capital

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Capital No sentido patrimonial capital é o conjunto de bens tangíveis e intangíveis integrantes de um patrimônio que são destinados à produção de renda. Não integram o capital os bens destinados ao consumo pelo próprio titular do patrimônio. Em se tratando de uma sociedade, todos os bens que integram o seu patrimônio, inclusive dinheiro, se destinam direta ou indiretamente a produzir renda pelo que, no sentido patrimonial, todos os bens integrantes do patrimônio de uma sociedade constituem o seu capital. É diferente o conceito jurídico de capital. O capital, como conceito jurídico, é apenas um número, uma cifra, fixada no ato de constituição de uma sociedade ou posteriormente quando os sócios deliberam modificar esse número (aumentando ou diminuindo). Esse valor corresponde à parcela do patrimônio da sociedade que não pode ser distribuída aos sócios como participação nos lucros. 1

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Capital No sentido patrimonial capital o conjunto de bens tangveis e intangveis integrantes de um patrimnio que so destinados produo de renda. No integram o capital os bens destinados ao consumo pelo prprio titular do patrimnio.

Em se tratando de uma sociedade, todos os bens que integram o seu patrimnio, inclusive dinheiro, se destinam direta ou indiretamente a produzir renda pelo que, no sentido patrimonial, todos os bens integrantes do patrimnio de uma sociedade constituem o seu capital.

diferente o conceito jurdico de capital. O capital, como conceito jurdico, apenas um nmero, uma cifra, fixada no ato de constituio de uma sociedade ou posteriormente quando os scios deliberam modificar esse nmero (aumentando ou diminuindo). Esse valor corresponde parcela do patrimnio da sociedade que no pode ser distribuda aos scios como participao nos lucros. O lucro que pode ser distribudo aos scios a diferena entre o valor do patrimnio lquido da sociedade (direitos avaliveis economicamente menos obrigaes) e o capital. Imagem do balde.

Os credores tm direito sobre os bens do devedor, direito esse hierarquicamente superior ao direito de propriedade que o devedor tem sobre seus bens (CC art. 957). Se o devedor no cumpre obrigao, o credor recorre ao juiz que pode expropriar bens do devedor para satisfazer o crdito. O interesse do credor o de que o patrimnio da sociedade seja o maior possvel de tal forma que, quando vencer o seu crdito, o patrimnio do devedor seja suficiente para pagar todos os credores. Se o patrimnio no for suficiente para pagar todos, ele ser rateado entre os credores.

Por outro lado, as sociedades tm por objeto o exerccio de atividade econmica e por objetivo produzir lucro a ser distribudo aos scios (CC art.981).

A sociedade deve, assim, periodicamente, distribuir resultados aos scios. Nesse momento de distribuio h um conflito de interesses entre os credores (que tm interesse em que o patrimnio da sociedade no diminua) e os scios que querem receber o resultado (ou parte dele), com o que o patrimnio se reduz.

O principal mecanismo para a composio desse conflito de interesses o capital: os scios podem distribuir parte do patrimnio da sociedade mas sem que essa distribuio torne o patrimnio menor que o capital.

por isso que se diz (de uma forma um tanto imprpria) que o capital garantia dos credores. A rigor, a garantia dos credores so os bens que integram o patrimnio do devedor.

Os scios podem reduzir o capital da sociedade (CC art. 1082 a 1084, LSA arts 173 e 174), mas a a lei tem regras de proteo aos credores.

Se, por qualquer motivo o patrimnio da sociedade exaurir-se a ponto de ela no poder pagar os seus dbitos, perdem os credores e de nada valer o mecanismo do capital para minorar-lhes as perdas.

Assim, a misso do capital (conceito jurdico) no proteger os credores contra a insolvncia do devedor mas proteger os credores contra o indevido esvaziamento do patrimnio social pela transferncia de recursos para os scios alm do limite previamente fixado e publicado.

Princpio da realidade do capital social : os scios tm que transferir para o patrimnio da sociedade dinheiro ou bens de valor ao menos igual ao do capital (CC art.1005; nas S.A. os bens conferidos como capital tm de ser avaliados).

Princpio da intangibilidade do capital: os scios no podem distribuir lucros em detrimento do capital (CC art.1009).

No Direito Brasileiro no h, como regra geral, requisito de capital mnimo para as sociedades (salvo casos especiais, como instituies financeiras). Tambm no h obrigatoriedade de repor o capital caso o patrimnio, devido a perdas, se torne inferior ao capital. O contrrio acontece, por exemplo, na Suia (dar breve notcia).

As noes acima so meramente bsicas. Esse tema ser certamente desenvolvido quando do estudo das sociedades annimas.3