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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA COLÉGIO POLITÉCNICO DA UFSM TECNOLOGIA EM GEOPROCESSAMENTO CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DA BACIA HIDROGRÁFICA DO PARANÁ 3 COM USO DE GEOPROCESSAMENTO RELATÓRIO DE ESTÁGIO Douglas Stefanello Facco Santa Maria, RS, Brasil 2015

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

COLÉGIO POLITÉCNICO DA UFSM

TECNOLOGIA EM GEOPROCESSAMENTO

CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DA BACIA

HIDROGRÁFICA DO PARANÁ 3 COM USO DE

GEOPROCESSAMENTO

RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Douglas Stefanello Facco

Santa Maria, RS, Brasil

2015

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CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DA BACIA HIDROGRÁFICA

DO PARANÁ 3 COM USO DE GEOPROCESSAMENTO

Douglas Stefanello Facco

Relatório de Estágio apresentado ao Curso de Tecnologia de Geoprocessamento

do Colégio Politécnico da UFSM, com requisito parcial para obtenção do grau

de

Tecnólogo em Geoprocessamento

Orientadora: Profa. Dra. Ana Caroline Paim Benedetti

Santa Maria, RS, Brasil

2015

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

COLÉGIO POLITÉCNICO DA UFSM

TECNOLOGIA EM GEOPROCESSAMENTO

A Comissão Examinadora, abaixo assinada,

aprova o Relatório de Estágio

CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DA BACIA HIDROGRÁFICA DO

PARANÁ 3 COM USO DE GEOPROCESSAMENTO

elaborado por:

Douglas Stefanello Facco

como requisito parcial para obtenção de grau de

Tecnólogo em Geoprocessamento

COMISSÃO EXAMINADORA:

Ana Caroline Paim Benedetti, Dra. (UFSM)

(Presidente e Orientadora do Estágio)

Alessandro Carvalho Miola, Dr. (UFSM)

Diego De Almeida Prado, Msc. (UFSM)

Santa Maria, 01 de julho de 2015.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

COLÉGIO POLITÉCNICO DA UFSM

TECNOLOGIA EM GEOPROCESSAMENTO

CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DA BACIA

HIDROGRÁFICA DO PARANÁ 3 COM USO DE

GEOPROCESSAMENTO

Relatório de Estágio realizado no

LABORATÓRIO DE GEOTECNOLOGIAS – INPE

elaborado por

Douglas Stefanello Facco

Ana Caroline Benedetti, Dr.

(Presidente e Orientador do Estágio)

Diego De Almeida Prado, Dr.

(Supervisor da Empresa)

Douglas Stefanello Facco

(Estagiário)

Santa Maria, 01 de julho de 2015

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DEDICATÓRIA

Fonte: Arquivo pessoal Douglas Stefanello Facco

Título: Meus pais.

Fotógrafo: Douglas Stefanello Facco

Data: 2012

Local: Salão de festas da Igreja de Vila Cruz Nova Palma/RS

Personagens: (da esquerda para a direita) Leonel Facco, Elenita Maria Stefanello Facco

Comentário: Por tudo que já conquistei, eu devo a vocês.

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AGRADECIMENTOS

À Universidade Federal de Santa Maria – pela qualidade do ensino público e gratuito;

Ao Colégio Politécnico da UFSM – pela estrutura, e pelos profissionais competentes;

Aos professores do Geoprocessamento – pelo empenho, dedicação e conhecimentos

transmitidos;

À orientadora Ana Caroline Benedetti pelo incentivo à pesquisa, amizade e companheirismo;

Ao orientador Waterloo Pereira Filho pelo apoio e confiança;

Ao supervisor Diego de Almeida Prado pela atenção, dedicação e orientação no estágio;

Ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais -Centro Regional Sul – INPE/CRS por

disponibilizar o ambiente de estágios;

À equipe do Laboratório de Geotecnologias (INPE) – pelo excelente ambiente de trabalho, e

amizade;

Meus pais e irmã pelo apoio e incentivo;

A todos aqueles que, de alguma forma, contribuíram para a realização deste trabalho, e não

foram citados.

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RESUMO

Relatório de Estágio

Colégio Politécnico da UFSM

Universidade Federal de Santa Maria

CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DA BACIA HIDROGRÁFICA DO PARANÁ 3 COM

USO DE GEOPROCESSAMENTO

AUTOR: DOUGLAS STEFANELLO FACCO

ORIENTADORA: ANA CAROLINE PAIM BENEDETTI

Santa Maria, 01 de julho de 2015.

O Estágio Supervisionado de 300 horas, como requisito parcial para a formação no

curso de Tecnologia em Geoprocessamento do Colégio Politécnico da UFSM, foi

desenvolvido no Laboratório de Geotecnologias – INPE no município de Santa Maria – RS e

totalizou 800 horas. O objetivo do estágio foi proporcionar um aperfeiçoamento técnico, com

o uso de ferramentas de Geoprocessamento, para que possibilite satisfazer a aprendizagem,

aliando conhecimentos teóricos e práticos na contribuição e desenvolvimento do projeto de

pesquisa que intitula-se, caracterização física da bacia hidrográfica do Paraná 3 da usina

hidrelétrica Itaipu e suas relações com uso e ocupação da terra. Neste sentido a manipulação

dos dados e os resultados gerados sobre a área de estudo foram satisfatórios em relação ao uso

das técnicas de Geoprocessamento e Sensoriamento Remoto. Pode-se concluir que o

Geoprocessamento é uma tecnologia fundamental para análise física de qualquer área, pois

possibilita extrair, preparar e executar diversos tipos de dados morfológicos de um ambiente.

Palavras-chave: Sensoriamento Remoto. Geoprocessamento. Bacia hidrográfica.

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ABSTRACT

Internship Report

Colégio Politécnico da UFSM

Universidade Federal de Santa Maria

PHYSICAL CHARACTERIZATION OF THE WATERSHED RIVER PARANÁ 3

WITH GEOPROCESSING USE

AUTHOR: DOUGLAS STEFANELLO FACCO

PROFESSOR: ANA CAROLINE PAIM BENEDETTI

Santa Maria, July 1, 2015

The Supervised Internship of 300 hours, as a partial requirement for training in the course of

Geoprocessing Technology of the Colégio Politécnico of UFSM, was developed in the

Laboratory of Geotechnologies - INPE at Santa Maria - RS, totaling 800 hours. The goal of

the internship was to provide a technical improvement with the use of Geoprocessing tools, to

enable meet the learning, combining theoretical and practical knowledge in the contribution

and development of the research project that is entitled, “Physical characterization of the

watershed of Parana 3, the Itaipu hydroelectric plant and its relations with use and occupation

of land”. In this sense the manipulation of data and results generated on the study area were

satisfactory in relation to the use of Geoprocessing and Remote Sensing techniques. Can be

concluded that the Geoprocessing is a key technology for physical analysis of any area,

because it allows to extract, prepare and execute various types of morphological data of an

environment.

Keywords: Remote Sensing. Geoprocessing. Watershed.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Localização da Bacia Hidrográfica do Paraná 3..................................................... 32

Figura 2 – Mapa de declividade da bacia hidrográfica do Paraná............................................45

Figura 3 – Distribuição das classes de declividade em porcentagem.......................................46

Figura 4 – Mapa de hipsometria da bacia hidrográfica do Paraná............................................47

Figura 5 – Distribuição das classes de hipsometria em porcentagem.......................................48

Figura 6 – Mapa de orientação de vertentes da bacia hidrográfica do Paraná..........................49

Figura 7 – Distribuição das classes de orientação de vertentes em porcentagem.....................50

Figura 8 – Mapa das classes de uso e cobertura da terra da bacia hidrográfica do Paraná ......52

Figura 9 – Distribuição das classes de uso e cobertura da terra em porcentagem....................53

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Classes adotadas para o mapa de declividade.........................................................36

Tabela 2 – Valores dos parâmetros obtidos na caracterização morfométricas da Bacia

Hidrográfica do Paraná 3..........................................................................................................43

Tabela 3 – Classes de declividade da bacia hidrográfica do Paraná 3......................................44

Tabela 4 – Classes hipsométricas da bacia hidrográfica do Paraná 3.......................................46

Tabela 5 – Classes de orientação de vertentes da bacia hidrográfica do Paraná 3....................48

Tabela 6 – Classes de uso e cobertura da terra na bacia hidrográfica do Paraná 3...................51

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Características do sensor OLI................................................................................28

Quadro 2 – Materiais Utilizados...............................................................................................33

Quadro 3 – Tonalidades de cor da composição 543.................................................................39

Quadro 4 – Representação das cores adotada após o mapeamento de classes..........................41

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 14

1.1 Justificativa ................................................................................................................................ 14

1.2 Apresentação do Local de realização do Estágio .................................................................... 15

1.2.1 Contexto da localização ....................................................................................................... 15

1.2.2 Histórico do Laboratório de Geotecnologias - INPE ........................................................... 16

1.2.3 Introdução do Laboratório de Geotecnologias - INPE ......................................................... 17

1.3 Objetivos .................................................................................................................................... 17

1.3.1 Objetivo Geral ...................................................................................................................... 17

1.3.2 Objetivos específicos ............................................................................................................ 18

2 REVISÃO DE LITERATURA ....................................................................................................... 19

2.1 – Bacias Hidrográficas .............................................................................................................. 19

2.2 – Geotecnologias ........................................................................................................................ 20

2.2.1 Geoprocessamento ............................................................................................................... 21

2.2.2 Sistema de Informação Geográfica (SIG) ............................................................................ 23

2.2.2.1 Mapas Temáticos ........................................................................................................... 24

2.3 – Sensoriamento Remoto .......................................................................................................... 25

2.3.1 Processamento Digital de Imagem ....................................................................................... 29

3 METODOLOGIA ............................................................................................................................ 30

3.1 Área de Estudo .......................................................................................................................... 30

3.2 Aquisição e preparação das bases cartográficos .................................................................... 32

3.2.1 Cartas Topográficas .............................................................................................................. 33

3.2.2 Imagens Shuttle Radar Topography Mission (SRTM) ......................................................... 34

3.2.3 Imagens Landsat sensor OLI ................................................................................................ 35

3.3 Confecção dos mapas temáticos ............................................................................................... 35

3.3.1 Mapa de declividade ............................................................................................................. 36

3.3.2 Mapa de hipsometria ............................................................................................................ 38

3.3.3 Mapa de orientação de vertentes .......................................................................................... 38

3.4 Dados morfométricos ................................................................................................................ 41

3.4.1 Coeficiente de compacidade ................................................................................................. 41

3.4.2 Densidade de drenagem ....................................................................................................... 42

3.4.3 Índice de circularidade ......................................................................................................... 42

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4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS/REALIZADAS

DURANTE O ESTÁGIO .................................................................................................................... 43

4.1 Dados morfométricos da bacia ................................................................................................. 43

4.2 Mapa de declividade.................................................................................................................. 43

4.3 Mapa de hipsometria ................................................................................................................ 46

4.4 Mapa de orientação de vertentes ............................................................................................. 48

4.5 Mapa de uso e cobertura da terra ............................................................................................ 50

5 CONCLUSÃO .................................................................................................................................. 54

REFERÊNCIAS .................................................................................................................................. 56

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1 INTRODUÇÃO

O relatório de estágio apresentado ao Colégio Politécnico da Universidade Federal de

Santa Maria (UFSM), como requisito parcial para obtenção do grau de “Tecnólogo em

Geoprocessamento” foi realizado no Laboratório de Geotecnologias do Instituto Nacional de

Pesquisas Espaciais (INPE), localizado na Universidade Federal de Santa Maria, sob a

orientação do professor Dr. Waterloo Pereira Filho e da professora Drª. Ana Caroline

Benedetti e supervisão de Msc. Diego De Almeida Prado. O estágio foi realizado de 5 de

janeiro de 2015 até 2 de julho de 2015, com 6 horas diárias totalizando 800 horas e tem como

título Caracterização física da bacia hidrográfica do Paraná 3 com uso de Geoprocessamento.

O relatório é definido por contribuir no desenvolvimento do projeto que visa a

caracterização física da bacia hidrográfica do Paraná 3 da usina hidrelétrica Itaipu e suas

relações com uso e ocupação da terra. O estágio realizado no Laboratório de Geotecnologias,

no qual se realizam vários projetos de pesquisa e extensão, onde se integram pós-graduandos,

alunos de iniciação científica e estagiários, sendo-me designado como tarefa de estágio,

auxiliar no desenvolvimento desse projeto, o qual objetiva a elaboração de técnicas e

procedimentos de Geoprocessamento para analisar e representar a área de estudo com

informações espaciais. Com a utilização das geotecnologias pode-se obter informações

precisas sobre a bacia estudada, que contribuíram com os procedimentos efetuados.

A partir da pesquisa foram gerados mapas revelando a área física da bacia com dados

de hipsometria, declividade, orientação de vertentes e uso e cobertura da terra.

1.1 Justificativa

Justifica-se com o estágio a perspectiva de serem realizados diversos trabalhos

práticos, aliando-os a teoria, bem como proporcionar um conhecimento amplo na área do

geoprocessamento, com atenção especial a produção de dados com Sistemas de Informação

Geográfica e Sensoriamento Remoto.

A oportunidade de estagiar em um Laboratório de pesquisa de alta tecnologia, e

participar de projetos vinculados a ele é de grande expectativa, pois se pretendeu aperfeiçoar

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os aprendizados e procedimentos já vistos em aula, adquirindo mais conhecimentos. No

Laboratório são desenvolvidos diversos trabalhos e projetos envolvendo geotecnologias,

posteriormente publicados em eventos e periódicos. Esses importantes, pois, após a formação

em Tecnólogo em Geoprocessamento tem-se como pretensão pessoal a continuação dos

estudos na pós-graduação.

1.2 Apresentação do Local de realização do Estágio

Nome: Laboratório de Geotecnologias – INPE

Endereço: Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, Centro Regional Sul. Sala 2048, Prédio

do INPE - Campus da UFSM. CEP: 97105-970

Horário de funcionamento: De segunda à sexta-feira; Manhã: das 8:30 horas às 12 horas;

Tarde: das 13:30 horas às 19 horas.

1.2.1 Contexto da localização

O Laboratório de Geotecnologias - INPE está situado no Campus da Universidade

Federal de Santa Maria, no bairro Camobi, a 12 km da sede do município de Santa Maria e a

286 km da capital do Estado do Rio Grande do Sul.

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1.2.2 Histórico do Laboratório de Geotecnologias - INPE

O Laboratório de Geotecnologias da Universidade Federal de Santa Maria, vinculado

ao Departamento de Geociências e sediado na sala 1136, foi concretizado no início de 2001.

Na época haviam, dois computadores e uma mesa digitalizadora, quando iniciaram os

trabalhos utilizando geoprocessamento, tendo como participantes: alunos de graduação em

geografia (iniciação científica) e especialização em geociências. Em 2003 surgiram os

mestrados em geografia e em geomática, contando com alunos vinculados ao Laboratório. Em

2004 iniciavam-se os trabalhos com municípios, com a geração de mapeamentos temáticos

(mapa base, mapa de uso da terra) e relatórios técnicos para subsídio ao planejamento e a

educação municipal. Final de 2005 foi aprovado o projeto Fapergs/Procorede (Ordenamento

Territorial do Vale do Jaguari – RS), no qual foram desenvolvidos mapeamentos, estudos

ambientais e a distribuição de material didático para alguns municípios. Em 2006 iniciava-se

o projeto Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / Programa

Nacional de Cooperação Acadêmica CAPES/PROCAD consolidando a cooperação

acadêmica entre os professores/pesquisadores dos Programas de Pós-graduação em Geografia

da Universidade Federal de Santa Maria, Ciências Cartográficas da Universidade Estadual

Paulista – Campus Presidente Prudente, de Sensoriamento Remoto do Instituto Nacional de

Pesquisas Espaciais. Por meio desse projeto, estão sendo desenvolvidos estudos e métodos

para a análise espaço-temporal da água, com a realização de mestrado-sanduíche pelos alunos

da UFSM nas outras instituições (6 alunos de mestrado), estágio pós-doutoral (2 professores)

realização de trabalhos de pesquisa, participação em eventos e realização de reuniões anual

entre as equipes. No final de 2007, foi aprovado o projeto CNPq/Edital Universal, integrando

um maior número de pesquisadores, com recursos de custeio e capital, para identificar o

comportamento de variáveis limnológicas e de sensoriamento remoto, nos reservatórios das

Usinas Hidrelétricas Passo Real e Dona Francisca do rio Jacuí, no reservatório Rodolfo Costa

e Silva do rio Ibicuí-Mirim e do lago Guaíba, em um ano hidrológico no contexto de suas

bacias hidrográficas. Atualmente o Laboratório conta com apoio direto de alunos de

graduação em geografia, mestrado em geografia, doutorado em geografia, tendo bolsistas de

iniciação cientifica (CNPq, FAPERGS e UFSM), mestrado (CAPES) e doutorado (FAPESP,

CNPq e CAPEs).

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1.2.3 Introdução do Laboratório de Geotecnologias - INPE

O Laboratório de geotecnologias é utilizado para o desenvolvimento de projetos de

ensino, pesquisa e extensão, principalmente na área de hidrogeografia, utilizando recursos de

Sensoriamento Remoto, Sistema de informações Geográficas e Geoprocessamento. Os

projetos de ensino estão relacionados com a utilização do Sensoriamento Remoto como

recurso didático nos níveis básico e superior. Os projetos de pesquisa abordam questões

ambientais principalmente associadas à caracterização da Geografia Física em bacias

hidrográficas e sua relação com o sistema aquático, com abordagem espaço-temporal.

Projetos de Sensoriamento Remoto em reservatórios e rios têm sido desenvolvidos com

objetivos de identificar a capacidade dos diferentes sensores, no que diz respeito às pesquisas

relacionadas à refletância da água e a relação com seus constituintes opticamente ativos.

Neste sentido, o Laboratório é equipado com computadores e programas computacionais

capazes de gerar dados relacionados ao geoprocessamento, atividades de campo do ambiente

terrestre e de coleta de variáveis limnológicas e espectrais. Conta com projetos financiados

por órgãos de fomento a pesquisa, extensão e ensino de origem Municipal, Estadual e Federal,

integrando alunos e professores/pesquisadores dos Programas de Pós-graduação em Geografia

da Universidade Federal de Santa Maria e possui colaboradores dos Programas de Pós

Graduação em Ciências Cartográficas da Universidade Estadual Paulista – Campus Presidente

Prudente, de Sensoriamento Remoto do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais e Geografia

da Universidade Estadual Paulista – Campus Rio Claro.

Sendo assim, para realização do estágio foram propostos os seguintes objetivos.

1.3 Objetivos

1.3.1 Objetivo Geral

O objetivo geral do estágio foi proporcionar ao aluno um aperfeiçoamento técnico,

com o uso de ferramentas de Geoprocessamento, que proporcione aprendizagem ao estagiário,

aliando conhecimentos teóricos e práticos para caracterizar fisicamente bacia hidrográfica do

Paraná 3.

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1.3.2 Objetivos específicos

- Elaboração de um Banco de dados Geográficos;

- Geração de mapas temáticos de declividade, hipsometria, orientação de vertentes e mapa de

uso e cobertura da terra;

- Discussão e quantificação dos dados da área de estudo.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 – Bacias Hidrográficas

As bacias hidrográficas integram uma visão conjunta do comportamento das condições

naturais e das atividades humanas nelas desenvolvidas uma vez que, mudanças significativas

em qualquer dessas unidades, podem gerar alterações, efeitos ou impactos (FALCÃO,2008).

Para Tucci et al. (1995), bacia hidrográfica é como uma unidade constituída por

vertentes de uma rede de drenagem constituída por cursos d’agua que se unem em um único

ponto, denominado ponto exutório, por onde escoa toda água da bacia.

Segundo Odum e Barrett (2007), pode-se ver uma bacia hidrográfica como um arranjo

aberto, cujo funcionamento e estabilidade relativamente refletem, em grande parte, as taxas de

influxo e os ciclos de energia da agua e de materiais no decorrer do tempo. A água que flui de

uma nascente até um estuário conecta os ecossistemas terrestres e aquáticos da bacia

hidrográfica com os do ambiente marinho e, em última instância, todos os ecossistemas estão

interligados (RICKLEFS, 2003).

Bacia hidrográfica é definida por Lima e Zakia (2006) como a área de captação do

escoamento superficial que alimenta um sistema aquático, assim qualquer ponto da superfície

terrestre faz parte de uma bacia hidrográfica e, assim, não pode ser considerada de forma

exata, mas como um todo. Já para Jenkins et al. (1994), bacia hidrográfica é a unidade

ecossistêmica e morfológica que melhor reflete os impactos das interferências antrópicas, tais

como a ocupação de terras com as atividades agrícolas.

Uma bacia hidrográfica coleta a precipitação que cai sobre sua superfície e conduz

parte dessa agua para o rio através do escoamento superficial e do fluxo de agua

subterrânea. Os solos e a vegetação influenciam na velocidade com que essa água

alcança o rio. A litologia determina a textura do solo que, por sua vez, controla a

capacidade de estocar água para comunidades vegetais. A estrutura geológica define

a morfologia da bacia e, com isso controla os processos de erosão e lixiviação, além

do potencial de produtividade da área. Tempo é um fator decisivo no intemperismo

das rochas e na erosão que determina escarpas e fortemente influenciada pela

paisagem e pelo estágio dos processos erosivos. O rio, portanto, produto integrado à

bacia hidrográfica e cada bacia é formada por um conjunto de microbacias

(FALCÃO, 2008, p. 25).

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Com ênfase sua superfície, para a mesma autora, a bacia hidrográfica é um sistema

geomorfológico aberto, que recebe matéria e energia através de agentes climáticos e perde

através de deflúvio. A bacia hidrográfica, como sistema aberto, pode ser descrita em termos

de variáveis com inter-relações bem definidas. Estas formam os elementos que contribuem

para a definição das características da bacia são: o embasamento rochoso, o relevo, o solo e a

cobertura vegetal (FALCÃO, 2008).

2.2 – Geotecnologias

Desde o surgimento da informática, surgiram várias ferramentas para captura,

armazenamento, análise, processamento e apresentação de dados que representam objetos

espaciais. Entre eles estão às geotecnologias responsáveis por analisar informações com

referência geográfica.

As geotecnologias podem ser entendidas como as novas tecnologias ligadas as

geociências e correlatas, as quais trazem avanços significativos no desenvolvimento

de pesquisas, em ações de planejamento, em processos de gestão, manejo e em

tantos outros aspectos à estrutura do espaço geográfico. Entretanto, a interatividade

necessária para que se possa trabalhar o meio ambiente como um todo, de forma

interdisciplinar, torna necessária uma busca por ferramentas e técnicos qualificados

para sua concretização (FITZ, 2008, p. 11).

Neste sentido a importância do uso das geotecnologias se insere

A utilização e aplicação das ferramentas desenvolvidas pela geotecnologia vêm do

fato que, tanto no espaço urbano, quanto no rural, estas podem ser utilizadas como

um meio de controle, conhecimento e coerência em relação ao uso e ocupação da

terra. Os dados obtidos por meio destas tecnologias podem ser um importante

instrumento para compor o planejamento rural por parte do poder municipal,

regional estadual e federal (NASCIMENTO; ABREU, 2012, p. 182).

As geotecnologias podem ser descritas como o conjunto de tecnologias que envolvem

a coleta, processamento, analise e disponibilização de informação com uma posição definida

no espaço, ou seja, com referência geográfica. Dentre as geotecnologias estão o SIG (Sistema

de Informação Geográfica, Cartografia Digital, Sensoriamento Remoto, GPS (Sistema de

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Posicionamento Global, Aerofotogrametria, Geodésia e Topografia, dentre outros

(NASCIMENTO, 2012 apud FAVRIN, 2009).

Para Guerra (2006), as geotecnologias podem ser explicadas como sendo um conjunto

de tecnologias, cujo fundamento principal é a coleta, processamento, análise e visualizações

de informações com referência geográfica, possuindo em sua estrutura técnico-metodológico

premissas de processamento digital de imagens de satélites, elaboração de bancos de dados

georreferenciados, quantificação de áreas e diversos fenômenos da natureza, entre outras

análises, proporcionando uma visão mais ampla do ambiente.

Miranda (2005) ressalta que as geotecnologias existentes possibilitam a aquisição e

manipulação de informações espaciais, sendo ferramentas relevantes para o levantamento,

monitoramento e mapeamento dos recursos naturais.

Ademais com o desenvolvimento acelerado das geotecnologias, existe uma série de

recursos que auxiliam a investigação da adequação de uso do solo, sendo aplicáveis ao

planejamento geográfico e à obtenção de dados voltados ao território, tanto em níveis

regionais quanto municipais (CATELANI, 2003).

Ainda, Rocha (2000) afirma que é necessário não apenas conhecer as geotecnologias,

mas sim utilizar de maneira integrada todas as ferramentas, processos e entidades pertencentes

às geotecnologias disponíveis desenvolvendo metodologias de aplicabilidade de riscos e

potencialidades ambientais em relação ao desenvolvimento das sociedades.

2.2.1 Geoprocessamento

Geoprocessamento, segundo Rosa (1996), pode ser definido como sendo o conjunto de

tecnologias destinadas à coleta e tratamento de informações espaciais, sendo aplicado a

profissionais que trabalham com processamento digital de imagens, cartografia digital e SIG.

O Geoprocessamento pode ser conceituado como uma tecnologia ou conjunto de

tecnologias, que possibilita a manipulação, a análise, a simulação de modelagens e a

visualização de dados georreferenciados. Nesse contexto para Câmara (2001), o termo

Geoprocessamento é caracterizado como disciplina do conhecimento que utiliza técnicas

matemáticas e computacionais para o tratamento da informação geográfica e que vem

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influenciando de maneira crescente as áreas de Cartografia, Análise de Recursos Naturais,

Transportes, Comunicações, Energia e Planejamento Urbano e Regional.

Uma abrangente definição de Geoprocessamento é apresentada por Rocha, que diz

ser uma tecnologia transdisciplinar, que através da localização e do processamento

de dados geográficos, equipamentos, programas, processos, metodologias e pessoas

para coleta, tratamento, analise e apresentação de informações associadas, a mapas

digitais georreferenciados (ROCHA, 2000, p. 210).

O objetivo principal do Geoprocessamento é fornecer ferramentas computacionais

para que os diferentes analistas determinem as evoluções espacial e temporal de um fenômeno

geográfico e as inter-relações entre diferentes fenômenos (KLEINPAUL, 2005).

Para Pizzio (2007) o Geoprocessamento, utiliza dados matemáticos e computacionais

para o tratamento da informação geográfica, tendo como ferramenta computacional o Sistema

de Informação Geográfica, conjunto integrado organizado de equipamentos e programas

computacionais, dados geográficos e pessoal, destinados a obter, armazenar, atualizar,

manipular, analisar e exibir todas as formas de informação geograficamente referenciada.

Ainda segundo o mesmo autor a utilização do Geoprocessamento possibilita o tratamento

eficaz e rápido dos dados ambientais, agilizando a execução do processamento desses dados e

garantindo confiabilidade aos resultados finais obtidos. Dentro do desenvolvimento de novas

tecnologias, o termo geoprocessamento vem sendo muito empregado por profissionais que

trabalham com informações referenciadas espacialmente na superfície terrestre.

Câmara (2001) afirma que o Brasil tem um grande atraso de informações adequadas

para a tomada de decisões sobre os problemas urbanos, rurais e ambientais, o

Geoprocessamento apresenta um grande potencial, principalmente se baseado em tecnologias

de custo relativamente baixo, em que o conhecimento seja adquirido localmente. O mesmo

autor diz que Geoprocessamento é uma tecnologia interdisciplinar, que permite a

convergência de diferentes disciplinas científicas para o estudo de fenômenos ambientais e

urbanos. Ou ainda, que “o espaço é uma linguagem comum” para as diferentes disciplinas do

conhecimento.

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2.2.2 Sistema de Informação Geográfica (SIG)

Câmara e Medeiros (1998) definem que os Sistemas de Informação Geográfica

(SIG’s) são instrumentos computacionais do Geoprocessamento que permitem a realização de

análises profundas e ainda tornam possível a automatização da produção de documentos

cartográficos.

Que informação pode ser considerado como um conjunto de registros e dados

interpretados e dotados de significado lógico. Já um sistema poderia ser entendido

como um conjunto integrado de elementos interdependentes, estruturado de tal

forma que estes possam relacionar-se para a execução de determinada função.

Finalmente um sistema de informação seria compreendido como um sistema

utilizado para coletar, armazenar, recuperar, transformar e visualizar dados e

informações vinculadas (FITZ, 2008. p.23 ).

Fitz, (2008) ainda estabelece SIG, como um sistema construído por um conjunto de

programas computacionais, o qual integra dados, equipamentos e pessoas com o objetivo de

coletar armazenar, recuperar manipular visualizar e analisar dados espacialmente

referenciados a um sistema de coordenadas conhecido.

Aronoff (1989) compreende Sistemas de Informações Geográficas como sendo um

conjunto manual ou computacional de procedimentos utilizados para armazenar e manipular

dados georreferenciados, e ainda como um sistema de captação, armazenamento,

manipulação, análise e apresentação de dados georreferenciados.

Diante disso,

Os SIG’s são sistemas de informação usados para armazenar, analisar e manipular

dados geográficos, ou seja, dados que representam objetos e fenômenos em que a

localização geográfica é uma característica inerente a informação e indispensável

para analisá-la (CÂMARA, et al., 1996, p.21).

Davis e Câmara (2001) conceituam que as principais características de um SIG são a

capacidade de inserir e integrar dados, numa base de dados única, informações espaciais

derivadas de dados cartográficos, dados censitários e cadastro urbano e ou rural, imagens de

satélites, redes e modelos numéricos de terreno (MNT). Além de, oferece ferramentas para

combinar as múltiplas informações, através de algoritmos de manipulação e análise, assim

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como para consultar, recuperar, visualizar e dirigir o conteúdo presente de dados

georreferenciadas.

Um SIG será um recurso suficiente para a extração e visualização de informações se o

usuário for especializado e souber quais os propósitos da pesquisa. “A montagem de um

banco de dados é tarefa crucial e que demanda muito tempo, recursos e pessoal especializado”

(SILVA, 2003, p.47).

Em um SIG, a implementação da representação espacial e dos relacionamentos

espaciais de um conjunto de objetos geográficos é feita com base nas estruturas dos dados

espaciais. Esta caracteriza os sistemas de informação tornando possível a captura,

modelagem, manipulação, recuperação, análise e apresentação de dados referenciados

geograficamente. A principal diferença de um SIG para um sistema de informação

convencional é sua capacidade de armazenar tanto os atributos descritivos como as

geometrias dos diferentes tipos de dados geográficos (TAVARES, 2007).

2.2.2.1 Mapas Temáticos

Mapas temáticos têm como principais características classificar e representar

elementos de um determinado espaço geográfico, de forma reduzida, utilizando simbologia e

projeção cartográfica.

Para Cêurio de Oliveira (1983), mapa é uma representação gráfica de uma superfície

plana em determinada escala das características naturais e artificiais terrestres. Os acidentes

são representados dentro da mais rigorosa localização possível relacionadas em geral, a um

sistema de coordenadas.

Segundo Duarte (2002), o mapa é um documento que tem por finalidade dar

informações ao leitor, constituindo-se de um conjunto de símbolos, letras e cores, de modo

que as mensagens possam ser entendidas com facilidade. O autor ressalta ainda que,

Um bom mapa jamais deve ser confundido, no caso da cartografia, o autor do mapa,

cria o modo de representação e orienta o documento gráfico. Ainda, planejar a

melhor simbologia para a representação gráfica requer muita experiência e

conhecimentos técnicos para que a transmissão da mensagem seja eficiente. Isso

significa que o autor deve possuir um conjunto de conhecimentos e experiências que

permitirão a elaboração de uma mensagem clara (DUARTE, 2002, p. 171).

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Ramos (2003) afirma que com o advento da informática e a introdução do seu uso no

fazer cartográfico devolveram a cartografia seu potencial interativo. Os SIGs, a multimídia e a

internet tornaram a cartografia novamente interativa na medida em que o usuário converse

com o mapa.

O mesmo autor comenta que os SIG’s são na atualidade, são um importante

instrumento para os pesquisadores envolvidos em ciências espaciais. A utilização de

SIG’s em associação com uma metodologia de pesquisa permite o desenvolvimento

de pesquisas nas mais variadas vertentes, desde processos erosivos até violência

urbana, entre outros. Ainda o autor explica que os SIG’s são como qualquer

programa de computador compostos por algoritmos, transcritos em uma linguagem

de programação, que são posteriormente compilados, ou seja, traduzidos para

linguagem de máquinas, a chamada binária (RAMOS, 2003, p. 59).

Para Martinelli (2006) na década de 90 surgiu uma linha de pensamento cartográfico,

voltado a uma ampla exploração das possibilidades oferecidas pela informática e pela

geomática. As principais mudanças foram na questão metodológica, pois a discussão agora

são as novas cartografias a partir dos dados georreferenciadas.

Os mapas temáticos podem ser construídos de diversas maneiras e métodos. A grande

quantidade de SIGs e os diversos recursos neles presentes nos permitem a obtenção de

representar o espaço de estudo com variáveis visuais.

Os mapas temáticos expõem um tema, que deve ser destacado no título. Este além de

dizer o que se trata deve especificar onde se dá o acontecimento e em que data passou. Além

disso é através da legenda que o autor expressa todo conteúdo do mapa temático de forma

completa, relacionando todas as simbologias empregadas no mapa indicando o que

significam. O autor do mapa deve relacionar raciocino, reflexão e organização mental, entre o

título e a legenda do mapa (MARTINELLI, 2006).

2.3 – Sensoriamento Remoto

O termo Sensoriamento Remoto apareceu pela primeira vez na literatura cientifica em

1960 e significava simplesmente a aquisição de informações sem contato físico com os

objetos. Desde então esse termo tem abrigado tecnologias e conhecimentos extremamente

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complexos derivados de diferentes campos que vão desde a física à botânica e desde

engenharia eletrônica até a cartografia (NOVO, 2008).

Com o grande crescimento das técnicas e o expressivo avanço da tecnologia, Novo

define Sensoriamento Remoto como:

A utilização conjunta de modernos sensores, equipamentos para processamento de

dados, equipamentos de transmissão de dados, aeronaves, espaçonaves etc., com o

objetivo de estudar o ambiente terrestre através do registro e da análise das

interações entre a radiação eletromagnética e as substâncias componentes do planeta

Terra e as suas mais diversas manifestações (NOVO, 2008, p. 4).

Rocha (2000) define o Sensoriamento Remoto como a aplicação de dispositivos que,

colocados em aeronaves ou satélites, nos concede obter informações sobre objetos ou

fenômenos na superfície da Terra, sem contato físico com eles.

As informações oriundas dos sistemas sensores remotos constituem imagens que, por

sua vez, possuem alguns parâmetros inerentes, como: resolução espacial, resolução espectral,

resolução radiométrica, resolução temporal e largura da faixa imageada, que varia de acordo

com o satélite imageador (ROCHA, 2000).

A “resolução espacial”, conforme Silva (1995) é o menor elemento de área que um

sistema sensor é capaz de diferir. Ela define se o alvo pode ser identificado na imagem em

função de seu tamanho. Para Novo (2008) imagens com baixa resolução espacial permitem a

visualização de grandes objetos do terreno, ou seja, a área mínima detectada pelo sensor é

grande. Imagens de alta resolução permitem detectar objetos de dimensões pequenas.

A “resolução espectral” é definida pelo número de bandas espectrais de um sistema

sensor e pela amplitude do intervalo de comprimento de onda de cada banda. O sistema óptico

(espelhos e lentes) estabelece em que parte do espectro o sensor será capaz de receber a

radiação refletida ou emitida pela superfície terrestre, e cada tipo de detector é responsável

pela sensibilidade e pelo intervalo espectral de cada banda (MOREIRA, 2005).

A “resolução radiométrica”, para Meneses e Almeida (2012) é medida pelos detectores

da intensidade de radiância da área de cada pixel unitário. Quanto maior a resolução

radiométrica, maior a capacidade do detector para medir as diferenças de intensidades dos

níveis de radiância. A maioria dos sensores multiespectrais com resolução espacial de 10 a 30

metros trabalha com resoluções radiométricas de 8 bits, isso é, possui capacidade de

discriminar até 256 valores de radiância por banda espectral.

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A “resolução temporal” refere-se à frequência que o sensor revisita uma área e obtém

imagens periódicas ao longo de sua vida útil. A resolução temporal é fundamental para

acompanhar ou verificar a evolução ou mudanças que ocorrem na Terra, como

desmatamentos, desastres ambientais, tendo forte impacto na monitoração ambiental

(MENESES e ALMEIDA, 2012).

Para Curran (1985) o Sensoriamento Remoto ampliou a capacidade do homem em

obter informações sobre os recursos naturais e o meio ambiente, colocando-se como mais uma

ferramenta complementar para favorecer trabalhos temáticos e de levantamento.

Dentre os produtos que o sensoriamento proporciona estão as imagens (Shuttle Radar

Topography Mission - SRTM) que são oriundas de uma missão espacial de topografia por

radar, um projeto internacional liderado pela Agência Nacional de Inteligência Geoespacial e

pela NASA, dos Estados Unidos. Executada pelo ônibus espacial Endeavour durante 11 dias

em fevereiro de 2000, seu objetivo foi obter a mais completa base de dados topográfica digital

de alta resolução da Terra. (WEBER, et al. 2004).

O sobrevoo foi concluído com a coleta de 12TB de dados que vêm sendo processados

para a formação de Modelos Digitais de Elevação (MDE). O processamento dos dados

coletados visou à formação de um MDE mundial, elaborado continente por continente,

iniciado com a América do Norte (VALERIANO, 2004).

Os dados SRTM exprimem a elevação da superfície terrestre. A utilização de modelos

digitais de elevação reflete principalmente sobre a obtenção de variáveis derivadas da

altimetria (declividade, o exemplo mais frequente) (VALERIANO, 2004).

Valeriano (2004) considera o dado SRTM como a melhor informação topográfica já

disponibilizada para grande parte de nosso território. A resolução de 90m representa um

avanço importante em relação às alternativas até então disponíveis.

O uso crescente dos dados matriciais de SRTM, que servem de apoio para estudos

geológicos, hidrológicos, geomorfológicos, entre outros. Na Geomorfologia, observa-se

nessas imagens um bom aparato para análises quantitativas e/ou qualitativas do relevo, que

são importantes especialmente na confecção de perfis topográficos, mapas de hipsometria e

declividade, além de outros produtos relacionados à topografia (CARVALHO E BAYER,

2008).

Outro produto do sensoriamento são as imagens Landsat. A série Landsat teve início

na segunda metade da década de 60, a partir de um projeto desenvolvido pela Agência

Espacial Americana e dedicado exclusivamente à observação dos recursos naturais terrestres.

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Essa missão foi denominada Earth Resources Technology Satellite (ERTS) e em 1975 passou

a se chamar Landsat (EMBRAPA, 2015).

O sensor OLI - (Operational Land Imager) do satélite Landsat 8, possui bandas

espectrais para coleta de dados na faixa do visível, infravermelho próximo e infravermelho de

ondas curtas, além de uma banda pancromática. Avanços tecnológicos demostrados por outros

sensores experimentais da NASA foram introduzidos no sensor OLI, que passou a ter

quantização de 16 bits. A entrada em operação do sensor a bordo do Landsat 8, permite a

continuidade dos trabalhos em sensoriamento remoto iniciados na década de 1970, com a

missão Landsat (EMBRAPA, 2015).

O Landsat 8 é mais avançado que seus antecessores. Possui dois instrumentos

imageadores, com duas novas bandas, uma para observar nuvens de alta altitude (cirrus

clouds) e outra para observar a atmosfera e a qualidade da água em lagos e águas costeiras

rasas (coastal /aerosol) (AMS KEPLER, 2015).

O quadro 1, mostra algumas características do sensor OLI.

Sensor Bandas

Espectrais

Resolução

Espectral

Resolução

Espacial

Resolução

Temporal

Área

Imageada

Resolução

Radiométrica

OLI

(Operation

al Land

Imager)

(B1)

Costal

0,433 –

0,453 µm

30 m

16 dias 185 Km 12 bits

(B2)

Azul

0,450 –

0,515 µm

(B3)

Verde

0,525 –

0,600 µm

(B4)

Vermelho

0,630 –

0,680 µm

(B5)

Infravermelho

próximo

0,845 –

0,885 µm

(B6)

Infravermelho

médio

1,560 –

1,660 µm

(B7)

Infravermelho

médio

2,100 –

2,300 µm

(B8)

Pancromático

0,500 –

0,680 µm 15 m

(B9)

Cirrus

1,360 –

1,390 µm 30 m

Quadro 1 - Características do sensor OLI Fonte: Adaptado de EMBRAPA (2015).

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2.3.1 Processamento Digital de Imagem

As imagens digitais possuem uma grande vantagem em comparação com as imagens

analógicas, pois podem ser processadas e serem aplicadas técnicas para extração de

informação especificas (NOVO, 2008).

Processamento digital de imagens para Meneses e Almeida (2012) consiste na mais

aconselhável realização de operações matemáticas dos dados, visando as suas transformações

em imagens de melhores qualidades espectrais e espaciais e que sejam mais apropriadas para

uma determinada aplicação. O mesmo autor destaca que o processamento de imagens é

configurado por algoritmos especializados, que disponibiliza para o usuário a aplicação de

uma grande variedade de técnicas de processamento.

Para os autores Venturieri e Santos (1998) a classificação digital de imagem se apoia

em criar um processo de decisão em que se determina uma classe para um grupo de pixels.

Desta forma, o Software auxilia o usuário na interpretação das imagens orbitais. Nesta

situação, se estabelece uma classe a um grupo de pixels, fazendo com que os pixels de igual

valor tenham a mesma classificação.

Os sistemas de processamento digital de imagens tem sido o segmento onde se tem

investido grandes recursos técnicos e humanos, e por isto, a evolução deste segmento tem

respondido de modo eficiente, às demandas do Sensoriamento Remoto (FIGUEIREDO,

2005).

Meneses e Almeida (2012) afirmam que as técnicas de pré-processamento são

essencialmente, funções operacionais para remover ou corrigir os erros e as distorções

introduzidos nas imagens pelos sistemas sensores devidos a erros instrumentais (ruídos

espúrios), às interferências da atmosfera (erros radiométricos) e à geometria de imageamento

(distorções geométricas).

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3 METODOLOGIA

3.1 Área de Estudo

A Bacia Hidrográfica do Paraná 3 está localizada na mesorregião Oeste do Paraná,

entre as latitudes 24º 01' S e 25º 35' S e as longitudes 53º 26' O e 54º 37' O e os principais

afluentes são os rios São Francisco que nasce em Cascavel, o Guaçu que nasce em Toledo, o

São Francisco Falso que nasce em Céu Azul e o Ocoí que nasce em Matelândia (PARANÁ,

2011).

Essa bacia abrange uma área de aproximadamente 8.000 Km² e 28 municípios, entre

eles: Cascavel, Céu Azul, Diamante do Oeste, Entre Rios do Oeste, Foz do Iguaçu, Guaíra,

Itaipulândia, Marechal Cândido Rondon, Maripá, Matelândia, Medianeira, Mercedes, Missal,

Nova Santa Rosa, Ouro Verde do Oeste, Pato Bragado, Quatro Pontes, Ramilândia, Santa

Helena, Santa Teresa do Oeste, Santa Teresinha de Itaipu, São José das Palmeiras, São

Miguel do Iguaçu, São Pedro do Iguaçu, Terra Roxa, Toledo, Tupãssi e Vera Cruz do Oeste

(PARANÁ, 2011).

Com população de 642.684 habitantes, em torno de 6% do total do estado, a bacia está

inserida a Hidrelétrica de Itaipu, maior usina do mundo em geração de energia (IBGE, 2004).

É uma região intensamente explorada por agricultura intensiva mecanizada, mas com

diferentes níveis de ocupação em função de condições de relevo e características locais.

Possui uma agroindústria dinâmica e em expansão, mas centralizada em alguns municípios

polos. Desta forma, seu crescimento tem sido heterogêneo, com municípios em fase de

expansão populacional e municípios com crescimento populacional mínimo ou mesmo

crescimento negativo (PARANÁ, 2011).

A região da Bacia do Paraná 3 teve como primeiros habitantes os índios Guarani, os

quais deram origem ao nome Paraná - “semelhante ao mar”. Entre 1864/70 a região foi palco

da Guerra do Paraguai. Mais tarde, a partir da década de 50, intensificaram-se o plantio do

café, algodão e cana de açúcar. Destaque para a usina hidrelétrica ITAIPU BINACIONAL,

que teve sua origem baseada em acordo internacional sobre o aproveitamento dos recursos

hídricos do rio Paraná, criado e abril de 1973 (SEMA, 2010).

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A Bacia Hidrográfica do Paraná 3 (BP3) encontra-se sob o domínio do Clima

subtropical úmido. Este domínio climático é controlado pelas massas de ar de origem tropical

(Massa Tropical Atlântica e Massa Tropical Continental) e polar (Massa Polar Atlântica),

podendo ter influência de massas equatoriais (Massa Equatorial Continental) durante o verão.

Segundo a classificação de Köppen, o clima da BP3 é do tipo Cfa, que corresponde a clima

temperado chuvoso, sem a ocorrência de estação seca e moderadamente quente, a temperatura

média no verão é superior a 22ºC e média no Inverno inferior a 18ºC (AYOADE, 2010).

A cobertura vegetal natural da região referente à Bacia do Paraná 3 é composta pela

Floresta Estacional Semidecidual, que abrange o terceiro planalto paranaense, desde a região

sudoeste, oeste e norte do Paraná, sendo que sua distribuição original abrangia 37,7% da

cobertura do estado. É considerada a floresta mais ameaçada do Paraná, restando apenas 3,4%

de sua cobertura inicial, e a área desflorestada é destinada atualmente para produção agrícola.

A principal característica apresentada por esta vegetação é a sua perda parcial de suas folhas,

em função dos períodos climáticos, de seca e de chuva. Isto permite que a floresta pode

regular seu balanço hídrico, perdendo de 20 até 50% das folhas conforme as estações

(PARANÁ, 2011).

Divide-se em Floresta Estacional Semidecidual Aluvial, a qual forma matas ciliares,

que ocorrem associadas às margens dos rios; Floresta Estacional Semidecidual Submontana,

que se desenvolve em solos mais secos, nas regiões abaixo das áreas montanhosas; Floresta

Estacional Semidecidual Montana, a qual ocorre em áreas com elevações médias acima de

400 metros de altitude; Formação pioneira de influência fluvial; e, Floresta ombrófila mista

aluvial (PARANÁ, 2011).

A vegetação pode apresentar diferentes estratos, sendo o arbóreo, com dossel elevado

com árvores de até 40 metros, seguido de um estrato arbustivo, rico em diversidade de

plantas, e o estrato herbáceo, composto por diferentes de pequeno porte, sob o qual deposita-

se uma grande quantidade serrapilheira, que é base de uma rica biodiversidade, composta de

musgos, liquens, fungos e bactérias. A fisionomia podia ser constatada até a década de 60,

quando se iniciou a exploração dos últimos remanescentes expressivos das madeiras nobres,

incluindo-se a araucária, os ipês, a erva-mate, as imbuias e os cedros, e a intensiva

mecanização das áreas para agricultura. Merecem destaque ainda espécies como o ingá, a

embaúba, o angico e a canela, além de palmeiras e samambaias (PARANÁ, 2011).

A Figura 1 demostra a localização da Bacia hidrográfica do Paraná 3.

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Figura 1 – Localização da Bacia Hidrográfica do Paraná 3.

Org: FACCO, D. S (2015).

A metodologia usada neste trabalho se resume nas etapas descritas a seguir: aquisição

de dados, preparação das bases cartográficas e confecção de mapas temáticos.

3.2 Aquisição e preparação das bases cartográficos

Para Moura Filho, (1997) uma das fases mais importantes do SIG é a aquisição de

dados, compreendendo todos os processos visando a confecção de informações analógicas

para o meio digital que podem ser obtidas através de digitação manual sobre documentos

existentes, tais como mapas carta imagem levantamentos de campo por instrumentos

eletrônicos (GPS), relatórios estatísticos etc.

As bases digitais como as analógicas precisam ser verificadas. Segundo Carvalho

Filho (1995), tem-se uma série de itens que devem ser cuidadosamente verificados a fim de

que possam ser identificadas suas inconsciências para uma possível adaptação, por isso se faz

necessário a preparação das bases de dados antes de começar manipula-las.

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Para desenvolvimento das atividades de estágio, os materiais utilizados foram

divididos em dois grupos, um deles de softwares e outro de bases de dados cartográficos. O

quadro 2 apresenta os materiais utilizados nas atividades.

Softwares ArcGis 10.2

SPRING 5.2.6

Bases Cartográfica

Cartas Topográficas

Imagens SRTM

Imagens Orbitais LANDSAT/OLI

Quadro 2 – Materiais Utilizados.

3.2.1 Cartas Topográficas

Cêuro de Oliveira (1983) refere-se a cartas como uma representação dos aspectos

naturais e artificiais da Terra, destinada a fins práticos da atividade humana, permitindo a

avaliação precisa de distancias, direções e a localização geográfica de pontos, áreas e

detalhes; representação plana, geralmente em média ou grande escala de uma superfície da

Terra, subdividida em folhas, de forma sistemática obedecendo a um plano nacional ou

internacional.

Uma carta topográfica abrange uma escala de 1:25.000 até 1:250.000 é elaborada a

partir de levantamentos aerofotogramétricos e geodésico original ou compilada de outras

cartas topográficas em escalas maiores. Inclui eventos nacionais e artificiais, em que os

elementos planimétricos (sistema viário, obras) e altímetros (relevo através de curva de nível,

pontos cotados) são geometricamente bem representados.

A área da Bacia do Paraná 3 é composta por quarto cartas topográficas, as quais são:

Guaíra - folha SG.21-X-B,

Foz do Iguaçu - folha SG.21-X-D,

Cascavel - folha SG.22-V-A e

Guaraniaçu - folha SG.22-V-C.

Com escalas de 1:250.000, que segundo Castro (2004) retratam o planejamento

regional, além de elaboração de estudos e projetos que envolvam ou modificam o meio

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ambiente, as cartas foram elaboradas pela Diretoria de Serviços Geográficos do exército

brasileiro (DSG).

Após, as cartas foram importadas para o software ArcGis 10.1 pela ferramenta “Add

Data” logo passaram pelo processo de georreferenciamento usando a ferramenta

“Georeferencing” e “Add Control Points, onde foram coletados pontos no centro ente as

linhas X e Y intersecções das linhas da grade, logo selecionou-se a opção “input X and Y” e

digitado as coordenadas no campo “Enter Coordinates”, as coordenadas digitadas são as que

estão na carta topográfica. Foram coletados em torno de 15 pontos por carta topográfica, após

a coleta de pontos, marcamos a opção “Auto Adjust” na tabela de pontos, após este processo a

carta topográfica passa a ter coordenadas Universal Transversa de Mercator (UTM).

3.2.2 Imagens Shuttle Radar Topography Mission (SRTM)

O Modelo Numérico de Elevação SRTM foi baixado no site da Embrapa (Empresa

Brasileira de Pesquisa Agropécuaria) pelo site http://www.relevo.cnpm.embrapa.br/download

em formato GEOTIFF. Atualmente imagens de 30 metros de resolução são disponíveis para

usuários, porém não foram usadas, pois não estavam disponíveis no período do trabalho. A

resolução espacial das imagens usadas no trabalho é de 90 metros e sua escala é de 1:250.000.

As imagens usadas foram:

SG-21-X-B

SG-21-X-D

SG-22-V-A

SG-22-V-C

Após o download as imagens foram importadas no software ArcGis e posteriormente

foram unidas pelo processo de mosaico, pela ferramenta Mosaic To New Raster que está no

ArcToolbox com o Gerenciamento de Dados (Data Management Tools). Depois de unidas

serviram de referência para delimitar do limite da bacia, drenagens e na confecção dos mapas

temáticos.

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3.2.3 Imagens Landsat sensor OLI

A bacia do Paraná 3 é abrangida por três imagens orbitais do satélite Landsat8. O

download dos arquivos de imagens foi através do site National Aeronautics and Space

Administration (NASA). As imagens utilizadas para representar a área de estudo foram:

Imagem do dia 5 de dezembro de 2014 órbita/ponto 223/77;

Imagem do dia 10 de novembro de 2014 órbita/ponto 224/77 e,

Imagem do dia 10 de novembro de 2014 órbita/ponto 224/78,

Todas as imagens possuem resolução espacial de 30 metros e são adequadas para

estudos de recursos terrestres. Após o download as imagens foram importadas no software

denominado Sistema de Processamento de Informações Georreferenciadas (SPRING) versão

5.2.6 onde foi criado um banco de dados e um projeto, no qual foram informadas as

coordenadas geográficas da bacia do Paraná 3 que permitiu a importação das imagens onde

foram aplicadas composições falsa cor RGB 543, RGB 654 e composição verdadeira RGB

432.

Uma composição falsa-cor é formada por imagens coloridas produzidas a partir de três

imagens independentes que contém informações espectrais fora do intervalo sensível ao olho

humano (BENEDETTI, 2006).

Após a transformação das imagens coloridas passaram pelo procedimento de realce

por contraste linear, uma técnica de processamento digital. Esta técnica de contraste linear, é

usada para realçar os traços da imagem para melhor observação das feições de interesse

(NOVO, 2008), além de melhor diferenciação nos padrões de uso e cobertura da terra. Estes

procedimentos foram importantes para que as imagens fossem melhores discriminadas

melhorando a visualização do terreno para delimitar o limite da bacia do Paraná 3, as

drenagens e posteriormente fazer mapa temático de uso e cobertura da terra.

3.3 Confecção dos mapas temáticos

Com a associação das bases cartográficas, Cartas Topográficas, Imagens SRTM e

Imagens LANDSAT-8, nos softwares ArcGis e SPRING, foi possível analisar e determinar o

limite da bacia hidrográfica além de vetorizar as drenagens e confeccionar mapas temáticos de

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declividade, hipsometria, orientação de vertentes e uso e cobertura da terra na bacia do Paraná

3.

3.3.1 Mapa de declividade

O objetivo do mapa de declividade é demonstrar as inclinações de uma área em

relação a um eixo horizontal. Serve como fonte de informações das formas do relevo.

Para a construção do mapa de declividade, partiu-se da ferramenta ArcToolbox, no

software ArcGis, essa ferramenta permite a realização de uma série de operações com dados

geográficos, após na “Spatial Analisys Tools”, “Surface” e por fim no algoritmo “Slope”, que

é responsável pela criação do mapa de declividade usando as imagens SRTM 90 m. Após a

geração do mapa nas propriedades do “Layer” em Symbology foram classificados cinco

intervalos segundo o autor De Biase (1992).

Tabela 1 – Classes adotadas para o mapa de declividade

Classes de declividade Percentual (%)

1 0 – 5

2 5 – 12

3 12 – 30

4 30 – 47

5 > 47 Fonte: De Biase (1992).

Com base nesse autor são descritas as seguintes classes:

1- Classe 0 - 5% - Compreende o limite máximo urbano industrial; no meio rural,

compreende terras cultiváveis com problemas simples de conservação do solo, sem

maiores problemas de erosão. Propõem-se o ajustamento da propriedade a sua

capacidade de uso nestas declividades, preparo do solo em nível, controle de fogo

visando incorporar os restos orgânicos, plantio direto, rotação de culturas, (em sistema

radicular alternado). Permite o uso de maquinário, bem como o cultivo anual e

permanente, como pastagens e reflorestamentos; contudo, é necessário o cultivo de

cobertura vegetal, não deixando o solo exposto à ação de diversos agentes.

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2 Classe 5 - 12% - Estabelece o limite máximo para emprego de mecanização agrícola.

São consideradas como declividades moderadas, podendo ser usadas máquinas

agrícolas no cultivo e preparo do solo, porém com algumas preocupações com o

preparo do solo em nível, plantio em nível, controle de fogo em resíduos de culturas,

terraceamentos e subsolagem em camadas impermeáveis, plantio direto, controle

químico, rotação de culturas em sistema radicular alternado, faixas de retenção com

plantio de vegetais, como cana. Permite cultivos não muito intensos, com cuidados de

proteção do solo.

3 Classe 12 - 30% - Representa o limite máximo para a urbanização sem restrições. No

meio rural, as terras situadas dentro desta classe permitem cultivos apenas com

equipamentos de tração animal ou tratores esteira devido à inclinação das vertentes.

Permite o cultivo de culturas permanentes sem restrição, principalmente com árvores

de maior porte ou reflorestamento, podendo ser extraído lucro financeiro com

exploração florestal e com pomares. Segundo Lepsch et al. (1983), estas terras são

adaptáveis ao cultivo de potreiros e pastagens, bem como um reflorestamento

planejado para exploração econômica. Propõe-se controle da erosão, plantio em curvas

de nível com barreiras vegetais ou muros de pedras, terraceamentos, manutenção da

cobertura vegetal do solo em períodos de entresafra da cultura principal com aveia,

ervilhaca ou tremoço, auxiliando na manutenção do solo e evitando a erosão,

compactação e perda da fertilidade do solo.

4 Classe 30 - 47% - Determina o limite máximo para o corte raso de vegetação. Segundo

o código florestal, a partir de tal declividade, só será permitida a exploração se

sustentada por coberturas florestais, podendo, desta forma, ser usada no processo

extrativista, coleta, exploração madeireira com restrições, como em quantidade de

corte, época, tipo de madeira etc. As terras enquadradas nesta classe, devem ser usadas

apenas em reflorestamentos, cultivo de vegetação permanente, cultivo de pomares etc.

5 Classe 47 - 100% - O artigo 10° do código florestal prevê que, na faixa situada entre

47 a 100%, não é permitida a derrubada de florestas para nenhum fim, só sendo

tolerada a extração de toros quando em regime de utilização racional, que vise

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38

rendimentos permanentes e produção de madeira de forma continuada, não

proporcionando locais que fiquem desprovidos de vegetação e sob o efeito da erosão e

demais intempéries.

3.3.2 Mapa de hipsometria

O objetivo do mapa de hipsometria é representar as diferentes altitudes do relevo de

uma área. Serve como fonte de informações das formas do relevo.

Para a construção do mapa de hipsometria, utilizou-se o software ArcGis e a imagem

SRTM 90 metros, que já possuía valores de atitude e apenas foi classificada nas propriedades

do “Layer” em Symbology em cinco classes de altitude.

3.3.3 Mapa de orientação de vertentes

O objetivo do mapa de orientação de vertentes é demonstrar a direção da variação de

declividade, ou um mapeamento da orientação da vertente do terreno. A orientação da

vertente do terreno compõe, juntamente com a declividade, a geometria de exposição da

superfície do terreno em representações sob esquema de relevo. A orientação de vertentes

(também chamada exposição ou direção) é definida como o ângulo azimutal correspondente à

maior inclinação do terreno, no sentido descendente e é expressa de 0 a 360 graus

(AMBDATA, 2011).

Para a construção do mapa de orientação de vertentes, usou-se o software ArcGis,

partiu-se da ferramenta ArcToolbox,, após na “Spatial Analis Tools”, “Surface” e por fim no

algoritmo “Aspect”, que é responsável pela criação do mapa de orientação usando as imagens

SRTM 90 m. As classes de orientação de vertentes foram divididas em: Norte (315º - 360º),

(0º- 45º), Leste (45º - 135º), Sul (135º - 225º), e Oeste (225º - 315º), a definição das cores foi

baseada nas tonalidades, onde se utilizou cores quentes para representar as vertentes mais

expostas ao sol, assim o vermelho corresponde a exposição Norte, enquanto o roxo

corresponde a exposição Sul, pois é considerada uma cor fria, já que ao Sul possui menor

insolação.

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39

3.3.4 Mapa de uso e cobertura da terra

A expressão “uso e cobertura da terra” pode ser compreendida como a forma pela qual

o espaço está sendo ocupado pelo homem ou preenchido pela cobertura natural. O

levantamento do uso e cobertura da terra é de grande importância, para se conhecer os tipos

de usos presentes no lugar.

O mapa de uso e cobertura da terra foi confeccionado no software SPRING, após o

realce por contraste comentado no item 3.2.3, que deixou as feições das imagens mais

visíveis, melhorando a identificação dos alvos, logo após foi criado cinco classes, entre elas:

floresta, campo, agricultura, solo exposto e água, em seguida foram coletadas amostras de

pixels, referente a cada classe. Por exemplo, na composição falsa cor RGB 543 foram

adquiridas amostras com as seguintes tonalidades de cor resultantes da composição, conforme

o quadro 3.

Classe Tonalidade Tonalidade da Amostra

Composição 543

Floresta Vermelho Escuro

Campo Vermelho Fosco

Agricultura Vermelho Claro

Brilhante

Solo Exposto Azul Claro

Água Azul

Quadro 3 – Tonalidades de cor da composição RGB 543

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Após a coleta de pixels, manipularam-se os dados pelo algoritmo Máxima

Verossimilhança, este algoritmo agrupa os pixels que apresentam maior probabilidade de

pertencer a uma determinada classe de uso e cobertura da terra. MaxVer é o método de

classificação supervisionado mais comum entre usuários e considera a ponderação das

distâncias entre médias dos níveis digitais das classes e o pixel, utilizando parâmetros

estatísticos, isto é, considerando a distribuição de probabilidade normal para cada classe

(CRÓSTA, 1992).

A validação da classificação digital foi dada a partir da geração de matrizes de

confusão. A matriz de confusão ou de erro compara, em uma base de categoria por categoria,

a relação entre os dados conhecidos de referência, verdade de campo, e os resultados

correspondentes da classificação automática (LILLESAND E KIEFER, 1994). Uma matriz de

confusão relaciona os dados resultantes da classificação automática com os dados de verdade

de campo, expondo o número de pixels corretamente classificados e incorretamente

classificados, um exemplo de validação é o teste do Coeficiente Kappa.

A confiabilidade da classificação digital foi avaliada a partir da matriz de confusão das

aéreas de treinamento das amostras, aplicando-se a fórmula do coeficiente Kappa,

considerando um ótimo teste estatístico na análise de confiança da classificação

supervisionada. Seu valor é obtido mediante a adoção de uma referência para comparação dos

mapeamentos produzidos considerando-se a distribuição de percentagem de pixels

classificados correta e incorretamente.

O próximo passo foi fazer o mapeamento de classes onde definiu-se cores para

identificar cada uso e cobertura da terra, as cores estão representadas no quadro 4.

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Classe Cor após Classificação

Floresta

Campo

Agrcultura

Solo Exposto

Água

Quadro 4 - Representação de cores adotada após o mapeamento de classes.

3.4 Dados morfométricos

Com relação aos parâmetros morfométricos utilizados nesse trabalho, faremos uma

breve descrição a seguir.

Área: Toda área drenada pelo sistema pluvial inclusa entre seus divisores topográficos,

projetada em plano horizontal, sendo elemento básico para o cálculo de diversos índices

morfométricos. (TONELLO, 2005).

Perímetro: Comprimento da linha imaginária ao longo do divisor de águas.

(TONELLO, 2005).

3.4.1 Coeficiente de compacidade

O coeficiente de compacidade Kc, segundo Villela (1976) é a relação entre o

perímetro da bacia e a circunferência de um círculo de área igual à da bacia. Onde P e A são

respectivamente perímetros em Km e área de bacia em km². Este coeficiente é um número

adimensional que varia com a forma da bacia, independentemente de seu tamanho; quanto

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maior for a bacia, tanto maior será o coeficiente de compacidade. O Coeficiente de

compacidade está sendo representado pela formula (1).

(1)

Onde: Kc= Coeficiente de compacidade; P= Perímetro; A= Área da bacia.

3.4.2 Densidade de drenagem

A densidade de drenagem Dd, é expressa pela relação entre o comprimento total dos

cursos d’água sejam eles efêmeros, intermitentes ou perenes) de uma bacia e sua área total.

Representando o comprimento total dos cursos d’água na bacia por L e a área de drenagem

por A. (VILLELA, 1976). A densidade de drenagem é expressa pela equação (2).

(2)

Onde: Dd= densidade de drenagem; L= Comprimento total de todos os canais; A= área da

bacia.

3.4.3 Índice de circularidade

O Índice de circularidade Ic tende para unidade à medida que a bacia aproxima-se a forma

circular e diminui a medida que a forma torna-se alongada (CARDOSO et al., 2006),

conforme mostra a equação (3).

(3)

Onde: Ic= índice de circularidade; A= área da bacia; P= perímetro.

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43

4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DAS ATIVIDADES

DESENVOLVIDAS/REALIZADAS DURANTE O ESTÁGIO

4.1 Dados morfométricos da bacia

Os primeiros resultados do estágio referem-se à caracterização morfométrica da Bacia

Hidrográfica do Paraná 3, como mostra a Tabela 2.

Tabela 2 – Valores dos parâmetros obtidos na caracterização morfométrica da Bacia

Hidrográfica do Paraná 3.

Parâmetro Valores

Área 8.418,13 km²

Perímetro 499,44 km

Comprimento total da rede de drenagem 4.463,71 km

Coeficiente de compacidade 1,52

Densidade de drenagem 0,53 km/km²

Índice de circularidade 0,42 km2 Org: FACCO, D. S. (2015).

Diante dos valores obtidos, pode-se observar que a bacia hidrográfica do Paraná 3

mostra-se pouco susceptível a enchentes em condições normais de precipitação, pois o

coeficiente de compacidade mostra o seu valor afastado da unidade (1,52). O índice de

circularidade (0,42) demonstra que a bacia não possui forma circular, tendenciado a ser

alongada.

A bacia hidrográfica do Paraná 3 mostra um índice de densidade de drenagem de 0,53

km que é um índice que representa uma densidade de drenagem regular.

4.2 Mapa de declividade

A tabela 3 mostra os valores resultantes das classes encontradas no mapa de

declividade.

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Tabela 3 – Classes de declividade da bacia hidrográfica do Paraná 3.

Classes % Área Km² % de Área

0 – 5% 1.156,28 14,22 %

5 – 12% 3.335,13 41,03 %

12 – 30% 2.915,60 35,87 %

30 – 47% 518,26 6,38 %

> 47% 203,57 2,50%

Total 8128,84 100% Org: FACCO, D. S. (2015).

A classe 0 – 5% é caracterizada como plana estando distribuída por toda área da bacia.

Com relevo suave ondulado a ondulado, a classe de declividade 5 – 12% é

predominante na bacia. Representando declividade de 12 – 30%, estas áreas são adaptáveis ao

cultivo de potreiros e pastagens, bem como um reflorestamento planejado para exploração

econômica. De 30 – 47% de declividade as áreas enquadradas nesta classe, devem ser usadas

apenas em reflorestamentos, cultivo de vegetação permanente, cultivo de pomares. A área de

menor representatividade é a classe > 47%, caracterizada por não ser permitida a derrubada de

florestas para nenhum fim. Localizada na parte central da bacia. A espacialização das classes

de declividade pode ser observada na Figura 2.

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Figura 2 – Mapa de declividade da bacia hidrográfica do Paraná 3

Org: FACCO, D. S. (2015).

A representação da distribuição das classes de declividade em porcentagem pode ser

vista na Figura 3.

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14,22

41,03

35,87

6,38 2,50

0 - 5%

5 - 12 %

12 - 30 %

30 - 47 %

47 - 100 %

Figura 3 – Distribuição das classes de declividade em porcentagem

Org.: FACCO, D. S. (2015).

4.3 Mapa de hipsometria

A tabela 4 mostra os resultados gerados segundo o mapa de hipsometria, o qual foi

gerado segundo intervalos altimétricos.

Tabela 4 – Classes hipsométricas da bacia hidrográfica do Paraná 3.

Classes Área Km² Área %

0 – 156 m 12,21 0,15 %

156 – 312 m 3.027,64 37,25 %

312 – 468 m 2.595,44 31,93 %

468 – 624 m 1.974,73 24,29 %

624 – 800 m 518,82 6,38 %

Total 8128,84 100% Org: FACCO, D. S. (2015).

A classe de variações altimétrica de 0 a 156 metros é a classe menos presente e estão

representadas na parte sudoeste da bacia. Na parte oeste da bacia está localizada a classe

hipsométrica de 150 a 312 metros, ressalta-se por ter a maior representação de área na bacia

hidrográfica do Paraná 3. Na faixa central da bacia está localizada a classe de 312 a 468 m de

altitude. A classe 468 a 624 metros estão representadas na parte central a leste da bacia. As

áreas localizadas na parte leste da bacia pertencem a classe altimétrica de 624 a 800 metros. A

espacialização das classes de hipsometria podem ser observadas na Figura 4.

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47

Figura 4 – Mapa de hipsometria da bacia hidrográfica do Paraná 3

Org: FACCO, D. S. (2015).

A representação da distribuição das classes de hipsometria em porcentagem pode ser vista na

Figura 5.

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Figura 5 Distribuição das classes de hipsometria em porcentagem

Org: FACCO, D. S. (2015).

4.4 Mapa de orientação de vertentes

A tabela 5 mostra os resultados gerados para o mapa de orientação de vertentes, no

qual foi dividido em quatro classes, Norte, Leste, Sul e Oeste.

Tabela 5 – Classes de orientação de vertentes da bacia hidrográfica do Paraná 3.

Classe Área Km² Área %

Norte 3.039,42 37,39%

Leste 1.618,27 19,91%

Sul 1.659,23 20,41%

Oeste 1.811,92 22,29%

Total 8128,84 100%

Org: FACCO, D. S. (2015).

A classe norte é a que tem maior área sendo assim maior exposição e insolação, e a

classe de menor representação é a leste na bacia hidrográfica do Paraná 3. A figura 6 mostra

as direções específicas de exposição das áreas da bacia hidrográfica do Paraná 3.

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Figura 6 – Mapa de orientação de vertentes da bacia hidrográfica do Paraná 3

Org: FACCO, D. S. (2015).

As representações das classes de orientação de vertentes em porcentagem podem ser

vistas na Figura 7.

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50

Figura 7 – Distribuição das classes de orientação de vertentes em porcentagem

Org: FACCO, D. S. (2015).

4.5 Mapa de uso e cobertura da terra

Três foram os resultados do teste de confiabilidade Kappa, pois foram coletadas

amostras de pixels e analisadas por imagem individual, descritos a seguir:

Imagem, dia 5 de dezembro de 2014 órbita/ponto 223/77, Kappa de (0,997);

Imagem, dia 10 de novembro de 2014 órbita/ponto 224/77, Kappa de (0,998);

Imagem, dia 10 de novembro de 2014 órbita/ponto 224/78, Kappa de (0,996).

Os resultados de confiabilidade foram excelentes segundo Lands e Koch (1977)

classificam diferentes faixas para os valores Kappa, segundo o grau de concordância que eles

sugerem. Assim valores maiores que 0,75 representam excelente concordância. Valores

abaixo de 0,40 representam baixa concordância e valores situados entre 0,40 e 0,75

representam concordância mediana.

O mapa de uso e cobertura da terra foi dividido em cinco classes entre elas: água,

floresta, solo exposto, campo e agricultura, é de suma importância conhecer os usos presentes

na bacia hidrográfica do Paraná 3. A tabela 6 representa as áreas com suas respectivas classes.

37%

20%

21%

22%Norte

Leste

Sul

Oeste

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Tabela 6 – Classes de uso e cobertura da terra na bacia hidrográfica do Paraná 3.

Classes Área Área %

Água 632,65 6,80 %

Floresta 1.649,34 17,73 %

Solo exposto 2.451,55 26,36 %

Campo 4.453,47 47,89 %

Agricultura 113,15 1,22 %

Total 9300,16 100%

Org: FACCO, D. S. (2015).

Pela quantificação das classes de uso e cobertura da terra, foi encontrada uma área

total de 9300,16 Km², pois foram quantificadas parte da área do reservatório, não sendo

quantificadas nos outros mapas. A classe agua está sendo representada por parte de

reservatório do lago Itaipu, que por consequência os rios drenam em sentido oeste desaguando

no mesmo. Representada por informações de porte arbóreo a classe floresta, estão localizadas

principalmente nas encostas do reservatório e ao longo da rede de drenagem representado

espacialmente no mapa. A classe solo exposto é representada por áreas que estão sendo

preparadas para o cultivo e culturas recentemente plantadas.

Com maior ocupação na bacia hidrográfica do Paraná 3, a classe campo é representada

principalmente pelas pastagens e pecuária. A agricultura é a classe menos relatada,

correspondem as lavouras e cultivos agrícolas, sua baixa representatividade pode estar ligada

ao fato das imagens serem de um período de baixo vigor da agricultura.

A espacialização das classes de uso e cobertura da terra podem ser observadas na

Figura 8.

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Figura 8 - Mapa das classes de uso e cobertura da terra da bacia hidrográfica do Paraná 3

Org: FACCO, D. S. (2015).

A representação da distribuição das classes de uso e cobertura da terra em

porcentagem pode ser vista na Figura 9.

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Figura 9 – Distribuição das classes de uso e cobertura da terra em porcentagem.

Org: FACCO, D. S. (2015).

A tabulação dos dados dos mapas de declividade, hipsometria, orientação de vertentes

e uso da terra, mostra que nas áreas a oeste mais próximas ao reservatório, a bacia

hidrográfica do Paraná 3, é caracterizado por ser ter relevo plano e as principais formas de

uso/cobertura da terra presentes no entorno do reservatório são florestas seguidas por campo e

algumas representações de agricultura.

A área central da bacia é caracterizada pelas declividades mais íngremes de toda bacia

do Paraná 3 a declividade é evidenciada por ter maior representação de geometria de

exposição para norte. Devido inclinação a área central concentra a classes de florestas

seguidas por campo.

As áreas a leste e a norte são caraterizadas por uma declividade moderada, própria

para cultivos de diversas culturas, já o relevo é caracterizado na parte leste por ser o maior de

toda bacia hidrográfica do Paraná 3, diferente da parte ao norte caracterizada por um relevo

mais moderado. A leste os principais usos e cobertura da terra são campos seguidos por solo

exposto e agricultura. Já na parte norte as maiores representatividades são solos exposto

seguido por campo.

As áreas em sul estão representadas por classes de declividade de média a alta

inclinação com a grande maioria orientada a norte. Com altitude de relevo média em relação a

toda bacia hidrográfica do Paraná 3, os principais usos e coberturas são campos seguidos por

solo exposto.

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5 CONCLUSÃO

As análises a partir dos dados gerados da bacia hidrográfica do Paraná 3, aliando

conhecimentos teóricos e práticos permitiram representar a área estudada, identificando

características físicas da bacia hidrográfica do Paraná 3.

A criação dos mapas temáticos foi importante pelo fato de proporcionar uma análise

criteriosa de dados superficiais em ambientes adequados, como os softwares ArcGIS e

SPRING.

O estágio curricular foi uma forma de complementar a formação acadêmica, pelo

aprofundamento dos conhecimentos adquiridos durante as aulas na graduação por meio de

atividades e situações reais de atuação profissional, sendo assim tornando-se primordial, pois

foi colocado em prática o que foi visto em sala de aula, durante estes seis semestres do curso,

em que tivemos a oportunidade de aprender e adquirir conhecimentos. Também traz a

possibilidade de vivenciar situações ainda desconhecidas, fazendo com que o aluno use os

conhecimentos adquiridos para resolver alguns problemas e assim adquirir a experiência

necessária para desempenhar a profissão de Tecnólogo em Geoprocessamento.

Neste período de seis meses, pode-se rever algumas disciplinas, como cartografia

geral, cartografia temática, metodologia científica, sensoriamento remoto e sistemas de

informações geográficas. Pode-se perceber que é necessária uma aprendizagem, mesmo que

básica, para os momentos em que iremos participar de algum estudo/projeto, pois assim

teremos um conhecimento prévio para saber o que é preciso e como lidar com diversas

situações. Durante o estágio, teve-se contato com profissionais e alunos do curso de Geografia

que estavam inseridos no Laboratório de Geotecnologias, onde podemos observar que o

Curso de Tecnologia em Geoprocessamento trabalha junto com outras pesquisas e profissões,

o que faz prolongar nossos conhecimentos.

Porém, no estágio, houveram algumas dificuldades durante o desenvolvimento das

atividades. Como a área de estudo era muito extensa, demorou-se para delimitar as drenagens

dos rios, além do mais, a bacia hidrográfica do Paraná 3 abrange 3 imagens Landsat (TM), o

que dificultou o processo de classificação e geração do mapa de uso e cobertura da terra,

resultando em um trabalho muito maior do que o previsto.

Apesar de algumas dificuldades encontradas na aplicação dos procedimentos

metodológicos, os objetivos foram alcançados com satisfação.

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55

Realizar o estágio em um Laboratório de pesquisa de alta tecnologia foi relevante, pois

o contato com as pesquisas desenvolvidas foi muito enriquecedor para se ter conhecimentos

sobre as técnicas de Geoprocessamento utilizadas. Muito significante foi a atuação e amizade

dos professores e colegas de Laboratório que sempre mostraram-se dispostos a contribuir com

alguma ideia.

Diante de toda pesquisa realizada e de todo trabalho teórico e prático, a relação entre

orientadores, supervisor e estagiário, foi de suma importância, pois proporcionou crescimento

profissional, melhoria na capacidade de pesquisa e de relações, por se tratar de um ambiente

de pesquisa e profissional. O trabalho realizado no Laboratório de Geotecnologias foi obtido

com satisfação, pois atingiu os resultados esperados e satisfatórios, possíveis de aprimorar e

aprofundar para futuras publicações.

Sendo assim, o estudo realizado durante o estágio trouxe informações, dúvidas e

curiosidades, fazendo com que tenha me despertado um interesse maior para a pesquisa.

Pode-se afirmar que a experiência adquirida no estágio teve um aproveitamento satisfatório e

os objetivos foram alcançados, pois, houve trabalho em grupo, dedicação e empenho de

ambas as partes, estagiário, supervisor e orientadores.

Pode-se concluir que o Geoprocessamento é uma tecnologia fundamental para análise

física de qualquer área, pois possibilita extrair, preparar e executar diversos tipos de dados

morfológicos de um ambiente.

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