gestão elementar

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1 1. Gestão do Ar Gestão Elementar 2. Gestão da Água 3. Gestão da Terra/Solo 4. Gestão do Fogo/Energia 5. Gestão da Vida 6. Vida da Gestão 7. Prateoria da Gestão 8. Congresso Mundial da GE 9. Governo Elementar 10. Elementos de Governo: Cultureducação do Ar, da Água, da Terra/Solo, do Fogo/Energia e da Vida Vitória, terça-feira, 17 de fevereiro de 2009. José Augusto Gava.

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governadoria dos elementos: ar, água, terra-solo, fogo-energia e vida

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Page 1: Gestão Elementar

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1. Gestão do Ar

Gestão Elementar

2. Gestão da Água 3. Gestão da Terra/Solo 4. Gestão do Fogo/Energia

5. Gestão da Vida 6. Vida da Gestão

7. Prateoria da Gestão 8. Congresso Mundial da GE

9. Governo Elementar 10. Elementos de Governo: Cultureducação do Ar, da Água, da Terra/Solo, do Fogo/Energia e da Vida

Vitória, terça-feira, 17 de fevereiro de 2009. José Augusto Gava.

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Capítulo 1 Gestão do Ar

As versões mais antigas da humanidade tinham a

Bandeira Elementar (ar, água, terra/solo, fogo/energia – e no centro de tudo, Vida geral) como sendo dever do Estado Divino, tarefa de Deus; pode até ser, quando se é criança, mas agora a humanidade chegou (como anunciou Arthur C. Clarke de outra forma) ao fim da infância.

BANDEIRA ELEMENTAR

(veja assim, na vertical, um elemento em cada vértice do losango; como dizem – erradamente – que as cores da bandeira brasileira representam o verde das florestas, o amarelo do ouro, o azul do céu e o branco da paz, temos dois elementares representados e a vida: matéria do ouro e ar do céu.

crítica NA REALIDADE TUDO É DIFERENTE

O verde das matas - Coitada da Amazônia, tão devastada O amarelo - ouro está no bolso dos políticos

O azul do céu - quanta poluição O branco de que Paz? - A violência acabou com ela!!!

realidade • As cores: As cores verde e amarelo estão associadas à casa real de Bragança, da qual fazia parte o imperador D. Pedro I, e à casa real dos Habsburg, à

qual pertencia a imperatriz D. Leopoldina. Círculo interno azul: Corresponde a uma imagem da esfera celeste, inclinada segundo a

latitude da cidade do Rio de Janeiro às 12 horas siderais (8 horas e 30 minutos) do dia 15 de novembro de 1889.

• As estrelas: Cada estrela representa um estado da federação. Todas as estrelas têm 5 pontas. As estrelas não têm o mesmo tamanho; elas aparecem em 5

(cinco) dimensões: de primeira, segunda, terceira, quarta e quinta grandezas. Estas dimensões não correspondem diretamente às

magnitudes astronômicas, mas estão relacionadas com elas. Quanto maior a magnitude da estrela maior é o seu tamanho na Bandeira.

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• A faixa branca: Embora alguns digam que esta faixa representa a eclíptica, ou o equador celeste ou o zodíaco, na verdade a faixa branca da nossa bandeira é apenas um lugar para a inscrição do lema "Ordem e

Progresso". Ela não tem qualquer relação com definições astronômicas.

Agora Mamãe Natureza e Papai Deus pararam de servir neném na boquinha e devemos por nós mesmos trabalhar para sustentar nosso ambiente.

A INFÂNCIA DA HUMANIDADE ACABOU

As preocupações de Mamãe Natureza

findaram.

Que gracinha nós éramos, tão bobinhos.

Os anjinhos nem sabiam o custo...

... de toda aquela alimentação.

Capítulo 2 Gestão da Água

GESTÃO DA BANDEIRA

• gerência do ar;

(várias gerências para o planeta, pois o ar não tem fronteiras, como já notaram)

• gerência da água; • gerência da terra/solo; • • GERÊNCIA DA VIDA

gerência do fogo/energia;

É preciso votar, país a país, conforme os critérios do Congresso de Oslo (para as mulheres) por área, população, PIB e os demais. Colocarei este congresso

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em Meca, na Arábia Saudita, porque lá é desértico – para lembrar as pessoas do perigo que correm.

• CONGRESSO DE MECA

CONTRADELEGADOS

1. critérios do ar (mais sujo);

(cada um da metade “mais alguma coisa” deixará de enviar um delegado):

2. critérios da água (mais poluída); 3. critérios da terra/solo (mais

contaminada); 4. critérios do fogo/energia (de maior

desperdício); • DELEGADOS

5. área; (critérios de posse)

6. população; 7. PIB; 8. excelência tecnocientífica; 9. iniciativas ecológicas; 10. etc.

Evidentemente a NOVECONOMIA girará em torno da Bandeira Elementar:

• agropecuária/extrativismo (digamos, do ar); • indústrias (condições de transporte de água

das regiões ricas dela para as pobres; de dessalinização – um PROGRAMA DO SAL precisa ser inventado, tendo como subproduto a água);

• comércio (de energia); • serviços (de assessoria de todo tipo às

terras do mundo); • BANCOS DA VIDA (preservação do

ecopatrimônio). É bem evidente que deve haver eqüipartição dos

tributos, para beneficiar todos os ambientes (25 % para cada conjunto):

1. cidades-municípios (300 mil);

2. estados (4 mil);

3. nações (200); 4. mundo (um só).

Para não provocar ciúmes, seria interessante o governo mundial atribuir tarefas:

• ar (que é global) para o mundo; • água (que é nacional) para os países;

água

fogo

-energia

terra -solo

ar

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• terra/solo poderia ser estadual; • fogo/energia (seria democrático) das

cidades-municípios

1. gerência mundial do ar

2. gerência nacional da água

3. gerência urbano-municipal do fogo-energia

4. gerência estadual da terra-solo

Assim, a energia ficará a miúda e cuidadosamente a cargo dos poderes super-locais, com administração global de tudo e tarefas atribuídas. Precisamos ainda casar as cores (desde que sejam estas, da bandeira brasileira), segundo a Rede Cognata.

Capítulo 3 Gestão da Terra/Solo

Devemos respaldar os que tomam atitudes positivas

e avançadas de preservação e desenvolvimento do solo e repudiar financeiramente os que desenvolvem ações daninhas, estabelecendo critério de pontos para pedidos (aceitos ou negados) de financiamento, elegendo os vários quesitos de acordo com os pesquisadores do Conhecimento (Magia-Arte, Teologia-Religião, Filosofia-Ideologia, Ciência-Técnica e Matemática).

Respaldo (reforço positivo) CRITÉRIOS DA TERRA

Repúdio (reforço negativo)

CONGRESSO DA TERRA

terratenentes

(por milhão de possuidores ou não-possuidores; como o número daqueles é bem menor que os destes, da metade de cada um ou de cada 50 % da paridade os minoritários terão VOTOS VAZIOS, sujeitos ao presidente rotativo-alternativo, dois anos de cada vez; os usurários do solo, bem como os destruidores terão CONTRAVOTOS, um retirado para cada ato hostil)

sem-terras

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A DIVULGAÇÃO CRESCENTE PELA MÍDIA

• Internet (já e planetária desde o nascimento):

(o que pressupõe um congresso de discussão e assentimento em cada sub-setor) – precisamos disso com urgência:

• Rádio Mundial:

• Revista Mundial:

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• Jornal Mundial:

• Livro-Editoria Mundial:

• TV Mundial:

• Telefonia Mundial:

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• Correios Mundial (e não apenas FedEx):

Nos mais isolados lugares, com a tecnociência mais avançada.

• Biblioteca Mundial (que a UNESCO se antecipou e lançou):

• Escola Mundial (planetária mesmo, planejada

como tal para ensinaprendizado da coletivização da humanidade):

• outras.

Globalizar significa globalizar TUDO, o que é uma tarefa do tamanho do mundo.

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Capítulo 4 Gestão do Fogo/Energia

CÍRCULOS CONCÊNTRICOS (o menor será mais intenso e de maior conhecimento, o maior será de maior poder de decisão)

Não basta ter a idéia, é preciso controlar os

vários elementos de cada círculo COM ESCOLAS, que são precauções coletivas do que se deve e do que não se deve fazer e não apenas locais para transferência de conhecimento.

O estudo dos elementos deve começar no pré-primário ou em casa desde o berço e prosseguir por toda a vida; deve se INCONDICIONALMENTE ensinado e debatido todos os dias de nossas vidas.

Capítulo 5 Gestão da Vida

Devemos começar a GESTÃO DA VIDA em todo o mundo,

sem fronteiras, com os governantes-legisladores-juizes mundiais com autoridade ou lei (no máximo um ano) restritiva sobre atividades de todo o planeta, obedecendo-se internamente em cada conjunto.

A RIQUEZA ELEMENTAR DO BRASIL (para o novo século e o novo milênio, são vários os índices de dominância)

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1. riqueza em ar (tanto da megafloresta em processo de destruição quanto do mar, em curso de envenenamento);

2. riqueza em água (muitas grandes bacias e o

aqüífero Guarani; podem existir outros): A água no Brasil

Autora: Margi Moss Data: 8/12/2007

O Brasil é um país privilegiado no que diz respeito à quantidade de água. Tem a maior reserva de água doce da Terra, ou seja 12% do total mundial. Sua distribuição, porém, não é uniforme em todo o território nacional. A Amazônia, por exemplo, é uma região que detém a maior bacia fluvial do

mundo. O volume d'água do rio Amazonas é o maior do globo, sendo considerado um rio essencial para o planeta. Ao mesmo tempo, é também

uma das regiões menos habitadas do Brasil.

Em contrapartida, as maiores concentrações populacionais do país encontram-se nas capitais, distantes dos grandes rios brasileiros, como o

Amazonas, o São Francisco e o Paraná. O maior problema de escassez ainda é no Nordeste, onde a falta d'água por longos períodos tem

contribuído para o abandono das terras e para a migração aos centros urbanos como São Paulo e Rio de Janeiro, agravando ainda mais o

problema da escassez de água nestas cidades.

Além disso, os rios e lagos brasileiros vêm sendo comprometidos pela queda de qualidade da água disponível para captação e tratamento. Na região amazônica e no Pantanal, por exemplo, rios como o Madeira, o Cuiabá e o Paraguai já apresentam contaminação pelo mercúrio, metal

utilizado no garimpo clandestino, e pelo uso de agrotóxicos nos campos de lavoura. Nas grandes cidades, esse comprometimento da qualidade é

causado por despejos de esgotos domésticos e industriais, além do uso dos rios como convenientes transportadores de lixo.

Mais informações acesse: www.brasildasaguas.com.br

Mande uma mensagem para a autora: Margi Moss

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3. riqueza em terra-solo (8,5 milhões de km2; com a criação de gado em cinturões superintensivos em torno das cidades, com a redução dos nascimentos humanos até a mera reposição, com a pesquisa & desenvolvimento de conhecimentos tropicais, com um monte de iniciativas podemos reduzir o uso a 25 % ou menos, desejavelmente 10 % ou menos):

tipos

ocupação

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4. riqueza em fogo-energia:

Vantagens e desvantagens

das fontes de energia Eólica e solar - São fontes limpas, com reduzido impacto ambiental.

Dependem, porém, da existência de luz ou vento. Sua implantação é cara e requer grandes áreas para instalação.

Nuclear - Tem alto poder de concentração energética. O Brasil possui a sexta maior reserva de urânio do planeta. Desse total, 33% estão localizados

na Bahia (Lagoa Real e Caetité). Requer alta tecnologia para o enriquecimento de urânio. Hoje, provoca sérios danos à saúde e ao meio ambiente em caso de acidentes. Os resíduos gerados representam um

problema ambiental. Biomassa - Renovável, pode ser extraída de diversas fontes vegetais, ampliando o leque de regiões potencialmente produtoras. No Brasil, há grandes possibilidades de produção em larga escala até mesmo para

exportação futura. O problema é que requer grandes áreas de plantio e de investimentos privados na construção de um parque industrial e no

desenvolvimento de pesquisas. Hidráulica - Potencial para gerar energia elétrica em larga escala de modo

renovável , utilizando-se da força das águas. Sustenta boa parte da produção da energia elétrica consumida hoje nos lares brasileiros. Requer altos

investimentos na construção de hidrelétricas. Apesar de ser renovável, há

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limites para a instalação de usinas ao longo das bacias brasileiras. Gás natural - Não é renovável. Alternativa ao petróleo em muitos países. As reservas mundiais estão em alta e poderão ser o “combustível de transição”

com o declínio das reservas de petróleo no mundo.

5. riqueza em Vida:

Capítulo 6 Vida da Gestão

A humanidade foi amplamente reprovada enquanto

coletivo em relação à “mão invisível” da condução dos negócios da Terra; Deus (como na parábola de Cristo) entregou a administração do lugar à humanidade e em vez de aumentar o patrimônio ela o diminuiu muito.

Na “escola da vida” a humanidade ficou reprovada. Muitos alunos se destacaram individualmente, mas

a classe como todo fracassou miseravelmente.

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DESTAQUES INDIVIDUAIS 1. iluminados; 2. santos e sábios; 3. vários estadistas; 4. os que cuidam de animais; 5. os que salvam os primatas; 6. os que cuidam das plantas e dos fungos; 7. outros. É preciso implantar e vivenciar a alimentação

vegetariana e desenvolver alimentos artificiais e sintéticos que realmente atendam nossas demandas.

Capítulo 7 Prateoria da Gestão

Prática-teoria da gestão elementar se compondo

aos poucos para os próximos séculos, aprendendo e ensinando, até que lá na frente tenhamos uma espécie humana realmente consciente de seu suporte vital.

GESTÃO MUNDIALPRÁTICA ATUAL

(sem alimentar a teoria)

(realimentação)

TEORIA ATUAL (sem realimentar a

prática)

Trabalhadores: trabalho

demais.

PRATEORIA MUNDIAL

Saindo desse círculo vicioso

para um ciclo virtuoso (sentido contrário a este).

Intelectuais:

irresponsabilidade demais.

Precisamos des-montar todo o ensinaprendizado antigo - voltado para os atendimentos de classe à burguesia - para montar o novo, de serviço mundial A TODOS e a cada um, seja onde for.

Está certo que o Brasil (sendo de descoberta portuguesa com Cabral em 1500) tenha apenas cinco séculos e seja pouco desenvolvido perante outros, mas foi aquinhoado com grandes riquezas de todo tipo, especialmente na Bandeira Elementar.

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Capítulo 8º Governo Elementar (GE)

A GE DO MUNDO VINDOURO (as pessoas têm realmente de se empenhar nisso como forma de sobrevivência do coletivo: é a última chamada!)

Quadrado elementar com centro na vida.

Ações focadas na autenticidade e outros valores “do bem”.

De olho na Bandeira Elementar (diariamente todas as ações humanas tendo-a como

pano de fundo das decisões). Ao longo de 10 milênios os seres humanos fizeram

tudo que quiseram, como crianças mimadas; está na hora de crescer, de responder por nossos atos. Todo gênero de atrocidade nós cometemos. Seria interessante alguém avaliar (de fora) as coisas que fizemos, quer dizer, fazer uma LISTA DE REPROVAÇÕES, tudo que podemos considerar reprovável em nossa espécie ao longo dos mil’anos, sem “passar a mão na cabeça”, sem complacências, como um Pai julgando o filho ou a filha.

Agora é o caso de gerir, de gerenciar como qualquer adulto deve fazer. Acabaram as facilidades, as “molezas”, os supercuidados de Papai e Mamãe: agora estamos por conta própria.

Então, um novo tipo de governante é necessário: 1) sem vacilos;

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2) sem estupidez; 3) sem descuidos; 4) sem desatenções e assim por diante. ELES SÃO ESCANDALOSOS (e Jesus falou explicitamente contra isso!)

Acontece de os congressos políticos, os

executivos governamentais e os judiciários de juizes de todos os países, especialmente os do Brasil, terem dado as piores demonstrações sobre como NÃO CONDUZIR OS NEGÓCIOS HUMANOS.

Porisso, para chegar ao executivo-legislativo-judiciário mundial futuro devemos antes desconstruir o passado, desmontá-lo mesmo, reduzi-lo a zero, mas sem solução de continuidade, pois esta crise em curso é a CONDIÇÃO DE ULTRAPASSAMENTO, a chance que teremos de dissolver os coágulos que estão nos matando física e mentalmente.

Capítulo 9 Governo Elementar

OS NOVOS GOVERNANTES

• novos governantes do Executivo Mundial;

(as pessoas devem ser muito sérias na escolha, ao colocar para dentro do poder; e muito rápidas ao colocar para fora - punindo severamente os culpados de desvios de qualquer natureza)

• novos legisladores do Legislativo Mundial; • novos juizes do Judiciário Mundial; • novos empresários da socioeconomia

globalizada; • novos trabalhadores do Mundo Livre (das

ignorâncias do passado). Até agoraqui nós vivemos assim: 1. as necessidades apareciam, nós as

satisfazíamos; 2. isso gerava problemas e conflitos, nós os

resolvíamos;

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3. o que dilatava o mundo humano enormemente, quer dizer, nossa presença ofensiva na Terra;

4. chegávamos a novos problemas, com o fim de tudo que não fosse humano ou humano-domesticado;

5. recomeçava. Dagora-daqui por diante precisamos viver assim; 1. antes de dar qualquer passo CONJUNTAMENTE o

Conhecimento (Magia-Arte, Teologia-Religião, Filosofia-Ideologia, Ciência-Técnica e Matemática) geral e os congressos vários se reunirão para determinar os novos limites;

2. daremos um “desconto dos imponderáveis” e avançaremos;

3. nomes familiares desaparecerão, nós teremos cada vez menos filhos, o horizonte da Terra será expandido ao espaço, os ambientes degradados serão recuperados, a socioeconomia crescerá PARA DENTRO, todo gênero de construção dispensável será descontruída;

4. o Conhecimento e os congressos se pronunciarão sobre novas limitações;

5. recomeçará. NOVAS DISCIPLINAS NAS ESCOLAS

A)

(com a pós-contemporanização do ensinaprendizado, tal como tenho dito tantas vezes)

a.1) estudos e auto-contenções individuais; a.2) estudos e auto-contenções familiares; a.3) estudos e auto-contenções grupais; a.4) estudos e auto-contenções empresariais;

DISCIPLINAS PESSOAIS:

B) b.1) auto-contenção urbano-municipal; b.2) auto-limitação estadual; b.3) auto-circunscrição nacional; b.4) GOVERNO MUNDIAL DISCIPLINADOR E AUTO-

DISCIPLINADOR.

DISCIPLINAS AMBIENTAIS:

BANDEIRA MUNDIAL PARA A GESTÃO ELEMENTAR

gestão da água

(modificada dessa do Brasil)

gestão do ar

gestão da terra/solo

gestão do

fogo/energia No centro a gestão da Vida geral.

A bandeira precisa ser modificada, mas mesmo assim representa o que desejo dizer: o futuro é só dos vivos!

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Capítulo 10 Elementos de Governo:

Cultureducação do Ar, da Água, da Terra/Solo, do Fogo/Energia e da

Vida

CULTUREDUCAÇÃO MUNDIAL DA BANDEIRA ELEMENTAR

1. C/E mundial incondicional sobre o ar;

(no centro de todo currículo em todo o mundo, em todos os graus, para todas as pessoas em toda a mídia)

2. C/E mundial integral sobre a água; 3. C/E mundial completa a respeito da terra/solo; 4. C/E mundial irrestrita sobre o fogo/energia; 5. C/E mundial cabal sobre a Vida geral. A PROCURA DE UM SÍMBOLO PARA O GOVERNO MUNDIAL DA GE

MUITO ELABORADO.

Simples, com quatro setas apontando o centro (onde se situaria a

vida num círculo). Vitória, domingo, 26 de abril de 2009. José Augusto Gava.

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ANEXOS Capítulo 1

POLUIÇÃO O QUE NÓS HERDAMOS DE NÓS MESMOS O GRAU REAL É PRECISO DETERMINAR OBJETIVAMENTE

DO AR A Poluição do ar A poluição do ar é caracterizada pela presença de gases

tóxicos e partículas líquidas ou sólidas no ar. Os escapamentos dos veículos, as chaminés das

fábricas, as queimadas estão constantemente lançando no ar grandes quantidades de substâncias prejudiciais à

saúde.

As causas da Poluição Atmosférica

Nos grandes centros urbanos e industriais tornam-se freqüentes os dias em que a poluição atinge níveis

críticos.

Os escapamentos dos veículos automotores emitem gases como o monóxido (CO) e o dióxido de carbono

(CO2 ), o óxido de nitrogênio (NO), o dióxido de enxofre (SO2) e os hidrocarbonetos. As fábricas de papel e cimento, indústrias químicas, refinarias e as siderúrgicas emitem óxidos sulfúricos, óxidos de

nitrogênio, enxofre, partículas metálicas (chumbo, níquel e zinco) e substâncias usadas na fabricação de

inseticidas.

Todos esses poluentes são resultantes das atividades humanas e são lançados na atmosfera.

Os efeitos

A emissão excessiva de poluentes tem provocado sérios danos à saúde como problemas respiratórios (Bronquite

crônica e asma), alergias, lesões degenerativas no sistema nervoso ou em órgãos vitais e até câncer. Esses

distúrbios agravam-se pela ausência de ventos e no inverno com o fenômeno da inversão térmica (ocorre quando uma camada de ar frio forma uma parede na atmosfera que impede a passagem do ar quente e a

dispersão dos poluentes).

Os danos não se restringem à espécie humana. Toda a natureza é afetada. A toxidez do ar ocasiona a

destruição de florestas, fortes chuvas que provocam a

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erosão do solo e o entupimento dos rios.

No Brasil, dois exemplos de cidades totalmente poluídas são Cubatão e São Paulo.

Os principais impactos ao meio ambiente são a redução da camada de ozônio, o efeito estufa e a precipitação de

chuva ácida.

A redução da Camada de Ozônio

A camada de ozônio protege a terra dos raios ultravioleta do sol, que são extremamente prejudiciais à

vida. Ela está situada na faixa de 15 e 50 km de altitude.

Os CFCs (clorofluorcarbonos) são compostos altamente nocivos a este escudo natural da terra. O CFC é uma

mistura de átomos de cloro e carbono. Presentes no ar poluído, o CFC é transportado até elevadas altitudes

quando é bombardeado pelos raios solares ocasionando a separação do cloro e do carbono. O cloro, por sua vez,

tem a capacidade de destruir as moléculas de ozônio. Basta um átomo de cloro para destruir milhares de

moléculas de ozônio (O3 ) formando um buraco, pelo qual, os raios UV passam chegando a atingir a superfície

terrestre. A redução do ozônio contribui para o efeito estufa.

Efeito Estufa

O efeito estufa é o aquecimento da Terra, ou seja, é a

elevação da temperatura terrestre em virtude da presença de certos gases na atmosfera. Esses gases permitem que a luz solar atinja a superfície terrestre,

mas bloqueia e enviam de volta parte da radiação infravermelha (calor) irradiada pela Terra.

O principal agente causador do efeito estufa é o gás carbônico (CO2 ) resultante da combustão do carvão,

lenha e petróleo.

Esse efeito é semelhante à dos vidros fechados de um carro exposto ao sol. O vidro permite a passagem dos raios solares, acumulando calor no interior do veículo,

que fica cada vez mais quente.

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As conseqüências desse fenômeno são catastróficas como o aquecimento e a alteração do clima favorecendo a ocorrência de furacões, tempestades e até terremotos; ou o degelo das calotas polares, aumentando o nível do

mar e inundando regiões litorâneas; ou afetando o equilíbrio ambiental com o surgimento de epidemias.

Chuva Ácida

A chuva ácida é uma das principais conseqüências da poluição do ar. As queimas de carvão ou de petróleo

liberam resíduos gasosos, como óxidos de nitrogênio e de enxofre. A reação dessas substâncias com a água forma ácido nítrico e ácido sulfúrico, presentes nas

precipitações de chuva ácida. Os poluentes do ar são carregados pelos ventos e viajam milhares de quilômetros; assim, as chuvas ácidas podem cair a grandes distâncias das fontes

poluidoras, prejudicando outros países. O solo se empobrece, a vegetação fica comprometida. A acidificação prejudica os organismos em rios e lagoas,

comprometendo a pesca. Monumentos de mármore são corruídos, aos poucos, pela chuva ácida.

DA ÁGUA Dr. Marcos Sommer

Há somente 50 anos o Oceano era ainda em grande parte um espaço

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natural virgem. Hoje, entretanto, a sobrepesca e a contaminação, que em proporção mais ou menos de 80% procedem de atividades

terrestres, são ameaças para a saúde dos oceanos, em particular as zonas costeiras, que são as mais produtivas do meio marinho.

Dez anos depois de entrar em vigor a Lei para os Oceanos (Convenção

das Nações Unidas, 1994), se torna evidente e notória a ruptura do diálogo do homem com os oceanos?

A brecha cada vez maior e insustentável entre riqueza e pobreza

ameaça a estabilidade da sociedade em seu conjunto e em conseqüência o ecossistema dos oceanos, o estado dos oceanos continua piorando em proporções alarmantes. Os compromissos nacionais e internacionais se

limitam a declarações de intenções e boa vontade.

A Convenção é um dos instrumentos jurídicos mais importantes do século XX. Concebida como um todo, reconhecendo que todos os

problemas do espaço oceânico estão estreitamente relacionados entre si e devem ser considerados conjuntamente, estabelece que os fundos marinhos e oceânicos e seu subsolo além dos limites da jurisdição

nacional são patrimônio comum da humanidade que todos têm direito a utilizá-los e obrigação de protegê-los. Prevê a solução obrigatória de

controvérsias, estabelece o marco jurídico global para todas as atividades que se desenvolvem nos oceanos e mares e contém normas

detalhadas que regulam todos os usos dos oceanos e definem os direitos e responsabilidades dos Estados.

Os oceanos, que cobrem 2/3 da superfície da Terra, contêm 9/10 dos

recursos de água e 90% da biomassa viva do mundo e são fonte primária de alimento para mais de 3,5 bilhões de pessoas. Além disso

são um recurso econômico vital que proporciona meios de vida a milhões de pessoas em todo o mundo.

Aproximadamente 90 % do comércio internacional se transporta por

mar. Mais de 29% da produção mundial de petróleo vêm dos oceanos. O turismo de praia e os cruzeiros são uma importante fonte de recursos

para muitos países, especialmente os pequenos Estados insulares em desenvolvimento. Cada ano se capturam em todo o mundo quase 130

milhões de toneladas de pescado, com um valor aproximado de US$ 60 bilhões, e o setor pesqueiro e a aqüicultura por si sós dão trabalho a 150

milhões de pessoas.

Além disso os oceanos através de suas interações com a atmosfera, litosfera e biosfera, desempenham um papel relevante na conformação

das condições que tornam possível as distintas formas de vida do planeta. De fato, sem os oceanos a vida não existiria em nosso planeta.

Os oceanos atualmente sofrem uma grave degradação devido à contaminação, à pesca excessiva e ao desmesurado crescimento urbano

costeiro.

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Quase 75 % das reservas pesqueiras dos oceanos experimentam os efeitos negativos da sobrepesca ou estão sendo extraídas até seu limite

biológico. As técnicas de arraste são danosas e destroem os habitats para a reprodução (FAO, 2003). Segundo o Fundo Mundial para a

Natureza (WWF) os subsídios à pesca, estão entre US$ 14 e US$ 20 bilhões por ano. A União Européia e o Japão são os países que mais

subsídios dão. As frotas pesqueiras são 40% maiores do que os oceanos podem

sustentar. A pesca representa pelo menos 1/5 da proteína animal total consumida na Terra.

Um dos problemas mais graves que se apresenta na atualidade é a fome, que não é só a necessidade de comer mas, como definem os

técnicos em alimentação e saúde, é a "privação contínua de alimento suficiente que impede de levar uma vida sadia". Segundo os dados do

Conselho Mundial da Alimentação, dos 6 bilhões de habitantes que tem o planeta; cada ano morrem, por causas relacionadas com a fome, entre

40 e 70 milhões; destes 15 milhões são crianças; o que significa que cada dia morrem 40 mil crianças de fome.

No esforço que a humanidade tem que despender para produzir

alimento, o oceano, que ocupa cerca de 75% da superfície da Terra, oferece grandes possibilidades, já que nele se reproduz uma grande

gama de seres vivos. Os avanços tecnológicos rápidos e os aumentos significativos na

população humana durante o último século resultaram em um aumento extensivo da exploração global das indústrias pesqueiras marinhas, ou seja: aumentou a capacidade de pesca das embarcações individuais. Os

radares permitem aos barcos pescar na névoa e na obscuridade; os sonares localizam os peixes com precisão, e os satélites de

posicionamento geográfico localizam locais produtivos de modo que os barcos podem voltar a eles. Atualmente os barcos podem arrastar pela água redes de nylon de vários quilômetros de largo e realizar capturas

de até 400 toneladas de peixes. Cerca de 40 % do que pescam é "lixo" e é devolvido ao oceano. Só no noroeste do Atlântico, a pesca colateral

ascende a 3,7 milhões de toneladas por ano. Os grandes mares e oceanos são cemitérios.

Segundo a FAO (2003), cerca de 50% dos recursos da pesca marítima

de todo o mundo estão completamente explorados, 25 % estão submetido à exploração excessiva e cerca dos restantes 25 % poderiam

resistir a índices de exploração mais elevados. Apesar do alerta, a tendência para o aumento da pesca excessiva, observada em princípio

dos anos 1970, ainda não se inverteu.

No início dos anos 90, se sabia que 13 dos 17 maiores bancos de pesca do mundo estavam esgotados ou em franca diminuição. A produção mundial de pescado passou dos 19 milhões de toneladas em 1950 a quase 130 milhões de toneladas em 2000, da qual fazem parte 36

milhões de toneladas procedentes da aqüicultura. A maior parte da

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pesca de captura (calculada em 85 milhões de toneladas) procede dos oceanos. As capturas incidentes e os desperdícios se calculam

aproximadamente em 20 milhões de toneladas cada ano (FAO, 2001). Como se pode observar, a situação mudou significativamente com

respeito o que se observava há 20 ou 30 anos, quando ainda se dava conta de uma certa quantidade de recursos virgens ou virtualmente

inexplorados. Esta situação indica que as possibilidades de aumentar efetivamente a produção pesqueira mundial são limitadas.

O "colapso generalizado" dos ecossistemas marinhos começou a

funcionar. No mar do Norte por exemplo, a população de bacalhau diminuiu a tal ponto que a indústria se concentra atualmente no badejo, uma espécie de segundo nível na pirâmide ecológica da qual o bacalhau

se alimenta. O badejo consome pequenos organismos como o krill. À medida que diminui a quantidade de badejo, a população de krill se

expande e a dos microorganismos dos quais este se alimenta se reduz drasticamente. Estes são também a principal alimentação dos bacalhaus

juvenis, isto impede a recuperação de bacalhau.

O Norte industrial financiou a consolidação das frotas de pesca industrial do Sul em desenvolvimento, nos anos 1960 e 1970, este

processo acelerou a redução dos cardumes e levou a que a metade da captura mundial seja feita nestes países pobres. A maioria da produção pesqueira nesses países é exportada, esta é a razão porque o pescado

não se converteu em um alimento básico no hemisfério sul.

As "Zonas Mortas" que são áreas onde escasseia gravemente o oxigênio está alcançando proporções alarmantes e se entendem pelos mares do mundo e podem converte-se em um perigo ainda maior do

que a sobrepesca. Este fenômeno se produz, entre outras coisas, devido ao crescente emprego de fertilizantes em regiões próximas as costas

que põem em perigo o ecossistema dessas áreas.

Os oceanos são grandes lixões de despejos urbanos, industriais, "línguas negras" (derrame de petróleo), fertilizantes, inseticidas ou produtos químicos (mais de meio milhão de substâncias diferentes),

radioatividade, metais pesados etc.

Segundo o último informe da organização Worldwatch Institute; "A Situação do Mundo em 2003", se calcula que acabam no mar entre seis

e dez milhões de toneladas de hidrocarbonetos ao ano, e 10 % disso provêm dos petroleiros acidentados. No mundo diariamente se

despejam duas milhões de toneladas de esgoto em rios, lagos, arroios e costa. Um litro de água residual contamina cerca de oito litros de água

doce.

É provável que os contaminantes tóxicos, como os pesticidas, sejam uma das ameaças mais sérias para a Diversidade Biológica Marinha e o bem-estar humano no século XXI. Mas a contaminação das águas não se relaciona unicamente com produtos químicos. Altas concentrações

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de sedimentos derivados freqüentemente da remoção da cobertura vegetal nas áreas de captação são igualmente prejudiciais para as

espécies marinhas. A ignorância generalizada sobre a importância dos ecossistemas

marinhos tem contribuído para a destruição e degradação dos ecossistemas.

No Mundo tem havido descuido quanto à conservação da Diversidade Biológica dos oceanos e há ecossistemas inteiros ameaçados de

extinção (Mar do Norte, Mar Báltico).

Cerca de 2/3 da aqüicultura depende do ecossistema costeiro (manguezais, recifes coralinos etc). À medida que diminui a extensão

dos manguezais, área úmidas costeiras e pradarias marinhas, os habitats costeiros perdem sua capacidade de atuar como filtros de organismos e

substâncias contaminantes.

A metade dos 6,3 bilhões de habitantes do planeta vivem em zonas costeiras, as grandes profundidades dos mares que cobrem 70% do globo - seguem sendo desconhecidas. Desde 1980, o tamanho da

economia global triplicou, enquanto a população aumentou em 30% até alcançar 6 bilhões de pessoas. O aumento da população e o

aproveitamento para agricultura e aqüicultura estão conduzindo à redução de manguezais, área úmidas costeiras, áreas de pradarias

marinhas e recifes de coral a uma taxa alarmante.

A ação humana sempre foi insignificante, comparada com a magnitude do ecossistema marinho, tudo era compensado pela natureza. O mar e a

atmosfera se comportam como infinitos, absorvendo os subprodutos indesejáveis da atividade humana. Mas nos tornamos demasiado

poderosos. Somos muitos e manejamos energias capazes de alterar equilíbrios naturais. O uso nacional e o manejo de ecossistemas estão

em primeira linha há anos. Atualmente estamos experimentando a fragilidade dos equilíbrios marinhos, a resposta nos são dadas pelos

Mares Indico e Báltico, quase mortos, o Mar do Norte, cujos recursos piscícolas declinam tragicamente, o Mediterrâneo gravemente afetado e

os recifes agonizantes do mundo inteiro.

Os indicadores de perda de habitats, doenças, espécies invasoras e branqueamento de corais (efeito-estufa) mostram que a biodiversidade

está diminuindo. A sedimentação e a contaminação provenientes da Terra estão asfixiando alguns ecossistemas costeiros, enquanto que em certas áreas a pesca de arraste está reduzindo a diversidade. Algumas espécies comerciais como o bacalhau do Atlântico, cinco classes de atum e badejo estão ameaçados em todo o mundo, junto com várias espécies de baleias, focas, tubarões e tartarugas marinhas. Mais da

metade dos recifes de coral do mundo estão potencialmente ameaçados pelas atividades humanas, e nas zonas mais povoadas, essa proporção

chega a 80 sendo que cerca de 27% já desapareceram.

Diante dos grandes desafios do século XXI a sociedade tem que

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aprender que os Oceanos são fonte de vida como também pode ser da morte. Os oceanos devem, portanto, serem valorizados e protegidos; e se forem relegados ao esquecimento as necessidades ecológicas dos ecossistemas oceânicos o estado do meio marinho se converterá em

obstáculo do desenvolvimento sustentável em lugar de um recurso para ele mesmo.

O mundo deveria repensar a maneira como está medindo o crescimento econômico. Durante muito tempo as prioridades de desenvolvimento se

centraram no que a humanidade pode extrair dos ecossistemas, sem pensar demasiado sobre como isto afeta a base biológica de nossas

vidas. Pode-se dizer que tem havido um progresso muito limitado na redução da pobreza nos países em desenvolvimento, e a Globalização, por si mesma, não tem beneficiado a maioria da população mundial.

A responsabilidade de proteger os oceanos recai não só sobre os políticos que definem as condições nacionais e internacionais de

proteção dos ecossistemas, mas também é tarefa de cada individuo. A exigência aos políticos para que tomem medidas mais efetivas frente a

esta problemática deve estar acompanhada do compromisso de cada um de nossos por atuar em uma forma mais responsável na promoção da

defesa das metas pela proteção dos oceanos.

Dr. Marcos Sommer – Ökoteccum - Kiel Alemanha DA TERRA-

SOLO

O solo é um corpo vivo, de grande complexidade e

muito dinâmico. Tem como componentes principais a fase sólida (matéria mineral e matéria orgânica), e a água e o ar na designada componente "não sólida". O

solo DEVE ser encarado como uma interface entre o ar e a água (entre a atmosfera e a hidrosfera), sendo

imprescindível à produção de biomassa. Assim, o solo não é inerte, o mero local onde assentamos os pés, o

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simples suporte para habitações e outras infraestruturas indispensáveis ao Homem, o seu "caixote do lixo"!. Sempre que lhe adicionamos qualquer substância

estranha, estamos a poluir o solo e, directa ou indirectamente, a água e o ar.

O uso da terra para centros urbanos, para as

actividades agrícola, pecuária e industrial tem tido como conseqüência elevados níveis de contaminação. De facto, aos usos referidos associam-se, geralmente, descargas acidentais ou voluntárias de poluentes no

solo e águas, deposição não controlada de produtos que podem ser resíduos perigosos, lixeiras e/ou aterros sanitários não controlados, deposições atmosféricas

resultantes das várias actividades, etc. Assim, ao longo dos últimos anos, têm sido detectados numerosos casos de contaminação do solo em zonas, quer urbanas, quer

rurais. A contaminação do solo tem-se tornado uma das

preocupações ambientais, uma vez que, geralmente, a contaminação interfere no ambiente global da área

afectada (solo, águas superficiais e subterrâneas, ar, fauna e vegetação), podendo mesmo estar na origem

de problemas de saúde pública. Regra geral, a contaminação do solo torna-se problema

quando:

• há uma fonte de contaminação; • há vias de transferência de poluentes que viabilizam o alargamento da área contaminada; • há indivíduos e bens ameaçados por essa

contaminação. O problema pode ser resolvido por:

• remoção dos indivíduos e/ou bens ameaçados; • remoção da fonte de poluição;

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• bloqueamento das vias de transferência (isolamento da área).

DO FOGO-ENERGIA

Hang On Outlet, diminuindo o desperdício de energia 9 AGO

Responda rápido: Os aparelhos eletrônicos de sua casa ficam o tempo todo plugados na energia? Provavelmente a sua resposta e a da maioria das pessoas é sim. O que a maioria não sabe é que os aparelhos eletrônicos em stand by são responsáveis por

até 15% do valor da conta de luz. Ou seja, você não está usando, mas está gastando.

Para incentivar as pessoas a desligarem os aparelhos das tomadas, o designer Paulo Oh projetou o Hang On Outlet, uma

tomada com “cabides” para os plugs. Um dos maiores empecilhos em deixar os aparelhos desligados da tomada é

onde deixar o cabo sem ser jogado pela ambiente, com o Hang On Outlet esse problema já era. É algo simples e

extremamente funcional, espero sinceramente que isso seja popularizado chegue rapidamente em nossas casas. Via

Gizmodo.

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DA VIDA

Quarta-feira, 28 de Maio de 2008

Desmatamento e extinção de espécies.

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1- Cervo-do-pantanal: Animal dócil e grandalhão, torna-se um alvo fácil para os caçadores em busca de

sua galhada, usada como decoração. 2- Onça-pintada:Encontrada no Pantanal, desaparece da região devido à caça indiscriminada. Sua pele tem

cotação em dólares no mercado internacional. 3- Mono-carvoeiro: O maior macaco do Brasil. É

originário da Mata Atlântica. Atualmente restam apenas cerca de cem destes animais no estado do Rio de

Janeiro. 4- Pica-pau-de-cara-amarela: Os poucos

sobreviventes vivem nas matas gaúchas. Com o desmatamento, perde sua principal fonte de

alimentação, as sementes das árvores. 5- Ararinha-azul: Cobiçada no mercado internacional

por sua plumagem. Há apenas cerca de cinqüenta desses animais, vivendo no Piauí e na Bahia.

6- Mutum-do-nordeste: Os últimos exemplares desta ave vivem hoje no litoral de Alagoas. Alguns biólogos estão tentando reproduzir essa ave em cativeiro, para

garantir a sobrevivência da espécie. 7- Mico-leão-dourado: Com a redução da Mata

Atlântica, perdeu seu hábitat natural. Restam algumas centenas na reserva de Poço das Antas, no estado do Rio de Janeiro.8- Tartaruga-de-couro: Cada vez mais

rara no litoral brasileiro. Sua carne saborosa e seus ovos são disputados pelos pescadores do país.

Calcula-se que desaparecem 100 espécies, a cada dia, por causa do desmatamento!

O planeta perde um hectare de solo aproveitável para a agricultura a cada 8 segundos.

A grande utilização de recursos naturais não-removavéis como metal e o petróleo, causando esgotamento

precoce desses recursos, mais resíduos serão produzidos, intensificando a poluição: o homem

poderá afogar-se no seu próprio lixo! Maior necessidade de energia. [E-C-O-N-O-M-I-Z-E]

Por enquanto, gerar energia leva a um aumento da poluição (queima de combustíveis como petróleo ou carvão), ou à destruição de ecossistemas (construção de hidrelétricas), ou ainda a riscos de contaminação

por radiação (usinas atômicas). Métodos menos poluentes, como o uso do álcool, ou formas “limpas” de

gerar energia, como energia solar, poderão talvez resolver o problema.

É triste pensar que a natureza fala e que o gênero humano não a ouve.

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Capítulo 2 CONGRESSO DA ÁGUA

Tem de simbolizar os quatro elementos.

Delegados de todas as nações.

Qualidade da água Luis Roberto Takiyama

1. Apresentação A água é um recurso natural essencial para nossa sobrevivência e a de todas as

espécies que habitam a terra. A dependência do ser humano em relação à água é vital, não só como veículo para

a troca de substâncias do organismo, mas também para a manutenção da temperatura corporal. Além disso, o homem utiliza a água para muitos outros fins como lavar roupas, navegar, nadar e também retira seu alimento de seres vivos

que vivem nela tais como os peixes e camarões. Mas para tudo isso a água deve manter as propriedades adequadas aos usos e à vida aquática e ela vem sendo muito mal tratada pelos seres humanos que jogam

uma variedade de dejetos nos rios, igarapés, lagos e mares.

Figura 1. Dejetos na água e utilização da água sem tratamento.

Fonte: CD-ROM - Água, Meio Ambiente e Vida – Coleção Água, Meio Ambiente e Cidadania - SRH/MMA/ABEAS.

Vamos tentar aprender aqui identificar algumas propriedades da água para verificar se estão acontecendo mudanças, tanto causadas pela presença do homem como

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naturais, na sua qualidade. 2. O ciclo da água

Na natureza, a água e a umidade se encontram em contínua circulação, fenômeno conhecido como ciclo hidrológico (Figura 2). As águas dos oceanos, rios, lagos, da capa superficial dos solos e das plantas evaporam-se por ação dos raios solares. O vapor formado vai constituir as nuvens que, em condições adequadas, condensam-

se, precipitando-se em forma de chuva, neve ou granizo. Quando as precipitações caem no solo, uma parte da água escorre pela superfície, alimentando os rios, lagos e oceanos; outra se infiltra no solo e uma última parte

volta a formar nuvens, regressando à atmosfera através da evaporação. É um ciclo sem fim (Figura 1). Assim como a esponja absorve a água, os solos fazem o

mesmo durante a infiltração, constituindo o que chamamos de águas subterrâneas. As águas são armazenadas em diferentes profundidades e essas reservas são

alimentadas por rios, lagoas, canais e águas provindas de degelo.

Figura 2 – Ciclo Hidrológico.

Fonte: CD-ROM - Água, Meio Ambiente e Vida – Coleção Água, Meio Ambiente e Cidadania. SRH/MMA/ABEAS.

3. A distribuição da água no mundo, no Brasil e na Amazônia O volume total de água na Terra não aumenta nem diminui: é sempre o mesmo. Hoje somos mais de 5 bilhões de pessoas que, com outros seres vivos, repartem

essa água. O desenvolvimento do ser humano está em grande parte relacionado à quantidade e à qualidade da água.

Cada pessoa gasta por dia, em média, 40 litros de água: bebendo, tomando banho, escovando os dentes, lavando as mãos antes das refeições etc.

Apenas 0,7% do volume total de água da Terra é formado por água potável, isto é, pronta para o consumo humano. Hoje em dia, quase 2 bilhões de pessoas não

dispõem de água potável. Hoje, 54% da água disponível anualmente está sendo consumida, dos quais 2/3 na

agricultura. Em 2025, 70% será consumida, apenas considerando o aumento da população. Caso os padrões de consumo dos países desenvolvidos forem

estendidos à população mundial, estaremos consumindo 90% da água disponível.

Figura 3. Usos da água no mundo.

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3.1. Onde a água é encontrada (Figura 4) - Mares: 97,5% da água do planeta é salgada: com esta água não se pode

cozinhar; não pode ser bebida nem usada na indústria ou na irrigação. - Calotas polares: onde se encontra a maior parte da água doce do planeta. Ali

pode permanecer milhares de anos até o degelo. - Subsolo: parte da água doce se encontra como água subterrânea. É factível

construir poços para extraí-la, mas a um custo muito alto. - Rios, lagos e chuvas: é água doce, que é menos do 1% do total de água do

Planeta. Esta é a água que utilizamos e que deve ser suficiente para a vida dos seres humanos, das plantas e dos animais.

A água doce é um recurso escasso. Por isso é importante mantê-la limpa.

Figura 4. Distribuição de água no planeta.

3.2. A água no Brasil Com uma área de 8.512.000 km2 e cerca de 167 milhões de habitantes, segundo o último Censo do IBGE, o Brasil é hoje o quinto país do mundo, tanto em extensão

territorial como em população. Com dimensões continentais, os contrastes existentes quanto ao clima, distribuição da população, desenvolvimento econômico e social, entre outros fatores são muito grandes, fazendo com que o país apresente

os mais variados cenários. Apesar dos contrastes, o Brasil tem uma posição privilegiada perante a maioria dos países quanto ao seu volume de recursos hídricos, pois possui 13,7% da água doce

do mundo; no entanto, apresenta uma disponibilidade desigual de água. Porém, 68% de água doce disponível do País encontra-se na bacia Amazônica (Figura 5),

que é habitada por menos de 5% da população.

Figura 5. Distribuição de água no Brasil.

O Brasil registra também elevado desperdício entre 20% e 60% da água tratada

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para consumo se perde na distribuição, dependendo das condições de conservação das redes. Além dessa perda no caminho até o consumidor. O desperdício acontece

no exagero do tempo e na forma do banho, na utilização de descargas no vaso sanitário que consomem muita água, na lavagem da louça, uso da mangueira de

água como vassoura na lavagem de calçadas e carros. 4. Os usos da água

- Agricultura (irrigação) - Abastecimento Humano e Animal

- Indústria - Pesca/aquicultura

- Saneamento Básico (recepção de resíduos) - Preservação do meio ambiente

- Navegação - Recreação/Cultura - Geração de Energia

No Brasil, assim como no mundo todo, a maior parte da água é utilizada para a irrigação (Figura 6).

Figura 6. Usos da água no Brasil.

5. Propriedades da água 5.1. Odor

A água pura não deve ter cheiro. Se a água apresentar algum odor, quer dizer que existe alguma substância presente nela que ocasiona o cheiro.

5.2. Cor A cor de uma amostra de água está associada ao grau de redução de intensidade

que a luz sofre ao atravessá-la, devido à presença de materiais dissolvidos. A água pura não possui cor, ela deve ser transparente.

5.3. Sabor A água pura não deve ter sabor. Se a água apresentar algum sabor, quer dizer que

existe alguma substância presente nela que ocasiona o sabor. 5.4. Temperatura

Este parâmetro é de fundamental importância para os sistemas aquáticos terrestres, já que os organismos possuem diferentes reações às mudanças deste

fator. Altas temperaturas, tanto na água como no ar, provocam reações adversas nos

indivíduos, tais como a desnaturação das proteínas. Este processo é o que acontece quando uma pessoa está com febre alta (acima de 40ºC) e começa a delirar, ou desmaia. O organismo desfalece para diminuir seu

metabolismo, diminuindo a possibilidade de danos. Em compensação, baixas temperaturas, principalmente para seres dos países

tropicais, são prejudiciais, já que estes possuem muito pouca reserva de gordura e glicogênio nos músculos, ou cobertura de pelos/penas para diminuir a perda de

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calor para o meio externo, e consequentemente gastando muitas calorias para nos mantermos aquecidos.

5.5. Turbidez A turbidez expressa as propriedades de transmissão da luz através da água ou

transparência da água. Quanto maior a turbidez, menor será a penetração de luz. Uma água “barrenta” possui alta turbidez e uma água “limpa” possui baixa

turbidez. A turbidez está relacionada com a quantidade de material sólido presente na água. 5.6. pH

O termo pH (potencial hidrogeniônico) é usado universalmente para expressar o grau de acidez ou basicidade da água. Podemos ter idéia de acidez quando

tomamos suco de limão. A escala de pH é constituída de uma série de números variando de 0 a 14, os quais denotam vários graus de acidez ou basicidade. Valores abaixo de 7 e próximos de zero indicam aumento de acidez, enquanto valores de 7

a 14 indicam aumento da basicidade. O pH é uma importante propriedade da água porque os seres vivos aquáticos são

acostumados a viver em águas com certos valores de pHs. Se acontecer uma mudança nesta propriedade, os peixes, plantas e outros seres que vivem na água

podem adoecer e morrer. 5.7. Salinidade

A salinidade ocorre quando há muito sal dissolvido na água. A água do mar é salgada e, podemos ter nas áreas onde os rios desembocam no mar uma mistura

de água doce com a salgada originando a água salobra. A salinidade é uma propriedade importante pois o homem não bebe a água salgada

nem salobra. Existem vários seres vivos que gostam de viver em água salgada e outros que não suportam a água salgada.

5.7. Oxigênio dissolvido O oxigênio dissolvido na água é uma variável extremamente importante, haja vista

que a maioria dos organismos necessita deste composto para a respiração. Naturalmente existem duas fontes de oxigênio para os sistemas aquáticos: o

primeiro é a atmosfera, e o segundo é a fotossíntese, realizada pelos seres vivos. Por isso a medida de oxigênio é muito importante para se determinar o estado de

saúde do sistema. Quando se tem pouco oxigênio, é provável que haja algum problema na água. Por exemplo, despejo de esgotos ou restos de comida em excesso na água fazem com que os organismos microscópicos que também respiram se reproduzam muito depressa reduzindo a quantidade do oxigênio

dissolvido na água. 6. Metodologia 6.1. Materiais

Garrafas de água mineral vazias Copos de vidro transparentes

Copos plásticos laváveis (não descartáveis) Coador de papel Filtros de papel

Termômetro com escala de –10 a 50 oC Cone de Imhoff

Tiras de papel universal para medidas de pH Refratômetro

Kit para análise de oxigênio dissolvido Caderno de anotações

Caneta Lápis

Borracha Água destilada

Serão coletadas amostras semanais as quais serão realizadas as análises de: 6.2. Procedimentos

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- Odor, cor e sabor - Temperatura da água e do ar

- Sólidos sedimentáveis - pH

- Salinidade - Oxigênio Dissolvido - Odor, cor e sabor

As amostras para odor, cor e sabor serão filtradas em filtro de papel (coador de café) antes de submetidas às análises.

Deverá ser observado, utilizando um copo transparente contendo a água filtrada, em frente a um fundo branco (parede ou folha de papel branca) se a amostra apresenta alguma coloração, principalmente amarelada. Descrever a coloração

como fraca, média ou forte. Para a análise do odor, deverão, no mínimo, três pessoas cheirar a amostra filtrada e anotar a característica do cheiro (cheira a que?) e a intensidade (fraco, médio e

forte). Com relação ao sabor, no mínimo três pessoas deverão colocar na boca uma

pequena quantidade da água e fazer o gargarejo, cuspindo a água da boca em seguida. Em seguida, deverão descrever o sabor em termos da característica (tem

sabor de que?) e da intensidade (fraco, médio e forte). É importante notar que algumas amostras poderão ter odor ou cor muito fortes e as amostras que

possuírem estas características não deverão ser submetidas ao teste de sabor. - Temperatura da água e do ar

A medição da temperatura da água e do ar será feita através de um termômetro comum, diretamente nos locais de coleta.

- Sólidos sedimentáveis O Cone de Imhoff (Figura 7) será utilizado para a obtenção do volume de sólido

sedimentáveis. Será colocado no cone 1 L de água após 1 hora de descanso (sem agitação do cone), será lido o volume correspondente aos sólidos que ficaram no

fundo do cone.

Figura 7. Cone de Imhoff

- pH

-

A determinação do pH será feita com o papel universal para pH, o qual é fornecido em tiras. Para a medição, basta mergulhar a tira de papel na amostra de água (no próprio local de coleta) e comparar com a tabela de cores fornecida pelo fabricante.

Salinidade A salinidade será medida através de um refratômetro (Figura 8). O procedimento

consistirá em: - Retirar o refratômetro do estojo.

Limpar a janela de vidro do refratômetro com água destilada e papel toalha de boa qualidade;

- Pingar uma gota de água destilada na janela e fechar a tampa; - Olhar no visor contra uma fonte de luz (o sol, por exemplo), e girar o parafuso de

ajuste até que a linha horizontal coincida com o valor zero na escala do visor. Ajustar o foco se necessário.

- Retirar o excesso de água e limpar a janela de vidro do refratômetro com papel

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toalha de boa qualidade; - Pingar uma gota da amostra na janela e fechar a tampa. Com cuidado, olhar no visor contra uma fonte de luz (o sol, por exemplo), ajustando o foco se necessário

e ler na escala a salinidade da amostra. - Limpar a janela de vidro do refratômetro com água destilada e papel toalha de

boa qualidade; - Guardar o refratômetro no estojo.

Figura 8. Refratômetro. (1) Janela; (2) Tampa; (3) Parafuso de ajuste; (4)

Segurador; (5) Ajuste de foco do visor

Oxigênio Dissolvido As análises de oxigênio dissolvido serão realizadas através do método de Wrinkler e serão realizadas pelos professores responsáveis devido a necessidade do manuseio

de produtos químicos. 6.3. Coleta de amostras 1. Com copo de coleta

Mergulhar o copo a uma profundidade de 20 cm abaixo do nível da água, recolher o copo cheio e descartar a água. Repetir mais duas vezes e na terceira manter a água

dentro do copo para as análises. 2. Com garrafa de coleta

Mergulhar a boca da garrafa a uma profundidade de 20 cm abaixo do nível da água, encher toda a garrafa e descartar a água. Repetir mais duas vezes e na terceira

manter a água dentro da garrafa, tampando-a. Identificar a amostra, escrevendo a identificação na garrafa.

Observações - Coletar, de preferência, no meio ou longe das margens do rio, igarapé ou lago. - Evitar coletar galhos, folhas, insetos mortos ou outros materiais indesejáveis.

- Observar se há muito lixo, galhos ou folhas na água no local da coleta. - Anotar se houve chuvas fortes na região no dia da coleta ou nos dias anteriores.

- Anotar: data, hora, local, maré (enchente ou vazante). Como funciona a água

por Shanna Freeman - traduzido por HowStuffWorks Brasil

Neste artigo 1. Introdução

2. As fontes de água do mundo 3. Regulamentação da água

4. O consumo da água pelos humanos 5. Purificação da água

6. O consumo de água pelas plantas e animais 7. O ciclo da água

8. Propriedades da água 9. Mais informações

10. Veja todos os artigos sobre Ciências da Terra

Introdução

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Em sua forma mais pura, a água é inodora, quase incolor e insípida. Ela está presente em seu corpo, nos alimentos que você come e nas bebidas que

ingere. Você a utiliza para se limpar, lavar as roupas, a louça, o carro e todas as outras coisas que estão ao seu redor. Você pode nadar ou pular nela para se refrescar em dias quentes de verão. Muitos dos produtos que você usa todos os dias contêm água ou foram fabricados utilizando-a. Todas as

formas de vida precisam dela e, se não tomarem a quantidade necessária, elas morrem. Disputas políticas já giraram em torno dela. Em alguns lugares, a água é valorizada e extremamente difícil de ser encontrada. Em outros, é bem fácil

de ser encontrada, e por isso é desperdiçada. Qual substância é mais necessária para nossa existência do que qualquer outra? A água.

Basicamente, a água é uma molécula com um átomo de oxigênio e dois de hidrogênio, unidos por elétrons compartilhados. É uma molécula polar em

forma de V, o que significa que é carregada positivamente próximo dos átomos de hidrogênio e negativamente próximo do átomo de oxigênio. As moléculas de água são atraídas e ficam unidas naturalmente por causa de suas polaridades, formando uma ligação de hidrogênio. Essa ligação de hidrogênio é a causa

de muitas propriedades especiais da água, como o fato de que ela é mais densa no estado líquido do que no sólido (o gelo flutua sobre a água). Veremos

melhor essas propriedades especiais mais adiante. A água é a única substância que se transforma naturalmente em um sólido

(gelo), um líquido e um gás (vapor de água). Ela cobre cerca de 70% do planeta Terra, um total de aproximadamente 1,386 milhão de quilômetros

cúbicos [fonte: U.S. Geological Survey (em inglês)]. Se você conhece os versos "Água, água, por todos os lados, e nenhuma gota para beber" do poema "Rima do Velho Marinheiro", vai entender que a maior parte da água, 97% dela, não é potável porque é salgada (veja a ilustração na próxima página). Apenas 3% da

água do mundo é doce, e 77% dessa água está congelada. Dos 23% dessa água que não está congelada, apenas 0,5% está disponível para fornecer a

quantidade de água de que toda planta, animal e pessoa na Terra precisa para sobreviver [fonte: National Geographic (em inglês)].

Então a água é bem simples, certo? Na verdade, existem muitas coisas sobre ela que os cientistas ainda não entendem por completo. E o problema de

garantir que a quantidade suficiente de água limpa e potável esteja disponível para todos que precisam dela está longe de ser simples. Neste artigo, vamos

dar uma olhada em alguns desses problemas. Também vamos explorar

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exatamente o que as plantas, os animais e as pessoas fazem com a água e aprender mais sobre o que torna a água tão especial.

As fontes de água do mundo Muitas vezes aparecem discussões nos noticiários sobre a diminuição do fornecimento de água no mundo, mas isso não é inteiramente verdade. A quantidade de água não está diminuindo; é a demanda por ela que está aumentando gradualmente. Alguns cientistas acreditam que a população

mundial, que atualmente é de 6 bilhões, irá dobrar até 2050. Além disso, a quantidade de água que é limpa e potável está diminuindo cada vez mais por

causa da poluição.

Para muitas pessoas em países industrializados, conseguir água é tão fácil quanto abrir uma torneira, e também é barato, de certa forma. A água doce, porém, não é distribuída de maneira igual no mundo inteiro. Mais da metade

das fontes de água do mundo estão em apenas nove países: Estados Unidos, Canadá, Colômbia, Brasil, República Democrática do Congo, Rússia, Índia,

China e Indonésia [fonte: Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável (em inglês)]. As áreas urbanas, obviamente,

precisam de água para suprir necessidades que vão além do básico, para ser ingerida e usada na higiene. Mas a superpopulação em países

subdesenvolvidos significa que muitas pessoas não têm acesso nem ao básico. A maior parte da água doce do mundo, cerca de 10 milhões de quilômetros

cúbicos dela, fica em aqüíferos• chuvas (depois de registrar a evaporação): 119 mil quilômetros

cúbicos;

subterrâneos. O restante vem de:

• reservatórios produzidos pelo homem: 5 mil quilômetros cúbicos; • lagos: 91 mil quilômetros cúbicos; • rios: 2.120 quilômetros cúbicos.

[fonte: Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável (em inglês)]

A distribuição da água demanda das fronteiras políticas, desenvolvimento econômico e riqueza. Na Cidade do México, por exemplo, 9% da população

usa 75% da água disponível e uma infra-estrutura decadente faz que até metade do fornecimento de água seja perdido graças a vazamentos nos canos

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e evaporação. Alguns países não têm água limpa o suficiente para suas populações que

crescem rapidamente, e eles não conseguem bancar a infra-estrutura necessária para limpar a água e transportá-la. Por exemplo, a maioria das pessoas nas cidades da China sofre pela falta de água, e a maior parte da

água subterrânea, dos lagos e dos rios está poluída. Cerca de 700 milhões de chineses têm acesso apenas à água potável que não está de acordo com os padrões estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde [fonte: OMS (em

inglês)]. Países no Oriente Médio usam a menor quantidade de água por pessoa porque

existem poucas fontes naturais de água doce. Por outro lado, o uso de água nos Estados Unidos é maior do que em qualquer outro país, com cerca de

1.700 metros cúbicos de água usados por pessoa em 2002 [fonte: Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (em inglês)]. Mesmo nos

Estados Unidos, contudo, existem alguns estados e regiões que não têm água o suficiente para abastecer suas populações. Regiões costeiras da Flórida têm uma quantidade tão grande de água salgada que precisam receber água doce através de canos de áreas centrais, o que resultou em disputas políticas pelo

controle do fornecimento de água. Regulamentação da água

Em muitas áreas, a água é regulamentada e distribuída pelos governos. Nos Estados

Unidos, é regulamentada pela Lei de Segurança da Água Potável

Ana, Agência Nacional de Águas

. No Brasil, a regulamentação da água fica a cargo da

. O controle governamental, no entanto, nem

sempre é de grande benefício para todas as pessoas. Na década de 1930, para irrigar

plantações de algodão, o governo soviético construiu canais para desviar os rios que abasteciam o mar Aral (localizado entre o

Casaquistão e o Uzbequistão). Como resultado, a área de superfície do mar

diminuiu mais de 50% e seu volume caiu 80% nos últimos 50 anos. A salinidade do

mar aumentou e ele ficou poluído com pesticidas, escoamento de fertilizante e lixo industrial. A diminuição do mar significou o declínio da indústria pesqueira comercial, o que ajudou a empobrecer a região.

Os poluentes do fundo do mar exposto foram encontrados no sangue de pingüins da Antártica.

Algumas regiões privatizaram a distribuição da água, o que muitas vezes resultou em conflito. No fim da década de 1980, o Reino Unido vendeu suas empresas de água (organizações governamentais de fornecimento de água) para companhias privadas, que melhoraram a infra-estrutura. Muitas pessoas

ficaram indignadas que as companhias pudessem lucrar com uma necessidade tão básica, principalmente quando pessoas que não conseguiam pagar suas

Foto cedida pela Nasa

Esta foto aérea mostra os danos no mar Aral causados

pelo desvio de água

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contas sofriam duras punições. Mais tarde, o problema foi remediado pela legislação. Outros países pioneiros no processo foram o Chile e a França. No

Brasil, cerca de 30 municípios privatizaram suas companhias de saneamento, a maioria dos casos é do Estado do Amazonas.

Em 2000 e 2005, manifestantes foram às ruas na Bolívia para protestar contra a privatização do fornecimento de água. Quando as companhias estrangeiras

tomaram conta do sistema de água da Bolívia, o custo da água ficou muito alto para os pobres. Na cidade de El Alto, "o custo para conseguir rede de água e

de esgoto superava a renda de meio ano de salário mínimo". A revolta de 2000, chamada de "Guerras Bolivianas pela Água", resultou em lei marcial e 100

feridos. Depois dos dois incidentes, o governo boliviano cancelou os contratos com a companhia privada. Caso semelhante aconteceu na província de

Tucuman na Argentina. O Uruguai e a África do Sul definiram constitucionalmente a proibição da privatização dos recursos hídricos.

Atualmente, mais de um bilhão de pessoas, cerca de 17% da população mundial, não têm acesso a água limpa [fonte: Organização Mundial da Saúde (em inglês)]. Segundo a ONG WWF, no Brasil são 40 milhões de pessoas sem

água potável. Existem várias organizações governamentais e não governamentais, inclusive a Unicef e a Water Aid, trabalhando para ajudar

comunidades carentes na Ásia e na África a obter fornecimentos sustentáveis de água potável e serviços de saneamento. A falta de água também afeta os

Estados Unidos e muitos estados têm programas para ajudar os desprovidos a obter água suficiente e a pagar as contas de água e de esgoto.

Obviamente, a falta de água é um grande problema. Mas o que é isso exatamente? Na próxima seção, veremos a função da água no corpo humano.

Economizando a água Uma maneira de ajudar a reduzir a demanda por água é economizá-la

durante o ano inteiro. Muitas áreas proíbem que as pessoas reguem o jardim e o quintal quando o nível de água está baixo, mas aqui estão algumas

coisas simples que você pode fazer por conta própria: • Feche a torneira enquanto escova os dentes ou faz a barba.

• Tome banhos mais rápidos. • Use a lava-louças e a máquina de lavar apenas quando elas

estiverem cheias. • Mantenha a água potável na geladeira em vez de abrir a torneira

para beber água. • Leve seu carro a uma lavadora de carros que recicle a água.

Para ver mais dicas, confira esse link da EPA.

O consumo da água pelos humanos Nosso corpo é composto de cerca de 60% de água [fonte: Mayo Clinic]. A água

regula a temperatura corporal, transporta os nutrientes por meio das células, mantém as membranas mucosas umidificadas e elimina as impurezas do

corpo. Os pulmões têm 90% de água, o cérebro tem 70% e o sangue tem mais de 80% de água. Em poucas palavras, não podemos funcionar sem ela. A

maioria das pessoas transpira cerca de dois copos de água por dia (0,5 litros).

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Todos os dias, também perdemos um pouco mais de um copo (237 ml) quando expiramos, e, urinando, eliminamos cerca de seis copos (1,4 l) de água.

Também perdemos eletrólitos - minerais como sódio e potássio que regulam os fluidos corporais. Então, como podemos repor tudo isso?

Podemos conseguir cerca de 20% da água necessária por meio dos alimentos que comemos. Alguns alimentos, como a melancia, são feitos de quase 100% de água. Apesar da quantidade de água de que precisamos todos os dias ser

variável, geralmente equivale a oito copos (2 litros). Mas em vez de se preocupar em beber esses oito copos, você deve beber água apenas quando começar a sentir sede. Você pode conseguir a quantidade necessária de água

ingerindo outras bebidas, mas algumas delas, como as álcoolicas, podem deixá-lo mais desidratado.

Se sua urina estiver com uma coloração amarelo-escuro, você pode não estar bebendo água o suficiente. Com certeza, você precisa de mais água quando

estiver se exercitando, sofrendo de diarréia, vômitos e febre, ou quando estiver em um ambiente quente por muito tempo. A maioria das pessoas consegue

sobreviver apenas alguns dias sem água, embora isso dependa de uma série de fatores, inclusive da saúde da pessoa e das condições do ambiente.

Algumas pessoas sobreviveram por duas semanas. Seguidores de um garoto budista que medita no Nepal afirmam que ele passou dois anos sem comida ou água, mas os médicos não puderam comprovar isso [fonte: All Headline News

(em inglês)]. Quando uma pessoa não bebe água o suficiente ou perde muita água, ela fica

desidratada. Sinais de desidratação moderada incluem boca seca, sede excessiva, tontura, delírio e fraqueza. Se a pessoa não receber fluidos nesse

estágio, pode sofrer uma desidratação grave, causando convulsões, respiração

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acelerada, pulso fraco, descamação da pele e olhos fundos. Por fim, a desidratação pode causar insuficiência cardíaca e morte.

A desidratação provocada pela diarréia é a principal causa de morte em países subdesenvolvidos. Quase 2 milhões de pessoas, a maioria delas crianças,

morrem de desidratação a cada ano [fonte: OMS (em inglês)]. O consumo de água poluída por contaminação biológica e a falta de acesso a serviços de saneamento adequados podem causar doenças como malária e cólera, e propagação de parasitas como Cryptosporidium parvum (que provoca a

esquistossomose) e Schistosoma mansoni (causador da "barriga d´água"). A água também pode ser contaminada por produtos químicos, pesticidas e outras

substâncias naturais. Na próxima página vamos aprender sobre a purificação da água.

Purificação da água A água que pode ser consumida é chamada de água potável, diferente da

água tratada, que pode ser usada para o banho ou para a limpeza. Nos Estados Unidos, a Agência de Proteção Ambiental estabelece níveis máximos para os 90 poluentes mais comuns. Se algo acontece com o fornecimento de água, o fornecedor tem de entrar em contato com as pessoas para avisá-las

sobre as precauções que devem ser tomadas.

Photodisc/Getty Images

O tratamento da água exige seis etapas básicas: Casas ao lado de um canal poluído em Manila, Filipinas

• na coagulação

• em seguida, a água é movimentada e se formam substâncias maiores, chamadas

, coagulantes como cal e sulfato de alumínio são adicionados à água, o que faz com que as partículas de impurezas se

aglutinem;

flocos• o processo de

; decantação

• depois, a água é

exige que a água fique parada por 24 horas, o que permite que os flocos se sedimentem no fundo;

filtrada, desinfectada (geralmente com cloro) e aerada

• a ;

aeração ajuda a remover certos poluentes, como o radônio.

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Técnicas de sobrevivência com a água Se a água estiver contaminada e você não ter água engarrafada

disponível, pode purificá-la de algumas maneiras diferentes. Se ela estiver turva, primeiro filtre-a com panos limpos ou espere que os resídos

assentem e em seguida retire a água limpa. Depois, você pode ferver a água por um minuto para matar a maioria dos organismos causadores de

doenças. Você também pode adicionar um oitavo de uma colher de chá de alvejante

caseiro por 3 litros de água (ou siga as instruções no rótulo). Você deve dobrar a quantidade se a água estiver descolorada ou turva. Mexa e deixe descansar por 30 minutos. Tabletes de alvejante são vendidos em lojas de

acessórios para camping para purificar a água e deixá-la potável. Você também pode usar cinco gotas de iodo por galão para desinfetar a água. Guarde a água fervida ou desinfetada em recipientes limpos e tampados.

Se a água fervida estiver sem sabor ou o gosto do cloro estiver muito forte, junte a água de um recipiente com a do outro.

Na próxima seção, vamos dar uma olhada mais detalhada sobre como exatamente a água circula nas células de um animal e de uma planta.

O consumo de água pelas plantas e animais As plantas têm ainda mais água do que os animais - a maioria delas é

composta de 90 a 95% de água [fonte: BBC]. Assim como nos

animais, a água regula a temperatura da planta e transporta nutrientes

através dela. Em vez de obter água bebendo e comendo, contudo, as plantas a conseguem por meio do orvalho, da irrigação e da chuva.

As plantas recebem a água através de suas raízes, e as verdes a usam na fotossíntese

Como funciona o planeta Terra

, que é a maneira como elas produzem açúcar para

alimentação. (Você pode aprender mais sobre o processo de fotossíntese em .) As plantas também precisam de água para

sua sustentação. A pressão do processo de osmose - o movimento da água de fora para dentro das células - conserva as paredes celulares da planta.

Quando você rega uma planta, ela absorve a água por meio da ação capilar. Depois, a água se move pelas raízes através de tubos chamados vasos de

xilema. A água chega até as folhas da planta e é eliminada por meio de pequenos buracos chamados estômatos, que abrem quando a planta precisa se refrescar. Esse processo é chamado de transpiração

O processamento da água é mais complexo em animais e pessoas, embora esses processos também sejam parecidos de várias maneiras. A água que

você consome é absorvida na parte superior do intestino delgado por meio da

e é parecido com a maneira como as pessoas (e alguns animais) transpiram. O dióxido de carbono

também entra na planta por meio dos estômatos.

Martin Poole/Digital Vision/Getty Images

A água regula a temperatura das plantas e transporta nutrientes

por elas

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45

osmose. Ela entra na corrente sangüínea e é transportada por todo o corpo. Ao contrário das células das plantas, no entanto, as dos animais não têm paredes

celulares. É por isso que os animais possuem sistemas circulatórios. Caso contrário, nossas células iriam absorver água e sal até ficarem inchadas. Nosso

sistema circulatório movimenta a água pelo corpo e a elimina quando é necessário por meio da transpiração e da urina.

Alguns animais, como um organismo microscópico chamado tardígrado, podem ficar sem água por um período extraordinário. Se o ambiente do

tardígrado não tiver água o suficiente, o animal passa a viver uma vida sem água, chamada anidrobiose. O açúcar faz o papel da água nessas células,

deixando-as resistentes a temperaturas extremas. O metabolismo desacelera e o tardígrado permanece nesse estado quase morto até que haja água o

suficiente para que ele realmente viva de novo. Algumas plantas também encontraram maneiras únicas de viver com pouca ou

nenhuma água. Uma delas é uma variação da fotossíntese chamada fotossíntese do Metabolismo Ácido das Crassuláceas (MAC). Na

fotossíntese MAC, uma planta armazena dióxido de carbono na forma de ácido e mantém seus estômatos fechados durante o dia para economizar água (a evaporação acontece em um ritmo mais lento à noite). Ela pode até manter

seus estômatos fechados durante todo o tempo se as condições estiverem bem áridas. Os cactos usam a fotossíntese MAC para sobreviver no calor extremo e

na aridez do deserto. A seguir, vamos ver como o ciclo hidrológico

O ciclo da água é o movimento contínuo dela dentro e ao redor da

, ou da água, funciona. O ciclo da água

Terra. Como já mencionamos, a água nunca desaparece de verdade - ela apenas muda de forma. O sol conduz todo o ciclo da água e é responsável por duas grandes

etapas: a condensação e a evaporação. Quando o sol aquece a superfície da água, ela evapora e acaba na atmosfera como vapor de água. O vapor se

resfria e se eleva, se transformando em nuvens, que por fim se condensam em gotas de água. Dependendo da temperatura da atmosfera e de outras

condições, a água se precipita como chuva, chuva com neve, granizo ou neve.

Pete Turner/The Image Bank/Getty Images

O vapor de água que se transforma em nuvens se condensa em

Algumas dessas precipitações ficam retidas nas copas das árvores e evaporam novamente para a atmosfera. A precipitação que atinge o solo se transforma em

gotas de água, que caem como chuva, chuva com neve, granizo ou neve

escoamentogeleiras

, que pode se acumular e ser congelado em forma de placas de neve ou . Ela também pode infiltrar no solo e se acumular, se

transformando em aqüíferos. Um aqüífero é um grande depósito de água

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46

subterrânea que pode ser extraída e utilizada. Esse escoamento também vem do derretimento da neve

Como funciona o planeta Terra

, que ocorre quando o sol e as mudanças climáticas derretem a neve e o gelo. Por fim, alguns desses escoamentos retornam para

os lagos e oceanos, onde são novamente evaporados pelo sol. Você pode aprender mais sobre o ciclo da água em .

A água que cai no chão e permanece no solo acaba evaporando e indo para a atmosfera. Mas a água subterrânea, que é a maior fonte de água potável, pode

se acumular em aqüíferos por milhares de anos. Os aqüíferos livres têm o nível de lençol freático, ou a superfície onde a pressão da água fica igual à

pressão atmosférica, como limite superior. Os aqüíferos confinados

Nos Estados Unidos, a água subterrânea mais antiga, conhecida como

costumam ficar abaixo dos livres e têm uma camada de pedra ou de outros

materiais como limites superiores. água

fóssil,

Grandes Planícies/Aqüífero Ogallala

fica no Aqüífero Ogallala. Situado a cerca de 450 mil quilômetros quadrados abaixo de oito estados nas Grandes Planícies, o Aqüífero Ogallala armazena em torno de 3.600 milhões de quilômetros cúbicos de água [fonte:

(em inglês)]. O Aqüífero Ogallala foi formado entre 2 e 6 milhões de anos atrás, quando a cadeia de Montanhas

Rochosas estava se formando. Como o clima das Grandes Planícies é árido, a água no aqüífero está sendo usada mais rápido do que o tempo que ele levaria

para se reabastecer. Por isso, alguns cientistas se referem ao uso da água fóssil como exploração da água

A água subterrânea também pode existir em outros planetas. Imagens da nave espacial Mars Global Surveyor mostraram o que parecem ser canais feitos por

rios de água na superfície de

.

Marte. De acordo com a NASA, a água provavelmente está de 100 a 400 metros abaixo da superfície. Europa, uma

das luas de Júpiter, também pode ter água abaixo da superfície. Como nossa necessidade por água é maior do que a capacidade da Terra, os cientistas

especulam se algum dia poderemos explorar a água de outros planetas e luas do nosso sistema solar.

A água tem muitas propriedades incríveis e únicas que a tornam muito importante para a vida. Elas são a razão pela qual estamos sempre procurando

maneiras melhores de conseguir e preservar a água. Na próxima página, vamos dar uma olhada nessas propriedades e aprender mais sobre a água.

Propriedades da água A ligação de hidrogênio entre as moléculas de água sobre a qual falamos na

introdução é a razão por trás de duas propriedades únicas da água: a coesão e a aderência. A coesão se refere ao fato de que a água se une bem

facilmente. A aderência significa que a água também se une muito bem a outras coisas, que é a razão pela qual ela se espalha como uma película fina em certas superfícies, como no vidro. Quando a água entra em contato com

essas superfícies, as forças adesivas são mais fortes do que as coesivas. Em vez de ficar unida como uma bola, ela se espalha.

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Steve Maslowski/Getty Images

A água também tem um alto nível de

Um inseto que anda sobre a água (water strider) demonstra a tensão superficial

tensão superficial

carros

. Isso significa que as moléculas na superfície da água não são cercadas por moléculas parecidas por

todos os lados, então elas são empurradas apenas pela coesão de outras moléculas no interior. Essas moléculas se juntam umas as outras com força, mas se aderem a outro meio de maneira fraca. Um exemplo disso é o modo

como a água se junta em superfícies com cera, como as folhas ou encerados. A tensão superficial faz que essas gotas de água se juntem para

que ocupem a menor área possível. A ação capilar também é resultado da tensão superficial. Como mencionamos, isso acontece nas plantas quando elas "sugam" água. A água adere à parte de dentro dos tubos das plantas, mas a tensão superficial tenta deixá-la nivelada. Isso faz que a água suba e se junte novamente, um processo que continua até que a quantidade suficiente de água se una para fazer que a gravidade comece

a puxá-la para baixo. As ligações de hidrogênio da água também são a razão pela qual sua forma sólida, o gelo, consegue flutuar sobre a forma líquida. O gelo é menos denso do que a água porque as moléculas de água formam estruturas cristalinas nas

temperaturas de congelamento (0 ºC). As propriedades térmicas da água também estão associadas a suas ligações de hidrogênio. A água tem uma capacidade térmica específica bem alta, que é a quantidade de calor por

unidade de massa necessária para aumentar a temperatura em 1 ºC. A energia exigida para aumentar a temperatura da água em 1 ºC é de 4,2 joules por

grama. A água também tem uma entalpia de vaporização alta, que significa que ela pode receber bastante calor sem que sua temperatura se eleve muito. Isso influencia bastante o clima, porque significa que os oceanos levam mais

tempo para ficarem aquecidos. A água costuma ser conhecida como solvente universal, o que significa que muitas substâncias são dissolvidas por ela. As substâncias que se dissolvem na água são hidrófilas. Isso significa que elas são mais fortes ou tão fortes

quanto as forças coesivas da água. O sal e o açúcar são polares, como a água; então, se dissolvem muito bem nela. As substâncias que não se dissolvem na

água são hidrofóbicas

A presença desses minerais é a diferença entre a

. Essa é a origem do ditado "água e óleo não se misturam". A água que usamos raramente é pura por causa de sua solvência.

Em geral, ela costuma ter vários minerais dissolvidos nela. água pesada e a água

doce

aquecedores de água

. A água pesada geralmente contém muito cálcio e magnésio, mas também pode conter metais. O sabão não faz muita espuma na água pesada,

mas ela não costuma ser perigosa. Ela também pode causar depósitos calcários em canos, e vasos sanitários.

Uma das últimas controvérsias sobre as propriedades da água está na maneira como o gelo se comporta quando derrete. Alguns cientistas afirmam que a água tem a mesma aparência de quando está sólida, a não ser pelo fato de algumas ligações de hidrogênio estarem quebradas. Outros afirmam que ela

forma uma estrutura completamente diferente. Então, por toda sua importância,

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ainda não entendemos a água por completo. Para obter mais informações sobre água e assuntos relacionados, confira os

links na próxima página. Mais informações

Artigos relacionados • Como funciona o planeta Terra

• Como funciona o Sol • Como funciona a água engarrafada (em inglês)

• Como funciona a chuva ácida • Como funcionam os toboáguas

• Como funcionam as pistolas d'água • Como alguém pode morrer por ter bebido água demais?

• Por que o gelo ártico está derretendo 50 anos antes do esperado? • Você pagaria R$ 99,00 por uma água engarrafada?

• É possível a água se contaminar?

Links relacionados • Água - O Desafio do Século 21

• Água para a Vida • AGUA - Associação Guardiã da Água

• Universidade da Água

Mais links interessantes (em inglês) • EPA: água

• USGS: fontes de água dos Estados Unidos • USGS: o uso da água nos Estados Unidos

• OMS: Informações sobre a água e tendências Fontes (em inglês)

• "The Chemistry of Water." Chemistry Tutorial, University of Arizona, 28 de janeiro de 2003.

• • "Dehydration -- Why is it So Dangerous?" Rehydration Project, 6 de

agosto de 2007. • "Green Plants as Organisms." BBC.

• "Guidelines for Drinking Water Quality." World Health Organization. • High Plains/Ogallala Aquifer.

• Hoversten, Paul. "Groundwater May Be Source for Erosion in Martian Gullies." Nasa, 6 de dezembro de 2006.

• Kathy Jespergen. "Safe Water Should Always Be on Tap." On Tap Magazine, National Drinking Water Clearinghouse, University of West

Virginia, Spring 1997. • Leslie Mullen. "Extreme Animals." Nasa Astrobiology Institute.

• Ghanashyam Ojha. "Buddha Boy in Nepal Goes Missing Again." All Headline News, 9 de março de 2007.

• Organization for Economic Cooperation and Development. • Michael Schirber. "The New Mystery of Water." LiveScience, 1º de

dezembro de 2004.

Page 49: Gestão Elementar

49

• Ben Sutherland. "Water shortages 'foster terrorism.'" BBC, 18 de março de 2003.

• "Water Facts & Trends: World Business Council for Sustainable Development." World Health Organization.

• "Water: How Much Should You Drink Every Day?" Mayo Foundation for Medical Education and Research, 23 de maio de 2006.

• "Water, Sanitation and Hygeine Links to Health." World Health Organization, 2004.

• "Water Use in the United States." United States Geological Survey. • "Where is Earth's Water Located?" United States Geological Survey.

28 de agosto de 2006.

Mais informações Artigos relacionados

• Como funciona o planeta Terra • Como funciona o Sol

• Como funciona a água engarrafada (em inglês) • Como funciona a chuva ácida • Como funcionam os toboáguas

• Como funcionam as pistolas d'água • Como alguém pode morrer por ter bebido água demais?

• Por que o gelo ártico está derretendo 50 anos antes do esperado? • Você pagaria R$ 99,00 por uma água engarrafada?

• É possível a água se contaminar?

Links relacionados • Água - O Desafio do Século 21

• Água para a Vida • AGUA - Associação Guardiã da Água

• Universidade da Água

Mais links interessantes (em inglês) • EPA: água

• USGS: fontes de água dos Estados Unidos • USGS: o uso da água nos Estados Unidos

• OMS: Informações sobre a água e tendências Fontes (em inglês)

• "The Chemistry of Water." Chemistry Tutorial, University of Arizona, 28 de janeiro de 2003.

• • "Dehydration -- Why is it So Dangerous?" Rehydration Project, 6 de

agosto de 2007. • "Green Plants as Organisms." BBC.

• "Guidelines for Drinking Water Quality." World Health Organization. • High Plains/Ogallala Aquifer.

• Hoversten, Paul. "Groundwater May Be Source for Erosion in Martian Gullies." Nasa, 6 de dezembro de 2006.

• Kathy Jespergen. "Safe Water Should Always Be on Tap." On Tap

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Magazine, National Drinking Water Clearinghouse, University of West Virginia, Spring 1997.

• Leslie Mullen. "Extreme Animals." Nasa Astrobiology Institute. • Ghanashyam Ojha. "Buddha Boy in Nepal Goes Missing Again." All

Headline News, 9 de março de 2007. • Organization for Economic Cooperation and Development.

• Michael Schirber. "The New Mystery of Water." LiveScience, 1º de dezembro de 2004.

• Ben Sutherland. "Water shortages 'foster terrorism.'" BBC, 18 de março de 2003.

• • "Water Facts & Trends: World Business Council for Sustainable

Development." World Health Organization. • "Water: How Much Should You Drink Every Day?" Mayo Foundation

for Medical Education and Research, 23 de maio de 2006. • "Water, Sanitation and Hygeine Links to Health." World Health

Organization, 2004. • "Water Use in the United States." United States Geological Survey. • "Where is Earth's Water Located?" United States Geological Survey.

28 de agosto de 2006. Terra o Planeta Azul

O presente trabalho versa sobre a problemática da água no planeta Terra e no Brasil, onde foi apresentada uma análise

crítica, seguida de sugestões. Água conforme foi apresentada neste se mostra, um problema

evidente na Terra do futuro, pelo fato de seu mau uso pela população atual de nosso planeta, pois se continuarmos como

estamos a Terra deixara de ser o Planeta Água. Cabe dizer que tudo que foi sugerido está fundamentado no Art.

225 da Constituição Federal do Brasil - 1988 e agenda 21. As ocorrências são fatos vividos ou lidos, pelos

autores. Como o Planeta Terra é chamado por nós de Planeta Água, devido a sua constituição ser

de ¾ de água, porém de toda esta água 97% é de água salgada e apenas 3% de água doce. Desses 3% apenas 1% é de

água potável. Diante desde fato é sensível a necessidade de uma política educacional

que leve a conscientização da necessidade do não desperdício de água doce no planeta.

Cita-se que a cultura do desperdício no Rio de Janeiro atinge um total de 40% da água tratada disponível. Não se entende o que seja preservação e conservação do planeta em função da água. A Constituição Brasileira no seu Art. 225 descreve "Todos têm

direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial a sadia qualidade de vida, impondo-se

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ao poder público o dever de defendê-lo à coletividade o de preservá-lo para as presentes e futuras gerações."

A Poluição da Água

A poluição da água tem um ponto de vista histórico, ela começou com a deposição de dejetos humanos e animais ao longo dos

mananciais, dos leitos de rios e lagos e por infiltração nos lençóis d'água. A poluição evoluiu e evolui através dos anos, com o

desenvolvimento da indústria como dos: agrotóxicos, polímeros e o crescimento do contingente humano no planeta, levam

estudiosos a observarem a perda inconsciente do solo, do subsolo, das águas correntes, do ar que respiramos e das chuvas. Fato que está gerando até problemas de saúde pública. É fato constatado

que a maior parte das mortes por doenças são devidas a ingestão de água contaminada.

O Ciclo das Águas

As águas dos oceanos, mares, rios e lagos evaporam-se

condensam, e estas voltam a Terra por precipitação reabastecendo esses mesmos aqüíferos e por infiltração mantendo o nível dos lençóis freáticos durante o período. Durante o período

da noite as gotículas de água em suspensão, por variação de temperatura se precipitam sobre a forma de orvalho.

A Problemática das Águas no Planeta

As águas estão sendo modificadas quanto a sua natureza, pelo descuido do homem, que geram águas contaminadas e poluídas

por fatores demonstrativos da falta de educação caseira, formal e acadêmica.

Fig. 1 - Uso mundial da água por setores (fonte Teixeira, W et alii "Decifrando A Terra" São Paulo

- USP - Oficina de texto, 2000).

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52

A água potável disponível na Terra equivale à cerca de 12.500

km3. estes são usados pelas indústrias, agricultura e domicílios. Descontando-se o uso industrial, agrícola e doméstico as reservas mundiais chegavam a 16.800 m3 por pessoa ao ano. No final do século XX as reservas se reduziram a 7.300 m3 e as previsões para 2025 não são animadoras podendo chegar a 4.800 m3. A agricultura é a que mais utiliza recursos hídricos principalmente para a irrigação. O crescimento populacional do mundo requer o

aumento da produção agrícola. Atualmente 70% da água doce disponível no planeta é utilizada na

agricultura mas segundo o Conselho Mundial de água (World Water Council) no ano 2025 serão necessários mais 17% desse

recurso para alimentar o mundo. A Europa é o continente que mais consome água no setor

industrial, Oceania consome no setor doméstico cerca de 8%.

Fig. 2 - A disponibilidade de água no mundo (fonte Beaux, J. F. "L'Environenment Repères Pratiques" Paris, Nathan, 1998)

Observem a figura 2 que mostra diferenças extremas quanto ao consumo de água em algumas localidades. Deve-se observar que

segundo UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância) apenas a metade da população mundial tem acesso à água

potável. Segundo Banco Mundial cerca de 80% no futuro irão entrar em conflito por causa deste bem esgotável. Já ocorrendo

em paralelo com as desavenças político-religiosas. Neste item não podemos nos esquecer que com o aumento da

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53

população mundial, haverá uma necessidade de mais água pelo fato de sermos compostos de cerca de 66% de água.

Mundo 645 m3 América do Norte 1680 m3

América Latina e Caribe 402 m3 Europa 626 m3

Ásia 542 m3 Oceania 536 m3

Estados Unidos 1870 m3 Brasil 246 m3 Rússia 521 m3 China 461 m3 Índia 612 m3 Egito 952 m3

Fig. 3 - Consumo anual per capta de água no mundo fonte: Folha de São Paulo, 21/07/1999. Caderno Especial - Água,

Comida e Energia.

A Poluição dos Mares Oceanos e Baias O problema alvo da contaminação de mares e oceanos e baias é

decorrente dos vazamentos de tubulações de óleo e de petroleiros além da lavagem indiscriminada de conveses e porões de navios

nos portos. Um outro problema que futuramente ira se agravar, é o da

construção naval atual de navios, submarinos, porta-aviões e outros movidos à propulsão nuclear, que quando naufragam contaminam os mares e uma questão que fica no ar. Qual o

problema futuro de suas desativações? Uma outra contaminação existente é chamada de Maré Vermelha que são provocadas pelas algas de mesma cor, em virtude, do excesso de poluentes (esgotos) que levam a um aumento de

natalidade destas, provocando diminuição no oxigênio das águas. Os futurólogos prevêem que em intervalo de tempo próximo as plantações serão oceânicas, e para tanto devemos não poluir

também os mares e oceanos. Porém um problema eminente está ocorrendo na Europa, que é a Calepa Taxifólia ou alga assassina que está se espalhando na Europa em proporções geométricas,

pois são levadas pelas correntezas, navios e outros. O efeito desta alga é devastador pois ela sufoca as algas que são ingeridas pelos

peixes que por sua vez fazem parte da cadeia alimentar. Essas algas apesar de venenosas têm um predador natural, que é a

lesma do mar, esse predador após ingerir a alga assassina torna-se também venenosa saindo da cadeia alimentar, ela também tem um problema, ela não resiste às baixas temperaturas do inverno

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europeu. Mesmo conhecendo-se a alga assassina, o seu predador natural, o seu problema com variações de temperatura e que ela

não se reproduz sexualmente, e sim por alto clonagem, o que implica na não possibilidade de sua remoção por meios mecânicos,

pois qualquer corte nela leva a sua multiplicação por ambas as extremidades.

Fato este que deixa o Brasil em vantagem, pois nossos invernos não são tão agressivos como os Europeus, o que permite a

disseminação das algas pelas lesmas, e que torna possível em nossa costa a manutenção da vida marinha, levando assim o

Brasil a ser o futuro abastecedor mundial de alimentos marinhos. A poluição dos rios, lagos e lagoas

A poluição dos rios, lagos e lagoas têm como fonte principal o homem que os polui através de indústrias, do esgoto lançado in natura e da deposição de lixo nas encostas e dentro destes. Um

outro problema que ocorre com estes é o do desmatamento e das queimadas nos margens, que podem até provocar mudança do

curso dos rios além de assoreamentos. As enormes quantidades de agrotóxico e fertilizantes de uso agrícola de nossas plantações podem acarretar aos corpos

receptores, rios, lagoas e lagunas, a proliferação de algas que se alimentam dos fertilizantes trazidos pelas chuvas e essas algas produzem substâncias tóxicas tornando esta água imprópria ao

consumo humano e a fauna aquática. A modificação da estrutura genética dos seres marinhos através da ingestão de produtos químicos, cujos efeitos prejudiciais aos

seres humanos ainda são desconhecidos pode acarretar até modificações no DNA.

Os manguezais são ecossistemas de alta produtividade compondo a base de uma cadeia alimentar que passa por um incontável

número de aves marinhas e migratórias, incluindo ainda o próprio homem no extremo desta cadeia. A fauna associada ao manguezal consiste de dois grupos os que o habitam permanentemente em

seu ciclo vital (moluscos, crustáceos) e aqueles que o freqüentam periodicamente para abrigo, desova e alimentação na fase de

crescimento principalmente peixes e mamíferos. Os outros problemas com lagos e lagoas são:

· Degradação das áreas de proteção dos lagos especialmente pelo lançamento de dejetos.

· Assoreamentos das lagoas quando permitida afirmação de espigões impedindo o livre transita de pequenas embarcações.

· Construções com total desrespeito a faixa marginal invadindo a faixa d'água.

· Desenvolvimento das condições de falta de oxigênio em virtude da alta concentração de esgoto e a presença de vegetação

aquática em decomposição. · Represamento dos rios poluídos devido a grande quantidade de

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vegetação aquática. A poluição dos lençóis freáticos e minas d'água

A poluição dos lençóis freáticos e das minas d'água se deve também a esgotos, a utilização de produtos químicos por

indústrias e pelos lixões que desprendem o chorume. Por ocasião das chuvas o próprio solo absorve agrotóxicos e

fertilizantes, oriundos da agricultura que são também uma fonte de poluição dos lençóis freáticos e minas d'água.

A poluição das chuvas Os poluentes incorporados ao ar Atmosférico, tais como gás

carbônico, fluoretos, nitritos, sulfitos e sulfetos, geram a chamada Chuva Ácida. Responsável pela destruição de arquiteturas,

estátuas, geração de doenças de pele e outros. No Brasil já existem comunidades que tem problemas de câncer

provocados por nuvens de poluentes, que em outros países foram verificadas por satélite e chegam a ter proporções continentais e

chegam a ter 3 km de espessura.

A Agricultura Orgânica e os Transgênicos A agricultura orgânica tem sua importância por não se valer de

agrotóxicos e estar sendo re-aceita pela população. Quanto aos transgênicos, apesar de seus efeitos ainda serem

desconhecidos, é inerente a eles a resistência a um maior número de pragas, e com isso a menor poluição dos solos, pois usam uma

quantidade menor de agrotóxicos, embora seja muito discutido seu efeito mutante no homem do futuro, no momento, é uma

solução da problemática da fome no planeta. Deve-se lembrar que tudo no Mundo foi feito pelo Criador em cadeia os alimentos naturais são compatíveis com a necessidade do organismo

humano.

A Água e o Brasil O Brasil detêm de toda água doce disponível no planeta. Pensando nesse volume e talvez considerando inesgotável uma parcela da população de empresários, donos de indústrias e até entidades publicas continuam poluindo os rios e o mar, sem dar a devida importância aos malefícios que tais ações acarretam ao próprio

ambiente e ser humano. Segundo dados do Programa das Nações Unidas para o Meio

Ambiente (Unep), o consumo total de água doméstico, industrial e outros em 1987 foram de 580 litros por pessoa/dia desse total

coube ao consumo doméstico 43% ou seja, 250 litros por pessoa/dia, 40% foram consumidos pela agricultura e 17% pela

indústria. A preocupação que se despendeu no passado (séc. XVII) que foi a criação de uma lei que proibia os donos de porcos de sujarem os

rios, não foi prosseguida pois de lá para cá a poluição só tem

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aumentado. Em nosso país, rios, riachos, ribeirões, lagos, lagoas, arroios e

cachoeiras, determinam a grande variedade dos recursos hídricos. Alguns se encontram preservados belos e úteis e outros não

recebem ainda hoje da população e autoridades os cuidados para mantê-los limpos e a sua recepção como fonte de vida e aqui são poucas cidades que tratam as nossas fontes de água com cuidado.

Os rios aqui são encarados como um natural escoadouro de dejetos domésticos e de lixo.

A falta de consciência é de tal ordem que se implantou o uso da "vassoura hidráulica" para lavagem das calçadas com água

potável. Acredita-se que a exemplo de países onde a falta d'água e escassez são notórios, deva ser implantado nas residências do

Brasil sistema de adução de água limpa e potável separadamente. Observe o alto custo da água tratada fato que por si só justifica a

implantação de tal sistema. Segundo noticia publicada na revista Fortunate a água tratada

custa trezentas vezes o valor da água limpa. O trabalho educativo deverá ser feito a nível doméstico e em âmbito maior, com o

relacionamento das diferentes tarefas e seus respectivos usos e gastos.

Desta maneira acredita-se que o homem venha a minimizar o gasto de água e maximizar a sua conservação no planeta.

Este fato tem gerado a necessidade do controle ambiental e dos RIMA (Relatório de Impacto Ambiental) em áreas industriais. A água pode ser a seiva da vida, como a geradora da morte, isto

depende unicamente do seu uso racional.

Conclusão Hoje em dia o problema é a qualidade e a quantidade da água,

fato que não se verificava no passado. A água abundante, o solo fofo e produtivo levou o homem, ao uso desordenado da água e do próprio solo, chegando a se esquecer os ensinamentos dos nativos que foram os primeiros a racionalizar os seus usos. Os

indígenas fazem uso da água sem que a poluam, fato este consciente e inconsciente. A terra é cultivada somente no espaço necessário para sua sobrevivência, não ameaçando a estrutura

dos ecossistemas, não destruindo as florestas, fontes de preservação do solo, das águas, da vida, fator de equilíbrio do

clima. Campanhas educativas e racionais deverão ser implementadas, de forma a conscientizar o povo de um problema tão eminente e que

já é sentido quando acontecem problemas ecológicos. Nossa sensação de perda só se dá neste momento, devido a grande

quantidade de água que possuímos. O maior problema atual do momento é o desperdício da água, seu

mau uso que levará a uma futura escassez acentuada.

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Segundo estudos da Pastoral da Terra, publicados no Jornal Ecológico 2003 "a última fronteira de investimento para o setor

privado é a água, disse um estrategista da Monsanto não podemos ficar em paz enquanto a oligarquia internacional da água

decreta, que a água é um bem escasso, dotado de valor econômico, e que a melhor maneira de gerenciar a escassez é o mercado. Para que a água seja mercantilizada, é preciso que ela tenha um preço e seja privatizada. Essa é a questão que está por detrás da frase do estrategista da Monsanto, empresa química que se tornou uma empresa de sementes geneticamente modificadas

e agora quer dominar toda a cadeia de alimentos, dominando também".

O sofrimento humano e a destruição ambiental que vêm por aí não têm tamanho. A água no momento atual é fonte geradora de guerra e de paz e não sabemos a que eixo ou o do bom ou o do

mau o Brasil estará no futuro com tanto desprezo a esta. Bibliografia:

BIZERRIL, C. R. S. F. e PRIMO, P. B. - "Peixes de Águas do Estado do Rio de Janeiro" RJ, FEMAR-SEMADES, 417p, 2001

_____ - Revista CREA-RJ, Fevereiro-Março 2003 _____ - Revista JB Ecológico, Maio, N.16 2003

_____ - Secretaria de Meio Ambiente "Ambiente das Águas no Estado do Rio de Janeiro", SEMADES, 230p, 2001

_____ - Veja, Ed. Abril, Agosto, ano 35, N.33 2002

Carlos Augusto de Alcantara Gomes Prof. Adjunto da Escola Politécnica da UFRJ

Membro da Academia Brasileira de Meio Ambiente [email protected]

Ligia Vianna Mendes Prof. Titular da CEFET e ABMA [email protected]

Membro da Academia Brasileira de Meio Ambiente A Água do Planeta

De toda a água que existe na Terra, 97,3% são de água salgada e apenas 2,7% de água doce.

Por aí vemos que a quantidade de água disponível para o nosso consumo é muito pequena em relação a quantidade de água dos mares. Por isso que o nosso mundo é chamado de Planeta Azul

De toda a água doce que existe no mundo, apenas 0,01% está disponível nos rios, para o nosso uso. Isso, sem levar em conta que grande parte dela já está poluída,

não permitindo a sua utilização. No caso do Brasil, a situação não é tão preocupante. De toda a água doce que existe

no mundo, 23% está na América do Sul, sendo que 12% dela estão no Brasil. Se não podemos reclamar, apenas precisamos cuidar dessa imensa riqueza que a

Natureza nos dá e renova a cada dia. Temos que ter consciência que a nossa sobrevivência depende deste líquido, que é a

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verdadeira fonte da vida.

A Água do mundo AUG 14

Por Silveira, tags: 2007

sci, Tech. Uma jóia da simplicidade com inteligência.

O Watercone é um dessanilizador de água de baixo custo, movido a

energia solar e que pode até gerar água potável.

Você simplesmente coloca ele sobre a água imprópria para o uso e com exposição ao sol. A água vai evaporar, condensar-se ao tocar a

superfície do cone e descer para o reservatório circular. Depois tira-se a tampa no topo do cone e a água pode ser retirada virando o

watercone.

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Essa água condensada perdeu seus sais minerais no processo. Para

que ela fique própria para o consumo humano é necessário acrescentar um composto de sais minerais ou 1% ou 1,5% de água

do mar.

Este artefato é um belo exemplo do desing simples em favor da

humanidade. Hoje 40% da população mundial não tem acesso a água limpa e potável.

Algumas outras características do produto:

• É feito de plástico não inflamável, não tóxico e 100% reciclável. • Dura de 3 a 5 anos e depois pode ser usado para apanhar água

da chuva, para guardar coisas ou ser reciclado. • Cada cone consegue gerar até 1 a 1,7 litros de água por dia.

• Já ganhou diversos prêmios. • O projeto aguarda investidores e companhias para iniciar a

produção em massa. • A previsão do custo é de 50 dolares (mas eu acho que dá para

diminuir muito isso aí). Quem sabe no futuro água seja uma moeda tão importante quanto

hoje é o combustível fóssil. Talvez seja uma boa hora para se começar a investir em tecnologias como essa.

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Segunda-feira, 9 de Fevereiro de 2009

Se toda a água do mundo coubesse em uma garrafa de 1 litro,

apenas meia gota estaria disponível para beber.| A escassez de água potável já é realidade em várias partes do mundo, portanto não a

desperdice.| Uma torneira pingando durante 24 horas desperdiça 46 litros de água.| Escovar os dentes com a torneira aberta durante 5 minutos gasta 12 litros de água, escove com a torneira fechada.| O

lixo que você produz na beira da praia não deve ser deixado na areia, leve os resíduos até uma lixeira. Postado por JULENI ANDRADE

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CURIOSIDADES AQUÍFERO GUARANI

VOCÊ SABIA QUE apenas 0,008% de toda a água do mundo

encontra-se diretamente disponível para as demandas humanas? E QUE este volume corresponde à água doce superficial dos rios e

lagos? VOCÊ SABE quais são os continentes que concentram os maiores potenciais de recursos hídricos do mundo? E quais os países onde

estão concentrados os maiores volumes de recursos hídricos renováveis do mundo?

VOCÊ SABE qual é o setor que utiliza mais água no mundo? VOCÊ SABE quais são os continentes menos favorecidos com água

disponível ao consumo humano? VOCÊ SABE o que é água subterrânea?

VOCÊ SABIA QUE a água subterrânea apresenta algumas propriedades que tornam o seu uso mais vantajoso em relação à

água dos rios? VOCÊ SABIA QUE as águas subterrâneas são aproximadamente 100

vezes mais abundantes que as águas superficiais dos rios e lagos, constituindo-se em importantes reservas de água doce?

VOCÊ SABE o que é um aqüífero? E QUE um dos maiores aqüíferos do mundo está localizado entre o Brasil, Paraguai, Uruguai e

Argentina, constituindo a principal reserva de água subterrânea da América do Sul? VOCÊ SABE O NOME DESTE AQÜÍFERO?

VOCÊ SABIA QUE a população atual na área de ocorrência do Aqüífero Guarani está estimada em aproximadamente 29,9 milhões

de habitantes? VOCÊ SABIA QUE o Brasil possui a maior área do Aqüífero Guarani?

E QUE o nosso Estado, o Paraná, tem 65,9% da sua área sobre o aqüífero?

VOCÊ SABIA QUE nem toda a água do Guarani é adequada para o consumo humano?

VOCÊ SABIA QUE a temperatura média da água do Guarani varia entre 25ºC a 30oC, podendo alcançar temperaturas mais elevadas

que variam de 30 e 68ºC? VOCÊ SABIA QUE as águas do Aqüífero Guarani têm diferentes

aplicações, tornando-o ainda mais rico? fonte:

http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/portal/estaticas/aquiferoguarani/index.php

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D O M I N G O , 2 9 D E J U N H O D E 2 0 0 8 Distribuição da água no Mundo

A água é um recurso que é preciso valorizar e cuidar. Como podes observar no gráfico, o oceano está na origem da maior parte das

precipitações do planeta. A chuva que cai na terra satisfaz praticamente todas as necessidades da água doce das populações.

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Planeta Água A Terra possui tanta água que recebeu o apelido de Planeta Água, desde a

primeira vez em que foi visualizada do espaço, pela inconfundível predominância desta substância quer na sua atmosfera, como na sua

superfície, sob a forma de oceanos e mares ou como gelo, nas calotas polares. O Ciclo Hidrológico

A água é um recurso renovável, graças ao interminável Ciclo Hidrológico, em atividade desde a formação da hidrosfera e da atmosfera, aproximadamente 3,8 bilhões de anos atrás. O ciclo consiste nas fases que a água percorre em

sua trajetória no globo terrestre, envolvendo os estados líquido, gasoso e sólido, um verdadeiro mecanismo vivo que mantém a vida no planeta. Desse modo, a água evapora-se dos mares, rios e lagos e transpira da vegetação, formando as nuvens, que precipitam-se sob a forma de chuvas. Ao atingir o

solo, parte da água das chuvas infiltra-se, abastecendo os aqüíferos, enquanto outra parte escoa para os rios, lagos e mares, onde recomeça o ciclo. Segundo

o Programa Hidrológico Internacional (UNESCO, 1998) o Ciclo Hidrológico envolve um volume de água de 577.200 km3/ano.

Ciclo hidrológico, com a indicação dos volumes de água envolvidos no

processo (in Rebouças, 1999) A Crise da Água

Contudo, o mundo atual se depara com uma crise de escassez de água no horizonte. Como isso é possível?

Embora o volume total de água existente na Terra seja de 1.386 milhões de km3, 97,5 % deste total é constituído pelos oceanos, mares e lagos de água

salgada (Shiklomanov, 1998 in IHP, UNESCO ou in Rebouças, 1999). Na parte formada pela água doce, mais de 2/3 estão nas calotas polares e geleiras, inacessíveis para o uso humano pelos meios tecnológicos atuais. Vendo as coisas dessa forma, restam apenas cerca de 1% da água para a vida nas terras emersas. Nesta parcela a água subterrânea corresponde a 97,5%, perfazendo um volume de 10,53 milhões de km3. Deste ponto de vista foi

formulado o conceito da água como um recurso finito.

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Distribuição da água no planeta.

(Fonte: Fetter, C.W. Applied Hidrogeology. New Jersey, 1994) O prognóstico da crise da água em um prazo de algumas décadas tem por

base o crescimento da população mundial (atualmente 6 bilhões de habitantes), o consumo mínimo de 1.000 m3/habitante/ano, adotado pelas

Nações Unidas e o volume estocado nos rios e lagos (cerca de 180 mil km3). Apesar do consumo atual da humanidade representar 11% da descarga anual dos rios, estimada em 41.000 km3, o recurso é distribuído desigualmente no planeta. Enquanto um grupo de países ricos em água têm uma descarga de

rios de 1 a 6 trilhões de m3/ano, no grupo de países mais pobres essa descarga fica no intervalo de apenas 15 a 900 bilhões m3/ano (Margat, 1998 in

Rebouças, 1999), com países já em situação de “estresse de água”. O Brasil, o país mais rico em água do mundo, tem uma descarga dos rios de 6,22 trilhões de m3/ano. Apesar da grande disponibilidade do Brasil, vivemos

situações de escassez no Nordeste, principalmente durante as periódica secas. Esse problema vem se manifestando em outras partes do país devido a falhas

de suprimento e pela cultura de desperdício, além de fatores climáticos. Recentemente, tivemos racionamentos em Recife e na Região Metropolitana

de São Paulo. No Rio de Janeiro o sistema de abastecimento é também deficiente tanto na capital como na Região Metropolitana e nos municípios da Região dos Lagos, em particular, onde muitas vezes se configura um quadro

de escassez. Água Subterrânea e Aqüíferos

A água subterrânea é a parcela da água que permanece no subsolo, onde flui lentamente até descarregar em corpos de água de superfície, ser interceptada

por raízes de plantas ou ser extraída em poços. Tem papel essencial na manutenção da umidade do solo, do fluxo dos rios, lagos e brejos. A água

subterrânea é também responsável pelo fluxo de base dos rios, sendo responsável pela sua perenização durante os períodos de estiagem. Essa

contribuição em todo o mundo é da ordem de 13.000 km3/ano (World Resources Institute, 1991 in Rebouças, 1999), quase 1/3 da descarga dos rios.

Em determinadas áreas, como regiões áridas e certas ilhas, a água subterrânea pode ser o único recurso hídrico disponível para uso humano.

Geralmente ela dispensa tratamento, economizando na execução de grandes obras como barragens e adutoras. Mais da metade da população do mundo

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depende da água subterrânea para suprimento de suas necessidades de água potável.

As águas subterrâneas estão contidas nos solos e formações geológicas permeáveis denominadas aqüíferos. Existem três tipos primários de aqüíferos:

Tipos de Aqüífero

(Fonte da Figura: UNESCO, 1992, Ground Water. Environment and Development - Briefs. No. 2. - traduzida e adaptada pelo DRM/RJ)

Aqüífero poroso Aquele no qual a água circula nos poros dos solos e grãos constituintes das

rochas sedimentares ou sedimentos; Aqüífero cárstico

Aquele no qual a água circula pelas aberturas ou cavidades causadas pela dissolução de rochas, principalmente nos calcários;

Aqüífero fissural Aquele no qual a água circula pelas fraturas, fendas e falhas nas rochas.

Aqüíferos Livres e Confinados As formações geológicas portadoras de água superpostas por camadas

impermeáveis são denominadas aqüíferos confinados. O seu reabastecimento ou recarga, através das chuvas, dá-se somente nos locais onde a formação

aflora à superfície. Neles o nível hidrostático encontra-se sob pressão, causando artesianismo nos poços que captam suas águas. Já os aqüíferos

livres são aqueles constituídos por formações geológicas superficiais, totalmente aflorantes, portanto com a recarga no próprio local, em toda a

extensão da formação. Os aqüíferos livres têm a chamada recarga direta e os aqüíferos confinados, a recarga indireta.

Aqüífero livre.

(Fonte: Fetter, C.W. Applied Hidrogeology. New Jersey, 1994 - traduzida e adaptada pelo DRM/RJ)

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Aqüífero confinado e artesianismo. (Fonte: Fetter, C.W. Applied Hidrogeology. New Jersey, 1994 - traduzida e

adaptada pelo DRM/RJ) Funções dos Aqüíferos

Além da função de produção, os aqüíferos podem cumprir algumas outras funções, como:

Função estocagem e regularização Corresponde à utilização do aqüífero para estocar excedentes de água que

ocorrem durante as enchentes dos rios, correspondentes à capacidade máxima das estações de tratamento durante os períodos de demanda baixa, ou

referentes ao reuso de efluentes domésticos e/ou industriais. Esses volumes infiltrados serão bombeados durante as picos sazonais de demanda durante períodos de escassez ou situações de emergência resultantes de acidentes

naturais como avalanches, enchentes e outros tipos de acidentes que reduzem a capacidade do sistema básico de água da metrópole.

Função filtro Corresponde à utilização da capacidade filtrante e de depuração biogeoquímica

do maciço natural permeável. Para isso são implantados poços a distâncias adequadas de rios perenes, lagoas, lagos ou reservatórios, para extrair água naturalmente clarificada e purificada, reduzindo substancialmente os custos

dos processos convencionais de tratamento. A Gestão Sustentável da Água

A água é um dos recursos naturais mais importantes, cuja utilização deve ser feita de maneira a não comprometer a disponibilidade para as gerações

futuras. Sua disponibilidade é hoje limitada não apenas quanto à quantidade mas também pela qualidade. Um dos maiores desafios atuais para o desenvolvimento sustentável será minimizar os efeitos da escassez

permanente ou sazonal e da poluição da água. A água para a conservação dos ecossistemas também deverá receber mais atenção como tema sócio-político.

Será imprescindível que os novos projetos para atender a demanda sejam concebidos dentro de uma perspectiva de sustentabilidade econômica, social e ambiental. A solução vai exigir tanto a exploração cuidadosa de novas fontes, quanto medidas para estimular o uso mais eficiente da água (Salati, Lemos e

Salati, 1999). Para enfrentar os desafios da escassez e da poluição, a grande ferramenta

será a gestão do suprimento e da demanda de água. A gestão do suprimento significa a adoção de políticas e ações relativas à quantidade e qualidade da

água desde sua captação até o sistema de distribuição. A perspectiva de suprimento a partir de águas de superfície vem se tornando cada dia mais

difícil, em virtude do crescimento dos custos de construção, devido às distâncias cada vez maiores dessas fontes, exigindo obras de grande porte e

complexidade, além de acirrada oposição dos ambientalistas. A gestão da demanda trata do uso eficiente e de ações para evitar o desperdício. Dessa forma além de medidas para reduzir o índice elevado de perdas nas redes

públicas, mas também a adoção de práticas e técnicas mais racionais de uso, a exemplo da irrigação por gotejamento na agricultura (Salati, Lemos e Salati,

1999). O Papel Estratégico das Águas Subterrâneas

Perfazendo 97,5% da água doce acessível pelos meios tecnológicos atuais, com um volume de 10,53 milhões de km3, armazenado até 4.000 metros de

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profundidade (Rebouças, 1999), as águas subterrâneas tornam-se estratégicas para a humanidade. Além de mais protegidas contra a poluição e os efeitos da sazonalidade, apresentam em geral boa qualidade, decorrente do “tratamento”

obtido da sua percolação no solo e subsolo. Seu aproveitamento tem se revelado uma alternativa mais econômica, evitando custos crescentes com

represas e adutoras e dispensando tratamento, na maioria dos casos.

Distribuição da água doce no planeta e a participação das águas subterrâneas

(in Rebouças, 1999) A UNESCO avalia que 75% do abastecimento público da Europa seja feito por

água subterrânea, índice que chega de 90 a 100% na Alemanha, Áustria, Bélgica, Holanda e Suécia. Após o acidente nuclear de Chernobyl, seu uso tende a crescer por terem se revelado uma via mais segura. Nos Estados

Unidos são extraídos mais de 120 bilhões de m3/ano, atendendo mais de 70% do abastecimento público e das indústrias. No Brasil, um grande número de

cidades de pequeno e médio porte do sul do país, suprem suas necessidades de água a partir do Aqüífero Guarani, o maior do mundo, com uma reserva de

48.000 km3 (Rebouças, 1999), sendo 80% de sua ocorrência em território brasileiro. Capitais estaduais como São Luís, Maceió e Natal são abastecidas por água subterrânea, assim como 80% das cidades do Estado de São Paulo.

A Gestão das Águas Subterrâneas A gestão das águas subterrâneas não pode ser dissociada da das águas

superficiais, haja visto as duas possuírem uma inter-relação na fase líquida do ciclo hidrológico. Nesses termos, as duas poderiam ser consideradas como tão

somente a água em sua fases superficial e subterrânea. Ou seja, a água subterrânea tanto pode tornar-se superficial nas nascentes de um rio ou

alimentando-o pela base, como um rio pode alimentar um reservatório natural de água subterrânea, como costuma acontecer em certas regiões de clima seco. Este pressuposto, sustenta a moderna visão de gestão integrada da

água, entrando os dois tipos de água na contabilidade geral das disponibilidades hídricas.

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Interação entre água superficial e água subterrânea.

(Fonte: Fetter, C.W. Applied Hidrogeology. New Jersey, 1994 - traduzida e adaptada pelo DRM/RJ)

Apesar de abundante, a água subterrânea não é inesgotável e, como qualquer recurso natural, tem que ser conservada e usada adequadamente para

assegurar a disponibilidade no futuro. No seu caso particular, a conservação deve compatibilizar o uso com as leis naturais que governam a sua ocorrência e reposição. A água subterrânea pode ser retirada de forma permanente e em volumes constantes, por muitos anos, dependendo do volume armazenado no subsolo e das condições climáticas e geológicas de reposição. A água contida

em um aqüífero foi acumulada durante muitos anos ou até séculos e é uma reserva estratégica para épocas de pouca ou nenhuma chuva. Se o volume retirado for menor do que a reposição a longo prazo, o bombeamento pode

continuar indefinidamente, sem provocar efeitos prejudiciais. Se, por outro lado, o bombeamento exceder as taxas de reposição natural, começa-se a entrar na reserva estratégica, iniciando um processo de rebaixamento do lençol freático, chamado superexplotação. Quando a captação localiza-se em áreas litorâneas

todo o cuidado deve ser tomado para evitar a intrusão da água do mar infiltrada, provocando a salinização da água dos poços e, em alguns casos de

todo o aqüífero na faixa costeira.

Superexplotação de aqüíferos.

(Fonte da Figura: UNESCO, 1992, Ground Water. Environment and Development - Briefs. No. 2. - traduzida e adaptada pelo DRM/RJ)

Embora mais protegidas, as águas subterrâneas não estão a salvo da poluição e seu aproveitamento envolve um planejamento técnico criterioso, com base no

conhecimento de cada ambiente onde se localizam e de suas condições de circulação. Atividades humanas como agricultura, indústria e urbanização

podem degradar sua qualidade. Dependendo da sua natureza e localização

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espacial, os aqüíferos podem ter maior ou menor grau de vulnerabilidade, mas quando ocorre, a poluição é de mais difícil e dispendiosa remediação, entre

outras razões, devido ao fluxo lento (centímetros por dia) das águas subterrâneas. A poluição da água subterrânea pode ficar oculta por muitos

anos e atingir áreas muito grandes. Sabe-se que as águas subterrâneas resultam da infiltração das águas das

chuvas, portanto é necessário proteger essa ponta do processo. Nos aqüíferos confinados o reabastecimento ocorre somente nos locais onde a formação

portadora de água aflora à superfície (zonas de recarga). Estas áreas precisam ser preservadas. Nenhuma atividade potencialmente poluidora deve nelas se

instalar, a exemplo de distritos industriais, agricultura tradicional, aterros sanitários, cemitérios, etc.

Contaminação de aqüíferos.

(Fonte da Figura: UNESCO, 1992, Ground Water. Environment and Development - Briefs. No. 2. - traduzida e adaptada pelo DRM/RJ)

Já nos aqüíferos livres, a recarga é direta, isto é, ocorre em toda a superfície acima do lençol freático. Neste caso as medidas de proteção podem variar de

acordo com o ambiente geológico e em relação as diversas atividades poluidoras. Em lugares onde o lençol freático for muito próximo à superfície, o

uso de fossas sépticas pode ser pernicioso, porque o efluente não inteiramente tratado é lançado diretamente no lençol, contaminando-o.

A - Embora a água contaminada atravesse mais de 100 metros antes de alcançar o Poco 1, a água move-se muito rapidamente através do calcário

cavernoso para ser purificada; B - Como a descarga da fossa séptica percola através de um arenito

permeável, ela é purificada em uma distância relativamente curta.

(Fonte da Figura: UNESCO, 1992, Ground Water. Environment and Development - Briefs. No. 2. - traduzida e adaptada pelo DRM/RJ)

Uma grande preocupação são os postos de gasolina. Os casos de vazamento em tanques ou na linha tem sido comuns em qualquer parte do mundo.

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Segundo a USEPA (Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos) os acidentes chegam a 1.000 por ano naquele país. No Brasil, estima-se que

existam 5.700 casos de vazamentos. Soma-se aos vazamentos a contaminação de cursos d’água e do solo resultante da lavagem dos carros.

Para evitar esses danos, torna-se necessário a implantação de normas técnicas, cercando de máxima impermeabilização os tanques e pisos desses

postos e implantando drenagens e sistemas de tratamento para os efluentes da lavagens de carros.

Contaminação da água subterrânea por postos de gasolina.

(Fonte: Jornal da ABAS - Janeiro/2001) Corrigir problemas resultantes do uso inadequado pode demandar soluções

tecnológicas caras e muito tempo. Assim, os meios mais econômicos e eficazes para assegurar o suprimento de água subterrânea limpa são a

proteção e o cuidadoso gerenciamento destes recursos. Fonte: www.drm.rj.gov.br

AS ÁGUAS NO BRASIL (o Brasil, por qualquer critério, é rico em águas)

Rico em mar: 8,5 mil km de costas (as da Austrália são muito maiores, mais de 22 mil

km).

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Águas de superfície (rios, lagos, alagados, pantanais, mangues, etc.; mas o Canadá tem

três milhões de lagos).

Uma fartura de grandes rios.

A hidrosfera corresponde à camada líquida que envolve a superfície do

planeta, e seu estudo é realizado pela Hidrologia (ou Hidrografia), ciência que analisa as características gerais e a distribuição espacial das grandes

extensões de águas no globo terrestre. Os rios, ou cursos fluviais, sempre foram, e são até hoje, um dos mais

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importantes recursos para a sobrevivência da humanidade. São eles que nos fornecem grande parte da água que consumimos, que usamos para produzir nossos alimentos, de que necessitamos para nossa higiene e que utilizamos para irrigar o solo das áreas agrícolas. Além disso, os rios também são muito importantes pelo fato de serem usados, em várias regiões, como vias naturais de circulação, ao longo das quais as embarcações se deslocam transportando

mercadorias e pessoas; e, ainda, por sua utilização na produção de energia hidrelétrica, sem esquecer da importância que têm pela exploração da pesca

como fonte de alimentos. O objetivo maior da Hidrologia é, sem dúvida, compreender como o homem se

apropria dos rios, dando a eles um uso económico, seja por meio da navegação ou da irrigação dos solos agrícolas, seja por meio da pesca ou da

produção de energia elétrica. Um rio pode se originar das mais diversas formas, porém a mais comum -

aquela que caracteriza a maior parte da hidrografia planetária - é a que faz com que o rio se forme a partir de uma sucessão de fenómenos e de contínuas

transformações ocorridas na natureza, que caracterizam o chamado ciclo da água.

Os rios são correntes volumosas de água que se deslocam na superfície

terrestre, por meio de canais permanentes e com rumo definido, sempre das áreas mais elevadas para as menos elevadas. Seu destino final pode ser o

oceano, um outro rio, ou até mesmo um lago. A distribuição dos cursos d'água pela superfície de um lugar se faz sempre de acordo com uma determinada hierarquia, em que os filetes de água das áreas mais elevadas vão se unindo a outros, recebendo mais alguns e levando um

volume cada vez maior de água até um outro curso d'água localizado em altitude menor e de porte médio. Este, por sua vez, descarrega toda essa água

em um rio situado em altitude menor e, ainda, de maior porte; e assim sucessivamente, até que o rio termine em um lago interior ou no oceano, o que

é o mais comum. Essa hierarquia compõe o que se denomina rede hidrográfica, que corresponde ao conjunto de rios que drenam as águas de

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uma determinada região. Esse conjunto é formado por um rio principal (o mais volumoso), seus afluentes e os inúmeros tributários desses afluentes.

O espaço territorial drenado por uma rede hidrográfica corresponde a uma bacia hidrográfica, que é, na verdade, a parte que nos interessa, pois nela

vivem as pessoas que exploram as águas dessa rede hidrográfica para garantir a sua subsistência e desenvolver atividades económicas. A área de uma bacia

hidrográfica pode variar desde alguns poucos quilómetros quadrados até espaços gigantescos, com vários milhões de quilômetros quadrados. A bem da verdade, toda a superfície terrestre pode ser repartida em numerosas bacias hidrográficas, separadas umas das outras por áreas do relevo com topografia de maior altitude, denominadas divisores de águas. Essas áreas impedem que os cursos de água de uma determinada bacia sejam captados por rios de uma

outra bacia vizinha.

CARACTERÍSTICAS GERAIS DA HIDROGRAFIA

Entre as várias características dos rios, algumas se destacam em relação às outras. É o que acontece, por exemplo, com o regime dos rios, que

corresponde ao seu sistema de cheias e vazantes, de extrema importância quando se analisam as possibilidades econômicas de uma bacia hidrográfica.

Outra característica que muito nos interessa é a análise da ação fluvial na erosão e na sedimentação das áreas atravessadas por um determinado rio.

Quanto ao regime fluvial - que representa a variação do volume de água de um rio ao longo de um ano, a partir do seu processo de cheia e vazante-, é

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fundamental conhecer as razões geradoras dessa variação, a fim de que possam ser elaboradas, com uma certa antecedência, previsões do que

ocorrerá com o rio, de modo que se possa interferir no sentido de evitar (ou, pelo menos, de diminuir), os reflexos de eventuais problemas relacionados com

uma cheia catastrófica ou com uma vazante muito acentuada. De uma forma geral, existem dois grandes grupos de regime fluvial. Um deles

está diretamente relacionado com as variações de temperatura, sendo que, em certas áreas, o declínio térmico causa a precipitação de neve, enquanto, em

outras áreas, a elevação das temperaturas causa degelo. Em ambos os casos, o nível das águas dos rios dessas áreas pode subir, causando uma cheia. O

outro tipo de regime é o que está relacionado com a precipitação das chuvas e sua distribuição durante o ano.

É evidente que, quanto mais a humanidade altera a paisagem de um determinada região, mais o sistema de cheias e vazantes de um rio pode sofrer

uma expressiva modificação em relação à situação original. A construção de barragens e represas para a geração de hidreletricidade, a construção de

eclusas para transpor obstáculos à navegação e o desvio de parte das águas de um rio para alimentar canais de irrigação são algumas das formas de

modificação da paisagem que podem acentuar as cheias ou as vazantes em um determinado trecho do rio.

Com relação à ação dos rios na movimentação dos materiais do seu leito e das

suas margens, é fundamental observar que a análise deve ser feita em três etapas: erosão; transporte; sedimentação.

Na primeira etapa - a erosão - verifica-se que, pela ação gravitacional, ela é mais intensa no alto curso dos rios, onde a inclinação topográfica do relevo é mais marcada, o que aumenta a velocidade de deslocamento das águas e,

conseqüentemente, sua capacidade erosiva. Com a diminuição dos declives, nos trechos referentes aos cursos médio e baixo dos rios, diminui a velocidade

das águas, bem como seu poder erosivo. A segunda etapa - o transporte dos sedimentos retirados pela erosão - pode se

fazer tanto com o material dissolvido quanto com o material ainda em partículas, em suspensão na água. A definição de um outro tipo de transporte

depende de vários fatores, como a força de carregamento de que a água

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disponha e as características químicas dos materiais transportados. Finalmente, a terceira etapa - que é a de acumulação do

material erodido e transportado, em algum ponto da superfície terrestre - corresponde ao processo de

sedimentação. Esse processo se concentra no baixo curso do rio, onde a diminuição do desnível altímétrico faz

com que as águas se desloquem de forma mais lenta e com menor capacidade de transporte, especialmente na

foz, quando o rio desemboca no oceano. Caso a sedimentação seja muito intensa nessa área, o material

acumulado forma numerosos canais que dificultam a saída das águas, obrigando o rio a se abrir em leque, criando uma foz em

delta. O consumo de água na Terra

O elevado contingente da população mundial, que ultrapassa a marca dos 6 bilhões de pessoas, associado à existência de um excessivo consumo de água pelas mais diferentes razões - pelo consumismo irresponsável de alguns, pelo

uso inadequado feito por outros, pelas necessidades imediatistas das atividades econômicas ou, ainda, pela ocorrência em escala cada vez maior da poluição ambiental nas áreas de mananciais -, está repercutindo na diminuição

dos estoques mundiais de água do planeta. Aquilo que muitos imaginavam nunca pudesse acontecer - a escassez de água para todos - está bastante

próximo de ocorrer. Segundo projeções realizadas por técnicos e cientistas ligados à Organização

das Nações Unidas (ONU), o século que agora se inicia com certeza apresentará - e em prazo muito curto - uma situação de crise mundial na oferta

de água potável. É provável, segundo se calcula, que estejamos com problemas graves já por volta de 2020.

Chegou-se a essa conclusão a partir da análise da evolução dos dados sobre o consumo de água no planeta nos últimos 60 anos. Em 1940, esse consumo alcançava a marca de l mil km3 ao ano. Duas décadas depois, em 1960, já

havia duplicado para 2 mil km3 ao ano. Em 1990, estava em 4,1 mil km3; e, em 2000, alcançou 5,2 mil km3. De acordo com esses especialistas, como a

reserva mundial de água conhecida é de 9 mil km3, cerca de 60% da disponibilidade máxima que o planeta apresenta já estão sendo consumidos, o

que representa, sem dúvida, um problema dos mais graves para todos nós.

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Na verdade, apesar de, teoricamente, a escassez de água potável afetar a todos, os países subdesenvolvidos são os que mais sofrem com a gravidade

do problema, pois eles têm menos recursos para evitar as consequências de tal processo. Em 1990, a ONU divulgou um dado bastante esclarecedor sobre

essa situação, informando que, nos países subdesenvolvidos, cerca de 30% da população não tinham acesso à água de boa qualidade, e que

aproximadamente 45% não dispunham de saneamento básico. É sempre muito importante lembrar que esse grupo de países reabriga algo em torno de 70%

de toda a população mundial, ou seja, mais de 4 bilhões de pessoas. Essas duas condições - a escassez de água potável e a ausência de

saneamento básico - são os principais fatores responsáveis pelas elevadas taxas de mortalidade infantil entre as populações mais pobres dos países

subdesenvolvidos. Segundo a Organização Mundial da Saúde (órgão da ONU), as doenças infecciosas e parasitárias, causadas pelo consumo de águas

contaminadas por esgotos, matam mais de 4 milhões de crianças a cada ano nesse grupo de países.

Entre as ações humanas que têm refletido na diminuição do estoque de água potável destaca-se o ritmo acelerado dos desmatamentos, para a expansão

das atividades agropecuárias. Nas regiões semi-úmidas isso se torna catastrófico, pois contribui para diminuir ainda mais a capacidade de retenção de umidade na área, com a redução da quantidade de chuvas e da infiltração

dessa água no solo, agravando a escassez regional de água. A solução é fazer um uso mais racional do solo, buscando preservar a vegetação e tomando

medidas de ordem económica e ambiental que favoreçam a manutenção da umidade e da infiltração de água nos solos, a fim de abastecer os lençóis

freáticos. É importante observar que não podemos continuar consumindo a água que resta no mesmo ritmo em que isso vem ocorrendo. Afinal, a reposição desse

recurso essencial à vida se dá em um ritmo muito menos veloz pois, apesar de a água corrente dos rios demorar, em média, apenas cerca de 20 dias para ser reposta, a reposição da água subterrânea dos lençóis freáticos demora muito

mais, algo em torno de 1.400 anos.

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AS BACIAS HIDROGRÁFICAS BRASILEIRAS

As características naturais do Brasil, especialmente aquelas relacionadas com a sua paissagem climática, acabam por favorecer a presença de uma

enorme riqueza hidrográfica. O fato de nosso país estar localizado, em mais de 90%, na faixa intertropical do globo, resulta na predominância de climas quentes e úmidos que, associados à existência de um extenso litoral e à

atuação constante de massas oceânicas úmidas, acentuam a ocorrência de precipitações intensas (pelo menos em parte do ano) em uma grande porção

do território nacional. Também contribui para essa fabulosa riqueza hidrográfica a presença da mais

exuberante formação vegetal úmida do planeta, a Floresta Equatorial Amazônica, responsável pela manutenção de um clima constantemente úmido

e chuvoso em cerca de metade do território brasileiro. Assim, a rede hidrográfica existente em nosso país se caracteriza como a maior, a mais

diversificada e a mais rica de toda a superfície terrestre. A importância da hidrografia brasileira no contexto planetário pode ser retratada

no fato de que 2 das 10 maiores bacias, hidrográficas do globo têm grande parte da sua área localizada em terras brasileiras: a bacia Amazônica (a maior do mundo), que apresenta quase 60% dos seus 7 milhões de km2 de área total

no Brasil - ou seja, cerca de 4 milhões de km2 - e a bacia Platina (a 4a do mundo), que tem 1,4 milhão de km2 em terras brasileiras (cerca de 45% dos

seus pouco mais de 3,1 milhões de km2 de área total). Merece destaque também o fato de se localizar em nosso território o rio mais extenso do globo: o Amazonas, com uma extensão total de 7.100 km, desde suas nascentes na Cordilheira dos Andes, no Peru, até a sua foz no oceano

Atlântico, no litoral do Pará, distribuindo a sua extensão quase equitativamente pêlos dois países.

Na sua totalidade, o território brasileiro comporta 9 grandes bacias hidrográficas, entre as quais 6 são consideradas bacias isoladas, dirigidas por

um único eixo fluvial (que é o rio principal que lhe dá nome) e que se estendem por cerca de 80% de todo o território nacional. As outras 3 são consideradas bacias agrupadas, com vários eixos menores que se deslocam em uma só

direção. Esse grupo ocupa cerca de 20% do território brasileiro (imagem gráfico 3 )

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O USO DOS RIOS PARA A NAVEGAÇÃO

A apropriação dos rios como vias de transporte, originando as chamadas

hidrovias, apresenta um grande interesse do ponto de vista económico, pois as embarcações que por elas se deslocam consomem pouco combustível em

relação às toneladas de mercadorias transportadas. Isso faz esse sistema de transporte ser consideravelmente mais barato que as outras alternativas:

rodoviárias, ferroviárias e, principalmente, aeroviárias. Essa expressiva vantagem económica explica o fato de - além de se procurar

explorar todos os cursos d'água que sejam naturalmente favoráveis à navegação, especialmente aqueles que se deslocam em áreas de planícies - haver um interesse cada vez maior em se transformar, artificialmente, em rios navegáveis também os cursos d'água que apresentam acentuados desníveis ao longo dos seus trajetos, marcados pela presença de corredeiras e quedas

d'água que os tornam impraticáveis para a navegação. Essa transformação de um rio com sucessivas quedas d'água em hidrovia é

bastante trabalhosa e, conseqüentemente, costuma apresentar um custo muito elevado, pois exige a construção de uma série de obras ao longo desses

cursos fluviais, como canais de desvios e eclusão, ou comportas, nas áreas de ocorrência dos desníveis.

Quando se procura analisar, sob o enfoque global, o uso económico dos rios

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como vias de transporte, verifica-se que esse tipo de exploração é bastante generalizado em todos os continentes. No entanto, algumas dessas hidrovias,

pela importância económica das áreas que atravessam, apresentam uma grande projeção internacional.

Na América Anglo-Saxônica, merece destaque especial o complexo lacustre dos Grandes Lagos (na fronteira entre os Estados Unidos e o Canadá), que

interliga o oceano Atlântico à importante área industrial dos Grandes Lagos, por meio da navegação fluvial do rio São Lourenço. Dessa forma, são favorecidas tanto as exportações dos bens industrializados desses dois países, como as importações das matérias-primas utilizadas pelas suas indústrias. Ainda nos Estados Unidos, na vertente do Golfo do México, um outro importante curso fluvial deve ser destacado: o rio Mississipi. Ao atravessar uma rica planície

fértil, intensamente aproveitada para a exploração agrícola, esse rio se tornou a mais importante opção de transporte de mercadorias destinadas ao abastecimento das agroindústrias instaladas ao longo do seu vale.

No continente europeu, o domínio do relevo de planícies em torno de algumas das mais elevadas cadeias montanhosas da Terra favorece a existência de

uma grande quantidade de rios, muitos deles navegáveis em sua quase totalidade. No entanto, dois deles se destacam no conjunto das hidrovias

européias: o Reno e o Danúbio.

A hidrovia do Reno é, sem a menor dúvida, a mais importante, não apenas da Alemanha - atualmente a maior potência económica europeia -, mas também

de todo o continente. Ao longo de seu curso situam-se alguns dos mais importantes centros industriais da Europa, como Colônia e Dusseldorf. As

embarcações que se deslocam por essa hidrovia seguem em direção ao porto

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de Roterdã, na Holanda, carregadas de produtos industriais da região, e voltam para a Alemanha carregadas de matérias-primas provenientes do exterior.

A hidrovia do Danúbio se inicia nos Alpes - uma das regiões mais elevadas da Europa-, atravessa vários países (como Áustria, Hungria, lugoslávia, Bulgária e

Roménia) e depois desagua no mar Negro. Entre as inúmeras cidades industriais atravessadas por essa hidrovia encontram-se Viena, na Áustria, e Budapeste, na Hungria. Entre as mercadorias que circulam por suas águas destacam-se os cereais, o carvão mineral e inúmeros produtos industriais. No continente asiático, em função da sua grande diversidade de paisagens

naturais, há um grande número de rios navegáveis. Mas, tendo em vista que, em sua maioria esmagadora, os países no interior desse continente são

subdesenvolvidos, a utilização das hidrovias tem um caráter muito mais social do que econômico. É o que ocorre, por exemplo com os rios Tigre e Eufrates,

no Iraque (área da antiga planície da Mesopotâmia); com o rio Ganges, na Índia; com o rio Bramaputra, em Bangladesh; e com os rios Yang-tsé e Huang-

ho, na China. O mesmo acontece com relação a alguns rios do continente africano, como o

Nilo, o Níger, o Zambeze e o Congo. Apesar de apresentarem trechos navegáveis em maior ou menor extensão, nesses rios a importância econômica

da navegação fluvial é pouco significativa, como resultado do baixo nível socioeconômico dos países africanos em geral.

A NAVEGAÇÃO FLUVIAL NO BRASIL

Apesar de o Brasil ser um dos países mais ricos do mundo em número de rios, o uso da navegação fluvial nunca representou uma opção de transporte de

maior expressividade no contexto da circulação de cargas no interior do nosso país, a não ser no passado, quando não existiam outras opções.

Desde meados do século XIX, com a implantação das ferrovias, a opção hidroviária vem perdendo espaço continuamente. Com o desenvolvimento do transporte rodoviário, principalmente no período do pós-guerra, o uso dos rios

para transportar mercadorias tornou-se uma alternativa apenas em áreas muito restritas do País.

Para se ter uma idéia do pequeno significado da navegação fluvial como meio de transporte no Brasil, basta observar que essa alternativa representa

atualmente cerca de 2,7% de todo o transporte de carga nacional. Ou seja, pouco mais de 17 milhões de toneladas de carga são transportados pela

navegação fluvial em nosso território. Para efeito de comparação, nos Estados Unidos o percentual da navegação fluvial chega a 17% de todo o volume de carga deslocado no território norte-americano. Em valores absolutos, isso

representa quase 700 milhões de toneladas de mercadorias, aproximadamente 40 vezes o volume transportado no Brasil.

Entre as bacias hidrográficas brasileiras, a Amazônica e a do Paraguai são as que apresentam cursos fluviais mais favoráveis à navegação. Isso se deve ao fato de a maioria de seus rios ter cursos em áreas de topografia relativamente

suave, ou seja: baixas, planas e com pequenos desníveis, uma vez que atravessam extensas áreas de planícies no território brasileiro. A

caracterização dessas duas bacias não significa, porém, que seus cursos fluviais sejam muito aproveitados para a navegação, pois as áreas banhadas por eles - como a planície Amazônica e a planície do Pantanal – ainda são

pouco povoadas e quase inexploradas do ponto de vista econômico.

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Entre as hidrovias que fazem parte da bacia Amazônica, uma das mais

importantes é a do rio Madeira, que se estende desde a cidade de Porto Velho, em Rondônia, até o porto de Itacoatiara, no rio Amazonas, no Estado do

Amazonas, onde está a sua foz. Nos dias atuais, essa hidrovia funciona como uma das mais importantes vias de escoamento da produção de soja do Brasil

Central, principalmente daquela cultivada no Estado de Mato Grosso. Mas a existência desse problema no trajeto de um rio não impede que a navegação fluvial possa ocorrer, no caso de haver interesse político e

econômico, porque esses desníveis podem ser vencidos, por exemplo, com a construção de eclusas. Isso acontece na bacia hidrográfica do Paraná, onde a

construção de uma série de eclusas permitiu a formação de uma das mais importantes hidrovias do Pais, a do Tietê-Paraná. Ela se inicia na cidade de

Conchas (SP), no rio Tietê, e vai até a barragem de Itaipu (PR), no rio Paraná, com uma extensão da ordem de 1.700 quilômetros, ao longo dos quais se

situam importantes áreas agroindustriais dos Estados de São Paulo, de Mato Grosso do Sul e do Paraná.

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Entre as mercadorias que circulam por essa hidrovia destacam-se produtos agrícolas como a cana-de-açúcar, o milho, o arroz e a soja; e uma grande variedade de outros produtos utilizados pêlos agricultores da região, como, por

exemplo, o calcário e os fertilizantes. A importância da hidrovia do Tietê-Paraná no cenário

econômico nacional torna-se evidente quando observamos que ela serve (considerando-se os trechos que a interligam aos sistemas hidroviários existentes nos Estados de Minas Gerais e Goiás) a uma área que corresponde a cerca de 9% do território nacional, onde vivem mais de 50 milhões

de habitantes. O USO DOS RIOS PARA A IRRIGAÇÃO

A irrigação consiste no conjunto de técnicas desenvolvidas para se levar água

às áreas de cultivo situadas em regiões mais secas, buscando, com isso, compensar a insuficiência de precipitações. O uso dos rios para esse fim

explica, em parte, a concentração histórica de um grande número de habitantes ao longo de alguns dos mais importantes rios do mundo. Nesse caso se inclui, por exemplo, a concentração histórica de populações ao longo de rios como o Nilo, no Egito (África), ou o Tigre e o Eufrates, no Iraque (Ásia), pois esses rios atravessam extensas áreas desérticas, respectivamente, da África do Norte (o

deserto do Saara) e do Oriente Médio. Atualmente, a apropriação das águas dos rios para irrigação é realizada no mundo todo, de uma forma bastante generalizada, especialmente nas áreas

onde se verifica a ocorrência de climas áridos ou semi-áridos. Essa apropriação pode ser realizada de várias formas, entre as quais se destacam

duas: a que é feita por meio de canais e a que se realiza pelo processo de dispersão, ou gotejamento.

No primeiro caso, é feita por meio de canais que cruzam as áreas cultivadas, o que determina a infiltração de água no solo das áreas plantadas, como

acontece em determinadas áreas irrigadas da Califórnia (EUA). Nesse Estado norte-americano, o processo é associado a uma forma de aproveitamento da

terra denominada dry farming, na qual os solos são revolvidos, trazendo para a superfície suas camadas mais úmidas.

No segundo caso, a irrigação se dá por dispersão, ou gotejamento, isto é, por meio da implantação de avançados sistemas de encanamento nas áreas de cultivo, como acontece em muitas terras irrigadas em Israel. Nesse país, por

causa da existência de extensas porções áridas, como a região do deserto de Negev, cerca de metade da área cultivada é trabalhada por meio de modernas

técnicas de irrigação. No caso brasileiro, essa apropriação de águas fluviais para irrigação, embora

ocorra em várias bacias hidrográficas, é mais expressiva na bacia do São Francisco. Isso acontece porque ela está situada, na sua maior parte, dentro do domínio climático semi-árido brasileiro, que abrange o norte de Minas Gerais e

o Sertão Nordestino. Entre as diversas áreas irrigadas do São Francisco, destacam-se as que estão situadas próximas às duas mais importantes

cidades do seu vale: Petrolina, no Estado de Pernambuco; e Juazeiro, no Estado da Bahia, onde se verifica a ocorrência de inúmeras produções

agrícolas, especialmente de frutas, como, por exemplo, melão, mamão e uva.

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A PRODUÇÃO DE ENERGIA

A obtenção de energia no mundo pode ser feita a partir de diferentes fontes. Mas há uma primeira divisão dessas fontes em dois grandes grupos, de acordo com a capacidade de cada uma de sofrer, ou não, uma reposição constante, na

natureza, do que foi consumido: elas pertencem ao grupo das fontes renováveis ou ao grupo das fontes não renováveis.

A maior parte da energia produzida no mundo atualmente - mais de 95% - é proveniente do uso de fontes não renováveis, principalmente de dois grupos: os combustíveis fósseis (como petróleo, carvão mineral e gás natural) e os minérios atômicos nucleares (como o urânio e o tório). A energia restante -

menos de 5% - é proveniente das fontes renováveis, tais como a hidráulica, a biomassa, a eólica e a solar.

Nos dois grupos existem vantagens e desvantagens; portanto, a decisão de um país pelo uso de uma determinada fonte energética deve ser feita a partir da análise daquilo que poderá tornar-se mais viável para ele, tanto em termos

econômicos, quanto estratégicos e ambientais. Entre as vantagens do petróleo está, por exemplo, o fato de já existir um

domínio bastante grande sobre a tecnologia para a sua exploração e transformação, além da facilidade de transporte. Como desvantagem, destacae o fato de ser um forte agente poluente da atmosfera, muito contribuindo para o

agravamento do efeito estufa. O carvão mineral também apresenta algumas vantagens, entre elas a

possibilidade de se instalar uma usina de geração de energia com essa fonte no lugar que parecer mais interessante economicamente. Mas, em

contraposição, é também um forte agente poluidor da atmosfera, contribuindo para o efeito estufa e para a ocorrência de chuvas ácidas.

O gás natural apresenta uma vantagem considerável atualmente: não emite poluentes. No entanto, ele apresenta como grande desvantagem a exigência

de altos investimentos para a implantação de uma infra-estrutura de transporte, com extensos gasodutos.

Os minérios atômicos podem ser utilizados com vantagem na geração de eletricidade, entre outras razões, por permitirem a instalação da usina em locais que mais interessem à economia. Mas trazem fortes desvantagens,

como a produção de lixo nuclear e os riscos permanentes de acidentes radioativos.

A energia hidráulica é também de grande importância pelo fato de não emitir poluentes na atmosfera, além de apresentar elevada capacidade de geração

de eletricidade. Mas, em contrapartida, é responsável pela inundação de vastas áreas, causando sérios problemas ambientais, e também exige pesados

investimentos para a sua implantação. A biomassa apresenta uma grande vantagem, que é o fato de poder ser produzida o tempo todo, seja, por exemplo, por meio da silvicultura de

eucaliptos para lenha e carvão vegetal, seja pela agricultura da cana-de-açúcar, para aproveitar o álcool e o próprio bagaço. A desvantagem é o

investimento necessário para o plantio, a colheita e o transporte, além da utilização de áreas agrícolas.

Outras fontes, como a eólica, a solar e a das marés, ainda são de uso muito restrito a alguns pontos; por isso, tanto suas vantagens quanto suas eventuais

desvantagens pouco interferem em um contexto mais geral.

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A ENERGIA HIDRELÉTRICA

O uso dos rios para a produção de energia elétrica é feito por meio da implantação de usinas hidrelétricas em determinados pontos dos cursos fluviais. Elas são instaladas nos rios que apresentam elevado potencial

hidrelétrico, ou seja, acentuados desníveis em seus cursos, que viabilizam a construção de quedas artificiais. Em geral, tais condições estão melhor

definidas nos rios que atravessam áreas de relevo planáltico, com topografia mais acidentada.

Com relação à produção hidrelétrica no mundo, verifica-se que os dois maiores produtores são os Estados Unidos e o Canadá, ambos na América Anglo-

Saxônica. Isso acontece, entre outros fatores, porque esses países apresentam uma elevada potência hidrelétrica, especialmente nas bacias hidrográficas

localizadas na porção ocidental de seus territórios, como a bacia do Colúmbia, no Canadá, e a do Colorado, nos Estados Unidos.

Na Europa, o país que mais aproveita seus rios para a geração de hidreletricidade é a França, com a instalação de numerosas usinas nos cursos d'água que descem as montanhas alpinas situadas no centro do país. Na Ásia,

o destaque fica com a China, onde está sendo construída a usina de Três Gargantas, no rio Yang-tsé, que será a maior do mundo. Também a Rússia, em suas terras asiáticas, aproveita bastante a potência hidrelétrica de que dispõe,

com a instalação de numerosas usinas, sobretudo nos rios Obi e lenissei. A PRODUÇÃO HIDRELÉTRICA NO BRASIL

A soma de uma série de fatores acabou resultando em uma caracterização muito particular no que se refere à produção de eletricidade no Brasil, verificando-se o domínio absoluto da produção elétrica proveniente do

aproveitamento dos nossos rios, com uma participação que supera a marca de 96% do total da eletricidade gerada no País.

Entre as razões que explicam essa predominância hidrelétrica, destacam-se,

de um lado, a presença pouco expressiva, em nosso território, de depósitos de combustíveis fósseis, como petróleo, carvão mineral ou gás natural, fato que desestimulou a adoção da termoeletricidade como base energética do País.

Além disso, a exigência de domínio de uma complexa tecnologia para a produção de energia nuclear - que o Brasil não apresenta até hoje - também

nos afastou dessa opção energética bastante moderna, embora de custo extremamente elevado.

Por outro lado, existe uma rica rede hidrográfica que se espalha por quase todo o território brasileiro e que, sob um clima bastante úmido e chuvoso, apresenta

inúmeros rios com grande volume d'água. Associado ao aspecto geomorfológico do território brasileiro, em que se observa o domínio de um

relevo planáltico, com topografia relativamente acidentada, isso faz com que, em diferentes pontos do País, encontremos numerosas quedas d'água com

elevada capacidade energética, que podem ser aproveitadas para a instalação de usinas hidrelétricas.

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A partir de dezembro de 1996, data de sua criação, a Agência Nacional de

Energia Elétrica (Aneei), órgão do governo federal, passou a ser responsável pela regularização das normas de funcionamento das empresas de produção e distribuição de eletricidade em nosso país e, principalmente, pela fiscalização

do setor. A distribuição da capacidade hidrelétrica nacional não coincide, no entanto,

com a distribuição da produção efetiva, pois, embora se verifique a presença de hidrelétricas em quase todas as bacias hidrográficas brasileiras, a sua

concentração é muito mais expressiva na bacia do Paraná do que em qualquer outra das grandes bacias existentes em nosso território.

É na bacia composta pelo rio Paraná e seus afluentes que encontramos a maior parte das hidrelétricas em funcionamento no País. E essa concentração

acontece porque os rios dessa bacia, além de apresentarem corredeiras e quedas d'água, ao percorrerem longos trechos de relevo planáltico, situam-se relativamente próximos aos grandes centros urbano-industriais do Centro-Sul, onde se localizam as mais importantes áreas industriais do País, as quais se

transformaram, por isso, nos maiores centros consumidores de energia elétrica.

Essa proximidade assume enorme importância quando o assunto é a

distribuição de eletricidade, pois a pequena distância entre o ponto de geração

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e o de consumo de energia elétrica facilita o transporte da energia produzida nos rios dessa bacia (Paraná, Tietê, Paranaíba, Grande, Paranapanema, Iguaçu, entre outros) até os principais centros consumidores do País, que

coincidem com os grandes aglomerados urbano-industriais da região, como as áreas metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte.

Entre as vantagens, em termos ambientais, de se produzir eletricidade por meio de hidrelétricas, pode-se destacar o fato de essas usinas usarem uma

fonte de energia limpa, não poluidora, especialmente se as compararmos com as termoelétricas, movidas a petróleo ou a carvão mineral, e, principalmente

com as usinas nucleares e seus riscos, no que diz respeito à radioatividade. No mundo atual, utilizar fontes energéticas não poluentes representa, sem dúvida

nenhuma, um aspecto extremamente valorizado. Acontece que a usina hidrelétrica também apresenta problemas que representam sérios riscos para o meio ambiente. Entre as principais

desvantagens ambientais das hidrelétricas pode-se destacar os desastres provocados pela formação de imensos lagos, onde antes havia apenas os

cursos fluviais. Isso interfere profundamente no quadro natural da área onde a usina está sendo instalada, podendo provocar fortes alterações ecológicas como, por exemplo, o alagamento de vastas áreas de solos férteis; o afogamento de extensas porções de vegetação de grande porte; o desaparecimento de espécimes da fauna e da flora regional, de grande importância para a

manutenção do equilíbrio biológico; e eventuais alterações no teor de umidade e precipitação do micro-clima local, com possíveis interferências na variação

térmica. No Brasil, particularmente na construção de alguns dos grandes projetos hidrelétricos, observamos exemplos concretos desses desastres, entre os

quais se destacam aqueles que ocorreram com a formação das represas das duas maiores hidrelétricas brasileiras: a de Itaipu, no rio Paraná, que resultou na inundação de vastas áreas agrícolas; e a de Tucuruí, no rio Tocantins, que

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resultou na inundação de vastas áreas florestais. Os problemas da geração de energia

As usinas hidrelétricas utilizam quedas naturais ou, mais freqüentemente, rios represados, por intermédio de barragem, de modo a obter-se o desnível e a

vazão constante de água necessários à rotação das turbinas que acionam os geradores de corrente elétrica. Utilizando apenas a força física da água sob efeito da gravitação, as usinas hidrelétricas não produzem resíduos, como

fumaças, gases ou cinzas, contaminadores do meio ambiente. Mesmo assim podem causar graves impactos ambientais, dependendo do local em que se

situam a barragem e a represa por ela formada. É necessário considerar, primeiramente, que uma barragem deforma o rio e a paisagem local. Dessa deformação geográfica podem resultar benefícios ou

prejuízos. A confrontação de todos os benefícios e prejuízos possíveis deve ser feita previamente, em cada caso, a fim de se verificar se a soma dos benefícios

obtidos compensa largamente a soma dos prejuízos resultantes. Ainda mais importante do que isso é verificar se não há algum prejuízo tão grande ou qualitativamente tão significativo que, por si só, anule todos os

benefícios obtidos. Essa análise nos leva ao conceito de planejamento de usos múltiplos de um rio ou região geográfica. Nesses termos, dificilmente será compensadora uma barragem construída com a finalidade única de gerar

energia. Apesar disso, ela pode tornar-se muito importante para uma região se, além de gerar energia, criar possibilidades de navegação, permitir a irrigação de áreas desérticas ou estéreis, facilitar o abastecimento de água potável e o

desenvolvimento da piscicultura. A Represa Nasser, construída em Assuã, no Egito, parecia trazer uma série de benefícios para a região, além da produção de um grande potencial energético.

Inundando uma considerável área de deserto, certamente contribuiu para reduzir a aridez da região. No entanto, ela causou sérios transtornos à

agricultura do rio Nilo, a jusante da barragem: os sais minerais que o rio trazia das regiões montanhosas do centro da África e depositava anualmente durante os períodos de enchente, fertilizando todo o vale até o seu delta, passaram a

ficar retidos no leito da represa, obrigando os egípcios a usar fertilizantes químicos em larga escala para sua lavoura de subsistência.

As grandes represas que atualmente estão sendo construídas na Região Amazônica provavelmente não causarão os mesmos problemas da Represa Nasser. Por outro lado, não proporcionarão os mesmos benefícios, a não ser, evidentemente, os da energia elétrica. Não se tratando de terras áridas, essas

represas não terão utilidade para a irrigação. Na maioria dos casos, serão impróprias à navegação ou ela não será necessária, o mesmo acontecendo

com respeito ao abastecimento de água potável. Outros tipos de impacto ambiental que não ocorreram no deserto africano

poderão surgir na Amazônia. Já vimos que o desmatamento em larga escala - mesmo quando substituído por áreas líquidas - reduz a evapotranspiração, alterando o ciclo das águas na região. Assim sendo, serão condenáveis as represas que ocuparem grandes áreas. Em geral, as represas amazônicas, com poucas exceções, englobarão grandes áreas em relação ao volume de

água represado, uma vez que os declives são muito pequenos naquela imensa planície.

Por outro lado, ao submergir, as enormes massas de matéria orgânica, representadas pelas florestas inundadas, iniciam o processo de putrefação,

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acompanhado do consumo de oxigênio da água, gerando gás sulfídrico e outros produtos tóxicos à população de peixes e demais organismos aquáticos. O gás sulfídrico, além de muito tóxico, é altamente corrosivo, tendo já causado

a perda de grandes turbinas na Região Amazônica...

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O Projeto O projeto intitulado “Uso agrícola das áreas de afloramento do

Aqüífero Guarani e implicações na qualidade da água subterrânea”, surgiu a partir de uma demanda crescente da comunidade em relação ao

conhecimento sobre as influências da agricultura na água subterrânea considerando, principalmente, as áreas de recarga ou afloramento,

reconhecidamente como sendo muito frágeis e, por isso mesmo, bastante vulneráveis ao risco de contaminação. A experiência adquirida pela

Embrapa Meio Ambiente, em Ribeirão Preto-SP, com avaliação de riscos de contaminação da água por pesticidas em área de recarga do Aqüífero

Guarani, aliada ao processo de gestão que está sendo proposto para esse aqüífero no âmbito do Mercosul, envolvendo instituições dos quatro

países participantes, contribuíram para a consolidação da presente proposta em uma abordagem mais regional.

Em se tratando do Aqüífero Guarani, suas porções de “recarga direta ou afloramento” merecem especial atenção pela grande extensão

territorial que ocupa, com cerca de 100.000 km2

Do ponto de vista metodológico, o presente projeto busca uma integração de dados (geologia, solos, clima, relevo e uso atual) existentes para as áreas de recarga, visando a obtenção dos chamados domínios pedomorfoagroclimáticos. Dentro de cada um desses domínios (em

escala 1:500.000) são feitas discussões sobre a vulnerabilidade natural e a “carga potencial contaminante”, tendo por base a atividade agrícola

dominante. A interação dessas informações, em fase de levantamento e geração, permitirá, então, a classificação do risco potencial de

contaminação para cada domínio, também em escala 1:500.000. Áreas potencialmente mais críticas, já identificadas em função do tipo de

atividade, principalmente com alta entrada de insumos, estão sendo objeto de estudos mais específicos, com avaliações “in loco” do

movimento de alguns pesticidas e nitrato e de seus riscos para a água

em território brasileiro e, principalmente, pelo risco que oferecem para a água subterrânea, já que favorecem muito a infiltração da água das chuvas até a zona saturada, principalmente pela ausência de obstáculos como pacotes rochosos ou

materiais de baixa permeabilidade. Em razão da diversidade de uso (diferentes tipos de atividades

agrícolas) nas “áreas de recarga ou afloramento” do Aqüífero Guarani, seja no Brasil seja no Uruguai e Paraguai onde elas também ocorrem, há

necessidade de um estudo que contemple um zoneamento agroambiental, fundamentado em um sistema de classificação de riscos das atividades agrícolas, para as mesmas, como forma de

subsidiar a legislação e os tomadores de decisão visando a manutenção da sustentabilidade do “Sistema Aqüífero Guarani”.

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subterrânea. Nesse nível de abordagem, propõe-se uma avaliação do chamado risco real ou efetivo de contaminação, com escala de

trabalho de 1:50.000. Área de abrangência

Inicialmente, o projeto contempla o território brasileiro, abrangendo uma área de recarga de, aproximadamente, 100.000 km2, com destaque para os Estados de Mato Grosso do Sul, com a maior área, seguido de Goiás, São Paulo, Rio Grande do Sul e Mato Grosso. No demais, como Paraná, Santa Catarina e Minas Gerais a área de recarga é de menor expressão. As porções de recarga localizadas no Paraguai e Uruguai

deverão ser incorporadas ao presente estudo quando da definição oficial das instituições participantes do projeto de “Gestão Sustentável do

Sistema Aqüífero Guarani”, em fase de implantação, com recursos do GEF-BANCO MUNDIAL-OEA.

Objetivos A evidência de um cenário potencial de risco de contaminação da

água subterrânea do Aqüífero Guarani, a partir de suas áreas de recarga ou afloramento, pela presença de pesticidas e nitrato, contribuiu para que,

neste projeto, fossem estabelecidos os seguintes objetivos: 1- Avaliar os riscos potenciais de contaminação da água subterrânea

para cada um dos domínios pedomorfoagroclimáticos identificados nas áreas de recarga do Aqüífero Guarani;

2- Avaliar os riscos reais ou efeitos de contaminação da água subterrânea, considerando as áreas mais críticas, identificadas em função

dos “riscos potenciais mais elevados” levantados no objetivo 1. 3- Propor um documento orientador de ocupação agrícola

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(zoneamento agroambiental) das áreas de recarga do Aqüífero Guarani em território brasileiro, com extensão aos demais países integrantes do

Mercosul (Paraguai e Uruguai). Problema e sua importância

A atividade agrícola no Brasil tem expandido sua fronteira de forma desorganizada, atingindo “áreas frágeis do ponto de vista ambiental”,

entre as quais estão aquelas de recarga ou de afloramento de aqüíferos, bastante vulneráveis à contaminação por agroquímicos.

O cenário atual mostra que os recursos hídricos subterrâneos vêm sendo utilizados de forma mais intensiva, principalmente a partir do início dos anos 90, uma vez que os recursos hídricos superficiais têm sofrido uma deterioração considerável, tanto do ponto de vista qualitativo como quantitativo. Assim, a pesquisa precisa antever os possíveis problemas que poderão advir em decorrência de uma busca, em breve, pelo uso

descontrolado da água subterrânea e assim, propor soluções de manejo que tornem esses sistemas sustentáveis, a exemplo do que se propõe

aqui para o Aqüífero Guarani. Diante desse cenário, torna-se premente a necessidade de um

planejamento efetivo do uso da terra para as áreas de recarga do Aqüífero Guarani, dentre as quais se incluem: seleção de culturas,

controle do uso de agrotóxicos, controle do uso de fertilizantes, práticas de conservação e manejo do solo e da água, entre outras ações, que

compõem o zoneamento agroambiental, fundamental no processo de gestão para a manutenção do potencial qualitativo e quantitativo do Aqüífero Guarani, que sem dúvida será estratégico para as futuras

gerações do Cone Sul.

Resultados Parciais Obtidos Levantamento de uso agrícola nas áreas de recarga de alguns

estados como Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul evidenciaram a existência de diversos sistemas de produção agrícola implantados, já que

as vocações do setor são distintas de um estado para outro, com pequenas semelhanças entre alguns deles (GOMES et al, 1999a). Nas áreas de recarga do Aqüífero Guarani localizadas no Estado do Mato

Grosso do Sul, principalmente na porção que abrange as nascentes dos rios Taquari e Coxim, há predomínio de pastagens com uma situação de risco, relativamente baixa, para a água subterrânea. O problema maior

nessas áreas tem sido o assoreamento dos cursos d’água em decorrência do manejo inadequado das pastagens, favorecido pelo intenso processo

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erosivo (GOMES et al, 1999b). Levantamentos mais específicos mostraram que em determinados lugares, a exemplo do Estado de Goiás,

os riscos de contaminação da água subterrânea têm aumentado, principalmente em função da substituição da pastagem por cultura anual

que exige maior quantidade de insumos, entre eles os pesticidas (GOMES et al, 2000).

No final de 2001 foram concluidos os trabalhos de avaliação de risco potencial de contaminação do Aqüífero Guarani, a partir de suas áreas de recarga, considerando o tipo de uso agrícola, conforme mostra o mapa a

seguir.

Mapa de risco potencial de contaminação da água subterrânea a partir dos Domínios Pedomorfoagroclimáticos (escala 1: 5.000.000) com

informações em escala 1: 500.000

Pmp - Planalto médio paulista; DA - Depressão Araguaia; Pr

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Alcantilados - Planaltos rebaixados Alcantilados;MATq - Médio/Alto Taquarí; Camp - Campanha; SG/EN - Serra Gaucha/Encosta Nordeste;

Pm/M - Planalto médio/Missões; Pmc/Lg - Planalto médio catarinense/Litoral gaucho; IIº Pp - Segundo Planalto paranaense.

Mapa obtido da base proposta por ARAÚJO, L.M.; FRANÇA,.A.B.; POTTER, P.E. Aqüífero Gigante do Mercosul no Brasil, Argentina,

Paraguai e Uruguai (1995). Citação deste mapa: EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA

AGROPECUÁRIA. Uso agrícola da áreas de recarga do Aqüífero Botucatu (Guarani) e implicações na qualidade da água subterrânea.

Embrapa Meio Ambiente. Jaguariúna, 2002. 38p. (Relatório Final).

Essas informações irão agora dar subsídios à nova proposta de Zoneamento Agroambiental para essas áreas, com início efetivo

previsto para 2003".

Áreas de afloramento do Aqüífero Guarani cultivadas com soja (proximidade do Parque Nacional das Emas).

Água, o “Ouro Azul” do nosso século - Paulo Montoia

Água Brasil – O Aqüífero Guarani Aqüífero Guarani: o Brasil possui a maior cisterna do mundo

Além de possuir o rio mais caudaloso do mundo, o Amazonas, entre outros os grandes rios, o Brasil está assentado sobre a maior

cisterna de água doce do mundo, o Aqüífero Guarani. O aqüífero tem 1,2 milhão de km2 de área linear, o equivalente à soma dos territórios da Inglaterra, França e Espanha. A espessura dessa manta de água varia 100 metros a 130 metros em algumas

regiões. Ele foi batizado com esse nome por um geólogo do Uruguai, Danilo

Anton, em memória do povo indígena da região. Antes do novo nome, ele era chamado no Brasil de Aqüífero Botucatu.

Dois terços do aqüífero (840 mil km2) estão em território brasileiro e o restante dividido entre o Paraguai e Uruguai (com 58.500 km 2 cada um) e Argentina (255.000 km2). No Brasil, ele está sob os estados de Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo,

Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

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Aqüífero Guarani.

Iconografia Moderna O Aqüífero Guarani, a maior cisterna natural de água doce do

mundo, localiza-se sob os territórios do Brasil, Paraguai e Uruguai. Acredita-se que o volume de sua água seria capaz de abastecer o

dobro da população brasileira atual, cerca de 360 milhões de pessoas.

O aqüífero é uma manta de rocha porosa, que se encharca de água da superfície e a filtra, o que permite que ela seja puxada pela força da gravidade. Em algumas áreas, essa camada de rocha aflora na

superfície, como uma espécie de filtro captador exposto. A área de reposição (captação), pela qual a água entra no aqüífero, é

de apenas 150 mil km2. A recarga natural do aqüífero ao longo de um ano é de 160 km3 de água e, desse total, calcula-se que 40 km3

O lençol de água nesses pontos pode chegar a 1,5 km de profundidade e, para furar a rocha com brocas de aço, é necessário

(40 bilhões de litros) podem ser usados a cada ano, sem

comprometer o aqüífero. Na área em que se estende para o sul do Brasil, uma outra camada de rocha, esta de origem basáltica (vulcânica), muita dura e pesada,

cobre a manta porosa e funciona como uma tampa. Puxada pela gravidade, essa rocha basáltica faz tanta pressão sobre a água que, às vezes, ao se perfurar um poço nessas regiões, não é

preciso utilizar bombas para puxar a água, que sobe ou esguicha sozinha.

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um ano de trabalho. O resultado, apesar de tudo, é impressionante, pois nessas áreas a vazão de água chega a 700 mil litros de água por

hora. Segundo a Secretaria de Meio Ambiente paulista, há mil poços apenas no estado de São Paulo. Para governo paulista, a água subterrânea tem importante papel no abastecimento público de

muitas cidades do estado. Em 1997, cerca de 72% dos municípios paulistas era total ou

parcialmente abastecidos por esse recurso hídrico; 47% deles eram inteiramente abastecidos por águas subterrâneas. Entre eles

estavam os municípios de Catanduva, Caçapava, Ribeirão Preto, Tupã, Jales e Lins.

A maioria dos poços que explora o Aqüífero Guarani foi feita justamente onde ele é protegido apenas pela rocha porosa de

arenito. Por isso, esses poços necessitam de proteção permanente na sua entrada, para evitar a contaminação por água com dejetos de

animais ou com esgoto doméstico. Para evitar contaminação futura, os poços têm de ser lacrados quando o cano se estraga, o que ocorre

ao redor de 30 anos de uso. Nas regiões agrícolas, há a preocupação com relação aos adubos químicos, herbicidas e pesticidas, que podem entrar pela rocha

porosa e contaminar a água subterrânea. Para monitorar e regulamentar a retirada da água, os países onde se localiza o aqüífero iniciaram conversações sobre o assunto na década de 1990. Em fevereiro de 2000, um primeiro documento foi assinado

pelos presidentes dos quatro países envolvido, em Foz do Iguaçu (PR). Em 22 de maio de 2003, foi assinado em Montevidéu, no

Uruguai, o Projeto Aqüífero Guarani. No Brasil, o órgão de acompanhamento do aqüífero é a Agência Nacional de Águas.

Links Agência Nacional de Águas:

http://www.ana.gov.br/guarani/index.htm Embrapa:

http://www.cnpma.embrapa.br/projetos/index.php3?sec=guara Governo do Estado de São Paulo – Secretaria do Meio Ambiente: http://www.ambiente.sp.gov.br/aquifero/principal_aquifero.htm

Projeto Aqüífero Guarani: http://www.sg-guarani.org

À HUMANIDADE DARÁ Água na Terra

A água na Terra avalia-se em 138015 m3, o que equivale a ocupar o volume de uma esfera de 1380 km de diâmetro. Distribui-se pelos três reservatórios principais já referidos, nas seguintes percentagens aproximadas: -oceanos

96,6 % - continentes 3,4 % - atmosfera 0,013 %. A quantidade da água salgada dos oceanos é cerca de 30 vezes a quantidade

da água doce dos continentes e da atmosfera. A água dos continentes concentra-se praticamente nas calotas polares,

glaciais e no subsolo, distribuindo-se a parcela restante, muito pequena, por

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lagos e pântanos, rios, zona superficial do solo e biosfera. A água do subsolo representa cerca de metade da água doce dos continentes,

mas a sua quase totalidade situa-se a profundidade superior a 800 m. A biosfera contém uma fração muito pequena da água dos continentes: cerca

de 1/40.000. A quase totalidade da água doce dos continentes (contida nas calotas polares,

glaciais e reservas subterrâneas profundas) apresenta, para além de dificuldades de utilização, o inconveniente de só ser anualmente renovável numa fração muito pequena, tendo-se acumulado ao longo de milhares de

anos. Deve se ter presente que, embora a quantidade total de água na Terra seja

constante, a sua distribuição por fases tem-se modificado ao longo do tempo. Na época de máxima glaciação, o nível médio dos oceanos situou-se cerca de

140 m abaixo do nível atual. As quantidades de água de precipitação, evaporação, evapotranspiração e escoamento, relativas a determinadas áreas da superfície do Globo, são

normalmente expressas em volume, mas podem também traduzir-se pelas alturas de água que se obteriam se essas mesmas quantidades se

distribuíssem uniformemente pelas áreas respectivas. Assim, os fluxos de água vêm expressos em volume (m3) e em altura (mm).

A água perdida pelos oceanos por evaporação excede a que é recebida por precipitação, sendo a diferença compensada pelo escoamento proveniente

dos continentes. A precipitação anual sobre os continentes é de 800 mm e reparte-se em

escoamento (315 mm) e evapotranspiração (485 mm). A precipitação anual média sobre os oceanos é de 1270 mm, resultando a

precipitação anual média sobre o Globo igual a cerca de 1100 mm. Fonte: www.geocities.com

Água na Terra O Alarmismo

O relatório anual das Nações Unidas faz terríveis projeções para o futuro da humanidade. A ONU prevê que em 2050 mais de 45% da população mundial

não poderá contar com a porção mínima individual de água para necessidades básicas. Segundo dados estatísticos existem hoje 1,1 bilhão de pessoas

praticamente sem acesso à água doce. Estas mesmas estatísticas projetam o caos em pouco mais de 40 anos, quando a população atingir a cifra de 10

bilhões de indivíduos. A partir destes dados projeta-se que a próxima guerra mundial será pela água

e não pelo petróleo. Qual o volume de água potável disponível?

Os dados que são utilizados pela mídia mundial são: De toda a água disponível na terra 97,6% está concentrada nos oceanos (tabela 1.1). A água fresca corresponde aos 2,4% restantes. Você acha 2,4% pouco? Então ouça

isso: destes 2,4% somente 0,31% não estão concentrados nos pólos na forma de gelo. Resumindo: de toda a água na superfície da terra menos de 0,02%

está disponível em rios e lagos na forma de água fresca pronta para consumo. Assustado?

A realidade não é tão terrível quanto estes números parecem apontar. Em sua grande maioria estes números estão sendo manipulados, por alguns, de forma

a criar uma verdadeira histeria coletiva em relação a água.

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Local Volume (km3) Percentual do total (%) Oceanos 1.370.000 97,61

Calotas polares e geleiras 29.000 2,08 Água subterrânea 4.000 0,29

Água doce de lagos 125 0,009 Água salgada de lagos 104 0,008 Água misturada no solo 67 0,005

Rios 1,2 0,00009 Vapor d’água na atmosfera 14 0,0009

Fonte: R.G. Wetzel, 1983 O que está sendo feito em relação a isso?

Em decorrência das notícias alarmistas vários países já começam a se preparar para a venda de grandes volumes de água, pensando em lucrar em

cima da necessidade dos outros. No Canadá, por exemplo, a preocupação já é com a legislação que não permite a venda de grandes volumes como é feito

com o petróleo. A população se prepara para tempos ruins, onde o consumo de água deverá

ser significativamente reduzido. Existe uma tendência mundial de culpar e perseguir aqueles que, mesmo pagando, consomem mais.

Neste relatório iremos fornecer alguns dados, cientificamente embasados, que irão adicionar uma nova perspectiva àquela gerada pelas projeções

catastróficas acima. As reservas mundiais de água

Em primeiro lugar é importante falar que nós Brasileiros, no que diz respeito a água, estamos muito bem, obrigado. O Brasil, Rússia, China e Canadá são os

países que basicamente "controlam" as reservas de água fresca mundial. A distribuição da água no Mundo é muito desigual e, uma grande parte do

planeta está situada em regiões com carência de água. No momento cabe a estes países, em caráter de urgência, desenvolver tecnologias que permitam a

captação, armazenamento e preservação da água e seus mananciais. Antes de nos aprofundarmos nesse assunto é muito importante dizer que

apesar de termos a impressão de que a água está desaparecendo, a quantidade de água na Terra é praticamente invariável há centenas de

milhões de anos. Ou seja a quantidade de água permanece a mesma o que muda é a sua distribuição e seu estado.

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CICLO HIDROLÓGICO O causador deste fenômeno é um processo chamado Ciclo Hidrológico,

através do qual as águas do mar e dos continentes se evaporam, formam nuvens e voltam a cair na terra sob a forma de chuva, neblina e neve. Depois

escorrem para rios, lagos ou para o subsolo formando os importantes aquíferos subterrâneos, e aos poucos correm de novo para o mar mantendo o

equilíbrio no sistema hidrológico do planeta. A água somente passa a ser perdida para o consumo basicamente graças à

poluição e à contaminação, nunca devido ao assoreamento como muitos dizem. São estes fatores que irão inviabilizar a reutilização, causando uma

redução do volume de água aproveitável da Terra. O Brasil é altamente privilegiado em termos de disponibilidade hídrica global. Nós temos um volume médio anual de 8.130 km3, que representa um volume per capita de 50.810 m3/hab.ano. Estes números devem ser encarados com

uma certa reserva pois a distribuição de água no Brasil, como veremos adiante, também é bastante irregular. A Amazônia, o lugar mais rico em água

potável superficial de todo o Planeta está distante dos grandes centros urbanos nacionais.

Conclusão 1: O gerenciamento da água é que deve ser considerado o grande problema e não seu "desaparecimento". Desta forma quando o Governo tenta

culpar o usuário pelo consumo excessivo de água está, na realidade, confessando a sua incapacidade em suprir este excesso de água no presente

e, possivelmente, no futuro. O cidadão pode e deve evitar perdas desnecessárias do produto, mas não deve, sob hipótese nenhuma, ser

responsabilizado pela falta de água. A única forma de inviabilizar a água para o consumo é a contaminação da mesma por poluentes. Portanto cabe, mais

uma vez as autoridades criar leis severas que punam exemplarmente aqueles que poluem e contaminam as águas.

Como é consumida a água? O consumo de água no planeta é que ditará as políticas de gerenciamento da

água. O consumo de água per capita varia de país para país e de lugar para lugar.

Alguns exemplos abaixo. PAÍS CONSUMO DE ÁGUA PER CAPITA

Escócia 410 litros/pessoa/dia Estados Unidos/Canadá 300 litros/pessoa/dia

Austrália 270 litros/pessoa/dia Brasil RJ 140 litros/pessoa/dia Brasil MG 124 litros/pessoa/dia Brasil DF 225 litros/pessoa/dia

Brasil Norte 140 litros/pessoa/dia Na tabela acima observamos que o consumo é significativamente maior nos

países desenvolvidos quando comparados ao Brasil. No Brasil o maior consumo per capita é observado no Distrito Federal que é ainda 33% menor

que o consumo médio do Canadá. O principal uso de água é, sem dúvida nenhuma, na agricultura. As águas

públicas, que precisam tratamento e transporte tem uma distribuição diferente. Aproximadamente 60% desta água será usada para fins domésticos, 15% para fins comerciais e 13% em indústrias. O restante para fins públicos e

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outras necessidades. No Brasil o consumo de água per capita multiplicou-se por mais de dez ao

longo do século 20. Mesmo assim existem milhões de cidadãos sem acesso a água de qualidade. Da mesma forma milhões de casas não tem rede de

esgotos. É necessário um investimento significativo, por parte das autoridades, neste

setor. Se este investimento não for efetuado, em pouco tempo teremos o caos social derivado pela falta d'água. Neste caso o grande culpado será, mais uma vez, a falta de previsão e de investimentos do setor público e não o cidadão.

Já, nos outros países onde além do problema de gerenciamento existe a falta de reservas de água o problema poderá ser, realmente, gravíssimo no futuro

próximo. A água no Brasil

O nosso país, conforme dito, é privilegiado. Temos gigantescas reservas de água praticamente em todos os Estados com exceção dos situados no semi-

árido do Nordeste. Isso não é nenhuma novidade!

O que a maioria não sabe é que existem reservas simplesmente gigantescas, maiores ainda que aquelas contidas nos rios e lagos de superfície. São as

reservas dos aquíferos subterrâneos. A grande reserva Brasileira de água: os aquíferos subterrâneos

Lembre-se que no ciclo hidrológico, uma parte da água superficial penetra nas rochas permeáveis formando vastos lençóis freáticos também chamados de

aquíferos. O maior aqüífero conhecido do mundo, O AQÜÍFERO GUARANI, está

localizado em rochas da Bacia Sedimentar do Paraná e ocupa uma área de mais de 1,2 milhões de km2. Este super-aquífero estende-se pelo Brasil,

(Goiás, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul com 840.000 Km²), Paraguai (58.500 Km²), Uruguai (58.500 Km²) e

Argentina, (255.000 Km²). Este aqüífero pode conter mais de 40 mil quilômetros cúbicos de água o que é

superior a toda a água contida nos rios e lagos de todo o planeta. Somente este fato poderia significar que o abastecimento de água Brasileiro estaria garantido , sem reciclagem e reaproveitamento por milhares e milhares de

anos...imagine então se fizermos uma reciclagem, tratamento e reaproveitamento eficientes...teremos água para todo o sempre.

Estima-se que por ano o Aquífero Guarani receba 160 quilômetros cúbicos de água adicional vindas da superfície. Este é um ponto que pode ser

considerado um problema ou uma solução. Se estas águas superficiais estiverem contaminadas o aquífero será terrivelmente atingido.

A água do Guarani já abastece muitas comunidades nos Estados do Sul-Sudeste do País.

Reservatórios subterrâneos de água potável são conhecidos em todos os terrenos e regiões do Brasil. Mesmo no semi-árido do Nordeste existem

gigantescos reservatórios. Somente um deles possui um volume de 18 trilhões de metros cúbicos de água disponível para o consumo humano, volume este

suficiente para abastecer toda a atual população brasileira por um período de, no mínimo, 60 anos isso sem reciclagem ou reaproveitamento desta água. O potencial de descoberta de novos aquíferos, inclusive maiores do que o próprio Guarani é muito grande. É só lembrar que 3/4 dos 8,5 milhões de

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quilômetros quadrados da superfície Brasileira correspondem a Bacias Sedimentares como a do Paraná. Todas estas bacias contém unidades

sedimentares porosas e permeáveis que podem formar excelentes aquíferos de dimensões continentais.

Em sondagens profundas (>400m) na Bacia do Amazonas (PA) podemos constatar esta verdade. Intersectamos um gigantesco aqüífero com

artesianismo que até hoje fornece água ininterrupta à comunidade da Transamazônica. Este reservatório, ainda não mapeado, foi intersectado em poucos furos distantes dezenas de quilômetros o que dá uma idéia de seu

volume. Mais interessante ainda é que os aquíferos tem uma água pura, sem

poluentes ou contaminantes podendo ser utilizada diretamente para consumo. Em outras palavras uma água barata e pura que não necessita de tratamento. Conclusão 2: O Brasil tem, provavelmente, as maiores reservas de água do mundo. Estas reservas estão distribuídas em todo o Território Nacional. O

mapeamento dos principais mananciais subterrâneos do Brasil deve ser uma prioridade. Mais ainda é fundamental que seja monitorada a qualidade da

água que penetra nos aquíferos evitando, por intermédio de pesadas multas, a poluição e contaminação desta água o que pode comprometer um dos

maiores bens do País. Reservas alternativas de água

A única maneira de acabar com a água da Terra é acabando com o planeta. A água está presente em praticamente todos os ambientes conhecidos. Na atmosfera, na superfície, nos aquíferos subterrâneos, nos seres vivos, nas

emanações vulcânicas e também na maioria das rochas. As rochas da crosta terrestre são ricas em minerais hidratados. Se alguém tiver interesse em calcular a quantidade de água encerrada na estrutura de minerais formadores de rocha verá que o volume é simplesmente imenso. É

lógico que , nas condições atuais essas reservas são apenas teóricas, já que o custo da extração desta água será muito elevado e anti-econômico. No

entanto esta tecnologia poderá ser útil na conquista de planetas com pouca água como Marte.

Soluções mais óbvias que estão sendo ou serão praticadas em breve são: Dessalinização: A dessalinização das águas do mar e de aquíferos

subterrâneos com salinidade elevada será a solução para vários países que tenham o capital, a tecnologia e o acesso à água salgada. Infelizmente a água potável gerada por estas usinas ainda será um produto caro e, naturalmente

inacessível a muitos. Tratamento de águas servidas: No processo de gerenciamento de águas este

é um ponto fundamental. Os países mais desenvolvidos estão investindo pesado nesse campo. No Brasil cidades como Brasília estão se destacando no

tratamento e reaproveitamento dessas águas. Captação das águas da chuva: Em países com estações chuvosas é possível maximizar os reservatórios e estoques de água pelo uso inteligente da água

de precipitação. Por exemplo: somente a água que é precipitada na Grande S. Paulo durante os meses de janeiro a março é superior em volume a todo o consumo desta cidade em um ano. Este exemplo é válido para quase todos os locais onde

existem estações chuvosas.

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Precipitação média mensal (mm) em São Paulo no período 1961-1990

Conclusão final: A água da terra não está acabando. Na realidade a água da superfície

terrestre pode estar aumentando pela adição de água vulcânica. O valor da água deverá aumentar consideravelmente pois existem países carentes que

terão que utilizar tecnologias caras ou importar água de países ricos. O Brasil não deverá ter problema de falta de água se os governantes investirem

adequadamente no gerenciamento, armazenagem, tratamento e distribuição das águas. Evitar a poluição das águas deve ser considerada a prioridade

número um dos Governantes. Fonte: www.geologo.com.br

Água na Terra

A provisão de água doce está diminuindo a nível mundial. Uma pessoa em

cada cinco não terá acesso a água potável. A água é cada vez mais um bem escasso no planeta e notadamente em nosso país. Seu volume total não está se reduzindo, porque não há perdas no ciclo

de evaporação e precipitação; o que caracteriza a escassez é a poluição. Muito se fala em falta de água e que, num futuro próximo, teremos uma guerra

em busca de água potável. O Brasil é um país privilegiado, pois aqui estão 11,6% de toda a água doce do planeta. Aqui também se encontram o maior rio do mundo - o Amazonas - e parte do maior reservatório de água subterrânea

do planeta - o Sistema Aqüífero Guarani. No entanto, essa água está mal distribuída: 70% das águas doces do Brasil estão na Amazônia, onde vivem apenas 7% da população. Essa distribuição

irregular deixa apenas 3% de água para o Nordeste. Essa é a causa do problema de escassez de água verificado em alguns pontos do país. Em

Pernambuco existem apenas 1.320 litros de água por ano por habitante e no Distrito Federal essa média é de 1.700 litros, quando o recomendado são

2.000 litros. Mas, ainda assim, não se chega nem próximo à situação de países como

Egito, África do Sul, Síria, Jordânia, Israel, Líbano, Haiti, Turquia, Paquistão,

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Iraque e Índia, onde os problemas com recursos hídricos já chegam a níveis críticos. Em todo o mundo, domina uma cultura de desperdício de água, pois ainda se acredita que ela é um recurso natural ilimitado. O que se deve saber é que apesar de haver 1,3 milhão de km\3 livre na Terra, segundo dados do

Ministério Público Federal, nem sequer 1% desse total pode ser economicamente utilizado, sendo que 97% dessa água se encontra em áreas

subterrâneas, formando os aqüíferos, ainda inacessíveis pelas tecnologias existentes.

A água dos continentes concentra-se praticamente nas calotas polares,

glaciais e no subsolo, distribuindo-se a parcela restante, muito pequena, por lagos e pântanos, rios, zona superficial do solo e biosfera.

A água do subsolo representa cerca de metade da água doce dos continentes, mas a sua quase totalidade situa-se a profundidade superior a 800 m.

A biosfera contém uma fração muito pequena da água dos continentes: cerca de 1/40.000.

A quase totalidade da água doce dos continentes (contida nas calotas polares, glaciais e reservas subterrâneas profundas) apresenta, para além de

dificuldades de utilização, o inconveniente de só ser anualmente renovável numa fração muito pequena, tendo-se acumulado ao longo de milhares de

anos.. Nos dias 3 a 7 de dezembro de 2002, em Bonn, Alemanha,haverá a

Conferência Internacional sobre Água Doce. O evento tem o objetivo de discutir e definir estratégias sobre o

desenvolvimento do manejo da água doce no planeta, já previsto no capitulo 18 da Agenda 21. Alem disto, serão discutidas as questões relativas a água

doce, sua atual disponibilidade e todos os riscos que a diminuição desta disponibilidade acarretam.

ALGUNS DADOS DA UNESCO • Segundo as estimativas, a população mundial chegará a 8, 3 bilhões

em 2025 e a 10 ou 12 bilhões em 2050. • Estima-se que em torno de 1,2 bilhões de pessoas (20% da população

mundial) carecem atualmente de água apta para o consumo. • A demanda mundial de água aumentou 6 ou 7 vezes nos últimos dez

anos, o que eqüivale a mais do que o dobro da taxa de crescimento demográfico

Fonte: www.planetaorganico.com.br Água na Terra

A água na Terra avalia-se em 1380x1015m3, o que equivale a ocupar o volume de uma esfera de 1380 km de diâmetro. Distribui-se pelos três

reservatórios principais já referidos, nas seguintes percentagens aproximadas:

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» Oceanos: 96,6% » Continentes: 3,4% » Atmosfera: 0,013%

A quantidade da água salgada dos oceanos é cerca de 30 vezes a quantidade da água doce dos continentes e da atmosfera. A água dos continentes

concentra-se praticamente nas calotes polares, nos glaciares e no subsolo, distribuindo-se a parcela restante, muito pequena, por lagos e pântanos, rios,

zona superficial do solo e biosfera. A água do subsolo representa cerca de metade da água doce dos continentes,

mas a sua quase totalidade situa-se a profundidade superior a 800 m. A biosfera contém uma fracção muito pequena da água dos continentes: cerca

de 1/40000. A quase totalidade da água doce dos continentes (contida nas calotes polares,

glaciares e reservas subterrâneas profundas) apresenta, para além de dificuldades de utilização, o inconveniente de só ser anualmente renovável numa fracção muito pequena, tendo-se acumulado ao longo de milhares de

anos.

Deve ter-se presente que, embora a quantidade total de água na Terra seja

invariante, a sua distribuição por fases tem-se modificado ao longo do tempo. Na época de máxima glaciação, o nível médio dos oceanos situou-se cerca de

140 m abaixo do nível actual. Na figura acima apresenta-se esquematicamente a distribuição da água da Terra pelos reservatórios principais e os fluxos anuais médios no interior do

ciclo. As quantidades de água de precipitação, evaporação, evapotranspiração e escoamento, relativas a determinadas áreas da superfície do Globo, são normalmente expressas em volume, mas podem também traduzir-se pelas

alturas de água que se obteriam se essas mesmas quantidades se distribuíssem uniformemente pelas áreas respectivas. Assim, na figura acima

os fluxos de água vêm expressos em volume (m3) e em altura (mm). A água perdida pelos oceanos por evaporação excede a que é recebida por precipitação, sendo a diferença compensada pelo escoamento proveniente

dos continentes. A precipitação anual sobre os continentes é de 800 mm e reparte-se em

escoamento (315 mm) e evapotranspiração (485 mm). A precipitação anual média sobre os oceanos é de 1270 mm, resultando a precipitação anual média

sobre o Globo igual a cerca de 1100 mm. Fonte: snirh.inag.pt

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O que é o ciclo da água? O que é o ciclo da água? Eu posso fácil e simplesmente responder

que- o ciclo da água "sou eu"! O ciclo da água, também comumente conhecido como ciclo hidrológico, descreve a existência e o

movimento contínuo da água sobre, dentro e acima da Terra. A água da Terra está sempre em movimento e sempre mudando de estado, de liquido para vapor, depois para gelo e novamente de volta para seu estado inicial. O ciclo da água tem funcionado por

bilhões de anos e toda a vida na Terra depende dele; a Terra seria um lugar muito sem graça para viver sem ele.

Resumo do ciclo da água

O ciclo da água não tem um ponto inicial, mas um bom lugar para começar são os oceanos. O Sol, que aciona o ciclo da água, aquece a água, que evapora para o ar. As correntes de ar que se elevam na atmosfera, levam o vapor para cima na atmosfera junto com a

água da evapotranspiração que é a água que transpirou das plantas e a evaporada da terra. O vapor sobe no ar onde temperaturas

mais baixas fazem com que ele se condense em nuvens. As correntes de ar movem as nuvens ao redor do globo, e as

partículas de água colidem e caem do céu como precipitação ou chuva. Alguma precipitação cai como neve e pode se acumular

como camadas de gelo e geleiras. A neve nos climas mais quentes freqüentemente se derrete quando chega a primavera e a água

derretida escorre sobre a terra como uma corrente de neve derretida. Parte da neve e do gelo se sublima diretamente em

vapor, pulando a fase de fusão completamente. A maior parte da precipitação cai de volta nos oceanos e na terra, onde, devido à gravidade, a precipitação flui sobre o terreno como corrente de

superfície. Parte da corrente entra nos rios, com o fluxo dos rios correndo para o mar. A corrente de superfície e a água do lençol vazando da terra se acumula como água doce em lagos e rios. Entretanto nem toda a corrente flui para os rios. Muito dela infiltra-se nas profundezas do solo e reenche os aqüíferos (rocha saturada da sub-superfície), que

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armazena enormes quantidades de água doce por longos períodos de tempo.

Alguma infiltração permanece próxima à superfície da terra e pode vazar de volta em corpos de água da superfície (e do oceano) como descarga da água do lençol subterrâneo, e alguma água do lençol acha aberturas e emerge como fontes de água doce. No tempo, então, esta água continua a movimentar-se, alguma reentra nos

oceanos onde o ciclo da água "termina" e... recomeça. Diagrama do ciclo da água Partes do ciclo da água

O U.S. Geological Survey (USGS) identificou 16 partes do ciclo da água:

Armazenamento da água nos oceanos Evaporação

Evapotranspiração Sublimação

Água na atmosfera Condensação Precipitação

Armazenamento da água como gelo e neve Corrente de neve derretida para rios

Corrente superficial Correntes dos rios

Armazenamento de água doce Infiltração

Armazenamento do lençol freático Descarga do lençol freático

Fontes Distribuição global da água.

Água nos oceanos

O oceano é um reservatório de água

Muito mais água está "em armazenamento" nos oceanos por longos períodos de tempo do que se está movimentando através do ciclo

da água. Estima-se ao redor de 1.338.000.000 quilômetros cúbicos do total do suprimento de água do mundo de 1.386.000.000

quilômetros cúbicos de água está estocada nos oceanos. Isto é aproximadamente 96,5% da água evaporada que vai para o ciclo

da água.

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Durante os períodos climáticos mais frios mais camadas de gelo e geleiras se formam e bastante do suprimento de água global se

acumula como gelo para diminuir as quantidades em outras partes do ciclo da água. O inverso é verdade durante os períodos mais

quentes. Durante a última idade do gelo as geleiras cobriam quase um terço da massa de solo da Terra, e os oceanos estavam 122 metros mais baixos que hoje. Aproximadamente três milhões de anos atrás, quando a Terra era mais quente, os oceanos estavam

até 50 metros mais altos. Oceanos em movimento

Existem correntes nos oceanos que movem maciças quantidades de água ao redor do mundo. Estes movimentos têm uma grande

influência no ciclo da água e no clima. A Corrente do Golfo (Gulf Stream) é uma corrente bem conhecida de água morna no Oceano Atlântico, movendo-se desde o Golfo do México através do Oceano

Atlântico em direção à Inglaterra. A uma velocidade de 97 quilômetros por dia, a Corrente do Golfo movimenta tanta água

quanto todos os rios da Terra. Vindo de climas quentes, a Corrente do Golfo move águas mais quentes para o Atlântico Norte, o que afeta o clima em algumas áreas, tais como o oeste da Inglaterra.

Evaporação: água mudando de liquido para gás ou vapor

A evaporação e porque ela ocorre

A evaporação é o processo pelo qual a água de transforma de um liquido em um gás ou vapor. A evaporação é a forma primária pela

qual a água muda de liquida de volta para o ciclo da água como vapor de água na atmosfera. Estudos têm mostrado que os

oceanos, mares, lagos e rios fornecem aproximadamente 90 por cento da umidade de nossa atmosfera via evaporação, com os remanescentes 10 por cento vindo da transpiração das plantas. Calor (energia) é necessário para que a evaporação ocorra. A

energia é usada para quebrar os laços que seguram as moléculas de água juntas, e esta é a razão de porquê a água se evapora

facilmente no ponto de ebulição (100°C, 212°F), mas se evapora muito mais lentamente no ponto de congelamento. Quando a

umidade relativa do ar for de 100 por cento, que é o estado de saturação, a evaporação não pode continuar a ocorrer. O processo de evaporação remove o calor do meio ambiente, razão pela qual a

água que evapora de sua pele resfria você. A evaporação e o ciclo da água

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A evaporação dos oceanos é a primeira forma do movimento da água na atmosfera. A grande área dos oceanos (acima de 70 por

cento da superfície da Terra é coberta pelos oceanos) provê a oportunidade da evaporação de grande escala ocorrer. Em uma

escala global, a quantidade de água evaporada é aproximadamente a mesma da água que retorna para a Terra como precipitação.

Entretanto isto varia geograficamente. A evaporação é mais comum sobre os oceanos do que a precipitação, enquanto que sobre a terra

a precipitação excede a evaporação. A maior parte da água que evapora dos oceanos cai de volta nos oceanos como precipitação, Somente aproximadamente 10 por cento da água evaporada dos oceanos é transportada por sobre a terra e cai como precipitação. Uma vez evaporada, uma molécula de água gasta ao redor de 10

dias no ar.

Evapotranspiração: É o processo por meio do qual o vapor de água é levado para a atmosfera como o resultado da evaporação do solo e a

transpiração das plantas. Apesar de algumas definições da evapotranspiração incluírem a evaporação da superfície de corpos de água tais como lagos e

mesmo oceanos, neste site, evapotranspiração é definida como a água perdida para a atmosfera a partir da superfície do solo,

evaporação da franja capilar do lençol subterrâneo e a transpiração da água do lençol do solo pelas plantas cujas raízes retiram da

franja capilar do lençol subterrâneo. Uma definição mais simples é que é o processo pelo qual o vapor de água é levado para a

atmosfera como resultado da evaporação do solo e transpiração das plantas.

Transpiração das folhas das plantas

Transpiração é o processo por meio do qual a umidade é levada através das plantas desde as raízes aos pequenos poros na parte inferior das folhas, onde ele se transforma em vapor e é liberada

para a atmosfera. A transpiração é essencialmente a evaporação da água pelas folhas das plantas. Estima-se que aproximadamente 10 por cento da umidade achada na atmosfera é liberada pelas plantas

através da transpiração A transpiração das plantas é um processo invisível- como a água está evaporando da superfície das folhas, você não pode ver as

folhas "respirando". Durante a estação de crescimento, uma folha

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transpira muitas vezes mais água que seu próprio peso e uma grande árvore de carvalho pode transpirar 151.000 litros de água

por ano. Fatores atmosféricos que afetam a transpiração

A quantidade de água que as plantas transpiram varia grandemente e geograficamente e no tempo. Existem muitos fatores que

determinam as taxas de transpiração: • Temperatura:

A taxa de transpiração se eleva com a temperatura, especialmente durante a estação do

crescimento, quando o ar está mais quente e o crescimento das plantas está ativo.

Umidade relativa:

Conforme a umidade relativa do ar que rodeia as plantas se eleva a taxa de transpiração cai. É mais fácil para a água se evaporar em ar mais seco que em um ar

mais saturado. Vento e movimento do ar:

Um movimento aumentado do ar que cerca a planta resultará em uma transpiração mais alta. Tipo de planta: As plantas transpiram a taxas diferentes.

Algumas plantas que crescem em regiões áridas, tais como os cactos, conservam a água preciosa transpirando menos que

as outras plantas.

Sublimação: A conversão entre as fases sólida e gasosa da matéria, sem a fase liquida intermediária.

Para aqueles de nós interessados no ciclo da água, a sublimação é mais freqüentemente usada para descrever o processo da neve e gelo mudando em vapor de água sem antes derreter para água. A sublimação é uma maneira comum para a neve desaparecer em

certos climas. Não é muito fácil para hoje em dia ver a sublimação acontecer, pelo

menos não com o gelo. Uma maneira de ver os resultados da sublimação é de segurar uma camisa úmida fora de casa em um dia

abaixo da congelação. Acontecerá que o gelo na camisa desaparecerá. Realmente, a melhor maneira de visualizar a

sublimação é de não usar a água de nenhuma maneira, mas usar em seu lugar o dióxido de carbono, como mostra a figura. "Gelo

seco" é dióxido de carbono sólido congelado, que se sublima ou se transforma em gás, a um frio de -78,5 °C. A névoa é uma mistura

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de gás frio de dióxido de carbono e ar frio e úmido, criado como sublimados de gelo seco.

A sublimação ocorre mais rapidamente quando certas condições de tempo estão presentes, tas como uma baixa umidade relativa e ventos secos. A sublimação também ocorre e altitudes maiores,

onde a pressão do ar é menor do que a menores altitudes. Energia, tal como o raio solar forte também é necessária. Se fosse para

escolher um lugar na Terra onde a sublimação acontece bastante, eu poderia escolher o lado sul do Monte Everest. Baixas

temperaturas, fortes ventos, raios solares intensos, pressão do ar muito baixa- o que é necessário para que a sublimação ocorra.

Armazenamento de água na atmosfera como vapor, nuvens e umidade.

A atmosfera está cheia de água.

Apesar de que a atmosfera pode não ser um grande armazém de

água, ela é uma "autoestrada" usada para mover a água pelo globo. Sempre existe água na atmosfera. As nuvens são a forma mais visível de água atmosférica, mas mesmo o ar claro contém água- partículas de água muito pequenas para serem vistas. O

volume de água na atmosfera é de ao redor de 12.900 quilômetros cúbicos. Se toda a água da atmosfera chovesse de uma vez, ela

cobriria toda a terra a uma profundidade de 2,5 cm ou uma polegada.

Condensação: A água mudando de vapor para liquido.

A condensação é o processo pelo qual o vapor de água se

transforma novamente am água. A condensação é importante para o ciclo da água porque ele forma as nuvens. As nuvens causam as precipitações, que são a maneira da água retornar para a Terra. A

condensação é o oposto da evaporação. A condensação é também responsável pela cerração , pois seus

óculos embaçam quando você vai de um aposento frio para fora em um dia úmido e quente, assim a água corre pela parte externa de

um copo, e assim a água de dentro de sua casa escorre pela janela

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em um dia frio. Condensação do ar

Mesmo que as nuvens estejam ausentes em um dia claro de céu azul, água ainda assim está presente na forma de vapor de água e

gotinhas que podem ser muito pequenas para serem vistas. As moléculas de água se combinam com minúsculas partículas de sal e fumaça no ar para formar gotinhas nas nuvens, que crescem e se desenvolvem nas nuvens. Conforme as gotinhas se combinam com as outras e crescem em tamanho, as nuvens se desenvolvem e as

precipitações podem ocorrer. As nuvens se formam na atmosfera devido a que o ar contém vapor

de água que sobe e se resfria. O Sol aquece o ar próximo à superfície da Terra, o ar torna-se mais leve e se eleva para onde as

temperaturas estão mais frias. Conforme as temperaturas se tornam mais frias, ocorre mais condensação e as nuvens se

formam.

Precipitação: A liberação de água das nuvens

A precipitação é água liberada das nuvens na forma de chuva, granizo, neve ou saraiva. É a forma principal da água que está na atmosfera retornar para a Terra. A maior parte da precipitação cai

como chuva. Como se formam os pingos de chuva?

As nuvens que flutuam lá encima contém vapor de água e gotas de chuva que são muito pequenas para cair como precipitação, mas

grandes o bastante para formar nuvens visíveis. A água está sendo continuamente se evaporando e condensando no céu. A maior parte da água condensada não cai como precipitação, pois correntes de

ar para cima suportam as nuvens. Para a precipitação ocorrer, primeiramente pequenas gotinhas de água devem se condensar e

combinar para produzir um gotinha maior e pesada o bastante para cair da nuvem como precipitação. São necessárias milhões de

gotinhas para produzir uma única gota de chuva. As taxas de precipitação variam geograficamente e com o

tempo A precipitação não cai nas mesmas quantidades ao redor de todo o mundo, ou mesmo de um país ou em uma cidade. Por exemplo, em

Atlanta, Geórgia, USA, as tempestades de verão podem produzir

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uma polegada (2,5 cm) ou mais de chuva em uma área enquanto deixando uma outra área seca uns poucos quilômetros distante dali.

Mas, a quantidade de chuva que a Geórgia recebe em um mês é muitas vezes mais do que recebe Las Vegas, Nevada, durante um

ano. O recorde mundial da média anual de queda de chuva pertence a Monte Waialeale, Havaí, onde essa média é de

aproximadamente 1.140 centímetros por ano. Em contraste àquela de Arica, Chile, onde nenhuma chuva caiu por 14 anos.

O mapa abaixo mostra a precipitação média anual, em milímetros ou polegadas, no mundo. As áreas em verde claro podem ser consideradas "desertos". Você deveria esperar que o Saara na África fosse um deserto, mas você pensaria na Groenlândia ou

Antártica como desertos?

Armazenagem de água como gelo, geleiras e neve. Camada de gelo ao redor do mundo

Água armazenada por longos períodos de tempo no gelo, neve e geleiras são parte do ciclo global da água. A vasta maioria, quase 90 por cento da massa de gelo está na Antártica, enquanto que na

Groenlândia a camada de gelo contém 10 por cento da massa global de gelo. Na Groenlândia a camada de gelo tem uma média de 1.500 metros de espessura, mas pode ser também de 4.300

metros. Gelo e geleiras vêm e vão

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O clima global esta sempre mudando, apesar de não o bastante rápido para as pessoas notarem. Existiram muitos períodos

quentes, tais como quando os dinossauros viveram, ao redor de 100 milhões de anos atrás, e muitos períodos frios, tais como a última idade do gelo ao redor de 20.000 anos atrás. Durante a última idade do gelo, muito do hemisfério norte foi coberto com

gelo e geleiras.

Fatos sobre algumas geleiras e camadas de gelo.

• O Gelo glacial cobre 10-11 por cento da terra. • Se todas as geleiras derretessem hoje os mares se elevariam

cerca de 70 metros. Fonte: National Snow and Ice Data Center

• Durante a última idade do gelo o nível do mar estava cerca de 122 metros mais baixo que hoje, e as geleiras cobriam quase

um terço da terra • Durante o ultimo período quente, 125.000 anos atrás, os

mares estavam cerca de 55 metros mais altos que hoje. Cerca de três milhões de anos atrás os mares poderiam ter

estado até 50 metros mais altos.

Corrente de neve derretida para os rios:

Ao redor do mundo as correntes de neves derretidas são uma

grande parte do movimento global da água. Nos climas mais frios muito das correntes da primavera e correntes nos rios vêm do

derretimento da neve e gelo. Além disso a inundação e o rápido derretimento podem disparar deslizamentos e fluxos de sujeiras.

Uma boa maneira de compreender como a neve derretida afeta as correntes dos rios é de olhar para o gráfico abaixo, que mostra a corrente diária (média dos fluxos para cada dia) para quatro anos do rio North Fork American na represa North Fork na Califórnia,

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USA. Os grandes picos na carta são o resultado principalmente do derretimento de neve. Compare o fato de que a mínima média

diária durante o mês de março de 2000 foi de 1.200 pés cúbicos por segundo, enquanto em agosto, após a neve estar

completamente derretida, as correntes foram muito menores, na faixa de 55-75 pés cúbicos por segundo (um pé cúbico é igual a

aproximadamente 0,028 m3 (NT)).

A corrente de neve derretida varia com a estação e também com o ano. Compare os altos picos das correntes para o ano 2000 com as

muito menores correntes do ano 2001. Parece que uma grande seca atingiu esta área da Califórnia em 2001. A falta de água

estocada como uma camada de neve no inverno pode diminuir a quantidade de água disponível no resto do ano. Isto pode ter um

efeito na quantidade de água nos reservatórios localizados à jusante, o que por seu turno pode afetar a água disponível para

irrigação e água para suprimento humano.

Corrente de superfície: A corrente de precipitação que viaja sobre a superfície do solo para os rios.

Corrente de superfície é a corrente da precipitação sobre a paisagem

Muitas pessoas provavelmente pensam que a precipitação cai sobre a terra, flui sobre a terra (corrente) para os rios, e que então corre para o mar. É realmente muito mais complicado, devido a que os rios também ganham e perdem água para o solo. Ainda, muita da

água nos rios vem diretamente da corrente de precipitação, definida como corrente de superfície.

Usualmente, alguma da chuva que cai encharca o solo, mas quando

a chuva bate em solo saturado ou impermeável, tal como uma

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estrada pavimentada ou um estacionamento, ela começa a fluir para um declive como uma corrente. Durante uma chuva pesada você poderia ver pequenos regatos de água fluindo pelos declives. A água flui ao longo dos canais do solo conforme ela se move para

os rios. Esta foto mostra como a corrente de superfície (aqui correndo para fora de uma estrada) entra em um riacho. Esta

corrente neste caso está fluindo sobre o solo nu e é sedimento se movendo para o rio (ruim para a qualidade da água). A corrente

entrando neste riacho está começando sua viagem de volta para o oceano.

Como com todas as partes do ciclo da água, a interação entre a precipitação e a corrente de superfície varia de acordo com o tempo

e a geografia. Tempestades similares ocorrendo na floresta amazônica e no deserto do sudoeste dos Estados Unidos podem

produzir diferentes formas de correntes de superfície. A corrente de superfície é afetada tanto por fatores meteorológicos como a geologia física e a topografia da região. Somente um terço da

precipitação que cai sobre a terra corre para as correntes e rios e retorna para o oceano. Os outros dois terços são evaporados, transpirados ou fluem para o lençol subterrâneo. A corrente da

superfície pode também ser usada pelos humanos para seus usos próprios.

Corrente dos rios: O movimento da água em um rio

O U.S. Geological Survey USGS usa o termo "corrente de rio" para se referir à quantidade de água que flui para um rio, córrego ou

riacho. Importância dos rios

Os rios são importantes não somente para as pessoas, mas para a

vida em qualquer lugar. Não somente são os rios um lugar agradável para as pessoas (e seus cachorros), mas as pessoas

usam a água dos rios para o suprimento de água para beber e água de irrigação, para produzir eletricidade, para levar para longe seu

esgoto (esperamos que esgoto tratado), para transportar mercadorias, e para obter alimentos. Os rios são cruciais para todas

as espécies de plantas e animais. Os rios ajudam os aqüíferos subterrâneos a se encherem de água pela descarga para baixo

através de seus leitos. E, certamente, os oceanos continuam cheios devido ao fluxo dos rios para eles.

Bacias hidrográficas e rios Quando pensando sobre os rios, é importante pensar sobre as

bacias hidrográficas dos rios. O que é bacia hidrográfica? Se você está parado agora em um terreno, olhe para baixo. Você está

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parado, e todos estão parados sobre uma bacia hidrográfica. Uma bacia hidrográfica é uma área de terra para onde toda a água que

cai drena e flui para um mesmo ponto. As bacias hidrográficas podem ser pequenas como uma pegada no barro ou grande o bastante para conter toda a terra que drena água para o rio

Mississipi, onde ele deságua no golfo do México, Bacias hidrográficas menores são contidas em bacias hidrográficas

maiores. As bacias hidrográficas são importantes porque a corrente e a qualidade da água de um rio são afetadas por coisas, induzidas

ou não pelo homem, que acontecem na bacia. As correntes dos rios estão sempre se modificando

As correntes dos rios estão sempre se modificando, dia após dia, e

mesmo minuto a minuto. Certamente, a influência principal em uma corrente de rio é a corrente de precipitação na bacia

hidrográfica. A queda de chuva faz com que o rio se eleve, e o rio pode se elevar somente se chover na bacia - lembre-se de que a maior parte da água que cai em uma bacia hidrográfica irá drenar

pelo local de saída. A dimensão do rio depende da dimensão de sua bacia. Rios grandes têm bacias hidrográficas grandes; rios

pequenos têm bacias menores. Da mesma forma, rios de diferentes dimensões reagem de forma diferentes às tempestades e quedas de chuvas. Os rios grandes se elevam e diminuem mais devagar que os rios pequenos. Em uma bacia hidrográfica pequena, um rio se elevará e diminuirá em minutos ou horas. Os grandes rios levam

podem levar dias para se elevar e diminuir, a os alagamentos podem durar por dias.

Armazenamento de água doce: água doce existente sobre a superfície

da Terra Uma parte do ciclo da água que é obviamente essencial para a vida na Terra é a água doce que existe na superfície da terra. Pergunte agora mesmo ao seu vizinho, um tomateiro, uma truta ou a um

mosquito chato. A água da superfície inclui os rios, lagos, lagoas, reservatórios (lagos feitos pelo homem), e terras úmidas com água

doce. A quantidade de água nos rios e lagos está sempre se modificando devido a fluxos de entrada e de saída. Os fluxos de entrada vêm da

precipitação, corrente acima da terra, e vazamento de água do lençol subterrâneo e entradas de tributários. Os fluxos de saída de

lados e rios incluem a evaporação e descarga para o lençol subterrâneo. Os humanos também usam água da superfície para

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suas necessidades. A quantidade e localização da água da superfície muda com o tempo e espaço, seja naturalmente ou com a ajuda

humana. A água da superfície faz com que a vida continue

Como esta fotografia do Delta do Nilo mostra, a vida pode florescer

no deserto se lá houver um suprimento de água disponível na superfície (ou do subsolo). A água na superfície da terra realmente sustenta a vida. E a água do subsolo existe devido ao movimento para baixo da água da superfície para os aqüíferos subterrâneos.

Você poderia pensar que os peixes que vivem nos oceanos salgados não são afetados pela água doce mas, sem a água doce para reencher os oceanos eles evaporariam completamente e se

tornariam demasiadamente salgados mesmo para que os peixes pudessem sobreviver.

A água doce é relativamente escassa na superfície da Terra. Somente ao redor de três por cento da água na Terra é água doce, e os lagos de água doce somam somente 0,29 por cento da água doce da Terra. Vinte por cento de toda a água doce está em um

lago, o lago Baical na Ásia. Outros vinte por cento estão armazenados nos Grandes lagos (Hurão, Michigan e Superior) nos Estados Unidos. Os rios têm somente ao redor de 0,006 por cento

do total de água doce do mundo. Você pode ver que a vida na Terra sobrevive no que é essencialmente somente "uma gota no balde"

do suprimento total de água na Terra.

Infiltração: O movimento para baixo da água da superfície da terra para o solo da sub-superfície e rochas.

A água do subsolo começa com a precipitação.

Em qualquer parte do mundo, alguma da água que cai como chuva e neve se infiltra na sub-superfície do solo e rochas. Quanto dela se

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infiltra depende de uma série de fatores. A infiltração e precipitação caindo sobre a camada de gelo da Groenlândia poderia ser muito

pequena, considerando, como mostra esta fotografia de uma corrente desaparecendo em uma gruta na Geórgia, USA, uma corrente pode desaparecer diretamente como água do subsolo. Alguma água que infiltra permanecerá na camada de solo raso, onde ela pode entrar em uma corrente por vazamento em um banco de corrente. Alguma da água pode infiltrar mais fundo,

recarregando os aqüíferos do subsolo. Se os aqüíferos são rasos ou porosos o bastante para permitir que a água se mova facilmente

através dele, as pessoas podem furar poços nos aqüíferos e usar a água para seus fins. A água pode viajar longas distâncias ou

permanecer na armazenagem no subsolo por longos períodos antes de retornar para a superfície ou vazando para outros corpos de

água tais como rios ou os oceanos. Água do subsolo

Conforme a precipitação infiltra no subsolo, ela usualmente forma

uma zona não saturada e uma zona saturada. Na zona não saturada, existe um pouco de água presente nas aberturas das rochas do subsolo, mas o terreno não está saturado. A parte

superior da zona não saturada é a zona do solo. A zona do solo tem espaços criados pelas raízes das plantas que permitem que a

precipitação se infiltre. A água nesta zona do solo é usada pelas plantas. Abaixo da zona não saturada está a zona saturada onde a

água preenche completamente os espaços entre as rochas e as partículas de solo. As pessoas podem furar poços nesta zona para

bombear água.

Armazenagem de água no subsolo: A água existente por longos períodos abaixo da superfície da Terra.

Água armazenada como parte do ciclo da água Grandes quantidades de água estão estocadas no subsolo. A água está ainda se movimentando, possivelmente muito lentamente,

mas é ainda assim uma parte do ciclo da água. Muita desta água no subsolo vem das precipitações que se infiltram para baixo da superfície da terra. A camada superior do solo é a zona não saturada, onde a água está presente em quantidades que se

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modificam com o tempo, mas que não satura o solo. Abaixo desta camada está a zona saturada, onde todos os poros, rachaduras e espaços entre as partículas de rocha estão saturadas com água. O termo água do subsolo é usado para descrever esta área. Outro

termo para água do subsolo é "aqüífero". Os aqüíferos são enormes armazéns de água da Terra e as pessoas de todo o mundo

dependem da água do subsolo para suas vidas diárias. Para achar água, olhe debaixo do lençol... lençol de água

Eu espero que você goste de gastar uma hora sob o sol escavando

um buraco na areia da praia. É um meio agradável de ilustrar o conceito de como a certa profundidade, o solo, se for permeável o bastante para segurar água, fica saturado com água. A parte de cima do lago de água neste buraco é o nível do lençol freático ou lençol subterrâneo. As ondas do oceano estão apenas à direita do buraco, e o nível da água no buraco é o mesmo nível do oceano.

Certamente, o nível de água aqui se modifica a cada minuto devido ao movimento das marés, e conforme a maré sobe ou desce, o

nível no buraco se move também. De certa forma, este buraco é como um poço usado para acessar a

água do subsolo. Se esta foto mostrasse água doce, as pessoas poderiam pegar um balde e se suprirem de água. Realmente, na praia se você pegasse um balde e tentasse esvaziar este buraco, ele imediatamente se reencheria porque a areia é tão permeável

que a água flui facilmente através dela. Para acessar água doce, as pessoas têm furar poços fundos o bastante para atingir um

aqüífero. O poço poderia ter dezenas ou milhares de metros de profundidade. Mas o conceito é sempre o mesmo de nosso buraco

na praia- o acesso à água na zona saturada onde os vazios nas rochas estão cheios de água.

Descarga de água do solo: O movimento de água para fora do solo

Você vê água ao redor de você todos os dias como lagos, rios, gelo,

chuva e neve, Existem também vastas quantidades de água que

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não são vistas- água existindo e se movimentando no solo. As pessoas têm usado a água do solo por milhares de anos e

continuam a usá-la hoje, grandemente para fins de água potável e para a irrigação. A vida na Terra depende da água do subsolo como

da água da superfície. Água do subsolo flui subterraneamente

Alguma da precipitação que cai sobre a terra se infiltra no solo e se torna a água do subsolo. Uma vez no subsolo, alguma dessa água viaja próxima à superfície da terra e emerge rapidamente como

descarga de rios, mas, devido à gravidade, muito dela continua a afundar no subsolo.

Conforme mostra este diagrama a direção e velocidade do movimento da água do subsolo é determinada por várias

características dos aqüíferos e camadas confinantes (rocha densa com água tem tempos difíceis para penetrar) no solo. A água se

movimentando embaixo no solo depende da permeabilidade (quão fácil ou difícil é para a água se mover) e da porosidade (a

quantidade de espaço aberto no material) da rocha subterrânea. Se a rocha permitir que a água se mova facilmente através dela, então a água do subsolo pode se mover por longas distâncias em poucos dias. Mas a água do subsolo pode afundar em aqüíferos profundos onde ela toma milhares de anos para voltar para o meio ambiente.

Fonte: Local onde a água do subsolo descarrega para a superfície do

solo O que é uma fonte?

Uma fonte é o resultado de um aqüífero sendo cheio ao ponto de

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que a água escorre para a superfície da terra. Elas têm uma faixa de tamanho de pequenas fontes que fluem somente após muita chuva e de enormes lagos que fornecem centenas de milhões de galões por dia (um galão é igual a aproximadamente 3,8 litros

(NT)). As fontes se formam em qualquer tipo de rocha, mas a maior parte

são achadas em pedra calcária ou dolomita, que se racha facilmente e pode ser dissolvida com as chuvas e se torna ácida. Conforme a rocha se dissolve e se racha, se formam espaços que permitem à água fluir. Se o fluxo for horizontal, ele pode atingir a

superfície do solo resultando em uma fonte. A água das fontes nem sempre é clara

A água das fontes são normalmente claras. A água de algumas

fontes, entretanto, podem ter uma "cor de chá", como esta fonte no Colorado, USA. Ela tem uma cor avermelhada causada pela água do subsolo tendo contato com minerais do subsolo, tais como o ferro. A descarga de água altamente colorida das fontes pode indicar que a água está fluindo rapidamente através de grandes canais dentro

do aqüífero sem ser filtrada o tempo bastante pela rocha para absorver a cor.

Fontes termais

As fontes termais são fontes comuns exceto que a água é morna e, em alguns lugares, quente, tal como as fontes de lama borbulhante em Yellowstone, Wyoming, USA. Muitas fontes termais ocorrem em regiões de atividade vulcânica recente onde a água é aquecida pelo contato com as rochas quentes bem abaixo da superfície. As rochas

se tornam quentes com o aumento da profundidade e se a água profunda abaixo do solo atingir uma rachadura grande que oferece

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uma passagem para a superfície da terra, ela pode produzir uma fonte termal. As fontes mornas ocorrem ao redor do mundo e

podem mesmo coexistir com icebergs, como estes felizes groenlandeses podem lhe contar.

Uma estimativa da distribuição global da água

Para uma explicação detalhada de onde existe água na Terra, olhe para a carta e os dados da tabela abaixo. Por agora, você sabe que

o ciclo da água descreve o movimento da água da Terra, assim pense que a tabela abaixo representa a presença da água da Terra em um único ponto no tempo. Se você verificar de novo em alguns

milhões de anos sem dúvida estes números serão diferentes! Note como do suprimento total de água do mundo de

aproximadamente 1.386 milhões de quilômetros cúbicos de água, acima de 96 por cento é salgada. E, do total de água doce, acima de 68 por cento está armazenada como gelo e geleiras. Outros 30 por cento de água doce estão no solo. As fontes de água doce, tais

como rios e lagos somente contam aproximadamente 93.100 quilômetros cúbicos, o que é aproximadamente um por cento do

total da água. Mesmo assim, os rios e lagos são as fontes da maior parte de água que as pessoas usam cada dia.

Uma estimative da distribuição global da água:

Fonte de água

Volume de água, em

quilômetros cúbicos

Porcentagem de água doce

Porcentagem do total de

água

Oceanos, Mares e Baias 1.338.000.000 -- 96,5

Camadas de gelo, Geleiras e Neve Perene

24.064.000 68,7 1,74

Água do subsolo 23.400.000 -- 1,7

Doce 10.530.000 30,1 0,76

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Salgada 12.870.000 -- 0,94

Umidade do Solo 16.500 0,05 0,001

Gelo do Solo e Permafrost 300.000 0,86 0,022

Lagos 176.400 -- 0,013

Doce 91.000 0,26 0,007

Salgada 85.400 -- 0,006

Atmosfera 12.900 0,04 0,001

Água dos pântanos 11.470 0,03 0,0008

Rios 2.120 0,006 0,0002

Água biológica 1.120 0,003 0,0001

Total 1.386.000.000 - 100

Crédito: Portuguese translation by Jayme Nery, JANERY EDUCACIONAL.

Fonte: Gleick, P. H, 1996: Recursos de água. Na Enciclopédia do Clima e Tempo, ed. Por Superlogo H. Schneider, Oxford University Press, Nova

Iorque, vol. 2, pág. 817-823

história da água apresentada nesta página aborda a evolução das técnicas relacionadas com o abastecimento de água.

(Fonte: EMARP (1998). História da Água. O Livro da Água. On-line: www.emarp.pt [Abril 2006].)

3000 a.C. 2500 a.C. 1550 a.C. 1485 a.C. 350 a.C.

1500 1614 1682 1791 1794 1854 1896

The Aqua Venturer

(Fonte: www.wef.org)

Água na Terra

A água no nosso corpo e nas

plantas (Fonte: www.aguasdoave.pt)

3000 a.C. Nesta época remota já se obtinha habitualmente água doce a partir

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de poços, utilizando-se um balde, embora a maior parte dos aldeamentos se situassem perto de rios.

2500 a.C.

O sarilho e dispositivos semelhantes eram utilizados para aumentar a rapidez da retirada

de água dos poços. O sarilho, que continua a ser largamente utilizado no Médio Oriente,

é constituído por um pau giratório que tem um balde numa ponta e um contrapeso na

outra ponta.

1550 a.C.

Uma pintura mural egípcia mostra um sifão a ser utilizado.

1485 a.C.

Um grego chamado Dános é conhecido como o pai de uma bomba de água muito eficiente.

350 a.C.

Aristóteles descreve o modo como se pode obter água doce a partir de água salgada por destilação (ebulição e subsequente

condensação). No entanto, passaram mais de 1400 anos até que os

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Mouros trouxessem essa ideia para a Europa Ocidental.

Material de laboratório utilizado em destilação (século XX).

1500 As primeiras cidades europeias começaram a construir sistemas de abastecimento de água. O primeiro a ser descrito, em 1550, foi o de Ausburgo na Baviera (Alemanha), no qual eram utilizadas noras que accionavam parafusos de Arquimedes, os quais elevavam a água até torres altas, donde era canalizada para as residências dos

consumidores.

1614

Castelli, um italiano, descreveu o modo de medir o fluxo de água ou de outro líquido. Actualmente, utilizam-se contadores para medir a

quantidade de água que passa nas canalizações.

1682

Em Marly, na França, construiu-se um sistema hidráulico accionado por uma série de noras gigantes, desenvolvendo cada uma delas

uma força superior a 100 cavalos vapor.

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Nora típica algarvia (séculos XIX - XX).

1791 James Peacock demonstrou que a água podia ser filtrada deixando-a

infiltrar-se numa camada de areia (filtro de areia).

Filtros de areia numa estação de tratamento de águas (século XX).

1794 Em Londres (Inglaterra), Benjamin Vulliamy escavou pela primeira

vez um poço artesiano.

Maquinarias utilizadas para executar poços ou furos artesianos

(século XX). 1854

Dr. John Snow fez a primeira abordagem eficiente das doenças provocadas pela água.

Em Londres, cerca de 500 pessoas, que viviam numa zona de 200 metros junto à Broad Street (hoje, Broadwick Street), morreram de

cólera num período de dez dias. O Dr. Snow localizou a infecção numa bomba de água manual, retirou a manivela e assim

terminou a propagação da doença. Deste modo, a atenção das pessoas centrou-se na pureza da água, que pode ser confirmada

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através de análises físico-químicas realizadas em amostras de água.

Bomba de água manual (séculos XIX – XX).

1896 Pela primeira vez, em Polo, na costa italiana do Adriático, a água foi sujeita a uma desinfecção com cloro como medida de protecção

contra as doenças.

Depósitos de cloro numa estação de tratamento de águas (século

XX).

Capítulo 3 A DIFÍCIL FORMAÇÃO DO SOLO (parecia “bobaginha”, como diz

o povo do ES, mas não é) O Solo

O planeta por dentro e por fora O solo que você pisa; as rochas que modelam as montanhas; o

fundo dos rios, lagos e mares: tudo isso é apenas uma fina "casca" do imenso planeta que é a Terra.

A Terra A Terra tem forma aproximadamente esférica e é achatada nos

pólos. Sua estrutura interna é dividida em crosta terrestre, manto e núcleo.

A crosta terrestre é a camada mais superficial. É o nosso chão, ou

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seja, a parte do planeta sobre o qual andamos, vivemos, construímos as nossas casas. Nos continentes, sua espessura pode ter de 30 a 80 Km; já no fundo dos oceanos varia entre 5 e 10 km. O manto fica abaixo da crosta terrestre, possui quase 3000 km de

espessura. É formado por material semelhante ao da crosta terrestre, submetido a pressão intensa e à temperatura elevada. O

manto possui partes menos rígidas, de consistência pastosa, formada por rochas derretidas. A temperatura do manto aumenta com a profundidade e deve variar entre cerca de 1000ºC e 3000ºC

ou mais, na parte mais funda. A parte do manto formada por rochas derretidas é chamada de magma. Quando um vulcão entra em erupção, o magma é expelido e passa a ser denominado lava.

A parte mais externa do manto juntamente com a crosta terrestre formam a litosfera (palavra que vem do grego: lithos significa

"pedra" e sphaira, "esfera"; "esfera de pedra"). O núcleo localiza-se na parte central da Terra, abaixo do manto,

com cerca de 3400 km de espessura. O núcleo pode ser dividido em duas partes. A parte de fora, chamada núcleo externo, é líquida, sendo formada principalmente de ferro e níquel derretidos. A parte de dentro, o núcleo interno, contém principalmente ferro sólido. A

temperatura no centro do núcleo interno deve ultrapassar os 5 000ºC.

Fontes naturais de água quente

Em alguns pontos do planeta, o magma está localizado próximo à superfície o que acaba aquecendo a água subterrânea. Essa água

quente jorra na forma de jatos: é o gêiser, que pode ultrapassar os 100ºC de temperatura.

Na Islândia, a água quente dos gêiseres (Gêiser em islandês significa

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'que jorra') é bombeada para as casas e usada para aquecimento. Tectônica de Placas

O que você pensaria se soubesse que as rochas encontradas nos planaltos brasileiros e africanos são muito parecidas, e que fósseis

idênticos foram encontrados em continentes diferentes? Será que os continentes já estiveram unidos no passado?

Agora olhe a figura abaixo.

Note que os continentes se encaixam como peças de quebra-cabeça.

Essas e outras evidências sugerem que os continentes podem ter sido parte de um único conjunto de rochas no passado. Esta teoria é

chamada teoria da deriva continental. A teoria da Deriva Continental foi proposta em 1912, pelo cientista

alemão Alfred Wegener, dizia esse que há milhões de anos havia um só continente chamado Pangéia que era cercado por um só oceano denominado Pantalassa. Em tempos anteriores à teoria da Deriva Continental surgiram outras teorias propostas por cientistas que também perceberam o fato, mas não obtiveram êxito em suas

descobertas, pois essas não repercutiram. Segundo a Deriva Continental, a Pangéia teria se rompido

vagarosamente dividindo-se em dois continentes denominados Laurásia, localizado ao norte, e Gondwana, localizado ao sul.

Como conseqüência destes rompimentos, os oceanos também

sofreram divisão obedecendo as transformações provocadas pelas massas dos novos continentes.

Deu-se origem então a outra teoria chamada Tectônica de Placas. Tectônica de placas é uma teoria originada a partir da deriva

continental e da expansão dos fundos oceânicos. Foi desenvolvida

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em 1960, e tornou-se a mais aceita entre geógrafos e oceanógrafos. De acordo com esta teoria, a litosfera se movimenta sobre a

astenosfera. A litosfera por sua vez, é dividida por placas (denominadas placas tectônicas) e estas deslizam por causa das correntes de convecção no interior da Terra. O calor que vem do núcleo da Terra esquenta o manto e faz as partes mais quentes

subir. Essas partes esfriam e voltam a descer. São essas correntes que movimentam lentamente as placas que formam a crosta da

Terra.

O movimento de uma placa em relação à outra é de cerca de 2 a 10

cm ao ano. Por isso praticamente não é percebido pelos nossos sentidos. Ao longo de milhões de anos, entretanto, esse movimento

mudou muito o aspecto de nosso planeta, afastando alguns continentes e aproximando outros.

Tais movimentações permitiram a formação dos continentes a partir

do Pangéia, continente que existiu há 200 milhões de anos atrás, durante a era Mesozóica.

Placa oceânica é o nome que designa as placas que se encontram submersas pelos oceanos, enquanto placa continental é o nome

dado para designar as placas localizadas sob os continentes. Existem várias placas tectônicas de diferentes tamanhos, porém as

mais importantes são: Placa Africana: Abrange todo o continente africano e através de

sua colisão com a placa euroasiática surgiu o Mar Mediterrâneo e o Vale do Rift.

Placa da Antártida: Abrange toda a Antártida e a região austral dos oceanos.

Placa Euroasiática: Abrange o continente europeu e asiático, exceto a Índia, Arábia e parte da Sibéria. Inclui a parte oriental do

Oceano Atlântico norte.

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Placa Norte-Americana: Abrange a América do Norte, parte ocidental do Oceano Atlântico norte, uma parte do Oceano Glacial

Ártico e parte da Sibéria. Placa Sul-Americana: Abrange a América do Sul e o leste da Crista

Oceânica do Atlântico. Placa do Pacífico: Abrange a maior parte do Oceano Pacífico e através de sua colisão com a Placa da Antártida surgiu a Placa

Pacífico-Antártica. Placa Indo-Australiana: Abrange a Placa Australiana e a Placa

Indiana. Também abrange grande parte do Oceano Índico e parte do Himalaia.

Os terremotos

Terremoto ou sismo são tremores bruscos e passageiros que acontecem na superfície da Terra causados por choques subterrâneos de placas rochosas da crosta terrestre a 300m

abaixo do solo. Outros motivos considerados são deslocamentos de gases (principalmente metano) e atividades vulcânicas. Existem dois tipos de sismos: Os de

origem natural e os induzidos.

As maiorias dos sismos são de origem natural da Terra, chamados de sismos tectônicos. A força das placas tectônicas desliza sobre a atmosfera podendo afastar-se, colidir ou deslizar-se uma pela outra. Com essas forças as rochas vão se alterando até

seu ponto de elasticidade, após isso as rochas começam a se romper e libera uma energia acumulada durante o processo de elasticidade. A energia é liberada através de

ondas sísmicas pela superfície e interior da Terra.

Na maioria dos casos, as vibrações são muito fracas, sendo percebidas somente com o auxílio de aparelhos especiais. Mas alguns terremotos podem causar efeitos

prejudiciais ao homem como ferimentos, morte, prejuízos financeiros e sociais, desabamento de construções etc

Existem também sismos induzidos, que são compatíveis à ação antrópica (realizados pelo homem). Originam-se de explosões, extração de minérios, de água ou fósseis, ou até mesmo por queda de edifícios; mas apresentam magnitudes bastante inferiores dos

terremotos tectônicos.

As conseqüências de um terremoto são: • Vibração do solo,

• Abertura de falhas,

Mas como os terremotos acontecem? Pense nesta comparação: se você curvar um pouco um a régua de plástico com as mãos, vai sentir uma força (uma tensão) desse objetivo contra suas mãos. Se você

soltar uma das pontas, a tensão fará a régua vibrar. A maioria dos terremotos ocorre quando certa tensão na fronteira entre duas placas

tectônicas é liberada. Duas placas em movimento podem se encostar, exercer pressão uma contra a outra e ficar presas entre si. Em determinado momento, a força

acumulada entre elas pode vencer o atrito, provocando um deslizamento rápido: uma placa escorrega ao longo da outra, o que libera a energia acumulada. Essa energia desencadeia "ondas de choque", chamadas ondas sísmicas, que se espalham pelas

rochas e provocam tremores de terra.

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• Deslizamento de terra, • Tsunamis,

• Mudanças na rotação da Terra. Foi a partir de 1900 que surgiram as principais escalas de medição que conhecemos. A mais conhecida é a escala Richter, desenvolvida pelo americano Charles Richter (1900-1985). A escala Richter varia de 0 a 9,5 ou mais pontos. O último nível pode variar: ele

vai depender da força do maior terremoto ocorrido até o momento. O abalo de maior intensidade já registrado no século XX alcançou 9,5 pontos na escala

Richter e ocorreu no Chile, em 1860. O da Turquia, em 1999, atingiu cerca de 7,4 pontos na escala Richter. O terremoto que provocou o maior número de mortes ocorreu

na China, em 1556 - 830 mil mortos. As regiões mais sujeitas a terremotos são regiões próximas às placas tectônicas como o

oeste da América do Sul onde está localizada a placa de Nazca e a placa Sul-Americana; e nas regiões em que se forma novas placas como no oceano Pacífico onde se localiza o Cinturão de Fogo. O comprimento de uma falha causada por um terremoto pode variar de centímetros a milhões de quilômetros como, por exemplo, a falha de San

Andreas na Califórnia, Estados Unidos.

Só nos Estados Unidos acontecem cerca de 13 mil terremotos por ano que variam de aproximadamente 18 grandes terremotos e um terremoto gigante sendo que os demais

são leves ou até mesmo despercebidos. A escala mais usada para medir a grandeza dos terremotos é a do sismólogo Charles

Francis Richter. Sua escala varia de 0 a 9 graus e calcula a energia liberada pelos tremores. Outra escala muito usada é a Mercalli-Sieberg, que mede os terremotos pela

extensão dos danos. Essa escala se divide em 12 categorias de acordo com sua intensidade.

No Brasil Existe Terremoto

Durante muito tempo acreditava-se que no Brasil não ocorria terremotos, no entanto,

essa afirmação é um tanto quanto precipitada. Se comparar os abalos sísmicos ocorridos nos Andes com os ocorridos no Brasil, os do Brasil podem ser classificados como modestos, embora a quantidade de abalos sejam muitas e com escalas acima de

5,0 graus, não ignorando a possibilidade de tremores mais intensos, uma vez que o planeta é dinâmico e está em constante transformação.

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Foram muitos os terremotos ocorridos no Brasil no decorrer da história, com destaque

para o Ceará, em 1980 / mb=5,2, João Câmara (RN) 1986 / mb=5,1. Em outros casos os tremores tiveram proporções maiores como no Mato Grosso

1955/mb=6,6, Espírito Santo 1955/mb=6,3 e Amazonas 1983/mb=5,5, essas regiões não eram habitadas.

Os abalos sísmicos podem emergir a qualquer instante e lugar, dessa forma não se deve descartar a possibilidade de ocorrer tremores com grandes conseqüências em algum

centro urbano brasileiro. A pouca incidência de terremotos no Brasil é proveniente de sua localização no centro

da placa Sul-americana. No fim de 2007, mais precisamente em 9 de dezembro desse ano, na cidade mineira de Itacarambi ocorreu um terremoto, o abalo derrubou 76 casas, condenou várias outras, e

levou a óbito uma criança. Esse abalo foi um dos maiores ocorridos no Brasil e o primeiro com vítima fatal. O tremor teve intensidade de 4,9 graus na escala Richter, segundo o Professor Lucas

Vieira Barros da Universidade de Brasília, os tremores ocorriam desde maio. A explicação não é definitiva, mas é provável que o agente causador seja uma falha

geológica, localizada a 5 quilômetros abaixo da superfície. Pior terremoto do Brasil derrubou 4 mil casas em João Câmara (RN), em 1996.

Tsunamis Os movimentos da crosta sob os oceanos podem deslocar massas de água produzindo

ondas enormes, chamadas tsunamis, que chegam a ter até 30 m de altura.

Os vulcões O que acontece se você sacudir bem uma garrafa de refrigerante e depois abrir?

A pressão do gás fará o líquido transbordar da garrafa. Quanto maior a pressão dentro da garrafa, maior a força com que o líquido vai transbordar.

Algo parecido ocorre nos vulcões. As rochas derretidas no interior da Terra (magma) são expelidas, juntamente com gases e vapor de água, através de falhas na crosta.

Os vulcões podem surgir de várias maneiras. Muitos aparecem nas bordas das placas tectônicas. Pode acontecer, por exemplo, que, depois de um choque, parte de uma placa fique embaixo da outra e derreta. Forma-se, assim, grandes reservatórios subterrâneos de gases e magma incandescente. O magma pode subir até perto da superfície, entrar em contato com lençóis de água e formar vapor. Se a sua pressão aumentar muito, o vapor acaba rompendo a superfície e libera o magma, que, do lado de fora do vulcão, passa a se chamar de lava. Portanto, além de lava e cinzas, o vulcão expele vapor de

água e vários gases, como o gás carbônico e gases de enxofre.

Alguns vulcões entram em erupção só por alguns dias ou semanas. Outros maiores,

podem entrar em erupção milhares de vezes ao longo de centena de milhares de anos ou até por muito mais tempo.

Apesar da sua incrível capacidade de destruição, os vulcões tornam o solo ao seu redor extremamente fértil, já que as cinzas e a lava, depois que esfriam funcionam como

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adubo. Esse é um motivo dos quais populações inteiras se instalam à volta dos vulcões, apesar do perigo. Além disso, muitos vulcões derramam lava aos poucos, sem

explosões. A lava forma também um tipo de rocha, conhecida como rocha ígnea. O grande desafio para quem estuda os vulcões (os vulcanólogos) é prever quando

ocorrerão as erupções. Geralmente antes da erupção, há tremores de terra e emissão de gases de enxofre, que têm um cheiro típico (parecido ao de ovo podre).

No mundo há cerca de 1 300 vulcões que podem entrar em erupção a qualquer momento, mas apenas cerca de 20 ou 30 entram em atividade por ano. Alguns vulcões, como o monte Kilimajaro, na Africa, têm pouca probabilidade de entrar em erupção de

novo: são os vulcões extintos.

Monte kilimajaro, Africa.

O vulcão Anak Krakatau (que significa "criança de Krakatau") em atividade na

Indonésia

Vulcões em ação Ao longo da história da humanidade, alguns vulcões ficaram famosos pelo seu poder de

destruição. No ano de 79, as cidades de Pompéia e Herculano, na Itália, foram soterradas por uma camada de vários metros de lava e cinzas lançadas pelo vulcão

Vesúvio. Milhares de pessoas morreram soterradas ou mesmo intoxicadas pelos gases do vulcão. As ruínas de Pompéia foram desenterradas em 1738 e se constatou que

muitos objetos da cidade estavam conservados em boas condições. Esse vulcão tornou-se célebre porque suas cinzas acabaram moldando o corpo de muitas vítimas. Aplicando-se gesso nesses moldes, foi possível criar reproduções

dessas pessoas, da forma como elas estavam no momento do acidente.

Cinzas e lama moldaram os corpos das vítimas, permitindo que fossem encontradas do

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modo exato em que foram atingidas pela erupção do Vesúvio. Em 1883, um vulcão da ilha de Krakatoa na Indonésia, provocou tamanha explosão, que ondas de até 40 metros de altura espalharam-se e devastaram cidades e aldeias, matando mais de 36 mil pessoas. As cinzas, cobriram uma área de mais de 800 mil

quilômetros quadrados. A poeira lançada na atmosfera se espalhou por toda a Terra e bloqueou parte dos raios do Sol, provocando uma queda de temperatura de cerca de

meio grau em 1884. Só depois de cinco anos, quando toda a poeira tinha se depositado, o clima do planeta retornou ao normal.

Mais recentemente, em 1991, o Pinatubo, nas Filipinas, também lançou uma nuvem de pó e cinzas tão grande que de novo afetou o clima do planeta naquele ano.

Vulcões no Brasil

O Brasil está no centro de uma grande placa tectônica, a Placa Sul-Americana, portanto, afastado dos limites dessa placa. O limite

leste da Placa Sul-Americana está posicionado no fundo do oceano Atlântico, próximo da metade da distância entre o Brasil e a África, enquanto que o limite oeste fica junto ao litoral oeste da América

Latina. O distanciamento dos limites da Placa Sul-Americana é o motivo pelo qual não há vulcões atualmente no Brasil

Na

. Porém, em épocas geológicas passadas, houve intensa atividade

vulcânica, hoje não existem mais vulcões ativos no Brasil. Nosso país foi palco de diversas atividades vulcânicas, a mais recente ocorreu na Era Cenozóica (Terciário), levando à formação das nossas ilhas

oceânicas, tais como Trindade, Fernando de Noronha, Penedo de São Pedro e São Paulo.

Era Mesozóica (entre 251 milhões e 65 milhões de anos atrás) a atividade vulcânica no Brasil foi muito mais intensa, destacando-se

as seguintes ocorrências: Poços de Caldas e Araxá (MG), São Sebastião (SP), Itatiaia e Cabo Frio (RJ) E Lajes (SC); Na região Sul houve um dos maiores derrames basálticos do mundo, abrangendo uma área de 1 milhão de km², que vai desde o Estado de São Paulo

até o do Rio Grande do Sul, onde houve diversas manifestações podem ser observados na região de Torres, como as belíssimas falésias basálticas; Os derrames basálticos que ocorreram no

Planalto Meridional deram origem ao fértil solo terra roxa; A Bacia Amazônica também foi afetada por atividades vulcânicas em algumas

áreas. Rochas, minerais e solo

A crosta terrestre possui várias camadas compostas por três tipos de rochas que são formadas pela mistura de diferentes materiais. Essas rochas podem ser magmáticas,

também chamadas de ígneas, sedimentares ou metamórficas.

Rochas magmáticas ou ígneas As rochas magmáticas ou ígneas (ígneo vem do latim e significa "fogo") são originadas

do interior da Terra, onde são fundidas em altíssima temperatura. Nas erupções de vulcões, essas rochas são lançadas do interior da Terra, para a superfície. Sofrem, então

resfriamento rápido e se solidificam. Outras vezes, ficam nas proximidades da superfície, onde se resfriam lentamente e, também, se solidificam.

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O basalto é uma rocha escura muito utilizada na pavimentação de calçadas, ruas e estradas e são advindas do esfriamento rápido do magma.

No Rio Grande do Sul, encontramos as falésias de Torres, formadas de basalto.

As faixas escuras das famosas calçadas de Copacabana, no Rio de Janeiro, são

formadas por basalto. A pedra-pomes, gerada após rápido resfriamento em contato com a água formando uma rocha cheia de poros ou buracos devido à saída de gases. Parece uma "espuma

endurecida".

A pedra-pomes é utilizada para polir objetos e amaciar a pele.

O granito (vem do latim granum, que significa "grão') se forma no interior da crosta terrestre por resfriamento lento e solidificação do magma. É muito utilizado em

revestimento de pisos, paredes e pias. O granito é formado por grãos de várias cores e brilhos: são os minerais.

Rochas sedimentares

Observe na figura abaixo que a rocha é formada por camadas (ou estratos).

Esse tipo de rocha é chamada de rocha sedimentar e se forma a partir de mudanças

ocorridas em outras rochas. Chuva vento, água dos rios, ondas do mar: tudo isso vai,

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aos poucos, fragmentando as rochas em grãos de minerais. Pouco a pouco, ao longo de milhares de anos, até o granito mais sólido se transforma em pequenos fragmentos.

Esse processo é chamado de intemperismo. Os fragmentos de rochas são transportados pelos ventos ou pela água da chuva até os

rios, que, por sua vez, os levam para o fundo de lagos e oceanos. Lá os fragmentos vão se depositando em camadas. É assim que se formam, por exemplo, terrenos cobertos de

areia, como as praias. Esses fragmentos ou sedimentos vão se acumulando ao longo do tempo. As camadas de cima exercem pressão sobre as camadas de baixo, compactando-as. Essa pressão acaba por agrupar e cimentar os fragmentos e endurece a massa formada. É assim que surgem

as rochas sedimentares. Tudo isso, não se esqueça, leva milhares de anos. Desse modo, a areia da praia transforma-se, lentamente, em uma rocha sedimentar

chamada arenito. Sedimentos de argila transforma-se em argilito. As camadas vão cobrindo também restos de plantas e animais. Por isso é muito comum encontrar restos ou marcas de animais e plantas em rochas sedimentares: o animal ou

planta morre e é coberto por milhares de grãos de minerais. Os restos ou marcas de organismos antigos, são chamado de fósseis. Analisando os fósseis, os cientistas podem estudar como era a vida no passado em nosso planeta.

Formação das rochas sedimentares

A origem do arenito

O arenito se forma quando rochas como o granito se desintegram aos poucos pela ação dos ventos e das chuvas. Os grãos de quartzo dessas rochas formam a areia. Areias e

dunas de areia, porém não são rochas: são fragmentos de rochas. A areia pode se depositar no fundo do mar ou em depressões e ficar submetida a um aumento de

pressão ou temperatura. Assim cimentada e endurecida, forma o arenito - um tipo de rocha sedimentar. O arenito é usado em pisos.

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Rocha de arenito.

Dunas de areia no Vale da Morte, Califórnia (Estados Unidos).

O calcário

O acúmulo de esqueletos, conchas e carapaças de animais aquáticos ricos em carbonato de cálcio, que é um tipo de sal, pode formar outra variedade de rocha sedimentar, o

calcário. O calcário também se forma a partir de depósitos de sais de cálcio na água. O calcário é utilizado na fabricação de cimento e de cal. A cal serve para pintura de paredes ou para a fabricação de tintas. A cal ou o próprio calcário podem ser utilizados para neutralizar

a acidez de solos.

Cascatas de calcário na Turquia, Egeu.

Rochas metamórficas Você já viu pias, pisos ou esculturas de mármore? O mármore é uma rocha formada a

partir de outra rocha, o calcário. É um exemplo de rocha metamórfica. As rochas metamórficas são assim chamadas porque se originam da transformação de

rochas magmáticas ou sedimentares por processos que alteram a organização dos átomos de seus minerais. Surge, então, uma nova rocha, com outras propriedades e, às

vezes, com outros minerais. Muitas rochas metamórficas se formam quando rochas de outro tipo são submetidas a

intensas pressões ou elevadas temperaturas. Quando, por exemplo, por mudanças ocorridas na crosta, uma rocha magmática é empurrada para regiões mais profundas e

de maior pressão e temperatura, alterando a organização dos minerais. Outra rocha metamórfica é a ardósia, originada da argila e usada em pisos.

Pias e pisos também podem ser feitos de gnaisse, uma rocha metamórfica originada geralmente do granito. O Corcovado e o Pão de Açúcar, no Rio de Janeiro, e a maioria

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das rochas da serra do Mar também são de gnaisses.

Ardósia é usada como piso.

Vista da praia do morro do Pão de Açúcar (RJ), formado de gnaisse.

Gemas ou pedras preciosas

As gemas são rochas muito duras. São riquezas existentes no subsolo, comumente conhecidas como pedras preciosas. As jazidas de esmeralda, rubi, diamante e outras

são raras por isso essas pedras têm grande valor comercial. No subsolo, também são encontradas jazidas de metais, por exemplo, ouro, ferro,

manganês, alumínio, zinco, cobre, chumbo. Há ainda as jazidas de material de origem orgânica, conhecidas como combustíveis

fósseis - formadas a partir da transformação de restos de plantas e animais. O carvão-de-pedra (hulha) e o petróleo são exemplos desses combustíveis, recursos energéticos,

ou seja, substâncias utilizadas na produção de energia.

Na foto podemos observar algumas gemas ou pedras preciosas.

O ciclo das rochas

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Você viu que as rochas magmáticas são formadas tanto pela cristalização do magma no interior da terra como pela lava liberada

dos vulcões. Mas as rochas magmáticas - e também as metamórficas - podem ser quebradas em pequenos pedaços ou fragmentos que se acumulam em camadas de sedimentos e acabam se transformando,

por compressão, em rochas sedimentares. Finalmente, você viu também que as rochas sedimentares e também as magmáticas, sob a ação de altas temperaturas e pressão, podem se transformar em

rochas metamórficas. Mas, se uma rocha metamórfica for derretida, ela pode novamente

se tornar uma rocha magmática! Essas mudanças formam, portanto, um ciclo em que uma rocha, ao longo de muito tempo, pode se

transformar em outra. É o ciclo das rochas.

Como o solo se formou A camada de rochas na superfície da Terra está, há milhões de anos, exposta a mudanças de temperatura e à ação da chuva, do vento, da

água dos rios e das ondas do mar. Tudo isso vai, aos poucos, fragmentando as rochas e provocando transformações químicas. Foi

assim, pela ação do intemperismo, que, lentamente, o solo se formou. E é dessa mesma maneira que está continuamente se

remodelando. Os seres vivos também contribuem para esse processo de

transformação das rochas em solo. Acompanhe o esquema abaixo: 1- A chuva e o vento desintegram as rochas

2- Pedaços de liquens ou sementes são levados pelo vento para uma região sem vida. A instalação e a reprodução desses organismos vão aos poucos modificando o local. Os liquens, por exemplo, produzem ácidos que ajudam a desagregar as rochas. As raizes de plantas que

crescem nas fendas das rochas irão contribuir para isso. 3-A medida que morrem, esses organismos enriquecem o solo em formação com matéria orgânica e, quando ela se decompõe, o solo se torna mais rico em sais minerais. Outras plantas, que necessitam de mais nutrientes para crescer, podem então se instalar no local.

Começa a ocorrer o que se chama de sucessão ecológica: uma série de organismos se instala até que a vegetação típica do solo e do

clima da região esteja formada.

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O que existe no solo

Há muitos tipos de solo. A maioria deles é composta de areia e argila, vindas da fragmentação das rochas, e de restos de plantas e

animais mortos (folhas, galhos, raízes, etc.). Esses restos estão sempre sendo decompostos por bactérias e fungos, que produzem uma matéria orgânica escura, chamadas húmus. À medida que a decomposição continua, o húmus vai sendo transformado em sais

minerais e gás carbônico. Ao mesmo tempo, porém, mais animais e vegetais se depositam no solo e mais húmus é formado.

A decomposição transforma as substâncias orgânicas do húmus em substâncias minerais, que serão aproveitadas pelas plantas. Desse modo, a matéria é reciclada: a matéria que formava o corpo dos seres vivos acabará fazendo novamente parte deles depois de

decomposta. Vemos, então, que o solo é formado por uma parte mineral, que se

originou da desagregação das rochas, e por uma parte orgânica, formada pelos restos dos organismos mortos e pela matéria orgânica

do corpo dos seres vivos que está sofrendo decomposição. Vivem ainda no solo diversos organismos, inclusive as bactérias e os

fungos, responsáveis pela decomposição da matéria orgânica dos seres vivos.

Nos espaços entre os fragmentos de rochas, há ainda água e ar - ambos importantes para o desenvolvimento das plantas.

Por baixo da camada superficial do solo encontramos fragmentos de rochas. Quanto maior a profundidade em relação ao solo, maiores

são também os fragmentos de rocha. O ser humano retira recursos minerais das camadas abaixo do solo. Parte da água da chuva, por exemplo, se infiltra no solo, passando entre os espaços dos grãos de argila e de areia. Outra parte vai se

infiltrando também nas rochas sedimentares e em fraturas de rochas, até encontrar camadas de rochas impermeáveis. Formam-se

assim os chamados lençóis de água ou lençóis freáticos, que abastecem os poços de água.

Finalmente, na camada mais profunda da crosta terrestre, encontramos a rocha que deu origem ao solo - a rocha matriz.

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Tipos de solo O tipo de solo encontrado em um lugar vai depender de vários fatores: o tipo de rocha matriz que o originou, o clima, a quantidade de matéria orgânica, a vegetação que o

recobre e o tempo que se levou para se formar. Em climas secos e áridos, a intensa evaporação faz a água e os sais minerais subirem.

Com a evaporação da água, uma camada de sais pode depositar-se na superfície do solo, impedindo que uma vegetação mais rica se desenvolva.

Já em climas úmidos, com muitas chuvas, á água pode se infiltrar no solo e arrastar os sais para regiões mais profundas.

Alguns tipos de solo secam logo depois da chuva, outros demoram para secar. Por que isso acontece? E será que isso influencia na fertilidade do solo?

Solos arenosos são aquele que têm uma quantidade maior de areia do que a média (contêm cerca de 70% de areia). Eles secam logo porque são muito porosos e

permeáveis: apresentam grandes espaços (poros) entre os grãos de areia. A água passa então com facilidade entre os grãos de areia e chega logo às camadas mais profundas. Os sais minerais, que servem de nutrientes para as plantas, seguem junto com a água.

Por isso, os solos arenosos são geralmente pobres em nutrientes utilizados pelas plantas.

Os chamados solos argilosos contêm mais de 30% de argila. A argila é formada por grãos menores que os da areia. Além disso, esses grãos estão bem ligados entre si,

retendo água e sais minerais em quantidade necessária para a fertilidade do solo e o crescimento das plantas. Mas se o solo tiver muita argila, pode ficar encharcado, cheio de poças após a chuva. A água em excesso nos poros do solo compromete a circulação de ar, e o desenvolvimento das plantas fica prejudicado. Quando está seco e compacto,

sua porosidade diminui ainda mais, tornando-o duro e ainda menos arejado.

Solo argiloso.

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Solo argiloso compactado pela falta de água. A terra preta, também chamada de terra vegetal, é rica em húmus. Esse solo, chamado

solo humífero, contém cerca de 10% de húmus e é bastante fértil. O húmus ajuda a reter água no solo, torna-se poroso e com boa aeração e, através do processo de decomposição dos organismos, produz os sais minerais necessários às plantas.

Os solos mais adequados para a agricultura possuem uma certa proporção de areia, argila e sais minerais utilizados pelas plantas, além do húmus. Essa composição facilita

a penetração da água e do oxigênio utilizado pelos microorganismos. São solos que retêm água sem ficar muito encharcados e que não são muito ácidos.

Terra roxa é um tipo de solo bastante fértil, caracterizado por ser o resultado de

milhões de anos de decomposição de rochas de arenito-basáltico originadas do maior derrame vulcânico que este planeta já presenciou, causado pela separação da

Gondwana - América da Sul e África - datada do período Mezozóico. É caracterizado pela sua aparência vermelho-roxeada inconfundível, devida a presença de minerais,

especialmente Ferro. No Brasil, esse tipo de solo aparece nas porções ocidentais dos estados do Rio Grande

do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo e sudeste do Mato Grosso do Sul, destacando-se sobretudo nestes três últimos estados por sua qualidade.

Historicamente falando, esse solo teve muito importância, já que, no Brasil, durante o fim do século XIX e o início do século XX, foram plantadas nestes domínios, várias grandes lavouras de café, fazendo com que surgisse várias ferrovias e propiciasse o

crescimento de cidades, como São Paulo, Itu, Ribeirão Preto e Campinas. Atualmente, além do café, são plantadas outras culturas.

O nome terra roxa é dado a esse tipo de solo, devido aos imigrantes italianos que trabalhavam nas fazendas de café, referindo-se ao solo com a denominação Terra rossa, já que rosso em italiano significa vermelho. E, devido a similaridade entre essa palavra, e a palavra

"roxa", o nome "Terra roxa" acabou se consolidando. O solo de terra roxa também existe na Argentina, aonde é conhecida como "tierra

colorada", bastante presente nas províncias de Misiones e Corrientes.

O solo é um grande filtro Para que se obtenha plantas saudáveis e uma horta produtiva é necessário que o solo

contenha água. A capacidade de retenção de água depende do tipo de solo. A água, por ser um líquido solvente, dissolve os sais existentes no solo, e assim as plantas podem

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absorvê-los Nem toda a água da chuva flui diretamente para os córregos, riachos e rios. Quando chove, parte da água infiltra-se e vai penetrando na terra até encontrar uma camada

impermeável, encharcando o solo. Por exemplo, 1 metro cúbico (1m³) de areia encharcada pode conter até 400 litros de água.

O ar também ocupa os poros existentes entre os grãos de terra. As raízes das plantas e os animais que vivem no solo precisam de ar para respirar.

Esquema mostrando camadas do solo e subsolo, em corte.

Quando o solo se encharca a água ocupa o lugar antes ocupado pelo ar, dificultando o desempenho das raízes e a vida dos animais no solo.

Se o solo estiver muito compactado, não filtrará a água com facilidade. Acontecerão, por exemplo, as grandes enxurradas após uma forte chuva. A urbanização, com a pavimentação de ruas e estradas, a canalização de

rios e o desmatamento de grandes áreas dificultam o escoamento da água das chuvas.

Terras para agricultura Por muito tempo, no passado, a espécie humana conseguia alimento apenas caçando, pescando e colhendo grãos, frutos e raízes. Mas, há

cerca de dez mil anos, nossa espécie passou também a plantar os vegetais e criar os animais que lhe servem de alimento. Era o ponto

de partida para o desenvolvimento da agricultura. Com o aumento da população e a necessidade de se produzirem cada vez mais alimentos, a vegetação original das florestas e de

outros ecossistemas foi sendo destruída para dar lugar ao cultivo de plantas comestíveis e à criação de animais. Hoje, o desmatamento é

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feito com máquinas (tratores e serras) ou com o fogo - são as chamadas queimadas, que trazem uma série de problemas. De todas as terras emersas (fora da água) que formam os

continentes e as ilhas do nosso planeta, apenas 10% aproximadamente são cultiváveis.

Muitas vezes, a atividade agrícola é feita de forma inadequada, por desconhecimento ou por falta de recursos e equipamentos. Como

resultado, depois de alguns anos de produção, os nutrientes do solo se esgotam e as plantas não crescem mais.

Dependendo do tipo de solo e do tipo de plantação são necessários tomar alguns cuidados com a terra, e aplicar certos procedimentos

como vamos ver a seguir.

Agricultura sustentável A agricultura para a produção de alimentos para ser sustentável, em

relação ao meio ambiente: • não deve causar prejuízos ao ambiente;

• não deve liberar substâncias tóxicas ou danosas na atmosfera, nas águas superficiais ou nos lençóis freáticos;

• deve preservar e restaurar a fertilidade do solo, prevenindo a erosão;

• deve usar água de modo a permitir que se recarreguem as reservas aqüíferas, evitando que elas se esgotem.

Produzir alimento implica também manter uma diversidade de culturas para não empobrecer o solo e usar, quando necessário, um

controle biológico para as pestes, mas com cuidado para evitar a contaminação do ambiente com substâncias químicas que possam se

acumular. Dessa forma a agricultura sustentável facilita a economia local e

preserva a saúde do solo e a dos seres que nele vivem.

Cuidados com o solo Quando o solo não apresenta condições necessárias à agricultura ou

quando se deseja melhorar as suas condições, alguns cuidados devem ser tomados, como adubação, rotação de culturas, aragem do

solo, irrigação e drenagem. Adubação

Adubar significa enriquecer o solo com elementos nutrientes, quando ele está deficiente de minerais. Para isso, são utilizados adubos,

substâncias capazes de fertilizar o solo. Os adubos podem ser orgânicos (por exemplo: esterco, farinha de osso, folhas, galhos enterrados) ou minerais, que são inorgânicos

(por exemplo: substâncias químicas são aplicadas, como nitrato de sódio, um tipo de sal).

Há ainda a adubação verde. Algumas vezes, as leguminosas também são utilizadas como adubos. Quando crescem são cortadas e

enterradas no solo, enriquecendo-os com nitratos.

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Rotação de culturas A rotação de culturas consiste de alternar o plantio de leguminosas com outras variedades de plantas no mesmo local. Dessa forma as leguminosas, pela associação com bactérias que vivem nas suas

raízes, devolvem para o local nutrientes utilizados por outras plantas, evitando o esgotamento do solo.

Aragem do solo Arar o solo é outro cuidado que se deve ter para o solo não ficar

compactado, "socado". Revolver a terra, além de arejar, facilita a permeabilidade do solo, permitindo que as raízes das plantas penetrem, no solo, além de

levar para a superfície o húmus existente.

Minhocas - arados da natureza As minhocas realizam um verdadeiro "trabalho" de arado no solo. Ao se movimentarem, elas abrem túneis e engolem parte da terra que

deslocam, retirando daí o seu alimento. Esses túneis, também denominados galerias, aumentam a porosidade do solo, e por isso a

circulação do ar e a infiltração de água se intensificam. As suas fezes contribuem para a formação do húmus, matéria

orgânica importantíssima para a fertilidade do solo, facilitando o desenvolvimento de microorganismos decompositores ou fixadores

de nitrogênio.

A minhocultura é a criação de minhocas em tanques especiais com finalidades comerciais. As minhocas são vendidas para isca, mas o húmus por elas produzido é comercializado como fertilizante para a

agricultura, a jardinagem etc. Irrigação e drenagem

Irrigar e drenar são alguns dos cuidados que devem ser tomados para manter o nível da umidade necessário ao solo e para garantir

que ele continue féritil.

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Com a irrigação, a água chega as regiões ou áreas muito secas. Já com a drenagem, retira-se o excesso de água do solo, possibilitando que ele seja arejado. Com o aumento dos poros, criam-se passagens

de ar entre as partículas do solo.

Os perigos da poluição do solo Não só os ecologistas, mas autoridades e todo cidadão devem ficar

atentos aos perigos da poluição que colocam em risco a vida no planeta Terra.

O lixo No início da história da humanidade, o lixo produzido era formado

basicamente de folhas, frutos, galhos de plantas, pelas fezes e pelos demais resíduos do ser humano e dos outros animais. Esses restos

eram naturalmente decompostos, isto é, reciclados e reutilizados nos ciclos do ambiente.

Com as grandes aglomerações humanas, o crescimento das cidades, o desenvolvimento das indústrias e da tecnologia, cada vez mais se

produzem resíduos (lixo) que se acumulam no meio ambiente. Hoje, além do lixo orgânico, que é naturalmente decomposto,

reciclado e "devolvido" ao ambiente, há o lixo industrial eletrônico, o lixo hospitalar, as embalagens de papel e de plástico, garrafas, latas etc. que, na maioria das vezes, não são biodegradáveis, isto é, não

são decompostos por seres vivos e se acumulam na natureza.

Lixo urbano despejado nos rios.

Lixões a céu aberto A poluição do solo causada pelo lixo pode trazer diversos problemas. O material orgânico que sofre a ação dos decompositores - como é o

caso dos restos de alimentos - ao ser decompostos, forma o chorume. Esse caldo escuro e ácido se infiltra no solo. Quando em excesso, esse líquido pode atingir as águas do subsolo (os lençóis

freáticos) e, por conseqüência contaminar as águas de poços e nascentes.

As correntezas de água da chuva também podem carregar esse material para os rios, os mares etc.

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À esquerda, o liquido escuro é chorume saído dos lixos.

. A poluição do solo por produtos químicos

A poluição do solo também pode ser ocasionada por produtos químicos lançado nele sem os devidos cuidados. Isso ocorre, muitas vezes, quando as indústrias se desfazem

do seu lixo químico. Algumas dessas substâncias químicas utilizadas na produção industrial são poluentes que se acumulam no solo.

Um outro exemplo são os pesticidas aplicados nas lavouras e que podem, por seu acúmulo, saturar o solo, ser dissolvidos pela água e depois ser absorvidos pelas raízes

das plantas. Das plantas passam para o organismo das pessoas e dos outros animais que delas se alimentam.

Os fertilizantes, embora industrializados para a utilização no solo, são em geral, tóxicos. Nesse caso, uma alternativa possível pode ser, por exemplo, o processo de

rotação de culturas, usando as plantas leguminosas; esse processo natural não satura o solo, é mais econômico que o uso de fertilizantes industrializados e não prejudica a

saúde das pessoas. A poluição do solo, e da biosfera em geral, pode e deve ser evitada.

Uma das providências necessárias é cuidar do destino do lixo. O destino do lixo

O lixo das residências, das escolas e das fábricas diferem quanto ao seu destino. Se você mora em uma cidade e ela conta com a coleta de lixo, um importante serviço

de saneamento básico, possivelmente ele será transportado para longe do ambiente urbano.

Mas vale lembrar que os depósitos de lixo a céu aberto ou mesmo os aterros comuns, onde o lixo é coberto de forma aleatória, não resolvem o problema da contaminação do

ambiente, principalmente do solo.

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Lixão de Araruama. Aterros sanitários

Nos aterros sanitários, o lixo, coberto com terra e amassado, é colocado em grandes buracos. Esse procedimento é repetido várias vezes, formando-se camadas sobrepostas. Os aterros sanitários possuem sistemas de drenagem, que retiram o excesso de líquido,

e sistemas de tratamento de resíduos líquidos e gasosos.

• o aterro deve ser pouco permeável, isto é, deixar passar pouca água e lentamente;

A construção de um aterro sanitário exige alguns cuidados:

• o aterro deve ser distante de qualquer lugar habitado; • não deve haver lençol subterrâneo de água nas proximidades

do aterro. Por essas razões, a implantação e a manutenção de um aterro

sanitário têm um alto custo econômico.

Esquema de aterro sanitário.

Aterro sanitário em Sorocaba.

Incineração A incineração reduz bastante o volume de resíduos e destrói

organismos que causam doenças. É um processo caro, pois, para evitar a poluição do ar, é necessária a instalação de filtros e de

equipamentos especiais para filtrar a fumaça resultante da incineração, que também é poluente.

O lixo deve ser queimado em aparelhos e usinas especiais. Após a queima, o material que resta pode ser encaminhado para aterros

sanitários.

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Esquema de um incinerador

Compostagem A compostagem é a transformação dos restos orgânicos do lixo em

um composto, nesse caso, em adubo. Esse adubo é resultado da ação de seres decompositores (bactérias e fungos) sobre as

substâncias orgânicas do lixo.

Reciclagem

Reciclar é uma boa opção, pois diversos componentes do nosso lixo diário podem ser reaproveitados.

Em várias cidades brasileiras, há a coleta seletiva e a reciclagem do lixo, o que tem contribuído para diminuir o desperdício, além de

proteger o solo de materiais não recicláveis pela natureza.

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Os minerais que formam o granito

Uma rocha é formada de um ou mais minerais. A maioria das rochas compõe-se de vários tipos de minerais. Minerais são elementos ou

compostos químicos, geralmente sólidos, encontrados naturalmente no planeta.

Há mais de dois mil tipos diferentes de minerais. Eles são formados pela união de vários tipos de átomos, como silício, oxigênio ,

alumínio, cálcio e ferro. As diferenças entre os minerais devem-se aos diferentes tipos de átomos que os formam e também à maneira

como os átomos estão "arranjados".

Pedaço de granito

O Granito é usado para fazer bancada de pias, pisos, etc.

O granito é formado principalmente por três tipos de minerais: o quartzo, o feldspato e a mica.

Os grãos que aparecem em cor cinza no granito correspondem a grãos de quartzo. Veja na figura abaixo, que o quartzo, como a maioria dos minerais, é formado por uma série de partes que

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lembram figuras geométricas. Dizemos então que o quartzo, como a maioria dos minerais, forma cristais.

Cristal de rocha formado por uma variedade de quartzo

transparente. Veja acima a forma cristalina típica desse cristal. Há também formas coloridas de quartzo, como a ametista.

O outro tipo de mineral presente no granito é o feldspato, que pode apresentar diversas tonalidades: amarelo, branco, rosa, verde.

A decomposição desse mineral pela água da chuva forma a argila que é usada para fazer tijolos, cimento, concreto e diversos objetos.

A cor preta ou cinza-escura e brilhante presente no granito corresponde a pequenos grãos de mica. Existem também outros tipos de mica, de cores diferentes. A mica é um bom isolante de

calor de eletricidade; por isso é utilizada no ferro elétrico de passar roupa.

A erosão do solo Como sabemos as chuvas, o vento e as variações de temperatura

provocadas pelo calor e pelo frio alteram e desagregam as rochas. O solo também sofre a ação desses fatores: o impacto das chuvas e do vento, por exemplo, desagrega as suas partículas. Essas partículas

vão então sendo removidas e transportadas para os rios, lagos, vales e oceanos.

Torres, RS

Bahia

Nesta foto, podemos observar como a ação da própria natureza pode provocar mudanças profundas na paisagem. O mar, chuva e o vento

esculpiram os paredões na praia de Torres, RS e as falésias na Bahia.

No clima úmido e nos solos cobertos por uma vegetação natural, a

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erosão é, em geral, muito lenta, o que permite que seja compensada pelos processos que formam o solo a partir das rochas.

Os cientistas afirmam que as montanhas mais altas e que tem seus picos em forma de agulhas apontadas para cima são novas, do

aspecto geológico. As mais antigas não são tão altas e tem o cume arredondado, com as suas rochas duras à vista. Elas vem sofrendo a mais tempo a ação erosiva, que as desgastou bastante. Esse tipo de

erosão é muito comum no território brasileiro, mas, por ter uma ação lenta, é quase sempre imperceptível aos nossos olhos.

Montanha com pico em forma de agulha: Dedo de Deus, Rio de

Janeiro, RJ.

Montanha com o cume arredondado: Pedra Azul em domingos

Martins, ES.

A ação do ser humano O desmatamento

Ao destruirmos a vegetação natural para construir casa ou para a lavoura, estamos diminuindo muito a proteção contra a erosão. A maioria das plantas que nos serve de

alimento tem pouca folhagem e , por isso, não protege tão bem o solo contra a água da chuva. Suas raízes são curtas e ficam espaçadas nas plantações, sendo pouco eficientes para reter as partículas do solo. Finalmente, muitas plantas - como o milho, a cana-de-açúcar, o feijão e o algodão - não cobrem o solo o ano inteiro, deixando-o exposto por

provocado pelas atividades humanas acelera muito a erosão natural. Vamos ver por quê.

Em vez de cair direto no solo, boa parte da água da chuva bate antes na copa das árvores ou nas folhas da vegetação, que funcionam como um manto protetor. Isso

diminui muito o impacto da água sobre a superfície. Além disso, uma rede de raízes ajuda a segurar as partículas do solo enquanto a água escorre pela terra. E não podemos esquecer também que a copa das árvores protege o solo contra o calor do Sol e contra o

vento.

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um bom tempo. O resultado é que a erosão se acelera, e a parte fértil fica prejudicada.

Desmatamento para o cultivo em Marcelândia, MT.

Com a erosão, o acúmulo de terra transportada pela água pode se depositar no fundo dos rios, obstruindo seu fluxo. Esse fenômeno é chamado de assoreamento e contribui

para o transbordamento de rios e o alagamento das áreas vizinhas em períodos de chuva.

O município de Sítio do Mato no oeste baiano, está sendo engolido pelas águas e areias

do Rio São Francisco. Há ainda outro problema resultante do desmatamento. Sem a cobertura da vegetação, as encostas dos morros correm maior risco de desmoronar, provocando desabamentos

de terra e rochas, com graves conseqüências. Quando o desmatamento é feito por meio de queimadas, ocorre outro problema: o

fogo acaba destruindo também os microorganismos que realizam a decomposição da matéria orgânica e promovem a reciclagem dos nutrientes necessários às plantas. A perda de matéria orgânica deixa o solo mais exposto à erosão e à ação das chuvas,

acentuando o seu empobrecimento. A queimada também libera na atmosfera gases que, quando em concentração muito elevada, prejudicam a saúde humana. Além disso, nos casos em que a queimada é

realizada de forma não controlada, ela pode se alastrar por áreas de proteção ambiental, parques, etc.

Devastação provocada pelas queimadas.

Por todos esses motivos, as queimadas devem ser evitadas. Como evitar a erosão?

Existem técnicas de cultivo que diminuem a erosão do solo. Nas encostas, por exemplo, onde a erosão é maior, as plantações podem

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ser feitas em degraus ou terraços, que reduzem a velocidade de escoamento da água.

Em encostas não muito inclinadas, em vez de plantar as espécies dispostas no sentido do fluxo da água, devemos formar fileiras de plantas em um mesmo nível do terreno, deixando espaço entre as carreiras. Essas linhas de plantas dispostas em uma mesma altura

são chamadas de curvas de nível. Outra forma de proteger a terra é cultivar no mesmo terreno plantas diferentes mas em períodos alternados. Desse modo o solo sempre

tem alguma cobertura protetora. É comum a alternância de plantação de milho; por exemplo, com uma leguminosa. As

leguminosas, trazem uma vantagem adicional ao solo: repõe o nitrogênio retirado do solo pelo milho ou outra cultura. Esse "rodízio"

de plantas é conhecido como rotação de culturas. Cabe ao governo orientar os agricultores sobre as plantas mais

adequadas ao cultivo em suas terras e sobre as técnicas agrícolas mais apropriadas. É fundamental também que os pequenos proprietários do campo tenham acesso a recursos que lhes

possibilitem comprar equipamentos e materiais para o uso correto do solo.

Poluição do Solo

A poluição do solo consiste numa das formas de poluição, que afeta

particularmente a camada superficial da crosta terrestre, causando malefícios diretos ou indiretos à vida humana, à natureza e ao meio ambiente em geral. Consiste na presença indevida, no solo, de elementos químicos estranhos, de origem humana, que prejudiquem as formas de vida e seu desenvolvimento

regular. A poluição do solo pode ser de duas origens:

Uma das formas de se lidar com os resíduos urbanos é a destinação de locais

urbana e agrícola. Poluição de origem urbana

Nas áreas urbanas o lixo jogado sobre a superfície, sem o devido tratamento, são uma das principais causas dessa poluição. A presença humana, lançando detritos e substâncias químicas, como os derivados do petróleo, constitui-se num dos problemas ambientais que necessitam de atenção das autoridades

públicas e da sociedade. Poluição de origem agrícola

A contaminação do solo, nas áreas rurais, dá-se sobretudo pelo uso indevido de agrotóxicos, técnicas arcaicas de produção (a exemplo do subproduto da

cana-de-açúcar, o vinhoto; dos curtumes e a criação de porcos). Aterros sanitários

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de depósito para os mesmos, denominados aterros. Nestes lugares todo o lixo urbano é depositado, sem qualquer forma de tratamento ou reciclagem.

Fonte: pt.wikipedia.org Poluição do Solo

A POLUIÇÃO DO SOLO

A terra não fica poluída com fumaça, gases tóxicos ou esgoto. Os principais poluentes do solo são os agrotóxicos e as montanhas de lixo sólido,

amontoados em lugares não apropriados, como os depósitos clandestinos.

Os agrotóxicos são substâncias que os agricultores jogam nas plantações. Eles impedem que insetos e outros bichos acabem com a produção. São

como uma vacina contra as doenças das plantas. Os fertilizantes servem para fazer as plantas crescerem mais fortes.O problema é que quando comemos esses alimentos, estamos ingerindo

também os agrotóxicos e fertilizantes. Os principais agrotóxicos são os pesticidas e os herbicidas. Cada um mata um tipo de praga. Os principais fertilizantes são os fosfatos e nitratos, que vão se

acumulando no solo e poluindo cada vez mais. Alguns agricultores não usam fertilizantes nem agrotóxicos. Eles utilizam

soluções naturais para combater as pragas. Isso é chamado de "agricultura orgânica". Alguns supermercados vendem alimentos orgânicos. Eles são um

pouco mais caros do que o normal, mas vale a pena: fazem bem para a saúde e para a natureza.

Os depósitos de lixo também contribuem para sujar o solo. Sabe como? LIXO PERIGOSO

Os depósitos de lixo são um verdadeiro veneno para o solo. Vários produtos químicos chegam misturados ao lixo. Esses produtos aos poucos se infiltram na terra e se acumulam ao longo do tempo. Quando a chuva cai, a coisa fica

preta: o lixo e os produtos químicos são arrastados. Muitas vezes esses venenos vão parar em plantações (contaminando os alimentos) ou em reservatórios de água (poluindo as fontes). Às vezes a

infiltração é tão grande que chega a atingir lençois freáticos, que são uma espécie de reservatório subterrâneo de água.

A montoeira de lixo também libera fumaça tóxica. O cheiro de um depósito de lixo é insuportável, por causa da liberação de um gás fedido e inflamável,

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chamado metano. As pessoas que trabalham nesses lugares precisam usar máscaras e tomar

cuidado, porque podem pegar doenças como leptospirose e cólera. É também muito comum as pessoas colocarem fogo no lixo _ o que não é nada legal,

porque essa queima libera gases poluentes. O grande problema é que o homem produz lixo que não é reaproveitado pela natureza, como copos de plástico, latinhas de metal e garrafas de vidro. Essa parte sólida do lixo demora muito para desaparecer. Uma fralda de bebê, por

exemplo, leva 500 anos para se decompor. A idade do Brasil! São Paulo é a cidade brasileira que mais produz lixo: são 12 mil toneladas por dia. Uma das soluções para tanto lixo é a reciclagem. Plástico, papel, vidro e

alumínio podem ser reaproveitados e transformados em coisas úteis novamente.

POLUIÇÃO: O HOMEM É O GRANDE VILÃO

Veja só que coisa triste: o homem é o único ser vivo que destrói o ambiente

em que vive. Nenhum outro habitante do planeta polui o ar, contamina a água, devasta florestas...

As cidades são os centros de trabalho e moradia da maioria das pessoas do mundo. Algumas chegam a ter milhões de habitantes! Para abastecer e abrigar esse mundão de gente, consumimos energia, exploramos muitos

recursos naturais e produzimos um montão de lixo. É aí que mora o problema. A ação do homem é perigosa pois é feita em

grandes proporções. A fumaça das indústrias, das queimadas e dos carros das grandes cidades enchem o céu de gases tóxicos. Os esgotos não-tratados e o lixo produzido por indústrias e por milhões de pessoas contaminam a água

e o solo. Fonte: www.canalkids.com.br

Poluição do Solo O solo é uma camada finamente dividida de minerais e matéria orgânica onde

as plantas crescem. Para os humanos e para a maioria dos organismos terrestres o solo é a parte mais importante da geosfera. Embora seja uma membrana fina se comparado com o diâmetro total da terra, é o meio que

produz a maior parte da comida que precisam os seres vivos. Um bom solo e clima são os bens mais valiosos que possuem os paises.

Além de ser a fonte de produção de comida, o solo é o receptor de grande quantidade de poluentes tais como material particulado proveniente de usinas geradoras de energia, fertilizantes, pesticidas e outras substancias aplicadas

no solo. O solo é formado por rochas desgastadas como resultado de processos geológicos, hidrológicos e biológicos. O solo é poroso e verticalmente estratificado como resultado da percolação de água e dos processos

biológicos incluindo a produção e decomposição de biomassa. O solo é um sistema aberto que sofre continua troca de matéria e energia com

a atmosfera, hidrosfera e biosfera.

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Natureza e Composição do Solo O solo está constituído por uma mistura variável de minerais, matéria orgânica

e água, capaz de sustentar a vida das plantas na superfície da terra. É o produto final da ação de decaimento dos processos físicos, químicos e

biológicos sobre as rochas. A fração orgânica do solo consiste em biomassa das plantas em vários estados de decomposição. Elevadas populações de bactérias, fungos e animais (minhocas) podem ser encontrados no solo. O

solo contém espaços cheios de ar e estrutura fofa (solta). A fração sólida do solo produtivo típico está formada por aproximadamente 5% de matéria orgânica e 95% de matéria inorgânica. Os solos típicos apresentam

distintas camadas que variam em profundidade chamadas de horizontes. A camada superficial é chamada de horizonte A, é a camada de máxima

atividade biológica no solo e contém a maior parte da matéria orgânica. O horizonte B é a camada de subsolo que recebe o material percolado do

horizonte A. O horizonte C é composto de rochas soltas a partir das quais o solo é originado.

Água e Ar no Solo A água é o meio de transporte para os nutrientes básicos para as plantas.

Normalmente, devido ao reduzido tamanho das partículas de solo e à presença de poros e capilares, a fase aquática não é totalmente independente

da matéria sólida. Um dos mais importantes efeitos químicos do solo saturado de água é a

redução de pE pela ação de agentes orgânicos redutores atuando a traves de catalisadores bacterianos. Assim, a condição redox do solo se torna muito

redutora e o pE do solo pode cair daquele valor de água em equilíbrio com o ar (+13,6 a pH 7) até 1 ou menos. Um dos mais significativos resultados desta mudança é a transformação de ferro e manganês em ferro (II) e manganês (II)

solúveis devido à redução dos seus óxidos superiores insolúveis. Alguns íons metálicos como Fe2+ e Mn2+ são tóxicos quando presentes em altas concentrações. Apenas 35% do volume do solo é composto por poros cheios de ar. Embora a atmosfera contenha 21% de oxigênio molecular e

0,03% de CO2, estas porcentagens podem ser diferentes no ar dentro do solo devido à decomposição da matéria orgânica.

Este processo consome O2 e produz CO2. Como resultado, a concentração de oxigênio no ar do solo pode cair até 15% e o valor da concentração de CO2

pode aumentar vários pontos percentuais. Assim, o decaimento da matéria orgânica no solo aumenta o nível de equilíbrio do CO2 nas águas

subterrâneas. Isto abaixa o pH e contribui para a decomposição de minerais de carbono, particularmente carbonato de cálcio.

Os Componentes Inorgânicos do Solo.- O desgaste de rochas e minerais para formar os componentes inorgânicos do solo resulta na formação de colóides

inorgânicos. Estes colóides repõem água e nutrientes para as plantas. Os colóides inorgânicos do solo adsorvem substancias tóxicas no solo

detoxificando sustâncias que poderiam afetar às plantas. A retirada de nutrientes pelas raízes das plantas envolve interações

complexas entre água e as fases inorgânicas. Por exemplo, um nutriente contido em matéria coloidal inorgânica tem de atravessar a interface

mineral/água e depois a interfase água/raiz. Os constituintes minerais mas comuns do solo são quartzo finamente dividido

(SiO2), ortoclase (KAlSi3O8), albinita (Fe3O4), carbonatos de cálcio e

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magnésio e óxidos de manganês e de titânio. A Matéria Orgânica no Solo

Embora compreendendo tipicamente menos de 5% de um solo produtivo, a matéria orgânica determina a produtividade do solo. Serve como fonte de

alimento para os microrganismos, sofre reações químicas como troca iônica, e influencia às propriedades físicas do solo. Alguns compostos orgânicos

contribuem para a decomposição de material mineral, o processo a partir do qual o solo é formado.

Componentes biologicamente ativos no solo incluem polissacarídeos, amino açucares, núcleos e compostos orgânicos de enxofre e fósforo.

O acúmulo de matéria orgânica no solo é muito influenciado pela temperatura e pela disponibilidade de oxigênio. Devido a que a taxa de biodegradabilidade diminui com a diminuição da temperatura, a matéria orgânica não se degrada

rapidamente em climas frios e tende a se acumular no solo. Na água e em solos saturados, a vegetação em decomposição não tem acesso fácil ao

oxigênio e a matéria orgânica se acumula. A presença de hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (HAPs) também tem

sido observada em solo onde tem ocorrido queimadas. A Solução de Solo

É a porção aquosa de solo que contém material dissolvido originado dos processos químicos e bioquímicos no solo e de trocas entre a biosfera e a

atmosfera. Este meio transporta as espécies químicas desde e até as partículas de solo e é uma via essencial para a troca de nutrientes ente as

raízes e o solo sólido. A matéria mineral dissolvida no solo está na forma de íons como os cátions H+, Ca+, Mg+, K+, Na+, Fe2+, Mn2+ e A3+ e anions como HCO3-, CO3-,

HSO4-, SO42-, Cl-, F-. Nitrogênio no Solo

Na maioria dos solos mais do 90% do nitrogênio é orgânico. Este nitrogênio orgânico é principalmente proveniente da biodegradação de plantas e animais

mortos. Eventualmente está hidrolisado em NH4+ que pode ser oxidado a NO3- pela ação das bactérias. Esta é a forma geralmente disponível para as

plantas. A fixação de nitrogênio é o processo a través do qual o N2 é convertido em

compostos nitrogenados disponíveis para as plantas. Além do escoamento superficial de áreas onde têm sido aplicados os

fertilizantes, as águas residuárias originadas por criadouros de animais como gado, são grandes causadores da entrada de nitrogênio na forma de uréia

hidrolisada em NH4+ e Nh2 nos corpos de água. Fósforo

Da mesma forma que o nitrogênio, o fósforo deve estar presente na forma inorgânica simples para ser utilizado pelas plantas. No caso do fósforo, as espécies utilizáveis estão na forma de íon ortodfosfato, H2PO4- e H2PO4-.

Potássio Níveis altos de potássio são utilizados pelas plantas em crescimento. O

potássio ativa certas enzimas e tem um papel importante no balanço de água nas plantas. Geralmente encontra-se disponível para as plantas na forma de

minerais argilosos. Micronutrientes

São elementos necessários para as plantas em concentrações muito baixas,

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são eles: boro, cobre, fero manganês e molibdênio. Poluentes no Solo

O solo recebe grandes quantidades de despejos. Uma grande parte do SO2 emitido como resultado da combustão acaba como sulfato no solo. Óxidos

nitrogenados de atmosfera são convertidos em nitratos os que são depositados no solo. O solo absorve NO e NO2 e eles são oxidados para

nitrato no solo. O CO é convertido em CO2 pelas bactérias no solo. O solo é o receptor de muitos despejos perigosos a partir de percolados de

aterros sanitários e em muitos casos o solo é usado como meio de tratamento de águas residuárias.

Compostos orgânicos voláteis (COVs) como benzeno, tolueno, xileno, diclorometano, tricloroetano e tricloroetileno podem contaminar o solo em

áreas industrializadas. O solo recebe grandes quantidades de pesticidas como resultado inevitável de

sua aplicação na agricultura. As 3 vias principais de pelas quais os pesticidas são degradados pelo solo são

degradação química, reações fotoquímicas e biodegradação. A biodegradação de compostos orgânicos aconece principalmente na rizosfera

onde existe grande quantidade de microrganismos em associação com so plantas. Muitos deles têm comprovado capacidade de degradação de

antraceno, drazinon e HAPs. Perda de Solo e Degradação

O solo é um recurso frágil que pode ser prejudicado pela erosão ou tornar-se tão degradado que não possa sustentar al culturas de vegetais. As

propriedades físicas do solo e conseqüentemente sua suscetibilidade à erosão são facilmente afetadas pelas práticas às que é submetido.

A desertificação refere-se ao processo associado com a seca e a perda de fertilidade. A desertificação causada por atividades humanas é conseqüência

da introdução de animais domésticos herbívoros no solo em regiões com pouca cobertura de plantas.

Um problema relacionado é a deflorestação , que pode causar devastação do solo por erosão e perda de nutrientes.

A erosão pode ocorrer pela ação da água ou do vento, embora a água seja a mais importante responsável pela perda de solo pelo arreste dos rios.

Existem algumas soluções para mitigar a erosão, algumas antigas como plantar espécies que cobrem o solo e geram grandes raízes como as árvores.

Aplicação de Águas Residuárias para Tratamento no Solo Os sistemas de tratamento natural de despejos líquidos aproveitam os

processos químicos, físicos e biológicos que acontecem no solo. Eles incluem operações unitárias que são desenvolvidas em estações de tratamento tais como sedimentação, filtração, transferência de gases, adsorção troca iônica precipitação, oxidação e redução e conversão e decomposição biológicas

junto com os processos naturais como fotossíntese, fotooxidação e assimilação pelas plantas. Nas ETEs estes processos são desenvolvidos em

velocidades elevadas por causa do aporte energético ao passo que nos sistemas de aplicação no solo se desenvolvem em velocidades naturais e em

um único reator-ecossistema. Em alguns casos, dependendo a concentração de sólidos em suspensão no despejo, é necessária a aplicação de pré-tratamento o tratamento primário

com o objetivo de removê-los e evitar problemas relacionados com a

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obstrução dos sistemas de distribuição. Os sistemas podem ser de baixa carga, infiltração rápida ou de escoamento

superficial. Sistemas de baixa carga

Incluem a aplicação do despejo sobre um solo com vegetação como objetivo de promover o tratamento do despejo e o crescimento da cultura. O líquido

pode consumir-se por evapotranspiração ou escoar horizontalmente no terreno. Todo o líquido que escoa é recolhido e recirculado até o inicio do

sistema. Taxa de aplicação = 100 a 200 m3/ha.dia

Sistemas de Infiltração rápida O esgoto, após ter recebido algum tipo de tratamento aplica-se no solo em forma intermitente mediante valas de infiltração ou de distribuição de pouca profundidade. Também se emprega a aplicação de água residuária por meio

de sistemas de aspersão. Devido a que a taxa es elevada, as perdas por evaporação só representam uma pequena parte do da água aplicada e a

maior parte percola no solo fornecendo o tratamento desejado. Taxa de aplicação = 900 a 2000m3/ha.dia

Irrigação superficial O líquido distribui-se na parte superior de terrenos com vegetação com

declividade adequada de forma que o despejo possa escoar pela superfície até valas de coleta localizadas na extremidade inferior do talude. Aplica-se em forma intermitente em solos relativamente impermeáveis. A infiltração no sole

é baixa e a maior parte do líquido é coletado nas valas. Taxa de aplicação = 3 a 8 l/min.metro linear

Largura do talude 30 a 45 m Fonte: www.ceset.unicamp.br Capítulo 4

RIQUEZA BRASILEIRA EM ENERGIA (sequer começamos a avaliar direito)

Energia eólica Última atualização: 14/07/2007

Índice "Você Sabia?" A energia eólica provém da radiação solar uma

vez que os ventos são gerados pelo aquecimento não uniforme da superfície terrestre. Uma

estimativa da energia total disponível dos ventos ao redor do planeta pode ser feita a partir da hipótese de que, aproximadamente, 2% da

energia solar absorvida pela Terra é convertida em energia cinética dos ventos. Este percentual, embora pareça pequeno, representa centena de

vezes a potência anual instalada nas centrais elétricas do mundo. Os ventos que sopram em escala global e aqueles que se manifestam em pequena escala são influenciados por diferentes aspectos entre os quais

destacam-se a altura, a rugosidade, os obstáculos e o relevo. A seguir serão descritos os mecanismos de geração dos ventos e os principais fatores de influência no regime dos ventos de uma região.

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Mecanismos de Geração dos Ventos

A energia eólica pode ser considerada como uma das formas em que se manifesta a energia proveniente do Sol, isto porque os ventos são causados

pelo aquecimento diferenciado da atmosfera. Essa não uniformidade no aquecimento da atmosfera deve ser creditada, entre outros fatores, à

orientação dos raios solares e aos movimentos da Terra. As regiões tropicais, que recebem os raios solares quase que

perpendicularmente, são mais aquecidas do que as regiões polares. Conseqüentemente, o ar quente que se encontra nas baixas altitudes das

regiões tropicais tende a subir, sendo substituído por uma massa de ar mais frio que se desloca das regiões polares. O deslocamento de massas de ar

determina a formação dos ventos. A figura mostrada a seguir apresenta esse mecanismo.

Formação dos ventos devido ao deslocamento das massas de ar.

Existem locais no globo terrestre nos quais os ventos jamais cessam

de "soprar" pois os mecanismos que os produzem (aquecimento no Equador e resfriamento nos pólos)

estão sempre presentes na natureza. São chamados de ventos planetários ou constantes e podem ser

classificados em:

- Alísios: ventos que sopram dos trópicos para o Equador, em baixas altitudes.

- Contra-Alísios: ventos que sopram do Equador para os pólos, em altas altitudes.

- Ventos do Oeste: ventos que sopram dos trópicos para os pólos. - Polares: ventos frios que sopram dos pólos para as zonas temperadas. Tendo em vista que o eixo da Terra está inclinado de 23,5o em relação ao plano de sua órbita em torno do Sol, variações sazonais na distribuição de

radiação recebida na superfície da Terra resultam em variações sazonais na intensidade e duração dos ventos, em qualquer local da superfície terrestre.

Como resultado surgem os ventos continentais ou periódicos e compreendem as monções e as brisas.

As monções são ventos periódicos que mudam de direção a cada seis meses aproximadamente. Em geral, as monções sopram em determinada direção em

uma estação do ano e em sentido contrário em outra estação. Em função das diferentes capacidades de refletir, absorver e emitir o calor

recebido do Sol inerentes à cada tipo de superfície (tais como mares e continentes) surgem as brisas que caracterizam-se por serem ventos

periódicos que sopram do mar para o continente e vice-versa. No período diurno, devido à maior capacidade da terra de refletir os raios solares, a

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temperatura do ar aumenta e, como conseqüência, forma-se uma corrente de ar que sopra do mar para a terra (brisa marítima). À noite, a temperatura da terra cai mais rapidamente do que a temperatura da água e, assim, ocorre a brisa terrestre que sopra da terra para o mar. Normalmente, a intensidade da brisa terrestre é menor do que a da brisa marítima devido à menor diferença

de temperatura que ocorre no período noturno. Sobreposto ao sistema de geração dos ventos descrito acima encontram-se

os ventos locais, que são originados por outros mecanismos mais específicos. São ventos que sopram em determinadas regiões e são resultantes das

condições locais, que os tornam bastante individualizados. A mais conhecida manifestação local dos ventos é observada nos vales e montanhas. Durante o

dia, o ar quente nas encostas da montanha se eleva e o ar mais frio desce sobre o vale para substituir o ar que subiu. No período noturno, a direção em que sopram os ventos é novamente revertida e o ar frio das montanhas desce

e se acumula nos vales.

Movimento das Massas de Ar

De uma forma geral, os movimentos das massas de ar na atmosfera (vento) processam-se em regime turbulento. Sendo assim, a velocidade instantânea do vento é descrita simplificadamente como um valor médio acrescido de um

desvio a partir da média (flutuação), tal que: V = V + v', tal que V é a velocidade média do vento e v’ é a flutuação. Na prática, para algumas

aplicações, leva-se em consideração apenas a intensidade da velocidade média . A maioria dos instrumentos de medição, devido a sua configuração,

"filtra" as flutuações e fornece somente o valor da velocidade média. A direção do vento também é um importante parâmetro a ser analisado pois

mudanças de direção freqüentes indicam situações de rajadas de vento. Além disso, a medida da direção do vento auxilia na determinação da localização

das turbinas em um parque eólico. Devido à existência do problema de "sombra", isto é, a interferência das esteiras das turbinas, é fundamental o

conhecimento da direção predominante. Do ponto de vista do aproveitamento da energia eólica, é importante distinguir

os vários tipos de variações temporais da velocidade dos ventos, a saber: variações anuais, sazonais, diárias e de curta duração.

Variações Anuais - Para se obter um bom conhecimento do regime dos ventos não é suficiente basear-se na análise de dados de vento de apenas um ano; o ideal é dispor de dados referentes a vários anos. À medida que

uma maior quantidade de dados anuais é coletada, as características levantadas do regime local dos ventos tornam-se mais confiáveis.

Variações Sazonais - O aquecimento não uniforme da superfície terrestre resulta em significativas variações no regime dos ventos, resultando na

existência de diferentes estações do ano. Considerando que, em função da relação cúbica entre a potência disponível e a velocidade do vento (na altura

do eixo da turbina), em algumas faixas de potência, uma pequena variação na velocidade implica numa grande variação na potência. Sendo assim, a utilização de médias anuais (ao invés de médias sazonais) pode levar a

resultados que se afastam da realidade. Variações Diárias - As variações diárias na velocidade do vento (brisas

marítimas e terrestres, por exemplo) também são causadas pelo aquecimento

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não uniforme da superfície da Terra. Essas variações são importantes quando, após a escolha de uma região, procura-se o local mais adequado

para a instalação do sistema eólico dentro dessa área. Ao comparar a evolução da velocidade média ao longo do dia percebe-se que há uma

significativa variação de um mês para os outros. Com esse tipo de informação pode-se projetar melhor o sistema eólico. Por exemplo, nos locais em que os

ventos no período do dia são mais fortes do que os ventos no período da noite e a carga de pico ocorre durante o dia, a carga base pode ser fornecida pelo sistema existente e a carga adicional pelo sistema eólico. Entretanto, se a carga de pico ocorre durante a noite, provavelmente a demanda será maior

que o disponível e um sistema de estocagem pode se fazer necessário. Variações de Curta Duração - As variações de curta duração estão

associadas tanto às pequenas flutuações quanto às rajadas de vento. Num primeiro momento, essas variações não são consideradas na análise do

potencial eólico de uma região, desde que não assumam grandes proporções. As flutuações e a turbulência do vento podem afetar a integridade estrutural

do sistema eólico, devido à fadiga que ocorre especialmente nas pás da turbina. Por outro lado, as rajadas, caracterizadas por aumentos bruscos de

curta duração da velocidade do vento, geralmente acompanhadas por mudanças de direção, merecem maior atenção.

Componentes de um Sistema Eólico

Um sistema eólico é constituído por vários componentes que devem trabalhar em harmonia de forma a propiciar um maior rendimento final. Para efeito de

estudo global da conversão eólica devem ser considerados os seguintes componentes:

- Vento: Disponibilidade energética do local destinado à instalação do sistema eólico.

- Rotor: Responsável por transformar a energia cinética do vento em energia mecânica de rotação.

- Transmissão e Caixa Multiplicadora: Responsável por transmitir a energia mecânica entregue pelo eixo do rotor até a carga. Alguns geradores não

utilizam este componente; neste caso, o eixo do rotor é acoplado diretamente à carga.

- Gerador Elétrico: Responsável pela conversão da energia mecânica em energia elétrica.

- Mecanismo de Controle: Responsável pela orientação do rotor, controle de velocidade, controle da carga, etc.

- Torre: Responsável por sustentar e posicionar o rotor na altura conveniente. - Sistema de Armazenamento: Responsável por armazenar a energia para

produção de energia firme a partir de uma fonte intermitente. - Transformador: Responsável pelo acoplamento elétrico entre o

aerogerador e a rede elétrica. - Acessórios: São os componentes periféricos.

Panorama da energia eólica

A energia dos ventos é uma abundante fonte de energia renovável, limpa e disponível em todos os lugares. A utilização desta fonte energética para a

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geração de eletricidade, em escala comercial, teve início há pouco mais de 30 anos e através de conhecimentos da indústria aeronáutica os equipamentos para geração eólica evoluíram rapidamente em termos de idéias e conceitos

preliminares para produtos de alta tecnologia. No início da década de 70, com a crise mundial do petróleo, houve um grande interesse de países europeus e

dos Estados Unidos em desenvolver equipamentos para produção de eletricidade que ajudassem a diminuir a dependência do petróleo e carvão. Mais de 50.000 novos empregos foram criados e uma sólida indústria de

componentes e equipamentos foi desenvolvida. Atualmente, a indústria de turbinas eólicas vem acumulando crescimentos anuais acima de 30% e movimentando cerca de 2 bilhões de dólares em vendas por ano (1999). Existem, atualmente, mais de 30.000 turbinas eólicas de grande porte em

operação no mundo, com capacidade instalada da ordem de 13.500 MW. No âmbito do Comitê Internacional de Mudanças Climáticas, está sendo

projetada a instalação de 30.000 MW, por volta do ano 2030, podendo tal projeção ser estendida em função da perspectiva de venda dos "Certificados

de Carbono". Na Dinamarca, a contribuição da energia eólica é de 12% da energia elétrica

total produzida; no norte da Alemanha (região de Schleswig Holstein) a contribuição eólica já passou de 16%; e a União Européia tem como meta

gerar 10% de toda eletricidade a partir do vento até 2030. No Brasil, embora o aproveitamento dos recursos eólicos tenha sido feito

tradicionalmente com a utilização de cataventos multipás para bombeamento d'água, algumas medidas precisas de vento, realizadas recentemente em diversos pontos do território nacional, indicam a existência de um imenso

potencial eólico ainda não explorado. Grande atenção tem sido dirigida para o Estado do Ceará por este ter sido um

dos primeiros locais a realizar um programa de levantamento do potencial eólico através de medidas de vento com modernos anemógrafos

computadorizados. Entretanto, não foi apenas na costa do Nordeste que áreas de grande potencial eólico foram identificadas. Em Minas Gerais, por exemplo, uma central eólica está em funcionamento, desde 1994, em um local (afastado mais de 1000 km da costa) com excelentes condições de

vento. A capacidade instalada no Brasil é de 20,3 MW, com turbinas eólicas de médio e grande portes conectadas à rede elétrica. Além disso, existem

dezenas de turbinas eólicas de pequeno porte funcionando em locais isolados da rede convencional para aplicações diversas - bombeamento, carregamento

de baterias, telecomunicações e eletrificação rural.

Custo da energia eólica

Considerando o grande potencial eólico existente no Brasil, confirmado através de medidas de vento precisas realizadas recentemente, é possível

produzir eletricidade a custos competitivos com centrais termoelétricas, nucleares e hidroelétricas. Análises dos recursos eólicos medidos em vários locais do Brasil, mostram a possibilidade de geração elétrica com custos da

ordem de US$ 70 - US$ 80 por MWh. De acordo com estudos da ELETROBRÁS, o custo da energia elétrica gerada através de novas usinas hidroelétricas construídas na região amazônica será

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bem mais alto que os custos das usinas implantadas até hoje. Quase 70% dos projetos possíveis deverão ter custos de geração maiores do que a

energia gerada por turbinas eólicas. Outra vantagem das centrais eólicas em relação às usinas hidroelétricas é que quase toda a área ocupada pela central eólica pode ser utilizada (para agricultura, pecuária, etc.) ou preservada como

habitat natural. A energia eólica poderá também resolver o grande dilema do uso da água do

Rio São Francisco no Nordeste (água para gerar eletricidade versus água para irrigação). Grandes projetos de irrigação às margens do rio e/ou

envolvendo a transposição das águas do rio para outras áreas podem causar um grande impacto no volume de água dos reservatórios das usinas

hidrelétricas e, consequentemente, prejudicar o fornecimento de energia para a região. Entretanto, observando o gráfico abaixo, percebe-se que as maiores

velocidades de vento no nordeste do Brasil ocorrem justamente quando o fluxo de água do Rio São Francisco é mínimo. Logo, as centrais eólicas

instaladas no nordeste poderão produzir grandes quantidades de energia elétrica evitando que se tenha que utilizar a água do rio São Francisco.

Potencial eólico do Brasil

A avaliação precisa do potencial de vento em uma região é o primeiro e

fundamental passo para o aproveitamento do recurso eólico como fonte de energia.

Para a avaliação do potencial eólico de uma região faz-se necessária a coleta de dados de vento com precisão e qualidade. Em geral, os dados de vento

coletados para outros usos (aeroportos, estações meteorológicas, agricultura) são pouco representativos da energia contida no vento e não podem ser

utilizados para a determinação da energia gerada por uma turbina eólica - que é o objetivo principal do mapeamento eólico de uma região.

No Brasil, assim como em várias partes do mundo, quase não existem dados de vento com qualidade para uma avaliação do potencial eólico. Os primeiros

anemógrafos computadorizados e sensores especiais para energia eólica

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foram instalados no Ceará e em Fernando de Noronha/Pernambuco apenas no início dos anos 90. Os bons resultados obtidos com aquelas medições

favoreceram a determinação precisa do potencial eólico daqueles locais e a instalação de turbinas eólicas.

Vários estados brasileiros seguiram os passos de Ceará e Pernambuco e iniciaram programas de levantamento de dados de vento. Hoje existem mais

de cem anemógrafos computadorizados espalhados por vários estados brasileiros.

A análise dos dados de vento de vários locais no Nordeste confirmaram as características dos ventos comerciais (trade-winds) existentes na região:

velocidades médias de vento altas, pouca variação nas direções do vento e pouca turbulência durante todo o ano. Além disso foram observados fatores

de forma de Weibull (da distribuição estatística de Weibull), k, maiores que 3 - valores considerados muito altos quando comparados com os ventos

registrados na Europa e Estados Unidos. Dada a importância da caracterização dos recursos eólicos da região

Nordeste, o Centro Brasileiro de Energia Eólica - CBEE, com o apoio da Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL e do Ministério de Ciência e

Tecnologia - MCT lançou, em 1998, a primeira versão do Atlas Eólico do Nordeste do Brasil (WANEB - Wind Atlas for the Northeast of Brazil) com o objetivo principal de desenvolver modelos atmosféricos, analisar dados de

ventos e elaborar mapas eólicos confiáveis para a região. Um mapa de ventos preliminar do Brasil gerado a partir de simulações computacionais com

modelos atmosféricos é mostrado na figura abaixo.

Em 1999, a companhia paranaense de energia, COPEL, publicou o mapa do

potencial eólico do estado do Paraná. Foram utilizados dados de vento de cerca de vinte estações anemométricas para simulações em modelo

atmosférico de microescala com apresentação gráfica em ferramenta GIS.

Também em 1999, o CBEE passou a utilizar o modelo atmosférico de mesoescala MM5 para elaborar a segunda versão do Atlas Eólico do

Nordeste (WANEB 2) e realizar o Atlas Eólico Nacional. Este novo projeto envolve a coleta e processamento de dados de vento de boa qualidade

medidos em estações terrenas e na atmosfera (sondas, satélites), a simulação da climatologia com o modelo MM5 em resoluções de 30 km e a

elaboração do atlas eólico a partir da combinação dos mapas de vento (obtidos da simulação) com informações de topografia, uso do solo,

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influências locais e outras restrições (ferramenta GIS). Um modelo atmosférico de microescala será usado em áreas de interesse para aumentar

a resolução do Atlas para espaçamentos de 1km2.

Baseado no WANEB 2, o CBEE estima que o potencial eólico existente no Nordeste é de 6.000MW.

Fontes: Centro Brasileiro de Energia Eólica | cresesb.cepel

USO FINAL - Produção de eletricidade O gás natural também pode ser utilizado para a produção de eletricidade em usinas termoelétricas. No mundo, o gás natural é a terceira principal fonte utilizada para

geração de energia elétrica, atrás apenas do petróleo e do carvão. Em 2004, respondeu por 19,6% da matriz elétrica mundial (1). No Brasil, essa participação é de apenas 4%

(2). Segundo a versão preliminar do Balanço Energético Nacional, a Oferta de Energia

Elétrica do país em 2006, mostrou crescimento de 4% em relação a 2005 (1). Ou seja, em 2006 para a produção de eletricidade, o Brasil utilizou fortes incrementos da geração nuclear, de 39,7%; da geração a carvão mineral, de 23,9% e da geração a biomassa, de 8,3%. Apresentando, decréscimos na geração de eletricidade a partir de

gases industriais (-10,7%), de derivados de petróleo (-7,1%) e de gás natural (-1,4) (2). A energia hidráulica representa 84,7% do total de oferta de energia elétrica (incluindo a

importação). Depois, a geração a partir de gás natural, com 4,0%; e, em seguida, a biomassa com 3,3% (3).

Estrutura da oferta interna de energia elétrica, Brasil, 2006.

(1) (2) (3) Dados constantes da Resenha Energética Brasileira - Exercício de 2006

(preliminar). Disponível em: http://www.mme.gov.br. Acessado em: julho de 2007.

GEOGRAFIA

PRODUÇÃO DE ENERGIA NO BRASIL

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Resumo: neste tutorial será mostrado o desenvolvimento do Brasil nas várias formas de obtenção de energia, como foi beneficiado por ter potencial hidrelétrico, e qual o beneficio e objetivo da criação

do programa Proálcool.

Consumo de energia A estrutura geológica do Brasil é privilegiada em comparação com outros países. O potencial hidrelétrico brasileiro é elevado, as

possibilidades de obtenção de energia usando a biomassa como parte primária são enormes e a produção do petróleo e gás natural vem

aumentando gradualmente. O que falta para atingir a auto-suficiência energética é a política energética com planejamento e execução bem

intencionados. No setor petrolífero o Brasil já é auto-suficiente.

O consumo interno vem diminuindo desde 1979, com o segundo

Petróleo Em 1938, foi perfurado o primeiro poço de petróleo em território

nacional. Foi no município de Lobato, na bacia do Recôncavo Baiano, que a cidade de Salvador. Com a criação do CNP (Conselho de

Petróleo) o governo passou a planejar, organizar e finalizar o setor petrolífero.

Em 1953, Getulio Vargas criou a Petrobrás e instituiu o monopólio estatal na extração, transporte e refino de petróleo no Brasil;

monopólio exercido em 1995. Com a crise do petróleo, em 1973, houve a necessidade de se aumentar a produção interna para

diminuir o petróleo importado, mas a Petrobrás não tinha capacidade de investimento.

O governo brasileiro, diante dessa realidade, autorizou a extração por parte de grupos privados, através da lei dos contratos de risco.

Se uma empresa encontrasse petróleo, os investimentos feitos seriam reembolsados e ela se tornaria sócia da Petrobrás naquela

área. Caso a procura resultasse em nada, a empresa arcaria sozinha com os prejuízos da prospecção, por isso o nome contratado de risco.

Foram feitos dez contratos com empresas nacionais e estrangeiras, mas nenhuma achou petróleo. Desde 1988, com

promulgação da última Constituição, esses contratos estão proibidos, o que significa a volta do monopólio de extração da Petrobrás.

Em 1995, foi quebrado o monopólio da Petrobrás na extração, transporte, refino e importação de petróleo e seus derivados. O

estado pode contratar empresas privadas ou estatais que queriam atuar no setor.

Possuindo treze refinarias, onze delas pertencendo a União, o Brasil é auto-suficiente no setor, precisando importar pequenas quantidades que não são produzidas internamente. O petróleo

sempre é refinado junto aos centros, ou seja, próximo aos grandes centros consumidores, isso ajuda a diminuir os gastos com

transportes.

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choque mundial. O governo passou a incentivar industrias que substituíssem esse combustível por energia elétrica. Em 1973, o Brasil produzia apenas 14% do petróleo que

consumia, o que nos colocava nessa posição bastante frágil e tornava a nossa economia muito suscetível as oscilações externas no preço do

barril do petróleo. Já em 1999, o país produzia aproximadamente 62% das necessidades nacionais de consumo.

Essa diminuição da dependência externa, relaciona-se a descoberta de uma importante bacia petrolífera em alto-mar, na

plataforma continental de Campos, litoral norte do estado do Rio de janeiro. Essa bacia é responsável por mais de 65% da população

nacional de petróleo. Ainda na plataforma continental, destaca-se nos estados de

Alagoas, Sergipe e Bahia, que juntos são responsáveis por cerca de 14% da produção do petróleo bruto. No continente a área mais

importante é Mossoró, seguida do Recôncavo baiano. Mais da metade do petróleo consumido no Brasil é gasto no setor

de transporte, cujo modelo de desenvolvimento é o rodoviarismo. Essa opção é a que mais consome energia no transporte de

mercadorias e pessoas pelo território. Por isso há uma necessidade de o país investir nos transportes ferroviários e hidroviários para

diminuir custos e o consumo de uma fonte não-renovável de energia.

Energia Elétrica Em 1994, estimava-se que o país possuía potencial hidrelétrico

em mais de 260 mil MW e a capacidade nominal instalada de produção encontrava-se na casa dos 60 mil MW de energia elétrica.

Desse total, 90% era obtido em usinas hidrelétricas e 10% em termelétricas.

O Rio Grande do Sul e Santa Catarina, possuem usinas termelétricas devido a disponibilidade de carvão mineral, tornando

básicos os gastos com transportes. Há usinas termelétricas também, em São Paulo, por apresentar duas vantagens: o custo de instalação de uma usina termelétrica é bem menor do que de uma hidrelétrica,

e a localização de uma usina hidrelétrica é determinada pela topografia do terreno, enquanto uma termelétrica pode ser instalada

em locais mais convenientes. Atualmente, no estado de São Paulo, muitas usinas de açúcar e

álcool estão usando a queima de bagaço da cana-de-açúcar como fonte primaria para a produção de energia e tornaram-se auto-

suficientes.

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O maior potencial hidrelétrico instalado no Brasil encontra-se na

bacia do rio Paraná. Essa bacia drena a região onde se iniciou efetivamente o processo de industrialização brasileiro e que por isso conseguiu receber mais recursos investidos em infra-estrutura. Mas,

o maior potencial disponível do país está nos afluente do rio Amazonas, na região norte, onde a básico adensamento de ocupação

humana e econômica não atraiu investimentos. Durante a década de 70 e inicio da década de 80, foi dão grande

impulso ao setor. A partir dos dois choques do petróleo de 1973 e 1979, a produção de energia elétrica passou a receber grandes

investimentos, por se tratar de fonte alternativa ao petróleo. Apolítica governamental estabeleceu como prioridade a construção de grandes

usinas. Quando analisamos seus aspectos técnicos essas obras são

polemicas e questionáveis. Usinas com grande potencial exigem a construção de uma enorme represa, que causa sérios danos

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ambientais, além de exigir a instalação de uma extensa, sofisticada e caríssima rede de transmissão de energia, que chega a estender-se

por um raio de mais de 2 mil quilômetros. A construção de pequenas e medias usinas ao longo da área

atendida pelos grandes projetos de extensão mineral e siderúrgicas causaria um impacto ambiental menor e diminuiriam as perdas na

transmissão da energia.

O Álcool O álcool é uma fonte renovável de energia e sua queima em

motores a explosão é menos poluentes, se comparada com a queima dos derivados do petróleo.

Em 1975, o Brasil criou o Programa Nacional do Álcool (Proálcool), com a intenção de substituir o petróleo por outras fontes

de energia. Tratou-se de um programa bem custoso aos cofres públicos, que só se estruturou e continua existindo a custa de

enormes subsídios. A partir de 1989, quando o governo diminuiu os subsídios para a produção e consumo do álcool, o setor entrou em

crise e o país passou a importar o combustível da Europa. No interesse de enfrentar a crise do petróleo, foram dados

empréstimos a juros subsidiados aos maiores produtoras de cana-de-açúcar, para que construíssem usinas de grande porte para a

produção de álcool. Em função do Proálcool, as alterações ocorridas no campo para que alguns cidadãos circulassem com carros a álcool foram

desastrosas. Por não estabelecer preço mínimo para a tonelada cana-de-açúcar até 1989, o governo praticamente abandonou os pequenos e médios produtores as mãos da ganância dos grandes usineiros. O governo não compra cana apenas álcool produzido nas usinas. Os donos das usinas costumavam pagar um preço muito baixo pela

cana-de-açúcar, levando milhares de pequenos e médios proprietários a falência, obrigando-os a vender suas terras. Essa dinâmica provocou o aumento do mínimo de trabalhadores

diaristas, incentivo maior a monocultura e êxodo rural. O programa foi implantado, em escala nacional, em uma época

em que sua produção e consumo apresentam custos maiores que os verificados pela gasolina, por isso a necessidade de subsídios.

Atualmente, após o desenvolvimento tecnológico obtido no setor, o álcool tornou-se economicamente viável, pelo menos se for

consumida próxima a região produtora. Mas, seu consumo está espalhado por todo o Brasil, e seu transporte é feito em caminhões

movidos a diesel, analisar a sua totalidade, causa enormes prejuízos aos cofres públicos.

O futuro energético desejado para o Brasil O professor José Goldemberg é doutor em Ciências Físicas pela Universidade de

São Paulo – USP Energia é um ingrediente essencial para o desenvolvimento. Basta comparar o

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consumo nos países industrializados da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), de 5,5 Toneladas Equivalentes de Petróleo

(TEP) per capita por ano, com o consumo brasileiro, de 1,39 TEP per capita em 1998, para nos darmos conta do longo caminho a percorrer. Os perfis de consumo de energia

da OCDE e do Brasil são, contudo, substancialmente diferentes. Enquanto os combustíveis fósseis representam 81% do consumo na OCDE, no Brasil são

responsáveis por apenas 42%. (Ver figura Perfil do Consumo de Energia - 1998)

O consumo per capita de energia no Brasil tem crescido à taxa de 2,2% ao ano nos últimos anos, mas o País não precisa repetir ao ,crescer a trajetória dos países hoje

industrializados, nos quais o elevado consumo de energia resultou em sérios problemas ambientais.

Ao crescer economicamente e se desenvolver, o Brasil pode adotar tecnologias mais eficientes e não-poluentes. Além disso, a matriz energética brasileira é baseada, em boa

parte, em fontes renováveis de energia, o que não é o caso nos países da OCDE, que dependem, essencialmente, do uso de combustíveis fósseis.

Quais são as perspectivas reais de o País vir a se desenvolver, com base em um sistema energético que não implique na deterioração do meio ambiente? Em outras palavras, haverá energia suficiente para sustentar o desenvolvimento brasileiro nas próximas

décadas? As fontes desta energia continuarão a ser renováveis ou cairemos no modelo da OCDE, dependente de combustíveis fósseis, que no caso do Brasil, provavelmente,

serão importados? Perfil Energético Brasileiro

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O perfil de consumo de energia do País é dado na tabela, que mostra, também, a produção interna de energia e quanto esta produção representa em relação ao total

consumido.(Ver tabela Produção e Consumo de Energia no Brasil - 1998)

Como se pode ver, 78,5 % da energia consumida no Brasil é produzida internamente,

enquanto 21,5% é importada, principalmente petróleo e carvão. Em 1998, o gás não era ainda importado da Bolívia e toda a produção da Petrobras era usada na reinjeção nos

seus poços de petróleo ou distribuída no mercado interno. A evolução do perfil de consumo desde 1970 está indicada na figura onde se verifica

que o consumo de petróleo vem se reduzindo desde então em termos percentuais, bem como o da lenha, mas o consumo de cana-de-açúcar está crescendo, assim como a contribuição da energia hidroelétrica. (Ver figura Perfil de Consumo de Energia -

Brasil)

"Urânio" nesta figura representa a contribuição de energia nuclear ao consumo de

eletricidade que se origina de Usina Angra dos Reis I, de 624 megawatts (MW). A ela

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deve se adicionar Angra dos Réis II, de 1.300 MW, ainda este ano. Existem planos, ainda não bem definidos, de completar Angra dos Reis III.

Apesar de energia nuclear ser considerada "limpa" quando comparada com energia proveniente de combustíveis fósseis, ela gera "1ixo radioativo" (resultante da fusão do

urânio) que representa sérios problemas ambientais ainda não resolvidos completamente. Por essa razão, existem muitas restrições ao uso de energia nuclear em grande escala no mundo e não parece racional que o Brasil adote esta opção de modo

significativo no futuro. Fontes renováveis de energia representaram cerca de 58% do consumo em 1998,

proporção que tem-se mantido aproximadamente constante desde 1970. A importação de petróleo, que representava cerca de 50% no passado, tem caído lentamente e se

encontra, atualmente, ao nível de 30%. A situação das reservas brasileiras de combustíveis fósseis não é, porém, encorajadora, como mostra a tabela Força Total.

Para o petróleo e gás natural, estas reservas não são superiores a 20 anos, mesmo considerando os recursos medidos e as reservas estimadas. 0 que isto significa é que, nas próximas décadas, as perspectivas são as de que ocorra um aumento crescente da

importação de petróleo e gás natural. Há duas maneiras de evitar: a melhoria da eficiência com que a energia é usada no País

e o aumento da fração de energia renovável que é produzido localmente. Eficiência Energética

A eficiência energética é medida pela razão da energia consumida por unidade de produto interno bruto (E/PIB) cuja evolução, desde 1970,,é indicada na figura

Energia/PIB. A intensidade energética está crescendo cerca de 0,3% ao ano, devido ao aumento da produção industrial de alto conteúdo energético, como aço, alumínio e outros, o que não é encorajador. É importante, portanto, que o perfil de crescimento mude, bem

como melhore a eficiência do uso de energia, o que permitiria reduzir o consumo de energia primária.

Os principais esforços na área de conservação de energia têm sido feitos pelo Procel (Programa de Conservação de Eletricidade) da Eletrobrás através de melhorias na

eficiência da iluminação pública e residencial, refrigeração, ar condicionado, aquecimento de água e motores elétricos, No período de 1986-1997, o Procel investiu

US$235 milhões que resultaram em economias de 5,6 terawatts.hora (TWh), correspondendo a investimentos evitados de R$2,56 bilhões. As metas do Procel são

muito ambiciosas e, provavelmente, otimistas, mas poderiam resultar em economias de 50 TWh no ano 20 10 para um consumo previsto de 590 TWh (cerca de 8% do total).

As perspectivas das fontes de energia renováveis no Brasil A energia hidroelétrica é renovável, mas os impactos ambientais e sociais de

construção de usinas podem ser substanciais. Apesar disso, é claramente superior às fontes fósseis de energia, responsáveis por

problemas de poluição local, como emissão de partículas e chuva ácida. A potência instalada em 1998 era de 74,8 milhões de kilowatts (74,8 gigawatts - GW) e a energia produzida de 306.989 GWh. Se esta energia fosse produzida a partir do petróleo ou carvão, como ocorre nos países da Europa e nos Estados Unidos, seria necessário o

consumo adicional de 95.925 x l03 TEP. As reservas medidas de recursos hidroelétricos são de 185,8 GW e as estimadas

atingem 286,8 GW. Se o consumo de eletricidade continuar crescendo a uma taxa de 7,5 % ao ano, como ocorreu nas últimas décadas, os recursos hidroelétricos brasileiros

deverão continuar a representar um importante papel nos próximos 50 anos.

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Apesar de não ser uma fonte renovável de energia, o uso do gás natural para geração de eletricidade tem várias vantagens sobre o uso de outros carburentes mais poluentes,

como o carvão e derivados de petróleo, por ser livre de impurezas de enxofre e partículas. Esta é uma das direções em que o aumento de produção de eletricidade vai

ocorrer, porque as oportunidades de gerar hidroeletricidade vão tornar-se menos atrativas, na medida em que as usinas se localizem cada vez mais distantes dos centros consumidores. Com a importação de gás da Bolívia e Argentina, estima-se que dentro

de 10 anos serão instalados, no Brasil, mais de 10 milhões de kilowatts de usinas termoelétricas, consumindo gás natural.

A energia de biomassa representa uma importante contribuição ao consumo de energia no Brasil, conforme indicado na tabela Produção e Consumo de Energia no Brasil -

1998. Em 1998, a lenha ainda constituía 9% do consumo, enquanto produtos da cana-de-açúcar (bagaço e álcool) correspondiam a 10%. O consumo de lenha, utilizada em

tecnologias primitivas, sobretudo em zonas rurais e pequenas indústrias, está diminuindo, sendo substituído pelo uso de biomassa, proveniente, principalmente, da cana-de-açúcar, como indicado na figura Produção e Consumo de Energia no Brasil -

1998. Em 1975, foi criado o Programa Nacional do Álcool (Proalcool), visando a produção de álcool etílico para o transporte em substituição à gasolina. Em 1996, a produção de

cana-de-açúcar atingiu 273 milhões de toneladas, sendo geradas 13,5 milhões de toneladas de açúcar e 13,9 bilhões de litros de álcool (etanol). Aproximadamente 3 5 %

da cana-de-açúcar é utilizada para a produção de açúcar (1 tonelada de açúcar requer cerca de 8,5 toneladas de cana-de-açúcar) e 65% para a produção de álcool. O total de

área plantada de cana-de-açúcar é da ordem de 4,2 milhões de hectares (60% no Estado de São Paulo, onde a cana-de-açúcar substituiu, em grande extensão, as plantações de

café). A produtividade média das plantações de cana-de-açúcar no Brasil é de 65 toneladas/hectare. (Ver tabela "Produção de Etanol e Açúcar de cana -1996/97)"

O etanol é utilizado no Brasil de duas maneiras, determinadas por lei federal:

misturado à gasolina, na proporção de 22% de etanol anidro, a 99,6 Gay-Lussac (GL) e 0,4% de água, formando um "gasohol" com o objetivo de aumento da octanagem da gasolina, e como etanol puro (anidro) na forma de etanol hidratado, a 95,5 GL. Em

outros países, as misturas de "gasohol" contêm, tipicamente, apenas 10% (ou menos) de etanol.

O etanol é um excelente combustível automotivo, apresentando um índice de octanagem superior, mas com um poder calorífico em 20% inferior ao da gasolina.

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Suas propriedades levaram ao desenvolvimento de motores a álcool e motores para a mistura álcool-gasolina no Brasil. Até 1988, os desenvolvimentos foram realizados

pela indústria automobilística (GM, Ford, Volkswagen, Fiat) para sistemas carburados. Atualmente, encontram-se disponíveis sistemas com injeção eletrônica para todos os

motores. O custo do etanol foi, naturalmente, o principal obstáculo para sua adoção como sucedâneo da gasolina. Por volta de 1980, este custo era de cerca de US$700 por

tonelada, quando a gasolina era vendida internacionalmente a US$400 por tonelada. No Brasil, contudo, a gasolina era vendida a preço mais elevado (o dobro do seu valor no mercado internacional) e subsídios cruzados eram utilizados para reduzir o preço de

outros combustíveis, como o gás liquefeito de petróleo e o óleo diesel. O mesmo procedimento foi usado em relação ao álcool, que era então vendido a preço 2 5 %

inferior ao da gasolina para compensar seu poder calorífico mais baixo. Não era uma situação que pudesse persistir por muito tempo, à medida que a produção crescia

devido ao enorme valor dos subsídios cruzados envolvidos, de cerca de US$ 1 bilhão por ano.

O problema se tornou particularmente crítico quando o preço internacional da gasolina caiu a menos de US$200 por tonelada, enquanto o preço do etanol permanecia ao nível de US$300 a US$400 por tonelada. Sucede que este preço caiu continuamente cerca de

3% a 4% por ano devido aos avanços tecnológicos ocorridos desde 1980, aproximando-se, portanto, do preço da gasolina. (Ver figura "Curva de Aprendizado"

para o Custo do Etanol)

Em 1999, o preço do etanol pago aos produtores era inferior a US$200/tonelada,

enquanto o da gasolina, internacionalmente, era superior a US$150/tonelada. Como os subsídios cruzados permaneciam, ainda são utilizados, e o álcool era vendido nos postos de abastecimento a preço inferior ao da gasolina, tornando-se atrativo aos

consumidores. O Programa do Álcool é responsável pela geração de 700 mil empregos rurais em todo

o Brasil, e exigiu investimentos modestos (cerca de US$20 mil/emprego) quando comparado com custos muito maiores para a criação de empregos industriais.

A cogeração de eletricidade a partir da cana-de-açúcar A cogeração de energia, uma prática corrente da produção industrial do etanol no

Brasil, reduz os danos ao meio ambiente e poderia ser aumentada significativamente se o desenvolvimento tecnológico levasse ao uso dos resíduos da cana-de-açúcar, além do

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bagaço, para a geração de energia. A quantidade de resíduos estimada é de quase 40 x 10' toneladas de matéria seca e uma porção importante dela poderia ser usada. Em

média, 280 kg de bagaço (que contém 50% de mistura) são produzidos por toneladas de cana, que são equivalentes a 2,1 gigajoule (GJ)/tonelada; 90% do bagaço é

queimado para produzir vapor (450 a 500 kg de vapor podem ser gerados de 1 tonelada de cana). Este, por sua vez, pode ser usado para cogerar eletricidade e potência

mecânica para os motores da usina. O potencial de cogeração foi estimado por vários grupos e poderia atingir vários

milhões de kilowatts apenas no estado de São Paulo. Outras oportunidades de uso de biomassa para fins energéticos têm sido exploradas no

Brasil, mas ainda não atingiram um volume significativo (pequenas centrais termoelétricas utilizando lenha e resíduos vegetais, óleos vegetais como substituto de óleo diesel, briquetes de madeira, carvão vegetal e produção de metano em lixões). Entre as fontes alternativas, a energia de origem cólica está se mostrando bastante

competitiva e acredita-se que 50 MW/ano serão instalados até 2010, e 100 MW/ano daí em diante atingindo 200 MW/ano em 2015. As oportunidades de utilizar de forma

eficiente a geração cólica dependem da existência de um regime de ventos adequado, o que ocorre apenas em parte do Brasil. A contribuição total desta fonte poderia

representar cerca de 2000 MW até o ano 2015. A energia fotovoltaica também deve acompanhar, praticamente, a evolução prevista para energia cólica. O custo do investimento neste caso ainda é muito alto, porém a

ação de empresas fabricantes de células fotovoltaicas interessadas em criar mercados e subsídios decorrentes do Protocolo de Quioto poderão abrir caminho para esta fonte.

Conclusões A evolução do setor energético no sentido desejável dificilmente ocorrerá se deixada

ao sabor das forças do mercado. Se há uma característica marcante do século 20 que o distingue dos anteriores, é a ênfase dada ao planejamento das ações governamentais. A experiência da Revolução Soviética de 1917 na Rússia e o "New Deal" do presidente Roosevelt nos Estados Unidos se basearam na idéia de que a competição selvagem e

caótica entre diferentes empresas estava levando seus países ao caos e ao desmantelamento da economia. Daí a idéia que o planejamento centralizado permitiria a racionalização das atividades econômicas. Umas das conseqüências deste enfoque foi

a criação de grandes empresas estatais. Passados 70 anos, o pêndulo voltou à sua posição original e vemos hoje uma exaltação das virtudes do mercado e da livre competição. Os governos abriram mão das empresas estatais, mas mantiveram o poder de regular o funcionamento da economia para evitar

abusos e, sobretudo, garantir o bem-estar dos "excluídos" e a preservação do patrimônio comum, dos quais o meio ambiente é um exemplo. Este é o caso até dos Estados Unidos onde o planejamento centralizado e empresas estatais nunca foram

muitos populares. Para estabelecer diretrizes gerais para o setor energético foi criado recentemente (*) o

Conselho Nacional ele Política Energética, com papel análogo à Comissão Nacional de Energia dos anos 80 e, se tiver Lima Secretaria Executiva eficiente, poderemos esperar

um planejamento sério que levasse realmente em conta os interesses mais gerais da população brasileira e não apenas de grupos interessados em contratos públicos.

A necessidade deste planejamento, do reforço do poder regulador do Estado estão se tornando evidentes pelas dificuldades que o Governo está encontrando para atrair a

iniciativa privada a investir na geração de energia elétrica usando o gás da Bolívia, ou da própria Petrobras.

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Com a privatização do sistema, são as empresas que têm que investir e existe uma hesitação muito grande em fazê-lo devida às incertezas na estabilidade econômica e no

crescimento do País e, portanto, na rentabilidade dos investimentos. O setor privado quer garantias que as empresas estatais não tinham, e não se movimenta pelos mesmos

parâmetros do poder público, que tem a responsabilidade de garantir um mínimo de atendimento à população.

É esta, aliás, a razão pela qual a estatização do setor energético ocorreu no Brasil há cerca de 50 anos atrás. As grandes empresas estrangeiras que atuavam no País, na

ocasião, não se mostraram dispostas a investir na expansão do sistema e o governo teve que fazê-lo.

O que pode acontecer e acontecerá com certeza, se houver uma, situação de emergência de falta de energia, é a volta da intervenção do governo e o retorno à

estatização. (*) Criado pela Lei no 9.478197, o CNPE teve sua estrutura e funcionamento definidos

por Decreto presidencial do dia 23 de junho último. Com o objetivo, entre outros, de promover o aproveitamento racional dos recursos energéticos do País, será presidido

pelo ministro das Minas e Energia e integrado pelos de Ciência e Tecnologia, Planejamento, Meio Ambiente, Desenvolvimento e Casa Civil. A critério de seu

presidente, poderão participar das reuniões do Conselho, que terá um representante, de cada estado e do Distrito Federal, os presidentes da Petrobras, Eletrobrás, e do

BNDES. Copyright Revista Fórum de Líderes. Todos os direitos reservados.

DESPERDÍCIO DE ENERGIA Nos últimos anos, a educação tem sido apontada como uma das principais

vias para a construção de uma sociedade mais justa e democrática. Podendo ser considerada o caminho para formar pessoas sensíveis para as questões

que afetam a todos e a grupos minoritários, para a prática da liberdade e para o exercício da cidadania.

É uma das ferramentas para a ampliação do processo produtivo e do desenvolvimento tecnológico do país.

E ainda, é o caminho para a mobilização social, sem a qual as mudanças não se viabilizam a modernização não substitui seus frutos e não se superam as

desigualdades e a exclusão. A situação do meio ambiente no nosso planeta nos desafia a preservar os

recursos naturais e, ao mesmo tempo, possibilitar um desenvolvimento social justo, permitindo que as sociedades atinjam melhor qualidade de vida em

todos os aspectos. Saúde Com Aventura é uma empresa que tem como objetivo integrar o

esporte e a educação, promovendo o exercício da cidadania, prática social e conservacionismo.

Nossa relação com o meio ambiente deve ser pautada por princípios básicos e essenciais: respeito, cumplicidade e consciência.

Preocupada com a preservação do meio ambiente, a empresa Saúde com aventura utiliza seu material impresso em papel reciclado.

Atuando de forma consciente e ética fazemos nossa parte. Faça também a sua.

Abaixo, estão algumas dicas para preservação dos recursos naturais e ao meio ambiente.

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-Desligue as luzes dos ambientes vazios, evite o desperdício de energia. - Procure utilizar a luz natural nos ambientes. Você economiza energia

elétrica e torna o local mais agradável. - Desligue todos os equipamentos que não estiverem em uso e evite o

desperdício de energia. - Troque as lâmpadas convencionais de sua casa por lâmpadas eficientes. Elas consomem até 75% menos e duram até duas vezes mais. Você verá a

diferença na próxima conta de luz. - Retire os eletroeletrônicos como TV, som e microoondas da tomada sempre

que possível. As luzinhas vermelhas ou relógios digitais que indicam que o aparelho está em stand by, gastam bastante energia.

- Ligue o ar condicionado somente quando necessário. Se for usar o aparelho, programe-o para 25 C, uma temperatura agradável. Assim, você gasta menos

energia e poupa o seu bolso e o meio ambiente. - Evite tomar banho entre 18h e 20h30 se utilizar o chuveiro elétrico. Neste

horário, 18% de toda a energia elétrica gerada no país é utilizada pelos chuveiros elétricos. Esse hábito torna necessária a construção de mais usinas

elétricas. - Evite utilizar o chuveiro elétrico na opção inverno, pois o consumo de

energia é muito maior. - Quando comprar eletrodomésticos, prefira aparelhos com o selo Procel. Isso

indica que o aparelho consome menos energia. - Evite colocar alimentos quentes na geladeira, quando isso acontece, o

refrigerador gasta mais energia elétrica. - Procure utilizar as escadas em vez do elevador. Você economiza energia e

gasta calorias. - Retire o carregador de celular da parede quando não usado. Ele continua

consumindo energia só por estar ligado a tomada.

- Conserte torneiras que estiverem pingando. Isso poderá evitar o desperdício

de até 45 litros de água por dia. - Instale torneiras com aerador - "peneirinhas" ou "telinhas" - na saída da

água. Assim você acaba utilizando menos água. - Evite utilizar a mangueira para limpar jardins, calçadas, passeios e quintais.

Use uma vassoura para executar essa tarefa. É mais rápido e não gasta água.

- Utilize um regador para molhar as plantas. Quando a mangueira é uilizada para este fim, muita água é desperdiçada.

- Substitua a mangueira por um balde e um pano para lavar seu veículo. O consumo de água será muito menor.

- Desligue a mangueira quando não estiver sendo usada. Isso evita o desperdício de água.

- Feche a torneira enquanto ensaboa as mãos, escova os dentes ou faz a barba. Não desperdice água.

- Colete água da chuva para regar suas plantas. Assim você não gasta água encanada. Mas lembre-se de armazená-la em um recipiente fechado para

evitar a ploriferação do mosquito da dengue.

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- Lave a louça em uma bacia com água e sabão e abra a torneira só para enxaguar. É mais barato e melhor para o meio ambiente.

- Conserte vazamentos nos canos em sua casa assim que detectá-los. Sua conta de água diminuirá e o meio ambiente agradecerá.

- Junte as roupas para lavar e passar. Desta maneira, você gasta menos água e menos energia elétrica.

- Prefira o transporte público.

- Use bicicleta ou caminhe sempre que possível. É saudável e você estará contribuindo para um planeta mais limpo.

- Se não houver ciclovias, fale com seus representantes políticos para que as construam; Para viagens curtas a trabalho ou de turismo prefira o ônibus.

- Faça sempre uma revisão do seu carro. Além de evitar dores de cabeça, um carro que funciona corretamente consome menos combustível e emite menos

gases causadores do efeito estufa. - Calibre bem os pneus do seu carro. Os pneus bem calibrados evitam um

consumo excessivo de gasolina e dão mais segurança. - Ao comprar, dê preferência aos veículos flex e que sejam mais econômicos.

- Se puder, abasteça com álcool e não com gasolina.

- Procure sempre comprar aparelhos eficientes em consumo de eletricidade. - Desligue as luzes dos ambientes não utilizados; - Retire das tomadas os aparelhos em stand-by (os que ficam com as luzinhas vermelhas acesas). _ Instale painés solares para aquecer a água. A longo prazo, você poupará

energia e dinheiro. - Substitua as lâmpadas principais da casa por lâmpadas fluorescentes

compactas, consomem 75% a menos que as convencionais. - Conserte torneiras que estiverem pingando. Isso poderá evitar o desperdício

de até 45 Litros de água por dia. - Feche a torneira enquanto ensaboa as mãos, escova os dentes ou faz a

barba. não desperdice água. - Evite utilizar a mangueira para limpar jardins, calçadas, passeios e quintais. - Denuncie queimadas irregulares. O fogo pode se alastrar destrindo o habitat

de milhares de animais, além de jogar gases causadores do aquecimento global na atmosfera.

TABELA DE TEMPO PARA ABSORÇÃO DOS PRODUTOS PELA

NATUREZA! Jornais ---------- 2 a 6 semanas

Embalagem de papel ---------- 1 a 4 meses Casca de fruta ---------- 3 meses Guardanapos ---------- 3 meses

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Pontas de cigarro ---------- 2 anos Chicletes ---------- 5 anos Fósforo ---------- 2 anos Nylon ---------- 2 anos

Sacos e copos plásticos ---------- 200 a 450 anos Latas de alumínio ---------- 100 a 500 anos

Tampas de cerveja ---------- 100 a 500 anos Pilhas ---------- 100 a 500 anos

Garrafas/frascos de vidro/plástico ---------- Indeterminado

“Quanto mais conhecemos a respeito do que vem ocorrendo na natureza e na sociedade, mais teremos condições de levar à frente e fortalecer nossos

valores.” Simon Schwartzman

Colaboração para a campanha contra o desperdício de energia elétrica e de dinheiro público

Você pode pegar esta foto e mandar fazer uma linda camiseta como lembrança de Uberlândia e de sua iluminação "moderna", que polui o céu noturno e nos rouba a

magnífica visão das estrelas sem nenhuma necessidade. A foto que você vê aqui é de um bairro que fica ao lado do Observatório. Devido a

essa proximidade, conversei pessoalmente com um político, muito antes que instalassem a iluminação pública, solicitando um cuidado especial para que não lançassem luz diretamente para cima, já que isso iria interferir de modo brutal com nosso trabalho de pesquisa e de divulgação científica. O resultado está aí,

para todos verem. A partir de agosto de 1999, o céu tornou-se amarelo e as estrelas desapareceram, enquanto fiquei me sentindo tolo e marginalizado,

primeiro por ter ajudado a pagar por essa demonstração intencional de incompetência e segundo por ter sido ignorado e tornado incapaz de impedir a

ocorrência de um grave erro. Os incomodados que se mudem, dizem alguns (e até escrevem no jornal). Mas o

problema não é somente o incômodo de um ambientalista persistente e inconformado. O que temos aqui é uma afronta à inteligência e ao bom senso de

toda uma população iludida, que paga por uma energia que está sendo desperdiçada para poluir o meio ambiente na forma de uma luz artificial que em

grande parte vai para cima, onde ninguém precisa dela. Minha opinião, compartilhada com inúmeras pessoas conscientes, que não se

deixaram hipnotizar como mariposas suicidas, é que essa luz amarela é horrorosa, irritante e deprimente. Se precisamos utilizá-la por razões econômicas, não faz

sentido lançá-la para cima nem para longe, horizontalmente, porque isso representa um desperdício estúpido, incompatível com um bom projeto de

engenharia.

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Você sabia que a fração de luz desperdiçada atinge cerca de 35% de todo o fluxo luminoso gerado à noite? Em muitas cidades do mundo, o dinheiro gasto para

produzir essa luz que se perde daria para construir um observatório astronômico por mês. Então, quando algum político falar sobre a economia de energia

proporcionada pelas fantásticas lâmpadas amarelas, pergunte a ele qual é a economia que temos quando são usadas fontes de luz como as nossas, que podem

ser vistas diretamente lá de Marte. Aproveite e pergunte também quanto economizamos com a substituição de lâmpadas de mercúrio de 80 W por

lâmpadas de sódio de 250 W. Você acredita na relação entre o aumento do nível de iluminação e a queda da

violência urbana? É mesmo verdade que o aumento do brilho das lâmpadas faz o crime desaparecer? Cá entre nós, você já notou o brilho do Sol? Você já teve a curiosidade de verificar as estatísticas de assaltos e outras formas de violência

durante o dia? Francamente, esse negócio de luz contra o crime é conversa fiada de quem acha que a ignorância do povo é maior que o diâmetro do Universo. Pare e pense! Não engula tudo o que lhe empurram através dos programas de lavagem

cerebral da mídia. Quem fica feliz quando os globos de luz fortíssima chegam para contaminar a própria rua deveria rever sua posição. Se a iluminação for dispersiva, invadir

áreas particulares, causar ofuscamento até a cegueira total, confundir os pássaros, provocar acidentes graves e não deixar ninguém dormir em paz, então ela não

pode ser boa. Por outro lado, se ela gerar um cone de luz restrito à sua utilidade, ela passa a ser tolerável. Por isso, devemos exigir mais competência de nossas

autoridades, a ser demonstrada através da utilização de luminárias melhores, que não anulem o esforço que o povo faz para economizar energia elétrica. Isto é fácil de realizar e, em muitos casos comprovados, mais barato, tanto no investimento

inicial quanto na manutenção. Elaborei e estou executando um projeto educacional que não consome dinheiro

público e que tem sido maravilhoso em seus resultados, por despertar a consciência das pessoas para uma realidade que tentam esconder de nós. A

Astronomia muda a gente por dentro de uma forma permanente. Ela nos acorda, nos sacode e nos faz pensar na pequenez e na fragilidade de nosso planeta, ao

mesmo tempo que realça sua importância. Isso não é do interesse daqueles que por egoísmo extremo usam a Terra como uma esponja que se espreme até não

sobrar nada para ninguém. Não se deixe enganar! Exija o respeito ao meio ambiente que nosso planeta merece. Lembre-se de que ele não é um produto

descartável, mas uma jóia bela e rara, que precisa ser preservada intacta para as futuras gerações.

Definição A Eficiência Energética, esta relacionada diretamente com a Utilização

Racional da Energia, que consiste num conjunto de ações e medidas, que têm como objetivo a melhor utilização da energia. Esta é cada vez mais um fator

importante de economia energética e redução de custos, tanto no sector doméstico como no sector de serviços e industrial.

Eficiência energética pode ser definida como a otimização que podemos fazer no consumo de energia. ou seja, é a relação entre a energia consumida ou

recebida e a energia produzida.

A ameaça de esgotamento das reservas de combustíveis fósseis, a pressão dos

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resultados econômicos e as preocupações ambientais, levam-nos a encarar a eficiência energética como uma das soluções para equilibrar o modelo de consumo existente e para combater as alterações climáticas. Aprender a utilizar de forma responsável a

energia de que dispomos é garantir um futuro melhor para as gerações vindouras. No entanto, para lá chegarmos, precisamos de alterar a nossa atitude em relação ao

consumo de energia, reflectindo-a nos gestos do dia-a-dia. É possível reduzir os consumos energéticos mantendo o conforto e a

produtividade das atividades dependentes de energia.

A Energia

Quando se fala em energia, a primeira impressão que vem a nossa mente é estarmos falando de energia elétrica ou sobre combustíveis. Nada mais natural, uma vez que todas as nossas atenções estão voltadas para as

questões energéticas que o Brasil vem se defrontando nas últimas décadas.

Sempre que utilizamos o carro, ligamos o computador, fazemos o jantar, vemos televisão... estamos a utilizar energia. Não é de estranhar, portanto, que a energia tenha uma tão grande importância para nós. A energia pode

ser calor, movimento, luz, convertendo-se nas mais diversas formas de impulsionar a vida. O acesso à energia é fundamental para o

desenvolvimento das sociedades. No entanto, a maior parte da energia usada no mundo provém de combustíveis fósseis como o carvão, o gás ou

o petróleo, cujas reservas têm vindo a diminuir. Adicionalmente, a utilização intensiva destes combustíveis fósseis aumenta a concentração de dióxido de carbono na atmosfera, contribuindo para o aquecimento global

do Planeta. É o chamado efeito de estufa. O nosso estilo de vida pode estar ameaçado e o nosso futuro comprometido se não encontrarmos

novas soluções. Por essa razão, multiplicam-se os esforços na promoção da utilização eficiente da energia, e na aposta nas fontes de energia

renováveis como o sol, o vento ou a água. Formas de Energia em uso no mundo:

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A Energia Elétrica O combate ao desperdício de energia elétrica são prioridades, e você deve

ajudar neste combate!

A Energia Elétrica é uma das formas de energia mais úteis para a humanidade. Ela fornece luz, calor, força para o funcionamento de máquinas.

A eletricidade circula através de cabos condutores, convencionalmente de cobre ou alumínio.

Pode ser ligada ou desligada por meio de chaves comutadoras e disjuntores, rompendo o circuito. A eletricidade por si só não é fonte de energia. As

centrais hidrelétricas e termelétricas geram vapor ou à força da água para acionar os geradores que produzem energia elétrica.

Quase toda energia elétrica é produzida por enormes geradores em centrais elétricas. Os tipos principais de usinas elétricas no Brasil são as Termelétricas e Hidrelétricas. Recentemente iniciou a produção de energia elétrica através

de usinas Nucleares e Eólicas.

Perguntas e Respostas 1. Como a energia elétrica é gerada?

A energia elétrica pode ser gerada através de fontes renováveis de energia (a força das

águas e dos ventos, o sol e a biomassa), ou não renováveis (combustíveis fósseis e nucleares).

No Brasil, devido ao grande número de rios, a eletricidade é produzida (mais de 90%) por geração hidrelétrica mas é gerada também em termelétricas que utilizam a fissão

nuclear, carvão mineral e óleo combustível.

2. Como a energia elétrica chega aos consumidores?

A energia elétrica é transportada das usinas através das linhas de transmissão existentes em todo o território nacional chegando aos consumidores por redes de distribuição, que

são o conjunto de postes, cabos e transformadores que levam a eletricidade até as residências, indústrias, hospitais, escolas, etc. 3. Quais as fontes alternativas de energia?

Para aumentar a oferta de eletricidade é importante considerar todas as fontes de energia disponíveis. As fontes convencionais são: energia hidráulica, gás natural,

carvão mineral, derivados do petróleo, energia nuclear. As fontes não convencionais são: energia eólica, solar e de biomassa.

4. O que é energia de biomassa? A energia de biomassa é fornecida por matérias de origem vegetal, renováveis em

intervalos relativamente curtos de tempo. O quadro das biomassas é bastante amplo, compreendendo a tradicional lenha das florestas naturais, bagaço de cana, madeira cultivada especificamente para fins energéticos, resíduos das indústrias da serraria,

aglomerados e celulose, além do biogás, obtido pela decomposição de dejetos. 5. O que é uma usina hidrelétrica?

Uma usina hidrelétrica pode ser definida como um conjunto de obras e equipamentos cuja finalidade é a geração de energia elétrica, através de aproveitamento do potencial

hidráulico existente num rio. A geração hidrelétrica está associada à vazão do rio, isto é, à quantidade de água

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disponível em um determinado período de tempo e à altura de sua queda. Quanto maiores são os volumes de sua queda, maior é seu potencial de aproveitamento na geração de eletricidade. A vazão de um rio depende de suas condições geológicas,

como largura, inclinação, tipo de solo, obstáculos e quedas. É determinada ainda pela quantidade de chuvas que o alimentam, o que faz com que sua capacidade de produção

de energia varie bastante ao longo do ano. O potencial hidráulico é proporcionado pela vazão hidráulica e pela concentração dos

desníveis existentes ao longo do curso de um rio. Isto pode se dar de uma forma natural, quando o desnível está concentrado numa cachoeira; através de uma barragem,

quando pequenos desníveis são concentrados na altura da barragem ou através de desvio do rio de seu leito natural, concentrando-se os pequenos desníveis nesses

desvios. Basicamente, uma usina hidrelétrica compõe-se das seguintes partes: barragem,

sistemas de captação e adução de água, casa de força e sistema de restituição de água ao leito natural do rio. Cada parte se constitui em um conjunto de obras e instalações

projetadas harmoniosamente para operar eficientemente em conjunto. 6. Como é produzida energia em hidrelétricas?

Para aproveitar o potencial hidrelétrico de um determinado rio, geralmente interrompe-se seu curso normal através de uma barragem que provoca a formação de um lago

artificial chamado reservatório. A água captada no lago formado pela barragem é conduzida até a casa de força através de canais, túneis e/ou condutos metálicos. Após passar pela turbina hidráulica, na casa

de força, a água é restituída ao leito natural do rio, através do canal de fuga. Dessa forma, a potência hidráulica é transformada em potência mecânica quando a água passa pela turbina, fazendo com que esta gire, e, no gerador, que também gira

acoplado mecanicamente à turbina, a potência mecânica é transformada em potência elétrica.

A energia assim gerada é levada através de cabos ou barras condutoras, dos terminais do gerador até o transformador elevador, onde tem sua tensão (voltagem) elevada para adequada condução, através de linhas de transmissão, até os centros de consumo. Daí,

através de transformadores abaixadores, a energia tem sua tensão levada a níveis adequados para utilização pelos consumidores.

7. Como é produzida energia em termelétricas? A termeletricidade, assim como a hidreletricidade, também é produzida por um gerador

e transportada até os locais de consumo por linhas de transmissão. O gerador é impulsionado pela queima de um combustível. Ao queimar, o combustível aquece uma

caldeira com água, produzindo vapor com uma pressão tão alta que move as pás de uma turbina, que por sua vez aciona o gerador.

Qualquer produto capaz de gerar calor pode ser usado como combustível, do bagaço de diversas plantas aos restos de madeira. Os combustíveis mais utilizados são: óleo

combustível, óleo diesel, gás natural, urânio enriquecido e o carvão mineral. 8. O que é energia nuclear?

A energia nuclear provém da fissão nuclear do urânio, do plutônio ou do tório ou da fusão nuclear do hidrogênio. Atualmente utiliza-se quase somente o urânio. O fator básico é que da fissão de um átomo de urânio são produzidos 10 milhões de vezes a

energia produzida pela combustão de um átomo de carbono do carvão ou do petróleo.

O Brasil possui a 6ª maior reserva mundial de urânio, assegurando uma excelente reserva e a garantia do suprimento de combustível.

9. Como é produzida energia em usinas nucleares?

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Apesar de sua complexidade tecnológica, o funcionamento de uma usina nuclear é fácil de compreender. Ela funciona com princípio semelhante ao de uma usina termelétrica: o calor gerado pela combustão do carvão, do óleo ou do gás vaporiza a água em uma

caldeira. Este vapor aciona uma turbina, à qual está acoplado um gerador, que produz a energia elétrica. Na usina nuclear, o calor é produzido pela fissão do urânio no núcleo

do reator. Para maiores informações visite o site da Eletronuclear: www.eletronuclear.gov.br.

10. O que é energia eólica? É a energia dos ventos, como decorrência do movimento das massas de ar. A energia

dos ventos é uma abundante fonte de energia renovável, limpa e disponível em todos os lugares. A utilização desta fonte energética para a geração de eletricidade, em escala

comercial, teve início há pouco mais de 30 anos e através de conhecimentos da indústria aeronáutica os equipamentos para geração eólica evoluíram rapidamente em

termos de idéias e conceitos preliminares para produtos de alta tecnologia. Existem, atualmente, mais de 30.000 turbinas eólicas de grande porte em operação no

mundo, com capacidade instalada da ordem de 13.500 MW. No Brasil, algumas medidas precisas de vento, realizadas recentemente em diversos

pontos do território nacional, indicam a existência de um imenso potencial eólico ainda não explorado. Considerando esse potencial, é possível produzir eletricidade a custos

competitivos com centrais termelétricas, nucleares e hidroelétricas. A capacidade instalada no Brasil é de 20,3 MW, com turbinas eólicas de médio e grande portes conectadas à rede elétrica. Além disso, existem dezenas de turbinas

eólicas de pequeno porte funcionando em locais isolados da rede convencional para aplicações diversas - bombeamento, carregamento de baterias, telecomunicações e

eletrificação rural. 11. O que é Sistema de Transmissão?

É um sistema de transporte envolvendo condutores e equipamentos e diferentes distâncias, formas e níveis de tensão. Devido às diferentes localizações geográficas das usinas geradoras e dos centros de carga, esse sistema faz a interligação entre as usinas e

os consumidores para que a energia elétrica produzida possa ser utilizada. 12. Qual o impacto ambiental causado pelas diversas usinas?

Todas as formas de geração de energia elétrica provocam interferências no meio ambiente sendo umas mais que outras.

As usinas hidrelétricas provocam vários impactos ambientais, como a inundação de áreas (destruindo a flora e a fauna), interferência no curso natural dos rios e nos seu ciclos (devido ao represamento e controle das águas) e deslocamento de populações.

As linhas de transmissão também produzem impactos ambientais, embora de dimensão bastante inferior aos das usinas de geração.

Até mesmo as energias solar e eólica causam impacto ambiental: a primeira exige um processo de mineração poluidor para extração do minério utilizado na fabricação da

célula fotovoltaica. A segunda causa ruídos elevados nas proximidades dos geradores eólicos e ambas, além de deslocar a fauna e flora locais, ocupam espaços que poderiam

dar lugar a outras atividades. 13. O que é Watt-hora?

Para cada forma de energia foi estabelecida uma medida. No caso da energia elétrica estabeleceu-se o Watt-hora (Wh). Para descrever seus múltiplos utiliza-se palavras

gregas: K (kilo)= mil =>KWh

M (mega)= milhão =>MWh

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G (giga)= bilhão =>GWh T (tera)= trilhão =>TWh

14. O que é o Horário de Verão? É uma medida implantada com o objetivo de reduzir o consumo de energia e diminuir a

demanda no horário de pico do consumo, através do melhor aproveitamento da luz solar. O Horário de Verão, permite uma economia de energia da ordem de 1% e na

demanda, no horário de pico, de 3,5 a 5%. No Horário de Verão, os relógios são adiantados em 1 hora. Com isso, passamos a ter

os dias mais longos e há um natural deslocamento de carga no horário de ponta, diminuindo o pico da demanda. Nas grande cidades, as pessoas começam a chegar em casa por volta de 18 horas, ou seja, no início da noite. Chegando em casa a pessoa liga

a luz elétrica interna. Nessa mesma hora, entra em operação a iluminação pública, placas de luminosos comerciais, e as indústrias continuam o trabalho. Com o horário de verão, as cargas de iluminação pública e das residências passam a entrar após 19 horas,

quando o consumo industrial começa a cair. Com isso há a redução na carga nesse horário.

Setor Elétrico Brasileiro Para que você compreenda melhor o panorama do Setor Elétrico Brasileiro e a importância do Combate ao Desperdício de Energia Elétrica, é importante que

fique claro de onde vem a nossa energia elétrica: Predominância da Geração Hidráulica

Por dispor da maior bacia hidrográfica do mundo, é natural e compreensível que o Brasil tenha feito historicamente sua opção por esta matriz energética. Hoje, as usinas hidroelétricas dão sustentação ao desenvolvimento nacional e ao parque industrial brasileiro, respondendo por quase todo total de energia

gerada no País. Você sabia que 90% da energia elétrica no Brasil são geradas em usinas

hidrelétricas? Isto devido às dimensões continentais do país com sua grande quantidade de

bacias hidrográficas, esta foi a maneira mais fácil e econômica. As usinas hidráulicas podem ser de dois tipos básicos: Usinas com

Reservatórios de Acumulação e Usinas a Fio d'Água. Como elas funcionam ?

As Usinas com Reservatórios de Acumulação geram a energia a partir da água acumulada em grandes reservatórios. Assim, o reservatório regula a vazão de

forma a equilibrar a geração em todas as usinas. Os grandes reservatórios permitem o acúmulo de água em quantidade suficiente para que a geração de energia elétrica esteja garantida, mesmo que chova em pouca quantidade em

um determinado ano. Estes reservatórios são chamados de plurianuais. As Usinas a Fio d'Água geram energia com o fluxo de água do rio, não

acumulando ou acumulando pouca água. Elas distribuem-se ao longo do rio. Sistema Interligado

As grandes usinas geradoras ficam localizadas em lugares distantes dos centros consumidores, como cidades e indústrias. Portanto, é necessária a interligação entre as usinas e os consumidores para que a energia elétrica possa ser usada. A esta interligação chamamos Sistema de Transmissão.

O que é ? É um Sistema Interligado que permite:

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• aos centros de consumo serem atendidos por diferentes usinas • a energia elétrica seja desviada e conduzida ao destino desejado.

Como funciona? No Brasil, o sistema de transmissão foi construído de tal forma que além desta

ligação existem também diversas usinas ligadas a outras, e vários centros consumidores ligados a diferentes usinas.

Este tipo de sistema oferece diversas vantagens, principalmente quando a geração de energia elétrica e efetuada por usinas hidrelétricas.

Pontos positivos e negativos da opção hidrelétrica: Os impactos da construção de represas são relativamente bem documentados

para muitas bacias hidrográficas. Estes impactos estão relacionados ao tamanho, volume, tempo de retenção do reservatório, localização geográfica e

localização no continuum do rio. Os principais impactos detectados são: - inundação de áreas agricultáveis;

- perda de vegetação e da fauna terrestres; - interferência na migração dos peixes;

- mudanças hidrológicas a jusante da represa; - alterações na fauna do rio;

- interferências no transporte de sedimentos; - aumento da distribuição geográfica de doenças de veiculação hídrica; - perdas de heranças históricas e culturais, alterações em atividades

econômicas e usos tradicionais da terra; - problemas de saúde pública, devido à deterioração ambiental;

- problemas geofísicos devido a acumulação de água foram detectados em alguns reservatórios;

- perda da biodiversidade, terrestre e aquática; - efeitos sociais por relocação;

Todas estas alterações podem resultar de efeitos diretos ou indiretos. Reservatórios em cascata como os construídos nos rios Tietê, Grande,

Paranapanema e São Francisco, produzem efeitos e impactos cumulativos, transformando inteiramente as condições biogeofísicas, econômicas e sociais

de todo o rio. Nem todos os efeitos da construção de reservatórios são negativos. Deve-se

considerar também muitos efeitos positivos como: - produção de energia: hidroeletricidade;

- retenção de água regionalmente; - aumento do potencial de água potável e de recursos hídricos reservados;

- criação de possibilidades de recreação e turismo; - aumento do potencial de irrigação;

- aumento e melhoria da navegação e transporte; - aumento da produção de peixes e na possibilidade de aquacultura;

- regulação do fluxo e inundações; - aumento das possibilidades de trabalho para a população local.

O Procel O Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel) visa

promover a racionalização do consumo de energia elétrica, combatendo o

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desperdício e reduzindo os custos e os investimentos setoriais, aumentando ainda a eficiência energética.

Criado pelo governo federal, em 1985, o programa é executado pela Eletrobrás e utiliza recursos da empresa, da Reserva Global de Reversão (RGR) e também

recursos de entidades internacionais. Em seus 20 anos de existência, o Procel já economizou 22 bilhões de kilowatt-hora, o que corresponde ao consumo do estado da Bahia, durante um ano, ou a cerca de 13 milhões de residências nesse mesmo período. O investimento

realizado nas duas décadas foi de aproximadamente R$ 855 milhões, proporcionando investimentos postergados no sistema elétrico brasileiro da

ordem de R$ 15 bilhões. O Selo Procel

O Selo Procel, Instituído em 1993, o Selo Procel de Economia de Energia indica ao consumidor, no ato da compra, os produtos que apresentam os melhores

níveis de eficiência energética dentro de cada categoria. O objetivo é estimular a fabricação e a comercialização de produtos mais eficientes, contribuindo para

o desenvolvimento tecnológico e a redução de impactos ambientais.

O SELO PROCEL é concedido anualmente aos equipamentos que apresentam os melhores índices de eficiência energética, normalmente caracterizados pela faixa A da Etiqueta Nacional de Conservação de Energia – ENCE, dentro das suas categorias. Destaca-se, entretanto, que, para algumas categorias de

produtos, outras características técnicas e qualitativas associadas ao equipamento serão também verificadas e consideradas para a concessão do

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SELO PROCEL. Os equipamentos que atualmente recebem o Selo são:

Refrigerador de uma porta compacto Refrigerador de uma porta Refrigerador combinado

Refrigerador combinado frost-free Freezer vertical

Freezer vertical frost-free Freezer horizontal

Ar-condicionado de janela Ar-condicionado do tipo Split

Máquina de lavar roupas Motor elétrico de indução trifásico padrão

Motor elétrico de indução trifásico de alto rendimento Coletor solar plano – aplicação banho Coletor solar plano – aplicação piscina

Reservatórios térmicos para coletores solares – Alta e baixa Pressão Reatores eletromagnéticos para lâmpadas a vapor de sódio

Reatores eletromagnéticos para lâmpadas fluorescentes tubulares Lâmpadas fluorescentes compactas Lâmpadas fluorescentes circulares

Já foram iniciados os trabalhos para estender a concessão do SELO PROCEL a mais equipamentos, tais como: painéis fotovoltaicos, bombas centrífugas, equipamento de

geração eólica, fornos de microondas, lâmpadas à vapor de sódio, televisores, aquecedor de acumulação elétrico (boiler), ventiladores de teto, bombas de calor e

outros.

Observação:

O Procel conta ainda com os seguintes subprogramas: Procel GEM (Gestão Energética Municipal), Sanear, Educação, Indústria, Edifica, Prédios Públicos e

Reluz. Dicas Úteis

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Conheça os principais gestos que pode ter no seu dia-a-dia para usar

eficientemente a energia Elétrica. Quanto maior o desperdício de energia, maior é o preço que você e o meio

ambiente pagam por ela. Ao usar a energia elétrica de maneira correta, você economiza na conta de luz e ainda ajuda o País a preservar suas reservas

ecológicas e, conseqüentemente, a vida do planeta. Combater o desperdício de energia elétrica não significa abrir mão do conforto. Pode-se aproveitar todos os benefícios que a energia oferece na medida certa,

sem desperdiçar. Quando o consumidor utiliza racionalmente a energia, ele está preservando os

recursos naturais do País e, ao mesmo tempo, evitando problemas de abastecimento. Atitudes simples, mas inteligentes, que se utilizadas vão

resultar, para o consumidor, numa redução significativa da conta de energia. Existem 3 maneiras de usar a energia eficientemente:

• Hábitos Inteligentes – use os equipamentos elétricos de maneira correta, como está indicado abaixo.

• Equipamentos Eficientes – na hora de comprar, verifique se o equipamento tem o selo de eficiência INMETRO/PROCEL. É este selo

que certifica que o aparelho consome menos energia. • Projetos Inteligentes – ao reformar ou projetar sua casa, utilize

algumas soluções criativas que podem ajudar na redução do seu consumo de energia. Projete os ambientes utilizando o máximo de luz natural, paredes pintadas com cores claras e com melhor isolamento

térmico, ventilação adequada, circuitos elétricos bem dimensionados e a forma de aquecimento de água mais adequada à sua necessidade.

Como economizar energia elétrica Cada aparelho elétrico contribui com uma parte do valor da sua conta de luz.

Veja agora quanto cada equipamento consome de energia e quais os pequenos cuidados que você pode ter para combater o desperdício de energia e

economizar. - Sempre que puder, evite usar aparelhos elétricos no horário de ponta do

sistema elétrico, das 17 às 22 horas. - Desligue os equipamentos eletrônicos no botão, ao invés de desligar apenas no

comando., pois os aparelhos em modo stand-by continuam a gastar energia. Equipamentos:

Lâmpadas

A iluminação representa de 15% a 25% do valor da sua conta. Veja como é

simples economizar: • Evite acender qualquer lâmpada durante o dia, acostumando-se a usar

mais a iluminação natural. Abra janelas, cortinas, persianas e deixe a luz do dia iluminar sua casa.

• Apague sempre as lâmpadas dos ambientes desocupados.

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• Limpe sempre as lâmpadas, luminárias e lustres. • Cada ambiente deve ter um tipo de iluminação adequada. Tanto a falta

como o excesso de iluminação prejudicam a visão. • Nos banheiros, cozinha, lavanderia e garagem, instale, se possível,

lâmpadas fluorescentes. Elas iluminam melhor, duram mais e gastam menos energia.

• Na hora de comprar novas lâmpadas dê preferência a lâmpadas fluorescentes compactas ou circulares para cozinha, área de serviço,

garagem e qualquer outro local que fique com as luzes acesas mais de 4 horas por dia. Esse tipo de lâmpada, além de consumir até 8 vezes

menos energia, duram 10 vezes mais. • Sempre que possível utilize lâmpadas fluorescentes, que duram mais e

gastam menos energia. • Utilize somente lâmpadas de 127 ou 220 Volts, compatíveis com a

tensão da rede da Concessionária. • Pinte paredes e tetos com cores claras, que refletem melhor a luz,

diminuindo a necessidade de iluminação artificial de maior potência. • Utilizar iluminação dirigida para leitura e trabalhos manuais.

• Apague as lâmpadas que não estiver utilizando, salvo aquelas que contribuem para sua segurança.

• Evite ter as luzes ligadas, quando não for necessário. Ferro elétrico

• O ferro elétrico deve ser ligado quando houver uma grande quantidade

de roupa para passar. • Evite ligar o ferro elétrico nos horários em que muitos outros aparelhos

estejam ligados. Ele sobrecarrega a rede de energia elétrica. • Não deixe o ferro elétrico ligado sem necessidade. Sempre que você

precisar interromper o serviço, não se esqueça de desligar o ferro. Assim você poupa energia e ainda evita o risco de acidentes.

• Siga as instruções de temperatura para cada tipo de tecido. • Regule a temperatura, no caso dos ferros automáticos. As roupas mais

delicadas devem ser passadas primeiro. No final, depois de desligar, o calor do ferro pode ser aproveitado para passar algumas roupas leves.

Ar condicionado

O ar-condicionado representa de 30% a 35% do valor da sua conta de luz.

Para economizar, tome estes cuidados: • Procure os modelos que tenham o Selo Procel de Economia de Energia.

Eles fazem uma boa diferença na conta de energia, principalmente no verão, quando o ar condicionado chega a representar um terço do

consumo de energia da casa. • Dimensione adequadamente o aparelho para o tamanho do ambiente.

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• Regule adequadamente o termostato, mantendo a temperatura desejada no ambiente.

• Desligue o aparelho quando o ambiente ficar desocupado. • Mantenha janelas e portas fechadas quando o aparelho estiver

funcionando. • Evite o calor do sol no ambiente, fechando cortinas e persianas. Não

tape a saída de ar do aparelho. • Mantenha limpos os filtros do aparelho, para não prejudicar a circulação

do ar. • Ao usá-lo, mantenha portas e janelas fechadas para evitar a troca de

calor. • Limpe os filtros periodicamente.

• Quando instalar o aparelho exposto aos raios solares, instale uma proteção, sem bloquear as grades de ventilação.

• Desligue-o sempre que se ausentar por muito tempo do local onde está instalado.

• Procure calafetar as portas e janelas, e isolar paredes, tetos e pavimento da sua casa. Ao fazê-lo, está a economizar energia e a reduzir o investimento em

sistemas de climatização. Aparelho de som

• Ouça sua música mas, se deixar o local, desligue o aparelho.

Máquina de lavar roupa e secadora

A máquina de lavar roupa representa de 12% a 15% do valor da sua conta de

luz. Para economizar, tome estes cuidados: • Economize água e energia lavando, de um só vez, a quantidade máxima

de roupa indicada pelo fabricante. • Use a dose certa de sabão especificada no manual para evitar repetir

operações de enxágüe. • Mantenha o filtro sempre limpo.

• Utilize a máquina de lavar roupa e a secadora com suas capacidades máximas, conforme indicado pelo fabricante, evitando o desperdício de

energia elétrica Chuveiro elétrico

O chuveiro elétrico representa de 10% a 15% do valor da sua conta. Preste

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atenção nestas dicas de economia: • Este é um dos aparelhos que mais consome energia. O ideal é evitar o

seu uso no horário de ponta, entre 17 e 22 horas. • Deixe a chave na posição menos quente (verão) , pois assim você

economiza cerca de 30% de energia. • Feche a torneira para se ensaboar.

• Não tente aproveitar uma resistência queimada, pois isso acarretará aumento do consumo e é perigoso.

• Limite seu tempo debaixo da água quente. Televisão

O televisor representa de 10% a 15% do valor da sua conta de luz. Siga estas

dicas e economize mais: • Não deixe o aparelho ligado se ninguém estiver assistindo.

• Se a televisão tiver programação, use o timer quando quiser dormir com ela ligada.

Geladeira/ Freezer

A geladeira contribui com 25% a 30% do valor da sua conta de luz. Para

economizar, siga estas dicas: • Nunca coloque alimentos quentes ou recipientes com líquidos

destampados na geladeira. Com isso, você não exigirá um esforço maior do motor.

• Não bloqueie a circulação interna de ar frio com prateleiras de vidro, de plástico ou de outros materiais.

• O consumidor dever observar quanto for comprar geladeira ou freezer se o produto tem o Selo Procel de Economia de Energia.

• A instalação do aparelho deve ser feita em local bem ventilado, evitando a proximidade do fogão e de aquecedores ou áreas expostas ao sol. Esses eletrodomésticos devem ter um espaço mínimo de 20 cm dos

lados, acima e no fundo, no caso de instalação entre armários e paredes.

• Ao escolher um novo aparelho, leve em conta também as instruções da etiqueta laranja que indica o consumo médio mensal.

• Não utilize a parte traseira do refrigerador para secar panos e roupas. • Regule o termostato adequadamente em estações frias do ano.

Consulte o manual do fabricante. • Faça degelo sempre que a camada de gelo atingir a espessura de,

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aproximadamente, 1cm. • A borracha de vedação da porta deve estar sempre em bom estado,

evitando fuga de ar frio. • Os alimentos, quando quentes, não devem ser guardados no

refrigerador ou no freezer, nem use recipientes sem tampa. • O seu aparelho deve ser protegido dos raios solares e mantido o mais

afastado possível do calor do fogão. • As portas da geladeira ou do freezer não devem ficar abertas por tempo

prolongado. O usuário deve arrumar os alimentos de forma a perder menos tempo para encontrá-los.

• Retire de uma vez só todos os alimentos de que necessite. • As prateleiras não devem ser forradas com plásticos ou vidros , pois isto

dificulta a circulação interna do ar. • Não deixe a porta aberta além do necessário.

• Não desligue sua geladeira ou freezer à noite para ligá-los na manhã seguinte.

• Conserve limpas as serpentinas. • Quando se ausentar de casa por tempo prolongado, esvazie a geladeira

e/ou freezer e desligue-os da tomada. PARA PENSAR:

Cerca de 40% da energia dos sistemas de arrefecimento é desperdiçada ao escapar por zonas que podem ser facilmente isoladas.

O Horário de Verão

O Ministério de Minas e Energia estabeleceu a zero hora do dia 14 de

outubro para o início do Horário de Verão 2007/2008. A medida para reduzir o consumo no horário de pico vai até 16 de fevereiro nos estados das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. A previsão do Operador Nacional do Sistema é que haja uma redução de 4% a 5% na demanda no horário de pico, o que

representa 2 mil MW. Nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, a previsão é de redução na demanda da

ordem de 1.745 MW, o que equivale ao dobro da carga de consumo de pico de Brasília. Já na região Sul, a redução deverá ser da ordem de 522 MW,

equivalente ao triplo da carga de pico da cidade de Florianópolis. O objetivo da medida é a redução da demanda máxima durante o horário de pico

de carga do sistema elétrico brasileiro. Segundo o MME, no âmbito regional, nas áreas compostas pelo Distrito

Federal, Goiás, Rio de Janeiro, Espírito Santo, São Paulo e Paraná, prevê-se uma redução de carregamento nas instalações de transmissão e melhoria no

controle de tensão em condições normais e em situações de emergência.

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Já nas áreas Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina, além dos ganhos na segurança operacional, esperam-se benefícios econômicos expressivos com a redução de geração térmica.

Nesta edição, a medida abrange Distrito Federal, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Esses são as mesmas áreas das

últimas duas edições. Glossário

A Aerogerador - Sistema de produção de energia elétrica com pás, que tem

como fonte, a força do vento. Alterações climáticas - Alterações de clima não cíclicas, associadas ao aumento da presença de gases com efeito de estufa (GEE) na atmosfera em resultado

de atividades humanas, entre as quais a queima de combustíveis fósseis. Aquecimento global - Termo utilizado para descrever o aumento da

temperatura média da atmosfera da Terra e dos oceanos, que tem sido observada nas últimas décadas.

Atmosfera - Camada de gases (ar) que envolve a Terra, composta por: 78% de nitrogênio, 21% de oxigênio e 1% de vapor de água e outros gases.

B Balastro eletrônico - Dispositivo que pode ser colocado nas lâmpadas e que

permite melhorar o rendimento luminoso destas em cerca de 30%. Barril de petróleo - Unidade de medida de volume para o petróleo. Equivale a

159 litros. Bicombustível - Combustível que deriva da biomassa. É uma fonte de energia renovável. Desperdícios vindo da atividade industrial, agricultura e floresta e resíduos domésticos, podem ser utilizados para produzir este tipo de energia.

Biogás - Gás combustível produzido a partir de biomassa e/ ou da fração biodegradável de resíduos, que pode ser purificado até à qualidade do gás

natural, para utilização como bicombustível. Biomassa - A biomassa é a matéria orgânica, de origem animal ou vegetal,

utilizada como fonte de energia em base renovável. Trata-se de um bicombustível com origem nos produtos e resíduos da agricultura da floresta,

entre outros. Bomba de calor geotérmica - Bomba de calor que usa a terra como uma fonte de calor ou como dissipador de calor, dependendo da finalidade pretendida:

aquecer ou refrigerar. C

Camada de ozônio - Camada atmosférica que se situa entre os 20 e os 50 km acima da superfície terrestre e que atua como um filtro, protegendo os

organismos vivos dos raios solares ultravioletas. Climatização - Sistema utilizado para aquecer ou arrefecer o ambiente.

Coletores solares térmicos - Dispositivos que utilizam energia proveniente dos raios solares para aquecer água.

Combustão - Trata-se de uma reação química exotérmica entre uma substância (o combustível) e um gás (o comburente), usualmente oxigênio,

que produz e liberta calor.

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Combustíveis fósseis - Combustíveis formados no subsolo a partir de restos microscópicos de animais e plantas que demoraram milhões de anos até se transformarem em combustíveis. O petróleo, o gás natural e o carvão são

exemplos de combustíveis fósseis. Combustível - É qualquer substância que reage com o oxigênio, com produção

de calor e libertação de energia. D

Desenvolvimento sustentável - Modelo de desenvolvimento que, segundo a ONU, permite satisfazer as necessidades do presente sem comprometer a

capacidade das futuras gerações satisfazerem as suas próprias necessidades. Desperdício de energia - Sucede quando a energia não é utilizada na sua

totalidade. Pode existir desperdício de energia ao longo de todo o processo de transformação da energia, como também na sua utilização.

Dióxido de carbono (CO2) - Também chamado gás carbônico, é um dos responsáveis pelo aumento do efeito de estufa associado à combustão de

energias fósseis. Este é o gás de maior importância para o cumprimento do Protocolo de Quioto, uma vez que representa 55% dos gases com efeito de

estufa na atmosfera. E

Efeito de estufa - Efeito natural da Terra, e que pressupõe o aquecimento da atmosfera devido à acumulação de gases que retêm o calor do Sol, tal como numa estufa. Este efeito mantêm a superfície da Terra com uma temperatura

média de 15º C. Eficiência energética - Relação entre a energia consumida ou recebida e a

energia produzida. Energia eólica - Energia renovável com origem no deslocamento de massas de

ar. Energia hídrica - Energia renovável resultante do aproveitamento dos cursos de

água nos rios para produzir eletricidade. Energia primária- Energia na sua forma natural (carvão, petróleo, urânio, sol,

vento, etc), antes de ser convertida para formas de uso final. Energia renovável - É aquela que é obtida a partir de fontes capazes de se regenerarem, e portanto virtualmente inesgotáveis, como por exemplo: sol,

vento, ondas, marés, biomassa e calor da Terra. Energia solar fotovoltaica - Energia obtida através de dispositivos que

convertem a energia solar diretamente em eletricidade. Energia solar térmica - Energia Solar na forma de calor.

Etiqueta energética - Rótulo, que se encontra colocado na parte exterior dos eletrodomésticos, de modo a ficar visível ao consumidor. A etiqueta energética

é obrigatória em alguns eletrodomésticos e permite comparar fácil e rapidamente a eficiência energética e o consumo dos mesmos.

F Fotovoltaico - Efeito da conversão direta da luz em energia elétrica.

G Gases com Efeito Estufa (GEE) - São os principais responsáveis pelo chamado

efeito estufa. Entre os vários gases que constituem os GEE, podemos encontrar o dióxido de carbono (CO2), o oxido nitroso (N2O), ou o metano

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(CH4). I

Intensidade energética - É um indicador de eficiência energética que traduz a incidência do consumo de energia final sobre o PIB (Produto Interno Bruto).

Quanto menor for a intensidade energética, maior é a eficiência energética de uma economia/produto.

Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC) - Fonte de informação científica e técnica com maior autoridade na temática das alterações climáticas.

O Ozônio - Tipo especial de oxigênio cujas moléculas consistem em três átomos em vez de dois. É altamente tóxico e, mesmo em concentrações baixas, ataca

os olhos, a garganta e as vias respiratórias. Além disso, danifica árvores e plantas. A sua presença no ar ao nível do solo constitui um risco para a saúde,

no entanto na atmosfera funciona como filtro de proteção dos raios ultravioleta.

P Painéis solares fotovoltaicos - Dispositivos que utilizam o efeito fotovoltaico para converter a radiação solar em energia elétrica. As células solares são o

elemento de base dos módulos solares, que, associados, constituem os painéis fotovoltaicos.

Petróleo - Combustível líquido natural constituído essencialmente por hidrocarbonetos, e que pode ser encontrado em reservatórios em profundidade

(ou no interior da crosta terrestre). Protocolo de Quioto - Protocolo internacional que estabelece compromissos

para a redução da emissão de gases com efeito de estufa, considerados como a causa do aquecimento global. O Protocolo de Quioto prevê metas de redução

de emissões de GEE para os países desenvolvidos, de 5% até 2012, em relação a 1990.

R Recursos não renováveis - Recursos energéticos esgotáveis cuja formação demorou muitos milhões de anos. Estes recursos, uma vez utilizados, não podem ser renovados à escala da vida humana. Exemplo: os combustíveis

fósseis, que atualmente são responsáveis pela maior parte da energia consumida pelo Homem.

Recursos renováveis - Recursos que se reciclam rapidamente ou têm o poder de se propagar ou ser propagados. Podem ser utilizados de forma permanente sem se esgotarem (o sol, o vento, a água), se a taxa de utilização não superar

a de renovação (a floresta, o calor da Terra). S

Stand-by - Quando um aparelho está em repouso (pronto a trabalhar) e continua a consumir energia eléctrica.

T Tep - Unidade energética que significa tonelada equivalente petróleo. Equivale

a 42 GJ ou 11,6 MWh. Termostato - Aparelho usado para regular a temperatura numa divisão, sendo geralmente associado a equipamentos de climatização, mas também presente

em:

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- ferros de engomar - torradeiras

- fornos/ fogões elétrico - etc...

Turbinas eólicas - Dispositivos utilizados para converter a energia cinética do vento em energia mecânica, geralmente utilizando um eixo rotativo que está

ligado a um gerador elétrico. É um dos componente dos aerogeradores. U

URE - Sigla para utilização racional de energia. ATUAL CON-GESTÃO (uma confusão dos diabos, uma falta de

integração total, uma barafunda horrível) – tem de entrar nessa com tudo mesmo. Atualmente as boas iniciativas não estão conectadas e os congressos e convenções que são

realizados são para exibição das “sabedorias”.

Enquadramento De acordo com a legislação actual, cada consumidor de energia

eléctrica, com um contrato de baixa tensão, poderá ser produtor de energia eléctrica. Este sistema de produção foi designado por

microprodução, uma vez que as potências a instalar são relativamente pequenas.

Todo este processo é regulamentado pelo decreto-lei 363/2007. No quadro abaixo apresentamos um quadro resumo deste decreto-lei:

De uma análise ao decreto-lei, podemos retirar algumas conclusões:

• O sistema só é rentável se optarmos pelo regime bonificado, ou seja, teremos de instalar um sistema que não pode ultrapassar os

3,68 kW; • A melhor tecnologia a utilizar é a Solar Fotovoltaica, uma vez que esta tecnologia recebe a tarifa máxima, ou seja, 0,65 €/kWh, em

2008; • A energia produzida será toda vendida à rede,

• Este sistema terá de ter no mínimo 2 m2 de colectores solares térmicos, para se enquadrar no regime bonificado (no caso do

sistema vir a ser instalado num condomínio estes 2 m2 de colectores solares são dispensados, tendo neste caso que, realizar-

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se uma auditoria energética e implementar as medidas identificadas nesta auditoria);

• Realizando uma análise às produções de energia, e apontando para o pior cenário da descida da tarifa, temos retornos de

investimento, de aproximadamente 6 anos;

No gráfico abaixo representado, a evolução dos ganhos deste sistema:

Esta análise foi realizada, recorrendo ao nosso sistema MICROFORCE

3.68, e atendendo a decréscimos do valor da tarifa, como apresentado no Guia para Certificação de uma Unidade de

Microprodução. Fluxo do Processo

Todo este processo começa com um registo no Portal,

www.renovaveisnahora.pt, onde teremos de introduzir as características do sistema a instalar. De seguida o sistema analisa a

instalação e emite um SMS com a viabilidade da instalação de microprodução, dando ao microprodutor, 7 dias para confirmar no portal que aceita. De seguida o sistema emite um novo SMS com a referência Multibanco, para pagamento da respectiva taxa (280€),

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tendo o microprodutor 5 dias para realizar o pagamento. A partir de aqui, o microprodutor tem 120 dias para realizar a instalação e pedir o certificado de exploração. Após este pedido, e dentro dos 20 dias imediatamente seguintes, será realizada uma vistoria à instalação com data e hora comunicada ao microprodutor via SMS. Caso o

certificado de exploração seja emitido, o SRM (Sistema de Registo de Microprodução) informa o comercializador (EDP), e remete no

prazo de 5 dias úteis o contracto de compra e venda da electricidade. O microprodutor, depois de celebrar este contrato com

o comercializador, devera realizar novo registo no SRM, e é nessa altura que o SRM informa o comercializador, que proceda á ligação

do sistema de microprodução, sendo o operador de distribuição obrigado a comunicar ao SRM, da data do inicio de produção da

unidade de microprodução.

GESTÃO ESTRATÉGICA DE ENERGIA ELÉTRICA Enfoque pela Agregação de Valor

• Evitar a ociosidade de carregamento tanto de subestações

como de circuitos de distribuição, buscando atingir a capacidade planejada.

• Permitir elevar o faturamento, sustentar elevada confiabilidade e principalmente protelar investimentos de capital em novos

circuitos de distribuição, sub-transmissão e subestações. Enfoque Analítico

Planejamento Integrado de Recursos Energéticos

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O Processo Decisional

Terça-feira, 07 de abril de 2009 às 15h08 Segway e GM criam mini-carro inteligente

Sábado, 25 de abril de 2009

Nesta terça-feira, 7, executivos da General Motors e da Segway anunciaram aquilo que

pode ser a solução para os problemas mundiais de transporte urbano: um veículo elétrico com duas rodas, parecido com uma moto scooter.

Batizado de PUMA - Personal Urban Mobility and Accessibility, ou mobilidade e acessibilidade pessoal urbana, o automóvel tem como objetivo melhorar o fluxo do

trânsito, além de ser uma alternativa rápida, barata e limpa em comparação aos carros tradicionais utilizados atualmente no mundo.

"Estamos animados em poder fazer mais com menos", disse Jim Norrod, executivo-chefe da Segway, fabricante do produto. "Teremos menos emissões de carbono e menos

dependência do petróleo estrangeiro", complementa.

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O primeiro protótipo será movimentado por uma bateria de lítio que funcionará em

conjunto com um sistema de gestão de energia. O veículo deverá ter dois acentos, um sistema de orientação com GPS para o condutor evitar atrasos no trânsito e poderá

alcançar a velocidade máxima de até 55 km/h.

O PUMA deve ser lançado em 2011 e o preço de venda poderá variar entre um terço a um quarto do valor de um carro popular. "Os próximos dois meses serão focados na

reinvenção da General Motors", disse Larry Burns, vice-presidente executivo da empresa.

AÇÕES DE GESTÃO DE ENERGIA

1. Gestão do consumo (Load Management) 2. Estocagem (Thermal Storage)

3. Conservação de energia (Strategic Conservation) 4. Uso racional da eletrotermia (Electrification)

5. Co-geração (Customer Generation) 6. Alternativas de comercialização (Alternative Marketing

Strategies) 7. Novas tecnologias e/ou de usos econômicos (New End-Uses

and the Best Available Technologies)

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Capítulo 5 O DESPERDÍCIO E A PERDA DO ECOPATRIMÔNIO (nós agimos como

novos ricos, gastando nosso biocapital à vontade) PROJETO DE LEI DE ACESSO AO PATRIMÔNIO GENÉTICO

Regulamenta o inciso II do § 1o e o § 4o do art. 225 da Constituição, os arts. 1o, 8o, alínea "j", 10, alínea "c", e 15 da Convenção sobre Diversidade Biológica, dispõe sobre o Acesso ao Patrimônio Genético e ao Conhecimento Tradicional Associado, sobre a

repartição de benefícios derivados de sua utilização, e dá outras providências. O CONGRESSO NACIONAL decreta:

CAPÍTULO I DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1o Esta Lei dispõe sobre os direitos e as obrigações relativos ao acesso a componente do Patrimônio Genético existente no território nacional, na plataforma continental, no mar territorial ou na zona econômica exclusiva, ao Conhecimento Tradicional a ele associado e relevante à conservação da diversidade biológica, à

utilização sustentável sobre a repartição justa e eqüitativa dos benefícios derivados de sua exploração.

Parágrafo único. O acesso a componente do Patrimônio Genético para fins de pesquisa científica e desenvolvimento tecnológico, bioprospecção ou conservação, visando sua aplicação industrial ou de outra natureza, far-se-á na forma desta Lei, sem prejuízo dos

direitos de propriedade material ou imaterial que incidam sobre o componente do Patrimônio Genético acessado ou sobre o local de sua ocorrência.

Art. 2o Pertence à União o Patrimônio Genético existente no território nacional, na plataforma continental, no mar territorial, ou na zona econômica exclusiva.

Art. 3o O Poder Público zelará pela preservação da diversidade e pela integridade do Patrimônio Genético do País e promoverá medidas para a utilização sustentável de seus componentes e a fiscalização das entidades dedicadas à pesquisa e ao desenvolvimento

e à manipulação de material genético.

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Art. 4o Esta Lei não se aplica ao todo ou parte de seres humanos, inclusive seus componentes genéticos.

Art. 5o É preservado o intercâmbio de componentes do Patrimônio Genético e do Conhecimento Tradicional Associado praticado entre Comunidades Indígenas e Comunidades Locais entre si, para seu próprio benefício e baseado em prática

costumeira. Art. 6o É vedado o acesso ao Patrimônio Genético para práticas nocivas ao meio

ambiente e à saúde humana e para o desenvolvimento de armas biológicas. CAPÍTULO II

DAS DEFINIÇÕES Art. 7o Além dos conceitos e das definições constantes da Convenção sobre Diversidade

Biológica, considera-se para os fins desta Lei: I - Patrimônio Genético: informação de origem genética, contida no todo ou em parte de espécime vegetal, microbiano ou animal, em substâncias provenientes do metabolismo destes seres vivos e de extratos obtidos destes organismos vivos ou mortos, encontrados

em condições in situ ou mantidos em coleções ex situ, desde que coletados em condições in situ, no território nacional, na plataforma continental, no mar territorial ou

na zona econômica exclusiva; II - Conhecimento Tradicional Associado: informação ou prática individual ou coletiva de Comunidade Indígena ou Comunidade Local, com valor real ou potencial, associada

ao Patrimônio Genético; III - Comunidade Local: grupo humano distinto por suas condições culturais, que se

organiza, tradicionalmente, no mesmo local, por gerações sucessivas e costumes próprios, e que conserva suas instituições sociais e econômicas;

IV - Acesso ao Patrimônio Genético: obtenção de amostra de componente do Patrimônio Genético para fins científicos, de pesquisa, de desenvolvimento tecnológico, bioprospecção ou conservação, visando a sua aplicação industrial ou de outra natureza;

V - Acesso ao Conhecimento Tradicional Associado: obtenção de informação sobre conhecimento ou prática individual ou coletiva associada ao Patrimônio Genético, de Comunidade Indígena ou Comunidade Local, para fins científicos, de pesquisa e de desenvolvimento tecnológico, visando sua aplicação industrial ou de outra natureza;

VI - Bioprospecção: atividade exploratória que visa identificar componentes do Patrimônio Genético e informação sobre o Conhecimento Tradicional Associado, com

potencial de uso sócio-econômico. VII - Espécie Ameaçada de Extinção: espécie com alto risco de desaparecimento na

natureza em futuro próximo. CAPÍTULO III

DAS ATRIBUIÇÕES INSTITUCIONAIS Art. 8o O órgão do Poder Executivo incumbido de promover a implementação desta Lei

e dos atos internacionais relativos ao Patrimônio Genético contará, para seu funcionamento, com um conselho deliberativo e um comitê técnico de assessoramento e

terá, dentre outras, as seguintes competências: I - conceder autorização de acesso a amostra de componente do Patrimônio Genético

existente em condições in situ, no território nacional, na plataforma continental, no mar territorial ou na zona econômica exclusiva, e ao Conhecimento Tradicional Associado; II - fiscalizar as atividades de acesso a amostra de componente do Patrimônio Genético

e ao Conhecimento Tradicional Associado; III - conceder autorização para remessa de amostra de componente do Patrimônio

Genético e do Conhecimento Tradicional Associado para instituição nacional, pública ou privada, ou para instituição sediada no exterior;

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IV - fiscalizar qualquer remessa de amostra de componente do Patrimônio Genético e do Conhecimento Tradicional Associado;

V - divulgar listas de espécies de intercâmbio facilitado constantes de acordos internacionais, inclusive sobre segurança alimentar, dos quais o País seja signatário, de

acordo com o parágrafo único do art. 10 desta Lei; VI - criar e manter base de dados para registro de informações obtidas a campo durante

a coleta de amostra de componente do Patrimônio Genético; VII - criar e manter base de dados para registro de informações sobre o Conhecimento

Tradicional Associado; VIII - criar, manter e divulgar base de dados para registro de informações sobre todas as autorizações de acesso e remessa de amostra de componente do Patrimônio Genético e

do Conhecimento Tradicional Associado; § 1o Compete, ainda, ao órgão do Poder Executivo de que trata este artigo, ouvido o

conselho deliberativo e de acordo com o regulamento desta Lei: I - conceder a instituição pública ou privada nacional, que exerça atividade de pesquisa e desenvolvimento nas áreas biológicas e afins, e a universidade nacional, pública ou

privada, autorização especial de acesso, com prazo de duração de até dois anos, renovável por iguais períodos;

II - credenciar instituição pública nacional de pesquisa e desenvolvimento, delegando-lhe, mediante convênio, competência para autorizar a remessa de amostra de

componente do Patrimônio Genético para instituição nacional, pública ou privada, ou para instituição sediada no exterior, respeitadas as exigências do art. 10 desta Lei;

III - delegar, na hipótese prevista no inciso anterior, a instituição pública nacional de pesquisa e desenvolvimento de que trata o mesmo inciso, competência para, quando for

o caso, firmar, em nome do órgão de que trata o caput deste artigo, o Contrato de Utilização de Patrimônio Genético e de Repartição de Benefícios de que trata o art. 16

desta Lei; IV - credenciar instituição pública e privada nacional para, mediante convênio, ser fiel

depositária de amostra representativa de componente do Patrimônio Genético a ser remetida para instituição nacional, pública ou privada, ou sediada no exterior.

§ 2o As competências, as atribuições e a composição do conselho deliberativo e do comitê técnico de assessoramento serão definidas em regulamento.

CAPÍTULO IV DO ACESSO A AMOSTRA DE COMPONENTE DO PATRIMÔNIO GENÉTICO E AO CONHECIMENTO TRADICIONAL ASSOCIADO

Art. 9o O acesso a componente do Patrimônio Genético existente em condições in situ, no território nacional, na plataforma continental, no mar territorial ou na zona

econômica exclusiva e ao Conhecimento Tradicional Associado far-se-á mediante a coleta de amostra e de informação, respectivamente, e somente será autorizado a

instituição nacional, pública ou privada, que exerça atividades de pesquisa e desenvolvimento nas áreas biológicas e afins.

§ 1o A Autorização de Acesso fica condicionada ao recolhimento de emolumentos, à assinatura de Termo de Responsabilidade e ao cumprimento das demais exigências, na

forma do regulamento. § 2o A participação de pessoa jurídica sediada no exterior na coleta de amostra de

componente do Patrimônio Genético in situ e no acesso ao Conhecimento Tradicional Associado somente será autorizada quando feita em conjunto com instituição pública

nacional, sendo a coordenação das atividades obrigatoriamente realizada por esta última e desde que todas as instituições envolvidas exerçam atividades de pesquisa e

desenvolvimento nas áreas biológicas e afins.

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§ 3o A autorização para acesso a amostra de componente do Patrimônio Genético de espécie ameaçada de extinção dependerá da anuência prévia do órgão competente,

conforme dispuser o regulamento desta Lei. § 4o A autorização para o ingresso em terras indígenas, para acesso à amostra de componente do Patrimônio Genético e ao Conhecimento Tradicional Associado, dependerá da anuência prévia do órgão indigenista oficial, ouvida a Comunidade

Indígena envolvida. § 5o A autorização para o ingresso em áreas protegidas, para acesso à amostra de componente do Patrimônio Genético e ao Conhecimento Tradicional Associado,

dependerá da anuência prévia do órgão competente, conforme dispuser o regulamento desta Lei.

§ 6o A autorização para o ingresso em área de propriedade privada, para acesso à amostra de componente do Patrimônio Genético, dependerá da prévia anuência do

proprietário, responsabilizando-se o titular da autorização a ressarci-lo por eventuais danos ou prejuízos causados, desde que devidamente comprovados.

§ 7o A autorização para o ingresso nas áreas indispensáveis à segurança nacional, para acesso à amostra de componente do Patrimônio Genético e ao Conhecimento

Tradicional Associado, ficará sujeita à audiência prévia do Conselho de Defesa Nacional;

Art. 10. A remessa de amostra de componente do Patrimônio Genético para instituição destinatária pública ou privada, nacional ou sediada no exterior, será efetivada mediante

a informação do uso pretendido e a prévia assinatura de Termo de Transferência de Material ou Contrato de Utilização do Patrimônio Genético e Repartição de Benefícios,

observado o cumprimento cumulativo das seguintes condições: I - depósito de amostra representativa em banco depositário sediado em instituição

credenciada, de acordo com o inciso IV do § 1o do art. 8o desta Lei; II - fornecimento de informação obtida a campo, durante a coleta, para registro em base

de dados mencionada no inciso VI do art. 8o desta Lei. III - fornecimento de informação sobre o Conhecimento Tradicional Associado, se

houver, para registro em base de dados mencionada no inciso VII do art. 8o desta Lei. Parágrafo único. A remessa de amostra de componente do Patrimônio Genético de

espécies consideradas de intercâmbio facilitado em acordos internacionais, inclusive sobre segurança alimentar, dos quais o País seja signatário, deverá ser efetuada em conformidade com as condições definidas nesses acordos, mantidas as exigências

constantes nos incisos I, II e III deste artigo. CAPÍTULO V

DA REPARTIÇÃO DE BENEFÍCIOS Art. 11. Os benefícios resultantes da exploração econômica de produto ou processo

desenvolvido a partir de amostra de componente do Patrimônio Genético, obtidos por instituição nacional ou sediada no exterior, serão repartidos de forma justa e eqüitativa

com a União, em percentual a ser definido em regulamento. § 1o Quando os benefícios de que trata o caput deste artigo decorrerem de exploração

econômica do Patrimônio Genético acessado em terras indígenas, a respectiva Comunidade Indígena fará jus a percentual de sua repartição, conforme dispuser o

regulamento. § 2o

§ 3

Quando os benefícios de que trata o caput deste artigo decorrerem da utilização de informação sobre o Conhecimento Tradicional Associado, obtida de Comunidade

Indígena ou Comunidade Local, estas farão jus a percentual de sua repartição, conforme dispuser o regulamento.

o No caso de a amostra do componente do Patrimônio Genético haver sido acessada

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em área de propriedade de Estado, de Município ou de particular, fica garantido ao proprietário da área percentual dos benefícios mencionados no caput deste artigo, a

título de incentivo para preservação do Patrimônio Genético, na forma do regulamento. Art. 12. Os benefícios decorrentes da exploração econômica do Patrimônio Genético

acessado por instituição nacional ou instituição sediada no exterior, a serem repartidos com a União, de forma justa e eqüitativa, poderão constituir-se, dentre outros, de:

I - divisão de lucros e de "royalties" resultantes da exploração econômica de processos e produtos desenvolvidos a partir de amostra de componente do Patrimônio Genético;

II - transferência de tecnologias; III - licenciamento, livre de ônus, de produtos e processos; e

IV - capacitação de recursos humanos. Art. 13. A exploração econômica de produto ou processo desenvolvido a partir de amostra de componente do Patrimônio Genético, acessada em desacordo com as

disposições desta Lei, sujeitará o infrator ao pagamento de indenização correspondente a trinta por cento do lucro obtido na comercialização de produto ou dos "royalties"

obtidos de terceiros pelo infrator, na hipótese de licenciamento de processo ou do uso da tecnologia, protegidos ou não por propriedade intelectual, sem prejuízo das sanções

penais cabíveis. Art. 14. A instituição nacional e a instituição sediada no exterior, pública ou privada,

que acessar amostra de componente do Patrimônio Genético deverão facilitar, à instituição nacional que a remeter, o acesso e a transferência de tecnologias, incluindo

biotecnologias, por intermédio, dentre outras atividades, das que envolvam o fortalecimento do intercâmbio entre instituição nacional e instituição sediada no

exterior, formação e treinamento de recursos humanos, formulação de projetos de pesquisa e desenvolvimento de interesse mútuo e exploração econômica, em parceria,

de processos e produtos advindos da utilização de componente do Patrimônio Genético. Art. 15. O Termo de Transferência de Material é o instrumento de adesão a ser firmado previamente e devolvido pela instituição destinatária, antes da remessa de amostra de

componente do Patrimônio Genético. Parágrafo único. O Termo de Transferência de Material, conforme modelo aprovado pelo regulamento desta Lei, deverá contemplar a repartição de benefícios, conforme

disposto nos arts. 11 e 12 desta Lei. Art. 16. O Contrato de Utilização do Patrimônio Genético e de Repartição de

Benefícios, instrumento jurídico multilateral, deverá indicar e qualificar com clareza as partes contratantes, a saber:

I - de um lado: a) a União Federal, representada pelo órgão referido no art. 8o desta Lei ; e

b) o proprietário da área, pública ou privada, ou o representante da Comunidade Indígena e do órgão indigenista oficial, ou o representante da Comunidade Local;

II - de outro lado: a) a instituição nacional autorizada a efetuar o acesso; e

b) a instituição destinatária. Art. 17. São cláusulas essenciais do Contrato de Utilização do Patrimônio Genético e de

Repartição de Benefícios, as que disponham sobre: I - objeto, seus elementos, quantificação da amostra e uso pretendido;

II - prazo de duração; III - forma de repartição justa e eqüitativa de benefícios;

IV - direitos e responsabilidades das partes; V - direito de propriedade intelectual;

VI - rescisão;

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VII - penalidades; VIII - foro.

CAPÍTULO VI DAS INFRAÇÕES E DAS SANÇÕES PENAIS

Art. 18. Constituem crimes contra o Patrimônio Genético: I - acessar, em desacordo com esta Lei, para si ou para outrem, com o fim de obter amostra de componente do Patrimônio Genético ou do Conhecimento Tradicional

Associado existente no território nacional, na plataforma continental, no mar territorial ou na zona econômica exclusiva;

Pena: reclusão de seis meses a quatro anos e multa de R$ 200,00 (duzentos reais) a R$ 5.000,00 (cinco mil reais).

II - utilizar amostra de componente do Patrimônio Genético para fins econômicos em desacordo com as cláusulas constantes do Termo de Transferência de Material ou do

Contrato de Utilização do Patrimônio Genético e de Repartição de Benefícios; Pena: reclusão de seis meses a cinco anos e multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$

10.000,00 (dez mil reais). III - remeter para o exterior amostra de componente do Patrimônio Genético, sem a

autorização prevista nesta Lei; Pena: reclusão de seis meses a seis anos e multa de R$ 2.000,00 (dois mil reais) a R$

15.000,00 (quinze mil reais). IV - utilizar amostra de componente do Patrimônio Genético para práticas nocivas ao

meio ambiente e à saúde humana; Pena: reclusão de quatro a oito anos e multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a R$

20.000,00 (vinte mil reais). V - utilizar amostra de componente do Patrimônio Genético para o desenvolvimento de

armas biológicas; Pena: reclusão de doze a trinta anos e multa de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) a R$

100.000,00 (cem mil reais). § 1o Incorre nas mesmas penas o mandante ou quem, de qualquer modo, concorrer para

a prática destes crimes. § 2o Além da pena prevista no inciso I deste artigo, o material ou o produto do material

acessado e os instrumentos utilizados pelos infratores serão apreendidos. § 3o

Art. 21. A fiscalização, a interceptação e a apreensão de amostra de componente do Patrimônio Genético acessada em desacordo com as

disposições desta Lei serão exercidas por órgãos federais, de acordo com o que dispuser o regulamento, podendo, ainda, tais atividades serem

O material ou o produto e os instrumentos de que trata o parágrafo anterior terão sua destinação definida pelo órgão competente.

Art. 19. Se a infração for cometida por pessoa jurídica, ou com seu concurso, incorrerão nas mesmas penas previstas no art. 18 desta Lei os seus diretores, proprietários ou

gerentes responsáveis pelo ato, ficando sujeita à multa de R$ 10.000,00 (dez mil reais) a R$ 50.000.000,00 (cinqüenta milhões de reais), à perda de qualquer incentivo fiscal, ao

cancelamento da autorização para acessar amostra de componente do Patrimônio Genético, e impedida de firmar qualquer contrato com a Administração Pública, pelo

prazo de dez anos. CAPÍTULO VII

Das Disposições Finais Art. 20. A concessão de direito de propriedade intelectual pelos órgãos competentes,

sobre processo e produto obtido a partir de amostra de componente do Patrimônio Genético, fica condicionada à observância desta Lei.

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descentralizadas, mediante convênios. Art. 22. Para os efeitos desta Lei, a espécie ameaçada de extinção será aquela

declarada como tal, em lista única oficial, pelo órgão competente, conforme dispuser o regulamento desta Lei.

Art. 23. Pela prestação dos serviços previstos nesta Lei será cobrada retribuição, cujo valor e processo de recolhimento serão estabelecidos em ato

do titular do órgão da Administração Pública Federal a que estiverem vinculados tais serviços.

Parágrafo único. Os recursos provenientes da retribuição de que trata este artigo, bem como aqueles oriundos da repartição de benefícios devidos à

União, constituirão receita própria do órgão de que trata o art. 8o, cuja aplicação será definida em resolução do seu conselho deliberativo.

Art. 24. O Poder Executivo regulamentará esta Lei no prazo de cento e vinte dias após sua publicação.

Art. 25. Esta Lei entrará em vigor cento e oitenta dias após sua publicação. Brasília,

Doutrina: PATRIMÔNIO GENÉTICO NÃO HUMANO

Protegido pela Lei nº 9.610, de 19/02/1998 - Lei de Direitos Autorais Texto confeccionado em 09/07/2000, por

(1) Leon Frejda Szklarowsky

Atuações e qualificações (1) Subprocurador-geral da Fazenda Nacional aposentado,advogado,

jornalista, escritor, juiz arbitral

E-mails (2) [email protected];[email protected];[email protected]

O obscurantismo consegue impedir a caminhada do homem, por algum tempo, mas não para sempre.

Quando a vida humana, bem mais precioso entre todos os demais, nada mais vale, é sinal de que o homem deve parar e fazer profunda reflexão, porque

chegou ao fundo do abismo e há que repensar o sentido de todas as coisas! SUMÁRIO: A Constituição de 1988. A Medida Provisória 2052, de 29 de junho de 2000. Conselho Interministerial. Acesso e remessa. Acesso à tecnologia e

transferência de tecnologia. Repartição de benefícios. Contrato entre as partes. Sanções administrativas. Vigência e regulamento. Definições legais e

convencionais. Bibliografia básica.

A CONSTITUIÇÃO DE 1988 A Constituição Federal de 1988 fundamenta-se em princípios e valores

essenciais à vida do homem, distinguindo-se, por excelência, o bem estar e a dignidade da pessoa humana, e incorpora dois princípios recomendados pela comissão de peritos a serviço da Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e

o Desenvolvimento, com o objetivo de orientar a tutela legal do meio ambiente. A ação civil pública regulada, pela Lei 7345, de 1985, é o instrumento de

defesa que permite a obstrução a qualquer dano à natureza. Entre os princípios gerais insertos na Carta, o artigo 170 insculpe a

determinação de que a ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, objetiva resguardar a todos a existência digna e,

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para tanto, exige a defesa do meio ambiente, competindo à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, proteger o meio ambiente e aos

três primeiros entes legislar, concorrentemente, acerca de sua proteção. O meio ambiente ecologicamente equilibrado é, na sábia definição da Carta

Magna, um bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida, cabendo à coletividade e ao Poder Público defendê-lo e preservá-lo para o

presente e para as gerações futuras. Consagra-lhe o Texto Maior o capitulo VI do titulo VII ( Da Ordem Social ) e ainda outras disposições, tal a importância

que lhe devota a sociedade brasileira. Na palavra do EXCELSO PRETÓRIO, é a consagração de um típico direito de terceira geração. .

Nosso País está efetivamente cônscio das responsabilidades ecológicas e ambientais e dispõe de um arsenal jurídico digno dos maiores elogios. O

homem tem o dever estar alerta para a degradação da natureza, sem, contudo tornar-se escravo de suas próprias limitações, com restrições absurdas e

demagógicas. Compreende o meio ambiente o conjunto de condições, leis, influências e

interações de ordem física, química e biológica que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas, segundo o conceito desenhado pela lei que

dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente. O constituinte agasalhou diretrizes que não podem ser ignoradas e estabelece

as obrigações do Estado, lato sensu, para tornar efetivas a defesa e a preservação do meio ambiente, em estreita comunhão com a comunidade

internacional, que produziu a Convenção sobre Diversidade Biológica . Este Documento, apresentado na Conferência das Nações Unidas sobre o

Meio Ambiente, realizada no Rio de Janeiro, em 1992, demonstra inequivocamente que a humanidade está assumindo a responsabilidade de

conservar a diversidade biológica. Os Estados signatários perceberam que, a par das disputas circunstanciais, torna-se necessária a adoção de medidas protetoras e sancionatórias, como meio de sobrevivência dos seres neste

Planeta. No plano internacional, não poucos são os países que já legislaram sobre

essas questões, de suma importância. Em 1995, a Lei 8974, de 5 de janeiro, em poucos, mas decisivos artigos,

regulamentou os incisos II e V do § 1º do artigo 225 da CF, dispondo sobre o uso de técnicas de engenharia genética e organismos geneticamente

modificados. A Medida Provisória nº 2052, de 29 de junho de 2000, regulamenta o inciso II

do § 1º e o § 4º do artigo 225 e os artigos 1º, 8º, j, 10, c, 15 e 16, 3 e 4, da citada Convenção.

A Constituição traça parâmetros rígidos, para o legislador ordinário. O inciso II do § 1º, acima mencionado, manda que o Poder Público preserve a

diversidade e a integridade do patrimônio genético nacional e fiscalize as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação do material genético, enquanto

o § 4º do artigo 225 da Constituição declara patrimônio nacional a Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-

Grossense e a Zona Costeira, permitindo que sua utilização se faça na forma da lei, segundo condições que resguardem a preservação do meio ambiente,

incluindo-se os recursos naturais. Sem entrar na discussão, quanto à constitucionalidade dessa medida

provisória e de outras, sobre matéria correlata, e também por prever sanções,

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sem dúvida, esta textura legal vem preencher um vácuo, em momento de extrema gravidade, quando se discutem temas como a preservação da

Amazônia, a invasão e a devastação das florestas, a degradação do meio ambiente ou ainda a proibição dos alimentos transgênicos , a clonagem e o projeto genoma (mapeamento de praticamente todo o corpo humano ou a

decodificação do código genético), que revolucionará radicalmente a civilização nestes próximos anos.

Em boa hora, o Executivo também expediu a MP 1956/51, que altera o Código Florestal, para ampliar a reserva legal em áreas florestadas amazônicas em

discussão no Congresso Nacional.

A MEDIDA PROVISÓRIA 2052, DE 29 DE JUNHO DE 2000

A Medida Provisória nº 2052 citada disciplina os bens, os direitos e as obrigações que dizem respeito:

1. Ao acesso a componente do patrimônio genético existente no território

brasileiro, na plataforma continental e na zona econômica exclusiva.

A zona econômica exclusiva e a plataforma continental estão definidas pela Lei 8617, de 4 de janeiro de 1993. Esta última compreende o leito e o subsolo das áreas submarinas que se estendem além do mar territorial ( artigo 1º), na forma descrita no artigo 11. O mar territorial, a zona contígua e a soberania

sobre a plataforma continental também estão desenhados por esta Lei.

2. Ao conhecimento tradicional associado ao patrimônio genético e relevante à conservação da diversidade biológica, à sua integridade no País, e

à utilização de seus componentes.

3. À repartição justa e eqüitativa dos benefícios derivados de sua exploração.

4. Ao acesso à tecnologia e sua transferência para a conservação e

utilização da diversidade biológica.

Este diploma exclui, de forma absoluta, sua aplicação aos seres humanos e aos seus componentes genéticos e normatiza ex abundantia as diversas

situações, com o intuito de resguardar a integridade do homem e a proteção do meio ambiente, não incidindo, portanto, essas disposições à matéria

regulada pela Lei 8974, de 1995.

Este documento legislativo protege o conhecimento tradicional das

comunidades indígenas e comunidades locais associado ao patrimônio genético contra a utilização e a exploração ilegal ou outras ações não autorizadas pelo Conselho Interministerial vinculado à Casa Civil da

Presidência da República. Essas comunidades mereceram inúmeras medidas, que se traduzem na

percepção de benefícios, remuneração ou royalties pela exploração econômica por terceiros, direta ou indiretamente, de conhecimento tradicional

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associado, cujos direitos são de sua titularidade.

CONSELHO INTERMINISTERIAL

O Poder Executivo fica autorizado a criar um Conselho Interministerial, vinculado à Casa Civil da Presidência da República, constituído de

representantes dos órgãos competentes para atuar nas diversas áreas descritas por esta Medida Provisória, com estrutura traçada por decreto do

Executivo.

Este órgão é competente para: 1º - conceder autorização de acesso a amostra de componente do patrimônio genético existente em condições in situ, no

território nacional, na plataforma continental e na zona econômica exclusiva; 2º - conceder autorização de acesso ao conhecimento tradicional associado,

mediante anuência prévia de seus titulares; 3º - fiscalizar, em articulação com órgãos federais, as atividades de acesso a amostra de componente do

patrimônio genético e ao conhecimento tradicional associado, na forma do art. 29. Este dispositivo assim se inscreve: A fiscalização, a interceptação e a

apreensão de amostra de componente do patrimônio genético acessada em desacordo com as disposições desta Medida Provisória serão exercidas por

órgãos federais, de acordo com o que dispuser o regulamento, podendo, ainda, tais atividades serem descentralizadas, mediante convênios. 4º -

Conceder autorização para remessa de amostra de componente do patrimônio genético e de conhecimento tradicional associado para instituição nacional, pública ou privada, ou para instituição sediada no exterior; 5º - fiscalizar, em

articulação com órgãos federais, qualquer remessa de amostra de componente do patrimônio genético e do conhecimento tradicional associado, na forma do art. 29 cit.; 6º - acompanhar e avaliar o acesso à tecnologia e a transferência de tecnologia para a conservação e utilização do patrimônio genético e do conhecimento tradicional associado; 7º - divulgar listas de espécies de intercâmbio facilitado constantes de acordos internacionais, inclusive sobre segurança alimentar, dos quais o País seja signatário, de

acordo com o parágrafo único do art. 16 desta Medida Provisória. Note-se que este artigo não contém apenas um parágrafo, mas, sim, dois parágrafos,

assim descritos: "§ 1o Sempre que houver perspectiva de uso comercial de produto ou processo resultante de componente do patrimônio genético, será

necessária a prévia assinatura do Contrato de Utilização do Patrimônio Genético e de Repartição de Benefícios. § 2o A remessa de amostra de

componente do patrimônio genético de espécies consideradas de intercâmbio facilitado em acordos internacionais, inclusive sobre segurança alimentar, dos

quais o País seja signatário, deverá ser efetuada em conformidade com as condições definidas nesses acordos, mantidas as exigências constantes dos

incisos deste artigo". 8º - Criar e manter base de dados para registro de informações obtidas a campo durante a coleta de amostra de componente do

patrimônio genético; 9º - criar e manter base de dados para registro de informações sobre o conhecimento tradicional associado; 10 - criar, manter e

divulgar base de dados para registro de informações sobre todas as autorizações de acesso e remessa de amostra de componente do patrimônio genético e do conhecimento tradicional associado; 11 - conceder à instituição

pública ou privada nacional, que exerça atividade de pesquisa e

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desenvolvimento nas áreas biológicas e afins, e a universidade nacional, pública ou privada, autorização especial de acesso, com prazo de duração de até dois anos, renovável por iguais períodos; 12 - credenciar instituição pública nacional de pesquisa e desenvolvimento, delegando-lhe, mediante convênio,

competência para autorizar a remessa de amostra de componente do patrimônio genético para instituição nacional, pública ou privada, ou para instituição sediada no exterior, respeitadas as exigências do art. 16 desta

Medida Provisória. O artigo 16 estabelece as condições e exigências para a remessa de qualquer amostra de componente do patrimônio genético. 13 -

Delegar, na hipótese prevista no inciso anterior, à instituição pública nacional de pesquisa e desenvolvimento de que trata o mesmo inciso, competência

para, quando for o caso, firmar, em nome do órgão de que trata o caput deste artigo, o Contrato de Utilização de Patrimônio Genético e de Repartição de

Benefícios; e, finalmente, 14 - credenciar instituição pública e privada nacional para, mediante convênio, ser fiel depositária de amostra representativa de

componente do patrimônio genético a ser remetida para instituição nacional, pública ou privada, ou sediada no exterior.

ACESSO E REMESSA

O acesso e a remessa estão também disciplinados, nesta Lei. O acesso a

componente do patrimônio genético existente em condições in situ, no território nacional, na plataforma continental e na zona econômica exclusiva e ao conhecimento tradicional associado, será feita pela coleta de amostra e de

informação e somente será autorizada a instituição nacional, pública ou privada, que exerça atividades de pesquisa e desenvolvimento nas áreas

biológicas e afins.

A remessa de qualquer amostra de componente do patrimônio genético, com ou sem finalidade comercial, para instituição pública ou privada, nacional ou sediada no exterior, efetivar-se-á, a partir de material em condições ex situ,

condicionada à informação do uso pretendido e à prévia assinatura do Termo de Transferência de Material, com a obrigatória observância das condições

previstas nesta lei e no regulamento.

ACESSO À TECNOLOGIA E TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA

Também, neste ponto, o legislador foi extremamente cauteloso. O acesso e transferência de tecnologia entre as instituições de pesquisa e

desenvolvimento, públicas e privadas, nacionais e sediadas no exterior, poderão realizar-se, mediante: 1. pesquisa científica e desenvolvimento

tecnológico; 2. formação e capacitação de recursos humanos; 3. intercâmbio de informações; 4. intercâmbio entre instituições nacionais de pesquisa e instituições de pesquisa com sede no exterior; 5. consolidação de infra-estrutura de pesquisa científica e de desenvolvimento tecnológico; 6.

exploração econômica, em parceria, de processos e produtos derivados do uso de componente do patrimônio genético; e 7. estabelecimento de

empreendimentos conjuntos de base tecnológica.

REPARTIÇÃO DE BENEFÍCIOS

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Os benefícios, que resultarem da exploração econômica de produto ou

processo desenvolvido, a partir de amostra de componente do patrimônio genético, serão repartidos, justa e eqüitativamente, entre a União e as partes

contratantes.

Se decorrerem de exploração econômica do patrimônio genético acessado em terras indígenas ou em área de comunidade local, a respectiva comunidade fará jus a percentual de sua repartição. Se, porém, for acessada em área de

propriedade de Estado, de Município ou de particular, fica assegurado ao titular da área percentual dos benefícios acima mencionado, como estímulo,

para conservação do patrimônio genético.

Os lucros e royalties devidos à União e as multas e indenizações serão creditadas ao Fundo Nacional de Meio Ambiente, ao Fundo Naval e ao Fundo

Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico.

CONTRATO ENTRE AS PARTES:

O contrato de utilização do patrimônio genético e repartição de benefícios é formal, concretizando-se, através de instrumento jurídico multilateral, e deverá indicar e qualificar com clareza as partes contratantes, contendo:

I - num polo:

a) a União Federal;

b) o proprietário da área, pública ou privada, ou o representante da comunidade indígena e do órgão indigesta oficial, ou o representante da

comunidade local;

II - no outro polo:

a) a instituição nacional autorizada a efetuar o acesso; e b) a instituição destinatária.

Constituem cláusulas essenciais do Contrato de Utilização do Patrimônio

Genético e de Repartição de Benefícios, aquelas que versam sobre: I - objeto, seus elementos, quantificação da amostra e uso pretendido;

II - prazo de duração; III - forma de repartição justa e eqüitativa de benefícios;

IV - direitos e responsabilidades das partes; V - direito de propriedade intelectual;

VI - condições de acesso à tecnologia e transferência de tecnologia; VII - rescisão;

VIII - penalidades; IX - foro.

Estas cláusulas são necessárias e indispensáveis, não podendo estar

ausentes, em hipótese alguma.

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SANÇÕES ADMINISTRATIVAS

Sanção, ensina Álvaro Lazzarini, é o meio coercitivo, previsto em lei, para que se imponha seu comando, assemelhando-se à coercibilidade.

Este renomado autor adverte que a sanção administrativa ambiental, por ser pena administrativa, deve estar expressa em lei e somente a autoridade

competente pode impô-la, aplicando-se-lhe por analogia a norma constitucional fundamental inserta no inciso XXXIX do artigo 5º ( não há crime

sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal).

A infração administrativa contra o patrimônio genético ou o conhecimento tradicional associado é toda ação ou omissão que infrinja as normas desta

Medida Provisória.

As sanções administrativas serão aplicadas, pelo Conselho Interministerial, e não excluem as de caráter penal e civil, obedecendo ao princípio do

contraditório e da ampla defesa, ex vi da garantia fundamental do inciso LV do artigo 5º da Lei Máxima, que reza: "aos litigantes, em processo judicial ou

administrativo, e ao acusados em geral são assegurados o contraditório e a ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes."

Distinguem-se em: a) advertência; b) multa; c) apreensão dos produtos e de componentes do patrimônio genético; d) suspensão de venda do produto; e)

embargo da atividade; f) interdição parcial ou total do estabelecimento, atividade ou empreendimento; g) suspensão de registro, licença ou

autorização legalmente exigidos; h) cancelamento de registro, licença ou autorização legalmente exigidos; i) perda ou restrição de incentivos e benefícios fiscais concedidos pelo governo; j) perda ou suspensão da

participação em linhas de financiamento em estabelecimentos oficiais de crédito; k) intervenção no estabelecimento; e, finalmente, l) proibição de contratar com a Administração Pública, por período de até cinco anos.

A norma que impõe a proibição de contratar com o Poder Público, por período de até cinco anos, é semelhante, à do artigo 87 da Lei 8666, de 1993 - lei que disciplina as licitações e contratos administrativos. Todavia, esta prevê não só a vedação de contratar, mas também a suspensão de participar em licitação, e

não pode ultrapassar a dois anos e a inidoneidade deve ser declarada, enquanto pendentes as razões que a fundamentaram. Na prática, as

conseqüências são as mesmas.

Esta discrepância de tratamento, com relação ao período de impedimento para contratar com a Administração Pública não encontra justificativa plausível.

VIGÊNCIA E REGULAMENTO

Esta Medida Provisória avisa que o Poder Executivo a regulamentará, até 30 de dezembro de 2000, o que é um contra-senso e colide com a Constituição, visto que ela perderá eficácia, desde sua edição, se não for convertida em lei,

no prazo de 30 dias, a partir de sua publicação, segundo o comando do

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parágrafo único do artigo 62.

Editada a MP, o Presidente da República deve submetê-la, imediatamente, ao Congresso Nacional. Vale dizer o Executivo dispõe apenas desse prazo ( 30

dias ), para proceder a regulamentação.

Destarte, conclui-se que ela deverá ser aplicada, tão logo publicada, e executada no que não depender de regulamentação.

Regulamentada esta Medida Provisória, no prazo de trinta dias e, se não

convertida em lei, no prazo constitucional, nova regulamentação deverá ser expedida, no caso de o diploma ser reeditado, para a perfeita harmonia do

sistema jurídico.

Com isto se infere que houve um cochilo ou, então, não havia urgência na definição da Medida Provisória, visto que sua regulamentação, segundo sua

ordem, poderá ser feita, em até seis meses. Entretanto, isto não lhe tira o mérito, dada a significação e importância da matéria, que, no mundo todo, já

foi objeto de plena regulamentação.

DEFINIÇÕES LEGAIS E CONVENCIONAIS

Para facilitar sua correta aplicação, fornece a lei as definições mais significativas, com fonte na Convenção sobre Diversidade Biológica.

- Patrimônio genético é a informação de origem genética, contida no todo

ou em parte de espécime vegetal, fúngico, microbiano ou animal, em substâncias provenientes do metabolismo destes seres vivos e de extratos

obtidos destes organismos vivos ou mortos, encontrados em condições in situ, inclusive domesticada, ou mantidos em coleções ex situ, desde que coletados

em condições in situ, no território nacional, na plataforma continental ou na zona econômica exclusiva.

- Conhecimento tradicional associado é a informação ou a prática individual ou coletiva de comunidade indígena ou comunidade local, com valor

real ou potencial, associada ao patrimônio genético.

Este conhecimento tradicional associado ao patrimônio genético, objeto desta medida provisória, integra o patrimônio cultural brasileiro.

- Comunidade local é o grupo humano, incluindo remanescentes de comunidades de quilombos, distinto por suas condições culturais, que se

organiza, tradicionalmente, por gerações sucessivas e costumes próprios, e que conserva suas instituições sociais e econômicas.

- Acesso ao patrimônio genético é a obtenção de amostra de componente do patrimônio genético para fins científicos, de pesquisa, de desenvolvimento

tecnológico, bioprospecção ou conservação, visando a sua aplicação industrial ou de outra natureza.

- Acesso ao conhecimento tradicional associado é a obtenção de informação sobre conhecimento ou prática individual ou coletiva associada ao patrimônio genético, de comunidade indígena ou comunidade local, para fins

científicos, de pesquisa e de desenvolvimento tecnológico, visando sua

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aplicação industrial ou de outra natureza. - Acesso à tecnologia e transferência de tecnologia é a realização de

ações que tenham por objetivo o acesso, o desenvolvimento e a transferência de tecnologias para a conservação e utilização da diversidade biológica ou

que utilizem o patrimônio genético ou o conhecimento tradicional associado. - Bioprospecção é a atividade exploratória que visa identificar

componentes do patrimônio genético e informação sobre o conhecimento tradicional associado, com potencial de uso comercial.

- Espécie ameaçada de extinção é a espécie com alto risco de desaparecimento na natureza em futuro próximo, assim reconhecida pela

autoridade competente. - Espécie domesticada ou cultivada é a espécie em cujo processo de

evolução influiu o ser humano para atender suas necessidades, estando aqui incluídas espécies, variedades e raças em diferentes estágios de

domesticação. - Autorização de Acesso é o instrumento expedido pelo Conselho Interministerial, vinculado à Casa Civil, que permite, sob condições

específicas, o acesso a amostra de componente do patrimônio genético e ao conhecimento tradicional associado.

- Termo de Transferência de Material é o instrumento de adesão a ser firmado pela instituição destinatária antes da remessa de qualquer amostra de

componente do patrimônio genético, com ou sem fim comercial. - Contrato de Utilização do Patrimônio Genético e de Repartição de Benefícios é o instrumento jurídico multilateral, que qualifica as partes, o

objeto e as condições de acesso e remessa de componente do patrimônio genético e conhecimento tradicional associado, bem como as condições de

repartição de benefícios.

OUTRAS DEFINIÇÕES EXTRAÍDAS DA CONVENÇÃO SOBRE DIVERSIDADE BIOLÓGICA

- Biotecnologia é aplicação tecnológica que utilize sistemas biológicos,

organismos vivos, ou seus derivados, para fabricar ou modificar produtos ou processos para utilização específica.

- Condições in situ são as condições em que recursos genéticos existem em ecossistemas e habitats naturais e, no caso de espécies domesticadas ou

cultivadas, nos meios onde tenham desenvolvido suas propriedades características.

- Conservação ex situ é a conservação de componentes da diversidade biológica fora de seus habitats naturais.

- Conservação in situ é a conservação de ecossistemas e habitats naturais e a manutenção e recuperação de populações viáveis de espécies em seus

meios naturais e, no caso de espécies domesticadas ou cultivadas, nos meios onde tenham desenvolvido suas propriedades características.

- Diversidade biológica é a variabilidade de organismos vivos de todas as origens, compreendendo, dentre outros, os ecossistemas terrestres, marinhos

e outros ecossistemas aquáticos e os complexos ecológicos de que fazem parte; compreendendo ainda a diversidade dentro de espécies, entre espécies

e de ecossistemas. - Ecossistema é um complexo dinâmico de comunidades vegetais, animais

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e de microorganismos e o seu meio inorgânico que interagem como uma unidade funcional.

- Habitat" é o lugar ou tipo de local onde um organismo ou população ocorre naturalmente.

- Material genético é todo material de origem vegetal, animal, microbiana ou outra que contenha unidades funcionais de hereditariedade.

- Organização regional de integração econômica é uma organização constituída de Estados soberanos de uma determinada região, a que os

Estados-membros transferiram competência em relação a assuntos regidos por esta Convenção, e que foi devidamente autorizada, conforme seus

procedimentos internos, a assinar, ratificar, aceitar, aprovar a mesma e a ela aderir.

- País de origem de recursos genéticos é o país que possui esses recursos genéticos em condições in situ.

- País provedor de recursos genéticos é o país que provê recursos genéticos coletados de fontes in situ, incluindo populações de espécies

domesticadas e silvestres, ou obtidas de fontes ex situ, que possam ou não ter sido originados nesse país.

- Recursos biológicos são os recursos genéticos, organismos ou partes destes, populações, ou qualquer outro componente biótico de ecossistemas,

de real ou potencial utilidade ou valor para a humanidade. - Recursos genéticos constituem o material genético de valor real ou

potencial. - Tecnologia inclui biotecnologia.

- Utilização sustentável é a utilização de componentes da diversidade biológica de modo e em ritmo tais que não levem, no longo prazo, à

diminuição da diversidade biológica, mantendo assim seu potenciaI para atender as necessidades e aspirações das gerações presentes e futuras.

- In situ é o mesmo que in loco, no local.

BIBLIOGRAFIA BÁSICA

1. A Constituição na Visão dos Tribunais, Juiz Diretor Fernando Tourinho Neto, 1997, volume 3, publicação do Tribunal Regional Federal - 1ª Região.

2. Agostini de Andrade, A Tutela ao Meio Ambiente e a Constituição, Revista AJURIS, 45, março de 1989.

3. Álvaro Lazzarini, Temas de Direito Administrativo, Editora Revista dos Tribunais, 2000.

4. Antonio Souza Prudente, decisão nº 260/99, classe 9200, no Processo nº 1998.343.00.027681 - B, Ação cautelar inominada, requerida pelo IDEC -

Instituto Brasileiro do Consumidor contra a União e outro. 5. Bíblia Sagrada, Velho Testamento.

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Bastos, 1957. 8. Carlos Pinto Coelho Motta. Eficácia nas Licitações e Contratos, Del Rey,

1997. 9. Celso Antonio Bandeira de Mello, Curso de Direito Administrativo,

Malheiros, 9ª edição, 1997. 10. Celso Antonio Pacheco Fiorillo e Marcelo Abelha Rodrigues, Manual de

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219

Direito Ambiental e Legislação Aplicável, Max Limonad, 1997. 11. Celso Antonio Pacheco Fiorillo e Marcelo Abelha Rodrigues, Direito

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1989. 13. Chaim Perelman, Ética e Direito, Editora Martins Fontes, São Paulo,

1999, tradução de Maria Ermantina Galvão. 14. Clovis Bevilaqua, Código Civil Comentado, atualizada por Achilles Bevilaqua e Isaias Bevilaqua, Livraria Francisco Alves - Editora Paulo de

Azevedo Ltda., 1956, undécima edição, volume I. 15. Clovis Bevilaqua, Teoria Geral do Direito Civil, atualizada por Achilles

Bevilaqua e Isaias Bevilaqua, Livraria Francisco Alves - Editora Paulo de Azevedo Ltda., 7ª edição, 1955.

16. Diógenes Gasparini, Direito Administrativo, Saraiva, 4ª edição, 1995. 17. Fábio Konder Comparato Fundamentos dos Direitos Humanos, Editora

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Arão Sapiro, 1999. 22. Johannes Messner, Ética Social, Editora Quadrante, São Paulo,

tradução de Alípio Maia de Castro. 23. José Afonso da Silva, Curso de Direito Constitucional, Revista dos

Tribunais, 1989. 24. José Afonso da Silva, Curso de Direito Ambiental Constitucional,

Malheiros Editores, 1997. 25. José Cretella Júnior, Dos Contratos Administrativos, Forense, Rio,

1998. 26. Leon Frejda Szklarowsky, Medidas Provisórias, Editora Revista dos

Tribunais, São Paulo, 1991. 27. Marcelo Dias Varella, Eliana Fontes, Fernando Galvão da Rocha,

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Editores, 7ª edição. 30. Paulo Bessa de Júnior, Direito Ambiental, Lumen Juris, 1996.

31. Robertônio Pessoa, Curso de Direito Administrativo, Editora Consulex, 2000.

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35. Washington de Barros Monteiro, Curso de Direito Civil, Parte Geral, 18ª edição, Edição Saraiva, 1979.

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220

O PAÍS DA MEGADIVERSIDADE por Fernanda Aparecida de Gouvêa Oliveira Paro

foto: Renato Brandão de

Oliveira O Brasil é um país com dimensões continentais, possuindo dentro de

seu território a maior biodiversidade do mundo. A exuberância de fauna, flora e recursos naturais encontradas aqui são elementos importantíssimos para nossa sobrevivência e para o

equilíbrio do planeta. A maior riqueza nacional é, sem dúvida, a diversidade biológica aqui

existente, entretanto, a falta de incentivos às pesquisas voltadas para o conhecimento e a preservação dessa biodiversidade, aliada a

falta de informação da população acerca de sua importância, colaboram para o avanço da chamada biopirataria.

Resumidamente, o termo significa roubo ou pirataria de recursos genéticos e biológicos.

Isto ocorre quando pesquisadores estrangeiros levam aos seus países de origem plantas, insetos, animais diversos, frutos, etc. sem o consentimento do governo brasileiro, com a finalidade de estudá-

los, visando a obtenção de lucros. Ou seja, eles patenteiam seres vivos ou algo deles derivado (um

código genético, uma enzima), o que vai lhes garantir lucro por meio do recebimento dos royalties.

Além disso, a biopirataria também abrange a apropriação e monopolização dos conhecimentos das populações tradicionais, no

que se refere ao uso dos recursos naturais. Algumas riquezas nacionais como o Cupuaçu, o Açaí, a Andiroba e a Copaíba, estão sofrendo processos de patentes requeridas por outros

países que “tomaram” de nós o nome e seus componentes. Assim, a biopirataria é um mal que abate e enfraquece cada vez

mais o nosso país e que termina ignorando sua soberania territorial, incluindo-se a perda de um imprescindível patrimônio genético e

biosférico, ainda longe de ser mensurável do ponto de vista econômico, mas que já é explorado pela ganância internacional.

Diante disso, faz-se necessária a introdução deste importante eixo temático nas escolas, junto à população, às entidades da sociedade civil organizada, e, de uma forma mais ampla, junto à sociedade em geral, no sentido de mobilização de amplos setores da população,

para efetivar soluções que visem garantir o combate efetivo à

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biopirataria. Preservar o patrimônio genético e os recursos naturais brasileiros,

como uma das formas de garantir a continuidade da vida no planeta é, sem dúvida, uma questão extremamente importante pela qual

devemos lutar.

Fernanda Aparecida de Gouvêa Oliveira Paro Colunista do site GREEPET. Bióloga – CRBio 43684/01

Protetora animal independente. Educadora Ambiental.

1 de Janeiro de 2007 - 11h14 - Última modificação em 1 de Janeiro de 2007 - 13h36 Desafio de Lula é proteger patrimônio genético do país, diz ambientalista

Alessandra Bastos, Álvaro Bufarah e José Carlos Mattedi Repórteres da Agência Brasil

São Paulo e Brasília - A regulamentação do acesso ao patrimônio genético da biodiversidade nacional e ao conhecimento tradicional de comunidades indígenas, ribeirinhas e quilombolas será o

principal desafio na área ambiental do segundo mandato (2007-2010) do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A opinião é da integrante do Conselho Diretor do Instituto Socioambiental (ISA) Adriana Ramos, que culpa o governo brasileiro pela falta de uma “posição oficial" para o setor. Segundo ela, a

legislação para o setor não avança por divergências internas no governo. Ramos afirma que os ministérios da Agricultura, Ciência e Tecnologia, Meio Ambiente e

Desenvolvimento, Indústria e Comércio não se entendem dentro do Conselho de Gestão do Patrimônio Genético (CGen), e acabam emperrando uma questão crucial para o futuro do Brasil.

“Os ministérios não se entendem em diversos pontos da regulamentação. Isso tem impedido o avanço da lei por falta de consenso e por não haver uma posição oficial do governo que oriente um

interesse maior”. Está em discussão na Casa Civil o Plano Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e

Comunidades Tradicionais. A previsão era que um decreto presidencial criando o plano fosse assinado ainda em 2006, o que não ocorreu.

"Não foi possível aprová-lo [em 2006], mas esperamos que isso aconteça em janeiro [de 2007]. Na ocasião, vamos fazer uma festa de lançamento da política e reunir todos os representantes das

comunidades tradicionais", afirma Aderval Costa, assessor do Núcleo de Povos e Comunidades Tradicionais do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome.

Com a regulamentação do setor, governo, cientistas e ambientalistas esperam frear a biopirataria, que significa a apropriação de recursos biogenéticos e/ou conhecimentos de comunidades

tradicionais, por indivíduos ou por instituições que procuram o controle exclusivo ou monopólio sobre esses recursos e conhecimentos, sem autorização estatal ou das comunidades.

A utilização das plantas no tratamento de diversas doenças, prática comum entre as comunidades tradicionais brasileiras, tem despertado o interesse de empresas nacionais e internacionais em

transformar essas substâncias em produtos comerciais. O problema, segundo o diretor de Patrimônio Genético do Ministério do Meio Ambiente, Eduardo Velez, é que, muitas vezes, essas comunidades não recebem nada em troca pela divulgação e pela exploração comercial dos seus

conhecimentos. A Medida Provisória 2.186 garante o direito de as comunidades serem consultadas e liberarem, ou

não, a pesquisa sobre seus conhecimentos. Mas não existe nem legislação nem um sistema de registro. Assim, universidade e instituições fazem um inventário dessas descobertas de plantas e

usos e publicam em uma revista científica. “Esse conhecimento fica disponível para todos e se tiver potencial econômico, dificilmente uma empresa vai fazer um contrato com a comunidade”, explica

Velez. Para ele a solução é criar uma legislação que impeça a publicação integral do que foi pesquisado,

garantindo o segredo das comunidades tradicionais.

Capítulo 9 A DISTRIBUIÇÃO DA HUMANIDADE

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Quarta-feira, Dezembro 06, 2006 A distribuição da riqueza mundial, segundo estudo da ONU

Riqueza mundial, mal distribuida El estudio midió la riqueza en términos exclusivamente materiales.

Un estudio de la ONU publicado este martes indica que el 2% de los más ricos

del mundo poseen más de la mitad de la riqueza mundial. El estudio, realizado por la Universidad de las Naciones Unidas, se enfoca en la riqueza de los hogares, por lo cual se le considera pionero frente a otros

informes, que se enfocaban en las riquezas nacionales o corporativas. Los contrastes son evidentes. Mientras que el 2% de las personas más ricas tiene más de la mitad de la riqueza, la mitad más pobre de la población

adulta del mundo es dueña de apenas un 1%. Jim Davis, coautor del estudio, aclaró los criterios que se emplearon para su

realización: "Utilizamos el término en el sentido de valor neto: el valor de los activos menos pasivos físicos y financieros. En este aspecto, la riqueza

representa la propiedad de capital. A pesar de que el capital es sólo una parte de los recursos personales, se considera que tiene un impacto

desproporcionado en el bienestar del hogar". Como componentes de la riqueza, el estudio tuvo en cuenta los activos y

pasivos financieros, tierra, edificios y otras propiedades tangibles. En dónde está la riqueza

La mayor parte de la riqueza está concentrada en Norteamérica, Europa y los países de altos ingresos del área de Asia y el Pacífico - como Australia y Japón

-, que en conjunto tienen el 90% de la riqueza global. LA RIQUEZA DEL MUNDO

Norteamérica- 34% Europa - 30%

Asia y Pacífico (ricos) - 24% América Latina y el Caribe - 4%

Asia y Pacífico (otros países) - 3% China - 3% África - 1% India - 1%

Europa del Este es un caso particular debido a que la propiedad privada está en aumento, pero no ha llegado a los niveles tan altos de Europa Occidental. Además, en Europa del Este son pocos los hogares que tienen activos como

pensiones privadas y seguros de vida. En el selecto grupo del 1% de los más ricos, el 37% está en Estados Unidos y el

27% en Japón. América Latina, a pesar de su tamaño y población, apenas tiene el 4% de la riqueza personal del mundo, mientras que el grupo de países que siguen en la lista, el grupo de naciones ricas de Asía y el Pacífico, la cifra es del 24%. El estudio incluye algunos que sus autores no esperaban cuando

empezaron la labor, como por ejemplo en el tema de la deuda. Los autores señalaron que "mientras las personas pobres en países pobres están endeudadas, sus deudas son relativamente pequeñas en total. Esta

característica es debido a la ausencia de instituciones financieras que permitan a los hogares incurrir en hipotecas y préstamos personales como es

en el caso de los países ricos".

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Pela primeira vez Estatísticas fiáveis sobre a distribuição da riqueza no mundo

• Estudo do World Institute for Development Economics Research (WIDER)

por Michael R. Krätke [*]

Os pobres e os muito ricos

Foi há mais de mais de 250 anos que a Academia de Dijon (1754) lançou uma pergunta e ofereceu um prémio a quem conseguisse respondê-la: Qual é a

origem da desigualdade entre os homens? Será porventura a consequência de uma lei natural? Jean Jacques Rousseau interessou-se pela pergunta, e em

resposta escreveu a sua obra Sobre a origem da desigualdade entre os homens. Como apontou Rousseau, a desigualdade social e política não é natural, não deriva da vontade divina, nem sequer é uma consequência da

desigualdade natural entre os homens. Pelo contrário, a sua origem é o resultado da propriedade privada, da apropriação privada da riqueza do mundo

inteiro, e dos benefícios privados derivados dessa apropriação. Desde esse momento, tentar explicar a origem da desigualdade social tornou-se uma

questão central para as ciências sociais, e também desde essa altura, que a crítica à sociedade burguesa aponta tanto para mostrar a estrutura da

desigualdade social, como a da falta de liberdade – intimamente ligada à desigualdade – de uma imensa maioria das pessoas por todo o mundo.

É já bem conhecido que actualmente milhares de milhões das pessoas estão condenados a subsistir com menos de um dólar por dia, e que a metade da

população mundial vive com apenas 2 dólares diários. Também sabemos que a desigualdade mundial aumenta rapidamente, e que a desigualdade entre

"pobres" e "ricos" dentro dos países está a aumentar. Nos tempos de Rousseau – de acordo com os dados conhecidos – a desigualdade económica

entre as diferentes regiões do mundo era menor. Desde 1800 a situação mudou radicalmente. Aproximadamente a partir do ano 1900 alargou-se o

fosso entre o nível de rendimento médio nos países ricos do "norte", e o dos países pobres do "sul", até chegar a uma proporção de 1 para 4. Um século

depois, na era da globalização, a proporção é de 1 para 30.

O ferro em brasa

Por conseguinte, está a aumentar o fosso entre ricos e pobres, ainda que ultimamente pareça ter diminuido o número de pobres em termos absolutos.

Isto deve-se principalmente à ascensão dos "países emergentes" como a China, Índia, Brasil, Sul Coreia e Turquia. Porém, agora, tal como antes,

existem 2,8 mil milhões de pobres no mundo inteiro, e 1,3 mil milhões vivem na miséria. Na Alemanha, um dos países mais ricos, o número de pobres cresceu

até chegar a 13,5% da população, como entretanto ficou explícito em dois relatórios do governo sobre a pobreza. Uma boa prova disso está na

incapacidade dos sete anos do governo vermelho-verde.

Os estudos científicos sobre a distribuição da riqueza e da pobreza são escassos. Os relatórios mais actuais sobre a evolução dos rendimentos datam

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de 1998. A medição da desigualdade social mundial nunca foi um assunto prioritário para o Banco Mundial ou para o FMI. Apenas o foi para as Nações

Unidas. O relatório sobre o Desenvolvimento Social Mundial de 2005 considera que a crescente desigualdade económica entre as diferentes regiões do mundo

e dentro dos próprios países é a causa decisiva da violência e do perigo de guerra (civil), e duvida que seja possível aproximar-se e, menos ainda,

alcançar a meta para o milénio fixada pela Conferência Mundial de Copenhague de 1995: reduzir a pobreza mundial à metade.

Pouco antes do fim do ano, o Instituto Mundial para a Investigação do

Desenvolvimento Económico – World Institute for Development Economics Research (WIDER) – da Universidade das Nações Unidas em Helsínquia, publicou um novo estudo, no qual pela primeira vez se investiga de modo

detalhado a distribuição do rendimento, da riqueza e da sua evolução até ao ano 2000, englobando cerca de 94% da população mundial. Com este estudo,

inicia-se a eliminação de uma grande lacuna na investigação, de que se queixara o governo federal alemão no seu relatório de 2006 sobre a pobreza. É

do conhecimento geral que qualquer investigação que incida sobre a riqueza dos ricos e super-ricos de todo o mundo – assim como sobre as fortunas

privadas ou sobre o capital, bases do poder mundial actual – será sempre um ferro em brasa do qual a ciência social oficial tem sistematicamente afastado

os dedos.

Há muito que sabemos – através dos estudos nos diferentes países – que em geral a distribuição da riqueza é ainda mais desigual do que a dos

rendimentos. Para ter uma imagem mais exacta da real desigualdade económica é necessário analisar ambos os parâmetros, isto é, riqueza e

rendimento. Os investigadores do estudo do WIDER fizeram-no pela primeira vez. Graças ao seu trabalho pioneiro, contamos finalmente com dados

medianamente fiáveis sobre a relação entre ricos e pobres, e sobre a riqueza no mundo de hoje. Investigou-se a distribuição global da riqueza na população

adulta em função do rendimento familiar (liquido, após deduções). O estudo chega até ao ano 2000; dados mais recentes não estão disponíveis à escala

planetária. O WIDER só pôde contar com estatísticas completas para um número relativamente pequeno de 18 países. Para um conjunto bem maior de outros teve de se contentar com dados obtidos de inquéritos, os quais, como é

obvio, têm um tremendo inconveniente: as dívidas e o património financeiro (particularmente o imobiliário) em geral não são apanhados na sua totalidade,

mas sim num nível muito inferior. Isso está reflectido nas estimativas dos autores, que se viram obrigados a extrapolar para os 150 países, os dados

obtidos das estatísticas do conjunto de 38 países.

Na primeira divisão dos ricos

Do material recolhido conclui-se o seguinte: cerca de 90% da riqueza mundial (rendimento familiar líquido) está concentrado na América do Norte, na Europa

e na região pacífico-asiática (Japão e Austrália). Só ao norte do continente americano, com 6% da população adulta mundial, corresponde um terço do

rendimento mundial; à Índia, com mais de 15% da população adulta mundial, pelo contrário, corresponde apenas um escasso 1%. Porém, também entre os

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países ricos do norte o nível de riqueza varia de um modo significativo. Dos 1% dos rendimentos familiares privados mais elevados em termos mundiais, à

Irlanda corresponde 10,4%; à Suíça, não menos que 34,8%; e aos EUA (devido à notória incompletude dos dados acerca dos muito ricos), "só" uns

33%. A isto há que acrescentar que aos grupos situados no topo dos 10% dos rendimentos mais elevados nos EUA corresponde quase 70% do rendimento familiar privado de todo o país; na China, os 10% do topo detêm exactamente

40% do rendimento familiar privado. Quem quiser pertencer à primeira divisão dos ricos deste mundo, deverá ter uma fortuna superior a 500.000 dólares. Este grupo de topo compreende um

total de cerca de 37 milhões de adultos. No entanto, desde o ano 2000, a soma mínima para aceder a este grupo aumentou, segundo se estima, uns 32%. Daqui se conclui que uns bons 85% da riqueza mundial pertencem ao decil

mais elevado. Para estar nesse grupo de 10% de

eleitos, é necessário possuir, em média, quarenta vezes

mais que o cidadão médio do mundo. Na metade de baixo dessa pirâmide, no entanto,

a metade da população mundial adulta tem de se

conformar com 1% da riqueza mundial.

Tomemos a famosa tarte, o prato predilecto de senhoras

e cavalheiros conservadores que se querem convencer, e convencer-nos, de que qualquer redistribuição não tem sentido, na medida em que, como é óbvio,

não se pode distribuir mais do que se produz. Transportemos a estrutura da distribuição mundial da riqueza para um grupo de dez pessoas que repartem a tarte tradicional. Temos então de imaginar um cavalheiro que reclama para si

99% da tarte, enquanto os restantes nove têm de dividir entre si o sobrante, ou seja, 1%. Se a tarte fosse redistribuída, o cavalheiro não morreria, e os outros

nove ficariam muito melhor. Onde estão os ricos e os muito ricos da Terra? A América do Norte, a Europa,

o Japão e a Austrália já foram mencionados. Nos EUA, por exemplo, vivem 37% dos muito ricos; a seguir vem o Japão com 27%. Ao Brasil, Índia, Rússia, Turquia e Argentina, corresponde-lhes, a cada um, um escasso 1% do grupo

de topo global; a China já tem uns 4,1% dos cidadãos mais ricos no mundo. De acordo com o estudo WIDER, no ano 2000 já havia 13,5 milhões de pessoas

que detinham mais de um milhão de dólares (notoriamente mais do que indicam os estudos dos administradores de fortunas Merrill-lincham e Forbes), e exactamente 499 fortunas de mais de mil milhões de dólares. Agora serão

bastante mais. 12/Janeiro/2007

[*] Analista político especializado em problemas sociais e económicos, colaborador do semanário alemão Freitag.

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Mais de metade da riqueza mundial, incluindo propriedades e activos

financeiros, está nas mãos de apenas 2% dos adultos do planeta, revelou um estudo realizado por um instituto de desenvolvimento da Organização das

Nações Unidas (ONU), há tempos divulgado . Apesar de os rendimentos globais estarem distribuídos de forma desigual, a distribuição da riqueza é ainda mais

distorcida, indica o estudo do Instituto Mundial de Investigação sobre a Economia do Desenvolvimento. A riqueza está fortemente concentrada na

América do Norte, na Europa e nos países de elevados rendimentos da Àsia e do Pacífico. Num quadro comparativo a uma situação hipotética , num grupo

de 10 pessoas um teria 99 dólares e os outros 9 , 1 dólar . Para já a minha reacção e em português vernáculo ( peço desculpa) : Cambada de ... !!! Depois o caricato será uma Organização das Nações Unidas ( atente-se Nações Unidas)

a falar das injustiças: ponho-me a pensar como seria então se fosse uma Oganização das Nações Desunidas ? Vem mesmo a propósito e enquadra-se perfeitamente na época pós-modernista em que "nós temos o privilégio de

viver;" é só amor, afecto, democracia, o sol nasce para todos, o ser humano está no topo da criação, somos muito evoluídos, bla, bla, bla, bla, bla,... Mas

o que eu considero ainda mais triste, são aqueles que estão nos 98% entenderem e apoiarem este status...pois há sempre a esperança de se entrar

para os 2%... bonito, muito bonito. A concentração da riqueza ,estar nos países onde predomina a raça

caucasiana, é uma "pura coincidência".

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Sexta-feira, 4 de Julho de 2008 Milionários desafiam a crise do crédito e enriquecem ainda

mais "O número de milionários de dólares cresceu no mundo cerca de 6%, no último ano, conduzido pelo crescimento explosivo das economias

emergentes da Índia, China e Brasil", observa o World Wealth Report.

Entre os gráficos que acompanham o relatório atente-se no seguinte:

As regiões em que a riqueza cresceu mais rapidamente foram:

América Latina, Médio Oriente, África e Ásia-Pacífico. Na Europa e na América do Norte registaram-se taxas de crescimento inferiores à média mundial, significando que as suas economias estão a perder

importância no sistema mundial. Estes números não permitem aos europeus continuarem com

compaixão relativamente ao Terceiro Mundo, e vêem questionar o seu modelo social de mercado. Imagine-se como terão ficado escandalizados os ingleses ao lerem que “de acordo com as

estimativas da Merrill Lynch, haverá mais milionários na China que na Grã-Bretanha no final do próximo ano”.

O não irlandês ao Tratado de Lisboa foi motivado por razões económicas que ultrapassam a própria UE, como a globalização. A UE prosperou com a liberalização dos mercados que se constituía

como o seu motor de desenvolvimento. Simultaneamente foi criando o Estado previdência, para tornar efectivo seu modelo social de

mercado. Agora a liberalização dos mercados ultrapassou a própria UE, porque obedece a lógicas de pura ganância. Comprar ao preço mais baixo, vender ao preço mais alto, o que for possível, onde quer

seja. Postado por José Neto às 1:55 0 comentários Marcadores: globalização, repartição do rendimento, Tratado de

Lisboa Mostra em tempo real a emissão de CO2 de praticamente todos os

paises do planeta. Mostra também, em tempo real, onde está a nascer e a morrer

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pessoas, através de legendas que piscam a todo o momento no écrã. Reparem que os EUA e China emitem 1000 toneladas de CO2

a cada 5,4 e 9,2 segundos, respectivamente. É só passar o cursor do rato sobre qualquer país para ter as

informações.