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CAPA e BATINA Julho a Dezembro 2008 N o 32 • 3 a SÉRIE Associação dos Antigos Estudantes de Coimbra em Lisboa NESTE NÚMERO 88º ANIVERSÁRIO DA TOMADA DA BASTILHA PÁG. 03 HOMENAGEM A ANTÓNIO ALMEIDA SANTOS PÁG. 04 VIAGENS À CHINA, IRLANDA E INGLATERRA PÁG. 08

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CAPA e BATINAJulho a Dezembro 2008

No 32 • 3a SÉRIEFICHA TÉCNICA Associação dos Antigos Estudantes de Coimbra em Lisboa

NESTE NÚMERO

CAPA E BATINADIRECTOR: A Presidente da DirecçãoREDACÇÃO: Fátima Lencastre, José Correia e Luís MartinsEDIÇÃO: Associação dos Antigos Estudantes de Coimbra em LisboaInstituição de Utilidade PúblicaRua António Pereira Carrilho, 5 - 1º1000-046 LISBOATEL. 21 849 41 97 FAX. 21 849 42 08E-MAIL: [email protected]: SemestralTIRAGEM: 1000 exemplaresDISTRIBUIÇÃO GRATUITA AOS SÓCIOS DA ASSOCIAÇÃO

88º ANIVERSÁRIODA TOMADA DABASTILHAPÁG. 03

HOMENAGEMA ANTÓNIO ALMEIDA SANTOSPÁG. 04

VIAGENSÀ CHINA,IRLANDA EINGLATERRAPÁG. 08

A velha Torre da Universidade necessita de obras urgentesde recuperação e restauro. Carece de uma intervenção quea consolide e valorize, tanto mais que a nossa Universidadeestá envolvida numa batalha com vista ao seureconhecimento como Património Mundial da UNESCO.

A nossa Direcção pede a todos os Colegas (e outras pessoasou entidades que cada um conheça) um contributo para taisobras, que orçam 350 000 Euros.

Poderá ser adoptada uma das seguintes vias:

a) Cheque sacado à ordem de Universidade de Coimbra –Torre da Universidade e enviado para:

Universidade de Coimbra – Gabinete de Comunicação e IdentidadeRede de Antigos Estudantes – Colégio de S. Jerónimo Apartado 3020 3001-401 COIMBRA

b) Depósito na conta da Rede de Antigos Estudantes da Universidade de Coimbra, cujo NIB é: 0035 0255 0017 9382 9321 3.

O cheque pode também ser enviado para a nossaAssociação, que o remeterá à Universidade e fará chegar acada um o respectivo recibo.

Última Hora APELO AOS ANTIGOS ESTUDANTES DE COIMBRA

Ninguém se omita nesta cruzada: é um legado conjunto para a perene imagem de prestígio daUniversidade de Coimbra!

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ÍNDICE

CAPA e BATINA | Julho a Dezembro 2008

EDITORIAL

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EDITORIAL

EM DESTAQUE

CONFERÊNCIAS

OS NOSSOS PASSEIOS

ESPAÇO DE POESIA

OPINIÃO

A VOZ DA FILANTRÓPICA

BLOGOSFERA

NOTÍCIAS BREVES

EDITORIALPÁG.

Este novo número do Capa e Batinaregista como um dos temas de fundo,o 88º aniversário da Tomada daBastilha. Publicamos de seguida aresposta de António de AlmeidaSantos ao elogio que Daniel Proençade Carvalho lhe fez, a propósito dahomenagem que lhe foi prestada.

“Querida Fátima Lencastre, queridaPresidente e Amiga; Caro Dr. Proençade Carvalho, querido amigo; Carosconfrades e amigos:

O Dr. Proença de Carvalho acaba de medescrever como um poço de virtudes.Quem me dera que no seu talentosodiscurso de advogado brilhante nãohouvesse mais exagero e generosidadedo que real justificação para tãogenerosos elogios. A amizade faz comfrequência estes milagres.

Mas eu não me deixo iludir acerca demim próprio. Conheço-me há oitodécadas e sei que, não sendo mau nemopaco de todo, estou longe do serhumano, do político e do jurista que oDr. Proença de Carvalho caracterizou.

Um fortuito acaso levou-me aoconhecimento da origem destasimpática e amiga maquinação.Porque houve em tudo isto umamaquinação entre a nossa PresidenteFátima Lencastre e o talentosoadvogado e brilhante tribuno que é oDr. Proença de Carvalho.

E essa maquinação consistiu emapostarem na tradução da amizadeque nos une, numa homenagem aopobre homem da Serra da Estrela quesou, traduzida na conversão dessepobre homem num pequeno génio.

E sabem os meus queridos confradescomo vim a ter conhecimento dessebem concebido e orquestrado plano?Eu conto como foi. Há cerca de duassemanas, estando eu na baixa à esperade um táxi para o Largo do Rato, onde

fica a sede do Partido Socialista, comoàquela hora não passou nenhum carrosem ocupantes, acabei por tomar umautocarro que ao Rato me conduzisse.

Ao entrar, tive o grato prazer de mesentar ao lado da querida FátimaLencastre, que seguia no mesmoautocarro. E reparei que ela ia lendoum pequeno livro com um título quedespertou a minha curiosidade. Essetítulo era “Como se fabrica um génio”.

Curiosamente, a Fátima não semostrou muito interessada em falarsobre o livro. Só há pouco vim aencontrar explicação para isso. Mas,dois ou três dias depois, a minha rotinalevou-me a uma livraria do Centro dasAmoreiras, onde tenho escritório. Eque vejo eu? O livrinho que a Fátimalia no autocarro, exposto nosescaparates.

É claro que o comprei, e comcuriosidade o li. Em breve resumo, otema do livro correspondia ao título, eensinava o que fazer para fabricar umgénio que de seu natural o não fosse.

Em resumo, aconselhava a que, quemquisesse “inventar um génio”, sesocorresse de um advogado talentoso(uma espécie de Proença de Carvalho!)e o incumbisse de um elogio decircunstância sobre a pessoa apromover à condição de génio. Para oefeito, prescrevia conselhos.

O elogio devia reportar-se aqualidades reais. Nada de inventá-las.E o milagre estava na hipérbole dessasqualidades. Talento para realçarvirtudes era o que se requeria.

Os meus caros confrades acabam deassistir à mais perfeita exemplificaçãodo método sugerido. A querida FátimaLencastre, resolveu converter o talpobre homem da Serra da Estrela quesou, numa vedeta da política, daredacção de leis, da publicação de

Os textos publicados podem ter sidoajustados ao espaço disponível. Aversão integral pode ser consultada naSede ou no sítio da Internet:www.aaec-lisboa.com.

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3Julho a Dezembro 2008 | CAPA e BATINA

EM DESTAQUE

88º ANIVERSÁRIO DA

TOMADA DA BASTILHA22 Novembro 2008

Neste ano, esta comemoração teve umsignificado quase "intimista" navivência da nossa Associação: ahomenagem ao Dr. António de AlmeidaSantos, que exerceu o cargo dePresidente da Mesa da Assembleia-Geral de 1995 a 2006 (aqui, "suplicou"

a dispensa para "melhor preparar a suapassagem para o Além"! Não revelouqual...)

Foi a voz do colega Daniel Proença deCarvalho que expressou esse preito,com este brilhantismo:

A cerimónia comemorativa foi presidida, como sempre, peloMagnífico Reitor da nossa vetusta Universidade, acompanhadopelos anteriores Magníficos e pelo Vice-Reitor Pedro Saraiva.Contou ainda com a presença dos Presidentes da Direcção-Geral eda Assembleia Magna da Associação Académica de Coimbra, dosPresidentes das outras Associações de Antigos Estudantes deCoimbra, de representantes da Universidade de Lisboa e de outrasinstituições com as quais temos protocolos de colaboração.

livros sobre sociologia, e até, veja-se,da interpretação do fado de Coimbra!Para uma assistência que adora estamanifestação artística, e um país nãomuito abonado de valores políticos,culturais e artísticos, digamos que eu,mais a tal hipérbole, servia de matéria-prima para o efeito da demonstraçãode que o método para converter umpobre homem no génio que o livroprescrevia. A parte executiva ficou acargo do Dr. Proença de Carvalho,também indicado para o efeito. Antesde mais, meu amigo; depois, meucolega; e possuidor do tal talento parao panegírico hiperbólico que o livrinhorecomendava.

Fica assim denunciada a referidamaquinação. Tudo indica que aintenção de quem a programou, e dequem a executou, foi boa. Mas eu nãopodia deixar de denunciá-la, aomesmo tempo cativado por ela. Tive depor as coisas no devido lugar.

Não fora o acaso da minha deslocaçãopor autocarro, o que raras vezes meacontece; não fora o caso de me tersentado ao lado da querida Fátima;não fora o caso de ter reparado notítulo do livrinho que ela estava lendo;e não fora o caso de eu ter podidocomprar e ler esse livrinho, e nestemomento eu estaria aqui, impante devaidade, convencido de que soumesmo o tal génio que estou tão longede ser.

Mas porque a intenção foi boa,cumpre-me agradecer à Fátima e aoProença de Carvalho o facto de teremcongeminado esta tão simpática ecativante homenagem.”

(Nota de rodapé: a assistência dividiu-se emdois grupos. Os que desde logo perceberamque havia disfrute na resposta do Dr. AlmeidaSantos, achando que havia nela coincidênciaa mais; e os que piamente acreditaram emque as coincidências eram reais, e o Dr.Almeida Santos não podia ser, nem era, oquase génio que os doutores FátimaLencastre e Proença de Carvalho tinhaminventado. Acabou por ser um momento deboa disposição).

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EM DESTAQUE

4 CAPA e BATINA | Julho a Dezembro 2008

Cara Presidente Fátima Lencastre Caros Membros da Direcção nossaassociaçãoCaro Dr. António Almeida Santos(AAS)Caros colegas e amigos

Recebi com honra e verdadeiroprazer a incumbência de falar emnome dos Antigos Estudantes deCoimbra na homenagem a um dosnossos maiores, AAS.

Fico para sempre grato à Direcção danossa associação por esta honrosaincumbência.

Poucas vezes na minha vida recebium encargo, por um lado tão fácil dedesempenhar, pela amizade eadmiração que desde sempre meligam ao homenageado, mas poroutro tão difícil, por me faltar otalento que a missão exige.

AAS é uma das personalidades donosso tempo que mais se distinguiuem todos os domínios do saber, dacultura, da cidadania.

Ele é um verdadeiro príncipe daRenascença, um aristocrata dademocracia, um senador respeitadopelos seus pares, um marido, pai eavô mimado.

Um homem que passou tormentassem que os pingos da chuva ou alama dos caminhos se colassem à suafigura elegante.

Reparem, caros Colegas:

- Enquanto estudante de Coimbra,AAS foi um brilhante estudantede Direito, mas teve tempo etalento para ser um não menosbrilhante cantor, guitarrista,orador oficial do Orfeon e daTuna, desportista, destacado

dirigente da AAC, comopresidente da Secção cultural, eagitador político.

Deixou em Coimbra uma marcatão forte que, 10 anos depois,quando eu próprio cheguei ànossa Universidade e passeitambém pela Tuna e o Orfeon, afama lendária de AAS continuavamuito viva, especialmentequando se tratava de arranjaralguém com dotes oratórioscapazes de impressionar ospúblicos tão heterodoxos quevisitávamos.

Transmitia-se de geração emgeração a fama de um estudanteque pelo seu excepcional talentode orador tinha deslumbrado asplateias por onde o Orfeon e aTuna tinham feito história.

- Terminado o seu Curso de Direito,ingressou no serviço militar;acredito que tenha sido umgarboso cadete (em Mafra) e umaprumado alferes (em Beja), masnem os seus dotes oratórios emusicais o safaram de um desairena carreira militar: ao contráriodo que era a regra, não foipromovido a tenente, terminou atropa como mísero alferes…. Aoque parece, o regime político daépoca não lhe reconheceucapacidade para mais. Acho quefoi esse o seu único fracasso.

- Finda esta frustrada carreiramilitar, e depois de ter aindacompletado o CursoComplementar de CiênciasJurídicas, abraçou comentusiasmo a sua vocação deadvogado na terra que o tinhadeslumbrado e que é um dosamores da sua vida:Moçambique!

- Como seria de esperar, AAS cedose tornou no mais célebreadvogado daquela entãoProvíncia Ultramarina eindiscutivelmente um dosmaiores advogados portugueses.

Foi então que o conheci,apresentado por outro dosmaiores advogados portugueses,também ele destacado dirigenteacadémico de Coimbra, FranciscoSalgado Zenha. Confesso que mesenti tão pequenino peranteaqueles dois monstros daadvocacia, que aliás tenteiimitar…

- Em Moçambique, AAS não foiapenas um advogado de sucesso.Foi o líder incontestado dos“Democratas de Moçambique”,foi um conspirador permanentepelas causas que abraçou desdemuito novo, as causas daliberdade e da democracia.

Podemos imaginar quão penosodeve ter sido liderar a oposição aoregime naquele território, numasituação tão crítica como a vividaem tempo de guerra entre oexército português e osmovimentos de libertação.Quanta coragem foi necessáriapara, naquele contexto histórico,defender, com convicção, a autodeterminação de Moçambique,mantendo integralmente o seupatriotismo e a sua ligação aPortugal.

AS chegou mesmo a ser alvo deuma conspiração com o objectivoda sua eliminação física, quefelizmente foi abortada. Nesseperíodo terrível AAS revelou acoragem de um herói.

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EM DESTAQUE

5Julho a Dezembro 2008 | CAPA e BATINA

- Vinte anos depois de rumar aMoçambique, AS viveu, comnatural emoção e euforia, o seu25 de Abril, o sonho por quelutara tantos anos, masseguramente também comenorme apreensão pelo futuro daterra que o acolhera e onde foifeliz.

- A partir desta data, AAS foi umdos mais influentes políticos epensadores do País, exerceu osmais elevados cargos daRepública, deixou uma marcaforte e indelével na Legislação ena Governação:

• Quatro vezes ministro daCoordenação Interterritorial

• Ministro da Comunicação Social

• Ministro da Justiça

• Ministro Adjunto do 1º Ministro

• Ministro de Estado e dosAssuntos Parlamentares

• Líder Parlamentar do PS

• Presidente da AR

• Conselheiro de Estado

• Presidente do PS em váriosmandatos

- AAS notabilizou-se comolegislador, seguramentedevemos-lhe as leis mais bemredigidas da actual República,pois nenhum outro político -deputado ou governante – teveou tem capacidade de escrevercom a sua facilidade eclarividência.

- AAS é também um escritorprofícuo:

Publicou 7 livros comintervenções parlamentares;

Publicou até agora, além desses,28 obras – ouviram bem, 28obras! – sobre temas dos maisdiversos, jurídicos, políticos,sociológicos, memórias, etc.

- Li algumas dessas obras - nãotive tempo nem fôlego para asler todas – nem sempre concordocom a sua visão dos problemas donosso tempo e do modo de ossuperar, mas isso é o que menosimporta.

O que importa realçar é que AASé um inconformista, um homemintensamente preocupado com opresente e o futuro dahumanidade, um homeminformado e lúcido, um idealistaque, muito para além da crítica,aponta os caminhos e as soluçõesque considera adequadas.

- Para além de político e escritor,AAS é alguém sempre empenhadonas causas do progresso e a estepropósito não posso deixar derecordar aqui que ele é um dosmais ilustres curadores daFundação Champalimaud, à qualtem dado um contributoimportante.

- Sendo avesso a condecorações,que em princípio tem recusado, onosso homenageado tem no seubaú de vida, sem ostentação, aGrã-cruz da Liberdade e a Grã-Cruz da Ordem de Cristo. Quem asrecusaria?

- O curriculum do nossohomenageado deixa-nos semfôlego: Como é possível a um serhumano fazer tanta coisa em tãopouco tempo?

E ter tempo para a suacompanheira de sempre – a doceMargarida – para os seus filhos e

netos?

- E ter tempo para os amigos?Tantos de que ele não se esquece,tantos que ele tem ajudado nosmomentos difíceis.

Permitam-me uma inconfidência:

Recordo que quando fui presidenteda RTP recebia com frequênciatelefonemas de políticos, como énatural, quase sempre preocupadosem ficarem bem colocados nosprogramas da televisão.

De AS recebi alguns, mas nunca poresses motivos. Sempre a lembrar umamigo, um colega de Coimbra, queele achava ser a pessoa indicada parauma qualquer missão na empresa.

- A Academia de Coimbra deve aAAS muito, muito mais do queesta singela homenagem. É certoque também já o fez, com toda ajustiça, conferindo-lhe o grau deDoutor Honoris Causa.

Mas nunca poderá pagar-lhe o que asua vida de sucesso, de coragemcívica, de luta inteligente por causasnobres, contribuiu para enaltecer olegado da Academia de Coimbra paracom Portugal e a Humanidade.

Homens e mulheres como AASenobrecem a Universidade deCoimbra e são exemplos para asnovas gerações que não devemesquecer a responsabilidade que lhescabe em preservar o legado deixadopelos seus melhores antecessores.

Convém lembrar aos jovens que ASnão se notabilizou invocando apenasdireitos; ele merece a nossahomenagem muito principalmentepelos deveres que assumiu para acomunidade e que cumpriu comopoucos.

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EM DESTAQUE

6 CAPA e BATINA | Julho a Dezembro 2008

Foram as intervenções do Coro Mistoda Universidade de Coimbra, dirigidopelo maestro Rodrigo de Carvalho, e doGrupo "Porta Férrea", a coroar com amítica Serenata de Coimbra, queenquadraram um Show Nosso pleno dealma coimbrã, que o homenageadosentiu e agradeceu daquela formanatural e profunda que ninguémconsegue igualar...

Conforme salientou a presidente daDirecção nas suas palavras de boas-vindas e agradecimentos, perpassoupor todo o evento um fresco ar dejuventude, emanado dos muitos jovensque acorreram e corporizado na gentilfigura da apresentadora, a DirectoraMaria José - inédito este deapresentação oferecido aohomenageado como retorno da suadefesa, ao longo dos anos, daigualdade da Mulher na sociedade!

Mereceu este desiderato fortesaplausos por parte dos quase 500convivas (em especial, das SenhorasDeputadas presentes...).

Como em todos os anos, foi entregueum prémio de 500 Euros à jovemlicenciada em Direito indicada peloMagnífico Reitor como a melhor alunadesse ano."

Entrega do prémio à melhor aluna2007/2008

Todos os cantores no palco para a Balada da Despedida

Entrega do Estojo a Almeida Santos

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SONHAR COIMBRAPARA O SÉCULO XXI

Realizou-se no dia 24 de Outubro, no Hotel Avenida Palace, em Lisboa, versando o “Proces-so de Candidatura da Alta de Coimbra a Património da Humanidade” (UNESCO), comMatilde de Sousa Franco, que esteve na génese deste projecto aquando das suas funções deDirectora do Museu Machado de Castro, em Coimbra, concebendo a ideia e formulando o1º pedido oficial (há 26 anos…). Este projecto foi agora transformado, reduzindo o seu âm-bito e passando a ser promovido pela Reitoria da UC.

Matilde de Sousa Franco, boacomunicadora, simpática, com umamplo curriculum e experiênciadiversificada, mencionou as principaisideias para a projecção de Coimbrapara o século XXI, envolvendo diversosagentes – Governo, Universidade,Empresas, população, … Introduziu apossibilidade da implantação de umCentro Cultural, na lógica de aumentaros espaços culturais permanentes nazona Alta da cidade e a dinâmica dasua utilização, envolvendo actividadesculturais e de lazer.

Foram também abordados aspectosrelacionados com os meios financeirosprevistos e o horizonte temporal dasintervenções.

O Jantar contou com 55 participantesque escutaram atentamente as ideiastransmitidas, questionando eapresentando sugestões sobre o tema.Foram apresentadas e respondidasquestões relativas ao papel daUniversidade de Coimbra na região emque se insere, no panorama nacional einternacional; à criação de umadinâmica do Conhecimento e à suatransferência para o meio empresarial;

aspectos imateriais, em especial osrelativos ao Marketing e ao papel daInternet; à necessidade de harmonizaro interesse de diversas Pessoas,ultrapassando eventuais divisões.

A Drª Matilde Sousa Franco mostrouser uma profunda conhecedora darealidade e das tradições coimbrãs(local onde viria inclusive a casar), paraalém das restantes áreas deintervenção, manifestando a suavontade de continuar a colaborar emtodas as vertentes com os AntigosEstudantes e a Universidade deCoimbra.

José Correia

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CONFERÊNCIAS

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8 CAPA e BATINA | Julho a Dezembro 2008

Para contar esta inolvidávelviagem de 19 dias à China,adoptei uma descrição por“flashes”, baseada no meuPrograma na Rádio “Prazer deViajar”. Espero que gostem!

VIAGEM À

CHINAUM OLHAR PESSOAL EM “FLASHES”Chegada a Pequim: 2:30h em Portugal,9:30h em Pequim. Estamos finalmentena China! A aventura vai começar!...

O aeroporto de Pequim, inauguradopara os Jogos Olímpicos, é o máximoda modernidade. Surpreende-nos arapidez, tranquilidade e ausência defilas com que nos vemos com abagagem no autocarro, a caminho doHotel. Almoçamos num restaurantechinês de luxo e regressamos deimediato para descansar.

1º Dia em Pequim: visita à Praça deTianamen e à Cidade Proibida, onde amultidão se atropela para visitar esteenorme complexo de cor ocre dePalácios, Templos, Escadarias e Pátios.Visitar os seus 9.999 quartosdemoraria vários dias ou até semanas.Contentamo-nos por, durante algumashoras, sentir o ambiente do Imperadorde vida faustosa e omnipotente comoum Deus, com os seus ministros;funcionários do reino; e 200concubinas ciosamente guardadas poreunucos.

Depois do almoço: visita ao Pequimmoderno. Espantamo-nos cominúmeros arranha-céus de linhasaudaciosas; hotéis enormes; luxuosose magníficos; lojas de marcas

internacionais de grandes dimensões;avenidas largas e verdejantes, a perderde vista (a avenida principal com 42km de comprimento, como deEsposende ao Porto).

Pequim é, actualmente, não só o maiorestaleiro de construção do Mundo mastambém o da Historia Universal, dizemos entendidos.

É um crescimento fantástico! Umadimensão a que não estamoshabituados!

À tarde: visita a um dos muitos bairrosantigos de Pequim, Hutong. Numriquexó, puxado por um chinêssorridente e atarracado, que pedalasem descanso a sua bicicleta demodelo antigo, atravessamos, aospares, ruas e vielas estreitas;nauseabundas e miseráveis; pejadas dechineses que enchem o bairro. Nãosentimos qualquer receio, pois nosseus semblantes não há qualquer ar deagressividade, de tentativa de rouboou de assalto. Limitam-se a olhar-nosde forma indiferente e mansa.

Somos depois conduzidos a uma casade pátio antiga e de seguida a umaCasa de Chá. Recebidos por gentischinesas de kimono que nos dão as

boas vindas, perfumam a sala,conduzem à mesa, nos colocam um“babete”, somos iniciados napreparação e no saborear doverdadeiro chá chinês: preto, verde, dejasmim, líchias, cereja, de frutosvermelhos, etc.

6º Dia de viagem: visita à GrandeMuralha da China, uma das 7Maravilhas do Mundo, situada a 70 kma Norte de Pequim, separando a Chinada Mongólia.

A Grande Muralha é constituída porum muro que chegou a ter umaextensão de 10.000 km (cerca de 5vezes a distância de Lisboa a Paris);uma altura de 8 metros e uma largurade 7 metros.

Mandada construir 200 anos antes deCristo após a unificação da China, foisendo reconstruída para afastar osterríveis vizinhos mongóis,descendentes de Gengis Khan. Paraproteger todas as zonas da Muralha,construíram-se torres de vigia àdistância de 2 disparos de flecha, ondese queimavam excrementos de lobopara, na escuridão, alertar contraataques dos inimigos

A visão da Muralha deixa-nos

OS NOSSOS PASSEIOS

LÁ FORA

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OS NOSSOS PASSEIOS

boquiabertos, serpenteando sobreserras e escarpas de altas montanhas;descendo a vales profundos;atravessando rios caudalosos edeslizando ao longo de desertosincomensuráveis.

Entramos na Muralha e percorremosrampas e galgamos escadarias.Subimos ao topo, a uma dasimponentes torres de vigia, e ficamosdeslumbrados a observar a vastidão dohorizonte. Pensamos então nosmilhares de chineses que aquitrabalharam até à exaustão, atéreceberem o golpe de misericórdia dosseus cruéis e desapiedados chefes, aquificando enterrados para sempre,servindo de material de enchimento.

5 dias passados: voo para Xian. O guialocal, o Sr Liu-Piau, que nos aguardano aeroporto, fala espanhol com muitarapidez e explica-nos, já no autocarro,que Xian é uma das mais famosascidades da Antiguidade (ao lado deCairo, Creta, Atenas e Roma).

Xian foi sede de 12 Dinastias chinesase capital da China durante 4.000 anos,algo bem patente nas imponentesmuralhas que, com uma extensão de14 km, que defendem o centro dacidade. No seu interior, torres, templose edifícios antigos conduzem-nos, emimaginação, àquela China antiga emilenar da nossa memória de infância.

Do centro de Xian partiu, há muito, a

célebre Rota da Seda: caravanas decamelos carregadas de especiarias,ouro, prata, porcelanas, jade e avaliosa seda.

Dia seguinte: visita ao que torna Xianum dos destinos mais procurados daChina: o famoso exército de terracota,Património Mundial da Humanidade,da Unesco.

Fileiras intermináveis de soldados,maiores que os reais, com1,80 a 2 m dealtura, guardiães do tumulo do 1ºImperador da China unificada, Qin ShiHuan, que viveu há 2.000 anos.

Este Imperador, cujo túmulo ainda nãofoi descoberto, viveu obcecado pelamorte e, durante 36 anos, fez construireste imenso complexo funerário(ocupando uma planície e umamontanha inteiras), empregando cercade 700.000 operários.

Sob suas ordens, após a sua morte, epara a sua ressurreição: foramqueimadas e enterradas com ele, assuas 48 concubinas, os criados e osfuncionários mais fiéis, para ter boacompanhia! A mesma sorte coube aostrabalhadores, para que nãodesvendassem o segredo do túmulo epara ter mão-de-obra barata à suadisposição! Construi-se ainda, emterracota, este imenso exército(equipado com armas reais)representando a Infantaria, aCavalaria, soldados, archeiros, oficiais

e comandos, para que tivesse quem odefendesse!

Até à data foram descobertas edesenterradas cerca de 8.000 estátuas,mas julga-se que poderão ir até12.000.

A noite presenteou-nos com o jantar-espectáculo da Dinastia Tang.

A Dinastia Tang foi uma das que trouxemaior riqueza e esplendor à China, eeste evento brindou-nos com umanoite magnífica. Numa sala enorme,luxuosa e dourada, em mesas de 12,ricamente decoradas, viradas para umpalco de grandes dimensões,simpáticas, sorridentes e suaveshospedeiras sentaram-nos em coxinsdourados forrados de veludo vermelhoe serviram-nos um delicioso jantarTang (entradas de marisco comamêndoas e frutos secos, consomméde cogumelos e algas, carne assada àchinesa com caramelo e framboesas,doces e frutas exóticas flamejantes e,a terminar, um delicioso chá dejasmim).

Seguiu-se um grandioso espectáculodividido em 4 partes: música, dança,canto e representação teatral. No final,um imponente cortejo encabeçadopelo Imperador Tang, deu as boasvindas à numerosa assistência eperguntou se nós, os seus convidados,tínhamos ficado satisfeitos.

Pequim - Cidade Proíbida Os famosos guerreiros de Terracota no Museu de Xian.

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OS NOSSOS PASSEIOS

Seguiu-se o voo para Xangai, comchegada ao anoitecer e alojamentonum Hotel magnífico, moderno e comtodas as comodidades.

Enigmaticamente, o guia local tinha-nos segredado antes da partida:“Quem não conhecer a noite deXangai, não sabe nada de Xangai!”Assim, saímos do Hotel, rumo aodesconhecido, dispostos a pôr estafrase à prova!

Paramos no Mallecon, ou Bund, nasmargens do rio, um alinhamento de 26edifícios, ao longo da marginal, qualdeles o mais impressionante, desde: oBanco da China; a Alfândega; sedes demultinacionais; hotéis de luxo,profusamente iluminados na escuridãoda noite. Construído há cerca de 100anos, depois da Guerra do Ópio,constitui um impressionante Museu aoar livre e é o ex-líbris distintivo deXangai.

Segue-se o Bairro Francês, umquarteirão animado e repleto denacionalidades. A iluminação das ruas;a disposição das esplanadas; a músicaambiente transbordando dos inúmerosbares, cafés e restaurantestransportam-nos de imediato para osanimados boulevards de Paris.

Próxima etapa: voo para Guilin e visitaàs Grutas das Flautas de Cana.

Dia seguinte: cruzeiro no Rio Lilyang,

mais conhecido por Rio Li.Embarcamos pelas 9h, num barcoturístico de 3 andares com lotaçãopara mais de 120 pessoas. O grupoestá satisfeito e os mais folgazõesdizem estar num cacilheiro e quevamos todos comer uma caldeirada deenguias a Cacilhas.

O cruzeiro, cerca de 5 horas, percorre90 km até uma aldeia chamadaYangshuo, com almoço a bordoprevisto para as 13 h.

A descida do Rio Li é acompanhada deum cenário espectacular, ladeada pelasimponentes montanhas cársicasdurante todo o percurso. Ao longo dasmargens, colinas insólitas sãoreflectidas nas águas claras e verde-esmeralda como pinturas magníficas.

Disse um poeta chinês: “100 milhas doRio Li são 100 milhas de uma Galeriade Arte”. Nas margens frondosas vemoscasas isoladas ou pequenos povoados,alguns com ancoradourosrudimentares onde estão atracadosbarcos e jangadas saídos da pré-historia.

Atrás e à frente de nós, cerca de umadezena de barcos como o nosso fazem,pausadamente, o mesmo percurso.

Acenamos para as margens. Velhoschineses em juncos acompanhamesforçadamente o barco na tentativade nos venderem os mais

diversificados e estranhos objectos,enquanto jovens chineses mergulhamsuavemente na profundidade dasmansas águas, não sabemos se àprocura de algum tesouro no fundo dorio ou apenas para se refrescarem.Mais adiante búfalos castanhos,enormes, mergulham na água oumantêm apenas o focinho de fora pararespirar, pois o dia está quente e oambiente a isso convida!

Vive-se uma tranquilidade absolutaem contacto íntimo com a naturezamais primitiva e remota, aqui amilhares de quilómetros de Portugal!Nem queremos acreditar, tal a beleza eo bem-estar que nos envolve.

Em Cantão (a Cidade das Cabras)destaca-se a gastronomia, a célebrecozinha cantonesa, uma das mais ricasda China, e que melhor conhecemosem Portugal: crepes chineses, sopa deninhos de andorinha, lulas comrebentos de soja, porco doce, chop suede vaca, maçã faci, banana frita e poraí adiante. Naturalmente que acozinha cantonesa é muito mais doque isto, como teremos ocasião de ocomprovar!

À chegada, o guia diz-nos que emCantão se come tudo o que tenha 4pernas, menos as mesas, e tudo o quetenha asas, menos os aviões;deixando-nos intrigados e curiosos…

Seguimos de comboio para Hong-

A modernidade de Shangai e a história de Xian.

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11Julho a Dezembro 2008 | CAPA e BATINA

OS NOSSOS PASSEIOS

Kong, chegando à hora de jantar.

Dia seguinte: visita à cidade: PicoVitoria, Stanley Market, Aberdeen,templo Taoista, Mercado das Damas,num cenário de enormes arranha-céusque explica porque Hong Kong échamado Manhattan dos Mares do Sulda China.

O guia local, um chinês muito patuscoque fala espanhol, olha para nósespantado e sorridente. Abre muito osolhos quando fala e dizconstantemente: “Hoje o dia é muirico, mui rico. Tudo pago!” E olha-noscomo se tivesse sido ele a pagar. Éevidente que estava tudo pago, poistínhamos pago tudo, mesmo antes desair de Portugal!

15º Dia: viagem de hovercraft aMacau. Visitamos o templo taoista deAman, onde, há quase 500 anos,chegaram os primeiros navegadores,mercadores e jesuítas portuguesesnuma ousada aventura que encheu deespanto a Europa de então.Chamaram-lhe Amangau (isto é, Baíade Aman) que derivou, com os tempos,em Macau.

Vamos à Igreja de Nossa Senhora daPenha (teriam sido minhotos a crismarassim esta bonita Igreja no alto de umMonte?), local de peregrinação dosnavegantes portugueses antes dasviagens arriscadas pelos mares daChina.

Segue-se o Jardim de Camões no norte

da cidade, bonito e bem tratado. Aocimo, a Gruta de Camões, com umbusto do nosso épico, muito respeitadopor estes sítios, com uma lápide comas primeiras estrofes dos Lusíadas. Onosso grupo, automaticamentereunido à volta de Camões, declamou,com emoção, perante um grupo dechineses mudos de respeito, asprimeiras estrofes dos Lusíadas.

Descendo as ruas estreitas deparamoscom várias obras de Portugueses.Começamos na Igreja de SantoAntónio, das mais antigas de Macau,construída em 1560. Muitoscasamentos entre portugueses se têmaqui realizado. Atrai-nos uma bonitaimagem de Santo António com oMenino Jesus a fazer-lhe festas nacara.

Mais abaixo, as imponentes ruínas daIgreja de S. Paulo, edificada pelosDominicanos em 1594, onde foiconstruída a 1ª Universidade Ocidentalno Extremo Oriente. Da Catedral restaapenas a fachada, única no Mundo ePatrimónio Mundial da Humanidade,onde se misturam harmoniosamenteos estilos oriental e ocidental.

Segue-se a Igreja dos Dominicanos, a1ª Igreja católica construída na China.Lá dentro, uma surpresa: a Imagem deNossa Senhora de Fátima, com o nomeda construtora “Casa Fanzeres -Braga”na base.

Depois a antiga Casa da Santa

Misericórdia, o 1º Hospital comenfermaria e orfanato, construído noOriente.

Continuamos para a Praça do Senado,centro tradicional da cidade ondeconfluem inúmeras ruas comerciais eonde está localizada a Casa do LealSenado, antigo lar do Governador, comum estilo arquitectónico característicodo sul da Europa. A sua Biblioteca,inspirada na do Convento de Mafra,tem uma valiosa colecção de livros,testemunhos do papel de Portugal emÁfrica e no Extremo Oriente.

Será que todos nós, Portugueses,temos ideia da grandiosidade e dovalor daquilo que fomos no Mundo?Do papel determinante que osportugueses tiveram no conhecimentoe no futuro da Humanidade? Será queesses valores se perderam? Ou estãosimplesmente adormecidos?

Dia seguinte: Partida para Londresnum voo intercontinental de 13 horas,seguido de mais 2 horas para Lisboa,onde chegamos de madrugada, umpouco cansados, naturalmente, massatisfeitos, bem dispostos e maisenriquecidos culturalmente.

A viagem, realizada há meses, perdurana nossa lembrança.

Reconhecidos, os nossosagradecimentos à Direcção da AAECL,pelo árduo trabalho e a canseiraresultante da organização de umaviagem como esta.

Associação dos Antigos Estudantesde Coimbra em BragaMaria Piedade Tavarela e Hélder Rodrigues

Nota: A descrição dos flashesda viagem pode ser ouvida emwww.esposenderadio.pt noPrograma “Prazer de Viajar”.

H.Kong - Peak VictoriaMacau - Busto e gruta de Camões

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12 CAPA e BATINA | Julho a Dezembro 2008

OS NOSSOS PASSEIOS

20 Antigos Estudantes deCoimbra rumaram à Irlanda eLondres. Eram 16 jovens dosexo feminino e 4 do sexooposto. Aterrámos em Dublin,cidade de parques frondososcom magnólias, plátanos, tíliase várias variedades de azevinho.

As portas das casas são de coresgarridas – amarelo canário, verdegarrafa, vermelhas e azul berrante –para se destacarem e serem facilmenteencontradas, após uma noite de“copos”, que o prejudicavam ler onúmero da porta.

30 JunhoSeguimos pelo Condado de Kerry,

passando por Limerick e pela lindaaldeia de Adare. Há extensões imensasde verdes prados, fazendo-mecompreender que no Eire haja pastopara 8 milhões de cabeças de gado,num país de 5 milhões de habitantes.

Há grande variedade de lacticínios econsequente exportação de carne devaca.

A Irlanda do Sul também exportaViagra, música, literatura e cultura.

O irlandês é de temperamento latino;não vive para trabalhar; trabalha paraviver.

Têm boa música, boa comida e boavida familiar, e que dedica o fim-de-semana.

O salário mínimo é 3 vezes maior queem Portugal e o leque salarial é poucoamplo; logo, toda a gente vive bem,embora a vida seja cara. Atravessámosextensas zonas rurais e não se viu umaúnica casa pobre.

1 JulhoFomos visitar a Mansão Muckross,situada num grande parque verdejantede árvores frondosas e um lago emfrente. Os donos desta Mansão fizeramgrandes obras e decoraram o interiorricamente, para receber a RainhaVictória e esta conceder-lhes um títulohonorífico e respectivos proventos.

A Rainha Victória só lá permaneceu 3dias de férias; chegada a Londres,esqueceu-se dos seus anfitriões,escusado será dizer que faliram etiveram de a vender.

Na Irlanda há o prefixo O’ e Mac nosnomes de família:

Mac – filhos de…O’ – familiares de…

Passeámos em carros de cavalos noParque Nacional de Killarney.

2 JulhoPassámos pela cidade de Limerick evisitámos o Castelo Bunratty e o seuFolk Park.

É um castelo normando, lembrou-me ode S.ta Maria da Feira, com suas torresquadradas. As escadas de acesso àstorres são contrárias aos ponteiros dorelógio, para dificultar o acesso doinimigo. Está decorado com mobiliárioda época medieval.

Seguimos para os penhascos de Moher– belíssimo! Falésias 200m acima domar e 800m de extensão. Panoramadeslumbrante sobre o OceanoAtlântico, num dia de sol magnífico,tudo azul, céu e mar – para não

VIAGEM À

INGLATERRA E IRLANDA

...Em Windsor, Inglaterra

29 de Junho a 10 de Julho de 2008

Maria Luísa Falcão

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13Julho a Dezembro 2008 | CAPA e BATINA

OS NOSSOS PASSEIOS

esquecer – 1º ponto muito alto destaviagem.

3 JulhoCidade de Gallway, onde visitámos aCatedral mandada construir por JohnKennedy, com dinheiro irlandêsangariado na América.

Visitámos também a Abadia deKilemore, com muitos vestígios Celtas– cruzes e inscrições –.

À noite fomos a um bar, cheio de gentenova a curtir a noite.

4 JulhoCondado Donegal. Seguimos viagempara Antrim, - 2º ponto muito altodesta viagem – A Calçada do Gigante –já na Irlanda do Norte.

Fenómeno geológico na costa deAntrim: de formação vulcânica, arocha é talhada em prismashexagonais paralelos. São 37 000colunas de basalto paralelas, formandoum pequeno maciço sobre o mar.

Conta a lenda que o Gigante FinnMcCod fez esta calçada para visitar asua amada na Escócia.

Mais uma vez tivemos um lindo dia desol para desfrutar desta bonita ecaprichosa formação geológica.

Fomos para Belfast, capital da Irlandado Norte ou Ulster. Fala-se inglês,vigora a Bíblia, 50% da população éprotestante – é um Senado inglês, sóflutua a bandeira Inglesa e as placasde trânsito só têm indicações eminglês. Na Irlanda do Sul flutuam asduas bandeiras e as placas de trânsitotêm as duas línguas.

É banhada pelo rio Lough – um fiorde– e nele estão instalados os estaleirosdonde saiu o Titanic.

Passámos pela Câmara – City Hall comestátuas da Rainha Victória em frente.De lado, homenagem aos mortos doTitanic.

5 JulhoPartimos para Dublin onde visitámos aconhecida biblioteca do TrinityCollege, onde se guarda o célebre“Book of Kells”. Destacam-se tambémos 4 livros do Novo Testamento comiluminuras preciosas.

Almoçámos na cervejaria Guiness.Fomos à Igreja de S. Patrício –Padroeiro da Irlanda – inicialmenteconstruída em madeira, em 1190.

Com a invasão dos Normandos ou“Homens do Mar” vindos daEscandinávia, esta Igreja foireconstruída em pedra e, numapequena piscina, S. Patrício baptizavaos fiéis.

Com a invasão inglesa a Catedralpassou a ser protestante, masmantiveram os vitrais com NossaSenhora.

No centro de Dublin revimos a “MollyMalon”, prostituta que também vendiapeixe de dia, tema de uma muitoconhecida canção irlandesa.

6 JulhoZona montanhosa de Wicklow, onde osirlandeses católicos se refugiavam dosmilitares ingleses. Houve muitasmortes e sofrimento. É uma zona demuitos rios e montanhas de turfa.

Fomos ao Mosteiro Alereda Pough –vale das 2 lajes – e ao cemitério ondese encontrava uma torre cilíndricaCelta do séc. VI, com 30m de altura eapenas 2m de alicerce. O acesso àtorre fica a 40m do chão, fazendo-sepor umas escadas que se recolhiam,ficando a torre salvaguardada do

inimigo. Nesta torre faziam-se eguardavam-se valiosos manuscritos.No piso superior há 4 janelas para seouvirem os sinos 6 vezes por dia,convidando à oração. Havia tambémuma cruz Celta, redonda no centro,que significa a ligação entre a Terra eo Céu.

O símbolo da Irlanda é o trevo verde. Overde forte predomina na paisagem,nos duendes, nos objectos turísticos,nos blusões dos homens – tudo éverde!

Esta parte da Irlanda tem sidoaproveitada para vários filmesconhecidos, tais como: “Ex-Calibur” emais recentemente “P. S. I Love You”.

7 JulhoLondres. Visita à cidade: AbadiaWestminster, Big Ben, TrafalgarSquare, City of London, St. PaulCathedral – a 2ª maior Igreja daEuropa sendo a de S. Pedro em Roma a1ª – Torre de Londres e as Jóias daCoroa. Visita ao Castelo de Windsor.

8 JulhoVisita às Universidades de Oxford eCambridge.

Oxford é a mais antiga e prestigiadaUniversidade da Europa. Não háclasses. Os estudantes estudam porsua conta nos colégios.

No séc. XIII formaram-se os primeiroscolégios na continuação do que sefazia nos mosteiros. Hoje há 39colégios e a religião é anglicana.

9 JulhoVisita ao Museu Tussands, St. PaulCathedral e Art Gallery.

Foi uma bela viagem. Muito divertida epromissora para novos e futurosdestinos.

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14 CAPA e BATINA | Julho a Dezembro 2008

Um sol radioso fez questão de marcar presença no primeiro dia donosso passeio de Outono. Dois autocarros, 82 participantes: opasseio afigurava-se prometedor.

PASSEIO DE OUTONOÀ REGIÃO DO OESTE

Maria Isabel Soares da Costa

4, 5 e 6 de Outubro de 2008

Como o almoço era em Óbidos, não setornou necessário sair de Lisboa muitocedo, pelo que, cerca das 10 horas, ládeixámos a Cidade Universitária rumo àRegião Oeste. Mas o homem põe e Deusdispõe. Como foi necessário ir a VilaFranca de Xira buscar uma participante nopasseio e as auto-estradas que vão paraÓbidos e para Vila Franca ficam emsentidos opostos, um dos autocarros teveque esperar 1h30m numa área de serviçoda auto-estrada até o 2º autocarro chegar,o que pôs muitas pessoas impacientes eaborrecidas.

Fizemos uma breve paragem na Serra doSocorro, que fica perto de Torres Vedras efoi com pena que verificámos que estavafechada uma capelinha que fica no cimadaquela serra, pelo que ali apenaspudemos admirar o panorama, que ésoberbo. Rumámos então a Óbidos, ondenos deliciámos com um óptimo almoço naEstalagem Josefa d’Óbidos, um lugar muitoagradável. Houve alguns participantes quetiveram pena de não visitar Óbidos, mas oprograma não contemplava essa visita.Prosseguimos ao longo da estrada dolitoral para São Martinho do Porto, ondeefectuámos uma visita panorâmica e, emseguida, para o “sítio” da Nazaré. Estavapejado de turistas. Ainda pudemos ver as

mulheres nazarenas vestidas com 7 saias(como antigamente), cobertas de ouro eque agora estão ali a vender as maisvariadas coisas aos forasteiros e para comeles serem fotografadas.

Continuámos para a Marinha Grande,famosa pelas suas fábricas de vidros, ondepudemos visitar o Museu do Vidro (compeças lindíssimas, a maior parte delasantigas) que a todos maravilhou. No fim davisita continuámos para São Pedro deMoel, terra natal de Afonso Lopes Vieira,cuja Casa-Museu visitámos. É uma casacheia de recordações do poeta, ondepudemos admirar os seus móveis, os seuslivros, os seus objectos pessoais e onde nosencantámos com a vista do mar, com omarulhar das ondas mesmo em frente dasjanelas da sala e que foram fonte deinspiração para tantos dos seus poemas.

Ao fim da visita aguardava-nos umaagradável surpresa: o nosso colega DanielLúcio e sua mulher Graciete, naturais daregião, tinham preparado numa pastelariaem frente do Museu um óptimo lancheajantarado, que foi motivo para mais umagradável convívio entre todos ospresentes.

E foi já com considerável atraso que

chegámos ao hotel D. Afonso, em MonteReal, para jantar, mas sem nenhumavontade de comer. A seguir ao jantarpassámos ao salão, onde nos aguardava oduo Jorge e Alex com música para dançar.Mas o dia tinha sido longo e, ao fim depouco tempo, impôs-se a necessidade derepousar.

No dia seguinte (5 de Outubro) uma dascolegas teve um problema de hipoglicémiae, por isso, partimos mais tarde do que ohorário previsto. Quando chegámos àBasílica da Santíssima Trindade em Fátima,a missa das 9:00 h já tinha começado epara se poder ficar com uma ideia daBasílica e apreciar toda aquela amplitude,tivemos que nos apressar, pelo que nãopudemos ficar até ao fim da missa.

Os minutos corriam céleres e quando (comatraso) chegámos ao Castelo de Ourém, aspessoas com mais dificuldade em subir osúltimos metros do caminho foramtransportadas numa carrinha que fez opercurso de subir e descer por diversasvezes, o que também foi muito demorado.Fomos recebidos com o toque dasCharamelas Reais (ou antes, apenas umaCharamela) dos Torreões do Castelo e, emseguida, teve lugar a visita guiada aoCentro Histórico, Museu e Galeria de Arte.

OS NOSSOS PASSEIOS

CÁ DENTRO

No Castelo de Ourém

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O guia era muito prolixo e quis explicartudo em grande pormenor, pelo que oBanquete dos Reis no RestauranteMedieval também se iniciou muito depoisda hora prevista.

Considero que este foi o ponto alto dopasseio, pela sua originalidade: começoupor ser servido o Elixir da Longa Vida (umareceita secreta do restaurante), emseguida foram escolhidos 8 personagens(Reis, Príncipes, Duques e Condes) que seataviaram com trajes medievais e quefizeram uma soleníssima entrada na salade jantar e a cujo repasto presidiram.Seguiu-se a aclamação e coroação dosReis e o brinde com o vinho medieval. Arefeição foi muito animada e asfotografias foram muitas, pois todos osconvivas quiseram ficar com umarecordação da Família Real.

Para compensar a não ida à Batalha,fizemos uma visita panorâmica de Leiria eprosseguimos para Monte Real. Após ojantar estava prevista uma NoiteAcadémica, mas as pessoas estavam poucoinspiradas e, a fim de pouco tempo, fomostodos dormir. Monte Real é uma localidademuito bonita, muito tranquila e uma dastermas mais conhecidas do País e um sítioideal para descansar.

No dia 6 de Outubro (último dia dopasseio) partimos para Alcobaça logo aseguir ao pequeno-almoço. O sol deOutono mais parecia de Verão e estevesempre connosco. Em Alcobaça fomosvisitar o Mosteiro divididos em doisgrupos. A guia era muito competente eexplicou com grande pormenor toda ahistória do Mosteiro, tendo a visitaterminado a tempo de se poderem compraros famosos doces de Alcobaça, a queninguém resistiu.

Após o almoço no antiquíssimorestaurante “Corações Unidos” quedecorreu na maior animação, partimospara Rio Maior, para uma visita guiada àssalinas. Esta visita também foi do agradogeral e foi com o maior interesse que todosouvimos as explicações que nos foramdadas acerca da existência de salinas (de

sal-gema) numa região afastada do mar edo engenhoso processo de extracção.

E ao fim do dia regressámos a nossascasas, felizes e bem dispostos por termospassado 3 dias de uma salutar convívio,mas a pensar nos nossos colegas que, porse encontrarem naquela altura na China,não tinham podido participar connosconeste agradável passeio.

15Julho a Dezembro 2008 | CAPA e BATINA

OS NOSSOS PASSEIOS

Continuando esta actividade da nossaassociação a despertar o interesse doscolegas pelo Património, prosseguiramas visitas guiadas a váriosMonumentos e Museus.

A visita de Julho foi ao PalácioNacional de Queluz, antecedida daassistência ao excelente espectáculode Alta Escola Equestre Portuguesa.Incluiu, ainda, um agradável almoçoconvívio para o qual muito contribuiua colaboração do nosso querido colegaManuel Osório que apareceu desurpresa, de manhã, marcou mesas emrestaurante da sua confiança e, com asua querida Graça, nos fez companhiadurante o repasto. Camaradagem eamizade são assim!

Em Setembro, o Palácio Fronteira e, nomês seguinte, o recém-inauguradoMuseu do Oriente, constituirampontos altos do conjunto das visitas jáefectuadas. Novembro foi dedicado àCasa-Museu Amália Rodrigues efechámos o ano com a visita ao Museuda Ciência – Laboratório Chimíco,onde fomos recebidos de braçosabertos. Para além da visita normalreservada a todos os visitantes,tivemos a possibilidade de aceder àsreservas do museu e conhecer osvoluntários que ali prestam valiososerviço, depois de aposentados dassuas carreiras de Professores eInvestigadores da Faculdade deCiências. Um exemplo...

VISITASLOCAISMaria Claudina Castel-branco

Os elementos do grupo vestidos a rigor

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16 CAPA e BATINA | Julho a Dezembro 2008

ESPAÇO DE POESIA

Pés nus e chagadosestão hoje calçados,porque é Natal!

Até o órfãozitotem um brinqueditoporque é Natal!

Hoje não há fomeaté bolos come,porque é Natal!

Gasalhos recebep’ró frio e p’rá neve,porque é Natal!

Há mais luz na Terrahá tréguas na Guerra,porque é Natal!

Tudo se reúneà volta do lume,porque é Natal!

Lembram-se aos amigosjá quase esquecidos,porque é Natal!

O sino, dlin-dlãotoca ao coração,porque é Natal!

Senhor! Bem podiasnascer todos os dias!Ser sempre NATAL!

Do livro “Meu Campo Verde”

Fernando Cardoso

POEMAS DE NATAL

Quero,Senhor,

neste Natalarmar a árvore

no meu coraçãoe nela pendurar

em vez de presenteso nome dos meus familiarese de todos os meus amigos.

Os antigos e os mais recentes.Os que vejo a todo o momento

e aqueles que raramente encontro.Os que sempre são lembrados

e os que muitas vezes são esquecidos.Os das horas difíceis e os das horas alegres.

Os que sem querer magoei ou sem querer me magoraram.Aqueles que pouco ou nada me devem

e aqueles a quem devo muito.Os meus amigos humildes e os importantes.

Os amigos professoresque muito me ensinarame os amigos alunos com quem muito aprendi.

Os nomes de todos os que passaram pela minha vidaespecialmente os que já partiram e que recordo com saudade.

Que os meus familiarese todos os meus amigos

armem também suas árvoresnos seus próprios corações

E, assim, se fará Natal!

http://fcardoso.blogs.sapo.pt

Fernando Cardoso

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17Julho a Dezembro 2008 | CAPA e BATINA

OPINIÃO

Por António Ribeiro

O movimento associativo actual

Os antigos estudantes de Coimbra têmvindo a dinamizar um conjunto deassociações com localizações geográficasdiversas, organizadas por proximidade aolocal de trabalho e de vivência pós-universitária. Assim, existem hojeassociações de antigos estudantes deCoimbra em Coimbra, Porto, Braga, AltoMondego, Vale do Sousa, Madeira e Lisboa,sendo de registar, além-fronteiras, as dosnossos irmãos de língua e cultura da GuinéBissau e Cabo Verde.

Para além destas associações há quereferir dinâmicas organizativas compotencial de virem a constituir-se emassociação, nomeadamente, no Algarve,Trás-os-Montes, e Açores.

Os desafios

Este movimento associativo enfrenta hojealguns desafios da maior importância,nomeadamente:

- Ser capaz de agregar as camadas maisjovens de antigos estudantes,estabelecendo o elo de ligação entre avida universitária e o mundo dotrabalho, apoiando a sua integração navida profissional;

- Dispor de uma oferta de produtos eserviços formatados de acordo com asnecessidades e perspectivas dasdiferentes gerações de antigosestudantes;

- Saber expandir a outras zonasgeográficas do País e do estrangeiroonde faça sentido organizar emobilizar vontades de antigosestudantes de Coimbra;

- Apoiar de forma clara e consequente aUniversidade de Coimbra e a suaAcademia, prestigiando o seu nome edinamizando a sua relação com a vidanas empresas e instituições nacionais einternacionais.

Com efeito, as nossas associações têmprestado um serviço muito importante na

promoção do convívio comum, na partilhae comunhão das nossas tradiçõesacadémicas, dignificando e prestigiando onome da Universidade de Coimbra.

Todavia, as nossas associações são hojeconfrontadas com a necessidade de darapoio aos seus associados mais jovens nabusca de uma profissão digna e comperspectivas de futuro; aportarem aosassociados com filhos uma solução quefacilite o seu trabalho como pais eeducadores; encontrarem para os seusassociados menos jovens uma solução comdignidade, distinção e rasgo de futuro queos apoie numa altura em que merecemfruir do descanso e repousoreconfortantes, após uma vida inteira detrabalho e muitos sacrifícios.

O porquê de uma federação

A experiência mais recente tem vindo aconfirmar a necessidade de criar um órgãode cúpula que possa representar asdiferentes associações de antigosestudantes de Coimbra, tornando-o uminterlocutor privilegiado peranteinstituições académicas, universitárias ecivis, assumindo-se como um verdadeiroparceiro social. Este órgão, para além deoutras funções, deverá cumprir osseguintes objectivos fundamentais:

- Contribuir para a consolidação domovimento associativo de antigosestudantes, dinamizando a criação denovas associações e, sobretudo, apoiandoas existentes nos diversos planos da suaactividade;

- Promover uma maior colaboração entreassociações, conciliando iniciativas nosentido de potenciar a sua importância eas sinergias naturalmente existentes;

- Pugnar pelo prestígio da Universidade deCoimbra e da sua Academia, reforçandosupletivamente a intervenção dasdiferentes associações nos diferentesdomínios em que actuam;

- Assumir-se como interlocutor legítimoperante os órgãos de governo da

Universidade, representando os antigosestudantes no seio da mesma;

- Integrar e actuar como pólo dinamizadorperante as associações, de todas asiniciativas que permitam uma maioraproximação dos antigos estudantes coma sua Universidade, a academia e a própriaAAC, promovendo a ligação entre o mundouniversitário e o mercado de trabalho. Aeste propósito entendemos comofundamental que a federação saiba tirarpartido da política pró-activa eparticularmente dinâmica que a actualequipa Reitoral tem vindo a seguir nestedomínio, com resultados muito positivos eque importa estimular cada vez mais.

Sem prejuízo da forma e conteúdo finaisque os estatutos desta federação possamvir a assumir, atrevo-me a enumerarapenas dois dos princípios “macro” que osdeverão enformar, e que pela suaimportância aqui refiro:

- A paridade entre associações, conferindoa mesma dignidade e importância aqualquer uma das associaçõesexistentes ou a criar;

- Uma presidência rotativa entreassociações, sendo a sua actuaçãosupletiva e subsidiária e nuncasubstituta do papel fundamental decada uma das associações.

A dinamização do movimento associativode antigos estudantes é uma tarefa detodos, sem excepção, sendo fundamental asua consolidação no seio da sociedadeportuguesa. Este objectivo, até agoraperseguido pelas actuais associações deantigos estudantes, carece agora de outrasferramentas institucionais e órgãos derepresentação que sejam capazes deagregar e mobilizar a cada vez maior emais importante comunidade de antigosestudantes de Coimbra em Portugal e nomundo, em benefício da Universidade eacademia Coimbrãs.

Linda-a-Velha, Julho de 2009

A CRIAÇÃO DA FEDERAÇÃO DAS ASSOCIAÇÕES DE ANTIGOS ESTUDANTES DE COIMBRA:

DESAFIOS E OPORTUNIDADES

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18 CAPA e BATINA | Julho a Dezembro 2008

Dando continuidade ao plano deactividades estabelecido,prosseguimos com a missão deacompanhamento do estado de saúdede alguns associados, de presença emmomentos difíceis de perda de entesqueridos e de envio de felicitações aosaniversariantes (pelas palavrasinspiradas do Hall).

Por terem grande aceitação epromoverem um convívio de sã efraterna amizade que minora a solidãode alguns, os Chás continuaram. EmSetembro, o “Chá da Rentrée”, com 54participantes, teve um momento dehomenagem ao nosso saudoso JoãoMaria Alves particularmente emotivo:com um minuto de silêncio, seguido daleitura, pelo Gustavo Cerdeira, de umpoema da sua autoria, se evocou apersonalidade ímpar deste nossoinesquecível Amigo.

No dia de S. Martinho comemorámosem grande com lauto chá, onde, já nofinal, não faltaram as castanhasassadas e jeropiga, como manda atradição. Com 57 participantes, foibem animada a evocação do famosoBispo de Tours e Apóstolo das Gálias,que já foi um dos mais popularessantos da Europa Ocidental e cuja vidafoi relembrada na altura, assim como ado seu homónimo, S. Martinho (deDume - Braga).

Maria ClaudinaCastel-branco

A VOZ DAFILANTRÓPICA

Jorge Serrote, Presidente eleitoda Associação Académica deCoimbra (AAC), falou ao 'CM'sobre a vitória alcançada naseleições para a AAC e sobre oseu projecto.

Correio da Manhã – Que leitura fazdesta vitória atendendo à margemmínima de 74 votos de diferença dooutro candidato?

Jorge Serrote – A primeira leitura quefaço é que a afluência às urnas foiquase o dobro da registada no anopassado, tendo votado 7.560estudantes. Apesar da vantagem tersido curta, votaram na nossa lista3.476, contra 3.413 na lista E. Eramduas listas fortes e as eleições forammuito disputadas, com grande debatede ideias, o que é bom para aAssociação Académica de Coimbra.

– O seu projecto é de continuidade...

– Sim, mas, além de termos novaspessoas e novas ideias, haveráiniciativas que vão marcar adiferença.

– Quais?

– O nosso projecto inclui quatro áreasprioritárias: a melhoria daqualidade do ensino, a promoção

do desporto universitário, o serviçodirecto ao estudante e a tentativade aproximar os colegas doassociativismo. Será por aí quevamos pautar a nossa acção.

– Qual a primeira medida que pensaadoptar quando tomar posse?

– Queremos começar pela melhoria daqualidade do ensino. Vamos fazer olevantamento de todos osproblemas que existem nasfaculdades, que são consequênciado desinvestimento crónico noensino superior, e apresentá-los aoGoverno. Pretendemos tambémsensibilizar a sociedade civil para arealidade do ensino superior e paraque discuta os problemas que oafectam.

– Alguns dos seus adversáriosdefendiam acções de rua como amelhor forma de luta pelosinteresses dos estudantes...

– Nós privilegiamos o diálogo e, sódepois de esgotadas essaspossibilidades e se as nossaspretensões não forem atendidas,admitimos outro tipo de acções.Não rejeitamos as lutas de rua.

Por Paula Gonçalves; In sitio Jornal“Correio da Manhã”

Lutar pela melhoria da qualidade do ensino

Luis Martins

07 Dezembro 2008 - 00h30

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1919Julho a Dezembro 2008 | CAPA e BATINA

BLOGOSFERA

Luís de Camões e Pica OS DEPORTADOSEstávamos nos finais dos anos trinta.

Surgiu Felisberto Pica, abalado de

Santiago do Cacém, com o intuito de se

licenciar em Medicina. De estatura meã,

cara de bonacheirão, bigode fininho,

sorriso malandreco, num todo... a irradiar

simpatia. Hospeda-se na Pensão Antunes,

preferida pelos estudantes, sita, perto dos

Arcos do Jardim, ainda existente na

actualidade.

O Pica, porém, apesar dos anos decorridos

com a inseparável capa e batina, nunca

conseguiu obter o "canudo" de Médico, na

Universidade de Coimbra. Primeiro, porque

foi sempre um reincidente "pecador" na

arte de estudar, para quem os livros e

"sebentas", pesavam em demasia.

Segundo, porque as suas excelsas

"virtudes" de inveterado e irreverente "bon

vivant" (diurno e noctívago) não lhe

deixavam tempo e disposição para ser um

fiel súbdito da sábia deusa Minerva, a qual

nunca conseguiu amadrilhá-lo.

Diga-se, contudo, que a fundamental e

decisiva razão que ditou o insucesso

escolar do Pica, na Lusa Atenas, deve-se ao

inusitado facto, de ter sido

institucionalmente expulso da Comarca de

Coimbra (numa área de 5O km quadrados)

a que foi condenado pelo tribunal, porque

o seu número de prisões por pequenos

delitos (originados pelas "farras"),

excedera o montante previsto na lei, o que

motivou em boa hora, a sua transferência

para o Porto, onde com notável mérito,

acabou a sua formatura em Medicina.

Todavia, o inacreditável decorrer do

julgamento que sancionou tão drástica

condenação, (inédita até agora na

jurisdição coimbrã), bem merece ser

narrada, embora sucintamente e sem o

colorido hilariante cenário que o envolveu.

Ora atentem, pois, em tal insólito.

Palácio da Justiça na rua da Sofia. A

grande sala de audiências cheia, a

transbordar de capas negras e de público

admirador do Pica, também ele trajando de

estudante. O interrogatório foi feito com

generalizada boa disposição.

Juízes, advogados de defesa e de acusação

(apenas o do Ministério Público), polícias

depoentes e autores das prisões do PICA,

bem como a enorme assistência, todos a

comportarem-se como se estivessem

numa autêntica festa de confraternização.

Enfim, tudo e todos, pela absolvição!

Mas, "dura lex et lex".

O juiz ergueu-se e entre sorriso mal

dissimulado, declarou:

- Levante-se o réu. Pelo acumulativo das

prisões, conforme a lei determina, sou

obrigado a condená-lo à expulsão da

Comarca de Coimbra, não podendo nela

residir ou deslocar-se, numa área de 5O K

quadrados. Adeus senhor PICA. Está

encerrada a sessão.

Um profundo silêncio invadiu a sala do

tribunal. Então. Recordando, sem dúvida, o

igual destino que séculos atrás, acontecera

ao épico autor dos Lusíadas, também ele

condenado ao desterro para a Índia, o

espontâneo PICA, erguendo-se de braços

abertos, qual Cristo Rei, declamou em voz

alta, com encenada comoção;

- EXILADO?!!! - OH, MEU DEUS!!!!´- SÓ EU

E LUÍS DE CAMÕES.

- TAMBÉM FICAREI PARA A HISTÓRIA!!!

Perante tão inesperada reacção do

"condenado", nunca as respeitáveis

entranhas da sala de audiências foram

testemunha de tamanho festim de

gargalhadas, a quem até os doutos juízes e

advogados não resistiram.

Os seus "gloriosos feitos", farão sempre

parte das lendas e narrativas do historial

da academia e da própria cidade de

COIMBRA.

SAUDOSO amigo

Por António Curado - 1999

publicada por Pedro Sarmento

http://cavalinhoselvagem.blogspot.com/20

09/05 / lu i s -de-camoes-e-p i ca-os-

deportados.html

COIMBRA ANTIGA

Poderá encontrar mais fotografias

interessantes e antigas no seguinte

endereço:

http://picasaweb.google.pt/bcantante/C

oimbraDeOutrosTempos#slideshow

Memórias únicas.

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20 CAPA e BATINA | Julho a Dezembro 200820

NOTÍCIAS BREVES

02.ENCONTRO DOS“AUSTRALIANOS E N. ZELANDESES”Foi a 2ª leva de viajantes por belospaíses, tão entusiasmados como os dehá 4 anos, que se encontraram para aexibição também de um belo filme efotografias em competição (todasmerecedoras de prémios!). No final, oadoçar da boca sempre bem acolhido.

03.CONVERSAS MENSAIS O tema “Vem Dizer de Tua Justiça”atrai todos aqueles sócios que querem,ao mesmo tempo, estimular a Direcçãocom manifestações de agrado pelasactividades desenvolvidas e sugerirmelhorias nas formas de convívio,sobretudo em viagens. Aí ficaramfixadas os destinos do fim-do-ano(Maiorca), do Passeio da Primavera(Porto) e das viagens do ano (Jordâniae Índia/Goa/Nepal).

01.JANTARES MENSAIS

Com o mesmo ambiente de alegria e espontaneidade, realizou-se no dia 5 deSetembro, onde foram estrelas os aniversariantes, ausentes e presentes, estespara a posteridade.

04.BORDADOS E DANÇAS DE SALÃO

Dedicamos este espaço aoquerido João Maria AlvesRodrigues, que nos deixouem 12 de Setembro.

Enciclopédia viva – sabia afundo de tudo, sem seexibir, a todos transmitia oseu saber, quandosolicitado; Exemplo desolidariedade académica –abnegava da companhia dasua Toninha para ela virtrabalhar, como “operária”para a “fábrica” (assimdenominava a nossa Sede).

Verdadeiro espírito decompreensão para comtodos, avesso a “grupinhos”ou selectividades, emsuma: uma Alma Nobreque orgulhará estaAssociação para todo osempre!

NOTA DA DIRECÇÃO

Aniversariantes de Setembro

Religiosamente às 3as e 4as feiras, respectivamente, os amadores “bebem” osensinamentos dos seus Mestres, num clima de descontracção que só nos faz bem.

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Prosseguindo o objectivo de abrir aAssociação ao exterior, promoveu-se,desta vez, a Comemoração do 4ºCentenário do Nascimento de P.eAntónio Vieira na Escola Superior deEducação Almeida Garrett, começandopor um almoço de Natal partilhado,seguindo-se o visionamento do filme“Palavra e Utopia” de Manoel deOliveira (com um efferreá pelos seus100 anos de vida!), uma palestra sobre a

vida e obra de P.e António Vieira peloProf. Doutor José Seabra Pereira(Faculdade de Letras da Universidade deCoimbra), um apontamento sobre “P.eAntónio Vieira em Coimbra”, pelo nossoassessor cultural Eduíno de Jesus, e, acoroar, a Serenata de Coimbra pelojovem Grupo “Pardalitos do Mondego”.

21Julho a Dezembro 2008 | CAPA e BATINA

05.PARCERIAS COM OUTRAS INSTITUIÇÕES

NOTÍCIAS BREVES

06.LANÇAMENTOS DE LIVROSO nosso Colega do Porto AntónioMoniz Palme lançou, na BibliotecaNacional, o livro de sua autoria “OAlmofariz”, com apresentação peloProf. Doutor Adriano Moreira;

O nosso Colega de Coimbra RuiLopes lançou, na Casa Municipal daCultura de Coimbra, o seu livro“Lucas Junot: o Estudante Brasileiroque Cantou Coimbra –Fotobiografia”, com apresentaçãopor Camacho Vieira;

A nossa Colega (de Lisboa) FernandaGodinho Esteves é uma das autoras einvestigadoras intervenientes naColecção “Livro na Rua”, da EditoraThesaurus – Brasília, apresentada noAteneu Comercial de Lisboa comrepresentantes da RepúblicaFederativa do Brasil.

07.DIVERSASO Magnífico Reitor da Universidade deCoimbra convidou-nos para a aberturasolene das aulas, para a cerimónia deentrega da Medalha Honorífica daUniversidade à Associação Académicade Coimbra, para a apresentaçãopública do Grupo de Coimbra dasUniversidades Brasileiras e diversosDoutoramentos;

A Direcção-Geral da AssociaçãoAcadémica de Coimbra convidou-nos aassistir ao espectáculo “Coimbra a TrêsTempos”;

A Universidade de Lisboa, aUniversidade Católica Portuguesa e aProvíncia Portuguesa da Companhia deJesus convidaram-nos a assistir ao“Concerto da Comemoração do 400ºAniversário do Nascimento de PadreAntónio Vieira”, na Aula Magna;

Estivemos presentes no “Ciclo deConferências Miguel Torga”,promovido pela Escola Superior deEducação Almeida Garrett;

A Sociedade Histórica daIndependência de Portugal tem-nosconvidado para diversos eventos:Exposição fotográfica “Navios deFrança”; “Problemas da Democraciaem Portugal: à Sexta Será de Vez?” econferências sobre o “Ano Vieirinho”;

O nosso Colega João Quintela de Britofez questão da nossa presença no“Primeiro Congresso Português deProtecção contra Radiações”,promovido pela Sociedade a quepreside.

Aniversariantes de Outubro, Novembroe Dezembro, no almoço de Natal

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22 CAPA e BATINA | Julho a Dezembro 2008

NOTÍCIAS BREVES

09.NOVOS SÓCIOSADMITIDOS

… em 2008 (segundo semestre)foram:

Dr. Frederico Manuel Carvalhão Gil,Sócio nº 1258;

Dr. Luís Miguel Viana, Sócio nº 1259;

Dr.ª Maria Emília Madeira da SilvaValente Merelo de Barberà, Sócio nº 1260;

e

Dr. José Adelino Ferreira Costa Nunes,Sócio nº 1261.

Estão à venda na Sede osvídeos e DVD seguintes:

- Fim-de-Ano em Palma deMaiorca 2008/9.

- Viagem de Verão à China –2008;

- Viagem de Verão àIrlanda/Londres – 2008;

- Viagem à Austrália/NovaZelândia 2008 (DVD);

- Fim-de-Ano em Salamanca –2007/8;

- Grande Viagem ao Chile /Patagónia / Ilha da Páscoa /Terra do Fogo / Argentina,2006;

- Passeio da Primavera aSalamanca 2002 e Viagem de Fim-de-Ano em Madrid –2002/3;

- Passeio de Verão a S. Petersburgo, Báltico,Finlândia, Lapónia e CaboNorte - 2001;

- Viagem de Fim-de-Ano naMadeira / Pôr-do-Sol – 2001/2(2 cassetes);

- Viagem de Verão ao Canadá e Nova Iorque - 2000;

Estão à venda os CD’sáudio de:

- “Poesia para Todos” de CarlosCarranca (últimos).

08.SE NÃO SABIAS, FICAS A SABER QUE...É com prazer e gratidão quereferimos os nomes dos nossosSócios e Amigos quecontribuíram, no segundoSemestre de 2008, para oenriquecimento do Patrimónioda Associação, com a oferta delivros, medalhas, CD’s,fotografias, vídeos, livros dasQueimas das Fitas, etc., etc.

Foram eles:

Francisco de Vasconcelos, Eduíno de Jesus, Catarina Nascimento Rodrigues,Isabel Cerveira de Miranda, Gonçalo Melo e Silva, Reitoria da Universidade deCoimbra (“Rua Larga”), Associação dos Pupilos do Exército (Boletim), Casa deGoa (Boletim), João Botelho (“Rádio Protecção”), Conselho Superior deMagistratura (Boletim), Fundação Eugénio de Almeida (revista “Portefólio”)

A todos o nossoBem hajam!

Deixamos aqui o pedido de indicarem sempre a identidade de quemoferece, para nos evitar o lapso, involuntário, de não os nomearmosno nosso agradecimento.Ainda temos Sócios com Quotas

em atraso, não só deste anocomo de anos anteriores…

Quando estarão todas em dia?Dependemos da consciência emcumprir um dever estatutário...!

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23Julho a Dezembro 2008 | CAPA e BATINA

10.O CORO “ALMA DE COIMBRA” POR PORTUGAL E MUNDO FORAAssisti há dias, num dos belos salõesdo Palácio Foz, aos Restauradores, emLisboa, a um excelente concerto que ocoro “Alma de Coimbra” proporcionoua uns tantos lisboetas.

Por lembrança de um antigo estudantede Coimbra e grande entusiasta docoro, o Dr. Nuno Tavares, a residir emAveiro, recebi o convite para o mesmoo que me deu muita alegria. Porquê?Por duas razões principais:

A primeira é porque me levou a umlocal que eu já não visitava há décadase que foi uma “herança” do nossoconterrâneo Conde Sucena, a exemplodo que esse benemérito fez com orenomado Hospital de Águeda. E fiqueiagradado com o estado deconservação da lindíssima sala dosespelhos. Do resto suponho quetambém estará em situação idêntica.

A segunda é porque, como orfeonistaque fui nos tempos de Coimbra, sabesempre bem reviver esses tempos. Nosidos anos de ’40, o Orfeon Académicode Coimbra tinha 90 vozes masculinase a ele chegou a presidir o nossoconterrâneo Mário Sereno CuraMariano que veio a ser, tal como seuPai, um prestigiado Juiz Conselheiro doSupremo Tribunal de Justiça.Ensaiávamos todos os dias úteis e, poresse facto, a praxe coimbrã não seaplicava nas noites dos ensaios…

Esse Orfeão cantou por todo o País, emEspanha, em Angola e Moçambique eno Brasil… E ainda canta!

Só que, os antigos orfeonistas nãodeixaram apagar a chama da cantoriae criaram, em 1980, um Coro próprio

que se apresenta com frequência nosmais variados palcos. E dele nasceuuma cisão que levou uns tantos, em2006, a saírem mas a continuaremjuntos, agora no “Alma de Coimbra”,com o director musical com quemhaviam trabalhado ao longo de umadúzia de anos, do Coro inicial – omaestro de excelência AugustoMesquita.

O espírito académico, neste coro,manifesta-se actualmente através dasvozes maduras de, entre outros, 1 JuizConselheiro, 1 Juiz Desembargador, 4Advogados, 8 Engenheiros, 4 Juristas, 4Médicos, 1 Meteorologista, 1 Notário,10 Professores dos Ensinos Superior eSecundário, 1 Meteorologista.Dispersos pelo País, contando mesmo

com um elemento da Madeira e outrodos Açores (Ilha do Pico), reúnem-secom regularidade em Coimbra ondeprosseguem a sua preparação.

Propõem-se a divulgação de poetas,autores e intérpretes portugueses e/oude fala portuguesa – seja em Portugal,seja em Países de expressão oficialportuguesa, naqueles em que apresença lusa se fez sentir no passado,ou junto das nossas Comunidadesdispersas pelo mundo.

É uma delícia escutar as suas belasvozes a interpretar “Ave Maria” de FreiHermano da Câmara, “Romagem àLapa” de Leonel Neves/Luiz Góes,“Lágrima” de Amália Rodrigues/CarlosGonçalves….

Além fronteiras, estiveram em Macau,nos “I Jogos da Lusofonia”, e em HongKong, em Outubro de 2006; em Timor-

Leste, em Fevereiro seguinte, numavisita pioneira e inesquecível; nosEstados Unidos, em Dezembro de 2007,assinalando o fecho da presidênciaportuguesa da União Europeia:cantaram na Embaixada de Portugal eno Massachusetts e em New Jersey –onde, significativamente, voltarammeses depois, em Março e pelo Dia dePortugal. Partem agora para a Índiaonde – além de concertos em Damão,Bombaim e Cochim - intervirão no“Festival Capela do Monte” que aFundação Oriente promove em Goa, de23 a 27 deste mês...

Janeiro de 2009Armando Rocha

NOTÍCIAS BREVES

Deixaram-nos... No segundo Semestre de 2008:

Dr. José Osório da Cunha DáMesquita, Sócio 1240 – em 29 deJulho de 2007 (só agora fomosinformados do seu falecimento);

Dr. Manuel Ferreira Correia, Sócio318 – em Julho;

Dr. João Maria Alves Rodrigues,Sócio 15 – em 12 de Setembro;

Dr. António Santos Taborda, Sócio816 – em 4 de Novembro

Dr.ª Maria Teresa Granado doAmaral, Sócio 497 – em 19 deNovembro.

Que descansem em Paz!

IN MEMORIAM

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CAPA e BATINAJulho a Dezembro 2008

No 32 • 3a SÉRIEFICHA TÉCNICA Associação dos Antigos Estudantes de Coimbra em Lisboa

NESTE NÚMERO

CAPA E BATINADIRECTOR: A Presidente da DirecçãoREDACÇÃO: Fátima Lencastre, José Correia e Luís MartinsEDIÇÃO: Associação dos Antigos Estudantes de Coimbra em LisboaInstituição de Utilidade PúblicaRua António Pereira Carrilho, 5 - 1º1000-046 LISBOATEL. 21 849 41 97 FAX. 21 849 42 08E-MAIL: [email protected]: SemestralTIRAGEM: 1000 exemplaresDISTRIBUIÇÃO GRATUITA AOS SÓCIOS DA ASSOCIAÇÃO

88º ANIVERSÁRIODA TOMADA DABASTILHAPÁG. 03

HOMENAGEMA ANTÓNIO ALMEIDA SANTOSPÁG. 04

VIAGENSÀ CHINA,IRLANDA EINGLATERRAPÁG. 08

A velha Torre da Universidade necessita de obras urgentesde recuperação e restauro. Carece de uma intervenção quea consolide e valorize, tanto mais que a nossa Universidadeestá envolvida numa batalha com vista ao seureconhecimento como Património Mundial da UNESCO.

A nossa Direcção pede a todos os Colegas (e outras pessoasou entidades que cada um conheça) um contributo para taisobras, que orçam 350 000 Euros.

Poderá ser adoptada uma das seguintes vias:

a) Cheque sacado à ordem de Universidade de Coimbra –Torre da Universidade e enviado para:

Universidade de Coimbra – Gabinete de Comunicação e IdentidadeRede de Antigos Estudantes – Colégio de S. Jerónimo Apartado 3020 3001-401 COIMBRA

b) Depósito na conta da Rede de Antigos Estudantes da Universidade de Coimbra, cujo NIB é: 0035 0255 0017 9382 9321 3.

O cheque pode também ser enviado para a nossaAssociação, que o remeterá à Universidade e fará chegar acada um o respectivo recibo.

Última Hora APELO AOS ANTIGOS ESTUDANTES DE COIMBRA

Ninguém se omita nesta cruzada: é um legado conjunto para a perene imagem de prestígio daUniversidade de Coimbra!

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