cãomício no calçadão

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slides sobre a crônica de José Carlos de Oliveira

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Crnica: comcio no calado

Crnica: comcio no calado Jos Carlos OliveiraO escritor

Jos Carlos Oliveira (1934-1986), (Vitria,18 de agostode1934Vitria,13 de abrilde1986) foi umescritorbrasileiro. Celebrizando-se por suas colaboraes dirias noJornal do Brasil para o qual escreveu quase diariamente, por vinte e trs anos, entre 1961 e 1984., tornou-se um dos grandes cronistas brasileiros do sculo XX , mas praticou tambm o romance e o memorialismo.Bomio pobre e talentoso, preferia chamar a si mesmo de Carlinhos Oliveira, "cristo, catlico apostlico romano, pago, filho de Iemanj", "o mais ecumnico dos ateus", "brasileiro por fatalidade, temperamento e vocao", "apenas dois dedos maior que Napoleo Bonaparte", "com o corao de Gauguin, o fugitivo, o liberado, o inocente, o doido", expresses com que se autodefiniu em crnica bem humorada. Foi um defensor do livre pensamento, sem temer polmicas nem o revanchismo dos poderosos de qualquer faco, como mostra a sua obra pstuma, organizada em 1995 porBernardo de Mendona,Dirio daPatetocracia, que rene as crnicas escritas e publicadas ao longo do ano de 1968 noJornal do Brasil, um perodo marcante na exacerbao da ditadura instaurada em 1964 sob o comando dos generais. Seu romanceTerror e xtasefoi adaptado para o cinema em1979, em um obra de sucesso dirigida porAntnio Calmon.Movimentos Sociais Dc. 60: Movimentos OperriosMovimento operrio um termo que refere-se organizao coletiva de trabalhadores para a defesa de seus prprios interesses, particularmente (mas no apenas) atravs da implementao de leis especficas para reger as relaes de trabalho.O ano de 1968 rompeu um perodo de refluxo para a classe operria e os movimentos populares no s no Brasil, mas em todo mundo. Foi o ano em que o movimento de massas deu um grande salto qualitativo na luta de classes, pois pela primeira vez o movimento operrio rompia com as direes pelegas e formava um movimento independente, passando por cima da burocracia nas assemblias, nas greves, passeatas e ocupaes de fbrica, pela primeira vez desde que o regime militar havia colocado os sindicatos sob interveno.Movimentos Sociais Dc. 60: Movimentos OperriosNa primeira dcada do sculo XX, o Brasil j tinha um contingente operrio com mais de 100 mil trabalhadores, sendo a grande maioria concentrada nos estados do Rio de Janeiro e So Paulo. Foi nesse contexto que as reivindicaes por melhores salrios, jornada de trabalho reduzida e assistncia social conviveram com perspectivas polticas mais incisivas que lutavam contra a manuteno da propriedade privada e do chamado Estado Burgus.Imagem representando O Movimento Operrio.

Movimentos Sociais Dc. 60: Greve em OsascoA principal fbrica metalrgica de Osasco, a Cobrasma, com seus 3 mil operrios, precisava de apenas um pretexto para comear uma greve. O pretexto encontrado era a prpria ditadura militar.E foi no dia 16 de julho de 1968, s 9h da manh, que se ouvia a sirene extra da Cobrasma anunciar o incio da operao de ocupao da fbrica. A situao era to radicalizada que os operrios discutiam sobre a possibilidade do governo decretar um estado de stio logo aps a ocupao da indstria metalrgica. Qualquer fagulha poderia iniciar um incncio pelo Pas e a ocupao da Cobrasma no era uma fasca, mas um barril de plvora.Movimentos Sociais Dc. 60: Greve em OsascoImediatamente aps a ocupao, panfletos foram amplamente distribudos para informarem as outras fbricas. O panfleto, diga-se de passagem, havia sido escrito dois dias antes da ocupao, tamanha era a organizao dos operrios, que esperavam que o primeiro dia de greve deveria acontecer exatamente como estava naquele panfleto. E realmente aconteceu o que haviam previsto: s 9h, a Cobrasma seria ocupada e na troca de turno, s 14h, a Lonaflex tambm seria.Movimentos Sociais Dc. 60: Greve em OsascoO que o movimento no esperava era a ampliao da greve para outras categorias. Assim que leram o panfleto, os trabalhadores da fbrica de fsforos Granada tambm entraram em greve, assim como as indstrias de madeira, serraria e vrias outras categorias que no tinham qualquer relao com os metalrgicos, que eram chamados inclusive para negociar com os patres em nome destas outras categorias.

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AnliseComcio no calado- A narrativa dessa crnica pode ser analisada por vrios ngulos: em um deles, temos o discurso burgus, que prope medidas suprfluas para sua classe (pipidog, Cooper no Calado de Copacabana, no querer ir praia); metaforizadas pelas exigncias dos cachorros de raa: (Pastores alemes, Pinther, Poodle Branquinho; Weimaraner azulado, Pointer, Cadelinhas Basset, Dobermans e Boxer); opondo-se as classes proletrias que reivindicavam direito alimentao digna; direito a sade e direito a igualdade, simbolizadas pelas propostas do vira- lata, o qual foi logo visto como comunista. Referncias ao incio de abertura poltica, no final dos anos 70, quando os comcios do operariado tomava conta de grandes centros, e ainda eram visto com preconceitos, receios e represso.Os personagens

Pastores alemes;Pinther;Poodle branquinho;Weimaraner azulado;Pointer;Cadelinhas Basset;Dobermans;Boxer;Vira-Lata;Batalho de gatos

EspaoEspao da narrativa- Calado central da Avenida Copacabana Rio de Janeiro : Bairro de classe alta. Espao histrico - Copacabana umbairro nobresituado naZona Sulda cidade doRio de Janeiro, no Brasil. considerado um dos bairros mais famosos e prestigiados doBrasile um dos mais conhecidos do mundo. Tem o apelido dePrincesinha do MareCorao daZona Sul. Faz divisa com os tambmbairros nobresdaLagoa,Ipanema,BotafogoeLeme. J se chamou Socopenapan e o nome atual tem a ver com a santa boliviana que o originou.Tempo da narrativaTempo histrico - 1 de Maio em 1979. Uma multido lota o estdio de Vila Euclides num ato convocado por mais de 60 entidades.Tempo da narrativa atemporal por no trazer marcaes temporais;Tempo da narrao - dcada de 70. marcas na emanncia do textoComcio no calado: alegorizao de um perodo crtico. Narrador na 3 pessoa;Descrio atenta do espao; O tempo da realizao do Comcio no explicito na crnica subentendido por causa dos acontecimentos ocorridos numa determinada poca no Brasil, por isso h a necessidade de recontextualizao;

Crnica alegrica ao estilo das fbulas de Esopo, ces, animais mamferos, carnvoros so personificados e agem como os seres humanos;Linguagem simples;As frases so curtas;Assunto aparentemente banal;Estranhamento Batalho de Gatos, armados de unhas e dentes, garantia a ordem._ ironia;

Primeiro a falar Poodle branco, na esfera social representa homem branco que detm o poder, lder. Chama a ateno para a irresponsabilidade dos donos;Narrador irnico: _ respondeu a multido raivosa (embora toda ela vacinada).A crnica fala sobre cachorro, mas h momentos que o narrador se refere a eles em termos que designam pessoas, multido, povo; (pessoas transfiguradas em cachorros);O segundo a ter o direito a voz o cachorro Weimaraner azulado repete o paradigma, mas diz querer mudar;Na indicao de lugares explicito o poder aquisitivo dos cachorros, ruas, bairros e prdio de luxo;O narrador deixa implcito que esses lugares luxuosos de algum modo esto corrodos, a exemplo, o cachorro azulado faz xixi na piscina do Copacabana Palace;3 a falar, Boxer de cara abobalhada, bom coraofaz em proposio de forma organizada, prope uma abaixo assinado e demonstra preocupao com a opinio pblica e a sade;

O momento de tenso comea com aparecimento do vira-lata na cenapropondo igualdade entre as raas;Os ces de luxo pertencem a direita, representam o poder, no querem mudana: plano mais amplo da justia social;Vira-lata, pertenceesquerda, recebe rtulo de agitador, comunista deve ser silenciado.O narrador astuto, apresenta passagens humorsticas, mesclados aos aspectosrevoltantes da desigualdade de distribuio de renda no Brasil.Podemos depreender que na crnica os cachorros de raa representam o poder, a classe dominante e o vira-lata pertence classe proletria comeando lentamente a se organizar em sindicatos para lutar por seus no final da dcada de 60 e incio da dcada de 70