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Julho a Dezembro 2009 Associação dos Antigos Estudantes de Coimbra em Lisboa NESTE NÚMERO 89º ANIVERSÁRIO DA TOMADA DA BASTILHA PAG. 04 CAPA e BATINA Nº 34 • 3ª SÉRIE ENTREVISTA COM PROF. DOUTOR HENRIQUE MADEIRA PAG. 21 OS NOSSOS PASSEIOS PAG. 11 VIAGEM À ÍNDIA/NEPAL

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Julho a Dezembro 2009

Associação dos Antigos Estudantes de Coimbra em Lisboa

NESTE NÚMERO

89º ANIVERSÁRIO DA TOMADA DA BASTILHAPAG. 04

CAPA e BATINANº 34 • 3ª SÉRIE

ENTREVISTA COMPROF. DOUTOR HENRIQUE MADEIRAPAG. 21

OS NOSSOS PASSEIOS

PAG. 11

VIAGEM À ÍNDIA/NEPAL

Capa e Batina.ai 1 10/06/28 15:28

Capa & Batina.pdf 1 10/07/08 14:10

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EDITORIAL

EM DESTAQUE

CONFERÊNCIAS

A VOZ DA FILANTRÓPICA

OS NOSSOS PASSEIOS

Cá Dentro - Passeio de Outono– “Rota Terras do Fresco”

IN ILLO TEMPORE

OS NOSSOS PASSEIOS

Lá Fora – Índia / Nepal

ESPAÇO DE POESIA

BLOGOSFER@

ALMOÇO DE NATAL E APLAUSOÀ MARIA ANTÓNIA DIONÍSIO

A UNIVERSIDADE HOJE

NOTÍCIAS BREVES

SE NÃO SABIAS, FICAS A SABER QUE…

IN MEMORIAM

PÁG.

ÍNDICE

Os textos publicados podem ter sidoajustados ao espaço disponível. A versão integral pode ser consultada na Sede ou no sítio da Internet:www.aaec-lisboa.com

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3Julho a Dezembro 2009 | CAPA e BATINA

EDITORIAL

Está a findar mais um triénio (que per-faz cinco) dos mandatos que algunsdos membros da actual Direcção têmvindo a exercer por vontade legítimados Associados.

A esses “primitivos” foram-se juntan-do, ao longo dos anos, outros voluntá-rios, formando equipas coesas quecomeçaram por vivificar a Associação –através de um cada vez mais alargadoconjunto de actividades de cariz cultu-ral, recreativo, turístico, filantrópico,etc. – para a abrir depois a outras insti-tuições congéneres ou afins, semprecom o lastro de solidariedade académi-ca adentro de uma matriz única que sóCoimbra representa.

A aquisição de uma sede condigna foium passo de gigante para a prossecu-ção dos objectivos em mente. Conse-guiram-se?

Conscienciosamente: na sua quase ple-nitude, aqueles que apenas dependemdo esforço dos dirigentes e da adesão de

todos; remetido ainda para tentativassem êxito (até ao momento – haja Deus!)o desiderato da constituição de umaReal República dos Antigos Estudantesde Coimbra (os impulsos, aparentementena esfera de influência de alguns dosnossos pares, cederam perante interes-ses menos solidários…).

Mas… na calha e em bom andamento,a aproximação dos mais JOVENSfaz-nos rejubilar! Eles aí estão paraficar e multiplicar-se. Vem crescendo onúmero de jovens eleitos para os ÓrgãosSociais (1 no Conselho Fiscal, 1 naMesa da Assembleia-Geral, 3 na Direc-ção); para além de as “contas” serem,de há longos anos, o munus de um jovemtesoureiro e de um jovem “fiscalista”,outros jovens, integrando ou não car-gos directivos, trouxeram outras ideiase inovações. Se não, vejamos:

- A Tomada da Bastilha brilhou maiscom a apresentação do Show Nossopor duas Colegas, gentis e compe-tentes;

- o novo rosto e configuração do Capae Batina, bem aplaudidos, resultaramda criatividade e laboração de jovens;

- o mesmo se diga do “sítio” da Asso-ciação na Internet;

- à sua iniciativa se deve também aconstituição de um novo Grupo deFados, o “Serenata ao Luar”, que exi-be ainda a mais-valia de interagircom artistas menos jovens.

Tudo isto funda a esperança no conse-quente rejuvenescimento da nossaAssociação, cruzando-se em harmoniaas ideias e os interesses das geraçõeshodiernas e das vindouras, no mesmoespírito de respeito mútuo e fraterni-dade que constituem a essência danossa vida associativa.

É este o nosso testemunho; e será,decerto, a melhor herança!

Maria de Fátima Lencastre

EDITORIAL

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EM DESTAQUE

89º ANIVERSÁRIO DA

TOMADA DA BASTILHACASINO ESTORIL, 21 DE NOVEMBRO

O colega Armando Rocha, sócio nº 2 danossa Associação foi designado para fa-lar nesta sessão de homenagem ao Prof.José Veiga Simão. Entre outras coisas,disse:“Cursou a escola primária na serrana ci-dade da Guarda. Fez os estudos liceais noantigo D. João III com a alta classificaçãode 19 valores. Entrou na Universidade de Coimbra ma-triculando-se nos preparatórios para aAcademia Militar tendo, porém, transita-do para o curso de Ciências Físico-Quí-micas em que fez várias sebentas, umadas quais – Química Geral – teve umgrande êxito financeiro que ajudou bas-tante aos custos do curso, a que se adi-cionava, aliás, uma bolsa de estudo, deque justamente usufruía.Como todos sabemos, a Universidade deCoimbra foi, desde sempre, um farol dosaber em Portugal. Muitos dos seus len-tes marcaram a vida académica deCoimbra e de Lisboa. A própria vida polí-tica portuguesa bebeu muito saber des-sa plêiade de universitários… Entre ou-tros, Aurélio Quintanilha, Bissaia Barreto,Gonçalves Cerejeira, José Alberto dosReis, Mário Silva, Oliveira Salazar, sãoexemplos que marcaram a vida portu-guesa. O percurso académico de VeigaSimão foi brilhante. Licenciado com 18

valores, em 1951, partiu em 1953 paraInglaterra onde, na Universidade deCambridge, se doutorou em Física Nu-clear – estrutura da Matéria. Mas a suavida académica não foi fácil. Ele confes-sa que estava muito bem preparado emMatemática e Física Teórica, melhor doque a dos seus colegas ingleses. Porém,as suas deficiências em termos experi-mentais, nos laboratórios, era notória.Pelo que, durante 6 meses, participou naconstrução de equipamentos e trabalhounas oficinas do Cavendish Laboratory.Os ingleses tentavam gozar com o “por-tuguesito” dizendo-lhe mesmo que nãosabiam onde ficava Portugal, e não sa-biam qual era a capital… e, muito menos,onde ficava Coimbra… Com os ensina-mentos da praxe coimbrã, em vez de osenfrentar, irritando-se, Veiga Simão limi-tava-se a manifestar a sua compreensão,dado que nas escolas inglesas e portu-guesas não no ensinavam Geografia e,por isso, ele mesmo pensava que a capi-tal de Inglaterra era Edimburgo… O queconsistia num insulto à soberba inglesa…e os desarmava por completo. Mas fica-vam amigos. Concluído o doutoramento,prolongou a sua estadia para concluiroutra tese, pois não havia equivalênciade doutoramentos, e regressou a Coim-bra, com 28 anos de idade, tendo reali-zado de novas provas de doutoramento,agora, em Ciências Físico-Químicas, nanossa velha Universidade, as quais mere-ceram do júri 20 valores…com distinçãoe louvor. Após concursos públicos, em competi-ção, ascendeu a Professor Extraordiná-rio e, logo em 1961, com 31 anos, a Pro-fessor Catedrático, tendo regido as ca-deiras de Física Atómica, Física Médica,Termodinâmica, Mecânica Física, Quí-

O Salão Nobre do Casino do Estoril acolheu as cerca de cincocentenas de antigos estudantes e seus convidados para acomemoração do 89º aniversário da Tomada da Bastilha.O Professor Doutor José Veiga Simão foi homenageado, cabendoa Armando Rocha apresentá-lo. Das palavras expressas e escritasna brochura distribuída na Gala (e disponível na AAECL),apresentamos de seguida alguns excertos, caracterizando diversosmomentos da sua vida.

Veiga Simão no uso da palavra

Armando Rocha apresentou o homenageado

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EM DESTAQUE

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mica-Física, Óptica e Sociologia paraengenheiros.Veiga Simão, para além da excelente for-mação que recebeu nas Universidades deCoimbra e de Cambridge, aprendeu mui-to com os diálogos inter-gerações queCoimbra proporcionava. De, entre outros,recorda Afonso Queiró, Anselmo de Cas-tro, Dias Pereira, Guilherme de Oliveira,Miguel Torga, à mesa do Café Arcádia,em que se discutia tudo, com grande ele-vação, da política, à ciência, à filosofia,ao futebol… e continuavam à beira doMondego, no Parque da Cidade. Daí até à nomeação, em fins de 1962,como Reitor, foi um passo. Na altura, oministro do Ultramar, Adriano Moreira,entendeu que a criação dos Estudos Ge-rais de Angola e de Moçambique deviater as suas raízes nas universidades de,respectivamente, Técnica de Lisboa eCoimbra. De Coimbra, Adriano Moreiraconvidou Veiga Simão por indigitação doMagnífico Reitor Guilherme Braga daCruz, que lhe solicitou esse serviço emnome da Universidade de Coimbra. Veiga Simão hesitou, tendo decidido acolocar condições prévias. Na altura, ti-nha um convite aliciante para ir traba-lhar para os EUA, no Massachusetts Ins-titute of Technology.Com a demissão de Adriano Moreira,Veiga Simão considerou que estava li-berto desse compromisso. Foi entãoque Salazar acabou por convencer Vei-ga Simão argumentando com o méritoda criação em Moçambique dos Estu-dos Gerais Universitários e com o fac-to de Veiga Simão ser autor de umamoção da Universidade, em 1961, de-safiando o governo à criação de uni-versidades no Ultramar, na sequênciado II Curso de Verão em Angola e Mo-çambique. Na Universidade de Louren-ço Marques deixou obra que ainda ho-je é recordada pelos seus alunos e pe-los moçambicanos de todas as etnias.Por isso, foi convidado de honra paraas comemorações dos 30º e 40ºaniver-sários da Universidade Eduardo Mon-dlane, ouvindo de Joaquim Chissanoque ela era a única instituição de quese reconhecia uma plena continuidade.O pessoal auxiliar com mais de 20 anoshomenageou-o afirmando que queria

a Universidade como era com o “nos-so” Reitor.Como estratégia fundamental para acriação de uma Universidade de excelên-cia, atraiu dezenas de jovens licenciadosnas universidades portuguesas e ou emuniversidades estrangeiras a fim de sedoutorarem nos mais prestigiados cen-tros de saber do mundo científico da Eu-ropa e dos EUA.Com essa política, em 7 anos do seu rei-torado, doutoraram-se mais docentesnos respectivos ramos do saber, designa-damente em medicina, engenharia,agronomia, veterinária e formação deprofessores em ramos científicos, do quenas 4 universidades portuguesas exis-tentes ao tempo em 40 anos.Porém, devido à tragédia da “descoloni-zação exemplar”, a estratégia desenvol-vimentista de Veiga Simão acabou, nãopor beneficiar apenas Moçambique, maspor vir a beneficiar as novas universida-des criadas pela Reforma Educativa dosanos ‘70. Para as universidades de Avei-ro, Évora, Minho e Nova de Lisboa, paraalém dos Institutos Politécnicos (maistarde universidades) de Trás-os-Montese Alto Douro, da Beira Interior e dos Aço-res estavam desenhadas estratégias se-melhantes, constituindo elas exemplosda visão prospectiva de Veiga Simão. Écaso para dizer que a Universidade Por-tuguesa e lhe deve muito.E não ficou por aqui. Ainda criou onzePolitécnicos e dez Escolas Normais Supe-riores. Note-se que esta designação foium tributo que Veiga Simão quis prestarà I República, mas realce-se o paradoxo:as mesmas foram extintas após o 25 deAbril, com a demissão das comissões ins-taladoras da Guarda, Bragança, Lisboa ePonta Delgada. A sua obra está escrita e concretizadaem grande medida; depois de tantosanos, o melhor que se pode dizer dela foio que escreveram, entre outros, o jorna-lista James MacManus, em “The Guar-dian”, o Prof. Orlando Ribeiro. o professormetodólogo Rómulo de Carvalho, Mar-celo Rebelo de Sousa e, também, Sá Car-neiro, Miller Guerra, o Padre Manuel An-tunes, o Cardeal Cerejeira...Essa Reforma foi adulterada e anarqui-zada logo a seguir ao 25 de Abril, no pe-

ríodo de 1974 a 1976, período em que seacabou com as escolas técnico-profis-sionais e se adiaram, por vários anos, osInstitutos Politécnicos e as Escolas Nor-mais Superiores. A Reforma Educativa contou com oapoio de Marcello Caetano que não sóaprovou legislação que suscitou grandespolémicas, como consignou à Educaçãocerca de 14% do orçamento de Estado, oque era uma fatia enorme do investi-mento público. Espero que Veiga Simãopublique as numerosas cartas dessetempo, de entre as quais as trocadas comMarcello Caetano.E que fez Veiga Simão mais directamen-te relacionado com a nossa Universidadede Coimbra? Criou a Faculdade de Economia e trans-formou a Faculdade de Ciências em Fa-culdade de Ciências e Tecnologia, quepassou a ministrar os cursos de enge-nharia. Deu ainda conteúdo à transfor-mação da Escola de Farmácia em Facul-dade de Farmácia. Também deixou organizado o processode criação da Faculdade de Psicologia eCiências da Educação e de uma EscolaSuperior de Educação Física.Ninguém pode, porém, ignorar o desvelocom que, enquanto Ministro da Educa-ção Nacional, se ocupou do desenvolvi-mento da Universidade de Coimbra, emconstantes visitas de acompanhamentodas suas actividades, e apoios à AcçãoSocial.Após Abril, foi nomeado Embaixador dePortugal nas Nações Unidas. Logo aí, oseu saber se impôs naquele areópago efoi escolhido para falar na Assembleia-Geral desse ano em representação dogrupo que abrangia a Europa democráti-ca, os EUA e o Canadá. Fez um discursoem que defendeu os valores da Demo-cracia Ocidental, o qual, porém, não foibem acolhido por alguns sectores políti-cos que governavam então Portugal…Pediu a demissão após o 11 de Março. Éinteressante analisar o processo do seusaneamento como catedrático da Uni-versidade de Coimbra. Ele, que nomearamuitos professores contra os pareceresda DGS e que recuperara professoresafastados, como por exemplo, Andrade eSilva, Aurélio Quintanilha, Mário Silva,

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EM DESTAQUE

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Soeiro Pereira Gomes e Vital Moreira. Emparalelo com o seu afastamento das Na-ções Unidas, a onda saneadora que, naaltura, se abateu sobre os servidoresdo Estado, levou os revolucionários deAbril a demitirem Veiga Simão, dasfunções de professor catedrático daUniversidade de Coimbra, em Julho de1975. A sua saída das Nações Unidasmereceu um artigo de fundo e editorialdo New York Times.Não quis ir para o Brasil, apesar dasofertas de bons empregos. Preferiuexilar-se nos Estados Unidos da Amé-rica, onde continuou as suas tarefas deensinar e investigar na Universidade deYale (EUA), uma das universidadesamericanas da “Ivory League” e de serconselheiro do “National Assessementand Dissemination Center” do LesleyCollege, Cambridge (EUA), um dos me-lhores Colégios de formação de profes-sores. Com os conhecimentos travadosnos EUA, ajudou muitos portugueses efoi director da “Portuguese HeritageFoundation”.Fazedor de alguns Ministros que indi-cou ao General Spínola, como foram oscasos de Almeida Santos, Eduardo Cor-reia e Manuel Rocha, mais tarde, tam-bém ele, uma vez regressado a Portu-gal, em 1978, depois de reintegrado,com todos os direitos, como professorda sua Universidade, exerceu funçõesministeriais nos anos ’80 e ’90, no sec-tor da Indústria e Energia, com MárioSoares, e mais tarde no da Defesa Na-cional, com António Guterres. Entre muitas outras e variadas funções,

fundou e presidiu ao LNETI entre 1979 e1983 e 1985 e 1992, foi Governador daAgência Internacional de Energia Atómi-ca, eleito deputado pela Guarda, Presi-dente do Conselho de Avaliação da Fun-dação das Universidades Portuguesas, daComissão para o Ano Europeu da Educa-ção, da Comissão Organizadora da Con-ferência Internacional de Lisboa – Cida-de Competitiva e membro do Conselhoda Europa para a reforma do ensino su-perior nos Países de Leste.Seria mesmo fastidiosos citar os traba-lhos e os empreendimentos em que par-ticipou e em colaboração com distintase reputadas entidades estrangeiras, de-

signadamente, a Noruega, o Banco Mun-dial, a OCDE e o MIT. A sua bibliografia éextensa e profunda nos domínios daEducação, da competitividade, da ener-gia, das tecnologias e de estratégias dedesenvolvimento.Como Ministro da Indústria e Energia,operacionalizou o Plano Tecnológico daindústria Transformadora, que concluírano LNETI com o MIT. Na Defesa, elaboroua Lei do Serviço Militar e, contra ventose marés, mandou construir o Memorialcom os nomes dos Homens caídos emcombate no Ultramar, junto à Torre deBelém. Orgulha-se de ter cuidado das se-pulturas dos soldados portugueses emFrança.Com a traição, até de alguns seus ami-gos, acabou por solicitar dignamente ademissão vindo-se a provar que a divul-gação de documentos confidenciais,constituindo um crime de Estado, tevelugar na própria Comissão Parlamentarde Inquérito da Assembleia da República.Um crime cometido sob a capa de vergo-nhoso anonimato, posto a claro pelaProcuradoria-Geral da República, presi-dida por um antigo aluno da nossa Uni-versidade.De cabeça erguida, retirou-se da políticae recomeçou a lutar com a mente e a ca-neta!... Espero também que Veiga Simãopublique as cartas trocadas na alturacom conhecidas personalidades da vidapolítica.Por todo o seu intenso labor recebeu inú-meras distinções e as mais altas conde-corações de Portugal, para além das con-cedidas no Brasil e na Bélgica, e da con-cessão dos títulos de cidadão Honorárioou de Medalhas de Ouro de várias cida-des, de entre as quais a da cidade deCoimbra. É doutor “honoris causa” pelasUniversidades do Minho, de Aveiro, daBeira Interior, da Universidade EduardoMondlane e de outras universidades es-trangeiras.Para além do saber a que ele se tem de-dicado toda a vida – ainda hoje trabalhade manhã à noite – a investigar e a pro-duzir trabalhos de grande mérito para asociedade civil, nos complexos domíniosda competitividade e da estratégia, semnunca descurar os seus deveres familia-res. Neste percurso teve um outro gran-

de amor: a Associação Académica deCoimbra! Foi aí que nos conhecemos alançar bolas ao cesto… Sempre presentenos jogos de futebol, à chuva e ao sol,nos tempos do Azeredo, do Bentes, doEduardo Santos, do Nana…que nos ar-rastavam por esse país fora…sabe Deuscom que imaginação para arranjar bo-leias e sacrifícios para pagar as viagens…Veiga Simão foi nomeado e ainda hoje éo sócio nº 1 da secção de futebol da As-sociação Académica de Coimbra, ocu-pando a vaga deixada pelo falecimentodo Professor Oliveira Salazar.Desloca-se com alguma frequência aCoimbra, em especial, devido às suasfunções na Fundação Bissaya Barreto. Eaproveita sempre para ir ao Mercado,na Baixa, para comprar os grelos da Se-nhora da Serra e os pastéis de “chantil-ly” do Nicola para a Madalena…Não quero deixar de referir as circuns-tâncias em que criámos uma amizadeque vem durando pela vida fora.Em1947, com o esforço exagerado quefiz com o desporto – basquetebol, remoe ténis – e com os ensaios diários noorfeon, adoeci gravemente. Com adoença, Iria certamente perder o anopor faltas às aulas…Só que o compa-nheiro da equipa de reservas da AAC,Veiga Simão, logo se prontificou a ir to-das as tardes a minha casa a fim de metransmitir a matéria que tinha sido da-da nas aulas da Faculdade… E acabá-mos por fazer uma sebenta de Electri-cidade juntos, com o Aristides Mota…Terminou dizendo que “Veiga Simão,como colega, apoiou sem limitações osseus companheiros; como professor,dedicou-se sem limites aos seus alu-nos; como Ministro, seguiu Withead –a Nação que não cultiva a inteligênciaestá perdida…A sua política foi a deque um homem culto é um homemmais livre e a de que o alimento deter-minante de uma democracia autênticaera, é e será a Educação. Aqui fica o sincero obrigado da nossaAssociação ao sócio nº 666, com asquotas em dia, José Veiga Simão!”

Armando Rocha Na Tomada da Bastilha, no Casino do

Estoril, em 21-11-2009

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EM DESTAQUE

7Julho a Dezembro 2009 | CAPA e BATINA

AGRADECIMENTO DE VEIGA SIMÃO21.Novembro.2009

Veiga Simão agradeceu à Direcção daAssociação dos Antigos Estudantes deCoimbra em Lisboa, e em particular àDra. Fátima Lencastre, nossa queridaPresidente, que “com dedicação exem-plar e reconhecida competência repre-senta a comunidade académica danossa Universidade, projectando a As-sociação na sociedade, mercê de ini-ciativas culturais de indiscutível méri-to, fortalecendo o convívio e a frater-nidade entre todos nós”. Ao ArmandoRocha, disse Veiga Simão, “quero tãosó dizer-lhe, que se excedeu na pintu-ra de virtudes atribuídas ao meu retra-to, o que só é explicável pela amizadede sempre, enraizada no amor à nossaAssociação Académica, em alegrias etristezas vividas ao sol e à chuva noscampos de basquetebol e de futebol esublimada no nosso percurso de vida,pelo seu desempenho competente eexemplar na Administração Pública eem Empresas Públicas, sempre em prolda causa nobre de servir o País. E comopoderei esquecer a afabilidade e a ter-nura da doce e saudosa Célia, tão ami-ga da Madalena, nos jantares em sua

casa no Restelo, imersos em recor-dações de Coimbra, ao som de baladase de fábulas deliciosas do Tossan e doPica. Noites que marcaram as vidas demuitos antigos estudantes de Coim-bra”.Veiga Simão agradeceu a homenagemque lhe era prestada ao transmitir aosseus companheiros de várias gerações:como Coimbra o marcou para a vida.No texto que escreveu recorda a suainfância na Guarda e a imagem míticade uma Coimbra, capital da sabedorianas leis, nas letras, nas ciências, nasaúde e na doença. Coimbra, porto desalvação para os seus conterrâneos daGuarda e das suas aldeias... Coimbraonde ingressou no Liceu D. João III aos10 anos e viveu até os 33 anos.A Coimbra, disse, deve os preciososconhe cimentos que lhe permitiramviver uma vida pela qual os seus paisse sacri ficaram e o seu irmão sempreacompanhou com desvelo e que a nos-sa Universidade lhe apontou. Universi-dade que não eram só lições, só expe -riências, só os Gerais e os Laboratóriosde Física e Química; nem só a vidaacadémica que o levou “a viagens portodo o País e aos campos de Sta. Cruz,da Arregaça, do Loreto e do Calhabé e,naturalmente, ao Tó Ladrão e à Cen-tral, mas era também a Coimbra dodiálogo entre gerações, simbolizadopela tertúlia do Arcádia e pelos pas-

seios no Parque da Cidade. Nessatertúlia, Veiga Simão disse que “apren-deu a ver mais longe e a sentir perto ovalor da solidariedade na acção, paraalém das palavras”. Por tudo isso muitodeve aos seus inesquecíveis mestresJoão de Almeida Santos, Mário Silva,Couceiro da Costa, Andrade Gouveia,Pinto Coelho e aos companheiros maisvelhos das conversas do Arcádia, comoAfonso Queiró, Miguel Torga, Gui -lherme de Oliveira, Dias Pereira eAnselmo de Castro. A Universidade deCoimbra, tinha o dom de juntar a Altae a Baixa e projectar-se para além doMondego, presente em todos os cantosdo mundo a gerar ansiedades e am-bições de mudança.

Coimbra foi assim a sua plataformapara outros voos, confessa VeigaSimão, vividos em três continentes,sempre fiel à Académica e aos seusmestres e estudantes, prestando, con-tra ventos e marés, justiça a académi-cos, perseguidos pela intolerância, co-mo Aurélio Quintanilha, Mário Silva,Vital Moreira e Alberto Martins...

Coimbra esteve comigo em Cambridge,recorda Veiga Simão, ali aprendi avivência de uma sociedade democráti-ca; em Lourenço Marques a fundaruma Universidade com uma equipa deeleição, tendo como esteio a nossa

Direcção da AAECL com Magnífico Reitor e A.A.C.

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EM DESTAQUE

8 CAPA e BATINA | Julho a Dezembro 2009

Universidade e onde à imagem deCoimbra dinamizou a criação da Asso-ciação Académica de Moçambique”. Eterminou dizendo:

Coimbra esteve comigo na Reforma Edu -cativa dos anos 70 ao proclamar que “umHomem mais culto é um Homem maislivre” e ao assumir como prioridade “a Es-cola para Todos”; Coimbra esteve comigonas Nações Unidas no dealbar de umaDemocracia a sonhar com o Futuro dePortugal; Coimbra esteve comigo nosbanhos democráticos das eleições no dis-trito da Guarda e nos avanços tecnológi-cos da indústria portuguesa; Coimbraesteve comigo na Defesa Nacional, aoprestar homenagem aos combatentes daI Grande Guerra, com as sepulturasesquecidas em França, e aos comba -tentes do Ultramar. E prometeu: Coimbravai estar comigo nos escritos das minhasmemórias, porque ela me ensinou que averdade não se escreve em dialectos.

FIM

Do programa deste evento constaramdiversos momentos. Começou com um“Coimbra de Honra”, para prosseguircom a visita à exposição alusiva à vidae obra do homenageado, Prof. DoutorJosé Veiga Simão. Após o saboroso jan-tar, seguiu-se o animado e muito par-ticipado baile, com uma orquestra do

Casino, as “Big Band”.O Show Nosso da Gala foi apresentadopela jovem Luísa Alexandra que cum-primentou os presentes, apresentou oprograma previsto para a noite de Ga-la e de homenagem. O Magnífico Reitor Seabra Santos usouda palavra para, após os cumprimentosda praxe, apresentar a evolução danossa Universidade, do seu enquadra-mento nacional e da sua estratégia deinternacionalização.

Nas palavras de boas-vindas e agrade-cimento da presidente, Fátima Lencas-tre, salientamos:

- a exaltação da Universidade de Coim-bra pelo seu prestígio em ter sido aúnica Universidade portuguesa in-cluída no ranking mundial de 400Universidades, promovido pelo Times;

- o exemplo que os Antigos Estudantesde Coimbra se têm esforçado pordeixar às sucessivas jovens Acade-mias: de enriquecimento mútuo semcontabilidades, de respeito do que épróprio de cada um para bem de to-dos, de credibilidade incorruptívelperante quaisquer vicissitudes;

- o aplauso que, no final, pediu para oCarlos Couceiro, enaltecendo o seuespírito de Humanidade, de aberturae disponibilidade sem condições.

Procedemos à entrega do Prémio aojovem da FCTUC indicado pelo Magní-fico Reitor, Carlos Adriano Albuquer-que Andrade de Matos, estudante fi-nalista de Mestrado, concluído com aexcepcional média de 20 valores.

A actuação do Grupo Coral “Alma deCoimbra”, magistralmente dirigido pe-lo maestro Augusto Mesquita, acom-panhado pelas suas duas filhas, ao pia-no e contra-baixo, agradou muito aospresentes e foi muito aplaudida, tendoexcepcionalmente interpretado maistemas para deleite dos antigos estu-dantes e seus convidados.

O Show Nosso prosseguiu com os muitopromissores e a animação dos jovens do“Grupo de Cordas”, da Secção de Fadoda Associação Académica de Coimbra.

A Gala terminou com a Serenata peloGrupo de Fados “Porta Férrea” compos-to por João Reis, Soares da Costa, An-tónio Toscano, Durval Moreirinhas,Teotónio Xavier e Carlos Couceiro. Can-taram Maia, Mário Veiga, Carlos Car-ranca, Napoleão Amorim, Luiz Goes eCamacho Vieira para um intenso e sen-tido final de noite, terminando com otradicional F.R.A. e votos de um rápidoreencontro.

Fátima Lencastre e José António Correia

Aplauso carinhoso ao Carlos Couceiro no final da Serenata

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9Julho a Dezembro 2009 | CAPA e BATINA

DO SONHO À REALIDADE…Maria Virgínia Brás Gomes

CONFERÊNCIAS

O Chá do Outono/Colóquio decorreuno dia 17 de Setembro, na Sede, numconvívio concorrido e ao redor de me-sas bem recheadas. Participaram aspessoas que quiseram ouvir e interpe-lar a Drª Maria Virgínia Gomes, da Di-recção da Casa de Goa em Lisboa. Pu-blicamos de seguida o seu texto base:Convidada para uma conversa com osmembros da AAECL de partida para aÍndia correspondi, com o maior gosto,ao pedido da Drª. Fátima Lencastre aquem já conheço há vários anos noâmbito das nossas respectivas inter-venções culturais - na AAECL e na Ca-sa de Goa.

Foi bem escolhido o percurso da via-gem: entre o artístico, o histórico, oespiritual e o cosmopolita, com inícioem Nova Delhi, a capital durante oImpério Mogul, que perdeu essa con-dição para Calcutá, nos séculos 18 e19 e voltou a tornar-se capital pordecisão do Rei Jorge V em 1911. Foi oúnico Imperador da Índia a estar pre-sente no seu próprio Delhi Durbar(reunião magna do imperador com osseus súbditos) em que apareceu co-roado com a Coroa Imperial da Índia,criada expressamente para a ocasião.

A cidade de Nova Delhi impressionapela clara demarcação territorial, en-

tre a antiga Delhi, a cidade capitalhistórica com os seus concorridosmercados e impressionantes edifíciosda arquitectura Mogul e a Delhi mo-derna, cheia de bulício nas amplasavenidas que conduzem frequente-mente aos sítios do poder – as duascâmaras do Parlamento, o Raj Bhavan,onde vive a Presidente da República(primeira mulher neste cargo, emboraa Índia já tivesse tido como primeiraministra Indira Gandhi que deixoumarcas profundas na política de nãoalinhamento) e zonas de pobreza eexclusão espalhadas um pouco portoda a cidade.

O regresso à Índia, após a passagempelo Nepal, será a Varanasi, o maisantigo centro de peregrinação de to-da a Índia. De acordo com os puranas– livros sagrados do Hinduísmo – a ci-dade foi construída em 1200 A.C. Va-ranasi é, hoje, uma teia de aranha deruelas estreitas e tortuosas e de ave-nidas percorridas por peregrinos esadhus (homens santos) sacerdoteshindus que dedicam oferendas e hinosvédicos – tudo envolto pelo aroma deincenso que emana dos templos. É aVaranasi que chegam muitos hindustradicionais que desejam passar os úl-timos dias das suas vidas num as-hram, entoando cânticos, meditando

e arrependendo-se dos seus pecados.Varanasi é verdadeiramente o local davida e da morte, numa alternânciaeterna de despojamento na morte ede reincarnação para a vida.

Irão também visitar Khajurao, ondehá mais de mil anos, os Chandella, doclã Rajput, viveram, lutaram e domi-naram. Os templos de Khajurao foramconstruídos no apogeu dos Chandellaembora tenham sido descobertos ape-nas há algumas dezenas de anos. Asociedade medieval que caracterizaKhajurao foi declarada património dahumanidade construído entre o sécu-lo IX e o século XI. Como acontececom qualquer verdadeira obra-prima,a interpretação final é sempre subjec-tiva e cada um de vós certamenteapreciará os templos de uma formaindividual e única.

O imperador Ashoka, da dinastia dosMauryas ergueu em Sarnath, perto deVaranasi, a coluna dominada por qua-tro leões guardiães que constitui hojee Emblema Nacional da Índia.

Em Agra visitarão o Taj Mahal, frutoda mais bela história de amor da Ín-dia – a do imperador Shah Jahan eda sua mulher Mumtaz Mahal. Asobras iniciaram-se em 1632 e pro-

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CONFERÊNCIAS

10 CAPA e BATINA | Julho a Dezembro 2009

longaram-se durante 21 anos, parti-cipando nelas aproximadamente20.000 artesãos, sob o olhar do pró-prio Shah Jahan.

Chegarão, entretanto, a Goa. De tra-dições seculares, Goa, tem, no entan-to, uma forte componente católica,sedimentada durante séculos deevangelização, por missionários devárias ordens religiosas. Embora espa-lhadas por todo o território, algumasdas mais conhecidas igrejas estão si-tuadas em Velha Goa – a Sé, a Igrejado Bom Jesus e o Convento de S. Cae-tano, com as suas fachadas em grani-to e as majestosas torres erguidas pa-ra o céu.

Uma grande parte da população deGoa é constituída por Hindus. Mantêmhábitos e costumes próprios e uma dis-tinta identidade cultural. Praticam oculto religioso em templos como o deManguesh e Mardol, onde fazem ofe-rendas às divindades, no rito tradicio-nal do pujá. Os cânticos ecoam no in-terior e os diulis (candeias alumiadas aazeite) iluminam o caminho.

No regresso de Goa, chegarão, final-mente, a Mumbai – a maior cidade domundo, a capital comercial, a “cidadeespelho” da Índia moderna, situado noEstado de Maharashtra, com uma eco-nomia florescente e alguns tesourospatrimoniais. A cidade deve o seu an-tigo nome de Bombay aos portuguesesque a denominaram “Boa baía”. Os in-gleses que a receberam como dote decasamento de Catarina de Bragança eCarlos II de Inglaterra em 1661 deramesse nome ao arquipélago inteiro.

As covas hindus de Jogeshvari e deElephanta (século VI) são testemunhasda antiguidade do arquipélago, assimchamada pelos Portugueses por causade uma pedra junto à praia com esseformato.

Com quase um sexto da populaçãomundial, berço das grandes religiõesasiáticas e uma diversidade culturalímpar, a Índia sempre suscitou umaimensa curiosidade no ocidente. Emcontraste, porém, com esta imensa,exótica e histórica índia espiritual,assiste-se agora à emergência parale-la de uma nova Índia – moderna, ma-terialista, confiante e competitiva,cobiçada por investidores de todo omundo. Desde a introdução do conceito deswaraj que guiou o movimento pelaindependência indiano para sublinhara diversidade de “ideias da Índia” sub-jacente à fundação do país em 1947,até à Índia do futuro, várias Índias fo-ram cedendo o passo à modernidade,nem sempre de forma pacífica. A “Índia da carroça”, rural e subdesen-volvida, em tensão constante com ofrenesim e o desenvolvimento urbano;a Índia religiosa, com a maior minoriamuçulmana do mundo; e a Índia social,com os eternamente marginalizadosDálitas (intocáveis) e Adivasis (popula-ções tribais), coexistem com a Índia de2010, em que o progresso para valoresde crescimento económico próximosdos 10% na última década teve umprofundo impacto social, despoletandotransformações socioeconómicas semprecedentes. É a Índia que acalenta osonho de se tornar uma das super po-tências do século XXI.

Espero que a vossa viagem vos permi-ta conhecer melhor a Índia da históriae do turismo, mas que permita tam-bém vislumbrar as infinitas Índias des-conhecidas.

A VOZ DA FILANTRÓPICA

Começamos por expressar um pensa-mento de carinho e gratidão para anossa Sócia e antigo membro da Di-recção, Isabel Martins Alexandre, quefaleceu no dia 29 de Setembro, dei-xando um exemplo de dedicação à As-sociação, Entre outros aspectos na suacolaboração, salientamos a organi-zação e o funcionamento exemplaresda nossa Biblioteca. Era uma fonte vi-va de alegria e de amor pelos outros.

Manteve-se o propósito de alargar a lis-ta de médicos dispostos a prestar umprimeiro apoio aos Colegas que dele ne-cessitem, ordenada por bairros de Lisboae arredores.

Do mesmo modo, continuaram-se oscontactos telefónicos (com a regularida-de possível) com os Associados que sa-bemos já não poderem deslocar-se ouque se encontram em situação pontualde doença; o envio de postais (persona-lizados) de parabéns pelo aniversário detodos os Associados; as palavras de soli-dariedade e conforto nas situações deperda de familiares.

De convívio, salientam-se o Chá do Ou-tono e o Magusto do S. Martinho, reali-zados na Sede com mais de 60 animadosconvivas, integrando apontamentos cul-turais de poesia e canto alusivos.

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11Julho a Dezembro 2009 | CAPA e BATINA

O passeio do Outono à Rota dos“Frescos e dos Vinhos”, decorreu combom tempo e com o grupo animado einteressado nas visitas que foramproporcionadas, sobretudo a velhasigrejas, pequenas ermidas e outrosedifícios antigos onde pudemos ad-mirar muitas pinturas a-fresco, algu-mas recém-descobertas e muitas ain-da a serem escrupulosamente restau-radas, não poucas das quais só par-cialmente recuperáveis. Estas visitastiveram uma guia muito conhecedora

daquilo que está a ser descoberto ede como está a ser preservado.

Foram visitadas também as ruínas ro-manas de Miróbriga, que muitos denós já conheciam, o que não impediuque todos as tivessem admirado cominteresse, apenas diferente conformeas visitavam pela primeira vez ou não.O almoço e o lanche na Vidigueiranão agradou a todos, não pelo am-biente popular, mas pela falta dequalidade da ementa e do serviço.

Mas não foi tanto assim que estra-gasse o passeio. Aliás, a exibição, aofim do lanche, de um grupo de can-tares alentejanos salvou a situação.

Beja foi a cidade onde se pernoitou.

Lá, alguns de nós visitaram, entreoutros monumentos, o Convento daConceição, onde professou SororMariana Alcoforado, a autora dasmundialmente famosas “Cartas Por-tuguesas”. Foi-nos proporcionada aoportunidade de irmos até à janelade onde a célebre freira viu pela pri-meira vez passar a cavalo, volteandoa montada como exibindo-se paraela, o Conde de Saint Léger, futuroMarquês de Chamilly, por quem sehavia de apaixonar desvairadamente.

Fez-nos sentir alguma emoção!

No último dia foi a visita à Herdadedo Esporão. Belo empreendimento,onde visitámos as Caves, a Torre, oMuseu (em que está patente umabem representativa amostra perma-nente das obras de grandes artistasmodernos feitas expressamente parailustrar os rótulos de garrafas de vá-rias colheitas) e diversos outros pon-tos de onde se estende a vista pelasvinhas até perder de vista. Enfim,acabámos com uma prova de vinhosda famosa Quinta, seguida de um be-líssimo almoço, servido com muitorequinte e acompanhado muito ade-quadamente por vinhos selecciona-dos a rigor. No resto do dia, o peque-no cruzeiro no Guadiana fechou comchave de oiro o excelente “Passeio deOutono - 2009”.

OS NOSSOS PASSEIOS

O PASSEIO DE OUTONO – 2009

CÁ DENTRO

Hélia M. B. Moniz de Jesus

3, 4 e 5 de Outubro

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12 CAPA e BATINA | Julho a Dezembro 2009

E de facto, não há nem haverá nuncaoutra assim. E é assim que os estudan-tes dessa velha Universidade a consi-deram e cantam nesse belo e sentidofado que perpetua a sua magia e en-canto através das gerações.Sim, Coimbra é nossa, não há dúvida.Nela deixámos algo de nós, da nossajuventude, das nossas ansiedades, dosnossos objectivos e até mesmo dasnossas ingénuas loucuras.Aí tivemos também as nossas casas, asnossas famílias os nossos inesquecí-veis amigos dispersos pelas Repúblicas,pelas modestas pensões, pelos Laresonde todos vivíamos e convivíamos emsã e pura amizade.Da minha casa, a Casa Universitária daMocidade Portuguesa, fundada nosmeados do século passado, a primeirano género em Coimbra, situada no ci-mo da íngreme encosta da Couraça deLisboa, comprazia-me a admirar asbarcaças que desciam paulatinamenteas serenas águas do Mondego, ao somcompassado das varas que as moviamnuma marcha acelerada, num vaivémcontínuo nas mãos de míticos barquei-ros. Vinham lá de cima, das terras ri-beirinhas, carregadas de carvão, de le-nha e carqueja que alimentavam osvelhos fogões.Nas noites de Lua cheia, o luar espe-lhava-se naquela doce quietude daságuas onde as rãs coaxavam em har-moniosas desgarradas.Como era linda e romântica a nossaterra! Como éramos livres e felizesnesse vetusto burgo, tão único, tão ca-racterístico, tão nosso!Não carecíamos de divertimentos li-bertinos, nem de comportamentos me-

nos correctos. As nossas diversõeseram tão pueris que ainda hoje as con-sideramos um tanto irrisórias.As nossas actividades extra-curricula-res resumiam-se a vermos passar, danossa varanda, os nossos colegas rumoao CADC, à hora do almoço. Fazíamosalguns comentários acerca da sua ele-gância ou desleixo, da sua composturaou irreverência. Mas respeitávamo-nosmutuamente e selávamos as nossascríticas com a oferta de um bolinhoque a nossa saudosa governanta ia le-var, da parte das suas meninas, à Casada Mocidade dos senhores doutores.À noite, depois de jantar, distraíamo-nos em amenas e divertidas conversas,cosíamos as nossas roupinhas, cantá-vamos, dançávamos, etc.No Verão, quando o calor e as cólicasapertavam, rezávamos o terço com asjanelas abertas de par em par.Por vezes ouvíamos a voz dos colegasque passavam: “Suas beatas”. “Beatasnão respondiam outros mais sensa-tos, meninas pias”.Mas as meninas pias, ao menor enga-no ou distracção na reza, perdiam o arconcentrado e solene e desatavam àsgargalhadas. Lá voltavam os nossoscostumeiros censores: “Mas o que é is-so, oração ou pagode?!”Eles sabiam bem o que era: o riso fácil deuma mocidade responsável, mas ao mes-mo tempo despreocupada, exuberantede vida e ávida por fruí-la plenamente.Ao Sábado, ao badalar da Cabra, pú-nhamos de parte os nossos trabalhos eíamos afidalgar para a Baixa. Descía-mos cautelosamente a Couraça, ele-gantes nos nossos sapatinhos de saltosarrojados, envergando as nossas me-

lhores toilettes. Levávamos um embru-lhinho na mão para fingirmos que ía-mos às compras, atravessávamos apasso firme o Mata-Frades, seguíamospela Ferreira Borges até à Sofia (rua daSabedoria) e recebíamos, com corageme altivez, os piropos e assobios da pra-xe, dos grupos dos eternos galantea-dores, e as declarações amorosas dosmais apaixonados. Sim, porque Coim-bra também era Amor amor simples eromântico, paixões tão discretas quehoje, contadas, fazem rir os nossos ne-tos. Mas o que é certo é que algunsdesses amores permaneceram parasempre.Acabávamos a tarde na Central onde oSenhor Cruz já tinha reservado a mesado costume para as Senhoras Douto-ras. Sabia a ementa de cor: um chan-tilly para cada uma, para não alterar oorçamento e a elegância, e uma chá-vena de chá.Ao anoitecer regressávamos a casaacompanhadas por alguns colegas quedesabafavam connosco as deficiênciasdas suas instalações, a insipidez de al-gumas matérias, a monotonia de cer-tas aulas, e as exigências e manias dosnossos veneráveis Mestres.Era assim Coimbra nesse tempo; nomeu tempo; no nosso tempo. Numtempo já há muito, muito tempo!...E ainda hoje recordamos nas nossasassociações, na Nossa Associação, to-das essas vivências. E todos os quepor lá passámos, conservamos a he-rança indelével da nossa Alma Mater.E é ainda com a mesma emoção eveemência que afirmamos: “Não háterra como a nossa. Não há no mun-do outra assim.”

NÃO HÁ TERRA COMO A NOSSAAmélia de Souza Ferreira-Pinto

IN ILLO TEMPORE

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13Julho a Dezembro 2009 | CAPA e BATINA

OS NOSSOS PASSEIOS

LÁ FORA

VIAGEM

À ÍNDIA /NEPAL

Encontrámo-nos nas nossas diferençase nas nossas semelhanças, nesta mag-nífica viagem prestes a terminar.

Uma palavra de justo louvor à Presi-dente da Associação, pelo sucesso dasua organização.

Uma palavra de simpatia a todos, quefizeram com que, durante estes dias,fôssemos uma Família!

De facto… é neste rumar ao encontroda “diferença”, que o Homem atinge

uma dimensão maior!

Pela heterogeneidade de costumes,credos, crenças e etnias, se forma omultifacetado mosaico desta Índia quevisitámos.

Pela ancestralidade de cidades, comoDelhi, vestida com a roupagem da his-tória antiga, mergulha-se mais profun-damente na Antiguidade.

Pelo esplendor mongol, que Agra sim-boliza, percorremos os corredores da

história dessa civilização.

Na cromática tela de Jaipur, a arqui-tectura rajput e mongol fundem-se emuma união mais forte, para nos lega-rem tesouros intemporais.

Na cidade de Varenasi, mergulhámosno nosso “eu” mais profundo, para umareflexão que nos tocou a alma!

O Ganges, no seu expoente máximo desacralidade para os hindus, é um ba-luarte de miséria humana, nessesghats, onde a mendicidade estende amão e as cinzas da cremação são es-pectáculo ao amanhecer!

Mas… no Rajastão, uma cidade etérea,de contos de Fadas – Udaipur – exibeum esplendor romântico, nos seus pa-lácios sobranceiros ao Lago Pichola.

A lendária cidade de Khajuraho co-bre com o seu véu de mistério, a di-nastia Chandela, e os seus esplendo-rosos e emblemáticos templos, re-percutem beleza, no pormenor dasesculturas.

Paradigma, em sentido real e imaginá-rio, de emoção humana, do amor con-cretizado na fusão de corpos, que seprocuram na busca de um prazermaior.

27 de Setembro a 16 de Outubro de 2009Maria Guerra Prazeres

No Nepal

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OS NOSSOS PASSEIOS

14 CAPA e BATINA | Julho a Dezembro 2009

Goa é uma secular página da Históriaescrita com a heróica pena dos portu-gueses. O seu passado continua vivo,para que os nomes de Vasco da Gamae Afonso de Albuquerque não passemjamais à corrente do olvido.

Igrejas, casas coloniais, plantações decoqueiros, a profusão de mercados deflores e de fruta, as suas praias, sãopáginas desse livro que um dia escre-vemos e que deixámos inacabado.

Mumbai, cosmopolita cidade, espelhaos contrastes gritantes que vão daopulência à indigência.

Kathmandu foi essa pincelada nepale-sa que nos enriqueceu, tão próximados Himalaias, tão imbuída de umamística e profunda espiritualidade!

De tudo e de tanto, recordarei tão só,em poético verbo, esse magnífico e eté-reo monumento ao amor: o Taj Mahal!

O Taj Mahalé… a face ebúrnea

de um amoreterno.

É…a lágrimaque cai

na agoniade uma saudade.

É …o rosto

de um sonhointerrompido.

É…uma história

escritano rendilhado marmóreo

da pedra.

É…O grito

que vem de longe:Shuh Jahan,

que se prolongano tempo

e se plasmano esplendor da humanidade.

Isabel Cupertino

"O Tribunal de Contas e o Governo"“Com Vasco da Gama em Goa..."

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15Julho a Dezembro 2009 | CAPA e BATINA

ESPAÇO DE POESIA

O Homem que anseia tudo fazer,

Viaja, sonha e fermenta seu universo,

Fica do mundo tão longe e disperso,

Num vai e vem, sempre a correr.

Será que alcança da vida, viver?

Faz do seu dia a dia um verso,

Num convívio fraterno e diverso?

Trabalha pra ver seus filhos crescer?

Cansado, pára, quer ver televisão!

Vê a guerra que desfaz civilizações,

E semeia a morte e a fome nas multidões!

Somos todos soldados … é outra visão!

A verdade da razão faz mudar de estação!

Vê ódios de gerações. Num ambiente imundo,

Refugiados que fazem cidades do mundo,

Sem casa, escola, saúde e alimentação.

António Capela Gordo

21 Abril 2003

O HOMEM cansadoVamos cantar as janeiras

Vamos cantar as janeiras

Por esses quintais adentro vamos

Às raparigas solteiras

Vamos cantar orvalhadas

Vamos cantar orvalhadas

Por esses quintais adentro vamos

Às raparigas casadas

Vira o vento e muda a sorte

Vira o vento e muda a sorte

Por aqueles olivais perdidos

Foi-se embora o vento norte

Muita neve cai na serra

Muita neve cai na serra

Só se lembra dos caminhos velhos

Quem tem saudades da terra

Quem tem a candeia acesa

Quem tem a candeia acesa

Rabanadas pão e vinho novo

Matava a fome à pobreza

Já nos cansa esta lonjura

Já nos cansa esta lonjura

Só se lembra dos caminhos velhos

Quem anda à noite à ventura

Por: José Afonso

In: “Cantares do Andarilho”, 1968

Natal dos Simples

A poesia é alegria.

É soltar a nossa imaginação.

É voar mais alto que os pássaros

E sentir o nosso coração.

É sorrir e ir até à Lua

Como um balão sozinho na escuridão.

Filipa Baptista Ferreira-Pinto (8 anos)

A POESIA

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16 CAPA e BATINA | Julho a Dezembro 2009

BLOGOSFER@

As Edições MinervaCoimbra lançaramhoje (domingo) o livro “LUIZ GOES. ONeo-Modernismo na Canção deCoimbra ou o Advento da EscolaGoesiana”, da autoria de Jorge Cravo.

A Livraria Minerva foi pequena paraacolher todos os amigos que quiseram

marcar presença no evento. Destaque,entre outros, para o ministro daJustiça, Alberto Martins, CamachoVieira, António Arnaut, João Moura,presidente do município deCantanhede, Mário Campos, e muitosantigos e actuais cultores da Cançãode Coimbra.

À apresentação da obra pelo próprioautor, seguiu-se a leitura de poemasde Luiz Goes por Carlos Carranca e ainterpretação de temas de Luiz Goespelo grupo Capas Negras, constituídopor António José Moreira, NunoEncarnação, Eduardo Filipe e LuísAlvelos. […]

Luiz Goes: testemunho vivo da memóriahistórica da Canção de Coimbra

Domingo, Dezembro 20, 2009

de http://minervacoimbra.blogspot.com/2009/12/luiz-goes-testemunho-vivo-da-memoria.html

O Doutor Isabelinha, sócio número umda Académica, faleceu esta manhã noHospital de Santarém. O funeral reali -zar-se amanhã, às 15 horas para ocemitério de Almeirim.

Há cerca de um ano, por ocasião dosseus 100 anos, foi-lhe prestada umasentida homenagem, ao estudante, aofutebolista, ao médico, ao Homem.Nesse dia, foi-lhe atribuída a Medalha de

Mérito da Ordem dos Médicos e JoséEduardo Simões entregou-lhe umacamisola preta com o nº 1 e com o seunome. Uma prenda que o deixouvisivelmente sensibilizado e emocionado.

Doutor Isabelinha faleceu hojehttp://desporto.sapo.pt/futebol/primeira_liga/artigo/2009/11/24/morreu_o_s_cio_n_mero_um_isabeli.html

Na Torre da Universidade encontra-seum relógio, sob o varandim, com ummostrador para cada um dos quadrantes,e os sinos: a Cabra que toca todos os diasàs 18h, avisando os estudantes de que é

altura de recolher ao estudo; o Cabrão,com o nome de macho da cabra por terum som mais grave e que toca todas asmanhãs anunciando aos estudantes quehá aulas. Caso a Cabra não toque, é sinal

de que não há aulas! Ao longo do tempo,afim de não terem aulas, o badalo daCabra foi sempre um alvo de roubo porparte dos estudantes.[…]´

A “CABRA” de http://cavalinhoselvagem.blogspot.com/search/label/Cabra

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BLOGOSFER@

17Julho a Dezembro 2009 | CAPA e BATINA

"COIMBRA DE CAPA E BATINA"

[…] Foi preso o estudante AgostinhoAntunes, por que as suas proezas nestamatéria eram bem conhecidas e haviaque desconfiar.

Uma vez na esquadra, começou ointerrogatório feito por um polícia que,todo boas maneiras, lhe diz:

- V.Exa sabe porque foi preso?

- Não sei.

- Ora, ora não sabe! è por causadaquela brincadeira das galinhas docoronel. O senhor coronel só quer

que lhe paguem as galinhas epromete nada de procedimentoscriminais. Afinal nada mais justo! Ossenhores roubaram nada mais nadamenos do que 37 galináceos...

- O que o senhor policia está para aí adizer é grego. Não percebo nada.

- Bem, talvez lhe mostrando umascoisas que aqui tenho na pasta,recorde melhor do que estamos afalar.

E mostrando umas penas de galinha ede galo:

- Então não se recorda disto? Vá lá,confesse!?

- Cada vez estou mais a zero.

- Ora diga-me, onde passou a noite de27 par 28 de Novembro?

- Eu sei lá!

- Sabe , sabe, é que foi nessa noite queo senhor estudante e os seuscompanheiros assaltaram a capoeirado senhor coronel.

[…]

de http://jdabranches.blogspot.com/2005/10/coimbra-de-capa-e-batina.html

CAFESANTACRUZ

Após a passagem por Coimbra de D.João III em 1527, a reforma doMosteiro de Santa Cruz e a instalaçãoda Universidade vão alterarprofundamente a cidade. Para SantaCruz foi nomeado reformador Frei Brásde Braga que partira em 1517 paraestudar em Paris tendo regressado em1525 a Portugal para ocupar o cargode Prior do Mosteiro da Serra deSintra.

(…)

É unânime a atribuição deste edifício aDiogo de Castilho e, possivelmente, aJoão de Ruão, “amigo e servidor” doMosteiro, onde “muitas e boas obras”executara, intervindo na arquitectura

decorativa da nova Igreja e nasesculturas de pedra que nelaexistiriam.Com a extinção das ordensreligiosas em 1834, a igreja do velhomosteiro assume de novo a função deigreja paroquial. A igreja de S. JoãoBaptista de Santa Cruz ficará aocuidado do Estado. Após a suadessacralização foi servindo outrasfunções: armazém de ferragens,esquadra de polícia, armazém decanalizações, casa funerária, estaçãode bombeiros…

Após muita e demorada controvérsiaacerca da instalação de um caférestaurante em “estilo manuelino,junto da Igreja de Santa Cruz “, tudo seresolve com a alteração do projecto

fachada da autoria do arquitectoJaime Inácio dos Santos. Ainauguração do luxuoso Café-Restaurante de Santa Cruz ocorre a 8de Maio de 1923 e é notícia em todosos periódicos da altura. Esta data foiescolhida porque o Café se localiza naPraça 8 de Maio (denominado Largo deSansão até ao ano de 1874) quepretende homenagear a entrada doexército liberal na cidade, comandadopelo Duque da Terceira, no ano de1834. Em termos formais, o edifíciosofreu várias alterações desde a suafundação, sendo a mais significativaem 1923, quando foi adaptada àsfunções de Café – Restaurante.

[…]

de http://www.cafesantacruz.com/historia.html

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18 CAPA e BATINA | Julho a Dezembro 2009

APLAUSO À MARIA ANTÓNIA DIONÍSIO- Almoço de Natal

Homenagem àMaria Antónia(Toninha)[Texto: António Ribeiro... ]

1. Agradecimento pelo convitepara homenagear a Toninha:

- Havia outras pessoas melhor prepa-radas para o fazerem e com melhorconhecimento da Toninha;

- Embora o meu convívio com a Toni-nha venha desde o início da minha

vida de associado, 1993 – 16 anos, émuito pouco quando comparado comdécadas de convivência que outroscolegas da AAECL têm com a Toni-nha;

- Todavia, entendi aceitar com grati-dão este convite, que me foi endere-çado pelos colegas da Direcção, ten-do como mentora a nossa querida emui ilustre Presidente. Aliás a Fátimaé a grande mentora de muito, eu di-ria mesmo de quase tudo nesta Asso-ciação, e que soube imprimir-lheuma dinâmica hoje reconhecida portodos os nossos associados em Lis-boa e no resto do País.

- E entendi aceitar o convite porque euacho que nesta minha relação cúm-plice com a Toninha está, creio eu,uma das mais valias da nossa Asso-ciação: ser capaz de juntar diferentesgerações de estudantes – convémlembrar que me separam da Toninhauma boa meia dúzia de anos - o queconfigura de facto estarmos a falar,com propriedade de gerações dife-rentes. E juntar partilhando umamesma matriz de valores culturais,sociais e sobretudo académicos co-muns. Esta é seguramente uma dasriquezas da nossa academia que anossa Associação ajuda a perpetuar emesmo a aprofundar.

- Por outro lado tive o privilégio depertencer durante cerca de 8 anos àDirecção da Nossa Associação com aToninha, sendo ela a menos jovem eeu o mais jovem. Ela era a Toninha eeu o Toninho, nome pelo qual a Toni-nha me chamava e ainda hoje a mi-nha querida mãe me chama. Confes-so que, sem me dar conta fui criandocom a Toninha uma cumplicidade

Almoço de Natal

A Toninha dirige-se aos presentes, rodeada pelos elementos dos órgãos sociais

O concorrido evento, com a presença de 140 pessoas, realizou-se noHotel Sofitel, no passado dia 19 de Dezembro (sábado), para otradicional almoço de Natal e, em particular, para um momentoespecial de homenagem à Maria Antónia Dionísio – a nossa Toninha. Nas palavras da nossa Presidente salientamos que «A Maria Antóniasempre foi a grande entusiasta do festejo Natalício; o seu João Mariadizia que ela parecia ainda acreditar que o Menino Jesus desce pelachaminé. À Toninha devo preciosa ajuda, que prometera desde omomento em que – levada eu pelo casal João Maria/Maria Antóniajunto do Albano, já acamado – este me pediu que não deixasse morrera Associação que criara com tanto empenho; Associação que o JoãoMaria apelidava de “fábrica” e a nós duas de “operárias da fábrica”».Segue-se o registo das palavras de elogio do António Ribeiro, quereforçou as palavras da Presidente da direcção.

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ALMOÇO DE NATAL

19Julho a Dezembro 2009 | CAPA e BATINA

que julgo recíproca: um profundorespeito, consideração, amizade emuita, muita ternura. Invariavelmen-te a Toninha pedia-me o braço parasubir as escadas do palco da Tomadada Bastilha e eu, com particular pra-zer o fazia ano após ano. Toninha, nopróximo ano faço questão de te vol-tar ajudar a subir ao palco, se assimo quiseres, pois claro.

-Em suma, pareceu-me que não seriadespropositado assumir a tarefa nobrede proferir perante Vós algumas pala-vras sobre a nossa querida Toninha.

2. Algumas notas biográficas

- Sem pretender fazer aqui uma bio-grafia da Toninha, julgo que se impõetrazer-vos breves notas biográficasda Toninha, que só foram possíveisgraças à ajuda da sua querida Filha,a Dra. Isabel Silva, a quem agradeçoo tempo que me concedeu para esteefeito, e que está aqui com a sua fa-mília em peso e para quem eu peçouma salva de palmas!

- O nascimento: A Toninha nasceu emCoimbra, pois claro, a 19 de Junho de1922 – bem dizia eu que nos separa-vam um pouco mais de uma meiadúzia de anos, na freguesia da SéNova. A Toninha é de facto uma mu-lher de Coimbra, por nascimento, al-ma e coração.

- Viveu em Coimbra até aos 4 anos,tendo-se mudado para Viseu – essaoutra grande terra da lusa Pátria(não fosse ela a minha) – Toninhaandaste sempre por sítios muito re-comendáveis! – e por lá ficou até aos8 anos. O pai da Toninha era militare de vez em quando era obrigado aestas andanças na vida. A este pro-pósito convém referir que o pai daToninha tendo sido Coronel do Exér-cito, formou-se primeiro em farmá-cia e depois em Medicina, tendo tidouma farmácia mesmo em frente àsua casa em Viseu (tenho a indicaçãode se tratar do Largo Pintor Gata).

- De seguida volta a Coimbra tendo

feito a instrução primária no ColégioRainha Santa;

- Faz o Liceu Infanta D. Maria, era Rei-tora a Dra Dionísio Camões, tendonascido aqui o seu gosto pelo teatro,que a acompanhou ao longo da suavida e que seguramente continuará aser uma das suas paixões. A esta pai-xão não é alheia a amizade que fazcom a Dra Virgínia Gerção, escritorae mulher muito ligada à arte dramá-tica. No Liceu fez ainda parte da Mo-cidade Portuguesa, seguindo commuito rigor as suas iniciativas.

- A Universidade: Licenciou-se emHistórico-filosóficas pela Faculdadede Letras de Universidade de Coim-bra, pois claro.

- Durante a sua vida académica em-preende múltiplas actividades, no-meadamente:

i. O Teatro, no TEUC do grande PauloQuintela, tendo sido membro dasua direcção. Representou váriaspeças, nomeadamente de Gil Vi-cente, os autos das barcas, ondecom aquela carinha viçosa e boni-ta representava o papel do anjo,pois claro!

ii. Trabalhou também com o encena-dor Diniz Jacinto;

iii. Foi membro muito activo e dirigen-te da Juventude universitária cató-lica;

iv. Enquanto universitária, e tendo si-do o seu pai colocado no Algarve,em Lagos, representou para anga-riar fundos para uma colónia deférias que organizou para criançascarenciadas – já era o grande co-ração da Toninha a puxar poraqueles que menos tinham e po-diam!

- O Casamento: casa no final do cursocom o nosso querido e saudoso JoãoMaria, mais um grande beirão deMangualde – Toninha não há dúvi-da que és uma mulher de bom gos-to! O namoro começa cedo e torna-

se sofrido com a ida do João Mariapara os Açores, nos anos da 2ª Guer-ra Mundial – 44-45, curiosamenteintegrado no mesmo batalhão do seuirmão Ernesto.

- Mas casam em 1946 e têm a sua úni-ca filha em 1947 em Coimbra, preci-samente a Dra. Isabel Silva de que fa-lámos há pouco e aqui presente.

- Casaram na Capela de Sto. Antóniodos Olivais, a 10.10.1946, tornando-se local de peregrinação anual obri-gatória pelo casal.

- Viveu um ano em Mangualde ondefoi Professora nos Colégios de S. Jo-sé e Sta. Maria.

- A seguir instala-se em Lisboa come-çando a trabalhar no arquivo históri-co do Ministério das Finanças, naRua de Sta Marta, por cima da Polí-cia. Organizou o arquivo com umagrande e sempre amiga a Dra MariaIdalina Ferreira da Silva, que sendodo Porto, estudou em Coimbra com aToninha.

- Organiza também o arquivo da fazen-da pública do Ministério das Finanças;e a biblioteca do gabinete ministerialdas finanças, era secretário de Estadoda pasta o Dr. Costa Farelo.

- De modo a melhor exercer todas es-tas tarefas fez o curso de bibliotecá-ria-arquivista na Fac. Letras da Uni-versidade de Coimbra – só podia ser!

- Mais tarde passa a integrar o minis-tério da Educação e trabalha directa-mente com o FAOJ – Fundação deApoio aos Organismos Juvenis. NoFAOJ faz outra grande amizade, ten-do conhecido o Dr. Ricardo Vaz Mon-teiro, filha da Dra Teresa Vaz Montei-ro, nossa sócia. Com este organiza oarquivo da cadeia do Limoeiro.

- Deu aulas do ensino nocturno naEscola Afonso Domingues, tendocomo colega e amigo o Dr. Belarmi-no Barata.

- A Associação: foi uma das grandespaixões da Toninha.

• membro da Direcção da Delegaçãoem Lisboa da Associação dos Antigos

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ALMOÇO DE NATAL

20 CAPA e BATINA | Julho a Dezembro 2009

Após um delicioso “buffet” para al-moço, assistimos ao Sarau. Este mo-mento de convívio iniciou-se com oGrupo de Danças. O par dos seus mes-tres exibiu-se, seguindo-se o grupoque dançou de forma alegre, descon-traída e sincronizada, acompanhadospelos filhos dos nossos artistas quedançaram, tiraram fotos e dirigiramos grupos, sob o olhar atenta dos seuspais e dos demais convivas.Em seguida o Grupo Ad-Hoc, comohabitualmente com a presença daToninha, integrando exclusivamentejovens com mais de 70 primaveras(como referido pelo seu maestro),

exibiu as suas composições paragáudio dos presentes. A actuação do grupo “Serenata aoLuar”, com as vozes do Alcindo Costa,António Ribeiro, Coronel Anjos de Car-valho e Tito Costa Santos, constituídopelo Luís Martins e Manuel Pêra naviola, e António Sousa Mendes (TóJó)na guitarra, encerrou a sessão. O almoço terminou com a usual ida aopalco dos elementos da direcção e doscantores presentes, para entoarem aBalada da Despedida. Após os votosusuais de Boas Festas, próprios daquadra de Natal, e de um Feliz 2010,seguiram-se as despedidas e o regres-so ao lar, pensando logo na participa-ção em novos eventos e no reencontrocom os colegas e amigos.

Estudantes de Coimbra – de 1977 a1980 e de 1988 a 1991.

• membro da Direcção da Associaçãodos Antigos Estudantes de Coimbraem Lisboa – de 1995 a 2003.

• Como membro das diferentes direcçõesdesenvolveu como principais actividades:

✔ Encabeçou a Comissão Dinamizadorada “Filantrópica”, em 1998 (ver C&Bnº12) e coordenou a Filantrópica comomembro da Direcção. Aqui, como sempre,o grande coração da Toninha a procurarajudar quem mais precisava. Aquando dolançamento da filantrópica o nosso Ân-gelo Araújo, outro dos fundadores, fezum poema que vale a pena relembrar:

-“Ainda não nasceu!...

Mas já se sente

Que vai ser feita por e com amor

Aquele amor

Que Coimbra põe na gente

E em nós se mantém eternamente

Em luta contra o sofrimento e a dor!”

• Dinamizou a criação do Grupo Co-ral Ad-Hoc, que teve a 1ª apresen-tação em público no IX Aniversárioda AAECL (Março 2001)

• Criou a actividade “Aulas de Ginás-tica de Manutenção”, em Maio de2001

• Foi declamadora de poesia em di-versas Conversas Quinzenais, Ter-túlias Académicas e Jantares Men-sais (em 12 de Julho de 1997 dedi-cou um poema ao amor da sua vi-da o seu João Maria).

• Na Associação e fora dela foi umaviajante incansável com o seu JoãoMaria pelos 4 cantos do mundo.

• Minha querida Toninha fizeste, co-mo acabámos de ouvir, muitas eboas coisas e queremos todos quecontinues a fazê-las, sempre com amesma entrega e generosidade quete acompanham desde tenra idade.Gostaríamos que soubesses o quan-to gostamos de tí, o quanto te que-remos e rendemos-te aqui justa ho-

menagem ao teu exemplo na vida,na profissão, na família e na nossaAssociação. Em tudo deixaste a tuamarca perene. Queremos mais, mui-to mais ainda!

• Mas de todas as coisas que tu fizes-te há uma obra fantástica que gos-taria de destacar e que hoje aquimarca presença em peso, a tua fi-lha, a Dra Isabel Dionísio Alves Ro-drigues Mendes Silva com o seumarido, o Dr. Manuel Marçal FontesMendes Silva, e dos teus 3 netos: aCatarina, o João e o Zé Maria, quepor sua vez já te deram 3 bisnetos e3 bisnetas lindas.

• Parabéns Toninha por tudo o quefizeste até hoje, e fazemos todosmuitos votos para que possamoscontinuar a contar contigo paraoutras tarefas e desafios que a tuaalma e o teu coração grande e ge-neroso possam entender como esti-mulantes e interessantes nesta faseda tua vida!

• Toninha, para ti um grande efferreá.

O Sarau

A actuação do Grupo Ad-Doc

A exibição do Grupo de Danças foiacompanhada, fora do palco, pelo mais novo…

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21Julho a Dezembro 2009 | CAPA e BATINA

P1. Como configura o desenvolvi-mento e a articulação entre a Uni-versidade de Coimbra (UC), a RedeUCe as AAECs? Considera que o contri-buto das AAECs é importante para odesenvolvimento da UC?HM: Apanhei como Vice-Reitor umamissão delicada, da qual a 1ª fase foivencida há pouco tempo, que foi fa-zer o Regulamento de Avaliação dosDocentes Universitários de Coimbra.Foi um processo muito intenso, masque na minha opinião - perdoem-mea imodéstia - acho que correu muitobem. O Reitor já aprovou e já está emDiário da República. Só no últimomês e meio fiquei liberto desta tare-fa que me absorveu dias, noites, tar-des e que implicou centenas de con-versas e reuniões com o grupo detrabalho e com os docentes. No meiodeste trabalho houve muitos contac-

tos com as associações, houve refle-xão e gostaria de agora começar aestruturar mais a ligação com asAAECs.Eu vivi um ano nos Estados Unidos,com licença sabática, em família. Éimportante olhar para o que passanoutros locais. Aí, as associações deantigos alunos, os Alumni, têm umpapel e uma força que era importan-te justapor às nossas AAECs, mais li-gadas ao aspecto afectivo e nisso so-mos muito bons. Criamos eventos e aAAECL é um dos melhores exemplosque podemos encontrar nesse domí-nio. Penso que nos faz falta incluiralguma dose de ligação à sociedadeque podemos encontrar nos EUA.Eu gostava que olhássemos para osAEUC que são uma força enorme quea universidade tem e é uma riqueza…para o resto da vida. Para o bem e

para o mal, estaremos sempre liga-dos à UC e o futuro dos estudantes eda UC está umbilicalmente ligado.

P: E a RedeUC versus as AAECs?

HM: Temos que conseguir encontrarum bom ponto de equilíbrio entre aRedeUC e as AAEC, respeitando ofuncionamento, o raio de acção, aautonomia e a capacidade de inicia-tiva das AAECs, tentando integrá-las.As AAECs e a Rede devem ser algoque tem que criar sinergias e não po-de haver a mais vaga noção de con-flito de interesses. Estamos perantecorpos colectivos e, como é normalnas sociedades, há pequenos desen-contros e desentendimentos, mas adinâmica das coisas tem que as con-seguir resolver. Não sei se nas suaspalavras há algum juízo…?

A UNIVERSIDADE HOJE

ENTREVISTA COM

Prof. Doutor Henrique MadeiraEntrevista com o Vice-Reitor Prof. Doutor Henrique Madeira,doutorado em Engenharia Electrotécnica (FCTUC), responsávelpelo Pelouro dos Antigos Estudantes da Universidade de Coimbra(AEUC). É casado, com a Ângela que conheceu na Faculdade de Letras danossa UC, onde concluiu Germânicas. Têm duas filhas. A filhamais velha termina este ano o curso de Direito. A mais nova tocavioloncelo e o pai veio trazê-la, no dia da entrevista, 30 de Abrilde 2010, para fazer testes de ingresso na Orquestra Metropolita-na de Lisboa.

Um agradecimento especial por ter acedido ao nosso convite para realizarmos uma entrevistapresencial, em particular dada a sua agenda muito ocupada, pela imensa disponibilidade e simpatia.A conversa desenrolou-se nos temas que seleccionamos, com os argumentos que transcrevemos deseguida e que fazemos votos seja do vosso agrado.

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A UNIVERSIDADE HOJE

22 CAPA e BATINA | Julho a Dezembro 2009

P: Não. Estava na tónica de que aRedeUC tem crescido bastante e temsido uma boa oportunidade de anga-riar antigos estudantes, passar-lhesa mensagem e a informação daquiloque a Universidade é hoje. Portanto,será também uma boa oportunidadepara construir uma boa articulaçãoentre a Rede e as AAECs.

HM: A RedeUC tem crescido muitobaseada na componente virtual, napágina Web, mas é uma maneira quedepois acaba por carecer de algumcorpo tangível. Independentementeda minha origem técnica de informá-tica, eu acho que não podemostransformar tudo isto numa ligaçãovirtual. O contacto é muito impor-tante e temos de o bom destes 2mundos. Eu penso que é necessáriaalguma articulação e é um assuntoque gostaria de trazer para a próxi-ma reunião das AAECs. Tentaremosperceber como criar maior sinergiaentre as associações, Coimbra e aRede. Estão identificados muitosproblemas, até de aspectos técnicos– no site, problemas de contactos, …- problemas triviais que têm que serresolvidos. Dos cerca de 21.000 con-tactos que estão na Rede, há proble-mas com mudanças de e-mail, origi-nando e-mails devolvidos; problemasque têm que ser resolvidos. Há umpotencial forte mas tem que ter umespírito de corpo. Eu gostava de veras AAEC muito envolvidas nisso por-que a Rede é das Associações. Não éum objecto estranho que paira porcima delas!... O processo está emconstrução e ainda está numa fasemuito inicial. Expandiu-se e depoisprecisa de ser coordenada. Penso quetemos momentos de crescimento eagora é altura de fazer alguma aná-lise e definir como é que achamosque a Rede deve evoluir.

P2. O Protocolo assinado com o go-verno, reforçando os meios financei-ros das Universidades, e a implemen-tação do Processo de Bolonha, no-meadamente com os aspectos dasequivalências das habilitações aca-démicas, abrem novas oportunidadessou perspectivas para os Antigos Es-tudantes da Universidade de Coimbra(p.e. Actualização ou reforço dassuas habilitações académicas)?

HM: Nos últimos 15dias, eu e a Prof.Doutora Margarida Mano, que é Pró-Reitora, fomos incumbidos pelo Rei-tor, de elaborarmos o documento daresposta ao “Contrato de Confiança”da UC. Há novidades muito interes-santes para as quais é muito impor-tante usarmos quer a Rede quer asAAECs. Como sabem, do Contrato deConfiança há um grande objectivo deaumentar o nº de diplomados, espe-cialmente nas áreas de Engenhariase áreas tecnológicas, que regressamà Universidade para fazer um cursode actualização científico-tecnológi-co que lhes confere um outro grau. AUC não pode induzir as pessoas emerro. Não pode criar nas pessoas ailusão de que o mestrado de Bolonhaé mais que as nossas licenciaturas.Ninguém se engana com isso, nem osempregadores, estudantes, alunos oua universidade. As famílias tiveramum certo entusiasmo e algumas uni-versidades aproveitaram-se disso. Éuma maneira muito fácil de venderdiplomas! A pessoa inscreve-se, fazqualquer coisa e obtém um diplomade mestrado. Não ficou a saber nemmais nem menos… A pessoa perdeu1.000€ do seu bolso com o paga-mento das propinas e não acrescen-tou nada... Só quem quiser é engana-do com isso.O que estamos a pensar, com a serie-dade da UC, é que é muito importan-

te para os AEUC, é que isto é algoque a universidade nunca fez … olharpara outros públicos. As coisas hojeevoluem a um ritmo incrível, nasáreas tecnológicas e nas engenha-rias. Um engenheiro electrotécnicoou informático que tirou o curso há10 anos, ou ele por razões do próprioemprego – e Portugal não tem assimtantas empresas tecnológicas – eleconseguiu actualizar-se ou entãopouco sabe… É uma oportunidadenova e excelente, compatível com aspessoas activas, para trazê-las denovo à universidade. É importanteque percebam, 10 a 15 anos depois,que a universidade mudou muito. Ocurso de mestrado é afinado e calibra-do para as suas necessidades. Vou darum exemplo para perceberem facil-mente: frequenta-se um ano, que é aduração do mestrado, com 1 ou 2 ca-deiras em cada um dos dois semestres,com aulas ao final da tarde de 6ª feira.Depois há uma tese de mestrado que éfeita numa lógica de actualização. Apessoa até pode trazer problemas dasua própria empresa que os vai estu-dar, desenvolver novas tecnologias…Algumas cadeiras até poderão ser fei-tas na lógica de Ensino à Distância, deuma maneira séria, com imensas van-tagens. Aproxima-os AE da Universida-de, valoriza-lhes a carreira, ondeadqui riram uma especialização, e têmum novo grau com significado.Se conseguirmos captar esta faixa, apartir de certa altura já não vale apena porque as pessoas acham quejá estão numa fase muito avançadadas suas carreiras…Os licenciados com 8, 9…15 anos es-tão com pujança no mercado de tra-balho, numa fase de grande ascen-são. Com o contacto entre as Univer-sidades e as empresas gera-se umamais valia enorme. Nós, na UC, va-mos preparar o crescimento da UC…

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A UNIVERSIDADE HOJE

23Julho a Dezembro 2009 | CAPA e BATINA

P: …Indo, portanto, captar pessoasque já estão activos no mercado detrabalho?

HM: Sim. Repare que hoje a UC é quetem que ir ao encontro desses estu-dantes. Não pode esperar que elestenham capacidade ou disponibilida-de temporal para irem frequentar oscursos. A UC é que tem que ter umaoferta específica para eles. É isso quea UC pretende fazer. É aí que eu vejouma mais valia muito grande. Não éapenas a relação com um aluno queestá na universidade, mas com umantigo aluno que volta à universida-de; Com uma riqueza (Conhecimen-to) muito maior; há aqui um laço quese reforça. Isso é uma oportunidadeexcelente.Se o antigo Estudante for membro deuma AAEC terá um desconto espe-cial, que aliás já existe. Queremosque as AAECs sejam um canal paranos trazerem esses AEC e que nosajudem a difundir. É uma parceriaque, refiro, há exemplos nos EUA,onde há menos a tónica dos afectos,do laço, mas com aspectos mais con-cretos, importantes para as pessoas eque devíamos tentar injectar o máxi-mo com a Universidade…

P3. Na faixa dos 30 a 50 anos, oumais, em que as pessoas estão na vi-da activa, ir atrás destes AntigosAlunos, chegar às empresas e ir bus-car um conjunto de problemas, emque a universidade deixa de ser umafonte de Ciência e Conhecimento pa-ra ser também uma possibilidade pa-ra ajudar na criação de riqueza? E osprofessores não estarão contra umanova abordagem, dado estarem maiscentrados na produção de Conheci-mento?O Antigo Estudante quando chegar(de novo) à universidade vai concluir

que ela mudou. O espírito mudou…As coisas mudam na UC. Até Direitomudou. As coisas mudam hoje muitorapidamente. A UC sempre foi múlti-pla e muito plural. Medicina semprefoi diferente de Direito. As Humani-dades sempre foram diferentes dasEngenharias. Nisso temos tido evolu-ções muito grandes. Na UC temos uma série de valoresque são muito adquiridos. Coimbra éCultura, Tradição, Saber. Coimbra é oexemplo de uma universidade fiável,com credibilidade. Tem agarrado,muitas vezes, esta imagem. Uma sé-rie de ideias feitas que estão profun-damente erradas e que nós temos deajudar a combatê-las. Coimbra não éuma universidade imóvel. Coimbra éuma Universidade com grande de-senvolvimento científico e tecnoló-gico. É a cidade que criou mais em-presas nos últimos anos, empresasque inovam, muito importantes a ní-vel nacional. Coimbra é uma univer-sidade extremamente ágil também emuito moderna. Por vezes é muitodifícil projectar esta imagem. A ima-gem que fica de Coimbra, que estátão agarrada a Coimbra, que impedeque as pessoas vejam esta Coim-bra…Esta componente da universida-de abre os braços às ligações às em-presas.

P4. Neste contexto e na modernida-de, início do séc.XXI, a Praxe, prati-cada por uma ampla maioria, e oConselho de Veteranos, continuam afazer sentido? E que papel deve de-sempenhar?

HM: A minha filha mais velha ensi-nou-me uma lição. Quando entroupara a universidade, por razões pes-soais, achava que a praxe era umacoisa horrível, depois ao fim do 1ºano mudou completamente de opi-

nião e criou agora uma relação coma praxe que eu acho extremamentesaudável. A praxe é uma componen-te importante para ela. Há momen-tos da vida académica em que elaveste o traje, vive a praxe e depoisdiz… não, não, isto não é… a univer-sidade é muito mais do que isto. Elacriou um ponto de equilíbrio que meparece muito são. Eu vejo esse pontode equilíbrio nos estudantes. A pra-xe, como tudo na vida, tem aspectosde coesão, de ligação que são extre-mamente importantes. Tem tambémaspectos excessivos que precisam deser limados. Há que criar essa cons-ciência nos estudantes. Não, há coi-sas que sejam universalmente boas.A praxe é uma delas. A nova geração,a exemplo da minha filha Rita queanda em Direito, está a construiruma relação com a praxe que me pa-rece saudável e equilibrada. Usam osaspectos positivos. Há um elementonovo na universidade que me parecepode não se ter apercebido ainda. Hámais de 1500 alunos estrangeiros naUC. Fazem-se sentir….Temos 400 a 500 dos países de lín-gua portuguesa. A maioria no entan-to é do Erasmus. Se passear emCoimbra a qualquer hora é bem visí-vel. Eles têm uma relação curiosa eajudam a mudar. A semana [da Quei-ma das Fitas] é mais um exemplo e ébonito ver isso. Tudo isto traz tam-bém riqueza à Universidade.

JAC: E também é distintivo em rela-ção a outras Universidades?HM: Certo. A grande maioria dosnossos alunos faz um ano ou 6meses de Erasmus e toma contacto comoutras realidades, e isso está a não aempobrecer, pelo contrário, enrique-ce. A partira daí, a Praxe está a tam-bém a registar alguma evolução queme parece positiva.

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A UNIVERSIDADE HOJE

24 CAPA e BATINA | Julho a Dezembro 2009

P5. Encaminha-nos rapidamente pa-ra o final. Qual a sua mensagem pa-ra os AEC? Que aspecto pretenderealçar ou destacar?

HM: A Universidade de Coimbra dis-tingue-se de todas as outras pela suaHistória que tem muita importância.E os AA são os elementos mais im-portantes nisso. Tem de ser um ob-jectivo central da UC reforçar-seainda mais este laço com os AAUC.São um parceiro essencial. Deve serentendido também numa lógica quenão perturba o lado afectivo que,acho que, é essencial. Temos deaproveitar o elemento afectivo parapor no terreno outras formas de liga-ção aos AA. Isso é muito importantepara atenuar algumas desvantagensque Coimbra tem. A UC não está emLisboa, nem Porto. Isso coloca algu-mas dificuldades. Não somos umaUniversidade regional. Não temosuma bacia demográfica… temos alu-nos de todo o país e agora de quasetodo o mundo. E os AA também seespalham por quase todo o país e to-do o mundo. Isso dá-nos uma capa-cidade de tocar quase tudo… Ecumé-nica. Acho isso das forças mais im-portantes. Em termos de pensar, demaneiras de desenvolver, ainda mais,ajudar a desenvolver uma Universi-dade moderna. Conseguimos fazeralgo que é difícil. Ao mesmo tempo,projectar uma imagem de uma Uni-versidade com muita história, muitacredibilidade mas também com mui-ta agilidade e muita modernidade,capacidade de fazer coisas novas. Es-sa é imagem de Coimbra que nósqueremos. E que sempre existiu. Euestou num departamento que o colo-ca à evidência. Do meu grupo nasce-

ram 3 ou 4 empresas, algumas muitoimportantes – a Critical Software, aWit. A universidade sempre foi isso.Acho é muito estranho quando aspessoas falam de uma universidadeprojectada e não percebo porque éque a população tem uma imagemdiferente da UC que não é a imagemque eu tenho. Nem a imagem daspessoas que vivem lá e assistiram àgrande evolução que a Universidadeteve. Os AA têm que nos ajudar aprojectar esta imagem que não, demodo nenhum, contraditória com avisão clássica que nós temos deCoimbra. Eu penso que isso é muitoimportante.

Eu não consigo falar pouco… Apaixo-no-me por isto e depois alongo-me.

6. Agora, para concluir, algumas per-guntas e respostas (muito) rápidas:

Q- Saudade ou Inovação? HM: As duas, claro. Temos que con-seguir conciliar as duas coisas. Nãovejo que sejam contraditórias, demodo nenhum.

Q- Está presente e utiliza as RedesSociais da Internet? Caso sim, quais?HM: Pessoalmente vivo muito nessemundo. Comecei então a ter algumcuidado. A minha mulher diz que euvivo no Skype. Não estou muito acti-vo nas redes sociais por opção pró-pria. Vivo muito no Skype que não éuma rede social mas um instrumento.

Q - Lê livros electrónicos? HM: Muito menos… Não imprimo pra-ticamente nada mas quando é para lerlivros… Acabei de comprar alguns, hápouco tempo na Feira do Livro.

Q - Escuta PodCasts? HM: As vezes. Há um manancial fan-tástico que é bom saber que está dis-ponível … às vezes vou no carro e ou-ço que posso ir ao site da Antena 1ou 2 que tenho lá os programas. Tu-do, o que é muito bom. Às vezesguardo-os eu próprio. Repare, o im-portante aí é o conteúdo. Os meioselectrónicos disponibilizam-nos, paranós usarmos. Não confundamos nun-ca o conteúdo com a forma. É muitobom termos essas possibilidades como recurso às novas tecnologias.

Q - Sítio (ou Site) favorito na Internet? HM: Muitos… O favorito é o de toda agente: Google. As pessoas todas usam-no sem que se apercebam da quanti-dade de tecnologia que está presente.Cada vez que cada um de nós vai aoGoogle e escreve uma ”key Word” e,em segundos, tem tudo o que está dis-ponível no mundo, as pessoas não seapercebem quão fascinante é todo oknow how e técnica que está por trás.As pessoas usam sem se aperceber. AGoogle como motor de busca, não écomo site, está entre aquelas grandesrealizações tecnológicas que as pes-soas usam sem se aperceber. Se a Goo-gle fosse uma construção estaria nosedifícios mais fantásticos do mundo,se fosse algo de concreto. Para ter uma ideia…gastou muito mais engenhariado que a Ponte sobre o Tejo, que é umacoisa visível e que está ali. Há muitaengenharia por trás daquele ecranzi-nho… e que as pessoas não se aperce-bem. É a nova Babilónia. Dali vou paratodos os sites e isso é a parte mais bo-nita que a cultura da internet nos po-de dar.

FIM.

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25Julho a Dezembro 2009 | CAPA e BATINA

05.BORDADOS E DANÇASDE SALÃO

Continuam em força, com uma juventudeque não esmorece perante as intempériesda natureza (e não só…)

Iniciou-se, em Novembro, na Sede,uma série de abordagens sobre a“Evolução das Tecnologias deComunicação e Informação”, que tem

merecido interesse de diversosassociados, aproveitando também oensejo para obter esclarecimentosespecíficos sobre o tema.

NOTÍCIAS BREVES

01.JANTARES MENSAIS

Realizaram-se 3 (Setembro, Novembro e Dezembro), sempre com a boa disposição e "intimismo"de um convívio singelo, ondeos aniversariantes desse mês se perfilam perante um apetitoso bolo.

02.ENCONTRO DOS “JORDANOS E SÍRIOS”

Realizado no dia 12 Dezembro 2009, nasede da associação, onde não faltaram otradicional lanche e o concurso de

fotografias. A chuva intensa reduziu onúmero de participantes, mas os queapareceram fizeram jus ao filme que

visionaram, lembrando os locais emomentos desta viagem rica de históriae belezas naturais.

03.CONVERSAS MENSAIS Tiveram lugar 2:Em Setembro, recebemos na Sede ospromotores de um empreendimentochamado “Serena Seniores”, cujas ca-racterísticas parecem apontar paraeventual solução de um magno proble-ma: a criação da Real República do An-tigo Estudante de Coimbra. Está na for-ja uma visita ao local.Em Outubro, a habitual “Vem Dizer deTua Justiça” trouxe-nos o contributo de

bastantes Associados para a melhoriadas nossas actividades e a escolha dasviagens a promover lá fora. Foram 35 pessoas que compareceram nasede da nossa Associação para darem assuas opiniões sobre a vivência associati-va, numa reunião realizada no passadodia 21 de Outubro 2009. Das sugestõesapresentadas foram votadas e aprovadaspara as “Viagens para mais longe”: Japãoe Coreia do Sul, seguido da Rota da Seda.

Nas “viagens mais curtas” a opção prefe-rida foi “Córsega e Sardenha”, derrotan-do a alternativa “Norte de Itália (Milão,Florença, etc.).Foram mencionados os aspectos relati-vos à captação de novos sócios, numcontinuado esforço de rejuvenescimento.Finalmente foi sugerida a necessidadede reforçar a necessidade de que o Fadode Coimbra tenha uma presença maisvisível nos meios de comunicação…

04.NOVA ACTIVIDADE

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NOTÍCIAS BREVES

26 CAPA e BATINA | Julho a Dezembro 2009

07.DIVERSASO Magnífico Reitor da Universidade deCoimbra convidou-nos para assistir àabertura solene das aulas, no dia 16 deSetembro, para a sessão solene da en-trega pelo Embaixador da Irlanda dofax símile do “Book of Durrow”, na Bi-blioteca Joanina, em 28 de Outubro, epara diversos doutoramentos e lança-mento de obras literárias e científicas.

A Direcção-Geral da Associação Aca-démica de Coimbra convidou-nos paraassistir à 1ª Gala dos Prémios “António

Luiz Gomes”, último presidente daAcademia Dramática de Coimbra (tor-nada, em 1887, Associação Académicade Coimbra), para a Gala Comemorati-va do 122º Aniversário da A.A.C., paraa Festa das Latas e imposição de insíg-nias e para o lançamento de obras desua edição.

O Reitor da Universidade de Lisboaconvidou-nos para estar presentes nasessão solene de abertura das aulas naCerimónia de entrega de bolsas de es-

tudo por mérito a alunos da Universi-dade, em vários lançamentos de obras,exposições, colóquios, mesas redondase homenagens, bem como em todo ociclo de cinema e literatura que pro-moveu de Outubro a Dezembro.

O Presidente da Sociedade Portuguesade Protecção Contra Radiações convi-dou-nos para a sessão de abertura pa-ra o “Primeiro Congresso da ProtecçãoContra Radiações de Países e Comuni-dades de Língua Portuguesa”.

08.SE NÃO SABIAS, FICAS A SABER QUE...Foram os seguintes Sócios eAmigos que contribuíram, no anode 2009, para o enriquecimentodo Património da nossa Asso-ciação, oferecendo livros, meda -lhas, CD’s, fotografias, vídeos, li -vros da Queima das Fitas, pla -quetas, recortes de jornais, etc.

Eis os seus nomes

José Pinheiro da Silva, Eduíno de Jesus, Celeste Costa Martins (comapresentação da autora pela Fátima Lencastre), José Marques Vidal, João JoséFausto Quintela de Brito, Cor. Manuel Brito Guerreiro Júnior, Reitoria daUniversidade de Coimbra (“Rua Larga”), Câmara Municipal de Coimbra –Departamento da Cultura, Casino Estoril (“Egoísta”), Associação dos Pupilosdo Exército (“Boletim”), Associação da Força Aérea Portuguesa (“Boletim”),Casa de Goa (“Boletim”), Fundação Bissaia Barreto (“Notícias”).

Apelando à generosidade de todos, para que ofereçam à nossa Biblioteca:livros sobre Coimbra, livros de finalistas, fotografias da Queima, Programas,etc., para na Biblioteca ficarem guardados – “in aeternum”.

A todos o nossoBem hajam!

Deixamos aqui o pedido de

indicarem sempre a identidade de

quem oferece, para nos evitar o

lapso involuntário, de não os

nomearmos no nosso agradecimento.

06.LANÇAMENTO DE LIVROSO livro "LUIZ GOES. O Neo-Modernis-mo na Canção de Coimbra ou o Adven-to da Escola Goesiana", da autoria deJorge Cravo, das edições Minerva -Coimbra foi lançado no dia 20 de De-zembro 2009.

O espaço da Livraria Minerva foi pe-queno para acolher todos os(as) ami-gos(as) que quiseram marcar presençaneste evento.

Após a apresentação da obra por LuizGoes, seguiu-se a leitura de poemas ea interpretação dos seus temas pelogrupo Capas Negras, constituído porAntónio José Moreira, Nuno Encar-nação, Eduardo Filipe e Luís Alvelos.

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Estão à venda na Sede os vídeose/ou DVD das seguintes viagens:

- Jordânia c/ extensão à Síria - 2009

- Fim-de-Ano 2008/2009 em Palmade Maiorca

- Irlanda e Londres – 2008

- Austrália e Nova Zelândia – 2008

- EUA – 2007

- Chile / Patagónia / Ilha da Páscoa /Terra do Fogo / Argentina - 2006;

- Passeio da Primavera 2002 a Sala-manca e Viagem de Fim-de-Ano aMadrid;

- Berlim / Hannover / Expo 2000;

- Fim-de-Ano a Tenerife – 2001/2002

- Canadá e Nova York – 2000

- Viagem de Fim-de-Ano à Madeira/ Pôr-do-Sol;

- Estão à venda os livros:“O Povo do Nordeste”, de Amélia daConceição de Sousa Ferreira-Pinto;

NOTÍCIAS BREVES

27Julho a Dezembro 2009 | CAPA e BATINA

Deixaram-nos... Falecido em 2008 (e que só agora soubemos…):

Dr. Emídio Albuquerque Vasco, Sócio nº 560 – em 14 de Outubro;

… no segundo Semestre de 2009:

D. Graciete Valadas Cartaxo, Sócio nº 987 – em 5 de Julho;

Drª. Maria Adelaide Moreira Brandão, Sócio nº 1143 – em31 de Julho;

Eng. José Bernardo Veloso Falcão e Cunha, Sócio nº 1048– em 23 de Setembro;

Drª. Maria Isabel Vieira Martins Alexandre, Sócio nº 674 –em 29 de Setembro;

Dr. António Gonçalves Júnior, Sócio nº 148 – em 1 deNovembro.

Que descansem em Paz!

IN MEMORIAM

Ainda temos Sócios com Quotas em atraso, não só deste ano como de anos anteriores…

Quando estarão todas em dia? Dependemos da consciência de um dever estatutário…!

… em 2009 (de Junho a Dezembro) foram:

09.NOVOS SÓCIOS ADMITIDOS...

Dr. António Alfredo de Matos Soares Póvoa, Sócio nº 1268;

Dr.ª Maria Celina Correia Fernandes Leal, Sócio nº 1269;

Dr. Paulo Nuno Rodrigues Marques Augusto, Sócio nº 1270;

Dr. Fernando de Menezes Verol, Sócio nº 1271;

Dr.ª Maria José da Silva de Vasconcelos e Cruz RodriguesPais, Sócio nº 1272;

Dr. Albino Duarte Pires Dias Urbano, Sócio nº 1273

Dr. José Pedro Campos Barbosa, Sócio nº 1274.

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FICHA TÉCNICA

Julho a Dezembro 2009

CAPA E BATINADIRECTOR: A Presidente da Direcção

EDIÇÃO: Associação dos Antigos Estudantes

de Coimbra em Lisboa

Instituição de Utilidade Pública

Rua António Pereira Carrilho, 5 - 1º

1000-046 LISBOA

TEL. 21 849 41 97 FAX. 21 849 42 08

E-MAIL: [email protected]

INTERNET: www.aaec-lisboa.com

PERIODICIDADE: Semestral

TIRAGEM: 1000 exemplares

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA AOS

SÓCIOS DA ASSOCIAÇÃO

Carlos Couceiro - Última Hora: Realizou-se no passado dia 7 de Março 2010, o funeral do Eng. Carlos Couceiro, guitarrista e filósofo. Constituiu uma impressionante manifestação de pesar, com a presença de muitos amigos e admiradores, sobressaindo a elevada presença dos intérpretes da Música de Coimbra, de que era um lídimo cultor. Era igualmente um escritor muito apreciado. Apresentou em Lisboa, no ano passado, o seu último livro, de título “Memórias”, bem como a 5ª edição das “Fábulas”. Nas suas interpretações à guitarra, com o Grupo Porta Férrea, ou nas suas palavras vertidas para os seus livros, ficam os registos da sua imensa arte para o futuro.

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