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Page 1: CAMINHO DO RIO SÃO FRANCISCO: A CRIAÇÃO DE UM GRANDE ROTEIRO DE ECOTURISMO COMO ALTERNATIVA DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

CAMINHO DO RIO SÃO FRANCISCO: A CRIAÇÃO DE UM GRANDE ROTEIRO DE ECOTURISMO COMO

ALTERNATIVA DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL NO BAIXO SÃO FRANCISCO EM ALAGOAS.

Autor principal: Mara Sâmia Ferreira

Instituição: Associação Olha o Chico / Grupo Trilha-Trilhas

E-mail [email protected]

Co-autores:

Elessandra Dias- Trilha-trilhas [email protected]

Ana Lúcia Viana- Trilha-trilhas [email protected]

INTRODUÇÃO

Caminante, no hay camino. Se hace camino al andar.

Antonio Machado

O presente trabalho trata de uma proposta de traçado e implantação de um

grande roteiro ecoturístico de caminhada no percurso que o rio São Francisco percorre

no estado de Alagoas. A concepção geral que norteia a proposta é a de que, para que

tal empreendimento seja bem sucedido, deverá contar com a participação ativa da

população do rio, visando o seu beneficiamento efetivo. Para uma breve discussão da

proposta, serão aqui apresentadas, rapidamente, idéias gerais sobre os grandes

roteiros de caminhadas, as características básicas do rio São Francisco em Alagoas, a

população ribeirinha e o caminho a ser criado, nesta região. Nos capítulos seguintes,

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serão tratados os aspectos metodológicos a serem seguidos e os resultados obtidos

até o momento.

Segundo ANDRADE, “a principal função das trilhas sempre foi suprir a

necessidade de deslocamento. No entanto, pode-se verificar que ao longo dos anos

houve uma alteração de valores em relação às trilhas. De simples meio de

deslocamento, as trilhas surgem como novo meio de contato com a natureza. A

caminhada incorpora um novo sentido, passa a ter um sentido em si própria e recebe

um grande número de adeptos”.

Os grandes roteiros de caminhada constituem uns dos atrativos maiores do

ecoturismo. Percorrendo à pé grandes distâncias, o caminhante tem oportunidade não

só de conhecer, em maiores detalhes, os atrativos naturais de uma região, como

perceber como vivem seus habitantes, conhecer seus problemas e necessidades,

suas habilidades, seus hábitos. Além disso, a caminhada contínua durante dias, em

pleno contato com a natureza, proporciona a ambiência e o tempo perfeitos para que

se reflitam sobre as novas realidades encontradas. A intensidade das sensações

experimentadas pelo contato intenso com a natureza e a atividade física contínua

tende, inclusive, a criar uma aura de misticismo em grandes roteiros como o Caminho

de Santiago de Compostela e a Trilha Inca e em alguns caminhos brasileiros como o

Caminho da Fé, por exemplo.

O Caminho do Rio São Francisco (o santo símbolo da ecologia) reúne todas as

condições para firmar-se como um grande roteiro de caminhada. Além da diversidade

biológica e cultural, expressa em cenas de beleza e interesse ímpar, o caminhante

poderá desfrutar, ao longo de todas as trilhas que compõem o caminho, de banhos em

águas cristalinas e calmas. O caminho inicia em Delmiro Gouveia, próximo à

hidroelétrica de Xingó e aos cânions do rio, numa zona de confluência entre os sertões

pernambucano, sergipano e alagoano, repleta de histórias e trilhas ligadas ao cangaço

e segue até a foz em Piaçabuçu, que está em uma área de proteção ambiental. Passa

por 11 municípios: Delmiro Gouveia, Olho d’Água do Casado, Piranhas, Pão de

Açúcar, Belo Monte, Traipu, Porto Real do Colégio, São Brás, Penedo e Piaçabuçu. A

rota planejada percorre quase sempre caminhos naturais próximos ou beirando o rio,

os varedos tradicionais, utilizados por moradores para deslocamento entre

comunidades. O percurso aproximado do caminho é de 300 km que podem ser

percorridos em quinze dias de caminhada, em média.

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O rio São Francisco, em Alagoas segue o seu curso em uma região de rica

diversidade biológica e cultural, com uma temperatura média anual de 25ºC, com

clima tropical semi-úmido. Essa diversidade se expressa em dois ecossistemas

básicos: Caatinga (figura 1), no trecho mais alto, no Sertão do São Francisco (que vai

do rio Moxotó, fronteira com Pernambuco, município de Delmiro Gouveia, até a cidade

de Pão de Açúcar) e Mata, na região costeira ou flúvio-marinha (de Belo Monte até a

foz, em Piaçabuçu).

Figura 1. Caatinga x Mata Costeira: as paisagens do Rio São Francisco em Alagoas

Ao longo das margens do rio, situam-se diversas cidades e pequenos

povoados, com a presença constante de portos de embarcações, fazendas, igrejas e

casarios remanescentes do período colonial. Destacam-se neste cenário duas

cidades de grande importância histórica (figura 2), Piranhas e Penedo, ambas

tombadas pelo patrimônio histórico nacional, respectivamente localizadas no Sertão do

São Francisco e na Região Costeira, próxima à foz, ou seja, nos dois extremos do

caminho do rio.

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Figura 2: Penedo e Piranhas

As atividades básicas da população ribeirinha estão ligadas à formação do

povoamento do nordeste brasileiro, quando o elemento colonizador, adaptando-se às

características regionais, introduziu a produção do coco, da cana-de-açúcar e da

criação de gado. A cultura indígena permanece através da pesca e seus utensílios e

do plantio da mandioca e das casas de farinha, com a presença, ao longo do rio, de

muitas comunidades de identidade reconhecida. Também a cultura negra é marcante

nesta região agrícola e pastoril, com a existência de inúmeras comunidades

quilombolas.

Como resultado desse processo cultural, encontramos diversas características

comuns nestes municípios ribeirinhos: forte religiosidade expressa em inúmeras

festas, procissões e manifestações folclóricas (guerreiro, pastoril, reizado, etc);

artesanato de barro, fibras e couro; crenças e canções folclóricas inspiradas em

atividades de trabalho e rituais comunitários (descascar mandioca, bater arroz, lavar

roupas, rezar, tirar coco, puxar a rede, etc); utilização de plantas medicinais da região;

festas populares agrícolas(festas juninas); comércio popular através de feiras livres,

etc.

Todo esse quadro poderia compor um cenário de fartura, fortalecendo o

desenvolvimento sustentável da região, tanto no que se refere às possibilidades de

uso direto (pesca, produção artesanal, extração de frutas e madeiras) como para

geração de renda advinda do ecoturismo, em especial no que se refere à relação do

homem com o rio. Contudo, são grandes os problemas encontrados num estado

marcado por uma das maiores concentrações de renda do país. Hoje em

conseqüência do desmatamento, principalmente das matas ciliares e construção de

hidroelétricas ao longo de seu leito, o rio sofreu acentuada redução de suas águas,

prejudicando as atividades agrícolas e a pesca, principais fontes de renda para a

região. A poluição e o uso indiscriminado de recursos naturais, tanto por parte dos

pescadores e artesões quanto dos turistas desinformados agravam estes problemas.

Por outro lado, todo o estado, incluindo o Baixo São Francisco, é composto por uma

população com altos índices de analfabetismo e uma das menores rendas do

Nordeste, com uma mentalidade de trabalho escravo transposta para os extensos

canaviais que hoje formam seu território.

Diante desse quadro preocupante, o projeto federal sobre a transposição das

águas do rio para outros estados tem causado grande polêmica embora todos os

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especialistas envolvidos concordem com a necessidade urgente de ações de

revitalização do rio. E esse contexto também nos mostra que não se encontrará

solução para os problemas sócio/ambientais do Baixo São Francisco se ele não for

pensado dentro de uma visão sócio-sustentável. Sabe-se que ações de

desenvolvimento sustentável são aquelas que conjugam o equilíbrio ambiental, o

desenvolvimento econômico e a melhoria da qualidade de vida da população.

Portanto, a idéia do desenvolvimento sustentável trouxe novas reflexões para se

pensar em desenvolvimento como melhoria de vida, ou seja, incluindo a cultura

através da apropriação da diversidade e das identidades. Dentro desse pensamento,

as ações de preservação e revitalização de qualquer sistema biológico devem levar

em conta os atores sociais. Em “O Mito Moderno da Natureza Intocada”, DIEGUES

enfatiza a importância da população envolvida em projetos de conservação no

Terceiro Mundo.

...O reconhecimento de sua existência e até de sua importância para a conservação e manutenção da diversidade biológica é fenômeno recente, causado pelo surgimento, em países do Terceiro Mundo, de um ecologismo diferente do dos países industrializados. Esse novo ecologismo...se traduz em movimentos sociais que propõem o respeito à diversidade cultural como base para manutenção da diversidade biológica, uma nova aliança entre o homem e a natureza, e a necessidade da participação democrática na gestão dos espaços territoriais (DIEGUES, 1996, p.159).

Esse novo ecologismo, surgidos em meados da década de setenta, coincide

com o aparecimento do ecoturismo como atividade econômica importante. Segundo

publicação ligada ao Ministério do Meio Ambiente, “...o ecoturismo tem demonstrado

ser um dos mais eficientes instrumentos econômicos adotados por governos e setores

da sociedades comprometidos com o meio ambiente para financiar e garantir a

proteção de ecossistemas naturais” (2000). Somente ações de educação ambiental e

cultural podem sensibilizar a população para reconhecer e preservar o patrimônio

natural e cultural da região, evitando assim que a mesma continue perdendo suas

potencialidades e passe a percebê-las como recursos valiosos para o

desenvolvimento sócio-sustentável local.

Conforme o exposto, o potencial ecoturístico da região banhada pelo São

Francisco em Alagoas é inquestionável. Realizar este potencial é o objetivo do

Caminho do Rio São Francisco. A criação de uma trilha formada por elementos

naturais e culturais, que interligue e fortaleça as várias comunidades, contribuindo

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efetivamente com o desenvolvimento sócio-sustentável planejado a partir de um

processo de formação continuada que privilegie a cultura local, a consciência

ecológica e a geração de renda, melhorando a qualidade de vida da população.

OBJETIVOS

OBJETIVO GERAL:

Pretende-se criar um grande roteiro de caminhada, denominado Caminho do

Rio São Francisco, composto pelas trilhas que passam pelas margens do rio, em onze

municípios alagoanos. Acredita-se que o ecoturismo na região seja capaz de

desencadear diversos processos locais e regionais de desenvolvimento sustentável.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

. gerar fontes novas de emprego e renda ligadas ao ecoturismo

. contribuir para a preservação e valorização de recursos naturais

. fortalecer características culturais locais

. ampliar a consciência ecológica dos moradores e turistas

. contribuir para a revitalização do rio

. facilitar a integração dos municípios integrantes da região

. revitalizar trilhas tradicionais de moradores (varedos) aumentando a integração das

comunidades por terra

METODOLOGIA

O projeto Caminho de São Francisco utiliza, como norteador geral, uma

metodologia de gestão participativa e auto gestão comunitária, baseada na forma de

atuação em rede, onde as ações são planejadas a partir do resultado obtido nas ações

desenvolvidas anteriormente e tomam como base os anseios e os desejos da

comunidade local.

Partindo dessa premissa, inicialmente procurou-se estabelecer parcerias entre

todos os municípios que margeiam o rio São Francisco no estado de Alagoas, através

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de reuniões públicas com seus representantes. Em Penedo, Alagoas, na sede da

Codevasf, em junho deste ano, com representantes do Ministério da Cultura,

Codevasf, prefeituras, Pontos de Cultura, Cebrae-AL, criou-se uma força-tarefa para a

efetivação do projeto proposto pela Ong Olha o Chico: a implantação de um roteiro

permanente de turismo ecológico e cultural, denominado Caminho do Rio São

Francisco.

Para a realização deste projeto deverão ser cumpridas várias etapas.

A primeira etapa (mapeamento e diagnóstico) iniciou-se no período de 07/09

até 15/09/06, com um grupo de sete pessoas (figura 3), integrantes do grupo Trilha-

trilhas, da Olha o Chico e pessoal de apoio (barqueiros e mateiros). Foram percorridos

à pé, pelo rio, seis municípios (Delmiro Gouveia, Olho d’Água do Casado, Piranhas,

Pão de Açúcar, Belo Monte e Traipu) somando aproximadamente 165 km, durante

nove dias de caminhada. Este trabalho foi complementado de 12/10 até 16/10/06

quando foram percorridos mais 130 km até a foz.

As atividades executadas durante a caminhada foram:

- medição de distâncias e tempo de percurso através de pedômetro/cronômetro

- registro fotográfico e videográfico

-anotações de campo (entrevistas com moradores e guias-mateiros, visitas,

observações diretas...) visando tanto à caracterização e mapeamento do caminho

(condições das trilhas, flora e fauna, atrativos, dificuldades, ações de recuperação,

identificação dos proprietários...) quanto ao levantamento do potencial turístico e de

apoio da região (existência e condições de locais para pernoite e alimentação, tipos de

transporte e deslocamento, guias, patrimônio histórico, lideranças locais, eventos e

festas típicas, etc).

Figura 3. Equipe de mapeamento.

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O diagnóstico deverá ser complementado com a exposição dos resultados

obtidos junto aos representantes das comunidades envolvidas, ainda em outubro,

onde serão coletadas sugestões e alternativas de ação para a realidade apresentada.

Além disso, estão sendo realizadas pesquisas em conhecimentos específicos como

normas técnicas relativas ao manejo de trilhas, utilização de softwares, etc.

A partir do diagnóstico, será elaborado o planejamento das ações necessárias

para a implantação do caminho. Para isso, serão realizadas reuniões gerais com

representantes de todos os municípios envolvidos para apresentação do diagnóstico,

tentando estabelecer, a partir dele, acordos de parceria e cooperação. Na sequência,

serão programadas reuniões municipais para o planejamento local das ações

previstas.

As fases de implementação do caminho e sua divulgação estão previstas para

2007. Pretende-se criar um grupo de caminhada para lançar oficialmente o caminho,

em outubro de 2007, data de aniversário do rio, comemorada tradicionalmente na

região com diversos eventos e festas.

Ao longo de todas essas etapas, serão realizadas também, tanto atividades de

pesquisa quanto de divulgação de dados através de site próprio, participação em

encontros, com o propósito de estabelecer rede de contatos, capacitar pessoas para

as atividades ligadas ao ecoturismo, etc.

RESULTADOS

Até o momento, os resultados obtidos mostraram-se promissores, embora

muitas dificuldades saltem a olhos vistos. Os aspectos positivos referem-se

principalmente aos aspectos já levantados sobre a riqueza de diversidade biológica e

cultural existente ao longo do caminho. Fazendas, igrejas, senzalas, carros de boi,

casa de farinha, lavouras e pomares, criação de animais, navegação e pesca, feiras

livres e outros foram encontrados, com freqüência, ao lado de árvores centenárias,

ervas medicinais, flores do campo, aves selvagens, ninhos e tocas. Um outro fator

positivo identificado foi a existência de inúmeras trilhas tradicionais bastante próximas

ao rio, ainda funcionando perfeitamente como comunicação entre povoados. Também

digna de destaque, ao longo de todo o caminho, foi a receptividade da população

quanto ao projeto de um caminho terrestre que seguia o traçado do rio. A idéia sempre

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foi ouvida com atenção e despertava, após manifestações iniciais de espanto e

incredulidade, sentimentos de esperança e simpatia pelo projeto, sendo identificados

facilmente os seus benefícios para e pela a população.

Os problemas encontrados referem-se principalmente à falta de estrutura

adequada para a recepção de visitantes, em localidades menores, e à falta de preparo

da população para oferecer serviços desse tipo. Como trata-se de um percurso de

grandes distâncias, numa região com muitas localidades isoladas sem estradas

terrestres para veículos, a mobilização da população para exercer o papel de anfitrião,

será um dos fatores de sucesso deste empreendimento (figura 4). Dado o baixo índice

de escolaridade e renda da população, o apoio dado por entidades oficiais de

capacitação como o Cebrae e outras serão de fundamental importância.

Figura 4- Lagoa Comprida, povoado de Porto Porto Real do Colégio, Alagoas

.As trilhas existentes encontram-se também, muitas vezes, em estado precário

de conservação sendo necessárias ações como construção e reparo de pontes,

limpeza, proteção contra açoareamento e erosão, etc. Outra situação bastante

encontrada é a existência de inúmeras propriedades particulares ribeirinhas que

impedem a passagem de transeuntes através de cercas de arame farpado,

interrompendo trilhas tradicionais de moradores.

Apesar destes problemas citados rapidamente, reitera-se, apesar de dispor-se

apenas de dados iniciais, a pertinência e a adequabilidade do projeto para o

desenvolvimento sustentável da região. Acredita-se que com a participação e gestão

comunitárias e constante monitoramento de um grupo gestor, o Caminho do Rio São

Francisco, em Alagoas, poderá ser percorrido por visitantes do mundo inteiro.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANDRADE, Waldir Joel – Introdução ao Manejo de Trilhas – Famesp

http://www.infotrilhas.com/Downloads/man_trilha.doc DIEGUES, Antônio Carlos – O Mito Moderno da Natureza Intocada – ed.

Hucitec, SP, 1996

HILLEL, Oliver e OLIVEIRA, Heloisa - Oficinas de Capacitação em Ecoturismo -

Investindo em pessoas para conservar o meio ambiente. Secretaria de

Coordenação da Amazônia/ Ministério do Meio Ambiente/ Conservação

Internacional- Brasília, 2000