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Calor Stress Trmico IBUTG19/09/2010

O calor um agente presente em vrios ambientes de trabalho em empresas como siderrgicas, forjarias e em atividades desenvolvidas a cu aberto, como na construo civil. Ao contrrio de outros agentes ambientais, na avaliao do calor, h diversos eventos e fatores envolvidos que devem ser analisados, atravs de ndices de avaliao de calor correlacionados.

Efeitos SadeQuando o calor cedido pelo organismo ao meio ambiente inferior ao recebido ou produzido pelo metabolismo total (metabolismo basal+metabolismo de trabalho), o organismo tende a aumentar sua temperatura. Para evitar essa hipertermia (aumento da temperatura interna do corpo), so colocados alguns mecanismos de defesa, tais como:

1.

Vaso dilatao perifrica Com o aumento do calor ambiental, o organismo humano promove a vasodilatao perifrica, no sentido de permitir meios de troca de calor entre o organismo e o ambiente.

2.

Ativao das glndulas sudorparas H aumento do intercmbio de calor atravs da transformao do estado lquido em vapor.

3.

Consequncias da hipertermia Caso a vasodilatao perifrica e a sudorese no sejam suficientes para manter a temperatura do corpo em torno de 37 C, haver conseqncias para o organismo que podem se manifestar das seguintes formas:

o

Exausto do calor: Com a dilatao dos vasos sanguneos em resposta ao calor, h uma insuficincia do suprimento de sangue do crtex cerebral, resultando na queda da presso arterial;

o

Desidratao: A desidratao provoca, principalmente, reduo de volume de sangue, promovendo a exausto do calor.

o

Cimbras do calor: Na sudorese, h perda de gua e sais minerais, principalmente NaCl (Cloreto de Sdio). Podero ocorrer cimbras com a reduo desta substncia no organismo.

o

Choque trmico: Ocorre quando a temperatura do ncleo do corpo atinge determinado nvel, colocando em risco algum tecido vital que permanece em contnuo funcionamento.

Medidas de Controle

Fonte:Alterar as caractersticas da fonte geradora de calor variando a potncia;

Utilizar instrumentao e automatizao do processo.

Trajetria:Utilizar barreiras entre a fonte e o trabalhador;

Aumentar a distncia entre o local de trabalho e a fonte de calor;

Ventilar ar fresco no ambiente de trabalho;

Reduzir a umidade atravs da exausto do vapor dgua proveniente do processo.

No indivduo:Limitar o tempo de exposio atravs de revezamento de pessoas ou tarefas, otimizando os ciclos de trabalho na execuo de tarefas.

Utilizar EPIs, principalmente culos com lentes especiais, luvas, aventais e capuz de material isolante;

Monitorar o trabalhador realizando exames mdicos peridicos;

Aclimatar o trabalhador e garantir a hidratao por reposio de sais minerais;

Elaborar procedimentos que diminuam a exposio do trabalhador fonte de calor;

Garantir ao trabalhador o direito de realizar pausas em respostas as suas limitaes fsicas, evitando a fadiga;

Conscientizar os trabalhadores sobre os riscos da exposio ao calor.

Avaliao Ocupacional do Calor

A avaliao de calor nos postos de trabalho deve ser feita atravs de instrumentos que englobam um conjunto de termmetros, podendo ser utilizados equipamentos digitais desde que alguns requisitos sejam atendidos, tais como:

Termmetro de globo: Composto de esfera oca de cobre de 1 mm de espessura, com 152,4 mm de dimetro, pintada exatamente de preto fosco, e termmetro de mercrio com escala mnima de +10 C a + 150 C, com preciso mnima de leitura de + 0,1 C. Existem no mercado alguns equipamentos digitais que possuem o globo menor de 152,4 mm de dimetro, para estes casos devero ser juntamente com a avaliao de calor, deve ser avaliado a velocidade do ar (m/s) existente no ambiente de trabalho, para fins de aplicao de fator de correo.

A finalidade do termmetro de globo de medir o calor radiante existente no ambiente de trabalho.

Termmetro de Bulbo mido: composto de termmetro de mercrio com escala mnima de + 10 C a + 50 C e preciso mnima de leitura de + 0,1 C, erlenmeyer de 125 ml, pavio de tecido branco de algodo, de alto poder de absoro de gua com comprimento mnimo de 100 mm, e gua destilada. usado para medir o calor influenciado pela umidade do ar.

Termmetro de bulbo Seco: Termmetro de mercrio, com escala mnima de + 10 C a + 100 C e preciso mnima de leitura de + 0,1 C. usado para medir a temperatura do ar.

Alm da instrumentao empregada na avaliao de calor, deve-se tambm definir a estratgia de amostragem. Existem algumas formas amostrais que podem ser seguidas durante a verificao de exposio ao calor, conforme estratgia de amostragem, que destacamos abaixo:

Estratgia de Amostragem: Processo de conhecimento progressivo das exposies dos trabalhadores, incluindo todos os passos qualitativos e quantitativos para a conduo de seu julgamento e controle, de forma a assegurar a todos os expostos um padro corporativo, mantendo tais exposies dentro de critrios de tolerabilidade definidos.

Ciclo de exposio: conjunto de situaes trmicas ao qual o trabalhador submetido, conjugado s diversas atividades fsicas por elas desenvolvidas, em uma seqncia definidas, e que se repete de forma contnua no decorrer da jornada de trabalho.

IBUTG mdio: mdia ponderada no tempo dos valores de IBUTG obtidos em um intervalo de 60 minutos. Situao trmica: cada parte do ciclo de exposio onde s condies do ambiente que interferem na sobrecarga trmico a que o trabalhador est exposto podem ser consideradas estveis taxa metablica mdia: mdia ponderada no tempo das taxas metablicas, obtidas em um intervalo de 60

minutos corridos ponto de medio:ponto fsico escolhido para o posicionamento do dispositivo de medio onde sero obtidas as leituras representativas da situao trmicas objeto de avaliao.

Limite de exposio: valor mximo de IBUTG mdio, relacionado mdia, que representa as condies sob as quais se acredita que a maioria dos trabalhadores possa estar exposta, repetidamente, durante toda a sua vida de trabalho, sem sofrer efeitos adversos sua sade.

EMR Exposto de Maior Risco o trabalhador de um Grupo Homogneo de Exposio que julgado como possuidor da maior exposio relativa em seu grupo. Grupo Homogneo de Exposio Corresponde a um grupo de trabalhadores que experimentam exposio semelhante de forma que o resultado fornecido pela avaliao da exposio de qualquer trabalhador do grupo seja representativo da exposio do restante dos trabalhadores do mesmo grupo. (NHO-06, IN 01 Anexo 13-A, NR 15 e NR-22, item 22.17.1.1).

Limites de Tolerncia IBUTGO ndice de temperatura de bulbo mido termmetro de globo (IBUTG) foi desenvolvido inicialmente como um mtodo simples para avaliar sobrecarga trmica em contingentes militares. Esse ndice tambm permite o clculo de perodos adequados de trabalho-descanso, no caso em que o ndice ultrapasse os limites estabelecidos.

A legislao brasileira, pela portaria n. 3.214 de 8.6.1978 estabelece que a exposio ao calor seja avaliada por meio do IBUTG.

O IBUTG por sua vez, consiste um ndice de sobrecarga trmica, definido por uma equao matemtica que correlaciona alguns parmetros medidos no ambiente de trabalho, conforme segue;

A NR-15 em seu Anexo 3 (Limites de Tolerncia para Exposio ao Calor) indica que para ambientes internos sem carga solar deve-se usar a seguinte equao:

IBUTG= 0,7 tbn + 0,3 tgOnde: tbn = temperatura de bulbo mido natural tg = temperatura de globo A NR-15 em seu Anexo 3 (Limites de Tolerncia para Exposio ao Calor) indica que para ambientes internos com carga solar deve-se usar a seguinte equao

IBUTG= 0,7 tbn + 0,1 tbs + 0,2 tgOnde: tbn = temperatura de bulbo mido natural

tg = temperatura de globo tbs = temperatura de bulbo seco. As medies devem ser efetuadas no local onde permanece o trabalhador, altura da regio do corpo mais atingida.

Limites de Tolerncia para exposio ao calor, em regime de trabalho intermitente com perodos de descanso no prprio local de prestao de servio.1. Em funo do ndice obtido, o regime de trabalho intermitente ser definido no Quadro n 1.

QUADRO N 1

Regime de Trabalho Intermitente com Descanso no Prprio Local de Trabalho (por hora) Trabalho contnuo 45 minutos trabalho 15 minutos descanso 30 minutos trabalho 30 minutos descanso 15 minutos trabalho 45 minutos descanso

TIPO DE ATIVIDADE LEVE MODERADA PESADA at 30,0 30,1 a 30,6 30,7 a 31,4 31,5 a 32,2 at 26,7 26,8 a 28,0 28,1 a 29,4 29,5 a 31,1 at 25,0 25,1 a 25,9 26,0 a 27,9 28,0 a 30,0 acima de 30,0

No permitido o trabalho acima acima de 31,1 sem a adoo de medidas de 32,2 adequadas de controle1.

Os perodos de descanso sero considerados tempo de servio para todos os efeitos legais.

2.

A determinao do tipo de atividade (Leve, Moderada ou Pesada) feita consultando-se o Quadro n 3.

Limites de Tolerncia para exposio ao calor, em regime de trabalho intermitente com perodo de descanso em outro local (local de descanso).1. Para os fins deste item, considera-se como local de descanso ambiente termicamente mais ameno, com o trabalhador em repouso ou exercendo atividade leve.

2.

Os limites de tolerncia so dados segundo o Quadro n 2.

QUADRO N 2

M (Kcal/h) 175 200 250 300 350 400 450 500Onde:

MXIMO IBUTG 30,5 30,0 28,5 27,5 26,5 26,0 25,5 25,0

M a taxa de metabolismo mdia ponderada para uma hora, determinada pela seguinte frmula:

M= Mt x Tt + Md x Td 60Sendo: Mt taxa de metabolismo no local de trabalho. Tt soma dos tempos, em minutos, em que se permanece no local de trabalho. Md taxa de metabolismo no local de descanso. Td soma dos tempos, em minutos, em que se permanece no local de descanso. IBUTG o valor IBUTG mdio ponderado para uma hora, determinado pela seguinte frmula:

IBUTG= IBUTGt x Tt + IBUTGd x Td 60Sendo: IBUTGt = valor do IBUTG no local de trabalho. IBUTGd = valor do IBUTG no local de descanso. Tt e Td = como anteriormente definidos. Os tempos Tt e Td devem ser tomados no perodo mais desfavorvel do ciclo de trabalho, sendo Tt + Td = 60 minutos corridos.

3. As taxas de metabolismo Mt e Md sero obtidas consultando-se o Quadro n 3.

4. Os perodos de descanso sero considerados tempo de servio para todos os efeitos legais.

QUADRO N 3

TAXAS DE METABOLISMO POR TIPO DE ATIVIDADE

TIPO DE ATIVIDADE SENTADO EM REPOUSO TRABALHO LEVE Sentado, movimentos moderados com braos e tronco (ex.: datilografia). Sentado, movimentos moderados com braos e pernas (ex.: dirigir). De p, trabalho leve, em mquina ou bancada, principalmente com os braos. TRABALHO MODERADO Sentado, movimentos vigorosos com braos e pernas. De p, trabalho leve em mquina ou bancada, com alguma movimentao. De p, trabalho moderado em mquina ou bancada, com alguma movimentao. Em movimento, trabalho moderado de levantar ou empurrar. TRABALHO PESADO Trabalho intermitente de levantar, empurrar ou arrastar pesos (ex.: remoo com p). Trabalho fatigante

Kcal/h 100 125 150 150

180 175 220 300

440 550

Nota: Para fins de uma boa aplicao da Higiene Ocupaciona (HO) h necessidade que tambm sejam levadas em considerao outros limites de tolerncia como, por exemplo, os da NHO 06 da Fundacentro, ACGIH e o do NIOSH