cap.6 fungos

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6.1 Características qerais e diversidade dosfungos Os fungos mris conhecidos sãoos bolorei. os cogumeÌos, âs oreihas-de-pau e rs leveduras (femrentot. Nâsclassifìcações mâis rntigaseles ernm colocâdos no reìno VegetâI.junramente conrasalgaseâsplotas.PosterioÌmeDte,âlguns bnilogos decidirâìÌ nrcluìf os Iungos no reino Protìsta. juntâÌncDte com as algas e os prctozoá- nos. A tendêncìa atual. porém, é cÌassificaros fungos em uìÌ reino à paÌte, cm viúude de suas caractedslicas altamemepecuÌìare!. (Fìg. 6.1) NúfiçÌ! h aorÍiiìcx Os fuÌgos têm nutÌição h€íerotróficâ. de- peDdendo de matéda orgânìca,viva ou moÍâ, cÌue lhes sirva de aÌìmento A mâiona dos fungos vive no soÌo.âtimen- iando-se de câdávere! de ânimaise plânrâs e de outÌosmâteriâìs de origemoÌgânica. corÌo êster- co, poÌ exeÍìplo. Eles lìbeiìm enzinas que dìge rem o substâto oÌgânico e absoNem. em seguida, as substânclâs pÌovenientes dtL digestão. Assnn. esses linrgoscrüsaÌno apodÌecimenro do$mate- riais e por isso são denoÌnnìados sâprófagos (do grego s,?ro.! podrc, e pnrgerì. comer). FisuÌo ó.1 DiYenidode dos lunsq. (Al e (B) Bôlores de diveks corcs (nesrôs, vërdes, omorêlos, rosodos ek,) .rq@m $bre Írú6 pôdres, poo ve ho/ mode ro, courô ê ourros moieriois orsôi icos. {C) e (D) ore hos-de-po! e cog!meros crescem sobre trorcÕs podrês ë no solo. {E) Soc.h dta my.e s .èt evì sÕe, o termeniôde podorio ôu êvedo dê cervèÌo, é um Í!nso uiicelulor, oq!i Ylsro dô microscópiô eletrônico de

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Page 1: Cap.6 Fungos

6.1 Características qeraise diversidade dos fungos

Os fungos mris conhecidos são os bolorei.os cogumeÌos, âs oreihas-de-pau e rs leveduras(femrentot. Nâs classifìcações mâis rntigas elesernm colocâdos no reìno VegetâI. junramenteconrasalgaseâsplotas.Poster ioÌmeDte,âlgunsbnilogos decidirâìÌ nrcluìf os Iungos no reinoPr otìsta. juntâÌncDte com as algas e os prctozoá-nos. A tendêncìa atual. porém, é cÌassificar osfungos em uìÌ reino à paÌte, cm viúude de suascaractedslicas altamemepecuÌìare!. (Fìg. 6.1)

NúfiçÌ! h aorÍiiìcx

Os fuÌgos têm nutÌição h€íerotróficâ. de-peDdendo de matéda orgânìca, viva ou moÍâ,cÌue lhes sirva de aÌìmento

A mâiona dos fungos vive no soÌo. âtimen-iando-se de câdávere! de ânimais e plânrâs e deoutÌos mâteriâìs de origem oÌgânica. corÌo êster-co, poÌ exeÍìplo. Eles lìbeiìm enzinas que dìgerem o substâto oÌgânico e absoNem. em seguida,as substânclâs pÌovenientes dtL digestão. Assnn.esses linrgos crüsaÌn o apodÌecimenro do$ mate-riais e por isso são denoÌnnìados sâprófagos (dogrego s,?ro.! podrc, e pnrgerì. comer).

FisuÌo ó.1 DiYenidode doslunsq. (Al e (B) Bôlores dediveks corcs (nesrôs, vërdes,omorêlos, rosodos ek,).rq@m $bre Írú6 pôdres,poo ve ho/ mode ro, courô êourros moieriois orsôi icos. {C)e (D) ore hos-de-po! ecog!meros crescem sobretrorcÕs podrês ë no solo. {E)Soc.h dta my.e s .èt evì sÕe, otermeniôde podorio ôu êvedodê cervèÌo, é um Í !nsoui icelulor, oq! i Ylsro dômicroscópiô eletrônico de

Page 2: Cap.6 Fungos

Há tambéìì espécies dc fungos pârasitas.que vivenì à custa de anin is c plântas vivos. e.âindi. espécies que vi\em eÌn âssocìaçÕes mutunlísticas com oulros seres vìvos, como vereÌnos

6.2 Estrutura e orgânizaçãodos fungos

Alguììs fungos,.oì ìo âs levedurâs, polexemplo, são unicelulares. A ìÌâìorìâ. no entan-to. é multicelülar. coníituída poffiliììenlos mì-croscópicos e ramiticados. denoÌninâdo$ hifàs.O conìunto de hilàs forma o micólio.

HilÀ c n cé1,. ,

Un1 Íungo filamentoso se orignrâ de um es-poÍo, que se alongtÌ eÌquanto o núcleo se multi.plica por mìtoses. Assnn surge a primeiÌâ hì1à, quecrcscc e se ramifica. dando oíigcm âo nicélÌo.

A hifr ó um tubo mìcro!,cópico que podc ounão apresentrr pâÌedes lftìnsversais Geptot. delimitando células. Muikrs fungos rêm hifas nàoseptadas. precnchidâs por uìna nìassâ citqrlasnrática que contém cenLcnas de núcleos. deDoninadâs hifâs cenocíticâs (do grcgo rot s. comum. e /<ttos. cólLìlâ), pâra ressaltar o fato de quecompartilham unr citopÌasÌna comum. No casodâs hifas sepradas. elal podem apresentar um oudois núcleos por célula. (Fig. ó.2)

!

ris!roó.? O micéllodeum Íungô éum sistemo de hlfas romlficodos serolmenle origlnodode um único esporoEm olsumosespécies os h fos sõo sêpiodos (desefho lnÍeriÕÍ, ò esquêrdd)e, em oliros, os hlfas sôô cenocil,cosldesênho inferôr, òdirêiio). (Aì Bo or ÍoiosraÍodo ÕÕ m mscópiô esiersscópico; pode se noldr sud consìiluçõofildmeiioso, prlncipolmerie Ìunto òs bordÕs. (B) Bôìôr íoiogrotudo oo micros.óplo ópiico (Cì Coslmelos sôoÍormodos por hiíos em grou de compoctoçõo mdiôr que nos mi<é io5. Podem se pëÌceber 05 hiÍos lunb ò bose

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HI|'A sEPÌADA D CAR óÌ CA

Page 3: Cap.6 Fungos

A parede qüilìnosa dà\ hifis

A parede das hifas é constituída pelo polis-sacaÍídio quitina. Curiosâmente, essa mesmasubstância tamb€m está presente no rcino Ani-ÌrÌal, constituiÌrdo o esqu€leto dos atuópodos(crusú.€os, ins€tos, âÍâúãs etc.). Alguns tun-gos, aÌém de quitina, também apíesentam c€lu-lose na püede das hifâs. (Fig. 6.3)

O crescimento das hifas ocoÍre apenâs nasextÍemidades. Na3 regiões mais antigâs dâs hi-fas, o conteúdo citoplasmático pode âté mesmodesapalecer. E como se a Íìâssâ citoplasmáticâdo firngo constÍuíss€ uÍIa Íede de galeías quiti-nosas, abandonândo as rnais antigas e semprefluindo paÍa as extremidades das galeÍias em

A rede de hifas qu€ consiituÌ o micélio podecr€sc€Í ind€finidamente, enquanto houver con-dições favoúveis e numeftes disponíveis. EmceÍtos fungos, o micélio pode âtingir mâis d€30 m de diâmetro sob a supeÍfície do solo.

Coqros de frutificaçào

Muitâs espéci$ de tungos foÍmam, em de-t€rminadas condições, estruturas demminadâscoÌpoê de frutificação, de tâmanho e foÍma va-

Ìiados. Cogumelos e orelhas-de-pau são exem-plos de coÍpos d€ ftutficaçAo.

Os corpos de ftuiificação someÍrte se for,mam duânte a ocoÍrência de fenômenos se-'xuais. Dois micéüos de sexos diferentes se en-contram e suas hifas s€ organizam para foÍmar ocolpo de frutificação. (Fig. 6.4)

6.3 A classificação dos fungos

A classifrcação dos firngos não tem consen-so entÍe os biólogos. Alguns cientistas ainda con-sideraÍn os fungos urìa divisão do reino Vegetal;outros, um filo do Íeino Protistâ. AtuaÌmentemuitos os clâssificam à paÍte, no reino Fungo,classificação que adotâmos neste livro.

Distinguimos dois filos no rcino Fungo: Eu-mycols (fungos verdadeiÍos) e Mixomycotâ(fungos gelatinosos). O filo Eumycota apres€ntamaior variedade de es!écies, apmximâdamenre100 mil, distribuídas em quatro classes:Phycomycetas (fi comicetos), Ascomyc.etes (as-comic€tos), Bâsidiomyc€t€s OasidiomiceÍos) eD€uÍ€romycêtês (deuteromicetos). O pÍincipatcritéÍio paÍa separâr os fungos nessâs quâtroclass$ é o tipo de proc€sso sexual e de estrutumrepÍodutiva que apresentâm.

Quitino

Celulose

tigurc ó.3 A quilino e o cêlul6ê têm 6huturcs quimicos 3€mêlhonies- A diferençd á quê o quifino co.líin oelém6ic nihogên;o. Ess dois polk*corídios têm propriedodê, po.e.ido': sôo Bisj€niar, frêxiv€is s iftolúvêi3

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ct-t Gl cHrctl

Page 4: Cap.6 Fungos

E

i

Cla\e Ph!coÌÌ!cdcs

Os ficomicetos são os fungos mais simpÌes,e â maroria deles não foÌma corpo de frutificação. O nome dâ clâsse sugeÌe essa simpÌicidade, pois "ficomiceto" (do grego páy*os, alga, erìy,k--.os, fungo) significa "fungo semelhanre auma aÌgâ". Muitos ficornice.os âquáticos foÍ-mam esporos dotados de flâgelos. os zoóspo-ros, como 1âmbém ocoÍe em ceÌtas algas.(Fis. 6.5)

Clase Ascomlceles

Os sscomicetos (do grego astos, odre,sâco de couÌo) 1bÌmâÍn estruturas repÍodurivas ern forma de saco, denominâdâs ascos.DentÍo desses âscos foÍmâm se esporos châ-mâdos ascósporos. Em certos ascomìcetos,os ascos ficam abÍigados eln um corpo de frü-tificâção carnoso denominâdo sscocarpo.(Fìs. 6.6)

f iguro ó.4 CosumelostocÌmd, ò esquerdo) eorethos de,pou locimo, òdneiu) sõo corpos de Íru-tiffoçõo de ertos.tungo.Em or9umos êspecles omìcêlio formo uno lorsoórêo circulor e, êm debrminqdo momento, $urgem.enlenos de og0melos emquose lodo o coôiôrno docírculo. rendos êuropêioscontom que denho dêssescirculos de cogumelos c

'o,ry íngs - @orrem t*ros

Figuro ó.5 O bolor negro do põo lsênero RÀizopusléum reprcsenronle dos li.omicelos.

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Page 5: Cap.6 Fungos

Cla\se tsx\'li1,ìvcetes

Os bâsidiomicÊtos (do grego ôasié base) formameshunnâs reprodutivas denominâdas bâsídio6.O noÍne derivâ do fâto de os basídios iercm ê base

tiguro ô.ó Ascomicelo5. (A)Morchello es.ulentd loíno un@lPó dê ÍruÍticoçõo íorocolPo)comeslívêl huiro opreciodô pêlo$conhecêdorês. (Bl coônio dêPai cik u n rctatu n, I a qr oÍ odooo microscópÌo esiersscópico.e

"obtum Íoi uiilizodo pionei

romenle no produçôo do onri-biólico pênicilino. {C) FolomiÜogrcffo oo microscópico ópiìcode Penicillium roquefottii, res-ponsóvel pelo sobor cqroc-terísti.ô do queiio lìpo rcquefoúmostmrdo hilas espaiois Íomo-doros dê esporos {estrururos

pÌesâ ao corpo de ftutificação e â ext€midâde ü\Íe,onde se alojam quaoo espofos, denominâd$ bâsi-dió6poro6. A ìÌÌaioria dos basidiomicetos formâ coÌ-pos de ftutficaçao chalnados bâsidiffârpos, popü-Ìârmente conhecidos como cogünelos. Cig. 6.7)

B

Figurc ó.7 Acimo, ò esqoerdo, corpos de ÍrutiÍicoçôo moouros oobosidiomicêto Agori.us .ompesrris, o .hompisnon. No detolhè,cÁompignons em conseno. Acimo, ô direilq, corpos dê Ítulificdçôodo bosidiomiceio ohomenie venenoso ÁDo";,o dus.dr6, .onhecidopopulamente como chopéq'de sopo, celehrizodo nos livros de

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Page 6: Cap.6 Fungos

(llNe l)eureronìvcr{cs

Os deuteromicetos (do gego deute.os, infe-nor, secundário) são tamÉm châmàdos "fungosimperfeitos". Como o próprio nolÌe sugerc, elesconsítuem uma classe menos impoÍante, criadâpara âbÍigâr os fungos em que ninda não se obser-varâm fenômenos sexuâis de reprodução. Muitosfungos fomm cÌassificâdos inicialmenre cornodeuteÍomicetos. mâs. ao seÌ€m descobeÍos nr.:ìisdelâÌhes sobrc sua rcprodução, forêm re.lassifica-dos coÌÌo ficomicetos ou ascomicetos. DiveÌsosIungos desse grupo são pârasitas e causâm doençâs em plantas e âniÍnâis. (Fis. 6.8) (Tab. 6.1)

Fìguro ó.8 O dêurìêrcmiceiô Condida dlbieôs, suecou5o micoses êntre os dedos dos pés.

Eo Mixomycdo {fungos seoiinosos ou mixom;cõ Fungos cendili@s, sêm hrfos, que no Íuse 'egerorivolemb@m omebos. Nòo po$uêm q!'rino, oocônhorio

de lodos os oukos. Àpreentom reproduçõo sexuodo,hJrmondo espor€nqios onde dôÍe Ò meiose.

Filo Eum/coto Close Phycomycetes(tunsosverdode,ros, {Ícomicêrosj100 mil,.spécies) 50 milesp*iêsl

Closse Eosidiomy@ies

Clq$e Deulêrcmycetes

Funs6 úkdulds a Íümentoss, sêm .orpo de

tungos u.i.eulqres o! Íilomentosos, com hifos sep-iodos. Rep.od!çõo sexuodo por oscóspôrôs.Divees esp*iês .oh <orpô de frutiÍcoçõo (osco

Fonsos fflohêntosos, com hiÍqs sepiodÕs.Reprod!çòo por boidiosporcs. Di€Bos esp<iês .oncoryo de Írufifidçõo {bo5d@co'po ou <4umetô).

Fungôs tilomentosos, com hitos septodos, dos quoisnòo sê ónh<em tormos serlo 5 de reprôduçòo

Tobelo ó.1 CldssiÍicôçõo dos Íunsos odôlodo n*le liwo.

Os rnixomicetos pertencem ao filo l\,{ixomycota. São seres getatinosos,âs vezes intensarnente coloridos, que vivem em matas úmidas e sombÍea-das, sobÍe Íolhas câídas e tÍoncos apodrecidos. Em certas fases da vida,os mrxomicelos lernbram protozoários amebó des; em outTas, íoÍmam estruÌuras reprodut ivas muito sem€lhantes às dos Íungos verdade ros.(Fis. O6.1-1)

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Page 7: Cap.6 Fungos

Na Íase de crêscimento, ou vegelativa, osmixomicetos são muiio paÍecidos com proto-zoáí os do grupo das amebas e, como estas,se rêpÍoduzêm apenas assexuadamenle, poÍ

A maiorÌa dos mixomlcelos tem esíutuíâcênocí l ica (mult inucleada), como muitos Íun'gos. AdiÍeÍença e que os Ínixomicetos não pos-sueÍn parede, mâs sim uma membrana Í lexÍvel ,que lhes peÍmiÌe dêslizaí como uma ameba.

Um m xoínicelo desl izâ sobÍe â superl íc iêonde vive, englobando bactér ias, fungos, ês-poíos ê ouÍas parlícu as orgân cas. As subslânciâs englobadas sáo digeÍidas no interioÍda rnassa cÌloplasmálica. Sob esse aspecto

Figuío aó- I - I Os mixôúlcelì5s, ou fungos geloiinolos, diferem dos lungos lilamentosos, que apresen_qpresentom corocleristicos intemediórìos enire fungos tam parede quitinosa e não podem, assim, ene omebos. No Íoto, plosmódìo de um mixomicëto ê globar partículas, mas apenas absoÍver subsseus.orpos de fru fi.oçõo {ò direilol.

Em certas condições, o corpo do mixomicelo se torna mais compâclo el.lcDíÍlucììo Íorma uma eslíutura ereta, com dilalação ovâ ou arredondada na extrêmi_

dade, o espoíângio. Os núclêos aÍ presenles sofÍeÍn meiose, or iqinandoesporos haplóides, logo l ibedados. O espofo geÍmina âssim que enconlracondições lâvoráveis, pÍoduzindo até quatro garnetas que, dependendo daespécie, podêm serí lagelados ou amebóides. Os ga melas Íu ndem-sê do isa dois e pÍoduzeín zigotos diplóides, e cada zigoio se desenvolve em umnovo mixomiceto. (Fig. Q6.1 2)

s

(2^)

Novo plosmólio

12nì

Figuro Qó.!-2 Os mixomiceìos oprelentom ciclos de vido complexos, que ìembrom os dos tungos.

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Page 8: Cap.6 Fungos

6.4 Reprodução nos fungos

RepÌodução assexuada

fiagnrerÌaçio

A maneiÍa mais simples de um fÌrngo fila-meÌÌtoso se rcproduziÍ âssexuadamente é porfrsgmentação: um micélio s€ fragmenta orig!nando novos r|1icélios.

BrotaÌneíto

l-eveduras como .tâcc}ìaromyces cereúsâese Íeproduzem por brotamento ou g€muÌação.Os brotos (gêÍnulas) norrnalmente se separâm dogenitor mas. eventualmente, podem pffmaneceÍgrudados, fo(nando cadeìâs de células. (Fig. 6.9)

EÍpo.ÌLlacão

Muitos fungos se Ìeproduzem assexuada-nente por meio de €sporos, céìulas dotadas deparedes resistentes que, âo germinar, produzemhifas.

Em ceÍos frrngos âquáticos, os esporos sãodotados de flagelos, uma adaptação à dispeÍsãoem meio líquido. Por seÍem móveis e nadaremativamente. esses esporos são chamâdos zoóspo-ros. (Fis.6.10)

b&;-

Fisurdó.10 O_tunso oquoti@ AJbnyc* nocrcgynustôrmo espo@r tlogelodoe, or rc&pooi, que origindmossexuodoÍìènle ndos micêliôr

Reprodução s€xuada

CicÌo sexuaÌ eÌì liconriceros

A repÍodução sexuâda em um ficomicetoocoÍre quândo miélios de sexos difeÍentes se en-contram. Em À/,zopüs, por exempÌo, âs hifas desexos opostos formam hifas especiâìizadas, cha-

Figuro ó.9 Adno, ô *querdo lertâsid A q Cl, s€qüênciq do bolomeni5lou gmúloçôol no lê!€durc do sênerc Soccl'olffi/cs. Acimo, ò diejto,eshuturo inlerno de umo levedu.o bmondo um bd,o. A Íoi5 mostroumo lsedm m procêso de brotomenll) Íoi.srobdo oo micÍokópioelêtnôni.ô dê wrcduru

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+)P À,Íãu

Page 9: Cap.6 Fungos

Ìnadas gânetângios, que cresceÌÌ uÌn em direçãoao outrot ao se tocar, os gametângios se fundem.

Um ou mais núcleos hapktides de um dossexos se fundem aos do outro sexo, originandozìgoÌos diplóides. A região em que os gâmetân-gios se 1ìndiÍam diferencia-se em umâ estrutuÌâesféricr, de pârede escura e espessa. onde os zrgotos sofrerão meiose e cada um oÌiginaÌá quatro esporos hâpÌóides. câda espoÌo: ao germinar,dârá origem â um novo micéÌìo. (Fig. 6.1 l)

CicÌo sexual enÌ asconÌcetos

Também nos ascomicetos â reprodução se-xxada ocoÍe quando há o encontro de hìlìs demicéÌios de sexos diferentes. Nesse câso âs hifasdos dois micélios se fìndem. originando céluÌas

Em âÌgumas dessas células os núcleos sefÌrndem, produzindo um núcleo zigótico diplói-de. Este sofrc meiose e origina núcleos haplóides, que se difercnciaÌn eÍn âscósporos. A hifa

onde tudo isso ocorreu se trânsfoÌrnâ em uma es-!ruturâ dongada, em tbrmâ de saco, denominadââsco. Quando maduro o asco se rompei liberan'do os âscósporos. Ao geminar. cada ascósporodá origem a um novo micéÌìo hâpÌóìde.

Alguns âscomicetos fonÌâm corpos de Íiu-tificàção onde se locâlizâm os ascos. FoÌmâr utìcorpo de frutificâção é importante pam fungosque vivem em rmbientes relarivamente secos,como o solo ê troncos podrcs, pois o ascocâfpoprotege os âscos e fèciljlâ â disseminação dosesporos. (Fig.6.12)

CicÌo sexLraÌ en bâ\ldioììicero\

Nos bâsidiomicetos. quândo micélios de se'xos diferentes se encontÌân1, suâs hifâs se tun-dem e lbrmam um Ìnicélio con células binu"cleâdas ou dicarióticâs. Essas hilàs se organi'zam de maneira compacta. 1bÍmando um corpode frutificâção denomìnado bâsidiocârpo, o co-gumelo.

dê micélios sexuolhëniè

l?ô)

MEIOSE

(n)

Micélio{n)

Figuro ó. I I Ciclo suol do Íi<oni.eto Rhizôpus nigncdns, o boìor n6só do põô-

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Page 10: Cap.6 Fungos

Fisurô ó.12 ciclo s*uolde um oscomicetô.

No bâsìdiocâÌpo algunas hilàs se diÍerenciam em estruturas especiais, os bâsídios, ondeocoffe fusão dos núcleos. resuÌtândo cm um nú-cleo zigótico diplóide. Este logo sofre meiosee origìna quâto esporos haplóides, os bâsidiós-poros,

Os bâsídjos se localizam na pâÌte inferiordochapéu dos cogumelos. Nâ extrenidade livre dobasídìo localizam-se os quatÌo basidiósporos.que Ìogo sèÌão libertados. Ao câir em local ade-quado, nco em Ìnatéria orgânìca, uÌÌ basidiós-poro germinâ e or igina um novo micél io.(FÌg.6.13)

ó.5 Importânciaecológicae econômica dos fungos

Os fungos como decompositores

Os funeos são orgânismos extremamentermportântes para o equiÌíbrio da natureza. As es-pécìes saprofágicas, juntament€ com deremina-das bâcténas, desempeniìaÍn o papel de decom-

positores, destruindo cadáveres e Ìcsros de plan-tâs e ânimais. lsso peÌmite qxe â matéÌiaorgâÌri-câ dos seres moíos possa seÌ âproveìtada pelosnovos seres que nasccm.

Entretanto essa mesma alividade decompo-sitora dos fungos pode ter um âspecto regativo,destruindo roupas. objetos de couro, cercas, doÌ-ìÌentes de madeira dâs estÌadâs de fer|o erc., câusândo ao homem grândes pÌej!ízos econômicos.

Fungos e â produção de alimento

Cerca de duzentos tipos de cogurneÌo sãousados nâ âlimentação humana. Algümir,! espé-cies sâo lâÌgâÍnente cultivadas, como é o caso dobasidiomiceto AgarÌcüs campesfti; âscomicetoscomo a Morchella escülenfa, depoìs d€ secos.constilue.n finíssiÌna ìgüâria.

Prodüção de pão

As Ìevedurâs são fungos microscópicos urilizados desde â Antigüidade na prepârâção deaÌÌmentos e bebidas fèrmentados. O leÌedo

99

Page 11: Cap.6 Fungos

Zìgoto3

{2")

&

(ô)ZiSolo

{2"1

g

rìgurc ó.1 3 lA) Ciclo sdudl dê om bosidÌomiceic. (BlDetlhe do Íormoçto do hosidio. No Íoic, or lomelosde um bosidiocoço, onde se Íormom os bosidios.

100

Saccharonyces ceÍevìsae, empregado na fàbricação de pão e de bebidas alcoólicas, fennentaaçúcares pàrâ obteÍ energia. ìiberando gís câÌbônico e álcool etíÌÌco. Na produção do pão, é ogás cJbônico que interessâ; âs bolhâs microscó-picas dêsse gás, eÌiminadâs peìo levedo nâ mâssa. contribüem paÍa toÍtuìr o pão leve c mâcio-(Fig.6. l4)

Produçiio dc behiü\ rÌroóÌicis

A produção dos diterentes tipos de bebidaalcoólicâ vâÌia de acoÌdo com o substrato fermentado, com o tipo de levedu€ utilizadâ e coÌÌas difere.tes tecnicas de fâbncação. Por exem

Page 12: Cap.6 Fungos

s

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rìguro ó.14 O prô.esso de pqniÍicoçõo dependê doldldo Socc/rorcn),ces .êrwisde. r'o Íemeniar oçúcoresdo mo$o, os lwedos libêrom minúsculos bo hos de sóscorbôiìco, qle fozem o põo crêscer ê ficor mocio.

plo. a fermenÌação dâ cevâdâ pìoduz cerveja.enquanto a feÌmentâção da uva produz vinho.Depois da fèÌmentrção. ceÍas bebidas passampoÌ processos de destiÌação, o que aumenta suâconcentrâção em álcool. Ëxemplos de bebidasdestiÌadas são x âguârdeite, ou pinga, obúda apaÍÍ de 1èrmenudo de cana de açúcar. o uísque,obtìdo de fermentàdos de cereais como a cevadae o centeio. e o sâquê. obtido a paÌÌir de fermen-tados de âÌÌoz. (Fis. 6.15)

Ploduçio dc qucij0j

Certos tungos são enpregados na produçãode queijos, sendo responsáveis por seu sabor ca,racteústico. Os fungos Pericillìwn rcquefoÍrii ePenicilliun canembetti| por exemplo. são utili,zados nâ fâbricâção de queìjos tipos roquelòrt ecamembei, respectivamente. (Fig. 6.16)

Fungos e produção de substânciasde uso farmacêutico

Foi do ascomiceto PentíIiwn chÍysogenunque se exraiü originalÌneo@ a penicilina, um dos

Figurd ó. I 5 O ólcôol prcsênrè n6 bebidos olcoólicôsresulto do oçâo dos levedurôs. {Al Tonques deÍermenioçõo de cdÌdo de cono poro o produçôo deqsuordente. lB) Tonques de turmenroçõo de cevodoporo o lermentoçôo dê cerveio. {C) Bolho5 de oos<orbonico libercdo5 duronte o Íemenr"çòo de coldode cono em umo usino de produçôo de ólcool.

pnmeiros àìlibiíÍicos a ser empÌegado com sucsso no combâte â infecções causêdâs por baclénàs.

Certos fungos pÌoduzem toxinâs poderosas.que vêm sendo objeto da pesquisa fârmâcêuticd.Muitos tungos produzem substânciâs denomina-das ciclopeptídios, câpdzes de ìnibjr â síntese deRNA mensageiÌo nas célulês animâis. Bâsta a in-gcstão de uìÌ único coÌlo de fÍutificação (cogumeÌo) do bâs;dìomiceto A r.aDita phalloides, po(exenpro, pâÌâ câüsar a morte cle uma pessoa.

um füngo muiroesrudado do ponlo de vistâfâÌmâcêutico foi o asconìi.eto Claviceps putpD

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rea. popularmente conhecido como ergotina. Foidele que se extrâìu originalmente o ácìdo lìsérgjco, ou LSD, substância aÌucinógenâ que ficoufamosa na década de 1970.

A ergoÌina cresce sobre grãos de ceÌeaÌ. principaÌmente centeio e trigo. CeÌeais conlaminadospor ergotina câusarâm. no passado. inÌoxicaçõesem mâssâ, conr ìnuiLâs nlorLes. DesdÈ o sécuÌoXVI âs pfteiras já conheciiìÌ ümâ propÌiedâdeixnnâcêülica da ergotina: se ingeridaeìn pcquenas quântidades. a.elerâ as .ontrações utc.inrìsdurrntc o parto. (Fig. 6.17)

r ìgurd ó.17 (Aì Anoni foplìoiioides, cosume o venênoso qle prÕduz toxinos totok.lB) Cldviceps púryured, óesporõo-do-cenie o ou ergoliro, um oÍomicelo do quose ext fo iu pioneiramenle osubstônciÕ qlucinó9êno conheôidÒ.omô LSD (ócidô

Fisuro ó.ìó A copd oyelúdodo dôqleiio comembêrr {A) e os velos ozulevsdeodos dos qud iôs roquêbl (B)e sorsônzolo (D) sôo produzidos pôífungos do gênero Penicilrom (Cì.

Relações entre fungose outros seres vivos

f r f lLì . : .1.r Lr \

Os fìngos parasiias crìusâm doenças âo fio]neÍn, âos animaìs e às pìanlas. UÌn conhecidofungo pâÍ.ìsitâ é Cárdtdr .r/ôicâni. causàdor demicoses brândâs !Ìue âtiìrgem os dedos dos pés eas mucosas vaginâìs. Alguns lirngos pÍoduzeninfecções grâves. .oú) a blâstomicose e o mi-cctoma. com lcsõcs p(ÍiÌndas nâ pele e eln ór-

Uma doença de planlas catrsâda por fungo\é af€rrugem. que atnca ocâfccìro e outr$ plânLrs economicamente impoÍantes. provocândosédos dânos à Ìavoura. (Fie.6.18)

Fisurc ó.t8 A feíugem docaÍeeiro, q!ê<ooso esõesn* íolhos, é cousodo pelo funso Hemi/e vosioifix,

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Fungos mutualistas:micorrizas e liquens

CeÌlos fììrgos se associam a raízes de pÌântis. formando âs micorrizâs (do gÍego myÌelos.f\tngo. e úiza, Ìaiz). Tanto o fungo quânto apÌantâ hospedeira se beneficiâm com essa asso-ciâção. O fuìgo obtém das râízes açúcares. ami-noácidos e outÌas substâncias orgânicas. dâsquais senutre. PoÌ ouÌÌo lâdo. o fungo aumentê acêpacidrde de a raiz absorver Íinerais escassosno solo. genericamente denoninâdos micronu-llientes, frndamentais ao cÌescnnento da planta.Trâ1â se. poúanto. de umâ âssoc'Âção do rìpomutual'sÌno. (Fig. 6.19)

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Figu' o ó. 1 9 Mro" zo5 5óo o$ociocóe( er Íe Íungo .e d zes de plon ôs Õrsiosoe'mos t- o lorros oepêqreìo porle ô, h 1go q' ê5.'rom o nicoí:zo.óogerolmenle ticomiceios, êiquonlo no5 órvore5 osmicôíizÕs sõo formodos por hosidiÕmiceios. Roízesrcm hkdriz$ se de*No rem me hor do que oquelo:sem Ìuigôs o$ooodo5.

Os liquens são formados peh associaçâomutuâlíticaenú€ fungos e algâs. Os fungos ìnaiscomuns ncssas assocrações são os âscoììiceto!.e âs algâs componentes são. gerâlnreDte. rlg.Lsverdes unicelulares. Aìguns ÌìquÈns rcsult,ììÌ da.ìssociâção cntre fungos e cìânobâcLédâs. A a!sociação pemrite que os liquens hâbitem ìocaisonde nem alg{! nenì fungos podcriânr viver se,paüdâmente. (Fis. 6.20)

Os liquens se rcploduzcìÌ Nsexuadamentepor mctu de ffâgnìentos especiris, que possuemhifâs do fungo e céÌulâs dâ âlgâ eìÌ associaçâo.Esses 1rÍgmentos, chanìados sorédios. se deslacam e são caìregados peÌo vento, coúÍituindo asunidâclcs de disseminação dos Ìquens.

Figurc ó.20 Liquêns sôo o$ôcioçõe5 enlrê o sÕs íoucionóboctéridt e tunsos, gerolmente orcomÌcehrs. {A)Folo de líqlen croslo$ sobre cosco de órvore. (B) Líqueif ruiico5o (o$im chomodo por oprêsenÍÕr estruiuro5 queembrÕm corpos de Íruriftcaçôo). {Cì Desenho doeíruturo mkÍoscôpico de um líquen. {D) Deto he do@loçõô enlre c.é! 6 do ôlso e dos hifos dô tunsoque.onsrtuem uh rquen.

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Diagnose dos fungos sêrss hetêíótroÍos, unicelulares ou fllamentosos, A meioria {ormade porsistemas de hifâs tubulârês d€ Darêdes quilinosas, que constiluem o micélio.

onde encontrar lungos? Os fungos são íacilmente enconlrâdos em locais úmidos, crescendosobre substralos orgânicos, Seus rêprcsêntantes mais conhêcidos são os bolores, as levedu-ras, os cogumelos ê âs orêlhâs-de-pau. Algumas espécies são parasilâs de plantas e animais.São sxemplos deÍungost Rhizopus nig cans, oholor preto do pão (licomicêlo), Saccharômycescélevlseg, o lêvêdo de cerveja (ascomicêto), Agaicus campest s, o châmplgnon coÍAesÏÍvel(basìdiomlcsto), € Cardida a/b/b€rs (deulêromicêto), causâdor de micoses no homsm,

classificação O rêino Fungo apresenla dois Íilos: Eumycota (iungos verdadoiros) ê lvlixomyco-ta (fungo6 gelâtlnosos). O Íilo Eumycota é dividido 6m quatro classes: Phycomycetês, As-comycêtês, Basldlomycêles e Deuteromyc€tês. O critéÍo empregado para êssa divisão é o lipodê procêsso sêxual presenle, Nos Deuieromycêtês não se conhecem processos sexuais,

Beprodução Assexuada e sexuada. Espécies unicêlularess€ Íêproduz€m assexuadamenie pordivisáo binária, Muitas espéci€s lilemênlosas se reproduzêm assoxuâdamenle por Íragmenta-ção, brolamento e esporulâção. Com exceção dos deuteromicêtos, a rsprodução sexuada eslápresenle em todos os grupo6. Alguns âscomicetos e basidiomicêlos formam corpos de frutilica-ção duíante o ciclo sexuado de reprodução,

Texto hoduzido € odopbdo do liwô Micrcbial Bio/osn de t"s.".Rosenbelg e lrun R. cohon, Sounders college Publìshins, FilodélÍio,Éua,1947.

A Íabricação de vinhos

Os princípÌos básicos envolvidos na fabdcação do vinho são simples. Primêiro, es-magam-se as lrulas, devidâmêntê amadur€cidas. Antigamêntê, isso era Íeilo pisotêando-se as uvas com os pés descalços; hojê, usam-sê máquinas. o suco fresco de uvas, cha-mado mosto, é ácido € Íico em açúcares, constituindo'se êm um meio ideal para o crêscimênto de leveduras.

O vinho tinto é obtido pela fermentaçáo de uvas escurâs, com casca. Já o vinhobranco é obtido pela feÍm6nlação de uvas escuras ou clâíâs, sem casca. Para â fâbíica-çáo do vinho rosado pernite-se que haia certa quantidâde de pigmênto da casca dê uvâsêscuras no mosto,

A maioria dos vìnhos êuropeus é produzida com l€veduras nalurais. A superÍície dâsuvâs conlém dilerentes lipos de microorganisnos, inclusive a levedura do vinho, Saccfìa-rcmyces ellipsoideus. Já sê conhece mais de umacenl€na de variedades dessa levedura,e aquâlidadê do vinho produzido 6m umâ região dependê, em grânde parte, da populaçãolocal dê lêvêduras selvagens,

O mosto é tratado com dióxido dê enxofre, o qu€ inibe o crescimento de bactériâscontaminanles, que pod€riam pÍejudicâr aÍermentação. Parte do sêgredo da produçáo dêvinhos êstá na colocação d6 uma quantidade de dióxÌdode ênxoÍrê suficiênlo para dêsìruiÍas baclérias, mas que não alt€re o sabor do produto final.

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'

II

A formentaÉo é teita sob temperatuÍa contÍoladà, èl'tto 22oC e 2goo, poí atgunsdias ou semanas. Durânte esss período, as levedurâs convertem os açúcares do mosloem álcool e giis câóônico. A fermentaÉo termina quando â maioí parte do açúcaí foiconsumidâ pelas leveduras; a quantÍdade de álcool presente no meio é, então, da ordemde 12o/" a 14yo, o que inibe a proliÍeração dâs lêveduras.

O vinho jovêm é sepaíado do sedimento, transíeído para tonéis de madeirâ e mam-do em temperaturas baixas, para ênvêlhecêr. Duas alterações importantês acontecemclurante o ênvelhecimento: o aroma e o sabol acêntuam-ae e o vinho se tomâ transoaren-te. Lentas alteíâções químicas,lais como â oxidaçâo dê aldeidos a ácidos, com subse-qüente fomaÉo de ésteres voláteis, pârecem ser ds gÍande importânciâ no buquê (aro-mâ) final do vinho.

A produçáo dê champanha e de outros vinhos espumantes é obtida pela adição deum pouco dê âçúcâr6 de uma linhagem êspecialde lovedura no vinho. Este, acondiciona-do em garraías resislonles e vedadas com rolhas êspeciais. solre umá segunda fementa-ção, produzindo mais álcoolê gás câÍbônico. Esse gás sê dissolvo sob pressão no líquido,boóulhândo s Íormando espumâ, assim que a garraÍa é abêrla.

A ÍâbÍicação de cervêia8Aarte de fabricar cerveja toidesenvolvida no Oriente Médio há ceícâ de 6 milanos. A

cervêja é Íeita de sementes dê cercais, tais como cevada, trigo, centeio, arroz e milho, nasquais a maior parte dos câôoidratos está armazenâdâ sob â íorma de amido. As levedu-ras rêsponsáveis pelalêrmêntação alcoólica não são câpâzês do digêdro amido, de modoque êslo polissacârÍdio pÍecisa ser quebrado em açúcêíes menorês, antês da Íermenta-ção. PoÍlanto, do ponto de vista bioquímico, a fabricâção dê cervejâ tem duas êtâpas:primeiío o amido é quêbrado enzimaticamentê em açúcares, sobretuclo a maltose, e êstâ,em sêguida, é transformadâ em álcool e giís carbônico pela âção das leveduras.

As semenles dos cêrêais, após íicar na águâ por um ou dois dias, 6ã0 drenâdas ecolocadas êm tempêratuE adequada para que tenha início a geminação. Durânte esseprocesso, as semêntes produzem ênzimas que tÍansformam o amido em açúcares. o quesê denomina maliê, por oxemplo, é a semênte de cevada recém-germinadâ, seca.

O maltê é mistuÍadocom águaeÍervido, para a oxtração dos açúcares, aminoácidos,minerais e essênciâs âromáticas. AoÍim dâ íervura adiciona-se lúpulo, quê se constiluideíloros temininas secas daplanla Humulus lupulus. Além dg confedr à cerveia o sâbor amar-go caracteríslico. o lúpulo injbe o crêscimênto de bactórias contaminantê4.

A mistura de malte e lúpulo é imediâtâmgnte resííada ê adicionada â uma grandequantidade de lev€duras, populârmentê chamada€ de Íermênto. As levêduras dsgradamos açúcares da mistura, produzindo boíbulhas e espuma. Após alguns diâs, a reação ces-sa e as leveduras se depositam no fundo do tanque de fermentâção. O líquido sobrena-dante é, enlão, estocado em tonéis porváriâs sgmanas, a baixa lemperatura. antes de serêngarraÍado. Osedimonto de levedura obiido é utilizado na inoculaçào de um novo €xtGttode malte.

A escolha da levedura é o íator mais impoítante para definir o tipo ê â qualidade dac€rveja. Os Íâbíìcantos de cervêja vêm selecionando e cuftivando linhageng d€ levedurascom diferentes propri€dades íementadoíâs. De modo geral, as lêveduras de côÍveja são dêdois üpos: supedor (Saccharcmyces êêrcviaae) e inlertot lsacdÊtomyces êddsborgensis).As leveduras supedores apresêntam elevados índices de Íementâção, produzindo grandequantidade dê álcool o giís carbónico; são usâdas na fabricação de ceryêjâs de alto teoralcoólico, como â mâioria das cervêjas inglesas. As ceNejas americanas, êuropéiâs e bratsi-leiíâs, êm sua maiodâ, usam leveduras inÍeriores, que produzom menos álcool.

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flfiA ICÀRdcrERÍsrIcAs. oRGÀNrzÀcÃo D DIVÈRSIDADD Dos fuNcos

1. Qual é a formà de nutÍição dos fungos em geml?

2. Explique resumidâmente o que são fungos saprófâgos.

3. Quâl é a orgânização básìca dos fungos filanentosos?

4. O que são hifâs cenocíticas e hifàs septâdrs?

5. O que é o corpo de frutificação formado pof certos ÍìngosÌ Dê umexemplo.

FI(I|A 2A clÀssrFrcaçÃo Dos FtINGos

r. Quaìs sao os fìlos e classes incluídos no reino Funso? Quaìs são os critérios utilizadospam essà cÌassiflcação l

2. Caracterize resumjdamente cadr umâ dâs classes do filo Eunycoltì.

HCHA 3REPRoDUçÃo Nos FUNGoS

Explique resumidamente os seguintes processos de reprodução âssexuada emtìngosìa)frâgmentâçãoi b)brotamentoì c)esporuÌação.

Esquematize, da maneira maìs siÌÌplificâdâ possíve1, os cicìos scxüis de um ficomiceto, de um nscomiceÌo e de um ha\ id iomiLeto.

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A. TESTES

Bloco 1. Característic.âs gerais e clâssificâçãodos fungos

r. (Cesgurio) Ausên.iâ de clorofila, reproduçãoao menos em paÍe por esporos e ausêncÌa de sistemas vâscuÌees são cüac1erísÚüìsia)dãs aÌgas e liqueN. d) do! fungos.b) dos lungos e liqüens. è)dsaÌgas.

2. (UFES) Desnânchando-se uma porção de feFtuenlo Fleischmann (fernenlo de pão) em unlouco de água e levudo se Dmâ gota desta prepüação, ènlre Ìâmina e lmínula, ao nidoscópio,

a) um tipo de fungo uniceluld.b) um tipo de fungo fìlìmenloso.c) coÌônid de bactériÀs esféricas.d) un Ìíquido esbrúquiçado, de apdêlcìa hoDo

gêneú. já que este fermenro é um p.oduro químico que se dissolve na água.

e) !m tipo de alga üniceluld mutdte. incapu desinletizr pigmentos.

3. (UFMC) Sementes oleaginosar, como o mendoim, são fteqüentemente contâninadas pela

aflatoxi.a, uma substância !óxica lroduzida porncroorganfnos que apresenram hifas, núcleoorSarizado e não possuem clorofila. Eses mic.o-organismos loden ser cÌassìficados como:

4. (U. Taubaté SP) Enrende se por micéÌio:a) um conjunro de hifas enâÍ&nhadas.b) o corpo de ftutificação dos fungos.c) o nesno que bâsidióspo.o.d) um proce$o de união sexual das hifas.

Bloco 2. Reprodução nos fungos

5. (UFBA) Encontram{e à vezes, em cenos ambienres. pedaços de pão relobeÍos de boloÍ. Ex-plica se e$e falo porquè o bolor representa:a) Ìm olóniade beteriâs que se dsflvolveu a paÌ-

ú de 'm

ìínica bdcreria qúe contanilou o pão.b) o levedo usado no prepdo do pão. que se de-

senvoÌveu e tomou uma colorâção escua.c) un âgtupmento de úic.oorganismos que apa

recdm no pão, por geração espontârea.d) un conJunto de fulgos originados de esporos

exìstenres no d e qle se deknvolveram no pão.e) o rÊsultâdo do apodrecimenro dâ fâÍinhâ utilÌ

za.lâ no fâbrico do pao.

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ó. (Puc/Campinas SP) 8.

9.

(UFPA) As Dicorizas são exempÌos de relâçãoenire os seres vivos e são denominadâ!:

(PUC-RS) os üquens se reproduzèm dsexuadãmente por propáguìos fomados de funSos e aì-gas, qüe receoem o nome de:

As figuÍas ildice:I. lrataÍ{e de um ascomiceto, pois honve fots

mação de ascos e [email protected] tataHe de um balidiomiceto, pois houve

formação de bâsídios e bãsidiósporos.I[. que é las lamela3 do corpo de fÍutificação

que ocore a tbnnação dos [email protected] a altemtiva cor€tâ:â) Ëslão coretas apenas t e ILb) Estão coÍretâ! âpend tr e trLc) EstAo conetâs âpenas I e IILd) To{ìas estão coretas.e) Todâs estão incoÍeias.

Bloco 3. ImportâÍciâ êcológica e econômicâdos fungos

7. (Mâckenziè-sP) AÌstMs €spécies do gên€ro Peri.tli"d desmpeúam imponânie papeÌ da ob-tenção de úúbióticos e lâmbém na fÀbricação dequeijos. Na dcâla de clâssificãção dos wrcs. 6Püiciriu.t é considerado:

B. QUESTÕES DISCURSIVAS

10. GÌnicmp-SP) Cite dois exempìos de fungos ediscuta suâ importância,

rr. Guv€sr-SP) Os liqu€ns são fomâdos pela asrc-ciação de dois tipos de organisno.a) Quais são eles?b) Expljque o tipo de interâção enrÍe eses dois

U. GrFRI) A produção de vinho é nm dos ex€mplogmis útigos de biotelnologia. O livro do Gêne-sis já nos falâ da embnasuez .le Noé. EÌnbom vá-nos fatorcs devaÌn ser levados em conta na pro-dução de um bom vinhoo sabor etc. -. o processo depetrde essenciâlm€n-te .la degrâdação do suco d6 uvas por l€vedurâraÍeÍóbias facultativas, presentes m casca do fruto. Nã fementação, nome dÀdo a ese pcesso,o açúcd da uva é tlegradado a ál@ol etíico (eta-nol). Expüque lor que s€ eviÌa. !a produçÂo devinho. o contaio do súo de uva com o ar.

ì) tunso.d) úfls.

1. Eru@re, de foma rcsumid4 âr câmct€rísticd í-

2. Dbcuta o pâpel ecológico desemte!ÌEdo pelosfungos (iuÍrâmen e om as bacréúd).

3. Os tungos pâra;iâ8 causam doenças ao hoÌnem,aos animais e às plantas. Dê exemplos de$asdoènçd em homers e vegetâis.

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