capeamento pulpar dentes deciduos

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Avaliação da utilização das técnicas de capeamento pulpar indireto e direto em dentes decíduos nas faculdades de odontologia do Brasil Evaluation oi indirect and direct pulp capping used in primary teeth at Brazilian dental schools 60·, Fabiane Piva* Italo Medeiros Faraco junior** Paulo Floriam' Kramer*** Mauren 8accin Ratto da Silva**** Introdução A doença cárie continua ocor- rendo de maneira acentuada, ape- sar dos conhecimentos atuais sobre a etiopatogenia da doença e dos avanços da odontologia na promo- ção de saúde. Em decorrência dis- so, a presença de dentes com cavi- dades ou bastante destruídos ain- da é observada em muitas crian- ças. Portanto, a restauração e a conseqüente manutenção do dente na arcada dentária são precedidas, muitas vezes, de terapia pulpar. O sucesso dessas terapias é a base para que o elemento dentá- rio exerça suas funções até a sua exfoliação fisiológica. Dentre as terapias pulpares conservadoras, que objetivam a manutenção da vi- talidade pulpar, estão o capeamen- to pulpar indireto e o capeamento pulpar direto. Especialista em Odontopediatria pela PUC/RS, mestranda em Odontopediatria na Ulbra, Canoas - RS. Mestre e Doutor em Odontopediatria pela Unesp de Araçatuba - SP, professor de Odontopediatria da Ulbra-Canoas - RS. Mestre e Doutor em Odontopediatria pela Faculdade de Odontologia da USP, professo, de Odontopediatria - Ulbra-Canoas - RS. •, •• Especialista em Odontopediatria pela Ulbra - RS. Recebido: 07.10.2003 Aceito: 05.03.2004 Revista da Faculdade de Odontologia

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Page 1: Capeamento pulpar dentes deciduos

Avaliação da utilização das técnicasde capeamento pulpar indiretoe direto em dentes decíduos nas

faculdades de odontologia do BrasilEvaluation oi indirect and direct pulp capping used in primary teeth at

Brazilian dental schools

60·,

Fabiane Piva*Italo Medeiros Faraco junior**

Paulo Floriam' Kramer***Mauren 8accin Ratto da Silva****

IntroduçãoA doença cárie continua ocor-

rendo de maneira acentuada, ape-sar dos conhecimentos atuais sobrea etiopatogenia da doença e dosavanços da odontologia na promo-ção de saúde. Em decorrência dis-so, a presença de dentes com cavi-dades ou bastante destruídos ain-da é observada em muitas crian-ças. Portanto, a restauração e aconseqüente manutenção do dentena arcada dentária são precedidas,muitas vezes, de terapia pulpar.

O sucesso dessas terapias é abase para que o elemento dentá-rio exerça suas funções até a suaexfoliação fisiológica. Dentre asterapias pulpares conservadoras,que objetivam a manutenção da vi-talidade pulpar, estão o capeamen-to pulpar indireto e o capeamentopulpar direto.

Especialista em Odontopediatria pela PUC/RS, mestranda em Odontopediatria na Ulbra, Canoas - RS.Mestre e Doutor em Odontopediatria pela Unesp de Araçatuba - SP, professor de Odontopediatria daUlbra-Canoas - RS.Mestre e Doutor em Odontopediatria pela Faculdade de Odontologia da USP, professo, de Odontopediatria- Ulbra-Canoas - RS.

• , •• Especialista em Odontopediatria pela Ulbra - RS.

Recebido: 07.10.2003 Aceito: 05.03.2004

Revista da Faculdade de Odontologia

Page 2: Capeamento pulpar dentes deciduos

passível de ser curada, embora es-tudos tenham demonstrado que ocapeamento pulpar direto em den-tes decíduos apresenta taxas de su-cesso menores do que o tratamentopulpar indireto ou pulpotomia.

Em decorrência das caracte-rísticas peculiares dos dentes de-cíduos, alguns aspectos devem serrelevados na escolha da realizaçãoda técnica de capeamento pulpardireto, dentre os quais estão incluí-dos o tamanho da exposição, a ori-gem dessa exposição, ausência decontaminação pulpar, ausência dealterações radiográficas visíveis,idade do dente, ausência de dore presença de vitalidade pulpar.Camp (1984) recomenda rígidascondições assépticas obtidas pormeio do isolamento absoluto e ma-terial esterilizado para a realiza-ção dessa técnica.

Sari, Aras e Gunham (1999)avaliaram capeamentos pulparesdiretos realizados comhidróxido decálcio e soro fisiológico em dentesdecíduos em diferentes estágios derizólise. Após a extração, os dentesforam submetidos à análise histo-lógica, que comprovou a formaçãode ponte de dentina em todos osdentes que exibiam tecido pulparadjacente vital. Os autores suge-rem que não há diferença signifi-cativa no potencial reparador dedentes decíduos quando compara-do com dentes permanentes. Esseestudo vem comprovar que não éo processo de reabsorção radicularfisiológico que altera a formaçãode dentina reparadora na terapiapulpar direta, mas a condição dotecido pulpar.

Váriosmateriais têm sidopropos-tos ao longodos anos para o recobri-mento da polpadentária. Noentanto,o hidróxido de cálcioainda tem sidoo medicamento mais adequado paraa proteção de polpas vitais expostas(RIPA,1970;HOLLAND,1971;JER-.RELL, COURTSe STANLEY,1984;McDONALDe AVERY,1995).

Apesar das diversas vantagensdohidróxido de cálcio,Kopel (1997),ao observar suas características fí-sicas e mecânicas, encontrou pro-blemas, especialmente referentesa sua solubilidade, consistência ebaixa resistência mecânica. Emrazão destas deficiências, outrosmateriais têm sido estudados, den-

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tre eles, óxido de zinco e eugenol,fórmulas a base de hidróxido demagnésio, cloreto de cálcio, fosfatotricálcio e hidróxido de amônia. Noentanto, até o momento, nenhumdesses materiais proporcionou me-lhores resultados que o hidróxidode cálcio (SCHRODER et al., 1995;MCDONALD e AVERY,1995; TO-LEDO, 1996).

Atualmente, os sistemas ade-sivos, as proteínas morfogenéti-cas, o agregado de trióxido mineral(MTA), o CO2 Laser, entre outros,têm sido apresentados como possí-veis alternativas para a substitui-ção do hidróxido de cálcio, tanto nadentição decídua como na perma-nente (RUTHERFORD et al., 1993;KOPEL, 1997; KOPEL, 1998; MO-RITZ et aI., 1998; FARACO JU-NIOR, 1999; RANLY e GARCIA-GODOY, 2000; CEHRELI et aI.,2000; SCHMITT, LEE e BOGEN,2001; FALSTER et al., 2002).

O emprego do capeamento pul-par direto em dentes decíduos éuma realidade nas faculdades deodontologia norte-americanas enos países escandinavos. Spedding(1968) observou que, das 56 es-colas americanas e canadensesquestionadas, 51 ensinavam o pro-cedimento de terapia pulpar direta.Destas 51 escolas, 43% realizam aterapia pulpar direta em casos deexposição pulpar, ao passo que 55%não a realizam. O hidróxido de cál-cio foi o material indicado por 47escolas, seguido do óxido de zincoe eugenol, formocresol e fosfato dezinco.

Punwani e Molven (1973) de-monstraram que a maioria dasescolas escandinavas pesquisadasensinava a terapia pulpar direta,embora os critérios de seleção paraa realização desse procedimentovariassem de uma escola para ou-tra. Algumas das contra-indicaçõesmencionadas pelas escolas foram a

contaminação da polpa por saliva,presença de sinal de patologia, in-completa formação radicular e emcasos de trauma, quando a polpapermanece exposta por um longoperíodo de tempo. Duas escolasutilizavam óxido de zinco e euge-nol para o capeamento na dentiçãodecídua, ao passo que as demaisadotavam o hid róxido de cálciopuro ou na forma de pasta comomaterial capcador em ambas asdentições.

No Brasil existem poucos da-dos disponíveis sobre o ensino eas condutas clínicas na área de te-rapia pulpar em dentes decíduos.Dessa forma, este estudo realizouum levantamento nas universida-des brasileiras com o propósito deverificar os conceitos e técnicaspreconizadas no ensino de gradua-ção referentes às técnicas de capea-mento pulpar indireto e direto.

MetodologiaDe acordo com o objetivo do

estudo de verificar conceitos, ma-teriais e técnicas de terapia pulparpreconizadas no ensino de gradua-çãobrasileiro, foi confeccionadoumquestionário contendo seis ques-tões relacionadas ao capeamentopulpar indireto na dentição decí-dua e quatro perguntas referentesao capeamento pulpar direto emdentes decíduos (Quadro 1).

O material foi enviado ao coor-denador da disciplina de odontope-diatria de 34 faculdades públicas eprivadas de odontologia do Brasil.Anexa, foi enviada uma carta ex-plicando os objetivos do estudo eenfatizando que as respostas nãodeveriam envolver opiniões e con-ceitos pessoais, mas informar a fi-losofia da instituição no ensino degraduação. Após a devolução dosquestionários, os resultados foramavaliados e tabulados .

Quadro 1: Questionário referente à técnica de capeamento pu/par indireto e direto em dentesdecíduos

1ª Capeamento pulpar indireto é uma técnica utilizada em dentes decíduos?2ª Em caso negativo, por que não a utiliza?3" Em caso positivo, quais os critérios para a sua utilização?4' Qual o recobrimento pulpar utilizado sobre a dentina remanescente?5' O dente é reaberto e a dentina cariada remanescente é removida em uma sessão subseqüente?6' Se o dente é reaberto, quanto tempo é esperado para tal?7' O capeamento pulpar é uma técnica utilizada em dentes decíduos?8" Em caso negativo, por quê?9" Em caso positivo, quais os critérios para a sua utilização?10' Qual o recobrimento pulpar utilizado?

Revista da Faculdade de Odontologia

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o capeamento pulpar indiretoé definido como a remoção parcialdo tecido cariado e colocação de ummaterial biocompatível com o obje-tivo de remineralizar o tecido ca-riado remanescente (RIPA, 1970;FUKS, 1996; RIBEIRO, CORRÊAe COSTA 1999; FALSTER et al.,2002). Esse procedimento vem sedorecomendado por diversos autoresem razão do seu alto índice de su-cesso (LAWe LEWIS, 1961; DIMA-GGIO, HAWES e KYRIATI, 1963;KERKHOVE et aI., 1967; CAMP,1984; RODRIGUES, ANDO eSANTOS, 1992; FAROOQ et al.,2000; FALSTER et al., 2002; AL-ZAYERetal., 2003).

Em 1961, Law e Lewis reali-zaram uma avaliação clínica eradiográfica de dentes decíduos epermanentes jovens submetidosao capeamento pulpar indireto uti-lizando hidróxido de cálcio. Apósdois anos, obtiveram um índice de76% de sucesso clínico e radiográ-fico e observaram a presença deuma linha radiopaca entre a cárieremanescente e a polpa.

Dimaggio, Hawes e Kyriat(1963) obtiveram 88% de sucessoem 84 dentes tratados com trata-mento pulpar indireto, comparan-do com 67% de sucesso em 33 den-tes tratados com tratamento pul-par direto.

Kerkhove et al. (1967) relata-ram uma taxa de 92% de sucessoem dentes decíduos e permanentestratados com capeamento pulparindireto. Também pesquisandoa eficácia do capeamento pulparindireto em dentes decíduos, Ro-drigues Ando e Santos (1992) ob-tiveram 100% de sucesso clínico eradiográfico num ano de acompa-nhamento.

Em 2000, Farooq et alo avalia-ram o tratamento de lesões de cá-rie profunda em molares decíduose concluíram que o tratamentopulpar indireto obteve um sucessosignificantemente maior (93%) doque a pulpotomia realizada comformocresol (74%).

Um índice de sucesso de 95%ficou evidenciado no estudo rea-lizado por Al-Zayer et al. (2003)para o tratamento pulpar indiretoem molares decíduos.

PassoFundo, V. 9, n. 2, p. 60-67, jul./dez. 2004

Embora a maioria dos traba-lhos tenha demonstrado bons re-sultados com o emprego dessa téc-nica, a sua indicação não é unani-midade no ensino de universidadeseuropéias e norte-americanas. Em1968, Spedding realizou um levan-tamento sobre os procedimentos deterapia pulpar em dentes decíduospreconizados nos cursos de odonto-logia norte-americanos, dentre osquais o capeamento pulpar indire-to. Das escolas pesquisadas, 88%preconizam esse procedimento. Oóxido de zinco e eugenol foi o ma-terial capeador de escolha em 36%das instituições e o hidróxido decálcio em 33% destas. Em 76% dasescolas foi indicada uma segundasessão para a remoção da dentinacariada remanescente. Essa rein-tervenção era realizada no períodoentre e dois meses em 67% das es-colas observadas. A colocação deuma base antes da restauraçãodefinitiva foi indicada por 76% dasinstituições, tendo a maioria rela-tado o uso de hidróxido de cálciopara esse procedimento.

Outro estudo semelhante rea-lizado entre 1969 e 1970 na Es-candinávia questionou oito cursosde odontologia quanto ao conceito,tratamento, procedimentos e con-troles pós-operatórios da terapiapulpar empregada (PUNWANI eMOLVEN, 1973). As escolas es-candinavas definiam a terapia pul-par indireta como um tratamentotemporário para lesões extensas decárie, nas quais a exposição pulparseria provocada pela completa re-moção da dentina cariada. Duasetapas são preconizadas para arealização do capeamento pulparindireto. O hidróxido de cálcio naforma de cimento foi o material deescolha, sendo colocado sobre esteuma restauração provisória comcimento de óxido de zinco e euge-nol. O período da reintervenção va-ria 3 a 12 semanas. O tratamentoem uma única sessão foi defendidoem uma escola para ser realizadoem dentes decíduos que permane-ceriam em boca por um período detrês a seis meses. Todas as escolasindicavam a terapia pulpar indi-reta para dentes assintomáticose sem evidências radiográficas.

Em duas escolas, esse tratamentoera aplicado somente na dentiçãodecídua, ao passo que uma escolarestringiu o uso para dentição per-manente. Uma deposição de denti-na terciária, reparativa ou irrita-cional era esperada como respostaao recobrimento temporário comhidróxido de cálcio.

O estudo mais recente com oobjetivo de pesquisar técnicas efilosofias do ensino de terapiaspulpares em dentes decíduos foi orealizado por Primosch; (GLOMBe JERRELL, 1997). Os autoresrealizaram um levantamento em53 faculdades de odontologia dosEstados Unidos. Como resultadosobtiveram que 70% das escolas in-dicavam o tratamento pulpar indi-reto e o material preferencial paraessa conduta foi o hidróxido de cál-CIO.

O material de escolha para atécnica do capeamento pulpar indi-reto não é consenso entre os auto-res. Apesar da indicação de o usodo hidróxido de cálcio ou óxido dezinco e eugenol ser mais citada naliteratura, alguns trabalhos pro-põem outros materiais, como ossistemas adesivos e os cimentos deionômero de vidro para a realiza-ção dessa técnica (BENELLI et al.,1993; FALSTER et al., 2002).

Com relação ao capeamentopulpar direto na dentição decídua,este tem sido avaliado criteriosa-mente por diversos autores (RIPA,1970;JERRELL, COURTS e STAN-LEY, 1984; CAMP, 1984; KOPEL,1992; FUKS, 1996;TOLEDO, 1996;KOPEL, 1997; GUEDES-PINTOe DUARTE, 1998; RANLY e GAR-CIA-GODOY, 2000; RIBEIRO,CORRÊA e COSTA, 1999). Essatécnica consiste na aplicação de umagente protetor diretamente sobrea exposição pulpar, promovendo orestabelecimento da polpa e esti-mulando o desenvolvimento de umtecido calcificado, protegendo-a deirritação adicional, mantendo suavitalidade.

Kopel (1992), num trabalho derevisão da literatura, relatou que aseleção dos casos utilizando crité-rios rígidos aumenta significante-mente as taxas de sucesso da tera-pia empregada. Observou tambémque a polpa de dentes decíduos é

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ResultadosAamostra final constituiu-se de 27 faculdades pú-

blicas e privadas, localizadas em sete diferentes esta-dos brasileiros (RS - 6, SC - 2, PR - 3, SP - 9, RJ - 4,MG - 2, BA- 1).

Os resultados relacionados com o emprego do ca-peamento pulpar indireto demonstraram que 85%dasinstituições de ensino pesquisadas preconizam essatécnica (questão 1); 15% não utilizam a técnica pornão terem segurança para a realização dessa condutaou por acreditarem em comprometimento pulpar emlesões cariosas profundas (questão 2).

Os critérios citados para a indicação da técnicaforam a ausência de dor espontânea, lesão profundasem comprometimento pulpar e dentes jovens (ques-tão 3).

Comoresposta à questão 4, osmateriais utilizadossobre a dentina cariada remanescente foram o hidró-xido de cálcio, 68%; óxido de zinco e eugenol, 22%, e ocimento de ionômero de vidro, 10%, conforme mostraa Tabela 1.

Os dados obtidos quanto à remoção de dentinacariada em uma segunda sessão mostraram que 60%das escolas recomendam a reabordagem e que em 40%esse procedimento não é realizado (questão 5).

Tabela 1 - Medicamentos preconizados para o capeamento pulpar indi-reto de dentes decíduos nas faculdades de odontologia brasi-leiras

Medicamentos Faculdades deodontologia

Hidróxido de cálcioÓxido de zinco e eugenolCimento de ionômero de vidro

••••••• _- > ,

• Total

68%22%10%.~...,.,.".~-100%

No que se refere à reintervenção, o período de es-pera é de 15 dias em 80%das faculdades questionadas ede trinta dias em 20%delas (questão 6).

No que diz respeito às questões referentes ao ca-peamento pulpar direto, os resultados obtidos para aquestão 7 foram 55% das faculdades de odontologiabrasileiras avaliadas preconizam a técnica de capea-mento pulpar direto em dentes decíduos, ao passo que45% não a utilizam. As razões descritas para a não-utilização desse tipo de tratamento (questão 8) forama limitação do diagnóstico pulpar, a menor capacidadereacional da polpa do dente decíduo e a maior segu-rança com a técnica da pulpotomia.

Nos casos em que a técnica era empregada, os cri-térios para a sua utilização foram a pequena exposi-ção ou acidental da polpa, ausência de tecido cariado,dentes jovens, ausência de contaminação e empregodo isolamento absoluto. Também foi citado comocrité-rio pela maioria das instituições de ensino o estado desaúde pulpar, verificado por meio da cor e volume desangramento (questão 9).

Os dados obtidos junto às faculdades com relaçãoao material utilizado sobre a exposição pulpar estãodescritos na Tabela 2 (questão 10). De acordo com os

Passo Fundo, v. 9, n. 2, p. 60-67, jul./dez. 2004

resultados, verificou-se que 92,6% das faculdades pre-conizam o hidróxido de cálcio em capeamento pulpardireto de dentes decíduos; 3,7%utilizam sistemas ade-sivos e 3,7%, a pasta composta por paramonoclorofenolcanforado, rifocort e iodofórmio (pasta Guedes-Pinto).

Tabela 2 - Medicamentos preconizados para o capeamento pulpar dire-to de dentes decíduos nas faculdades de odontologia brasilei-ras

Medicamentos

Hidróxido de cálcioSistema AdesivoPasta composta por PMCC, rifocort e iodofórmioTotal'- ... . .. ,.. .,-

DiscussãoO alto índice de retorno dos questionários enviados

(80%) indicou o grande interesse a respeito do ensinoe da prática da terapia pulpar em dentes decíduos.Embora existam dados referentes à terapia pulpar emdentes decíduos publicados na literatura, com relaçãoàs terapias de capeamento pulpar indireto e diretonão se encontrou nenhum trabalho de abrangêncianacional que aborde este tema.

Com base na literatura existente a respeito do ca-peamento pulpar indireto em dentes decíduos, o nú-mero de estudos que indicam essa terapia é crescente,apoiados nas altas taxas de sucesso (KERKHOVE etaI., 1967; FUKS, 1996; RIBEIRO, CORRÊAe COSTA,1999; FAROOQ et aI., 2000; FALSTER et aI., 2002;AL-ZAYERet al., 2003). No presente estudo, das fa-culdades brasileiras questionadas, 85% estão de acor-do com a literatura, indicando a realização desse pro-cedimento na clínica odontopediátrica.

Das escolas questionadas, 15% não preconizam ocapeamento pulpar indireto em dentes decíduos. Naliteratura, poucos autores não recomendam essa te-rapia. Curzon, Roberls e Kennedy (1997) acreditamque as lesões profundas de cárie em dentes decíduosprovocam comprometimento pulpar, julgando ser apulpotomia a melhor abordagem para essas situações,baseado nos altos índices de sucesso desta última con-duta. No entanto, para a obtenção de bons resultadoscom o capeamento pulpar indireto alguns requisitose critérios devem ser considerados para a seleção doscasos. O sucesso é atingido quando a técnica é cuida-dosamente indicada (GUEDES-PINTO, 2003).

As respostas obtidas a respeito dos critérios es-tabelecidos para a utilização do capeamento pulparindireto (questão 3) estão de acordo com os dadosencontrados na literatura. Essa terapia está indica-da em lesões de cárie profundas em dentes decíduos,com ausência de dor espontânea ou algum outro sinale sintoma de inflamação pulpar irreversível e sem al-teração radiográfica visível. No estudo realizado porPunwani e Molven (1973) nas escolas escandinavas,todas preconizavam esse tratamento em dentes assin-tomáticos e sem evidências radiográficas. De oito esco-las avaliadas, somente uma não recomenda a técnicana dentição decídua.

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A importância de um aspectoradiográfico normal é indispensá-vel para que a técnica possa serrealizada com segurança (RIPA,1970; CAMP, 1984; KERKHOVEet al., 1967; FALSTER et al., 2002;AL-ZAYERet al., 2003). Com rela-ção à idade do dente e sua indica-ção à técnica, Ribeiro et al. (1999)referem que o tratamento pulparindireto pode ser realizado em den-tes que permanecerão no mínimopor seis meses em boca, fato quenão foi citadó pela maioria dos au-tores. Segundo Massara (2002), atéa metade do processo de rizólise, ascélulas pulpares não demonstramalterações suficientes para dimi-nuir a capacidade reacional ou suaatividade metabólica, no entantopróximo a exfoliação as alteraçõesregressivas são observadas no teci-do pulpar.

Omaterial mais utilizado pararecobrir a dentina remanescentefoi o hidróxido de cálcio, utilizadoem 68% das escolas questionadas(questão 4). Esse dado vai ao en-contro dos resultados obtidos no le-vantamento realizado por Punwa-ni e Molven (1973) e Primosch etal. (1997). No entanto, o estudorealizado por Spedding (1968)mostrou que o cimento de óxido dezinco e eugenol era empregado em36% das escolas norte-americanaspesquisadas, ao passo que o hidró-xido de cálcio era preconizado por33% delas. O material geralmenteindicado na técnica do capeamen-to pulpar indireto é o hidróxidode cálcio, porém diversos estudosdemonstraram que não existe di-ferença entre o uso deste mate-rial e o óxido de zinco e eugenoI.Fairbourn, Charbeneau e Loeche(1980) avaliaram a ação do Dycal"(cimento de hidróxido de cálcio) eIRM®(cimento a base de óxido dezinco e eugenol) recobrindo a denti-na desmineralizada. Os resultadosencontrados foram semelhantes pa-ra os dois cimentos. Em relação aosestudos comparando o hidróxido decálcio e o óxido de zinco e eugenol,King, Grawford e Lindahl (1965)relataram resultados semelhantesdos dois cimentos quanto à reduçãodonúmero de microorganismos viá-veis na dentina cariada remanes-cente.

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A remineralização ou reorgani-zação da dentina cariada remanes-cente com o uso do hidróxido decálcio ficou comprovada atravésdo estudo de Sowden (1956) e Lawe Lewis (1961). Por sua vez, o usodo óxido de zinco e eugenol comoagente bactericida, agindo na redu-ção dos microorganismos remanes-centes na dentina foi estudado porMassara em 2002. Essa ação doóxi-do de zinco e eugenol pode ser ex-plicada pela afinidade do eugenolpela membrana plasmática e pelasua capacidade de inibir o metabo-lismo celular.

O cimento de ionômero de vidropode ser outro material empregadona terapia pulpar indireta. A açãoantimicrobiana promovida pela li-beração de flúor consiste numa dasgrandes vantagens desse cimen-to (BENELLI et al., 1993). Alémde potencializar a remineralizaçãodentária, favorece o endurecimen-to da dentina desmineralizada re-manescente (MASSARA, 2002).Porém, no presente estudo houveuma preferência pela indicação dohidróxido de cálcio como materialpara a realização da técnica de te-rapia pulpar indireta.

O capeamento pulpar indiretoé preconizado por muitos autoresem duas sessões; na reabertura dodente, após um período de tempo,a dentina cariada remanescente éremovida e a restauração definiti-va é então realizada (CAMP,1984;MCDONALD e AVERY,1995). Noestudo realizado por Spedding(1968), a maioria das escolas pre-conizava a reabertura em umasegunda sessão. Nas escolas escan-dinavas, a técnica era indicada emduas etapas (PUNWANI e MOL-VEN, 1973). No entanto, uma dasescolas defendeu o tratamento nu-ma única sessão nos casos em queo dente exfoliará dentro de três aseis meses. Esses estudos corrobo-ram os encontrados no presentelevantamento, no qual 60% dasfaculdades brasileiras avaliadasrealizam uma reintervenção paraconcluir o tratamento pulpar indi-reto (questão 5).

Há preferência entre osautores,quanto ao período de espera para asegunda intervenção, de seis a oitosemanas. Neste estudo, a reinter-

venção em 15 dias era indicada por80% das universidades, ao passoque para 20% delas o período erade trinta dias (questão 6). Spedding(1968) constatou que 67%, dos cur-sos de odontologia questionados, asegunda sessão era realizada entreum e dois meses, concordando coma maioria dos autores.

Os excelentes resultados da te-rapia pulpar indireta em dentesdecíduos vem sendo relatados naliteratura. Esse fato pode ter contri-buído para que os resultados obti-dos no presente trabalho demons-trassem que a maioria das escolasquestionadas preconiza a terapiapulpar indireta em suas condutasclínicas.

Em relação ao questionário so-bre capeamento pulpar direto, 55%das faculdades de odontologia indi-caram essa terapia para dentes de-cíduos (questão 7). No entanto, asua indicação necessita de algunscritérios, fato que coincidecoma opi-nião da maioria dos autores (RIPA,1970; SCHRODER et aI., 1995;MCDONALD e AVERY,1995; TO-LEDO, 1996; KOPEL, 1997; RAN-LYe GARCIA-GODOY,2000).

Em 1968, Spedding relatou que100% das escolas de odontologiados Estados Unidos e Canadá ensi-nam e realizam a técnica do capea-mento pulpar direto em exposiçõespulpares acidentais. Porém, se aexposição ocorrer por cárie, 22%das escolas preconizam tal proce-dimento.

Punwani e Molven (1973) rea-lizaram seu estudo em oito facul-dades de odontologia escandinavase relataram que a técnica do capea-mento pulpar direto era indicadasomente em casos de exposiçõesacidentais rodeadas por denti-na sadia. Nessas circunstâncias,100% das escolas preconizavam arealização dessa terapia pulpar.

Um trabalho semelhante reali-zado por Primosch, Glomb e Jerrell(1997) demonstrou que, das facul-dades de odontologia norte-ameri-canas avaliadas, 43,3% utilizavamo capeamento pulpar direto nos ca-sos de exposição acidental duranteo preparo cavitário ou por trauma-tismo.

NoBrasil, das instituições pes-quisadas, 45% não utilizam o ca-

Revista da Faculdade de Odontologia

Page 6: Capeamento pulpar dentes deciduos

peamento pulpar direto em dentesdecíduos, tendo como justificativaa dificuldade do diagnóstico pulpar,a pequena capacidade reacional dapolpa e a maior segurança com atécnica da pulpotomia (questão 8).

Fuks e Eidelman (1991) descre-veram que é bastante comum o fra-casso do capeamento pulpar diretona dentição decídua, resultandoem abscessos e reabsorções inter-nas. Issáo e Guedes-Pinto (1994),por meio de experiência clínica eestudos experimentais, desapro-varam a realização da técnica decapeamento pulpar direto na den-tição decídua, preferindo a pulpo-tomia.

O diagnóstico pulpar na den-tição decídua torna-se bastantedificultado devido às informaçõessubjetivas e, geralmente, impre-cisas forneci das pela criança ouresponsáveis. Assim, oexame radio-gráfico e os achados clínicos sãofundamentais para a determina-ção da condição pulpar e a escolhada técnica de tratamento adequada(KOPEL, 1992).

A capacidade reacional da pol-pa do dente decíduo tem sido estu-dada e tem apresentado excelentecapacidade biológica de respostaa agressões nos primeiros anos devida do dente, enquanto o tecidopulpar é jovem e rico em células.Juntamente com o início do pro-cesso de rizólise, algumas altera-ções histomorfológicas da polpatrariam como conseqüência umadiminuição do seu potencial repa-rador (HOBSON, 1970; GUGIS-CH, 1976; ARAÚJO, 1982; FUKSe EIDELMAN, 1991). No entanto,Sari, Anas e Gunham (1999) nãoencontraram alterações na estru-tura histológica da polpa de dentesdecíduos ou decréscimo do poten-cial de reparo da polpa, com o au-mento da idade do paciente.

Toledo (1996) e Ribeiro, Corrêae Costa (1999) acreditam que as in-dicações para o emprego da terapiapulpar direta na dentição decíduasão polpa hígida, exposições aci-dentais pequenas não contamina-das por cárie ou saliva e situaçõesde traumatismo com pouca conta-minação da exposição.

Quanto ao tamanho da expo-sição pulpar, Mjór e Horsted-Bin-dslev (1990) observaram que os

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capeamentos pulpares realizadossobre grandes exposições estão su-jeitos ao fracasso. Porém, em expo-sições pequenas causadas durantea remoção do tecido cariado, essaterapia atinge uma taxa de sucessosemelhante àquela do capeamentopulpar indireto. Segundo McDo-nald e Avery (1995), a polpa expos-ta por cárie está acompanhada porinflamação; cujo grau é diretamenterelacionado com o tamanho da ex-posição. O aspecto macroscópico dapolpa exposta não deve evidenciarsinais de inflamação; caso estes es-tejam presentes, contra-indicam arealização da técnica. Também in-viabilizam a utilização da técnicado capeamento pulpar direto o ex-cesso ou ausência de sangramento,sangue muito claro ou com aspectoliquefeito, que caracterizam dege-neração pulpar.

De acordo com Ingle e Beve-ridge (1979), a ausência de dor ea idade dental são aspectos impor-tantes a serem observados quandose pretende realizar o capeamentopulpar. Também é enfatizada porMcDonald e Avery (1995) a ausên-cia de contaminação, através douso de dique de borracha que, alémde impedir o contato do tecido pul-par com a saliva, facilita a visuali-zação do tamanho da exposição, doaspecto pulpar e seu grau de san-gramento.

Schrõder et al. (1995) afirma-ram que a técnica do capeamentoapresenta prognóstico favorávelem 80% dos casos quando os crité-rios são respeitados.

Quanto ao material capeador, ohidróxido de cálcio continua sendoo mais indicado para ser utilizadoem contato direto com a polpa den-tária (SPEDDING, 1968; PUNWA-NI e MOLVEN, 1973; PRIMOSCH,GLOMBe JERRELL, 1997). Os da-dos do presente estudo vão ao en-contro dos demais trabalhos cita-dos na literatura. Das universida-des brasileiras pesquisadas, 92,6%utilizam o hidróxido de cálcio comocapeador direto; 3,7%, os sistemasadesivos e 3,7%, a pasta Guedes-Pinto (questão 10).

Trabalhos experimentais e aprática clínica demonstram queos melhores resultados são encon-trados quando se utiliza ohidróxidode cálcio (SCHRÓDER et al., 1995;

MCDONALD e AVERY,1995; TO-LEDO, 1996; RIBEIRO, CORRÊAe COSTA, 1999). Segundo Holland(1971), esse material tem a capaci-dade de induzir o reparo pulpar, ouseja, de restabelecer a polpa dentá-ria e estimular a formação de umtecido calcificado.

Numa revisão sobre as técnicasde capeamento pulpar na dentiçãodecídua, Kopel (1997) relatou quea microinfiltração promoveria ainvasão bacteriana, a qual seriaa responsável pelo dano à polpa.Atualmente, os sistemas adesivostêm sido estudados com o objetivode promover um perfeito selamen-to da periferia da exposição pulpar,evitando, assim, infiltração de mi-croorganismos à polpa. No entan-to, a maior parte dos trabalhos emdentes humanos, de macacos, decães e de ratos tem demonstradoresultados desfavoráveis quantoà aplicação dos sistemas adesivossobre a polpa dentária (COSTA etal., 1997; HEBLING, 1997; LAN-ZA, 1997; PAMEIJER e STANLEY,1998; FARACO JUNIOR, 1999;CEHRELI et al., 2000).

Em síntese, as diversas opi-niões e diferentes resultados detrabalhos a respeito da técnica daterapia pulpar direta em dentesdecíduos demonstram que esse as-sunto ainda é bastante controversona literatura. Tais trabalhos colo-cam em dúvida não somente a indi-cação da técnica, como os detalhespara a sua realização na clínica.

ConclusõesOsresultados apresentados nes-

te estudo permitem concluir que:- 85% das faculdades de odonto-

logia avaliadas preconizam ocapeamento pulpar indireto;

- os pré-requisitos para a realiza-ção do capeamento pulpar indi-reto são ausência de dor es-pontânea e lesões de cárie pro-fundas sem comprometimentopulpar;

- 68% das escolas pesquisadasindicam o hidróxido de cálciocomo material de escolha pararecobrir a dentina cariada re-manescente;

- o capeamento pulpar indiretoem dentes decíduos é realizadoem duas sessões em 60% dasfaculdades, sendo a reinterven-

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Page 7: Capeamento pulpar dentes deciduos

ção em 15 dias preconizada em80% delas;

- o capeamento pulpar direto emdentes decíduos não é uma téc-nica unânime nas faculdadesde odontologia do Brasil (55%)e, quando indicada, deve res-peitar alguns critérios;

- 92,6% das faculdades pesqui-sadas preconizam o hidróxidode cálcio como material de es-colha para o recobrimento dotecido pulpar,

AbstractThe purpose of this study was

to carry out a research about con-cepts, medications and techniquesrelated to direct and indirect pulpcapping taught at Pediatric Dentis-try at 34 Brazilian Universities. Aquestionnaire was sent to all headof Departments with six questionsabout indirect pulp capping andfour questions referring conductsat direct pulp capping, After dataanalysis, it was concluded that in-direct pulp capping in primary te-eth is indicated in 85% of the eva-luated Dental Schools. The criteriaadopted to indicate the techniquewere: absence of spontaneous painand deep lesion without pulp invol-vement. The material used to sealth: remaining decayed dentinewas calcium hydroxide in 68% ofthe studied schools, The techniquein two appointments was prefer-red in 60% of the Schools and theperiod for a new intervention wasfifteen days in most schools (80%).Considering direct pulp capping inprimary teeth, the indication wasin 55% of the schools, based onthe following criteria: accidentaland small pulp exposition, absen-ce of decayed tissue, young teeth,absence of contamination usingrubber dam, volume and bleedingcoloro The most used cappingmaterial was calcium hydroxide(92,6%) followed by adhesive sys-tems (3,7%) and Guedes-Pinto'spaste (3,7%).

Key words: deciduous tooth, den-tal pulp capping, pediatric dentis-try.

66-

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Fabiane Piv;aRua Silva Só, 183/405Bairro Santa Cecília90610-270 - PORTO ALEGRE - RSE-mail: [email protected]

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