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Publicidade e Propaganda nas Câmaras Municipais Dia 6 - das 13h30 às 17h Estudo sobre a Publicidade Oficial dos Municípios Dia 7 - das 9h às 12h As Regras para a Propaganda Política 2016 Dia 7 - das 13h30 às 17h O Marketing Político Institucional Dia 8 - das 9h às 11h O Poder Público Local e a Propaganda Política Nome:

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Publicidade e

Propaganda nas

Câmaras Municipais

Dia 6 - das 13h30 às 17h

Estudo sobre a Publicidade Oficial dos Municípios

Dia 7 - das 9h às 12h

As Regras para a Propaganda Política 2016

Dia 7 - das 13h30 às 17h

O Marketing Político Institucional

Dia 8 - das 9h às 11h

O Poder Público Local e a Propaganda Política

Nome:

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A Unipública

Conceituada Escola de Gestão Municipal do sul do país, especializada em capacitação e treinamento de agentes

públicos atuantes em áreas técnicas e administrativas de prefeituras, câmaras e órgãos da administração indireta, como fundos,

consórcios, institutos, fundações e empresas estatais nos municípios.

Os Cursos

Com diversos formatos de cursos técnicos presenciais e à distância (e-learning/online), a escola investe na qualidade

e seriedade, garantindo aos alunos:

- Temas e assuntos relevantes e atualizados ao poder público

- Professores especializados e atuantes na área (Prática)

- Certificados de Participação digitalizado

- Material complementar de apoio (leis, jurisprudências, etc)

- Tira-dúvidas durante realização do curso

- Controle biométrico de presença (impressão digital)

- Atendimento personalizado e simpático

- Rigor no cumprimento de horários e programações

- Fotografias individuais digitalizadas

- Apostilas e material de apoio

- Coffee Breaks em todos os períodos

-Acesso ao AVA (Ambiente Virtual do Aluno)para impressão de certificado, grade do curso, currículo completo dos

professores, apostila digitalizada, material complementar de apoio de acordo com os temas propostos nos cursos, chat

entre alunos e contato com a escola.

Público Alvo

- Servidores e agentes públicos (secretários, diretores, contadores, advogados, controladores internos, assessores,

atuantes na área de licitação, recursos humanos, tributação, saúde, assistência social e demais departamentos) .

- Autoridades Públicas, Vereança e Prefeitos (a)

Localização

Nossa sede está localizada em local privilegiado da capital do Paraná, próximo ao Calçadão da XV, na Rua Des.

Clotário Portugal nº 39, com estrutura própria apropriada para realização de vários cursos simultaneamente.

Feedback

Todos os cursos passam por uma avaliação criteriosa pelos próprios alunos, alcançando índice médio de satisfação

9,3 no ano de 2014, graças ao respeito e responsabilidade empregada ao trabalho.

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Transparência

Embora não possua natureza jurídica pública, a Unipública aplica o princípio da transparência de seus atos mantendo

em sua página eletrônica um espaço específico para esse fim, onde disponibiliza além de fotos, depoimentos, notas de

avaliação dos alunos e todas as certidões de caráter fiscal, técnica e jurídica.

Qualidade

Tendo como principal objetivo contribuir com o aperfeiçoamento e avanço dos serviços públicos, a Unipública

investe no preparo de sua equipe de colaboradores e com rigoroso critério, define seu corpo docente.

Missão

Preparar os servidores e agentes, repassando-lhes informações e ensinamentos gerais e específicos sobre suas

respectivas áreas de atuação e contribuir com:

a) a promoção da eficiência e eficácia dos serviços públicos

b) o combate às irregularidades técnicas, evitando prejuízos e responsabilizações tanto para a população quanto para

os agentes públicos

c) o progresso da gestão pública enfatizando o respeito ao cidadão

Visão

Ser a melhor referência do segmento, sempre atuando com credibilidade e seriedade proporcionando satisfação aos

seus alunos, cidadãos e entidades públicas.

Valores

Reputação ilibada

Seriedade na atuação

Respeito aos alunos e à equipe de trabalho

Qualidade de seus produtos

Modernização tecnológica de metodologia de ensino

Garantia de aprendizagem

Ética profissional

SEJA BEM VINDO, BOM CURSO!

Telefone (41) 3323-3131 / Whats (41) 8852-8898

www.unipublicabrasil.com.br

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Programação:

Dia 6 - das 13h30 às 17h

Estudo sobre a Publicidade Oficial dos Municípios

1 Princípio constitucional

2 Correlação publicidade/transparência/controle

3 Desmembramentos:

a) obrigatória

b) facultativa (institucional)

4 Meios de veiculação:

a) órgão oficial (impresso e ou eletrônico)

b) mídias eletrônicas oficiais (site, face, instagram, blog, etc)

c ) veículos terceirizados

5 Formas de contratação pelo município:

a) licitação

b) inexigibilidade

c) dispensa

d) credenciamento

6 Peculiaridades de cada poder local (Executivo e Legislativo)

7 Posicionamentos do TCE

8 Jurisprudência judicial

9 Estudos de casos

Dia 7 - das 9h às 12h

As Regras para a Propaganda Política 2016

1 Desmembramentos:

a) propaganda partidária

b) propaganda intrapartidária

c) propaganda eleitoral

2 Momentos:

a) propaganda antecipada (extemporânea)

b) propaganda de campanha

3 Propaganda negativa

4 Propagandas vedadas

5 Direito de Resposta

6 Regras específicas da propaganda política em 2016:

a) outdoor

b) brindes

c) impressos de propaganda

d ) alto-falantes ou amplificadores

e ) carro de som

f) trio elétrico e minitrio

g) comícios

h) showmício

i) utilização de símbolos e imagens

j) simuladores de urnas eletrônicas

k) bens públicos

l) bens particulares

m) placas

n) faixas

o) cartazes

p) pinturas

q) internet

r) mensagens eletrônicas

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s) carreata

t) caminhada ou passeata

u) propaganda na imprensa

v) propaganda no dia das eleições

x) retirada da propaganda após as eleições

7 Outros temas interligados:

a) roteiro de prazos (calendário do TSE)

b) pesquisa eleitoral

c) desincompatibilizações

d ) inelegibilidade

8 Procedimentos Judiciais e Penas Aplicáveis:

a) ações eleitorais

b) crimes eleitorais

c) recursos eleitorais

d) penas

Dia 7 - das 13h30 às 17h

O Marketing Político Institucional

1 Conceitos e Diretrizes

a) objetivos: transparência e missão institucional

b) funções da mídia na gestão pública

c) atribuições do gestor da comunicação: a notícia e os relacionamentos

2 Planejando para o Sucesso na Comunicação:

a) estratégias para construção da mídia positiva e gestão de crises

b) identificando o informacional e o interacional

c ) o aproveitamento das redes sociais

3 Atividades práticas

a) media training: técnicas básicas para entrevistas

b) elaboração da agenda de trabalho: o que farei e como

Dia 8 - das 9h às 11h

O Poder Público Local e a Propaganda Política

1 Vedações aos Órgãos Públicos para o ano eleitoral

2 As Limitações da Lei 9.504/97 e LRF (Lei Complementar 101/2000)

a) gastos

b) publicidade e bens públicos

c) divulgações eleitoreiras

d) outros atos vedados

3 Propaganda Eleitoral com Recursos Públicos

a) antecipada

b) em campanha

4 Posturas locais e a propaganda política eleitoral:

a) higiene Pública

b) estética Urbana

c ) sossego Público

d) meio ambiente

e) trânsito

5 Quem exercerá o Poder de Polícia:

a) fiscalização

b) coerção

c) aplicação de penalidades

6 Instruções Municipais para evitar ilicitudes no período

a) órgãos e funções a serem orientadas

b) orientações necessárias

c) minutas modelo

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Professores:

Jonias de O. e Silva: Advogado e Consultor - Especialista em Administração Pública e Direito Constitucional

Rogério Carlos Born: Mestre em Direito Constitucional, especialista em Direito Público, Eleitoral e Militar, Membro da

Comissão de Direito Internacional da OAB-PR, Professor Universitário, Servidor da Justiça Eleitoral, Autor das obras "Ação

Rescisória no Direito Eleitoral", "Direito Eleitoral Internacional e Comunitário", Direito Eleitoral Militar", "Objeção de

consciência: restrições aos direitos políticos", "Sentença no Direito Penal Militar: teoria e prática"; "Direito Eleitoral para

Concursos"; "Direito Penal Militar para Concursos"; "Direito Processual Penal Militar para Concursos" e "Assédio Sexual na

Relações de Trabalho".

Cora Catalina Quinteros: Relações Públicas, mestre em Comunicação e Linguagens, Pós graduada em Marketing e Bacharel

em Comunicação Social.

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Sumário

ESTUDO SOBRE A PUBLICIDADE OFICIAL DOS MUNICÍPIOS ................................................. 1

AS REGRAS PARA A PROPAGANDA POLÍTICA 2016 .................................................................... 7

O MARKETING POLÍTICO INSTITUCIONAL ................................................................................ 19

O PODER PÚBLICO LOCAL E A PROPAGANDA POLÍTICA ...................................................... 27

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Curso: Publicidade e Propaganda nas Câmaras Municipais – 6 a 8 de Abril de 2016 /Curitiba-PR

ESTUDO SOBRE A PUBLICIDADE OFICIAL DOS

MUNICÍPIOS

Jonias de O. e Silva

01 A Publicidade Oficial dos Municípios

De modo geral, os termos PUBLICIDADE e PROPAGANDA se equivalem, quando se trata da divulgação

oficial pelos órgãos públicos.

No entanto, numa melhor análise, podemos separa-las!

É que o termo propaganda é mais amplo, sendo utilizado também pela iniciativa privada.

E pelo próprio poder público, quando na oferta de produto ou serviço que tenham concorrência no mercado.

Aliás, propaganda tem a ver com mercado...

Já a publicidade, é derivada de “levar a público”, mais no sentido de obediência ao ditame constitucional de

divulgação dos atos e ações do poder público.

Inclusive, a publicidade foi instituída como um dos 5 (cinco) princípios básicos da Administração Pública (art.

37, caput, da CF).

Com isso, tem-se que com a publicidade o gestor realiza a prestação de contas, promove transparência em

sua gestão, e permite o melhor controle da coisa pública.

Ou seja:

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Curso: Publicidade e Propaganda nas Câmaras Municipais – 6 a 8 de Abril de 2016 /Curitiba-PR

Todos são interligados!

02 Transparência Pública no Brasil

Desde o nascimento de nossa pátria, em 22 de abril de 1500, a população jamais teve acesso ás formas de

utilização dos bens públicos e de administração dos recursos financeiros arrecadados do próprio povo.

Tanto a monarquia (até 14 de novembro de 1889), quanto no governo civil que comanda o país de lá pra cá,

praticamente todos os gestores não tinham a obrigação ou o costume de prestar contas de seus atos.

É certo que o faziam, mas de forma genérica, apenas para órgãos de controle.

O povo (contribuinte direta ou indiretamente), não conseguia individualmente saber do que se passava no

âmbito dos Poderes da nação.

No entanto, com o advento da globalização e da evolução rápida e espetacular das tecnologias de comunicação,

houve também um grande avanço nos direitos dos cidadãos.

Aqui no Brasil, após a Constituição Federal de 1988, muito se conquistou desses direitos.

A própria Carta Magna reservou uma lista grande de direitos e garantias individuais e coletivas (em especial,

nos art. 5º, 6º e 7º).

03 Transparência Pós-CF/88

De toda forma, criando verdadeiro divisor na história do Brasil, a nossa CF/88 acendeu nos nacionais o desejo

de conhecer de perto e participar da vida do país.

Mais que isto: passou a discutir os seus direitos enquanto membros da nação.

Representados no governo, tanto nas casas legislativas, quanto nos demais poderes (Executivo e Judiciário),

passamos a conquistar espaço e elaborar instrumentos que exigem (forçam) os gestores a dar transparência em sua

atuação.

Dentre esses instrumentos, podemos citar a Lei de Responsabilidade Fiscal, que desde o seu nascimento (em

2000) já previa certas obrigações aos governantes, para levar ao povo o conhecimento de seus atos e ações.

Mas foi exatamente em 2010, pela Lei Complementar nº 131 de 27 de maio de 2009, que houve uma

implementação maior da obrigatoriedade de transparência nos meio público, aplicando-se, inclusive, regras específicas

sobre a divulgação tecnológica via internet.

Com isso, desencadeou no Brasil, em todos os órgãos públicos, a obrigação de publicar mais amplamente as

informações que poderiam ter o interesse público.

Essa é a chamada Transparência Ativa, pois, independentemente de alguém solicitar, o órgão público tem a

obrigação de divulgar.

E diga-se mais:

A divulgação (publicação) deverá ser eficiente e eficaz.

Ou seja:

O canal disponibilizado deverá ser de boa qualidade, permitindo o acesso de forma rápida e fácil, e evitando os

subterfúgios (mesmo que da tecnologia) para esconder dados e informações.

A Lei Complementar Federal nº 101/2000, mais conhecida como Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), exige

que ocorram publicações trimestrais.

04 Prestação de Contas

Dar conhecimento ao contribuinte do que o gestor faz com os recursos públicos é prestar contas.

Publicidade

Transparência

Prestação de Contas

Controle

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Curso: Publicidade e Propaganda nas Câmaras Municipais – 6 a 8 de Abril de 2016 /Curitiba-PR

Seguindo a evolução social humana, sobretudo após a identificação da figura do estado moderno (povo,

território, governo), a exigência de os governantes ou particulares dar satisfação aos contribuintes sobre o uso e

aplicação dos recursos públicos (financeiros e de bens) tem crescido mais e mais.

Já na Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, elaborada e aceita por muitos povos na era da Revolução

Francesa (1789), consta essa exigência:

“Art. 15 – A Sociedade tem o Direito de pedir conta a todo agente público de sua administração.”

Segundo o texto divulgado no site do Tribunal de Contas do Estado do Paraná:

“A Prestação de Contas é dever constitucional dos que utilizam, arrecadam, guardam, gerenciam ou administram

dinheiros, bens e valores públicos.”

http://www1.tce.pr.gov.br/conteudo/prestacao-de-contas-municipios/214

05 Publicidade Oficial Obrigatória

Dentre eles, a obrigação ao Estado de promover a divulgação de seus atos e ações, tornando a publicidade um

dos princípios básicos da Administração Pública (art. 37, caput). É que o legislador constituinte entendeu como sendo prioridade a divulgação dos atos e ações dos governantes,

para que o povo (contribuinte-eleitor) acompanhe as atuações dos eleitos, bem como, com a coisa pública.

Embasadas na Carta Maior da República, muitas leis editadas depois de 1988 criaram obrigação de publicar

certos atos, quando se tratar de recursos públicos (financeiros, patrimoniais, funcionais, etc.).

Os Atos Oficiais de publicação obrigatória, devem ser divulgados em um único meio de comunicação,

escolhido por cada ente da federação, conforme previsão na legislação esparsa (licitações-contabilidade-tributação-

orçamentária...).

No caso do Municípios, deverá ser apenas 01 para o Executivo e para o Legislativo, contratado por Licitação,

cuja homologação deverá ocorrer após Autorização Legislativa.

06 Publicidade oficial Facultativa

A CF de 1988 também autorizou despesas com a divulgação de caráter educativo e informativo, ou de

orientação social (art. 37, §1º).

No entanto, de lá pra cá muita polêmica foi gerada, discutindo sobre o que poderia se aceitar, referente às

despesas com publicidade.

É que a interpretação anterior impunha uma separação severa na publicidade oficial, entre a obrigatória e a

facultativa.

Entendia-se que a obrigatória era apenas aquela especificada na lei, como a publicação de atos como: leis,

decretos, portarias, resoluções, editais...

Quando se divulgava as ações do poder público, questionava-se se aquela despesa se enquadrava como

educacional, de orientação social, ou de informação exigida (serviços de utilidade pública).

07 Publicidade Institucional

Porém, com a evolução do conceito, e com a crescente demanda do povo sobre a atuação do poder público e as

ações governamentais, ampliou-se em muito as possibilidades de realizar despesas para esse fim.

Portanto, além da publicação obrigatória e daquelas enquadradas como “serviços de utilidade pública” , passou-

se a entender que o gestor deva divulgar amplamente as atividades de cada órgão público, para manter a população por

dentro dos acontecimentos que envolvem recursos dos contribuintes. De certo modo, essa divulgação não obrigatória, pode ser considerada como publicidade institucional, pois,

além de informar ao povo sobre as ações do órgão, promove este diante da opinião pública, fortalecendo-o

institucionalmente.

E para essa divulgação, o TCE/PR definiu que os poderes municipais (Executivo e Legislativo) poderão

contratar serviços de comunicação tanto diretamente, quanto por intermédio de agências (de comunicação ou de

publicidade).

No caso de contratação de agências, as regras a serem obedecidas deverão ser aquelas da lei federal nº

12.232/2010. (Vide cópia da Lei no material eletrônico)

Resumindo, as regras do TCE/PR, para a comunicação institucional é:

1- Serviços de criação e administração da publicidade, exigem contratação de Agência de Comunicação (ou de

Publicidade), por Licitação no tipo TÉCNICA e PREÇO, por exigência da Lei nº 12.232/2010. A Comissão de Licitação, se não possuir conhecimentos técnicos da área, deverá nomear SUB-COMISSÃO,

para julgar a melhor técnica.

2- Para contratar os serviços para objeto específico, como por exemplo, para produzir jornal (impresso ou

eletrônico), programa de rádio ou TV, ou outros tipos de comunicação, poderá ser feita a licitação apenas pelo

MELHOR PREÇO. Mas para isso, terá que indicar exatamente o tipo do serviço (por ex: tamanho do jornal, quantas páginas,

periodicidade, etc.).

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Curso: Publicidade e Propaganda nas Câmaras Municipais – 6 a 8 de Abril de 2016 /Curitiba-PR

Insta lembrar, também, que a partir de 2006, o TCE/PR passou a autorizar as Câmaras Municipais a publicar

não apenas seus atos oficiais, mas também, a contratar emissoras de Radiodifusão, de Televisão a cabo ou de sites de

internet, ou outros serviços de publicidade e de propaganda (Acórdão 1139/2006 – Prejulgado 02), para divulgar:

a)- transmissões de sessões

b)- divulgação e transmissão de audiências públicas

c)- mensagens alusivas a eventos, serviços, campanhas, programas e homenagens a personalidades Porém, instruiu e indicou obediência:

a)- ao planejamento orçamentário e financeiro da entidade

b)- princípios constitucionais do caput do art. 37 da Magna Carta Federal

c)- §1º, art. 37, da Constituição da República

d)- as normas contidas na Lei de Licitações - Lei Federal nº 8666/93

e)- as regras da Lei de Responsabilidade Fiscal

f)- indicações da Lei de Imprensa. Lembrando que existem Atos Oficiais que devem ser obrigatoriamente divulgados em um único meio de

comunicação, escolhido por cada ente da federação, conforme previsão na legislação esparsa (licitações-contabilidade-

tributação-orçamentária...).

E atenção!

O Órgão Oficial nos Municípios deverá ser apenas 01, para o Executivo e para o Legislativo, contratado por

Licitação, cuja homologação deverá ocorrer após Autorização Legislativa.

Vide Acórdão nº 409760-5 do TJ/PR e Processo nº 229723/06 do TCE/PR, no AVA.

Inclusive, o Município poderá optar por apenas um Diário Oficial Eletrônico, ou este e mais o Diário Oficial

Impresso, segundo o TCE/PR (Acórdão nº 3830/13).

Aliás, o TCE/PR, passou a autorizar as Câmaras Municipais a partir de 2006, a publicar não apenas seus atos

oficiais, mas também, a contratar emissoras de Radiodifusão, de Televisão a cabo ou de sites de internet, ou outros

serviços de publicidade e de propaganda (Acórdão 1139/2006 – Prejulgado 02), para divulgar:

- transmissões de sessões

- divulgação e transmissão de audiências públicas

- mensagens alusivas a eventos, serviços, campanhas, programas e homenagens a personalidades Porém, instruiu e indicou obediência:

- ao planejamento orçamentário e financeiro da entidade

- princípios constitucionais do caput do art. 37 da Magna Carta Federal

- §1º, art. 37, da Constituição da República

- as normas contidas na Lei de Licitações - Lei Federal nº 8666/93

- as regras da Lei de Responsabilidade Fiscal

- indicações da Lei de Imprensa.

Atenção, de novo!

A lei federal nº 12.232/2010, criou regras específicas para a contratação de serviços de publicidade prestados

por intermédio de agências de propaganda. (Vide cópia da Lei no material eletrônico)

O TCE/PR definiu que os poderes municipais (Executivo e Legislativo) poderão contratar serviços de

comunicação tanto diretamente, quanto por intermédio de agências (de comunicação ou de publicidade).

Resumindo:

a)- Serviços de criação e administração da publicidade, exigem contratação de Agência de Comunicação (ou de

Publicidade), por Licitação no tipo TÉCNICA e PREÇO, por exigência da Lei nº 12.232/2010. A Comissão de Licitação, se não possuir conhecimentos técnicos da área, deverá nomear SUB-COMISSÃO,

para julgar a melhor técnica.

b)- O TCE/PR tem se posicionado (vide acórdão 308/2012 no AVA) no sentido de que a contratação dos serviços

para objeto específico, como por exemplo, para produzir jornal (impresso ou eletrônico), programa de rádio ou

TV, ou outros tipos de comunicação, poderá ser feita a licitação apenas pelo MELHOR PREÇO. Mas para isso, terá que indicar exatamente o tipo do serviço (por ex: tamanho do jornal, quantas páginas,

periodicidade, etc.).

08 Publicidade Oficial em Período Eleitoral!

Referentemente aos gastos com publicidade e propaganda em período eleitoral, o Tribunal de Contas do Paraná

(TCE/PR) editou em 2011 o Prejulgado nº 13 (acórdão 892/2011), tratando do assunto.

Na definição da Corte, as regras básicas são:

1º - o TCE tem competência para analisar esse ponto quando da Prestação de Contas Anuais;

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Curso: Publicidade e Propaganda nas Câmaras Municipais – 6 a 8 de Abril de 2016 /Curitiba-PR

2º - Para o período de três meses que antecedem as eleições, ou seja, basicamente, nos meses de julho, agosto e

setembro, a lei eleitoral, em seu art. 73, VI, “b”, permite apenas os gastos com publicidade em situações de grave

e urgente necessidade pública, cabendo apenas à Justiça Eleitoral o reconhecimento dessas exceções em sede de

consulta;

3º - Para o período que se encerra três meses antes do pleito, ou seja, o primeiro semestre do ano eleitoral, a

análise deverá levar em conta a média anual dos três anos anteriores ou do ano anterior, qual for a menor.

Conforme decisão do TSE, esse exame levará em conta a média anual ficando vedada a adoção de qualquer outra

proporcionalidade seja mensal ou semestral;

4º - As implicações da extrapolação dos limites dos gastos com publicidade previstos na lei eleitoral serão ditadas

pela análise contextual de cada caso.

Agora, com a alteração do inciso VII do art. 73, da Lei 9.504/97, pela Lei nº 13.165/2015 (reforma política), é

provável que o TCE volte a se manifestar sobre tais regras.

Mas entendemos que manterá seu posicionamento, eis que já acompanhava a jurisprudência no mesmo sentido

dessa alteração...

E diga-se de passagem, a Corte de Contas paranaense julgou e condenou vários gestores municipais, por

extrapolação dessa despesa!

Vide decisões no AVA.

Como visto, na confecção da Lei Eleitoral (9.504/97), tanto na via original quanto nas alterações inseridas, o

legislador pensou várias situações nas quais o poder público poderá influir no pleito, por intermédio do “uso da máquina”, ou promovendo desigualdades entre os candidatos.

E impôs vedações e limites, para coibir tais condutas.

E uma das vias mais importantes de imposição de controle, é a da publicidade e da propaganda.

Inclusive, começa proibindo que o poder público faça qualquer tipo de doação a candidatos, “inclusive por

meio de publicidade de qualquer espécie”.

Vejamos:

“Art. 24. É vedado, a partido e candidato, receber direta ou indiretamente doação em dinheiro ou estimável em

dinheiro, inclusive por meio de publicidade de qualquer espécie, procedente de:

I - entidade ou governo estrangeiro;

II - órgão da administração pública direta e indireta ou fundação mantida com recursos provenientes do Poder

Público;

III - concessionário ou permissionário de serviço público;

IV - entidade de direito privado que receba, na condição de beneficiária, contribuição compulsória em virtude de

disposição legal;

...

X - organizações não-governamentais que recebam recursos públicos;

XI - organizações da sociedade civil de interesse público.” Outra vedação da Lei 9.504/97 ligada à publicidade (divulgação), está no art. 57-E, onde adverte:

“São vedadas às pessoas relacionadas no art. 24 a utilização, doação ou cessão de cadastro eletrônico de seus

clientes, em favor de candidatos, partidos ou coligações.” Ora!

Mais do que justa essa proibição, pois, além de proteger contra a divulgação do cadastro das pessoas, ainda

evita o abuso político e o desequilíbrio entre candidatos.

Pois bem!

A lista de vedações legais do art. 73 da Lei 9.504/97 inclui propaganda e publicidade institucional:

“VI - nos três meses que antecedem o pleito:

...

b) com exceção da propaganda de produtos e serviços que tenham concorrência no mercado, autorizar publicidade

institucional dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos federais, estaduais ou

municipais, ou das respectivas entidades da administração indireta, salvo em caso de grave e urgente necessidade

pública, assim reconhecida pela Justiça Eleitoral;

...

VII - realizar, no primeiro semestre do ano de eleição, despesas com publicidade dos órgãos públicos federais,

estaduais ou municipais, ou das respectivas entidades da administração indireta, que excedam a média dos gastos no

primeiro semestre dos três últimos anos que antecedem o pleito; (Redação dada pela Lei nº 13.165, de 2015)”

Inclusive, a propaganda política é proibida em bens públicos (uso comum, especiais e dominiais).

Entretanto, no âmbito do Poder Legislativo (Câmara, no Município), a lei deixou a critério da Mesa Diretora a

regulamentação do uso dos bens para a divulgação política:

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Curso: Publicidade e Propaganda nas Câmaras Municipais – 6 a 8 de Abril de 2016 /Curitiba-PR

“Art. 37. Nos bens cujo uso dependa de cessão ou permissão do poder público, ou que a ele pertençam, e nos

bens de uso comum, inclusive postes de iluminação pública, sinalização de tráfego, viadutos, passarelas, pontes,

paradas de ônibus e outros equipamentos urbanos, é vedada a veiculação de propaganda de qualquer natureza,

inclusive pichação, inscrição a tinta e exposição de placas, estandartes, faixas, cavaletes, bonecos e

assemelhados. (Redação dada pela Lei nº 13.165, de 2015)

...

§ 3º Nas dependências do Poder Legislativo, a veiculação de propaganda eleitoral fica a critério da Mesa

Diretora.” Por isto, colacionamos no AVA alguns exemplos e minuta de Ato Regulamentar para as Casas Legislativas.

De se lembrar que o caput do art. 37 da CF inclui a publicidade como um dos princípios básicos da

Administração Pública.

É que o legislador constituinte entendeu como sendo prioridade a divulgação dos atos e ações dos governantes,

para que o povo (contribuinte-eleitor) acompanhe as atuações dos eleitos, bem como, com a coisa pública.

E indo além, a CF advertiu:

“Art. 37...

...

§ 1º - A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter

educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que

caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.”

§ 2º - A não observância do disposto nos incisos II e III implicará a nulidade do ato e a punição da autoridade

responsável, nos termos da lei.”

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AS REGRAS PARA A PROPAGANDA POLÍTICA 2016

Rogério Carlos Born

CALENDÁRIO ELEITORAL – DATAS IMPORTANTES

01/01 – Data a partir da qual toda pesquisa para divulgação deverá ser registrada

02/04 – Data até a qual os que pretendem sair candidatos deverão estar com a filiação deferida pelo Partido

04/05 – Prazo final para alistamento, transferência e revisão eleitoral

20/07 a 05/08 – Período para realização das convenções partidárias

15/08 – Data limite para registro das candidaturas

16/08 – Data de início da propaganda eleitoral de rua

26/08 – Início do Horário Eleitoral Gratuito em rádio e TV

Programa em bloco: apenas Prefeito

De segunda a sábado – das 7h às 7h10min e das 12h às 12h10min (rádio)

– das 13h às 13h10min e das 20h30min às 20h40min (TV)

Inserções: Prefeito (60%) e Vereadores (40%) – total de 60 minutos diários

No intervalo compreendido entre 5 da manhã e meia-noite.

15/09 – Data para divulgação da parcial de prestação de contas

29/09 – Último dia do Horário Eleitoral Gratuito e realização de debates

30/09 – Último dia para propaganda em mídia impressa + reprodução na internet

01/10 – Último dia para propaganda de rua (até as 22 horas)

02/10 – Eleição (primeiro turno)

30/10 – Eleição (segundo turno)

01/11 – Prazo final para entrega das prestações de contas (primeiro turno)

19/11 – Prazo final para entrega das prestações de contas (segundo turno)

19/12 – Diplomação dos eleitos

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HIERARQUIA DAS FONTES do direito eleitoral

A interpretação das leis brasileiras, com inspiração na pirâmide normativa de Hans Kelsen, é seguida, no

patamar, o artigo 59, da Constituição da República como norma hipotética fundamental que abarca, no segundo degrau,

as emendas à Constituição e os tratados internacionais de direitos humanos aprovados por três quintos e dois turnos; no

terceiro degrau, por decisão do Supremo Tribunal Federal, os demais tratados de direitos humanos; no quarto degrau, as

leis complementares; no quinto degrau, em mesma hierarquia, as leis ordinárias, as leis delegadas, as medidas

provisórias; os decretos legislativos; os decretos-leis ainda existentes e as resoluções do Congresso nacional; em sexto

degrau os atos normativos e, por fim, os contratos e estatutos privados.

As principais normas eleitorais previstas na Constituição estão previstas no artigo 12 a 15, que dispõe acerca

dos direitos políticos; no artigo 16, que prevê o princípio da anterioridade Eleitoral; no artigo 17, que dispõe sobre

direito partidário e nos artigos 118 a 121 que disciplina a competência e organização da Justiça Eleitoral.

As matérias eleitorais que a Constituição reserva à lei complementar são as inelegibilidades, a competência e

organização da Justiça Eleitoral; a fixação do número de deputados federais, estaduais e distritais e a autorização para os

Estados legislarem sobre matéria eleitoral.

As inelegibilidades são disciplinadas pela Lei Complementar 64/1990 – Lei das Inelegibilidades – que foi

alterada pela Lei Complementar 135/2010, conhecida lei da “ficha limpa”.

A competência e a organização da Justiça Eleitoral está prevista na parte segunda da Lei 4.737/1965 - Código

Eleitoral. Ressalte-se que, como o Código Eleitoral foi editado sob a égide da Constituição de 1946, a parte segunda e

somente está foi recepcionada como lei complementar.

Órgão Competência Ministério

Público

Assistência Judiciária

TSE

Eleições

Presidenciais

Procurador Geral da

República

Defensor Público

Categoria Especial

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TRE

Eleições

Estaduais e Federais

Procurador

Regional da República

Defensor Público de

Primeira Categoria

Juízes e

Juntas

Eleições

Municipais

Promotor Eleitoral

(Estadual/Distrital)

Defensor Público de

Segunda Categoria

A fixação do número de deputados encontra-se previsto pela Lei Complementar 78/1993 que fixa o número de

513 deputados federais e disciplina a forma de cálculo dos deputados estaduais e distritais, atribuindo ao Tribunal

Superior Eleitoral a execução da distribuição proporcional.

Por fim, o artigo 22, parágrafo único, da Constituição permite que o Congresso Nacional, por lei complementar,

autorize que os Estados e o Distrito Federal, legislem sobre direito eleitoral em matéria específica, mas não existe a

edição de qualquer lei neste sentido.

No grupo de normas editadas pelo Poder Legislativo em última escala, em ordem cronológica, tem-se como

principais leis ordinárias a Lei 9.709/98, que regulamenta o plebiscito e referendo; a Lei 9.504/97, a Lei das Eleições, a

Lei 9.096/95, dos Partidos Políticos e, exceto a parte segunda, a Lei 4.737/65 conhecida como Código Eleitoral, nos

capítulos onde mantem o status de lei ordinária.

No degrau das normas não editadas na atividade legislativa, tem se os atos normativos editados pelos tribunais e

juízos eleitorais.

Em primeiro plano, as resoluções do Tribunal Superior Eleitoral que, na prática, possuem uma discutível força

de lei ordinária, devido a uma suposta autorização normativa contida no artigo 1º, parágrafo único e 23, X, do Código

Eleitoral e artigo 105 da Lei nº 9.504/97. Depois, as resoluções dos tribunais regionais e as portarias dos juízos

eleitorais.

PROPAGANDA POLÍTICA

Modalidades de propaganda política

A propaganda política é dividida em quatro categorias no Brasil que são a “Publicidade” Institucional, prevista

no artigo 37, § 1º, da Constituição; a propaganda intrapartidária, contida no artigo 36, § 1º, da Lei 9.504/1997, a

propaganda partidária, disciplinada no artigo 45, da Lei 9.096/95 e a propaganda Eleitoral, no art.36, Lei 9.504/1997.

“PUBLICIDADE” INSTITUCIONAL

A “publicidade” institucional, na verdade, são as propagandas do governo, a qual destaca-se entre aspas pela

falta de rigor técnico do constituinte, uma vez que o marketing utiliza o termo “publicidade” para o comércio de

produtos e serviços e “propaganda” para ideologia política, religiosa, filosófica e governamental.

O artigo 37, § 1º, da Constituição limita que a publicidade de programas, obras, serviços e campanhas dos

órgãos públicas tenham caráter educativo, informativo ou de orientação social, não podendo constar símbolos ou

imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades e servidores públicos.

A Constituição de Santa Catarina foi além ao estabelecer no artigo 180 que “o uso, pelo Poder Público estadual,

dos meios de comunicação social se restringirá a publicidade obrigatória de seus atos oficiais e a divulgação de notas e

avisos oficiais de esclarecimento; campanhas educativas de interesse público e campanhas de racionalização e

racionamento do uso de serviços públicos e de utilidade pública.

O artigo 40, da Lei 9.504/1997 sanciona a promoção pessoal quando prevê que “o uso, na propaganda eleitoral,

de símbolos, frases ou imagens, associadas ou semelhantes às empregadas por órgão de governo, empresa pública ou

sociedade de economia mista constitui crime, punível com detenção, de 6 meses a 1 ano, com a alternativa de prestação

de serviços à comunidade pelo mesmo período, e multa no valor de 10.000 a 20.000 UFIR”.

O uso indevido da propaganda institucional também é uma conduta vedada prevista no artigo 73, VI,b, da

L.9.504/97 que traz a proibição aos agentes públicos, servidores ou não, nos três meses que antecedem o pleito, com

exceção da propaganda de produtos e serviços que tenham concorrência no mercado, autorizar publicidade institucional

dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos federais, estaduais ou municipais, ou das

respectivas entidades da administração indireta, salvo em caso de grave e urgente necessidade pública, assim

reconhecida pela Justiça Eleitoral.

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PROPAGANDA INTRAPARTIDÁRIA

A propaganda intrapartidária é aquela destina a promoção de pré-candidatos no âmbito interno dos partidos e

coligações.

O artigo 36, §1º, da Lei 9.504/97 estabelece como período em que que poderá ser vinculada, a quinzena anterior

à escolha pelo partido, de propaganda intrapartidária com vista à indicação de seu nome, vedado o uso de rádio,

televisão e outdoor.

O artigo 36-A, da mesma lei, prevê não será considerada propaganda eleitoral antecipada a realização de

prévias partidárias e sua divulgação pelos instrumentos de comunicação intrapartidária.

Consoante a jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral, “a propaganda intrapartidária veiculada em período

anterior ao legalmente permitido e dirigida a toda a comunidade, e não apenas a seus filiados, configura propaganda

eleitoral extemporânea e acarreta a aplicação de multa” (Ac.-TSE, de 3.5.2011, no RESPE n° 43736).

Na propaganda intrapartidária não se veda o uso de faixas e cartazes para realização de propaganda

intrapartidária, desde que em local próximo da realização das prévias, com mensagem aos filiados, mas a confecção de

panfletos para distribuição aos filiados, dentro dos limites do partido, não encontra, por si só, vedação na legislação

eleitoral.

Segundo a jurisprudência, ainda, as mensagens eletrônicas, o envio de cartas, como forma de propaganda

intrapartidária, são permitidos por ocasião das prévias, desde que essas sejam dirigidas exclusivamente aos filiados do

partido, mas é incabível autorizar matérias pagas em meios de comunicação, uma vez que ultrapassam ou podem

ultrapassar o âmbito partidário e atingir, por conseguinte, toda a comunidade.

Por fim, O partido pode receber doações apenas de pessoas físicas para financiar a propaganda intrapartidária,

bem como para a realização das prévias partidárias, não sendo possível, contudo, no tocante ao postulante a cargo

eletivo, haja vista que a destinação de verbas do Fundo Partidário estende-se às despesas congêneres efetuadas pelo

partido político na propaganda intrapartidária (prévias partidárias).

PROPAGANDA PARTIDÁRIA GRATUITA

“A Constituição, no artigo 17, § 3º, garante que “os partidos políticos têm direito a recursos do Fundo Partidário e

acesso gratuito ao rádio e à televisão, na forma da lei” e o artigo 52, da Lei 9.096/1995 concede as emissoras de rádio e

televisão o direito a compensação fiscal pela cedência do horário gratuito

A Lei 9.096/95, com a redação pela Lei 13.165, de 29/09/2015, prevê que:

Os partidos com pelo menos um representante em qualquer das Casas do Congresso Nacional têm assegurados

os seguintes direitos relacionados à propaganda partidária:

I - a realização de um programa a cada semestre, em cadeia nacional, com duração de:

Redação pela Lei 13.165, de 29/09/2015

a) 5 minutos cada, para os partidos que tenham eleito até 4 Deputados Federais;

b) 10 minutos cada, para os partidos que tenham eleito 5 ou mais Deputados Federais;

II - a utilização, por semestre, para inserções de 30 segundos ou um minuto, nas redes nacionais, e de igual tempo nas

emissoras estaduais, do tempo total de:

a) 10 minutos, para os partidos que tenham eleito até 9 Deputados Federais;

b) 20 minutos, para os partidos que tenham eleito 10 ou mais deputados federais.

Parágrafo único. A critério do órgão partidário nacional, as inserções em redes nacionais referidas no inciso II do caput

deste artigo poderão veicular conteúdo regionalizado, comunicando-se previamente o Tribunal Superior Eleitoral.” (NR)

O horário partidário gratuito nacional será autorizado pelo Tribunal Superior Eleitoral e os estaduais e distrital

pelos tribunais regionais eleitorais.

Quanto ao período, o art. 36, § 1º, da Lei 9.504/97 prevê que “no segundo semestre do ano da eleição, não será

veiculada a propaganda partidária gratuita prevista em lei nem permitido qualquer tipo de propaganda política paga no

rádio e na televisão”.

Em relação ao conteúdo, consoante o artigo 45, I a IV, da Lei 9.096/95, (Redação dada pela Lei nº 13.165, de

2015, o horário partidário gratuito tem por finalidade difundir os programas partidários; transmitir mensagens aos

filiados sobre a execução do programa partidário, dos eventos com este relacionados e das atividades congressuais do

partido; divulgar a posição do partido em relação a temas político-comunitários; promover e difundir a participação

política feminina, dedicando às mulheres o tempo que será fixado pelo órgão nacional de direção partidária, observado o

mínimo de 10% (dez por cento) do programa e das inserções a que se refere o art. 49.

É vedada a participação de pessoa filiada a partido diverso daquele responsável pela veiculação do programa; a

divulgação de propaganda de candidatos a cargos eletivos e a defesa de interesses pessoais ou de outros partidos; a

utilização de imagens ou cenas incorretas ou incompletas, efeitos audiovisuais ou quaisquer outros recursos que

distorçam ou falseiem os fatos ou a sua comunicação. As transmissões serão em cadeia nacional ou em inserções individuais de 30 segundos ou 1 minuto, a serem

veiculadas no intervalo da programação normal das emissoras, as inserções nacionais serão veiculadas às terças-feiras,

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quintas-feiras e sábados e, as estaduais, às segundas-feiras, quartas-feiras e sextas-feiras, mas somente serão autorizadas

até 10 inserções de 30 segundos ou 5 inserções de 1 minuto por dia.

A programação em bloco ocorrerá às quintas-feiras, podendo o Tribunal Superior Eleitoral, se entender

necessário, deferir a transmissão em outros dias. Havendo coincidência de datas, terá prioridade o partido que tiver

apresentado o requerimento em primeiro lugar, vedada a transmissão de mais de um programa na mesma data.

Os programas em bloco não poderão ser subdivididos ou transformados em inserções e as edições deverão

conter no início e no fim das transmissões em cadeia, dever-se-á trazer, com preservação do tempo reservado aos

partidos, a identificação da agremiação responsável e a menção à Lei n° 9.096/95, que determinou a veiculação.

A grei que violar as normas relativas a propaganda partidária gratuita serão sancionadas com a perda do tempo

que, quando ocorrer nas transmissões em bloco, sofrerão a cassação do direito de transmissão no semestre seguinte e

quando a infração ocorrer nas transmissões em inserções, estarão sujeitos a cassação de tempo equivalente a 5 (cinco)

vezes ao da inserção ilícita, no semestre seguinte.

PROPAGANDA ELEITORAL

Propaganda antecipada

A partir da Lei 13.165, de 29/09/2015 que alterou o artigo 36, da Lei 9.504/1997, a propaganda eleitoral

somente é permitida após o dia 15 de agosto do ano da eleição, sujeitando os responsáveis e beneficiários que efetuarem

a divulgação de candidaturas com pedido explícitos e implícitos de votos antes deste período, desde que comprovado o

seu prévio conhecimento, à multa no valor de R$ 5.000,00 a R$ 25.000,00, ou ao equivalente ao custo da propaganda, se

este for maior.

O artigo 36-A, da Lei 9.504/1997, com a redação determinada pela Lei 13.165, de 29/09/2015 estabelece que

não configuram propaganda eleitoral antecipada, desde que não envolvam pedido explícito de voto, a menção à pretensa

candidatura, a exaltação das qualidades pessoais dos pré-candidatos e os seguintes atos, que poderão ter cobertura dos

meios de comunicação social, inclusive via internet: I - a participação de filiados a partidos políticos ou de pré-

candidatos em entrevistas, programas, encontros ou debates no rádio, na televisão e na internet, inclusive com a

exposição de plataformas e projetos políticos, observado pelas emissoras de rádio e de televisão o dever de conferir

tratamento isonômico; II - a realização de encontros, seminários ou congressos, em ambiente fechado e a expensas dos

partidos políticos, para tratar da organização dos processos eleitorais, discussão de políticas públicas, planos de governo

ou alianças partidárias visando às eleições, podendo tais atividades ser divulgadas pelos instrumentos de comunicação

intrapartidária. III - a realização de prévias partidárias e a respectiva distribuição de material informativo, a divulgação

dos nomes dos filiados que participarão da disputa e a realização de debates entre os pré-candidatos; IV - a divulgação

de atos de parlamentares e debates legislativos, desde que não se faça pedido de votos. V - a manifestação e o

posicionamento pessoal sobre questões políticas nas redes sociais. (Redação pela Lei 12.891, de 11/12/2013). VI - a

realização, a expensas de partido político, de reuniões de iniciativa da sociedade civil, de veículo ou meio de

comunicação ou do próprio partido, em qualquer localidade, para divulgar ideias, objetivos e propostas partidárias.

Acrescenta o dispositivo, ainda, no § 1º que é vedada a transmissão ao vivo por emissoras de rádio e de

televisão das prévias partidárias, sem prejuízo da cobertura dos meios de comunicação social, no § 2º que são permitidos

o pedido de apoio político e a divulgação da pré-candidatura, das ações políticas desenvolvidas e das que se pretende

desenvolver e no § 3º que o disposto no § 2º não se aplica aos profissionais de comunicação social no exercício da

profissão.

Material impresso

Independe da obtenção de licença municipal e de autorização da Justiça Eleitoral a veiculação de propaganda

eleitoral pela distribuição de folhetos, adesivos, volantes e outros impressos, os quais devem ser editados sob a

responsabilidade do partido, coligação ou candidato.

O artigo 38, §§ 1°e 2º, da Lei 9504/97 exige que todo material impresso de campanha eleitoral contenha o

número de inscrição no CNPJ CPF do responsável pela confecção, bem como de quem a contratou, e a respectiva

tiragem e, quando o material impresso veicular propaganda conjunta de diversos candidatos, os gastos relativos a cada

um deles deverão constar na respectiva prestação de contas, ou apenas naquela relativa ao que houver arcado com os

custos.

Na propaganda dos candidatos a cargo majoritário, conforme o artigo 36-A, § 4º, da Lei 9.504/1997 com

redação pela Lei 13.165, de 29/09/2015, deverão constar, também, o nome dos candidatos a vice ou a suplentes de

Senador, de modo claro e legível, em tamanho não inferior a 30% do nome do titular.

O uso, na propaganda eleitoral, de símbolos, frases ou imagens, associadas ou semelhantes às empregadas por

órgão de governo, empresa pública ou sociedade de economia mista constitui crime, punível com detenção, de 6 meses a

1 ano, com a alternativa de prestação de serviços à comunidade pelo mesmo período, e multa no valor de 10.000 a

20.000 UFIR.

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Não é permitido na campanha eleitoral, consoante o artigo 39, § 6º, da Lei 9.504/1997, a confecção, utilização,

distribuição por comitê, candidato, ou com a sua autorização, de camisetas, chaveiros, bonés, canetas, brindes, cestas

básicas ou quaisquer outros bens ou materiais que possam proporcionar vantagem ao eleitor.

Atos em recinto aberto

A realização de qualquer ato de propaganda partidária ou eleitoral, em recinto aberto ou fechado, não depende

de licença da polícia, mas candidato, partido ou coligação promotora do ato fará a devida comunicação à autoridade

policial em, no mínimo, 24 horas antes de sua realização, a fim de que esta lhe garanta, segundo a prioridade do aviso, o

direito contra quem tencione usar o local no mesmo dia e horário.

É proibida a realização de “showmício” e de evento assemelhado para promoção de candidatos, bem como a

apresentação, remunerada ou não, de artistas com a finalidade de animar comício e reunião eleitoral, mesmo que o

próprio candidato seja artista.

Propaganda em bens públicos

O artigo 37, da Lei 9.504/1997, com redação pela Lei 13.165, de 29/09/2015, desautoriza a propaganda em bem

público de uso comum e equiparado ao estabelecer que “nos bens cujo uso dependa de cessão ou permissão do poder

público, ou que a ele pertençam, e nos bens de uso comum, inclusive postes de iluminação pública, sinalização de

tráfego, viadutos, passarelas, pontes, paradas de ônibus e outros equipamentos urbanos, é vedada a veiculação de

propaganda de qualquer natureza, inclusive pichação, inscrição a tinta e exposição de placas, estandartes, faixas,

cavaletes, bonecos e assemelhados”. É permitida a colocação de mesas para distribuição de material de campanha e a

utilização de bandeiras ao longo das vias públicas, desde que móveis e que não dificultem o bom andamento do trânsito

de pessoas e veículos. A mobilidade estará caracterizada com a colocação e a retirada dos meios de propaganda entre as

6 e 22 horas.

A Lei considera com bens de uso comum, para fins eleitorais, os definidos pela Lei n° 10.406, de 10 de janeiro

de 2002 – Código Civil e também aqueles a que a população em geral tem acesso, tais como cinemas, clubes, lojas,

centros comerciais, templos, ginásios, estádios, ainda que de propriedade privada.

Prevê o artigo 37, § 3º, da Lei 9.504/1997 que “nas dependências do Poder Legislativo, a veiculação de

propaganda eleitoral fica a critério da Mesa Diretora”.

Propaganda em bens particulares

Em bens particulares, independe de obtenção de licença municipal e de autorização da Justiça Eleitoral a

veiculação de propaganda eleitoral, desde que seja feita em adesivo ou papel, não exceda a 0,5 m² (meio metro

quadrado) e não contrarie a legislação eleitoral, e deve ser espontânea e gratuita, sendo vedado qualquer tipo de

pagamento em troca de espaço para esta finalidade.

Também é vedada a propaganda eleitoral mediante outdoors, inclusive eletrônicos, sujeitando-se a empresa

responsável, os partidos, as coligações e os candidatos à imediata retirada da propaganda irregular e ao pagamento de

multa no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a R$ 15.000,00 (quinze mil reais).

Sonorização

A Lei 9.504/1997 permite a utilização nas campanhas de sonorização fixa no horário das 8 às 24 h e móvel das

8 às 22h, embora no comício de encerramento este horário é estendido, pois abrange das 8h às 24h e 0h às 2h.

O funcionamento de alto-falantes ou amplificadores de som, ressalvada a hipótese contemplada no parágrafo

seguinte, somente é permitido entre as 8 e as 22 horas, sendo vedados a instalação e o uso daqueles equipamentos em

distância inferior a 200 metros das sedes dos Poderes Executivo e Legislativo da União, dos Estados, do Distrito Federal

e dos Municípios, das sedes dos Tribunais Judiciais, e dos quartéis e outros estabelecimentos militares; dos hospitais e

casas de saúde; das escolas, bibliotecas públicas, igrejas e teatros, quando em funcionamento; dos hospitais e casas de

saúde; das escolas, bibliotecas públicas, igrejas e teatros, quando em funcionamento.

O artigo 39, § 4º, da Lei 9.504/1997, prevê, ainda, que “a realização de comícios e a utilização de aparelhagens

de sonorização fixas são permitidas no horário compreendido entre as 8 (oito) e as 24 (vinte e quatro) horas, com

exceção do comício de encerramento da campanha, que poderá ser prorrogado por mais 2 (duas) horas”.

A Lei 9.504/1997 permite a circulação de carros de som e minitrios como meio de propaganda eleitoral, desde

que observado o limite de 80 (oitenta) decibéis de nível de pressão sonora, medido a 7 (sete) metros de distância do

veículo. A Lei considera como carro de som os veículos automotores que usam equipamentos de som com potência

nominal de amplificação de, no máximo, 10.000 (dez mil) watts e como minitrio com amplificação maior que 10.000

(dez mil) watts e até 20.000 (vinte mil) watts. A nova redação da Lei 13.165/2015 considera como carro de som,

qualquer veículo, motorizado ou não, ou ainda tracionado por animais, que transite divulgando jingles ou mensagens de

candidatos.

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Dia da eleição

Na data do pleito, é vedado até o término do horário de votação, a aglomeração de pessoas portando vestuário

padronizado, bem como os instrumentos de propaganda referidos no caput, de modo a caracterizar manifestação

coletiva, com ou sem utilização de veículos.

Para coibir a propaganda, o artigo 39, § 5º, da Lei 9.504/1997 tipifica a “boca de urna” como crime consistente

em no dia da eleição punível com detenção, de 6 meses a 1 ano, com a alternativa de prestação de serviços à

comunidade pelo mesmo período, e multa no valor de 5.000 a 15.000 UFIR, o uso de alto-falantes e amplificadores de

som ou a promoção de comício ou carreata; a arregimentação de eleitor ou a propaganda de boca-de-urna; a divulgação

de qualquer espécie de propaganda de partidos políticos ou de seus candidatos.

3. DEBATES

A realização de debates está disciplinada pela Lei 9.504/97, que sofreu alterações pela Lei 13.165, de

29/09/2015 que prevê no artigo 46 que “independentemente da veiculação de propaganda eleitoral gratuita no horário

definido nesta Lei, é facultada a transmissão por emissora de rádio ou televisão de debates sobre as eleições majoritária

ou proporcional, sendo assegurada a participação de candidatos dos partidos com representação superior a 9 deputados,

e facultada a dos demais”.

Nos debates, será admitida a realização de debate sem a presença de candidato de algum partido, desde que o

veículo de comunicação responsável comprove havê-lo convidado com a antecedência mínima de 72 horas da realização

do debate.

Em relação as eleições proporcionais, os debates deverão ser organizados de modo que assegurem a presença de

número equivalente de candidatos de todos os partidos e coligações a um mesmo cargo eletivo, podendo desdobrar-se

em mais de um dia. Poderão ser realizados em conjunto, estando presentes todos os candidatos a um mesmo cargo

eletivo e serão divididos em grupos, estando presentes, no mínimo, 3 candidatos, sendo vedada a presença de um mesmo

candidato a eleição proporcional em mais de um debate da mesma emissora.

O debate será realizado segundo as regras estabelecidas em acordo celebrado entre os partidos políticos e a

pessoa jurídica interessada na realização do evento, dando-se ciência à Justiça Eleitoral. Para aprovação, consoante o

artigo 46 § 5º, da Lei 9.504/97, com a redação determinada pela Lei 13.165, de 29/09/2015, para os debates que se

realizarem no primeiro turno das eleições, serão consideradas aprovadas as regras, inclusive as que definam o número

de participantes, que obtiverem a concordância de pelo menos 2/3 (dois terços) dos candidatos aptos, no caso de eleição

majoritária, e de pelo menos 2/3 (dois terços) dos partidos ou coligações com candidatos aptos, no caso de eleição

proporcional.

PESQUISAS

De acordo com o artigo 33, da Lei 9.504/97, as entidades e empresas que realizarem pesquisas de opinião

pública relativas às eleições ou aos candidatos, para conhecimento público, são obrigadas, para cada pesquisa, a

registrar, junto à Justiça Eleitoral, até 5 dias antes da divulgação.

Este registro deve informar o nome do contratante e do pagador com a nota fiscal, o valor e origem dos

recursos, a metodologia e período de realização da pesquisa, o plano amostral e ponderação quanto a sexo, idade, grau

de instrução, nível econômico e área física de realização do trabalho a ser executado, intervalo de confiança e margem

de erro, o sistema interno de controle e verificação, conferência e fiscalização da coleta de dados e do trabalho de

campo, o questionário completo, nome do estatístico responsável pela pesquisa e o número de seu registro no

competente Conselho Regional de Estatística, número do registro da empresa responsável pela pesquisa no Conselho

Regional de Estatística, caso o tenha e a indicação do Município abrangido pela pesquisa.

Deste a vigência da Lei 12.891/2013 é vedada, no período de campanha eleitoral, a realização de enquetes

relacionadas ao processo eleitoral.

As informações relativas às pesquisas serão registradas nos órgãos da Justiça Eleitoral aos quais compete fazer

o registro dos candidatos, ou seja, nas eleições presidenciais no Tribunal Superior Eleitoral; nas eleições

estaduais/distrital, nos tribunais regionais eleitorais e, nas eleições municipais, no juízo da zona eleitoral designada pelo

tribunal regional eleitoral ou a mais antiga do município se não designada. Consoante a jurisprudência do Tribunal

Superior Eleitoral, “o registro de pesquisa eleitoral não é passível de deferimento ou Indeferimento (Ac.-TSE n°

4.654/2004)” e “não pode o magistrado proibir a publicação de pesquisa eleitoral mesmo sob alegação do exercício do

poder de polícia (Ac.-TSE n° 357/2004)”.

A Justiça Eleitoral afixará no prazo de 24 horas, no local de costume, bem como divulgará em seu sítio na

Internet, aviso comunicando o registro das informações a que se refere este artigo, colocando-as à disposição dos

partidos ou coligações com candidatos ao pleito, os quais a elas terão livre acesso pelo prazo de 30 (trinta) dias.

O Ministério Público Eleitoral, os candidatos e os partidos políticos ou coligações estão legitimados para impugnar o registro e/ou a divulgação de pesquisas eleitorais perante o tribunal ou juízo competente, quando não

atendidas as exigências e considerando a relevância do direito invocado e a possibilidade de prejuízo de difícil

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reparação, o órgão competente poderá determinar a suspensão da divulgação dos resultados da pesquisa impugnada ou a

inclusão de esclarecimento na divulgação de seus resultados.

Na divulgação dos resultados de pesquisas devem ser informados, com clareza, o período da coleta de dados, a

margem de erro, o número de entrevistas, o nome da entidade ou empresa que a realizou e, se for o caso, de quem a

contratou e o número de registro da pesquisa, não sendo obrigatória a menção aos concorrentes, desde que o modo de

apresentação dos resultados não induza o eleitor em erro quanto ao desempenho do candidato em relação aos demais.

A divulgação de pesquisa sem o prévio registro sujeita os responsáveis à multa no valor de R$ 53.205,00 a R$

106.410,00 e haverá incidência de multa aos responsáveis, ainda que a divulgação ocorra em entrevista, de forma

parcial, ou tenha apenas reproduzido o que os meios de comunicação veicularam indevidamente (Ac.-TSE, de

15.9.2011, no REspe n° 21227), ou no caso de divulgação de que o candidato lidera as pesquisas, sem registro;

irrelevância de não se divulgar índices concretos (Ac.-TSE, de 17.8.2006, no REspe n° 26.029).

O veículo de comunicação social arcará com as consequências da publicação de pesquisa não registrada, mesmo

que esteja reproduzindo matéria veiculada em outro órgão de imprensa.

O artigo 20, § 2º, da Lei 9.504/97 sanciona ainda qualquer ato que vise a retardar, impedir ou dificultar a ação

fiscalizadora dos partidos políticos constitui crime, punível com detenção de 6 meses a 1 ano, com a alternativa de

prestação de serviços à comunidade pelo mesmo prazo, e multa no valor de R$ 10.641,00 a R$ 21.282,00. Pelos crimes

serão responsabilizados penalmente os representantes legais da empresa ou entidade de pesquisa e do órgão veiculador

(Lei nº 9.504/97, art. 35).

Por fim, a comprovação de irregularidade nos dados publicados sujeita os responsáveis às penas mencionadas

no caput, sem prejuízo da obrigatoriedade de veiculação dos dados corretos no mesmo espaço, local, horário, página,

caracteres e outros elementos de destaque, de acordo com o veículo usado.

RESTRIÇÕES AOS DIREITOS POLÍTICOS

PERDA E SUSPENSÃO DOS DIREITOS POLÍTICOS

A cassação dos direitos políticos é vedada na Constituição brasileira, a suspensão é temporária e poderá haver a

reabilitação quando desaparecer a causa e a perda é definitiva, embora os sancionados pela perda, desaparecendo a

motivação, poderão readquiri-la, ou seja, adquirir novos direitos políticos como se tivesse completado 16 anos naquele

momento.

O artigo 15, da Constituição relaciona as hipóteses de perda e suspensão dos direitos políticos de forma

genérica, sem separá-las, remetendo a interpretação ao legislador e aos tribunais distingui-las.

Consequentemente, a doutrina e a jurisprudência reconhecem como causa de perda o cancelamento da

naturalização por sentença transitada em julgado (ou a perda da nacionalidade por via indireta, a recusa de cumprir

obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5°, VIII. Frise-se que a legislação

infraconstitucional reconhece este último caso como suspensão, embora não seja aplicado, na prática, com esta natureza

Como causa de suspensão dos direitos políticos a incapacidade civil absoluta e condenação criminal transitada

em julgado, enquanto durarem seus efeitos ou por improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4°.

elegibilidade e inelegibilidade

O preenchimento dos direitos políticos passivos deverão seguir alguns pressupostos positivos ou negativos.

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Assim, para que alguém seja candidato a um cargo eletivos, é necessário que preencha como requisito positivo

as condições de elegibilidade e como requisitos negativos que não sejam inelegíveis ou incompatíveis

As condições de elegibilidade, previstos no art.14, § 3º, são a nacionalidade brasileira, pleno exercício dos

direitos políticos (não incorrer em perda e suspensão e possuir a quitação eleitoral), o alistamento eleitoral, filiação

partidária e domicílio eleitoral na circunscrição.

Em relação as inelegibilidades o artigo 14, §9º prevê que “lei complementar estabelecerá outros casos de

inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade para exercício de

mandato considerada vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do

poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta (abuso do

poder político).

A inelegibilidade não se confunde com a suspensão dos direitos políticos, sendo inclusive aplicada após o

cumprimento desta, como se pode observar abaixo:

A Constituição denomina de inelegibilidade tanto as inelegibilidades em sentido estrito quanto as

incompatibilidades, separação esta que é promovida pela Lei Complementar 64/1990. A inelegibilidade, embora

divergente no Supremo Tribunal Federal, é uma sanção e a incompatibilidade é uma medida preventiva de afastamento

dos agentes públicos no período pré-eleitoral.

Decoro parlamentar

Dentre as situações de inelegibilidade é importante frisar o caso daqueles que hajam perdido os respectivos

mandatos por infringência do disposto nos incisos I e II do art. 55 da Constituição Federal, (...) para as eleições que se

realizarem durante o período remanescente do mandato para o qual foram eleitos e nos oito anos subsequentes ao

término da legislatura.

Embora nominalmente a inelegibilidade tenha a duração de 8 anos, pela fórmula de calculo, ela poderá atingir a

12 anos para deputado e 19 anos para senador como pode ser observado nos quadros abaixo:

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Rejeição das Contas.

Os eleitores ex-ocupantes de cargos eletivos que tiveram suas contas rejeitadas por irregularidades insanáveis

por ato doloso de improbidade administrativa pelo órgão competente ficarão inelegíveis por 8 anos.

Os órgãos competentes para julgar as contas do chefe do Poder Executivo é o Poder Legislativo e dos demais

cargos são os tribunais de contas da União, dos Estados e do Distrito Federal.

A inelegibilidade por rejeição somente poderá ser afastada se esta houver sido suspensa ou anulada pelo Poder

Judiciário.

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AÇÕES E RECURSOS ELEITORAIS

As ações e recursos na Justiça Eleitoral são os seguintes:

AÇÃO/RECURSO

PREVISÃO LEGAL

Ação de impugnação de mandato eletivo

(AIME)

Artigo 14, CF e artigo 22, XV, LC nº 64/90

Ação de impugnação de registro de

candidatos (AIRC)

Artigo 2º, LC 64/90

Recurso contra diplomação Artigo 262, CE

Consulta Artigo 23, XII, CE (TSE)

Artigo, 30, VII, CE (TRE)

Pedido de Direito de Resposta

Propaganda

Artigo 58, Lei nº 9.504/97

Resolução-TSE (rito)

Representações

Propaganda

Artigo 96, Lei nº 9.504/97

Resolução-TSE

Ação penal eleitoral Artigo 355, CE

Ação rescisória eleitoral Artigo 22, I, j, CE

Agravo de Instrumento Artigo 279, 282, CE

Recurso Eleitoral Art. 121, § 4º,CF; art.280, CE.

Recurso Especial Artigo 276, I, CE

Recurso Ordinário Artigo 276, II, CE

O recurso deverá ser interposto em 3 dias da publicação do ato, resolução ou despacho sempre que a lei não

fixar prazo especial. Para os Tribunais Regionais e para o Tribunal Superior caberá, dentro de 3 (três) dias, recurso dos

atos, resoluções ou despachos dos respectivos Presidentes.

O Enunciado 728, da Súmulado Tribunal Superior Eleitoral prevê, ainda, que é de 3 dias o prazo para a

interposição de recurso extraordinário contra decisão do tribunal superior eleitoral, contado, quando for o caso, a partir

da publicação do acórdão, na própria sessão de julgamento.

O Recurso Especial está previsto no artigo 121, § 4º, da Constituição e no artigo 271, do Código Eleitoral que

prevê que das decisões dos Tribunais Regionais Eleitorais somente caberá recurso quando: I – forem proferidas contra

disposição expressa desta Constituição ou de lei; II – ocorrer divergência na interpretação de lei entre dois ou mais

Tribunais Eleitorais;

O Recurso Ordinário, também está previsto no mesmo dispositivo que prevê que “das decisões dos Tribunais

Regionais Eleitorais somente caberá recurso quando: III – versarem sobre inelegibilidade ou expedição de diplomas nas

eleições federais ou estaduais; IV – anularem diplomas ou decretarem a perda de mandatos eletivos federais ou

estaduais.

A ação rescisória eleitoral esta prevista no artigo 22, I, j, do Código Eleitoral que fixa a competência do

Tribunal Superior Eleitoral para I – processar e julgar originariamente: j) a ação rescisória, nos casos de inelegibilidade,

desde que intentada dentro do prazo de 120 dias de decisão irrecorrível.

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O MARKETING POLÍTICO INSTITUCIONAL

Cora Catalina Quinteros

INTRODUÇÃO

De certa forma, todos os livros convergem sobre o conceito e colocam o marketing como uma ferramenta para

avaliação de oportunidades, satisfação de desejos e que possibilita a definição de estratégias para estimular uma troca

positiva entre produtores e consumidores. Assim, o conceito de marketing envolve as atividades que promovem relações

de troca entre um emissor e um receptor, um produtor e um comprador. Essa relação precisa ocorrer no momento certo,

por meio de canais adequados e mensagens apropriadas aos públicos a quem se deseja alcançar. No marketing há

sempre alguém que produz ou vende serviços, produtos ou ideias, e sempre alguém que compra e consome.

O Marketing Político Partidário é um processo de longo prazo, praticado pelo partido político, destinado à

construção e ao fortalecimento de uma boa imagem pública na sociedade, criando condições favoráveis para eleger seus

candidatos. Não basta ter candidatos com prestígio, há sim, a necessidade de recorrer a princípios de marketing.

No marketing político, ao querer se comunicar com o eleitor (público), o candidato (emissor) apresenta ao

eleitor as suas comunicações ideias, seu programa e compromissos. O eleitor analisa, interpreta e assimila as

comunicações do candidato, realimentando-o, no dia da eleição, com o voto (feedback). As ideias do candidato são

transmitidas por meio da mídia – jornal, radio, revistas, material de propaganda, televisão, internet e, também, por

comunicações diretas – reuniões, visitas domiciliares, cartas, discursos. Assim se dá o processo de interação entre o

candidato e eleitor, podendo desenvolver simpatia por suas propostas e iniciar uma relação de empatia.

Muitas vezes a empatia acontece por meio da postura e da forma como se apresenta o candidato. O eleitor pode

gostar, ou não. Mesmo que não decida de imediato em quem vai votar, poderá exigir mais informações do candidato.

Com o tempo, esse processo acaba aproximando ou distanciando o candidato, conforme os acertos ou desacertos das

estratégias de marketing da campanha.

“O marketing político praticado nas últimas décadas é transnacional: campanhas bem-sucedidas em um contexto ou país

são copiadas e remodeladas para reaproveitamento em outros, muitas vezes em contextos muito diferentes entre si, o

que vem a corroborar a primazia dos aspectos cosméticos sobre o conteúdo programático no atual modelo político-

publicitário”. (Observatório da Imprensa)

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CONCEITOS E DIRETRIZES

“Marketing Político designa as atividades focadas na promoção de parlamentares (vereadores, deputados, senadores),

membros do poder executivo ( presidentes da República, governadores, ministros) e partidos políticos, tendo em vista

situá-los positivamente junto aos seus eleitores, comunidades, públicos especiais (como os jornalistas) e à própria

opinião pública. O fim último do Marketing Político é garantir a eleição dos seus clientes ou a manutenção de sua

imagem, quando eles estão no exercício de seu mandato”. (http://www.comunicacaoempresarial.com.br/)

- “O Marketing eleitoral é um planejamento de curto prazo praticado pelos partidos e candidatos com o objetivo de

vencer um pleito eleitoral, ou seja, conquistar eleitores. Pode-se afirmar que o marketing eleitoral é uma etapa do

marketing político partidário”. (Yanaze, Mitsuru)

- “Marketing político é o segmento específico dentro da comunicação mercadológica voltada para o ambiente político e

ou eleitoral, que visa estreitar a relação de expectativa de um determinado grupo de pessoas em relação às questões que

envolvem seu cotidiano e a materialização da mesma em um candidato, um governo, um partido ou um grupo político.

O Marketing eleitoral refere-se às técnicas que visam tornar um candidato a cargo público conhecido e aceito no período

eleitoral, através de suas propostas e projetos. Em síntese, trata de estudo e ação de mercado, utilizado para segmentar

grupos sociais, desejos e anseios da população, desenvolvendo sintonia entre aquilo que o político deseja fazer e o seu

público-alvo espera, necessita (pesquisas). Já a Propaganda Política é uma das ferramentas de comunicação utilizadas

em uma estratégia de Marketing Político e/ou Eleitoral.” Fonte: https://pt.wikipedia.org

A Pesquisa Eleitoral

É uma ferramenta imprescindível para o planejamento de marketing político eleitoral porque levanta as

expectativas e desejos dos eleitores, os fatores que influenciam seu comportamento ou que podem alterar o cenário de

competição.

O Posicionamento do candidato

É um dos instrumentos mais eficazes do marketing porque marca a identidade do candidato, solidifica sua

imagem, e se vai consolidando por meio de ações contínuas e permanentes. Marcas, jingles, slogans são alguns

instrumentos utilizados nas campanhas publicitárias para facilitar a comunicação e registrando o posicionamento do

candidato.

Exemplos: Casos Lula e Obama

Devido a seu sucesso, tornaram-se “Estudos de Caso” do marketing político as campanhas presidenciais de Luiz

Inácio Lula da Silva em 2002 e de Barack Obama, em 2008. Elas têm em comum o êxito de conseguir fixar nos eleitores

uma imagem, forte e positiva, de cada um dos candidatos, imagem esta que se provou capaz de tornar atraente

candidatos relativamente pouco conhecidos (no caso dos norte-americanos) ou de neutralizar, ao menos

temporariamente, aspectos negativos anteriormente “colados” aos postulantes.

Com Lula, o desafio era ainda maior, por implicar a reformulação de imagem de uma figura pública

nacionalmente conhecida e que por décadas primara por um discurso um tanto áspero e por uma combatividade quase

agressiva aos olhos de determinadas parcelas do eleitorado. Ao aparar sua antes desgrenhada barba, vesti-lo em ternos

bem cortados e modular seu tom de voz e seu discurso, agora conciliador, o publicitário Duda Mendonça forjou o que o

próprio candidato petista autodenominou “Lulinha Paz e Amor”: uma imagem que não só o tornou palatável a parcelas

do eleitorado, mas foi por ele incorporada – com muito sucesso, reconheça-se – desde então.

Quanto a Obama, a exploração inteligente de dois fatores seria decisiva: o primeiro, a questão racial, com os

signos de novidade e superação de preconceitos associados à eleição do primeiro presidente negro; o segundo, a

otimização do recurso à internet, tanto para fins arrecadatórios quanto propriamente publicitários, neste caso

particularmente em relação aos setores jovens. A campanha tornou-se icônica, assim, por somar a uma imagem

facilmente identificável, associada a grandes mudanças – resumida no dístico “Yes, We Can” –, uma utilização até então

inédita, de recursos interativos inerentes aos aplicativos e redes sociais da web 2.0 – aí incluída uma arrecadação de

mais de US$ 500 milhões online.

Objetivos, transparência e missão institucional

Lidar com a imprensa é um dever e, embora os gestores públicos saibam que a comunicação é mais

ampla, ainda se desconhece a característica multidisciplinar da comunicação para tornar as relações mais

eficientes entre o governo e os cidadãos. (MATOS, H. 2009) Nem sempre os governos locais têm por hábito pesquisar quais as mediações tecnológicas mais apropriadas

para disponibilizar aos seus cidadãos. Telefones, faxes, cartas, boletins informativos, rádio, revistas e jornais, são

amplamente utilizados, incluindo o uso de redes sociais e a comunicação dirigida ou interpessoal como sendo,

ouvidorias, serviço 0800, Serviço de Atendimento ao Cidadão/SAC. Também é comum, gestores contratarem empresas

de publicidade para a produção de materiais de campanhas, sem um planejamento estratégico de comunicação. Que função do governo é mais natural em uma democracia do que tornar disponíveis as informações sobre

como está governando?

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Para que as pessoas exerçam poder, precisam fazer escolhas bem fundamentadas e julgamentos independentes.

Isso só pode acontecer se, o primeiro passo for disponibilizar informações confiáveis. O assessor de imprensa não pode

criar uma imagem de honestidade se as autoridades do governo não forem honestas, nem pode comunicar os objetivos

de um governo - se os líderes para quem trabalha, não estiverem claros sobre isso.

Funções da mídia na gestão pública

Seria essencial que a mídia dedicasse maior e mais rigorosa atenção à ação do marketing político na campanha,

procurando explicitá-la, desvendá-la e desmistificá-la. Sobretudo porque a omissão em relação ao que deveria ser uma

cobertura crítica e desmistificadora da ação do marketing político corre com frequência o risco de degringolar para o

endosso – intencional ou não – às estratégias e truques de um ou outro marqueteiro, num processo que penaliza não

apenas o desejável tratamento igualitário a todos os candidatos, mas principalmente a democracia e a cidadania como

um todo.

Não se deixe levar pelo senso comum “uma mão lava a outra”. Isso pode ser um buraco sem fundo. (Lara, M.)

Os veículos de comunicação externos - mídias – exercem um papel fundamental para os assessores de imprensa

na gestão pública e o relacionamento precisa ser gerenciado adequadamente, na parte de conteúdos e, na área comercial.

Já se deparou com repórteres que vão cobrir eventos e depois chegam com a matéria e a nota fiscal a ser paga,

sem haver acordado previamente com você? Esse tipo de situação é comum acontecer e provocam conflitos de

relacionamento, o que é bom evitar previamente.

Segundo o jornalista Maurício Lara, no seu livro As Sete Portas da Comunicação Pública: “veículo de

comunicação querer faturar é tão legítimo quanto uma instituição querer divulgar suas ações e novidades, que deve ser

feita através do uso da verba publicitária”. Mas sugere atenção e ética porque o recurso é público, é dinheiro de todos os

cidadãos que pagam impostos.

Se a notícia para o rádio é agora, para a televisão é daqui a pouco e para o jornal amanhã cedo, o anúncio pode e

deve ser programado. Então, o contato comercial passa pela agenda, pela marcação da visita, para apresentar sua

proposta.

Todos os contatos merecem ser atendidos mesmo que o assessor de imprensa não aprecie a linha editorial de

determinado veículo de comunicação, pois todos, sem exceção, são formadores de opinião.

Estabeleça um plano de transparência para as agências com as quais irá trabalhar. Evite que seja somente uma

empresa;

Elabore contratos de trabalho junto à área jurídica de sua instituição, especificando o projeto e as respectivas

atribuições para cada uma das partes;

Procure ter relações técnicas e comerciais com os veículos.

ATRIBUIÇÕES DO GESTOR DA COMUNICAÇÃO: A NOTÍCIA E OS RELACIONAMENTOS

O ponto de partida é conhecer bem sua instituição, os veículos de mídia com os quais se relaciona e os

jornalistas que buscam a notícia. Nem sempre a informação que interessa divulgar ao gestor público é noticia. Para isso,

a “intuição” do assessor deve estar próxima da mídia. Muitos assessores assumem o papel equivocado de esconder

informações e, em outros momentos, cobram dos jornalistas a divulgação de assuntos que só interessam à instituição.

O que se espera do assessor de imprensa

1) agir como um facilitador, mediador nas relações do jornalista com a instituição e as fontes;

2) valorizar papel do jornalista, porém sem bajulações;

3) ser ágil e firme para dar respostas à mídia;

4) buscar pautas adequadas para cada veículo, conforme público-alvo e oferecer adequadamente;

5) preparar bem os porta-vozes de sua instituição para conceder entrevista;

6) não pedir para ver a matéria do veículo de imprensa antes de sua veiculação;

7) não privilegiar a mídia nacional em detrimento da local pois pode gerar conflitos de

relacionamento;

8) ter sempre: a relação atualizada dos veículos/mídia, com seus respectivos perfis editoriais; site

atualizado; banco de dados com resumos das informações básicas da sua instituição e dos temas a serem

divulgados; biografia, contato atualizado e fotografia dos porta-vozes para disponibilizar à imprensa;

9) não abusar de releases e direcioná-los de acordo com as características dos veículos para não parar

na lata de lixo;

10) não visitar as redações sem combinar previamente e nunca reclamar com o editor ou proprietário

do veículo. Buscar o entendimento diretamente com o jornalista.

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Para se comunicar

eficazmente é preciso,

identificar uma necessidade;

priorizar o que for mais

importante; decidir o que

desejar divulgar; elaborar a

mensagem; escolher meios

para divulgação; e depois

repetir.

E repetir.

O PERFIL DA AUTORIDADE/DIRIGENTE

Costuma-se dizer que a casa tem a cara do dono. Normalmente isso é verdade. Um dirigente dinâmico, atuante,

presente, empreendedor, dará o melhor de si para a instituição que dirige, e esta certamente terá mais êxito. É difícil

decidir quem deve aparecer mais se é o líder ou seus feitos.

Conhecer o perfil psicológico da autoridade é fundamental para o assessor de imprensa. Os objetivos, as

necessidades, sejam no campo social e profissionais são informações estratégicas para o relacionamento entre ambos.

Isso parece óbvio, mas na prática, muitos assessores esquecem um dos dois aspectos. Privilegiar as ações da instituição

pode ser um risco, se quem a dirige tiver ambições pessoais muito elevadas ou personalidade egocêntrica. O mesmo vale

sobre o comportamento oposto, pois o assessor de imprensa será visto como um bajulador pelos funcionários da

instituição.

PLANEJANDO PARA O SUCESSO NA COMUNICAÇÃO

O primeiro passo para uma comunicação de sucesso é compreender que na a comunicação perpassa em todas

as direções. Não é responsabilidade de um só profissional ou mesmo de uma só área, mas configura-se como algo que

distribui autoridade e responsabilidade a diversos segmentos. Significa compartilhar habilidades e conhecimento por

toda a rede e permitir que os assuntos da organização existam e apareçam. Não se trata de que todos podem escrever

releases, organizar coletivas, mas sensibilizar a alta administração para a importância de manter relações de diálogo e

participação.

O segundo passo é desenvolver um plano para divulgação da

mensagem. A mensagem é seu tema, com um objetivo. Isso quem dirá é o líder

do governo, pois faz parte do seu plano de metas. Os temas serão transformados

em mensagens e divulgados.

Fazer uma pesquisa de opinião sobre os temas permitirá conhecer a

percepção dos públicos e os pontos fortes e fracos. Depois defina as metas. O

que quer que a mídia comunique? Que tipos de mensagens devem ser

elaboradas para mulheres, estudantes, idosos, e outras audiências. Formule uma

campanha de mídia que possa educar as pessoas a criar novos comportamentos,

gerar debates e fazer com que as pessoas tomem atitudes.

Melhores Dicas ___________________________________________________________

Trabalhe com o líder e os assessores seniores para estabelecer metas claras. Faça reuniões frequentes de

desenvolvimento;

Elabore uma declaração de princípios e comportamentos, chamado Código de Ética

Coloque a (as) mensagens nos eventos da autoridade responsável do governo.

2.1. ESTRATÉGIAS PARA CONSTRUÇÃO DA MÍDIA POSITIVA E GESTÃO DE CRISES Conduzir com sucesso as relações com a imprensa é um processo que inicia com o planejamento para gerenciar

a informação. Para definir quais estratégias devem ser utilizadas, é imprescindível conhecer e dominar as ferramentas da

assessoria de imprensa. As mais comuns são:

1) Press-release ou Release: redigido como um artigo de jornal. É a narrativa de uma noticia em uma ou duas

páginas. Deixe claro porque o assunto é importante. No primeiro parágrafo deve estar fato mais importante. Siga o

estilo da pirâmide invertida: as informações menos importantes, na base, ou seja – no final do texto.

2) Nota à imprensa: é redigida igual ao press release, mas preparada para anunciar um evento futuro, de modo

que a mídia possa avaliá-lo rapidamente e decidir se deve relatá-lo ou não. Ocupa uma página. Leva como

TÍTULO/CABEÇALHO: “PARA DIVULGAÇÃO IMEDIATA”.

3) Biografia: é fornecido com o press release, resumindo o histórico profissional e as realizações da pessoa que

está sendo indicada para um novo cargo; está apresentando o discurso ou; é o anfitrião do evento.

4) Sugestão de Pauta: resume a ideia de uma matéria em um parágrafo e explica por que os leitores – ou

expectadores – se interessarão por ela. 5) Discursos: são utilizados para revelar novos programas do governo, explicar posicionamentos.

6) Kits para a imprensa: com vários itens sobre um determinado tema, são inseridos numa pasta que tem dois

bolsos internos para guardá-los. No caso da inauguração de uma nova escola, por exemplo, o kit pode incluir: pasta com

EXERCÍCIO: Separe 2 folhas A4. Numa folha faça uma representação ilustrativa de

sua imagem como candidato e, na outra folha, represente seu colega

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o logotipo na capa; Press release com citações de autoridades e moradores do entorno da escola e fotografias da escola.

Pode incluir vídeo.

7) Oportunidades fotográficas: permitem a um assessor tirar uma foto com a autoridade e outros cidadãos, e

depois enviá-las pelo correio ou email pessoal.

8) Correio eletrônico/e mail: pode ser organizado em grupos de interesse para que as informações sejam

transmitidas conforme o tema.

9) Site institucional/Portais de transparência: todas as prefeituras têm. Divulgam as ações públicas por áreas, além da

agenda do prefeito. Cada área tem noticias com 5 a 10linhas.

10) Clipping: integra a rotina diária de selecionar tudo o que saiu na imprensa sobre a gestão do governo. Noticias boas

normalmente são fotocopiadas e incluídas nos kits para a imprensa junto com os outros materiais.

CRISE é um evento que ocorre repentina, e inesperadamente, e que exige ação imediata. Já teve que enfrentar

alguma? Uma emergência interfere na rotina normal e gera incerteza e estresse. Pode ser uma catástrofe natural, um

escândalo político ou conflito. E pode ameaçar a reputação de um funcionário de alto escalão e de uma gestão. Uma

crise bem administrada, pode preservar reputações, credibilidade e também melhorá-las.

A chave para a comunicação eficiente em uma crise é estar preparado antes que ela aconteça. Em uma

emergência, há pouco tempo para pensar e menos ainda para planejar. Sem um plano para enfrentar crises, você pode

ser dominado pelos acontecimentos.

A boa comunicação durante crises baseia-se em aplicar o que havia planejado e fazer ajustes. Se sua rotina é

fazer informes diários à imprensa, na crise você deverá fazer três informes ao dia. Uma crise não é o momento de

desenvolver um plano novo.

NA CRISE: jornalistas precisam conseguir as informações e, se você não lhes der nada, divulgarão rumores. Em situação de crise, reúna todos os principais envolvidos em uma sala e esclareça os fatos para não deixar dúvidas.

Todos os porta-vozes precisam estar alinhados com as mesmas informações que fornecerão aos jornalistas. Ninguém

pode oferecer opiniões pessoais.

O QUE FAZER DURANTE UMA CRISE

Reúna informações o mais rápido possível;

Comunique imediatamente o ocorrido à imprensa, caso contrário, a mídia conseguirá informações por outros

meios;

Vá ao local onde aconteceu o fato, levando a alta administração e indicando um porta-voz treinado para

conceder entrevista;

Informe o público interno sobre o acontecido. Se a imprensa for a única fonte de informação para os

funcionários do governo, podem ficar confusos e magoados, principalmente se a noticia for confusa e mal estruturada;

Monte um Comitê de Crise para a Mídia, que atenda a mídia 24 horas, em um gabinete onde saiam as

noticias e uma sala próxima onde possam realizar entrevistas e/ou coletivas;

Providencie o que a imprensa precisa: estacionamento, telefones, mesas, cadeiras, tomadas elétricas;

Mantenha um registro dos telefonemas de jornalistas;

Acompanhe tudo o que for publicado na mídia e envie correções, caso necessário. Atualize as informações o

tempo todo.

DEPOIS DA CRISE

Crie um grupo de avaliação para estudar o problema ocorrido e evitar que volte a acontecer;

Avalie a eficiência do plano de emergência executado e o modo como as pessoas reagiram e corrija os

problemas para que não voltem a acontecer.

IDENTIFICANDO O INFORMACIONAL E O INTERACIONAL

Criar e manter diversos canais de comunicação é fundamental porque as pessoas recebem informações e se

relacionam de diversas maneiras. Há canais que são de mão única, ou seja, só informam as pessoas, e há outros que

possibilitam a interação. Um canal de ouvidoria ou um “disk” para a população possibilitam a interação e são

ferramentas importantes para conhecer as demandas e utilizar como fonte de consulta.

DISTRIBUA MATERIAL AOS JORNALISTAS. SEMPRE.

Quando a autoridade realiza um evento público e você convida a imprensa, lembre-se de preparar material para

disponibilizar aos jornalistas. Prepare uma pasta que contenha informações sobre o tema do evento, dados estatísticos,

reportagens que tenham sido publicadas sobre o assunto e um “press release”.

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Resumir e distribuir material impresso ou por e-mail significa facilitar a redação correta que o jornalista fará do

tema que você, porta-voz, propõe. Também proporciona a oportunidade de reafirmar os pontos principais que o porta

voz quer que seja noticiado:

Ajuda as autoridades do governo e assessores de imprensa a definir claramente o que querem dizer e a refinar

sua mensagem;

Aumenta as chances de que a matéria saia com a ênfase desejada;

Os repórteres podem consultar quando estiverem redigindo suas matérias;

Estimula a elaboração de perguntas mais pertinentes, baseadas em fatos, por parte da mídia.

ORGANIZE REUNIÕES DE TRABALHO

Bons relacionamentos são fundamentais, com diferentes segmentos de sua cidade, incluindo a imprens e,

principalmente, com a equipe de autoridades do governo. A confiança e credibilidade serão adquiridas conforme o

trabalho que vocês realizam juntos na instituição que trabalham. Reuniões formais ou informais devem ser realizadas

para troca de informações permanentes.

ORGANIZE EVENTO COM PROFISSIONAIS DE IMPRENSA

Eventos sempre aproximam as relações profissionais e, quando bem organizados, é uma ferramenta importante

para fortalecer o relacionamento com os profissionais da mídia.

ONDE A AUTORIDADE É ANFITRIÃ:

Elabore e acompanhe o planejamento com uma pessoa responsável pelo evento, que supervisionará as demais

pessoas nas diferentes tarefas. Decida sobre o tema do evento; qual é a finalidade; que metas devem ser alcançadas;

quem será convidado; que impacto deverá ter; quando o discurso deverá estar pronto; em que data os pedidos de

materiais terão que ser feitos; quando os convites devem ser feitos e distribuídos; agendar reuniões com a equipe que

está envolvida no evento para acompanhar o processo; visite o local onde será o evento; prepare um livreto de

“briefing”; disponibilize o kit para imprensa; tenha uma lista de presença na entrada (sempre que possível utilize-a para

atualizar contatos); depois do evento envie notas de agradecimento aos participantes; faça uma reunião de avaliação com

a equipe e redija um relatório resumido sobre o evento. Normalmente são necessárias 5 a 10 horas de planejamento para

cada hora de duração de um evento.

O APROVEITAMENTO DAS REDES SOCIAIS

Como meio de comunicação, a internet se popularizou em nível mundial no início dos anos 1990, o que trouxe

mudanças profundas para a sociedade (Castells, 2000). Essas mudanças, incentivadas pelo processo de comunicação

mediado pelo computador, trouxeram forte impacto às relações sociais.

As instituições públicas vêm buscando novos canais de participação e interatividade no ambiente digital, fato

que pode ser observado pela quantidade de perfis oficiais dos órgãos do governo federal nas redes sociais.

Essa é a conduta recomendada pelo governo federal para quebrar barreiras e buscar o diálogo e a aproximação

do cidadão.

Os administradores dos perfis nas redes sociais devem buscar sugestões para as políticas do governo, utilizar

estratégias para estimular a interação com os usuários, disseminar boas práticas e promover respostas ágeis aos

questionamentos feitos pelos usuários.

Conforme o Decreto Nº 7.675, de 20 de Janeiro de 2012, é parte da competência do Departamento do Governo

Eletrônico definir e publicar padrões e melhores práticas de uso da internet, inclusive de redes sociais, mas já existem

algumas iniciativas no governo com relação ao comportamento dos órgãos públicos nas redes sociais, como por

exemplo:

O Manual de Orientação para Atuação em Redes Sociais lançado pela Secom, em 26 de outubro de 2012,

tem como objetivo estipular melhores práticas no uso de redes sociais, incluindo a geração de conteúdo, interação com o

usuário e atuação em casos de crise.

As redes sociais mais utilizadas são:

1. FACEBOOK: fundado em 2004, é um site e serviço de rede social, operado e de propriedade privada da

Facebook Inc.. É a maior rede social em todo o mundo.

2. YOUTUBE: fundado em 2005 é um site que permite que seus usuários carreguem e compartilhem vídeos em

formato digital. É o mais popular site devido à possibilidade de hospedar quaisquer vídeos (exceto materiais protegidos

por copyright, apesar deste material ser encontrado em abundância no sistema).

3. TWITTER: fundado em 2006. Permite o envio e o recebimento gratuito de atualizações em apenas 140

caracteres. Esses pequenos textos são chamados de tweets e possibilitam conversas em tempo real e o compartilhamento

de links de outros textos, imagens e vídeos.

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4. LINKEDIN: é uma rede social de negócios lançada em 2003. É comparável a redes de relacionamentos, e é

principalmente utilizada por profissionais.

5. INSTAGRAM: é uma rede social de fotos para usuários de Android e iPhone. Aplicativo para tirar fotos com o

celular, aplicar efeitos nas imagens e compartilhar.

ATIVIDADES

Media Training: técnicas básicas para entrevistas

As entrevistas são uma estratégia de mídia e, antes de aceitar uma entrevista, deve planejar cuidadosamente qual

a meta a ser alcançada e identificar o tipo de público para o qual o veículo escreve.

1º : Avalie o pedido de entrevista que tipo de mídia é (rádio, TV, jornal, blog, site)

qual é o segmento/público que lê, vê ou ouve essa mídia

qual é a motivação da matéria

qual será o foco das perguntas

quem será o entrevistador

quanto tempo o repórter esta pedindo para fazer a matéria

para quando e onde querem fazer a entrevista

qual o tipo de matéria: noticiosa, perfil, reportagem especial

quem será entrevistado para a matéria (para organizar por ordem de fala)

a entrevista será gravada ou ao vivo

onde será publicada a entrevista; Quando

as fotografias serão feitas antes, durante ou depois da entrevista?

2º: Aceitou a entrevista É importante que a autoridade a ser entrevistada tenha três (3) pontos a tratar na entrevista. Isso manterá o foco

e as pessoas podem absorver. Mais do que isso é muita informação;

para cada ponto, tenha informações de apoio – exemplos, histórias, fatos pitorescos. Isso ajuda a entender

melhor;

elabore perguntas que você imagina que serão feitas durante a entrevista e as respostas que deveriam ser dadas

(qual seria a pergunta mais difícil a ser respondida e por quê?, pense em uma “frase de efeito positivo” para incluir na

entrevista, praticar/treinar as respostas a perguntas prováveis);

Um pouco antes da entrevista, se atualize quanto aos assuntos recentes porque deverá fornecer informações

sobre os últimos acontecimentos noticiados na imprensa à autoridade governamental;

Não tenha medo de sugerir perguntas e tópicos a serem utilizados pelo entrevistador;

Prepare um gravador ou vídeo para gravar a entrevista. Isso ajuda a rever posteriormente as declarações dadas e

disponibilizar para os principais membros da equipe que não viram a entrevista.

3º: Durante a entrevista Você pode dominar e controlar a entrevista bem mais do que pensa. Para isso:

Seja conciso; não deixe que pontos importantes fiquem em dúvida devido a respostas longas com muitos

detalhes. Expressar-se com frases curtas, claras e assertivas;

Prove o que diz. Use fatos, exemplos, dados estatísticos, citações, histórias;

Mantenha o foco positivo, mesmo que as perguntas sejam com aspectos negativos;

Nunca diga nada que não queira ver impresso ou ouvir em uma transmissão;

Nunca diga “Sem comentários”. Você pode, e deve evitar certos comentários, usando a seguinte frase: “Não

estou preparado para discutir isso hoje” ou “não considero apropriado discutir essa questão até este ponto”;

Não use jargões;

Diga sempre a verdade. Se você não souber a resposta para uma pergunta, diga. Dê a resposta ao entrevistador

depois.

Para dominar a entrevista, use os seguintes tipos de frases ou palavras que sirvam de ponte para voltar aos 3

pontos escolhidos como foco da entrevista:

“A verdadeira questão é...” - “Devo acrescentar que...” - “É importante enfatizar...” - “O ponto mais importante a ser

lembrado é...” - “Além disso, outra pergunta que me fazem é...”

4º: Após a entrevista Se você prometeu informações adicionais ou não sabia a resposta no momento da entrevista, faça-o

imediatamente;

avalie a entrevista. Faça anotações para seus arquivos. O que deu certo? O que deve melhorar?

Anote o nome e contato do repórter, do produtor e do técnico de som que realizaram a entrevista;

Arquive o clipping de notícias ou gravação da entrevista em um arquivo permanente.

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MÃOS À OBRA: ELABORE SUA AGENDA DE TRABALHO

Analise todas as informações desta apostila, selecionando o que considere mais relevante, aplicável ao seu

ambiente e elabore uma proposta de agenda de trabalho em equipe.

BIBLIOGRAFIA e SUGESTÕES PARA SABER MAIS

CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede. São Paulo: Editora Paz e Terra, 1999.

CERVI, Emerson U. Opinião pública e comportamento político. Curitiba: Ibpex, 2010.

DUARTE, Jorge (Org.) Assessoria de Imprensa e Relacionamento com a mídia: Teoria e Técnica. São Paulo:

Editora Atlas, 4ª. Edição. 2014.

DUARTE, Jorge. Comunicação Pública: Estado, Mercado, Sociedade e interesse público. São Paulo: Editora

Atlas, 3ª. Edição. 2013.

KUNSCH, Margarida M. Krohling (org.). Comunicação pública, sociedade e cidadania. São Caetano do Sul,

SP: Difusão, 2011.

LARA, Maurício. As Sete Portas da Comunicação Pública. Belo Horizonte: Gutenberg, 2003.

LOWNDES, Leil. Como conversar com qualquer pessoa. Rio Janeiro: Record, 2003.

MATOS, Heloiza.(Org.) Comunicação Pública: interlocuções, interlocutores e perspectivas. São Paulo:

ECA/USP, 2012. (EBOOK)

TORQUATO, Gaudêncio. Tratado de comunicação organizacional e política. São Paulo: Pioneira Thomson

Learning, 2002.

TORQUATO, Gaudêncio. Novo Manual de Marketing Político. São Paulo: Summus, 2014.

YANAZE, Mitsuru. Gestão de Marketing: avanços e aplicações. São Paulo: Saraiva, 2006.

Na internet OBSERVATÓRIO DE IMPRENSA HTTP//www. observatoriodaimprensa.com.br/

MATOS, Heloiza. 2009. Comunicação Pública – Democracia e Cidadania: o caso do Legislativo CRP-

ECA/USPDisponível: http://www.portcom.intercom.org.br/pdfs/783e6552ae7775c83c58acadcbd0563e.PDF

MAPA DA COMUNICAÇÃO BRASILEIRA. 2011. http://www.institutofsbpesquisa.com.br/pdf/mapa-da-

comunicacao-2011.pdf

SULLIVAN, Marguerite. Uma assessoria de imprensa responsável: um guia dos bastidores do Escritório de

Programas Internacionais de Informação do Departamento de Estado dos Estados Unidos da América. 2000.

http://usinfo.state.gov

REDES SOCIAIS / GOV.BR https://www.governoeletronico.gov.br/acoes-e-projetos/redes-sociais

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O PODER PÚBLICO LOCAL E A PROPAGANDA

POLÍTICA

Jonias de O. e Silva

Há três espécies de propaganda que, juntas, formam o gênero propaganda política:

- propaganda partidária

- propaganda intrapartidária

- propaganda eleitoral

A propaganda eleitoral é a realizada por candidatos, partidos políticos e coligações para divulgar plataformas

eleitorais e candidatos, sempre em língua nacional, com o específico objetivo de obter o voto do eleitor e influenciar no

pleito.

Para a promoção da democracia, fortalecimento dos partidos, o bom desempenho dos pleitos e liberdade dos

candidatos, o legislador impõe inúmeras regras, as quais, desobedecidas, podem gerar multas, impedimentos, cassações

e até penalidades criminais.

Para tanto, o Código Eleitoral (Lei nº 4.737/65) adverte a que:

“Art. 249. O direito de propaganda não importa restrição ao poder de polícia quando êste deva ser exercido em

benefício da ordem pública.” E a Lei Eleitoral (9.504/97) também especifica:

“Art. 41. A propaganda exercida nos termos da legislação eleitoral não poderá ser objeto de multa nem cerceada

sob alegação do exercício do poder de polícia ou de violação de postura municipal, casos em que se deve proceder

na forma prevista no art. 40.

§ 1o O poder de polícia sobre a propaganda eleitoral será exercido pelos juízes eleitorais e pelos juízes designados

pelos Tribunais Regionais Eleitorais.

§ 2o O poder de polícia se restringe às providências necessárias para inibir práticas ilegais, vedada a censura

prévia sobre o teor dos programas a serem exibidos na televisão, no rádio ou na internet.” E como se pode constatar acima, a legislação afirma que:

“O poder de polícia sobre a propaganda eleitoral será exercido pelos juízes eleitorais e pelos juízes designados pelos Tribunais Regionais Eleitorais.”(Art. 41, §1º, da Lei 9.504/97)

Entretanto, é comum encontrar na jurisprudência eleitoral, discussões acerca de regulamentação local sobre

questões ligadas às eleições oficiais para cargos eletivos dos Poderes Executivo e Legislativo nos Municípios.

É que os atos de campanha poderão afetar:

- Higiene Pública

- Estética Urbana

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- Sossego Público

- Meio ambiente

- Trânsito E o Município, que possui o Poder de Polícia para manter a ordem e o bem comum, vez ou outra toma

providências para coibir certas práticas durante o pleito.

Segundo o saudoso mestre Hely Lopes Meirelles:

“Poder de Polícia é a faculdade de que dispõe a administração Pública para condicionar e restringir o uso e gozo

de bens, atividades e direitos individuais, em benefício da coletividade ou do próprio Estado.” In -Direito Municipal, Malheiros, 15ª edição, 2006, pág. 469

Para a realização de seu Poder de Polícia, a Administração Pública (Executivo) deverá estar embasada em

legítimo regulamento, fiscalizar e aplicar penalidades, possuindo inclusive certa força coercitiva.

Por isto, necessária se faz a análise sobre esse ponto, para orientação e tomada de decisões.

Pois bem!

A Constituição Federal assevera o seguinte:

“Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:

I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho”

...

Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:

I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e conservar o patrimônio público;

II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas portadoras de deficiência;

VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas;

XII - estabelecer e implantar política de educação para a segurança do trânsito.

...

Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e

aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios

estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os seguintes preceitos:

...

Art. 30. Compete aos Municípios:

I - legislar sobre assuntos de interesse local;

II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber”

Assim, encontramos na Constituição Federal a assertiva de que a legislação eleitoral é de competência da União

Federal, enquanto que a manutenção da ordem local, criando regras próprias ou complementando a legislação superior.

Razão pela qual, surgiram e continuarão surgindo indagações sobre como a Administração Municipal deverá

agir para a manutenção da ordem pública local.

Por algum tempo, o Judiciário repeliu a atuação do Município na fiscalização da propaganda eleitoral, alegando

que a competência era exclusiva (privativa) da Justiça eleitoral, por ordem legal.

Entendia-se que, pelo fato da competência legislativa da União nessa área, o Poder de Polícia seria unicamente

desta.

Todavia, o TSE tem pacificado entendimento no sentido de que, a princípio, esta de fato é a regra.

Porém, em algumas situações peculiares, pode-se aplicar o Poder de Polícia Municipal também, desde que

exista legislação local e que esta não ultrapasse os parâmetros delineados pelo regramento e princípios eleitorais.

Inclusive, o TSE tem aplicado o art. 243, inciso VIII, do Código Eleitoral (Lei 4.737/65), que assevera:

“Art. 243. Não será tolerada propaganda:

...

VIII - que prejudique a higiene e a estética urbana ou contravenha a posturas municiais ou a outra qualquer

restrição de direito” Vejamos um julgamento recente do TSE:

“ELEIÇÕES 2008. Agravo regimental em recurso especial eleitoral. Representação por propaganda eleitoral de

dimensões superiores ao legalmente permitido. Limites da legislação municipal: prevalência sobre a norma

eleitoral. Art. 243, inc. VIII, do Código Eleitoral. Precedentes. Agravo regimental ao qual se nega provimento.”

In- Ac. do TSE no Agravo Regimental em Recurso Especial Eleitoral nº 35134, de 17/02/2011, Rel. Min. Carmen Lúcia

Antunes Rocha, publicado no DJE de 07/04/2011.

Na verdade, está-se diante de um conflito de normas, resolvendo-se pelo princípio da hierarquia das leis:

Vale a norma superior, tornando-se a inferir inconstitucional. No entendimento atual de alguns Tribunais, só poderá ser aplicada a Legislação Local nos casos de

extrapolação dos limites da propaganda, onde não esteja previsto pela Legislação Superior e, mesmo assim, apenas a

Justiça Eleitoral possui Poder de Polícia sobre esse tema.

Vejamos um julgado do TRE/MG:

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“O poder de polícia sobre a propaganda eleitoral será exercido pelos juízes eleitorais e pelos juízes designados

pelos Tribunais Regionais Eleitorais.

É quanto basta para constatar que os órgãos de fiscalização municipal não podem intervir no controle da

propaganda eleitoral, quer porque não lhes seja atribuído poder de polícia para coibir irregularidades eleitorais,

quer porque, neste pleito de 2010, a violação de postura municipal não pode servir de substrato para o

cerceamento à propaganda.

Vale dizer: o controle da atividade da propaganda eleitoral é exclusivo desta Justiça Especializada, a quem

competiria, se o caso, fazer cessar a suposta irregularidade, ainda que alicerçada em inobservância à Lei

Municipal.

Deparando com supostas transgressões na propaganda, cabe ao agente fiscalizador municipal noticiar o fato ao

Juízo Eleitoral de Pirapora, a fim de que por este sejam tomadas as medidas necessárias para o exercício do

poder de polícia eventualmente cabível...

CONCLUSÃO Ante todo o exposto, CONCEDO a medida liminar, para suspender os efeitos dos auto de

infração expedido e assegurar a utilização de carro de som pelo impetrante, que se submete exclusivamente ao

controle da Justiça Estadual.”

In TREMG – Processo MS 38766 MG – Relatora ÁUREA MARIA BRASIL SANTOS PEREZ – Julgamento

17/09/2010 – Publicação DJEMG - Diário de Justiça Eletrônico-TREMG, Tomo 174, Data 21/09/2010, Página 6

Resumindo:

1º - A propaganda regular não poderá ser cerceada sob alegação de violação de postura municipal.

2º - o Poder de Polícia sobre a propaganda política é da Justiça Eleitoral.

3º - em caso de risco ou dano à ordem pública, pela desobediência de regra de postura urbana, a legislação local

poderá ser aplicada.

4º - mas a aplicação sempre será da Justiça Eleitoral.

Destarte, conforme visto, em caso de incidência da legislação local, relativamente à quebra da postura urbana

com propaganda eleitoral, o Executivo deverá REPRESENTAR junto à Justiça Eleitoral, solicitando providências.

E o Judiciário, competente para aplicação do Poder de Polícia no controle da propaganda eleitoral, deverá tomar

as providências necessárias a coibir e restabelecer a ordem, aplicando-se concomitantemente:

a) a base jurídica do Código Eleitoral (Lei nº 4.737/65)

b) a Lei Eleitoral (9.504/97);

c) as Instruções da Justiça Eleitoral (em 2016 será a Resolução nº 23.457 do TSE); e ainda

d) a Legislação local.

Referentemente à expedição de Instruções pelos órgãos Municipais, vide material no AVA – Ambiente

Virtual do Aluno, na página eletrônica da Unipública...

Bom Estudo!

Parabéns por estudar!

Agora você faz parte da classe capacitada, que contribui para o progresso nos

serviços públicos, obrigado por escolher a Unipública!

Acesse nosso face e veja suas fotos

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ANOTAÇÕES:

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EM CASO DE EMERGÊNCIA