ecoturismo em algodoal

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PARTE ATIVIDADES ECOTURSTICAS INTEGRADAS

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1. APRESENTAO

O roteiro de atividades ecotursticas integradas, objetiva organizar, sistematizar, maximizar e descentralizar as diversas atividades relacionadas com a interao ser humano-natureza; ao mesmo tempo protegendo os importantes atributos biticos, abiticos, estticos, culturais e histricos, assegurando o bem-estar das populaes humanas residentes, conservando e melhorando as condies ecolgicas locais. Em harmonia com os objetivos especficos da rea de Proteo Ambiental, o ecoturismo, por meio de atividades segmentadas, integradas e roteirizadas, cria condies para a recreao no destrutiva, evidenciando a importncia e a beleza dos ecossistemas, com sua fauna e da flora caractersticas. Conscientiza o turista quanto a preservao e a conservao, ao mesmo tempo que cria futuros ecoturistas preocupados com a questo ambiental dessa unidade, assim como outras unidades de conservao. As reas de manejo ecotursticas selecionadas neste trabalho, foram em razo das belezas cnicas e variedades de ecossistemas. Como por exemplo, temos a trilha de praia para caminhadas, atividade internacionalmente conhecida, sendo que no Brasil, mas precisamente no Nordeste, esta categoria bastante difundida pelo fato de ser diferente das trilhas tradicionais (trilhas de matas e de montanhas). A descontrao da praia, aliada a dimenso do oceano e belezas cnicas inerentes regio, torna a APA Algodoal, uma rea de grande potencial para a prtica dessa modalidade. Em relao a atividade de observao de pssaros, a rea possui grande diversidade de aves nos diferentes ecossistemas, alm das espcies migratrias nos ecossitemas de praias e dunas. A observao de pssaros, conhecida e promovida por Entidades como a National Audubon Society Bird Watching, atividade ecoturstica praticada no mundo inteiro, onde seus adeptos fotografam, gravam, desenham e catalogam espcies de pssaros de todos os continentes com finalidades de acervos e estudos. Outras atividades como os passeios de carroas e fluviais, tambm se destacam como atividades promissoras e peculiares da regio. Estas atividades recreativas e educativas para os visitantes, se harmonizam com os objetivos primrios e secundrios desta categoria de unidade de conservao, conscientizando a populao quanto a conservao e desenvolvimento sustentvel dos recursos naturais, consolidando esta prtica como beneficiadora do meio-ambiente, diferenciando-a de atividades predatrias de desenvolvimento prejudiciais ao presente e ao futuro do nosso Planeta.

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2. CORREDORES DE ACESSO.

Marud

Quarenta Salinpolis

Ilha do Maraj MaracanPA-136 PA-127

Igarap AuBR-31 6

BR-316

Castanhal

Belm

2.1. BELM - MARUD: o principal corredor de acesso, inicia em Belm, capital do Estado, e por meio da rodovia BR-316, alcana a cidade de Castanhal, da segue pela rodovia PA-136 at o distrito de Marud. Este percurso feito em aproximadamente 02:00 horas, em veculos particulares ou de vans, tipo de transporte coletivo mais confortvel e sem escalas, na valor de R$ 10,00 (dez reais) por passageiro. O transporte mais econmico o de nibus, com o tempo de aproximadamente 03:00 horas, a passagem custa R$ 7,50 (sete reais e cinquenta centavos), saindo diriamente do terminal rodovirio Hildegardo da Silva Nunes s 06:00, 09:00, 12:30, 14:30 e 16:30 horas, e mais uma viagem s 19:00 horas, somente nas sextas-feiras. 2.2. BELM - QUARENTA: o segundo corredor de acesso pela vila do Quarenta, este percurso feito tambm pela BR-316, seguindo pela PA-127, finalizando na PA-430. Uma linha de nibus Belm-Mococa, faz esse percurso levando em mdia 04:00 horas de viagem, ao preo de R$ 9,10 (nove reais e dez centavos), de segunda-feira sbado no horrio de 12:00 horas. As obras da pavimentao asfltica da PA-430 esto em andamento, aps a concluso, o tempo de viagem diminuir bastante, sendo uma tima opo para aqueles que querem conhecer a APA Algodoal por outra porta de entrada. Este percurso, tambm pode ser feito por meio de veculos particulares.

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2.3. BELM - MARACAN: por meio rodovirio, em veculos particulares ou transporte coletivo regular, nos horrios de 07:00, 09:00, 13:30 e 18:00 horas, alcana-se a sede do municpio de Maracan, de onde, por via martima, realiza-se uma fascinante viagem pelo rio Maracan e parte da ria Maracan at a vila de Fortalezinha; entrando pelo furo de Mococa, alcana a vila de mesmo nome; e finalmente, seguindo pela ria de Marapanim, alcana-se s vilas de Camboinha e Algodoal. Estes percursos so os mais longos, porm, plenamente recompensados pelas belezas das paisagens, observao da fauna, emoo e aventura.

2.4. ACESSO S VILAS

2.4.1. Vila de Algodoal: a travessia de Marud para a vila Algodoal, realizada por meio de 22 (vinte e dois) barcos-motores, com capacidade de 15 (quinze) a 20 (vinte) pessoas, e durao mdia de 00:40 minutos, dependendo da mar, ao preo de R$ 3,00 (trs reais). Na alta estao (ms de julho e fins de semanas prolongados por feriados), cada barco realiza de 04 (quatro) a 06 (seis) viagens por dia, numa mdia de 110 (cento e dez) viagens. Estes barcos podem ser fretados por R$ 40,00 (quarenta reais). Na chegada em Algodoal, o desembarque dos passageiros na praia, de modo desconfortvel e perigoso, principalmente para as crianas e idosos, outro problema no desembarque ocorre quando os barcos se aproximam da praia, eles encostam nos outros barcos e o passageiro que estiver com as mos na borda, pode ser acidentado. Tambm, pode-se chegar a esta vila, a partir da sede do municpio de Maracan e da vila do Quarenta. Os aluguis dos barcos, dependendo do tamanho e do barqueiro, variam de R$ 30,00 (trinta reais) R$ 90,00 (noventa reais) por dia.

2.4.2. Vila de Fortalezinha: existem 03 (trs) formas de se chegar a vila, a partir de Belm. O primeiro percurso feito de transporte rodovirio at o distrito de Marud, de onde segue por via fluvial (ria Marapanim e furo de Mococa), com durao de 1:20 hora, porm, no tem horrios regulares e, muitas vezes precisa-se fretar a embarcao. O segundo percurso, via rodoviria at a vila do Quarenta, depois por via fluvial, em canoas a remo at a vila de Mococa, de onde segue por via terrestre, em caminhada de aproximadamente 00:15 minutos. Observa-se que este percurso Mococa-Fortalezinha, pode ser feito por transporte a trao animal, como acontece em Algodoal, indubitavelmente, facilitaria a locomoo dos visitantes, sendo mais uma fonte

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de gerao de renda para a populao. Tambm, tm-se a opo de seguir direto por via fluvial, com durao de 00:20 minutos. Pode-se tambm fazer um percurso fluvio-marinho, a partir da sede do municpio de Maracan em embarcao motorizada, com durao de aproximadamente 01:50 hora. Estas viagens no tm horrios regulares, portanto, na maioria das vezes, torna-se necessrio fretar as embarcaes.

2.4.3. Vila de Mococa: a partir da vila do Quarenta, a travessia por meio de canoa a remo. O trajeto pequeno, levando em mdia 00:06 (seis) minutos, e custa R$ 1,00, aportando em uma ponta de praia que d incio a pequena vila. Na alta estao os barcos motorizados tambm fazem o transporte. O embarque e desembarque, assim como o de Algodoal problemtico e perigoso, por no possuir um trapiche. As vilas de Fortalezinha e Mococa, so os dois portes de entrada do corredor de acesso da vila do Quarenta, pois j recebem uma pequena demanda turstica tradicional nos perodos de alta estao, e fazem parte do manejo ecoturstico, consolidando um roteiro integrado e complementar. 2.4.4. Vila de Camboinha: Partindo de Belm, o primeiro trajeto por via rodoviria at o distrito de Marud, de onde feita a travessia fluvial pela ria de Marapanim at o vilarejo, sendo necessrio fretar a embarcao na maioria das vezes. O segundo trajeto por transporte rodovirio at a vila do Quarenta, depois faz-se a travessia fluvial em embarcao a remo at a vila de Mococa, de onde segue a p por aproximadamente 2:15 horas passando pela vila de Fortalezinha. O terceiro percurso, tambm inicia por via rodoviria at a sede do municpio de Maracan, da segue por via fluvial em pequena embarcao (cerca de 1:50 hora) at a vila de Fortalezinha, de onde segue a p, cerca de 02:00 horas at ao destino final. possvel ir de Maracan at Camboinha por via fluvial, desembarcando na praia localizada em frente da vila.

2.5. CORREDORES INTERNOS: alm desses corredores, temos a ligao interna entre a vila de Algodoal com as outras vilas e localidades. A recuperao desses caminhos so imprescindveis para escoar o grande fluxo da demanda turstica recebida por Algodoal pelo receptivo Marud. Essas vias, permitiro o acesso aos atrativos menos conhecidos, permitindo o controle da capacidade de carga da vila de Algodoal; sendo ao mesmo tempo uma trilha interpretativa para caminhadas e passeios de carroas, como tambm uma forma de

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melhorar o contato entre as comunidades, aquecendo as atividades comerciais, seguidas da penetrao do turismo nas mesmas. A oportunidade, a opo e a rapidez que o turista ter de acessar as outras vilas ser mais um fator para o prolongamento da estadia.

Trajetria Belm Marud Algodoal Belm Marud Fortalezinha Belm Marud Mococa Belm Marud Camboinha Belm Quarenta Algodoal Belm Quarenta Fortalezinha Belm Quarenta Mococa Belm Quarenta Camboinha Belm Maracan Algodoal Belm Maracan Fortalezinha Belm Maracan Mococa Belm Maracan Camboinha

Tempo (horas) 02:00 + 00:40 = 02:40 03:00 + 00:40 = 03:40 03:00 + 01:20 = 04:20 03:00 + 01:10 = 04:10 03:00 + 00:40 = 03:40 04:00 + 01:20 = 05:20 04:00 + 00:20 = 04:20 04:00 + 00:06 = 04:06 04:00 + 00:50 = 04:50 03:00 + 02:40 = 05:40 03:00 + 01:50 = 04:50 03:00 + 01:40 = 04:40 03:00 + 02:20 = 05:20

Valor (R$) 10,00 + 3,00 = 13,00 7,50 + 3,00 = 10,50 7,50 7,50 7,50 9,10 9,10 9,10 + 1,00 = 10,10 9,10 7,66 7,66 7,66 7,66

Trajetria (trilhas) Algodoal Fortalezinha Algodoal Mococa Algodoal Camboinha Fortalezinha - Mococa Fortalezinha Camboinha Mococa - Camboinha

Tempo de caminhada (horas) 03:00 03:15 02:30 00:15 02:00 02:15

3. POTENCIALIDADES TURSTICAS

3.1. VILA DE ALGODOAL: o local de maior fluxo turstico da APA, devido a sua beleza e posio geogrfica. A cidade de Marud, que serve de receptivo para Algodoal, possui a melhor infra-estrutura do municpio de Marapanim e sempre foi conhecida como cidade de veraneio.

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Inicialmente, Algodoal passou a receber um segmento especial de turistas residentes em Belm, e a seguir de nvel internacional. Eram em geral pessoas apreciadoras de belezas cnicas, lugares exticos e amantes de aventuras, fenmeno iniciado h aproximadamente 25 (vinte e cinco) anos. Com a divulgao atravs de contatos pessoais e mais recentemente atravs da mdia, aumentou consideravelmente o nmero da populao flutuante. Do ponto de vista urbanstico, a ilha apresenta caractersticas dos pequenos povoados costeiros amaznicos, em geral casas simples, populao amigvel e hbitos peculiares.

3.1.1. Hotelaria: apresenta uma razovel estrutura hoteleira, com pequenos hotis e pousadas, num total de 13 (treze), com a mdia de 16 (dezesseis) quartos em cada um deles. As dirias variam entre R$ 10,00 (dez reais) e R$ 25,00 (vinte e cinco reais) para os apartamentos com banheiros, sendo que podem alcanar R$ 35,00 para quartos maiores. Esses preos servem para uma ou mais pessoas. Todos possuem energia eltrica, proveniente de motor a leo diesel, que funciona at s 22:00 horas, o que no muito bem aceito por parte dos hspedes, que sentem calor durante a noite, porm, paradoxalmente, se queixam do barulho dos motores quando esto ligados. A maioria dos hotis e pousadas empregam em mdia 03 (trs) pessoas da comunidade, geralmente so membros da famlia do proprietrio. A culinria tpica da orla martima, apresenta mariscos, como o sarnambi, o caranguejo, o camaro, o mexilho e a ostra, assim como peixes em abundncia. Servem tambm frango e carne. Apenas 03 (trs) proprietrios possuem plantao de espcies frutfera e criao de frangos para o abastecimento do hotel, e segundo estes, conseguem suprir a demanda na alta estao com o que cultivam. O sistema de comunicao, no permite a expanso para os hotis e pousadas, causando desconforto aos turistas, que precisam se deslocar at ao posto telefnico, porm em alguns pontos da vila, possvel a comunicao por meio da telefonia celular. A maioria dos hotis e pousadas, no possuem uma programao para fazer com que o turista permanea mais tempo durante sua estadia, aumentando o nmero de suas dirias. Apenas a Pousada do den, possui uma programao ecoturstica (passeios de barco no mangue e de barco a vela no mar, passeios de carroa, pescarias e passeios na trilha que vai at o lagoa da Princesa ). HOTIS: Bela-Mar; Cabanas; Caldeiro; Sayara; Princesa e Algodoal Beach Club. POUSADAS: Cristo Rei; Farol; den; Malena; Paraso do Sol; Tia Mariazinha e Sereia.

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3.1.2. Restaurantes, Bares e Similares: os principais restaurantes que atendem a maior parte da demanda em Algodoal, so: Prato Cheio, Braga e Mata Broca. Servem refeies de boa qualidade, que variam de R$ 3,00 (trs reais) a R$ 15,00.(quinze reais) A refeio mais solicitada o PF (prato feito), pode ser de carne, peixe ou frango com acompanhamento de salada, feijo, arroz e farofa; as outra refeies so maiores, podendo alimentar duas ou mais pessoas. O caf da manh custa R$ 1,50 (um real e cinquenta centavos), composto de po, ovo, tapioca e uma xcara de caf com leite. Os Restaurantes do Braga e Mata Broca so os melhores neste item, pois oferecem opes, como cuscuz, canjica, bolo e sucos de frutas naturais. Em relao aos bares, foram levantados 13 (treze), havendo 03 (trs) principais que atendem a demanda na praia da Princesa. Os principais problemas desses bares so a falta de coletores de lixo e saneamento bsico, pois as garrafas de plsticos e vidros, guardanapos, etc, so atirados no entorno das barracas; e os banheiros so precrios. Os bares e os restaurantes, apresentam srios problemas de atendimento, devido a carncia de pessoal qualificado e a pssima qualidade da energia eltrica, que reflete na deficiente conservao dos alimentos e bebidas, em razo disso, os proprietrios so obrigados a comprar barras de gelo, que alm de custar caro no conservam adequadamente os alimentos e nem as bebidas, ocasionando srios prejuzos. As lanchonetes da vila, praticamente s funcionam na alta temporada, para atender as exigncias daqueles que procuram os hbitos alimentares urbanos, como os hamburguers. Bares: Braga; Caju; Novo Horizonte; Tralhoto; Bola; Encontro dos Amigos; Carroceiros; Cinco Estrelas; Lua Cheia; Gil; Dito; den e Princesinha. Similares: Capricrnios Caf; Lanchonete My Life; Casa Carillo; Mercearia Sorriso do Tralhoto; Padaria Maiandeua e Pes Caribe.

3.1.3. Servios

a) Comunicao: a comunicao feita por meio do posto telefnico da TELEMAR, que possui 02 (duas) linhas para ligaes locais, nacionais e internacionais. Aps as privatizaes da telefonia brasileira, a Prefeitura de Maracan se tornou a responsvel pelo posto, caso contrrio, o mesmo seria fechado. Na alta estao alcana 300 (trezentas) ligaes por dia. A comunicao internacional feita por meio da operadora. Em alguns pontos da vila, possvel a comunicao via aparelho celular.

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# Comunicao local: Horrio comercial..............................R$ 0,70 / 03 minutos Horrio reduzido................................R$ 0,35 / 03 minutos (07:00 s 09:00 horas - 12:00 s 14:00 horas - aps as 18:00 horas) Horrio totalmente reduzido.............R$ 0,20 / 03 minutos (domingos e feriados nacionais) # Interurbanos: Horrio comercial.............................R$ 1,35 / 03 minutos. Horrio reduzido...............................R$ 0,70 / 03 minutos Horrio totalmente reduzido.............R$ 0,35 / 03 minutos

b) Transporte: no h veculos automotores na ilha, o transporte realizado por carroas puxadas por burros ou cavalos, o que um atrativo ecoturstico, no havendo poluio sonora e nem emisso de gases poluentes. So 23 (vinte e trs) carroas cadastradas, com pouca capacidade de carga. Porto at a vila..................................R$ 3,00 Porto at a praia da Princesa...........R$ 5,00 Porto at a lagoa da Princesa R$ 7,00

c) Sade: existe um posto de sade com 04 (quatro) funcionrios de nvel mdio, os quais atendem apenas as necessidades de primeiros socorros. d) Educao: a vila tem uma Escola de Ensino Fundamental.

e) Segurana: na delegacia de policia, esto lotados 01(um) delegado e 01(um) escrivo. No ano de 1998, por motivos desconhecidos no apareceram na ilha, deixando a delegacia abandonada. Informao recente a ser confirmada, refere-se a existncia de uma Delegada no posto.

f) Coleta de Lixo: no h coleta regular nem tratamento de lixo, uma carroa faz a coleta esporadicamente, sendo insuficiente para lidar com esse grave problema, tanto na alta como na baixa estao. No existem lixeiras para facilitar a coleta. A maioria da populao no est consciente em relao ao problema e a falta de infra-estrutura para o tratamento do mesmo, so prejudiciais para a populao local, contribuindo tambm negativamente no plano paisagstico e no afastamento da demanda turstica.

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g) gua: a SECTAM implantou um microssistema de abastecimento de gua, com 08 poos e 02 caixas de 15.000 litros cada. h) Saneamento Bsico: no existe saneamento bsico, apenas alguns hotis possuem razoveis fossas e esgotos. Algumas casas escoam o esgoto para a rua e os bares e restaurantes no possuem sanitrios de qualidade, principalmente os bares da praia da Princesa, onde as pessoas preferem fazer suas necessidades fisiolgicas ao ar livre do que suportar o terrvel cheiro que emana desses lugares.

i) Servios de Orientao Turstica: no existe este servio, assim como no h nenhuma sinalizao que indique os lugares dos atrativos naturais, manejo ecoturstico, servios de hospedagem e comunicaes, etc. j) Energia Eltrica: no h energia eltrica convencional. A energia gerada por motores a leo diesel, funcionando em alguns estabelecimentos (hotis, pousadas, casas de comrcio, restaurantes e bares) e em algumas casas. A energia pontual, no havendo postes de iluminao, mas apenas em frente de algumas residncias. H projetos de energia alternativa, mas a tecnologia dessa forma de energia ainda incipiente em nosso estado, resultando na falta de credibilidade pelos residentes locais por no gerar fora suficiente para suprir as necessidades de conservao de alimentos, das pousadas e hotis. Atualmente, a prefeitura de Maracan, trabalha pela implantao de um linho de energia convencional, para atender as vilas. k) Ao Social: existem trs Entidades constitudas em Algodoal, que so: O Centro Comunitrio So Jos (CCSJ), o Clube das Mes de Algodoal (CMA) e a Associao Comunitria do Desenvolvimento e Preservao das ilhas de Algodoal e Maiandeua (ACDESPIM), de utilidade pblica municipal e estadual; trabalham visando benefcios coletivos, a melhoria da qualidade de vida da comunidade (pescadores, agricultores, mulheres, idosos e crianas). 3.1.4. Atrativos Tursticos

a) Vila: a vila dotada de exuberante beleza cnica, com muitos coqueiros, caracterstica de vilarejos litorneos. A parte frontal voltada para o poente, propicia um belssimo entardecer, em tons dourados. Durante as noites de luar, por no possuir iluminao nas

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ruas, o vilarejo apresenta a tonalidade cor de prata, fator de grande atrao turstica, o que deve ser mantido, no sendo permitida instalaes para iluminao pblica. Seus habitantes so de costumes simples, caracterstica responsvel pela reconhecida hospitalidade, porm necessitam de esclarecimentos por meio de campanhas e treinamentos, para maximizar esta vocao natural de receptividade da demanda turstica. O silncio, devido principalmente no possuir veculos automotores, torna-se um atrativo vantajoso em relao aos outros balnerios do estado do Par.

Panormica de Algodoal

b) Praia da Princesa: classificada pelas revistas TIME e PLAYBOY, como uma das 10 (dez) praias mais bonitas do Brasil, tem caractersticas marcantes, como suas belas e altas dunas. Em alguns trechos prximos ao mar encontram-se os pedrais, que na mar baixa formam magnficas piscinas naturais. As areias so claras e finas, as guas so azuis esverdeadas, com ondas altas e permanente brisa marinha.

Praia da Princesa

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c) Lagoa da Princesa: uma das maiores atraes da APA, tendo como caracterstica, a gua doce e escura, cercada de belas dunas formadas por areias brancas e finas, cobertas de cajueiros e ajuruzeiros.

Lagoa da Princesa

3.1.5. Demanda Turstica: a maior da APA. Sendo que nas frias do ms de Julho, semana santa, ano novo, carnaval e semana da ptria, ocorre o pice da demanda turstica. Noventa por cento dessa demanda procedente de Belm, o restante proveniente dos municpios de Castanhal, Ananindeua e outros. Em menor nmero esto os turistas de outros Estados e estrangeiros. A maioria dos turistas esto na faixa etria de 16 a 30 anos, isso se deve, ao fato de que as condies encontradas propiciam o turismo caracterizado como de aventura. O turista gasta em mdia R$ 32,00/dia, em hospedagem e refeies. No feriado de 07 de setembro de 1998, foi registrada a entrada 1.320 pessoas. O sbado foi o dia de maior demanda, na sexta-feira e no Domingo, o nmero de pessoas foi bastante reduzido. A demanda na baixa estao caracterizada pelo reduzido nmero de turistas nacionais e o aumento de turistas estrangeiros, os quais na ultima semana do ms de agosto de 1998, eram em nmero de 12 (doze), sendo 04 (quatro) italianos, 02 (dois) australianos, 02 (dois) argentinos, 02 (dois) alemes, 01 (um) mexicano e 01 (um) francs. O que atrai esses turistas nessa temporada, a tranquilidade da ilha, porm esse baixo nmero reflete negativamente na economia local. A presena de estrangeiros se deve a dois fatores, a divulgao entre amigos e a incluso de Algodoal em dois guias tursticos internacionais: LONELY PLANET (americano) e GUIDE DU ROUTARD (francs), ambos possuem uma pgina inteira com informaes de Algodoal, fazendo referncias a tipicidade e a beleza do lugar,

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comentando o seguinte: visite Algodoal antes que o desenvolvimento acabe com esse paraso, logo o desenvolvimento deve chegar, planejado e sustentvel. 3.2. VILA DE FORTALEZINHA Situa-se ao sudeste da APA, apresentando um terreno acidentado devido a presena de Falsias, as ruas frontais da vila so ngremes (ladeiras). A simplicidade de Fortalezinha o forte atrativo turstico, pois a maioria das casas so de madeira (paxiba e buriti). Os moradores costumam plantar flores em frente de suas casas, como papoulas, roseiras e jasmins. razoavelmente arborizada e a ventilao constante em funo de sua localizao A populao basicamente de migrantes das vilas prximas, como a vila do Quarenta, que se localiza no continente. O povoado inicialmente se localizava onde hoje a praia de Fortalezinha, formada pela deposio marinha, o que obrigou os habitantes a se instalarem em um local mais alto, prximo de uma runa, resultante de uma fortaleza construda pelos Jesutas, com o objetivo de proteo contra os ataques de inimigos. 3.2.1. Hotelaria: no tem nenhuma infa-estrutura hoteleira. Os turistas costumam se hospedar nas casas das famlias, cujos proprietrios geralmente so amigos dos visitantes ou possuem um grau de parentesco. 3.2.2. Restaurantes, Bares e Similares: existem apenas 06 (seis) bares na vila. A maioria vende somente bebidas e alguns comercializam tambm pes, peixes e artigos de mercearia.

3.2.3. Servios

a) Comunicao: no h posto telefnico, as comunicaes so feitas em Maracan, que fica a 01:50 hora de barco-motor. b) Sade: tem apenas um posto que faz atendimento de primeiros socorros e alguns medicamentos. c) Educao: Escola de 1 Grau Papa Paulo VI, com o ensino de 2 a 6 srie do nvel fundamental.

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d) Coleta de Lixo: a coleta do lixo feita pelo Grupo Ambiental de Fortalezinha-GAF, o mesmo queimado ou enterrado. O grupo tambm constri os cestos coletores e os coloca em lugares estratgicos para um melhor uso. um grupo atuante nas questes de meio ambiente, influenciando positivamente a pequena comunidade, assim como a populao flutuante. Necessita de apoio para melhor desenvolver as atividades planejadas, visto que, principalmente nas altas temporadas, torna-se impossvel realizar essa tarefa. e) gua: o sistema de abastecimento de gua feito por uma caixa dgua de 5.000 (cinco mil) litros, localizada na vila de Mococa. f) Energia Eltrica: alguns motores a leo diesel fazem o suprimento de energia eltrica para os estabelecimentos comerciais e algumas residncias. g) Saneamento Bsico e Segurana: no existe saneamento bsico nem segurana formal. O GAF, desenvolve outras atividades e conta com o apoio da Pesquisadora Graa Santana do Museu Paraense Emlio Goeldi- MPEG.

3.2.4. Atrativos Tursticos

a) Morro: est localizado no alto da falsia de Fortalezinha, de onde se tem uma viso muito bonita da praia, do mangue, do mar e da ilha do Marco (praia da Marieta). O lugar de observao no possui estrutura para se apreciar a paisagem. A inicia uma descida ngreme por um caminho na encosta da falsia, denominado Ladeira.

Vista geral do Morro e da Ladeira

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b) Casa de Pedra: trata-se das runas de uma pequena fortaleza construda pelos Jesutas, tempos depois um grupo de cearenses tentou reconstru-la com as mesmas pedras do local, mas utilizando cimento. O local est cercado de arame e j pertenceu a vrios proprietrios, o atual reside no Rio de Janeiro. A importncia desse patrimnio histrico-cultural muito valiosa para a vila de Fortalezinha.

Casa de Pedra

3.3. VILA DE MOCOCA Sua principal caracterstica a de ter uma parte baixa e outra alta, e as casas construdas em sua maioria de paxiba e miriti. uma vila litornea, arborizada com coqueiros, tpica vila de pescadores. Possui algumas casas de uso misto (mercearia e bar). A maioria dos servios so compartilhados com a vila de Fortalezinha, e raramente visitada por turistas, assim como poucos se hospedam na mesma.

Vila de Mococa

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4. MANIFESTAES CULTURAIS O Carimb (dana folclrica de origem Afro-indgena-portuguesa), predominante na regio do salgado, foi introduzido em Algodoal pela senhora Margarida Meneses Teixeira (Dona Mag), conhecida como a Rainha do Carimb Praiano, devido ter fundado o primeiro grupo musical do gnero na vila, denominado de Conjunto de Carimb Praiano. Segundo Margarida Teixeira, o carimb era cantado e danado principalmente nas festividades de So Benedito (21 de dezembro a 06 de janeiro), onde era levantado o mastro, enfeitado com frutas tropicais, em homenagem ao Santo Padroeiro, tendo como acompanhamento o contagiante ritmo do carimb, tocado por um conjunto formado de 06 (seis) integrantes, que utilizavam 03 (trs) tambores denominados carimbs, banjo, xeque e os paus, era tambm usado um instrumento denominado ona, uma espcie de cuca, que emitia um som semelhante ao ronco de uma ona pintada. A indumentria simbolizava a flor e a semente do algodo, representadas na camisa amarela e no chapu branco, em referncia ao nome da vila. Atualmente, o carimb no to divulgado como cultura local. O impacto social dos visitantes contribuiu para a introduo de outros valores culturais, deixando de ser o atrativo principal. O artesanato em Algodoal pouco valorizado, deve ser incentivado a sua produo, como outra fonte de captao de recursos financeiros. Em Fortalezinha, existem alguns artesos que utilizam a casca do cco para fazer miniaturas de malocas indgenas e instrumentos musicais. Alm disso, produzem bijuterias de sementes e venezianas de bambu. Esses produtos, j so comercializados na feira da praa da Repblica em Belm. Estes trabalhos necessitam de organizao e divulgao, contribuindo para o resgate da cultura dessas comunidades.

Artesanato de Fortalezinha