canção nova de março de 2014

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palavra do fundador: Deus vê além. palavra do fundador: Deus vê além. r e v i s t a Ano XIII - Nº 159 - Março de 2014 - Revista Mensal do Sócio Evangelizador clube.cancaonova.com ISSN 1806-1494 Palavra da Igreja: Voz do Pastor “ E para a liberdade que Cristo nos libertou” ´

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A Revista Canção Nova é, acima de tudo, um instrumento de evangelização. Ela é um canal eficaz de comunicação da Canção Nova com os seus sócios, oferecendo a eles oportunidade de conhecer melhor esta obra e missão, levando conteúdos atuais e de evangelização, sempre anunciando o Cristo vivo e vivido.

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Palavra da Igreja: Voz do Pastor

“ E para a liberdadeque Cristo nos libertou”

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Palavra do Fundador: Seja fi el ao que Deus lhe pede

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Campanha da Fraternidade 2014

Cachoeira Paulista- SP - BrasilCaixa Postal 57 CEP 12630-900Tel: 55 (12) 3186 2600 [email protected]

FALE CONOSCO:

FUNDADOR DA COMUNIDADE CANÇÃO NOVA: MONSENHOR JONAS ABIB PRESIDENTE DA FJPII: WELLINGTON SILVA JARDIMDIRETOR EXECUTIVO DA FJPII: FILIPE JARDIMJORNALISTA RESPONSÁVEL: OSVALDO LUIZ/MTB 23094COORDENAÇÃO: THAÍS BRANT DA SILVA RAMOS ASSISTENTE DE COORDENAÇÃO: VANESSA GOTO E JOEL PRADOPRODUÇÃO E ASSESSORIA: MAURICÉIA SILVA, LUCIANA OLIVEIRA, ARIELI PRADO E MARIANA NEPOMUCENOREVISÃO ORTOGRÁFICA: DYRCE ARAÚJODIREÇÃO DE ARTE: HOUSE DESIGNPROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO: MARIANA BUENODESIGNERS: MARIANA BUENO, ARTUR SANTONI, BIANCA MON-TENEGRO, JULIO LORENZO E LEONARDO AUGUSTOCAPA: MARIA ALICE CAMPOS FOTO: ANDRÉIA BRITTA E LARISSA CARVALHOIMAGEM DE QUARTA CAPA: A ANUNCIAÇÃO POR PHILIPPE DE CHAMPAIGNE / ANO: 1644 / LOCALIZAÇÃO: METROPOLITAN MUSEUM, NOVA YORK, EUA

Errata: No texto de autoria do Pe. Fabrício, página 14 da edição de fevereiro da Revista Canção Nova, onde está “Lucas 13, 33-36” lê-se “Lucas 11, 33-36”.

IMPRESSÃO: ESDEVA INDÚSTRIA GRÁFICA S.A.

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Carta ao leitor

Neste mês de março, a Revista Canção Nova apresenta um itinerário que pode nos ajudar a viver melhor a Quaresma em preparação à Ressurreição de Cristo. Com o objetivo de impulsionar esse desejo de conversão, Monsenhor Jonas Abib aponta que nossos olhos precisam mirar para frente para o alto e sobre a necessidade de uma decisão pessoal: “Queira ser e ver a mudança”, aconselha o fundador da Canção Nova. Neste período quaresmal, a proposta da Campanha da Fraternidade da CNBB sobre o tráfico de seres humanos desperta em nós gestos concretos. “O trabalho escravo e a exploração sexual acontecem muitas vezes ao nosso lado e não damos conta disto. Cristo nos libertou para que sejamos livres”, alerta Padre Roger Araújo.

Aliados na caminhada são os santos. Luzia Santiago destaca que o céu é por nós e São José é o nosso provedor. Neste percurso, padre Fabrício Andrade apresenta a Palavra de Deus como instrumento para descobrirmos nossa verdadeira identidade e o lugar que devemos ocupar nos relacionamentos. Na Ação Jovem, diácono Renan Félix pede que sejamos dóceis ao Espírito Santo a fim de sairmos do nosso egoísmo

que nos fecha em nós mesmos e nos voltemos mais a Deus e aos irmãos.

Na Palavra da Igreja, a sucessão dos apóstolos: Dom Benedito Beni dos Santos apresenta seu sucessor, o Dom Frei João Inácio Muller, a quem passa o governo pastoral da diocese de Lorena.

Que este tempo de purificação nos faça mais irmãos para “conhecer e reconhecer o que há de bom nas outras comunidades e igrejas cristãs”, é o que indica a formação com professor Felipe Aquino. “Que todos sejam um”, o sonho de Jesus também é o título da coluna do presidente da Fundação João Paulo II, Wellington Silva Jardim. Olhando para o futuro com confiança, nosso irmão Eto – como é conhecido - já vislumbra a inauguração do Santuário do Pai das Misericórdias marcada para o dia 05 de dezembro de 2014. Uma ótima leitura e boa preparação para a Páscoa do Senhor!

RODRIGO LUIZ DOS SANTOSComunidade Canção Nova@rodrigosanluiz

JUNTOS, A CAMINHO

“Para realizar um depósito identificado utilize esta conta: BANCO DO BRASIL AG 3358-8 C/C 2000-1

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CAIXA

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SANTANDER

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DOAÇÃO EM OURO

DOAÇÃO CONTA BANCÁRIA

Envie sua doação com o seu testemunho para nossas frentes de missão ou via SEDEX para o endereço: Comunidade Canção Nova CX Postal 57 - CEP:12630-900 - Cachoeira Paul ista-SP.

Caixa Econômica Federal Ag. 2003 - Tipo 03 - C/C 03 1068-1 em nome da Fundação João Paulo I I

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Neste carnaval busque águas limpas

MONSENHOR JONAS ABIB Fundador da Comunidade Canção Nova www.twitter.com/padrejonasabibwww.padrejonas.com

Deus nos mostra que o pecado tem início no interior dos nossos corações. No Evangelho de São Marcos, capítulo 7 e versículo 20 – 23, está escrito: “O que sai da pessoa é que a torna impura. Pois é de dentro, do coração humano, que saem as más intenções: imoralidade sexual, roubos, homicídios, adultérios, ambições desmedidas, perversidades; fraude, devassidão, inveja, calúnia, orgulho e insensatez. Todas essas coisas saem de dentro, e são elas que tornam alguém impuro”.

Queridos, estejam atentos a esta investida do inimigo, principalmente no período do Carnaval, quando ele quer despertar em nós o desejo de querer e cobiçar tudo, nos fazer corruptos e assim nos tornar uma chaga só. A corrupção vem do profundo do inferno e o inimigo está inclemente para que a partir da cobiça sejamos levados à corrupção e à sexualidade desenfreada.

É justamente dessa forma que o mundo quer que vivamos, conforme esta mentalidade, do prazer imediato e inconsequente. Podemos até ser muito da Igreja e trabalhar por ela, mas ainda estamos vivendo neste ritmo mundano. Isso precisa acabar em nossas vidas, e realmente decidirmos viver a Palavra de Deus.

Não olhe para o passado, mesmo que tenha sido ontem. Não mudamos o passado, e o Senhor está fazendo e suscitando coisas novas. Nisto devemos colocar o nosso foco. Podemos ver nestes dias como o próprio Espírito Santo está suscitando o “novo” na sua Igreja. Olhe para estes sinais de Deus, porque,

senão, viveremos num eterno pessimismo. E onde está o ontem? Onde está o ano passado? Já não estão mais. Os nossos olhos precisam mirar para frente, para o alto.

Veja o exemplo da corça, ela não bebe água suja, pois sempre busca mais à frente a água limpa, a mais limpa que conseguir. Faça assim também, busque as águas do Senhor! Do Alto, do céu. Não contamine o seu interior pelas “águas sujas” que já passaram. Às vezes, são como “águas de esgoto” que já passaram, mas, infelizmente, fixamo-nos nelas.

Não admita mais beber das águas sujas. Seja como a corça. É preciso subir e chegar aos picos, e nesta subida sentiremos ainda mais sede, mas não se permita beber água podre.

E onde está a água pura? Nas chagas abertas de Jesus. Água do Espírito, do Sangue da redenção!

É triste quando nos viciamos no pessimismo e no pecado, pois assim estamos bebendo “águas putrefatas”. Queira ser e ver a mudança. Se você muda, as coisas mudam. Deixe-se mudar. O Senhor precisa de pessoas que creiam e que confiem no impossível. Este é o tempo da misericórdia como nunca existiu antes. É um tempo privilegiado, pois o Senhor é bondoso e compassivo.

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Palavra do fundador

Revista Canção Nova MARÇO 2014

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DOM BENEDITO BENIDOS SANTOSBispo Emérito de Lorena

Palavra da igrejaPalavra da igreja

VOZ DO PASTORNo dia 2 de janeiro, terminou a minha missão como

Bispo Diocesano de Lorena e, por quatro meses, Adminis-trador Apostólico. Encontra-se agora à frente da Diocese o meu sucessor Dom João Inácio Müller.

O Bispo é o Sucessor dos Apóstolos. Sua missão principal é manter o rebanho na fidelidade à Doutrina dos Apóstolos. Tem ainda, como tarefa, ser o centro da unidade da Igreja Particular (diocese), que é constituída à imagem da Igreja Universal. Os elementos constritivos da Igreja Particu-lar são: o Bispo, Sucessor dos Apóstolos, com o seu presbi-tério (o conjunto de padres de uma diocese), a pregação do Evangelho, a celebração da Eucaristia e a porção do Povo de Deus, ou seja, todo o Povo de Deus em miniatura.

A Diocese de Lorena foi fundada há 77 anos. Teve, até agora, oito Bispos. Dom João Inácio é o 9° Bispo a ocupar a Sede Episcopal de Lorena. Trata-se de um filho de São Francisco, imbuído da espiritualidade franciscana: simplicida-de, humildade, pobreza e, sobretudo, grande amor à Igreja. Ele é o novo Pastor que vai cuidar de um rebanho de cerca de 300 mil pessoas espalhadas pelos 14 municípios, 30 pa-róquias, 3 santuários e dezenas de comunidades. O Clero atinge a cifra de 74 sacerdotes (diocesanos e religiosos). A Diocese possui 28 diáconos permanentes e 38 seminaris-

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tas, incluindo os diocesanos que se preparam para serem colocados a serviço da Comunidade Canção Nova após a ordenação sacerdotal.

Esta coluna, cujo título é a Voz do Pastor, será mantida, como desejam seus responsáveis, por mim, Bispo Emérito de Lorena, e por Dom João.

Encerro este breve artigo com as palavras que pronun-ciei no momento de passar o governo pastoral da Diocese ao meu sucessor: “Dom João, eu te entrego, neste momen-to, o báculo usado pelo primeiro Bispo de Lorena, Dom Francisco Borja do Amaral. É um cajado leve. Com ele deve-rás guiar o rebanho. Este rebanho não é meu, não é teu. É de Cristo. Foi Ele mesmo que afirmou: Simão Pedro, apascenta os meus cordeiros, apascenta minhas ovelhas. Que o Espí-rito Santo, Espírito suave e bom, te conduza pelo caminho reto e que possas realizar teus desejos e planos segundo a vontade de Deus! Que a Senhora da Piedade, nossa Padro-eira, te ampare como filho querido!”

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LUZIA SANTIAGO Cofundadora da Comunidade Canção Nova www.twitter.com/luziasantiagowww.luziasantiago.com

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Um Amigo Provedor no Céu!

Revista Canção Nova MARÇO 2014

Se fizermos uma leitura de nossa história de vida, encontraremos a presença de muitos amigos do Céu, que nos formam e encorajam: os santos que nos acompanham em nossa trajetória. Eu tenho entre meus livros diários a vida de alguns santos. Um deles é o de Santa Teresa D’ Ávila. Em uma de suas partilhas, ela testemunha o benefício na sua vida da intercessão de São José: “Vendo-me tão tolhida com tão pouca idade, e por não valerem os médicos da terra, resolvi recorrer ao céu para que me cure. Tomei por advogado e senhor o glorioso São José, encomendando-me a ele. Vi com clareza que esse pai fez mais do que podia pedir, tanto dessa necessidade de saúde como de outras maiores, referentes à honra e à perda da alma. Não me lembro até hoje de ter-lhe suplicado algo que ele não tenha feito. Espantam-me muito os grandes favores que Deus me concedeu através desse bem-aventurado

santo, e os perigos, tanto do corpo como da alma, de que me livrou. Se a outros santos o Senhor parece ter concedido a graça de socorrer numa dada necessidade, a esse santo glorioso, a minha experiência mostra que Deus permite socorrer em todas, querendo dar a entender, que São José, por ter-lhe sido submisso na terra, na qualidade de pai adotivo, tem no céu todos os seus pedidos atendidos. Não conheço nenhuma pessoa que realmente lhe seja devota e a ele se dedique particularmente, que não progrida na virtude; porque ele ajuda muito as almas que a ele se encomendam. Há alguns anos, sempre lhe peço, em seu dia, alguma coisa, nunca deixando de ser atendida. Vendo por experiência o grande bem que é encomendar-se a esse glorioso patriarca e ter-lhe devoção. As pessoas de oração, em especial, deveriam ser-lhe afeiçoadas; não sei como se pode pensar na Rainha dos Anjos, no tempo em que tanta angústia passou com o Menino Jesus, sem se dar graças a São José pela ajuda que lhe prestou. Quem não encontra mestre que ensine a rezar, tome por mestre esse glorioso Santo, e não errará no caminho. Pois ele mostrou quem é ao fazer que eu me levantasse, andasse, e não mais ficasse paralítica”.

Pelo mês de março ser dedicado a São José, especialmente o dia dezenove, eu quis nesta carta registrar, a exemplo de Santa Teresa, a eficácia da sua intercessão. Ao iniciarmos a Canção Nova, um grande amigo, Dom Davi, bispo de Santos, visitou-nos e trouxe uma imagem de São José nas mãos; ao nos cumprimentar, perguntou onde era a sala do nosso financeiro. Nós o levamos ao local, e ele nos disse: Consagremos a Providência da Canção Nova ao Patrono da Sagrada Família, que nunca lhe deixou faltar nada, para que ele seja o provedor dessa missão de evangelizar. Nós experimentamos a graça sobrenatural a cada mês na campanha do Projeto Dai-me almas. Um milagre aos nossos olhos!

O Céu é por nós, e São José é o nosso provedor. Nas causas da nossa vida digamos com fé: São José, valei-nos!

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Esta aspiração de Cristo acontece respeitando a nossa liberdade. Não pode servir de pretexto para uma imposição que queira forçar a uma unidade disciplinar para todos os homens, quando cada um possui uma consciência pela qual Cristo deu a vida.

O Filho do homem não veio ao mundo para julgar, mas para salvar. Com isso, não nos dá o direito de re-criminar as ovelhas perdidas, pois também são seus fi-lhos. Só não acreditamos na boa fé dos outros, porque a nossa fé é uma fé fraca, sem forças. Nunca podemos esquecer que um homem sem fé é uma pessoa total-mente sem liberdade, tolerância e amor.

Sabemos também que, quando temos nosso en-contro pessoal com Cristo, enchemos-nos da Fé, pois o Espírito Santo nos preenche! Quando começamos a nos esvaziar dessa Fé nos distanciamos de Deus. O primeiro sintoma que sentimos é a distância em nossas orações. A falta da Palavra de Deus é o esvaziamento do nosso interior. Talvez você não consiga rezar por-que se sente vazio e porque seu interior começou a preencher esta lacuna com mágoas.

Perceba que você já não está mais de pé, está se arrastando como um escravo. O homem de pé é aque-le, cujo espírito é inteiramente livre, comanda a sen-

WELLINGTON SILVA JARDIM Cofundador da Comunidade Canção Nova e administradorwww.twitter.com/etocnblog.cancaonova.com/eto

Administração e vida

Que todos sejam um!

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sibilidade e o corpo. Veja que sua vida é uma missão ordenada por Deus e deves cumprir com a máxima di-ligência. A tua vida deve ser para a Glória de Deus, para a santificação de tua alma e para o bem do próximo.

Que todos sejam um!Querido irmão, já estamos no primeiro trimestre do

ano de 2014, passou tão rápido e estamos na reta final do término do Santuário do Pai das Misericórdias. Temos que nos lançar na Fé, pois estamos naquele momento que uma coisa puxa a outra - quero dizer, duas, três ou mais etapas sendo realizadas ao mesmo tempo. Tam-bém chegou sua hora, além de colaborar com o seu boleto mensal nos ajude com o boleto do calendário, pois será de muita ajuda. No Hosana Brasil deste ano, acontece a inauguração dessa obra começada e acabada com a sua preciosa ajuda todos estes anos.

Deus te abençoeAcredito em você!Seu irmão

Revista Canção Nova MARÇO 2014

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A Igreja do Brasil realiza há 40 anos a Campanha da Fraternidade (CF). Durante o período da Quaresma, a pro-posta procura unir a espiritualidade de conversão e a peni-tência deste tempo litúrgico em preparação para a Páscoa às realidades sociais e carências humanitárias que exigem um maior comprometimento da nossa fé cristã.

Neste ano, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) propõe como tema “Fraternidade e tráfico humano” e como lema “É para a liberdade que Cristo nos libertou”. A sugestão nasceu de entidades ligadas à Pas-toral da Mobilidade Humana e de grupos que trabalham para combater o trabalho escravo. Após um longo apro-fundamento sobre o assunto, chegou-se à conclusão de que se trata de uma grave chaga social que afeta o mundo e representa um dos mais sérios problemas humanitários do nosso país.

De acordo com Estudos da Organização Internacional do Trabalho (OIT), são consideradas vítimas do tráfico hu-mano pessoas aprisionadas pelo trabalho escravo e a ex-ploração sexual. Em 2012, pelo menos 20,9 milhões foram vítimas deste crime. No Brasil pelo menos 2,5 milhões de pessoas são vítimas deste aliciamento envolvendo crian-ças, jovens e adultos. Geralmente, as vítimas são pessoas frágeis e inocentes que sonham com uma vida melhor, com a chance de sobrevivência ou com uma vida mais dig-na. São envolvidas em falsas promessas ou simplesmen-te levadas à força sem qualquer oportunidade de outra escolha. Tortura psicológica, constantes ameaças, falta de perspectivas ou de qualquer proteção dos órgãos de se-gurança fazem destas pessoas presas fáceis dos aliciadores.

A Campanha da Fraternidade de 2014 chega numa boa hora em nosso país. O Brasil é palco de importan-tes eventos internacionais como Copa do Mundo e Jogos Olímpicos, no Rio de Janeiro, em 2016. A realização desses eventos aumenta a oferta e a procura pelo turismo se-xual. Denúncias de trabalho escravo e exploração sexual, sobretudo de menores, fazem parte das manchetes dos nossos jornais quase de forma cotidiana. No Congresso Nacional, uma Comissão Parlamentar procura denunciar quem promove esta prática criminosa.

A Igreja Católica pretende se unir a outras entidades para denunciar esta prática criminosa e chamar a atenção de nossa sociedade para um mal social que muitas vezes nós fechamos nossos olhos. Segundo o Cardeal Cláudio Hummes, a Igreja e toda a sociedade precisam unir forças para coibir esta prática vergonhosa. As iniciativas devem vir desde a mobilização de grupos a pressões junto aos órgãos públicos competentes.

“O objetivo central da Campanha da Fraternidade será identificar as práticas de tráfico humano, em suas vá-

rias formas, manifestações e denunciá-las às autoridades constituídas, como violação da dignidade e da liberdade humanas, mobilizando cristãos, pessoas de boa vontade, sociedade organizada para erradi-car este mal endêmico, com vistas ao resgate da vida dos filhos e filhas de Deus”, afirma Dom Cláudio Hummes. No entendimento do Cardeal, a Igreja precisa ser também a mãe que cuida dos seus filhos feridos e machucados, dan-do atenção, cuidado, proteção e buscando meio de recu-peração para as vítimas desta brutalidade humana.

O Papa Francisco, desde o início do seu pontificado, tem sido uma voz de denúncia e de clamor pelas vítimas

Fraternidade e tráfico humano“É para a liberdade que Cristo nos libertou” (Gl 5, 1)

No Brasil pelo menos 2,5 milhões de pessoas são vítimas destealiciamento envolvendo crianças, jovens e adultos.

“...mobilizando cristãos, pessoas de boa von-tade, sociedade organizada para erradicar este

mal endêmico, com vistas ao resgate da vida dos filhos e filhas de Deus.”

Dom Cláudio Hummes.

Matéria especial

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do tráfico humano no mundo todo. Francisco já fez vários pronunciamentos e chamou a atenção da sociedade para que

não se cale diante destas atrocidades com os filhos e filhas de Deus. “O tráfico de pessoas é uma atividade ignóbil, uma vergonha para as nossas sociedades que se dizem civilizadas”, exor-tou o Pontífice durante uma audiência aos responsáveis

do Pontifício Conselho para a Pastoral dos Migrantes e Iti-nerantes da Santa Sé em maio de 2013. O Papa condenou o tráfico de seres humanos, que considerou uma “vergonha”. Disse ainda que “exploradores e clientes deveriam fazer um sério exame de consciência diante de si e diante de Deus”. O Documento de Aparecida afirma que “o tráfico humano

é uma das questões sociais mais graves da atualidade” (cf. Celam, Documento de Aparecida, 7ª. Edição, 2008, n.73).

No Texto Base da Campanha da Fraternidade deste ano, a CNNB traça as causas do tráfico humano e quem são os rostos de quem sofre esta exploração. Ao mes-mo tempo, a Igreja procura denunciar estruturas e situ-ações causadoras do tráfico humano e reivindicar dos poderes públicos, políticas e meios para reinserção das pessoas atingidas pelo tráfico humano e na vida familiar e social. Além das vítimas de exploração no trabalho e de caráter sexual, a Igreja aponta o drama do tráfico para a extração de órgãos e o tráfico de crianças e adoles-centes para adoção. Outro ponto importante no texto elaborado pela CNBB é a chamada de atenção para o enfrentamento ao tráfico humano e o compromisso da Igreja Católica no Brasil de estar ao lado das vítimas e, ao mesmo tempo, ser um canal de denúncia para não permitir a proliferação desta prática em nosso país.

A integrante do Setor Pastoral da Mobilidade hu-mana da CNBB e diretora do Instituto de Migrações e Direitos humanos (IMHD), Irmã Rosita Milesi, destaca que, mesmo com a escassez de estatísticas exatas so-bre este tema e com o pouco envolvimento dos órgãos públicos e da sociedade nesta causa, nós, como Igreja, precisamos nos colocar ao lado das vítimas. “Aqui, no-vamente, o chamado a estarmos ao lado das vítimas para reerguê-las e curá-las, para denunciar estas violações e para demandar o poder constituído a tomar medidas de enfrentamento a este crime e a implementar políticas públicas de assistência às pessoas escravizadas”, afirma a religiosa.

A Campanha da Fraternidade deste ano se une aos trabalhos de organizações, associações e entidades no Brasil e no mundo que combatem este crime e procura levar apoio e ajuda às vítimas de toda espécie de tráfi-co humano. Cada um de nós é chamado a se envolver nesta causa social e combater esta perversidade huma-na. Não se iniba em denunciar qualquer suspeita deste crime perto de você. Ao mesmo tempo, não deixe de ajudar entidades que trabalham por esta nobre causa. O trabalho escravo e a exploração sexual acontecem mui-tas vezes ao nosso lado e não damos conta disto. Cristo nos libertou para que sejamos livres. Trabalhemos pela liberdade das vítimas desta opressão!

Fraternidade e tráfico humano“É para a liberdade que Cristo nos libertou” (Gl 5, 1)

No Brasil pelo menos 2,5 milhões de pessoas são vítimas destealiciamento envolvendo crianças, jovens e adultos.

“...mobilizando cristãos, pessoas de boa von-tade, sociedade organizada para erradicar este

mal endêmico, com vistas ao resgate da vida dos filhos e filhas de Deus.”

Dom Cláudio Hummes.

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PE. ROGER ARAUJOComunidade Canção Nova

Revista Canção Nova MARÇO 2014

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DRA GISELA SAVIOLINutricionista clínica, escritorablog.cancaonova.com/maissaudetwitter.com/giselasavioliwww.giselasavioli.com.br

DEPRESSÃO E MENOPAUSA

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Como se não bastasse esse divisor de águas na vida da mulher, a menopausa muitas vezes é acompanhada de depressão. Infelizmente nenhuma de nós escapará da menopausa que é o final do período fértil da mulher marcado pela interrupção durante 12 meses seguidos da menstruação. Com ela ocorrem alterações hormonais, bioquímicas e emocionais que podem ocasionar uma variedade enorme de sintomas. Nessa fase da vida da mulher há uma diminuição do estrógeno, hormônio fe-minino responsável pelo aparecimento dos caracteres sexuais secundários, ou seja, dos pelos pubianos, do au-mento do seio, libido sexual. Na maioria das mulheres

a menopausa ocorre entre os 45-55 anos e uma irre-gularidade menstrual já pode ser um dos sinais de que estão ocorrendo modificações hormonais no seu corpo. É o famoso climatério. Os hormônios sexuais estão di-retamente relacionados a função psíquica, de modo que o bem estar emocional também depende da manuten-ção do equilíbrio desses hormônios. Esse fato, em par-te explica a ocorrência de depressão em mulheres na menopausa, embora nessa fase da vida, existam fatores emocionais importantes que concorrem também para o início desse transtorno afetivo. A vulnerabilidade de humor e a labilidade emocional quase sempre presente nas mulheres menopausadas podem desencadear gran-des problemas no relacionamento social e familiar, po-dendo deixar marcas definitivas. Desse modo, é muito importante conhecer o que acontece com as mulheres nessa fase, para que todos aqueles que convivem com essas pessoas, em casa, no trabalho ou na vida comuni-tária e mesmo as próprias mulheres possam estar cien-tes da situação e juntos possam ultrapassar esses maus momentos sem deixar cicatrizes nos relacionamentos. A parada da menstrução é entendida por algumas mu-lheres como perda da feminilidade, pois a experiência constante e cíclica do sangramento uterino é para mui-tas dotada de muito simbolismo. A crença de que esta velha ocasiona redução da qualidade de vida. A auto-estima é abalada quando as mudanças são percebida no cotidiano, ou seja, ao se olhar no espelho reconhece as marcas do tempo, uma ameaça a sua imagem corporal. A sexualidade também é vista como tabu pela perda do libido e pelas alterações do órgão sexual feminino que pela falta do estrógeno fica ressecado, tornando o ato sexual doloroso e sem prazer. A receita de hoje é uma dica: o livro Depressão - um sinal de esperança, do Dr. Roque Marcos Savioli, vocês poderão adquirir aqui pelo Departamento Davi (12) 3186.2600 e assim saber mais detalhes sobre a denominada doença do século XXI.

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A Bíblia foi escrita para você

PE. FABRÍCIO ANDRADEComunidade Canção NovaTwitter: pefabriciocnFacebook: Fabricio Andradeblog.cancaonova.com/padrefabricio

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O contato com a Palavra de Deus nos ajuda a reco-nhecermos cada vez mais a nossa verdadeira identidade. A Palavra desse mês está no evangelho de João 1,19-28, tenha agora contato com o texto, leia direto na sua Bíblia em seguida medite um pouco, se coloque no lugar de João Batista, faça um instante de silêncio e escute Deus falar com você!

João está sendo pressionado para que diga quem ele é, por três vezes nesse trecho ele é interrogado. João co-meça respondendo por aquilo que ele não é. Nós também podemos saber e deixar claro para todos aquilo que não somos, mas isso não basta para se fazer conhecido. Então uma quarta pergunta é feita a João: “que dizes de ti mes-mo?”, aqui a pergunta é muito direta e exige de João uma resposta clara e objetiva, ele diz; “Eu sou a voz de quem gri-ta no deserto: endireitai o caminho para o Senhor”. João fala da sua identidade a partir de sua relação com Jesus Cristo, João é o precursor, aquele que vem na frente de Jesus para preparar o caminho, chamando o povo à conversão.

Em nenhum momento João se deixa confundir com o Messias, ele sabe quem é e quem ele não é. Muitas das confusões e problemas que temos nos relacionamentos dentro de casa, no trabalho e em uma paroquia, vem da confusão de várias pessoas que convivem e desempenham diferentes funções, entretanto na maioria das vezes elas não sabem definir quem são na verdade. Acabam exigindo que os outros lhe apresente sua própria identidade a partir de elogios, críticas e comparações. Isso gera maus entendidos e muita competição.

Quando não sabemos dizer quem nós somos, busca-mos essa identidade nas coisas e nas pessoas, nos títulos e cargos. Sem falar nas inúmeras vezes que acabamos nos machucando com as inevitáveis comparações com os ou-tros, o que sempre gera complexos de inferioridade. João Batista tinha clareza de quem ele era, iluminado pela identi-dade de Jesus Cristo, o Messias. João logo depois vai dizer num outro momento, “é necessário que Ele cresça, e eu diminua” (Jo 3,30), João não sai perdendo porque dá lugar à Jesus, mas ocupa somente o seu lugar e sua identidade. São inúmeros os exemplos que podemos dar de competi-ção e verdadeiras disputas entre pessoas, para se imporem e vencerem uns aos outros; num casal, entre amigos, cole-gas de trabalho.

Os transtornos nos relacionamentos quase sempre são originados na ignorância que trazemos a respeito de nossa verdadeira identidade e do determinado lugar que devemos ocupar. Brigas entre sogra e nora, pais e filhos,

Que dizes de ti mesmo?

esposo e esposa poderiam ser superadas se cada um fosse conhecedor de quem realmente é e respeitasse os limites existentes entre essas relações. Todos conhecemos aque-la frase popular que diz; ‘a nossa liberdade termina, onde começa a do outro’, entretanto não colocamos isso em prática, porque muitas vezes apesar do tempo vivido, não fomos crescendo no conhecimento e na posse madura de quem somos realmente.

Assim como João, eu é você somos o tempo todo pressionado pelo mundo e pelas pessoas para dizermos com nossa vida quem somos e quem não somos. À luz de Cristo podemos reconhecer nossa identidade e saber dizer aos outros e à nós mesmos quem somos nós. Pense um pouco e responda pra você essa pergunta: que dizes de ti mesmo?

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DIÁC. RENAN FÉLIX@[email protected]

Ação jovemAção jovem

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Com a celebração da Quarta-feira de Cinzas, nós começamos um novo caminho quaresmal, um caminho que se estende por quarenta dias e nos conduz à alegria da Páscoa do Senhor, à vitória da Vida sobre a morte. A Quaresma é um tempo de conversão, tempo para mu-darmos a rota do nosso coração, saindo do nosso egoís-mo, que nos fecha em nós mesmos, e nos voltando em direção ao amor a Deus e aos nossos irmãos.

Assim como Jesus foi conduzido pelo Espírito Santo ao deserto (cf. Mt 4,1), esse tempo litúrgico quer nos colocar numa atitude de revisão concreta de vida, onde, através da oração, do jejum e do exercício da caridade, nós nos tornaremos sensíveis ao apelo desse mesmo Espírito que quer nos levar ao deserto para nos falar ao coração (cf. Os 2,14).

A oração deve nos lançar em Deus, no Seu amor incondicional por cada um de nós, que nos ama como somos, mas não quer nos deixar como estamos. Ele quer nos fazer melhores, mais livres, mas felizes. Con-tudo, só com um coração orante, em diálogo constante com o grande Amigo, será capaz de escutar a Sua voz e de acolher a Sua vontade.

A prática do jejum quer nos devolver o equilíbrio. Muitas vezes, com a correria de nossas vidas, os dese-quilíbrios vão nos tomando ao ponto de não controlar-mos mais nada e vivermos a partir dos nossos desejos e impulsos mais instintivos. Os Santos Padres da Igreja já ensinavam que quem não consegue controlar a boca,

não controla mais nada em sua vida. O jejum é a arma eficaz para dizer às nossas vontades mais primitivas que elas possuem um lugar em nossa vida e não o controle dela.

O exercício da caridade nos faz lembrar que, para além de nós, de nossas vidas, dos nossos problemas, existem os irmãos, as suas vidas e as suas necessidades. Numa sociedade individualista, o exercício da caridade nos faz ir além de nós mesmos, superando as nossas indiferenças e indo ao encontro do outro não só para dar a ele algo material, mas antes de tudo para dar algo de nós mesmos, de nossas vidas, dos nossos corações.

Se nos dedicarmos, durante esses quarenta dias de retomada, a viver as práticas quaresmais de forma co-erente, assídua e concreta poderemos – ao fim desse tempo – celebrar a Páscoa do Senhor de maneira total-mente renovada.

Sendo assim, queremos deixar uma sugestão para a Quaresma deste ano: acrescente na sua vida ao invés de retirar. Como assim? Dê mais tempo do seu dia para Deus, mesmo que seja pouco, mas dê mais. Ao invés de somente deixar de comer coisas, coma aquelas de que você não gosta tanto ou até mesmo aquelas que você deveria comer – até por ordem médica – e não o faz. Mas também, ao invés de somente dar esmola aos pobres, dê de você a eles. Mas também acrescente o perdão, o amor, a solidariedade, a paciência e tantas outras virtudes em sua vida.

Deixe-se conduzir pelo Espírito Santo e viva a sua Quaresma de um modo novo, para que na Páscoa, ao cantar o “aleluia”, você possa ser verdadeiramente um homem novo, uma mulher nova.

Deus abençoe!Seu irmão,

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Quaresma: deixe-se conduzir pelo Espírito

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Encontro Ecumênico

PROF. FELIPE AQUINOEscritor e apresentador na TV Canção Nova blog.cancaonova.com/felipeaquino

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Revista Canção Nova MARÇO 2014

Jesus, na hora da sua Paixão, pediu «que todos se-jam um» (Jo 17, 21). A divisão no cristianismo é a sua grande chaga; o pior inimigo do Reino de Deus; por isso a Igreja católica sempre lutou para superá-la, sobretudo a partir do Concilio Vaticano II (1963-65). O papa João Paulo II, em 1995, escreveu a célebre Encíclica “Ut unum sint!” (Que todos sejam um!) renovando o apelo à uni-dade dos cristãos. João XXIII disse que «é muito mais forte aquilo que nos une do que quanto nos divide».

Em 1994, na Via Sacra no Coliseu, João Paulo II disse que “unidos na esteira dos mártires, os crentes em Cris-to não podem permanecer divididos. Se querem fazer frente à tendência do mundo a tornar vão o Mistério da Redenção, os cristãos devem professar juntos a mesma verdade sobre a Cruz. A Cruz! A corrente anticristã pro-põe-se dissipar o seu valor, esvaziá-la do seu significado, ... dizem que o homem é um ser meramente terreno, que deve viver como se Deus não existisse”.

São enormes os desafios para se chegar a unidade dos cristãos, tendo em vista os erros, os ódios e as guerras de religião do passado entre católicos e pro-testantes, mas os papas pedem o esforço para, “com a ajuda de Deus, abater os muros de divisão e descon-fiança, superar obstáculos e preconceitos. O encontro ecumênico deve fundar-se na conversão dos corações e na oração, com a necessária purificação da memória

histórica, e reconhecer juntos, com sinceridade e objeti-vidade, os erros cometidos.

O Concílio diz que «a Igreja de Cristo subsiste na Igreja Católica”, mas reconhece que «fora da sua co-munidade visível, se encontram muitos elementos de santificação e de verdade, os quais, por serem dons per-tencentes à Igreja de Cristo, impelem para a unidade católica».

João Paulo II lembrou que não se trata, no ecumenis-mo, “de modificar o depósito da fé, de mudar o signifi-cado dos dogmas, de banir deles palavras essenciais, de adaptar a verdade aos gostos de uma época, de eliminar certos artigos do Credo com o falso pretexto de que hoje já não se compreendem. A unidade querida por Deus só se pode realizar na adesão comum ao conteú-do integral da fé revelada. Em matéria de fé, a cedência está em contradição com Deus, que é a Verdade”. É a unidade na Verdade.

Então, ecumenismo não é juntar todas as Igrejas em uma só, como quem faz sopa no liquidificador; deixar de crer o que ensina a Igreja “para viver em paz com os ou-tros”. Não é irenismo; isto é, fazer unidade “a qualquer preço”. No ecumenismo é preciso conhecer e reconhe-cer o que há de bom nas outras comunidades e igrejas cristãs; manter um bom diálogo; evitar ataques mútuos; colaborar com os irmãos separados em tudo que ajuda o Reino de Deus; e orar pela Unidade na verdade.

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Violência contra as mulheres: fruto do sistema capitalista?Bem no início da primavera, quando as flores desabro-

cham numa explosão de vida, que eu chamo de um maravi-lhoso escândalo que grita aos nossos ouvidos quem Deus é, pois é lindo ver os desabrochar da vida na primavera. Pois é: foi bem neste começo de primavera que o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) anunciou em todos os jornais do país que, diferentemente das flores, as mulheres estão perdendo a vida de maneira assustadora. Segundo a pesquisa, a cada hora e meia por dia, uma mulher morre violentada, por violência masculina no Brasil, sendo 31% na faixa etária de 29 a 30 anos, 51% com baixa escolaridade, 61% negras (no caso do Nordeste). Essas mortes envolvem o uso de armas de fogo, instrumento perfurante, cortante ou contundente e enforcamento.

Essa realidade nos faz perguntar: por que tanta violência e por que as mulheres? A bem da verdade, a violência au-menta a cada dia em todos os setores da sociedade.

A reflexão deve ir para além do fato em si. Pensemos o contexto sócio-cultural em que vivemos.

O discurso cultural que nos alimenta a cada dia nos diz que temos que adquirir coisas para ser feliz. Ele não nos ajuda a entender que a vida é finita.

O que a publicidade clama é que para ser feliz preciso ter o carro da melhor marca, a mulher mais bonita, o sapato mais caro, comer do bom e do melhor porque, afinal de contas, um dia vamos morrer, então por que não satisfazer este prazer de comer e tomar a venenosa coca-cola de to-dos os dias?

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Reflexão

Revista Canção Nova MARÇO 2014

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DATAS ESPECIAIS05 – Cinzas08 – Dia internacional da Mulher09 – 1º Domingo da Quaresma19 – São José22 – Dia Mundial da Água25 – Anunciação do Senhor

LITU

RGIA

1ª leitura 2ª leitura EvangelhoSalmo

Ela nos diz que, para sermos felizes, devemos ter um corpo malhado, ser jovens, ricos e bonitos. Mas a natureza, que tem o seu curso natural, faz seu caminho e daí envelhe-cemos, ficamos “feios”, adoecemos, na maioria das vezes, as nossas condições físicas e econômicas não nos possibilitam ter tudo o que a publicidade nos impõe. E daí? Se envelhe-ço, não posso ter sucesso, ser bonito e, se não sou bonito, como serei feliz?

Penso que todo esse aparato cultural leva o ser humano a um desgaste psicológico, a uma frustração tão grande que termina na violência que se concretiza nos mais vulneráveis da sociedade: as mulheres, as crianças, os negros, os pobres, os jovens. A sociedade não nos prepara para morrer, para a frustração e perda. Como Igreja, temos uma força muito grande e, se queremos, podemos usar a Verdade do Evan-gelho que Deus nos legou para amparar essas vítimas e pre-venir para que outros casos aconteçam.

E mais. Acima de tudo, que cada um busque no seu cotidiano aceitar que nossa vida é passageira, que a felicidade está para além das coisas deste mundo e o próprio Jesus já nos alertava há dois mil anos a respeito. São João é impe-rativo na sua carta: se não amo meu irmão que vejo, como posso amar a Deus, que não vejo? O que significa isso? Que o amor a Deus só é possível se eu amar o meu irmão. O caminho para amar a Deus é o outro.

Deus queira que nossas mulheres possam ser assim respeitadas, queridas e amadas, porque são reflexo do amor de Deus no meio de nós.

Dia 01 – SábadoTg 5,13-20 Sl 140(141) Mc 10,13-16

Dia 02 – Domingo Is 49,14-15 Sl 61(62) 1Cor 4,1-5 Mt 6,24-34

Dia 03– Segunda-feira 1Pd 1,3-9 Sl 110(111) Mc 10,17-27

Dia 04– Terça-feira1Pd 1,10-16 Sl 97(98) Mc 10,28-31

Dia 05 – Quarta-feira Joel 2,12-18 Sl 50(51) Mt 6,1-6.16-18

Dia 06 – Quinta-feira Dt 30,15-20 Sl 1,1-2.3.4.6 (R. Sl 39,5a) Lc 9,22-25

Dia 07 – Sexta-feiraIs 58,1-9a Sl 50(51) Mt 9,14-15

Dia 08 – SábadoIs 58,9b-14 Sl 85(86) Lc 5,27-32

Dia 09 – Domingo Gn 2,7-9; 3,1-7 Sl 50(51) Rm 5,12.17-19 Mt 4,1-11

Dia 10 – Segunda-feiraLv 19,1-2.11-18 Sl 18(19) Mt 25,31-46

Dia 11– Terça-feiraIs 55,10-11 Sl 33(34) Mt 6,7-15

Dia 12 - Quarta-feiraJn 3,1-10 Sl 50(51) Lc 11,29-32

Dia 13 – Quinta-feiraEst 14,1.3-5.12-14 Sl 137(138) Mt 7,7-12

Dia 14 – Sexta-feiraEz 18,21-28 Sl 129(130) Mt 5,20-26

Dia 15– SábadoDt 26,16-19 Sl 118(119) Mt 5,43-48

Dia 16 – DomingoGn 12,1-4a Sl 32(33) 2Tm 1,8b-10 Mt 17,1-9

Dia 17– Segunda-feiraDn 9,4b-10 Sl78(79) Lc 6,36-38

Dia 18– Terça-feiraIs 1,10.16-20 Sl 49(50) Mt 23,1-12

Dia 19 – Quarta-feira 2Sm 7,4-5a.12-14a.16 Sl 88(89) Mt 1,16.18-21.24a

Dia 20 – Quinta-feiraJr 17,5-10 Sl 1,1-2.3.4.6 Lc 16,19-31

Dia 21 – Sexta-feira Gn 37,3-4.12-13a.17b-28 Sl 104(105) Mt 21,33-43.45-46

Dia 22 – SábadoMq 7,14-15.18-20 Sl 102(103) Lc 15,1-3.11-32

Dia 23 – DomingoEx 17,3-7 Sl 94(95) Rm 5,1-2.5-8 Jo 4,5-42

Dia 24– Segunda-feira2Rs 5,1-15a Sl 41(42) Lc 4,24-30

Dia 25 – Terça-feiraIs 7,10-14;8,10 Sl 39(40) Lc 1,26-38

Dia 26 – Quarta-feiraDt 4,1.5-9 Sl 147(147B) Mt 5,17-19

Dia 27 – Quinta-feiraJr 7,23-28 Sl 94(95) Lc 11,14-23

Dia 28 –Sexta-feiraOs 14,2-10 Sl 80(81) Mc 12,28b-34

Dia 29 – Sábado Os 6,1-6 Sl 50(51) Lc 18,9-14

Dia 30 – Domingo 1Sm 16,1b.6-7.10-13a Sl 22(23) Ef 5,8-14 Jo 9,1-41

Dia 31 – Segunda-feiraIs 65,17-21 Sl 29(30) Jo 4,43-54

Irmã Rosa Maria Martins, mscs - Assessora Executiva da CRB Nacional para a Comunicação

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