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Janeiro a Junho 2010 Associação dos Antigos Estudantes de Coimbra em Lisboa NESTE NÚMERO XVIII ANIVERSÁRIO DA ASSOCIAÇÃO - TOMADA DE POSSE DOS ÓRGÃOS SOCIAIS ELEITOS PAG. 04 CAPA e BATINA Nº 35 • 3ª SÉRIE OS NOSSOS PASSEIOS - FIM DE ANO NA GALIZA - VIAGEM AO DOURO PAG. 9 VIAGEM À CÓRSEGA E SARDENHA

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Janeiro a Junho 2010

Associação dos Antigos Estudantes de Coimbra em Lisboa

NESTE NÚMERO

XVIII ANIVERSÁRIO DA ASSOCIAÇÃO- TOMADA DE POSSE DOS ÓRGÃOS SOCIAIS ELEITOS

PAG. 04

CAPA e BATINANº 35 • 3ª SÉRIE

OS NOSSOS PASSEIOS- FIM DE ANO NA GALIZA

- VIAGEM AO DOURO

PAG. 9

VIAGEM À CÓRSEGA E SARDENHA

Capa e Batina35.ai 1 11/01/18 11:07

Capa e Batina Miolo 35_web.pdf 1 11/01/19 09:52

2 CAPA e BATINA | Janeiro a Junho 2010

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EDITORIAL

EM DESTAQUE

CONFERÊNCIAS

OS NOSSOS PASSEIOS

Lá Fora – Fim-de-Ano Galiza - e Córsega / Sardenha

Cá Dentro – Passeio da Primavera – “Douro”

IN ILLO TEMPORE

A VOZ DA FILANTRÓPICA E VISITAS LOCAIS

A UNIVERSIDADE HOJE

ESPAÇO DE POESIA

BLOGOSFER@

NOTÍCIAS BREVES

SE NÃO SABIAS, FICAS A SABER QUE…

IN MEMORIAM

PÁG.

ÍNDICE

Os textos publicados podem ter sidoajustados ao espaço disponível. A versão integral pode ser consultada na Sede ou no sítio da Internet:www.aaec-lisboa.com

Errata:O texto de registo da viagem à Índia e Nepal publicado no nº anterior, da autoria da Isabel Cupertino, deveria ter sido maisabrangente com o texto da Maria Guerra Prazeres. Os leitores perderam assim os detalhes da viagem que, por falta de espaço,não podemos (re)publicar neste número.Fica registado o lapso e apresentadas as devidas desculpas, agradecendo todo o trabalho desenvolvido.

3Janeiro a Junho 2010 | CAPA e BATINA

EDITORIAL

A AAECL é um espaço de encontro deum grupo alargado de pessoas que, aolongo dos anos, partilha emoções eafectos. Materializadas nas muitasiniciativas desenvolvidas e que, nogeral, são aguardadas e muito bemparticipadas.Os valores partilhados pelos associa-dos estruturam-se num convívio inten-so e regular, desenvolvido maioritaria-mente ao longo de diversas décadas detrajecto comum. Com sonhos e con-quistas realizadas, numa busca inaca-bada de atingir novos patamares…O sentido da responsabilidade e umaliderança forte, com visão do futuroperspectivado para a Associação, têmconduzido iniciativas de angariação ede enquadramento de novos elemen-tos. O rejuvenescimento dos associa-dos e dos elementos dirigentes irá, aprazo, permitir e garantir novas activi-dades. Algumas começaram já. Pode-mos mencionar:

• Presença na Internet: Com a cons-trução do nosso sítio - www.aaec-lisboa.com, projectando as notíciasdas actividades para todo o mundo,através da rede. O rejuvenescimento

do Capa & Batina (nova imagem,novas rubricas, novos protagonistas,etc….). A presença no Facebook, istoé, no mundo das redes sociais…

• Fado e Canção coimbrã: Novo grupode Fado “Serenata ao Luar”; o já con-sagrado Grupo “Madre Christu”.

• Novos conteúdos: Palestras alusi-vas a novos temas - Tecnologias deInformação e Comunicação; Bem-Estar; etc.…

A juventude vive, no entanto com par-ticular incidência o período de criseem que o país (e o mundo?) se encon-tra. Aspectos ligados à exigência empre-sarial ou do mundo do trabalho, emgeral, a progressiva fragilidade dafamília, primeiro círculo de apoio, amenor disponibilidade monetária con-tribuem para que a participação dosjovens na maioria das acções planea-das e desenvolvidas pela Associaçãonão seja viável, como todos gostariam.Em complemento, regista-se umaapetência juvenil para a participaçãopontual em projectos, mais do queuma adesão formal! Vinculativa, comobrigações regulares…A solidariedade geracional é mais visí-vel na relação entre pais e filhos, avóse netos. Os mais jovens revelam aindaimperfeição que, fazemos votos, pos-sam ser suprida para aumentar a Feli-cidade de todos.Novas e mais variadas solicitaçõespara diferentes actividades afastamalgumas pessoas de uma adesão maisintensa dos movimentos associativos.

A ambição imediata de muitos apare-ce mais na área do “TER” do que no“SER”, denotando uma transigênciaimediata ao consumo e à sociedadedo consumo imediato.Da Universidade e da cidade fica amemória das muitas cadeiras e docurso concluídos, das amizades desen-volvidas, dos laços estabelecidos e queperduram, mesmo que com interreg-nos ocasionados pelas ausências.O alucinante ritmo de desenvolvimen-to da Sociedade da Informação ofere-ce importantes oportunidades. Desa-parecem as periferias geográficas epodem emergir novas centralidadesbaseadas na capacidade de gerarConhecimento. O Conhecimento écada vez mais decisivo na economiado futuro. Como evoluir? Grande desafio se perfila.A noção de futuro e a capacidade mobi-lizadora são essenciais à prossecuçãodos objectivos traçados.Na letra dos fados e das canções da nos-sa Coimbra escutam-se aspectos liga-dos à emoção, ao afecto, à saudade, mastambém ao companheirismo, e, para láde tudo, ao Sonho, ao Futuro. Na frater-nidade quotidiana de dar e receber…Fraternidade e solidariedade fazem par-te do ideário comum, reforçado comnovos conceitos como a participaçãovoluntária ou de uma forma mais ampla,a filantropia, alargando as possibilida-des em prole do bem comum.

De todos e para todos…

José António Correia

EDITORIAL

4 CAPA e BATINA | Janeiro a Junho 010

EM DESTAQUE

XVIII ANIVERSÁRIO DA

ASSOCIAÇÃO / TOMADA DE POSSEDOS ÓRGÃOS SOCIAIS ELEITOS

Ocorreu em 13 de Março, no convida-tivo espaço do Instituto de EstudosSuperiores Militares, onde 150 Asso-ciados confraternizaram, desta feitasob a égide do Vice-Reitor HenriqueMadeira, que agora detém o pelouroda ligação às Associações e que, doprincípio ao fim, manifestou agrado econsonância com a nossa postura.Após um almoço suculento, teve lugara tomada de posse dos Órgãos Sociaiseleitos na Assembleia-Geral Ordináriarealizada no dia 11 anterior, assimconstituídos:

MESA DA ASSEMBLEIA GERAL

Presidente - Francisco Chichorro RodriguesVice-Presidente - António Simão ToscanoSecretário - Ana Clara Oliveira RibeiroSecretário - Arménio Hall

DIRECÇÃO

Presidente - Maria de Fátima LencastreVice-Presidente - Alcindo Augusto CostaVice-Presidente - José Marcelino

de Sousa Moura

Tesoureiro - António Manuel Fernandes Ribeiro

Secretário - Maria Isabel Soares da CostaVogal - Maria José BernardinoVogal - José António Correia

CONSELHO FISCAL

Presidente - José Manuel Matos da CostaVice-Presidente - Jorge Manuel Fernandes NunesVogal - Maria Claudina Castel-branco

Como lhe competia, a Presidente daDirecção empossada começou por sau-

dar o Vice-Reitor na sua “estreia” entrenós, agradeceu o apoio dos presentes (e nãosó…) ao início do 6º mandato para a conti-nuação de um “voluntariado” bem assumi-do, sem benefícios pessoais, mas cimentadonas manifestações de apoio e apreço querecebem. Salientou a mais-valia da partici-pação crescente de jovens Associados, querintegrando os Órgãos Sociais, quer colabo-rando nos eventos e publicações.Como síntese do propósito que continua-rá a enformar a actuação da Direcção, leueste poema de Mário de Andrade:

... Antes que seja tarde demais e “as cerejas se acabem”

“O valioso tempo dos madurosContei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para a frente doque já vivi até agora.Tenho muito mais passado do que futuro.Sinto-me como aquele menino que recebeu uma bacia de cerejas.As primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.Já não tenho tempo para lidar com mediocridades.Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados.Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seuslugares, talentos e sorte.Já não tenho tempo para conversas intermináveis, para discutir assuntos inúteissobre vidas alheias que nem fazem parte da minha.Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da idade cro-nológica, são imaturos.Detesto fazer acareação de desafectos que brigaram pelo majestoso cargo de secre-tário geral do coral.‘As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos’.Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha almatem pressa...Sem muitas cerejas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana;que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleitaantes da hora, não foge de sua mortalidade,Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade,O essencial faz a vida valer a pena. E para mim, basta o essencial!”

Vice-reitor com a direcção e o maridoda nossa Isabel

EM DESTAQUE

5Janeiro a Junho 2010 | CAPA e BATINA

Seguiu-se o tradicional Sarau, com a já esperadaactuação do grupo Ad-Hoc, integrando exclusiva-mente jovens com mais de 70 primaveras (como referi-do pelo seu maestro Alcindo Costa), e dos jovens “Madre Christu” e seus filhos (os maispequenos, que ainda não lançaram o “grito do Ipiran-ga”), numa representação Estudantina que arrancouaplausos vivos como nunca e “bis” sobre “bis”; com aestreia entre nós de um grupo regional da Casa deCastanheira de Pêra, o “Fragas e Giestas – Cavaqui-nhos do Coentral” (de que fazem parte a Isabel Soaresda Costa e o marido), profissionais de excelência queaté final aderiram de alma aberta à nossa vivência;com a estreia pública do novo Grupo de Fados “Sere-nata ao Luar”, composto de jovens na viola e guitarra ede jovens e menos jovens nas vozes. Aqui se registaum agradecimento ao Alcindo Costa e ao Tito CostaSantos, que impulsionaram a criação deste Grupo enele participam como seniores “bem estimados”.Sem prejuízo de tanta animação, o momento maissolene incidiu numa EVOCAÇÃO DA ISABEL MARTINS ALEXANDRE(Vogal da Direcção de 1999 a 2007)A Fátima Lencastre começou por agradecer a presençado Marido e do Genro, lembrou que a Isabel, mesmono Além onde se encontra desde 29 de Setembro, con-tinua marcante entre nós pela sua obra na biblioteca,no arquivo, pelo seu inigualável poder de aliciamentode palestrantes para as Conversas (então) Quinzenais,pela alegria que transmitia a todos, pela palavra certae escolhas decididas (a ela se deve a entrada na Direc-ção da Isabel Soares da Costa e da Maria Claudina).Tudo isto aliado a uma feminilidade genuína, com algode coquetterie na mais pura expressão de elegânciapessoal e bom gosto.Finalizou com um “Bem-Hajas, Isabel pela, tua exis-tência entre nós” e com a entrega ao Marido de umaplaca comemorativa.

À laia de charla, foi “denunciada” uma irreverênciaacadémica que fica nos anais da história: aquando daseleições, surgiu uma lista forte/concorrente, que nãomereceu aceitação por parte da Mesa da Assembleia-Geral… vejam se descobrem o porquê:

LISTA B (LISTA 100% FEMININA)Lema: Venha Bordar connosco.No final, todos cantaram os parabéns à Associaçãoperante um bolo monumental e espumante, tendo aDirecção apelado, com sucesso, para que as primeirasfatias e taças fossem dadas ao Grupo Regional de Cas-tanheira de Pêra.Assim se expande extra-muros o espírito de solidarie-dade que tanto nos une, aniversário após aniversário,triénio após triénio.

Grupo Ad-Hoc - Juventude no palco…”

“ Madre Christu - Ainda mais juventude no palco…”

Grupo “Fragas e Giestas – Cavaquinhos do Coentral”

O Grupo Serenata ao Luar na Serenata final

6 CAPA e BATINA | Janeiro a Junho 2010

CONFERÊNCIAS

O Juiz Conselheiro Armando Leandro,na qualidade de Presidente da Comis-são Nacional de Protecção das Crian-ças e Jovens em Risco, mais uma vezfez jus ao seu prestígio, falando-nossobre “A Criança Sujeito de Direitos –Uma Nova Cultura”, com a singelezae profundidade de um perito e expe-riente neste domínio.Fê-lo perante uma assembleia de 60pais (alguns) e avós (muitos) suspen-sos das suas palavras e ensinamentos(“meras sugestões”, como insistia emchamar…); e respondeu sem reservasnem preconceitos às questões susci-tadas, com particular incidência napolémica sobre a adopção e/ou aco-

lhimento em famílias, da situação defamília monoparental ou (quase se-melhante, no dia a dia…) de separa-ção dos pais, etc., etc.O forte apelo do ilustre Conferencis-ta incidiu na ajuda por parte de to-dos à criança abandonada ou mal-tratada, aos jovens em risco, numadesejável e cada vez mais necessáriaparceria entre o Estado e a socieda-de civil, para bem de todos, no pre-sente e no futuro.

Notas Biográficas

O Juiz Conselheiro Jubilado doSupremo Tribunal de Justiça, Arman-do Leandro, foi nomeado pelos Min-istros da Justiça, Alberto Costa, e doTrabalho e da Solidariedade Social,José António Vieira da Silva, Presi-dente da Comissão Nacional de Pro-tecção de Crianças e Jovens emRisco. Iniciou funções a 19 deSetembro de 2005.Licenciado em Direito pela Facul-dade de Direito da Universidade deCoimbra. Presidente da Comissão de ProgramasEspeciais de Segurança de Teste-

munhas em Processo Penal.Presidente da CrescerSer - Associ-ação Portuguesa para o Direito dosMenores e da Família. Integra os órgãos sociais da Associ-ação Portuguesa de Apoio à Vítima,da Fundação «Pro Dignitate»; da Fun-dação «O Gil», do Instituto de Apoio àCriança; da Fundação «A ComunidadeContra a Sida»; da Associação «Re-começar» e da Santa Casa da Miser-icórdia de Cascais. Foi Magistrado do Ministério Público;Juiz; Director do CEJ - Centro de Es-tudos Judiciários; Coordenador Na-cional do Projecto Vida; Coordenadordo Grupo CID, constituído para aelaboração de um programa susten-tado de prevenção primária, se-cundária e terciária de maus tratos acrianças, jovens, pessoas em situ-ações de deficiência e idosos, acolhi-dos em instituições.Participou na elaboração das Leis deProtecção e Tutelar Educativa.Foi distinguido pelo P.R. com a Grã-Cruz da Ordem do Mérito (2009).

Nota: - Informação recolhida nainternet - 2010-02-25.

JANTARES/CONFERÊNCIAS

“A CRIANÇA, SUJEITO DE DIREITOS – UMA NOVA CULTURA”

Armando Leandro

CONFERÊNCIAS

7Janeiro a Junho 2010 | CAPA e BATINA

Caros Colegas:

Pediu-me a nossaPresidente parafalar da mulhert r a n s m o n t a n a ,baseando-se nu-ma conferência

que fiz em Alfândega da Fé no diamundial da Mulher, a pedido de outrapresidente – a Dr.ª Berta Nunes, Presi-dente da Câmara Municipal daquelaVila.E este pedido foi-me feito pelo factode a minha tese de licenciatura versarsobre este concelho e todo o NordesteTransmontano.Escrevi mais três livros sobre o povodo Nordeste, que conheço de perto, docontacto que tive com ele nas investi-gações a que me dedicava nos temposlivres que por ali passei.E é também sobre o mesmo tema quevou fazer algumas considerações.Falar da mulher transmontana é moti-vo de grande emoção para mim, vistoque tive o privilégio de conhecer asminhas duas avós que me serviram demodelo e me elucidaram, precoce-mente, do destino dado às mulheresdaquelas remotas terras, e que emparte é, ou foi, o de todas as mulheresdeste país e até do Mundo inteiro.As mulheres transmontanas, e agoradigo Mulheres, porque são muitas ediversas, marcaram-me muito.Heroínas obscuras não tiveram lugarnuma epopeia e muito menos numasaga.Como disse, convivi com elas in locomercê da minha vida errante desdemenina.Deparei-me com elas, experimenteicom elas – ensinaram-me a ser, o quehoje sou – foram a minha primeirauniversidade.

Delas recebi o exemplo de ser lutado-ra, perseverante, sóbria, auto-sufi-ciente, tolerante, paciente, justa e au-têntica – mas também rebelde quandoa ocasião assim o exige.Nos livros que escrevi sobre o Povo doNordeste foco bem essas qualidades (emesmo os seus defeitos), assim comofoco os seus hábitos de trabalho (porvezes bem duro nesse clima inclemen-te!), a sua obediência aos pais, o res-peito pelos mais velhos, a dedicação àfamília e até o sacrifício em prol des-sa mesma família. Eram preteridas pe-los irmãos no acesso à cultura – o di-nheiro era escasso e, por conseguinte,elas tinham sempre o refúgio no casa-mento, na vida religiosa ou no celibatodedicado aos trabalhos da casa, aos cui-dados dos pais, dos irmãos, dos sobri-nhos e de outros membros da família.Conheci-as na escola. Companheirasdedicadas aceitaram-me com as mi-nhas diferenças – vinha doutra civili-zação. Essas meninas que repartiam os seustempos livres pelos trabalhos domésti-cos e dos campos, eram alunas assí-duas, gostavam da escola e esforça-vam-se por aprender.Na sua adolescência aguardava-as umofício: criadas de servir, jeireiras, tece-deiras, costureiras, padeiras, pastoras,moleiras, tendeiras, soteiras, etc.Os pais exigiam muito delas. Esco-lhiam os seus companheiros conformeas conveniências deles, e faziam-nosem o seu consentimento. O casamento por amor ou era a furto(já assinalado por Gil Vicente nos seusauto) ou era um milagre, como refironos meus livros. Mulher casada prosseguia a mesmaluta: trabalho, responsabilidade, sacri-fício, abandono, desamor. Se bem quea maior parte delas fosse, no fundo, o

esteio da família, as sábias adminis-tradoras dos parcos bens que pos-suíam, as mães extremosas e atentas,as filhas carinhosas na velhice dospais, dos sogros, dos tios, etc. Os seus dias eram completamentepreenchidos com múltiplas tarefas,esquecendo-se delas próprias.Precocemente envelhecidas, trajandode cores baças, tristes, repetiam amesma rotina sem qualquer fim emvista.Mães solteiras eram marginalizadas,até pelas próprias mulheres.. Separarem-se dos maridos, por piorque eles fossem, era proibido. E mes-mo na opinião das outras mulheresera motivo de censura. Os pais, nestascondições, não as aceitavam em casa.Se a mulher prevaricava, era doida,perdida, descarada, desavergonhada. Ninguém a defendia.Se o homem era infiel, todas concor-davam que eram coisas de homens (enestas circunstâncias não se lavava ahonra!).Se o homem batia na mulher: batia noque era dele – e lá está, o pau manda-do, a mulher objecto. E a pobre não seatrevia a queixar-se.Ao homem tudo caía bem, à mulhertudo ficava mal.Elas próprias abriram-me muitas vezeso coração e disseram-me coisas in-concebíveis. Só cito parte de umexemplo: numa aldeia, quando proce-dia à recolha do material para a minhatese, veio ter comigo uma mulherpouco mais velha do que eu, que tinhatrabalhado em nossa casa e que eu jánão reconhecia de tão envelhecidaque estava. Contou-me que os pais e opróprio padre a obrigaram a casar como padrinho, um velho de setenta anos,mas proprietário abastado, que ela de-testava e de quem tinha cinco filhos

A MULHER TRANSMONTANA

que não conseguia amar.Era assim quase sempre a vida da mu-lher transmontana.E o povo exemplificava esta sina da mu-lher numa quadra muito corriqueira:

A mulher é infelizAté no vestir da saia.Há lá desgraça no mundoQue sobre a mulher não caia!

Todavia as mais jovens já pronuncia-vam indícios de inconformidade, deinsubmissão – passaram a tirar algumtempo para si, a dar largas à sua ale-gria, a reconhecerem o seu valor e aadquirirem auto-estima – o homemmandava, mas a Mulher esperta, sa-gaz, arteira, como lá se diz, obedecia à

sua maneira, à maneira das antigasmatriarcas.Já se apercebiam da sua exploração; jáindiciavam essa força anímica, essaautonomia atávica essa teimosia damulher transmontana. Hoje o mundo é outro. O país mudou.A mulher em Portugal ganhou um no-vo estatuto. A mulher transmontanaaceitou-o e seguiu-o. Deixou de ser ares mullius e passou a ser respeitada.Saiu do obscurantismo. Muitas já con-seguiram alcançar a paridade na di-versidade em relação aos seus compa-nheiros. Alguns compreenderam-nas.Outros continuam a exercer sobre elasuma opressão física e psíquica – e até

os mais civilizados. Algumas delas também exageraramno uso da sua súbita e inebriante li-berdade. Mas com o tempo chegar-se-á a um equilíbrio – assim o espe-ro…E para finalizar deixo aqui o meu fir-me desejo de que toda a mulher, e atransmontana em especial, pois é de-la que hoje me é dado falar, no meioda confusão desta rápida mudançanão perca a marca das suas anteces-soras: verticalidade, ponderação, pru-dência, equidade, e além disso tudo,dignidade.

Amélia Ferreira-Pinto

CONFERÊNCIAS

8 CAPA e BATINA | Janeiro a Junho 2010

Estimada Amiga:

Recebi e li atrigado, mas sem acassa-mar, os Diálogos – O Povo do Nordes-te II.O Pórtico avisara: “quem quiser intei-rar-se da mentalidade do povo doNordeste tem de observar atentamen-te a maneira simples e tradicional co-mo exprime os seus sntimentos”.Para não apancar, fui mais vezes aoglossário do que, num ano, ao dicioná-rio: era o recurso que salvava, dochosco, o cidadoso, que talvez eu seja.Bô-Bô. Já adreguei comer, bem insta-lado em preguiceira, na casa de sau-doso amigo, em Moncorvo, bons nacosde marrancho. Hoje, qu’é d’ulos mar-ranchos?, ao menos qu’é d’ulos lare-gos?: não há gargomil de algum odremeleiro que deles e de um ou dois pu-

cheiros, para alegrar, seconsole. Ama-ruja, isto, a gente!E assim, de solavanco em solavanco, lásegui os fadários das Ti Ana, Zefa, Za-bel, e do Xico a “bater boca” com o ci-gano Ralha… bô-bô… a “enganar ochosco”.E sempre o basso contínuo dum exu-berante rifoneiro – breviário no vento,que me traz, à memória, tanta saudo-sa e eficaz teorização, por minha Mãeaplicada - sempre, repito, o rifoneiro acombater o reixelo e a prevenir asmangras.Nas penúltiplas páginas abre-se, defi-ne-se e entende-se a prevenção doPórtico: Quem vê o seu povo vê omundo todo. (se o observar atenta-mente)Assim li com gáudio e proveito o seubelo livro.

Não troco as gáspias pelo rabecão, pe-lo que afirmo a minha incapacidadede formular juízos críticos; mas na Câ-mara Municipal de Alfândega da Fé,alguém houve que torna irrelevanteessa incapacidade. Leu, valorou, man-dou editar,Daí decorre o elevado prazer de estara agradecer a gentileza da ofertaapresentando-lhe, Estimada Dra Amé-lia sinceras felicitações.

3-2-2010

P.S. Com assentimento da Maria Vic-tória, que conjuntamente subscrevecordiais saudações para a Ex.ma DraAmélia e seu Ex.mo Marido.

Napoleão Amorim

PUBLICAÇÃO DA CARTA A AMÉLIA FERREIRA-PINTO:

“Junto envio uma carta que o nosso colega, Engenheiro Napoleão Amorim, um dos maiores intérprete dofado de Coimbra, me escreveu depois de receber o meu livro DIÁLOGOS – O POVO DO NORDESTE II. Pelo seuengenho e graça julgo que fica bem na nossa Capa e Batina …”

9Janeiro a Junho 2010 | CAPA e BATINA

Entre os dias 29 de Dezembro e 2 de Ja-neiro realizou-se o passeio à Corunhaorganizado pela Associação dos AntigosEstudantes de Coimbra em Lisboa.A viagem iniciou-se às 9 horas em pon-to atrás da Reitoria da UniversidadeClássica de Lisboa. Após uma paragemna Área de Serviço de Leiria da A-1 pa-ra breve descanso e acolhimento de al-guns participantes, seguimos viagematé ao Porto para almoçar no Restau-rante “Arroz no Forno” e termos o pra-zer de ver engrossar a nossa comitivacom outros colegas que aí se nos junta-ram.Depois, foi a viagem para o Norte, emdirecção à Galiza. Sempre por estrada —a projectada travessia de “ferry” Cami-nha/A Guarda não se pôde realizar —,chegámos à Coruña já à noite. Pelo ca-minho, fomos enganando o tempo e ocansaço com as conversas e conheci-mento dos nossos Colegas vizinhos noautocarro e as intervenções animadas

de outros que foram contando históriasou anedotas.Na Coruña ficámos alojados no Hotel

Eurostars Ciudad de La Coruña, uma uni-dade hoteleira perto do mar, recente-mente remodelada, funcional (talvezcom um hall de entrada pouco amplo),com qualidade de serviço muito razoá-vel. Enfim, para quem sai de manhã e en-tra à noite, instalações adequadas.A Coruña, cidade com cerca de 250 000habitantes, é um dos principais portosmarítimos da Europa. No passeio maríti-mo fica a Torre de Hércules, o monu-mento mais emblemático da cidade. Da-ta do século II e é o farol em funciona-mento mais antigo do mundo. No centroda Corunha fica a Praça de María Pita,erguida em finais do século XIX e princi-pal ponto de encontro entre cidadãos evisitantes, onde fica o edifício do conce-lho, que alberga a maior colecção de re-lógios da Europa. O centro histórico daurbe é a Cidade Velha onde para além

das construções religiosas se encontrammuitos outros pontos de interesse, comoo Xardín de San Carlos, com um magnífi-co miradouro de onde se vê o Castelo deSan Antón. Esta antiga fortaleza dominaa entrada do porto e acolhe o Museu ar-queológico. As fachadas sobre as galeriasda Avenida da Mariña, com varandas demadeira e vidro, originaram a designaçãoCidade de Cristal. No dia seguinte, dia 30 Dez, 4ª feira, saí-mos logo após o “desayuno” para umavisita a várias cidades galegas por per-cursos que nos proporcionaram – e con-firmaram nos dias seguintes — uma visãoalargada da paisagem social, humana egeográfica da Galiza. Foi, assim, possível, verificar o excelenteestado de conservação das estradas eda(s) sinalização(ões), horizontal e verti-cal existentes, o bom estado de conser-vação das casas existentes à beira dasestradas, sendo muito raras as constru-ções em ruínas ou construções incom-

FIM DE ANO NA GALIZA - 2009/2010José Afonso Leitão

OS NOSSOS PASSEIOS

LÁ FORA

O grupo participante na Passagem de Ano

OS NOSSOS PASSEIOS

10 CAPA e BATINA | Janeiro a Junho 2010

pletas, a harmonia dos projectos deconstrução, enfim, uma visão que, com onosso Minho logo ali tão perto, nos fazpensar … E, claro, a Galiza tem paisagenslindas, os montes, os desfiladeiros, as“rias”, os amplos recortes naturais.Pois nessa 4ª feira fomos logo até LUGO,cidade capital da província do mesmonome, com cerca de 100 000 habitantese distante cerca de 95 km.Em LUGO é quase ostensiva a presençada muralha romana de Lugo que rodeiaa zona histórica da cidade. A antiga cida-de romana de Lucus Augusti, fundada notempo do imperador Augusto em 13 a.C.com a finalidade de anexar definitiva-mente o nordeste da península Ibérica aoImpério Romano, foi dotada de um murode defesa que perdurou, com escassas re-formas, até aos tempos actuais.A muralha, com um comprimento de maisde dois quilómetros, delimita a zona his-tórica da urbe galega. Construída comoseparação e defesa, transformou-se numelemento integrador entre a antiga Lucuse a que se desenvolveu ao redor dela, sen-do um monumento integrado na estrutu-ra urbana e fonte de riqueza turística.A muralha romana foi declaradaPatrimónio da Humanidade pela UN-ESCO em 2000 e está irmanada desde 6de Outubro de 2007 com a Muralha daChina de Qinhuangdao. Em LUGO houve ainda a oportunidadede ver A Catedral de Lugo, catedralromânica cuja construção se iniciou noséculo XII e terminou quase no final doséculo XIII. A catedral possui o privilégiopapal de exposição permanente do San-tíssimo Sacramento cujo cálice e a óstiaaparecem no escudo da cidade com a le-genda Hic hoc misterivm fidei firmiterprifitemvr (Cremos com fidelidade nestemistério), em referência ao mistério daconsagração do Corpo de Cristo e queestá contido no próprio escudo da Gali-za. Este facto faz com que se denomineLugo a “Ciudad do Sacramento”.De LUGO rumámos a RIBADEO, cidadecom cerca de 6000 habitantes, distante150 Km de A Coruña. RIBADEO é umacidade que atrai muitos visitantes nosfins de semana e nas férias, tendo umapraça central rodeada de edificios deconstrução harmoniosa e alguns de re-

levância arquitectónica. De RIBADEO saímos em direcção aFERROL, pelo novo troço da autoestradaTranscantábrica. Um trajecto bonito,num plano elevado, que proporcionouuma visão do litoral do norte da Galiza,das praias e povoações à beira-mar.FERROL é uma cidade com cerca de 80000 habitantes distante 50 Km de A Co-ruña. É a localidade que viu nascer, entreoutras, duas figuras capitais na históriada Espanha moderna: Pablo Iglésias, fun-dador do Partido Socialista Operário Es-panhol (PSOE) e da União Geral dos Tra-balhadores (UGT); e, Francisco Franco,militar ditador e chefe de Estado, quenasceu após a vitória dos fascistas naguerra civil espanhola, em 1939. Em Ferrol morreram também centenasde lutadores antifranquistas desde o gol-pe de estado de 1936. O castelo e os ce-mitérios foram os pontos em que maisfuzilamentos se registaram, muitos delesextra-judiciais, protagonizados pelasforças militares e esquadrões da morte. Quanto à arquitectura, nota-se o traça-do medieval do bairro de Ferrol Velho e amarginal, orlada de palmeiras.E, foi o regresso ao hotel em la Coruñapara mais um jantar, convívio e … umnecessário descanso!No último dia do ano fizemos a visita,obrigatória na Galiza, à sua capital, San-tiago de Compostela. Com cerca de 100000 habitantes, é uma cidade mundial-mente famosa pela sua catedral de fa-chada barroca onde acorrem os peregri-nos que perfazem os Caminhos de San-tiago de maneira a depararem-se com omanto de Santiago, um dos apóstolos deJesus Cristo, cujo corpo se diz que foitrasladado para aquele lugar.O circuito à volta da Catedral e das suaspraças abarca os principais lugares turís-ticos. A Praça do Obradoiro, à qual con-duzem várias ruas pedonais, surpreendeupela sua amplitude. Dentro da catedral, éimprescindível admirar o Pórtico daGlória, obra de um escultor do românicocom nome próprio, o Mestre Mateo, on-de se realizam os tradicionais rituais daperegrinação. Mas antes de entrar notemplo, detivémo-nos no exterior dapraça, formada pela própria fachada bar-roca da catedral e, a um lado da escada-

ria, pelo Pazo de Xelmírez. Tivemos aoportunidade de assistir à abertura doAno Santo (a próxima será em 2011),uma manifestação imponente em que,nem o mau tempo, de muito frio e chu-va intensa, fizeram esmorecer a vontadedos visitantes de assistir. Como curiosi-dade (pelo menos …) registe-se que nomomento da abertura da porta lateral dacatedral, a chuva desapareceu e o solraiou como que por encanto!E era hora de regressar ao hotel em LaCoruña para o descanso que antecedia ojantar e a preparação para o réveillon!Para além do nosso grupo, no hotel esti-veram mais dois grupos de portuguesesque, ao que parece, tiveram o exclusivodas festas de passagem do ano no hotel.Um réveillon muito divertido, com baileanimado com música ao vivo a cargo deum conjunto local e com um jantar degrande qualidade, em que, certamentepara a maioria dos presentes, nunca tan-to marisco se tinha visto!...

O dia seguinte, primeiro dia do novo ano,foi dia para ficar na cama para alguns ede levantar mais tarde para outros. Paraestes, foi a oportunidade de dar um pas-seio até CAMARIÑAS, pequena localida-de à beira-mar situada a cerca de 90 Kmde La Coruña. Camariñas está estreita-mente ligada ao mar, tradicional via decomunicação e meio de subsistência.A pesca e a apanha do marisco são aprincipal fonte de riqueza de Camariñas,que conta com um importante portopesqueiro para a captura de sardinha,congro, polvo, santola, percebes e pesca-da. O artesanato, nomeadamente a arteda renda de bilros, é um complemento

Elegância e boa disposição - Eduíno e Fátima

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importante da economia local e está aexperimentar um importante desenvolvi-mento, contribuindo notavelmente parao incremento de visitantes.O dia seguinte, dia 2 de Janeiro, foi o diado regresso. Pequeno-almoço no hotel,arrumação da bagagem no autocarro einício da viagem. Pelo caminho, uma pa-ragem em TUI para uma pequena visita àcidade e a visita à Catedral. TUI é um município raiano da provínciade Pontevedra, com uma população decerca de 17 000 habitantes. Situada àbeira do rio Minho, é a principal frontei-ra – por autoestrada e caminho-de-ferro– entre a Galiza e Portugal (Valença doMinho).O nome do município foi dado pelos ro-manos como Tude. Durante o períodovisigodo, Tui foi uma das sés do pequenoreino da Galécia (actualmente corres-pondente à diocese de Tui-Vigo). Foi de-pois capital de uma das sete provínciasdo antigo Reino da Galiza até ao séculoXIX. Tivemos a oportunidade de visitar aA Catedral de Santa Maria de Tui. Du-rante a dominação sueva da PenínsulaIbérica, Tui converteu-se em sede epis-copal e a construção da catedral foi ini-ciada no início do século XII, terminandono fim do mesmo século, em plena épo-ca do estilo românico. Neste estilo con-

serva-se a planta, a portada norte e aiconografia dos capitéis. Também con-tém elementos de estilo gótico na facha-da principal, datada aproximadamentedo início do século XIII. Este dado temimportância, já que seria a primeiraconstrução de estilo gótico de toda a Pe-nínsula Ibérica.Na Catedral de Santa Maria de Tui esta-va em exposição um conjunto de presé-pios denominado “Exposición de Belénsna Catedral de Tui”. Podiam ver-se, inte-gralmente realizados com produtos co-mestiveis, presépios que representavamos três Reis Magos feitos con espigas demilho, castanhas, bolotas, cogumelos,árvores que são brotos de bróculos, li-mões, pimentos, laranjas e tanjerinas erepolhos. Noutros casos, utilizaram-serolos de papel higiénico, camelos que ti-nham massa (macarrão) como patas, pi-nhas, ovelhas feitas de algodão, Paraalém disso, havia ainda uma grande va-riedade de outras inspirações de diversospaíses do mundo, como, p. ex. os bone-cos da Barbie e do Ken, figuras de Áfricacom os protagonistas de raça negra e fi-guras da América Latina com os traçosinconfundíveis das suas etnias.Imediatamente antes da entrada emPortugal por estrada (mais uma vez nãofoi possível a travessia por ferry até Ca-

minha), tivemos a oportunidade de visi-tar o Monte de Santa Tecla. Com cercade 350 m de altura o Monte de SantaTecla, tem uma vista panorâmica espec-tacular sobre a foz do Rio Minho e parao Atlântico. Dele se avista toda a frontei-ra com Portugal, Caminha e a cidade de AGUARDA. Quase no alto do monte está oPico de S. Francisco e o Facho, miradourosnaturais. Em bom estado de conservaçãoencontra-se a Citânia de Santa Tecla daIdade do Bronze (galaico-romano).Logo após a entrada em Portugal pelafronteira de Valença dirigimo-nos a umrestaurante nos seus arredores para o al-moço de despedida. Retomada a marchaem direcção a Lisboa, parámos no Portoe na área de serviço da A-1 em Leiria pa-ra um breve descanso e desembarquedos Colegas que nesses locais tinhaminiciado a sua viagem.Toda a viagem foi animada pelo talento dealguns dos nossos Colegas que, como nãopodia deixar de ser, interpretaram algunsfados e canções de Coimbra (perdoem-meque faça aqui uma menção especial aoColega Napoleão – tomara eu …).E pronto, chegados a Lisboa, foram asdespedidas, a troca de alguns contactose … os projectos de futuros convívios.

Até ao próximo!!!

A CórsegaA viagem começou com um atraso de cer-ca de 2 horas, devido a greve nos aeropor-tos franceses. Contudo, não foi impedi-mento para que os 37 viajantes ainda pu-dessem visitar/relembrar locais maravi-lhosos de Paris, a bela cidade-luz, duranteo trajecto Charles de Gaulle – Orly.

A partida para a Córsega também so-freu um atraso considerável, que nosfez chegar ao Hotel Eden Roc, em Ajac-cio, capital da ilha, depois da 1 hora damanhã… O pior foram os contratem-pos, gentilmente superados pelo Luís…A Córsega é a 4ª maior ilha do Medi-terrâneo, quase despovoada, com um

terço do seu território protegido comoparque nacional. É conhecida univer-salmente por ser a terra natal de Na-poleão Bonaparte, nascido em Ajaccioem 1769. (Nota: A Córsega tem 250mil habitantes).No dia seguinte iniciámos a visita aAjaccio, na parte sudeste da ilha, pelo

VIAGEMÀ CÓRSEGA E SARDENHA 27 de Maio a 7 de Junho de 2010Maria Guerra Prazeres

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Casone (casa grande), onde se ergueum monumento com uma réplicaexacta da estátua de Napoleão, que seencontra na Praça Vendôme, em Paris.Na parte central podem ler-se os no-mes de todas as batalhas em que par-ticipou, salvo as que perdeu!... (Nota:vidé foto com o grupo, na capa).Depois do almoço passámos pelo Mu-seu Fesch, Capela Imperial, CâmaraMunicipal e Catedral, detentora da piabaptismal de Napoleão. Seguiu-se a vi-sita à Casa de Napoleão e de regressoao hotel avistámos, “bem ao longe”, asIlhas Sanguinárias, assim apelidadaspela cor que apresentam ao pôr-do-sol.No dia 29 saímos em direcção a Cortepor um percurso sinuoso, mas belo comas suas montanhas, de picos cobertosde neve, adornados pela imensa flores-ta, percorrida por porcos e javalis.Corte, antiga capital da Córsega, é aúnica cidade na serra e a fundadora da1ª Universidade da ilha (1762). Numpequeno comboio entrámos na Cida-dela, visitando o Museu Regional, o 1ºda Córsega. O Museu está cercado pe-la Caserna, antigo Hospital Militar eabrange a Etnologia e a Antropologia.De tarde partimos para Calvi parandona L’Île Rousse, uma estância balnearcom clima tropical e um mar transpa-rente com tons de azul ao esverdeado.Chegados a Calvi, a pérola do Norte,visitámos a Cidadela genovesa (séc.

XV), edificada num promontório ro-choso. À entrada, um monumento aCristóvão Colombo (1436-1506), quese crê ter aqui nascido durante a ocu-pação genovesa.Entrámos na Igreja de S. João Baptista,que possui uns balcões, onde as mu-lheres assistiam à missa…, e no Orató-rio de Sto Antão, com um porco aospés, donde saem as confrarias. Um an-dor chega a pesar 800Kg!...No 4º dia dirigimo-nos para Bastia, si-tuada no “dedo corso”, apontado paraGénova…, cidade portuária, com umcemitério em frente ao mar, ocupandosempre a melhor paisagem!... Visitá-mos a sua imponente Cidadela geno-vesa, que vigia o Mar Tirreno, entrandoapenas na Igreja de N.ª Sr.ª da Assun-ção, já que o Palácio Real, antiga mo-rada dos genoveses e actualmente mu-seu, está em restauro.Almoçámos e partimos para Bonifácio,no ponto mais extremo, ao sul da ilha.Fomos atravessando a costa este, queé muito rectilínea, passando pela boni-ta praia Dolce Vita e por Porto Vecchio,zona de muitos eucaliptos. Bonifácio éa 3ª cidade da Córsega, uma cidademedieval com a Cidadela edificada so-bre um promontório calcário com maisde 60 m de altura. Nota-se a existên-cia de muitas falésias brancas modela-das pelo vento e ondas do mar. O seuporto, com 1,5 km de comprimento e

200 m de largura é um dos mais im-pressionantes da Europa. Embarcámosno ferry a caminho de Sta Teresa, naSardenha, navegando pelo estreito deBonifácio, que separa as duas ilhas,numa distância mínima de 11 km, du-rante cerca de 1 hora.

A SardenhaA Sardenha é a 2ª maior ilha do Medi-terrâneo, depois da Sicília, e é povoadapor 3 milhões de ovelhas e 1 milhão decabras!... (Nota: A Sardenha 1,637 mi-lhões de habitantes).Também é importante salientar a exis-tência do vento mistral que “habita”no norte da ilha durante um númeroímpar de dias. Vejam bem se dura 9dias seguidos!... (é o máximo).De autocarro seguimos até Olbia, ondenos instalámos.No dia seguinte saímos para a CostaEsmeralda, acompanhados pelo vento“mistral”, atravessando a região daGallura (granito), zona noroeste, comas suas 80 praias de areia fina, ligeira-mente rosada.O primeiro local onde parámos foi emPorto Rotondo, de praias frequentadaspor artistas e gente famosa. Vistamosa Igreja de San Lorenzo, construída em1996, de granito, com esculturas demadeira russa no seu interior. A rosá-cea, de vidro Murano, apresenta emcada “pétala” um perfil do Papa JoãoPaulo II. No exterior, no chão, encon-tram-se perfis de vários Papas e tam-bém de Madre Teresa de Calcutá.Seguimos até Porto Cervo, local deeleição dos mais ricos, daí a existênciados cinco hotéis mais importantes domundo. Até a Igreja Stella Maris é ri-quíssima. Tem no seu interior obras va-liosas, como a Mãe Dolorosa de El Gre-co (original) e um órgão muito antigo.Berlusconi “apenas” tem sete vivendasna Costa Esmeralda e o seu amigo Put-tin também tem uma em Porto Cervo…À tarde visitámos uma adega “CantinaSurrau”, produtora de vinhos tinto ebranco, onde nos ofereceram um lan-che e respectiva prova de vinhos. AsPaisagem da baía de Bastia (Córsega)

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13Janeiro a Junho 2010 | CAPA e BATINA

geleias tiveram mais saída do que osvinhos…A 1 de Junho partimos em direcção aocais, Palau, para visitar o arquipélagoda Madalena. Como o tempo estavaóptimo passeámo-nos pelas ilhas deRazzoli, Budelli e Sta Maria, situadasna direcção norte, onde o mar é maisperigoso. Na ilha de Budelli pudemosadmirar a sua praia de areia branca-acinzentada, com rochas de granitorosa e um mar tingido de azul turque-sa e azul escuro, sob um fundo trans-parente. Simplesmente indescritível!Atracámos na ilha de Sta Maria, subin-do ao cimo da colina, onde numa loca-lização invejável se ergue a “casa as-sombrada”… Da sua varanda uma pa-

norâmica inesquecível – faixas de águade tons azul escuro e turquesa, que seestendiam até ao infinito… Lindo!Depois do almoço visitámos a ilha deSpargi, à esquerda da ilha da Madale-na, fotografando no alto do penhas-co!... A caminho do cais ainda observá-mos a ilha de Caprera, com a casaconstruída por Garibaldi, que aqui nas-ceu e viveu durante 26 anos. No 7º dia saímos para Cagliari, a capi-tal da Sardenha, situada ao sul. O guiadurante o percurso de Olbia a Cagliari(de um extremo ao outro) presenteou-nos com muita informação não fosse-mos convidados a fazer a “soneca”com o seu silêncio!... Assim, e paraquem esteve “desatento” informo: nes-ta região há muitas pessoas centená-rias, sendo este recorde apenas ultra-passado por uma região do Japão!... Ese nos mudássemos para aqui?!... Almoçámos em Villanovaforru, no res-taurante do hotel, cantando os para-béns ao Telmo Morais, acompanhadospor um grande bolo, oferta do hotel.Não faltou o grito académico lançadopelo Mota Ferreira, bem do fundo dasua alma!Chegados a Cagliari o autocarro levou-nos à colina do Monte Urpino, dondeavistámos o pântano salgado com os

seus flamingos, as salinas e a praia. Aseguir uma visita panorâmica da cida-de, destacando-se o Palácio da Justiça,Praça da República, Cemitério, a ViaRoma, Câmara Municipal, sede do go-verno, bairro histórico da marina, a zo-na universitária e o bairro do Castelo.O jantar, no hotel Regina Margherita,onde nos instalámos, teve honras debolo e champanhe oferecidos pelo Tel-mo Morais.O dia seguinte destinou-se à visita deCagliari, subindo a mais uma das suasdoze colinas – o Monte Bonaria paraconhecermos o Santuário de Nossa Se-nhora da Bonaria. Segundo as cróni-cas, Nossa Senhora apareceu dentro deuma arca, que pudemos observar, lan-çada ao mar (para aliviar a carga…)durante uma tempestade em 1370.De outra colina, a Colina do Castelo,pode ver-se o anfiteatro (em restauro)com capacidade para 20 000 pessoas.A muralha do Castelo, de pedra calcá-ria, original, é do início do séc. XIII. Oacesso ao Castelo fez-se pela PortaCristina, entrando-se na Praça do Ar-senal, que alberga o Arsenal Real, hojemuseu.Seguiu-se a Torre de S. Pancrácio e aPraça do Palácio, onde se localiza o Pa-lácio, que actualmente é sede do go-

Grupo no barco p/ ilha Madalena - Sardenha (Fotomontagem)

Barumini – Património Mundial da UNESCO.

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verno regional. Também nesta Praça seencontra a Catedral de Sta Maria, comcampanário e portal originais. A criptaou Santuário dos Mártires (supõe-se queestão ao longo das paredes) de pedracalcária, apresenta no tecto 631 peque-nas rosetas, todas diferentes, em estilobarroco-siciliano, que remontam a 1618.Do terraço do Bastião de S. Remy ad-mirámos a maravilhosa panorâmicasobre a cidade. Descendo as escadas, acaminho do restaurante, alcançámosuma bonita rua estreita, com varandasde ferro-forjado, floridas, a lembrar Al-fama… estávamos na Via Barcelona.E chegou mais um novo dia que come-çou com a saída para Barumini, a fimde se visitar o “nuraghe”, vestígios dacivilização nurágica da idade do bron-ze e do ferro. Estes monumentos, depedra basáltica, Património da Unesco,com 4-5 mil anos, apresentam umaforma tronco-cónica, com torres de doispisos, edificados com enormes pedras,colocadas “a seco” em círculos concên-tricos. Pensa-se que eram populaçõessemíticas (Síria e Líbano). Construíram 8000 “nuraghes”, para controlar o máxi-mo do território. A capacidade criadoradestas populações era imensa, cunha-vam moedas de bronze, estátuas e esta-tuetas, construíram os seus barcos epossuíam uma força militar.Após o almoço seguimos para a pro-

víncia de Oristano para visita do Mu-seu de Cabras, que abriga os achadosarqueológicos da idade pré-histórica eproto-histórica, encontrados num localjunto ao lago salgado de Cabras. Tam-bém se pôde ver o resultado das inves-tigações arqueológicas do sítio deTharros, antiga cidade fundada pelosfenícios, um centro fluorescente naépoca púnica e romana. De realçar aspeças provenientes do tofet – cemité-rio especial para as crianças que nas-ciam mortas ou morriam até aos 3 me-ses de idade.A última paragem do dia foi em Alg-hero, cidade das algas, de grande in-fluência catalã, desde o tempo em quea Sardenha era pertença do reino deAragão. Até ficámos instalados no ho-tel Catalunya!No dia seguinte iniciámos a visita pelocentro histórico, dono de um patrimó-nio estilo gótico - catalão. A Cidadela,construída pelos espanhóis, era inicial-mente provida de 22 torres, hoje comapenas 4. Na Praça Cívica apreciámoso Palácio, sede do poder que a ligavaao poder religioso, a Catedral. Carlos Vqueria a Catedral mais majestosa daSardenha, mas ficou-se pelas inten-ções. Apenas a parte traseira é puroestilo gótico-catalão, pois a entradaprincipal é neo-clássico, estilo maissimples, dada a falta de dinheiro. No

interior proliferam misturas de estilos,com um belo púlpito, com figuras embranco, sob fundo vermelho.Visitámos a Igreja de S. Francisco, mui-to bonita e que no seu interior exibeuma imagem de Sto António de Lisboa.Não arredámos pé, esperando a chega-da de uma noiva, tal como o noivo quea aguardava ansiosamente à entrada daigreja, de flor laranja na lapela e “bou-quet” do mesmo tom!... Eis que final-mente surge a noiva, de automóvel etambém com um “bouquet” alaranjado.Uma desilusão! Ele era bem mais giro!O fim da viagem aproximava-se e comele a partida, bem cedinho, para Sta Te-resa, onde apanhámos o ferry para Bo-nifácio. Daqui seguimos em direcção aAjaccio parando para almoçar e visitaro sítio arqueológico de Filitosa, local deestátuas-menhires, que têm entre 2-3 me cerca de 8 000 anos. Do alto da colinaapenas pudemos observar cinco está-tuas-menhires e quebradas…Entrámos num pequeno museu que temem exposição peças de vários períodos,desde o neolítico.À chegada a Ajaccio instalámo-nos nomesmo hotel “Eden Roc”, mas desta vezo motorista foi muito amável, sendobem mais fácil carregar com as malas. Ojantar teve acompanhamento à guitarracom excelentes cantores, que entoaramo “Barco Negro”, “A Casa Portuguesa” e“Coimbra”. A nossa Presidente dançan-do…, sendo depois seguida por várioscasais. Um belo final de festa com as“meninas” a fazerem o carrocel!...E o dia 7 de Junho chegou com a nos-sa partida para Paris e saída para Lis-boa, onde chegámos às 21h45, apósuma péssima aterragem, com dançalateral… Os coreanos bateram palmas,mas só podiam ser de protesto!... Algu-mas malas levaram bastante tempo aaparecer, o que foi por nós aproveitadopara as despedidas.Assim, se “cumpriu” mais uma viagemda nossa Associação, que certamentefoi do agrado de todos. Não desani-mem que há continuação!Grupo no ferry para Bonifácio, Santa Teresa de Galura (Sardenha)

15Janeiro a Junho 2010 | CAPA e BATINA

Subida do Douro

A 21 de Maio último rumámos à Réguapara embarcarmos num confortávelbarco, denominado Douro Azul, e dessaforma subirmos o magnífico Rio Douroaté Barca d´Alva, desfrutando das suasfantásticas belezas naturais.Bafejados por São Pedro, que nos ofer-tou uma temperatura e um tempo ex-cepcionais, partimos da Aula Magna umpouco depois da hora marcada, massem comprometer os objectivos do pas-seio.Para mim e respectiva família era a pri-meira experiência num passeio destegénero, pelo que a expectativa eragrande, sobretudo quanto à possibilida-de de conciliar uma viagem de autocar-ro, que coloca à prova o sentido de dis-

ciplina mesmo de gente mais adulta,com a irrequietude e traquinice própriasde um “pestinha” de 4 anos. Confessoque a prova foi superada com sucessograças à paciência e experiência de al-guns dos avós presentes, à mistura coma habilidade e maturidade reveladas porduas “amiguitas” de viagem que tive-ram a capacidade notável de entreter emanter num registo razoável as diabru-ras e partidas do dito Pestinha. Pelaparte que toca ao pai e à mãe do dito,bem hajam!Mas vamos ao que interessa! Rumandoa Norte chegámos à Estação de serviçode Pombal a horas de jantar, onde comalguma imaginação e grande generosi-dade gastronómica conseguimos en-gendrar uma refeição. Depois do repas-to retomámos caminho até ao hotel das

Termas do Carvalhal, em Castro Daire, ea outro localizado em Lamego que, comsobriedade bastante, nos serviram deabrigo em Terras da Beira Alta. No dia seguinte, e logo pela fresca, ar-rancámos em direcção à Régua, onde ofamoso Douro Azul nos aguardava comtoda a simpatia.A bordo zarpámos da Régua e subimosas águas do fantástico Douro e do seupatrimónio natural. Sem demoras, fo-mos brindados com um pequeno-almo-ço a bordo, antes de atravessarmos abarragem do Bagaúste. Pelo meio foramficando paisagens de beleza única e in-descritível que fazem do vale do Douroum dos locais mais marcantes do nossoPaís, fazendo parte do clube restrito delocais naturais classificados como pa-trimónio da humanidade.

PASSEIO DA PRIMAVERACRUZEIRO NO DOURO(com 97 participantes…)António Ribeiro

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Cá Dentro

Depois veio o Pinhão, as barragens daValeira e do Pocinho, terminando na al-deia de Barca d´Alva, onde a nossa em-barcação deu meia volta e regressou aoPocinho.Nesta localidade, apanhámos o com-boio de regresso à Régua, onde o can-saço de uma longa jornada de navega-ção não permitiu que os nossos colegase amigos viajantes desfrutassem da be-leza ímpar das paisagens vistas do ca-minho-de-ferro. {Decorridas algumas dezenas de quiló-metros de paisagens magníficas e des-lumbrantes até regressarmos à Cidadeda Régua, voltamos aos nossos autocar-ros para rapidamente nos levarem até àbonita e monumental cidade de Lame-go, onde jantámos.Depois do merecido descanso, no dia22, lá avançámos novamente a cami-

nho de Lamego em visita guiada e par-ticularmente interessante, no comboioturístico do burgo.O espírito dos muitos viajantes era na-turalmente animado, sendo que aqui ealém foi ainda espevitado pela exube-rância e boa disposição das gentes daterra. Aquela nossa cigana amiga de La-mego ficou seguramente na memóriade todos!De volta aos autocarros, e à muita ani-mação que neles se foi produzindo, comanedotas, cantigas, poesia, entre outrosmomentos de virtude humana, rumá-mos em direcção ao magnífico e poucoconhecido mosteiro de S. João de Ta-rouca, tomando contacto com maisuma pérola da arquitectura portuguesa,a carecer de cuidados de restauro econservação urgentes.A beleza da obra recomenda uma visita

a quem ainda não teve oportunidade deo visitar, sendo fundamental que a mes-ma possa ser documentada pelo bri-lhante guia que nos acompanhou e nospermitiu conhecer melhor a verdadeirahistória deste magnífico monumento.No final da visita, e com a barriga a darhoras, partimos em direcção ao belíssi-mo restaurante de Santa Marinha doZêzere que rapidamente nos fez esque-cer a pescada da véspera. Deliciososacepipes, comida farta e bem apurada àmistura com a animação típica dasgentes do norte tornaram um simplesalmoço num momento de festa e de fe-liz confraternização.Em termos gerais podemos concluir queeste passeio ao Rio Douro foi um enor-me sucesso, proporcionando a todosmomentos de grande satisfação pes-soal.

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16 CAPA e BATINA | Janeiro a Junho 2010

De comboio e de barco ao lado do Rio Douro; rumo a Lamego e São João de Tarouca

17Janeiro a Junho 2010 | CAPA e BATINA

Subordinada ao tema “A Inovação naCanção de Coimbra”, a 4ª edição daGala da Rede UC, que decorreu no Tea-tro Académico Gil Vicente, em Coim-bra, a 6 de Março, garantiu um progra-ma variado com actuações em palcode várias personalidades que passarampela Universidade de Coimbra. Desta-que para a actuação do “Conjunto Or-feão”, formado em 1960, que, após umperíodo de separação de mais de 15anos, reuniu seis dos seus elementos,que tocaram em exclusivo na Gala -Daniel Proença de Carvalho, José Cid,José Niza, Joaquim Caixeiro, José Ma-nuel Pedrosa e Luis Sá Pereira.O programa contou ainda com a apre-sentação do documentário “Filhos doTédio”, de Rodrigo Fernandes e Rita Al-caire, a actuação do grupo “Anaquim”e a intervenção do humorista e antigo

estudante da Universidade de Coimbra,Pedro Tochas. O presidente executivo da PT Inovação,Alcino Lavrador, Jorge Serrote antigoPresidente da Direcção Geral da AAC, ea Real República Trunfé-Kopos foramhomenageados durante a 4ª Gala daRede UC. A iniciativa foi organizada pe-la Rede de Antigos Estudantes da Uni-versidade de Coimbra, em conjunto coma Reitoria da Universidade e a EmpresaMunicipal de Turismo de Coimbra.A Gala da Rede UC é um excelente mo-mento de convívio entre gerações deantigos estudantes que partilham re-cordações dos tempos de universidade.O evento de referência da Rede de An-tigos Estudantes da Universidade deCoimbra tem como momento alto a ho-menagem a todos aqueles que ajuda-ram a elevar o nome da Universidade.

A VOZ DA FILANTRÓPICA

Há a registar a aderência na listaanunciada no Capa & Batina 33, adisponibilidade de mais dois médicos:

• Dr. Francisco Manuel Mota Ferreira– ZONA: BenficaT- 217141277

• Dr.ª Josefina Rita Veiga Moura– ZONA: Parede, CarcavelosT- 214524582 Tlm- 962821288

Aguardamos ainda a adesão demais voluntários!...

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Este Serviço da Direcção continuana sua acção junto dos Sócios quesabe dele necessitarem, mas tam-bém na expectativa de:

Outras adesões de Associados que,sendo médicos de qualquer espe-cialidade, se disponham a ouvirnum caso de emergência e/ou da-rem uma orientação (sem respon-sabilização própria, claro);

Respostas ao questionário junto àCircular nº 4/2010 sobre a necessi-dade de deslocação ou transportepara as nossas actividades ou even-tuais consultas, tratamentos, etc.,ou mesmo companhia; sobre a si-tuação de doença que careça dapresença ou palavra amiga em con-tacto pessoal ou telefónico; sobre aapetência de leitura e de que géne-ro, sob a forma de empréstimo (bi-blioteca itinerante).

Entretanto, mantém-se o entusias-mo (feminino e masculino) pelosconvívios na Sede – os CHÁS dosReis e da Primavera, preparadoscom o maior carinho por gentis vo-luntários, saboreados com gostopelos mais de 60 convivas e ouvin-tes de poesias e pequenas históriasalusivas às datas comemoradas tãogostosamente…

A UNIVERSIDADE HOJE

VISITAS LOCAIS

A 4ª GALA DA REDE UC DECORREU NO TEATRO GIL VICENTE,NO PASSADO DIA 6 DE MARÇO 2010.

De acordo com a informação recebida, decorreram normalmente as visitasprogramadas para o semestre, das quais fazemos registo nesta publicação:

- Dia 21 de Janeiro – Visita guiada à Exposição “Obras de Referência dosMuseus da Madeira – 500 Anos da História do Arquipélago”, na Galeria D.Luís do Palácio Nacional da Ajuda.

- Dia 25 de Fevereiro – Visita guiada ao Convento dos Cardais (R. do Século).

- Dia 4 de Março - Visita guiada à Exposição “Lisboa Republicana” – Galeria deExposições dos Paços do Conselho – Praça do Município.

- Dia 15 de Abril - “O Regicídio de 1908 e os 3 Tiros que Abalaram aMonarquia” – Percurso a pé pelos locais emblemáticos.

- Dia 4 de Maio - “À Descoberta do Castelo” – Visita guiada ao Castelo de São Jorge.

- Dia 15 de Junho – Visita guiada ao “Laboratório de Polícia Cientifica”.

As visitas foram guiadas com grande competência por técnicos das Instituições, a quem,mais uma vez, agradecemos.

18 CAPA e BATINA | Janeiro a Junho 2010

ESPAÇO DE POESIA

FALECEU CARLOS COUCEIRO, Grande Poeta e Cultor da canção Coimbrã

CARLOS COUCEIRO IN MEMORIAM

Hei-de voltar a encontrar-teCavalgando uma andorinhaE acompanhar-te-ei contente,A tua ao lado da minhaCom guitarras par a parTal como por cá fizemosNuma harmonia que a genteSentia no coraçãoE que então retomaremosCom redobrada emoçãoSem vontade de parar.

Fernando Soares da Costa

“Mora num segundo andar de um prédio antigo na Av. da Liberdade, alimesmo junto ao Palácio Foz, em Lisboa. De porta aberta a quem venha, CarlosCouceiro é uma das personalidades coimbrãs que mais admiro. Companheirode todos quantos fazem da vida um acto de fé de todos os momentos, é noseu “nosso” 2º andar que gerações e gerações de Coimbra se encontram,confraternizam cantando histórias, muitas histórias…

Jogou futebol na Académica, participou nos campeonatos nacionais de saltospara a água, foi campeão nacional de futebol universitário no Porto erecordista nacional de salto à vara nos campeonatos universitários.

Engenheiro civil dedicado às matemáticas e dado às filosofias, grandeadmirador de Bertrand Russell, foi durante quinze anos, professor especialistaem vias de comunicação do ISEL. Autor do livro de poesia “CAPIM e poemassupérfluos”, e das “Fábulas do tempo presente … e do tempo futuro”conversou connosco como só ele sabe, ao som da guitarra, a de Coimbra – aque ele levou por esse mundo fora.”

Texto de Carlos Carranca,in Prefácio do livro Memórias de Carlos Couceiro

Carlos Couceiro no Grupo Porta Férrea nos jantares mensais

19Janeiro a Junho 2010 | CAPA e BATINA

OS NOSSOS POETAS

Já Adulto, ouvi, numa Casa de Fados, a seguinte quadra:“Ás vezes contemplo o ninhoQue sendo velho não caiQue havia no casalinhoQue era do meu pai.”

Juntei-lhe mais estas outras quadras, por dedicadas, comterna lembrança, a Minha Mãe, Meu Pai, e Meus Irmãos:

“Ás vezes a Minha MãeAo olhar para mim diziaSegredos de me querer bemQue só eu compreendia.

Às vezes meu Pai tão pobreDe seus nadas teciaA manta que ainda cobreMeu reino de fantasia.

Às vezes os meus IrmãosPorque eu era o mais miúdoPunham Nada em suas mãosPara minhas mãos terem Tudo.

Às vezes o vento passaSem se quedar um momentoPorque a gente por desgraçaNão sabe falar ao vento.

Mais tarde vim a juntar-lhe mais estas:

Às vezes o mar imensoPega no céu e na águaE dá-me as pontas do lençoOnde afogo a minha mágoa.

Às vezes o ribeirinho Mostra por mim tal apreçoAo aceitar com carinhoPedrinhas que lhe arremesso.

Às vezes fico uns instantesJunto à fonte que era a minhaJá não tem a água dantesNem eu a sede que tinha.

Às vezes sem que te peçaChegas-te a mim de mansinhoE a vida então recomeçaEm mim que vou tão sozinho.

Às vezes não é saudadeA saudade que se senteMas saudade da saudadeQue mora dentro da gente

Ás Vezes

O que são Memórias? São tudo oque nos fica, ressaindo do Nadaque, cada vez mais, teima em serNada!

Não lembro tudo. Ressalta, noentanto, desse Tudo e desse Nada,algo que gostaria de espremer atéao fundo.

Sei que muita Coisa ficará de fora.E quando der por isso, JÁ TARDE,estarei decerto abraçando, comtristeza, a certeza de não as teragarrado, como justo seria.

Algo há-de ficar. Por AÍ ME VOU!!!

... As minhas Memórias …(No Aquém disso)

Texto e Poesia de Carlos Couceiro, do início do seu último livro “Memórias” (ed. MinervaCoimbra, 2009).

ESPAÇO DE POESIA

[…] O TERMO «FADO DE COIMBRA» E A SUAIMPROPRIEDADEA designação de Fado de Coimbra, aplicada agrande parte das Canções de Coimbra, será cer-tamente uma questão semântica importante –aceito mesmo que não seja uma questão menor– mas penso que bem mais importante que o

nome atribuído a um qualquer género musical é,sem dúvida, o sentimento de beleza que advémdas suas composições.Por outras palavras, a valoração de um géneromusical não provém do seu nome mas da quali-dade das obras que o constituem. […]Nos dicionários, na acepção de canção, a palavra

FADO só aparece no alvorecer do último quarteldo Séc. XIX, na 4ª edição do Dicionário Enciclo-pédico de Lacerda (1874) e, no Dicionário deMorais, só aparece em 1878, na edição revistasob a direcção de Adolfo Coelho, um ilustreconimbricense, linguista, pedagogo e um dospromotores das Conferências do Casino (1871).

20 CAPA e BATINA | Janeiro a Junho 2010

BLOGOSFER@

O novo presidente da Associação Académicade Coimbra (AAC), Miguel Portugal, que tomaposse quinta-feira, quer que a Universidadeensine os estudantes a criar o seu próprio

emprego, disponibilizando módulos de empre-endorismo em todas as Faculdades. […]Questionado sobre se o aumento de 16 milhõesde euros para as bolsas de estudo, anunciado

pelo Governo, será suficiente para o ensinosuperior público, Miguel Portugal afirma que“dependerá de quem for contemplado e seserão abrangidos mais estudantes”.

Coimbra: Presidente AAC quer Universidade a ensinar alunos a criar empregohttp://www.asbeiras.pt – 20 | JAN | 10 - QUARTA-FEIRA

A Universidade de Coimbra (UC) participou com64 carros alegóricos e os restantes estabeleci-mentos de ensino superior com 35 veículos,segundo dados facultados pelo membro dacomissão organizadora da Queima das Fitas,Tiago Rodrigues, à Agência Lusa.

Entre sátiras ao actual governo e à situação polí-tica e económica do país, bem como à falta decondições das diversas faculdades da UC e ao ele-vado valor das propinas, vários foram os temasque inspiraram os carros alegóricos que fizeram opercurso desde o Largo D.Dinis à Portagem.

Dos cânticos entoados quer pelos alunos, querpelas pessoas que assistiam, salientam-se ostradicionais F-R-A's e "Briosa", mas também asmúsicas de vitória do Sport Lisboa Benfica quedefrontou o Rio Ave num jogo vários estudantesacompanharam através de rádios portáteis. […]

Um Cortejo de flores, álcool, sátiras, Briosa e Benficahttp://www.acabra.net/– 10 | MAIO | 10 – SEGUNDA-FEIRA, por Rafaela Carvalho

No passado dia 22 de Maio, em Santarém, oGrupo de Canto e Guitarra de Coimbra do CentroCultural Regional de Santarém levou a cabouma homenagem ao Dr. Fernando Rolim.A homenagem começou pelas 16 horas nofórum Mário Viegas do Centro Cultural Regio-nal de Santarém, com uma mesa composta

pela Dr ª Graça Morgadinho, Dr. FernandoRolim e Dr. Fernando Martinho. […]À noite, foi uma Serenata no Convento de S.Francisco com vários grupos: Grupo de Canto eGuitarra de Coimbra do Centro Cultural Regio-nal de Santarém, Grupo Campa Rasa, GrupoRaízes de Coimbra, Grupo Guitarras de Coim-

bra. Além disso, a meio da Serenata, várias ins-tituições entregaram uma lembrança ao Dr.Fernando Rolim (Grupo de Canto e Guitarra deCoimbra do Centro Cultural Regional de Santa-rém, Académica de Santarém, Orquestra TípicaEscalabitana, Câmara Municipal de Santarém eCâmara Municipal de Almeirim). […]

Homenagem ao Dr. Fernando Rolim em Santarém http://ruilopesfotos.blogspot.com/ – 24 | Maio |10

Uma perspectiva crítica sobre o chamado FADO DE COIMBRA http://guitarracoimbra.blogspot.com/– 09 | NOV | 03, por José Anjos de Carvalho.

Lançamento, no Estoril, do livro "LuizGoes, O Neo-Modernismo na Canção deCoimbra ou o advento da Escola Goesia-

na", da autoria de Jorge Cravo, da editoraMinervaCoimbra. Na foto, Jorge Cravo eLuiz Goes autografando o livro. Aguardam

Ilda Pedroso (uma das maiores intérpretesdo TEUC e "Tito" Costa Santos).

Lançamento, no Estoril, do livro "Luiz Goes, O Neo-Modernismo naCanção de Coimbra ou o advento da Escola Goesiana"http://guitarracoimbra.blogspot.com/ 30 de Março de 2010

21Janeiro a Junho 2010 | CAPA e BATINA

NOTÍCIAS BREVES

01.JANTARES MENSAISSão os pioneiros dos nossos convívios,pesem embora a simplicidade do local e agenuína “espontaneidade” da animação

(umas vezes mais enriquecida que outras…).Assim o atestam os jantares do 5 deFevereiro e 7 de Maio, com 54 e 36 con-

vivas, respectivamente, mas sempre como sorriso dos aniversariantes que já ven-ceram mais um ano com alegria:

Os Aniversariantes de Janeiro Os Aniversariantes de Fevereiro Os Aniversariantes de Maio

Então o Carnaval atrai cada vez maisSócios e amigos (109 presenças), querpelo sítio já consagrado (o Altis ParkHotel), quer pela mesma orquestra desempre e até… pela burla do 1º bolo deaniversário que aparece. Sem faltar,claro, o desfile dos mascarados.

Foto do bolo e dos mascarados

02.FOLIA DO CARNAVAL

No primeiro reviveu-se com toda a cargaemocional a viagem Índia através deregisto em filme cujo pormenor e quali-dade o tornam um testemunho memo-rável; também o segundo conta com umrepositório de imagens e momentosinesquecíveis.Como sempre, as fotos “concorrem” e osseus fazedores mais habilidosos vãoganhando prémios.

03.ENCONTRO DOS NEPALESES/INDIANOS”E DOS “GALEGOS”

Novo Doutor e Júri

O nosso assessor cultural doutorou-seno dia 4 de Junho, com a nota final de18 valores, por unanimidade, em Lín-guas e Literaturas Modernas – Especia-lidade em Língua, Cultura e LiteraturaPortuguesas – na Universidade Autó-noma de Lisboa. Ao fim de 3 horas de“exame”, o novo Doutor foi convidadopelo Reitor da UAL para esta fotografiacom o Júri. Congratulemo-nos todos com estenosso Doutor

04.DOUTORAMENTO DO CARLOS CARRANCA

NOTÍCIAS BREVES

22 CAPA e BATINA | Janeiro a Junho 2010

Foi a 3ª vez que usufruímos doespaço, apurado serviço e músi-ca ao vivo que a Quinta de San-to António da Barôta propor-ciona e, no final, o coro de vozesfoi unânime: um êxito!O infalível concurso de Qua-dras deu este resultado:

1º Prémio:É a crise, é o S. JoãoÉ a bola, é o QueirósMas que grande confusão!E quem é que trata de nós?

“LUÍS DAS ALTURAS”(QUEM É?)

2º Prémio:S. João, jogas à bola?Não sei que diga, que façaSem ela não sei jogar,Com ela, uma desgraça!

“RONALDO”(QUEM É?)

… e 3º Prémio:S. João dá-nos o pão,Para viver com alegria,Olha a nossa Selecção,Que se afunda dia a dia.

“CASSIOPEIA”(QUEM É?)

05.FESTA DOS SANTOS POPULARES

O Reitor da Universidade de Coimbraconvidou-nos a estar presentes na últi-ma Aula do Doutor António José AvelãsNunes, Professor Catedrático da Facul-dade de Direito e Vice-Reitor, no dia 19de Fevereiro, por efeito de jubilação; naCerimónia do 40º Aniversário da tomadade posse do Reitor Prof. Doutor JoséGouveia Monteiro; e em vários doutora-mentos realizados;Os Reitores das Universidades de Avei-ro, da Universidade de Coimbra, daUniversidade de Lisboa, da Universida-de da Madeira e da Universidade Car-negie Mellon convidaram-nos a assistirà entrega de Diplomas de MestradosProfissionais do Programa Carnegie Mel-lon/Portugal;O Reitor da Universidade de Lisboaconvidou-nos a estar presentes na apre-sentação do Dicionário Histórico dosSeparatistas Portugueses; na Tertúlia“Inovação, Criação Cultural e o ProcessoEducativo”; em todas as representaçõesno âmbito do FATAL e na sessão de entre-ga de Prémios FATAL 2010;A Universidade de Lisboa e a Associa-ção de Amizade Luso Turca convida-ram-nos a assistir ao “Espectáculo Serna– A Dança dos Dervixes”;

O Coro “Alma de Coimbra” abriu as por-tas do Casino Lisboa aos nossos Associa-dos para o Concerto de Apresentação doseu disco “Alma”, no Auditório dos Ocea-nos (16 de Junho);A Secção de Fado da Associação Aca-démica de Coimbra fez questão na nos-sa representação no seu jantar comemo-rativo do seu Trigésimo Aniversário (18de Junho);O Grupo de Fados do Instituto Superiorde Engenharia do Porto convidou-nos aassistir à homenagem, que promoveu, aoFrancisco Vasconcelos, no Museu doFado em Lisboa, composta por uma expo-sição “À Procura de um Fado”, a apresen-tação do livro “Poemas Brancos”, daautoria do homenageado, sessão defados para surdos; e uma tertúlia sobre aobra musical e musicada do Francisco,com a apresentação do disco “Coimbra,o Fado e Eu”, onde interveio o nosso Gru-po de Fados “Serenata de Coimbra”;A Sociedade SRS Advogados festejou odia de São João no jardim das suas instala-ções, fazendo questão na presença de repre-sentantes da nossa Associação e na apre-sentação de uma Serenata de Coimbra pelonosso Grupo jovem, o “Serenata ao Luar”.A Casa dos Açores convidou-nos para o

Jantar/Gala do seu 83º Aniversário, coma animação habitual, tendo estado pre-sente um significativo número de nossosAssociados.1) - A convite do Director do Museu deConimbriga, Dr. Miguel Pessoa, e coma colaboração da Câmara Municipal deCondeixa, o nosso Grupo de Fados“Porta Férrea”, em 7 de Fevereiro de2010, interagiu com a população local,que encantou, tendo “os professoresJosé Henrique Dias e Carlos Carrancamantido um diálogo interactivo e ex-plicativo com os presentes sobre os te-mas tocados e cantados, ao qualacrescentaram as suas próprias inter-pretações, no canto e poesia” (da re-portagem do “Amante de Coimbra”Marques Inácio)A nossa Associação fez-se representarpela sua presidente e outros sócios,tendo “José Henrique Dias aproveitadoum momento de ligeira pausa para sedirigir à Presidente da Associação dosAntigos Estudantes de Coimbra em Lis-boa, Fátima Lencastre, agradecendoem nome de todo o Grupo a sua pre-sença e o seu insubstituível apoio, su-blinhando a sua dinâmica, empenha-mento, entrega e trabalho na Direcção

06.COLABORAÇÃO E CONVÍVIO COM OUTRAS ENTIDADES

NOTÍCIAS BREVES

23Janeiro a Junho 2010 | CAPA e BATINA

da Associação” um forte aplauso detodos mostrou a concordância geralpara esta intervenção “tão justa eoportuna” (sic, Marques Inácio).2) – A sessão de Apresentação Públi-ca/Café Teatro da 11ª Edição do Festi-

val Anual de Teatro Académico de Lis-boa - FATAL 2010 – integrou em co-laboração com a nossa Associação e apresença de 25 dos nossos Associados,a Homenagem a José Oliveira Barata,Professor Catedrático da Faculdade de

Letras da Universidade de Coimbra,tendo intervindo Carlos Avilez, antigodirigente do CITAC, e Maria Helena Se-rôdio, Professora Catedrática do Cen-tro de Estudos de Teatro da Faculdadede Letras da Universidade de Lisboa.

… em 2010 (até Junho) foram :

07.NOVOS SÓCIOS ADMITIDOS...

Dr. Francisco Paulo Santos Marques Bom, Sócio nº 1275;Dr.ª Maria Helena Silva de Serpa Oliveira, Sócio nº 1276;Dr.ª Maria Cecília Sampaio Monteiro, Sócio nº 1277;Dr. António José Alves Soares, Sócio nº 1278;

Dr. Pedro Manuel Silva Gentil Anastácio, Sócio nº 1279;Dr. Vítor de Jesus Lourenço, Sócio nº 1280;Dr.ª Maria Teresa de Matos Goês Oliveira, Sócio nº 1281Dr.ª Maria Manuela da Silva Gonçalves Simões Gomes, Sócio nº 1282

Mais uma vez temos o prazer de referiros nomes dos Sócios e Amigos que con-tribuíram, no 1º semestre de 2010, parao Património da nossa Associação comvárias ofertas: CD’s, livros, livros daQueima, plaquetas, etc. Foram eles:Cor. José Anjos de Carvalho; Dr.ª MariaEmília Barberá; Dr.ª Maria Luísa PaivaBoléo; Dr. Rui Pedro Moreira Lopes; Dr.ª

Maria Júlia Gomes Simões; Dr. Fernan-do Silvestre Murta Rebelo; Dr. JoséPinheiro da Silva; Eng. João José Quin-tela de Brito; Dr. Henrique Vilhena (deCoimbra); Reitoria da Universidade deCoimbra (revista “Porta Larga”); CasinoEstoril (revista “Egoísta”); Câmara Muni-cipal de Coimbra – Departamento deCultura; Associação dos pupilos do

Exército (Boletim); Associação da ForçaAérea Portuguesa (Boletim)A todos o nosso Bem hajam!Apela-se à generosidade de todos paraque continuem enriquecendo a nossaBiblioteca com livros de finalistas, foto-grafias, Cartazes e Programas da Quei-ma, etc.

08.SE NÃO SABIAS, FICA A SABER QUE…

Deixaram-nos... Falecido em 2008 (e que só agorasoubemos…):

Dr. Emídio Albuquerque Vasco, Sócio nº560 – em 14 de Outubro;

… no segundo Semestre de 2009:

D. Graciete Valadas Cartaxo, Sócio nº 987– em 5 de Julho;

Drª. Maria Adelaide Moreira Brandão,Sócio nº 1143 – em 31 de Julho;

Eng. José Bernardo Veloso Falcão eCunha, Sócio nº 1048 – em 23 deSetembro;

Drª. Maria Isabel Vieira MartinsAlexandre, Sócio nº 674 – em 29 deSetembro; (na foto)

Dr. António Gonçalves Júnior, Sócionº 148 – em 1 de Novembro.

Que descansem em Paz!

IN MEMORIAM

FICHA TÉCNICA

Janeiro a Junho 2010

CAPA E BATINADIRECTOR: A Presidente da Direcção

EDIÇÃO: Associação dos Antigos Estudantes

de Coimbra em Lisboa

Instituição de Utilidade Pública

Rua António Pereira Carrilho, 5 - 1º

1000-046 LISBOA

TEL. 21 849 41 97 FAX. 21 849 42 08

E-MAIL: [email protected]

INTERNET: www.aaec-lisboa.com

FACEBOOK: AAEC em Lisboa

PERIODICIDADE: Semestral

TIRAGEM: 1000 exemplares

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA AOS

SÓCIOS DA ASSOCIAÇÃO

Última Hora:Faleceu Ângelo Vieira Araújo O nosso Poeta e Cultor da Canção de Coimbra, na letra, voz e arranjo musical, deixou-nos no passado dia 30 de Julho, com 91 anos de idade.A nossa bandeira cobriu o caixão até à sua última morada.Na pagela alusiva, a Família gravou este poema da autoria do Ângelo:

Procuro-me em todos vósporque em verdadeé em todos vós que eu me encontro…E é só assimque consigoentender-me a mim!...Como parcela infinitamente pequenade toda a Humanidadeé nessa Humanidadeque me sinto ser eu;

é com ela que me sinto viver;e é por ela que quando eu morrerlhe irei cederem testamentouma parte do meu céupara continuar, no Além,a encontrar-me em todos Vóssem excepção,e assim,convosco no Coração,continuar a encontrar-me a mim!”

“Se vives a vida em gestos de amor, a morte não conta e a vida é melhor

Capa e Batina35.ai 1 11/01/18 11:07

Capa e Batina Miolo 35_web.pdf 24 11/01/19 09:52