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CIDADÃOS DA PÁTRIA CAPÍTULO 5

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CIDADÃOS DA PÁTRIA

CAPÍTULO 5

O sequestrador com Túlio diante da tela do computador a qual se via

Felipe, subitamente ele puxa o capuz de Túlio, Felipe paralisado enquanto

Túlio é colocado perante a imagem de seu verdadeiro algoz.

CENA 1. CASA DE FELIPE/ SALA. INTERIOR. NOITE

Música: Tribal Battles – West One Music

Felipe pasmo, diante do pai, nesse exato instante, na fração de segundos

Felipe se lança no chão, caindo. Ele se levanta, pasmo, ele escuta o líder

no computador.

LÍDER – VAI COVARDE, APARECE AQUI PRA GENTE! VAI, DÁ AS CARAS

LOGO!

Felipe aciona um botão e desliga a tela do computador, ele pega sua

carteira e as chaves do carro. Ele sai aceleradíssimo da casa, correndo

ofegante e entra em seu carro, pisando fundo em desespero, sem notar

ser seguido por Sandro.

FELIPE – (Pensamento) DESGRAÇADO! Ele não vai pôr o plano à perder,

NÃO MESMO!

Felipe com um semblante apavorado, porém calculista ao mesmo tempo.

CENA 2. FAVELA SOL NASCENTE/ BARRACO. INTERIOR. NOITE

A música continua. Túlio perante o computador amarrado numa cadeira

sem entender nada, o líder mascarado de um lado para o outro, furioso.

TÚLIO – QUE PALHAÇADA É ESSA? NÃO TÔ ENTENDENDO NADA! FALA

COMIGO!

LÍDER – CALA A BOCA! CALA A MALDITA BOCA SEU BOSTA!

O homem se aproxima de Túlio gritando com ele, Túlio o chuta entre as

pernas e desata a correr veloz, o homem fulo se levanta pegando uma

arma.

LÍDER – EU CORTO MARRA DE GENTINHA COMO TU NUM INSTANTE!

PARA AÍ!

O homem dispara tiros para o alto, Túlio tropeça numa instante e cai no

chão, o homem engatilha a arma e se aproxima dando um soco em Túlio,

ele o puxa feroz pela gola da camisa e enfia a arma dentro de sua boca

com o dedo no gatilho.

LÍDER – AGORA REZA... REZA PRA NÃO COMER BALINHA!

CENA 3. FAVELA SOL NASCENTE/ VIELAS. EXTERIOR. NOITE

A música continua. Uma fina garoa começando a cair, a luz falha no

trecho sombrio quando chega Gisella berrando em desespero com o

carro negro de Maura a persegui-la, Gisella chorava, berrava escandalosa,

se ouvia, no carro os risos histéricos e doentios de Maura, seu olhar

psicótico, suas ações sem limites.

GISELLA – ALGUÉM ME AJUDA... EU IMPLORO, EU NÃO QUERO

MORRER!

MAURA – GRITA, GRITA MESMO SUA VACA! EU SINTO O CHEIRO DO TEU

MEDO!

O carro prestes a alcançar Gisella, Maura com os lábios marcados por um

batom preto, se olhando no espelho.

MAURA – Diva, gostosa, maravilhosa... PERIGOSA! Eu sou tudo de bom meu

Deus!

GISELLA – PARA, ME DEIXA EM PAZ... (Chorando) ME DEIXA IR EMBORA

MAURA!

MAURA – NUNCA! VOCÊ SÓ ESCAPA QUANDO EU TE MANDAR PRO

INFERNO!

Gisella continua correndo pelas vielas, até que ela entra num beco,

tentando se esconder e começa a saltar por entulhos, Maura dando a

volta na favela com seu carro, com raiva. Gisella continua correndo,

começa a ofegar, saca uma chave de seu bolso e entra em seu carro que

ali estava cantando pneu, sendo perseguida.

CENA 4. COBERTURA DE TÚLIO/ SALA. INTERIOR. NOITE

A campainha começa a tocar incessantemente, Antony vai e atende

Felipe, em desespero na porta perante ele.

FELIPE – Antony né? Eu acho que sei onde seu pai está, e preciso de ajuda!

ANTONY – Ajuda? Pelo Túlio, é você bateu na porta errada... Vou indo dormir!

Antony virando-se, Felipe se aflige e o berra forte, Antony vira-se.

FELIPE – PODEM MATAR O SEU PAI SE VOCÊ NÃO ME AJUDAR ANTONY!

ANTONY – (Hesitante) Não farei nada por ele, e sim pelo que é certo!

Antony vira-se de costas indo pegar suas coisas, Felipe sorri

discretamente.

CENA 5. FAVELA SOL NASCENTE/ CASA DE ROSÂNGELA/ SALA.

INTERIOR. NOITE

A porta de Rosângela bate incessantemente, ela corre e abre para Antony

e Felipe que entram. Rosângela abraça Antony, simpático. Felipe

forçando a aflição.

ROSÂNGELA – Oi Antony, pode entrar fofo... Meu filho saiu, fique tranquilo!

ANTONY – Não é sobre ele que vim falar dona Rosângela... A senhora é antiga

aqui do morro, sabe onde ficam os traficantes daqui? Parece que eles estão

com meu pai.

ROSÂNGELA – Sim, bem mais ao fim do morro! Pega a viela à esquerda e

segue reto!

FELIPE – Valeu dona Rosângela, valeu mesmo!

ROSÂNGELA – Por mim o Túlio que morra! Desculpa Antony, mas a gente

sabe que seu pai não vale o chão que pisa né? Só fiz porque o Antony me

pediu, vão e eu chamo a polícia pra vir aqui, cuidado... É gente muito perigosa!

Felipe e Antony fazem que sim e saem da casa acelerada, Rosângela se

aproxima do celular e começa a discar o 190 enquanto ambos aceleram

morro à dentro.

CENA 6. DELEGACIA/ CARCERAGEM/ SALA DE VISITAS. INTERIOR.

NOITE

Álvaro na sala de visitas, Sandro entra em choque ao ver o filho vestido

como um presidiário, ele e o filho se encaram firmes e Sandro respira

fundo.

SANDRO – Sem enrolação, vamos direto ao ponto meu filho!

ÁLVARO – Fale meu pai, o que te trouxe aqui? Eu sou inocente e você sabe

disso!

SANDRO – Eu tenho quase certeza absoluta que FELIPE GUIMARÃES invadiu

a nossa casa e te incriminou meu filho, é esse monstro que está por trás de

tudo!

Álvaro sorri perante Sandro apreensivo com o que diz, Álvaro começa a

gritar por um policial e logo Daiane entra correndo a encará-lo.

ÁLVARO – Repete pai, vai repete pra ela o que o senhor acabou de me dizer!

CENA 7. FAVELA SOL NASCENTE/ VIELAS. EXTERIOR. COMEÇO DE

MADRUGADA

Música: Titans of War – West One Music

Carros e mais carros de polícia subindo o morro na escuridão da noite na

favela, um verdadeiro comboio, acelerados. Eles descem sob o comando

de Gustavo, os policiais armados até os dentes. Felipe mais distante ao

lado de Antony, próximo ao barraco dos traficantes de onde escutam os

gritos de Túlio.

ANTONY – Não tem mais o que esperar! Bora invadir essa casa maldita!

Nesse instante a porta do barraco se abrem e diversos traficantes

disparando metralhadoras e fuzis, Felipe puxa Antony para se

esconderem atrás do barraco enquanto os homens armados saem

correndo pela favela.

TRAFICANTE – A ORDEM É SENTAR O DEDO NELES GALERA, BORA

MOSTRAR DE QUEM É A PORRA DESSE MORRO!

Os traficantes disparando, Felipe e Antony se agacham atrás do beco, os

policiais com coletes disparando contra, eles atingem um traficante no

peito que cai morto no chão, outros correndo pelo beco com a polícia, em

número maçante, atirando. Por fim todos os traficantes armados,

disparando para o alto saem do barraco.

CENA 8. FAVELA SOL NASCENTE/ BARRACO. INTERIOR. COMEÇO DE

MADRUGADA

A música continua. Felipe entrando sozinho, lentamente com uma face

maléfica no barraco, ele vê de costas para ele, preso a uma cadeira Túlio.

Por instantes ele hesita.

TÚLIO – ALGUÉM TÁ AÍ? Por favor, me ajuda... ELES VÃO ME MATAR! ME

AJUDA!

Felipe contém o sorriso ao ver Túlio assim, ele se aproxima e vira a

cadeira de Túlio perante ele. O coração de Felipe dispara, cara a cara com

Túlio.

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TÚLIO – Obrigado cara, de verdade... Agora me tira daqui, rápido, por favor!

Felipe ágil começa a desamarrar Túlio, nisso os tiros cessam e Antony

acompanhado de Gustavo adentram, Antony com cara amarrada perante

Túlio, que os encara.

TÚLIO – (Ri/Para Antony) Veio me salvar ou conferir se eu tava morto?

Desculpa a decepção filhinho, ainda vai ter que me engolir!

ANTONY – Não sou você pra gostar de carniça alheia, bom missão cumprida,

vou indo!

Felipe sente-se estranho diante do clima. Túlio é levantado e colocado

numa viatura da polícia junto de Felipe, o agradecendo. Na descida do

morro Túlio vê traficantes serem colocados na viatura, ele ri para eles

acenando irônico.

CENA 9. COBERTURA DE TÚLIO/ SALA. INTERIOR. COMEÇO DE

MADRUGADA

Túlio, Felipe na cozinha tomando água ao lado de Andrezza. Túlio

aliviado.

TÚLIO – Maldito Álvaro! Ele foi preso, os comparsas viram e graças ao infeliz

me raptaram, só pode ser isso... E pensar que eu NUNCA desconfiei dele!

FELIPE – Bom gente, preciso ir pra casa... Acordar cedo amanhã pra procurar

emprego nessa cidade... Não tá fácil pra ninguém né? Boa sorte seu Túlio!

Felipe se encaminhando até a porta, Túlio pensativo por segundos, até

que o grita.

TÚLIO – ESPERA GAROTO!

Felipe vira-se a encará-lo, Túlio perante ele, sorridente.

TÚLIO – Você tem curso de ciência política né? Tem experiência como

assessor?

Felipe abre um enorme sorriso perante de Túlio, e subitamente faz que

sim.

CENA 10. HOTEL/ SUÍTE DE GISELLA. INTERIOR. MADRUGADA

A janela do hotel aberta por onde entra uma forte brisa do cerrado. Gisella

sentada num cadeira, uma câmera apoiada num estepe perante ela.

Gisella respira fundo.

GISELLA – Se você está vendo esse vídeo é porque eu já estou morta... E eu

vim aqui pra falar sobre o capeta, ou melhor sobre a traficante de armas

MAURA VILAR PEREIRA E ALBUQUERQUE, a mulher que ACABOU com a

minha vida, e se você está vendo isso é porque até a vida ela tirou de mim!

Gisella continua gravando o vídeo, apreensiva.

CENA 11. STOCK-SHOTS. EXTERIOR. MADRUGADA/ DIA

Música: Que País é Esse? – Capital Inicial

O dia amanhece rapidamente no cerrado brasiliense, lindo como sempre.

Se vê os belos pontos turísticos da cidade, como os prédios, a ponte JK,

a torre num dia em que a cidade está agitada como sempre, com pessoas

por todos os lados, agitadas.

CENA 12. CASA DE FELIPE/ QUARTO. INTERIOR. DIA

A música continua. Felipe dormindo enrolado, logo seu iPhone começa a

tocar e ele se levanta, atendendo ainda um tanto sonolento, do outro lado

da linha Gustavo.

FELIPE – Alo, seu delegado Gustavo, estou aqui... Pode falar!

GUSTAVO – Felipe, eu gostaria de te ver aqui na delegacia, o mais rápido

possível. Não posso adiantar o tema, mas é do seu interesse!

FELIPE – Ok, estarei aí! Até mais!

Felipe desliga o celular, se levanta e se encara no espelho, apreensivo.

CENA 13. DELEGACIA/ SALA DE ACAREAÇÃO. INTERIOR. DIA

A música continua. O traficante líder do grupo, numa cadeira ao centro da

sala, por um vidro transparente Andrezza, Maura e Túlio observam. Felipe

adentra na sala desconfiando, ficando diante de Gustavo e gela ao ver o

traficante.

GUSTAVO – Pronto, chegou quem faltava... Carcereiro, me traga o Álvaro

aqui!

Álvaro entra na sala, algemado, guiado pelo carcereiro e é colocado

perante o traficante e de Felipe. Álvaro furioso a encará-lo.

FELIPE – Desculpa seu delegado... Mas não to entendo qual a finalidade disso

tudo!

GUSTAVO – Calma Felipe, você vai entender!

O delegado coloca Felipe e Álvaro rente ao traficante, Felipe tenso e então

o delegado a encarar o traficante.

GUSTAVO – Afinal de contas... Qual dos dois mandou raptar Túlio Garrido?

Música: Crawling – Linkin Park

LÍDER – Dos dois... FOI O ÁLVARO! O coitado tava era desesperado pra dar o

golpe, mas te dedaram né rapaz? Caiu ele, e logo eu de trouxa caí junto!

Felipe tenta conter o riso, Álvaro faz menção de avançar para cima de

ambos, mas é contido pelo carcereiro, encarando a todos em choque.

ÁLVARO – É MENTIRA! EU SOU INOCENTE, DIZ A VERDADE SEU

MALDITO! DIZ!

GUSTAVO – CALA A BOCA! Nós montamos esse cerco todo pro traficante

dizer na cara de todo mundo que você é culpado? Álvaro, você já foi menos

patético, CARCEREIRA...

ÁLVARO – NÃO! Tudo isso é armação e eu vou provar... E EU VOU PROVAR,

JURO!

Gustavo indica Álvaro para a carcereira, que pega Álvaro pelo braço que

sai relutante aos berros atordoado enquanto Felipe fica na sala fingindo

estar consternado com a situação. Ele e o delegado saem da sala, perante

Andrezza, Maura e Túlio.

GUSTAVO – Como esperavam, Felipe está limpo no crime, ele de fato foi um

herói!

CENA 2. CONGRESSO NACIONAL/ ENTRADA. EXTERIOR. DIA

A música continua. Felipe de terno e gravata, diante do Congresso. A

passos lentos, sorridente Felipe entra no local, logo onde dá de cara com

Túlio que vai até ele, ambos vão até uma sala onde estão Carmem, Hélio,

Laranjeiras, Gracindo e Maura.

TÚLIO – Gente, esse aqui é meu mais novo assessor, Felipe Guimarães!

HÉLIO – Prazer!

LARANJEIRAS – Bem vindo ao nosso meio.

CARMEM – No meio deles? Boa sorte, você vai precisar!

GRACINDO – Seja bem vindo rapaz!

FELIPE – Obrigado!

Túlio vira-se para Maura que lixa as unhas com extrema indiferença.

TÚLIO – Maura, não se une aos cavalheiros e cumprimenta meu funcionário?

MAURA – Não, não gostei dele... Prefiro o antigo.

FELIPE – Fico aliviado que não gostou de mim. Também não curti a sua cara!

Maura nem responde, continua lixando as unhas. Ela pega sua bolsa,

beija Gracindo na testa e se vai. Um clima tenso fica no local.

FELIPE – E quanto a CPI da Petrobras, preferiam mista ou com senadores?

HÉLIO – Tanto faz, só espero que encontrem merda nisso e desviem do nosso

esqueminha né rapaziada? Assim fica bom!

Música: Sou Dela – Nando Reis

Maura andando pelos corredores veloz, ela coloca a lixa na bolsa e pega

uma pequena escuta, andando veloz. Ela sai pelo estacionamento, com

uma visão focada e fechada, ela acha a placa do carro e Felipe e coloca a

escuta no para-brisa do carro.

MAURA – Ai Felipe, se você for armação... Eu vou descobrir cara, eu vou!

CENA 3. HOSPITAL/ SAÍDA. EXTERIOR. DIA

A música continua. Cléo saindo do hospital sorridente e alegre, com uma

cara boa. Ao lado de Antony e de Doddy, aos beijos com ele. Antony ri

vendo a irmã feliz.

CLÉO – Ai to tão feliz que sai desse hospital! Já tenho show pra hoje à noite

num bar top de linha lá na Aza Sul!

ANTONY – Ai maninha, acabou de se recuperar, tem certeza?

DODDY – Claro que tem! Arranjei pra ela e será um fenômeno! Só a high

society!

ANTONY – É... Agora tá explicado porque justo o Doddy agenciou o show!

Antony beija a testa da irmã, sobre o mal olhado de Doddy. Ele saca seu

Ray Ban e segue seu caminho, entrando em seu carro acelerando. Doddy

chama um Taxi.

CENA 4. STOCK-SHOTS. EXTERIOR. DIA/ TARDE

A música continua. Se vê Brasília agitada, o plano piloto, um dia

movimentado na Asa Sul e Norte da capital federal. Pessoas por todos os

lados da imensa cidade.

CENA 5. CONGRESSO NACIONAL/ CANTINA. INTERIOR. TARDE

A música continua. A cantina praticamente vazia. Rosângela de faxineira

fazendo a limpeza, logo chega Doddy que nem olha em sua cara. Felipe

distante, sem ser visto, vendo a tudo. Rosângela se aproxima do filho.

ROSÂNGELA – Tá de terno e gravata e nem olha na cara da mãe vestida de

faxineira?

DODDY – Não mãe, que isso! É que to cheio desses ricaços magnatas ao

redor e...

ROSÂNGELA – (Corta) E você aproveita pra mostrar o quanto tem vergonha

da mãe pobre, problema não filhinho... Eu só queria mesmo era saber onde foi

que eu errei!

Rosângela vira as costas indo embora, Doddy pensativo.

DODDY – NA POBREZA!

Rosângela engole em seco, queria virar-se para encarar o filho que vai

embora. Apenas uma lágrima escorre de seu rosto, enquanto ela volta a

limpar o Congresso. Felipe observando a tudo, comovido.

FELIPE – (Pensamento) Babaca! Enquanto eu só queria minha mãe por perto,

ele despreza a que faz de tudo por ele... Sujeitinho nojento, logo logo a vida

ensina...

CENA 6. COBERTURA DE TÚLIO/ QUARTO DE TÚLIO. INTERIOR. TARDE

A música continua. Andrezza enrolada na cama com Antony, aos beijos.

ANTONY – Acredita que a Cléo já vai fazer um show hoje à noite? Mas eu vou!

ANDREZZA – Ai que ótimo, também vou aparecer... (Ri) Será divertido!

Nisso escutam Túlio que acaba de entrar. Antony se levanta no pulo a

encará-la.

TÚLIO – (Distante) Minha paixão, eu cheguei!

ANDREZZA – (Sussurrando) Ai que bosta!

ANTONY – Vou pular a janela!

ANDREZZA – Assim!? O prédio todo vai te ver pelado, não tem vergonha

Tony?

ANTONY – Eu já peguei metade do prédio, problema não... Beijinhos pra quem

fica!

Antony se levanta, sai dos lençóis, abre a janela e salta, caindo no chão

diante de um homem malhado que assovia para ele, admirando-o. Antony

se levanta sorridente e segue para o carro, andando como se nada tivesse

acontecendo.

CENA 7. STOCK-SHOTS. EXTERIOR. TARDE/ NOITE

A noite cai em Brasília. As belas luzes dos prédios, arranha-céus e belas

avenidas planejadas da cidade. Uma multidão de gente, a vida em todos

os lados de Brasília.

CENA 8. GALPÃO. INTERIOR. TARDE

Música: Doomsday – Alexandre de Faria

Maura entrando no galpão com um salto irritante e barulhento, ela diante

de Clécio que a esperava com uma AK-47 em mãos. Maura admira a arma.

MAURA – É linda! Eu quero a próxima remessa de armas na Europa pra hoje!

Os clientes tão pirando nessas armas peruanas que você não tem noção!

CLÉCIO – Aham... Por mim vai hoje mesmo pelo Nordeste, já temos até a

nossa mula...

Clécio aponta para Tainá, uma travesti presa e amordaçada numa cadeira.

Maura se aproxima dela sorridente, com um sorriso psicótico e lhe dá um

tapa na cara.

MAURA – Então você é a namoradinha do finado irmão da Gisella? Nem pra

escolher mulher ele servia, tá é morto! E se você não me ajudar, VAI NO

MESMO CAMINHO!

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MAURA – Eu sempre achei a Espanha mais bonita do que a França, você vai

A-MAR, a esqueci... Você vai forçada, vai nem aproveitar o passeio, ô vida

madrasta!

Clécio coloca uma pistola na cabeça de Tainá que chora, Maura se afasta

dela.

MAURA – Agora vou lá Tainá, encontrar sua cunhadinha... Ela acha que pode

se esconder de mim, na real, devia saber que dinheiro e poder fazem tudo

nessa cidade!

Maura sai veloz, ela entra em seu carro e acelera pisando fundo.

CENA 9. ASA SUL/ BAR. INTERIOR. NOITE

Cléo diante da plateia animada. Antony, Túlio, Doddy e dezenas de

pessoas no bar.

CLÉO – E agora minha singela homenagem à minha trama favorita por Daniel

Durães!

Todos aplaudem, Cléo sinaliza para a banda que começa a tocar Pulsos,

Cléo canta.

CLÉO – (Cantando) Tenta achar que não é assim tão mal / Exercita a paciência

/ Guarda os pulsos pro final... QUEM SABE CANTA! (Com todos) SAÍDA DE

EMERGÊNCIA AH AH, SAÍDA DE EMERGÊNCIA AH AH AH...

Todos aplaudindo Cléo, que começava a cantar Never let me Go, nesse

instante entra Andrezza com um vestido preto horripilante, Cléo quase

interrompe a música e fica a encará-la, respirando fundo. Um burburinho

começa, as pessoas sem entenderem.

DODDY – Não! A Cléo não vai surtar agora... Eu não recebi meu cachê meu

Deus!

ANDREZZA – Gente, to tão divina assim? Que bafo!

Cléo fecha os olhos, sua mente embaraçando. Ela vê um cenário negro, a

escuridão a domina por inteiro e quando ela abre os olhos, as vozes

intermináveis em sua mente, ela corre contra a caixa de chão e a derruba

no chão diante de todos, perplexos.

CENA 10. CASA DE FELIPE/ SALA. INTERIOR. NOITE

Felipe em casa pensativo, mexendo no tablet vendo uma foto de Gabriel e

Antony aos beijos com a manchete “Casal Gabriel e Tony Garrido termina

relação”.

FELIPE – Ai maninho... Queria tanto poder te conhecer de verdade. O show da

Cléo, minha irmã, é a minha chance!

Felipe se arruma, coloca uma roupa linda e se olha no espelho sorridente

imaginando Antony. Ele sai de casa e entra em seu carro, pisando fundo.

CENA 11. CASA DE GUSTAVO/ SALA. INTERIOR. NOITE

Gustavo triste, bebe uma taça de vinho. Daiana inquieta perante ele.

GUSTAVO – A Gisella não ligou mais amor... Será que houve algo com ela?

DAIANA – QUE SACO! Você não fica 5 minutos sem falar na sua prima, VOCÊ

NÃO PERCEBE QUE EU, QUE TE AMO ESTOU AQUI, NÃO ELA? Quer

saber? Você tá cagando pro tráfico de armas, o seu interesse é nela, na doce e

adora GISELLA!

GUSTAVO – Eu só estou querendo limpar o nome de uma inocente! De uma

inocente que alias teve o irmão assassinado e é da minha família tá Daiana?

Dá pra entender?

Daiana respira fundo, ela pega uma garrafa de vinho e põe do lado de

Gustavo, vai no sofá e pega sua bolsa indo até a porta.

DAIANA – Sim, dá pra entender! Entendi tão bem que nem sei o que ainda faço

aqui!

Daiana sai, ela entra no carro e começa a acelerar pelas ruas, o sinal abre

no cruzamento e Daiana anda, nisso um carro que fura o sinal a fecha.

Furiosa, Daiana sai do carro aos xingos.

DAIANA – BARBEIRO! Quer matar uma pessoa animal? Não sabe andar vai

de busão!

Nisso o motorista sai do carro atordoado e Daiana fica em choque ao

deparar-se com um homem, este é Paulo que a encara sorridente.

PAULO – Daianinha, minha flor... Sabia que iria te reencontrar!

DAIANA – Ah meu Jesus... Me rogaram praga, e das boas!

CENA 12. ASA SUL/ BAR. INTERIOR. NOITE

Cléo começando a chorar em público, estática. Um homem se aproxima

de Cléo, muda e toca em seu ombro, Cléo surta totalmente histérica,

começa a berrar.

CLÉO – AAAAAH! ALGUÉM ME AJUDA, É SÉRIO TEM MONSTRO AQUI...

EU NÃO GOSTO, EU TO COM MEDO ALGUÉM ME AJUDA!

Cléo sendo filmada por diversas pessoas, ela corre e começa a derrubar

tudo do palco no chão, todos vendo perplexos. Clicks e mais clicks dos

celulares por Cléo a todo instante. Andrezza se segura para prender o

riso, enquanto Antony sobe no palco tentando consolá-la.

ANTONY – Cléo, volta Cléo... Não tem monstro, sou eu, seu irmão Antony!

Ele tenta se aproximar e chorando ela o empurra no chão diante de todos

e sai correndo intempestiva pelas ruas berrando. Novamente um fino

granizo cai, Cléo anda atordoada vendo sombras, pessoas, sangue e

ouvindo vozes em sua mente.

CENA 13. AEROPORTO/ ESTACIONAMENTO. INTERIOR. NOITE

Música: Tribal Battles – West One Music

Clécio está ao lado num carro, no banco traseiro ao lado de Tainá e

Rosecleide.

CLÉCIO – Você vai até Recife acompanhada da Rosecleide, e de lá nós vamos

te despachar pra Espanha, as armas vão nas suas malas todas bem

enroladinhas e escondidinhas, se for pega... Tanto aqui em Brasília, ou Recife,

ou na Espanha, abre a boca e você morre... Chega na Espanha e faz gracinha

que você morre, entendeu?

Tainá apavorada faz que sim. Clécio se levanta e abre a porta, Tainá desce

amedrontada. Rosecleide, mal encarada também desce ficando ao lado de

Clécio.

CLÉCIO – (Sussurrando) Quando chegar na Espanha aguarde ordens. A gente

sabe que ela morre né!? Mas pro Brasil ela não pode voltar. Nossa máfia tá

muito vulnerável pra termos duas Gisellas à solta, uma só pra eliminar já está

ótimo!

Rosecleide começa a se aproximar de Tainá e lhe entrega seu passaporte,

colada em Tainá ambas começam a andar. Rosecleide coloca um canivete

em sua costela e Tainá começa a forçar um sorriso enorme, totalmente

apavorada.

CENA 14. HOTEL/ SALÃO. INTERIOR. NOITE

A música continua. Gisella na recepção, pensativa. Nesse instante uma

secretária chega veloz, tensa.

SECRETARIA – Um bando de gente tá invadindo o hotel pelos fundos! É coisa

barra pesada, eles querem alguém daqui meu Deus, só pode! Isso vai acabar

em tragédia!

GISELLA – AI MEU DEUS... MAURA E CIA ATRÁS DE MIM!

Gisella larga tudo na recepção, ela começa a correr veloz pela escada

com uma arma em mãos. Ela dispara para o alto, começa a apreensão no

hotel. O salão já sendo invadido pelos homens de Maura. Gisella entra em

seu quarto e pega sua mala já preparada, descendo. Ela corre e começa a

chamar o elevador, veloz.

GISELLA – Vai elevador, vem logo caramba! Eu tenho que sumir dessa cidade!

Eu vou falar com meu primo, está na hora dele saber toda a verdade!

A música ganha a cena. Nisso Gisella começa a escutar gritos do andar

debaixo de homens invadindo, ela vê pelo visor que o elevador parou

naquele andar e desata a correr chegando na escada de serviços ela

começa a descer feito louca, enquanto começam a gritar seu nome.

Gisella sai novamente na recepção do hotel e corre sem olhar para trás

para fora, ela vê tudo cercado e começa a ser perseguida.

GISELLA – DROGA! Eu preciso de ajuda meu Deus... Me envia uma luz!

Gisella corre para o meio do trânsito, se atira na frente de um carro

pedindo para parar, o carro para na hora. Gisella corre na janela batendo

nos vidros que revelam Felipe em choque.

GISELLA – ME AJUDA... MAURA VILAR, ELA TÁ AQUI, E TÁ AQUI PRA ME

MATAR!

Congela em tons verde e amarelo na face de Gisella apavorada falando de Maura

para Felipe dentro do carro.

https://www.youtube.com/watch?v=9o3_t6Bluok

CONTINUA NO PRÓXIMO CAPÍTULO