cisterna-calçadão garante renda para a família de seu jacinto e dona luzia

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O homem e a mulher do campo para garantir uma vida digna precisam da terra para dela tirar seu sustento. Porem ter um pedaço de chão para trabalhar, cultivar e chamar de seu é ainda um sonho de milhares de agricultores e agricultoras do semiárido brasileiro. Um sonho já conquistado pelos agricultores Jacinto dos Santos Oliveira e Luzia Candido de Sousa, casados há 25 anos, o casal vive em uma comunidade chamada Campinas, no município de Milton Brandão, em um pequeno pedaço de terra onde a família produz verduras, frutas e hortaliças que vendem e ajudam no orçamento da família. Seu Jacinto conta que já passou muita necessidade na vida e que agradece a Deus todos os dias pelo o que já conquistou até hoje. Ele veio de uma família de 11 irmãos, teve que trabalhar muito para sobreviver, vivia morando de casa em casa e fez todo tipo de trabalho para ganhar dinheiro. Sua família é do município de Pedro II e nessas andanças conheceu Dona Luzia que morava na comunidade Campinas, com ela casou e teve três filhos. Em sua propriedade, que possui menos de um hectare, Seu Jacinto e Dona Luzia moram com a filha Maria da Conceição, os outros dois filhos, assim como muitos outros jovens da região viajaram em busca de vida melhor em outras regiões. Seu Jacinto diz que depois de ter viajando tanto em busca de vida digna, hoje ele pode dizer que encontrou porque produz no quintal de casa o que comer e vender para garantir um dinheiro extra. No quintal, eles plantam batata, banana, mamão, cebola, coentro e pimentão. Seu Jacinto afirma que essa realidade é recente, antes a família não produzia porque faltava água, hoje com os Programas de Convivência com o Semiárido da Asa Brasil (Articulação no Semi-Árido Brasileiro) Programa Uma Terra e Duas Águas, a família foi beneficiada com a cisterna de 52 mil litros que é utilizada para a produção de alimento. Dona Luzia conta que quando foi para Piauí Ano 5 | nº 102 | Julho 2011 Campinas- Milton Brandão Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas Cisterna calçadão garante renda para a família de Seu Jacinto e Dona Luzia 1 Renda vem do que a família planta no quintal de casa. Maria da Conceição entre os pais Jacinto e Luzia.

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O homem e a mulher do campo para garantir uma vida digna precisam da terra para dela tirar seu sustento. Porem ter um pedaço de chão para trabalhar, cultivar e chamar de seu é ainda um sonho de milhares de agricultores e agricultoras do semiárido brasileiro. Um sonho já conquistado pelos agricultores Jacinto dos Santos Oliveira e Luzia Candido de Sousa, casados há 25 anos, o casal vive em uma comunidade chamada Campinas, no município de Milton Brandão, em um pequeno pedaço de terra onde a família produz verduras, frutas e hortaliças que vendem e ajudam no orçamento da família.

Seu Jacinto conta que já passou muita necessidade na vida e que agradece a Deus todos os dias pelo o que já conquistou até hoje. Ele veio de uma família de 11 irmãos, teve que trabalhar muito para sobreviver, vivia morando de casa em casa e fez todo tipo de trabalho para ganhar dinheiro. Sua família é do município de Pedro II e nessas andanças conheceu Dona Luzia que morava na comunidade Campinas, com ela casou e teve três filhos.

Em sua propriedade, que possui menos de um hectare, Seu Jacinto e Dona Luzia moram com a filha Maria da Conceição, os outros dois filhos, assim como muitos outros jovens da região viajaram em busca de vida melhor em outras regiões. Seu Jacinto diz que depois de ter viajando tanto em busca de vida digna, hoje ele pode dizer que encontrou porque produz no quintal de casa o que comer e vender para garantir um dinheiro extra. No quintal, eles plantam batata, banana, mamão, cebola, coentro e pimentão. Seu Jacinto afirma que essa realidade é recente, antes a família não produzia porque faltava água, hoje com os Programas de Convivência com o Semiárido da Asa Brasil (Articulação no Semi-Árido Brasileiro) Programa Uma Terra e Duas Águas, a família foi beneficiada com a cisterna de 52 mil litros que é utilizada para a produção de alimento.

Dona Luzia conta que quando foi para

Piauí

Ano 5 | nº 102 | Julho 2011Campinas- Milton Brandão

Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas

Cisterna calçadão garante renda para a família de Seu Jacinto e Dona Luzia

1Renda vem do que a família planta no quintal de casa.

Maria da Conceição entre os pais Jacinto e Luzia.

escolher o caráter produtivo, onde as famílias recebem um incentivo do P1+2 para começar uma produção, Seu Jacinto escolheu galinhas e Dona Luzia queria canteiros, depois de conversarem, os dois entraram em consenso e ficaram com os canteiros. Hoje o agricultor dedica maior parte do seu tempo cuidado da horta, já que Dona Luzia é adoentada. Para Seu jacinto a cisterna foi uma oportunidade importante para a família, ele descobriu na produção de hortaliças, frutas e verduras uma boa forma de colocar comida na mesa.

O agricultor diz que gostaria muito de plantar outras culturas como acerola, manga, goiaba e alface, que são bastante procuradas pelos seus clientes, mas como o quintal é muito pequeno, não dar para produzir, a família até tentou comprar as terras que ficam nas proximidades da propriedade, mas não conseguiram porque o proprietário não vendeu. Seu Jacinto conta que a família possui um terreno com nove hectares, mas é muito distante da cisterna, como a sua vontade era de aumentar sua produção de frutas e verduras, sem água, lá fica difícil de produzir. Mesmo com o quintal pequeno, o que produzem ajuda e muito no sustento da família. O que a família planta no quintal é vendido na comunidade Campinas, nas comunidades vizinhas ou mesmo na sede de Milton Brandão e Pedro II, os municípios mais próximos, “eu às vezes saio com um caixa cheia e vendo tudo, e ainda ficam me perguntando quando eu vou voltar”, conta.

Dona Luzia diz que se pudesse também criaria galinhas e porcos, mas como o quintal é pequeno não podem ter para ter as duas coisas, “a gente criava algumas galinhas e porco, mas como não tinha como prender no quintal, eles iam pra estrada e acabavam sendo morto pelas motos”, conta.

Seu Jacinto diz que sabe que é muito sonho para pouca área, mas acredita que assim como a água, que chegou através do Programa, a terra com paciência poderá um dia ser conquistada, enquanto isso não ocorre, seu Jacinto diz que vai sonhando, vontade de trabalhar e coragem não lhe faltam “ eu fico é imaginando se eu pudesse produzir mais, se aqui fosse maior, aí eu ia mostrar produção, afirma o agricultor.

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Apoio:

www.asabrasil.org.br

Seu Jacinto cuida do quintal da família.

Cisterna garante a água para produção de hortaliças.