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ACADEMIA MILITAR DAS AGULHAS NEGRAS ACADEMIA REAL MILITAR (1811) LUCAS DAMASCENO ROSOLEN A INSERÇÃO DAS VIATURAS BLINDADAS DE COMBATE DE INFANTARIA NO PELOTÃO DE FUZILEIRO BLINDADO NO ATAQUE ÀS LOCALIDADES Resende, RJ 2018

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ACADEMIA MILITAR DAS AGULHAS NEGRAS

ACADEMIA REAL MILITAR (1811)

LUCAS DAMASCENO ROSOLEN

A INSERÇÃO DAS VIATURAS BLINDADAS DE COMBATE DE INFANTARIA NO

PELOTÃO DE FUZILEIRO

BLINDADO NO ATAQUE ÀS LOCALIDADES

Resende, RJ

2018

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LUCAS DAMASCENO ROSOLEN

A INSERÇÃO DAS VIATURAS BLINDADAS DE COMBATE DE INFANTARIA NO

PELOTÃO DE FUZILEIRO BLINDADO NO ATAQUE ÀS LOCALIDADES

Resende, RJ

2018

Projeto de Pesquisa apresentado à

Academia Militar das Agulhas Negras

como parte integrante do Trabalho de

Conclusão do Curso de Bacharel em

Ciências Militares, sob a orientação do

Cap Cav Gabriel Espíndola Queiroz

Pereira.

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LUCAS DAMASCENO ROSOLEN

A INSERÇÃO DAS VIATURAS BLINDADAS DE COMBATE DE INFANTARIA NO

PELOTÃO DE FUZILEIRO BLINDADO NO ATAQUE ÀS LOCALIDADES

COMISSÃO AVALIADORA

________________________________________________

Gabriel Espíndola Queiroz Pereira – Cap Cav

Orientador

______________________________________________

Avaliador

______________________________________________

Avaliador

Resende, RJ

2018

Projeto de Pesquisa apresentado à

Academia Militar das Agulhas Negras

como parte integrante do Trabalho de

Conclusão do Curso de Bacharel em

Ciências Militares, sob a orientação do

Cap Cav Gabriel Espíndola Queiroz

Pereira.

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A Deus, sem o qual nada disso seria possível, aos meus pais, irmã e entes

queridos, os quais nunca mediram esforços para me auxiliar, e a cavalaria, arma de

heróis que inspira e motiva minha vida.

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AGRADECIMENTOS

Aos meus pais, irmã e minha namorada, pelo apoio e pelas palavras de conforto

nos momentos difíceis da formação. Em destaque meu pai, exemplo de pessoa e militar,

ao qual me espelho.

Aos meus entes queridos que zelam por mim, em especial meu avó José Marcelino

Santos de Moura.

Ao Cap Queiroz por toda ajuda, contribuição e tempo dedicado a elaboração e

conclusão deste trabalho.

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EPÍGRAFE

“A arte da guerra consiste em ser sempre capaz, mesmo com um exército inferior, de ter forças mais fortes do que o inimigo no ponto de ataque ou no ponto que é atacado.” (BONAPARTE, Napoleão, 1916).

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RESUMO

ROSOLEN, Lucas Damasceno. A inserção das viaturas blindadas de combate de

infantaria no pelotão de fuzileiro blindado no ataque às localidades. Resende:

AMAN, 2018. Monografia.

As Viaturas Blindadas de Combate de Infantaria (VBCI) são veículos de combate

blindado feitos e equipados principalmente para transportar um Grupo de Combate (GC),

composto por nove homens, e armado com um canhão de pelo menos 20 milímetros e

às vezes um lançador de mísseis anticarro (AC). As operações à localidades realizadas

nos últimos 7 anos, nos mostram a importância de se ter na composição do Pelotão de

Fuzileiros Blindados um veículo com poder de fogo maior, comparado ao M-113, utilizado

atualmente, que possui como armamento principal uma Metralhadora (Mtr) .50. Outra

característica fundamental, para a tropa blindada empregada em ambiente urbano, é a

utilização de meios com proteção blindada, que visa preservar a vida dos militares da

guarnição, proporcionando uma resposta rápida e maior poder de ataque. O Brasil,

apesar da aquisição de Carros de Combate (CC) Leopard 1A5, utilizado em conjunto com

a Viatura Blindada de Transporte de Pessoal (VBTP), M-113, possui em suas brigadas

blindadas problemas de estrutura organizacional e de equipamento. Cabe ressaltar que

já se passaram mais de 10 anos da aquisição dos Leopard 1A5 e pouco foi feito para

sanar esses problemas que trazem sérias restrições para o preparo e emprego real das

brigadas blindadas, além de reduzir seu poder de combate, bem como seu nível de

operacionalidade, causado pelo uso da VBTP M-113, ao invés do uso da VBCI, mais

rápidas, potentes e seguras. A inserção da VBCI ainda não foi realizada e nem tem data

para ocorrer, mesmo sendo nítida a sua necessidade frente ao combate moderno em

localidades, comprovada por fatos históricos no Afeganistão, Bagdá e em lições

aprendidas nas diversas operações empregando o combinado CC-Fuz. A VBCI Bradley,

Norte-americana, é uma opção viável à ser estudada, face as suas características que

atendem as demandas e ambiente de atuação do Exército Brasileiro.

Palavras-chave: Viaturas Blindadas de Combate de Infantaria, Combate Moderno, Forças

Tarefas Blindadas, Operações em localidades.

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ABSTRACT

ROSOLEN, Lucas Damasceno. The insertion of the armored infantry combat vehicles

into the armored marine platoon in the attack on the localities. Resende: AMAN,

2018. Monograph.

Infantry Fighting Vehicle (IFV) are armored combat vehicles made and equipped

primarily to carry a nine-man Combat Group (GC), armed with a cannon of at least 20

millimeters and sometimes a anti-tank missiles. The operations carried out in the last

seven years have shown us the importance of having a larger firepower in the composition

of the Armored Squad, compared to the M-113, currently used, which has as its main

armament a Machine Gun .50. Another key feature of the armored troop used in the urban

environment is the use of armor-shielded means to preserve the life of the garrison's

military, providing a quick response and increased attack power. Brazil, despite the

acquisition of Main Battle Tanks (MBT) Leopard 1A5, used in conjunction with the armored

personnel carrier, M-113, has in its armored brigades problems of organizational structure

and equipment. It is noteworthy that more than 10 years have passed since the acquisition

of Leopard 1A5 and little has been done to remedy these problems that bring serious

restrictions on the actual preparation and use of armored brigades, caused by the use of

Armored Personnel Carriers (APC) M-113, rather than the use of VBCI, faster, more

powerful and safer. The insertion of the VBCI has not yet been carried out and has no

date to occur, even though its necessity is clear against the modern combat in localities,

proven by historical facts in Afghanistan, Baghdad and lessons learned in the various

operations using the combined CC-Fuz. The VBCI Bradley, North American, is a viable

possibility to be studied, due to its characteristics that meet the demands and environment

of action of the Brazilian Army.

Keywords: Armored Infantry Combat Vehicles, Modern Combat, Armored Forces,

Locations Operations.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Schutzenpanzer Lang HS ............................................................................14

Figura 2: VBCI Bradley Operando em Área Urbana ..................................................16

Figura 3: VBCI Puma ....................................................................................................19

Figura 4: VBCI K-21 ......................................................................................................20

Figura 5: VBCI CV90 .....................................................................................................21

Figura 6: VBCI M2 Bradley ...........................................................................................22

Figura 7: VBCI Kurganets-25 .......................................................................................23

Figura 8: VBCI ZBD-08 .................................................................................................24

Figura 9: VBCI BMP-3 ...................................................................................................25

Figura 10: VBCI Piranha V ...........................................................................................26

Figura 11: VBCI Warrior ...............................................................................................27

Figura 12: VBCI Freccia ...............................................................................................28

Figura 13: Operação de Cerco realizada na Operação São Francisco ....................32

Figura 14: VBTP M113-BR em uma Ação de Investimento à Localidade ................32

Figura 15: VBCI Stryker equipada com Gaiolas de Lâminas ...................................34

Figura 16: Esteira de borracha inteiriça fabricada pela Soucy Defense .................36

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LISTA DE ABREVIATURAS

AMAN – Academia Militar das Agulhas Negras

TCC – Trabalho de Conclusão de Curso

VBCI – Viaturas Blindadas de Combate de Infantaria

GC – Grupo de Combate

Mtr – Metralhadora

CC – Carros de Combate

Fuz – Fuzileiro

VBTP – Viaturas Blindadas de Transporte de Pessoal

FT – Força Tarefa

EB – Exército Brasileiro

SPz 12-13 – Schützenpanzer Lang HS.30

AC – Anticarro

GCV – Ground Combat Vehicle

RPG – Granada Lançada por Foguete

IED – Artefato Explosivo Improvisado

ATGW – Anti-Tank Guided Weapon

OAU – Operações em Ambiente Urbano

APOP – Agentes Perturbadores da Ordem Pública

GLO – Garantia da Lei e da Ordem

FDI – Forças de Defesa de Israel

Bld – Blindada

SL – Sobre Lagartas

RCC – Regimentos de Carros de Combate

GBC – Gerenciamento do Campo de Batalha

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................12

2 REFERENCIAL TEÓRICO-METODOLÓGICO .................................................13

2.1 REVISÃO DA LITERATURA E ANTECEDENTES DO PROBLEMA ..................14

2.2 REFERENCIAL METODOLÓGICO E PROCEDIMENTOS ................................15

2.2.1 Problema ...........................................................................................................15

2.2.2 Hipótese ............................................................................................................16

2.2.3 Objetivos ...........................................................................................................17

2.2.4 Objetivo Geral ...................................................................................................17

2.2.5 Objetivos Específicos.......................................................................................17

2.2.6 Procedimentos de pesquisa ............................................................................17

3 VBCI’s PELO MUNDO E SUAS CARACTERÍSTICAS .....................................18

3.1 RANKING 10 MELHORES VBCI’S .....................................................................18

3.1.1 Nr.1 Puma (Alemanha) .....................................................................................18

3.1.2 Nr.2 K-21 (Coreia do Sul) .................................................................................19

3.1.3 Nr.3 CV90 (Suécia) ...........................................................................................21

3.1.4 Nr.4 M2 Bradley (EUA) ......................................................................................22

3.1.5 Nr.5 Kurganets-25 (Rússia) .............................................................................23

3.1.6 Nr.6 ZBD-08 (China) .........................................................................................24

3.1.7 Nr.7 BMP-3 (Rússia) .........................................................................................25

3.1.8 Nr.8 Piranha V (Suíça) ......................................................................................26

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3.1.9 Nr.9 Warrior (Reino Unido) ..............................................................................27

3.1.10 Nr.10 Freccia (Itália) .........................................................................................28

3.2 CHARRUA A VBCI BRASILEIRA .......................................................................29

4 UTILIZAÇÃO DE VIATURAS BLINDADAS M-113 EM AMBIENTE

URBANO ............................................................................................................30

4.1 PREPARAÇÃO DOS BLINDADOS PARA O COMBATE EM LOCALIDADES ....33

5 LIÇÕES APRENDIDAS NAS OPERAÇÕES DE COMBATE URBANO ............34

6 LIÇÕES APRENDIDAS NAS OPERAÇÕES DE COMBATE URBANO PELOS

EUA ....................................................................................................................36

7 UTILIZAÇÃO DAS VBCI’s EM COMBATE URBANO EM CONJUNTO COM O

CARRO DE COMBATE .....................................................................................37

7.1 FATOS HISTÓRICOS ........................................................................................39

8 CONCLUSÃO ....................................................................................................40

REFERÊNCIAS ..............................................................................................................43

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1 INTRODUÇÃO

A pesquisa que desenvolveremos está vinculada a perda de operacionalidade e

poder de combate que a falta de uma VBCI causa às brigadas blindadas do Exército

Brasileiro, que estão operando sem o material bélico adequada nas recentes missões na

faixa da região sudeste do país. A intenção é mostrar a relevância das Viaturas Blindadas

de Combate de Infantaria na execução das operações de combate à localidades,

atividades militares de pacificação, segurança e combate convencional, no ambiente

urbano ou não. Devido as características da viatura empregada atualmente nos pelotões

de fuzileiros blindados, M-113, não atender mais as imposições do combate moderno,

apresentando mais limitações do que possibilidades para o seu emprego. A inserção de

uma VBCI colocaria o Exército Brasileiro à par da evolução do combate, trazendo consigo

tecnologia e inovação.

O escopo da pesquisa ficará restrita a identificar a necessidade da inserção das

VBCI nas Forças blindadas brasileiras face ao combate moderno atual. Explanando as

diferenças básicas das Viaturas Blindadas de Combate de Infantaria (VBCI) e Viaturas

Blindadas de Transporte de Pessoal (VBTP). Realizando uma comparação das principais

Forças Blindadas do mundo e as do Brasil, abordando capacidade operacional e o poder

de combate.

O contexto do estudo será operações que estão ocorrendo nos últimos anos em

localidades no interior do Brasil, como pacificação complexo do alemão 2010, pacificação

complexo da maré 2014, operação de segurança nos jogos olímpicos 2016, operação

jacarezinho 2017 e operação rocinha 2017.

Esse trabalho está limitado em abordar o sistema operacional de manobra da

forças blindadas, ou seja, das Brigadas de Cavalaria e de Infantaria Blindada.

O objetivo geral deste estudo será apresentar uma proposta de atualização,

modificação e modernização da brigadas blindadas do Exército Brasileiro (EB), afim de

otimizar seu poder de combate nessas Unidades, frente ao combate moderno.

Com o intuito de almejar os objetivos propostos, este trabalho foi organizado da

seguinte forma:

No primeiro capítulo, é realizado o referencial teórico-metodológico, onde é feita a

revisão da literatura e antecedentes do problema que giram em torno do tema do trabalho.

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Logo após, será apresentado os problemas, a hipótese e os procedimentos adotados

para alcançar os objetivos definidos.

No segundo capítulo, é exposto uma pesquisa referente a uma análise das VBCI’s

pelo mundo, através de um ranking feito por um site americano, no qual utiliza como

critério as características e especificações das viaturas. Com o objetivo de mostrar e

comparar os diferentes tipos de emprego da VBCI pelo mundo. E por fim o projeto de

uma VBCI brasileira que não foi lograda.

No terceiro capítulo, é apresentado a utilização das viaturas blindadas em

ambiente urbano, principalmente a VBTP M-113, a qual mais se aproxima de uma VBCI

no Exército Brasileiro, descrevendo suas diversas formas de emprego e táticas utilizadas.

Além de mostrar a preparação das viaturas blindadas no combate a localidades, através

da instalação de reforços para a blindagem.

No quarto e quinto capítulo, é apresentado dados de manuais e sites militares que

expõem lições aprendidas no combate urbano brasileiro e americano, em operações já

realizadas. Visando buscar fatos que ratificam e retificam o uso de blindados em

localidades.

No sexto capítulo, busca-se apresentar como se daria a utilização de uma VBCI

atuando dentro das localidades brasileiras, elencando as vantagens, levando em

consideração os fatos históricos, características do ambiente e viatura. E mostrar como

se organiza uma Força Tarefa (FT), indicando as falhas de nível operacional.

A conclusão busca propor uma solução possível, levando em conta os gastos

logísticos, mas também nos ganhos para as brigadas blindadas, em composição, nível

de operacionalidade e poder de combate, levando em conta o aumento das operações

em localidades no Brasil e fatos históricos.

2 REFERENCIAL TEÓRICO-METODOLÓGICO

O tema de pesquisa insere-se na área de Doutrina, conforme definido na Portaria

nº 734, de 19 Set 10, do Comandante do Exército Brasileiro (BRASIL, 2010). Inserido

na história militar e atrelado ao matéria bélico militar, será realizado uma pesquisa

bibliográfica, com o objetivo de levantar informações e dados para verificar a

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necessidade da inserção da VBCI no EB, tendo como base as operações de combate

urbano ocorridas no século XXI.

2.1 REVISÃO DA LITERATURA E ANTECEDENTES DO PROBLEMA

Durante a década de 1950, os exércitos soviéticos, norte-americanos e europeus

ocidentais adotaram VBTP. Em 1958, no entanto, o recém-organizado Bundeswehr

(Forças Armadas unificadas da Alemanha) adotou o Schützenpanzer Lang HS.30

(também conhecido simplesmente como o SPz 12-13), que se assemelhava a um VBTP

convencional, mas possuía um canhão de 20mm montado na torre. O que a torna uma

VBCI, sendo amplamente considerada a primeira do seu tipo de viatura. A doutrina da

Bundeswehr pedia infantaria embarcada para lutar e manobrar ao lado de formações de

tanques, em vez de simplesmente ser transportada até a borda do campo de batalha

antes de desembarcar. Cada SPz 12-13 poderia levar cinco tropas, além de uma

tripulação de três homens. Apesar disso, faltavam portas de disparo, forçando a infantaria

embarcada a se expor através de portais abertos para retornar o fogo. Isso nos mostra

que já na Segunda Guerra Mundial, havia a necessidade de manter um poder de fogo

em conjunto ao transporte de tropas pelo campo de batalha.

Figura 1 – Schutzenpanzer Lang HS

Fonte: https://www.pinterest.co.uk/pin/708261478870633162/

Durante a tomada de Bagdá, 2003, os americanos fizeram o improvável. Tomaram

a capital iraquiana com sua força blindada, local mais propício para o emprego de tropas

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leves a pé. Os CC Abrams juntamente com as VBCI Bradley eram muito superiores aos

blindados e armas Anticarro (AC) iraquianos. Graças à superioridade das VBCI Bradley

o combate se deu na maior parte do tempo embarcado, levando a um ataque rápido e

esmagador por todas as frentes (SOUZA JÚNIOR, 2010).

Em DefesaNet (2013); é apresentado que no Brasil, em novembro de 2010, foi

marcado na história dos blindados brasileiros como o primeiro emprego efetivo durante

uma invasão de uma favela. Em outros anos, como a ECO 92 sua utilização ocorreu,

porém apenas como medida dissuasória em operações preventivas e em grandes vias

de acesso. Na invasão do Morro do Alemão, operação que estava sobre o controle

operacional do Comando Militar do Leste, as seguintes VBTPs foram utilizadas: URUTU

do Exército Brasileiro; PIRANHA, M-113 e CLANF da Marinha do Brasil, todas essas

blindadas, mostrando que é necessária uma maior segurança para os militares atuantes

nas operações de combate urbano, devido ao alto valor de periculosidade.

Sendo assim é possível analisar que, diante dos acontecimentos históricos na

Segunda Guerra Mundial, Bagdá e até mesmo no Brasil, as brigadas blindadas do

Exército Brasileiro não estão totalmente adequadas ao combate moderno, pecando na

sua composição, nível de operacionalidade e poder de combate, tendo em vista que

existem melhores opções de viaturas para serem utilizadas em ambiente de localidade

urbana.

2.2 REFERENCIAL METODOLÓGICO E PROCEDIMENTOS

Nesta parte do trabalho, será apresentado o problema que conduz a pesquisa,

uma hipótese levantada para possivelmente solucionar o referido problema e também os

objetivos gerais e particulares desse trabalho. Além disso, conterá a descrição de como

serão comparados os dados coletados e os passos da pesquisa bibliográfica e

documental.

2.2.1 Problema

Com o aumento expressivo das operações em localidades no Brasil e com as

restrições de operacionalidade e poder de combate, frente as necessidades impostas

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pelo campo de batalha moderno, é notável a defasagem do material bélico utilizado e sua

preparação, causando transtornos à população civil.

Com isso, levanta-se a seguinte problematização, de acordo com os fatos

históricos de outros países, evolução do combate e lições aprendidas em operações

logradas: as brigadas blindadas do Exército Brasileiro estão com a composição, nível de

operacionalidade e poder de combate adequada para o cumprimento das missões no

combate moderno?

2.2.2 Hipótese

Segundo a DefensesNews (2012), o Exército Norte-americano está em fase de

testes do GCV (Ground Combat Vehicle) 8x8 para substituir futuramente a VBCI A3

Bradley. O próprio Bradley entretanto como VBCI mostrou o seu valor por atuar com o

poderoso M1 Abrams durante a invasão de Bagdá. Junta-se a ele a VBCI Marder que

avança no campo de batalha lado a lado com os Leopard 2 A6 no Afeganistão com total

sucesso (BASTOS, 2009).

Figura 2 – VBCI Bradley Operando em Área Urbana

Fonte: http://www.planobrazil.com/wp-content/uploads/2017/03/1000w_q95.jpg

De acordo com os fatos históricos de operações realizadas em Bagdá e no

Afeganistão, as VBCI’s Bradley e Marder, poderiam servir muito bem para o Brasil, devido

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ao terreno ser viável para o emprego, a doutrina poder ser adaptada e as características

serem adequadas ao combate urbano atual. Além de que serão substituídas, VBCI

Bradley e Marder, diminuindo o seu custo e incrementando a força bélica brasileira, e

resolvendo os problemas de composição, operacionalidade e poder de combate.

2.2.3 Objetivos

Os objetivos deste trabalho visam responder a pergunta proposta na hipótese e

podem ser assim divididos:

2.2.4 Objetivo Geral

O objetivo geral deste TCC será apresentar uma proposta de modificação e

modernização da brigadas blindadas do Exército Brasileiro, afim de otimizar seu poder

de combate nessas Unidades, frente ao combate moderno.

2.2.5 Objetivos Específicos

Serão abordados os seguintes objetivos específicos: apresentar a importância da

VBCI nas operações de pacificação ocorridas em localidades do Rio de Janeiro-RJ; a

importância da utilização da VBCI em conjunto ao CC, adequando a doutrina utilizada

atualmente, VBTP M-113 em conjunto ao CC, para aumentar a operacionalidade da FT

e; o quanto a falta desse recurso afeta no nível operacional e o poder de combate das

brigadas blindadas do Exército Brasileiro, de acordo com os fatos históricos de outros

países, evolução do combate e lições aprendidas em operações logradas, demonstrando

o quanto a VBCI é capaz de influenciar no êxito das missões das brigadas blindadas e

operacionalidade combativa do Exército Brasileiro.

2.2.6 Procedimentos de pesquisa

A pesquisa se desenvolverá basicamente em revisão bibliográfica, a fim de

atender os objetivos selecionados. O objetivo é atingir o maior grau de confiabilidade da

problemática, que no caso é a importância da inserção da VBCI nos pelotões de fuzileiros

blindados, utilizados em operações de combate urbano, visto que as viaturas utilizadas

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recentemente, M-113, não atendem mais as demandas exigidas pelas operações

modernas, em decorrência da evolução do combate.

Em um primeiro momento, realizaremos pesquisas bibliográficas visando elencar

um ranking das VBCI’s pelo mundo, nos dando informações cruciais para selecionar a

viatura proposta e expor as mais diversas características presentes nesse tipo de viatura.

Seguindo a pesquisa por manuais militares, verificando as doutrinas, táticas,

técnicas e procedimentos, utilizados atualmente pelo Exército Brasileiro e americano,

buscando comprovar a adequabilidade das VBCI’s nessas áreas.

Depois procederemos a pesquisa utilizando fatos históricos, fornecendo base

teórica para o trabalho, visando alcançar o objetivo de expor a importância da VBCI nas

Unidades blindadas do Exército Brasileiro, com base em outros exércitos.

Por fim, será apresentada uma análise das VBCI’s, sendo estas um fator de

decisão para melhorar o emprego dos pelotões de fuzileiros blindados e adequar a

doutrina do Exército Brasileiro à evolução do combate. Para isso confrontaremos os

dados e informações, relacionadas as características das VBCI’s e do ambiente urbano,

pretendendo contestar ou fortalecer a teoria de que a VBCI é importante nas operações

recentemente realizadas nas localidades da região sudeste do país.

3 VBCI’s PELO MUNDO E SUAS CARACTERÍSTICAS

3.1 RANKING 10 MELHORES VBCI’S

Segundo o site americano Military-today (2017), esta análise é baseada na

pontuação combinada de proteção, poder de fogo, mobilidade e capacidade. Através das

especificações e dados disponíveis. Esta lista inclui apenas veículos operacionais que

estão atualmente em produção.

3.1.1 Nr.1 Puma (Alemanha)

A viatura blindada de combate de infantaria Puma é um projeto alemão recente. Os

primeiros veículos de produção foram entregues ao exército alemão em 2010.

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Figura 3 – VBCI Puma

Fonte: http://www.military-today.com/apc/puma_ifv.jpg

O Puma é a VBCI mais protegido atualmente disponível. Tem armadura

modular. Há uma opção de três níveis diferentes de proteção para atender às

necessidades operacionais. O Puma VBCI com nível máximo de proteção é ainda mais

pesado que o tanque de batalha principal do T-72. Pode até ser considerado como uma

VBCI pesada. Parece que a variante mais protegida suporta projéteis de 120 e 125 mm

sobre o arco frontal. O veículo também suporta explosões de minas equivalentes a 10 kg

de TNT. O Puma também é equipado com sistema avançado de aviso de ameaça.

Este VBCI é armado com canhão de 30 mm montado na torre e metralhadora leve

de 5,56 mm coaxial.

O veículo é movido por motor a diesel, desenvolvendo uma potência de 1073

cv. Vale a pena mencionar que alguns dos mais recentes tanques de batalha não têm

muita potência.

3.1.2 Nr.2 K-21 (Coreia do Sul)

O K-21 é uma novo viatura blindada de combate de infantaria, desenvolvido na

Coréia do Sul. Sua produção começou em 2008. Aproximadamente 900 veículos estão

planejados para serem construídos. Alega-se que o K-21 é duas vezes mais barato para

construir em comparação com o americano Bradley M2.

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Figura 4 – VBCI K-21

Fonte: http://www.military-today.com/apc/nifv.jpg

Composição da armadura K-21 ainda é secreta. Supõe-se que este VBCI tenha

armadura multicamada com fibra de vidro, cerâmica e liga de alumínio. Sabe-se que o

arco frontal fornece proteção contra rondas de perfurantes de 30 mm. A proteção

completa é contra blindagens de blindagem de 14,5 mm. O K-21 também pode ser

equipado com um sistema de proteção ativa, semelhante ao usado no tanque de batalha

principal da Coréia do Sul K2 Black Panther.

Está armado com um canhão de 40 mm e uma metralhadora de 7,62 mm. Uma

arma poderosa pode facilmente derrotar todos os veículos blindados de combate e

veículos de combate da infantaria. O veículo também transporta dois lançadores ATGW

desenvolvidos no país, mas os detalhes exatos e o número de mísseis carregados são

desconhecidos. O veículo é equipado com sistema avançado de controle de incêndio

para melhor precisão do fogo. Tais sistemas de controle geralmente são usados nos

últimos tanques de batalha principais.

Em comparação com a maioria dos VBCIs modernos, o K-21 é o mais leve. Ele foi

projetado usando materiais compostos para economizar peso sempre que possível. Este

veículo de combate de infantaria tem um grande grau de sistemas avançados de alta

tecnologia usados, incluindo sistema de gerenciamento de batalha, navegação interna,

sistemas de informação veicular e sistema de identificação que reconhece veículos

inimigos e inimigos.

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O K-21 tem uma suspensão hidropneumática e equipamento de marcha

avançado. Este VBCI é totalmente anfíbio com a ajuda de um saco de flutuação

automático. Sacos de flutuação são ativados antes de entrar na água. Além do BMP-

3 russo, é o único VBCI moderno totalmente anfíbio.

3.1.3 Nr.3 CV90 (Suécia)

A viatura blindada de combate de infantaria CV90 foi desenvolvido desde meados

da década de 1980. Entrou em serviço com a Suécia em 1993. Veículo também foi

exportado para a Dinamarca, Finlândia, Holanda, Noruega e Suíça.

Figura 5 – VBCI CV90

Fonte: http://www.military-today.com/apc/cv_90.jpg

O CV 90 tem um casco blindado de aço soldado. Armadura Appliqué pode ser

adicionada. Alega-se que o arco frontal do CV 90 aguenta rodadas de 30 mm, usadas

pelos antigos VBCIs russos e VBTPs. A proteção completa é contra blindagens de

blindagem de 14,5 mm. As versões mais recentes do CV90 suportam explosões

equivalentes a 10 kg de TNT. A armadura de cerâmica Appliqué pode ser adicionada

para proteção geral contra rondas de perfurar armaduras de 30 mm e melhor proteção

contra dispositivos explosivos improvisados. Uma armadura de ripas pode ser ajustada

para proteção contra rondas de RPG de carga tandem.

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O original CV90 sueco está armado com um poderoso canhão de 40 mm. Todos

os modelos de exportação deste veículo de combate de infantaria estão armados com

um canhão de 30 mm. Também há metralhadora coaxial de 7,62 mm.

Esta VBCI foi especialmente projetado para minimizar as assinaturas de radar e

infravermelho. Ele também usa filtros de absorção de calor para fornecer proteção contra

imagens térmicas, intensificadores de imagem e câmeras infravermelhas. Veículo

também tem movimento silencioso, a fim de melhorar a discrição. Com a preparação,

este veículo é anfíbio.

3.1.4 Nr.4 M2 Bradley (EUA)

A viatura blindada de combate de infantaria M2 Bradley entrou em serviço com o

Exército dos EUA em 1981. Atualmente, o Exército dos EUA opera a versão melhorada

M2A3 deste veículo.

Figura 6 – VBCI M2 Bradley

Fonte: http://www.military-today.com/apc/m2_bradley.jpg

A versão M2A3 é equipada com armadura reativa explosiva da nova geração. Tem

algum grau de proteção contra disparos de granada lançada por foguete (RPG). O arco

frontal dos modelos mais recentes suportam calibres de 30 mm. A proteção blindada

geral é resistente à calibre 14,5 mm.

O veículo está armado com uma torre de dois homens, equipada com um canhão

de corrente Bushmaster dupla alimentada de 25 mm. Há também uma metralhadora

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coaxial de 7,62 mm. Também o M2 Bradley é equipado com um lançador de míssil

guiado TOW-2 antitanque de tubo duplo, fornecendo a este veículo uma capacidade

considerável de proteção contra armadura.

O M2 é anfíbio com o uso de barreira de natação. A capacidade de natação pode

ser melhorada pela construção de tanques de flutuação infláveis. Na água, o Bradley é

impulsionado por girar suas lagartas.

3.1.5 Nr.5 Kurganets-25 (Rússia)

O Kurganets-25 é uma VBCI russo de próxima geração. Foi desenvolvido como

um sucessor do BMP-3. Todo o projeto foi mantido em alto sigilo. O primeiro lote de

veículos de pré-produção foi entregue em 2015. A produção em larga escala está prevista

para começar em 2016.

Figura 7 – VBCI Kurganets-25

Fonte: http://www.military-today.com/apc/kurganets_25.jpg

O Kurganets-25 é um design de bainha limpa. Ele compartilha pouco comum com

os veículos de combate de infantaria BMP-3. Veículo tem um motor na frente e

compartimento de tropas na parte traseira. Desvantagens do BMP-3, como um

compartimento da tripulação apertado e saída apertada, foram corrigidos.

A armadura dos Kurganets é feita de liga especial de alumínio. Há também

módulos de blindagem reativa explosiva adicionais. O veículo também é equipado com

sistema de contramedidas, que reduz a chance de ser atingido por mísseis guiados

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antitanque inimigos. Algumas fontes relatam que este veículo pode ser equipado com o

novo sistema de proteção ativa Drozd-2. No geral, o Kurganets-25 é melhor protegido

que o antigo BMP-3. No entanto, foi relatado que sua proteção é inferior à do M3A3

Bradley.

Esta VBCI é equipado com uma torre controlada remotamente, armada com um

canhão de 30 mm e uma metralhadora coaxial de 7,62 mm. Também existem 4

lançadores externos com mísseis guiados AC Kornet-EM.

Veículo é totalmente anfíbio.

3.1.6 Nr.6 ZBD-08 (China)

O ZBD-08 é uma versão chinesa revisada e melhorada do BMP-3 soviético /

russo. A primeira versão de produção, a ZBD-04, entrou em serviço com o exército chinês

em 2004. Um ZBD-08 melhorado, seguido de alguns anos depois. Este novo veículo de

combate de infantaria é produzido em grande número para o exército chinês.

Figura 8 – VBCI ZBD-08

Fonte: http://www.military-today.com/apc/zbd_08.jpg

O veículo elimina vários inconvenientes do BMP-3. Ele tem um layout revisado

com o motor na frente e o compartimento de tropas na traseira.

O veículo de combate de infantaria ZBD-08 tem um casco de armadura de aço

soldado. A armadura modular adicional pode ser ajustada para um maior nível de

proteção. Alega-se que o arco frontal resiste a furos de armadura de 30 mm. Os lados

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suportam por volta de 14,5 mm. Saias laterais foram adicionadas para melhor

proteção. Também veículo pode ser equipado com sistema de proteção a laser ativo

indígena.

A nova VBCI mantém a torre completa do BMP-3, que agora é licenciada na

China. Tem poder de fogo semelhante e supera a maioria dos VBCIs atuais. Sua arma

de 100 mm é completada com um autoloader com alcance efetivo de 4 km. Esta arma

pode disparar tanto projéteis comuns quanto mísseis guiados antitanques. É compatível

com os ATGMs chineses e representa uma séria ameaça aos tanques de batalha

principais. O canhão de 30 mm tem um alcance efetivo de 1,5 a 2 km. Há uma

metralhadora coaxial de 7,62 mm. Além disso, o ZBD-08 melhorou as miras e o sistema

de controle de incêndio.

Veículo é totalmente anfíbio.

3.1.7 Nr.7 BMP-3 (Rússia)

O BMP-3 foi adotado pelo exército soviético em 1987. Esta VBCI foi exportado

para alguns países. Atualmente, está em serviço na Rússia, Azerbaijão, Chipre, Grécia,

Indonésia, Kuwait, Coréia do Sul, Ucrânia, Emirados Árabes Unidos e Venezuela.

Figura 9 – VBCI BMP-3

Fonte: http://www.military-today.com/apc/bmp_3.jpg

Casco e torre deste veículo de combate de infantaria são soldados de armadura

de liga de alumínio. O arco frontal é feito de armadura composta e fornece proteção

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contra projéteis de 30 mm. A proteção completa é contra blindagens de blindagem de

14,5 mm. A proteção pode ser aprimorada com kit de armadura reativa explosiva

adicional. Além disso, as proteções ativas da Arena e os sistemas de contramedidas

Shtora podem ser instalados neste veículo. Tais sistemas são normalmente associados

aos tanques de batalha principais.

Esta VBCI tem um impacto formidável. Está armado com uma arma de 100 mm e

um canhão coaxial de 30 mm. A arma de 100 mm pode lançar mísseis guiados AC da

mesma maneira que munições comuns, fornecendo a este veículo blindado uma

capacidade considerável de proteção contra armamentos.

Compartimento de tropa da BMP-3 é apertado devido ao motor montado na

traseira. Veículo é totalmente anfíbio.

3.1.8 Nr.8 Piranha V (Suíça)

O Piranha V é o mais recente e mais protegido veículo da linha Piranha. Foi

desenvolvido pela MOWAG da Suíça e revelado em 2010. Devido ao aumento de peso,

proteção e armamento poderoso, ele não é mais considerado um veículo blindado, mas

sim um veículo de combate de infantaria com rodas. Este veículo blindado está em

serviço no Mónaco.

Figura 10 – VBCI Piranha V

Fonte: http://www.military-today.com/apc/mowag_piranha_v.jpg

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O Piranha V VBCI tem um casco de armadura de aço todo soldado com armadura

modular composta adicional. A versão de linha de base fornece proteção completa contra

projéteis de blindagem de 14,5 mm e lascas de projéteis de artilharia. O nível máximo de

armadura fornece proteção total contra projéteis perfuradores de blindagem de 25 mm. O

veículo tem um piso duplo com um casco em forma de V e é bem protegido contra minas

terrestres e explosões de artefato explosivo improvisado (IED). Suporta uma explosão de

mina AC de 10 kg em qualquer roda. O Piranha V também é proposto com o sistema de

proteção ativa LEDS-150.

Veículo revelado em 2010 foi equipado com uma arma de corrente de 30 mm

montada na torre. O armamento secundário consiste de uma estação de armas

controlada remotamente, armada com uma metralhadora de 12,7 mm.

O veículo usa suspensão hidropneumática semiativa de altura ajustável e tem boa

mobilidade em estradas de superfície rígida. Embora não seja tão capaz fora de estrada

como veículos rastreados.

3.1.9 Nr.9 Warrior (Reino Unido)

Entrou em serviço com o exército britânico em 1988. Um total de 798 veículos

foram construídos quando a produção cessou em 1995. O exército britânico planeja

operar esses veículos blindados até 2035. Esta VBCI foi exportado para o Kuwait.

Figura 11 – VBCI Warrior

Fonte: http://www.military-today.com/apc/mcv_80_warrior.jpg

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O Warrior VBCI tem um casco de armadura de alumínio totalmente soldado e uma

torre de armadura de aço laminado. Ele fornece proteção completa contra rodadas de

blindagem de 14,5 mm. É provável que o arco da fonte suporte rodadas de perfurar

armaduras de 25 mm. Durante os conflitos militares, os veículos são equipados com

painéis blindados passivos adicionais para proteção contra rondas de RPG.

E está armado com um canhão de 30 mm e uma metralhadora de 7,62 mm em

uma torre de dois homens. A arma principal é capaz de destruir os porta-aviões blindados

inimigos em distâncias até 1500 m. Também pode envolver helicópteros de baixa

altitude.

O Warrior é rápido para sua classe de veículos. Tem uma velocidade máxima de

estrada de 75 km / h.

3.1.10 Nr.10 Freccia (Itália)

O Freccia é uma nova viatura blindada de combate de infantaria italiana com

rodas. Evoluiu do destruidor de tanques Centauro 8x8 com rodas. Entrou em serviço

com o exército italiano em 2009.

Figura 12 – VBCI Freccia

Fonte: http://www.military-today.com/apc/vbm_freccia.jpg

Alega-se que o arco frontal do Freccia oferece proteção contra rodadas de 25 a 30

mm. A proteção geral é provável que seja contra blindagens de blindagem de 14,5 mm. O

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veículo suporta explosões de minas equivalentes a 6 kg de TNT. A proteção pode ser

aumentada para suportar explosões equivalentes a 8 kg de TNT sob qualquer roda.

O Freccia está armado com um canhão de 25 mm e duas metralhadoras de 7,62

mm. Uma variante ATGW (Anti-Tank Guided Weapon) desta VBCI está equipada com

dois mísseis guiados AC Rafael Spike ML / LR, adicionalmente ao canhão de 25 mm.

Devido à sua configuração de rodas, é mais barato comprar e manter

comparações com veículos de lagartas. No entanto, o desempenho cross-country do

Freccia é inferior aos veículos rastreados.

3.2 CHARRUA A VBCI BRASILEIRA

A VBCI Charrua é uma das variações do projeto CHARRUA, que poderia ser

equipada com uma metralhadora .50 ou canhões de 20/25mm, além de outros

equipamentos e armamentos.

Segundo o site Gbnnews (2017), em meados dos anos 80 a Moto Peças S/A em

parceria com o Exército Brasileiro iniciou um programa de estudos para a modernização

dos M-59 de origem norte-americana, oriundos da guerra da Coréia. Inicialmente pensou-

se na substituição de seus dois motores a gasolina, montados nas laterais do veículo,

por um motor diesel nacional, e partindo desta iniciativa, optou-se pelo projeto e

fabricação de protótipos de um novo veículo inteiramente nacional e que incorporasse as

excelentes qualidades do M-113 com o espaço interno do M-59.

O Charrua foi construído para dar uma maior flexibilidade e grande agilidade às

unidades de Fuzileiros Blindados do Exército, pois possuía também a capacidade de ser

anfíbio, podendo transpor rios e lagos com grande facilidade, coisa comum no extenso

território brasileiro.

Os testes com o protótipo, versão transporte de tropas, mais tarde transformado

em Veículo Anfíbio Transporte de Fuzileiros, foi desenvolvido nos anos 90, mas com a

crise da nossa Indústria de Material de Defesa este projeto também não foi adiante,

mesmo sendo muito elogiado, principalmente pelas suas qualidades de navegabilidade.

Podendo ter sido o sucessor do M-113 tanto no Exército quanto na Marinha.

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4 UTILIZAÇÃO DE VIATURAS BLINDADAS EM AMBIENTE URBANO

Segundo Pereira (2017), as Operações em Ambiente Urbano (OAU) possuem

características específicas, que torna esse ambiente um dos mais difíceis de combater.

Segundo o manual americano FM 3-06.11 (ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA, 2006b,

p. 1-2) descreve algumas características do combate em área urbana:

a) constantes mudanças das situações táticas e logísticas, influenciadas pelos fatores da decisão;

b) as unidades que lutam em áreas urbanas tornam-se frequentemente isoladas ou sentem-se como isoladas;

c) as OAU requerem o planejamento centralizado e a execução descentralizada – consequentemente, as comunicações verticais e horizontais são de difícil estabelecimento e manutenção;

d) presença de população civil (não combatentes); e) alto consumo de munição; f) grande número de vítimas (ricochetes, quebra de vidro, queda de alturas e

outros); g) espaço limitado de manobra, sendo que os veículos blindados, como a

VBTP M113-BR, têm dificuldade de operar nestas áreas; h) terreno tridimensional onde as forças amigas e inimigas conduzirão

operações em superfície, acima da superfície, ou abaixo da superfície da área urbana;

i) ocorrência de danos colaterais de grande vulto, principalmente nos conflitos de grande intensidade;

j) grande importância da inteligência humana; k) necessidade do emprego de caçadores; e l) necessidade de isolamento de pontos críticos.

Os blindados serão amplamente empregados nas OAU, devido ao seu poder

dissuasório e à proteção blindada que conferem à tropa.

Com relação ao emprego de blindados em OAU, de acordo com Brasil (2010a, p.

6-8), os meios blindados devem ser empregados principalmente como:

(1) elementos de demonstração de força na ação de dissuasão; (2) plataformas para difusão de informações à população na campanha psicológica; (3) estabelecimento de postos de bloqueio e controle de vias urbanas (PBCVU), check point e static point; e (4) proteção blindada nas ações de investimento.

Atualmente, a proteção da tropa assume papel fundamental, uma vez que os

Agentes Perturbadores da Ordem Pública (APOP), como na Operação São Francisco,

possuem diversos tipos de armamentos. Torna-se necessário adotar soluções que

priorizem a proteção do homem, por exemplo, equipamentos de proteção individual,

“plataformas blindadas” e sistemas de proteção ativa e passiva (BRASIL, 2014b, p. 7-2).

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A proteção blindada é essencial em praticamente todas as ações em ambiente

urbano. Há um caso histórico do Exército da Espanha, na Missão das Nações Unidas no

Congo, no qual a proteção blindada, além de salvar os militares evitou danos colaterais

na população civil e conquistou o apoio da população.

Em 21 de agosto de 2006, durante a missão da União Europeia de apoio à MONUC, no Congo, militares do Exército Espanhol tiveram que acudir com veículos blindados ao resgate um grupo de embaixadores e funcionários da ONU que estavam no residência do candidato Jean-Pierre Bemba, devido aos conflitos armados ao redor de entre várias facções. Durante o resgate, os soldados foram atacados pela multidão, recebendo impactos de fuzil em alguns blindados, BMR-600. Em vez de responder ao fogo, o que provavelmente teria causado vítimas inocentes e um aumento nos 101 confrontos os militares abstiveram-se de usar suas armas, mantendo uma atitude firme e calma por causa de um perfeito cumprimento da sua missão e conseguiram controlar os agressores, adotando medidas de proteção e intimidatórias (apontando armas e usando a plataforma blindada para se desengajar, etc.). Graças a esta capacidade de proteção das tropas espanholas, os diplomatas foram capazes de deixar a residência de Bemba sem ferimentos, e melhoraram de forma mensurável relações com a população civil, que viu como a atuação dos soldados espanhóis justificada presença da União Européia para evitar uma possível escalada de combates naquele país. Este desempenho foi qualificado pelo Representante Especial do Secretário-Geral das Nações Unidas, pelo comandante da força, pelo ministro de relações Exteriores e pelo chefe do Estado-Maior do Congo, como vital para o acontecimento do segundo turno das eleições naquele país (ESPANHA, 2010, p. 4-4, tradução nossa).

O caso acima atesta a importância da proteção blindada em OAU, que além de

proteger a tropa, pode persuadir os oponentes.

Ainda segundo Pereira (2017), não se pode deixar de considerar que as

características dos meios blindados impõem um efeito psicológico extremamente

favorável a quem os emprega, sobretudo em função da sua ação de choque. Essa

situação cria uma condição dissuasória determinante para o sucesso em operações em

ambiente urbano, permitindo inclusive um desengajamento mais fácil de tropas à pé que

estejam face a tropas com armamento automático, como o exemplo do caso histórico

citado.

Além disso, de acordo com o Manual de Blindados dos Fuzileiros Navais (BRASIL,

2008b, p. 6-13), no interior do ambiente urbano, os blindados também são extremamente

úteis na tarefa de desobstrução de ruas e avenidas por meio da adaptação de lâminas e

do uso de correntes nas viaturas blindadas de transporte de pessoal. O poder de choque

do blindado é grande valia nas áreas de favelas, uma vez que os APOP constroem

obstáculos para dificultar a passagem das tropas e da polícia.

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Durante a Operação São Francisco, a VBTP M113-BR foi empregada em

operações de investimento com finalidade de demonstração de força e realizar o cerco

em áreas suspeitas de crime organizado. As figuras abaixo demonstram a tropa utilizando

a proteção blindada em uma ação de investimento durante a Operação São Francisco.

Figura 13 – Operação de Cerco realizada na Operação São Francisco

Fonte: Brasil (2015c)

Figura 14 – VBTP M113-BR em uma Ação de Investimento à Localidade

Fonte: Brasil (2015c)

Com relação ao emprego da viaturas blindadas em OAU, pode-se destacar

algumas operações marcantes. Segundo Calixto (2015, p. 39) o Exército Brasileiro

empregou essa plataforma blindada em 2007, durante o 7º contingente brasileiro da

MINUSTAH, a fim de pacificar a área ao redor da chamada “Casa Azul”, em Port Au

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Prince, no Haiti, com VBTP M-113 cedidas pelo Exército jordaniano. Essa operação foi

denominada Operação Jauru Sudamericano e foi considerada como uma das maiores

OAU realizadas no Haiti naquela década. A operação foi desencadeada quando se

decidiu neutralizar a ação de APOP naquela região, pois o oponente contava com

armamento e tinha considerável organização. Graças à concentração de meios e à

proteção blindada, foi realizada uma operação com enorme complexidade e que resultou

num grande sucesso.

De acordo com Bastos (2015, p. 109), a Operação Arcanjo mostrou que qualquer

operação policial daquela envergadura necessita de meios blindados de transporte de

pessoal que possa dar a mobilidade necessária, a proteção e a pronta resposta que os

obsoletos “caveirões” não conseguem, devido, principalmente, a sua falta de mobilidade

e capacidade de pronta resposta. A partir de 2011, os blindados voltaram a ser

empregados em operações na Rocinha, Maré, Morro do Alemão, Vila Cruzeiro e outras

favelas do Rio de Janeiro, em diversas OAU. Dentre os diversos blindados que tomaram

parte nessas operações, o de maior quantidade e que se tornou o mais popular foram as

VBTP M113.

Segundo Bastos (2015, p. 111), no ano de 2010, durante a Operação Arcanjo no

Morro do Alemão, diversas VBTP M113 do CFN foram atingidas por tiros de 7,62mm,

embora nenhum tenha perfurado o veículo. Dessa forma, a proteção blindada é

destacada, uma vez que nas favelas do Rio de Janeiro as facções criminosas possuem

fuzis e outros armamentos, como granadas.

4.1 PREPARAÇÃO DOS BLINDADOS PARA O COMBATE EM LOCALIDADES

Mesmo com toda a proteção blindada, os blindados possuem pontos fracos em

seu projeto, principalmente em sua área traseira. Tornando necessária uma prévia

preparação para atuar em ambiente urbano, devido poder ser engajado em todas as

direções.

Segundo o site americano DefenseUpdate (2006), o objetivo principal dessa

preparação é aumentar a capacidade de sobrevivência dos veículos blindados e suas

guarnições, utilizando upgrades de blindagem modulares disponíveis ou adicionando

camadas de cerâmicas para fortalecer os pontos fracos. Sendo muito mais eficaz e mais

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ordenado do que a adição de blocos de trilha, sacos de areia, blocos de concreto e arame

farpado, ainda utilizados.

A instalação de saias de flanco inferior para proteger a suspensão, a instalação de

armaduras reativas para combater as ameaças de munição HEAT e a adição de

armaduras para proteger as áreas vulneráveis na parte traseira são algumas das

implementações mais recentes de proteção à curta distância.

Gaiolas de lâminas já provaram ser altamente eficazes em Strykers no Iraque, e

são amplamente usadas pelas forças dos EUA, da Inglaterra e da Austrália. O mesmo

conceito também é usado pelo Exército israelense que opera em torno de Gaza para a

proteção de VBCI’s, escavadeiras blindadas e transportadores pesados de tropas.

Figura 15 – VBCI Stryker equipada com Gaiolas de Lâminas

Fonte: https://defense-update.com/wp-content/uploads/2012/01/stryker-slat-top.jpg

5 LIÇÕES APRENDIDAS NAS OPERAÇÕES DE COMBATE URBANO

Nesse capítulo serão apresentadas lições observadas e vividas nas últimas

operações realizadas pelo Exército Brasileiro.

Segundo o Manual de Lições Aprendidas (2016, p. 2-7), podemos retirar os

seguintes tópicos, em relação ao emprego das viaturas blindadas:

40. Título: Op GLO – Torre de proteção balística para o motorista de viatura blindada de transporte de pessoal (VBTP) Categorias: Op GLO; Tropa Bld/Mec É viável a adaptação da torre de proteção balística para o motorista de VBTP, tal qual o modelo usado no Urutu, garantindo a condução da viatura com total aproveitamento e proteção, face às ameaças apresentadas no ambiente urbano.

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58. Título: Emprego de viaturas blidadas de transporte de pessoal nas ações de Garantia da Lei e da Ordem em ambiente urbano (operações de pacificação) Categorias: Op GLO, Tropa Bld /Mec, Op pacificação As VBTP URUTU, GUARANI e M 113 BR têm diferentes aplicabilidades em ambientes urbanos, particularmente no emprego em Op GLO. Suas peculiaridades podem ser vantajosas ou desvantajosas, dependendo da oportunidade. Para o terreno do Complexo da MARÉ, por exemplo: - a VBTP GUARANI mostrou-se muito grande para algumas ruas e vielas, portanto foi utilizada com muita dificuldade em algumas áreas; e - a VBTP M113B mostrou-se bastante adequada em manobrabilidade por seu tamanho reduzido, porém suas lagartas causam danos significativos ao calçamento local, problema que pode ser resolvido com o emprego de esteiras de borracha (em fase de testes). A instalação dos seguintes itens, se possível, podem ser diferenciais em situações de risco para a tropa: - Na VBTP Urutu: torreta blindada para o At Mtr, cápsula blindada para o Mot e lâmina frontal para desobstrução de obstáculos; e - No M113: sistema de visão termal. 59. Título: Força de Pacificação Maré VII - Utilização de blindados em ambiente urbano Categorias: Op GLO, Tropa Bld/Mec, Op pacificação Em uma Op GLO, antes de se empregar blindados em ambiente urbano, é necessário considerar que tal emprego apresenta prós e contras. Em que pese a proteção blindada como fator extremamente positivo e dissuasório, dentre os fatores contrários podem ser citados: - tamanho que inviabiliza o deslocamento em vias estreitas; - esteiras que destroem o pavimento das ruas; - barulho da VBTP que denuncia sua posição e causa transtornos à população; e - custo da manutenção da Vtr. Enquanto o EB não possuir viaturas blindadas multitarefa (VBMT), a situação de emprego conjunto de VBTP e viaturas de transporte não especializada (VTNE) pode ser bem explorada quando a VBTP der o apoio necessário para a VTNE. A chegada das VBMT suprirá essa lacuna no futuro.

Cabe destacar, os danos aos calçamentos e pavimentos das ruas, causados pelo

uso das lagartas, esse problema está sendo resolvido com o emprego de esteiras de

borrachas, que já foram recebidas e estão em fase de testes.

Figura 16 – Esteira de borracha inteiriça fabricada pela Soucy Defense

Fonte: http://tecnodefesa.com.br/wp-content/uploads/2016/11/TD4-696x464.jpg

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Segundo o site Tecnodefesa (2016), foi recebido o Sistema de tração para

blindados sobre lagartas, Rubber Band Tracks, desenvolvido pela empresa canadense

Soucy Defense, que compreende lagartas inteiriças de borracha, polias motoras e

tensoras emborrachadas e braços tensores, que melhoram muito o desempenho em

ambiente urbano, diminuindo o nível de ruído e vibração. É destinada prioritariamente

para o ambiente de Garantia da Lei e da Ordem (GLO).

Ainda segundo o site DefesaNet (2013), durante a invasão do Morro do Alemão,

as VBTP URUTU e PIRANHA pararam logo nos primeiros quarteirões devido aos

obstáculos de concreto e trilhos de trem colocados pelos traficantes, pois estas VBTPs

são sobre rodas. Somente as VBTP M-113 e os CLANF prosseguiram conquistando

terreno, destruindo todos os obstáculos, pois possuem seus trens de rolamento sobre

lagartas. Cabe salientar, o efeito dissuasório que causou sobre as forças adversas e a

confiança gerada nas tropas do Estado para a conquista indiscutível da favela do Alemão.

6 LIÇÕES APRENDIDAS NAS OPERAÇÕES DE COMBATE URBANO PELOS EUA

De acordo com o site DefenseUpdate (2006), uma lição básica aprendida pelos

EUA e por tropas de coalizão envolvidas em operações de contra insurgência no Iraque,

assim como os israelenses em seu conflito de baixa intensidade com os palestinos, é que

uma equipe de combate totalmente integrada é crucial no ambiente de guerra urbana.

Visando alcançar o sucesso com o mínimo de baixas. Devido à sua natureza, o combate

urbano se descentraliza rapidamente e é extremamente difícil de controlar, mesmo no

menor nível de combate tático. Em pequenas unidades, (esquadra e pelotão) as forças

de fuzileiros (não blindadas adequadamente) enfrentam sérias desvantagens, pois se

movimentam expostos, podendo ser submetidas a intenso fogo inimigo, cujas fontes são

difíceis de localizar. Armamentos pessoais não têm poder de fogo adequado para

enfrentar posições preparadas e protegidas do inimigo, especialmente, posições

cuidadosamente camufladas em edifícios. Os movimentos táticos são descentralizados

através de áreas construídas, resultando em dificuldade de se manter o controle e a

identificação mútua, aumentando o perigo de vítimas de fratricídio e ataques com IED.

Carros de Combate, veículos blindados e unidades mecanizadas também

enfrentem perigos em áreas urbanas confinadas devido à limitada observação e

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restrições gerais para manobrar. Durante os encontros urbanos de elementos blindados

dos EUA no Iraque, as tropas relataram várias táticas eficazes usadas pelos insurgentes,

incluindo atirar e soltar granadas de telhados ou janelas do andar superior, em uma

tentativa de atacar equipes de veículos e comandantes através de escotilhas abertas.

Outras táticas incluíram ataques simultâneos em ambos os flancos das vielas, permitindo

que os insurgentes disparassem RPGs de perto, nessas áreas relativamente fracas da

blindagem da viatura, ou até serem alvos de ataques de IEDs e minas que também

podem vir de baixo da superfície.

O valor do suporte dos blindados não pode ser subestimado neste ambiente de

alto risco, pois visam reduzir as baixas amigas. Para isso, modificações em blindados

para uso em condições de combate urbano continuarão a torná-los parceiros

indispensáveis na futura equipe de combate.

7 UTILIZAÇÃO DAS VBCI’s EM COMBATE URBANO EM CONJUNTO COM O CARRO

DE COMBATE

Com o intuito de colaborar com a pesquisa de como a inserção da VBCI é de

grande valia para as operações de combate urbano realizadas pelo Exército Brasileiro,

relacionaremos agora as características da VBCI e do ambiente urbano, utilizando a

interdisciplinaridade para explicar essas relações.

As VBCI’s tem como uma das suas principais características a rapidez de

deslocamento, que se relaciona não somente com a potência do motor, mas também em

conjunto a proteção blindada, permitindo transpor obstáculos com maior facilidade. A

rapidez é desejável no ambiente urbano para manter a agressividade e diminuir o tempo

de exposição ao inimigo, garantindo a segurança da tropa.

A proteção blindada também é outro fator que diferencia o combate blindado

embarcado do combate desembarcado. O combate urbano tem como uma das suas

características a variedade de armamentos que podem ser utilizados e, muitas das vezes

até mesmo fora do seu emprego padronizado. Os conflitos ocorridos em Bagdá e

Afeganistão mostram que em ambiente urbano, normalmente são utilizados armamentos

AC portáteis, atiradores de elite e armamento automático, do tipo fuzil e metralhadora.

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Os diferentes tipos e níveis de proteção blindada contribuem decisivamente para reduzir

as baixas causadas por esses armamentos favorecendo a condução do combate.

Outra característica essencial no ambiente urbano é a mobilidade. A mobilidade

também está relacionada à rapidez de deslocamento e é alcançada principalmente pelo

poder que o veículo tem de superar obstáculos. Nessa necessidade os veículos sobre

lagarta apresentam vantagem sobre os veículos sobre rodas, inclusive em ambiente

urbano. Como visto anteriormente, no site DefesaNet (2013), Onde durante a invasão do

Morro do Alemão, as viaturas sobre rodas pararam logo nos primeiros quarteirões, devido

aos obstáculos de trilhos de trem e concreto, porém as viaturas sobre lagartas

prosseguiram conquistando terreno e destruindo os obstáculos. Normalmente os veículos

sobre lagarta são mais manobráveis do que os veículos sobre rodas, por realizarem

curvas com raios menores e por vezes realizarem o pivoteamento. Além do fato de os

trens de rolamento serem menos vulneráveis por serem constituídos de lagartas.

As VBCI’s em sua maioria, contam com instrumentos de direção e controle de tiro,

aumentando a precisão e o poder de combate. Estes instrumentos permitem identificar o

alvo com pouca ou nenhuma luminosidade, calcular a distância e a precessão do alvo,

no caso do mesmo estar em deslocamento, engajá-lo com grande rapidez, graças a

torres servo-assistidas e empregar munições diversas. Tudo isto contribui para manter a

ação de choque, por meio da potência de fogo, contribuindo para a redução de danos.

Todas essas possibilidades são extremamente desejáveis a um sistema de armas que

seja empregado em ambiente urbano.

Não se pode deixar de considerar que as próprias características desses meios

impõem um efeito psicológico extremamente favorável a quem os emprega,

principalmente em função da sua ação de choque. Essa situação cria uma condição

dissuasória determinante para o sucesso do combate em ambiente urbano, permitindo

inclusive um desengajamento mais fácil de tropas à pé.

Devemos também lembrar que o carro de combate não atua isoladamente, no

mínimo em seção, apoiando um ao outro nas manobras e demonstrando maior força

perante o inimigo. Mas os CC (Carros de Combate) por mais que atuem com até 4 CC,

pelotão, ainda necessitam de outra força para garantir sua segurança, entrar onde eles

não entram e por fim conquistar e manter o terreno: O Pelotão de Infantaria Blindado.

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Os dois pelotões trabalham em FT (Forças Tarefas) em um ambiente com

reduzidos setores de tiro, necessidade de visual em 360º, defendendo-se de múltiplos

ataques de diferentes calibres, engajando vários alvos ao mesmo tempo, coordenando

suas peças de manobra no espaço e tempo para evitar o fratricídio, sem diminuir a

impulsão, em operações continuadas de dia e a noite, com ou sem chuva.

Para que possa combater com alta letalidade e sobrevivência nesse ambiente

complexo, os exércitos que desejam lograr êxito devem utilizar CCs e VBCIs de última

geração.

Souza Junior (2011) relembra que o Exército Brasileiro utiliza desde 1980 as suas

VBTP M-113 B, como se VBCI fossem em suas Brigadas Blindadas. Na maioria dos

países, até mesmo nos menos desenvolvidos que o Brasil, esta VBTP é orgânica das

Brigadas Mecanizadas. Como está VBTP é do século passado (1960), e atuamos em FT,

logo nossa Força Blindada fica estacionada há poucos anos à frente da 2ª Guerra Mundial.

Para tentar diminuir a defasagem, as VBTP M-113 B estão passando por um

processo de Modernização e Revitalização, porém apenas lhes dará uma sobrevida e

maior potência para acompanhar os CCs. Mas continuará sendo uma VBTP e nenhuma

blindagem a mais.

Com a relação entre VBCI’s e o ambiente urbano realizada, e exemplificadas com

fatos históricos e lições aprendidas, podemos concluir parcialmente que as

características dos meios blindados, de uma maneira geral e abrangente, fornecem

condições muito boas para o emprego desses meios em ambiente urbano.

7.1 FATOS HISTÓRICOS

Para chegarmos a um denominador comum pode-se relembrar alguns fatos

históricos:

DefesaNet (2013), conta que na Batalha do Yom Kippour, 1973, as Forças de

Defesa de Israel (FDI) mesmo em menor número, venceram a Coligação Árabe com 5

Brigadas Blindadas,1400 CC, contra 2 Brigadas Blindadas,150 CC. A diferença foi que a

FDI atuou empregando pela primeira vez na história em toda sua frente o combinado CC-

Fuzileiro Blindado. Utilização não só de CC, mas com tropa de Infantaria em Viaturas

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Blindadas de Combate de Infantaria foi a lição aprendida deste histórico embate,

ensinamento este lecionado atualmente nas escolas de militares.

Indo de encontro ao que pensam todos os especialistas militares, durante a

tomada de Bagdá, 2003, o exército estadunidense fez o improvável. Tomou a capital

iraquiana com sua força blindada, local mais propício para o emprego de tropas leves a

pé. Os CC Abrams juntamente com as VBCI Bradley eram muito superiores aos blindados

e armas AC iraquianos. Graças à superioridade das VBCI Bradley o combate se deu na

maior parte do tempo embarcado, levando a um ataque rápido e esmagador por todas as

frentes (SOUZA JÚNIOR, 2010).

Zucchino (2004), explica a utilização de CC e VBCI SL durante o conflito em Bagdá.

Fora ensinamento colhido durante a vexaminosa ação das tropas leves na Somália, onde

Rangers e Delta Forces foram cercados e quase dizimados por somalis. O combate era

considerado de nível baixo, mas somente com a penetração de uma coluna de Blindados

CC e VBCI foi possível dominar a situação e evacuar com segurança a desprotegida

tropa leve.

Já em Grozny no ano 1994, os Russos foram barrados pelos guerrilheiros

Chechenos por desprezar o apoio mútuo com uma Infantaria Blindada a altura de seus

CC. O grande emprego de Viaturas BRDM e BTR, sobre rodas e fraca blindagem) como

se VBCI fosse tornou a coluna blindada baseada nos pesados T-72 de fácil aniquilação.

Os CC avançavam sozinhos, pois os BRDM além de não passar os escombros ou valas

por serem sobre rodas eram facilmente destruídos pelos RPG-7. Sem apoio da infantaria,

pois os soldados a pé estavam mortos, os T-72 eram presas fáceis para os infantes

chechenos que conheciam muito bem o terreno e possuíam muitos RPGs (CASSIDY,

2003).

Como já exposto anteriormente, no Brasil em novembro de 2010, a invasão do

Morro do Alemão, conflito de baixa intensidade, a decisão de empregar VBTP M-113 em

ruelas no Rio de Janeiro fora acertada. Correta pelo fato dos traficantes não utilizarem

armas AC, caso eles fizessem a utilização dessa tecnologia, ocorreria um número de

baixas maior durante a operação. Se esse fato ocorresse, talvez dessem importância em

ter um blindado com poder de fogo maior, blindagem pesada e capacidade de levar

infantes mais próximos do inimigo, ou seja, uma VBCI.

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8 CONCLUSÃO

Nessa pesquisa, foram estabelecidos objetivos que agora serão apresentados

novamente, para verificar da melhor forma se os mesmos foram atingidos.

A pesquisa apresentou a importância da inserção da VBCI no pelotão de fuzileiros

blindados, tendo como cenário as operações de pacificação nas localidades do Rio de

Janeiro-RJ. Além disso, foi apresentado alguns fatos históricos, lições aprendidas em

operações logradas e conflitos atuais, nos quais a VBCI foi utilizada junto ao CC e em

combate urbano, visando o apoio mútuo entre as viaturas e o combinado mobilidade e

poder de fogo, com sua missão principal de transporte de tropa. E mostrando o quanto a

falta desse recurso bélico afeta o nível operacional e o poder de combate das brigadas

blindadas do Exército Brasileiro.

Confirmado pelo fato histórico ocorrido em Bagdá, onde o exército norte-

americano fez o improvável, conquistando a capital iraquiana com forças blindadas. Os

CC Abrams junto com as VBCI Bradley eram superiores, em poder de fogo, mobilidade

e proteção blindada, comparada aos blindados e armas AC dos iraquianos, e por esses

motivos o ataque ocorreu em sua maior parte embarcado, proporcionando rapidez e ação

de choque à operação.

Com os dados e informações levantadas, os resultados obtidos foram que, é

importante definir um plano de inserção buscando diminuir o impacto logístico que essa

aquisição trará. Como a adaptação da doutrina FT Blindada (Bld), antes CC mais VBTP

Sobre Lagartas (SL) e agora CC mais VBCI SL, agregando maior valor tático de poder

de fogo, apoio mútuo e proteção, que por sua vez, acabam afetando o nível operacional

e o poder de combate das brigadas blindadas do Exército Brasileiro.

A viatura ideal, visando diminuir os gastos logísticos, deve ter como armamento

principal o canhão 30mm, oferecendo bom poder de fogo sem comprometer a mobilidade

da viatura, e possibilitando uma padronização com as Brigadas Mecanizadas, que já

selecionaram esse calibre para ser utilizado em algumas viaturas da família Guarani. O

armamento secundário seria uma metralhadora de 7,62mm, munição de dotação da tropa

e da metralhadora do Leopard 1A5BR, nos Regimentos de Carros de Combate (RCC).

Devido ao poder de fogo reduzido das VBCI, em relação ao CC, é importante a dotação

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de um armamento AC. Ainda no requisito proteção, deve ser levado em conta o combate

aproximado e o uso de explosivos improvisados, que requerem uma blindagem mais

robusta, para a segurança da tropa embarcada. Outro fator importante é o peso, levando

em conta as características das áreas operacionais, de estradas, pontes, terreno e malha

viária limitada, deve ficar em torno de 25 ton, implicando em um potência de 24 hp/ton,

para conseguir acompanhar o CC nas manobras.

De acordo agora com os ataques a localidades, a viatura deverá manter

dimensões reduzidas ao máximo, devido as condições das operações urbanas do Rio de

Janeiro-RJ. Além disso ser sobre lagartas, com o intuito de destruir obstáculos e causar

poder dissuasório, fato comprovado e relatado nas operações realizadas até 2018; e que

agrega mobilidade tática para poder ser inserida nas brigadas blindadas e constituir uma

FT Bld junto ao CC, possibilitando combater com alta letalidade e sobrevivência no

ambiente urbano ou convencional, de acordo com a evolução do combate.

Conclui-se com isso que é necessário manter a tropa blindada atualizada e bem

equipada, visto que as características das VBCI’s, de uma maneira geral fornecem

condições muito boas para o emprego desses meios em ambiente urbano, buscando

barrar as ameaças internas recorrentes no Brasil. Além das VBCI’s já serem uma

realidade no cenário internacional, base para modelo de doutrinas que seriam utilizadas

no Exército Brasileiro. Uma proposta de VBCI é o Bradley norte-americano, ainda

utilizado em operações de ataque a localidade, e que irá ser substituído, dando uma

oportunidade para o Exército Brasileiro, adquirir um material bélico ainda inexistente nas

brigadas blindadas, com um preço reduzido, devido a essa situação. O Bradley tem como

armamento principal um canhão 25mm, e como secundário uma metralhadora 7,62mm e

ainda conta com dois mísseis AC TOW, anfíbio e com motor de 600hp, totalizando no

peso de 22,6 toneladas. Portando atendendo a maioria das especificações consideradas

ideias para a VBCI procurada para ser inserida, além da oportunidade de baixo custo e

de agregar com sua aquisição os seguintes equipamentos: sistema de mísseis AC TOW,

sistema anti-fratricídio e Gerenciamento do Campo de Batalha (GBC). Essa inserção será

um grande passo para aumentar o nível operacional e poder de combate da Força

Terrestre Brasileira.

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