*/C30Hop N.D.

Gam/C30 (GAM)/(H30)

Pr/nC17 (ppm-Height) Campo WholeOil

Pr/nC18 (ppm-Height) Campo WholeOil

S/S+R Steranes

(D27BAS+D27ABS+D28BASS+D28BARS+S27AAAS+BB_D29S+

S27ABBS+S28AAAS+S28ABBS+S29AAAS+S29ABBR+S29ABBS) /

(D27BAS+D27BAR+D27ABS+D27ABR+D28BASS+D28BASR+

D28BARS+D28BARR+S27AAAS+BB_D29S+S27ABBS+S27AAAR+

D29BAR+S28AAAS+S28ABBR+S28ABBS+S28AAAR+S29AAAS+

S29ABBR+S29ABBS+S29AAAR)

Ts/Tm (TS)/(TM)

Parâmetros de idade

Oleanane/30Hop (OL)/(H30)

Baccharane n.d.

C29TS_DH30 (C29TS)/(DH30)

C30LIN_H30 (C30LIN)/(H30)

Parâmetros de Biodegradação

(NOR25H)/(H29) (NOR25H)/(H29)

(NOR25H)/(H30) (NOR25H)/(H30)

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97

Identificação da Amostra

País: Brasil

Bacia: Recôncavo

Amostra: #1B

Parâmetros

Globais (bulk)

º API: 30º

% SAT : 55

% ARO: 21

% NOS: 24

Cromatografia

Gasosa (CG)

Pr/Ph: 1,44

Pr/nC17: 0,66

Ph/nC18: 0,51

nC17/nC29: 1,09

IPC: 1,09

1 5 . 0 0 2 0 . 0 0 2 5 . 0 0 3 0 . 0 0 3 5 . 0 0 4 0 . 0 0 4 5 . 0 0 5 0 . 0 0 5 5 . 0 0 6 0 . 0 0 6 5 . 0 0 7 0 . 0 0 7 5 . 0 00

2 0 0 0 0

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1 0 0 0 0 0

1 2 0 0 0 0

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1 6 0 0 0 0

1 8 0 0 0 0

2 0 0 0 0 0

2 2 0 0 0 0

T i m e - - >

A b u n d a n c e

I o n 1 9 1 . 0 0 ( 1 9 0 . 7 0 t o 1 9 1 . 7 0 ) : M S O T 1 3 0 4 . D

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10000

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45000

50000

55000

Time-->

Abundance

Ion 217.00 (216.70 to 217.70): MSOT1304.D

5 10 15 20 25 30

Minutes

-54

0

100

200

300

400

500

mVolts

n-C

8

n-C

9

n-C

10

n-C

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n-C

12

n-C

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n-C

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n-C

15

n-C

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n-C

17

PR

IST

AN

O

n-C

18

FIT

AN

O

n-C

19

n-C

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n-C

21

n-C

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n-C

23

n-C

24 n

-C2

5

n-C

26

n-C

27

n-C

28

n-C

29

n-C

30

n-C

31

n-C

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n-C

33

n-C

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n-C

35

n-C

36

n-C

37

n-C

38

n-C

39

n-C

40

c:\v arianws\data\resultados f id\olga\whole oil\2 reconcav o 5-10-2011.run

X:

Y:

16.7360 Minutes

37.5 mVolts

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98

Identificação da Amostra

Pais: Brasil

Bacia: Sergipe

Amostra: #2B

Parâmetros

Globais (bulk)

º API: -

% SAT: 78

% ARO: 18 % NSO: 5

Cromatografia

Gasosa (CG)

Pr/Ph: 1,87 Pr/nC17: 0,45

Ph/nC18: 0,28

nC17/nC29: 1,54

IPC: 1,1

2 5 . 0 0 3 0 . 0 0 3 5 . 0 0 4 0 . 0 0 4 5 . 0 0 5 0 . 0 0 5 5 . 0 0 6 0 . 0 0 6 5 . 0 0 7 0 . 0 0 7 5 . 0 00

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2 0 0 0 0 0

2 2 0 0 0 0

2 4 0 0 0 0

T i m e - - >

A b u n d a n c e

I o n 1 9 1 . 0 0 ( 1 9 0 . 7 0 t o 1 9 1 . 7 0 ) : M S A G 0 3 0 4 . D

5 10 15 20 25 30

Minutes

-143

0

250

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750

mVolts

n-C

8

n-C

9

n-C

10

n-C

11

n-C

12

n-C

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n-C

14

n-C

15

n-C

16

n-C

17

PR

IST

AN

O

n-C

18

FIT

AN

O

n-C

19

n-C

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n-C

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n-C

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n-C

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n-C

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n-C

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n-C

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n-C

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n-C

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n-C

35

n-C

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n-C

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n-C

38

n-C

39

n-C

40

c:\v arianws\data\resultados f id\olga\whole oil\6 sergipe 5-10-2011.run

X:

Y:

12.1793 Minutes

33.5 mVolts

2 0 . 0 0 2 5 . 0 0 3 0 . 0 0 3 5 . 0 0 4 0 . 0 0 4 5 . 0 0 5 0 . 0 0 5 5 . 0 0 6 0 . 0 0 6 5 . 0 0 7 0 . 0 00

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3 0 0 0 0

3 5 0 0 0

T im e - - >

A b u n d a n c e

Ion 217.00 (216 .70 to 217 .70): M SAG0304.D

Page 100: CARACTERIZAÇÃO GEOQUÍMICA DE ÓLEOS DA … BARRAGAN.pdf · Petróleo. 4. Geoquimica ambiental. I. Queiroz, Antônio Fernando de Souza. II. Universidade Federal da Bahia. Instituto

99

Identificação da Amostra

País: Brasil

Bacia: Potiguar

Amostra: #3B

Parâmetros Globais

(bulk) º API: 27,7 º

% SAT: 62

% ARO: 20

% NSO 18

Cromatografia

Gasosa (CG)

Pr/Ph: 1,34 Pr/nC17: 0,60

Ph/nC18: 0,47

nC17/nC29: 1,96 IPC: 1,07

5 10 15 20 25 30

Minutes

-52

0

100

200

300

400

500

mVolts

n-C

8

n-C

9

n-C

10

n-C

11

n-C

12

n-C

13

n-C

14

n-C

15

n-C

16

n-C

17

PR

IST

AN

O

n-C

18

FIT

AN

O

n-C

19

n-C

20

n-C

21

n-C

22

n-C

23

n-C

24

n-C

25

n-C

26

n-C

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n-C

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n-C

29

n-C

30

n-C

31

n-C

32

n-C

33

n-C

34

n-C

35

n-C

36

n-C

37

n-C

38

n-C

39

n-C

40

c:\v arianws\data\resultados f id\olga\whole oil\7 potiguar 5-10-2011.run

X:

Y:

4.1018 Minutes

14.0 mVolts

1 5 . 0 0 2 0 . 0 0 2 5 . 0 0 3 0 . 0 0 3 5 . 0 0 4 0 . 0 0 4 5 . 0 0 5 0 . 0 0 5 5 . 0 0 6 0 . 0 0 6 5 . 0 0 7 0 . 0 00

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T i m e - - >

A b u n d a n c e

I o n 1 9 1 . 0 0 ( 1 9 0 . 7 0 t o 1 9 1 . 7 0 ) : M S O T 2 0 0 4 . D

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1 6 0 0 0 0

T im e - - >

A b u n d a n c e

Ion 217 .00 (216 .70 to 217 .70): M SOT 2004 .D

Page 101: CARACTERIZAÇÃO GEOQUÍMICA DE ÓLEOS DA … BARRAGAN.pdf · Petróleo. 4. Geoquimica ambiental. I. Queiroz, Antônio Fernando de Souza. II. Universidade Federal da Bahia. Instituto

100

Identificação da Amostra

País: Brasil

Bacia: Solimões

Amostra: #4B

Parâmetros Globais

(bulk)

º API -

% SAT 82

% ARO 16

% NSO 2

Cromatografia

Gasosa (CG)

Pr/Ph: 1,88

Pr/nC17 0,12

Ph/nC18 0,07

nC17/nC29 17,8

IPC 0,90

5 10 15 20 25 30

Minutes

-0.10

0.00

0.25

0.50

0.75

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Volts

n-C

8

n-C

9

n-C

10

n-C

11

n-C

12

n-C

13

n-C

14

n-C

15

n-C

16

n-C

17

PR

IST

AN

O

n-C

18

FIT

AN

O

n-C

19

n-C

20

n-C

21

n-C

22

n-C

23

n-C

24

n-C

25

n-C

26

n-C

27

n-C

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n-C

29

n-C

30

n-C

31

n-C

32

n-C

33

n-C

34

n-C

35

n-C

36

n-C

37

n-C

38

n-C

39

n-C

40

c:\v arianws\data\resultados f id\olga\whole oil\8 solimoes 5-10-2011.run

X:

Y:

Peak Name:

Result:

Area:

Width:

Group:

24.2803 Minutes

0.0463 Volts

n-C31

6.121

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0

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T i m e - - >

A b u n d a n c e

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T i m e - - >

A b u n d a n c e

I o n 2 1 7 . 0 0 ( 2 1 6 . 7 0 t o 2 1 7 . 7 0 ) : M S O T 2 5 0 4 . D

Page 102: CARACTERIZAÇÃO GEOQUÍMICA DE ÓLEOS DA … BARRAGAN.pdf · Petróleo. 4. Geoquimica ambiental. I. Queiroz, Antônio Fernando de Souza. II. Universidade Federal da Bahia. Instituto

101

Identificação da Amostra

Pais: Brasil

Bacia: Campos

Amostra: #5B

Parâmetros Globais

(bulk)

º API 27,8 º

% SAT 60

% ARO 25

% NOS 15

Cromatografia

Gasosa (CG)

Pr/Ph 1,73

Pr/nC17 0,70

Ph/nC18 0,54

nC17/nC29 2,19

IPC 1,07

5 10 15 20 25 30

Minutes

-50

0

100

200

300

400

500

mVolts

n-C

8

n-C

9

n-C

10

n-C

11

n-C

12

n-C

13

n-C

14

n-C

15

n-C

16

n-C

17

PR

IST

AN

O

n-C

18

FIT

AN

O

n-C

19

n-C

20

n-C

21

n-C

22

n-C

23

n-C

24

n-C

25

n-C

26

n-C

27

n-C

28

n-C

29

n-C

30

n-C

31

n-C

32

n-C

33

n-C

34

n-C

35

n-C

36

n-C

37

n-C

38

n-C

39

n-C

40

c:\v arianws\data\resultados f id\olga\whole oil\9 campos 5-10-2011.run

X:

Y:

3.1483 Minutes

36.2 mVolts

1 5 . 0 0 2 0 . 0 0 2 5 . 0 0 3 0 . 0 0 3 5 . 0 0 4 0 . 0 0 4 5 . 0 0 5 0 . 0 0 5 5 . 0 0 6 0 . 0 0 6 5 . 0 0 7 0 . 0 0 7 5 . 0 00

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1 0 0 0 0 0

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1 8 0 0 0 0

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2 2 0 0 0 0

T i m e - - >

A b u n d a n c e

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1 0 . 0 0 2 0 . 0 0 3 0 . 0 0 4 0 . 0 0 5 0 . 0 0 6 0 . 0 0 7 0 . 0 0 8 0 . 0 00

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1 0 0 0 0

1 2 0 0 0

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1 8 0 0 0

2 0 0 0 0

T i m e - - >

A b u n d a n c e

I o n 2 1 7 . 0 0 ( 2 1 6 . 7 0 t o 2 1 7 . 7 0 ) : M S A B 1 2 0 5 . D

Page 103: CARACTERIZAÇÃO GEOQUÍMICA DE ÓLEOS DA … BARRAGAN.pdf · Petróleo. 4. Geoquimica ambiental. I. Queiroz, Antônio Fernando de Souza. II. Universidade Federal da Bahia. Instituto

102

Identificação da Amostra

País: Colômbia

Bacia: Valle Superior del Magadalena

Amostra: #1C

Parâmetros Globais (bulk)

º API 36,7º % Saturados 66

% Aromáticos 24

% NSO 10

Parâmetros de Cromatografia

Gasosa (CG)

Pr/Ph 1,90

Pr/nC17 0,57

Ph/nC18 0,35

nC17/nC29 3,56

IPC 1,02

Razões de Terpanos e

Esteranos

TR19/TR23 0,56

TR26/TR25 0,93

Ts/Tm 3,10

C29C25Norhop/ C30Hop 0,07

C31(S+R)Hop / C30Hop 0,61

%C27 44

%C28 28

%C29 28

Ts/(Ts+Tm) 0,75

S/(S+R)C31 Terpano 0,60

S/(S+R)C29ααα Esterano 0,43

(S+R)(ββ)/ββ+αα C29 Est 0,42

5 10 15 20 25 30

Minutes

-46

0

100

200

300

400

mVolts

n-C

8

n-C

9 n-C

10

n-C

11

n-C

12

n-C

13

n-C

14

n-C

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Y:

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A b u n d a n c e

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103

Identificação da Amostra

País: Colômbia

Bacia: Valle Superior del Magadalena

Amostra: #2C

Parâmetros Globais (bulk)

º API 35,06 º

% SAT 60

% ARO 17

% NSO 23

Cromatografia Gasosa (CG)

Pr/Ph 1,64

Pr/nC17 0,59

Ph/nC18 0,42

nC17/nC29 3,85

IPC 1,04

Razões de Terpanos e

Esteranos

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40

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X:

Y:

2.5973 Minutes

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A b u n d a n c e

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104

Identificação da Amostra

País: Colômbia

Bacia: Valle Superior del Magadalena

Amostra: #3C

Parâmetros Globais (bulk)

º API 26,7º

% SAT 55

% ARO 21

% NSO 24

Cromatografia Gasosa (CG)

Pr/Ph 1,1

Pr/nC17 1,23

Ph/nC18 1,26

nC17/nC29 2,32

IPC 1,101

Razões de Terpanos e

Esteranos

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X:

Y:

19.6217 Minutes

43.3 mVolts

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105

Identificação da Amostra

País: Colômbia

Bacia: Valle Medio del Magadalena

Amostra: #4C

Parâmetros Globais (bulk)

º API 28,85 º

% SAT 64

% ARO 14

% NSO 22

Cromatografia Gasosa (CG)

Pr/Ph 0,98

Pr/nC17 0,56

Ph/nC18 0,61

nC17/nC29 2,00

IPC 1,00

Razões de Terpanos e

Esteranos

TR19/TR23 0,11

TR26/TR25 0,76

Ts/Tm 0,62

C29C25Norhop/ C30Hop 0,15

C31(S+R)Hop / C30Hop 0,67

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Ts/(Ts+Tm) 0,40

S/(S+R)C31 Terpano 0,58

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n-C

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40

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X:

Y:

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5.56 mVolts

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A bundanc e

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106

Identificação da Amostra

País: Venezuela

Bacia: Lago de Maracaibo

Amostra: #1V

Parâmetros Globais (bulk)

º API 33 º

% SAT 55

% ARO 28

% NSO 17

Cromatografia Gasosa (CG)

Pr/Ph 0,71

Pr/nC17 0,3

Ph/nC18 0,5

nC17/nC29 3,97

IPC 1

Razões de Terpanos e

Esteranos

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T i m e - - >

A b u n d a n c e

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Page 108: CARACTERIZAÇÃO GEOQUÍMICA DE ÓLEOS DA … BARRAGAN.pdf · Petróleo. 4. Geoquimica ambiental. I. Queiroz, Antônio Fernando de Souza. II. Universidade Federal da Bahia. Instituto

107

Identificação da Amostra

País: Venezuela

Bacia: Lago de Maracaibo

Amostra: #2V

Parâmetros Globais (bulk)

º API 33 º

% SAT 43

% ARO 21

% NSO 36

Cromatografia Gasosa (CG)

Pr/Ph 0,73

Pr/nC17 0,3

Ph/nC18 0,5

nC17/nC29 3,57

IPC 1,01

Razões de Terpanos e

Esteranos TR19/TR23 0,08

TR26/TR25 0,81

Ts/Tm 0,6

C29C25Norhop/ C30Hop 0,26

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%C28 29

%C29 30

Ts/(Ts+Tm) 0,4

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S/(S+R)C29ααα Esterano 0,49

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Minutes

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40

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X:

Y:

3.6892 Minutes

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A b u n d a n c e

I o n 2 1 7 . 0 0 ( 2 1 6 . 7 0 t o 2 1 7 . 7 0 ) : M S D Z 3 6 1 1 . D

Page 109: CARACTERIZAÇÃO GEOQUÍMICA DE ÓLEOS DA … BARRAGAN.pdf · Petróleo. 4. Geoquimica ambiental. I. Queiroz, Antônio Fernando de Souza. II. Universidade Federal da Bahia. Instituto

108

Identificação da Amostra

País: Venezuela

Bacia: Lago de Maracaibo

Amostra: #3V

Parâmetros Globais (bulk)

º API 33 º

% SAT 59

% ARO 28

% NSO 13

Cromatografia Gasosa (CG)

Pr/Ph 0,71

Pr/nC17 0,3

Ph/nC18 0,5

nC17/nC29 3,97

IPC 1

Razões de Terpanos e

Esteranos

TR19/TR23 0,75

TR26/TR25 0,84

Ts/Tm 0,54

C29C25Norhop/ C30H 0,23

C31(S+R)Hop / C30H 0,85

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%C28 29

%C29 29

Ts/(Ts+Tm) 0,4

S/(S+R)C31 Terpano 0,61

S/(S+R)C29ααα Esterano 0,49

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5 10 15 20 25 30

Minutes

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AN

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33

n-C

34

n-C

35

n-C

36

n-C

37

n-C

38

n-C

39

n-C

40

c:\v arianws\data\resultados f id\olga\whole oil\c- v enezuela 4-10-2011.run

X:

Y:

14.5188 Minutes

18.4 mVolts

1 5 . 0 0 2 0 . 0 0 2 5 . 0 0 3 0 . 0 0 3 5 . 0 0 4 0 . 0 0 4 5 . 0 0 5 0 . 0 0 5 5 . 0 00

1 0 0 0

2 0 0 0

3 0 0 0

4 0 0 0

5 0 0 0

6 0 0 0

7 0 0 0

8 0 0 0

9 0 0 0

1 0 0 0 0

1 1 0 0 0

1 2 0 0 0

T i m e - - >

A b u n d a n c e

I o n 1 9 1 . 0 0 ( 1 9 0 . 7 0 t o 1 9 1 . 7 0 ) : M S D Z 3 7 1 1 . D

1 5 . 0 0 2 0 . 0 0 2 5 . 0 0 3 0 . 0 0 3 5 . 0 0 4 0 . 0 00

2 0 0

4 0 0

6 0 0

8 0 0

1 0 0 0

1 2 0 0

1 4 0 0

1 6 0 0

1 8 0 0

2 0 0 0

2 2 0 0

2 4 0 0

2 6 0 0

2 8 0 0

3 0 0 0

T i m e - - >

A b u n d a n c e

I o n 2 1 7 . 0 0 ( 2 1 6 . 7 0 t o 2 1 7 . 7 0 ) : M S D Z 3 7 1 1 . D

Page 110: CARACTERIZAÇÃO GEOQUÍMICA DE ÓLEOS DA … BARRAGAN.pdf · Petróleo. 4. Geoquimica ambiental. I. Queiroz, Antônio Fernando de Souza. II. Universidade Federal da Bahia. Instituto

109

Identificação da Amostra

País: Cuba

Bacia: -

Amostra: #1Cuba

Parâmetros Globais (bulk)

º API -

% SAT 51

% ARO 27

% NSO 21

Cromatografia Gasosa (CG)

Pr/Ph 0,77

Pr/nC17 0,021

Ph/nC18 0,65

nC17/nC29 3,59

IPC 1,66

Razões de Terpanos e

Esteranos

TR19/TR23 0,32

TR26/TR25 2,65

Ts/Tm 0,65

C29C25Norhop/ C30Hop 0,23

C31(S+R)Hop / C30Hop 0,66

%C27 37

%C28 25

%C29 38

Ts/(Ts+Tm) 0,4

S/(S+R)C31 Terpano 0,53

S/(S+R)C29ααα Esterano 0,47

(S+R)(ββ)/ββ+αα C29 Est 0,53

5 10 15 20 25 30

Minutes

-66

-50

0

50

100

150

200

mVolts

n-C

10

n-C

11

n-C

14

n-C

15

n-C

16

n-C

17

PR

IST

AN

O

n-C

18

FIT

AN

O

n-C

19

n-C

20

n-C

21

n-C

22

n-C

23

n-C

24

n-C

25

n-C

26

n-C

27

n-C

28

n-C

29

n-C

30

n-C

31

n-C

32

n-C

33

n-C

34

n-C

35

n-C

36

n-C

37

n-C

38

n-C

39

n-C

40

c:\v arianws\data\resultados f id\olga\whole oil\cuba 27-1-2012.run

X:

Y:

4.7823 Minutes

3.55 mVolts

15.00 20.00 25.00 30.00 35.00 40.00 45.00 50.00 55.000

1000

2000

3000

4000

5000

6000

T im e-->

A bundanc e

Io n 1 9 1 .0 0 (1 9 0 .7 0 to 1 9 1 .7 0 ): M S D Z 4 1 1 1 .D

1 5 . 0 0 2 0 . 0 0 2 5 . 0 0 3 0 . 0 0 3 5 . 0 0 4 0 . 0 00

2 0 0

4 0 0

6 0 0

8 0 0

1 0 0 0

1 2 0 0

1 4 0 0

1 6 0 0

1 8 0 0

2 0 0 0

2 2 0 0

2 4 0 0

2 6 0 0

2 8 0 0

3 0 0 0

3 2 0 0

3 4 0 0

3 6 0 0

3 8 0 0

T i m e - - >

A b u n d a n c e

I o n 2 1 7 . 0 0 ( 2 1 6 . 7 0 t o 2 1 7 . 7 0 ) : M S D Z 4 1 1 1 . D