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CAPITULO II ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NOS SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS ABORDADOS As análises aqui levadas a cabo se deram sobre cinco sítios e seus respectivos vestígios, encontrados e pesquisados nos primeiros cinco anos de atividade do Projeto de Mapeamento Arqueológico e Cultural da Zona da Mata Mineira. A metodologia empregada em cada sítio partiu de características e necessidades impostas pelas circunstâncias e momento de seu achado (LOURES OLIVEIRA, 2006a: 31). Nesse ínterim temos sensíveis diferenças em relação à metodologia aplicada a cada um dos sítios aqui estudados, sendo, portanto necessário explicitar os procedimentos levados a cabo em cada sítio, os quais foram responsáveis pelas coleções de vestígios que nos predispomos a analisar. Passaremos enfim, a explicitar sob quais condições e procedimentos se deram as pesquisas em cada sítio e o resgate dos vestígios. 1. Sítio Primavera O sítio arqueológico Primavera (foto 1) dista 5km do perímetro urbano do município de São João Nepomuceno, esta inserido na chamada Serra dos Núcleos, nas coordenadas 23K 0702955 / 7617862. Este sítio foi localizado em 2002 por moradores locais, que após receberem informação de um antigo morador realizaram intervenções na localidade indicada, encontrando grande quantidade de fragmentos cerâmicos. Consecutivamente a equipe do MAEA foi informada, dando então início aos Foto 1 34

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Page 1: CAPITULO II - USP · concentração, duas trincheiras, uma com 65x1x1m (foto 2) e outra com 12x1x0,5m e finalmente duas superfícies amplas, 22m² e 9m², somando área total de escavação

CAPITULO II

ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NOS SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS ABORDADOS

As análises aqui levadas a cabo se deram sobre cinco sítios e seus

respectivos vestígios, encontrados e pesquisados nos primeiros cinco anos de

atividade do Projeto de Mapeamento Arqueológico e Cultural da Zona da Mata

Mineira. A metodologia empregada em cada sítio partiu de características e

necessidades impostas pelas circunstâncias e momento de seu achado

(LOURES OLIVEIRA, 2006a: 31). Nesse ínterim temos sensíveis diferenças em

relação à metodologia aplicada a cada um dos sítios aqui estudados, sendo,

portanto necessário explicitar os procedimentos levados a cabo em cada sítio,

os quais foram responsáveis pelas coleções de vestígios que nos predispomos

a analisar.

Passaremos enfim, a explicitar sob quais condições e procedimentos se

deram as pesquisas em cada sítio e o resgate dos vestígios.

1. Sítio Primavera

O sítio arqueológico

Primavera (foto 1) dista 5km do

perímetro urbano do município de

São João Nepomuceno, esta

inserido na chamada Serra dos

Núcleos, nas coordenadas 23K

0702955 / 7617862. Este sítio foi

localizado em 2002 por moradores

locais, que após receberem informação de um antigo morador realizaram

intervenções na localidade indicada, encontrando grande quantidade de

fragmentos cerâmicos. Consecutivamente a equipe do MAEA foi informada,

dando então início aos

Foto 1

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Page 2: CAPITULO II - USP · concentração, duas trincheiras, uma com 65x1x1m (foto 2) e outra com 12x1x0,5m e finalmente duas superfícies amplas, 22m² e 9m², somando área total de escavação

procedimentos de identificação, registro e estudo do sítio. Para tanto, foram

organizadas três campanhas (LOURES OLIVEIRA, 2006b: 127), nas quais se

procedeu a uma malha de prospecção visando perceber áreas de

concentração, duas trincheiras, uma com

65x1x1m (foto 2) e outra com 12x1x0,5m

e finalmente duas superfícies amplas,

22m² e 9m², somando área total de

escavação de 102 m² (Prancha 1). Foto 2

Com estes procedimentos foi possível perceber que a maior

concentração de vestígios se encontra nas vertentes leste e norte.

Apresentando duas concentrações coincidentes com manchas de solo mais

escuras, tendo sido estas manchas escolhidas para abertura das superfícies

amplas. Foram recuperados 3038 vestígios cerâmicos e 1785 líticos, que aqui

serão analisados. Os vestígios analisados são referentes tanto aos trabalhos

sistemáticos postos em prática pela equipe do MAEA, como pelos

procedimentos dos moradores locais. Foi possível determinar que a maior parte

dos vestígios retirados pelos moradores teria vindo de uma das concentrações,

sendo, denominado como S01, pois na primeira campanha foi realizada uma

retificação do “buraco” aberto por estes.

Durante os trabalhos no sítio Primavera foram ainda realizados

levantamentos florísticos pela equipe do Departamento de Botânica da UFJF e

análises palinológicas pela equipe do Laboratório de Palinologia da UFRJ

(LOURES OLIVEIRA, 2006b: 131).

A metodologia aplicada em campo não visou prospecções interventivas

extensivas, deste modo não foram realizadas sondagens que determinassem a

área de abrangência dos vestígios, não sendo possível determinar o perímetro

de dispersão dos vestígios em sub-superfície. Contudo, o método de

prospecção oportunística nos possibilitou verificar que a maior concentração

atual de vestígios em superfície fica compreendida em uma área de

aproximadamente 250 X 100m que compreende a parte superior da elevação

onde se encontra o sítio. Porém ocorrendo vestígios dispersos nas vertentes e

mesmo nas partes baixas do terreno.

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Trincheira 1

Trincheira 2

Sub-quadrículas 1

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Fonte: MAEA-UFJF- DER - MGOrg: Museu de Arqueologia e Etnologia - USP

Autores e Desenho: Ângelo Alves Corrêa e Danielle Gomes SamiaSetembro/2007

Legenda

Microrregião de Juiz de Fora

0 2,5 5,0 7,5m

PRANCHA 1 PLANTA SÍTIO PRIMAVERA

SÃO JOÃO NEPOMUCENO - MG

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São João Nepomuceno

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2. Sítio da Poca

O sítio arqueológico da Poca ( foto 3) esta

inserido na zona rural do distrito de Roça

Grande no município de São João

Nepomuceno, nas coordenadas 23K 0715173 /

7615865. Uma comunicação da existência do

sítio foi feita a equipe do MAEA em 2002,

quando a área foi arada, com as vistorias se

promoveu o registro do sítio. Em 2004, foi

realizada uma campanha onde foram abertas

nove quadras de 2 X 0,6m (foto 4) e

profundidade aproximada de 0,5 m, mais

uma quadra central com 2,04 m²

denominado poço de controle, totalizando a

área escavada em 13,34 m² (prancha 2).

Foto 3

Foto 4

Com estes procedimentos foi possível perceber que a maior

concentração de vestígios se encontra na vertente sul-sudoeste. Foi

evidenciado na linha 01 quadricula 04 uma concentração de fragmentos

cerâmicos maiores e em maior profundidade (LOURES OLIVEIRA, 2006b:

135), que poderiam se referir a uma estrutura funerária. De modo geral, foram

recuperados 1.061 fragmentos cerâmicos e 50 líticos, que aqui serão

analisados. Os vestígios analisados são referentes tanto aos trabalhos

sistemáticos postos em prática pela equipe do MAEA, como pelos fragmentos

coletados em superfície pelo proprietário do terreno.

A metodologia aplicada em campo não visou prospecções interventivas

extensivas, deste modo não foram realizadas sondagens que determinassem a

área de abrangência dos vestígios, não sendo possível determinar o perímetro

de dispersão dos vestígios em sub-superfície. Contudo, o método de

prospecção oportunística nos possibilitou verificar que a maior concentração

atual de vestígios em superfície fica compreendida em uma área de

aproximadamente 200 X 70m que compreende a área onde foi possível

visualizar vestígios quando houve a aração em 2002.

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Fonte: BARRA ROCHA, C.H / MAEA-UFJFOrg: Museu de Arqueologia e Etnologia - USP

Autores e Desenho: Ângelo Alves Corrêa e Danielle Gomes SamiaSetembro/2007

Legenda

0 2 4 6m

PRANCHA 2PLANTA SÍTIO DA POCA

SÃO JOÃO NEPOMUCENO - MG

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Quadras

Microrregião de Juiz de Fora

São João Nepomuceno

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3. Sítio Teixeira Lopes

Foto 5

O sítio arqueológico Teixeira Lopes (foto 5) localiza-se no povoado de

Valadares distrito de Rosário de Minas em Juiz de Fora, ao lado da BR 267,

nas coordenadas 23K 0643231 / 7591618. As primeiras informações sobre os

vestígios deste sítio remetem a 1988, quando na escavação de dois silos de

invernada teriam sido encontrados vários fragmentos cerâmicos que foram

recolhidos e doado ao então Setor de Arqueoastronomia e Etnologia

Americana (hoje MAEA). Este material permaneceu em reserva técnica até

2004, quando se deu início as atividades para localizar, registrar e estudar o

sítio. Neste mesmo ano se procedeu a uma campanha de escavação,

compreendendo duas frentes de trabalho (LOURES OLIVEIRA, 2006b: 137), a

saber, uma trincheira escavada por maquinário pesado (retro-escavadeira) com

25 X 0,7m e profundidade máxima de 2,3 m, cinco quadras de 1m² que

compunham outra trincheira, essa escavada por decapagem, somada a 17

quadras com 2 X 1 m com

profundidade aproximada de 1m

(foto 6). Tendo sido escavadas

ainda outras quatro quadrículas

de 1m² a norte e uma a oeste,

também foram abertas algumas

sondagens com a retro-

escavadeira. A área escavada

onde se puderam resgatar vestígios soma um total aproximado de 62 m²

(prancha 3).

Foto 6

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Fonte: BARRA ROCHA, C.H / MAEA-UFJFOrg: Museu de Arqueologia e Etnologia - USP

Autores e Desenho: Ângelo Alves Corrêa e Danielle Gomes SamiaSetembro/2007

Legenda

T2 - Trincheira aberta por máquina

Microrregião de Juiz de Fora

Juiz de Fora

0 2,0 4,0 6,0m

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PRANCHA 3 PLANTA SÍTIO TEIXEIRA LOPES

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Quadrículas

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Além destes trabalhos, concomitantemente se realizou o levantamento

de sub-superfície por meio de Geo-radar, trabalho executado pelo Prof. Paulo

Aranha do Departamento de Geociências da UFMG. Como uma área total

abrangida de 1650 m², os gráficos apontaram inúmeros pontos de anomalias

que foram conferidos, porém nenhuma estrutura arqueológica pode ser

evidenciada, se referindo a formigueiros e resíduos modernos enterrados

(LOURES OLIVEIRA, 2006b: 140).

Com estes procedimentos foi possível entender que a área do sítio como

um todo teria sofrido recentemente intenso retrabalho de sua superfície em

prejuízo ao registro arqueológico que ficou extremamente perturbado. Foram

analisados 784 fragmentos cerâmicos e 89 líticos, sendo os vestígios

analisados proveniente tanto dos trabalhos de escavação arqueológica quando

da coleção doada em 1988, proveniente da abertura dos silos.

A metodologia aplicada em campo não visou prospecções interventivas

extensivas, deste modo não foram realizadas sondagens que determinassem a

área de abrangência dos vestígios, não sendo possível determinar o perímetro

de dispersão dos vestígios em sub-superfície. Contudo, o método de

prospecção oportunística nos possibilitou verificar que a maior concentração

atual de vestígios em superfície fica compreendida em uma área de

aproximadamente 350 X 150m que compreende a parte superior da elevação

onde se encontra. Há vestígios dispersos no talude da BR 267 de ambos os

lados demonstrando que provavelmente este talude foi erguido com a matriz

arqueológica de parte do sítio.

]

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4. Sítio Emílio Barão

O sítio arqueológico

Emilio Barão (foto 7)

localiza-se no povoado de

Valadares distrito de Rosário

de Minas em Juiz de Fora,

ao lado da BR 267, nas

coordenadas 23K 0643391 /

7591053. Foi localizado

durante as atividades de escavação do sítio Teixeira Lopes, já que dista deste

menos de 500 m, podendo inclusive se tratar de um mesmo sítio (LOURES

OLIVEIRA, 2006a: 32) (Prancha 4). Logo após ter sido localizado já se iniciou a

abertura de algumas quadrículas em uma das áreas que apresentou maior

concentração de vestígios no perfil de uma antiga estrada que corta o sítio.

Realizou-se uma superfície ampla composta por 21 quadriculas de 1 m². No

ano de 2005 firmou-se uma parceria entre

o MAEA e a equipe do Museu de História

Natural da UFMG, para a realização de

uma etapa de campo conjunta neste sítio.

Foram abertas seis trincheiras e quatro

superfícies amplas denominadas setores,

cada uma destas divididas em

quadriculas de 1m². A soma da área

escavada em 2004 com a de 2005 totaliza

405m² (prancha 5).

Foto 7

Foto 8

Com os procedimentos realizados foi possível perceber que a maior

concentração de vestígios se encontra na vertente norte da elevação,

apresentando áreas com maior concentração de vestígios e estruturas de

combustão. Foi recuperado nestas duas campanhas um total de 19.766

fragmentos cerâmicos e 2752 líticos, que serão aqui analisados.

Durante a segunda campanha foi realizado concomitantemente o

levantamento de sub-superfície utilizando Geo-radar, trabalho executado pelo

Prof. Paulo Aranha do Departamento de Geociências da UFMG. Os gráficos

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apontaram inúmeros pontos de anomalias que foram conferidos, porém

nenhuma estrutura arqueológica pode ser evidenciada, se referindo

basicamente a espaços vazios produzidos por formigas.

A metodologia aplicada em campo não visou prospecções interventivas

extensivas, deste modo não foram realizadas sondagens que determinassem a

área de abrangência dos vestígios, não sendo possível determinar o perímetro

de dispersão dos vestígios em sub-superfície. Contudo, o método de

prospecção oportunística nos possibilitou verificar que a maior concentração

atual de vestígios em superfície fica compreendida em uma área de

aproximadamente 500 X 200m, que compreende boa parte da área da

elevação onde se encontra.

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Rio do P i e e xHidrografia:

Rio do Peixe

Córrego

Fonte: BARRA ROCHA, C.H / MAEA-UFJFOrg: Museu de Arqueologia e Etnologia - USP

Autores e Desenho: Ângelo Alves Corrêa e Danielle Gomes SamiaSetembro/2007

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Legenda

Estradas:

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PRANCHA 4PLANTA SÍTIOS TEIXEIRA LOPES E EMÍLIO BARÃO

JUIZ DE FORA - MG

691

Microrregião de Juiz de Fora

Juiz de Fora

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Sítio Emílio Barão

Sítio Teixeira Lopes

Page 12: CAPITULO II - USP · concentração, duas trincheiras, uma com 65x1x1m (foto 2) e outra com 12x1x0,5m e finalmente duas superfícies amplas, 22m² e 9m², somando área total de escavação

Fonte: BARRA ROCHA, C.H / MAEA-UFJFOrganização: Museu de Arqueologia e Etnologia - USP

Autores e Desenho: Ângelo Alves Corrêa e Danielle Gomes SamiaSetembro/2007

PRANCHA 5PLANTA SÍTIO EMÍLIO BARÃO

JUIZ DE FORA - MG

Microrregião de Juiz de Fora

Juiz de Fora

Rio do Peixe

Estrada Antiga

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Setor 2a

Setor 2b

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1.5. Sítio Mata do Bentes

O sítio arqueológico

Mata dos Bentes (foto 9) se

localizava na divisa dos

municípios de Rio Novo e

Goiana, próximo a MG-353,

nas coordenadas 23K

0690473 / 7620460.

Atualmente não mais existe,

pois foi impactado pelas

obras de Construção do Aeroporto Regional da Zona da Mata mineira. Foi

localizado já durante as atividades de terraplenagem da área onde seria o pátio

para as aeronaves, portanto, quando se paralisou as obras o sítio já tinha sido

gravemente impactado, tendo seu entrono amplamente modificado e a maior

parte do pacote arqueológico destruído.

Foto 9

Em 2002 para a realização do salvamento na área restante do sítio foi

firmada uma parceria entre a SETE Soluções e Tecnologia Ambiental e o

MAEA. Procedeu-se o estabelecimento de uma malha de sondagens com 0,5 X

0,5m e vistorias de superfície (LOURES OLIVEIRA, 2006b: 124). A partir do

resultado destas metodologias foram percebidas algumas áreas com

concentração de vestígios onde foram

abertas outras quadras de 0,5 X 0,5m

contíguas (foto 10), produzindo áreas

escavadas mais amplas, totalizando

uma área escavada de 100m² (prancha

6). Além disso, se recolheu o material

que apareceu durante os trabalhos de

movimentação de solo após a liberação

da área para o empreendimento. Foto 10

Por conta das alterações que já tinham sido levadas a cabo se tornou

impossível visualizar o entorno do sítio, bem como saber a posição da

concentração de vestígios em relação à elevação. Mas foi possível recolher

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Page 14: CAPITULO II - USP · concentração, duas trincheiras, uma com 65x1x1m (foto 2) e outra com 12x1x0,5m e finalmente duas superfícies amplas, 22m² e 9m², somando área total de escavação

considerável quantidade de vestígios, somando um total de 11.674 fragmentos

cerâmicos e 466 líticos.

Não foi possível determinar o perímetro da área de dispersão que teriam

os vestígios antes do empreendimento, somente podemos mensurar que essa

área seria superior a 80 X 50 m, referente à área que foi encontrada

preservada para os estudos de campo.

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Page 15: CAPITULO II - USP · concentração, duas trincheiras, uma com 65x1x1m (foto 2) e outra com 12x1x0,5m e finalmente duas superfícies amplas, 22m² e 9m², somando área total de escavação

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Fonte: OLIVEIRA, MENZORI e AZEVEDO/ MAEA-UFJFOrg: Museu de Arqueologia e Etnologia - USP

Autores e Desenho: Ângelo Alves Corrêa e Danielle Gomes SamiaSetembro/2007

Legenda

0 2,5 5,0 7,5m

PRANCHA 6PLANTA SÍTIO MATA DOS BENTES

RIO NOVO - MG

Rio

No

vo

50 mrr oCó eg

m700

Microrregião de Juiz de Fora

São João Nepomuceno

Rio Novo

Rio Novo

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