proteção do complexo dentino pulpar 2012-1

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PROTEÇÃO DO COMPLEXO DENTINO-PULPAR PROF. MS. GUILHERME TERRA DENTÍSTICA RESTAURADORA

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Proteção do complexo dentino-pulpar

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Page 1: Proteção do complexo dentino pulpar 2012-1

PROTEÇÃO DO COMPLEXO DENTINO-PULPAR

P R O F . M S . G U I L H E R M E T E R R A

D E N T Í S T I C A R E S T A U R A D O R A

Page 2: Proteção do complexo dentino pulpar 2012-1

Esmalte/Dentina

O conjunto esmalte/dentina é a estrutura responsável pela proteção biológica da polpa.

Ao mesmo tempo estes tecidos se protegem mutuamente.

Page 3: Proteção do complexo dentino pulpar 2012-1

Esmalte/Dentina

O esmalte é um tecido duro (98% mineral), resistente ao desgaste, impermeável e bom isolante elétrico.

O esmalte protege a dentina que é permeável, pouco

resistente ao desgaste e boa condutora de eletricidade.

A dentina, graças à sua resiliência, protege o esmalte que

pela sua dureza e alto grau de mineralização, é extremamente friável.

Page 4: Proteção do complexo dentino pulpar 2012-1

A dentina apresenta um aspecto tubular.

Sua quantidade e diâmetro médios variam de acordo com a proximidade com o tecido pulpar.

Mandarino F. Departamento de Odontologia Restauradora. Ribeirão Preto: Departamento de Odontologia Restauradora da FOUSP;

[atualizada em 2003 Jul 11; acesso em 2010 Apr 26]. Adesivos Odontológicos; [aprox 30 p]. Disponível em: http://www.forp.usp.br/restauradora/dentistica/temas/adesivos/adesivos.htm.

Estrutura da Dentina

Terra, G.

Page 5: Proteção do complexo dentino pulpar 2012-1

Próximo à junção amelodentinária

10.000 túbulos mm2

• O diâmetro próximo à junção amelodentinária gira em torno de 0,87 micrômetros.

Mandarino F. Departamento de Odontologia Restauradora. Ribeirão Preto: Departamento de Odontologia Restauradora da FOUSP; [atualizada em 2003 Jul

11; acesso em 2010 Apr 26]. Adesivos Odontológicos; [aprox 30 p]. Disponível em: http://www.forp.usp.br/restauradora/dentistica/temas/adesivos/adesivos.htm.

Dentina superficial

Terra, G.

Page 6: Proteção do complexo dentino pulpar 2012-1

Próximo à polpa

50.000 túbulos mm2

• O diâmetro próximo à polpa gira em torno de 2,5 micrômetros.

Mandarino F. Departamento de Odontologia Restauradora. Ribeirão Preto: Departamento de Odontologia Restauradora da FOUSP; [atualizada em 2003 Jul 11; acesso em

2010 Apr 26]. Adesivos Odontológicos; [aprox 30 p]. Disponível em: http://www.forp.usp.br/restauradora/dentistica/temas/adesivos/adesivos.htm.

Dentina profunda

Terra, G.

Page 7: Proteção do complexo dentino pulpar 2012-1

Permeabilidade Dentinária

Dentina profunda

Dentina superficial

Menor Permeabilidade

Maior Permeabilidade

Page 8: Proteção do complexo dentino pulpar 2012-1

Tecido pulpar

A polpa dentária é um tecido conjuntivo altamente diferenciado, ricamente inervado, vascularizado e, conseqüentemente, responsável pela vitalidade do dente.

As características da polpa dentária são produzir dentina e alertar, por meio da dor, qualquer injúria ao elemento dentário.

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Tecido pulpar

A polpa proporciona nutrição à dentina através dos prolongamentos odontoblásticos.

Quando a polpa é sujeita a injuria ou irritações mecânicas, térmicas, químicas ou bacterianas, desencadeia uma reação efetiva de defesa.

Essa reação defensiva é caracterizada pela formação de dentina reparadora (injúria menor), ou por uma reação inflamatória (injúria maior).

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Tecido pulpar

Sempre que um dente tenha necessidade de ser restaurado é necessário que a vitalidade pulpar seja preservada por meio de adequada proteção.

As proteções do complexo dentino/pulpar consistem da aplicação de agentes protetores.

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Proteção do complexo dentino-pulpar

Idade do paciente, condição pulpar e profundidade da cavidade são aspectos que devem ser considerados ao realizar a proteção.

Existem duas técnicas distintas que podem ser utilizadas na proteção do complexo dentino/pulpar: proteções indiretas e proteções diretas.

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Proteção do complexo dentino-pulpar

Proteção indireta:

Aplicação de agentes seladores, forradores e/ou bases

protetoras nas paredes cavitárias.

manter a vitalidade pulpar;

inibir o processo carioso;

reduzir a microinfiltração;

estimular a formação de dentina reparadora.

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Proteção do complexo dentino-pulpar

Proteção direta:

Aplicação de um agente protetor diretamente sobre o tecido

pulpar exposto.

Manter a vitalidade pulpar;

Promover o restabelecimento da polpa;

Estimular a formação de dentina reparadora.

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Agentes Protetores

Um material protetor será considerado ideal se tiver as seguintes características:

Ser um bom isolante térmico e elétrico;

Ser bactericida e bacteriostático;

Ter adesão à estrutura dentária;

Estimular a formação de dentina reparadora;

Produzir analgesia e ser biocompatível;

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Agentes Protetores Utilizados

Vernizes Cavitários;

Hidróxido de Cálcio;

Cimentos Dentários;

Adesivos Dentinários.

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Vernizes Cavitários

São compostos à base de resina dissolvida em clorofórmio, éter ou acetona.

O solvente evapora-se rapidamente, deixando uma película forradora que veda com eficiência a superfície dentinária.

Verniz Caulk (Dentsply).

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Hidróxido de Cálcio

Bastante difundidos e muito utilizados.

Comprovada propriedade de estimular a formação de dentina reparadora.

Possui Ph alcalino, é biocompatível, bacteriostático.

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Hidróxido de Cálcio

Pode ser utilizado nas seguintes formas de apresentação:

Solução de Hidróxido de Cálcio;

Hidróxido de cálcio pró-análise (P.A.);

Cimentos de Hidróxido de Cálcio.

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Solução de Hidróxido de Cálcio

Solução de hidróxido de cálcio P. A. em água destilada, numa concentração de aproximadamente 0,2%.

Conhecido também como água de hidróxido de cálcio.

Atua como hemostático nos casos de exposição pulpar.

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Hidróxido de cálcio pró-análise (P.A.)

Hidróxido de cálcio em pó.

Utilizado quando ocorre exposição pulpar acidental.

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Cimentos de Hidróxido de Cálcio

Apresentam relativa dureza e resistência mecânica.

A pasta base é constituída por dióxido de titânio (56,7%) em glicol salicilato, com um pigmento (pH 8,6).

A pasta catalisadora é composta de hidróxido de cálcio (53,5%), óxido de zinco (9,7%) em etiltolueno sulfonamida, cujo pH é 11,3.

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Cimentos de Hidróxido de Cálcio

Apresenta-se sob a forma de duas pastas, uma base e outra catalisadora.

Não têm adesividade junto à estrutura dentária.

Deve ser protegido antes da aplicação do sistema adesivo.

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Cimentos de Hidróxido de Cálcio Fotopolimerizáveis

Muito questionado em Proteção pulpar.

Contém matriz resinosa em sua composição.

Pode provocar danos pulpares devido ao monômero residual

não polimerizados da matriz resinosa.

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Cimentos Dentários

Os cimentos dentários possuem as mais diferentes composições e comportamentos físicos e biológicos.

Os mais utilizados em forramentos e proteção são: fosfato de zinco, óxido de zinco e eugenol (OZE), Ionômero de vidro (CIV).

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Fosfato de zinco

Não apresenta adesão à estrutura dentária.

Altamente solúvel.

Pode promover irritação pulpar devido ao seu pH ácido.

Bom isolante eletro-térmico.

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Óxido de zinco e eugenol (OZE)

Apresenta efeito terapêutico sobre a polpa.

Baixa resistência mecânica.

Péssima adesividade à estrutura dental.

Inibe a polimerização das resinas compostas e adesivos dentinários.

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Material restaurador intermediário (IRM)

Apresenta efeito terapêutico sobre a polpa pela presença do eugenol em sua composição.

Resistência mecânica melhorada em relação ao OZE.

Péssima adesividade à estrutura dental.

Inibe a polimerização das resinas compostas e adesivos dentinários.

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Ionômero de vidro (CIV)

Adesividade às estruturas dentárias por quelação.

Promove a remineralização pela liberação de flúor.

Coeficiente de expansão térmica-linear próximo ao da dentina.

Biocompatível.

Excelente resistência como protetor e/ou forrador.

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Adesivos Dentinários

Utilizados, em proteção pulpar, como selante cavitário.

Excelente adesão à estrutura dental.

Seu monômero residual é irritante à polpa.

Deve ser utilizado após a aplicação de um ácido fosfórico.

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Profundidade real da cavidade

Determinada pela quantidade de tecido removido.

Medido da ângulo cavo superficial ao assoalho da cavidade.

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Profundidade biológica da cavidade

Determinada pela espessura da dentina remanescente entre o assoalho da cavidade e a polpa.

Classificadas em cavidades superficiais, rasas, médias, profundas e muito profundas.

Ela que irá determinar qual o tipo de proteção que deverá ser utilizado.

Page 32: Proteção do complexo dentino pulpar 2012-1

Profundidade biológica da cavidade

Page 33: Proteção do complexo dentino pulpar 2012-1

Profundidade biológica da cavidade

Page 34: Proteção do complexo dentino pulpar 2012-1

Cavidades superficiais

Cavidades em esmalte ou ultrapassando ligeiramente a junção amelodentinária.

Não se aplica nenhum tipo de Proteção pulpar, apenas o material restaurador.

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Cavidades rasas

Cavidades com mais de 2mm de estrutura remanescente entre o assoalho e a polpa.

Não se aplica nenhum tipo de Proteção pulpar, apenas o material restaurador.

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Cavidades médias

Cavidades com mais de 1mm e menos de 2mm de estrutura remanescente entre o assoalho e a polpa.

Restaurações em resina composta:

Adesivo dentinário.

Restaurações em amálgama:

Verniz cavitário.

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Cavidades profundas

Cavidades com mais de 0,5mm e menos de 1mm de estrutura remanescente entre o assoalho e a polpa.

Restaurações em resina composta:

CIV e adesivo dentinário.

Restaurações em amálgama:

IRM e verniz cavitário.

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Cavidades muito profundas

Cavidades com menos de 0,5mm de estrutura remanescente entre o assoalho e a polpa.

Restaurações em resina composta:

HCa, CIV e adesivo dentinário.

Restaurações em amálgama:

HCa, IRM e verniz cavitário.

Page 39: Proteção do complexo dentino pulpar 2012-1

Cimentos de Hidróxido de Cálcio

Page 40: Proteção do complexo dentino pulpar 2012-1

Proteção Pulpar

A - DENTINA REMANESCENTE

B – CIV

C – HIDRÓXIDO DE CÁLCIO

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Exposições acidentais

Capeamento pulpar direto

Parâmetros para indicação

Exposição acidental

Polpa não contaminada

Sangramento que não seja abundante

Isolamento absoluto

Idade do dente pós erupção

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Capeamento pulpar direto

Cavidades muito profundas onde a polpa é exposta no preparo em algum ponto.

Restaurações em resina composta:

Hca P.A, CIV e adesivo dentinário.

Restaurações em amálgama:

Hca P.A, IRM e verniz cavitário.

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PROTEÇÃO DO COMPLEXO DENTINO PULPAR

AMÁLGAMA RESINA COMPOSTA

Cavidade Superficial ou Rasa Nenhuma proteção Adesivo dentinário

Cavidade Média Verniz Cavitário Adesivo dentinário

Cavidade Profunda IRM + Verniz Cavitário Adesivo dentinário + CIV

Cavidade Muito Profunda Hidróxido de cálcio + IRM +

Verniz Cavitário

Hidróxido de cálcio + Adesivo dentinário + CIV

Exposição Pulpar Hidróxido de cálcio PA + IRM

+ Verniz Cavitário Hidróxido de cálcio PA + Adesivo dentinário + CIV

Page 44: Proteção do complexo dentino pulpar 2012-1

O ácido fosfórico a 37%, pode causar danos às células odontoblásticas.

Porém esse dano é superado pela capacidade de recuperação de um tecido pulpar saudável.

Contudo, muitos dos componentes dos sistemas adesivos são tóxicos para as células pulpares.

Brannstrom M, Nordervall KJ. Bacterial penetration, pulpal reaction and inner surface of concise enamel bond. Composite

fillings in etched and unetched cavities. J Dent Res. 1978;57(1):3-10.

Condicionamento Ácido em Polpa Exposta

Terra, G.

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Tratamento expectante

Proteção indireta que consiste na aplicação de materiais com propriedades de estimular a formação de dentina reacional.

A dentina necrótica e a infectada devem ser removidas, preservando a dentina afetada.

Cimento de Hca e CIV.

Evitar o uso de materiais que contenham eugenol, por seu poder de irritação à polpa.

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Tratamento expectante

O tratamento restaurador definitivo deverá ser realizado entre 45 e 120 dias após o tratamento expectante.

Remover o cimento temporário e a dentina que não foi remineralizada.

Proceder como uma cavidade muito profunda.

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Proteção X Base

Proteção ou forramento: Obliteração dos túbulos e isolamento termo-químico-elétrico do complexo dentino-pulpar. Finas camadas.

Base: “Dentina artificial” em cavidades profundas.

Camadas mais espessas.

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Proteção do complexo dentino-pulpar