caderno especial de expointer

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correio do povo rural SEXTA-FEIRA, 28 de agosto de 2015 » Empreendimentos previstos ANO 32 | NÚMERO 1.675 Hotel: área de 1.300 metros quadrados Comércio, serviços e restaurante: 5.800 metros quadrados Área institucional: 3.200 metros quadrados Área de eventos: 47.100 metros quadrados Agroshopping: 12.200 metros quadrados Centro tecnológico: 18.700 metros quadrados Centro Educacional: 11.700 metros quadrados Estacionamentos: 64.400 metros quadrados Expointer em transformação RICARDO GIUSTI DANTON JÚNIOR U ma das principais feiras agropecuárias do país, a Expointer que amanhã inicia a sua 38ª edição está prestes a ter seu palco am- pliado. Em breve, hotel, agroshopping, centro educa- cional e áreas destinadas a serviços e eventos irão se juntar ao espaço do Parque de Exposições Assis Brasil, hoje ocupado predominantemente por máqui- nas agrícolas e animais durante a exposição. Embora o prazo para entrega das obras, a cargo da Bolognesi Empreendimentos, esteja previsto ape- nas para daqui a dez anos, a expectativa do governo do Estado é de que os trabalhos se iniciem ainda em 2015, assim que o licenciamento ambiental for con- cluído. Isso sem contar o dique definitivo do arroio Esteio, que, conforme o contrato, deve estar pronto até julho de 2016. “Existem áreas do parque que po- dem ser melhor aproveitadas, através de novos usos”, afirma o coordenador jurídico da Secretaria Estadual de Agricultura, Jivago Rocha Lemes. “Ao mesmo tempo em que o Estado se desonera dessa área, em termos de custos, vai receber da iniciativa privada um espaço totalmente renovado.” O primeiro compromisso da empresa, que venceu processo licitatório iniciado em 2014, é com a cons- trução do dique, em um prazo de 12 meses a contar da assinatura do contrato, em 17 de julho. De acordo com Lemes, em caso de descumprimento, poderá ha- ver rescisão de contrato. Considerada uma contrapar- tida da empresa, a construção do dique definitivo vi- sa evitar alagamentos provocados pelas cheias do ar- roio Esteio, a exemplo do que aconteceu na Expoin- ter de 2013 que prejudicou diversos expositores. A concessão de uso do espaço conquistada pela Bolognesi é válida por 25 anos, prorrogáveis por mais 25. Ao término do contrato, as benfeitorias er- guidas no local serão incorporadas ao Estado. A Bo- lognesi informou que só irá dar detalhes do empreen- dimento após a obtenção da licença ambiental. Somado aos investimentos feitos no espaço por en- tidades privadas, também por meio de concessões de uso, o contrato dará uma “nova vida” ao local, avalia o subsecretário do Parque de Exposições Assis Bra- sil, Sérgio Foscarini. “Hoje, o pessoal corre para ar- rumar um hotel para a Expointer. Vamos ter tudo is- so aqui”, afirma. Foscarini tem a expectativa de que, em breve, muitas associações venham a transferir seus escritórios em definitivo para o parque, de mo- do a trabalhar no local durante os 12 meses do ano. “O parque vai ser uma nova cidade”, prevê. A concessão de uso envolve uma área de 23,7 hec- tares a área total do parque é de 143,8 hectares. O investimento total previsto a ser feito é de R$ 16,2 milhões. O contrato prevê o pagamento mensal R$ 82,2 mil por parte da empresa para o caso de implementação integral de todos os projetos na área concedida. O agroshopping estará localizado na área onde hoje está o estacionamento 30, com entrada pe- lo portão 5, na avenida Celina Kroeff. Depois, serão construídos os centros de eventos e educacional, o parque tecnológico e um hotel, onde atualmente está localizado o parque de diversões, além de uma área desapropriada, lindeira ao parque. Inaugurado em 1970, e sede oficial da Expointer desde 1972, o parque passa por uma transformação possibilitada pelo projeto de lei 296/2013, aprovado em dezembro de 2013 pela Assembleia Legislativa. O principal ponto do texto é o incentivo às parce- rias com a iniciativa privada e universidades por meio de concessões de uso, que podem ter duração de até 25 anos.

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Caderno de lançamento da Expointer, publicado no Jornal Correio do Povo, no dia 28 de Agosto de 2015.

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Page 1: Caderno Especial de Expointer

correiodo povoruralSEXTA-FEIRA, 28 de agosto de 2015

» Empreendimentos previstos

ANO 32 | NÚMERO 1.675

■ Hotel: área de 1.300 metros quadrados■ Comércio, serviços e restaurante: 5.800 metros quadrados■ Área institucional: 3.200 metros quadrados■ Área de eventos: 47.100 metros quadrados■ Agroshopping: 12.200 metros quadrados■ Centro tecnológico: 18.700 metros quadrados■ Centro Educacional: 11.700 metros quadrados■ Estacionamentos: 64.400 metros quadrados

Expointer emtransformação

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■ DANTON JÚNIOR

Uma das principais feiras agropecuárias dopaís, a Expointer — que amanhã inicia a sua38ª edição — está prestes a ter seu palco am-

pliado. Em breve, hotel, agroshopping, centro educa-cional e áreas destinadas a serviços e eventos irãose juntar ao espaço do Parque de Exposições AssisBrasil, hoje ocupado predominantemente por máqui-nas agrícolas e animais durante a exposição.

Embora o prazo para entrega das obras, a cargoda Bolognesi Empreendimentos, esteja previsto ape-nas para daqui a dez anos, a expectativa do governodo Estado é de que os trabalhos se iniciem ainda em2015, assim que o licenciamento ambiental for con-cluído. Isso sem contar o dique definitivo do arroioEsteio, que, conforme o contrato, deve estar prontoaté julho de 2016. “Existem áreas do parque que po-dem ser melhor aproveitadas, através de novosusos”, afirma o coordenador jurídico da SecretariaEstadual de Agricultura, Jivago Rocha Lemes. “Aomesmo tempo em que o Estado se desonera dessaárea, em termos de custos, vai receber da iniciativaprivada um espaço totalmente renovado.”

O primeiro compromisso da empresa, que venceuprocesso licitatório iniciado em 2014, é com a cons-trução do dique, em um prazo de 12 meses a contarda assinatura do contrato, em 17 de julho. De acordocom Lemes, em caso de descumprimento, poderá ha-ver rescisão de contrato. Considerada uma contrapar-tida da empresa, a construção do dique definitivo vi-sa evitar alagamentos provocados pelas cheias do ar-roio Esteio, a exemplo do que aconteceu na Expoin-ter de 2013 — que prejudicou diversos expositores.

A concessão de uso do espaço conquistada pelaBolognesi é válida por 25 anos, prorrogáveis pormais 25. Ao término do contrato, as benfeitorias er-guidas no local serão incorporadas ao Estado. A Bo-lognesi informou que só irá dar detalhes do empreen-dimento após a obtenção da licença ambiental.

Somado aos investimentos feitos no espaço por en-tidades privadas, também por meio de concessões deuso, o contrato dará uma “nova vida” ao local, avaliao subsecretário do Parque de Exposições Assis Bra-sil, Sérgio Foscarini. “Hoje, o pessoal corre para ar-rumar um hotel para a Expointer. Vamos ter tudo is-so aqui”, afirma. Foscarini tem a expectativa de que,em breve, muitas associações venham a transferirseus escritórios em definitivo para o parque, de mo-do a trabalhar no local durante os 12 meses do ano.“O parque vai ser uma nova cidade”, prevê.

A concessão de uso envolve uma área de 23,7 hec-tares — a área total do parque é de 143,8 hectares. Oinvestimento total previsto a ser feito é de R$ 16,2milhões. O contrato prevê o pagamento mensal R$82,2 mil por parte da empresa para o caso deimplementação integral de todos os projetos na áreaconcedida. O agroshopping estará localizado na áreaonde hoje está o estacionamento 30, com entrada pe-lo portão 5, na avenida Celina Kroeff. Depois, serãoconstruídos os centros de eventos e educacional, oparque tecnológico e um hotel, onde atualmente estálocalizado o parque de diversões, além de uma áreadesapropriada, lindeira ao parque.

Inaugurado em 1970, e sede oficial da Expointerdesde 1972, o parque passa por uma transformaçãopossibilitada pelo projeto de lei 296/2013, aprovadoem dezembro de 2013 pela Assembleia Legislativa.O principal ponto do texto é o incentivo às parce-rias com a iniciativa privada e universidades pormeio de concessões de uso, que podem ter duraçãode até 25 anos.

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2 ■ SEXTA-FEIRA | 28 de agosto de 2015 CORREIO DO POVOcorreio do povo rural

A remodelação do Parque de Exposi-ções Assis Brasil passa, também, pela ini-ciativa de entidades privadas. Desde oano passado, três instituições já firma-ram convênio com o Estado para uso deáreas: Associação Brasileira de Criado-res de Cavalos Crioulos (ABCCC), Sindi-cato das Indústrias de Máquinas e Imple-mentos Agrícolas (Simers) e Ocergs-Ses-coop/RS. Uma série de melhorias poderáser observada já nesta edição da feira.

Após assinar contrato de concessãode uso por 25 anos, o Simers já apresen-ta obras concluídas para este ano. Umadelas, segundo o presidente Cláudio Bier,é o calçamento das ruas do parque. Vi-

sando evitar alagamentos, a entidade er-gueu o dique provisório do arroio Esteioem 1 metro, além de construir a casa debombas, que será “testada” em sua pri-meira Expointer. “No caso de uma chuvamuito forte, o dique vai segurar água pa-ra não entrar, mas a água que fica pordentro tem que ser bombeada”, explicaBier.

O subsecretário do parque, Sérgio Fos-carini, afirma que o Estado já recebeu pe-didos de outras associações, que devemser oficializados após a Expointer desteano e poderão ter reflexos já a partir dapróxima edição do evento. “É um proces-so lento, mas necessário”, avalia o presi-

dente da Federação Brasileira das Asso-ciações de Criadores de Animais de Raça(Febrac), Eduardo Finco, sobre a remode-lação do parque. De acordo com ele, amodernização vai garantir uma utiliza-ção efetiva de um patrimônio que hoje es-tá subutilizado, além de possibilitar aatração de outros investimentos. “A Fe-brac vai fazer o possível para que a mo-dernização ocorra”, garante Finco.

O presidente da Fetag, Carlos Joel daSilva, entende que as parcerias público-privadas são importantes. “Temos quetentar fazer com que o parque tenha vidanão só na semana da Expointer”, afirma.No entanto, ele demonstra frustração

com a situação atual do Pavilhão daAgroindústria Familiar. O setor aguardaa duplicação do espaço há pelo menostrês anos. “O pavilhão vai ser importantenessa revitalização do parque”, avalia.“Além da Expointer, temos condições defazer feiras em outras épocas”, prevê, re-ferindo-se ao uso contínuo do local.

Conforme Silva, o governo federal re-passou cerca de R$ 2,4 milhões ao Esta-do para a duplicação do espaço. Com is-so, o pavilhão teria condições de abrigarmais de 400 agroindústrias. As obraschegaram a ser iniciadas no ano passa-do, mas a empresa contratada não deucontinuidade.

» CasadaOcergsemconstrução

MAURO SCHAEFER

LUIZ JUNIOR / DIVULGAÇÃO / CP

Remodelaçãocomasentidades

Com um investimento de R$ 1,5 milhão, osistema Ocergs-Sescoop/RS deve concluir,até a próxima Expointer, a construção dasua sede no Parque de Exposições AssisBrasil. O termo de permissão de uso daárea de 750 metros quadrados, por umperíodo de 25 anos, foi assinado no finaldo ano passado com o governo do Estado.Boa parte da estrutura já foi levantada.Mas, segundo o presidente da Ocergs, Ver-gílio Perius, as chuvas impediram que aparede lateral, com estrutura de vidro,fosse instalada a tempo para a 38ª ediçãoda Expointer. A ideia, segundo Perius, éutilizar o espaço de forma permanente,como sede de todos os eventos da entida-de. No local serão realizados seminários,cursos, treinamentos e assembleias. Du-rante a Expointer, o espaço será utilizadopara que as cooperativas possam exporos seus produtos.

Espaço construído pela ABCCC para receber eventos terá oito remates nesta edição da Expointer. Até o momento, associação já investiu R$ 3 milhões no Parque de Exposições Assis Brasil

AssociaçãobancaprojetoO contrato entre a Associa-

ção Brasileira de Criadores deCavalos Crioulos (ABCCC) e ogoverno do Estado, assinado emjaneiro de 2014, previa inicial-mente que os investimentos deR$ 15 milhões seriam divididosentre as partes. Dois terços ca-beriam à entidade, junto comparceiros privados, e um terçoao governo do Estado. Porém,com a atual situação financeirado Rio Grande do Sul, o presi-dente da ABCCC, José Luiz Lai-tano, afirma que é a entidadequem deverá assumir todos oscustos. “Vamos ter que alongaro período das obras, que seriamais curto”, afirma, sem proje-tar por quanto tempo o trabalhodeve se estender. A ideia é cons-

truir no local a arena do cavalocrioulo, com a cobertura da pis-ta para provas da raça. Do totalprevisto, R$ 3 milhões já foraminvestidos pela associação.

Nesta edição da Expointer, oespaço do cavalo Crioulo irá con-tar com novidades. A principalalteração é a mudança das co-cheiras dos animais para pertoda pista de provas, no espaçoque era antes destinado para ossuínos e pequenos animais. Nototal, são 309 baias. Outra novi-dade é o espaço construído paraabrigar os leilões e eventos, queserá inaugurado na Expointer ereceberá oito remates nesta edi-ção. O público também poderáconferir o Boulevard do CavaloCrioulo e o Food Park.

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CORREIO DO POVO SEXTA-FEIRA | 28 de agosto de 2015 ■ 3correio do povo rural

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4 ■ SEXTA-FEIRA | 28 de agosto de 2015 CORREIO DO POVOcorreio do povo rural

Em razão da conjuntura eco-nômica, alcançar um desempe-nho semelhante ao do ano passa-do na Expointer já será conside-rado um resultado positivo parao setor de máquinas agrícolas.Apesar dos recordes da últimasafra, o cenário sinaliza que osagricultores poderão não ir àscompras como nos últimos anos.

O presidente do Sindicato deMáquinas e Implementos Agríco-las do Rio Grande do Sul (Si-mers), Cláudio Bier, projetauma queda de 20% nas vendasdo setor, o que ele considera“de razoável para bom”. De acor-do com ele, o segmento, apesarde ter sido um dos últimos a sen-tir os efeitos da crise, tambémapresenta prejuízos. Dados daAssociação Nacional dos Fabri-cantes de Veículos Automotores(Anfavea) apontam que a quedanas vendas, durante o ano de2015, é de 25%. De acordo comBier, a linha que hoje aindaapresenta boa procura é o Mode-rinfra, para aquisição de silos eequipamentos de irrigação. Comtaxas de juros de 7,5% e 8,75%ao ano, a linha permite financia-mento de até 100% do valor doinvestimento, com prazo máxi-mo de 12 anos para pagamentoe carência de três anos.

Para a venda de tratores e co-lheitadeiras, o setor aposta noModerfrota, reativado no anopassado, que oferece juros de7,5% para clientes com rendaanual de até R$ 90 milhões, compossibilidade de financiar 100%para os médios produtores e90% para os demais. O prazo éde oito anos para itens novos e

de quatro anos para os usados.Para o gerente de vendas da

John Deere Brasil, TanglederLambrecht, no momento em quea confiança — hoje em baixa pe-lo contexto econômico — voltar asubir, os produtores terão basessólidas para retomar seus inves-timentos. “Podemos dizer que osfundamentos do agronegócio es-tão alinhados, pois os preçosdas commodities ainda estãobons, a safra foi ótima, o gover-no anunciou um Pla-no Safra bom, combons juros, entre ou-tros elementos”, apon-ta. De acordo comele, esses fatores mo-tivam a empresa arealizar aportes nopaís e investir em lan-çamentos. Entre osequipamentos expos-tos, a John Deere le-vará ao parque seisnovos modelos de co-lheitadeiras.

“O agronegóciocontinua sendo talveza única atividade eco-nômica do país queestá indo razoavel-mente bem”, avalia odiretor comercial daMassey Ferguson,Carlito Eckert. Embo-ra o setor esteja per-cebendo uma quedanas vendas em 2015,ele pondera que os úl-timos cinco anos fo-ram positivos. “Não éque o mercado desa-pareceu. O produtorestá refazendo as

contas, replanejando, olhandomais para frente”, observa. En-tre as novidades, a empresa lan-ça a quinta máquina de uma li-nha de colheitadeiras iniciadano ano passado. Uma aposta éno Moderfrota, linha mais utili-zada no momento. ConformeEckert, na comparação com ataxa Selic, em 14,25%, e com ainflação, de 7% nos últimos 12meses, as condições do progra-ma ainda são atrativas.

A New Holland, por sua vez,espera para esta Expointer umvolume de vendas próximo aodo ano passado. Uma das apos-tas da empresa é a negociaçãopor meio da operação de barter,em que a fabricante aceita sa-cas de soja na compra de máqui-nas. Segundo o diretor comer-cial Alexandre Blasi, a opção sedeve à redução da velocidadedos programas sociais, o que po-de levar muitos produtores a mi-

grarem para outro tipo de com-pra. “Quando é urgente, o bar-ter pode ser uma boa saída”, ex-plica. Blasi percebe que, apesardas incertezas do mercado, osprodutores gaúchos estão capita-lizados. Um dos motivos do oti-mismo, de acordo com ele, é aexpectativa de que a próxima sa-fra seja colhida com cotações dodólar similares aos patamaresatuais, o que pode representarbons preços na venda.

Um dos espaços mais visita-dos da Expointer, a Feira daAgricultura Familiar conta comnovidades para esta edição. Onúmero de expositores passoude 200 para 239, após reivindica-ções de entidades que represen-tam o segmento. Os estandes se-r ã o o c u p a d o s p o ragroindústrias familiares, pro-dutores de flores e plantas e ar-tesanato.

Para o assessor de PolíticaAgrícola da Fetag, Jocimar Ra-baiolli, a expectativa é de queas vendas do pavilhão superemo valor de R$ 1,9 milhão regis-trado no ano passado, apesarda crise econômica. Um dos mo-tivos é o crescimento no númerode expositores. “É uma oportuni-dade única e diferenciada de oconsumidor da Região Metropoli-

tana adquirir os produtos daagricultura familiar”, salienta.

A coordenadora estadual daFetraf, Cleonice Back, afirma

que a feira é importante nãoapenas para as vendas, mastambém como meio de possibili-tar negócios futuros. “A expecta-

tiva é de que a gente possa ex-por e comercializar os produtos,mas também que seja uma por-ta de entrada para outros negó-

cios”, explica. De acordo comela, entre os expositores estãocooperativas que apresentam,no estande, os produtos de vá-rias agroindústrias de uma mes-ma região. “A cada ano asagroindústrias investem maisem qualidade, apresentação dosprodutos e na qualificação”,acrescenta Cleonice.

Em sua quarta edição, o Con-c u r s o d e P r o d u t o s d aAgroindústria Familiar, com ins-crições previstas para este do-mingo, irá premiar oito catego-rias de produtos: queijo tipo co-lonial, salame, mel, suco de uvaintegral/natural, vinho tinto demesa seco, vinho tinto fino seco,cachaça prata e cachaça enve-lhecida. Segundo o diretor deA g r i c u l t u r a F a m i l i a r eAgroindústria da Secretaria doDesenvolvimento Rural, Diona-tan Tavares, o objetivo é estimu-lar a produção da agroindústriafamiliar com qualidade, além dedivulgar e valorizar os produtoscaracterísticos da região. Estãoaptos a participar produtores in-cluídos no Programa Estadualda Agroindústria Familiar(Peaf). A novidade deste ano é op r ê m i o “ A H i s t ó r i a d aAgroindústria Familiar”, que irápremiar o melhor case de suces-so na atividade.

MAURO SCHAEFER

MAURO SCHAEFER

Empresas de máquinas agrícolas passaram semana montando sua área de exposição com a expectativa de diversificar negócios

Meta das máquinas é repetir vendas

Maisexpositores naárea familiar

Produtos agroindustriais, flores, plantas e artesanato estão entre as atrações de um pavilhão que recebe muitos visitantes

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CORREIO DO POVO SEXTA-FEIRA | 28 de agosto de 2015 ■ 5correio do povo rural

No ano em que comemoraseis décadas de fundação, aEmater participa da Expointerem um novo espaço. A área de7,5 mil metros quadrados está si-tuada na quadra 9, próxima aoPavilhão da Agroindústria Fami-liar, e será dividida com a Secre-taria de Desenvolvimento Rurale Cooperativismo (SDR).

A mudança se deve ao venci-mento do contrato da área anti-ga, onde o órgão permaneceu du-rante 20 anos, com estrutura fi-xa. O atual espaço deve perma-necer como a área definitiva daEmater dentro do parque, masdeverá passar por alterações.Segundo o gerente do escritórioregional em Porto Alegre e coor-denador do espaço na Expoin-ter, Ademir Santin, um grupodentro da instituição já estudaum projeto para a construçãode uma estrutura definitiva, pre-vista para 2016. “Até porque háuma renovação no total do par-que, e nós precisamos acompa-nhar”, avalia.

O desafio, após o encerra-mento desta Expointer, será abusca de recursos para a execu-ção do projeto — que ainda nãotem custo estimado. Pela credi-bilidade conquistada pela Ema-ter, Santin acredita que o órgãotem condições de buscar recur-sos, tanto do governo federalquanto do Estado.

Para este ano, além da come-moração pelos 60 anos, o espa-ço terá como temática o Ano In-ternacional do Solo. Os extensio-nistas pretendem sensibilizar opúblico sobre a importância daconservação do solo e água emmicrobacias. Por meio de

fôlderes, vídeos e atividades prá-ticas será demonstrado o que épreciso fazer para evitar a ero-são e promover a recuperaçãoda fertilidade com o cultivo deplantas de adubação verde.

No espaço da biodiversidadeestarão integrantes do ProjetoVerdesinos e da Rede dos Cen-tros de Educação Ambiental de-monstrando as diferentes ativi-dades de cunho prático-pedagó-gico, desde a preservação denascentes e produções limpas,até sistemas alternativos de sa-neamento básico e ambiental,bem como os resultados obtidosna busca da qualidade de vida.

A Comissão de Agricultura eReforma Agrária (CRA) do Sena-do irá realizar, durante a Ex-pointer 2015, um debate sobre oSistema Brasileiro de Inspeçãode Produtos de Origem Animal(Sisbi-POA), que integra o Siste-ma Unificado de Atenção à Sani-dade Agropecuária(Suasa). A discussãoestá marcada parasexta-feira, dia 4 desetembro, a partirdas 14h, no auditórioda Federação dosClubes de Integraçãoe Troca de Experiên-cias (Federacite), noParque de Exposi-ções Assis Brasil,em Esteio.

O Sisbi-POA é uma ferramen-ta para descentralizar os servi-ços de inspeção federal e am-pliar as agroindústrias, estimu-lando o comércio interestadualde produtos provenientes daagricultura familiar. Entretanto,os fiscais federais agrope-cuários, hoje responsáveis pelainspeção dos produtos de ori-gem animal, temem que o gover-no aposte em um sistema tercei-

rizado dos serviços. “Um veteri-nário pago pela própria indús-tria não tem isenção para fiscali-zar”, defende Consuelo PaixãoCôrtes, presidente do SindicatoNacional dos Fiscais FederaisAgropecuários no Rio Grandedo Sul (Anffa). Segundo a diri-

gente, uma mudan-ça como esta acar-retaria em dificul-dades de exporta-ção, pois países daUnião Europeianão aceitam produ-tos de inspeção pri-vada. A Anffa vaiparticipar do deba-te para defender aposição.

Promovida pelasenadora Ana Amélia Lemos emconjunto com a Comissão deAgricultura da Câmara dos De-putados, a audiência tambémcontará com representantes doMinistério da Agricultura, Secre-taria da Agricultura (Seapa),Farsul, Fetag, Crea, Conselhode Veterinária, União Nacionaldos Fiscais Agropecuários (Una-fa), Famurs e entidades dos se-tores de carnes e leite.

»

CELSO SIEBERT / DIVULGAÇÃO / CP

Espaço da Ematerterá novidades

Discussão estámarcada para o dia

4 de setembro(sexta-feira), às

14 horas, noauditório daFederacite

Comissão deAgriculturadebate Sisbi

Órgão de extensão rural irá buscar estrutura fixa a partir da próxima feira

Entidade ocupa agoraespaço de 7,5 mil metros

quadrados próximo aoPavilhão da AgriculturaFamiliar, na quadra 9 do

Parque de Exposições

Page 6: Caderno Especial de Expointer

SEXTA-FEIRA | 28 de agosto de 2015 CORREIO DO POVOcorreio do povo rural

Acesso

Portõ

es15/

16

e BR 4

48

MAPA DE LOCALIZAÇÃO

» Casa Correio do Povo/Grupo Record■ Com tradição na cobertura da Expointer, o Correio doPovo e os demais veículos do Grupo Record RS vão estarpresentes diariamente na feira, levando ao público todas asinformaçõessobre o queocorre no Par-que de Exposi-ções Assis Bra-sil, em Esteio,com reporta-gens especiaisque têm comoprincipal enfo-que o produtorrural. A casa dogrupo dentrodo parque, onde concentram-se as atividades do Correio doPovo, da Rádio Guaíba e da TV Record, está localizada naquadra 26, entre a praça Central e a pista de ovinos.

SERVIÇOS1. Central de Informações e Parquede Diversões2. Brigada Militar4 e 36. Posto Médico6. Palco de Shows8. Restaurante Internacional e Tribu-na de Honra12. Polícia Civil16. Central de Imprensa e RádioExpointer21. Corpo de Bombeiros25. Praça Central33. Administração do Parque AssisBrasil65. Plantão Veterinário eDesembarcadouro de Animais72. Unidade de ServiçoH. Heliponto

PORTÕES2. Visitantes Pedestres3. Bilheteria e Pórtico Central5. Estacionamento de Expositores eImprensa6. Expositores, Excursões ePedestres7. Serviço e Abastecimento8. Desembarcadouro de Animais9. Abastecimento10. Estacionamento de Expositores eImprensa11. Camping de Expositoresde Animais13. Entrada de Pedestres

14. Saída de Veículos15. Entrada e Saída de VeículosVisitantes16. Expositores de MáquinasAgrícolas

PAVILHÕES10. Pavilhão da Flor Gaúcha22. Pavilhão da AgriculturaFamiliar do RS23. Pavilhão de Produtos, Serviços eArtesanato24. Pavilhão Internacional35. Pavilhão de Gado de Corte eOvinos38. Pavilhão de Equinos (Crioulo)39. Pavilhão de Equinos (Crioulo)41. Pavilhão de Gado de Leite47. Pavilhão de Pequenos Animais48. Pavilhão de Equinos56. Pavilhão de Pôneis

PISTAS DE JULGAMENTOS15. Pista de Julgamento de Ovinos(10 a 13)16. Pista Central — Julgamento deBovinos (1 a 7)17. Pista de Julgamento de Equinos

(14 e 15)40. Pista de Julgamento de GadoLeiteiro (Pistas 8 e 9)50. Pista de Julgamento de EquinosCrioulos (Pista 18)64. Pista de Julgamento deRústicos (Pista 20)

MÁQUINAS E IMPLEMENTOSAGRÍCOLAS52. Setor de Máquinas eImplementos Agrícolas

LEILÕES8. Leilão — Pista I (Bovinos eEquinos)15. Leilão — Pista A (Ovinos)36. Leilão — Pista B (Bovinos eEquinos)

41. Leilão — Pista D (Gado Leiteiro)46. Leilão — Pista C (Ovinos)49. Leilão — Pista G (Crioulo) e PistaTattersall64. Leilão — Pista J (Rústicos)

PISTAS DE PROVAS50. Pista de Provas de Equinos —Freio de Ouro70. Pista de Provas de Equinos

MAPA DA EXPOINTER

IACI ROCHA / ESPECIAL / CP

Page 7: Caderno Especial de Expointer

8 ■ SEXTA-FEIRA | 28 de agosto de 2015 CORREIO DO POVOcorreio do povo rural

Apesar do recuo de 3,5% no nú-mero de animais de argolainscritos na Expointer

— 4.758 nesta edição ante os 4.932em 2014 — o incremento na participa-ção de algumas raças ajudou a equili-brar o número frente a um cenáriode instabilidade financeira.

É o caso dos ovinos da White Dor-per, raça que no ano passado inscre-veu sete animais e nesta edição, 82exemplares. O reforço deve-se à parti-cipação de cabanhas de São Paulona feira. A raça Suffolk também am-pliou a presença com a inscrição de101 animais, representando cresci-mento de 57% — em 2014 foram 64.Entre os zebuínos, destaque para aestreia da raça Sindy, que pela pri-meira vez estará presente na Expoin-ter com 27 animais. Os caprinos tive-ram leve crescimento, passando de62 exemplares no ano passado para80 nesta edição. Da mesma forma, oscoelhos, espécie que em 2014 teve214, nesta edição ampliou a presençapara 357; e as chinchilas, que salta-ram de 25 para 33 animais inscritosem 2015.

Em contrapartida, bovinos de cor-te, mistos e de leite, bubalinos, equi-nos, aves e pássaros registraram re-dução no número de animais inscri-tos em relação à edição anterior daExpointer. Segundo o chefe de Exposi-ções e Feiras da Secretaria da Agri-cultura (Seapa), Pablo Charão, levan-do-se em conta a crise financeira, jáera esperado que a participação deanimais diminuísse. “Por conta da al-ta dos custos, os produtores estavamsinalizando isto”, explica.

A redução no número de animaisde argola inscritos na Expointer vemocorrendo gradualmente nos últimostrês anos — com exceção de 2012,que registrou crescimento de 4% emrelação a 2011.

» Inscrições

» Mormo preocupa

MAURO SCHAEFER

A retirada da vacinação con-tra febre aftosa e os 50 anos decombate à doença no Rio Gran-de do Sul serão o tema centraldo 4˚ Fórum Internacional deResponsabilidade Técnica e Sa-nidade na Produção Animal,que ocorre quinta-feira, dia 3 desetembro, durante a Expointer.A última vez que o Estado regis-trou caso de aftosa foi em 2001,em Livramento e Rio Grande. Odebate será das 14h às 17h30,no auditório da Federacite.

O vice-presidente do Conse-lho Regional de Medicina Veteri-nária do Rio Grande do Sul (CR-MV-RS), José Arthur Martins, re-corda que em 1965, época emque eram registradas centenasde focos, o Rio Grande do Sulrealizou a primeira campanhade combate à doença do Brasil.De lá para cá, além da imuniza-ção do rebanho, foram organiza-dos sistemas de informação emvigilância sanitária, redes de la-boratórios e orientações ao pro-dutor. “Hoje, temos uma situa-ção epidemiológica bastante po-sitiva, tanto que já existe a dis-

cussão sobre a retirada da vaci-na”, destaca.

Entre os convidados para oencontro está o veterinário JoséFernando Dora, servidor aposen-tado da Secretaria da Agricultu-ra (Seapa), que trabalhou no iní-cio da campanha. Ele foi o coor-denador do programa deerradicação da febre aftosa naBacia do Prata e atuou no Cen-tro Panamericano da Febre Afto-sa. No evento, vai traçar o histó-rico da doença e seu combateno Rio Grande do Sul. O fiscal fe-deral agropecuário do Laborató-rio Nacional Agropecuário (La-nagro-RS), Diego Viali dos San-tos, apresentará painel sobreepidemiologia.

A visão do serviço oficial naatualidade será apresentada pe-lo diretor do Departamento deDefesa Agropecuária da Seapa,Fernando Groff. Ele recorda queo Programa de Combate à FebreAftosa no Rio Grande do Sul co-meçou a ser pensado em 1963 edestaca que o Estado foi pionei-ro na vacinação, implantando amedida há 50 anos, primeira-

mente, na Fronteira Sul. Umdos primeiros municípios queteve o rebanho imunizado foiSantana do Livramento, ondena época já havia estrutura depecuária comercial.

O presidente do Sindicato Na-cional das Indústrias de Produ-tos para Saúde Animal (Sin-dan), Emilio Salani, falará sobreo papel da vacinação no comba-te à aftosa, enquanto o presiden-te da Associação Brasileira dasIndústrias Exportadoras de Car-ne (Abiec), Antônio Jorge Ca-mardelli, vai apresentar o olharda indústria sobre os impactosda febre aftosa e da vacinaçãopara o mercado de carnes.

A presença internacional fica-rá por conta do ex-ministro daAgricultura do Uruguai e ex-pre-sidente do Instituto Nacional daCarne do país vizinho, RobertoVazquez Platero. Ele vai apre-sentar o case do Uruguai que,mesmo vacinando, consegue al-cançar mercados mais exigen-tes, como Estados Unidos. O pre-sidente da Sociedade de Veteri-nária do Rio Grande do Sul (So-

vergs), Ricardo Bohrer, destacaque a ideia é promover uma dis-cussão que mostre a visão de di-ferentes segmentos.

A discussão ocorre em meioà meta para a erradicação dadoença no país e a pressão dealguns setores para suspendera vacinação de olho em merca-dos mais remuneradores. Emabril deste ano, o Paraná sinali-zou a possibilidade de retiradada vacina em 2016. No início dejunho, a ministra da Agricultu-ra, Kátia Abreu, anunciou que aexpectativa é que o Brasil sejaárea livre de aftosa sem vacina-ção reconhecida pela Organiza-ção Mundial da Saúde Animal(OIE) até 2025.

O secretário da Agricultura,Ernani Polo, já se mostrou favo-rável. Ele acredita que seja pos-sível alcançar o status de esta-do livre de aftosa sem vacinaçãoem, no máximo, cinco anos. AFarsul, por sua vez, é contráriaà medida devido à falta de segu-rança sanitária, principalmentenas fronteiras.

FERNANDO DIAS / CP MEMÓRIA

Ano inscritos variação2011 5.9862012 6.251 + 4,4%2013 5.625 - 10%2014 4.932 - 12%2015 4.758 - 3,5%

■ A retirada da vacina contra afto-sa seria o tema central dos debatessobre sanidade durante a Expoin-ter. Mas com o surgimento do mor-mo no Estado, as atenções e preocu-pações voltaram-se momentanea-mente aos equinos. Superado o mo-mento de apreensão, após a confir-mação de caso da doença, em Rolan-te, no início de junho, é hora de fo-car na prevenção. “Após uma discus-são pré-Expointer, a feira fará comque as informações fiquem maishomogêneas”, afirma o diretor doDepartamento de Defesa Agrope-cuária da Secretaria da Agricultura,Fernando Groff. A realização dosexames exigidos para a emissão daGuia de Trânsito Animal (GTA), en-tre eles o teste de mormo, é umadas medidas que garantem a sanida-de dos cavalos.

Equilíbrio nos animais de argola

Abigeato étema deaudiência

Participação dos ovinos irá aumentar neste ano, o que impediu queda maior no número de inscrições

Debate ocorre em um momento em que o Rio Grande do Sul discute a possibilidade de retirada da vacinação

Domingo noCorreio do Povo:caderno especialsobre animaisna Expointer

Fórum resgata história do combate à aftosa

O combate ao abigeato se-rá tema de audiência públicaque ocorre terça-feira, 1˚ desetembro, durante a Expoin-ter. O encontro será das 10hàs 12h, no auditório da Far-sul, no Parque de ExposiçõesAssis Brasil, em Esteio. Esta-rá em debate o projeto de lei(PL) 6999/2013, que dobra apena para os crimes de abi-geato, receptação, abate e co-mércio de carne clandestina.Devem participar do debaterepresentantes da Confedera-ção Nacional da Agricultura,Ministério da Agricultura, se-cretarias estaduais de Segu-rança e Agricultura, Abiec,Farsul, Sicadergs, Famurs esindicatos rurais.

Autor da proposta, o depu-tado federal Afonso Hamm co-menta que o projeto visa re-primir o abigeato devido aosmalefícios que a carne furta-da pode causar à produção, àordem tributária e à saúdepública. “Esse tipo de crimetem gerado muitos prejuízosaos produtores. Também ge-ra impactos negativos em to-da a sociedade, sobretudopor estar na origem de mui-tas violações à segurança e àsaúde pública”, salienta. Aproposta, já aprovada na Co-missão de Constituição e Jus-tiça, torna a legislação maisrígida e dobra a pena, com re-clusão de dois a oito anossem direito à fiança.

Page 8: Caderno Especial de Expointer

CORREIO DO POVO SEXTA-FEIRA | 28 de agosto de 2015 ■ 9correio do povo rural

A aposta de que os produto-res adotarão cautela nas com-pras impede que os bancos fa-çam uma projeção de aumentodo volume de crédito para estaExpointer. Algumas instituiçõespretendem atender toda a de-manda, enquanto outras irão tra-balhar com os mesmos recursosdo ano passado. A situação é in-fluenciada pela situação econô-mica do país e do Estado.

No Banrisul, a projeção é deque o volume de financiamentosencaminhados fique próximo dovalor alcançado no ano passado,que foi de R$ 204 milhões. Nesteano, a intenção é atender toda ademanda. O diretor de Créditoda instituição, Oberdan de Al-meida, acredita em crescimentodo setor de animais e em manu-tenção das vendas de máquinase equipamentos agrícolas. Paraa aquisição de matrizes e repro-dutores de bovinos, bubalinos,ovinos e caprinos, o limite de fi-nanciamento é de até 100% dovalor do animal. Uma recomen-dação é que os clientes procu-rem o banco para fazer uma car-ta de crédito, de modo a efetuara compra já com o crédito pré-aprovado. “Não vai haver umaexpansão grande, mas as condi-ções estão boas, o clima está fa-vorecendo (as lavouras), as con-dições de vendas devido ao dó-lar estão favoráveis, com a sojabatendo os R$ 70”, analisa.

Da mesma forma, o Banco doBrasil também pretende atendera toda a demanda. Uma das

apostas é o Pronamp Investimen-to, com recursos da instituição,além das linhas de crédito doPrograma para a Construção eAmpliação de Armazéns (PCA),da Agricultura de Baixo Carbo-no (ABC) e do Inovagro. O ban-co promete agilidade na análisede propostas, “imprimindomaior velocidade à contrataçãodas operações”, segundo o ge-rente de Mercado Agronegócios,João Paulo Comerlato.

O Sicredi trabalha com umalinha de continuidade do que foidesenvolvido no ano passado.Serão disponibilizados R$ 300milhões para operações de crédi-to, cerca de 10% mais do queem 2014. O diretor executivo daCentral Sicredi Sul, Gerson See-feld, acredita que a demanda,neste ano, será mais cautelosa.“Até porque o produtor cadavez mais está indo à feira paraver novas tecnologias, compa-rar, buscar informação e conhe-cimento e, a partir desse conjun-to, organizar a sua estratégia esua decisão de fazer uma aquisi-ção”, constata. Conforme See-feld, a instituição irá atuar comas linhas do BNDES, que operanormalmente. “Esse é um anoque estamos encarando commuito trabalho, mas que deveser um ano bom”, define.

Para a diretora-presidente doBadesul, Susana Kakuta, o volu-me de R$ 100 milhões disponibi-lizado pelo banco é considerávelpensando-se na atual conjuntu-ra econômica. “A demanda não

deve ser tão grande. Muito pro-dutor espera passar um poucoesse período para investir maisna frente”, aposta. Hoje oagronegócio representa cercade 40% das atividades do Bade-sul, com o financiamento de in-vestimentos de médio e longoprazo. Uma das novidades paraesta feira é o projeto de financia-mento de pequenas usinas debiomassa. “Durante a Expointerestaremos levando as primeirasinformações, incentivando a pro-dução de biomassa com baseem dejetos.”

Após ofertar R$ 357 milhões

na última Expointer, o BRDEpretende repetir o desempenho.“Estamos nos preparando paraatender à demanda, inclusivecom possibilidade de alguns fi-nanciamentos em estudo seremliberados durante a Expointer”,afirma o vice-presidente e dire-tor de Acompanhamento e Recu-peração de Créditos, OdacirKlein. No entanto, segundo ele,a expectativa é por uma procu-ra de cerca de R$ 300 milhões.Um dos compromissos do bancoé a contratação de financiamen-to para a duplicação da fábricade leite em pó da CCGL.

» Oferta de crédito

MAURO SCHAEFER

■ Badesul — R$ 100 milhões■ Banco do Brasil — Toda a de-manda■ Banrisul — Toda a demanda■ BRDE — Toda a demanda■ Sicredi — R$ 300 milhões

Créditoparacobrirtodademanda

Cinco bancos prometem atender atoda a demanda de crédito quevisitantes apresentarem durante aExpointer deste ano. Com isso, ovolume das operações nestes novedias da feira pode se aproximar deR$ 1 bilhão

Page 9: Caderno Especial de Expointer

10 ■ SEXTA-FEIRA | 28 de agosto de 2015 CORREIO DO POVOcorreio do povo rural

» Como chegar ao parque

» Ingressos

Tendo a marca de 502 mil visitantes do ano passado co-mo referência, os organizadores da 38ª Expointer esperamver o público aumentar para esta edição. Segundo o subse-cretário do Parque de Exposições Assis Brasil, Sérgio Fos-carini, cerca de 600 mil pessoas são aguardadas durante osnove dias do evento. O motivo do otimismo é a previsão detempo bom para o primeiro final de semana da feira.

Localizado em Esteio, o Parque de Exposições Assis Bra-sil é área de fácil acesso para quem trafega por três rodo-vias federais que cortam a Região Metropolitana. Os por-tões principais ficam diante da via paralela à BR 116, rodo-via mais direta para quem sai de Porto Alegre, ao Sul, oudo Vale do Sinos, ao Norte. Quem se desloca do Noroeste doEstado pela BR 386 pode entrar à esquerda no trevo da BR448 (Rodovia do Parque) ou no trevo da BR 116, ambos emCanoas. Na BR-448 há um trevo de acesso aos fundos doparque. O motorista deve dobrar à direita e seguir pela ave-nida Celina Chaves Kroeff até os portões laterais de entra-da para a Expointer.

O transporte público também tem vias de acesso rápidoà Expointer, por linhas de ônibus que saem de municípiosda Região Metropolitana ou pelo Trensurb, linha de trensurbanos entre Porto Alegre e Novo Hamburgo com uma es-tação diante do Parque Assis Brasil.

Para facilitar a localização durante a feira, o público tam-bém pode conferir o mapa do Parque de Exposições AssisBrasil encartado nesta edição do Correio do Povo. Alémdisso, informações sobre a exposição serão publicadas nosite do jornal, durante os nove dias do evento.

A organização da feira também disponibilizou um aplica-tivo para smartphone, já disponível para download, com di-cas e informações de acesso e programação. O visitante po-de utilizar o campo de busca dentro do aplicativo para encon-trar a área desejada. Para melhor interação visual, os setoressão diferenciados por cores. O visitante poderá selecionar oque mais lhe interessar e criar uma lista de eventos favori-tos. Um aviso é encaminhado ao usuário 15 minutos antesdo início da atividade.

» 38ª Expointer

» Transporte coletivo

SAMUEL MACIEL / CP MEMÓRIA

O parque de Exposições está locali-zado no km 13 da BR 116 (via late-ral) em Esteio/RS■ De carro — Saindo de Porto Ale-gre-Canoas existem três formas deacesso:1) Diretamente pela avenida Guilher-me Schell, por dentro de Canoas,costear a linha do Trensurb, até oacesso para os portões do parque;2) Pela BR 116, acessar a via lateralantes da Petrobras, seguir até a ró-tula que fica em frente ao portãoprincipal da Petrobras, contorná-lae seguir as orientações das placasindicativas existentes no local;3) Pela BR 116, seguir pela pistaprincipal da rodovia, passar emfrente ao parque de exposições — oacesso ao parque sob o viaduto es-tará fechado na maior parte do dia— e seguir, pela via lateral, até o

viaduto da RS 118 (km 254), parafazer o retorno e trafegar na vialateral no outro sentido, onde have-rá placas indicativas para o acessoaos portões;■ De carro — Do Vale do Sinos exis-tem duas formas de acesso:1) Pela BR 116, seguir pela pistaprincipal passando sobre o viadutode acesso ao município de Esteio,seguir até a saída da BR 116 para aavenida Guilherme Schell (em fren-te ao parque), cruzá-la e seguir àesquerda para ir até o acesso aosportões;2) Pela via lateral da BR 116, aces-sar a pista principal e seguir a orien-tação do item 1, ou continuar pelavia lateral seguindo até a rótula(sob o viaduto) e avenida Guilher-me Schell, passando pela frente doparque para acessar o portão 15.

■ ValoresPedestre: R$ 13,00Estudante: R$ 6,00 com apresentação de:carteira oficial de estudante da UNE (ensi-no superior), Ubes (ensino médio ou funda-mental), Uges.Carteira expedida por estabelecimentos deensino médio ou associação, ou agremia-ção de estudante a que pertencem (ensinomédio e superior).Carteira de passagem escolar.Idosos: R$ 6,00 para quem tem 60 anos oumais, com apresentação da carteira deidentidade.Crianças com até 6 anos têm acesso livrese acompanhadas.Entrada de pedestres pelos portões 02 e 06■ Estacionamento de veículosO valor é de R$ 32,00 por veículo (comdireito ao ingresso do motorista).Entrada dos veículos visitantes pelo portão15.Motos: não são permitidas nos estaciona-mentos.

■ Onde: Parque de Exposições Assis Bra-sil, em Esteio/RS■ Quando: 29 de agosto a 6 de setembro■ Horário: das 8h às 20h para visitantescom carro e das 8h às 20h30min para pe-destres.

■ Ônibus (entre Porto Alegre e No-vo Hamburgo)Central S/A:Linhas que não saem ou não che-gam a Porto Alegre: R$ 2,90Demais: R$ 3,45

Real Rodovias:De Porto Alegre: R$ 3,45De São Leopoldo: R$ 2,90■ Trensurb (das 5h às 23h20min):R$ 1,70 (desembarcar na EstaçãoEsteio)

TODOSOSCAMINHOSPARA

OPARQUE

Trens em operação especialCom expectativa de grande

movimento durante os novedias da feira, a Trensurb mon-tou uma operação especial pa-ra atender o público do evento.Aos sábados, serão 230 via-gens – normalmente, são 199 —e, no domingo, 219 viagens –normalmente, são 147 –, com in-tervalos de sete minutos em ho-rários de pico. Na Estação Es-

teio, que funciona das 5h às23h20min, um novo elevador foiinaugurado, a fim de qualificara acessibilidade.

Ao longo dos nove dias deExpointer do ano passado, ometrô transportou 1.625.721passageiros. O número foi16,47% superior à média de pas-sageiros em período semelhan-te do mesmo ano.

Page 10: Caderno Especial de Expointer

CORREIO DO POVO SEXTA-FEIRA | 28 de agosto de 2015 ■ 11correio do povo rural

O Correio do Povo, a RádioGuaíba e a TV Record/RS esta-rão, mais uma vez, fazendo umagrande cobertura jornalística daExpointer. De 29 deste mês a 6de setembro, estará funcionan-do, na quadra 26 do Parque deExposições Assis Brasil, em Es-teio, a Casa do Correio do Povo/Grupo Record. O jornal Correiodo Povo transfere para o parqueuma estrutura completa de reda-ção. A Rádio Guaíba estará comestúdio no local, fazendo trans-missões ao vivo, assim como aTV Record. Na Casa, durante afeira, são recebidos público, au-toridades e clientes em várioseventos para convidados.

Nos dias 1˚, 2 e 3 de setem-bro, na Casa do Correio do Povo/Grupo Record, das 15h às 16h,também será promovida maisuma série dos Debates do Cor-reio do Povo Rural, colocandoem discussão três dos principaist e m a s d e r e l e v â n c i a n oagronegócio no Estado e no paísatualmente. Os debates ocorremna Expointer, considerando quea feira reúne todos os públicosde interesse do setor, como pro-dutores, pesquisadores, dirigen-tes de entidades e autoridadesem geral.

Já em sua 4ª edição, os deba-tes abordam um tema a cadadia. No dia 1˚, o assunto será a“Sanidade na Pecuária como Di-ferencial Competitivo da CarneGaúcha Para Outros MercadosExternos”. A “Produção Leiteira— Tecnologia e Inovação nos Pro-

cessos e a Recuperação da Mar-ca do Leite Gaúcho” é o tema dodia 2. A “Utilização de Defensi-vos Agrícolas na Produção — Re-gulamentação e Controle” serádiscutida dia 3.

Os debatedores serão especia-listas e líderes do agronegócio.O mediador será odiretor de Redaçãodo CP, Telmo Flor.A Editoria Ruraldo CP e a RádioGuaíba farão a co-bertura dos deba-tes. Além da cober-tura diária da Ex-pointer, o Correiodo Povo terá trêscadernos especiaissobre o evento. Ospróximos estão pre-vistos para os dias30 de agosto e 7 desetembro.

E no dia 6, às20h, na Casa Ve-tro, em Porto Ale-gre, será feita a ce-rimônia de entregado prêmio Desta-ques Correio do Po-vo Expointer 2015.Criada em setem-bro de 1991, a dis-tinção busca a valo-rização dos gran-d e s n o m e s d oagronegócio, setorque tem importan-te participação naeconomia do Esta-do e do país.

O diretor comercial do CP,João Müller, ressalta que apremiação está consagrada co-mo a mais disputada do setor,pois é feita a partir de um regu-lamento especial elaborado porprofissionais do setor e veteriná-rios que atuam na Expointer.

Tanto que “se tornou umacertificação de qualidade queagrega valor à produção do pre-miado”. É dirigida aos exposito-res e criadores que participamda Expointer.

O prêmio contempla os desta-ques em 16 categorias de ani-

mais e quatro especiais. Cadadestaque recebe um troféu. Umanovidade desta edição é a cate-goria aves, que voltou a concor-rer. “É um grande evento que fi-naliza a Expointer”, conclui a ge-rente de Marketing do CP, IaciRocha.

RICARDO GIUSTI

Programação intensa na Casa CP

Casa recebe público, autoridades e clientes em vários eventos para convidados, inclusive três debates, durante o período da exposição

Page 11: Caderno Especial de Expointer

12 ■ SEXTA-FEIRA | 28 de agosto de 2015 CORREIO DO POVOcorreio do povo rural

Correio do Povo – Qual suaexpectativa para a Expointerdeste ano, que ocorre em mo-mento de desaceleração daeconomia do país?

Ernani Polo – O cenário real-mente é de contenção, mas a Ex-pointer sempre traz expectativapositiva. É uma feira consolida-da, que acontece há décadas. Co-mo não somos uma ilha, esta-mos inseridos em um contextoque realmente pode afetar algu-ma coisa no volume de negócios.Mas eu diria que a feira não selimita aos negócios e tem mui-tos encontros, reuniões, seminá-rios que também são uma opor-tunidade de compartilhamentode informações e isso deixa umsaldo positivo para nosso setor.

CP – Alguns exemplos des-sa troca.

Polo – Acredito que um dospontos que será muito debatidoé a gestão da propriedade. Ocusto vai aumentando cada vezmais e o desafio é aumentar aprodutividade, buscar mais efi-ciência dentro da propriedade.

CP – O Simers admite que-da de 20% no volume de negó-cios da área de máquinas.

Polo – Acho que se ficarmosdentro dessa margem está exce-lente. Em feiras do início do anoa redução foi maior na compara-ção com 2014. É claro que a Ex-pointer oportuniza muitas pro-moções, condições especiais devenda de máquinas e equipa-mentos, que podem gerar negó-cios. Além disso, acredito que apecuária, tanto de corte quantonos equinos, vai ter movimenta-ção significativa no volume dev e n d a s . N a á r e a d aagroindústria também há muitomovimento. Então eu acho quenesses dois setores nós teremosum resultado positivo.

CP – Sobre o PPCI. Dá paragarantir que o parque está se-guro?

Polo – Está seguro, nós fize-mos todo o processo.

CP – O Parque Assis Brasilvai passar por grandes trans-formações, como reforma da

rede elétrica, dique que isolao local das enchentes e con-cessões à iniciativa privada,que vai construir hotel eagroshopping. Mas é para o fu-turo. Neste ano pode se consi-derar o local obsoleto?

Polo – Não. Nessa feira va-mos ter um divisor de águas,principalmente com intraestrutu-ra feita pelo Cavalo Crioulo,com investimento de mais de R$3 milhões. Eles criaram um am-biente de primeiro mundo comos investimentos que foram fei-tos. E isso melhora a infraestru-tura do parque. Alguns investi-mentos a gente fez também, nomelhoramento do cercamentodas pistas e desembarcadourodo gado, que tinha estrutura lo-cada, temporária, e agora é per-manente. Também tivemos quefazer a recuperação de todo oestrago do vendaval. Isso nos ti-rou uma capacidade maior de in-vestir.

CP — De onde vieram os re-cursos para as intervençõesque foram feitas pelo Estado?

Polo — Todos os investimen-tos que fizemos aqui foram cus-teados com recursos que a pró-pria feira gera. A Expointer éuma feira superavitária, quetem arrecadações da locação deespaços. E esse exemplo do ca-valo crioulo coloca um divisorde águas no parque. A parceriapublico-privada nos dá condiçãode, no futuro, ampliarmos a in-fraestrutura ainda mais.

CP — Quais as próximasobras?

Polo — Até o ano que vem te-mos de construir um dique, quevai minimizar os efeitos de quan-do tem um grande volume dechuva. Quando o hotel, centrode convenções e centro de even-tos estiverem prontos, o parqueestará em condições de fazereventos de forma permanente.Acho que um desafio que se temsão os pavilhões que precisamser reformados e a cobertura depistas.

CP — Entre obsoleto, ultra-passado e moderno, o senhordiria que o parque está na me-tade do caminho?

Polo – Está em uma transi-ção. Mas já temos concretamen-te investimentos aqui.

CP – Quais os principais de-safios que o senhor identificapara sua pasta e como esperavencê-los?

Polo – O principal patrimônioque temos na área vegetal e ani-mal é o sistema de defesa. Issodá condição e garantia de produ-zir produtos com qualidade. Agente precisa cada vez mais in-vestir nisso. A própria ministraKatia Abreu está trabalhandonessa linha, para que recursosna área de defesa sejam garanti-dos para termos ações continua-das e nós temos na produção desuínos, aves, leite, pecuária decorte, ovinocultura, um poten-cial muito grande, então precisa-mos fortalecer ações de defesa,obviamente trabalhar muito for-te também na fiscalização, nocontrole da qualidade dos ali-mentos. É prioridade nossa tam-bém trabalhar questões que pos-sam fazer o fomento do setor.

CP — O que está sendo pro-gramado para a área de irriga-ção?

Polo – Estamos trabalhandopara avançar e possibilitar umamelhor condição para o produ-tor armazenar água. Outra ques-tão que vamos trabalhar é o Pro-grama Estadual de Gestão de So-los e Água, que vai exatamenteao encontro desse trabalho comos produtores de buscar o me-lhoramento da produtividade epreservação do meio ambiente.Temos espaço importante a sertrabalhado no sentido de cons-cientizar o produtor de fazer umsistema de plantio direto, um sis-tema que envolva rotação de cul-tura, boas práticas de manejo,com o objetivo de fazer com quea gente possa infiltrar maiságua no solo. Temos intensida-de pluviométrica ótima no RioGrande do Sul, mas muitas ve-zes chove, cai, vai ao rio, vai em-bora. Muitas vezes o solo nãotem infiltração de água adequa-da. Temos exemplo de uma pro-priedade ao lado da outra queproduziu 20%, 30% mais porqueé um solo melhor.

CP — Para quando é o pro-grama?

Polo – Pretendemos apresen-tá-lo no mês de outubro. É umlegado que a gente pode deixarpara o futuro.

CP – Há uma preocupaçãocom o milho?

Polo – Estamos discutindocom a Embrapa, queremos fazerum programa de estímulo aoplantio de milho no Estado. Poruma questão de rotação de cul-tura e melhoramento do solo epor uma necessidade que temosde mais matéria-prima para ca-deias de suínos, aves e leite. Is-so é um problema porque o mi-lho tem que vir do Centro-Oestecom custo muito alto. Temos po-tencial de tentar usar a safri-nha, depois da colheita da soja.

CP – Quais os principaisgargalos para o produtor?

Polo — Escoamento da produ-ção, energia elétrica no campo,falta de infraestrutura em teleco-municações, eu diria que sãogargalos bem significativos hoje,que criam dificuldades e aumen-tam custos de produção. O pró-prio desafio de aumentar a áreairrigada do Estado, muitas ve-zes esbarra na falta de energia.

CP — Em meio às dificulda-d e s e c o n ô m i c a s , oagronegócio mantém o seu vi-gor. A que fatores podemosatribuir isso?

Polo — O potencia l doagronegócio está em cima exata-mente de alguns fatores. Ressal-te-se o dom e o talento dos nos-sos agricultores, aliados às no-vas tecnologias. A própria bio-t e c n o l o g i a n o s d e uuma condição de aumentarmosmuito a produtividade. Nós te-mos aí lavouras de soja colhen-do 75, 80, 85, em alguns experi-mentos até 100 sacos por hecta-re. O milho da mesma forma,rendendo de 200, 220 a 250 sa-cos. Isso há 15, 20 anos nãoexistia, a produção era muitoaquém. Isso deu uma perspecti-va e o setor cresceu muito, emvolume de produção.

CP — Neste ano, o clima po-de atrapalhar a lavoura e ocâmbio pode compensar?

Polo — Nós vendemos a sojaanos atrás numa média de 15 dó-lares, depois chegamos a 30 dó-lares e agora reduziu em funçãoda elevação do dólar. A preocu-pação é com um diferencial dasafra atual para a próxima, queé exatamente a elevação doscustos de produção. Então, emque pese nós termos um preçoda soja ainda razoável, os cus-tos de produção subiram muito.E isso tende a diminuir a mar-gem do produtor. É um ano emque o produtor está cautelosoem função do aumento dos cus-tos de produção.

MAURO SCHAEFER

FERNANDO DIAS / DIVULGAÇÃO / CP

No escritório, Polo prevê estrutura para eventos permanentes no parque

‘Expointer é superavitária’

Na recepção dos animais que chegam para a Expointer, secretário prevê melhorias como coberturas para pistas

O secretário estadual daAgricultura, Ernani Polo, é

vinculado à produçãoprimária desde que nasceu,há 41 anos, em Ijuí. Filhode agricultores, criado emSanto Augusto, assumiu

uma cadeira de deputadoestadual no final de 2011.Eleito novamente pelo PP

no ano passado, foiconvidado a assumir a

pasta que comandaatualmente. À frente de

uma Expointer pelaprimeira vez, Polo diz, em

entrevista ao repórterArthur Machado, que afeira deste ano é um“divisor de águas” por

mostrar o que pode serfeito no parque em

parceria com a iniciativaprivada