a tribuna - caderno especial

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VITÓRIA, ES | SÁBADO, 05 DE OUTUBRO DE 2013 ESPECIAL Suplemento especial Planejamento é essencial para alcançar o lucro > 12 Passo a passo para abrir uma empresa > 18 Crédito ajuda a realizar o sonho de ter um negócio > 20 A força das micro e pequenas empresas Elas representam 99% do total de empresas no Espírito Santo, somando 122.537 estabelecimentos, e não param de crescer. ILUSTRAÇÃO: FANI LOSS Artesanato capixaba ganha o mundo > 16

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Page 1: A Tribuna - Caderno Especial

V I T Ó R I A , E S | S Á B A D O , 0 5 D E O U T U B R O D E 2 0 1 3

ES P EC I A LSuplemento especial

Planejamentoé essencialpara alcançaro lucro > 12

Passo apasso paraabrir umaempresa > 18

Crédito ajudaa realizar osonho de terum negócio > 20

A força das micro epequenas empresasElas representam 99% dototal de empresas no EspíritoSanto, somando 122.537estabelecimentos, e nãoparam de crescer.

ILUSTRAÇÃO: FANI LOSS

Ar tesanatocapixabaganha omundo > 16

Page 2: A Tribuna - Caderno Especial

2 ATRIBUNA VITÓRIA, ES, SÁBADO, 05 DE OUTUBRO DE 2013

Es p e c i a l

Empreendedores doEstado apostaram nosonho e venceram.Há casos de quemcomeçou pequeno ehoje já possui franquia

As Micro e Pequenas Empre-sas (MPEs) capixabas sãopersonagens que estão es-

crevendo a cada dia novos capítu-los da história do desenvolvimentoeconômico do Espírito Santo.

Levando em consideração queelas representam 99% do total deempresas no Espírito Santo, so-mando 122.537 estabelecimentos,são muitos os empresários que es-tão colaborando nesse novo rotei-ro, mostrando como os pequenosnegócios podem fomentar a eco-nomia, basta que tenham oportu-n i d a d e s.

Lorena Fornaciari é um exemplode quem soube aproveitar umachance. Ela e a família criaram o ZéCoxinha, um sucesso de vendas tãogrande que virou uma franquia etem hoje 26 lojas próprias e outras

28 franqueadas em vários municí-pios do Estado, além de Bahia, Riode Janeiro e Minas Gerais.

A experiência com as coxinhascomeçou com o pai trabalhandoem padaria. “Nós queríamos lan-çar no mercado um produto dequalidade com preço acessível. Aífoi literalmente hora de colocar amão na massa”, relembra Lorena.

Ela conta que toda a família par-ticipava preparando, fritando evendendo. Hoje, na fábrica e nas lo-jas, são cerca de 150 funcionários.

O Zé Coxinha comprova o gran-de potencial de empregabilidadedas micro e pequenas empresas,que são responsáveis por 58,5% detodos os postos de trabalho criados,segundo dados da pesquisa Rais e

JULIA TERAYAMA - 27/05/2012

LORENA FORNACIARI acompanha a produção do Zé Coxinha: crescimento

MARCELO ANDRADE - 06/05/2010

FRANCISCO Assis Giovanelli, dono do Caranguejo do Assis, em Vila Velha

De vendedoras de porta emporta a donas de fábrica

São muitas as histórias de capi-xabas que correram atrás do seusonho. A fábrica de roupas LookBelle foi uma conquista batalhadapelas irmãs Ednéia e Ângela Broe-del, que começaram fazendo rou-pas em casa, no bairro Vila Capi-xaba, em Cariacica, e vendendo deporta em porta.

“Atualmente, temos uma fábricae duas lojas, envolvendo 15 colabo-radores diretos, fora os indiretos eum representante que distribui amarca em lojas de multimarcas noE st a d o”, conta Ednéia, que fezcurso de Designer de Moda paraincrementar os negócios, enquan-to a irmã optou por fazer Adminis-tração para cuidar das questõeso p e ra c i o n a i s.

“A participação em cursos eeventos promovidos pelo Sebrae eAderes, como a Semana de Moda,ajudou muito a desenvolver o ne-gócio”, comenta.

O superintendente do Sebrae-ES,José Eugênio Vieira, reforça a im-portância de promover ações nas

LOOK BELLE

EDNÉIA E ÂNGELA BROEDEL comandam a Look Belle: parceria e sucesso

SEBRAE

JOSÉ EUGÊNIOVIEIRA ,superintendentedo Sebrae-ES,reforça aimportância depromover açõespara od e s e n vo l v i m e n t o

Inovação para crescere reforçar o setor

Fundado por Francisco A ss i sGiovanelli, o Caranguejo do Assis,em Vila Velha, é hoje um dos res-taurantes de frutos do mar maisconhecidos do Estado e se tornouum exemplo de como as pequenasempresas crescem e geram umacadeia produtiva que favorece to-do o setor.

Um restaurante precisa de sono-rização, de um site, de manuten-ção dos equipamentos e assimcontinua um processo de expan-são que beneficia muita gente.

Dyonathan Giovanelli conta queseu pai aproveitou a experiênciade trabalhar como garçom para

abrir o próprio negócio, que come-çou apenas com a participação dafamília.

Hoje, são dois estabelecimentosque cada vez atendem mais capi-xabas e turistas. Por isso, a empre-sa está sempre contratando fun-cionários. “O segredo do sucesso émuito trabalho, estar sempre ino-vando e investindo”, analisa o ges-tor do restaurante.

Paulo Barbosa, da Aderes, expli-ca que a terceirização dos serviços,uma tendência de mercado, geracada vez mais oportunidades naeconomia e os bons resultados de-pendem de saber aproveitá-las.

Bons exemplosque viram sucesso

do Cadastro Geral de Empregadose Desempregados (Caged).

Para entender melhor comofunciona o setor, o diretor da Ade-res, Paulo Barbosa, explica que é ofaturamento que define o portedas empresas: as pequenas são asque faturam até R$ 3,6 milhões porano, as micro R$ 360 mil e os em-preendedores individuais faturamaté R$ 60 mil.

“Todos esses setores apresenta-ram crescimento em 2013, soman-do 3.255 novos empreendimentosem todo o Estado, com destaquepara Serra e Vila Velha”, disse Bar-bosa.

O Espírito Santo possui a sextamelhor taxa de sobrevivência en-tre as MPEs brasileiras. O cresci-mento do número de Microem-preendedores Individuais (MEIs)também é um dado que superou asex p e c t a t i va s.

Atualmente, o Estado ocupa o12º lugar no ranking de formaliza-ções, contabilizando, até 20 de se-tembro deste ano, um total de88.326 MEIs cadastrados. Somen-te em 2013, foram registrados19.520 MEIs, alcançando uma mé-dia de 74 formalizações por dia.

mais diversas regiões do Estado.“Contribuímos para levar cres-

cimento às regiões com baixo Ín-dice de Desenvolvimento Huma-no (IDH). Através do projeto Co-mércio Total, desenvolvido pio-neiramente pelo Sebrae-ES, aten-demos a pequenos comércios dosbairros de baixo IDH, fomentandoa geração de trabalho e renda nes-ses locais. Para essa tarefa, conta-mos com parceria do governo doE st a d o.”

“O setor público está compro-metido a impulsionar o setor, bastaque as pessoas estejam dispostas ainvestir em seus projetos”, afir-mou José Eugênio.

“Nós queríamoslançar no mercado

um produto de qualidadecom preço acessível. Aífoi literalmente hora decolocar a mão na massa”Lorena Fornaciari, sócia-proprietária doZé Coxinha

Page 3: A Tribuna - Caderno Especial

VITÓRIA, ES, SÁBADO, 05 DE OUTUBRO DE 2013 ATRIBUNA 3

Es p e c i a l

Auxílio para geraremprego e rendaDiretor -presidenteda Aderes destacouo crescimento dosetor, que estáevoluindo em todos osmunicípios do Estado

Hoje, 5 de outubro, dia dasmicro e pequenas empre-sas, o segmento tem muitos

motivos para comemorar. Cadavez mais cresce o número de pe-quenos negócios que representamo sustento de milhões de pessoasem todo o País.

No Estado, a situação não é dife-rente. De janeiro a maio deste ano,surgiram 3.255 novos pequenosempreendimentos, um cresci-mento de 22% em relação ao mes-mo período do ano anterior.

Nos últimos dois anos, a quan-tidade de pequenos negócioscresceu mais de 70% no EspíritoSanto. De acordo com dados daReceita Federal, o número de mi-cro e pequenas empresas e em-preendedores individuais au-mentou de 110 mil, em 2010, para

mais de 190 mil em 2012.O diretor-presidente Agência de

Desenvolvimento das Micro e Pe-quenas Empresas e do Empreen-dedorismo (Aderes), Pedro Rigo,destaca que essa evolução aconte-ce em todos os municípios capixa-bas, descentralizando o desenvol-vimento econômico.

“No Espírito Santo, mais de 50municípios não têm grandes em-presas em seus territórios. Eles de-pendem da agricultura familiar edas micro e pequenas empresas decomércio, indústria e serviços paragerar emprego e renda”, avaliou.

Nas cidades fora da Grande Vi-tória, a Aderes trabalha apoiando aSecretaria da Agricultura no Pro-grama Vida no Campo, capacitan-do os pequenos produtores para

ADERES

PEDRO RIGO: trabalho de capacitação feito com pequenos produtores

Ajuda garante a competitividadeO empreendedor capixaba tem a

seu favor a criatividade, a força devontade, muitas experiências devida e trabalho, mas tem contra asdificuldades em lidar com ques-tões financeiras e de gestão, aspec-tos legais e burocráticos, as novastecnologias de algumas atividadese outros fatores.

Para o diretor-presidente daAderes, Pedro Rigo, a melhor for-ma de aproveitar os pontos positi-vos e superar os desafios é a capa-citação. “Diagnósticos sobre omercado identificam que o grandevilão é a falta de preparo, a isso sedeve o alto índice de mortalidadede algumas empresas.”

Por isso, de acordo com Pedro

Rigo, uma ação muito forte do go-verno do Estado é investir em ca-pacitação para preparar as micro epequenas empresas e torná-lasmais competitivas.

Um exemplo é o Centro de Ca-pacitação do Empreendedor, lan-çado este ano, que irá oferecer, degraça, cursos e palestras para qua-lificar microempresários e desen-volver os pequenos negócios.

“O centro de Capacitação é umprojeto inovador. É uma ação prio-ritária através da qual o Estado es-tá fazendo um trabalho estrutu-ra l ”, avalia o presidente da Aderes,que reforça a necessidade das mi-cro e pequenas empresas se quali-ficarem para participar de licita-

ADERES

CENTRO deCapacitação doE m p re e n d e d o rirá oferecer, degraça, cursos epalestras como objetivo dequalificarm i c ro e m p re s á r i o s

Aler taA Aderes alerta: empresas ou

associações de fachada estãoemitindo boletos e cobrando va-lores indevidos de empreendi-mentos recém-criados.

É o caso da Boutique Express,que começou as atividades acerca de um mês e a empresáriaMara Lúcia Siqueira Franca járecebeu um boleto de R$ 277sem identificação de procedên-cia ou finalidade.

“Eu procurei a Aderes e me in-formaram que era uma cobran-ça indevida e que eu deveria pa-gar apenas os valores referen-tes aos impostos federal, esta-dual e municipal conforme bole-to impresso no portal do empre-endedor ”, comentou, aliviada.

fortalecer a agroindústria.“Nós levamos aos produtores

uma visão muita clara de negócios,como eles podem agregar valor etransformar os produtos primá-rios agrícolas em produtos semi-elaborados com melhor preço demercado e como essa produçãopode chegar de fato aos grandesm e rc a d o s ”, explica.

Pedro Rigo acrescenta que aagência coordenou a elaboração oPlano de Desenvolvimento daAgroindústria Familiar Rural queprevê uma série de projetos paradesburocratizar os procedimentosde legalização das produções ru-rais, na intenção de fazê-las ga-nhar mercado e competitividade.

O apoio do governo do Estadoatravés da Aderes está também nasáreas urbanas, com forte presençaem bairros. “As micro e pequenasempresas são responsáveis pormuitos empregos de jovens queestão ingressando no mercado detrabalho. Também representam aoportunidade de pessoas que po-dem aproveitar uma habilidadeque possuem para garantir o sus-tento, por isso cada vez mais o go-verno investe nesse potencial.”

ções de compras do poder públicoe de grandes empresas.

“O segmento tem um grande po-tencial e são muitas as oportunida-

des a serem aproveitadas e para is-so é preciso estar preparado, terplanejamento, plano de negócios,gestão apropriada”, lista Rigo.

“As micro epeq uenas

empresas sãoresponsáveis por muitosempregos de jovens queestão ingressando nomercado de trabalho”

Page 4: A Tribuna - Caderno Especial

4 ATRIBUNA VITÓRIA, ES, SÁBADO, 05 DE OUTUBRO DE 2013

Es p e c i a l

Governador destacoua importância daqualificação no setor,que é fundamental parao desenvolvimentoeconômico capixaba

“Oportunidade de traba-lho. Vagas na cidade eno campo. Cargo de

chefia. Horário flexível. Quanto àescolaridade, fundamental dispo-sição para aprender. Não é neces-sário comprovar experiência nemhá limite de idade. Remuneraçãodepende da dedicação”

Quem está na batalha por umemprego e está acostumado a vernos classificados anúncios muitasvezes tão restritivos que nem che-gam a ser preenchidos, ficaria in-teressado em uma chance comoesta. Alguns poderiam achar que éuma pegadinha ou golpe.

Mesmo sem estar nos jornais ousites da internet, muitos brasilei-ros e capixabas já abraçaram essachance ao abrir uma micro ou pe-quena empresa. Fácil? Nem tanto,mas democrática e menos exclu-dente que os muitos processos se-letivos, sejam do poder público ouda iniciativa privada que poucostêm acesso.

Os pequenos negócios são res-ponsáveis pela maior parte dosempregos do País e do Estado. Ogovernador, Renato Casagrande,define o setor como fundamentalpara o desenvolvimento econômi-co capixaba.

“Ao mesmo tempo que as microe pequenas empresas são respon-sáveis por muitos dos primeirosempregos dos jovens capixabas,geram oportunidades de trabalhopara quem está na terceira idade”,avalia Renato Casagrande.

KADIDJA FERNANDES 01/11/2012

G OV E R N A D O RR E N ATOCASAG R A N D Efrisou que osetor beneficiatodas as faixasetárias: “Aomesmo tempoque as micro epequenasempresas sãore s p o n s áve i spor muitos dosp r i m e i ro sempregos dosj ove n scapixabas,g e ra mopor tunidadesde trabalhopara quem estána terceiraidade”

THIAGO GUIMARÃES/SECOM

Telefonia móvel e internet em áreas ruraisOs micro e pequenos empre-

endimentos rurais capixabasganharam um importante apoioda tecnologia.

O Governo do Espírito Santovai instalar serviços de telefoniamóvel e Internet 3G em mais 71localidades rurais de 60 muni-cípios de todas as regiões do Es-

pírito Santo.O edital para a contratação da

empresa especializada na insta-lação dos serviços já foi publica-do. A ação é da Secretaria de Es-tado da Agricultura, Abasteci-mento, Aquicultura e Pesca(Seag), dentro do programa ‘Co-municação no Campo’, com in-

SAIBA MAIS

Melhor proposta será escolhida> CLARO, OI, TIM E VIVO poderão par-

ticipar do Chamamento Público pa-ra realizar os serviços, que estarãodivididos em lotes.

> A VENCEDORA será aquela queapresentar a melhor proposta. OGoverno do Espírito Santo vai in-vestir até R$ 300 mil para a implan-

tação de cada torre e o pagamentonão necessitará de desembolsoantecipado.

> OS CUSTOS DE IMPLANTAÇÃO se -rão da operadora vencedora, queapós a conclusão dos trabalhos te-rá o valor investido descontado doICMS devido ao Estado.

Mais de 10 mil empresasbeneficiadas com lei

O governador Renato Casagran-de foi o responsável pela EmendaConstitucional que possibilitou otratamento tributário diferencia-do às microempresas e empresasde pequeno porte, o que lhe ren-deu uma homenagem do SebraeNacional no aniversário de 6 anosdo Simples Nacional.

No Espírito Santo, o limite máxi-mo do Supersimples, estabelecidopelo governador Renato Casa-grande, beneficiou mais de 10 milempresas, e hoje o ES é o quintomelhor Estado em ambiência tri-butária para a Micro e PequenaEmpresa, segundo pesquisa Se-brae-SP e CNC.

A capilaridade dos pequenosempreendimentos, presentes emtodo o território capixaba pulveri-zando o desenvolvimento, é um fa-tor muito considerado para definiras políticas públicas de incentivopara o segmento, que, assegura ogovernador, estão sempre sendointensificadas. Um das metas éampliar a participação dos peque-nos empreendimentos nas com-pras governamentais.

“Também priorizamos a qualifi-cação desses empresários para queestejam preparados para atender

vestimentos que podem chegar aR$ 21,3 milhões.

O governador Renato Casa-grande lembra que as estradassão fatores de integração, de de-senvolvimento, e que, da mesmaforma, a comunicação por tele-fone móvel e a internet são es-senciais para garantir um futuromelhor para quem vive no cam-p o.

Os micro e pequenos empresá-rios do campo que dependem deinfraestrutura de comunicaçãopara divulgar e comercializar a suaprodução agradecem a oportuni-dade de expandir as fronteiras co-m e rc i a i s.

“Nosso desejo é levar sinal deinternet e telefonia a todos oscantos do Espírito Santo, porquequalidade de vida é essencial pa-ra quem decide viver no campo,e a tecnologia também garante

Incentivo que gera oportunidade“Aprovamos a Lei

Geral da Micro ePequena Empresa, o quefoi um grande avanço,mas sempre precisamosfazer mais ”Renato Casagrande, governador

às demandas e exigências do mer-c ad o ”, afirma o governador, men-cionando a importância da Aderese do Sebrae e outros parceiros nes-se processo.

Casagrande comenta que sãomuitos resultados positivos conta-bilizados desde que a Aderes pas-sou a atuar no setor das micro e pe-quenas empresas. “Nós aprovamosa Lei Geral da Micro e PequenaEmpresa, o que foi um grandeavanço, mas sempre precisamos fa-zer mais. O setor tem um grandepotencial a ser explorado”, conclui.

essa condição. Dez de nossosdistritos já estão conectados aomundo, graças a essa iniciativapioneira em todo o país – umaideia capixaba”, comenta o go-ve r n a d o r.

De acordo com dados do Ins-tituto Brasileiro de Geografia eEstatística (IBGE), cerca de

145.466 pessoas vivem nas re-giões das comunidades que se-rão beneficiadas. A expectativada Seag é definir a empresavencedora, de acordo com osprazos legais, e iniciar a im-plantação das torres de telefo-nia móvel e Internet 3G no mêsde novembro.

Expediente P R O D U ÇÃO : Dinâmica de Comunicação C O N TATO S : 3331-9114 [email protected] JORNALISTA RESPONSÁVEL: Fabiana Pizzani EDIÇÃO E REVISÃO: Alessandra Tonini, FabianaPizzani, Flávia Martins, Giovana Rangel e Loreta Fagionato TEXTOS: Ana Paula Herzog, Cristiane de Souza, Keyla Cezini, Luiz Fernando Brumana e Thiago Sobrinho D I AG R A M AÇÃO : Amauri Ploteixa e MiguelLeite TRATAMENTO DE IMAGENS: Leyson Mattos e Renan Martinelli

71LO CA L I DA D ESRURAIS S E R ÃOB E N E F I C I A DAS

145MILP ESS OASPODERÃO USAROS SERVIÇOS

OS NÚMEROS

Page 5: A Tribuna - Caderno Especial

VITÓRIA, ES, SÁBADO, 05 DE OUTUBRO DE 2013 ATRIBUNA 5

Es p e c i a l

Potencial na Ilha dasCaieiras e Vila RubimPropostas devereadores e deputadostiram empreendedoresda informalidadee incentivam ocrescimento do Estado

Debates, estudos e propostasde leis. Esses são os instru-mentos que estão sendo

usados por vereadores e deputa-dos para fortalecer as micros e pe-quenas empresas, setor de extre-ma importância para a economiado Estado e dos municípios.

Os resultados já estão sendo vis-tos e os municípios começaram aimpulsionar o setor. Vitória, porexemplo, se organiza para trazervantagens aos pequenos empreen-dedores. O foco principal é tentartirá-los da ilegalidade.

“Nosso objetivo é trazer todomundo para a legalidade e paraformalidade. Assim, eles conse-guem ter crédito e pleitear apo-s en ta do ri a”, explicou o vereadorSérgio Magalhães.

Ele destacou como exemplo aregião da Vila Rubim, que é umdos alvos das ações. Lá, há comer-

ciantes que utilizam alguns quios-ques, construídos pela prefeitura,e que estão na ilegalidade. “A açãotambém pretende beneficiar ca-melôs”, frisou o vereador.

Empresas da Ilha das Caieirastambém terão incentivos. “Esta -mos possibilitando microcréditosna região para construir um pologastronômico. Lá podemos poten-cializar as atividades ligadas à culi-nária tradicional”.

Em âmbito estadual, no períodode 2005 a 2007, foi feito um pro-

JUSSARA MARTINS - 12/09/2008

ILHA DAS CAIEIRAS: microcrédito para construir polo gastronômico

cesso de mobilização para apoiar alei geral nacional do setor e insti-tuída uma frente parlamentar.

“Ao mesmo tempo, sabendo dotexto que estava sendo apresenta-do no Congresso, nós preparamosuma lei estadual, para que, quandofosse aprovada a nacional, tivésse-mos uma lei estadual”, explicou odeputado estadual Cláudio Vereza.

E completa: “As principais ban-deiras foram conquistadas”. Con-tudo, hoje a Assembleia não temcomissão voltada para o setor.

OS PROJETOS

Legalização para fortalecer setor> VITÓRIA: Está trabalhando para pro-

videnciar a legalização de micro epequenas empresas na Vila Rubim efortalecer o polo gastronômico daIlha das Caieiras. A Câmara buscatrabalhar em parceria com a prefei-tura neste sentido.

> VILA VELHA: A Câmara ainda estudaa criação de uma Frente Parlamentardas Micros e Pequenas Empresas.

> SERRA: Está oferecendo descontopara aquisição de espaço em Civitpor parte das micros e pequenas em-

presas. A Câmara promove, do dia 8ao dia 10 deste mês, palestras eorientações para empresários indi-viduais para fortalecer o setor.

> CARIACICA: O município foi o primei-ro do Estado a criar uma lei voltadapara micros e pequenas empresas.

> ASSEMBLEIA LEGISLATIVA: Entre osanos 2005 e 2007, os deputados searticularam em favor das micros e pe-quenas empresas. Aprovaram lei es-tadual que favorece o setor, mas hojea Casa não tem ações específicas.

Page 6: A Tribuna - Caderno Especial

6 ATRIBUNA VITÓRIA, ES, SÁBADO, 05 DE OUTUBRO DE 2013

Es p e c i a l

A carga tributária aindaé o maior desafio paraos pequenosinvestidores e ainclusão de maisempresas no Simples

Adiscussão dos problemas eas propostas de soluções pa-ra as micro e pequenas em-

presas nas mais altas instâncias dopoder público nacional é algo quepode ser considerado recente eainda necessita de muitas adequa-ções e reformas.

Meio século atrás o Brasil vivia oimpacto dos grandes projetos in-dustriais. Os pequenos negóciostambém estavam lá e cumpriram opapel de apoiar essas transforma-ções e conquistas. Mas na atualconjuntura econômica e políticaos coadjuvantes históricos estãoroubando a cena com novas pro-postas para velhos desafios.

A carga tributária ainda pesamais sobre os pequenos e impedeque os empreendedores invistamnos negócios.

O presidente da Federação dasEntidades de Micro e PequenasEmpresa do Espírito Santo (Femi-

cro), Valdemar Coutinho, explicaque foram muitos os avanços apartir da aprovação da Lei Geraldas Micro e Pequenas Empresas edo Simples. “Sancionar uma lei éimportante, mas é preciso imple-mentar essa legislação. A inclusãono Simples, que é definida por ati-vidade e não por faturamento, nãopermite que empresas de todas asatividades sejam beneficiadas”.

A taxa de imposto sobre os pro-dutos das empresas que não se en-quadram no regime do SimplesNacional varia, mas geralmente fi-ca em torno de 18%, pago sobre adiferença da venda e do valor dac o m p ra .

No que se refere ao pagamentode impostos, a substituição tribu-tária, de responsabilidades dos Es-tados é uma das maiores polêmi-cas do setor e muitos defendem ofim do regime.

A Substituição Tributária équando o Estado cobra o impostoda venda do comerciante antes, ouseja, no momento em que a merca-doria sai da indústria. Isso faz dovarejista o contribuinte substituí-do, porque foi substituído pela in-dústria ou pelo atacadista. Já ocontribuinte substituto será o re-ceptor do dinheiro na fonte, que éa indústria ou atacadista.

Entre as propostas sugeridas aoCongresso estão o fim da substi-tuição tributária para empresas depequeno porte, unificação de obri-gações como FGTS e Caged, facili-tação da abertura e fechamento deempresas por meio de uma redeunificada, e o modelo simplificadode tributação para categorias deempreendedores com faturamen-to anual de até R$ 3,6 milhões.

FEMICRO

VA L D E M A RC O U T I N H O,presidente daFe m i c ro :“Sancionar umalei é importante,mas é precisoi m p l e m e n ta ressa legislação”

Justiça Tributária e acompetitividade das MPE

As micro e pequenas empresassão importantes para a economianacional, mas a sobrevivência decada uma depende da manuten-ção de sua competividade. E issonão está relacionado apenas à ges-tão das empresas, mas também àspolíticas públicas.

Para o presidente da Federaçãodas Entidades de Micro e Peque-nas Empresas do Espírito Santo(Femicro), Valdemar Coutinho, asubstituição é um “g a rg a l o ”.

“Com ela, o micro e pequenoempresário perde os benefícios deimpostos reduzidos, que são im-portantes já que ele compra poucoe muitas vezes para pagar depois.Com isso, compra mais caro e, nahora da venda, vende mais carotambém”, explica.

Segundo o advogado da Associa-ção de Comerciantes de Materiaisde Construção do Espírito Santo(Acomac-ES), Marcelo Alvarenga,a substituição tributária veio praficar. “O que a gente precisa brigaré para que sejam mantidas as con-dições de competitividade das mi-cro e pequenas empresas, princi-palmente no que diz respeito à in-cidência das alíquotas”, defende.

Por não concordar com a co-brança, a Acomac-ES entrou naJustiça e uma liminar suspendeutemporariamente a cobrança so-bre os materiais de construção pa-ra seus associados.

Ações com a abrangência nacio-nal também são realizadas. A Con-federação Nacional das Micro ePequenas Empresas e dos Empre-

endedores Individuais (Conampe)apresentou um projeto de lei que,segundo Marcelo, altera o Estatu-to da Micro e Pequena Empresa.Ele está sendo discutido no Sena-do e já foi aprovado na Câmara deDeputados. O projeto propõe a re-visão do estatuto de forma que fos-se esclarecida substituição tribu-tária.

Apesar das críticas, de acordocom a Secretaria de Estado da Fa-zenda do Espírito Santo a inclusãode produtos no regime de substi-tuição tributária não significa ne-cessariamente aumento de alíquo-ta e para os empresários inscritosno Simples Nacional, as tarifaspermanecem menores que as dasempresas de maior porte.

BU RO C R AC I ANa visão do presidente da Câ-

mara de Dirigentes Lojistas (CDL)de Vitória, Carlo Fornazier, outrofator que tem prejudicado a com-petitividade das micro e pequenasempresas hoje é o aumento da bu-rocracia para a manutenção dosn e g ó c i o s.

“Pela novas regras, as empresastêm que lançar informações, comde compra a e venda, em temporeal em um sistema eletrônico.Com isso, o custo para manteruma empresa aumentou também.O impacto foi maior nas micro epequenas, que tiveram que gastarcom contratação, capacitação e ásvezes até com equipamentos”, ex-plicou Carlo Fornazier.

KADIDJA FERNANDES - 05/05/2009

MATERIAL DE CONSTRUÇÃO: produtos desse segmento estão sujeitos à substituição tributária

SAIBA MAIS

O que é substituição tributária> A SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA é

quando o Estado cobra o imposto davenda do comerciante antes, ou se-ja, no momento em que a mercadoriasai da indústria. Isso faz do varejistao contribuinte substituído, porquefoi substituído pela indústria ou peloata c a d i s ta .

> NO REGIME, O IMPOSTOé cobrado noinício da cadeia do comércio, em vezde ser cobrado ao longo dela (indús-tria, distribuidor, vendedor, até oconsumidor final).

> É UM IMPORTANTE instrumento nocombate à sonegação de impostos,mas micro e pequenos empresários

Desafiospara ganharmais força

reclamam que, com ele, perdem a alí-quota diferenciada que teriam devi-do ao Simples Nacional.

> ENTRE AS MUITAS PROPOSTAS su -geridas ao Congresso Nacional, emBrasília, estão o fim da substituiçãotributária para empresas de peque-no porte.

T R I B U TAÇÃO

Produtos sujeitos à substituição“A inclusão no

Simples, que édefinida por atividade enão por faturamento, nãopermite que empresas detodas as atividadessejam beneficiadas“

> MATERIAL de limpeza> MATERIAL de construção> BEBIDAS FRIAS (como água mineral,

sucos, refrigerantes e cervejas)> BEBIDAS QUENTES (d e s t i l a d o s )> C O LC H Õ ES> C O M B U ST Í V E I S> PRODUTOS FARMACÊUTICOS (i n-

clusive medicamentos)> V E Í C U LO S> DERIVADOS DA FARINHA de trigo> RAÇÃO PET

> ÓLEOS COMESTÍVEIS ( i n c l u s i veazeites)

> D E R I VA D O Sdo fumo> AU TO P EÇAS> AÇ Ú CA R> S O RV E T ES> PNEUS E CÂMARAS DE AR> LÂMINAS DE BARBEAR> PILHAS E BATERIAS> LÂMPADAS E REATORES> DISCOS FONOGRÁFICOS> APARELHOS CELULARES

Page 7: A Tribuna - Caderno Especial

VITÓRIA, ES, SÁBADO, 05 DE OUTUBRO DE 2013 ATRIBUNA 7

Especial

Page 8: A Tribuna - Caderno Especial

8 ATRIBUNA VITÓRIA, ES, SÁBADO, 05 DE OUTUBRO DE 2013

Es p e c i a l

Microempreendedor individualPipoqueiros, artesãos,manicures e muitosoutros figuram na listade profissionais quemovimentam aeconomia do País

Sair de casa para ir à manicu-re ou ao barbeiro, no cami-nho comprar um pacote de

pipoca, não resistir àquela bijute-ria do vendedor ambulante e, aochegar em casa, ligar para o eletri-cista para consertar a fiação quedeu defeito.

Muitos não se dão conta quenessas atividades de rotina convi-vem com vários empresários, ter-mo que já não é exclusividade dequem comanda transações comer-ciais milionárias ou figura nasmanchetes da mídia econômica.

O pipoqueiro, a manicure, o ar-tesão e todos aqueles que, sozi-nhos, produzem, comercializam,trabalham e gerenciam seus negó-cios, são empreendedores indivi-duais, um percentual da popula-ção produtiva que cresce e movi-menta a economia capixaba e na-cional. Pessoas que saíram das es-tatísticas de desemprego e viramseus próprios patrões.

Antes consideradas bicos, hojesão muitas as atividades indivi-duais formalizadas que têmCNPJ, garantias, direitos legais,acesso ao microcrédito e apoio dopoder público, que cada vez maisreconhece e investe no potencial

dos empreendedores.São cerca de três milhões de Mi-

croempreendedores Individuais(MEIs) formalizados no Brasil e80 mil no Espírito Santo, que só dejaneiro a maio de 2013 contabiliza2.005 novos registrados em todosos municípios do Estado, um cres-cimento de 22% em relação aomesmo período do ano anterior.

Mesmo positivos, os númerosnão conseguem mensurar os re-sultados e o sucesso de quem en-

controu no próprio esforço o seusustento. João Paulo Laurentino éum dos muitos vendedores decangas que circulam pela Praia doMorro, em Guarapari. Mas chamaa atenção por dois motivos: o sor-riso de satisfação e a placa anun-ciando que aceita pagamento comcartões de crédito.

Há 15 anos trabalhando comovendedor ambulante, em 2012 re-solveu formalizar o negócio que re-cebeu o nome fantasia de Gabi Mo-

das, em homenagem à filha.“Aproveitei um projeto do gover-

no para me regularizar, ter créditoe garantir o estoque para o verão. Éuma segurança”, disse Laurentino.

Os seis quilômetros de ida e vol-ta puxando o pesado carrinho pe-las areias não desanimam esse tra-balhador, orgulhoso de ter a praiacomo escritório, capixabas e turis-tas felizes como clientela, a simpa-tia como marketing e a si mesmocomo patrão.

ANA PAULA HERZOG

JOÃO PAULOL AURENTINOé um dos muitosvendedores decangas quecirculam pelaPraia do Morro,em Guarapari.Há 15 anost ra b a l h a n d ocomo vendedorambulante, em2012 resolveuformalizar seunegócio. “Euaproveitei umprojeto dogoverno parame regularizar,ter crédito egarantir oestoque para overão. É umas e g u ra n ç a ”,contou

Até R$ 60 mil de faturamento anualÉ considerado Microempreen-

dedor Individual (MEI) a pessoaque trabalha por conta própria etem faturamento de até R$ 60 milpor ano e não tem participação em

outra empresa como sócio ou titu-lar. O MEI pode ter um emprega-do contratado que receba o saláriomínimo ou o piso da categoria.

O diretor da Agência das Micro e

Pequenas Empresas e do Empre-endedorismo (Aderes), Paulo Bar-bosa, comenta que entre as modali-dades dos pequenos negócios, quetambém incluem, de acordo com o

faturamento, microempresas e em-presas de pequeno porte, os MEIsapresentam o maior crescimento.

Os governos federal e estaduais,além de algumas administraçõesmunicipais, se empenham em tor-nar o ambiente cada vez mais favo-rável para o surgimento e manu-tenção dos MEIs. No Brasil, sãocerca de três milhões de empreen-dedores individuais formalizadose mais de 80 mil no Espírito Santo.

A Lei Complementar 128, de2008, criou condições especiaispara deixar a informalidade e con-quistar registro no Cadastro Nacio-nal de Pessoas Jurídicas (CNPJ), oque facilita a abertura de contabancária, pedido de empréstimos eemissão de notas fiscais.

Outra vantagem é o cadastro noSimples Nacional, que representaa isenção dos tributos federais(Imposto de Renda, PIS, Cofins,IPI e CSLL).

O valor fixo mensal pago por es-s e s e m p r e e n d i m e n t o é d eR$ 34,90 (comércio ou indústria),R$ 38,90 (prestação de serviços)ou R$ 39,90 (comércio e serviços),destinado à Previdência Social e aoICMS ou ao ISS, quantias reajusta-das anualmente, de acordo com osalário mínimo.

Essas contribuições garantembenefícios como auxílio-materni-dade, auxílio-doença, aposentado-ria, entre outros.

ADERES

PAULO BARBOSA é diretor da Agência das Micro e Pequenas Empresas e do Empreendedorismo (Ade re s )

ALESSANDRA TONINI

P O RTA L traz mais informações

SAIBA MAIS

Agentes cadastrados1 PARA FORMALIZAR um negócio co-

mo microempreendedor, os interes-sados devem procurar um dos diversosagentes cadastrados, como Aderes,agências do Nosso Crédito, Sebrae, pre-feituras e outros órgãos, ou através doPortal do Empreendedor na internet.

2 OS DOCUMENTOS NECESSÁRIOSsão CPF, identidade, comprovante

de residência e título de eleitor.

3 NÃO PODEM SE CADASTRAR pes -soas que já recebam algum bene-

fício do governo ou sejam sócias de al-guma empresa.

4 APÓS O CADASTRAMENTO do Mi-croempreendedor Individual, o

CNPJ e o número de inscrição na Jun-ta Comercial são obtidos imediata-mente, não sendo necessário encami-nhar nenhum documento (e nem suacópia anexada) à Junta Comercial.

5 APÓS A FORMALIZAÇÃO, o empre-endedor terá o seguinte custo:

> PARA A PREVIDÊNCIA: R$ 33,90 pormês (representa 5% do salário míni-mo que é reajustado no início de ca-da ano)

> PARA O ESTADO: R$ 1 fixo por mês, sea atividade for comércio ou indústria

> PARA O MUNICÍPIO: R$ 5 fixos pormês, se a atividade for prestação deser viços.

MAIS INFORMAÇÕES: www.portaldoempre -e n d e d o r. g o v. b r

Page 9: A Tribuna - Caderno Especial

VITÓRIA, ES, SÁBADO, 05 DE OUTUBRO DE 2013 ATRIBUNA 9

Es p e c i a l

Incentivo a novas associaçõesA Femicro tem atuadono incentivo de criaçãode novas associações,que podem serpor atividade outambém por região

Entre os micro e pequenos ne-gócios, o velho e sábio ditado“a união faz a força” é muito

levado a sério e uma das apostasdo segmento para garantir maisrepresentatividade é o associati-vismo empresarial.

A Federação das Micro e Peque-nas Empresas (Femicro) tem atua-do no incentivo de criação de no-vas associações que podem ser poratividade ou ainda por região. Nosegundo caso, explica o secretário-geral da Femicro, Hugo Tofólio,um dos objetivos é também fo-mentar o comércio e a economiade determinados bairro e áreas, co-mo promoções e ações conjuntas.

Este ano já foram criadas quatronovas associações em Vitória, trêsem bairros e uma dos vendedoresda feira da Praça dos Namorados.Na serra foram mais três associa-ções e algumas no interior.

“As associações visam reunir in-formações para garantir direitos.

Hoje 90% das multas que os em-presários pagam, algumas até in-devidas, poderiam ser evitas cominformações”, adverte Tofóli.

A Femicro disponibiliza acom-panhamentos jurídico e contábilpara as associações e, no que se re-

fere ao preparo e capacitação dosgestores, conta com uma parceiracom a Aderes.

O diretor da agência, Odmar Pé-ricles, comenta que o apoio tantodo associativismo como do coope-rativismo tem sido uma das priori-

dades da política do governo doEstado de incentivo aos micro epequenos empresários.

A Unicafes, União Nacional daAgricultura Familiar e EconomiaSolidária, tem cerca de seis mil co-operados, inclusive três cooperati-

vas de crédito. A presidente JeaneAlbani Trevizano cita alguns casosde sucesso, como a cooperativados produtores rurais de SantaMaria de Jetibá, que tem se desta-cado no fornecimento de produtospara merenda escolar.

FÁBIO NUNES

NESTE ANO FORAM CRIADAS quatro novas associações em Vitória. Uma delas é a dos vendedores da feira da Praça dos Namorados

Page 10: A Tribuna - Caderno Especial

10 ATRIBUNA VITÓRIA, ES, SÁBADO, 05 DE OUTUBRO DE 2013

Es p e c i a l

Capacitação para mais de 10 milEstado oferececursos de graça paraempreendedores.Até 2014, serãocapacitados mais 10 milmicroempresários

Os muitos representantes dosetor das micro e pequenasempresas são unânimes em

apontar a capacitação como dosprincipais fatores responsáveis pe-lo sucesso de um negócio, um dife-rencial na batalha pelo sucesso.

Para quem quer se qualificarpara aprimorar os conhecimen-tos, técnicas de gestão e enfren-tar a concorrência, são muitas asopções de cursos, palestras e ofi-cinas, concebidos e elaboradospara atender casos específicos.

O governo do Espírito Santo,por meio da Agência de Desen-volvimento das Micro e Peque-nas Empresas e do Empreende-dorismo (Aderes), inaugurou es-te ano o Centro de Capacitaçãodo Empreendedor, que funcionaem Maruípe, Vitória.

Os cursos são gratuitos e, só em2013, vão somar mais de sete milcapacitações para empreendedo-res de todo o Estado. O objetivo équalificar, até 2014, mais de 10mil microempresários nas diver-

sas áreas do mercado e desenvol-ver os pequenos negócios, alémde fomentar a cultura associati-vista entre os empresários.

“O Espírito Santo oferece mui-tas oportunidades de empreende-dorismo. Mas, é preciso diminuira informalidade e criar condiçõespara as empresas crescerem e au-mentarem as chances de sobrevi-vência dos pequenos empreendi-me nt os ”, destaca Pedro Rigo, di-retor-presidente da Aderes.

A iniciativa é resultado de umconvênio com o Instituto Sindimi-cro e tem o apoio da Femicro-ES.

A gerente de Micro e PequenasEmpresas da Aderes, Leonina Ela-cher, explica que os cursos aten-dem desde necessidades básicaspara o funcionamento de uma pe-quena empresa até as mais novastendências de mercado para incre-mentar um negócio.

ADERES

PALESTRA realizada no Centro de Capacitação do Empreendedor, que funciona em Maruípe, Vitória

Cursos para todos os perfisEm um universo empresarial

tão democrático, os cursos de qua-lificação atraem os mais diferentesperfis de público.

A gerente de Micro e PequenasEmpresas da Aderes, Leonina Ela-cher, comenta que algumas pes-soas, mesmo com baixa escolarida-de, quando percebem a facilidadedos programas – sem custos e for-mulados para atender as necessi-dades básicas dos empreendimen-tos – , esquecem os constrangi-mentos e abraçam a oportunidade.

“Tem o caso de uma empreen-dedora de Cariacica que, depois daprimeira capacitação, não paroumais e fez várias outras. E o em-

preendimento não parou de cres-cer ”, lembra a gerente da Aderes.

Mesmo quem conquistou diplo-mas no meio acadêmico não dis-pensa o apoio especializado. Fer-nando Lazzarini, graduado emDesenho Industrial, com pós emAdministração em Marketing, op-tou pelo programa Sebrae Maispara fortalecer seu negócio, no ra-mo de alimentação.

Além de aprimorar conheci-mentos, a convivência com em-presários de outros setores enri-queceu a experiência.

“Essa interação amplia os ângu-los de visão”, avalia o empresário,que também menciona a partici-

pação do Agente Local de Inova-ção que acompanhou de perto odesenvolvimento do curso.

No interior do Estado tambémsão muitas as oportunidades deaprimorar os conhecimentos. Oprojeto Comércio Total, uma par-ceria entre Aderes e Sebrae, ofere-ce palestras nos municípios capi-xabas e 71 já foram beneficiados, oque soma um total de 16.550 em-preendedores atendidos pelo pro-g ra m a .

De acordo com Leonina, a partirda formalização dos seus negócios,os novos empresários já se preocu-pam em se qualificar para compe-tir no mercado.

ADERES

E M P R E E N D E D O R ES de Apiacá são capacitados em palestra do Comércio Total, em parceria com o Seb ra e

STOCK EXCHANGE

NOVAS tecnologias entre os cursos

SAIBA MAIS

Gestão financeira e de estoqueTemas dos cursos> CAMINHOS para a formalização de

um negócio> E N Q UA D R A M E N TO t r i b u tá r i o> SIMPLES Na c i o n a l> IN TROD UÇÃO à gestão financeira

aplicada aos pequenos negócios> I N T R O D U ÇÃO à legislação trabalhista> NOVAS TECNOLOGIAS e internet> E- MA RK ET I NG aplicado aos peque-

nos negócios> I N TR O D U ÇÃO à contabilidade e às

obrigações acessórias> LEGISL AÇÃO ambiental, sanitária e

urbana aplicada ao funcionamentodos pequenos negócios

> ASSOCIATIVISMO como ferramentade construção coletiva

> F I D E L I Z AÇÃO de clientes> G ESTÃO de estoque> C O M P O S I ÇÃO de preço de venda> M E R CA D O de cartões de crédito apli-

cado aos pequenos negócios> GESTÃO financeira aplicada ao cor-

reto uso do crédito> DICAS de comercialização, apresen-

tação pessoal e melhoria da loja> COMO PARTICIPAR de compras go-

ve r n a m e n ta i s> I NTRO DUÇÃO para participação em

pregão eletrônico> COMO INOVAR meu negócio: O se-

gredo para o sucesso> PL ANO de negócios> A IMPORTÂNCIA do associativismo> A D M I N I ST R AÇÃO de associações> I N T R O D U ÇÃO à elaboração de proje-

tos e gestão de convênios> C OAC H I N G

Mais informaçõessobre palestras dec a p a c i ta ç ã o> QUEM OFERECE: Centro de Capaci-

ta ç ã o do Empreendedor> CURSOS GRATUITOS> ENDEREÇO: Avenida Marechal Cam-

pos, nº 180, sala 101-B, bairro Conso-lação, Vitória

> SITE: www.sindimicro - es.com.br> TELEFONE: 3 3 3 2-2 8 4 9

“É precisodiminuir a

informalidade e criarcondições para asempresas crescerem eaumentarem as chancesde sobrevivência”Pedro Rigo, diretor-presidenteda Aderes

Page 11: A Tribuna - Caderno Especial

VITÓRIA, ES, SÁBADO, 05 DE OUTUBRO DE 2013 ATRIBUNA 11

Especial

Page 12: A Tribuna - Caderno Especial

12 ATRIBUNA VITÓRIA, ES, SÁBADO, 05 DE OUTUBRO DE 2013

Es p e c i a l

Planejamento para alcançar lucroEspecialistas explicamque antes de iniciarqualquer negóciode sucesso é precisoter um plano claro,objetivo e detalhado

Na hora de abrir um negócio,o capixaba está cada vezmais criativo e com senso

de oportunidade. Essa atitudeconfere ao Estado, segundo dadosdo Sebrae, a sexta melhor taxa desobrevivência entre as micro e pe-quenas empresas brasileiras.

Mas, em um mercado exigente ecompetitivo, mesmo ótimas ideiasnão garantem sucesso a longo pra-zo sem planejamento.

Um erro fatal, apontam os espe-cialistas, é passar à categoria depessoa jurídica e continuar a pen-sar como pessoa física e misturaras despesas e receitas da empresacom contas pessoais.

A gerente de acesso a serviços fi-nanceiros do Sebrae, Alline Zano-

ni, comenta que um desafio co-mum à maioria dos pequenos em-presários é saber quanto devemretirar por mês.

“Se todo lucro vai parar no bolsodo dono, a empresa fica sem inves-timentos. O pró-labore deve ser osalário do empresário. Esse valordeve ser definido conforme a fun-ção que ele exerce. Se você fossecontratar alguém para a sua fun-ção, quanto pagaria?”, aconselhaA l l i n e.

Mas antes de falar em lucro oupró-labore, é preciso ter certeza deque uma atividade é viável e, paraisso, é fundamental que o empre-endedor realize uma pesquisaaprofundada sobre o ramo deatuação e também um planeja-mento para iniciar o futuro em-p re e n d i m e n t o.

“É preciso ter um plano claro,objetivo e detalhado antes de rea-lizar qualquer ação ou investimen-to, seja de tempo ou de dinheiro.Caso contrário, a empresa que estácomeçando ou expandindo ficaextremamente exposta ao fatorsorte”, avalia a gerente do Sebrae.

SEBRAE

PARA ALLINEZANONI,re p re s e n ta n t edo Sebrae,qualidade, bomser viço,inovação epreço sãofatores - chavepara o sucessoem umambientec o m p e t i t i vo

ACERVO PESSOAL

ELIMAR PEREIRA em sua pizzaria: empresário atende 1,2 mil clientes por semana e já pensa em expandir o negócio

Produtos e projetos paraauxiliar empreendedores

São muitos os questionamentosde quem pretende abrir, gerenciar,ampliar ou investir em um negó-cio, mas quando surgem as dúvidasuma coisa é certa: é hora de procu-rar ajuda. A boa notícia é que váriasentidades apoiam a criação e ma-nutenção das pequenas e microempresas. São especialistas queoferecem informação e conheci-mento, importantes recursos nabatalha pelo sucesso.

O Sebrae possui diversos produ-tos e projetos com o objetivo de au-xiliar e orientar aos empreendedo-res, como Consultoria Gerencial,que visa a promoção de melhoriasna gestão, e Plano de Negócios, quereúne informações sobre caracte-

rísticas, condições e necessidadesdo futuro empreendimento, anali-sando o potencial e a viabilidade.

O ex-vendedor de cachorroquente, Elimar Pereira, é dono daPizzaria Big Brother, em Cobilân-dia, há 15 anos. Ele mudou de ativi-dade quando teve acesso à qualifi-cação profissional.

“Depois de uma enchente queafetou o bairro, uma equipe do Se-brae ofereceu apoio para os co-merciantes. Aproveitei e fiz várioscursos, que até hoje me ajudam ame manter no mercado”, conta oempresário, que atende cerca de1,2 mil clientes por semana e jápensa na expansão do negócio.

A Agência de Desenvolvimento

das Micro e Pequenas Empresas edo Empreendedorismo (Aderes)também atua no fortalecimento dosetor com cursos, atendimentos,orientações, eventos e outrasações que promovem a desburo-cratização de procedimentos delegalização para aproximar os pe-quenos negócios dos mercadosp o t e n c i a i s.

Para o presidente da Aderes, Pe-dro Rigo, o empenho do governo ede parceiros no desempenho dasmicro e pequenas empresas, alémde gerar oportunidades de empre-go e sustento para muitos cida-dãos, fortalece um setor que muitocontribui para o desenvolvimentoeconômico do Estado e do País.

BIANCA PIMENTA - 18/09/2008 Inovar e atender bem,as chaves do sucesso

A cabeleireira Mônica SantoriniGomes chegou a ter seu própriosalão e, empolgada com o fatura-mento em determinadas datas,contratou duas funcionárias semlevar em conta a sazonalidade donegócio, que em determinadosdias da semana e períodos do anotinha mais demanda. Hoje, voltoua atender as clientes nos seus do-micílios e estuda outra oportuni-dade para abrir um novo salão.

As atuais conjunturas econômi-cas, com grande oferta de produtose serviços, exige ainda mais aten-

ção dos empreendedores para en-frentar a concorrência. Alline Za-noni, gerente de acesso a serviçosfinanceiros do Sebrae, aponta quequalidade, bom serviço, inovação epreço são fatores-chave para o su-cesso em ambiente competitivo.

“As novas formas de competiçãoincluem a capacidade para desen-volver produtos com melhoresprojetos e fornecê-los mais rapi-damente. O objetivo é aumentar aoferta de vantagens e construir umrelacionamento mutuamente van-tajoso com o cliente”, concluiu.

STOCK EXCHANGE

CÁ LC U LO S : umdesafio comumà maioria dospequenosempresários ésaber quantodevem retirarpor mês

JOVENS EMPREENDEDORES: boas ideias têm que estar associadas a planejamento e visão empresarial

10 DICAS IMPORTANTES

Controlar estoque e investir em formação1 Planeje-se sempre2 Respeite sua capacidade financei-ra3 Não misture as finanças da empre-sa com finanças pessoais4 Fique de olho na concorrência

5 Prospecte novos fornecedores6 Tenha controle do seu estoque7 Marketing não se resume a anúncio,invista em outras estratégias8 Inove mesmo que seja um produ-to/serviço de sucesso

9 Invista sempre na formação empre-sarial10 Seja fiel aos seus valores e do seunegócio.

Fo n t e : Se b ra e

Page 13: A Tribuna - Caderno Especial

VITÓRIA, ES, SÁBADO, 05 DE OUTUBRO DE 2013 ATRIBUNA 13

Es p e c i a l

Empreendedorismo no campoO agronegócioresponde por 30% doProduto Interno Brutodo Estado. E pequenosprodutores têm grandepar ticipação

Quando se fala em empresas,mesmo sendo micro ou pe-quenas, se pensa nas cida-

des, áreas urbanas, mas setor ruralé também um terreno fértil para ocrescimento de novos empreendi-mentos. O agronegócio respondepor 30% do Produto Interno Bruto(PIB) do Espírito Santo e os pe-quenos produtores são responsá-veis, proporcionalmente, por boaparte desses resultados.

Pensando nesse potencial, o go-verno do Estado, através Agênciade Desenvolvimento das Micro ePequenas Empresas e do Empre-endedorismo (Aderes), lançou oPlano Estadual de Desenvolvi-mento da Agroindústria Familiar edo Empreendedorismo Rural –Ag ro l e g a l

O diretor de Economia Solidáriada Aderes, Odmar Péricles, explicaque o objetivo do Plano é promo-ver o desenvolvimento dos empre-endimentos rurais, possibilitar aosagricultores familiares a agregaçãode valor à produção primária pormeio da agroindustrialização.

“São muitas as formas de em-preender no campo, por isso pre-cisamos estimular a formalizaçãopara ampliar seus canais de co-mercialização e melhorar a rendae as condições gerais de vida desuas famílias”, avalia Péricles.

O governador do Estado, RenatoCasagrande, ressaltou a capacida-de dos pequenos negócios de sepulverizarem por todos os setoresda economia capixaba, em especialno campo. Sob a coordenação daAderes, várias pastas do governo,como Seag, Idaf, Incaper, Sesa eoutras estão envolvidas nas açõesvoltados para o fortalecimento dosa g ro n e g ó c i o s.

“As agroindústrias familiares re-presentam a imensa maioria deprodutores rurais no Espírito San-to e este segmento tem um papelcrucial no dinamismo econômicodos municípios”, acrescenta Casa-g ra n d e.

Os produtores rurais podemtambém comemorar uma boa no-tícia que vem do governo federal.

É que a Câmara dos Deputadosaprovou uma proposta que garanteaos agricultores familiares a per-manência como segurados espe-ciais da Previdência Social, mesmoquando abrirem uma microempre-sa para trabalharem com agroin-dustrialização, beneficiamento, ar-tesanato ou turismo rural.

Atualmente, o produtor ruralque abrir um negócio perde os di-reitos previdenciários especiais.Isso é muito ruim para o agricul-tor, que conta hoje com um trata-mento específico pela Previdênciana aposentadoria, além de pagaruma contribuição muito maior, in-formou Pedro Rigo, diretor-presi-dente da Aderes.

JULIO HUBER - 05/09/2013 NILO TARDIN - 24/02/2013

Novas ideiasAs amigas Patrícia

Tesch, 22 anos, eLuciene Laurett, 24,de Santa Maria deJetibá, que traba-lham em plantaçõesna propriedade dasfamílias, estão sequalificando paraimplementar novasideias nos sítios.

Luciene, que con-cluiu o curso de tec-nólogo em silvicultu-ra, pretende implan-tar um sistema deagrofloresta na pro-priedade da família.

A jovem Patríciatambém ajuda a fa-mília no plantio detomate, pepino, re-polho, vagem, ce-noura, alface, tem-peros e outras cul-turas orgânicas pro-duzidas na proprie-dade.

“Quero aprimoraro que fazemos nanossa propriedade”,afirma Patrícia, for-mada no curso téc-nico de qualificaçãoem hortifruticulturao rgâ n i c a .

Produção de 100 mil rosas por mês Safra de 15 mil litros de vinhoDa uva até a safra de 15 mil litros de vinho anuais, o

caminho foi traçado com cuidados profissionais quetornaram a Vinícola Romanha, no Vale do Caravag-gio, em Santa Teresa, um exemplo de dedicação aosnegócios agrários desenvolvidos por Steven Roma-nha Fontana, de 22 anos.

As vendas de balcão de massas caseiras, linguiça,doces, compotas, jabuticaba, laranja e aguardente,além dos licores de sabores exóticos, são outra fontede renda da propriedade que está nas mãos da fa-mília há 130 anos.

Atualmente, mais de 300 propriedades tra-balham com produção de flores em vários mu-nicípios capixabas, principalmente da regiãoserrana. Alguns produtores já são considera-dos os reis das flores no Estado, como é o casode Francisco Darcy Vinco, 49, e a sócia, Sâ-mella Roberte Carias Reis, 26, que são osmaiores produtores de rosas do Estado.

Em média, a propriedade Viçosa Floricultu-ra, em São José do Alto Viçosa, Venda Nova do

Imigrante, produz 100 mil rosas por mês. A in-tenção dos sócios é chegar a 240 mil rosas pormês até 2014, o que significa quase 3 milhõesde rosas por ano. Para isso, eles planejam au-mentar a área plantada dos atuais 57 mil pésde rosas para quase 100 mil plantas.

“Cultivava verduras, mas tive três grandesprejuízos e recebia proposta de iniciar o plan-tio de flores em sociedade com o pai de Sâmel-la, e não me arrependo”,contou Francisco.

CASOS DE SUCESSOJULIO HUBER - 23/02/2013

Page 14: A Tribuna - Caderno Especial

ATRIBUNA VITÓRIA, ES, SÁBADO, 05 DE OUTUBRO DE 201314 VITÓRIA, ES, SÁBADO, 05 DE OUTUBRO DE 2013 ATRIBUNA 15

Especial Especial

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ATRIBUNA VITÓRIA, ES, SÁBADO, 05 DE OUTUBRO DE 201314 VITÓRIA, ES, SÁBADO, 05 DE OUTUBRO DE 2013 ATRIBUNA 15

Especial Especial

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16 ATRIBUNA VITÓRIA, ES, SÁBADO, 05 DE OUTUBRO DE 2013

Es p e c i a l

Do EspíritoSanto parao mundoO artesanato capixabarompeu fronteiras eganhou outros países.A Aderes tem umaagência voltada parafortalecer o segmento

O artesanato, que já foi consi-derado coisa de hippies,distração de senhoras ido-

sas com tempo disponível, hobbyou terapia ocupacional, hoje é si-nônimo de bons negócios e fontede renda de muitas famílias.

Bastou juntar o talento e criati-vidade ao planejamento, orienta-ções e apoio para mãos habilidosaspassarem também a manusear asnotas do rendimento do seu traba-lho, não só de real, mas de dólar,euro e outras moedas.

O artesanato capixaba rompeufronteiras e ganhou o mundo. Apaneleira Berenícia Correa foiconvidada para participar de umaexposição na Organização das Na-ções Unidas (ONU), nos EstadosUnidos, para mostrar um poucomais do utensílio que dá todo ocharme à moqueca capixaba.

Problemas de saúde e com o vis-

ADERES

A PANELEIRA BERENÍCIA foi convidada para participar de uma exposição na ONU, nos Estados UnidosADERES

A ADERESCRIOU umplano dec o m e rc i a l i z a ç ã odo artesanatocapixaba epretende fazerum centro paraa venda dessesp ro d u t o s

Desburocratização e apoioinstitucional aos artesãos

Em tempos de industrialização,o processo artesanal representaum diferencial em relação à pro-dução em larga escala, peças úni-cas feitas sob o olhar atento docriador. Mas, para isso realmenteagregar valor aos produtos, é pre-ciso avaliar vários fatores e investirem qualidade.

Na praia, no campo ou na cida-de, é difícil resistir aos encantos debijuterias, roupas, peças decorati-vas, utensílios do artesanato capi-xa b a s.

Mas o diretor da Aderes, PauloBarbosa, explica que até os artistasque criam por inspiração precisampensar em estoque, embalagensadequadas, locais propícios à ven-da, preços competitivos e muitom a i s.

A Federação de Artesanato Ca-pixaba tem 12 mil artesãos cadas-trados e cinco a seis mil são em-preendedores individuais ou mi-croempresários graças à desburo-cratização do processo de formali-zação e ao apoio institucional.

O Espírito Santo está tão inseri-do nesse contexto que vai sediar o6º Congresso Nacional do ArtesãoTrabalhador do Brasil, que serárealizado em novembro com aparticipação de 800 representan-tes de todo o País.

Maria das Graças Reis Costa,presidente da federação, disse queo Estado é referência nacional e noex t e r i o r.

“O capixaba César Wesley, doNúcleo da Taboa, ganhou um prê-mio da Unesco. Hoje, em todos oslugares que vamos, nas feiras eeventos que participamos, nossotrabalho é reconhecido”, afirma.

Muitos artesãos que viviam da

venda de algumas poucas peças emtempos de festas ou datas come-morativas estão abrindo oficinas eateliers, até contratando pessoas.

Tudo isso contando com asorientações e cursos de capacita-ção oferecidas para o setor.

“Tem gente que ministra aulas ecursos para ensinar suas técnicas”,comemora a presidente da federa-ç ã o.

ADERES

PEÇAS FEITAS COM PALHA de café são destaques do artesanato capixaba

Atendimento exclusivoem salões de beleza

Para firmar parcerias e ajudar nacapacitação técnica dos cabelei-reiros, a Gude, empresa especiali-zada em cosméticos para os cabe-los, trabalha com atendimento ex-clusivo a salões de beleza.

A empresa localizada em Itabu-na, no bairro Mestre Álvaro, Serra,está no mercado há cinco anos eatende diretamente os salões debeleza, com produtos para o trata-mento dos fios na linha profissionale manutenção na linha cliente.

Segundo o sócio-proprietário daempresa, Hercule Frison, apesarda Gude possuir uma linha de pro-dutos destinada ao consumidor fi-nal, esses só podem ser adquiridosnos salões de beleza, que possuemexclusividade na venda.

“A empresa dispõe de uma equi-pe capacitada para atender às ne-cessidades dos clientes, um servi-ço de entrega rápido e ótimas con-dições de pagamento”, afirmou.

A Gude ainda promove eventosfrequentes, em que oferece cursosde aplicação de técnicas e proces-sos químicos, para melhorar oaprendizado dos cabeleireiros.

“Nossos produtos buscam facili-tar o trabalho do profissional dosalão”, explicou Hercule.

O próximo evento acontece nes-ta segunda-feira, no hotel Aruan,na Praia de Camburi, em Vitória.

Ainda de acordo com Hercule, aempresa, que tem como foco aGrande Vitória, está se expandin-do e já conta com representantesem Colatina e outras cidades forado Estado, como Fortaleza, Araca-ju e alguns lugares da Bahia.

A Gude conta também com umarevista para maiores informaçõespara os cabeleireiros e detalhesdos produtos, a Gude News, quepossui publicação bimestral.

Para informações sobre os pro-dutos e eventos da Gude, que pos-suem vagas limitadas, pelo telefo-ne 3228-1678.

GUDE COSMETICOS

PRODUTOS para cabelos

to impediram a artesã, que há 41anos produz panelas de barro, deestar no evento, mas não diminui oorgulho do reconhecimento inter-nacional dessa tradição capixaba.

Valdete Reis, de Rio Novo do Sul,faz trabalho com a palha do café,material descartado que vira arran-jos de mesa, porta-retratos, frutei-ras e outras obras que foram pararem exposições nos Estados Unidose França. A artesã já foi a Moçam-bique expor seus trabalhos.

Valdete agradece ao Sebrae e àAderes, fundamentais na divulga-

ção e inserção do artesanato capi-xaba no mercado. “Eu moro emRio Novo do Sul, na área rural. Se-ria difícil as pessoas me descobri-rem aqui sem esse apoio”, comen-ta a artesã.

Hoje, ela fornece peças para aTok & Stok, uma grande rede na-cional de decoração. A oportuni-dade surgiu em uma Rodada deNegócios em uma feira em Forta-leza, Ceará – participação viabili-zada pela Aderes e pelo Sebrae.

O diretor da Aderes, Paulo Bar-bosa, explica que a agência que

tem um trabalho voltado para for-talecer o segmento.

“Criamos um plano de comer-cialização do artesanato capixabae queremos criar um centro para avenda dos produtos, além de espa-ços no aeroporto, o que já estamosnegociando com a Infraero, noshotéis, pontos turísticos. Tambémlevamos o artesanato em todos oseventos que o Estado participa”.

Barbosa reforça que apoiar o ar-tesanato, mais do que gerar renda,é investir no turismo e reforçar aidentidade cultural capixaba.

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VITÓRIA, ES, SÁBADO, 05 DE OUTUBRO DE 2013 ATRIBUNA 17

Es p e c i a l

Startups inovam os negóciosSão empresas emqualquer área deatividade, com grandesideias e potencial decrescimento, mas queenvolvem tecnologia

Elas explodiram e chamarama atenção do mundo no Valedo Silício, na Califórnia

(EUA), e hoje estão em todo o pla-neta. São as startups, termo quesignifica começar algo e se refere aempresas jovens e inovadoras emqualquer área ou ramo de ativida-d e.

São empreendimentos que pro-curam desenvolver um modelo denegócio escalável, ou seja, com po-tencial de crescimento sem neces-sidade de grandes somas de capitalou muitos funcionários, mas combastante tecnologia envolvida.

Quase todo mundo utiliza servi-ços dos empreendimentos que co-meçaram nesse modelo empresa-rial, como Google, Apple, Yahoo!,Buscapé, Facebook – criado porMark Zuckerberg – e outros quesurgiram oferecendo produtos ouserviços que ninguém realmenteprecisava, mas hoje não vive sem.

Mas, para ser uma startup não énecessário oferecer apenas servi-ços ou produtos ainda não dispo-

níveis no mercado.O diretor executivo da Start You

Up, Marcílio Riegert, explica que,às vezes, isso pode ser um risco.“Um dos pontos mais importanteé tornar a experiência do usuáriomelhor. Se é algo totalmente novo,corre o risco de não emplacar.Mas, ao mesmo tempo, pode mu-dar a cultura, como foi o caso doG o o g l e.”

A Start You Up é uma acelerado-ra de startups, empresa que ajudaa desenvolver esses novos negó-cios e a prospectar investimentos.

“Temos um banco de dados comcerca de 200 projetos de startups,80% capixabas, mas também deoutros estados e países, como Por-tugal e Índia”, contou Marcílio.

O assessor especial da Agênciade Desenvolvimento das Micro ePequenas Empresas e do Empre-endedorismo (Aderes), Luiz FelipeSardinha, destaca que o estoque deconhecimento é o bem mais valiosodas startups. “E o Estado dispõe deleis de incentivo à inovação e proje-tos de parques tecnológicos, o quedará sustentação a esses projetos”.

Segundo Luiz Filipe, é importan-te contar com o apoio de entidadesespecializadas como Aderes, Se-brae e outras que oferecem váriosrecursos que podem ajudar a viabi-lizar esses novos negócios. Afinal,as empresas não sobrevivem semplanejamento e informação.

REUTERS - 04/04/2013

MARKZUCKERBERG,CRIADOR DOFACEBOOK ,é um exemplomundial dei n ova ç ã o .E m p re s acresceu semnecessidade degrandes somasde capital oumuitosfuncionários,mas comb a s ta n t etecnologiae n vo l v i d a

Exemplo de sucesso no EstadoApesar dos riscos, apostar nas

startups tem representado lucros.O Brasil conta hoje com mais de 10mil empresas de inovação tecnoló-gica, que em 2012 movimentaramcerca de R$ 1,7 bilhão. Os nichosmais explorados são mobile (apli-cativos), segurança e e-commerce.

Há exemplos de sucesso de star-tups no Estado. A Wine, lançadana internet em 2008, é hoje amaior loja de vinhos da AméricaLatina e segundo maior e-com-merce do setor no mundo.

Os empresários Rogerio Salumee Anselmo Endlich utilizaram suas

observações e experiências nessemercado para descomplicar acompra de vinhos e oferecer maiscomodidade aos clientes, ponto departida para a empresa decolar.

Hoje, a loja virtual conta commais de 70 mil clientes ativos emtodo o País.

Page 18: A Tribuna - Caderno Especial

18 ATRIBUNA VITÓRIA, ES, SÁBADO, 05 DE OUTUBRO DE 2013

Es p e c i a l

Passos paraabrir umae m p re s aHá coisas que você nãopode deixar de pensarna hora de montar umnegócio. Com a ajudada internet é possívelagilizar as etapas

Seja para formalizar um ne-gócio que já existe ou paracriar uma nova empresa, a

diminuição da burocracia tem es-timulado as pessoas a buscar aabertura formal de seus negócios.

A internet se tornou uma grandealiada nesse processo de desburo-cratização e agilização.

Além de poderem fazer on-lineas solicitações para a constituiçãode uma empresa, os empreende-dores também podem utilizar a re-de mundial de computadores paraencontrar fornecedores e clientesem potencial e pesquisar sobre aviabilidade de seus negócios.

Esses pontos devem ser bem ana-lisados antes de se tomar a decisãode iniciar um negócio.

Segundo o secretário de Desen-volvimento Econômico da Serra,Everaldo Colodetti, é importanteque a pessoa tenha esquematizadoo que precisará fazer para que oempreendimento dê certo.

“É importante que a pessoa façaum estudo do mercado para saberse há condições para atuar do mo-do que pensou. É preciso analisar aviabilidade do negócio no local es-colhido, o que inclui saber se o es-paço permite uma possível expan-são e se os clientes terão acesso fá-cil ao local”, afirma.

De acordo com Colodetti, pen-sar nos recursos financeiros que

serão utilizados também é umamedida importante.

“Para comprar equipamentos emáquinas, é interessante buscar fi-nanciamentos. Hoje, quando setrata de investimentos, eles têmjuros compatíveis, que tornam oempréstimo possível de ser honra-do. O capital que a pessoa já tiver,indico que seja usado para a com-pra de matéria-prima e tambémpara dar crédito para os clientes.Vender a prazo é um diferencialque pode garantir o sucesso do ne-gócio”, destaca.

FO R M A L I Z AÇÃOTer acesso facilitado a esses em-

préstimos é uma das vantagensque tem estimulado empreende-dores a buscar a formalização.Formalizados, eles também po-dem tirar o Cadastro Nacional dePessoa Jurídica (CNPJ) e passar aemitir notas fiscais. Com isso, am-pliam suas vendas e podem aten-der, inclusive, ao governo.

Os ligados formalmente à em-presa também conquistam maisdireitos junto ao Instituto Nacio-nal do Seguro Social (INSS), comoauxílio-doença, aposentadoria porinvalidez, aposentadoria por ida-de, auxílio-acidente, pensão pormorte, além de licença maternida-d e.

FÁBIO MARTINS - 16/02/2012

SEGUNDO os e c re tá r i o deD e s e n vo l v i m e n t oEconômico daSerra, EveraldoColodetti, épreciso quea pessoaesquematize oque precisaráfazer para que onegócio dê certo.Estudo demercado tambémé muitoimpor tante

STOCK EXCHANGE

CONSULTA pela internet

STOCK EXCHANGE

C O N S U LTAPRÉVIA PODEser feita on-lineno site da juntac o m e rc i a l

“As vendas só melhoraram”A formalização foi o que possibilitou a amplia-

ção dos negócios de Maximiliano Bazilatto, 34anos. Após trabalhar informalmente por quasequatro anos consertando bicicletas, ele se for-malizou, mudou a empresa de lugar e acrescen-tou a venda de bicicletas às suas atividades.

Após conseguir um empréstimo, Maximilianoampliou o negócio.

“Isso só foi possível porque passei a ter aces-so a mais fornecedores. Um empréstimo queconsegui através do programa Nossocréditotambém possibilitou a ampliação. As vendas sómelhoraram após esse processo”, afirma.

PASSO A PASSO

Consulta prévia e homologação

FO R M A L I Z AÇÃO

“Consegui ampliar a minha fábrica”

“É importante quea pessoa faça um

estudo do mercado parasaber se há condiçõespara atuar do modo quep e n so u ”Everaldo Colodetti, secretário municipal

FAC E B O O K

1 FAZER VIABILIDADE E/OU CONSUL-TA PRÉVIA. Isso poder ser feito on-

line pelo site da Junta Comercial doEstado do Espírito Santo (Jucees) ouna Secretaria Municipal de Desenvol-vimento Urbano.

2 APÓS A VIABILIDADE DEFERIDA, épreciso homologar a abertura da

empresa na Jucees ou Cartório (nocaso de instituições sem fins lucrati-vos, como associações e igrejas).

3 CONSTITUIR-SE na Receita Fede-ra l

4 CONSTITUIR-SE na Secretaria deEstado da Fazenda

5 SOLICITAR INSCRIÇÃO municipalna Secretaria de Finanças

6 SOLICITAR ALVARÁ do Corpo deBombeiros

7 SOLICITAR ALVARÁ de funciona-mento do município na Secretaria

de Finanças

O B S E RVAÇÃO : Em caso de empresasque têm suas atividades com respon-sabilidade à Vigilância Sanitária ou aoMeio Ambiente, terão que solicitar seualvará nestes setores antes do alvaráde funcionamento emitido pela Secre-taria de Finanças do município. MAIS INFORMAÇÕES: www.juce -

e s . e s . g o v. b r

A costureira Selma Moreira Fer-reira, 51 anos, é também microem-presária desde 2006. Na CamilaConfecções, empresa que leva onome da filha, ela trabalha juntocom a irmã e uma amiga produzin-

do, principalmente, peças da moda fit-ness. Agora ela planeja expandir osnegócios.

“Desde que abri a empresa, con-quistei muitas coisas e consegui, in-clusive, ampliar a minha fábrica, cons-

truí um espaço maior e compreimais máquinas. O próximo passo éabrir uma loja para vendermos par-te do que produzimos. Já estou in-clusive estudando o melhor lugarpara fazer isso”, conta Selma.

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VITÓRIA, ES, SÁBADO, 05 DE OUTUBRO DE 2013 ATRIBUNA 19

Especial

Page 20: A Tribuna - Caderno Especial

20 ATRIBUNA VITÓRIA, ES, SÁBADO, 05 DE OUTUBRO DE 2013

Es p e c i a l

Crédito para realizar o sonhoEmpréstimo deixou deser sinônimo de dívida,com as opções demicrocrédito paraquem deseja abrir ouexpandir um negócio

Entre os motivos que sepa-ram as pessoas do sonho deserem donas dos seus pró-

prios negócios, o dinheiro estevepor muito tempo no topo da lista.Mas isso mudou muito e pensa-mentos equivocados de que em-préstimo é sinônimo de dívida eque os bancos só atendem bemquem tem contas volumosas fa-zem parte do passado.

Hoje, são muitos os que pensamem financiamentos como investi-mentos. São várias opções de mi-crocrédito disponíveis no merca-do e as instituições têm profissio-nais preparados para atender eorientar essa clientela que cresce egera muitas operações.

Há mais de 10 anos, o Banestesopera com o Nossocrédito, progra-ma especial de microcrédito quevisa o desenvolvimento econômi-co do Estado.

Os objetivos são elevar a renda,reduzir as desigualdades sociais eregionais e possibilitar a inclusãosocial. A carteira ativa do Banestesé de R$ 75 milhões.

Parte dos recursos são captadosdo Banco de Desenvolvimento doEspírito Santo (Bandes), o que

B A N E ST E S

JOÃO CARLOS BUSSULAR, superintendente de Produtos do Banestes: investimento em empreendedores

B A N E ST E SFinanciamento de atéR$ 15 mil nos bancos

Com o apoio financeiro dos ban-cos é notória a evolução do setordos micro e pequenos empreendi-mentos e os valores liberados paraessa clientela não param de cres-cer. De janeiro a agosto deste ano,o Bandes liberou R$ 69,072 mi-lhões para empresas de micro epequeno porte no Espírito Santo.O valor foi financiado por meiodos programas Nossocrédito, Cre-ditar e Bandes MPE.

No acumulado geral, o investi-mento foi de R$ 476,897 milhõesdesde a implantação dos progra-

mas de crédito até agosto de 2013.As linhas de crédito podem ser

utilizadas para implantação e am-pliação dos negócios, capacitaçãode funcionários, aquisição de má-quinas, equipamentos e insumos ecapital de giro.

Empreendedores podem contarcom até R$ 15 mil. Para valores atéR$ 3 mil, a taxa de juros é de 0,41%ao mês; de R$ 3 mil a R$ 10 mil, éde 0,9% ao mês; e entre R$ 10 e R$15 mil, é de 1% ao mês.

O Banco do Brasil também ofe-rece o Microcrédito ProdutivoOrientado. A linha de crédito é di-recionada a microempreendedo-res individuais e microempresascom faturamento de até R$ 120mil por ano, disponibilizando va-lores de até R$ 15 mil. As taxas dejuros são de 0,4% ao mês.

O Microcrédito EmpreendedorPJ cobre as necessidades de capi-tal de giro, incluindo as despesascom compra de mercadorias/ma-térias-primas, divulgação e outras.O prazo é até 12 meses.

Já o PJ Investimento financiabens indispensáveis à atividadedo empreendedor ou necessáriospara seu aprimoramento, comomáquinas, equipamentos, mó-veis, utensílios, computadores ereformas. Neste caso, o prazo é deaté 18 meses.

D I V U LG AÇ ÃO

B A N E ST E S

Dos sonhos aos negóciosIsabel Cristina Lemos sempre gostou de costurar,

porém, encarava a paixão como um hobby. Após tra-balhar como vendedora, percebeu que poderia irmais longe, abriu um pequeno ateliê e, dois anosatrás, procurou um agente do Nossocrédito.

“Precisava comprar três máquinas industriais. For-malizei o microcrédito no Banestes de Santo Antônio,em Vitória. Ampliei minha loja, faço reparos e vendoroupas até pela internet”, comemora, acrescentandoque o próximo passo é financiar a compra de tecidos.

EMPRÉSTIMO PARA A CONQUISTA

Aquecimento nas vendasAtravés do microcrédito, o comerciante Alexandre

Oliveira conseguiu um empréstimo de R$ 15 mil noBanestes e instalou uma câmara fria para garantir acerveja gelada para os consumidores.

A câmara foi instalada em maio, com capacidade pa-ra mais de 200 caixas de bebidas. “Não faltará bebidagelada no verão. O movimento já aumentou bastante.”

O próximo passo, segundo ele, é fazer a entrega naregião da Grande Santo Antônio, em Vitória, onde fun-ciona sua distribuidora de bebidas.

OS NÚMEROS

Microcrédito no EstadoA PREVISÃO DE CRESCIMENTO do mi-crocrédito em 2013 é de 20%.

R$ 45 MILHÕES é o total que o Ba-nestes aplicou no microcrédito, entrejaneiro e agosto de 2013, gerando10.509 contratos.

EM 2012, o Banestes aplicouR$ 87.609.699,06, realizando17.979 CONTRATOS.

EM 2011, o banco investiuR$ 58.639.568,75, formalizando12.652 CONTRATOS.

COM O PROGRAMA NOSSOCRÉDITO, ocliente pode contratar de R$ 200 aR$ 15 mil e pode parcelar a dívida ematé 24 MESES.

OS JUROS variam de 0,41% A 1%AO MÊS. Não há necessidade dacomprovação de renda.

permitiu à instituição realizarmais de R$ 300 milhões em finan-ciamentos para empreendedoresformais e informais em todo terri-tório capixaba.

Com financiamentos realizadospelo Nossocrédito, muitos micro epequenos empresários estão co-meçando e expandindo negócioscomo salões de beleza, oficinas

mecânicas, lojas, açougues, mer-cadinhos, entre outros.

Com o programa Nossocrédito,o cliente pode contratar de R$ 200até R$ 15 mil e parcelar em até 24

meses. Os juros variam de 0,41% a1% ao mês. Não há necessidade dacomprovação de renda.

O superintendente de Produtosdo Banestes, João Carlos Bussular,destaca que as taxas do banco sãoas menores do mercado.

“A pessoa só precisa ter capaci-dade empreendedora e gerar cai-xa para honrar o compromisso dofinanciamento assumido”, expli-ca Bussular.

DINHEIRO liberado a juros menores

Page 21: A Tribuna - Caderno Especial

VITÓRIA, ES, SÁBADO, 05 DE OUTUBRO DE 2013 ATRIBUNA 21

Es p e c i a l

Oportunidades de crescimentoBanco tem contribuídopara o desenvolvimentoda região com osempréstimos querealiza nascomunidades

O Banco Bem, banco comuni-tário que atua no Bairro daPenha, em Vitória, alcançou

R$ 1 milhão em empréstimos esteano. Em funcionamento desde2005, ele tem contribuído para odesenvolvimento da região com osempréstimos que realiza.

“É um dinheiro que passou a cir-cular na comunidade e, assim, fo-menta o desenvolvimento do co-mércio local”, destaca o gerente deeconomia solidária e microcréditoda Agência de Desenvolvimentodas Micro e Pequenas Empresas edo Empreendedorismo (Aderes),Wagner Baraldi.

Outro mecanismo que o BancoBem utiliza para fortalecer a eco-nomia das regiões onde atua é autilização de moedas próprias pa-ritárias ao real.

“Com elas, a comunidade podecomprar no comércio local, o quefaz com que o dinheiro fique cir-culando ali”, diz Baraldi.

Ainda segundo o gerente daAderes, os bancos comunitáriossão “a menina dos olhos da econo-mia solidária”, um modo de pro-duzir e comercializar a produçãoconjuntamente, dividindo os lu-cros desse processo.

DIFERENCIALO principal diferencial da eco-

nomia solidária é a ausência das fi-guras de patrões, chefes, diretoresou presidentes, formais em em-presas e até em associações. Nesse

sistema, todos participam da auto-gestão dos grupos produtivos.

Segundo Baraldi, a vantagem éque esse é um processo mais soli-dário de produção e comercializa-ção. “As pessoas fazem tudo juntase dividem os lucros. A solidarieda-de é a palavra-chave e o preço nãovisa o lucro exorbitante, apenas o

adequado ao que produzem. Éuma alternativa aos modelos tra-dicionais de comercialização docapitalismo”, afirma.

Ele conta que o sistema come-çou a ganhar força no EspíritoSanto com a criação da Lei Esta-dual da Economia Solidária, em2006. O Estado foi o segundo do

País a ter sua própria lei.“O processo ainda está sendo

construído, mas hoje o impacto daeconomia solidária no nosso Esta-do já é grande. Principalmente osartesãos e quem trabalha comagricultura familiar têm se benefi-ciado muito da economia solidá-ria. Os catadores de materiais tam-

bém, esse grupo é o que representabem esse conceito”, diz Baraldi.

E completou: “O interessante daEconomia Solidária é que ela reú-ne pessoa que muitas vezes que-rem fazer alguma coisa, mas sozi-nhas não conseguem. Juntas, elasficam fortes e impulsionam o tra-balho umas das outras.”

USUÁRIA DO BANCO BEM : para fortalecer a economia das regiões onde atua, instituição utiliza de moedas próprias, paritárias ao real

E m p ré s t i m opara microe pequenose m p re s á r i o s

Membros de grupos produtivose micro e pequenos empresáriosformais ou informais podem se be-neficiar de empréstimos para in-vestir em seus negócios.

O Nosso Crédito foi criado há 10anos e já disponibilizou R$ 380 mi-lhões em empréstimos.

O programa é voltado para a in-clusão sócio produtiva e realizaempréstimos de valores ente R$ 1mil e R$ 15 mil.

Já o Creditar foi criado em ou-tubro de 2011 e já realizou um to-tal de R$ 279 mil em emprésti-mos. Cada um é de no máximo R$1 mil reais e para consegui-lo apessoa precisa apenas da aprova-ção a comunidade. Mesmo assimos índices de inadimplência sãob a i xo s.

“O objetivo é que as pessoas con-sigam iniciar ou fortalecer algumaatividade produtiva e, assim, see m a n c i p a re m ”, destaca o assessorespecial da Aderes Luiz FelipeSa rd i n h a .

ALESSANDRA TONINI

AVANETE GRECO e o marido, Édmo, fazem temperos desidratados e pães

Talentos que rendem bons negóciosTrês gerações de uma mesma fa-

mília transformam escamas depeixe e outras matérias-primas embelas peças de decoração.

A artesã Hérica Paixão, 34 anos,

trabalha junto com a mãe, a avó emais três pessoas no grupo Artesa-nato Paixão.

Ela conta que os trabalhos do gru-po sempre eram expostos em feiras

e tinham boa aceitação no mercado,mas as vendas subiram ainda maisdepois que o grupo foi cadastradona Economia Solidária.

“Começamos a participar de maisfeiras e eventos e, consequente-mente, as vendas cresceram. Fomoscadastradas há pouco tempo e já ti-vemos um crescimento de pelo me-nos 20% das vendas”, afirma.

Já a aposentada Avanete Greco, 55,tem se dedicado a fazer temperos de-sidratados e pães há três anos.

Ela conta que tinha dificuldadepara apresentar seus produtos forade sua cidade, Domingos Martins,porque não conseguia espaço emfeiras e eventos.

Mas isso mudou desde que elafoi convidada pela Aderes para fa-zer parte de um grupo produtivo.“Agora participo de todas as feirase em todas elas as vendas passamde quatro mil reais. Precisei com-prar mais estufas para atender ànova demanda”, conta.

HERICA PAIXÃO,artesã de 34 anos,trabalha juntocom a mãe, a avóe mais trêspessoas no grupoAr tesanatoPaixão. “Fo m o scadastradas hápouco tempo e játivemos umcrescimento depelo menos 20%nas vendas”,contou

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22 ATRIBUNA VITÓRIA, ES, SÁBADO, 05 DE OUTUBRO DE 2013

Es p e c i a l

Elas vão à lutae conquistamd e s ta q u eMulheres chamam aatenção no setor dasmicro e pequenasempresas e já somam7 milhões de donas dopróprio negócio no País

ACERVO PESSOAL

PÃES E DOCES estão entre as delícias produzidas pela associação Mulheres do Prata, de Anc h i e ta

Boa ideia para vender roupasA organização e o planejamento

são inegáveis, mas tem capixaba sedestacando também pela criativi-dade e ousadia. Para Mara LúciaSiqueira não tem distância que se-

pare uma cliente dos seus objetosde desejo.

No mês passado ela lançou aBoutique Express, uma espéciede delivery de roupas e acessó-

rios, sucesso absoluto principal-mente para quem tem poucotempo para compras.

Mara largou o emprego em umagrande empresa para ter maistempo para o filho e passou a tra-balhar como sacoleira. Mas, cadavenda era uma operação trabalho-sa e demorada de desembalar, pro-curar, depois guardar as peças.

A Boutique Express funcionaem uma van com araras, pratelei-ras, tudo organizado em uma lojasobre rodas, que circula pela cida-de oferecendo comodidade paraos clientes.

Foi a partir da repercussão queMara decidiu formalizar o novonegócio e, hoje, comemora os re-sultados. “Hoje, eu tenho conta ju-rídica, o que facilita negociar comos fornecedores, que até dão maisdescontos. Um dos grandes dife-renciais é a credibilidade.”

BOUTIQUE EXPRESS

A BOUTIQUE EXPRESS funciona em uma van com araras e prateleiras

Delícias viram bons negóciosnas mãos das empreendedoras

Quase impossível pensar no in-terior, no meio rural, sem lembrardas delícias da roça como doces,queijos, compotas, licores, pães emuito mais. Nas mãos de mulheresdeterminadas e empreendedoras,esses quitutes viram bons negó-cios e alternativa de renda para aagricultura familiar.

Com matéria-prima e habilidadede forno e fogão disponíveis, mui-tas mulheres do campo estão com-plementando a renda da famíliacomercializando produtos típicos,como as Mulheres do Prata, umaassociação do interior de Anchietaque já vende sua produção de ba-las, biscoitos, doces, artesanato eoutros em feiras, eventos e estabe-lecimentos comerciais em váriosmunicípios do Sul do Estado.

O diretor de Economia Social eSolidária da Aderes, Odmar Péri-cles, afirma que o governo aposta

no potencial das mulheres empre-endedoras do campo e quer am-pliar o mercado desses produtosatravés da formalização dos negó-

ACERVO PESSOAL

P R O D U TO S típicos vendidos em feiras, eventos e no comércio em geral

Difícil acreditar que há pou-cas décadas elas estavamqueimando sutiãs em praça

pública para conseguir espaço egarantir seus direitos. Hoje, as mu-lheres estão produzindo e venden-do lingeries e conseguiram não sóespaço, mas a independência atra-vés do próprio sustento.

Ao contrário da geração que re-pudiava o rótulo de dona de casa,hoje as mulheres se orgulham deserem donas de casa, mães, espo-sas, empresárias, profissionais emuito mais.

Quem exigia igualdade com oshomens e disputava o mercado detrabalho, aprendeu a valorizar asdiferenças e apostar na parceria. Odiscurso feminista deu lugar a ati-tudes e agora elas estão tambémmovimentando a economia.

No setor das micro e pequenasempresas o potencial femininochama atenção. Hoje, o Brasil temcerca de 7 milhões de mulheresempreendedoras, que somamquase a metade do total de empre-endedores do País.

No Espírito Santo o cenáriotambém é favorável às mulheresque, por necessidade ou oportuni-dade, cada vez mais estão abrindoseus próprios negócios e amplian-do a sua participação no mercadodos micro e pequenos empreendi-m e n t o s.

Na Agência das Micro e Peque-

nas Empresas e do Empreendedo-rismo (Aderes), esse potencial temsido incentivado.

O presidente da agência, PedroRigo, destaca os pontos fortes damulher no segmento empresarial.“A mulher tem um perfil de orga-nização e planejamento. Negóciosconduzidos por elas têm resultadomuito positivo”, avalia.

E basta dar uma volta pelo co-mércio, assistir a alguns anúnciosna mídia, para constatar outravantagem feminina. Mulheres sãograndes consumidoras. Estão tra-balhando mais, ganhando mais ecomprando mais. Entender os de-sejos e necessidades de um públi-co-alvo é um diferencial de merca-do. Os setores de confecções e ves-tuário, beleza, cosméticos e ali-mentação estão entre os mais ex-plorados pelas empresárias.

Segundo Leonina Erlacher,gerente de Micro e PequenasEmpresas da Aderes, tanto na re-gião metropolitana, como no in-terior, as atividades de manicuree cabeleireira são as campeãs deformalizações como Micro Em-preendedores Individuais. “Sã otrabalhos com horários flexíveisque possibilitam conciliar asmuitas funções do universo fe-minino”, disse.

“A mulher temum perfil de

organização eplanejamento. Negóciosconduzidos por elas têmum resultado muitop o s i t ivo”Pedro Rigo, presidente da Aderes

cios e de orientações sobre manu-seio, conservação, embalagens,transporte e outros fatores deter-minantes para a comercialização.

As vantagensde ter um CNPJ, acabeleireira Eli-zabeth Ramos jásabia, mas a ini-ciativa de viraruma microempre-endedora indivi-dual foi muitasvezes adiada porcausa da ideiaequivocada sobrea demora nos trâ-mites e os custosdo processo.

“Conversando com uma cliente,falei que queria formalizar o meutrabalho, mas achava que era muitodifícil. Ela disse que tinha uma salapróxima ao salão e que poderia meajudar ”, contou.

Por sorte, a cabeleireira tinha emmãos os documentos necessários.

I N I C I AT I VA

Bastou acessar o Portal do Empre-endedor e, em alguns minutos, Ma-ra virou empresária. Ela comentaque teve duas gratas surpresas.“Foi muito rápido e fácil e ela nãome cobrou nada”. Agora, são mui-tos os planos para o futuro e o so-nho de ter o próprio salão.

Cabeleireira vira empreendedoraACERVO PESSOAL

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VITÓRIA, ES, SÁBADO, 05 DE OUTUBRO DE 2013 ATRIBUNA 23

Especial

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24 ATRIBUNA VITÓRIA, ES, SÁBADO, 05 DE OUTUBRO DE 2013

Es p e c i a l

Referência nacional em apoioMunicípio é pioneiro naadequação da Lei Geralda Micro e PequenaEmpresa e atende osempresários através daCasa do Empreendedor

Referência nacional no apoioao empreendedorismo indi-vidual e às micro e peque-

nas empresas, Cariacica passa porum momento em que cada vezmais seus moradores decidem terseu próprio negócio.

Atualmente, o município, que épioneiro na adequação da Lei Ge-ral da Micro e Pequena Empresa,possui cerca de 9.598 empreende-dores individuais e por volta de60% deles já estão regularizadosjunto à prefeitura.

Grande parte desse número deregularizações se dá pelas açõesrealizadas na Casa do Empreende-dor, localizada no bairro Alto Laje.No espaço funciona o Centro Inte-grado de Apoio à Micro e PequenaEmpresa (Ciampe) – local onde omicroempresário pode tirar dúvi-das e buscar soluções para seu ne-g ó c i o.

Também é possível encontrar osserviços necessários para abrir eregularizar uma empresa, como a

FERNANDO RIBEIRO - 12/07/2009

VISTA GERAL DE CARIACICA: cidade tem 9.598 empreendedores individuais, sendo que 60% estão regularizados

Cursos para empresáriosna Casa do Empreendedor

Este ano tem sido repleto de no-vidades para os empresários quebuscam o Centro Integrado deApoio à Micro e Pequena Empresa(Ciampe), localizado na Casa doEmpreendedor, no bairro Alto La-je, em Cariacica.

Desde abril, os serviços doCiampe contam com o auxílio deum consultor empresarial do Ser-viço de Apoio às Micro e PequenasEmpresas (Sebrae). Toda quarta-feira, das 9 às 17 horas, os micro e

pequenos empresários têm aoportunidade de tirar dúvidas so-bre assuntos relacionados à gestãode seus negócios.

Durante as primeiras horas dodia, como se fossem minioficinas,os empresários recebem orienta-ção sobre ações empreendedoras edicas de como gerenciar seu pró-prio negócio. No restante do dia, asorientações são mais específicas,de acordo com a área ou ramo deatuação do empreendedor.

Além da atuação de membrosdo Sebrae, a Casa do Empreende-dor também oferece ao empresá-rio cariaciquense o serviço deconsultoria contábil. O atendi-mento acontece de segunda a sex-t a -f e i ra .

Além de oferecer auxílio aos in-teressados em abrir uma micro oupequena empresa, a Casa do Em-preendedor também dá a oportu-nidade do empresário regularizara situação do seu serviço.

CLAUDIO POSTAY/PMC

CASA DO EMPREENDEDOR, em Alto Laje, onde funciona o Ciampe

De segurança a donodo próprio negócio

Até poucos tempo atrás, FábioSouto da Conceição trabalhava co-mo segurança em uma empresa naPraia do Canto, em Vitória. Foram10 anos nesta função até que, emjulho deste ano, ele foi demitido.

Para ganhar alguma renda, o ex-segurança passou a vender joias deporta em porta nos bairros de Ca-riacica. Após dois meses tocandoseu negócio, ele sentiu a necessi-dade de orientação para acompa-nhar o ritmo do mercado.

Foi aí que, no último dia 22, Fá-bio procurou a Casa do Empreen-dedor, em Alto Laje, Cariacica. Porlá, em menos de uma semana, oautônomo de 39 anos conseguiu oCNPJ de sua empresa e participoude dos cursos “Sei Comprar” e “SeiVender ”, oferecidos pelo CentroIntegrado de Apoio à Micro e Pe-quena Empresa (Ciampe).

“Os dois cursos ajudaram muitona minha relação com os clientes.A partir deles, pude aprender a li-dar melhor com minha clientela ea saber como apresentar meusprodutos a ela”, comentou o ex-se-g u ra n ç a .

Além de dicas para alavancarseu empreendimento, outro moti-vo foi fundamental na iniciativa deFábio ao procurar a Casa do Em-preendedor: a estabilidade finan-c e i ra .

“Ter minha estabilidade finan-ceira foi uma das principais razõesde ter procurado a Casa do Em-preendedor. Meu filho tem 15 anose dependo de saber como contro-

lar meu dinheiro para que, no fu-turo, eu possa pagar para ele umaboa faculdade. E lá na Casa do Em-preendedor, eu aprendi isso”, con-tou.

Mesmo sem sede própria paracomercializar seus folheados emouro, ele se vê otimista com a ven-da de seus produtos.

“Sinto que agora as portas seabriram. Hoje, me vejo preparadopara atuar no mercado”, afirmou oe m p re e n d e d o r.

CLAUDIO POSTAY/PMC

FÁBIO SOUTO: revenda de joias

SAIBA MAIS

emissão de alvarás e certidões.Engana-se quem pensa que o mo-

rador de Cariacica que for atrás dequalquer um desses serviços irá en-contrar excesso de burocracia: umdos trunfos da Casa do Empreende-dor é a rapidez de seus serviços.

Como destaca o subsecretáriomunicipal de Micro e PequenaEmpresa, Emerson Vieira Sch-roesser, questões como a emissãode um alvará podem ser realizadasquase que instantaneamente.

Ele explicou que foi detectadoque o microempreendedor nãotem muito tempo para resolver es-ses assuntos, já que toma conta desua empresa sozinho.

“Então, agilizamos nossos servi-ços para melhor atendê-lo. Aemissão do alvará de funciona-mento, por exemplo, é feita na ho-ra e, para quem precisa renová-la,o procedimento pode levar no má-ximo dois dias”, afirmou o subse-c re t á r i o.

Além disso, a Prefeitura de Ca-riacica disponibiliza uma alterna-tiva para quem deseja agilizar, viainternet, questões como a emissãode certidões negativas e taxa de al-va rá s.

O serviço, inaugurado na segun-da quinzena de setembro, pode seracessado através do site www.ca-riacica.es.gov.br, na seção “servi -ços online”.

Casa do EmpreendedorE N D E R EÇ O> BR-262, km 3,5, trevo de Alto Laje

TELEFONES PARA ATENDIMENTOAO EMPREENDEDOR> 3346-6367 ou 3346-6371

HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO> DE 9H ÀS 17H, de segunda à sexta-feira

SERVIÇOS OFERECIDOS AOEMPREENDEDOR CARIACIQUENSE:> EMISSÃO de alvarás (sanitário, Bom-

beiros e de funcionamento)> ORIENTAÇÃO para abertura e regula-

rização de empresas> CURSOS de qualificação do empre-

endedor> EMISSÃO de nota fiscal eletrônica> ASSESSORIA c o n tá b i l> ATENDIMENTO de agentes do Nos-

socrédito

Page 25: A Tribuna - Caderno Especial

VITÓRIA, ES, SÁBADO, 05 DE OUTUBRO DE 2013 ATRIBUNA 25

Es p e c i a l

Palestras e cursos de graçaSemana doEmpreendedor, quecomeça na terça emViana e na Serra, teráações para micro epequenos empresários

Em comemoração ao Dia daMicro e Pequena Empresa,celebrado hoje em todo o

País , os municípios de Viana e Ser-ra realizarão mais uma edição daSemana do Empreendedor.

O evento, que terá início nasduas cidades a partir da próximaterça-feira, contará com ações gra-tuitas inteiramente voltadas paramicro e pequenos empresários etambém para quem procura ini-ciar seu próprio negócio.

Com apoio do Sebrae, InstitutoSindimicro e da Aderes, as ativida-des se estenderão até a próximasexta-feira. Durante quatro dias, osempreendedores da Serra e de Via-na poderão participar de palestrasmotivacionais, cursos de capacita-ção, oficinas e receber orientaçõessobre questões como microcréditoe empreendedorismo.

Na Serra, a abertura da Semanado Empreendedor Serrano ocor-rerá na praça de Serra-Sede – local

que sediará os demais dias deevento. A abertura tem previsão deinício para as 9 horas e contarácom a presença do prefeito Audi-fax Barcelos.

Segundo o secretário de Desen-volvimento Econômico da Serra,Everaldo Colodetti, o evento buscainstruir o empreendedor.

“Muitas vezes, o micro e o pe-queno empresário não tem acessoàs informações sobre os benefíciosque lhe são oferecidos. E, além deesclarecer esse tipo de questão, eletambém pode receber capacitaçãoe, posteriormente, aplicar o queaprendeu em sua empresa”, desta-cou o secretário.

O evento também será realizadopela Frente Parlamentar de Apoioàs Micro e Pequenas Empresas econta com o apoio da Secretaria deEstado de Ciência, Tecnologia,Inovação, Educação Profissional eTrabalho (Sectti) e Câmara Muni-cipal da Serra.

Já em Viana, o evento acontece-rá em diferentes pontos da cidade.Com atividades realizadas na pre-feitura e nos bairros de Areinha,Marcílio de Noronha e Vila Bethâ-nia.

A programação da Semana doEmpreendedor de Viana levará aoempresário local a chance de par-ticipar de oficinas, exposições de

PREFEITURA DE VIANA

EM VIANA, o evento ocorrerá em diferentes pontos da cidade, como a prefeitura e o bairro Marcílio de Noronha

STOCK EXCHANGE

A MULHER empreendedora será tema de bate-papo na Serra

Iniciativas daPrefeitura de Viana

Com o objetivo de incentivar oempreendedorismo no município,a prefeitura de Viana tem realiza-do diversas ações em prol dos mi-cro e pequenos empresários.

São iniciativas que buscam pre-pará-los para o mercado a partir deincentivos financeiros e capacita-ções, como o Programa NossoCré-dito e o projeto Comércio Total.

Atualmente, dois mil habitantesde Viana possuem seus própriosnegócios. Para qualificar esses em-preendedores, a prefeitura realizao projeto Comércio Total em par-ceria com o Serviço Brasileiro deApoio às Micro e Pequenas Em-presas (Sebrae) e a Agência de De-senvolvimento das Micro e Peque-nas Empresas e do Empreendedo-rismo (Aderes).

O projeto surgiu há quatro anoscom o objetivo de qualificar os mi-croempreendedores a partir decursos, palestras e consultoriasgratuitas. Neste ano, a primeiraedição do projeto contou com a

participação de cerca de 200 em-preendedores dos bairros de Mar-cílio de Noronha, Canaã, Primave-ra, Universal e Industrial.

Os moradores desses locais pu-deram participar dos cursos deGestão de Estoques e Pessoas, Vi-sual de Loja, Controles Financei-ros para o Varejo, entre outros.

“Como existe uma carênciamuito grande de informações paraesse tipo de empreendedor, o Co-mércio Total serve como umaoportunidade para que eles sequalifiquem e aprendam”, disse osecretário de DesenvolvimentoEconômico de Viana, HenriqueCasamata.

Até agosto deste ano, o progra-ma de financiamento NossoCrédi-to da cidade já havia aplicadoR$ 2.405.863 nos pequenos em-preendimentos do município. Va-lor que supera os empréstimosrealizados no mesmo período doano passado, que ficaram na faixade R$ 1.356.565.

PREFEITURA DE VIANA

O PROJETO Comércio Total visa qualificar os microempreendedores

artesanato e dará a oportunidadedele ter contato com consultoresdo Sebrae.

Segundo o secretário de Desen-volvimento Econômico de Viana,

Henrique Casamata, os micro epequenos empresários são muitoimportantes para a geração derenda no município.

“Eles são os maiores geradores

de renda da cidade e, em muitasdas vezes, o primeiro contato dapessoa com o mercado de trabalhoé através da micro e pequena em-p re s a ”, explicou.

P R O G R A M AÇÃO

Quatro dias de eventoSe r raT E R ÇA- F E I R A> A PARTIR das 18 h> LOCAL: Câmara de Vereadores> O QUÊ: Sessão Solene em comemo-

ração ao Dia do Empreendedor

Q UA RTA- F E I R A> DAS 9h às 18h30> LOCAL: praça de Serra-Sede> O QUÊ: Abertura oficial da Semana

do Empreendedor Serrano, apresen-tação cultural, feira de empreende-dores e bate-papo com o tema “Mu -

lher Empreendedora”, entre outros.

Q U I N TA- F E I R A> DAS 15h às 21 h> LOCAL: praça de Serra Sede> O QUÊ: Feira de Empreendedores,

Apresentação cultural e bate-paposobre Juventude e Empreendedo-rismo

S E XTA- F E I R A> DAS 15h às 21 h> LOCAL : praça de Serra-Sede> O QUÊ: bate-papo sobre a importân-

cia de um bom contador

VianaT E R ÇA- F E I R A> DAS 9h às 16 h> LOCAL: Prefeitura Municipal> O QUÊ: Abertura Oficial da Semana

do Empreendedor do município, comcafé da manhã, exposição de artesa-nato, informações sobre ComprasGovernamentais e Microcrédito, ca-dastro para as oficinas que aconte-cerão durante a semana, atendi-mento com consultor do Sebrae eoportunidade de tirar carteirinha deadesão com profissionais da Ade-res.

Q UA RTA- F E I R A> DAS 9h às 21 h> LOCAL: Escola João Paulo Sobrinho,

no bairro Areinha> O QUÊ: Unidade móvel para formali-

zação e oficina sobre PlanejamentoEstratégico para Pequenos Negó-cios.

Q U I N TA- F E I R A> DAS 9h às 21h> LOCAL: praça de Marcílio de Noro-

nha.> O QUÊ: Unidade móvel para formali-

zação, entrega de certificados aosparticipantes do Comércio Total, pa-lestra motivacional e cadastramentode fornecedores pela Semad.

S E XTA- F E I R A> DAS 9h às 21h> LOCAL: Escola Maria de Novaes Pi-

nheiro, no bairro Vila Bethânia, emViana.

> O QUÊ: Unidade móvel para formali-zação e oficina sobre “Como con-quistar e Manter Clientes” ministra -da pelo Instituto Sindimicro.

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26 ATRIBUNA VITÓRIA, ES, SÁBADO, 05 DE OUTUBRO DE 2013

Es p e c i a l

Apoio à formalização na SerraPrefeitura oferecec a p a c i ta ç ã o ,treinamento, créditoe emissão de alvaráspara quem precisaregularizar o negócio

A economia da Serra cresce acada dia e um dos motivos éa constituição de novas em-

presas e formalização de empre-endedores individuais. Em com-paração aos anos anteriores, o nú-mero de empresas vem aumentan-do, o que impulsiona a economiado município. E isto se deve às po-líticas públicas criadas voltadaspara este setor produtivo.

"As microempresas são de fun-damental importância para o mu-nicípio. Geram empregos, aumen-to na arrecadação e na dinâmica daeconomia local. Em 2013 já houveo registro de mais de duas mil no-vas empresas", enfatiza o prefeitoda Serra, Audifax Barcelos.

O prefeito destaca ainda que es-tão sendo debatidas diariamentenovas práticas de incentivo aosempresários. “Normalmente, osmicro e pequenos empreendedo-res começam sem muita informa-ção e planejamento. A função daadministração municipal é auxi-liar na formalização, dar capacita-ção, acesso ao crédito e condiçõespara eles se estabelecerem”, diz.

A Serra conta com uma ferra-menta voltada para esse público. Éo Espaço do Empreendedor, localonde são oferecidos serviços inte-grados correspondentes a diversassecretarias e órgãos municipais,estaduais e federais, como forma-lização, capacitação, treinamento,

crédito e emissão de alvarás paraquem precisa regularizar o pró-prio negócio. "É meta da adminis-tração municipal reduzir o exces-so burocrático e viabilizar o de-senvolvimento socioeconômico",diz o secretário municipal de De-senvolvimento Econômico, Eve-raldo Colodetti.

O secretário informou sobre umprojeto que levará os serviços hojeoferecidos dentro do Espaço doEmpreendedor para vários bairrosde forma descentralizada. “Va m o strabalhar mais próximo dos em-preendedores. Os serviços serãooferecidos em 12 regiões distintas,e abrangerão todos os bairros”.

Para abrir uma empresa é neces-sária consulta prévia ou viabilida-de e este procedimento pode serrealizado via processo administra-tivo, com resposta em aproxima-damente 30 dias. Porém, hoje omunicípio, através de um convê-nio com a Junta Comercial, garan-te que este procedimento seja rea-lizado em até 24 horas, por meiode registro integrado (Regin).Através desse sistema on-line, oempreendedor pode ainda obtersua inscrição municipal. Estas sãoalgumas ferramentas pensadaspara reduzir a burocracia e facili-tar a vida do empresário.

LEONARDO BICALHO - 21/02/2013

Em busca do mercadointernacional

Cada vez mais preparados e es-truturados, os micro e pequenosempreendimentos capixabas es-tão em busca de novos mercados.Exportar os seus produtos paravários países, principalmente Es-tados Unidos e os europeus, já éuma realidade para micro e pe-quenas empresas capixabas.

Mas, para atravessar as frontei-ras é necessário se adequar às mui-tas exigências das economias doprimeiro mundo. O apoio e orien-tação das entidades especializadasé fundamental nesse processo.

A Agência de Desenvolvimentodas Micro e Pequenas Empresas edo Empreendedorismo (Aderes),tem dedicado atenção especial pa-

ra atender essa demanda. Dentrodas propostas do Plano Nacionalde da Cultura Empreendedora, doMinistério do Desenvolvimentoda Indústria e Comércio Exterior,a agência oferece capacitação paraos interessados em exportar.

A programação inclui palestras“Exporta Fácil”, que tem o apoio eparticipação dos Correios. A ge-rente de Integração Regional daAderes, Marg Lima, destaca que oempresariado do Estado temgrande potencial.

Entre os produtos identificadoscom grande possibilidade de ex-portação estão leite, polpa de fru-tas e fruticultura em geral, agroin-dústria, pimentas, artesanato, mó-veis, rochas ornamentais, madeirae móveis e outros.

Outra ação é a Vitrine Exporta-dora, uma oficina realizada em fa-culdades capixabas. A Formaçãode Agentes de Comércio Exterior,de acordo com Marg Lima, temsurpreendido pelo enorme inte-resse. Outra surpresa foi o eventoAgroex, realizado em Castelo quereuniu cerca de 400 pessoas.

ADERES

ARTESANATO CAPIXABA

O PREFEITODA SERRA,AU D I FAXB A R C E LO S,informou queestão sendodebatidas nomunicípiodiariamentenovas práticasde incentivo aosempresários. “Afunção daa d m i n i s t ra ç ã omunicipal éauxiliar naformalização,darc a p a c i ta ç ã o ,acesso aocrédito econdições paraeles see s ta b e l e c e re m ”,afirma

S E RV I Ç O

Espaço doE m p re e n d e d o rPró C i d a d ã o> ENDEREÇO: avenida Talma Rodri-

gues Ribeiro, nº 5.416, Portal de Ja-caraípe, Serra

> TELEFONE: 3 2 5 2-74 1 1

DIFERENCIAL

Pronta paracrescer mais

Antes de constituir umaempresa, o empreendedordeve observar aspectoscomo mercado, produto,público-alvo e diferencial.Foi o que fez a contadoraAdriana Teles, que trocouos números pelos doces.

Passou a fazer bolos emembalagens personaliza-das como marmitas, potese palito, além de brigadei-ro, paçoca e palha italianapara comer de colher.

A empresa, batizada de“Delícias Três Amores”-em homenagem aos filhos- ganhou CNPJ e estápronta para crescer aindamais.

“Senti necessidade deter máquina para cartãode crédito e queria regis-trar o nome que escolhi.Achei importante formali-zar a atividade. Agora, voufazer cursos de qualifica-ção e me informar sobreos serviços oferecidos nom u n i c í p i o”, conta.

PREFEITURA DA SERRA

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VITÓRIA, ES, SÁBADO, 05 DE OUTUBRO DE 2013 ATRIBUNA 27

Es p e c i a l

Projeto visaacabar com ab u ro c ra c i aA proposta é que oalvará seja emitido emapenas dois dias,podendo ser retiradona internet. Hoje podelevar até 145 dias

Abrir uma empresa em Vitó-ria será mais rápido. É o queprevê o projeto Alvará Mais

Fácil, que pretende desburocrati-zar o processo de retirada do Alva-rá de Localização e Funcionamen-to, obrigatório para o trabalho le-galizado de empresas.

A ideia é que o alvará seja emiti-do em apenas dois dias, podendotambém ser retirado na internet.Atualmente, desde o momento emque a empresa pede seu alvará e aaprovação do mesmo, podem sepassar até 145 dias.

O Alvará mais Fácil só valerá paraações que tramitarem exclusiva-mente no âmbito da Secretaria deDesenvolvimento da Cidade (Se-

dec), mas depende ainda de apro-vação na Câmara de Vereadores,onde o projeto está tramitando.

O município também estuda aimplantação do Alvará Mais FácilSocial para beneficiar empresasde bairros de periferia e funcio-nem em estabelecimentos commenos de 15 metros quadrados. APrefeitura de Vitória fará reu-niões nas comunidades para ouviras sugestões dos interessados.

Também faz parte da política domunicípio de incentivo aos peque-nos empreendimentos o acesso aocrédito e os programas de capaci-tação. A Secretaria de Turismo,Trabalho e Renda de Vitória, cria-da na atual gestão, promove o pla-nejamento e acompanhamentotécnico e gerencial dos projetosrelativos à área.

A secretaria oferece cursos decapacitação e qualificação profis-sional a partir de demandas domercado, além de estimular a for-mação de associações e empresasassociativas de produção de bens eserviços oferecidos à população.

JULIO CESAR SOUZA/SEFA-ESTADO DO PARANÁ

SECRETÁRIO ESTADUAL DA FAZENDA do Paraná, Luiz Carlos Hauly

FÁBIO NUNES

BARES DA CAPITAL: município estuda implantar alvará Mais Fácil Social

Paraná possui alíquota inferior ao SimplesEm meio aos muitos impasses

da política tributária nacional, oParaná saiu na frente reduzindo oICMS e é hoje melhor Estado doPaís para a instalação e operaçãode micro e pequenas empresas deacordo com levantamento feitopela Confederação Nacional daIndústria (CNI) e Serviço Brasilei-ro de Apoio às Micro e PequenasEmpresas (Sebrae) que avaliou acarga tributária para o setor.

Segundo o estudo, o Paraná éúnico Estado que possui uma alí-quota inferior ao do Simples Na-cional. A alíquota média nacional éde 5,5 % e, no Paraná, o recolhi-mento, em média, é de 4,6 % do fa-turamento da empresa.

O Simples engloba sete tributosentre eles Imposto sobre Circula-ção de Mercadorias e Serviços(ICMS), Imposto sobre Serviços(ISS) e Cofins. A política tributáriaadotada no Paraná beneficia 98%das empresas do Estado.

Hoje, aproximadamente 200mil microempresas estão isentasdo recolhimento de impostos esta-duais. O secretário estadual da Fa-zenda, Luiz Carlos Hauly, um dosautores da Lei 123, Lei Geral dasMicro e Pequenas Empresas, ex-plica que são as três principais ra-zões para o Paraná ter conquistadoo primeiro lugar. A primeira delasé a redução de ICMS para as em-presas com faturamento até R$540 mil em 12 meses, e reduçãodas alíquotas para aquelas com re-ceita bruta entre R$ 540 mil e R$3,6 milhões em 12 meses.

Outro fator é que no Paraná nãohá equalização de alíquotas nasoperações de compras interesta-duais de matérias-primas ou demercadorias para revenda. Paracompletar, a substituição tributá-ria do ICMS vale apenas para pro-dutos com convênio nacional e oimposto que seria devido por to-dos os elos ao longo da cadeia é

concentrado numa única etapa.“Quanto à realidade do Espírito

Santo, cada Estado tem sua políti-ca tributária, e eu sei que a capixa-ba não está entre os mais altos va-lores do Simples no Brasil, massempre há algumas ações que po-dem fazer a diferença, mesmo queseja necessário abrir mão de algu-ma receita”, observa.

Os benefícios gerados pelos pe-quenos negócios, devido ao incen-tivo concedido pelo Paraná, sãoenormes do ponto de vista socioe-conômico, sustenta o secretário.“Com a redução da carga tributá-ria, o Governo do Estado contribuipara o aumento da longevidadedessas empresas, que ganhamcompetitividade no mercado, ge-ram riqueza e renda. Os micro epequenos empreendimentos res-pondem por 60% do estoque deempregos no Estado e são respon-sáveis por 70% da abertura de em-pregos no País”, ressalta Hauly.

Programa demicrocrédito ae m p re e n d e d o re cooperativas

A gerência de Acesso ao Créditoda Prefeitura de Vitória oferece oprograma microcrédito ao empre-endedor formal ou informal, alémde associações e cooperativas le-galizadas. Os valores são atrativose vão de R$ 200 a R$ 15 mil, comtaxa de juros a partir de 0,41 aomês e prazos adequados a cada ne-gócio e perfil de quem solicita.

O crédito destina-se à compra deequipamentos, melhoria de infraes-trutura e capital de giro. Esse servi-ço é resultado do convênio entre aPrefeitura de Vitória, Caixa Econô-mica, Banco do Brasil e Governo doEstado, que libera recursos finan-ceiros do Banestes e do Bandes.

Segundo o secretário de Turis-mo, Trabalho e Renda de Vitória,Leonardo Krohling, já foram inter-mediados pela Prefeitura mais de600 contratos ultrapassando os R$2 milhões em crédito concedido.

O microcrédito destina-se, desta-cou Krohling, a micro e pequenosempreendedores que exerçam ati-vidades formais ou informais, ru-rais ou urbanas, trabalhadores queconcluíram cursos promovidos pe-los programas de Qualificação Pro-fissional inseridos no mercado deprodução de bens ou serviços.

Os incentivo têm dado resultadospositivos. Até o último dia 26, Vitó-ria registrou a abertura de 3.844 no-vas empresas, um crescimento de13% em relação ao mesmo períodode 2012, quando foram abertas3.395 empresas em Vitória.

ADRIANO HORTA - 06/07/2012

VITÓRIA : a prefeitura fará reuniões nas comunidades para ouvir sugestões

3.844novas empresas em Vitória

13%crescimento em relação a 2012

OS NÚMEROS

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ATRIBUNA VITÓRIA, ES, SÁBADO, 05 DE OUTUBRO DE 201328

Especial