cap 3 - teoria elementar da plasticidade
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3.1 Capítulo 3
Teoria Elementar da Plasticidade
________________________________________________________________________________
As noções básicas para esta teoria surgiram nos anos de 1924-25 com Siebel e Karman para solucionar problemas de laminação. Nos anos que se seguiram Sachs estendeu a teoria para trefilação e Siebel, juntamente com Pomp, para o processo de forjamento. Para um estado de deformação, como por exemplo no processo de laminação, uma particularização da Teoria Elementar da Plasticidade denomina-se: “Método das Tiras ou Lâminas”. O desenvolvimento desta teoria para um sistema com simetria axial levou a duas outras novas particularizações: “Métodos dos discos” e o “Método dos tubos”. São modelos análogos usados para a solução de problemas relacionados com os processos de trefilação, extrusão e forjamento. 3.1 Métodos das Tiras Para o desenvolvimento do “Método das Tiras”, considera-se um estado plano de deformações. As seguintes condições são necessárias para serem observadas (fig.3.1): - as ferramentas que efetuam a conformação possuem simetria; - as massas e forças de inércia podem ser desprezadas; - entre ferramenta e material a ser conformado vale a Lei de Atrito de Coulomb com a constante de atrito µ; - a tensão de escoamento kf é dada como função de deformação (ϕ ), da velocidade de deformação (ϕ& ) e da temperatura (ϑ )
Figura 3.1 - Método das Tiras
3.2
Quando se analisa as tensões numa tira (fig.3.2) tem-se como resultante das forças atuantes na direção z: sen.. Nzresult dFdFdFz −= (3.1)
αα sen.cos.. dFNdFdFz Nresult −= (3.2)
αµα sencos
.
−=
resultdFdF z
N (3.3)
A condição de equilíbrio das forças na direção x será: ( ) 0sen2cos2 =−−+− ααµ NN dFdFdFxFxFx
( )αµα cossen2 +=− NdFdFx (3.4)
Figura 3.2 - Condição de equilíbrio numa tira infinitesimal
Substituindo na equação. (3.4) o valor de NdF da equação. (3.3), tem-se:
αµα
αµα
sencos
cossen2 .
−
+=− zresultx FdF (3.5)
Dividindo-se o numerador e o denominador por “cos” a equação (3.5) transforma-se em:
( )( )αµ
µα
tg
tgdFdF zresultx
−
+=−
12 . (3.6)
Introduzindo-se o conceito da substituição do coeficiente de atrito µ pelo ângulo de atrito ρ: µ = tg ρ, a equação (3.6) transforma-se em: dFx = 2dFz result . tg (α + ρ) (3.7)
3.3
Para o caso da compressão de um corpo em forma de paralelepípedo (fig. 3.3) a força Fx será calculada por: Fx = σx . h . b ou dFx = d (σx . h . b) (3.8) e dFz result. = σz . dx . b (3.9) Substituindo-se os valores das equações (3.8) e (3.9) na equação 3.7, tem-se: d (σx . h) = -2 σz dx . tg (σ + ρ) (3.10) ou
( ) ( ).2
.ρασ
σ+−= ztg
dx
hxd (3.11)
Esta é a equação básica. Com a hipótese da máxima tensão de cisalhamento de Tresca (Lei de Escoamento de Tresca): σx - σz = kf ou σz = σx – kf pode-se escrever a equação (3.11) como:
( ) ( )ρασσσ
+⋅−⋅−=+⋅ tgkfdx
dhh
dx
xdxx 2
ou ainda:
( ) ( )ραρασσσ
+⋅+
+−−⋅= tgkf
htg
dx
dh
hdx
xdxx
22
1
com αtgdx
dh⋅−= 2 da (fig. 3.4) tem-se:
( )[ ]
( )
( )
( )
022
=+⋅⋅−⋅−+⋅+44 344 21444 3444 21
xg
x
xf
tgkfh
tgtghdx
xdρασαρα
σ (3.12)
Por integração a equação diferencial (equação 3.12) apresenta a seguinte solução:
( )
⋅
∫⋅−
∫= ∫
⋅⋅−
dxexgex
x
x
dxxf
x
dxxf
x
x
x
x
x
)()(
)(σσ (3.13)
3.4
Figura 3.3 Compressão plana de um bloco.
Figura 3.4 Exemplo da tira com ferramental não plano
Sendo xσ uma tensão conhecida numa posição xx = qualquer, esta equação pode ser
utilizada para os casos em que as integraçoes sejam possíveis de resolver. Quando não é este caso, processos numéricos podem ser usados para resolvê-la. De um modo geral é empregada a equação 3.12 para a solução de problemas práticos. Abaixo são explicados alguns casos particulares:
a) Compressão plana sem atrito: α = 0, ρ = 0
f (x) = 0; g (x) = 0; σx = constante = 0 sendo kf = σx - σz e σx = 0, σz = -kf b) Compressão plana com atrito: α = 0;
quando x = 2
b, 0=σ (posição x conhecida)
f(x) = µh
2 h → constante através da tira usando a equação (3.12).
g(x) = kfh
⋅⋅ µ2
−⋅=
−⋅ x
b
hx ekf
22
1µ
σ
−⋅
⋅−=x
b
h
z ekf2
2µ
σ (3.14)
3.5 A expressão (equação 3.14) pode ser aproximada para:
−+≈
−⋅
xb
he
xb
h
2
212
2µ
µ
então a tensão zσ pode ser calculada por:
−⋅+⋅−≈ x
b
hkfz 2
21
µσ (3.15)
Figura 3.5 - Compressão com atrito
A fig. 3.5 mostra a distribuição da tensão
zσ conforme as equações (3.14) e (3.15) numa compressão plana com atrito. A resistência à deformação kw é:
lb
dxzl
A
Fzkw
⋅
⋅⋅⋅==
∫σ2
⋅⋅=⋅= ∫
2/
0
b
zzzzz dxleFdAFdF σ
+⋅≈
h
bkfmkw µ
2
11
(válido para pequenos h
b⋅µ)
sendo:
⋅+⋅=
h
dkfmkw µ
3
11 onde 0,25 ≤ µ ≤ 0,5 (a quente)
0,05 ≤ µ ≤ 0,15 (a frio) 3.6
o valor da resistência à deformação para corpos de prova cilíndricos. 3.2 Método dos Discos
Fazendo as mesmas considerações do item anterior e considerando a fig. 3.1, chega-se a:
( )[ ]
( )
( )
( )
022
=+⋅⋅⋅−+⋅+44 344 21
m444 3444 21
xgxf
tgkfr
xtgtgrdx
xdρασαρα
σ (3.16)
O sinal é utilizado quando durante a deformação o raio r diminui.
Figura 3.6 - Método dos discos
Para exemplificar o Método dos Discos efetuar-se-a a aplicação da equação 3.6 para o Processo de Trefilação sem atrito. Nesse caso tem: µ = 0 tg ρ = 0 ρ = 0; sinal superior na fórmula
02
=⋅−= ασ
tgkfrdx
xd
dxtgkfr
x
x ⋅⋅= ∫ ασ0
12
Conforme a fig. 3.7, através de uma relação de triângulos, tem-se:
αtgxrr ⋅−= 0 (3.7)
3.7
( )
dxrxtg
tgkfL
x ∫ +−
⋅=
0 0
2α
ασ
+⋅−⋅⋅⋅=
=
0
0ln2r
rtgLkfm
Lx x
ασ
Sendo αtg
rrL 10 −
=
1
0
0
1 ln2ln2r
rkfm
r
rkfmx ⋅⋅=⋅⋅−=σ
rkfmx ϕσ ⋅⋅= 2 (sendo Ar ϕϕ =2 )
Figura 3.7 – Considerações geométricas de uma fieira de trefilação de barras.
A força necessária para trefilar será então calculada por:
.
;
1
1
AkfmAF
AF
x
x
ϕ
σ
⋅⋅=
⋅=
3.3 Método dos Tubos
A aplicação do Método dos Tubos é bastante reduzido em relação aos dois métodos anteriores. É perfeitamente aplicável ao processo de compressão em corpos compactos. A equação diferencial (3.12), válida quando:
12 <<αtgh
x
sendo o cálculo de σr dado por (fig. 3.8):
( )[ ]
( )
( )
( )
022
=+⋅⋅−−+⋅−44 344 21444 3444 21
rgrf
tgkfr
rtgtgrdr
rdρασαρα
σ
( )( )
⋅
∫⋅−
∫= ∫
⋅
−
drerge
r
r
drrf
r
drrf
rr
r
r
r
σσ
)(
3.8
Figura 3.8 - Método dos Tubos
Exemplificando a aplicação do Método dos Tubos numa compressão com atrito, tem-se:
α = 0
tg δ = µ
kfh
rg
hrf
µ
µ
2)(
;2
)(
=
=
Para 2
dr = tem-se: .0=rσ
Com isto,
−=
−r
d
h
r ekf 22
1µ
σ
drrekfr
z
d
h
z ⋅⋅⋅−=
=
µ
σ2
A força de compressão será:
drrF
d
zz ⋅⋅⋅= ∫2/
0
2 σπ
drredkfFr
d
h
z ⋅⋅⋅⋅= ∫
−
0
22/2µ
π
.4
14
22
2
⋅
−⋅⋅⋅=
µµπ
µhd
eh
kfF h
d
z