caderno de instruÇÃo transporte de viaturas blindadas ci 55-1

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MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO COMANDO DE OPERAÇÕES TERRESTRES Caderno de Instrução TRANSPORTE DE VIATURAS BLINDADAS 1ª Edição - 2002 Experimental CI 55-1 Preço: R$ CARGA EM______________

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Page 1: CADERNO DE INSTRUÇÃO TRANSPORTE DE VIATURAS BLINDADAS CI 55-1

MINISTÉRIO DA DEFESAEXÉRCITO BRASILEIRO

COMANDO DE OPERAÇÕES TERRESTRES

Caderno de Instrução

TRANSPORTE DE VIATURASBLINDADAS

1ª Edição - 2002Experimental

CI 55-1

Preço: R$CARGA

EM______________

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MINISTÉRIO DA DEFESAEXÉRCITO BRASILEIRO

COMANDO DE OPERAÇÕES TERRESTRES

PORTARIA N° 010 - COTER, DE 21 DE NOVEMBRO DE 2001.

Caderno de Instrução CI 55-1Transporte de Viaturas Blindadas

O COMANDANTE DE OPERAÇÕES TERRESTRES, no uso dadelegação de competência conferida pela letra d), item XI, Art. 1° da Portaria N°441, de 06 de setembro de 2001, resolve:

Art. 1° Aprovar, em caráter experimental, o Caderno de Instrução CI55-1 Transporte de Viaturas Blindadas.

Art. 2° Estabelecer que a experimentação deste Caderno de Instruçãoseja realizada durante os anos de 2002, 2003 e 2004.

Art. 3° Determinar que esta Portaria entre em vigor na data de suapublicação.

Gen Ex FREDERICO FARIA SODRÉ DE CASTROComandante de Operações Terrestres

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CI - 55-1

PELOTÃO DE EXPLORADORES

NOTA

O CI 55-1 - Transporte de Viaturas Blindadas- foi elaborado peloCentro de Instrução de Blindados General Walter Pires. Após revisão do COTER,foi expedido para experimentação em 2002, 2003 e 2004.

Solicita-se aos usuários deste Caderno de Instrução a apresentaçãode sugestões que tenham por objetivo aperfeiçoá-lo ou que se destinem àsupressão de eventuais incorreções.

As observações apresentadas, mencionando a página, o parágrafo ea linha do texto a que se referem, devem conter comentários apropriados para seuentendimento ou sua justificação.

A correspondência deve ser enviada diretamente ao CIBldGWP, deacordo com Art 78 das IG 10-42 – INSTRUÇÕES GERAIS PARA A CORRES-PONDÊNCIA, PUBLICAÇÕES E OS ATOS NORMATIVOS NO ÂMBITO DOEXÉRCITO, onde serão avaliadas, respondidas e, se for o caso, remetidas aoCOTER para aprovação e divulgação.

1ª EDIÇÃO – 2002Experimental

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ÍNDICE DE ASSUNTOS

Pag

CAPÍTULO 01 – INTRODUÇÃO

ARTIGO I - GENERALIDADES ................................................................1 - 11-1. Finalidade ...................................................................................1 - 11-2. Particularidades do Transporte de Blindados..............................1 - 1

CAPÍTULO 02 – TRANSPORTE FERROVIÁRIO

ARTIGO I - INTRODUÇÃO ......................................................................2 - 12-1. Generalidade ..............................................................................2 - 1

ARTIGO II - CARACTERÍSTICAS DO TRANSPORTE FERROVIÁRIO ..2 - 22-2. Vantagens...................................................................................2 - 22-3. Desvantagens .............................................................................2 - 2

ARTIGO III - PLANEJAMENTO ...............................................................2 - 42-4. Planejamento Detalhado .............................................................2 - 42-5. Embarque ...................................................................................2 - 62-6. Inspeções ...................................................................................2 - 162-7. Transporte Propriamento Dito .....................................................2 - 172-8. Desembarque .............................................................................2 - 17

ARTIGO IV - INSTRUÇÃO DA TROPA ...................................................2 - 182-9. Generalidades ............................................................................2 - 182-10. Instrução da tropa .....................................................................2 - 18

ARTIGO V - CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................2 - 192-11. Características do Material da Ferrovia ....................................2 - 192-12. Definições e Termos Ferroviários .............................................2 - 192-13. Classificação das Ferrovias e Locomotivas ..............................2 - 20

CAPÍTULO 03 – TRANSPORTE RODOVIÁRIO

ARTIGO I - INTRODUÇÃO ......................................................................3 - 13-1. Generalidades ............................................................................3 - 1

ARTIGO II - CARACTERÍSTICAS DO TRANSPORTE RODOVIÁRIO ....3 - 23-2. Características Gerais ................................................................3 - 23-3. Vantagens...................................................................................3 - 23-4. Desvantagens .............................................................................3 - 3

ARTIGO III - PLANEJAMENTO DO TRANSPORTE RODOVIÁRIO ......3 - 33-5. Reconhecimento .........................................................................3 - 33-6. Espaço para Manobra .................................................................3 - 33-7. Embarque, Desembarque e Responsabilidade ...........................3 - 33-8. Medidas de Segurança ...............................................................3 - 93-9. Fixação e Movimentos ................................................................3 - 93-10. Quadro Comparativo das Pranchas Rodoviárias ......................3 - 103-11. Observações Finais ..................................................................3 - 11

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CAPÍTULO 04 – TRANSPORTE MARÍTIMO

ARTIGO I - INTRODUÇÃO ......................................................................4 - 14-1. Generalidades ............................................................................4 - 1

ARTIGO II - CARACTERÍSTICAS DO TRANSPORTE MARÍTIMO .........4 - 24-2. Características Gerais ................................................................4 - 24-3. Vantagens...................................................................................4 - 24-4. Desvantagens .............................................................................4 - 2

ARTIGO III - PLANEJAMENTO ...............................................................4 - 24-5. Tipos de Navios ..........................................................................4 - 24-6. Atividades do Planejamento........................................................4 - 54-7. Embarque ...................................................................................4 - 7

ARTIGO IV - CONDUTA DA TROPA EMBARCADA ...............................4 - 164-8. Alojamento e Rancho..................................................................4 - 164-9. Exercícios de Adestramento .......................................................4 - 164-10. Higiene e Saúde da Tropa ........................................................4 - 174-11. Regras de Conduta ...................................................................4 - 18

CAPÍTULO 05 - TRANSPORTE AÉREO

ARTIGO I - INTRODUÇÃO ......................................................................5 - 15-1. Generalidades ............................................................................5 - 1

ARTIGO II - CARACTERÍSTICAS DO TRANSPORTE AÉREO ..............5 - 25-2. Características Gerais ................................................................5 - 2

ARTIGO III - PLANEJAMENTO DO AEROTRANSPORTE .....................5 - 25-3. Generalidades ............................................................................5 - 25-4. Fatores de Planejamento ............................................................5 - 35-5. Características da Aeronave C - 130 (HÉRCULES) ...................5 - 35-6. Escalanamento ...........................................................................5 - 4

ARTIGO IV - ACONDICIONAMENTO DA CARGA ..................................5 - 55-7. Generalidades ............................................................................5 - 55-8. Conceituações ............................................................................5 - 55-9. Regras para o Acondicionamento da Carga ...............................5 - 55-10. Tipos de Embalagens ...............................................................5 - 6

ARTIGO V - PREPARAÇÃO DA CARGA ................................................5 - 75-11. Conceituações ..........................................................................5 - 75-12. Viaturas Blindadas ....................................................................5 - 75-13. Motos ........................................................................................5 - 105-14. Material Perigoso ......................................................................5 - 105-15. Material Bélico e Explosivos .....................................................5 - 115-16. Documentos Auxiliares do Planejamento..................................5 - 115-17. Aprestamento e Ensaio .............................................................5 - 125-18. Aprestamento ...........................................................................5 - 135-19. Ensaio .......................................................................................5 - 135-20. Execução de um Aerotransporte...............................................5 - 135-21. Equipamentos de Amarração ...................................................5 - 145-22. Descrição dos Equipamentos Utilizados pela Aeronáutica .......5 - 14

ARTIGO VI - INSTRUÇÃO DA TROPA A EMBARCAR ..........................5 - 145-24. Generalidades ..........................................................................5 - 145-25. Definições .................................................................................5 - 145-26. Deslocamentos .........................................................................5 - 16

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5-27. Travessia da Pista ....................................................................5 - 165-28. Estacionamento ........................................................................5 - 165-29. Ações Proibidas ........................................................................5 - 175-30. Deveres do Mestre de Transporte e Medidas de Segurança ....5 - 175-31. Sinais Convencionados.............................................................5 - 175-32. Casos de Emergência ...............................................................5 - 185-33. Procedimento em caso de Emergência ....................................5 - 185-34. Equipamentos de Emergência da Aeronave .............................5 - 19

ANEXO A - CARACTERÍSTICAS DAS VIATURASVBC LEOPARD 1 A1 .........................................................................A - 1VBC M60 A3 TTS ..............................................................................A - 2VBTP M 113 - B .................................................................................A - 3VBR EE9 - CASCAVEL......................................................................A - 4VBTP EE11 - URUTU ........................................................................A - 5VBC M41 ...........................................................................................A - 5OBUSEIRO 105M 108 AP .................................................................A - 6VBC - ENG ........................................................................................A - 7

VIATURAS DE SOCORRO, BLINDADA, SOBRE LAGARTA M 578..A - 7CAVALO MECÂNICO E PRANCHA (VOLVO) ...................................A - 8PRANCHA (RANDON) ......................................................................A - 8CAVALO MECÂNICO (SCANIA) .......................................................A - 8PRANCHA (SANVAS) .......................................................................A - 8

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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1 - 1

CAPÍTULO 1

INTRODUÇÃO

ARTIGO I

GENERALIDADES

1-1. FINALIDADE

Este caderno de instrução tem por finalidade complementar os conheci-mentos do Manual C 55-1 - Transportes Militares, o qual deve constituir-se emleitura obrigatória a todo militar que estiver envolvido, seja como planejador ouexecutante, nas operações de transporte de blindados.

1-2. PARTICULARIDADES DO TRANSPORTE DE BLINDADOS

Fig 1-1. Embarque de Viaturas para Guerra do Golfo

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1 - 2

a. Tipos de transporte

Os tipos de transportes que se prestam às viaturas blindadas são o rodo-viário, o ferroviário, o marítimo e o aéreo. No entanto, normalmente utilizamos otransporte multimodal, ou seja, dois ou mais tipos de transportes na mesmaoperação. Por exemplo, pode-se citar que dificilmente se usa o transporte marí-timo isoladamente, pois a partir do porto ou para se chegar até ele, precisa-se deoutro meio de transporte.

b. Principais cuidados no transporte

Por se tratar de viaturas pesadas e envolver muitas vezes estruturas físi-cas e pessoal civil, neste tipo de operação duas fases são fundamentais: umplanejamento detalhado e uma execução cuidadosa.

No planejamento deve-se, dentre outras coisas:

1) Escolher o tipo de transporte a utilizar tomando por base as caracterís-ticas de cada um deles, realizando os contatos necessários.

2) Fazer reconhecimentos do itinenário e colher o máximo de informa-ções sobre ele.

3) Tomar todos os cuidados com a segurança antes , durante e após odeslocamento. Nesta segurança incluem-se o balizamento correto, as amarra-ções e demais cuidados específicos de cada tipo de transporte.

a) A execução nada mais é do que a colocação em prática doplanejamento realizado. A boa execução depende fundamentalmente de um bomplanejamento. Outro fator importante para uma boa execução é a unidade decomando, seja qual for o tipo de transporte utilizado. Vale ressaltar, que devidoao tamanho e peso das viaturas blindadas, quando vem a ocorrer algum tipo deacidente normalmente decorrem vítimas fatais.

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2 - 1

CAPÍTULO 02

TRANSPORTE FERROVIÁRIO

ARTIGO I

INTRODUÇÃO

2-1. GENERALIDADE

O transporte ferroviário permite o transporte de grandes tonelagens à gran-des distâncias, caso sua malha viária esteja nas condições ideais para operação.Ocorreto aproveitamento da rede ferroviária permite mover, concentrar e apoiar asgrandes massas dos Exércitos de Campanha a grandes distâncias e com altograu de rapidez.

Fig 2-1 Transporte Ferroviário

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2 - 2

ARTIGO II

CARACTERÍSTICAS DO TRANSPORTE FERROVIÁRIO

2-2. VANTAGENS

a. Pode transportar grandes quantidades de tropa e seu material orgânico alongas distâncias e com apreciável economia de tempo. Esta característica, porém,está condicionada ao desenvolvimento da rede ferroviária, à capacidade de tráfegodas vias e à disponibilidade do material rodante.

Fig 2-2. Embarque de uma Grande Unidade

b. Proporcionar grande descanso à tropa transportada e evitar o desgastedo material orgânico. Nota-se que, no tocante ao descanso proporcionado à tropa,é necessário que se tomem algumas medidas complementares, tais como:conforto dos assentos, instalações sanitárias adequadas, preparação dos locaisde paradas etc...

2-3. DESVANTAGENS

a. A s ferrovias são altamente vulneráveis, em todo o seu trajeto, às açõesdo inimigo aéreo, aeroterrestre, guerrilheiros ou sabotadores, principalmentequando objetivam os seus pontos críticos e de reparação mais demorada, quaissejam: pontes, viadutos, entroncamentos, estações, oficinas, depósitos etc... Istoexigirá certas medidas de segurança (defesa aérea, guarda dos pontos sensí-veis, emprego de trens blindados etc).

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2 - 3

Fig 2-3. Trajeto de Ferrovia

b. A rigidez das linhas conduz a itinerários fixos, reduzindo a flexibilidade deemprego da tropa nessa ou naquela direção. Para que não se perca a flexibilida-de de emprego da tropa, torna-se necessária a combinação do transporteferroviário com o rodoviário.

Fig 2-4. Controle de Embarque

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2 - 4

ARTIGO III

PLANEJAMENTO

2-4. PLANEJAMENTO DETALHADO

a. Generalidades

1) O transporte ferroviário, para ser bem executado, necessita de minu-cioso planejamento, que deve ser estudado desde o tempo de paz. Noplanejamento da construção de novas vias, deve ser considerada a missão es-tratégica das ferrovias, para que possam ser dotadas de grande capacidade detráfego e para que suas direções favoreçam, sempre que possível, suas funçõesestratégicas.

2) Nesta fase o encarregado do transporte deve levantar os efetivos ematerial a transportar.

3) Deve estudar o fracionamento da tropa, bem como a escolha do localde embarque.

4) Deve ligar-se com o operador da rede ferroviária, buscando todo tipode informação possível que facilite seu planejamento.

b. Fracionamento da tropa

É a subdivisão da tropa a ser transportada em pequenos grupos de em-barque, chamados de elementos de transporte, visando utilizar da melhor ma-neira possível a capacidade de transporte das composições com o menorfracionamento possível das frações constituídas (manutenção dos laços táticos).

c. Ligações com o operador da rede ferroviária

1) O responsável pela operação de transporte deve fazer as ligaçõescom a RFFSA, entrando em contato pessoal com o engenheiro residente e oagente da estação local.

2) Frisa-se que o contato pessoal é indispensável.

3) Fazer as requisições com os dados essenciais para que a Rede Fer-roviária possa providenciar a reunião de locomotivas, vagões, carros e platafor-mas que irão constituir a composição, a tempo e nos locais desejados.

4) Verificar se existe material para as amarrações e calçamento dasviaturas e o que terá que ser providenciado pela OM.

d. Escolha do local de embarque

Com base no material e pessoal a ser transportado, a chefia da ferrovia,com assistência militar, escolherá os locais que mais se adaptam ao embarquee desembarque, a condução das composições para tais locais e o aparelhamen-to destes locais (luz, rampas, plataformas, modificações no tráfego da rede etc.).

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2 - 5

Fig 2-5. Local de Embarque

e. Informações sobre o percurso

1) Analisar o percurso por meio de informações da rede, reconhecimen-tos locais ou por meio de cartas ferroviárias, particularmente no que tange alargura e gabarito de túneis e obras de arte, desvios, locais de parada, aclives oudeclives, sinuosidade do percurso, passagens de nível e outras julgadas neces-sárias.

2) O traçado e a construção da via são elementos igualmente importan-tes.

3) Os raios das curvas, as rampas, a bitola, a distância entre os dormen-tes, as obras de arte etc, são componentes intimamente ligados à parte técnicada construção e altamente influenciadores na escolha do itinerário.

4) As estações exercem uma influência decisiva no planejamento, sendoesta influência exercida especialmente nas facilidades que elas oferecem para ocruzamento dos trens militares.

5) Sobre as estações, deve-se verificar ainda:

a) A classe das estações.

b) O tipo de plataforma, consistência do seu piso e qual a folga damesma com relação aos vagões pranchas.

c) Se houver desnível ou degrau entre as plataformas e a altura dosvagões pranchas.

d) Os tipos de rampas de acesso ao trem.

e) A existência de área compatível para as manobras de viaturas paraembarque ou desembarque bem como a segurança do local.

f) As condições de trânsito no local, quer urbano quer ferroviário, a fimde que as manobras do trem interfiram o mínimo possível com o tráfego local,nas passagens de nível.

g) As condições de conforto, principalmente quanto às dependênciassanitárias que as estações possam propiciar a tropa, particularmente em estaçõesde cidades do interior.

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2 - 6

2-5. EMBARQUE

a. Preparação para o embarque

1) É evidente que para planejar o transporte de uma tropa é necessárioconhecer sua organização, dotação e efetivos, além do número de animais (sefor o caso) e a quantidade, por tipo, de viaturas e armamento pesado. Isto por-que estes dados vão permitir a confecção de um quadro destinado a tornar maisfácil a fixação dos tipos de composições que transportarão uma ou mais unida-des.

2) O quadro assim composto é um documento simples e permite comporconvenientemente os trens que conduzirão as frações e seu material orgânico.

3) O objetivo do quadro em questão é, portanto, o de facilitar a composi-ção dos trens para o transporte, respeitando o princípio de manutenção daintegridade das frações, sempre que possível.

b. Formas de embarque e desembarque

1) As formas usuais de embarque ou desembarque de viaturas em com-posições ferroviárias variam em função das condições oferecidas pelas esta-ções e podem ser classificadas em:

a) Embarque ou desembarque por rampa de topo fixo ou móvel.

b) Embarque ou desembarque por rampa lateral.

c) Embarque ou desembarque por guindaste - este geralmente sópode ser utilizado nos grandes terminais ferroviários ou nos portos.

d) Embarque ou desembarque por rampa improvisada

2) As rampas podem ser de dois tipos: lateral ou de topo, que podem serfixas, existentes nas estações, e móveis, que possibilitam o embarque ou de-sembarque de viaturas em qualquer trecho da linha, desde que se prepare oacesso à rampa com o próprio lastro do leito.

3) Rampa de topo

a) Vantagens

(1) Não necessita manobrar o carro sobre a rampa ou prancha.

(2) Possibilita maior controle por prancha embarcada.

(3) Não danifica a plataforma nem as pranchas.

b) Desvantagens

(1) Dependendo da estrutura do terminal ferroviário, exige contínuasmanobras da locomotiva no pátio da estação. Fraciona-se a tropa e aumenta onúmero de áreas de trabalho.

(2) Gasta-se maior tempo para a operação do terminal.

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2 - 7

Fig 2-6. Rampa de topo móvel

Fig 2-7. Rampa de topo fixo

4) Rampa lateral

a) Vantagens

(1) Permite a operação sem manobras do trem ou com um mínimodelas.

(2) Possibilita maior rapidez na execução.

(3) Permite melhor controle das pranchas carregadas.

b) Desvantagens

(1) Danifica as bordas das pranchas e das plataformas.

(2) Exigem manobra das viaturas sobre as pranchas.

(3) Às vezes, as pranchas não nivelam ou até mesmo ficamafastadas das plataformas.

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2 - 8

Fig 2-8. Rampa Lateral

5) Guindaste

a) O guindaste deve ser considerado como uma medida alternativapara emprego em situações especiais, particularmente em ocasião em que nãohaja espaço suficiente para manobra das viaturas. Como principais restrições aoprocesso, vemos as de que ele aumenta o tempo necessário para o embarque eque existem em poucos terminais ferroviários equipados com o material.

Fig. 2-9. Guindaste

6) Rampa Improvisada

a) A rampa improvisada é um artifício que pode ser utilizado quandonão se tiver outro modo de embarcar ou desembarcar.

Normalmente esta rampa é feita de dormentes de madeiras dopróprio terminal ferroviário e requer grande quantidade de mão de obra.

b) Consiste em dispor os dormentes paralelos à retaguarda do vagão,sobre a linha do trem e em seguida colocar uma segunda camada de dormentesperpendicular a primeira.

c) Repetir esta operação até chegar à altura do vagão, devendo, no

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2 - 9

entanto, diminuir um dormente do lado oposto ao vagão a cada fileira disposta,de modo que se forme uma espécie de escada desde o nível do trilho até o níveldo vagão.

Fig 2-10. Rampa Improvisada

c. Carregamento nas pranchas

1) Sempre que possível, carregar e descarregar veículos de vagões L(tipo plataforma Fig 2-13) por sua própria tração, usando rampas fixas de topo oulateral.

2) Se uma rampa fixa não estiver disponível, uma rampa improvisadamóvel (Fig 2-6.) pode ser construída.

3) O movimento do material, de um vagão plataforma para outro (balde-ação), faz-se possível com o uso de estrados de travessia. A baldeação feita como emprego de vagões, servindo como estrados de travessia, deve ser considera-da como medida de emergência.

4) As Vtr blindadas devem, quando possível, constituir composições in-dependentes.

5) Os reboques devem ser atrelados às Vtr que normalmente os tracioname embarcados nessa situação, desde que o número de pranchas comporte talprocedimento.

6) No caso particular de canhões, obuses ou outros reboques, contendoartigos que requeiram cuidados especiais, é conveniente desatrelar os mesmosda Vtr tratora, após o embarque na prancha, fixando-os com calços e tirantes.

7) Quando houver necessidade de economizar o número de pranchas(vagões), procurar-se-á combinar as Vtr e Rbq de tal forma que seja obtido omáximo aproveitamento de comprimento das pranchas disponíveis. Tal organi-zação, entretanto, dificulta as operações de embarque e desembarque.

8) É conveniente que as Vtr sobre rodas tenham a calibragem de seuspneus reduzida.

9) As Vtr e os reboques devem ser embarcados com o carregamento e o

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2 - 10

material de ajustagem que normalmente transportam.

10) A posição do volante de freio de cada vagão irá condicionar o tipo derampa a empregar.

11) Praticamente, deve-se empregar equipes de graduados e soldadosque se encarreguem da organização das viaturas para o embarque, do controlede trânsito e do embarque e desembarque propriamente dito (guias). Essas equi-pes poderão ser identificadas pelos motoristas, pelo uso de bonés (bico de pato)ou capacetes pintados com cores vivas e distintas uma das outras.

12) Os tipos de vagões mais utilizados no transporte de frações blinda-das são:

a) Vagão transporte de pessoal

(1) Utilizado para o transporte da tropa. Deve sempre existir nacomposição, pois é proibido a tropa viajar embarcada nos blindados.

Fig 2-12. Vagão de transporte de carga

c) Vagão plataforma

Fig 2-11. Vagão de transporte de pessoal

b) Vagão transporte de carga

(1) Utilizado para transporte do material que por ventura não possair dentro dos carros, se for o caso. Por exemplo, pode transportar peças eferramental sobressalentes ou reservas de munição, além da capacidades doscarros.

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2 - 11

(1) São os mais utilizados, pois são os que transportam efetivamenteos blindados.

Fig 2-13. Vagão plataforma (Vagão L)

d. Segurança- Os procedimentos de segurança são fundamentais no embarque ferro-

viário, pois falhas na segurança podem acarretar acidentes graves.1) Responsável pelo Transporte

a) O responsável pelo transporte é o comandante da operação ecabe a ele cobrar e verificar se estão sendo respeitados todos os procedimentosde segurança.

b) Deve reunir todo o pessoal envolvido no embarque (Cmt deviatura, motoristas e balizadores) e explicar detalhadamente todos osprocedimentos a serem tomados por ocasião do embarque, bem como divulgara ordem das viaturas para o embarque.

2) Cmt de Carro ou equivalentea) É o responsável por orientar o seu motorista e embarcar seu

carro.b) Deve reconhecer, junto com o seu motorista, o local exato que

a viatura deve passar e abordar a plataforma, pois o tamanho da plataforma nãopermite manobras.

c) Ao embarcar as viaturas deve se prever espaço entre elas paraas amarrações.

d) O Cmt do carro deve certificar-se de que toda a área ao redorda plataforma está isolada.

Fig 2-14. Cmt CC

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2 - 12

3) Motorista

a) Deve reconhecer, a pé, todo o itinerário junto com o Cmt docarro.

b) Deve estar atento a todos os comandos do balizador e só executaros movimentos que forem mandados.

c) No desembarque não utilizar os freios.

Fig 2-15. Motorista

4) Balizador

a) Deve seguir o que prescreve o CI 17-10/5, que trata dobalizamento de viaturas blindadas.

b) Deve sempre preocupar-se em não perder o contato visual como motorista.

c) Durante o posicionamento do blindado sobre a prancha, o idealé que o balizador não fique no mesmo vagão da viatura a ser balizada.

d) Se não for possível atender ao item anterior, o balizador deveposicionar-se no chão ao lado do vagão de modo a não ficar entre a viatura jáposicionada e a viatura a ser posicionada.

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2 - 13

Fig 2-16. Balizador

e. Amarrações e calçamento

1) Amarrações

a) O equipamento necessário e atualmente disponível para o transporteferroviário é o orgânico da ferrovia, acrescido do que deve ser providenciadopelas unidades blindadas, como calços, rampas móveis, ferramental, guinchos,correntes, esticadores, pregos, arames etc. Esta necessidade de material deveser verificada no momento da ligação com o operador da rede ferroviária.

b) O movimento no sentido vertical, causado pela ação conjunta datrepidação e dos amortecedores dos blindados, é minimizado pela amarraçãodos cabos de aço.

c) Esta amarração deve ser feita à retaguarda e à frente da viatura,utilizando-se dois pontos de amarração na plataforma e dois pontos na viatura,sendo que a amarração obrigatoriamente deve ser cruzada.

d) O material utilizado deve ser: cabo de aço, esticadores, gramposde fixação do cabo de aço e anilhas que são presas nos ganchos para fueiros daplataforma.

e) É comum a falta dos ganchos para fueiro e fueiros nos terminaisferroviários. Neste caso, pode-se improvisar passando o cabo de aço diretamenteno buraco destinado ao fueiro, dispensando neste caso as anilhas. Porém, nestascondições, deve-se ter a preocupação com a extensão do cabo de aço, que deveser maior para permitir a amarração.

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2 - 14

Fig 2-17. Gancho para fueiro Fig 2-18. Cabo de aço

Fig 2-19. Grampo Fig 2-20. Esticador

Fig 2-21. Anilha e pino de segurança

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2 - 15

Fig 2-22 Amarração dos cabos de aço

2) Calçamento

a) Existem cinco tipos de calços de madeira testados com sucesso notransporte ferroviário de blindados:

(1) O calço para a frente ou retaguarda das lagartas.

(2) O calço lateral para calçar as lagartas internamente.

(3) O calço das rodas de apoio para prender estas rodas sobre aslagartas.

(4) As arruelas de madeira, cuja principal finalidade é a de seremusadas entre cada prego e o calço, para serem quebradas no final, permitindo aextração do prego com a unha do martelo ou pé de cabra.

(5) As ripas de madeira que servem para fixar entre si dois calçosde rodas de apoio. Os calços, de um modo geral, têm por fim a eliminação demovimento longitudinais e transversais da viatura sobre a prancha. Assim é queos calços frontais ou traseiros e os calços laterais internos auxiliados pelos cabosde aço eliminam os movimentos laterais da carga.

b) Para um bom calçamento das viaturas, deve-se fixar os calçosfrontais na plataforma e aproximar a viatura até que a primeira roda de apoio dalagarta seja levantada da plataforma sobre o calço. Nesta situação, o motoristadeve frear a viatura até que se coloque o calço traseiro junto a lagarta. Em seguidasolta-se o freio para que a viatura se encaixe nos calços.

c) Deve-se ter a preocupação em manter todas as rodas de apoio emcontato com a plataforma.

d) Após os calçamentos frontais e traseiros inicia-se o calçamentolateral das lagartas. A rede ferroviária utiliza também um calço padronizado paraqualquer tipo de viaturas que tem sido usado com bons resultados. É do tipocunha.

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2 - 16

e) Na falta de calços especiais a solução da utilização de pilhas dedormentes tem apresentado resultados satisfatórios, sendo também empregadanas pranchas que apresentam piso de metal e não permitem a fixação dos calçospor meio de pregos.

f) Nos vagões metálicos, os calços são de ferro e não estão soldadosno assoalho do vagão.

g) Para isso, o planejador deve prever na sua equipe soldadores ematerial para a colocação dos calços.

Fig 2-23 Calço para frente ou retaguarda

Fig 2-24 Calço lateral para lagarta

2-6. INSPEÇÕES

a. Inspeção das viaturas- Antes da partida, o responsável pelo transporte deve verificar se foram

executadas as seguintes medidas:

1) Guardar metralhadoras e antenas das viaturas.

2) Fixar os canhões em seus suportes de transporte de marcha.

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2 - 17

3) Manter as viaturas com o mínimo de combustível até o desembarque.

4) Manter os extintores de incêndio sempre à mão.

5) Manter as escotilhas fechadas e coifas colocadas.

6) Evitar o contato de cabos de aço com superfícies cortantes ou depouca resistência.

7) Aplicar o freio de mão às viaturas e manter a transmissão em pontomorto após o embarque.

8) Realizar uma inspeção técnica.

9) Carregar as viaturas e reboques com o carregamento de materialque normalmente transportam.

10) Proteger bem os acessórios, engradando-os ou encaixotando-os.

11) Reduzir a calibragem dos pneus.

12) Outras julgadas necessárias.

b. Inspeção do pessoal

- Com relação ao pessoal deve atentar para os seguintes procedimentos:

1) Organizar uma escala de vigilância para que as guarnições serevezem entre o carro de passageiros, que sempre deve acompanhar acomposição, e a guarda do material nas próprias pranchas.

2) Estabelecer ligação por telefone entre a locomotiva e o último vagão.

3) Manter um graduado junto ao maquinista para se precaver ante aaproximação de pontos críticos.

4) Verificar se toda a tropa está embarcada nos vagões destinados aopessoal, inclusive os motoristas.

2-7. TRANSPORTE PROPRIAMENTE DITO

a. Definição

- É o deslocamento do PI ao DLib.

b. Baldeações

1) Devido à grande variedade de bitolas das ferrovias brasileiras, torna-se necessário a baldeação.

2) Podem ser feitas baldeações utilizando-se as plataformas das esta-ções ou quando a situação permitir, mediante a colocação dos trens em linhasdistintas, um ao lado do outro. Dependendo da capacidade de transposição dosvãos, as viaturas poderão mudar de pranchas através dos próprios meios oucom auxílio de pontes.

c. Inspeções

1) Durante os altos é necessário que o Chefe de cada viatura verifique asamarrações e o calçamento de sua viatura, reapertando-as, se for o caso, com oauxilio de sua guarnição.

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2 - 18

2-8. DESEMBARQUE

a. É a desocupação dos vagões ou plataformas pelos elementos nela em-barcados.

b. Segue os mesmos procedimentos descritos no embarque.

ARTIGO IV

INSTRUÇÃO DA TROPA

2-9. GENERALIDADES

a. A instrução da tropa para o transporte ferroviário deve ser encarada sob oaspecto teórico e prático e deve ser ministrada de duas formas diferentes:umapara o efetivo profissional - EP (Of e Sgt) e outra para o núcleo base (Cb e Sd) eefetivo variável da tropa - EV.

b. A instrução para o EP (Of e Sgt) deve voltar-se mais para o aspecto deplanejamento, providências a serem tomadas, ligações necessárias, cálculo dasnecessidades em material, tipos de embarque, com suas vantagens e desvanta-gens, noções sobre funcionamento, normas e nomenclatura usadas nas viasférreas, principais problemas causados pelo embarque e fixação incorreta domaterial.

c. Os tenentes e sargentos, por exemplo, podem ser destacados paraefetuarem reconhecimentos de itinerários e de obras de arte ou para efetuaremcálculos das necessidades para embarcar seus pelotões ou subunidades e apre-sentarem relatórios.

d. A instrução para os Cb e Sd (NB + EV), embora sem deixar de abordarresumidamente alguns dos aspectos acima, deve ser mais voltada para a partedo embarque e desembarque, necessidade e tarefa de calçar as viaturas, con-duta e descentralização dos trabalhos.

2-10. INSTRUÇÃO DA TROPA

a. É ideal que se faça pelo menos uma vez por ano uma instrução prática,numa estação ferroviária, para treinamento de embarque, desembarque, mano-bras e fixação das viaturas. Nesta oportunidade, os motoristas e guias serãotreinados em manobras de topo e laterais e as guarnições serão treinadas nafixação das viaturas e familiarizadas com as composições férreas.

b. Nas instruções práticas, nas estações, devem ter a preocupação de mantera distância os habitantes das proximidades, que, movidos por uma curiosidadenatural, sempre aparecem para assistir os movimentos e embarques, principal-mente nas cidades do interior. Estaremos assim prevenindo a operação contraacidentes, que não são difíceis de ocorrer.

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2 - 19

ARTIGO V

CONSIDERAÇÕES FINAIS

2-11. CARACTERÍSTICAS DO MATERIAL DA FERROVIA

A malha ferroviária brasileira tem apresentado material rodante, no quetange aos vagões plataformas (Tipo L), com as características gerais abaixo, asquais poderão variar um pouco em função da bitola adotada:

(+) Com Piso de Metal

2-12. DEFINIÇÕES E TERMOS FERROVIÁRIOS

a. Composição, Comboio ou Trem

- É o conjunto de carros e vagões tracionados por uma locomotiva.

b. Cmt do trem

1) É o comandante da tropa embarcada.

2) É assessorado pelo chefe do trem (civil).

3) Responsável pela preparação dos planos e quadros.

4) É o responsável pela segurança, disciplina e administração em via-gem.

5) Não exerce o controle sobre as manobras e o movimento de trens.

c. Ramal

- Lance secundário de uma Estrada de Ferro, que liga a via principal atécertas localidades.

d. Desvio

- Linha auxiliar destinada a passagem ou reunião de trens. Pode ser:

- DESVIO ATIVO > Quando a linha desviada retorna à principal; e

- DESVIO MORTO > Linha desviada finda, sem tornar ao eixoprincipal.

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2 - 20

e. Terceiro trilho

- É um trilho colocado entre dois outros para possibilitar a passagemde composição de menor bitola.

f. Bitola

- É a distância entre dois trilhos.

g. Locomotiva

- É o elemento de tração da composição.

h. Carro

- É o nome genérico dados aos veículos tracionados pela locomotiva.Poderá ser:

1) Carro > Quando destinado a passageiros e bagagens; e

2) Vagão > Quando destinado aos demais meios. Vagão plataformaou prancha é o destinado ao transporte de viaturas.

i. Trem militar

- Trem formado a base de uma locomotiva, um carro/bagagem, carrose vagões plataforma, sob um Comando Militar.

2-13. CLASSIFICAÇÃO DAS FERROVIAS E LOCOMOTIVAS

a. Quanto à bitola

1) Larga > 1 metro;

2) Normal = 1 metro;

3) Estreita < 1 metro; e

4) Reduzida = 0,76m.

b. Quanto à energia de tração

1) A Vapor;

2) Eletricidade;

3) Óleo Combustível; e

4) Gás.

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3 - 1

CAPÍTULO 03

TRANSPORTE RODOVIÁRIO

ARTIGO I

INTRODUÇÃO

3-1. GENERALIDADES

a. Devido às restrições de combustíveis e a necessidade de se evitar aomáximo o desgaste do material, não se deve deslocar viaturas sobre lagartaspor seus próprios meios, sob pena de desgastar os patins, sobrecarregar osmotores e transmissões, além de danificar as estradas.

b. O transporte rodoviário desenvolve-se, normalmente, em rodovias e,eventualmente em distâncias relativamente curtas, através do campo. É o meionormal para vencer espaços entre terminais, depósitos ou instalações diversas.

c. É o processo racional para deslocamentos de menor amplitude e para otransporte de pequenos elementos na zona de combate.

d. O transporte rodoviário é, normalmente, empregado no prolongamentodas ferrovias. Entretanto, é comum seu uso para a duplicação daquelas, visan-do melhorar seu rendimento.

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3 - 2

Fig 3-1. Transporte da VBC Leopard 1A 1

ARTIGO II

CARACTERÍSTICAS DO TRANSPORTE RODOVIÁRIO

3-2. CARACTERÍSTICAS GERAIS

a. O transporte rodoviário caracteriza-se por:

1) Apresentar grande flexibilidade, com boas possibilidades de alterna-tivas, tanto nas vias como nos meios.

2) Apresentar elevado custo operacional, cujo valor cresce à proporçãoque se reduzem as condições técnicas das vias.

3) Não depender de terminais, podendo realizar a ligação direta “porta =a = porta”.

4) Oferecer facilidade de mobilização de meios e de pessoal especi-alizado.

5) Permitir a fácil recuperação de suas vias e de seus meios.

6) Ser menos vulnerável à ação inimiga, proporcionando boas condi-ções de emprego na zona de combate.

7) Sofrer ponderável influência das condições climáticas, cuja ação pro-duz efeitos negativos sobre as condições técnicas das vias e dos meios.

8) Ter reduzida capacidade para o transporte de grandes massas.

3-3. VANTAGENS

a. Evita o desgaste desnecessário do material a ser transportado.

b. Possibilita o menor consumo de combustível, pois as carretas são muitomais econômicas que as VBC.

c. Proporciona certo descanso a tropa.

d. Levar as VBC a locais que os outros meios, marítimo e ferroviário, sãoincapazes.

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3 - 3

3-4. DESVANTAGENS

a. Os deslocamentos não podem ser feitos a grandes distâncias sem para-das, devido ao cansaço dos motoristas.

b. Impossibilidade de transportar grandes quantidades de tropa e material,devido às restrições quanto ao número de carretas.

ARTIGO III

PLANEJAMENTO DO TRANSPORTE RODOVIÁRIO

3-5. RECONHECIMENTO

- É importante que se faça um reconhecimento, preferencialmente no ter-reno, do itinerário por onde passará a carreta com a viatura, devido a problemascomo altura na passagem em passarelas, túneis, fios de telefone e energiaelétrica. Outro problema é reconhecer se as pontes no itinerário suportam opeso da viatura que transporta a VBC/VBTP.

3-6. ESPAÇO PARA MANOBRA

- É necessário que o local onde será realizado o embarque ou o desembar-que haja espaço suficiente para a manobra das carretas, devido a seu compri-mento, e dos carros.

3-7. EMBARQUE, DESEMBARQUE E RESPONSABILIDADE

a. O responsável pelo embarque, bem como pelo transporte, é o Oficial deSegurança, que normalmente é o comandante da fração (valor pelotão) queestá efetuando o embarque.

b. Terá como função fazer cumprir as normas de segurança antes, durantee após o embarque, bem como verificar se a amarração foi feita de forma correta.

c. Independente da responsabilidade geral da operação pertencer ao Ofici-al de Segurança, cada chefe de viatura é responsável pelo embarque e amarra-ção da sua viatura, sendo coordenado e fiscalizado pelo Oficial de Segurançada operação.

d. Cada viatura blindada tem uma particularidade para o embarque naspranchas. Trataremos do embarque da VBTP M113 B, pois este embarque apre-senta as características gerais do embarque de outras viaturas blindadas.

1) Antes de tudo, deve-se certificar que a carreta esteja em um localplano. Deve-se, ainda, abaixar os calços traseiros da prancha, para que duranteo embarque o peso da viatura a ser embarcada não force a quinta roda docavalo mecânico.

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3 - 4

Fig 3-2. Calço da Prancha

2) A carreta deve estar ligada e o auxiliar do carreteiro deverá estaraplicando o freio do cavalo durante o embarque.

3) A VBTP M113 B normalmente é embarca de ré e, portanto, deverãoser utilizados dois balizadores.

4) O primeiro passo é levar a VBTP próximo às rampas da prancha, atéque as lagartas encostem nas rampas.

Fig 3-3. M113 Começando o Embarque

5) Neste momento, o movimento é interrompido; o balizador da reta-guarda desloca-se a uma posição que ele possa comandar o deslocamentosem que haja um obstáculo atrás dele, evitando assim que seja esmagado.

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3 - 5

Fig 3-4. M113 Embarcando

6) Nunca se deve manobrar a viatura sobre a rampa, sob pena detombamento. Qualquer manobra deve ser feita já sobre a prancha.

7) Após ter sido colocada em posição, a VBTP será amarrada, na trasei-ra e na frente, de maneira única, no gancho para reboque.

Fig 3-5. Amarração da traseira do M113

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3 - 6

Fig 3-6. Amarração da Frente do M113

8) Formas de embarque de outras viatuaras blindadas

a) M 41 C e Leopard 1 A1(1) O embarque do M 41 e do Leopard 1 A1 é feito de forma idêntica

ao do M113 nos seus procedimentos, porém as VBC embarcam de frente e aamarração, em ambos os lados, é feita em “X”.

Fig 3-7. VBC Leopard 1A 1 embarcada na prancha

Fig 3-8. Amarração em X da VBC Leopard 1A 1 na prancha

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3 - 7

b) M108

(1) O embarque do Obuseiro AP é idêntico ao do M113, porém aamarração em ambos os lados é feita em X.

e. O desembarque é feito de forma inversa ao embarque, contudo deve-seter cuidado com o seguinte detalhe:

- Ao entrar na rampa de descida, deve-se ter o cuidado de deixar aviatura descer normalmente, nunca frear, pois a viatura poderá derrapar na rampae tombar.

Fig 3-9. M113 desembarcando

f. Exemplos de conseqüências de embarques ou desembarques mal reali-zados:

Fig 3-10. Calço da prancha danificado

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3 - 8

Fig 3-11. Rompimentos de guias centrais dos patins das lagartas

Fig 3-12. Cubo da roda de apoio danificado

Fig 3-13. Prancha (calço) / M 578 e lagarta danificada

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3 - 9

3-8. MEDIDAS DE SEGURANÇA

a. Antes do deslocamento

1) O oficial de Segurança deverá reunir os chefes de viaturas, com seusrespectivos motoristas, e os motoristas das carretas para expor a ordem deembarque e as medidas de segurança a serem seguidas.

2) Não deverá permanecer ninguém próximo da prancha, pois caso aVBC tombe durante o embarque não “haverá acidentes, em princípio”. Deveráser estabelecido um perímetro de segurança, com raio de no mínimo 10 m.

3) Para o embarque, é indispensável o correto balizamento previsto noCI 17-10/5, tendo especial cuidado com o posicionamento do balizador no mo-mento da subida na prancha de modo que não fique entre a viatura e o cavalomecânico.

b. Durante o deslocamento

1) Se julgar conveniente, o Oficial de Segurança poderá criar uma equi-pe de escolta para o deslocamento, composta de duas viaturas leves sobrerodas, para ir à frente e à retaguarda da coluna de carretas, evitando que viatu-ras civis se infiltrem ou cortem a coluna.

2) Deverá ser respeitado o limite de velocidade para o transporte, poisnunca se deve esquecer que a viatura transportada pode ter até 40 toneladas eum acidente nestas condições torna-se fatal.

3) Convém, em deslocamentos acima de 50 Km, fazer um alto parareapertos.

4) Se for verificado problema com as amarrações ou outro fato queatente contra a segurança, deve-se imediatamente interromper o transportepara sanar o problema.

5) Devem ser previstos altos para reapertos nos deslocamentos em ser-ra ou estradas sinuosas.

c. Após o deslocamento

1) Ao chegar a região de destino, deve-se definir a ordem e o local dedesembarque das viaturas.

2) O desembarque deve seguir os mesmos procedimentos de seguran-ça do embarque.

3) No desembarque, o motorista deve deixar que a viatura desça porseu próprio peso, não devendo acionar os freios durante a descida, pois podecausar o tombamento da viatura.

3-9. FIXAÇÃO E MOVIMENTOS

a. Na fixação, os três movimentos, longitudinal, lateral e vertical, devemser levados em conta.

b. Deve-se colocar sapatas-de-aço no interior das pranchas para se anularo movimento lateral. Calços e blocos permitem que se anule o movimento lon-

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3 - 10

gitudinal. As correntes são utilizadas para anular os movimentos lateral, longitu-dinal e vertical. Deve-se ter o cuidado na hora da amarração para que os doisesticadores não fiquem um sobreposto ao outro, que com o passar do tempo iráafrouxar as correntes.

c. Não se deve encostar o blindado na extremidade da prancha, junto aocavalo mecânico, para substituir a amarração frontal, pois este procedimentodanifica a prancha.

Fig 3-14. Amarração correta Fig 3-15. Amarração errada

3-10. QUADRO COMPARATIVO DAS PRANCHAS RODOVIÁRIAS

Fig 3-16. Prancha Krone

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3 - 11

Fig 3-17. Prancha Randon

Fig 3-18. Prancha Sanvas

3-11. OBSERVAÇÕES FINAIS

a. Não esquecer, durante o planejamento, a ordem e o local de desem-barque das viaturas.

b. Para o transporte rodoviário, as VBC, acima citadas, são de “Classe55”, e podem ser transportadas com maior segurança nas rodovias federais eestaduais, pois em geral possuem pontes catalogadas na “Classe 70”.

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4 - 1

CAPÍTULO 04

TRANSPORTE MARÍTIMO

ARTIGO I

INTRODUÇÃO

4-1. GENERALIDADES

a. O transporte marítimo é utilizado basicamente em duas situações bemdistintas.

b. Numa primeira situação, a operação de transporte é parte integrante deum contexto tático e é apenas uma fase da manobra da Marinha. Normalmente,o local de desembarque é uma área hostil e constitui-se em objetivo de conquis-ta da força naval.

c. Numa segunda situação, o transporte constitui-se de uma operação decunho administrativo, sem um contexto tático definido e cujo único objetivo érealizar um transporte de um local para outro. Neste caso, a possibilidade decontato com o inimigo é pouco provável ou inexistente, inclusive podendo serrealizado por navios civis adaptados.

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4 - 2

ARTIGO II

CARACTERÍSTICAS DO TRANSPORTE MARÍTIMO

4-2. CARACTERÍSTICAS GERAIS

- O transporte marítimo tem como características gerais:

a. Necessita grande coordenação.

b. Necessita embarcações próprias ou adaptadas.

c. Permite descanso e conforto da tropa.

d. Requer adaptação da tropa à vida embarcada.

e. Embarque e desembarque demorados.

f. Necessita cooperação da Marinha ou agentes especializados.

4-3. VANTAGENS

a. Permite transporte à grandes distâncias, inclusive intercontinentais.

b. Permite descanso e conforto da tropa.

4-4. DESVANTAGENS

a. Necessita grande coordenação e cooperação da Marinha.

b. Necessita embarcações próprias ou adaptadas.

c. Requer adaptação da tropa à vida embarcada.

d. Embarque e desembarque demorados.

e. Necessita integração com outros tipos de transporte.

ARTIGO III

PLANEJAMENTO

4-5. TIPOS DE NAVIOS

a. A Marinha de Guerra dispõe de dois tipos de navios capazes de seremutilizados em desembarques anfíbios. Os Navios Desembarque de Docas (NDD),classe Ceará e classe Rio de Janeiro, e os Navios Desembarque de Carros deCombate (NDCC), classe Duque de Caxias e classe Mattoso Maia.

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4 - 3

1) Navio Desembarque de Docas (NDD)

a) Neste tipo de navio, uma determinada área é inundada, de tal ordemque as embarcações de desembarque e/ou as viaturas anfíbias partemdiretamente do seu interior.

b) Os blindados são transportados em embarcações que conduzemas viaturas da praia ao interior do navio e vice e versa.

G-30 CEARÁ / G-31 RIO DE JANEIRO

CARACTERÍSTICAS

• Deslocamento (toneladas): 6.880-padrão/ 12.150-máximo

• Dimensões (metros): 155,5 x 25,6 x 5,8• Velocidade (nós): 22,5• Raio de Ação (milhas): 10.000, à 18 nós• Tripulação: 345 homens• Capacidade de Tropa: 340 homens• Armamento: 6 canhões de 76mm

• Helicóptero: Plataforma

c) Estes tipos de navios comportam até 21 Embarcações deDesembarque de Viatura e Material ou 6 Embarcações de Desembarque deViatura e Material e 3 Embarcações de Desembarque de Carga Geral.

d) Estas embarcações transportam os blindados até a praia, local ondeo navio não consegue chegar.

Fig 4-1. Convés do NDD

Page 46: CADERNO DE INSTRUÇÃO TRANSPORTE DE VIATURAS BLINDADAS CI 55-1

4 - 4

2) Navio Desembarque de Carros de Combate (NDCC)

a) Esta modalidade serve para transportar carros de combate e outrasviaturas, sendo que estes navios, dependendo do gradiente das praias, podemse aproximar a tal ponto que os veículos desembarcam diretamente nas mesmas,com a utilização de rampas próprias dos navios.

G-26 DUQUE DE CAXIAS

G-28 MATTOSO MAIA

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4 - 5

4-6. ATIVIDADES DO PLANEJAMENTO

a. Plano de embarque

- O plano de embarque e de carregamento é feito em coordenação coma Marinha, contudo, algumas informações deverão ser dadas para a confecçãodo mesmo.

b. Apronto operacional

1) As unidades deverão informar o material, inclusive o armamentocoletivo, que será levado na viatura, pois, este, permanecerá na própria apósembarcado.

2) Exemplo de apronto operacional da VBC Leopard:

)1(-rotomodapmatadlaicepseatnemarreF )1(-oiforatrocedevahC

)aneuqep(mc07satragalsadoãsnetevahC)1(-

)5(-oãhnacodazepmilarapsetsaH

)1(-oãçazilanisedsolugnâirT )1(-railixuaaçrofedobaC

)1(-emararatrocedetacilA )1(-rotelfermocoãhnacafioC

)8(-soregirrufsodohlugremedafioC )1(-oãhnacePRTohlugremedsafioC

)1(-CCtmCodahlitocsearapevahC )1(-MDClairetameetecapacarapasloB

)1(arbacedéP )2(-áP

)1(-)adatnomsed(aterracA )1(-ahnidahcaM

)1(-odahcaM )1(-oletraM

)rap1(-otnairraedavuL )1(-avreseranetnA

)1(-FZTradoãçetorpedafioC )8(-sonegírruF

)1(-atsirotoModsatnemarreFedasloB

1(-atragaladoãxenocarap"C"meopmarC)rap

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4 - 6

)2(-atragaLedocacaM )1(-)ohlevoledom(ortemíuqroT

)1(-oletraM )1(-odanibmocroiretxeenofeleT

)2(-sotelpmocsnitaP2 )snitapon2(-siartnecsaiuG8

)8(-siaretalserotcenoC )1(-)ednarg(atragaladoãsnetedevahC

)4(-ság-itnasaracsáM )1(-aeréaitnartMedodloT

)1(-oãçnevretnianeuqepedatnemarreF )1(-erfocmocVIoipócsireP

)1(-NBCoãçcetededasloB )1(-soleedaslobmocxaoCrtM

)1(-acimâronapatenuL )1(-oãçinumedaxiacmocxaoCrtM

)1(afiocmocVIatenuladaxiaC )1(-ojotseeanetnA

)1(-anilosagaorieragoF )1(-litátroprotnitxE

)2(-ocitsálpedlinuF )1(-26,7oãçinumedaxiaC

-atsirotoModsavresersadapmâledaxiaC)1(

rotuderodotnemalpocaodevahC)1(-)aiugmoc(etnenamrep

)1(-ocitólairetamarapavreseraxiaC )1(-oslobedadapmâL

)4(-avreseroipósireP )1(-ohcutrac+rodazilaniS

)1(-sojotse+olucóniB )1(-atracatroP

)1(-oidárotnemapiuqEodavreseraxiaC )1(-oidárotnemapiuqE

)1(ailotomlA )1(-aeréaitnartM

)4(-sariednaB )1(-sorrocossoriemirpedaxiaC

)4(-EAoãçaR )1(-otisnârtedoãçazilaniS

)4(-augáedoãrubmaC )1(GAMadoãçnevretniª1edaxiaC

)2(-TESleniaP )1(oidáratnemarreF

)2(-acimíuqoãçanimatnocsededaxiaC )8(-oãmedsadanarG

)3(-GAMadavresersonaC )2(-oãhnacodatnemarreF

)1(-ahnucadotnemahcefedatnemarreF )rap1(-otnaimaedsavuL

)1(-26,7sorit05rodagerraC )rap1(-drafoarapVIortliF

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c. Pesos e dimensões

- Todas as viaturas, que participarão do embarque, deverão ter as di-mensões e o peso, pronto para o combate, fornecidos. As viaturas mais levessão embarcadas primeiro.

- EX: Dimensões e peso da VBC Leopard 1 A1Comprimento - 8,17 metrosAltura - 2,62 metrosLargura - 3,25 metrosPeso - 40 toneladas

d. Munição

- A munição que será levada pelas Unidades deverá ter o quantitativofornecido à Marinha, para que seja incluída no plano de carregamento do navio.Após embarcada, deverá ser acondicionada no paiol de munição do navio.

4-7. EMBARQUE

a. Destacamento precursor

1) É o grupamento que embarca alguns dias antes da tropa, munido detodo o material e pessoal necessários a efetuar a adequada preparação no naviodentro de suas atribuições.

2) Suas principais atribuições são:

a) Distribuir e identificar os alojamentos (coberturas) para a tropa.

b) Reconhecer e conferir todas as instalações e os materiaisespecificados nos mínimos detalhes, verificando o estado de higiene e suascondições de funcionamento.

c) Organizar as diversas atividades de faxinas e de serviço de escala.

d) Orientar o pessoal durante o embarque e na adaptação àembarcação.

e) Orientar embarque de Vtr e carga, auxiliando nas manobras e nafixação ao navio.

f) Reforçar a turma de aprovisionamento do navio com 01 rancheiropara cada 30 homens da tropa.

g) Reforçar a equipe de saúde com 01 médico e enfermeiros, queconcorrerão ao serviço diário. Conduzir medicamentos preventivos e necessáriosao atendimento, observando os efeitos adversos causados à tropa embarcadapelo período do transporte.

h) Distribuir identificação especial para toda tropa a embarcar, destaforma, facilitando o embarque.

i) Informar ao imediato do navio sobre:

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(1) Quantitativo a embarcar, separadamente por Oficiais,Subtenentes, 1º , 2º e 3º Sargentos, Cabos e Soldados.

(2) Recursos logísticos que serão trazidos pela tropa para uso natravessia.

(3) Recursos idênticos que a tropa necessita no navio.

j) Solicitar ao imediato do navio informações sobre:

(1) O embarque e a travessia e que devam ser divulgadasantecipadamente em quartel

(2) A reunião com os Oficiais do navio encarregados da tropa e dacarga, a fim de serem acertados detalhes relativos ao embarque de pessoal,viatura e carga.

(3) O reconhecimento das instalações do navio de uso destinadopara a tropa.

b. Embarque do material

1) Material individual - O material de apronto operacional ficará guardadonas viaturas. O militar deverá levar para as cobertas somente aquilo que fornecessário para a travessia. O material deverá estar identificado e guardado nosarmários. Cada militar deverá levar um cadeado para o armário.

2) Armamento - Durante as travessias o armamento da tropa, baionetase facas deverão estar recolhidos à escoteria (sala d’armas) da tropa. Será esca-lado um escoteiro (armeiro), a quem competirá o controle da escoteria. O traba-lho de recolhimento desse material deverá ser feito logo após o embarque, tãologo a situação permita. O armamento coletivo permanecerá embarcado devida-mente fixados. Todo armamento deve ser identificado com uma etiqueta em queconstará a Unidade, Subunidade, fração, nome de guerra e graduação do deten-tor e terá que ser submetido a manutenções periódicas devido a maresia.

c. Preparação das viaturas

1) Deverão embarcar com 80% da capacidade de seus tanques de com-bustível e seus pneus, para melhor aderência durante o trânsito pelas rampas deacesso, deverão ser descalibrados de 1/3 da calibragem para lama.

2) Todos os reboques deverão possuir a 3a roda de apoio para suasimprescindíveis manobras no Tank-Deck e convés principal.

3) Somente os motoristas deverão estar embarcados nas Vtr durante oembarque e obedecerão somente ao balizador especializado.

4) As amarrações (Apeamento) das Vtr serão executadas pelos milita-res da Marinha e deverão verificadas diariamente. Para o correto apeamentoserá necessário que as Vtr possuam seus elos e/ou ganchos de pára-choquescompletos.

5) Durante a manutenção diária de 1o escalão, as Vtr poderão funcionarseus motores por grupos, ocorrendo as coordenações necessárias com o Oficial

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de Carga do navio, para o acionamento dos exaustores.

6) Durante a manutenção, deverão ser abertos os reservatórios de com-bustível para liberar os gases formados pela evaporação do combustível.

7) As viaturas e reboques serão numeradas segundo o quadro de priori-dades de Vtr para a execução do desembarque.

8) Os motoristas deverão receber prévias instruções de apeamento epreparação das Vtr inclusive de fixação das cargas a transportar. Estas fixaçõesdeverão considerar as situações de mar adverso como temporais e tempesta-des.

9) Deverá ser limitado o trânsito de pessoas entre as viaturas em altomar, devido ao risco de esmagamento caso alguma viatura se solte.

d. Embarque das viaturas nos Navios Desembarque de Docas (NDD)

1) Nos NDD, as viaturas serão embarcadas através dos guinchos daembarcação. Os guinchos possuem duas velocidades: uma mais rápida, paraaté 5 toneladas, e outra mais lenta, para pesos de até 50 toneladas.

2) As viaturas que não possuem pontos de içagem, como as Vtr 5 Ton,demoram para serem levadas a bordo.

3) Na prática, uma VBR, VBC ou VBTP gasta cerca de 25 minutos para oembarque. As viaturas ½ Ton, por serem mais leves, gastam de 10 a 15 minutos.Por necessidade de manutenção, o guincho não suporta trabalhos continuadosem períodos superiores a oito horas.

4) As Vtr ½ Ton, Vtr 5 Ton, reboques e peças de artilharia ficam acondici-onadas no Superdeck( Convés 02), enquanto as VBR, VBC, VBTP e Vtr Socorroocupam o andar inferior (Convés 01), mais amplo.

5) A ordem de chegada de Vtr é inversa a ordem desembarque.

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Fig 4-3. Embarque do M113 com guindaste(visão interna)

Fig. 4-2. Embarque do M 41 com guindaste(visão externa)

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e. Embarque das viaturas nos Navios Desembarque de Carros de Comba-te (NDCC)

1) No caso dos NDCC, o navio se aproxima do local de embarque e abreas portas de embarque.

2) O NDCC abaixa sua rampa para que as viaturas embarquem. A ram-pa é preparada e as viaturas embarcam.

Fig 4-4. Rampa do NDCC para embarque e desembarque

Fig 4-5. Militares da Marinha preparam a rampa de embarque

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Fig 4-6. Após a rampa preparada, as Vtr embarcamdiretamente por meios próprios

Fig 4-7. Navio mercante que pode vir a substituir os NDD

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Fig 4-8. As viaturas, como nos NDD, entrariam pela traseira

Fig 4-9. Navio mercante que pode a vir substituir os NDCC

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Fig 4-10. Vista frontal do local por onde entram as viaturas

f. Embarque do pessoal

1) A distribuição nominal do pessoal da tropa pelos alojamentos e cober-tas disponíveis é usualmente deixada a critério do comando da tropa. O imediatodo navio entregará ao Oficial do destacamento precursor os modelos correspon-dente a cada um dos alojamentos e cobertas disponíveis para preenchimentonominal no quartel. Esses modelos preenchidos constituirão, simultaneamente,o Rol de Embarque e o Plano de Alojamento da tropa, os quais já indicarão,antecipadamente, os postos para cada um dos elementos da tropa. Esta distri-buição do pessoal deverá procurar grupar os elementos de funções específicase também manter a Unidade Tática das frações para melhor coordenação econtrole.

2) Os modelos preenchidos do Rol de embarque e o Plano de Alojamen-to da Tropa deverão ser apresentados, por ocasião do embarque do contigenteprincipal, ao Oficial do navio encarregado da tropa.

3) O Oficial do destacamento precursor providenciará o preenchimento,no quartel, dos Cartões de Embarque, em duas vias. Essas fichas deverão serdistribuídas rigorosamente aos homens que, de fato, ocuparão as cobertas, e osbeliches numerados nelas indicados. Haverá, pois, no preenchimento das fi-chas, rigorosa correspondência com a distribuição que for efetuada no Rol deEmbarque.

4) Deverá ser executado por toda a tropa, ainda no quartel, após a distri-buição dos postos de abandono, que são os locais onde cada elemento deveráse reunir para abandonar o navio, treinamentos de ocupação dos postos, visan-do, quando embarcado, que a tropa possa executar o exercício com acerto eoportunidade. Evitando, com isto, possíveis confusões, pelos pequenos espa-ços de circulação disponíveis.

5) Antes de ingressar a bordo, o contigente será formado no cais ouonde determinado. Qualquer formatura de pessoal para o embarque propria-

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mente dito deverá ser organizado por alojamento ou cobertas, de acordo com oRol de Embarque/ Plano de Alojamento, previamente preenchidas no quartel.Por ocasião dessa formatura, os elementos da tropa deverão portar, individual-mente, os cartões de embarque, que contém informações importantes e de co-nhecimento obrigatório, as quais constituirão um documento individual para todaa Unidade de Embarque.

6) Os cartões de embarque conterão indicações como: Escaninho Nr,Posto de Abandono, Beliche, Coberta. Sendo, pois, essencial evitar seu extravioou dano durante toda a viagem.

7) Os motoristas e demais elementos envolvidos nos trabalhos de em-barque de viatura e carga, quando essa se processar simultaneamente com oembarque de pessoal, estarão nos respectivos trabalhos.

8) A formatura para esses elementos será organizada ao término daoperação.

9) A ordem para embarcar partirá do Comandante do navio, que deladará ciência ao Cmt da tropa. Ao embarque de Vtr ou carga estará, obrigatoria-mente, presente o Oficial do navio encarregado da carga.

10) O Oficial do navio encarregado da tropa conduzirá o embarque orde-nadamente, segundo os alojamentos e cobertas designados no Rol de Embar-que/ Plano de Alojamento da tropa. A seqüência de embarque será : Oficiais em“grupo único”, antes das praças, e praças, de acordo com a localização dascobertas de avante para a ré.

11) Uma vez alojada a tropa a bordo, deverá ser executado um reconhe-cimento das instalações mais importantes pelos Oficiais e sargentos, de interes-se da tropa, e ser iniciado os serviços de escala considerados essenciais pelonavio e para a tropa embarcada, no porto e em viagem.

12) O desembarque da tropa deverá ser processado à semelhança doembarque, ordenadamente, mediante autorização do Comandante do Navio.

13) Antes de desembarcar, os elementos da tropa deverão desocuparintegralmente os compartimentos que ficaram a sua disposição e deixá-los aber-tos.

14) Permanecerá a bordo um grupo, à semelhança do destacamentoprecursor, o qual após o desembarque geral, procederá a limpeza e arrumaçãodas instalações que foram postas à disposição da tropa.

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ARTIGO IV

CONDUTA DA TROPA EMBARCADA

4-8. ALOJAMENTOS E RANCHO

a. Os alojamentos são pequenos e com pouca ventilação.

b. Os banheiros, com água salgada, são pequenos, e durante a viagemocorre controle do consumo geral d’água.

c. Deverá ser designado um graduado “encarregado” para manter os aloja-mentos arrumados.

d. Os navios são dotados de roupa de cama.

e. Os deslocamentos para o rancho devem ser feitos por cobertas, condu-zido pela guarnição de serviço à bordo.

4-9. EXERCÍCIOS DE ADESTRAMENTO

a. São executados exercícios diários de “Guarnecer Postos de Abandono”.

b.Todos deverão estar vestidos com os coletes salva-vidas, individualmen-te distribuídos.

Fig 4-11. Tropa utilizando colete para treinamento

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4-10. HIGIENE E SAÚDE DA TROPA

a. Deve-se levar sacos plásticos de porte obrigatório, devido aos enjôos,comuns nos primeiros dias embarcados, e como depósito de lixo nos alojamen-tos.

b. Deve ser recomendado a utilização de remédio preventivo à enjôo antesda viagem.

c. Por limitações na enfermaria do navio, recomenda-se que seja levado omaterial abaixo relacionado. Projeção para um efetivo de 100 militares/ 01 dia deviagem.

d. O navio possui aparelhagem médica adequada para casos mais gravese com possibilidade de evacuação por helicópteros.

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4-11. REGRAS DE CONDUTA

a. Água potável

1) O consumo a bordo é controlado, inclusive para o banho.

2) É proibido a utilização dos bebedouros para a limpeza pessoal.

b. Segurança

1) Colete salva-vidas:

- Ao embarcar, cada homem receberá um colete, que deverá seramarrado na beliche. A tropa será instruída sobre a utilização dos coletes. Autilização inadequada prejudicará a flutuabilidade do colete.

2) Fumo a bordo:

- O fumo a bordo requer atenção especial, tendo em vista osaspectos de segurança. Em geral, não é permitido fumar nos alojamentos ecobertas.

- É essencial que as pontas de cigarros sejam depositadas noslocais adequados.

3) Homem ao mar:- Ao ser tocado postos de “Homem ao mar”, toda a tropa deverá

concentrar-se imediatamente em seus respectivos alojamentos e cobertas pararigorosa verificação de presença, enquanto a guarnição do navio executa asmanobras necessárias para o recolhimento do homem. Em certas circunstâncias,poderá ser determinado à tropa concentrar-se no convés principal, em seu localde formatura geral para verificação.

4) Incêndio a bordo

- Na ocorrência de incêndio, a guarnição do navio atenderá a seuspostos de combate e a tropa deverá permanecer nos alojamentos e cobertas.

c. Comunicações

1) O tráfego de mensagens de interesse da tropa será processada den-tro das normas vigentes a bordo, pelo serviço de comunicações do navio.

2) Para o correto encaminhamento das mensagens de interesse datropa, através do serviço de comunicações do navio, é necessário que o Oficialde comunicações da tropa mantenha estreita ligação com o encarregado deCom do navio, para coordenar as providências a nível técnico o mais cedo pos-sível, de preferência antes do embarque.

d. Lavanderia

1) A lavagem de roupa a bordo somente poderá ser feita na lavanderiado navio. É expressamente proibido a lavagem de roupa em banheiros e cober-tas.

2) Os encarregados de alojamentos e cobertas serão os elementos de

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ligação com a lavanderia para os trabalhos de entrega e recebimento de roupa.

3) A roupa para lavagem deverá estar convenientemente identificada ede acordo com o rol de roupas.

e. Recreação

- No horário de recreação, constante da rotina, é permitido o uso rádio,jogos e outras distrações. É expressamente proibido o uso de baralho e jogos adinheiro.

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5 - 1

CAPÍTULO 05

TRANSPORTE AÉREO

ARTIGO I

INTRODUÇÃO

5-1. GENERALIDADES

a. Os transportes aéreos são adaptáveis ao deslocamento de unidades detropa, quando o seu equipamento não for volumoso e pesado e a situação nãoindicar o transporte por outros meios. Constituem um meio eficaz para suprirelementos blindados, pára-quedistas, tropas sitiadas ou destacamentos queoperam a grande distância de suas bases e para evacuação de feridos.

b. O sucesso dos transportes aéreos depende de:

1) Superioridade aérea.

2) Possibilidade de obtenção da surpresa.

3) Neutralização do fogo antiaéreo.

4) Existência, conquista ou preparação de campos e locais de pouso.

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5 - 2

Fig 5-1. Aeronave C-130 (HÉRCULES)

ARTIGO II

CARACTERÍSTICAS DO TRANSPORTE AÉREO

5-2. CARACTERÍSTICAS GERAIS

a. As características dos transportes aeroviários são as seguintes:

1) Grande rapidez de deslocamento.

2) Número ilimitado de rotas para o mesmo ponto de destino.

3) Ausência de obstáculos terrestres intermediários.

4) Relativamente pequena capacidade de transporte em tonelagem evolume de carga.

5) Dependência de aeroportos ou pistas de aterragem, das condiçõesmeteorológicas e do raio de ação das aeronaves.

6) Vulnerabilidade aos ataques aéreos e ao fogo antiaéreo.

ARTIGO III

PLANEJAMENTO DO AEROTRANSPORTE

5-3. GENERALIDADES

a. O aerotransporte de pessoal e material blindado implica num planejamentometiculoso.

b. A Unidade a ser aerotransportada, por necessidade da missão que vai

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cumprir, estará em estreita ligação com a Força Aérea, encarregada doaerotransporte, ficando ciente das alterações que possam surgir em função dedisponibilidade de aeronaves e sua capacidade de carga. O comandante da tropaaerotransportada, em ligação com a Unidade Aérea, desenvolverá planos espe-cíficos, de modo a assegurar um planejamento coordenado e pormenorizado.

5-4. FATORES DE PLANEJAMENTO

a. Missão - Terá influencia na seleção de pessoal, armamento, munição eequipamento.

b. Pessoal / Material - Carregar aeronaves com pessoal e material própriosao uso deste, de acordo com a combinação das “Cargas - Tipo”, facilitando ocarregamento e descarregamento do avião.

c. Integridade Tática - Manutenção de integridade tática sempre que possí-vel.

1) Não dissociar os pequenos elementos de combate.

2) Dissociar os meios de comando (pessoal etc) para evitar uma perdatotal.

d. Carga / Trator - Embarcada, se possível rebocada por seu trator.

e. Armamento / Munição - Embarcar o armamento com a sua munição.

5-5. CARACTERÍSTICAS DA AERONAVE C - 130 (HÉRCULES )

a. Compartimento de Carga

- Comprimento utilizável - 12,04 m

- Largura utilizável - 2,62 m

- Altura utilizável - 2,47 m

b. Rampa de carga

- Comprimento utilizável - 3,02 m

- Largura utilizável - 3,04 m

- Altura utilizável - 2,00 m

c. Compartimento Real

- Comprimento – 12,50 m

- Largura – 3,10 m

- Altura – 2,75m

OBSERVAÇÃO: O termo “utilizável” prende-se à necessidade de espaços

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5 - 4

livres nos contornos, de modo que a tripulação possa circular e fazer as observa-ções de rotina, bem como atender às situações de emergências.

d. Peso Máximo de Decolagem (PMD) - 155.000 lb

e. Peso Máximo de Aterragem (PMA) - 130.000 lb

f. Equipamentos para Movimentação de Carga

1) 6 “pallets” de 108” x 88” x 2, 25”, sendo 1 sobre a rampa.

2) 2 unhas manuais - traciona até 5.000 lb.- 4.000 lb, sem roldana

3) Guincho, traciona até - 8.000 lb, com 1 roldana -12.000 lb com 2 roldanas

OBSERVAÇÃO: Unha - equipamento manual, consistindo basicamente deuma alavanca equipada com rodas, que facilita a movimentação de carga nointerior da aeronave.

g. Nota

1) A capacidade da rampa é de 5.000 lb. Para efeito de planejamento,contudo, deve-se considerar um máximo de 2.200 lb, para evitardesbalanceamento da aeronave.

2) No transporte de pessoal, num máximo de 92 militares, o piso docompartimento de carga ficará todo ocupado e haverá somente uma disponibili-dade de 2.200 lb para carga na rampa. Os militares deverão conduzir somentebagagem de mão.

OBSERVAÇÃO: Pallet É um elemento básico de um sistema paletizado,consistindo numa plataforma de duraluminio, onde é amarrada a carga facilitan-do as operações de carregamento e descarregamento de material.

5-6. ESCALONAMENTO

a. As definições dos diferentes escalões (aéreos e terrestres) são feitaspara cada Unidade ou Grupamento de Unidades, pelo seu Comandante, obser-vando o seguinte:

1) Missão a cumprir.

2) Disponibilidades dos meios aéreos.

b. Escalão Aéreo - Compreende todo o pessoal e material que, em princí-pio, será transportado por aeronaves. Uma tropa nem sempre pode ser transpor-tada com todo seu material e pessoal, em virtude do peso e volume que apresen-tam em relação às disponibilidades em aviões e suas capacidades de carga. Emconseqüência, temos os “Escalões Aéreos de Transporte” onde distinguimos trêstipos:

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5 - 5

1) Escalão Muito Leve - Ausência total de viaturas, podendo inclusivehaver substituição de material e redução de pessoal devido a capacidade dasaeronaves.

2) Escalão Leve - Compreende o armamento principal da Unidade, inclu-sive os acoplados em veículos, para dar condições de maior mobilidade.

3) Escalão Pesado - Comporta todo o material e pessoal de uma tropa,podendo ser toda transportada pelo ar. Organiza-se em três escalões:

a) Escalão de Assalto (1º Escalão) - São os elementos transportadosna primeira expedição aérea, indispensável ao êxito da missão.

b) Escalão Imediato (2º Escalão) - Constitui a fração da tropa que sereúne à primeira, seja pelo ar ou pela superfície; e que não são prontamentenecessários ao escalão de assalto.

c) Escalão Recuado (3º Escalão) - Constitui a fração da tropa compostados elementos essencialmente administrativos que por força de suas funçõespermanecem aquartelados, e que não são considerados essenciais ao combate.

ARTIGO IV

ACONDICIONAMENTO DA CARGA

5-7. GENERALIDADES

- A carga a ser transportada deverá estar bem acondicionada em materialresistente e que não se ressinta das operações de carga e descarga.

5-8. CONCEITUAÇÕES

a. Carga aérea - carga que deve ser aerotransportada e acondicionada se-gundo padrões estabelecidos.

b. Material nocivo - aquele que possa, direta ou indiretamente, causar da-nos à aeronave ou aos seus equipamentos, a curto ou a longo prazo.

c. Material perigoso - Todo material que por sua composição, propriedade econdicionamento seja: inflamável, corrosivo, oxidante, explosivo, tóxico, agentebiológico, material magnético ou radioativo.

5-9. REGRAS PARA O ACONDICIONAMENTO DA CARGA

a. O volume deverá ser feito de forma a:

1) Proteger a carga e restringir a possibilidade de qualquer tipo de extra-vio.

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2) Não acarretar ferimentos em pessoas ou danos no avião ou outrosartigos.

b. O volume, contendo material que requeira cuidados especiais, deveráter indicado esta condição, de maneira destacada, nas faces externas, com letrasde forma ou gravura.

Exemplo : FRÁGIL - VIDROS - ESTE LADO PARA CIMA etc.

c. Cada volume a ser transportado terá anotado em suas faces ou emetiqueta própria:

1) Tipo de carga.

2) Peso bruto(Kg e Lb).

3) Volume da carga (cm e pol).

4) Nome do destinatário (pessoa, organização ou localidade, cidade,estado e telefone).

5) Endereço do remetente (logradouro, número, localidade, cidade,estado e telefone).

6) Quando se tratar de lote, deverá em cada volume constar a identifica-ção do lote e o número do volume correspondente.

Exemplo: Lote 1004 Vol 1/10

d. Os volumes com peso acima de 30 kg deverão ter em sua parte inferiortravessas nas extremidades, de forma a deixarem um vão mínimo de 15 cm dealtura do solo, que permita a entrada dos garfos da empilhadeira.

5-10. TIPOS DE EMBALAGENS

a. Caixa - De madeira, papelão, metal ou plástico. As partes componen-tes, dependendo do material, deverão ser unidas com pregos, fitas de metal,arames, cordas ou fita adesiva.

b. Saco - De lona, plástico, papel. O fechamento da boca poderá ser cos-turado ou amarrado.

c. Tambor - De metal, madeira ou compensado.

d. Barril- De madeira, com aros de metal.

e. Engradado de madeira - Construído de tal forma que proteja o objetoem seu interior, ao qual deve estar rigidamente ligado.

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5 - 7

ARTIGO V

PREPARAÇÃO DA CARGA

5-11. CONCEITUAÇÕES

a. Carga-Tipo - É uma habilidosa composição de carga (pessoal e oumaterial), com peso total não superior à carga permissível de uma aeronave.

- O estabelecimento das cargas-tipo de uma OM obedece ao Métodode Tentativa e Erro, no qual a prática vai contribuindo para os constantesaperfeiçoamentos, jogando-se com os fatores do peso e cubagem do material.

OBSERVAÇÃO: O resultado será arredondado para o inteiro superior, casoa cubagem dos materiais seja compatível com o compartimento de carga dasaeronaves calculadas.

b. Carga Permissível- É o limite de carga de uma aeronave, disponível paraa execução de um transporte.

c. Arranjos - São adaptações executadas com pessoal e material nas car-gas - tipo, em função da carga permissível fornecida pela Unidade de TransporteAéreo.

d. Necessidade de Aviões - Determinar-se-ão as necessidades de aviões,por meio de cargas-tipo, para as frações das Unidades, para as Unidades, outodos os escalões, conforme a missão. Para determinar o número de aviões,utiliza-se o seguinte processo: divide-se o peso da carga pelo peso da cargapermissível, identificado na fórmula que se segue.

Número de Aviões = Peso da Carga__ carga permissível

- OBSERVAÇÃO: O resultado será arredondado para o inteiro superior,caso a cubagem dos materiais seja compatível com o número de aeronavescalculadas.

5-12. VIATURAS BLINDADAS

a. As viaturas deverão estar abastecidas com 1/3 de sua capacidade decombustível, tampa do tanque aliviada, pneus semi-cheios e bateria desconectada,com os bujões frouxos e desobstruídos.

b. Os aviões deverão ser equipados com pranchões quando transportan-do viaturas ou equipamentos bélicos, de acordo com as TO respectivas das Anv,respeitando os limites estruturais de piso da aeronave.

c. As viaturas serão embarcadas nas pranchas e levadas para o Batalhão

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Fig 5-2. Interior do compartimento de carga da Anv C-130 (HÉRCULES)

DOMPSA, onde serão colocadas em plataformas, ou pallets, e posteriormenteembarcadas nas aeronaves, tracionadas pelo guincho bulldog, a cargo da Aero-náutica, ou serão levadas diretamente para as Bases Aéreas e embarcadasrealizando um pequeno deslocamento para o interior das aeronaves, sobreexpansores de área, colocados no piso das aeronaves, de acordo com cálculodo peso concentrado realizado pela Aeronáutica (Sgt Load Master).

d. No Brasil, o aerotransporte de viatura blindada só pode serexecutado pela aeronave C – 130 (HÉRCULES) para as VBTP M-113 B, VBREE 9 – CASCAVEL e VBTP EE11 – URUTU.

Fig 5-3. Prancha embarcando Vtr Bld na Anv C-130 (HÉRCULES)

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5 - 9

Fig 5-4. Rampa de embarque da Anv C-130 (HÉRCULES)aberta para receber Vtr Bld rodando.

Fig 5-5. Viatura blindada embarcando em Anv C-130 (HÉRCULES)

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Fig 5-6. Viatura Bld embarcada na Anv C-130 (HÉRCULES).

5-13. MOTOR

a. O motor usado, ou sujeito a vazamento, deverá ter, por baixo, umabandeja metálica coletora de vazamento. O motor pode ser aerotransportado:

1) sobre cavaletes apoiados em pranchas de madeira, e com os seuspés fixados nestas pranchas por calços, parafusos ou pregos.

2) sobre armação de madeira que distribui o peso da carga em umaárea considerável do piso do avião.

5-14. MATERIAL PERIGOSO

a. A aeronave deverá estar com os equipamentos e acessórios adequa-dos ao manuseio, transporte e segurança de cada tipo destes materiais. Ex:máscaras, luvas, extintores e vestimenta adequada; observando-se o seguinte:

1) O acondicionamento de toda a carga perigosa deve ser cuidadosoquanto à vedação e robustez, permitindo fácil e seguro manuseio e amarração.

2) A embalagem do material perigoso deve estar rotulada com dadosclaros, permitindo fácil identificação.

3)Tambor de combustível vazio é considerado inflamável pela facilida-de com que libera vapores e provoca explosões.

4) Especial atenção deve ser dada quando forem transportadas cargasvoláteis de diversos tipos ou cargas passíveis de reagirem entre si, resultandoem produto perigoso para a aeronave ou seus tripulantes. Este tipo de carrega-mento é PROIBIDO.

b. Os acumuladores de carga (baterias) somente serão transportados

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quando secos, ou seja, sem solução.

c. É proibido o aerotransporte de botijões de gás de uso doméstico.

5-15. MATERIAL BÉLICO E EXPLOSIVOS

a. Materiais bélicos e explosivos são considerados como materiais perigo-sos, portanto, seu aerotransporte, além de obedecer aos requisitos seguintes,deverá seguir também as prescrições previstas no número 5-14. “ MATERIALPERIGOSO”.

1) Carregamento de Explosivo

a) Embalagens para explosivos devem estar em bom estado epropriamente marcadas. Embalagens apresentando evidências de danificação,mistura, manchas , não deverão ser carregadas até que uma pessoa qualificadae responsável as libere para embarque. Embalagens rejeitadas deverão serrecolhidas à origem.

b) Embalagens de explosivos deverão ser acondicionadas no interiorda aeronave, longe de saídas quentes, fontes de centelha e outros perigossimilares.

c) Fumar não é permitido em compartimentos de aeronavescarregadas de explosivos. É proibido fumar.

b. O transporte de munições em avião com passageiros somente deveráser autorizado quando :

1) Tratar-se de munição de calibre até 20 mm, inclusive; com projéteisinertes ou traçantes.

2) Embaladas na forma preconizada pela Norma Técnica aplicável ecom peso de cada embalagem até 45 kg.

c. É proibida a permanência de aeronaves com munições próxima aedificações.

d. Um especialista em armamento acompanhará o carregamento, trans-porte e descarregamento.

e. Explosivo de Transporte Proibido - São aqueles considerados extrema-mente perigosos para serem manuseados, não podendo ser transportados pelosmétodos normais empregados. São incluídos neste grupo itens como a nitrogli-cerina e fulminato de mercúrio seco e azida de chumbo seca.

5-16. DOCUMENTOS AUXILIARES DO PLANEJAMENTO

a. Quadro de Detalhes

- É o documento confeccionado pelos Comandantes de Subunidades,onde se esclarece pormenorizadamente ao Comando e ao EM o seu efetivo em

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pessoal e material (armamento, viaturas, material de comunicações etc.). Comos seus pesos relacionados pelas frações e o peso total.

b. Quadro Base

- É o documento confeccionado pelo EM das Unidades, onde englobaos quadros de detalhes de todas as subunidades, dando-nos o peso total empessoal e material da Unidade.

c. Guia Básico do Planejamento

1) É um documento confeccionado pelo EM em função do quadro base,que nos permite calcular com presteza as necessidades em aviões para a Uni-dade e os escalões-tipo com suas cargas-tipo, de acordo com as característicasdos aviões disponíveis (desde que sejam conhecidos os escalões aéreos e ter-restres desta Unidade.

2) De posse do quadro base que engloba o quadro de detalhes, pode-se fazer o Guia Básico do Planejamento que, conforme a missão, disponibilida-des em aviões, o escalão-tipo, vai estabelecer o efetivo do escalão aéreo eterrestre e a distribuição dos elementos pelos escalões de assalto, imediato erecuado.

3) Pode acontecer que pela grande disponibilidade aérea, a Unidadeconstitua somente o escalão aéreo.

4) Acompanhando o Guia Básico do Planejamento, deve o EM de umaUnidade aerotransportável possuir um quadro auxiliar sobre a transportabilidadedas viaturas orgânicas (com suas dimensões) em todas as aeronaves de carga.

d. Quadro de Distribuição de Aeronaves

- Serve para distribuir as aeronaves disponíveis pelas Unidades subor-dinadas. É confeccionado pelos EM das Unidades.

e. Quadro de Movimento Aéreo

- Mostra a seqüência do movimento aéreo das Unidades terrestres.Nele o comandante indica a prioridade de movimento para os vários elementossob seu comando. É confeccionado pelo EM das Unidades.

f. Quadro de Carregamento das Aeronaves

- Fornece o plano de carregamento de cada uma das aeronaves. Éconfeccionado pelo EM das Unidades

g. Manifesto de Vôo

- É a relação de pessoal e material de cada aeronave. É confeccionadopelo Mestre de Transporte da FAB.

5-17. APRESTAMENTO E ENSAIO

- Todas as Unidades do Exército devem ser instruídas quanto aos princí-

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pios e à técnica do movimento pelo ar. Modelos de tamanhos reais do comparti-mento de carga de vários tipos de aeronaves de transporte são usados para ainstrução de carregamento e amarração do material.

5-18. APRESTAMENTO

a. É a preparação do material e da tropa para a operação. Consiste em:

1) Na preparação do pessoal e material para o embarque.

2) Na aproximação dos aeródromos de partida.

3) Na identificação e carregamento das aeronaves.

4) No reconhecimento dos locais de estacionamento.

- OBSERVAÇÃO: O estacionamento é a fase final para o embarque quan-do a tropa é isolada para evitar a quebra do sigilo. Todo este trabalho deaprestamento refere-se às 48 horas que antecedem ao embarque.

5-19. ENSAIO

a. É o treinamento da execução de todos os detalhes da operação, com ointuito de dar à tropa precisão e velocidade sob condições próximas da realida-de. Nesta fase, praticam-se as seguintes ações:

1) Deslocamento para a área de aprestamento.

2) Embarque e carregamento das aeronaves.

3) Desembarque.

4) Reorganização.

5) Execução do plano tático.

5-20. EXECUÇÃO DE UM AEROTRANSPORTE

a. Para a sua execução, realizamos as seguintes operações:

1) Preparação do material.

2) Acondicionamento para tornar o material transportável.

3) Deslocamento para o aeródromo de partida.

4) Embarque (carregamento) de material e pessoal.

5) Vôo (aerotransporte).

6) Desembarque (descarregamento).

7) Reorganização.

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5-21. EQUIPAMENTOS DE AMARRAÇÃO

- Toda carga transporta da pelo ar deve ser amarrada no compartimentode carga para se evitar seu deslocamento durante a decolagem, o vôo e o pouso.Para que essas amarrações sejam efetuadas convenientemente, torna-se ne-cessário o conhecimento dos tipos e características dos equipamentos de amar-rações empregados.

5-22. DESCRIÇÃO DOS EQUIPAMENTOS UTILIZADOS PELA AERONÁUTI-CA

a. MB -1 - Corrente metálica com dispositivo de tensão, tem 9 pés decomprimento e 10.000 libras de resistência.

b. MB - 2 - Idêntico ao equipamento MB -1, exceto pela resistência. Tem25.000 libras de resistência.

c. CGU - Cadarço de nylon de 20 pés de comprimento e possui 5.000libras de resistência.

5-23. ESQUEMA DE PONTOS DE AMARRAÇÃO

- É a planta do compartimento de carga da aeronave, onde estão repre-sentadas as argolas para amarração da carga a ser amarrada pelo “Load Master”da Aeronáutica.

ARTIGO VI

INSTRUÇÃO DA TROPA A EMBARCAR

5-24. GENERALIDADES

- A Instrução da tropa deve ser orientada principalmente para procedimen-tos e sinais convencionados, durante o deslocamento da aeronave.

5-25. DEFINIÇÕES

a. Regras de Segurança dos Aeródromos

- É o conjunto de conhecimentos que contribuem para a segurança dopessoal, aeronaves e instalações, no interior do aeródromo.

b. Aeródromo

- É a área de terra ou água (edificações, instalações e equipamentos)destinada, total ou parcialmente, a chegadas, partidas, movimentos e serviços

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de aeronaves. Devem possuir: pista de pouso e decolagem, pista de rolagem,área de estacionamento, área de sinalização, sala de tráfego, torre de controle ehangar(es).

c. Campo de Pouso

- É a área de terra ou água destinada a chegadas, partidas e movimen-tos de aeronaves, sem qualquer auxilio à navegação. Deve possuir pista de pousoe decolagem.

d. Pista de Pouso e Decolagem

- É a faixa de terreno de piso apropriado que permita aterragens e deco-lagens de aviões, de acordo com suas características.

Exemplos: - Pista de 800 m x 50 m - Anv C-95; (Bandeirante)- Pista de 600 m x 50 m - Anv C-115; (Búfalo)- Pista de 1200 m x 50 m - Anv C-130. (Hércules)

Exemplo de tipo de piso: grama, cascalho, pavimentada e asfaltada

e. Pista de Rolamento

- É a faixa de terreno por onde circularão os aviões, antes da decola-gem e depois da aterragem, ligando as cabeceiras da pista à área de estaciona-mento.

f. Cabeceiras

- São as duas extremidades da pista de pouso e decolagem e recebemo número da entrada do avião em graus.

g. Área de Estacionamento

- É o local onde as aeronaves irão carregar ou descarregar pessoal,material ou suprimento e onde permanecerão em caso de pernoite.

h. Box

- É o espaço demarcado por faixas amarelas ou brancas ou setoresgramados na área de estacionamento, para permanência das aeronaves.

i. Pista em Uso

- É a pista designada pelo controle de tráfego aéreo do aeródromo paraser utilizada para pousos e decolagens.

j. Área de Sinalização

- É a área na superfície de um aeródromo destinada à exibição de si-nais fixos no solo.

l. Torre de Controle

- É o órgão que tem a finalidade de controlar os serviços do tráfegoaéreo dentro da zona do aeródromo e também para controlar o trafego de pesso-as e viaturas na mesma área. É, geralmente, uma instalação que se destaca das

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edificações do aeroporto, sendo pintada de vermelho e branco em quadriculado.

m. Hangares

- São galpões destinados à manutenção ou guarda das aeronaves.

n. Taxiamento

- É o deslocamento da aeronave da área de estacionamento até a pistade pouso e decolagem ou vice - versa.

5-26. DESLOCAMENTOS

- Antes de uma tropa deslocar-se para um aeródromo deve obter permis-são do Oficial de Operações da FAB por meio de ligação direta ou por intermédiode um Oficial de Ligação (O Lig) da tropa. Desde o ingresso no aeródromo, atropa é orientada para o local de destino pelos elementos de controle, que sãoreconhecidos pela bandeirola com quadrículas amarelas e pretas, ou então aviatura que os transporta (Viatura “ SIGA - ME).

5-27. TRAVESSIA DA PISTA

- A tropa a pé “ou” motorizada (isolada ou em comboio) fará alto na mar-gem da pista, aguardando o sinal na torre de controle. Após o sinal autorizando,o comandante da tropa verificará se não há aeronaves rolando, decolando oupousando e fará a travessia em acelerado na menor distância.

a. Sinais

1) Luz verde contínua - Livre travessia da pista ou livre decolagem.

2) Luz vermelha contínua - Mantenha a posição, aguarde no local (PARE,NÃO AVANCE).

3) Luz verde intermitente - Livre táxi de viatura pela pista de rolagem ougrama até a margem ou cabeceira da pista.

4) Luz vermelha intermitente - Saia da pista de aterragem ou rolamen-to.

5) Luz branca intermitente - Regresse ao estacionamento.

6) Lampejos verdes e vermelhos alternados - Alarme, fique alerta.

5-28. ESTACIONAMENTO

Quando estacionada em aeródromo, a tropa deverá permanecer no localque lhe é destinado.

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5-29. AÇÕES PROIBIDAS

a. Tocar nas aeronaves.

b. Fumar num raio de quinze metros de qualquer aeronave e posto deabastecimento.

c. Passar a menos de vinte metros da frente de um avião a jato e a menosde cinqüenta metros de sua cauda.

d. Passar ao alcance das hélices, em qualquer situação. E a frente daaeronave com os motores funcionando.

5-30. DEVERES DO MESTRE DE TRANSPORTE E MEDIDAS DE SEGU-RANÇA

a. Antes da decolagem

1) Inspecionar cintos de segurança, equipamentos de vôo e salva-vi-das (no caso de vôo sobre a água).

2) Mostrar as localizações das saídas de emergência, extintores, sal-va-vidas, estojos de primeiros socorros e reservado.

3) Verificar se todos estão nos lugares certos com os cintos de segu-rança ajustados e o capacete na cabeça.

4) Proibir que se fume a bordo antes da decolagem e até o piloto auto-rizar.

5) Alertar que só poderão liberar o cinto de segurança mediante ordem.

6) Recordar os sinais convencionados dos toques de campainha e asmedidas de segurança nos casos de emergência.

b. Durante o vôo

1) Evitar movimentos desnecessários dentro do avião.

2) Evitar aglomerações em uma determinada parte da aeronave.

3) Dar assistência à tropa, particularmente aos que, por acaso, ficaremnervosos ou atacados de enjôo.

4) Permitir que os militares retirem o capacete.

c. Antes da aterragem

- Comandar “ apertar cinto de segurança ”

5-31. SINAIS CONVENCIONADOS

a. Avião no solo

1) Sinal de luz

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a) Luz vermelha - Impedimento para o embarque/desembarque.

b) Luz verde - Autorização para o embarque/desembarque

2) Sinal de campainha

a) Um toque longo - Início do táxi ou decolagem.

b) Dois toques curtos - piloto chama Mestre de Transporte/Mestrede Carregamento.

b. Avião em vôo

1) Sinal de campainha

a) Um toque longo - Advertência para o pouso e mau tempo.

b) Dois toques curtos - Piloto chama MT/MC.

c) Três toques longos - Perigo à bordo (ligar-se com o piloto).

d) Toque ininterrupto - Iminência de choque, nos pousos forçados eamerrissagens.

5-32. CASOS DE EMERGÊNCIA

- Podem constituir emergência, impondo procedimento especial: excessode carga, pane do motor, falha humana, incêndio, colisão, quebra estrutural,fogo inimigo e/ou situações imponderáveis. De um modo geral, os procedimen-tos de emergência classificam-se em quatro tipos:

- Abandono de aeronave.

- Alijamento da carga.

- Pouso forçado.

- Aterrissagem (descida forçada na água).

OBSERVAÇÃO: Para abandonar a aeronave, deve-se sair pela saída deemergência mais próxima. O comando de abandonar aeronave é dado pelo piloto.

5-33. PROCEDIMENTO EM CASO DE EMERGÊNCIA

a. Pouso forçado - (Três toques longos)

1) Amarrar todo o material que estiver solto.

2) Apertar o cinto de segurança, tão firmemente quanto possível.

3) Tomar posição de aterragem forçada, com capacete de aço e fibra.

4) Após o choque, abandonar aeronave, afastando-se o máximo possí-vel (caso de explosão). Retirar os feridos e abandonar os mortos.

5) Conferir o pessoal. Ministrar os primeiros socorros e, se for o caso,retirar todo o material possível de aproveitamento (água, comida, armas, pára-

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quedas etc.). Não abandonar o local da queda do avião. Iniciar a sobrevivência.

5-34. EQUIPAMENTOS DE EMERGÊNCIA DA AERONAVE

- Cada aeronave de transporte leva, normalmente, os seguintes equipa-mentos de emergência:

- Extintor de incêndio.

- Machadinha.

- Caixa de medicamento.

- Coletes e balsas salva-vidas.

- Rádio de emergência.