caderno de aps 28 odontologia

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 220 Ministério da Saúde | Secretaria de Atenção Básica | Departamento de Atenção Básica 4.2 1 Urgênc ias odo ntol ógicas Este capítulo tem como objetivo abordar a assistência às urgências em saúde bucal sob o ponto de vista das situações mais frequentes no cotidiano da atenção básica em nosso país. O at endimento às urgências na atenção bás ica es tá amparado pela Pol ít ica Nacional de Saúde Bucal, que prevê o acolhimento dos usuários em situação de urgência odontológica e refere que cada localidade deverá organizar os serviços de saúde bucal conforme a sua realidade e avaliação da situação de risco. Após o primeiro atendimento, o usuário deverá ser orientado a dar continuidade ao tratame nto. Sob a perspectiva do s c ui dadosem saúde bucal, o bse rva-se que, na maiori a das vezes , as s i tuações de dor ou sofrimento não implicam risco de vida, exceto infecções orofaciais disseminadas, que, se não tratadas corretamente e a tempo, podem evoluir para uma condição de risco de vida por obstrução das vias aéreas superiores ou por septicemia – e hemorragias bucais espontâneas ou decorrentes de traumas, decorrentes de cirurgias. Independentemente do tipo da urgência, todas necessitam de condutas imediatas para avaliar os sintomas dolorosos agudos e res tabelecer a f unção mastigatória do us uário . Em muitos casos os profissionais não dispõem de recursos diagnósticos auxiliares (a exemplo do raio X), reforçando-se a necessidade de uma anamnese acurada, que auxilie na tomada de decisão. A anamnese direciona o exame clínico e permite a escolha da melhor terapêutica para cada caso. A maioria das urgências odontológicas envolve casos de infecções agudas com origem endodôntica ou periodontal. Sabe-se que a dor de origem dental é um significativo preditor de utilização dos serviços. Exis tem, ainda, as urgências de c or rentes do c omprometimento da f unção mastigatória, de traumatismos dentários e afecções agudas da mucosa bucal. Geralmente, o tratamento dessas situações consiste na remoção da causa, quando possível, ou em medidas paliativas, que visam o alívio dos sintomas. É importante destacar que esse conjunto de orientações não pretende esgotar um tema tão amplo, mas subsidiar os profissionais que estão na atenção básica para o atendimento imediato a situações de urgência, visando a diminuição do sofrimento e desconforto do usuário. A seguir serão abordadas as principais situações de urgências odontológicas que acometem os usuários que procuram os serviços de saúde bucal na atenção básica. 4.21.1 Dores dentinopulpares 4.21.1.1 Cárie Quando a lesão cariosa for muito profunda, a queixa do usuário será sensibilidade ao frio, doce e pressão cavitária. Será sempre uma dor provocada, NUNCA ESPONTÂNEA, e cessa com a remoção do agente agressor.  T ratamento: remoçã o de t ecido cari ado e se lamento com material bio c ompatível (cimento d e ionômero de vidro ou óxido de zinco e eugenol). A prescrição analgésica é facultativa (o uso de AINES, em dose análgésica, poderá ser recomendada).

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4.21 Urgências odontológicas

Este capítulo tem como objetivo abordar a assistência às urgências em saúde bucal sob o

ponto de vista das situações mais frequentes no cotidiano da atenção básica em nosso país.

O atendim ent o às urgências na atenção básica está amparado pela Pol ít ica Nacional de SaúdeBucal, que prevê o acolhimento dos usuários em situação de urgência odontológica e refereque cada localidade deverá organizar os serviços de saúde bucal conforme a sua realidade eavaliação da situação de risco. Após o primeiro atendimento, o usuário deverá ser orientado adar continuidade ao tratamento.

Sob a perspect iva dos cuidados em saúde bucal, observa-se que, na maior ia das vezes, as situaçõesde do r ou sof rimento não impli cam r isco d e vida, exceto inf ecções orof aciais disseminadas, que,se não t ratadas corretament e e a tempo, podem evolui r para uma condi ção de risco de vida por

obstrução das vias aéreas superiores ou por septicemia – e hemorragias bucais espontâneas oudecorrentes de traumas, decorrentes de cirurgias.

Independentemente do tipo da urgência, todas necessitam de condutas imediatas paraavaliar os sint omas dolorosos agudos e restabelecer a f unção mast igat ória do usuário . Em muit oscasos os profissionais não dispõem de recursos diagnósticos auxiliares (a exemplo do raio X),reforçando-se a necessidade de uma anamnese acurada, que auxilie na tomada de decisão. Aanamnese direciona o exame clínico e permite a escolha da melhor terapêutica para cada caso.

A maioria das urgências odontológicas envolve casos de infecções agudas com origemendodônt ica ou periodontal. Sabe-se que a dor de origem dental é um signi f icati vo predit or de

utilização dos serviços. Existem, ainda, as urgências decorrentes do comprometimento da funçãomastigatória, de traumatismos dentários e afecções agudas da mucosa bucal. Geralmente, otratamento dessas situações consiste na remoção da causa, quando possível, ou em medidaspaliativas, que visam o alívio dos sintomas.

É importante destacar que esse conjunto de orientações não pretende esgotar um tema tãoamplo , mas subsidiar os prof issionais que estão na atenção básica para o atendimento i mediatoa sit uações de urgência, visando a dim inu ição do sof rimento e desconf ort o do usuário . A seguirserão abordadas as principais situações de urgências odontológicas que acometem os usuáriosque procuram os serviços de saúde b ucal na atenção básica.

4.21.1 Dores dentinopulpares

4.21.1.1 Cárie

Quando a lesão cariosa for muito profunda, a queixa do usuário será sensibilidade ao frio,doce e pressão cavitária. Será sempre uma dor provocada, NUNCA ESPONTÂNEA, e cessa com aremoção do agente agressor.

Tratamento: remoção de tecido cariado e selamento com material biocompatível (ciment o deionômero d e vidro ou óxido de zinco e eugenol). A prescrição analgésica é facult at iva (o uso deAINES, em dose análgésica, poderá ser recomendada).

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ATENÇÃO À DEMANDA ESPONTÂNEA NA APS

4.21.1.2 Pulpite reversível (hiperemia)

Dor p rovocada que permanece ainda por um tempo após a suspensão da i rri tação.

Tratamento: remoção de tecido cariado, selando-se a cavidade com material biocompatível(cimento de ionômero de vidro ou óxido de zinco e eugenol); pode também ser feito umcapeamento prévio com preparação à base de hidróxido de cálcio antes de selar a cavidade. Aprescrição analgésica é f acul tat iva (o uso de AINES, em dose análgésica, poderá ser recomendada,caso o diagnóstico exclua foco infeccioso bucodental subjacente). Marcar o retorno do usuáriopara continuidade do tratamento.

4.21.1.3 Pulpite ir reversível

Dor mu it o in tensa, cont ínua e espontânea que aumenta em decúbit o; dor dif usa e, às vezes,referida; dente vital e sensível a testes térmicos.

Tratamento: anestesia e remoção do t ecido pulpar (se remoção t ot al, chama-se pul pectomia,se apenas polpa coronária, pul pot omia) com o uso de ant imicrobi anos.

4.21.1.4 Hipersensibil idade dent inária

Dor iniciada no colo dentário, causada por exposição dentinária ao meio bucal; ao exame clínico, odent e responde aos testes de sensibi lidade e não apresenta lesão cariosa nem f issura; dor aguda, breve,lancinante, que cessa quando o estímulo (o qual pode ser mecânico, químico ou térmico) é supenso.

Tratamento: essencialmente etiológico, com supressão dos estímulos dolorosos e mudança

nos hábi tos dos pacientes (por exemplo: modi f icações na escovação t raumática ou diet a);adicionalmente, pode ser feita prescrição de agentes quimicos (compostos fluorados) paraselamento dos canalículos dentinários. Dores periapicais:

4.21.1.5 Pericement it e apical aguda simples

Dor espont ânea e cont ínua, de int ensidade leve a severa; sensib i li dade à PERCUSSÃO; TESTESDE SENSIBILIDADE TÊM RESPOSTA NEGATIVA.

Tratamento:se fo r relatado durante a anamnese que o usuário i niciou t ratamento endodônt ico,sem preparo qu ímico mecânico (PQM), será necessário real izar penetração desin fectante, irr igação

abundante e selamento com tricresolformalina ou formocresol; com PQM iniciado, irrigação ecurat ivo com hidróxido de cálcio; em ambo s os casos, mantém-se o dent e em inf raoclusão;poderá ser prescrito analgésico, mas é cont raind icado o uso de ant i-inf lamatório.

4.21.1.6 Pericement it e apical aguda supurada

Consiste na evolução da pericement it e apical aguda simp les; aument o dos sinais ant eriormentedescritos; observa-se leve mobil idade, ext rusão dentária e t umef ação do lorosa à palpação apical.

Tratamento: drenagem via canal; caso a drenagem não seja efetiva, colocar o dente eminf raoclusão e deixar aberto por 24 horas; prescrição de ant ibi ót icos e analgésicos.

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4.21.1.7 Pericement it e apical aguda t raumática

Trata-se de uma pericementi te apical aguda de origem t raumát ica; não há inf ecção relacionada; ot rauma pode ser decorrente de uma sobreinstrumentação, moviment ação ort odônt ica, restauração

em contato prematuro; se excluída infecção como causa, coloca-se o dente em infraoclusão,prescrevendo anti-inflamatório e analgésico.

4.21.1.8 Abscesso periapical agudo

Processo inflamatório agudo, caracterizado pela formação de pus, que afeta os tecidos,envolvendo a região apical; tem evolução rápida e causa dor violent a, especialment e, quando acoleção d e pus não f oi exterio rizada. Pode desenvolver-se como sequencia de uma pericement it eapical aguda, granuloma dental ou abscesso apical crônico. Dor referida como pulsátil, sensaçãode pressão na área, sensação de dente crescido , podendo estar presente t umefação no f undo do

vest íbulo e mob ili dade dent al; sensibi lidade extrema à percussão e palpação.Tratamento: drenagem via canal ou ligamento periodontal. Uso de analgésico recomendado

e antibioticoterapia quando houver edema associado; na presença de tumefação inicial, pode-se aplicar calor local (ex.: bochechos com água morna e um pouco de sal, que atuam contramicrorganismos pela mudança na pressão osmótica). Evita-se assim drenagem pela pele, a qualpode resul tar em cicatri z. Para estabelecer drenagem por in cisão, o pacient e deve estar sob açãode antibiótico antes da intervenção; o fármaco deve ser administrado pelo menos uma horaantes da operação.

4.21.1.9 Abscesso fênix

Quando ocorre a agudização de um abscesso periapical crônico ou um granuloma, tem-se ochamado abscesso fênix; observam-se os mesmos sinais da pericement it e aguda supu rada.

Tratamento: proceder conforme abscesso periapical agudo. Se necessária drenagem datumefação flutuante submucosa, realizar incisão, sob anestesia local, com retorno do pacienteapós 48 horas para reavaliação.

4.21.2 Dores periodontais

4.21.2.1 Abscesso periodont alDecorre da evolução de uma bolsa periodont al, lesão endopéri o ou compl icação de f ratura ou

f issura radicular; se há drenagem espont ânea, a sint omatologia é insign if icant e, caso cont rário , opaciente pode relatar d or pulsáti l e localizada. Testes de vit alidade pul par são posit ivos quandoas situações não envolverem lesão endopério.

Tratamento: introdução de uma sonda milimetrada na bolsa periodontal e realização demovimentos pendulares para permitir a drenagem do pus; se houver zona de flutuação, estáind icada drenagem cirúrgi ca por meio de incisão da mucosa; prescrição de ant imicrobi anos parao caso de envolviment o sistêmico e analgésico (obri gatório).

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4.21.2.2 Doença periodontal necrosante: Gun e Pun

A anamese revela fortes dores irradiadas, linfadenopatia satélites, gengiva avermelhadarecobert a por uma camada cinzenta, dest rui ção das papilas com aspecto crateri forme.

Tratamento: limpeza das lesões com água oxigenada a 10 volumes ou clorexidina (solução a0,12%), complementada por uma prescrição antimicrobiana de amplo espectro, analgésicos ebochechos com clorexidina.

4.21.2.3 Pericoronarite

Em fase inicial (aguda congestiva), observa-se mucosa eritematosa, edemaciada, recobrindoparcialmente a coroa; na fase aguda supurada da in fecção, observa-se dor fort e, otalgias, disfagiae trismo; pode haver febre; na fase crônica, podem ocorrer linfadenopatia indolor e supuração.

Tratamento: na primeira fase, consiste em analgesia e bochechos antissépticos (clorexidina a0,12%); na segunda e terceira fases: ant ibiót ico de largo espect ro, analgésicos, miorelaxant es (quandonecessário em função do trismo) e, igualmente, bochechos com solução de clorexidina a 0,12%.

4.21.2.4 Mobilidade grau IV

São os casos de dentes comprometidos periodontalment e, com deslocamento vert ical e f unçãoalterada. Muit as vezes, apresentam component e estéti co imp ort ante para o paciente.

Tratamento: o prot éti co é o mais ind icado, no ent anto, f az-se necessária uma solução imediata;existem di versas manobras de ur gência, desde contenção com material d isponível no consult ório,

até exodontia do elemento e confecção de uma prótese adesiva com ele; o profissional deveadotar a medida, observando os recursos disponíveis; resguarda-se, assim, o paciente quanto auma perda espont ânea do elemento dentário.

4.21.3 Urgências Traumáticas

Lesões dent árias estão f requent ement e associadas a lesões de out ras est ruturas da f ace comoum todo. Para o tratamento dessas situações, o profissional deve estar atento à natureza eextensão do t rauma. Isso é realizado p or meio de um exame sistemático do paciente, incluindo ahistóri a do t rauma (como, quando e onde ocorreu), as condições clín icas locais, além de se obt eremin formações sobre possíveis compl icações sistêmicas que possam inf luenciar o t rat ament o. O usode radiografias como diagnóstico complementar, muitas vezes, faz-se indispensável. Contudo,considerando-se que em muitos locais esse aparato é indisponível, recomenda-se a utilização deelementos como i dade do paciente (a qual permit e avaliar o grau de rizogênese, por exemplo) equadro clínico para adoção da condut a terapêuti ca de urgência mais adequada.

Ao exame clínico, deve-se estar atento para sinais vitais e qualquer perda de consciência,náusea, vômi tos, dores de cabeça ou d istúrb ios da visão que possam indicar t raumatismo crani ano.É igualmente importante verificar a atualização da vacina antitetânica.

Quanto à palpação realizada no exame extrabucal, é fundamental orientá-la para detectarmobi lidade anormal, degrau ósseo ou pont os dolorosos.

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O exame intrabucal inspeciona toda a cavidade em busca de lesões; inclui mucosa derevest iment o dos lábios, língua, gengivas, bochechas, palato duro e véu palati no; a inspeção do selementos dentários busca todos os sinais de traumatismo; considerando a necessidade de que

testes de sensibi lidade pulpar devem ser realizados durante to do o período d o acompanhamentodo traumatismo e que, frequentemente há respostas negativas logo após traumas fortes, esseprocedimento pode ser opcional no at endimento de urgência.

Diante de urgências t raumát icas, é vit al, não soment e do ponto de vista das cond ições bucaislocais, mas também da recuperação sistêmica do usuário, que as condutas de higiene bucalpassíveis de realização dentro de cada quadro sejam prescritas e reforçadas pelos profissionaisresponsáveis pela assistência.

4.21.3.1 Concussão

Traumatismo moderado, sem grande repercussão no periodonto; NÃO HÁ MOBILIDADE E

DESLOCAMENTO; relato de sensibilidade à percussão ou à mastigação;

Tratamento: indica-se proservação em função da idade do paciente e, em caso de dentição

decídua, acompanha-se o processo d e reabsorção radicular ; se dentição permanente, é possívelrealizar desgaste selet ivo, havendo contato prematur o; or ienta-se aliment ação macia quando amast igação f or do lorosa.

4.21.3.2 Subluxação

Dor discreta, aumentada com percussão, pequena mobilidade; NÃO HÁ DESLOCAMENTO;pode haver sangramento sulcular.

Tratamento: realiza-se prescrição de analgésicos e bochechos; em dentição permanente, se amobi lidade for g rande, deve-se ut ili zar uma contenção semirr ígida po r duas semanas; ori enta-sealiment ação pastosa durant e uma semana.

4.21.3.3 Ext rusão

HÁ DESLOCAMENTO DO DENTE no sent ido vest ibular, palat ino ou lingual; mobil idade dolorosa.

Tratamento: em dentição decídua, caso o dente apresente muita mobilidade ou incômodooclusal, a extração pode ser necessária; sem essas condições, pode-se reposicionar o dente

quando a ext rusão for mínima; não é recomendada cont enção; orienta-se quanto à mast igação ealiment ação; no caso d e dentição permanente, reposiciona-se o dent e com cont enção semirr ígidadurante duas semanas. Se necessário prescrição de analgésicos e bochechos.

4.21.3.4 Luxação lateral

Observa-se deslocamento lateral do dente, lingual ou palatina, com interferências oclusais;frequentemente, há fratura alveolar associada.

Tratamento: quando ocorre na dentição decídua, faz-se a exodontia e, nos casos de fraturaalveolar associada, redução por pressão digital vestibular e palatina com posterior sutura; em

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dent ição permanent e, reposiciona-se o elemento dentário, realiza-se pressão dig it al para reduçãoda f rat ura alveolar e apl ica-se cont enção rígida pelo per íodo de t rês a seis semanas; prescri ção deanalgésicos e bochechos; na dependência da condição bucodental, associa-se antibioticoterapia.

4.21.3.5 Avulsão

Confirma-se, com cureta cirúrgica ou instrumento de ponta romba, se o alvéolo está vazio(pois muit as vezes pode t er ocorri do i nt rusão t otal! ) e se não há ou t ros traumat ismos associados.

Tratamento: em dent ição permanente, com tempo de exposição in ferior a uma hora e condiçõesadequadas de conservação do dente (laceração mínima do ligamento periodontal e elemento dentáriolimpo), ele é recolocado imediatamente em seu alvéolo; prescrevem-se analgésicos e bochechos comclorexidina sem álcool; NÃO SÃO REALIZADOS REIMPLANTES EM DENTIÇÃO DECÍDUA.

4.21.3.6 Int rusão

Irriga-se e limpa-se a área para localizar o dente.

Tratamento: tanto em dentição permanente quanto na decídua, proserva-se, aguardando areerupção; prescrevem-se analgésicos e bochechos com clo rexid ina sem álcool.

4.21.3.7 Fraturas

Fratura coronária envolvendo somente esmalte

Tratamento: com perda mínima de substância, faz-se um simples desgaste sob i rr igação; pode

ser aplicado verniz com f lúor ou selante; em caso de perda maior, faz-se a colagem do f ragment o(se ele for encontrado) ou a reconstituição com compósito. Prescrevem-se analgésicos quandonecessário, reforçando-se a realização da higiene bucal.

Frat ura coronária de esmalte e dent ina sem exposição pulpar

Tratamento: realiza-se pro teção denti nopu lpar, colagem do fragmento ou reconst it uição comcompósit o. Prescrevem-se analgésicos quando necessário, reforçando-se a realização da h ig ienebucal.

Frat ura coronária com exposição pulpar

Tratamento: procede-se ao capeamento direto com hidróxido de cálcio (Ca(OH)2), seguidode reconstrução coronár ia por colagem de compósit o; proserva-se o   usuário para avaliação dasin tomat ologi a; em mui tos casos, faz-se necessário radi ograf ia para observar o grau de rizogênese;se não houver di spon ibi lidade de raio X, recomenda-se proservar o usuário , observando a idadedele, sua sint omatologia e, se necessário, realizar pu lpo tomia como t ratamento conservador.

Frat ura coronorradicular

Tratamento: se a fratura for alta (em relação ao nível gengival), realiza-se a extração dofragmento móvel, polimento da estrutura dentária remanescente e reconstrução; se baixa,

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gengivoplastia e ostectomia ao nível do traço de fratura, procedendo-se a reconstrução apóscicatrização; se ocorrer fratura combinada a uma exposição pulpar, remove-se o fragmento,efetua-se capeamento ou pulpotomia; preconiza-se exodontia quando a fratura se estender em

profundidade superior a um terço da raiz clínica.

Fraturas radiculares

Tratamento: traumas envolvendo terços médio e apical demandam diagnóstico radiográfico,porque o s procedimentos dependem do nível do t raço de f ratu ra; no entanto, sem disponibilidadede raio X, realiza-se pressão digital para reduzir a fratura, agregando-se contenção rígida port rês meses e orientações quanto à dieta e higiene oral; proserva -se o usuário.

4.21.4 Urgência hemorrágica

Noventa por cento das situações de hemorragias bucais estão ligadas a procedimentoscirúrgicos, com predomínio das hemorragias pós-extrações.

As hemorragias que surgem nas primeiras horas após os procedimentos são denominadasprimárias. As secundárias são aquelas que ocorrem, em geral, após as 12 horas seguintes à extração.

Em todos os casos, deve-se ir direto ao essencial: deter o sangramento mais rápido possível

com os meios necessários. Faz-se necessário limpar a cavidade, ret irando o coágu lo anterior, paravisualizar o sítio hemorrágico com objetivo de verificar a presença ou não de ápices residuais,t ecido de granulação ou f ragment os ósseos móveis (para sua posterior remoção). Após lavagem ecuret agem do alvéolo , coloca-se curat ivo hemostáti co bioabsorvível no f undo dele, procedendoà sut ura. Para f inali zar, comprime-se, localmente, durante 15 a 20 minu tos. Devem ser reforçadas

as inst ruções pós-operat ór ias como : redução de at ivid ade e esforços f ísicos, alimentação pastosafria ou gelada durante 24 horas, evitando-se bochechos e fumo nas primeiras 24 horas após aintervenção.

Em geral, o tratamento de uma hemorragia local se resume a três procedimentos: REVISÃO,SUTURA E COMPRESSÃO.

Quando a hemorragia bucal está associada a uma medicação, por exemplo, anticoagulantes,o cont ro le espontâneo é muit o di f ícil. Além das etapas anteriores, é necessário associar medidascom a equipe médica local ou d e referência do usuário .

No caso de hemorragia bucal espontânea, as causas podem ser múltiplas. O procedimento de

urgência é a compressão gengi val das zonas de hemorragia com gaze (ou mat erial semelhant e)estéril. As lesões periodontais, se existentes, e a higiene bucal em seu conjunto devem sercuidadas. Se houver suspeit a de comprometimento sistêmico (além do periodont al), é impor tantereferenciar o usuário para avaliação médica.

4.21.5 Urgências do aparelho estomatognático – algias e disfunções

O distúrbio das articulações temporomandibulares se apresenta por meio de uma grandevariedade de mani festações clín icas, envolvendo músculos, a própr ia art iculação ou a associaçãodessas duas estruturas. Para um diagnóstico diferencial e tratamento adequado, o exame das

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relações oclusais é inevit ável. No entan to, em um atendiment o de urgência, essa avaliação costumaser dif icultada pelo quadro de dor ou lim it ação de abertura bucal, sendo, então, postergada paradef inição da eti ologia e encaminhado para o manejo de um prof issional especializado.

4.21.5.1 Luxação condilar b ilateral

A luxação caracteriza-se pelo deslocamento do processo condilar para fora da cavidademandibular, de forma a se posicionar sobre a face anterior da eminência articular. Pode serprovocada por um traumatismo ou por um movimento de abertura bucal forçada. Nessacondição, os côndilos são palpáveis na frente das depressões pré-auriculares e o usuário éincapaz de reposicionar a mandíbul a sem ajuda. Quando ela se dá de f orma espontânea, deve-se realizar manobra inversa à da luxação. Um desses procedimentos é a manobra de Nelaton(redução incruenta): o usuário deve ficar sentado, com cabeça reta, e o profissional de frentepara ele. Os dedos polegares são posicionados na região dos molares inferiores, evitando a

face oclusal. Os demais dedos seguram a região dos ângulos mandibulares, externamente. Amandíbula é conduzida para baixo e para trás. Após redução, realiza-se uma bandagem paralimit ar os moviment os de ampli tude máxima. Recomenda-se aliment ação pastosa e manut ençãoda bandagem durant e 24 a 48 hor as. Prescrição de analgésico e relaxante muscular.

4.21.5.2 Deslocamento de d isco sem redução

O côndilo permanece atrás da banda posterior nos movimentos de translação condilar. Ousuário apresenta diminuição da abertura bucal, sintomatologia dolorosa. A palpação dosmúsculos mastigadores e da ATM aumenta a dor. No atendimento de urgência, é importantetranquilizar o paciente, pois a angústia aumenta a tensão muscular, mantendo a situação de

bloqueio. Prescrição de analgésico, ant i-inf lamatór io e mio rrelaxante.

4.21.5.3 Disfunção muscular

A fadiga muscular, causada por alguns hábi t os bucais crôni cos, tais como bruxismo, apert ament o,distúrbios oclusais, modifica a função mastigatória normal, levando à sintomatologia dolorosa.Outro aspecto clínico adicional é a limitação de abertura bucal. Como tratamento de urgência,sugerem-se analgésico, ant i-inf lamatório e miorrelaxante.

4.21.6 Urgências da mucosa

4.21.6.1 Lesões provocadas por próteseEntre as lesões causadas pelo uso de prótese, destacam-se a candidíase, estomatites,

hiperplasias inflamatórias e úlceras traumáticas. Cabe ressaltar que muitas dessas ocorrênciasestão associadas à desinformação dos pacientes quanto às normas de higiene e uso adequadodas mesmas. Nesse item, serão tratadas as úlceras traumáticas.

Ao exame clínico, percebe-se que as ulcerações têm bordas marcadas e correlacionadas àprótese. No tratamento de urgência, deve-se suspender uso da prótese até a cicatrização daúlcera. Faz-se necessário modificar os contornos da prótese quando possível ou encaminhar aoatendimento especializado (quando se trata de confecção de nova prótese). Prescrição de gelanestésico, analgésicos e orientação de higiene.

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4.21.6.2 Lesões provocadas por mordidas após a anestesia

Ausência de sensibilidade dolorosa induzida por anestesia locorregional pode provocarmordidas ou queimaduras durante o efeito da anestesia, em particular nos lábios, na língua ou

na mucosa jugal. Prescrição de gel anestésico local e analgésico em caso de muit a dor.

4.21.6.3 Queimadura da mucosa bucal

Ocorrem após a utilização de medicamentos de uso sistêmico aplicados topicamente ou,ainda, quando da in gestão de alimentos mui to quent es. Realiza-se anamnese bem dir igida paradiagnóst ico. Prescrição de gel anestésico local e analgésico em caso de mui ta dor.

4.21.6.4 Ulceração aftosa recorrente

É a afecção mais comum da mucosa bucal. Normalmente, resolve-se de maneira espontânea,

podendo apresentar caráter recorrente. São úlceras da mucosa bucal com bordas eritematosasextremamente dolorosas. Evoluem para a cura em sete a 15 dias e dividem-se em três tiposconf orme aspecto clínico e evolução:

Ulceração aftosa menor: ocorre preferencialmente na mucosa labial, nos freios, mucosas  jugais, fundo do vestíbulo, borda e faces ventrais da língua, assoalho bucal, véu palatino,pil ares da amígdala, gengi vas e palato;

Ulceração aftosa maior: ulceração bastante profunda, sua evolução leva mais tempo e podedurar algumas semanas. Tamanho de 1 a 5 cm de d iâmet ro . Localiza-se pref erencialmente emcomissura labial, ling ual e véu palati no, palat o e amígdalas;

Ulcerações aftosas herpetiformes: erosões de pequeno tamanho, muito numerosas, comtendência a confl uir. Deve-se descartar o d iagnóst ico de estomat it e herpét ica.

No tratamento de urgência das ulcerações aftosas, deve-se realizar adequação do meio bucal,reforço nas orientações de higiene e prescrição de cort icoide t ópico (acetonido de t riancinolona).Geralmente, a medicação tópica é preferida por ter pouco efeito colateral e menor chance dein teração medicamentosa. Se as lesões são severas e causam morb idade substancial , medicament ossistêmicos (prednisona – quatro a cinco dias com 60-80 mg/dia, por exemplo) ou combinaçãodestes com drogas de uso tópi co são preconizados.

Em alguns casos, quando as úlceras são localizadas no palat o mole ou na oro faringe, pode-seut ili zar elixir de dexametasona para realização de gargarejo ou bochecho.

O uso de clor idrato de benzidamina não t raz benefício na cura da úlcera, porém o uso (ou degel de li docaína), em alguns casos, pode t razer alívio mo mentâneo da do r.

4.21.6.5 Urgência infecciosa de origem viral

O HSV (vírus herpes simples) é a urgência viral de maior ocorrência. Deve-se proceder ao diagnósticodiferencial com as ulcerações aftosas. Essas últimas não envolvem a gengiva e se manifestamclinicamente como úlceras, e não vesículas. A inf ecção herpét ica apresenta duas categorias:

Gengivoestomat it e herpét ica primária: f requent emente acomete crianças ou jovens com sinaissistêmicos clássicos: febre, mal-estar geral, irritabilidade e cefaleia. Clinicamente, observam-

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ATENÇÃO À DEMANDA ESPONTÂNEA NA APS

se numerosas vesículas agrupadas. Situam-se principalmente na gengiva, mas qualquer parteda mucosa pode ser atingida. Pode haver lesão peribucal. As ulcerações curam em 10 a 15dias sem deixar cicatrizes. O tratamento deve ser sintomático e de suporte, consistindo em

prescrição de bochechos antissépticos e analgésicos. Antiviral, (aciclovir) prescrito nos trêspri meiros dias, ret arda a evolução.

Gengivoestomatite herpética secundária: a forma recidivante mais comum é o herpeslabial. Sintomatologia menos severa do que na primoinfecção. Ausência de sinais gerais.Cura espontânea em 6 a 10 dias sem cicatrizes. Preconiza-se a prevenção da transmissão emanut enção dos cuidados de hi giene bucal.

4.21.6.6 Urgência inf ecciosa de or igem fúngica

Candidíase é a infecção micótica bucal mais comum. Também chamada de sapinho,

f requentement e, at inge idosos ou recém-nascidos. Durant e os episód ios de infecção, são comuns:disfagia, secura bucal com sensação de ardência e gosto metálico na boca. Na forma maiscorrente, a pseudomebranosa, há uma fase eritematosa com pápulas esbranquiçadas (aspectode leit e talhado), placas que se solt am quando raspadas; já a f orma erit ematosa se dist ingue pordores intensas, zonas erosivas e ausência de eflorescências esbranquiçadas.

Tratamento: suprimem-se os fatores irritativos, quando possível (ex. prótese, fumo), e adisseminação sistêmica; objeti va-se t razer alívio para o usuário . Tratamento ant if úng ico local àbase de nistati na ou m iconazol. Se necessário, ut ili zar t ratamento sistêmico com ant if úng ico, noscasos de in tolerância ou pacient es imunodepri mido s.

4.21.7 Urgências de resolução protética/restauradora

As urgências de resolução pro tética/restauradora muit as vezes não t êm caráter de atendimentoimediato, no entanto, em alguns casos, por envolverem questões estéticas e funcionais, merecematenção por part e do prof ission al; sabe-se que, em algumas localid ades, ainda não existemUnidades de Atenção Secundária.

4.21.7.1 Descimentação de prót ese def ini t iva

Antes da recimentação, observa-se a necessidade ou não de um reembasamento com resina

para melhor ajuste. Recomenda-se, quando possível, observar se há f rat ura radicular (para isso, énecessário uma t omada radiográfica). A recimentação pode ser realizada com ciment o provisório(ciment o de hi dróxi do de cálcio (CaOH2)), caso não se tenha disponi bil idade de materi al ou nãoseja adequado fazê-la em caráter definitivo.

4.21.7.2 Dente provisório

Quando ocorre a descimentação de um dente provisório, deve-se proceder à sua limpeza,reajuste e reembasamento antes da cimentação. A recimentação deve ser realizada em caráterprovisório.

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Ministério da Saúde | Secretaria de Atenção Básica | Departament o de At enção Básica

Nos casos em que há perda do dente provisório, recomenda-se técnica direta que não exigeuma etapa prévia de laborat ór io . Existem diversas técnicas, a segui r descreve-se uma:

Prótese adesiva – pode-se utilizar um dente de estoque ou confeccioná-lo com resina

autopolimerizável. Em ambos os casos, deve-se observar um espaço mínimo ent re a est rut ura dentalprovisória e os tecidos gengivais que permitam a higienização do local, a ser realizada com um f iodental. Essa técnica é uti lizada também quando o dente está comprometido periodontalmente e,após a sua exodont ia, ele é recolocado na cavidade bucal por meio de pont es de resina composta.

Observação importante – muitas vezes, a falta de material para construção de pinoint rarradicular e a ausência de aparelho de raio X para verif icação do compri mento radiculartornam-se impeditivos para o atendimento de urgência. Nesses casos, há experiênciassugerindo o uso de f ios ort odônt icos em aço inoxidável.

4.21.7.3 Perda de amálgama/compósito

Material de restauração provisório pode ser colocado após limpeza e irrigação da cavidadeda cárie. Se houver tempo disponível, ou se houver comprometimento estético, realiza-serestauração na m esma sessão.

4.21.8 Urgências pós-operatórias – alveolite

4.21.8.1 Alveoli te supurada

Infecção no alvéolo decorrente de uma curetagem insuficiente após exodontia. Mucosa doalvéolo ent umecida, superf ície ir regular, inf lamada. Usuár io descreve uma sensação de pul sação.

Sinais inf ecciosos podem estar p resentes: f ebre e l inf adenopat ia.

Tratamento: anestesia local, inspeção do alvéolo, lavagem com solução salina, antissépticolocal, polvidona iodada, ou clorexidina a 0,12%. Prescrição de antibiótico e analgésico (EXCETOAINES e salicil atos).

4.21.8.2 Alveoli te seca

Alvéolo sem nenhum coágulo, osso esbranquiçado, mucosa ao redo r normal. O que caracterizaa alveolite seca é a dor sentida pelo paciente, normalmente após 24 a 48 horas da exodontia,que é intensa, persistente, lancinante, irradiante e pouco responsiva aos analgésicos. Decúbito

exarceba a dor, a alimentação é dif ícil. Deve-se, após anestesia local, irr igar o alvéolo, colocandoimp lante aloplást ico e estabelecendo uso de ant ibiót ico sistêmico.

4.21.9 Encaminhamento após atendimento de urgência

Após o atendimento de urgência, o usuário deverá ter sua consulta de retorno agendada naUnidade Básica de Saúde ou, caso necessit e, deverá ser encaminhado a um serviço de referência domuni cípio ou Estado, recebendo t odas as inf ormações a respeit o do seu agravo e do t ratamentoque deverá ser realizado para esse caso.

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ATENÇÃO À DEMANDA ESPONTÂNEA NA APS

Quadro 4.61 – Fármacos uti lizados para o t rat ament o de enf ermidades odontológicas

Fármaco Dosagem/AdultoAnalgésico

Paracetamol 3 a 4 g/dia, em três ou quatro doses. Dosemáxima diária 4 g

1 gota (= 5 ou 10 mg)10-15 mg/kg, intervalo 4-6 horas

Codeína + parace-tamol

1-2cp, a cada 4-6 horas (máximo oitocomp./dia)

5 mg/kg/dia a 6 doses

1 comp./15 kg

Antibióticos

Amoxicilina 250-500 mg, a cada oito horas 20-50 mg/kg

Máximo de 2,4g/dia

Estolato eritromi-cina

1-2 g, intervalo 6/12 horas 20-30 mg/kg, 6/12horas

Anti-inflamatório

Ibuprofeno 200-400 mg, a cada 4-6 horas

Dose máxima diária 3.200 mg

30-50 mg/kg

Máximo de 2,4 g/dia

Antifúngico

Nistat ina Suspensão 1.000.000 UI/mL, t rês a quat roaplicações diárias

400.000-600.000 UI aplicação sobrelesão

Fonte: Autoria própria

 

Dor de origem

dentária/estruturas de

inserção?

Sim

Hipersensibilidade

Pulpite

reversível/ irrever

sível

Cárie (simples, aguda,

t )

Doença

periodontal

Periapical PeriodontalA arelho

Deslocamento 

Luxação

Disfunção

(prótese)

INVESTIGAR INVESTIGAR

Não

Abscesso

A v a l i a ç ã o i n i c i a ld o p a c ie n t e

Abscesso

PericoronaritePlacas

esbranquiçadasou zonas

Pericementite